Revista Pontos de Vista edição 56

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Suplemento distribuído em conjunto com o jornal Público a nível nacional e não pode ser vendido separadamente. Junho 2016 | EDIÇÃO Nº 56 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros

LUCRIDEAL 10 ANOS NA VANGUARDA LEASEPLAN OFERTAS DE RENTING LIDERANÇA NO FEMININO

Desidério Silva

Presidente da RTA - Região de Turismo do Algarve

EVE

VI CO NTO INTE NGRESSO DE PA RNACION AL TOLO G E AD IA DUAL ITIVA

cRÉDITOS: RTA

e as razões que fazem do Algarve um dos principais destinos turísticos a nível mundial. “A palavra de ordem é Confiança”



26 J. Pereira da Cruz, S.A. – PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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OTLIS- Operadores de Transportes da Região de Lisboa, ACE

LEASEPLAN – A MELHOR SOLUÇÃO

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Índice DE TEMAS

42 PPG AC IBERIA

LUCRIDEAL - 10 ANOS

FICHA TÉCNICA

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*O conteúdo editorial da Revista Pontos de Vista é totalmente escrito segundo o novo Acordo Ortográfico. Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efectuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, excepto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.

Caros leitores, Na última edição da Revista Pontos de Vista, maio, foi publicada a função de Rui Neves como Administrador da SmartConsulting. Pedimos desculpa pelo lapso e alertamos para o cargo correto do referido interlocutor: Diretor Executivo.


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial

CONCEITO DE IMITAÇÃO DE MARCA REGISTADA

1 = Vamos, finalmente, entrar no tema do nosso trabalho, ou seja o conceito de imitação de marca registada, necessariamente um pouco longo. Na verdade, parece importante fazer uma análise do problema, considerando a evolução do conceito de imitação no nosso País, com as leis que vigoraram a partir de 1883, as deficiências dessa disposição legal que, em vez de serem corrigidas, foram agravadas com o decorrer dos anos, a forma como o INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial a tem aplicado e, finalmente, propor as alterações que parecem aconselháveis. 2 = A IMITAÇÃO INTENCIONAL A imitação da marca registada pode ser total ou parcial: na primeira hipótese, em geral, resulta do mero acaso, pois, quando é deliberada ou intencional, há sempre o cuidado de não reproduzir integralmente a marca de cuja reputação se pretende beneficiar. pontos de vista

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Quando a marca imitada é desconhecida no mercado, não interessa a ninguém, porque nenhuns benefícios materiais poderia proporcionar. No entanto, com a enorme quantidade de marcas que hoje existem é impossível evitar que sucedam tentativas de registo – não intencionais – de marcas idênticas ou confundíveis que, na maioria dos casos, não o conseguem obter. Mas a imitação deliberada tem como objectivo preferencial as marcas de prestígio e notórias – ou, pelo menos, as de reputação firmada – que mais atraem o consumidor, que, guardando delas, em geral, uma ideia não muito exacta, vai confundir, facilmente, um produto que apresente uma marca que lhe parece ser a que conhece. É que o consumidor nunca tem simultaneamente as duas marcas, para as comparar e nem sequer pensa que a marca que conhece possa ser objecto de imitação. Em Portugal – em especial no INPI – dá-se grande importância à semelhança do conjunto, que quando não existe, suscita, muitas vezes, a errada conclusão de que não pode haver confusão entre as marcas e, portanto, imitação da que está registada.

Na verdade, se é certo que havendo semelhança de conjunto, há imitação, é um facto que grande parte das marcas são caracterizadas apenas por um ou dois elementos dominantes, que o consumidor retém – e que o leva, inevitavelmente, a confundir essas marcas. Para haver imitação, é necessário que o consumidor possa ser induzido em erro ou confusão – e são justamente os elementos dominantes que normalmente a determinam, pois é hoje geralmente aceite que a confusão entre duas marcas deve aferir-se pelos elementos semelhantes e não pelas diferenças que entre elas possam existir. Aliás, a nossa lei não exige qualquer semelhança de conjunto, nem sequer a refere: pelo contrário, o nº 3 do artigo 245º do Código da Propriedade Industrial diz que se considera usurpação ou imitação o uso de certa denominação de fantasia que faça parte de marca anteriormente registada – limitando, portanto, essa possibilidade apenas a um elemento dominante. Mas, que me recorde, nunca esta disposição legal – que é fundamental para recusar registos de marcas que sejam reprodução com adjunção ou agregação de outras já registadas – foi utilizada pelo INPI, que limita a análise ao nº 1 do mesmo artigo. E essa talvez seja a razão da imitação por contrafacção com agregação ou adjunção ser hoje a preferida, porque não há, muitas vezes, o discernimento suficiente para a impedir: a marca “A” está contida na marca “B”, mas apresenta, em geral, diferenças de conjunto – logo, segundo a orientação do INPI, é possível distingui-las, não se justificando recusar o registo. Trata-se, em meu entender, de um erro enorme que vem sendo cometido frequentemente, chegando a chamar-se “partícula” à marca registada – que, estando muitas vezes incluída na que se pretende registar, é mais pequena e, portanto, impropriamente assim designada. 3 = LEI PORTUGUESA: A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE IMITAÇÃO DE MARCA REGISTADA a) Como foi oportunamente referido, a primeira Lei de marcas, no nosso País, foi a Carta de Lei de 4 de Junho de 1883, onde o conceito de imitação vinha definido no artigo 14º e mais concretamente nos respectivos nº 1 e § único:


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Incorrem na pena de prisão ou em multa 1º - Os que imitarem marca de fabrica ou de commercio, por forma que possa iludir o comprador; …… § único : Para que se dê a imitação, a que se refere este artigo, não é necessário que seja completa a similhança entre as duas marcas; basta que a marca da imitação contenha indicações tendentes a enganar o comprador sobre a natureza ou proveniência dos objectos. Portanto, o objectivo da disposição era o risco de confusão do consumidor, iludido pelo vendedor, que lhe apresentava um produto com marca que podia confundir-se com a que estava registada. b) Na Carta de Lei de 21 de Maio de 1896, tudo se complicou com duas incorreções enormes: a disposição está errada, considerando que a marca registada é que pode ser imitada pela que já está registada e que a semelhança deverá ser tal que só por confrontação possam distinguir-se as duas: “Entende-se por imitada a marca que, sendo destinada a objectos da mesma classe, é total ou parcialmente similhante a outra registada, e tão pouco que só por confrontação se podem facilmente distinguir as duas.” c) O Código seguinte, de 1940 (artigo 94º e § único) ainda foi pior : não só “conservou” estes dois erros, como lhes juntou um terceiro, limitando a imitação apenas às semelhanças gráfica, figurativa ou fonética. Além disso, introduziu “TAL” antes de “SEMELHANÇA”, o que parecia exigir quasi identidade, o que não está certo : “Considera-se imitada ou usurpada no todo ou em parte a marca destinada a objectos ou produtos inscritos no reportório sob o mesmo número, ou sob números diferentes mas de afinidade manifesta, que tenha tal semelhança gráfica, figurativa ou fonética com outra já registada que induza facilmente em erro ou confusão o consumidor, não podendo este distinguir as duas senão depois de exame atento ou confronto.” § único. Constitue imitação ou usurpação parcial de marca o uso de certa denominação de fantasia que faça parte de marca alheia anteriormente registada…” O artigo 94º tinha um § único constituído por duas partes distintas, a primeira das quais óptima e a segunda um desastre. Na verdade, a primeira parte focava um problema extremamente importante, ou seja a imitação parcial da marca, considerando, apenas “o uso de certa denominação de fantasia” o que era, verdadeiramente, indispensável. Só é pena que em vez de ser incluído em § único, não tenha feito parte integrante do próprio artigo. A segunda parte do § único dizia respeito à protecção da embalagem, sem registo – e sem o exigir para fazer oposição à marca que o ia imitar. d) O erro da marca a registar ser imitada pela marca já registada,

apenas foi corrigido no Código de 1995 que, no entanto, conservou os dois erros do Código de 1940 já referidos e introduziu um novo, com a deficiente redacção escolhida: parece que o risco de associação é independente do risco de confusão, o que não é correcto: “ou que compreenda…” e) O Código de 2003, na alínea c), do nº 1 do artigo 245º, também manteve dois erros do Código de 1995 – “ou” e “exame atento ou confronto” – mas tinha duas correcções importantes: “Tenham tal semelhança gráfica, figurativa, fonética ou outra…” - e corrigiu o grave erro do § único do artigo 94º, que protegia o aspecto exterior da embalagem, dividindo-o em duas partes: - a primeira, relativa ao uso de certa denominação de fantasia que faça parte de marca anteriormente registada, constituir imitação ou usurpação parcial de marca, que continuou a fazer parte do artigo 245º, como nº 3; - e a segunda, relativa à protecção da embalagem (pacote ou invólucro), passou para artigo independente – o artigo 240º – dividido em duas partes: a primeira conferindo prioridade ao uso dessa embalagem e a segunda exigindo o seu registo, que deveria ser concedido antes da recusa do registo da marca que o pretendia imitar. A forma de resolver este delicado problema causou uma certa confusão a quem está pouco familiarizado com a propriedade industrial, chegando a considerar um enorme disparate a exigência de registo para garantir o exclusivo do aspecto exterior da embalagem. No entanto, esta parece ser, sem dúvida, a única solução aceitável, pois a alternativa seria apenas eliminar a disposição e não dar qualquer protecção contra a imitação da embalagem. Em todo o caso, a solução adoptada é a mesma das marcas notórias e de prestígio, que beneficiam, também, de prioridade, mas tem de ser requerido o respectivo registo para reclamar contra a marca que as pretende imitar, conforme se dispõe nos artigos 241º e 242º do Código da Propriedade Industrial. f ) Finalmente, o Código de 2008 limitou-se a reproduzir o artigo 245º do Código de 2003.

5 junho 2016

Assim:


PORTUGAL 2020

» QUALIFICAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DAS PME´S

PARCEIRO TECNOLÓGICO DE REFERÊNCIA Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Miguel Alfaiate, CEO da Alfasoft, falou um pouco sobre a empresa que surgiu em 2015 para corresponder de forma eficaz ao aumento de projetos e clientes que estava a verificar.

M

iguel Alfaiate sempre projetou ter o seu próprio negócio, permitindo-lhe fazer uma gestão end-to-end dos projetos na área das Tecnologias de Informação, desde a fase de conceção até à entrega. Após trabalhar vários anos como consultor, já a trabalhar como freelancer, constatou um crescimento no número de clientes e projetos, ditando a necessidade de crescer também para dar uma resposta eficaz a todas as solicitações. Com clientes fidelizados e novos desafios a surgirem decidiu criar a sua própria empresa, a Alfasoft. Por outro lado, a Alfasoft surge para colmatar algumas falhas existentes no mercado, onde se verifica que as empresas de grande dimensão, embora consigam dar resposta em paralelo a pedidos de mais clientes, podem incorrer no risco de estandardizar as suas soluções. A Alfasoft contorna este problema, privilegiando a proximidade e o atendimento personalizado aos seus clientes. “Criamos uma ligação com todos os nossos clientes conseguindo definir uma melhor estratégia e apresentar soluções adequadas ao que procuram. Para nós um cliente não é apenas mais um número, é um cliente com uma realidade muito específica, para a qual desenhamos a melhor solução”, refere o empresário.

Que serviços prestam?

pontos de vista

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Com uma prestação de serviços de desenvolvimento de software bastante complexa, a Alfasoft projeta aplicações para várias áreas de negócio, incluindo os mercados financeiros, seguros e saúde, entre outros. Na vertente web encontramos um serviço de desenvolvimento de aplicações de comércio online, plataformas para gestão interna de empresas e software de faturação, além de sites institucionais. Já na vertente mobile, quem recorre à Alfasoft encontra soluções nativas em iOS e Android, para além de aplicações cross-platform em Phonegap e Xamarin. A par do desenvolvimento de software desktop, web e mobile, a empresa presta serviços de consultoria relacionados com todo o ciclo de vida das aplicações, gestão de infraestruturas e suporte técnico. Com um processo complexo de acompanhamento do início ao fim do projeto “temos de ser muito regrados e autodisciplinados no que fazemos”, refere o CEO.

Consultores 2020

Para quem procura o apoio do programa Portugal 2020 a Alfasoft apresenta-se como consultor 2020 acreditado em quatro vetores: Investigação e Desenvolvimento Tecnológico; Empreendedorismo; Internacionalização e Inovação. No âmbito da Investigação e desenvolvimento tecnológico prestam serviços de Consultoria de desenvolvimento tecnológico, pegando nos conceitos das empresas e investigando as áreas de negócio necessárias de forma a viabilizar a implementação de soluções menos comuns, incluindo mecanismos baseados em algoritmos, um dos pontos fortes da empresa. Na área do Empreendedorismo prestam serviços de Consultoria tecnológica, desde apoio na conceção, desenho e implementação das soluções pretendidas, providenciando o know-how da empresa e acompanhando o percurso dos empreendedores desde a ideia até ao produto final, incluindo distribuição de software em mercados de aplicações, gestão de marcas online através de marketing, integração com motores de busca, e outros serviços de suporte tecnológico e aconselhamento no dimensionamento de infraestruturas. No campo da Internacionalização das empresas, adaptam e desenvolvem ferramentas que permitam atrair negócio de fora do país, desde a construção de software multilingue, com conteúdos adaptados à localização do utilizador, com implementação de comércio online com meios de pagamentos adaptados à origem dos utilizadores, tradução de conteúdos, integração com fornecedores de produtos ou serviços que a empresa já utilize, adaptados e otimizados com base no mercado alvo. ‘Think globally, act locally’: Prestam os serviços necessários para que o negócio dos clientes funcione localmente, pensando e desenhando as soluções de uma forma mais abrangente e genérica. Já no setor da Inovação prestam apoio às empresas no que diz respeito à informatização de processos, para empresas que procuram agilizar os seus processos, prestam consultoria no que diz respeito à validação e apoio à certificação de software, analisam o funcionamento dos processos internos e interações com clientes, com o objetivo de propor soluções que melhorem e aumentem a produtividade.

MIGUEL ALFAIATE

Porquê escolher a Alfasoft

Tendo como foco a entrega de soluções de software, têm surgido propostas em valências como a consultoria e a gestão de infraestruturas. Associado ao desenvolvimento de software, existem outras tarefas como a gestão de projetos, o desenho e arquitetura de sistemas e a avaliação da segurança dos sistemas usados nas empresas garantindo bom funcionamento, privacidade e segurança dos dados e das informações da empresa. A Alfasoft preza a sua credibilidade e a confiança dos clientes na empresa pelo que tem sido bastante solicitada no sentido de avaliar soluções desenvolvidas por equipas externas, bem como para gerir projetos, garantindo o alinhamento entre o desenvolvimento de projetos que estão a ser feitos por outras entidades e os projetos que estão a decorrer em paralelo pelos seus clientes. “Trabalhamos afincadamente, somos esforçados e gostamos do que fazemos, o que aliado à nossa máxima de não falharmos prazos nem objetivos tem sido a chave do sucesso”, conclui Miguel Alfaiate. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT


A ADVOCACIA E O DIREITO

OPINIÃO DE Fábio Gomes Raposo, Advogado na sociedade “Gameiro e Associados”

A Advocacia ao serviço da Gestão Empresarial Seja na consultoria, seja na assessoria jurídica, a advocacia está, hoje em dia, intimamente associada ao mundo empresarial. Não existe mercado sem regras e não existem atividades sem lei. E onde estão as leis e as regras, estão necessariamente os advogados. É relativamente fácil compreender que estas valências serão frutíferas em várias áreas das empresas e em diversos setores de atividade. Desde o departamento financeiro, ao de recursos humanos, ao de controlo de gestão, ao comercial, aos órgãos de gestão, há todo um conjunto de atividades que carecem de assessoria jurídica. O advogado de empresa tem, igualmente, de respeitar as normas e obrigações deontológicas decorrentes da profissão, quer no exercício da sua atividade, quer numa abrangência que conduz à aplicação e alargamento das mesmas à atividade societária. Na realidade, o dever de urbanidade pode e deve ser utilizado relativamente a toda e qualquer pessoa com quem o advogado contacte – independentemente de serem agentes da aplicação da Justiça. O dever de diligência e lealdade deve ser utilizado na condução de processos judiciais e na condução e instrução de qualquer ato ou prática jurídica, por mais simples que possa parecer. De igual modo, também os responsáveis e colaboradores das empresas podem atuar com base em princípios fomentados pelo próprio advogado. A urbanidade, a correção e a lealdade não são e não devem ser exclusivos da advocacia. Há que reconhecer, contudo, que existe aqui uma necessidade especial de cumprimento dos deveres de autonomia, de isenção e de independência, que são predicados da profissão. Pode existir imparcialidade quando se está inserido numa estrutura parcial, com objetivos parciais? Pode, deve e existe. Estas considerações atingem especial relevância numa fase em que o Corporate Governance assume destaque, o qual se traduz na definição e aplicação de regras relativas aos direitos, deveres e responsabilidades dos membros da empresa, bem como na definição de procedimentos claros para a tomada de decisões empresariais, de forma equilibrada, responsável, justa, objetiva e transparente. O Governo Corporativo das sociedades exige uma estrutura legal, que as proteja de decisões desenquadradas do ordenamento jurídico, que fomente a aplicação dos deveres legais e que fiscalize o seu cumprimento. Paralelamente, vão sendo também estabelecidos normativos que preveem a organização e aplicação de programas de Compliance. Estes visam criar um conjunto de procedimentos e deveres específicos e práticos para garantir o cumprimento de normas legais, regulamentares ou estatutárias da empresa, procurando evitar, detetar e corrigir qualquer irregularidade que se verifique. Surge em vários âmbitos: contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, pela defesa do meio ambiente, para fomentar a transparência dos negócios e pagamentos, para garantir a ética empresarial, etc. Em todos eles, a intervenção jurídica é importantíssima. Neste mundo de regulação e regulamentação, o advogado deve assumir – como tem vindo a fazer – um papel absolutamente fundamental. ▪

PERFIL

Fábio Gomes Raposo Advogado na sociedade “Gameiro e Associados”

7 junho 2016

A

advocacia de empresa traduz-se no exercício de atos próprios do advogado, no âmbito de uma relação contratual de continuidade e eventual exclusividade. Na prática, traduz-se na assessoria jurídica a todos os departamentos da empresa e a todas as áreas de atividade da mesma, na defesa dos seus legítimos interesses. Usualmente, pode assumir vários âmbitos: negocial, judicial, extrajudicial, pré-contencioso, contencioso, entre outros. A advocacia preventiva tem, neste âmbito, uma função de extrema importância. Os advogados que prestem serviços às empresas (independentemente da existência de exclusividade), não se devem limitar a efetuar o enquadramento jurídico de cada situação ou a dar resposta a litígios ou processos contenciosos que surjam. Há, por um lado, a necessidade de procurar, em cada situação, definir quais as fronteiras legais das estratégias definidas pelas empresas – fazendo, assim, parte do processo de decisão – e, por outro lado, procurar estudar e apontar quais as alternativas mais viáveis: do ponto de vista jurídico e do ponto de vista empresarial e comercial. É, na realidade, absolutamente fundamental procurar conciliar todas as perspetivas envolvidas. A capacidade de negociação é uma das características dos profissionais da área. No entanto, durante demasiado tempo, a negociação esteve – erradamente – circunscrita à existência de conflitos ou diferendos. A negociação, a mediação, a conciliação existem sempre que há uma relação bipartida, independentemente da existência de eventuais contendas entre as partes. Dominar as várias técnicas de negociação, as formas de comunicar corretamente, conhecer o papel das partes envolvidas e saber, com minúcia, o que está em causa, são pontos-chave para o exercício positivo de qualquer negociação. O advogado de empresa não tem de ser, necessariamente, um homem de negócios – mas nada impede que o seja. Deve, de certa forma, estar consciente das fases de criação e desenvolvimento de uma empresa, da forma de conceção do modelo de negócio, da criação dos planos empresariais, assim como da aplicação e gestão dos mesmos. Estas considerações não significam, necessariamente, que o advogado de empresa deva ser simultaneamente um economista ou um gestor. Nem o deve ser, deixando para os respetivos especialistas a prática dos atos próprios das suas profissões. Todavia, será útil procurar aliar os conhecimentos jurídicos a alguns fundamentos de outras áreas de atividade, nomeadamente da gestão empresarial. Nesse âmbito, podem referir-se, nomeadamente: conhecer a estrutura de um balanço, entender o que são o Valor Atual Líquido (VAL) e a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR), saber utilizar programas informáticos como o Excel ou um software de gestão, conhecer o mercado financeiro e os seus intervenientes, conseguir auxiliar na criação de um plano estratégico, entre muitos outros. Tudo ao serviço da modernização e evolução da advocacia empresarial.


COOPERAÇÃO CPLP

» DIXTIOR CONSULTING

“DIXTIOR, UMA EQUIPA DE EXCELÊNCIA A APOIÁ-LO RUMO AO SUCESSO” A Dixtior é uma empresa 100% portuguesa de consultoria. Com colaboradores experientes e hábeis em projetos realizados em diversas áreas, a empresa apresenta soluções tecnológicas de última geração a quem os procura. Saiba mais sobre a Dixtior nas palavras do Administrador Rui Vicente.

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onstituída no início de 2013, a Dixtior tem como missão desenvolver e implementar conceitos universais e soluções de software focadas no cliente. Acrescentam valor às empresas através de um reforço com profissionais qualificados com a noção clara de que cada cliente é único. Enquanto empresa de consultoria, a Dixtior contribui para uma concretização dos objetivos dos seus clientes, acompanhando as empresas e capacitando-as de uma gestão empresarial moderna e eficaz, com vista às necessidades e requisitos do mercado.

A DIFERENCIAÇÃO NO MERCADO

rui vicente

É exatamente o acompanhamento excelso que na opinião de Rui Vicente distingue a Dixtior no mercado, que é tão exigente e competitivo. “O mercado é conservador e isso é um grande desafio para a nós. Em Portugal quem nos conhece aprecia o nosso trabalho, mas os clientes têm a grande tendência de preferir os players com algum renome. No estrangei-

ro somos muito bem recebidos e reconhecem melhor o nosso valor”, constata o administrador. “Somos especialistas na área em que trabalhamos e oferecemos aos nossos clientes um acompanhamento que é diferente do que acontece no mercado, que continua após o término do contrato. A confiança é essencial e é aí que nos diferenciamos verdadeiramente”, revela Rui Vicente. Empresa de referência nos mercados nacional e PALOP, através da prestação de serviços profissionais de ex-

o lucro não pode ser o único objetivo das empresas, há que motivar os recursos humanos. No mercado em que estamos inseridos isto é claro. As empresas têm qualidade, mas definem as estratégias um pouco «no ar»

celência, a Dixtior é especialista em Consultoria (consultoria de gestão, reengenharia de processos, gestão de risco e analytical CRM); Outsourcing (desenvolvimento aplicacional, suporte aplicacional, segurança e qualidade e serviços especializados) e Soluções à Medida (contabilidade, análise de risco, portais e análise de dados). Como maiores desafios, o administrador considera que, em Portugal o mais difícil tem sido afirmar a empresa no mercado, no entanto, é um caminho que têm conseguido traçar. Na área da Consultoria, a empresa desenvolveu uma solução de prevenção e combate de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo. Com essa solução angariaram a Caixa Geral de Depósitos e essa foi a maior conquista da empresa segundo o nosso entrevistado: “tratamos de todas as operações fora da europa, estamos com a CGD em tudo o que é palco”, conclui.

PORTUGAL E AS SUAS EMPRESAS

A Dixtior posiciona-se no mercado português com respostas adequadas ao país. Na análise de Rui

FOTO: direitos reservados

pontos de vista

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Vicente, as empresas precisam de apostar numa nova dinâmica de trabalho e, principalmente, de gestão. Dinâmica essa que prevê uma maior valorização do capital humano e algumas mudanças de mentalidade. “A internacionalização é algo que deve constar dos projetos das empresas, no entanto, de forma cautelosa. Quem fica a olhar apenas para o local morre. A internacionalização deve ser seriamente considerada, no entanto, convém haver muita ponderação”, refere o administrador. O segredo está em conhecer o local e familiarizar-se com o mesmo, ouvindo, interagindo e estando no lugar. São estes pontos que o nosso interlocutor aponta como essenciais a quem quer apostar na internacionalização.

sempre aproveitadas da melhor forma segundo o nosso entrevistado. Este facto deve-se exatamente à disparidade em termos culturais que não são tidos em conta no processo de negociação, o que acaba por criar alguns entraves que originam dificuldades acrescidas. “Moçambique não tem a riqueza de Angola em recursos naturais além de ter uma instabilidade política. Estes dois fatores causam receio por parte das empresas, no entanto, o seu potencial é imenso, com uma economia melhor estruturada e diversificada que não depende de um só setor, como no caso de Angola. Cabo Verde e São

Tomé e Príncipe não têm o mesmo potencial de crescimento de Angola ou de Moçambique, têm sim uma forte componente turística”, explica Rui Vicente.

DIXTIOR NO FUTURO

Em 2013, três pessoas formavam o corpo da Dixtior, sendo que hoje já 32 elementos fazem parte da empresa. Para Rui Vicente, o crescimento tem sido contínuo e sustentado, o trabalho é árduo mas compensatório. O relacionamento com os clientes trabalhado a longo prazo e assente na cooperação e respeito, mantendo altos os padrões de profissiona-

lismo e o apoio a causas sociais que se destinam ao bem-estar da população em geral fazem da Dixtior uma empresa sólida e credível que tem crescido no sentido de atingir uma qualidade máxima para cada vez mais se afirmar no mercado. Com objetivos claros de expansão, a Dixtior enfrenta o desafio de estabelecer projetos em Magreb e no Leste da Europa. “Continuamos a olhar para África com interesse, mas olhamos também para o Leste da Europa”, constata Rui Vicente. A empresa pretende ainda chegar ao final de 2016 com uma faturação que rondará os dois milhões de euros. ▪

PRINCIPAIS DESAFIOS NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO

OS PALOP E TODO O SEU POTENCIAL

A Dixtior está presente em Timor, Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. O valor e as vantagens que os PALOP representam para as empresas portuguesas vão muito além da questão da língua em comum. Cada país tem o seu potencial assim como a sua cultura. Porém as oportunidades não são

9 junho 2016

Rui Vicente ressalva como principais desafios à internacionalização a adaptação ao lugar onde as empresas se pretendem estabelecer. O administrador refere que para uma relação de confiança é necessário haver uma aculturação da empresa no lugar. Algo que se consegue de forma paciente, uma vez que a cultura, nomeadamente em África é muito distinta da de Portugal, e depois o capital humano, que é a mais-valia das empresas, principalmente no terreno. “Ter as pessoas certas, motivadas e com um sentido de responsabilidade para com a empresa é fundamental para que o processo flua de forma natural e sustentável. As empresas portuguesas precisam de começar a valorizar o capital humano. Posto isto, basta que as empresas portuguesas sejam mais rigorosas e assertivas na tomada de decisões. O problema não está na qualidade dos colaboradores mas na gestão que não sabe aproveitar os seus recursos”, afirma o nosso interlocutor. Enquanto administrador de uma empresa consultora, Rui Vicente não deixa dúvidas na hora de aconselhar as empresas nacionais: “o lucro não pode ser o único objetivo das empresas, há que motivar os recursos humanos. No mercado em que estamos inseridos isto é claro. As empresas têm qualidade, mas definem as estratégias um pouco «no ar».


BIOCOM EM DESTAQUE

ADMINISTRAÇÃO BIOCOM

BIOCOM

Companhia de Bioenergia de Angola anuncia o início da safra 2016/2017 O passado dia 17 de junho marcou o início da safra 2016 / 2017 da Biocom, que irá prolongar-se até 31 de Outubro. A partir dessa data, os mais de dois mil Integrantes da empresa estarão totalmente envolvidos na colheita e no processamento de 531 mil toneladas de cana-de-açúcar para a produção de açúcar, etanol e cogeração de energia elétrica.

Biocom, o maior investimento privado de Angola

pontos de vista

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P

ara prestigiar esse momento tão importante, uma cerimónia de lançamento reunirá Integrantes, Diretoria, os sobas da região, autoridades políticas locais e regionais. Dentre estes, o Governador de Malanje, Norberto dos Santos - “Kwata Kanawa”, o Diretor Geral da Biocom, Carlos Henrique Mathias, o Diretor Geral Adjunto, Luis Bagorro Júnior, além de todo o corpo diretivo da Biocom. Na safra 2016/2017, a Biocom produzirá 47 mil toneladas de açúcar, 16 mil metros cúbicos de etanol e 155.000 megawatts de energia elétrica. O açúcar produzido pela Biocom será destinado ao consumo do mercado interno. Já a energia elétrica será comercializada junto a RNT (Empresa Nacional de Energia de Angola). Por sua vez, o etanol anidro atenderá a demanda da indústria nacional de produtos de limpeza e de bebidas espirituosas. A maioria absoluta dos Integrantes que farão a safra acontecer é composta de nacionais. A Biocom conta hoje com 2.125 Integrantes nacionais e 196 expatriados, estes últimos representam menos de 10% da força produtiva.

