Revista Pontos de Vista Edição 61

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. DEZEMBRO 2016 | EDIÇÃO Nº 61 - Periodicidade Mensal Venda por Assinatura - 4 Euros

FOYER INTERNATIONAL O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL MULHERES NA LIDERANÇA

CARLOS CUNHA “VAMOS SER A COMPANHIA NÚMERO DOIS EM PORTUGAL”

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COMO CAPA NA 1ª EDIÇÃO D E 2017

FOTO: DIANA QUINTELA

Diretor Geral da OMEGA PHARMA





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LIBERTY SEGUROS

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RXF COMEMORA 10 ANOS

Índice DE TEMAS BANQUE DE LUXEMBOURG:

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RIGOR E SERIEDADE

18 OMEGA PHARMA – REFERÊNCIA NO MERCADO FARMACÊUTICO

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INSTITUTO PORTUGUÊS DO DESPORTO E JUVENTUDE, I.P.

FICHA TÉCNICA

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5 dezembro 2016

Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda.


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Opinião de Maria Cruz Garcia, Sócia da J. Pereira da Cruz

BREXIT E O TRIBUNAL UNIFICADO DE PATENTES (THEY) CALL IT DIPLOMACY ! *

pontos de vista

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No passado dia 28 de novembro ficámos a saber pela Baronesa Neville-Rolfe que “The UK government has confirmed it is proceeding with preparations to ratify the Unified Patent Court Agreement.”. Para a maioria dos leitores esta será, porventura, uma afirmação com pouca relevância tanto mais que o tema do Tribunal Unificado de Patentes (TUP, ou UPC na versão inglesa) – vá-se lá saber porquê! - foi parcamente discutido nas instâncias competentes e claramente silenciado nos meios de comunicação… “Não é um tema sexy”, ouvimos com frequência! Admito que não. Para quem não lida com estas matérias poderá ser até um tema bastante árido já que, à tecnicidade das patentes, se junta a complexidade das questões jurídicas de um tribunal que pretende dirimir conflitos desta natureza. Tornar-se-á, porventura, um pouco mais “interessante” se se traduzir as patentes em números e se se perceber que, não raras vezes, os activos de Propriedade Industrial, nomeadamente, as patentes de invenções, correspondem aos maiores activos de grande parte das empresas. Mais atrativo ainda se torna, então, quando dizemos que as patentes serão uma das muitas formas de proteger a inovação e, já se sabe, não há discurso minimamente trendy que não repita a palavra inovação até à exaustão. Pois bem, sem querer entrar em pormenores técnicos que iriam apenas maçar os leitores, referiria apenas que o processo de implementação do Tribunal Unificado de Patentes (acordo que a Senhora Baronesa se prepara para ratificar, apesar de o Reino Unido estar de saída da União Europeia) é um processo de muitos anos, nada pacífico, e que, na opinião dos profissionais do setor e da própria Indústria, será prejudicial à economia de todos os países (à exceção dos “suspeitos do costume”) e às pequenas e médias empresas, independentemente do país onde estiverem sediadas (ver caixa). Este acordo surgiu, nos últimos anos, no âmbito da União Europeia (atente-se à diferença entre “países da União Europeia”, e “países europeus”!), com o suposto objetivo de ultrapassar os inconvenientes inerentes à fragmentação territorial em matéria de proteção substantiva e jurisdicional de patentes.

Este processo de convergência teve início nos anos 70 e perante décadas de negociações goradas devido, precisamente, ao desacordo essencialmente sobre o regime linguístico, o Conselho autorizou o recurso ao instituto da cooperação reforçada que, desta forma, e apenas com o voto favorável de 25 países (Espanha e Itália “ficaram de fora”), conseguiu, em 2011, aprovar o regime da patente europeia com efeito unitário, assim como o regime de tradução aplicável. Alavancado no “reforço da cooperação”, em 2013, foi celebrado, por 24 países (desta vez sem a assinatura da Polónia, da Croácia e, mais uma vez, de Espanha), o Acordo relativo ao Tribunal Unificado de Patentes, a quem será atribuída competência exclusiva para dirimir litígios sobre patentes europeias de efeito unitário e patentes europeias concedidas ao abrigo da CPE. Lamentavelmente, e em detrimento dos interesses nacionais e, sobretudo, da indústria portuguesa (cuja posição ficou clara num estudo elaborado Deloitte que a CIP divulgou na altura) Portugal optou por desempenhar o papel de “bom aluno de Bruxelas” e foi signatário de ambos os diplomas. Mas apesar de Portugal já ter ratificado o Acordo, o mesmo ainda não entrou em vigor nomeadamente porque, para que tal aconteça, é condição sine qua non que a Alemanha, a França e o Reino Unido o ratifiquem também. Permitam-me a repetição neste ponto crucial: é requisito essencial para que o sistema saia do papel que estes três países - entre os quais o Reino Unido! - ratifiquem o Acordo. Ora, nesta matéria a pontualidade não foi britânica, mas sim francesa, e, destes três países, a França foi mesmo o único que já ratificou. A Alemanha, como boa dona da casa, sempre disse que queria ser o último país a assinar e a “fechar a porta”, pelo que dos “três-obrigatórios”, faltaria apenas o Reino Unido, cuja assinatura nunca esteve posta em causa. Até que, numa inesperada - ainda que por muitos desejada reviravolta dos acontecimentos, o Povo Britânico decidiu, no dia 23 de Junho deste ano, que quer sair da União Europeia. Na realidade pós-BREXIT há um sem número de matérias


PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Relembre-se que para as empresas portuguesas, o efeito unitário das patentes europeias e o TUP não trazem qualquer vantagem relevante, tendo em consideração que a esmagadora maioria destas são utilizadoras passivas do sistema e este foi pensado, claramente, para os países “exportadores” de patentes:

∙ Quando o sistema entrar em vigor, enquanto “utilizadoras passivas” do sistema, as empresas sediadas em Portugal ficarão sujeitas a ser demandadas num tribunal situado fora do país (Paris, Londres ou Munique).

∙ Os custos associados à litigância numa língua estrangeira (alemão, francês e inglês), num país estrangeiro (com as deslocações inerentes e a necessidade de contratar profissionais locais), serão incomportáveis para a generalidade das empresas portuguesas.

∙ As regras do TUP estão desequilibradas a favor dos

titulares de patentes e os custos com os litígios de patentes europeias no TUP serão elevadíssimos e incomportáveis para as empresas residentes em Portugal, pondo em causa o direito a um processo justo e equitativo.

∙ Espanha já disse que não ratificaria o Acordo. Sendo

Espanha o nosso principal parceiro comercial, Portugal nunca deveria ter ratificado o Acordo já que as empresas portuguesas ficarão numa situação de flagrante desvantagem face às concorrentes vizinhas e, não seria de estranhar que muitas das empresas sediadas em Portugal que apostam fortemente na inovação, “emigrassem” de modo a poder evitar o sistema. Como houve quem dissesse, e bem: Portugal ficará cada vez mais periférico e marginal!

∙ O proposto Tribunal Unificado de Patentes (TUP)

cria uma jurisdição privativa para os titulares de patentes europeias com efeito unitário, consubstanciando assim um desaforamento sem precedentes dos tribunais portugueses, violando a garantia de acesso ao direito e a uma tutela jurisdicional efectiva, já que: princípio, Portugal não terá qualquer divisão ∙ Em nacional, o que significa que qualquer cidadão ou empresa portuguesa que queira litigar sobre estas matérias terá de o fazer perante a divisão central (com os custos inerentes a um litígio no estrangeiro); essa, que é agravada pelo regime lin∙ dificuldade, guístico já que as línguas aplicáveis serão as da patente, i.e., inglês, alemão e francês (com os custos inerentes às respetivas traduções); está previsto qualquer regime de apoio judi∙ não ciário para as pessoas coletivas que, à luz do direito nacional, é também um direito fundamental de natureza análoga aos direitos, liberdades e garantias; Acordo viola, assim, o direito de acesso aos tribu∙ onais, na vertente de denegação de justiça com base em obstáculos económicos.

*Nota de rodapé: Antes de ler este texto, aconselha-se a visualização de um excerto de um episódio da premiada série dos anos 80 “Yes, Minister” em que o Chefe de Gabinete explica ao Primeiro-ministro porque é que o Reino Unido aderiu à União Europeia em: https://www. youtube.com/watch?v=37iHSwA1SwE

7 dezembro 2016

por resolver e, de entre essas, a questão do Tribunal Unificado de Patentes. Até ao esclarecimento da Senhora Baronesa, a questão era se o Reino Unido iria (ou poderia, sequer) ratificar o Acordo, mesmo sabendo que estava de saída da União Europeia. Bem sabemos que da invocação do já famoso artigo 50.º à concretização do Brexit passarão, pelo menos, dois anos. Sabemos também que, até sair de facto, o Reino Unido ainda é membro da União Europeia e que, enquanto tal, pode assinar. Poder, pode! Mas que sentido faz um país que está de saída da União Europeia, ratificar um acordo que foi pensado e negociado apenas entre - e só para - países da União e para o qual a sua participação seria, à partida, condição sine qua non? Ainda que lhes queiram chamar de “minor changes”, teria de haver uma grande inversão das regras do jogo para que o Acordo passasse a integrar um (e será apenas um?) país que não fizesse parte da União Europeia. Acresce que o artigo 87.º do TUP, que permite a alteração do Acordo – como é natural que assim seja - apenas entrará em vigor com o próprio Acordo, ou seja, após as ratificações obrigatórias, incluindo a sua ratificação pelo Reino Unido. Por esta razão, a não ser que seja possível persuadir os Estados Contratantes do TUP a chegarem a um acordo por unanimidade sobre as alterações a fazer ao Acordo, ou que um novo Protocolo possa ser elaborado, a alteração do Acordo pelo Comité Administrativo do TUP terá de esperar até à sua entrada em vigor. Deste modo, pode afirmar-se com segurança que as alterações necessárias para “acomodar” um país não-membro da UE não estão, de forma alguma, garantidas. Ou seja: está instalada a insegurança jurídica! Mais, os pontos a alterar são mais “por-maiores” do que pormenores. Desde logo: 1. A expressão “Estado-Membro Contratante” terá de ser alterada para “Estado Contratante” na alínea c) do artigo 2.º, com todas as “pequenas” consequências que isso trará; 2. Onde se refere que o Tribunal Unificado de Patentes está sujeito às mesmas obrigações nos termos do direito da UE que os tribunais nacionais, deverá ler-se “sujeito às mesmas obrigações nos termos do direito da União que qualquer órgão jurisdicional nacional de um Estado-Membro”, no artigo 1.º; 3. No artigo 21.º, a referência a “um órgão jurisdicional nacional” deverá ser substituída por “um órgão jurisdicional nacional de um Estado-Membro”; 4. Do mesmo modo, o artigo 29.º relativo ao esgotamento de direitos deverá referir-se ao mercado dos Estados Contratantes e não apenas ao “mercado da União Europeia”; 5. Finalmente, várias outras referências a “Estados-Membros” teriam de ser alteradas para incluir o Reino Unido (e potencialmente outros Estados não-Membros?!); 6. E, apesar de se falar na possibilidade da adesão à Convenção de Lugano como alternativa perfeitamente viável ao Regulamento de Bruxelas, ficam por resolver várias questões de competência judiciária e de execução das decisões. Independentemente se o que está em causa é o Tribunal Unificado de Patentes ou qualquer outro dossier, parece é não fazer qualquer sentido um país que se prepara para abandonar a União Europeia continue a ter o melhor dos dois mundos… Decide sair, mas depois volta quando lhe - e para o que - lhe apetece… E o resto da União Europeia vai continuar, simplesmente, a dizer “ Yes, (Madame) Minister”?? Caso tenha possibilidade, não deixe de ver o vídeo recomendado. Porventura, nunca a afirmação “the foreign office is pro-Europe because it is really anti-Europe” terá feito tanto sentido. E, afinal, é tudo uma questão cultural… and they “call it diplomacy”! ▪


PORTO EXECUTIVE ACADEMY

Opinião de Armando Silva, Pró-Presidente e Coordenador da Porto Executive Academy

O que é ser Diretor Financeiro ou Chief Financial Officer (CFO) numa organização? A resposta a esta pergunta é hoje diferente da que seria dada antes, fosse em 2007 ou em 2011, fosse noutra qualquer época. Na verdade, desempenhar a função de CFO é algo que muda com o tempo e o contexto macroeconómico e se adapta às necessidades profundas sentidas pelas empresas em cada momento histórico.

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ão os próprios CFO que o sentem e o sabem e que aliás vários estudos levados a cabo por académicos (Cheng, por exemplo) ou por consultoras (como a Capgemini ou a Accenture, por exemplo) também o atestam, de forma clara. Em épocas de recessão económica (como a vivida entre 2008 e 2014) os CFO são sobretudo os primeiros responsáveis por cortes nas despesas e nos investimentos, por maior controlo de custos, de liquidez e de capital, gerindo sempre a complexidade inerente a essas situações. Entretanto, quando o crescimento económico ressurge (e embora não descurando as anteriores funções) os CFO têm uma participação mais “positiva”, avaliando novos investimentos e respetivas fontes de financiamento, participando de forma mais evidente na tomada de decisões estratégicas e contribuindo de forma decisiva para a criação de valor das organizações. Ou seja, o focus da função financeira está a deslocar-se mais recentemente (à medida que desanuvia o clima económico) do tema da “eficiência” (tentar fazer o mesmo com menos recursos) para o da “eficácia” (tentar fazer o melhor com os recursos necessários). Os próprios CFO ficam mais satisfeitos e motivados quando a sua função é sobretudo canalizada para criar valor, emprego e investimento. Nessas alturas, a sua motivação leva-os a pensar em melhorar os seus conhecimentos e competências, em fazer formação executiva (seja de cariz técnico ou mais comportamental), pois eles sabem que só CFO motivados e competentes podem participar positivamente dos desafios mais exigentes da cada vez mais complexa economia do futuro. A complexidade, é precisamente (segundo os próprios CFO) o maior desafio que enfrentam na sua atividade, seja devido aos riscos inerentes aos negócios (que não param de aumentar por força da globalização), seja por força da incapacidade de muitos sistemas informáticos, ou ainda da necessidade de trabalhar com uma rede complexa de stakeholders e de sistemas operativos não totalmente funcionais, não esquecendo ainda

que se perspetiva uma “revolução” digital nos próximos anos e que introduzirá desafios novos na função de gestor financeiro. Na verdade, muitas empresas vão certamente investir nos próximos anos montantes significativos em cloud em software as a service, em big data e em todos esses investimentos estarão envolvidos CFO, primeiro no próprio processo de decisão, depois na gestão e aproveitamento desses recursos. Claro que ser CFO não é exatamente o mesmo em microempresas ou em grandes empresas; em empresas familiares ou em multinacionais mas em todas se exige um corpo comum de competências e quem apresenta mais competências não só apresenta melhores resultados corporativos, como inclusivamente pode vir a atingir de forma mais provável a posição de Chief Executive Officer (CEO) da organização. Com efeito, um estudo recente da IBM (IBM Global CEO) mostrou que CFO possuidores de superiores competências nos domínios da capacidade de integrar informação proveniente de diferentes origens, da capacidade de planeamento e de previsão, da capacidade de monitorização da performance empresarial, da capacidade de visão e perceção e ainda da capacidade de gerir riscos estão mais próximos de contribuir para organizações com superiores volumes de negócios e resultados. Neste caminho para superiores performances organizacionais, alguns estudos realizados nos Estados Unidos mostram existir uma correlação positiva forte entre a performance económico-financeira das empresas e o facto de o respetivo CFO ter experiência profissional na mesma entidade (antes de ser CFO); da mesma forma, foi detetada uma relação negativa entre a performance empresarial e o facto de o respetivo CFO ter trabalho antes noutras entidades mas de outros setores de atividade económica. Fica, assim, clara a ideia de que, sem desprezar a importância do papel do CEO, mais atenção deve ser dada ao perfil, formação e experiência dos CFO para garantir que as organizações alcançam os seus objetivos, melhoram a sua performance, em suma criam mais valor. ▪


A ADVOCACIA E O DIREITO

OPINIÃO DE Lievem Cambonga, Advogado na Sociedade “Gameiro e Associados”

O Preço do Petróleo no Mercado Internacional Com um preço mais acentuado nos últimos tempos, o mundo tem vindo a enfrentar sérias dificuldades económicas em vários setores da actividade social.

entre os povos, independentemente de haver países com índice de prejuízos diferentes em relação aos outros. Esta baixa é consequência do aumento da produção, e o consumo não acompanhou a mesma dinâmica para ser possível equilibrar o preço e a procura. Logo, é necessário que se corte parte da produção e principalmente a exportação, de modos que o preço reconquiste um nível considerado. Neste momento, esta perspetiva constitui a melhor solução para tornar extinto este problema global. Com o desenvolvimento das tecnologias, as novas descobertas, o aumento da população, o desenvolvimento humano e social, é suposto que o consumo do petróleo tende a aumentar. Mas também poderá diminuir caso seja insuficiente o poder económico. Por outro lado, será necessário criar mecanismos de regulação e controle internacional, sobretudo dos países que fazem parte da OPEP “Organização dos Países Exportadores de Petróleo”, no sentido de ser permitido produzir e exportar somente quantidades necessárias ao consumo. Apesar dessas novas medidas, os mercados petrolíferos nunca mais poderão ser os mesmos, pois, os países preocupar-se-ão em se adaptar para evitar um colapso económico, o que faz crer que muitas das mudanças ficarão. Entre os setores mais afetados destaca-se o da atividade petrolífera como é óbvio, permitindo o aumento da taxa de desemprego, a diminuição de receitas, etc. Muitas empresas continuam a fechar as portas por terem em falta recursos suficientes para reaquisição de produtos, pelo facto de não verem satisfeitos os seus créditos, quer com o Estado, ou mesmo com outras entidades privadas. Parece que chegou ao fim a época dos preços de três dígitos, que começou em 2011. Uma fase pouco típica já que, durante muito tempo, o petróleo foi vendido por preços de um ou dois dígitos. Nas décadas de 80 e 90 era normal vender e comprar o barril de crude por cerca de 20 dólares. Em 1999, o barril do tipo Brent até chegou a ser comercializado por menos de dez dólares. Será que vamos voltar a preços tão baixos? Ainda não sabemos até que ponto os preços vão continuar. Mas nos últimos meses tem-se verificado algum aumento. Talvez seja por causa das novas medidas que foram aplicadas pela OPEP, que é referente à diminuição da produção. Antes, importa referir que nem todos os integrantes aderiram estas medidas. Assim, o futuro dos preços do petróleo ainda é imprevisível. ▪

9 dezembro 2016

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s dificuldades em causa derivam de uma frase curta “baixa do preço do petróleo”, que, no entender de alguns analistas constitui atualmente o maior problema económico de vários países a nível mundial, sobretudo os países cuja receita é dependente maioritariamente da venda do petróleo. Sabe-se que as reais causas são maioritariamente, a elevada procura do petróleo por parte da China e a produção crescente em vários países, sobretudo nos Estados Unidos da América, Iraque e Irão. No entanto, entre 2012 e 2015, os Estados Unidos aumentaram a sua produção de petróleo de 10 para 14 milhões de barris por dia e tornaram-se o maior produtor mundial, ultrapassando a Rússia e a Arábia Saudita. Só este aumento diário, equivale a produção conjunta da Nigéria, de Angola e da Líbia, três dos maiores produtores de petróleo em África. A seguir está o Iraque, com o maior aumento em 2015. Neste período, aquele país teve um aumento de um milhão de barris por dia. Este aumento equivale a produção total diária da Argélia que é o terceiro maior produtor de petróleo em África. Sem esquecer o Irão que, depois de serem levantadas as sanções que pesavam contra si aumentou consideravelmente a sua produção. Actualmente o Irão produz cerca de três milhões de barris por dia. Além disso, há muitos outros países que também aumentaram a sua produção, com números inferiores a estes, mas que influenciaram também na diminuição do preço internacional. A China não diferentemente dos outros, desempenha um papel muito importante no mercado petrolífero. Nos últimos dez anos, a China aumentou o seu consumo de petróleo de sete para 11 milhões de barris por dia. Portanto, consome tanto petróleo como toda América Latina e toda África subsaariana em conjunto. Angola e o Sudão, por exemplo, vendem uma grande parte do seu petróleo à China. Mas, com as taxas oficiais de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superiores a 6%, a China passou a consumir muito menos petróleo, facto que fez baixar consideravelmente a compra do referido produto. Apesar desse problema que, de forma direta ou indireta, afeta todos nós, ou seja, desde os Estados às sociedades, e que já existe o tempo necessário, causando inúmeras dificuldades que se entende serem suficientes, importa referir que a solução é observável. Se por um lado estão analisadas e provadas as reais causas deste facto, por outro lado devem estar reunidos os pressupostos necessários para a sua extinção. Primeiramente, é necessário que haja organização, união e igualdade de interesses




mulheres na liderança

» NEGÓCIOS NA LUSOFONIA

“NÃO TEMOS O QUE MERECEMOS MAS SIM O QUE NEGOCIAMOS” Aprendeu a ler tinha apenas quatro anos. Tudo porque o seu sonho era ter um livro. O pai recusou-se a dar-lhe um livro até que aprendesse a ler. E foi isso mesmo que Ermelinda Gonçalves fez: começou por copiar as cartas do avô, e assim a conhecer as letras, com cinco anos tinha cumprido o seu objetivo, sabia ler. Hoje garante que, ter sempre um sonho é o que a move.

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o final de 2014 sai do Banif e começa a trabalhar como consultora numa empresa de marketing. Mais tarde entrou numa empresa dedicada apenas a consultoria e começou a fazer candidaturas no âmbito do Programa Portugal 2020. A par disto decide inscrever-se no BNI (Business Network International), rede mundial constituída por pequenos grupos de empresários que se reúnem uma vez por semana, para trocarem oportunidades de negócio. Aliam-se como parceiros empresariais ou, através da sua rede de contactos no exterior, proporcionam outras parcerias empresariais lucrativas e certo é que quem dá recebe sempre em troca. A rede BNI foi fundada em 1985, por um empresário norte-americano, Ivan Misner, que começou a trocar contactos (prefere chamar-lhes “referências”) com um grupo de amigos e passou a ser solicitado para criar outros encontros com o mesmo objetivo. Hoje, o BNI está em 69 países e liga mais de duzentos mil homens e mulheres no mundo dos negócios.

PERFIL

ERMELINDA GONÇALVES Sócia Fundadora da eGENI Licenciou-se na Faculdade de Economia. Ainda na faculdade, iniciou um estágio no BNU (Banco Nacional Ultramarino), no Apoio à Gerência. Entretanto, em 1992 e como já tinha passado por imensos departamentos no banco, optou por ir para o departamento de Análise de Risco. Transitou em 1998 para o Banif, como Analista de Risco. Em 2000, considerou que era altura de fazer uma reciclagem de conhecimentos e, se possível aprender mais, pelo que iniciou o MBA em Finanças.

: CONSULTORIA FINANCEIRA

Com contactos recolhidos da BNI, decide fundar a EGENI, em junho de 2016, uma empresa de consultoria, fruto de toda a aprendizagem que reuniu ao longo dos anos. No entanto não parou e ao mesmo tempo é hoje Consultora da marca I Have the Power. Uma empresa com um sistema totalmente integrado de treino de pessoas para o êxito.

LIGAÇÃO AOS PALOP

pontos de vista

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Ermelinda Gonçalves está também ligada aos PALOP desde junho. Foi numa festa que conheceu um contacto chave, que percebeu a potencialidade da nossa entrevistada e que decidiu por isso fazer-lhe uma proposta. Tornaram-se parceiros com o intuito de estabelecer sinergias entre empresários portugueses da construção civil e trading para investirem em vários países de África e não só: Guiné-Bissau, são Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e também da América Latina (Argentina e Bolívia).

SER MULHER

Porém, a nossa interlocutora revela que “nem sempre é fácil lidar com o facto de ser mulher em alguns países, simplesmente porque a liderança no feminino é algo que não é aceite”. Mesmo assim, esse não é um problema para a nossa entrevistada que garante que há sempre forma de contornar os obstáculos. “Em África as mulheres não discutem política nem negócios. Temos de respeitar alguns fatores culturais”. “Há mentalidades complicadas e formas de realizar negócios pouco claras. São mentalidades que têm de ser combatidas mas com calma, sem correr riscos. É necessária uma sensibilidade especial”. Relativamente ao papel da mulher na sociedade e à importância que em alguns lugares ainda lhes é devida, Ermelinda Gonçalves considera que há um caminho a percorrer e que são, também, as mulheres a ter de o fazer: “o ideal é que as mulheres sejam

valorizadas pela sociedade e que se aproveite o que de diferente têm dos homens. As mulheres precisam de ir à luta. Existem muitos casos de mulheres que também não querem sair da sua zona de conforto, têm medo. Comigo aconteceu, também tive medo. Porém a minha educação permitiu-me aprender que eu tenho valor, que me instruí para nunca ser o tapete de ninguém. É errado não nos opormos àquilo com que não concordamos. Se as mulheres continuarem preocupadas com o que os homens pensam delas nunca ultrapassarão os limites que a sociedade lhes impõem em várias áreas da vida”. E tudo começa e pode mudar a partir de casa, com a educação, garante: “as mães têm de ensinar aos seus filhos rapazes que eles não são mais do que as raparigas, quer na vida profissional quer na vida pessoal”. Quanto ao resto, Ermelinda Gonçalves afirma que na vida “não temos o que merecemos, mas sim o que negociamos”. ▪


MULHERES NA LIDERANÇA

» TPMC EM DESTAQUE

A BASE DO NOSSO TRABALHO ASSENTA NA CONFIANÇA “A TPMC caracteriza-se por ser uma estrutura relativamente pequena mas incisiva”, afirma Tânia Castro, CEO da TPMC, empresa direcionada para o investimento, cujo objetivo é apoiar os seus clientes em futuros negócios nacionais e internacionais.

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undada em 1995, qual é a dinâmica e a posição da TPMC, atualmente, no mercado? A TPMC caracteriza-se por ser uma estrutura relativamente pequena mas incisiva. Concentramo-nos no cliente e nas suas necessidades, sejam elas de expansão do negócio, fiscais, administrativos, legais ou de quaisquer outros sectores. O nosso objetivo é sempre o crescimento sustentado e adicionar valor aos serviços que prestamos. A base do nosso trabalho assenta na confiança.

A empresa apoia investidores nacionais que pretendam integrar mercados estrangeiros, mas também cativar o investimento internacional para Portugal. Qual é o panorama atual do investimento estrangeiro no mercado português? Neste ano de 2016, e por deficiência profissio-

TÂNIA CASTRO

nal, tenho viajado para vários “cantos” do planeta, promovendo o regime do CINM, dando algumas conferências e recolhendo adicionalmente informações que possam interessar a nível do planeamento fiscal internacional. Estive em países muito vocacionados para o investimento financeiro, como é o caso da Grã-Bretanha, Luxemburgo e Dubai. Mas também em países mais vocacionados para o trading Internacional, como é o caso de Itália, França, Polónia e Rússia. Em cada um destes sítios o interesse em criar plataformas de expansão do negócio a nível internacional foi muito grande. Seja em Londres, devido ao “Brexit”, o que torna Portugal especialmente atrativo para os nossos amigos britânicos. Seja no Luxemburgo, como forma de enquadrar o trading na estrutura maioritariamente financeira que habitualmente criam. Seja em Itália, Rússia ou França, países interessados em abrir as portas ao comércio internacional, em especial nos países emergentes – curiosamente os nossos Tratados de Dupla Tributação são uma vantagem e colocam-nos estrategicamente como opção no panorama fiscal internacional. Tenho notado um interesse muito grande por parte dos investidores estrangeiros em aproveitar essas vantagens, aliando ainda alguns programas nacionais de captação de investimento, quer por via do Residente Não Habitual ou do

Tânia Castro é descrita como tendo uma habilidade natural para a criação de laços de confiança com o cliente. Quais devem ser as características de um líder de equipa numa empresa em que o cliente é prioridade? Nunca pensei muito nisso. Prefiro agir. E acho uma vantagem muito grande já ter trabalhado em todos os setores da empresa antes de passar para o cargo de direção. Conheço as dificuldades diárias dos meus colegas em cada setor e também a exigência do trabalho. Julgo ser isso que me permite orientar diariamente as equipas, sempre com muito diálogo e troca de ideias à mistura. Se por um lado as empresas valem pelo capital humano que detêm, por outro, valem pelos clientes que depositam a sua confiança nelas. Assim, todos os nossos clientes são acompanhados pessoalmente. Faço questão de os conhecer, de saber quais os objetivos, a história das organizações que ajudamos a criar e gerir e de manter sempre e a toda a hora um canal de comunicação aberto e fluido, sempre com total transparência. É cada vez maior o número de mulheres que ocupam lugares de liderança. É fácil conciliar a vida profissional com os diversos papéis que a mulher assume na vida pessoal? Atualmente acho que não é fácil nem para as mulheres nem para os homens. O cenário mudou, hoje para evoluirmos profissionalmente temos de ser cada vez mais exigentes connosco próprios e com os outros. Só assim conseguimos nos manter no mercado. Aliando isso ao facto de ser mulher complica a “equação”. Nós mulheres somos, por natureza, sobreviventes. Fomos dotadas de características diferenciadoras mesmo no que concerne à forma de fazer negócio. Temos de ser mais ativas, mais presentes, mais incisivas, mais negociadoras. Faz parte da nossa natureza, acho que não conseguimos ser doutra forma quando nos propomos a atingir determinados objetivos. Ora, isso traduz-se em muito tempo ocupado, o que desequilibra a balança da vida profissional/vida pessoal. ▪

13 dezembro 2016

A atual situação económica nacional e o baixo poder de compra do cliente português aumentou o número de investidores nacionais a optar por ingressar noutros mercados. Qual é o papel da TPMC neste contexto? Curiosamente, e nos últimos três anos, nos quais tenho-me dedicado ao mercado nacional, assistimos a um crescente interesse pelo Centro internacional de Negócios da Madeira (CINM), como plataforma de penetração nos mais diversos mercados, incluindo nos Palops, na América do Sul e na Ásia. A TPMC posiciona-se como uma empresa de consultoria e estruturação fiscal, recolhendo informações de cada um dos mercados e, mediante as necessidades do investidor, elaborando o melhor acesso ao mercado pretendido. Neste âmbito temos vários contactos espalhados por quase todos os países, com quem trocamos informações preciosas no que concerne à atualização dos nossos quadros e mercados de investimento. O panorama económico e de diminuição do consumo que se verificou em Portugal nos últimos anos fez com que as empresas nacionais ou diversificassem os mercados alvo ou fechassem as portas.

