Revista Pontos de Vista Edição 58

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Agosto 2016 | EDIÇÃO Nº 58 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros

ENNEAGOLF

COACHING COMO FATOR DE SUCESSO

CCDR ALENTEJO

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

AntÓnio Raab cRÉDITOS: RUI BANDEIRA

Diretor Geral da Hilti, e as qualidades de um Líder:

“Um bom gestor tem obrigatoriamente de ter uma paixão pela gestão das suas pessoas, sendo que este interesse deve ser genuíno”




DIREITO

Opinião Luís Gameiro, da Gameiro e Associados – Sociedade de Advogados, R. L.

Investimento Externo em Angola e no Brasil A internacionalização das empresas europeias é um fator que, cada vez mais, deverá estar presente na sua estratégia de desenvolvimento. A atual crise financeira internacional que afeta a economia a nível global, afeta e continuará a afetar a sociedade portuguesa em geral, e a economia em especial.

O

pontos de vista

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ra, os momentos de crise, e mediante o desencadear de mecanismos de defesa que evitem a insolvência das empresas, deverão ser aproveitados por quem é responsável pela definição dos objetivos empresariais, a médio e a longo prazo, para redefinir os alvos e escolher novas armas para atingir os objetivos. A presente conjuntura vem demonstrar a necessidade de os intervenientes na vida económica saberem adaptar-se às atuais condições do ambiente empresarial, sabendo-se de antemão que só os mais capazes atingem esse objetivo. Isto é, ou o interveniente económico se adapta à nova realidade ou está fora do mercado. Tal adaptação passa obrigatoriamente pela capacidade de as empresas se internacionalizarem, quer por via da exportação dos seus produtos, quer pela deslocalização das suas unidades produtivos para outros mercados, bem como pela instalação de novos empreendimentos nesses mercados de destino. Garantir o crescimento dos setores industriais e dos serviços depende, fundamentalmente, da capacidade de cada empresa se internacionalizar. Se as grandes empresas já garantiram o seu crescimento através da internacionalização, de que é caso paradigmático o setor bancário, é o momento das pequenas e médias empresas fazerem o mesmo caminho, pois só assim poderão ter um desenvolvimento sustentável. Para as empresas portuguesas é primordial conquistar, além do mercado europeu, os mercados lusófonos, focando especialmente os seus esforços em mercados que lhes seja garantida uma participação ativa no desenvolvimento do tecido empresarial desses mercados. Em face das atuais condições de investimento proporcionadas pelas autoridades e das condições favoráveis do próprio mercado, escolher como focos de internacionalização Angola e o Brasil é optar, indubitavelmente, pelo crescimento, ou melhor, pelo crescimento a longo prazo. A implementação de uma atividade empresarial em Angola e/ou no Brasil, por iniciativa de empresas que se decidam internacionalização deve ser precedida da tomada de conhecimento das especificidades desses mercados, dos requisitos a preencher, dos procedimentos a percorrer, das obrigações a cumprir, dos direitos a exercer e dos benefícios a usufruir. Estes são os elementos-chave de que as empresas devem estar dotadas para que o processo decisório de internacionalização venha a representar crescimento e sucesso. Os quadros legislativos angolano e brasileiro devem ser

de relevante interesse para os investidores externos, mais precisamente as áreas do direito empresarial, o qual abrange um conjunto de diplomas legais, bem como a respetiva regulamentação, que devem estar presentes em todos os processos decisórios das empresas que pretendem desenvolver a sua atividade em Angola e no Brasil, quer através de novas unidades de negócio, quer através da criação das suas unidades produtivas nesses Países. Neste âmbito, é de relevante interesse, os investidores estarem devidamente inteirados sobre a legislação a que ficarão submetidos seus investimentos. Por um lado, a legislação de caráter geral, na qual se enquadra a legislação societária, comercial, fiscal, laboral, segurança social, financeira e cambial, e por outro lado, a legislação de caráter especial, respeitante ao setor de atividade em que estão integrados os investimentos, designadamente a especificidade da regulamentação que lhes é aplicável, o processo de licenciamento das suas atividades e dos seus estabelecimentos nos setores primário, secundário ou terciário. Na esteira deste entendimento, importa ter presente, independentemente dos apoios eventualmente obtidos junto das instituições portuguesas vocacionadas para a internacionalização das empresas, os apoios atribuídos pelo Brasil e por Angola aos investimentos privados externos, como sejam, a atribuição de incentivos e benefícios aduaneiros e fiscais, os quais variam conforme o setor de atividade e a zona de desenvolvimento. Além destes aspetos, e como pressuposto da implementação do investimento externo em Angola, é relevante ter presente, a necessidade de estar garantida uma adequada elaboração do respetivo projeto de investimento que é submetido à aprovação das entidades competentes, bem como o acompanhamento do seu percurso, o qual deverá ter uma assistência local e permanente, proporcionando a prestação de esclarecimentos aos técnicos dessas entidades, o que permitirá uma célere aprovação e implementação do respetivo projeto de investimento. Em suma, o sucesso do investidor estrangeiro em Angola e no Brasil está unicamente dependente de três fatores: selecionar uma atividade inserida no âmbito do seu Know-how, respeitando o disposto na lei e regulamentos do investimento privado externo; em implementar do projeto de investimento, com o cumprimento de todos os requisitos legais; e, o exercer a respetiva atividade no mercado de destino, com respeito pelas normas do respetivo direito empresarial. ▪


ESDRM

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ABBVIE

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Índice DE TEMAS

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KIA

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TIPSA OPORTO

FICHA TÉCNICA Propriedade, Administração e Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Administração – Redação – Depº Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 5º A 4400 – 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879 Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660 4455-518 Perafita Matosinhos Outros contactos +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.horizonte-de-palavras.pt www.facebook.com/pontosdevista

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Impressão Lidergraf - Sustainable Printing Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 Dep. Legal: 374222/14 DIRETOR: Jorge Antunes Editor: Ricardo Andrade Rua Rei Ramiro 870, 5º A 4400 – 281 Vila Nova de Gaia PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Elisabete Teixeira | Ana Rita Silva Design E PAGINAÇÃO: Mónica Fonseca | Vanessa Taxa

IRMARFER ESTRUTURAS

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares | Nuno Alves | José Moreira Miguel Beirão | Nelson Luiz | Luís Pinto | Elisabete Marques | Sandra Arouca | Vítor Santos Assinaturas Para assinar ligue +351 220 926 877 ou envie o seu pedido para Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 5º A, 4400 – 281 Vila Nova de Gaia E-mail: assinaturas@pontosdevista.com.pt Preço de capa: 4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%), Europa: 65 euros, Resto do Mundo: 60 euros

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AGOSTO 2016

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PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial

CONCEITO DE IMITAÇÃO DE MARCA REGISTADA A CONTRAFAÇÃO POR “ADJUNÇÃO” OU “AGREGAÇÃO”

1 = No último artigo sobre o tema que estamos a tratar – “o conceito de imitação de marca registada” – referimos a dificuldade que o INPI tem para manter uma orientação bem definida sobre formas de imitação idênticas. Este problema nota-se, especialmente, na imitação por contrafação por “adjunção” ou “agregação”, em que a marca já registada é incluída na marca a registar – e os registos por vezes recusados e, por outras, concedidos, talvez até em maior quantidade. pontos de vista

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É que esta forma de imitação deve ser reprimida por aplicação do nº 3 do artigo 245º do Código da Propriedade Industrial que, por estranho que possa parecer, nunca é usado pelo INPI. 2 = Essencialmente, a “contrafação” por “adjunção” ou “agregação” pode dar-se por três formas distintas: a ) A marca registada é incluída na marca que se pretende registar, constituindo, pode dizer-se, mais um elemento independente, que dela faz parte, como, PURE GLAMOUR MY GLAMOUR NAILS ANGEL – O NEXT – STEP TRADIÇÃO DE FAMILIA LISBOA GLAMOUR WEEK b ) No segundo caso, a marca registada mantém a sua individualidade, mas agregam-se outros sinais para a tornar diferente, tais como TAG para MONTAG

CLICK para COMPRACLICK GOYA para NAGOYA CLICK para MULTICLICK PORTUGAL c ) No terceiro caso, a marca registada é também incluída na marca que se pretende registar, mas com ligeira alteração: CARTUXA para CARTAXA ESTRELA para ESTELA MONTE DA VEGIA para MONTE DA VIGIA PROGYN para PROGYM FORCE LIBIFEME para LIBIUM FEMME WELLA para VELA 3 = O caso mais grave – e mais frequente – é o da inclusão total da marca registada naquela que se pretende registar, apresentada no conjunto dos sinais que constituem a nova marca, mas como elemento independente. É o que se passa, por exemplo, com as marcas COMPRA CLICK PURE GLAMOUR MY GLAMOUR NAILS ANGEL – O NEXT – STEP LISBOA GLAMOUR WEEK TRADIÇÃO DE FAMILIA em que as marcas


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

CLICK GLAMOUR ANGEL STEP TRADIÇÃO são reproduzidas tal como se encontram registadas. A concessão de registos nessas condições parece um erro tremendo, pois infringe, sem qualquer dúvida, direitos já concedidos. Trata-se, aliás, de uma imitação grosseira, sem qualquer imaginação e cujo registo deveria ser recusado sem hesitação. 4 = A segunda hipótese, também frequente, é a inclusão da marca registada na marca que se pretende proteger. É o caso das marcas MONTAG NAGOYA MULTICLICK PORTUGAL que englobam as marcas

devidamente registadas. A apreciação deste tipo de imitação é muito mais delicada e requer um exame cuidadoso da marca, para verificar se a marca imitada, nela incluída, pode ou não induzir em erro o consumidor.

A situação com as outras duas marcas NAGOYA e MULTICLICK PORTUGAL é inteiramente idêntica. Isto significa que, em meu entender, todos estes registos deveriam ter sido recusados.

Em termos práticos, parece que o melhor sistema será verificar se a marca imitada perde a sua individualidade ou se, pelo contrário, aparece nitidamente na nova marca.

5 = A terceira hipótese referida também é frequente, pois a alteração de um ou mais elementos é muitas vezes considerada suficiente para evitar a confusão entre as marcas.

Ora em MONTAG não há dúvida de que TAG aparece totalmente separada de MON e que este pronome não dá qualquer característica à nova marca – bem pelo contrário, parece reforçar que se trata do “MEU” “TAG”.

Mas a verdade é que essa alteração é quasi sempre um engano, uma vez que há o cuidado de conservar, tanto quanto possível, a marca original registada, para provocar a confusão do consumidor.

Será que o registo de “MONROLEX” para relógios teria sido concedido? E o registo de “MONFERRARI” para automóveis? E “MONDIOR” para vestuário ? É que o problema é rigorosamente o mesmo, até porque a marca TAG é também notoriamente conhecida.

Aliás, a alteração gráfica nem sempre modifica a semelhança fonética, como sucede, por exemplo, com as marcas “WELLA” e “VELA”. E mesmo que haja uma pequena alteração fonética, permanece a semelhança de conjunto, como sucede com as marcas “CARTUXA” e “CARTAXA”, que são praticamente iguais. 6 = Como foi já referido, é essencial que haja uma política uniforme para reprimir este tipo de imitação que, em face das facilidades oferecidas, está a aumentar de forma a causar sérias preocupações.

Por outras palavras: as duas marcas “apenas” têm em comum

7 = Em todo o caso, parece não haver dúvidas que a Diretiva de 2015 (assim como as de 1988 e 2008) e os artigos nºs 224º (“Propriedade e exclusivo”), 239º (Fundamentos de recusa”), 245º (“Conceito de imitação ou usurpação) e 258º (“Direitos conferidos pelo registo”), todos do Código da Propriedade Industrial, não permitem o registo de marcas que – respeitando sempre o princípio da especialidade – reproduzam ou contenham outras já registadas: e isto diz respeito tanto à reprodução, como à imitação parcial.

a marca registada “TAG”!

Tudo isto será pormenorizado no nosso próximo artigo. ▪

A explicação dada para justificar a concessão do registo de MONTAG é quasi ridícula, considerando “TAG” como um “sufixo” ou “partícula” – e dizendo que as duas marcas “apenas” têm em comum esse “sufixo” ou “partícula”.

7 AGOSTO 2016 Agosto

TAG GOYA CLICK


IMPERMEABILIZAÇÃO

» MATERIAIS ECOLÓGICOS E AMIGOS DO AMBIENTE

Imperalum

Pela qualidade de vida da edificação Marca de renome, a Imperalum é atualmente um dos mais importantes fabricantes da Península Ibérica de produtos betuminosos para impermeabilização, além de ser líder em Portugal na comercialização de isolamentos térmicos, acústicos, drenagens e geotêxteis. A Revista Pontos de Vista conversou com Jorge Ramos, Diretor Geral Comercial da marca, que nos deu a conhecer um pouco mais de uma entidade de prestígio comprovado.

JORGE RAMOS

C pontos de vista

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omo caracteriza a empresa e qual o percurso nos últimos anos? A Imperalum, fundada em 1968, foi a primeira empresa nacional e das primeiras a nível ibérico a produzir membranas betuminosas de impermeabilização para edifícios, tendo sido precursora a nível mundial na modificação de betumes asfálticos no sentido de adequar esta matéria-prima às mais exigentes necessidades do mercado. O lançamento em 2015 das novas gamas de membranas betuminosas APP Avance, New e Ultra espelham bem o esforço e o empenho que a empresa dedica à inovação na fabricação de novos produtos e soluções, estratégia que permite à Imperalum liderar o mercado nacional das impermeabilizações e isolamentos - térmicos e acústicos - tendo elegido como missão contribuir para a qualidade de vida dos edifícios de uma forma duradoura e sustentável. De referir que foi a Imperalum a primeira empresa em Portugal a homologar sistemas de impermeabilização de coberturas de edifícios através do LNEC, tendo integrado por protocolo com o IPQ, o Organismo de Normalização do Setor, cujo objetivo se centrou no acompanhamento da normalização europeia, e teve como resultante a obtenção da Marcação CE para as membranas betuminosas de impermeabilização, estando neste momento em curso e no âmbito da Comissão Técnica - CT 96 – trabalhos conducentes à publicação, num futuro próximo, de um conjunto de regras técnicas para sistemas de impermeabilização em coberturas de edifícios, os quais têm por objetivo incrementar os níveis de qualidade neste importante setor de atividade em Portugal.

Também o acompanhamento do projeto de impermeabilização é uma atividade muito importante dentro da empresa, tendo a Imperalum desenvolvido uma plataforma técnica disponível na página web da empresa, que permite aos projetistas encarar o projeto de impermeabilização como se de um projeto de especialidade se tratasse e aportando assim níveis de fiabilidade e segurança a esta área tão importante da construção. Qual a política da empresa relativamente à conservação e sustentabilidade do meio ambiente? De que forma tem vindo a ser implementada. Eu dividiria a resposta em três dimensões distintas mas contudo complementares; Em primeiro lugar na dimensão industrial: A Imperalum foi pioneira a nível europeu quando certificou a empresa, em 2005, ao abrigo da ISO 14001, dando assim corpo à sua estratégia de sustentabilidade, que passa por introduzir nas suas práticas industriais processos que minimizem o impacto ambiental. Posso dar como exemplo a incorporação de plásticos de embalagem na produção de membranas betuminosas, no controlo rigoroso de efluentes gasosos para a atmosfera, na política de separação de resíduos e na sua reutilização, na utilização racional da água de arrefecimento, na racionalização dos consumos de energia na empresa, etc, etc. Em segundo lugar na dimensão comercial: A Imperalum produz e comercializa produtos que se destinam a promover a qualidade de vida nas edificações, através da isenção de humidades resultantes de infiltrações assim como da promoção de isolamentos

térmicos e acústicos. Desta melhoria de qualidade resulta também uma maior conservação de energia, tendo como consequência poupanças de energia quer no verão quer no inverno, contribuindo dessa forma para a eficiência energética dos edifícios. Em terceiro lugar na dimensão da investigação: A Imperalum integra um vasto programa europeu de LCA – Life Cycle Assessment – promovido pela European Waterproofing Association, da qual somos membros e cuja resultante foi a publicação de uma Declaração Ambiental de Produto para o setor Europeu da indústria da impermeabilização. Ambicionando o aprofundamento da temática da sustentabilidade, em setembro de 2015 a Imperalum assinou com o LNEG um protocolo de participação num projeto europeu, o LCIP – Life Cycle in Pratice, o qual se destina a apoiar PME em setores predefinidos, utilizando abordagens e ferramentas de ciclo de vida com o objetivo de melhorar a eficiência dos recursos e reduzir as emissões e resíduos que ocorrem ao longo da vida dos seus produtos e serviços. Dentro da gama de produtos que possui, qual é aquele que elege como sendo o mais ecoeficiente? Quais as suas características? Destacaria não um produto mas sim três sistemas. O sistema das coberturas ajardinadas, que permite transportar para as coberturas dos edifícios os espaços verdes inexistentes nas urbanizações, com inúmeras vantagens ambientais das quais destacaria o amortecimento de caudais e o evitar das cheias localizadas, o aumentar níveis de oxigénio nas cidades por contrapartida de diminuição de níveis de CO2, assim como do contributo para o abaixamento das temperaturas nas cidades e diminuição do efeito de estufa. O sistema de impermeabilização com membranas revestidas a granulado de ardósia branca, que permitem um incremento da reflexão da luz solar, permitindo dessa forma diminuir o impacto na temperatura dos edifícios, contribuindo desta forma para a poupança energética. Um excelente exemplo é o da Autoeuropa em Palmela, onde este nosso conceito e sistema foi aplicado com sucesso. Por último o sistema de reabilitação de coberturas em fibrocimento contendo amianto, permitindo, sem efetuar a sua remoção, encapsular estes materiais recorrendo a um sistema inovador, integrando um isolamento térmico em poliisocianurato e um sistema de impermeabilização com membranas betuminosas APP Avance e permitindo a reabilitação


O mercado da reabilitação tem ganho uma importância crescente nos últimos anos. Havendo uma estreita ligação entre a ecoeficiência e a sustentabilidade, será este um contributo importante para a recuperação do mercado da construção? A recuperação do mercado não passa de facto pela construção nova. A reabilitação é uma inevitabilidade pelo que a adaptação dos processos construtivos e dos materiais coloca desafios enormes à indústria. Dou como exemplo o simples facto de adaptar uma construção antiga aos novos requisitos do RCCTE. Veja o impacto da melhoria da eficiência térmica e higrométrica das coberturas, a substituição das caixilharias, dos vidros, etc. Quando falamos em reabilitação/renovação estamos a falar da reativação da fileira da construção em Portugal. Da agenda energética da estratégia Europa 2020, nomeadamente no respeitante à contribuição do funcionamento dos edifícios para a redução de 20% nas emissões de gases com efeito de estufa, a Diretiva Europeia 2010/31/UE vem lançar um desafio ao definir que a partir de 2018 todos os novos edifícios pertencentes a entidades públicas (e a partir de 2020 todos os restantes), terão que ser edifícios com necessidades quase nulas de energia (os chamados edifícios nZEB - nearly Zero-Energy Buildings). Sendo que esta diretiva também estipula que importantes obras de renovação em edifícios públicos demonstrem um papel exemplar no contexto desta diretiva, colocando a ecoeficiência na primeira linha das

atenções dos novos projetos de reabilitação/renovação. Na persecução de prestar apoio permanente a projetistas, construtores e promotores, os técnicos da Imperalum têm vindo a receber os conhecimentos específicos de engenharia e arquitetura focados em estratégias nZEB requeridos nos futuros projetos de construção nova e de reabilitação. Possuem algum tipo de produto orientado para o mercado da reabilitação? Já em resposta anterior referi algumas das virtudes do sistema de reabilitação de coberturas de fibrocimento. Este, como muitos outros sistemas construtivos que constituem soluções de reabilitação, é constituído por produtos utilizados não exclusivamente em reabilitação mas onde o criativo desenho da solução e a seleção adequada de materiais permitem uma reabilitação eficiente, resiliente, duradoura e sustentável. Deste modo gostaria de destacar não apenas um produto mas todo um conjunto de soluções de reabilitação com sistemas construtivos desenvolvidos pela Imperalum e reunidos no programa “REABLITZ, reabilitação eficiente e sustentável”. Existe alguma obra recente com a vossa intervenção que gostasse de mencionar? Trata-se de uma obra que vai marcar a cidade de Lisboa e que integra o conceito da arquitetura orgânica. Estamos a falar do Centro das Artes, obra promovida pela Fundação EDP, da autoria da arquiteta inglesa Amanda Levete e localizado na zona ribeirinha, junto ao Museu da Eletricidade. As soluções de impermeabilização da Imperalum foram as selecionadas pela projetista e integram a gama de membranas betuminosas APP Avance, das quais destacamos o Polyplas 30, Polyster 40, Polyxis R40 e Polyxis R50 Garden. ▪

9 AGOSTO 2016

da cobertura com reforço estrutural e melhoria de características térmicas, acústicas e de estanquicidade com garantia de longa duração, sem raspar, escovar, furar ou partir o fibrocimento, ou seja, sem riscos de libertação de partículas de amianto mesmo durante os trabalhos de reabilitação.


NOVOS PRODUTOS CHEGAM AO MERCADO

» KIA RENTING

A Kia Portugal acaba de celebrar uma parceria com a LeasePlan, tendo como propósito oferecer soluções de renting mais simples e competitivas a empresas e particulares.

KIA PORTUGAL E LEASEPLAN

LANÇAM SERVIÇO KIA RENTING

pontos de vista

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Que vantagens oferece o renting?