A Biocom representa o maior investimento privado de Angola, fora do setor petrolífero, e um importante ativo de desenvolvimento nacional. O processo industrial e agrícola da empresa utiliza tecnologia altamente moderna e de ponta. Para o Luis Bagorro Júnior, Diretor Geral Adjunto da empresa, o sucesso da Biocom tem sido considerado como exemplo no processo de diversificação da economia angolana que prossegue com muita vitalidade. “Vivemos um momento de celebração pelo sucesso de investimentos privados que estão a fazer o país crescer em todas as Províncias. Sentimos orgulho ao fazer parte deste desenvolvimento, com a produção e comercialização do Açúcar Kapanda, além do etanol e eletricidade”.

Biocom, a empresa pioneira a produzir açúcar, eletricidade e etanol em Angola

Localizada no PAC - Polo Agroindustrial de Capanda - em Malanje, no Município de Cacuso, a Biocom ocupa uma área total de 81.201 hectares. Desse total, 70.106 são agricultáveis e 11.095 são reservados à preservação permanente da fauna e flora local. As atividades da Biocom englobam duas grandes áreas de atuação: (I) agrícola; e (II) indústria. As tarefas na área agrícola funcionam durante todo o ano e incluem os trabalhos de preparo de solo, plantio/replantio, tratos culturais e colheita da cana de açúcar. Em 2016, esta última será realizada entre os meses de junho a outubro. Já a atividade industrial, funciona em tempo integral durante todo o período de colheita, produzindo açúcar, etanol e energia. Em 2016, essa etapa ocorrerá entre junho e outubro. Nos demais meses do ano, a indústria opera produzindo energia através da queima de cavaco de madeira oriunda do processo de supressão vegetal das áreas da fazenda. Este período também é


tividade agrícola e alta qualidade da matéria prima. Por fim, a Biocom também é pioneira no uso de técnicas avançadas de manejo da cana-de-açúcar. Além disso, em 2016, a empresa iniciou a pulverização agrícola, para controlo de praga e adubação, com o uso de aeronave. Foi a primeira experiência desse tipo em Angola pós-independência.

aproveitado para proceder à manutenção de todos os equipamentos da indústria. Este regime de operação é típico da indústria sucroalcooleira em qualquer parte do mundo e decorre da impossibilidade de colheita da cana de açúcar no período de chuva.

Biocom em números

Na safra 2015/2016, a empresa produziu 24.770 toneladas de açúcar; 10.243 metros cúbicos de etanol e gerou 42.000 Mwh (megawatts) de ener-

Para os Integrantes, a Biocom dispõe programas estruturados de qualificação e aperfeiçoamento valorizando e desenvolvendo o talento nacional na busca de maior capacitação e consequentemente maior produtividade para poder, num curto prazo, competir com o mercado internacional. A Biocom preocupa-se também com o desenvolvimento das comunidades em seu entorno. Consequentemente, oferece programas de desporto, educação, cultura e lazer que beneficiam centenas de pessoas anualmente. Destaca-se, nesse sentido, a Escola Palancas negras, que oferece aulas de judo, jiu-jitsu e também atividades culturais para dezenas de crianças e jovens da região de Cacuso. Para incentivar o desenvolvimento económico sustentável e promover renda, a área social da Biocom apoia um programa de agricultura familiar. Mais de 300 famílias são beneficiadas com essa iniciativa. A empresa também dirige um projeto de fabricação de sabão neutro a partir do óleo de cozinha usado. Com esse trabalho, mais de 20 mulheres da comunidade de Cacuso têm a oportunidade de se desenvolver e gerar renda. ▪

11 junho 2016

gia elétrica. Na safra 2016/2017, iremos produzir 47 mil toneladas de açúcar, 16 mil metros cúbicos de etanol e garantir a cogeração de 155 mil megawatts de energia. Já na safra 2020/2021, quando atingiremos a capacidade máxima de produção da primeira fase, serão produzidos 256 mil toneladas de açúcar, 235 mil megawatts de energia elétrica e 33 mil metros cúbicos de etanol. Os resultados obtidos pela Biocom são possíveis porque a empresa oferece toda a estrutura humana e física necessária ao alcance dos objetivos. Nesse sentido, conta com o mais moderno Laboratório Agrícola de Angola, com capacidade para analisar solo, folhas, corretivos e adubos, fornecendo informações relevantes para a tomada de decisões técnicas que resultam numa melhor produtividade da cultura de cana; o laboratório Agrícola da Biocom está preparado também para prestar serviços para terceiros. A empresa mantém o seu próprio viveiro, onde são avalidas as espécies de cana-de-açúcar mais adequadas às condições climáticas e de solo da região; o viveiro de mudas pré-brotadas da Biocom tem por objetivo acelerar, através da multiplicação rápida, as variedades com alto potencial de produ-

Biocom, uma empresa comprometida com o desenvolvimento dos seus Integrantes e das comunidades no seu entorno.


DIGITALIZAÇÃO DA ECONOMIA

» Luís Ferreira, Gestor do projeto Saftonline, EM ENTREVISTA

SAFTONLINE SURGIU PARA SER SIMPLES A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Luís Ferreira, Gestor do projeto Saftonline, um sistema online que permite, de forma fácil e simples, a introdução dos dados respeitantes a faturas de clientes pelos escritórios de contabilidade.

S

AFTonline surgiu para ser simples. Trata-se de uma ferramenta moderna para escritórios de contabilidade que prezem a produtividade. Como funciona esta plataforma online? O Saftonline nasceu a partir de uma ideia que surgiu através de uma simples conversa com um contabilista que se queixava que passava mais tempo a carregar dados no portal da Autoridade Tributária (AT) do que realmente a fazer o seu trabalho. Este é o objetivo do Saftonline, facilitar o trabalho nos escritórios de contabilidade. O modelo da plataforma é “Software as a service”, ou seja, o contabilista acede ao portal sem necessidade de instalar qualquer tipo de programa. A plataforma esta disponível para aceder a partir de qualquer dispositivo, desde um smartphone até um PC. A digitalização da economia apresenta-se, hoje, como uma inevitabilidade e não como uma opção. Que mais-valias traz o SAFTonline para os seus clientes? Bem, tem tudo a ver com produtividade. Ora, se um contabilista que não use

pontos de vista

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o email com o Saftonline que lhe leva apenas uns segundos, mas continua a usar o portal da AT que lhe leva uns 8 minutos isso, multiplicado por muitas empresas, dá uma grande diferença de trabalho no final do mês no SAFTexcel: a poupança é de cerca de 30 minutos. Apesar dos reconhecidos avanços de Portugal no domínio da digitalização, o nosso país ainda se encontra a meio da tabela relativamente a outros congéneres europeus no que concerne à utilização das denominadas tecnologias de informação e competências digitais por parte dos diversos agentes – pessoas/empresas/serviços públicos. Que análise perpetua da adesão dos clientes ao SAFTonline e que caminho é necessário seguir para chegarmos aos lugares cimeiros, neste domínio na União Europeia? Muito tem de ser feito na alteração de mentalidades. Quase toda a gente que tem um smartphone tem a aplicação do Facebook instalada, mas não sabem ainda que também todo o seu negócio poderia estar disponível nessa plataforma que é o

LUÍS FERREIRA

smartphone, permitindo um grande acréscimo de produtividade. É necessário as empresas apostarem fortemente na tecnologia, como o simples facto de ter um bom site na Internet que permite uma abertura muito maior do seu negócio, mas, infelizmente, não existe visão para que essas ferramentas possam ajudar no dia a dia de pequenas e grandes empresas. Dados demonstram que, em Portugal, o número de empresas presentes no LinkedIn é de cerca de 16 mil. Onde estão as restantes? Não se trata de uma questão de meios financeiros para investimento, mas sim de mudança de mentalidades. Por outro lado, a ciberliteracia dos cidadãos, em Portugal, está ainda em níveis baixos. Urge melhorar as competências digitais dos cidadãos e levá-los a aderirem às atividades em linha, para que possam participar plenamente na economia e na sociedade digitais. Na sua ótica, quais são os maiores desafios que o SAFTonline enfrenta? O maior desafio é, neste momento, o empresário/contabilista perceber que o seu trabalho está a passar de mão de obra intensiva para tecnologia intensiva. Explicado de outra forma, hoje em dia o cliente entrega os documentos em papel, e o contabilista vai introduzir um a um no programa de contabilidade, bem como alguns dados no portal da AT e, ainda, outros dados no portal da Segurança Social. Ora, se essa informação já existe em formato eletrónico porquê toda esta duplicação de esforço? Com o Saftonline, o contabilista recebe igualmente os documentos, mas a diferença é que ao digitalizá-los o nosso sistema verifica de imediato os documentos e confirma com a AT a existência e verificação dos mesmos. Depois de tudo conciliado, automa-

ticamente executa a contabilização dos mesmos, ficando para o contabilista apenas e só o valor acrescentado de validar/corrigir o que está feito. O SAFTonline disponibiliza, ainda, uma funcionalidade vocacionada para as empresas de contabilidade e que tem o intuito agilizar o processo de “declaração mensal de faturação” dos comerciantes que ainda usam a faturação manual: a SAFTExcel. Qual tem sido o feedback dos clientes que utilizam esta ferramenta? Tem sido muito bom, todos os meses duplicamos a nossa base de clientes, visto que no Portal AT a mesma tarefa demora horas, e os nossos sistemas executam esse trabalho de uma forma perfeita. Temos um exemplo prático para dar. Um contabilista de uma empresa de táxis que faça, por exemplo, 120 faturas num mês demoraria cerca de 30 minutos no portal da AT para introduzir os dados. Através do Saftonline demora apenas 3 minutos. A economia digital faz mexer o online e o offline e assumiu-se como uma das novas tendências – do consumo e do mercado de trabalho. E, Inovação é cada vez mais palavra de ordem numa era em que a tecnologia e a modernização avançam a ritmos alucinantes. Neste sentido, por onde passa o futuro do SAFTonline? Este projeto tem já 6 meses e, neste momento, estamos cada vez mais a investir em sistemas de inteligência artificial. Temos uma nova funcionalidade que iremos disponibilizar no próximo mês em que a classificação das E-faturas no portal da AT, que todos os empresários em nome individual e até os particulares têm de efetuar, será automaticamente feita por um dos nossos sistemas de forma a estar mais correta possível poupando, assim, imenso tempo aos nossos clientes. ▪



OFERTAS DE RENTING - INOVAÇÃO

» LEASEPLAN EM DESTAQUE

PEDRO PESSOA

pontos de vista

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LeasePlan

O parceiro global de referência “A missão da LeasePlan consiste em oferecer as melhores soluções de renting e de mobilidade, por forma a facilitar a vida aos seus clientes e condutores”, afirma Pedro Pessoa, Diretor Comercial da LeasePlan, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Conheça mais de uma marca que é líder de mercado e que tem na Inovação e na Diferenciação algumas das suas mais-valias.


O Renting já não é um conceito desconhecido do público, embora ainda existam demasiadas dúvidas que urge desmistificar. Quais os benefícios desta modalidade? O renting oferece uma série de vantagens que o têm tornado numa das soluções mais aliciantes para quem procura mobilidade total, sejam Clientes particulares, empresários em nome individual ou empresas de qualquer dimensão. A oferta é diferenciada, mas as vantagens são comuns: o Cliente fica com acesso a assistência e manutenção automóvel em todo o território nacional e no estrangeiro. Por outro lado, permite maior liquidez por centralizar o custo da mobilidade num pagamento mensal sem entrada inicial, o que liberta recursos para outros investimentos. Esta centralização permite também um maior controlo e previsibilidade de custos, uma vez que todos os custos implícitos na compra (os custos com o desgaste resultante da utilização do automóvel e todos os riscos relacionados com a propriedade, manutenção e circulação) são incluídos numa só fatura. Também ao nível administrativo esta centralização facilita o Cliente, na medida em que elimina as tarefas administrativas associadas à gestão dos veículos. A LeasePlan apresenta várias soluções de mobilidade, inclusive, para o Cliente que tenha uma frota internacional. Como é feito este trabalho a nível internacional? A gestão de frotas internacionais é um desafio complexo, daí ser fundamental a centralização e coordenação com um único interlocutor com conhecimento global e local. De uma forma simplificada, se o contacto da empresa multinacional começar em Portugal, a LeasePlan faz os pedidos de propostas para os outros países e procede-se depois à assinatura de um contrato internacional. A LeasePlan Portugal faz o acompanhamento da gestão de frota com a LeasePlan nos restantes países e centraliza toda a informação de gestão global em contacto com o Cliente em Portugal. Nos respetivos países, é depois feita a entrega da frota e a prestação de serviços - como a manutenção, pneus, veículo de substituição, assistência em viagem, etc. – e há um contacto diário com o condutor. Para tal, o cliente poderá contar com um gestor de conta dedicado, apoiado por uma rede de co-

ordenação que abrange os 32 países em que a LeasePlan atua. Existe uma equipa internacional de consultoria que acompanha todos os assuntos globais, das políticas de frota ao controle de custos, do benchmarking à redução de CO2 e ainda um blog onde estas questões são apresentadas e debatidas (http://www.globalfleetinsights.com/fleet-management/). Para suportar e facilitar a gestão internacional, a LeasePlan dispõe de uma ferramenta, o Fleet Reporting Internacional, com informação e conhecimento para gerir a frota no mundo inteiro, o que possibilita a gestão de forma eficiente uma frota internacional enquanto assegura um serviço 100% local e multilingue. Outra das apostas da LeasePlan é o serviço de consultoria para a gestão de frotas de um Cliente. Que soluções inovadoras de consultoria presta a empresa? Enquanto parceiro na gestão de frotas, a LeasePlan atua em duas vertentes para apoiar os seus Clientes na redução de custos, prestando um serviço de consultoria diferenciador. Através do serviço Savings Accelerator é feita uma análise consultiva e identificados os principais componentes de custos nas frotas (combustível, portagens, sinistros, entre outros). A partir desta análise, é delineado um plano de ação em conjunto com o Cliente para a efetivação da redução de custos, nomeadamente ao nível da escolha de veículos e da implementação de medidas para minimizar o impacto fiscal. Por outro lado, disponibilizamos também o Dossier de Gestão, que inclui o Relatório de Sinistralidade, o Relatório de Níveis de Serviço e o Relatório Executivo, uma ferramenta que reúne informação detalhada de gestão, através da qual monitorizamos de forma contínua o comportamento e a evolução da frota, o que permite atuar em caso de desvios aos objetivos definidos. De modo geral, os Clientes que conseguem um maior controlo e redução de custos são aqueles com uma Política de Frota ativa e bem estruturada. A equipa de consultores da LeasePlan está permanentemente a analisar o mercado automóvel e o seu contexto. As conclusões são partilhadas com os nossos Clientes em estudos, que identificam oportunidades e ameaças, nomeadamente alterações fiscais ou legais e outras alterações que possam ter impacto na gestão das suas frotas. O que marca a diferença da LeasePlan nas ofertas apresentadas? A missão da LeasePlan consiste em oferecer as melhores soluções de renting e de mobilidade, por forma a facilitar a vida aos seus clientes e condutores. Queremos ser reconhecidos como o parceiro global de referência na gestão de frotas e mobilidade dos condutores. Temos um diferenciador único no mercado que, com a estabilidade no mercado de usados, está a ser revitalizado e é muito apreciado pelos clientes: o Cálculo Aberto. Trata-se de um sistema onde as economias obtidas na exploração da frota revertem a favor do Cliente, da mesma forma que eventuais perdas são absorvidas pela LeasePlan. Mais recentemente complementámos a nossa oferta com o lançamento do FlexiPlan, uma solução de mobilidade para prazos mais curtos (desde 1 dia a 24 meses), disponível para todos os Clientes de renting LeasePlan que precisam de reforçar temporariamente a sua frota. Com este serviço, os nossos Clientes têm a vantagem de poder contar com um único parceiro de mobilidade para qualquer necessidade, sejam estes de apenas alguns dias ou vários anos.

O FUTURO

De futuro, qual o caminho a seguir pela LeasePlan para se diferenciar dos demais operadores de Renting e destacar a empresa no mercado cada vez mais competitivo e exigente? O caminho da LeasePlan irá continuar a ser o de consolidação no segmento das médias e grandes empresas e também continuar a apostar nos segmentos emergentes, nomeadamente, PME e os Particulares que cada vez mais estão a assumir um maior protagonismo. Para isso, temos previsto o lançamento de novos produtos e serviços que nos permitam ir ao encontro das necessidades reais das empresas no que respeita à redução de custos e à transferência de riscos. Pretendemos ainda manter a aposta estratégica no nosso Serviço de Consultoria, nomeadamente através do lançamento de alguns estudos subjacentes a temas estratégicos para o setor e para as empresas nacionais. Por último, estamos a preparar para breve o lançamento de novas ferramentas de mobilidade integrada, por forma a promover a maior conetividade dos condutores. Acreditamos que o futuro da LeasePlan passará pelo conceito de mobilidade integrada, com soluções flexíveis e dinâmicas que permitam vários serviços incluídos para melhorar a experiência dos nossos Clientes e Condutores.

Com mais de 20 anos a gerir frotas em Portugal e cerca de 96 mil contratos em carteira, qual tem sido a estratégia da LeasePlan para a sua consolidação no mercado? Ao longo destas duas décadas de atividade, temos sabido tirar partido dos valores que estiveram na base da nossa fundação, nomeadamente a criatividade, o espírito pioneiro e a paixão pela inovação, o que nos tem permitido ocupar uma posição de liderança, evoluir e consolidar a nossa notoriedade num setor de atividade tão concorrencial. A nossa estratégia tem passado, portanto, pelo enfoque claro no Cliente e no Condutor que orienta a nossa atuação e tem resultado em soluções de mobilidade que se adaptam às necessidades de cada organização, promovendo a redução de custos, a previsibilidade dos riscos e a otimização da rentabilidade. Esta forma de atuação responde ao conceito de Tripple Bottom Line: garantir a mobilidade das Pessoas, reduzir as emissões de CO2 cuidando do Planeta, e controlo de custos tendo em vista o Lucro e a rentabilidade da LeasePlan e dos nossos Clientes. Que análise faz do mercado? Acredita que é uma boa novidade a entrada das marcas automóveis no domínio do Renting? É positivo para o setor? Sim, a existência de mais players no mercado é positiva para o setor do renting em geral, na medida em que contribui para o próprio desenvolvimento do setor e a valorização global do conceito de renting. Nas cativas o foco está na marca que representam, não tendo a abrangência de oferta e a dimensão de empresas que se dedicam única e exclusivamente ao renting. ▪

15 junho 2016

H

ouve um tempo em que o Renting era visto como sendo apenas para as grandes empresas. A LeasePlan apresenta soluções para PME, empresários em nome individual e particulares. Que ofertas especiais ou mais-valias oferecem a empresas e particulares? Os benefícios do renting enquanto solução de mobilidade começam a generalizar-se em todos os segmentos de Clientes, porque é, acima de tudo, um conceito de mobilidade a custo fixo. No segmento Corporate, acreditamos que nos diferenciamos por sermos parceiros e consultores estratégicos dos nossos Clientes e não apenas simples prestadores de serviços. Temos disponibilizado serviços de consultoria cada vez mais especializados, que se centram na identificação de oportunidades de redução de custos com a frota e trabalhamos, em conjunto com os nossos Clientes, na definição da estratégia mais eficiente para a otimização do seu parque automóvel. No segmento das PME e Particulares, temos criado ofertas e níveis de acompanhamento especificamente desenvolvidos para este perfil de Clientes, uma aposta que abarca desde a promoção de campanhas, até à disponibilização de um simulador e de uma loja online (www.leaseplango.pt).


cRÉDITOS: RTA

cRÉDITOS: RTA

Caldas Monchique

Foia

TEMA DE CAPA

» ALGARVE – UM DESTINO DE EXCELÊNCIA

“Conseguimos posicionar o Algarve como um dos principais destinos turísticos do mundo” Falar de Algarve é falar do que de melhor existe em Portugal. O clima ameno durante todo o ano, a costa repleta de praias absolutamente magníficas, banhadas pelo Atlântico e a diversidade de alojamentos, vida noturna, atividades e desportos fazem deste espaço a sul de Portugal plantado um dos destinos perfeitos para aqueles que desejam relaxar e divertir-se. Mas não só.

M

DESIDÉRIO SILVA

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pontos de vista

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as para que o Algarve continue a figurar nos principais «palcos» dos melhores destinos de férias é necessário um trabalho conjunto, assente em parcerias entre operadores privados e públicos, em que a única linha orientadora seja a de um desiderato comum, continuar a fazer do Algarve o destino predileto de milhões de pessoas a nível mundial. A Revista Pontos de Vista conversou com Desidério Silva, Presidente da RTA – Região de Turismo do Algarve, que nos deu a conhecer o que tem sido realizado neste domínio, aquilo que ainda falta fazer, sem esquecer que os desafios nunca cessam e que as prioridades são sempre as mesmas, ou seja, trabalhar mais em prol do Algarve, uma marca que tem conquistado diversos reconhecimentos de diversas partes, tendo sido recentemente eleita, pela primeira vez, como Marca de Confiança por parte dos leitores das Seleções do Reader’s Digest, onde a qualidade, a relação custo/benefício e a perceção das necessidades do cliente foram os

critérios que levaram a esta eleição. Mas afinal quais são as principais razões que perpetuam o Algarve como um dos melhores destinos de férias a nível global? A confiança é, sem dúvida, um dos fatores principais, mas existem mais. “O Algarve, nos últimos anos, tem sabido preparar-se para isso mesmo. Tem havido investimentos privados que buscam uma melhoria da qualidade e com capacidade para encontrar soluções que tivessem capacidade de resposta quando fossem necessárias”, advoga o nosso entrevistado, assegurando que o Algarve soube percorrer esse caminho, “quer através dos investimentos privados, como dos públicos”, afirma, reconhecendo que nem tudo está feito, embora tenha havido, nos últimos anos, uma preocupação grande na criação de condições para que o Algarve fosse visto como um território com ofertas diversificadas e de qualidade, “o que contribui, naturalmente para que esta região seja a escolha de muitos turistas para gozar as suas férias”.


cRÉDITOS: RTA

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Faro Museu

Silves

Farol São Vicente

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«Batalha» para esbater a sazonalidade

A sazonalidade sentida no Algarve ainda é um entrave ao desenvolvimento da região, embora o mesmo tenha vindo a ser cada vez mais mitigado, até porque a RTA, lançou, no ano passado um Plano de Marketing Estratégico para o Turismo do Algarve para o período 2015/2018, tendo como componentes a estruturação do produto e ofertas para serem integradas e complementadas na região, cenário que tem vindo a ser colocado em prática. Os produtos em destaque no plano de marketing dividem-se em três prioridades: Produto consolidado, no qual se integra o Sol & Mar, Golfe e Turismo residencial; Produto em Desenvolvimento, onde estão o Turismo de negócios, Turismo de Natureza e Turismo Naútico; e ainda Produto complementar, destacando a Gastronomia e Vinhos, Touring e Turismo de saúde. Naturalmente que o Algarve não pode ter sus-

tentabilidade se estiver em «atividade» somente na época de verão e daí ser necessário, como tem vindo a ser realizado, criar medidas e apostar em novos segmentos. “Só seremos sustentáveis se conseguirmos alargar as margens para além dos meses de verão. Assim, temos intervido bastante nesta vertente nos últimos anos, criando novos produtos, reformulando e reestruturando os existentes que permitam que a oferta seja mais alargada”, salienta o nosso entrevistado Desta forma, tem sido realizada uma aposta em diversas vertentes, como o turismo de natureza, “que tem crescido bastante” e em tudo o que esteja associado com a gastronomia e os vinhos. “Há sinais claros que nos vão dando indicações dessa oferta e retoma para podermos ser sustentáveis por um prazo mais alargado e daí a criação de atividades e eventos que permitam reposicionar a região, conferindo-lhe mais notoriedade e visibilidade”, esclarece Desidério Silva.

junho 2016

Estar no topo, pressupor também um incremento das responsabilidades e quando falamos em convergência de interesses e de um sentido, é preciso que todos os players existentes nesse fito tenham a perceção clara das suas reais responsabilidades. O investimento privado e local, tal como já foi referido, tem sido uma das alavancas do desenvolvimento da região. E estes? Têm sabido lidar com o aumento da visibilidade e responsabilidade na região? Desidério Silva não tem dúvidas em responder afirmativamente, mas é preciso continuar neste caminho. “Têm realizado um esforço no sentido de se adaptarem a estas novas procuras, propiciando condições para uma oferta de qualidade. Estão a trabalhar arduamente e de uma forma equilibrada para garantir a continuidade desta procura, não criando situações pontuais que poderiam contribuir para denegrir a imagem da região. Queremos, acima de tudo, proporcionar uma oferta de qualidade, credível e de confiança para que os operadores e os agentes compreendam que o Algarve tem vindo a comportar-se na linha da gestão da sua oferta para garantir investimentos, inclusive de âmbito internacional. A palavra de ordem é Confiança”. “O Algarve não tem sido reconhecido no que concerne ao contributo para a economia nacional”, assevera o Presidente da Região de Turismo do Algarve, que lembra que ao longo dos últimos Governos “sentimos sempre isso, pois não temos tido sido em conta em função da importância e da riqueza que a região gera. Naturalmente que têm sido dado passos importantes no que concerne às denominadas infraestruturas básicas como o saneamento, a água e acessibilidades, mas ainda há muito a fazer na região para melhorar a imagem como região de excelência turística e neste panorama precisamos de mais apoio do Governo”. Como líder máximo de uma instituição com a dimensão e a credibilidade da RTA, o nosso interlocutor assume que o seu papel é o de “alertar e pressionar”, até porque ainda existe muito para se fazer, “e um Governo que esteja minimamente atento, sabe que qualquer investimento realizado no Algarve terá retorno, produz riqueza e emprego”.

cRÉDITOS: RTA

“A palavra de ordem é Confiança”


TEMA DE CAPA

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» ALGARVE – UM DESTINO DE EXCELÊNCIA

cRÉDITOS: RTA

Feijoada de Marisco

Há vários indicadores que estão a coincidir com aquilo que é o aspeto transversal da região, verificando-se uma procura superior ao ano passado. Verifica-se isso nos restantes meses do ano sem ser em julho e agosto D. Rodrigo

“É possível superar o ano de 2015”

pontos de vista

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O Algarve é hoje um dos principais destinos de Golfe da Europa, sendo considerado um produto de elite para os praticantes da modalidade e estando no topo ao nível das ofertas do turismo algarvio. A simbiose entre os traçados dos diversos campos com a paisagem fantástica em que estão inseridos, satisfazem os requisitos dos aficionados mais exigentes. Como não podia deixar de ser, o Golfe algarvio continua numa fase ascendente, tendo atingido, em 2015, o maior número de voltas em golfe jogadas, tendo superado os resultados de 2007, o melhor ano para o golfe na região antes da crise financeira mundial que mergulhou a economia europeia em recessão. Estes dados demonstram que o golfe é um pilar decisivo na diminuição da sazonalidade. “Os indicadores que temos refletem isso mesmo, ou seja, o Golfe tem ajudado e muito a esbater a sazonalidade e o período de meses em que é mais complicado em termos de taxas de ocupação. É este nível de aceitação e recetividade que pretendemos para outros produtos da região”, refere o nosso entrevistado. Se foi um grande ano para o Golfe em 2015, para a hotelaria e turismo em geral no Algarve também o foi, sendo, até hoje, o melhor ano do Turismo no Algarve, tudo isto consequência de

um crescimento do envolvimento dos parceiros privados com a Região de Turismo do Algarve. Mas é possível superar 2015? Desidério Silva não tem dúvidas. “Claro que sim e tudo indica que será claramente superado. 2016 será o ano do Algarve. Se olharmos para os números do aeroporto, verifica-se que nos três primeiros meses do ano teve taxas de crescimento perto dos 20% e isso são sinais positivos, com o aumento das rotas para novos países. Há vários indicadores que estão a coincidir com aquilo que é o apelo transversal da região, verificando-se uma procura superior ao ano passado. Verifica-se isso nos restantes meses do ano sem ser em julho e agosto”

Sinais positivos

Reino Unido, Alemanha, Holanda, Irlanda e Espanha têm sido os principais emissores de turistas para a região algarvia e vão continuar a ser uma forte aposta, sendo que o mercado francês também tem conhecido um crescimento substancial nos últimos dois anos. Há outros mercados, como o Benelux, e países como a Suíça, Áustria, Bélgica e Polónia, “que também têm contribuído para o nosso crescimento no que concerne à procura da região e isso reflete-se na economia, no mercado de trabalho e, consequentemente, na requalificação por parte dos empresários da região para melhorar a qualidade do Algarve.