Golden Visa, que se traduz também por um crescimento no campo imobiliário em Portugal.


MULHERES NA LIDERANÇA

» BERNARDINO, RESENDE E ASSOCIADOS, EM ENTREVISTA

“QUANDO FAZEMOS, FAZEMOS BEM” Presente no mercado há mais de 15 anos, a Bernardino, Resende E Associados, Sociedade de Advogados R.L. caracteriza-se por ser uma sociedade de advogados que prima pela proximidade com o cliente. Patrícia Baltazar Resende, Advogada e Sócia fundadora da sociedade conta-nos mais.

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Bernardino, Resende E Associados, Sociedade de Advogados R.L., (BR), inicia a sua atividade em 1999. Com que objetivo surgiu a sociedade de advogados e por que valores se pauta a mesma? A BR surge com o objetivo de fazer face a um mercado que necessitava de sociedades de advogados com dimensões mais pequenas, as chamadas “Boutique Law firm”. São sociedades que se distinguem pela personalização dos seus serviços jurídicos. Existe um enorme acompanhamento entre o cliente e o advogado, com uma organização muito específica e onde o serviço jurídico denota atenção, precisão e pormenor na abordagem dos mais variados temas desta área. O cliente sabe quem faz o trabalho que considerou “deixar” na sociedade, sabe quem é o seu interlocutor jurídico, para em qualquer momento dialogar e questionar é um trabalho atento e muito específico. Por isso, a Bernardino Resende E Associados, se pautar por prestação de serviços jurídicos de excelência e reconhecimento mérito, mantêm a sua independência e fomenta relações institucionais com Advogados e Sociedade de Advogados Nacionais e Estrangeiros, rigor na relação com os clientes, capacidade de inovação, e integridade deontológica, pelas quais nos regemos.

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Reconhecida pela qualidade do serviço jurídico que presta, tendo como principal missão ir ao encontro das necessidades e defesa dos direitos e interesses dos seus clientes, quais são as áreas de prática da sociedade? A BR atua em várias áreas especializadas, posso destacar algumas onde temos tido muita intervenção são elas: Direito Trabalho e Segurança Social, Reestruturação e Insolvências, Clientes Privados, Comercial, Societário e M&A, Direito dos Estrangeiros e Imigração, Direito Imobiliário, Urbanismo e Direito Fiscal. A BR, no âmbito das suas atividades além-fronteiras, criou o conceito da BR Alliance visando disponibilizar aos seus clientes nacionais e internacionais, serviços jurídicos de excelência. Em que consiste e o que comporta esta aliança?

É uma pessoa simples, muito objetiva, que teve o privilégio de ter conseguido especializar-se e trabalhar numa das áreas que mais gosta no Direito, o Direito do Trabalho. Que tenta acima de tudo, todos os dias superar-se e dar o seu melhor em tudo o que faz. Este é o meu lema. Não é ser perfeita, porque isso só Deus, mas tento fazer todos os dias o meu melhor no que concerne ao meu trabalho. Penso que é isso também que tento transmitir a quem trabalha comigo e espero que essa seja a imagem da nossa Sociedade, quando fazermos, fazemos bem, com empenho e brio profissional. PATRÍCIA BALTAZAR RESENDE

É como o próprio nome indica, uma aliança com escritórios de colegas nossos, onde temos um perfeito conhecimento quer dos colegas quer do trabalho técnico jurídico que os mesmos desempenham e onde temos muitas vezes também uma intervenção direta e/ ou complementar. A BR Alliance, no âmbito da sua atividade além-fronteiras, visa disponibilizar aos seus clientes internacionais e nacionais, serviços jurídicos de excelência, integrados e à medida das suas necessidades, fomentando e desenvolvimento parcerias e alianças internacionais com advogados e sociedades de advogados estrangeiras. Temos conseguido este serviço de excelência porque como referi sabemos como os nossos colegas trabalham, conhecemos todos os advogados e escritórios que compõem esta aliança e vamos muitas vezes às sociedades estrangeiras, assim como, os nossos colegas se deslocam à nossa sociedade, para partilharmos conhecimento e experiência de forma a que as alianças sejam uma extensão perfeita do nosso trabalho, bem como, da nossa forma de trabalhar. Advogada e sócia fundadora da Sociedade de Advogados Bernardino, Resende E Associados, quem é Patrícia Baltazar Resende?

A conquista da mulher por um espaço no mercado de trabalho e nos lugares de liderança, na sua opinião, ainda é algo que merece ser tema de discussão e que urge de uma mudança? Presentemente, considero que esta questão já não deve ser colocada, há alguns anos atrás, fazia sentido ainda discutirmos este tema, porque a mulher ainda não tinha a segurança do seu espaço conquistado. Atualmente, já não faz sequer sentido esta discussão, pois a mulher conquistou em toda a linha o seu mercado de trabalho e tem sido reconhecida e merecedora do mesmo. Apesar de haver dificuldades em aceitar a existência de diferenças entre homens e mulheres ao nível do estilo de liderança, estudos apontam que as mulheres referem, mais do que os seus pares do sexo masculino, a existência de um percurso de obstáculos. Durante o seu percurso profissional sentiu dificuldades acrescidas pelo facto de ser mulher? Repare não foi propriamente sentir dificuldades acrescidas por ser simplesmente mulher, no meu caso em concreto, até considero que pelo simples facto de ser mulher em algumas situações profissionais foi desde logo uma vantagem. Porém quando iniciei, por ser mulher, considero que na minha profissão, tive que provar muito mais, pela capacidade, empenhamento, trabalho do que os meus colegas do sexo masculino, algo que ao longo da minha vida foi-se diluindo tranquilamente. ▪



MARCAS QUE MARCAM

» GABINETE DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL A.G. DA CUNHA FERREIRA LDA.

POR QUE DEVE DIZER SIM À PROTEÇÃO dos DIREITOS Da PROPRIEDADE INDUSTRIAL? “Os direitos da propriedade industrial constituem um dos maiores ativos das empresas. A proteção ou registo quer a nível nacional, quer a nível internacional constitui uma garantia de exclusividade de exploração e de utilização na identificação dos produtos ou serviços para os quais foi concedida, conferindo ao seu titular o direito de impedir que terceiros o façam sem o seu consentimento”, explica à Revista Pontos de Vista Dina Martins Pereira, Agente Oficial da Propriedade Industrial e Advogada.

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ue história pode ser contada desde 1880, ano em que João António da Cunha Ferreira fundou o Gabinete de Propriedade Industrial, que mais tarde, em 1934, foi constituído como A.G. da Cunha Ferreira, Lda.? Em 1880, João António da Cunha Ferreira funda em Lisboa um Gabinete de Propriedade Industrial atuando como Agente de Marcas e Patentes - nomeado por Alvará Régio do Rei D. Carlos - sob o nome profissional de J. A. DA CUNHA FERREIRA. Pioneiro no registo de patentes e marcas em Portugal o fundador do então Gabinete de Propriedade Industrial, viu o seu trabalho ser reconhecido em Portugal com a atribuição da Medalha de Mérito Industrial. Filho de um farmacêutico de Campo Maior, crê-se que terá sido essa a razão mais provável – “a da procurar soluções para patentear as novidades face à atividade do pai” - que o levou a dedicar-se à Propriedade Industrial. Foi um interessado contemporâneo das primeiras Convenções Internacionais neste domínio, como a Convenção de Paris para a Protecção da Propriedade Industrial,

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de 20 de Março de 1883, que instituiu a União Internacional para a Protecção da Propriedade Industrial. Em 26 de Dezembro de 1905 o Rei D. Carlos nomeou-o Oficial da Ordem Civil de Mérito Industrial. Dedicou 50 anos de desvelada dedicação à Propriedade Industrial. Os filhos sucederam-lhe na atividade, tendo mantido o Gabinete de Propriedade Industrial e em 1934 constituíram a sociedade A.G. DA CUNHA FERREIRA, LDA. De particular relevância e curiosidade destaca-se o facto de, no período da 2ª Guerra Mundial, durante o qual, como se sabe, as comunicações entre países sofreram enormes interrupções, a sociedade A.G. da Cunha Ferreira, Lda. ter garantido o pagamento das anuidades de Patentes de vários clientes impossibilitados de comunicar as suas instruções, permitindo desse modo, que tais direitos se mantivessem válidos nesse período conturbado. Ainda hoje se mantém clientes dessa época. A sociedade tem sido sempre gerida pela família, sendo a atual gerência a quarta geração do fundador. Fundada há 136 anos, A. G. da Cunha Ferreira, Lda. é o Gabinete de Pro-

Os direitos da propriedade industrial constituem um dos maiores ativos das empresas. DINA MARTINS PEREIRA

priedade Industrial, em atividade, mais antigo em Portugal. O que distingue Propriedade Industrial de Propriedade Intelectual? A Propriedade Industrial tem por objeto a proteção da inovação, ao nível das Invenções, dos Modelos de Utilidade, das Topografias dos Produtos Semicondutores, dos Desenhos ou Modelos, dos Direitos de Obtenção Vegetal e a proteção dos sinais distintivos do comércio tais como Marcas, Logótipos, Denominações de Origem, Indicações Geográficas, sendo regulada pelo Código da Propriedade Industrial. O Direito de Autor e os Direitos Conexos visam a proteção das obras literárias e artísticas. A Propriedade Industrial em conjunto com os Direitos de Autor e os Direitos Conexos constituem a Propriedade Intelectual. O que permitem estes direitos? Estes direitos conferem aos seus titulares um direito de propriedade e de exclusivo, um monopólio legal. No caso da Patente esta confere ao seu titular o direito exclusivo de explorar a invenção e de impedir que terceiros, sem o seu consentimento, o façam. O direito de exclusivo tem uma limitação temporária máxima de 20 anos, contados da data do pedido. No caso da Marca o registo confere ao seu titular o direito de impedir terceiros, sem o seu consentimento, de usar qualquer sinal igual ou semelhante, para produtos idênticos ou afins daqueles para os quais a marca foi registada. A duração do direito de exclusivo é de dez anos sendo indefinidamente renovável por períodos iguais. Apenas os titulares de Patentes ou Marcas podem usar nos seus produtos as indicações “Patenteado”, “Patente nº” ou “Pat.nº” e “Marca Registada”, “M.R.” ou ®, respetivamente. A protecção ou o registo não são obrigatórios quer para os cidadãos quer para as empresas, porém, por que motivo devem fazê-lo? Os direitos da propriedade industrial constituem um dos maiores ativos das empresas. A proteção ou registo quer a nível nacional, quer a nível internacional constitui uma garantia de exclusividade de exploração e de utilização na identificação dos produtos ou serviços para os quais foi concedida, conferindo ao seu titular o direito de impedir que terceiros o façam sem o seu consentimento. O titular do direito fica habilitado a acionar todos os mecanismos legais para fazer cessar e punir quaisquer atos que constituam infração ou violação dos seus direitos. Em Portugal, a propriedade e o uso exclusivo


No domínio de marcas e patentes, que consequências poderão surgir com as transformações atuais que a Europa enfrenta, nomeadamente, com o Brexit? O que irá mudar e o que permanecerá intacto? Ainda não está definido o quadro legal que irá regular quer o período transitório quer o que irá vigorar no pós Brexit. Em qualquer dos casos, quer o Governo do Reino Unido quer as Instituições Europeias de onde emanam as Diretivas e Regulamentos terão que encontrar a solução jurídica adequada aplicável aos dois períodos, para que não fiquem prejudicados os direitos adquiridos pelos titulares e requerentes de registos, a bem do princípio da segurança jurídica. Atualmente, quais são os principais desafios no combate às infrações de Propriedade Industrial? E neste sentido, qual é a posição do vosso gabinete? Creio que será o combate à contrafação face às proporções desmedidas que esta tem alcançado em Portugal (e à escala global) com graves repercussões na competitividade e na economia. O fenómeno da contrafação tem sido crescente e transversal a vários setores de

A A.G. da Cunha Ferreira Lda. dispõe de um quadro de Consultores especializados em Propriedade Industrial aptos a prestar aos seus clientes um serviço especializado e de aconselhamento estratégico em Propriedade Industrial

atividade, desde peças de veículos, máquinas, ferramentas, aparelhos e componentes elétricos e eletrónicos, medicamentos, alimentos e bebidas, brinquedos, produtos de higiene e de estética, vestuário, calçado (em especial desportivo), malas e acessórios. Para além das perdas de receitas fiscais para o estado e da ameaça que representa para os postos de trabalho, as repercussões da contrafação são igualmente graves no plano do consumidor, em especial quando estão em causa produtos que apresentam riscos quer para a segurança quer para a saúde públicas. A Propriedade Industrial constitui um motor essencial do crescimento, da inovação e da competitividade, sendo a contrafação um sério obstáculo que requer um permanente combate e uma resposta contínua e concertada de todos

os organismos públicos envolvidos em conjunto com os titulares dos direitos. Por que motivos devem as empresas recorrer aos serviços de Consultores em Propriedade Industrial? Pelo serviço especializado que podem obter desde a fase inicial dos seus projetos, nacionais ou internacionais, até ao lançamento dos mesmos. A A.G. da Cunha Ferreira Lda. dispõe de um quadro de Consultores especializados em Propriedade Industrial aptos a prestar aos seus clientes um serviço especializado e de aconselhamento estratégico em Propriedade Industrial. O acompanhamento do processo é contínuo e permanente, procurando sempre a melhor solução para os projetos dos clientes, desde as pesquisas de anterioridades de direitos, pedidos de registo a nível nacional e internacional, representação em litígios junto dos organismos competentes até à manutenção e vigilância permanente dos direitos em quaisquer territórios. Recomenda-se que o aconselhamento pelo Agente Oficial da Propriedade Industrial seja procurado no momento da “criação” do que se pretende proteger por forma a garantir ab initio o mínimo de riscos quanto à sua registabilidade. Recomenda-se igualmente que o acompanhamento se mantenha após a proteção dos direitos por forma a garantir a vigilância permanente e a prevenir possíveis infrações ou violações dos direitos adquiridos. O primeiro passo é a proteção mas para que o caminho se mantenha seguro é necessário vigiar! ▪

17 dezembro 2016

adquire-se através do registo e este direito de propriedade pode ser, entre outros, objeto de transmissão, de licença de exploração, de franchising, de penhor, possibilitando assim a sua rentabilização, sendo um ativo em permanente valorização.


Os nossos produtos estão virados para a saúde e não para a doença. Melhoramos a sua qualidade de vida CARLOS CUNHA

FOTO: diana quintela

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TEMA DE CAPA

» CARLOS CUNHA, DIRETOR GERAL DA OMEGA PHARMA, EM ENTREVISTA

MELHORAMOS A SUA QUALIDADE DE VIDA Presente em Portugal desde 2002, a Omega Pharma é uma referência no mercado farmacêutico em Portugal. Carlos Cunha, Diretor Geral da Omega Pharma, fala-nos do percurso e do futuro daquela que é a quarta maior empresa de produtos de automedicação.

FOTO: diana quintela

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sidade de pessoas, de diferentes faixas etárias e diferentes áreas, conciliando a maturidade com a criatividade das pessoas mais jovens. Pelo que hoje, a filial, com cerca de 63 colaboradores, é a quarta maior empresa, a nível nacional, na área de OTC´s. Em 2014 a empresa norte-americana de produção de medicamentos, a Perrigo, adquiriu a Omega Pharma, permitindo, deste modo, à empresa ter melhor preço de custo dos seus produtos, ter acesso a novos produtos ao mesmo tempo que surge uma oportunidade para se abrir uma porta nos EUA para as suas marcas. É por aqui que passa o futuro da Omega Pharma: a expansão para o mercado americano. Com um vasto portefólio de produtos que inclui medicamentos, dispositivos médicos, suplementos alimentares e cosméticos de cinco áreas principais – derma, constipações e alergias, anti-parasitários, vitaminas e emagrecimento –, a Omega Pharma é uma referência na indústria farmacêutica no mercado de Consumer Healthcare, distinguindo-se pela sua dinâmica e constante inovação.

19 dezembro 2016

Omega Pharma surgiu com o objetivo de se direcionar para o mercado dos medicamentos não sujeitos a receita médica, OTC’s – over the counter -, pelas mãos de um jovem farmacêutico belga, Marc Coucke, em 1987. Marc Coucke verificou que havia uma oportunidade de negócio na disponibilização de produtos de qualidade a preços acessíveis à população geral. Depois do sucesso da empresa na Bélgica, começam a ser adquiridas pequenas empresas na Europa. Em 2002, em Portugal, são compradas duas empresas, uma no norte do país, a Prisfar, e em Lisboa a Chefaro, sendo feita a sua fusão numa só, a Omega Pharma Portugal, em 2011. Em menos de 25 anos, a Omega Pharma passou de uma pequena empresa belga para um grupo multinacional relevante a operar em 35 países, essencialmente no mercado Europeu. Se até aqui, até 2011, todas as empresas funcionavam de forma independente, não havendo uma estratégia e cultura comum a todas estas filiais da Omega Pharma, a partir deste momento, com o boom do grupo, foi criada uma cultura comum a todas as empresas, baseada nas pessoas. “A Omega Pharma não tem muitos colaboradores, tem os certos”, começa por referir Carlos Cunha. Há um misto de pessoas que vêm do grande consumo e da indústria farmacêutica, nomeadamente da área de OTC’s, que se complementam. Esta é a estratégia e a linha orientadora da empresa, a especialização e a diversidade dos colaboradores, a par da constante aposta na investigação e desenvolvimento, o que coloca a Omega Pharma na vanguarda do desenvolvimento farmacêutico. Em 2012 dá-se um novo momento na história da empresa com a aquisição do portefólio não estratégico da GSK. A GSK é uma das maiores empresas mundiais farmacêuticas com um grande portefólio na área de OTC´s. Com esta aquisição, a Omega Pharma duplicou a sua dimensão, assumindo-se a nível europeu como uma das maiores empresas de OTC´s. Em 2013, aquando da mudança da direção da empresa, é iniciada uma nova cultura da Omega Pharma Portugal, a cultura Wellbeing, onde é promovido o bem-estar, com uma diver-

O nosso trabalho é um trabalho muito rigoroso, que envolve muita pressão, onde temos de cumprir com a nossa ética e o código deontológico, pois estamos a falar de medicamentos, de saúde


TEMA DE CAPA

FOTO: diana quintela

» CARLOS CUNHA, DIRETOR GERAL DA OMEGA PHARMA, EM ENTREVISTA

A CULTURA WELLBEING

Com o lema “work hard, play hard”, na Omega Pharma Portugal “trabalhamos muito, mas temos de nos divertir e ser felizes”, afirma o diretor geral. Com novas instalações, a própria disposição dos diferentes departamentos da empresa em forma de um open space, que facilita a comunicação, a proximidade e o trabalho de equipa, transmite a nova cultura que aqui se vive. Hoje está feliz? Todos os dias são medidos os níveis de felicidade dos colaboradores, através do Wellbeing Indicator que pergunta aos colaboradores se hoje estão felizes, tristes ou razoáveis O objetivo é saber como estão os colaboradores da empresa e, depois de recolhidos os dados, atuar e promover o bem-estar. “O nosso trabalho é um trabalho muito rigoroso, que envolve muita pressão, onde temos de cumprir com a nossa ética e o código deontológico, pois estamos a falar de medicamentos, de saúde”, explica Carlos Cunha. Assim, a par da promoção do exercício físico com a oferta de ginásio, na condição de os colaboradores irem ao ginásio pelo menos oito vezes por mês, são feitas aulas de dança, modalidades desportivas e ações de solidariedade. “As pessoas aqui sabem que podem crescer a nível pessoal e profissionalmente, refere o nosso entrevistado.

gará rapidamente à segunda posição. “Para sermos a número um a nível mundial terá de ser feita uma grande aquisição ou ser lançado um produto inovador”, no entanto, Carlos Cunha não descarta essa possibilidade. Quando questionado sobre os principais desafios que se impõem à indústria farmacêutica no que concerne a produtos de venda livre, para o diretor geral da Omega Pharma Portugal, as áreas terapêuticas vão continuar a crescer, outras irão surgir e outras, ainda, vão intensificar-se. O maior crescimento irá incidir na área dos suplementos alimentares, bem como multivitamínicos genéricos ou direcionados para sintomas específicos. A indústria farmacêutica tem que se adaptar às necessidades do mercado, onde o crescimento de produtos de venda livre passará também pelo que diz respeito às doenças do século XXI, como a ansiedade, depressão, distúrbio do sono ou cansaço físico e mental. Os produtos naturais irão ter uma maior procura e, de momento, a Omega Pharma Portugal está já a preparar a viabilidade e o lançamento de um novo produto feito à base de açafrão - o açafrão tem componentes bioativos com poderosas propriedades medicinais – que atuará nos estados de humor sem efeitos secundários.

PROMOVER A SAÚDE

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

As pessoas aqui sabem que podem crescer a nível pessoal e profissional

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“Os nossos produtos estão virados para a saúde e não para a doença. Melhoramos a sua qualidade de vida”, destaca Carlos Cunha. Desde um antigripal, a um multivitamínico, passando por produtos dermocosméticos, a Omega Pharma conta com um vasto portefólio de produtos de diversas áreas. Quando entrámos neste mercado, éramos o vigésimo laboratório em Portugal de OTCs, atualmente somos o quarto e, no próximo ano, seremos o terceiro”, afiança Carlos Cunha para quem não há dúvidas de que a empresa che-

“Para a nossa estratégia focada na distribuição e na recomendação, não queremos que os farmacêuticos comprem os nossos produtos, mas antes queremos ajudá-los a vender os nossos produtos”, realça Carlos Cunha. Para tal, é fundamental fazer formação para ajudar na forma como deve ser feita a prescrição dos produtos da empresa, quais os pontos fortes e qual a melhor maneira de os recomendar aos utentes. “Sentimos que para massificar a formação sem perder qualidade tínhamos de evoluir na forma de o fazer”, diz-nos o nosso entrevistado. Assim,

surgiu a plataforma Academia Omega Pharma, uma identidade de formação global e gratuita para os Profissionais de Saúde de Farmácia, que surgiu da necessidade de chegar até mais pessoas e poder levar-lhes mais conhecimento e de uma forma diferenciada, em qualquer momento, em qualquer lugar. O farmacêutico continua a preferir a formação presencial em “sala”, mas esta é uma forma de conseguir chegar às quase três mil farmácias portuguesas, abordando diferentes pontos. “Desenvolvemos esta ferramenta que conta já com cerca de dez mil pessoas inscritas, permitindo-lhes aceder facilmente a vários conteúdos de diferentes áreas terapêuticas”, explica-nos Carlos Cunha. Uma característica desta ferramenta é a possibilidade de o formando, no final da formação, responder a um questionário sobre o nível de compreensão dos conteúdos. Vão sendo atribuídos pontos aos formandos à medida que vão avançado e, no final, têm a possibilidade de trocar esses pontos por produtos da Omega Pharma, à exceção de medicamentos. “É uma ferramenta que iremos continuar a desenvolver e investir. Já foi exportada para Espanha e queremos, de futuro, que chegue a Angola com conteúdos mais direcionados para o seu mercado”, adianta o nosso entrevistado.

RIGOR E QUALIDADE

Os medicamentos de venda livre e produtos farmacêuticos são regulamentados rigorosamente e controlados na sua segurança, eficácia e qualidade, influenciando diretamente a confiança dos consumidores. Essa segurança e relação de confiança com os consumidores são asseguradas pela Omega Pharma. “Só lançamos um produto se sentirmos que é uma inovação face aos produtos existentes, tem um preço razoável e acessível face às suas indicações e tem ingredientes de grande qualidade”, afirma Carlos Cunha. Com uma estratégia de comunicação junto dos consumidores simples e clara, passando sempre a mensagem com foco nos benefícios dos produtos ao invés da fórmula farmacêutica, esta posição da Omega Pharma está a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

O MERCADO LUSÓFONO

Quando o território lusitano começou a mostrar que a Omega Pharma Portugal seria um laboratório em franca expansão e após esta ter duplicado o volume de negócio entre 2013 e 2015, Angola e Moçambique começaram a ser uma realidade cada vez maior, sendo a Omega Pharma Portugal responsável pelos PALOP. Apesar da crise económica angolana que teve repercussões no seu volume de importações de produtos europeus, Angola é um mercado forte sob o ponto de vista de implementação e de sucesso comercial. Através de uma rede de parceiros e de responsáveis presentes no país, é estudada a viabilidade do mercado, a visibilidades dos produtos da empresa nas prateleiras das farmácias angolanas e a formação profissional dos farmacêuticos, um fator muito valorizado no mercado angolano devido à sua carência na formação e desenvolvimento de profissionais. ▪


MEDICINA FUNCIONAL INTEGRATIVA

» MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

“O DOENTE É UM SER ÚNICO” ara contextualizar o nosso leitor, o que é a Medicina Funcional Integrativa? Este novo conceito nasceu dentro de instituições académicas médicas, pela necessidade de um suporte científico e certificação deste novo paradigma da medicina. Houve uma tomada de consciência crescente de que algumas formas de tratamento tradicional, originárias em culturas, algumas milenares, não podiam continuar desligadas dos atuais conhecimentos da ciência médica. Representantes das mais credenciadas universidades americanas juntaram-se, em 1999, numa conferência intitulada “O Consórcio de Medicina Integrativa”. Aqui se desenvolveu uma comunidade médica de consciência influente e expansível contribuindo para a articulação destes novos/antigos conhecimentos que integram verdadeiramente o melhor das abordagens convencionais e complementares à abordagem da saúde mente/corpo. Neste modelo médico o doente é um ser único, com a sua história clínica pregressa única, como um todo biológico que responde de uma forma individual a estímulos individuais, permitindo-se o desenvolvimento do natural processo de bioregulação homeostática.

