Revista Pontos de Vista Edição 54

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Suplemento distribuído em conjunto com o jornal Público a nível nacionale não pode ser vendido separadamente Abril 2016 / EDIÇÃO Nº 54 - Periodicidade Mensal Venda por Assinatura - 4 Euros

SEGUROS NOVA DIRETIVA AMAZING EVOLUTION 23ª EDIÇÃO DOS WORLD TRAVEL AWARDS SISTEMAS DE INCENTIVO 2020 – EY NA LINHA DA FRENTE GRUPO TAPER PORTUGAL

Jesús Ponce

Presidente da Astrazeneca Portugal

“A melhor forma de ajudar os doentes é focarmo-nos na ciência inovadora para desenvolver novas terapêuticas e mudar a vidas das pessoas”

EVE

SEMI NTO – SERI NÁRIO D AL E MED IZAÇÃO D ICAM ENTO E S


O passado dia 31 de janeiro foi memorável porque a Aula Magna da reitoria da Universidade de Lisboa recebeu a cerimónia dos 50 anos da Fundação Denise Lester e dos 80 anos da Queen Elizabeth’s School


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GOPACA – A MELHOR SOLUÇÃO

CAMPANHA – FINLOG

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JORGE CRUZ – PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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Índice DE TEMAS Em destaque LIBERTY SEGUROS

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PCQ – NURSE RECRUITMENT

Administração – Redação – Depº Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 5º A 4400 – 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879

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3 abril 2016

FICHA TÉCNICA


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

O CÓDIGO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL DE 2003

1 = Os problemas criados pelo Código de 1995 eram altamente preocupantes para a Indústria, que não via resolvidas muitas situações que necessitavam de urgente correção. Em síntese, o que é verdadeiramente importante para a indústria? Sem dúvida, legislação que permita a) A proteção correta dos direitos de propriedade industrial, com adequado sistema de recursos para Tribunal e com possibilidade de atempada oposição, em fase de pedido, por parte dos titulares de direitos já constituídos; b) Um Instituto de Propriedade Industrial que respeite esses objetivos e que disponha dos meios necessários para os assegurar;

pontos de vista

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c) Clara definição dos Tribunais competentes para julgar quaisquer problemas de propriedade industrial, que possibilitem d) A eficiente defesa dos direitos concedidos, através de disposições que permitam impedir as infrações. 2 = A CIP – Confederação da Indústria Portuguesa e a Delegação Portuguesa da CCI – Câmara de Comércio Internacional, resolveram enfrentar o problema e criar uma Comissão – com a aprovação do Sr. Ministro da Economia – para rever o Código e propor as indispensáveis alterações. Essa Comissão teve a seguinte constituição: Dr. Jorge Cruz (Coordenador) Dr. César Bessa Monteiro Dr. Gonçalo Moreira Rato Engº. José Batista de Almeida ( Jaba Farmacêutica, S.A.) Dr. Guy Villax (Hovione Farmaciência, S.A.) O Sr. Eng.º. Ivan Villax e o Dr. Nuno Cruz estiveram presentes em todas as reuniões da Comissão e deram importante contributo para a elaboração do Projeto.

Antes do prazo previsto, de três meses, o Projeto ficou concluído. Na verdade, a Comissão entrou em funções no dia 26 de novembro de 1996 e entregou o Projeto pronto ao Dr. Pedro Ferraz da Costa, Presidente da CIP, no dia 14 de fevereiro de 1997 – ou sejam cerca de 2 meses e meio depois de ter iniciado a sua atividade. E em 27 de fevereiro os Vice-Presidentes da CIP, Dr. João Gomes Esteves (também Presidente da APIFARMA) e Dr. João Mendes de Almeida (também Presidente da Delegação Portuguesa da CCI), entregaram ao Senhor Secretário de Estado da Indústria o Projeto de Revisão do Código da Propriedade Industrial elaborado pela referida Comissão. 3 = Com data de 6 de maio de 1998, recebi um ofício do Gabinete do Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia, do seguinte teor: Encarrega-me o Senhor Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia de, por razões de urbanidade, de junto enviar cópia do despacho, nesta data enviado para publicação no Diário da República. O prazo de 60 dias nele referido, para apresentação das conclusões obtidas no decorrer dos trabalhos, começará a contar a partir da data da sua publicação. O Eng.º. José Mota Maia, Presidente do I.N.P.I. - Instituto Nacional da Propriedade industrial irá entrar em contacto com V.Exª. tendo em vista o início dos trabalhos. Com os melhores cumprimentos 4 = E esse despacho, assinado pelo Sr. Secretário de Estado Dr. Vítor Ramalho, era o seguinte: “Com a aprovação do Código da Propriedade Industrial, pelo Decreto-Lei nº.16/95 de 24 de janeiro, e a consequente revogação do antigo Código, aprovado pelo Decreto nº 30679 de 24 de agosto de 1940, foi reformada a legislação sobre a Propriedade Industrial, especialmente, no que resulta da integração de Portugal na União Europeia. Assim, o Código da Propriedade Industrial transpôs para a ordem jurídica portuguesa as diretivas comunitárias, adaptou a legislação nacional aos regulamentos comunitários, com a preocupação de a harmonizar com as

entretanto colhida, ponderando-se a eventual necessidade de o aperfeiçoar no todo ou em parte, bem como a metodologia a utilizar, caso tal necessidade seja reconhecida.

Assim no uso das competências delegadas pelo Ministro da Economia, através do despacho nº 13169/97 de 23 de dezembro, considerando a alínea c) do artigo 199º da Constituição da República Portuguesa, determino o seguinte:

c) A Comissão procurará consensualizar posições sobre os dois objetivos do presente despacho e, sempre que tal não for possível, os seus membros deverão exercer os fundamentos dos respetivos pontos de vista.

1 - É criada, junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (I.N.P.I.), a Comissão para a revisão do Código da Propriedade Industrial, adiante designada, abreviadamente, por Comissão. 2 - A Comissão é composta por: a) Presidente: Eng.º. José Mota Maia; b) Vogais: - Prof. Dr. António Castanheira Neves - Dr. César Bessa Monteiro - Dr. Jaime Quesado - Eng.º. João Arantes de Oliveira - Dr. Jorge Pereira da Cruz - Dr. José Luís Arnaut - Dr. José Luís Soares Curado 3 - O presidente poderá assessorar-se de dirigentes e técnicos do I.N.P.I. 4 - A Comissão visa consensualizar posições sobre as matérias mais controvertidas e que foram objeto de contribuições por parte de alguns meios interessados, coligindo, para tal, os respetivos pontos de vista. 5 - A Comissão apresentará ao membro do Governo, da tutela, no prazo de sessenta dia, as conclusões obtidas no decorrer dos trabalhos. ……… Lisboa, 30 de abril de 1998 O Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Economia (Vítor Manuel Sampaio Caetano Ramalho) 5 = É interessante notar que esta Comissão foi nomeada ao fim de cerca de ano e meio do Projeto ter sido enviado ao Sr. Secretário de Estado e depois concederam-se 60 dias para fazer a Revisão do Código. Como é possível rever um Código, em condições, em tão curto prazo? 6 = Passaram-se dias e a Comissão não reunia – até porque o despacho não tinha ainda sido publicado no Diário da República.

b) A ponderação e análise serão efetuadas por uma comissão que integra personalidades de reconhecido mérito que habilitem o Governo a decidir a oportunidade e o sentido das medidas a adotar, tendo em vista a relevância e a complexidade delas.

d) A Comissão apresentará ao membro do Governo da tutela, no prazo de 60 dias, as conclusões obtidas no decorrer dos trabalhos. 8 = É extremamente curioso notar a diferença entre os dois despachos : a) Enquanto o primeiro admite – muito justamente – que decorridos três anos da entrada em vigor do Código de 1995, com base na experiência adquirida, reconhece-se a necessidade de aperfeiçoar e clarificar determinados preceitos bem como de consensualidade sobre certas matérias, no seguinte, apenas se diz que parece útil e será seguramente proveitoso, decorridos três anos sobre a entrada em vigor do Código de 1995, fazer o balanço da experiência entretanto colhida, ponderando-se a eventual necessidade de o aperfeiçoar no todo ou em parte, bem como a metodologia a utilizar, caso tal necessidade seja reconhecida. Em todo o caso, ambos os despachos previam a possibilidade de fazer a completa revisão do Código – o primeiro refere, mesmo, que o objetivo da Comissão era a revisão do Código da Propriedade Industrial, enquanto que, o segundo, a admite por outras palavras, ou seja, a necessidade de o aperfeiçoar no todo ou em parte e deixando, naturalmente, essa opção à Comissão – pelo que esse ponto ficou claramente definido desde o início. Mas nunca houve explicação para as alterações da Comissão. E a Comissão alterada nunca entrou em funções, pelo que, na verdade, apenas houve uma oficialmente nomeada. No próximo artigo, veremos como decorreram os trabalhos que duraram, apenas, cerca de três meses.

5 MARÇO 2016

CONCEITO DE IMITAÇÃO DE MARCA REGISTADA

legislações dos outros Estados Membros, procurando simultaneamente simplificar os processos administrativos e manter um equilíbrio de interesses entre os titulares dos direitos e o conjunto dos utilizadores do sistema da propriedade industrial. No entanto, decorridos três anos sobre a entrada em vigor do Código de 1995, com base na experiência adquirida, reconhece-se a necessidade de aperfeiçoar e clarificar determinados preceitos bem como de consensualizar posições sobre certas matérias.

Nem chegou a ser… Entretanto, o Sr. Prof. Doutor António Castanheira Neves pediu escusa, creio que por motivos profissionais e a Comissão “viu-se” aumentada de mais três membros: O Prof. Dr. José Oliveira Ascensão, o Dr. Manuel Couceiro Nogueira Serens e o Dr. Miguel Moura e Silva. 7 = Foi o que – com certa surpresa – verifiquei quando o despacho de nomeação da Comissão foi publicado no Diário da República, II Série, nº. 166, de 21 de julho de 1998 – cerca de dois meses e meio depois e era um pouco diferente do anterior, referindo, entre outros, os seguintes pontos: a) Parece útil e será seguramente proveitoso, decorridos três anos sobre a entrada em vigor do Código de 1995, fazer o balanço da experiência

5 abril 2016

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial


SISTEMAS DE INCENTIVO 2020

» QUALIFICAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DAS PME

“A EY tem capacidade para apoiar qualquer entidade” No âmbito dos Sistemas de Incentivo 2020 – Qualificação e Internacionalização das PME, a Revista Pontos de Vista conversou com Francisco Hamilton Pereira, Senior Manager da EY, onde ficamos a perceber o papel da marca sobre esta matéria, sendo que um dos principais desideratos da mesma passa por promover alertas para a oportunidade de financiamento dos projetos de internacionalização e de aquisição de competências, através do recurso aos Sistemas de Incentivos existentes. Saiba mais.

FRANCISCO HAMILTON PEREIRA

pontos de vista

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Qual tem sido o papel da EY no domínio do Portugal 2020 - Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME? Que análise perpetua deste sistema de incentivos? Quais as mais-valias do mesmo? O papel EY passa por alertar para a oportunidade de financiamento dos projetos de internacionalização e de aquisição de competências, através do recurso aos Sistemas de Incentivos existentes. Em termos comparativos, o atual quadro comunitário Portugal 2020 reflete uma maior preocupação entre o alinhamento da estratégia das empresas e os objetivos e ambições dos projetos objeto de incentivos. Os processos de candidatura não são simples.

No entanto, a possibilidade de suportar uma parte relevante dos custos dos projetos - cerca de metade - através de incentivos não reembolsáveis, serve de catalisador para o aumento da competitividade das PME no mercado global. Que tipo de apoio presta a EY no âmbito do apoio à Qualificação e Internacionalização das PME? O apoio da EY envolve a análise do plano de investimentos e a preparação de planos de financiamento dos projetos incluindo o recurso aos sistemas de incentivos mais adequados à tipologia de projetos. Nos casos em que o recurso aos Sistemas de Incentivos à Qualificação e Internacionalização se mostram os mais adequados e verificadas as condições de acesso, a EY apoia as empresas PME nos estudos de suporte necessários e no próprio processo de candidatura, de forma a garantir que a mesma é apresentada com a qualidade e o nível de maturidade adequados. A EY colabora igualmente com as empresas durante toda a execução do projeto, de forma a evitar perdas na efetiva captação dos incentivos e a garantir o cumprimento de todas as obrigações. De que forma identificam as mais-valias e as lacunas das entidades que vos procuram no apoio a este programa? Pela experiência em quadros comunitários ante-

riores, as PME demonstram um nível de conhecimento elevado quanto aos objetivos, formas e exigências dos concursos a incentivos. Não obstante e apesar do potencial dos projetos, não existe, em muitos casos, um nível adequado de maturidade dos mesmos em termos de justificação das opções de investimento que são tomadas, da sua coerência com a estratégia definida, do impacto na viabilidade económica e financeira da empresa. Esta imaturidade dos projetos fica clara quando se verifica que não se conseguem abordar os desafios colocados pelo processo de candidatura. No domínio da Qualificação e da Internacionalização, qual a capacidade da EY para apoiar o universo empresarial nas diversas fases? A EY tem capacidade para apoiar qualquer entidade, privada ou pública, que pretenda recorrer aos incentivos atualmente disponíveis em Portugal. Para o efeito, a EY dispõe de uma equipa constituída por profissionais com uma vasta experiência no diagnóstico de oportunidades, estruturação, preparação,

formalização e acompanhamento de candidaturas, de várias entidades, dos mais variados setores de atividade.

Do seu conhecimento, de que forma é o Portugal 2020 um meio/sistema fundamental para o crescimento do tecido empresarial português? O Portugal 2020 constitui-se como o instrumento muito competitivo de estímulo à produção de bens e serviços transacionáveis, à internacionalização da economia e à transferência de conhecimento para o tecido produtivo. Através da atribuição de incentivos reembolsáveis (sem juros ou encargos) ou incentivos não reembolsáveis, é possível às empresas A EY colabora realizarem investimenigualmente com tos estruturais que as empresas durante toda contribuem para a a execução do projeto, melhoria da sua posição competitiva e de forma a evitar perdas o seu crescimento na efetiva captação dos no mercado global.

incentivos e a garantir o cumprimento de todas as obrigações

As candidaturas estão abertas até ao dia 13 de maio. Até hoje, que análise é possível perpetuar pelas candidaturas analisadas pela EY? Até 29 de fevereiro de 2016 tinham sido apresentadas cerca de 7.300 candidaturas ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, mas apenas 42% das mesmas foram aprovadas. A elevada taxa de insucesso decorre sobretudo da falta de enquadramento dos projetos com as estratégias e domínios prioritários regionais e com o incumprimento dos critérios de elegibilidade dos promotores e dos projetos, nomeadamente as autonomias financeiras mínimas, insuficiência de níveis de exportação pós projeto, insuficiências na criação de postos de trabalho. O que asseguram às empresas que pretendem apostar neste vetor (Portugal 2020) e procuram o apoio da EY? A EY propõe uma abordagem integrada desde a deteção de oportunidades até à candidatura e ao acompanhamento da implementação do projeto. A experiência, o know-how e a diversidade da equipa de incentivos da EY permitem potenciar a

probabilidade de sucesso, não apenas na elegibilidade da candidatura mas também na conversão do incentivo potencial atribuído em contrato em efetivo recebimento do financiamento de projeto, através de monitorização e controlo de todas as condições e obrigações aplicáveis. As equipas da EY têm estado envolvidas em múltiplos projetos de apoio à internacionalização de empresas portuguesas ou em projetos de investimento estrangeiro em Portugal. A forma de atuação, mediante cada um dos casos difere? Em que aspetos? Regra geral, a forma de atuação difere na medida em que as empresas se encontram em diferentes estádios do processo de internacionalização. Na maior parte dos casos, os projetos de internacionalização de PME portuguesas consubstanciam-se na exportação exploratória ou mais regular a partir do nosso país e visam a sua promoção em mercados externos. Os projetos de investimento estrangeiro em Portugal compreendem o estabelecimento de estruturas comerciais ou produtivas no nosso país. Neste sentido, os tipos de projetos são radicalmente diferentes e exigem um enquadramento e a seleção de mecanismos diferentes de financiamento do projeto em sede de incentivos. ▪ 7

Quais são, neste domínio, as principais prioridades desafios da marca de futuro? O investimento na comunicação da marca tem vindo a dar excelentes resultados, com a EY a conseguir um aumento médio anual da sua faturação em todas as linhas de serviço, desde 2009, acima dos dois dígitos. O crescimento é também visível no número de colaboradores que, no mesmo período, aumentou cerca de quatro vezes, estimando-se que possa chegar aos mil até final do presente ano. Acreditamos que este crescimento só poderá ser mantido se continuarmos a trabalhar com as atuais PME que serão as grandes empresas no futuro, mantendo a identidade própria, alicerçada na competência, na independência e integridade das nossas equipas, valores que são cada vez mais reconhecidos no mercado.

abril 2016

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arca de renome, a EY é hoje um player conhecido e reconhecido por todos, primando a sua atuação pela excelência, rigor e transparência. Desta forma, que análise é possível fazer do trajeto da marca em Portugal? Em 2013, em resultado do realinhamento da marca com a nova realidade dos mercados e com os valores fundamentais da firma, procedeu-se a uma alteração da marca para EY. Este foi um exercício estruturado, tendo resultado do trabalho de alguns anos, auscultando clientes e colaboradores e estudando qual deveria ser a nova direção da empresa. O processo levou à redefinição do nosso propósito enquanto empresa – building a better working world – que simboliza a nossa vocação global e o impacto que os nossos serviços têm nas economias e nas sociedades em que nos inserimos. Atendendo a que a marca Ernst & Young sempre beneficiou de uma grande notoriedade, foi feito um investimento significativo para comunicar a alteração da sigla e o novo posicionamento, que tem vindo a colher uma aceitação muito positiva por clientes e parceiros.


MARCAS INOVADORAS

» Gerber Technology

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gora David J. Gerber publica a biografia da história de vida do pai: “O Dilema do Inventor – a Notável Vida de H. Joseph Gerber. Nascido em Viena, ele escapou de forma espetacular à morte sob o regime nazi com apenas 16 anos de idade, em 1940. Depois de emigrar para os Estados Unidos, a sua ascensão começou: Heinz, que passou a chamar-se Joe, nunca olhou para o passado mas sempre para o futuro. Quando morreu em 1996, 677 patentes tinham sido arquivadas em seu nome. Além disso, o Instituto Smithsoniano, em Washington, dedicou um departamento inteiro às suas exposições. David Gerber tornou-se um investigador meticuloso, tendo feito inúmeras entrevistas a algumas das principais personalidades das indústrias cujos processos foram decisivamente melhorados e, muitas vezes, revolucionados por Joe Gerber, e falou ainda com jornalistas e companheiros do pai. Na verdade, mesmo o manuscrito do musical “Jovem com pressa” contribuiu para uma parte da biografia. Depois de tudo, os primeiros dias do recém-formado engenheiro já inspiraram Morton Wishengrad a escrever uma peça com o mesmo nome, que decorreu na Broadway por volta de 1950. Logo depois, Joe Gerber apresentou a sua primeira invenção enquanto ainda estudava no Instituto Politécnico Rensselaer, em Troy, Nova Iorque: o índice de cálculo da variável gráfico-numérica. No desenvolvimento do protótipo, o cinto de borracha do seu pijama desempenhou um papel proeminente… Como Irving Stone na sua pintura de Michelangelo, David Gerber conta-nos de forma eloquente e consistente o que há de tão extraordinário na vida de H. Joseph Gerber – como mente criativa e inventor, bem como homem de família – e também enquanto empreendedor. Apenas a duas horas de carro a partir do local onde chegou como refugiado na Nova

Inglaterra, mais concretamente Hartford/Connecticut, lançou as bases para a criação das suas empresas de tecnologia. Representada em 130 países por todo o mundo, a Gerber Scientific Inc., Gerber Technology, Gerber Products, todas as suas filiais bem como spin offs especializadas nestes nichos de soluções tecnológicas estão entre os maiores líderes do mercado global nas suas respetivas áreas de atuação. Apesar de ser filho do inventor, David Gerber conseguiu encontrar o equilíbrio de imparcialidade certo nas suas descrições. A abundância de referências anedóticas faz-nos refletir e, ao mesmo tempo, sorrir. “O Dilema do Inventor” é um livro algures entre a literatura de especialidade e o entretenimento – um documento contemporâneo certamente. Não tem de estar associado ao processo têxtil para ficar fascinado com o livro de David Gerber. Mas, para os leitores com uma conexão a esta indústria e apaixonados por tecnologias inteligentes, “O Dilema do Inventor” está na categoria dos livros de leitura obrigatória e agradável. Este notável livro de David Gerber sobre Joe Gerber, sobre tecnologia e a responsabilidade que ela traz, sobre educação, sobre o pensamento inovador, o poder de imaginar e a coragem da esperança, está disponível em inglês. Por toda a Europa, nas livrarias locais, é possível encomendar a obra de David Gerber sobre o seu verdadeiramente surpreendente pai. ▪

David J. Gerber O Dilema do Inventor – A Notável Vida de H. Joseph Gerber Verlag: Yale University Press, outubro 2015 424 Seiten, 48 Abbildungen/Fotos ISBN: 9780300123500

David J. Gerber Premiado autor de vários livros nos EUA, escreveu sobre o“Pai da Automação”– o seu pai. NOTA DE RODAPÉ Leitura recomendada: H. Joseph Gerber – Mente Criativa, tecnólogo, inventor e inovador

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A história de que se faz uma Marca Nunca saberemos se os processadores de materiais flexíveis ainda cortariam hoje manualmente esses mesmos materiais de alto custo, sujeito a erros e com exaustivas operações manuais se não fosse por ele. Facto é que no corte automático de têxteis de todos os tipos – mesmo o corte de couro – no estado de arte de hoje usam-se equipamentos feitos por uma série de fornecedores de sistemas para múltiplos produtos acabados – tudo (e muitas outras invenções tecnológicas inovadoras) regressa a ele – Heinz Joseph Gerber.

Ganhe a sua cópia personalizada do livro de David Gerber sobre a notável vida de H. Joseph Gerber, o fundador da Gerber (Vestuário) Technology, para citar apenas uma empresa: a Textile Network está a sortear três cópias. Responda corretamente à seguinte pergunta e estará inscrito/a no sorteio: O primeiro sistema de corte automatizado desenvolvido por Joe Gerber, que também provocou uma revolução no fabrico de vestuário, chamava-se GERBERcutter S-70. Qual é o nome das séries de corte feitas pela Gerber e que estabelece as normas atualmente? Por favor, envie a resposta com o seu nome e morada por correio para: Meisenbach Verlag GmbH - Franz-Ludwig-Strasse 7a - D-96047 Bamberg Foto: Cindy Gerber

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O vencedor será escolhido por sorteio. A decisão do júri é final e não é possível qualquer alternativa em dinheiro. Boa sorte!

Desenhos de moda Por Heinz Joseph ‘Joe’ Gerber datadas de sensivelmente 1940, quando o jovem ainda estava a ser treinado por um diretor de designer na sua cidade natal, Viena.


LOGÍSTICA & TRANSPORTES

» FINLOG LANÇA CAMPANHA DE RENTING COM PEUGEOT

Porquê a escolha da Peugeot Portugal como parceiro desta iniciativa? A escolha da Peugeot Portugal foi estratégica, pois permitiu-nos proporcionar a oferta de uma viatura nova no mercado a um preço muito competitivo, aliado ao facto de a Peugeot ser uma marca automóvel reconhecida e líder em termos de confiança.

Assumidamente uma marca inovadora, a Finlog – Aluguer e Comércio de Automóveis tem preconizado uma postura diferenciadora e de excelência no mercado. Face a este cenário, a Revista Pontos de Vista conversou com Joaquim Gonçalves, Diretor Comercial da Finlog, a propósito do lançamento de uma campanha de aluguer operacional de viaturas (renting) em parceria com a Peugeot Portugal e a sua rede de concessionários. Conheça a mesma e saiba quais os principais desafios que se colocam à marca.

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om um vasto histórico de sucesso, a Finlog – Aluguer e Comércio de Automóveis é um dos principais players no domínio da gestão de frotas automóveis e de aluguer operacional de viaturas. De que forma tem a marca vindo a marcar a diferença perante os seus clientes? Um dos pilares que caracteriza a atuação da Finlog é a aposta permanente na inovação e a melhoria contínua como base de desenvolvimento dos negócios. Estamos 100% focados no cliente e na busca das melhores soluções de renting automóvel. Acreditamos que para ser a gestora de frotas preferida, líder em satisfação e proximidade dos clientes, temos de assegurar a manutenção de relações sólidas e duradoras com esses mesmos clientes, o que só é possível com uma política rigorosa de gestão da qualidade e certificação. Por outro lado, acreditamos na solidez ética, na honestidade e integridade como princípios do nosso comportamento empresarial e lutamos diariamente por manter os níveis de excelência na qualidade dos serviços prestados. Tudo isto contribui para fazer a diferença e manter os clientes satisfeitos.

pontos de vista

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De que forma é que as vossas soluções permitem o controlo de custos por parte das empresas que vos procuram? As principais preocupações dos clientes estão relacionadas com a otimização dos seus recursos disponíveis e com a necessidade de diminuir custos. As soluções de renting da Finlog permitem às empresas otimizar a gestão das suas frotas, grandes ou pequenas, com serviços completos a preços altamente competitivos, libertando-os de todos os riscos operacionais e permitindo-lhes concentrar-se apenas na sua atividade principal, com óbvios ganhos de produtividade. Acresce que as nossas soluções são igualmente flexíveis, permitindo ajustamentos ao prazo, quilometragem e serviços inicialmente contratados. Têm como missão a oferta de um serviço Global Automóvel com Qualidade e Flexibilidade. Face às atuais exigências de um mundo global, de que forma promovem a inovação nos vossos produtos e serviços para responder às necessidades do mercado?

JOAQUIM GONÇALVES

Esta campanha permite oferecer uma viatura com eficiência dinâmica, modular, de ótima qualidade e com um design moderno, a um preço altamente sedutor

Na Finlog levamos a inovação e desenvolvimento muito a sério. Queremos ser a Gestora de Frota líder em satisfação dos seus clientes e utilizadores e como tal temos procedimentos formais que envolvem todas as pessoas da organização em processos de melhoria contínua, quer incremental quer disruptiva. Existe um comité de inovação que suporta toda esta atividade com o apoio de um recurso interno a tempo inteiro, bem como uma equipa de consultores externos.

A Finlog anunciou o lançamento de uma campanha de aluguer operacional de viaturas (renting) em parceria com a Peugeot Portugal e a sua rede de concessionários. Quais são as valias desta campanha e que expectativas possuem para a mesma? No início de março, lançámos esta campanha, em parceria com a Peugeot Portugal, que permite oferecer o novo modelo 308 a preços muito competitivos e condições vantajosas. As nossas expectativas são elevadas, sendo o nosso objetivo primordial o reforço da abordagem ao canal de vendas empresarial, apostando não só no tradicional target das grandes empresas, mas alargando a oferta às PME’s, empresários em nome individual e profissionais liberais. Em termos de comunicação, a campanha está centrada no Peugeot 308 SW Style 1.6 BlueHdi 100cv, em que, por uma renda fixa de 324 euros, oferecemos ao cliente uma gama completa de serviços, designadamente manutenção integral, impostos, substituição ilimitada de pneus, viatura de substituição, gestão de sinistros e assistência 24 horas. Mas a oferta está disponível para todas as motorizações, carroçarias e versões do novo modelo 308. A quem se dirige esta campanha e até quando está a mesma em vigor? A campanha foi pensada para o canal empresarial, mas não apenas para as grandes empresas. Queremos chegar também aos novos segmentos emergentes, onde se incluem as PME’s e os profissionais independentes. A campanha estará em vigor até ao dia 31 de maio. O que pretendem com esta campanha? A mesma passa por uma estratégia da marca no reforço do seu canal de vendas empresarial, ou seja, pretendem melhorar o vosso posicionamento no setor empresarial e de negócios? Esta campanha permitirá seguramente alargar a base de clientes da Finlog, tanto mais que se dirige a vários targets. Na sua origem, o renting automóvel era um instrumento vocacionado apenas para grandes empresas. Este cenário tem vindo a alterar-se paulatinamente, e nada impede hoje um particular de celebrar um contrato de renting, onde encontrará grandes vantagens. A Finlog quer estar na vanguarda destas novas tendências.

a campanha está centrada no Peugeot 308 SW Style 1.6 BlueHdi 100cv, em que, por uma renda fixa de 324 euros, oferecemos ao cliente uma gama completa de serviços, designadamente manutenção integral, impostos, substituição ilimitada de pneus, viatura de substituição, gestão de sinistros e assistência 24 horas

Num contexto de incerteza para todos os operadores económicos, o renting tem-se revelado a opção ideal para o mercado empresarial. Quais as reais valias do renting e de que forma tem a mesma crescido em Portugal? Os dados de crescimento do renting mostram que esta é uma solução cada vez mais procurada no mercado nacional, tendo o setor crescido 8,2% em 2015, com mais de 28 mil veículos novos. Apesar de alguns constrangimentos fiscais decorrentes do OE 2016, tudo indica que o setor continuará a crescer em 2016, tanto em termos do parque automóvel gerido como de novos clientes. Esta solução permite que as empresas se concentrem na gestão do seu negócio, transferindo os riscos da gestão das suas frotas para uma entidade especializada e otimizando custos. Estamos a falar de um conjunto significativo de vantagens. O que ganham aqueles que apostarem na campanha da Finlog de aluguer operacional de viaturas (renting) em parceria com a Peugeot Portugal? Esta campanha permite oferecer uma viatura com eficiência dinâmica, modular, de ótima qualidade e com um design moderno, a um preço altamente sedutor. Por outro lado, quem aderir à campanha sabe que está a contratar um serviço com uma gestora de frotas com reconhecidos créditos e experiência no mercado que lhe garantirá as melhores soluções. ▪

Quais as prioridades e desafios da marca de futuro? A nossa prioridade continuará centrada no serviço e na satisfação dos clientes – bem como na satisfação dos utilizadores das viaturas. Em termos de crescimento, continuaremos a acompanhar o desenvolvimento do mercado. Em 2015, a Finlog foi, entre as cinco maiores empresas de renting, a que mais cresceu em termos percentuais, tanto em número de novos contratos (mais 67%) como do parque automóvel que gerimos (mais 13%). Este ano queremos aumentar a nossa frota gerida em cerca de 10%. Sabemos que é um objetivo ambicioso, mas estamos convictos de que será alcançável. Por outro lado, no primeiro trimestre deste ano, renovámos a nossa imagem e estamos agora a comunicá-la ao mercado. Trata-se de um momento importante para a empresa, de projeção externa dos nossos valores e da nossa ambição de servir os clientes ainda melhor. Temos um novo logótipo, um novo site e reforçámos o nosso compromisso de trabalhar para oferecer um serviço global automóvel com qualidade e flexibilidade. Esta mudança de imagem corresponde a uma nova fase da vida da empresa, uma nova fase de afirmação no mercado.

11 abril 2016

“A Finlog quer estar na vanguarda das novas tendências”


INOVAÇÃO E VALOR

FUNCIONALIDADE E DESIGN

» LECTRA – MARCA DIFERENTE

» ARRIVA MARCA A DIFERENÇA

“O impossível está realizado e o realizado está galardoado”

“Do primeiro flash criativo ao produto final” – Esta é a Lectra

Reconhecimentos não são fáceis de alcançar e somente os melhores os conseguem atingir. Desta forma, é necessário que as marcas apostem quotidianamente em elementos diferenciadores e de valor em prol do meio em que se inserem, no sentido de levar e elevar o nosso dessa comunidade e o seu próprio desígnio.

Assumindo uma posição de liderança em soluções de Software de desenho e máquinas de corte, a Lectra surgiu em França em 1973 e desde então tem desenvolvido soluções específicas para cada indústria com a qual trabalha. Da moda à confeção, passando pela indústria automóvel e mobiliário, bem como aeronáutica, náutica ou energia eólica, esta transnacional colabora lado a lado com o cliente, prevendo as suas necessidades e acrescentando valor aos seus produtos.

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consecutiva, com mais um prestigiado prémio arquitetónico a nível internacional, ou seja, depois de em 2015 ter ficado, na categoria de imóveis considerados de referência pelo impacto paisagístico e eficiência ambiental, na terceira posição, este ano ficou novamente no Top 10, mais concretamente na oitava posição, numa classificação atribuída pela Design Curial, uma das entidades mais reconhecidas a nível mundial no âmbito do design, da arte e da arquitetura. “Estamos extremamente satisfeitos e orgulhosos por este reconhecimento, até porque significa que estamos num rumo evolutivo e em linha com o que pretendemos continuar a fazer, ou seja, quando projetámos estas instalações, pensamo-las com um conjunto de pilares e prioridades em que estivessem englobadas a eficiência do ponto de vista empresarial, mas também pelo meio em que estamos inseridos, a cidade de Guimarães,

que em 2012 foi a Capital Europeia da Cultura, em que pretendíamos oferecer um contributo ao meio para elevar o nome da cidade”, revela o nosso entrevistado, assegurando que um dos aspetos mais enfatizados no projeto passou pela responsabilidade ambiental e por uma preocupação com as pessoas. “Era importante para nós que todas as posições de trabalho tivessem luz natural e isso foi conseguido, numa obra que podia ter sido apenas um pavilhão industrial, mas onde decidimos inovar e ser diferentes”, esclarece o nosso interlocutor, asseverando que esta obra é um enorme motivo de orgulho para toda a equipa da marca.

O impacto internacional

É importante que uma marca compreenda que pode ser um pólo de desenvolvimento da região onde se insere. A Arriva tem essa consciência e tem tido a capacidade de elevar o desígnio de Guimarães, sendo que este prémio arquitetónico teve também impacto internacional, tal como explica o nosso interlocutor. “Basta ver que ao nível do próprio grupo Deutsche Bahn, estes utilizam fotografias das nossas instalações e apresentam as mesmas como exemplo de boas práticas. Esse reconhecimento internacional surge também por intermédio de pessoas externas à marca, porque temos bastantes estudantes, nomeadamente alunos de Arquitetura de outros países, em especial da Noruega, que nos pedem autorização para fotografar as instalações e visitar as mesmas, sendo portanto o momento em que muitas pessoas têm o primeiro contacto com a marca e isso é bastante positivo”, salienta Manuel Oliveira. Com os prémios e reconhecimentos, é natural que as exigências aumentem, mas isso não preocupa minimamente o nosso entrevistado, até porque, com a construção deste edifício, “provámos que não há impossíveis. Quando demos início a este projeto, tivemos muita gente a dizer que esta obra seria impossível. Provámos o contrário. O impossível está realizado e o realizado está galardoado. Por isso não temos receio do futuro, porque tenho a certeza que iremos continuar a caminhar numa linha ascendente, em prol da região e de Portugal”, conclui o nosso interlocutor. ▪

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MANUEL OLIVEIRA

CARACTERÍSTICAS DO IMÓVEL Edificado em 2010, as instalações da Arriva situam-se na freguesia de Pinheiro, sendo um imóvel com mais de 3.000 metros quadrados, edificado no sentido oposto às construções existentes, o que permite controlar o ruído produzido nas oficinas de modo a não perturbar os vizinhos, libertando ao mesmo tempo espaço para o parqueamento de 96 autocarros. O programa de oficinas e escritórios da Arriva Portugal organizou-se em dois corpos articulados por intermédio de um pátio, espaço de intervalo que proporciona um lugar de convívio e descanso para os funcionários, possibilitando o afastamento acústico da oficina. O piso térreo destina-se a áreas sociais, receção e cantina polivalente, enquanto no piso superior são desenvolvidas tarefas da direção, gestão e formação.O desfasamento volumétrico possibilitou, ainda, a criação de circulações exteriores cobertas para o inverno e terraços para o verão. Foram, também, utilizadas estruturas mistas, com coberturas aligeiradas. O revestimento do corpo administrativo é feito com módulos múltiplos de 54cm de vidro lacado e alumínio. No interior, o pavimento é autonivelante de baixa manutenção em todo o piso térreo e alcatifa acústica no piso superior.

Se podemos falar em segredos de negócio, o da Lectra poderá cingir-se a um: uma aposta vincada e contínua na inovação. “Nos últimos dez a 15 anos, a Lectra tem investido em média cerca de 10% do seu volume de negócios em Investigação e Desenvolvimento. Está no ADN da empresa e isso materializa-se não só nos produtos que disponibiliza ao mercado mas também na capacidade que foi tendo ao longo dos anos de inovar”, explicou Rodrigo Siza Vieira, Diretor da Filial em Portugal, em conversa com a Revista Pontos de Vista. Esta componente inovadora traduz-se na disponibilização de serviços não só de suporte direto às suas soluções, como manutenção e suporte, mas também na área dos serviços que permitem que os clientes implementem e otimizem as soluções Lectra já em fase de utilização produtiva. Ajudar o cliente a automatizar e otimizar a criação do produto, desenvolvimento e produção é, por isso, a pedra basilar do trabalho aqui desenvolvido. Esta criação de soluções que poderão ser incorporadas em todas as indústrias que utilizem tecidos, peles, têxteis técnicos e materiais compósitos exige uma outra postura que a Lectra sempre soube assumir. “Ao longo do tempo fomos modificando e adaptando a estratégia permanentemente não só em função dos comportamentos e evoluções dos mercados onde atuamos, mas também em função de uma estratégia global adaptável à cultura e ao contexto local de cada região”, esclareceu Rodrigo Siza Vieira. O sucesso da Lectra resume-se, portanto, a três principais vetores: “a tecnologia assente num esforço e investimento permanente na pesquisa e desenvolvimento; as metodologias que se repercutem nos serviços de otimização e implementação e, por fim, a experiência nas diferentes indústrias em que atua”. Falamos essencialmente da indústria da moda e vestuário, um setor para o qual a Lectra nasceu e que ainda hoje é o seu mercado principal, com um volume de negócios que representa os 50 a 60% anualmente.

Lectra está “onde a moda e a tecnologia se encontram”

Em mais de cem países, 24 horas por dia, a Lectra tem procurado responder com mestria aos desafios do século XXI, seguindo tendências e auxiliando as operações do quotidiano operacional dos seus clientes. Acompanhando todo o ciclo de vida de um produto, a atividade da Lectra abrange mercados tão distintos como a moda casual, desportiva ou de lazer, jeans e lingerie, em segmentos que vão desde a moda rápida (fast-fashion) aos artigos de luxo e ao pronto-a-vestir. Com uma experiência neste setor de mais de 40 anos, a Lectra sentiu as várias dinâmicas vividas em

RODRIGO SIZA VIEIRA

Portugal nos últimos anos e sobre isso Rodrigo Siza Vieira tem uma posição muito clara. “Hoje o setor é bastante mais pequeno, tanto em número de empresas e trabalhadores como no volume global de negócios. Mas é uma indústria saudável, que se fortificou com as dificuldades”, contextualizou o responsável que, perante a pujança deste setor, não se cansa de dizer: “A Lectra em Portugal deve o seu sucesso naturalmente aos seus produtos e serviços, à sua equipa que é muito experiente e conhecedora, mas também ao mercado português que mostrou ser capaz de atravessar dificuldades e sair delas ainda mais fortesforte”, defendeu Rodrigo Siza Vieira. Quando chegou ao mercado nacional em 1985, a Lectra deparou-se com uma série de desafios que se colocavam às empresas deste setor ao nível da modernização e introdução de novas tecnologias. “Fomos capazes de trazer o aporte tecnológico que necessitavam, mantendo sempre uma enorme proximidade com o cliente. Aliás, essa capacidade de construir relações de longo prazo com os nossos clientes faz parte dos nossos valores”, assumiu, não sendo por acaso que o núcleo duro dos clientes da Lectra acompanha a empresa desde os seus primeiros passos em território português. Além desta fidelização, há ainda a preocupação de descobrir novos clientes e “trazê-los para esta equipa alargada” que se diferencia das demais precisamente por isso, por “ser uma equipa”, defendeu o responsável.