O crescimento do renting em Portugal tem uma razão simples: é o modelo mais bem adaptado às necessidades do mercado, quer ao nível empresarial quer familiar, respondendo com serviços específicos ao atual contexto de racionalização de despesas e de tempo. Quer todas as vantagens de ter um automóvel, sem as desvantagens de ter de o comprar? O renting assume-se como uma solução de mobilidade mais aliciante porque é, acima de tudo, um conceito a custo fixo. As vantagens, essas, são claras: o cliente tem acesso a assistência e manutenção automóvel eliminando as tarefas associadas à gestão dos veículos. Por outro lado, permite um melhor controlo e previsibilidade de custos, bem como uma maior liquidez

devido à facilidade do custo da mobilidade que é feito num pagamento mensal sem entrada inicial, o que liberta recursos para outros investimentos. Se ainda não está convencido, a verdade é que o renting apresenta-se como uma solução “zero riscos”, uma vez que o cliente não terá de assumir nenhum risco relacionado com a propriedade do automóvel no que diz respeito às manutenções, os pneus, o seguro, o veículo de substituição e a venda do carro no final do contrato. Como funciona o renting Apesar de ser a modalidade de aquisição de automóvel em maior expansão no mercado nacional, o funcionamento básico do modelo de renting é ainda desconhecido para uma parte considerável dos portugueses. Através do renting, o cliente não se torna automaticamente no proprietário do automóvel. Em vez disso, usufrui do veículo durante um período contratualizado mediante o pagamento de uma renda mensal. No contrato encontra-se especificado o preço do quilómetro de acordo com o total percorrido previsível no final do mesmo. Na entrega da viatura, de acordo com a diferença para esse total contratualizado, o cliente suporta um suplemento de custo ou, em caso de utilização inferior ao previsto, recebe um crédito. Durante o período de aluguer operacional, o cliente fica obrigado a zelar pela preservação da viatura como se fosse seu proprietário. Inclui-se aqui, por exemplo, a verificação do estado de preservação dos pneus, dos níveis de óleo e água, a realização de quaisquer manutenções preventivas ou corretivas, de acordo com as instruções do fabricante, ou a notificação à empresa proprietária, de qualquer incidente que afete o bom estado de conservação do automóvel. No final do contrato o cliente pode devolver o automóvel à empresa (que é, ainda, a sua proprietária), prolongar o contrato de renting ou optar pela aquisição da viatura. ▪

11 AGOSTO 2016

A

Kia Portugal lançou um novo serviço em parceria com a LeasePlan, que permitirá às empresas e aos clientes particulares alugar viaturas na rede de concessionários da marca, através da submarca KIA Renting. O KIA Renting é um serviço totalmente adaptado à imagem da KIA, distinguindo-se pela oferta a preços competitivos, processos administrativos simplificados e acompanhamento especializado, cuja gestão estará a cargo da LeasePlan. Com esta parceria, os concessionários nacionais da marca sul-coreana passam a celebrar contratos de renting através da nova submarca Kia Renting. A nova solução apresenta-se como um produto operacional indispensável para a estratégia de crescimento da Kia no segmento empresarial e para as ambições de crescimento da marca em Portugal. A LeasePlan é líder nacional do mercado de renting e gestão de frotas, ao passo que a Kia é uma das marcas automóveis que mais tem crescido em Portugal, e no mundo, nos últimos anos e a única no mercado a oferecer uma garantia de fábrica de sete anos, em toda a gama.


pontos de vista

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Saber comunicar, saber ouvir, aprender com tudo o que nos rodeia, ensinar fazendo… Falamos de liderança. Falamos de António Raab, Diretor Geral da Hilti, que em entrevista, dá a conhecer o caminho percorrido que o tornou eleito um dos 20 melhores gestores de pessoas em Portugal. Conheça o perfil e as ideias de quem lidera uma das empresas onde quem lá trabalha é mais feliz.

Créditos: rui bandeira

A LIDERANÇA TEM ROSTO


TEMA DE CAPA

» GRANDE ENTREVISTA A António Raab, Diretor Geral da Hilti

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dentro da Europa. De um nível de aprendizagem megalómano e com vontade de fazer coisas novas. Ao contrário da América, em que o marketing é muito forte, Portugal tem essa dificuldade, a de se “vender” bem. Temos talvez um complexo de pequenez e eu não concordo em nada com isso. A Hilti Portugal chegou a ter 180 pessoas que hoje estão espalhadas pela Europa em cargos de relevância. Os engenheiros civis portugueses são procurados pela Hilti por todo o mundo. Em Itália, em França, em Inglaterra, os portugueses fazem furor. O meu maior legado é exatamente esse: o de ter contribuído para a formação dessas pessoas tão competentes.

Em 34 anos, que momentos podem ser destacados como aqueles que contribuíram mais para o líder que é hoje? Foram os líderes da Hilti que me ensinaram imenso. Tive a sorte de ter conhecido o Prof. Dr. Pius Baschera, que foi diretor geral da Hilti Alemanha quando lá trabalhava, com quem aprendi muito. Ensinou-me que na Hilti a única constante é a mudança. Ao longo do tempo verifiquei que essa frase faz todo o sentido. Aprendi também com o fundador da empresa Prof. Martin Hilti o valor que as pessoas exercem dentro da empresa. Ouvi muitas pessoas da direção da Hilti Interna-

Em 34 anos…. Fazer um balanço da minha gestão é extremamente complicado, pois com o passar do tempo fui aprendendo com os meus superiores diversas maneiras de liderar e de exercer coaching com as pessoas

Em 2012 foi nomeado um dos 20 melhores gestores de pessoas em Portugal. Que sentimentos podem descrever este reconhecimento? Alegria, orgulho e principalmente o reconhecimento das pessoas com quem trabalho e que me elegeram. Fiquei mais motivado para continuar o trabalho que tenho perpetuado. Este reconhecimento significa muito, mas implica, também, muita responsabilidade. Quando as coisas correm bem há um reconhecimento do nosso trabalho, porém esse trabalho, de anos, não é só de uma pessoa, mas de uma estrutura inteira. A responsabilidade aumenta, os holofotes recaem sobre nós e é-nos exigido um desempenho tão bom ou melhor que o anterior. Essa é uma boa pressão, com a qual temos de aprender a lidar, se pretendemos continuar a ter sucesso.

Ser líder é um bem intrínseco ou também se aprende? Não descurando o facto de poder haver apetência intrínseca para liderar, claramente muitas das competências de liderança são fruto de um processo de aprendizagem. O processo de liderança pode iniciar-se no seio familiar do indivíduo e deve ser desenvolvido dentro das organizações. Na Hilti, esta é uma questão embutida na nossa estratégia 2020. Reconhecemos e valorizamos a importância dos nossos colaboradores serem empreendedores, dando a possibilidade a cada um de desenvolver as suas capacidades de liderança. Por isso acredito que sim, que os líderes são feitos e não nascidos. As pessoas ensinam-nos como nos devemos comportar.

O maior bem de uma empresa são as pessoas? Este deveria ser o ponto de partida para quem se inicia como gestor? Muito mais do que fazer parte do ponto de partida, as pessoas têm de ser uma constante ao longo de todo o percurso de um gestor. Um bom gestor tem obrigatoriamente de ter uma paixão pela gestão das suas pessoas, sendo que, este interesse tem de ser genuíno. É errado pensar que ter boas competências técnicas é condição suficiente para se ser um bom profissional. É impossível ter uma boa carreira como gestor alheando-se da dimensão que as pessoas representam. Sozinhos podemos alcançar alguns objetivos mais rapidamente, mas só em equipa conseguimos ir longe. As crescentes preocupações ligadas ao tema da felicidade e bem-estar dos colaboradores é ainda mais importante se pensarmos na geração millennial, que são uma forte evidência de que estas são questões que nenhuma empresa deve ignorar. Qualquer pessoa que não veja o capital humano como o maior bem da empresa está condenada ao fracasso. Sempre tive consciência disso. É com as pessoas que crescemos e ultrapassamos os obstáculos. A estratégia Hilti define exatamente isso: construir um futuro melhor para todos, tendo como pilar as pessoas e o seu bem-estar.

O seu percurso na Hilti também se fez pelo Brasil, o seu país, e pelos Estados Unidos da América. Que diferenças óbvias existem entre os anteriormente referidos e Portugal? Só as pessoas que não conhecem outros países é que menosprezam Portugal. Este país é dos sítios onde se encontram mais pessoas competentes

Tem presente a noção de que influenciou a vida de imensas pessoas que fazem ou fizeram parte da Hilti? Tenho a certeza absoluta. Influenciei gestores da Hilti internacional. Assim como fui inspirado também inspirei. Hoje temos entre 30 a 40 pessoas fora de Portugal em posições de destaque.

cional, como também colegas da direção da empresa, situações onde foram explicitamente mostrados os métodos diversos de liderança.

13 AGOSTO 2016

Hoje, que balanço faz da sua gestão? Faria algo de modo diferente? Passei por diversas funções na Hilti, em Liechtenstein como estagiário no departamento financeiro, na Alemanha como vendedor, gestor de produtos e vendedor numa loja Hilti, depois, cheguei a Portugal para começar a representação Hilti no Porto. Passado um ano voltei à Suíça e trabalhei como chefe de vendas. Em 1992 voltei a Portugal para abrir oficialmente a Hilti e após todos estes desafios, assumi a minha primeira grande função como diretor de marketing da América Latina e da América Central, o que me trouxe uma enorme experiência e aculturação. Em 1996 foi o meu primeiro grande desafio quando me atribuíram a responsabilidade de ser diretor geral da Hilti Brasil. Voltei a casa, com muitas saudades, mais experiente… Quando lá cheguei éramos 16 pessoas para construir tudo de raiz, e conseguimos. Formámos uma Hilti. Em 2002, quando deixei o Brasil em direção ao meu querido Portugal já contávamos 230 pessoas na Hilti Brasil. A Hilti tornou-se conhecida o que me deu imenso orgulho. O Brasil e a Hilti do Brasil significam muito para mim… Em 34 anos….Fazer um balanço da minha gestão é extremamente complicado, pois com o passar do tempo fui aprendendo com os meus superiores diversas maneiras de liderar e de exercer coaching com as pessoas. Talvez mudaria alguns estilos de liderança e de comunicação que usei no começo da minha carreira, porque rapidamente descobri que todos somos diferentes e temos que ter diferentes modos de liderar e de direcionar os colaboradores da nossa empresa.

Créditos: rui bandeira

de agosto de 1982 foi o seu primeiro dia na Hilti. O que recorda desse dia? Foi um dia que começou com um frio enorme na barriga. Com 23 anos, tinha acabado de sair da teoria (universidade) e estava prestes a entrar na prática (trabalho), num país novo, a sair da minha zona de conforto, o Brasil. Fui recebido muito bem por todos os novos companheiros de trabalho e em especial pelo diretor financeiro a quem iria reportar o meu trabalho enquanto estagiário do departamento financeiro. A minha formação de base foi, no Brasil, Gestão e Economia. Aquele dia foi inesquecível… as pessoas foram extremamente simpáticas e receberam-me realmente de braços abertos, como se eu estivesse a entrar na nova família Hilti, que até aquele momento não conhecia. Fui almoçar com toda a equipa (12 pessoas) e posso dizer que foi uma adaptação rápida e sólida.


TEMA DE CAPA

» GRANDE ENTREVISTA Que questões coloca numa entrevista de emprego? A primeira coisa é apresentar-me. Considero uma falta de educação começar a fazer perguntas sem nos apresentarmos. Explico qual é a minha função, apresento o diretor de recursos humanos, que está sempre presente, e a primeira pergunta que coloco é “se eu perguntar à sua família ou amigos quais os seus pontos fortes e que quais os pontos a melhorar, o que responderiam eles?” e peço sempre exemplos de acordo com as respostas. Não posso dizer que faço entrevistas formais porque a minha intenção é deixar a pessoa completamente à vontade e assim tentar conhecê-la um pouco melhor. Não quero que as pessoas se preocupem com o que têm de responder. Tento deixar os candidatos descontraídos e fluir uma conversa fácil e direta para que eles se sintam à vontade. Pergunto o que eles se veem a fazer dentro de cinco anos, dentro ou fora da empresa. Na maioria das vezes consigo perceber o que as pessoas querem no futuro e isso é muito importante para nós, na Hilti. O que é mais difícil para um líder? A responsabilidade. Ter cem pessoas a trabalhar e o facto de essas cem pessoas terem familiares que possam depender deles. Comunicar a estratégia de forma clara e que todos entendam, na minha opinião é por vezes uma dificuldade. Um bom líder tem de comunicar bem, informar as pessoas da estratégia e da direção da empresa. A partir daí a minha responsabilidade fica mais fácil. Com clareza de objetivos e foco nos mesmos as pessoas trabalham melhor e principalmente mais motivadas. E o que não pode esquecer todos os dias…? Os valores da empresa. Integridade, coragem, trabalho em equipa e compromisso. A coragem é dos pontos mais importantes numa empresa. O ter a coragem de dar a sua opinião. Penso que todos devemos dá-la. Internamente temos um questionário onde as pessoas partilham ideias que gostariam de ver em prática.

pontos de vista

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Se perguntássemos à sua equipa o que pensam de si, o que responderiam? Penso que diriam que sou uma pessoa extremamente exigente mas ao mesmo tempo sem um mínimo tom de arrogância. Tenho uma ótima relação com os meus diretores. Julgo que eles olham para mim e veem uma pessoa experiente e que os respeita, os ouve e que ambiciona obter feedback da parte deles. Eles também diriam que eu delego muito as responsabilidades de toda a empresa. A Hilti é reconhecida como uma das empresas mais felizes em Portugal. Que fatores mais influenciam a felicidade em contexto laboral? Sermos uma empresa feliz não deve nem pode ser um objetivo por si só. Deve sim ser resultado de uma genuína paixão por aquilo que fazemos. Na Hilti acreditamos que todos temos uma excelente ferramenta que nos desenvolve: a nossa função. Se a encararmos como um veículo para atingir este fim, pensando não apenas no que a função nos pode dar, mas no nosso máximo contributo possível para elevar o patamar de excelência da nossa equipa, desta forma, seremos seguramente pes-

É consensual aquilo que a equipa pensa sobre o António. Por isso posso descrevê-lo como uma pessoa agregadora, que consegue unir as pessoas e fazê-las percorrer um caminho com ele. Ouve bem, está sempre disponível e é uma pessoa muito próxima de todas. Gosta da vida. E sobretudo quando promete cumpre sempre e é desta forma que tem construído uma base de confiança na Hilti. Pedro Silva

Diretor de Market Reach

soas felizes. Temos a felicidade de trabalhar numa empresa que promove este espírito empreendedor. Temos admiráveis exemplos internos para provar que esta é uma realidade na Hilti. Existem outros exemplos que promovem na sua plenitude aquilo que entendemos por “tratar bem as nossas pessoas”. O evento que realizamos anualmente com todos os colaboradores e respetivas famílias, a oferta de um cabaz de Natal, o horário de verão para os colaboradores internos, o pequeno-almoço disponível todos os dias na empresa, as duas pontes e até três dias de antiguidade que oferecemos como dias de férias adicionais, o seguro de saúde extensível ao cônjuge e descendentes…tudo isto porque pessoas felizes são mais produtivas. “Em primeiro lugar as pessoas”, e em segundo? As pessoas, sempre. Acho importante colocar tudo em primeiro lugar, que nada fique para segundo. Nivelar tudo como prioridade. Trato todas as pessoas de igual forma, sejam, ou não, da empresa. Gosto de conversar e conhecer as pessoas e assim aprender com elas. Algum conselho que gostaria de deixar a atuais e futuros gestores? Aprendi que para crescer como pessoa e como líder é necessário nos cercarmos e reunirmos na nossa equipa de direção gente mais inteligente e empreendedora. Mais do que eu. Pessoas que possam trazer ótimas ideias. Adoro pessoas de poucas palavras… aquelas que vão diretas e ao ponto ful-


MUDANÇA O que o motiva na Hilti? A constante mudança. Os únicos departamentos da Hilti por onde não passei foram o da informática e o de logística. Os pequenos detalhes do trabalho também são extremamente importantes e motivam-me diariamente. São poucas as empresas que dão estas oportunidades de mudar e experimentar diferentes ambientes e funções. Sempre me neguei a sair de Portugal porque aqui é o lugar onde quero ficar. Quero ficar no Norte. Adoro as pessoas, a comida, o clima e até o trânsito…este lugar, mesmo com os defeitos todos que tem, é um paraíso. Além da Hilti, assumi até 2018 a Vice-Presidência da Câmara de Comércio e Indústria Suíça em Portugal. Numa tentativa de estreitar as relações de Portugal com a Suíça. Sou o diretor do Norte, e representarei o Norte para aqueles que queriam fazer negócios com a Suíça. Quero continuar a aprender e enfrentar desafios até onde me for possível, porque “quem nada sabe, de nada duvida”, uma frase de George Herbert.

cral da questão. Um conselho: aos líderes, que vejam as pessoas como o maior bem e que invistam nelas, em formações em intercâmbios (no caso das multinacionais), no fundo… que saibam trabalhar em equipa. Se não fosse um gestor de pessoas, o que seria? Eu acho que quando somos pequeninos somos muito grandes na imaginação. Em criança perguntam-nos o que queremos ser e nessa fase da vida somos muito puros. Em criança queria ser piloto de aviação ou diplomata. Tudo relacionado com liderança… ▪

Que novos produtos lançou a Hilti em 2016 e quais as inovações que gostaria de destacar? Será complicado listar todos os produtos que lançamos este ano, pois no seguimento da nossa estratégia 2020 duplicamos o investimento em investigação e desenvolvimento e lançámos em 2016 mais de 60 produtos. Temos investido fortemente em sistemas a bateria de modo a aumentar a produtividade e a segurança no dia-a-dia dos nossos clientes, tendo lançado novas baterias de 22V e 36 V com a maior autonomia e performance do mercado. Lançámos a primeira rebarbadora a bateria de 36 V, que é única, pois é a primeira vez que uma ferramenta deste tipo a bateria tem um desempenho equivalente à sua equivalente a fio. Mas sem dúvida a maior inovação é a BX3 que é a primeira ferramenta de fixação direta a bateria do mundo. Um desenvolvimento que é sinónimo de inovação Hilti, que tem recebido excelentes críticas e comentários não só por parte dos nossos clientes, mas também por painéis profissionais. Foram atribuídos vários prémios internacionais à BX3 e recebemos em Portugal o Prémio Inovação na Construção, organizado pelo Jornal Construir. A BX3 é um dos maiores sucessos de 2016 para a Hilti. A Hilti não comercializa somente produtos. Que serviços a Hilti lançou em Portugal? Os serviços têm sido outra área de grande destaque na Hilti. Somos cada vez mais solicitados pelos nossos clientes para os ajudar na gestão do seu parque de equipamentos, de

ferramentas elétricas e gestão de stocks. As empresas de construção estão cada vez mais conscientes que o custo de aquisição de uma ferramenta elétrica ou de um equipamento representa uma pequena parte do custo real dessa ferramenta para a sua empresa. Existem muitos custos escondidos, tais como custos de manutenção e reparação, custos administrativos e de transporte sobre os quais é bastante difícil ter visibilidade adequada. Para responder a essa necessidade e alavancar sobre a nossa experiência nesta área lançámos dois serviços este ano: a Gestão de Frota Consulting e ON!Track. Em ambos estes serviços a Hilti efetua uma análise aprofundada dos custos que um cliente tem com o seu parque de equipamentos e propomos uma solução completa que permite poupanças entre 40% a 60%. A solução de Gestão de Equipamentos ON!Track proporciona uma maior rastreabilidade dos equipamentos, inventários rápidos e otimização de stocks. Todos os equipamentos são etiquetados e o cliente pode geri-los através de uma plataforma web. Este serviço é uma verdadeira inovação para a Hilti pois passamos a analisar não só as ferramentas elétricas (pelas quais a Hilti é conhecida), mas todo o parque de equipamentos e mercadorias (geradores, equipamentos de soldar, andaimes, etc…). Tem sido bastante desafiante e enriquecedor para nós, pois formamos verdadeiras parcerias com os nossos clientes. Prova disso é que existe uma grande aceitação por parte do mercado e em poucos meses já auxiliamos os nossos clientes a gerir acima de mil equipamentos e mercadorias. ▪

15 AGOSTO 2016

Créditos: rui bandeira

Prova de que a mudança é uma constante…


COACHING COMO FATOR DE SUCESSO EMPRESARIAL

» ENNEAGOLF

COMO O GOLFE REVELA A SUA LIDERANÇA PESSOAL E PROFISSIONAL “A maior capacidade que Tiger Woods tem não se consegue observar. É a sua mente”. É a frase escolhida pela empresa CTB7 Golfe e Turismo para melhor definir o projeto Enneagolf que começou a ser criado há cerca de oito anos com Eduardo Torgal e António Cordeiro. O Enneagolf define-se como coaching para a liderança, competição e team building, estando focado tanto na parte empresarial como desportiva de qualquer modalidade.

N

ão vendo sonhos, vendo realidades”. É assim que Orlando Henrique, Executive & Sports Coach, descreve o projeto Enneagolf criado dentro da marca Oihgolfe. E o que é o Enneagolf? É referido que o golfe é um jogo 90% mental e 10 % é físico ou técnico. Cada vez mais atletas e treinadores procuram potenciar os resultados desportivos, usando o coaching. O projeto ENNEAGOLF traz uma perspetiva inovadora para o treino da mente enquanto líder executivo e praticante de golfe. Os profissionais ou o cidadão comum têm mais competências do que aquelas que muitas vezes veem em si próprios. “O coach é um meio para a pessoa se superar”. Não é o coach que vai dar à pessoa competências físicas ou técnicas, antes “o coach ajuda a pessoa a tomar consciência das suas capacidades.” “O ENNEAGOLF é uma poderosa ferramenta de ajuda que ao potenciar a personalidade permite vencer desafios, competir/cooperar, liderar e trabalhar melhor em equipa”.

pontos de vista

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Então, em que consiste o Enneagolf e o que o distingue de um programa de Coaching? Através do Enneagrama (ciência milenar associada ao estudo da personalidade), um jogo de cartas e de um algoritmo “ajudamos os coachees a identificarem a sua personalidade. A partir daí definimos alguns caminhos valorizando as mais-valias de cada personalidade”, explica Orlando Henrique. O golfe “é o espelho da alma” que “nos desperta sobre o nosso inconsciente ajudando-nos a tomar noção das nossas capacidades e a descobrir soluções para respostas que procuramos”.

Mais do que ajudar desportistas a descobrirem as suas competências, o Enneagolf pretende ajudar as pessoas a conhecerem-se melhor de modo a conseguirem superar-se e reconhecer caminhos diferentes para as situações do dia-a-dia.

Eneagrama: Como a sua personalidade o influencia

Acredita-se que o Eneagrama tenha surgido há mais de 2500 anos. Esta ancestral técnica de autoconhecimento tem vindo a influenciar algumas correntes religiosas bem como filósofos e pensadores importantes. O Eneagrama começou a ter um grande impacto nos finais do Séc. XIX pelas mãos de George Gurdjieff, tendo sido posteriormente desenvolvido e divulgado por Oscar Ichazo e Claudio Naranjo. Hoje, o Eneagrama é ensinado em universidades de todo o mundo e em Portugal estão a decorrer MBA’s onde o mesmo é trabalhado e ensinado. A sua utilização nas organizações ganha cada vez mais espaço, desde grandes empresas nacionais a multinacionais a entidades governamentais. Para as mais de 200 pessoas que já fizeram ações Enneagolf todas elas ficaram com valorizações sustentáveis para as dificuldades e mudanças que queriam ultrapassar e consolidar. Todas as ações de Coach efetuadas até ao momento têm uma avaliação superior a 96% de satisfação. Conheça-se melhor ou auto-conhecimento são as palavras

que melhor definem o projeto Enneagolf que pretende ser uma “moda” que veio para ficar.

