Revista Pontos de Vista Edição 100

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Pontos de Vista Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. | Março 2021 | EDIÇÃO Nº 100 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros

PO SEUR

PROMOVER A INTENSIFICAÇÃO DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Isabel Prieto,

Oftalmologista, e a Saúde Visual em tempos de pandemia

CRIOESTAMINAL

A IMPORTÂNCIA DAS CÉLULAS ESTAMINAIS STADA PORTUGAL INOVAÇÃO EM SAÚDE

FERNANDA ALVES E UMA CARREIRA DE SUCESSO Serenity Portugal em destaque

Casa Ermelinda Freitas Vinhos com História

SMARTKISS

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

FOTO: Diana quintela

CEO DA RAINBOW PORTUGAL


Clara Saúde - A PENSAR EM SI!

HUGo Castela, Sónia Reimão, Carlos Clara, Vânia Frade, Luís Rodrigues (em cima) | Cláudia Lucas, Rafael Ribeiro


o, Susana Ramos, André Santos, Helena Ruivo (em baixo)



Índice DE TEMAS

Pontos de Vista FICHA TÉCNICA Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Administração | Redação | Departamento Gráfico Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660, 4455-518 Perafita Matosinhos Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt | www.facebook.com/pontosdevista Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Distribuição Nacional | Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 | NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 | Dep. Legal: 374222/14

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FUSÕES & AQUISIÇÕES (M&A). O ATUAL ESTADO DO MERCADO DE M&A EM PORTUGAL. ALGUNS PLAYERS ABORDAM ESTE SETOR EM TEMPOS DE PANDEMIA

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DIRETOR: Jorge Antunes

excelência em Recursos Humanos e marcas Top Employer em Portugal. Porque o Capital Humano ainda é o pilar mais importante das empresas. Veja exemplos a seguir

Editor: Ricardo Andrade Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” |4455-565 Matosinhos, Portugal PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Ricardo Andrade | Beatriz Quintal Paginação: Mónica Fonseca GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares Fotografia: Diana quintela - www.dianaquintela.com Rui bandeira - www.ruibandeirafotografia.com Tiragem: 24.500 exemplares Detentores do Capital Social: Jorge Fernando de Oliveira Antunes: 100%

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A Saúde em Portugal, nas mais diversas vertentes, é abordada por diversos «atores» de renome e prestígio

Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para: Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt Preço de capa:

4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%) Europa: 65 euros | Resto do Mundo: 60 euros Editorial A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão. Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, exceto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.

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Na edição 100 da Revista Pontos de Vista, Parceiros de excelência juntam-se a nós e dãonos o seu «ponto de vista» sobre o seu mercado de atuação e a importância da Revista Pontos de Vista na sua comunicação

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Dia Mundial da Água – 22 de março. Joana Baptista, Vogal do Conselho de Administração dos Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento (SIMAS) de Oeiras e Amadora, aborda a importância da sensibilização deste recurso escasso, a Água

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O Dia Internacional da Mulher, comemorou-se no passado dia 8 de março. Conheça exemplos de um mundo real de mulheres que dia após dia são um verdadeiro exemplo de liderança

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FUSÕES & AQUISIÇÕES

“Acredito que o mercado de M&A continuará bastante ativo” Player de excelência, a EY tem como principal desiderato promover a excelência e o sucesso dos seus clientes. Miguel Farinha Head of Strategy and Transactions da EY Portugal, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou, entre outros assuntos, a relevância do processo de fusão e aquisição (M&A) em Portugal e a forma como a marca consegue acompanhar todo o processo em M&A, tanto na ótica do comprador como do vendedor.

MIGUEL FARINHA

A

EY dedica-se a ajudar os clientes a resolver os seus desafios mais complexos e a alcançar os seus objetivos, a manter os investidores informados e a satisfazer as necessidades dos stakeholders. Assim, num mercado em constante mudança – e tendo em conta os desafios diários que se impõem - como se posiciona hoje esta empresa no mundo dos negócios? O nosso alcance global e o trabalho de décadas com líderes globais de todos os setores de atividade dão-nos uma perspetiva única sobre a agenda de crescimento das empresas e sobre a fragilidade de negócios que não conseguem interpretar o seu contexto e antecipar a evolução dos mercados. Conscientes de que o nosso próprio mercado está sempre em evolução, a EY promove uma política de investimento contínua em tecnologia e inovação, seja interna, seja através de

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alianças com parceiros tecnológicos ou mesmo através da aquisição de empresas que venham complementar as nossas capacidades ou aumentar a nossa eficiência. Ao protegermos e fazermos crescer o nosso negócio ajudamos a cimentar o nosso posicionamento enquanto empresa global com a capacidade de mobilizar soluções inovadoras para promover a agenda de crescimento dos nossos clientes. Sabendo que as empresas de serviços profissionais vivem da competência dos seus recursos, o nosso posicionamento inclui uma experiência de colaborador única, que nos torna o recrutador preferencial para recém-licenciados ou profissionais com experiência. Os insights e a qualidade de serviços que a EY presta, auxiliam a criarem confiança nos mercados de capitais e nas economias mundiais. “Desempenhamos um papel fundamental na criação de um mundo melhor de negó-

cios para os nossos colaboradores, clientes e comunidades”, asseguram. De que forma? A EY foi das primeiras firmas globais a assumir o “purpose-led transformation” – tendo identificado um propósito global e transformado a forma como trabalhamos em função do mesmo. Daqui resultou que o nosso propósito de “construir um melhor mundo de negócios” é vivido em tudo o que fazemos, com as nossas equipas de estratégia, apoio a transações, consultoria, assessoria fiscal e auditoria a saberem que o seu papel na eficiência, na promoção do crescimento e no compliance dos nossos clientes resulta em mercados mais dinâmicos, em desenvolvimento económico e em progresso. A EY orgulha-se de ter assumido muito cedo um papel importante como membro fundador do Embankment Project for Inclusive Capitalism, no qual algumas das maiores empresas globais assumiram a importância da defesa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


FUSÕES & AQUISIÇÕES

das Nações Unidas e na reorientação para uma estratégia de crescimento inclusivo e focado na criação de valor a longo prazo. Este posicionamento é reforçado pelos compromissos da EY em matéria ambiental, assumidos em 2020 e já reforçados em 2021, dos quais resulta já um impacto negativo em emissões de CO2 e o objetivo de eliminação ou compensação de todas as demais emissões até 2025. Em complemento, a nossa iniciativa global de responsabilidade social – EY Ripples – está focada na mentoria de jovens e no apoio a empreendedores sociais, tendo como objetivo fazer a diferença em mil milhões de pessoas até 2030. Em suma, o nosso trabalho com clientes, privados ou públicos, e o nosso compromisso com a criação de um mundo melhor demonstram claramente uma cultura e uma prática alinhadas com o nosso propósito global. Através das relações estratégicas com líderes tecnológicos e industriais, a EY combina poderosas tecnologias, capacidades distintivas e experiência a todos os níveis. Podemos afirmar que a inovação tem sido o braço direito da qualidade dos serviços que prestam? Apesar de as empresas sempre terem enfrentado um ambiente de negócios em transformação, as últimas três décadas, em especial com a introdução dos computadores e da internet, tornaram claro que, tal como na biologia, a sobrevivência dos negócios está associada à sua capacidade de adaptação ao ambiente que as rodeia. Na EY, um dos pilares desta capacidade de adaptação reside na inovação, seja a que desenvolvemos internamente seja a que nos é trazida por alianças. Mais uma vez, como na biologia, a simbiose entre empresas puramente tecnológicas e empresas que, como nós, conhecem profundamente as necessidades específicas de cada negócio, resulta em valor acrescentado para os nossos clientes, e em benefícios para os nossos parceiros. O processo de fusão e aquisição (M&A) vem representando uma solução economicamente viável para diversos empreendedores. Com as empresas a tentarem cortar custos devido à pandemia, estes negócios aceleram por toda a Europa. No seu ponto de vista, já seria previsível este aumento? Porquê? Em linha com o que disse antes, podemos pensar na atividade de M&A como um acelerador de transformação. Quando uma empresa perde a capacidade de se manter competitiva no seu negócio, e idealmente até antes disso, um processo de alienação de parte ou da totalidade do capital pode ser a melhor forma de proteger valor e emprego. A intervenção de family offices ou de Private Equities, especialmente quando têm a capacidade de aportar “smart money” – trazendo contactos, acesso a mercados, acesso a tecnologia ou capacidade de gestão – é muitas vezes o mecanismo mais eficaz para uma empresa em dificuldades recuperar ou para uma empresa estagnada voltar a ter a ambição e o músculo financeiro para crescer.

Na sequência do atual cenário de pandemia, em que muitas empresas se viram confrontadas com alterações bruscas e profundas do seu ambiente de negócios, é natural e desejável que se assista a um aumento de operações de M&A. A preservação de negócios e o potencial de consolidação de alguns setores serão essenciais para uma rápida recuperação económica e mesmo para uma maior resiliência e competitividade face a choques futuros.

“A EY apresentou recentemente a sua estratégia global, a NextWave, com uma ambição clara de entregar valor no longo prazo aos nossos clientes, às nossas pessoas e à sociedade, inspirada na forma como a inovação se dissemina através da mesma” O ritmo acelerado de mudanças na maioria dos setores exige modificações nas estratégias de integração por via de fusões e aquisições e quanto à forma como os adquirentes retêm sinergias. Como é que a EY ajuda neste domínio? A extensa experiência da EY em M&A permite-nos acompanhar todo o processo, tanto na ótica do comprador como do vendedor. A nossa intervenção pode-se iniciar com uma revisão da estratégia de um grupo, via a nossa equipa da EY Parthenon, apoiada pelos restantes colegas de Transactions com competências em matéria financeira e de avaliação de negócios, resultando na identificação de ativos estratégicos, de opções de desinvestimento ou de cenários de acesso a capital. Podemos apoiar o vendedor na preparação de um processo de alienação, o que pode passar pela realização de uma Vendor due diligence e de apoio na identificação de oportunidades de valorização ou pela gestão integral de um processo de alienação, desde a apresentação do negócio a potenciais compradores ao apoio no processo de negociação e conclusão da transação. Para o comprador, temos a mesma capacidade de apoiar desde a definição global da estratégia de investimento, passando pela constituição dos veículos e pelo levantamento de capital. Segue-se a identificação de oportunidades de compra, o contacto inicial com potenciais ven-

dedores e a realização dos diversos tipos de due diligence necessários, em que analisamos potenciais riscos e apoiamos a definição do valor dos ativos. Finalmente, podemos participar no processo de negociação, até à concretização do negócio. Neste momento a nossa equipa conta com técnicos especializados em serviços de due diligence financeira, fiscal, comercial, ambiental, IT, técnica e operacional. Entre a equipa especializada de Strategy and Transactions e as demais competências da EY, temos a capacidade de oferecer um serviço integrado, que tanto pode abarcar estratégia como matérias contabilísticas, financeiras ou fiscais. A nossa oferta inclui ainda a vertente de integração pós-aquisição, em que se promove a realização de sinergias na nova entidade, promovendo a criação de valor no alinhamento de sistemas, processos e pessoas, incluindo a vertente motivacional e de política de compensação. Para o futuro, de que forma é que EY desenha o seu plano de atuação, de maneira a desenvolver as histórias de sucesso dos clientes? Qual será a estratégia para este ano – altura em que o mundo atravessa uma pandemia? A EY apresentou recentemente a sua estratégia global, a NextWave, com uma ambição clara de entregar valor no longo prazo aos nossos clientes, às nossas pessoas e à sociedade, inspirada na forma como a inovação se dissemina através da mesma. Neste sentido, realço a nossa aposta clara no desenvolvimento dos nossos serviços de estratégia e de tecnologia para, num mundo que se movimenta a uma velocidade incomparável com décadas anteriores, apoiarmos os nossos clientes nos desafios contínuos que enfrentam. Como se encontra atualmente o mercado das fusões e aquisições e que novas tendências são calculadas para 2021? Após alguns anos de recordes sucessivos no volume e valor de transações em Portugal, o ano de 2020 ficou marcado por uma retração deste mercado, principalmente num segundo trimestre que foi penalizado por um elevado número de operações abortadas ou suspensas. No entanto, esta dinâmica começou a inverter-se no segundo semestre, tendo-se registado no último trimestre de 2020 um número de operações que já excedeu o período homólogo de 2019. Atualmente o mercado continua bastante ativo, com diversas transações anunciadas nas últimas semanas e várias operações muito significativas em fase de conclusão nos próximos meses. Em relação a 2021, em linha com o referido numa das questões anteriores, acredito que o mercado de M&A continuará bastante ativo. O atual cenário de pandemia irá gerar várias novas oportunidades decorrentes quer das alterações ocorridas no ambiente de negócios como do excesso de liquidez no mercado, principalmente de fundos de investimento que continuamente analisam o mercado Português em busca de oportunidades. ▪

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FUSÕES & AQUISIÇÕES

Bison Bank

o parceiro ideal de investimento

Estivemos à conversa com Gladstone Siqueira, Managing Director e Head do Departamento de Banca de Investimento do Bison Bank – um Banco de investimento português. Confidenciou-nos essencialmente, entre outros temas, de que forma uma experiência sólida de mais de 20 anos de existência se reflete num rigoroso serviço de qualidade.

O

Bison Bank está particularmente vocacionado em fornecer uma ampla e especializada gama de serviços de Wealth Management, Banco Depositário e Custódia e Banca de Investimento, alavancado numa ligação estratégica entre o mercado europeu e o asiático. Tendo em conta as mutações naturais que se desenvolvem no mercado, quem é hoje este Banco? O Bison Bank é um banco de investimento europeu, totalmente detido por capital privado chinês, que está particularmente vocacionado em fornecer uma ampla e especializada gama de serviços de Wealth Management, Banco Depositário e Custódia e Banca de Investimento, a Clientes individuais, empresas e institucionais, alavancado numa ligação estratégica entre o mercado Europeu e o mercado Asiático. O Banco está sediado em Lisboa e alavanca o desenvolvimento das suas atividades de negócio no amplo alcance geográfico do seu acionista, através da sua forte presença na Europa, em Hong Kong e China continental, bem como numa larga relação de parcerias estabelecidas com bancos de investimento, boutiques de investimento, assessores financeiros e investidores institucionais em mais de 45 países.

GLADSTONE SIQUEIRA

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Na Banca de Investimento, o Bison Bank está empenhado em assessorar os seus clientes na realização dos seus projetos, tendo como principal desiderato oferecer um serviço de excelência e reduzir as diferenças culturais e distâncias geográficas. De que forma o concretizam? O Bison Bank beneficia de uma ampla experiência de mercado de mais de 20 anos e conta com uma equipa com sólida experiência em banca de investimento, com forte track record no mercado de capitais, em equity e debt capital markets, bem como em corporate banking, com serviços que combinam uma consultoria independente com forte especialização técnica e setorial, desde a originação, estruturação e execução de opera-


FUSÕES & AQUISIÇÕES

ções de M&A, debt fundraising, leveraged finance, valuation, debt restructuring and reprofiling com vista à otimização do balanço e do cash flow das empresas. Temos como princípio estratégico o B2B, e valemo-nos das relações de parceria que referi anteriormente. Somos membros de networks internacionais de referência de assessores financeiros como o Pandea Global M&A, a AFO (Association of Family Offices in Asia) e a V-Next (Plataforma de investidores da Shenzhen Stock Exchange, com foco em investimentos direto no estrangeiro), para além de sólidas parcerias com diversas outras instituições financeiras, Private Equities e Asset Managers na China, Europa, USA, América de Sul e África, que nos permitem identificar o investidor ideal para os projetos que executamos, bem como as oportunidades e soluções adequadas para as necessidades financeiras dos nossos clientes. O Departamento de Banca de Investimento do Bison Bank conta ainda um uma equipa multicultural com investment bankers seniores europeus e chineses, com larga experiência em diversas geografias, além de equipas com consultores seniores em Hong Kong e Shanghai que nos permitem estabelecer “pontes” e identificar os investidores e parceiros ideais para os nossos clientes. Temos soluções customizadas e sob medida, além de acesso direto a mercados, oportunidades e investidores-alvo para os nossos clientes - não só no mercado europeu, mas também com grande foco nas relações de negócios e investimentos no mercado asiático. O Bison Bank é o parceiro Euro-Asiático ideal para uma longa e mutualmente benéfica relação de parceria com os seus clientes. O processo de fusão e aquisição (M&A) vem representando uma solução economicamente viável para diversos empreendedores. Com as empresas a tentarem cortar custos devido à pandemia, estes negócios aceleram por toda a Europa. Assim, como se encontra atualmente o mercado no que a este tema diz respeito? No seu ponto de vista, já seria previsível este aumento? Estamos a viver um momento

de grandes complexidades para empresas e famílias que acabam por ter impactos na economia real, em especial pelas incertezas que despertam nos empresários e investidores. Como em todas as crises, há diversas oportunidades e as empresas que souberem reposicionar rapidamente os seus produtos e a abordagem do mercado poderão obter vantagens competitivas importantes. Todavia há questões que têm adiado alguns projetos e as decisões de investimento, como as incertezas ainda presentes quanto ao impacto efetivo nos níveis de faturação das empresas-alvo durante e pós pandemia, e quanto ao ponto de viragem. Há outros fatores operacionais como as dificuldades para os processos de due diligence e os contatos diretos dos investidores com as equipas e a gestão das empresas sob análise, naturais nos processos de M&A. Temos, contudo, adaptado na medida do possível os processos, com recurso aos meios digitais, o que tem permitido o avanço de projetos importantes. A evolução dos processos de vacinação nas diversas geografias irá, certamente, determinar as condições para a retomada dos processos ora em standby e, sem dúvida haverá um retorno aos níveis anteriores de realização de operações, alavancado por oportunidades e necessidades de reestruturação e consolidação, em especial em alguns setores.

momentos de grandes oportunidades e as empresas e investidores com maior agilidade de decisão e capacidade de investimento poderão beneficiar, por exemplo, de oportunidades que numa situação normal não estariam disponíveis e de uma maior abertura em setores mais estratégicos.

processos de fusões e consolidações, com foco na busca por maior eficiência e ganhos de escala. Em Portugal o imobiliário acaba sempre por ter relevância e não será diferente neste momento. Haverá excelentes oportunidades em sectores como o do turismo, a partir da retomada das atividades.

Quais serão as tendências do processo de fusões e aquisições no mercado nacional para 2021? Espera-se, uma retoma gradual das operações, em especial a partir do segundo semestre, com ênfase em setores como os de energias renováveis, novas tecnologias, comunicações, digitalização das empresas, da saúde, agricultura e de alimentos, em especial na aplicação de tecnologias para uma produção e gestão mais eficientes. Haverá ainda oportunidades em setores mais impactados pela pandemia, para

Para o Bison Bank, e em especial no negócio de Banca de Investimento, o que está a ser desenvolvido com o objetivo de gerar um crescimento sustentado e alianças estratégicas? Conforme anteriormente apontado, temos o canal B2B como génesis na nossa matriz estratégica e daremos continuidade ao processo de alianças que temos vindo a desenvolver e à materialidade e tradução das parcerias estabelecidas em negócios relevantes para os nossos clientes. ▪

Considera que o M&A é uma boa opção para empresas que estão a passar por um momento complexo devido à crise económica? Porquê? A alienação de ativos não prioritários e a fusão e/ou consolidação de empresas de um mesmo setor, com ganhos de escala e otimização de custos de produção, são alguns dos benefícios do M&A para equacionar eventuais necessidades de caixa e/ou capital e para as empresas reestruturarem-se pós impactos decorrentes de uma crise económica em geral ou em momentos de maiores complexidades como o atual, onde estão particularmente expostos alguns setores da economia. As crises são, por outro lado,

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FUSÕES & AQUISIÇÕES

“Juntos desbloqueamos potencial” Com uma presença global em mais de 140 países, a Willis Towers Watson caracteriza-se pelo trabalho em equipa, integridade, respeito mútuo e constante procura pela excelência dos seus serviços. Quem nos contou mais sobre a empresa foi Nuno Evangelista, Lead Associate, Due Diligence e M&A Advisory da mesma.