A sociedade está devidamente consciencializada para esta medicina centrada na relação médico/ paciente? A Medicina Integrativa emergiu como resposta às limitações do atual sistema médico reducionista, centrado na compilação de sintomas como alvos clínicos a intervir individualmente, com o objetivo de um alívio sintomático. Da necessidade da hiperespecialização clínica a níveis cada vez mais ínfimos da parte humana, perde-se a capacidade de visão global. A expansão deste tipo de sistema de saúde tem tido como consequência direta a escalada exponencial dos custos médicos e à escalada da doença crónica, vivendo-se cada vez mais tempo com cada vez mais medicalização e mais iatrogenia. Mais de 80% das intercorrências médicas são diretamente influenciadas pelos estilos de vida e pelo ambiente, como fatores modificáveis. Este modelo de intervenção linear contraria a complexa etiopatogenia multisistémica, multietiológica e multifatorial da doença crónica. Sem dúvida que os maiores e mais significativos avanços

dizer: “Oh, esse problema não é da minha área… encaminho para…” Medicina funcional é altamente rentável para os pacientes, pois concentra-se na prevenção e promoção da saúde com mudanças de estilo de vida e tratamentos sustentáveis que abordam as causas subjacentes da disfunção, restaurando a saúde.

da medicina do último século estão na emergência médica, no tratamento da doença aguda, na cirurgia, e na medicina preventiva. Mas a falta da incorporação de um modelo de entendimento da saúde humana, como um complexo sistema biológico em rede, tem limitado a capacidade de resolução da maior parte da doença crónica degenerativa. Assim, não só a sociedade está consciente desta realidade como procura esta mudança de paradigma. A Medicina Funcional Integrativa alicerça-se na medicina “clássica”, mas representa uma evolução na forma de olhar e interpretar o processo da doença. Como se processa uma consulta médica integrada? Numa consulta de medicina integrada o paciente é atendido como ser único e individual, com todo o seu histórico clínico pregresso, como sendo uma linha temporal, interrelacionada e integrada na sua vida de relação interpessoal e familiar. A anamnese clínica integrada investiga a teia de eventos desencadeadores, mediadores, e perpetuadores da doença. Entre a categoria de fatores modificáveis estão primeiramente a nutrição, atividade física e a gestão de stress. Assim é possível intervir muito precocemente, tratar ou corrigir desequilíbrios primários da saúde mesmo que nenhum diagnóstico seja ainda definível. Por que fases passa um paciente que recorra a uma consulta médica integrada? Esta consulta pode ser multidisciplinar numa rede em espiral de cuidados de saúde que inclui médico, nutricionista, psicólogo e terapeuta estrutural, por exemplo. Com as abordagens terapêuticas ditas não convencionais, que o médico/profissional de saúde pode usar, obtém-se o máximo da resposta terapêutica/curativa com os menores efeitos secundários possível. Neste modelo, o paciente é sempre um interveniente ativo na jornada de autoaprendizagem do sentido da sua saúde e bem-estar individual. O que aproxima e separa a medicina integrativa da medicina convencional? Para começar, o foco do cuidado é diferente. Na medicina convencional o médico identifica a doença reconhecendo padrões de sintomas que trate com fármacos de acordo com

Ana Paula Marum

um protocolo, semelhante para o mesmo padrão patológico. Observe que as palavras “paciente” e “saúde” não aparecem nesta descrição. O objetivo da Medicina Funcional é promover a saúde e a vitalidade em cada paciente. Medicina funcional é holística e o médico olha para todos os aspetos do paciente, em vez de

Pode dizer-se que a Medicina Funcional Integrativa é a medicina do futuro? O modelo da Medicina Funcional Integrativa é intemporal; respeita a história da medicina, respeita a cultura e respeita os ensinamentos dos antigos mestres. Sugiro uma revisão dos aforismos do pai da nossa medicina, Hipócrates (“primum non nocere”, “ que o remédio seja o teu alimento”). É medicina do passado e será a do futuro. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

21 DEZEMBRO 2016

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“A Medicina Integrativa emergiu como resposta às limitações do atual sistema médico reducionista, centrado na compilação de sintomas como alvos clínicos a intervir individualmente, com o objetivo de um alívio sintomático”, diz-nos Ana Paula Marum, Diretora Clínica do Centro de Medicina Integrativa.


VALORIZAÇÃO DE ÓLEOS ALIMENTARES USADOS

» HARDLEVEL ENERGIAS RENOVÁVEIS EM DESTAQUE

RECOLHA E VALORIZAÇÃO DE ÓLEOS ALIMENTARES USADOS Os Óleos Alimentares Usados (OAU’s) são, na sua maioria, colocados no lixo ou lançados nos sistemas de drenagem de águas residuais. Salim Karmali, Sócio-gerente da Hardlevel – Energias Renováveis, empresa que é atualmente um dos principais players europeus na gestão de Óleos Alimentares Usados, explica-lhe como pode reciclar os OAU’s.

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ual a vossa leitura sobre a recolha seletiva de óleos alimentares usados (OAU’s) em Portugal e das políticas e infraestruturas disponíveis para o aumento da taxa de recuperação deste resíduo? O DL 267/2009 de 29 de Setembro rege o fluxo específico dos OAU’s. De acordo com o mesmo, estima-se que a produção de OAU’s em Portugal seja da ordem de 43 mil a 65 mil toneladas/ano – 37% produzidas ao nível do setor HoReCa, 62% pelo setor doméstico e o restante pela indústria alimentar. Também este DL transfere para o Município a responsabilidade da gestão dos OAU’s e nomeadamente na criação de uma rede de recolha seletiva municipal para deposição de OAU’s domésticos. Apesar destes esforços, o facto de a rede não estar suficientemente difundida, o facto de estarmos perante um resíduo líquido de complexa manipulação na casa das pessoas (não há uma embalagem específica ergonómica e funcionalmente preparada), associado à ausência de uma continuada sensibilização ao cidadão, faz com que ainda haja um longo caminho a percorrer na otimização da taxa de recuperação deste resíduo.

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A compra de óleos alimentares usados destinados à produção de biocombustíveis em Portugal disparou no primeiro semestre de 2016, ultrapassando as 39,54 mil toneladas. A que se deve este fenómeno? Em finais de 2015 o mercado português abriu, à semelhança do que sucedeu desde 2010 em outros mercados europeus, aos biocombustíveis avançados (produzidos a partir de resíduos) numa base de “double counting”. Quero com isto dizer que os estudos que suportaram esta diretiva comunitária concluíram que existe uma substancial redução na emissão de Gases Efeito de Estufa (GEE) derivados da utilização de biocombustíveis avançados comparativamente com os produzidos a partir de matérias-primas virgens (soja, colza, palma) para além de que os primeiros também não interferem com a cadeia alimentar. Tudo isto resulta em que a lógica ambiental e de sustentabilidade privilegie a incorporação de biocombustíveis avançados em detrimento dos convencionais. Este facto acaba por ser corroborado pela recente proposta de revisão da Renewable Energy Directive (REDII) que pretende privilegiar a utilização de matérias-primas residuais por forma a diminuir mais pronunciadamente as emissões de GEE. Observámos recentemente a inauguração de oleões nos Postos de Abastecimento da Prio na qual a Hardlevel surge associada. O que levou ambas as empresas a esta parceria? Esta relação já não é nova. A Hardlevel e a Prio Biocombustíveis iniciaram já em 2012 uma parceria visando a produção de UCOME (biodiesel de óleos alimentares usados) para o mercado do norte da Europa. O sucesso desta parceria traduz-

EQUIPA hardlevel

-se no facto de a Hardlevel ter sido, em 2015, um dos três operadores a gerir maior quantidade de OAU na Europa e a Prio ter sido uma das três maiores produtoras de biodiesel de óleos usados na Europa. Recentemente, esta parceria concretizou-se através do Consórcio entre ambas as empresas com a imagem PRIO TOP LEVEL.

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PRIO TOP LEVEL INICIOU ESTE ANO UM PROJETO-PILOTO PRIO Top Level iniciou este ano um projeto-piloto para instalar equipamentos de recolha de óleos alimentares usados nos postos de combustível da PRIO. O plano é instalar, de forma faseada, 200 oleões tradicionais e 605 novos equipamentos de recolha de óleos. A PRIO Top Level chama-lhe equipamentos avançados porque diferem dos tradicionais, onde o consumidor se limita a depositar o recipiente com os óleos que recolheu em casa.

Quais os pontos que, na vossa opinião, necessitam de ser melhorados por forma a incrementar a taxa de recuperação dos OAU’s em Portugal? A criação de uma rede mais alargada de oleões para a deposição de OAU’s; a imposição legal de que, nas novas construções de edifícios habitacionais, seja instalado um sistema de drenagem de fácil deposição de OAU’s pelos condóminos; projetos de sensibilização continuada na comunidade, a começar na formação das crianças, entre muitas outras ações possíveis. Em que medida pretendem implementar soluções que facilitem ao cidadão comum a deposição dos óleos alimentares usados? A HARDLEVEL possui uma rede de cobertura em Portugal Continental e Ilhas que lhe permite suprir as necessidades de qualquer produtor de OAU do segmento HoReCa. Não obstante, a grande fatia de produção de OAU’s tem origem na casa de cada um de nós. É nesse sentido que o compromisso da PRIO TOP LEVEL, num contexto em que a política ambiental dos recentes governos tem privilegiado continuadamente a incorporação crescente de biocombustíveis derivados de resíduos nos combustíveis fósseis, passe pelo contributo na expansão da rede de recolha seletiva municipal com a disponibilização de locais convenientes para que cada um de nós possa depositar os OAU’s, reduzindo assim os custos associados aos tratamentos de águas residuais nas ETAR’s, bem como promovendo uma diminuição na emissão de GEE. ▪


5 DE DEZEMBRO, DIA MUNDIAL DO SOLO

» CENTRO OPERATIVO E DE TECNOLOGIA DE REGADIO – COTR

SABIA QUE O SOLO É UM RECURSO NATURAL FINITO? A 20 de dezembro de 2013 a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que estabeleceu o dia 5 de dezembro como Dia Mundial do Solo. A Revista Pontos de Vista conversou com Marta Varela, Responsável da Área de Solos e Qualidade da Água e Gonçalo Rodrigues, Coordenador Executivo da COTR para perceber a importância do solo nos diversos aspetos da sociedade.

O

O Dia Mundial do Solo teve este ano como tema “Solos e leguminosas, uma simbiose para a vida”. Como poderá ser explicada a importância deste tema? A gestão dos solos afeta todos os aspetos da sociedade humana através dos seus impactos sobre a produtividade agrícola, qualidade ambiental, segurança alimentar, e estabilidade social e política. As leguminosas podem contribuir para a sustentabilidade dos solos e da alimentação humana, na medida em que permitem assegurar uma gestão conservativa, ao mesmo tempo que produzem alimentos ricos nutricionalmente, sendo uma opção mais económica relativamente à proteína animal, aspeto fundamental no combate à fome.

A necessidade de gerir o solo de forma sustentável tornou-se um consenso nos dias de hoje. O uso das leguminosas pode ser uma alternativa para a recuperação/ melhoria da qualidade do solo. O seu uso pode contribuir para um solo mais sustentável; no entanto, é necessário adotar em simultâneo outras práticas de conservação, bem como implementar programas de monitorização. Marta Varela e Gonçalo Rodrigues

A sustentabilidade do solo e da alimentação só pode ser garantida através de parcerias com centros tecnológicos e de investigação, universidades, associações, cooperativas, e com os produtores agrícolas, já que são eles os principais gestores dos solos Com o aumento da população e tendo em conta as desigualdades no acesso à alimentação, torna-se cada vez mais necessário produzir mais e melhor. Para que tal seja alcançado com sucesso, têm de haver medidas de gestão dos recursos solo e água a nível global, abrangendo os decisores políticos. A responsabilidade para que estes recursos sejam duradouros, não pode ser só do agricultor! As leguminosas têm um impacto positivo na qualidade do solo porque ajudam, também, a fixar o azoto. Que outros benefícios para o solo representa o cultivo das mesmas? Como podem as leguminosas contribuir para um desenvolvimento sustentável? As leguminosas têm a característica biológica de fixarem o azoto. Em condições adequadas, podem

suprir as necessidades de fertilização azotada, podendo ainda deixar no solo alguma reserva para a cultura seguinte. Isto é importante, na medida em que se pode reduzir a aplicação de fertilizantes, ajudando a evitar a contaminação dos solos e das águas subterrâneas com nitratos. As leguminosas, quando em consociação em prados permanentes, contribuem para uma melhoria da estrutura e da porosidade do solo, bem como da sua fertilidade. O efeito protetor da cobertura vegetal, impede o impacto direto das gotas da chuva ou da rega, e diminui os riscos de erosão. Esta cultura é uma alternativa na rotação de culturas, trazendo benefícios de fertilidade e biológicos, promovendo um ambiente mais favorável para os microrganismos do solo, aumentando a biodiversidade dos sistemas agrícolas.

Atualmente, a nível global, existe o grande desafio de produzir alimentos suficientes para toda a população. Em que medida pode a tecnologia ser essencial para uma maior sustentabilidade, quer do solo, quer da alimentação? A produção agrícola mundial depende da tecnologia e do conhecimento. Não nos serve de nada dispor a melhor tecnologia se não tivermos o conhecimento adequado de todos os recursos e de todos os fatores de produção. Muitas vezes a agricultura é vista como uma atividade que degrada o ambiente… é esquecido o facto de que sem ela não há vida. As exigências em termos de disponibilidades alimentares são cada vez maiores. Esta pressão leva a que muitas vezes a parte ambiental e sustentável seja esquecida. É aqui que a tecnologia se torna um desafio: desenvolver ferramentas e padrões de produção que permitam avaliar a sustentabilidade dos recursos solo e água e que sejam úteis e práticas. A sustentabilidade do solo e da alimentação só pode ser garantida através de parcerias com centros tecnológicos e de investigação, universidades, associações, cooperativas, e com os produtores agrícolas, já que são eles os principais gestores dos solos. ▪

23 dezembro 2016

solo é um recurso natural não-renovável. Considera que de forma geral as pessoas têm consciência acerca disso mesmo? Qual o papel do Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio – COTR neste sentido? A sociedade começa a ter preocupações com a conservação dos solos de forma a garantir a sua preservação. O COTR ao longo destes anos têm feito vários trabalhos e formação sobre a temática da sua conservação. Temos realizado vários estudos com os agricultores, não só tendo em consideração os aspetos relacionados com a fertilidade, mas também com os aspetos físicos do solo, de forma a sensibilizá-los para a problemática da drenagem e erosão. A gestão da rega e dos seus sistemas é crucial, não só para satisfazer as necessidades das culturas e obter produções elevadas, mas também para adotar medidas de conservação do solo e água.


O IMPACTO DA FRAUDE EM SEGUROS

» LIBERTY SEGUROS, S.A. EM DESTAQUE

“A FRAUDE AOS SEGUROS TEM VÍTIMAS CONCRETAS” “A fraude aos seguros é um fenómeno complexo com diferentes causas/motivações. A crise financeira é uma das justificações sobretudo para o agravamento de danos, mas não é a única”. Alda Correia, responsável pela UEI – Unidade Especial de Investigação, Liberty Seguros, S.A, conta-nos mais sobre o impacto da fraude em seguros.

A

fraude sempre existiu, mas hoje assume formas refinadas e cada vez mais complexas. O agravamento da crise financeira e económica é apontado como uma das causas que tem vindo a fazer crescer a fraude em Portugal. Que outros fatores podem contribuir para este fenómeno? Quando nos referimos a este tema, naturalmente que se fala da fraude detetada (por ser aquela que é conhecida) e não da fraude executada. Nessa medida, o crescimento da fraude em Portugal pode ser mais acentuado na deteção. E aqui as causas não são apenas do lado do defraudador, mas também do lado dos seguradores e das autoridades policiais que ao longo dos anos melhoraram o conhecimento sobre fraude e, consequentemente, o sistema de deteção. A fraude aos seguros é um fenómeno complexo com diferentes causas/motivações. A crise financeira é uma das justificações sobretudo para o empolamento (agravamento) de danos, mas não é a única. Hoje temos casos identificados na imprensa de grupos organizados que se dedicam à fraude aos seguros de forma reiterada e estratégica com um alto nível de sofisticação. Num estudo levado a cabo pela APS (Associação Portuguesa de Seguradores) e pelo OBEGEF (Observatório de Economia e Gestão de Fraude) junto da população portuguesa sobre a perceção da fraude aos seguros em Portugal, a quase totalidade das pessoas inquiridas revelaram ter uma opinião sobre seguradores francamente positiva. Dos inquiridos que dizem ter uma perceção sobre a fraude, 30% expressam que a fraude é inaceitável e injustificável. Ainda assim, 29% dos inquiridos consideram a fraude normal e merecida. O motivo que reúne maior acordo entre os inquiridos como justificação de fraude é o funcionamento das empresas de seguros no momento do pagamento das indemnizações.

pontos de vista

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ALDA CORREIA

“Pode não ter a noção, mas todos os dias todos nós podemos estar a ser roubados. Como? A fraude aos seguros é um crime cometido por alguns mas que todos nós pagamos”. É o alerta deixado pela Liberty Seguros. Quais são as consequências da fraude? A fraude aos seguros tem vítimas concretas: O cliente quando o prestador de serviço não repara os danos de acordo com


o definido pelos serviços do segurador como forma de reduzir custos; a clínica que fatura serviços não prestados ao sinistrado; o condutor que provoca intencionalmente o acidente na via pública contra terceiro de boa-fé. Nestes casos, a segurança e o bem-estar da sociedade são postos em causa. Do ponto de vista económico, o aumento dos custos com sinistros fraudulentos dificulta o investimento na melhoria dos serviços ao cliente honesto e a todos aqueles que beneficiam dos seguros como sejam os lesados. Por outro lado, nos sinistros simulados, existe a ideia errada de que enganar seguradores não tem consequências. Ora por exemplo, nos furtos simulados (automóveis e habitação) que são participados não só aos seguradores mas também às autoridades policiais, estão em causa dois crimes – pois para além do crime de burla, a denúncia de crime à autoridade competente sabendo que não se verificou, também é crime.

Fraude no Seguro Automóvel, Fraude nos danos corporais ou Fraude nos Seguros de Acidentes de Trabalho. Existem diversas maneiras de cometer fraude. Qual é o peso, atualmente, de cada um? Esse peso está diretamente relacionado com o volume de sinistros e custo médio do sinistro do ramo. Em termos de frequência o ramo auto é onde se deteta mais casos, mas as fraudes em sinistros com danos corporais assumem muitas vezes valores mais altos. Seguros de MR, nomeadamente de Lar apresentam atualmente uma taxa de frequência alta, sobretudo nos riscos elétricos. As fraudes nos sinistros de massa, tem aumentado tendencialmente, não só porque os seguradores desenvolveram sistemas de deteção e prova eficazes, mas também porque se arrisca cada vez mais por valor baixos. Seja para substituir um vidro, pagar despesas médicas ou substituir um telemóvel – com facilidade se participa ilegalmente sinistro que não ocorreu.

Como é que o cidadão se pode proteger? Existe um ditado português que pode muito bem servir aqui: “quando a esmola é grande, o pobre desconfia”. Devemos certificar-nos daquilo que nos estão a propor e não nos deixarmos iludir. A internet está cheia de falsas informações, mas também tem denúncias de outras pessoas que já foram burladas em situações semelhantes. O primeiro passo para verificar a veracidade e legalidade do negócio que lhe propõem pode ser através da pesquisa na internet. Mas Do ponto de contactar diretamente vista económico, o as entidades oficiais é também uma aumento dos custos com boa opção. E não sinistros fraudulentos dificulta adianta pensar que o investimento na melhoria dos enganou os outros, serviços ao cliente honesto e a mas a si não irá contodos aqueles que beneficiam seguir.

Até que ponto estão as seguradoras protegidas da fraude? Nunca se está completamente protegido contra a fraude aos seguros, pois este é um processo que está em constante mutação. O que se verifica atualmente é maior celeridade na resposta aos novos desafios da fraude, por parte dos seguradores. Acresce que, as polícias estão cada vez mais atentas e iniciam investigações nesta área.

Como é que as seguradoras, e em concreto a Liberty Seguros, combatem as fraudes? A prevenção é um instrumento fundamental de controlo da fraude aos seguros. A consciencialização de todos os intervenientes (cliendos seguros como Que desafios enfrente, agente, segurador, sejam os lesados ta o setor segurador no perito e reparador) para mercado português? este problema e para a sua A maior parte dos clientes tarefa neste combate é fundasão honestos e por isso o setor mental. Na Liberty Seguros, todos segurador procura servir cada vez contribuem para o combate à fraude mais e melhor este cliente dentro do mais curto aos seguros. Daí que a formação e sensibilizaespaço de tempo. ção de todos é fundamental. Um dos grandes desafios será conseguir este objetivo sem descurar o controlo de fraude. Pelo contrário, com as novas tecnologias e as compras online em crescente, também o Por outro lado, existem grupos organizados a cidadão está exposto a esquemas fraudulenoperar nesta área da fraude aos seguros cuja tos. Que tipo de fraudes existem online? atuação ultrapassa os limites da averiguação O livro negro da fraude refere um conjunto de de sinistro levada a cabo pelas seguradoras e fraudes levadas a cabo online. Das mais recensó poderá ser controlada por forças policiais. tes vindas a público prendem-se com os suposHoje em dia, o tema da fraude aos seguros já tos compradores de veículos online que usam não é desconhecido das forças policiais, mas artifícios para burlar o proprietário do veículo ainda não é reconhecido como um fenómeno e retirar-lhe a posse do mesmo. Com os pagae por isso a sua investigação criminal ainda mentos online via cartão de crédito vem tamé tratada caso a caso. Isto cria limitações ao bém o problema da clonagem de cartões e da trabalho de investigação e tem impacto nos usurpação de identidade. resultados. ▪

25 dezembro 2016

O que é afinal a fraude aos seguros e que tipos de fraudes existem? O Instituto de Seguros de Portugal (atual Autoridade de Supervisão Financeira) definiu em 2009 o conceito de fraude aos seguros. Consiste na “prática de atos ou omissões intencionais, ainda que sob a forma tentada, com vista à obtenção de vantagem ilícita para si ou para terceiro, no âmbito da celebração ou da execução de contratos de seguro ou da subscrição de operações de capitalização, designadamente os que visem uma cobertura ou pagamento indevido”. Os tipos de fraude mais frequentes são: Empolamento dos danos/lesões - quando são reclamados mais danos do que os resultantes do sinistro. Por exemplo, trovoada provoca danos num LCD e reclamam danos no computador que já não funcionava muito antes da trovoada; Sinistros fictícios – evento reclamado não ocorreu, nem foi produzida qualquer lesão/dano, naquela data e circunstâncias. Exemplo: lesão no âmbito da vida privada e depois participa como tendo ocorrido no tempo e no local de trabalho; ocorrido fora do âmbito da apólice – por exemplo, contratar o seguro após o sinistro e declarar que o mesmo ocorreu em data posterior; e simulação de furto/roubo.


SATISFAÇÃO DO CLIENTE

» BENEFICOMBINED EM DESTAQUE

GOSTOU DO NOSSO SERVIÇO? “Sabe o quão satisfeitos os seus clientes realmente estão?” O HappyorNot surge no mercado para ajudar as empresas a compreender a satisfação dos clientes e colaboradores. Pedro Bastos, CEO da empresa BenefiCombined, explica-lhe como.

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appyorNot é um serviço de origem finlandesa trazido para Portugal pelas mãos de Pedro Bastos. Distribuído pela BenefiCombined, o serviço HappyOrNot é uma ferramenta que permite medir o nível de satisfação de clientes, colaboradores, visitantes e utentes, entre outros, em relação a produtos, serviços e processos/eventos da organização. O serviço HappyOrNot disponibiliza dois modos de interação, físico através dos terminais Smiley e online através dos websmileys. A simplicidade de Quatro “smileys”aliada à fiabilidade de um robusto software de processamento da informação, fazem do HappyOrNot uma importante ferramenta de gestão do cliente, permitindo recolher o feedback espontâneo e anónimo de clientes e colaboradores.

Sabia que o melhor dia para viajar é a quarta-feira?

A nível mundial o HappyOrNot já está implementado em mais de cem países, tem cerca de dez mil terminais a recolher dados diariamente e mais de 400 milhões de feedbacks recolhidos. O serviço de avaliação de satisfação do cliente, HappyOrNot, serve diariamente empresas nos mais diversos setores de atividade como saúde, restauração, eventos, retalho, transporte e aeroportos, entre outros. Um estudo global com 70 milhões de feedbacks recolhidos por terminais Smiley em mais de cem aeroportos em todo mundo, realizado desde o início de 2013 até maio 2016, mostra que a quarta-feira é consecutivamente avaliada pelos viajantes como o melhor dia da semana para viajar.

PEDRO BASTOS

pontos de vista

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Uma pessoa que já tenha a predisposição para aceder a esta ferramenta online vai dedicar, à priori, mais tempo ao seu feedback deixando comentário

O seu serviço à distância de quatro smiley’s

Com a crescente importância dos serviços na economia, a satisfação do cliente para com o serviço prestado ganhou uma enorme importância no contexto da administração das empresas. Avaliar a satisfação é uma forma das empresas conquistarem competitividade, fidelizarem clientes e construir relações entre parceiros. Com o HappyOrNot é possível conhecer diariamente o sentimento do cliente em relação ao nosso serviço, staff, organização do nosso estabelecimento, entre outros. O HappyOrNot ajuda-nos a tomar decisões de modo a melhorarmos a nossa prestação indo ao encontro da satisfação do cliente.

Deixe que os Smiley’s o ajudem a envolver os seus funcionários

Portugal está a tornar-se numa referência no setor tecnológico e, nesta nova indústria, os recursos humanos são o fator fundamental para o sucesso das empresas. É importante medir o ambiente e a satisfação dos colaboradores, pois um colaborador insatisfeito não produz. Quanto mais satisfeitos estão os colaboradores, melhores níveis de produtividade apresentam. Neste âmbito, o HappyOrNot surge aqui como uma ferramenta essencial para o estudo da satisfação dos colaboradores. “Damos oportunidade às empresas de conhecerem diariamente o mood dos seus colaboradores quando entram no local de trabalho e quando saem, a sua satisfação diária, os dias e a hora em que estão mais ou menos satisfeitos, ou por exemplo a sua reação a uma comunicação ou evento específico”, explica Pedro Bastos.


feedback Are You Happy or Not?

O HappyOrNot é um sistema desenhado para a avaliação da satisfação do cliente, mas o Continente deu um passo em frente utilizando-o de uma forma criativa na avaliação de produtos no seu espaço Prove&Aprove, dando assim a possibilidade ao cliente de expressar a sua opinião de forma atrativa sobre os produtos que desejam ver comercializados. Se desejar testar serviços ou produtos antes de formalizar a sua implementação ou venda no mercado, com o HappyOrNot pode recolher o feedback necessário do seu mercado-alvo para antecipar o sucesso do serviço/produto, salvaguardando-se do risco de insucesso.

Os Smiley’s de olho na sua loja online

O mais recente serviço online, WebSmileys tem uma taxa de captação a rondar os 50% e, aqui, os dados de satisfação recolhidos permitem de imediato perceber os motivos de satisfação ou insatisfação. “Uma pessoa que já tenha a predisposição para aceder a esta ferramenta online vai dedicar, à priori, mais tempo ao seu feedback deixando comentários”, refere Pedro Bastos.

O feedback foi recolhido, e agora?

Trata-se de uma ferramenta de fácil utilização e interpretação dos dados que são recolhidos. É um sistema simples e atrativo com uma taxa de captação mínima a rondar os 25%. “Os relatórios para análise dos dados recolhidos podem ser enviados com uma periodicidade diária, semanal ou mensal, prestando um acompanhamento na interpretação dos dados e nas medidas que se podem tomar relativamente às informações depreendidas”, avança o nosso entrevistado. Isto porque, segundo Pedro Bastos, é possível constatar-se que algumas empresas ainda demonstram resistência à utilização de ferramentas de medição da satisfação de clientes e colaboradores, por não terem uma ideia clara de como atuar posteriormente em função dos dados recolhidos através destes sistemas. É necessário definir diretrizes, estabelecer medidas e ações que irão ser tomadas à medida que vão recebendo e analisando os relatórios fornecidos pelo serviço HappyOrNot. Em consequência da percentagem de pessoas satisfeitas e insatisfeitas, picos de satisfação, picos de insatisfação, entre outros, é necessário ir direccionando o serviço HappyorNot para campos mais restritos e focados, de modo a perceber o que tem de ser mudado e o que deve continuar a ser feito e melhorado para manter os clientes fidelizados de modo a aumentar as vendas. ▪

27 dezembro 2016

Deixe que os Smiley’s o ajudem a decidir em que produto investir

Para Pedro Bastos, existem, igualmente, empresas que, apesar de compreenderem o valor acrescentado que o cliente acarreta para as mesmas, se não verificarem benefícios imediatos na utilização destes sistemas, também mostram alguma resistência em aderirem aos mesmos. No entanto, cada vez mais é reconhecido que o crescimento de uma empresa, bem como a conquista de novos mercados são mais sustentáveis se as empresas colocarem o cliente como prioridade. E, se existe uma receita para o sucesso empresarial, certamente esta ferramenta de medição do grau de satisfação de clientes e colaboradores será parte integrante. Se o mercado está em constante mutação, também os clientes estão. E como é que as empresas podem adaptar-se e contornar os obstáculos inerentes à mudança? Com o HappyorNot, como a monotorização é diária e capta vários fatores, ao final de um ano, por exemplo, é possível fazer uma avaliação muito completa que permitirá ajustar e delinear estratégias, procurar novas medidas e soluções para a sustentabilidade do seu negócio. HappyOrNot, nunca foi tão fácil obter o feedback de clientes e colaboradores


O IMPACTO DE CONSULTORES E PROJETISTAs

» ANGULORASO EM DESTAQUE

SERVIÇOS DE A-Z “Em qualquer país de atuação temos a preocupação de estudar a legislação nacional e adaptar a nossa forma de trabalhar sem nunca baixar o padrão de qualidade de serviço que pretendemos para a empresa”, afirma Rui Machado, Presidente da ANGULORASO, uma empresa de Consultoria de Engenharia.

