Revista Pontos de Vista Edição 48

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liderança no feminino clinidor – consutórios médicos IEFP E O EMPREGO EM PORTUGAL dia nacional do cancro digestivo: entrevista a margarida damasceno

Pontos Vista Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Suplemento distribuído em conjunto com o jornal Público a nível nacional e não pode ser vendido separadamente

AGOSTO 2015 / EDIÇÃO Nº 48 - Periodicidade Mensal Venda por Assinatura - 4 Euros

de

GIA R U CIR ATIVA R A REF ARC M TEC ENÇ A H P O IFER AD

Paulo Langrouva,

Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo “Quem visita Figueira de Castelo Rodrigo sairá com uma impressão positiva da região e das suas gentes que fazem um esforço enorme para que as pessoas se sintam em casa”



Em destaque

Índice DE TEMAS

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HOUSE & HOME Com uma equipa de consultores imobiliários inteiramente dedicados a si e uma carteira de imóveis que satisfazem gostos dos mais arrojados e elegantes aos mais simples, na House & Home tem tudo para encontrar a casa dos seus sonhos. Numa viagem pelo apetecível mercado imobiliário, conheça uma empresa que antecipa os seus desejos

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FICHA TÉCNICA Propriedade, Edição, Administração e Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Administração – Redação – Depº Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 5º A 4400 – 281 Vila Nova de Gaia Telefone/Fax +351 220 926 879 Outros contactos +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.horizonte-de-palavras.pt www.facebook.com/pontosdevista

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Impressão Lidergraf - Sustainable Printing Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 ISSN: 2182-3197 Dep. Legal: 374222/14 Distribuição Nacional gratuita com o Jornal Público DIRETOR: Jorge Antunes DIR. INFORMAÇÃO: Ricardo Andrade PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Andreia Azevedo | Sara Soares | Rita Duarte Colaboração especial: Sandra Arouca

*O conteúdo editorial da Revista Pontos de Vista é totalmente escrito segundo o novo Acordo Ortográfico. Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efectuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, excepto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.

4 – Propriedade Industrial 6 – Direito 9 – Golden Visa em Destaque 14 – Formar para Empregar 19 – Cheque Formação 20 – Educação de Valor 22 – Gestão Agrícola 24 – Quem é quem no Investimento

Estrangeiro em Portugal 26 – Gestão de Topo 28 – Tema de Capa 32 – Municípios Portugueses 38 – Cirurgia Refrativa – Inovação 42 – Dia Nacional do Cancro Digestivo 44 – Saúde – Alzheimer 45 – Transplantes Capilares – Inovação 46 – Saúde – Tratamento da Dor 48 – Saúde – Enfermeiros 51 – Eventos Nacionais 54 – Liderança no Feminino


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial

CONCEITO DE IMITAÇÃO DE MARCA REGISTADA II – A CARTA DE LEI DE 4 DE JUNHO DE 1883 1 = A primeira lei portuguesa sobre patentes foi o Decreto de 16 de janeiro de 1837, ao qual se seguiu outro, já mais elaborado, de 31 de dezembro de 1852. No entanto, quando foi assinada a Convenção de Paris de 20 de março de 1883, Portugal ainda não tinha uma lei exigindo o registo para a proteção de marcas, que era precariamente assegurada apenas pelo uso. 2 = Mas a aplicação dos direitos básicos conferidos pela Convenção de Paris – o princípio da assimilação e o direito de prioridade – exigia proteção nos países de origem, para depois poderem ser extensivos aos restantes países membros. E foi, certamente, a necessidade de proteção das marcas pelo registo que levou à publicação da Carta de Lei de 4 de junho de 1883, apenas com 35 artigos, mas que tinha as disposições fundamentais para a sua finalidade. Para o nosso trabalho interessam especialmente o artigo 4º, o artigo 6º e o artigo 14º, que vamos examinar seguidamente. 3 = O artigo 4º da Carta de Lei de 4 de junho de 1883 definia a marca com certo rigor, dando uma noção bastante precisa da sua função : Artigo 4º : Consideram-se marcas de fabrica ou de commercio todos os signaes que servirem para distinguir os productos de uma industria ou os objetos de um commercio; e, como taes, se poderão adotar quaesquer denominações ou designações especiaes, cunhos, emblemas, sellos, sinetes, tarjas, desenhos, relevos, letras, divisas, e pela sua forma distinctiva, as próprias assignaturas ou firmas sociaes. § único. Não podem, todavia, considerar-se marcas de fabrica ou de commercio, simples palavras, letras ou algarismos escriptos sem forma distinctiva, e não se admitirão marcas que contenham palavras ou desenhos ofensivos da moral e dos bons costumes. As marcas, nessa altura, eram designadas “de fábrica ou de comércio” e só mais tarde passaram a ser “industriais ou comerciais”. Mas o ponto fundamental a considerar é que as marcas eram definidas para “distinguir os produtos de uma industria ou os objetos de um comércio” que é, na verdade, a função essencial da marca.

nas “disposições penais” – que nos dava uma definição bastante correta do conceito de imitação de marca registada: Artigo 14º. - Incorrem na pena de prisão de quinze dias a três mezes, e na multa de 5$000 a 50$000 réis, ou só nesta ultima pena: 1º - Os que imitarem marca de fabrica ou de commercio, por forma que possa iludir o comprador; 2º - Os que fraudulentamente se servirem de marca que, imitando outra se possa com ella confundir; 3º - Os que de má fé venderem ou pozerem a venda objetos marcados nas condições dos números antecedentes. § único : Para que se dê a imitação, a que se refere este artigo, não é necessário que seja completa a similhança entre as duas marcas; basta que a marca da imitação contenha indicações tendentes a enganar o comprador sobre a natureza ou proveniência dos objetos. Portanto, o nº 1 deste artigo começava por determinar a pena de prisão ou multa, para “os que imitarem marca de fabrica ou de commercio, de forma que possa iludir o comprador” e o § único dava um conceito de imitação melhor do que o atual. Além disso, considerava que a imitação da marca não se limitava à sua reprodução, mas podia, também, ser apenas parcial: “não é necessário que seja completa a similhança” sendo suficiente que

4 = O artigo 6º, muito importante, instituía o registo como atributivo do direito ao exclusivo da marca, que se limitava, naturalmente, às classes designadas:

“contenha indicações tendentes a enganar o comprador sobre a natureza ou proveniência dos objetos.” Convém recordar que, nessa altura, ainda não havia marcas de serviços.

“Para os efeitos d’esta lei só será reconhecida a propriedade das marcas de fabrica ou de commercio, que tiverem sido devidamente depositadas e registadas.”

6 = É interessante notar que para facilitar a transição da proteção da marca do uso para o registo, o artigo 6º tinha dois parágrafos nesse sentido:

5 = Mas para o nosso estudo, é fundamental o artigo 14º, incluído

§ 1º O que primeiro tiver usado de uma determinada marca de fabrica

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“Em todo o caso, o conceito de imitação (artigo 14º, § único) merece uma referência especial, pois estabelecia princípios extremamente importantes: a) Para haver imitação não é necessária semelhança completa entre as marcas; b) Bastando a marca da imitação conter indicações tendentes a enganar o comprador sobre a natureza ou proveniência dos objetos” ou de commercio, embora a não haja depositado e registado, poderá todavia reclamar contra o deposito e registo que, em nome de outrem, se pretenda fazer, ou se haja feito, de marca idêntica ou que com aquella se possa confundir.

uma referência especial, pois estabelecia princípios extremamente importantes: a) Para haver imitação não é necessária semelhança completa entre as marcas;

§ 2º Nenhuma reclamação poderá ser admitida quando tiverem decorrido mais de seis mezes a contar da data do deposito e registo que se houver feito, ou quando o reclamante houver usado da sua marca por mais de seis mezes, sem, durante esse tempo, haver requerido o respetivo deposito e registo.

b) Bastando a marca da imitação conter indicações tendentes a enganar o comprador sobre a natureza ou proveniência dos objetos. Quer dizer: deixava ao Examinador ou ao Juiz a liberdade de considerar se a marca imitadora podia enganar o consumidor, tomando-a pela marca genuína cujos produtos pretendia adquirir.

7 = O prazo de 6 meses, conferindo prioridade à marca usada em relação a um pedido de registo anterior de marca confundível, foi respeitado em todos os Códigos da Propriedade Industrial posteriores e ainda hoje se mantém. No Código atual, de 2008, é o artigo 227º, que trata da “Marca Livre”:

9 = A Carta de Lei de 1883 não previa a necessidade de renovar os registos, pelo que estes tinham duração ilimitada. O artigo 7º dessa Carta de Lei estabelecia que

Artigo 227º 1 -Aquele que usar marca livre ou não registada por prazo não superior a seis meses tem, durante esse prazo, direito de prioridade para efetuar o registo, podendo reclamar contra o que for requerido por outrem.

“Os depósitos e registos das marcas de fabrica e de commercio deverão effectuar-se na respetiva repartição do ministério das obras publicas, commercio e industria, a requerimento dos interessados.” E o § 2º do mesmo artigo esclarecia que os termos dos depósitos e registos seriam lavrados em livros especiais e o § 3.º acrescentava que “Por esses termos, titulos e certidões satisfarão os interessados os emolumentos que nas respetivas tabellas se designarem e um direito fixo de 1$000 réis por deposito e registo.”

2 -A veracidade dos documentos oferecidos para prova deste direito de prioridade é apreciada livremente, salvo se se tratar de documentos autênticos. 8 = Na Carta de Lei de 4 de junho de 1883, a definição de marca, no artigo 4º, está bastante correta, o mesmo sucedendo com o já referido artigo 6º e seus parágrafos 1º e 2º.

Este sistema de não haver renovação dos registos originou o designado “Regimen Perpétuo”, que terminou com a entrada em vigor da Carta de Lei de 21 de maio de 1896.

Em todo o caso, o conceito de imitação (artigo 14º, § único) merece

Em todo o caso, os registos já concedidos mantiveram-se válidos quasi até aos nossos dias, ou seja, até entrar em vigor o Decreto-Lei nº 36/2003, de 5 de março, cujo nº 12, relativamente às marcas registadas dispõe o seguinte: “Às marcas registadas sem termo de vigência, ao abrigo da Carta de Lei de 4 de junho de 1883 sobre marcas de fábrica ou de comércio, são aplicáveis as disposições deste Código, contando-se o prazo para as futuras renovações a partir da entrada em vigor deste.” Tanto quanto sei nenhum destes registos foi renovado, pelo que, finalmente, caíram no domínio público. Aliás, creio que o próprio INPI já não tinha, sequer, uma relação dos registos do regímen perpétuo que foram efetuados, como foi já referido, entre 4 de junho de 1883 e 21 de maio de 1896. 5


DIREITO

A OPINIÃO DE Catarina Vaz Gomes, Advogada na Sociedade Gameiro e Associados

O CHUMBO DO ENRIQUECIMENTO INJUSTIFICADO PELO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL Em 29 de maio de 2015, a Assembleia da República aprovou o regime que institui o crime de enriquecimento injustificado, por via do Decreto n.º 369/XII.

S

ucede que o diploma, que previa duas normas, suscitou dúvidas ao Presidente da República, que, consequentemente, apresentou junto do Tribunal Constitucional o pedido de fiscalização de constitucionalidade das normas em questão, constantes do n.º 1 do seu art. 1.º, na parte em que aditava o art. 335.ºA ao Código Penal, e do seu art. 2.º, na parte em que aditava o art. 27.º-A à Lei n.º 34/87 de 16.07, que aprova o regime dos crimes de responsabilidade dos titulares e cargos políticos. O pedido de fiscalização de constitucionalidade teve na sua base os seguintes fundamentos. Por um lado, não estaria em causa matéria nova no ordenamento jurídico português, sendo que já durante a presente legislatura o Parlamento havia aprovado o regime do então designado “enriquecimento ilícito”, através do Decreto n.º 37/XII, o qual havia sido objeto de fiscalização preventiva da constitucionalidade, tendo o Tribunal Constitucional decidido pela inconstitucionalidade das suas normas, no Acórdão n.º 179/2012, com fundamento na indefinição do bem jurídico protegi-

do, na indeterminação da ação ou omissão concretamente proibida e na violação do princípio da presunção de inocência. Apresentando a sua concordância com os fundamentos invocados no Acórdão, acrescentou que, por outro lado, o diploma violaria o princípio da proporcionalidade, na vertente da necessidade, porquanto no Direito Penal estão em risco valores máximos da ordem jurídica num Estado de Direito, como a liberdade, não podendo, por esse motivo, subsistir a dúvida sobre a incriminação de condutas. Com esta motivação, apresentou o Presidente da República o pedido de fiscalização preventiva da constitucionalidade do Decreto n.º 369/XII, por violação dos artigos 2.º, 18.º/2, 29.º e 32.º/2 da Constituição da República. Consequentemente, pronunciou-se o douto Tribunal, com a fundamentação seguinte. Em primeiro lugar, o Decreto n.º 37/XII já havia sido devolvido ao Parlamento, na sequência da pronúncia de inconstitucionalidade e retirava-se da leitura de “exposição de motivos” do proje6

to de lei n.º 798/XII que esteve na origem do Decreto n.º 369/XII que o legislador manteve a medida de política legislativa criminal análoga ao primeiro, não obstante determinadas diferenças que se expõem sumariamente, que não justificariam decisão diferente do Tribunal: o Decreto n.º 369/XII apenas prevê a introdução de dois tipos legais de crime, abandonando a incriminação autónoma do crime em questão quando praticado por funcionário; neste Decreto prevê-se o crime de enriquecimento injustificado e já não de enriquecimento ilícito; foi eliminado o elemento referente à ausência de origem lícita determinada; foi eliminada a expressão “se pena mais grave não lhe couber por força de outra disposição legal”; o conceito “bens legítimos” deu lugar ao conceito “bens declarados ou que devam ser declarados”; o legislador vem enunciar os bens jurídicos que visa proteger; já não se prevê que o Ministério Público faça a prova de todos os elementos do crime de enriquecimento ilícito (agora injustificado). Também no entendimento do Tribunal, o princípio da necessidade da pena, sediado no art. 18.º/2


“Atenta a decisão dos Juízes Conselheiros, é certo que o combate à corrupção ficará, de certo modo, prostrado, não obstante, conforme devidamente fundamentado pelo Tribunal, a ser aprovado, o diploma violaria a presunção de inocência constitucionalmente consagrada, e fundamental no nosso Estado de Direito, por significar uma inversão do ónus da prova relativamente à prática do ilícito criminal”

da Constituição, é basilar, isto é, o bem jurídico protegido deverá relevar-se sempre digno de tutela penal e deverá revelar efetivamente carência de tutela penal, pelo que as sanções penais só serão constitucionalmente legítimas se visarem proteger bens jurídicos que se mostrem dignos de tutela penal. Igualmente ao abrigo do art. 3.º/1 da Constituição, dever-se-á observar uma estrita analogia entre a ordem axiológica constitucional e a ordem legal dos bens jurídico-penais. Mais, toda a norma incriminatória na base da qual não seja suscetível de se divisar um bem jurídico-penal claramente definido, é nula, porque materialmente inconstitucional. Acresce que, o fim almejado pela criminalização – a preservação de um valor social – não poderá ser realizado por outro meio de política legislativa que não aquele que se traduz no recurso à intervenção penal, porquanto o direito penal cumpre uma função de ultima ratio, devendo ser a intervenção penal sempre subsidiária e fragmentária. De igual modo, o princípio da legalidade da pena, sob a veste de lex certa, previsto no art. 29.º/1 da Constituição, vincula igualmente o legislador no sentido de ter o dever de desenhar o novo tipo criminal de modo a tornar cognoscíveis para os cidadãos quais os factos voluntários que são merecedores do juízo de desvalor jurídico-criminal. Acrescentou o Tribunal que, tanto o princípio da

necessidade da pena como o princípio da legalidade, integram valores nucleares do Estado de Direito na exata medida em que ambos exprimem o valor da liberdade individual, pressupondo ambos que, em casos de dúvida, prevaleça essa mesma liberdade: in dubio pro libertate. Defendeu ainda que o legislador não deve construir as normas penais de tal modo que, através das suas formulações, possa o cometimento do crime presumir-se, ao que se opõe o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 32.º/2 da Constituição. Em suma, num estado de Direito não poderão existir crimes e penas que não sejam previstos em lei que seja certa, bem como não se poderá presumir o cometimento do ilícito criminal, devolvendo-se a quem é desse cometimento acusado, todo o ónus da refutação da acusação, o que violaria o favorecimento da liberdade. Pelo exposto, decidiu-se o Tribunal, por unanimidade, pela inconstitucionalidade das normas constantes do diploma, por violação dos arts. 18.º/2, 29.º/1 e 32.º/2 da Constituição da República Portuguesa, por via do Acórdão n.º 377/2015 de 27 de julho de 2015. Atenta a decisão dos Juízes Conselheiros, é certo que o combate à corrupção ficará, de certo modo, prostrado, não obstante, conforme devidamente fundamentado pelo Tribunal, a ser aprovado, o diploma violaria a presunção de inocência cons7

titucionalmente consagrada, e fundamental no nosso Estado de Direito, por significar uma inversão do ónus da prova relativamente à prática do ilícito criminal. Destarte, e dada a importância de criminalizar o enriquecimento injustificado, este deverá existir para o conjunto da sociedade e, portanto, o comum dos cidadãos que tenha um acréscimo patrimonial injustificado deve ter o dever social de, perante os seus concidadãos, justificar esse acréscimo patrimonial, sendo que deverá haver um regime mais agravado para funcionários e titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, por estarem em causa dinheiros públicos, isto sem olvidarmos, reitera-se, o dever geral de transparência que recaia sobre o conjunto da sociedade. Considerando ainda que na nossa sociedade temos vindo a conhecer atos de corrupção gravíssimos, tanto praticados por titulares de cargos públicos como no âmbito do setor privado, é justificável que os atos praticados neste âmbito não deverão ficar impunes aquando da criminalização do enriquecimento injustificado. Assim, deverá o combate a esta forma de enriquecimento prosseguir caminho com vista à implementação de um dever geral de transparência, que dissuada a prática dos mencionados crimes de corrupção, que tanto abalam a nossa sociedade como economia, mas sem nunca colocar em causa princípios basilares do estado de Direito.


DIREITO

A OPINIÃO DE Maria da Glória Canada, Advogada

CRIMINALIDADE

ECONÓMICO-FINANCEIRA O crime da corrupção provoca consequências económicas e sociais nefastas, depauperando valores importantes como a democracia, cidadania, confiança e igualdade social. A relevância deste fenómeno tem sido debatida a nível global. Portugal, também, não ficou indiferente, tentando adotar uma postura preventiva, que culminou na criação de um CPC, instituído pela Lei n.º 54/2008, de 4 de setembro.

D

e acordo com o art. 1.º do supracitado normativo, o CPC é uma entidade administrativa independente, a funcionar junto do Tribunal de Contas, no domínio da prevenção da corrupção e infrações conexas. De uma perspetiva legal, a criminalidade económica e financeira define-se como toda a forma de crime não violento que tem como consequência uma perda económica ou financeira, como por exemplo corrupção, tráfico de influências e branqueamento de capitais. A especificidade da investigação nestes crimes, contrariamente à generalidade dos restantes, é que não se parte da quase certeza da sua prática em busca do autor e das respetivas circunstâncias, mas averigua-se a essência penal da conduta. A temática destes crimes conduz-nos à problemática de existirem ordenamentos fiscais que isentam de tributação; falando-se por isso em Paraísos fiscais e Offshores, isto é zonas privilegiadas para as quais são atraídos os investidores de países com uma (mais) elevada carga fiscal, onde predominam Offshores-sociedades que se localizam no exterior de um determinado país, sujeito a um regime legal diferente, considerando o que se aplica no país do domicílio dos seus associados. Importa salientar que paraísos fiscais permitem finalidades criminosas. Os paraísos fiscais sempre existiram, desde que as sociedades resolveram cobrar impostos, e a Ilha de Delos (Grécia, Séc. II,a.C), foi um dos primeiros conhecidos, dado que o comércio ali não pagava impostos. O Conselho da União Europeia criou o programa específico “Prevenir e combater a criminalidade”, no âmbito do Programa Geral sobre a “Segurança e Proteção das Liberdades. Destaco que Portugal, desde a Lei-quadro da Política Criminal, aprovada pela Lei n.º 17/2006, de 23 de Maio tem definido objetivos, prioridades, orientações de política criminal, nunca tendo deixado de prever no leque dos crimes de investigação prioritária, os de branqueamento de capitais (ora art.º 368- A do C.Penal) e os de fraude fiscal a que temos assistido. Mas, porque o homem é por natureza teimoso e sonhador, continuará sempre entusiasmado em mudar o quase impossível…

“Os paraísos fiscais sempre existiram, desde que as sociedades resolveram cobrar impostos, e a Ilha de Delos (Grécia, Séc. II,a.C), foi um dos primeiros conhecidos, dado que o comércio ali não pagava impostos” 8


GOLDEN VISA EM DESTAQUE

OPINIÃO DE Natércia Rita de Mendonça, Sócia da Mendonça & Associados, Sociedade de Advogados, RL.

GOLDEN VISA – O MOMENTO ATUAL As principais alterações contidas na Lei 63/2015, de 30 de Junho incidem sobre as definições de “actividade de investimento” contidas no artº 3º da Lei nº 23/2007, de 4 de Julho.

A

ssim, para além do que já estava estabelecido relativamente à concessão de autorização de residência em território nacional por um período mínimo de cinco anos e que se mantém - i) transferência de capitais no montante igual ou superior a 1 milhão de euros, ii) criação de pelo menos, 10 postos de trabalho e iii) aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros -, foi aberto o investimento à ciência, às artes, ao património cultural nacional, à reabilitação urbana e ainda em fundos de investimento e de risco, em condições económicas que considero bastante vantajosas para o investidor. Por exemplo, os valores envolvidos no investimento em imóveis, que anteriormente se limitavam à aquisição de um imóvel de valor igual ou superior a 500 mil euros, foram agora estendidos a novas vertentes, tais como as áreas de reabilitação urbana, com valores significativamente inferiores. Neste contexto, considera-se investimento a aquisição de imóveis com 30 anos de construção ou localizados em área de reabilitação urbana e realização de obras de reabilitação. Para estes casos é apenas necessário o investimento de montante global igual ou superior a 350 mil euros, o que reduz em € 150 mil euros a aquisição de um imóvel relativamente ao anterior regime. Entendemos que a introdução desta nova modalidade de reabilitação urbana traz significativas vantagens ao cenário urbano nacional, primordialmente para a cidade de Lisboa e Porto, onde o centro urbano se encontra desertificado, com imóveis degradados mas de grande valor arquitetónico, sendo agora relançado e revitalizado com evidentes vantagens para todos os intervenientes, nomeadamente para o sector da construção, peça vital de desenvolvimento económico. No que ao investimento à ciência e a

actividades de investigação diz respeito, veio este diploma introduzir como actividade de investimento para efeitos de concessão de visto de residência, um investimento igual ou superior a 350 mil euros. O panorama nacional desde 2010 é de uma quebra genérica na investigação científica, seja por parte das empresas privadas e públicas, do Estado e das instituições do ensino superior. Portugal tem-se situado entre os países da EU15 com valor mais baixos investidos na investigação científica. Os cortes orçamentais têm-se mantido nos últimos anos, pelo que esta possibilidade de investimento poderá reverter o ciclo, com inequívocas vantagens no cenário científico nacional. Por outro lado, áreas como a produção artística e recuperação ou manutenção do património cultural nacional foram objecto alvo deste programa, através de transferência de capitais de valor igual ou superior a 250 mil euros. Este investimento será efectuado através de serviços da administração central e periférica, institutos públicos fundações públicas e privadas, e demais entidades qualificadas com o propósito de produção artística, recuperação ou manutenção do património cultural nacional. Os benefícios para Portugal, do ponto de vista da ciência, cultura e preservação do património nacional serão, sem dúvida, extremamente importantes, tendo em atenção a escassez de recursos disponíveis atribuídos a estas áreas, seja por parte do sector público, seja por atribuições privadas. A preservação do património histórico e cultural é a preservação da entidade de um povo. Do meu ponto de vista a atribuição de recursos financeiros para estas áreas é uma medida de extrema importância para Portugal e para as gerações vindouras. Por fim, ainda foi introduzida a possibilidade de obtenção de visto por actividade de investimento, através da aquisição de unidades de participação em fundos de investimentos ou de capital de risco, através de transferência de capitais iguais ou superiores a 500 mil euros, os quais, por sua vez, se dedicam a capitalização e viabilidade de pequenas e médias empresas nacionais. Foi ainda introduzida uma redução de investimento em 20%, nas modalidades contidas nas sub alíneas ii) a vi)

da actividade de investimento, se as mesmas forem efetuadas em territórios de baixa intensidade, isto é, com menos de 100 habitantes por km2 ou PIB per capita inferior a 75% da média nacional. Desde a data da entrada em vigor dos chamados “vistos gold” que a modalidade mais escolhida para o investimento de candidatos foi a aquisição de bens imóveis, o qual, segundo os dados oficiais fornecidos até 30 Junho 2015, ascendiam a mais de € 1.300M. Contudo, denotou-se um decréscimo deste tipo de investimento e de solicitações de visto no decurso do ano de 2015, pelo que as novas alternativas de investimento, com valores mais reduzidos e diversificados, poderão contribuir para o relançamento do programa, o qual terá repercussões económicas muito significativa no país. Em termos gerais, as alterações introduzidas pela Lei nº 63/2015, de

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30 de Junho, visam actividades de investimentos mais abrangentes, com imputação directa de capitais e investimento em sectores da economia e de interesse nacional desfavorecidas e/ou carentes, o que se pode revelar de significativa importância para o País. A contrapartida para os investidores (cidadãos estrangeiros fora da EU) é a sua a entrada no País, e no espaço Sheguen, por um período mínimo de cinco anos, desde que se mantenham os requisitos de investimento enunciados no início deste artigo. A obrigação de permanência em Portugal mantêm-se quase insignificante, pois os cidadãos estrangeiros abrangidos apenas terão de permanecer no país por sete dias no primeiro ano de concessão, e por 14 dias em cada dois anos seguintes, o que confere uma ampla liberdade de circulação, que se tem revelado ajustada e adequada ao perfil do investidor.


Golden Visa em destaque

“Da House & Home podem sempre esperar dedicação e resultados positivos” Com uma equipa sénior de consultores imobiliários, a House & Home assume-se como uma empresa de mediação e gestão imobiliária que disponibiliza todo o conforto em qualquer tipologia de transações imobiliárias. Estar fisicamente no Monte Estoril foi, desde o início, uma decisão estratégica para assim ter uma visão privilegiada das movimentações deste mercado. Foi com Pedro Osório, Sócio Gerente, que a Revista Pontos de Vista ficou a conhecer melhor uma entidade que prima por ter um portefólio diversificado que permite responder a diferentes solicitações. Para aqueles que pretendam vender um imóvel ou fazer um investimento, o que podem esperar da House & Home?

Dedicação total até que todas as partes envolvidas estejam satisfeitas. Defendem que a vossa localização oferece uma visão 360 do mercado imobiliário da Grande Lisboa. Esta foi uma decisão estratégica desde o início? Pretendem alargar a vossa área de atuação para outras zonas geográficas?

Foi mais do que uma decisão estratégica. Foi condição Sine qua non estar fisicamente no Monte Estoril. Estamos situados entre o Estoril e Cascais e a 20 minutos da capital, o que nos dá uma visão privilegiada das movimentações e motivações do mercado de referência em Portugal – Lisboa. De momento o Monte Estoril é a zona da costa do Estoril mais procurada para viver. É elegante e conserva ainda o espírito de bairro, onde se privilegia o comércio de rua e o conceito de comunidade. Em simultâneo é montra de projetos de arquitetura modernos e de referência, exemplos de excelentes investimentos imobiliários. De momento estamos focados apenas no mercado da Costa do Estoril e da cidade de Lisboa. No entanto temos clientes que nos confiam propriedades em outras regiões, nomeadamente no Alentejo. Acabamos sempre por alargar a nossa área de intervenção, mas fisicamente, para já, estamos só no Monte Estoril. Para uma empresa que “respira” Lisboa, no domínio do imobiliário, o que é que esta região tem para oferecer? Como atrativo ao investimento estrangeiro, a capital continua a ser vista como um polo cultural e financeiro?

Lisboa continua a crescer em vários vetores enquanto cidade e região, e esses não são exceção. Não sou do tempo em que existia tão favorável conjuntura para se investir em Lisboa como a que existe hoje. Lisboa já passou o decisivo “teste” de ser apenas destino novidade – mesmo dentro do circuito europeu – para se afirmar como uma cidade para investir e viver em família e com segurança. Lisboa mantém-se muito apetecível para investimento imobiliário e com margem para crescer. O mais recente Marketbeat da Cushman & Wakefied regista e prevê crescimentos em todos os segmentos. Na componente cultural, Portugal tem uma oferta muito vasta, mas muito centralizada nas duas principais cidades, Lisboa e Porto. Parece-me que a oferta da capital se destaca nesse sentido, e é alavancada brilhantemente pelo Turismo de Lisboa e AICEP nas estratégias de comunicação que desenha, e também por inserir nessa oferta o “pacote” Costa do Estoril. Existem clientes com as mais diversas solicitações e a empresa tem procurado corresponder ao máximo

aos seus pedidos. De um modo geral, o que é que eles procuram?

A House & Home procura ter um portefólio diversificado de imóveis, o que nos dá possibilidade de contactar com várias tipologias de cliente. De um modo geral, os clientes que nos procuram pretendem investimentos inteligentes, bons negócios, seja para rentabilizar poupanças ou diversificar investimentos. Portugueses ou não, este é o denominador comum nas solicitações do nosso “cliente tipo”. O que nem sempre é fácil, quando o pulsar do mercado nos diz que a oferta está alinhada com a procura. Mas trabalhamos diariamente para encontrar e entregar bons negócios. A crise no setor imobiliário possibilitou uma certa “limpeza” na mediação imobiliária. O que tornou possível a empresas como a House & Home permanecerem no mercado ainda mais fortes?

Penso que a diversificação do negócio foi diferenciadora. Empresas que não tinham foco no arrendamento, férias ou longa duração, e na gestão de património por exemplo, tiveram mais dificuldades quando as vendas quebraram. Não estou certo do conceito de “limpeza” neste contexto, mas se falamos sobre “limpar amadores” de um conjunto de profissionais, a “crise” não o possibilitou na totalidade. Sou inclusive da opinião que a atual conjuntura neste mercado, suscita interesse a muitos empreendedores – para utilizar uma definição que está na moda – que por vezes não se lembram que esta é uma atividade comercial que assenta numa relação muito próxima com o cliente - relação de aperto-de-mão e de abraços quando atingimos o objetivo comum – e em que os níveis de confiança e idoneidade têm de estar no máximo. 10

Costumo fazer a analogia com a fotografia quando abordo este tema. Aparentemente todos têm amigos que são fotógrafos só porque compraram uma máquina topo de gama. O mesmo se passa no imobiliário. Parece que todos estão aptos a aconselhar terceiros sobre investimentos imobiliários. E não é de todo assim. O pior é que os danos colaterais são muitos e talvez irreversíveis, pois esta tendência de existirem cada vez mais “freelancers” pode gerar uma especulação de mercado, fruto de um trabalho mal feito. E na verdade o mercado português nunca teve a etiqueta de especulado. Muitos investidores estrangeiros aproveitaram as regalias dadas ao abrigo dos Golden Visa (Vistos Dourados) para apostar no mercado imobiliário nacional. Qual tem sido o impacto sentido no seio da House & Home?