A

Willis Towers Watson é uma empresa global líder em consultoria, corretagem e soluções que apoiam clientes em mais de 140 países e mercados a transformar o risco num caminho para o crescimento. Quais considera terem sido os fatores-chave na história da empresa, que a conduziram à referência mundial? A Willis Towers Watson possui uma rica e vasta história que remonta ao século XIX, tendo passado por vários processos de fusões e aquisições que lhe permitiram evoluir e chegar à estrutura atual. Todavia, a principal força motriz que nos conduziu ao sucesso foi, sem dúvida, o conjunto de valores que a nossa organização imprime em todos os seus colaboradores e que os inspira e motiva a melhorar todos os dias o serviço prestado ao cliente. Esses valores são o forte foco no cliente, o trabalho em equipa, a integridade, o respeito mútuo e a constante busca pela excelência em tudo o que fazemos. São valores que nos definem e continuarão a definir na nossa abordagem aos negócios e nas nossas relações com os clientes. A nossa presença global em mais de 140 países reveste, também, um fator-chave para o nosso sucesso contínuo, pois, é através da proximidade com o cliente que se fortalecem as relações e se forma a base para a confiança. Desenham e oferecem soluções que gerem o risco, otimizam os benefícios, promovem o talento e ampliam o poder do capital de forma a proteger e a reforçar as organizações e os indivíduos. “Juntos desbloqueamos potencial”, tal como afirmam. De que forma? Que valor os serviços da Willis Towers Watson aportam aos clientes? A Willis Towers Watson é composta por um amplo grupo internacional que inclui um leque de profissionais com conhecimentos nas mais variadas áreas, agindo em conjunto para defender os melhores interesses dos clientes. Esses conhecimentos multidisciplinares permitem-nos entender melhor as necessidades dos clientes e surpreendê-los ao superarmos as suas expectativas. Juntos desbloqueamos potencial porque quando um cliente escolhe um de nós, na verdade está a escolher todos nós e juntos conseguimos oferecer soluções inovadoras, atingir elevados padrões de profissionalismo e ultrapassar quaisquer fronteiras em termos de negócios, geografias e funções. Esta nossa postura possibilita que nos foquemos naquilo que é essencial e darmos o nosso melhor para gerir o risco do cliente da forma mais eficaz. Assim, os clientes veem a Willis Towers Watson como o seu consultor de confiança que lhes fornece serviços de alta qualidade.

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ções envolvendo farmacêuticas e nas relacionadas com alimentos e logística.

NUNO EVANGELISTA

O processo de fusão e aquisição (M&A) vem representando uma solução economicamente viável para diversos empreendedores. Com as empresas a tentarem cortar custos devido à pandemia, estes negócios aceleram por toda a Europa. Já era previsível este aumento? Como se encontra atualmente o mercado das fusões e aquisições? O aumento no número de transações de fusões e aquisições (M&A) já era expetável, mesmo num cenário com perspetivas económicas tão incertas, sendo que os nossos dados sugerem que o presente ano de 2021 trará consigo uma onda de novas transações. As empresas continuarão, em 2021, a procurar criar resiliência para resistir a choques ou crises futuras, com um número crescente de transações em todos os setores focado na diversificação e na captura de capacidades há muito procuradas. Apesar da pandemia, na área de M&A, continuamos a apoiar os nossos clientes num grande número de operações em Portugal, fornecendo soluções para riscos cada vez mais complexos que requerem soluções sofisticadas. O seguro de Warranty and Indemnity (W&I) ou Representations and Warranties (R&W) continua a ser o mais utilizado nas operações de M&A, embora seja cada vez mais comum que sejam contratados seguros para a cobertura de contingências identificadas, especialmente riscos fiscais. Além da área dos seguros, também notamos que as empresas têm vindo a solicitar os nossos serviços relativamente aos seus recursos humanos e aos riscos relacionados com as pessoas como estratégia de sucesso para as suas transações em fusões e aquisições. O tipo de operações de M&A a que mais assistimos ao longo deste último ano foram as relacionadas com Energias Renováveis, Imobiliário e TMT/TI. Houve ainda um aumento significativo nas opera-

A Willis Towers Watson aproveita a experiência adquirida em mais de 1000 fusões e aquisições para ajudar os clientes a alcançar o sucesso tanto a curto como a longo prazo. Considera que, neste momento, este processo é uma boa opção para empresas que estão a passar por momento incerto devido à crise económica? Porquê? As empresas não podem ainda presumir que o pior já passou visto que o clima de incerteza deverá continuar a fustigar o mercado durante mais algum tempo. Contudo, os momentos de incerteza e fragilidade económica podem trazer novas oportunidades para as empresas em termos de fusões e aquisições que, se bem analisadas e planeadas, podem ajudar a reforçar as suas posições no mercado e alinhar uma nova rota, mais eficaz, para ultrapassar os atuais obstáculos e atingir o almejado sucesso e crescimento. Com efeito, em momentos de crise como aquele em que vivemos, as fusões e aquisições podem salvar empresas que se encontram à beira da insolvência e garantir a sua sobrevivência, salvando igualmente os empregos dos seus trabalhadores. Além disso, as fusões e aquisições permitem a obtenção de ganhos em termos de eficiência e de escala, bem como contribuir para a inovação e qualificação profissional visto que os profissionais são expostos a novas gestões e práticas, que promovem a partilha de conhecimento mútuo. Como perspetiva o futuro para a área das fusões e aquisições tendo em conta a atipicidade presente? Neste domínio, qual será o papel da Willis Towers Watson enquanto parceiro de negócios? Apesar da crise que se instalou em todo o mundo devido à pandemia, perspetivamos que a tendência no mercado de fusões e aquisições continuará a ser de subida. As empresas poderão encontrar boas oportunidades para crescer e sedimentar a sua posição através das transações de fusões e aquisições. No entanto, consideramos essencial a realização de um detalhado trabalho prévio de due diligence que permita aferir a viabilidade, as vantagens e desvantagens e os riscos que o negócio envolve. Com a sua vasta experiência na área de fusões e aquisições, aliada aos seus profissionais de excelência, a Willis Towers Watson pode desempenhar um papel importante na criação de valor para os seus clientes, quer num cenário de compra ou venda, quer num cenário de fusão entre empresas, gerindo eficientemente os riscos dos seus negócios. ▪


FUSÕES & AQUISIÇÕES

Crowe Portugal

e a sua contribuição para o sucesso dos clientes A Crowe Portugal, membro da Crowe Global, prima pela proximidade, transversalidade, pró-atividade e globalidade na prestação do seus serviços em ambientes que, em constante mudança, inspiram e ajudam os clientes a tomarem decisões inteligentes e duradouras. Paulo Lourosa, Managing Partner de Advisory explica de que forma PAULO LOUROSA

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á quase 100 anos que a Crowe Global vem assessorando clientes multinacionais a tomar smart decisions. Em Portugal, desde 1998, assume uma posição enquanto firma de excelência nas áreas de auditoria, consultoria e consultoria fiscal. Com tamanho reconhecimento, quais diria que foram os marcos essenciais na história da empresa? Mais do que momentos marcantes na nossa história, e houve vários, creio que podemos apontar como principais responsáveis pelo crescimento da Crowe Global: o contínuo foco na qualidade dos serviços prestados, o profundo conhecimento de negócios e setores a nível global e local, a proximidade e atenção às necessidades dos nossos clientes, a aposta na qualidade e formação dos nossos recursos humanos, ajudando assim os nossos clientes a tomarem decisões inteligentes e duradouras. Convido o leitor a visitar o site da Crowe e ver o micro site sobre The Art of Smart, o estudo mais abrangente sobre a tomada de decisões empresariais, explorando decisões inteligentes que proporcionam um valor duradouro em todo o mundo. Formada por profissionais experientes nas áreas em que operam, afirma que a Crowe Portugal é o parceiro certo para enfrentar os novos desafios. Quais são os motivos? De que desafios estamos a falar?

A experiência e conhecimentos técnicos e de negócios da equipa da Crowe em Portugal é extensa, o que nos permite apoiar os nossos clientes a ultrapassar os desafios que têm, minimizando os riscos e/ou potenciando os negócios com diferentes tipos de serviços, como por exemplo, auditoria financeira, consultoria estratégica e de gestão, apoio fiscal, outsourcing, apoios e incentivos, e corporate finance, onde incluímos os processos de fusão de aquisições (M&A), avaliação de empresas e marcas, due diligence, reestruturações e ainda o Corporate Real Estate. A complexidade e as exigências ao nível do tema ESG são cada vez maiores, com os diferentes stakeholders da empresa a exigirem aos gestores das empresas o cumprimento de diversos regulamentos, regras e leis (proteção de dados, branqueamento capitais, ambiental, sociais,...) muitas vezes processos pesados e complexos, tornando-se quase obrigatório às empresas socorrerem-se de especialistas como a Crowe para os ajudarem a navegar nestas águas turbulentas.

intrínseco dos ativos e o preço dos mesmos no mercado terá tendência a aumentar, o que criará uma dificuldade adicional para a concretização de transações durante este ano. De salientar que continua a haver muito dinheiro no mercado, o chamado dry powder, à procura de boas oportunidades de investimento sendo importante as empresas portuguesas estarem devidamente assessoradas para acederem a estes fundos. Há, no entanto, um problema que tem limitado o acesso a este tipo de financiamento alternativo: a pequena

dimensão das empresas portuguesas. Através de estratégias de fusões e aquisições as empresas nacionais podem ganhar a dimensão necessária para serem mais atraentes aos investidores internacionais e poderem ainda, e de forma paralela, encetar um processo de reestruturação para se tornarem mais produtivas e eficientes. A perspetiva de manutenção de taxas de juro baixas para os próximos anos, irá ajudar positivamente o mercado das fusões e aquisições.▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

De que forma me pode descrever o mercado das fusões e aquisições atualmente? Que novas tendências são esperadas para este ano? Tivemos um 2020 com um menor número de operações concretizadas, mas com um maior volume de negócios realizados devido a algumas grandes operações que ocorreram no mercado (Brisa, Rovensa e Galp Gas Natural Distribuição). Contudo, e olhando para o middle market, houve um recuo de muitas empresas em avançarem para processos de M&A, adiando decisões devido à incerteza trazida pela pandemia. Esta situação deverá manter-se em 2021 até haver mais informação sobre o controlo da pandemia. Um fenómeno interessante que se verifica é o desencontro, acima do normal, entre comprador e vendedor, o primeiro a querer vender a preços pré-covid e os segundos a quererem comprar com descontos devido à pandemia. A diferença entre o valor

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INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

“Procuramos

inspiração

em tudo o que nos rodeia”

Tiphaine Janvier

“Projetos com alma, com os quais as pessoas se identifiquem e nos quais se reconheçam”, tem sido um dos principais objetivos da Fusion Project&Concept Consultants. Tiphaine Janvier, Co-Founder e General Manager da empresa, contou-nos tudo aquilo que a envolve. Conheça.

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Fusion Project&Concept Consultants é uma empresa de consultoria cujo trabalho consiste em captar investimento público e privado e criar conceitos originais para espaços industriais, de serviços e intervenção urbana. De que forma têm, ao longo do tempo, criado espaços com identidade? O que os define? “Criatividade é uma combinação de disciplina e espírito infantil”, esta é uma frase de Robert Green com a qual nos identificamos e que de certo modo nos define. Procuramos inspiração em tudo o que nos rodeia, e recorremos à expertise de diversas áreas, da arquitetura à engenharia, da cultura ao design, da história à atualidade, mas sobretudo na vertente mais intangível, a que estabelece o elo afetivo e identitário. Procuramos criar projetos com alma, com os quais as pessoas se identifiquem

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e nos quais se reconheçam. Esse é o nosso maior desafio. Contamos com uma equipa dinâmica e irreverente, a quem não colocamos barreiras, nem impomos horas, para criarem conceitos originais. Independentemente da tipologia de projeto que desenvolvemos, quer seja um estádio de futebol, um pavilhão desportivo, um hotel ou ainda uma intervenção num espaço urbano, a chave passa por nos imbuirmos da identidade local, das gentes onde desenvolvemos os nossos projetos. Os espaços têm de refletir o que eles são, a sua história, pelo que não existem projetos iguais, e não existem caminhos iguais. A chave para o êxito de qualquer projeto é a escuta ativa, ouvimos o cliente e os locais, eles são a fonte do nosso espírito “seriously creative”. Identificar os espaços, criar conceitos, desenvol-

ver projetos, captar investimento publico e privado, garantir a concretização dos projetos, são alguns dos passos que a Fusion Project&Concept Consultants adota. Como são identificados estes espaços? Quais são, normalmente, os critérios de escolha? Na maioria das vezes os investidores que nos procuram já têm em mente um espaço, acompanhado de um minucioso estudo de mercado para sustentar a tomada de decisão. A nossa intervenção passa mais por alinhar a estratégia do investidor à estratégia do Município onde desejam apostar, validando os pressupostos da escolha no terreno, promovendo reuniões com as autarquias locais, e por adaptar o conceito arquitetónico de forma a que se coadune com o plano económico e financeiro que definiram. Mas diria que quando identificamos os espaços, a


INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

acabam por ser muito recetivos a investimento privado, pelo que criam as condições para se tornarem ainda mais aliciantes aos olhos dos investidores. A par desta predisposição aliam-se medidas fiscais que não devem ser negligenciadas, uma vez que, feitas as contas, resultam em poupanças significativas para o investidor.

tipologia de projeto a desenvolver, os interesses do investidor, as dinâmicas do mercado e dos Municípios, constituem os principais critérios a considerar. Num mundo em constante mutação, é necessário que as empresas/organizações acompanhem as tendências. Uma vez que a Fusion Project&Concept Consultants tem a sua vertente criativa, o que realizam diariamente para estar sempre a par das alterações do mercado? A nossa equipa de consultores criativos procura inspiração em tudo a que a rodeia, desloca-se até aos locais, interage com as comunidades locais, bebe da sua história. Procurando levar ao limite o que entendemos ser a riqueza da fusão, somos uma equipa multicultural, contando actualmente com cinco nacionalidades: portuguesa, ucraniana, venezuelana, brasileira e francesa, assim inteiram-nos do que melhor se faz em Portugal e no mundo. Apesar de haver responsáveis por cada projeto, é muito usual fazermos sessões de brainstorming com toda a equipa, é incrível as ideias que podem brotar das nossas conversas. Na Fusion Project&Concept Consultants todos importam, todos contribuem na parte criativa e têm uma palavra a dizer. Para além disso estamos sempre atentos às dinâmicas de procura do mercado, uma vez que temos um papel muito importante no sentido de garantir a viabilidade económica e financeira do projeto do nosso cliente, principalmente em setores como a hotelaria, restauração, imobiliária, business center. Há quem defenda que deve haver complementaridade entre investimento público e privado no sentido de alavancar o potencial de crescimento. Considera que, muitas vezes, o investimento público colmata lacunas onde o setor privado não pode entrar? Como? Sim, creio mais que se complementam. Acredito que o ecossistema público e privado, constitui uma engrenagem que se apoia, alimenta e sustenta mutuamente. O investimento público é um poderoso estímulo para limitar os desafios económicos e societais, principalmente neste contexto de pandemia, e ambos podem gerar postos de trabalho. O investimento público pode aumentar a confiança dos investidores e levá-los a investir em setores tão diversos como indústria, restauração, hotelaria, porque sinaliza o compromisso dos Municípios com o crescimento sustentável, e estimulam assim o investimento privado. Para além disso o estado pode ainda desempenhar um papel importante assegurando benefícios fiscais e programas de apoio de captação de investimento. Pavilhões Desportivos

“Contamos com uma equipa dinâmica e irreverente, a quem não colocamos barreiras, nem impomos horas, para criarem conceitos originais” O investimento público é uma importante ferramenta que funciona como impulsionador do desempenho económico, uma vez que estimula o privado assim como o crescimento da produtividade do setor público, através da melhoria do capital humano, incentivando à inovação tecnológica e criando emprego. De que forma a Fusion Project&Concept Consultants utiliza isso a seu favor? Conforme referi anteriormente, o dinamismo do investimento público acaba por ser um bom indicador para determinar onde é mais favorável investir. A par disso, tipicamente, Municípios dinâmicos

Estádios de Futebol

tjanvier@conceptfusion.pt

Intervenção urbana

Na pandemia que vivemos, quais são os principais desafios e adversidades dos investimentos públicos e privados? A pandemia deitou por terra o otimismo e a dinâmica que se fazia sentir em Portugal há pelo menos três anos, e vários investimentos foram reprogramados, ou até mesmo cancelados. Entende-se que esta realocação fez-se particularmente sentir no setor público, uma vez que as prioridades tiveram de ser redefinidas, os desafios societais passaram a ser o foco número um. Mas, seja daqui um ou dois anos, a pandemia vai passar, e é preciso ter uma visão de longo prazo. E há tendências que nos orientam para uma visão mais otimista, com os fundos comunitários e a nova programação de investimentos públicos, a mensagem passada de apoio às empresas torna-se mais favorável. O setor imobiliário, por exemplo, continua a interessar a muitos investidores, nacionais e estrangeiros, que veem nestes ativos uma forma de rentabilizar o seu capital, o Real Estate Market Trends For 2021, desenvolvido pela consultora CBRE, corrobora esta tendência. Na Fusion já sentimos estes sinais, temos atualmente clientes a investir nesta área, alguns deles estão até mesmo a prever criar novos negócios. Por fim, como irá a Fusion Project&Concept Consultants continuar a adotar uma posição/relação positiva enquanto parceira de negócios? Continuaremos focados na escuta ativa e satisfação cliente, acompanhando-os continuamente em todo o processo, desde a consultoria estratégica, passando pelo desenvolvimento conceptual e arquitetónico, até à assistência técnica em obra. Acabamos por estabelecer pontes entre os diversos intervenientes. É importante entender que alguns processos levam meses, até anos, para avançar. Que por vezes a sua viabilização está dependente de um crédito bancário ou do financiamento comunitário, mas os nossos clientes sabem que a Fusion Project&Concept Consultants é uma parceira de negócio pelo que, independentemente do tempo que possa levar, ou das ações que serão necessárias desencadear, cá estaremos para os apoiar até ao fim. ▪

Serviços

www.linkedin.com/in/tiphaine-janvier-8148905b/

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INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

"Agile Thinkers Academy

podem ajudar a fazer diferente, com foco na produtividade e entrega"

HUGO LOURENÇO

Empreendedor nato em diversas áreas de negócio, Hugo Lourenço é CEO da Agile21, eXperience Agile e Agile Thinkers Academy. O seu principal foco é compreender as empresas que estão a lutar por melhorar os seus resultados, ajudando-as e apoiando-as nesse processo. O nosso entrevistado garante que hoje, na era da transformação digital, importa que as organizações se tornem mais competitivas, seguras de si e do que têm para oferecer.