Lectra e a educação

“Lectra, liderando o caminho para aqueles que querem criar o futuro”. Mais do que um chavão, esta é uma responsabilidade desde sempre assumida pela empresa que também encara esta vertente como um “veículo de promoção do nome Lectra”. “Faz parte do nosso posicionamento estar junto das escolas dos diferentes níveis com formação especializada nesta área para assim promovermos junto dos futuros profissionais a empresa e os nossos produtos”, revelou. Como tal, com o intuito máximo de reforçar os estudos profissionais através das mais recentes tecnologias Lectra, a empresa tem desenvolvido um programa de parceria com mais de 850 escolas e universidades em 60 países. Continuando a estimular este compromisso com as instituições de ensino, para o futuro, a Lectra seguirá a linha de atuação que tem sido trilhada desde 2014. As ambições passarão ainda pelo reforço das soluções CAD/CAM no mercado tradicional e pela promoção de uma das áreas que Rodrigo Siza Vieira acredita que terão mais futuro: o 3D na área de desenvolvimento de produto. Além disso, passa ainda pelos planos da Lectra dar mais visibilidade aos seus produtos e serviços com metodologia lean, uma prática já bastante recorrente na indústria automóvel mas que ainda não é muito praticada no setor da confeção. “Estes serão os grandes desafios que marcam a evolução para 2016, na continuidade do plano de ação já definido para o período anterior”, concluiu Rodrigo Siza Vieira. ▪

13 abril 2016

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Revista Pontos de Vista conversou com Manuel Oliveira, Diretor Geral da Arriva do Norte de Portugal, que nos deu a conhecer um pouco mais sobre as prioridades da marca, abordando o tema central que passou pela conquista de mais um reconhecimento por parte da marca, localizada em Guimarães. Interessa compreender que a Arriva desenvolve a atividade de transporte regular de passageiros desde 1926, tendo sido adquirida, em 2010, pela Deutsche Bahn, um dos principais líderes mundiais em matéria de serviços de transportes de passageiros e logística, aportando à marca ainda maior dimensão de reconhecimento internacional. A diferenciação da Arriva perpetua-se em toda a orgânica da marca, mas tem sido por outros motivos que a entidade tem andado «nas bocas do mundo», pois foi galardoada, pela segunda vez


GOPACA EM DESTAQUE

» NOVOS CONCEITOS A MESMA QUALIDADE

GOPACA – A MELHOR SOLUÇÃO Assumidamente inovadora, a Gopaca – Fábrica de Papel e Cartão, é uma empresa com mais de 20 anos, atuando em diversos setores do mercado oferecendo aos seus clientes soluções de embalagem, transporte e exposição para os seus produtos.

Caixas

A Gopaca produz todo tipo das tradicionais caixas de cartão ondulado, numa variedade de qualidades de cartão e formatos adequadas a cada necessidade específica de cliente e produto. Com capacidade de resposta global, a Gopaca apresenta-se como um parceiro fidedigno, reconhecido pelos seus clientes pela performance eficaz em prazos de entrega e na qualidade.

Móveis/Portas

Com a sua produção de favo em papel, a Gopaca alcança outros segmentos fora da área da embalagem, fornecendo à indústria de móveis e portas matéria-prima que substitui a utilização de madeira e seus derivados, como MDF e HDF, entre outros, e contribuindo deste modo para uma sustentabilidade dos recursos do nosso planeta. Gopaca é uma empresa com certificação FSC, e todos produtos Gopaca são certificados FSC ( Forest Stewardship Council).

Caixas Impressão Alta Qualidade

A Gopaca, em parceria com a reputada marca Panotec, oferece aos seus clientes, equipamento e matéria-prima capaz de revolucionar o conceito vigente de tratar a embalagem. Com este tipo de máquina e esta forma de apresentação do cartão, introduzimos no mercado o conceito de:

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Vantagens de utilizar cartão Fan Fold:

pode programar e produzir todas as necessidades de embalagem

Poupança em imobilizado. Menos stocks, menos dinheiro paralisado, menos esforço de tesouraria.

Trabalho Tudo fica mais simples na programação, mais eficiência, possibilidade de análise do histórico de consumo e otimização das matérias-primas mais adequadas.

Tempo Disponibilidade da embalagem no momento certo, sem quebras de produção. Espaço Sem stocks, reduz na necessidade de espaço, maior disponibilidade do espaço disponível para outras funções. Recursos Humanos Menor necessidade de administração, uma só pessoa

Embalagem Industrial

Volume Programação de embalagem personalizada, com medidas exatas, evitando espaços vazios dentro das caixas, reduzindo o volume total, e logo reduzindo custos de embalagem e transporte.

A Gopaca complementa a sua oferta de soluções de embalagem combinado a oferta de cartão ondulado com mais um novo produto, um painel estrutura alveolar, vulgo “favo de mel” , o qual tem já no presente uma considerável aplicação para embalagens de diversos produtos, sendo o único fabricante em Portugal com essas valências concentradas na mesma unidade de produção. Neste segmento, damos particular enfase às paletes de cartão que desenvolvemos “ à medida” de cada necessidade e aplicação especifica.

Imagem Melhor imagem corporativa; produtos bem embalados, melhoria da qualidade.

Cartão Contínuo

BOX-ON-DEMAND A utilização deste tipo de cartão utilizando a adequada máquina de fabricar caixas, possibilita: Redução dos custos de embalagem superior a 30% . Com esta tecnologia pode-se fabricar: na hora, qualquer quantidade, qualquer formato, qualquer dimensão.

Box-OnDemande Performance ProdutividadePoupança

Dentro da sua política de inovação, A Gopaca possui tecnologia para fabrico de cartão contínuo, sendo o único produtor em Portugal de cartão ondulado em continuo, vulgo, FanFold. Neste segmento de produto, o FanFold é uma forma de apresentação do cartão ondulado que abre perspetivas de embalamento a um nível quase sem limite. É um cartão que, na sua produção, a sua embalagem é em contínuo, em forma de livro, e por conseguinte passível de alimentar de forma praticamente ininterrupta uma máquina de fazer caixas.

rEDUÇÃO cUSTOS SUPERIOR

30%

Comunicação Visual

Pelas suas valências tecnológicas que a diferenciam dos demais concorrentes, a Gopaca desenvolveu a sua linha Go-board, painéis rígidos fabricados segundo elevados padrões de qualidade para a indústria de Comunicação Visual. Utilizando papeis com as adequadas propriedades entre as quais a excelente printabilidade, os nossos produtos das linha Go-board são utilizados em impressão digital direta, serigrafia, entre outros, para fabricação de expositores, stands, decoração lojas, shoppings, entre outros.

15 abril 2016

A Gopaca possui instalações e equipamentos de reconhecido nível tecnológico, que a torna uma empresa altamente competitiva, disponibilizando uma gama de produtos que abrange as diferentes necessidades dos seus clientes sempre dentro de parâmetros de racionalização, eficiência e custo das embalagens.

Desenvolvemos e produzimos soluções de embalagem, em diversos formatos de caixas e expositores para ponto de venda com impressão de imagens de alta qualidade flexografia, sempre com base em cartões de excelente printabilidade, conferindo a cada embalagem para alem da natural proteção do produto, um excelente apelo visual, elevando a atratividade do produto final junto dos consumidores.


SEMINÁRIO DE SERIALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS

» MUDANÇA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Os novos desafios

da Indústria Farmacêutica A Logomark, em parceria com a sua representada Antares Vision, promoveu, no passado dia 31 de março, um evento dedicado à temática da Adaptação e Modernização da Indústria Farmacêutica Nacional para observância dos requisitos do Regulamento Delegado (UE) 2016/161, com o desiderato de garantir maior segurança aos produtos farmacêuticos. Desde a fase de fabrico, passando pela identificação de produto, inspeção, acondicionamento e respetiva comunicação às Autoridades de Saúde, todo o processo é crucial para garantir a integridade dos produtos e combater as fraudes e a contrafação.

Apesar de não sermos fabricantes, neste seminário tirei ilações que nos serão úteis para o nosso dia-a-dia. Esta ação funcionou como uma primeira abordagem, um kick-off junto das empresas. No entanto, irão continuar a existir dúvidas no futuro com a implementação obrigatória até 2019 deste processo

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sua empresa está preparada para a Nova Legislação de Segurança e Qualidade de Medicamentos? Para responder a esta questão, a Antares Vision e a Logomark desenvolveram uma ação de esclarecimento e demonstração, em Lisboa, sobre a implementação dos equipamentos de segurança para a serialização de medicamentos. Com convidados representantes das demais empresas nacionais de renome ligadas à indústria farmacêutica, este seminário contou com a presença de oradores especialistas nas diversas áreas ligadas ao tema debatido: Élvio Ornelas, Sócio-Gerente da Logomark; Beatriz Jorge, Técnica de Desenvolvimento de Negócios da GS1 Portugal; e, por fim, Alessandro Marras e Alberto Paletti, representantes da Antares Vision – empresa Italiana reconhecida como fornecedora líder mundial em sistemas de Serialização e Track & Trace para a Indústria Farmacêutica, e que escolheu a Logomark para sua Representante em Portugal.

Alessandro Marras Antares Vision

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Laboratórios Bial

“Será um processo difícil e ainda há muitas dúvidas para esclarecer. Estamos a analisar a gestão de como o vamos fazer e o impacto que irá ter. O prazo não é muito longo, teremos de trabalhar muito nesse sentido de cumprir a diretiva. Os investimentos serão longos e as eficiências operacionais irão deteriorar muito, o que significa que os nossos custos como indústria vão aumentar muito ao longo dos anos. Será um grande desafio. Para grandes multinacionais com produtos muito caros cuja contrafação poderá ser maior justifica-se este projeto, mas para pequenas empresas nacionais não” - Paula Marante e Rui Rodrigues

E quem são a Logomark, a Antares Vision e a GS1? Que papéis representam no que diz respeito ao processo de serialização de medicamentos? A Logomark – Soluções e Equipamentos Industriais, Lda, é uma Empresa que se move pela constante procura por novas e melhores soluções em equipamentos e tecnologia para os setores farmacêutico, cosmético e alimentar. Oferece soluções personalizadas que são baseadas na qualidade, elevada fiabilidade de cada produto e na cuidadosa integração de novas tecnologias. Para tal, tem sempre como alvo prioritário a escolha e a representação das melhores marcas que atuam nestes setores, como é exemplo a sua representada Antares Vision. Já a Antares Vision é o fabricante líder mundial de Sistemas de Visão Artificial, Serialização e Track&Trace para a Indústria Farmacêutica. Possui a maior experiência do mercado no seu setor. No início de 2016 já tinha instaladas soluções de software e hardware de Track&Trace em 750 linhas

Nuno Teixeira

COO da BeyonDevices

Élvio Ornelas – Logomark Beatriz Jorge – GS1 Portugal

Sinto que as pessoas ficaram bastante mais esclarecidas com esta nossa ação. Ainda estamos numa fase inicial, ninguém sabe como as coisas vão decorrer, mas vamos continuar a promover ações deste género para as esclarecer. A Antares Vision é um bom parceiro, tem uma solução completa para todo o processo da instalação de equipamentos para o sistema de inspeção dos medicamentos Raúl Alves Logomark

de produção, em 140 unidades fabris em todo o mundo. Isto representa mais de cinco mil milhões de SKU’s serializados, agregados, expedidos e notificados às autoridades competentes. Por sua vez, a GS1 é uma organização sem fins lucrativos com dimensão mundial que facilita a colaboração entre parceiros de negócios, organizações e prestadores de serviços tecnológicos de forma a resolver desafios de negócios que alavancam as normas e asseguram a visibilidade ao longo da cadeia de valor.

A importância deste evento

Numa primeira parte deste seminário, após a apresentação formal, Beatriz Jorge falou ao público sobre aquele que é o papel da GS1 e a sua importância. Com cerca de 7.700 empresas associadas ligadas ao grande consumo, retalho e saúde, Beatriz Jorge abordou um dos processos da GS1 e inerente no dia-a-dia da população: códigos de barras para a identificação de informações, produtos e pessoas que fornecem dados entre os parceiros de negócios. “É importante falarmos a linguagem das máquinas, o código de barras, que nos permite a captura automática de informação e que ajuda na segurança do paciente, neste caso, reduzindo as falhas humanas que acontecem nos tratamentos adicionais”, referiu a nossa entrevistada. Considerando ser necessário existir um dispositivo de segurança único, Beatriz Jorge realça ainda a importância dos códigos de barras para ajudar a combater a contrafação na indústria farmacêuti-

17 ABRIL 2016

Confiamos nesta parceria com a Logomark. Acreditamos que esta relação comercial e técnica irá expandir os nossos horizontes comuns. Isto porque o forte background e componente técnica da Logomark são elementoschave para nós


Marca Diferenciadora

» Logomark – soluções e Equipamentos Industriais, Lda

Testemunhos

ca, promover a rastreabilidade ao longo de todo o processo do fabrico e transporte dos medicamentos e fomentar a eficiência e a produtividade de toda a cadeia de abastecimento de medicamentos. Isto porque um código de identificação único identifica o nome, a determinação comum, forma farmacêutica, dosagens, tamanho da embalagem e tipo de embalagem, número do lote e validade de uma vez só.

Como se processa a instalação dos equipamentos de serialização?

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Se você que está a ler este artigo estiver com dúvidas e pertencer à indústria farmacêutica, saiba que em termos de instalação de equipamentos de codificação serão os fabricantes a ter essa responsabilidade em identificar qual será a melhor opção para eles. Por sua vez, os sistemas de verificação ficarão à responsabilidade das farmácias e dos grossistas. Existirá ainda um repositório para que os grossistas e as farmácias possam aceder às informações necessárias sobre os medicamentos. Numa segunda parte do seminário, Alessandro Marras, Diretor Comercial da Antares Vision para o sul da Europa e Alberto Paletti, Arquiteto de Soluções Técnicas da Antares Vision, falaram sobre a experiência da empresa na implementação da nova Legislação para Serialização de Medicamentos, bem como apresentaram soluções específicas para a indústria farmacêutica. Abordaram ainda a questão da arquitetura de software para implementação de Serialização e Track&Trace em linhas de produção existentes e os desafios da integração/upgrade da Indústria. Ao longo do seminário, os convidados presentes puderam assistir à realização de testes ao vivo com equipamentos em demonstração: um módulo de serialização de medicamentos da Antares Vision modelo Print&Check EVO e uma Estação de Inspeção e Agregação de Embalagens da Antares Vision modelo MatrixTop View. Em paralelo, numa sala adjacente, existiam outros equipamentos aptos para a realização de testes com produtos dos clientes: três detetores de contaminantes metálicos CEIA; duas controladoras de peso dinâm. IDECON. O sistema de serialização funciona através do controlo no ponto de dispensa associado a dis-

positivos que garantam a inviolabilidade da embalagem de todos os medicamentos. Será eficaz e suficiente para combater a contrafação? Até 2019 as empresas irão conseguir implementar este processo, uma vez que a serialização implica custos elevados e, por sua vez, limitações. O regulamento prevê a obrigação da instalação destes dispositivos podendo, cada empresa, escolher o fabricante. Se para alguns este processo será exigente para a indústria farmacêutica acarretando desvantagens, uma vez que as empresas terão de se responsabilizar inteiramente pelo processo, para outros é possível verem benefícios neste sistema, uma vez que um sistema de código único será benéfico para os pacientes. No entanto, há quem considere que irá afetar a rentabilidade das linhas e a capacidade da produção, para além de ser um processo que irá exigir um investimento inicial elevado. ▪

Como operadores no mercado resta-nos cumprir as normas europeias que agora descem à realidade nacional e portanto temos que nos ajustar ao que é imperativo a nível europeu. Estamos, em parceria com outras associações, a criar um consórcio nacional para conseguirmos chegar ao prazo com o regulamento implementado. Para a indústria é uma mudança enorme no funcionamento do sistema e trará enormes custos, mas são normas imperativas e temos de nos adaptar Tiago Rodrigues

Groquifar – Associação de grossistas de produtos químicos e farmacêuticos

Logomark e os fatores de sucesso Empresa totalmente Portuguesa, a Logomark – Soluções e Equipamentos Industriais, Lda. é liderada por uma equipa de jovens empresários que tem ajudado a inovar a Indústria com o desenvolvimento de soluções e equipamentos nos diversos setores industriais na qual está inserida, nomeadamente: farmacêutico, alimentar, corticeiro e metalo-mecânico.

João Mourão Sidefarma

“Se a legislação obriga à implementação destes equipamentos, devia existir algum tipo de apoios; senão, no final quem irá pagar serão os cidadãos” José Garcia

Responsável Comercial e de Marketing de Fabricante Espanhol de Equipamentos para o Setor Farmacêutico

“Ficámos com uma perspetiva mais positiva daquilo que são as capacidades da Antares Vision. Para nós, produtores de medicamentos, não acrescenta valor, mas será um investimento elevadíssimo para as empresas. Temos de respeitar a diretiva. É uma solução para o problema da contrafação que existe, mas talvez seja demasiado. Com este fórum, na minha opinião, cada um dos participantes irá perceber em que fase do processo está e o que terão de fazer a seguir” Paulo Moreira Sofarimex

U

m dos fatores de sucesso da Logomark consiste logo na sua criação em não querer configurar-se como mais uma empresa de venda de máquinas como tantas outras, mas sim estar habilitada a fazer uma análise das instalações fabris do cliente e propor a tecnologia que mais se adequa às mesmas. Representando várias marcas que estão entre as mais prestigiadas a nível internacional, a Logomark apresenta toda uma equipa que a torna autónoma em termos técnicos, permitindo aos seus clientes ter uma assistência técnica altamente qualificada e de proximidade, pois as linhas de produção a nível fabril têm de estar aptas a trabalhar 24 sobre 24 horas. Hoje contamos com uma vasta equipa que inclui colaboradores com formações distintas, que abrangem a Engenharia de Robótica e Automação, Eletrónica, Mecânica, Dep. Marketing, Dep. Comercial e parte administrativa. Tendo em consideração a nova Diretiva Europeia referente à temática dos medicamentos falsificados, a Logomark decidiu investir na sua equipa técnica, dando formação adequada por forma a estar apta a implementar este sistema nos nossos clientes em Portugal, novamente sem uma dependência total da sua Representada.

A confiança que os nossos parceiros e clientes depositam em nós é o resultado da forma como abordamos cada projeto, o que faz de nós uma equipa diferente, sempre disponível para apresentar soluções que resolvem, melhoram e inovam as linhas de produção Élvio Ornelas Logomark

Recentemente organizou uma conferência em Lisboa, na qual contou com a presença da quase totalidade da Indústria Farmacêutica Portuguesa. Nessa sessão de esclarecimento a Logomark teve a oportunidade de esclarecer o enquadramento legal da Diretiva (Regulamento Delegado - UE 2016/161), bem como de apresentar as suas soluções técnicas. Dado o desenvolvimento crescente nesta área, a nossa Representada Antares Vision decidiu fazer uma parceria para permitir à Logomark abraçar o mercado Espanhol na temática da Serialização e Track & Trace. Em junho do corrente ano será já instalado o primeiro sistema de Serialização numa empresa farmacêutica em Espanha.

Raúl Alves, Élvio Ornelas e Romeu Silva – Fundadores da Logomark

Esta instalação já será na totalidade efetuada por uma equipa técnica da Logomark composta por Eng.º de Software e de Eletrónica. Este será um dos primeiros passos no sentido de cumprir uma das ambições da Administração da Logomark, a qual passa pelo crescimento e internacionalização da empresa a médio prazo. Em termos nacionais e nos setores em que a Logomark atua, conta entre os seus clientes com as maiores Empresas. Diversos são os produtos com que o consumidor habitualmente lida, os quais de certa forma têm o contributo das tecnologias que a Logomark implementa, seja em termos de controlo de inspeção de contaminantes (Raio-X ou Detetores de metais), Controlo de peso (Balanças dinâmicas), Embalamento (Multicabeçais, Embaladoras), Sistemas de marcação (Codificação e gravações a laser), Robótica e Automação (Implementação de robôs), Sistemas de visão artificial (Câmaras de controlo de qualidade), entre outras. Estando inseridos no grupo EAC, com mais de 15 anos de experiência no mercado nacional, em breve contaremos com novas instalações, as quais irão ajudar a alicerçar mais a empresa. “Teremos oficina própria, armazém de equipamentos, salas de formação para os nosso técnicos e para formação dos técnicos e/ou operadores dos nossos clientes”.▪

19 ABRIL 2016

Alessandro Marras – Antares Vision

“É importante existirem seminários como estes para se esclarecerem dúvidas e termos conhecimento de como se vai proceder à codificação das embalagens, por exemplo. Mas, as dúvidas vão-se manter na mesma porque não está nada definido a 100%. Não sei se todas as empresas estão preparadas para suportar estes custos. Há projetos comunitários em curso para esse fim, mas não sei se será viável ou não. A contrafação existe e esta é uma forma de a tentar travar, não sei se irá travar de todo mas, diminuir irá de certeza. Este processo traz vantagens pelo menos no que diz respeito à modernização das indústrias”


Embalagem, Codificação e Etiquetagem”

» DESAFIOS DO SETOR

Standards globais e impactos para pacientes da Diretiva dos Falsificados 60% dos medicamentos comprados online são falsificados, contrafeitos ou não conformes, estima a Aliança Europeia para o Acesso a Medicamentos Seguros, enquanto que 15% do mercado é composto por medicamentos falsificados, conforme avança a Organização Mundial de Saúde (OMS).

N PERFIL

joão castro guimarães DIRETOR EXECUTIVO DA GS1 PORTUGAL

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esse sentido, a publicação dos atos delegados da Diretiva de Falsificação de Medicamentos 2011/62/UE, a 9 de fevereiro passado, no Jornal Oficial da União Europeia, é um passo decisivo no combate a um negócio criminoso, organizado e sem fronteiras. Afinal, essa promulgação implica que, daqui a três anos (i.e., a 9 de fevereiro de 2019), laboratórios e produtores de medicamentos em toda a Europa terão de (i) utilizar um identificador único para os medicamentos e (ii) garantir que o produto está inviolado, através de um dispositivo de segurança à escolha do produtor. Por “medicamento falsificado” entende-se qualquer medicamento com uma falsa representação (i) da sua identidade, incluindo embalagem, rotulagem, nome ou composição, (ii) da sua origem, incluindo fabricante, país de fabrico ou origem ou o titular da autorização de introdução no mercado, ou (iii) da sua história, incluindo registos e documentos relativos aos canais de distribuição utilizados. Nesse sentido, aquando da aprovação da Diretiva 2011/62/UE em 2011, a GS1 Portugal congratulou-se com a aprovação da norma vulgarmente conhecida por “Diretiva dos Falsificados”, na medida em que visa impedir a introdução de medicamentos não conformes na cadeia de valor da saúde, abrindo caminho para a adoção de medidas que asseguram maiores (e elevados) níveis de segurança e rastreabilidade. A adoção de standards globais na Saúde, além de melhorar a eficiência global da respetiva cadeia de valor e ajudar a reduzir significativamente a fatura global de um setor que lida com vidas humanas – segundo um estudo desenvolvido em 2014 pela consultora Augusto Mateus & Associados, Impactos da adoção de standards globais na cadeia de valor da saúde em Portugal, estamos a falar em poupanças a 10 anos para a Economia entre 561 e 791 milhões de euros (sem ou com serialização) –, pode, de forma inequívoca, auxiliar as autoridades no combate a um fenómeno global com um impacto muito negativo para a Saúde Pública e que rende aos seus autores mais de 45 mil milhões de Euros anuais (números de 2011). Có-

digo do produto, número de série, número de reembolso nacional (se requerido no país em causa), número de lote ou data de validade. São estas algumas das muitas informações que comporta um GS1 DataMatrix, suporte do identificador único e uma estrutura ISO compliant que permite o armazenamento de grande quantidade de informação em níveis exíguos de embalamento (incluindo as unidoses). Os resultados da sua adoção incluem: (i) melhorias na gestão de stocks, evitando stocks obsoletos e reduzindo custos, (ii) assegurar o recall atempado e eficiente de produtos não conformes, (iii) auxiliar a alocação de custos de forma e automática; ou (iv) facilitar os reports aos reguladores; permitindo, além disso, garantir os 5 direitos fundamentais do paciente: (i) o medicamento certo, (ii) na dose adequada, (iii) pela via de administração correta, (iv) à hora certa e (v) ao paciente correto. Apesar de Portugal se manter um dos dois únicos países na Europa a não seguir as melhores práticas no que respeita à codificação e rastreabilidade de medicamentos, e ainda que 70% dos dispositivos médicos em Portugal inclua já uma simbologia GS1, existem exemplos locais de adoção com resultados muito animadores. Um dos mais emblemáticos é do Hospital de Cascais (Grupo Lusíadas Saúde), onde, graças a um projeto de normalização baseado no Sistema de Normas GS1, é hoje aí possível recolher e gerir toda a informação relevante do medicamento em todas as fases do circuito, da farmácia à cabeceira do paciente, através de um simples scan a um DataMatrix. Do que é que estamos à espera para agir? Que passem os três anos e que sejamos na mesma obrigados a cumprir a Diretiva? E a que preço? É que se, por um lado, falamos aqui de vidas humanas, por outro, a sua adoção leva algum tempo a concretizar [por dois motivos essenciais: (i) trata-se de um sistema de rastreabilidade end-to-end ou ponto-a-ponto e (ii) a Diretiva 2011/62/UE exige que se carregue a informação normalizada de cada um dos produtos disponíveis na cadeia de valor da Saúde numa base de dados europeia, European Hub, alimentada pelas bases de dados nacionais dos diferentes países e reguladas pelas respetivas entidades reguladoras]. ▪


TEMA DE CAPA

Fazer a diferença na vida das pessoas A propósito do Dia Mundial da Saúde, comemorado a 7 de abril, e promovido pela Organização Mundial da Saúde - OMS, e que teve um foco bastante centrado na diabetes, a Revista Pontos de Vista conversou com Jesús Ponce e Ana Rita Lima, respetivamente Presidente e Diretora Médica da AstraZeneca Portugal, que nos deram a conhecer alguns dos desafios e prioridades da companhia para o futuro, tudo em prol da melhoria da qualidade de vida e de saúde da sociedade. JESÚS PONCE ANA RITA LIMA

pontos de vista

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M

as já lá vamos. Interessa perceber que a AstraZeneca assume-se como uma companhia biofarmacêutica global, orientada para a inovação, tendo como principais prioridades a investigação, o desenvolvimento e comercialização de medicamentos para tratar algumas das patologias mais graves a nível global, onde a diabetes se encontra incluída. Mas de que forma se pode descrever o peso e as consequências da diabetes? Como se pode defender a existência de sistemas de saúde mais sólidos e que assegurem uma melhor vigilância, prevenção e gestão mais efetiva da diabetes? Tudo isto são questões colocadas quotidianamente na orgânica da AstraZeneca e que foram questionadas no âmbito do Dia Mundial da Saúde, através do primeiro relatório mundial sobre a diabetes, que está a aumentar rapidamente em inúmeros países, sendo urgente que se tomem medidas que promovam a prevenção e o conhecimento desta patologia. Assegurando que este é o momento certo para o lançamento deste relatório, para os nossos interlocutores interessa lembrar que a diabetes se está a tornar numa pandemia crónica. “Se analisarmos os dados, há atualmente mais de 400 milhões de diabéticos em todo o mundo e espera-se que estes números continuem a sua escalada num futuro próximo”, refere Jesús Ponce, lembrando que em Portugal, segundo o último relatório, foi estimado que cerca de 13,1 %, ou seja, mais de um milhão de pessoas, têm diabetes e apenas 56% estão diagnosticadas. Além da dimensão humanista de números avassaladores como estes, interessa compreender o impacto económico existente neste cenário ao nível do sistema de saúde, com custos estimados de 1300 a 1500 milhões de euros, o que representa cerca de 0,7% a 0,9 % do Produto Interno Bruto luso. Para esclarecimento de dúvidas ver página 54 do relatório anual do observatório nacional da diabetes 2015. “Tudo isto reforça a importância de uma forte aposta na prevenção e no tratamento da diabetes”, esclarece Ana Rita Lima, assegurando um quadro preocupante caso não se alterem políticas e filosofias. “Estimamos que a mortalidade associada à doença aumente nos próximos 30 anos e este relatório da OMS comprova isso mesmo e reforça que, no contexto europeu, Portugal tem a maior prevalência de diabetes. Acresce a esta dimensão a enorme prevalência da denominada pré diabetes, que é bastante elevada, pois sabemos que cerca de 40% da população está em risco”.

“A prevenção primária é essencial”

Interessa compreender que o caminho a seguir, ou seja, o de inversão desta tendência, passa, de uma forma realista, por promover a redução da incidência e isso assenta, necessariamente, na prevenção primária da Diabetes Tipo 2, que corresponde a 90% dos casos e pode ser prevenida, através de políticas de saúde a nível nacional e global, esclarece a nossa entrevistada. Este modelo preventivo passa pelo envolvimento de todos os setores da sociedade, sem exceção, incluindo Ministérios da Saúde e da Educação, profissionais de saúde, autarquias, representantes de doentes, e o setor privado, do qual faz parte a indústria farmacêutica, sob a forma de compromisso conjunto. “Temos de promover esta «aliança» e envolvência entre todos os setores para desenvolver programas que possam atuar ao nível da comunidade, informando sobre os riscos da diabetes e sobre o que é a doença. Isso só pode ser feito através da educação e da promoção de hábitos saudáveis na população e, naturalmente, através do rastreio da doença, pois sabemos que existe um vasto número de pessoas em risco elevado de sofrer desta patologia. Não desvalorizando a prevenção secundária e terciária, a prevenção primária é essencial e onde temos de colocar o nosso foco”, assume convicta Ana Rita Lima.

Young Health Programme

O Presidente da AstraZeneca, Jesús Ponce, não tem dúvidas em afirmar que este desafio global de convergência por um maior compromisso face à diabetes tem vindo a evoluir por parte de todos os quadrantes, “mas ainda há muito trabalho pela frente”, refere. Na linha da frente tem estado sempre a AstraZeneca, que tem sido um elemento potenciador deste espírito de parceria com os diferentes agentes sociais e na procura de programas e soluções que otimizem o tratamento da diabetes e a redução das complicações, inclusive no domínio cardiovascular. “A diabetes não é uma situação isolada e está, inúmeras vezes, associada a outros fatores de risco cardiovasculares e daí a nossa preocupação em promover programas de hábitos saudáveis”, esclarece o nosso interlocutor. De entre as diversas iniciativas «made in» AstraZeneca, interessa dar a conhecer o Young Health Programme, um dos mais significativos projetos ao nível da responsabilidade social da empresa, e que está presente em 21 países, com o objetivo de prevenir doenças não transmissíveis na população jovem, através da adoção de comportamentos saudáveis, e que demonstra o espírito e a filosofia de prevenção da doença que a AstraZeneca tem defendido. “Esta iniciativa faz uso de parceiros locais que estão em contacto direto com as escolas e sobretudo com adolescentes que estão numa fase da vida de maior risco pelos seus comportamentos, sendo um projeto dirigido, sobretudo, para este grupo. Tanto a nível global, como em Portugal, temos criado estas parcerias, porque sozinhos não conseguimos fazer tudo. O único caminho para criar medidas com impacto e que promovam mudanças é este, o de estarmos todos juntos e a remar numa única direção”.

AstraZeneca Líder na Investigação

Player de relevo, a AstraZeneca assume-se como uma companhia global, que é liderada pela ciência, “ a nossa paixão”, diz Jesús Ponce,

e pela aplicação de inovações científicas. É por esta razão que o nosso investimento em programas de Investigação & Desenvolvimento é dos mais altos da indústria, ultrapassando os 5.6 mil milhões de dólares. Mas o que pretende a marca continuar a perpetuar no âmbito da diabetes? Jesús Ponce, responde. “Temos a patologia enquadrada num segmento crítico que é a denominada área cardiovascular e metabólica, em que pretendemos continuar a realizar uma abordagem holística de todos os fatores de risco em torno da doença. Isso tem-se traduzido em investimentos muito importantes nos nossos programas clínicos, de investigação e desenvolvimento”, afirma o Presidente, revelando que a AstraZeneca é, atualmente, líder ao nível do investimento no domínio da investigação clínica e “isso tem-nos sido reconhecido, pelo valor que estamos a trazer para a sociedade, através do desenvolvimento de novos e inovadores medicamentos”. Para Jesús Ponce, a posição da empresa é clara, ou seja, assenta numa avaliação robusta, baseada na evidência “dos nossos programas clínicos... Este ponto é importante, pois é a saúde das pessoas que nos move”, esclarece, lembrando que a marca está em alerta relativamente à diabetes e por isso, “esperem de nós um enorme espírito de parceria, com grande foco na inovação,pois só dessa forma é possível trazer mais valias inovadoras e diferenciadoras para os portugueses”. Além do desenvolvimento de medicamentos inovadores e da promoção do seu acesso aos portugueses, a AstraZeneca Portugal pretende continuar a apostar fortemente na investigação no nosso país e está, neste momento, a trabalhar em projetos de natureza epidemiológica para conhecer melhor a realidade portuguesa da diabetes, “mas também de comorbilidades associadas à diabetes, como a doença renal e cardiovascular. No fundo, as grandes linhas de atuação da empresa passarão pelo acesso a medicamentos, promoção da investigação e pela contribuição para a prevenção primária em Portugal”, reforça Ana Rita Lima.

A AstraZeneca investe em soluções inovadoras para as pessoas com diabetes em Portugal

Para o Presidente da AstraZeneca, Jesús Ponce, o futuro passa por uma mensagem assente em dois conceitos: “Responsabilidade e Compromisso. Todos, em conjunto, temos a responsabilidade na busca de melhores soluções para prevenção, tratamento, controlo e qualidade de vida das pessoas com diabetes. O compromisso passa por aquilo que a empresa se propõe fazer, diariamente, para que esse desiderato seja uma realidade todos os colaboradores da marca trabalham diariamente para melhorar a vida das pessoas com diabetes em Portugal. Ultrapassamos os limites da ciência para desenvolver e disponibilizar medicamentos que mudam vidas. Queremos continuar a fazer mais em prol dos outros. O nosso propósito estabelece essa forma de estar, existimos como uma empresa de inovação para entregar mais valias à sociedade. Acreditamos que a melhor forma de ajudar os doentes é concentrar os nossos esforços em ciência inovadora, descobrindo mecanismos da doença e desenvolvendo novas terapêuticas direcionadas para os mesmos Este é o «coração» do nosso propósito enquanto player da indústria farmacêutica”, conclui o nosso entrevistado. ▪

A Diabetes em Portugal

Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes

“Diabetes – Factos e Números – O Ano de 2014 (Edição divulgada em finais de 2015)

7,7

milhões de portugueses

Prevalência A prevalência estimada da Diabetes em 2014 na população portuguesa entre os 20 e 79 anos – correspondente a 7,7 milhões de portugueses – foi de 13,1%. A esta percentagem corresponde mais de 1 milhão de portugueses que, neste grupo etário, tem Diabetes. Esta taxa de prevalência inclui 56% de pessoas já diagnosticadas e 44% não diagnosticadas. Assim, a prevalência da diabetes diagnosticada é de 7,4% e a não diagnosticada 5,7%. O aumento de 12% na prevalência entre 2009 e 2014 reflete o impacto do envelhecimento da população nacional. A prevalência da Diabetes é maior nos homens com 15,8%, sendo que nas mulheres a taxa situa-se nos 10,8%. Com a idade verifica-se um aumento da prevalência, sendo que mais de ¼ das pessoas entre os 60 e 79 anos tem Diabetes. Tendo em consideração também os números da prevalência da Hiperglicemia Intermédia, 40,3% da população portuguesa tem Diabetes ou Hiperglicemia Intermédia, o que corresponde a 3,1 milhões de pessoas.

Incidência Registou-se um crescimento acentuado do número de novos casos diagnosticados anualmente em Portugal entre 2000 e 2011, embora atenuado pelos valores dos últimos três anos. A estimativa para 2014 aponta para a existência de 522 a 662 novos casos de Diabetes por cada 100 mil habitantes.

Mortalidade Nos últimos 10 anos verificou-se uma diminuição significativa do número de anos potenciais de vida perdida por Diabetes Mellitus em Portugal, menos 37%. No entanto, em 2013 a Diabetes representou cerca de oito anos de vida perdida por cada óbito por Diabetes na população com idade inferior a 70 anos. Em termos de causas de morte, a Diabetes esteve na origem de 4,0% das mortes ocorridas em 2014.

Principais complicações da Diabetes As principais complicações crónicas da Diabetes são Neuropatia e Amputação; Retinopatia; Nefropatia; e Doença Cardiovascular (DCV).

23 abril 2016

» DIA MUNDIAL DA SAÚDE


OFTALMOLOGIA E INOVAÇÃO

» OFERTA DE VALOR

OPINIÃO de NELSON SANTOS, DIRETOR DE OFTALMOLOGIA – GRUPO TAPER portugal

A TECNOLOGIA OPTOS A empresa Optos foi fundada em 1992 por Douglas Anderson depois do seu filho de cinco anos ter ficado cego de um olho devido a um descolamento de retina, tardiamente detetado.

N

PERFIL

NELSON SANTOS

DIRETOR DE OFTALMOLOGIA – GRUPO TAPER portugal

pontos de vista

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tofluorescência permite, igualmente, sem injeção a época, os exames oftalmológicos eram de contraste, detetar a lipofuscina presente no RPE desconfortáveis para uma criança e não e, desta forma, auxiliar no diagnóstico do estado de permitiam obter uma imagem completa saúde celular de doenças como a DMI (Degeneração da retina. Anderson ficou motivado para a Macular devido a Idade). resolução desta lacuna, desenvolvendo um retinóPelo facto de permitir uma visualização em alta resografo capaz de captar imagens da retina de forma lução da retina, permite igualmente detetar as pafácil, com campo de visão muito largo e numa única tologias que se iniciam fora da área central da retina. fotografia. Diversos estudos comprovam a eficácia da tecnoloA Optos conjugou duas técnicas de captação de gia OPTOS na deteção precoce de doenças da retina. imagens patenteadas, baseadas em varrimento SLO Num estudo realizado nos EUA a diabéticos, foi poscom vários comprimentos de onda (multi cores) e sível a deteção precoce microscopia confocal. em cerca de 20% das A solução permitiu a pessoas observadas. captação de imagens G r aç a s ao u s o d e t e c n o lo g i a d e A deteção precoce perem alta resolução do mite aos médicos antecifundo ocular, com eleponta, as imagens agora produzidas par o tratamento e, deste vado contraste, sem nefacilitam, de forma significativa, modo, obterem melhocessidade de dilatação res resultados terapêuda pupila e de grande o diagnóstico clinico do médico ticos, o que também angular, sendo agora permite evitar os tratapossível captar numa só o f ta l m o l o g i s ta , b e m c o m o a s mentos ulteriores, mais fotografia cerca de 82% complexos e dispendiode toda a retina (200º). terapêuticas a seguir nas patologias sos, projetando no futuro Os equipamentos deconsideráveis economias senvolvidos pela Optos detetadas de forma precoce financeiras. permitem hoje o uso Graças ao uso de tecnode até 3 sensores de logia de ponta, as imagens agora produzidas facilivarrimento diferentes, a fim de facilitar a análise das tam, de forma significativa, o diagnóstico clínico do diversas camadas da retina: Verde 532nm conhecido médico oftalmologista, bem como as terapêuticas a com “red-free” para imagens até ao RPE (epitélio pigseguir nas patologias detetadas de forma precoce. mentar da retina), Vermelho 633nm, para imagens Previnem ainda as complicações da deteção mais do RPE até a coróida, Azul 488 nm, para angiografia tardia e, deste modo, poupam tais despesa. ▪ com injeção de contraste fluoresceína verde. A au-


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» EMPREGO NA ÁREA DA SAÚDE

A Revista Pontos de Vista conversou com Tânia Braga – Portugal Country Manager da PCQ Nurse Recruitment, uma marca que tem «dado cartas» e que é hoje um player reconhecido pelo apoio que tem vindo a prestar aos Enfermeiros que pretendem apostar numa carreira a nível internacional, mais concretamente no Reino Unido e na Irlanda. Conheça mais.

N

o sentido de contextualizar o nosso leitor, quando foi edificada a PCQ Nurse Recruitment e que balanço é possível perpetuar da atividade da marca? A PCQ Nurse Recruitment iniciou a atividade em agosto de 2013 na Irlanda. Um ano mais tarde começou em Portugal. Nos últimos 24 meses, passou de oito colaboradores em três países para 34 em sete países. Até agora já ajudamos mais de 1000 enfermeiros a encontrar o melhor emprego no Reino Unido e República da Irlanda.