Na House & Home estamos atentos a este programa desde o primeiro dia. Adaptámos a nossa estrutura para essa vertente de negócio, nomeadamente na forma de comunicar na internet. Criámos um conjunto de parcerias em matéria de aconselhamento legal e fiscal, que permite ao nosso cliente usufruir de um processo de aquisição confortável, sendo permanentemente esclarecido em todas as etapas. No topo dos principais interessados estão os chineses mas também existem muitos brasileiros apostados em investir no país. Também sentem esta tendência? Na sua opinião, o que torna Portugal tão apelativo ao nível do investimento imobiliário?

A Costa do Estoril é muito procurada por ambas as nacionalidades, mas também por clientes de nacionalidade russa e sul-africana. No topo dos nossos


“Não tenho cor política, mas ambos os programas, vulgo Golden Visa e Benefícios fiscais, foram geniais na sua criação e sem dúvida são catalisadores para a nossa economia” clientes estão os brasileiros. Maioritariamente, e sem prejuízo do foco no retorno do investimento, são movidos por questões de segurança e bem-estar. A língua não é barreira e a porta da Europa fica aberta. Os chineses também se focam na “cidadania europeia” mas procuram mais o retorno do investimento e exigem rentabilidades mínimas. Sem dúvida que o acesso ao Espaço Schengen é diferenciador para esta tipologia de investidores, mas sou da opinião que Portugal é apelativo para investimento imobiliário porque além de gerar retorno acima da média, é cosmopolita q.b. mas mantém-se fiel às suas tradições. Portugal está a poucas horas de voo de qualquer cidade europeia e do Norte de África, e tem para oferecer - até porque sabe receber - cidades seguras, clima, saúde, educação, onda, tempero próprio. A capital é trendy. O Algarve continua a afirmar-se. O Douro, a Madeira e o Alentejo continuam na rota de um público muito específico e muito interessante. Esta vaga de investimento que se faz sentir está mais relacionada com uma segunda residência ou com um investimento de grande amplitude?

Penso que ambos e em proporção semelhante. Até porque não podemos dissociar dessa vaga de investimento, outro programa em vigor: o dos benefícios fiscais para residentes não habituais. Esse programa possibilita adicionalmente que Portugal também esteja no radar de clientes com forte capacidade de investimento, na sua maioria suíços, franceses e escandinavos.

Não tenho cor política, mas ambos os programas, vulgo Golden Visa e benefícios fiscais, foram geniais na sua criação e sem dúvida são catalisadores para a nossa economia. Na sua opinião, o modelo de atribuição dos Golden Visa deveria ser melhorado ou reformulado? A par disso, e com o intuito de estimular o investimento estrangeiro em Portugal em concreto ao nível do imobiliário, que outras medidas têm de ser adotadas? Reduzir a burocracia e agilizar processos deveriam ser os primeiros passos?

O ideal será conseguir reduzir a burocracia, agilizando processos, mas manter firme a análise do detalhe. Creio que não será fácil. A pressa é inimiga da perfeição, e nesta matéria não devemos ter qualquer pressa. Afinal “estamos a abrir a porta da nossa casa e a apresentar os nossos vizinhos a desconhecidos”. O melhor estímulo para qualquer investidor é existir uma ambiência harmoniosa em todas as etapas do negócio, e no imobiliário não é exceção. É fundamental afastar desta equação cargas negativas que palavras como “corrupção” ou “branqueamento de capitais” têm.

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Diretamente relacionadas com a evolução da própria economia, as perspetivas para a evolução do mercado imobiliário em Portugal vão sofrendo algumas oscilações. Com este cenário, como é que se consegue retomar a confiança neste segmento?

A confiança não se perdeu. Acho que continuamos em ambiente favorável ao investimento no imobiliário em Portugal. É crucial que ambos os programas que referi acima se mantenham e que o crédito habitação volte a ser o produto estrela da banca de retalho, o que já está a acontecer. Têm surgido fortes sinais de recuperação do mercado e as expetativas para o futuro são bastante animadoras. Da House & Home, o que podemos esperar? Que projetos estão em cima da mesa e que esperam ver concretizados brevemente? Queremos continuar a fortalecer a nossa presença na comunidade do Monte Estoril e consolidar a nossa posição enquanto imobiliária de referência. Da House & Home podem sempre esperar dedicação e resultados positivos.


VISTOS CONSULARES

Emigrantes, Imigrantes e Viajantes: a Ei! descomplica Basta dizer o que precisa e saberá que existe uma empresa em Portugal que resolve os seus problemas. Chegou a Portugal e não sabe o que fazer? Vai sair do país e desconhece por completo o destino que o irá acolher? Vem a Portugal de visita e quer ocupar o seu tempo da melhor forma possível? A Ei! é a solução para as suas dúvidas. Este projeto que nasceu pelas mãos de Gilda Pereira e Inês Salvo tem conquistado a confiança dos seus clientes, disponibilizando num único espaço a resolução de uma multiplicidade de assuntos de natureza burocrática e lúdica.

S

egundo dados divulgados recentemente pelo Observatório da Emigração com base nas entradas de portugueses nos países de destino, nos últimos quatro anos, pelo menos 285 mil portugueses emigraram. A imigração, por seu turno, registou uma tendência contrária, com muitos imigrantes a regressarem aos seus países de origem. A verdade é que em qualquer fluxo migratório existem questões que devem ser acauteladas de antemão para evitar que os problemas surjam. Com essa consciência, Gilda Pereira, tendo como ponto de partida a sua própria experiência enquanto emigrante em Luanda, e Inês Salvo que sempre a ajudou do lado de cá em todas as questões mais burocráticas, resolveram criar aquele que é considerado o primeiro serviço profissional de assessoria aos e(i)migrantes. Chama-se Ei! e presta todo

INES SALVO E GILDA PEREIRA

o apoio necessário ao e(i)migrante, desde serviços consulares (legalização de documentos, obtenção de vistos), prestação de serviços junto de qualquer organismo, elaboração do IRS, gestão de imóveis (rentabilização dos mesmos), agendamento de consultas de saúde ou inscrições no Serviço Nacional de Saúde, processos de equivalência de estudos, pedidos de reformas e representação em Portugal (assembleias de condomínio, pedidos e cancelamento de serviços de água, luz, gás, telefone e TV/internet, receção e reenvio de correio), compra e aluguer de veículos, enquadramento fiscal do país e um sem número de outros serviços que facilitam a vida de quem chega e de quem sai do país. Não fosse um dos lemas da Ei! precisamente este: “se não está por cá. Mas precisa de estar. Nós estamos”. Mesmo que solicite uma tarefa que não

faça parta do quotidiano desta equipa composta por cinco pessoas, não há qualquer problema. “Os nossos serviços são moldados consoante as necessidades. Nascem da procura”, explicou Inês Salvo, sendo completada pela sócia Gilda Pereira: “o acompanhamento na compra de imóveis foi algo que não tínhamos pensado inicialmente e que hoje fazemos, por necessidade dos nossos clientes”. Acompanhamento total Era deste total e personalizado acompanhamento que Gilda Pereira necessitava durante o período em que esteve a viver e a trabalhar em Luanda. “Sempre que vinha a Portugal ocupava muito tempo a tratar de assuntos pendentes, comecei então a pedir à Inês para ir alinhavando tudo e este acabou por ser um trabalho que


ela foi fazendo para outros amigos que também estavam emigrados e que sentiam esta necessidade”, relembrou Gilda Pereira. Em contrapartida, se o apoio aos emigrantes é uma parte fundamental dos serviços prestados pela Ei!, a verdade é que uma parcela bastante significativa está centrada na assessoria aos que chegam que, até à criação desta empresa, não tinham nada direcionado para eles. Acompanhar os clientes, ir aos locais e prestar um serviço personalizado é, efetivamente, o que marca a diferença, tal como defendeu Inês Salvo. E é deste conforto que eles procuram e precisam quando aterram no país. Além de esperanças e objetivos, muitos deles trazem na bagagem alguns receios. “Têm medo de ser enganados. Os imigrantes que nos contactam vêm com uma perspetiva de investimento, querem comprar casa ou arrendar mas com intenção de adquirir o imóvel mais tarde. Neste contexto, eles estão formatados com a realidade jurídica do país de origem, que nem sempre se assemelha à nossa”, evidenciou Inês Salvo. Num cenário agravado pelos constrangimentos linguísticos, as práticas desleais proliferam e muitos imigrantes chegam ao nosso país já calejados com histórias negativas que ouviram. Para que saibam que têm na Ei! um parceiro de confiança, Gilda Pereira admite que não tem sido necessário um grande trabalho de divulgação, para sua surpresa. “Muitos deles contactam-nos mesmo antes de virem para Portugal. Penso que na pesquisa que fazem, a Ei! deverá ser o único apoio que encontram”, afirmou. E o que os faz escolher Portugal? Ser um país de sol, gastronomia e mar é, in-

questionavelmente, um apelativo. Mas existem muitos outros fatores que, para Gilda Pereira, a maioria dos portugueses não valoriza, sobretudo os que nunca viveram fora do país. Falamos da simpatia das pessoas, da segurança e da qualidade da educação. “Poder andar na rua descansada e levar os filhos a um parque infantil não são hábitos possíveis em todo o lado. Estamos sempre em sobressalto e em Portugal há, sem dúvida, tranquilidade”, asseverou Gilda Pereira. Também para os que partem, essencialmente por falta de valorização profissional em Portugal, o medo é o principal sentimento e, mais uma vez, a Ei! existe para dissipar essa sensação. “Fazemos uma sessão de esclarecimento sobre a saída dos emigrantes e o país de destino. Falamos sobre os requisitos do país e todos os procedimentos que devem ser tomados antes de saírem”, contou Gilda Pereira que evidenciou ainda a crucial importância das parcerias para o sucesso da atuação da Ei! no mercado. Desde contabilistas até à colaboração com uma consultora que presta todo o serviço de consultoria fiscal e com o apoio de um profissional na área consular responsável pela obtenção dos vistos, a Ei! conta com uma rede de parceiros que lhe permite responder com rigor e qualidade técnica a qualquer solicitação. Juristas de formação, as duas jovens completam-se. Se uma é mais stressada e domina o inglês, a outra é um exemplo de tranquilidade e prefere a língua francesa. Trabalham, como Inês Salvo descreveu, “em frentes diferentes” e é isso que tem permitido trilhar um caminho de sucesso. Para o futuro, são muitos os planos e uma certeza: dar

passos lentos e consolidados. Abrir uma loja no Porto e visitar alguns países com uma forte comunidade portuguesa para divulgar a empresa (nomeadamente França e Luxemburgo numa primeira fase) são algumas das perspetivas para uma marca que prima pela diferença e por persistir em ser pioneira em tudo o que faz.

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EI! CONTATOS Rua: Av. Visconde de Valmor, n.º 20 D, 1000-292 Lisboa Telf: +351 217960436 Telm: +351 962409237 Mail: geral@eimigrante.pt


FORMAR PARA EMPREGAR

Empregabilidade e formação como garantia de progresso Num momento em que as taxas de desemprego começam a baixar, torna-se premente falar com quem melhor pode explicar o panorama social da atualidade. Neste sentido, a Revista Pontos de Vista conversou com Jorge Gaspar, Presidente do IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional - que falou sobre as medidas, responsabilidades e ambições de uma entidade pública que promove diariamente o crescimento económico de Portugal.

O

desemprego tem sido um dos temas mais referidos na sociedade atual. Fala-se de taxas, estatísticas, crescimento e quedas, mas o cerne da questão é exatamente o cidadão, que, pelas mais diversas razões, se tornou parte integrante do número de desempregados em Portugal. Contudo, as notícias e dados oficiais recentes provam que o panorama é cada vez mais positivo. As razões que levaram ao retrocesso dos elevados números de desempregados são diversas e complexas. Contudo, podemos referir o papel do IEFP, que tem promovido a criação de emprego, o apoio à contratação e a formação qualificada. O presidente desta entidade pública ressalva a importância das empresas em território português para que as expectativas sejam cada vez mais de esperança e sucesso. Todavia, há que mencionar os diversos apoios que o instituto tem oferecido quer a trabalhadores desempregados quer às entidades patronais. Jorge Gaspar explica que a missão do IEFP não é criar postos de trabalho, mas sim impulsionar outras entidades a fazê-lo. Neste sentido, e no âmbito do Programa Vida Ativa, a formação profissional é uma das maiores preocupações do instituto, mas, acima de tudo, a sua mais-valia na integração de cidadãos desempregados. Ao contrário do que é erradamente referido por vezes, os cursos formativos são pensados e criados de acordo com a necessidade do mercado. “No IEFP, trabalhamos sempre e só em função da procura das qualificações e não através daquilo que é a nossa oferta. Se tivermos que trabalhar na mudança de oferta de qualificações em matéria de formação profissional para satisfazer melhor a procura, é isso que fazemos”, garante o presidente do instituto. Desta forma, a entidade trabalha de uma forma estreita com as empresas – portuguesas ou alocadas em território nacional – com o objetivo de compreender as suas carências no âmbito de recursos humanos, para que as suas formações sejam encaminhadas nesse sentido. Todo o universo IEFP, desde a direção aos Centros de Emprego, estuda o mercado laboral no sentido de compreender “em que áreas estão as empresas a investir, em que domínios está a ser criado emprego, para que o IEFP possa reorientar a sua atividade e adaptar-se internamente do ponto de vista da estrutura formativa”, continua Jorge Gaspar. A aposta na formação cria, assim, um “reforço das qualificações e das competências dos trabalhadores desempregados”, o que proporciona um regresso ao mercado de trabalho mais célere e eficaz, nomeadamente uma entrada direta dos formandos para as empresas que solicitaram que o IEFP abordasse determinadas áreas de formação.

JORGE GASPAR

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“O IEFP consegue promover um acompanhamento forte e experiente na inserção jovem no mercado económico, através dos seus diferentes programas, destinados às distintas etapas do desempregado. “Conseguimos construir um caminho que começa com a formação profissional, à medida das necessidades de recrutamento da empresa […], após esta fase segue-se um período de estágio profissional e, num terceiro momento, existem apoios à contratação para a celebração de contratos de trabalho” Estágio profissional, a integração direta no mercado de trabalho Um instrumento no plano das medidas ativas de emprego, os estágios profissionais “aproximam os jovens do mercado de trabalho, muitas vezes para a sua primeira experiência profissional”, adianta Jorge Gaspar. Ressalvando a “intrínseca importância” desta medida, o presidente do IEFP garante que “em cada 100 estagiários, 70” são integrados no mercado de trabalho após concluírem o seu estágio. Deste modo, o IEFP consegue promover um acompanhamento forte e experiente na inserção jovem no mercado económico, através dos seus diferentes programas, destinados às distintas etapas do desempregado. “Conseguimos construir um caminho que começa com a formação profissional, à medida das necessidades de recrutamento da empresa […], após esta fase segue-se um período de estágio profissional e, num terceiro momento, existem apoios à contratação para a celebração de contratos de trabalho”. Esta preocupação contínua por parte do Instituto de Emprego “permite trabalhar com as empresas de uma forma estratégica de médio e longo prazo, mas também conferir aos trabalhadores desempregados uma perspetiva de empregabilidade sólida”, defende o responsável máximo desta entidade. Importa ainda referir que esse cuidado com que o IEFP lida com situações de estágio garante que nenhuma empresa receba um estagiário se a empregabilidade futura não for um objetivo. Isto é, se em cada três estagiários, a entidade patronal não contratar pelo menos um profissional, não terá oportunidade de se candidatar novamente. Para que receba a aprovação do instituto, a empresa terá de “comprovar que a medida estágios-emprego produziu resultados” no passado, refere Jorge Gaspar. Empreendedorismo, uma outra missão do IEFP Não sendo a “solução genérica” para o desemprego, é uma outra mais-valia que pode apoiar o crescimento do número de pessoas empregadas em território português. Com programas de apoio como o MicroInvest, Investe + ou Investjovem, o IEFP promove o empreendedorismo e a criação do próprio emprego”. Jorge Gaspar explica que o nascimento de uma empresa tem de estar intrinsecamente ligado à criação de postos de trabalho. No sentido de apoiar esta aposta por parte de empreendedores portugueses, o IEFP criou o PAECPE – Programa de Apoio ao Empreendedorismo e Criação do Próprio Emprego, que, 15


FORMAR PARA EMPREGAR

ASSINATURA DA PARCERIA COM A CISCO

através de um conjunto de parcerias, concede “apoio técnico” às novas empresas. Quer na idealização do projeto, de forma a atribuir-lhe maior solidez técnica, quer na execução e acompanhamento dos empreendimentos, o instituto assume a responsabilidade de apoiar todo o procedimento. Assim, os empreendedores e novos empresários poderão defender-se de riscos inerentes à criação de uma empresa e atribuirá mais valor e riqueza a Portugal e à sua sociedade. Jorge Gaspar referencia ainda o papel dos apoios dados pelo IEFP em distintas empresas portuguesas que, tendo surgido como microempresas, são atualmente multinacionais reconhecidas mundialmente. Área digital como forte aposta Como forma de promover a oferta em áreas de forte empregabilidade, o IEFP tem apostado de uma forma continuada na área digital, criando parcerias com empresas internacionais, como a Microsoft ou a Cisco. Com este projeto, o instituto pode oferecer cursos formativos no âmbito das tecnologias de informação e comunicação e atribuir aos seus formandos “certificações internacionais” que comprovem as suas capacidades junto do mercado de trabalho. Aqueles que integrarem estas formações serão capazes de “responder aos standards que estas empresas [Microsoft e Cisco] colocam aos seus colaboradores, quer internamente, quer através da sua rede” de parcerias. A instituição tem ainda nos seus Centros de Formação do Porto, Aveiro, Santarém e Faro laboratórios Samsung, “com tecnologias da marca”, que promoverão, também, o emprego nas vertentes da tecnologia e eletrónica. O IEFP avançou com estas e outras parcerias,

“No IEFP, trabalhamos sempre e só em função da procura das qualificações e não através daquilo que é a nossa oferta. Se tivermos que trabalhar na mudança de oferta de qualificações em matéria de formação profissional para satisfazer melhor a procura, é isso que fazemos” após compreender a necessidade que diversas empresas portuguesas tinham na área, o que permitirá uma entrada mais rápida dos formandos no mercado laboral. Desmistificar pareceres erróneos Com a globalização e o acesso fácil a informação mais ou menos exata, existem por vezes situações que extravasam a veracidade dos factos. Em conversa com Jorge Gaspar, compreendemos alguns dos ‘mitos’ que se associam, erradamente, à empregabilidade. Neste sentido, é frequente ouvirmos algumas opiniões que referem a pouca importância da formação académica e da aposta 16

em novas qualificações numa sociedade marcada por um passado recente com altos níveis de desemprego. Todavia, para o responsável pelo IEFP, é importante referir que “a maior parte dos trabalhadores desempregados inscritos no IEFP é composta por pessoas com baixas qualificações”, sendo os mais qualificados uma minoria que rapidamente regressa ao mercado de trabalho. Num diferente contexto, o número de licenciados que decidem emigrar é uma outra razão para discordâncias. Há quem acredite que nunca houve uma situação tão dramática. Jorge Gaspar defende, no entanto, que, no passado, existia um baixo número de licenciados em Portugal, pelo que a taxa de emigração destes cidadãos era, inevitavelmente, mais reduzida. As profissões dirigidas a estes cidadãos “eram iminentemente reguladas e ancoradas ao Estado. Felizmente o aumento da oferta do ensino superior fez com que o número de licenciados subisse” e, consequentemente, houvesse uma maior vaga de emigração. A formação é também uma questão que suscita juízos contrapostos. A ideia de que os cursos oferecidos pelo IEFP são discrepantes do mercado de trabalho atual confunde quem procura saber a real importância dos mesmos. Porém, e como referido anteriormente, as formações são refletivas de acordo com a procura das empresas. “Não esperamos que a realidade se adapte ao IEFP, é o instituto que tem de adaptar-se à realidade”, admite o presidente. Porque, na sua opinião, esta entidade é um importante “serviço público e temos que encontrar respostas concretas” para a sociedade. IEFP, um parceiro de confiança A sociedade confia, cada vez mais, no IEFP como um forte impulsionador de emprego e,


“Através deste programa, estimulado por financiamentos da União Europeia, tem sido criado “um conjunto de acordos com universidades e politécnicos, no sentido de reorientar jovens licenciados em áreas de baixa empregabilidade”. O objetivo passa por criar uma oferta formativa “virada para a empregabilidade digital e para as tecnologias de informação e comunicação” consequentemente, de crescimento económico. Quem o garante é Jorge Gaspar, que justifica esta confiança social na subida do “nível de colocações nas empresas”, no número cada vez mais elevado de “ofertas de emprego que as empresas colocam no IEFP” e na “formação profissional”, uma medida que promove não apenas a qualificação, mas também a empregabilidade. Neste sentido, o presidente afirma, sem receios, que “o IEFP é e continuará a ser o mais importante organismo da administração pública portuguesa. Porque direta ou indiretamente tem uma abrangência por todo o território português” e, inevitavelmente, por “todo o tecido económico”. “Estado Social é também emprego e formação profissional”, pois, na sua opinião, “a melhor forma de inclusão social é o emprego”. Contudo, Jorge Gaspar assume que o IEFP não está sozinho neste percurso que promove melhor qualidade de vida a todos os cidadãos residentes em Portugal. E refere a importância governamental no contexto da empregabilidade. O nosso país “é um beneficiário líquido dos fundos estruturais [europeus] e tem sabido reorientar e canalizar, do ponto de vista das suas necessidades”, os apoios que lhe são atribuídos. “Portugal foi um dos países promotores” do Programa Garantia Jovem, tendo funcionado “como referência para outros países europeus”, assume. Através deste programa, estimulado por financiamentos da União Europeia, tem sido criado “um conjunto de acordos com universidades e politécnicos, no sentido de reorientar jovens licenciados em áreas de baixa empregabilidade”. O objetivo passa por criar uma oferta formativa “virada para a empregabilidade digital e para as tecnologias de informação e comunicação”. Assim, os jovens desempregados regressarão às universidades e passarão pelo IEFP, saindo com “uma habilitação que permita o regresso rápido ao mercado de trabalho”, explana Jorge Gaspar. Atualmente, o instituto trabalha com cerca de 30 instituições de ensino superior no sentido de garantir a eficácia desta medida.

ASSINATURA DA PARCERIA COM A SAMSUNG

Dimensão do universo IEFP: as diferentes medidas - Apoios à contratação, que consistem na atribuição de financiamento às empresas que celebrem contratos de trabalho; - Apoios à mobilidade geográfica, temporária ou permanente, para desempregados que celebrem contratos ou criem o seu próprio emprego numa localização distante da sua residência; - Empreendedorismo, que promove a criação de empresas e de emprego próprio; - Emprego Jovem Ativo, que consiste no desenvolvimento de experiências práticas no contexto de trabalho por equipas jovens compostas por jovens diferentes níveis de qualificações; - Emprego-Inserção, indicado para desempregados inscritos no IEFP e/ou beneficiários de subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego e que compreende a realização de trabalhos no âmbito de entidades e serviços públicos; - Estágio, com o objetivo de integrar jovens desempregados no mercado de trabalho; - Incentivo à aceitação de ofertas, um apoio financeiro aos desempregados que aceitem ofertas de emprego apresentadas pelo IEFP ou obtenham, por si mesmos, um posto de trabalho a tempo completo, com uma remuneração inferior ao valor da prestação de desemprego que recebiam até ao momento da integração profissional; - Promoção das artes e ofícios, um estímulo ao empreendedorismo, à continuidade de profissionais no mercado artesanal, à contratação e à promoção e comercialização do artesanato; - Reabilitação profissional, que abrange um conjunto de medidas que promovem a qualificação e o acesso ao emprego por parte de pessoas portadoras de deficiências e incapacidades. *O IEFP tem ainda um conjunto de medidas específicas para determinadas regiões de Portugal e setores de atividade.

IEFP em números Trabalhadores desempregados reinseridos no mercado de trabalho

2012

57.057

2013

82.623

2014

102.978 17

Estágios profissionais promovidos pelo IEFP

2012 2013 2014

25.429 43.986 70.498

Ofertas de emprego

2012 2013 2014

91.846 137.456 162.197


QUALIFICAR PARA EMPREGAR

“Somos a maior referência em formação profissional nacional” “Acreditamos na Formação profissional enquanto ferramenta geradora de emprego. Achamos que a qualificação e a certificação das pessoas as torna mais capazes e por essa razão mais “apetecíveis” em termos de mercado”, esclarece Marta Branquinho Garcia, Responsável pelo Departamento de Formação-ISQ Group, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Num período em que o desemprego afeta um vasto conjunto de pessoas em Portugal, é importante compreender as oportunidades e os desafios que se colocam nesta vertente. Desde a década de 70, o ISQ oferece às organizações e às empresas serviços de formação adaptados às suas necessidades. Que balanço é possível perpetuar da ação da entidade ao nível da formação?

Como vê este projeto em termos de mobilização da equipa do Grupo ISQ? E em termos pessoais representa um desfio? Considero que temos a melhor equipa de trabalho do mundo para enfrentar este desafio! Estamos muito à vontade para trabalhar com esta população, conhecemos muito bem o que o nosso Grupo pode oferecer a estas pessoas e por último, conhecemos muito bem o mercado. Além disso trabalhamos empenhados e divertimo-nos muito pelo caminho…o que é fundamental. Este trabalho é muito difícil porque é muito desgastante, mas permite-me ter a veleidade de pensar que conseguimos fazer a diferença na vida de algumas pessoas. Se assim for, e se for obviamente para melhor, o desafio foi ganho. Pessoalmente tenho muito orgulho na equipa que lidero neste projeto e este sentimento é partilhado com o ISQ. Todos nós gostamos quando um projeto corre bem e sobretudo quando temos um objetivo que nos transcende de alguma forma, que tenha no final um significado superior a nós próprios. Este projeto tem naturalmente esta componente.

O ISQ é uma entidade privada e independente com 50 anos de atividade, que presta serviços de inspeção, ensaio, formação e consultoria técnica. Apoiamos os nossos clientes na melhoria do seu desempenho e na redução do risco das suas atividades e nomeadamente em relação à formação, o ISQ tem aumentado ao longo dos anos a competitividade dos setores tecnológicos no nosso país, sendo que é uma entidade reconhecida como o braço tecnológico da industria portuguesa. É nestas áreas onde naturalmente nos diferenciamos das restantes entidades formadoras. O Grupo ISQ tem neste momento um papel importante ligado à qualificação de pessoas e à sua empregabilidade, com o IEFP?

O Grupo ISQ tem desde sempre cooperado com o IEFP tendo como objetivo a qualificação e a certificação das pessoas e o consequente aumento da empregabilidade em Portugal. Este acordo agora em vigor respeita à Medida Vida Ativa, ou seja a desempregados adultos que desejam a reinserção no mercado de trabalho. Além de ser entidade formadora, o ISQ, serve também como ponte de ligação com o mercado empresarial, fazendo o match com empresas para acolherem os formandos como estagiários e futuramente como colaboradores.

do, as empresas continuam a procurar-nos quando têm necessidade de pessoal qualificado nomeadamente para profissões relacionadas com áreas técnicas e de engenharia.

MARTA BRANQUINHO GARCIA

De que potencial dispõe o Grupo ISQ neste âmbito?

O Grupo ISQ foi certamente escolhido pelo IEFP devido às taxas de empregabilidade conseguidas no seguimento de Projetos de Formação para desempregados e claramente às suas capacidades em termos de formação prática. Dispomos de 16 laboratórios acreditados, além de laboratórios e oficinas concebidos especificamente para formação. É o que nos diferencia. Como vê este tipo de iniciativas num país como o nosso, em que se fala de desemprego diariamente?

Acreditamos na Formação profissional enquanto ferramenta geradora de emprego. Achamos que a qualificação e a certificação das pessoas as torna mais capazes e por essa razão mais “apetecíveis” em termos de mercado. Além disso, temos know how em áreas técnicas e inovadoras, o que acreditamos ser um fator diferenciador e distintivo em relação aos empregos procurados. Sentimos uma procura imensa por parte de pessoas que desejam fazer a reconversão da sua profissão porque estão no desemprego e procuram-nos pela componente tecnológica, onde continua a haver emprego. Por outro lado como somos reconhecidos pelo merca-

“O Grupo ISQ foi certamente escolhido pelo IEFP devido às taxas de empregabilidade conseguidas no seguimento de Projetos de Formação para desempregados e claramente às suas capacidades em termos de formação prática. Dispomos de 16 laboratórios acreditados, além de laboratórios e oficinas concebidos especificamente para formação. É o que nos diferencia” 18

Acredita que muitas outras instituições poderiam desempenhar um papel semelhante ao vosso em termos de qualificação?

Estaria a mentir se lhe dissesse que as entidades formadoras são todas iguai. Não são. O Grupo ISQ já formou mais de 150.000 pessoas. Já ministrou mais de um milhão de horas de formação. Somos a maior referência em formação profissional nacional no que a privados diz respeito. Depois destas ações de formação qualificadas, que oportunidades poderão colocar-se a estes formandos?

A nossa esperança é que muitas destas pessoas recomecem a trabalhar. Este projeto em 2014 teve uma empregabilidade a três meses de 40%. A nossa expectativa é que este ano a percentagem seja superior, com a economia a recuperar. Trabalhamos e temos equipa para isso. Passam por nós pessoas muito capazes e muito válidas. Não preparamos apenas as pessoas do ponto de vista técnico, munimo-las também de competências comportamentais. Cada vez mais a atitude é valorizada por quem emprega.