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onstituída em 2002 com o propósito de prestar serviços na área da Engenharia - Construção Civil, que balanço é possível fazer da presença da ANGULORASO no mercado português? O balanço é muito positivo para a Anguloraso Portugal. A ARPT (Anguloraso Portugal) nasce da vontade de fazer Engenharia com valor acrescentado para os nossos clientes, focada na área de projetos, fiscalização de obra e project management. Ao longo dos últimos anos a empresa sofreu uma grande reestruturação que nos permite hoje ser uma empresa mais competitiva e com uma qualidade técnica acima da média. Desde logo a AR foi criada com o pensamento no mercado global. Portugal é um país pequeno, mas com uma capacidade produtiva (qualidade e quantidade) que pode competir no mercado global. Somos uma empresa portuguesa com orgulho no que se faz em Portugal. Mas hoje em dia não podemos viver exclusivamente de um mercado.

pontos de vista

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A ANGULORASO tem uma presença igualmente forte no mercado internacional, sobretudo no mercado africano. Que principais carências são percetíveis no setor da construção civil nestes dois mercados? A AR tem um conselho consultivo e no qual foi elaborado um plano de negócios a médio prazo 2016-2018. A expansão para mercados da CPLP foi algo normal e de rápida execução. Com especial foco em Angola e Moçambique. Mas o nosso plano de desenvolvimento para a AR passa por ser uma das empresas de Engenharia do mercado “East Africa”. Para tal não podemos estar focados unicamente em mercados de língua portuguesa. A AR ao longo dos últimos 24 meses moldou a forma de trabalhar da empresa. Foi elaborado um plano de marketing e um plano de formação para estes novos mercados de língua inglesa. A legislação nestes mercados é completamen-

te diferente da regulamentação portuguesa o que criou a necessidade de formação de todos os colaboradores. Elaboração de documentação técnica, caracterização dos mercados onde já estamos presentes, etc. É um trabalho árduo, mas que hoje podemos olhar para trás e já se encontra consolidado, com a empresa a atuar em pleno no Quénia e na Zâmbia. O mercado africano é acima de tudo um mercado muito carente e com um potencial altíssimo para uma empresa como a nossa que aposta na produção de serviços de qualidade. Carente de boas infra-estruturas - rede energética, comunicações, serviços, etc. Mas é um mercado cada vez mais aberto para o mundo e com noção do que existe de melhor e com elevada procura para serviços de melhor qualidade. A chave de sucesso para o mercado africano é a presença física (vive muito da empatia pessoal num primeiro passo), a educação (respeito pelas questões culturais e étnicas) e, claro, da qualidade. A AR é diferente, pois aposta na formação de técnicos locais com um plano de formação. Com o objetivo de apoiar a gestão de projetos, proporcionando custos de produção mais baixos e prazos de execução mais curtos, a ANGULORASO tem assumido um papel de relevo neste ramo da engenharia. Que serviços disponibiliza a empresa aos seus clientes? ANGULORASO por definição é um angulo de 180º. O que pretendemos demonstrar com o nosso nome e logo é que podemos ajudar de A-Z. Em todos os passos de um projeto. Desde a identificação do projeto, localização, terreno, estudo de viabilidade, projetos, concurso, contrato, fiscalização, período de garantia e fecho de contas. Para tal os nossos procedimentos internos foram definidos de acordo com as normas FIDIC. Possuímos uma forma de trabalhar muita aberta e envolvemos os nossos clientes com relatórios técnicos simples e partilha de informação da obra “on real time” através de Dropbox e/ou Google Drive. Em qualquer país de atuação temos a preocupação de estudar a legislação nacional e adaptar a nossa forma de trabalhar sem nunca baixar o padrão de qualidade de serviço que pretendemos para a empresa. Somos membros de diversas organizações nacionais e internacionais

(ver site para todas elas) e possuímos seguro internacional de cobertura global (exceto USA e Canadá). Desenvolvimento humano e competência apresentam-se como valores fulcrais para a ANGULORASO. A par destes aspetos qual é a linha orientadora da empresa? FORMAÇÃO. A AR é diferente pois aposta na formação: Interna – dos nossos técnicos locais com um plano de formação que nos permite orgulhosamente “gladiar” com qualquer empresa internacional. Quando um colaborador entra na empresa tem sempre um período de formação mínima de 30 dias, sendo depois direcionado para projeto ou fiscalização de obra. Após este período é atribuído um formador para as questões básicas do dia-a-dia. E nada é feito individualmente, trabalhamos todos em equipa. Externa – A AR está sempre à procura de inovação e melhoria dos nossos serviços. Com a realização de formações adequadas com a nossa área de atividade. Neste ano de 2016 foram realizadas diversas ações de formação na área de estruturas de madeiras e metálicas, gás, “green building construction”, REVIT, AVAC, etc. O fator inovação assume cada vez mais uma posição central em qualquer atividade. De que forma a ANGULORASO diferencia-se dos demais no campo da inovação? A AR está atenta às necessidades dos nossos clientes e à evolução do mercado. Na AR a inovação está de braços dados com a formação. Assim nos últimos anos temos feito um investimento muito grande em software específico que permite melhorar e optimizar os nossos processos. A decisão mais importante este ano foi a definição pelo conselho que o REVIT - Autodesk Revit is building information modeling software for architects, structural engineers, MEP engineers, designers and contractors developed by Autodes - (plataforma de trabalho de desenho integrado em 3D) é o futuro da empresa e da atividade de projeto globalmente. Migrando do atual sistema 2D para o 3D. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT


dezembro 2016

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INOVAÇÃO E EVENTOS

» RXF COMEMORA 10 ANOS

RXF

PRESENTE A CADA MOMENTO DESDE 2007 A março de 2007 é lançada a Playstation 3 na Europa, dá-se a crise na Bolsa de Valores de Xangai que abala as bolsas em todo o mundo, chegam ao cinema os filmes “Shooter” e “Meet the Robinsons” e nesse mesmo mês nasce a RXF. Fomos junto de Pedro Ramos, Ceo, conhecer uma empresa que procura acima de tudo uma coisa: distinção.

NUNO FERREIRA e PEDRO RAMOS

pontos de vista

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H

oje, e com quase dez anos de existência a empresa conquistou três segmentos de mercado: Tecnologias de informação, Audiovisual e Cinema & Multimédia. Estreou-se num primeiro momento como e apenas Tecnologias de informação, fruto da experiência do seu fundador, Pedro Ramos, porém, em 2007 surge a oportunidade de integrar a vertente audiovisual. Esta sinergia surge da necessidade de percecionar aquilo que o mercado solicitava. No entanto, a diferenciação seria o caminho que a RXF queria percorrer, quem garante é Pedro Ramos “agregar o audiovisual às tecnologias de informação e ao mundo dos eventos foi algo diferenciador para a época”. Hoje, existem não duas, mas três áreas de negócio: Tecnologias de Informação, Audiovisual e Cinema e Multimédia, porém, e apesar de distintas, elas podem também funcionar como uma só, tornando a RXF uma empresa de gestão e produção técnica de eventos e conteúdos. Mas o que realmente significa isto? Numa palavra: integração. Desde os serviços de consultoria à planificação e gestão de aspetos técnicos e criativos, a RXF destaca-se por

ser, o único “player” que no caso dos eventos e de forma completa consegue abarcar serviços tão distintos como o desenvolvimento de uma app, o aluguer do equipamento audiovisual e informático, a produção de conteúdos em fotografia e vídeo, explica Pedro Ramos.

A EQUIPA

Nuno Ferreira, Business Unit Manager da Audiovisual, chegou à RXF em 2008, apesar de ter estado em contacto com o projeto desde a sua génese. A evolução da empresa levou a que tivesse assumido também alguns projetos da área de cinema & multimédia. Confessa que a maior parte das vezes o pedido inicial para um evento é algo muito abstrato e que a capacidade dos gestores de projeto em interpretarem as ideias primárias acaba por ser parte crucial no início de todo o processo de produção. O reflexo final desta assinatura RXF culmina no dia do evento. A solidificação da RXF nos últimos anos levou também a um enorme desenvolvimento estrutural. Hoje em dia qualquer projeto é alimentado por uma sinergia entre os todos os departamentos envolvidos. Desde o desenvolvimento de projetos, passando pelo enorme contributo

da equipa de design, a "expertise" da direção técnica, o planeamento e preparação da logística até à operação de excelência de uma equipa técnica ímpar. Dissecando “estrutura” temos aquele que é sem dúvida o nosso maior trunfo “equipa”. «Uma equipa é um grupo de pessoas organizado para um serviço determinado ou para alcançar um objetivo comum.» “Felizmente no nosso caso, somos sem dúvida a definição levada à letra, objetivo comum ‘o sucesso’. Todos acreditamos neste projeto e por isso sentimos a empresa como nossa. Desenvolvemos muito trabalho para a área da saúde assim como para o mercado «corporate», ambos são completamente díspares, com necessidades diferentes e só com uma equipa multidisciplinar conseguimos garantir sempre a melhor solução. Vamos muito mais além do


evolução, rigor e confiaça que o simples aluguer de equipamento.Redesenhámos o conceito de “chave na mão” dentro da nossa área de atuação. O potencial de um projeto que tem influência das 3 áreas: Tecnologias de Informação, Audiovisual e Cinema & Multimédia terá certamente poucas fronteiras. Desde app ou software aplicacional para evento, o acesso às mais recentes tecnologias de projeção, iluminação ou sonorização, até à produção de conteúdos gráficos, vídeo ou fotografia torna a assinatura do Grupo RXF o selo de distinção”, explica Nuno Ferreira.

FOCO NO DESENVOLVIMENTO E NO FUTURO

“Trabalhamos para estar na vanguarda e para isso preocupamo-nos em criar soluções que vão mais além do que as que existem no mercado” afirma Pedro Ramos. Exemplo disso mesmo é a recente realidade virtual. “A realidade virtual ainda está numa fase prematura e somos a primeira empresa a tê-la no país para aluguer em qualquer evento e para produção de conteúdos”

o que eles dizem...

PEDRO RAMOS

“Trabalhamos para estar na vanguarda e para isso preocupamo-nos em criar soluções que vão mais além do que as que existem no mercado”

ATITUDE E DIFERENCIAÇÃO

“A atitude e a diferenciação que em termos técnicos e criativos damos aos projetos são as nossas mais-valias e marcam completamente a diferença na nossa área de atuação”, clarifica Nuno Ferreira. Com uma clara ânsia de inovar, Pedro Ramos traz à RXF novos desafios com a área de Cinema & Multimédia e explica que esta última área de negócio “surge como necessidade que sentimos de ir mais além”.

O LANÇAMENTO DO NOVO SITE, UMA NOVA IMAGEM, A MESMA QUALIDADE

“O site espelha a realidade RXF, mostra o nosso portfólio e parte daquilo que fizemos até agora. No fundo é a nossa montra com muito conteúdo de vídeo e fotografia. Representa acima de tudo, o nosso lado institucional, uma vez que continuaremos a mostrar as nossas novidades com uma presença muito forte nas redes sociais e no nosso canal de vimeo”. ▪

NUNO FERREIRA

“A atitude e a diferenciação que em termos técnicos e criativos damos aos projetos são as nossas mais-valias e marcam completamente a diferença na nossa área de atuação”

“Olhamos para trás e verificamos que o tempo voou. Estamos em constante evolução, transmitimos a confiança necessária aos nossos clientes, somos um parceiro de referência e acompanhamo-los diariamente. Frequentamos habitualmente os melhores “venues” do país. Somos presença assídua em locais como Convento do Beato, Pátio da Galé, Meo Arena e Panteão Nacional apenas para nomear alguns na grande Lisboa, no entanto estamos presentes no resto do país. Terminámos ainda há duas semanas um congresso nacional na Alfândega do Porto e temos já vários para o ano que vem no Palácio de Congressos dos Salgados no Algarve”, conta Pedro Ramos. “O rigor com que apresentamos o projeto final, pensado para lá do que pode acontecer, tem-nos caracterizado ao longo destes anos. O filme dos 10 anos que vamos fazer mostra exatamente quais são as nossas “guidelines”. O mesmo termina com uma frase que descreve o que sentimos neste momento «e como não sabemos o que vem no futuro continuamos determinados a seguir em frente». Somos insatisfeitos por natureza e queremos fazer sempre mais. Avaliamo-nos principalmente quando as coisas não correm como o esperado. Antes do criticismo e do rigor do cliente está o nosso e esse pensamento tem-nos acompanhado sempre”, conclui o ceo. No ar fica a sensação de que novidades não faltarão. Presentes a cada momento e com uma certeza: distinção, rigor e prestígio são o adn da empresa. E estes são os sentimentos que estarão completamente arrogados no filme que está a ser preparado para comemorar os dez anos.


DATA RECOVERY

» BRUNO COSTA MARTINS, CEO DA G3 TECH, EM ENTREVISTA

TUDO O QUE PRECISA DE SABER SOBRE PROTEÇÃO DE DADOS Todos os meses surgem novidades no mercado da tecnologia e as Tecnologias da Informação passam atualmente por revoluções constantes e difíceis de assimilar. Mas não tem de se preocupar com isso, felizmente há quem o faça por si: G3 Tech.

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o mercado há 12 anos, de que forma se tem reinventado a G3Tech de forma a contornar as constantes mutações e tendências do setor? O setor informático e tecnológico é uma área em constante evolução. Todos os dias são lançadas novas tecnologias e a máxima “parar é morrer” é uma brutal realidade com a qual temos de conviver. A solução é simples: não parar. Apostamos na formação e instrução dos nossos colaboradores, proporcionando-lhes participações em feiras, congressos e workshops

através dos quais se mantêm a par das mais recentes novidades do sector. Estar sempre na vanguarda do conhecimento tecnológico, é o que nos possibilita dar a resposta e o aconselhamento mais adequados aos nossos clientes, ajudando-os a evoluir as suas empresas rumo ao futuro. A empresa apresenta-se como uma facilitadora do universo tecnológico de forma a “bom português entender”, essa pode ser considerada uma mais-valia? Que outras podem ser apontadas?

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Gostamos de acreditar que essa é uma das nossas principais mais-valias, o trato humano, clareza e consideração pelo nosso cliente. Atualmente o mundo informático está repleto de técnicos cujo repertório esta cheio de termos extravagantes e estrangeirismos, quando tudo aquilo que a maior parte das empresas procura, segundo a nossa experiência, é uma empresa parceira da área tecnológica que resolva problemas e implemente soluções sem complicações ou termos técnicos. Este é sempre o nosso objetivo: facilitar o dia-a-dia com soluções simples, inteligentes e inovadoras. Primamos por uma comunicação personalizada e simplificada, criando e cultivando estreitos laços de amizade com os nossos clientes. Este ano criaram uma divisão digital entre os tópicos: tecnologia e comunicação, com a criação de um website dedicado aos trabalhos de comunicação e marketing. O que prevê o mesmo? A par com o seu crescimento os serviços que a G3Tech presta foram maturando, mudando e adaptando-se às necessidades sentidas. O desenvolvimento de projetos de Comunicação e Marketing Digital não era o nosso principal foco. Com o passar do tempo e o aumento da procura por parte dos clientes nestas áreas foi essencial desenvolver este serviço. Criámos uma divisão totalmente dedicada ao desenvolvimento de projetos de Design, Webdesign e Marketing com um website autónomo. A separação digital permite assim ao cliente, que procura serviços na área da Comunicação e ou Marketing, encontrá-los sem distrações, num website completamente dedicado aos mesmos. Pretendemos ajudar as empresas que estão a começar os seus negócios e não sabem onde se enquadram, a apostar nas redes sociais, a conseguir uma boa apresentação online, a cativar clientes e a criar laços de notoriedade e confiança. Queremos ajudar novos negócios e negócios já existentes a prosperar e acreditamos que o meio digital é o futuro. A recuperação de dados ainda é algo pouco entrosado? Ou por

outro lado, as pessoas assim como as organizações já começam a perceber a sua importância? Não, de todo. Diariamente somos procurados e requisitados nesta área devido à importância dos dados tanto a nível pessoal como empresarial. Os desastres acontecem, é inevitável, mesmo quando existem soluções de backup. Atualmente a grande maioria dos dados importantes de uma empresa estão guardados em formato digital para poderem facilmente ser acedidos. Qualquer equipamento de armazenamento de dados tem um tempo de vida estimado que ao ser ultrapassado coloca em risco a segurança das informações, já não referindo defeitos de fabrico, picos de corrente, entre outros. Portanto, na nossa opinião neste momento as empresas estão cientes da importância que a recuperação de dados tem no panorama geral de uma empresa e como pode ser o fator decisivo entre perdas avolumadas de dinheiro ou simplesmente algumas horas de trabalho. No caso de estarmos perante uma avaria o que devemos fazer? O segredo nestes casos é deixar imediatamente de utilizar o dispositivo e contactar uma empresa especializada em recuperação de dados. Experiências e tentativas de acesso aos discos por técnicos alheios à área resultam por norma no agravamento do problema tornando, à partida, a sua recuperação mais difícil. Com este simples procedimento aumentam significativamente as taxas de sucesso na reversão do problema e recuperação dos dados. Que novidades tem a G3Tech em curso neste momento? Neste momento, estamos a trabalhar num novo projeto: impressão 3D, que nos permitirá o desenvolvimento de protótipos e impressão de objetos personalizados. A ideia de ser possível replicar uma peça que se partiu num equipamento ou máquina industrial, por um valor muito mais acessível é extremamente apelativa para qualquer pessoa, já para não falar da possibilidade de criar um objecto 100% original e torná-lo realidade. ▪



REALIDADE AUMENTADA

Opinião de Pedro Neves, CEO da NeoRocket

REALIDADE AUMENTADA, TECNOLOGIA DE PONTA Recentemente podemos ver esta tecnologia aplicada no quotidiano através do Google Glasses ou nos sistemas de projeção de informação nos para-brisas dos automóveis.

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realidade aumentada é muitas vezes vista como uma tecnologia futurista mas já existe desde 1990. A expressão realidade aumentada foi inventada por Thomas Caudell, então investigador da airbus, bem conhecido fabricante de aviões comerciais. Nessa altura, a ideia tinha como objetivo facilitar a compreensão dos manuais e mecanismos das aeronaves da Airbus. Posteriormente, a tecnologia foi usada, por exemplo, para projetar informações de altitude, direção e velocidade dos aviões nos capacetes dos pilotos de caças. Recentemente podemos ver esta tecnologia aplicada no quotidiano através do Google Glasses ou nos sistemas de projeção de informação nos pára-brisas dos automóveis. Outro exemplo de sucesso de utilização da realidade aumentada é o jogo Pókemon GO que veio fazer com que todos se tornassem mais ou menos familiarizados com esta tecnologia. Mas as potencialidades de utilização desta tecnologia não se fica por apanhar gambuzinos pelas ruas de Portugal. Mas o que é então isto da realidade aumentada? A realidade aumentada é uma tecnologia de enriquecimento do mundo real através da sobreposição de elementos digitais interativos, estes elementos podem ser modelos tridimensionais (3D), vídeos, GPS ou até mesmo uma simples imagem. Esta integração pode ser conseguida através da utilização da câmera de um smartphone, tablet ou PC. Na sua utilização mais comercial precisamos de um elemento de referência para fazer a ligação entre o mundo digital e o mundo real, neste caso usamos uma imagem. A aplicação instalada no smartphone por exemplo deteta nessa A realidade au m entada é u m a imagem determinados pontostecnologia de enriquecimento do -chave e cria todo o ambiente interativo para uma verdadeira exmundo real através da sobreposição periência virtual. É claro que toda a parte de interação deve ser previamente programada em aplicações de elementos digitais interativos 3D específicas. Para percebermos a importância que a realidade aumentada virá a ter num futuro próximo, uma startup sediada em Israel recebeu recentemente um finaciamento de US$ 4,3 milhões para desenvolver um software de realidade aumentada com o objetivo de tornar o desenvolvimento deste tipo de aplicações acessível a todos. Hoje em dia a realidade aumentada já é utilizada na promoção de serviços ou produtos com um elevado grau de

eficácia de retorno do investimento. A tecnologia já está bastante madura, ao ponto do seu desenvolvimento ser possível a preços bastante competitivos e sem se sobrepor à publicidade tradicional. Qualquer imagem impressa pode servir de portal para o mundo digital, vejamos por exemplo uma publicidade a um determinado produto numa revista. Se defenirmos essa imagem como elemento de referência para a aplicação, essa imagem passa a ser muito mais que um elemento estático numa página. Permite a interação do cliente com o produto, visualização de vídeos promocionais, acesso a informação detalhada do mesmo e muito, muito mais. Com a neoRocket® sinto, quase diariamente, esse interesse e curiosidade dos clientes em saber mais sobre realidade aumentada, quando o mencionamos provocamos instantaneamente uma reação mista de entusiasmo e receio, pois não existe um conhecimento sobre as verdadeiras potencialidades da tecnologia mas já todos ouviram falar dela. As utilizações da realidade aumentada no vasto tecido empresarial tem vindo a aumentar, não se limitando somente às grandes empresas com um budget infinito para publicidade. Neste momento, estamos a desenvolver uma aplicação para a neopacking®, empresa do ramo da embalagem, cujo CEO tem a clarividência necessária para aproveitar os novos canais de comunicação e as novas tecnologias e transformá-los em veículos publicitários para angariação de novos clientes e fidelização dos existentes, sem cair na tentação de insistir nos canais convencionais de publicidade, primando pela diferença e unicidade. Decidimos, deste modo, utilizar algo que todos os clientes da neoPacking têm em vários formatos de suporte: o logotipo. Este está presente nos cartões, brochuras e por exemplo no website. Foram enviadas as instruções básicas para o uso da aplicação e onde fazer o download da mesma. A partir deste momento sempre que um cliente utilizava o smartphone com a referida aplicação e focava no logotipo (a maioria usou o cartão de visita) aparecia em realidade aumentada uma animação interativa 3D do logotipo acompanhado com o vídeo institucional e possibilidade de aceder a toda a informação da brochura ou ir diretamente para o website. A realidade aumentada está a afirmar-se cada vez mais como um veículo privilegiado na área da publicidade e penso que num futuro próximo irá mesmo mudar o paradigma da comunicação empresarial. Cada empresa irá ter a sua aplicação de realidade aumentada assim como atualmente tem um website. Cabe a cada empresa adaptar-se a esta nova realidade para conseguir tirar dela o maior partido possível. ▪


BREVES Pantone

cor do ano 2017 A cor escolhida pela Pantone influencia as tendências da moda, publicidade, design e decoração de interiores de cada ano. A escolhida foi o verde Greenery (PANTONE 15-0343) anunciou a empresa no seu Instagram, explicando que esta cor pretende simbolizar “um novo começo”. Também pretende representar um apelo à reaproximação do homem à natureza. Para usar esta cor, a Pantone recomenda a combinação com cores neutras, tons claros, pastéis, metálicos ou tons mais escuros de verde.

Aveiro

IBEERIA CHRISTMAS MARKET 2016 Aveiro 16 a 18 de dezembro de 2016. O mercado de Natal de cerveja artesanal Ibeeria Christmas Market, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, terá lugar dias 16, 17 e 18 de dezembro, no Mercado Manuel Firmino. O mercado surge com o intuito de consolidar a cidade de Aveiro como uma referência de cerveja artesanal a nível nacional. Vão estar representadas 12 marcas portuguesas e espanholas de cerveja artesanal e a restauração permanente do Mercado Manuel Firmino vai servir diversos petiscos e refeições. Ao longo destes 3 dias, os visitantes poderão provar as várias cervejas de cada marca e adquirir kits natalícios preparados pelos cervejeiros. No sábado, dia 17, pelas 17h, vai decorrer a “Cerveja das 5”, conversa entre cervejeiros sobre diversos temas relacionados com a produção cervejeira em Portugal. A música estará ao cargo do DJ Rodas, na sexta-feira, e de uma banda surpresa, no sábado.

Limoncello

Já sabe como fazer o típico licor de limão italiano em apenas dez dias? O ‘limoncello’é um licor produzido originalmente no sul de Itália. Para fazer o limoncello vai precisar apenas de uma garrafa de vodka, dez limões, cinco copos de água e quatro copos de açúcar granulado. Mas, atenção: esta é uma receita para grandes quantidades. Contudo, como se aproxima a época festiva, talvez seja esta a melhor solução. Comece por lavar os limões e descascá-los, antes de os colocar num frasco de vidro. De seguida, verta o álcool para dentro do recipiente e deixe dentro do mesmo a infusão durante pelo menos 10 dias. Isto fará com que os óleos essenciais sobressaiam e dará ao licor a sua cor amarelada. Ao fim de dez dias, escoe o líquido para eliminar as cascas e faça um xarope para lhe adicionar um sabor doce. Por último, utilize um filtro de café para voltar a limpar o licor e despeje-o num frasco. ‘Et voilá’! Terá o seu próprio licor feito em casa.

35 dezembro 2016

BREVES


1ª EDIÇÃO DO FÓRUM ECONÓMICO PORTUGAL - CHINA

Portugal – China Orientações para o Futuro Os investimentos e o comércio entre Portugal e a China tem tido forte crescimento nos últimos anos, mas representam ainda uma pequena parte do potencial efetivo entre os dois países. Desta forma, interessa perceber o que pode ser realizado para que este potencial continue a ser aproveitado por ambos os países e assim se criem laços e redes mais fortes e duradoiras ao nível empresarial, comercial e económico, entre outros.

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tenta a estes cenários, teve lugar, nos passados dias 15 e 16 de Novembro, a 1ª Edição do Fórum Económico Portugal China, realizado na FIL, no Parque das Nações, tendo como principais organizadores a Fundação AIP e a Câmara de Comércio e Indústria Luso Chinesa, sendo que este foi o maior encontro nacional de empresários e investidores chineses e portugueses, o que revela desde logo a dimensão e relevância que este certame teve e tem para o futuro das relações entre Portugal e China, até porque mobilizou centenas de empresários e investidores dos dois países na feira de Comércio e Investimento Portugal-China, nas conferências e encontros de negócios e na Gala anual Portugal-China. Este evento, contou ainda com o apoio dos Governos de Portugal e da China, e as parcerias estratégicas com entidades como a Acilc – Associação dos Comerciantes e Industriais Luso Chinesa, Liga dos Chineses em Portugal, Ajepc – Associação dos Jovens Empresários Portugal China, ou o Turismo de Portugal. Ninguém ficou de fora, e na 1ª Edição do Fórum Económico Portugal China foi possível ver empresas e investidores de diversas áreas como o Imobiliário e Turismo, a Construção e Obras Publicas, a Energia, Água e Ambiente, as Novas Tecnologias, a Agro Indústria e os Produtos Alimentares, Moda e Acessórios, Serviços Financeiros e Seguros, Logística e Transportes. Esta foi portanto uma excelente oportunidade para mostrar os produtos e serviços fazendo crescer os seus negócios. Neste sentido, os grandes desideratos com este evento passaram por reforçar as relações bilaterais, criando um evento único, que contribuiu para melhorar a interação entre os agentes económicos, empresariais e institucionais; ampliar redes de contactos entre os participantes, identificando, construindo e consolidando novas oportunidades de negócio; e “obter informações, partilhar experiências e aumentar o conhecimento recíproco sobre estratégias de investimento e

internacionalização”, revelou Sérgio Martins Alves, Secretário Geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. Todos sabemos que a República Popular da China é, hoje, um gigante económico em crescimento, com um mercado de mais de um bilião de pessoas que progressivamente tem incrementado o seu poder de compra. Além disso, hoje existem melhores condições no que concerne a trocas comerciais entre Portugal e China, mais concretamente ao nível de legislação, informação, entre outros, existindo também, um envolvimento cada vez mais vincado que aproxima os diversos agentes económicos. Mas ainda existe um longo caminho a percorrer para que esta relação de parceria entre Portugal e a China seja ainda mais forte e crie laços de dimensões superiores. Por isso, a evolução ainda é pouco expressiva, isto apesar dos recentes investimentos no âmbito do sector energético. Mas nada que desesperar, até porque têm existido medidas e iniciativas que, paulatinamente, têm levado a melhorar e a aumentar estas relações. “Houve um forte trabalho político, diplomático e económico a partir de 2005 que conduziu

à situação que temos hoje, que é a de uma maior atenção da China às oportunidades de investimento em Portugal e à criação de oportunidades para investimentos portugueses”, afirma Sérgio Martins Alves. Desta forma, hoje os empresários portugueses podem aventurar-se com outra segurança para lá dos limites de Macau. Assim haja vontade e os panoramas vão-se realizando cada vez mais com outra sustentabilidade e eficácia, até porque existem players dispostos a isso, como a Câmara de Comércio e Indústria Luso Chinesa, que tem tido um papel único como catalisador para o restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e China. Por isso o futuro apresenta-se risonho neste domínio, até porque há diversos e diferentes áreas e segmentos onde crescer a médio prazo. Assim, existam orientações estratégicas de sector e abordagens estruturadas num mercado da dimensão do chinês, para que não continuem a ser desperdiçadas mais oportunidades num mercado que é um filão evidente para as empresas lusas, assim estas saibam actuar em conjunto e apostar na qualidade dos seus produtos e serviços. ▪





CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

OPINIÃO DE Pedro Cardoso, CEO do Banco Nacional Ultramarino

BNU E O COMÉRCIO

ENTRE A CHINA E OS PLP As empresas de matriz portuguesa podem seguramente contar com o máximo empenho e suporte do BNU que, a par de um balanço robusto e de uma ampla liquidez disponível, assume o apoio às empresas dos PLP que pretendam operar na China, como uma das suas principais missões.