Tânia Braga

Assumem-se como uma empresa especializada em recrutamento de enfermeiros para a Irlanda e Reino Unido. Porquê a aposta neste mercado geográfico e quais as mais-valias que «emprestam» a quem procura o vosso apoio? Em Portugal a qualidade da formação dos enfermeiros está ao nível do melhor que se encontra internacionalmente. E apesar disso um enfermeiro à procura de emprego, dificilmente encontra oportunidades em Portugal, e quando encontra é mal pago e não tem perspetivas estimulantes de formação ou progressão de carreira. Nestes países a situação é oposta: Um enfermeiro português tem oportunidades de emprego na área que preferir, crescimento, reconhecimento, progressão na carreira, formação e maior poder económico. Tanto na Irlanda como no Reino Unido têm vínculos laborais seguros e ganham entre 34.000 a 52.000 euros por ano (rendimento líquido de 2200 a 3800 euros por mês), mesmo para recém-licenciados. Mais, as entidades patronais não só pagam as formações, como ainda aumentam o ordenado do enfermeiro quando as concluem. A maior parte dos portugueses que decidem tentar a sorte noutro país, fazem-nos por sua

pontos de vista

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Primeiro ouvimos o enfermeiro: o que pretende e qual é a sua formação e experiência. Depois sugerimos as propostas que melhor se adequam às necessidades e expectativas de cada um e damos início a todos os procedimentos mencionados

conta e risco - um enfermeiro tem a vantagem de poder recorrer à nossa empresa que o acompanha e aconselha ao longo de todo o processo. Esclarecemos dúvidas, ajudamos a compor/otimizar o currículo, a preparar para a entrevista, a escolher a melhor proposta para eles, agendamos entrevistas, marcamos voos, tratamos do alojamento e ajudamos com a documentação necessária – a decisão de ir viver noutro país é um marco importante na vida de qualquer pessoa, mas os procedimentos burocráticos e complicados que são necessários, podem levar muitos a desistir dessa oportunidade. Nós tornamos um processo burocrático e complicado numa oportunidade fácil de aproveitar. Que género de apoio e aconselhamento prestam a todos aqueles que procuram uma oportunidade de emprego nesta área em outros países? Como se desenvolve o processo? Primeiro ouvimos o enfermeiro: o que pretende e qual é a sua formação e experiência. Depois sugerimos as propostas que melhor se adequam às necessidades e expectativas de cada um e damos início a todos os procedimentos mencionados. Quando os nossos enfermeiros chegam ao Reino Unido ou à Irlanda mantemos o contacto próximo. É muito importante acompanharmos os enfermeiros quando chegam ao novo país e durante a progressão das suas carreiras. Temos enfermeiros que nos ligam às horas mais invulgares para contar como estão. Porque confiam em nós: os nossos enfermeiros sentem que os queremos mesmo ajudar a começar uma nova vida. Uma das questões vitais, passa pela personalização em cada processo, ou seja, na PCQ todos os candidatos/pessoas são «tratados» de uma forma individual? Este ponto é essencial para promover a proximidade e o nível de confiança? Com toda a certeza. Cada enfermeiro tem preferências e competências diferentes. E nós queremos genuinamente encontrar a melhor

proposta para cada enfermeiro. Para isso, procuramos saber em detalhe o que cada um procura e precisa. Tem de fazer sentido a nível profissional e pessoal. Queremos que os nossos enfermeiros encontrem a oportunidade de carreira. Fazemos muitos amigos. Acabamos por nos preocupar tanto com os enfermeiros como com a nossa família. Quais são as principais preocupações dos profissionais de Enfermagem que vos procuram? É importante que tenham pleno conhecimento do que é ser Enfermeiro em países como a Irlanda e o Reino Unido? Querem saber se vão ter realmente progressão na carreira e qual o ordenado, e se o que é prometido nas ofertas será mesmo cumprido – essa garantia é mais uma das vantagens de ter o apoio da nossa empresa. Uma grande parte dos enfermeiros portugueses com quem falamos estão muito frustrados e cansados com a situação em Portugal, a falta de progressão na carreira, poucas oportunidades, excesso de carga horária, baixos ordenados e desemprego. Ajudar os enfermeiros a perceber qual a realidade que vão encontrar no estrangeiro, é uma ajuda essencial para que eles se possam sentir confiantes que estão a fazer a escolha certa e também um passo essencial para que a adaptação ao país de eleição seja bem-sucedida. Como é realizada a ligação entre a PCQ e aqueles que procuram profissionais de Enfermagem? Tem também de existir uma relação de confiança com as instituições que procuram enfermeiros portugueses? Como o perpetuam?

Nós estabelecemos estas parcerias com empregadores em quem confiamos e que têm boas condições de trabalho para os enfermeiros. Eles por sua parte confiam em nós para conseguir os profissionais mais adequados para as suas vagas. Isso exige bastante avaliação e seleção e um trabalho exaustivo de controlo de qualidade por parte da nossa empresa. Felizmente a qualidade dos enfermeiros portugueses garante a satisfação dos empregadores que continuam a requisitar mais. Depois de concluído o processo, a PCQ tem a preocupação de analisar a situação do candidato, ou seja, se está devidamente protegido pelas leis do emprego nesses países? Com toda a certeza! E não só a nível de questões legais; não os podemos enviar para um outro país sem antes, durante e depois ter a certeza que têm todas as condições para serem respeitados, valorizados e estarem seguros. Existem perspetivas de alargar o vosso leque de ofertas ao nível de mercado? Se sim, para que países? O facto de tantos enfermeiros portugueses decidirem emigrar para o Reino Unido pode, de alguma forma, saturar o mesmo no futuro? Sim. A Alemanha é um país que será uma opção ainda este ano. O Reino Unido e Irlanda têm falta de mais de 40.000 enfermeiros e por isso, a curto/médio prazo, não se antecipa que essa necessidade de enfermeiros diminua substancialmente. Existe também grande crescimento a nível de unidades privadas, nomeadamente de nursing homes (unidades para idosos e/ou pessoas com problemas mentais). ▪

27 abril 2016

“Queremos encontrar a melhor proposta para cada Enfermeiro”

como existe um cuidado personalizado no cuidado de enfermagem, existe também uma abordagem personalizada em recrutamento. Os enfermeiros que vão de Portugal para um novo futuro estão normalmente a deixar para trás uma grande rede de apoio social e familiar. A PCQ Recruitment orgulha-se em manter o relacionamento com os enfermeiros mesmo depois de terem feito a mudança e fazemos o nosso melhor para substituir o máximo possível essa rede de apoio, tornando a transição tão feliz e positiva quanto é possível.

FOTO: DIREITOS RESERVADOS

Quais são as principais prioridades da marca para o futuro? Para os Enfermeiros que não vos conhecem, que mensagem gostaria de deixar? O enorme crescimento da PCQ Recruitment tem sido baseado na nossa forma personalizada de recrutar enfermeiros. À medida que vamos crescendo temos de nos lembrar sempre que a marca não existe sem enfermeiros felizes e satisfeitos que encontraram novas oportunidades em novos países com a ajuda da PCQ Recruitment. O que fazemos é ajudar enfermeiros a progredir nas suas carreiras. Tal


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» ERGONOMIA

» msd em grande plano

Opinião DE joana martins

Opinião DE TERESA PATRONE COTRIM

Pé Diabético e a Prevenção

ERGONOMIA: Formação e Prática

O

pontos de vista

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aparecimento de lesões nos pés dos diabéticos está relacionado com neuropatia e/ou doença arterial periférica. Os doentes em risco devem ser identificados e acompanhados nos centros de saúde e unidades de saúde familiares. Quando surgem as lesões, devem ser encaminhados para tratamento especializado. Estes doentes têm geralmente alterações sensitivas (diminuição da sensibilidade) e deformidades do pé que levam ao aparecimento de úlceras. Quando a isto se associa doença arterial periférica, com uma diminuição acentuada da circulação necessária à cicatrização, o resultado pode ser dramático. O desenvolvimento de uma infeção nessas feridas poderá desencadear uma destruição rápida dos tecidos profundos do pé, desencadeando a necessidade de amputação. A abordagem sistematizada e atempada de profissionais dedicados a esta situação é fundamental para o sucesso das intervenções terapêuticas. Está demonstrado que a formação de uma consulta multidisciplinar diminui a taxa de amputações dos membros inferiores nessa região. Aconteceu connosco e continua a acontecer em todas as regiões do nosso país, que infelizmente mantém taxas de amputação muito díspares. A consulta de Pé Diabético “Dra. Beatriz Serra” manteve-se durante anos a única no país e mantém todas as características fundamentais a uma consulta que serve este tipo de patologia. Os doentes com pé diabético que apresentam lesões têm de ser observados e tratados o mais brevemente possível para que os resultados não sejam catastróficos e não podem esperar marcações. A nossa consulta funciona dois dias por semana, segundas e quintas feiras, e qualquer individuo diabético com uma lesão no pé pode-se apresentar à consulta sem marcação prévia desde que tenha em sua posse uma informação clínica de um profissional de saúde. Esta informação é necessária para fazer uma pré-triagem pois chegamos a observar 50 a 60 doentes numa manhã. O doente é observado por uma equipe multidisciplinar com endocrinologistas, ortopedistas e/ou cirurgiões vasculares como acima referi e ainda dermatologia, fisiatria, dor crónica, microbiologia e podologia consoante a situação clínica. Os pensos são efetuados por enfermeiros especializados em feridas, são realizados moldes plantares quando necessário e vários exames podem ser feitos no próprio dia, como análises, radiografia, pressão transcutânea de oxigénio, doppler e eventualmente em casos selecionados, angiografia. Nos casos mais graves temos a possibilidade de seguir o paciente duas vezes por semana quando não é necessário o internamento. Um dos grandes problemas desta patologia é a sua recorrência que pode ir até aos 80% nos dois anos seguintes à cura da primeira lesão e assim mantemos uma forte componente de prevenção, promovendo a educação do diabético e seus familiares relativamente a esta doença, fazendo palmilhas e órteses adequadas às suas deformidades e contamos ainda com o apoio

de um técnico de sapatos que faz calçado por medida com periodicidade semanal às segundas-feiras de manhã. Anualmente observamos em média 750 primeiras consultas e 4500 consultas subsequentes de pé diabético e mantemos a consciência da importância da necessidade da formação de profissionais. Após termos terminado recentemente formação prática aos médicos de Medicina Geral e Familiar, responsáveis por pé diabético dos ACES da nossa área de referenciação, iniciamos formação para médicos Internistas e Cirurgiões Gerais de outros hospitais que pretendam criar consultas de pé diabético. Mantemos formação continuada a enfermeiros e podologistas e participamos atualmente em dois projetos de investigação, um sobre termografia em colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e outro sobre o papel dos linfócitos T na cicatrização de úlceras de pé diabético em colaboração com o Centro de Neurociências de Coimbra e a Faculdade de Medicina da Universidade do porto. Como disse a Dra. Beatriz Serra, “os recursos necessários para iniciar uma consulta de pé diabético eficaz são surpreendentemente simples. O mais importante é a existência de profissionais motivados para parar a catástrofe.”▪

PERFIL

Joana Martins

Assistente Hospitalar Graduada/ Consultora em Angiologia e Cirurgia Vascular no CHP Coordenadora do Núcleo de Pé Diabético da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular

A Saúde, Segurança e Bem-Estar são um objetivo estratégico e social de qualquer empresa, contribuindo fortemente para o aumento da competitividade das empresas, assim como para a qualidade das condições de vida e trabalho dos indivíduos. A Ergonomia dá um contributo relevante para esta tríade, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável, com o ser humano no centro da sua dinâmica evolutiva.

N

o âmbito da Saúde e Segurança nas empresas, a ação do Ergonomista é centrada, simultaneamente, nas características dos operadores, nas características dos sistemas e nas características da interação, ou seja, na atividade de trabalho. Assim, a sua ação vai exercer-se fundamentalmente sobre o conjunto de fatores que determinam a atividade do trabalhador, particularmente sobre o que condiciona a sua capacidade laboral, segurança, saúde, bem-estar e produtividade. Na perspetiva da Ergonomia, o trabalho real dos operadores consiste na expressão de um saber e de uma vivência profissional com origem numa história individual e coletiva, inscrita num determinado contexto socioeconómico. Neste sentido, a análise ergonómica do trabalho, quando estuda as componentes das situações de trabalho na perspetiva da interação e compreende o caráter dinâmico e intrínseco da atividade de trabalho dos operadores, dá um contributo único, numa perspetiva de adaptação ou transformação dos sistemas de trabalho. Esta abordagem da Ergonomia constitui-se como uma vantagem competitiva para a inovação nas empresas. A formação em Ergonomia realizada na Faculdade de Motricidade Humana (FMH) é única no país e assegura a formação de Ergonomistas ao nível da Licenciatura, Mestrado e Doutoramento (www.fmh.ulisboa.pt). A licenciatura em Ergonomia na FMH foi criada em 1988, como resposta às necessidades empresariais e sociais, quer no âmbito da capacitação das empresas para a melhoria da eficiência laboral, quer da promoção da saúde e da segurança no trabalho. Em Portugal, a Ergonomia encontrou na FMH as condições institucionais para a sua conceptualização, para a organização do conhecimento e para a construção de metodologias e instrumentos necessários à prática da profissão. Esta instituição acreditou no potencial de inovação do seu objeto de conhecimento, a Motricidade Humana, em novas áreas de necessidades empresariais e sociais, como a dos sistemas de trabalho, o que permitiu o desenvolvimento de uma área de conhecimento completamente nova, na época, em Portugal. Desde a criação da licenciatura em Ergonomia houve

todo um processo evolutivo marcado pela preocupação em adequar o modelo e os conteúdos da formação às necessidades empresariais, sociais e organizacionais. Considerando que a competitividade dos mercados tem conduzido à necessidade crescente de satisfazer, com qualidade, as solicitações do mundo empresarial, a licenciatura em Ergonomia tem sido exposta à comparação internacional, pela adesão, em 1992, ao Harmonizing European Training Programs for the Ergonomics Profession (HETPEP). Deste modo, os licenciados em Ergonomia podem aceder ao título de Ergonomista Europeu através do Center for the Registration of the European Ergonomist (CREE). A atribuição deste título é da responsabilidade do CREE, sendo as candidaturas apresentadas através da Associação Portuguesa de Ergonomia (APERGO). A Licenciatura e o Mestrado em Ergonomia da FMH habilitam os seus alunos com competências específicas no âmbito da segurança e saúde no trabalho, o que lhes permite ter uma perspetiva sistémica do trabalho no sentido da avaliação, controlo e gestão dos riscos ocupacionais com impacto na produtividade e na segurança e saúde dos trabalhadores; e no âmbito da usabilidade e user experience o que lhes permite uma intervenção ao nível do desenvolvimento e avaliação de interfaces para sistemas que promovam boas experiências com ganhos de eficiência, segurança e bem-estar. A Ergonomia tem vindo a evoluir, com provas dadas nos mais diversos setores de atividade empresarial. Nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento da procura de Ergonomistas pelas empresas, sendo um dos principais objetivos a otimização da capacidade laboral e a prevenção dos riscos ocupacionais. Em Ergonomia realiza-se o estudo do Homem no trabalho, mas também nas suas ocupações nos tempos livres ou utilitárias. O seu objetivo é a otimização da interação entre o Homem, o sistema e o ambiente, através do equilíbrio entre as exigências das tarefas, as características do sistema e as características anatómicas, fisiológicas, sensoriais, percetivas e cognitivas dos indivíduos, visando, de forma integrada a produtividade e a

qualidade dos sistemas, e a saúde e a segurança das pessoas. Uma das características particulares e distintivas da Ergonomia é centrar-se na atividade humana, enquanto processo complexo, original e em evolução, destinado a adaptar-se à tarefa, mas ao mesmo tempo a transformá-la. Esta atividade não é neutra, compromete e transforma aquele que a realiza. Assim, a análise ergonómica conduz à identificação das variáveis do funcionamento dos sistemas de trabalho, da variabilidade intra e interindividual dos operadores, dos resultados alcançados e dos efeitos sobre os indivíduos ao nível da sua saúde, segurança e produtividade. Esta compreensão do trabalho, seus determinantes e consequências para os indivíduos e para o sistema produtivo, conduz aos objetivos de transformação do trabalho ao nível das condições de realização, dos aspetos organizacionais e da formação. ▪

PERFIL

TERESA PATRONE COTRIM, Professora Auxiliar da Secção Autónoma de Ergonomia da Faculdade de Motricidade Humana E Presidente da Associação Portuguesa de Ergonomia

29 abril 2016

A consulta de Pé Diabético do Centro Hospitalar do Porto (CHP) existe desde 1987 quando a Dra. Beatriz Serra, que atualmente dá o nome à consulta, juntou três especialidades, endocrinologia, ortopedia e cirurgia vascular, para trabalharem juntas com a finalidade de reduzir as amputações dos membros inferiores.


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

“O sorriso não acontece por acaso, planeia-se” A propósito dos cuidados de saúde oral e da vertente da Implantologia, a Revista Pontos de Vista conversou com Rui Graciano, Profissional de Medicina Dentária e Administrador da Clínica Dentária de Azeitão (CDA), onde ficamos a conhecer o atual panorama nacional neste segmento.

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Clínica Dentária de Azeitão (CDA) foi criada com o objetivo de ter uma oferta integrada e direcionada para todas as idades. De que serviços dispõe a entidade de forma a desenvolver essa estratégia de tratamento direcionado? A CDA dispõe de um leque avançado de tecnologia que nos permite ter resposta imediata às situações que nos surgem na consulta. Somos uma referência na nossa área geográfica. Temos internamente um laboratório de prótese dentária que nos permite, de uma forma rápida e precisa, dar apoio quer nas consultas de rotina assim como nas cirurgias de “Dentes em um dia” com ou sem processo cirúrgico, num ambiente confortável sofisticado e descontraído, satisfazendo todas as necessidades dos nossos pacientes.

A CDA disponibiliza um serviço especial para clientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Em que consiste este serviço? Sim. Quem nos procura quer e necessita de soluções rápidas e eficazes que correspondam às suas expectativas. Sendo assim, a CDA tem parceria com uma unidade hoteleira na área que permite ao paciente, durante o tratamento, disfrutar dos encantos que a Serra da Arrábida proporciona sempre ao nosso lado.

pontos de vista

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A ciência da Implantologia está diretamente relacionada com a qualidade de vida das pessoas? Sim. Na Implantologia avançada que a clínica pratica, o conhecimento, a experiência e a nossa sensibilidade aliada à tecnologia permite o planeamento do sorriso e desta forma proporciona, no próprio momento, uma visualização do resultado final ao paciente, indo assim de encontro às suas necessidades e expectativas.

RUI GRACIANO

Para além de serem especialistas em Implantologia avançada a CDA atua também em mais áreas? A CDA dispõe de uma equipa multidisciplinar, onde cada paciente recebe o acompanhamento detalhado e personalizado. Toda a nossa equipa trabalha em conjunto para alcançar o sorriso que sempre sonhou, passando pela estética facial como o botox, ácido hialuronico ou até mesmo o pelling, assim como pelo branqueamento dentário, as facetas estéticas e também um novo sistema de correção dentária invisível substituindo os antigos aparelhos de ortodôncia na forma como os conhecemos. Para além da parte dentária, vamos abrir em breve uma nova vertente mais direcionada para o relaxamento, para que os nossos pacientes enquanto aguardam que os seus trabalhos sejam concluídos possam descontrair. A CDA dispõe de planos de tratamentos e pagamentos adaptados à especificidade de cada membro da família? Sim. A clínica dispõe de um acordo com uma entidade financeira para casos em que o paciente necessite. Além disso, dispõe também de um plano interno de pagamento percentual consoante o tratamento vai sendo efetuado. Tem também vários acordos e protocolos com diversas entidades.

No que consiste o protocolo “Dentes em um dia”? Resume-se, após um detalhado plano feito anteriormente, em substituir os dentes, (caso existam), efetuar a colocação dos implantes e colocar os dentes fixos no próprio dia. Tudo isto só é possível por dispormos de um avançado poder tecnológico e de um laboratório interno, onde todas as alterações necessárias são efetuadas no momento. A estética, o sorriso, o conforto e o bem estar são fundamentais. A estética e a importância do sorriso é fundamental no dia a dia? Sem dúvida e cada vez mais. O sorriso é o primeiro impacto. Se temos dentes escurecidos ou pigmentados, com espaço entre eles ou simplesmente mal posicionados, isso pode afetar o modo como interagimos com os outros. Além da implantologia avançada, a clínica realiza cada vez mais trabalhos de estética dentária e facial. Muitas vezes, o paciente chega com ideias não muito claras, às vezes até mesmo erradas, que, após análise, com pequenas alterações, como um branqueamento, uma alteração de um outro ângulo do dente, compósito ou até mesmo com a colocação de facetas estéticas dentárias. Obtemos resultados de excelência. A clínica tem como assinatura, “o sorriso não acontece por acaso, planeia-se”. E é isto que nós fazemos, sorrisos. ▪ Clínica Dentária de Azeitão Rua José Augusto Coelho 82-84 2925-538 Azeitão – Portugal T.: +3 212 180 639 | M.: +351 967 577 556 info@clinicadeazeitao.com

» CLÍNICA JOÃO PEDRO CANTA

Sorrisos

em FamíliA

Que lugar tem a Implantologia em Portugal? Que hábitos na higiene oral têm os portugueses de mudar? Quais os principais fatores de risco na saúde oral? Quem responde a tudo isto é João Pedro Canta, Diretor da Clínica João Pedro Canta em Setúbal.

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e que forma a Clínica João Pedro Canta consegue ser referência e protagonista da mudança em Implantologia em Portugal? A Clínica João Pedro Canta é uma clínica multidisciplinar de Medicina Dentária com 18 anos de existência. Sou Médico Dentista desde 1997, dedico-me em exclusividade à área da Implantologia e Cirurgia Oral. Iniciei a minha formação nesta área em 1999 na Universidade de Nova Iorque e, desde os EUA ao Brasil tenho vários cursos dedicados à Implantologia. Hoje, faço parte da equipa docente da Pós-Graduação de Implantologia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa e sou convidado de uma marca de implantes como consultor científico. A clínica tem uma larga experiência nesta área o que nos deixa muito à vontade em todos os desafios que surgem diariamente. Na sua opinião, qual é a realidade da Implantologia em Portugal? A Medicina Dentária em Portugal em nada fica a dever a outros países, e a Implantologia não é exceção. O facto de termos em Portugal uma formação Universitária pós-graduada nesta área permite-nos estar ligados a vários projetos científicos e termos um crescendo de “massa crítica”. Aliás, temos nomes portugueses que se destacam inclusivamente no plano internacional. Os tratamentos implantológicos podem ser dispendiosos para algumas pessoas, na Clínica João Pedro Canta existem condições especiais de pagamento? Como qualquer empresa, uma Clínica de Medicina Dentária terá de estar atenta e desenvolver ferramentas comerciais para fazer face às constantes alterações do mercado. Na nossa clínica temos o cuidado de, a par da abordagem técnica, fazermos um acompanhamento comercial personalizado de cada paciente. Temos opções financeiras que se adequam a praticamente todos os casos, para que o fator financeiro não seja um entrave ao tratamento.

Que outros serviços disponibiliza a clínica? A equipa é constituída por dezasseis elementos. Orgulhamo-nos de dar um tratamento especializado em todas as áreas da Medicina Dentária. Além de Microscópio Clínico, Sedação consciente com protóxido de azoto, temos ainda um aparelho de CBCT, que é uma tecnologia recente que permite fazer TACs com menos cerca de 90 % de radiação face a um TAC convencional. Enquanto clínica dentária, o que é mais importante na relação com o paciente? Uma boa saúde oral é imprescindível para a saúde em geral. Que maus hábitos ainda persistem que importam derrubar? Quais são os principais comportamentos de risco? Estabelecer uma boa empatia com o paciente é fundamental. Continuamos a acreditar e a apostar na qualidade dos nossos tratamentos, e isso justifica que o nosso maior referenciador seja o nosso paciente. Relativamente aos “maus” hábitos destacaria a falta regular de acompanhamento da generalidade da população. Os programas públicos são inexistentes e a maior parte das pessoas apenas recorre ao dentista em situações de urgência. O tabaco e a pouca educação para a higiene oral serão os principais fatores de risco. A aposta na formação contínua dos médicos dentistas é uma prioridade? A Medicina Dentária, para muitos Médicos Dentistas, é uma profissão isolada e individualista. Se não virmos outras realidades, se não trabalharmos em equipa, dificilmente subimos na nossa curva de aprendizagem de forma saudável. A formação contínua deve ser tida em conta como forma de estimular a permanente atualização e a troca de experiências entre profissionais. Sorrisos em família é o vosso slogan. Na sua opinião, em Portugal ainda há uma clara necessidade de educar e promover os bons hábitos de saúde oral para a manutenção de um sorriso saudável?

JOÃO PEDRO CANTA

Uma das áreas em que a clínica aposta é a da Odontopediatria (Medicina Dentária infantil). Segundo a Academia Americana de Odontopediatria a criança deve ir pela primeira vez ao dentista entre a erupção dos primeiros dentes (6 meses) e o primeiro ano de vida, sendo que a consulta é orientada para os pais para

informação dos principais fatores de risco e os cuidados de higiene que devem instituir na criança. Portugal carece de maior investimento em ações de educação da população e até profissional. Quando vemos pais com níveis de saúde oral francamente baixos, o que podemos esperar da saúde oral dos seus filhos? ▪

31 abril 2016

» CLÍNICA DENTÁRIA DE AZEITÃO


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» DIA MUNDIAL DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

» HOSPITAL GARCIA DE ORTA

Evolução, Inovação e Excelência. São estes os predicados do Hospital Garcia de Orta (HGO), que tem preconizado um percurso de rigor, em prol da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Sobre estas e outras matérias, a Revista Pontos de Vista conversou com Fernando Melo, Diretor de Serviço do Serviço de Gestão de Sistemas de Informação do Hospital Garcia de Orta, que nos deu a conhecer um pouco mais.

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uando em 2010 chegou ao Hospital Garcia de Orta para liderar os Sistemas de Informação, quais foram as principais necessidades detetadas? Acima de todas as outras necessidades identificadas, relacionadas com um descrédito na capacidade das novas tecnologias em contribuírem para uma melhoria das condições de trabalho dos profissionais, o HGO possuía um parque informático bastante envelhecido, tanto ao nível do centro de dados, como dos postos de trabalho, o que inviabilizava tanto a exploração plena dos sistemas de informação existentes, como a implementação eficaz de novos sistemas de informação. Para se manterem na vanguarda em termos competitivos e produtivos, cada vez mais as instituições, com especial incidência para o setor da saúde, deparam-se com constantes desafios que as obrigam a adotar estratégias de modernização de serviços e recursos. De que forma o Hospital Garcia de Orta tem procurado assumir uma das linhas da frente nesta mudança de paradigma? Por um lado, manifestando sempre uma disponibilidade total para garantir aos diferentes parceiros as condições técnicas e logísticas ideais para desenvolverem projetos num ambiente onde a inovação é sempre bem-vinda, por outro, desafiando estes mesmos parceiros a criarem soluções inovadoras e capazes.

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Para o Hospital Garcia de Orta, no que concerne aos custos e à clara melhoria de eficácia das equipas clínicas e TI, quais são os ganhos mais evidentes associados à atualização do centro de dados e equipamento de posto de trabalho do hospital? Ao nível da utilização diária pelos nossos profissionais, os ganhos centram-se essencialmente na estabilidade de funcionamento e na disponibilidade e fiabilidade, quer de toda a infraestrutura de suporte instalada no Data Center, quer dos postos de trabalho. No que compete às equipas de TI, os ganhos repercutem-se tanto na redução do número de intervenções de primeira linha, como na capacidade de gerir melhor e de forma mais ágil e eficaz todo o parque de servidores e de postos de trabalho. Quanto à redução de custos, por via da virtualização dos servidores e postos de trabalho, podemos enunciar acima de quaisquer outros os que dizem respeito à utilização mais racional da energia elétrica. Acredita que este projeto de virtualização do centro de dados e dos postos de trabalho poderá ser um exemplo a seguir por outros hospitais e instituições de saúde? A nível global, que impacto o setor iria sentir? Acredito que, a muito curto prazo, todas as instituições do SNS vão adotar tecnologias de virtualização, tanto ao nível dos servidores como dos postos de trabalho. Quanto aos impactos, obviamente positivos, estou seguro que serão basicamente os mesmos que obtivemos com a implementação destas

FERNANDO MELO

tecnologias e que temos vindo a sentir, destacando de entre estes, e no que diz respeito ao utilizador final, a disponibilidade total de um posto de trabalho estável, de boa performance e facilmente adaptável às reais necessidades de cada um dos utilizadores. Esta iniciativa integra o Plano Estratégico de Sistemas de Informação iniciado pelo hospital há algum tempo. O que tem sido possível fazer? Para além dos projetos relacionados com a infraestrutura de suporte do Data Center e com a transformação do posto de trabalho, temos tentado disponibilizar aos nossos utilizadores sistemas de informação atualizados, seguros e abrangentes, em todas as áreas do Hospital. Entre projetos de implementação ou de adaptação de sistemas de informação transversais e de suporte à atividade clínica, de apoio administrativo/gestão ou departamentais, contamos já com mais de 60 projetos desenvolvidos. Para o utente, de que forma esta virtualização traduzir-se-á numa prestação de serviços rápida, atualizada e eficaz? Creio que para os utentes a grande mais-valia será uma maior disponibilidade dos utilizadores clínicos e administrativos para se concentrarem nos processos de atendimento dos utentes, por via da melhoria significativa da disponibilidade e da fluidez dos sistemas aplicacionais. Num cenário de restrição financeira, quais são os desafios e obstáculos existentes quando se pretende desenvolver um projeto de renovação das infraestruturas tecnológicas de um hospital? Apesar de, numa perspetiva económica e financeira, tanto os desafios como os obstáculos serem consideráveis, defendo que se os abordarmos com persistência, com vontade de fazer e com imaginação, conseguimos contornar uns e outros. Talvez demorando mais tempo, ou mesmo abdicando de uma tecnologia em prol de uma outra que, numa primeira impressão nos pareça mais adequada, importa que vamos tentando aproveitar os recursos de que dispomos, à medida que os vamos obtendo. Para o futuro, que outros projetos/objetivos es-

tão em discussão e que pretendem concretizar no decorrer deste ano? No decorrer deste ano, no que diz respeito às condições de infraestrutura, contamos concluir a virtualização da plataforma de servidores, visto dois dos principais sistemas em uso estarem ainda a utilizar alguns servidores físicos, para a sua componente aplicacional. Ainda no que diz respeito a infraestruturas, pretendemos ajustar a componente de networking, através da substituição de alguns equipamentos já com alguns anos de utilização, por outros mais recentes e com melhor performance. Caso encontremos um parceiro disposto a inovar connosco nesta área de networking, ponderamos avançar com uma solução de SDN (Software Defined Network) que, em traços genéricos, corresponde à virtualização desta componente de networking. Pretendemos também aumentar a cobertura da rede wireless, que até agora temos mantido apenas para utilização interna, por motivos relacionados com a segurança da informação; e implementar uma solução de wi-fi, de utilização gratuita, para todos os utilizadores e utentes deste Hospital. Quanto à componente de software, pretendemos avançar com a implementação de várias soluções aplicacionais que contribuam realmente para a melhoria dos processos e das condições em que os profissionais desempenham as suas funções diárias. A solução com mais visibilidade será seguramente aquela que podemos caraterizar como o substituto digital dos quadros brancos, existentes em todas as salas de trabalho de enfermagem. Temos já esta solução em mais de 90% dos nossos serviços de internamento e contamos, a muito curto prazo, instalar a mesma solução nos restantes serviços. Queremos também acompanhar as alterações implementadas neste Hospital, no que concerne à gestão eficaz e eficiente de toda a vertente de internamentos, que tem contribuído para que o Hospital funcione realmente como um todo, incluindo estas alterações num projeto bastante inovador, denominado Unidade de Hospitalização Domiciliária. Para o efeito, temos já prestes a entrar em utilização uma solução que pretende, de uma forma integrada, dar resposta a todas as necessidades relacionadas com esta vertente. Contamos também no decorrer deste ano, concluir a implementação do projeto de transformação dos postos de trabalho (tecnologia VDI), que abrange já mais de 75% dos postos de trabalho, alargando a utilização desta tecnologia a todas as áreas do Hospital. Por fim, que mensagem importa ser deixada a todos aqueles que confiam em si e no trabalho que tem vindo a desenvolver em prol do Hospital Garcia de Orta? Tenho de agradecer, não só a confiança que tem sido depositada em mim, mas também o apoio que me tem sido prestado por todos os que comigo têm colaborado, como tal, a mensagem que deixo vai no sentido de pedir a todos que mantenham os mesmos níveis de confiança e de apoio incondicionais. ▪

Opinião de Catarina Braga

A OIT e o stresse no trabalho: um desafio coletivo

O direito ao mais elevado nível possível de saúde no trabalho e a um ambiente de trabalho que permita uma vida social e economicamente produtiva é um dos principais objetivos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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domínio da segurança e saúde no trabalho tem vindo a expandir-se tendo passado a abranger a medicina comportamental, a psicologia da saúde ocupacional e o bem-estar social. Segundo a definição conjunta da OIT e da Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde ocupacional deve visar “a promoção e a manutenção do mais elevado nível de bem-estar físico, mental e social dos/as trabalhadores/ as em todas as profissões”. Contudo, existem ainda muitos desafios neste contexto. O custo humano decorrente de acidentes de trabalho e de doenças profissionais é vasto e o custo económico associado a práticas de segurança e saúde no trabalho desadequadas é estimado em cerca de 4% do Produto Nacional Bruto em cada ano, em termos globais. Esta realidade acarreta ainda elevados custos associados a reformas antecipadas, perda de pessoal qualificado, absentismo e elevados prémios de seguros para os empregadores. As normas da OIT sobre segurança e saúde no trabalho fornecem ferramentas essenciais para que governos, empregadores e trabalhadores estabeleçam práticas robustas de prevenção, informação e inspeção com vista a garantir a máxima segurança no trabalho. A OIT adotou mais de 40 normas que tratam especificamente esta matéria e ainda mais de 40 Códigos de Conduta. A Convenção (nº 155) sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores de 1981, a Convenção (nº 161) relativa a Serviços de Saúde no Trabalho de 1981 e a Convenção (nº 187) sobre o Quadro Promocional para a Segurança e Saúde no Trabalho de 2006 constituem as convenções fundamentais da Organização neste âmbito. Atualmente, muitos/as trabalhadores/ as enfrentam uma pressão acrescida no sentido de corresponderem às exigências do seu trabalho. Os riscos psicossociais, relacionados com o au-

mento da concorrência, expectativas acrescidas de desempenho e mais horas de trabalho contribuem para que o local de trabalho se torne um ambiente cada vez mais stressante. Sendo o ritmo de trabalho ditado por comunicações imediatas e elevados níveis de concorrência global, a separação entre trabalho e vida privada nem sempre é clara. Para além disso, as significativas alterações que têm vindo a ocorrer nas relações laborais e a recessão económica têm levado os/as trabalhadores/as a lidar com mudanças organizacionais e de reestruturação, menos oportunidades de emprego, trabalho precário crescente, receio de perda de emprego, despedimentos coletivos, desemprego e redução da sua estabilidade financeira com consequências graves para a sua saúde mental e bem-estar. De acordo com o Relatório da OIT “Stresse no trabalho: um desafio coletivo” de 2016, o stresse no trabalho é atualmente reconhecido como um problema global que afeta todas as profissões e todos/as os/as trabalhadores/ as em todos os países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento. Este Relatório adianta que a ação futura da Organização neste contexto deve focalizar-se no/na: Fomento da investigação e de parcerias estratégicas com vista ao aumento de visibilidade, educação e partilha de boas práticas; Apoio ao desenvolvimento de competências dos atores chave e incorporação dos resultados da investigação na prática; Apoio à harmonização das listas nacionais de doenças profissionais com base na própria lista da OIT; Suporte à integração da avaliação e gestão dos riscos psicossociais nos sistemas de segurança e saúde no trabalho; Facilitação do diálogo social para a prevenção do stresse no trabalho;

Promoção de uma abordagem integral da prevenção e do bem-estar em colaboração com a OMS. A OIT beneficia de um posicionamento singular no âmbito da saúde mental no trabalho que advém da sua experiência na utilização do diálogo social tripartido para a implementação de iniciativas bem-sucedidas a nível nacional, no local de trabalho e na comunidade com a participação de governos e representantes dos empregadores e dos trabalhadores bem como de outros atores relevantes, como os/as profissionais de segurança e saúde no trabalho, serviços públicos e organizações não-governamentais. De facto, o local de trabalho é simultaneamente uma fonte de riscos psicossociais e o local ideal para resolvê-los com vista à proteção da saúde e do bem-estar dos/as trabalhadores/as. ▪

PERFIL

Catarina Braga

Officer in Charge DA OIT-Lisboa

33 abril 2016

A marcar a diferença


DIA NACIONAL DA PREVENÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO

» Tatiana Silva Maltez, Administradora da PRETRAB, em entrevista

A propósito do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, que se celebra a 28 de abril, a Revista Pontos de Vista conversou com Tatiana Silva Maltez, Administradora da PRETRAB, marca que tem dado cartas neste segmento e que é hoje um exemplo a seguir.

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dificada em 1994, a PRETRAB, no exercício da sua atividade, presta serviços externos de Segurança e Saúde no Trabalho, Higiene e Segurança Alimentar, e Controlo Integrado de Pragas. Que análise perpetua do percurso da marca no país? Começamos como empresa local, rapidamente nos transformámos numa empresa de âmbito nacional sempre fieis à nossa génese na prestação de serviços de Segurança e Saúde no Trabalho alicerçando este projeto num posicionamento resultante de uma cultura de seriedade e confiança que nos trouxe o lugar reconhecido no setor que nos permitiu então alargar os nossos serviços à Segurança Alimentar e ao Controlo Integrado de Pragas e mais recentemente Formação. A Seriedade e a Confiança é um desafio diário que a Pretrab S.A. assume com responsabilidade sabendo que é provavelmente o nosso fator mais distintivo. Ainda hoje como sempre o nosso lema é “Somos sérios e de confiança” que, apesar desta frase parecer um lugar comum, a diferença é que nós acreditamos nela e tudo fazemos para a merecer.

pontos de vista

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Numa era desenvolvida e em constante evolução, a inovação e a tecnologia tornam-se numa importante aliada. Que apostas fazem para se destacarem no mercado? Sem dúvida a tecnologia e as inovações são um aliado importante, pois facilitam os processos, aumentam a rentabilidade, contribuem decisivamente para esta causa da prevenção das doenças profissionais e acidentes de trabalho uma vez que, na sua maioria, já foi desenvolvida com preocupações ao nível da segurança dos utilizadores. No entanto, convém não esquecermos dois fatores condicionantes que são as assimetrias de desenvolvimento e utilização destas ferramentas no universo empresarial português o que nos obriga a caminhar em velocidades diferenciadas, uma vez que o nosso foco são as pessoas e a melhor forma de as apoiar neste desafio. Portanto, a versatilidade comunicacional é, sem dúvida, o nosso maior desafio e a nossa maior aposta. Comunicar mais e melhor! Quais têm sido os principais desafios/obstáculos na vossa orgânica e de que forma procuram ultrapassar e contornar essas mesmas vicissitudes? Como aconteceu com a maior parte dos setores também o nosso sofreu com a “crise” não só pelo encerramento das empresas mas também pela redução do número de trabalhadores. Tal foi compensado pela aumento progressivo do nível de serviço prestado resultado não só da ação inspetiva das autoridades, mas também queremos acreditar, pela consciencialização dos empresários da necessidade de cada vez mais garantir a SST aos seus trabalhadores. Esta mudança arrasta consigo também as empresas prestadoras de serviços que vivem da sua capacidade de adaptação às novas realidades. Estranhamente ou talvez não, estes caminhos convergem naquilo que sempre defendemos de olharmos a SST com responsabilidade e espirito de

Tatiana Silva Maltez

2016 é o ano da Formação. Apesar da experiência adquirida ao longo dos últimos anos em matéria de Formação, é em 2016 que a Pretrab obteve por parte da DGERT a sua certificação como Entidade Formadora. Neste momento estamos dotados de uma ferramenta que nos vai permitir controlar de forma mais eficaz o nosso “produto”, formação e possuir uma metodologia para a sua melhoria contínua

missão sabendo que tudo isto acontece em defesa do ser humano e da sua qualidade de vida. Por isso iremos manter o nosso posicionamento e adapta-lo sempre que o mercado o obrigar. Segundo dados divulgados pela autoridade para as condições de trabalho, estima-se que morre diariamente uma pessoa por acidente de trabalho ou doença profissional. De quem é a

responsabilidade de apostar na prevenção dos acidentes de trabalho? Qual tem sido o papel da PRETRAB? Como sabemos existem vários níveis de responsabilidade ou várias faces da responsabilidade. Legalmente, ela é atribuída ao empregador, podendo estender-se ao próprio trabalhador, que muitas vezes não se respeita a si próprio, e também às empresas prestadoras de serviços que podem responder solidariamente nestes questões. Mas existem outros responsáveis políticos, autoridades e até responsabilidade sociail de uma cultura muito nossa. Imagine que pedia a um trabalhador para subir a uma mesa e colocar uma lâmpada e que o mesmo se recusava dizendo que não era seguro. Que tipo de adjetivos estaria disposto a juntar ao nome desse trabalhador? Neste Universo, o modesto contributo que a Pretrab, S.A. pode dar é trabalhar com os nossos clientes, em cada uma das suas empresas com os seus trabalhadores para melhorarmos continuamente as condições de SST. Simultaneamente disponibilizarmo-nos, como sempre o fizemos, para sensibilizar e informar através de Associações Comerciais e/ou Industriais e outros parceiros todos aqueles que, independentemente de serem ou não clientes Pretrab. S.A. pretendem esclarecimentos sobre esta matéria. No vosso setor de atuação, que análise perpetua da posição portuguesa face a outros congéneres internacionais? Não existe motivo para ser diferente. Os países nórdicos, a Alemanha, a França, enfim, na sua maioria dos países europeus e não só, a SST está integrada na gestão das empresas, mas isso não nos deve preocupar, pois somos portugueses, estamos em Portugal e esta é a nossa realidade com a qual temos de lidar sem complexos. Certamente existe

Sendo um setor progressivamente dinâmico que desafios acredita que os principais agentes terão de enfrentar no futuro? Continuar a alterar comportamentos e mentalidades, substituir conceitos, processos e procedimentos é fundamental e talvez o mais difícil! O Ser Humano por natureza é pouco adepto da mudança. Mas, por estranho que pareça, o maior desafio poderá vir a ser a qualidade dos serviços. Nós estamos numa fase que só discutimos os níveis de serviço sendo a qualidade de certa forma esquecida. Hoje em dia de pouco valeria fazer uma empresa em que valorizava a qualidade dos técnicos ou dos médicos ou dos enfermeiros, pois o mercado exige é que os serviços sejam feitos sem grandes critérios de qualidade até porque a maioria das empresas não tem massa crítica nesta matéria. Mas os tempos são de mudança e o mercado por certo irá começar a ser mais criterioso, mais exigente, assim como a própria autoridade fiscalizadora e a qualidade passarão a estar ao nível de outros critérios como o preço, rapidez de execução, entre outros. Quais são as grandes prioridades da PRETRAB para o decorrer deste ano? 2016 é o ano da formação. Apesar da experiência adquirida ao longo dos últimos anos em matéria de formação, é em 2016 que a Pretrab obteve por parte da DGERT, a sua certificação como Entidade Formadora. Neste momento estamos dotados de uma ferramenta que nos vai permitir controlar de forma mais eficaz o nosso “produto”, formação e possuir uma metodologia para a sua melhoria contínua. Por outro lado, e indo ao encontro do que tem sido repetido nesta entrevista, trata-se dum uma ferramenta poderosa para o incremento de uma cultura de segurança juntos das empresas nossas clientes, em especial dos trabalhadores. ▪

A propósito do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, que mensagem de sensibilização importa ser deixada aos nossos leitores? 28 de abril é o dia em que se comemora simultaneamente o Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho (criado pela RARP nº 44/2001) e o Dia Mundial da SST (OIT 2003). Esta é uma data de homenagem a todos aqueles que morreram a trabalhar ou contraíram lesões graves e doenças profissionais. Os números indicados pela OIT deste flagelo são assustadores. Segundo esta, 28 de abril é visto para aumentar a consciência internacional sobre SST entre todos os Parceiros Sociais sob o tema da “promoção de uma cultura de SST nos locais de trabalho em todo o mundo”. O acidente de trabalho ou a doença profissional afeta não só o trabalhador atingido como a família, os colegas de trabalho a empresa, o orçamento do estado ou seja todos nós. Como mensagem final diria que estamos todos sem exceção convocados para inverter esta realidade pois todos, crianças, jovens, adultos, direta ou indiretamente somos parte deste todo.