Cacela Velha

Esse trabalho tem sido feito”, esclarece o nosso entrevistado, lembrando contudo que existem cenários que são inexplicáveis. “Não podemos ter uma unidade hoteleira de 6 estrelas com acessibilidades completamente degradadas”, salienta, assegurando que, felizmente, as autarquias “têm percebido esta necessidade e qual o caminho a percorrer para continuarmos a colocar o Algarve no patamar da liderança”. Outro ponto identificativo deste crescimento e revelador que 2016 pode de facto ser o melhor ano de sempre para o Algarve passa pelos números até agora obtidos do aeroporto, em que se verifica, nos três primeiros meses do ano, uma taxa de crescimento a rondar os 20%. “São sinais muito positivos e que estão a coincidir com o que é o apelo transversal da região”. Na presidência da RTA desde novembro de 2012, Desidério Silva tem sido uma das vozes mais críticas sobre a postura da TAP no Aeroporto Internacional de Faro, assegurando que é necessário um maior envolvimento da companhia aérea portuguesa. “Infelizmente, a TAP representa apenas 3% dos passageiros do Aeroporto de Faro, e isso significa que não tem uma política que se adapta à nossa região e pouco ou nada tem contribuído para o desenvolvimento da região com a sua política de não realizar voos de Faro para as cidades europeias, o que faz toda a diferença na captação de turistas para o Algarve.” ▪


cRÉDITOS: RTA cRÉDITOS: RTA

Arrifes

Barra Armona

Assegurando que hoje o turista português é tratado de igual forma em relação ao visitante estrangeiro, segundo o Presidente da RTA é necessário continuar a trabalhar em prol do Algarve e não adormecer à sombra dos dividendos até aqui alcançados. “Falta concluir infraestruturas que ainda estão em fase de construção. É necessária uma rede de transportes que faça a ligação entre todos os municípios e os destinos turísticos. As marinas e os portos necessitam de melhorias e requalificações. A região necessita de um «brilho» e de uma melhor funcionalidade das diversas estruturas para que a oferta turística algarvia funcione de uma forma mais complexa. Não são necessárias mais unidades hoteleiras, mas condições que melhore a oferta que já temos”, revela, assegurando que uma das prioridades atuais passa pela formação de recursos hu-

manos no domínio do Turismo. Há três anos e meio a «dirigir» os destinos da RTA, Desidério Silva é hoje um homem convicto que a região do Algarve tem credibilidade e que é uma instituição respeitada e ouvida e que trabalha em conjunto com os parceiros da região”. Mas qual a maior conquista? “A realidade é evidente. Conseguimos posicionar o Algarve como o principal destino turístico do país e um dos mais importantes do mundo e, em simultâneo, conseguimos criar maior diversidade e visibilidade dos produtos. Estamos a conseguir que a região seja falada não só pelo Golfe, o sol e as praias, mas por outras vertentes e segmentos. Esta é a nossa conquista, temos conseguido crescer bastante sobre «números grandes” e isso é o mais difícil. Não vamos ficar por aqui, porque o Algarve e os algarvios merecem esta dedicação”, conclui o Presidente da Região de Turismo do Algarve.

“Vamos manter o nosso plano de marketing e planos de ação, cujas principais preocupações estão relacionadas com o turismo de natureza, com o património e com o turismo desportivo. Temos uma série de ações que já estão no terreno que nos permite verificar que já há empresas que nasceram vocacionadas para a vertente marítima turística, a cultura e o turismo de natureza. É sinal que as coisas estão a correr bem e no sentido que pretendemos que corram. As empresas estão a dar corpo e a especializar-se na oferta diversificada que o Algarve tem. Queremos aumentar o mercado interno para o resto do país e Espanha, e é um trabalho que já estamos a fazer. Conseguimos alargar as rotas para Madrid e Barcelona por um período de tempo maior, por isso vamos apresentar o destino Algarve nessas duas grandes cidades espanholas. Temos já um programa e uma ação de intervenção para o próximo ano em Madrid focando a oferta que o Algarve tem a nível turístico. Queremos tornar a região num destino de excelência para o ciclismo, pelo que também já temos ações de trabalho nesse sentido em parceria com o Turismo Portugal e a Federação Portuguesa de Ciclismo para promover provas de BTT e o ciclo turismo”

19 junho 2016

“A região necessita de um «brilho»”

Desidério Silva em Discurso direto


DESTINOS DE SONHO

» CASTRO MARIM GOLFE AND COUNTRY CLUB

Ideal

para quem procura tranquilidade

Ricardo Cipriano

E quando se fala em férias de sonho, é inevitável falar do Castro Marim Golfe and Country Club, um empreendimento turístico de excelência que faz as delícias de qualquer um. A Revista Pontos de Vista foi conhecer este espaço localizado em Castro Marim, no Algarve e conversou com Ricardo Cipriano, Diretor Geral da unidade hoteleira que nos deu a conhecer um pouco mais deste espaço de excelência, os desafios que se adivinham de futuro, sem esquecer que a qualidade é o principal timbre deste espaço.

C pontos de vista

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astro Marim Golfe & Country Club destaca-se como um local de eleição para quem pretende reservar as suas férias numa elegante moradia com piscina privativa e todas as comodidades essenciais. Qual tem sido a estratégia adotada pelo Resort para obter a consolidação que apresenta atualmente? Acima de tudo procuramos primar pela qualidade do serviço que oferecemos, quer no que respeita ao capital humano dos nossos colaboradores quer nos equipamentos e nas infraestruturas. Neste sentido, temos vindo a investir significativamente na melhoria do empreendimento. Paralelamente, temos optado por uma estratégia de promoção do resort em todos os certames e feiras dedicadas aos produtos que oferecemos, nos mais diversos mercados, com grande destaque para o mercado nacional e também para o mercado espanhol, sem esquecer os mercados tradicionais e alguns emergentes no qual destaco o Francês.

O Mercado Imobiliário é uma das grandes apostas do Castro Marim Golfe & Country Club para quem esteja a considerar comprar uma luxuosa casa de férias. Como tem evoluído a procura neste segmento de mercado? O mercado imobiliário nacional e, em particular no Algarve, tem vindo aos poucos a recuperar. A procura pelos nossos produtos imobiliários tem acompanhado essa recuperação, e tivemos inclusivamente a necessidade de reforçar o nosso departamento de vendas imobiliária. As medidas de incentivo fiscais implementadas pelo Governo têm também contribuído para essa evolução. A Organização de Eventos é outro ponto forte do Resort. Porquê a aposta neste setor? Que eventos disponibilizam aos vossos clientes? A organização de eventos tem sido, de facto, uma forte aposta, em particular no mercado de casamentos oriundos do estrangeiro, nomeadamente

da Irlanda e do Reino Unido, da Holanda que nos procuram para a organização deste tipo de eventos. Para o efeito, desde 2011 que vimos a promover o Resort junto de feiras da especialidade nesses mercados. Igualmente o mercado nacional tem aderido a este tipo de eventos e a procura pelo nosso resort tem aumentado significativamente. Mas por outro lado temos também uma oferta para o mercado de grupos e corporate, com reuniões e congressos de varias instituições, como sejam bancos, ordens profissionais, que incluem pacotes com alojamento e alimentação. Tem aumentado a procura de Resorts para estadias longas quando é necessário uma casa com serviço de hotel. O mesmo se tem verificado no Castro Marim Golfe & Country Club? Que mais-valias oferecem para quem procura estadias longas? De facto, a procura por esse tipo de estadia tem


dês, o Alemão, o Sueco, entre outros. Penso que a promoção tem olhado para outros mercados e temos conseguido atrair e, mais importante, fidelizar, esses turistas pelas nossas qualidades intrínsecas como sejam o clima, a praia, o golfe, a natureza, mas também por uma qualificação da oferta e do serviço que tem sido feita nos últimos anos seja na área pública como nos privados.

Algarve é sinónimo de praia e golfe. Castro Marim é famoso pelas suas zonas de treino, recebendo com frequência grupos que vêm de férias para aprender a jogar golfe. Há dois campos de treino perto do clube, um para tacos de madeira e outro para fazer o aquecimento com tacos de ferro curtos. Que importância assume o Golfe para o Resort? O golfe é a âncora do Resort, é fundamental para a estratégia que temos delineada. Como bem referiu, as nossas condições de treino são fantásticas. Nesse sentido, inauguramos no passado dia 17 de março a Cristhy O’Connor Golf Academy, um projeto em parceria com o filho desta lenda do Golfe Mundial e que é igualmente o profissional do campo, Peter O’Connor. Para nós é uma honra e uma responsabilidade associar o nosso nome a uma das maiores lendas do Golfe mundial. Verifica-se o aumento da importância das relações entre Portugal e França para o setor do Turismo na região do Algarve, bem como aumentar a ocupação de quartos na época baixa. Como tem sido feita a promoção neste sentido? É verdade, o mercado Francês tem crescido exponencialmente nos últimos dois/três anos, especialmente na época dita mais baixa, mas não só. Da nossa parte, temos marcado presença nas últimas três edições do Salão Imobiliário e de Turismo de Portugal em Paris. No ano passado também estivemos em Lyon no mesmo certame e já este ano aumentamos a nossa presença no Salão Mundial de Turismo de Paris. Para além disso temos já es-

tabelecidas algumas parcerias com operadores e agências de viagem franceses que operam em Portugal. Quais são as mais-valias desta relação Portugal-França? As mais valias são de vários níveis. Numa primeira abordagem diria que a vertente imobiliária se destaca. Repare que os Franceses são neste momento que mais compram propriedades em Portugal. Depois, claro, toda vertente da hotelaria, restauração, comércio tradicional beneficia da presença cada vez maior de Franceses em Portugal. A preferência dos britânicos pelo Algarve não é novidade. No entanto, têm surgido turistas de outros países que optam pela região como lugar de excelência para férias. O que tem mudado na oferta do turismo no Algarve nas suas variadas vertentes? Os britânicos são, de facto, aqueles que visitam o Algarve com mais regularidade, mas temos outros mercados já consolidados e alguns em franco crescimento já há vários anos, como o mercado Holan-

A nível nacional, os portugueses também fazem cada vez mais férias “lá fora, cá dentro”. Em que patamar se encontra a procura do Resort por parte dos turistas nacionais? Podemos dizer com orgulho que o mercado nacional é o número 1 em termos de procura de alojamento no nosso resort, em particular na época de verão! Por isso mesmo dedicamos uma atenção especial ao nosso mercado interno, nunca descurando aquilo que são as especificidades deste mercado. O Algarve lidera a procura para as férias de verão. Quais são as expetativas para o verão 2016? E para os anos consequentes? O Verão de 2016 vai certamente bater recordes em termos de ocupação. Neste momento a nossa ocupação para o verão é muito próxima dos 100%. A expectativa que temos para os anos seguintes é seguir esta linha de ocupação que temos seguido até hoje. Com a necessidade de tornar a região do Algarve num local de férias não só no verão, mas também nos restantes meses do ano, qual será o caminho a seguir pelo Castro Marim Golfe & Country Club? A sazonalidade é um dos problemas do Algarve e de quase todas os destinos turísticos. Não há como obviar essa realidade. No entanto, há trabalho que estamos a desenvolver há vários anos para esbater essa realidade. O golfe no nosso caso mitiga essa dificuldade já que as épocas altas divergem da época de férias tradicionais. Depois procurando novos produtos e mercados. O BTT, o birdwatching, o turismo de saúde são áreas em que também apostamos para esbater os efeitos da sazonalidade. ▪

21 junho 2016

aumentado e nós temos acompanhado o mercado nesse sentido. Para o efeito, temos uma série de pacotes que incluem a prática do golfe, as aulas de iniciação ao golfe, a utilização das áreas comuns do empreendimento, como sejam o ginásio, as piscinas, os campos de prática. Depois temos algumas parcerias com empresas de animação turística, que disponibilizam uma panóplia de atividades com condições bastante atrativas para os nossos clientes.


TURISMO EM PORTUGAL

» VILA VIÇOSA EM DESTAQUE

“VILA VIÇOSA, VILA DUCAL RENASCENTISTA” A candidatura promovida pelo Município de Vila Viçosa já está inscrita na Lista Indicativa de Portugal, da UNESCO, rumo à classificação como Património Mundial, um feito que revela o esforço em benefício do património local da região. A Revista Pontos de Vista conversou com Manuel João Fontainhas Condenado, Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, que nos deu a conhecer um pouco mais deste desafio e de uma «terra» especial. -se, em muitos casos, em resultados de grande alcance junto da sociedade local, nacional e internacional, certamente com continuidade no futuro. MANUEL JOÃO FONTAINHAS CONDENADO

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econhecido a nível nacional e mundial como a Capital do Mármore, o concelho de Vila Viçosa tem conhecido um desenvolvimento importante e relevante. Neste sentido, quais têm sido as principais prioridades do seu Executivo e que balanço é possível perpetuar do mesmo? Estamos convictos de que, se pretendermos realizar um projeto de desenvolvimento sustentado de Vila Viçosa, os recursos patrimoniais constituem uma prioridade absoluta. A sequência das principais prioridades da “Capital do Mármore” é de resumo imediato: a simbiose entre o património cultural e o turismo adquire uma importância capital. Assim, emergem três pilares prioritários: a diversidade cultural, o desenvolvimento sustentado e o turismo, que no seu conjunto constituem uma plataforma de oportunidades. Neste sentido, o labor desenvolvido traduziu-

pontos de vista

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A candidatura promovida pelo Município de Vila Viçosa, já está inscrita na Lista Indicativa de Portugal, da UNESCO, rumo à classificação como Património Mundial. Porquê esta aposta? Desde há várias décadas que temos procurado ser dignos e fiéis herdeiros do legado espiritual e material das gerações que nos precederam. Hoje, continuamos empenhados no mesmo esforço em benefício do património local. Mas queremos ir ainda mais longe. É neste entrelaçado de motivações, onde as questões da valorização, conservação e divulgação do património, a cooperação institucional e científica, o reconhecimento internacional e a participação da comunidade local assumem uma posição de destaque, que se deve situar o impulso para inscrever Vila Viçosa na Lista do Património Mundial. A candidatura assenta na “Paisagem Urbana, Arquitetónica, Histórica e Cultural” de Vila Viçosa. É uma forma de colocar a cultura de Vila Viçosa, do Alentejo e de Portugal no mundo? Foi em torno da especificidade das transformações urbanísticas, com particular destaque para o inovador projeto que reconcilia um modelo renascentista

e um burgo medieval, que se fundamentou o Bem “Vila Viçosa, vila ducal renascentista”. Não é demais recordar que a Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural da UNESCO é o instrumento de direito internacional de maior sucesso e repercussão junto do grande público. Por isso, a classificação mundial constitui uma abertura do nosso património ao Mundo, um precioso elemento para a divulgação turística e um projeto com capacidade de projeção internacional. Este já é um desiderato que tem vindo a ser adiado no tempo… em meados dos anos noventa. Porquê todo este período de espera? Que medidas foram tomadas para que agora estejam reunidas as condições para esta candidatura? A ideia de preparar uma candidatura de Vila Viçosa à Lista do Património Mundial remonta a finais dos anos noventa. O atual Executivo Camarário deu um novo alento a este processo, encaminhado para a elaboração do formulário de candidatura para a Lista Indicativa, para a realização do estudo comparativo e para a reformulação do Documento de Inclusão. Foi necessário fundamentar cientificamente as características do nosso valor universal excecional. Tarefa complexa que exigiu de todos um labor persistente que reuniu a sociedade civil calipolense e, sobretudo, a cooperação

científica especializada. A preparação da candidatura tem decorrido de acordo com um processo dilatado no tempo que permitiu estabelecer mecanismos adequados de apoio, reunir material e mobilizar interessados. Por isso, hoje dispomos de informações credíveis sobre o bem proposto, contrariando, assim, um perigo das candidaturas mal sucedidas, como é o caso da falta de tempo. Qual tem sido o trabalho da autarquia no sentido de potenciar o património ímpar do município e de que forma é que este trabalho só tem sido possível através de um trabalho de parceria com o universo privado? Naturalmente que pertence à Câmara Municipal de Vila Viçosa a responsabilidade de preparar e organizar o dossier da candidatura, mas cabe à comunidade local a responsabilidade de participar ativamente na sua construção. A responsabilidade é essencialmente nossa; o usufruto será de todos. A magnitude das tarefas decorrentes deste processo representa um acréscimo de trabalho para o qual é necessário uma grande ambição e determinação e um avultado investimento camarário, assim como uma cooperação profícua com várias instituições, públicas e privadas. Acredita que Vila Viçosa reúne todas as condições para ser considerada Património Mundial, da UNESCO? Para entender o valor do património local, atente-se à forma como foi avaliado por um painel de especialistas. Com efeito, a Comissão Nacional da UNESCO decidiu inscrever o Bem “Vila Viçosa, vila ducal renascentista” na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial, considerando justificada a aplicação dos critérios ii) e iv) e reconhecendo a sua extraordinária capacidade de autenticidade e a integridade dos seus elementos. Em síntese, destaca-se a integridade do projeto urbanístico seiscentista portador de uma marca pioneira e de um significado universal, o que constitui a principal alavanca da candidatura. Em segundo lugar, sobressai a especificidade dos equipamentos marmóreos. Em terceiro lugar, há que contar com o Paço Ducal. Vila Viçosa oferece, pois, razões de sobra para ser contemplada com o título de Património Mundial. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT


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LIDERANÇA NO FEMININO

» Play Planet em destaque

A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Milva Maggioni, sócia-gerente da Play Planet que nos explicou que “a empresária que é mulher, mãe, filha, amiga…dificilmente consegue dissociar-se dessas variadas facetas, e de tudo o que isso implica”.

ANA CORREIA, MAFALDA ANTUNES, MILVA MAGGIONI

E pontos de vista

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dificada em 2010, a Play Planet – Mobiliário Urbano, Construção e Paisagismo, LDA assume uma postura e atitude completamente diferente do comum no universo empresarial. Que análise é possível perpetuar deste trajeto e de que forma tem essa «disposição» sido essencial para o sucesso da marca? A Play Planet nasceu em janeiro de 2010 fruto do empreendedorismo de quatro amigos que partilhavam do mesmo sonho e se regiam pelos mesmos valores. A nossa postura passou sempre, e continua a passar, por um extremo respeito uns pelos outros, pelos nossos colaboradores, pelos nossos parceiros, clientes e cidadãos. Pela promoção de uma sociedade mais justa, interessante e inclusiva, onde a arte, o desporto, o lazer e a socialização andam de mãos dadas. À data existiam, tal como ainda hoje existem, inúmeras empresas no mercado que comercializam equipamentos dedicados a espaços de jogo e recreio, o nosso core business. No entanto, estas continuam a ser maioritariamente focadas no produto e no negócio, enquanto nós, na Play Planet, damos primazia às soluções e ao cliente. Isto faz toda a diferença. Talvez fruto da minha formação profissional, enquanto arquiteta paisagista sempre pensei no espaço como um todo, como algo a ser tratado de forma coerente e integrada. Nunca me interessou “escoar” produtos, mas antes desenvolver espaços de qualidade, interessantes e úteis para os cidadãos. Espaços de convívio, bem-estar e de promoção de uma vida saudável e feliz. Isto consegue-se sobretudo com recurso a produtos e soluções personalizadas, desenvolvidas

de acordo com a especificidade de cada projeto. Trabalhamos assim, ao contrário das centenas de empresas existentes neste setor de atividade. Estas apresentam produtos standard, de catálogo, e apenas esporadicamente produtos adaptados a uma situação concreta, enquanto a Play Planet preconiza prioritariamente soluções personalizadas. Esta abordagem, de “alfaiates do espaço público”, com soluções criativas e originais, tem despertado o maior interesse, cativado muitos, e angariado clientes fiéis, sendo claramente uma boa parte da razão do nosso sucesso. A Play Planet dispõe de diversas equipas técnicas de montagem e instalação de mobiliário urbano, equipamentos e construção civil, com alcance em todo o território nacional e em vários países estrangeiros. A expansão para o restante mercado internacional é uma das prioridades da empresa? Sim, é sem dúvida uma prioridade. Temos noção que o desenvolvimento da empresa passa necessariamente pela internacionalização e exportação. Portugal é um país muito pequeno para garantir um crescimento continuado. Para além disso aposta muito pouco no design, arte e cultura, sobretudo no espaço público. Aqui o preço é ainda muito dominante face a outros aspetos bem mais importantes, como funcionalidade, estética, qualidade de materiais, facilidade de manutenção e durabilidade. E, no que toca a estes aspetos, os decisores são habitualmente pouco exigentes. Por outro lado, há também a ideia errada de que o que é personalizado é mais dispendioso. Nem sempre é assim.

Com uma vasta gama de serviços e produtos que a Play Planet disponibiliza aos seus clientes, como define a estratégia empresarial da marca? A estratégia empresarial da Play Planet passa por se manter fiel aos seus valores, nunca perdendo de vista a sua missão e visão para o futuro. A Play Planet existe enquanto empresa com o objetivo muito claro de difundir alegria, boa disposição, de promover sensações positivas, a arte e a inclusão. De surpreender, garantindo sempre a total satisfação de quem nos procura em busca de soluções. Mais de que uma estratégia é um modo muito claro de estar na vida e de nos apresentarmos nos negócios: com um enfoque fortíssimo nas pessoas, desde logo na nossa equipa, depois nos nossos clientes, nos parceiros, até ao utilizador em geral. Temos consciência que o sucesso de uma empresa passa em primeira instância pela estabilidade, motivação e profissionalismo da sua equipa. Pelo que promovemos o crescimento continuado das competências internas da nossa equipa multidisciplinar, através de uma formação contínua e de um sentido de responsabilidade e de família, muito característico da Play Planet. Tendo como princípio o lema “Projetos complicados? Damos resposta rápida. Projetos Impossíveis? Demoram um pouco mais”. Que significado tem esta máxima perante o cliente/parceiro? Este lema tem um significado muito especial para nós enquanto equipa, pois sabemos que nada é mais forte, ou mais competente, que a soma de todos nós. Uma equipa feliz e motivada é uma equipa invencível, capaz de atingir o (aparentemente) inatingível. Nada é tão complicado assim que não possa ser contornável, com muita dedicação e conhecimento técnico. Esta sensação de que, todos juntos, conseguimos atingir o que muitos diriam impossível à partida, torna-nos de facto mais resilientes, flexíveis, motivados e até inspirados. Para os nossos clientes é um conforto muito grande saber que apoiaremos sempre as suas ideias, por mais ambiciosas ou invulgares que estas possam ser, procurando sempre a melhor solução, ainda que possa levar um pouco mais de tempo na sua resolução. A Play Planet é a distribuidora oficial e exclusiva em Portugal e em vários países de expressão portuguesa das mais prestigiadas marcas internacionais. Uma responsabilidade gratificante, mas também vantajosa e exigente certamente. Quais as mais-valias adjacentes às marcas representadas? Os nossos parceiros internacionais partilham dos


muito menos na época em que vivemos. No início da Play Planet, quer as sócias-fundadoras, quer as restantes funcionárias da empresa eram apenas e somente mulheres. Não foi nada pensado, discriminatório para o sexo masculino, foi simplesmente fruto do acaso. No entanto a Play Planet foi rotulada durante muito tempo como uma “empresa de mulheres”, algo que muitos estranhavam num sector tradicionalmente masculino como o da construção. Mais do que despertar discriminação sentimos alguma surpresa e até admiração. Muitas vezes nos interpelavam com questões como “Tanta mulher junta, mas vocês não se chateiam? Isso não costuma correr bem!”. Há ainda a convicção que a mulher é mais dada aos mexericos e a quezílias, o que prejudica o ambiente empresarial. Mas não concordo minimamente com essa afirmação e nunca o senti, muito pelo contrário. Ainda hoje somos uma empresa maioritariamente feminina e o ambiente é do mais saudável que se pode encontrar no mundo empresarial. O ar jovial, aliada à condição de mulher, torna-me, ainda hoje, vulnerável a olhares desconfiados, mesmo enquanto sócia-gerente da Play Planet. Nada que não se ultrapasse após dois dedos de conversa, mas isto denota que o preconceito existe, está bem vivo e deve ser combatido.

Uma sociedade equilibrada contempla a integração de homens e mulheres com igualdade de oportunidades. O sexo não torna o indivíduo nem mais nem menos apto para o desempenho de uma determinada função. Como é ser mulher no mundo dos negócios? Às vezes é um desafio! Ainda há muito preconceito, descriminação e situações de injustiça. No mundo dos negócios uma mulher tem de provar sempre mais, ser mais inteligente, mais dedicada, mais trabalhadora, mais disponível. Sob pena de sermos olhadas de lado, com condescendência ou mesmo desrespeito. Isto ainda existe… Continua ainda a subsistir uma forma de relacionamento e de negociação muito masculina e protetora do género, promotora de uma maneira de estar e de negociar muito própria, com negócios feitos à mesa, nos jogos de futebol, no golfe, no bar. É muito difícil para uma mulher acompanhar este tipo de negócios sem cair na ratoeira da vulnerabilidade e vulgaridade. É sabido que as mulheres começam a assumir uma posição de domínio. Assim sendo, não tenhamos dúvidas: o futuro do país e da economia vai passar, ainda mais, por elas, com a garantia de que vão continuar a conquistar cada vez mais espaço no mundo laboral e deixar a sua marca. Como é que a Milva Maggioni vai deixar a sua marca? Espero deixar a minha marca em espaços de elevada qualidade paisagística, equipadas de forma funcional, promovendo a arte urbana, o património histórico e cultural de Portugal. Espero poder, com a Play Planet, elevar ainda mais o nome do nosso país e dos portugueses fora das nossas fronteiras e além-mar. Espero deixar a minha marca numa empresa invulgar, criativa, vibrante, barulhenta, produtiva e justa, que não descrimina género, orientação sexual, cor, religião ou qualquer outro fator alvo de preconceito.

Escolher a Play Planet é apostar na criatividade e originalidade, é promover a arte urbana, é defender a cultura portuguesa, é a garantia da melhor relação preço/qualidade, é um sorriso garantido pela simpatia e os resultados alcançados. É a escolha acertada.

Espero que esta marca inspire quem nos segue e que perdure por muitos e bons anos. “As mulheres não devem chegar à liderança por serem melhores, mas sim para representarem a metade da população que constituem”. Durante o seu percurso profissional sentiu dificuldades acrescidas ou obstáculos por ser uma mulher no mundo dos negócios? Na minha experiência profissional anterior à Play Planet encontrei situações laborais muito descriminantes para a mulher. Como chefe de departamento numa grande empresa com muitos anos de atividade, vivi e presenciei situações onde as mulheres, da mesma posição e categoria profissional (e por vezes até com melhores resultados no decorrer das suas funções) eram remuneradas com salários bastante inferiores aos equivalentes masculinos, para menos de metade ou até um terço. Presenciei também descriminação em situações de gravidez, apoio à família e tantas outras faltas de respeito entre colegas e superiores face às suas colegas mulheres. Não se entende este tipo de comportamento,

É fácil, para uma mulher, conciliar uma carreira de sucesso com os diversos papéis que desempenha na vida pessoal? Não, não é fácil. A empresária que é mulher, mãe, filha, amiga… dificilmente consegue dissociar-se dessas variadas facetas, e de tudo o que isso implica. Além de sócia-gerente da Play Planet sou mãe de duas meninas de 10 e 13 anos. Conciliar o papel de mãe com o de empresária tem os seus obstáculos. Compatibilizar agendas de reuniões, viagens de trabalho, seminários, formações com idas e vindas da escola, das atividades e das festas, com a limpeza da casa, a preparação das refeições, as mochilas e os trabalhos de casa…nem sempre é fácil! Tem tanto de noites mal dormidas, olheiras, e stress como de felicidade e o sentimento de que vale tanto a pena viver! Costumo dizer a brincar que tenho três filhos, a Maria Helena, a Beatriz e a Play Planet. Orgulho-me de ter criado uma empresa que é uma verdadeira família. Afinal, passamos mais tempo uns com os outros do que com as nossas famílias de sangue. No nosso escritório temos uma sala para as crianças (de todos os funcionários), onde podem estar depois das aulas, nas férias, quando estão doentes, com o conforto para elas e para os pais/mães. Entre a nossa família biológica (aqui os avós são uma ajuda gigante) e a grande família Play Planet, tudo se resolve, todos ajudam, todos participam. Talvez aqui ressalte a grande influência de uma equipa maioritariamente feminina, com preocupações muito próprias da mulher, habituadas que estamos a desempenhar o papel de educadoras, cuidadoras, protetoras. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

25 junho 2016

mesmos princípios básicos de qualidade, integridade e sustentabilidade. Quando assim é, torna-se fácil estabelecer uma relação profissional de confiança, duradoura. Poder trabalhar com marcas internacionais de renome Mundial é muito gratificante, para além de proporcionar um maior leque de opções ao nível de materiais, produtos e acessórios disponíveis para os nossos clientes. Por exemplo, na produção dos nossos produtos PLAY IN ART®, recorremos a algumas dessas marcas para o fornecimento de componentes específicos difíceis de encontrar ou produzir em Portugal com o mesmo nível de qualidade e preço. Por outro lado, com a nossa marca PLAY IN ART® e as nossas representações, conseguimos oferecer todo o tipo de equipamentos de jogo e recreio ou mobiliário urbano, para o espaço público ou privado, interior e exterior. Desde os equipamentos mais clássicos aos mais modernos e arrojados para parques infantis, juvenis, sénior, desportivos, fitness, skates, escalada, arborismo, interativos, sensoriais, musicais, trilhos de natureza, agility dog (treino de cães), até pavimentos fotoluminescentes, equipamentos com cheiro ou mobiliário com efeito night glow (iluminação noturna). Conseguimos, assim, ser extraordinariamente flexíveis e cobrir todas as necessidades dos nossos clientes.