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reconhecida a importância estratégica de Macau enquanto plataforma de promoção de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP). Esta missão está alavancada, não apenas por razões de amizade histórica com os PLP, mas também pelo facto da língua portuguesa ser uma das línguas oficiais do Território. Ainda nesta área, as empresas oriundas dos PLP podem tirar vantagens do posicionamento estratégico de Macau na foz do rio das Pérolas e da sua proximidade com Guangdong, uma das províncias da China com maior grau de desenvolvimento económico. A longínqua amizade e confiança entre os povos Chinês e Português, faz de Macau um excelente melting pot que fomenta uma relação mais estreita entre ambos. A confiança mútua tem sido alicerçada através de séculos de relação, o que faz de Macau um local único no que à compreensão das diferenças culturais entre estes países diz respeito, proporcionando, desta forma, uma mais–valia nos negócios, investimentos e outras áreas de colaboração. Macau tem um regime fiscal competitivo e simples e é um local onde eventos de cariz multinacional são realizados anualmente, contando com a presença de representantes de em-

presas oriundas dos PLP. Estes eventos são organizados com o objetivo de promover negócios e alianças com empresas Chinesas e assim retirar vantagens de oportunidades de investimento na China. Um exemplo claro do referido, é a MIF – Feira Internacional de Macau, realizada anualmente em meados de outubro, que normalmente conta com um pavilhão exclusivamente dedicado aos PLP. Macau pode ser ainda utilizada pelas empresas como uma plataforma de preparação e adaptação de produtos e serviços e formas de negociação ao enorme mercado chinês, através de parcerias, alianças estratégicas e contactos privilegiados com as empresas estabelecidas no Delta do Rio das Pérolas. Neste sentido, a Banca, designadamente o BNU, tem um papel crucial no apoio à implementação de empresas dos Países de Expressão Portuguesa no território, quer facilitando os contactos, quer prestando serviços financeiros, nomeadamente na área do trade finance. O papel de Macau enquanto plataforma de serviços, é também reforçado pela sua participação no Fundo de Desenvolvimento e Cooperação entre a China e os PLP, assim como no lançamento da iniciativa dos três centros estratégicos: um centro de negócios para as PMEs dos PLP, um centro de distri-


Em muitos países, as empresas já começaram a faturar e a negociar com a China, diretamente em RMB, refletindo desta forma a crescente importância económica da China e o aumento das exportações chinesas. Com a inclusão da sua moeda no cesto dos direitos especiais de saque do Fundo Monetário Internacional e sendo uma das moedas com maior crescimento nas transações nas relações comerciais mundiais, é expectável que o RMB seja uma das principais a ser utilizada entre os PLP e a China. Para o Governo Central Chinês e para o Governo de Macau está clara essa posição do Território, mas caberá aos agentes económicos de Macau, em especial aos seus empresários, e obviamente ao setor financeiro, ajudar a implementá-la. O BNU, presente em Macau desde o início do Séc.XX, é um dos principais Bancos comerciais de Macau, com mais de 220 Mil Clientes, cerca de um terço da população de Macau, 20 Agências e ativos de aproximadamente 8 Mil Milhões de Euros. É, igualmente, um dos dois Bancos emissores da Pataca e agente do Tesouro para o Governo da Região Administrativa Especial de Macau. Com a abertura este ano de uma sucursal em Hengqin, na China Continental, o BNU estabeleceu como objetivos prioritários um acompanhamento mais próximo dos seus atuais clientes com investimentos na China Continental, mais especificamente na Província de Guangdong, assim como uma postura ainda mais ativa na promoção dos negócios entre a China e os PLP, tirando partido desta vantagem competitiva que é a presença absolutamente ímpar que o Grupo CGD tem nos PLP. ▪

41 DEZEMBRO 2016

buição de produtos alimentares provenientes dos PLP e um centro de feiras e convenções para a cooperação económica e comercial entre a China, Macau e os PLP. Macau não é somente uma plataforma para a promoção das relações económicas e comerciais com os PLP mas também uma plataforma financeira para a promoção de serviços na moeda chinesa, o Renminbi. Aliás, como prova do referido, a presença em outubro deste ano de cinco Chefes de Governo em Macau, no Fórum de Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, incluindo os primeiros-ministros António Costa e Li Keqiang, e os primeiros-ministros de Cabo-Verde, Guiné-Bissau e Moçambique é, per si, um claro sinal da importância atribuída pela República Popular da China a esta relação com os PLP e do papel reservado para Macau, neste domínio. As empresas dos PLP que utilizam a moeda Chinesa, o Renminbi (RMB), para as trocas económicas e comerciais com a China, têm vantagens como a redução dos custos de conversão de moeda e o aumento da eficiência de compensação. As empresas chinesas, geralmente, refletem nos seus preços os custos cambiais e este prémio de conversão tem variado com a volatilidade da moeda. Contratando em Renminbi, uma empresa poderá reduzir os seus custos, obtendo ainda maior controlo sobre os riscos cambiais. É, também, esperado que o ritmo de liberalização nas transações em RMB possa vir a acelerar progressivamente. Com os Bancos Centrais, Bancos Comerciais e empresas a realizar negócios em RMB, todos os processos tornar-se-ão, gradualmente, mais simplificados.


RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

» JANTAR ANUAL DA CÂMARA DE COMÉRCIO LUSO-BELGA-LUXEMBURGUESA

JANTAR DE REQUINTE NUMA DAS CIDADES MAIS VIBRANTES DA EUROPA Combinando uma atmosfera agradável e serviços de qualidade, o Hotel Corinthia Lisboa recebeu o Jantar Anual da Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa que tem como intuito promover e reforçar os laços entre Portugal, a Bélgica e o Luxemburgo.

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o passado dia 30 de novembro, entre uma mistura de cultura e de pratos belgas e luxemburgueses, o Hotel Corinthia Lisboa, acolheu o Jantar Anual da Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa que contou como convidado de honra e orador António Vitorino, que abordou temas da atualidade. O evento contou ainda com a presença dos Embaixadores da Bélgica e do Grão-Ducado do Luxemburgo em Portugal, Boudewijn Dereymaeker e Jean-Jacques Welfring respetivamente. Considerado um evento de prestígio, o jantar anual permite o convívio à volta da mesa num ambiente requintado, reforçando os laços entre Portugal, a Bélgica e o Luxemburgo, e contribuindo para apoiar a Câmara de Comércio que tem um papel muito ativo e próximo na promoção relações comerciais junto das empresas, principalmente das de menor dimensão e recursos. A Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa abarca uma rede de profissionais das mais diversas áreas de negócio, com o objetivo de potenciar e incrementar as relações comerciais entre os três países que representa, sendo imperioso fomentar ativamente o networking. O convidado especial e orador do jantar anual, António Vitorino, é um dos tores principais no mundo dos grandes negócios e do aconselhamento jurídico estratégico. A multiplicidade de funções que desempenha e os cargos pelos quais se vai desdobrando levaram-no a ser considerado o 14.º mais poderoso da economia portuguesa. ▪


RELAÇÕES PORTUGAL – LUXEMBURGO

» FUCHS & ASSOCIÉS

FUCHS & ASSOCIÉS FINANCE: SOLUÇÕES JUSTAS E TRANSPARENTES “O grupo adota um papel semelhante ao de um maestro na criação de soluções personalizadas para as necessidades individuais dos seus clientes, orquestrando a sua experiência na gestão de portefólio, organização e gestão de riscos”, explica-nos Yvonne Bernardino, Head of the Portuguese Desk - Senior Wealth Management da Fuchs & Associés.

JEAN FUCHS

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Fuchs & Associés é um grupo europeu independente sob a supervisão da CSSF (Autoridade de Supervisão Financeira do Luxemburgo), fundado em 2000 no Luxemburgo por Jean Fuchs. Em 16 anos de experiência, a Fuchs desenvolveu uma experiência única. De que forma pode ser descrito o seu percurso? No auge de sua carreira bem-sucedida como gestor de património e consultor de clientes luxemburgueses e europeus, Jean Fuchs decidiu deixar as trilhas bancárias tradicionais para tornar a sua visão numa realidade: um modelo inovador de gestão de património com serviços personalizados para o cliente, oferecendo soluções financeiras justas e transparentes, benéficas quer para o cliente, bem como para o gestor de património. A Fuchs & Associés Finance foi então criada. Jean começou a sua jornada na primavera de 2000 como empreendedor solitário, no entanto, no final do ano já tinha

O Grupo Fuchs & Associés é atualmente um protagonista ímpar na praça financeira do Luxemburgo no setor da Gestão Patrimonial e reconhecido Family Office. Que características e mais-valias apresentam nestas duas áreas de negócio? A Fuchs Finance oferece serviços personalizados e soluções justas e transparentes aos clientes, além de oferecer flexibilidade aos gestores de património. Hoje, o grupo adota um papel semelhante ao de um maestro na criação de soluções personalizadas para as necessidades individuais dos seus clientes, orquestrando a sua experiência na gestão de portefólio, organização e gestão de riscos. A satisfação do cliente é possível devido à perseverança dos gestores de património da Fuchs e do seu compromisso de ouvir atentamente os seus clientes e entender as suas necessidades e expetativas num mundo cada vez mais complexo. Um Family Office interessa-se por todos os aspetos da vida do seu cliente. É muito melhor e mais importante do que se concentrar apenas na gestão de seus assuntos financeiros. Fuchs representa uma boa alternativa ao modelo tradicional de gestão de património. O

cliente está realmente no centro de todas as prioridades da empresa. Independência e flexibilidade é a chave para o sucesso. O “Professionals du Secteur Financier” (PSF) é um veículo particularmente bom para um modelo de negócio holístico. Permite uma abordagem mais ‘’centrada no cliente’’ do que o Banco Privado tradicional. Para responder às necessidades dos seus clientes a Fuchs & Associés aumentou o seu leque de serviços, contando atualmente com cinco segmentos de atividades distintas em constante adaptação. De que serviços estamos a falar? Embora a principal disciplina e serviço emblemático do Grupo Fuchs continue a ser a gestão de património para clientes de topo, passo a passo, foram criadas com sucesso novas linhas de negócios complementares: em 2005, a Fuchs abriu a sua apropriada trading desk; Em 2010, começaram os serviços de corretagem de seguros; Em 2012, as atividades de Family Office foram agrupadas numa unidade específica e, em 2014 - impulsionada pelas últimas regulamentações para fundos de investimento alternativos - o Grupo lançou a sua própria ManCo, coordenação e supervisão de serviços para ativos tradicionais (OICVM), bem como ativos não tradicionais (AIF). Este é o campo de jogo dedicado da “raposa júnior”: Timothé Fuchs é responsável por todos os negócios de fundos relacionados, tendo iniciado com sucesso os primeiros projetos alternativos do fundo de investimento. Cada desenvolvimento tem sido realizado em torno da perícia do Grupo,

nomeadamente: gestão de carteiras, organização e gestão de riscos. A atividade de gestão do património vai muito além da gestão clássica de poupança. Implica uma compreensão íntima e abrangente das necessidades do cliente e da sua família. Como define o acompanhamento que é feito a cada um dos clientes da Fuchs & Associés? Cada empreendimento é realizado em torno da experiência do Grupo, nomeadamente: gestão de carteiras, organização e gestão de riscos. O Grupo continua empenhado em desenvolver novas ferramentas e novas competências para atender a uma clientela cada vez mais exigente, sofisticada e internacional. Os funcionários da Fuchs são todos verdadeiros empresários que têm plena liberdade de iniciativa. Com uma equipa de 130 pessoas, Jean Fuchs (Fundador e Ceo do Fuchs Group) acredita que a Fuchs tem sempre a pessoa certa para resolver um problema. Permanecemos fortemente atrás do processo consultivo: ouvir, entender, fazer a proposta certa e apresentar o correto conjunto de ações. Mesmo que o gestor independente de ativos tenha muitas tarefas na frente dele / dela, a nossa estrutura leve permite que a empresa consiga agir rapidamente e fazer a gestão de transformação do modelo de negócio com bastante facilidade. A oferta da empresa é sempre adaptada às necessidades dos clientes, e a inovação faz parte do nosso trabalho diário. Tendo isto em mente, é óbvio que compartilhamos alguns bons valores comuns com nossos clientes. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

43 dezembro 2016

cinco companheiros - banqueiros experientes e gestores de património que queriam fazer parte da aventura e oferecer uma abordagem de serviço nova e inovadora para clientes de Private Banking, bem como uma plataforma mais flexível para os gestores de património. A ideia funcionou bem, o negócio cresceu rapidamente e agora, após 16 anos de sucesso, o Grupo Fuchs ultrapassa os 130 funcionários.


RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

» GRUPO BÂLOISE EM ENTREVISTA

A TRANQUILIDADE DE UM SEGURO DE VIDA Com uma tradição, uma experiência e um saber de 150 anos nesta área, o grupo disponibiliza, atualmente, soluções para nove mercados. A Bâloise Vie Luxembourg, filial do Grupo suíço Bâloise, propõe soluções de investimento inovadoras e personalizadas destinadas a clientes exigentes cujo objetivo visa conjugar a gestão, a preservação e a transmissão do seu património com toda a tranquilidade.

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com potencial. A procura de seguros de vida da Bâloise comenível da livre prestação de seviços, a Bâloise atua de çou a aumentar, tendo-se verificado um crescimento substanmodo diferente no mercado internacional. No mercial nos últimos seis anos devido à disponibilização e acesso dos cado local luxemburguês são vendidas carteiras préconsumidores a uma gama de produtos muito mais alargada -definidas para os seus clientes. “Vendemos soluções face às suas necessidades específicas. standardizadas que se vão adequando ao perfil dos clientes. O cliente pode mudar ligeiramente o perfil na alocação da carO Luxemburgo foi escolhido por um grande número de seguteira que faz, como comprar e vender, pontualmente, alguns radoras como ponte para a distribuição de produtos em regime fundos de investimento, a título de exemplo”, explica-nos João de LPS em toda a União Europeia, o que reflete claramente a sua Marmelo. competência nessa matéria e um dos contextos mais favoráveis O Luxemburgo é visto com um país sem risco. A sua estabilidapara a preservação do património dos investidores. A Bâloise dispõe de equipas por mercado completamente dedicadas e de fiscal, a salvaguarda do património e a sua legislação clara e especializadas para o mercado onde estão a atuar. é necessário estável fazem do Luxemburgo um país seguro, ímpar na Euroter total disponibilidade comercial para dar um bom suporte aos pa. Todas as soluções que são vendidas a partir de Luxemburgo, parceiros e aos clientes, conhecer profundamente o enquadrainclusive seguros de vida, são contratualizadas com a garantia de mento jurídico e a cultura do país, criando uma relação de conque a lei aplicada e as suas regras manter-se-ão. Internacionalmente, em parceria com bancos que gerem as fiança com os clientes, valor fundamental para a Bâloise, e uma carteiras dos clientes, parceiros financeiros, instituições finanrelação privilegiada de proximidade com os parceiros e clientes. ceiras ou family offices, a Bâloise disponibiliza soluções personalizadas de seguro de vida. O cliente não O TRIÂNGULO DE SEGURANÇA sente interferência com esta gestão, apenas O Luxemburgo oferece aos subscritores uma tem de obedecer a um quadro de limites proteção e uma segurança únicas na Europa luxemburguês. A tributação aplicável, através de um contrato de seguro de vida A BÂLOISE VIE quer aos subscritores, quer aos benefisubscrito numa Companhia de seguros LUXEMBOURG, ciários de um contrato de seguro de luxemburguesa. vida luxemburguês, é a do país de Este regime de proteção única dos FILIAL DO GRUPO SUÍÇO residência. “Dentro dessa carteira, o subscritores, conhecido pela desigBÂLOISE, PROPÕE cliente pode diversificá-la da forma nação «triângulo de segurança», SOLUÇÕES DE INVESTIMENTO que pretender ao mesmo tempo que garante a separação legal e física dos INOVADORAS E tem uma gestão mais de perfil privaativos dos subscritores, por um lado, PERSONALIZADAS te banking”, refere João Marmelo. São e dos ativos dos acionistas e outros vendidas soluções à medida para cada credores da Companhia de seguros, DESTINADAS A CLIENTES um dos clientes, não alterando a forma por outro. EXIGENTES como os parceiros da Bâloise fazem a sua Na prática, os ativos associados aos congestão. “Adaptamos o produto a cada país, tratos de seguro de vida (designados “Prode acordo com as regras locais permitindo visões Técnicas”) são depositados – separadaque os subscritores da apólice beneficiem de mente das outras responsabilidades da Compaum fundo interno dedicado, podendo personalizar a nhia – num banco depositário previamente aprovado gestão dos ativos, a preservação e a transmissão do património”, pelo Commissariat aux Assurances. diz-nos o nosso entrevistado. O «triângulo de segurança» é concretizado através da assinatura Um fundo interno dedicado é um conjunto independente de de um acordo tripartido de depósito entre a companhia de seguativos de uma companhia de seguros, com ou sem garantia ros, o banco depositário e a autoridade de supervisão do setor de rendimento, e, em princípio, dedicado a um único contrasegurador do Luxemburgo - o Commissariat aux Assurances. to. Assim, o fundo interno dedicado está indicado para invesA segregação dos ativos é controlada trimestralmente pelo tidores exigentes e que pretendam beneficiar de uma gestão Commissariat aux Assurances. Em caso de falência da segurapersonalizada dos seus ativos no âmbito exclusivo do contrato dora, a autoridade de supervisão pode bloquear as contas para de seguro de vida luxemburguês. proteger os direitos dos subscritores. Além disso, os subscritores dispõem de um privilégio especial que lhes confere a qualidade de credores privilegiados de primeiO MERCADO PORTUGUÊS ra linha da companhia de seguros, relativamente ao conjunto de ativos representativos das provisões técnicas. Este privilégio do A Bâloise Vie Luxembourg foi a primeira seguradora a entrar subscritor, que tem precedência sobre todos os outros credores, em Portugal, em 2008. Com a aquisição de uma empresa suíça quaisquer que eles sejam, permitirá aos clientes a recuperação com atividade, e pioneira em Portugal, a Bâloise adquiriu o prioritária dos créditos relativos à execução dos seus contratos portefólio de um número considerável de contratos com cliende seguro em caso de falência da Companhia de seguros. ▪ tes portugueses. Portugal foi sempre visto como um mercado


Adaptamos o produto a cada país, de acordo com as regras locais permitindo que os subscritores da apólice beneficiem de um fundo interno dedicado, podendo personalizar a gestão dos ativos, a preservação e a transmissão do património" JOÃO MARMELO

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RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

» BANQUE DE LUXEMBOURG

BANQUE DE LUXEMBOURG RIGOR E SERIEDADE NA GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO E DE PATRIMÓNIO Luxemburgo é um país com uma abertura para o mundo, com uma forte estabilidade político-social alicerçada numa cultura política consensual com uma elevada qualidade de vida. Estes são aspetos que atraíram e que continuam a atrair investidores do mundo todo. O Banque de Luxembourg é um banco que conquistou a nível internacional o reconhecimento essencial para garantir aos seus clientes um futuro próspero no universo dos fundos de investimento. Conheça as estratégias e valores desta instituição na voz de Abel da Silva Barbosa, Senior Private Banker do Banque de Luxembourg.

ABEL DA SILVA BARBOSA

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N

o centro da Europa e muitas vezes apontado como o coração da Europa está Luxemburgo, principal centro financeiro na gestão de fundos de investimento e da banca privada. Que política de investimento é adotada pelo Banque de Luxembourg na recolha e gestão das oportunidades que daí surgem? Luxemburgo tem uma experiência sólida a nível financeiro devido a uma abertura, construída ao longo de décadas, internacional e com a adesão do país à União Europeia. Luxemburgo é hoje o mais importante centro de Private Banking na zona euro e o segundo no mundo em termos de fundos de investimento. Os investidores que escolhem o Grão-ducado para a gestão do seu património vêm dos quatro cantos do mundo. Os investidores são sobretudo famílias e empresários com interesses multijirudiscionais. A interação entre o know-how da banca privada e o universo de fundos de investimento permite que os nossos clientes beneficiem de mais soluções inovadoras no domínio da gestão e estruturação do seu património.

O Banque de Luxembourg exerce a sua atividade enquanto banco privado desde 1920 no Grão-ducado e encontra-se entre os mais importantes gestores de património do centro financeiro do país. O nosso know-how é estruturado em torno de cinco pilares: banco privado, financiamento, acompanhamento das empresas e dos empresários, a gestão de ativos e a banca para profissionais. Que tipo de clientes procuram o Banco de Luxemburgo ? Os nossos clientes são essencialmente famílias e empresários que procuram uma gestão adequada do seu património. A nossa capacidade de lidar com a diversidade e, por vezes, complexidade das situações faz-nos ser a escolha de quem procura as melhores soluções assentes no rigor e a seriedade. O investimento a longo prazo faz parte da estratégia e gestão do banco? Em que medidas? O Banque de Luxembourg é uma instituição que está atenta


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so dos seus acionistas em construir um projeto duradouro. O ao futuro e às oportunidades que surgem no horizonte. Face perfil deste tipo de empresas vai de encontro à nossa filosofia à complexidade do universo financeiro garantimos aos nossos de investimento e torna-se favorável ao investidor que procura clientes um aconselhamento objetivo e sustentabilidade para rentabilizar o seu negócio. As empresas familiares reúnem um atingirem as metas estabelecidas. Acredito que a nossa postuconjunto de características bastante atrativas do ponto de vista ra lhes garante a confiança necessária para avançarem com os financeiro. seus projetos e terem sucesso a longo prazo. A nossa metodologia de investimento é sólida e baseada em As selecionadas para este fundo são aquelas em que no princípios simples, que pode ser vista como uma abordagem a mínimo 25 % do capital é detido pela pessoa ou família que longo prazo que favorece a proteção de capital e desempenho fundou a empresa. Se o limite de detenção for inferior a 25%, consistente ao longo do tempo. um ou mais membros da família deve ocupar um cargo em Não seguimos efeitos de modas a curto prazo, que tenha uma orientação estratégica e operaciodamos preferência a ferramentas financeiras nal sobre a empresa. O fundo investirá em transparentes e investimentos em empreaproximadamente 60 empresas europeias sas que cumpram os requisitos razoáveis com capitalização em bolsa superior propícios ao investimento. Fazem parte a 100 milhões de euros. O gestor de O Banque de do nosso foco empresas de qualidade fundo faz uma abordagem empreLuxembourg exerce com fundamentos e valores sólidos e sarial. Cada investimento é encaraa sua atividade enquanto obrigações governamentais de alta do como um posicionamento de banco privado desde qualidade. longo prazo no capital das empre1920 no Grão-ducado e Estes princípios são aplicados no sas selecionadas. dia-a-dia, de forma rigorosa na encontra-se entre os mais gestão dos fundos de investimenDe cerca dos 500 mil habitantes importantes gestores de to, nos mandatos de gestão e nas de Luxemburgo, aproximadamente património do centro nossas soluções de aconselhamento 85/90 mil são portugueses. Do seu financeiro do país ativo. A nossa equipa de analistas é ponto de vista, que importância refleregularmente galardoada pela imprensa tem estes números para o Banque de internacional, fruto da qualidade visível no Luxembourg? trabalho. A comunidade portuguesa no Luxemburgo tem tido um crescimento exponencial nos últimos Recentemente o Banque de Luxembourg lançou um 50 anos. Em 1970 eram cerca de 5 mil, hoje são 100 mil. No fundo consagrado a empresas familiares europeias (BLBanque de Luxembourg esta mudança demográfica reflete-se -European Family Businesses), em que consiste o mesmo e de duas maneiras: em primeiro lugar, temos, entre os residenpor que razão criar uma estratégia específica para negócios tes da comunidade portuguesa, um número de clientes que familiares? nos são leais há muitos anos, e depois, mais de 10% dos nossos Uma empresa familiar assenta num know how específico funcionários são de nacionalidade ou de origem portuguesa, o com uma cultura de valores enraizados. É um tipo de empresa que nos permite acompanhar melhor os nossos clientes lusógerida com uma visão a longo prazo e através do compromisfonos. ▪


RELAÇões PORTUGAL-LUXEMBURGO

LUXEMBURGO: UM PEQUENO PARAÍSO NA EUROPA Nesta edição, a Revista Pontos de Vista, destaca algumas entidades que tornam Luxemburgo um país atrativo com uma segurança política, social e económica distintas numa Europa que atualmente está em crise.

TRIÂNGULO DE SEGURANÇA, JÁ OUVIU FALAR?

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onhecido como o coração da Europa, Luxemburgo é um centro de negócios e alberga algumas instituições europeias: o Tribunal de Justiça da União Europeia, Tribunal de Contas Europeu e Banco Europeu de Investimento. Foi um dos membros fundadores da ONU, NATO e União Europeia.

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ALGUNS DADOS SOBRE O PAÍS:

O país nasceu no ano de 968, o que faz dele um dos mais “novos” do continente europeu; Tem cerca de 470 mil habitantes; Tem três línguas oficiais (luxemburguês, alemão e francês); Faz fronteira com França, a Alemanha e a Bélgica; Foi na cidade de Schengen que foi assinado o acordo (com o mesmo nome) que regula a circulação e a entrada e saída de turistas do território europeu; O Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Económicos do Grão-Ducado do Luxemburgo fez um estudo que permitiu concluir que entre 2011 e 2015, o Luxemburgo cresceu em população cerca de 11%; Tem uma economia altamente desenvolvida, com um dos maiores PIB per capita do mundo. 90% da população estrangeira do Luxemburgo é europeia e que deste valor cerca de 36% corresponde a estrangeiros portugueses ou descendentes; O país cabe 37 vezes em Portugal; Atualmente a maior comunidade estrangeira a residir no Luxemburgo é portuguesa.

CULTURA, PATRIMÓNIO E GASTRONOMIA

A capital é a chamada «Ville» de Luxemburgo, é tipicamente europeia, com um cenário entre castelos e jardins extensos, em que tudo é limpo, tranquilo e organizado. Próximo à praça central da cidade, a Place Guillaume II, fica o Palácio dos Grã-Duques. No centro histórico pode visitar-se a Catedral de Notre Dame, a Praça da Constituição e o Museu Histórico da Cidade de Luxemburgo. Quanto à gastronomia local, esta é uma mistura entre pratos belgas, franceses e alemães, nos diversos restaurantes, cafés e lojas de chocolate do centro.

PRINCIPAIS INDÚSTRIAS

O setor industrial foi dominado até há poucos anos pela produção de aço, que se foi diversificando para incluir também a indústria química, da borracha e outros produtos. A agricultura é sustentada por pequenas produções familiares. Como membro da União Europeia, beneficia-se das vantagens do mercado livre Europeu. Luxemburgo tem ainda o maior salário mínimo da Europa, fixado nos 1923 euros. A atividade financeira do Luxemburgo é responsável por um terço das receitas fiscais, segundo dados oficiais, e representa hoje um quinto do produto interno bruto (PIB) do grão-ducado. ▪

Este é mais um dos benefícios a nível de segurança financeira que o país disponibiliza. O Triângulo de Segurança é um privilégio especial que oferece aos subscritores uma proteção e uma segurança únicas na Europa através de um contrato de seguro de vida subscrito numa companhia de seguros luxemburgueses. Este regime de proteção única dos subscritores, conhecido pela designação «triângulo de segurança», garante a separação legal e física dos ativos dos subscritores, por um lado, e dos ativos dos acionistas e outros credores da Companhia de seguros, por outro. Na prática, os ativos associados aos contratos de seguro de vida (designados “Provisões Técnicas”) são depositados - separadamente das outras responsabilidades da companhia - num banco depositário previamente aprovado pelo «Commissariat aux Assurances». O «triângulo de segurança» é concretizado através da assinatura de um acordo tripartido de depósito entre a companhia de seguros, o banco depositário e a autoridade de supervisão do setor segurador do Luxemburgo. Em caso de falência da seguradora, a autoridade de supervisão pode bloquear as contas para proteger os direitos dos subscritores. Tudo isto torna Luxemburgo um país extremamente cativante aos olhos de investidores ou de possíveis imigrantes.



RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

» FOYER INTERNATIONAL

UMA SOLUÇÃO EXCLUSIVA À SUA MEDIDA Especializada no desenvolvimento de atividades de seguros de vida, a Foyer International proporciona aos seus parceiros e clientes soluções internacionais flexíveis e portáteis para planeamento financeiro e transmissão de património. Letícia Soares, Country Manager Portugal da Foyer International, fala-nos destas soluções feitas à medida para situações além-fronteiras.