35 abril 2016

“Somos sérios e de confiança”

uma pressão da comunidade europeia para que avancemos mais rápido mas o país é um todo e não só a SST. E continuam a existir países que nem conhecem este conceito.


SAÚDE ANIMAL

» ROYAL CANIN

OPINIãO de Gemma Baciero, Médica Veterinária, Formadora do Departamento de Comunicação Científica da Royal Canin

Nutrição à medida para cães Uma alimentação especializada deve sempre ter em conta o tamanho do cão, entre outros fatores que determinam as suas necessidades específicas, de forma a fornecer uma resposta nutricional à medida.

Adaptado ao tipo de crescimento

As diferenças relacionadas com o tamanho surgem logo na fase de cachorro, uma vez que o tipo de crescimento é diferente (tanto em intensidade como em duração), se é um cão de porte pequeno, porte médio, grande porte ou porte gigante. Estas diferenças determinam a necessidade de adaptar os alimentos para cachorro. É por isso que o desenvolvimento mais curto e intenso dos cães pequenos e médios exige conteúdos energéticos maiores. Relativamente ao crescimento prolongado dos cães de porte grande e de porte gigante, a quantidade de energia será menor e serão adicionados condroprotetores de forma a promover um desenvolvimento musculoesquelético e articular adequados.

Sensibilidades associadas ao tamanho

pontos de vista

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Dependendo do seu tamanho, os cães apresentam um maior risco de sofrer alguns transtornos ou certas sensibilidades, sendo os alimentos adaptados em função destes. Assim, e face ao maior risco que os cães de porte pequeno têm em formar tártaro e de sofrer da doença periodontal, o croquete é adaptado de modo a promover um efeito de escovagem dentária e são incorporados agentes quelantes de cálcio no alimento, que ajudam a prevenir a formação de tártaro. Para os cães de porte médio, o alimento é reforçado com nutrientes benéficos para a pele e pêlo, assim como para o aparelho digestivo. Os cães de grande porte e porte gigante são mais suscetíveis de sofrer de problemas de articulações e têm uma maior sensibilidade gastrointestinal. Por esta razão, os seus alimentos são reforçados com condroprotetores, nutrientes de fácil digestibilidade, assim como prebióticos, para favorecer a saúde do trato intestinal. Para os cães de porte gigante, o croquete é adaptado ao tamanho das suas enormes mandíbulas, de forma a estimular a mastigação e prevenir a ingestão de ar. Deste modo, ajuda-se a prevenir uma dilatação gástrica e que muitas vezes leva a torção gástrica. Fenómeno muito frequente nos cães de porte gigante.

Porquê alimentos especiais para cães esterilizados?

Outro aspeto a ter em conta é a esterilização, que implica uma série de alterações metabólicas que aumentam o risco de obesidade, graças a um menor gasto de energia e aumento do apetite. Por conseguinte, é necessário dar aos cães esterilizados um alimento específico, com um teor calórico controlado e que reduza a sensação de saciedade, de modo a prevenir o aumento do peso.

Diferenças no ritmo de envelhecimento

O envelhecimento é um processo progressivo, associado a várias alterações que determinam novas necessidades nutricionais, pelo que a alimentação deve também ser alterada. Trata-se de adaptar o conteúdo energético e reforçar o alimento com antioxidantes, para ajudar a manter a vitalidade do animal e proteger a sua saúde renal, entre outros aspetos. A altura ideal para fazer a mudança para um alimento sénior dependerá do tamanho do cão, uma vez que este fator é também determinante nas grandes diferenças da sua esperança de vida. Deste modo, quanto menor for o tamanho do cão, maior será a sua longevidade e, pelo contrário, quanto maior for o cão, menor a sua esperança de vida e mais cedo se inicia o processo de envelhecimento. Deste modo, a alimentação deve ser alterada a partir dos oito anos nos cães pequenos, aos sete anos nos cães de porte médio e aos cinco anos nos cães de grande porte.

Os mais específicos: alimentos para uma raça

Sendo que a raça pode possuir certas características físicas e fisiológicas, os alimentos específicos, para uma determina raça, têm em conta estas particularidades, sendo por isso o alimento mais adaptado para essa raça. Ou seja, tendo em conta as características do nosso cão, podemos procurar o alimento mais adequado para ele, satisfazendo especificamente as suas necessidades.▪

Créditos de Fotos: ©ROYAL CANIN® SAS 2016. Todos os direitos reservados

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esmo que não compreendamos o porquê de um Chihuahua e um Dogue Alemão terem necessidades diferentes, podemos supor que eles não podem comer o mesmo alimento. O tamanho do cão é um fator determinante nas suas necessidades nutricionais. Mas também devem-se ter em conta outros fatores, como a esterilização e a raça.


NOVA DIRETIVA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS

» perspetiva do Groupe Prévoir

Nova diretiva dá continuidade à postura assumida pela Prévoir Foi publicada uma nova diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros na União Europeia, que determina, entre outras regras, que os clientes tenham os mesmos padrões na escolha dos produtos, independentemente do Estado-Membro onde se encontrem. A Revista Pontos de Vista quis conhecer a perspetiva do Groupe Prévoir, pela voz do Mandatário Geral, Luiz Ferraz.

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LUIZ FERRAZ

“revolução” mas sim uma evolução lógica num processo para o qual a seguradora já se tem vindo a adaptar ao longo do tempo. Dizer, por isso, que esta nova diretiva força as seguradoras a adotarem uma nova forma de estar no mercado, para Luiz Ferraz, é sinónimo de que até ao momento estavam a atuar de forma “inadequada ou incompetente”. Mas não é isso que acontece. “Estas regras realçam as notas e informações pré contratuais que devemos dar ao consumidor no momento da tomada de decisão para que ele tenha plena consciência de que está a comprar algo de que realmente precisa”, disse Luiz Ferraz, avançando com um exemplo: “a nova diretiva, no fundo, acautela determinadas áreas, como os produtos de investimento com componente de risco em que este deve ser previamente identificado e só depois as pessoas tomarão a sua decisão”. Cada um dos Países-Membros da União Europeia terá 24 meses para transpor a diretiva para as suas legislações nacionais. Será tempo suficiente? “Terá de ser”, precaveu, desde logo, Luiz Ferraz, acreditando que embora os prazos sejam “apertados”, as seguradoras “terão de encontrar meios para se adaptarem”. A Prévoir está atenta e aguarda o aparecimento do decreto-lei em Portugal e da intervenção da ASF (Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) que assumirá o papel de entidade reguladora. Sendo, de um modo geral, uma mudança que a Prévoir considera positiva, por outro lado, há ainda uma boa margem para melhorias. “Acredito que a diretiva será enriquecida na medida em que vai

Prévoir assume nova imagem “Uma nova identidade, uma nova forma de assumir os nossos valores”. É desta forma que o Groupe Prévoir define esta nova identidade visual, materializada através de um novo logotipo que simboliza o “coração da atividade de segurador de e para pessoas”. 39

ser transposta para o direito português e terá em linha de conta a realidade nacional, na medida do possível. Estando as seguradoras ao mesmo nível da distribuição, não se podem isentar da responsabilidade porque não basta criar produtos e comercializá-los. Importa assumir a responsabilidade na forma como eles são distribuídos e no que diz respeito aos objetivos que pretendem alcançar”, referiu. Esta será a postura assumida pela Prévoir. A par de outros objetivos, como a manutenção da rede comercial e do nível de qualidade, a seguradora permanecerá atenta à evolução dos produtos. Além disso, para 2016, outro dos objetivos passará pelo alargamento das parcerias no sentido de continuarem a assumir a posição de “seguradora de referência na solução dos seguros de vida das pessoas”, não esquecendo ainda que “quando se fala em recuperar Portugal e fazer crescer a economia, os seguradores querem estar na primeira linha”, concluiu Luiz Ferraz. ▪

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om mais de cem anos de existência, o Groupe Prévoir personifica os valores de proximidade, solidariedade e de proteção que sempre o caracterizaram desde os primórdios de uma atividade centrada nos seguros de pessoas, mais concretamente nas áreas da previdência, poupança e reforma. Por ser um paradigma de excelência a operar no mercado nacional, a Revista Pontos de Vista foi conhecer a visão da Prévoir acerca da mais recente diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros na União Europeia. Em traços gerais, o que importa saber acerca destas regras? Face à legislação de 2002, o que muda? O que continua a falhar? Luiz Ferraz, Mandatário Geral da Prévoir-Vie, assume uma postura muito tranquila e positiva perante os novos desafios que se avizinham. “É de realçar que esta nova diretiva tem uma extensão e cobertura a nível da proteção dos clientes. Passamos de uma diretiva de 2002 da área da mediação para uma diretiva na área da distribuição e aqui houve a preocupação de estabelecer três categorias: os mediadores, os mediadores com atividade acessória na área dos seguros e, por fim, as empresas de seguros que ficam ao mesmo nível dos mediadores”, explicou. Estar ao mesmo nível significa que as seguradoras têm de ter uma preocupação adicional relativamente aos seus produtos no sentido de os identificarem com clareza para o seu público-alvo. “Esta nova diretiva não permite que sejam apresentados, sugeridos ou comercializados produtos para pessoas cujo escopo, finalidade de vida, idade ou situação económica não aconselhem a realização daquele seguro”, esclareceu Luiz Ferraz. Além de mais, com uma abrangência europeia, a nova diretiva dará o mesmo grau de garantia em todos os Estados-Membros, não havendo discrepâncias pelo facto de ser cidadão de um determinado país e estar a viver noutro. Há, portanto, a preocupação de dar ao consumidor o máximo de informação que lhe permitirá tomar decisões que satisfaçam verdadeiramente as suas necessidades. As novas regras conferem, por isso, uma maior transparência uma vez que será facultada informação mais abrangente sobre os produtos seguradores. Mas tal não significa que o mercado peque por falta de transparência. Pelo contrário, realçou Luiz Ferraz. “Sempre que se fazem inquéritos à população sobre o grau de satisfação relativamente aos seguros, a opinião é esmagadoramente positiva. Aliás, de acordo com o último estudo divulgado pela Associação Portuguesa de Seguradores, o grau de satisfação relativamente às seguradoras foi até superior ao grau de satisfação relativamente aos bancos”, partilhou o responsável. Esta postura de total transparência e informação não é, no entanto, uma total novidade para a Seguradora Prévoir, sendo uma melhoria e não uma obrigação de reverem os seus processos e produtos. A adaptação da Prévoir não será, de todo, uma


NOVA DIRETIVA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS

» LIBERTY SEGUROS ABORDA AS MUDANÇAS

A Comissão Europeia saudou a entrada em vigor da diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros na União Europeia, que vai garantir que os clientes tenham os mesmos padrões na escolha dos produtos, independentemente do Estado-membro. As novas regras substituem a legislação de 2002, cobrindo toda a cadeia de distribuição de seguros e conferindo-lhe mais transparência devido à informação mais abrangente que vai ser disponibilizada sobre os produtos seguradores. Sobre esta matéria, a Revista Pontos de Vista conversou com Marta Alarcão Troni, CFO da Liberty Seguros, um dos principais players do setor a nível nacional e global. Saiba o que muda.

No mercado português existem certa de vinte e três mil mediadores. A nova diretiva irá forçosamente provocar movimentos de concentração quer por força de fusões quer por venda de carteiras de seguros. O que é certo é que daqui a dois anos – prazo máximo para a transposição da diretiva para o direito nacional - já estaremos perante um número menor de profissionais, mas isto não significa que a quota de mercado dos diferentes tipos de agentes de distribuição se altere. Maior transparência. Esta nova diretiva tem como principal objetivo cobrir toda a cadeia de distribuição de seguros, dando-lhe mais transparência e obrigando todos os agentes a disponibilizar aos clientes uma informação mais abrangente sobre os produtos seguradores. Na sua opinião, o mercado nacional peca por esta “falta de transparência”? Muito se tem dito sobre esta “falta de transparência” e sobretudo no que toca a produtos financeiros, dados os recentes acontecimentos! Só é de salutar que a divulgação dos mesmos seja feita de uma forma mais profissionalizada e concreta e sobretudo com informação detalhada. Mas importa de facto que o seja por profissionais que entendam o que estão a distribuir e que percebam se o cliente que têm pela frente entende o que lhe estão a vender…

MARTA ALARCÃO TRONI

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ntrou recentemente em vigor uma nova diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros na União Europeia, que determina, entre muitas outras normas, que os clientes tenham os mesmos padrões na escolha dos produtos, independentemente do Estado-Membro. Como é que a Liberty Seguros analisa estas novas regras? A Liberty Seguros tem acompanhado a evolução desta diretiva desde o início, nomeadamente no período de consulta pública, procurando desde sempre informar os seus agentes distribuidores, de modo a prepará-los para a sua implementação. Em traços gerais, o que importa saber acerca desta nova diretiva? A nova diretiva sobre a distribuição de seguros vem, em traços muito gerais, exigir uma maior pro-

fissionalização dos mediadores, por via de requisitos de horas mínimas de formação e da existência comprovada de capacidade financeira do distribuidor de seguros e resseguros, e trazer uma maior transparência ao setor uma vez que prevê a criação generalizada de mecanismos de divulgação de remunerações. A prevenção dos conflitos de interesses é um dos fatores alicerces desta diretiva, no sentido em que se procura impedir que sejam direcionados clientes para determinados produtos, em prol de um interesse do distribuidor e não do cliente. Face à legislação de 2002, que principais lacunas, a seu ver, esta nova diretiva vem colmatar? Vivemos num mundo em que a palavra risco passou a ser da máxima importância, e neste contexto, é importantíssimo que nos adaptemos a esta nova realidade. As Companhias de Seguros já o tiveram de fazer com a entrada em vigor do regime de Solvência II em 1 de janeiro de 2016. Com a diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros todos os agentes distribuidores de seguros reforçarão o seu papel primordial na proteção dos consumidores quer em termos de divulgação de informação correta e atempada, quer na sua própria isenção. A questão da capacidade financeira e a própria di-

vulgação das remunerações dos mediadores, que em certos casos já era obrigatória, mas que agora é generalizada, fará com que tenhamos agentes distribuidores mais profissionais e capazes. O mote é sempre a proteção do consumidor de seguro! Em contrapartida, o que continua a falhar? Não é o que continua a falhar mas sim o que pode falhar. Por outras palavras, toda a diretiva é baseada na prevenção dos riscos, à semelhança da diretiva Solvência II, mas se não possuirmos os mecanismos de prevenção e alerta suficientes, o setor segurador continuará a ser classificado como aquele que vende algo que não é exatamente aquilo que era pretendido pelo cliente e que este só se apercebe quando precisa de recorrer aos seus serviços. A ASF terá de possuir mecanismos mais céleres de prevenção e atuação dos aspetos previstos nesta diretiva. Cada um dos Países-Membros da União Europeia terá 24 meses para adaptar as novas regras às suas legislações nacionais. Ao nível do mercado português, que impacto acredita que esta nova diretiva trará para os principais agentes do setor, incidindo particularmente na atividade da Liberty Seguros?

A venda de produtos de seguros de vida com investimentos associados será, de igual modo, mais exigente. Ou seja, em que principais aspetos será notório este incremento do nível de exigência? Justificava-se esta mudança? Claro que sim! Esta diretiva vem impor regras mais restritivas a este tipo de investimento, impondo uma divulgação clara dos ativos que os compõem, e de possíveis conflitos de interesses que possam surgir entre a seguradora e o distribuidor. Se pensarmos que cerca de 85% deste tipo de produtos são vendidos pelo setor bancário, como agente distribuidor de seguradoras, percebemos imediatamente o possível conflito de interesses que pode ser gerado!

Continuar com a nossa missão, respeitando os nossos valores que são a honestidade, o trabalho de equipa, a excelência, o compromisso e o rigor. Sempre referimos e continuaremos a referir que as pessoas constroem as suas vidas com base nas nossas promessas e confiam em nós para que as cumpramos. Queremos continuar a tratar os nossos clientes e parceiros de negócio com dignidade e respeito!

Regressando à atividade da Liberty Seguros, no passado dia 1 de março, o Movimento “Eu Respeito a Estrada” assinalou o seu 5º aniversário. Que balanço é possível fazer deste desafio lançado a todos os portugueses para que assumam uma atitude cívica e correta na estrada? O balanço é extremamente positivo. Há poucos dias foram atingidos os trinta mil fans do movimento, sendo que todo o crescimento foi orgânico, ou seja, não foi feito investimento publicitário para angariar fans para o movimento.

Em 2016 assinala-se o 5º aniversário do Movimento “Eu Respeito a Estrada”, que desde 2011 desafia todos os portugueses a assumirem uma nova atitude cívica na estrada. Esta campanha assume um cariz inovador pela sua vertente mobilizadora em prol da divulgação das melhores práticas e condutas na estrada, e através desta, a Liberty Seguros reforça o seu posicionamento enquanto Companhia Seguradora socialmente responsável. Todos os anos nas estradas portuguesas morrem estupidamente centenas de pessoas. É importante lembrarmo-nos que não se trata de meros números. Por detrás desta estatística, temos pais e mães de família, crianças com um futuro brilhante que nunca chegarão a viver, gente que perdeu a vida de uma forma brutal. O sofrimento causado por este flagelo urge que todos nós abracemos uma luta, que na realidade é uma luta de todos. É este sentimento que motiva a Liberty Seguros a promover, há mais de dez anos, ações de sensibilização e promoção de melhores comportamentos na estrada. Independentemente da prevenção rodoviária ter uma importância crítica e estratégica para a Liberty Seguros, o sentimento de dever cívico sobrepõe-se, e o investimento e interesse da Marca em promover estas ações faz todo o sentido quando a sua assinatura é “Pela Proteção dos Valores da Vida”. ▪

41 abril 2016

“O mote é sempre a proteção do consumidor de seguro”

Para o decorrer deste ano e tendo como base os novos desafios que se avizinham, qual será a estratégia da Liberty Seguros no sentido de continuar a ser o paradigma da ”proteção dos valores da Vida”?


NOVA DIRETIVA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS

» AS MUDANÇAS PELA VICTORIA SEGUROS

Maior Transparência e Rigor? A VICTORIA aplaude

A propósito da nova diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros na União Europeia, a Revista Pontos de Vista conversou com Carlos Suárez, Diretor Geral Adjunto da VICTORIA Seguros, que nos deu a conhecer um pouco mais destas mudanças, porque “para a VICTORIA, qualquer iniciativa conducente a uma maior transparência e rigor na relação com o Consumidor será sempre bem vinda”.

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CARLOS SUÁREZ

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ntrou recentemente em vigor uma nova diretiva sobre a distribuição de seguros e resseguros na União Europeia, que determina, entre muitas outras normas, que os clientes tenham os mesmos padrões na escolha dos produtos, independentemente do Estado-Membro. Como é que a Victoria Seguros analisa estas novas regras? Na VICTORIA Seguros, acreditamos que estas medidas poderão ajudar a aumentar a confiança do Cliente final no setor, na medida em que clarificam e uniformizam procedimentos, garantindo uma maior transparência, objetividade e idoneidade na atuação de todos os Distribuidores. Por outro lado, estamos perante um enorme desafio para o setor segurador, que nos vai levar a refletir sobre os atuais modelos de distribuição. Em traços gerais, o que importa saber acerca desta nova diretiva? Primeiramente importa saber que esta diretiva pretende trazer maior igualdade de condições e concorrência entre os Distribuidores. O facto de alargar o âmbito das medidas a todos os canais de distribuição de seguros, sejam pessoas ou instituições (ex. banca, outros novos canais, etc.) assegura que todos os que atuam neste ramo, seja como atividade principal ou acessória/secundária, se regem pelas mesmas medidas e atuam sob as mesmas regras. Desta forma, o consumidor beneficia sempre do mesmo tipo de proteção, independentemente das diferenças entre os canais de distribuição. A diretiva assegura ainda a qualificação profissional do Distribuidor, qualificação esta que deverá ser proporcional à complexidade dos produtos que comercializa (e à sua função). Se a esta medida juntarmos o facto dos distribuidores de seguros terem de reforçar as informações detalhadas sobre os produtos que comercializam ou aconselham, seja em termos preço, custos, comissões ou outras informações relevantes, estamos perante um cenário que permite garantir ao consumidor o acesso a toda a informação que lhe permita uma tomada de decisão mais consciente e completa, minimizando

possíveis conflitos de interesse. Face à legislação de 2002, que principais lacunas, a seu ver, esta nova diretiva vem colmatar? Em contrapartida, o que continua a falhar? No nosso entender, uma das grandes vantagens da nova diretiva é a garantia de que todos os canais de distribuição de seguros, seja com atividade principal ou secundária, passam agora a reger-se pelo mesmo normativo, ou seja, passam a atuar sob as mesmas condições de equidade, com os mesmos deveres e direitos. Por outro lado, a disponibilização de informação mais abrangente sobre produto, o preço e os custos, ajudará a que os consumidores saibam exatamente o que estão a contratar. Quanto à segunda parte da questão, é certo que esta não será uma diretiva perfeita, como aliás não é nenhum normativo! Mas o mais importante nesta fase é reconhecermos o impulso positivo na alavancagem do setor e o foco nas medidas necessárias para nos adaptarmos à nova realidade. Esta nova diretiva tem como principal objetivo cobrir toda a cadeia de distribuição, dando-lhe mais transparência e obrigando todos os agentes a disponibilizar aos clientes uma informação mais abrangente sobre os produtos seguradores. Na sua opinião, o mercado nacional peca por “falta de transparência”? Justificava-se esta mudança? Sabemos que este pode ser um setor técnico e com uma linguagem própria, nem sempre compreendida da melhor forma. No entanto não se justifica falar de falta de transparência ou má-fé! Aliás, ao longo dos últimos anos, tem inclusivamente havido um esforço por parte das seguradoras, associações e entidade reguladora para reforçar os níveis de transparência e confiança junto do consumidor. Claro que com esta diretiva acreditamos que poderemos ajudar a reforçar ainda mais este caminho. Para a VICTORIA, qualquer iniciativa conducente a uma maior transparência e rigor na relação com o Consumidor será sempre bem vinda! ▪


23ª edição dos World Travel Awards da Europa

» Margarida Almeida, CEO da Amazing Evolution, em entrevista

Amazing Evolution

“O nosso único objetivo é sempre a criação de valor, quer para o investidor quer para o cliente”, afirma Margarida Almeida, CEO da Amazing Evolution, marca que gere algumas das melhores unidades hoteleiras em Portugal. Fique a saber mais de um player que é hoje uma referência.

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Amazing Evolution é hoje, para muitos, “a prova de que a crise gera oportunidades”. Como surgiu a ideia de desenvolver este modelo de negócio? Olhando para o passado, há a certeza de que tem sido uma aposta ganha? Não foi um modelo de negócio pensado e estudado. Não acordei um dia a pensar: ora bem face a esta crise, como gerar uma oportunidade de negócio?… nada disso. Foram as circunstâncias que nos “empurraram” para o que hoje se pode olhar como oportunidade, mas o raciocínio é o inverso. Eu era administradora de um grupo que entrou em insolvência, enquanto geria alguns projectos de grande impacto financeiro, envolvendo muitos credores. A certa altura verificámos que por uma razão ou outra, todos os restantes administradores ficaram indisponíveis para lidar com a situação. Eu, que era apenas a administradora para a parte jurídica, vi-me a braços com questões financeiras e de negociação, muito duras. Com frontalidade, transparência e muita resiliência conseguimos terminar o projecto do Conrad Algarve, que era considerado um projecto de interesse nacional (PIN). O Conrad Algarve abriu portas em Setembro de 2012. Quando ainda nem tinha recuperado o folego, daqueles dois anos de grande stress e noites sem dormir, fui contactada por uma das instituições financeiras internacionais com quem tinha lidado, no sentido de os ajudar noutra situação difícil e muito similar. E assim, nasceu a Amazing Evolution, os projectos foram surgindo em catadupa e a estrutura tinha que ir aumentando.

Com o desenrolar da situação económica de Portugal, de que forma a Amazing Evolution se foi apresentando como um player de relevo na disponibilização de soluções eficazes e em tempo útil? Não tenho a certeza, se somos um player de relevo… Somos , isso sim, um player que tem os “olhos do dono“. Sinto-me à vontade para usar esta ex-

pressão que não é minha. Foi assim que um investidor privado, para o qual estamos a trabalhar nos qualificou. Penso que foi desta forma que algumas instituições se aperceberam que é assim que trabalhamos, com os “olhos do dono”. Com alguns empreendimentos turísticos a entrar em situação de insolvência e com incapacidade de recurso a crédito, houve administradores de insolvência que solicitaram a nossa ajuda, naturalmente com a anuência dos credores. A nossa postura é muito simples e descomplicada. Com uma equipa multifuncional, de um dia para o outro, conseguimos estar fisicamente presentes num novo projecto e rapidamente “tomar-lhe o pulso” e iniciar a gestão controlada, nos mais diversos pontos da gestão hoteleira, começando pelo controlo rigorosíssimo da parte financeira, iniciando pelos recebimentos, até à gestão da operação, propriamente dita, e com imediata intervenção na área comercial. É menos complicado, entrar numa realidade que, ainda que de forma deficitária, está em funcionamento, do que noutra que já tenha fechado portas. A nossa postura é a de manter sempre os postos de trabalho existentes, alertando os trabalhadores que o sucesso da operação visa a todos e que se trata, sobretudo, de um trabalho de equipa. Se inicialmente, com a entrada da Amazing Evolution, verificamos algumas dúvidas e até reticências por parte dos maiores activos da empresa, que são os seus trabalhadores, rapidamente, se constata uma alteração da postura e um empenho, quando verificam que o objectivo comum é a manutenção da operação e dos postos de trabalho, sendo ponto primordial da nossa política o pagamento atempado dos vencimentos, que à chegada, muitas vezes estão com atraso. Não fazemos milagres, mas somos capazes de identificar de forma clara e rápida, quais os pontos relevantes de cada operação e de imediato trabalhar para os desenvolver, sempre com um controlo de custos muito rigoroso, pois afinal estamos a gerir

um activo alheio, e as contas são apresentadas ao cêntimo. Enquanto empresa de gestão de ativos insolventes ou sob stress, na atividade da Amazing Evolution, a internacionalização é uma realidade cada vez mais próxima. Que passos têm sido dados nesse sentido? A Amazing tem cada vez mais projectos que já não são insolventes ou até outros que nunca o foram. Isto significa o reconhecimento da eficácia da nossa metodologia de trabalho. É verdade que já fomos contactados para gerir alguns projectos internacionais, um deles, em cabo verde recusamos liminarmente, porque entendemos que neste momento, não tínhamos condições de prestar um trabalho de excelência. Estamos em mãos com um projecto no Quénia, sobre o qual não me queria, para já, alongar muito. Para além disso, as solicitações em Portugal, quer no continente quer nas ilhas têm-nos absorvido fortemente, mas a Internacionalização, como lhe chama, é efectivamente uma realidade. Desde a manutenção à comunicação e gestão de tesouraria, a vossa atividade é muito abrangente. Hoje, quais são os principais desafios associados à gestão de empreendimentos turísticos? Pode soar a cliché, mas o principal desafio de qualquer empreendimento turístico é a sua rentabilidade e a satisfação do cliente. É da coexistência destes dois desafios que nasce o sucesso das nossas operações. O foco no bem estar do hóspede, tentando estar sempre um passo à frente das suas expectativas, aliado ao controlo rigoroso da operação hoteleira, evitando o despesismo, por vezes interno, informando e motivando as equipas para esses objetivos é, sem dúvida, a nossa maior preocupação. Por vezes há pessoas que não se adaptam a este rigor e preferem procurar outros desafios e nós respeitamos. Mas estes princípios de gestão que passamos às

distinções/nomeações, qual tem sido a vossa postura? A nossa postura não é canalizada, em especial, para a obtenção dos prémios. Estes são o reconhecimento do trabalho, do empenho e da motivação da Amazing Evolution e das operações que gere. Cada nomeação, cada prémio, tem o efeito de nos fazer sentir que marcamos a diferença e que o caminho que temos vindo a trilhar é o correto.

Entre vários outros projetos, neste momento estão envolvidos na gestão do Aldeamento Turístico de cinco estrelas Monte Santo, do Choupana Hills Resort & Spa, do Hotel Tsar ou da Aldeia dos Capuchos, Hotel, Golf & SPA. São espaços únicos, cada qual com as suas especificidades. De que forma é que os cuidados mantidos com cada um dos espaços têm permitido que a Amazing Evolution se afirme no mercado como uma referência na prestação de serviços turísticos e imobiliários? Não sei se somos uma referência, mas trabalhamos muito para isso e sempre na perspetiva dos resultados. Todos os projetos que refere, são efetivamente muito diferentes, desde as localizações geográficas, ao meio mais citadino, campestre ou balnear em que estão inseridos, ao número de quartos e cliente alvo a que se destinam. Há que conhecer bem a realidade que nos é apresentada, confrontar o passado recente e daí retirar conclusões e aprendizagem. De seguida há que fazer uma abordagem única e exclusiva às necessidades do empreendimento, desenvolvê-lo atraindo nichos de mercado que lhe assentem e o desenvolvam. Sempre, claro está, com o foco, no cumprimento da missão que nos foi confiada, tornar o ativo rentável.

Efetivamente, Portugal volta a destacar-se nestas nomeações com um total de 85. Estar tão bem representado nestes que são já considerados os prémios mais prestigiados do setor do turismo tem sido um extraordinário cartão de visita? Dentro da vossa realidade, de que forma estas nomeações têm atraído mais turistas? Portugal tem todas as condições para ser cada vez

Já são conhecidos os nomeados para a 23ª edição dos World Travel Awards da Europa, sendo que os vencedores serão divulgados a 27 de agosto, em Antalya, na Turquia. O Monte Santo Resort, o Choupana Hills, Resort & Spa ou a Aldeia dos Capuchos, Hotel, Golf & Spa na Caparica contam com várias nomeações. Quais são as expectativas? As nossas expetativas são sempre as mais elevadas, mas com muito respeito pelos nossos concorrentes, no sentido de manter as distinções já alcançadas e conquistar novas. O Monte Santo, recebeu no ano passado, pela primeira vez o prémio do resort mais romântico da Europa, Já o Choupana Hills, na ilha da Madeira, recebeu a distinção de melhor boutique Hotel e o espaço faz jus ao prémio, sentimo-nos transportar para uma dimensão diferente de bem estar e tranquilidade, logo à chegada. A Aldeia dos Capuchos, Hotel, Golf & Spa é estreante nestas andanças, sendo a nomeação para melhor Hotel de conferências, merecidíssima pelo desenvolvimento que tem tido neste campo de negócios, dispondo de condições excelentes, com espaços próprios e grande capacidade de receber eventos empresariais e desportivos, a que se associa a envolvência do campo de golf e da vista magnífica sobre o oceano. No sentido de merecerem continuamente estas

Por fim, que mensagem importa deixar a todos os clientes dos espaços com a assinatura da Amazing Evolution, não esquecendo ainda os nossos leitores que ainda não conhecem e que podem ver aqui os próximos destinos de férias? Os espaços com a assinatura Amazing Evolution, como lhes chama, são unidades que brilham por si, quem entra não se apercebe da presença da Amazing que faz um trabalho de retaguarda, muito presente mas não presenciável. Essa é a nossa postura, destacar a unidade, fazer o seu próprio nome brilhar e evidenciar-se pela qualidade e inovação da prestação de serviço . Deixamos o desafio para uma deslocação à ilha da Madeira, para uma experiência de puro relax no Choupana Hills, Resort & SPA; uma escapadela romântica ou em família ao Monte Santo, no Carvoeiro; uns dias de quebra de rotina, às portas de Lisboa, na Aldeia dos Capuchos, Hotel, Golf & SPA, onde pode disfrutar, a dez minutos de Lisboa de um campo de Golf com vista para o Oceano; ou porque não, usufruir do centro da capital, no Tsar Lisbon Hotel, em plena Av. Almirante Reis, quer seja em negócios ou lazer… e isto só para falar de alguns dos nossos ativos.

mais um destino turístico de excelência e de qualidade. As nomeações são só mais um elemento que coloca o foco no nosso país. A verdade é que cada vez mais os novos projetos são pensados em termos de qualidade e não de quantidade, com rigor arquitetónico e paisagístico. O turista está cada vez mais seletivo e mesmo em unidades de baixo custo, procura o bem estar e a diferença. Creio que Portugal, finalmente está no bom caminho, com unidades muito apelativas, distintas e bem inseridas nos locais de implantação, com serviço de excelência e diversificado, fazendo com que cada experiência se torne única. Espero que tenhamos, todos juntos, entidades públicas e privadas do setor, a capacidade de consolidar, definitivamente, o destino Portugal como um destino de eleição, e que este momento não seja passageiro. Penso que está nas mãos de cada um de nós fazer com que isso se torne uma realidade. Da parte dos privados criando, cada vez mais, novas experiências para os turistas, e da parte das entidades públicas promover mais e melhor o nosso extraordinário país. A hotelaria algarvia, de um modo muito particular, merece o reconhecimento internacional uma vez que conquistou 44 nomeações em 25 categorias. Tendo como principais atrativos o sol e o mar, o Algarve tem sofrido, no entanto, o impacto da sazonalidade. Na sua opinião, de que forma se poderia inverter esta tendência? Ao contrário de algumas vozes, desde sempre que entendo que o Algarve tem todas as condições para diminuir a sua sazonalidade. Os investimentos que foram feitos nos últimos dez anos não serão recuperáveis se o destino não se tornar menos sazonal. Parece-me que existe vontade de muitos intervenientes para que a sazonalidade seja cada vez mais atenuada. No entanto, temos de passar das palavras às ações e penso que as entidades públicas competentes têm essa consciência e estão já a trabalhar nesse sentido. Precisamos de mais voos… mas essa é uma cantilena antiga … Por isso, temos que saber reinventar-nos… O Monte Santo Resort, é a confirmação desta observação. Para cada época do ano, para cada data festiva, há um determinado nicho de mercado, temos que ir ao seu encontro para poder atenuar a tendência da sazonalidade. O Algarve, com a sua particularidade de clima ameno e dias solarengos, mesmo em pleno Inverno, é uma referência, sobretudo, para os povos do Norte da Europa, que procuram um escape ao rigor do clima dos seus países. Também os portugueses estão cada vez mais adeptos das férias repartidas e das escapadelas para quebrar as rotinas laborais. Para o decorrer de 2016, qual continuará a ser a linha de atuação da Amazing Evolution? Que objetivos pretendem concretizar? O nosso único objetivo é sempre a criação de valor, quer para o investidor quer para o cliente. E, se possível e em consequência, consolidar a nossa posição no mercado, e talvez um dia, ser, como referiu várias vezes, um player relevante. ▪

45 abril 2016

Diferenciação? Referência?

equipas, são um dos fatores críticos de sucesso para ultrapassar os principais desafios da gestão. Há dois Natais, a equipa do Monte Santo, ofereceu-me uma pulseira onde estão gravadas três palavras : lealdade, honestidade e transparência. E esta foi das lembranças que mais me marcaram até hoje, pois significa que a equipa percebeu a mensagem para que, em conjunto, possamos ultrapassar os desafios e os objetivos a que nos propomos diariamente.


NEGÓCIOS NA LUSOFONIA

MUSEU DE SANTA MARIA DE LAMAS

» Tânia Evaristo, uma Mulher na liderança

» A CORTIÇA NO ROTEIRO TURÍSTICO DE PORTUGAL

“Mais do que um hotel, um estilo de vida”

Pela Rota da Cortiça SUSANA FERREIRA

Hotel de Convenções de Talatona, um espaço de requinte, onde a excelência e o requinte fazem parte da «decoração» de um espaço único e ímpar. A Revista Pontos de Vista foi conhecer e conversou com Tânia Evaristo, Diretora Geral do Hotel de Convenções de Talatona, que «subiu o pano» sobre as mais-valias desta unidade.

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ormou-se na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, já trabalhou na Argentina, México ou Brasil e assume desde janeiro de 2015 uma das principais linhas da frente do Hotel de Convenções de Talatona, em Angola. Como descreveria este momento da sua carreira? Que contributo pessoal tem procurado dar à gestão deste espaço?

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a minha experiência e know-how para o desenvolvimento de quadros angolanos que pudessem prestar um serviço de excelência naquele que é o primeiro Hotel de 5 estrelas em Angola. Foi com esta determinação de contributo diário para o desenvolvimento dessas pessoas que em 2014 alcancei a posição de Diretora Geral Adjunta e em janeiro de 2015 me foi conferida a oportunidade de gerir esta unidade hoteleira a que chamo “casa” há quase quatro anos. De que forma o cargo de diretora geral do Hotel Talatona tem contribuído para o seu crescimento humano? Apesar de não me considerar uma pessoa “viciada no trabalho” não escondo que sou verdadeiramente apaixonada por aquilo que faço. Não me vejo a trabalhar noutra área que não seja num hotel, adoro o contato com clientes e com colaboradores, definir metas, traçar estratégias e acompanhar a minha equipa dia após dia com a certeza que juntos iremos alcançar tudo a que nos propomos. Ser diretora geral em Angola deu-me a oportunidade de experimentar dificuldades distintas daquelas que havia sentido, por exemplo, na Europa e aprender a geri-las e a ultrapassá-las. Estar em contato diário com essas dificuldades, criou-me por exemplo uma admiração e enorme respeito pelos meus colaboradores pelo seu esforço diário para se apresentarem no trabalho com um sorriso na cara e a vontade de “bem servir”, mesmo quando as condições meteorológicas e socias não estejam a seu favor. Ser mulher e atuar no mundo dos negócios é um desafio? Dia após dia, como é que se consegue afirmar? Ser mulher e atuar no mundo dos negócios é um desafio diário. Já aconteceu algumas vezes ser solicitada a presença do Diretor Geral do Hotel e quando chego e me apresento, ver cara de espanto ou ouvir comentários como “Peço desculpa mas solicitei falar com o diretor do hotel”. Somente com determinação e profissionalismo tem sido possível contornar este desafio. Como diz um grande amigo meu, “Tânia estás a fazer história, és a primeira Mulher a ser diretora de um hotel de 5 estrelas em Angola”.