LIDERANÇA NO FEMININO

» ENTREVISTA A REGINA FERREIRA, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA OTLIS

“SER MULHER É SER TUDO E ISSO É PERFEITAMENTE POSSÍVEL”

REGINA FERREIRA

Regina Ferreira, Presidente do Conselho de Administração da OTLIS- Operadores de Transportes da Região de Lisboa, ACE, em entrevista à Revista Pontos de Vista, conta que aspirações e conquistas tem a OTLIS desde a sua génese e revela a sua visão sobre liderar no feminino num setor dominado essencialmente por homens.

pontos de vista

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C

onstituída há cerca de duas décadas por sete operadores de transportes da região de Lisboa, a OTLIS é hoje um player de renome na vertente dos transportes. Antes de compreender a dinâmica da marca, de que forma é que este percurso tem vindo a ser fomentado e qual o balanço da atividade da marca? A OTLIS é um agrupamento complementar de sete empresas importantes dos transportes. Existe há 20 anos e tem um balanço de atividade extremamente positivo e coerente, exemplar como instituição público-privada, maioritariamente pública. Trabalha para todo o sistema de transportes na medida em que presta serviços de interoperabilidade bilhética, e desenvolve e opera o sistema VIVA, dirigindo-se a toda a mobilidade. Nascemos para implantar a bilhética intermodal sem contacto, para criar e pôr em comum inovações tecnológicas fascinantes, para integrar saberes e capacidades que as empresas agrupadas e aderentes geram, serviços que estas por si só dificilmente poderiam valorizar. Empresas essas que são desde logo: o Metropolitano de Lisboa, a Carris, a Transtejo/

Soflusa, a CP - Comboios de Portugal, a Rodoviária de Lisboa, a Transportes Sul do Tejo e a Barraqueiro Transportes. Somos um macrossistema de interligação entre suportes inteligentes e redes de equipamentos de venda e controlo tarifário. Permitimos que sistemas sem contacto especializados, se desenvolvam e operem todos os dias, partilhando os mesmos suportes numa plataforma tecnológica e de serviço que é comum. Operam o denominado Sistema VIVA, uma plataforma tecnológica de bilhética comum a todos os operadores de transportes e mobilidade. Quais as mais-valias deste sistema? O Sistema VIVA permite deslocações intermodais em toda a área metropolitana de Lisboa, e não só, pois abrange uma boa parte da região Oeste, Vale do Tejo e cidade de Coimbra. É um sistema fiável para milhões de clientes. Estão em uso cerca de 1,7 milhões de cartões personalizados de microchip VIVA e são vendidos anualmente dez milhões de cartões de memória VIVA Viagem. O sistema garante facilidades no carregamento de títulos de transporte e nos ca-

nais de pagamento. Permite às empresas racionalizar os seus sistemas, no paradigma da desmaterialização e da economia de partilha. A OTLIS já presta serviços a 27 clientes empresariais dos transportes e da mobilidade, incluindo estacionamento. Cobre a AML sem exceção. A adesão é voluntária, originando sistemas abertos e flexíveis. Temos, desde 2005, um serviço de carregamento via Multibanco em cartões Lisboa VIVA e VIVA Parking, de enorme sucesso. O nosso próprio Portal VIVA, desde 2013, é um prestador de serviços de carregamento online e requisição de cartões Lisboa VIVA, disponível 24 horas. O Portal é também um agregador de informação útil da mobilidade e um canal de serviços B2B. A intenção é expandir o Sistema VIVA a todo o território nacional, mas de forma muito natural, pela evolução das necessidades e das possibilidades de oferecer serviços verdadeiramente superiores, fruto de desenvolvimentos tecnológicos e de inovações próprias e cooperativas, por exemplo, a tecnologia VIVA é a base do recentemente lançado cartão CP Nacional, estando igualmente presente no cartão


momento da sua carreira, foi um impeditivo ou colocou algum tipo de entrave à realização de um objetivo? Sempre me defini como mulher profissional desde De que forma é que os vossos serviços e sistemas sempre, mesmo antes de acabar o meu curso de promovem uma melhoria da qualidade de vida Economia. A profissão sempre foi algo natural, que dos cidadãos? partilhei com o meu casamento, com os meus filhos, com o governo da casa…de forma harmoniosa. Por O Sistema VIVA foi concebido para as massas. Há vezes foi um esforço sobre-humano, mas é possível milhões de pessoas que o utilizam diariamente, e esta é a mensagem que quero passar às mulheres operamos através das redes 700 milhões de transamais jovens. De nada abdicar. Nada na nossa carções por ano, logo, pode dizer-se que nesse sentido reira profissional é incompatível. Ouvem-se mulhea OTLIS trabalha para tráfegos de massas. O cidadão res que afirmam que não podem constituir família é sempre o que está no nosso horizonte e o que nos por optarem pela carreira, eu tenho filhos e uma move. Apesar de entre a OTLIS e as pessoas existicarreira, logo, é possível. Acho isto absolutamente rem as empresas de transporte, trabalhamos para redutor para as mulheres porque em geral pode que essas empresas possam oferecer o melhor serfazer-se tudo. A vida profissional da mulher pode viço aos seus clientes. ser muito mais enriquecedora se todos os campos da sua vida estiverem preenchidos, com respaldo. É O que é, para si, uma Liderança no Feminino? um jogo de equilíbrio perSou Presidente do Conmanentemente desequiliselho de Administração da brado. As mulheres devem OTLIS há nove anos, pertenaproveitar a característica ci ao Conselho desde a sua única que temos, a de fundação, estive na génese conseguir fazer várias coie tudo aconteceu de forA liderança formal é um sas em simultâneo. Somos ma natural. Paralelamente caminho de responsabilidade multitarefas e isso facilitaexerci funções dirigentes e representação, é conseguirmos -nos enquanto líderes. Ser em inúmeros projetos e mulher é ser tudo e isso é empresas, como adminispartilhar com muita gente perfeitamente possível. tradora do Metropolitano (ninguém está sozinho de Lisboa e presidente da na liderança) um conjunto Ferbritas,S.A. hoje REFER EnFalar hoje em liderança genharia. no feminino é abordar ainde objetivos e de ambições da uma série de barreiras A liderança formal é um essenciais para a organização. que precisam de ser ultracaminho de responsabilidaÉ estarmos na frente a tentar passadas. Na sua opinião, de e representação, é conque desafios as mulheres seguirmos partilhar com ver e decidir qual o melhor continuarão a enfrentar muita gente (ninguém está percurso para atingir resultados para que se assumam sozinho na liderança) um como forças vivas e ativas conjunto de objetivos e de da nossa sociedade? Qual ambições essenciais para a será a sua posição? organização. É estarmos na A mulher cada vez mais esfrente a tentar ver e decitará em paridade com o hodir qual o melhor percurso mem mas para isso ela vai ter que se esforçar muito para atingir resultados. Há diferenças em geral entre no futuro. Há uma certa perplexidade no mundo dos o masculino e feminino. Em primeiro lugar, o mundo homens pelos avanços conquistados pelas mulheda gestão e da administração é à partida essencialres. O desafio prende-se com o facto de as mulheres mente dominado pelos homens. Em todo o lado. aspirarem a serem profissionais, a ter família, a ter e Não há muito tempo atrás, as mulheres estavam em a conquistar tudo. Os desafios para os homens é o escassa minoria. Neste momento há uma evolução de terem a capacidade de saber lidar com mulheres mas ainda estamos longe de atingir uma justa paripoderosas e inteligentes. Caminhamos para novos dade. Para as mulheres serem reconhecidas como líequilíbrios. deres precisam de se esforçar mais e não encontram as mesmas oportunidades. Por vezes oiço mulheres a negarem esta realidade e não as compreendo… Quais são os principais desafios que se colocam à A liderança feminina tem características diferentes, OTLIS de futuro? é talvez mais dialogante, mais humana e mais emoA OTLIS sem desafios complicados não tinha razão cional. Dotada de uma assertividade que se impõe de existir. Pela sua própria natureza é uma organipelos factos e pelo reconhecimento geral e não por zação que vive dos desafios e de conseguir permaimposição convencional. O mundo da liderança é necer num ecossistema tecnológico em mutação bastante competitivo e um erro de uma mulher é permanente. Vive também de conseguir adaptar-se visto como uma fraqueza. Liderar é fazer com que às necessidades dos seus clientes. Continuar a ser quem está à nossa volta, partilhe de uma visão. Leuma organização de perfil cada vez mais empresavar as outras pessoas a compreender o caminho que rial, continuar a desenvolver soluções para os novos está a ser traçado e a incorporar o seu pensamento, modos de mobilidade, desenvolver alguma internasejam líderes, pares ou colaboradores. Se não houver cionalização são estes os desafios. Em matéria de serenvolvência e contributos, podemos errar fortemenviços, muito em breve, teremos o desenvolvimento te. O ouvir e partilhar são as grandes diferenças. Este da bilhética Mobile que está em estado avançado de tem sido o meu lema enquanto líder, o partilhar, o desenvolvimento. Apresentámos em Março o nosso motivar, o ouvir e o explicar. projeto Mobile VIVA em Android HCE, portanto, será algo a apresentar ao público dentro de poucos meses. E não só. Isto significa que vamos iniciar, lentaFazendo um balanço da sua vida profissional, é mente, o acompanhamento dos cartões inteligentes notório que tem crescido e conquistado o seu espelo mundo dos telemóveis. ▪ paço de uma forma ímpar. Ser mulher, em algum bancário Caixa-VIVA. A marca VIVA é hoje reconhecida como chancela de confiança e sustentabilidade funcional.

milhões de cartões

cartões personalizados de microchip VIVA

são vendidos anualmente 10 milhões de cartões de memória VIVA Viagem. O sistema garante facilidades no carregamento de títulos de transporte e nos canais de pagamento. Permite às empresas racionalizar os seus sistemas, no paradigma da desmaterialização e da economia de partilha.

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LIDERANÇA NO FEMININO

» COMUNICAÇÃO PARA O SUCESSO

INOVAR PARA COMUNICAR “Há realmente uma nova classe de mulheres que se destacam e se afirmam com resultados extraordinários num mundo que é maioritariamente liderado por homens”, refere Vera Norte, fundadora e Managing Partner do Comunicatorium.

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esenvolvida em parceria com a Universidade de Aveiro, o Comunicatorium é uma ferramenta de Gestão da Comunicação através de uma plataforma tecnológica. De que forma esta plataforma vem marcar a diferença nas organizações? A Plataforma é única em Portugal e tanto quanto sabemos na Europa. Começa por ser um produto completamente inovador. Foi desenvolvida em parceria com a Universidade de Aveiro e conta também com o apoio na implementação e suporte da Micro I/O. Com a utilização desta ferramenta as organizações conseguem utilizar uma metodologia que lhes permite, de uma forma simples e expedita, diagnosticar o estado da sua comunicação organizacional (interna e externa), estabelecer uma estratégia face ao resultado do diagnóstico e à estratégia do negócio, criar um plano e medir o sucesso. Uma plataforma que traz à comunicação um processo simples, digital, integrado, mensurável, e alinhado com o negócio. Desde o apoio à comunicação da gestão, a “workshops” de comunicação para colaboradores, chefias intermédias e alta direção, ao acompanhamento e definição estratégica, posicionamento e visibilidade da marca, à reputação, os serviços Comunicatorium abrangem componentes de acordo com as necessidades dos clientes. Que importância assume a Comunicação hoje em dia nas empresas? A comunicação é vital para todas as organizações independentemente do seu setor, dimensão, produto ou serviço. Se pensamos em comunicação interna ela é determinante no alinhamento na ação no envolvimento, na felicidade dos colaboradores. Externamente, hoje a comunicação é ainda mais determinante para o sucesso ou insucesso de uma organização para a sua imagem, reputação ou marca. Cada vez mais e, sobretudo numa era em que os canais de comunicação estão à distância de um clique,

são globais e em tempo real, é importante gerir a comunicação. Não há como não comunicar, e por isso há que o fazer de uma forma integrada, consistente e alinhada com a estratégia da organização. Qual é o maior contributo que o Comunicatorium garante na prestação dos seus serviços? Os nossos Valores: Envolvimento, Parceria, Saber e Inovação. Tudo sempre com muita Paixão! Uma das apostas do Comunicatorium é a formação para melhorar a comunicação interna para uma melhor gestão das pessoas, bem como preparar a organização para poder minimizar o impacto reputacional numa situação de crise, melhorar as competências em comunicação dos líderes de empresas e, ainda, aperfeiçoar a comunicação para o sucesso do negócio e da empresa. Que principais lacunas verificam nas empresas e organizações hoje em dia? Infelizmente, a experiência vivida mostra-nos que a comunicação interna ou externa não é encarada ainda por um grande número das empresas portuguesas como uma área da gestão fundamental para o sucesso da sua organização, do seu negócio. Há ainda um grande trabalho a fazer no sentido de se olhar para a comunicação de uma empresa como uma ferramenta de suporte à gestão e ao sucesso do negócio. Para isso é preciso ligar a estratégia da comunicação à estratégia do negócio, falar a mesma linguagem e, sobretudo, medir! Tudo o que a organização faz transparece para os seus stakehoders; clientes colaboradores, fornecedores, entidades oficiais...e tudo o que a organização faz, faz através da comunicação.

VERA NORTE

É cada vez maior o número de mulheres que ocupam lugares de liderança e de chefia nas empresas. Embora esta tendência ainda não permita falar de paridade na distribuição dos


As mulheres adotam um estilo de liderança e gestão marcadamente feminino, fazendo prever um novo paradigma de gestão em que os homens irão procurar adotar traços e práticas comuns nas mulheres. Como é que as mulheres desempenham os cargos de liderança e como se revelam líderes no mundo empresarial? Nem sempre as mulheres adoptam um estilo marcadamente feminino, penso até que muitas vezes copiam o estereótipo ainda mais comum, a maioria das vezes, “mais masculino”. Quanto ao facto de os homens aproximarem-se de modelos mais “femininos“ será eventualmente fruto desta mudança e desta aproximação de territórios. Espero que muito em breve não se distinga mais a liderança pelo sexo mas sim pela sua eficácia. A meu ver, o importante, e independentemente do estilo que deve ser adaptado às circunstâncias, é que a liderança seja efetiva e dê resultados sustentáveis para o negócio com e para as pessoas. Analisando o seu percurso no Comunicatorium, que estratégia adotou para se posicionar e destacar como líder no mundo dos negócios? O Comunicatorium foi construído com o propó-

sito de acrescentar valor inovando. O modelo de negócio assenta em quatro valores, sendo a Inovação o nosso fator diferenciador. Num mercado competitivo onde a procura é pouca, é preciso acreditar que a Comunicação das organizações é fundamental para o seu sucesso e conseguir “evangelizar” as organizações mostrando caminhos, construindo processos e métodos e, sobretudo, mostrando resultados. Juntámos à nossa vontade e à nossa experiencia a inovação e a tecnologia. Hoje, os negócios buscam a diferenciação, a criatividade, o relacionamento e a fluência na comunicação. Por estas razões, supõe-se que as competências de liderança que as empresas procuram são mais facilmente encontradas nas mulheres. Serão as mulheres melhores líderes? Smile... ;) Acredito nos homens e nas mulheres. Cada um individualmente e enquanto líder tem hoje os seus desafios. Serão as mulheres mais criativas mais comunicativas, mais sensíveis e envolventes? Estarão melhor preparadas para os desafios de hoje? Talvez. Há realmente uma nova classe de mulheres que se destacam e se afirmam com resultados extraordinários num mundo que é maioritariamente liderado por homens. A elas presto a minha homenagem porque na maior parte das vezes é ainda um caminho mais solitário e bem mais árduo de trilhar. ▪

29 junho 2016

lugares de chefia e liderança, é interessante analisar e conhecer os traços da liderança no feminino. Na sua opinião, de que forma são vistas, hoje em dia, as mulheres no papel da liderança de uma empresa? Duas questões, penso que, de natureza distinta. Uma tem a ver como uma sociedade em mudança onde a mulher e o homem têm papéis que se aproximam cada vez mais na medida em que começa a haver menos territórios de cada um e começam pouco a pouco a haver cada vez mais territórios partilhados. Esta é uma mudança social e cultural cuja conquista tem vindo a fazer-se, mas que leva tempo. Homens e mulheres são diferentes e tiveram durante séculos papéis distintos nas sociedades, é natural que se associem a cada um características diferentes ligadas a esses papéis, um mais guerreiro, agressivo outro mais maternal, sensível. A outra questão tem a ver com liderança e no meu entender a liderança analisa-se em dois vetores: circunstância e valores; ou seja, a liderança é determinada pelas circunstâncias do seu exercício e pelos valores de quem a exerce. A liderança de uma equipa de salvamento, de um grupo de criativos, de bombeiros numa situação de fogo ou de uma empresa em restruturação requerem competências diferentes, específicas e adaptadas às circunstâncias e aos resultados a obter. A outra questão são os valores. Esses são, a meu ver, os mesmos quer sejam femininos ou masculinos...respeito, apreço, consistência, verdade e dedicação. A liderança a meu ver deve ser exercida adaptada “à circunstância” e sempre pautada por altos valores éticos, seja ela exercida no masculino ou no feminino.


LIDERANÇA NO FEMININO

» ISABEL MATALONGA E O «MUNDO» DA ENGENHARIA

“A minha marca passou pelo relacionamento com as pessoas” É cada vez maior o número de mulheres que ocupam lugares de liderança nas empresas, sendo interessante analisar e conhecer os traços da liderança no feminino, ou seja, como é que as mulheres desempenham os cargos de liderança e como se revelam líderes no mundo empresarial ou político, por exemplo. A Revista Pontos de Vista conversou com Isabel Matalonga, Administradora do CEIIA, que nos deu a sua visão sobre este tema e muito mais. Isabel Matalonga

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EIIA é um Centro de Engenharia e Inovação focada no desenvolvimento de programas aeronáuticos mundiais e na implementação e operação de sistemas inteligentes de nova geração para a mobilidade urbana. Qual tem sido a estratégia da empresa para ser, hoje em dia, uma marca sólida e diferenciadora? O CEiiA é um centro de excelência de engenharia e desenvolvimento de produto que iniciou a sua atividade em 1999 em torno da reflexão sobre políticas públicas e implementação de grandes programas estratégicos para a indústria automóvel, visando a promoção da indústria nacional e sobretudo a sua capacitação para produção e fornecimento de produtos e serviços de elevada qualidade e incorporação tecnológica, com uma visão de projeção e competitividade internacional. A partir de 2006 o CEiiA evoluiu e capacita a sua atividade para as indústrias da mobilidade, apostando na mobilidade elétrica (mobi.e) e em soluções de mobilidade e tecnologia de vanguarda com aplicação, nomeadamente, ao conceito de “smart cities”, nessa altura inícia o seu ciclo de atividade no setor aeronáutico, primeiro com um programa ligado a desenvolvimentos de investigação e engenharia da Agusta Westland e mais recentemente desde 2011, o CEiiA tem vindo a desempenhar um papel central no desenvolvimento do Programa do KC- 390, aeronave multiusos da Embraer, programa esse, de cooperação internacional que envolve Portugal. Este avião teve já o seu primeiro voo experimental em meados de 2015, e estando ainda em fase de testes

A partir de 2006 o CEiiA evoluiu e capacita a sua atividade para as indústrias da mobilidade, apostando na mobilidade elétrica (mobi.e) e em soluções de mobilidade e tecnologia de vanguarda com aplicação, nomeadamente, ao conceito de “smart cities”

e de certificação, mais uma vez nesta matéria o CEiiA tem assumido atividades nucleares de grande responsabilidade. Mais recentemente o Centro está a entrar no setor naval e offshore, rentabilizando as suas capacidades e competências para os desafios do mar. O CEiiA é hoje um centro de engenharia e desenvolvimento de produto que participa no desenvolvimento de estruturas e sistemas complexos nos setores automóvel e aeronáutico e desenvolve produtos e serviços nas indústrias da mobilidade. Como um Centro de Engenharia e de Desenvolvimento de Produtos projetam e implementam produtos e sistemas inovadores juntamente com parceiros da aeronáutica, a mobilidade, naval/offshore e indústrias de automotivos. Que soluções apresentam junto dos vossos clientes em cada um destes setores? Mais do que apresentar soluções, descontextualizadas, o CEiiA trabalha estreitamente com os seus parceiros e clientes atuais e potencia relações com futuros atores em mercados onde atua e quer vir a atuar . Nesse sentido a sua estratégia 2016-2020 orienta-se para a especialização em tecnologias críticas para o desenvolvimento das indústrias da mobilidade, para a integração das tecnologias desenvolvidas em novos produtos e serviços, para a valorização empresarial das tecnologias, produtos e serviços que desenvolve e para a promoção da participação da indústria nacional nos grandes programas de investigação e desenvolvimento e assim conseguir uma efetiva progressão na cadeia de valor da indústria, incor-


O maior desafio que o CEiiA enfrenta é manter o seu standard de qualidade, capacitação e competências, e para isso obter e reter os melhores colaboradores nas suas áreas de atuação e proporcionar-lhes formação contínua adequada e perspetiva de carreira, fator decisivo para um Centro desta natureza

O Centro oferece soluções robustas e completas baseadas em habilidades de engenharia e metodologias de projeto único, abrangendo todas as fases de desenvolvimento de produto, desde o conceito à produção de pequenas séries, e operamos sistemas inteligentes. Quais são, na sua ótica, os maiores desafios que enfrentam neste setor? O maior desafio que o CEiiA enfrenta é manter o seu standard de qualidade, capacitação e competências, e para isso obter e reter os melhores colaboradores nas suas áreas de atuação e proporcionar-lhes formação contínua adequada e perspetiva de carreira, fator decisivo para um Centro desta natureza. A par disso tem de focar-se na interação com a envolvente, i.é. no acompanhamento e previsão de tendências tecnológicas junto dos seus parceiros e clientes e na criação de novos produtos e sistemas decorrentes de novas tecnologias desenvolvidas internamente, caso da plataforma mobi.me, reconhecida internacionalmente como o primeiro sistema que permite a gestão e controlo em tempo real das emissões de CO2 e também muito importante para o CEiiA assegurar a sustentabilidade económica, financeira e ambiental da sua atividade. O Centro de Engenharia Aeronáutica do CEIIA – Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel, opera desde 2014 em Matosi-

O mundo da Engenharia ainda é visto como um mundo de homens. Sendo mulher, num país onde já se verifica uma forte influência feminina na Engenharia, como analisa o seu percurso profissional até aqui? Como é conciliar a vida profissional com a vida pessoal que se desdobra, muitas vezes, em vários papéis como o de Mulher, Mãe, e Esposa? A minha formação é em Economia e Gestão de Empresas com especialização em gestão de I&D e o meu contributo no CEiiA, enquanto administradora executiva é nessas temáticas. E no CEiiA estamos a fazer um esforço para atrair mais mulheres das áreas de engenharia, sabendo que a percentagem de mulheres nestas áreas no total dos diplomados do ensino superior é de cerca de 32% (fonte INE: estatísticas ad educação 2013/2014). Como todas as pessoas tive períodos mais atrapalhados para conciliar a vida profissional com a familiar, com dois filhos, é determinante a capacidade de nos organizarmos, com a colaboração adequada de quem ajude nas tarefas domésticas, porque milagres não existem. Nos tempos mais apertados fazia o plano de cada semana, e depois esperava que acontecessem poucos imprevistos. No emprego sempre procurei estabelecer limites de horas de final de tarde que normalmente respeitam pouco as pessoas com filhos pequenos.

Quais foram os maiores desafios que enfrentou para conseguir destacar-se “num mundo de homens” e deixar a sua marca? As carreiras que fazemos, independentemente do sexo estão sempre muito ligadas às oportunidades que nos surgem e às decisões mais assertivas que tomamos em cada momento, mesmo que signifiquem algum desconforto pessoal, pelo menos nalguma parte do percurso e, depois, um pouco de sorte ajuda sempre. Acho que a minha marca passou muito pelo relacionamento com as pessoas, o tentar entendê-las e melhorar com elas, para benefício da organização. O maior desafio é não me acomodar à rotina. Na liderança das empresas e das organizações querem-se “os melhores e os mais talentosos” independentemente do género. Aliar o pragmatismo masculino à diplomacia feminina seria, talvez, a melhor aposta para uma equipa vencedora? Ou, na sua opinião, serão as mulheres melhores líderes? A minha opinião é a de que as organizações fazem os líderes, independentemente do sexo. Podemos teorizar a questão, na hora da verdade a organização e as suas caraterísticas é que proporcionam uma boa ou uma má liderança. Daí não podermos gerir de igual modo um Centro de Engenharia como o CEiiA, uma empresa do setor industrial produtivo ou um estabelecimento de ensino superior. Uma coisa diferente é utilizarmos conceitos e ferramentas que ajudam às tarefas de gestão, de sistematização e interpretação de dados e informação em geral. A experiência em funções de coordenação e liderança claro que ajudam sempre para um novo cargo, é um dos atributos a par do pragmatismo, da diplomacia. Ser mulher na área da Engenharia é…? Nesta área como noutra qualquer deve sempre verificar-se o princípio da igualdade entre pares. As diferenças encontram-se na personalidade de cada um e na capacidade de intervir. ▪

31 junho 2016

porando mais produtos e serviços considerados de alta e média-alta tecnologia nas exportações nacionais desses setores.

nhos. Que balanço é possível fazer deste projeto de dimensão inigualável? Desde já, o primeiro balanço a fazer é a possibilidade de consolidar, as capacidades e competências do CEiiA, numa infraestrutura construída de raiz, muito objetivada para as necessidades do setor aeronáutico, mais exigente nos requisitos dimensionais, mas englobando e não descurando a vertente de atuação nos setores automóvel e da mobilidade. As novas instalações do CEiiA viabilizam a sua participação nos testes de stress e de certificação do Programa KC-390, como já referi em condições de cumprir as normas internacionais de qualidade reconhecidas para o setor.


LIDERANÇA NO FEMININO

» MADALENA REAL EVENTOS

QUANDO A dedicAÇÃO E A CRIATIVIDADE SÃO UMA REALIDADE Madalena Real Eventos é uma empresa resultado de uma vontade de dar continuidade a um trabalho começado há 20 anos. Há seis anos Madalena Real criou o seu negócio de produção de eventos. Dedicação e profissionalismo definem a empresa.

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adalena Real Eventos é o resultado do sucesso de um conjunto de pequenos esforços repetidos. Porque decidiu apostar nesta área da produção de eventos? O que a fascina neste setor? Trabalhei durante 10 anos na área comercial de uma empresa de design de moda infantil , entretanto a empresa onde estava faliu e como que por brincadeira comecei a fazer trabalhos como hospedeira na área dos eventos e um dia surgiu um convite de uma agência para ir trabalhar, onde estive 14 anos como Account Senior. Há seis anos criei a agência. Já estava escrito que tinha de ter o meu próprio negócio.

MADALENA REAL

A empresa pretende destacar-se e marcar uma posição na área da produção de eventos. Num mercado competitivo onde os clientes são cada vez mais exigentes, de que que forma a Madalena Real Eventos consegue diferenciar-se e corresponder às necessidades dos mesmos?