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LETÍCIA SOARES


A Foyer International está especializada no desenvolvimento de atividades de seguros de vida para além das fronteiras do Grão-Ducado do Luxemburgo ao abrigo do regime da Livre Prestação de Serviços. Que produtos e soluções transfronteiriças são estas que a marca apresenta? A Foyer International trabalha ao abrigo do regime da Livre Prestação de Serviços e está registada em Portugal junto da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), no entanto, não somos obrigados a ter um estabelecimento em Portugal. Esta legislação veio abrir um leque de opções ao cidadão europeu que não existia, permitindo que qualquer cliente possa adquirir as nossas soluções a partir de qualquer país da Europa. A lei aplicável é sempre a lei tributária do país de residência. Os nossos produtos, em todos os países onde trabalhamos, estão sempre em cumprimento e de acordo com a lei do país de residência do tomador da apólice. Atualmente, a Foyer International está presente em nove mercados europeus, sendo que a empresa também disponibiliza soluções para clientes que residam fora do Espaço Económico Europeu, como Israel. Com este passaporte europeu que possui, a Foyer International consegue apresentar um leque de serviços aos seus clientes e parceiros de qualquer país da Europa. Estamos a falar de um grupo com uma presença forte e que tem como valores fundamentais a confiança, integridade, excelência, inovação e independência. Aliado à solidez financeira do grupo Foyer e à sua liderança no mercado luxemburguês, temos uma posição de destaque no mercado internacional devido às soluções que apresentamos aos nossos clientes. Estas soluções vão ao encontro das suas necessidades, auxiliando na melhor forma de gerir o seu património, decidir em vida os beneficiários, qual a melhor estratégia de investimento, bem como a protecção do seu património. Vendemos um “fato à medida” para os nossos clientes tendo sempre como base os valores que orientam o grupo. Apresentamos soluções exclusivas a cada um dos nossos clientes com base nas suas necessidades, garantindo flexibilidade nas suas escolhas e decisões. “Luxemburgo, a segurança do investimento” proporciona aos investidores um ambiente seguro, ímpar na Europa. Que aspetos fazem

A Foyer International trabalha ao abrigo do regime da Livre Prestação de Serviços e está registada em Portugal junto da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões do Luxemburgo um país seguro para negócios? Porquê investir no Luxemburgo? O Luxemburgo é um país que transmite segurança, com uma estabilidade económica e social bastante forte, e onde o setor público e privado trabalham muito bem em conjunto. Mas o próprio grupo também transmite essa segurança devido, em grande parte, aos três grandes pilares que sustentam o grupo: o espírito empreendedor, a sua independência, pois o grupo Foyer não depende de qualquer instituição financeira nem reporta a nenhum banco, bem como a gestão de cariz familiar que o grupo tem tido ao longo destes quase cem anos, o qual tem trazido essa força ao grupo como o conhecemos atualmente. As soluções propostas pela Foyer International destinam-se a um mercado high affluent e vão ao encontro das necessidades de mobilidade dos cidadãos europeus. Como se pode classificar, atualmente, a relação entre Portugal e Luxemburgo? O Luxemburgo tem uma relação com Portugal muito longa. O Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Económicos do Grão-Ducado do Luxemburgo fez um estudo que permitiu concluir que entre 2011 e 2015 o Luxemburgo cresceu em população cerca de 11%. O mesmo estudo demonstra, ainda, que 90% da população estrangeira do Luxemburgo é europeia e que deste valor cerca de 36% corresponde a estrangeiros portugueses ou descendentes. Hoje em dia a maior comunidade estrangeira a residir no Luxemburgo é portuguesa, sendo o português a segunda língua mais falada no país. Sempre existiu, portanto, uma forte relação entre os dois países. A par das feiras promovidas no Luxemburgo sobre Portugal, existem institutos e associações que promovem toda esta cultura portuguesa no Grão-Ducado.

A Foyer International oferece soluções à medida. O LuxSelect Portugal foi especialmente concebido para residentes portugueses. Quais são as mais-valias e benefícios deste serviço? O LuxSelect Portugal trata-se de um seguro de vida luxemburguês adaptado ao quadro jurídico e fiscal português, que beneficia de uma tributação efetiva reduzida nos rendimentos em caso de duração do contrato superior a cinco e oito anos de acordo com a lei portuguesa. Beneficia ainda de uma total consolidação dentro da apólice (horizontal – entre os diferentes tipos de rendimento; vertical – total diferimento da tributação até ao momento do resgate), bem como de flexibilidade na gestão dos ativos e no planeamento da sucessão com livre designação dos beneficiários. Outro benefício, e talvez o mais importante, desta solução é o “Triângulo de Segurança” do Luxemburgo. Este mecanismo de proteção de ativos exige que todos os bancos depositários sejam previamente aprovados pelo regulador luxemburguês, o Commissariat aux Assurances (CAA), através da assinatura de um acordo tripartido entre a CAA, a Foyer International e o banco custodiante, garantindo, assim, especial proteção aos clientes. Graças a este mecanismo, o cliente beneficia do direito de “super privilégio”, que assegura que os ativos subjacentes ao seu contrato são juridicamente separados dos ativos da companhia, bem como o seu direito como credor privilegiado destes ativos. A Foyer International tem uma capacidade demonstrada de adaptar-se rapidamente às alterações regulamentares frequentes, tanto na legislação nacional quanto no quadro europeu, definidas pelas diversas diretivas relevantes. Pode explicar de que forma? Muitas alterações regulamentares estão a afetar atualmente o setor dos seguros de vida, não só no Luxemburgo, mas também a nível europeu. Uma delas é a diretiva Solvência II, cujos principais objetivos são a harmonização do regime regulador dos seguros na União Europeia, a melhoria da proteção dos segurados e do processo de supervisão, a fim de melhor antecipar os riscos que as empresas de seguros podem enfrentar. Esta é uma pressão real na margem também. As empresas rentáveis e​​ totalmente capitalizadas estão melhor posicionadas e são essas seguradoras que vão definir o ritmo competitivo da indústria. Neste contexto, a fusão entre a Foyer International e a IWI faz ainda mais sentido. Em Agosto de 2016, o Grupo Foyer reforçou a sua posição no ramo de seguros de vida no mercado local e internacional com a aquisição de 100% das ações da empresa International Wealth Insurer (IWI), sendo que a fusão (Foyer International e IWI) irá ocorrer durante o primeiro semestre de 2017, dando lugar a uma nova entidade. Após a fusão, esta nova entidade, cujo target são investidores privados internacionais, passa a cobrir 11 mercados ativamente (Alemanha, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia). Com esta aquisição passaremos a estar no top 5 das empresas de seguros de vida que operam a partir do Luxemburgo no âmbito do regime de Livre Prestação de Serviços. No final de 2015, ambas as entidades tinham no total sete mil milhões de euros de ativos sob gestão, mil milhões de euros de prémios combinados e mais de cem empregados qualificados. ▪

51 dezembro 2016

L

íder do mercado local de seguros, o Grupo Foyer encontra-se presente em vários países europeus através das suas três atividades: seguros, proteção e gestão de património. Qual tem sido a premissa do Grupo que orienta o seu caminho, sempre voltado para o futuro? Criado em 1922, o Grupo Foyer rapidamente tornou-se líder de mercado. O grupo foi criado por três grandes famílias luxemburguesas, que ainda hoje são os acionistas maioritários, com um grande enfoque no setor de seguros e gestão de ativos. Atualmente, somos líderes de mercado no Luxemburgo, a nível de seguros não vida, possuindo cerca de 35% a 45% de quota de mercado. Em 1996, nasceu a Foyer International, 100% detida pelo Grupo Foyer, para desenvolver o negócio ao abrigo do regime da Livre prestação de Serviços (LSP) e garantir o crescimento do grupo. Com uma presença forte no mercado internacional, o Grupo Foyer detém ainda a CapitalatWork adquirida pelo grupo para fazer a gestão de património de clientes do Luxemburgo e Bélgica.


RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

» ANTÓNIO FERREIRA, FUNDADOR DA AF ARCHITECTURE SARL, EM ENTREVISTA

AF ARCHITECTURE SARL A marcar a diferença

A excelência, a qualidade e o rigor são características comuns das marcas que assumem um cariz de diferenciação e mais valia no mercado, singrando perante o mesmo e aqueles que escolhem determinada marca para criar algo de diferente e positivo.

A

co da altura. E qual a viabilidade de deixar Portugal para poder exercer a minha profissão de Arquiteto”, salienta o nosso entrevistado em entrevista à Revista Pontos de Vista.

Pormenores que são «Pormaiores»

FOTO: Duarte Netto

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primeira lei da termodinâmica diz-nos que aquilo que não está a crescer está a morrer e se deixarmos de evoluir enquanto pessoas ou entidades, estamos a aproximar-nos do fim, sendo portanto necessário e urgente que se criem medidas e metodologias alternativas em prol de soluções que sejam capazes de marcar a diferença. A AF ARCHITECTURE SAR Lassume esse âmbito e tem vindo a ser um excelente potenciador de tudo o que se refere a qualidade, credibilidade e excelência. Mas quem é a AF ARCHITECTURE SARL e que percurso tem vindo a fazer esta marca que foi edificada por António Ferreira, em 2013? Nascido em Portugal, António Ferreira tem 32 anos e tem vindo a marcar um trajeto de qualidade no universo da arquitetura. Formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa e tendo estudado piano no Conservatório Nacional de Lisboa na classe da prestigiada professora e Pianista Anne Kaasa, António Ferreira sabe que a disciplina e o rigor são dois vetores essenciais para alcançar o sucesso. Mas qual foi o click que levou António Ferreira a apostar no seu próprio espaço e marca? “A conjuntura económica que se fazia sentir em 2012”, refere o nosso interlocutor, que teve, nesse período, de analisar as suas opções para conseguir viabilizar o sonho de exercer a sua profissão de arquiteto. “Em 2012 devido à complexa conjuntura que Portugal atravessava decidi fazer uma longa viagem pela Europa onde analisei o contexto social e económi-

ANTÓNIO FERREIRA

Compreendidas e assimiladas as opções existentes, António Ferreira decidiu arriscar e apostou na abertura do atelier de seu desígnio AF ARCHITECTURE SARL, há cerca de três anos, mais concretamente em 2013, no Luxemburgo, onde mantem uma atividade profissional constante no setor que sempre o apaixonou, a Arquitetura e a Construção. Mas como tem sido realizado este crescimento do AF ARCHITECTURE SARL? A vertente da centralidade geográfica é importante, mas todo o crescimento e as relações externas que tem criado, bem como a projeção, surgem pela dedicação e empenho que “tenho investido diariamente no atelier e cada um dos projetos em que tenho estado envolvido. Temos de fazer as coisas com paixão para que tudo fique como pretendemos e temos de ter capacidade de nunca desistir e de sermos capazes de dar o nosso melhor em prol do cliente e das suas necessidades e exigências. É exatamente esta filosofia que tentamos incutir na nossa dinâmica e orgânica quotidiana”, esclarece convicto o nosso entrevistado. Com uma vasta experiência e um background assinalável, na AF ARCHITECTURE a arquitetura é criada sendo orientada para a vida, onde cada


Buscar novas experiências

A busca por novas experiências e novos cenários e panoramas é vital e fundamental para que as empresas e as marcas cresçam e promovam novas formas de estar no mercado e acima de tudo sejam capazes de oferecer produtos e serviços diferenciadores. A AF ARCHITECTURE não

foge a este desígnio e assim atua, atualmente, em mercados tão distantes geograficamente como diferentes do ponto de vista de aceitação de produtos. Desta forma, é possível verificar que a AF ARCHITECTURE está presente no mercado europeu, africano e asiático, “algo que nos permite ter uma visão e perspetiva ampliada de contextos diversos o que permite que sejamos capazes de evoluir ao lado dos nossos clientes e das suas culturas e tradições”, salienta o nosso entrevistado. Interessa ainda salientar, que, em 2013, ano de abertura da AF ARCHITECTURE, foram realizadas obras no Luxemburgo e em Bamako, no Mali. O atelier conta ainda com obras construídas em diversos países europeus e africanos como Portugal, Luxemburgo, França, Mali e Guiné Bissau, algo que oferece uma visão distinta e diferenciadora. Mas a visão de António Ferreira não cessa por aqui e olhando o futuro, interessa compreen-

der que esta dinâmica é para manter, ou seja, existe sempre um caminho que será necessário continuar a realizar para que a marca continue a evoluir e nunca estagne. Assim, o grande desiderato passará pela análise social, cultural, económica, religiosa e política de cada contexto, “promovendo um apoio na criação, projeção e edificação de sonhos. Queremos tornar o sonho de cada cliente que nos procura numa realidade e esta é a minha maior satisfação”, revela o nosso interlocutor, um jovem arquiteto português no centro da europa que não tem tido um percurso fácil, mas que faz uso da sua perseverança e dedicação para levar sonhos e deixar um sorriso no rosto de quem o procura. “Não nos deixámos abater perante as adversidades e fazemos sempre uso delas para criar algo de positivo e diferenciador”, conclui António Ferreira, um arquiteto que tem dado cartas em prol de uma arquitetura positiva. ▪

53 dezembro 2016

conceito arquitetónico é desenvolvido através de um estudo de direito, de conhecimento e de um plano rigoroso de execução. Nada é deixado ao acaso nos projetos «made in» AF ARCHITECTURE. “Uma das nossas grandes mais-valias é essa mesmo, ou seja, a atenção que damos aos pormenores que fazem a diferença”, revela António Ferreira, lembrando que além do domínio da arquitetura, a AF ARCHITECTURE oferece também serviços no domínio de consultoria, “algo que contribui também para a diferenciação do nosso estúdio”.


RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

» Elisa Da Silva, Diretora geral da DS Compliance, em entrevista

GARANTIA DE CONFORMIDADE, OS SEUS DESAFIOS SÃO A NOSSA COMPETÊNCIA

DS Compliance Um Parceiro de Excelência e Credibilidade “Sobretudo pretendo marcar pela diferença com o atendimento personalizado ao cliente”. Quem o afirma é Elisa Da Silva, Diretora Geral da DS Compliance, que em entrevista à Revista Pontos de Vista abordou um pouco da dinâmica da marca criada em 2014, a forma como se tem vindo a integrar e a crescer no mercado, sem esquecer como é ser uma Mulher no universo dos negócios. Conheça mais de uma marca que tem pautado o seu percurso pela excelência e credibilidade.

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uando é que foi edificada a DS Compliance e de que forma é que a mesma tem vindo a assumir um percurso assente em pilares como o rigor, a credibilidade e a excelência? A DS Compliance foi criada em setembro de 2014, após a conclusão de todos os procedimentos legais, financeiros e de marketing. Depois do site estar em funcionamento pude começar a angariar clientes em janeiro de 2015. Os primeiros meses foram difíceis, foi a paixão pela área que me fez continuar. Fui «em busca» de clientes aplicando uma estratégia simples mas eficaz: alvejava necessidades específicas de cada empresa com que entrei em contato e ofereci-lhes as soluções que lhes faltava. O «boca-a-boca» fez o resto. Dois anos mais tarde somava cerca de 20 clientes. As sociedades gestoras de fundos, profissionais do sector financeiro, bancos ou profissões regulamentadas, tais como empresas de contabilidade são quem necessitam dos serviços que a DS Compliance presta, de modo a garantirem estar em conformidade com os regulamentos a que estão sujeitos. Compliance significa estabelecer procedimentos e controlos internos para

que as empresas possam proteger-se do risco de má reputação a que os profissionais são particularmente suscetíveis.Em resposta à segunda parte da sua pergunta, direi que acredito que uma sociedade pressupõe, na minha opinião, ter bons conhecimentos no mercado em que atua, tornar-se especialista em conceitos específicos. Todos estes elementos permitem alcançar a excelência e credibilidade no mercado. No âmbito da prestação de serviços de consultoria, como procuram marcar a diferença perante todos aqueles que procuram os serviços «made in» da DS Compliance? Sobretudo pretendo marcar pela diferença com o atendimento personalizado ao cliente. Um serviço marcado pela proximidade, com acesso direto a um especialista e a um serviço dedicado a uma área de específica. Quais são as grandes vantagens das soluções personalizadas em compliance por parte da DS Compliance? A DS Compliance apresenta soluções «à medida», ajustadas às necessidades dos clientes e com uma rápida capacidade de resposta.

Quem é Elisa da Silva e que ligações perpetua a ambos os países (Luxemburgo e Portugal)? Os meus pais imigraram para Dijon, França, no início dos anos 70 e foi lá que me formei em Direito. Porém, 1998, foi a minha vez de imigrar. Luxemburgo foi o país eleito. Comecei com um estágio de três meses no Parlamento Europeu. Continuei a minha carreira profissional como jurista em Luxemburgo até 2002. Com 30 anos, vi a minha carreira sofrer uma reviravolta: fizeram-me uma proposta para a Compliance. Na época, a área da Compliance estava a dar os primeiros passos no Luxemburgo. A minha ligação com Portugal é bastante evidente, uma vez que sou franco-portuguesa. Filha e neta de artesãos e comerciantes, venho de uma longa linhagem de empresários. O conceito de empreendedorismo é tido na minha família como uma tradição. O meu pai teve a sua garagem em Dijon, a minha avó paterna e os seus irmãos, eram comerciantes no Norte de Portugal, perto de Braga, foram todos empresários. Embora a minha herança venha mais do artesanato e do comércio do que do chamado intelectual pode dizer-se que tenho alma de empresária.


DS Compliance

Sociedade de capitais privados, constituída em setembro de 2014 no Luxemburgo. Especializada em compliance, a sua principal missão é a prestação de serviços de consultoria, a alma do nosso negócio. Um leque de serviços diferenciados: - Serviço personalizado com um interlocutor direto - Serviço de proximidade com acesso direto a um especialista - Rapidez de resposta - Soluções à sua medida e em função das suas prioridades - Serviço especializado vocacionado para uma área técnica, o compliance - Garantimos a sua tranquilidade: - Estabelecendo uma parceria duradoura através das nossas soluções em compliance - Tornando-nos o seu especialista em soluções personalizadas em compliance

ELISA DA SILVA

Sabemos que as mulheres romperam com os paradigmas conseguindo ganhar um lugar de destaque no mercado de trabalho a alcançar cargos de topo. No entanto, atualmente existe mesmo uma igualdade de oportunidades efetiva ao longo da carreira de profissionais do género masculino e feminino? Pessoalmente, considero que ser mulher nunca foi para mim um obstáculo. A partir do momento em que temos experiência e sabemos aplicá-la, o progresso acontece da mesma forma em comparação com os homens. Nunca tive a experiência da desigualdade, mesmo

em termos salariais. É importante ter confiança e não duvidar das nossas capacidades. Quais as principais prioridades da DS Compliance para o futuro? Neste momento, encontro-me numa fase de ascensão. O desenvolvimento da empresa passa por aumentar a atividade e metas a longo-prazo. Relativamente às minhas prioridades a curto-prazo, pretendo estabelecer uma carteira de clientes estável, recrutar um consultor a quem possa delegar algum trabalho para assim libertar tempo para me focar em desenvolver novas habilidades e serviços. ▪

- Fazendo do compliance o seu melhor aliado

55 dezembro 2016

“Pessoalmente, considero que ser mulher nunca foi para mim um obstáculo”


BREVES

Livraria Lello

A “livraria mais bonita do mundo” New York Times e Travel + Leisure são os meios de comunicação social norte-americanos que, nos últimos dias, têm dado destaque à Livraria Lello. Sob o título “Templos para o peregrino literário”, o New York Times publicou uma coletânea de oito pequenos textos sobre outras tantas livrarias espalhadas pelo mundo que o diário nova-iorquino considerada como locais de culto para os amantes dos livros. A primazia é dada à Livraria Lello, no Porto, num artigo assinado por Seth Sherwood, jornalista de viagens residente em Paris. «A estrutura de 110 anos de idade poderia ser facilmente confundida com uma igreja» – inicia o autor que, referindo-se aos visitantes que afluem ao espaço, acrescenta: «alguns dos peregrinos são bibliógrafos ansiosos por mergulharem numa das livrarias mais ornamentadas da Europa». Citando um casal de turistas de Boston, fãs de Harry Potter, que encontram evidentes semelhanças entre a escadaria da Livraria Lello e a da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts, o jornalista conclui que «há algo de mágico neste local»!

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PORTO

Férias fazem turistas rumar ao Porto e o Norte Mais de metade (53%) dos turistas que visitam o Porto e Norte de Portugal escolhem aquele destino para férias, revela um estudo do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) a que Lusa teve acesso. Esta é uma das conclusões do estudo feito em parceria com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (ERTPNP) e o aeroporto Sá Carneiro, que visou traçar o perfil do turista que visitou o Porto e Norte durante o verão IATA deste ano (entre abril e outubro). Mais de um quarto (28%) dos turistas visitou o Porto e Norte de Portugal para visitar familiares e amigos, 17% teve como motivo negócios e 2% os estudos. No período em análise, o valor do consumo médio por turista subiu 88 euros, face ao inverno anterior, para 539 euros. “Cada turista despendeu, em média, 75 euros por noite. Se considerarmos apenas o gasto em atividades na região e compras, cada turista que consumiu estes serviços gastou cerca de 92 euros”, acrescenta. A estada média também aumentou, passando de 6,37 noites no inverno IATA, para 7,66 noites no verão IATA, segundo o estudo.

FOTO: DIREITOS RESERVADOS

BREVES



RELAÇÕES LUXEMBURGO - PORTUGAL

» Gaspar Lopes Dias, Tax Adviser da Loyens & Loeff EM ENTREVISTA

TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL:

QUE DESAFIOS?

A Loyens & Loeff é uma sociedade de advogados holandesa, que opera em principais centros de negócios europeus e internacionais: Benelux, Suiça. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Gaspar Lopes Dias, Tax Adviser da sociedade, fala sobre os desafios globais da tributação internacional.

É

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especialista em tributação internacional, preços de giada para fundos de investimento. transferência assim como Dito isto, os maiores desafios são em operações financeiras. O manter a competitividade face às que o motiva nestas áreas e qual a mudanças dramáticas que se vivem importância das mesmas nos negóhoje na tributação internacional. As cios além-fronteiras? pessoas que trabalham na área há Num mundo global e multicultural, 20/30 anos admitem que nunca as feito de sociedades mais ou menos regras internacionais mudaram tão abertas, os negócios transfronteiriços rapidamente. Por exemplo políticas, são a norma. A tributação é um custo como o Brexit, que pode conduzir para o comércio, mas mais ainda empresas para o continente, o plano para o comércio internacional. Onde fiscal de Trump, ou a pressão para o planeamento estratégico nessa reduzir a taxa nominal da tributação área é um fator crucial de competisobre os negócios/empresas. No tividade. As empresas mais proactientanto, as alterações mais imporvas identificam riscos, documentam tantes são as regras propostas ao e acompanham os seus processos nível do G20/OECD BEPS Project e internos são as que têm melhores da UE nas áreas de combate às prárelações com as autoridades fiscais e ticas fiscais abusivas e de preços de Gaspar Lopes Dias melhores resultados. transferência. Neste contexto, a coerência da O que m e m oti v a na fiscalidade política fiscal, sobretudo para países Para que se perceba, a relevância pequenos como a Bélgica, Holanda, dos preços de transferência, dois internacional é certamente o desafio exemplos: Luxemburgo, Suíça ou Portugal, é um fator muito importante de atrativida1. Numa família com dois irmãos, intelectual por um lado, mas também um tem muito jeito com as mãos, e de e que se torna altamente técnico e complexo. faz todo o género de móveis, mas contribuir para a fluidez da finança e A esse respeito, creio que é chave não é grande coisa a vendê-los. O investir na qualificação da adminisdo comércio internacionais, que estão outro irmão não tem jeito de mãos, tração fiscal e na cooperação internamas tem uma habilidade extraordinácional. Uma coisa que me impressiona na base da paz e da prosperidade das tais ria para vender. Juntos, podem fazer imenso, em particular na Holanda, é a muito dinheiro, mas é difícil dizer forma como as leis e outras normas fisquanto é que cada um deve declarar sociedades abertas cais são discutidas, com uma comunipara o fisco. cação informal e direta, em particular entre o Ministério das Finanças, professores universitários/investi- 2. Uma empresa petrolífera completa, que extrai, transporta, armagadores, advogados/consultores e representantes de empresas, zena e distribui. Pode transferir bens para uma entidade num país mas também nas duas câmaras do parlamento. O que me moti- de baixa tributação a um baixo preço, que posteriormente vende va na fiscalidade internacional é certamente o desafio intelectual os bens a um alto preço para a entidade de distribuição ou retalho, por um lado, mas também contribuir para a fluidez da finança e de modo que uma grande parte do lucro obtido com a venda do do comércio internacionais, que estão na base da paz e da prospe- bem é declarado pela entidade localizada num país de baixa triburidade das tais sociedades abertas. Motiva-me também conhecer tação. O que as regras de preços de transferência fazem, é impor na prática e em profundidade diferentes modelos de organização que os lucros declarados pelas entidades do grupo reflitam preços empresarial em diversos setores, oriundos dos mais diversos países, de mercado, sob a ficção de que cada entidade do grupo opera e com culturas de negócios muito distintas. negoceia com as demais como se fosse independente.

Como se podem caracterizar os mercados onde a Loyens & Loeff Luxembourg opera (Benelux e Suíça)? Quais são os maiores desafios a nível fiscal? A Loyens & Loeff é uma sociedade de advogados holandesa, «full service» mas com «focus» em fiscalidade, com mais de 1500 colaboradores, entre os quais também economistas e notários. A Loyens & Loeff tem presença nos principais centros de negócio mundiais, mas os seus mercados base são o Benelux e a Suíça. São pequenos países, cuja prosperidade está ligada ao facto de estarem entre os principais centros de negócios europeus e internacionais. No caso de Luxemburgo e da Suíça, são centros financeiros, com tradição bancária e acesso privilegiado aos mercados de capitais. Por exemplo, Luxemburgo destaca-se como base privile-

Considera que o facto de ser português contribuiu de forma positiva para trabalhar numa região onde a língua portuguesa tem algum destaque? Tendo estudado fiscalidade internacional na Holanda, trabalhado numa Big 4 na Bélgica na equipe de preços de transferência, e encontrando-me na Loyens & Loeff em Luxemburgo tenho, nos últimos anos, vivido como expatriado nos três países do Benelux. O sucesso das economias do PALOP são o principal fator que dá importância aos falantes de português na europa. Posso dizer que temos clientes portugueses assim como de vários outros países de língua portuguesa, nessa medida o português é uma mais-valia nos Benelux. Em Luxemburgo, mais que isso, falar português é útil todos os dias.▪


RELAÇÕES PORTUGAL – LUXEMBURGO

» Immo Pro Concept Sàrl

“A nossa prioridade é associar o nome a uma imagem de qualidade e garantia” “A Immo Pro Concept está completamente integrada neste mercado. Não somos um “outsider”. Criámos e desenvolvemos a empresa, na realidade nacional, com o seu rigor e cultura de trabalho, ao mesmo tempo mantemos a inconfundível flexibilidade portuguesa”, afirma Victor Manuel Sousa, Administrador da Immo Pro Concept Sàrl, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Como tem sido o percurso da marca e quais os desafios de futuro? Saiba mais.

VICTOR MANUEL SOUSA

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uando é que foi edificada a Immo Pro Concept Sàrl e de que forma é que a mesma tem vindo a integrar-se no mercado no âmbito de pilares como o rigor e a credibilidade? A Immo Pro Concept foi criada em 2009, após largos anos de experiência adquiridos na gestão de empresas de promoção imobiliária das quais fui sócio. A Immo Pro Concept foi, digamos, a minha primeira empresa a solo. O início não foi naturalmente fulgurante, no entanto, os longos anos de experiência e os muitos contactos adquiridos tornaram-se essenciais para o lançamento deste projeto. A integração e posicionamento no mercado imobiliário luxemburguês pautam-se pelo profissionalismo e capacidade de personalização no atendimento aos nossos clientes e também pela seriedade com que lidamos continuamente com os nossos parceiros e clientes. Julgo serem estes os fatores decisivos para a implementação de um empreendimento desta envergadura. Apesar do mercado ser altamente competitivo e naturalmente termos de estar à altura, tanto ao nível tecnológico como arquitectural, o Luxemburgo é um país relativamente pequeno e os atores do imobiliário rapidamente são conotados pelo seu bom ou mau desempenho. Prova da nossa credibilidade está patente no apoio que continuamos a sentir por parte da banca que nos últimos anos sofreu uma enorme reestruturação em virtude da crise económica que

O que marca a diferença na orgânica da marca em prol de quem vos procura? Quais são as vossas principais características? Uma das características chave será com certeza a inteira disponibilidade para a personalização dos projetos. Acontece várias vezes num projecto residencial com dez, 12 unidades, não termos dois apartamentos iguais. Esta particularidade é cada vez mais procurada. As pessoas cada vez mais querem comprar a sua casa e não uma casa. Sabemos o que o cliente sonha e idealiza, muitas vezes os sonhos são idênticos aos nossos e aí é fácil chegar ao cliente. No Luxemburgo, a venda dos bens imobiliários é quase na totalidade anterior à construção. Não existe imóvel físico para o cliente visitar e isso por vezes torna-se num impedimento. O cliente tem dificuldade em se projetar na casa. Utilizamos cada vez mais o 3D para melhorar e facilitar essa mesma projeção. A esse nível passámos também a usar o vídeo 3D que permite uma visualização realista e uma visita ao bem imobiliário antes ainda deste existir fisicamente. O segredo está talvez em andar sempre no grupo da frente, no que diz respeito à implementação de novas tecnologias, seja na vertente da construção, seja na vertente comercial ligada às vendas. Somos uma empresa de espírito jovem com um grande sentido de evolução e que trabalha essencialmente em equipa. Seja dentro do nosso núcleo duro, seja na colaboração com os nossos parceiros empresariais. No âmbito da vosso setor de mercado, que análise perpetua do mesmo e quais são as principais lacunas e valias que identifica no mesmo? A projeção que faço para os próximos anos são reconfortantes. O mercado imobiliário luxemburguês soube, através de uma regulação muito intensa imposta pelos seus próprios atores, defender-se das especulações que vimos afetar muitos dos nossos vizinhos europeus.