CHEQUE FORMAÇÃO

A opinião de Olívia Passos, Presidente da ACOAG – Associação Comercial de Águeda

Cheque – Formação? Para já, um bom começo

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ntes de mais quero agradecer a oportunidade que me dá enquanto Presidente da Associação Comercial de Águeda por poder participar na vossa revista “Pontos de Vista”, dando-me a possibilidade de lhes apresentar a minha opinião sobre a mais recente medida do Governo para a formação através da criação do cheque formação. Tendo eu por profissão a Advocacia, e dedicando a maior parte da minha atividade ao estudo de Direito de Trabalho, não posso deixar de associar a esta medida as disposições legais constantes dos artigos 130º a 134º do Código de Trabalho. Sendo a formação uma obrigação para a entidade empregadora, e um direito/dever para o trabalhador, será sempre de louvar e apoiar qualquer medida que vise incentivar e desenvolver a qualificação quer dos ativos empregados quer dos ativos desempregados. A criação do cheque-formação é sem dúvida um princípio/medida que pode vir a revelar-se um ótimo instrumento de modernização das políticas ativas de emprego e uma justa expetativa de se vir a melhorar o ajustamento entre a oferta e a procura no mercado do trabalho. É do conhecimento geral que embora a formação seja um direito, nem sempre as empresas proporcionam a formação adequada aos seus empregados. Também os empregados nem sempre querem dar uma parte da sua vida à formação as maior parte das vezes por não lhes reconhecerem a devida importância e utilidade prática no seu posto de trabalho. Uns por ignorância, outros porque se escondem atrás da falta de condições económicas, outros ainda porque desprezam o direito seja ele qual for. É chegada a hora de implementar medidas que direta ou indiretamente correspondam às necessidades prementes e contínuas de formação, para que a mesma nos traga instrumentos potenciadores da criação e da manutenção do emprego, para já não falar na necessidade de qualificação dos nossos empregados como um meio de os fidelizar no seu emprego, o mesmo é dizer aumentar a empregabilidade. As tecnologias estão em constante mutação. Os métodos de produção cada vez mais exigentes. A Certificação da qualidade é cada vez mais uma

meta a ser alcançada, e isso só se consegue com uma formação continua e com qualidade. A medida do Cheque – Formação criada pela Portaria nº 229/2015 de 3 de agosto, na medida em que é apenas ainda uma medida com caráter experimental, não deixa de criar a expetativa em todos nós de uma promessa não só na sua manutenção, mas na sua melhoria. Tem na minha opinião de

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existir uma fiscalização adequada para que esta medida seja devidamente implementada e aplicada, com resultados práticos na qualificação e no aumento efetivo de empregabilidade, e não apenas mais um meio para alimentar as estatísticas que de forma alguma servem o nosso país. Tem que se começar por algum lado e esta medida é, à partida, um bom começo.


educação de valor

“O objetivo principal é transformar esta escola de desporto na melhor do mundo” Com o objetivo de promover uma maior qualidade de ensino, a Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), do Instituto Politécnico de Santarém, trabalha há 17 anos no sentido de revolucionar e inovar a formação na área do desporto. A Revista Pontos de Vista falou com João Moutão, Diretor da instituição, que nos deu a conhecer as estratégias que fazem desta uma escola líder no âmbito do ensino superior. Inovação, investigação e empreendedorismo foram as palavras-chave desta entrevista.

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urgiu em 1998 como forma de transformar a formação na área do desporto e de colmatar lacunas existentes nas instituições de ensino na época. Com licenciaturas direcionadas exclusivamente para a Educação Física, Portugal e a Europa começavam a pedir mais e melhor qualidade de ensino. A ESDRM entrou, assim, no mercado universitário com uma aposta forte e revolucionária em áreas alternativas de formação, como a de treinadores de desporto, técnicos de exercício físico, técnicos de desporto de natureza e gestores de desporto. “Foi um modelo arriscado porque estávamos a formar para áreas onde não havia um emprego garantido. Hoje podemos afirmar com certeza que foi uma aposta de sucesso considerando as taxas de empregabilidade elevadas, porque o mercado procurava técnicos especializados nessas áreas”, refere João Moutão. Com formações ligadas ao treino de alto rendi-

JOÃO MOUTÃO

mento, fitness, desporto de natureza, estilos de vida saudáveis e gestão de organizações desportivas, a instituição apresenta 17 anos de excelência, qualidade e inovação. A veia revolucionária, essa, mantém-se até aos dias de hoje. O diretor da ESDRM garante que “a nossa matriz é a inovação”, um “desafio constante”, que permite que, quase duas décadas depois da sua abertura, a instituição continue a ser líder no ensino superior neste domínio. Com uma estratégia que promove o desporto em todas as suas dimensões, cujo potencial enorme poderá beneficiar em grande escala a sociedade e economia local e nacional, a ESDRM não se situa apenas no campo formativo. Sendo a única instituição superior com uma “disciplina de empreendedorismo no desporto” associado a um gabinete de inovação no desporto, a escola, e nomeadamente os seus estudantes, consegue facilmente exportar para o mercado empresarial “ideias de excelência, com potencial de venda e criação de valor”, “ideias nas quais uma marca apostaria” garantidamente. Deste modo, permitem aos seus estudantes a investigação e a criação de projetos inovadores, que não apenas geram o desenvolvimento da área, mas também “contribuem para a inserção [dos alunos] no mercado de trabalho”. Porque, na opinião do diretor da Escola Superior, “a visão tradicional das instituições de ensino como meras transmissoras de conhecimento está ultrapassada. Atualmente as instituições de ensino têm cada vez mais responsabilidades com a inserção no mercado de trabalho dos seus estudantes”. De acordo com João Moutão, “um dos problemas do ensino superior universitário é o facto de

este ter feito um caminho muitas vezes desconectado da realidade e das necessidades do mercado de trabalho. Tem que se desenvolver formação e investigação que tenham transferência para empresas, clubes e associações e sejam transformadas em valor. Nota-se que há uma investigação [no ensino português], mas uma parte importante não tem utilidade prática direta para o tecido produtivo” posteriormente, acredita. Querendo contrariar o que se faz noutras instituições de ensino, a ESDRM pretende mais do que investigação meramente direcionada para trabalhos científicos. Com o apoio do Centro de Negócios e Inovação de Rio Maior, uma incubadora de empresas que pode permitir aos estudantes trabalharem nas suas ideias, e do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), Consórcio do qual a ESDRM-IPSantarém faz parte como instituição fundadora, as ideias podem sair das salas de aula para o mercado. Pelo apoio destas entidades e da ESDRM, que impulsiona a execução destes trabalhos, dois estudantes da ESDRM conquistaram o primeiro e segundo prémio da Fase Regional do Poliempreende, um concurso que procura ideias inovadoras e empreendedoras, por projetos relacionados com o Individual Training e o Free Wheels, respetivamente. Estas duas temáticas poderão, agora, ser abordadas mais seriamente, com vista a entrar rapidamente no mercado. Infraestruturas que promovem a qualidade e inovação Com vista a promover uma qualidade de ensi-


no de excelência, não basta aprofundar teorias e métodos de ensino. Principalmente numa área onde o desporto é rei, as infraestruturas e equipamentos devem estar integrados num sistema de ensino completo e complexo, que promove uma formação não apenas teórica, mas fundamentalmente aplicada. Tendo a ESDRM iniciado funções em instalações provisórias cedidas pela Câmara Municipal de Rio Maior, que desde o início sempre apoiou este projeto, obteve o seu próprio espaço em maio de 2013, o que permite o acesso a infraestruturas modernas e inovadoras, com as condições necessárias para os seus estudantes. Por outro lado, a direção da escola promove a utilização de equipamentos atuais, que proporcionam um ensino mais preparado e qualificado. “Todas as salas estão equipadas” com os materiais essenciais ao bom funcionamento das aulas e “temos um laboratório de investigação bem equipado”, afirma João Moutão. Por outro lado, “as novas tecnologias” fazem parte do dia a dia da escola, que concede um ensino “cada vez mais virtual”, acompanhado de “ferramentas de interação entre o docente e o estudante”, explica o diretor, que defende que instalações de topo, com equipamentos e ferramentas de excelência, “permitem ter um ensino de qualidade”. Um ensino internacional Tendo surgido num momento em que a Educação Física era a única vertente desportiva dentro do ensino superior, a ESDRM veio retificar uma problemática não apenas nacional, mas europeia. Neste sentido, é de máxima importância a mobilidade de estudantes, docentes e de métodos formativos, que permitam a partilha de conhecimentos e experiências, dentro de culturas distintas. Nesta perspetiva, podemos referir a licenciatura de Atividade Física e Estilos de Vida Saudável, lecionada na instituição de Rio Maior - em português e inglês - e em outras universidades europeias, promovendo métodos e temáticas de ensino similares entre si. Portanto, a mobilidade é preparada de uma forma exemplar, onde os

estudantes terão uma experiência única, aliada a uma formação idêntica à que teriam na sua instituição de ensino. Esta equivalência no ensino poderá ser uma mais-valia aquando da entrada dos estudantes no mercado de trabalho, que poderão com maior facilidade aceder a mercados internacionais. Em que consiste exatamente este curso? Este curso, direcionado para estudantes portugueses e internacionais, vem dar resposta a uma necessidade de formação que existe a nível europeu, para dar resposta ao aumento das doenças das ditas “sociedades modernas”. Hoje sabemos que doenças como a obesidade, a diabetes e a hipertensão arterial têm origem em comportamentos associados ao estilo de vida. O objetivo é formar profissionais que promovam esta mudança comportamental, fomentando hábitos de saúde e estilos de vida mais corretos numa sociedade que apresenta casos de obesidade preocupantes e cujos “custos associados são enormes”, explana o diretor da instituição de Rio Maior. Com uma perspetiva de futuro ambiciosa, a ESDRM pretende ainda que estes profissionais possam trabalhar em sinergia com outros profissionais de saúde, em linha com a estratégia nacional de promoção da atividade física pensada recentemente pela Direção-Geral de Saúde. Qualidade de vida, num ambiente de ensino Visto como um exemplo na área de ensino, o empenho da ESDRM não se resume a uma formação especializada e qualificada. João Moutão pretende que os estudantes da instituição que representa se desloquem para Rio Maior com o propósito de vivenciar uma experiência única no âmbito universitário e pessoal. Sendo Rio Maior uma cidade circunscrita a um perímetro urbano reduzido. Com residências bem localizadas e próximas da escola, “os estudantes estão todos num círculo pequeno, vêm em conjunto de manhã, saem e almoçam junto, convivem entre si e estão aqui em família”. “Em termos de

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relações sociais”, a experiência vivida naquela que é já considerada por muitos a Cidade do Desporto “é muito forte”. Numa perspetiva diferente, mas integrada no âmbito relacional, a instituição procura promover “as atividades académicas” não apenas da ESDRM, mas de todo o Instituto Politécnico de Santarém, apoiando a receção ao caloiro no início do ano letivo, a organização de festivais de tunas e a queima das fitas. Portanto, é facilmente percetível que o ambiente que se vive em Rio Maior vai bem mais além do que um ensino de qualidade. É toda uma vivência pessoal que marcará a vida dos estudantes. Planos de futuro Na direção da ESDRM há apenas três meses, João Moutão tem já um conjunto de estratégias ambiciosas que permitirão desenvolver fortemente o ensino da instituição. “O objetivo principal é transformar esta escola de desporto na melhor do mundo”. Para que este plano seja concretizado, o percurso já está traçado. “Em termos de formação, queremos continuar a apostar na inovação e em novos cursos”, assume o diretor, que garante terem já algumas formações pensadas para o futuro. “Queremos apostar na ligação à comunidade local, promover o desenvolvimento das empresas e da região e participar no desenvolvimento desportivo da região”. Estas estratégias são planeadas com vista a promover uma maior qualidade de ensino aos estudantes, que, segundo João Moutão, “são parte fundamental da comunidade académica”, e em conjunto com todo o corpo docente e não docente fazem parte da “família ESDRM”. Esta forma de pensar tem tido repercussões positivas nos estudantes, que se tornam profissionais de excelência e atletas de qualidade máxima. O diretor conta que muitos têm sido os campeonatos universitários, nacionais e internacionais, em que os estudantes da ESDRM têm representado brilhantemente a escola e o país, trazendo prémios e galardões que fomentam e aumentam o orgulho que João Moutão tem pelos estudantes da ESDRM.


GESTÃO AGRÍCOLA

A OPINIÃO DE Isabel Dinis e Rui Amaro, Professores Adjuntos da Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra

Desafios

da gestão agrícola em Portugal A gestão de empresas agrícolas reveste-se de especificidades não apenas resultantes de características intrínsecas ao processo produtivo mas, também, do enquadramento em que este ocorre.

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componente biológica das atividades agrárias continua a ser mais importante do que a componente mecânica e a produção agrária está geralmente dependente de fatores edafo-climáticos que condicionam de forma muito significativa o volume de produção anual e a rentabilidade das empresas agrárias. A maioria dos produtos são colhidos em épocas específicas e muitos deles são perecíveis, não podendo ser conservados por períodos longos de tempo, gerando desfasamentos entre as datas de produção e de consumo. O desfasamento temporal ocorre também entre as decisões de produção e a sua efetivação, podendo, nalguns casos, ser de anos. Estas realidades, associadas à histórica variabilidade dos preços dos produtos agrícolas, fazem com que o grau de incerteza e o risco sejam bastante elevados, induzindo forte complexidade na gestão da produção e, também, na gestão comercial das empresas. Por outro lado, a especialização produtiva é pouco exequível e muitas vezes contraproducente, verificando-se, na maioria das situações, complementaridade e sinergias positivas entre diferentes produções e atividades praticadas na exploração. Em resultado, o controlo das operações é complexo e as necessidades de preparação e formação dos agricultores são elevadas. Relativamente ao enquadramento externo da atividade, é de salientar que quase 70% das explorações agrícolas portuguesas são familiares e têm áreas inferiores a 5 hectares. Com este nível de atomização, o problema das economias de escala coloca-se de forma muito evidente. As empresas têm mais dificuldade em investir, em aperfeiçoar as suas competências e em negociar com compradores mais poderosos e exigentes. A falta de poder económico é ainda mais notória quando o produto que vendem é homogéneo e, portanto, não se diferencia daquele que é produzido noutras empresas ou regiões. Nestes casos, pequenas variações nos preços e o correspondente comportamento do consumidor podem ter efeitos muito visíveis nas receitas e lucros. Constatando-se que a área mínima para as empresas agrárias serem viáveis é cada vez maior e que a estrutura fundiária assenta na pequena propriedade, extremamente fragmentada, a solução passaria por uma dinâmica efetiva do mercado da terra, situação que, de facto, não ocorre. Além do mais, a agricultura é frequentemente exercida em regiões que sofrem de problemas muito sérios de erosão demográfica e desvitalização económica, dificultando o acesso aos mercados e a disponibilidade de mão-de-obra adequada, em quantidade e nível de especialização. Tal como aconteceu com a generalidade das em-

presas em Portugal, mas com maior acuidade nas empresas agrícolas, a partir da entrada de Portugal na CEE, começou a ser necessário incorporar nas decisões de gestão, a par das tradicionais preocupações com custos de produção, prazos de entrega e concorrência direta, outras variáveis que respondessem às exigências do mercado aberto e globalizado e aos princípios do desenvolvimento sustentável. As preocupações com a biodiversidade, a qualidade nutritiva e sanitária dos alimentos e a preservação do ambiente têm vindo a assumir uma importância crescente junto da opinião pública e das instituições, nacionais e internacionais, ligadas às questões da alimentação e da segurança alimentar. Esta tendência, para além de ter induzido profundas transformações nos mercados agroalimentares, hoje menos centrados na produção de bens genéricos e cada vez mais orientados para a diferenciação através de atributos particulares, traduziu-se também num aumento de complexidade nos sistemas de regulação do setor e na necessidade de introduzir alterações constantes nos mecanismos de ajudas diretas e de incentivos ao investimento. Num contexto de forte mudança como é aquele que enquadra o sector agrícola, a gestão de informação relativa às políticas agrícolas, ao enquadramento legal da atividade e ao progresso tecnológico, incluindo os novos modos de produção, é crucial para a sustentabilidade das explorações. No caso da Política Agrícola Comum (PAC), a sua constante evolução exige dos agricultores uma atualização permanente, particularmente no que diz respeito aos apoios destinados à modernização das explorações, os quais poderão con22

tribuir para diminuir a dependência do crédito bancário e melhorar a estabilidade financeira das empresas. A gestão comercial ou, de forma mais abrangente, o marketing, é também um dos aspetos cruciais para a sustentabilidade económica das empresas agrícolas. A baixa capacidade negocial face aos clientes e a fragilidade do setor na cadeia de abastecimento alimentar pode ser melhorada através da diferenciação dos produtos, de uma maior concentração da oferta e de uma maior diversificação de clientes e de mercados. Seguindo uma das estratégias indicadas no Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020, os pequenos agricultores, que correspondem à grande maioria do tecido agrícola português, podem aumentar a sua competitividade mediante uma melhor integração na cadeia agroalimentar, através de sistemas de qualidade, do incremento do valor acrescentado dos produtos que comercializam, do seu escoamento em mercados locais e circuitos de abastecimento curtos e, ainda, por via da concentração da oferta, recorrendo para tal aos agrupamentos e organizações de produtores. Num quadro complexo como é o da produção agrícola, o futuro pode ser encarado com otimismo se, a par de alguma reestruturação fundiária das explorações, se tomar consciência da relevância da formação dos intervenientes no setor, seja ao nível tecnológico, seja ao nível da gestão agrícola. Esta é uma missão que a Escola Superior Agrária de Coimbra, enquanto instituição de ensino superior vocacionada para o setor, está empenhada em contribuir para que se possa cumprir de forma vencedora.


Gestão Agrícola

A OPINIÃO DE Vítor Menino, Presidente da FPAS Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores

Segmentação de Ciclo A produção suinícola em Portugal representa atualmente 65% do consumo nacional, uma realidade que tem sido progressivamente decrescente, desde os anos 80, quando o nosso país era autossuficiente em carne de porco.

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ara isto concorreram fatores como a liberalização do comércio no espaço europeu, os instrumentos de gestão territorial, a excessiva carga burocrática, as negligentes práticas de produção e a própria opinião pública. Para inverter a tendência é necessário numa primeira instância identificar as barreiras ao desenvolvimento da atividade, assim como os fatores limitantes ao aumento de produção. Aplicando uma análise SWOT ao macro-cenário do setor em Portugal facilmente percebemos qual deve ser o caminho: Forças: A produção nacional evidencia resultados técnicos ao nível dos melhores produtores do Mundo, justificado pelo melhoramento genético animal, pela aplicação de tecnologias e equipamentos de ponta, pela qualificação dos quadros e pela investigação e desenvolvimento na área da nutrição animal. Fraquezas: Em Portugal, 77% das explorações suinícolas têm um efetivo inferior a 10 reprodutoras, pelo que o sub-dimensionamento das explorações constitui o principal obstáculo à competitividade. Há ainda que considerar o sobrepovoamento de pecuárias (45% situam-se na região Centro) e os problemas ambientais e territoriais que daí advém.

Oportunidades: Algumas são facilmente identificáveis como os recursos naturais que o nosso país oferece a todo o setor primário, o preço das matérias-primas em baixa há alguns anos e a maior organização e integração da fileira, mas atualmente identificam-se novos dados que convidam ao investimento no setor: agilização do processo de regularização das explorações, elegibilidade do investimento nas explorações no âmbito do PDR2020 e condições facilitadas de acesso a crédito. Ameaças: Desde logo o (muito) baixo preço pago aos produtores pela carne, muitas vezes abaixo do custo de produção, mas salientam-se também a inexequibilidade legislativa – nomeadamente no que respeita às boas práticas ambientais - e contínuas exigências normativas, como as constantes alterações das regras do bem-estar animal. Nesse sentido, a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) tem defendido e desenvolvido nos últimos anos o conceito da “Segmentação de Ciclo”. Este conceito consiste em transferir a carga poluente das regiões sobrepovoadas para regiões onde o efluente é uma mais-valia.

Para este fim, pretende-se converter as explorações de ciclo fechado das zonas com problemas ambientais e territoriais em maternidades e produção de leitões, duplicando assim a capacidade produtiva enquanto se reduz para menos de metade as emissões gasosas, transferindo as engordas para zonas como a região de Alqueva e sul do Tejo, onde o efluente será valorizado do ponto de vista agrícola, aumentando a produtividade dos solos, diminuindo as importações de adubos químicos e diminuindo os custos do produtor pecuário e do agricultor. Em suma, pretende-se tirar um problema de um sítio e instalar uma solução noutro. No entanto, todo este processo acarreta custos relacionados com a conversão e instalação das explorações que podem ser substancialmente reduzidos através de acordos de integração com os beneficiários do subproduto (agricultor). Acresce ainda os apoios comunitários disponíveis para esta tipologia de operação que podem chegar aos 23

50% do total do investimento, prevendo-se uma amortização do investimento em 4,2 anos. Mas a intervenção da FPAS nesta matéria não se fica pela ideia. A Federação mantém um protocolo com a EDIA e o INIAV no sentido de criar unidades experimentais e demonstrativas de subprodutos agrícolas, pecuários e agroindustriais, de forma a melhorar a disponibilidade para o solo da matéria orgânica presente no efluente suinícola. O modelo de gestão aqui explanado tem colhido a simpatia e o apoio da tutela do setor. No entanto, há ainda obstáculos que têm de ser debelados. Não é de todo atraente que o processo burocrático para manusear efluentes pecuários seja mais exigente do que, por exemplo, para os resíduos radioativos. Sem mudanças do quadro legislativo no que a este aspeto concerne, não será mais atraente aplicar nos solos fertilizantes naturais ao invés de adubos químicos. Em conclusão, com a “Segmentação de Ciclo” pretende-se: Do ponto de vista da gestão agrícola, o aumento da rentabilidade das empresas, através do redimensionamento das explorações, da especialização técnica nas mesmas e do aumento do efetivo animal numa mesma área coberta; Do ponto de vista técnico, reduzir os riscos sanitários, aumentando a biossegurança das explorações, adequação da mão de obra a cada ciclo de produção, sustentabilidade do plano de gestão de efluentes, melhor gestão dos grupos de animais, dos recursos humanos e do espaço; Do ponto de vista ambiental, diminuir a carga poluente nas regiões onde representa um problema e evitar a contaminação dos lençóis de água; Do ponto de vista agrícola, melhorar a produtividade dos solos, diminuindo a erosão e a lixiviação dos mesmos; Do ponto de vista económico, diminuir as importações de adubos e cereais, diminuir custos dos agricultores e aumentar receitas dos produtores; Do ponto de vista social, maior ocupação do espaço rural, criação de emprego e competitividade do agronegócio; Do ponto de vista produtivo, alcançar o desígnio da autossuficiência do setor até 2020! A “Segmentação de Ciclo” não é um conceito inventado, é uma prática realizada em países como EUA ou Holanda. Países em relação aos quais temos melhores características de clima e de solo e até melhores condições de financiamento. A oportunidade está aí e os produtores portugueses só terão uma hipótese de a agarrar. Chegou a hora de crescermos, chegou a hora de sermos competitivos, chegou a hora de voltarmos a ter jovens na atividade!


QUEM É QUEM NO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO EM PORTUGAL

“A Thales é líder europeia para as áreas Aeroespacial e da Defesa” “A Thales é líder europeia no fornecimento de sistemas eletrónicos para as áreas Aeroespacial e da Defesa, sendo presentemente a principal empresa mundial no fornecimento de sistemas de controlo de tráfego aéreo, no fabrico de satélites de telecomunicações e sonares, e um dos principais atores nas áreas de ciber-segurança, comunicações táticas militares, entre outras”, afirma João Araújo, Presidente do Conselho de Administração da Thales Group, em entrevista à Revista Pontos de Vista, onde ficamos a perceber as principais razões que fazem desta marca uma das principais a nível mundial, onde a inovação tem tido um papel verdadeiramente preponderante. Presente em vários pontos do mundo, a Thales Group abraça a indústria aeroespacial e de defesa, segurança e transporte. Tendo em conta os projetos em que estão inseridos, podemos dizer que as soluções apresentadas pela marca são uma forte alavanca no desenvolvimento tecnológico. Qual é o balanço que fazem deste apoio à inovação?

As áreas Aeroespacial e da Defesa (ASD) são tradicionalmente fortes alavancas do desenvolvimento tecnológico, obrigando as empresas que nelas atuam a apostarem fortemente em Inovação para se manterem competitivas. A partir de Portugal, através da parceria estabelecida com o Estado Português na Edisoft, a Thales fornece sistemas operativos para satélites da Agência Espacial Europeia (ESA) e sistemas avançados de ISR (Intelligence, Surveillance & Recognaissance) para as Forças Armadas de um dos maiores países africanos. A Edisoft fornece ainda sistemas de apoio à decisão para combate ao terrorismo para a NATO desenvolvidos através de uma parceria com a Marinha Portuguesa, para além de assegurar o serviço de deteção de hidrocarbonetos no Atlântico Norte para a Agência Europeia de Segurança Marítima. Também cabe aqui referir o suporte aos lançamen-

tos espaciais da ESA a partir da Estação Espacial Terrestre sita em Santa Maria, nos Açores. As distintas parcerias com Universidades dos quatro continentes permitem não só o crescimento da produção de novos produtos, mas também a criação de novas soluções e o investimento num maior conhecimento tecnológico. Como caracterizam este trabalho conjunto? De que forma se torna benéfico para a marca e para o próprio crescimento mundial?

A colaboração com as Universidades é um dos pilares da Inovação e do desenvolvimento tecnológico na Thales. Por um lado, os desafios tecnológicos orientados ao mercado que a Thales lança, são o campo perfeito e o combustível para o desenvolvimento de trabalhos de investigação académica, de onde surgem novas ideias, tecnologias e conceitos que serão apresentados em papers e publicações, alimentando assim as atividades académicas. Por outro lado, o espírito livre e criativo, ávido de novas abordagens, característico da Academia, quando enquadrado pela exigência de prazos e budget para a concretização de objetivos mensuráveis, resulta numa capacidade de realização

JOÃO ARAÚJO

e concretização importante para ambas as partes. Com esta parceria, tanto a Academia como a Thales satisfazem as suas necessidades de desenvolvimento de conhecimento e de surgimento de novos produtos mantendo a Thales na vanguarda tecnológica. A qualidade e excelência que caracterizam a Thales Group permitem um reconhecimento a nível internacional. Atualmente trabalham para marcas e entidades de referência mundial e têm promovido o desenvolvimento dos vários países onde atuam. Exemplo disso é a colaboração que têm atualmente com o exército norteamericano. No Turquemenistão, impulsionaram o desenvolvimento das telecomunicações por satélite. O que permitiu que atingissem este patamar de sucesso, sendo uma marca de confiança e eficiência?

A Thales é líder europeia no fornecimento de sistemas eletrónicos para as áreas Aeroespacial e da Defesa, sendo presentemente a principal empresa mundial no fornecimento de sistemas de controlo de tráfego aéreo, no fabrico de satélites de telecomunicações e sonares, e um dos principais


atores nas áreas de ciber-segurança, comunicações táticas militares, entre outras. O facto de a Thales ter assumido o controlo acionista da Edisoft, com 65% do capital, criou uma oportunidade histórica para a indústria ASD portuguesa, dado que permitiu começar a abordar projetos de grande dimensão, a partir de Portugal, em áreas altamente competitivas e institucionalizadas. Em Portugal, assumem a mesma liderança de mercado e integram diversos projetos, que comprovam a qualidade de toda a equipa e, consequentemente, da própria marca. Como definem o vosso êxito em território português? De que modo o mercado nacional apoiou e impulsionou este sucesso?

O êxito da Thales em Portugal deveu-se a dois fatores principais: O primeiro, foi a existência de um plano de investimento e modernização ferroviária de longo prazo que deu visibilidade de oportunidades e do mercado, permitindo que uma multinacional como o Grupo Thales não hesita-se em abordar esse mercado emergente a partir da sua presença no País. O segundo, diretamente relacionado com o anterior, foi a decisão de adquirir para Portugal competências locais que permitissem endereçar os desafios do País, acima referidos, a partir de dentro, com uma equipa Nacional, criando um Centro de Competências Português que permitiu maximizar a incorporação Nacional nos projetos estruturantes em curso; Como consequência, ao longo da implementação do plano referido, a Unidade Portuguesa da Thales, a Thales Portugal, desenvolveu-se, adquiriu competências particulares e realizou obra efetiva, pela qual se destacou no seio do Grupo. Tendo sido reconhecidas as suas realizações no mercado doméstico, foram-lhe lançados desafios quanto à internacionalização das suas atividades em representação do Grupo. Hoje, o mercado externo representa a maior fatia das atividades da Thales Portugal. Como conclusão poderemos dizer que o mercado Nacional foi o palco onde a Thales Portugal desenvolveu as suas competências e lhe permitiu ganhar a credibilidade para se lançar na exportação. A existência de um sólido mercado Nacional é fator fundamental de sustentabilidade e continuidade da unidade Nacional como medida para evitar a deslocalização das competências e skils nacionais. A atual crise económica portuguesa influenciou e prejudicou o tecido empresarial. As empresas internacionais com presença em Portugal receavam apostar num território com um rumo incerto. Como contornaram esta situação de fragilidade económica? Continuaram a apostar na sociedade portuguesa como sempre o fizeram?

Tal como já referido, a Thales em Portugal desenvolveu competências e adquiriu know-how durante o período em que existiu investimento recorrente, tendo iniciado as suas atividades de exportação ainda durante esse período. No momento em que se iniciou a crise económica, a Thales acompanhou esta mudança reorientando as suas atividades de “dentro” para “fora”, ou seja orientando o seu foco para os mercados externos. Apesar de já estar em curso, esta mudança, ocorrida num espaço curto de tempo, cerca de três anos, exigiu um esforço significativo, no qual tivemos

sucesso graças às sólidas competências e referências já adquiridas nos projetos Nacionais. Apesar da crise, a Thales Portugal continua atenta e focada na justa medida, no mercado Nacional, o qual merece sempre a nossa principal atenção e dedicação. A nível mundial, este gigante francês tornou-se num dos principais players na sua área de atuação. Iniciaram a vossa atividade em Portugal no início dos anos 90, mais concretamente no âmbito do Plano de Modernização da Rede Ferroviária Portuguesa. Porquê a aposta em Portugal e que balanço é possível perpetuar da vossa atuação em território luso?

O Plano de Modernização da Rede Ferroviária Portuguesa foi o palco certo no momento certo que permitiu à Thales Portugal ganhar competências e afirmar-se tanto no mercado doméstico como no seio do Grupo Thales, ganhado a credibilidade necessária para que lhe fossem atribuídos outros desafios, fundamentais para a sua sustentabilidade ao longo da crise económica Portuguesa. Neste processo de entrada no mercado nacional, quais foram os principais entraves?

O processo de entrada e consolidação no mercado Nacional não apresentou entraves particulares. O Grupo tinha a tecnologia e as soluções para responder ao mercado. A Equipa Nacional tinha a vontade e a visão e o mercado apresentava os desafios.Tudo se conjugou em torno de uma equipa motivada. Sendo uma empresa que está na vanguarda da qualidade e da inovação, que novidades podemos esperar da Thales Group até ao final do ano?