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www.madalenarealeventos.com 21 386 36 27/28 | Tlm: 91 649 87 70 | Tlm: 91 171 22 66 | Fax: 21 386 36 29 geral@madalenarealeventos.com | mr@madalenarealeventos.com Rua de João Penha nº10 - Sala 38, 1250-131 Lisboa

O que me diferenciou neste setor foi o facto de estar sempre muito presente nos eventos. Sempre! Falava com o cliente, trabalhava para conseguir mais contactos e depois era o “passa palavra”, as pessoas conheciam a minha postura e referenciavam-me para outros clientes. Mesmo quando ainda não tinha ainda o meu negócio tive sempre uma postura muito presente e dedicada porque acredito que a componente humana é muito importante, neste setor, a todos os níveis. O ser sempre muito honesta e dedicada é o segredo de tudo. Dedicação e Profissionalismo são palavras de ordem para Madalena Real Eventos em tudo o que se propõe a fazer. Desde eventos, passando pela imagem e comunicação de uma empresa, até ao marketing promocional e serviços complementares de eventos como promotores, hospedeiras e motoristas, a Madalena Real Eventos possui um leque de serviços abrangente. De que forma descreveria o percurso da empresa? Durante 14 anos na área dos eventos fui adquirindo a experiência para perceber que tinha de continuar a fazer o mesmo que tinha aprendido, agora na minha empresa. Conquistei a carteira de clientes com que comecei a empresa com a premissa de tratar tudo como se fosse meu, e depois quando algo se tornou mesmo meu não custou nada. A empresa é reconhecida exatamente pela honestidade e dedicação com que proporcionamos as coisas. Acredito que só assim as coisas funcionam. É difícil definir com clareza o que distingue as mulheres dos homens em cargos de liderança mas o certo é que há ideias enraizadas na sociedade de que a chefia feminina é mais branda que a masculina. Como é ser líder no feminino e no masculino? As diferenças existem fundamentalmente e quase apenas no género. No entanto as mulheres são muito capazes e por vezes chegam a ser mais competentes que alguns homens. Talvez pela organização que nos é inata, é algo mais natural nas mulheres… somos mais racionais,

ao contrário do que pode parecer, e temos um lado sensível que nesta área são muito relevantes. Há ótimos profissionais homens e mulheres, as pessoas são boas se tiverem aptidão e se gostarem do que fazem. Uma sociedade equilibrada contempla a integração de homens e mulheres com igualdade de oportunidades. O género não torna o indivíduo nem mais nem menos apto para o desempenho de uma determinada função. O que é para si ser um bom líder? Um bom líder é aquele que trabalha em conjunto, aquele que faz o que for preciso, que não fica simplesmente com a responsabilidade de dar ordens. Um líder sabe orientar e delegar funções. Tem que dar sempre o primeiro passo e mostrar a importância do que é trabalhar em equipa. Inevitavelmente, ser mulher, no meu caso e na minha área em específico, é uma mais-valia devido à valorização da imagem. Mas a imagem é apenas uma pequena parte do todo que este trabalho exige. Ser hospedeira, trabalhar em eventos é ser muito mais que uma «cara bonita». O Empreendedorismo é comummente associado à iniciativa, inovação, possibilidade de fazer coisas novas e/ou de maneira diferente, assim como a capacidade de assumir riscos. Por onde passa o futuro da Madalena Real Eventos? O futuro passa pelo dia-a-dia e como todos os projetos surgem de acordo com o que vai acontecendo. Que as coisas aconteçam e que eu possa sempre trabalhar de acordo com aquilo que sempre fui e ainda sou. O futuro passa, também pela segurança que os clientes sentem quando trabalham comigo. Na segurança que transmito ao meu staff. No fundo é uma questão de fidelidade e honestidade. Há muita concorrência hoje em dia, que sendo concorrência leal é saudável, mas estou confiante no bom trabalho que faço e por isso sei que posso continuar a trabalhar. Trabalhamos para concretizar e satisfazer as necessidades dos nossos clientes para que o retorno seja bom para eles e para mim também obviamente. ▪


MOTIVAÇÃO e desenvolvimento pessoal

MOTIVAÇÃO? SIM, É POSSÍVEL Nuno Reis Esteves, Fundador do Centro de Motivação, em entrevista à Revista Pontos de Vista, apresenta aquilo que muitos desconhecem mas que todos precisam. Saiba mais.

do riso. Inicialmente a terapia do riso foi a atividade principal do Centro de Motivação, a qual promove o contacto do adulto, com a sua criança interior. Presentemente, o Centro de Motivação, dedica-se ao desenvolvimento do processo do despertar interior e o seu conceito baseia-se na importância da valorização pessoal e na compreensão do funcionamento intuitivo, racional e instintivo, como forma de progressão positiva da vida. O nosso conceito baseia-se na importância da valorização pessoal, como a chave do bem-estar interior e da melhoria das relações com os outros e com o mundo. A nossa meta é contribuir para o equilíbrio mental e físico das pessoas, através do foco nas suas capacidades, vocações e apetências e ser um agente na construção de uma consciência global, direcionada para a paz e o equilíbrio da Terra. A Terapia do Riso foi a primeira atividade do centro que se revelou um sucesso. Hoje que mais atividades fazem parte da oferta terapêutica do Centro de Motivação? O Centro de Motivação tem como missão primordial o desenvolvimento pessoal do indivíduo, através do estímulo da sua própria descoberta, criando atividades e programas que promovem o crescimento e fortalecimento interior, com o objetivo da cocriação de novas possibilidades e perspetivas de vida. Dispomos de programas específicos, que podem ser focados no indivíduo, ou em grupos ou equipas, onde é dada orientação, apoio e estímulo à concretização de objetivos, gestão das emoções e desenvolvimento de competências, visando o equilíbrio interior, o crescimento e o progresso. Para além destes programas, desenvolvemos workshops e palestras motivacionais. O que é na realidade a desmotivação e que proporções pode alcançar no dia-a-dia das pessoas? Existem acontecimentos marcantes que nos catapultam para o desequilíbrio emocional e consequentemente, para a desmotivação. Em certos momentos da vida, esse estado pode refletir-se de tal forma, que nos impede de prosseguir com as

nossas concretizações, bloqueando-nos e afetando negativamente. A motivação é essencial na realização de tarefas que exigem muito esforço e trabalho e é a força propulsora que nos leva a dar o melhor de nós e agir de forma a conquistar o que desejamos, desempenhando um papel fundamental na nossa vida, no nosso desenvolvimento, autoestima e realização. Que diagnósticos surgem com mais frequência e qual é o processo de encaminhamento até ao tratamento? As pessoas que ajudamos, apresentam sintomas de perca de confiança, na certeza do impossível e na condição de tudo estar fora de alcance. Este estado faz com que a mente crie automatismos que desvalorizam e anulam a essência natural. O nosso processo começa por uma simples mas importante conversa informal, onde o Orientador Nuno escuta, sente e reúne os primeiros dados que vão originar a apresentação do plano de intervenção. Dada a sua experiência, quem precisa de ajuda a nível emocional tem consciência desse facto? Inconscientemente, todos nós temos os nossos “portos de abrigo”, para momentos difíceis. É um dispositivo natural de sobrevivência e do restabelecimento do equilíbrio humano. Desta forma, o reconhecimento de que não se está bem e se precisa de ajuda, é algo tão natural, como pedir o ombro de um amigo. Graças à cada vez maior divulgação de terapias que visam o desenvolvimento interior, a gestão das emoções e a motivação, cada vez mais pessoas vão estando sensibilizadas para a necessidade de tratar os transtornos emocionais, que podem levar ao desequilíbrio. Dez anos após a fundação do Centro de Motivação que conquistas foram concretizadas? E que novas estão em curso? O Centro de Motivação conquistou a confiança de todos os que nos procuraram, orgulhando-se de os ter ajudado na progressão das suas vidas, autoestima e desenvolvimento pessoal. É muito gratificante ajudar as pessoas na sua descoberta e depois observar e constatar a transformação quer ao nível pessoal, quer ao nível social e profissional, na simplicidade de um sorriso verdadeiro. Paralelamente e através da criação da Iris Acade-

nuno reis esteves

As pessoas que ajudamos, apresentam sintomas de perca de confiança, na certeza do impossível e na condição de tudo estar fora de alcance

mia, vamos promover e desenvolver atividades que envolvem o processo criativo. Aos céticos, que mensagem gostaria de passar? O Centro de Motivação existe para todos os que não têm “portos de abrigo”, ou, por alguma razão não querem ou não podem expor a sua fragilidade, prezando a sua integridade e garantindo a máxima confidencialidade. A motivação tem um papel fundamental ao nível da realização pessoal e da liderança e motivação de equipas, refletindo-se diretamente na produtividade, nos resultados e no sucesso das pessoas e das empresas. Saber reconhecer a fragilidade que representa a desmotivação e agir de forma a inverter esse processo, é um instinto natural de sobrevivência e de reorganização do equilíbrio e da dinâmica interna da motivação. A todos, afirmo a maior verdade de todos os tempos: é possível! ▪

33 junho 2016

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ue contexto e missão deram origem ao Centro de Motivação? O Centro de Motivação nasceu em 2006, pela minha mão, formador e terapeuta


AICEP GLOBAL PARQUES

» EUROPEAN CHEMICAL SITE PROMOTION PLATFORM

AICEP GLOBAL PARQUES O SEU INVESTIMENTO NO LOCAL CERTO Francisco Mendes Palma, Presidente da Comissão Executiva da aicep Global Parques, foi eleito membro do Executive Committe da ECSPP – European Chemical Site Promotion Platform. A ECSPP é uma Associação que promove novos investimentos integrados, para a criação de clusters industriais químicos, inovadores e competitivos na Europa.

A aicep Global Parques é uma herança dos anos 70 que queremos manter e tornar cada vez mais competitiva, com uma forma de estar sustentável

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a Administração da aicep Global Parques desde 2015, o foco de Francisco Mendes Palma para a empresa, especialista em gestão de parques e em localização empresarial, tem sido muito claro: que os parques empresariais geridos pela aicep Global Parques sejam infraestruturas competitivas e de qualidade na resposta à diversidade das necessidades das empresas. Estamos a falar de três diferentes parques industriais: A ZILS - Zona Industrial e Logística de Sines – tem cerca de 2.375 hectares estrategicamente localizados nas rotas do comércio internacional, vocacionadas para atividades industriais, energia, logísticas e de serviços, contando com algumas das maiores empresas nacionais e estrangeira; o BlueBiz, - Parque Empresarial da Península de Setúbal –, uma área privilegiada para a localização empresarial, tanto pelas condições infraestruturais proporcionadas, como pelas suas características geográficas, na Área Funcional Urbana Lisboa segundo o critério da OCDE, usufruindo assim de elevada dinâmica económica e populacional. No

distrito de Lisboa, a aicep Global Parques coloca ao dispor o Albiz, Parque Empresarial de Sintra. Com vocação para a atividade empresarial e logística das PMEs, o Albiz tem como objetivo instalar, em condições competitivas, esta tipologia de empresas oferecendo-lhes infraestruturas e serviços para aumentarem os seus negócios e valorizarem as suas condições de operação. Com uma oferta segmentada e diferenciada, estes três parques podem oferecer aos clientes condições específicas, de acordo com o que as os diversos negócios das empresas. Como é exemplo o Parque de Setúbal com três segmentos de oferta diferentes: as naves industriais para projetos industriais; os edifícios de escritórios para serviços de pequenas ou grandes dimensões, como é o caso de shared services e as áreas descobertas adaptáveis à logística automóvel ou de outro sector. “Temos tornado a oferta competitiva e adaptada para os diferentes mercados e setores de atividade, com caraterísticas que realmente necessitam”, afirma o Presidente. Uma das preocupações sempre presente nas ati-

vidades da aicep é a questão ambiental. “A aicep Global Parques é uma herança dos anos 70 que queremos manter e tornar cada vez mais competitiva, com uma forma de estar sustentável. O trabalho de monotorização ambiental é permanente nos nossos espaços industriais, sobretudo no ZILS, cuja dimensão, exige um plano de ordenamento estruturado, qualificado e sustentável a nível ambiental”, afirma Francisco Mendes Palma.

Global Find e Global Force

Para todo este processo de gestão de parques e localização empresarial, a aicep Global Parques tem ao seu dispor dois serviços fundamentais: a Global Find e a Global Force. A primeira trata-se de uma plataforma disponível na web, de georreferenciação dos parques industriais em Portugal Continental e, a partir do próximo ano, nas regiões autónomas. O Global Find é um motor de busca de localização para projetos empresariais em Portugal Continental. Basta introduzir os critérios de pesquisa relevantes, que o Global Find


FRANCISCO MENDES PALMA

European Chemical Site Promotion Platform

“Quando tomamos conhecimento da existência da Associação e da Plataforma ECSPP decidimos candidatar-nos como membros porque verificamos que assentava exatamente no que temos em Sines: um parque industrial com uma forte especialidade na área petroquímica”, explica Francisco Mendes Palma. Assim, com o objetivo de integrar esta rede euro-

peia de parques químicos e de promover os parques da aicep, Francisco Mendes Palma pretende que Portugal seja colocado no mapa como uma referência e uma variável para os investidores nesta grande indústria química na Europa. “Queremos participar na construção desta rede europeia da indústria química e sermos colocados no mapa para as decisões de investimento na Europa, captando um investimento a nível europeu”, refere o Presidente. Eleito membro do Executive Committe da ECSPP – European Chemical Site Promotion Platform no passado dia 9 de junho, em Leuna na Alemanh, pelo período de dois anos, por unanimidade, o representante português é o único membro novo do Comité, os restantes transitam da Direção anterior. A associação tem como objetivo colocar a Europa no mapa dos investimentos internacionais no setor químico. Por sua vez, a ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines é membro da ECSPP - European Chemical Site Promotion Platform, desde janeiro de 2016. A localização da ZILS, estratégica para a relação entre o Atlântico Norte e o Atlântico Sul e a Europa, torna-a num site de elevada importância estratégica no sector petroquímico e energético europeu. ▪

Investimento internacional Com o foco na promoção dos parques industriais, Francisco Palma Mendes explica que tem de ser feito um trabalho no sentido de divulgar, nacional e internacionalmente, a aicep Global Parques. “Ninguém nos pode escolher como localização empresarial se não nos conhecer. Temos de fazer esse trabalho já que concorremos a nível internacional, para escolherem as nossas localizações”, esclarece o presidente que defende o trabalho de cooperação através de parcerias e protocolos. “Damo-nos a conhecer nesta lógica de sermos uma infraestrutura para a competitividade, que será maior e mais consistente, em conjunto com os parceiros regionais e nacionais avança. Assim, faz parte do plano comercial e estratégico da aicep a promoção dos parques em conjunto com a atividade marítima-portuária, bem como com, o Politécnico de Setúbal e a Universidade de Évora junto dos mercados internacionais. No que diz respeito à parceria com a Universidade de Évora, o principal objetivo é promover o trabalho cooperativo entre as infraestruturas da região. A par desta pomoção pretende-se, também, corresponder às necessidades dos investidores no que diz respeito à captação de recursos humanos qualficados. “Queremos criar uma relação de proximidade entre a Universidade e a Zona Industrial de Sines no sentido de se reconhecer a disponibilização de recursos humanos em quantidade e qualidade às empresas localizadas na ZILS”, realça o presidente.

35 junho 2016

responde com a localização que melhor responde aos mesmos. Disponível gratuitamente na web, em globalfind. globalparques.pt, o Global Find está disponível em português e inglês. Global Force é a segunda etapa do Global Find para o investidor que pretender os serviços da aicep Global Parques em consultoria, para apoiar ou coordenar no processo da instalação empresarial. A aicep Global Parques apoia através dos serviços Global Force, a instalação de empresas e a promoção e gestão de parques empresariais. Um serviço personalizado e integrado de gestão para localização empresarial.


INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

» Markiclass em destaque

MARKICLASS

AO SEU LADO NOS MOMENTOS IMPORTANTES Numa altura em que Portugal começa a revelar-se como um país de confiança para o investimento estrangeiro, fomos perceber o que se passa no setor imobiliário através de um dos maiores players do mercado. Conheça a Markiclass.

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arco Ribeiro, Responsável pela Gestão Geral e Investimentos da Markiclass, revela a experiência com investidores estrangeiros que a empresa de mediação angariou ao longo dos 12 anos de existência. A empresa conta hoje com duas lojas de Mediação Imobiliária, ambas dotadas de instalações altamente orientadas para as novas tecnologias. O nosso entrevistado começa por explicar que 2015 foi um ano muito bom para o setor mas que em 2016 o investimento tem sido «tímido» e que por isso o arrendamento tem ganho terreno face à compra/venda de imóveis. “Apesar se sermos uma empresa com um público-alvo definido como médio-alto, neste momento já dispomos de um serviço de arrendamento temporário. Decidimos apostar nesse segmento fazendo a gestão de alguns imóveis arrendados, nomeadamente, para férias porque sabemos que devemos acompanhar o mercado e com a certeza de que há muitos clientes que visitam Portugal, arrendam um imóvel e que acabam por decidir investir num imóvel”, revela.

A identidade do mercado

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O gestor classifica o mercado como sendo flexível apesar de instável. “A nossa estratégia empresarial anual existe mas é mensalmente que vamos definindo objetivos. O investimento estrangeiro será o motor do setor imobiliário português, é a partir dele que vão ser criados mecanismos para que o setor funcione na sua plenitude, uma vez que, neste momento, e infelizmente, a nossa economia interna não permite essa concretização”. Marco Ribeiro aplaude a atividade turística do país e declara-a como suporte essencial à economia. “O turismo é nossa mais-valia porque normalmente quem visita Portugal gosta do que vê”.

A escolha de quem investe

Quanto ao tipo de imóveis que os investidores estrangeiros preferem, o gestor garante que é o

lugar que os conquista. Não querem ficar isolados e por isso procuram zonas residenciais ou zonas mais históricas. No entanto existe uma percentagem mínima que opta por escolher um lugar mais distante e que, ao mesmo tempo, seja próximo do centro da cidade. Quanto ao facto de existir muita fluidez no mercado mundial e que por isso os mercados mais «populares» como Londres ou Frankfurt estejam a ficar saturados, Marco Ribeiro prefere não ver Portugal como uma segunda escolha dos investidores e ressalva que Portugal tem qualidades que levam cada vez mais cidadãos estrangeiros a investir no país. Qualidades essas como o clima, a estabilidade política e a segurança que Portugal transmite à Europa e ao mundo.

A Europa vê Portugal como um país tranquilo e quem visita o país fica rendido ao que conhece. Portugal tem, além de muitos pontos de interesse, a capacidade de acolher quem escolhe ficar

Marco Ribeiro


“A Europa vê Portugal como um país tranquilo e quem vem visitar o país fica rendido ao que conhece. Portugal tem, além de muitos pontos de interesse, a capacidade de acolher quem escolher ficar”, afirma o nosso entrevistado.

Marco Ribeiro conta que 2016 começou com muita dinâmica de mercado mas que depois houve um declínio, por outro lado, confirma que já se nota alguma ascensão. “Este ano estamos a realizar muito trabalho de 2015. Temos de perceber o que os cidadãos estrangeiros procuram. Cada vez mais isso é o importante. Traçámos um perfil com base no que vendemos em 2015 no entanto as tendências estão sempre a mudar”.

Autorização de Residência para a Atividade de Investimento

Quem quer investir em Portugal já vem informado de toda a burocracia necessária para a concretização do negócio e a Markiclass acompanha o cliente de forma a encaminhá-lo da melhor forma para o seu objetivo. “Os clientes já têm conhecimento. No site dispomos de uma brochura que explica os requisitos e as benesses para a obtenção do «visto gold». Temos uma sociedade de advogados que garante a segurança e o acompanhamento legítimo. Nós reencaminhamos os clientes para o processo. O importante é que o cliente fique satisfeito”, explica Marco Ribeiro. ▪

Markiclass em 2016 Reforçar o departamento comercial e manter a empresa num crescimento sustentado, são alguns desafios que a Markiclass pretende continuar a trabalhar. Também acrescentar valor com o auxílio das novas tecnologias é outro objetivo da empresa. “Queremos que o nosso cliente esteja a par de tudo o que acontece, através de soluções que disponibi-

lizamos. O cliente tem de se sentir próximo da mediadora e é isso que a tecnologia nos possibilita ”, afirma o nosso interlocutor. “Manter a dinâmica de 2015 é o grande desafio neste momento. Foi um ano em que esgotamos os imóveis. Pretendemos conseguir uma oferta tão alargada quanto a que tivemos no ano passado”, conclui Marco Ribeiro.

A nossa estratégia empresarial anual existe mas é mensalmente que vamos definindo objetivos. O investimento estrangeiro será o motor do setor imobiliário português, é a partir dele que vão ser criados mecanismos para que o setor funcione na sua plenitude, uma vez que, neste momento, e infelizmente, a nossa economia interna não permite essa concretização

37 junho 2016

2016 Um ano de ascensão tímida e de perceção de tendências


INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

» ALGARMED – A MARCAR A DIFERENÇA

MARIA CONCEIÇÃO DIAS

ALGARMED

“VENDEMOS CASAS DE PESSOAS A PESSOAS” Maria Conceição Dias é o rosto da Algarmed, uma empresa imobiliária presente no mercado desde 2007. Com sede em Albufeira e uma filial em Cascais, a Algarmed atua em todo o território nacional com um leque diverso de imóveis, nomeadamente, herdades, hotéis, quintas, moradias, apartamentos... “Entre e veja” o que a algarmed tem para lhe oferecer.

D pontos de vista

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eseja vender um imóvel? Procura um imóvel? Definindo-se como uma imobiliária séria e moderna, a Algarmed, no acompanhamento das novas tecnologias, criou uma página para que os clientes possam visitar os seus imóveis o mais comodamente possível. Privilegiando as zonas de Albufeira, Silves, Portimão, Vilamoura, Vale do Lobo, Quinta do Lago, Lisboa e Cascais, Tem também imóveis espalhados por todo o país. A algarmed acompanha os seus clientes nos mais pequenos detalhes, dispondo de parceiros de confiança (advogados, fiscalistas, construtores) para que o seu cliente faça uma compra com toda a confiança e comodidade . “Deseja vender um imóvel? Deixe o seu imóvel connosco, garantimos a maior discrição na divulgação e comercialização do mesmo, respeitamos o vendedor! Procura um imóvel? Deixe-nos o seu pedido, que nós tratamos de fazer a seleção de imóveis à sua medida”, respeitamos o comprador! “é o que pode encontrar quem procura a Algarmed. Com o lema “vendemos casas de pessoas a pessoas”, o foco da Algarmed, para se distinguir das inúmeras empresas que fazem do mercado um mercado extremamente exigente e competitivo, tem sido a sua orientação personalizada para o cliente quer seja vendedor ou comprador. 2008 é considerado o ano em que a crise se instaurou em Portugal afetando bastante o setor


Um país para investir

A partir de 2014 começou-se a sentir um crescimento de investimento no imobiliário no país. Para a mediadora, Portugal tem excelentes condições para atrair clientes estrangeiros. “Somos um país tranquilo, um país com condições climatéricas fantásticas, com uma gastronomia de excelência, com a arte do bem receber, (e estamos na europa) pelo que os estrangeiros se instalam e adaptam facilmente”, refere. A verdade é que começam a surgir fatores que estão a reverter a sazonalidade que caracterizava o Algarve Com clientes a permanecerem durante o inverno pela obrigatoriedade de permanecerem mais de seis meses no nossos pais, provocando as-

ra Portugal um bom local para investir. “É um local mais barato para se viver do que em países como França, Inglaterra, Bélgica, Suíça. As pessoas que nos procuram acabam por perceber que cá conseguem ter um nível de vida mais elevado do que se permanecessem nos seus países além disso continuamos a ser um país muito acolhedor, tranquilo e seguro”, afirma.

Um negócio tranquilo

Somos um país tranquilo, um país com condições climatéricas fantásticas, com uma gastronomia de excelência, com a arte do bem receber, (e estamos na europa) pelo que os estrangeiros se instalam e adaptam facilmente

sim um consumo a nível de água, eletricidade, supermercados, restaurantes... Em épocas que eram mais mortas, a aposta no investimento estrangeiro tem sido a aposta da Algarmed. Com uma página destinada exclusivamente ao cliente estrangeiro, no seu portal www.Imatico.lu com informações relevantes para o seu bem-estar, nomeadamente sobre restaurantes, golf... Para Maria Conceição Dias estes clientes estrangeiros contribuem significativamente para a economia, superando a lacuna da sazonalidade. “Não se trata apenas de um cliente que compra um imóvel, trata-se de um cliente que permanece e consome, gera e contribui para a nossa economia”, refere a mediadora que conside-

Sabendo de antemão a complexidade que envolve um negócio de compra ou venda de um imovel, a Algarmed aposta na promoção de “negócios tranquilos” com os seus clientes. “Sabemos que não é fácil chegar a um país estrangeiro onde não se conhece a língua, as leis e a cultura para se fazer uma compra, que muitas vezes é o sonho de uma vida. Pelo que o cliente tem toda a nossa atenção, sem pressão, dando-lhe espaço para refletir e sentir-se tranquilo no processo da compra do seu imóvel”, afirma Maria Conceição Dias. Assim, a Algarmed dispõe, neste momento, de uma equipa com competências em sete línguas faladas e escritas fluentemente. “Tentamos fazer alguma diferença falando na língua do nosso cliente. A língua é o que faz a comunicação e a comunicação é o que dá segurança e tranquilidade às pessoas. Os nossos clientes merecem o máximo respeito. Acompanhamos sempre cada um dos nossos clientes nos pormenores, nas ansiedades e dúvidas. Indicando onde e como podem fazer a escolha do que precisam para se instalarem, desde um alarme para a sua habitação, ou a loja escolhida para mobilar a casa, a escolha de restaurantes, entre outros. Não é só entregar a chave. Continuamos em contacto permanente com os nossos clientes para qualquer questão ou situação que surja se eles assim o desejarem sem qualquer imposição da nossa parte”, explica a mediadora da Algarmed cuja prioridade é manter a qualidade da mediação imobiliária “de pessoas a pessoas” e garantir a satisfação dos seus clientes para que permaneçam com a Algarmed e nos recomendem. Com o investimento estrangeiro em Portugal a ganhar especial relevo, a Algarmed está a apostar fortemente no desenvolvimento das relações interculturais. Assim, a imobiliária encontra-se neste momento em conjunto com alguns clientes a promover a formação de uma Associação Cultural, Luso Francófona (membros fundadores de língua portuguesa e francófona) para que os estrangeiros que escolheram viver em Portugal. Tudo isto em prol de uma troca de experiências culturais entre Portugal e os seus países de origem. ▪

39 junho 2016

imobiliário. Tendo a Algarmed apenas um ano de existência conseguiu contornar esta questão e manter-se uma empresa fiel aos seus princípios de seriedade e modernidade atingindo o prestígio pelo qual é hoje conhecida. “Fiz um esforço enorme para ultrapassar a crise que afetou o setor imobiliário. Em 2008 a Algarmed tinha só um ano de existência, portanto ainda estava a estruturar-se e a dar os primeiros passos, apesar de eu já estar no ramo há alguns anos, não sendo assim um setor desconhecido, Tive de tomar algumas medidas para reduzir o máximo de custos possível”, começa por explicar Maria Conceição Dias. Em 2010 havia uma saída: focar-se no mercado estrangeiro e abrir novos horizontes para além do mercado português, inglês e irlandês, o mercado forte antes da crise. “Tentei chegar ao mercado alemão, holandês, luxemburguês e outros… Foi a saída que permitiu a algarmed crescer e permanecer até hoje”, refere a mediadora. Mais tarde, em 2011, surge a oportunidade de a Algarmed estabelecer uma parceria (em exclusivo) com um portal luxemburguês www.imatico.lu com uma visualização significativa um pouco por todo o mundo (em 2015 tivemos 3.4 Milhões de paginas visitadas) chegando, assim, a mais clientes, abrindo portas para outros mercados, nomeadamente de investidores, e em 2013 já estou através da www.imatico.lu a trabalhar em força o mercado francês que é ainda hoje bastante forte. “Criei uma estrutura sólida a nível de línguas, pelo que agora tenho uma equipa constituída por colaboradores que falam e escrevem fluentemente cada uma das línguas dos clientes estrangeiros que nos procuram. “Recebemos sempre os nossos clientes estrangeiros na sua língua materna, desde o Francês ao Holandês ou Luxemburguês etc.”, avança Maria Conceição Dias.


investimento imobiliário

» lucrideal - 10 anos

armindo Pires

“LUCRIDEAL,

A SUA CASA ESTÁ AQUI” A Revista Pontos de Vista foi conhecer a LUCRIDEAL, uma empresa de Mediação Imobiliária, situada na Maia, para perceber que estratégias e soluções diferenciadoras têm vindo a ser adotadas pela empresa que, hoje com dez anos, é uma referência no setor.


A questão da preferência do arrendamento face à compra deve-se sobretudo aos mais jovens que por questões de mobilidade profissional acabam por optar pelo arrendamento. Mas o que temem os jovens? “Os jovens não estão recetivos à compra devido à instabilidade profissional que se vive no país. Esta é a mais forte das razões. O arrendamento torna a mudança mais flexível”, explica o gerente. “O maior argumento que há para tentar contrariar isto é a questão dos custos, uma vez que os preços do arrendamento ainda se mantêm superiores face à compra, fator que se deve há imensa procura para arrendar. No entanto a maioria dos casos acaba por não ceder”, conclui.