Mesmo nos anos em que a crise económica foi mais vincada o mercado luxemburguês foi, digamos, menos afetado e particularmente a valorização imobiliária continuou a ser uma realidade. Os dados estatísticos suportam este raciocínio. Com uma média de crescimento anual historicamente situado entre os 3% e os 4%, acreditamos estar a operar em boas condições. A prova disso é o redireccionamento do investimento estrangeiro que, talvez desapontado pelo curto benefício que tem obtido, se volta cada vez mais para o imobiliário neste país. A falta de alojamentos é enorme e constata-se a aquisição de imóveis para posterior locação com níveis de rentabilidade muito atrativos. De que forma é que a Immo Pro Concept Sàrl consegue responder ao mercado no Luxemburgo e quais

as similaridades que encontra com o mercado luso? A Immo Pro Concept está completamente integrada neste mercado. Não somos um “outsider”. Criámos e desenvolvemos a empresa, na realidade nacional, com o seu rigor e cultura de trabalho, ao mesmo tempo mantemos a inconfundível flexibilidade portuguesa. O meu conhecimento da realidade portuguesa, não me permite fazer uma avaliação correta no que diz respeito a similitudes. No entanto trabalhamos em parceria com empresas portuguesas e é com grande satisfação que constato a expansão, aliada a uma capacidade técnica que muitos nos orgulha promover. A aposta cada vez maior na qualidade torna o produto português e por consequência as empresas portuguesas cada vez mais reconhecidas e procuradas aqui. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

59 dezembro 2016

ocorreu e que acabou por aumentar os seus níveis de exigência.


BREVES BREVES

Bolo de mel

leite de amêndoa

Antes de comprar leia isto Existem muitos mitos sobre esta bebida que está ‘na moda’ e que é considerada bastante saudável. Diz o Biclycling que muitas das ideias associadas a este tipo de leite tanto podem ser verdadeiras como não. Por exemplo, o leite de amêndoa não é uma alta fonte de proteína. Apesar de as amêndoas serem ricas em proteína, quando passa para o leite, tudo isto acaba por se perder devido à grande quantidade de água que possui. Em comparação, um pacote de leite normal contém em média oito gramas de proteína por copo, enquanto que o leite de amêndoa tem apenas uma grama por copo. Como a procura aumentou, principalmente nos Estados Unidos, os produtores agrícolas começaram a alertar para os riscos desta demanda, em grande parte devido à seca na Califórnia, onde nascem 80% das amêndoas. Apesar de tal facto ser confirmado por Claire O’Conner, investigadora no Natural Resources Defense Counsil, a mesma garante que, por outro lado, assim que existe água, de imediato assiste-se a uma grande produção do fruto seco. E sabia que sem abelhas não existiam amêndoas? As amendoeiras precisam de pólen para produzir e talvez isso seja um problema maior do que a falta de chuva. Outro facto curioso é que o leite de amêndoa pode conter níveis elevados de açúcar. Principalmente o ‘típico’ leite de amêndoa, que conter em média 16 gramas por copo. Por último, esteja atento à quantidade de cálcio existente em cada um destes pacotes. Segundo Lee, este leite é sim rico carbonato de cálcio, mais difícil para o organismo digerir e absorver.

Quatro pastelarias de Ponte da Barca querem confecionar o “maior bolo de mel de Portugal”, com cerca de 50 metros de comprimento e mais de 200 quilos e que será montado no dia 18 em pleno centro daquela vila. Segundo a Câmara de Ponte da Barca, que organiza a iniciativa pelo segundo ano consecutivo, vão ser utilizados na confeção da daquele bolo mais de 100 quilos de farinha, 30 litros de mel, 50 quilos de açúcar, mais de 200 ovos e 20 quilos de nozes. A duração da confeção do bolo gigante, a cargo de quatro pastelarias do concelho “que aceitaram o desafio lançado pela autarquia”, está estimada em mais de seis horas, sem contabilizar o tempo necessário para a montagem. A iniciativa, que pretende valorizar “os ingredientes mais tradicionais do concelho - o mel e as nozes, é a novidade da programação de Natal preparada pela autarquia com objetivo de dinamizar o comércio tradicional, “dando visibilidade às pastelarias do concelho”.

FOTO: DIREITOS RESERVADOS

FOTO: DIREITOS RESERVADOS

Ponte da Barca promete fazer “o maior bolo de mel” do país

correr Cinco importantes dicas a seguir para quem quer correr neste inverno

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O Charm Group detém varias unidades de alojamento no Coração e Centro Histórico do Porto e Gaia. Para além do alojamento, a marca Charm providencia um serviço de excelência aos seus hóspedes proporcionando-lhes uma verdadeira estadia à portuguesa. Desde que entram até que saem, os clientes vivenciam uma experiência genuína, embrenhados numa área que os imerge nos aromas, paladares e símbolos da nossa cultura. Trabalhando em conjunto com a crescente rede de parceiros, pretende-se proporcionar momentos únicos de prazer. Together in oPorto é o lema da empresa! Consideramos que o sucesso do turismo na nossa cidade, será o resultado de pôr em prática uma colaboração estreita com todos aqueles que querem contribuir para diferenciar a marca Porto e, ao mesmo tempo, trabalhar para dar a quem nos visita uma experiência única. Durante os próximos anos, o Charm Group pretende continuar a investir em novos espaços para garantir que os clientes possam usufruir de experiencias únicas. Para mais informações poderá visitar www.charmgroup.pt

FOTO: DIREITOS RESERVADOS

Together in oPorto

O tempo frio não é desculpa. Corra durante o inverno que o corpo agradece, desde que siga estes conselhos. Defina objetivos realistas – pode passar fazer corridas mais curtas do que o habitual e passar a correr mais vezes por semana, por exemplo. Proteja os seus músculos – fazer exercícios de aquecimento antes do treino é especialmente importante na época mais fria do ano. Mantenha-se seguro – não há menos horas de luz solar como, em geral, os dias mais escuros. Se correr em zonas com trânsito use equipamento de cores vistosas. Caso esteja a chover não se esqueça de usar casaco e ténis impermeáveis. Proteja as extremidades – em dias de muito frio junte gorro e luvas ao seu equipamento. Alimente-se bem – o corpo pode gerar até 10% mais calor se tiver comido entre 30 a 60 minutos antes do treino do que se estiver de estômago vazio. Hidratos de carbono bons e proteínas são o conselho de Kieren Hassett.


RELAÇÕES PORTUGAL - LUXEMBURGO

Opinião da Administração da Sopinor Construções S.A.

Sopinor – Dar resposta a todos os Desafios A empresa Sopinor é uma marca de investimento do Luxemburgo, cujos interesses e atenções estão nas áreas de engenharia civil, obras públicas e edifícios.

altamente qualificados que possuímos, até porque vimos na vertente da construção um desafio central do desenvolvimento sustentado e que se tem baseado pela qualidade, excelência e capacidade diferenciadora. Interessa compreender que a nossa marca está PRESENTE em cada projeto. Nós projetamos e construímos cada projeto com toda a força necessária, mantendo uma postura eficaz para ultrapassar cada desafio que nos é colocado.

Uma frota de camiões, camiões basculantes, camionetas, escavadoras, mini escavadoras e outros veículos utilitários são fundamentais e garantem uma gestão eficaz dos projetos em todo o país.Estamos aqui para vencer e continuar a levar e a elevar o nosso nome como uma marca de prestígio, onde a seriedade, a excelência e a credibilidade fazem parte do adn desta marca que promete continuar a estar num patamar elevado de excelência.▪

61 dezembro 2016

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undada há cerca de 14 anos, mais concretamente em 2002, a Sopinor Construções S.A. tem, nos dias de hoje, 400 funcionários e trabalhadores. Fruto da dedicação de todos, mais especificamente graças à persistência do fundador da Sopinor Construções S.A., Orlando Pinto, e da aposta concreta e relevante nos diferentes recursos técnicos e humanos, a marca conseguiu evoluir e atingir um patamar de excelência que é conhecido e reconhecido por todos. Atenta às mutações do mercado, a Sopinor Construções S.A. assume-se como uma empresa que assenta a sua orgânica na modernidade, cenário que permite à mesma uma resposta célere e eficaz a todas as exigências de quem nos procura, desafiando assim os mercados que, como se sabe, estão cada vez mais sofisticados, informados e exigentes. Além disso, a Sopinor é reconhecida no seu meio industrial como uma empresa que aporta e aposta num elevado nível técnico, em instalações excelentes e em prazos de entrega rigorosos, possuindo ainda uma carteira de projetos bastante vasta em todo o país, algo que nos confere um nível de credibilidade evidente. Enorme referência no setor da construção e obras públicas, essa menção surge também pelo conjunto de profissionais


2º ENCONTRO NACIONAL | O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL

» EVENTO

O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL DESAFIOS, REGULAMENTAÇÃO E PERSPETIVAS Atualmente quais são as maiores preocupações no setor? O que é urgente mudar? Que regulamentação para o setor da publicidade exterior? Estas foram algumas questões às quais se procurou dar resposta, ao longo de três painéis, naquele que foi o 2º Encontro Nacional do Meio Outdoor em Portugal, em Lisboa. A APEPE e a Universidade Lusófona foram as entidades organizadoras do encontro.

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primeiro painel, intitulado de “O Meio Outdoor em Portugal”, contou com a presença de José Fidalgo, Mestre em Gestão Autárquica; Consultor da Associação Nacional de Freguesias e docente I.S.E.C. Helena Barbas da Marketest; João Costa Alves da nova Expressão e Edson Athayde, CEO & CCO da FCB Lisboa. A primeira intervenção foi feita por José Fidalgo, que se centrou na questão da caracterização do setor e que deu a conhecer que 3001 é o número de empresas em Portugal que têm o mesmo CAE enquanto empresas de publicidade. O problema em causa é o facto de não haver uma distinção clara entre as empresas de publicidade e outras que detenham a mesma categoria. José Fidalgo terminou a sua intervenção a elucidar que os municípios faturam 68% do volume de negócios do mercado da publicidade exterior. Já Helena Barras centrou-se na questão de que “em Portugal nunca existiu um estudo de audiências para este setor sendo que o investimento publicitário é sustentado em métricas”. A problemática prende-se com o facto de os estudos funcionarem “como moeda padrão para a gestão do investimento publicitário”. Terminou, explicando que “os estudos de audiência permitem “um desenvolvimento mais sustentado dos meios enquanto veículos de metragem publicitária” e que por isso não deviam ser desconsiderados. João Costa Alves, considera que “o consumidor tropeça cada vez mais em mensagens” e que “hoje as coisas são alucinantes, que o digital demorou apenas quatro anos a atingir a população de forma global e que é transversal a todas as gerações” e que por isso mesmo “o mix de meios continuará a subsistir, agora, com o digital, também, que é claramente o segundo meio de investimento. O ‘Out Of Home’ insere-se nas tendências dos media globais”. Edson Athayde entreteve a plateia entre vídeos e imagens e passou uma mensagem

A criação de um alvará é uma das bandeiras da APEPE, de forma a controlar algumas situações como a segurança rodoviária e o ordenamento do território Nuno Fialho

clara de que “cada país tem as suas diferenças acerca do outdoor”. “O meio outdoor tornou-se um meio meramente expositivo. Mas o que as pessoas pretendem é a narrativa de uma história”. “Usar o ‘storytelling’, a arte narrativa com palavras e imagens, o contar histórias, para estimular a imaginação do recetor”, desta forma o interlocutor defende que, acima de tudo e para que a mensagem publicitária seja recebida da melhor forma, há que perceber que a forma como o conteúdo é explícito é crucial para garantir o seu sucesso: “quando o meio conta histórias e é transversal, então, é valorizado”. O segundo painel foi dedicado ao “Ordenamento/Enquadramento do Meio Outdoor no Espaço Público”. O mesmo foi preenchido com Euclides Vilela, arquiteto da Câmara de Almada; Hélder Teixeira, advogado e por Nuno Fialho, Presidente da APEPE que começou a explicar a importância da criação de um alvará para o setor. “A criação de um alvará é uma das bandeiras da APEPE, de forma a controlar algumas situações como a segurança rodoviária e o ordenamento do território. O setor da publicidade exterior em Portugal precisa que se criem regras porque elas não existem, com a criação do alvará elas aparecerão e servirão para corrigir o mercado e

para que não exista um em paralelo”. Concluiu afirmando que o ideal será “alugar um outdoor apenas a empresas que tenham alvará”. Euclides Vilela explicou o projeto de que a Câmara Municipal de Almada é pioneira. O projeto com o nome “Programa de Ordenamento da Publicidade”, cujo conceito visa o trabalho em parceria desta atividade com o ordenamento do território. “A ideia é ter um princípio conhecido por todos e que permita manter a qualidade da paisagem, por exemplo, a comunicação tem de ser transparente. Este foi um dos grandes obstáculos à implementação deste projeto, que ainda tem muito a melhorar”. Hélder Teixeira começou por perguntar, de forma retórica, “o que há para licenciar?”, a resposta não tardou: “o espaço público”. O advogado explicou que “os princípios basilares estão ressalvados na lei 97/88 mas que tem de haver uma alteração legislativa. A APEPE tem percorrido um trabalho notável neste sentido”. O terceiro painel foi dedicado à “Regulamentação do Setor da Publicidade no Exterior” e teve como intervenientes Alfredo Monteiro, Vice Presidente da Associação de Municípios; António Mendes, jurista e Nuno Fialho, da APEPE. Neste painel os intervenientes começaram por discutir a questão se os municípios têm ou não uma autonomia individual para regulamentar as suas taxas. Segundo Alfredo Monteiro “todas as taxas têm de ter fundamentação jurídica e esse é o caminho que estamos a fazer”. Já António Mendes considera que “apesar da autonomia dos municípios, as taxas são uma contrapartida de um serviço, e que o pagamento das taxas não deve servir para obter lucro”. Foi desta forma que terminou o 2º encontro dedicado ao meio outdoor em Portugal. Com muitas perguntas, dúvidas e opiniões de personalidades de diversas áreas cujo contributo ao setor da publicidade exterior é essencial. ▪


O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL

» Nuno Fialho, Presidente da APEPE em entrevista

O QUE A APEPE DIZ… Nuno Fialho, Presidente da APEPE – Associação Portuguesa das Empresas de Publicidade Exterior fala sobre a importância dos temas abordados naquele que foi o 2º Encontro Nacional intitulado de “O Meio Outdoor em Portugal”.

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Lei 34/2015. A forma como atinge a área da publicidade exterior em Portugal é de “morte”, ou seja, em relação a esta Lei ainda falta sair uma portaria que irá definir o valor a ser cobrado pela emissão de parecer, que será dado pelas Infraestruturas de Portugal e a mesma portaria irá também definir o valor de taxa a ser paga também às Infraestruturas de Portugal, ou seja será com isto que acabam com a área da publicidade exterior em Portugal.

nquanto Presidente da APEPE (Associação Portuguesa das Empresas de Publicidade Exterior), que considerações pode tecer sobre aquele que foi o 2º encontro nacional intitulado “O Meio Outdoor em Portugal” e dos temas escolhidos para debate? Posso considerar que o 2º Encontro “ O Meio Outdoor em Portugal” foi um sucesso. Existiu uma forte participação de empresas do meio, de Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, outras instituições e estudantes, praticamente o auditório esteve completo. Os temas abordados são os que estão neste momento na “ordem do dia” da nossa atividade, como: O Meio Outdoor em Portugal; Ordenamento/ Enquadramento do Meio Outdoor no Espaço Público e a Regulação do setor da Publicidade Exterior. Esta edição do 2º Encontro contou com a presença de oradores que enriqueceram os painéis com tudo o que nos apresentaram e partilharam dos seus conhecimentos, contribuindo também de uma forma muito importante para as conclusões deste Encontro Nacional.

De que forma a Lei 34/2015 afeta o setor e a concretização da atividade na sua plenitude? A APEPE na fase de Projeto-lei, não foi consultada, apesar de esta associação ter mais de 35 anos e representar as empresas de publicidade exterior em Portugal, o que não tem lógica, pois é uma das partes visadas com alguns artigos da

NUNO FIALHO

A nossa área tem uma grande necessidade da criação de regras que garantam a segurança, o ordenamento do território, restringindo o aparecimento de publicidade ilegal

Qual a realidade da publicidade exterior em Portugal? A que missão se propõe à APEPE para auxiliar o tecido empresarial do setor? A área da publicidade exterior em Portugal é composta principalmente por micro e pequenas empresas que enfrentam imensas dificuldades. A APEPE, pretende ser a voz dessas empresas, pretendemos que a associação seja mais forte, com mais associados e interventiva, face aos vários problemas com que o setor se depara. Queremos intervir de forma séria e construtiva para melhorar o nosso setor. Estamos muito confiantes, pois no passado dia 20 de Maio de 2016, a APEPE foi recebida pelo Secretário de Estado do Planeamento e Infraestruturas, Dr. Guilherme W. d`Oliveira Martins, que se mostrou bastante recetivo às preocupações e sugestões que apresentámos face à Lei 34/2015 e que apresentou a abertura para podermos participar numa solução, viável, que venha a surgir. ▪

63 dezembro 2016

Sobre a necessidade de uma regulamentação do setor da publicidade exterior, que posição assume a APEPE perante esta problemática do meio outdoor? No setor da publicidade exterior em Portugal não existem regras… A nossa área tem uma grande necessidade da criação de regras que garantam a segurança, o ordenamento do território, restringindo o aparecimento de publicidade ilegal. Neste momento temos um conjunto de ideias que contribuem para a criação de regras e estamos a trabalhar de forma a conseguirmos que o Alvará para as empresas que operam em publicidade exterior em Portugal seja uma realidade.

Porquê da inviabilidade? Porque as empresas já pagam taxas aos municípios, que são as entidades que licenciam a publicidade exterior e que por norma as taxas já são bastante elevadas. Para além dos municípios, quando estamos perante terrenos privados, temos de pagar, como é lógico, aos proprietários dos mesmos, daí que não existe qualquer margem e viabilidade para pagamento de mais qualquer taxa ou outro custo significativo. A APEPE aceita que as Infraestruturas de Portugal emitam um parecer inicial e único, de forma a salvaguardar as questões de segurança e que o valor do mesmo seja um custo administrativo. Estamos completamente contra o surgimento de mais uma taxa!


O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL

» ESPAÇO EXTERIOR, EDICAIS, PUBLIRÁDIO, DS E RESULTA EM DESTAQUE

O QUE DIZEM ALGUNS REPRESENTANTES DO SETOR… Sérgio António da Espaço Exterior, António Pissarra da Edicais, Santos Lopes da Publirádio, Paulo Fialho da DS, e Jorge Paiva da Resulta, são players do setor outdoor da publicidade e travam, juntamente com a APEPE, uma luta em diversas frentes com um único objetivo: trazer uma organização ao setor para dignificar a atividade da publicidade exterior. Em declarações, os representantes das empresas dão a sua visão e falam sobre aquilo que acreditam ser parte da solução para a realidade atual do meio outdoor em Portugal.

ESPAÇO EXTERIOR

A Espaço Exterior está presente no mercado há 20 anos, com um know-how alicerçado nos monopostes, mantendo desde a sua fundação, uma estratégia de crescimento e expansão da sua rede nacional, cobrindo Portugal de Norte a Sul e tentando estar onde os outros stakeholders não estão, de forma a agregar mais valor aos nossos parceiros. Um dos principais objetivos da empresa é traduzir todas as relações comerciais em parcerias duradouras e transformar todas as ações de comunicação dos nossos clientes num sucesso.

EDICAIS

É uma empresa de publicidade exterior com uma dimensão de âmbito regional. abrange os concelhos de Cascais, Oeiras, Loures, Vila franca Xira, Mafra, na área da grande Lisboa e com uma dimensão maior no Algarve. Os meios são outdoors estáticos e rotativos, bem como monopostes e sinalética direcional.

DS PUBLIRÁDIO

pontos de vista

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Está no mercado em Portugal há mais de 35 anos. Pauta-se pela prestação de um serviço de qualidade, visando a satisfação plena do cliente. Nesse sentido a empresa tem vindo a alargar o seu leque de opções de suportes, proporcionando a quem necessita de levar adiante uma campanha, soluções adaptadas à medida e em função das suas necessidades. É assim que depois de implementarem fortemente o meio outdoor na Região do Algarve, onde marcam maior presença e são líderes de mercado, avançaram também para a montagem de empenas e implantação de outros tipos de suporte como monopostes, múpis, máximupis e painéis de led.

Apresenta-se com uma oferta diversificada para o cliente, quer em tipo de suportes (outdoors, monopostes, empenas, entre outros), quer em termos geográficos. apesar de se encontrarem com grande implantação na margem sul, têm, também, espaços um pouco por todo o país.

RESULTA

Dedica-se quase em exclusivo a soluções de grande formato ao nível da publicidade exterior em todo o território nacional. Desde 2014 ano tem vindo a desenvolver um processo de crescimento com metas e calendarização. A grande aposta da Resulta passa por crescer sustentadamente, com posições estrategicamente localizadas, e que sejam possíveis legalizar ao abrigo da lei nacional, podendo as mesmas permanecer por longo tempo nos locais pretendidos. Em 2014 a Resulta obteve a certificação de qualidade ISO 9001, certificação essa que é motivo de orgulho e que ainda hoje se mantém.


O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL

» REGULAMENTAÇÃO DO SETOR

A NECESSIDADE DE REGULAMENTAR

O MEIO OUTDOOR A opinião dos representantes das empresas entrevistadas pela Revista Pontos de Vista pode ser denominada como unânime. Todos concordam no que concerne à necessidade de uma regulamentação que ordene e discipline a atividade do setor. nas algumas empresas as cumpram. Penso que não vivemos numa «República das Bananas» em que toda a gente faz o que quer e lhe apetece. Por isso mesmo, pensamos a nível da direção da APEPE, que há que pôr ordem no setor. Toda a gente ganhará com isso: entidades oficiais, clientes e operadores, no fundo será o mercado a estabilizar e a ser dignificado”, refere Santos Lopes. Em concordância com as anteriores opiniões está também Paulo Fialho, que acredita que o meio outdoor português carece de uma regulamentação específica e “cuja preocupação deva incidir na segurança rodoviária e no aspeto paisagístico, mas nunca como forma de legitimar receitas para municípios e outros organismos. É um setor de atividade que tem o seu papel económico, produz riqueza e emprego para o país mas que não pode continuar a viver numa perspetiva de «saltimbancos». A nossa atividade precisa

de leis claras e justas e só desta forma conseguiremos sobreviver”, garante. Jorge Paiva aponta “a falta de regulamentação simples e objetiva, acompanhada com a falta de fiscalização efetiva e atuante”, como principais adversários de qualquer atividade íntegra e de acordo com a a lei. “A publicidade exterior tem sofrido ao longo dos anos com uma excessiva burocratização da atividade através de constantes leis e regulamentos, que depois não são aplicados, ou são mal aplicados, estando as empresas à mercê da interpretação de cada entidade fiscalizadora, beneficiando desta forma todos aqueles que atuam à margem da lei”, conclui. ▪

65 dezembro 2016

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érgio António começa por explicar que “todos os setores devem ser regulamentados e o da publicidade exterior não é exceção. Penso que devemos tornar o setor mais transparente, sem favorecimentos ou protecionismo, dando as mesmas oportunidades a todas as empresas do setor independentemente da sua dimensão”. Sobre a criação de um alvará, o empresário considera que “contribuirá de forma categórica para a regulamentação do mesmo podendo ser uma mais-valia para todos os intervenientes, incluindo as entidades licenciadoras e fiscalizadoras”. “Atendendo a um incremento de publicidade ilegal em todo o país, haverá a necessidade urgente de uma regulamentação da nossa área tanto a nível governamental como por parte das autarquias, no sentido de podermos combater toda a clandestinidade do nosso setor. A criação de um alvará será uma meta que pensamos ser importante para que possa contribuir tanto para o ordenamento como para a dignificação do setor”, completa António Pissarra. “Lamentavelmente, a Publicidade Exterior em Portugal, de um modo global, e é bom que se diga e que todos tenhamos essa consciência, não é vista com muito bons olhos sobretudo por parte das Entidades Oficiais, nomeadamente pelas Câmaras Municipais. E porquê? Temos que ser claros e pôr o dedo na ferida. Muitas empresas, conhecidas nomeadamente do Norte do País, andam a inundar Portugal inteiro, do Minho ao Algarve com outdoors de dimensões variadas e tudo completamente ilegal. Parece que para estes senhores não há regras para cumprir neste país, destabilizando e descredibilizando dramaticamente, com o seu modo de atuação, todo um setor de atividade em Portugal. É por tudo isto, e não só, que, como em tudo na vida, devem haver regras também aqui para que todos as cumpram de igual modo. As regras, as leis, não podem existir para que ape-


O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL

» LEI 34/2015, BENEFÍCIO OU NÃO?

Lei 34/2015 Que impacto tem a Lei 34/2015 e respetivas portarias no exercício atividade? Sobre a Lei 34/2015, que parece condicionar as estratégias empresariais do setor e que exerce uma forte pressão negativa, Sérgio António acredita que a mesma “esmaga qualquer proveito da nossa atividade e tenho a certeza que face a esta nova realidade, novas estratégias terão que ser adotadas, muitas delas passarão pela redução de postos de trabalho e até ao desaparecimento de algumas empresas, aumentando os níveis de desemprego. Neste momento aguardamos com expetativa a publicação desta importante Portaria para podermos definir estratégias para o futuro”.

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sta lei veio, por um lado revogar a legislação dos anos 40, mas penso que terá que existir uma clarificação de poderes entre as autarquias e a tutela ministerial, para além da regulamentação da mesma que ainda não existe. A associação de municípios poderá ter um papel importante na contribuição para a regulamentação desta mesma lei, como também contribuir para uma homogeneidade mais compreensível das taxas praticadas pelos municípios no país. Esta indefinição leva ao desinvestimento das empresas nesta área”, esclarece António Pissarra. “A Lei 34/2015 tem quase dois anos e ainda não está completa. Falta-lhe a Portaria que irá definir aquilo que para o nosso setor é de mais essencial, as distâncias em relação ao modo de como os suportes poderão ser implantados e também a questão dos pareceres serem emitidos por parte das Infraestruturas de Portugal a todos os pedidos de licenciamento apresentados junto das Câmaras Municipais (porque são estas as únicas e

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só, as entidades legalmente licenciadoras nesta matéria em Portugal), como finalmente a tão discutida TAXA anual, que as Infraestruturas de Portugal pretendem ver aprovada pelo Governo, para que possam obter uma gorda receita extra anual. E isto não pode acontecer”, completa Santos Lopes. “A Lei 34/2015 é uma lei que, revogando uma série de outros diplomas, vem clarificar o estatuto rodoviário. Na parte que se cruza com a publicidade exterior podemos concluir que esta lei foi feita com o objetivo de financiar as Infraestruturas de Portugal, dotando-as de uma ferramenta para legitimar o «feroz ataque» que fizeram às empresas do nosso setor durante anos, comprovando-se mais tarde e nos tribunais, ter sido uma ilegalidade praticada por esta entidade”, afirma Paulo Fialho e que explica que as autarquias são as únicas entidades competentes para licenciar: “a lei para nós é clara, quem tem competência de licenciar, e por isso recebe o valor respetivo, são as autarquias. Todos estes factos só vêm contribuir para maior proliferação da

publicidade ilegal que é praticada por algumas empresas que fazem às restantes uma concorrência desleal”. Indo de encontro à opinião dos colegas de profissão, Jorge Paiva afirma que “a Lei 34/2015 foi criada com um objetivo, e o objetivo não foi efetivamente regular o setor da Publicidade exterior em Portugal, mas sim, tentar legitimar algumas entidades para obterem receitas extra desta atividade, já de si bastante castigada pelas taxas exorbitantes e em muitos casos totalmente desfasadas da realidade nacional por parte dos municípios, que diga-se em abono da verdade deveriam ser os únicos e legítimos responsáveis por essa coleta de receita”. por isso a mesma “pode ser (mais) uma oportunidade perdida e tornar-se responsável por mais umas centenas se não milhares de processos em tribunal e queixas ao provedor de justiça, ou seja, resumidamente, voltar a um passado bem recente (anterior à lei 34/2015), e que não foi benéfico para nenhum dos intervenientes nestes processos”. ▪


O MEIO OUTDOOR EM PORTUGAL

» Publicidade exterior em portugal

REALIDADE DO SETOR OUTDOOR EM PORTUGAL Sobre o panorama atual da publicidade exterior no país, mais uma vez, as posições dos empresários mantém-se unânimes. A problemática da ilegalidade praticada assim como o aumento das taxas são apontadas como causas da crise sentida no setor. É, todavia, um setor com grande potencial. As entidades oficiais devem ser exigentes na fiscalização e no cumprimento das regras estabelecidas”. Mais uma taxa e será o fim da publicidade exterior garante Paulo Fialho: “a publicidade exterior em Portugal vive momentos de incerteza e bastante preocupação pois caso se confirmem as pretensões das Infraestruturas de Portugal em cobrar mais uma taxa será o fim da publicidade exterior em Portugal. Neste momento, todas as empresas têm os seus investimentos parados e não estão a empregar mais pessoal porque ninguém sabe o que o futuro reserva a este setor”. Jorge Paiva refere que “já há outros países na Europa onde o maior investimento em publicidade já é na Publicidade Exterior, ao contrário de Portugal onde a realidade é bem diferente, visto que os estudos de audiência tardam em se efetivar. o cliente continuar a comprar ano após anos a agências que por sua vez contratam as maiores redes de outdoors, que é o que é contabilizado junto das grandes agências de meios, deixando para trás milhões de euros que são investidos fora das agências. Isto certamente interessa a algum setor, mas não ao nosso. É ainda curioso perceber que em Portugal as grandes marcas contratam as grandes agências de meios, que depois contratam as «grandes empresas» de publicidade exterior que por sua vez fazem as campanhas em papel como se estivéssemos ainda na «Idade da Pedra». Não consigo perceber como é possível isto ainda acontecer e o cliente continuar a repetir este processo de compra vezes sem conta. A Publicidade exterior é claramente um meio não intrusivo em que o potencial cliente não precisa de fazer escolhas para tomar atenção a este meio de publicidade”. ▪

67 dezembro 2016

É

um setor que atravessa desde há alguns anos uma fase crítica e bastante difícil, com base em quatro pontos fulcrais: Ilegalidade, com o aparecimento diário de estruturas «parasitas», desordenadas, mas com estratégias muito bem definidas pelos infratores e com a impunidade de alguns órgãos de fiscalização municipais; o aumento do valor das taxas e licenças a liquidar aos Municípios; o esmagamento das margens de negócio e a tentativa por parte da Infraestruturas de Portugal na criação de mais uma taxa a liquidar pelos operadores publicitários”, clarifica Sérgio António. Segundo António Pissarra o setor sofreu severos golpes dos quais ainda não recuperou totalmente: “apesar do outdoor ainda se encontrar nos lugares cimeiros dos meios em Portugal, nos últimos 8 anos os valores da publicidade caíram cerca de 50% em geral, e ainda não se conseguiu recuperar. O aumento desenfreado das taxas camarárias e a aposta do setor empresarial nos meios em que existe uma medição da audiência deste leva a um empobrecimento e descapitalização das nossas empresas. A falta da medição de audiências do setor outdoor leva ao desvio de investimento por parte do anunciante”. Com a mesma linha de pensamento, Santos Lopes mostra-se revoltado e aponta culpas sobretudo à falta de disciplina e equilíbrio. “Presentemente, consideramos que é um setor doente que carece de disciplina, de equilíbrio e de qualidade. Qualidade dos suportes, qualidade do serviço prestado, qualidade ambiental. Mas que sobretudo carece do cumprimento das regras instituídas, por todos os operadores legalmente existentes em Portugal.


sEMANA EUROPEIA DA FORMAÇÃO

» IPTO | Associação de Práticas e Terapias Orientais

AYURVEDA E YOGATERAPIA O IPTO é uma associação que se dedica à prática e ao ensino Terapias Não Convencionais, nomeadamente a Ayurveda e a Yogaterapia. Saiba mais nas palavras de Paulo Antunes, Coordenador da Formação.