As atividades de Inovação têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais relevante tanto no Grupo como na Thales Portugal. Em Portugal, as atividades de I&D desenvolvem-se há mais de 15 anos, orientadas para o desenvolvimento de produtos Portugueses integrados no portfolio Thales e no desenvolvimento da Inovação através de projetos cooperativos. Os projetos cooperativos têm permitido o desenvolvimento de novos conceitos e tecnologias inovadoras com o objetivo de iniciar o aparecimento de novos produtos. 25

Dentro do vosso segmento de atuação, em termos globais, quais serão os grandes desafios para o futuro? A Thales Group está claramente apta para os enfrentar? Portugal será um mercado para continuar a exponenciar? Em termos de mercado global os grandes desafios que se colocam ao Grupo Thales são principalmente a crescente competitividade nos mercados emergentes à qual a Thales responde através de forte localização e por uma aposta na Inovação. Outro desafio surge da instabilidade económica mundial ao qual a Thales responde através da adaptação permanente aos segmentos onde desenvolve atividades e pela disponibilização de novos serviços, conceitos de negócio e novas soluções. Portugal é e continuará a ser um mercado a exponenciar. Enquanto a crise económica fizer sentir os seus efeitos a Thales Portugal investe no desenvolvimento de projetos colaborativos envolvendo empresas portuguesas para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções, no desenvolvimento de módulos e periféricos para a sua gama de produtos, que serão utilizados em projetos de exportacão e na contratação de serviços especializados de engenharia também para os projetos de exportação Neste domínio a Thales Portugal assume um papel de aglutinador de empresas Portuguesas para os seus projetos de exportação. Um exemplo deste espírito que temos vindo a promover é o da promoção de um Cluster Ferroviário Português, que aglutine todas as empresas Portuguesas ou de base Portuguesa com forte valor acrescentado no setor ferroviário para o desenvolvimento e implementação de projetos ferroviários no mercado exterior, suportado por uma eficiente diplomacia económica. Adicionalmente, a abertura para abordar novos modelos de negócio que respondam às limitações que a atual crise económica coloca ao mercado Português no sentido de manter uma tendência de modernização e investimento são um fator que permitirá exponenciar o mercado Português. Portugal tem-se transformado nos últimos anos, constituindo hoje e cada vez mais um País de ideias, um País seguro, um País competitivo, um País mais transparente, um País com futuro.


GESTÃO DE TOPO

Coloque a sua empresa nas mãos de quem sabe Gestão integrada empresarial e subcontratação de executivos seniores é o mote da EFR - Executive For Rent para uma modificação total das marcas com que trabalham diariamente. Com um know-how invejável e uma visão futurista, Jesus Llorente e Tomás Cobas, ambos Sócios e Fundadores do projeto, têm promovido o desenvolvimento mais que positivo da sociedade económica nacional e internacional.

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orque “num momento de crise também se criam oportunidades”, Jesus Llorente e Tomás Cobas decidiram abraçar um novo projeto que, sendo pioneiro na área, iria definir-se rapidamente como um sucesso não apenas nacional, mas também internacional. Transformando não apenas números e vendas, métodos e pensamentos, mas também mentalidades, surgiu em 2013 a EFR, que tem como core business a subcontratação de executivos seniores. Apesar de ser uma solução pouco frequente no mercado português, que prefere trabalhar sui generis, é a opção com melhores resultados. Jesus Llorente explica que os executivos da empresa que fundou são maioritariamente seniores, apresentando “um know-how forte, com experiência demonstrada e objetivos alcançados”, o que permitirá ao cliente uma maior “tranquilidade”. Assim, os profissionais são subcontratados “para companhias que estão com problemas de organização ou no lançamento de novos produtos, para substituir um diretor por um tempo determinado ou entrar em novos mercados”. Em situações mais delicadas, em que as empresas estejam a passar por situações de baixo lucro, custos desproporcionais ou riscos de falência, os executivos da EFR são, também, uma opção bastante viável para conseguir equilibrar esforços e permitir que as empresas retomem “o seu caminho”, garante o fundador da marca. Com objetivos e metas bem definidas, os executivos entram, deste modo, na empresa com a missão de desenvolver e aperfeiçoar formas de estar e agir, onde os números falam por si. O profissional “faz uma análise da empresa, apresenta um plano de recuperação, uma estratégia” e o êxito é sempre alcançado, garante Llorente. Apesar de a flexibilidade na rescisão do contrato ser uma garantia para o cliente que procura a EFR, os fundadores do projeto referem a importância de finalizar a estratégia com que se comprometem e de acompanhar a empresa após a saída do executivo. “Fazer os follow-ups, o coaching” e o “refresh da própria equipa” é da máxima importância para que os resultados obtidos não sejam apenas uma fase temporária. E, pelo sucesso que os profissionais EFR garantem, o natural é que a saída seja preparada na data prevista, não existindo casos de cessação antecipada da estratégia definida. Pelo contrário, e tendo por base a excelência dos serviços prestados, os clientes optam por manter contacto com a marca e atribuir mais responsabilidades a Jesus Llorente e Tomás Cobas, como alargamento de atividades e expansão internacional. Tendo por filosofia aceitar todos os desafios propostos pelo cliente, a EFR acede sempre a estes pedidos e abraça os projetos dos clientes

JESUS LLORENTE E TOMÁS COBAS

“os executivos da empresa são maioritariamente seniores, apresentando “um know-how forte, com experiência demonstrada e objetivos alcançados” como se fossem seus. Da EFR apenas se houve um não quando há fortes probabilidades de “existirem constrangimentos que possam prejudicar os interesses do nosso cliente” e nos quais a empresa não consiga intervir. Ou então quando os seus clientes pretendem contratar os executivos da EFR a título permanente. Em tom de brincadeira, Tomás Cobas afirma que “em equipa que ganha não se mexe”. E se os clientes considerarem o profissional subcontratado ideal para a empresa ou projeto que lideram? O não continua a ser a resposta de Jesus Llorente. “Porque se é ideal para as restantes empresas também é ideal para nós”. Com a crença de que os recursos humanos são a maior valia da EFR, tem como garantia que os seus profissionais são os melhores que existem no mercado. E, por isso, não cede a estes pedidos constantes dos seus clientes. Um parceiro à altura Um dos erros mais comuns na expansão empresarial é a crença de que as sociedades possuem mentalidades e comportamentos idênticos en26

tre si. Esta falsa esperança torna-se num cancro para as empresas que, chegadas ao país onde pretendem criar negócio, veem o espetro social como um forte entrave. Neste sentido, a EFR apresenta-se como um parceiro que, através do seu know-how e de uma aprendizagem diária no saber estar nas diferentes culturas, assegura a segurança e tranquilidade necessárias nestes momentos, cruciais para qualquer empresa. “Desde a criação da empresa até à abertura da conta bancária”, tudo é gerido pela EFR, esclarece Jesus Llorente. O responsável pela empresa a expandir apenas tem de estar no aeroporto à hora marcada e, em apenas um dia, vê nascer a sua nova empresa ou delegação. Uma situação que, “para o cliente, envolve um custo muito competitivo”, assume Cobas. O futuro da empresa fica sob a responsabilidade e agilidade empresarial dos sócios da EFR. Compromissos legais, fiscais e comerciais ficam – e muito bem – nas mãos de Jesus Llorente e Tomás Cobas, que mais do que qualquer outra mais-valia têm o dom da experiência, conhecimentos e um alto número de contatos preferenciais no mercado.


A complementaridade de uma marca Com o foco na gestão integrada das empresas que os procuram, Tomás Cobas e Jesus Llorente apostam ainda em duas outras vertentes que muito têm enriquecido a EFR: supply chain solutions e facility services. Deste modo, no âmbito das supply solutions, e em parceria com a UPS, uma marca reconhecida no transporte de mercadorias, a EFR possibilita a deslocação dos produtos dos seus clientes com a melhor qualidade. Desde as questões burocráticas ao serviço em si, tudo é resolvido pela empresa de Llorente e Cobas. Seja por ar, terra ou mar “nós pomos à disposição dos nossos clientes o nosso know-how”, que por experiências profissionais anteriores lhes permitem uma maior competência neste setor. “O cliente está perfeitamente descansado. Só tem de dizer onde é

para carregar e descarregar”, garante Cobas. Por outro lado, os facility services oferecem um apoio total em toda a logística interna das infraestruturas empresariais. “Desde a eletricidade à água, jardinagem, serralharia ou controlo de acessos, a EFR trata de qualquer situação” que constranja o bom funcionamento das empresas, explica Tomás Cobas. E desde 1 de julho esta área ganhou uma nova força, com a compra de uma empresa do setor, que permitirá à EFR melhorar as suas capacidades e competências neste campo da logística. Em tom de conclusão, o sócio fundador da marca explica que “nós fazemos a gestão para que o cliente não tenha que se preocupar com isso. Subcontratamos, acompanhamos a obra”, de modo a que o cliente não necessite de contactar diferentes empresas e profissionais para diferentes obras e reparos.

“Desde a criação da empresa até à abertura da conta bancária”, tudo é gerido pela EFR”

Responsabilidade social A empresa, que trabalha 24 horas por dia durante 365 dias para o bom desenvolvimento das empresas com que trabalha, é também uma marca que assume as suas responsabilidades para com a sociedade. Neste sentido, tem vindo a promover cursos e formações totalmente gratuitos que garantem a partilha de conhecimento e informação. Já em setembro darão início a uma formação no âmbito empresarial, totalmente em espanhol. No entanto, existem outros cursos no decorrer do ano que poderão ser lecionados em português ou inglês.

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TEMA DE CAPA

Figueira de Castelo Rodrigo: um exemplo na forma como cuida das suas pessoas Entrar em Figueira de Castelo Rodrigo, o coração de Ribacôa, é como recuar no tempo e viajar pelos nossos antepassados. Se os campos de cereais e as árvores de fruto dão à paisagem um toque natural, com destaque para as amendoeiras em flor que nos meses de primavera preenchem o olhar com tons brancos e rosados numa apoteose de luz e cor, a verdade é que a riqueza do património e a forma inigualável como o mesmo tem sido preservado faz-nos recordar colossais episódios históricos da região, como por exemplo a Batalha de Castelo Rodrigo, em 1664. Com igrejas e capelas de imponente beleza, paisagens únicas, ruas de uma serenidade ímpar e uma gastronomia capaz de o fazer regressar acompanhada pelo vinho produzido na região, Figueira de Castelo Rodrigo, entre os seus vales onde fluem os rios Douro, Águeda e Coa, convida-o a entrar e a desfrutar de cada momento na máxima plenitude. Paulo Langrouva, Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, leva-o, assim, nesta viagem por um concelho que é claramente “abençoado por Deus”. Conheça as razões!

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egundo os princípios da ética política, um presidente, ultrapassadas as eleições, deixa de ser o presidente dos seus apoiantes e simpatizantes para passar a ser, incondicionalmente, o presidente de todos os munícipes”. É assim, de braços abertos e de sorriso fácil no rosto, que Paulo Langrouva dá as boas-vindas a todos os que querem conhecer melhor a região de Figueira de Castelo Rodrigo, rodeada por vastas paisagens, planaltos e castelos junto ao vale do Coa e nos contrafortes da grandiosa Serra da Marofa, com os seus 977 metros de altitude. No topo da serra, onde no passado existiu um castro, está hoje uma imponente imagem de Cristo-Rei, “mais antiga do que a imagem de Almada” (Santuário Nacional de Cristo Rei), reforçou de imediato Paulo Langrouva. Até chegar ao monumento que abençoa a vila, encontramos singelas capelinhas que representam os passos dos “Mistérios do Rosário”. Não podemos esquecer que estamos numa região ladeada por três principais rios (Douro, Águeda e Coa) e, por isso, dada a proximidade dos rios e do Parque Natural do Douro Internacional, em termos paisagísticos, o cenário é deslumbrante. Além do permanente contacto com a natureza, Figueira de Castelo Rodrigo, uma fusão entre cultura, património e arqueologia, convida à prática de desportos e à realização de circuitos e de cruzeiros no Douro. Por falar em Douro, Figueira de Castelo Rodrigo está inserida na Rota do Vinho do Porto, o que é um extraordinário atrativo para a região. Este néctar dos Deuses apaixonante é o epicentro de um produto turístico que permite ao turista percorrer diversos locais e comprar vinhos diretamente ao seu produtor. Nesta região, pode viajar ao longo do Rio Douro até chegar a Barca d’Alva, o limite da navegabilidade do Douro que tem início na sua foz no Porto. Quer seja de carro, de barco ou a pé, Figueira de Castelo Rodrigo é um mundo de descobertas e foi juntamente com Paulo Langrouva, figura que está na linha da frente dos destinos desta região desde 2013, que a Revista Pontos de Vista ficou a conhecer uma região dinâmica caracterizada pelas suas potencialidades e que não se deixa assustar pelo impacto causado por um “país inclinado”. Estamos numa região do interior do país sim! Mas a verdade é que Figueira de Castelo Rodrigo não para e tudo tem feito para segurar as suas pessoas e ser um atrativo para que, aos olhos de quem está de fora, seja um concelho onde se deseja viver. As razões, essas, são muitas.

Paulo Langrouva

“É dos poucos concelhos que está rodeado por três rios: Douro, Águeda e Coa. Temos uma aldeia histórica e a primeira reserva privada a nível nacional. Estamos integrados no Parque Natural do Douro Internacional. Estamos numa zona recentemente classificada pela UNESCO como reserva da biosfera. Temos duas barragens e dois monumentos nacionais. Enfim, Figueira de Castelo Rodrigo tem um património histórico, cultural e recreativo inédito a nível nacional e, com estas potencialidades, acredito que estamos a fazer um trabalho extraordinário”, afirmou Paulo Langrouva. Com cerca de 200 turistas provenientes da navegabilidade do Douro, Figueira de Castelo Rodrigo é cada vez mais um destino turístico por excelência. Se na região são inúmeros os pontos de atratividade, sem dúvida que as características intrínsecas à população figueirense é outro excelente cartão de visita. “É um povo afável, que gosta de receber e de tratar bem. Quem visita Figueira de Castelo Rodrigo sairá com uma impressão positiva da região e das suas gentes que fazem um esforço enorme para que as pessoas se sintam em casa”, descreveu o edil. É um saber receber que se transmite de geração em geração e que serve de bandeira em todas as descrições que se possam fazer de Figueira de Castelo Rodrigo. 28

Figueira de Castelo Rodrigo, uma região única Figueira tem algumas particularidades que dificilmente será possível encontrar noutras regiões do país. O facto de possuir uma das 12 aldeias históricas, espaços que formam um cervo único da história do país, dá automaticamente uma visibilidade diferente ao concelho que, para Paulo Langrouva, “ultrapassa tudo o que seria expectável”. Castelo Rodrigo é uma vila fortificada que guarda vestígios de ocupação humana que remontam ao Paleolítico, completamente recuperados ao abrigo do Programa de Recuperação de Aldeias Históricas. Com ruas irregulares, íngremes e num fidedigno retrato do estilo medieval, situa-se entre um monte escarpado e a nascente da Serra da Marofa. Já fora da povoação encontramos um chafariz, conhecido como Chafariz da Casqueira, cuja importância histórica transporta-nos para 1664, no momento em que as tropas espanholas montaram o seu quartel-general junto dele. Destaca-se ainda a igreja matriz fundada pelos frades hospitalários em 1192 com o objetivo de ajudar os peregrinos que estavam a caminho de Roma ou de Santiago de Compostela. Em suma, são assim pontos de especial interesse as velhas muralhas, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz, a cisterna medieval, as


Dados sobre Figueira de Castelo Rodrigo - Freguesias: Algodres, Vale de Afonsinho e Vilar de Amargo; Almofala e Escarigo; Castelo Rodrigo; Cinco Vilas e Reigada; Colmeal e Vilar Torpim; Escalhão; Figueira de Castelo Rodrigo; Freixeda do Torrão, Quintã de Pero Martins e Penha de Águia; Mata de Lobos; Vermiosa; - Localização: pertence ao Distrito da Guarda, região centro e sub-região da Beira Interior Norte; - População: 6260 habitantes em 2011; - Gastronomia: o prato típico é o borrego à Marofa mas é possível ainda apreciar o cabrito ou as orelhas de dom abade; - Presidente da Câmara Municipal: Paulo Langrouva; - Feriado Municipal: 7 de julho. Pontos de paragem obrigatória - Castelo Rodrigo; - Convento e Igreja de Santa Maria de Aguiar; - Cais de Barca de Alva; - Muralhas do Castelo e Palácio de Cristóvão de Moura; - Miradouro da Marofa; - Barragem de Santa Maria de Aguiar; - Torre Solar dos Metelos; - Miradouro do Alto da Sapinha. O que importa saber acerca da aldeia histórica de Castelo Rodrigo? - Dos principais momentos da história onde o nome do Castelo Rodrigo esteve presente destaca-se, acima de tudo, um: a vitória conseguida a 7 de julho de 1664, na Batalha de Castelo Rodrigo, no lugar da Salgadela; - A aldeia é um espaço de grande valor histórico, com monumentos de imponentes, tais como as muralhas, as ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho, a Igreja Medieval, a Torre do Relógio e a Cisterna; - Quando se passa pela rua de Sinagoga ainda é possível encontrar vestígios da presença dos judeus na freguesia. No reinado de D. Manuel I a Sinagoga foi transformada em cisterna, sendo que ainda se preservam as duas entradas, uma de estilo gótico e a outra de traço mourisco.

ruínas do palácio de Cristóvão de Moura (indício da raiva da população quando, no final do reinado de Filipe II, incendiou o palácio de Cristóvão de Moura, um dos apologistas da legitimidade espanhola em território português) e uma série de vestígios que é a prova da presença de uma importante comunidade de cristãos-novos. Mais do que história, Figueira de Castelo Rodrigo é contemporaneidade. Na última linha do ponto de atracagem dos barcos provenientes da navegabilidade do Douro, Barca d’Alva acolhe um sem número de turistas que ficam rendidos àquele território. Ainda como exemplo de uma postura à frente do seu tempo, a autarquia tem procurado aproveitar as potencialidades desta região ao máximo através, por exemplo, de um reforço da parceria com a Associação Transumância e Natureza (ATN), entidade proprietária e gestora da Reserva da Faia Brava, a primeira Área Protegida Privada do país. “São mais de oitocentos hectares de área protegida muito trabalhada por esta associação no sentido de promoverem a manutenção das espécies de fauna e flora da região e preservarem os animais selvagens. Aqui podemos ver águias, nomeadamente a Águia-Real ou a Águia-de-Bonelli, grifos, garranos, Castelo Rodrigo

Palácio Cristóvão de Moura

Principais informações sobre o Seguro de Saúde Municipal: - Acesso a consultas urgentes, bem como clínica geral e de especialidades, e aos meios de diagnóstico complementar num prazo de sete dias, sendo que a rede de clínicas não poderá distar mais de 160 quilómetros; - O utilizador está isento do pagamento de taxas moderadoras ou de qualquer despesa com o transporte; - O seguro não contempla cirurgias e internamentos; - O utente tem de residir em Figueira de Castelo Rodrigo.

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raposas ou javalis. São condições únicas que dão visibilidade à região e causam um enorme impacto”, defendeu Paulo Langrouva. Prova dessa visibilidade é o crescente interesse demonstrado por parte de estudantes holandeses ao abrigo do Programa Erasmus que vêm a Portugal durante uma semana para ver de perto a Reserva da Faia Brava, um ponto de interesse também de jornalistas e fotógrafos de todo o Mundo. “Estamos a conseguir marcar uma posição de referência no domínio da preservação da natureza, dos animais autóctones e das espécies em vias de extinção. Isto valoriza o território e atrai visitantes”, assegurou o responsável que, desde que iniciou o seu mandato, tem apostado no reforço do desenvolvimento de projetos em domínios tão diversificados como o científico, ambiental ou turístico. Paulo Langrouva tem demonstrado, desde que tomou posse, um enorme interesse em instalar um observatório de astronomia no concelho, com uma importância nacional e internacional. Pedro Russo, um “filho da terra” e investigador mundial na área da astrofísica, irá acompanhar a comissão científica internacional que acompanhará o desenvolvimento do projeto. “O objetivo é o de proporcionar um espaço não só para investigado-


TEMA DE CAPA

Cristo Rei - Serra da Marofa

Breve percurso de Paulo Langrouva HABILITAÇÕES ACADÉMICAS: - Licenciatura em Economia: Universidade Nova de Lisboa; - Mestrado em Economia: Universidade da Beira Interior; - Doutoramento em Economia: Universidade da Beira Interior. EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS: - Docente da disciplina de Economia na Escola Secundária de Seia e na Escola Profissional da Serra da Estrela (EPSE); - Técnico Superior no Núcleo Empresarial da Região da Guarda (NERGA); - Técnico Superior do IEFP, I.P. – Centro de apoio à criação de empresas da Beira Interior – Ninho de empresas de Seia; - Responsável pelo Ninho de empresas do conhecimento e das tecnologias de informação de Figueira de Castelo Rodrigo; - Coordenador do Núcleo de serviços de gestão – IEFP, I.P. – Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda – Serviço de Emprego de Pinhel; - Técnico Superior do Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P. (IEFP, I.P.) – Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda – Serviço de Emprego de Pinhel.

res profissionais como para os mais amadores e disponibilizar experiências diferentes a quem nos visita, numa perspetiva não só cultural mas também lúdica”, referenciou Paulo Langrouva, que é ambicioso nos seus projetos. Alargar horizontes e abrir Figueira de Castelo Rodrigo para o Mundo tem sido o foco do trabalho para uma região que está acessível a todos. “A três horas de Madrid, a uma hora de Salamanca e de Valladolid, a 40 minutos da cidade Rodrigo, a duas horas do Porto, Figueira de Castelo Rodrigo está numa centralidade e não nos podemos limitar ao distrito da Guarda. Temos de saber captar um público bem mais abrangente”, vaticinou o edil. Captação da população jovem Olhando para o nosso país, do norte ao sul, do interior ao litoral, há uma verdade que salta desde logo à vista: Portugal é um território de desigualdades demográficas. É vital, é premente reverter o declínio demográfico nas regiões do interior para que, daqui a alguns anos, não seja demasiado tarde recuperar estas zonas que têm tudo, menos pessoas. Se o país não quer que o interior se desertifique, tem de se implementar uma política efetiva de fixação de pessoas e este tem sido um trabalho abraçado pelo Município de Figueira de Castelo Rodrigo. “Pela falta de

empresas e pela ausência de iniciativa empresarial, a desertificação é um problema transversal à maioria dos concelhos do interior. Cabe à autarquia incentivar os jovens para que comecem a perceber que esta região tem potencial. Como tal, fazemos campanhas de divulgação de programas de apoio e outros para que eles entendam que há outros caminhos que não passam por sair daqui. Por exemplo, se há uns anos ser agricultor era algo depreciativo, hoje é prestigiante. Nos últimos anos, tem começado a existir ideias e vocação para a criação dos seus próprios postos de trabalho”, afirmou Paulo Langrouva. De forma a fixar jovens e não tão jovens a permanecerem na região, a autarquia desenvolveu um projeto inédito no país. Devido à carência no ramo da saúde que se faz sentir no concelho, foi criado o Seguro de Saúde Municipal, “Figueira Saudável”. Numa iniciativa pioneira que procura zelar pela qualidade de vida e pelo bem-estar dos figueirenses, a ideia não é substituir o Sistema Nacional de Saúde mas ser um complemento. “Este cartão, além de cuidar das pessoas de uma forma gratuita, possibilita a fixação delas na região. Mais qualidade de vida, maior segurança, conforto e acesso aos cuidados de saúde são as particularidades deste cartão que surge num momento em que também será brevemente inaugu30

rado o novo centro de saúde”, salientou o presidente. Quando mais de um terço dos residentes não tem médico de família, este é um serviço que envolve consultas de clínica geral, de especialidades e também outros serviços de apoio aos munícipes, como o transporte para a rede de clínicas envolvidas, a um valor totalmente gratuito. Captação de empresas Tendo consciência de que a iniciativa empresarial é fundamental para o desenvolvimento dos territórios do interior do país, Figueira de Castelo Rodrigo “arregaçou as mangas”. Mas aqui o conceito de captação de investimento pode ser diferente do habitual. “Não pretendo atrair grandes fábricas que decorrido algum tempo fecham e deixam-nos com um grave problema de desemprego. A ideia é atrair pequenos negócios que vão crescendo e conseguindo criar sustentabilidade e manutenção de postos de trabalho. Queremos criar negócios fortes, consolidados, sedimentados, que não se digladiem uns aos outros, diferenciados e que criem potencial empregabilidade no concelho”, defendeu Paulo Langrouva. Para tal foi criado um Ninho de Empresas do Conhecimento e Tecnologias da Informação. Como impulso à capacidade criativa e empreendedora dos jovens figueirenses, este espaço abraça em-


presas e pró-empresas criadas por jovens com idades compreendidas entre os 22 e os 35 anos de idade, recém-licenciados ou com formação especializada nestas áreas do conhecimento e das novas tecnologias da informação, em que se pode incluir call-centers, agências de viagens, web designer, redes e sistemas informáticos, entre outras. A um passo de entrarem efetivamente no mercado, este centro funciona como uma “rampa de lançamento”. A par disso, a autarquia elaborou um regulamento de apoio à fixação de novas empresas na zona industrial local, cujos incentivos se destinam a novas empresas ou a empresas já constituídas que se venham a instalar na zona industrial da região, situada nas proximidades da aldeia de Castelo Rodrigo, dinamizando, assim, aquele espaço empresarial. Numa região que, segundo Paulo Langrouva, produz “os melhores vinhos do país”, a vertente vitivinícola tem desempenhado, de igual modo, fulcral importância para o desenvolvimento económico de Figueira. De mãos dadas com a Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, a autarquia tem levado o nome dos seus vinhos bem longe. Se em Portugal conseguiram uma parceria com a Douro Azul, a nível internacional, o município tem estado em contacto com a América ou França para também dar a conhecer as potencialidades deste setor. Como prova deste contínuo compromisso, foi lançada uma garrafa Magnum de Vinho Espumante Castelo Rodrigo, com 1,5 litros por unidade, numa edição limitada a 3000 garrafas que já tem feito eco nos mercados nacional e internacional. Compromisso com as pessoas Ser autarca em tempos económicos mais conturbados não é uma tarefa cobiçável. “Um autarca é um confidente, um pai, é quase tudo. As pessoas recorrem aos autarcas para resolverem os seus problemas e para desabafarem. Os desafios são grandes, pelas restrições financeiras e pelo facto de não termos grandes margens de manobra. É tudo muito controlado e a exigência e responsabilidade são bem maiores”, confessou Paulo Langrouva. A par disso, é ainda necessário ter em mente uma forte distinção entre ser autarca no litoral e no interior do país. “Um autarca dos territórios de baixa densidade tem de ser criativo, puxar pela imaginação e ver formas variadas de atrair as pessoas, captar investimento e não deixar que a população fuja. Implica muitas horas de dedicação à causa pública, mas também é gratificante ver os resultados. Acabamos por perceber que desempenhamos um papel determinante na vida das pessoas”, partilhou o responsável. E é esse compromisso que Paulo Langrouva continuará a assumir. Para o futuro está já no horizonte a abertura de um novo centro de saúde, um centro de inspeções de veículos automóveis, um centro de dia e de um centro de interpretação da Batalha da Salgadela, datada de 1664 e uma das mais importantes da independência de Portugal. Não querendo fazer obras megalómanas, Paulo Langrouva está centrado nas pessoas e na sustentabilidade da região, deixando, por isso, uma mensagem especial de esperança a todos aqueles que confiam em si, no trabalho profícuo que tem desenvolvido pela terra e indo mais além, deixando um apelo a todos os que ainda não conhecem a região: “visitem Figueira de Castelo Rodrigo! Vão ficar encantados e provavelmente até ficarão por cá”, colmatou o autarca.

Reserva da Faia Brava

Alto da Sapinha - Miradouro

Reserva da Faia Brava São sensivelmente 850 hectares dedicados à conservação da natureza através de ações de restauro ecológico, como a valorização dos habitats, o aumento da disponibilidade alimentar das espécies mais ameaçadas e a gestão florestal. O Grifo, o Abutre-do-Egito, a Águia-de-Bonelli ou a Águia-Real são algumas das aves nidificantes que proporcionam a este espaço um elevado interesse para a conservação da natureza. Em 2010 foi classificada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade como a primeira Área Protegida Privada do país e é, hoje, de igual modo, uma área-piloto do projeto europeu Rewilding Europe para a criação de áreas naturais silvestres e para o desenvolvimento de turismo de natureza na Europa Eventos que agitam Figueira de Castelo Rodrigo - Figueira com Vida: é uma promoção e divulgação do que de melhor esta terra tem, desde os produtos endógenos ao património, que ocorreu de 13 a 16 de agosto e trouxe ao concelho personalidades como Adriana Lua, Fernando Pereira ou António Pinto Basto; - Marofa Folk & Blues Fest 2015: primeiro festival internacional de Folk e Blues de Figueira de Castelo Rodrigo que se realizou nos passados dias 31 de julho e 1 de agosto; - Aldeia Natal de Castelo Rodrigo com um presépio natural; - Amendoeiras em Flor: um mês de festa com atividades para todos os gostos, que incluem montarias, passeios de BTT, motocross, entre outros.

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MUNICÍPIOS PORTUGUESES

Uma cultura e um povo que se fundem numa beleza única Com uma riqueza cultural imperdível, Sátão é, acima de tudo, um concelho de gentes de bem, que recebem quem os procura com simpatia e amabilidade. O município, do distrito de Viseu, é um mundo para descobrir, visitar e, quiçá, habitar. A verdade é que, depois de conhecer, vontade não irá faltar-lhe. Conheça este que é um dos concelhos mais antigos do país, pelas mãos de Alexandre Vaz, Edil do Concelho.

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orria o ano de 1111, quando, a 9 de maio, o Conde D. Henrique e a Rainha D. Teresa de Leão cederam o foral a Sátão, tornando-a uma das vilas mais antigas de Portugal. Um concelho que, desde cedo, se mostrou “aprazível” para viver, como afirma o próprio Alexandre Vaz. Desde cedo, esta localidade teve uma grande procura populacional, havendo provas de que, no ano de 900, já existia quem preferisse a tranquilidade, o ambiente puro e as paisagens de Sátão para viver o seu dia-a-dia. E, garante o presidente do município, “se já nessa altura a região de Sátão era um lugar aprazível”, é compreensível que, atualmente, “as pessoas se sintam bem aqui”. A aposta no bem-estar, na empregabilidade, na agricultura e na indústria tem sido, a par das mais-valias que a própria localidade tem para oferecer, a chave para um concelho onde há prazer no viver. Alexandre Vaz tem unido esforços no sentido de criar um município com bom dinamismo e estabilidade financeira. Com a crença de que apenas assim é possível gerar bem-estar, o edil de Sátão tem investido em oportunidades que permitam criação de trabalho e de negócios. Por este motivo, e porque o atual parque industrial se encontra explorado na sua totalidade, até setembro, o município terá uma nova zona para fixar empresas e marcas. “Habilitado com aquilo que de mais moderno existe”, o novo parque pretende receber pessoas do concelho e de outras localidades. “É um parque aberto ao mundo”, reitera Alexandre Vaz. De modo a que os habitantes de Sátão se tornem mais empreendedores e que novos empresários se fixem na região, a Câmara Municipal cede terrenos a preços simbólicos e com isenção de pagamento de taxas. Uma boa oportunidade para quem pretende fazer crescer não apenas a sua empresa, mas toda uma sociedade que deseja mostrar a sua garra, excelência e qualidade a quem a procure.