O

Hugo Lourenço é Fundador de diversas empresas como a eXperience Agile®, Agile Human Factors®, World Agility Forum® e Agile Thinkers Academy®. Sendo um empreendedor nato, qual tem vindo a ser o principal desiderato em cada um dos diferentes negócios? O que têm em comum? O denominador comum destas marcas é a partilha das melhores práticas de Agile. A história do Agile e de como ele surgiu, é amplamente conhecida, contudo e é hoje, transversal a todo o tipo de empresas e não somente às da área da tecnologia. A eXperience Agile é a quarta maior conferência do mundo dedicada ao Agile, e foca-se em entre-

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gar valor aos executivos e gestores sobre Agilidade, aplicabilidade das técnicas aos negócios. O World Agility Forum, é um fórum de discussão dedicado aos decisores e executivos de topo, abordando diferentes perspetivas de inovação. Integra a cerimónia de prémios de reconhecimento das organizações de todo o mundo, pelo seu esforço na aplicabilidade da Agilidade. Como as empresas são feitas de pessoas, a Agile Human Factors assume-se como uma conferência centrada no ser humano e no trabalho em equipa, antes das estruturas e métodos. São abordados temas como a formação de equipas de alto desempenho, com apoio e partilha de experiência

das três forças militares de Portugal: Força Aérea, Exército e Marinha. Para ajudar a aumentar o talento dos colaboradores das organizações e a alavancar carreiras com base em novas formas de trabalhar, surge a Agile Thinkers Academy. É uma academia de formação online, preparada para treinar indivíduos e equipas em organizações, com os conhecimentos teóricos e práticos do Agile. Abordando a The Agile Thinkers®, sendo uma marca de consultoria e coaching, tem como lema “Melhorar através das pessoas e Novas formas de trabalhar”. Assim, no que consiste exa-


INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

tamente e o que tem vindo a ser concretizado neste sentido? Abordamos sistemas complexos e os seus agentes. Fazendo um paralelismo com o sistema do corpo humano, a presenças de determinados genes, indicam que existe uma forte probabilidade do indivíduo desenvolver a diabetes ou cancro. Mas, o estilo de vida tem aqui também um papel preponderante para aumentar ou diminuir o risco de a doença surgir. O nosso papel é, usando as práticas Agile, ser um agregador das equipas, dos grupos e dos indivíduos, onde tanto a estrutura como a cultura organizacional, são, como os genes e o estilo de vida, uma parte crucial na equação para atingir o sucesso. Em 2014, a The Agile Thinkers® começou a organizar a ScrumDay Portugal, que evoluiu posteriormente para a eXperience Agile® - a primeira conferência que reúne em Lisboa anualmente os mais conceituados parceiros Agile em todo o mundo. Qual é o intuito que envolve esta organização? A Scrumday Portugal evoluiu para a eXperience Agile de forma a abordar as diferentes práticas e frameworks que suportam a mentalidade Agile, numa perspetiva mais alargada e transversal a todas as áreas do negócio, com o objetivo de motivo ajudar o tecido empresarial português a ganhar escala no mercado global. É apoiada pelas principais organizações do sector – Scrum Alliance, a Agile Alliance e a Scaled Agile – e constitui um espaço de debate e partilha de conhecimentos entre a comunidade de profissionais Tecnologia Emergente, Executivos, Scrum, Lean, DevOps na era do Agile.

dade, surgem questões tão práticas como: quais os perfis das pessoas, quais competências e melhores ferramentas para estarmos preparados? A qualidade do produto, a satisfação do consumidor e a velocidade da inovação são fatores interdependentes, não vivem uns sem os outros. Como tal, as marcas têm de fazer uma mudança para o conceito de Enterprise Business Agility: adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado – internamente e externamente liderando a mudança de uma forma sustentável e rentável, sem comprometer a entrega continua do produto. Num mundo onde se vive a complexidade de uma pandemia que se instalou sem avisar, tem sido fácil moldar mentalidades – algo que a Agile Thinkers Academy® se propõe diariamente? Ainda é necessário despertar as organizações para que olhem para as suas áreas de suporte com uma mentalidade Agile sob o racional: dado o nosso cenário e os nossos desafios, como nos devemos organizar para funcionar? Perante a incerteza, muitos optam pelas soluções mais simples de redução de preços ou melhoria contínua para se manterem competitivos no mercado. A agilidade estratégica tem por objetivo melhorar os modelos existentes, mas pensar mercados novos. É aqui, nesta dinâmica, que a Agile Thinkers e a Agile Thinkers Academy

podem ajudar a fazer diferente, com foco na produtividade e entrega Que outros projetos estão a ser desenhados para dar continuidade à cronologia de sucesso da The Agile Thinkers®O que nos pode contar? Reforçamos as parcerias com entidades nos EUA, ampliando o currículo de oferta de conteúdos e com maior diversidade, a serem disponibilizados em março e abril. Estão a decorrer webinars mensais que decorrerão até setembro, mês da conferência XA. Lideramos um grupo exclusivo e restrito a líderes de transformação digital e organizacional - Business Agility Institute – Portugal Chapter, que tem iniciativas alinhadas com o Enterprise Agility. Primamos pela verticalidade na entrega de resultados, com base no conhecimento e experiência que adquirimos ao longo destes anos. O Agile não é uma solução milagrosa que resolve todos os problemas ou, que da noite para o dia, transforma uma organização. Estão abertas as candidaturas aos Awards do World Agility Forum e lançamos aqui um repto: empresas Portuguesas, candidatem-se. Contem a vossa história no caminho da transformação que pode ser de sucesso, ou não. É a vossa história. E se não foi de sucesso, estaremos aqui para vos ajudar no caminho.▪

Além disso, está ainda à frente da Agile Thinkers® - uma marca que acredita que os produtos e serviços das empresas se focam necessariamente no propósito de melhorar a vida das pessoas. De que forma aperfeiçoam esta mesma finalidade, através do conhecimento, empatia, inspiração e dedicação (características (re)conhecidas na v/ metodologia de trabalho)? Que estratégias foram desenhadas neste domínio? A prioridade do Agile são os modelos de negócios disruptivos para satisfazer a necessidade dos consumidores. No caminho para a criação dos produtos estão as pessoas das organizações como agentes integrantes do processo criativo. É de suma importância envolver, todos os departamentos neste processo para o desenvolvimento das equipas mitigando a distância entre as decisões de topo e as bases da organização. Num mundo cada vez mais volátil e ambíguo, preenchido de desafios mais exigentes para as empresas e para as pessoas, a Agile Thinkers Academy concebeu três programas de aprendizagem que visam implementar a mentalidade e as práticas Agile de forma eficaz, que embebem o foco no cliente, nas pessoas e no propósito. De que forma – e com a referida inovação das metodologias de trabalho – as diferentes marcas se preparam para um futuro que é sempre imprevisível? Na questão de como podemos gerir um mundo complexo ou caótico ou lidar com a imprevisibili-

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Transformação Digital em tempo de Pandemia

Masterlink

Business Innovation

Nuno Rosa

Carlos Pereira

Com mais de 20 anos de experiência no mercado de consultoria e desenvolvimento de sistemas de informação de elevada complexidade, a Masterlink, hoje, distingue-se pela sua equipa de consultoria especializada e pelo constante desenvolvimento e inovação da sua tecnologia: a Plataforma Masterlink. Nuno Rosa, Diretor de Marketing e Operações e Carlos Pereira, Diretor Comercial, em conversa com a Revista Pontos de Vista, explicaram a importância que, em tempos de pandemia, a transformação digital tem nas organizações.

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tualmente assistimos a complexos desafios provocados pelo novo coronavírus. A pandemia fez com que nos deparássemos com mudanças inesperadas e para as quais não estávamos preparados, como o isolamento social, o encerramento de atividades comerciais e serviços públicos. O mundo teve que se reinventar e se adaptar às novas circunstâncias utilizando todo o conhecimento e oportunidades que, ao longo dos anos, a evolução tecnológica trouxe a seu favor: o teletrabalho, os serviços online, entre outros. Em momento de pandemia é essencial compreender a importância da transformação digital para as organizações. O papel das tecnologias neste cenário é evi-

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dente e as empresas dos mais variados setores procuraram, na tecnologia, soluções para melhorar o seu desempenho, produtividade, agilidade e eficácia, e assim conseguirem manter os seus negócios ativos e competitivos. Carlos Pereira, garante que “esta transformação já se encontrava em ascensão em Portugal. Contudo, a pandemia veio impulsionar a sua relevância tornando-se imperativo para as empresas que ainda não se tinham dedicado à sua digitalização começarem a fazê-lo”. A transformação digital ganhou uma nova dinâmica, fruto da pandemia que estamos a viver, algo que também se nota em termos estratégicos”, afirma Carlos Pereira. “De alguma forma, todas as organizações foram for-

temente pressionadas com o confinamento generalizado da população e assistimos a uma verdadeira corrida pela sobrevivência”, complementa Nuno Rosa lembrando que este é um tema global e não exclusivamente nacional. Este cenário reforçou a importância da digitalização nas organizações e o sentido de urgência na persecução deste objetivo. O que antes era uma estratégia de médio prazo e com níveis de prioridade flexíveis passou a ser de curto prazo e essencial para a sobrevivência das organizações. Este contexto, numa escala global, traz uma pressão nunca sentida sobre os recursos humanos especialistas em TI. Não é difícil perceber o efeito em cascata consequente: escassez de recursos humanos, custos elevados e extrema dificuldade de retenção com profundo impacto à continuidade do negócio. Num cenário pré-pandemia, na relação entre oferta e procura de recursos humanos de TI já era possível observar um crescente défice. Atualmente a situação intensificou-se levando a que as organizações vivam profundas dificuldades em implementar a sua estratégia de transformação digital. Não é de todo surpreendente que tecnologias (low-code) que permitam otimizar os recursos humanos de TI, aumentando a sua eficiência operacional, e tecnologias (no-code), que permitam a recursos humanos não especializados em TI desenvolverem as suas próprias aplicações participando ativamente na transformação digital da sua organização, se tornem opções naturais das organizações. Carlos Pereira, sustenta que esta transformação começa pelas pessoas: “A transformação digital começa em cada um de nós e, se olharmos para uma organização, é nas pessoas enquanto agentes desta transformação que a nossa tecnologia no-code faz a diferença. Permite que alguém, cuja formação de base não é nas áreas das TI, consiga construir soluções para o seu negócio”. Com a Plataforma Masterlink as organizações têm à sua disposição uma ferramenta que possibilita a automação/digitalização dos processos: criar a estrutura de informação a manter e gerir, implementar o ciclo de vida (workflows) da mesma e implementar automatismos ou regras de negócio. A plataforma suporta abordagens ágeis, iterativas e incrementais, que permitem focar nas necessidades especificas da organização, em cada momento.


Transformação Digital em tempo de Pandemia

Mas afinal, o que se entende por uma solução no-code? De acordo com Nuno Rosa, uma solução no-code “permite que utilizadores não técnicos desenvolvam soluções de forma rápida e simples, através de interfaces de fácil utilização, para os seus negócios. Permitindo assim, uma maior dedicação à inovação do negócio”. Sendo direcionada para intervenientes de negócio, os principais objetivos desta tecnologia passam sobretudo por ultrapassar as barreiras do conhecimento técnico, aumentando a rapidez, agilidade e eficiência no desenvolvimento de aplicações. “Os colaboradores de uma organização são o seu maior ativo. Se for possível qualificá-los e trazê-los nesta viagem, não como simples passageiros, mas como atores principais, potenciamos o sucesso da inevitável transformação das organizações para o digital”, complementa Nuno Rosa. O futuro passa, definitivamente, pelo no-code. É uma tecnologia emergente que permite às organizações sobreviverem a este cenário de rápida transformação digital, de forma sustentável. Casos de Sucesso Presente em diversas áreas de negócio, no setor público e privado, a Masterlink e a sua provada abordagem de transformação assenta em dois pilares principais: processos internos, com foco na eficiência operacional, e interação com o “cliente” final, com foco na aproximação e melhoria de serviço. Esta abordagem garante uma forte ligação aos objetivos de negócio da organização. Com vários casos de sucesso no seu portefólio, um dos mais recentes foi recentemente divulgado em evento público específico de lançamento: a Plataforma Única de Inspeção e Fiscalização da Agricultura, Mar e Ambiente – Portal Único de Reclamações e Denúncias, Acidentes e Incidentes, com o intuito de dar ênfase à importância da

“Conseguimos entregar uma tecnologia que tem provas dadas no mercado a desenvolver a transformação digital dos clientes, e conseguimos fazê-lo de forma 100% remota, com zero risco para a nossa operação e para os objetivos dos projetos” digitalização e automação de processos numa Estratégia para o futuro maior eficiência na prestação do serviço público. A Masterlink nasceu e cresceu em Portugal e já está, neste momento, a atuar a nível internacioA solução baseada na tecnologia Masternal. Com priorização na abordagem em países de link, foi criada para proporcionar uma maior língua oficial portuguesa, é no Brasil que a marca aproximação entre o cidadão e as respetivas começa a dar importantes passos para o futuro. entidades para que o cidadão possa aprePor outro lado, parte integrante da sua estratésentar as queixas e reclamações de irregugia passa pela constante inovação e evolução laridades ambientes, agrícolas ou marinhas do seu produto. Com a Versão 10 do seu prona plataforma IFAMA e que, por sua vez, as duto lançado no final do ano passado – que respetivas entidades possam dar seguimentrouxe uma série de desafios a nível de investo de forma imediata otimizando o tempo de gestão e de resolução das mesmas. tigação para o aperfeiçoamento da tecnologia e que teve como pilares orientadores três A Masterlink destaca este projeto pela oporgrandes dimensões: usabilidade, segurança tunidade de levar a sua tecnologia à continua e performance – 2021 começa com o exercítransformação e digitalização do setor públicio das primeiras entregas nesta nova versão. co – setor de grande relevo na sua atividade Para este ano, pretende ainda lançar uma oferta – e como evidência concreta da capacida100% cloud. “Embora seja ainda prematuro anunde de garantir remotamente a execução do ciar, será um cloud provider de nível gobal. O proprojeto, mantendo os padrões de qualidade cesso decorre conforme planeado e contamos e eficácia a que já habituou os seus clientes. anunciar a nova oferta ao mercado no decorrer “Conseguimos entregar uma tecnologia que do 1º semestre de 2021”, assegura Nuno Rosa. tem provas dadas no mercado a desenvolver a Com uma visão otimista face ao cenário atual e transformação digital dos clientes, e conseguiao impacto eminente que as tecnologias têm e mos fazê-lo de forma 100% remota, com zero vão continuar a ter no futuro, os nossos convidarisco para a nossa operação e para os objetivos dos terminam com um desafio: “venham conhedos projetos. Uma das vantagens da nossa solucer a nossa tecnologia no-code e avaliem como ção tecnológica é a velocidade de implemena nossa proposta de valor pode ser decisiva na tação. Conseguimos em menos de seis meses vossa transformação digital, na melhoria dos entregar um projeto como o Portal Único de vossos processos e respetivo aumento da eficiReclamações e Denúncias, Acidentes e Incidenência operacional”. ▪ tes”, afirmam os nossos entrevistados.

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AS VALIAS DOS SEGUROS DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO

“Primamos pela inovação e diferença também nos nossos produtos” Sendo uma empresa global de gestão de crédito comercial com uma proposta de valor única e de forte crescimento, a CESCE tem tido, ao longo de quase 50 anos uma posição consolidada no mercado. Interessa compreender, em tempos de pandemia, quais são as mais-valias dos seguros de crédito à exportação. Assim, ninguém melhor do que Rita Lacerda, Diretora Geral da CESCE em Portugal, para nos elucidar.

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CESCE promove o crescimento sólido e de longo prazo dos seus clientes, proporcionando-lhes soluções inteligentes de gestão do crédito que abrange toda a cadeia de valor de negócio. Ao que se deve essencialmente todo o sucesso da empresa, em tantos anos de atividade? A CESCE tem tido uns resultados excelentes que encerram um grande esforço e muito trabalho ao largo de quase 50 anos. O êxito desta empresa reside no núcleo da sua atividade: o seguro de crédito. Trata-se de uma ferramenta que facilita e acelera o crescimento empresarial, um elemento essencial para a economia uma vez que atua como peça de equilíbrio, mitiga possíveis riscos e cobre as falhas dos vários mercados. Estes fatores contribuem para gerar equilíbrio na economia de um país. Além disso, a CESCE é uma empresa que sempre manteve uma política conservadora, à margem da concorrência agressiva e que soube adaptar-se às conjunturas, oferecendo às empresas assessoria, informação e segurança em todas as fases da sua cadeia de negócio. É uma Companhia especialmente eficaz na gestão de riscos comerciais e na procura de financiamento por parte das empresas, duas ferramentas imprescindíveis na hora de abrir novos mercados tanto externos nas várias geografias como no mercado interno. Somos muito rigorosos na análise das empresas com vista à atribuição de limites de risco, temos acesso a muitas fontes de informação para conhecer as empresas em todo mundo, mas o nosso objetivo é assessorar os nossos clientes e potenciar as suas vendas em segurança. Afirmam ser o melhor suporte para as empresas que vendem a crédito a outras, graças ao desenvolvimento de soluções inovadoras, sempre na vanguarda conceptual e tecnológica. Considera que esta constante inovação tem sido o aliado perfeito da qualidade do serviço prestado? A inovação e a digitalização são dois dos eixos de atuação incluídos no Plano Estratégico da CESCE 2021-2024. Temos previsto investir mais de 10 milhões de euros em tecnologia durante os próximos quatro anos. E até à data, já fizemos uma profunda transformação para poder oferecer um melhor serviço ao cliente. De facto, o ano de 2021 arrancou para o Grupo CESCE em modo digital: lançámos no mercado

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RITA LACERDA

a nova CESCE API Market, um ambiente de trabalho que agiliza a gestão do seguro de crédito, de todos os seus produtos e das operações daí derivadas com informação em tempo real. Os clientes podem conectar-se aos sistemas da CESCE e integrar nos seus próprios sistemas, todos os serviços que oferecemos em matéria de consulta de riscos, declaração de vendas, cobranças, pedidos de limites de risco de crédito, prorrogações e sinistros. Além disso, este ano vamos estrear uma nova web, dando o salto à cloud híbrida, através da IBM. Um avanço muito importante que vai transformar a CESCE e que vai preparar o grupo empresarial para os desafios que temos pela frente. Primamos pela inovação e diferença também nos nossos produtos. Temos soluções de seguro de crédito com taxa fixa, mas também com taxa variável consoante o risco do devedor, temos produtos de apenas Risk Management sem seguro e produtos de seguro só para alguns clientes dos nossos segurados, ou seja, não é necessário colocar no seguro a carteira completa, os nossos produtos podem garantir 95% de cobertura, pagar as indemnizações em dois meses sem limites máximos de indemnização anual, entre outros. Somos pioneiros em soluções diferenciadas, não nos limitamos ao tradicional seguro de crédito. O seguro de crédito é uma solução que protege as empresas contra o não pagamento de uma dívida comercial. Ou seja, assegura que as faturas serão pagas e permite às empresas gerirem de forma fiável os riscos comerciais e políticos do comércio, que estão além do seu

controlo, como no caso de uma exportação. Em tempos de pandemia, qual a importância dos Seguros de Crédito à Exportação para a economia lusa? Os seguros de crédito à exportação continuam a ser um instrumento chave nestes momentos de pandemia. Para evitar as consequências do bloqueio das cadeias de distribuição e fornecimento que se produziram no início da pandemia em todo o mundo, as empresas iniciaram uma tendência à aproximação aos seus fornecedores para evitar problemas de falta de abastecimento como os que se viveram durante o primeiro confinamento. Isto requer novos trabalhos de prospeção de mercados e riscos, de estudo e de informação em tempo real para comprovar que os novos clientes e fornecedores serão solventes, não vão incumprir com os pagamentos nem com o abastecimento. O papel do seguro de crédito continua a ser crucial aí, já que permite assegurar as vendas, antecipar faturas, facilitar o financiamento e oferecer informação real sobre a situação financeira e das contas dos clientes. Isto é determinante num momento de grande incerteza como o atual, quando ainda não conseguimos controlar o avanço do vírus e continuam a surgir novas estirpes, que são, por sua vez, novas ameaças. No caso da economia portuguesa, o seguro da CESCE pode atuar como uma vacina para as empresas. Sempre defendi que o seguro de crédito não só protege as empresas do risco de incobráveis e atrasos de pagamento, mas também serve essencialmente para potenciar as vendas. Uma empresa que tem seguro de crédito, mais facilmente procura novos clientes, novos mercados e aumenta a sua atividade comercial porque tem a proteção de uma seguradora no caso de correr “mal”. Com esta política, as empresas crescem em número de clientes e consequentemente em vendas. Por outro lado, a proteção de um seguro de crédito permite defender a tesouraria das empresas, repondo através das indemnizações pagas pela Seguradora os incobráveis com que as empresas se deparam. Com isto protegemos as empresas e consequentemente a economia portuguesa. Está provado que o mercado das PME exportadoras a nível europeu, assume que as empresas com seguros de crédito à exportação exportam em média para o dobro dos países do que as que não têm esse seguro. De que