A empresa CTB7 - Oihgolfe

A par do Coaching, a empresa dedica-se à organização de torneios e viagens de golfe, bem como consultoria comercial e marketing. Num mercado cada vez mais competitivo e exigente e com a atual situação económica do país, as empresas começam a ganhar consciência das mais-valias das ações de marketing. A CTB7 - Oihgolfe propõe soluções para empresas, ligadas ou não ao desporto, em regime de outsourcing, apresentando um conjunto de atividades que visa garantir a quem a contrata um natural crescimento da sua atividade comercial e o consequente sucesso do seu negócio. Apesar de se dedicar a outras atividades, o foco da empresa é o golfe, com diversas modalidades. O Circuito OpenOeste (circuito de golfe) que comemora uma década de existência visa premiar, este ano, cinco jogadores com o prémio de participação no Torneio World AM 2017, sendo que só o vencedor geral do Circuito acumula o prémio com a viagem e estadia. ▪


Eneagrama 9 Tipos de personalidades/golfistas: Como a sua personalidade afeta o seu jogo de golfe ou o seu dia-a-dia 1. O Perfecionista Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 1 mantêm constantemente um diálogo interno muito duro que prejudica drasticamente a forma como encaram a vida/jogo. 2. O Orgulhoso O orgulho e a importância que se dá à imagem que os outros têm de nós afeta de uma forma determinante a performance do nosso jogo da vida/golfe. A personalidade tipo 2 mantêm com teimosia, e muitas vezes com inconsequência, estratégias que não lhe permitirão progredir, tanto do ponto de vista técnico como mental, para novos estágios de performance. ORLANDO HENRIQUE

Empresarios Paulo Pinto, Fernando Baptista e Joao Pinto

3. O Realizador Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 3 são excessivamente competitivos e focados no resultado, procurando permanentemente ter o reconhecimento de sucesso por parte dos outros com quem “competem”. 4. O Emotivo A emotividade afeta de uma forma determinante o jogo da vida/ golfe. Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 4 são excessivamente emotivos e conectados com estados e momentos do passado. Interna e inconscientemente este tipo de personalidade escolhe percecionar o que está em falta na sua performance ou no seu jogo em detrimento do que atualmente tem. 5. O Analítico Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 5 são excessivamente racionais e focados em

demasia na análise de planos futuros. Alheados do estado presente, a mente pode ser a sua maior armadilha. A necessidade de análise constante desenvolve uma hiperatividade mental que afasta o jogador com este tipo de personalidade predominante do aqui e agora 6. O Duvidoso A dúvida afecta de uma forma determinante o jogo da vida/golfe. Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 6 são excessivamente ansiosos e tentam antecipar ao máximo os piores cenários possíveis. 7. O Entusiasta Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 7 são excessivamente entusiastas e preferem focar-se nos vários cenários positivos, lidando extremamente mal com as pequenas falhas, muitas vezes derivadas da sua dificuldade de concentração e deficit de focus no momento presente. 8. O Controlador A necessidade extrema de controlo e o excesso de vigor afetam de uma forma determinante o jogo da vida/ golfe. Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 8 procuram com os excessos do seu jogo exterior restituir a necessidade, pouco consciente, de sensação do seu controlo interior. 9. O Harmonioso Pessoas/Jogadores com personalidade predominante tipo 9 procuram aceitar, com um esquecimento do seu próprio valor, todas as opções que lhe vão sendo “oferecidas”.

Orlando Henrique e João Carlota - Profissional de Golfe

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INTERNACIONALIZAÇÃO

» REALIDADE ATUAL

OPINIÃO José Serra, CEO da Olisipo e Olisipo Way SGPS

Apoios à Internacionalização das empresas: vende-se gato por lebre? Como empresário e empreendedor, sinto que muitas vezes se confunde e misturam coisas tão distintas como internacionalizar e exportar. Estão em causa duas situações naturalmente diferentes.

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pontos de vista

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iria até que não têm (quase) nada a ver uma com a outra, exceção feita ao facto de ambas nos remeterem para algo… no estrangeiro. Comecemos por pegar no exemplo das Startups, tema tão em voga nos nossos dias, que não têm qualquer viabilidade se estiverem a contar única e exclusivamente com o mercado nacional. Precisam, portanto, de se internacionalizar, de estar presentes noutros mercados. Estas jovens empresas são incentivadas, desde muito cedo, a alargar horizontes com o fim de se conseguirem expandir para os mercados (maduros) europeus. Mas não só, há também a tendência de se tentar a sorte no mercado norte-americano, tão prolífero no apoio a estas empresas/negócios. Quando as empresas conseguem (finalmente) obter investimentos de fundos estrangeiros, são, regra geral, obrigadas a mudar a sua sede para o exterior. Isto obriga a que deixem em Portugal - por razões que se prendem quase na totalidade com custos operacionais - as suas estruturas de desenvolvimento. Não esquecendo que passam a pagar impostos… lá fora (mas a isso já lá vamos). Por muito que nos custe, é a única forma que estas empresas têm de conseguir assegurar algum crescimento. Como bem sabem, é a própria dimensão do nosso mercado que assim o exige, sobretudo para quem quer apostar na especialização numa determinada área. O Portugal 2020 prevê um forte investimento na Internacionalização das empresas portuguesas, na ordem de muitos milhões de euros. No entanto, é preciso perceber que quando uma empresa se internacionaliza, o mínimo que precisa é de um local para trabalhar e de contratar, localmente, profissionais que conheçam o mercado de destino. São precisamente esses tipos de apoios que não são financiados. Porquê? Simples. Então vejamos: Se uma empresa portuguesa apostasse em entrar na Alemanha e, por esse simples facto, fosse apoiada para contratar um trabalhador alemão, iria ficar em situação de clara vantagem face à concorrência das empresas locais. Essa é a explicação dada pela Comissão Europeia, que se recusa a financiar e estimular a concorrência desleal. Mas proponho que façamos ainda outro exercício: então e se a mesma

empresa portuguesa apostasse, por exemplo, no Perú ou nos Estados Unidos? Nesse caso, parece-lhe razoável que se mantivessem as restrições e os apoios à contratação de trabalhadores locais ou para, simplesmente, arrendar um escritório? Eis que chegamos então ao verdadeiro problema: o apoio é dado à Exportação e não à Internacionalização. É por isso que as ações de prospeção, os estudos e as participações em feiras são financiados. O espaço para melhorias é imenso, deixo alguns exemplos concretos de medidas que poderiam ser tomadas a fim de apoiar de facto a Internacionalização de empresas portuguesas: Apoiar a instalação e o estabelecimento das empresas portuguesas no estrangeiro (escritório e contratação de um ou dois recursos locais); Reforçar os apoios às ações de marketing e de promoção no mercado-alvo. Para além de incentivar e subsidiar a participação em feiras, deve existir um apoio a eventos organizados pela própria empresa no país de destino; Apoiar a instalação de sucursais e de joint-ventures noutros mercados, desde que detidas maioritariamente por empresas nacionais e que, eventualmente, consolidem contas em Portugal; Dividendos de sucursais no estrangeiro que sejam canalizados para Portugal, assim como as mais valias obtidas com a venda de participações em startups, devem ter regimes fiscais favoráveis (capazes de competir com os regimes especiais praticados no Luxemburgo e na Holanda, por exemplo). Estas são as preocupações naturais e sugestões de um empresário que não se identifica com um modelo que parece estar unicamente preocupado nos ganhos do Estado a curto prazo, seja com impostos, taxas ou obrigações, que fazem com que as empresas sintam necessidade de mudar de ares e de levar as ideias, e a sua possível rentabilidade, para outras paragens. No modelo em que acredito e proponho, as empresas e o país têm muito a ganhar com uma legislação que se centre nas empresas e nas suas reais necessidades. Ou agimos ou ficamos todos a perder. E muito. ▪


BREVES BREVES viagens

Dicas para ‘sobreviver’ a um voo longo Passar várias horas dentro de um avião pode ser um verdadeiro pesadelo… até para aqueles que acham que conseguem entreter-se com tudo e mais alguma coisa. 1 – Ter uma de roupa alternativa à mão. 2 – Saber onde fica a casa de banho no avião e levar para o voo itens de limpeza íntima, como toalhetes. 3 – Usar tampões enquanto come é uma forma de fazer com que a comida fique com um sabor mais agradável, como indica um estudo da Cornell University que revela que os níveis de barulho nos aviões alteram a sensação de doçura. 4 – Testas todas as técnicas para dormir melhor, sejam técnicas de meditação, comprimidos, música, etc. 5 – Levar alguns snacks saudáveis, como chocolate negro, frutos secos, fruta desidratada.

mercado automóvel

TOYOTA E LEXUS atingem 9,2 milhões de híbridos vendidos em todo mundo A venda acumulada de viaturas híbridas Toyota e Lexus a nível mundial atingiu 9,2 milhões de unidades1 no passado mês de junho. • Venda de viaturas híbridas Toyota e Lexus de janeiro a junho de 2016 registou-se em 700.000 unidades • Mix de híbridos na Europa superior a 60% na venda do modelo Auris e 40% na venda do modelo Yaris • Crescimento superior a 56% face a 2015, em Portugal. • Híbridos representam mais de 23,8% das vendas de ligeiros de passageiros das marcas Toyota e Lexus, em Portugal • Auris é o modelo híbrido mais vendido a nível nacional, com 32,3% do total de vendas do modelo A Toyota, enquanto fabricante mundial, desde sempre assumiu como prioridade mitigar o efeito que os automóveis provocam no ambiente, tendo como base o desenvolvimento de tecnologias e a produção de viaturas amigas do ambiente. Com a introdução de viaturas híbridas na gama, como o Prius em 1997 primeiro híbrido de passageiros do mundo, produzido em massa - a Toyota tem-se dedicado a incentivar e a comunicar ao mercado o impacto positivo que a utilização da tecnologia híbrida permite.

TECNOLOGIA

Inventor cria relógio que funcionará durante os próximos dez mil anos

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longo prazo” e está a construir um relógio que vai funcionar durante dez mil anos, conta o ABC. O prazo foi escolhido porque é essa a idade que a humanidade tem hoje. A ideia de Hillis é criar algo a pensar no futuro e dizer às pessoas que estarão vivas daqui a dez mil anos que alguém pensou nelas. O relógio foi projetado em 1986 e está a ser construído desde então numa montanha do Texas. Deverá contar anos, séculos e milénios e diz as horas mostrando a posição dos planetas, Sol, Lua e estrelas. É composto de aço inoxidável, titânio e cerâmica. Vai também mostrar a data da última vez em que foi visitado por alguém.

AGOSTO 2016

Os relógios são um mecanismo que tem pelo menos 3.000 anos mas nem por isso são obsoletos. Graças ao inventor Danny Hillis, este instrumento poderá ser ainda usado daqui a dez mil anos. Quanto tempo o tempo tem? A pergunta é enigmática e desde o início da humanidade que o tema é algo que fascina o homem. Embora não se consiga responder à questão, o ser humano foi inventando mecanismos que medem a passagem do tempo. O mais comum é o relógio. O instrumento já era utilizado há pelo menos 3.000 anos, idade do relógio solar mais antigo de que há conhecimento, e continua a ser usado nos dias de hoje, apesar dos telemóveis e afins. E graças ao físico Danny Hillis, podemos hoje dizer com certeza que ainda existirá daqui a dez mil anos. Isto porque o inventor decidiu criar aquilo a que chama “um projeto a


BOAS PRáTICAS DE DISTRIBUIçãO

» TIPSA OPORTO

TIPSA OPORTO

A QUALIDADE AO SEU SERVIÇO Hélder Pinheiro, em entrevista à Revista Pontos de Vista, conta o seu percurso desde que assumiu a gerência da agência, que pertence ao grupo espanhol, líder em transporte rápido, a Tipsa, em 2011 e que caminhos percorreu para alcançar o estatuto de excelência e qualidade no serviço de transporte rápido.

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HÉLDER PINHEIRO

pontos de vista

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esde 1997 que Hélder Pinheiro trabalha no setor dos transportes. Os 19 anos de experiência mostraram-se cruciais aquando da chegada do gerente à empresa. Na época, 2011, a Tipsa Oporto. Hélder Pinheiro lembra que o compromisso que assumiu se tornou um desafio perante o panorama. Na equipa da altura contavam-se quatro elementos, prontos a abraçar, com Hélder Pinheiro, o projeto que agora se revela um sucesso. O gerente declara como seu braço direito a equipa. “Hoje somos 19. Sem eles nada disto seria possível. Devo-lhes, por isso, tudo o que está aqui construído”. O crescimento da agência não tardou a acontecer e passaram em dois anos de umas instalações de 200m2 para as atuais que têm 500m2. Juntos trabalharam por uma qualidade e rigor inigualável. A localização das instalações deve-se simplesmente a um fator, o fator estratégico, encontra-se entre Braga, Guimarães, Vila do Conde e Porto, onde se tem notado uma crescente procura de serviços de exportação para o mercado Ibérico. As dificuldades do setor são algumas, confessa. Porém nada com que a empresa não possa lidar. Para o gerente, quando a qualidade é inabalável, o trabalho concretiza-se. Tal qualidade está espelhada, não só no serviço prestado como, também, em pormenores: o fardamento dos estafetas, a identificação da empresa estampada nos veículos de distribuição e nos equipamentos tecnológicos. As viaturas recentes, o atendimento personalizado, o acompanhamento comercial e uma solução para qualquer pedido dos clientes, fazem parte dos variados exemplos

que comprovam o compromisso da Tipsa Oporto na busca pela melhoria contínua e satisfação dos clientes. “As relações com Espanha são ótimas”, revela o nosso interlocutor, afirmando ter sido a agência da marca de confiança Tipsa que nos melhora dia após dia. Do leque de clientes faz parte o Grupo Inditex. A transportadora é quem distribui as amostras pelas fábricas de têxteis presentes na zona norte do país.

COMO FUNCIONA O SERVIÇO?

O funcionamento da Tipsa Oporto é simples, depois das agências recolherem os envios nos clientes, os mesmos são transportados para a base central situada em Madrid. Posteriormente são selecionados e divididos por destinos numa máquina de separação automática, sendo que, os envios caraterizados como frágeis são separados manualmente. Depois, as viaturas farão os envios chegarem ao seu destino num máximo de 24h.

E-COMMERCE

Um serviço online, rápido, fácil e eficaz. É assim que o nosso entrevistado classifica o serviço disponibilizado pelo grupo. Através de uma plataforma, o cliente faz a sua encomenda e acompanha todo o percurso da expedição.

A EQUIPA COMO RAZÃO DO SUCESSO

É à equipa que Hélder Pinheiro agradece tudo o que a Tipsa Oporto é hoje. O trabalho árduo e incansável das pessoas que o rodeiam é destacado pelo gerente como fulcrais para o caminho de sucesso que têm construído. Os elementos que formam a equipa, conhecida de há vários anos do gerente, são o seu maior motivo de orgulho, uma vez que, a maioria não tinha qualquer experiência chegados à empresa e que foi com o gerente que aprenderam a trabalhar no setor. E por isso, o nosso entrevistado afirma que o que mais valoriza são as pessoas, “sem eles nada disto seria possível”. A Tipsa Oporto acredita nas pequenas coletividades, e por isso patrocina a Associação dos Amigos de São Vicente FutSal, A.D.C.S. Mateus, Ruivanense A.C., A.C.R.D. Nespereira e ainda um carro de rali português conduzido pelo piloto Carlos Vieira e pelo co-piloto “Jet” Carvalho.

1 DE OUTUBRO

Todos os passos são dados com peso e medida. Hélder Pinheiro recusa trabalho ao qual teme não poder dar resposta e por isso todas as decisões são comedidas. No entanto, a partir do dia 1 de outubro, a empresa terá um aumento de 30% da sua distribuição através de um grande grupo português, que para já “não se pode dizer qual”. A agência de transporte rápido promete dar cartas, num mercado exigente e competitivo, sempre com um pensamento de «terra à terra». ▪


A palavra a

“Apresentar a melhor solução” Motivação, presença, tecnologia e espírito de equipa são a base do sucesso. O nosso objetivo é satisfazer as necessidades do mercado realizando as entregas com caráter de urgência. Devido ao crescimento acentuado da procura pelo mercado online, fomos obrigados a implementar tecnologias e soluções para que os envolventes possam usufruir da comodidade e da melhor qualidade na entrega das suas expedições. A TIPSA OPORTO apoia o cliente desde a prospeção até à entrega da sua mercadoria, empenhando-se em uma constante analise e acompanhamento das necessidades para apresentar sempre a melhor solução. A nossa qualidade/preço distingue-nos de certas companhias conseguindo recolhas tardias e entregas à primeira hora do dia útil seguinte.

Luís RochA

Departamento Comercial “Pela satisfação dos clientes”

Filipe Póvoas

Marlene Lage

Apoio ao Cliente

Departamento de Operações

“Primazia pela qualidade”

Bruno Santos

Departamento de Rotas

O nosso dia a dia requer uma organização minuciosa que nos permite gerenciar todas as expedições, oferecendo um serviço de excelência possibilitando a entrega das mesmas nos timings contratados. De forma a tudo correr pelo melhor é necessária uma disponibilidade e uma perfeita condição das viaturas para que o bom funcionamento das rotas, em Portugal e Espanha, tenha efeito num serviço que nos primazia pela qualidade.

O apoio ao cliente é sempre importante porque temos de informar os tempos de entrega das expedições, assim como dar o conhecimento de qualquer incidência detetada com o trajeto normal das mesmas. A informação detalhada e on time ajuda-nos a manter a qualidade e quando a qualidade existe o cliente sai sempre satisfeito.

21 AGOSTO 2016

Numa empresa que tem por objetivo a satisfação dos seus clientes e a sua contínua confiança nos nossos serviços, obriga-nos a uma atualização ao minuto de todos os operacionais que intervêm no trajeto das expedições, desde a sua recolha até a entrega. Esta organização permite à TIPSA OPORTO controlar a disponibilidade dos profissionais para que não surjam percalços nos horários contratados.

“Rigor e Satisfação”


years of media excellence

Horizonte de Palavras Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 5º A 4400 – 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879 www.horizonte-de-palavras.pt

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BREVES BREVES

131 bancas de livros para percorrer A Feira do Livro do Porto volta aos jardins do Palácio de Cristal, de 2 a 18 de setembro. A edição conta com uma homenagem ao escritor Mário Cláudio, novas presenças editoriais e 131 bancas de livros.É assim desde 2014: a Câmara Municipal do Porto assume a organização da Feira do Livro do Porto. Este ano não é exceção. O evento que celebra a literatura e os livros, regressa aos jardins do Palácio do Cristal na Avenida das Tílias, de 2 a 18 de setembro. A edição conta com uma homenagem ao escritor Mário Cláudio e 131 stands para percorrer e folhear, sendo que alguns são estreias, como a Livraria Lello. Esta edição não se distancia da Feira do Livro do ano passado: em 2015, o evento contava com 130 bancas de livros — este ano tem mais uma.

POLUIÇÃO

Autoridades alertam para níveis de ozono A concentração de ozono no ar deverá ultrapassar os níveis definidos como passíveis de afetar a saúde na região de Lisboa e Vale do Tejo no fim-de-semana, alertou hoje a autoridade regional. A concentração de ozono no ar deverá ultrapassar os níveis definidos como passíveis de afetar a saúde na região de Lisboa e Vale do Tejo no fim-de-semana, alertou hoje a autoridade regional. Segundo uma nota da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, nos dias 13 e 14 de agosto prevê-se “a ocorrência de níveis elevados de ozono na região”, que podem “ultrapassar o valor de concentração de ozono de 180 µg/m3 (microgramas por metro cúbico), definido como limiar de informação ao público para este poluente”. A CCDR esclareceu que, para estes valores, “o ozono pode provocar alguns efeitos na saúde humana, especialmente em grupos da população mais sensíveis, tais como crianças, idosos, asmáticos” e pessoas “com outras doenças respiratórias ou cardíacas”.

ginecologia

Miomas uterinos, esteja atenta aos sintomas São os tumores benignos mais comuns do trato genital feminino e afetam cerca de dois milhões de mulheres em Portugal. Destes sintomas podem ainda decorrer anemia, cansaço e falta de força. E nem sempre os sintomas são valorizados. A Dra. Filipa diz: “Uma mulher que já está habituada a ter muitas hemorragias às vezes vai ao médico tardiamente. Vai adiando e perdendo as suas reservas de ferro até chegar a um estado de anemia grave.” O diagnóstico é feito rapidamente pela observação médica e pela ecografia. Aqui “verifica-se se há ou não miomas e que implicações é que eles podem ter - pois há miomas que crescem para dentro do útero, outros que estão no músculo do útero e outros que crescem para fora do útero”, explica. E acrescenta: “Os que crescem para dentro do útero são os mais sintomáticos e geralmente estão associados às hemorragias, os outros podem dar queixas ao nível do volume ou de compressão”. Quanto ao tratamento, no passado regra geral faziam-se histerectomias - cirúrgica ginecológica que consiste na retirada do útero – mas atualmente a “tendência é para se tratar com medicação, como o acetato de ulipristal, que permite reduzir o tamanho dos miomas, as dores e as hemorragias, permitindo às mulheres manter o útero”, como explica Daniel Pereira da Silva, presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia. A Dra. Filipa Osório deixa ainda um aviso: “Todas as mulheres devem fazer uma consulta anual de ginecologia. E em caso de dúvida [sintomas] é sempre melhor ver do que deixar andar.”

23 AGOSTO 2016

Feira do Livro


Jogos Olímpicos 2016

» IRMARFER LIDERA

A MAIOR TENDA DO MUNDO É PORTUGUESA E ESTÁ NO RIO 2016

A Irmarfer, sediada em Paços de Ferreira, é responsável pela projeção e construção da maior estrutura temporária feita no mundo. Empresas internacionais recusaram, a Irmarfer aceitou o desafio. Ivo Silva, Administrador, descreve um feito que é um marco importante na história da empresa.