A unicidade de um povo Adulterando um pouco a expressão, poderemos dizer que nem só de trabalho vive o homem. E se a empregabilidade tem sido uma boa forma de promover o bem-estar aos satenses, também no lazer Sátão é um concelho de paragem obrigatória. Com paisagens naturais admiráveis, uma história que se escreve há quase mil anos e um património rico, o município é das melhores localidades para passear, visitar e, quem sabe, vir a habitar. Contudo, Alexandre Vaz, não esquecendo toda a riqueza do concelho, acredita que “imperdíveis, em primeiro lugar, são as pesso-

ALEXANDRE VAZ

“De modo a que os habitantes de Sátão se tornem mais empreendedores e que novos empresários se fixem na região, a Câmara Municipal cede terrenos a preços simbólicos e com isenção de pagamento de taxas. Uma boa oportunidade para quem pretende fazer crescer não apenas a sua empresa, mas toda uma sociedade que deseja mostrar a sua garra, excelência e qualidade a quem a procure” 32

as”. “Pessoas de bem, que sabem receber” e que tornam Sátão num local ainda mais apetecível e inesquecível. Que têm pureza nos olhos e amabilidade no falar, com uma beleza invejável que vem de dentro. Mas depois de conhecer as gentes, há que visitar o património e deixar-se envolver na cultura, nas histórias e estórias de um concelho milenar. Com um património religioso rico, considerado um dos melhores de Viseu, é perentório visitar “a Capela da Nossa Senhora da Esperança, em S. Miguel de Vila Boa”, que “a nível de arte barroca, é a joia da coroa do distrito”, garante o edil do concelho. Pelo interior único, enriquecido pelo “azulejo e talha dourada”, a capela é um lugar de crença e tranquilidade, esplendor e magnificência. “Virado mais para a natureza”, deixe-se deslumbrar, também, pelo “Santuário do Senhor dos Caminhos”, cuja romaria, celebrada no oitavo domingo após a Páscoa, traz ao concelho “milhares e milhares de pessoas”. As figuras religiosas de “grande porte” e beleza e a presença de “figuras humanas” na procissão permitem uma maior adesão a um momento arrepiante. Pela antiguidade, deve também passar pelo Convento e Igreja de Santa Eufémia, em Ferreira de Aves, construído no séc. XII e, no âmbito cultural, não pode esquecer o Convento do Senhor Santo Cristo da Fraga. Atualmente com apenas a igreja a funcionar plenamente, devido à venda do convento a particulares, a visita é, contudo, obrigatória, porque aí viveu Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, autor do “Elucidário das palavras, termos e frases que em Portugal antigamente se usaram e que hoje regularmente se ignoram: obra indispensável para entender sem erro os documentos mais raros e preciosos que entre nós se conservam”. Fora do contexto religioso, pode conhecer também a Casa da Cultura e a Biblioteca Municipal de Sátão, instalada no “antigo Solar dos Albuquerques”, cuja história remonta ao séc. XVIII. A gastronomia também se visita A história de um povo faz-se também da gastronomia. Capital do Míscaro, um delicioso cogumelo comestível, Sátão celebra anualmente a Feira dedicada a este alimento tão típico. Sem data concreta, o evento é marcado entre outubro e novembro e, desde logo, é certo que milhares de pessoas rumarão ao município para comerem o deleitoso “arroz de míscaros” ou a maravilhosa “açorda” do mesmo. Durante o resto do ano, o míscaro é preservado em conserva e, não tendo


Convento do Senhor Santo Cristo da Fraga, localizado na Fraga, freguesia de Ferreira de Aves. Coordenadas GPS - Latitude 40.818579º Longitude -7.626951º

Altar da Capela de Nossa Senhora da Esperança, localizada em Abrunhosa, freguesia de S. Miguel de Vila Boa. Coordenadas GPS - Latitude 40.706299º, Longitude -7.739262º

Os holandeses já se renderam!

Para um concelho que, mais do que qualquer outro dom, tem a mais-valia de bem receber, o turismo é uma aposta forte da Câmara Municipal de Sátão. Com uma praia fluvial concluída no início de agosto deste ano e sem esquecer o património, história e natureza, Sátão é um lugar de sonho para quem procura serenidade, beleza e cultura. E os holandeses comprovam todos estes factos. Em Ferreira de Aves, é possível encontrar uma colónia com habitantes naturais da Holanda e que aí se fixaram há algumas décadas. Apaixonados por “trilhos e caminhadas”, deixaram-se encantar por uma terra rica em sentimentos e emoções. No mesmo lugar, foi ainda construído um Parque de Campismo, com incidência para turistas vindos do país das tulipas, onde anualmente é possível encontrar também e sobretudo ingleses e belgas. Interior da Capela de Nossa Senhora da Esperança

exatamente o mesmo sabor, para Alexandre Vaz “sabe sempre bem”. Até porque, afiança o presidente, “não há míscaro igual” em qualquer outra região portuguesa. Além deste ex líbris da gastronomia satense, o município é conhecido também pelo “bom cabrito, o feijão vermelho com carne de porco e couves” e, na doçaria, pelo leite creme, pelo arroz doce e pelas cavacas. Mas se quer realmente provar um bom doce da localidade, não pode deixar escapar a prazerosa castanha de ovos, doce conventual, que em Sátão é ainda confecionada com pau de urgueira, concedendo-lhe um sabor único. O segredo vem do Convento de Santa Eufémia, criado pelas freiras beneditinas que aí viveram, diferenciando este doce dos demais confecionados em Portugal. Depois de conhecer todas estas maravilhas de Sátão, encontra outro lugar tão único para passar as suas próximas férias?

Azulejos do séc. XVII do Convento de Santa Eufêmia, localizado no Convento, freguesia de Ferreira de Aves. Coordenadas GPS - Latitude 40.784601º, Longitude -7.675817º 33


MUNICÍPIOS PORTUGUESES

“Vale a pena conhecer o concelho de Silves, da Serra ao Mar! “A motivação são as pessoas, que nos levam a esquecer os constrangimentos financeiros resultantes de cortes de transferências do Estado, as restrições na contratação de pessoal, as batalhas políticas, as dificuldades internas e externas, que nem sempre nos permitem colocar em práticas tudo o que sonhamos. E nos levam, igualmente, a procurar soluções para resolver entraves”, esclarece Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves, em grande entrevista à Revista Pontos de Vista. Conheça mais de um município que tem vindo a ser colocado num patamar de visibilidade elevado. Desde que tomou posse em outubro de 2013, lançou como prioridade trabalhar em equipa com todos os funcionários da autarquia para dar vida a um concelho com um sem número de potencialidades. Que balanço é possível fazer do trabalho que tem desenvolvido?

O trabalho tem sido intenso e frutuoso, já que temos vindo a desenvolver uma série de iniciativas e esforços no sentido de colocar o concelho de Silves num patamar de visibilidade alto. Nesse sentido, posso dizer-lhe que prioridades como o Turismo e a Cultura, para dar apenas dois exemplos, têm projetos em franco progresso, um progresso visível e sentido pelas populações. Veja a utilização que tem sido feita do Teatro Mascarenhas Gregório, com inúmeras atividades, espetáculos, com uma companhia de teatro residente, que tem ganho vida e dado vida à cidade. E muitas outras iniciativas (Feira Medieval, Lado B, Sunset Secrets …), cujo objetivo é pro-

ROSA PALMA

jetarem o nome do concelho: um protocolo de promoção turística com o Município de Palmela, ou a aposta no programa Odyssea. Em suma: o diálogo e a concertação, a transparência nas decisões, a descentralização de poder e competências, o trabalho em equipa, a objetividade, o rigor e a simplicidade no quotidiano são as nossas armas e estão a dar frutos. Teve de abandonar a escola onde dava aulas para abraçar o desafio de comandar os destinos de Silves. Porquê esta aposta? Sentia que esta região precisava de si e do seu contributo?

“É preciso melhorar? Certamente que sim. Estamos a trabalhar para isso, pois temos consciência que é necessário criar atratividade ao longo de todo o ano e esse trabalho passa pela aposta em decisões que até serão menos visíveis, mas que contribuem para essa transformação: melhoria da limpeza urbana, redução de taxas de IMI, entre outras, que já aplicámos”


“Gostaria de ver alguns dos nossos produtos, já emblemáticos, ganharem uma dimensão ainda mais significativa, como é o caso da laranja e do medronho, que são de uma qualidade inquestionável e difícil de igualar. Gostaria, ainda, de criar uma dinâmica para freguesias, como Armação de Pera, que permita a criação de produtos turísticos com grande longevidade anual e que contribua, precisamente, para a quebra da sazonalidade já anteriormente mencionada”

A escola sempre foi uma aposta na minha realização pessoal. Gosto de ser professora, de dar aulas, do contacto com os alunos, colegas e encarregados de educação. Mas na verdade, sempre quis dar o meu contributo ao concelho onde nasci e vivo, de forma mais empenhada e naturalmente achei que tinha possibilidades de pôr em prática, enquanto autarca, ideias que considero serem importante para o desenvolvimento e crescimento de Silves. Acredito que o meu trabalho poderá ser uma mais-valia para que esta região ganhe uma notoriedade significativa e as populações desfrutem de melhores condições e estou a trabalhar intensamente para isso. “Agora Silves da Serra ao Mar” foi o lema da sua campanha. O que é que esta mensagem nos diz sobre o trabalho que pretende fazer pela região?

Silves é um concelho muito extenso, o segundo maior do Algarve. Tem freguesias com características muito diferentes entre si: umas de litoral – como Armação de Pera - e outras completamente interiores – como São Marcos da Serra. Este nosso slogan é um mote para o nosso trabalho: pretendemos que todas as freguesias beneficiem da atenção da autarquia, de modo a poderem promover-se e dinamizar iniciativas. Esta atenção não se traduzirá, somente, no esforço direto e no investimento financeiro da Câmara, mas também no estímulo ao envolvimento dos particulares, das coletividades – trabalho que considero ser da maior relevância -, das autarquias locais. Só este esforço conjunto e o reforço da intervenção no terreno e na transferência de meios – o tal trabalho em equipa que mencionava antes, que reflete um maior espírito de cooperação e entreajuda – poderá promover um desenvolvimento concertado, que é o que se pretende, tornando esta região conhecida e dinâmica, da serra ao mar. Num período económico conturbado, no qual os detentores de cargos políticos são diariamente colocados à prova, como é estar na linha da frente de uma autarquia?

Não é um trabalho fácil, mas é simultaneamente desafiante. A motivação são as pessoas, que nos levam a esquecer os constrangimentos financeiros resultantes de cortes de transferências do Estado, as restrições na contratação de pessoal, as batalhas políticas, as dificuldades internas e externas, que nem sempre nos permitem colocar em práticas tudo o que sonhamos. E nos levam, igualmente, a procurar soluções para resolver entraves, quer soluções que passem pela motivação interna dos funcionários da autarquia, que possam realizar

tarefas tão importantes como a limpeza urbana de forma mais eficiente, ou pela candidatura a todos os fundos comunitários que nos possam beneficiar e que já nos permitiram, por exemplo, a implementação de um sistema de modernização administrativa que culminará na apresentação de um novo Portal Autárquico e na criação de um Balcão Único de Atendimento, o financiamento da repavimentação da estrada Calçada/ Vale Fuzeiros, o projeto Odyssea Sudoe 2 ou a Rota Al-Mut´amid (programas comunitários) que pretendem a valorização e promoção turística do território do concelho através do recurso a modernas ferramentas tecnológicas e conceção/ divulgação de roteiros. Ser autarca hoje é buscar e promover sinergias, consensos, ser aquilo que é por definição, um verdadeiro democrata. Silves assume-se como uma região com “uma história interminável”. Em termos históricos, o que importa saber sobre esta cidade algarvia?

Silves tem uma história de séculos, tendo por aqui passado povos oriundo de paragens distantes, como os fenícios, os cartagineses, os romanos, os judeus e os árabes. Fomos capital do “Reino dos Algarves”, sede de Bispado e todo esse legado é determinante para a forma como nos definimos hoje, para a nossa matriz cultural e sociológica. E, efetivamente, esta história não termina. A ligação à indústria corticeira, nos séculos XIX e XX e consequente envolvimento das nossas gentes no movimento operário; a importância da agricultura; o peso do turismo e do património, tudo isso nos traz ao presente e nos faz projetar o futuro, de modo a garantirmos que o concelho permanece uma referência no Algarve e no país. É todo este manancial patrimonial que importa conhecer e preservar. Devido ao seu clima ameno durante todo o ano, Silves é uma das melhores regiões turísticas de toda a Europa. Qual tem sido a importância do turismo no desenvolvimento económico da região?

Como sabe, o turismo tornou-se importante para o Algarve nos anos 60. Armação de Pera, freguesia deste concelho localizada no litoral e vila piscatória por excelência, tornou-se um polo de atração turística. Silves, pelo seu peso no que concerne ao património histórico, também se manteve como ponto fulcral de interesse, sendo, hoje, o segundo local mais visitado da região, depois de Sagres. O restante concelho também tem vindo a desenvolver atividades, quer ligadas à preservação ambiental (bird whatching, tracking, netre outras), quer ao desporto (mergulho, automobilismo todo 35

o terrreno, BTT), ou à gastronomia (vejam-se as inúmeras iniciativas: Feira do Folar em S. Marcos da Serra, Semana Gastronómica de São Bartolomeu de Messines, Feira dos Frutos Secos em Alcantarilha, Festival da Caldeirada em A. de Pera, Arraial do Petisco em Pera, entre outras). O que nos importa é que possamos desenvolver estratégias que permitam que o turismo se torne ainda mais decisivo e que se criem condições para que as pessoas se agarrem à sua terra, tenham gosto nela, queiram mostrá-la aos outros, potenciando os equipamentos que temos. Isto só se consegue, tal como referi anteriormente, estabelecendo as tais sinergias, pois a Câmara não pode fazer tudo sozinha e terá que contar com todos - as associações, os particulares, as escolas e as autarquias locais - para promover o nosso concelho e para que o nosso nome seja falado. Tendo como principais atrativos o sol e o mar, o Algarve tem sofrido o impacto da sazonalidade. De que forma Silves tem procurado contrariar esta tendência, tornando-se num polo de atratividade ao longo de todo o ano?

Temos, precisamente, fomentado aquilo que referia na questão anterior: a colaboração entre todos os agentes da comunidade, a criação de atividades que não gerem atenção somente em determinadas áreas geográficas (veja o caso de uma iniciativa nossa, a “Freguesia (com)vida”, que promove espetáculos em todas as freguesias, em locais emblemáticos, ao longo de todo o mês de setembro; ou outras que apoiamos e que trazem gente de fora para o concelho, como as muitas iniciativas desportivas, de que dou exemplo a Maratona Internacional de BTT de São bartolomeu de Messines), mas que possam ocorrer ao longo de todo o ano e abranger públicos distintos, de modo a manter um fluxo contante de gente interessada no nosso concelho e ao longo de todas as épocas. Dou-lhe mais um exemplo de um projeto que motiva muito interesse e que tem relação direta com as preocupações deste executivo relativamente à promoção permanente do património e o desenvolvimento da atividade cultural e científica: a criação de uma rota turística e pedagógica associada ao lince-ibérico, que num futuro próximo permitirá a criação do Centro Interpretativo do Lince-Ibérico, na encosta Norte do Castelo de Silves. Este é um projeto dos que consideramos estruturante na promoção do património natural, cultural e cientifico do concelho e na dinamização da imagem cultural e turística do concelho de Silves, associando-o à marca “lince”.


MUNICÍPIOS PORTUGUESES

A par do turismo, que outras áreas devem ser estimuladas e que passos estão a ser dados nesse sentido para desenvolver uma região com tantas potencialidades?

A nossa primeira preocupação dirigiu-se ao restabelecimento do equilíbrio financeiro do município, que estamos a conseguir atingir. A resolução desta situação permitir-nos-á direcionar a nossa atenção para áreas tão importantes como o ordenamento e planeamento urbanístico, indústria (fomento de parques empresariais), a renovação e requalificação dos espaços urbanos, de infraestruturas básicas (acessibilidades, água e saneamento, higiene pública), habitação, património e cultura, educação, desporto, ação social. Nesse sentido, posso dizer-lhe que a autarquia solicitou um empréstimo bancário, que permitirá pôr em marcha pelo menos 17 projetos que são importantes para todas as freguesias, como, por exemplo a conclusão da reabilitação do centro histórico de Silves, a criação do parque de feiras e mercados de São Bartolomeu de Messines ou a criação de um amplo Parque Verde em Armação de Pera, entre outros e todos eles trarão, não só melhor qualidade de vida para os munícipes, mas potenciarão investimentos e melhorarão a atratividade do nosso concelho, logo também gerarão desenvolvimento. Seria importante criar mecanismos que cativem investidores nacionais e estrangeiros para investirem na região? Tem sido feito algum trabalho nesse sentido? Em concreto no apoio ao tecido empresarial local, que papel a autarquia tem procurado desempenhar?

A autarquia tem trabalhado no sentido de atrair investimento ao concelho. Posso dizer-lhe que desde que fui eleita mantive contacto com diversos empresários e potenciais investidores com vontade de se fixarem no concelho, que ouvi atentamente e cujas ideias e sugestões são tidas em consideração pelo executivo que lidero. Para além disso, a autarquia criou um serviço, o Gabinete Empreendedorismo Local (GEL), que procura dar resposta rápida às necessidades dos empresários, das empresas e dos investidores em vários domínios, nomeadamente na informação, bem como no acompanhamento e aconselhamento relacionado com fundos nacionais e comunitários. Esta relação mais individualizada tem como objetivo dinamizar a atividade local e atrair investimento externo. Para uma região que cada vez mais se afirma como destino turístico de excelência, quais são os objetivos que quer ver implementados no decorrer do seu mandato?

Gostaria de ver alguns dos nossos produtos, já emblemáticos, ganharem uma dimensão ainda mais significativa, como é o caso da laranja e do medronho, que são de uma qualidade inquestionável e difícil de igualar. Gostaria, ainda, de criar uma dinâmica para freguesias, como Armação de Pera, que permita a criação de produtos turísticos

“Gostaria de ver alguns dos nossos produtos, já emblemáticos, ganharem uma dimensão ainda mais significativa, como é o caso da laranja e do medronho, que são de uma qualidade inquestionável e difícil de igualar. Gostaria, ainda, de criar uma dinâmica para freguesias, como Armação de Pera, que permita a criação de produtos turísticos com grande longevidade anual e que contribua, precisamente, para a quebra da sazonalidade já anteriormente mencionada” com grande longevidade anual e que contribua, precisamente, para a quebra da sazonalidade já anteriormente mencionada. Gostaria de ver os nossos espaços – Castelo, Museus, Centro de Interpretação, entre outros -, valorizados e cada vez mais visitados, promovendo iniciativas diversas. Gostaria que Silves ganhasse um peso ainda maior no que toca à definição das prioridades para este setor a nível regional, sendo visto pelos organismos que tutelam esta área, como é o caso da RTA, como um parceiro privilegiado. Gostaria que os fundos do próximo quadro comunitário nos permitissem implementar mais ideias. Enfim, gostaria que Silves fosse a capital turística do Algarve. Que mensagem importa deixar a todas aquelas pessoas que acreditam em si e no trabalho que quer desenvolver por esta cidade? Diria a todos que o trabalho é empenhado e que o executamos com igual dose de afinco e sensibilidade. Que a opinião de todos conta e que estamos, como é próprio de verdadeiros democratas, sempre abertos a ouvir e implementar sugestões que são validas e que contribuem para o desenvolvimento da nossa terra.

Em conclusão, lançar-lhe-ia um desafio: se pudesse levar o nosso leitor numa viagem pela região, que pontos são importantes dar a conhecer? Tantos! Perder-me-ia, certamente, em inúmeras sugestões. A óbvia: Silves e todo o seu património monumental (Castelo, Catedral, Museu Municipal de Arqueologia, Cruz de Portugal…). A estival, que todos gostam de aproveitar: Armação de Pera, o seu belo areal e a vila, quer a parte nova, quer o casco antigo, na zona dos pescadores. A descoberta do interior: São Marcos da Serra, S. B. de Messines, a Quinta Pedagógica de Silves e os produtores de medronho da região, alguns dos quais com a possibilidade de acompanhar o processo da destilaria. A familiar: os parques aquáticos e de lazer existentes no concelho – Crazy World, Aqualand, Zoomarine. A aventura: o percurso das barragens, feito pela serra, conhecendo a barragem do Arade e do Funcho. A gastronómica: uma visita a uma quinta de produção de citrinos, a uma doceira regional, a um dos festivais gastronómicos do concelho… Poderia sugerir tantas mais! Deixo somente o convite: vale a pena conhecer o concelho de Silves, da Serra ao Mar!

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É preciso melhorar? Certamente que sim. Estamos a trabalhar para isso, pois temos consciência que é necessário criar atratividade ao longo de todo o ano e esse trabalho passa pela aposta em decisões que até serão menos visíveis, mas que contribuem para essa transformação: melhoria da limpeza urbana, redução de taxas de IMI, entre outras, que já aplicámos.

Localizado grosso modo no centro do distrito de Faro, o concelho de Silves tem uma área total de 679 Km2, sendo o segundo maior do Algarve. A Norte está limitado pelos concelhos de Odemira, Ourique e Almodôvar, a Leste por Loulé e Albufeira e a Oeste por Lagoa, Portimão e Monchique, confrontando a Sul com o Atlântico. O Concelho de Silves é composto por oito freguesias que atravessam o litorial e barrocal algarvio, tendo cada uma delas gostos, cheiros e tradições distintas. Visite cada uma delas e descubra o que de mais genuíno têm para lhe oferecer.

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BREVES

“Continue a aproveitar a vida com saúde” A Tranquilidade acaba de lançar uma nova Campanha intitulada “Saúde DeVida” que irá estar em vigor até ao final do mês de setembro. Esta Campanha dirigida, a clientes individuais e famílias, tem especial enfoque nos produtos Vida e Saúde e irá garantir durante este período inúmeras vantagens na sua compra. Assim, ao fazer o novo seguro de Saúde Sanos Sénior da Tranquilidade, o cliente recebe de oferta 2 mensalidades. E aqueles que fizerem novos seguros de Saúde individual ou Vida Risco, para si ou para a família, beneficiam de 1 mensalidade grátis em cada um. No caso do seguro Saúde Sanos Sénior, recentemente melhorado, o cliente tem à sua disposição um serviço de assistência alargado, assistência e consultas médicas ao domicílio ilimitadas, despesas de hospitalização em caso de imprevisto, consultas de especialidade

Algarve, o destino predileto dos turistas

O Algarve é e continuará a ser um dos destinados mais procurados para passar umas férias calorosas e inesquecíveis. Desde o primeiro dia do ano, 46.697 artigos em todo o mundo deram destaque a esta zona do sul do país. Estes números surgem após um estudo da Cision, que apurou ainda que as escolhas editoriais dos meios de comunicação online de 116 países referenciavam o Algarve como um dos melhores destinos turísticos. Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e Suécia são os cinco países que mais vezes abordam o tema Algarve nos seus diferentes órgãos de comunicação. O país governado por Angela Merkel tem nada mais, nada menos do que 14.548 referências a esta zona de Portugal, encontrando-se em primeiro lugar no top 5, distante dos Estados Unidos por uma diferença de 5401 referências. Se o mundo já se rendeu ao Algarve, de que está à espera para ter o merecido descansa nestas maravilhosas praias? Descubra ou redescubra a zona algarvia e aproveite o bom tempo que lá se faz!

nas redes médica e dentária e muitas outras vantagens a partir de 12 euros por mês. Entre as várias opções do seguro de Saúde Individual Sanos, destaca-se a Essencial que, para além de situações de internamento com capital de 15 mil euros de hospitalização, garante outras necessidades de assistência médica, tais como consultas, análises e exames auxiliares de diagnóstico e a Extra Care, com capitais mais elevados, para situações específicas de hospitalização e doenças graves, com acesso a clínicas no estrangeiro. Na Tranquilidade o cliente encontra soluções de saúde flexíveis, adaptadas às suas necessidades, com preços desde 7 euros por mês. Nos Seguros de Vida salienta-se o seguro Vida Mais – Plano Proteção que disponibiliza soluções “à medida” para fazer face a situações de invalidez, morte, doenças graves e, no caso

destas, o acesso a uma segunda opinião médica. Com um capital seguro a partir de 20 mil euros, o produto p e r m i t e várias opções, standardizadas ou personalizadas. Já o seguro Tranquilidade Crédito Casa 2.0 vai permitir aos clientes pouparem na prestação do empréstimo bancário da casa. Esta solução é muito simples e inovadora, com formalidades médicas muito reduzidas e com um preço muito competitivo. A seguradora oferece ainda aos seus clientes condições especiais caso concentrem os seus seguros na Tranquilidade.

Dalí em exposição no Centro Colombo Mais de 100.000 pessoas já visitaram a exposição “A Divina Comédia de Salvador Dalí” em menos de dois meses, no Centro Colombo, em Lisboa, mas a organização continua à sua espera até ao dia 20 de setembro. Esta iniciativa pretende celebrar os 750 anos do nascimento de Dante Alighieri, autor da obra literária que inspirou Salvador Dalí. São 100 gravuras do famoso pintor espanhol, pela primeira vez em exposição em Portugal, que mostram a sua interpretação ao poema alegórico “A Divina Comédia”, escrito por Alighieri. Os sete séculos que separam a vida destes dois artistas não coibiram Dalí de mostrar a sua reflexão sobre a conhecida obra daquele que foi escritor, poeta e político italiano. Com um ambiente surrealista, Salvador Dalí leva-o numa viagem pelas três etapas que a vida humana passa até atingir a perfeição: Inferno, Purgatório e Paraíso. Paulo Gomes, diretor do Centro Colombo, afirma que “além do elevado número de visitantes, tem sido muito interessante ver o tempo de permanência da exposição; percebe-se que é um momento de introspeção, onde cada pessoa acaba por fazer a sua própria viagem às questões mais íntimas da humanidade. O facto de ser um artista muito popular a nível mundial tem atraído também a atenção do público estrangeiro que nos visita, com maior afluência nesta altura do ano. Superada a barreira dos 100.000 visitantes, estamos confiantes de que, este ano, vamos superar todas as expectativas inicialmente previstas”. A exposiçao é gratuita e pode visitá-la até 20 de setembro, das 10h às 24h na praça central do Centro Colombo. Se pretende uma visita guiada, que lhe permita uma melhor orientaçao, poderá fazê-lo de terça a quinta-feira, pelas 11h30 e mediante marcaçao prévia junto do Balcão de Informações ou através do 217113600.

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CIRURGIA REFRATIVA – INOVAÇÃO

Cirurgia refrativa pelas mãos de quem sabe Com os métodos mais inovadores, baseados em mais de duas décadas de experiência e conhecimento, a OPHTEC mostra-se como a melhor opção para a realização de cirurgias refrativas. Com vista a corrigir erros de refração, como miopia ou astigmatismo, a marca promove não apenas a busca por soluções cada vez mais eficazes, como também a formação de cirurgiões especializados e altamente competentes nesta área da saúde. A Revista Pontos de Vista conversou com Sandra Bayan, General Manager da marca, para compreender os meandros deste invejável projeto, presente em quase todo o mundo. A cirurgia refrativa é, talvez, a solução mais viável para corrigir erros de refração, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. De que modo os mais de 25 anos de experiência da OPHTEC, aliados a um conjunto de métodos cada vez mais inovadores, únicos e de extrema qualidade, permitirão o sucesso neste ato cirúrgico?

Quando existe algum erro refrativo, como miopia, hipermetropia ou astigmatismo, e se pretende abandonar definitivamente a utilização de lentes de contacto ou óculos, a melhor opção é sem dúvida, a cirurgia refrativa. A nossa longa experiência nesta área permite-nos assegurar que os produtos cumprem, de facto, a função para a qual foram desenvolvidos. Repare que, ao contrário de outras marcas, que têm também lentes intraoculares para refrativa, nós mantemos a mesma plataforma (design) com que as lentes deste segmento foram inicialmente desenvolvidas. Outras marcas continuam a alterar o seu design para conseguir melhorar os resultados cirúrgicos. Concluímos, ao longo de todo este tempo, que as lentes per si não induzem qualquer tipo de problema. Se a pré-seleção da lente respeitar os requisitos por nós definidos e se implantadas por um cirurgião certificado e experiente, o sucesso desta cirurgia é garantido. Enquanto marca especializada na criação de novas e melhores soluções médicas na área da oftalmologia, de que forma têm promovido a evolução da cirurgia refrativa junto dos países onde atuam?

O desenvolvimento dos nossos produtos (lentes intraoculares), que permitem a correção dos erros refrativos, implicou e implica uma colaboração contínua com cirurgiões especialistas na área. O nosso departamento de Research & Development está sempre disponível para receber, analisar e testar ideias e sugestões que lhe chegam de oftalmologistas de todo o mundo. O facto de produzirmos os nossos produtos dá ao Departamento de Investigação um incentivo extra, na medida em que a produção em menor escala permite produzir e experimentar novas configurações de lentes, que por vezes levam ao desenvolvimento de novas opções (lentes). Este trabalho de parceria, a par das ações que desenvolvemos, como workshops, congressos e reuniões científicas, permite-nos informar os profissionais da área acerca das vantagens na utilização das soluções que preconizamos. A firme preocupação por parte da OPHTEC em organizar os eventos e cursos formativos referidos anteriormente para os vários especialistas é, claramente, uma mais-valia para o acompanhamen-

SANDRA BAYAN

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“A grande vantagem deste método, ao contrário do laser também utilizado na correção de erros refrativos, é o facto de ser uma cirurgia reversível, ou seja, se por qualquer razão há necessidade de retirar ou substituir a lente, as estruturas do olho mantêm-se como estavam antes da cirurgia”

to da evolução na oftalmologia. De que modo, e perante este apoio constante, os médicos e outros profissionais da especialidade têm conseguido acompanhar a inovação e a progressão que a OPHTEC proporciona no campo da cirurgia refrativa? Que eventos e formações têm planeados no âmbito desta especialidade para um futuro próximo?

Como referi, temos a preocupação e o cuidado de certificar todos os cirurgiões que pretendam utilizar os nossos produtos. Esta certificação passa pelo treino das técnicas cirúrgicas em sessões que organizamos quer em Portugal quer no estrangeiro e onde os cirurgiões têm a possibilidade de simular as cirurgias em olhos artificiais. Em Portugal, estamos disponíveis para responder a qualquer solicitação que nos seja endereçada para a organização de workshops ou cursos, pois temos localmente profissionais certificados para o efeito. Também a sede da OPTHEC, na Holanda, organiza vários cursos ao longo do ano, cujas datas podem ser consultadas no site da empresa. A par disto, em todos os congressos internacionais, temos cursos de instrução que permitem aos oftalmologistas obter a certificação para a utilização dos produtos. Após a certificação, os cirurgiões passam a receber regularmente informação científica, o que lhes permite manterem-se sempre atualizados. Perante todos os fatores referenciados, de que forma poderemos afirmar que as soluções apresentadas na cirurgia refrativa são as opções mais eficazes no tratamento de problemas

oftalmológicos como a miopia ou o astigmatismo? Quais são as mais-valias deste método?

Temos, como referiu, mais de 25 anos de experiência. Na verdade, a plataforma Artisan tem um design e um método de colocação no olho distinto das demais lentes. A fixação da lente é efetuada na íris (zona colorida do olho) através do ‘claw’ ou ‘pata de lagosta’ e o primeiro implan-

Ophtec na vanguarda da saúde ocular A busca por soluções inovadoras no âmbito da cirurgia refrativa é apenas uma das áreas onde a Ophtec pretende continuar a trabalhar. As cataratas são um outro problema ocular que dificulta o dia-a-dia de quem sofre desta patologia. Neste sentido, a Ophtec tem ao dispor dos cirurgiões os instrumentos e materiais mais adequados. Os pacientes terão acesso a lentes de contacto de máxima excelência, baseadas em investigações que comprovem a sua qualidade e eficácia. Num outro contexto, a Ophtec desenvolve, também, soluções direcionadas para o trauma ocular, que pode resultar de um acidente ou problema de nascença. Assim, a marca desenvolve lentes que, sendo colocadas ao paciente, evitam constrangimentos como a dor provocada pela luz.