O INVESTIMENTO ESTRANGEIRO COMO ALAVANCA DO MERCADO

“Portugal é um país em crise e vive-se tão bem? Perguntam os estrangeiros”. Para Armindo Pires, quem vem de fora vê qualidade de vida, sente o clima, aprecia a gastronomia e a segurança. Estes são fatores que tornam Portugal apetecível no momento em que os estrangeiros querem investir no país. O mercado nacional começa a dar sinais positivos de recuperação e grande parte da recuperação deve-se ao capital externo que alavanca o setor. O nosso entrevistado acredita que o mercado português vai continuar a ser impulsionado pelo investimento estrangeiro, porém, internamente já se começa a denotar que há portugueses a quererem investir cada vez mais no país. O mercado continua a crescer, e na APOSTAR NA DIFERENÇA LUCRIDEAL há vários investidoO nosso interlocutor ressalva res a comprar imóveis para que os clientes confiam no arrendar. trabalho da imobiliária Dos entraves que todo e que é graças a essa Tentamos o processo acarreta é confiança que os nemarcar pela diferença de destacar a quesgócios perduram em com uma relação tão burocrática, que força e saudáveis. ultimamente tem “Os clientes recode proximidade com sido muito discutimendam os nossos o cliente. Realizamos estudos da, e a carga fiscal serviços de uma de mercado que nos fizeram que incide sobre forma inequívoca, perceber as tendências os imóveis. Armindo o que nos permite e construir respostas Pires não tem dúvialavancar os negódas que são estes os cios em cada ano que nesse sentido principais fatores de passa. Periodicamente penalização do mercado. realizamos estudos de Portugal é, no entanto, mercado, de forma a perceuma boa localização para o inber as tendências e construir vestimento imobiliário e há uma rarespostas nesse sentido” zão óbvia para tal: o preço médio por metro “ Construímos relações fortes de negócios quadrado é dos mais baixos da Europa. saudáveis e duradouros”. A missão da LUCRIDEAL assenta na satisfação plena do cliente. Para isso a equipa que incorpoAS TENDÊNCIAS EM PORTUGAL ra a empresa é parte fundamental. A motivação “A tendência com a crise alterou-se, antes as da equipa ajuda quem procura, a encontrar o pessoas preferiam os imóveis novos, com a crise, imóvel que pretende. os usados passaram a ter mais adesão. As pessoCada obstáculo ultrapassado são a garantia da as ganharam consciência acerca das suas possiqualidade e gestão do serviço. Armindo Pires debilidades”, revela o Armindo Pires. clara que “a meta é chegar onde queremos ir”. O De relembrar que em 2008, a banca portuguenosso projeto é continuar a crescer e a desenvolsa cortou drasticamente o crédito à habitação, ver um trabalho diferente. Pretendemos explorar e como resultado, o volume de transações caiu ainda mais o mercado de luxo. em flexa, o que provocou a chamada crise imo“Por vezes não valorizamos o país que temos. biliária. Portugal tem um conjunto de fatores imensamente atrativos para quem nos visita. A questão COMPRAR OU ARRENDAR? da alimentação, por exemplo, que está a um níA nova tendência do arrendamento é muitas vel excelente comparativamente com o resto da vezes entendida como temporária no setor, no Europa, o acolhimento, a segurança, o clima… entanto, há quem acredite que é uma tendência há qualidade, boa apresentação e quem nos vicom a qual o mercado irá ter de aprender a lidar sita apercebe-se rapidamente destes factos”. ▪ de forma intemporal, sem prazo de validade.

A LUCRIDEAL está constantemente a zelar pelo bem-estar dos seus clientes, por isso alerta-os sobre uma questão que é polémica mas que ainda não é do conhecimento de todos. Se tiver uma casa com o IMI desatualizado basta ir às finanças e o valor do seu IMI pode descer substancialmente.

41 jUNHO 2016

A

rmindo Pires, Gerente da LUCRIDEAL, começou por explicar que a empresa, constituída em 2006, atravessou, logo nos seus primeiros anos de atividade, a crise que se instaurou no país em 2008, de forma perseverante e confiante. O foco da empresa passa essencialmente por prestar o melhor serviço possível a quem os procura, com soluções viáveis e concretas. A resposta que vem da LUCRIDEAL pretende ser a mais honesta e direta possível. E foi esta postura que levou a imobiliária a ser selecionada para a gestão de dois empreendimentos de referência na cidade da Maia. Segredos? A objetividade e apresentação de dados concretos nas propostas. Para além disto, havia um trabalho árduo e empenhado para trás que permitiu reunir toda a informação necessária para a apresentação de melhores soluções comparativamente com a concorrência. O mercado da Maia representa mais de 80% do volume de negócios da LUCRIDEAL, porém, temos realizado negócios no Porto, Matosinhos, Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Vila Nova de Gaia. Apesar de ter sido fundada no início da crise, Armindo Pires, afirma que, contrariamente ao que era esperado, a empresa não sentiu grandes dificuldades e adaptou-se de forma positiva ao mercado. Tendo mesmo em 2009 ganho robustez para adquirir instalações próprias e superar os objetivos a que se propuseram.

10

anos

A LUCRIDEAL FAZ 10 ANOS E LEVA-O DE FÉRIAS

De que está à espera? Se está a pensar comprar ou vender um imóvel, corra para a Lucrideal. Esta é sem dúvida uma oportunidade única de duplicar a sua felicidade, Casa + Férias!


MARCAS DE VALOR

» A CRIAR TENDÊNCIAS

PPG AC IBERIA

Aposta em estratégia diferenciada A PPG AC Iberia encontra-se focada numa estratégia de crescimento, reforçando o seu posicionamento no mercado através da proximidade com a distribuição tradicional, diferenciação de produtos e sua comunicação. Como um dos principais players no setor, a aposta passa por uma estratégia de investimento em inovação e sustentabilidade em todas as suas gamas de produtos.

pontos de vista

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É vital a criação de parcerias estratégicas com os nossos clientes, suportadas em alicerces de confiança, garantia e permanente formação técnica na nossa gama de produtos

PEDRO DE GOULART MENDEs

A

PPG* Architectural Coatings Iberia detém as emblemáticas marcas Dyrup, Bondex e DIP e é uma das empresas que integra o Grupo PPG, um dos líderes mundiais em revestimentos. A sua estratégia de crescimento internacional assenta em planos integrados de distribuição, inovação e comunicação. De acordo com o Diretor de Marketing da PPG AC Iberia, Pedro de Goulart Mendes, “pretendemos alcançar um crescimento de forma sustentável e por esse motivo apostamos no desenvolvimento de bases estruturais consistentes em todo o mercado ibérico, para que cada passo seja confiante e focado no objetivo de alcançar uma posição de liderança”.

ANO 5 ESTRELAS

Num ano em que a PPG AC Iberia apresenta um crescimento contínuo e sustentado em todas as suas áreas de negócio, a consolidação de portfólio e lançamento de novos produtos diferenciadores, são certamente a maior aposta do grupo. Contudo, mantêm ativas as parcerias estratégicas com todos os seus clientes, de forma a garantir a melhor distribuição do mercado e constante satisfação dos clientes. Segundo Pedro de Goulart Mendes “é vital a criação de parcerias estratégicas com os nossos clientes, suportadas em alicerces de confiança, garantia e permanente formação técnica na nossa gama de produtos.” Com um ano bastante positivo, a PPG


investimento em R&D por parte do Grupo PPG e constitui um sucesso a nível internacional.” A emblemática Tinta 003 – Licença para Pintar, regressou aos meios de comunicação social este ano, devido à sua elevada distribuição em diferentes pontos de venda e por conjugar os atributos mais procurados – é lavável, aplica-se com uma só demão e tem resistência a fungos.

CRIAR TENDÊNCIAS COMO FORMA DE COMUNICAÇÃO

A estratégia de comunicação da marca pretende não só dar a conhecer a proposta de valor acrescentado dos produtos Dyrup e Bondex, mas também enfatizar a diferenciação e inovação da marca, através de uma comunicação clara e assertiva, dirigida ao seu target. A mesma assenta num grande investimento em campanhas integradas de multimeios, com o objetivo de alcançar desde canais mais tradicionais, como TV, Rádio e Imprensa, como também os meios digitais. “Hoje em dia é fundamental maximizarmos as oportunidades de comunicação em todos os lançamentos que efetuamos, privilegiando todos os canais de forma adequada, sem esquecer a ativação das marcas no ponto de venda. Estamos cada vez mais a apostar na comunicação online e com tom emocional, criando exemplos práticos de vivências do quotidiano e uma maior relação de proximidade com o consumidor. Exemplo disto é a nossa página do Facebook, onde podem acompanhar tendências de cor e de decoração, sugeridas pela equipa internacional de Designers de Cor do Grupo PPG. Nesta área estamos a reservar ainda algumas novidades para este ano, por isso fiquem atentos!», conclui Pedro de Goulart Mendes. ▪

*PPG: WE PROTECT AND BEAUTIFY THE WORLD™

Na PPG (Bolsa de Valores de Nova Iorque: PPG) trabalhamos todos os dias para desenvolver e fornecer tintas, revestimentos e materiais nos quais os nossos clientes confiam, há mais de 130 anos. Com dedicação e criatividade, resolvemos os desafios mais exigentes dos nossos clientes, mantendo uma estreita colaboração para encontrar o caminho certo para o futuro. Com sede em Pittsburgh, mantemos operações e inovamos em mais de 70 países, reportando vendas líquidas de $15.3 mil milhões de dólares em 2015. Temos clientes nos mercados de venda e pós-venda nos setores da construção, produtos de consumo, indústria e transportes. Para saber mais, visite www. ppg.com. We protect and beautify the world e o Logo PPG são marcas registadas de PPG Industries Ohio, Inc.

43 junho 2016

AC Iberia foi distinguida pelo Prémio Cinco Estrelas com a Tinta de Interiores DYRUSTAR. De elevada qualidade, excelente poder de cobertura e resistência a fungos, esta tinta aquosa mate é o produto mais recomendado no seu segmento. Conjugando as suas características de excelente aplicação, possibilidade de afinação em milhares de cores e posicionamento de preço competitivo, DYRUSTAR representa a tinta ideal para quem procura um resultado cinco estrelas. A estratégia de comunicação deste produto, passou por um forte investimento em imprensa, rádio, online e ainda contou com uma forte ativação no ponto de venda. Pedro de Goulart Mendes acrescenta ainda que esta distinção deixa-nos bastante satisfeitos e confiantes de que estamos no caminho certo da inovação e performance de mercado, sobretudo pela satisfação que os consumidores particulares e profissionais revelam acerca dos nossos produtos”. Este ano será também marcado pela aposta da marca em diversificar o portfólio, direcionando a oferta para produtos de reabilitação. Exemplo disso foi o lançamento de Dyruplaster, uma gama de argamassas de revestimento de base acrílica, ideais para a recuperação e decoração de fachadas. Outro grande exemplo foi o lançamento de Dyrecup P, uma tinta aquosa mate surpreendente e diferente de tudo o que existe no mercado, uma vez que permite recuperar e proteger pavimentos exteriores em madeira ou cimento em vez de substituí-los. O seu elevado poder de cobertura, impermeabilização e efeito antiderrapante, faz desta tinta, a solução ideal para renovar decks e terraços. Segundo Pedro de Goulart Mendes “o lançamento ibérico deste produto foi fruto de um grande


MARCAS de valor

» ADEGA COOPERATIVA DE FAVAIOS

Favaios

é uma região, um lugar, uma marca muito própria “A Adega de Favaios tem apostado sempre numa inovação sustentada procurando agradar e surpreender pela positiva os seus consumidores”, afirma Mário Monteiro, Presidente da Adega Cooperativa de Favaios, que em entrevista à Revista Pontos de Vista abordou a dinâmica da marca, a importância da simbiose entre a modernidade e as tradições seculares, sem esquecer que a Adega de Favaios está hoje presente em 22 países, sendo já uma marca global.

S

obejamente conhecida, a Adega Cooperativa de Favaios é hoje um player inquestionável no mercado. Que análise é possível perpetuar da orgânica da marca e quais os principais elementos diferenciadores da mesma? É uma marca em “movimento”, muito dinâmica, sem preconceitos, que se mantem jovem com os seus mais de 60 anos de historia, que se renova ano após ano, que conjuga muitíssimo bem a popularidade, a tradição, a portugalidade, com a inovação, a globalidade de diversidade de mercados e consumidores e que consegue ser regional e cosmopolita, de massas e de nichos.

pontos de vista

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A Adega Cooperativa de Favaios tem como missão prosseguir o desenvolvimento do consumo e a imagem do Moscatel de Favaios como uma das mais importantes categorias de vinhos a nível nacional. Como o têm perpetuado? Com um enorme trabalho ao nível da vinha, da enologia e do mkt, comercial. A Adega de Favaios está neste momento a preparar-se para a certificação pela qualidade e aposta fortemente nos seus recursos humanos que são o pilar fundamental de qualquer empresa. Tem uma visão bem focada no consumidor, e juntamente com o seu distribuidor, consegue ter um mercado para os seus vinhos de excelente qualidade, quer sejam os indiscutíveis moscatéis quer sejam os vinhos tranquilos, espumantes e vinhos do Porto. É assim que conseguimos gerir uma marca que é muito mais que um estilo de vinhos; é uma região, um lugar. “Favaios” é uma marca que tem uma forma de se apresentar no mercado, ano após ano, com sucesso e crescimento, quer nos seus vinhos mais conhecidos, quer nos lançamentos de novos vinhos. Quais são as principais dificuldades que ainda vivem vosso quotidiano? Que tipo de apoio prestam aos vossos associados? A nossa maior dificuldade resulta da interioridade das nossas instalações. Muitos dos nossos custos resultam do facto de estarmos longe do litoral e do grande consumo. O esforço é maior. Mas também isso superamos com vontade de ferro. Quanto aos apoios que prestamos aos nossos associados dizem respeito sobretudo à vinha. Temos um gabinete de apoio técnico que presta gratuitamente todos os serviços relacionados com a viticultura. Não podemos esquecer que os grandes vinhos resultam de grandes uvas.

MÁRIO MONTEIRO


São já mais de 60 anos de história, num caminho muito intimista com o consumidor. O Favaito, um dos produtos estrela da adega de Favaios, pela sua significativa distribuição numérica e aceitação junto dos consumidores, é muitíssimo popular e está constantemente presente em momentos

A nível internacional que passos têm sido dados? Qual a abrangência atual além fronteiras do Moscatel de Favaios? A Adega de Favaios aposta fortemente na exportação. Neste momento 20% da faturação da Adega provém das exportações. Estamos presentes em 22 países, sendo que a maior quota diz respeito ao chamado mercado da saudade. Onde há um português tem de haver um Moscatel de Favaios; é o nosso lema. Há cerca de 12 anos, decidiram apostar fortemente na modernização e revitalização das infra estruturas da Adega Cooperativa de Favaios. Porque esta mudança de paradigma? Foi uma estratégia de readaptação a mercado mais global e inovador? Foi sobretudo uma aposta na modernização das nossas instalações que datavam de 1952 e que, dado o sucesso que o Moscatel de Favaios

estava a alcançar, não era mais possível continuar com os mesmos equipamentos que os nossos pais tinham instalado no início da década de 50. Houve que ganhar coragem, sobretudo coragem financeira e investir fortemente na modernização. A manutenção da qualidade dos nossos vinhos, atendendo ao nosso atual volume de vendas, só é possível porque temos uma adega moderna e equipada com o que de melhor se utiliza em centros de vinificação e engarrafamento. Modernidade e Tradições Seculares. É fundamental que estes dois conceitos se mantenham conjugados? Têm-no realizado em prol da qualidade do vinho? Sim fundamental, é preciso inovar, modernizar, adaptar aos tempos, e consumos atuais, mas a tradição e respeito pela região (douro) pela sabedoria e trabalho dos Associados, nunca pode ser descuidada. A qualidade dos vinhos tem de resultar do respeito pela região que está integrada, pelo caráter de linha de tradição de produto, pela criação de vinhos de excelência, enfim criar vinhos adaptados aquilo que é o gosto e expectativa d consumidor, nunca descurando a linha tradicional dos produtos de favaios que ao longo dos anos fidelizaram os consumidores. Em que pontos podemos identificar focos de inovação na vossa orgânica e interação com o mercado? A Inovação tem sido um vetor essencial para o vosso sucesso? Sem dúvida. A inovação é essencial ao sucesso de uma empresa. A Adega de Favaios tem apostado sempre numa inovação sustentada procurando agradar e surpreender pela positiva os seus consumidores; inovamos em imagem e posicionamento e inovamos na qualidade que apre-

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sentamos dos nossos vinhos, no mercado. Estes dois fatores, entre outros têm contribuído para a longevidade e sucesso no mercado. A história das marcas surge pela aceitação por parte da sociedade aos respetivos produtos. Somente por esta premissa, a Adega Cooperativa de Favaios já tem uma história rica. Quais serão os próximos capítulos desta história? Continuar a inovar usando as uvas da casta Moscatel Galego. É apostando na inovação que uma empresa ganha vantagem e competitividade no mercado. Escolher Favaios é…? “É escolher um dos melhores moscatéis portugueses; é escolher um Vinho com qualidade e que, ano após ano, é considerado pelos portugueses, um “Produto 5 Estrelas”. ▪

junho 2016

De que forma tem o Moscatel de Favaios «criado» a sua história juntamente com os portugueses? São já mais de 60 anos de história, num caminho muito intimista com o consumidor. O Favaito, um dos produtos estrela da adega de Favaios, pela sua significativa distribuição numérica e aceitação junto dos consumidores, é muitíssimo popular e está constantemente presente em momentos “ chave” de consumo tais como nas voltas a Portugal em bicicleta, Rallys, Queimas das Fitas, concertos e festas populares, no Rock in Rio onde é presença assídua das três últimas edições. Em 2016 pela primeira vez marca presença no Lisbon Bar Show, onde apresentamos o Favaito a um conjunto de bartenders de referência mundial, naquela que é considerada uma das maiores feiras de bar no mundo.


MARCAS DE VALOR

» ADEGA COOPERATIVA DE SABROSA OPINIÃO DE Daniela Alves, departamento de marketing/publicidade e Celeste Marques, enóloga DA ADEGA COOPERATIVA DE SABROSA

“Fernão de Magalhães”, uma marca com história Marcas, tal qual o nome indica, são traços que determinada entidade deixa nos seus produtos. Pode ser a marca da qualidade, a marca da inovação, a marca do empreendedorismo. Enfim… cada um sabe a marca que quer deixar na mente do seu consumidor.

A

pontos de vista

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Adega Cooperativa de Sabrosa, tem como principal imagem de marca, o seu caráter tradicionalista, aliado à inovação e ao desenvolvimento dos seus produtos. Os seus vinhos são marca registada Fernão de Magalhães, navegador português nascido em Sabrosa, que, coincidentemente ou não, também ele deixou, a sua marca no Mundo. A coragem do navegador incentivou a comunidade a seguir os seus próprios destinos, a traçar os objetivos certos, de forma a atingi-los seguindo as ondas que a vida lhes impõe. Assim, a tradicional Adega, oferece muito mais do que a simples comercialização de vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro. Distingue-se pela sua inclusão e preocupação social, pelo sentido prático e afável com que, desde sempre, tratou os seus colaboradores/associados. Porque, afinal, as marcas não estão isoladas no mundo, não podem sofrer de miopia de marketing e centrarem-se nelas próprias. É assim, que os vinhos Fernão de Magalhães, da Adega Cooperativa de Sabrosa, se destacam no meio vitivinícola em que estão inseridos, têm em consideração as necessidades que o meio, e principalmente o Consumidor apresenta. Foi com este intuito que a Cooperativa, decidiu apostar num inovador packaging de vinhos Helix, pioneiro na região do Douro. Tendo em consideração o público-alvo a que se dirige, foi decisão da Adega Cooperativa de Sabrosa utilizar este packaging, em que a garrafa tem formato hélice interior que permite desenroscar e enroscar a rolha, nos vinhos Fernão de Magalhães Moscatel e Rosé 2015. O público destes vinhos é maioritariamente feminino (principalmente o Rosé) e assim, passa a ser dispensável a utilização do saca-rolhas. Facto relevante para esta marca, é a notória presença que tem, no mercado de mulheres líderes mundiais. A Direção da Adega Cooperativa de Sabrosa integra uma mulher, que ao mesmo tempo é a responsável técnica pelos de-

partamentos de Enologia e Produção, Engenheira Celeste Marques. Nomeada, no presente ano, a Mulher do Douro 2016, é com ela ao comando que a Adega já alcançou vários prémios a nível Nacional e Internacional, conseguindo alcançar cada vez mais um novo posicionamento e afirmação no mercado. Os vinhos da marca têm sido fortemente premiados, elevando o nome da Adega a outros níveis, ultrapassando o pensamento que se tinha da fraca qualidade dos vinhos de uma Adega Cooperativa. Criar esta imagem não tem sido fácil, mas o esforço tem compensado. A marca que se quer deixar é sempre de uma imagem positiva e coerente, transmitindo segurança e confiança ao consumidor. A recente aposta que se realizou, foi na área do Marketing, algo que mostra o caráter inovador e, um pouco aventureiro também, que a Adega Cooperativa de Sabrosa possui. Os vinhos são de excelência, tal qual os prémios em concursos internacionais o comprovam, e portanto, pretende utilizar-se mais uma ferramenta de comunicação com objetivo de dar ainda mais ênfase ao que a própria marca pode proporcionar ao cliente, abrindo caminho a uma afinidade que conjuga na perfeição a procura por parte deste, e a oferta de que a Adega dispõe. Nestes 58 anos de existência, a Adega Cooperativa de Sabrosa tem conseguido ser reconhecida internacionalmente pela qualidade que confere a todos os seus vinhos e aos processos que utiliza, mas principalmente pela ligação que tem vindo a ser fortificada com o cliente final. A relação tem vindo a ser estrita e, tendo em conta o mundo digital em que já está inserida, a distância será, com certeza, cada vez mais reduzida, fazendo com que o consumidor seja parte integrante na Marca. Em suma, espera-se, cada vez mais, que a Adega Cooperativa de Sabrosa MARQUE. Pela diferença, qualidade, honestidade e segurança, com que sempre nos marcou. ▪


MARCAS DE VALOR

» CYTOTHERA SEMPRE A INOVAR

CYTOTHERA

LANÇA PORTAL “PAIS PARA A VIDA” A Cytothera preparou um espaço online exclusivamente dedicado a auxiliar os futuros no desafio de acolher um novo membro da família.

O

portal Pais para a Vida by Cytothera estará disponível em www.paisparaavida.pt a partir do dia 1de junho e disponibilizará informações úteis como a melhor forma de viver a gravidez (vigilância médica, saúde, sexualidade), as várias etapas de desenvolvimento fetal e o que esperar de cada uma delas. O objetivo é garantir informação sobre as necessidades antes, durante e após o parto, bem como os cuidados a ter com as crianças. “Esta é mais uma forma de estarmos presentes na vida das mulheres quando estão grávidas, uma das fases mais bonitas das suas vidas, mas também uma altura em que a procura de informação é constante e as mudanças são imensas”, explica Ana Cercas, Business Unit Manager da Cytothera. “No site Pais para a Vida, tanto as mães como os pais podem encontrar toda a informação relevante à gestação do novo membro da família que aí vem, com respostas úteis e intuitivas. Queremos ser um apoio não só durante os nove meses mas também nas primeiras etapas de cuidado da criança: saúde, alimentação, comportamento… ”. O site é um dos eixos fulcrais do projeto Pais para a Vida, que conta ainda com uma newsletter e uma página de Facebook, cujos conteúdos foram desenhados e planeados em parceria com uma equipa de especialistas e abarcam a gravidez, o parto e os cuidados a prestar ao bebé nos primeiros anos de vida. A newsletter acompanha os utilizadores semana a semana de gestação, com tudo aquilo de que precisam de saber, sendo totalmente personalizada. Informações de saúde por trimestre, os direitos legais das grávidas, todos os sinais de alerta, a evolução do desenvolvimento fetal, como gerir a dor no parto e até os primeiros cuidados a ter com o bebé são apenas alguns dos temas em destaque. A marca vai ainda lançar um livro sobre Medicina Regenerativa que esclareça devidamente os pais sobre a temática e sirva de suporte à equipa médica. Este livro será distribuído nas instituições de saúde. A navegação funcional e intuitiva do novo portal da Cytothera permite um fácil acesso à informação, adaptando os seus conteúdos e selecionando informações relevantes para as diferentes fases de gestação e os vários momentos da experiência que é ser um pai ou uma mãe para toda a vida. O site adapta-se aos vários formatos: mobile, pc e tablet. ▪

junho 2016

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Sobre a Cytothera A Cytothera é uma empresa de biotecnologia pertencente ao Grupo Farmacêutico Medinfar, 100% portuguesa, que desenvolve a atividade de criopreservação em Portugal desde 2005. Foi o primeiro laboratório em Portugal e na Europa a disponibilizar o serviço de isolamento e criopreservação de células estaminais do tecido do cordão umbilical. Por ser um Banco Privado, as células estaminais que são confiadas à Cytothera pertencem ao bebé. Os pais ficam responsáveis pelas células estaminais dos seus filhos, até que os mesmos atinjam a maioridade.


EVENTO

» MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO VI CONGRESSO INTERNACIONAL DE PATOLOGIA DUAL E ADIcTIVA

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PATOLOGIA DUAL O consumo e a dependência de substâncias químicas e não químicas, o acesso ao tratamento, a falta de informação ao público geral, novas drogas, e o consumo da heroína foram algumas das questões levantadas e debatidas no VI Congresso Internacional de Patologia Dual e Adictiva que se realizou entre os dias 1 e 3 de junho, em Lisboa.

CÉLIA FRANCO

A

pontos de vista

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Associação Portuguesa de Patologia Dual (APPD) foi, pelo 6º ano consecutivo, a organizadora do evento, espaço de discussão de múltiplos problemas e desafios que os doentes com Patologia Dual Adictiva apresentam e levantam. Com o tema ‘Patologia Dual e Adictiva: Um desafio para a Humanidade’, o congresso recebeu palestrantes de renome, profissionais das áreas debatidas e responsáveis de diversas instituições, de várias partes do mundo. Célia Franco, Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Patologia Dual, Médica Psiquiatra e Coordenadora da Unidade de Patologia Dual do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra refere que a dependência de substâncias e a doença mental são áreas para as quais ainda não há respostas suficientes e adequadas, pelo que se pretendeu com este congresso “pôr as pessoas das diversas partes do mundo a conversarem sobre este problemas da humanidade, partilhar dificuldades e experiências para conseguirmos equacionar melhor as soluções”. Criada em 2010, a Associação surgiu da necessidade de partilhar experiências profissionais e de expor os problemas e dificuldades tão complexos que não se encaixavam nas teorias dominantes. “Por outro lado tínhamos uma experiência tão rica que precisávamos de a partilhar com os demais, senti que saindo à rua representado um grupo de pessoas a minha voz chegaria mais longe e o meu trabalho teria outro peso. Hoje somos cerca de 200 associados, empenhados, que colaboram nos nossos trabalhos. Estamos a estudar e a fazer propostas para um melhor caminho nesta área”, explica Célia Franco. Se até aqui o trabalho levado a cabo pela Associação foi feito no sentido de explicar o porquê de defenderem o conceito de Patologia Dual, a partir deste ponto o objetivo será apostar em trabalhos científicos como é o exemplo do primeiro livro da Associação que compilou comunicações do Congresso Ibero-Brasileiro de 2013 feito por múltiplos autores e em múltiplas línguas. “Queremos desenvolver a

LUÍS PATRÍCIO

investigação na área e publicar as nossas experiências para alcançar mais pessoas. O objetivo é fazer do nosso trabalho uma escola”. ‘Doença mental e adição: duas faces da mesma moeda?’ é o nome do livro que teve como coordenação Célia Franco, Néstor Szerman e António Geraldo. “Defendemos neste livro que quando estamos a tratar de doenças mentais e de problemas de adição estamos a tratar as mesmas alterações de cérebro: os circuitos disfuncionais são os mesmos, apenas aparecem com uma sintomatologia diferente pelo que a adicção não é dissociável do resto, é uma das manifestações”, refere a médica. Já, Luís Patrício, Presidente do Congresso, Médico e Psiquiatra defende que a sociedade, durante muitos anos, não quis encarar a patologia dual Adictiva no âmbito da saúde, reprimindo os indivíduos. “Dentro do campo a saúde também não era abordada esta patologia, mas as coisas estão a mudar. O consumidor é a pessoa que consome e o dependente é a pessoa que sofre. Este consumo pode ser de substâncias ou de comportamentos, por isso temos tentado explicar à população que não existe diferença entre estas duas situações”, explica Luís Patrício. Considera que a população não tem sido educada para a saúde, existindo falta de informação acerca destes comportamentos duais e adictivos. “As pessoas não estão preocupadas. Temos que desmontar e combater a ignorância para aumentar a responsabilidade da população. A ignorância em relação aos consumos ainda é muita e temos de reforçar a educação para a saúde”, adianta o médico. Luís Patrício lamenta a facilidade do acesso às drogas e o facto de o consumo de cocaína em Portugal ter vindo a aumentar nos últimos anos. “O acesso às drogas é bastante facilitado, mas o acesso à informação do que estão a consumir não, elevando o patamar de risco para os consumidores. Temos de repensar o que está a acontecer no nosso país, a eficácia das soluções que têm sido apresentadas e temos de promover a reflexão da situação do país onde o consumo de droga não é legal, mas está banalizada”, elucida. ▪


o que eles dizem

perspetiva estratégica

Álvaro Carvalho

Presidente do Plano Nacional para a saúde mental

Este é um tema particularmente sensível em termos latos e, em termos relativos, em Portugal. Durante os anos 80, o país e a medicina, em particular, a psiquiatria, não tiveram a capacidade de integrar o novo fenómeno que era as toxicodependências, acabando por ser integrado só mais tarde no ministério da saúde o tratamento das toxicodependências ilícitas. Isto é um problema de saúde mental, e nesta área tem sido feito um investimento numa perspetiva estratégica e prática de intervenção e prevenção. Estamos num bom caminho. Com este congresso espero que consigamos sensibilizar a opinião pública e os poderes políticos em Portugal para a necessidade de haver uma articulação efetiva no país, neste âmbito. Ainda há um estigma e uma carga negativa relativamente à saúde mental.

melhor procura de tratamentos

Armando Leandro

Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens

O Congresso está em harmonia com as caraterísticas do mundo atual, com a complexidade do assunto, da necessidade de existir uma interdisciplinaridade, e que todos tenham um papel interventivo. Há uma necessidade de haver uma visão mais holística que permita uma melhor procura de tratamentos. Verifica-se nítidas melhorias no que diz respeito ao tratamento e ao seu acesso e na diminuição da discriminação do indivíduo consumidor de droga, há uma visão mais humanística e mais capaz de ajudar ao não estigma do consumidores de drogas, ajudá-lo na sua independência.

oportunidade única

Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro

problema social

Marques Teixeira Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental

A importância deste congresso tem a ver com a importância deste problema social. É um problema complexo que acarreta a conjugação de duas situações: o consumo de substâncias e problemas de doença psiquiátrica que levam a um agravamento da situação e a não adesão ao tratamento. Por isso, tudo o que seja fóruns para se discutir, partilhar experiências e investigações no sentido de melhorar a adesão e as condições de tratamento e investigação de tratamentos, é bastante importante. Há um aumento de consumo de novas drogas por toda a europa apesar das tentativas e dos esforços para a diminuição do consumo de drogas. As novas drogas, em Portugal, serão o novo desafio e a nova problemática, tratam-se de drogas sintéticas e com um potencial da ação cerebral e de destruição neuronal elevado.