AS VALIAS DOS SEGUROS DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO

forma é que uma empresa que tenha seguro de crédito vai potenciar as suas vendas? Tradicionalmente, as empresas exportadoras são aquelas que têm um maior e mais rápido crescimento em relação aos seus concorrentes que apenas atuam no mercado interno. Dispõem de uma maior diversificação de fornecedores e mercados e costumam ter melhores relações e conexões com os canais internacionais de distribuição e fornecimento. Neste sentido, em termos de exportação, os seguros de crédito trazem estabilidade já que quando uma empresa delega a gestão dos seus riscos aos especialistas, isto permite destinar os seus recursos à produção, criar riqueza, potenciar as vendas e esquecer os contratempos. Definitivamente, o seguro de crédito permite ganhar tempo e ajuda as empresas no momento de controlar custos, algo crucial para qualquer negocio que se queira internacionalizar. Quais são os maiores desafios que, na atualidade, se apresentam nos seguros à exportação? No momento de crise atual, vivemos uma permanente incerteza que nos leva a enfrentar uma série de desafios. Uma concorrência agressiva neste setor segurador que pode optar por baixar preços e cortar as coberturas, anulando riscos. Isto introduz um elemento que pode desacelerar a internacio-

nalização já que as empresas que exportam querem fazê-lo sem restrições e com todas as garantias de segurança. Se se começam a anular coberturas, muitos negócios podem ficar perigosamente expostos ao mercado internacional e podem acabar por suspender a sua atividade por causa dos incumprimentos dos seus clientes. Quanto aos preços, a CESCE sempre manteve uma linha conservadora, distante das políticas de tarifas agressivas, pelo que no nosso caso, competimos com outra estratégia: aceitar mais limites de risco acompanhando as necessidades dos nossos clientes. Este desafio é o mais importante para as seguradoras de crédito, manter os limites de crédito, acompanhando as vendas dos nossos segurados, mas também sabendo assessorá-los dando a indicação de quando é que devem sair ou baixar a sua exposição em alguns clientes. Um outro desafio vai ser a adaptação à digitalização global. A pandemia não fez mais do que acelerar uma tendência à modernização que já se estava impondo de forma imparável em todo mundo. O desenvolvimento informático tanto das seguradoras como das empresas seguradas, prestação de serviços on-line e utilização desses serviços por parte dos clientes, é essencial.

da CESCE na sua obrigação enquanto gestora do seguro de crédito à exportação, com rigor técnico e profissionalismo? O papel da CESCE vai continuar a ser crucial nos próximos anos. A diferença da crise de 2008, fundamentalmente de origem financeira, com a presente crise, resultante da pandemia, reside no fato das entidades financeiras estarem a fazer parte da solução. O seu papel é essencial na hora de apoiar a atividade internacional das empresas atuando como garante e dinamizador em todo este processo. Apoiamos a internacionalização através de distintas apólices de seguro de crédito, onde o segurado pode ser uma empresa ou um Banco que financia. Com os nossos produtos, ajudamos as empresas a gerar valor, crescimento e riqueza. Damos apoio às empresas em todo o seu processo de venda, desde a prospeção de mercados e novos clientes, dando limites de crédito aos clientes dos nossos segurados e onde somos líderes na aceitação de riscos, garantindo as faturas dos nossos segurados em 95%, no pagamento de indemnizações em dois meses em caso de incumprimento e em toda a gestão de recuperação da dívida com a nossa equipa multidisciplinar em todo o mundo. ▪

Neste contexto, qual continuará a ser o papel

LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

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TEMA DE CAPA

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TEMA DE CAPA

“Estamos num negócio de pessoas e o nosso lema é,

«Eu amo o meu trabalho»

porque realmente o amamos”

A vida é preenchida com páginas repletas de histórias, imagens e palavras. O que fazemos dela concerne a cada um de nós, sendo que o fundamental é ser feliz. A Revista Pontos de Vista foi conhecer a Rainbow Portugal, e conversou com Fernanda Alves, CEO da marca, que, além de nos ter revelado, entre outras coisas, o segredo para o sucesso da marca que lidera, abriu um pouco o baú da sua privacidade e abordou como tem sido esta sua aventura e como esta empreendedora, filantropa, investidora, autora, oradora, modelo, líder, amiga, filha, mãe, tem sabido lidar com todos os desafios que fazem parte do seu quotidiano, assegurando que hoje pode olhar para trás e sentir-se orgulhosa pelo trajeto percorrido, sendo grata pelos caminhos que a trouxeram até aos dias de hoje. Mas saiba mais de uma entrevistada que «abriu a porta» a histórias pessoais, a desejos íntimos e a vontades próprias de uma Mulher Líder, e que nunca diz que não a um bom desafio.

FOTO: Diana quintela

FOTO: Diana quintela

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Fernanda Alves é um exemplo perfeito de resiliência, empreendedorismo e determinação. Características essas que justificam o sucesso da Rainbow Portugal, empresa da qual é a CEO. Recuando uns anos, e para contextualizar os nossos leitores, interessa conhecer mais profundamente a sua história enquanto pessoa, mulher e profissional. O que nos pode confidenciar? É raro contar a minha história porque sou uma pessoa discreta e o que faço, faço incondicionalmente e não espero nada em troca, exceto a realização que isso me traz. Decidi aceitar este convite antes de mais para agradecer ao meu círculo íntimo por estar sempre ao meu lado e por ser o mês da mulher, apesar de a minha mensagem ser também para os homens, por isso espero que toque e inspire pelo menos uma pessoa a lutar pelos seus sonhos. Há um provérbio sábio em que acredito: “antes de ser um excelente profissional, seja um bom ser humano”. Quem é Fernanda Alves… Antes dos títulos pessoais e profissionais, antes das coroas, há muito mais… há uma pessoa que aos 44 anos aprendeu muito com a vida e que acredita que ainda tem muito para aprender. Uma pessoa que é empreendedora, filantropa, investidora, autora, oradora, modelo, líder, amiga, filha, mãe, mas para ser tudo isso há uma mulher. Uma mulher que tem uma fé inabalável, que ainda acredita no bem e faz os possíveis para fazer a sua parte nesta vida, com a qual foi abençoada. Uma mulher que sabe que o seu verdadeiro propósito é amar e realizar os outros e, poder fazê-lo, traz-lhe uma sensação de realização enorme. Há uma mulher que abraça os tempos modernos e que tem a coragem de alcançar as estrelas, enquanto mantém os pés no chão sendo fiel às tradições, à cultura, às suas raízes, à sua educação, ao nome de família. Há uma mulher que vê sempre o lado positivo, que adora ver os outros

Fernanda Alves

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vencerem, uma mulher que acredita em valores e princípios e que tem um grande coração e uma alma velha. Uma mulher que acredita na abundância, porque há mais do que o suficiente para todos. É empática, justa e apaixonada. Acredita no amor e no romance. Acredita no trabalho em equipa porque o que criou e construiu foi feito com coragem, muito trabalho e ao rodear-se de pessoas em quem acredita e em quem confia. Acredita em milagres, em magia e num bem maior. Ama o que faz e tudo o que faz é incondicional. É uma mulher que quer deixar um legado para os seus filhos e que ainda acredita na humanidade. E sim, títulos e coroas foram conquistados, sucessos foram alcançados e mais virão, mas sem esta forma de ser nada seria possível, porque ela acredita que o que está dentro de nós determina o nosso mundo exterior. Está focada em permanecer fiel a quem ela é, investindo a sua energia e tempo no que realmente importa. Acredita que temos de ser exatamente quem somos e que quando o nosso coração está no lugar certo, o universo define as nossas bênçãos. A minha história começou na África do Sul, onde cresci e estudei, com um Pai Português e Mãe Sul Africana. Não nasci numa família rica, mas tínhamos tudo o que precisávamos. Tudo o que tenho foi conquistado com muito trabalho. Morar na África do Sul deixou-me ciente das duras condições de vida, especialmente para as crianças, então desde muito cedo soube qual era o meu propósito. Queria viver uma vida com significado, contribuindo e fazendo a diferença na vida de outras pessoas. Percebi que tudo o que tinha naquele momento para dar era o meu tempo e amor, mas isso não foi impedimento e hoje continuo a acreditar que não devemos esperar pelo momento perfeito, ou para quando tivermos muito para dar ou estivermos prontos, o importante é que façamos o que falamos, que comecemos por dar e fazer o que podemos, porque juntos podemos fazer uma diferença ainda maior. Desde muito jovem que fui voluntária em várias instituições, especialmente ajudando crianças menos afortunadas ou limitadas e esse foi o início de minha jornada humanitária e filantrópica que ainda continua aos dias de hoje. Estou ligada a várias organizações sem fins lucrativos, nomear apenas uma seria a Sharing to Learn, através da qual em 2010 tornámos um sonho em realidade com as pessoas da vila Makuleke em África ao construirmos bibliotecas e poços para ajudar as crianças e famílias a terem mais opções, oportunidades e sonhos (assim como eu tive). Há uma famosa frase de Nelson Mandela que eu adoro: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Aos 19 anos mudei-me sozinha para Portugal, onde pude partilhar parte da minha vida adulta com a minha avó paterna (que posso dizer com orgulho ser uma das minhas mentoras e a minha homónima) e com ela aprender e guardar até hoje as memórias do nosso forte amor, os seus sábios ensinamentos, a sua força interior e doçura na relação com os outros. Uma das minhas lembranças mais antigas é a de ouvir os meus pais dizerem que eu poderia ser o que eu quisesse e que nunca deveria permitir que alguém limitasse o meu sucesso ou o que queria fazer na vida. Dos seis aos vinte e três anos tive uma carreira de modelo e há vinte e cinco anos que tenho uma

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carreira empresarial ao representar a Rainbow em Portugal. Ambas são os veículos com os quais me comprometi e que usei para me mover em direção ao meu propósito de vida. Deram-me a oportunidade de crescer, de ter mais opções, de viajar, de encontrar as pessoas certas na hora certa, de perceber quem são os meus mentores e de fazer a diferença todos os dias, como por exemplo, a plantar árvores com a organização Plantar Uma Árvore (a natureza ensina-nos que o que plantamos e cuidamos, colheremos) ou a ajudar e proteger os animais e pessoas, principalmente na África do Sul, América e Portugal. O meu amor por aprender levou-me a assistir a mais de 30 das melhores conferências do mundo que me ajudou a ser quem sou. Ainda hoje tenho um grande amor por compartilhar e aprender e acredito que é muito importante trabalharmos constantemente para o nosso crescimento pessoal e a importância de ter bons hábitos. Quanto mais trabalhamos em nós mesmos, mais e melhor vamos ter para dar aos outros. Num dos livros de Oprah Winfreys, aprendi que meu legado é cada vida que eu toquei, é o que faço todos os dias, é como uso a minha vida para ser uma luz na vida de outra pessoa. Hoje posso olhar para trás e sentir-me orgulhosa e, ainda assim, esperar muito mais que ainda está por vir. Sei quais são minhas prioridades e em que ordem... Deus, a minha família, o meu círculo íntimo, a minha vida profissional. O meu amor pela minha família, pelo meu crescimento pessoal, pelo meu

"O meu amor pela minha família, pelo meu crescimento pessoal, pelo meu propósito, pelo meu círculo intimo, pelos animais, pelas viagens, pelos livros, por fazer a diferença, vão sempre fazerme seguir em frente e agarrar-me ao que é querido para mim. Diariamente olho para o céu e digo OBRIGADA”


FOTO: Diana quintela

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duto e empresa líder no mercado. Vinte e sete anos depois, a Rainbow Portugal orgulha-se de representar um produto de excelência com 85 anos de história, de ser a família profissional de mais de 500 agentes autorizados e mais de 200 colaboradores, de ser uma empresa de gerações em constante crescimento e de continuar a ser uma referência de qualidade e confiança para os nossos mais de 325 mil clientes em Portugal. A nossa dedicação e paixão pelo que fazemos e representamos levou-nos à conquista de 70 prémios da Rexair como organização nº 1 no mundo entre mais de 80 países e a deter o recorde de ganhar consecutivamente 13 desses prémios. Ao longo dos anos fomos também premiados Escolha do Consumidor por cinco anos consecutivos, Produto 5 Estrelas em 2015 e 2016 e Produto do Ano em 2014 e 2020. Somos recomendados pela Fundação Portuguesa do Pulmão e mantivemos os nossos certificados da Fundação Americana de Asma e Alergias, da Associação Americana de Fabricantes de Eletrodomésticos que certifica a Rainbow como um aparelho de higienização do ar comprovado, e do Instituto das Carpetes e Tapetes por satisfazer os padrões da indústria de alcatifas no que respeita à eliminação de sujidade, redução do pó e aparência da alcatifa. Tudo aquilo que temos vindo a atingir é fruto de uma equipa unida, que partilha a mesma missão, visão e valores. Somos reconhecidos por pensarmos sempre em novas formas de inovarmos, reinventarmos e sermos melhores do que ontem para continuarmos a ser os primeiros. Atualmente, a Rainbow conta com 21 escritórios

ativos em Portugal e investe continuamente no crescimento pessoal e profissional da equipa, o que ajuda em todas as áreas de sua vida e dá continuidade à missão de proporcionarmos ambientes saudáveis e limpos às famílias portuguesas. Num universo em constante mudança, as empresas e organizações têm de adaptar os seus produtos às necessidades dos clientes – também elas em transformação diária. Sabemos que a Rainbow Portugal continua a estabelecer e a superar cada desafio a que se propõe desenhando eficazmente máquinas que, além de serem um facilitador de tarefas domésticas, são um auxiliar para tornar o lar num lugar mais saudável. De facto, é legítimo afirmar que, em todas as suas invenções nada fica ao acaso? Tem sido o fio condutor para as tornar distintas? Com o lançamento do mais recente modelo Rainbow no final de 2019, o SRX, diria que parecia que estávamos a preparar-nos para aquilo que agora, em tempos de pandemia, chamamos o “novo normal”. Para nós, o normal foi sempre priorizar a limpeza profunda através de uma higienização e purificação do ar eficazes nas casas portuguesas, com a ajuda do nosso sistema de higiene e saúde Rainbow. O “novo normal”, para além de ter intensificado a necessidade imprescindível e complementar na melhoria da nossa saúde que a máquina Rainbow proporciona, aumentou ainda mais a responsabilidade do trabalho da nossa equipa, especialmente depois do governo dos EUA ter certificado o nosso produto e o trabalho dos nossos agentes como essenciais durante estes tempos difíceis.

propósito, pelo meu círculo intimo, pelos animais, pelas viagens, pelos livros, por fazer a diferença, vão sempre fazer-me seguir em frente e agarrar-me ao que é querido para mim. Diariamente olho para o céu e digo OBRIGADA. A Rainbow Portugal tem sido ao longo dos anos uma marca de referência no mercado nacional, pela qualidade que apresenta em todos os seus equipamentos e pela constante inovação que tão bem a determina. A que se deve esta notoriedade e (merecido) reconhecimento? Não acredito na sorte, nem em coincidências. Acredito que tudo acontece por uma razão, em ter uma visão, uma missão, preparação, trabalho árduo, ter uma atitude positiva, rodearmo-nos das pessoas certas e ter uma fé inabalável. Desde que a Rainbow chegou a Portugal em 1993 tem vindo a construir a sua reputação como pro-

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Exemplo de que realmente nada fica por pensar – e numa altura em que se dá cada vez mais valor à higienização e purificação do ar – a Rainbow utiliza o elemento mais poderoso da natureza (a água) para remover a sujidade, odores e trazer ao ambiente doméstico ar limpo e lavado. Falando do Rainbow SRX, que outras vantagens traz este equipamento à vida das pessoas? O equipamento Rainbow é muito mais do que apenas um produto que vendemos, é uma necessidade urgente nas casas e para a proteção da saúde das famílias. Os nossos clientes encontram na Rainbow a vantagem de terem várias funções num só equipamento cada vez mais prático e fácil de usar, conseguindo por exemplo limpar a sujidade de tapetes e estofos, do chão e de todo o mobiliário, lavar em profundidade, purificar e desinfetar o ar ao eliminar 99,9% das partículas prejudiciais à nossa saúde, eliminar maus cheiros e aromatizar e limpar o pelo dos animais de estimação, ao mesmo tempo que vão estar a proteger os oceanos da poluição doméstica graças a um novo filtro criado pela Rainbow. O novo modelo Rainbow SRX é um equipamento revolucionário pelas mais de 20 novas funções e melhoramentos em relação aos modelos anteriores, oferece uma tecnologia mais recente e um design inovador com mais poder e eficácia, botões de controlo digital, um motor com 4 velocidades, novos encaixes, mais poder de sucção, um temporizador, maior durabilidade, uma nova tecnologia de levantamento automático e 10 anos de garantia no motor e controlador, características que o fizerem ganhar o prémio de “Produto do Ano 2020”. “Um ar limpo e uma casa limpa já não é apenas uma questão de conforto, é também essencial para a nossa saúde”. Assim, de acordo com esta

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afirmação, num relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Das Doenças, é recomendada a utilização de equipamentos com filtro HEPA para a desinfeção de ambientes potencialmente contaminados com o vírus da COVID19. No contexto atual que vivemos, mais uma vez, a Rainbow possui um papel essencial no controlo da pandemia. Que mais tem concretizado neste sentido? A Rainbow é recomendada pela Fundação Portuguesa do Pulmão desde 2014 e esta é uma das razões que nos deixa tão felizes por levarmos aos portugueses aquele que é o melhor equipamento de higiene e saúde do mundo. Ter a tecnologia aliada à saúde é, claro, uma mais-valia porque quando os nossos clientes escolhem o equipamento Rainbow, escolhem um equipamento com um filtro HEPA de alta eficiência que impede as finas partículas de pó e as bactérias de voltarem a ser lançadas para o ar que respiram. Escolhem um equipamento capaz de eliminar os ácaros, que limpa, lava e desodoriza ao mesmo tempo que faz a aspiração da sujidade. Escolhem um equipamento que aromatiza ao mesmo tempo lhes devolve um ar mais puro para respirarem. Desde o início da pandemia, a Rainbow tornou-se numa das protagonistas na luta contra o COVID-19 e os nossos clientes ficaram gratos por conseguirem garantir um maior cuidado na higienização das suas casas. No contexto atual vimo-nos obrigados a adaptar-nos a novas rotinas, passamos mais tempo em casa em teletrabalho e a cuidar da família, onde por vezes o ar é mais perigoso para a nossa saúde, sendo a ventilação da mesma essencial. A Rainbow é conhecida por eliminar 99,9% das partículas do ar graças ao seu sistema de filtragem e essa eficácia torna-se ainda mais completa quando é utilizada a nossa solução concentrada Fresh Air, uma poderosa bactericida que possui propriedades terapêuticas,

elimina fungos, bactérias e odores desagradáveis. Como a Rainbow é fundamental na prevenção de problemas respiratórios, nos últimos meses tivemos também uma participação ativa em ações de solidariedade através da disponibilização de equipamentos a lares da terceira idade, às unidades hoteleiras, hospitais e quartéis de bombeiros que acolhem doentes COVID-19, para suporte aos profissionais de saúde ao serviço no combate ao vírus. O ano ainda agora começou, contudo, a Rainbow Portugal já foi considerada “Escolha do Consumidor 2021” – a marca número um em Portugal na categoria Sistemas de Higienização pelo 5º ano consecutivo. Em plena pandemia, a empresa continua a distanciar-se das concorrentes alcançando prémios merecidos. Para fazer jus ao reconhecimento, surgem já planos e projetos para continuar a fazer a diferença nos próximos meses? Termos sido considerados “Escolha do Consumidor” novamente este ano relembra-nos que somos uma marca privilegiada por termos clientes que se orgulham de terem em casa um equipamento certificado e único na missão de melhorar a saúde das suas famílias. Quem faz parte da “família Rainbow” sabe que representa o melhor sistema de higiene e saúde do mercado a nível mundial e que, em 27 anos que estamos em Portugal, o valor do nosso equipamento fala sempre por si quando demonstrado de forma profissional e honesta. O percurso da Rainbow ao longo de todos estes anos distingue-se de qualquer outra marca no mercado, o que faz dela incomparável. É, na verdade, um elogio continuarmos a ser uma referência para aqueles que tentam assemelhar-se à nossa marca e que ambicionam representar um produto de confiança e credível como o nosso. A Rainbow já ganhou vários prémios e cada vez que acrescentamos mais

FOTO: Diana quintela

O respeito que temos por esta responsabilidade levou-nos a reunir as nossas equipas com o intuito de garantir que todos entendiam a importância do seu trabalho e ajustar o que era necessário para que todos estivessem preparados para fazer demonstrações num ambiente seguro, seguindo as regras da DGS, e para que internamente a organização apoiasse os agentes e clientes de forma ainda mais próxima e eficiente do que antes. A preparação psicológica e emocional dos nossos agentes para enfrentar estes tempos mais desafiantes é o resultado de formações constantes que os formam não só como profissionais, mas também como seres humanos, e é o que faz com que a Rainbow Portugal seja reconhecida por desenvolver continuamente a melhor equipa comercial no mercado.