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te deste tipo de lente foi efetuado há 37 anos. Esta plataforma (design) tem a vantagem de servir para todos os olhos (por isso ‘One size fits all’ é a assinatura da nossa lente), independentemente do seu tamanho, pois embora todos os grupos étnicos possuam mais ou menos as mesmas medidas, internamente ocorrem ligeiras diferenças nas dimensões do olho, que têm que ser levadas em consideração, principalmente quando falamos de cirurgia refrativa. As primeiras lentes para correção de miopia existem desde 1986, pelo que temos um follow up de cerca de 29 anos. Em quase 30 anos, muitos e muitos milhares de lentes foram implantados em todo o mundo, o nos permite avaliar e assegurar a eficácia e segurança dos nossos produtos. A grande vantagem deste método, ao contrário do laser também utilizado na correção de erros refrativos, é o facto de ser uma cirurgia reversível, ou seja, se por qualquer razão há necessidade de retirar ou substituir a lente, as estruturas do olho mantêm-se como estavam antes da cirurgia. Outra grande vantagem é o grau de correção que as lentes permitem. Por exemplo, no caso da miopia, normalmente o limite de dioptrias corrigido em segurança é de 6 dioptrias negativas. As nossas lentes permitem uma correção de cerca de 26 dioptrias negativas. Toda e qualquer cirurgia está intrinsecamente associada a riscos. A cirurgia refrativa não é exceção. Contudo, é possível assumir que a experiência e qualidade às quais a OPHTEC


CIRURGIA REFRATIVA – INOVAÇÃO

“Quando se fala em cirurgia, imaginam-se normalmente cenários pouco agradáveis. No entanto, este ato cirúrgico é simples, indolor e rápido. Em cerca de 20 minutos, os pacientes podem ganhar grande qualidade de vida, pois deixam de depender de óculos ou lentes de contacto”

está inevitavelmente associada reduzem estas situações problemáticas?

Não há cirurgias sem risco associado e esta também não constitui uma exceção. Sabemos que, por mais simples que seja o ato cirúrgico, há sempre um risco inerente. No entanto, este diminui drasticamente quando asseguramos que a cirurgia é efetuada com produtos que foram exaustivamente estudados durante anos e que deram provas da sua eficácia. Também o facto de ser efetuada por profissionais credenciados e experientes na utilização dos produtos traz uma segurança acrescida ao paciente e contribui para o sucesso do ato cirúrgico. A OPHTEC é, por isso, muito rigorosa na atribuição das certificações que permitem a utilização das suas lentes intraoculares. Só desta forma podemos garantir a continuidade do nosso sucesso que passa, em última instância, pela satisfação de cada um dos pacientes implantados com as lentes. A cirurgia está, também e especialmente, associada a medos e anseios. Que palavras importa deixar a futuros pacientes de oftalmologia que optem pelos métodos inovadores da marca?

Quando se fala em cirurgia, imaginam-se normalmente cenários pouco agradáveis. No entanto, este ato cirúrgico é simples, indolor e rápido. Em cerca de 20 minutos, os pacientes podem ganhar grande qualidade de vida, pois deixam de depender de óculos ou lentes de contacto. Nalguns casos, o procedimento pode ser realizado com anestesia local e no dia seguinte à cirurgia já recuperaram totalmente a visão. É fundamental que optem por eleger um cirurgião credenciado para a utilização das nossas lentes. Podem ser encontrados profissionais por nós credenciados na grande maioria das instituições públicas e privadas do nosso país. Todos eles têm

a formação e experiência necessárias que lhes permitem assegurar o sucesso deste procedimento cirúrgico. A OPTHEC atua em diversos países dos cinco continentes, encontrando-se presente em territórios como Portugal, Espanha, Japão, EUA ou Coreia do Sul. É possível encontrar em todos estes países as melhores soluções que a marca apresenta no âmbito da cirurgia refrativa?

Sim, estamos presentes em 61 países, quer diretamente através das nossas subsidiárias, quer através de distribuidores locais. Estamos em todos os países europeus, na região da Ásia-Pacífico e nalguns países do Continente Africano e América Latina. Em relação aos EUA, não dispomos ainda do portfólio completo de produtos, pois alguns estão ainda em processo de registo nas autoridades reguladoras de saúde competentes. Que outros países poderão, no futuro, aceder às soluções OPHTEC? De que forma têm planeado a expansão de uma entidade que já hoje garante uma presença forte em todo o mundo?

Na Europa, estamos diretamente presentes em Portugal, Espanha, Bélgica, Holanda e Alemanha. A estratégia da empresa passa por alargar a distribuição direta a mais alguns países, abdicando da distribuição por terceiros. Estamos também a trabalhar ativamente na região da Ásia- Pacífico para podermos alargar a nossa distribuição à maioria dos países desta zona, dada a importância e emergência da maioria destes mercados. Que outras especialidades e soluções é premente referir quando falamos da OPHTEC? Como caracteriza a marca noutros campos que não a cirurgia refrativa?

Uma das áreas onde a OPHTEC constitui tam40

bém uma referência é na área de cirurgia traumática e de reconstrução. Neste segmento, dispomos de um conjunto de soluções que podem ser customizadas atendendo à especificidade dos casos, de acordo com as necessidades de cada paciente. Falamos de próteses, que permitem a reconstrução total ou parcial da íris (parte colorida do olho), que pode estar danificada devido a acidentes vários (trauma) ou problemas congénitos. Estas próteses possibilitam ao cirurgião e ao paciente obter excelentes resultados quer a nível estético quer a nível funcional. Estamos também muito focados no segmento da catarata, em particular nas lentes premium, que são lentes que permitem eliminar a catarata (opacificação do cristalino do olho) e, em simultâneo, corrigir astigmatismos. Este é um segmento muito interessante, pois, com o envelhecimento da população a nível global, estima-se para este tipo cirurgia um potencial, em 2020, de cerca de 32 milhões de intervenções (dados da World Health Organization). Apresentando-se como uma marca em constante crescimento e inovação, que projetos têm em mãos para que, no futuro, seja possível conhecer novas e melhores soluções na oftalmologia?

Neste momento, estamos a trabalhar na extensão do nosso portfolio, quer no segmento catarata, quer no segmento refrativa. Pretendemos, em breve, alargar a nossa oferta nestas duas áreas. Estamos com uma série de produtos em fase final de registo nas entidades competentes e outros em fase final de estudos clínicos, pelo que, num curto e médio prazo, estaremos em condições de apresentar algumas novidades, que certamente trarão benefícios acrescidos para os cirurgiões e seus pacientes.


CIRURGIA REFRATIVA – INOVAÇÃO

“Hoje estamos numa fase espetacular da Oftalmologia” “Os novos métodos em cirurgia refrativa vêm dar resposta às pessoas que procuram depender menos dos óculos ou quando possível eliminar totalmente o seu uso”. Quem o afirma é Pedro Menéres, Médico Oftalmologista da CliniVis – Clínica Oftalmológica, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Qual a importância da inovação na Oftalmologia? A análise de um dos mais reconhecidos especialistas do país.

logia. Temos acesso aos melhores equipamentos diagnósticos, os LASER’s mais recentes estão disponíveis para as nossas cirurguias e no capítulo da investigação de novas terapêuticas, Portugal está constantemente a participar em múltiplos ensaios clínicos internacionais. Claro que na investigação mais recursos serão sempre bem vindos.

É um reconhecido e prestigiado profissional na área da Oftalmologia, sendo que as suas áreas de interesse principal passam pela correção dos erros refrativos, como a miopia, hipermetropia, astigmatismo por Laser ou outros métodos. Desta forma, como tem contribuído para a melhoria da visão dos portugueses?

As cirurgias nesta área evoluíram de forma marcada nas últimas duas décadas e tornaram-se muito mais eficazes e seguras. A aplicação do LASER nas cirurgias de Oftalmologia veio permitir resultados excelentes na correção dos problemas que obrigavam as pessoas a usar óculos de forma constante. Recentemente temos ao nosso dispor o LASER de Femtosegundo, o qual associado ao LASER Excimer, veio possibilitar a correção totalmente realizada por LASER, acrescentando ainda maior segurança aos procedimentos de correção de miopia, astigmatismo ou hipermetropia. Como passamos também a poder a usar LENTES INTRAOCULARES PERSONALIZADAS para o tratamento de muitos casos de cataratas ou erros refrativos associados à presbiopia (vulgarmente chamada de vista cansada - necessidade de usar óculos para perto), obtemos hoje resultados muito superiores aqueles que se imaginavam antes destas tecnologias estarem disponíveis. No âmbito do diagnóstico, temos atualmente exames de elevada precisão para o estudo da Córnea, da Retina ou do cálculo de potência de lentes Intraoculares e todos os doentes têm de fazer um estudo pré-operatório específico. Com os modernos exames que dispomos, aumentamos efetivamente a qualidade da Medicina praticada, identificando quem pode ser operado por exemplo a cataratas, miopia ou hipermetropia e quem não vai ter benefício em ser intervencionado. Conhecedor nato da especialidade de Oftalmologia, que análise perpectiva do desenvolvimento da especialidade em Portugal? Que lacunas ainda identifica?

Hoje estamos numa fase espetacular da Oftalmo-

Vários trabalhos da área da cirurgia refrativa e de catarata de Portugal têm sido premiados no estrangeiro. O Dr. Pedro Menéres faz parte da Direção da Sociedade Europeia de Cirurgioes de Catarata e Refrativa (ESCRS). De que forma são estes reconhecimentos importantes para a Oftalmologia Nacional?

A Oftalmologia já se habituou a estar entre as especialidades mais desenvolvidas em Portugal e o reconhecimento da sua qualidade pelos colegas de outros países é notório a vários níveis. Temos colegas em estágios internacionais todos os anos, Portugueses participam em vários cursos em Congressos Internacionas e algumas sociedades científicas escolheram o nosso país para receber o seu maior congresso anual. Foi o caso da Sociedade de Retina Cirúrgica em 2014, vai ser o caso da Sociedade Europeia de Estrabismo e da própria ESCRS em 2017. É obviamente muito motivador e fonte de orgulho para os oftalmologistas portugueses e tem correspondência direta com a qualidade da Medicina praticada. Acredita que mais do que novas metodologias e formas de tratamento na área da Cirurgia Refrativa, o ponto fundamental no campo da visão passa pela prevenção? Crê que estamos no bom caminho neste domínio?

Os novos métodos em cirurgia refrativa vêm dar resposta às pessoas que procuram depender menos dos óculos ou quando possível eliminar totalmente o seu uso. Começaram por ser apenas as pessoas com miopia a ser operadas e na década de 90 o Laser modificou-se e possibilitou tratar também o astigmatismo. A evolução dos últimos anos melhorou ainda mais a segurança e os resultados com novos LASER’s (com novas técnicas como o FEMTOLASIK) e desenvolveram-se significativamente as lentes intraoculares adicionando-se também a possibilidade de correções otimizadas da hipermetropia, do astigmatismo ou da presbiopia em muitos casos. Sobre a prevenção temos de considerar que há uma fase da vida muito importante no que diz respeito a visão. Na realidade é nos primeiros anos de vida que esta se constrói de forma crucial. Qualquer problema significativo não tratado na infância vai ter repercussões para toda a vida. É o caso da ambliopia nas crianças. Temos muito para melhorar 41

Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores sobre a importância dos erros refrativos e da prevenção na visão? Os métodos hoje disponíveis permitem tratar eficazmente muitos problemas como as cataratas, a miopia ou o astigmatismo e possibilitam também solucionar muitos casos de hipermetropia ou presbiopia. Cada pessoa que deseja ser tratada para ganhar independência do uso de óculos ou diminuir a sua necessidade tem de ser estudada individualmente de forma adequada no pre operatório incluindo exames especificos detalhados. Contudo temos muitas doenças onde as cirurgias não tratam tudo e por mais tecnologias que se imaginem, a prevenção e o diagnóstico atempado são cruciais. É o caso dos problemas nas crianças bem como das patologias ligadas ao aumento da esperança de vida, como o Glaucoma, a Degenerescência Macular ou a Retinopatia diabética, cada vez mais frequentes. Aconselho uma observação regular realizada por médico Oftalmologista: é fundamental numa sociedade onde a visão é cada vez mais determinante.

neste domínio. Estou certo que no futuro todas as crianças vão ter a oportunidade de ter um rastreio de problemas oftalmológicos após completarem o primeiro ano de vida e uma observação por um Oftalmologista entre os três e os quatro anos. Só a prevenção em tenra idade evita consequências intratáveis mais tarde.


DIA NACIONAL DO CANCRO DIGESTIVO

“Perante qualquer alteração no seu organismo, não tenha receio de ir ao médico” Emagrecimento sem razão aparente, alteração persistente dos hábitos intestinais, falta de apetite, azia, perda de sangue nas fezes, tendência a engasgar-se com facilidade ou cansaço são apenas alguns dos sinais que o seu organismo lhe dá como alerta para aquilo que poderá ser a existência de um cancro digestivo. Margarida Damasceno, Diretora do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de São João e membro do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo (GICD) acredita que um dos grandes problemas é que uma boa parte dos doentes tende a interpretar as alterações do seu organismo, associando os sintomas a situações que vivenciou no seu quotidiano. Se apanhou mais frio, é normal que tenha tosse. Se fez alguma refeição fora do comum, é normal que fique com uma sensação de má disposição. Tudo tem sempre uma explicação que aparenta ser bastante lógica e, por isso, os sinais são muitas vezes desvalorizados. Mas importa estar atento a qualquer alteração fora do comum, fazer sempre os exames que são solicitados e consultar um especialista. “Não tenha medo”, ressalvou a médica. Por mais “disparatada” que seja a dúvida, encontrar um tumor numa fase inicial em nada se assemelha a descobrir um problema já num estado muito avançado.

MARGARIDA DAMASCENO

S

e perguntar a Margarida Damasceno, Diretora do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de São João, por que é que escolheu esta especialidade, provavelmente não obterá qualquer resposta. Apesar de saber perfeitamente por que é que quis ser médica, simplesmente não há uma explicação para ser oncologista. Mas há uma certeza: “gosto muito do que faço porque tenho muitos doentes que vivem, estão bem e sinto que o que fiz por eles valeu muito a pena”. Oncologia é uma área da medicina “complicada”, mesmo do ponto de vista dos seus colegas mas é algo que a realiza e não tem qualquer ressentimento por estar horas a fio a ver doentes, “99% deles oncológicos”. Há dias maus, com certeza. Mas, em todos eles, Margarida Damasceno sente que aprendeu algo de novo, aprendeu a lidar com os seus doentes

“Mas eu não posso dizer que se não fumar, não beber e ter uma dieta impecável não vai ter cancro. Naturalmente que ajuda e descobrir um problema de saúde numa fase inicial é diferente do que saber num estado avançado e, no caso dos cancros do estômago, há um grande problema: são surdos e mudos” 42

de uma forma diferente. Talvez com 12 anos, altura em que decidiu que este seria o seu caminho, esta ideia não lhe passasse de todo pela cabeça mas é assim que hoje vive o seu dia a dia. Também com esta idade tinha a extraordinária ambição de não deixar ninguém morrer, em virtude do falecimento de uma pessoa próxima. Foi assim que se determinou a ser médica. Decidiu ser médica para salvar vidas. Hoje, mais do que isso, Margarida Damasceno quer dar qualidade de vida aos seus doentes e pretende dar-lhes metas pelas quais vale e valerá sempre a pena lutar. “Eu sei que tenho doentes que vão morrer mas tenho que lhes dar o maior conforto e qualidade. Quer seja pelo neto que vai nascer, o filho que vai casar, a filha que vai à comunhão, há sempre uma luz ao fundo do túnel”, garantiu a especialista que é também membro do Grupo


de Investigação do Cancro Digestivo e foi sobre esta temática que a médica centrou a sua conversa com a Revista Pontos de Vista. Falar em cancro digestivo é fazer uma referência a um conjunto de tumores que envolvem o sistema digestivo que interferem profundamente com a qualidade de vida das pessoas e que têm uma elevada taxa de mortalidade. É o segundo mais frequente em Portugal, sendo os mais frequentes o cancro colorretal e o cancro do estômago, e em cerca de 25% dos casos o diagnóstico é feito quando a doença já se encontra numa fase avançada. Os sinais de alerta são muitas vezes desvalorizados ou associados a situações banais do quotidiano mas o diagnóstico precoce da doença é fundamental e aqui importa estabelecer uma ponte entre prevenção e a preocupação para que haja um diagnóstico precoce. “As pessoas normalmente confundem estes dois aspetos. Se fizermos uma dieta saudável, sem abusos, comendo muitas fibras, diminuo o risco. Contudo, mesmo tendo todos estes cuidados, é fundamental fazer uma colonoscopia a partir dos 50 anos, estar atento a qualquer alteração do trânsito intestinal, nomeadamente no que respeita à cor da fezes ou às diarreias alternadas com o intestino preso. Todas estas situações não fazem parte de uma atitude preventiva mas são formas de estar atento para que seja possível fazer um diagnóstico precoce”, explicou Margarida Damasceno. Neste sentido, importa realçar a importância da colonoscopia, um exame que permite detetar com segurança as anomalias existentes no interior do intestino grosso ou colon até à junção com o intestino delgado. “Com este exame é possível tirar pólipos benignos (um pólipo é um crescimento de tecido da parede intestinal, normalmente não canceroso, que se desenvolve dentro do intestino). Contudo, só são benignos porque são tirados naquele momento uma vez que uma grande maioria dos pólipos, se não forem removidos, irá transformar-se em tumores malignos”, explicou. Apesar de continuar a ser um exame desagradável, os mais recentes avanços foram muito importantes, nomeadamente pelo facto de, desde o ano passado, ser possível realizá-lo com recurso a sedação no Serviço Nacional de Saúde, uma medida que teve como principal objetivo aumentar o número de colonoscopias realizadas e, consequentemente, apostar na taxa de deteção precoce do cancro colorretal. Contudo, os receios continuam e, para Margarida Damasceno, importa desmistificar alguns medos que ainda perduram. “É necessário eliminar a ideia de que o risco da colonoscopia aumenta por ser com sedação. As complicações deste exame são as mesmas tanto com ou sem sedação. O risco da perfuração é muito pequeno e facilmente resolvido”, salientou. “Não é preciso ter 50 anos para ir ao médico” Perante alguns sinais, quando se decide ir ao médico, vai-se muitas vezes com uma postura de medo. Os doentes têm todo o direito de ter as suas dúvidas e, do outro lado, espera-se que haja um profissional de saúde apto para responder e olhar para a pessoa que tem à sua frente à luz de vários fatores. Um deles é, sem dúvida, o histórico familiar. “Se o pai, o tio ou o avô teve um tumor digestivo, as prevalências são maio-

“As pessoas normalmente confundem estes dois aspetos. Se fizermos uma dieta saudável, sem abusos, comendo muitas fibras, diminuo o risco. Contudo, mesmo tendo todos estes cuidados, é fundamental fazer uma colonoscopia a partir dos 50 anos, estar atento a qualquer alteração do trânsito intestinal, nomeadamente no que respeita à cor da fezes ou às diarreias alternadas com o intestino preso. Todas estas situações não fazem parte de uma atitude preventiva mas são formas de estar atento para que seja possível fazer um diagnóstico precoce”

res. Temos doentes com determinada mutação genética em que removemos o estômago sem ter lá nada, só preventivamente. É uma atitude um pouco dramática mas se a incidência for muito elevada e se conseguirmos viver sem o órgão, vale a pena tira-lo”, ressalvou Margarida Damasceno. Doentes com histórico familiar devem, por isso, consultar um médico mais cedo mas, segundo a especialista, “não é preciso ter 50 anos para ir ao médico”, acrescentando: “mais vale fazer uma pergunta disparatada ao médico do que pensar que não se passa nada”. Cancro é uma terminologia pesada, frequentemente associada a morte mas as taxas de sobrevivência mostram-nos que de nada vale baixar os braços. “Perante qualquer alteração no seu organismo, não tenha receio de ir ao médico. As pessoas têm medo de fazer exames e quando os fazem é sempre com a ideia de que está tudo bem”, partilhou a médica. Mas a verdade é que, ao longo de 30 anos de trabalho nesta área, Margarida Damasceno sabe que a frase mais ouvida no seu consultório é apenas uma: “não contava nada com isto”. Beber, fumar e ter uma alimentação pouco saudável (com especial enfoque para os alimentos fumados) agrava o risco de ter uma patologia digestiva, é certo. “Mas eu não posso dizer que se não fumar, não beber e ter uma dieta impecável não vai ter cancro. Naturalmente que ajuda e descobrir um problema de saúde numa fase inicial é diferente do que saber num estado avançado e, no caso dos cancros do estômago, há um grande problema: são surdos e mudos”, afirmou. Grupo de Investigação do Cancro Digestivo Tem sido com o intuito de fazer chegar à população todas as informações sobre os perigos daquela que é uma das principais causas de mortalidade em Portugal que o Grupo de Investigação do Cancro Digestivo (GICD) tem trabalhado desde que foi criado em 1988. Além das atividades de investigação a nível nacional, o grupo tem desempenhado um papel fulcral na luta contra esta doença, através, por exemplo, da reunião anual que tem realizado. “Aqui são discutidos entre os pares tudo aquilo que se pode fazer para tratar melhor os nossos doentes. Através do grupo, temos feito ainda alguns ensaios de novas drogas e novos tipos de tratamentos”, salientou Margarida Damasceno 43

que é também membro do GICD. O dia 30 de setembro é também ele de vigor importância. Assinalar o Dia Nacional do Cancro Digestivo continua a ser importante para sensibilizar a população. “O cancro existe, é uma doença tratável e não acontece só aos outros. Por isso, esteja atento”, concluiu Margarida Damasceno. Para contribuir para a diminuição do número de mortes do cancro do intestino e apoiar doentes e familiares, foi também criada, no Porto, a Europacolon Portugal – Apoio ao doente com cancro digestivo.

Uma das patologias com maior incidência é o cancro colorretal. Nos últimos anos foram desenvolvidos biomarcadores nesta doença. Qual a sua utilidade? Os grandes avanços no tratamento do cancro colo-retal têm sido na identificação do perfil molecular da doença em cada doente, permitindo a escolha do tratamento mais adequado a cada doente, utilizando corretamente os novos fármacos biológicos. Como diretora de um serviço de oncologia e líder de opinião na oncologia nacional, com vasta experiência e conhecimento, que lacunas é que ainda identifica no serviço nacional de saúde no âmbito do tratamento da patologia digestiva? Como Diretora do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar de S. João, tenho disponíveis todos os Fármacos aprovados pelo Infarmed. Por vezes o Infarmed não aprova fármacos em utilização no resto da Europa, considerando que não acrescentam benefício clínico suficiente que justifique os gastos. Esta realidade também não é a mesma para todas as Instituições que tratam cancro. Gostaria de ter à disposição mais Ensaio Clínicos Fase 3 e a médio prazo uma Unidade de Ensaios Clínicos de Fase I, no meu Centro Hospitalar, permitindo a alguns doentes o acesso a novas e promissoras drogas.


SAÚDE – ALZHEIMER

A OPINIÃO DE Miguel Castanho, Investigador da Faculdade de Medicina de Lisboa e vencedor do Prémio Grünenthal de Investigação Clínica em Dor

Dor em doentes de Alzheimer: Um fogo sem fumo A dor é uma das maiores limitações da qualidade de vida. Dores crónicas não controláveis ou dificilmente controláveis, como enxaquecas e algumas dores nas costas, por exemplo, tornam-se uma prisão. É difícil acreditar que cerca de 20% a 30% da população viva com algum tipo de dor persistente.

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o entanto, a dor tem os seus lados positivos: sinaliza estados de doença e danos, conduzindo a respostas contra o agravamento ou mesmo a cura e auxilia, desde a nascença, o processo de aprendizagem contra impulsos de risco para a nossa integridade física. Evitamos queimaduras porque nos causam dor, evitamos pancadas fortes porque nos causam dor, recorremos a ajuda médica quando temos dores, procuramos resolver problemas quando estes nos causam dores. As doenças que não causam dores (ditas “silenciosas”) são tipicamente de grande perigo, porque alastram até níveis em que a solução se pode tornar impraticável. Diabetes, Doença de Alzheimer ou doenças cardiovasculares são disso exemplo e constituem males terríveis. À partida parece simples: quando a dor aparece consultamos um médico e, se tudo correr bem, serão tomadas medidas que contrariam a causa da doença e controlam ou eliminam a dor. Mas o que acontece se o doente não conseguir expressar convenientemente a sua dor? Um doente de Alzheimer, por exemplo, sofrendo simultaneamente de outros males, como doença ou traumatismo, pode ter dificuldade em exprimir as suas sensações, incluindo a dor. Estará a dor a ser subestimada em doentes de Alzheimer? No caso de esta hipótese ser correta, estamos a deixar um grupo de doentes abandonados ao seu sofrimento mudo por incapacidade de perceber e avaliar a sua dor. O dilema de médicos e cientistas é óbvio: estaremos a subavaliar a dor em doentes de Alzheimer e, em caso afirmativo, que tipo de análise pode revelar a sensibilidade à dor? Responder a esta pergunta é um desafio de enorme relevância médica, ética e humanitária. Um grupo de cientistas portugueses das Faculdades de Medicina das Universidades de Lisboa e do Porto dedicou-se a esta causa comparando doentes com problemas articulares, uns com doença de Alzheimer, outros sem esta doença. Os resultados confirmaram o receio: a dor dos doentes de Alzheimer é subavaliada! A subavaliação é comum a profissionais e cuidadores. Os mesmos investigadores estudaram ainda a possibilidade de uma molécula denominada Quiotorfina, presente no cérebro e detetável através de punções lombares, poder ser usada como parâmetro analítico objetivo para avaliar sensibilidade à dor, independentemente da capacidade de cada um de conseguir verbalizar a dor que sente ou não. Mais importante, esta descoberta abre um caminho para um melhor entendimento da relação entre analgesia e mecanismos de proteção contra neurodegenerescência. O reconhecimento da importância do trabalho por parte de especialistas veio com a entrega do Prémio Grünenthal de Investigação Clínica por parte da Fundação com o mesmo nome. A Ciência é feita de caminhos longos e metas transitórias. No caso de doenças ligadas ao cérebro e restante sistema nervoso, ainda mais. O grande desconhecimento do funcionamento do cérebro em si e restante sistema implica um grande atraso em diagnóstico e estratégias terapêuticas. Contudo, ser cientista é acreditar que para cada problema existe uma solução, encontrada ou por encontrar. Doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer, não são exceção. Esta doença para os pacientes é sofrimento e para as famílias é desgosto, mas para os cientistas é um desafio e uma motivação para a descoberta de soluções. E Portugal, com a sua capacidade científica instalada, é parte desta procura incansável. É bom que todos tenhamos consciência desta nossa capacidade em Ciência e Inovação na área da Saúde e outras. A Ciência é um bem que nos deve orgulhar, não só pelo que nos proporciona, mas também pela capacidade que temos de contribuirmos para o seu avanço.

Dr. Miguel Castanho recebe o prémio da Fundação Grünenthal pelas Mãos do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Dr. Fernando Leal da Silva, e pelo Presidente da Fundação Grünenthal, Professor Doutor Walter Osswald;

Miguel A. R. B. Castanho Professor de Bioquímica | Instituto de Medicina Molecular Faculdade de Medicina | Universidade de Lisboa

Os resultados confirmaram o receio: a dor dos doentes de Alzheimer é subavaliada! A subavaliação é comum a profissionais e cuidadores 44


TRANSPLANTES CAPILARES – INOVAÇÃO

A OPINIÃO DE MIGUEL de ARAÚJO

Transplante Capilar e a Inovação A calvície afeta homens e mulheres, no entanto, a sua incidência é maior no sexo masculino. A calvície feminina pode surgir em qualquer idade e é mais comum após os 40 anos de idade. São múltiplas as causas da queda de cabelo quer masculino, quer feminino, sendo que a causa mais comum está relacionada com a dependência dos androgéneos. Outras das causas para este fenómeno poderão estar relacionadas com doenças, desequilíbrio hormonal, défice alimentar ou stress.

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eve ser feita uma avaliação médica prévia para ver se existem causas que sejam suscetíveis de tratamento médico. Não obstante, quando o tratamento médico não resolve a alopecia, o melhor tratamento é o Transplante Capilar. A proposta para cirurgia depende da avaliação médica do tipo de calvície, pelo que é necessário uma avaliação do estado geral do utente, história clínica completa, bem como exames auxiliares diagnóstico, que são recolhidos numa consulta diagnóstica. A utilização da técnica FUE (Folicular Unit Extraction) no Transplante Capilar é a solução mais segura e eficaz para tratar definitivamente a calvície e é aquela que apresenta excelentes resultados. Trata-se da técnica mais inovadora, na medida em que é a mais recente novidade da área a nível mundial. Algumas das suas vantagens estão relacionadas com o facto de a técnica FUE não deixar marcas ou cicatrizes visíveis na zona de extração, o risco de rejeição do transplante capilar é mínimo ou inexistente pois a obtenção de cabelo é feita pela extração de folículos capilares das áreas doadoras do couro cabeludo do paciente, o que consequentemente também diminui de forma considerável os riscos de infeção. O procedimento é indolor e é realizado em regime de ambulatório sob anestesia local. A sua utilização possibilita a constatação de resultados logo após a primeira sessão, sendo recomendada para o tratamento definitivo da calvície e ainda para a reparação de Transplantes Capilares mal executados. A missão da Clínica de Transplante Capilar é proporcionar ao paciente um tratamento profissional, personalizado, completo e praticado de acordo com as melhores práticas científicas. Para tal, a Clínica de Transplante Capilar possui uma equipa de exce-

lência que efetua Transplantes Capilares recorrendo à técnica FUE em vários pontos do norte do país (Porto, Viana do Castelo, Barcelos, Ponte de Lima e Braga). Nos casos em que os pacientes necessitem de uma intervenção cirúrgica cujo tempo estimado seja superior a um dia, a Clínica possui vários protocolos com entidades que contemplam o internamento do paciente, com especial destaque para a clínica em Barcelos que possui excelentes condições neste domínio, possibilitando desta forma que o paciente possa concluir a intervenção cirúrgica em dois dias sem sair do espaço físico da mesma, usufruindo assim das vantagens inerentes a este tipo de processo. Para situações em que os pacientes se encontram a residir fora do país e que pretendem efetuar o Transplante Capilar, mas, em simultâneo, usufruir de uma estadia diferenciada, a Clínica possui protocolos com hotéis de referência e de qualidade superior nos locais onde são efetuadas as intervenções. Desta forma, o paciente é acompanhado em todos os momentos durante o período de intervenção, pois é recebido no aeroporto, é acompanhado para a clínica e hotel pretendidos, e, depois de concluída a intervenção, é novamente acompanhado no seu regresso. O facto de a Clínica de Transplante Capilar possuir uma equipa experiente e com resultados comprovados mas com uma estrutura mais reduzida é um fator diferenciador de outras clínicas, na medida em que permite praticar preços mais reduzidos. O crescimento gradual e sustentado da Clínica de Transplante Capilar é um dos objetivos a médio prazo, pretendendo, em simultâneo, constituir-se como uma Clínica de Transplante Capilar de referência na zona norte.