49 junho 2016

João Romildo Bueno

É uma oportunidade única para discutir, do ponto de vista médico e psicológico, um problema que é politico e social que reflete a qualidade do serviço e planeamento de saúde mental. Esta situação é um problema de saúde, é um problema que tem múltiplas causas e que necessita de ser combatido em múltiplas frentes. A realidade do Brasil é parecida com a de Portugal: existe uma oferta exagerada de substâncias químicas, bem como uma população vulnerável que carece de informações adequadas. O acesso ao tratamento ainda é precário, são tratamentos prolongados que exigem muito dinheiro porque quando um doente adicto chega até nós já chega num estado muito avançado. Pelo que a taxa de recuperação é baixa. Há ainda as novas drogas, as drogas sintéticas muito mais perigosas, bem como as plantas geneticamente modificadas. São substâncias desenvolvidas sem critérios de segurança. Serão o problema do futuro.


CONGRESSO

» CENTRO HOSPITALAR DO TÂMEGA E SOUSA

NOVOS PARADIGMAS MANUTENÇÃO HOSPITALAR

No passado dia 9 de junho, o Serviço de Instalações e Equipamentos do CHTS organizou no Museu de Penafiel um congresso intitulado “Novos Paradigmas| Manutenção Hospitalar” direcionado aos demais destinatários da área da saúde, nomeadamente aos serviços de instalações e equipamentos de hospitais quer públicos quer privados, sendo o objetivo da organização do evento, desafia-los a quererem trabalhar em instituições de saúde eficientes, com prestígio a nível nacional e internacional.

pontos de vista

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A

Revista Pontos de Vista foi perceber que novos padrões existem e de que forma podem ser implementados nas unidades de serviços de saúde. A resposta a esta pergunta estendeu-se ao longo de quatro painéis, onde se deu a conhecer e discutir a importância de ampliar o acesso aos sistemas de informação de apoio à Gestão da Manutenção, da importância destas iniciativas, nomeadamente a troca de experiências, com apresentações concretas de processos implementados com sucesso, que em conjunto permitem ampliar o poder de decisão, assegurando uma maior fiabilidade na seleção e análise do que é relevante, tornando as escolhas mais assertivas. O painel introdutório abordou a implementação de um sistema de gestão da manutenção, com Vasco Ribeiro (Coordenador Técnico do Serviço Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa) enquanto moderador e como oradores, João Rito (Glintt), que se debruçou sobre o caso de estudo no CHTS e Elisabete Coelho (Entidade Reguladora da Saúde), que explicou a adequação do sistema e conforto nas

instalações hospitalares. Esclareceu ainda que por vezes o dinheiro não pode ser considerado à partida como um obstáculo e deixou o alerta para a necessidade de auditorias periódicas como necessárias para a resolução de questões como a inexistência de serviços ou de avaliação de riscos. O segundo painel foi dedicado às sinergias multidisciplinares e como se dá a passagem da teoria à prática. Contou como moderador com António Amorim (Associação Nacional de Controlo de Infecção / Unidade Local de Saúde do Alto Minho) e enquanto interlocutores Alexandrina Lino (Grupo Coordenador Local – Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, CHTS), Luciana Guimarães (Coordenadora do Serviço de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e Gabinete de Gestão do Risco Hospitalar) e Francisco Brito (Diretor da Unidade de Prestação de Segurança e Controlo Técnico SUCH/Presidente da Associação Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses - ATEHP). Os temas deste painel foram relacionados com a prevenção da infeção e de como esta tem de ser uma responsabilidade partilhada, a gestão do risco hospitalar e o contributo do SIE nesse sentido, a qualidade do ambiente e da água e a higienização desde a construção das instalações até aos profissionais. A qualidade como fator importante nos serviços de saúde, com segurança

e higiene, em que o propósito é minimizar os riscos até estes atingirem um nível aceitável. O terceiro painel foi dedicado à fiabilidade da manutenção nos equipamentos de electromedicina. Pedro Martins (SIE - CHTS) foi o moderador e José Manuel Medina (Diretor dos Laboratórios do ISQ), Maria do Céu Guerra (Departamento de Metrologia, Instituto Português Qualidade) foram dois dos interlocutores do painel que abordou a adequabilidade e a importância da metrologia como garantia da fiabilidade dos equipamentos médicos, assim como as boas práticas de manutenção, em que o trabalho do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa foi dado a conhecer nas vozes dos técnicos de electromedicina, Núria Moreira e Bruno Ferreira. O quarto e último painel foi dedicado à eficiência energética, a sua aplicação, desenvolvimento e oportunidades na saúde. A moderação ficou ao encargo de Henrique Vilela (ARS - Norte) e a interlocução foi de Carlos Branco (SUCH) E Bruno Pimenta (POSEUR). O congresso terminou, no final do dia, com os participantes cientes que os caminhos para uma melhoria das condições das unidades de saúde passa por uma melhor comunicação entres os demais e que a informação e o conhecimento, quanto mais se compartilham mais se multiplicam, propiciando a criação de uma inteligência coletiva universal. ▪


o que eles dizem iniciativa louvável

Tirar partido da informação e partilhá-la

Vasco Ribeiro

Coordenador Técnico do Serviço Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

“Os motivos da existência deste congresso nascem de uma lacuna que há na área. E o seu objetivo é que haja uma sinergia entre os diferentes hospitais. Tirar partido da informação e partilhá-la. Os custos cada vez mais são controlados e menos disponíveis, contudo, por vezes, com pouco dinheiro, com um melhor aproveitamento e com boa vontade os resultados aparecem.”

Lúcia Serqueira

Diretora do Serviço Sistemas de Informação do Centro Hospital Tâmega e Sousa

“Esta é uma iniciativa louvável. A equipa é uma equipa técnica muito boa. Não conheço outras iniciativas do género, penso que esta seja a primeira. O sistema que está a ser hoje apresentado foi um sistema relativamente simples de implementar no CHTS. A saúde do doente tem de ser a prioridade e nesse sentido considero que se todos os serviços de saúde apostassem em certificações haveria uma melhor prestação de cuidados. A qualidade no tratamento da saúde das pessoas tem de ser uma prioridade.”

soluções de mercado

“Com este congresso, a Schneider pretende, acima de tudo, entender as exigências dos clientes, exigências que estão sempre a evoluir. Pretendemos também mostrar ao mercado de que soluções dispomos neste momento.”

interação

João Cruz

Schneider Electric Business Development

Francisco Brito -

manutenção

“A questão da manutenção dos equipamentos hospitalares é uma atividade com uma imensa pertinência mas que muitos desconhecem. Abordar estes temas é essencial.”

Carlos Lopes

Assa Abloy Systems Área Comercial

Diretor de Unidade de Prestação de Segurança e Controlo Técnico SUCH/ Presidente da Associação Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses (ATEHP)

51 junho 2016

“A interação é extremamente importante entre as várias unidades de saúde, é a partir daí que os resultados aparecerão. Tem de haver uma união entre os vários profissionais da saúde, este congresso é um alerta neste sentido.”


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» I&D E INOVAÇÃO EM SAÚDE

Inovar na saúde é com a ENERMETER A ENERMETER assume-se como uma marca direcionada em específico para a vertente da saúde, apresentando soluções inovadoras e que perpetuem a diferença. Sobre estas e outras matérias, a Revista Pontos de Vista conversou com Teresa Martins, Diretora do Departamento de Visão Artificial e Sócia-Gerente da ENERMETER. Conheça mais.

I

nvestigação, Desenvolvimento e Inovação são cada vez mais palavras de ordem em Saúde para a promoção de um sistema de Saúde mais eficiente nas suas diversas vertentes. Que soluções a ENERMETER apresenta ao mercado? Em específico na área da saúde, a ENERMETER aposta desde 2012 na investigação e desenvolvimento de soluções automáticas para análise de imagem médica. Procuramos desenvolver métodos de análise de imagem inovadores para diagnóstico da retinopatia diabética, cancro da mama e doenças reumáticas. Recentemente, iniciamos um novo projeto, financiado pelo sistema de incentivos do Portugal2020, com o objetivo de desenvolver um sistema de análise de imagens ecocardiográficas para deteção de defeitos do aparelho valvular mitral. Contamos apresentar ao mercado num futuro próximo, as nossas soluções para a retinopatia diabética e cancro da mama, pois estas encontram-se numa fase de validação clínica. A visão dos membros fundadores da ENERMETER, aliada à vasta experiência adquirida ao longo dos anos, foi crucial para a tomada de decisão de se investir no setor da saúde e criar uma equipa de qualidade e com formação específica nesta área.

pontos de vista

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Fundada em 2001 e instalada em Braga assume um crescimento sustentado pela sua clara visão de futuro, apetência para a inovação e elevada dedicação aos seus clientes. Qual tem sido a estratégia adotada pela empresa para se diferenciar e destacar? A ENERMETER é uma empresa de base tecnológica que se dedica ao desenvolvimento de soluções inovadoras para as áreas de medição e visão artificial. Neste sentido tem apostado no desenvolvimento de soluções para setores estratégicos que alavancam a economia nacional e também em domínios cientifico-tecnológicos emergentes, tais como as aplicações de imagem médica, que têm possibilitado a afirmação da empresa no mercado global. A ENERMETER é líder de mercado nas suas áreas de atuação, pela inovação e capacidade de desenvolvimento, parcerias estabelecidas com várias entidades e customização das suas

Resultado do trabalho, capacidade e caráter inovador da ENERMETER a empresa tem vindo a assumir-se cada vez mais como um líder global no desenvolvimento de soluções inovadoras de medição e visão artificial. Como se deu o início dessa internacionalização? Em 2007 a ENERMETER efetua a primeira exportação de um sistema automático de inspeção de componentes, com base em tecnologia de visão artificial, para a indústria automóvel alemã, em concreto para a Bosch Car Multimedia. Esta primeira internacionalização resultou de trabalho e inovação contínuos com a Bosch Car Multimedia de Braga conduzindo ao sistema de inspeção ótico de unidades de navegação, que se assumiu como sistema de referência no Grupo Bosch. Neste momento, exportamos também para os Estados Unidos, China, Malásia, Roménia e Espanha. Penso que o facto de todas as soluções que exportamos serem validadas primeiro em clientes nacionais tem sido crucial para o aumento das exportações da ENERMETER. TERESA MARTINS

soluções, garantindo a total satisfação dos seus clientes. A ENERMETER é, também, certificada pela ISO 9001:2008. Que mais-valias trouxe a certificação? A ISO 9001:2008, define os requisitos necessários para a certificação em termos de qualidade e gestão. Esta certificação trouxe à ENERMETER o reconhecimento de que possui um sistema de gestão da qualidade compatível com os mais altos padrões internacionais. Este reconhecimento concretiza-se na satisfação dos seus clientes e na expansão para mercados fortemente exigentes. Em 2012 o Departamento de Visão Artificial obteve a certificação It-Mark, que atesta a qualidade e maturidade dos processos nas áreas de engenharia de software, sistemas e serviços, de segurança e gestão de projetos. Em 2014, este departamento obteve o reconhecimento CMMI Dev Nível 2, refletindo um elevado nível de maturidade no desenvolvimento dos seus projetos. A ENERMETER é uma das 11 empresas nacionais com esta certificação.

A ENERMETER é a embaixadora empresarial da cidade de Braga. Que motivos acredita terem sido decisores na escolha? O título de embaixadora empresarial de Braga representa para a ENERMETER o reconhecimento do seu valor no tecido empresarial da cidade e a responsabilidade de continuar a apresentar Braga, por onde quer que a ENERMETER passe, como uma cidade jovem, dinâmica e produtora de riqueza. Quais são os grandes desafios que a empresa enfrenta nos mercados em que opera? Por onde passa o futuro da ENERMETER? As previsões para os próximos anos são de crescimento sustentado. Pretendemos continuar a ser líderes nacionais neste tipo de soluções de visão artificial. Continuaremos a investir no desenvolvimento de soluções de inspeção eficazes para o setor industrial e a apostar na investigação e inovação no desenvolvimento de novos algoritmos de imagem médica para o apoio ao diagnóstico, alargando desta forma o leque de soluções. Estas aplicações de apoio ao diagnóstico, serão resultado, a curto prazo, do investimento da ENERMETER em novas soluções e novos mercados. ▪


mAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» tECNOLOGIA PARA A SAÚDE

DOCWORLD

O SUCESSO CONQUISTADO Em 2008, José Luís Rebelo e Pedro Amaral, ambos desempregados, arriscaram e venceram. A vitória tem o nome de Docworld, uma empresa cujo crescimento tem sido gradual e sustentado. Mais do que uma empresa, a Docworld tem na sua génese a filosofia de empregar pessoas desempregadas. A ética, o rigor e a honestidade fazem parte do ADN da empresa. Conheça nas palavras de José Luís Rebelo, Diretor Comercial, os passos da Docworld.

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José Luís Rebelo

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Pedro Amaral

vam à procura de emmilhões prego. Atualmente, a Docworld assume-se de luvas vendidas por mês como uma empresa de ex-desempregados, e assim querem continuar, a dar a oportunidade a quem precisa dela.

A CONFIANÇA DE DENTRO PARA FORA

O sucesso explica-se, segundo o nosso interlocutor, com a honestidade e palavra. O rigor nos negócios e o cumprimento de prazos foram determinantes para atingirem um grau excelso de credibilidade. “Fomos provando aos nossos parceiros que estávamos aqui com boas intenções, de forma séria, com o objetivo de criar postos de trabalho, de crescer e de querermos ser uma referência alternativa no mercado. O nosso trabalho foi premiado pelos nossos clientes. Hoje temos um capital social de 200 mil euros, uma autonomia financeira a crescer, pagamos religiosamente as nossas responsabilidades,” explica José Luís

Rebelo assim o sucesso da empresa. O setor apesar de complicado é visto pelo empresário como rigoroso e muito competitivo. Cumprir o acordado é a base para haver confiança entre todas as partes.

INTERNACIONALIZAÇÃO E CRESCIMENTO

A empresa foi criada em 2008 mas a internacionalização não tardou a acontecer. Para além de abastecer Portugal, a empresa criou a Docworld Espanha, em Santiago de Compostela, apenas com um delegado e que já fatura 20 mil euros por mês. Para José Luís Rebelo o mercado espanhol “é um mercado cinco/seis vezes superior ao nosso e com caraterísticas muito próprias”. “Estamos a repensar a nossa estratégia no país vizinho. Já temos algo, mas queremos mais”. revela ainda que na mira da empresa, além de Espanha, estão os mercados da América do Sul. a criação de produtos com a marca Docworld e a expansão da mesma fazem parte das prioridades da empresa. “O nosso primeiro produto foram as luvas de nitrilo, o que faz com que a Docworld ande nas mãos de toda a gente”, graceja o diretor. ▪

53 junho 2016

ituada em Matosinhos, é uma empresa de produtos consumíveis hospitalares, descartáveis cirúrgicos, vestuário não estéril e instrumentos cirúrgicos/tratamento de feridas. Hoje contam com 14 funcionários e instalações com cerca de 2.500m2. A primeira contratação aconteceu em 2010. Uma comercial, desempregada, com experiência no setor. Começou como comercial, atingindo o título de melhor vendedora da Docworld, e hoje é chefe de vendas. A questão da progressão de carreira é vista pela direção como essencial à motivação dos seus colaboradores e por isso quando agora abrem novas funções/oportunidades na empresa, os primeiros a ser equacionados para estas novas funções são os atuais colaboradores. Em fevereiro de 2008 acontecia a assinatura do primeiro contrato de representação exclusiva, realizado na República Checa. Hoje são várias as representações exclusivas para o mercado Ibérico, principalmente oriundas da Europa. Em agosto, chegava a Portugal o primeiro camião de artigos para venda pela Docworld. “Cada camião de material custava, em média, 25 a 27 mil euros. Tínhamos de o pagar 30 dias antes da remessa. Recebíamos os produtos e íamos vendê-los aos hospitais, que nos pagavam num prazo que ia dos 30 aos 90 dias”, explica José Luís Rebelo. Os produtos começaram a ser vendidos, numa primeira fase, a clínicas e hospitais privados. Depois de ganhos alguns concursos em grupos hospitalares privados, seguiram-se os concursos dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e, atualmente abastecem Portugal de norte a sul e Ilhas. Em 2009 a faturação atingia já os 225 mil euros, em 2010 chegaram aos 365 mil euros e em 2011 os 814 mil euros, e assim continuou até hoje… a subir (já ultrapassaram os 5 milhões de Euros de faturação anual). “Em 2009, no período em que a crise se instaurou, contrariamente ao ciclo, os bancos abriram-nos as portas. “Um dos nossos maiores desafios é conseguir gerir os tempos de pagamentos a fornecedores e recebimentos de clientes”, revela o nosso entrevistado. A partir daí, todas as contratações, designadamente para a área administrativa e de armazém, foram de pessoas que se encontra-


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» SINDICATO DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES OPINIÃO DE José Carlos Martins, Presidente do SINDICATO DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES

Enfermeiros, uma força para a mudança Os enfermeiros têm, em todos os países do mundo, um papel incontornável no acesso aos cuidados de saúde. Nos países em vias de desenvolvimento e nas áreas remotas e rurais dos países desenvolvidos, como a Austrália, Canadá e Estados Unidos, os enfermeiros são mesmo os únicos profissionais aos quais os cidadãos têm acesso.

PERFIL

José Carlos Martins Presidente do SINDICATO DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES

É pontos de vista

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a imprescindibilidade dos enfermeiros e dos seus conhecimentos técnico e científicos que têm determinado os vários alertas da Organização Mundial de Saúde (OMS), para as consequências da escassez destes profissionais, a nível mundial. Se nada for feito, pelos governos nacionais, nos domínios da formação e da retenção, os sistemas de saúde estarão numa situação de colapso, colocando em causa o acesso dos cidadãos aos cuidados, também no nosso país. De acordo com alguns estudos e entre outros fatores (determinantes da saúde, desigualdades sociais, literacia em saúde, etc), as questões agroalimentares, climatéricas e demográficas vão suscitar novos problemas e mais necessidades em cuidados de saúde. Ou seja, estaremos confrontados com novas e mais doenças raras e com novas doenças crónicas e de maior cronicidade. Em termos demográficos, devido à longevidade e inerente deterioração dos sistemas, aparelhos e órgãos, teremos milhões de pessoas a viver mais anos com várias doenças crónicas, com elevada diminuição da sua autonomia e

em situações de dependência diversa (em Portugal, em 2011, tínhamos mais de 3,5 milhões de pessoas com mais de 65 anos, das quais, 900 mil tinham mais de 75 anos). Para além da inovação (tecnológica ao nível dos dispositivos médicos e farmacológica), os desafios em termos de respostas em cuidados de saúde são enormes. Desde logo, este novo “perfil epidemiológico” requer mais conhecimento integrado e articulado nos planos e processos terapêuticos de resposta. Ou seja, mais e melhor funcionamento de equipas multiprofissionais, mais inter e transdisciplinaridade. Será que a estrutura, organização e modelo de formação dos atuais profissionais de saúde estão ajustados a estes desafios? Julgo que não. Neste quadro, terá vantagem regular legal e autonomizadamente os denominados “atos” específicos de cada uma das profissões de saúde? Nenhuma. Só vai potenciar conflitos entre profissionais. Ao nível da enfermagem, estando claro que “as novas necessidades em saúde” das pessoas incorporam uma elevada dimensão de “cuidados de manutenção”, que, no essencial, são prestados por enfermeiros, significa que: i) os dispositivos/redes prestadoras terão que integrar muitos mais enfermeiros; ii) também por outros fatores, todos os enfermeiros, sem “perder a perspetiva global da concreta pessoa”, deverão vir a ser enfermeiros especialistas num determinado domínio de especialização. Para que haja “mais saúde” e signifique “mais futuro”, entre outros aspetos, é ainda determinante: i) que as medidas de política de saúde sejam fortemente centradas nos domínios da prevenção das doenças e da promoção de saúde (desfocar do negócio da gestão da doença e por termo ao “contrabando” de dinheiro público a favor de interesses privados); ii) plano estratégico de desenvolvimento (investimento) das denominadas redes públicas de proximidade (cuidados de saúde primários, aditivos e dependências, cuidados continuados e paliativos), ou seja, mais meios e, desde logo, mais enfermeiros; iii) criação de sistemas/comunidades locais de saúde que, integrando o conjunto de recursos de saúde de determi-

nada área geodemográfica, operacionalize de forma articulada e integrada os planos locais de saúde; iv) que, face à previsão da OMS (em 2050, as mortes por resistência aos antibióticos serão em número superior às provocadas por cancro), se planifique a prestação de cuidados a pessoas com doença aguda “internadas” no seu domicílio; v) que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) desenvolva a atual dimensão e capacidade prestadora pública, para que continue a ser o elemento estruturante do Sistema de Saúde Português e a garantir a universalidade do acesso à generalidade dos cuidados; vi) repensar o modelo de financiamento e de alocação de recursos às entidades do SNS. E porque os profissionais são o recurso mais valioso para a obtenção dos melhores resultados em saúde, é fundamental que haja investimento nas suas condições de trabalho. É nesta perspetiva que o SEP entregou no Ministério da Saúde o seu Caderno Reivindicativo. Nos diversos domínios (emprego, desenvolvimento profissional e salarial e outras condições específicas inerentes ao exercício profissional), identificou o diagnóstico de situação e apresentou as suas propostas de solução. No domínio do emprego, entre outras medidas, é fundamental: i) negociar um plano de admissões de médio/longo prazo, que dê resposta à carência estrutural de enfermeiros; ii) regularizar a situação dos enfermeiros que detêm um vínculo precário; iii) potenciar, agilizar e consolidar as situações de mobilidade. Ao nível do desenvolvimento profissional e salarial, é determinante, designadamente: i) implementar legalmente os processos de avaliação do desempenho; ii) operacionalizar a evolução na carreira profissional; iii) implementar legalmente a hierarquia funcional (Chefias) nas Instituições; iv) valorizar economicamente os enfermeiros como os de igual habilitação e qualificação; v) consequenciar economicamente o elevado contributo dos Enfermeiros Especialistas nos resultados em saúde dos cidadãos; v) harmonizar os modelos remuneratórios entre enfermeiros e com restantes profissionais que exercem funções na área dos cuidados de saúde primários. ▪


BREVES BREVES

refugiados

Frontex prevê a chegada de 300 mil refugiados este ano à UE A agência europeia de controlo das fronteiras externas, Frontex, estima que cheguem este ano à União Europeia (UE) cerca de 300 mil refugiados através do Mediterrâneo e da Líbia. “Calculamos que estejam a chegar à volta de 10 mil por semana”, afirmou o diretor do departamento de operações, Klaus Rösler, em declarações ao diário popular “Bild”, em relação ao crescente número de chegadas em barcos registado esta primavera.

60 anos de Gulbenkian.

ciência

Há concertos, exposições e cinema

Bactéria do intestino eliminou alguns comportamentos autistas em ratinhos

A Fundação Calouste Gulbenkian vai celebrar os seus 60 anos de existência com uma programação de concertos, cinema, exposições, sessões de leitura, ‘workshops’ e outras iniciativas em Lisboa. A Fundação Calouste Gulbenkian já começou a celebrar os seus 60 anos de existência, na passada quinta-feira, dia 23, com uma programação de concertos, cinema, exposições, sessões de leitura, ‘workshops’ e outras iniciativas na sede, em Lisboa, a partir da próxima. Nas celebrações vão atuar a citarista e compositora britânica Anoushka Shankar, o fadista Carlos do Carmo, o cantor brasileiro Ivan Lins, o angolano Waldemar Bastos, assim como jovens reclusos de Leiria, que repõem a sua versão de “D. Giovanni”, de Mozart. Intitulado “Jardim de Verão” o programa envolve os vários departamentos da Fundação Gulbenkian, da música às artes plásticas, às áreas da educação e da ação social.

Por incrível que pareça, há uma relação entre a dieta dos ratinhos, as bactérias intestinais e o autismo. Estudo pode dar pistas para tratamentos não invasivos em humanos com esta perturbação. Uma bactéria intestinal pode ter influência no cérebro e no comportamento social? Um estudo publicado esta semana na revista científica Cell defende que sim. Um grupo de neurocientistas da Faculdade de Medicina de Baylor, nos Estados Unidos, concluiu que uma única espécie de bactéria intestinal pode reverter comportamentos sociais associados ao espectro autista em ratinhos. Os investigadores constataram que os animais, filhos de progenitoras alimentadas com dietas ricas em gordura, não possuíam uma bactéria intestinal e apresentavam um défice social. Depois, tentaram reverter este efeito “alimentando” os ratinhos com a bactéria em falta. E conseguiram. A “inspiração” para a investigação dos cientistas veio de “anteriores estudos epidemiológicos que concluíram que a obesidade das mulheres durante a gravidez poderá aumentar o risco de os filhos desenvolverem perturbações do neurodesenvolvim e n t o, i n c l u i n d o transtornos do espectro autista”, explica um comunicado da editora Cell Press sobre o estudo.

Ténis podem não ser a melhor opção para correr

Estudantes, querem melhor dica do que esta para os exames? É um dois em um e com muitos benefícios. Fazer exercícios depois de aprender algo melhora a memória, revela um estudo publicado esta quinta-feira no site Current Biology.

55 junho 2016

Exercício depois de aprender melhora a memória

Depois de ler este texto, poderá começar a pensar em alternativas mais minimalistas para treinar. A conclusão a que chegaram foi que, na realidade, os ténis podem interferir com a capacidade do pé para funcionar como uma mola, diminuindo do tamanho do arco do pé quando assenta no chão. Não se confirmou, no entanto, que isso enfraqueça todo o movimento, como se suspeitava. Os ténis fazem realmente os músculos trabalhar mais para manter o arco estável, alterando a fisiologia da execução da passada. O melhor será começar a pensar em alternativas mais minimalistas, ou então, aventure-se a correr descalço, há já alguns estudos a defender que essa é mesmo a melhor solução para os amantes de corrida.


PODER LOCAL

» HÉLDER ABREU EM ENTREVISTA

COIMBRA A UNIÃO FAZ A FORÇA Há 35 anos que Hélder Abreu, Presidente da União das Freguesias de Coimbra – Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu – tomou posse. Em relação ao seu percurso, “sinto satisfação pelo que conquistei”, afirma o Presidente que considera que é preciso olhar para o Turismo como uma contribuição para a economia de Coimbra e do País. A União de Freguesias de Coimbra faz parte de uma das cidades mais emblemáticas de Portugal e como tal o Presidente Hélder Abreu sente essa responsabilidade como parte da sua missão no governo das freguesias.

HÉLDER ABREU

D pontos de vista

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esde sempre que tem lidado com problemas de gestão entre a Autarquia e a Câmara Municipal. No entanto, Hélder Abreu tem conseguido contornar as situações adversas com que se tem deparado. “A admiração que as pessoas me transmitem são o motivo que me anima e me faz querer continuar a lutar pelo local e pelas minhas gentes”, começa por referir o Presidente. “O trabalho é difícil”, revela o Autarca que tem a cargo cinco freguesias com cerca de cinquenta mil eleitores. Tendo como prioridade a preocupação pelos cidadãos das suas freguesias, Hélder Abreu tem desenvolvido e dinamizado o seu trabalho com tudo o que lhe é possível. “Apesar das adversidades, há projetos que estão a ganhar corpo, a obra pública tem sido feita e isso é a motivação necessária para continuar”, salienta o Presidente. Quando chegou à presidência encontrou, nas freguesias, muito trabalho a ser desenvolvido, exemplo disso, pode considerar-se o nome das ruas da União de Freguesias de Coimbra. “As placas

das ruas têm, hoje, um pouco da história e data de nascimento da figura histórica que deu o nome à rua”, explica o Autarca.