Celebrar efemérides como o Dia Internacional da Mulher é aplaudir os avanços conquistados no feminino a nível económico, social e político. Contudo, as estatísticas continuam a revelar dados preocupantes de desigualdades. No seu ponto de vista, por que é que estes dados continuam a ser tão alarmantes? O que falta fazer? Sem dúvida que não se deve menosprezar os acontecimentos marcantes do passado, até porque a realidade que vivemos é o resultado das várias conquistas obtidas pela humanidade. Mas mais importante que as estatísticas no feminino, o que realmente importa realçar é o que fazemos para melhorar as condições de vida nos vários domínios da sociedade. Os contributos para esta melhoria não seguem género, religião ou raça, dependem exclusivamente da nossa atuação enquanto pessoas e, lealdade às nossas convicções e solidariedade pelo próximo. O equilíbrio da sociedade é algo que surgirá naturalmente desde que cada indivíduo se comprometa com a sua missão de vida. Para o decorrer deste ano, qual será a linha de atuação do Hotel Talatona no sentido de continuar a ser “mais do que um hotel, um estilo de vida”? Para o decorrer do ano de 2016, a linha de atuação do HCTA é de diversificação dos segmentos de mercado. O HCTA tem sido, como o seu nome indica, um hotel voltado para convenções e para o mercado corporativo, para 2016 pretendemos desenvolver ações voltadas para os nosso clientes diretos e para o mercado local. “Mais do que um hotel, um estilo de vida” está ao alcance de todos aqueles que queiram fazer parte deste lema. Não está somente reservado aos clientes internacionais que nos visitam mas está também ao alcance de todos os Angolanos. Com a demarcada crise no setor petrolífero, o turismo tem e deve ter um papel preponderante na diversificação das indústrias que contribuem para o desenvolvimento da economia Angolana. Existem diversos planos de desenvolvimento da atividade turística em Angola, e nesta senda, o HCTA está alinhado com esse planeamento desenvolvendo ações que incentivem ao turismo interno. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

“A cortiça pode e deve funcionar como elemento potenciador de desenvolvimento, sendo para tal impreterível e urgente a criação de sinergias efetivas que envolvam os principais atores do setor”, afirma Susana Ferreira, Conservadora do Museu de Santa Maria de Lamas, que em entrevista à Revista Pontos de Vista abordou a orgânica da instituição e a importância da cortiça para a promoção da região.

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Museu de Santa Maria de Lamas (MSML) destaca-se pela quantidade, qualidade e variedade do seu espólio. Como nasce este acervo plural? Nasce na década de 50 do século XX graças a Henrique Alves Amorim (19021977), industrial corticeiro, benemérito da freguesia de Santa Maria de Lamas e fundador do Museu, que graças à sua franca prosperidade económica conseguiu alimentar o seu gosto pelo colecionismo. Desde a sua criação e doação à Casa do Povo em 1959, este espaço destacou-se dos demais pela quantidade, qualidade e variedade (tipológica e temporal – século XIII ao século XXI), do seu espólio. Um verdadeiro acervo plural, recuperado e reorganizado do ponto de vista museológico e museográfico a partir de 2004, que integra coleções de Arte Sacra (talha dourada; imaginária; pintura, mobiliário e objetos litúrgicos); Etnografia; Iconografia do Fundador; Mobiliário Civil; Estatuária Nacional e Internacional; Ciências Naturais; Tapeçaria; Azulejaria; Estatuária em Cortiça/Aglomerado de Cortiça e Arqueologia industrial (maquinaria usada nos primórdios da Indústria transformadora de Cortiça). A partir dos anos 60/70, o MSML passou a ser popularmente apelidado de Museu da Cortiça. De que forma é a cortiça um elemento fundamental para a instituição? Primitivamente designado pelo seu Fundador como sendo a sua “Casa dourada”, sobretudo no decurso das décadas de 1960/70 começou a ser popularmente designado de “Museu da Cortiça”. Não só pela ligação direta do seu fundador à indústria transformadora da cortiça, mas também pela existência de um núcleo museológico “Sala da Cortiça” (atualmente encerrada ao público para intervenção) que reúne escultura em cortiça e derivados (séc. XX) e Arqueologia industrial (ou seja, maquinaria de transformação corticeira com utilização datável entre o séc. XIX e o início do séc. XX), sendo este um elemento fundamental para o Museu

pois evidencia as potencialidades desta matéria-prima e reflete a identidade da comunidade local. A cortiça está cada vez mais na agenda dos estrangeiros que visitam Portugal e mesmo dos portugueses. Porquê este súbito interesse no segmento da cortiça? Que importância tem a mesma para Portugal? O interesse não é súbito… Talvez seja cada vez mais visível, atraindo segmentos que lhe eram comummente associados, mas também outros alternativos, como o turismo cultural e lazer, o enoturismo, ecoturismo e turismo industrial. Como podemos interligar a cortiça com o turismo em Portugal? De que forma tem o MSML vindo a fomentar essas duas dinâmicas? É fundamental uma estratégia conjunta e concertada, sendo a criação de uma Rota da Cortiça abrangente um passo fundamental. Uma rota turística em torno da cortiça, que alcance não só o montado, mas também a transformação desta matéria-prima (através de uma rota de turismo industrial no concelho de Santa Maria da Feira), bem como as suas múltiplas potencialidades desta matéria-prima nas mais diversas áreas. Pode a cortiça “funcionar” como um elemento potenciador do desenvolvimento regional/local? O MSML tem sido promotor desse desenvolvimento em Santa Maria de Lamas? Sem dúvida. A cortiça pode e deve funcionar como elemento potenciador do desenvolvimento da freguesia e do concelho de Santa Maria da Feira, sendo para tal impreterível e urgente a criação de sinergias efetivas que envolvam os principais atores do setor. O Museu visa conservar, estudar, difundir e valorizar de forma integral, a herança cultural e o património relacionado com a indústria corticeira na região, através da renovação de um espaço museológico (Sala da Cortiça) que se estende para o território, assente numa perspetiva integral

que, para além do público/turista como destinatário, procure o envolvimento da comunidade. Transformando o museu numa instituição eficiente e sustentável que lidere a gestão do património imaterial da indústria corticeira, cujo modelo de atração turística constitua um centro dinâmico ao nível social e cultural que potencie a fixação da memória. Quem não conhece o MSML, que mensagem gostaria de deixar? O que podemos esperar de futuro do MSML? Apelar para que descubram e visitem

este espaço único, singular e verdadeiramente surpreendente! Quanto ao futuro, pretendemos concluir a requalificação efetiva da “Sala da Cortiça” e área envolvente, de modo a conservar, estudar, difundir e valorizar de forma integral, a herança cultural e o património relacionado com a indústria corticeira na região. Paralelamente, ambicionamos ver concluído o processo, iniciado em 2009, de candidatura do Museu à credenciação na Rede Portuguesa de Museus. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

47 abril 2016

Tânia Evaristo

Quando me licenciei em Direção e Gestão Hoteleira em 2005, defini como objetivo de carreira alcançar a direção geral de um Hotel. Desempenhei várias funções de caráter operacional em diferentes países do mundo e, em 2011, assumi a direção geral da Pousada de Alcácer do Sal, porém não sentia que havia alcançado verdadeiramente o objetivo que me havia proposto. Em 2012 tive a oportunidade de abraçar o projeto HCTA enquanto diretora de alimentos e bebidas. Foi uma decisão difícil, mudar de continente, mudar de pequenas unidades hoteleiras de 20 a 35 quartos e não mais de 40 colaboradores, para um Hotel de Convenções com 201 quartos, 20 Vilas, dois restaurantes, três bares, 12 salas de conferências e cerca de 390 colaboradores. Contudo foi um desafio que abracei com a determinação de contribuir com


CANDIDATURA A BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS

» PAULO BISPO VARGAS CANDIDATO A BASTONÁRIO

“Colocar o Engenheiro no centro das profissões”

Pela minha observação a discriminação tem vindo, felizmente, a diminuir e isso também é fruto da própria atitude da sociedade. Acredito que um dos principais obstáculos passa pelo próprio empregador que perante determinada situação tende a olhar a mulher em engenharia de uma forma mais cética. Porém, e não obstante o que referi, hoje as engenheiras atingiram um patamar elevado na sua competência e profissionalismo

A passividade de uma pessoa ou organização é a primeira das armadilhas para se «cair» na acomodação. Neste sentido, é preciso reagir e mudar de rumo, promovendo níveis de «criatividade» que permitam essa diferenciação e capacidade de mudança.

pontos de vista

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Crescer com quem sabe

Paulo Bispo Vargas destaca o combate ao desemprego, a requalificação dos engenheiros e a reconciliação com antigos membros, que, por vários motivos, abandonaram a instituição, como prioridades máximas em caso de vitória. “Há muitos engenheiros desempregados. É necessário criar mecanismos rápidos para ajudar a que se encontrem soluções”. E de que forma? “Com parcerias, quadros comunitários, participação nas decisões nacionais, entre outros. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance”. Para isso, o candidato a Bastonário, pretende adaptar a OE às novas realidades da engenharia e do país. “As organizações precisam de ser renovadas com colegas que já estiveram na área e conhecem a fundo este setor. Temos de os chamar para que contribuam com o seu saber, a sua vontade e experiência”, afirma, lembrando que

Candidata a vice-presidente

E

As Mulheres e a Engenharia

porque ninguém alcança nada sozinho, conversamos também com Paula Teles, candidata a Vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, que nos deu o seu parecer sobre este sufrágio e sobre o universo da engenharia em Portugal, mais concretamente sobre o universo feminino.

Paula Teles

esta contribuição de todos é vital para a engenharia em Portugal.

Ideias inovadoras

No programa valoriza-se a criação de um observatório, para um acompanhamento permanente dos membros, ou seja, para que possam contar experiências e identificar problemas a partir dos quais se fará o diagnóstico para apresentar soluções. “Somos construtivos na crítica e apontamos soluções” assume Paulo Bispo Vargas. A par deste objetivo será fundada a primeira Biblioteca Portuguesa do Engenheiro, “para alunos e profissionais, em contexto de investigação ou aperfeiçoamento de competências, que acompanhem os novos paradigmas e as novidades permanentes em que a engenharia é fértil. Por isso é a ciência das ciências.” A abertura ao mundo é essencial para todos os segmentos e a engenharia não é exceção. Assim, será criada uma plataforma de interesse entre todas as engenharias dos países de língua portuguesa: Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Timor Leste, Macau e Cabo Verde. As razões? “Porque pretendemos passar a mensagem do valor da engenharia portuguesa, que merece reconhecimento mundial. Começaremos pela oportunidade que a língua comum nos proporciona e partiremos para geografias mais vastas” esclarece, assegurando que o objetivo é perceber “que necessidades e oportunidades existem para uma bolsa de empregabilidade e trabalho a larga escala.”

paulo bispo vargas

“Pensar global é um desígnio da engenharia e a Ordem dos Engenheiros de Portugal tem de se afirmar neste contexto. Esta tem de ser uma instituição aberta para o mundo.”

21 de Abril… dia da mudança

As eleições terão lugar no dia 21 de abril e Paulo Bispo Vargas, deixa uma mensagem de profunda esperança no futuro próximo. “O Engenheiro tem de voltar ao centro do desenvolvimento do país, papel do qual foi relegado com clara responsabilidade do seu setor dirigente. Apelo ao orgulho do engenheiro para o seu papel técnico, social, de competência e de apresentar visões de futuro que coloquem a profissão e o país no seu lugar histórico. Ser engenheiro tem de voltar a representar conhecimento, modernidade e forma de ser e de estar num mundo contemporâneo que precisa de nós mais ativos, mais atentos e mais assertivos.” “O que nos move é o gosto genuíno do “SER ENGENHEIRO” e de nos reorganizarmos, em torno da Ordem, de forma sustentada, inovadora, criativa e, sobretudo, participada por todos. Propomos MAIS ENGENHARIA como forma e força de alavancar novas vontades e novas soluções. As organizações são dinâmicas e o tempo não perdoa a inatividade e o conformismo. Contam com a nossa paixão e querer, contam com a nossa dinâmica e sobretudo contam com a nossa ousadia de fazer acontecer.” O momento eleitoral é de trabalho e estímulo à participação, à mudança, à nova visão para a Engenharia Portuguesa. Os 106 elementos da lista B e os milhares de colegas que a apoiam unem-se por uma causa e uma visão.

Na sua opinião, em que patamar está a Engenharia portuguesa? A Engenharia portuguesa vive momentos complicados e o seu raio de intervenção tem vindo a decrescer. Um olhar atento sobre o passado, por exemplo, desde o período dos Descobrimentos, passando pela fundação da engenharia militar, esta profissão sempre representou uma das bases do conhecimento principal para transformar o território e vencer os obstáculos. Facilmente verificamos a importância da engenharia ao longo da história, em particular a portuguesa, por tudo o que desenvolveu e criou por esse mundo fora. Efetivamente, é com uma enorme tristeza que presenciamos que a sua importância, que se manteve até à contemporaneidade, tem vindo a perder-se de forma muito rápida. O facto de ser candidata a Vice-presidente da OE tem uma responsabilidade acrescida por ser mulher? Nunca planeei estar neste desafio. Aceitei-o porque entendi que é tempo de dedicar algum do meu tempo a esta causa. Em mais de duas décadas como profissional deste setor, com trabalho desenvolvido no serviço público autárquico, universitário e no serviço privado, enquanto empresária, esta é, efetivamente, a primeira vez que trilho algo similar, de poder ter um nível superior de intervenção na Engenharia em Portugal, no âmbito do seu coletivo. Verifiquei que em 23 anos de engenharia nunca tive a ajuda da Ordem na minha carreira profissional. Julgo ter conseguido reunir um conjunto de conhecimentos e competências suficientemente vastas, através do meu envolvimento em projetos de âmbito público e privado, para dar o passo na candidatura a este importante cargo, em contexto de uma lista de extraordinários profissionais. Tenho tido uma postura na minha vida de realizar projetos curtos mas intensos e sustentáveis numa dinâmica contínua e crescente. Sei que a nossa futura direção irá dar uma atenção

especial ao papel das mulheres na engenharia, nomeadamente no conjunto de tarefas que a mulher ainda acumula na vida pessoal e profissional, suscitando apoios e criando parcerias com o universo empresarial para que não sejam desfavorecidas, em particular, nos momentos em que for mãe. Já passei por esse papel. Já fui funcionária, hoje sou empresária. Entendo que tenho o dever de apoiar todas as mulheres engenheiras a desenvolverem na sua plenitude as suas duplas funções. Porque sei que conseguem e, em muitos casos, superam até as expectativas. Ao longo do seu percurso profissional houve momentos em que as dificuldades/responsabilidades foram acrescidas por ser mulher? Como sabem as engenharias são, de forma natural, predominantemente masculinas. Também o foram ao longo das gerações pelos motivos que conhecemos. Mas o mundo mudou. A mulher passou a integrar a vida profissional e a engenharia não pode continuar a ser exceção. Contudo, ainda hoje, na engenharia, raramente se vêm mulheres porque é difícil, para elas, chegar à liderança de projetos e neste contexto penso poder dar um contributo decisivo para alterar esta norma. Quero mudar esta atitude. Quero mostrar a todos os atores que a vantagem está no trabalho de equipa e na integração do género masculino com o feminino.

num universo que outrora foi exclusivo ao género masculino? Pela minha observação a discriminação tem vindo, felizmente, a diminuir e isso também é fruto da própria atitude da sociedade. Acredito que um dos principais obstáculos passa pelo próprio empregador que perante determinada situação tende a olhar a mulher em engenharia de uma forma mais cética. Porém, e não obstante o que referi, hoje as engenheiras atingiram um patamar elevado na sua competência e profissionalismo. Atualmente vivemos numa geração em que as famílias se constituem mais tarde e para esse problema tem de haver uma solução. Assim, é necessário apoiar a mulher na vida pessoal para que ela se desenvolva em pleno na profissão. As razões de não ter filhos podem ser múltiplas, tudo o que não seja por vontade própria mas por fatores sociais, económicos e profissionais, tem de ser debatido e encontrar solução. Fica o meu empenho e determinação em encontrar as soluções adequadas. Quero criar processos de diplomacia da engenharia no feminino. Essa atenção começa por ser dada no sentido de demonstrar que vale a pena o patrono apostar no género feminino que, não obstante poder ter obrigações adicionais, irá verificar que vale a pena pelas suas competências próprias, até ao apoio à formação pessoal e empresarial da mulher em contexto profissional de engenharia.

Na sua opinião as mulheres em Engenharia sofrem ainda algum tipo de discriminação notória

Ser mulher e engenheira em Portugal é…? Um desafio. Uma atitude. Uma forma de ser e estar.▪

49 abril 2016

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ace a este cenário, a Revista Pontos de Vista quis saber mais sobre o universo da Engenharia em Portugal, que vive por esta altura um momento de «ebulição», não estivéssemos próximos das eleições para Bastonário da Ordem dos Engenheiros, a realizar no dia 21 de Abril. Que mudanças urgem? Que rumos devem ser traçados? Que desafios se colocam? Que diferenças de gestão para o futuro? Que motivações existem? A tudo isto e muito mais, respondeu Paulo Bispo Vargas, candidato a Bastonário da Ordem dos Engenheiros e que nos deu a conhecer um conjunto de medidas propostas por uma lista que se afirma como “uma lista alternativa”, revela o nosso entrevistado, assegurando que essa variação assenta no abolir da crítica fácil. “Isso é o mais simples e por isso decidimos apostar no não apontar de dedo, porque pretendemos fazer algo para mudar o que consideramos que está errado. Queremos participar de uma forma ativa e positiva nesta causa”. O nosso entrevistado, candidata-se com a ambição de colocar “o engenheiro no centro das profissões” e explica que em Portugal ser engenheiro já foi mais prestigiante e que tal não é aceitável. “Um engenheiro hoje não tem uma participação tão ativa na sociedade como outras profissões e isso retira um pouco a credibilidade à profissão. Pretendemos reforçar a presença da engenharia nas decisões do Estado. Isto não significa que nos queiramos intrometer, simplesmente existem temas como os transportes, a construção das cidades, a energia, o urbanismo, a industrialização e outros que são assuntos que os engenheiros deveriam ter em agenda e onde deveriam ter uma ação mais ativa”.

PAULA TELES


BREVES BREVES

16 e 19 de Junho

Lisboa vai ser

invadida por posters

Joaquim Nogueira de Almeida Candidato a vice-presidente

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É no agir que está o ganho nossos engenheiros como “pontas de lança” no estrangeiro, a promoção de criação de start ups com jovens licenciados e apoiados por uma bolsa de engenheiros seniores em regime de voluntariado e enquadrados nos programas de apoio da comunidade europeia e sociedades de capital de risco.

oaquim Nogueira de Almeida menciona o que falta e o que é necessário para que a Engenharia reconquiste o seu lugar na sociedade. Um lugar seu por direito e inerente à profissão. AGIR é a sua palavra de destaque. Descubra o que pensa um dos candidatos a Vice-presidente da lista «alternativa».

pontos de vista

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Nestas eleições para a Direção da Ordem dos Engenheiros (OE) concorre pela Lista B. Quais são as razões para que os seus colegas votem na vossa Lista em vez da lista adversária? Apesar dos programas das duas listas parecerem semelhantes, a verdade é que a lista adversária esteve na direção da OE durante seis anos e não fizeram o que agora prometem, porquê? Há quatro anos que criticamos a inércia da OE perante os problemas crescentes da profissão e queremos MUDAR. Pretendemos que os engenheiros nos deem essa oportunidade. A nossa Lista tem uma idade média de 48 anos a lista adversária de 62 anos, são 14 anos que fazem a diferença de uma visão e atitude mais perto da necessidade atual da profissão. Um terço da Direção da lista B é Engenharia no Feminino, porque julgamos que o papel crescente das engenheiras precisa de ser defendido por alguém com experiência real desta situação. A lista adversária não contempla esse facto. Temos 66% de empresários que vivem das empresas que criaram e conhecem bem o difícil mundo empresarial em que nos encontramos. Na lista adversária 66% são gestores públicos que vivem habitualmente dos favores do estado. Na sua opinião o que falta, em Portugal, para uma evolução da engenharia? (Falta AGIR! ver imagem anexa) Temos muito boas intenções mas pouca concretização. É um problema do próprio país e que se reflete também na Engenharia, apesar de se julgar que a formação por si dá ferramentas e visão aos colegas para que sejam menos contaminados pelo “laissez faire”. A engenharia é o MOTOR de um país, mas esse motor precisa de ser eficiente, consumir pouco e produzir muito, ter pouca manutenção e se possível ser “user friendly”. A nossa Engenharia tem pouco disso. Os engenheiros deixaram de ser pragmáticos, passaram a ser mais políticos e movidos de interesses consoante o lobby. Há alguma área da engenharia portuguesa que

POSTER é uma mostra de arte pública que vai pôr artistas, designers, arquitetos, escritores e músicos a desenhar cartazes, de José Luís Peixoto a The Legendary Tigerman. Nas ruas de Marvila entre 16 e 19 de Junho. Uma iniciativa do projeto “amplificador de cultura” Departamento, que quer transformar a Rua do Açúcar e arredores numa “galeria a céu aberto”, diz o organizador, o designer gráfico Bruno Pereira.

Falta AGIR!

O que nos move é o gosto genuíno do “SER ENGENHEIRO” e de nos reorganizarmos, em torno da Ordem, de forma sustentada, inovadora, criativa e, sobretudo, participada por todos. Propomos MAIS ENGENHARIA como forma e força de alavancar novas vontades e novas soluções

careça de meios ou de falta de empregabilidade e que por isso necessite de uma maior intervenção? TODAS as áreas exceto talvez a da Informática. A intervenção deve ser vista numa política global que me parece não haver. A OE devia ter um plano de ação nesse sentido. No nosso programa apresentamos soluções para questões como: a da requalificação dos engenheiros, a utilização dos

Ser engenheiro em Portugal é uma mais-valia ou acredita que para um futuro mais promissor trabalhar no estrangeiro é a melhor opção? Sou muito sensível a essa questão uma vez que estou expatriado neste momento. Há mais de 12 anos que trabalho na área internacionalmente. Devemos ser engenheiros em empresas portuguesas e exportar para o estrangeiro. As condições são muito variadas e dependem da área da engenharia. Há uma urgente reorganização funcional da OE? De que forma será realizada? A OE tem uma organização assente em quase 80 anos de história, pelo que temos de saber aproveitar o que ela tem de bom. No entanto, na minha opinião, o “simplex” ainda não chegou à OE. Propomos aligeirar, simplificar e facilitar a vida aos engenheiros. Convido os leitores a consultarem o nosso programa em www.listab.maisengenharia.org. Por outro lado existe uma necessidade de levar a OE a ser uma mais-valia para TODAS as engenharias. Há um trabalho importante de levar a OE aos engenheiros, que se têm afastado muito dela, veja-se a abstenção nas últimas eleições de 92%. Há uma necessidade de internacionalizar a Ordem dos Engenheiros? De que forma o pensam fazer? Portugal é um exíguo país à beira mar plantado. Essa grandeza foi visível quando fomos tomar outros mundos. O país não tem dimensão crítica para rentabilizar a ambição e valor da nossa engenharia, o nosso mercado tem de ser sempre o global. Quais os mecanismos a colocar em prática para a integração de recém-formados e engenheiros reformados no mundo laboral? Propomos muitas soluções no nosso programa. Precisamos de entrar na Direção da OE para podermos implementar ações concretas já estudadas e debater com os colegas outras que existem e que são visíveis em muitas iniciativas dispersas de certos colegas e instituições. É preciso AGIR! É desse verbo que se faz a evolução. ▪

Ativar Portugal Microsoft dinamiza Startups O programa Ativar Portugal da Microsoft apoia mais de 120 startups tecnológicas nacionais. Da saúde às artes do palco, passando pela navegação e pelo marketing, descubra um admirável mundo novo. A iniciativa Ativar Portugal Startups, que a Microsoft dinamiza desde 2015 tem o rumo traçado para o ano em curso: trazer o futuro às novas e mais dinâmicas empresas tecnológicas nacionais, com um forte incentivo à sua internacionalização. Desde 2015 que o programa já apoia mais de 120 startups, sendo que recentemente entraram 31 novas empresas.

Dead Drop

USB a sair da parede, ligue-se com cuidado. É uma Dead Drop Se vir uma pen

O projeto tem seis anos e entretanto espalhou-se pelo mundo todo. Há mais de 1600 Dead Drops, e aparecem mais todos os dias. Dead Drops. O nome é um antigo termo usado no mundo da espionagem, para falar de esconderijos urbanos onde um espião podia deixar documentos ou objetos, ocultos na cidade, para outro espião que conhecesse o esconderijo os poder ir buscar discretamente. O artista Aram Bartholl, residente em Berlim, decidiu que a ideia merecia ser atualizada para o século XXI. E assim nasceram as Dead Drops enquanto pens USB, com mais ou menos memória, inseridas nas paredes ou passeios das cidades para qualquer pessoa se poder ligar e deixar ou levantar segredos.

INTERNET

As velhas cassetes VHS podem valer muito dinheiro À semelhança do que aconteceu com o vinil, várias pessoas estão a vender cassetes VHS antigas. Os filmes mais raros podem valer pequenas fortunas. Aquelas velhas cassetes VHS que tem a ganhar pó em sua casa podem ser valiosas. Quem o diz é a revista Money. O mercado revivalista das VHS não está tão desenvolvido como o dos vinis, mas ainda assim há alguns títulos que são considerados itens de coleção. Antes de deitar as suas cassetes fora, considere pô-las à venda na Internet, pode ficar surpreendido.

51 ABRIL 2016

Portugal é um exíguo país à beira mar plantado. Essa grandeza foi visível quando fomos tomar outros mundos. O país não tem dimensão crítica para rentabilizar a ambição e valor da nossa engenharia, o nosso mercado tem de ser sempre o global

31 razões para ativar Portugal


Fundação Denise Lester - Queen Elizabeth’s School

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“Look up - there’s always a star” Denise Lester O.B.E.

Promover uma Educação diferenciadora e de valor e uma oferta educativa de qualidade nem sempre é fácil, mas possível. Felizmente que ainda existem instituições que o perpetuam quotidianamente, em prol das gerações atuais e futuras, formando cidadãos aptos a enfrentar os desafios da sociedade do conhecimento e da globalização. No passado dia 31 de janeiro, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, celebrou-se a cerimónia dos 50 anos da Fundação Denise Lester e dos 80 anos da Queen Elizabeth’s School, que marcou o paradigma fidedigno de uma Educação de excelência centrada nos valores de humanismo cristão e direcionada para a formação pessoal e social do aluno,numa perspetiva holística que pressupõe uma pedagogia de desenvolvimento integrado a nível físico,intelectual, espiritual,estético e cívico conducente à sua realização e bem-estar, e um dia mais tarde à inserção na vida ativa e ao exercício de uma cidadania responsável. A Revista Pontos de Vista não quis faltar a esta cerimónia e conversou com Maria da Conceição de Oliveira Martins, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Denise Lester, que revelou aquilo que se passou neste “dia memorável”.

53 abril 2016

pontos de vista

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zação do seu sonho de criança, assistiu-se ao desempepassado dia 31 de janeiro foi memorável nho admirável de todos os alunos da Queen Elizabeth’s porque a Aula Magna da Universidade de School, sendo de destacar: a atuação de quatro alunos Lisboa recebeu a cerimónia dos 50 anos da do 1º ciclo do ensino básico que cantaram o Hino “JeruFundação Denise Lester e dos 80 anos da salem” com letra de William Blake e música de Sir Hubert Queen Elizabeth’s School. Aos nossos leitores, como Parryin (1916), usualmente cantado em muitos eventos descreveria este dia? oficiais no Reino Unido como uma metáfora para simboO Conselho de Administração da Fundação Denise Leslizar os valores cristãos do amor a Deus e ao próximo e da ter organizou uma cerimónia comemorativa do octogépaz; bem como, a uma atuação dos alunos do Berçário, simo aniversário da Queen Elizabeth’s School, cujo início Creche e Pré-Escolar na interpretação da Nursery Rhyme, da sua atividade educativa remonta a 3 de novembro “Twinkle Twinkle, Litlle Star”, que faz parte do reportório de 1935 e do cinquentenário da Fundação portadora de canções tradicionais britânicas lecionadas nesta instido nome da Instituidora desta Escola, constituída pela tuição. Esta mesma música, foi cantada em inglês, como própria em 1965, a fim de ser dada continuidade à sua é habitual, mas a sua primeira estrofe foi entoada em obra. Este evento teve lugar na Aula Magna da Reitoria mandarim por alguns alunos chineses e portugueses do da Universidade de Lisboa, no dia 31 de janeiro de 2016, 1º ciclo do ensino básico inscritos no Clube de Mandatendo sido evocada a fundadora desta instituição, Miss rim; da Queen Elizabeth’s School, sendo de mencionar Margaret Denise Eileen Lester, O.B.E. (Order of the British também, os alunos que acompanharam a Orquestra Empire), e os ideais que preconizou: - manter a Queen Didática da Foco Musical, tocando um instrumento muElizabeth’s School, de acordo com o espírito com que sical, na interpretação desta mesma música. foi criada, procurando sempre observar os programas Nesta primeira parte do espedo ensino vigente nas escolas táculo também foi cantada a britânicas; promover o culto música de Natal e de Ano Novo da amizade luso-britânica e predileta de Miss Denise Lester, honrar as bandeiras dos dois Por fim foi expressa the Christmas Carol “In the Blepaíses, que deverão ser hasteak Mid Winter”, por todos os adas, a par, em todos os dias a muita estima pelos alunos do 1º ciclo do ensino e atos solenes da história dos antigos alunos e por todos básico e declamada por dois dois países; o ensino primário aqueles que trabalharam antigos alunos, que continuam e da língua inglesa a crianças a estudar Inglês nesta Escola, a de ambos os sexos, entre os 4 incansavelmente para esta poesia preferida da Fundadora e os 12 anos de idade, sendo instituição e que sempre “If” de Rudyard Kipling, autor esse ensino, com um limite de mantiveram os laços de e poeta britânico de grande 5% sobre a frequência escolar, notariedade, conhecido pelas extensivo a crianças diminuamizade com esta casa e que obras infantis que escreveu ídas fisicamente; prosseguir hão de sempre fazer parte e Prémio Nobel da Literatura quaisquer outros fins de nadesta grande família que é a em 1907, ao som de piano. tureza educativa, cultural e de Foi projetado um filme persolidariedade social e cooperar Queen Elizabeth’s School tencente aos arquivos da com a Embaixada Britânica em RTP1, alusivo à comemoração Portugal e seus Serviços Cultudo 35º aniversário da Escola rais, em projetos e iniciativas (1970) com imagens de Miss nestas áreas. Lester e das entidades oficiais A Embaixada Britânica em portuguesas e inglesas que estiveram presentes, tendo Portugal fez-se representar neste evento pela Excelentíssido dada especial ênfase ao Professor Doutor Marcelo sima Senhora Cônsul Simona de Muro, o que muito honCaetano, na altura Presidente do Conselho de Ministros rou o Conselho de Administração da Fundação Denise e membro do Conselho de Administração da Fundação Lester. Denise Lester; assim como, a um discurso proferido pela A Fundação Denise Lester tem-se norteado por uma Fundadora aquando da comemoração dos 25 anos da política de qualidade, inovação e internacionalização Queen Elizabeth’s School (1960), tendo nesta data o Minos serviços educativos que presta. Atualmente a Queen nistro da Educação Inglês, Sir David Eccles, vindo propoElizabeth’s School é um estabelecimento de ensino com sitadamente a Portugal para esse fim e sido passado uma as valências de berçário, creche, educação pré-escolar e parte do seu discurso, tendo também sido visionadas fo1º ciclo do ensino básico português, em que é dado um tografias dessas ocasiões festivas e um antigo filme sobre papel de primordial importância à aprendizagem precoas atividades escolares. ce do inglês, sendo o ensino desta segunda língua e a Foi apresentado um segundo filme, com diversos factos cultura britânica intoduzidos aos alunos de uma forma marcantes após o desaparecimento de Denise Lester, no intuitiva e natural em contexto bilingue. período em que assumiu a presidência do Conselho de Foi um dia memorável, porque além de ter sido perAdministração o Senhor Doutor Joaquim Pedro de Olipetuada a memória da Fundadora, também foram daveira Martins, nomeadamente a comemoração do 50º dos a conhecer os desígnios desta para com a Queen aniversário da Escola em 1985 (ano em que foi publicada Elizabeth’s School e a Fundação Denise Lester, através a autobiografia de Miss Lester), a visita oficial do Princípe de pequenos excertos da sua autobiografia publicada Carlos e da Princesa Diana à Queen Elizabeth’s School em em 1985, 3 anos após o seu desaparecimento, lidos por 1987, a comemoração dos 60º, 70º e 75º aniversários da alunos e antigos alunos que continuam a frequentar os Escola, o lançamento do livro “Queen Elizabeth’s School Clubes de Inglês dinamizados por esta Escola bilingue, - Espírito e Cultura de Escola” em 2006, uma carta enviadesde a sua origem. Ao longo de toda a primeira parte da pela Rainha Isabel II felicitando a Escola pelos seus 70 do espetáculo especialmente direcionada a todos os ananos, a participação no 9º Encontro Nacional de Fundatigos alunos que se encontravam presentes e familiares ções em Janeiro de 2007, várias mobilidades ocorridas de benfeitores que apoiaram Miss Denise Lester na reali-


Fundação Denise Lester - Queen Elizabeth’s School

Uma palavra especial

Na segunda parte desta cerimónia os alunos da Queen Elizabeth’s School interpretaram o musical “Alice”, adaptado por Mark e Helen Jonhson do clássico infantil britânico “Alice’s Adventures in Wonderland”, de Lewis Carroll, no ano comemorativo dos 150 anos do lançamento desta obra

esta cerimónia comemorativa. Sessenta e quatro alunos do 1º ciclo do ensino básico, com faixas etárias compreendidas entre os sete e os dez anos, foram convidados para integrar uma classe especial de ginástica de trampolins, acrobática e de solo, tendo feito uma exibição gimníca de grande qualidade, que fez parte integrante do musical. Foi neste espírito de festa que foram felicitados os alunos da Queen Elizabeth’s School pelo entusiasmo e brio com que se empenharam e por terem tido um desempenho excecional quer no musical quer nos trabalhos apresentados na exposição patente no átrio da Aula Magna alusiva às tradições britânicas que fazem parte da cultura desta Escola. No encerramento da cerimónia foram apresenta-

dos à comunidade escolar os novos membros dos órgãos sociais da Fundação Denise Lester, foi feita uma homenagem póstuma ao Exmo. Senhor Dr. Joaquim Pedro de Oliveira Martins, anterior Presidente do Conselho de Administração, pelos mais de 37 anos de dedicação a esta Instituição e ao Vogal Exmo. Senhor Major Michael William Stilwell, C.B.E. (Commander of the Most Excellent Order of the British Empire), pela amizade que a Família Stilwell sempre dedicou a Miss Denise Lester e pelos mais de 30 anos de serviço prestado; foi também homenageado o Vogal do Conselho de Administração com maior antiguidade em funções, desde 1978, Exmo. Senhor Dr. Júlio Gião Félix Sequeira Marques; assim como, o Vogal demissionário Exmo. Senhor Simon Peter Stilwell, pelos 23 anos de serviço prestado. Foram ainda homenageados: o primeiro aluno da Escola, Exmo. Senhor Miguel Abecassis, por ter mantido a ligação a esta Escola ao longo destes 80 anos e cujos avós, Exmos. Senhores Sofia e Fortunato Abecassis, cederam uma sala e o jardim da casa onde viviam para as primeiras instalações da Queen Elizabeth’s School, que começou com três alunos, possibilitando assim a concretização do sonho de Miss Denise Lester; o Exmo. Senhor Doutor Fernando Guedes, em reconhecimento pela edição e prefácio do livro “Queen Elizabeth’s School - Espírito e Cultura de Escola” e ilustre representante de uma Família com várias gerações de alunos na Queen Elizabeth’s School ao longo de 46 anos; e o Excelentíssimo Senhor Almirante António Cavaleiro de Ferreira, antigo aluno da Queen Elizabeth’s School, pela disponibilidade e zelo que dispensou aos assuntos da Escola enquanto Chefe de Gabinete de Sua Excelência o Ministro da Educação, em junho de 1976. ▪

“Tudo o que a Queen Elizabeth’s School tem conquistado deve-se ao espírito de perseverança da sua Fundadora e seus continuadores, como também às Autoridades Portuguesas e Britânicas, Corpo Docente e Não Docente, e muito em especial à confiança dos Pais que entregam a educação dos seus filhos ao cuidado desta Instituição”

Foi dirigido no final da festa pelos membros do Conselho de Administração um agradecimento à direção ao Corpo Docente e Não Docente pela dedicação que devotaram a este evento que se traduz no resultado de anos e anos de trabalho meritório a esta Instituição; bem como, uma palavra de reconhecimento aos Pais e Encarregados de Educação, por confiarem os seus filhos aos cuidados desta Escola, pela sua colaboração, interesse e crítica construtiva nas atividades escolares desenvolvidas. Por fim foi expressa a muita estima pelos antigos alunos e por todos aqueles que trabalharam incansavelmente para esta instituição e que sempre mantiveram os laços de amizade com esta casa e que hão de sempre fazer parte desta grande família que é a Queen Elizabeth’s School.