A

pontos de vista

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estrutura inexistente até à data, considerada impossível por muitos, foi ganhando corpo através do trabalho árduo de todos os envolvidos na realização do projeto, que foi avançando até ganhar vida. Falamos de 75 metros de largura com 400 metros de comprimento. A Irmarfer tem uma filial no Brasil e foi daí que surgiu a possibilidade de ser convidada a fornecer as estruturas temporárias aos Jogos aos Olímpicos. “Uma empresa portuguesa vence também grandes concursos internacionais, pela sua capacidade incrível de inovar, sendo por vezes mais célere no tempo de ação e resposta. O processo de conceção, de estudo e fabricação foi bastante rápido, sensivelmente dois anos. Já tínhamos a tecnologia testada para um mínimo de 60 metros de largura, foi feita uma atualização até aos 75 metros. Hoje, se nos forem solicitadas até 90 metros, os nossos estudos mostram que é possível construir até essa largura. Temos um gabinete de arquitetos e engenheiros em investigação permanente”, explica Ivo Silva. “A nível mundial, no final do processo de seleção, éramos três empresas mas só nós conseguimos apresentar um projeto que reunia todas as condições requeridas pelo comité olímpico”, revela o nosso entrevistado. A Main Dining, assim chamada, é onde são feitas as refeições dos atletas da aldeia olímpica assim como as

de todos os colaboradores destacados para a realização e organização das refeições. Porém, não é a única estrutura fornecida pela Irmarfer. Num total, a empresa enviou para o Brasil mais de 140 mil metros quadrados de estruturas e piso, incluindo a mega store de produtos oficiais Rio 2016, que se encontra próxima da tenda de tamanho astronómico. No leque das estruturas fornecidas pela empresa de Paços de Ferreira estão as tendas de apoio de treino de várias modalidades como andebol, basquetebol, ginástica, natação, golfe… Sendo que a tenda de treino destinada aos atletas de natação suporta duas piscinas olímpicas. Este é um marco histórico que coloca a empresa noutro patamar, de maior reconhecimento, de credibilidade de materiais e de fabrico. Além de extremamente relevante para a empresa, para o administrador, “isto é importante também para Portugal, que tem dificuldades em se afirmar internacionalmente. Aqui, tentámos e contrariámos isso mesmo”. O orgulho veio de mão dada com a responsabilidade uma vez que o nível atingido é agora mais elevado e de maior visibilidade. “A nossa concorrência olha para nós como potenciais fornecedores. Estamos na Liga dos Campeões das estruturas temporárias e conseguimos apresentar

resultados surpresa. Conseguimos colocar-nos em posição de podermos vir a ser convidados a fornecer os jogos olímpicos em Tóquio”, comenta Ivo Silva. Toda a parte envolvente e até mesmo parceiros exteriores da Irmarfer viram este passo importante da empresa como algo único. “O ambiente foi de otimismo, dificuldade e boas dores de cabeça, de muito trabalho. São estas dores de cabeça que queremos ter”, conta o administrador. Na Main Dining há um conjunto tecnológico que não se encontra noutras estruturas temporárias, a própria climatização da tenda ficou também ao encargo da Irmarfer. As mensagens de parabéns surgiram de todos os lados, de parceiros, de clientes e até de concorrentes. O mundo esteve de olhos postos na Irmarfer e agora, segundo o administrador, Tóquio faz parte da mira da empresa assim como qualquer outro evento que surja. Nas bocas e nos olhos do mundo pela construção da maior tenda até à data, a empresa já está habituada a cooperar em grandes eventos mundiais, uma vez que fornece, por exemplo, as estruturas do festival Rock In Rio. “Quando se falar em megaestruturas eu sei que há uma palavra que estará em cima da mesa: Irmarfer. E isso é o que realmente nos entusiasma”, conclui o nosso interlocutor. ▪


MOVIMENTO ASSOCIATIVO

» QUERCUS EM DESTAQUE

OPINIÃO João Branco, Presidente da Direção Nacional da Quercus – ANCN

Quercus - 30 anos na luta ambiental A Quercus é uma Organização Não Governamental de Ambiente (ONGA) portuguesa fundada a 31 de outubro de 1985. Greencork, Programa Antídoto, Recenseamento da Cegonha-branca,e a Campanha Polinizadores. Na área da energia temos o projeto Topten, o projeto ProCold, o EnergyOff , o ClimAdaPT.Local o MarketWatch e o FRONT. No que diz respeito à àgua foi desenvolvido o projeto DQa e o projeto de conservação Ex Situ de Organismos Fluviais. A Quercus lança várias campanhas para apelar ao envolvimento e participação dos cidadãos, a título de exemplo temos a Campanha “ Contra o uso dos Herbicidas nos Espaços Públicos”, “Vamos Gravar Esta Ideia – Recolha de Cds Usados”; “Diga Não Aos Passarinhos no Prato e na Gaiola”, e a “Transgénicos Fora”. Estamos também mais próximos da população através das redes sociais, do nosso jornal Quercus Ambiente, da Newsletter semanal e da rubrica diária na rtp1 que conta já com dez anos e a transmissão de mais de 2.500 conselhos ambientais. A Associação tem a capacidade para colocar em debate público várias questões de grande importância para a qualidade ambiental em Portugal, apresentando inúmeras posições públicas no decorrer de ações por si realizadas ou por solicitação direta da comunicação social, emissão de notas e realização de conferências de imprensa. Mantemos a participação em várias plataformas de intervenção, privilegiando uma atuação concertada com outras Associações de Defesa do Ambiente, de modo a melhor alcançar os objetivos comuns. Assim, nesta ótica de cooperação, a Quercus colabora com algumas plataformas e Associações tais como “Sabor Livre”, “Não ao Nuclear”, “Transgénicos Fora”, “Movimento Protejo”, “Cerrar Al-

joão branco

maraz”, “Salvar o Tua”, entre outras. Apoiamos os cidadãos no encaminhamento de centenas de queixas sobre atentados ambientais e intervimos publicamente para garantir a correção de inúmeras situações de atropelo ao ambiente e à respetiva legislação. Somos uma Associação ativa, que depende do apoio dos sócios e do envolvimento dos voluntários, e por essa razão apelamos a que se juntem em nós por esta luta que é de todos! ▪ Mais informação disponível no nosso site em www.quercus.pt.

25 AGOSTO 2016

S

omos uma associação independente, apartidária, de âmbito nacional, sem fins lucrativos e constituída por cidadãos que se juntaram em torno do mesmo interesse pela Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais e na Defesa do Ambiente em geral, numa perspetiva de desenvolvimento sustentado. A Associação designa-se Quercus por ser essa a designação comum em latim atribuída aos Carvalhos, às Azinheiras e aos Sobreiros, árvores características dos ecossistemas florestais mais evoluídos que cobriam o nosso país e de que restam, atualmente, apenas relíquias muito degradadas. Ao longo dos anos, temos vindo a ocupar na sociedade portuguesa um lugar simultaneamente irreverente e construtivo na defesa das múltiplas causas da natureza e do ambiente. O âmbito de ação abrange hoje diversas áreas temáticas da atualidade ambiental, onde se incluem, além da conservação da natureza e da biodiversidade, a energia, a água, os resíduos, as alterações climáticas, as florestas, o consumo sustentável, a responsabilidade ambiental, entre outras. Este acompanhamento especializado é, em grande parte, suportado pelo trabalho desenvolvido por vários grupos de trabalho e projetos permanentes. Este estatuto foi progressivamente conquistado através de uma conduta atenta ao real, sem perder o ponto de referência fundamental dos princípios, nem se afastar das necessidades de complementar a denúncia crítica com o esforço para a construção de consensos na sociedade portuguesa, sem os quais nenhum efetivo modelo de desenvolvimento sustentável será possível no nosso país. Uma das características da Quercus é a sua descentralização, através dos 18 Núcleos Regionais espalhados um pouco por todo o país, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, que acompanham a realidade ambiental e realizam atividades de sensibilização no seu raio geográfico. Além disso, gere três Centros de Recuperação de Animais Selvagens que integram a rede nacional de centros sob tutela do Instituto da Conservação da Natureza: o Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens de Castelo Branco (CERAS), o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto (CRASM) e o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA). Conta com cerca de quatro mil associados ativos, 150 dirigentes, 450 voluntários regulares e trabalha várias áreas temáticas, entre elas a conservação da natureza, energia, alterações climáticas, poluição atmosférica, mobilidade, educação para a sustentabilidade, resíduos, água e florestas. São estes grupos que desenvolvem inúmeros projetos, no caso da conservação da natureza falamos dos LIFE+ Higro, LIFE + Habitats Conservation, Avifauna e Linhas elétricas, Biodiversidade no Tejo Internacional, Rede de micro-reservas biológicas (13 espaços incluídos na rede); LIFE+ Ecotono- Gestão de habitats ripícolas para a conservação de invertebrados ameaçados, LIFE + Innovation Against Poison, LIFE+ Taxus, Projeto de conservação de organismos fluviais, Projeto Criar Bosques, Floresta Comum, Projeto Conservação de Montados, Projeto


DESENVOLVIMENTO REGIONAL EM DESTAQUE

» Roberto Pereira Grilo, em entrevista

Alentejo… conheça a história, as pessoas e as oportunidades “O Alentejo dispõe hoje de um conjunto de infraestruturas de grande interesse geoeconómico estratégico para o desenvolvimento da Região e do país, cujos resultados já são bastantes visíveis”, afirma Roberto Pereira Grilo, Presidente da CCDRA e da Comissão Diretiva do Alentejo 2020, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Quais os desafios para a região alentejana? Que passos devem ser dados e qual o atual panorama? Estas e outras questões são respondidas pelo nosso interlocutor.

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or que missão se rege a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo? A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo tem por missão assegurar a coordenação e a articulação das diversas políticas setoriais de âmbito regional, bem como executar as políticas de ambiente, de ordenamento do território e cidades, e apoiar tecnicamente as autarquias locais e as suas associações, ao nível da respetiva área geográfica de atuação. Para além disso, no âmbito do Portugal 2020, o Presidente da Comissão Diretiva do Programa Operacional Regional do Alentejo é, por inerência, o Presidente da CCDRA., pelo que tem ainda por missão a gestão dos fundos comunitários afetos a este Programa, que importam até 2020 em cerca de 1.000 milhões de euros. Estes fundos comunitários destinam-se também à sub-região da Lezíria do Tejo, ou seja, em termos gerais ao Ribatejo.

pontos de vista

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Que projetos de dinamização estão neste momento em curso com vista ao desenvolvimento da região? Há um conjunto muito variado de apoios ao investimento e à internacionalização das empresas, à formação profissional, à investigação e à ciência, a infraestrutuas e equipamentos públicos e de apoio à atividade económica que o Portugal 2020 consagra. Há no entanto um conjunto de iniciativas específicas lançadas no corrente ano que importa identificar pelo contributo que podem dar para um melhor desempenho da economia regional, com crescimento da riqueza produzida, criação de mais emprego e melhorar qualidade de vida aos cidadãos mediante o acesso a melhores equipamentos sociais. O Programa Capitalizar cujo objetivo é o apoio à capitalização das empresas, dispõe de uma Linha de Crédito com Garantia Mútua para empresas da Região do Alentejo no valor de 102 milhões de euros. O Plano de Dinamização de Investimento de Proximidade destinado a apoiar investimentos de construção e requalificação de infraestruturas sociais e de saúde, construção e requalificação de infraestruturas escolares, eficiência energética na administração local e requalificação do património cultural e natural, em especial no âmbito dos Pactos para o Desenvolvimento e Coesão Territoriais, contratados com as Comu-

Roberto Pereira Grilo

nidades Intermunicipais. Este plano dispõe de 40 milhões de euros. Plano 450. Na sequência do sucesso do Plano 100 que pagou incentivos a PME superiores a 100 milhões de euros nos primeiros 100 dias do Governo, foi agora lançado um novo Plano, o Plano 450, cujo objetivo é atribuir até ao final do ano 450 milhões de euros de Incentivos às Empresas em todo o pais, sendo obviamente as empresas do Alentejo também suas beneficiárias. O recente Programa Acelerador de Investimento PT 2020 prevê a possibilidade de atribuir uma majoração «execução do investimento», com um limite máximo de 10 pontos percentuais, a projetos no âmbito da inovação empresarial que cumpram ou antecipem o plano de execução dos investimentos aprovados em candidatura. Este programa prevê ainda majorações similares em operações de iniciativa municipal no âmbito do desenvolvimento urbano e regeneração urbana. Do ponto de vista empresarial, qual o papel perante o investimento quer nacional quer internacional no desenvolvimento das infraestruturas que reforçam o posicionamento geoeconómico do Alentejo? O Alentejo dispõe hoje de um conjunto de infraestruturas de grande interesse geoeconómico estratégico para o desenvolvimento da Região e do pais, cujos resultados já são bastantes visíveis. O Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva tem permitido alterar o perfil de produção agrícola do Alentejo e apostar nas culturas de regadio, nomeadamente olival e vinha, existindo já hoje um conjunto alargado de projetos empresariais assentes na disponibilidade

de água do Alqueva, que, recorde-se, é a maior reserva estratégica de água da Europa. A área portuária, industrial e logística de Sines constitui um ativo estratégico nacional que tem revelado grande capacidade competitiva no contexto europeu, proporcionando à Região e ao país e ao conjunto de atividades no âmbito da cadeia logística um importante ativo territorial para a internacionalização da economia nacional. O Aeroporto de Beja constitui outro ativo regional relevante com potencial latente para desenvolver quatro pilares essenciais da sua vocação: espaço privilegiado para a instalação de unidades industriais, com destaque para a manutenção de aeronaves, capacidade de organização de carga aérea, transporte de passageiros e mesmo para estacionamento de aviões por períodos de média/ longa duração. O Alentejo dispõe igualmente de um conjunto alargado de infraestruturas de apoio ao desenvolvimento económico (zonas industrias, incubadoras de empresas de base tecnológica, parques empresariais,…) que dispõem de excelentes condições para a instalação e expansão de empresas, com acessibilidades físicas e digitais aos mercados nacional e internacional. Ainda neste âmbito, e num contexto nacional e internacional em que as questões do desenvolvimento tecnológico e da inovação são decisivas para a competitividade dos territórios e das empresas, o sistema regional de ciência e tecnologia encontra-se estruturado e cada vez mais vocacionado para o trabalho conjunto com as empresas, de que a recente criação em Évora do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo é um bom exemplo, com um número já significativo de empresas instaladas. A aeronáutica é outro setor em que o Alentejo tem vindo a consolidar capacidades e competências empresariais, de que a EMBRAER e outras empresas já sedeadas em Évora são um bom exemplo, bem como o Campus Aeronáutico recentemente inaugurado em Ponte de Sor. Para a consolidação destas e outras áreas de negócio, dispõem os agentes económicos e as Câmaras Municipais do Alentejo de apoios financeiros significativos no âmbito dos programas com fundos comunitários até 2020, de que o Programa Operacional Regional - Alentejo 2020, cuja estrutura de missão afeta à CCDR Alentejo, é uma componente fundamental. Com 170 km de zona costeira de que forma o


O Alentejo tem uma vasta oferta de produtos

típicos como a cortiça, rochas ornamentais; artesanato, gastronomia, vinhos e azeites. De que forma está posicionado a Região do Alentejo no mercado com os seus produtos? O Alentejo tem efetivamente um conjunto muito diversificado de produtos regionais, seja no setor agroalimentar, seja artesanato, sejam recursos naturais. Para alguns desses produtos regionais já foi possível criar medidas para a sua proteção com denominação de origem protegida (DOP) ou controlada (DOC); para um conjunto de outros, as respetivas associações ainda estão a trabalhar nesse sentido. Existe hoje uma maior perceção da sociedade da mais-valia deste tipo de produtos e da necessidade da sua preservação. O grande desafio é criar condições no interior para empresas e recursos humanos que valorizem os recursos endógenos, já que as apoios das politicas públicas existem e encontram-se em análise por parte do Governo com vista ao seu aprofundamento. No que respeita à produção de azeite o Alentejo tem vindo a aumentar progressivamente a sua quota na produção nacional, passando de 64% em 2011 para cerca de 74,3% em 2015. A vinha e o vinho continuam a aumentar as suas quotas a nível nacional, sendo atualmente o Alentejo a região líder no mercado nacional, tanto em volume de produção como em valor, na categoria dos vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC e IG. Não é por acaso que a Estratégia Regional de Especialização Inteligente, desenvolvida no quadro da preparação do ciclo de fundos comunitários a alocar ao Alentejo entre 2014 e 2020 e que constitui uma das componentes fundamentais da estratégia de desenvolvimento definida para a Região, identifica como setores a apoiar pelo seu potencial no perfil de especialização produtiva do Alentejo, as rochas ornamentais e as iniciativas destinadas à valorização económica do montado, da cortiça e das produções agro alimentares. Enquanto território extremamente bem posi-

cionado a nível geográfico o que tem sido realizado no sentido de dinamizar esta vantagem? Na conjuntura em que o país tem vivido nos últimos anos, não é fácil avançar com um conjunto de grandes projetos, há muito desejados pelos alentejanos. No entanto o porto de Sines e o corredor rodoviário Lisboa/Madrid em torno da A6, têm-se conseguido afirmar como infraestruturas de dinamização da atividade económica e atracão de investimentos muito relevantes para a economia regional. Também as autarquias locais e os empresários têm feito um grande esforço no sentido de dotar os seus territórios de condições de atratividade e de investimentos competitivos na economia regional, nacional e internacional. Para potenciar este posicionamento geográfico e algumas infraestruturas económicas já existentes é desejável a realização de alguns investimentos públicos, alguns já com calendarização prevista e outros também já em curso. O Alentejo está perante um claro plano de internacionalização? Embora não haja um plano estruturado para a internacionalização do Alentejo, esta componente do desenvolvimento regional está muito presente um todos os documentos de planeamento estratégico, o que foi consagrado em concreto nos apoios financeiros públicos que nas mais diversas formas, estão ao dispor dos agentes económicos que promovam iniciativas nesse âmbito. ▶ Algumas iniciativas já no terreno: Foi lançado recentemente o projeto “Alentejo Exportar Melhor”, também com apoio dos fundos europeus no âmbito do Alentejo 2020, pelas Associações Empresariais com o objetivo de melhorar a internacionalização das empresas e a aumentar as exportações. Também a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva lançou recentemente, em parceria com o NERBE/AEBAL – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral e com o apoio do Alentejo 2020, a plataforma ele27 AGOSTO 2016

mar e toda a sua potencialidade tem sido aproveitada para o desenvolvimento de atividades relacionadas com o transporte marítimo (Porto de Sines) e com o turismo? O porto de Sines detém uma posição geoestratégica privilegiada relativamente ao cruzamento das grandes rotas mundiais de transporte marítimo, e o porto e a sua plataforma logística possuem condições naturais e infraestruturais de excelência, com uma forte especialização em produtos energéticos e para carga geral, com amplas áreas envolventes disponíveis, especialmente vocacionadas para acolher a implantação de atividades industriais e serviços relacionados com as atividades do próprio porto e das empresas localizadas na sua envolvente. De acordo com os dados divulgados pelo INE sobre a atividade dos transportes, no primeiro trimestre de 2016, o movimento de mercadorias nos portos nacionais continuou a aumentar e totalizou 21,3 milhões de toneladas. O porto de Sines, com 10,7 milhões de toneladas movimentadas, foi responsável por 50,3% do movimento total de mercadorias nos portos nacionais e no tráfego internacional registou um movimento de 9,6 milhões de toneladas, correspondendo a 53,3% do movimento internacional nos portos de Portugal. Perante estes números fica evidente a crescente e significativa relevância do Porto de Sines, para o Alentejo e para a economia do país, para o que muito contribuíram as grandes empresas nacionais e internacionais que carecem de proximidade ao porto e que progressivamente se vão instalando nas Zonas Industriais que lhe são adjacentes, como é o caso da GALP, da EDP, da REPSOL. O turismo no Litoral Alentejano tem-se afirmado no segmento sol e praia, com um progressivo número de visitantes, nomeadamente espanhóis, beneficiando das excelentes condições naturais mas também da melhoria progressiva nas acessibilidades e nas infraestruturas de apoio às zonas balneares, bem como com a criação de novas unidades hoteleiras. O turismo de natureza tem também evoluído muito favoravelmente, quer com a criação de percursos, quer com a criação de novas empresas de animação turística. Esta situação não nos pode no entanto fazer esquecer que a exploração cada vez mais intensiva do litoral, pode criar situações de conflito com os objetivos de proteção dos valores naturais e ambientais da faixa costeira, importando por isso que os instrumentos de ordenamento e gestão do território que se encontram em vigor e responsabilizam fundamentalmente as Câmaras Municipais e a administração central pela conciliação entre proteção daqueles valores com o desenvolvimento das atividades próprias da orla costeira, designadamente o turismo. Só um turismo sustentável, assente na preservação do património natural da nossa orla costeira, enquanto mais-valia ambiental e fator de atratividade de visitantes, de investimento e mesmo de novos residentes, contribuirá para afirmar a Região Alentejo como um destino turístico de excelência.