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crescer, a melhorar, a divertir-nos, a criar memórias e a ajudar as famílias, contribuindo para sua saúde e independência financeira, alcançando objetivos e realizando sonhos.

um à nossa coleção ficamos ainda mais orgulhosos do nosso produto. É com um enorme orgulho que sou CEO da Fénix Lusitana, empresa importadora e distribuidora exclusiva do Sistema de Limpeza Rainbow em Portugal. Nos últimos 25 anos, juntamente com a minha equipa de mais de 500 colaboradores, mantivemo-nos no Top 3 entre mais de 80 países no mundo que representam esta organização. Estamos num negócio de pessoas e o nosso lema é Eu amo o meu trabalho` porque realmente o amamos! Acredito que essa é a única forma verdadeira de ter sucesso, temos de amar o que fazemos. Outra frase africana muito importante é a que diz que “sozinhos podemos ir rápido, mas juntos podemos ir longe” e com a equipa que me rodeia temos feito a diferença na vida de muitas famílias em Portugal. Quero agradecer à equipa Rainbow Portugal (Distribuidores, Staff e Agentes) pela sua dedicação, empenho, apoio, resiliência, trabalho árduo, vontade de representar a nossa empresa com dignidade e orgulho e, por fim, agradecer aos nossos mais de 325 mil clientes em Portugal porque eles são os responsáveis pelo ​​ nosso sucesso final. Construímos uma empresa, uma marca, uma equipa, uma reputação que nos rendeu um nível diferente. Através da nossa equipa, mostrámos mais uma vez que Portugal não é quantidade, mas sim qualidade, que continua a ganhar prémios, troféus, mas, principalmente, uma reputação de confiança e qualidade. É isso que faz a diferença e juntos vamos continuar a

Certo é, com o crescimento da empresa, interessa que os Recursos Humanos acompanhem esse mesmo crescimento para continuar a dar a melhor resposta aos consumidores. Com mais de 500 profissionais a pertencer à equipa líder de mercado, a Rainbow Portugal está sempre à procura de novos colaboradores. Gostaria de deixar um convite a quem, com entusiasmo, se proponha a visitar as Casas Abertas Rainbow? Estamos num negócio das pessoas! Estamos aqui para contribuir para a saúde de todos os lares portugueses. Estamos aqui para ajudar as pessoas a melhorar as suas vidas, não apenas financeiramente, mas também como seres humanos. Para mostrar que é possível crescer e sonhar e fazer acontecer, ajudando os outros da mesma forma. Afinal, se algo é tão bom para mim, então porquê manter isso só para mim...esse não é o caminho da Rainbow. O caminho da Rainbow é compartilhar e não ter limites. O caminho da Rainbow prova que há mais do que suficiente para todos, que o que recebe ou ganha depende de si. O caminho da Rainbow dá-lhe a oportunidade de viver uma vida com qualidade para que, não só atinja seus objetivos e os da sua família, mas também tenha tempo para fazer o que é importante para si, ao mesmo tempo que a Rainbow se torna sua segunda casa e faz amigos para a vida toda. Compartilhar e vivenciar momentos incríveis juntos. Este é um negócio onde todos ganham. Ao dia de hoje a Rainbow continua a demonstrar um crescimento notável na área da saúde, pela necessidade de um equipamento eficaz na limpeza doméstica, e no recrutamento devido à situação do aumento das despesas e do desemprego que Portugal atravessa. Felizmente, nestes tempos mais difíceis, a opor-

tunidade Rainbow tem sido a solução de emprego para muitas famílias. Cada um de nós já venceu a corrida da vida quando nascemos, então aproveitem esta grande oportunidade e lembrem-se sempre de onde vêm, façam as coisas com integridade, caminhem com dignidade e não deixem que nada nem ninguém vos pare. Ganhar a Miss Internacional depois de participar em mais de 50 concursos e alcançar sempre as três primeiras posições teve muitas situações desafiantes, construir o meu negócio também teve momentos muito desafiantes, criar três filhos sozinha e protegê-los também é um desafio. Muitas vezes senti dor e medo, mas a minha fé, a minha coragem, o meu amor, a minha motivação, o meu propósito, a minha família, a minha equipa e eu, são suficientemente importantes para nunca desistir e tornar todos esses desafios em aspetos positivos na minha vida. Não tenham medo de falhar, aprendam com cada experiência que arrisquem e tentem as vezes que forem necessárias até serem bem-sucedidos Se querem melhorar a vossa vida e a da vossa família, se o vosso sonho é fazer o que amam e num lugar onde são felizes, se querem juntar-se a uma equipa que vos façam sentir parte de uma família e querem viajar com tudo pago para vocês e mais um acompanhante - Juntem-se à nossa equipa líder de mercado a nível mundial com 16 distribuidores autorizados Rainbow por todo o país, mais de 500 agentes autorizados, 200 colaboradores e mais de 325.000 clientes em Portugal! Garantimos crescimento pessoal e profissional enquanto contribuem para casas portuguesas mais saudáveis com a inigualável máquina Rainbow, com uma história de mais de 85 anos. Estamos à vossa espera! Quanto a mim, o meu foco vai continuar a ser manter a Rainbow Portugal entre as três melhores organizações do mundo, apoiar os meus 16 distribuidores, continuar a abrir novos escritórios com a ambição de conseguirmos ter um escritório em cada distrito de Portugal a dar ainda mais apoio aos nossos mais de 325 mil clientes, aumentar a nossa equipa nacional, haver uma Rainbow em cada casa portuguesa, continuarmos a ser distinguidos como PME Excelência e manter a Rainbow Portugal unida, forte, confiante e apaixonada. ▪

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Grupo Clara Saúde

“Grupo Clara Saúde são alegrias, são tristezas, são amigos e família, é a minha casa, sou eu”

É

missão do Grupo Clara Saúde prestar aos seus utentes os melhores, mais rápidos e mais úteis serviços de saúde e diagnóstico, assim como satisfazer pessoal e profissionalmente os membros da sua equipa e contribuir para o crescimento dos seus parceiros. Com um percurso (bem) consolidado, como tem vindo a ser o concretizar destes propósitos ao longo dos tempos? Ao longo dos dez anos de existência do GCS, temo-nos aproximado cada vez mais dos nossos objetivos e missão. Para isso muito contribuíram vários fatores: organização profissional da estrutura; implementação de métodos de gestão modernos; aposta criteriosa nos recursos humanos; investimento na melhor tecnologia possível; entrega e empenho das chefias intermédias; humanização da nossa intervenção. Afirma que a grandeza do sucesso do Grupo tem sido possível graças à qualidade dos seus profissionais que todos os dias trabalham com esforço, dedicação e profissionalismo para uma saúde de excelência. Que mais-valias traz esta dedicação aos utentes? Num grupo empresarial de cariz familiar, como o nosso, os recursos humanos não são apenas colaboradores; são também família e amigos. Claro que esta realidade tem aspetos positivos e negativos. Mas, na minha vivência destes últimos anos, os positivos superam em muito os negativos: no empenho, dedicação e disponibilidade, mas também e essencialmente no relacionamento íntimo e personalizado com todos os nossos clientes e parceiros.

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Também incluído nos princípios de planeamento do Grupo, está a aposta contínua em inovação e talento, sendo que se propõe a fornecer as melhores técnicas de diagnóstico possíveis em saúde, acompanhando os avanços científicos e tecnológicos. É legítimo afirmar que o sucesso e a eficácia dos serviços da marca estão diretamente ligados à constante inovação e consequente solidificação da capacidade diferenciadora dos mesmos? A inovação tem sido uma constante e tem acompanhado o nosso crescimento. Inovação em procedimentos, tecnologias, métodos, investigação científica, mas também em postura e atitude. Posso dar três exemplos do que temos feito para ilustrar o que acabo de dizer; temos o laboratório (Labocentro) com maior número de equipamentos para dar resultados de RT-PCR para Covid19 em menos de uma hora; estamos a finalizar um estudo para implementar uma forma de colheita sem o uso da zaragatoa para o Covid19; lançámos um projeto de investigação científica próprio, no seio da Almascience (Laboratório Colaborativo). Sabemos que a marca se destaca também por promover a proximidade com os seus utentes e por humanizar a medicina, criando empatia não só com os pacientes como com as suas famílias. Sendo esta – e desde sempre – uma prioridade, como tem conseguido manter-se perto, num momento em que se promove o distanciamento social? O humanismo no tratamento, não passa só pelo contato físico próximo. A atitude, simpatia, o resultado da nossa intervenção e ajuda, refletem mais e melhor a nossa postura, que a proximidade social. Acolhemos com convicção as normas emanadas pelas nossas autoridades de saúde, mas temos extremo cuidado com a sua implementação, por forma a não construírem barreiras que nos “afastem” daqueles que temos de servir e que tanto nos custou a aproximar. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? É a questão mais simples e, ao mesmo tempo, mais complexa que me colocou. Para mim o Grupo Clara Saúde são alegrias, são tristezas, são amigos e família, é a minha casa, sou eu! ▪

Carlos Clara, CEO


Grupo Clara Saúde

“A marca Clara Saúde prima pela proximidade pelo utente”

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ue objetivos foram traçados para o futuro da empresa no que à transformação digital diz respeito, tendo em conta que esta tem ganho cada vez mais poder? Os objetivos traçados pela empresa contemplam serviços de diagnóstico cada vez mais rápidos e seguros para o utente, contacto entre o paciente e o seu médico sem ter de se descolar, tanto em contexto de pandemia como posteriormente num contexto mais cómodo para ambos com a teleconsulta. Adaptação das ferramentas de trabalho como a telemedicina, a teleradiologia e a constante formação com os webinars internos e com os nossos parceiros Clínicos prescritores. Acredita que esta evolução tecnológica será uma mais-valia para a marca, uma vez que tem como principal desiderato a proximidade com os utentes e parceiros? De que forma? A marca Clara Saúde prima pela proximidade pelo utente, creio que essa proximidade será reinventada pelos meios digitais, sendo que a sua essência será também ela reforçada. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? O Grupo Clara Saúde significa servir próximo e bem, significa resiliência, reinvenção, adaptação, criação e profissionalismo, e tudo claro a pensar em si! ▪

André Santos, Chief Technology Officer

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Grupo Clara Saúde

“É muito gratificante fazer parte deste Grupo”

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onsidera que, no seio do Grupo Clara Saúde, existe uma grande aposta nos Recursos Humanos? O que fomenta esta ideia? Sim, sem dúvida que sim. No início deste projeto em 2010 (ainda longe de sermos o Grupo Clara Saúde), éramos uma equipa (família) éramos muito poucos no início. Olhando para trás, além de sentir alguma nostalgia, é espetacular, é incrível como crescemos, como evoluímos, quer como Grupo, quer como profissionais de uma área extremamente exigente. E à medida que o Grupo ia crescendo foi sempre um dos pontos importantes que o CEO do Grupo teve como critério, apostar em profissionais diferenciados, quer academicamente, quer com a caraterística humana mais saliente, julgamos, e é uma opinião unânime, que é importante as pessoas gostarem do que fazem e sentirem-se bem onde estão inseridos. Acreditamos que é desta forma que conseguimos chegar aos nossos utentes, com sentido de ajuda e disponibilidade para com quem nos procura. Enquanto responsável pela gestão das operações da empresa no dia-a-dia, como nos pode descrever a evolução da mesma ao longo dos anos de existência e as principais mudanças – sobretudo as que conduziram ao seu reconhecimento? Tem sido, ao longo destes dez anos, uma aventura quase diária. Os desafios têm sido muitos. Sinto que é muito gratificante fazer parte deste Grupo que vi nascer, e acompanhar o nosso crescimento é algo de fantástico; sem dúvida sentir que o empenho e toda a dedicação é reconhecida é a “cereja em cima do bolo”. Obviamente que existiu um caminho que foi percorrido e apesar dos pontos positivos serem mais importantes que os pontos negativos, o facto de termos “crescido” de uma forma rápida, fez com que a rotina fosse constantemente alterada, sendo necessário reajustar permanentemente o dia-a-dia. Com a integração de novas unidades foi necessário resolver as necessidades mais urgentes a nível de RH, quer no que diz respeito ao corpo clínico, parceiros e fornecedores; talvez tenha sido esta a fase onde senti a evolução a acontecer! Foi difícil ter a noção do que fazia falta na altura certa sendo esta etapa a que exigiu mais esforço, mais empenho. Ter várias equipas para gerir, dar formação, fazer com que o nosso Grupo tivesse uma única linha condutora, nem sempre foi fácil para mim. Mas no fim, todo este esforço foi recompensado com o orgulho do que somos hoje. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? Esta é uma questão para mim tão fácil e ao mesmo tempo tão difícil, quando falo deste projeto, quando penso no início, o que fomos e o que somos hoje…sinto um frio na barriga, é difícil não me emocionar quando tento transmitir o que

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o Grupo significa para mim. Ver e sentir a evolução é tão enriquecedor, é tão bom fazer parte de uma estrutura que acompanhei o nascer e que me permite hoje continuar a trabalhar todos os dias a dar o melhor. Ter o privilégio de trabalhar neste “Grupo” onde existem muitos dos valores que acho importantes como o humanismo, e o reconhecimento é só gratificante. As pessoas que fizeram parte do início são as mesmas pessoas que continuam hoje, julgo que isto revela e confirma que somos uma família. Não há palavras para descrever o quanto importante é para mim, foi e continua a ser tão enriquecedor, quer a nível pessoal quer a nível profissional. Foi uma aprendizagem gigantesca, avassaladora, ainda hoje o é, passaram dez anos e parece-me que foi ontem que tudo começou. A envolvência que existe deve-se à pessoa máxima do Grupo que é uma pessoa única, inigualável que faz com que esta casa funcione e que é o elo entre todos, faz com que seja possível sentirmo-nos como uma “família”. O CEO (Carlos Clara), é uma pessoa com uma visão diferente e uma postura distinta, quer perante a gestão, o dia-a-dia do trabalho, quer com as relações humanas. Só quem lida e quem conhece sabe os valores com que contamos todos os dias e o apoio que sabemos que está sempre lá. ▪

Vânia Frade, Chief Operating Officer

“Tenho muito orgulho a pertencer a este Grupo fantástico”

O

s nossos serviços são prestados por pessoas, para pessoas”, é um dos poderosos lemas que o Grupo Clara Saúde abraça desde o dia número um. Considera que tem sido este o fator-chave na cronologia de sucesso da marca? De fato sim, como Grupo Familiar, conseguimos “pessoalizar” qualquer tipo de pedido, quer de colaborador, parceiro ou utente. Aproximando deste modo, as pessoas das chefias, tanto intermédias como de topo, proporcionando uma melhor qualidade na prestação dos nossos serviços. Tendo uma equipa alinhada, ágil e comprometida em fornecer o melhor serviço, de que forma assegura a logística da empresa, salvaguardando sempre a qualidade que tão bem a define? Qual tem sido a sua missão? Neste último ano (de pandemia), não tem sido fácil a gestão de todos os recursos. No entanto, o Grupo manteve-se unido e conseguimos dar as respostas necessárias com a qualidade e a celeridade que tem sido, ao longo do tempo, um dos principais fatores de sucesso e é uma das mais importantes missões da logística. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? PROFISSIONAL, COMPETENTE, HUMANO E FAMILIAR e tenho muito orgulho a pertencer a este Grupo fantástico que tem como líder e amigo, o CEO, Carlos Clara.▪

Luís Rodrigues, Logistic Manager


Grupo Clara Saúde

“O Grupo Clara Saúde para mim é a minha casa, a minha família”

“O Investimento em tecnologia é desta forma um elemento diferenciador do nosso grupo”

nquanto Chief Financial Officer, quais considera terem sido os investimentos mais importantes a par da qualidade, modernidade, honestidade e humanismo – valores corporativos assumidos pelo Grupo Clara Saúde? Todos os investimentos são importantes, não conseguindo evidenciar um em concreto, a par da qualidade, pois conseguimos maior rentabilidade, maior satisfação dos clientes, maior competitividade da organização, equipas com maior sinergia, incremento no desenvolvimento de competências, e cada vez mais conhecimentos inerentes à atividade da organização. Com todo o esforço e dedicação dos nossos profissionais conseguimos a modernidade, honestidade e humanismo. Relativamente aos valores cooperativos toda a nossa integridade, inteligência, inspiração, flexibilidade, valorização e espírito de toda a equipa cada vez mais conseguiremos atingir resultados positivos e ajuda na nossa tomada de decisão. Tudo o que refiro se reflete e deve ao grande pilar deste Grupo Clara Saúde, o CEO, Carlos Clara.

om um princípio vincado na inovação em todos os serviços prestados pelo Grupo Clara Saúde, podemos afirmar que a tecnologia não é meramente um custo e sim uma forte parceira de valor acrescentado? Na sua opinião é o que tem, de facto, feito a diferença na empresa? Na minha opinião a tecnologia é um dos maiores valores acrescentados da nossa instituição. Sendo um grupo vocacionado primordialmente para os meios complementares de diagnóstico, as novas ferramentas tecnológicas fornecem assim mais confiança nos exames, reduzindo o erro e possibilitando maior precisão na escolha do tratamento adequado a qualquer disfunção do utente. Para além disso, contribui significativamente para o aumento de produtividade. A agilidade de procedimentos permite-nos uma maior rapidez na entrega de resultados e uma maior precisão destes, implicando maior segurança a nível dos tratamentos e uma considerável redução no tempo de recuperação de determinadas patologias. Atualmente seria insustentável não usar a tecnologia em nosso proveito e no bem-estar dos nossos utentes. O Investimento em tecnologia é desta forma um elemento diferenciador do nosso grupo.