Desde 1935 a educar e a formar jovens cidadãos com um forte sentido de responsabilidade social O projeto educativo da QES, foi elaborado a partir dos princípios fundamentais que alicerçaram a ação educativa de Miss Denise Lester aquando da criação desta Escola em 3 de novembro de 1935. Preservar os ideais preconizados pela fundadora Miss Denise Lester, dando uma particular importância à educação para os valores, bem como ao exercício de uma cidadania ativa com um forte sentido de responsabilidade social assente no respeito pelas liberdades fundamentais do indivíduo como pessoa, na defesa dos direitos humanos e no combate a todas as formas de exclusão e discriminação. Na sua ação educativa, a Queen Elizabeth’s School (QES) promove valores de solidariedade, tolerância e diálogo numa sociedade cada vez mais global, caracterizada por uma grande diversidade e riqueza cultural, sensibilizando os seus alunos para o papel preponderante da sociedade civil como força que dá expressão às necessidades de interesse geral dos cidadãos num Estado de Direito. O projeto educativo da Queen Elizabeth’s School pretende dar continuidade à visão, espírito altruísta e empreendedor que sempre caracterizou a sua Fundadora e uma importância primordial à formação pessoal e cívica dos alunos atuais

como os cidadãos de amanhã. Apesar de Miss Lester ter sido vítima de uma grave e prolongada doença do foro circulatório, nunca se deixou abater por essa circunstância adversa, tendo criado de raiz esta escola e realizado trabalho de voluntariado nas Guias de Portugal, na Cruz Vermelha e na Legião Real Britânica (The Royal British Legion), situações estas, que lhe valeram várias condecorações, designadamente por mérito em 1943 pela Cruz Vermelha, em 1947 pelo Rei Jorge VI como Membro do Império Britânico, em 1971 pelo Presidente da República Portuguesa Almirante Américo Tomás como Oficial da Ordem da Instrução Pública, em 1972 pela Rainha Isabel II como Oficial da Ordem do Império Britânico e em 1975 nomeada Membro Honorário da Legião Real Britânica. A Fundação Denise Lester e a Queen Elizabeth’s School, têm vindo a desenvolver vários projectos na área da educação para a cidadania e da proteção dos direitos humanos, nomeadamente na colaboração com algumas organizações não governamentais e instituições de solidariedade social, em campanhas de sensibilização para angariar fundos e géneros alimentares para lares de terceira idade, centros de apoio a crianças desfavorecidas economicamente e a pessoas portadoras de deficiência. ▪

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no âmbito da coordenação, pela Queen Elizabeth’s School, de duas parcerias entre escolas - Ação Comenius, a participação na Volta às Capitais do Ano Europeu do Voluntariado 2011 e a mensagem de uma carta recebida pela Escola, dirigida ao Presidente do Conselho de Administração, enviada pela Secretaria de Estado do Vaticano, assinada pelo Assessor do Papa Bento XVI, Monsenhor Peter B. Wells, com o reconhecimento de Sua Santidade à Fundação Denise Lester e à Queen Elizabeth’s School pelos diversos presentes com que quiseram homenagear o Santo Padre e transmitir os votos de Santo Natal e Feliz Ano de 2011. Ao longo da exibição deste filme foi apresentado o discurso proferido pelo Presidente do Conselho de Administração por altura do 70º aniversário da Escola, Exmo. Senhor Dr. Joaquim Pedro Benthein Noronha Morais Pinto de Oliveira Martins, que sucedeu a Miss Denise Lester desde o seu desaparecimento em 1982, e que sempre acompanhou o destino desta instituição e cuidou para que os ideais estabelecidos pela sua instituidora não fossem esquecidos, e o seu legado preservado, como antigo aluno que foi desta Escola e continuador da obra de Miss Lester, por quem tinha a maior estima e amizade, missão essa que cumpriu dedicadamente até ao último dia da sua vida, 8 de dezembro de 2011, data em que sofreu um fatal acidente de viação. Os alunos do Clube de Ballet da Queen Elizabeth’s School, apresentaram um bailado inspirado no movimento do desabrochar de uma rosa, sendo que a rosa é o logotipo deste estabelecimento de ensino, enquanto o instrumental do hino da escola era tocado em flauta pelos alunos do 4º ano, acompanhados pela orquestra. No intervalo do espetáculo foi servido um cocktail aos cerca de 1700 espetadores presentes, no átrio da Aula Magna, onde esteve patente uma mostra de trabalhos realizados pelos alunos, alusivos a algumas tradições anglo-saxónicas que fazem parte da cultura desta Escola bilingue desde o seu início, com especial relevância: Queen Elizabeth II longest-reigning British monarch; A Rainha Santa Isabel; Guy Fawkes - Gunpowder Plot; Remembrance Poppy Appeal; a celebração do Ano Extraordinário Jubilar da Misericórdia; os 800 anos da assinatura da Magna Cartan (1215); testemunhos de alguns antigos alunos da Queen Elizabeth’s School ligados ao mundo dos media Julie Sergeant, Vasco Palmeirim e Cristina Liz - e o St. George’s Day. Na segunda parte desta cerimónia os alunos da Queen Elizabeth’s School interpretaram o musical “Alice”, adaptado por Mark e Helen Jonhson do clássico infantil britânico “Alice’s Adventures in Wonderland”, de Lewis Carroll, no ano comemorativo dos 150 anos do lançamento desta obra. A abertura do musical foi feita por oito alunas da classe de Ballet de nível mais avançado que executaram um bailado tecnicamente mais exigente que o anterior, dando movimento a quatro personagens da peça: Alice, Coelho, Rainha de Copas, Gato e duas Cartas. O musical contou com a participação de 365 alunos ao longo dos seus 12 atos. Os alunos do 4º ano representaram os papéis das personagens principais, todo o musical foi falado e cantado em inglês, tendo alguns alunos cantado a solo. Os alunos do 3º ano deram corpo e voz ao Coro da Queen Elizabeth’s School que acompanhou a Orquestra da Foco Musical durante toda


ENSINO E FORMAÇÃO

» ESCOLA PROFISSIONAL DA ERICEIRA

Fundação Denise Lester - Queen Elizabeth’s School

Inovar o Ensino

A LÍNGUA INGLESA NO CURRÍCULO DA QUEEN ELIZABETH’S SCHOOL nares e temáticas transversais a todas as áreas curriculares. Na área da Educação e Expressão Musical a Queen Elizabeth’s School é parceira da Foco Musical ,sendo esta membro da Associated Board of the Royal Schools of Music(ABRSM),líder mundial na área de avaliações e exames de música. A Queen Elizabeth’s School tem proposto alunos com sucesso a estes exames. No 1º ciclo do ensino básico os alunos da Queen Elizabeth’s School são preparados para realizar com aproveitamento os testes das disciplinas Primary Maths e Primary Science do Programa Primário Internacional de Educação da Universidade de Cambridge, a par das provas do currículo oficial português. O número total de horas semanais de inglês, incluindo as duas horas semanais contempladas para esta disciplina no currículo nacional português do 1º ciclo do ensino básico, é de nove horas e meia. A acrescer a este número de horas de inglês a Queen Elizabeth’s School ainda tem a funcionar, duas a três vezes por semana, os Clubes de Inglês para alunos e antigos alunos que proporcionam o aperfeiçoamento de certas competências linguísticas, assim como, a preparação para os exames: Integrated Skills in English do Trinity College London (ISE Foundation, ISE I, ISE II), Graded Examinations in Spoken English (GESE VII), First Certificate (FCE) e Certificate in Advanced English (CAE) da Universidade de Cambridge, correspondents aos níveis A2, B1, B2 e C1 do QECR. Foi implementado no ano letivo de 2014/2015 o Programa Internacional de Educação Bilingue da Universidade de Cambridge no currículo da escola, de forma gradual e progressiva, tendo passado a fazer parte do horário letivo as disciplinas de Matemática e Ciências lecionadas em inglês seguindo o programa Primary Maths e Primary Science da Universidade de Cambridge em complementaridade com o programa oficial português do 1º Ciclo do Ensino Básico. Desde o ano letivo 2014/2015 que os alunos da Queen Elizabeth’s School têm vindo a realizar os testes preparatórios dos Cambridge Primary Maths/ Science Progression Tests, e adotados os manuais escolares editados pela Cambridge University Press, destinados à concretização das aprendizagens deste Programa Internacional. No ano letivo 2016/2017, os discentes da QES serão avaliados pelos testes Cambridge Primary Maths/Science CheckPoint Tests para a obtenção de um Statement of Achievement and Diagnostic Report. ▪

A

Time and time again I have looked up to see the star and asked God’s assistance for my worries and thanked Him for His graces Denise Lester o.b.e.

Escola Profissional da Ericeira tem como objetivo formar quadros intermédios que possam suprir e melhorar as necessidades do tecido empresarial local e regional. Que os cursos profissionais a escola disponibiliza com essa finalidade de promover a economia local? A Escola Profissional da Ericeira, pertence à Associação para o Ensino e Qualificação, surgiu em 2013 obtendo a autorização de funcionamento do ME nº 181, encontra-se sedeada no Concelho de Mafra, freguesia da Ericeira – Fonte Boa dos Nabos (Reserva Mundial de Surf ). Trabalha as áreas do mar, ambiente e turismo. a nossa intenção de oferta formativa para o próximo ano letivo 2016/2017, incide nos cursos Técnico de Gestão do Ambiente, Técnico de Segurança e Salvamento e Meio Aquático e Técnico de Turismo Ambiental e Rural. A escolha destes cursos advém da estreita relação às necessidades e às características do tecido empresarial local. Os cursos das escolas profissionais têm uma forte componente de disciplinas técnicas de especialização, para além dos estágios e práticas em contexto laboral. Quem sai de uma escola profissional sai com uma profissão? Está melhor preparado para o mercado de trabalho? Sim, sem dúvida alguma, a forte componente técnica e a formação em contexto de trabalho que a escola desenvolve ao longo dos três anos letivos no tecido empresarial local e regional, permite que os alunos adquiram competências técnicas e sociais para uma melhor e rápida integração no mercado de trabalho. O trabalho desenvolvido pela Direção Pedagógica, na qualidade do Dr. Bruno Carvalho e pela Coordenação de Curso, Profª Rute Candeias, junto das empresas e criando oportunidades de visitas ao tecido empresarial, permite-lhes terem uma visão mais concertada e real sobre o mercado de trabalho. Com a formação direcionada para as necessidades locais, a Escola Profissional de Ericeira mantém uma relação próxima com o mercado de trabalho e tem estabelecidas várias parcerias com empresas de referência. De que forma considera importante a sinergia entre o ensino e a formação com as en-

tidades empresariais? É fulcral as sinergias e o trabalho conjunto, a forma como nos aproximamos do tecido empresarial e as parcerias que criamos torna viável e sustentável os cursos profissionais que ministramos, porque vai de encontro às reais necessidades das empresas aumentando as hipóteses de empregabilidades dos alunos, após a conclusão do curso. Este contacto com as empresas permite traçar um diagnóstico que visa colmatar a curto, médio e longo prazo as lacunas laborais. Paralelamente desenvolvem atividades e programas que contribuem para o processo de formação, proporcionando aos formandos experiências reais durante a formação em contexto de trabalho. Qual tem sido o feedback dos vossos formandos? Muito bom, as expetativas dos alunos são superadas e regressam com conhecimento técnico, mais motivados, e manifestam melhorias nas competências sociais e na capacidade de trabalho, autonomia e decisão. O ingresso no mercado de trabalho revela-se cada vez mais uma tarefa árdua, uma vez que muitos não se sentem aptos para enfrentar a realidade que se apresenta. Tem-se revelado uma tarefa fácil motivar as pessoas? Sim e não, porque nem sempre é fácil trabalhar as questões comportamentais junto dos alunos, moldar atitudes, posturas e comportamentos. Temo-lo feito internamente, através da nossa psicóloga Dra. Carla Perfeito, que desenvolve semanalmente um acompanhamento, orientação e ajuda junto dos alunos. Por outro lado, sempre no sentido de remar contra a desmotivação, a escola promove visitas técnicas temáticas, ateliers, workshops e sessões de esclarecimento juntos dos alunos. As escolas profissionais oferecem aos alunos um conjunto de oportunidades ímpares, preparando-os e consciencializando-os para a importância da atividade laboral, permitindo-lhes adquirir experiências, aplicar conhecimentos, desenvolver relações interpessoais e compreender as normas e os valores das orga-

nelson moura

Maria fonseca

rita simões

carlos cristina

FUNDADORES DA ESCOLA PROFISSIONAL DA ERICEIRA nizações onde posteriormente virão a trabalhar. Esta vertente humana é uma prioridade na Escola Profissional da Ericeira? Sim, sem dúvida. A escola é pequena, e como, tal é fácil desenvolver um conjunto de iniciativas humanas, técnicas e de valores junto dos alunos. Possuímos uma Bolsa de Voluntariado, na qual os alunos, docentes, funcionários, comunidade local, podem inscrever-se e ajudar empresas com as quais temos protocolo de voluntariado e ajuda. Fazemos, também, campanhas de angariação de bens alimentares (humanos e caninos), roupas, produtos solares, para instituições locais, regionais e internacionais. Na escola valorizamos muito a componente humana e de ajuda ao outro, bem como, os valores organizacionais que serão im-

portantes levarem para o mercado de trabalho. Neste ponto, o GEIP (Gabinete de Estágios e Inserção Profissional) é um intermediário das empresas junto dos nossos alunos. Está prevista a abertura de mais algum curso profissional? Que projetos futuros estão pensados para a escola e para os formandos? O nosso projeto educativo é “SER VIVO” e está em constante evolução e melhoria contínua. É nosso objetivo continuar a melhorar e a implementar metodologias pedagógicas, de forma a inovar o ensino e a formação que ministramos. Um projeto já pensado e em carteira é ampliar a escola e apostar em novas áreas de formação ligadas ao mar, ambiente e agricultura. ▪

57 abril 2016

pontos de vista

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O Projeto Educativo da Queen Elizabeth’s School assenta no estreitamento dos laços históricos e culturais entre Portugal e o Reino Unido, preservando o culto da Aliança mais antiga do mundo e no ensino bilingue português-inglês, nas valências de Berçário, Creche, Educação Pré-Escolar e na adoção de um modelo integrado de ensino no 1º Ciclo do Ensino Básico Português que é uma mais-valia e um fator de diferenciação para os alunos desta escola, os quais em complementaridade com o currículo oficial português, usufruem do Programa Primário Internacional da Universidade de Cambridge. O ensino do Inglês é validado internacionalmente pelos “Young Learners English Tests” (Starters, Movers e Flyers) da Universidade de Cambridge, pelos “Integrated Skills in English” (ISE Foundation) do Trinity College London, correspondentes aos níveis A1 e A2 do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas do Conselho da Europa (QECR) e pelo exame de Artes Performativas “Trinity Stars: Young Performers in English Award” (Stage II e Stage III) do Trinity College London, realizado pelos alunos do pré-escolar. A Queen Elizabeth’s School tem participado em parcerias no âmbito de programas de intercâmbio educativo e cultural a nível nacional e internacional, é membro do Instituto Britânico no Programa de Parceria de Exames denominado “Addvantage”, Centro de Exames do Trinity College London, Cambridge International School, Cambridge Primary School e Exam Preparation Centre do Cambridge English. A Queen Elizabeth’s School tem vindo a apostar na internacionalização do seu currículo, tendo coordenado duas parcerias multilaterais entre escolas europeias no âmbito do Programa Setorial Comenius com a duração, respetivamente, de dois anos letivos (Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida), entre setembro de 2010 a setembro de 2012, denominado “FLY-Fun Learning for Youngsters” (www.flyproject.org) e três anos letivos (Programa Sócrates), de setembro de 1999 a junho de 2002, denominado “European Citizens of Tomorrow”. Desde 2008, a Queen Elizabeth’s School tem vindo a utilizar uma metodologia inovadora aplicada em alguns países da União Europeia no domínio da Aprendizagem Integrada de Línguas e Conteúdos - (AILC)/ Content and Language Integrated Learning - (CLIL) que associa a aprendizagem de uma segunda língua ao ensino de certos conteúdos discipli-

“O nosso projeto educativo é “SER VIVO” e está em constante evolução e melhoria contínua”, afirma Maria Fonseca, Administradora da Escola Profissional da Ericeira, em entrevista à Revista Pontos de Vista, que pretende continuar a oferecer as melhores ofertas educativas.


EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

» PELA VISÃO DE UM PROFESSOR

“Pretendo antes de mais sensibilizar os alunos para os problemas com que a humanidade se debate atualmente, procurando com eles descobrir de que forma os arquitetos, os urbanistas e os designers podem contribuir para a resolução de tais problemas”, revela José Pinto Duarte, Professor da Pennsylvania State University, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Conheça mais pela voz de quem sabe.

JOSÉ PINTO DUARTE

D pontos de vista

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epois da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, está agora a dirigir um centro de investigação na Universidade Estadual da Pensilvânia. Como descreveria este momento da sua carreira? Este é um momento diferente, embora com algumas semelhanças com momentos anteriores. Fui inicialmente incluído numa pequena lista de candidatos ao cargo pela comissão universitária encarregue do preenchimento da vaga e acabei por ser o candidato selecionado, penso que devido ao meu percurso passado e à visão de futuro apresentada. Talvez valha a pena referir algo sobre o cargo, que é o de Chair em Design Innovation (Catedrático de Inovação e Projeto) e de diretor do SCDC-Stuckeman Center for Design Computing (Centro de Investigação em Computação Aplicada ao Projeto), um dos centros de investigação da Escola de Arquitetura e Arquitetura Paisagista que inclui urbanismo e algumas áreas de design e se inclui no Colégio das Artes e Arquitetura. O cargo e o centro foram criados pelo legado em testamento de um antigo aluno da escola com a missão específica de promover a inovação e o desenvolvimento económico e social através da investigação em novas tecnologias aplicadas à conceção em arquitetura, urbanismo e design. A minha contratação deveu-se à experiência de investigação e ensino nesta área que adquiri primeiro no MIT, aqui nos Estados Unidos e, depois, no IST e na FA da Universidade de Lisboa, em Portugal, que se pautou por uma determinada filosofia e se traduziu em resultados de investigação com algum impacto económico. Esta filosofia inclui vários princípios. Um deles é a inclusão do ensino das novas tecnologias desde cedo na formação de arquitetos, urbanistas e designers, a par das tecnologias tradicionais. Desta forma, o futuros profissionais adquirem uma capacidade de selecionar e usar a tecnologia mais adequada a cada problema de projeto, permitindo-lhes o desenvolvimento de soluções inovadoras, onde às vezes a inovação é a opção por soluções tradicionais, por paradoxal que pos-

sa parecer. Desta forma não se exclui ninguém de uma possível solução, promovendo-se a inclusão social. Por exemplo, a solução de projeto pode fazer uso de tecnologias tradicionais como a construção em terra, mas o uso de novas tecnologias de projeto pode permitir novos usos dessa tecnologia, assegurando empregos em áreas tradicionais e inovadoras simultaneamente. O resultado pode ser um tecido produtivo extremamente rico e diversificado em termos de sofisticação, mas também em termos de adaptação a variações do contexto económico, evitando grandes ruturas.

ética é o cimento que cola todos os outros princípios. Sem ética tudo se desagrega, é impossível colaborar, mas também não é possível competir

Outro princípio é a assunção do conhecimento como um todo. Isto é, a divisão em áreas científicas, resultante do aumento de conhecimento e consequente especialização, é artificial e, podendo ser útil e mesmo necessária na gestão de recursos, é prejudicial na resposta a problemas que exigem soluções integradas. Por este motivo, deve contrariar-se tal divisão, promovendo-se a formação de profissionais com conhecimentos diversificados e a integração de diferentes profissionais em

situações e espaços partilhados. Por exemplo, nos programas curriculares universitários, deve existir um leque de disciplinas teóricas optativas que permita a formação de profissionais com conhecimentos ligeiramente diferentes, com alguma sobreposição com profissionais de outras áreas e capazes de com eles dialogar. Da mesma forma, devem existir disciplinas práticas com a participação de alunos de diferentes áreas que se organizem em equipas pluridisciplinares para a resolução de problemas complexos. Estou a lembrar-me de um projeto em que participei que incluía alunos e professores de medicina, arquitetura e engenharia. Tratava-se de desenvolver um modelo matemático e geométrico do comportamento dinâmico da coluna vertebral para ensaiar soluções antes de intervenção cirúrgica com introdução de próteses em doentes com problemas de coluna. Os médicos forneciam os resultados da ressonância magnética do doente, com os quais os arquitetos criavam um modelo geométrico tridimensional do corpo; por sua vez, os engenheiros usavam este modelo para estudar o comportamento estático e dinâmico do mesmo enquanto estrutura, ensaiando diversas soluções de prótese em materiais com diferentes propriedades, até se achar a mais indicada, resultado que era depois fornecido aos médicos. Um terceiro princípio, é desmistificar a ideia que cada profissional só pode fazer exatamente aquilo para que foi treinado, sendo um falhanço quando não o consegue, já que o contrário pode ser desejável. Por exemplo, pegando no exemplo anterior, um arquiteto e um engenheiro não têm necessariamente que trabalhar em projetos de edifícios, podendo trabalhar em problemas que a um nível concreto parecem muito diferentes, mas que a um nível abstrato e até filosófico podem ser semelhantes. O corpo humano é a nossa primeira casa neste mundo e enquanto tal está sujeito às mesmas leis da gravidade. Ver a realidade por este prisma permite potenciar o contributo à sociedade e a sensação de realização pessoal. O quarto princípio está relacionado com a colaboração.

norte-americana tem uma ênfase grande no individualismo, mas felizmente as suas instituições universitárias pautam-se por um elevado sentido de ética, o que permite ultrapassar a característica anterior. O mundo global trouxe mudanças no mercado do trabalho, filtrando profissionais diferenciadores e reforçando o individualismo de cada um. O ingresso ou recolocação no mercado é cada vez mais exigente? A resposta a esta pergunta fundamenta-se no que disse atrás sobre multidisciplinaridade, colaboração e realidade. É essencial formar profissionais diversificados e flexíveis, capazes de trabalhar com profissionais de outras áreas e capazes de aplicar os conhecimentos adquiridos a outras realidades. Estes profissionais devem manter-se abertos ao crescimento pessoal, a aprender a operar novas técnicas e em novas realidades. Colaborar é essencial, estender a mão para pedir ajuda e para ajudar. Isto significa, também, que a sociedade deve estar atenta à realidade e se a realidade inclui um núcleo de pessoas com menos formação numa dada área, há que incluir este facto como um dado quando se equaciona o problema. Por exemplo, se projetamos para uma região usar técnicas construtivas que possam usar a mão de obra local, é uma solução inteligente. Isto pode significar usar técnicas locais, mas também introduzir novas técnicas que possam ser sustentáveis no futuro, que possam ser apropriadas e incorporadas na sociedade local. A exclusão social deve ser evitada a todo o custo, pois não é sustentável, conduzindo a ruturas que afetam negativamente todos, incluídos e excluídos. Há que trabalhar nos dois sentidos, perceber a realidade, as valências da “mão de obra” (todos somos mão de obra) existentes para a partir delas desenhar novas realidades, mas a mão de obra deve permanecer aberta a aprender. O arquiteto deve pensar no uso de soluções construtivas locais, mas os operários locais devem estar disponíveis para aprender novas técnicas construtivas. Num momento particularmente difícil para os arquitetos portugueses, muitos deles a emigrar por falta de oportunidades, é fundamental uma concertação de organismos públicos e privados em prol de um mesmo objetivo? A emigração não tem que ser encarada como algo absolutamente negativo, se for um recurso transitório que permite à sociedade adaptar-se. As fronteiras são uma construção artificial. Devemos encarar o mundo todo como a nossa verdadeira casa. É difícil para uma sociedade, numa dada região, coincidente com um país ou não, estar em permanente crescimento. Logo, a tendência é para que haja movimentos de pessoas

Segundo dados mais recentes, Portugal apresenta uma taxa de desemprego jovem que ultrapassa os 30%. Apesar de ser um valor preocupante, trata-se de um número que tem vindo a diminuir. Acredita que a juventude tem sido uma das prioridades nacionais? Acho que de uma forma ou de outra a juventude tem estado presente no cabaz das preocupações. Acho também que os problemas da juventude não se resolvem abordando-os apenas como problemas da juventude. Estes problemas são o reflexo de problemas a outros níveis. Existe maior desemprego jovem porque a sociedade e a economia não conseguem criar novos empregos, logo não é possível absorver os novos entrantes no mercado de trabalho. O problema resolve-se criando novos empregos. Os jovens têm a desvantagem da menor experiência mas têm a vantagem da formação mais atualizada. É importante criar um espírito empreendedor nos jovens, para que não procurem apenas emprego mas o possam criar também. Este espírito empreendedor é absolutamente necessário e não deve existir só nos jovens, já que os mais velhos também podem ser empreendedores. Existem, no entanto, “tradições” na sociedade portuguesa que provocam entraves a este mecanismo. A promoção das ideias e das pessoas deve ter como base o mérito. Só assim é possível garantir que as boas ideias e as pessoas melhor preparadas possam singrar e assim ajudar todos as outras.

59 abril 2016

A Humanidade e o Arquiteto

A ênfase deve estar na colaboração, não na competição. É enquanto colaborarmos que podemos descobrir soluções adequadas para os problemas que nos afetam. Se a única coisa que fizermos for competir, nunca teremos oportunidade de descobrir tais soluções. A colaboração deve existir ao nível das equipas dentro de cada instituição, mas também entre equipas de instituições diferentes. A colaboração reduz o esforço e permite otimizar os recursos. O quinto princípio prende-se com a transversalidade entre as instituições de ensino e a investigação e a sociedade onde se inserem. Deve ser a leitura da realidade que deve alimentar a formação e a investigação, de modo a assegurar que se formam profissionais adequados às necessidades da sociedade, capazes de nela se inserirem e para ela contribuirem. Isto facilita que os resultados da investigação financiada pela sociedade se traduzam em benefícios sociais. Não quer isto dizer que as instituições só devam fazer investigação aplicada. Não, a investigação fundamental é absolutamente necessária, embora os benefícios sociais a que conduzem possam não ser imediatos. É graças às leis da gravidade de Newton descobertas no século XVIII que hoje conseguimos construir edifícios mais arrojados e em locais impossíveis de construir na altura. O último princípio que gostaria de salientar, é a ética. A ética é o cimento que cola todos os outros princípios. Sem ética tudo se desagrega, é impossível colaborar, mas também não é possível competir. Por exemplo, uma empresa que consiga um lugar de destaque no tecido produtivo de um país por fuga aos impostos, terá muita dificuldade em competir no plano internacional. A fuga aos impostos é a ausência de colaboração, traduz-se no uso de recursos para os quais não contribuímos. Não podemos competir porque na verdade não nos destacamos pelo valor acrescentado do produto mas pelos custos de produção mais baixos por não pagarmos impostos. Tal como nas empresas, a ética é fundamental nas instituições que se dedicam à investigação. Voltando à questão que colocou, são estes princípios que apliquei no meu trabalho em Portugal que desejo aplicar aqui. Encaro este momento na minha carreira como mais uma oportunidade para os aprofundar, num país que tem aparentemente mais recursos que Portugal, embora esta diferença não tenha necessariamente de se traduzir numa vantagem. A nossa missão de investigadores é trabalhar com os recursos existentes, pois fazem parte da realidade onde nos inserimos. Penso que um dos maiores desafios na minha nova posição será a construção de uma equipa de investigação coesa a partir dos elementos existentes, mas também de novos elementos que possam vir a ser contratados. A sociedade


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no sentido das regiões com uma economia mais pujante, mas as regiões-alvo da migração vão mudando. Não quero com isto dizer que não deva ser feito um esforço no sentido de assegurar uma economia pujante em cada local. É claro que deve. Até porque se existem grandes assimetrias, a situação não é sustentável. Repare, existe hoje um fluxo migratório muito grande em direção a um número reduzido de países. Países esses que seguem uma política onde as forças de competição são superiores às forças de colaboração. Isto não faz sentido nenhum. Por exemplo, massacraram-se os países do sul da Europa (não quero com isto dizer que não tenha havido forças internas negativas que os enfraqueceram também), destruindo-se a sua capacidade de emprego e provocando uma sobrecarga sobre os países do norte, alvo das migrações consequentes. Até que ponto vão aguentar sem também eles entrarem em rutura? Que investimentos são necessários para as evitar ou consertar? Sobre todos os sentidos, não teria sido melhor uma concertação de esforços no sentido de assegurar o emprego nos países do sul? Muito provavelmente, ao fim de alguns anos, o investimento seria mais reprodutivo se efetuado nesse sentido. Repare que até do ponto de vista ambiental não faz qualquer sentido: uns países ficam sobrepopulados e outros despovoados. Voltando à questão da emigração, aceitando que ela seja impossível de evitar por completo, ela pode até trazer vantagens e isso é particularmente verdade no caso da arquitetura. Permite a disseminação cultural, de uma certa forma de fazer arquitetura. Permite que aos que temporariamente se ausentam aprendam novas realidades e as tragam posteriormente, enriquecendo o léxico de processos e soluções. Permite estabelecer laços afetivos entre os países de origem e de destino da migração, os quais se podem traduzir depois em intercâmbio cultural, económico, etc. Voltando à ideia das fronteiras serem artificiais, a tecnologia hoje já permite que as pessoas possam viver num país e trabalhar em, ou para outro. Já permite também que as separações não sejam tão dramáticas, que as pessoas possam permanecer emocionalmente conectadas, apesar de fisicamente ausentes. Num país com a dimensão continental dos Estados Unidos é muito frequente as pessoas mudarem de estado em função do seu trabalho. Porém, as fronteiras não são rígidas, as migrações internas não as-

sumem os contornos dramáticos que adquirem na Europa e há muito que são consideradas naturais em função dos ciclos económicos. Quando as fronteiras se esbaterem mais, o mesmo acontecerá na Europa. Infelizmente hoje, com o recrudescimento dos nacionalismos, parecem estar a acentuar-se, mas quero acreditar que é um fenómeno temporário. De qualquer modo, volto a acentuar que as políticas devem evitar as grandes assimetrias económicas. Uma vez que no momento atual contacta diretamente com o ensino e a formação americana ao nível da arquitetura, que diferenças consegue estabelecer em relação ao sistema de ensino português nesta área? Acho que é preciso analisar a questão a dois níveis. O primeiro nível é o do ensino universitário em geral. Nos Estados Unidos há muito que existe uma flexibilização da formação, com cursos flexíveis com base em sistemas de créditos que permitem formar profissionais com características ligeiramente diferentes e que promovem a mobilidade. Por exemplo, efetuar um grau numa escola e o mestrado noutra. Foi este sistema flexível que se procurou implantar na Europa com a Reforma de Bolonha, mas os resultados práticos ainda são escassos. Muita coisa mudou na forma, mas no conteúdo pouco mudou. Por exemplo, dividiu-se a formação superior entre uma licenciatura de três anos e um mestrado de dois anos, mas criaram-se os mestrados integrados que são na prática idênticos às antigas licenciaturas de cinco anos. Isto deveu-se à exigência de algumas associações profissionais em assegurar que alguns cursos continuassem a ser subsidiados durante os cincos anos de formação, mas na prática reduziu a flexibilidade e a mobilidade. É fundamentalmente injusto já que uns cursos são subsidiados e outros não. É um resquício do corporativismo do Estado Novo. A arquitetura está entre os cursos que possuem um mestrado integrado. Houve, no entanto, algum progresso e com tempo mais alguns progressos haverão. O segundo nível é o do ensino da arquitetura. Este é muito idêntico nos dois países a vários níveis. Um deles é a formação do arquiteto ter como base fundamental as disciplinas de projeto, nas quais os alunos têm de conceber um edifício ou um plano urbano de complexidade crescente com os anos. No entanto, existem diferenças, já que nos Estados Unidos dentro de cada ano, os professores de dife-

rentes turmas podem oferecer aos alunos problemas de natureza diferente para resolver e, em Portugal, existe tendência para o problema ser o mesmo. Existe depois uma tendência para o ensino ser mais teórico em Portugal e mais prático nos Estados Unidos. Por exemplo, é frequente aqui nas cadeiras de projeto os alunos construírem protótipos funcionais das suas propostas, como o modelo parcial de um sistema de fachada, o que é mais raro em Portugal. Depois, existem diferenças relacionadas com os sistemas construtivos prevalecentes em cada país. Em Portugal, a construção em betão e tijolo é mais barata, nos Estados Unidos, é a construção em aço ou madeira. Existem, ainda, diferenças nas linguagens formais, reflexo de outras diferenças culturais. No entanto, diria que existem muitas semelhanças entre os dois casos. Primeiro porque houve uma tendência de homogeneização da arquitetura com o movimento moderno, que só recentemente está a ser contrariada com a sensibilização crescente para atender às diferenças regionais em termos de clima, recursos naturais, cultura, etc. E depois, porque ambos os países se inserem na esfera da cultura ocidental. Se quisesse apontar outra diferença diria que talvez os Estados Unidos sejam mais abertos às inovações tecnológicas e Portugal às inovações formais. Enquanto profissional, qual continuará a ser a sua linha de atuação no sentido de transmitir o melhor que sabe e que aprendeu aos seus alunos, quer seja em Portugal ou nos EUA? A minha atuação será no sentido da aplicação dos princípios que enunciei antes. Pretendo antes de mais sensibilizar os alunos para os problemas com que a humanidade se debate atualmente, procurando com eles descobrir de que forma os arquitetos, os urbanistas e os designers podem contribuir para a resolução de tais problemas. Estes problemas incluem o aumento assimétrico de população, a urbanização crescente, as alterações climáticas, a subida do nível das águas, a escassez de recursos naturais, como a água potável e os alimentos. Mas também problemas de natureza mais política e cultural, como as assimetrias no desenvolvimento humano e económico, as migrações e o consumismo, para citar alguns. Depois procurarei sensibilizá-los para a necessidade de fazer uma leitura correta do contexto onde estão a trabalhar, atendendo às especificidades locais. Como qualquer arquiteto sabe, o objetivo de qualquer obra construída é albergar pessoas para executarem determinadas funções num dado local. É necessário para isso compreender as pessoas, a raíz cultural das suas tarefas e estudar o local em profundidade de modo a maximizar a satisfação das necessidades e a minimizar o uso de recursos. No meu caso em particular, como diretor do SCDC, a minha missão é estudar de que forma as novas tecnologias podem ajudar a alcançar tais objetivos. Acredito que o ambiente universitário da Universidade Estadual da Pensilvânia é propício a este fim, já que existe uma cultura de interdisciplinaridade e de inovação muito grande. A Penn State é uma das universidades americanas classificadas como Research 1, isto é, encontra-se na linha da frente da investigação. Por exemplo, é uma das universidades que mais investigação desenvolve para o Departamento de Defesa americano. Será interessante estudar de que forma a tecnologia desenvolvida para fins bélicos poderá ser usada para fins pacíficos, nomeadamente, para a construção de edifícios e cidades mais sustentáveis, com menor impacto ambiental, contribuindo para encontrar respostas para os problemas que afetam a humanidade. ▪

OPINIÃO, DENISE FERRANDINI, PROFISSIONAL DE ESTÉTICA E COSMETOLOGIA

CONQUISTAR A BELEZA E JUVENTUDE A busca pela beleza e juventude é uma característica básica da cultura contemporânea. Todos, homens e mulheres, querem ser jovens, belos e saudáveis para se divertir mais e mais, como se a vida fosse um grande parque de diversões.

É

preciso ser belo e jovem para viver! A busca da beleza e juventude torna-se então uma obsessão! É obsessão, não é a maneira mais saudável para de atingir um objetivo que, antes de tudo, está relacionado de forma intensa e visceral com a saúde física e mental, com a qualidade de vida, com o bem-estar, com a paz e a afetividade. Logo uma busca obsessiva pelo belo e jovem pode ser nada saudável. Menos saudável ainda é cair no outro extremo: largar-se à erosão do tempo, dos hábitos nocivos, das forças negativas que muitas vezes passa a ser um caminho sem volta. Condutas sensatas, firmes, constantes, disciplina nos hábitos de higiene com os cuidados da face e do corpo previnem o envelhecimento precoce. Cuidar-se e permitir que seu profissional de estética trate de si de forma adequada, para que possa enfrentar de maneira eficaz e segura inimigos atrozes como rugas, manchas,flacidez, gordura localizada, celulite, queda de cabelo.... Sem perder bom senso, bom humor e a determinação. Facilmente perde-se o foco e neste momento põe-se tudo à perder. A arte de cuidar-se requer muita sabedoria, autoestima elevada, e claro, recomendações precisas dos profissionais de estética sobre os tratamentos mais adequados e avançados para cada caso específico. Tudo muito pessoal e

BREVES BREVES

LIDERANÇA NO FEMININO

intransferível, por quê cada um é como cada qual! Os cuidados começam com a busca de uma vida regrada por meio de boa alimentação, ingestão de água, alguma prática de exercício e principalmente bem-estar emocional, e já aí temos meio caminho andado. A alta tecnologia, os avanços da ciência e da estética são poderosos aliados, desde que bem direcionados e aplicados de forma correta e no momento certo. Hoje contamos com inúmeros tratamentos aliados a melhor tecnologia vamos de Rádio Frequência, Lazer, Microcorrentes, Cavitação, Eleroestimulação entre outros, para minimizar e corrigir a ação do tempo sobre o corpo e rosto. Associa-se à essas tecnologias produtos de altíssima qualidade, e a pouco tempo o surgimento da Nanotecnologia, com suas moléculas tão pequenas, fazendo possível levar os ativos dos produtos em maior profundidade para resultados de excelência. Procedimentos como Peelings, estimula as fibras elásticas e renova a pele deixando-a viçosa e pronta para receber os tratamentos. São muitas as possibilidades e combinações de tratamentos de forma a personalizar um protocolo para cada cliente dentro de sua necessidade. Assim de forma natural, e com cuidados profissionais, a beleza e a jovialidade vão se consolidar, como resultado de uma vida boa e bem cuidada. ▪

Siemens apresenta o semáforo mais económico do mundo

A Siemens apresentou o semáforo mais económico do mundo. Neste equipamento foi utilizada tecnologia que permite melhorar a eficiência energética dos semáforos em mais de 85%, um enorme benefício para os orçamentos das cidades e para o ambiente. A nova tecnologia reduz os custos de energia elétrica e aumenta a segurança; o consumo de energia reduzido para apenas um ou dois Watt; O equipamento beneficia orçamentos das cidades e ambiente. Em todo o mundo, a Siemens é o primeiro fabricante a monitorizar não só a tensão e a corrente, mas também a luminosidade das unidades de sinalização luminosa LED. Com este conceito de monitorização em vários níveis, o semáforo de um Watt alcança o mais elevado nível de segurança no tráfego rodoviário.

61 abril 2016

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

» PELA VISÃO DE UM PROFESSOR


LIDERANÇA NO FEMININO

» BIOCONNECTION-CONSULTORIA E FORMAÇÃO

A BioConnection é uma empresa de Consultoria e Formação vocacionada para o setor agroalimentar. Com apenas cinco anos de actividade, assume-se como uma empresa de destaque no mercado. Fátima Franco, Diretora Geral e Sócia Fundadora da empresa, conta, na primeira pessoa, a motivação para a criação da empresa, o trabalho diário, as ferramentas e metodologias para atingir os objetivos, os desafios do setor e muito mais. Conheça que passos foram dados para que hoje a BioConnection seja uma empresa consolidada e em crescimento exponencial e sustentado.

Acredito que isto é o fator diferenciador entre as empresas de consultoria”, declara a nossa entrevistada.

Ser Líder e Mulher

“Nunca senti na pele algum tipo de discriminação por ser mulher, pelo contrário, penso que na minha área, fui valorizada por isso mesmo”, revela a nossa interlocutora mas reconhece valores intrínsecos à condição feminina. “A determinação numa mulher é muito mais evidente, pela assertividade, pela organização, dotadas de inteligência emocional, as mulheres têm uma perceção da realidade aguçada relativamente aos homens”. “Na minha vida pessoal sempre senti um apoio incondicional nesse sentido, nunca me foram cortadas as asas, pelo contrário. Sei que sou uma afortunada”. No entanto, Fátima Franco, re-

FÁTIMA FRANCO

C pontos de vista

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om uma carreira profissional longa e diversificada, garante que o facto de ser mulher em nada a prejudicou, pelo contrário, considera que este facto foi até facilitador dentro da sua área de atividade. A entrega e o gosto pelo que faz são os ingredientes que destaca como diferenciadores para chegar cada vez mais longe. Num contexto socioeconómico desfavorável para o tecido empresarial (2011), Fátima Franco, munida de uma enorme vontade de fazer sempre mais, criou a sua própria empresa. “Não estava satisfeita com a minha situação profissional, ambicionava mais e recusava fazer algo que não me realizasse. Hoje, sei que não há nada mais gratificante do que fazer aquilo de que gostamos e só assim podemos ser realmente bons profissionais”, afirma. E assim arriscou, apesar de todos os prós e contras, concretizou e diz não estar nada arrependida. A BioConnection é uma entidade formadora certificada pela DGERT, que acompanha diariamente a evolução do mercado onde atua e particularmente as necessidades do setor agroalimentar. Para que o acompanhamento junto do cliente seja o mais eficiente e eficaz. “Para manter uma empresa deste género, que oferece um serviço de elevada qualidade, com uma sólida base técnica e científica, tenho que estar continuamente informada da evolução do setor, da legislação alimentar, normas, desenvolvimentos científicos, porque todos os dias existem novidades. Os operadores alimentares, necessitam dessa informação e destes serviços para se adaptarem às exigências legais, regulamentares e dos mercados onde atuam, de outra forma não

vendem os seus produtos”. Enquanto entidade prestadora de serviços nesta área, a BioConnection compromete-se a dotar as empresas destas ferramentas. Para isso, a qualidade tem de ser constante. “Cada cliente é único”, revela e “por isso as necessidades de cada empresa são avaliadas com cuidado particular e a atenção direcionada para os seus problemas e necessidades específicas”, acrescenta a nossa interlocutora. A filosofia da empresa passa pela grande proximidade que estabelece com o cliente desde o primeiro contacto. Em situações pontuais recorre a colaboradores externos para áreas muito específicas. No entanto revela que grande parte do trabalho é feito pela própria porque acredita que em termos de serviços é exatamente isso que acrescenta valor à empresa. “A proximidade com o cliente é essencial nesta área, para compreendermos as suas necessidades”. Com um crescimento exponencial, hoje, contam com uma carteira de cento e vinte e um clientes. A nossa entrevistada revela que no início, em 2011, tinha apenas dois clientes. “Houve um processo de lançar e posicionar a empresa no mercado. O crescimento rápido da empresa não era a nossa prioridade, explica. “A primeira fase serviu para restabelecer a rede de contactos que havia desenvolvido até esse momento e posicionar, direcionar a empresa para o nosso público-alvo prioritário, a Industria Alimentar”.

Quando o trabalho faz parte daquilo que somos

O trabalho não é penoso para Fátima Franco. É

”A produção primária é uma área onde ainda há muito a fazer, é o início da cadeia de fornecimento alimentar, se algo está mal nesta fase vai repercutir-se às restantes fases da cadeia alimentar até chegar ao consumidor final, e o nível de exigência é muito elevado”. “Há uma nova geração de agricultores muito preocupados, abertos e interessados perante as necessidades e exigências do mercado. Há uma tendência clara para a adaptabilidade que é urgente e quase sistemática neste setor”. E neste sentido a BioConnection já vai para a terceira edição de uma formação que promove direcionada para os pequenos agricultores. No âmbito da implementação de normas ligados às boas práticas agrícolas e gestão da qualidade e segurança alimentar, denominada a Global GAP. ”A formação é essencial”, afirma.

A importância da formação

Formação, porquê? “É um alicerce fundamental. Deveria acontecer de forma sistemática. Neste setor em particular (que é o que eu conheço) é fundamental a formação dos recursos humanos das organizações, para melhor se adaptarem aos novos desafios, que é uma constante neste setor”. Com uma estratégia definida e desenvolvida para intervir junto das empresas, a BioConnection é uma entidade formadora de referência, certificada pela DGERT, com uma oferta formativa nas áreas dos Sistemas de Gestão da Qualidade, Segurança Alimentar, Tecnologia Alimentar, Nutrição e Higiene e Segurança no Trabalho.

O que há para resolver

Fátima Franco aponta como principais desafios do setor agroalimentar a curto e medio prazo, devido à elevada complexidade da cadeia de fornecimento dos produtos alimentares e sua globalização, a gestão da relação com os seus interlocutores, o estabelecimento de metodologias eficazes na defesa dos alimentos (Food Defense) evitando a contaminação intencional dos produtos alimentares quer por motivos terroristas quer por motivos económicos, a fraude alimentar. As empresas alimentares têm que desenvolver sistemas mais eficazes na avaliação e seleção dos seus fornecedores de matérias-primas e embalagem alimentar e se for o caso, encontrar no mercado alternativas mais seguras que garantam a qualidade, a segurança e a legalidade dos seus produtos.

uma motivação. “Sou capaz de fazer seiscentos quilómetros para ter uma reunião com um cliente que durará dez minutos. É altamente gratificante depois de um dia de trabalho exaustivo, receber feedback de clientes a elogiarem o nosso trabalho, no fundo, perceber de que forma ajudamos os nossos clientes a atingirem os seus objetivos e reconhecerem a qualidade do nosso trabalho pela qual tanto nos empenhamos. ”Que metodologias e ferramentas fazem parte do modo de trabalhar? “O know-how adquirido através do meu percurso profissional, e a capacidade de antecipar as necessidades dos nossos clientes são as ferramentas essenciais para trabalhar. Esse é o nosso papel, o de acompanhar, aconselhar e ajudar na mudança.

conhece que nem sempre é fácil ser mulher e conseguir desempenhar um papel de destaque numa carreira profissional em sintonia com a vida pessoal.