DESENVOLVIMENTO REGIONAL EM DESTAQUE

» Roberto Pereira Grilo, em entrevista

pontos de vista

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Neste momento quais as prioridades da CCDR Alentejo para a região? A CCDR Alentejo tem como desígnio que a Região, em 2020, continue a manter o seu capital simbólico e identidade distintiva, num território com infraestruturas, conhecimento e competências, aberto ao mundo e capaz de reforçar a sua base económica, atraindo investimento, visitantes e novos residentes, criando emprego e coesão social, preservando a sua mais-valia ambiental. Como contributo para este desígnio e estes objetivos da Região, a CCDR Alentejo deve focar-se em algumas linhas de intervenção prioritárias, nomeadamente: Plena e eficaz operacionalização e gestão do Programa Operacional Regional - Alentejo 2020 que se vão verificando, num quadro de competitividade regional e coesão territorial Contribuir para a implementação da Lei de bases do ordenamento do território Dinamização e sensibilização de entidades publicas e privadas e dos cidadãos em geral para o desenvolvimento sustentável, designadamente a economia circular e a adaptação às alterações climáticas Apoio técnico às autarquias locais e suas associações Aprofundamento da ligação aos seus stakeholders externos, nomeadamente Comunidades Intermunicipais, autarquias locais e serviços desconcentra-

dos da administração central Reforço da sua coesão interna e qualificação dos seus recursos humanos Qual o contributo do Alentejo a nível económico-social para o país? Acompanhando a tendência nacional recente de crescimento, tendo em conta os dados mais atuais, o Produto Interno Bruto do Alentejo é da ordem de 11,2 mil milhões de euros, corresponde a 6,6% do total do país e apresentou, na última década, um crescimento anual médio de 1.2%. O PIB per capita do Alentejo da ordem de 15,1 milhares de euros, tem acompanhado o andamento do observado a nível nacional, sempre com valor inferior, atingindo, no entanto, um dos valores mais próximos do nacional em 2012 e 2013. Este índice de 92.3 para o Alentejo, quando ao PIB per capita do país se atribui o valor de 100, é o culminar de um período de crescimento constante, com início em 2009. A importância da agricultura no Alentejo é conhecida e 27% do VAB agrícola do país tem origem no Alentejo. Com uma balança comercial positiva, o Alentejo exporta 2.9 mil milhões de euros, 6% do total das vendas ao exterior em Portugal. A taxa de cobertura das importações pelas exportações na região é de 131%, enquanto que no país é de 82%. Já o peso das exportações no PIB no Alentejo é de 25%, face a 28% em Portugal. O grau de abertura do Alentejo medido pelo peso dos fluxos de entradas e saídas de bens e serviços no total do VAB é de 44%, mais baixo que a nível nacional, com um peso de 60%. As exportações destinam-se, essencialmente, para o mercado intracomunitário, sendo Espanha, Alemanha, Países Baixos e França os principais países de destino das vendas ao exterior, com mais de dois terços das exportações da região. A Espanha é responsável por mais de um quarto das exportações do Alentejo. Entre os bens mais vendidos ao exterior, encontram-se os produtos da indústria agroalimentar, os minérios e minerais, plásticos e produtos da indústria química e máquinas e que são responsáveis por mais de 60% das exportações do Alentejo. O setor mineiro regional tem muito significado no contexto do país. As exportações nacionais deste tipo de produtos têm origem, maioritariamente, no Alentejo. ▪

FOTOS: DIREITOS RESERVADOS

trónica “Alqueva Exporta” para divulgar as potencialidades associadas ao projeto de Alqueva e a capacidade exportadora das empresas da região. A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo também tem uma estratégia de promoção da Região e dos seus produtos, sejam gastronómicos, culturais, naturais, … e de captação de turistas, delineada e apoiada pelo Alentejo 2020, em curso. Estes são apenas alguns exemplos das inúmeras iniciativas e projetos em desenvolvimento na Região. Muitos outros estão em curso ou a serem delineados pelos agentes económicos do Alentejo, com identificação de ativos singulares e de vantagens competitivas que possam mobilizar o crescimento económico da Região e melhorar a sua competitividade e internacionalização, numa economia global cada vez mais globalizada.

Visitar

o Alentejo é…? Saborear cada minuto, sem pressas, … passear. É conhecer a nossa história, as pessoas com a sua singularidade e a nossa cultura, aquilo que nos distingue e que constitui a nossa identidade. É provar a nossa gastronomia e os nossos vinhos. É apreciar o dia, o sol, o azul do céu, a luz do Alentejo, o mar, a noite, as estrelas, … É seguir a sugestão da CCDRA: Alentejo a Pé – O Alentejo...essa largueza de horizontes!... Caminhar ao ar livre no Alentejo é usufruir dos grandes espaços, captar a riqueza dos montados, fortalecer-se com o vigor das fragas, relaxar perante a imensidão do azul..., tudo isto à distância de um passo...após outro... É divertir-se e ter “Tempo para ser feliz” Mas é também, conhecer um conjunto de oportunidades para investir em atividades económicas cada vez mais competitivas nacional e internacionalmente.


setor vitivinícula

» VERA LIMA, SÓCIA GERENTE DA VINHOS NORTE, EM ENTREVISTA

PAIXÃO GENUÍNA PELO VINHO Da uva à garrafa a Vinhos Norte cria toda uma envolvência capaz de deliciar os mais exigentes e apreciadores de um bom vinho. Conheça a história, desta empresa familiar, na voz de Vera Lima, Sócia-Gerente.

A

história dos Vinhos Norte remonta a 1971. O que esteve na origem da fundação da empresa? A origem da empresa deve-se ao meu avô Manuel da Costa Carvalho Lima da qual ostenta o nome (Manuel da Costa Carvalho Lima & Filhos Lda.) e nasceu na aldeia de Várzea Cova, concelho de Fafe como armazenista de vinhos, tendo evoluído na década de 80 para uma empresa produtora de vinhos que adotou a nível comercial o nome Vinhos Norte. Hoje, que missão e valores continuam intactos passados 45 anos? Mantermos a Vinhos Norte como uma empresa familiar com uma paixão genuína pelo vinho que produz oferecendo ao mercado vinhos reconhecidos pela sua qualidade e diferenciação continua a ser a nossa missão. A orientação para o cliente, com desenvolvimento de parcerias e preservação da ética nos negócios, é fundamental para a equipa, assim como o maior respeito pelo produto base, a uva e o meio ambiente. O facto de ser uma empresa familiar pode ser considerada uma vantagem? Sim, como em tudo o facto de sermos uma empresa familiar tem vantagens e desvantagens, mas certamente que existe mais unidade, lealdade e dedicação por sermos uma empresa familiar. Há uma maior exigência e sacrifício em prol de um objetivo comum. Outra vantagem é a facilidade na transmissão da informação, a comunicação é fluida, sem barreiras e a flexibilidade de processos facilita a atribuição das responsabilidades, a delegação de funções, a autonomia o que leva a menos burocracias. As decisões são tomadas mais rapidamente,

havendo maior coordenação e menos conflitos de poder. Que vinhos podem ser destacados como emblemáticos? Porquê? O primeiro a destacar terá de ser a 1ª marca da empresa, a marca Norte que surgiu no formato de 5L, em garrafão. Hoje sofreu um redesign e está presente nos mercados de exportação em garrafas e bag in box. Em seguida terei que falar da marca Cruzeiro que catapultou a empresa no mercado e que continua a ser uma referência de Vinho Verde presente na maioria das superfícies comercias. Destaco também a marca Tapada dos Monges que apresenta uma gama de oito vinhos todos diferenciados e a marca Miogo a nossa referência dos espumantes de qualidade. Recentemente marcaram presença no Vinho Verde Wine Fest, que se realizou no Porto, como caracteriza a vossa participação e o evento de forma geral? O evento correu muito bem, com um público extraordinário, um interesse pela marca Vinho Verde que continua a crescer e atividades muito interessantes para todos os que pretendem descobrir ou evoluir no estilo de vinho que esta região produz. Tivemos oportunidade de recolher imensas opiniões dos nossos vinhos, de apresentar as nossas novidades e de proporcionar aos visitantes a oportunidade de levarem para casa os vinhos que mais gostaram a um preço especial. Foi uma participação muito positiva. A Vinhos Norte vai sempre brindar os seus clientes com…? Miogo, claro. Um espumante de qualidade de vinho verde que pode encontrar na versão branco bruto reserva, espadeiro reserva e um tinto único. ▪

VERA LIMA e Celine Oliveira

A preservação da ética nos negócios é fundamental para a equipa, assim como o maior respeito pelo produto base, a uva e o meio ambiente


Horizonte de Palavras Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 5º A 4400 – 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879 www.horizonte-de-palavras.pt

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BREVES BREVES

CIÊNCIA

Bactéria do intestino eliminou alguns comportamentos autistas em ratinhos

som

Ginásios podem pôr a audição dos utilizadores em causa Um estudo norte-americano sugere que os participantes e instrutores que realizam aulas de fitness – de spinning, em particular - correm um sério risco de danificar a sua audição. Conduzido por uma estação de rádio de Nova Iorque, que realizou investigações e medições secretas em quatro ginásios, o estudo concluiu que a música era constante e sempre a um nível de 100 decibéis ou mais. Sendo que durante as aulas, a música podia ascender aos 115 decibéis , excedendo os limites de segurança indicados pela OSHA (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho).

Por incrível que pareça, há uma relação entre a dieta dos ratinhos, as bactérias intestinais e o autismo. Estudo pode dar pistas para tratamentos não invasivos em humanos com esta perturbação. Uma bactéria intestinal pode ter influência no cérebro e no comportamento social? Um estudo publicado esta semana na revista científica Cell defende que sim. Um grupo de neurocientistas da Faculdade de Medicina de Baylor, nos Estados Unidos, concluiu que uma única espécie de bactéria intestinal pode reverter comportamentos sociais associados ao espectro autista em ratinhos. Os investigadores constataram que os animais, filhos de progenitoras alimentadas com dietas ricas em gordura, não possuíam uma bactéria intestinal e apresentavam um défice social. Depois, tentaram reverter este efeito “alimentando” os ratinhos com a bactéria em falta. E conseguiram. A “inspiração” para a investigação dos cientistas veio de “anteriores estudos epidemiológicos que concluíram que a obesidade das mulheres durante a gravidez poderá aumentar o risco de os filhos desenvolverem perturbações do neurodesenvolvimento, incluindo transtornos do espectro autista”, explica um comunicado da editora Cell Press sobre o estudo.

EXAMES

A importância de fazer exames antes de tomar anticoncecionais Em mais de 90% dos casos de trombose cerebral, as mulheres não sabem que têm predisposição genética para o problema. Já foram noticiados vários casos de trombose cerebral relacionada com o uso de pílulas anticoncecionais. O imunologista Dr. Ricardo Oliveira defende a realização dos testes para detetar a predisposição para a doença antes da prescrição de contracetivos. A pílula à base da hormona drospirenona não é indicada para as mulheres com propensão à trombofilia - predisposição para desenvolver coágulos no sangue. O problema é que, em mais de 90% dos casos, as mulheres não sabem que têm predisposição genética para a doença. Para evitar efeitos adversos, como uma trombose cerebral, o imunologista Ricardo de Oliveira, diretor médico do RDO Diagnósticos Médicos e um dos pioneiros no estudo de trombofilias no Brasil, defende a exigência do exame que mostra com precisão as mutações genéticas que predispõem à doença. “Todas as adolescentes deveriam fazer o exame, para que o médico tivesse um diagnóstico preciso para prescrever o tipo correto de anticoncecional sem riscos para a paciente”, afirma o médico.

Liberty Seguros regressou à estrada A Liberty Seguros, no contínuo apoio de práticas desportivas e na condução de uma vida saudável, regressou às estradas nacionais ao apoiar, pelo 13º ano consecutivo, a 78ª Volta a Portugal em Bicicleta e a Camisola Azul de Montanha, símbolo para o “Rei dos Trepadores” - cuja classificação tem sido dominada nos últimos anos pelos corredores portugueses. Esta prova realizou-se de 27 de julho e 7 de agosto. O Dia Mundial do Cancro da Cabeça e do Pescoço, assinalou-se dia 27 de julho. Com o objetivo de sensibilizar a população portuguesa para esta doença, a seguradora uniu-se ao GECCP – Grupo de Estudo do Cancro da Cabeça e Pescoço, numa parceria que se materializa na criação de um ESPAÇO SOLIDÁRIO na Feira de Animação, nas CHEGADAS onde se fizeram rastreios gratuitos à população ao longo das etapas da Volta a Portugal. Este evento desportivo é uma corrida realizada por etapas e a primeira etapa para salvar vidas é justamente fazer o rastreio. Este foi o mote da campanha “A PRIMEIRA ETAPA É FAZER O RASTREIO” que o GECCP realiza no âmbito do 2º Dia Mundial do Cancro de Cabeça e Pescoço em associação com a Liberty Seguros.

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MARCAS DIFERENCIADAS

»PRODUTOS DE EXCELÊNCIA

Targus lança novas malas de transporte City Gear A Targus® Inc., fornecedora líder mundial de malas para computadores portáteis e soluções móveis, anunciou o lançamento de uma nova gama de malas de transporte - City Gear - composta por cinco modelos distintos.

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om um design moderno e elegante que combina perfeitamente com qualquer ambiente de trabalho, desde o mais formal ao mais descontraído, as cinco novas malas da Targus foram desenhadas para responder às principais necessidades e exigências de profissionais com diferentes perfis. O espaço interior foi organizado para acomodar equipamentos tecnológicos de diferentes dimensões e os demais objetos do dia-a-dia. Ao ombro, na mão ou numa estrutura trolley, os utilizadores poderão transportar confortavelmente qualquer um dos modelos City Gear, sabendo que a segurança dos seus dispositivos está garantida. A City Gear Backpack é uma mochila leve e elegante que traz consigo uma nova tecnologia - Dome Protection System (DPS) - que protege o computador portátil de uma forma eficiente ao absorver o choque e dispersar a pressão causada pelo peso excessivo do centro do ecrã, a área mais frágil e vulnerável. Com compartimentos dedicados para o computador portátil e para o tablet, devidamente reforçados em termos de segurança, apresenta uma série de bolsas e compartimentos de menor dimensão (alguns deles com fechos) que permitem arrumar acessórios mais pequenos. A comodidade está igualmente garantida. As costas e alças de transporte almofadadas e ergonómicas asseguram viagens extremamente confortáveis. Este modelo está disponível em preto/cinzento para portáteis com 14”, 15.6” e 17.3”. Os modelos City Gear Topload e City Gear Messenger são malas de mão ou ombro que suportam o transporte de computadores portáteis de 10” a 17.3”. As pegas e a alça almofadadas tornam o transporte não só mais confortável, mas

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também mais seguro, e a tecnologia Dome Protection System absorve o choque e reforça a proteção de todos os equipamentos. O modelo Topload foi concebido para os executivos que necessitam de transportar de uma forma confortável mais do que apenas o seu computador. As bolsas e compartimentos interiores permitem acomodar carregadores, ratos, e demais equipamentos eletrónicos ou de escritório. As bolsas protegem os documentos de rugas e vincos e os fechos permitem guardar em maior segurança itens mais pequenos ou importantes. O modelo Messenger exibe um design especialmente inteligente que, sem comprometer a dimensão e o peso, oferece um espaço útil de arrumação bastante grande graças aos vários compartimentos e bolsas que facilitam a arrumação do portátil ou equipamento eletrónico e dos respetivos acessórios. O modelo City Gear Slimlite é a versão extra fina do Messenger. Mais leve, mais simples, mas com múltiplas opções de segurança e organização.A versão trolley, City Gear Vertical Roller, combina de forma perfeita a versatilidade com a segurança e o conforto. O companheiro de viagem perfeito para quem pretende levar apenas uma mala onde possa colocar tudo, desde os equipamentos aos acessórios, documentos e pertences pessoais. Os múltiplos compartimentos permitem uma arrumação cuidada de todos os objetos. O fecho à volta permite expandir a capacidade desta mala sempre que necessário. A estrutura com rodas facilita o seu transporte, no entanto, o utilizador poderá utilizar também a pega almofadada especificamente concebida para suportar e aligeirar o peso. Este trolley foi concebido para computadores portáteis até 15.6”. ▪

Sobre a Targus

A Targus inventou a primeira capa protetora para computadores portáteis há mais de 30 anos, e continua a oferecer ao mercado dos acessórios móveis soluções inovadoras e relevantes especificamente desenhadas para o atual estilo de vida móvel. Os produtos da Targus melhoram a produtividade, a conectividade e a segurança, dando a os utilizadores a Liberdade de trabalharem em qualquer ambiente com todo o conforto e conveniência. Fundada em 1983, a Targus está sediada em Anaheim, na Califórnia, mas conta também com escritórios em todo o mundo e com acordos de distribuição em mais de 100 países. Para mais informações sobre a Targus visite o site targus.com.

CITY GEAR - Backpack está disponível a um preço recomendado de 59,99 euros - Topload está disponível a um preço recomendado de 59,99 euros - Messenger está disponível a um preço recomendado de 49,99 euros - Slimlite está disponível a um preço recomendado de 29,99 euros - Vertical Roller está disponível a um preço recomendado de 129,99 euros


CERTIFICAÇÃO IFS FOOD

» QUALIDADE E SEGURANÇA NO SETOR ALIMENTAR

QUALIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR om que premissas e serviços se apresenta a Intertek? Há mais de 130 anos que empresas em todo o mundo são apoiadas pela Intertek na garantia da qualidade e segurança dos seus produtos, processos e sistemas. Atualmente, somos mais de 40.000 colaboradores, distribuídos por 1.000 laboratórios e escritórios em mais de 100 países. Esta forte infraestrutura permite-nos apoiar localmente as operações das empresas em qualquer parte do mundo. Em Portugal desde 1995, a Intertek assume-se como um parceiro de negócios cuja missão consiste em oferecer soluções completas a todo o setor alimentar. A cada trabalho desenvolvido, a Intertek centra-se na criação de relações de parceria, acrescentando valor e aumentando a vantagem competitiva dos seus parceiros.

Sendo o setor alimentar um setor sensível e muito exigente, neste momento como é possível caracterizar o mesmo, de forma global? Para termos noção da dimensão do setor, damos como exemplo que a indústria alimentar e de bebidas é um dos maiores empregadores na Europa! Este peso na economia traduz-se, naturalmente, numa forte competitividade entre os intervenientes no setor, desde o produtor primário, passando pela indústria de transformação, até à cadeia de distribuição. Ao mesmo tempo que a indústria alimentar procura implementar processos mais eficientes e sustentáveis, tem também presente a necessidade de adaptar os seus produtos às expectativas dos consumidores e de lançar produtos inovadores, de modo a assegurar a sua competitividade. Claramente, os consumidores estão cada vez mais informados e atentos, pelo que são mais exigentes quanto à qualidade, inovação, preço e segurança dos produtos que consomem. Em Portugal, quais são os maiores riscos que as empresas enfrentam e qual o papel que a Intertek assume perante os mesmos? Frequentemente identificamos dificuldades de comunicação e interação entre os vários intervenientes da indústria alimentar. Se as normas, políticas, procedimentos e boas práticas não forem compreendidas, implementadas e seguidas por todas as partes envolvidas, não só a qualidade do produto alimentar e a segurança do consumidor estão em risco, como também a reputação e os valores da marca da empresa responsável pela apresentação do produto no mercado. Em resposta a estes desafios, a Intertek trabalha diariamente em conjunto com os seus clientes para facilitar a sua entrada em qualquer mercado, acom-

panhando-os desde a seleção das matérias-primas até à distribuição do produto final e garantindo que todas as etapas são controladas e monitorizadas. De que forma é possível explicar a importância da existência de certificações no setor? A crescente complexidade da cadeia global de abastecimento faculta o acesso a alimentos de maior risco, resultando na necessidade de um controlo mais rigoroso. Nesse sentido, o desenvolvimento de referenciais normativos permite definir requisitos e procedimentos comuns, recorrendo a um sistema de avaliação uniforme, assegurando transparência e imparcialidade de critérios e garantindo a rastreabilidade do produto em qualquer etapa. Neste contexto, a existência de certificações internacionalmente reconhecidas constitui uma ferramenta fulcral no destaque das empresas, evidenciando o seu compromisso com a qualidade e segurança. As empresas deverão considerar todas as opções de certificação, tais como British Retail Consortium (BRC), International Featured Standards (IFS) ou Food Safety System Certification (FSSC 22000), de forma a avaliar qual o referencial que melhor se adapta às suas necessidades e compromissos, com o objetivo último de evitar não conformidades e reclamações, aumentar as vendas e fortalecer a imagem das suas marcas. Mais especificamente, a norma IFS Food, o que prevê a mesma? A IFS Food é uma norma reconhecida pela Global Food Safety Initiative (GFSI), aplicável a todos os produtores de alimentos, que apoia as equipas de produção e de marketing na garantia da segurança e qualidade inerentes à marca. Esta certificação envolve auditorias ao sistema de qualidade, bem como à segurança alimentar dos processos e produtos. De forma a garantir a comparabilidade e transparência, a norma IFS Food trabalha com organismos de certificação acreditados e auditores qualificados e aprovados para o efeito.

Sendo a Intertek um organismo de certificação, reconhecido internacionalmente para programas de segurança alimentar, que acompanhamento garantem no processo de obtenção da certificação? A Intertek apresenta uma ampla gama de soluções que não se limitam à realização de auditorias de certificação. Apoiamos os nossos clientes ao longo de todo o processo de certificação, disponibilizando auditorias de diagnóstico, formação e renovação da certificação. Temos consciência do nosso papel crítico na maximização dos benefícios da certificação, tendo como máxima a melhoria contínua. Em Portugal, o que tem de continuar a ser realizado e o que é urgente mudar? É com interesse que temos vindo a verificar uma crescente cooperação entre os diferentes intervenientes do setor alimentar, o que se reflete na própria estratégia de penetração nos mercados. Acreditamos que estas sinergias permitirão que empresas de menores dimensões evoluam de forma sólida nos seus processos e procedimentos, disponibilizando produtos igualmente seguros e de qualidade. É importante que todas as empresas, independentemente da sua dimensão, tenham acesso às ferramentas disponíveis para vencerem num mercado tão competitivo como o Alimentar. Cientes dessa necessidade, a Intertek tem vindo a disponibilizar seminários gratuitos, entre outras ações, nos quais aborda os desafios inerentes à segurança alimentar, bem como os recursos disponíveis para os enfrentar. ▪ SÍLVIA BARROS

33 AGOSTO 2016

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Sílvia Barros, Coordenadora de Auditorias e Inspeções da Intertek, em entrevista à Revista Pontos de Vista, explica a importância da certificação para o desenvolvimento do setor alimentar.


LIDERANÇA NO FEMININO

» Cláudia Mariz Grancho, Fundadora e Sócia Gerente da PrioVida, em entrevista

PrioVida

Um agente facilitador do dia a dia “A PrioVida assume-se cada vez mais, como um agente facilitador do dia-a-dia das pessoas e das famílias, apresentando serviços que permitam tornar os dias das pessoas mais simples”. Quem o dia é Cláudia Mariz Grancho, Fundadora e Sócia Gerente da PrioVida, uma marca que pretende dotar os seus clientes de tempo. Saiba mais.

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A PrioVida Home e a PrioVida You são a continuação do nosso compromisso. Pretende-se com a PrioVida Home, oferecer todos os serviços necessários à gestão diária de uma casa (limpezas de casa, jardim ou piscina, alimentação, pequenas obras ou reparações, entre outros). A PrioVida You centra-se na pessoa. Eu, você, as pessoas no geral foram a fonte de inspiração para este novo conceito. Já ajudamos com as crianças, com os seniores, brevemente com a casa, só ficava em falta a própria pessoa. Assim a PrioVida You vai disponibilizar um leque muito diferenciado de respostas que permitirão a cada pessoa ter mais e melhor tempo.

ue motivações estão na origem da PRIOVIDA e a que necessidades do mercado veio responder? As duas grandes premissas da PrioVida são, a Vida como uma Prioridade e o Tempo como um Bem Precioso. Cada vez temos vidas profissionais mais exigentes e pouco tempo para nós, para a família e para os filhos, assim como para atividades familiares e domésticas. A PrioVida pretende acima de tudo dotar cada um dos seus clientes de tempo. De tempo para si, para a família, para realizar um sonho… A PrioVida assume-se cada vez mais, como um agente facilitador do dia-a-dia das pessoas e das famílias, apresentando serviços que permitam tornar os dias das pessoas mais simples. Porque para a PrioVida, Tempo é o bem mais precioso para aqueles que aspiram ir mais além!