A marca assume a promoção no desenvolvimento contínuo dos seus profissionais, através do investimento na sua formação e na implementação de uma cultura de elevada exigência e superação pessoal. Assim, que mais-valias este cargo trouxe à sua carreira profissional? Entende-se que a formação tem como objetivo a aquisição cada vez mais de conhecimentos, capacidades, atitudes, e formas de comportamento exigidos para o desempenho das funções. Aprender novos conhecimentos cada vez mais tem importância dentro do nosso grupo para se conseguir aumentar a potencialidade da tecnologia já usada por nós e cada vez mais conseguirmos incrementar a nossa atividade podendo dar cada vez mais apoio às nossas áreas médicas e de diagnóstico. Tudo o que já referi em cima para a minha carreira profissional e para o meu cargo são mais valias, ver toda esta grande potencialidade de crescimento no nosso grupo.

Com a pandemia que vivemos, como tem o Grupo utilizado a tecnologia a favor, não apenas do crescimento da organização, como para a segurança e bem-estar dos utentes? Na área laboratorial esta pandemia obrigou-nos, para além da implementação de novos equipamentos laboratoriais de teste á doença, a alguns procedimentos de forma a garantir a qualidade na entrega de resultados e a agilidade na elaboração dos mesmos devido ao alto fluxo de pedidos. Já tendo soluções de “cloud computing”, tivemos que implementar maior disponibilidade na entrega de resultados tanto através de email/SMS como possibilidade de consulta dos mesmos na Internet, garantido assim a segurança dos utentes ao não terem de se deslocar posteriormente às nossas instalações. Também no atendimento foi implementado um novo sistema de filas de espera de forma a garantir a não propagação do vírus. Na área das Consultas médicas foram implementados sistemas de Telemedicina de forma a proporcionar o bem-estar dos nossos utentes.

E

O que significa para si o Grupo Clara Saúde? Tenho um grande orgulho em fazer parte deste grupo e desta família. O Grupo Clara Saúde para mim é a minha casa, a minha família. É difícil exprimir o que significa este grupo para mim, pois é como se fosse um bebé que foi crescendo ao longo destes 11 anos, com toda a qualidade, profissionalismo e dedicação de todos os profissionais que trabalham dentro do mesmo. Sempre dei toda a minha dedicação e continuarei a dar com todo o rigor. ▪

Susana Ramos, Chief Financial Officer

C

O que significa para si o Grupo Clara Saúde? A qualidade e melhoria contínua dos produtos e serviços para satisfação dos nossos utentes aliados a uma prática da inovação, implica desafios constantes e enriquecimento pessoal. Para além disso, o nosso grupo baseia-se no enaltecimento dos valores pessoais, na camaradagem e na amizade. Acredito que aqui poderei mostrar as habilidades profissionais que desenvolvi ao longo dos anos, além de aprender sempre mais, num ambiente descontraído e familiar, mas muito profissional. ▪

Rafael Ribeiro, IT Manager

Março 2021 | 27


Grupo Clara Saúde

“Alcançar a excelência é a nossa motivação”

N

uma altura em que a incerteza predomina devido à pandemia que vivemos, de que forma é que a equipa tem sido motivada a desempenhar o seu papel com a dedicação e excelência conhecidas? Superamos desafios todos os dias. Alcançar a excelência é a nossa motivação. Não tenho dúvidas de que, neste período tão difícil, a pressão constante a que somos expostos, diariamente, exige das equipas de trabalho um esforço acrescido e sem precedentes. Pessoalmente, é com orgulho que faço parte desta equipa tão multifacetada e resiliente, que, durante este período que atravessamos, continua a mostrar uma enorme motivação e um empenho excecional. Revela-se, agora, a eficácia da estratégia delineada pela administração do Grupo Clara Saúde, na criação de relações estáveis e de confiança com todos os colaboradores, que se manifesta na dedicação, profissionalismo, eficiência e dinâmica de toda a equipa. Na qualidade de Diretor Comercial, quais são as principais sensações que permanecem após um dia de trabalho na empresa? Dever cumprido! Motivado para continuar a fazer e dar o melhor. Contribuir, todos os dias, para reforçar e melhorar a acessibilidade e a qualidade dos serviços de saúde e de diagnóstico e garantir aos nossos utentes, clientes e parceiros, uma melhor resposta, mais rápida e de proximidade. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? RIGOR, CONFIANÇA e QUALIDADE, aliados a uma dinâmica HONESTA e HUMANISTA. FAMÍLIA e AMIZADE, valores que deverão ser entendidos, não apenas através de meras declarações de princípio, mas essencialmente através do comportamento, postura e atitude da gestão de topo do Grupo Clara Saúde. ▪

Hugo Castela, Diretor Comercial

28 | PONTOS DE VISTA |

“Trabalhamos sempre para DEMONSTRAR com todo o esforço que somos diferentes”

O

Grupo Clara Saúde é conhecido pela sua gestão moderna e excelência dos serviços para todos os utentes, bem-estar dos seus colaboradores e respeito pelos seus parceiros. Assim, e numa altura em que a sociedade mudou o seu paradigma em consequência da pandemia que se instalou, que estratégia foi adotada em promoção da imagem da marca? Verdade, a sociedade mudou. A pandemia levou a alterações muito importantes no comportamento da população, e foi à luz desta mudança que tivemos que redefinir toda a comunicação que tínhamos planificado para 2020/2021, em todas as áreas do Grupo. Neste momento temos um “novo“ cliente, e sendo nós uma marca de valores, sabemos a importância que é comunicar de forma direta e clara. a digitalização foi um caminho inevitável, acreditamos que a pandemia fez com que toda a população utilizasse mais esta ferramenta, pelo que a flexibilidade e a agilidade a nível digital foi a nossa prioridade, fortalecer esta forma de comunicar a marca, transmitindo confiança e rapidez. O que mais se comunicou nesta fase de Pandemia e que iniciativas têm sido desenvolvidas na área da comunicação, para reforçar relações a longo prazo com os clientes, baseadas na eficácia, profissionalismo e confiança pelo qual o Grupo é reconhecido? Foco naquilo que é essencial. esta foi a frase que mais se comunicou ao longo destes últimos meses no nosso Grupo, a importância de comunicar de uma forma assertiva, comunicar o essencial, a importância da comunicação era essa. Comunicar com clareza e transparência em que o que mais importava era a saúde e a segurança da população. Tivemos várias iniciativas na área da comunicação que ajudaram a dar resposta à pandemia. a realização de testes em zonas do interior de Portugal em que tínhamos equipas que fizeram um esforço titânico de povoação em povoação a tentar transmitir uma mensagem de esperança, a doação de IPIS em Hospitais Centrais, como o do Barreiro, Setúbal e Garcia da Orta, a criação de um CallCenter, que respondia a mais de 400 chamadas dia, na perspetiva de ajudar, dando informações fundamentais a todos os

nossos clientes. hoje sentimos que todas estas iniciativas de comunicação reforçaram muito a ligação que já temos com os nossos clientes, a proximidade e ajuda é e será sempre a melhor forma que o Grupo Clara saúde tem de comunicar. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? Ui… esta pergunta não é nada fácil. Entrei no Grupo em 2016, e desde aí que tem sido uma aprendizagem constante, tanto a nível pessoal como a nível profissional. Imagine uma família, que apesar de algumas diferenças, assume a mesma missão, marcar a diferença na prestação de cuidados de saúde, e só com esta união é que se consegue chegar onde temos chegado. Vivemos momentos difíceis sempre apoiados por um pilar que nos “sustenta“ a todos, um líder que nos diz calma que tudo vai correr bem. assumo o respeito e admiração que tenho pelo CEO, Carlos Clara e a forma como lidou com o stress de toda a estrutura nestes últimos meses. não tivemos uma vida fácil em nenhuma das áreas, mas nunca vacilamos e trabalhamos sempre para demostrar com todo o esforço que somos diferentes, que somos o Grupo Clara Saúde.▪

Cláudia Lucas, Diretora de Marketing e Comunicação


Grupo Clara Saúde

“Fazer a diferença na vida de quem nos procura”

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tendendo ao facto de estarmos a atravessar uma situação de pandemia global, muito do tempo despendido por parte dos profissionais de saúde tem sido dedicado exclusivamente a esta problemática. Assim, alguns tratamentos para controlar outros problemas de saúde foram suspensos. No caso do Grupo Clara Saúde, de que forma têm tentado colmatar esta questão? A anatomia patológica foi das especialidades médicas laboratoriais que mais sentiu os efeitos desta pandemia. Depende principalmente de pedidos médicos muito específicos que se prendem com patologias potencialmente graves. Com o encerramento da maior parte dos servicos públicos e privados vimos estes exames diminuir drasticamente o que na nossa opinião prejudica gravemente os doentes que ficam sem acesso a estes diagnósticos específicos. No nosso grupo, com esta diminuição de procura canalizámos os esforcos dos técnicos de anatomia para a área da biologia molecular para dar apoio à necessidade crescente dos testes de covid19 por PCR. Já no que ao coronavírus diz respeito, o que tem sido realizado pela marca em prol da segurança e saúde comum? Internamente, existem de momento trabalhos e/ou investigações a serem concretizados quanto ao mesmo? Foi criado um conjunto de regras internas de acordo com as normas da DGS mas principalmente foi incutido um sentido de responsabilidade e respeito pelo próximo que fez toda a diferença. A investigação em anatomia patológica, infelizmente, é realizada maioritariamente em âmbito hospitalar, quer pela disponibilidade de recursos quer pela diversidade de espécimes. Existem alguns projetos já pensados, mas que ainda estão dependentes do conhecimento real deste vírus. Perceber microscopicamente como alguns dos nossos tecidos reagem perante este ataque e como outras patologias podem ser influenciadas seria muito interessante. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? É um grupo multidisciplinar de profissionais com conhecimento em várias áreas e que em conjunto criam soluções de saúde para a comunidade em que estão inseridos, mas o que nos distingue internamente é sermos um grupo de amigos que têm a sorte de trabalhar juntos e fazer aquilo que gostam: fazer a diferença na vida de quem nos procura. ▪

Helena Ruivo, Biomedical Scientist

“Estamos sempre focados no utente”

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tendendo ao facto de estarmos a atravessar uma situação de pandemia global, muito do tempo despendido por parte dos profissionais de saúde tem sido dedicado exclusivamente a esta problemática. Assim, alguns tratamentos para controlar outros problemas de saúde foram suspensos. No caso do Grupo Clara Saúde, de que forma têm tentado colmatar esta questão? Desde o início da pandemia, que o Grupo Clara Saúde teve sempre a preocupação de manter todas as suas unidades a funcionar, com alguns ajustes nos horários, é certo, mas mantivemos todas as valências disponíveis para continuarmos a apoiar a população noutras situações clínicas que não a de doença pandémica. Mantivemos sempre uma preocupação constante de continuarmos com o denominador comum do nosso grupo- a existência de uma ‘medicina de proximidade’ consciencializando os nossos profissionais e colaboradores de que tal era possível, colocando à sua disposição todos os equipamentos de segurança e a implementação de circuitos que garantissem a segurança do profissional e do utente. Em virtude da pandemia, o grupo viu-se forçado a modificar e a reforçar a sua resposta na biologia molecular, sem nunca descurar as restantes valências do laboratório garantindo a nossa oferta no sentido de proporcionar um serviço de excelência. Já no que ao coronavírus diz respeito, o que tem sido realizado pela marca em prol da segurança e saúde comum? Internamente, existem de momento trabalhos e/ou investigações a serem concretizados quanto ao mesmo? Esta pandemia veio desafiar o nosso grupo a reorganizar a sua estrutura e as suas equipas, promovendo a interdisciplinaridade para que continuasse a ser possível contribuir para a segurança do utente e da melhoria contínua, garantindo uma resposta de qualidade. Desta forma, para continuarmos a apoiar os nossos utentes, foram criados circuitos paralelos para os doentes que recorrem ao nosso serviço covid, não prejudicando todos os serviços que já prestávamos. assim, foi possível oferecer mais um serviço e não nos dedicarmos apenas a este como teria sido bem mais fácil. Para que tal fosse possível, foi necessário fortalecer toda a nossa estrutura não apenas na vertente humana, apoiando a formação de novos colaboradores e impulsionando a sua aprendizagem, as oportunidades de melhoria e a inovação, assim como, equipando com a mais recente tecnologia algumas das nossas unidades, de entre estas, o laboratório, principal visado em toda esta pandemia dado o enorme aumento do fluxo de trabalho. Ao nível da investigação, o grupo participa, na verificação e implementação de novos métodos não invasivos de colheita de produtos biológicos para determinação por PCR do SARS-CoV2, particularmente a utilização da saliva como produto biológico viável para o diagnóstico à covid19. Em paralelo, encontramo-nos em processo de implementação da metodologia para a quantificação das imunoglobulinas produzidas pela vacina que é responsável pela imunidade, novamente uma aposta na medicina de proximidade e um passo importante no apoio à sociedade para avaliação da chamada “imunidade de grupo”. O grupo Clara Saúde tem participado em diversos trabalhos de investigação onde o know how dos seus profissionais é uma mais-valia e um fator de desenvolvimento, algo de que temos muito orgulho, contribuindo também, a nossa capacidade de articulação com diferentes áreas do conhecimento para gerar mais-valia para os utentes e para os colaboradores. O que significa para si o Grupo Clara Saúde? Definir o Grupo Clara Saúde em poucas palavras é difícil, não podemos apenas caraterizá-lo como um conjunto de profissionais que cuidam, protegem e apoiam. o seu papel na sociedade vai muito mais além; este grupo tem a particularidade de reconhecer e investir no seu capital humano fortemente comprometido com a organização, missão e valores da empresa. É muito mais que uma estrutura de intervenção em diferentes áreas. o grupo representa um projeto de melhoria contínua na prestação de cuidados, com simpatia, profissionalismo e competência técnica suficientes para marcar a diferença no panorama da Saúde em Portugal. Temos ainda um longo caminho a percorrer, mas temos a noção que o caminho faz-se andando, passo a passo, no sentido da melhoria contínua nos cuidados de saúde prestados, sempre focados na qualidade, na competência e acima de tudo no utente. ▪

Sónia Reimão, Biomedical Scientist Coordinator


A importância das Células Estaminais

"As células estaminais

mesenquimais poderão ter um efeito muito positivo em doentes graves com COVID-19"

Em tempos de COVID-19, que importância damos à Criopreservação e às Células Estaminais? Porque é importante guardar as células estaminais do cordão umbilical? Sobre este e outros assuntos, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com André Gomes, Fundador e CEO do único laboratório em Portugal com uma acreditação internacional para o processamento do sangue e do tecido do cordão umbilical, a Crioestaminal, onde ficamos a perceber qual é e tem sido a missão da marca, principalmente num contexto pandémico. delas necessitem no âmbito dos seus projetos. por esta via acreditamos contribuir para o avanço da medicina, colaborando com a descoberta de novas terapias para doenças atualmente sem tratamento.

ANDRÉ GOMES

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Crioestaminal tem, desde o primeiro dia, a missão de aumentar as oportunidades de tratamento existentes e futuras com células estaminais, ao contribuir de forma ativa para a evolução da ciência na área da terapia celular. Como nos pode descrever a evolução destes tratamentos até ao momento? Quando iniciámos a atividade em 2003, começava a falar-se em Portugal da importância das células estaminais do sangue do cordão umbilical, para mais tarde poderem ser usadas no tratamento de doenças. Nesta altura, existiam cerca de 2000 transplantes realizados com sangue do cordão umbilical. Desde então, o conhecimento sobre as células estaminais tornou-se mais vasto existindo hoje mais de 45.000 transplantes realizados, mais de 80 doenças tratadas e centenas de ensaios clínicos em curso, algo que não acontecia há 18 anos. A Crioestaminal, integra atualmente o maior grupo de células estaminais Europeu, que no conjunto dos seus laboratórios, tem mais de 450 mil amostras criopreservadas, tendo já contribuído para 96 tratamentos com células estaminais do sangue do cordão umbilical, dez dos quais em

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crianças portuguesas. Além das utilizações de sangue do cordão umbilical, temos no nosso grupo uma vasta experiência de utilização de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão, contando já com mais mil utilizações. Trabalham todos os dias para melhorar a qualidade de vida de todas as famílias que queiram criopreservar a suas células estaminais. Assim, é também, através de uma constante e consistente aposta na investigação e desenvolvimento no campo das ciências da vida, que a Crioestaminal se aproxima deste propósito. Promovemos o desenvolvimento de terapias com células estaminais, através de um investimento contínuo em projetos de Investigação & Desenvolvimento (I&D), aos quais dedicamos 10% do nosso volume de negócios. Outro aspeto importante, foi o facto de fundarmos um Banco de Células Estaminais dedicado à I&D, isto é, todas as famílias que optem por não guardar as células estaminais do cordão umbilical, podem doá-las, sem qualquer custo, à Crioestaminal. As amostras doadas não só são incluídas nos projetos que temos em curso, mas também são disponibilizadas a investigadores que

Que estudos/investigações estão a ser realizadas atualmente? a Crioestaminal está focada em possibilitar o acesso a terapêuticas personalizadas baseadas em células estaminais. o desenvolvimento de projetos de I&D tem em vista descobrir novas terapias celulares, o que permite alargar a aplicação de células estaminais para além das doenças atualmente tratadas. Os vários projetos de I&D deram já origem quatro patentes internacionais. O conhecimento gerado e a experiência da nossa equipa de I&D, permitiu-nos criar recentemente uma nova equipa de produção de medicamentos de terapia celular. Esta área, neste momento, encontra-se a produzir vários medicamentos inovadores à base de células estaminais para serem aplicados em ensaios clínicos que estamos a desenvolver com vários hospitais portugueses. De entre estes ensaios clínicos, destacaria, o StokeTherapy, em que vão ser usadas células estaminais da medula óssea para tratar doenças como o Acidente Vascular Cerebral; o RescueCord, em que através de administração de células estaminais do sangue do cordão umbilical a recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquémica, vamos procurar minorar os efeitos da privação de oxigénio durante o parto. Mais recentemente, no âmbito da COVID-19 desenvolvemos um medicamento experimental (SLCTmsc02) à base de células estaminais do cordão umbilical expandidas para tratar doentes mais graves com infeção por SARS-CoV-2, o nosso objetivo é disponibilizar este medicamento aos hospitais, num contexto de ensaio clínico até ao final do ano. Num momento incerto e complexo provocado pela pandemia da COVID-19, muitos temas perderam a atenção/responsabilidade devida. No momento atual, que importância damos à criopreservação e às células estaminais? Creio que hoje damos maior relevância à saúde em geral, constituindo as células estaminais do cordão umbilical uma opção de tratamento adicional, e é natural que mais famílias optem por guardá-las para a sua família, ou doá-las para investigação para que se possam desenvolver novos medicamentos.