Miguel de Araújo Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Formado em Tricologia e Cirurgia Capilar Especialidade em Medicina Geral Familiar Pós Graduação em Acupuntura pela Universidade do Minho

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TRATAMENTO DA DOR

A dor crónica pode e deve ser tratada Estima-se que em Portugal a dor crónica afete cerca de 30% da população ativa. As consequências são arrasadoras. Se não for devidamente tratada, pode afetar gravemente a qualidade de vida do doente, conduzindo ao isolamento, à incapacidade para o trabalho e à dificuldade na realização de tarefas que outrora eram simples. É preciso estar atento e mais do que tratar, importa prevenir. Foi com essa filosofia que a Clinidor - Consultórios Médicos se lançou para o mercado em finais de 2012, abraçando como prioridade responder às necessidades das pessoas que procuram aquele espaço localizado em Santa Maria da Feira.

É

urgente falar da dor e desmistificar a ideia de que não há nada a fazer. Ninguém gosta de viver em sofrimento e quando a dor passa de passageira a crónica surgem repercussões físicas e psicológicas. Apesar de ser um assunto pouco abordado entre a população, a consulta da dor existe. No entanto, por falta de conhecimento, muitas pessoas recorrem aos especialistas de forma tardia. Saiba que no nosso país a dor crónica é considerada o segundo maior motivo para consultar um médico e na Clinidor – Consultórios Médicos poderá encontrar aquilo que procura. Assim o garante Elsa Soares, Diretora Clínica do espaço. “Quando o doente sai da Clinidor sabe o que pensamos que ele tem, o que podemos oferecer para melhorar, a medicação que vai tomar e os tratamentos que tem ao seu dispor”. Enquanto profissionais de saúde, Elsa Soares acredita que se deve olhar para a dor crónica de duas perspetivas diferentes. Além de interferir profundamente na qualidade de vida das pessoas a diferentes domínios, importa destacar os custos indiretos associados ao não tratamento da dor crónica com impacto direto nos trabalhadores portugueses. “Falamos em concreto do número de ausências ao trabalho por baixa médica, dos gastos com comparticipações medicamentosas, do número de tratamentos de fisioterapia, do isolamento a que estes doentes se submetem e que podem conduzir a profundas depressões com gastos enormes”, enumerou Elsa Soares. Há, por isso, uma premente necessidade de esclarecer os portugueses de que a dor crónica pode e deve ser tratada e melhorada e este é um caminho que poderá começar nos consultórios médicos. “Os doentes não podem apenas ser ouvidos, têm também de ser escutados e entendidos e certamente que, deste modo, a dor iria diminuir”. Esta é a perceção de uma profissional com cerca de 12 anos de trabalho em dor crónica. Esta postura exige dos profissionais de saúde tempo e dedicação, com prejuízos que se refletem frequentemente no agendamento das consultas. Dos consultórios da Clinidor, o utente sai com a certeza de que a dor que até então tanto o incomodava pode e irá ser melhorada por profissionais que dedicam o tempo que for necessário ao seu problema, o que nem sempre acontece no setor público. “Existe um número de médicos com formação em dor crónica que poderia alocar mais horário do seu trabalho à consulta da dor, mas a verdade é que normalmente quem mais se dedica a esta área são os anestesistas, fundamentais nos blocos operatórios. Os profissionais que trabalham na área da dor são insuficientes, mas, com muitas diferenças entre as grandes e as pequenas cidades, cada hospital vai dando

ELSA SOARES

“Quando o doente sai da Clinidor sabe o que pensamos que ele tem, o que podemos oferecer para melhorar, a medicação que vai tomar e os tratamentos que tem ao seu dispor”

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“Como clínica privada tentamos dar a resposta que podemos aos nossos utentes. Sabemos que não estamos num grande centro. Estamos num meio onde há uma carência económica razoável, mas estamos atentos aos nossos doentes e tentamos proporcionar-lhes os tratamentos o melhor possível” algumas respostas”, defendeu a diretora clínica da Clinidor. Perante a falta de resposta do setor público, o segmento privado avança para estas áreas e os doentes recorrem porque, apesar das dificuldades económicas que vão sentindo, viver com dor é insustentável. “Como clínica privada tentamos dar a resposta que podemos aos nossos utentes. Sabemos que não estamos num grande centro. Estamos num meio onde há uma carência económica razoável, mas estamos atentos aos nossos doentes e tentamos proporcionar-lhes os tratamentos o melhor possível”, assegurou. Desde que foi criada em novembro de 2012, esta relação entre os doentes que recorrem à Clinidor e a resposta que a clínica tem dado tem sido francamente positiva, num percurso que se reflete pela aposta crescente em recursos humanos e áreas de atividade. Sentindo que continua a existir uma forte carência no que respeita a consultas da dor, a Clinidor tem como ambição chegar a outros pontos do país. A dor não é convenientemente divulgada nos meios semiurbanos e rurais, pelo que as pessoas não sabem da existência de uma consulta especializada em dor. Para Elsa Soares, importa, por isso, “dinamizar e levar o conhecimento aos doentes para que saibam que há algo mais a que podem recorrer e que não podem ir à consulta da dor porque o médico já não sabia o que fazer”, salientou. Calcorreando um caminho lado a lado com a inovação, a Clinidor, atenta ao boom das medicinas alternativas e complementares, introduziu no seu espaço outras opções de tratamento, como sendo a ozonoterapia, a mesoterapia ou a acupuntura médica, com profissionais médicos com formação especializada para o exercício destes tratamentos. Associar a medicina convencional a outras medicinas alternativas e complementares traria benefícios claros para o utente, mas este não é de todo um trabalho fácil. “Melhoraria a vida do doente, mas para tal seria necessário que o médico tivesse o tempo necessário e soubesse abordar o doente do ponto de vista bio-psico-económico-social”, salientou a profissional. Uma marca distinta Com nome e patente registada, a Clinidor distingue-se dos demais em quatro pontos que, para Elsa Soares, são fundamentais e fazem parte da

identidade da clínica, nomeadamente: “competência dos nossos colaboradores no atendimento personalizado e especializado; qualidade dos serviços prestados pelos nossos profissionais que são altamente diferenciados com várias formações em universidades portuguesas e estrangeiras, o que também nos permite utilizar tecnologias inovadoras e certificadas pela Comissão Europeia; segurança que proporcionamos quer ao nível profissional como nas instalações, uma vez que somos das poucas clínicas médicas com todo o material de reanimação cardiorrespiratória (que felizmente nunca foi necessário utilizar); e, por fim, comodidade das nossas instalações que primam pela simpatia das nossas assistentes”. Elsa Soares tem como objetivo futuro para a Clinidor continuar a apostar na dor crónica, acompanhar o avanço da medicina, investir na formação diferenciada dos seus profissionais, alargar a área de atendimento, abrindo a Clinidor 2 noutro distrito, e obter a certificação pela ISO 9001. 47

“Os doentes não podem apenas ser ouvidos, têm também de ser escutados e entendidos e certamente que, deste modo, a dor iria diminuir”


SAÚDE – ENFERMAGEM

A OPINIÃO DO ENFERMEIRO LUÍS FURTADO

ENFERMAGEM, REGULAÇÃO PROFISSIONAL, QUALIDADE E SEGURANÇA: PERCEÇÕES Todas as gerações de enfermeiros que atualmente constituem este imenso grupo profissional em Portugal têm um entendimento, uma expectativa e uma forma de estar própria, dentro da profissão e para com esta. Para tal terão contribuído os percursos, as vivências individuais, o conseguimento de desejos e aspirações, assim como a perspetiva de futuro da Enfermagem.

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e o acima exposto é verdade, não será menos lícito afirmar que a Enfermagem do final do século passado é substancialmente diferente daquela que se vive atualmente – sendo que do ponto de vista histórico tal ocorreu praticamente “ontem”. Foram vários os fatores que contribuíram para esta mudança. Saliento desde logo uma maior consciencialização por parte dos enfermeiros para a sua imprescindibilidade no setor da saúde, o reconhecimento do valor que a sua intervenção diferenciada representa para os cidadãos e a existência de um corpo próprio de conhecimentos que ao longo

dos últimos anos foi sendo construído e disseminado. Infelizmente, como em outras ocasiões já tive oportunidade de o dizer, toda esta evolução não se fez acompanhar do devido reconhecimento em termos da atmosfera que é atualmente a vigente, tendo mesmo sido criadas fortíssimas entropias dentro deste grupo profissional – contas de outro rosário. Mas mais grave do que isto é saber que apesar de sermos mais de sessenta e seis mil em atividade, e apesar do desemprego ser muito e a emigração um assombro no nosso quotidiano, de acordo com a OCDE, continu48

amos a ser muito menos do que os necessários, ou desejáveis para assegurar cuidados com segurança e qualidade. As ameaças são muitas, assim como os desafios, mas também não serão menos as oportunidades e os aspetos dignos de valorização e que emergem do seio deste grupo profissional. À regulação competirá agregar, em torno de um desígnio comum, esta massa de enfermeiros que há muito anseia por um rumo e pelo justo retorno do seu esforço. Ao longo deste texto, destacarei as questões da segurança e da qualidade dos cuidados, assim como a relação que estas duas dimensões


“As ameaças são muitas, assim como os desafios, mas também não serão menos as oportunidades e os aspetos dignos de valorização e que emergem do seio deste grupo profissional. À regulação competirá agregar, em torno de um desígnio comum, esta massa de enfermeiros que há muito anseia por um rumo e pelo justo retorno do seu esforço. Seguidamente destacarei as questões da segurança e da qualidade dos cuidados, assim como a relação que estas duas dimensões estabelecem com a esfera da regulação profissional”

estabelecem com a esfera da regulação profissional. Neste imediato, os desafios colocados em termos da qualidade e da segurança dos cuidados serão, porventura, dos mais sérios e difíceis a que teremos de dar resposta, fruto da atual conjuntura económico-financeira e da dificuldade em valorizar economicamente os resultados positivos em saúde que decorrem dos cuidados de enfermagem. Dotar os serviços do número de efetivos necessário, não apenas para dar resposta às necessidades dos utentes, mas acima de tudo para dar uma resposta com segurança e qualidade, só será possível quando o Estado Português compreender que um número reduzido de Enfermeiros significa uma ocorrência superior de complicações, maior morbilidade, um reduzido suporte de proximidade aos utentes com patologia crónica, piores resultados em saúde e, consequentemente, um aumento na despesa potencialmente evitável. Esta postura míope dos governantes portugueses só pode por mim ser interpretada como ignorância, porque só a ignorância é capaz de tão grande atrevimento como aquele a que assistimos, e que se traduz na delapidação sistemática do número de Enfermeiros nas instituições de saúde, ao mesmo tempo que se permite que profissionais de enfermagem altamente qualificados – nos quais depositamos milhares de euros de investimento em formação – vão exercer para outros países a custo zero. Na minha terra recorremos à expressão “tolos a dar, espertos a receber”... e assim acontece com Portugal e com os nossos governantes. O desafio da qualidade só poderá ser concretizado quando se conseguir um casamento efetivo entre a Ordem dos Enfermeiros e aqueles que estão diariamente no terreno prestando cuidados. E porque digo isto? Porque os enfermeiros terão de encontrar sentido na sua Ordem profissional, terão de sentir que ela, para além de existir para eles, também existe para salvaguardar a qualidade dos cuidados. Mas para materializar este desejo, também a Ordem tem de fazer com que os Enfermeiros encontrem sentido Nela.

Esta aproximação, para além de desejada, é necessária, sob pena de assistirmos à deterioração das condições do exercício e da dignidade profissional a um ponto em que se torna impossível reerguer o edificado. Ainda sobre a qualidade dos cuidados de enfermagem, enquanto entidade reguladora, deverá caber à Ordem dos Enfermeiros assumir a sua centralidade naquele que é o complexo processo de definir standards. A qualidade tem sido frequentemente associada aos processos de acreditação das organizações de saúde e, nesta vertente é difícil aos enfermeiros encontrarem um sentido intrínseco para a sua existência, na medida em que parecem apenas contribuir para o adensar das atividades de caráter administrativo, afastan-

“Precisamos não esquecer que somos uma profissão autorregulada e, por via desta condição, temos uma responsabilidade acrescida para com a sociedade e os cidadãos; quando o Estado Português transferiu os seus poderes de regulação para a própria profissão, fê-lo no pressuposto de que autorregulados somos capazes de proporcionar um nível superior de qualidade de cuidados”

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do-os da razão de existirem, isto é, os utentes. A normalização das práticas, com normas clínicas que reúnam a melhor evidência disponível, com um efeito de convergência, é uma necessidade à qual urge tomar as rédeas e definir rapidamente um rumo, na medida em que contribuirá para disponibilizar aos profissionais de enfermagem um recurso valioso e pronto para ser mobilizado no seu dia a dia, ao mesmo tempo que introduz um fator de comparabilidade entre instituições e profissionais em termos de resultados. Este processo quer-se desenvolvido com os serviços e para os serviços, e nunca no isolamento e secretismo dos gabinetes. A regulação profissional, entenda-se, a Ordem dos Enfermeiros, para além do necessário investimento na relação que estabelece com os seus membros, terá de reconhecer que é na diversidade que está uma das maiores riquezas do nosso grupo profissional. Tal só será possível através do reconhecimento de competências específicas em várias das áreas que se constituem como únicas no exercício profissional e nas quais é por todos reconhecido que os Enfermeiros representam uma solução diferenciada na satisfação de uma determinada necessidade em saúde. A par disto, também o reconhecimento de novas especialidades, especialidades que não façam sentido apenas à Ordem dos Enfermeiros ou aos Enfermeiros, mas essencialmente especialidades que se constituam como um salto qualitativo na forma como nós perspetivamos as nossas áreas de intervenção junto dos cidadãos, também se assume como central naquilo que é a ação reguladora da Ordem dos Enfermeiros e na sua responsabilidade de afirmação da profissão e salvaguarda da qualidade dos cuidados. Por fim, precisamos não esquecer que somos uma profissão autorregulada e, por via desta condição, temos uma responsabilidade acrescida para com a sociedade e os cidadãos; quando o Estado Português transferiu os seus poderes de regulação para a própria profissão, fê-lo no pressuposto de que autorregulados somos capazes de proporcionar um nível superior de qualidade de cuidados.



EVENTOS NACIONAIS

Feira de Gastronomia de Vila do Conde’ 2015 Pelo 17º ano consecutivo, de 21 a 30 de agosto, nos Jardins da Av. Júlio Graça, Portugal reúne-se à mesa em Vila do Conde, no decorrer da Feira de Gastronomia, onde se encontram os melhores sabores da «Cozinha à Portuguesa», com restaurantes e produtos gastronómicos representativos de todas as regiões portuguesas.

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o pão tradicional aos bolos e biscoitos, de uma variada gama de enchidos às carnes fumadas, passando pelos queijos, compotas e geleias, ervas aromáticas, azeites e vinagres, mas também pelos chás e infusões ou, ainda, pelos vinhos, espumantes e digestivos, de tudo um pouco, - e do Minho ao Algarve, passando pelas Regiões Autónomas - se pode encontrar na Feira de Gastronomia de Vila do Conde. A abertura do evento terá lugar pelas 18 horas do dia 21 de agosto e, até 30 agosto, o ponto de encontro dos apreciadores da boa mesa é, decididamente, nos Jardins da Av. Júlio Graça! Restaurante Temático – ANO DE 1415… RUMO A CEUTA O destaque desta edição, evocando os 600 anos da Conquista de Ceuta, evento que marca o início da Expansão Marítima Portuguesa, vai para o Restaurante Temático, que apresenta uma ementa inspirada nos pratos medievais, nomeadamente a peixota com passas de uva, a cavala grelhada com ervas e especiarias, o cabrito assado com molho dourado, a galinha albardada, as baldroegas de carneiro, ou a tigelada de perdiz, e outras iguarias das mesas reais.

17ª Feira de Gastronomia de Vila do Conde 21 a 30 de agosto 2015 Jardins da Av. Júlio Graça | Entrada Gratuita

Horário: Sextas, Sábados e Domingos – das 12H00 às 24H00 Restantes dias: das 17H00 às 24H00 (Os Restaurantes abrem à hora de almoço, das 12H00 às 14H30)

Restaurantes regionais presentes na Feira de Gastronomia Minho, Vila Verde O TORRES Trás-os-Montes e Alto Douro, Bragança O ACADÉMICO Beira Litoral, Aveiro A TRAVESSA DO PEIXINHO Beira Interior, Gouveia O FLOR Estremadura e Ribatejo, Rio Maior PALHINHAS GOLD Alentejo, Évora O LAMPIÃO Açores, São Miguel, Lagoa CASA DE PASTO JOSÉ DO REGO

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EVENTOS nacionais

Voltemos à magia dos tempos medievais! Muita animação, música, lutas e combates, canto gregoriano, danças conventuais e medievais. É apenas uma pequena parte do muito que pode esperar da segunda edição dos Contos Medievais – Música & Arte, que acontece já de 3 a 6 de setembro no Jardim do Santuário de Nossa Senhora da Saúde, nos Carvalhos, Vila Nova de Gaia.

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istanciando-se de qualquer semelhança com outras feiras medievais portuguesas, esta iniciativa da Expandeconquistas Associação pretende criar uma ponte entre o real e a fantasia. Apesar do rigor histórico com que retratarão a época medieval, não esquecerão gentes e históricas mitológicas. Nos mais de 30 000 m² que compõem o evento, não faltarão duendes e gnomos, fantasia e imaginação. Diamantino Soares, Presidente da Associação, explica que as crianças vão deixar-se maravilhar pelo bosque encantado, uma novidade desta edição. “Vão poder reconhecer as figuras mitológicas, divertir-se com jogos medievais, passear de pónei ou cavalo e ter o treino do guerreiro, com arborismo, escalada e slide”. Uma verdadeira viagem alucinante entre o real e a ficção, a história e a cultura, o imaginário e o sonho Ainda tem dúvidas de que será um dos melhores eventos para toda a família que viu nos últimos tempos? Então, e se lhe falarmos da gastronomia? Baseada na época medieval – como não podia deixar de ser -, entre restaurantes de grande dimensão e tasquinhas típicas, não pode deixar de provar o “porco no espeto, o chouriço, as papas de sarrabulho, os rojões, a salsicha, as sopas de vinho com mel, a sangria artesanal e a famosa ginja, os doces conventuais e os crepes

Viva o evento ao máximo E se lhe disséssemos que pode viver este evento da melhor forma possível? Que pode fazer parte desta história? Até ao final do dia de hoje, 22 de agosto, pode e deve inscrever-se na página do Facebook dos Contos Medievais (facebook.com/contosmedievaispt). Para participar como figurante e membro da animação, a Expandeconquistas tem um guarda-roupa riquíssimo e deslumbrante à sua espera. Já imaginou como seria vestir-se de corpo e alma segundo os costumes medievais? Um sonho tornado realidade! Já os feirantes, que veem esta época não como um negócio, mas como uma paixão, poderão, também, integrar esta família, que tem mercados e atividades para todos os gostos – medievais, claro está. E como forma de tornar esta experiência em algo ainda mais aliciante, a Associação irá ceder aos seus feirantes rifas equivalentes ao custo da sua participação. Deste modo, Diamantino Soares garante que os participantes vejam este evento como uma mais-valia pessoal e profissional.

em forno a lenha”. Pratos que farão as delícias de pequenos e graúdos, admite o presidente da Expandeconquistas. Deixe-se envolver por esta autêntica aventura histórica e fantasiosa. Esqueça a rotina de um século de inovação e tecnologia e experiencie uma vida de reis e gnomos, onde pode encontrar tudo aquilo com que sempre fantasiou. No último dia, acompanhe aquele que é um dos maiores cortejos medievais, com cavaleiros, gentes do povo, clero e nobreza, sem esquecer a figura suprema dos Contos Medievais: o rei!

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Um trabalho de equipa Em 2014, os Contos Medievais foram um sucesso surpreendente. Diamantino Soares afirma, orgulhoso, que muitos foram os feirantes que participaram no evento ‘apenas’ como visitantes e saíram com inscrições já oficializadas para 2015. O evento correspondeu a todas as expectativas. E este ano será um êxito ainda maior, com mais e melhores atividades, história e fantasia a dobrar. Contudo, Diamantino Soares ressalva a importância não apenas da Associação, que tem trabalhado com a maior “paixão”, mas de um conjunto de entidades sem as quais a iniciativa não seria possível. Assim, refere a Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo, que tem provado ser o melhor parceiro possível para a Associação e a Confraria da Nossa Senhora da Saúde, que recebeu de braços abertos os Contos Medievais no seu espaço. A animação, no papel da Milícia de Santa Maria e da Tribo Ta-Meri, foi em 2014 e será este ano o momento mais esperado, pela qualidade e excelência nos espetáculos sem igual que proporcionam. Não deixe escapar este retrato de uma história longínqua!


EVENTOS nacionais

17º ANGRAJAZZ – A Festa do Jazz A música jazz volta a invadir a Ilha Terceira, para o 17º ANGRAJAZZ - Festival Internacional de Jazz de Angra do Heroísmo, a realizar de 1 a 3 de outubro, numa edição que terá, novamente, um cartaz composto por incontornáveis figuras do jazz nacional e internacional. O Angrajazz volta a revelar-se um festival de elevada importância na divulgação e promoção do jazz junto dos públicos, atravessando a génese deste género musical até chegar às transformações e fusões que marcam a sua contemporaneidade. Não pode perder.

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Revista Pontos de Vista conversou com José Ribeiro Pinto, Presidente da Associação Cultural Angrajazz, para quem o jazz é “arte e liberdade”, e que nos deu a conhecer as principais expectativas para o 17º ANGRAJAZZ - Festival Internacional de Jazz e aquilo que o mesmo representa para a região e comunidades envolventes. Com diversos nomes de renome do jazz nacional e internacional, o Angrajazz traz consigo três dias de concertos duplos, num evento que se prevê, novamente, de enorme qualidade e prestígio. São vários os nomes que têm passado pelo palco do Angrajazz e este ano não foge à regra. “Digamos que as principais atrações passarão por uma das figuras míticas do jazz, o saxofonista Lee Konitz, e por aquele que é um dos grandes cantores de jazz da atualidade, Gregory Porter”, afirmou o nosso entrevistado, lembrando ainda a componente de músicos europeus como o francês René Urtreger e o norueguês Tod Gustavsen, “extremamente atuais e fortes”. E o jazz nacional? Nomes como Mário Laginha, Afonso Pais, José Eduardo e outros já fizeram parte deste evento e portanto, “não faz sentido organizarmos um evento desta natureza sem contarmos com a presença do jazz luso. Assim, vamos ter nesta edição o Sexteto de Jazz de Lisboa e o grande saxofonista português Ricardo Toscano, que vai tocar com a nossa Orquestra Angrajazz”. E como se consegue «trazer» uma figura mundial como o famoso Gregory Porter? “Não é a primeira vez que trazemos um músico deste gabarito e todos os anos temos conseguido isso mesmo. Temos de perceber que o Angrajazz já tem uma vasta história e prestígio e faz parte do nosso espírito proporcionar um festival de grande dimensão conhecido em todo o país e que faça parte do calendário nacional e internacional”, esclarece o nosso interlocutor. Se num passado ainda bastante recente, o jazz estava mais direcionado ou apelidado em gerações de maior idade, hoje esse conceito mu-

JOSÉ RIBEIRO PINTO

dou e as faixas etárias mais jovens assumem-se como grandes aficionadas deste estilo musical. No caso particular da Ilha Terceira, esta foi sempre um local «virado» para o jazz, até pela influência da base aérea existente, inicialmente com os ingleses e posteriormente com os americanos, “que facilitou essa aproximação”, reconhece José Ribeiro Pinto, lembrando também que foi sempre dada ao jazz uma atenção especial, “levando as pessoas, desde muito cedo, a possuir uma maior aptidão por este género de música. Sabemos que o Angrajazz não é um festival de massas, nem é isso que pretendemos, mas temos um auditório com 500 lugares que está sempre lotado e isso deixa-nos muito satisfeitos, principalmente porque, ano após ano, temos um número cada vez maior de jovens a aderir”. Jazz como «alavanca» da economia Satisfeito com o desenvolvimento e crescimento do evento, para José Ribeiro Pinto é contudo necessário dar mais apoio ao Angrajazz, até para promover a economia local. Isso tem sido realizado? “É a nossa grande questão. Conseguimos que o espetáculo ganhasse dimensão nacional e mesmo internacional, mas depois sentimos que as entidades oficiais não têm tirado mais-valias suficientes desse facto. Desta forma, temos vindo a entusiasmar as entidades responsáveis, como a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e a Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo, no sentido de se juntarem em torno do jazz, porque este pode ser um cartaz importante em todo o país e pode ser uma forma importante para cativar visitantes e turistas à região. Estamos confiantes de que esse percurso vai ser feito”, assegura o nosso entrevistado, que , a concluir, deixou um convite aos nossos leitores. “Venham visitar uma ilha fantástica e de enorme beleza e juntem as sensações e emoções do jazz, num evento de enorme qualidade, com um ambiente íntimo e com grandes músicos do mundo do jazz. Venham, porque não vão arrepender-se”. 53


LIDERANÇA NO FEMININO

“A liderança tanto existe no feminino como no masculino” “Os planos são simples: prosseguir com a execução do plano estratégico estabelecido, estando atenta ao mercado e aos indicadores internos. Se o que está preconizado no plano interno de negócios se concretizar, o grupo vai continuar a crescer e a consolidar a sua marca mundialmente”. Quem o afirma é Paula Dias, CEO da Elastomer Solutions, uma marca de génese germânica, presente em solo luso há mais de duas décadas. Qualidade, excelência e transparência são três dos vários pilares desta marca que é hoje um importante player no seu setor de atuação. Conheça mais de um «parceiro» de valor, pela «voz» de uma liderança no feminino. Inicialmente Diehl Elastomertechnik, a Elastomer Solutions nasceu na Alemanha em 1974, tendo vindo para Portugal 20 anos depois. Como caracteriza a presença da marca em território português? Que mais-valias o país tem para oferecer à marca?

A empresa instalou-se em Portugal em 1994 com o objetivo principal de fornecer componentes em borracha para o projeto Autoeuropa. Durante este período, desenvolveu o negócio e aumentou o número de clientes em Portugal e no exterior. Promoveu emprego e desenvolveu fornecedores nacionais. Na última década, os principais clien-

tes em Portugal deslocalizaram as suas produções para países emergentes, com custos mais baixos, o que levou a um aumento progressivo da quota de exportação da produção até ao valor atual de 97%. Como resposta à alteração de conjuntura, a empresa em Portugal foi transformada em centro de competência operacional, manteve a produção no país, aumentou o número de colaboradores, mantendo igualmente a compra de componentes e ferramentas a fornecedores nacionais. As operações de Marrocos e do México foram lançadas por equipas de projeto multidisciplinares da fábrica de Portugal. A Elastomer Solutions é, desde os anos 90, marca líder no desenvolvimento e produção de materiais elastoméricos para a indústria automóvel. O que permitiu este sucesso? De que forma se distinguem e distanciam de outras empresas presentes no mesmo setor de mercado?

O desenvolvimento de produto, a qualidade do produto fornecido, a proximidade e o serviço ao cliente são os principais fatores de competitividade. A média dimensão e a especialização da empresa conferem uma flexibilidade e capacidade de decisão expectáveis pelos clientes. Através de um ambicioso trabalho

PAULA DIAS

de investigação, desenvolvimento e produção, apresentam um leque de materiais e produtos baseados na tecnologia de ponta e na inovação. De entre os serviços que disponibilizam, o que pode dizer-nos sobre esta questão? De que modo é possível afirmar que as vossas soluções são as mais inovadoras?

O grupo Elastomer Solutions é um Full Service Supplier, ou seja, desde o início do desenvolvimento de um novo modelo de veículo que se encontra próximo dos clientes, procurando soluções de desenvolvimento de produto adequados às necessidades de segurança, design e evolução da tecnologia. O desenvolvimento de produto é feito na Alemanha, onde começa a inovação. A industrialização dos novos modelos, e em alguns casos a produção em série, são coordenados e realizados por Portugal. Aqui, a equipa da Elastomer procura o desenvolvimento contínuo dos processos de produção e materiais, recorrendo às tecnologias mais adequadas e, sempre que possível, à automatização dos processos. Procuramos inovar constantemente, não significa que as nossas soluções sejam sempre as mais inovadoras. Os equipamentos utilizados para a produção de materiais são, também, uma preocupação da Elastomer Solutions. Este facto, aliado à investigação e procura exaustiva por mais e melhores soluções, tem um papel fundamental no aumento

Com base no seu percurso, que conselho daria a uma mulher que pretende alcançar outros patamares dentro de uma empresa, mas receia a discriminação e o preconceito? Que tenha uma boa capacidade de trabalho e seja competente no que faz. Muitas vezes são as próprias mulheres que criam barreiras ao seu desenvolvimento profissional através da forma como se posicionam no mercado de trabalho e dentro das empresas. Ao longo dos três últimos anos tenho-me cruzado profissionalmente com mulheres, em vários países, que me perguntam como é que uma mulher chega a CEO. Quase todas assumem que este é um patamar inatingível. A discriminação e o preconceito existem, mas estou convicta de que se verifica uma evolução positiva. A ascensão profissional por mérito é inquestionável e esse deve ser sempre o caminho escolhido.


da qualidade e excelência a que têm habituado os vossos clientes?

Um equipamento robusto e fiável é fundamental para garantir um processo estável e uma qualidade de produto consistente. A Elastomer em Portugal renovou parcialmente o seu parque de máquinas de injeção, substituindo-as por máquinas de última geração. Sempre que possível, a opção passa por processos automáticos com suporte de robots. Evoluir tecnologicamente é fundamental para a sustentabilidade da organização. Findado o processo de produção, os materiais passam por uma rigorosa avaliação, efetuada por uma equipa multidisciplinar que não permite a entrada dos materiais no mercado sem antes comprovar a sua eficiência e qualidade. Esta é uma questão que tem promovido a confiança juntos dos vossos clientes?

A indústria automóvel é muito exigente no que respeita à qualidade. O histórico da qualidade dos componentes que colocamos no mercado, aliado a um excecional serviço ao cliente, permitiram-nos conquistar a confiança dos nossos clientes. A fábrica de Portugal coordena a industrialização para as diversas fábricas do grupo e, com a Alemanha, assegura a validação do produto. Durante a produção em série é executado um conjunto de controlos que permite validar a qualidade do produto que é expedido. Marcas como Audi, Opel, Ford ou Volkswagen, reconhecidas internacionalmente, confiam nos vossos serviços, comprovando, mais uma vez, a excelência da marca. O que permite que, diariamente, empresas multinacionais reconheçam na Elastomer Solutions o parceiro ideal?