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Dos serviços disponíveis, o PrioVida Kids e o PrioVida Seniores, de que modo estão os mesmos estruturados? Naturalmente uma das maiores preocupações das famílias são as crianças - Como tornar o seu dia-a-dia melhor, como impedir que estejam tantas horas na escola, como ocupar o seu tempo livre, como permitir que os pais continuem a ter “cinco minutos” para si e a perseguir um sonho … Assim, a PrioVida surgiu no mercado em Março de 2013 com a PrioVida Kids. Desde o primeiro dia que a PrioVida Kids oferece serviços totalmente adaptados às necessidades das famílias. A nossa prioridade é o bem-estar e a segurança das crianças e a tranquilidade e confiança dos pais. A PrioVida Kids presta Serviços Pontuais de Babysitting, ao domicílio, em Eventos, para Crianças com NE (Necessidades Especiais), Serviços de Continuidade (Amas), Serviços de Férias e Animação de Festas. 24 horas por dia, sete dias por semana. Em Março do presente ano nasceu a PrioVida Seniores. O salto da PrioVida Kids ligada à 1ª idade, para a PrioVida Seniores, uma marca vocacionada para a 3ª Idade, é mais que natural, uma vez que ambas se baseiam nos mesmos pilares de confiança, afetividade e apoio. Para já a PrioVida Seniores disponibiliza Serviços de Apoio, nomeadamente companhia. Brevemente teremos um leque mais abrangente de apoio especializado, sempre ao domicílio. O que distingue a PrioVida no mercado não é apenas o que vende, mas antes a forma como o faz, estabelecendo com os seus clientes relações de confiança e transparência. O PrioVida Home e o PrioVida You estão anunciados como próximos serviços, em que consistirão cada um deles?

Ser mulher contribuiu substancialmente para a criação desta solução de negócio? Sim claro! Sou licenciada em Psicologia Organizacional, sempre fui uma profissional muito ativa, sou casada, mãe e “gestora do lar”. Na realidade, não sou muito diferente da maioria dos profissionais ativos da nossa sociedade e na base da PrioVida há claramente um pouco da minha vivência, da minha experiência, das minhas necessidades e das minhas vontades. Cláudia Mariz Grancho

PrioVida em movimento

O cuidar da casa e da família, apesar de ser uma tarefa cada vez mais partilhada pelo casal, é ainda o grande palco da desigualdade de géneros? Não seria assim tão taxativa. Obviamente que a nossa cultura/educação ainda fomenta alguma diferença na atribuição das atividades familiares e domésticas. Mas tendencialmente creio que se caminha para uma maior igualdade. Curiosamente, na PrioVida Kids, temos praticamente o mesmo número de pais e mães a procurar o nosso serviço, o que demonstra que as crianças são sem dúvida uma preocupação partilhada. A equipa de trabalho é o segredo para o bom funcionamento da prestação de serviços? Que características são consideradas e como é realizada a seleção? A equipa da PrioVida é fundamental para o sucesso da nossa empresa. Só é possível apresentar um serviço de qualidade se confiarmos nos profissionais que o desempenham. Os colaboradores da PrioVida são sujeitos a um rigoroso processo seletivo e continuamente avaliados no desempenho da sua atividade. Mas para além da formação e experiência que é exigida a cada um, é igualmente exigida uma componente humana muito forte. Das 53 pessoas da nossa equipa, não temos ninguém na equipa sisudo ou antipático. É fundamental ser-se empático, alegre, positivo e conseguir, nos primeiros cinco minutos, transmitir confiança e segurança. ▪


“Business Intelligence: o que é, para que serve e o que acrescenta às empresas?”

» PASSIO CONSULTING

OPINIÃO Paula de Oliveira, Managing Partner da Passio Consulting

Será que somos inteligentes na inteligência que damos ao nosso negócio? O Business Intelligence não é um fim em si, mas um meio para alcançar algo, que introduz obrigatoriamente alterações processuais, sendo por isso crítica uma eficaz gestão da mudança.

Mas o que é afinal o BI, porque é crítico e porque é ainda uma fonte de frustração para muitas organizações? A palavra Inteligência está associada a lógica, compreensão, conhecimento, comunicação, controlo, resolução de problemas e planeamento. Podemos então inferir que informação inteligente é aquela que é lógica e de fácil compreensão? Que é a corretamente comunicada? A que permite controlar e resolver problemas? A que gera conhecimento? Aqui afirmo que sim, e defino BI como a capacidade de uma organização em gerar e fornecer informação inteligente a quem dela necessita para tomar decisões críticas e estratégicas. Mas questiono se é esta a informação que temos realmente nas nossas organizações? Será a informação comunicada de forma visualmente eficaz, permitindo saber rapidamente o que se passa, ou somos distraídos por “imagens bonitas”? Conseguimos simular cenários, ser alertados quando algo não corre como o esperado ou até medir objetivos? Conseguimos saber o que o cliente espera do nosso produto? Prevenir situações de fraude? Se a sua resposta é sim para a maioria destas questões, então Parabéns! No entanto, ao longo dos meus 20 Anos de experiência nesta área tenho vindo a assistir de forma continua a erros estratégicos no que concerne à implementação de soluções de BI, quer na capacidade de gerar informação de valor (não deveremos esquecer que valorizamos apenas o que utilizamos), mas também no que concerne à escolha das ferramentas que a suportam. É sobre este segundo ponto central que me pretendo debruçar,

questionando se será que não sabemos o que precisamos, ou será que é o Mercado que nos está a “impor” o seu ritmo? Para garantir que a sua escolha é conduzida pelas necessidades da sua organização, e se torne em um investimento estratégico, apresento sete passos que considero fundamentais para o seu processo de decisão: Enumere as questões de negócio que quer resolver; 1- Identifique o perfil dos utilizadores que irão utilizar a informação. Lembre-se que todos são importantes para o dia-a-dia da sua organização e não caia na tentação de “one size fits all”; 2 - Identifique os desafios do ponto de vista de dados, tais como o volume de informação e velocidade no acesso aos dados. Tendo em conta a velocidade com que o mercado muda e a informação cresce, escolha soluções que têm facilidade em lidar com grandes volumes de informação e altamente escaláveis; 3 - Dê mais autonomia aos decisores para realizarem as suas próprias análises e chegarem às suas próprias conclusões; 4 - Esqueça os “bonitos”, o seu foco deverá ser a forma. Qual deve ser a melhor forma de representar a informação quantitativa de forma a agilizar o processo de tomada de decisão; 5 - Avalie soluções que funcionem como plataforma integrada, pois endereçam o governo de dados e terá a garantia de custos significativamente inferiores com os processos de manutenção; 6 - Realize uma scripted demo com os principais fornecedores tecnológicos, e avalie quantitativamente a forma como respondem aos seus requisitos funcionais e técnicos. 7 - Existem muitos outros aspetos que devem ser considerados na hora de selecionar uma ferramenta, e também neste processo não podemos esquecer de introduzir inteligência, afinal também este é um processo organizacional e o BI começa logo nesta etapa. Por outro lado, devemos sempre

ter muito presente o objetivo final a alcançar com uma solução de BI, porque só desta forma conseguimos garantir que a escolha irá permitir à organização ganhar vantagem competitiva. O BI não é um fim em si, mas um meio para alcançar algo, e introduz obrigatoriamente alterações processuais, sendo por isso crítica uma eficaz gestão da mudança. Deixo uma última nota para reflexão: selecione uma solução que não limite o pensamento e conhecimento que cada colaborador tem sobre o seu negócio e acredite que se lhes der esta liberdade, bem como a possibilidade de partilhar as suas descobertas com a restante organização, irá atingir resultados que até então pareciam inalcançáveis. ▪ Boas escolhas e boas férias!

paula de oliveira

35 AGOSTO 2016

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Business Intelligence (BI) tem um papel crítico na forma como hoje as organizações usam a informação para conseguirem responder aos seus desafios de negócio, mas é também, em muitos casos, uma verdadeira fonte de frustração. Frustração porque, apesar dos fortes investimentos realizados neste tipo de soluções, muitas vezes o resultado fica muito aquém do esperado.


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO

A OPINIÃO Graça Gonçalves e Elsa Paulino, Médicas Pediatras e Consultoras Internacionais de Lactação

Consultores de Lactação

Uma nova profissão na área saúde A amamentação dá à criança o melhor começo de vida e determina a sua saúde no futuro. Contribui também para a saúde física e psíquica da mãe.

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OMS recomenda a amamentação exclusiva até aos seis meses de vida e a sua continuação junto com alimentação complementar até aos dois anos ou mais. No entanto, a maioria das mulheres começam a dar leite artificial aos seus filhos nos primeiros meses de vida e param de amamentar muito antes dos dois anos de idade. Existem inúmeras razões para que isto aconteça. As mães frequentemente pensam que têm pouco leite ou que o seu leite é fraco, deparam-se com reais dificuldades na amamentação para as quais não obtêm apoio adequado e recebem por parte dos profissionais de saúde conselhos antagónicos. Atualmente, em Portugal, a formação curricular dos profissionais de saúde na área da ciência da lactação humana é insuficiente, não respondendo às necessidades das mães e bebés no apoio à amamentação. A formação em Aleitamento Materno requer um elevado conhecimento baseado na evidência científica, da fisiologia da lactação, das competências bio-comportamentais da criança e da mãe, dos riscos da alimentação artificial e uma postura ética no papel de facilitador, para além da experiência prática. Em resposta às necessidades das mães de um apoio especializado na amamentação e a par com a evolução da ciência da lactação humana, surge uma nova profissão na área da saúde: os Consultores

de Lactação, conhecidos internacionalmente como IBCLC (International Board Certified Lactation Consultant). Os Consultores de Lactação são profissionais com certificação internacional cuja prática está sujeita a um código de ética e a uma conduta que garante a quem recorre aos seus serviços, um atendimento dentro dos mais elevados níveis de cuidados prestados às mães que amamentam e aos seus bebés. Os Consultores de Lactação educam mulheres, famílias, profissionais de saúde e a sociedade sobre a lactação humana. Defendem a amamentação como norma da alimentação do bebé e dão um apoio holístico às mulheres e suas famílias desde a preconceção ao desmame. Em países como os do norte da América, Austrália e norte da Europa, os Consultores de Lactação trabalham em maternidades e unidades de neonatologia, contribuindo para o aumento da taxa de amamentação exclusiva e da duração da amamentação. Ajudam a reduzir os custos associados à saúde, reduzindo o número de consultas, internamentos e absentismo laboral. No caso de bebés prematuros ou com necessidades especiais, fornecem as melhores respostas e soluções.

Em Portugal apenas existem 14 Consultores de lactação

A clínica Amamentos, em Lisboa, é a primeira clínica de amamentação em Portugal. Dispõe de uma equipa de profissionais especializados na área da amamentação que integra cinco consultores de lactação, que diariamente realizam consultas de amamentação. ▪


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» Cobertura do XXIV Congresso de Cirurgia da Mão

CONHECE A SUA MÃO? Maria Manuel Mouzinho, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Mão e Especialista de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, em entrevista à Revista Pontos de Vista, fala sobre o trabalho desenvolvido pela sociedade e da realização do XXIV Congresso Português de Cirurgia da Mão em Setembro. o futuro, contribuindo para uma melhor Cirurgia da Mão no país.

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á mais de quatro décadas a cuidar das mãos das pessoas, que história pode ser contada sobre o percurso da sociedade desde a sua constituição até aos dias de hoje? A Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Mão sempre teve como principal objetivo divulgar e dinamizar uma área tão importante como a Patologia da Mão. A troca de experiências profissionais e enriquecimento científico concretiza um dos princípios fundamentais desta Sociedade, que ao longo da sua existência sempre procurou manter com a sua participação e realização de reuniões nacionais e internacionais, sendo afiliada da Federação das Sociedades Europeias de Cirurgia da Mão (FESSH) e Federação Internacional das Sociedades de Cirurgia da Mão (IFSSH). Dentro da organização de reuniões nacionais e internacionais, destacam-se a realização do Congresso FESSH em Lisboa em 2003, a organização em conjunto com a Sociedade Espanhola de Cirurgia da Mão do Congresso Luso-Espanhol em 2008 e 2014, bem como a Reunião Ibero-Latino Americana de Cirurgia da Mão em 2008. Atualmente, a sua direção, constituída por presidente e vice-presidente Fernando Cruz e David Rasteiro, Secretário Pedro Negrão e Tesoureiro Horácio Zenha, organiza o XXIV Congresso Português de Cirurgia da Mão em Setembro de 2016 e a Reunião conjunta com a Sociedade Espanhola de Cirurgia da Mão em Abril de 2017, em Espanha. Também apresentou a candidatura ao Congresso da IFSSH em 2022. A realização deste evento Internacional em Lisboa, onde serão esperados aproximadamente 1500 participantes, sublinha o dinamismo de uma sociedade virada para

As pessoas estão, de forma geral, consciencializadas para os cuidados a ter com a mão? Atualmente, com um maior acesso à informação, os doentes procuram ficar mais esclarecidos. A Patologia da Mão não é, obviamente, exceção. As Sociedades Científicas têm como tarefa fornecer dados sobre o correto acesso a informação credível, dando a conhecer aos doentes que existe esta área médica no nosso país, tanto em hospitais públicos como privados, com centros de referência com diferenciação técnica e científica que permitem assegurar uma boa prestação de cuidados a este tipo de doenças. Em paralelo com a prestação de cuidados médicos é fundamental continuar a sensibilizar e reforçar a prevenção tanto no ambiente de trabalho, como nas tarefas diárias. Que patologias são mais frequentes e como é feito o acompanhamento a quem vos procura? Na área da Cirurgia Reconstrutiva da Mão as patologias mais frequentes são as patologias traumáticas, nomeadamente fraturas, lesões dos tendões e nervos, perdas de substância, e também sequelas de traumatismo. Na área da Mão Reumática as mais frequentes são a artrite reumatoide e patologia degenerativa. Referimos ainda outras patologias como os síndromes compressivos, doença de Dupuytren, tenosinovites, anomalias congénitas e tumores. O acompanhamento destes doentes baseia-se essencialmente numa boa informação da sua doença, das diversas opções de tratamento e na gestão de expectativas, que devem ser as mais realistas possíveis. Relembramos

que o melhor resultado só é possível com um procedimento adequado, onde a cirurgia é uma das partes envolvidas de um grupo multidisciplinar. O empenhamento dos doentes também é determinante no sucesso da sua reabilitação. O XXIV Congresso Português de Cirurgia da Mão realizar-se-á nos dias 23 e 24 de setembro de 2016, no Hotel MH em Peniche. Que questões serão abordadas e que importância têm as mesmas para a sociedade? Irão ser abordados diversos temas

atuais da área da patologia da Mão, tais como reconstruções complexas da mão, transplantes da mão e avanços na artroscopia do punho e da mão, entre outros. Contaremos com a presença de palestrantes nacionais e estrangeiros, de renome internacional, contribuindo para uma elevada qualidade científica deste congresso. Este congresso permitirá uma contínua atualização de conhecimentos técnicos e científicos, em paralelo com o nível internacional, tendo como principal objetivo prestar os melhores cuidados aos doentes do nosso país. ▪

37 AGOSTO 2016

Maria Manuel Mouzinho

O que representa a Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Mão? A Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Mão representa como Sociedade Científica a maioria dos Cirurgiões da Área da Patologia da Mão congregando especialistas de Ortopedia e Cirurgia Plástica e Reconstrutiva. A sua presidência é alternada por médicos destas duas especialidades médicas, sendo que atualmente este cargo é assegurado pela Cirurgia Plástica e Reconstrutiva.


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» DIA MUNDIAL DA HEPATITE

OPINIÃO José Vera, Medical Manager Virologia, AbbVie

Hepatite C

A importância da inovação A identificação da infeção pelo VHC foi conseguida há apenas duas décadas e a terapêutica disponível até recentemente era pouco eficaz, prolongada e com efeitos secundários marcados. Contudo, o aprofundar do conhecimento científico e o progresso da investigação da área farmacêutica permitiram a descoberta de medicamentos com mecanismos de ação diferentes da anterior terapêutica com interferão.

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primeiro destes novos antivíricos, chamados antivíricos de ação direta, foi aprovado pelas entidades reguladoras do medicamento em 2011. Desde aí, a evolução tecnológica não tem cessado e tem permitido a descoberta e produção de fármacos cada vez mais potentes e eficazes. Com estes avanços científicos é hoje possível eliminar o vírus da hepatite C em mais de 95% dos casos, com reduzidos efeitos secundários e num curto espaço de tempo. Esta mudança radical no campo da terapêutica permitiu ter uma nova visão sobre a epidemia causada pelo VHC. É agora possível pensar em erradicar a infeção, através de um tratamento simplificado e com uma elevada certeza de cura, com um impacto positivo na saúde individual através da diminuição significativa das principais complicações da infeção, nomeadamente a cirrose e o carcinoma do fígado e, obviamente, da mortalidade associada. É também um fator fundamental na redução do número de pessoas com hepatite C, diminuindo a probabilidade de transmissão e consequentemente, de novas infeções. A par da vertente de tratamento é igualmente importante a questão do diagnóstico. Como é conhecido, a hepatite C não está normalmente associada a sintomas ou sinais de alerta até atingir formas mais avançadas e graves, que ocorrem cerca de 25 a 30 anos após o início da doença. Esta será uma das razões para que um elevado número de pessoas desconheça ainda estar infetada. A consciencialização da população geral para a necessidade de conhecer o seu estado serológico através da realização de um teste de diagnóstico e a existência de um plano de educação médica, principalmente dirigido para a Medicina Geral e Familiar, no sentido da necessidade de melhorar o diagnóstico precoce da infeção pelo VHC são instrumentos fundamentais na construção de uma sociedade mais saudável. Estudos epidemiológicos demonstram que é necessário um investimento a curto e médio prazo nestas duas áreas (tratamento e diagnóstico precoce) para se caminhar com eficácia no controle e erradicação da infeção pelo VHC. Mas é necessário, igualmente, um diálogo sério, tendo em vista encontrar soluções que permitam que seja cumprido o objetivo da estratégia global para o setor da Saúde em hepatites virais da Organização Mundial da Saúde para 2030: eliminar a infeção pelo VHC. Neste âmbito, a AbbVie desenvolveu, em parceria com a The Economist Intelligence Unit (EIU), a iniciativa Path to Zero: Fresh Thinking on the Road to Eliminating HCV que tem como objetivo aumentar a consciência e promover um diálogo global em torno de soluções inovadoras tendo em vista o objetivo da OMS. Através de uma plataforma digital (disponível

A par da vertente de tratamento é igualmente importante a questão do diagnóstico. Como é conhecido, a hepatite C não está normalmente associada a sintomas ou sinais de alerta até atingir formas mais avançadas e graves, que ocorrem cerca de 25 a 30 anos após o início da doença

em pathzero.eiu.com) serão disponibilizados conteúdos multimédia, nomeadamente os resultados de uma investigação que avaliou a capacidade dos governos para prevenir e mitigar a situação de VHC nos sistemas de saúde. A iniciativa tem promovido a discussão política para o desenvolvimento de soluções viáveis na luta contra a infeção pelo VHC, procurando, por exemplo, estabelecer formas inovadoras para sensibilizar a ação política e analisar o financiamento na resposta ao VHC. A destacar a importante presença de dois portugueses no painel dos 18 líderes mundiais selecionados de entre mais de 50 nomeados para presidirem às variadas discussões: Ricardo Batista Leite, deputado do Parlamento Português e responsável de Saúde Pública da Universidade Católica Portuguesa, e Luís Mendão, Presidente do Grupo de Ativistas e Tratamento (GAT). Ao longo dos anos a AbbVie tem vindo a desenvolver um importante papel no que respeita à inovação terapêutica para o tratamento desta doença. A título de exemplo, de sublinhar a realização de 18 estudos clínicos na área da infeção pelo VHC, em que Portugal participou em quatro ensaios, envolvendo mais de 200 doentes, uma iniciativa sem precedentes no estudo desta doença e do seu tratamento nos centros clínicos nacionais. Mas o esforço e o investimento em termos de inovação não cessaram e a AbbVie encontra-se numa fase muito avançada no estudo de uma nova geração de antivirais, com o objetivo de oferecer ainda uma resposta mais eficaz no tratamento da infeção pelo VHC e que conta, uma vez mais, com a participação de centros de investigação portugueses. O objetivo final é oferecer a possibilidade de cura a todos os doentes e ter um enorme impacto nas suas vidas. Continuar a contribuir, por fim, para a eliminação desta infeção. ▪



BREVES BREVES

BELEZA E BEM-ESTAR

100% vegan

APPLE

The Body Shop lança duas novidades...

Novos iPhone a 7 de setembro, MacBook Pro para breve

A marca britânica lança duas novidades de maquilhagem e volta a destacar-se pela escolha natural. Ambas as novidades são vegan e contém ingredientes de Comércio com as Comunidades como Aloe Vera e Óleo de Marula. Vegan, natural e enriquecido com os óleos que a mãe natureza nos dá. É assim que a The Body Shop dá a conhecer as suas mais recentes novidades na área da maquilhagem: as paletas de sombras ‘Down To Earth’ e a base em formato cushion. As paletas contam com cores naturais altamente pigmentadas que permitem criar um número sem fim de visuais. Estas novas paletas, já à venda e com preços entre os 19 euros e os 29 euros, são 100% vegan, enriquecidas com óleo de babassu e pigmentos de alta pureza, não contêm petróleo e nem óleo mineral, o que as torna uma excelente opção para olhos sensíveis.Também a nova Fresh Nude Cushion Foundation é 100% vegan, formulada sem petróleo e óleo mineral e feita com aloe vera 100% orgânica do Comércio Justo e conta ainda com a presença de água de rosa inglesa e de óleo de marula. Cada unidade custa 26 euros e ficará disponível para compra a partir de setembro.