O setor, hoje

“O setor agroalimentar, especificamente a Industria Alimentar, é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios de cerca catorze mil milhões de euros, como no emprego sendo a segunda industria transformadora que mais emprega em Portugal, sendo responsável por mais de cem mil postos diretos e mais de quinhentos mil indiretos.

Prioridades e desafios para o futuro

Com um balanço extremamente positivo até à data, a BioConnection pretende, sobretudo, no futuro, fomentar a fidelização dos acuais clientes (de que muito se orgulha) e angariar novos clientes. Alargar a atuação para o setor primário e para o setor da embalagem alimentar também faz parte dos projetos de uma entidade que já provou de forma clara qual a sua atitude perante o mercado e as suas vicissitudes, uma atitude séria e determinada. Um caminho feito passo a passo com perseverança e feito por quem sabe. “O nosso setor é o agroalimentar e de onde não queremos sair. É a área que conheço e considero essencial para o sucesso de uma empresa conhecer muito bem o mercado, essa é a chave”, constata Fátima Franco.▪

PERFIL

Fátima Franco

Diretora Geral e Sócia Fundadora Formação Académica:

· Licenciatura em Engenharia Alimentar (1992) , pela ESB/UCP · Pós graduação em Segurança Alimentar(2001) pela ESB/UCP · Curso Geral de Gestão (2011) na Católica Business School (UCP) Resumo profissional:

· Desde 2011-Diretora Geral da BioConnection, Lda, desenvolvendo a sua atividade como consultora, formadora e auditora de Sistemas de Gestão da Qualidade e Segurança alimentar. · Desde 2001 -Formadora certificada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional na área Higiene e Segurança Alimentar e Tecnologia Alimentar. · Desde 2001 -Consultora na área de Sistemas de Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar em diversas empresas agroalimentares e de materiais de embalagem alimentar. · De 1998-2010-Coordenadora dos Cursos de Especialização Tecnológica (ensino pós secundário) na AESBUC–Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e foi orientadora de estágios curriculares em empresas nacionais e estrangeiras do setor agroalimentar no âmbito da Qualidade e Segurança Alimentar. De 1995-1998-Diretora Técnica numa indústria de produtos de higiene e cosmética. De 1992-1996-Docente no ensino básico e secundário

63 abril 2016

Quando o trabalho representa parte de nós


PORTUGAL - ÁUSTRIA - RELAÇÃO DE VALOR

MARCAS COM HISTÓRIA

» EDUARDO ROCHA, DIRETOR GERAL DA WORK TIME, EM ENTREVISTA

» COMPANHIA AGRÍCOLA DO SANGUINHAL E O FUTURO

A Work Time – Consultaria, Instalações Elétricas e Eletrónicas – é uma marca que incide a sua atividade na área da construção civil, em instalações elétricas, eletrónicas, segurança e telecomunicações. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Eduardo Rocha, Diretor Geral da Work Time que nos explicou como surgiu a aposta neste segmento do mercado de trabalho.

I

pontos de vista

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mplantada há quase duas décadas, mais concretamente em 1998, a Work Time surgiu direcionada para o segmento do trabalho temporário e parceiro de formação para orientar e formar militares que tivessem terminado a sua carreira militar. Isto porque, o nosso interlocutor, era militar contratado e formado em engenharia. Quando terminou o curso sentiu que havia uma lacuna na colocação de ex-militares no mercado de trabalho. A primeira lei da termodinâmica diz-nos que aquilo que não está a crescer está a morrer e se deixarmos de evoluir enquanto pessoas ou entidades, estamos a aproximar-nos do fim, sendo portanto necessário e urgente que se criem medidas e metodologias alternativas em prol de soluções que sejam capazes de marcar a diferença. Foi neste princípio e orientação que a Work Time foi criada e funciona atualmente. Presentemente, o maior contingente da área de trabalho centra-se em empreitadas para a requalificação do parque habitacional, nomeadamente em projetos integrados de reabilitação na cidade de Lisboa, sendo igualmente solicitados para trabalhos, ao nível da instalação de equipamento de segurança contra intrusão e incêndio em edifícios, redes estruturadas, informática, controlo de acessos biométricos, CCTV, telecomunicações e videoporteiros. E é ao sistema biométrico que vamos dar especial atenção. Para os sistemas biométricos de controlo de acessos por impressão digital, a Work Time é representante em Portugal da empresa ekey biometric systems GmbH, com sede em Linz, Áustria, sendo considerada a número um na Europa e portanto um dos principais players deste setor. Através da sua representada, os produtos ekey já se encontram em Portugal nos principais revendedores de equipamento de controlo de acesso, fabricantes de portas, de fechaduras e centros de domótica. Os leitores biométricos por impressão digital são os mais cómodos e mais seguros para acesso a zonas privadas, convertendo o dedo na chave de acesso a qualquer porta. Ligado à área da segurança e conhecedor profundo deste segmento, Eduardo Rocha procurou trabalhar na área que conhecia bem. Começou por, ao serviço de outra empresa, delinear um projeto para uma conferência ibero-americana onde apresentou um sistema que fotografava e apresentava as fotografias num diapositivo quando as pessoas chegavam ao pórtico.

EDUARDO ROCHA

ardo Rocha. Um leitor de impressão digital colocado no exterior dos edifícios que permite o controlo de acesso apenas com a impressão digital da(s) pessoa(s) associada(a).

Mais que uma empresa, uma família Na região de Óbidos, numa das zonas mais vinhateiras do país, podemos encontrar a Companhia Agrícola do Sanguinhal, uma empresa familiar que se dedica à produção de vinho através da exploração de três quintas e que também introduziu no seu seio a vertente do enoturismo. A Companhia, fundada em 1926 por Abel Pereira da Fonseca, está entregue à sua descendência responsável por perpetuar a alma empreendedora e inovadora do seu fundador. Passados noventa anos do seu surgimento fomos conhecer a história da qual até Fernando Pessoa faz parte. DIOGO PEREIRA DA FONSECA REIS

Um sistema de ponta e que faz a diferença

“Sozinhos não conseguimos” A parceria com a Áustria é para continuar, bem como aumentar a colaboração com empresas internacionais. “Estamos numa aldeia global, pelo que hoje em dia tudo passa pela formação de parcerias para estarmos em constante inovação e atualização. Todo o conhecimento funciona a nível global, temos de estar a par do que se passa à nossa volta e atentos às necessidades do mercado. É importante encontrar parceiros que tragam uma mais-valia para o produto. Sozinhos não conseguimos”, conclui Eduardo Rocha.

Este sistema obteve sucesso imediato e contribuiu para o seu reconhecimento em Macau chegando a ser convidado para, mais tarde, desenvolver um outro projeto de controlo de acesso numa cerimónia nesta cidade. Ao nível do sistema biométrico, quando Eduardo Rocha viu uma empresa espanhola fornecedora de equipamentos fechar portas, foi «obrigado» a desenvolver um projeto por conta própria. Assim, antes desta representada austríaca, tentou fabricar a nível nacional o equipamento, mas rapidamente percebeu que o mercado era bastante exíguo. “O produto tem de ser continuamente melhorado e só especializando uma determinada área é que conseguimos criar uma mais-valia para o mercado. Entretanto, eu e mais dois colegas fizemos um estudo de mercado e foi desta forma que chegamos à Áustria, pois tinha um produto que em termos de relação qualidade-preço e em termos de tecnologia era o melhor que podíamos ter na europa. Estou a falar da ekey”, explicou-nos Edu-

Considerado altamente seguro e aliado à tecnologia de ponta o sistema ekey prima pelo design. O equipamento pode ser integrado numa parede, um scanner saliente justaposto na parede, no videoporteiro, nas aparelhagens elétricas e, ainda, utilizado pela domótica – uma tecnologia que permite a gestão de todos os recursos habitacionais. O produto austríaco chega a Portugal a um preço reduzido o que permite aos fabricantes portugueses inserirem o sistema biométrico nos seus equipamentos conferindo-lhes, assim, um valor acrescentado para exportação. O produto austríaco associado ao produto nacional cria uma mais-valia para os dois países: para o produto austríaco porque consegue, devido à relação preço-qualidade, fazer-se representar noutros países; e para o produto português que, aliado à qualidade nacional, beneficia de uma tecnologia de ponta. “É nesta simbiose que nos situamos, ou seja, criar um valor acrescentado com os vários produtos que estão disponíveis no mercado, neste caso, o europeu”, refere Eduardo Rocha. Não se limitando ao comércio nacional, a Work Time tem uma grande projeção nos PALOP tendo já o produto com uma aplicação significativa em Angola. Aliando a segurança, o conforto e o design atrativo do sistema austríaco à qualidade da tecnologia nacional tem conseguido colocar o equipamento no estrangeiro através de grandes projetos. Com zero clientes/parceiros insatisfeitos, o futuro da Work Time passa pela satisfação dos mesmos e pela constante inovação dos seus produtos. “Depois do produto vendido estamos sempre disponíveis para a resolução de problemas que possam surgir. Ao nível da manutenção e assistência técnica temos de ter o nosso cliente satisfeito porque é essa satisfação que garante o nosso sucesso e o futuro da marca. Tem de sentir o apoio necessário. Os produtos ekey são assegurados com cinco anos de garantia porque são produtos de qualidade e alta eficiência”, enaltece Eduardo Rocha. ▪

Aliar o vinho ao turismo – Enoturismo

Manter o legado Esforço e dedicação é a receita principal de quem herdou um legado, “temos de ser polivalentes”, quem o diz é Diogo Pereira da Fonseca Reis, bisneto de Abel Pereira da Fonseca e um dos responsáveis pela parte comercial da empresa.

N

o início do século XX, Abel Pereira da Fonseca era detentor de várias propriedades agrícolas dedicadas ao comércio do vinho na região. Com a necessidade de as administrar funda a Companhia Agrícola do Sanguinhal. Abel Pereira da Fonseca, foi emblemático, inovador e empreendedor. Hoje, a família mantém o património. “Na época a viticultura em Portugal era bastante diferente. O meu avô Abel plantou as primeiras vinhas aqui na região, separadas por castas e aramadas, o que facilitava imenso a sua exploração. Era algo único, ninguém fazia isso”, conta Carlos João Pereira da Fonseca, neto de Abel Pereira da Fonseca e um dos Administradores da Companhia. De onde vinha tamanha inovação e empreendedorismo? “Dos técnicos que o acompanhavam e da sua própria atitude. Era um estudioso.”

“O património é tão grande que temos de o rentabilizar e o enoturismo é uma excelente escolha”, refere Carlos João Pereira da Fonseca. Na Quinta das Cerejeiras, logo à entrada, somos recebidos com uma loja de vinhos onde à vista estão todas as marcas da empresa, uma sala de provas e eventos numa antiga adega restaurada. Nasce assim o primeiro projeto de enoturismo da família Pereira da Fonseca. Na mesma Quinta, a capela Madre de Deus, com azulejos seiscentistas e a casa onde viveu Abel Pereira da Fonseca, são locais que não ficam indiferentes a ninguém. Na Quinta do Sanguinhal, somos surpreendidos com as antigas destilarias, com os armazéns de envelhecimento das aguardentes e pelos jardins do Sec. XIX cuidadosamente tratados. Aí, também se realizam eventos, nas suas antigas adegas com imponentes lagares de pedra e um conjunto único de prensas de fuso e vara, sendo que a mais antiga é datada de 1871. De forma a conhecer tudo isto existem visitas guiadas, individuais ou para grupos disponíveis em vários idiomas (português, alemão, francês, espanhol ou inglês).

Inovação e projetos como uma constante

“Neste momento estamos numa fase de mudança em alguns vinhos. Vamos refazer rótulos e mudar perfis de vinhos. Isto tem de ser feito regularmente, mantendo uma continuidade mas apostando na inovação. “O fundamental é estarmos sempre a evoluir adaptando os rótulos e os vinhos para que as pessoas que os conhecem vão continuando a comprar e quem não compra ainda possa começar a comprar”, diz o administrador. Lembra que é inovando que os herdeiros da “Casa Abel Pereira da Fonse-

ca”, conhecendo o mercado, adotam medidas para responder às suas solicitações. De forma rotineira afinam conhecimentos, seja através de ações em supermercados, em feiras internacionais “seja nos distribuidores que quando chegam das entregas têm comentários a partilhar sobre os produtos”. O desenvolvimento dos rótulos é um projeto em destaque. A partir dos rótulos chamar a atenção das pessoas: como a história de Fernando Pessoa ou os azulejos do Mercado do Bolhão. Em projeto está também a produção de um vinho nos lagares antigos usando uma prensa que é de 1871. “Queremos utilizar a prensa porque todas foram desativadas, apostando assim em algo único e diferente”.

Assim se fazem quase cem anos de vida

Para o nosso interlocutor, é fundamental conhecer os mais diversos quadrantes do negócio. “Sabendo como se opera nos mais variados mercados internacionais e mesmo no nacional, criamos uma dinâmica que nos permita ir ao encontro das suas necessidades de consumo. Não queremos produzir para que «apenas» bebam o nosso vinho. Ao longo destes noventa anos foi criada identidade muito forte e através dos nossos vinhos tentamos conseguir encontrar uma solução para o mercado que queremos explorar”. E é a atitude incansável de evoluir mantendo, ao mesmo tempo, o passado histórico que faz da Companhia Agrícola do Sanguinhal o que ela é hoje. Uma empresa familiar, de qualidade, de prestígio “e que vai certamente ficar para a história, tendo sempre como pilar central um olhar para a modernidade”, conclui o nosso entrevistado.

Casabel, a homenagem ao poeta

Fernando Pessoa, cliente assíduo de uma das lojas da Casa Abel Pereira da Fonseca, onde foi fotografado a beber, teve o seu lugar na história da empresa com o relançamento de uma das suas marcas mais emblemáticas, o “Casabel” em homenagem ao Poeta. Era seu hábito interromper a escrita e dirigir-se, segundo o próprio, ao “Abel”. A ligação entre ambos originou a utilização no rótulo do “Casabel” da imagem estilizada de Fernando Pessoa bem como da dedicatória que escreveu no verso da fotografia: “Carlos: Isto sou eu no Abel, isto é já próximo do Paraíso Terrestre, aliás perdido”. ▪

65 abril 2016

Work Time – Parceiro de Excelência


MARCAS COM HISTÓRIA

» ADEGA COOPERATIVA DE ALMEIRIM EM DESTAQUE

Meio Século

de Viticultura com Prestígio Fundada em 1958 a Adega Cooperativa de Almeirim, situada em Almeirim, é uma das maiores adegas do país com uma produção média de 25 milhões de quilos de uvas. Nascida do esforço dos viticultores que desde há cinquenta anos que dão o seu contributo. À conversa com o Presidente da Direção, Manuel Gabirra, fomos conhecer a história de um dos maiores produtores nacionais responsável pela marca mais vendida em Portugal, o LEZIRIA, e pela marca líder nos vinhos frisantes o CACHO FRESCO.

O mercado, duro e amplo

O

mais importante a destacar na história, segundo o nosso entrevistado, é o trabalho intenso a que o setor obriga. “O sacrífico dos viticultores, as crises que superam, as dificuldades diárias a que os agricultores têm de fazer frente são realidades a ter em consideração”.

66 pontos de vista

50 Anos depois e agora Presidente

Manuel Gabirra

Para produzir é preciso ter capacidade Grande parte do investimento da Adega em tecnologia está muito presente nas suas linhas de produção. Há uma linha responsável pelo engarrafamento e com capacidade para engarrafar 3.000 garrafas por hora, de 1 litro e um tipo de frisante, uma outra linha de engarrafamento com capacidade para 6.000 garrafas por hora e orientada para produzir todos os tipos de produtos: gaseificados, lisos e frisante sendo uma linha onde a intervenção humana é pouca. Existe ainda uma linha de acondicionamento em Bag in Box com capacidade para produzir 450 unidades de 5 litros por hora, e outra linha com capacidade para produzir

260 unidades de 10 litros e 150 unidades de 20 litros por hora. Para Manuel Gabirra, não há dúvidas, a base principal do mercado é ter qualidade. “Se o vinho não souber bem a pessoa não vai comprar mais e quanto a isso a adega está tranquila uma vez que o investimento em tecnologia é contínuo, o que se traduz também em melhoria contínua igualmente no fabrico. “Desta forma sabemos que a qualidade estará automaticamente garantida”. A máxima mantém-se: “sempre melhor qualidade nos vinhos porque esse é o nosso segredo: a busca incessante pela qualidade superior, declara Manuel Gabirra.

Tinha apenas dezoito anos quando começou por integrar os órgãos sociais na Adega e por isso Manuel Gabirra assistiu na primeira pessoa às mudanças ocorridas tanto no setor como dentro da Adega. “Ao contrário do que acontecia há cinquenta anos o vinho da Adega já é um vinho para apreciar e enquanto produtor somos o que mais marcas produz e a aposta na produção de vinhos leves despertou a Adega para a expansão”, declara. “Quando se trabalha com seriedade e responsabilidade os resultados aparecem.” É com esta afirmação que o nosso interlocutor explica que enquanto presidente da Adega tem de conhecer obrigatoriamente o dia a dia dos seus viticultores. Conhecer a realidade e as dificuldades, trabalhar muito e pensar sempre em primeiro lugar nas pessoas. Afinal o bom vinho depende, também, de quem o produz. “Hoje em dia não é fácil ser viticultor. Fazer a vinha é fácil porque as máquinas fazem tudo. A despesa é muito difícil. Porém a Adega não tem tido problemas em apoiar os seus sócios”, explica.

Através da elaboração e implementação de um sistema de segurança alimentar segundo a metodologia HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point ou Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos) a Adega Cooperativa de Almeirim cumpre todos os requisitos. Existem critérios chave quando se fala em qualidade. Em termos práticos, o que acontece na Adega obedece a um padrão qualitativo de destaque traduzido em detalhes como a formação contínua dos seus colaboradores, nas instalações e ambiente de trabalho de acordo com os pré-requisitos de higiene e segurança alimentar, as características dos produtos e a capacidade de produção; na atenção às necessidades dos clientes, recorrendo a um sistema de gestão da qualidade implementado conforme a legislação em vigor, para assim responder de forma rápida e eficaz a eventuais pedidos; assegurar meios de comunicação internos e externos com fornecedores, clientes… Como sinal de mérito no setor, a Adega já arrecadou prémios que falam por si: ouro com “Planície” Branco 2013; bronze no Challenge Internacional du Vin com “Planície”; ouro no Concours Mondial de Bruxelles com “Planície”; prémio de Vinho de Portugal de 2014; prata com “Portas do Tejo” branco 2013; ouro com “Varandas” no Concours Mondial de Bruxelles 2012; prémio Empresa Dinamismo 2014;bronze no Challenge Internacional du Vin 2015 com “Varandas” branco 2014; no concurso Vinhos de Portugal 2015: prata com “Portas do Tejo” Branco 2014, prata com “Varandas” Branco 2014, prata “Varandas” Tinto 2012, ouro com “Varandas Grande Escolha” branco 2014 e prata na Gala dos Vinhos do Tejo 2016. Recebeu o Prémio de Adega do Ano atribuído pela Revista de Vinhos em 2006.

Investimento na tecnologia para produzir mais e melhor

De forma a dar corpo e alma à adega o investimento na tecnologia é uma constante. “A qualidade dos vinhos é a principal motivação de quem contribui para a Adega”, completa Manuel Gabirra. Ao longo dos últimos anos a Adega sofreu processos de restruturação o que a faz ser nos dias de hoje uma das mais bem equipadas em Portugal, com um laboratório bem apetrechado e a equipa de enologia composta por três enólogos (Eng.º Romeu Gonçalves, Eng.º António Ventura e Eng.ª Maria Valadas), a limpeza e renovação periódica das barricas de carvalho francês são determinantes para manter a qualidade num nível de excelência na produção e estágio do vinho. “Para enfrentar de forma digna todas as dificuldades temos apostado em grande na tecnologia e nunca desconsiderando as vinhas, que estão na base do nosso sucesso”. As vinhas, plantadas em campos, distinguem-se pela qualidade das suas castas: as brancas predominantes: Fernão Pires, Tália, Trincadeira das Pratas, Moscatel e as castas tintas Castelão (Periquita), Aragonês (Tinta Roriz), Trincadeira Preta, Syrah, Cabernet Sauvignon. O lugar importa no sabor? “Acredito que o micro clima pertencente a esta zona do tejo é responsável pelo sabor inigualável dos nossos vinhos brancos, apostamos muito na casta Fernão Pires, uma casta que se adapta muito bem na nesta zona” explica o presidente.▪


MARCAS COM HISTÓRIA

» COOPERATIVA DA GRANJA AMARELEJA na moda”. Este crescente reconhecimento a nível internacional vai levar ao aumento das exportações e permitirá o incremento dos preços médios dos vinhos portugueses. Este facto vai ser vital para que a longo-prazo este setor se torne fundamental para a economia alentejana e para Portugal.

“Hoje somos muito mais que uma simples cooperativa e o projeto passa por desenvolver a sub-região Granja-Amareleja no seu todo, aproveitando todo o seu potencial, da riqueza histórica, dos costumes, da gastronomia e vinhos e principalmente das gentes”, afirma Manuel Bio, Presidente da Direcção da Cooperativa de Granja Amareleja, que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, nos deu a conhecer um pouco mais de uma marca que tem crescido a «olhos vistos».

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pontos de vista

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ranja Amareleja: Primeiro o azeite, depois o vinho. Perceber como tudo começou é o melhor ponto de partida para falarmos sobre a Cooperativa de Granja Amareleja. Como se conta a história de uma adega que produz desde 1952? A Cooperativa iniciou a sua atividade com a produção de azeite, gado e prestação de serviços de máquinas agrícolas. Curiosamente ainda antes do vinho, surge a aguardente de figo, bastante apreciada na região. Só no início dos anos 60 inicia a produção de vinho. Desde aí que esta atividade foi ganhando preponderância e notoriedade e teve o seu momento mais alto na década de 80 com o vinho “Granja-Amareleja”, a ganhar o título de Campeão do Mundo, num concurso em Ljubljana na ex-Jugoslávia. Como nessa altura os vinhos portugueses raramente ganhavam prémios lá fora, a cooperativa ganhou fama e focou-se quase em exclusivo na produção de vinho e azeite. Infelizmente a partir da década de 90 e na seguinte houve um período bastante difícil e enquanto no resto do Alentejo a produção de vinho crescia a um grande ritmo, a Granja-Amareleja entrou em declínio e em grandes dificuldades financeiras. Só a partir de 2008 com uma nova direção, uma nova equipa de gestão e uma nova estratégia se regressou ao crescimento e a uma forte expansão dos seus vinhos e das suas marcas, tanto a nível nacional como internacional. A Cooperativa nos últimos anos tem apostado na qualidade e na inovação para acompanhar os tempos e as exigências do mercado. É uma tarefa fácil acompanhar o mercado e agradar ao público? Os últimos anos têm sido de muito trabalho! Para percebermos, basta referir que em 2007 a Cooperativa entra em processo de falência, com dívidas acumuladas aos sócios, referentes às uvas entregues no período de 2002-2006 e com todos os seus ativos a serem penhorados por uma instituição de crédito. Felizmente conseguimos renegociar com a banca a retirada do processo judicial e, com os sócios,

Manuel Bio

Ser reconhecida como a melhor Cooperativa do Alentejo e com a maior remuneração do sector para todos os seus associados e parceiros

conseguimos um acordo de pagamento da dívida e aumento de capital. A partir de 2009 começamos a trabalhar num novo modelo “cooperativo” que podemos designar por “Granja-Amareleja” e onde desenvolvemos fortes parcerias e projetos que nos permitiram investir e modernizar a adega (de 2008 a 2015, foram investidos mais de dois milhões de euros em instalações e equipamento). Desta forma aumentámos a produção e melhorámos a qualidade dos nossos produtos, e o resultado foi um forte incremento de vendas e melhoria da rentabilidade da Cooperativa e dos seus associados. Foi este trabalho de equipa e de acreditar que juntos somos mais fortes, que levou a uma nova visão da empresa: Ser reconhecida como a melhor Cooperativa do Alentejo e com a maior remuneração do sector para todos os seus associados e parceiros. Produzir vinhos e azeites de qualidade, privilegiando a diferenciação e a tradição da região e com a melhor relação Qualidade/Preço, para todos os nossos consumidores, tanto no mercado interno como no mercado externo. Coooperativa* - Conjunto de sócios, funcionários, parceiros e empresas associadas ao projeto. E felizmente estas alterações e a excelente relação preço/qualidade dos nossos produtos começaram a dar frutos e o crescimento tem sido uma constante. Dos 500.000€ em 2007 passámos para quase sete milhões de Euros em 2015 (considerando só a cooperativa) e para os 12 milhões se considerarmos o projeto “Coooperativa Granja-Amareleja” onde incluímos a produção de vinhos da Amareleja Vinhos, Encostas de Alqueva e HMV que produzem os seus vinhos nas instalações recuperadas da Adega Cooperativa. Vinhos do Alentejo: do anonimato ao reconhecimento mundial. Nos últimos 40 anos o Alentejo passou do quase anonimato para a ribalta dos vinhos portugueses. Qual a importância deste feito para a região? Felizmente que os vinhos portugueses em geral e os alentejanos em particular estão “quase… a ficar

Considerada em risco de extinção, a produção de vinho da talha tem resistido no Alentejo. A técnica herdada dos romanos caracteriza-se pela simplicidade de processos e a região da Amareleja é das mais dinâmicas na defesa e proteção desse vinho ancestral. Que projetos estão a desenvolver? Conforme já referido, hoje somos muito mais que uma simples cooperativa e o projeto passa por desenvolver a sub-região Granja-Amareleja no seu todo, aproveitando todo o seu potencial, da riqueza histórica, dos costumes, da gastronomia e vinhos e principalmente das gentes. Nesse sentido estamos a trabalhar com varias adegas de talha da região para manter esta tradição secular e continuar a produzir na nossa região os melhores vinhos de talha do mundo respeitando completamente o processo herdado das “villas romanas” de há 2000 anos. Nesta matéria tenho de salientar o professor Virgílio Loureiro e José Piteira, que para além de enólogos da adega cooperativa, têm, na Adega do José Piteira na Amareleja, feito um trabalho exemplar de produção e divulgação dos vinhos de talha do Alentejo. Hoje produzimos e certificamos cerca de dez mil garrafas de vinho de “Talha DOC Alentejo” e o interesse

Um bom vinho é…?

internacional tem sido uma surpresa. Todos os meses recebemos visitas de jornalistas, importadores e apreciadores estrangeiros que ficam maravilhados com a Adega e com o vinho. Estamos convictos que nos próximos três anos os nossos vinhos de talha estarão presentes nas cartas de vinho dos melhores restaurantes do mundo. Já em Maio deste ano estaremos presentes na grande prova anual de um dos melhores importadores de vinhos de Nova Iorque, o que nos permitirá chegar aos mais conceituados restaurantes desta cidade. Mas o melhor mesmo, é visitarem a Adega do Piteira na Amareleja porque só assim se pode compreender todo este legado e herança que nos foi deixada pelos romanos e que tão bem temos sabido preservar. Ainda há mais potencialidades a explorar? O Granja Amareleja tem projetos para presentear os apreciadores de um bom vinho alentejano? Sim, a sub-região da Granja-Amareleja está num processo de afirmação e de recuperação do seu património vitícola e que está a ser liderado pelo projeto Granja-Amareleja e de que fazem parte entre outros, a Adega Cooperativa de Granja e os seus

É o vinho que nos desperta os sentidos e transforma um simples momento… num momento único e inesquecível!

associados, a Amareleza Vinhos, Lda, a Associação de Beneficiários da Aldeia da Luz e a Encostas de Alqueva, que é a empresa responsável pelas vendas e marketing do projeto. Este trabalho conjunto irá criar grandes vinhos na mais pequena, mais quente e mais preservada sub-região vinícola do Alentejo! Vamos continuar a produzir vinhos com história e para ficarem na história dos grandes vinhos portugueses. ▪

69 abril 2016

Muito mais que uma Cooperativa

Têm um museu que representa um passado cheio de tradições da cooperativa. Fale-nos um pouco desta viagem que se pode fazer no museu. O museu nasce da recuperação de um antigo lagar de prensas que estava em ruínas e foi transformado num museu “vivo”. Aqui o visitante pode seguir todos os passos do processo de produção de um lagar de prensas com 60 anos. Uma curiosidade é que o motor que está no museu e que produzia a energia para todas as máquinas, foi também utilizado nos anos 60 para produzir a primeira energia elétrica que iluminou pela primeira vez a aldeia da Granja.


MARCAS COM HISTÓRIA

» BDR | BANDEIRAS E MASTROS

Hoje, com nove anos de existência, como ontem, renovamos o nosso compromisso de continuar a oferecer produtos diferenciadores, de qualidade, adaptados à sua marca / empresa

BÁRBARA MAGALHÃES

“Dar Movimento à sua Marca”

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ual foi a principal motivação para criar um negócio neste segmento de mercado, o de bandeiras e

mastros? Sendo eu apaixonada pelo mundo da publicidade, a BDR | BANDEIRAS E MASTROS, nasce dessa paixão, experiência e know-how de vários anos. Havia poucas empresas neste segmento e as barreiras de entrada não eram muitas. Sentimos que podíamos fazer a diferença. Não tencionávamos ser apenas mais uma empresa a comercializar bandeiras e mastros. Queríamos que os nossos clientes sentissem confiança na hora de adquirir este tipo de suporte publicitário. Desde o início, cada cliente é único, por isso não pretendemos defraudar as suas expectativas, mas sim superá-las. Hoje, com nove anos de existência, como ontem, renovamos o nosso compromisso de continuar a oferecer produtos diferenciadores, de qualidade, adaptados à sua marca / empresa.

Apesar de ser uma empresa recente, a BDR, já é uma referência no setor a nível nacional. Quais foram as principais metodologias adotadas para que o sucesso, em tão pouco tempo, fosse alcançado? Não existe nenhum segredo. Dispomos de uma equipa jovem e competente, onde a simpatia e honestidade são primordiais para nós, pois o nosso compromisso diário é a total satisfação dos nossos clientes. Fizemos questão de fazer parte do pioneiro programa “Compre o que é Nosso” e acompanhamos todo o processo de transição para o atual “Portugal Sou Eu”. Primamos pela qualidade e excelência aliados a uma imagem forte e profissional e um serviço pós-venda excecional. Que tipos de produtos e serviços é que a BDR oferece e de que forma? O “Core Business” da BDR, desde a sua génese, é a comercialização de bandeiras, mastros e galhardetes. Mas atentos à evolução do mercado,

Que valores e missão retratam a BDR? A nossa missão é muito simples: Dar Movimento à sua Marca. Alcançar a excelência nas nossas áreas de atuação como fator de diferenciação, promovendo compromissos de longo prazo totalmente assentes na confiança e na satisfação dos nossos clientes.

Princípios e Valores: - Inovação - Qualidade - Ética - Criação de Valor - Rigor - Eficiência - Sustentabilidade

A nossa missão é muito simples: Dar Movimento à sua Marca. Alcançar a excelência nas nossas áreas de atuação como fator de diferenciação, promovendo compromissos de longo prazo totalmente assentes na confiança e na satisfação dos nossos clientes

exploramos outros nichos e atualmente dispomos de uma vasta oferta de suportes publicitários: - Bandeiras de hastear, de interior e estandartes; - Mastros de alumínio, fibra e interior; - Galhardetes diversos e emblemas; - Outros: autocolantes, faixas, expositores e sistemas de exposição têxtil; Soluções práticas e de fácil manuseamento para a construção de stands; Impressão direta em suportes rígidos… Stand-up, pendurantes; Impressão direta em flexíveis, tais como vinil, lonas, papel, e têxtil. Conseguimos assim oferecer um mix de comunicação vasto, à medida das necessidades de cada marca / empresa. Para complementar tudo isto, possuímos um serviço de apoio técnico diário e um pós-venda excecional. Existem perspetivas para expandir a marca para o mercado internacional? Hoje com a internet não existem fronteiras. Por isso, para a BDR também não existem limites. Existem estudos que mostram que mais de 90% dos processos de compra têm início em pesquisas online. Atualmente, para o mercado interno e internacional, a nossa estratégia passa pela aposta no marketing digital, para atrair novos negócios, criar relacionamentos com o cliente e desenvolver uma identidade da marca.

O que diferencia a marca das restantes do mercado? Nos dias de hoje é preciso coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença face à concorrência existente, muitas vezes desleal. A procura contínua de novas soluções para comunicar a sua marca é uma das nossas bases. Ganhamos notoriedade ao ter parcerias com entidades credíveis: parceiros oficiais do Rally de Portugal e Volta a Portugal em Bicicleta, são alguns exemplos. Temos a capacidade de adaptação a cada cliente, com a elaboração de um trabalho personalizado. Atribuímos grande valor à responsabilidade social, desta forma apoiamos causas sociais, tais como a Wings for Life World Run, hospitais de apoio aos sem-abrigo. A rapidez na entrega das encomendas é um dos nossos maiores trunfos: conseguimos quase para amanhã, o que nos é pedido hoje. Quais as ambições da BDR – Bandeiras e Mastros? A nossa ambição é apenas uma: conseguir manter os mesmos padrões de qualidade e servir mais e melhor o nosso cliente. Desta forma, queremos ser cada vez mais a referência neste setor e assumir a condição de líderes de mercado. ▪

71 abril 2016

BDR | BANDEIRAS E MASTROS promete e cumpre. Bárbara Magalhães, administradora e diretora comercial da empresa dá a conhecer uma empresa oriunda da paixão pela publicidade, da experiência e da vontade de fazer a diferença, no seu segmento, através de ofertas inovadoras. Com uma missão e valores bem vincados, a BDR, apesar de ser uma empresa recente, já fez história e tornou-se assim uma marca de referência.


Desporto Aventura e Turismo

» TEAM BUILDING

A pontos de vista

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AVENTURESCA – Desporto Aventura e Turismo é uma marca que tem vindo a apostar fortemente em momentos únicos de diversão. Qual o trajeto da marca e que balanço é possível perpetuar da sua atuação? A AVENTURESCA é uma empresa que apostou desde sempre na área da animação turística com objetivo de proporcionar aos nossos clientes momentos únicos de diversão. Na sua criação, 2006, a empresa estava mais concentrada em Lamego, mas a partir de 2009 expandiu-se para várias localidades e ano após ano tem crescido de uma forma bastante sustentável e equilibrada. Ao longo do nosso trajeto temos tido um leque diversificado de clientes, desde o cliente individual, empresas, associações de estudantes, escolas, câmaras municipais, juntas de freguesia, associações de jovens, universidades, agências de viagens o que nos permite ter uma elevada experiência. Temos sido pioneiros na utilização de novos equipamentos e implementação de novas atividades. O reconhecimento do nosso empenho permite a nossa presença em diferentes eventos, tais como: . Festivais de verão; . Animação em centros comerciais; . Realização de eventos para empresa; . Ativação de marcas; . Animação de praias; . Organização do Dia Mundial da Criança, Férias desportivas e fins de semana radicais para diferentes entidades a nível nacional; . E muitos mais. O nosso objetivo é superar as expectativas dos nossos clientes e manter a sua confiança e a constante procura das nossas atividades

bem como conquistar novos clientes. Em 2013 a empresa iniciou-se em mais duas áreas, comercialização de equipamentos de animação turística e em trabalhos em altura. A AVENTURESCA possui alvará do Turismo de Portugal e do Instituto da Construção e do Imobiliário. Este tem sido o nosso percurso, mas queremos muito mais. “O céu é o limite” como disse Miguel Cervantes. Que género de atividades/ofertas possuem e quais aquelas que são mais procuradas pelos vossos clientes? Existe alguma que tenha maior preponderância no volume de negócio da marca? Se sim, qual e porquê? Estamos diariamente com diversas atividades. Temos paintball, escalada, rapel, canoagem, bumper ball, rafting, canyoning, salto pendular, diversos insufláveis entre outras atividades. Temos packs para escolas, empresas, des-

As nossas ofertas de atividades são personalizadas e estudadas caso a caso. Pois só assim atingimos os objetivos que as empresas pretendem com as atividades e criamos um bom espirito

pedidas de solteiro, aniversários. A atividade que temos mais clientes é o paintball, os nossos cenários de “guerra” são bem escolhidos e montados. O que faz com que tenhamos muita procura. Em termos de volume de negócio não existe uma principal, apostamos em várias distintas. Que tipo de ofertas possuem para o universo empresarial e que valias tem uma empresa em dar a conhecer aos seus recursos humanos a AVENTURESCA – Desporto Aventura e Turismo? As nossas ofertas de atividades são personalizadas e estudadas caso a caso. Pois só assim atingimos os objetivos que as empresas pretendem com as atividades e criamos um bom espirito. Passa por uma promoção do conceito «Team Building»? De que forma é que este conceito reforça e desenvolve o conhecimento e coesão entre membros de uma organização? Sente que atualmente os decisores das empresas já reconhecem a importância destas atividades para desenvolver o conceito de equipa? Sim. O Team Building está constantemente ligada ao estímulo de espírito de equipa através de diversas atividades. Este objetivo é atingido com maior facilidade numa atividade lúdica fora da empresa, onde predomina um ambiente informal e descontraído. Não tenho dúvidas que os decisores das empresas já reconheceram e cada vez procuram mais estas atividades. É a chamada «aventura» em conceito responsável e, simultaneamente, emocionante? É

um caminho para as empresas melhorarem as suas performances? Sim, se não tiver aventura não é a mesma coisa. Não tenho dúvidas que melhoram, as pessoas passam a conhecer-se melhor e ultrapassam determinados “receios”. Para quem ainda não conhece, escolher a AVENTURESCA – Desporto Aventura e Turismo, é…? Uma aventura! A melhor forma de qualquer pessoa nos conhecer é ser nosso cliente! Falando a sério, se temos crescido cada ano que passa, se os nossos clientes voltam e trazem novos clientes é porque fazemos um bom trabalho. Não temos hábito de fazer grandes publicidades, o nosso site não é dos melhores, não passamos a vida no facebook, mas adoramos estar ao ar livre e fazer com que todas as atividades se tornem únicas. Esse é o segredo do nosso sucesso. Se querem aventura e adrenalina po-

dem vir ter connosco! Quais são as principais prioridades e desafios da marca para o futuro? O nosso novo desafio está a ser a criação de um parque aventura diferente de todos os outros e montar o maior campo de paintball de Portugal. Antes do início do verão já haverá bastantes novidades. O parque é em Santa Maria da Feira. Vai ser a nossa forma de agradecimento a uma cidade que tão bem nos tem recebido. Já estamos diariamente em Santa Maria da Feira através da parceria com o Visionarium e agora queremos alargar as nossas ligações.Após termos conhecido o Dr. Emídio Sousa, Presidente da Câmara Municipal e o Dr. Paulo Sérgio Pais, Diretor da empresa Municipal Feira Viva e entendermos o funcionamento da cidade e objetivos decidimos que também queremos fazer parte deste futuro. Eles mostraram

Bruno Valverde Borges

que seríamos bem recebidos e mostraram os lados positivos de Santa Maria da Feira, e são muitos. Se houvesse pessoas como eles noutros locais, Portugal não tinha passado e continuar a passar por este momento mais complicado.

O nosso agradecimento a eles. A prioridade principal é só uma, continuar a satisfazer os nossos clientes! Agradecimento a todos nossos clientes que nos têm ajudado a crescer! Esperamos pela vossa visita. ▪

73 abril 2016 ABRIL

Se pretende passar bons momentos, então tem de visitar a AVENTURESCA – Desporto Aventura e Turismo, um espaço que proporciona a todos os visitantes sensações únicas. A Revista Pontos de Vista conversou com Bruno Valverde Borges, Administrador da marca, que nos deu a conhecer um pouco mais da mesma. Venha sentir a adrenalina.


soluções de gestão autárquica

» PLATAFORMa GLOBAL FIND

A aicep global parques aposta no upgrade da plataforma Global Find Objetivo: Promover de forma mais eficaz todas as localizações qualificadas de Portugal como destino de investimento.