Um compromisso entre diversos fatores: qualidade, prazo, custo e serviço. A rapidez de resposta às solicitações e colocação de novos produtos no mercado são fundamentais na conjuntura atual. O facto de a Elastomer Solutions pertencer à short list de fornecedores dos principais clientes permite um acesso privilegiado a consultas para novos projetos. O êxito de uma marca é, inegavelmente, consequência do empenho dos seus recursos humanos. De que modo a Paula Dias contribuiu e contribui para o crescimento da Elastomer Solutions?

A função que desempenho pressupõe uma contribuição obrigatória para o crescimento. Tal como qualquer outro colaborador com brio profissional, procuro desempenhá-la com paixão, dedicação, motivação, competência e resiliência. Os colaboradores da Elastomer Solutions têm demonstrado elevados níveis de envolvimento e competência, que contribuem de forma decisiva para o crescimento do grupo nos últimos anos. De salientar que temos um conjunto alargado de colaboradores, atuando multidisciplinarmente em contextos multiculturais. Na Elastomer Solutions há mais de uma década, tem crescido exponencialmente enquanto profissional. Passou por diferentes cargos, tendo conquistado, por mérito próprio, a liderança do grupo. Esta é a prova de que um profissional consegue conquistar o seu próprio sucesso, independentemente do género? Ou a luta foi ainda maior pelo facto de ser mulher?

O que distingue os colaboradores de uma organização e que lhes permite ascender profissio-

“A fábrica de Portugal coordena a industrialização para as diversas fábricas do grupo e, com a Alemanha, assegura a validação do produto. Durante a produção em série é executado um conjunto de controlos que permite validar a qualidade do produto que é expedido”

nalmente é a qualidade do seu trabalho e a sua competência, independentemente do género. Nunca senti necessidade de me esforçar mais por ser mulher. Na Elastomer Solutions, as chefias estão muito equilibradas em questão de género e existem diversos cargos de chefia ocupados por mulheres. Por exemplo, em Portugal, como na Eslováquia, as áreas operacionais e financeira são chefiadas por mulheres. O critério não é o género mas sim a adequação à função. Já conhecemos bem o homem como líder empresarial, mas as mulheres apenas agora começam a mostrar as suas competências nestes cargos. Quais são as mais-valias de uma empresa que aposta no profissionalismo da mulher para cargos de máxima importância?

O que é relevante para um bom desempenho são as competências técnicas e sociais da pessoa que ocupa o cargo. As mulheres e os homens têm características diferentes que, em diferentes contextos, podem ser mais ou menos adequadas ao cargo que ocupam e à equipa que lideram. A liderança tanto existe no feminino como no 55

masculino, o que pode variar são os estilos de liderança. Enquanto mulher profissional, que exerceu funções em empresas distintas, como vê atualmente a sociedade empresarial? O que é premente mudar?

Portugal precisa de mais indústria, mais competência profissional, mais transparência nos negócios e mais equidade salarial. Aqui sim, os dados estatísticos apontam para diferenças salariais associadas ao género. Esta diferença é completamente despropositada se a função é exercida de acordo com os requisitos e expectativas. Que projetos futuros tem delineados para a Paula Dias, CEO da Elastomer Solutions? De que forma esses planos vindouros se interligam com o sucesso e crescimento futuro da marca que representa?

Os planos são simples: prosseguir com a execução do plano estratégico estabelecido, estando atenta ao mercado e aos indicadores internos. Se o que está preconizado no plano interno de negócios se concretizar, o grupo vai continuar a crescer e a consolidar a sua marca mundialmente.


LIDERANÇA NO FEMININO

“Os nossos clientes procuram-nos porque pretendem diferenciar-se” Resolver desafios, fazer a diferença, mudar o mundo, através do Design? Sim! Ele resolve, comunica e simplifica, pode até contribuir para alterar comportamentos… a Revista Pontos de Vista conversou com Maria Freitas Sacramento, Manager and Creative Director da Designways Studio, que falou um pouco mais da evolução da marca. É licenciada em Design de Equipamento pela Universidade de Lisboa e, a par dessa formação, tem sido incansável na busca de novos conhecimentos, nomeadamente na área do desenho técnico ou da fotografia. Quando é que sentiu que o design era a sua verdadeira vocação?

Maria Freitas Sacramento

Sempre tive vários interesses, no entanto o desenho esteve sempre presente. Cresci a querer ilustrar para a Disney, desenhava as suas várias personagens. Lembro-me de quando o Fernando Azevedo (notável pintor surrealista e grande amigo de meus pais) me aconselhou a nunca deixar de desenhar. Tudo o resto podia esperar, dizia, mas o desenho precisa de muita dedicação. Esse conselho marcou-me, sabia que teria de seguir algo no qual o desenho fosse parte fundamental. O Design apareceu mais tarde, fruto da minha necessidade de procurar soluções. Sempre quis resolver desafios, fazer a diferença, mudar o mundo, e o Design resolve, comunica, simplifica. Numa apresentação para o nosso leitor, quem é hoje a Designways Studio? O que é que um potencial cliente pode esperar desta equipa?

Somos uma equipa multifacetada e profissional capaz de responder aos vários desafios que nos são propostos. Prestamos vários serviços que se complementam, temos um franco know-how na área e uma rede de fornecedores que possibilitam qualquer produção. Mais do que criativos somos trabalhadores com o sonho de fazer voar os projetos dos nossos clientes e é para isso que trabalhamos todos os dias. Cumprimos com os compromissos que assumimos e acreditamos que os grandes projetos nascem trabalhando ao lado dos nossos clientes, com quem temos uma relação próxima e honesta. Brand Design, Design Gráfico, comunicação e merchandising são alguns dos serviços prestados pela empresa. De um modo geral quais são os que têm uma maior procura? Há uma explicação para essa tendência?

A par da área Editorial e do Digital (Design e Desenvolvimento Web), o Brand Design tem tido franca procura. No atual contexto, surgem vários projetos e empresas que querem conquistar o seu lugar no mundo. O nosso papel é distingui-los, relevar a sua personalidade e auxiliar no lançamento da marca, nacional ou internacionalmente. Têm habituado os vossos clientes a soluções criativas e diferentes. É exatamente isso que eles procuram habitualmente? Quais são as principais exigências?

O Design é um fator diferenciador, que identi-

fica e distingue um determinado projeto (causa/ evento/marca/serviço/produto), comunica a sua promessa e distancia-o dos seus concorrentes. Reflete a personalidade do negócio, a sua qualidade e atitude, influenciando as vendas e o seu sucesso. Os nossos clientes procuram-nos porque pretendem diferenciar-se e porque já conhecem a nossa dedicação, que ultrapassa os limites para os quais somos contratados. Ser empreendedor em Portugal nem sempre é fácil. Os longos processos burocráticos e a falta de otimismo acabam por ditar o fracasso de algumas ideias, mesmo sendo inovadoras. No momento em que se avança para um projeto desta natureza, quais são as principais preocupações?

Os meus pais ensinaram-me que devemos lutar por aquilo em que acreditamos e que nada é impossível. A vida ensinou-me que as dificuldades são obstáculos que podem ser ultrapassados com a atitude correta. Desistir não é opção. É certo que são várias as preocupações: a responsabilidade de assegurar ordenados e cumprir com os compromissos assumidos com os nossos clientes, considerando as dificuldades (quando abrimos a empresa) de nos provarmos no mercado e conseguirmos crédito para fazer face às nossas obrigações. No entanto, com a dedicação e preserverança de toda a equipa (invencível quando confrontada com dificuldades), conseguimos mostrar o nosso valor. A forma de pensar e de observar é diferente num 56

homem e numa mulher. Na sua opinião, o que distingue uma liderança no feminino de uma liderança no masculino? Quais são as mais-valias de ser uma mulher à frente deste negócio?

Penso que o género não influencia a capacidade de liderança. Um bom líder sabe motivar a sua equipa, mantendo-a unida e relevando as suas qualidades. Sabe que a felicidade e a capacidade de sonhar movem montanhas. É assertivo mas dedicado ao seu cliente. Uma mulher apenas o faz com mais sensibilidade e mais atenção aos detalhes. Tem por natureza características diferentes de um homem, como a capacidade de ouvir, de colocar-se no papel do outro (cliente ou colaborador) e de multiplicar-se por diferentes tarefas. Para o futuro, que projetos quer ver concretizados no seio da Designways Studio? As diferentes faces do mercado obrigam a uma constante adaptação. É também fundamental termos capacidade para nos reinventarmos. Assim, num futuro muito próximo, teremos várias novidades. Para além de explorarmos mais outras áreas (que serão úteis aos nossos clientes), vamos avançar com alguns projetos nossos que estão já a ser desenvolvidos, nomeadamente a abertura de uma loja (para já online), um novo projeto na área das publicações, entre vários outros. Estejam atentos!



LIDERANÇA NO FEMININO

A paixão pela criatividade fê-la romper com o convencional Os amigos veem-na como uma fénix, que consegue renascer das cinzas. O percurso profissional da criativa Ivone Machado prova isso mesmo. Atualmente, e com Eduardo Marques, divide a gestão e direção criativa da US – United Skills in Creativity, um projeto desenvolvido em parceria com a W Group, que oferece uma resposta integrada na área da comunicação de marcas e na área de produção gráfica. A grande mais-valia: não há clientes mas projetos; não há empregados mas colaboradores freelancer. Uma fórmula que acredita ser ajustada à competitividade do mercado mundial.

Creative & Account, a fusão perfeita Compreendamos, primeiramente, a dinâmica de uma agência de publicidade. Entre outros profissionais, para o bom funcionamento de um projeto, tem de existir um account, que gere a relação comercial

CRÉDITOS: CARLOS RAMOS

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empre ciente de que a comunicação era o seu mundo predileto, empenhou-se nas várias áreas da comunicação, em diversas agências e marcas reconhecidas nacional e internacionalmente. O seu know-how permitiu-lhe rapidamente ser responsável por empresas próprias, mas 15 anos depois percebeu que este não era o seu destino. Enquanto diretora criativa, sentia-se como um pássaro remetido ao curto espaço da sua gaiola. Só que a ‘gaiola’ era o seu escritório. Há cerca de um ano decidiu romper com o passado e aventurar-se por novos caminhos, apesar de não deixar esquecer que todo o seu conhecimento vem das diferentes experiências que viveu, dos projetos, marcas e pessoas que liderou e acompanhou. Nasceu, assim, a US, que se distancia em larga escala dos formatos que encontramos habitualmente nas agências de publicidade. O escritório atual é o mundo. Num jardim ou esplanada, à beira-mar ou mesmo à secretária do cliente, é aqui que Ivone Machado encontra inspiração para os seus trabalhos, que são conhecidos pela qualidade, excelência e criatividade, trabalhos que cortam relações com o convencional e abrem espaço para novas perspetivas. “É muito mais interessante podermos trabalhar em locais que estimulam a criatividade”. E foi essa liberdade pela qual Ivone Machado se apaixonou, pois acredita que “permite ao criativo um contacto muito estreito com o consumidor”, um aspeto fulcral na criação e implementação de um projeto de comunicação. A partner da US acredita que apenas num contexto mais próximo da sociedade, do dia-a-dia da população é possível concretizar planos de comunicação mais eficazes. Aliás, como refere “os prémios pela criatividade nunca me acrescentaram motivação. Na US, o nosso foco é sempre a eficácia.”

IVONE MACHADO

com o cliente e procura saber os seus objetivos quando decide investir na comunicação da sua marca. Por outro lado, existe o criativo, que põe, literalmente, as mãos à obra e faz nascer o projeto indicado pelo account. Contudo, e apesar de considerar este último uma peça essencial das marcas, Ivone Machado, rompendo mais uma vez com o convencional, decidiu estabelecer uma outra dinâmica na US e trazer a sua fórmula de há 15 anos: os criativos são responsáveis por reunir com os clientes e obter toda a informação necessária à gestão e criação do projeto publicitário. Aliás, essa forma de trabalhar está bem clara no site da marca, em www.usincreativity.pt E, assim, numa transversalidade de funções, a US ganha outra mais-valia, em termos de poupança de tempo e de recursos.

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De Portugal para o mundo Aqui está uma outra questão em que a US se distingue: a internacionalização. Ivone Machado e Eduardo Marques não ambicionam por uma empresa com sede em Portugal e que possa, mais tarde, expandir-se a outros países. Pretendem, isso sim, ser uma marca que trabalha de e para qualquer país. Em tom de brincadeira, a diretora criativa afirma que o seu escritório é “o computador” e, assim, pode desenvolver projetos em qualquer parte do mundo. A título de exemplo, fala sobre dois projetos recentes cujos clientes eram de dois continentes diferentes. Sem necessitar de recorrer a deslocações entre países, a US conseguiu concretizar um projeto de sucesso e excelência, trabalhando inclusivamente com equipas de um terceiro país. O importante aqui é a experiência e o “think global”. Contudo, Ivone Machado não descarta a hipótese de embarcar num projeto além-fronteiras e “estar o tempo que for necessário noutro país para concretizar um plano de comunicação, desde o briefing à implementação do projeto”, garante. Por outro lado, a abertura que a US permite para criar parcerias com outros profissionais proporciona uma maior força a projetos internacionais. Sem medo de concorrências e bem ciente das suas competências, Ivone Machado não apenas aceita como defende o trabalho conjunto como solução para projetos bem-sucedidos. “Nós queremos dar oportunidade a criativos seniores com muito know-how, mas infelizmente dispensados de empresas que optam por valorizar a poupança financeira”, assume. Para uma melhor abordagem e desenvolvimento dos projetos, a US interage, também, com outros profissionais que não os criativos publicitários. Porque na US o mais importante é pensar, é saber pensar bem. É isso que as marcas procuram. “Querem soluções estratégicas e ideias. Só depois, se justifica a presença de um executante criativo. Porque, acredita Ivone Machado, “mais vale uma pessoa que pensa bem e desenha mal do que uma pessoa que desenha bem e pensa mal”.


LIDERANÇA NO FEMININO

A marca que sustenta a evolução das marcas The Firm - Virtual and Shared Services é uma empresa vocacionada para responder às necessidades de redução e racionalização de custos fixos e de flexibilização da estrutura de backoffice dos seus clientes. A sua missão é formular e disponibilizar a melhor combinação de serviços que permitam melhorar, simplificar e reduzir os custos dos processos administrativos e de gestão corrente dos seus clientes tendo em vista o aumento da sua produtividade, competitividade e sustentabilidade. Carla Marques, CEO da marca, conversou com a Revista Pontos de Vista e deu a conhecer um pouco mais deste conceito.

Permitem a quem vos procura uma redução e racionalização dos custos. Podemos afirmar que promovem uma capacidade económica mais estável e apta a entrar no mercado mais forte e com mais possibilidades de investir?

Sim, na medida em que os serviços disponibilizados permitem aos nossos clientes deslocalizarem um conjunto de procedimentos administrativos e de gestão corrente, sorvedores de recursos que podem ser canalizados para outras atividades dentro da organização, para a esfera da The Firm-Virtual and Shared Services por um preço reduzido e com garantia de qualidade, permitindo aos nossos clientes o enfoque no seu core business. The Firm – Virtual and Shared Services contempla ainda a mediação da relação entre os seus clientes e a Autoridade Tributária e Aduaneira e a Segurança Social. De que forma este aspeto é uma mais-valia para os particulares que a procuram? O que muda nos procedimentos?

Este é um dos serviços que prestamos a particulares no âmbito do “Gabinete Facilitador”. Pretendemos, por um preço reduzido, minimizar os custos e o tempo perdido com deslocações sucessivas, e muitas vezes infrutíferas, aos serviços da AT e da Segurança Social, substituindo os nossos clientes e assumindo o papel de me-

O futuro da empresa que constituiu é também o seu futuro. O que podemos esperar da marca nos tempos vindouros? A The Firm-Virtual and Shared Services pretende ampliar o seu público-alvo aos PALOP, bem como diversificar e dinamizar os serviços disponibilizados pelo “Gabinete Facilitador”.

diadores junto destas entidades, promovendo a resolução dos problemas e das questões com que se deparam os nossos clientes. Atualmente têm uma campanha promocional que permite a quem vos contacta obter serviços a baixo custo. Quais são os serviços que gozam desta redução de preços?

A campanha promocional em vigor até ao fim deste ano é de 50% de desconto em todos os serviços prestados quer a particulares quer a entidades. Os serviços prestados a particulares através do “Gabinete Facilitador” contemplam, para além da mediação da relação jurídica-tributária com a AT e a Segurança Social, a elaboração de candidaturas junto do I.E.F.P. no âmbito do Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação 59

do Próprio Emprego, a gestão de contratos de arrendamento, o apoio na procura de emprego, a consultoria fiscal, a gestão documental e serviços de contabilidade. Para as entidades, disponibilizamos um leque diversificado de serviços, designadamente: escritório virtual; secretariado virtual; apoio à constituição formal da empresa; faturação e gestão de contas correntes de fornecedores e clientes; contabilidade e controlo de gestão; elaboração, acompanhamento e gestão de candidaturas a fundos comunitários e nacionais; certificação de entidades junto da DGERT; implementação de SGQ; elaboração de planos de formação; consultoria; análise financeira de empresas; elaboração e análise da viabilidade económico-financeira de projetos de investimento; avaliação de empresas; gestão documental e organização de eventos temáticos a pedido dos clientes. Por último, disponibilizamos nas nossas instalações sitas à Rua Passos Manuel, no Porto, uma sala de trabalho para coworking, equipada com secretárias, computadores, telefone, fax, wi-fi, impressoras, fotocopiadora, scanner; sala de reuniões equipada com videoprojetor, ecrã de projeção e portátil e um coffee break point. No nosso site www.thefirm.pt descrevemos os Planos de Serviços disponibilizados em função das necessidades dos nossos clientes.


LIDERANÇA NO FEMININO

Monte do Zambujeiro… um refúgio surpreendente Simplicidade do ambiente rural, conforto e comodidade dos dias de hoje. O que é? Onde fica? Como se chama? Preparado? Venha já e conheça um espaço harmonioso e perfeito, o Monte do Zambujeiro, localizado no Alentejo, essa região tão típica e tão nossa. A Revista Pontos de Vista foi conhecer e conversou com Mónica McGill, Proprietária e Administradora deste espaço, onde a autenticidade o vai deliciar. Não espere mais. Deixe-se surpreender. O Monte do Zambujeiro é uma aliança entre o tradicionalismo e a simplicidade do ambiente rural e a comodidade dos tempos modernos. No coração do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, o que é que se pode esperar deste espaço?

No Monte do Zambujeiro, mais do que receber hóspedes, recebemos amigos. Aqui, os nossos hóspedes podem encontrar tranquilidade, acolhimento familiar e personalizado, privacidade e um estreito contacto com o melhor que o Alentejo tem para oferecer. No fundo queremos que se sintam parte da nossa família e disfrutem ao máximo da sua estadia. Com uma localização extraordinária, o visitante pode desfrutar de uma deslumbrante paisagem. Em traços gerais, qual é a oferta turística do Monte do Zambujeiro?

O Monte do Zambujeiro oferece várias hipóteses de alojamento. Casinhas t1 e t2, uma suite deluxe e três suites design. Temos várias atividades que vão desde aulas de surf, stand up paddle, noites de astronomia, massagens, passeios a cavalo, passeios de barco com picnic e provas de vinho. Também organizamos refeições e cestos de picnic a pedido.

Há quem diga que “genica e empreendedorismo” são os seus nomes do meio. Enquanto empresária de sucesso, encontrou na sua mãe, Maria José Carvalho, uma aliada para esta aventura. Podemos dizer que o Monte do Zambujeiro é o vosso sonho tornado realidade? Este espaço tem vencido pela força e dedicação de duas mulheres?

É verdade, dizem isso... Genica e vontade de vencer é coisa que não me falta, mas quando se faz o que se gosta e com paixão é tudo muito mais fácil. O Monte do Zambujeiro é mais do que um sonho. Foi aqui que passei as minhas melhores férias de infância, quando todos nos juntávamos à minha avó, Eugénia Carvalho, no verão. Eu e os meus primos adorávamos os dias de verão passados aqui. Desde ajudar os caseiros a tratar dos animais às traquinices típicas de crianças e às fugas para o rio, tudo era fantástico. Até parece que estou a ver tudo a acontecer à minha frente outra vez... Mais tarde, por herança, esta herdade ficou para os meus pais e, em 2008, decidimos partilhar o nosso paraíso com quem nos queira visitar. Não consigo descrever o orgulho e a alegria que tenho neste projeto. Adorava que a minha avó pudesse ver o que fiz com a herdade que ela nos deixou! A ajuda da minha mãe é imensurável. Eu passo a

Mónica McGill

vida de mala aos pés da cama, é rara a semana que não viajo e com três crianças pequenas é a minha mãe que assume o meu papel. Eu diria que o Monte do Zambujeiro é um espaço que venceu pela força, dedicação e paixão de três mulheres, porque, antes de nós as duas, também a minha avó tomou, sozinha, as rédeas desta propriedade. Ser empreendedor em Portugal nem sempre é uma tarefa fácil. Quando se avança para um projeto desta natureza quais são as principais preocupações? Que dificuldades teve de contornar?

Não é fácil. O segredo é focarmo-nos no nosso objetivo, nas soluções e não nos problemas. Tenho uma máxima: “a winner is a dreamer who never gives up”, Nelson Mandela. A minha principal preocupação era criar um negócio sustentável, o mais autêntico possível, respeitando a traça e a natureza. Toda a propriedade está inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, o que implica uma série de condicionalismos extra, mas, que fazem todo o sentido e fazem deste projeto o que ele é hoje. Não vou dizer que foi tudo fácil, mas sinceramente, o meu objetivo foi alcançado e só me recordo dos sucessos e já esqueci as pequenas pedras que se cruza-


ram no meu caminho. Conselhos para quem vai começar ou está a começar: uma boa preparação com consulta de todas as entidades que regulam o território, paixão e determinação. “De manhã no Dubai, ao almoço no Fundão e ao fim da tarde a saborear uma bola de Berlim na praia do Almograve”. É assim que a descrevem como empresária? É esta multiplicidade de facetas que lhe tem permitido vingar na sua vida profissional?

É quase isso. Além do Monte do Zambujeiro, três filhos, Presidente da Associação Casas Brancas, Diretora da Rota Vicentina, sou também representante da multinacional Haygrove, Ltd que, atua em cerca de 60 países pelo mundo inteiro. Passo nove meses do ano entre feiras de turismo a promover o meu espaço e a rede Casas Brancas e Rota Vicentina e em feiras agrícolas. Conhecer pessoas no mundo inteiro, realidades totalmente diferentes, países em situações que ninguém imagina e vê-los vingar, contra tudo e contra todos, fez de mim a profissional que sou e aprendi a relativizar qualquer obstáculo que apareça na minha vida. Sou uma sortuda, posso trabalhar

em qualquer lugar, desde o meu escritório até ao areal do meu Almograve a disfrutar de uma bela bola de Berlim, desde que haja internet está tudo bem. Sou feliz, sou uma workaholic apaixonada pelo meu trabalho, é este o meu segredo. Simples. Há quem defenda que que a burocracia é a maior dificuldade do turismo rural em Portugal. No caso concreto do Monte do Zambujeiro, sentem estas barreiras? De que forma se pode contornar este obstáculo para que o setor continue a crescer?

A burocracia em Portugal é transversal a qualquer ramo de atividade. Há barreiras em todos os negócios. É certo que tem que haver regras, legislação, mas exigir de um alojamento com 10 quartos o mesmo que se exige a um hotel com 100?! A legislação devia ter em conta a dimensão das unidades e, tal como existem níveis de classificação que obrigam a requisitos mínimos, deviam também existir valores mínimos nas tarifas praticadas. É escandaloso ver hotéis de cinco estrelas a vender quartos a 20-30 euros, isto não devia ser permitido. O setor tem um potencial expansivo enorme. Agilizar os timings de apreciação também é muito importante.

Para o futuro, o que pretende concretizar para que este espaço continue a ser o local ideal de muitas famílias portuguesas e de turistas? Ai... tanta coisa. A minha cabeça é um turbilhão constante de ideias. Não quero crescer muito mais, porque isso seria desvirtuar o meu conceito. Quero requalificar, ter serviços ainda mais personalizados, tenho duas ou três ideias que espero ainda este ano concretizar. Vinhos, ervas aromáticas, chás e um novo espaço de convívio. Tudo ligado à herdade, à região e a uma outra minha paixão, a gastronomia.

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BREVES

Design e inovação na 26ª edição da Portojóia

V Congresso OTOC «Uma ambição, um compromisso, um rumo» é o lema do V Congresso dos OTOC, que decorre a 17 e 18 de setembro, no Meo Arena, em Lisboa. Coincidindo com os 20 anos de regulamentação da profissão, a Ordem está a organizar aquele que espera ser o maior acontecimento do ano para os técnicos oficiais de contas. Além de debater os temas da atualidade, como sendo por exemplo a importância da contabilidade no seio das empresas e na administração pública, o evento vai ainda celebrar os mais recentes patrimónios portugueses reconhecidos pela UNESCO, nomeadamente o cante alentejano e o fado.

Decorrerá entre 24 e 27 de setembro na Exponor, em Leça da Palmeira, Matosinhos, e promete dar que falar. A Portojóia – Feira Internacional de Joalharia, Ourivesaria e Relojoaria - apresenta este ano um novo formato, alicerçado no conceito de fusão entre a tradicional oferta do setor e a moda, o calçado, a marroquinaria e o packaging. “Queremos que esta edição seja uma plataforma de promoção quer do conhecimento técnico da nossa joalharia, quer de novas tendências e formas de pensar e usar a joalharia”, descreveu a diretora da feira, Amélia Monteiro.

Lisboa terá um megacentro de investigação clínica CERANOR, 25 anos Os negócios profissionais da decoração são na Exponor. A 25ª edição da Ceranor será, uma vez mais, o ponto de encontro dos agentes diretamente ligados ao setor, promovendo a troca de experiências, a criação de sinergias e a realização de negócios. A plataforma certa para mostrar o talento do seu negócio.

Com abertura prevista para outubro, este centro, localizado no Centro Académico de Medicina de Lisboa, dedicar-se-á à investigação clínica, sendo possível desenvolver ensaios clínicos nas áreas da oncologia, cardiologia, diabetes e neurologia, que são neste momento os domínios com maior necessidade para os doentes portugueses. A localização não foi pensada por acaso, uma vez que pretendem tirar o máximo proveito do Hospital de Santa Maria, do Instituto de Medicina Molecular e da Faculdade de Medicina de Lisboa. Em declarações ao Diário de Notícias, Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte afirma que o objetivo deste espaço será “garantir mais possibilidades de tratamento, em especial em áreas onde já não existem” e “trazer tratamentos inovadores, dar formação a profissionais e valorizar os currículos dos clínicos”.

Arte passeia pelas ruas de Lisboa Até 20 de setembro, Lisboa sai à rua e promete muita animação, arte e cultura. Entre praças, jardins, coretos, ruas e palcos ao ar livre, a programação promete fazer as maravilhas de adultos e crianças. De quinta-feira a domingo, esta que é a 7ª edição do Lisboa na Rua terá bandas de jazz, orquestras, fado, cinema, videoarte, teatro e exposições, sem esquecer a maravilhosa Orquestra Gulbenkian. O verão terá ainda mais cor e os seus dias serão preenchidos com o que de melhor se faz em Portugal e no mundo. Aproveite para conhecer esta nova Lisboa!

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direitos reservados

BREVES

Saiba quais os destinos mais baratos do mundo E os mais caros também Se está à procura de uma oportunidade de última hora para estas férias de verão, saiba quais são, neste momento, os principais destinos turísticos mais baratos do mundo (e os mais caros também). Neste estudo divulgado pelo motor de busca trivago, destaque para a cidade do Porto que está entre as principais cidades europeias mais baratas durante o mês de agosto. Neste momento, são mais de 400 euros que separam pernoitar no destino turístico mais barato do mundo do mais caro: dormir em Hanói, no Vietname, custa em média 55€, enquanto no Mónaco, o destino mais dispendioso, o custo ponderado é de 476€. De acordo com o trivago Hotel Price Index, na Europa o local mais acessível este mês é Varsónia, na Polónia, com uma média de 61€ por noite, por quarto duplo. Seguem-se Sófia (62€), Bucareste (68€), Sevilha (73€), Belgrado (74€) e Cracóvia (79€). Acima dos 80 euros, mas ainda no top 10 dos mais baratos encontram-se Madrid (84€), São Petersburgo (85€), Dresden (86€) e, na décima posição, em ex aequo Porto e Bruxelas (93€). A cidade do Porto tem registado grandes aumentos face ao último ano – ainda este mês a Invicta protagonizou um aumento nos preços hoteleiros de 32,86% face a agosto de 2014: dormir no Porto nessa altura custava apenas 70€, quando atualmente o custo médio é de 93€. Ainda assim, e apesar destes aumentos generalizados, o Porto continua a ser das cidades mais atrativas para os turistas em termos de qualidade/preço. Ainda na Europa, Mónaco, Edimburgo, Genebra, Londres, Veneza, Berna, Copenhaga, Amesterdão, Nice e Dublin são os locais mais caros para passar a noite, apresentando valores acima dos 150€. Já para quem pretende viajar para a zona de África ou do Médio Oriente, saiba que Luxor, no Egito, e Zanzibar, na Tanzânia, são respetivamente os destinos mais barato e mais caro: passar a noite em Luxor custa em média 69€ enquanto no Zanzibar o custo é de 249€. Na Ásia, Hanói, no Vietname, é o local mais acessível (55€) e Nord Male Atoll /Kaafu–Kaaf , nas Maldivas, o mais caro, com um custo médio de 461€. Na América do Sul e Central, destaque para o Belo Horizonte, no Brasil, como destino mais barato (64€) e Palm Beach, em Aruba, como o mais caro (292€). A completar esta lista de preços do tHPI, e relativamente à América do Norte, a Cidade do México (107€) apresenta os preços mais acessíveis, ainda que com uma média superior aos 100 euros, e Boston assumese como o destino mais caro, com um custo ponderado de 343€.

Revisão anual de preços poupa 270 milhões aos utentes e ao Estado A revisão anual de preços dos medicamentos, entre 2012 e 2014, permitiu uma poupança de 91,5 milhões de euros aos utentes e de 177,5 milhões de euros ao Estado, de acordo com um estudo realizado pelo Infarmed, Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. No mercado ambulatório (farmácias), esta medida conduziu a poupanças, para o Estado e para os utentes, de 100 milhões de euros em 2012, 80 milhões em 2013 e 26 milhões em 2014. Em 2012, as poupanças para o utente foram de 46,5 milhões de euros, enquanto o Estado poupou 53,5 milhões de euros. Em 2013, o utente poupou 32,5 milhões de euros e o Estado 47,5 milhões. Em

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2014, a poupança do utente foi de 12 milhões de euros e a do Estado de 14 milhões. Os medic amentos de ambulatório que registaram maiores quebras de preços, devido a este mecanismo entre 2012 e 2014, foram os destinados a doenças do aparelho cardiovascular e a enfermidades do sistema nervoso central. Nos hospitais do SNS, cujos medicamentos são integralmente pagos pelo Estado, foram poupados 47 milhões de euros em 2013 e de 16 milhões de euros em 2014.





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