A Bloomberg avança que os novos iPhone 7 deverão ser apresentados no próximo dia 7 de setembro. A renovação dos MacBook Pro está para breve mas não deverão ser apresentados no mesmo evento. Novas informações apontam o próximo dia 7 de setembro como a data de apresentação do novo iPhone 7. De acordo com o Engadget, esta data está em linha com a apresentação no ano passado, por esta altura, dos iPhone 6s. Os rumores, que de ano para ano se têm relevado cada vez mais fiáveis, continuam a apontar para um novo modelo “Pro” com duas câmaras, a juntar ao “Plus” e ao modelo base. Teremos portanto, ao que tudo indica, três versões do iPhone 7. Já a Bloomberg refere que a Apple está a ultimar a nova linha MacBook Pro, o topo de gama dos computadores portáteis que não recebe uma atualização de fundo desde há quatro anos. Contudo, não deverão ser apresentados neste evento de setembro.

Cupping Combater a celulite com ventosas Michael Phelps pôs meio mundo a falar da ventosaterapia e das suas estranhas marcas roxas na pele. Mas além de diminuir dores, o “cupping” também tem bons resultados na celulite, estrias e cicatrizes. Michael Phelps não foi o único. Outros atletas olímpicos foram fotografados nos últimos dias com marcas roxas em forma de círculo na pele. Mas o campeão das 22 medalhas de ouro — para já — não passou despercebido e as suas vitórias foram (quase) abafadas pela curiosidade relativamente à sua pele. Cupping ou ventosaterapia: é o que significam as suas marcas. O The Guardian questionou se as ventosas não seriam meramente uma superstição de atletas e João L. Monteiro, num texto de opinião publicado no Observador, comparou-as às pulseiras do equilíbrio famosas há alguns anos. Superstição ou não, o Google Trends reportou um aumento de 2,100% na procura por “círculos do Michael Phelps” e, no dia em que o atleta apareceu com as marcas, o The Guardian afirmou que, tanto no Twitter como no Google, esta frase foi mais pesquisada do que as palavras “medalhas olímpicas”.

Conheça os sinais

O seu filho sofre de Bullying?

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Apesar de cada vez se falar mais deste problema, a verdade é que ainda há muitas crianças e jovens a sofrer de bullying em silêncio. O site australiano Courier destaca os sinais a que deve estar atento: 1. L esões ou marcas físicas, como nódoas negras e arranhões, ou roupa rasgada. 2. Não querer ir para a escola, geralmente acompanhado de desculpas vagas ou esfarrapadas para ficar em casa. 3. Fazer xixi na cama, alterações do sono ou começar a ter pesadelos. 4. Mudanças nos hábitos alimentares, como falta de apetite ou começar a comer muito mais do que o normal. 5. Começar a ter mau humor, fechar-se, ficar tenso ou chorar depois da escola, ou uma infelicidade geral. 6. Não ter amigos com quem partilhar o tempo, ou grandes mudanças nas relações e amizades com os outros. 7. Começar a ter um mau desempenho na escola. 8. Meter-se em sarilhos com mais frequência, e agir de forma diferente, ou a recusar-se a discutir o que está a acontecer na escola. Claro que estes sinais também podem indicar outros problemas, mas se acredita que o bullying a razão da mudança de comportamento do seu filho, fale com ele e encoraje-o a partilhar o que se passa consigo ou com um profissional.


MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

» HIPNOTERAPIA

HIPNOSE? FECHE OS OLHOS… E RELAXE Não é dormir nem sonhar. É uma viagem pelo inconsciente que o ajuda a ultrapassar diversas patologias. Hoje, é uma das práticas mais exercidas com estatuto de terapia médica. Saiba mais nas palavras de Elisabeth dos Santos Oliveira, Hipnoterapeuta Clínica e Profissional de Psicologia Energética de Cura Reconetiva e Reconexão.

Que patologias podem ser tratadas recorrendo à Hipnoterapia Clínica? Todas as patologias de foro emocional e mental podem ser tratadas pela Hipnoterapia Clínica, com muito poucas exceções. As psicoses e a esquizofrenia são duas delas e, pouco mais além disto, não pode ser tratado na Hipnoterapia Clínica. As patologias que podem ser tratadas pela Hipnoterapia Clínica são: medos e fobias*, ataques de pânico, depressão, ansiedade generalizada, deixar de fumar, infertilidade psicogénica – quando um casal, sem problemas orgânicos, não consegue uma gravidez (o tratamento só pode ser feito por hipnoterapeutas com formação específica. Veja o link http://sic.sapo.pt/Programas/ boatarde/2013/05/31/sonho-ser-mae), controlo da dor - traumas, abuso sexual, físico, emocional, violação, agressão sexual, regressão a vidas passadas, hipertensão, fortalecimento do ego - perda, luto, separação, motivação, distúrbios de

sono, abuso de substâncias- álcool, drogas, etc., gestão da raiva, … Para mais tratamentos e testemunho (*) veja o meu site: www.elisabetholiveira.pt. Em que difere, essencialmente, a Hipnoterapia Clínica da tradicional Psicologia? Difere na forma e no tempo de tratamento. A Hipnoterapia Clínica apenas trabalha com a mente inconsciente, que é aquela parte que tem todos os segundos da nossa vida gravados, nas células do nosso cérebro, e a única que tem acesso a todas essas imagens/situações. Com as técnicas que o profissional entende utilizar, o paciente acederá às informações necessárias para a sua cura. O saber e o carisma do profissional são fundamentais para a cura total do paciente. Os tratamentos, salvo algumas exceções, poderão levar entre quatro a cinco consultas, espaçadas em 10 a15 dias. Em crianças (só a partir dos oito anos é que podem ser tratadas pela Hipnoterapia Clínica), pode ir de duas a três consultas, salvo raras exceções. Todas as técnicas têm fundamentos em vários estudiosos da psicologia – Milton Erickson, Pavlov, Boht, Jung, Bandler, Grinder, Battino, Kroger, Joseph Wolpe e muitos outros. Na Psicologia tradicional, o tratamento é longo (anos), pois o inconsciente só deixa passar para o consciente aquilo que “acha” poder passar e o terapeuta tem que ter muito carisma e experiência para perceber mensagens subliminares que passam ao consciente para poder ajudar o seu paciente a curar-se. A técnica, habitualmente utilizada, é a cognitiva-comportamental (o paciente fala, e, o psicólogo, regista e atua só quando vê necessidade). O que acontece ao cérebro durante a hipnose? Que papel tem o hipnoterapeuta no processo? Durante o relaxamento, o cérebro atinge os dois ou três níveis REM (conforme o que o terapeuta pretende) e, aí, o paciente, acede a todas as memórias existentes para se curar. O paciente tem toda a consciência do que se está a passar (não adormece) e vai seguindo todos os passos dados pelo terapeuta. O papel do hipnoterapeuta é apenas guiar o paciente até às suas memó-

rias celulares e orientar o paciente para a sua cura. A hipnose é extensível a qualquer pessoa? Sim, é. Quando os bloqueios são extremamente limitadores, recomendo utilizar a Psicologia Energética (Cura Reconectiva ®, que também faço), em primeiro lugar, e depois continuar com a Hipnoterapia Clínica. É 100% garantido quando isso acontece. A mente humana é o que de mais poderoso o ser humano tem. Ela pode fazer, da nossa vida, o céu ou o inferno… O transe hipnótico é perigoso? Não, de forma alguma. Ele não altera a personalidade nem as capacidades do paciente. A sugestão e a auto-sugestão dadas pelo hipnoterapeuta, são dirigidas ao inconsciente, accionando energias paradas no cérebro, perfeitamente capazes de provocar uma cura rápida e até milagrosa. ▪

Elisabeth dos Santos Oliveira

41 AGOSTO 2016

T

endo como base de formação Serviço Social, que motivações a levaram a seguir a formação em Hipnoterapia Clínica? Desde criança que sou sensível aos problemas do Homem e sempre senti apetência em ajudar o meu semelhante a encontrar o caminho para a solução dos seus sofrimentos. Optei pelo curso superior de Serviço Social (apesar de ter sido colocada em Nutricionismo), e assim segui durante 18 anos da minha vida. A certa altura sentia que algo me faltava… até que um dia em pesquisas minhas (nada acontece por acaso e, por alguma razão, só nessa altura, a Hipnoterapia Clínica surge na minha vida), descubro a Hipnoterapia Clínica, através da Escola de Londres (LCCH). Decidi fazer a formação até ao último grau – Practitioner Diploma in Clinical Hypnosis. Desde aí, exerço esta área com grande paixão e dedicação pois sempre me apercebi que o ser humano, desde que se prontifique a tal, é capaz de conseguir ultrapassar todos os seus problemas. A Hipnoterapia Clínica é uma área de especialização da Psicologia pois, tal como a Medicina tradicional tem especialidades, também a Psicologia o tem.


EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

» OFERTAS FORMATIVAS DIFERENCIADORAS

“O Ensino do Desporto numa Cidade do Desporto” Em conversa com a Revista Pontos de Vista, João Moutão, Diretor da Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), do Instituto Politécnico de Santarém, explica qual tem sido o foco da escola ao longo destes 18 anos a formar e a preparar jovens estudantes para a vida ativa e inserção no mercado de trabalho, uma das principais preocupações da instituição.

A

funcionar desde 1998, a ESDRM, é uma instituição de referência na formação do ensino superior, na área do desporto, e que conta atualmente com cerca de mil estudantes (muitos vindos de diversas partes do mundo através do programa Erasmus), cem professores e funcionários não docentes e uma oferta formativa muito específica e adaptada às necessidades do mercado do desporto. O aparecimento da ESDRM está associado à aposta que Rio Maior fez no desporto enquanto eixo estratégico para o seu desenvolvimento. Rio Maior intitula-se como a cidade do desporto por concentrar um conjunto vasto de premiadas infraestruturas desportivas, as quais servem de suporte ao desenvolvimento das atividades desportivas de entidades como a Escola Superior de Desporto, o Centro de Estágios e Formação Desportiva, o Centro de Alto Rendimento de Natação, entre outras. Aqui respira-se e transpira-se “desporto”, começa por referir João Moutão. Esta aposta inovadora marca também a natureza do projeto educativo da ESDRM, o qual veio romper com o paradigma de formação generalista existente na altura. A oferta formativa diferencia-se por ser orientada para as profissões do desporto, com forte ligação ao mercado de trabalho, e assente num sólido saber de base científica, pedagógica e tecnológica. “Esta oferta formativa diferenciadora vai ao encontro da evolução do mercado profissional do desporto em Portugal, o qual se tem segmentado em contextos específicos de intervenção”, explica o diretor.

Oferta Formativa

pontos de vista

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As licenciaturas da escola (3 anos; 6 semestres; 180 ECTS) orientam-se para: o contexto do Treino Desportivo, visando a formação de treinadores de desporto numa modalidade específica à escolha do estudante; o contexto do Fitness, para o qual formam Técnicos de Exercício Físico e Diretores Técnicos de ginásios e academias, responsáveis por avaliar a condição física e desenvolver programas de treino; o contexto do Desporto de Natureza e Turismo Ativo, objetivando a formação de técnicos especializados nas atividades físicas e desportivas de contato com a natureza, que dominem os equipamentos e normas de segurança próprias; o contexto da Gestão do Desporto, dando resposta à crescente procura de quadros especializados que possam intervir no vértice estratégico das organizações desportivas permitindo-lhe estabelecer a estratégia, os objetivos e as políticas globais de desenvolvimento; e, por último, o contexto da Atividade Física e Estilos de Vida Saudáveis, formando profissionais com competência para promover a mudança de comportamentos e prevenir as principais doenças crónicas associadas ao sedentarismo, como a obesidade e a diabetes tipo II, assim como

JOÃO MOUTÃO

as doenças cardiovasculares. Mais recentemente, a escola desenvolve também Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), os quais têm a duração de 2 anos (4 semestres; 120 ECTS) e pretendem atrair para o ensino superior um público não só de jovens, mas também de adultos que queiram aprimorar as suas competências de intervenção profissional. Atualmente está disponível um TeSP em Vendas de Produtos e Serviços do Desporto, vocacionado para a formação de comerciais na área do desporto, e um TeSP em Manutenção de Piscinas, direcionado para a formação de técnicos para realizar as tarefas de conservação e manutenção de piscinas, com recurso a técnicas de gestão e controlo funcional. “Pretendemos que o nosso ensino seja centrado no estudante e no seu objetivo profissional, promovendo, ao longo do curso, diferentes momentos de contato com instituições nas suas áreas de

especialização e interesse”, realça João Moutão. Este contato gradual culmina com a realização de um estágio em regime tutorial, permitindo uma integração no mercado de trabalho cruzada com a aplicação dos conhecimentos adquiridos. Nesta escola “levamos muito a sério a questão da empregabilidade”, avança João Moutão. “É para isso que trabalhamos”. No final de cada ano a ESDRM realiza sempre uma grande exposição final de estágios, que denominam de “BlastOff”, a qual visa dar visibilidade junto das entidades empregadoras às competências adquiridas pelos estudantes finalistas, promovendo o seu recrutamento. Este ano o “BlastOff” inclui pela primeira vez um concurso de ideias no âmbito da inovação e empreendedorismo no desporto, denominada Sportup Challenge Day. Neste concurso, as melhores ideias e planos de negócios desenvolvidos pelos alunos são apresentados e avaliados por um júri de reputadas per-


sonalidades do ecossistema empreendedor da região. “Achamos que esta é uma forma de estimular o espírito empreendedor junto dos nossos estudantes, promovendo o seu autoemprego, através do apoio à maturação das suas ideias de negócio”, afirma o diretor. O desenvolvimento da ESDRM também se tem centrado na investigação aplicada ao desporto. Tem mais de 70% do corpo próprio da ESDRM é doutorado e está afiliado a centros de investigação reconhecidos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, como seja o Centro de Investigação em Qualidade de Vida (CIEQV), e o Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD).

RIO MAIOR NOS JOGOS OLÍMPICOS

Massificar o ensino superior

Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, defende que Portugal deve ter mais estudantes e que o acesso ao conhecimento passa por “massificar o ensino superior”. A aposta na qualificação dos portugueses é algo com o qual João Moutão concorda. De acordo com a OCDE em Portugal um licenciado ganha, em média, mais 69% do que a população com o ensino secundário. Apesar disso, o diretor refere que “apenas 31% dos jovens adultos (dos 25 aos 35 anos) em Portugal tem formação superior, o que reflete um baixo nível de qualificação se considerarmos que a

média dos países da OCDE se situou nos 50% em 2015. O mesmo é concluir que não temos instituições de ensino a mais, temos estudantes a menos”. Também o setor do desporto, em constante desenvolvimento, reclama por uma maior qualificação. “Não tenho dúvidas nenhumas de que os sucessos desportivos que o País está a viver se devem em parte ao aumento da qualificação profissional verificada neste setor nos últimos anos. É esse o caminho”, refere o diretor.

A experiência de estudar numa localidade pequena como Rio Maior nada tem a ver com a de estudar num grande centro urbano. Aqui os estudantes passam grande parte do tempo juntos e estabelecem laços de amizade muito fortes. Para além de ser uma cidade segura, nunca ninguém está sozinho. Existe um forte sentimento de “família” que é experienciado em Rio Maior e que, poderá explicar a frase muitas vezes repetida de esta ser a melhor escola de desporto do mundo. De acordo com dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior, para o concurso que arrancou no dia 21 de julho até 10 de agosto, há mais 133 vagas do que as 50.555 disponibilizadas no ano anterior, o que se traduz num aumento ligeiro, distribuído entre várias instituições, mas que contraria uma tendência de queda do número de vagas iniciada em 2012. Quanto às expectativas no que diz respeito ao número de candidatos à ESDRM para o novo ano letivo, o diretor acredita que a qualidade da oferta formativa diferenciadora que a escola apresenta são razões para que se continue a verificar o aumento do número de candidatos observado no ano passado. ▪

43 AGOSTO 2016

Rio Maior – a Cidade do Desporto – tem seguramente uma das maiores comitivas de atletas com ligações ao concelho que estão presentes nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a realizarem-se de 5 a 21 de agosto. Ao todo, entre atletas, treinadores e até a presidente da autarquia, estima-se que 19 “riomaiorenses” viajaram até ao Rio de Janeiro, muitos deles fruto da instalação na cidade do Centro de Estágios e da Escola Superior de Desporto. Um motivo de orgulho para a escola que reflete o trabalho que tem desenvolvido e a preocupação da envolvência entre toda a comunidade académica e a população local para continuar a fazer de Rio Maior a cidade do desporto.


Cursos Profissionalizantes

» Empregabilidade e Sucesso Escolar OPINIÃO Gonçalo Xufre Silva Presidente do Conselho Diretivo da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional

Ensino profissionalizantes: benefícios a não descurar O tema não é novo e já muito se falou sobre o mesmo, mas nunca é demais reafirmá-lo: ao ensino profissionalizante estão associados benefícios que se tornam evidentes no momento em que se é estudante e que se perpetuam por outras fases da vida.

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Estes são temas que associamos menos à educação e formação profissional mas que, no contexto atual, nos devem fazer pensar e ponderar de que modo a poderemos tornar mais atrativa para os jovens e famílias que, apenas por preconceito, a veem, ainda e muitas vezes, como segunda escolha pontos de vista

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etapa mais notória é a que está associada à transição da escola para a vida ativa em termos profissionais, verificando-se que, comparativamente aos alunos provenientes do ensino secundário meramente vocacionado para o prosseguimento de estudos, os estudantes de cursos profissionalizantes têm tempos de espera mais curtos entre o momento de saída da escola e o do ingresso num emprego. Em muitas situações este tempo é até nulo, pois os jovens entram nas empresas na sequência da frequência de uma formação em contexto de trabalho, realizada durante o curso. Esta vantagem advém, indubitavelmente, do facto de estes jovens envolverem-se, desde cedo, com a realidade do mundo do trabalho, e de terem sido preparados para o desempenho profissional, sendo detentores de competências específicas, técnicas associadas à atividade profissional e, ainda, de competências transversais muito valorizadas pelas empresas, como o saber trabalhar em grupo, o ser-se pró-ativo ou saber comunicar. Evidente é também a correlação que se estabelece entre o ensino profissionalizante e o sucesso escolar. Esta correlação é muitas vezes confundida com a existência de um maior facilitismo nestes cursos, face aos percursos escolares académicos, mas facilmente se desconstrói esta ideia. Como? A carga horária dos cursos profissionalizantes é superior à das restantes formações; para poderem concluir os seus cursos, os jovens passam por uma prova de aptidão profissional ou final, realizada perante um júri, depois da elabora-

ção de um projeto que terão de apresentar e defender; e todos os módulos são avaliados (a avaliação incide em todas as temáticas de estudo e não apenas em algumas). Se pretenderem ingressar no ensino superior também realizam exames, com a agravante desses exames incidirem em currículos que não são os seus. Mesmo assim, são muitos os que ingressam no ensino superior. Portanto, estes cursos não serão mais fáceis, serão (isso sim!) mais aliciantes e, como tal, geradores de maior sucesso. Mas, importa ainda perceber que os benefícios do ensino profissionalizante não se esgotam nestas etapas da vida (de estudante e de jovem à procura de um emprego). Vários estudos realizados pelo Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional (CEDEFOP) especificam as vantagens e benefícios do ensino e da formação profissional em matérias que vão muito além destas dimensões. Há inclusive dados que apontam para o facto de os países que mais apostam em educação e formação profissional apresentarem melhores condições de vida, taxas de longevidade mais elevadas, índices menores de criminalidade e maiores níveis de participação cívica. Estes são temas que associamos menos à educação e formação profissional mas que, no contexto atual, nos devem fazer pensar e ponderar de que modo a poderemos tornar mais atrativa para os jovens e famílias que, apenas por preconceito, a veem, ainda e muitas vezes, como segunda escolha. Consciente da necessidade de se eliminar, de vez, este preconceito, a Comissão Europeia acaba de lançar um desafio, convidando todos os Estados-Membros, parceiros sociais, operadores de educação e formação, associações, instituições e cidadãos em geral a inscreverem iniciativas que possam dar corpo a uma Semana Europeia de Competências Profissionais, a realizar entre 5 e 9 de dezembro de 2016. O que se pretende é divulgar boas práticas que corroborem o facto de a escolha de percursos de educação e formação profissional poder conduzir a carreiras desafiantes de sucesso e a empregos considerados de qualidade, sem esquecer tudo o que a isso se associa do ponto de vista da integração social, da satisfação pessoal, do bem-estar, da competitividade nacional, etc. Cabe-nos agora unir esforços e agarrar esta oportunidade para, mais uma vez, reafirmarmos a relevância da educação e a formação profissional. ▪


Cursos Profissionalizantes

» Empregabilidade e Sucesso Escolar

“A ALSUD oferece cursos únicos” Quando chega o momento de escolhermos um percurso profissional é importante identificar a área, possuir experiência real na mesma e ter noção da sua rede de emprego. Para sabermos sobre os caminhos profissionais, a Revista Pontos de Vista conversou com Isabel Campos, Diretora da Escola Profissional ALSUD, uma instituição que oferece cursos únicos, o que atrai alunos de todo o país.

Os cursos profissionais da ALSUD estão relacionados diretamente com o património e com o seu desenvolvimento. Qual é a razão? Mértola é Capital Nacional da Caça, é uma Vila Museu e é a sede do Parque Natural do Vale do Guadiana. Os pontos fortes deste território são o seu património natural e cultural e a sua conservação sustentada tendo em vista a sua valorização económica. A Escola oferece cursos únicos que tiram partido das forças deste território, o que atrai alunos de todo o país. Estes encontram em Mértola um ambiente formativo facilitador, e podem trabalhar junto das melhores instituições a nível nacional, graças à articulação entre a escola e os empregadores. Na sua opinião o ensino profissional ainda sofre algum tipo de estigma comparativamente com o ensino recorrente? Que papel assume a ALSUD na tentativa de contrariar esta questão? Apesar dos numerosos estudos que demonstram o sucesso do ensino profissional na empregabilidade e na construção de cidadãos válidos, existe uma desvalorização deste tipo de ensino, fruto de uma mentalidade academicista que valoriza em excesso o “Dr”, o que não faz qualquer sentido, pois todas as áreas de trabalho têm conhecimentos específicos,

necessários e com valor intrínseco. A ALSUD tenta contrariar esta ideia, por um lado, propiciando ao aluno oportunidades formativas que melhor o preparem para ser um cidadão consciente e integrado (integração socioprofissional). Por outro, apoia o aluno na construção do seu percurso individual, encaminhando-o para o emprego ou o ensino superior. Adicionalmente, o sistema EQAVET, reconhecido a nível europeu, ao avaliar e certificar a qualidade da formação, pode ajudar a mudar o olhar sobre este tipo de ensino. Contrariamente a muitos países da Europa, em Portugal ainda não se aplica, de forma geral, o ensino profissional no secundário. Por que razão isto ainda acontece? Muitos fatores explicam este atraso. Destaco a ausência de uma política de orientação vocacional nas escolas, digna desse nome, em particular entre os 10 e 15 anos. É uma idade importante para construir ideias esclarecidas sobre as realidades do trabalho e das profissões. Não será errado o ensino profissional estar desligado do ensino superior? Não faria sentido os cursos profissionais de áreas técnicas estarem ligados aos Institutos Politécnicos? Os atuais Cursos Técnicos Superiores Profissionais são cursos superiores especificamente desenhados para alunos dos cursos profissionais que querem estudar mais numa determinada área de conhecimento. A ALSUD tem um protocolo de encaminhamento com o Instituto Politécnico de Beja que vai justamente nesse sentido da articulação entre os dois níveis de ensino. Nos dias de hoje o que considera mais importante a ter em conta na hora de escolher um caminho profissional? Que acompanhamento faz a escola junto dos seus alunos? Na hora de escolher um caminho profissional é importante identificar-se com uma determinada área profissional, ter experiência real na área e ter noção da sua rede de emprego.