A

aicep Global Parques está a trabalhar atualmente no upgrade do Global Find - um instrumento que se tem demonstrado valioso na promoção de localizações empresariais de Portugal Continental. Lançado em 2008, o Global Find tem evoluído continuamente tanto no seu formato como na informação disponibilizada. “No primeiro trimestre de 2016, disponibilizaremos uma versão profundamente melhorada”, diz Francisco Mendes Palma, Presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques. No primeiro trimestre do ano, a aicep Global Parques apresentará uma versão do Global Find profundamente melhorada, no que diz respeito à facilidade de utilização e à rapidez em encontrar a informação sobre localização empresarial. Pela primeira vez, os gestores de áreas de localização empresarial vão poder realçar as suas vantagens competitivas e atributos relevantes para a decisão. Permite-se, assim, a promoção territorial de cada região com base em argumentos da responsabilidade de cada gestor do parque empresarial e do município. A nova versão permitirá encontrar também terrenos, não localizados em parques empresariais, mas com um responsável pela sua promoção, seja ele uma entidade municipal ou empresa gestora de infraestruturas. “O reconhecimento que o Global Find tem recebido como um instrumento de valor para a promoção de todas as regiões do país, e no aumento da eficácia nos processos de procurement de localizações empresariais, são o nosso maior incentivo para a melhoria contínua”, refere Francisco Mendes Palma

O Global Find é um instrumento que potencia a promoção e divulgação, a nível mundial, de Portugal como local de investimento. Esta ferramenta coadjuva simultaneamente a criação de sinergias entre empresas e a otimização dos investimentos público e privado (e.g.; escolher localização perto de um cluster já instalado). É uma oportunidade para todos os municípios promoverem os seus ativos e atratividade.

O que é o Global Find?

O Global Find é um motor de busca de localizações empresariais, predominantemente industriais. Com base em análise multicritério, permite ao investidor localizar áreas disponíveis para a criação de unidades de negócio em Portugal. “Todas as parcerias com detentores de informação relevante têm sido essenciais”, afirma Francisco Mendes Palma Ao nível da recolha de informação têm sido preponderantes as parcerias com outras entidades como INE- Instituto Nacional de Estatística, Câmaras Municipais e Comunidades Intermunicipais, CCDRs, Associação Nacional de Municípios, Agências de Desenvolvimento Regional, Empresas gestoras de infraestruturas (e.g.; EDIA, TecParques), Câmaras de Comércio e Associações Empresariais. O Global Find agrega numa única plataforma toda a informação relevante para a escolha da localização que melhor se adequa a determinado projeto, permitindo a filtragem de localizações, com base em diversos critérios. ▪

O Global Find distinguido pelo European Institute of Public Administration - EIPA, no âmbito dos prémios EPSA 2015

pontos de vista

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O Global recebeu um “Certificado de Melhor Prática” atribuída pelo European Institute of Public Administration que constatou a usabilidade da plataforma “Global Find is easy to understand and it is simple . It solves a common problem in many countries and is a promoter of the country as a business host”. Reconheceu igualmente os efeitos económicos da plataforma “The project can have great economic effect on both regions and the business”.

Global Find A sua localização à distância de um clique

Objetivo: A cobertura total nacional

Atualmente o Global Find disponibiliza informação sobre cerca de 250 Parques Empresariais em Portugal continental. O esforço da aicep Global Parques é no sentido de conseguir a cobertura da totalidade da oferta nacional de localizações empresariais. Neste sentido estão previstas apresentações em todo o país, planeadas em conjunto com as Comunidades Intermunicipais e a Associação Nacional de Municípios.

Global Find

Num ano o Global Find recebeu cerca de 2000 visitas provenientes de 55 países dos cinco continentes. O estabelecimento de links diretos à plataforma de sites das mais diversas entidades tem sido fundamental para a divulgação da plataforma.


PODER LOCAL

PODER LOCAL

» OLIVEIRA DE AZEMÉIS EM DESTAQUE

“Temos os olhos postos no futuro”

Terra de Excelência? Conheça Ronfe

“Assumi um compromisso com todos os oliveirenses, o de trabalhar para o seu bem-estar e colocar o município na frente da modernidade, do conhecimento, da inovação e da coesão social”, afirma Hermínio Loureiro, Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Saiba mais de uma região que é hoje um paradigma de um crescimento positivo.

“Estar na linha da frente de uma junta de freguesia é um trabalho desafiador, persistente e ao mesmo tempo gratificante”. Quem o afirma é Adelaide Andrade Silva, Presidente da Junta da Vila de Ronfe, que em entrevista à Revista Pontos de Vista falou sobre as prioridades de Ronfe e muito mais.

Num período económico conturbado, no qual os detentores de cargos políticos são diariamente colocados à prova, como é estar na linha da frente

pontos de vista

de uma autarquia? É um trabalho árduo mas, ao mesmo tempo, aliciante. Com a insuficiência crescente de meios financeiros mais difícil se torna gerir uma autarquia mas temos, nessa matéria, procurado aproveitar ao máximo os quadros comunitários de apoio, incluindo o atual, o “Portugal 2020”. É nas dificuldades que surgem as oportunidades. Não podemos baixar os braços, temos que arregaçar as mangas e lutar. É sabido que os autarcas contribuíram, ao longo dos últimos 40 anos, para uma nova fase de descentralização de competências. Está provado que a proximidade tem permitido tomar decisões mais acertadas e eficientes? A forma de estarmos ao serviço da comunidade é caraterizada pelo espírito de proximidade que desde sempre adotámos. Apenas sabemos trabalhar dessa maneira. Só com descentralização de competências e conhecendo bem de perto a realidade e sabendo verdadeiramente quais as preocupa-

ções e os anseios é que poderemos responder com políticas eficazes. É assim que trabalhamos com os agentes educativos, os empresários, as instituições de solidariedade social e o associativismo. Fazemos mais com menos recursos. Com o objetivo de apoiar e assegurar o bem-estar de todas as classes sociais etárias de Oliveira de Azeméis, a autarquia tem dado importância à ação social, criando uma interação direta com problemáticas como o envelhecimento, educação ou saúde? Quais são as vossas preocupações e como tem sido possível materializá-las no terreno? Investimos em todos os setores mas há alguns em que apostamos fortemente como é o caso da educação e da ação social. O futuro de Oliveira de Azeméis passa pela aposta que fizermos hoje na formação dos jovens mas também por termos uma sociedade inclusiva e coesa económica e socialmente, sem fragilidades. Trabalhamos estas matérias sempre em parceria e em trabalho de rede com as novas instituições particulares de solidariedade. Oliveira de Azeméis tem-se assumido como uma região que sabe cuidar do seu tecido empresarial, com projeção a nível nacional e internacional. Em concreto, no apoio às empresas locais e ao espírito empreendedor, que papel a autarquia tem procurado desempenhar? Caminhamos de mãos dadas com o tecido industrial. Somos um dos concelhos mais industrializados e exportadores da região norte e queremos aumentar ainda mais esses níveis. Temos aqui um parceiro fundamental que é a Universidade de Aveiro através da Escola Superior Aveiro Norte, instalada no município. A colaboração entre esta unidade de formação e investigação e o tecido empresarial deixa-nos descansados relativamente ao futuro. A nível de investimento e atração industrial temos a Área de Acolhimento Empresarial Ul-Loureiro, um projeto de 14 milhões de euros com o apoio de um “business center”. Investimos ainda na requalificação das zonas industriais criando melhores condições aos empresários instalados e a novos investidores. Que mensagem importa deixar a todas as pessoas que acreditam em si e no trabalho que quer desenvolver por Oliveira de Azeméis? O que é que podem continuar a esperar de si enquan-

fácil resolver e fazer tudo o que preocupa os Ronfenses. Mas, o caminho faz-se caminhando e aos poucos alcançaremos os objetivos e metas que definimos.

HERMÍNIO LOUREIRO

ADELAIDE ANDRADE SILVA Se pudesse levar o nosso leitor numa viagem pela região, que pontos são importantes dar a conhecer? O parque de La-Salette (PLS) destaca-se, naturalmente, por ser o cartaz turístico da cidade. A autarquia investiu quase cinco milhões de euros na sua requalificação, tornando-o num parque moderno e virado para o século XXI. Ali, o visitante encontra tranquilidade e desfruta da beleza dos seus recantos e da religiosidade que anualmente leva até ao parque milhares de devotos durante as festas em honra de Nossa senhora de La-Salette. No PLS ainda se pode ver o fabrico tradicional de vidro (Berço Vidreiro). Destaque também para o Parque Temático Molinológico, um conjunto de moinhos de água que foram recuperados e são hoje um museu vivo das técnicas antigas de moagem e fabrico de pão. O turista pode assistir ao vivo ao fabrico da regueifa e do famoso pão de Ul, em forno de lenha. Por último, é obrigatória a visita às margens do rio Caima, na freguesia de Palmaz. Há para desfrutar cerca de três quilómetros de contacto com a água e a Natureza.

to edil desta região? Assumi um compromisso com todos os oliveirenses, o de trabalhar para o seu bem-estar e colocar o município na frente da modernidade, do conhecimento, da inovação e da coesão social. Tenho trabalhado a pensar na melhoria da qualidade de vida da população e na criação de condições para o desenvolvimento sustentado do concelho. De mim os oliveirenses poderão continuar a contar com o meu espírito de missão pela causa pública. Esse é o meu desafio diário. ▪

A

dotou como missão “contribuir diariamente e de forma positiva para melhorar o quotidiano dos Ronfenses, promovendo uma freguesia mais solidária, mais fraterna e mais coesa”. Que trabalho tem sido possível desenvolver pela sua região? Na minha opinião, a missão de um presidente de junta, é contribuir para desenvolvimento da sua localidade e melhorar a qualidade de vida dos seus conterrâneos. Essa tem sido a minha missão, das pequenas às grandes coisas, da construção do Centro escolar, ao tapar de um buraco, da pavimentação de uma Travessa ou de uma Rua, da abertura de uma caixa de águas pluviais ou a construção de uma conduta, estes são alguns exemplos do que tenho conseguido, juntamente com o executivo. Sei que os Ronfenses são pessoas solidárias, pessoas que se movem por causas e são fraternas na sua ligação com os outros. Por ser Ronfense, pelos valores que me transmitiram e pela minha formação académica (Licenciada em Serviço Social) considero que todos devemos trabalhar promovendo uma sociedade onde todos tenham lugar e sejam protagonista. Num trabalho de perfeita colaboração com a Câmara Municipal temos vindo a desenvolver um conjunto de ações e obras no sentido de melhorar as condições de vida em Ronfe. Um trabalho de proximidade e articulação com todas as Instituições e Associações locais promovendo a interajuda e um desenvolvimento integral de Ronfe. Outra forma de estar ao serviço e prestar um serviço de proximidade é ter uma Sede de Junta aberta de segunda a sexta das 9 às 19 horas e ao sábado das 10 às 12 horas, com o serviço de correios e o Espaço do Cidadão. Nem sempre é

Num período económico conturbado, no qual os detentores de cargos políticos são diariamente colocados à prova, como é estar na linha da frente de uma junta de freguesia? Estar na linha da frente de uma junta de freguesia é um trabalho desafiador, persistente e ao mesmo tempo gratificante. Desafiador exatamente porque estamos num período economicamente conturbado, em que todos vivemos com muito menos. E é-nos exigido uma maior eficiência e eficácia no trabalho realizado. Um trabalho de persistência pois os desafios são muitos e para resolver os problemas dos cidadãos ronfenses é necessário empenho e insistência. Gratificante, essencialmente quando sentimos que as pessoas nos acolhem com carinho e reconhecem o nosso trabalho. Estes três adjetivos definem a minha ação como Presidente de Junta e me permitem avançar mesmo nas alturas dos maiores desafios sem desanimar. Com o objetivo de apoiar e assegurar o bem-estar de todas as classes sociais e etárias de Ronfe, têm dado importância à ação social. Em vertentes como o envelhecimento, a educação ou a saúde, quais são as vossas preocupações? Temos, em Ronfe, como em Portugal um envelhecimento demográfico que deve merecer por parte de todos nós especial atenção. Acima de tudo, porque a população com mais de 65 anos vive muitas vezes só e necessita de uma maior atenção. Esse é um desafio que se pretende responder com o Protoloco que estabelecemos com a Câmara Municipal de Guimarães. Mais concretamente, uma equipa de técnicos da Área Social e de Terapia Ocupacional no sentido de sinalizar a população mais vulnerável e responder de uma forma mais próxima às suas principais dificuldades, sempre na promoção da sua autonomia e aumento da qualidade de vida. No entanto, sabemos que temos que considerar todas as outras faixas etárias, por isso temos desenvolvido algumas atividades para as crianças, no sentido de envolver no trabalho

para o bem comum. A construção da Escola Básica 1 e Jardim de infância vem no sentido de proporcionar a todos um ensino de qualidade, conscientes que com as melhores condições as aprendizagens são mais facilitadas. Sem dúvida que as nossas crianças têm as melhores condições para aprenderem e se desenvolverem como seres humanos. Acreditamos na juventude e nas suas capacidades de nos surpreender, por isso desafiamos um grupo de jovens a representar os marcos históricos da população portuguesa e nomeadamente da história dos Ronfenses e de Ronfe. Temos consciência que só quem sabe a sua história pode viver o presente e projetar o seu futuro. No novo espaço de Arte e Cultura temos desenvolvido algumas atividades de âmbito cultural, nomeadamente na apresentação de dois livros: “O Nariz entupido ou um segundo renascer” de autoria de Amâncio Gonçalves, um Ronfense (que infelizmente já não está entre nós) e “A Melodia de Mara” de autoria de Ana Caridade,

Professora da Escola EB2/3 Professor Abel Salazar – Ronfe. Entre outras atividades como Workshops, ateliers, ações de formação e conversas informais sobre diversas temáticas. Com o Programa “Excentricidades – outros Palcos, mais cultura” da Câmara Municipal temos em Ronfe a oportunidade de trazer cultura para todos. A população tem ao seu dispor uma vez por mês um espetáculo de dança, musica, cinema ou teatro, com o objetivo de criação de novas centralidades de consumo/ criação artística e cultural. Temos realizado algumas atividades desportivas que chamam da população para a importância do desporto e da adoção de formas de vida saudáveis. Assim como, temos como prioridade a construção de um Parque de Lazer que permite aos Ronfenses a prática de desporto, lazer e divertimento familiar. Um espaço que irá devolver o Rio Ave à população e faculte um espaço de encontro e combate ao stress. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

77 abril 2016

A

s autarquias são vistas com o poder político mais próximo das famílias. Como tal, são elas que se apercebem mais facilmente das fragilidades e necessidades locais, dando respostas prementes ou fazendo chegar essas questões ao poder central. Quais são as suas prioridades para Oliveira de Azeméis? Apostamos forte na educação e na ação social e assim continuaremos. Queremos também ver aumentadas ao máximo as taxas no abastecimento de água e no saneamento básico, dois setores vitais que decidimos concessionar. O apoio aos empresários e a questão da reabilitação urbana são, para nós, igualmente importantes. Temos os olhos postos no futuro e todo o trabalho está centrado na preocupação de valorizar o território para que Oliveira de Azeméis seja ainda mais competitiva.

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» FREGUESIA DE RONFE


PODER LOCAL

PODER LOCAL

» FREGUESIA DE MONTENEGRO

» FREGUESIA DE CORROIOS

Visitar Montenegro é apaixonar-se

“Corroios está na moda”

As juntas de freguesia são vistas como o poder local mais próximo das famílias. São elas que mais facilmente se apercebem das fragilidades e necessidades locais. A Revista Pontos de Vista conversou com Steven Sousa Piedade, Presidente da Junta de Freguesia de Montenegro (JFM), Faro, para perceber como é feita a sinergia entre a população e esta Junta Algarvia.

á sete anos no cargo, Steven Sousa Piedade desde cedo se interessou por movimentos associativos. Enquanto estudante faz parte de associações estudantis e mais tarde de associações de cariz cultural e desportivo. Recentemente tornou-se diretor nacional da Associação Nacional de Jovens Empresários

pontos de vista

78

cimento urbano e económico, se foram agravando com o passar do tempo. Para este crescimento, em muito contribuíram a instalação na freguesia do Aeroporto Internacional de Faro e da Universidade do Algarve – Campus Gambelas, que aumentaram a procura de habitações. Este aumento de procura, se por um lado fomentou a especulação imobiliária, por outro impulsionou a dinâmica da construção civil, e em 10 anos - de 2001 a 2011- a freguesia de Montenegro viu a sua população residente aumentar mais de 50%. Contudo, as transferências de fundos que sustentam a Junta, não acompanharam a tendência, tendo vindo a decrescer desde 2009, facto que muito tem condicionado o trabalho deste executivo. “Estou ciente das necessidades ao nível dos acessos à Freguesia, da falta de manutenção de algumas vias, do número insuficiente de parques de estacionamento para fazer face às necessidades dos serviços existentes, mas não deixo de ficar inconformado com a falta de civismo de alguns cidadãos que fazem do Montenegro um local de passagem”. Afirma o Presidente referindo-se a algumas empresas de transportes de passageiros que limpam as viaturas e abandonam o lixo na via pública, ou ocupam todos os estacionamentos de uma urbanização. “Temos, dentro da nossa capacidade financeira e competências atribuídas, efetuado bastantes melhoramentos, sendo evidente a evolução que o nosso território tem apresentado. Este executivo tem estado atento e procura sempre ouvir a população e aquelas que são as suas preocupações”, termina.

O poder da população

Sendo o poder autárquico o elo de gestão mais próximo da sociedade, o executivo tem trabalhado no sentido de beneficiar desse fator de proximidade à população, essencial para definir qual o percurso a tomar e quais as medidas mais pertinentes para o desenvolvimento socioeconómico da freguesia. Promover a economia local, manter a tendência de fixação da população e criar postos de trabalho, têm merecido uma especial atenção por parte do executivo. “O cargo que ocupo, aliado aos conhecimentos que detenho a nível empresarial têm-me permitido ajudar alguns empreendedores locais. Munícipes, com ideias de negócios que apenas necessitam de ser impulsionados, existindo já casos de sucesso!”, refere, orgulhoso, Steven Sousa Piedade.

Para a população mais envelhecida e com menos recursos, a Junta criou programas com um elevado valor para a comunidade. São exemplos o projeto “Transporte Solidário” em que “Um idoso que, por exemplo, não tenha transporte para se deslocar a uma consulta, pode contar com o nosso transporte, aumentando assim a sua mobilidade”; o programa “Junta Amiga” que intervém também nesta camada mais idosa, quando necessitam de algum trabalho simples de manutenção: “Contamos com os nossos colaboradores para efetuar pequenos trabalhos que estes idosos já não conseguem, seja trocar uma lâmpada, um vidro, uma fechadura, ou simplesmete ligar uma botija de gás. Basta que contactem os nossos serviços, e façam o agendamento” e ainda o projeto de “Apoio Alimentar” “que distribui semanal ou mensalmente (conforme a necessidade da família) bens alimentares de primeira necessidade”. Outra das medidas levadas a cabo para promover a proximidade com a população local foi a criação de quatro gabinetes nas instalações da junta. Serviços que estão disponíveis a preços mais acessíveis para os recenseados na freguesia, de que fazem parte os Gabinetes de Nutrição, Psicologia, Terapia da Fala e Jurídico decorrente do protocolo recentemente celebrado entre a ANAFRE e a respetiva ordem. “Somos a primeira porta onde as pessoas vêm bater. Quando necessitam de algo é a nós que recorrem em primeira instância e é nosso dever estar cá para os ouvir e ajudar. Senão para que serviria a Junta? Para passar atestados e certificados de residência?”, questiona, ironicamente, o presidente.

Motivos para visitar e ficar

A certeza do Presidente é que “Quem vem para cá apaixona-se por este cantinho à beira-mar plantado!” Com um Aeroporto Internacional que disponibiliza inúmeras rotas para a Europa, a cinco minutos da capital de distrito (Faro), que lhe confere a distância ideal para ser um sitio calmo, mas ao mesmo próximo do grande centro, com uma praia magnífica e um ria que não é só formosa, é riquíssima em termos de fauna e flora, com os seus flamingos a dar cor à linda paisagem… Montenegro tem um brilho e uma alegria natural que fica ainda mais composta com espírito jovem dos estudantes da Universidade do Algarve.▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

EDUARDO ROSA

S

omos uma freguesia com 52 mil habitantes, dez escolas do primeiro ciclo, 14 clubes, quatro agrupamentos de escuteiros (três agrupamentos de escuteiros e um grupo de escuteiros), e três paróquias. É um movimento enorme para um executivo de apenas sete elementos”, começa por referir Eduardo Rosa. Porém, com uma freguesia bastante diversificada a nível cultural, desportivo e económico são vários os eventos e atividades desenvolvidas que têm contribuído para promover a riqueza da região. “Face às iniciativas promovidas pela Junta de Freguesia tem sido possível realizar eventos que criam receitas e vão ajudando a colmatar as necessidades da freguesia”, explica o presidente. Desde a feira do chocolate à feira do fumeiro, passando pela feira medieval e o mercado saloio, um conjunto de iniciativas realizadas ao longo do ano com parceiros e entidades, tem sido

possível dinamizar a freguesia. “O nosso objetivo é criar oportunidades de negócio e desenvolver o nosso tecido empresarial”, afirma o autarca. Outra grande aposta da autarquia são as festas populares que durante dez dias atraem cerca de seiscentos mil visitantes. “Têm crescido fortemente de ano para ano e mantêm-se como uma afirmação da região promovendo a nossa indústria e o nosso comércio. Estas festas são a grande montra da Freguesia de Corroios”, realça Eduardo Rosa. De facto, na Freguesia de Corroios tudo é pensado para dinamizar as atividades económicas e melhorar as condições dos que lá vivem. Pois, a par destas festas populares, é possível, ainda, para os empresários e comerciantes da região expor e divulgar o que de melhor fazem ao longo do ano no Pavilhão Multiusos da Freguesia. A Freguesia de Corroios começa a ser

um local convidativo e atrativo para receber eventos de fora também. No ano passado recebeu o primeiro encontro nacional dos carros «pão de forma». A organização do 1.º Festival Pão de Forma em Portugal é da responsabilidade da Vintage Vans. O local escolhido foi o Parque de Marialva, em Corroios. E, ainda, a Junta respondeu positivamente a uma proposta da empresa produtora do Festival VOA e o parque urbano da Quinta de Marialva irá receber, um festival que irá trazer pessoas de todas as zonas do país mas de fora também. “Esta tem sido a nossa aposta”, realça o presidente referindo, também, que a Junta de Freguesia promove no último domingo de cada mês a Mostra das Atividades Económicas realizado, igualmente, no parque urbano da Quinta da Marialva. Um «mercado ao ar livre» que conta com a participação mensal de cerca de 320 expositores. ▪

A voz do Povo

Com a ideologia presente de que o poder local é o poder mais próximo da população, Eduardo Rosa defende a ideia de se ter freguesias funcionais, para que se possa responder com rapidez e eficácia às necessidades dos habitantes, o que não acontece com a reorganização/agregação das freguesias. “Somos responsáveis pelas mais diversas matérias e temos de ser capazes de fazer um bom trabalho”, refere. Para tal, Eduardo Rosa realça que acompanha diariamente as pessoas da sua freguesia, bem como acompanha a evolução dos projetos e obras que são levadas a cabo. Ou, ainda, participa regularmente em reuniões dos agrupamentos de escolas sobre os mais diversos temas. Temas que defende, de uma forma política, pro-

movendo o contacto e a proximidade com a comunidade. “Estou ao lado dos meus habitantes e, no âmbito da Associação Nacional de Freguesias, lutamos ao lado dos nossos parceiros pelo que é melhor”. Considerando que as juntas de freguesia do País são bastantes “crucificadas” e que o maior problema é a falta de pessoas e consequentemente, as juntas não terem todas a mesma capacidade de resposta, Eduardo Rosa afirma que dentro das dificuldades tentam sempre encontrar as soluções para as necessidades de uma freguesia com esta dimensão e complexidade. “O nosso orçamento não chega para tudo, e essa situação cria-nos algumas dificuldades aos mais variados níveis, apesar do protocolo com a Câmara de Municipal de Seixal que nos ajuda bastante. A verdade é que quem quiser usar bem o dinheiro público tem sempre onde o aplicar, mas temos de pensar que uma coisa é o que se pode e outra é o desejável. E o desejável nem sempre é possível”, conta Eduardo Rosa. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

79 abril 2016

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STEVEN SOUSA PIEDADE

pelo Algarve (ANJE), e também Presidente da Associação Humanitária de Bombeiros de Faro - Cruz Lusa. Numa era desenvolvida e em constante evolução, a tecnologia torna-se numa importante aliada na comunicação entre autarquia e população, tornando o processo mais célere e eficaz e promovendo a transparência na informação. Porém, quando em 2009 chegou à presidência da JFM, Steven Sousa Piedade encontrou um nível de serviços internos muito desajustado às efetivas necessidades. “Existiam apenas três computadores que estavam completamente obsoletos, por isso praticamente todos os procedimentos eram feitos em papel, com todas as desvantagens que daí advêm, nomeadamente ao nível de celeridade. A Junta não dispunha de um sítio na Internet” começou por explicar. Deparou-se, também, com diversas necessidades a nível da mobilidade e acessibilidades, as quais, devido ao aumento da população local e consequente cres-

Presidente da Junta de Freguesia de Corroios, concelho do Seixal, há oito anos, Eduardo Rosa tem promovido eventos e projetos que têm impulsionado o tecido económico e empresarial de Corroios. Feiras, Mostras e Festivais são uma parte do que pode visitar na Freguesia considerada já uma referência na região.


Namorar Portugal

» MUNICÍPIO DE VILA VERDE

“Um verdadeiro festim para os sentidos”

Vila Verde, a terra do amor “Vila Verde define-se como a terra onde o Amor acontece, capital dos Lenços de Namorados e terra com mil encantos para descobrir. Tem sido feito um percurso notável em termos da atratividade ao território para casamentos, sendo um destino romântico privilegiado com quintas magníficas que proporcionam casamentos de sonho.” Quem o diz é Júlia Fernandes, Vereadora da Educação, Cultura e Ação Social da Câmara Municipal de Vila Verde, em conversa com a equipa da Revista Pontos de Vista

pontos de vista

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Namorar Portugal é uma marca territorial e identitária do Município de Vila Verde. Com efeito ‘umbrella’, Namorar Portugal engloba eventos e produtos com vista a promoção do território e a atratividade turística, através da temática do Amor. Em que sentido este produto define a região? O conceito Namorar Portugal nasce da estratégia do Município de Vila Verde em aproveitar o enorme potencial turístico e cultural dos Len-

disso, permitido que muitas pessoas em situação de desemprego encontrem na marca uma forma de criar negócio e responder aos desafios do futuro.

ços de Namorados, ícone identitário local. A estratégia baseia-se na promoção de um elemento de tradição que permite criar um evento, uma programação e todo um vasto conjunto de produtos, aliando esta tradição com a modernidade e criando objetos contemporâneos de elevado valor cultural. Começamos em 2003 com um concurso de moda dirigido a criadores e designers, para que apresentassem propostas inspiradas no mote ‘Lenços de Namorados, Escritas de Amor’. Esse concurso tem atualmente projeção internacional, com participações que vêm, inclusive, do Brasil. Todos os anos na noite de 14 de fevereiro, Dia dos Namorados, é materializado na gala Namorar Portugal um evento destacado pelo Turismo de Portugal com a certificação de ‘Evento de Interesse para o Turismo’. O enorme interesse suscitado em torno da gala Namorar Portugal, e

da sua inspiração maior, os Lenços de Namorados, levaram em 2009, à criação de uma programação denominada fevereiro, Mês do Romance, composta por iniciativas culturais, na esmagadora maioria gratuitas, como concertos, desfiles de moda, saraus culturais, passeios, recitais de poesia, caminhadas, workshops, concursos, degustações e programas turísticos como Sabores do Romance, que une restaurantes, unidades de alojamento, bares e pastelarias do concelho, com descontos e campanhas especiais. Todo este universo, que se traduz em marca registada pelo Município de Vila Verde, transforma Vila Verde na terra do Amor, a capital dos Lenços de Namorados. Este é um conceito forte e diferenciador que traz mais- valias económicas a todo o Concelho. Muitas são as empresas que apostam na marca Namorar Portugal para reforçarem o seu potencial económico. Tem, além

Associado a conceitos como o “Amor” e o “Romance”, de que forma é que este desafio aporta uma maior notoriedade para a região, nomeadamente na promoção da região de Vila Verde enquanto destino turístico romântico? Vila Verde define-se como a terra onde o Amor acontece, capital dos Lenços de Namorados e terra com mil encantos para descobrir. Tem sido feito um percurso notável em termos da atratividade ao território para casamentos, sendo um destino romântico privilegiado com quintas magníficas que proporcionam casamentos de sonho. Muitos destes casamentos são realizados sob a égide dos Lenços de Namorados, desde o vestido de noiva, os sapatos, o bouquet, o bolo de noiva, os convites, os presentes para os convidados, a decoração da sala, enfim, tudo é possível com imaginação e criatividade. A recetividade é sempre excelente porque ninguém fica indiferente aos Lenços de Namorados, e aos sentimentos de amor, amizade, solidariedade e fraternidade que eles transmitem, porque são universais. Além disso, a criatividade e a inovação presentes nos produtos Namorar Portugal é muito apreciada por todos, independentemente do país, cultura ou origem, e a contemporaneidade das centenas de peças que já estão no mercado tem recebido rasgados elogios. O que se pretende é que turistas e clientes, nacionais ou estrangeiros, queiram conhecer esta região do Minho e descobrir que terra é esta que deu origem a um elemento tão forte e simbólico como o Lenço dos Namorados. Cá vão descobrir como é heterogénea e deslumbrante a paisagem – montanhosa a norte, bucólica a sul, como é substancial a gastronomia e vinhos, cheia de nuances gustativas e olfativas, e quão simpáticas e acolhedoras são as nossas gentes. Quem vem deixa-se conquistar por esta atmosfera romântica. Os produtos Namorar Portugal começaram a ser lançados há anos, com a Vista Alegre, a Lameirinho e

empresários-artesãos, colocando atualmente no mercado centenas de várias linhas, desde têxteis-lar à cerâmica, das jóias ao chocolate, de acessórios de moda a vinhos, passando por mobiliário e artigos de decoração. Mais recentemente abraçaram uma nova marca a Stress Off, com o lançamento da ‘Cookies Design Namorar”. De que forma é que este projeto transmite os costumes e as tradições de Vila Verde? É fundamental criar um produto com a identidade da região? Os produtos Namorar Portugal encontraram parcerias em empresas como a Vista Alegre ou a Lameirinho, mas têm especialmente permitido desenvolver todo o tecido económico local, criando empresas e gerando valor acrescentado. Todos os produtos são apreciados e procurados pelo público, desde os Lenços de Namorados, confecionados pelas bordadeiras da cooperativa Aliança Artesanal, passando pelos produtos entretanto lançados, que são interpretações modernas dos Lenços, na cerâmica, têxtil-lar, calçado, acessórios de moda, artigos decorativos em madeira, cortiça, gesso, estanho, em vinhos, chocolates, queijos, azeite,

chá, compotas ou produtos de merchandising e souvenirs turísticos. Este ano, a programação fevereiro, Mês do Romance contemplou o lançamento de centenas de novos produtos no mercado, contando com a nova marca, a Stress Off, com o lançamento da ‘Cookies Design Namorar”. Tal como as mensagens inscritas nos Lenços dos Namorados, também as Cookies Design Namorar Portugal têm gravadas nos seus diversos produtos da marca bolachinha mensagens de amor, de amizade, capazes de transmitir sentimentos e afetos que vão de encontro a todos os gostos. Neste sentido, o “Namorar Portugal” condensa a identidade cultural de Vila Verde, a sua tradição e o seu património imaterial, que se cruza com sua própria história. Um sinal reforçado pelo forte sentimento de pertença e identificação das suas gentes em relação ao seu território, ao seu folclore, aos seus valores, usos e costumes. Uma magia que se afirma e consubstancia na força dos Lenços de Namorados, e é a energia de uma marca cultural de matriz tradicional, experienciada na modernidade e na inovação. ▪

A Stress Off foi a empresa que construiu esta marca [bolachinha], sob o teto da grande marca Namorar Portugal. Fale-nos um pouco das repercussões, em termos regionais e nacionais, desta aposta? Este projeto das Cookies Design, associado à já conceituada e reconhecida marca Namorar Portugal, é impulsionado por uma equipa empreendedora, jovem e dinâmica, capaz de dar a conhecer a marca bolachinha e levar o nome da região de Vila Verde não só aos Vilaverdenses como a todo o país. E como? Fazendo a divulgação de forma assertiva para manter as tradições enraizadas nas mensagens dos Lenços dos Namorados mas agora com a inovação de o suporte da mensagem ser a bolachinha.

Modernidade, arrojo e inovação são os principais «segredos» da marca? O nosso objetivo primordial é dar a conhecer a versatilidade das Cookies Design Namorar Portugal, produzidas de forma artesanal na Quinta de Resela (Cervães- Vila Verde), um dos locais bastante apreciados pelos turistas. Este projeto, oferecendo a possibilidade de os turistas participarem em workshops na área de showcookies, proporciona excelentes oportunidades não só para divulgar como se confecionam as cookies design, como também informar das características da região de Vila Verde, das suas gentes e das suas tradições. ▪ Adão Gomes, promotor da “bolachinha”

81 abril 2016

V

ila Verde. O nome encanta. A paisagem deslumbra…”. Pela antiguidade e riqueza cultural, o município de Vila Verde é detentor de um vasto património. Os Lenços de Namorados, da marca Namorar Portugal, verdadeiros ex-libris desta terra, são exemplo dessa riqueza cultural. De que forma estes ícones Lenços de Namorados promovem o município de Vila Verde? A inspiração da marca Namorar Portugal baseia-se nos motivos dos Lenços de Namorados e nas suas escritas de amor. Este ícone é um legado histórico e cultural. Surgiram nos finais do século XVIII, bordados pelas raparigas que aprendiam a bordar umas com as outras e movidas por sentimentos amorosos de uma paixão secreta, de amizade, saudade, esperança. A sua origem simples e bela está presente nos ícones mais carismáticos bordados: a chave (do coração), o passarinho (como mensageiro de segredos), o coração (como símbolo do amor) e o barco, um ícone muito usado em meados do século passado, testemunhando o enorme fluxo de migração para o Brasil, das promessas de regresso e da saudade deixada. As cores ricas e os motivos ligados à natureza e ao campo são uma das imagens de marca dos Lenços de Namorados. Mas a singularidade está nos versos escritos pelas jovens e replicados por outras, no português da época, oralizado, que os tornam únicos no mundo! A estratégia da marca Namorar Portugal visa trazer para a contemporaneidade esta riqueza, os valores, as cores, através de diversas formas de arte, de produtos modernos e inovadores, de eventos e iniciativas, divulgando-os a nível nacional e internacional.

A marca Namorar Portugal promoveu uma linha de produtos que alia a imagem fascinante à textura suave, predicados que são exponenciados por um aroma sedutor e um sabor absolutamente irresistível das Cookies Design Namorar Portugal, biscoitos que são um autêntico deleite para os sentidos. Sobre este produto, a Revista Pontos de Vista conversou com Adão Gomes, Administrador da Stress Off. Venha conhecer. Não se vai arrepender.

www.namorarportugal.pt Facebook: namorarportugal Município de Vila Verde, Praça do Município | 4730-733 Vila Verde T. 253 310 500 | F. 253 312 036 | E. geral@cm-vilaverde.pt

gastressoff@gmail.com


EMPREENDORISMO E GESTÃO

» CIODAY 2016 DISTINGUIU OS TRÊS MELHORES CIO EM PORTUGAL

“A junta está a ouvir-vos, está próxima” No âmbito do CIODAY’16 realizado no passado mês de março na Fundação Portuguesa das Comunicações, evento que distinguiu os três melhores CIO do ano em Portugal, a equipa da Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Luís Newton, Presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Lisboa.

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pontos de vista

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uís Newton recebeu o prémio pelo projeto Geoestrela no evento CIODAY e vai representar Portugal (e a Estrela) no European CIO of the Year 2016, que se vai realizar em Amesterdão. Luís Newton foi distinguido na categoria de Government pelo projeto Geoestrela que pretende definir uma nova filosofia de gestão assente na colaboração entre a comunidade e a autarquia local. Autarca desde 2001, Luís Newton cresceu e viveu toda a sua vida na freguesia da Estrela pelo que “foi natural que em determinado momento da minha vida começasse a ter envolvimento político, iniciando o meu trabalho autárquico como vogal do executivo da freguesia da Lapa, uma das freguesias extintas e que se fundiu na Estrela”. Luís Newton teve várias experiências e a oportunidade de trabalhar em vários gabinetes quer a nível camarário, como a nível do governo e da Assembleia da República, mas “o bichinho autárquico sempre mexeu mais comigo por podermos ter esta intervenção que afeta diretamente as pessoas, bem como ter as respostas dos cidadãos. É muito interessante”, esclareceu o presidente. Em 2012, quando Luís Newton estava a preparar o projeto para a freguesia da Estrela, uma das preocupações recorrentes, aquando da união de freguesias, era que a fusão, essa grande dimensão que a freguesia passava a ter, pudesse representar um afastamento das pessoas em relação ao poder local. “A minha reflexão começou muito por compreender como é que seria possível e, sobretudo antecipar, passarmos de três para uma freguesia, de 10 mil para 22 mil habitantes, sem perdermos essa ligação”, começou por explicar. Outra das suas preocupações era assegurar que o nível de serviço que a junta prestava à comunidade aumentasse. Como é que podiam conjugar essas duas realidades numa ferramenta que pudessem controlar diariamente? Assim surgiu a ideia do Geoestrela. Para manter a proximidade e aumentar os níveis de serviço à comunidade.

E o que é o Geoestrela?

O Geoestrela é um projeto da Junta de Freguesia da Estrela que permite aos cidadãos, através de uma aplicação, reportar as situações que pretendem ver corrigidas na sua rua. Com o Geoestrela a pessoa, ao cruzar-se com uma situação no espaço público que entenda que esteja errada ou com a qual não concorde, desde questões de higiene a questões de manutenção do espaço público, pode reportar através da aplicação desta plataforma. Isto com um simples click, ou seja, tirando uma fotografia e enviando. “A adesão tem sido muito boa, no espaço de um ano tivemos cerca de 8.000 ocorrências e desde novembro de 2015 que registamos mais de 1000 ocorrências mensalmente. Pode parecer uma situação má por existirem tantas ocorrências, mas para mim significa que há uma média mensal de 1000 pessoas na minha freguesia que têm a oportunidade de identificar que há um problema e contribuir

Dar continuidade ao projeto

LUÍS NEWTON

para a sua solução”, adianta Luís Newton, afirmando que estão com uma taxa de eficácia de resposta de 85%. Para além de ser uma plataforma de gestão de ocorrências, o Geoestrela funciona, igualmente, como uma ferramenta de gestão territorial. Isto porque, cada ocorrência gera um indicador possibilitando à junta ter informações claras dos diversos problemas que vão surgindo, bem como em que zonas ocorrem. A par desta possibilidade, Luís Newton explica que com esta aplicação tem sido possível à junta fazer uma melhor gestão dos recursos humanos no que diz respeito à higiene urbana e na distribuição dos funcionários responsáveis pela limpeza das ruas da freguesia. “Confirmámos que podíamos alocar os recursos humanos e localiza-los nas zonas mais pequenas e para as zonas grande adquirir máquinas que fariam um trabalho mais eficaz. Essa informação foi-nos muito útil e começamos a ter uma manutenção do espaço público e higiene urbana mais eficaz”, afirma o autarca.▪

A verdade é que o sucesso do Geoestrela já deu frutos: o desenvolvimento de três novas plataformas: o Estrela Participa, o Estrela Segura e o Estrela do Bairro que estão em fase de teste para serem lançados à população. No que diz respeito ao Estrela Participa, esta plataforma irá revolucionar o modelo de participação pública. A população poderá lançar ideias de criação ou reabilitação de novos espaços. Ideias estas, sujeitas à votação pela comunidade que poderá concordar ou não. Numa fase posterior, se a ideia atingir um determinado número de votos, entra automaticamente para avaliação e orçamentação e será feito um estudo técnico e de enquadramento para a junta poder executar o projeto. “A junta está a ouvir-vos, está próxima. Vocês podem contribuir para a qualidade de vida da junta”, refere o autarca. Quanto ao Estrela Segura, aqui a comunidade pode reportar situações de não emergência. Posteriormente, se se justificar, a junta comunica a situação imediatamente à PSP que tomará as medidas relevantes. Já o Estrela do Bairro servirá para divulgar o comércio local e as atividades da freguesia. Partindo do mesmo pressuposto da plataforma de ocorrências do Geoestrela, sempre numa perspetiva georreferenciada, as pessoas vão poder ter acesso às informações sobre as atividades de comércio local na freguesia. A ideia é “promover os ideais de qualidade de vida que temos para a freguesia. Sentirem que têm uma estrutura local que apoia e incentiva todo o tipo de atividade e ocorrências. Estou cá para isto, para resolver os problemas da comunidade”, realça Luís Newton. E conclui, “tudo o que tenho vindo a fazer e que vou continuar a fazer é organizar e estruturar a minha junta de freguesia para que esteja à disposição de todos os meus «fregueses»”, conclui o nosso entrevistado.



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