O

IPTO centra-se no Ensino e na Formação profissional em Ayurveda e Yogaterapia. Para quem não está familiarizado com as terapias, como podem ser descritas? A Ayurveda é um Sistema de Saúde, estruturado e codificado, que teve origem na Índia, há mais de cinco mil anos. A palavra Ayurveda significa, numa tradução direta, “Ciência ou Conhecimento da Vida”. É reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma Medicina Tradicional ou Medicina Complementar e Alternativa. Por ser a mais antiga, há quem a considere também a mãe de todas as Medicinas. Orientada para a Prevenção da Doença e Promoção da Saúde, na sua prática inclui Profilaxia/ Prevenção, Diagnóstico e Terapêutica. Considerado um sistema holístico, a Ayurveda percebe o ser humano como um todo, considerando os planos físico, mental e subtil (espiritual). Na verdade, estes planos estão presentes na sua definição de Saúde, que se poderá descrever, resumidamente, como um estado, no qual a constituição do individuo (biótipo), os seus tecidos e órgãos e os seus processos fisiológicos devem funcionar de forma equilibrada, juntamente com a harmonia dos sentidos, da mente e do espírito. Trata-se, de facto, de uma noção abrangente e holística assente num objetivo: promoção de uma vida saudável, longa e feliz. O equilíbrio, referido em cima, é a palavra-chave para a manutenção de um estado saudável. O desequilíbrio é a receita para o aparecimento da doença.

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Para a Ayurveda, cada indivíduo apresenta uma estrutura única, determinada não só pela sua constituição inata, mas resultante também da interação com meio envolvente (ambiente). Para as sociedades quotidianas, o trabalho de Prevenção da Doença tem uma importância fulcral. Com efeito, a capacidade de identificação precoce de sinais de desequilíbrio no organismo e a aplicação dos ajustes e correções necessárias, por exemplo, numa primeira fase na dieta alimentar e na rotina de vida do indivíduo, diária ou sazonal, podem promover o reequilíbrio e evitar o aparecimento da doença. Não obstante, mesmo numa situação de doença, a Ayurveda reúne igualmente as “ferramentas” necessárias para diagnosticar e tratar as patologias. Paulo Antunes

Para o Ayurveda, cada indivíduo apresenta uma estrutura única, determinada não só pela sua constituição inata, mas resultante também da interação com meio envolvente (ambiente)

Estas são terapias com que alcance em Portugal? Tratando-se de uma medicina, faz sentido falarmos, não apenas na figura do terapeuta mas também na figura do médico da Ayurveda. Neste contexto, ao Terapeuta, para além da aplicação tratamentos, caberá também a orientação e promoção de um estilo de vida saudável, ajustado às necessidades do paciente. Esse aconselhamento poderá passar, por exemplo, pelo ajuste da alimentação e rotina de vida (incluindo a prática de exercício (ex. o yoga), o ajuste do horário do sono, das refeições…) algumas prescrições fitoterápicas, etc. Tudo isto, no sentido de encaminhar o paciente para uma vida equilibrada, longa e feliz. Relativamente ao Médico da Ayurveda, para além do que foi descrito em cima, terá o conhecimento complementar e adequado para, realizando um


Quais são as mais-valias da formação prestada pelo IPTO? A abrangência e extensão do conhecimento teórico-prático da Ayurveda exigem do futuro terapeuta uma formação longa e estruturada. Veena Fernandes, portuguesa, médica da Ayurveda, formada na Índia, na Universidade de Gujarat e que colabora com o IPTO, refere que “inicialmente, fiz um curso de três meses de introdução à medicina Ayurvédica, na Índia. Apercebi-me rapidamente que estava apenas a aprender o básico e decidi iniciar uma formação superior de cinco anos e meio, com trabalho diário, na universidade e num hospital da Ayurveda”. Adianta ainda: “sinto que continuo a aprender com cada paciente que atendo, pois cada pessoa é única e tem necessidades diferentes”. Para Michele Pó, terapeuta da Ayurveda e membro do corpo docente do IPTO, “para o praticante, a Ayurveda torna-se um estilo de vida e o entendimento dos conceitos tem uma componente vivencial”. “O Terapeuta e o Médico desejam tornar-se o exemplo vivo desta medicina”. Paulo Meira, docente do IPTO, terapeuta da Ayurveda, doutorado em Sânscrito e investigador em Ayurveda no Centro de Investigação em Medicina Natural, remata, indicando que “o entendimento mais comple-

xo e abrangente da Ayurveda exige do futuro profissional uma formação consistente (com conteúdos e carga horária adequados), progressiva e de qualidade. Atualmente, para além dos workshops temáticos e das formações introdutórias, de curta-duração, o IPTO oferece dois cursos de média e longa duração: Consultor de Saúde em Ayurveda e Terapeuta da Ayurveda, respetivamente. O Curso de Consultoria de Saúde em Ayurveda, tem a duração 940 horas, distribuídas ao longo de três semestres. O objetivo desta formação centra-se na perspetiva preventiva da Ayurveda. O aluno, enquanto futuro Consultor de Saúde, irá, maioritariamente, orientar os pacientes para um estilo de vida e regime alimentar mais adequados à sua constituição. Esta formação serve como base, para o Curso de Terapeuta da Ayurveda. Relativamente ao Curso de Terapeuta, tem a duração 1830 horas, distribuídas por cinco semestres. Para além dos conteúdos comuns, o futuro terapeuta aprofundará ainda algumas temáticas como: os meios de diagnóstico, a farmacologia e fitoterapia ayurvédica, o estudo das patologias e a prática das terapias e tratamentos ayurvédicos mais comuns. Qualquer dos cursos contempla um período de estágio clínico. Atualmente, a mais-valia da formação do IPTO assenta fundamental em dois pontos: - O Corpo Docente, constituído por oito formadores, com uma experiência e conhecimento variado, dentro da Ayurveda. Deste grupo, constam dois médicos da ayurveda (um deles professor universitário na Índia e nalguns países europeus), um profissional ligado à medicina convencional e os restantes são terapeutas da ayurveda. - A Estrutura Curricular dos Cursos de Formação que, para além de uma carga horária consistente, está orientada para, inicialmente, fornecer ao aluno as bases sólidas necessárias e, posteriormente, de uma forma progressiva, introduzir os conteúdos mais especializados, terminando com um estágio clínico (onde o aluno colocará em prática os conhecimentos adquiridos). Independentemente do estágio clínico, os alunos são convidados, ao longo da formação, para aplicarem, em ambiente clínico supervisionado, os tratamentos ou terapias que vão aprendendo. Brevemente, prevemos aumentar a carga horária do Curso de Terapeuta, o que nos permitirá aprofundar algumas temáticas e aumentar o número de horas de estágio, aproximando-nos ainda mais das reco-

Michele Pó

Terapeuta de Ayurveda e membro do corpo docente do IPTO

Paulo Antunes

Coordenador da Formação do IPTO

Paulo Meira

Terapeuta de Ayurveda, Doutorado em Sânscrito e membro do corpo docente do IPTO

Veena Fernandes

Médica de Ayurveda e membro do corpo docente do IPTO

mendações da OMS para a formação em Ayurveda. É possível traçar um perfil de quem opta por fazer formação nesta área específica das terapias não convencionais? Existem características específicas que fazem do terapeuta um terapeuta de sucesso? Não é possível traçar um perfil standard do aluno que inicia a formação. Temos alunos de áreas profissionais variadas, a trabalhar a tempo inteiro, em part-time e até desempregados. Alguns deles iniciam a formação

para autoconhecimento e outros pretendem mesmo iniciar a prática da Ayurveda, como complemento ou, inclusivamente, como futura alternativa profissional. No entanto, para que haja sucesso, será necessário que, além de uma formação adequada, haja um espírito de entreajuda, uma capacidade de partilha, o reconhecimento do paciente como ser humano, querendo trabalhar com ele de forma humana e não mecânica e a disponibilidade para uma aprendizagem, progressiva e constante. ▪

69 DEZEMBRO 2016

diagnóstico, mais profundo e abrangente, identificar e tratar patologias. Atualmente, em Portugal, ainda não existe o enquadramento legal e as condições necessárias para a existência de uma formação superior, devidamente reconhecida, em Medicina Ayurvédica. Os dois médicos que colaboram com o IPTO, um português e outro indiano, tiveram formação académica na Índia. Ao nível clínico, a oferta ainda é reduzida. Contudo, continuando a apostar numa formação de qualidade, poderemos reforçar essa oferta, com técnicos mais especializados, trabalhando em equipa e de forma complementar. Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento na procura da Ayurveda, tanto a nível clínico/terapêutico como a nível formativo. Neste momento, na maioria dos casos, quem nos contacta já ouviu falar, já leu ou pesquisou alguma informação sobre a Ayurveda. Continuando a divulgação e a promoção da Ayurveda, esperamos sinceramente que se mantenha esta tendência e que a procura continue a aumentar, pois ela tem muito para oferecer como terapêutica preventiva e como prática médica em Portugal.


SEMANA EUROPEIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

» INSTITUTO PORTUGUÊS DO DESPORTO E JUVENTUDE, I.P.

“Aumentar a notoriedade do ensino e formação profissional”

LÍDIA GARCIA PRAÇA

A propósito da Semana Europeia da Formação Profissional que decorreu de 5 a 9 de dezembro, a Revista Pontos de Vista conversou com Lídia Garcia Praça, Vogal do Conselho Diretivo do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. - IPDJ que, entre outras coisas, revelou que através desta iniciativa “é dado destaque à valorização das competências com vista a um quadro de emprego de qualidade e de progressão no mercado de trabalho”. Mas saiba mais de uma das instituições nacionais mais prestigiadas.

pontos de vista

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O

Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. (IPDJ) assume como missão a execução de uma política integrada e descentralizada no âmbito das áreas do desporto e da juventude. No sentido de contextualizar o nosso leitor, quais têm sido os grandes desideratos da instituição e de que forma têm preconizado as mesmas? Em termos gerais assumimos e defendemos a generalização da prática desportiva; o desenvolvimento do desporto de alto rendimento e das seleções nacionais; a implementação de medidas para o combate ao desemprego jovem e de estímulo ao empreendedorismo. A participação e a inclusão social dos jovens; a ética no desporto; a formação dos agentes desportivos e a educação não-formal são também grandes áreas de intervenção. Esta estratégia tem sido preconizada através do incentivo à participação dos jovens na comunidade, ao apoio ao associativismo jovem; à certificação dos agentes desportivos e ainda à qualificação dos recursos humanos. Um dos fitos do IPDJ, I.P. passa por criar uma rede de parceria com entidades públicas e privadas (organismos desportivos, associa-

ções juvenis, estudantis e autarquias locais). Como têm fomentado estas ligações e quais as valias que conseguem retirar dessa rede na promoção do desporto? O desporto estrutura-se em três níveis, tendo na base os países, a nível intermédio as regiões e no topo as organizações internacionais. O IPDJ contribui para a definição de políticas públicas, assegurando a participação portuguesa nas instâncias desportivas internacionais, designadamente nas instituições da União Europeia, no Conselho da Europa, na UNESCO e no Conselho Iberoamericano do Desporto. Estabelecemos programas de cooperação, privilegiando os países da CPLP, que resultam no envio e no acolhimento de atletas de diversos países. Colaboramos com instituições de ensino superior, apoiando a realização de trabalhos de investigação sobre indicadores da prática desportiva e sobre os fatores de desenvolvimento da atividade física e do desporto. Para potenciar a prática do desporto em contextos específicos, colaboramos com a Direção-Geral da Educação, a Federação Académica do Desporto Universitário, as Autarquias, as Forças Armadas e as Forças de Segurança. Com vista à promoção e ao desenvolvimento do associativismo desportivo desenvolvemos parcerias

com o Comité Olímpico, o Comité Paralímpico e a Confederação do Desporto. A Semana Europeia da Formação Profissional decorreu de 5 a 9 de dezembro. Qual a importância desta iniciativa para Portugal? Vejo esta importância alicerçada no propósito de despertar cada vez mais jovens, para percursos de ensino alternativos à aprendizagem tradicional. Através desta iniciativa é dado destaque à valorização das competências com vista a um quadro de emprego de qualidade e de progressão no mercado de trabalho. De que forma é que o Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. se juntou à Semana Europeia da Formação Profissional? Que novidades foram apresentadas por parte da instituição? Através dos nossos canais de comunicação desenvolvemos uma campanha de sensibilização para aumentar a notoriedade do ensino e formação profissional. Não sendo uma novidade apresentada nesta semana, não posso deixar de referir o trabalho desenvolvido no âmbito do perfil profissional do Técnico de Juventude. Trata-se de profissionais que intervêm na conceção, organização,


Que mensagem gostaria de deixar a propósito da Semana Europeia da Formação Profissional? Desde logo uma mensagem de reconhecimento pela iniciativa da Comissão Europeia, e também de apreço pelo sucesso que obteve logo na sua primeira edição. Deixo um apelo às entidades para que as ações promovidas durante esta semana sejam replicadas ao longo do ano e em todo o país, contribuindo assim para aumentar a empregabilidade, a competitividade e o crescimento.

De que forma tem o IPDJ, I.P. vindo a promover práticas de melhoria de competências inovadoras que estimulem a formação profissional? Na área da Juventude, o IPDJ promove estas práticas através de um investimento sistemático em programas. Posso identificar o Programa FORMAR, que apoia os planos de formação da responsabilidade de associações, com o objetivo de promover a troca de conhecimentos interpares. Num patamar mais evoluído situa-se o programa FORMAR+, que tem como propósito alargar a oferta formativa e o universo de destinatários, passando a promover e apoiar as atividades formativas junto da população jovem e profissionais da área da juventude, através de medidas alicerçadas na formação, no reforço das competências e na promoção da educação não formal. Terminaremos este ano com o lançamento do Empreende Já, dirigido a jovens que não se encontram em situação de emprego, ensino ou formação. Este programa destina-se a apoiar, através da formação e tutoria, a criação e o desenvolvimento de empresas e de entidades da economia social, bem como, a criação de postos de trabalho. No quadro da regulamentação das profissões do desporto, destaco a necessidade dos técnicos, para além das qualificações profissionais de acesso à obtenção de um título profissional, realizarem “formação contínua” para efeito de renovação da certificação. É neste âmbito que o IPDJ tem vindo a desenvolver a certificação de formação inicial e contínua, a emissão e revalidação de títulos profissionais, e a definição de instrumentos e regulamentos que visam promover a qualidade dos processos formativos. Que análise advoga da formação profissional existente em Portugal comparativamente a outros congéneres europeus? Ainda estamos muito desfasados? Do conhecimento que tenho sobre o trabalho desenvolvido a nível europeu, no âmbito da formação profissional de técnicos de desporto, consigo identificar um conjunto vasto de boas práticas. Em muitos aspetos, Portugal, é um cluster, nomeadamente no que respeita ao quadro regulamentar das profissões do desporto, que encontra na formação profissional um pilar fundamental de capacitação, mas também na forma como têm vindo a desenvolver e a implementar iniciativas com o intuito de valorizar a qualidade dos processos formativos. ▪

“São prioridades do IPDJ, valorizar e capacitar o associativismo desportivo e juvenil”

Q

ual a ligação que o IPDJ, I.P. promove com outras entidades de cariz internacional e europeu no âmbito das suas diretrizes? Atualmente o IPDJ encontra-se envolvido numa ação de formação profissional promovida pela Organização Ibero-Americana da Juventude, o Curso online de Gestão Estratégica de Organizações Juvenis. Temos ainda parcerias com entidades, que promovem ações de formação em que são utilizadas técnicas de educação não-formal, mas aplicadas a profissionais. Destaco, igualmente, o Garantia Jovem, promovido pela Comissão Europeia. As ações a decorrer dirigem-se a jovens nacionais, com o objetivo de lhes dar uma oportunidade de educação e formação, estágio ou emprego. Sublinho ainda a Campanha Movimento Contra o Discurso de Ódio, um projeto do Conselho da Europa. Esta campanha, cujo Comité Nacional é coordenado por nós, assume-se como um instrumento de Educação na área da promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania Digital, bem como de combate à radicalização e ao extremismo violento.

Que significado tem para o IPDJ, I.P. a formação profissional? No âmbito do desporto, quais são ainda as principais lacunas a nível da formação profissional? O significado é evidente face às atribuições legais que temos no âmbito da formação de Recursos Humanos do Desporto, fazendo do IPDJ a entidade reguladora e certificadora do sistema de formação profissional. Relativamente às lacunas que se podem observar gosto de as identificar como desafios e identifico a criação de condições que facilitem a descentralização da oferta formativa, a maior adequação da formação às reais necessidades de formação dos seus destinatários e dos objetivos de desenvolvimento preconizados e, ainda, o desenvolvimento de ferramentas e instrumentos pedagógicos que facilitem o acesso à formação. Quais são as principais prioridades de futuro do IPDJ, I.P.? São prioridades do IPDJ valorizar e capacitar o associativismo desportivo e juvenil, com apoio às infraestruturas e aos recursos humanos; bem como, promover a afirmação do desporto, a participação cívica dos jovens e a cooperação internacional.

71 dezembro 2016

desenvolvimento e avaliação de projetos e atividades, facilitando e promovendo a cidadania, a participação, a autonomia e a inclusão. Este estatuto confere uma formação de nível IV, equivalente ao 12º ano.



Semana Europeia da Formação Profissional

» ISLA - INSTITUTO POLITÉCNICO DE GESTÃO E TECNOLOGIA

ENSINO PROFISSIONAL É “PARA TODOS” Professor Doutor Manuel Pinto Teixeira, Diretor da Escola Superior de Gestão, do ISLA – Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia em Vila Nova de Gaia, em entrevista à Revista Pontos de Vista, explica a oferta formativa da instituição a quem procura o ensino profissional e fala sobre os desafios que esta área do ensino enfrenta.

ISLA - Fachadas e pátios

A

Semana Europeia da Formação Profissional, que decorreu entre 5 e 9 de dezembro, uma iniciativa da Comissão Europeia, visa tornar mais atrativos o ensino e a formação profissionais (EFP). Enquanto CQEP (Centro para a Qualificação e o Ensino Profissional), que práticas diferenciadoras distinguem a instituição nesta temática? O ISLA-IPGT procura, como primeira preocupação, oferecer ao mercado de trabalho conteúdos formativos que vão de encontro às necessidades do mercado em cada momento. Isto obriga a uma dinâmica de atualização constante e monotorização dessas mesmas necessidades, Preocupa-nos garantir aos nossos formandos o maior índice de empregabilidade possível, o que por si só é um desafio permanente de atualização. Recusamos tudo o que possa representar acomodação ou conformismo. Queremos que quem nos procura para receber formação saiba que encontra uma equipa dedicada, atenta ao mercado de trabalho, e competente nas respetivas áreas de formação. Por fim, apostamos na proximidade e humanização nas relações entre todos os membros da nossa comunidade académica. Que novidades existem no programa de formação profissional do ISLA? Na senda do que atrás dito, os nossos cursos respondem à procura em todas as áreas que o mercado de trabalho tem mais capacidade de absorção. Como sejam as novas tecnologias, multimédia,

logística, hotelaria e restauração, o turismo, entre outros. Poderá a falta de estabilidade no ensino, fruto das alterações recorrentes, ser apontada como uma das maiores barreiras ao ensino profissional? Que outras podem ser referidas e qual a estratégia do ISLA para as ultrapassar? Temos de reconhecer que nos últimos anos foi feito um grande esforço a nível nacional para estabilizar o ensino profissional. O lançamento dos novos cursos de técnicos superiores não graduados são a sequência lógica destas políticas de desenvolvimento do setor. Claro que poderemos sempre melhorar, mas não partilhamos a ideia do caos no ensino profissional. Pensamos, porém, que é preciso rapidamente definir uma política consistente e coerente no que respeita ao financiamento das instituições e dos formandos. Neste momento, quais são, na sua opinião os maiores desafios dos estabelecimentos de ensino em Portugal? O maior desafio é a capacidade das instituições se organizarem em redes de complementaridade. É o que o ISLA-IPGT tem vindo a fazer, criando já uma dessas redes com todas as instituições da Área Metropolitana do Porto que quiseram ou queiram aderir. Juntos podemos mais. E para os alunos ou recém-licenciados/formados? O desafio para os formados é serem capazes de demonstrar no mercado de trabalho que a sua formação responde às necessidades da economia real.

O maior desafio é a capacidade das instituições se organizarem em redes de complementaridade

O ensino profissional é para quem…? Para todos. Porque a formação contínua ao longo da vida não pode conhecer graus nem níveis de formação. Se queremos ser competitivos temos que estar sempre preocupados com a formação contínua. Desde o mais humilde operário, ao quadro ou especialista de maior nível ou graduação. O saber é um contínuo que não admite paragens.▪

73 dezembro 2016

manuel pinto teixeira


VINHOS DE INVERNO PARA O NATAL E RéVEILLON

» VINHA DAS VIRTUDES EM DESTAQUE

VINHOS QUE EXPRESSAM

OS VALORES ALENTEJANOS

D

O Monte da Ribeira tem vindo a afirmar-se como um local de criação de vinhos únicos e exclusivos. Da plantação de uma pequena vinha nasce a vontade de produzir o seu próprio vinho. José Rodrigues, produtor e Administrador da Vinha das Virtudes, conta-nos mais.

o que sabemos, em 2011, a sua vida, José Rodrigues, deu uma grande volta. Sem antecedentes no setor, da plantação de uma pequena vinha nasceu a vontade de produzir o seu próprio vinho. Queria ser produtor de vinho? Como aconteceu isto? Não tenho, de facto, nenhum antecedente no setor e a minha atividade profissional, indústria naval na região de Setúbal, não tem nada que ver com agricultura ou vinhos. Procurava um “refúgio” com condições para reunir a família e amigos, e deixei-me encantar pelas belezas do Alentejo. Decidi então comprar o Monte da Ribeira, nas proximidades de Évora, na antiga Herdade da Avessada e resolvi plantar um pequeno pomar e uma pequena vinha, da qual pensava vir a tirar algumas uvas para vinho para consumo. Então como é que passa a querer

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produzir o seu próprio vinho? A ideia era apenas produzir umas quantas garrafas para consumo próprio, mas a circunstância de o local, muito bonito, diga-se, ser uma zona de paisagem protegida, fez alterar radicalmente as coisas. A história, conta-se em poucas palavras. Para tratar a terra e prepará-la para as plantações, comprei um trator. Tornou-se então necessário arranjar uma zona coberta para o proteger

do sol e da chuva, como forma de estender a sua vida útil. Na sequência de contactos, nesse sentido, com um Engenheiro amigo e posteriormente com o Arquiteto Jorge Fragoso Pires, soube que a construção de uma “garagem”, dadas as limitações de construção inerentes à ZPE onde o Monte se localiza, só seria possível se a sua construção viesse “ligada” a um projeto industrial. E foi assim. Se dessa forma era possível e se eu pensava vir a fazer o meu vinho para consumo numa pequena adega local, porque não fazer já uma pequena adega? Deixou então de ser uma pequena adega? Não! A adega continua a ser pequena, mas depressa deixou de ter os 100 m2 inicialmente previstos, crescendo para cerca de 600 m2. De facto, decidido o projeto inicial e contactado o enólogo que se viria a tornar parte essencial e decisiva de todo o projeto, o Eng. Pedro Baptista, depressa fomos acrescentando áreas ajustadas a novas previsões de capacidade futuras. Decidimos que os vinhos a produzir privilegiariam a qualidade e o projeto passou a ter uma área industrial, com capacidade para cerca de 40 mil garrafas, uma sala de envelhecimento devidamente climatizada e uma zona social para provas e pequenos eventos. Está clara a opção por vinhos de qualidade, mas também a “marca” e design parecem ter merecido cuidados especiais. O que pretendeu com estes cuidados? Pretendi criar vinhos de uma gama média/superior, pelo que tive o cuidado de procurar criar uma imagem de marca, criada pela designer de

vinhos Rita Rivotti, que acrescentasse notoriedade à qualidade do produto que o enólogo colocaria na garrafa. Surgiu então a “Vinha das Virtudes”, nome que vem associado aos nomes dos vinhos que decidimos criar e que se inspiraram nas sete “virtudes” do poema épico Psicomancia, do poeta romano Prudêncio (348-410), na sua etimologia latina. A minha intenção, por agora, é utilizar apenas três nomes nas gamas que lhe referi antes, Liberalitas, Humanitas e Humilitas ou se quiser, Generosidade, Caridade e Humildade, respetivamente. Apesar de ser um projecto recente, a Vinha das Virtudes já apresentou algumas das suas referências em concursos de vinhos tendo arrecadado, em 2015, duas medalhas de Ouro, uma no Concurso de Vinhos de Portugal e outra no Concurso Syrah du Monde, com o Humanitas tinto Reserva 2013. O que podemos esperar mais? Para além das que refere, houve já mais duas de Prata em 2015, no Concurso Vinhos de Portugal e no Concours Mondial de Bruxelles, e mais cinco de Prata em 2016, sendo uma no Concurso Syrah du Monde, duas no Concours Mondial de Bruxelles, uma no Concurso Vinhos de Portugal e uma na Confraria dos Enófilos do Alentejo. O que podemos esperar é a continuação de um trabalho sério que nos permita continuar a merecer a distinção com que temos vindo a ser galardoados e estender a rede de comercialização, exclusivamente no canal Horeca e garrafeiras, a todo o país. Na sua opinião, existem vinhos de inverno? Que vinho recomendaria como sugestão natalícia? Existem vinhos que mais facilmente se adaptam a uma estação como o inverno. O Humanitas Reserva branco é um branco com fermentação e estágio em barrica de carvalho francês, feito com uvas de excelente qualidade, tornando-o um vinho muito complexo e volumoso e, apesar de branco, um vinho adequado à gastronomia típica da estação fria. Este vinho, acompanhado pelo seu “irmão” tinto, constituem uma excelente sugestão para a época natalícia. ▪




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