A importância das Células Estaminais

“Mais recentemente, no âmbito da COVID-19, desenvolvemos um medicamento experimental (SLCTmsc02) à base de células estaminais do cordão umbilical expandidas para tratar doentes mais graves com infeção por SARS-CoV-2. o nosso objetivo é disponibilizar este medicamento aos hospitais, num contexto de ensaio clínico até ao final do ano”

A reação que o vírus da COVID-19 provoca no ser humano tem tido elevadas repercussões prejudiciais à saúde. Para a Crioestaminal, uma das soluções eficazes para controlar a atividade do sistema imunitário destes doentes diz respeito à administração de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, conhecidas pela sua capacidade de regular o sistema imunitário. Para melhor entender, que resultados positivos surgem deste tratamento? O tecido do cordão umbilical é uma fonte rica em células estaminais mesenquimais, células essas que apresentam uma capacidade ímpar de regular a atividade do sistema imunitário, estan-

do já a ser testadas em humanos em situações de doença onde ocorre uma resposta exacerbada do sistema imunitário do paciente que pode levar à destruição dos tecidos e órgãos do próprio paciente. Em doentes graves com COVID-19 ocorre uma reação deste tipo em resposta a infeção pelo vírus, pelo que as células estaminais mesenquimais poderão aqui ter um efeito muito positivo na redução do tempo de recuperação destes doentes e na gravidade dos efeitos secundários à infeção por COVID-19. A função pulmonar e os sintomas de doentes submetidos a este tipo de tratamento experimental melhoraram significativamente após a administra-

ção de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, tendo-se observado um reequilíbrio nas populações de células do sistema imunitário destes doentes, bem como do perfil de moléculas pró e anti-inflamatórias. Os resultados publicados permitiram observar que esta terapia foi capaz de inibir a hiperativação do sistema imunitário e de promover a reparação celular endógena, melhorando o microambiente pulmonar permitindo a recuperação destes doentes. Apesar destes estudos terem sido conduzidos num número ainda restrito de doentes, os resultados favoráveis obtidos sugerem que as células estaminais mesenquimais podem constituir uma nova estratégia terapêutica para o tratamento desta doença. Sendo o único laboratório em Portugal com uma acreditação internacional para o processamento do sangue e do tecido do cordão umbilical, o que lhe garante a maior qualidade e segurança ao longo dos 25 anos de criopreservação, o que é que considera que a população em geral ainda desconhece sobre o tema e que é necessariamente relevante? A mensagem sobre a importância de guardar as células estaminais do cordão umbilical nem sempre fica clara para os futuros Pais. é importante reforçar que os tratamentos com células estaminais do cordão umbilical são uma realidade, e que várias famílias portuguesas já beneficiaram de tratamentos com células estaminais do cordão umbilical. O primeiro transplante realizado em Portugal, com células estaminais do sangue do cordão umbilical guardadas num banco familiar, teve lugar no IPO do Porto, em 2007, numa criança de 14 meses com Imunodeficiência Combinada Severa, uma doença rara e fatal quando não tratada, tendo-se recorrido às células estaminais do irmão mais velho, criopreservadas aquando do nascimento, na Crioestaminal. A criança ficou totalmente curada. Seguiram-se outras utilizações de células estaminais do sangue do cordão umbilical: um caso de leucemia mieloide aguda (Hospital Niño Jesus, em Espanha) e oito utilizações no âmbito da paralisia cerebral (sete nos EUA e uma em Espanha). Nos casos das crianças com paralisia cerebral, os pais e os prestadores de cuidados, identificaram melhorias após a infusão de sangue do cordão umbilical. Recentemente, libertamos mais duas amostras para tratamentos no âmbito de ensaios clínicos para patologias do espectro autista, na Universidade de Duke, nos EUA. Mais recentemente, foi utilizada uma amostra de sangue do cordão umbilical do próprio dador, no âmbito de uma anemia aplástica grave, o transplante aconteceu em abril de 2019 no IPO de Lisboa e até hoje a doença encontra-se em remissão. É por casos de sucesso como estes, fundamentais para a Crioestaminal, que continuamos a trabalhar para que a mensagem seja recebida por cada vez mais famílias, de modo que possam tomar uma decisão informada.▪

O projeto RescueCord (POCI-01-0247-FEDER-045311) visa o fabrico de um novo produto de terapia celular a partir de sangue do cordão umbilical autólogo (i.e., do próprio) para a sua aplicação clínica em recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquémica. É financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, no montante de 378.882,40 euros, dos quais 202.084,65 euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Março 2021 | 31


A relação entre a Visão e a Covid-19 - A importância de não desvalorizar sintomas

Um olhar experiente

sobre a saúde visual em tempos de pandemia

A pandemia da COVID-19 aportou consigo um conjunto de dificuldades sentidas em todo o mundo e em todas as áreas. A saúde visual não «escapou» a esse desígnio, sendo que ao longo do período pandémico e de confinamento, a visão dos portugueses sofreu consequências. Para melhor entender, Isabel Prieto, Diretora do serviço de Ofltalmologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e Co-Autora de um trabalho de investigação com o Grupo EUROCOVCAT neste mesmo âmbito, explicou à Revista Pontos de Vista o verdadeiro impacto e relação entre a visão e o vírus que hoje conhecemos.

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icenciada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, foi na Especialização em Oftalmologia, e na sua cirurgia, que encontrou a sua evidente paixão e motivação. Tendo já chegado ao topo da sua carreira hospitalar e sendo detentora de 21 prémios e distinções, no âmbito da sua especialização cirúrgica, Isabel Prieto tem ainda múltiplas apresentações e comunicações em reuniões e congressos nacionais e internacionais, numerosas participações em mesas redondas como coordenadora e moderadora e ainda publicações também a nível nacional e internacional que lhe preenchem uma vida dedicada à saúde visual. Além disso, tem participado como organizadora, preletora e monitora em cursos de pré e pós-graduação, teóricos e práticos no contexto hospital e extra-hospitalar, tendo já realizado cirurgias “ao vivo” em diferentes ações formativas de hospitais nacionais. Tem sido também responsável pela formação de internos da especialidade ao longo do seu percurso. Desde sempre interessada e motivada em aperfeiçoar diariamente o seu conhecimento no campo da inovação cirúrgica, podendo assim melhorar a qualidade de vida dos doentes, participa, sempre que possível , em trabalhos de investigação e partilha científica. O último já publicado e do qual é Co-Autora, integrada no Grupo EUROCOVCAT, tem como título “Rethinking Elective Cataract Surgery Diagnostics, Assessments, and Tools after the COVID-19 Pandemic Experience and Beyond: Insights from the EUROCOVCAT Group” – o objetivo desta revisão é destacar o impacto da não priorização da cirurgia de catarata e resumir algumas questões críticas na abordagem atual e futura do procedimento cirúrgico da catarata .O artigo reúne experiências de um grupo de cirurgiões oriundos de nove países diferentes, denominado como European COVID-19 Cataract Group (EUROCOVCAT).

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ISABEL PRIETO


A relação entre a Visão e a Covid-19 - A importância de não desvalorizar sintomas

É neste âmbito que Isabel Prieto nos explica o real impacto da pandemia na saúde visual da população, especialmente dos portugueses. Qual a relação entre a Visão e a Covid-19 e de que forma é essencial não desvalorizar sintomas? “Considerando que o diagnóstico precoce e o tratamento imediato das doenças oculares mais comuns e tratáveis, incluindo catarata, podem prevenir ou retardar a perda de visão, é óbvio o impacto que a situação pandémica tem provocado na saúde visual. A redução da atividade cirúrgica eletiva, considerada não prioritária, e subsequente aumento das lista de espera cirúrgica, que por vezes acresce o receio adquirido por parte dos doentes de se deslocarem aos hospitais com desvalorização dos seus sintomas visuais, tem provocado um agravamento das patologias oftalmológicas e consequente e acentuado decréscimo na qualidade de vida dos doentes por deficit da visão“, começa por explicar a nossa entrevistada, acrescentando que “temos também o impacto indireto na visão devido, por um lado, ao facto do confinamento e a uma maior e mais prolongada utilização de ecrãs e plataformas digitais, e que causa sintomas de fadiga visual e olho seco. Por outro a utilização de proteção individual como as mascaras, fundamentais em contexto da COVID-19, mas que têm causado um incremento de perturbações da superfície ocular”. Outro tema que também importa esclarecer resulta na pergunta: será que, face ao atual contexto pandémico, a saúde visual tem sido pouco priorizada? Certo é, para Isabel Prieto, todos os profissionais têm continuado a lutar firmemente para a concretização da missão que, desde o dia número um, se propõem: melhorar a vida dos doentes. Ainda que em situação incerta e complexa como a que hoje vivemos. Contudo pode ter sido colocada em segundo plano, o que não deixa de tornar a situação dos doentes que requerem cirurgia oftalmológica muito difícil. “Se falarmos da questão da cirurgia da catarata, é realmente grave porque as consequências causadas pelo protelamento da cirurgia são altamente penalizadoras para um grande número de doentes. Na Europa a prevalência da catarata é de 64 por cento para a população com mais de 70 anos e aumenta com a idade, sendo que a deficiência visual provocada pela catarata tem efeitos não apenas na atividade diária mas também no bem-estar psicológico. Atingindo assim na sua maioria as pessoas idosas, estas vão apresentar uma limitação muito grande da sua qualidade de vida ficando muito dependentes e vulneráveis” afirma Isabel Prieto claramente preocupada com o futuro da saúde visual acabando por admitir que há muito mais a fazer neste domínio. “Com esta pandemia, temos de repensar e muito as prioridades. Temos de aprender com os erros do passado e evitar, numa próxima situação, a redução abrupta da atividade assistencial cirúrgica. Soluções que passam por exemplo, por reduzir as deslocações

“Considerando que o diagnóstico precoce e o tratamento imediato das doenças oculares mais comuns e tratáveis, incluindo catarata, podem prevenir ou retardar a perda de visão, é óbvio o impacto que a situação pandémica tem provocado na saúde visual” aos hospitais, concentrando exames para estudo diagnostico, transformar algumas consultas que podem não ser presenciais em teleconsultas, agilizar os circuitos dentro dos próprios hospitais de forma a impossibilitar o cruzamento, neste caso de doentes com e sem COVID-19. Promover e assegurar a segurança dos procedimentos para os profissionais e utentes. Temos de investir mais em mecanismos que possam ser mais resilientes perante uma pandemia para não termos de interromper brutalmente a nossa atividade. Temos de aproveitar as novas tecnologias como a telemedicina, embora claro, na Oftalmologia, seja mais difícil porque tudo se baseia muito na observação, mas não é impossível”. Importa, sobretudo, que se aplique o know-how adquirido ao longo dos últimos meses e se modifiquem os paradigmas habituais. Sabia que a cirurgia de catarata, é o processo cirúrgico mais realizado a nível mundial? Sendo uma das principais causas de cegueira reversível no mundo, a catarata é uma doença caracterizada pela perda de transparência do cristalino, lente natural cuja função é propiciar o foco da visão em diferentes distâncias. Haverá informação suficiente sobre o tema? Isabel Prieto assegura que “de forma transversal as outras patologias, atualmente, já se verifica uma maior informação, porém, é uma informação pouco filtrada e seletiva, e por vezes não corresponde de todo ao que a pessoa tem na realidade e é pouco tranquilizadora e esclarecedora. Ainda há um longo caminho a percorrer neste sentido. Acho que deve haver uma informação mais divulgada até ao nível da própria cirurgia de catarata –

como dar a conhecer os riscos e os benefícios da mesma, que chegue também aos órgãos decisores e que seja promotora da saúde visual. Desta forma, continuam também a ser de extrema relevância as várias pesquisas e partilhas de experiências que, como no caso do Grupo EUROCOVCAT, se têm vindo a desenvolver. Recomendações sobre os cuidados a ter com a nossa visão Sabendo que grande parte dos portugueses estão em confinamento e em teletrabalho, ou seja, utilizando ininterruptamente tecnologias, como computadores e telemóveis, Isabel Prieto deixa alguns conselhos que podem ajudar a promover a saúde visual. “Primeiramente é importante uma avaliação regular pelo médico oftalmologista de forma a despistar alguma patologia ou deficiência visual. Devemos ter a noção de que quando estamos a fixar pestanejamos menos e há uma redução muito grande da lubrificação do olho, o que causa queixas de olho seco, daí a necessidade de fazer pausas e pestanejar e se necessário usar lágrimas artificiais. Utilizar a regra 20-20-20: a cada 20 minutos olhar para a distância de 20 “pés” (6 metros), durante 20 segundos. É uma forma de garantir que os olhos se mantêm saudáveis. Uma boa hidratação é também essencial e não nos podemos esquecer também que, apesar das circunstâncias, devemos continuar a ter uma alimentação saudável, com uma dieta variada, auxiliando obviamente todos os órgãos no seu bom funcionamento e os olhos não são exceção”. ▪

Março 2021 | 33


A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO NA SAÚDE DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS

OPINIÃO DE Maria do Carmo Neves, Presidente da APOGEN Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares

Medicamentos Genéricos em Portugal

462 milhões de razões Dúvidas restassem, vinte anos após a chegada dos medicamentos genéricos a Portugal, existem 462 milhões de razões que atestam a importância deste tipo de medicamentos. Desde a sua implementação em Portugal, estes medicamentos já demonstraram que oferecem a mesma eficácia, qualidade e segurança que os medicamentos de marca permitindo um acesso mais equitativo aos cuidados de saúde.

D

e acordo com o Contador da Poupança, lançado pela APOGEN - Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares em colaboração com a ANF - Associação Nacional das Farmácias, os medicamentos dispensados nas farmácias comunitárias pouparam ao Estado e às famílias mais de 462 milhões de euros, só em 2020, o que significa uma subida de 14 milhões quando comparado com o ano anterior. Em dez anos (2011 a 2020) a poupança gerada foi de 4.291 milhões de euros. Este ano, à data em que este artigo é escrito, a poupança gerada já ultrapassou os 69 milhões de euros; sendo a contagem feita ao segundo quando o artigo for lido este valor já foi largamente ultrapassado. Enquanto pilares da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao libertarem recursos para investimento em mais cuidados de saúde e novas tecnologias de saúde, os medicamentos genéricos e biossimilares geram valor porque asseguram, de forma mais custo-efetiva, o resultado que é realmente importante para a pessoa com doença. Quando o país enfrenta uma crise sanitária sem precedentes e uma crise económica, e social, cuja dimensão ainda está por determinar, permitir que mais cidadãos tenham acesso aos tratamentos que necessitam é, sem dúvida, o grande desígnio da indústria farmacêutica de medicamentos genéricos e biossimilares. Ainda assim, apesar desta indústria estar na linha da frente no combate à pandemia COVID-19, fornecendo 76% dos medicamentos consumidos nos hospitais portugueses, não podemos ficar indiferentes ao número de consultas médicas presenciais, contactos presenciais de enfermagem, contactos hospitalares e cirurgias programadas que não se realizaram ao longo do último ano. Todos os diagnósticos que não se realizaram em tempo útil, todas as patologias que não foi possível seguir e tratar de forma apropriada vão culminar num agravamento da carga global de doença em Portugal com graves consequências na sociedade e na economia. Quando se impõe o reforço do SNS para cumprir a constituição - garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação - é ainda mais premente a necessidade de alocar de forma

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A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO NA SAÚDE DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS

“Enquanto pilares da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao libertarem recursos para investimento em mais cuidados de saúde e novas tecnologias de saúde, os medicamentos genéricos e biossimilares geram valor porque asseguram, de forma mais custo-efetiva, o resultado que é realmente importante para a pessoa com doença” eficiente os seus recursos. Os medicamentos genéricos e biossimilares, sendo mais custo-efetivos, são os principais aliados do Estado e dos cidadãos para garantir essa eficiência. A política do medicamento tem de criar condições que assegurem a manutenção e a entrada de novos medicamentos genéricos e biossimilares no mercado. Medidas insustentáveis de contenção de custos, como o atual modelo de preço e comparticipação, os mecanismos de contratação pública, a carga de impostos – contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica – e elevados custos de contexto, apenas contribuem para a retirada de medicamentos e empresas do mercado condicionando as alternativas terapêuticas à disposição dos profissionais de saúde e dos doentes. O setor dos medicamentos genéricos e bios-

similares representado pela APOGEN emprega mais de 3 000 pessoas e representa cinco dos maiores produtores de medicamentos em Portugal sendo responsável por uma significativa parte dos 1,5 mil milhões de euros de exportações de medicamentos. Por isso o nosso setor, para além de gerar valor em saúde, gera valor no emprego e na economia. O plano de recuperação para a Europa representa uma oportunidade única para implementar reformas estruturais fundamentais na saúde e na economia. Há 462 milhões de razões para que o Plano de Recuperação e Resiliência, centrado nas pessoas e no desenvolvimento do território, incorpore reformas que garantam mais e melhor acesso à saúde para toda a população. Pela nossa parte não faltaremos ao compromisso com os Portugueses. ▪

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A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO NA SAÚDE DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS

“A STADA Portugal aponta à posição de key player do mercado atual e futuro” Só em 2020, os medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias pouparam ao Estado e às famílias um valor recorde de mais de 462 milhões de euros, um valor impressionante, principalmente em tempos de pandemia. Sobre este tema e outros, Tiago Baleizão, Diretor Geral da STADA Portugal, falou à Revista Pontos de Vista, assegurando ainda que o futuro da STADA Portugal, será encarado “com capacidade e confiança reforçadas para assumir um papel de maior relevo na inovação e melhoria dos cuidados de saúde da nossa população”.

O

principal desiderato da STADA Portugal, anteriormente denominada Ciclum Farma, é ser a melhor empresa em todas as dimensões do setor de atividade, para ganhar a confiança dos profissionais de saúde e doentes. Com os constantes desafios impostos à indústria farmacêutica, quem é hoje esta organização? A STADA Portugal foi oficialmente lançada em outubro de 2020, assinalando uma etapa importante da evolução da Ciclum Farma, que culmina 20 anos de existência no nosso País. Atualmente e apesar do contexto de pandemia, o mercado farmacêutico em Portugal está em fase de maturidade plena, com a maioria das empresas e respetivas propostas de valor acomodadamente estabelecidas. É neste contexto que se justifica a materialização da STADA Portugal, trazendo uma nova estratégia e abordagem ao nosso mercado, que se diferencia por uma aposta clara no empreendedorismo, agilidade e inovação, no intuito de dar resposta aos novos comportamentos na era digital, às necessidades das diferentes gerações e projetando o que será a realidade pós-pandemia da população em geral. Toda esta mudança assenta também num investimento adicional no nosso portfólio, abrangendo novas especialidades farmacêuticas e hospitalares, enquanto reforçamos o nosso segmento de medicamentos genéricos, para um total aproximado de 400 referências. Com esta expansão e consequente crescimento e diversificação, a STADA Portugal aponta à posição de key player do mercado atual e futuro, elevando a capacidade de resposta às necessidades adicionais que milhões de Portugueses manifestam presentemente.

TIAGO BALEIZÃO

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Neste contexto pandémico, e com cerca de 12.000 colaboradores em todo o mundo, os Recursos Humanos da STADA e todo o seu empenho, acabam por ter um papel determinante para a superação da crise que vivemos. Assim, quão importantes estes têm sido, não só para a empresa, mas para a sociedade em geral que necessita do seu apoio? De que forma a atuação no mercado da STADA se modificou face às consequências deste panorama? O que mudou? O contexto de pandemia justifica uma reflexão profunda sobre o impacto económico, financeiro e social que se estima atingir níveis sem precedente, constatando-se uma contração generalizada no acesso aos cuidados de saúde e tratamentos preconizados. Em todo o caso, para a STADA, encaramos


A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO NA SAÚDE DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS

esta conjuntura como uma oportunidade para elevar a nossa capacidade de resposta às necessidades adicionais que o País e a sociedade em geral enfrentam, com o objetivo de nos assumirmos como parceiro de referência para os serviços de saúde a nível nacional, nomeadamente junto das Farmácias, prestadores de Cuidados de Saúde Primários e Hospitais. Até ao momento, graças ao forte compromisso e empenho de todos os nossos colaboradores, temos conseguido fazer frente aos vários desafios que têm surgido, estabelecendo como prioridade absoluta o assegurar do abastecimento do mercado. Durante este período de interações limitadas, desenvolvemos um conjunto de iniciativas enfocando os valores da STADA – Agilidade, Empreendedorismo, Integridade e Colaboração – contribuindo para a criação de uma forte cultura corporativa que acreditamos ser a base de sustentabilidade para a realidade pós-COVID19. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos os colaboradores da STADA Portugal pela extraordinária capacidade de adaptação e elevada resiliência, assegurando o cumprimento de todos os processos críticos e, desta forma, garantindo que todos os doentes tenham acesso aos tratamentos de que tanto necessitam para a salvaguarda da sua saúde, em linha com a missão da empresa. A Ciclum Farma era conhecida pela sua oferta ao nível de medicamentos genéricos, mas, agora como STADA, tem investido na investigação e desenvolvimento de medicamentos inovadores e biossimilares. Qual tem sido a estratégia e critérios seguidos para a expansão do portfólio? Que novidades podem os doentes Portugueses esperar da STADA? O Grupo STADA tem reforçado o portfólio com base no seu pipeline, com vários produtos a emergirem da atividade própria de I&D. Paralelamente, tem feito investimentos signifi­cativos na aquisição de produtos e empresas no setor farmacêutico, reforçando a sua presença em várias geografias, em linha com a sua estratégia de expansão global. Nesta fase e especificamente para o mercado nacional, prioritizámos a comercialização de produtos que poderão representar uma opção preventiva adicional no combate à COVID19, onde se destaca o recém-lançado ViruProtect®, um spray que pode fornecer uma barreira protetora complementar contra vários tipos de vírus nocivos como o Rhinovírus, Influenza e Coronavírus. A STADA iniciou a distribuição exclusivamente em farmácias e espaços de saúde, onde o produto está disponível sem necessidade de receita médica, tendo em conta tratar-se de um dispositivo médico, recomendando-se o aconselhamento especializado para garantir o seu uso apropriado. No decorrer de 2021, iremos alargar a cobertura de patologias e condições clínicas, com mais de 20 novos lançamentos em plano, inclusive no segmento hospitalar onde contamos introduzir um novo medicamento biossimilar para tratamento oncológico. Temos também a decorrer o processo de aprovação regulamentar duma terapia inovadora para a doença de Parkinson em estádio avançado. Todas estas iniciativas vão elevar o contributo da STADA Portugal para a melhoria da saúde dos nossos doentes, com garantia de tratamento de qualidade a um custo mais sustentável.