O percurso

Desde a sua vida de estudante que tem feito uma análise da cidade de Coimbra e do que ela precisa, algo que hoje lhe é possível fazer. Das iniciativas que a Autarquia promove podem destacar-se as excursões para idosos e excursões pedagógicas, o apoio social a pessoas e famílias carenciadas, bem como o apoio às diversas Instituições da Freguesia, Estes são, também, alguns dos pontos que o autarca refere como prioridades no uso do dinheiro da autarquia. “O dinheiro é do povo e é para o povo”, constata Hélder Abreu. “Uma Junta de Freguesia é, entre outros aspetos, a ponte entre a Comunidade e o Município”, afirma o Presidente que, para isso, tem de haver um entendimento entre o Presidente da Junta de Freguesias e o Presidente da Câmara Municipal sobre os projetos a serem realizados nas freguesias de acordo com as suas necessidades. ▪

Mensagem do Presidente A União faz a força, diz o povo e nós não esquecemos a força das mãos unidas. Esperamos que esta União de Freguesias de Coimbra, constituída pelas antigas freguesias de Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu, contribua para uma melhor qualidade de vida dos cidadãos abrangidos. Dentro desta linha ressaltamos: As Festas dos Santos Populares no Largo do Romal e Marquês de Pombal; A Viagem de Séniores a Fátima, Batalha e Nazaré; Sessões de ginástica para idosos; A Informatização dos Serviços das autarquias; Distribuição de Cabazes a famílias carenciadas; Colaboração no Aniversário Dia Mundial do Coração; Reparação e apoio às cinco escolares atribuídas; Higienização do Mercado do Calhabé e a Pavimentação na Rua da Casadinha, na Pedrulha. De referir, ainda, a pavimentação dos passeios da rua Santa Teresa; a reparação da proteção do largo da Igreja da Pedrulha; Reparação das lajes das ruas da Baixinha; Requalificação do edifício da Sede da União de Freguesias de Coimbra; e, por fim, assentamento do novo parque infantil na rua 4 de julho, na Pedrulha.


CURIOSIDADES SÉ NOVA

Sé Nova é um bairro português da cidade e do concelho de Coimbra e é uma paróquia da Diocese de Coimbra, com 1,6 km² de área e 6 741 habitantes (2011). Densidade: 4 213,1 hab/km².

SANTA CRUZ

Santa Cruz é um bairro português do concelho de Coimbra, com 5,56 km² de área e 5 699 habitantes (2011). Densidade: 1 025 hab/km².

ALMEDINA

Almedina, Sé Velha ou Alta é um bairro português do concelho de Coimbra, com 1,01 km² de área. A zona alta da cidade de Coimbra faz referência à parte mais elevada da cidade, historicamente delimitada pelas antigas muralhas da cidade (intramuros). Em 2011 tinha 904 habitantes (densidade: 895 hab./km²).

SÃO BARTOLOMEU São Bartolomeu é um bairro português do concelho de Coimbra e paróquia da Diocese de Coimbra, com 0,17 km² de área e 627 habitantes (2011). Densidade: 3 688,2 hab/km². É o menor bairro da cidade de Coimbra.

Universidade de Coimbra, Alta e Sofia Património Mundial da Humanidade

Em 22 de junho de 2013, a Universidade de Coimbra, a Alta e a Sofia foram integradas na lista de Património Mundial da UNESCO. Esta classificação diz respeito ao edificado, mas engloba também uma dimensão imaterial justificada pelo papel da Universidade de Coimbra como construtora e difusora, durante séculos, da língua e cultura portuguesas.

junho 2016

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PODER LOCAL

» JUNTA DE FREGUESIA DOS OLIVAIS

“Há muita obra a acontecer na nossa Freguesia!” Proximidade com as pessoas. É este o grande desiderato de Rute Lima, Presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, que em entrevista à Revista Pontos de Vista revelou um pouco mais sobre aquela que é, segundo as suas palavras, “a melhor do país para viver, trabalhar e estudar”. Conheça mais.

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pontos de vista

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A gestão de uma Freguesia faz-se, diariamente, em contacto com a população, de uma forma próxima das necessidades concretas das pessoas

ara quem não conheça, como é que podemos caracterizar a Freguesia dos Olivais? Sei que sou suspeita, mas considero a Freguesia dos Olivais a melhor do país para viver, trabalhar e estudar. Desde logo, porque beneficia das vantagens de pertencer a Lisboa, a capital do país e que regista um desenvolvimento económico, social e administrativo fortíssimo, nomeadamente quando comparado com a realidade nacional. Por outro lado, beneficia dessas vantagens todas num contexto de tranquilidade, segurança e beleza próprios do conceito de cidade-jardim que esteve na génese da criação de grande parte dos Olivais, no início dos anos 60. Não é comum em Portugal existir uma Freguesia inteira – e agora também incluo a zona do Bairro da Encarnação e Olivais Velho – que foi idealizada, projetada e concretizada tendo em conta uma filosofia de arquitetura própria que, acima de tudo, pretende premiar e assegurar a qualidade de vida dos seus morados, sobretudo através de vastos jardins e espaços públicos propícios ao convívio e recreio. E foi esse o preciosíssimo legado que recebemos: cuidar da boa manutenção deste pequeno paraíso na cidade de Lisboa! E qual foi o impacto da reforma administrativa da cidade de Lisboa na missão da Junta de Freguesia dos Olivais? Existe uma Junta de Freguesia antes e após a reforma administrativa da cidade de Lisboa, que aconteceu durante o ano de 2014 e por iniciativa e mérito principal do ex-presidente da Câmara Municipal Dr. António Costa. Em jeito de síntese, podemos considerar que a reforma veio trazer três novos grandes desafios à nossa Junta de Freguesia: mais competências próprias (espaço público, espaços verdes, licenciamentos, higiene urbana, equipamentos públicos, escolas, mercados – apenas para referir alguns exemplos); modernização administrativa e de gestão da estrutura interna da autarquia, com


pessoas e com as instituições, sejam elas empresas, associações, paróquias ou IPSS. A mais-valia de uma governação conjunta é enorme, desde logo, porque o bom resultado das ações, iniciativas ou obras é largamente ampliado se, para além da Junta de Freguesia, contar com o impulso, entusiasmo, criatividade, dinamismo ou conhecimento de todas as forças vivas dos Olivais. Neste aspeto, até para materializarmos esta ideia em que acreditamos convictamente, criámos o Conselho Olivalense, onde têm assento todas as instituições da nossa Freguesia e que tem por missão propor ações e aconselhar o órgão Executivo da Junta na sua atividade. O contributo de todos é fundamental!

E nesse quadro, a Democracia Participativa também é uma prioridade para a Junta de Freguesia que lidera? A gestão de uma Freguesia faz-se, diariamente, em contacto com a população, de uma forma próxima das necessidades concretas das pessoas – seja do buraco à porta de casa ou da necessidade de um jardim devidamente cuidado para o lazer da família. Conheço bem as necessidades, preocupações ou ambições das pessoas dos Olivais, que assumem a Freguesia como sua. Lançámos este ano o Orçamento Participativo da Freguesia dos Olivais, que está a ser um grande

sucesso com quase 200 propostas apresentadas e pouco menos de mil votantes – o que para a primeira edição considero muito bom! Esta forma de desafiar a comunidade para participar, diretamente, na escolha das prioridades de investimento para a sua Freguesia, em concreto de uma verba de 60 mil euros, é um meio muito eficaz de estímulo à Democracia Participativa. Na prática, são as pessoas, através do seu voto, que decidem aquilo que querem para o território onde vivem, trabalham ou estudam. Por outro lado, analisando as propostas que não foram consideradas para votação ou as que não ganharam, ficamos com um conjunto muito relevante de ideias, projetos, sugestões para, através de outros meios da autarquia, implementarmos. Presumo que o diálogo com as instituições económicas e sociais da Freguesia dos Olivais seja uma realidade. Quais as vantagens que vê numa governação partilhada? Considero que a gestão de uma Freguesia, até pelo seu cariz de proximidade, só faz sentido se for em parceria e em diálogo permanente com as

De que modo pretende continuar o trabalho de desenvolvimento dos Olivais em benefício da sua população? Este é o primeiro mandato do meu Executivo e, fazendo um balanço, orgulho-me muito daquilo que já fomos capazes de fazer em todas as nossas áreas de atuação. Soubemos – não tenho nenhuma dúvida disso – interpretar o espírito da reforma administrativa da cidade de Lisboa e, arregaçando as mangas, com muito trabalho, executar na prática e diariamente todas as competências que recebemos. Para o presente e futuro, há um conjunto significativo de grandes projetos que estamos ou a planear ou já a executar, como a reabilitação de várias praças, ruas ou jardins dos Olivais. Há muita obra a acontecer na nossa Freguesia! Por outro lado, e não menos importante, há uma prioridade absoluta para os projetos nas áreas sociais, menos tangíveis mas essenciais para a qualidade de vida das pessoas da nossa Freguesia, especialmente das menos favorecidas! ▪

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um aumento exponencial do número de funcionários em resultado do acréscimo das competências; e uma contínua adaptação desta nova Junta de Freguesia, mais forte, às exigências de eficiência e rapidez próprias da gestão de proximidade, da gestão junto e ao serviço das pessoas. Atualmente, temos uma maior responsabilidade na gestão do território dos Olivais e, como tal, temos de responder, com eficácia, às necessidades e exigências da população.

Sente que as Juntas de Freguesia ainda são esquecidas pelo Estado e que não lhes é dada a devida importância e reconhecimento? Enquanto Presidente de Junta, de uma das maiores Juntas do país, sinto que também tenho a obrigação de pugnar pelo reconhecimento do papel essencial e estruturante das juntas de freguesia na macroestrutura administrativa nacional. Tenho feito o meu papel reivindicativo e acredito verdadeiramente que a descentralização administrativa é um pilar importante para o crescimento e modernização de Portugal. Confio no atual Governo para concretizar esse desiderato e dotar as Áreas Metropolitanas, as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia de mais e renovadas competências – obviamente com as respetivas transferências financeiras.


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Ciclo de “Grandes Concertos” no Casino Estoril, em julho A fadista Ana Moura abre, em julho, o ciclo “Grandes Concertos”, no ‘Lounge D’ do Casino Estoril, nos arredores de Lisboa, que vai apresentar oito espetáculos, até setembro, todas as quintas-feiras, sempre às 23:00. O ciclo, protagonizado exclusivamente por artistas nacionais, abre no dia 21 de julho, com Ana Moura a apresentar um alinhamento baseado nos álbuns mais recentes, “Moura” e “Desfado”.

CIÊNCIA

BABEL

Bactéria do intestino eliminou alguns comportamentos autistas em ratinhos

Advinhe quantas línguas falam os filhos de Angelina Jolie

Por incrível que pareça, há uma relação entre a dieta dos ratinhos, as bactérias intestinais e o autismo. Estudo pode dar pistas para tratamentos não invasivos em humanos com esta perturbação. Uma bactéria intestinal pode ter influência no cérebro e no comportamento social? Um estudo publicado esta semana na revista científica Cell defende que sim. Um grupo de neurocientistas da Faculdade de Medicina de Baylor, nos Estados Unidos, concluiu que uma única espécie de bactéria intestinal pode reverter comportamentos sociais associados ao espectro autista em ratinhos. Os investigadores constataram que os animais, filhos de progenitoras alimentadas com dietas ricas em gordura, não possuíam uma bactéria intestinal e apresentavam um défice social. Depois, tentaram reverter este efeito “alimentando” os ratinhos com a bactéria em falta. E conseguiram. A “inspiração” para a investigação dos cientistas veio de “anteriores estudos epidemiológicos que concluíram que a obesidade das mulheres durante a gravidez poderá aumentar o risco de os filhos desenvolverem perturbações do neurodesenvolvimento, incluindo transtornos do espectro autista”, explica um comunicado da editora Cell Press sobre o estudo.

Angelina Jolie tem seis filhos, das mais variadas nacionalidades. As viagens fazem parte da rotina da família Jolie-Pitt, e o ensino internacional há muito que é a opção. Quantas línguas acha que falam os miúdos? Angelina Jolie e Brad Pitt são pais de seis filhos entre os 7 e os 14 anos: Shiloh tem dez anos, os gémeos Vivienne e Knox têm 7, Maddox, de 14 anos, foi adoptado no Cambodja, Pax, de 12 anos, é de origem Vietnamita, e Zahara, de 11, é etíope. Em casa, a língua-mãe é o inglês. Mas além desta, os miúdos puderam escolher outra língua que quisessem aprender: “A Shiloh escolheu Khmer (a língua do Cambodja), Pax escolheu o vietnamita, Maddox está a aprender alemão e russo, Zahara quis aprender francês, Vivienne optou por aprender árabe e Knox escolheu a universal linguagem gestual”, conta a atriz e realizadora. Uma verdadeira babel, portanto. Sete línguas, para além do inglês.

VOLKSWAGEN

Aposta em carros elétricos para limpar a imagem 61 junho 2016

O anúncio foi feito pelo CEO da empresa que classifica a estratégia da multinacional como a maior transformação na história da empresa. Depois do escândalo das emissões, a Volkswagen está empenhada em renovar a sua imagem. Por isso, a empresa de automóveis alemã anunciou que vai apostar fortemente na produção de veículos eléctricos. Para apagar o caso da falsificação dos testes de emissão de poluentes, a Volkswagen está determinada a consagrar-se “líder mundial na prestação de mobilidade sustentável”. Segundo Matthias Mueller, CEO da empresa, o objectivo é que em 2025 sejam lançados 30 modelos diferentes de carros eléctricos. O objectivo é que sejam vendidos entre dois a três milhões de veículos eléctricos por ano. Um número brutal se o compararmos aos 1,3 milhões de veículos em circulação durante o último ano. Além disso, a empresa anunciou que irá desenvolver o seu “próprio sistema de condução autónoma”. Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, Mueller classificou a estratégia como “a maior transformação na história da empresa”. Depois de o escândalo se ter tornado público em Setembro de 2015, quando as autoridades dos EUA revelaram que o fabricante falseava os testes de emissão de poluentes, as vendas de Outubro registaram uma queda nos EUA, Brasil e Rússia e os prejuízos aproximam-se dos 16 milhões de euros.


PROJETO HAPINESS WORKS

» HILTI NAS 10 EMPRESAS MAIS FELIZES DE PORTUGAL 2016

EQUIPA HILTI


“AS PESSOAS SÃO A CHAVE DO SUCESSO DA EMPRESA” Ainda que o índice de felicidade no trabalho nem sempre seja valorizado pelas empresas, a realidade é que os colaboradores felizes são mais produtivos, inovadores e orientados para o serviço e para o cliente. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Ricardo Santos, Diretor Financeiro e Recursos Humanos da Hilti, eleita uma das empresas mais felizes de Portugal. volvimento até 2020. “Esta é e sempre será a aposta da empresa, o que nos tem permitido diferenciar dos demais no mercado extremamente competitivo”, avança Ricardo Santos.

A EMPRESA MAIS FELIZ PARA TRABALHAR

O projeto Happiness Works voltou a publicar o ranking das dez empresas mais felizes de Portugal 2016. A Hilti destaca-se em 2º lugar como a empresa mais feliz para trabalhar. Representante direta da Hilti em Portugal, efetivamente, desde 1992, a empresa surgiu com cariz familiar que trouxe algo muito peculiar à própria cultura da empresa. O cuidado com as pessoas e a preocupação com a performance desde a sua fundação está sempre presente. “Por isso não é algo de estranho sermos considerados uma das empresas mais felizes de Portugal porque essa valorização da componente humana faz parte do DNA da empresa. Esta distinção é uma consequência do que tem vindo a ser feito”, começa por referir Ricardo Santos. A Hilti trabalha no sentido de obter resultados e desenvolver pessoas, conseguindo conciliar os objetivos pessoais e profissionais com os próprios objetivos da empresa. “As pessoas sentem-se bem porque estão numa empresa que se preocupa com elas e que as trata como elas merecem e, por isso, a empresa tem tido excelentes resultados nos últimos anos”, realça Ricardo Santos. As próprias instalações refletem esse valor pelo qual a Hilti se rege. “Passamos mais tempo no trabalho do que em casa e queremos que os nossos colaboradores se sintam bem cá. É um ambiente acolhedor onde se respira um ar saudável e tranquilo, o que não significa que não existam grandes desafios, mas que os encaramos numa perspetiva positiva e de desenvolvimento. As instalações estão organizadas no formato de um ‘open space’ que reflete a transparência e a inexistência de barreiras que se pratica na empresa”, conclui o diretor financeiro. ▪

projeto Happiness Works

“Esta distinção é um orgulho e uma responsabilidade, significa que estamos no caminho certo e é um voto de confiança para continuarmos a fazer o que tem vindo a ser feito. Este prémio é de toda a empresa” Ricardo Santos

Diretor Financeiro e Recursos Humanos da Hilti

63 junho 2016

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resente no mercado português desde 1978, a Hilti Portugal emprega mais de cem pessoas, oferecendo aos seus clientes uma parceria completa na resolução dos múltiplos problemas com que os profissionais da construção se deparam no seu dia-a-dia. Presente em mais de 120 países, o grupo Hilti é líder mundial no desenvolvimento de produtos, sistemas e serviços que oferecem aos profissionais da indústria da construção civil soluções inovadoras e de alta qualidade. Preparou-se para enfrentar os desafios do crescimento e para as oportunidades de crescimento dos mercados globais em mudança. Com produtos para o setor da construção civil desde a instalação à fixação, até à demolição, bem como produtos para fazer medições com lasers, produtos mais técnicos ligados à engenharia e, ainda, com uma panóplia de ferramentas ligadas à construção como aparafusadoras, berbequins, serras de sabre, rebarbadoras, etc, Ricardo Santos salienta que “não vendemos ferramentas, vendemos soluções para os nossos clientes”. A Hitli disponibiliza, ainda, um serviço de gestão de equipamentos: a gestão de frota, onde um cliente em vez de comprar uma máquina da Hilti pode optar por adquirir essa máquina numa lógica de prestação de serviços. “O mercado está em mudança e cada vez mais pensamos numa lógica de prestação de serviços em vez de propriedade. É um segmento de negócio que tem crescido bastante”, refere o diretor financeiro e recursos humanos. Recentemente, a aposta da empresa tem sido no serviço ON!Track na lógica de servir as necessidades atuais dos clientes. Trata-se de um sistema que permite rastrear as máquinas dando aos clientes uma maior capacidade de controlo do seu equipamento, resultando por isso numa maior produtividade para as empresas. Para a empresa a palavra de ordem é inovação, pelo que tem como objetivo investir mais de 300 milhões de euros anuais em investigação e desen-


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Estes alimentos são mais saudáveis cozinhados do que crus É o caso das cenouras. Quando cozinhadas, as cenouras passam a ter maiores níveis de betacarotenos, que se transformam em vitamina A assim que entram no corpo. O mesmo acontece com a abóbora. Também os tomates ficam mais ‘poderosos’ quando cozinhados, uma vez que aumenta o poder antioxidante e, com isso, os seus benefícios para a saúde Quando salteados, os espinafres conseguem manter constantes os níveis de folatos, uma vitamina B essencial para o crescimento celular. E por falar em vitaminas, também os espargos ficam a ganhar quando são cozinhados, uma vez que são quebradas as células fibrosas, o que aumenta a nossa capacidade de absorção dos alimentos.

IOS 10

Melhores funcionalidades não foram apresentadas

pontos de vista

Cinema pela primeira vez há 120 anos O desaparecido Real Coliseu foi palco, faz este sábado 120 anos, da primeira sessão de cinema em Lisboa. Passaram oito filmes da produtora do inglês Robert W. Paul, como recorda Eurico de Barros. Foi numa fria noite de final de Dezembro de 1895, em Paris, que os irmãos Lumière fizeram a primeira sessão pública da sua invenção, o Cinematógrafo. Seis meses depois, no dia 18 de Junho de 1896, há exatamente 120 anos, anunciava-se um Verão tranquilo e quente em Lisboa, e realizava-se na capital a primeira sessão de cinema, no Real Coliseu de Lisboa, à Rua da Palma. Inaugurado em 1887, era um espaço multifuncional que tanto recebia óperas cómicas como circo e espectáculos equestres. Um cartaz à porta anunciava um novo espetáculo, da responsabilidade de um Sr. Rousby, “eletricista húngaro”, e dias antes, o “Jornal Ilustrado” explicara o que ia passar-se: “Vamos admirar dentro de poucos dias a novidade mais prodigiosa e mais recente que tem sido o assombro de Londres, Paris e Madrid. É o animatógrafo apresentado por Mr. Rousby. Nesta máquina apresenta-se a fotografia viva, exibindo as cenas da vida real com a maior perfeição e fidelidade, pois com o animatógrafo obtém-se a fotografia instantânea com a rapidez de 15 provas por segundo.”

Durante o WWDC, a Apple revelou o seu novo sistema operativo para iPhone e iPad e, ao que tudo indica, são as funcionalidades que não foram apresentadas que despertam maior interesse. O iOS 10 está a chegar. O sistema operativo da Apple que está presente no iPhone e no iPad fez a sua estreia no WWDC, a conferência para developers da tecnológica de Cupertino, e chegou rapidamente a eles.

Discovery Sport

UNIVERSIDADE DO PORTO

Alguma vez ouviu falar num carro a rebocar um comboio de 100 toneladas? A Land Rover fê-lo, numa ponte a 25 metros de altura e, como se não bastasse, recorrendo a um sistema semi-autónomo de condução. Durante cerca de 10 quilómetros, um Land Rover Discovery Sport conseguiu rebocar um comboio com 108 toneladas de peso. A proeza, registada, teve lugar na região de Rhine, no norte da Suíça, onde o protagonista se fez valer do seu motor diesel 2.0 de 180 cv e 430 Nm de potência para superar o desafio de deslocar uma composição de três carruagens. O que aconteceu. Com capacidade anunciada para puxar até 2.500 kg (2,5 toneladas), o Discovery Sport arrastou, ao longo de 10 km e passando por cima de uma ponte situada a mais de 25 metros de altura, um “atrelado” com 58 vezes o seu peso bruto (1.775 Kg). E para isso só precisou de uma alteração nas rodas, com os especialistas da Aquarius Railroad Technologies a equiparem o modelo britânico com dois eixos específicos para circular sobre carris. A tração foi assegurada pelos quatro pneus do Land Rover a atuar sobre os carris de ferro, mas foram os dois eixos, montados à frente e atrás, que mantiveram o Discovery na linha.

Investigadores do Porto desenvolvem tecido que armazena energia

Puxar comboios é com ele

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lisboa

Um grupo de investigadores da Universidade do Porto desenvolveu um tecido que armazena energia para ser utilizada para alimentar sensores e dispositivos eletrónicos na própria roupa. Este tipo de tecido pode vir a ter várias aplicações na área do desporto, da saúde e do bem-estar. “O têxtil funciona como uma bateria, não necessitando por isso de pilhas externas e não flexíveis que, atualmente, são usadas em vestuário eletrónico”, explicou à agência Lusa Clara Pereira, uma das responsáveis pelo projeto. A flexibilidade e a rapidez de carregamento são as mais-valias do WEStoreOnTEX, em cujo desenvolvimento participam ainda André Pereira e Rui Costa, também investigadores do Departamento de Química e Bioquímica e do Departamento de Física e Astronomia da FCUP. Com este projeto, a equipa conquistou o terceiro lugar na edição de 2016 do iUP25k – Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto, que ocorreu no início de junho e receberam um prémio no valor de cinco mil euros.



BREVES BREVES

estação espacial internacional

Braga Capital da Música eletrónica e da arte digital

Astronautas regressam passados seis meses no Espaço

Tyondai Braxton, Kaitlyn Aurelia Smith, Oliver Coates e Nídia Minaj juntam-se aos já anunciados Andy Stott, Paul Jebanasam & Tarik Barri e Ron Morelli. A edição deste ano do festival Semibreve acontece entre os dias 28 e 30 de outubro em Braga. O Theatro Circo, o GNRation e a Casa Rolão são os palcos do Semibreve 2016, um festival de música eletrónica e arte digital que vai povoar Braga entre os dias 28 e 30 de outubro. Já são conhecidos alguns dos habitantes da edição deste ano e aos já anunciados Andy Stott, Paul Jebanasam & Tarik Barri e Ron Morelli juntam-se quatro novos nomes que vale a pena conhecer. Três deles são estreias nacionais.

Os três homens, um inglês, um russo e um americano, fizeram uma viagem de sete horas da Estação Espacial Internacional até ao Cazaquistão. Uma experiência única, testemunha Tim Peake. Chuva, pizza e uma cerveja fresca. Foram estes os desejos do astronauta Tim Peake, que passou os últimos seis meses na Estação Espacial Internacional, mal aterrou com dois outros tripulantes este sábado no Cazaquistão. Foram sete horas de viagem na cápsula Peake Soyuz. Segundo o jornal The Guardian, o britânico Tim Peake e os dois colegas de tripulação aterraram num descampado do Cazaquistão pelas 10h15. À sua espera tinham uma equipa médica para uma primeira avaliação. A viagem e o impacto na terra não são fáceis. Peake tinha os olhos fechados, parecia exausto, mas assim que os abriu disse que estava tudo bem e que tinha sido o melhor “passeio” da vida dele. Afirmou que a sua experiência no espaço, que durou 186 dias, mais precisamente, mudou-lhe a vida. “Foi fantástico do princípio ao fim”. Mas manifestou sentir-se ainda melhor por poder voltar a sentir o “cheiro da Terra”e o “ar fresco”, poder ver a família.

comunidade baixa alive

€1 milhão permite dar vida nova a 21 lojas tradicionais da Invicta

pontos de vista

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Vinte e um estabelecimentos do centro do Porto investiram €1 milhão para colocar o comércio tradicional novamente no mapa dos residentes e dos turistas que visitam a cidade. O projeto foi batizado de Baixa Alive, sendo que 45% do valor investido foi comparticipado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação) e o restante assegurado por capitais próprios dos comerciantes. O desafio foi lançado a dezenas de lojas de comércio tradicional, situadas em edifícios antigos, na zona histórica do Porto e 21 aderiram ao repto. “O financiamento, feito ao abrigo da Medida Comércio Investe, do IAPMEI, foi aplicado na requalificação dos seus pontos de venda, seja ao nível da fachada ou de obras no interior, ou ainda ao nível da atualização tecnológica”, explicou Marta Costa.

Adoro.Ser.Mulher Acreditamos que por detrás de uma grande profissional há sempre uma boa história, e dar a conhecer esse lado é para nós uma paixão. Dia 22 de outubro, no auditório Instituto Português de Juventude, a Comunidade Internacional Adoro. Ser.Mulher, vai reunir 4 grandes Mulheres, de 4 cantos do mundo, com histórias de carreira inspiradoras e motivadoras. A Anfitriã será Ana Cláudia Vaz, Fundadora da Comunidade Adoro.Ser.Mulher. Este evento será transmitido em livestream para o mundo inteiro, através do canal youtube - asmTV – para dar oportunidade de inspiração a outras pessoas. Para isso acontecer basta subscreverem o Canal YouTube: https://www. youtube.com/channel/UCwwC_ddoc7fb0IFhBg0ybQ. Existirá uma sala reservada, onde vai acontecer um exclusivo Coffee break + Networking, com possibilidade das participantes apresentarem-se e à sua marca, para todo o globo. Contactos: admin@adorosermulher.net www.adorosermulher.ning.com Tlf: +351 210820706 Tlm: +351 934042464

‘Competitive Play’ estará quase a chegar a ‘Overwatch’ Ainda que não tenha data oficial, as novas funcionalidades do jogo estão quase a chegar. O ‘Competitive Play’ é uma das prioridades da Blizzard. ‘Overwatch’ ainda nem há um mês chegou ao mercado e é um verdadeiro sucesso. O título da Blizzard conseguiu sete milhões de utilizadores na primeira semana e, agora, o diretor do jogo Jeff Kaplan revelou os planos para o jogo.

Eco-sensor portátil permite conhecer a qualidade do ar em tempo real Investigadores da Universidade Politécnica de Valência desenvolveram um ecosensor portátil de baixo custo e rápida instalação que, combinado com uma aplicação e um telemóvel, permite conhecer a qualidade do ar em tempo real e em qualquer ponto da cidade. Desenvolvido pelo Grupo e Redes de Computadores (GRC) da Universidade Politécnica de Valência (UPV), este instrumento é composto por um ou mais sensores capazes de medir diferentes poluentes no ar, com as coordenadas e o momento da captura, e um sistema de comunicações integrado e de servidores na nuvem.




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