Deve ser-se responsável e persistente nos objetivos. Resiliência é fundamental para qualquer área. Ter consciência das suas capacidades (limitações e pontos fortes) e não achar que se está sozinho. Uma escolha não é um caminho sem retorno. A Escola faz comparações entre as expectativas à chegada e à saída da Escola, para aferir as mudanças e acompanha os alunos neste caminho dando uma formação técnica e geral

com estímulos diversificados. Faz acompanhamento social durante a formação, nestas idades de grandes transformações. Organiza programas de empreendedorismo desde o 2º ano para ajudar a definir um projeto de vida individual. Por último, tem um Observatório de Emprego para recolher dados sobre a empregabilidade dos ex alunos, o seu percurso profissional e a adequabilidade entre a formação e o mundo do trabalho. ▪

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om um novo ano letivo à porta, que novidades apresenta a ALSUD? Em 2016/17 investiremos em estágios internacionais para alunos e ex alunos (financiamento ERASMUS). É o ano da implementação do EQAVET (sistema de garantia da qualidade de ensino profissional europeu) e o ano da revisão do Projeto Educativo de Escola, feita pelo Conselho Consultivo da ALSUD com os parceiros locais, empregadores, representantes dos alunos e do staff. Vamos avaliar o percurso de 25 anos de ensino profissional em Mértola e traçar o rumo estratégico para os próximos cinco anos, uma espécie de ALSUD 2020.


CURSOS PROFISSIONALIZANTES

» EMPREGABILIDADE E SUCESSO ESCOLAR

“A taxa de empregabilidade dos alunos finalistas da EPAV é muito elevada” “A EPAV, tem apostado em desenvolver a sua oferta formativa em áreas prioritárias no que diz respeito às necessidades locais e regionais dos empregadores”, afirma José Furtado, Diretor da Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos - Escola de Hotelaria de Colares (EPAV), em entrevista à Revista Pontos de Vista. A formação profissional em destaque numa instituição que se tem distinguido nesta vertente.

ALUNOS EPAV

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om uma oferta formativa ampla e diversificada, a Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos - Escola de Hotelaria de Colares (EPAV) forma alunos nas áreas de Cozinha e Pastelaria, Restaurante-Bar, Turismo Ambiental e Rural e Proteção Civil. Numa altura em que os números do desemprego são alarmantes, qual tem sido o foco da EPAV? O foco da EPAV tem sido os cursos das áreas de hotelaria e turismo, pois estas são áreas em grande expansão local e regional e pelas infraestruturas que servem a escola que possui um hotel de aplicação, no qual os alunos podem em contexto real adquirir as competências necessárias ao desempenho da sua “futura” profissão.

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Em Portugal há escolas onde os finalistas não temem o desemprego. São escolas profissionais onde a empregabilidade ronda os 80% e onde os cursos são pensados à medida das necessidades do mercado e com forte componente prática. A taxa de empregabilidade da EPAV tem sido satisfatória? A taxa de empregabilidade dos alunos finalistas da EPAV é muito elevada, sobretudo nos cursos de turismo e hotelaria. A EPAV não consegue, muitas vezes, dar resposta às solicitações dos empregadores que procuram alunos através da nossa bolsa de emprego para integrarem os seus quadros. As escolas profissionais apresentam-se como mais-valias quando a meta é promover a integração, num mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Olhando para as necessidades atuais do país, o ensino

está a conseguir configurar-se em função dos interesses e das carências do país? A EPAV, tem apostado em desenvolver a sua oferta formativa em áreas prioritárias no que diz respeito às necessidades locais e regionais dos empregadores. O grande desenvolvimento do turismo em Portugal, nomeadamente em Sintra, obriga a que mão de obra seja cada vez mais qualificada face exigências do cliente deste segmento de mercado. Com mais um ano letivo a começar o número de inscrições na EPAV correspondem às expectativas? Cada vez mais o ensino profissional é a primeira opção para muitos alunos que terminam o ensino básico, desta forma, apesar de ainda haver vagas para alguns cursos, a procura dos jovens pelos cursos da EPAV é grande, permitindo abrir todas as turmas que nos foram atribuídas. A EPAV pode receber alunos de todo o país pois possui uma residencial de estudantes e permite aos alunos beneficiar de vários apoios. Se outrora os jovens tendiam a escolher um curso tendo apenas como motivação os seus interesses pessoais, hoje são já muitos os que se preocupam em obter informação sobre as perspetivas de empregabilidade a curto e médio prazo. Neste sentido, qual é o caminho a seguir pela EPAV? Prevê-se a abertura de novos cursos? A EPAV dentro do seu âmbito de formação procurará acompanhar as necessidades do mercado de trabalho, ajustando a sua oferta formativa a esta realidade. ▪


PODER LOCAL

» JUNTA DE FREGUESIA DE CASTANHEIRA

CASTANHEIRA, UMA DAS ALDEIAS MAIS BONITAS E SIMPÁTICAS DE PORTUGAL Ali na Guarda há uma freguesia capaz de apaixonar quem passa. Um lugar de gentes de trabalho que valoriza o lugar onde vive. Augusto Teixeira, Presidente da Junta de Freguesia, conversou com a Revista Pontos de Vista sobre a pequena, porém, encantadora aldeia.

P

É sabido que o poder local assume cada vez mais uma importância significativa no dia-a-dia da população e nas tomadas de decisões que contribuem para a melhoria da sua qualidade de vida. De que forma tem sido promovida esta proximidade entre a autarquia e os seus habitantes? As pessoas estão em primeiro lugar no dia-a-dia do trabalho autárquico. Tentámos corresponder às necessidades que surgem. Aqui as necessidades são simples e por isso a maior aposta é nos serviços básicos, que estão disponíveis todos os dias úteis da semana, de forma a facilitar a vida das pessoas. A verdade é que ainda se verifica uma forte discrepância entre o litoral e o interior no que diz respeito a programas de incentivos e apoios para o desenvolvimento local. Enquanto presidente de uma junta de freguesia do interior, que desafios enfrenta diariamente? A falta de indústria, de falta de transportes públicos, e até mesmo de população mais jovem são os primeiros indícios de que estamos no interior de Portugal. Os mais novos procuram nas grandes cidades o que não encontram no lugar onde nasceram. E é exatamente esta questão que tem de ser combatida. O rural não pode ser encarado como algo negativo de onde é melhor fugir. O pensamento tem de ser o contrário: este tipo de lugares e em especial, a Castanheira,

são lugares fantásticos. Dotados de tranquilidade e de familiaridade que se estende para fora de casa, da boa comida, a verdadeiramente saudável e com sabor, onde o tempo parece passar mais devagar… onde o stress não é conhecido, onde o vizinho é alguém da nossa família. De forma a promover o tecido empresarial da região, que trabalho tem sido levado a cabo pela junta de freguesia? A pensar trazer a casa quem daqui saiu, a autarquia disponibiliza terrenos a um custo apelativo para que a indústria entre em Castanheira. Este é o principal problema dos meios rurais portugueses, o da falta de dinâmica e de investimento, talvez pelo desconhecimento de todo o potencial, continuaremos a condenar e a contrariar esta tendência. Acreditamos que têm de ser criados mecanismos que possam ser utilizados da forma mais imediata e adequadas à realidade de cada lugar. A par da Serra da Estrela, a serra mais alta do país, também Guarda é a cidade mais alta de Portugal. Todo o distrito apresenta-nos uma diversidade ímpar de factos históricos e uma cultura riquíssima. A aposta no turismo tem sido um dos objetivos da autarquia? Para já temos a paisagem como maior destino turístico. O turismo rural seria uma ótima ideia a implementar na aldeia, e estaríamos, enquanto instituição responsável pelo lugar, a prestar todo o apoio necessário no alcance desse objetivo. Olhando para trás e para todo o trabalho que tem sido feito em prol do desenvolvimento da Freguesia de

Castanheira o que falta ainda fazer? Quais são as prioridades de futuro? Por aqui há muito a fazer. Só precisamos que haja vontade para tal. A Junta de Freguesia apoia todos os que contribuem connosco pela ascensão de Castanheira. Neste momento e a nível cultural, de modo a

dinamizar a cultura, estamos a trabalhar para a construção de um pavilhão multiusos. Com esta estrutura pretendemos receber eventos como feiras de artesanato, feiras fronteiriças, feiras de enchidos… em resumo, tudo que caracterize a nossa região e as nossas gentes. ▪

47 AGOSTO 2016

ara contextualizar o nosso leitor, o que podemos encontrar nas localidades da Freguesia da Castanheira, “umas das aldeias mais bonitas e simpática” do distrito da Guarda? A Castanheira é realmente uma das mais bonitas. Poderia falar da Igreja Matriz, das nossas piscinas, do Porto Mourisco, do Parque de Merendas, de Rabaça, que tem ponte romana sobre a Ribeira das Cabras, porém, não são só os monumentos que fazem da terra aquilo que ela é. Castanheira prima pelas pessoas, que são hospitaleiras, pela comida, pela paisagem… Castanheira é um lugar que representa idealmente o seu distrito, a bela Guarda.


PODER LOCAL

» JUNTA DE FREGUESIA DE AVENIDAS NOVAS

DINAMISMO E INTEGRAÇÃO SOCIAL NAS AVENIDAS NOVAS “Para conhecer os problemas é preciso andar na rua, falar com as pessoas, ouvir os seus anseios e conhecer as suas expetativas”, afirma Daniel Gonçalves, Presidente da Junta de Freguesia de Avenidas Novas, Lisboa, em conversa com a Revista Pontos de Vista.

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pontos de vista

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riada com a reforma administrativa da cidade, a freguesia de Avenidas Novas, Lisboa, apresenta-se de cara lavada. Com esta reforma que necessidades e desafios surgiram em primeira instância? A nova freguesia de Avenidas Novas, criada em 2012, abrange no seu espaço as antigas freguesias de Nossa Senhora de Fátima e de São Sebastião da Pedreira, bem como uma parcela antes pertencente à freguesia de Campolide. O primeiro desafio foi criar a estrutura da nova autarquia, incorporando o que vinha de trás, e dar conta aos fregueses da nova realidade administrativa e do projeto de valorização que tínhamos em mente para a freguesia. Em termos de necessidades, esta Junta recebeu várias infraestruturas camarárias muito maltratadas e degradadas, tendo de se empenhar fortemente na sua recuperação e modernização. Cito, a título de exemplo, a antiga Piscina do Rego, hoje denominada Piscina da Freguesia de Avenidas Novas, onde foi necessário investir cerca de 400 mil euros, tendo em vista o bem-estar dos seus utentes. Recentemente, concluímos também a reconstrução do posto de Higiene Urbana das Avenidas Novas, cujos funcionários prestam um serviço essencial, num investimento orçado em perto de 150 mil euros. Tratando-se do nascimento de uma freguesia nova, uma das prioridades da Junta de Freguesia traduziu-se na pretensão de tornar a freguesia num território urbano marcado pelo bem-estar coletivo. Que projetos e iniciativas estão neste momento em curso que se traduzam no desenvolvimento local? A Junta lançou e tem em marcha um conjunto diversificado de iniciativas nas áreas da ação social, cultura e educação, juventude e desporto, gestão ambiental e requalificação do espaço público. Destaco, a título exemplificativo, a criação da UNANTI – Universidade das Avenidas Novas para a Terceira Idade, onde são desenvolvidas atividades de integração social em prol dos fregueses seniores, com uma oferta formativa superior a 30 cursos, estando

agora abertas as inscrições para o próximo ano letivo. Pelo segundo ano consecutivo, a Junta irá também oferecer o material escolar a todas as crianças residentes na freguesia que frequentam o ensino pré-escolar e o primeiro ciclo. Destaco igualmente um conjunto relevante de serviços colocados ao dispor da população, como o SOS Repara, um serviço gratuito para pequenas reparações domésticas, o Vá Connosco, um serviço de transporte gratuito para facilitar a deslocação dos fregueses aos centros de saúde e hospitais, o Serviço Porta-a-Porta, de transporte urbano, o Programa Fraldas e Papas, de apoio a famílias carenciadas, e o Fundo de Emergência Social. Temos várias iniciativas dirigidas a maiores de 55 anos com atividades culturais e de convívio, como o FAN Sénior e Viver a 3ª Idade. Durante o verão estamos a organizar várias colónias de férias, para crianças e seniores, e na área da saúde disponibilizamos gabinetes de enfermagem, gabinete de apoio psicossocial, gabinete de apoio psicológico e serviço de terapia de fala. Em resumo, são múltiplas iniciativas que mobilizam um número considerável de meios e recursos. E em paralelo com a atividade desenvolvida pelas estruturas próprias da Junta de Freguesia, temos protocolos e parcerias com diversas instituições e empresas que permitem aos fregueses usufruírem de serviços em condições vantajosas. É o caso do Cartão FAN – Freguês Avenidas Novas que concede aos seus titulares o acesso a bens e serviços nas áreas da saúde, desporto, cultura e atividades económicas, entre outras, contribuindo igualmente para a dinamização do comércio local.

Entende que cabe aos autarcas estar perto das pessoas, conhecer bem os problemas que lhes compete resolver e tomar as decisões em tempo útil, de forma eficiente. De que forma tem sido promovida a proximidade entre o poder local e os habitantes da freguesia? Esta Junta preocupa-se em permanência com o bem-estar e a qualidade de vida dos seus fregueses e das pessoas que diariamente, por razões profissionais ou outras, se deslocam à freguesia. O nosso lema é procurar providenciar soluções para os problemas e antecipar necessidades. Na minha qualidade de autarca estou constantemente a entrar e a sair da Junta, repartindo o tempo entre as reuniões internas e as visitas ou reuniões fora da Junta. Para conhecer os problemas é preciso andar na rua, falar com as pessoas, ouvir os seus anseios e conhecer as suas expetativas. Somos apologistas da máxima transparência e queremos ser rigorosos na gestão. Os recursos disponíveis são finitos e o dinheiro público não pode ser desbaratado. A comunicação de proximidade com a população é essencial. Para além dos canais tradicionais de comunicação, os fregueses podem acompanhar diariamente o que fazemos e os nossos projetos através do site da Junta e da nossa presença constante nas redes sociais que são uma forma dinâmica de interagir. Para os nossos leitores, o que diria para os levar a querer conhecer a freguesia de Avenidas Novas? A centralidade da freguesia faz dela uma das zonas de Lisboa com maior dinamismo empresarial e comercial, estando dotada de excelentes condições


O poder local desempenha um papel cada vez mais social junto das populações que o elegem. O que há ainda mais a fazer pela freguesia de Avenidas Novas? O nosso trabalho na freguesia passa pelo incremento das condições de vida de quem aqui vive, trabalha ou estuda. Trata-se de um desafio permanente. As prioridades continuarão centradas na melhoria do espaço público, na reabilitação e revitalização urbana, na revitalização do comércio local e dos serviços, no apoio às franjas da população mais desfavorecidas e na diversificação das atividades culturais. São objetivos a cumprir num diálogo sempre próximo com a população que queremos, aliás,

daniel gonçalves

Esta Junta preocupa-se em permanência com o bem-estar e a qualidade de vida dos seus fregueses e das pessoas que diariamente, por razões profissionais ou outras, se deslocam à freguesia Daniel Gonçalves

presidente da junta de freguesia de avenidas novas

aprofundar, reforçando os instrumentos de auscultação dos fregueses. Ao fim de 40 anos de poder local as autarquias reclamam mais competências e criticam o centra-

lismo do poder político. Que desafios se apresentam para o poder local? O que mudou em quatro décadas de poder autárquico? O contributo que as autarquias deram para o desenvolvimento do país em 40 anos de democracia é inestimável, tanto ao nível da melhoria das condições de vida da população como no reforço da coesão social e territorial. Os autarcas não desistem, lutam contra todas as adversidades e especializaram-se em suprir as carências do Estado central, afirmando as suas estruturas locais como agentes ativos do crescimento económico do país. A proximidade entre eleitos e eleitores, com responsabilização mais direta de todos e permitindo decisões mais acertadas, tem sido uma evolução muito positiva. Ao nível dos desafios, destaco um que me parece essencial e só parcialmente cumprido até agora: a transferência de competências exige a correspondente expressão financeira. Há um longo caminho a percorrer neste domínio.▪

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de acessibilidade e uma rede de transportes eficaz, com metro, autocarros e comboio. Este dinamismo é fundamental para a fixação de populações. É, por outro lado, uma freguesia bem dotada de infraestruturas, tanto na área da educação, como da saúde, desporto ou lazer. A isto soma-se um rico património arquitetónico, com muitos exemplos de Arte Nova, que convive em harmonia com a modernidade de alguns espaços mais recentes. Aqui estão também alguns dos mais icónicos tesouros da cidade de Lisboa, como o Parque Eduardo VII, a Estufa Fria, a Praça de Touros do Campo Pequeno, os jardins e museu da Fundação Calouste Gulbenkian, a Mesquita Central de Lisboa, a Casa da Moeda, a Casa dos Viscondes de Valmor, o Edifício do Clube Militar Naval e o próprio Palacete da Junta de Freguesia, do arquiteto Norte Júnior, projetado em 1908. Em termos demográficos, é uma das poucas freguesias de Lisboa que apresenta uma taxa de crescimento populacional positiva, em que uma população jovem e dinâmica se cruza com outra mais sénior. Cerca de 40% dos residentes possuem grau académico superior, contra 27% no total da cidade.


BREVES BREVES DICAS

Escolhas saudáveis até em dias de preguiça 01. B eber bastante água ou bebidas sem cafeína e sem adição de açúcar; 02. Se não dormiu o suficiente na noite anterior, faça uma sesta de 15 minutos; 3. Coma uma mão cheia de frutos secos (pistácios, nozes ou amêndoas, por exemplo); 04. Faça pausas – seja do ecrã, da cadeira do escritório ou do sofá – para se esticar e caminhar; 05. Consuma alimentos ricos em antioxidantes (como os mirtilos, por exemplo); 06. S empre que tiver oportunidade, mexa-se; 07. Cozinhe e evite comer em restaurantes com frequência; 08. Tenha sempre snacks por perto – como fruta, vegetais, ou frutos secos; 09. Coma ovos ao jantar – uma proteína barata e rápida de fazer – e adicione espinafres ou espargos, por exemplo; 10. Quando for comer fora peça uma salada antes da refeição ou vegetais extra.

DOENÇAS

Paciente paraplégico volta a andar O Walk Again Project permitiu, através do treino do cérebro, que vários pacientes paraplégicos conseguissem mexer as pernas. Um deles conseguiu mesmo andar: com muletas, mas sem assistência. A experiência consistia em pôr os pacientes a andar graças a um exoesqueleto controlado pelo cérebro. O que os cientistas não esperavam era que os resultados fossem tão impressionantes. Sete pacientes que ficaram paraplégicos depois de terem sofrido uma grave lesão na medula conseguiram recuperar o movimento voluntário nas pernas e um deles conseguiu mesmo andar com a ajuda de muletas e sem assistência de outras pessoas. Todos os pacientes recuperaram a sensação de toque e movimento abaixo das lesões na coluna.

reciclagem

Ethique criou champôs sólidos para reduzir o uso de plástico Esta marca neozelandesa tem produtos de banho que poupam água e plástico, pelo bem do ambiente. Apesar de reciclável o plástico não é biodegradável, o que faz com que sempre que alguma embalagem se ‘perde’ do circuito de reciclagem esta vá poluir o ambiente – seja a terra ou o mar. A Ethique, marca de produtos de banho neozelandesa, já ‘poupou’ o planeta de cerca de 60 mil embalagens de plástico, segundo a Forbes, mas o objetivo é poupar um milhão de embalagens até 2020. Todos os produtos – gel de banho, produtos de limpeza de rosto, champôs, condicionadores, gel de corpo para bebé, champô para animais de estimação e até detergente da roupa – vêm em barras e são feitos com produtos naturais como manteiga de cacau, óleo de coco ou lavanda. E até as suas embalagens, umas saboneteiras, são ‘livres de plástico’, biodegradáveis e com material de compostagem.

CINEMA

João Pedro Rodrigues vence prémio de melhor realizador em Locarno

pontos de vista

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O realizador português João Pedro Rodrigues venceu este sábado o prémio de melhor realização no Festival de Locarno, na Suíça, pelo filme O Ornitólogo, uma ficção sobre um investigador cuja vida se altera completamente durante um trabalho de campo numa floresta. O Leopardo de Ouro foi para Godless, filme da búlgara Ralitza Petrova, e o Prémio Especial do Júri foi atribuído a Inimi Cicatrizate (Scared Hearts), do romeno Radu Jude. O Ornitólogo, uma coprodução da Blackmaria com a francesa House on Fire e a brasileira Ítaca Filmes, foi rodado entre agosto e novembro do ano passado na região do Douro e em Pádua, Itália, cidade apadroada por Santo António, a par de Lisboa. Segundo se lê na página do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), conta a história de Fernando, um ornitólogo de 40 anos que decide descer um rio a bordo de um caiaque, em busca de cegonhas negras. Distraído pela paisagem, é derrubado pelas correntes, salvando-se graças à ajuda de duas raparigas chinesas. A longa-metragem tem data de estreia prevista para 5 de outubro em França, sob o título L’ornithologue.




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