“O Grupo STADA tem reforçado o portfólio com base no seu pipeline, com vários produtos a emergirem da atividade própria de I&D. Paralelamente, tem feito investimentos signifi­cativos na aquisição de produtos e empresas no setor farmacêutico, reforçando a sua presença em várias geografias, em linha com a sua estratégia de expansão global” Os Medicamentos Genéricos (MG) dispensados nas farmácias comunitárias pouparam ao Estado e às famílias um valor recorde de mais de 462 milhões de euros, só em 2020. Contudo, prevendo-se dificuldades adicionais no equilíbrio do nosso sistema de saúde, antecipa que as autoridades nacionais optem por novas medidas de contenção de custos? A conjuntura atual reforça a necessidade de uma revisão integral do modelo de negócio e de financiamento de praticamente todos os setores, com o da saúde em especial destaque. Em anteriores contextos de crise, as autoridades nacionais optaram por políticas e medidas de contenção que penalizaram recorrente e desproporcionalmente a Indústria Farmacêutica, resultando em consequências graves como a inevitável redução de postos de trabalho, a limitação de investimentos em inovação e consequente desacelerar da evolução nos tratamentos e cuidados de saúde.

Neste momento particular da pandemia de COVID19, é já notório o reconhecimento e valorização crescentes das múltiplas iniciativas e responsabilidades que a Indústria Farmacêutica tem assumido, por parte da sociedade em geral e, especificamente, pelos decisores políticos. Destacam-se os investimentos na investigação e desenvolvimento de tratamento e vacina para o SARS-CoV-2, o assegurar da produção e acesso às terapêuticas pelos doentes, assim como, o apoio ao SNS e a todos os seus profissionais, tudo isto sem expectativa de retorno adicional e com genuíno sentido de missão e responsabilidade social. Talvez, nesta ocasião, se evitem medidas adicionais a impactar as empresas do setor farmacêutico, onde se incluem também as Farmácias e os Armazenistas, permitindo que a sua atividade e nível de serviço, fundamentais para o bem-estar da nossa população, sejam salvaguardados. Por fim, o que continuará a ser realizado pelo Tiago Baleizão, enquanto Diretor Geral da STADA, no que respeita à evolução da empresa e dos seus serviços em Portugal? Independentemente da realidade que iremos encontrar no pós-COVID19, a qual encerra um nível de incerteza inédito, há um fator que considero fundamental – a colaboração. Na minha perspetiva, o futuro da Indústria Farmacêutica e a capacidade de adaptação das empresas do setor, passará pelo estabelecer e reforçar iniciativas de mútuo benefício entre os principais integrantes do canal, nomeadamente com as Farmácias, Distribuidores, Armazenistas e Prestadores de Cuidados de Saúde. É minha convicção que, nos tempos que se avizinham, as parcerias em genuína perspetiva win-win serão ainda mais críticas para a sustentabilidade das nossas organizações e, em última análise, na resposta às necessidades crescentes do sistema nacional de saúde. Pessoalmente, irei estar especialmente dedicado à segurança, bem-estar e desenvolvimento de todos os nossos colaboradores, promovendo o seu compromisso, agilidade e espírito empreendedor enquanto a base para a evolução contínua da nossa organização. Desta forma, poderemos encarar o futuro da STADA Portugal com capacidade e confiança reforçadas para assumir um papel de maior relevo na inovação e melhoria dos cuidados de saúde da nossa população. ▪

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Saúde & inovação

“Vamos continuar a impactar positivamente a saúde das pessoas” “Eu sempre tive muita sorte no meu percurso profissional de ter ao meu lado pessoas que me deram confiança e isso, sem dúvida, contribuiu não só para dar o meu melhor como também para retribuir”. Quem o afirma é Anne Geubelle, CEO da PROLOGICA, que em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou um pouco mais sobre a dinâmica da Liderança no Feminino, sem esquecer que a Prologica continuará a estar ao lado dos profissionais e gestores de saúde, até porque o desiderato primordial passa por continuar a impactar positivamente a saúde das pessoas.

O

seu trajeto fundiu-se com a Prologica desde 2001, altura em que foi convidada para ser CFO da marca. Ao longo destas duas décadas, quais diria que foram os momentos primordiais para a entidade e para si enquanto líder deste projeto? Quando entrei para a Prologica como CFO, já acumulava essa função operacional com a função de administração, mas ainda tinha de reportar aos acionistas da sociedade, o grupo Belga Systemat. A “revelação” para mim, e no mesmo tempo para a empresa, foi quando procedemos ao MBO (Management Buy Out) da Prologica em 2005. Foi nessa altura quando passei de uma função de administradora para uma posição de acionista que, de facto, percebi que finalmente ia poder decidir e operacionalizar o futuro da empresa. Foi uma diferença tremenda. Eramos um grupo de quatro acionistas muito diferentes, mas muito complementares. Apesar de significar uma responsabilidade acrescida foi sem dúvida um sentimento de liberdade fantástico. No ano do MBO, a Prologica tinha 150 pessoas e 30 M€ de volume de vendas com um EBITDA perto de zero. Passados cinco anos, estava a faturar 100 M€ e apresentava um EBITDA de cerca de 4%. 2010 foi, por isso, o primeiro momento primordial, não só pelo marco que representou para a empresa, como também pelo momento de realização pessoal extremamente enriquecedor que senti, como o resultado de todo o trabalho e dedicação.

38 | PONTOS DE VISTA |

Anne Geubelle

O segundo momento foi, sem dúvida, a criação da ITEN, uma nova empresa que nasceu em 2013, resultante da fusão da atividade nacional da Prologica e do nosso maior concorrente na altura, a CPCIS. Gostei imenso de trabalhar com novas pessoas e o desafio de juntar duas culturas opostas (200 pessoas de cada lado) em torno de um objetivo comum implicou uma redefinição completa dos valores, da organização e da governança da empresa. Em três anos, conseguimos crescer muito mais na ITEN, do que 1+1. Mas acima de tudo, conseguimos criar uma equipa de gestão

extremamente competente e dinâmica que superou todas as nossas expectativas! No início de 2017, a Claranet, que estava até então com pouca expressão no mercado português, comprou a ITEN. Mais uma aventura que terminava para mim e outra que se iniciava. Foi então que tive a oportunidade de conhecer o meu atual sócio na área da Saúde, Diogo Reis, com quem venho a partilhar desde essa altura a nossa paixão comum para a saúde. Nasceu no seio de uma família de médicos e a saúde foi sempre a sua

paixão, tendo, em 2016, criado a unidade de saúde da PROLOGICA com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas baseadas em dados e tecnologias de Business Intelligence e Inteligência artificial para impactar positivamente o setor da saúde. Que balanço é possível realizar deste período de aposta da marca no domínio da saúde? O setor da saúde é um setor muito particular, ainda para mais quando queremos ser disruptivos. O Business Intelligence e a inteligência artificial são, de facto, áreas disruptivas, mas ainda existe muita apreensão/desconhecimento à sua volta. Porém, apreensão não significa rejeição. A nossa missão tem sido desmistificar e demonstrar junto dos profissionais de saúde, usando a linguagem deles, a importância destas áreas para a sua prática clínica e operacional. E os resultados estão à vista! Já temos as nossas soluções implementadas em vários hospitais de norte a sul e ilhas. Portanto, o balanço é muito positivo. Tem sido, definitivamente, uma maratona, mas a nossa posição na saúde pública e privada tem-se consolidado dia após dia. Enquanto líder, quem é Anne Geubelle e que elementos considera fundamentais para ser um líder impactante na vida das pessoas e positivo? Eu não sei se sou uma líder, mas tenho uma vontade intrínseca de mudar os status quo. Contudo, estou consciente que sozinha nada é possível. Eu sempre tive muita sorte no meu percurso profissional de ter ao meu lado pessoas que


Saúde & inovação

me deram confiança e isso, sem dúvida, contribuiu não só para dar o meu melhor como também para retribuir. Sinceramente, acho que as empresas são das pessoas e não dos acionistas. As riquezas que criamos em conjunto devem permitir antes de retribuir os acionistas, aumentar o nível de vida das nossas pessoas e juntar novas pessoas que por sua vez, vão permitir criar mais riqueza. É assim que funciono e é a minha maneira de ter impacto na vida dos que me acompanham nas minhas aventuras. Hoje, felizmente, o panorama está a mudar e vemos, cada vez mais, líderes femininos em cargos e funções de liderança. Na sua opinião, a que se devem essa mudança de paradigma? Sente que hoje as Mulheres têm um nível de confiança superior e que isso lhes tem permitido chegar a patamares mais elevados de gestão e liderança? Não acho que seja o nível de confiança das mulheres que mudou. Acho que os homens também mudaram. Não todos, mas estes que perceberam que a complementaridade na liderança das empresas é um fator chave de sucesso e de sustentabilidade das empresas. A diversidade potencia uma fonte de reflexão que permite uma apreensão dos riscos distinta nas tomadas de decisão. Eu não me identifico em nada com o princípio da exclusão do outro. Pessoalmente, eu nunca senti dificuldade no meu percurso, por ser mulher. Pelo contrário, senti sempre muito apoio e confiança. Acredito que uma boa liderança deve ser mista porque, não há dúvida, somos complementares e não concorrentes. Por outro lado, acho que o número de mulheres com funções de liderança vai crescer muito mais rapidamente com essa nova geração muito mais inclusiva e orientada para a responsabilidade social nas empresas. Creio também que o perfil dos líderes tem tendência a mudar em função da situação socioeconómica dos países que afeta as performances das empresas. E as empresas têm de estar atentas a essas mudanças para poder adaptar os perfis. Eu diria que em tempos de crise, as mulheres estatisticamente são mais eficientes e eficazes na gestão das empresas. Por outro lado, talvez um perfil menos averso ao risco, mais característico dos

homens é adaptado em tempos de crescimento. É o que tenho observado. Sendo a Prologica uma marca especializada em tecnologias de informação para impactar a vertente da saúde, de que forma é que procuram desenvolver soluções promotoras de conhecimento e valor para dotar os profissionais de saúde nas suas tomadas de decisão? De que forma é que as vossas soluções permitem e facilitam o acesso a tecnologias inteligentes com claro impacto nos cuidados de saúde? A nossa plataforma MELIORA está assente num repositório de dados transversal às aplicações de registo e gestão que já são utilizadas nos hospitais (Ex: clínicas, administrativas, MCDT, laboratório). Através de relatórios ou dashboards, esta plataforma permite que as instituições visualizem e analisem em tempo útil todos os seus dados clínicos e operacionais no sentido de gerar insights e valor quer para o profissional de saúde e gestor, quer, naturalmente, para o cidadão/doente. No fundo, tudo se resume a dotar as instituições de saúde com ferramentas de gestão simples e intuitivas para permitir uma leitura transversal das operações em tempo útil, qualquer que seja a sua natureza, no sentido de tomar decisões baseadas em dados do mundo real. A plataforma MELIORA consiste numa infraestrutura de suporte para partilha de informação na saúde (SIHIS – Supportive Infrastructure for Health Information Sharing) que tem como objetivo criar as condições para as instituições de saúde estarem preparadas para os desafios do futuro, como por exemplo: • A introdução de algoritmos de inteligência artificial não só na área clínica, mas também na área de otimização de processos e de logística; • A implementação de iniciativas de Value-Based Healthcare que, na sua globalidade, prevê não só a avaliação dos resultados em saúde do doente, mas também o apuramento dos custos incorridos para obtenção dos mesmos resultados. É claro que a nossa plataforma, uma vez integrada com todos os sistemas dos hospitais, permite apurar transversalmente o percurso do paciente na sua globalidade, recolher os resultados em saúde dentro e fora da instituição (CROM’s

e PROM’s) e monitorizar o custo dos recursos alocados a o doente. A implementação de contratos baseados em resultados (Outcome-based agreements) com os fornecedores dos hospitais (farmacêuticas e outros) para os quais é necessário hoje efetuar sistematicamente o follow-up de métricas (KPI’s), em tempo real, no sentido de apurar os resultados. Tudo isto apenas será possível, reforço, se existir uma só fonte de verdade, como é o caso com a nossa plataforma. É legítimo afirmar que os sistemas informáticos em saúde, de hoje e do futuro, devem ser mais proativos e ir um pouco para além do evidente? Estamos a falar de Inteligência Artificial (IA)? Portugal está preparado para este passo ao nível da inovação e das novas tecnologias em saúde? É mais do que lógico. É imperativo e está em marcha. A tecnologia para mim não é relevante em si. É um enabler para potenciar um futuro na saúde que hoje tarda a chegar. A realidade aplicacional dos hospitais públicos é muito complexa e organizada em silos de informação que dificulta uma análise transversal do percurso do doente dentro da instituição. Esta realidade aliada a qualidade da informação registada, constitui, sem dúvida, um desafio para qualquer empresa tecnológica. Sem falar da impossibilidade de atualmente de seguir o doente fora da instituição no sentido de o monitorizar remotamente. O nosso foco é o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal. É uma questão de soberania. Temos de ter um SNS forte, com uma gestão robusta e orientada para a inovação. Para isso, temos de o repensar na sua globalidade porque ao contrário dos recursos que são finitos, as necessidades tendem a aumentar. Portanto é urgente repensar o sistema de forma a torná-lo sustentável, sem que haja qualquer impacto sobre a qualidade e o nível de acesso da população aos cuidados de saúde. A tecnologia vai ser um elemento fundamental do desenvolvimento do SNS, mas nada deverá ser feito sem o envolvimento dos profissionais de saúde desde o momento zero. Hoje vivemos um período conturbado, fruto da pandemia em

que vivemos. Neste sentido, de que forma é que a marca tem contornado este cenário negro e que impacto é que tem tido na vossa orgânica e atividade? Curiosamente a pandemia não teve impacto no nosso dia a dia, a não ser em termo de organização interna. Eu diria que em 2020 conseguimos reforçar a nossa presença no mercado e aproveitámos também para iniciar desenvolvimentos adicionais da própria plataforma no sentido de alargar o seu alcance para a hospitalização domiciliária e o balcão único do utente (funcionalidades novas que vão permitir o acesso do doente a marcação de consultas, resultados de exames, ...). Não tenho dúvida que o hospital do futuro passará também pela monitorização dos doentes em casa. Olhando para o atual panorama de pandemia, podemos afirmar que empresas como a Prologica, podem ser essenciais no apoio e ajuda a entidades de saúde privadas e públicas e assim, promovendo melhores cuidados de saúde? É a nossa missão! Trabalhamos para criar valor para os nossos utilizadores no sentido de lhes permitirem tomar decisões mais acertadas, baseadas em dados e não só em experiência. E depois, claramente, ter a facilidade de medir de uma maneira consistente as métricas que eles consideram relevantes e sobre as quais podem atuar! O que podemos continuar a esperar da Prologica e de si para o futuro? Que mensagem lhe aprazaria deixar ao universo feminino em Portugal? A Prologica vai definitivamente continuar a estar ao lado dos profissionais e gestores de saúde com o claro objetivo de impactar positivamente a saúde das pessoas, utilizando para isso a tecnologia. É a minha paixão e a da minha equipa! E ainda temos muitas ideias e sonhos para concretizar. Ao universo feminino, diria que já não existem essas barreiras mais pré-conceituais sobre a liderança das mulheres, embora Portugal ainda esteja com um número de líderes mulheres abaixo da média Europeia. Mas temos de ter paciência... e dar sempre o melhor de nós em tudo o que fazemos. Só assim conseguimos crescer pessoalmente e profissionalmente. Portanto, depende de cada uma de nós! ▪

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REVISTA PONTOS DE VISTA HOMENAGEIA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Por Ricardo Rabaça, Enfermeiro na Unidade de Cuidados Intensivos da ulsm

O Traço que nos define...

P

or esta altura, há um ano, ainda no florescimento desta pandemia a minha carreira profissional na ULSM era, na verdade, algo perfeitamente normal para um enfermeiro apesar de ser no serviço de medicina intensiva e da sua normal exigência. Ora, passados uns meses, a normalidade era um estado precioso e pouco ou nada permanecia igual. Ainda durante os meses de março e abril no primeiro confronto com um sem fim de novas regras e alterações, naquilo que agora sabemos ser a face mais suave da pandemia, tive a oportunidade de soltar um pequeno talento e de transformar algumas imagens em desenhos nos fatos de proteção que os profissionais usavam. Nesta fase acho que qualquer rabisco impressionava os meus colegas, mas na verdade foram eles que me incentivaram para o que veio a seguir. Aquela ilusão do “tens muito jeito”. Ilusão ou não, a tra-

40 | PONTOS DE VISTA |

dução instantânea foram uns bonecos no papel e umas brincadeiras em casa. É assim que surge a minha vontade de desenhar e usar a grafite como ponte para o desenho. Aproveitei o embalo no meu ego dado pelos meus colegas, a paciência de quem partilha os meus dias e segui. Simples. Começa como normalmente começam os momentos que nos marcam, como uma brincadeira. Comprei lápis e fui acrescentado material à medida que a complexidade me levantava barreiras. A pesquisa normal na internet das técnicas que desconhecia, permitiu-me entrar numa área que basicamente desconhecia, o desenho realista. Sem formação de qualquer tipo nesta área, percebi rapidamente a surpresa que um desenho transmite. Foi assim que comecei um trabalho, desenhar todos os profissionais do serviço de medicina intensiva do Hospital Pedro Hispano, o meu serviço. À medida que fui avançando, apesar das dificuldades de acompanhar a chegada de novos profissionais, a evolução foi por demais evidente. O desenhar todos os dias durante meses a fio permitiu uma evolução na minha formação e da capacidade de captar traços e expressões característicos de cada um, e transformar isso num desenho. É sem dúvida uma boa sensação e foi assim, desenhando, que consegui transformar um período conturbado num momento de aprendizagem e adaptação pessoal. Ao fim de alguns meses e ainda com o projeto SMI quase a acabar, ao fim de quase 90 desenhos de 90 colegas, a quem agradeço curvado, todos com máscara, simbolicamente, consigo perceber a alegria e o sorriso que um desenho proporciona a quem se vê retratado e que por breves instantes suaviza a exigência dos tempos que correm. É por eles todos e muitos outros que na verdade vai mesmo ficar tudo mais ou menos… ▪


REVISTA PONTOS DE VISTA HOMENAGEIA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Amélia Araújo

Amélia Ferreira

Ana Hipólito Reis

Ana Mesquita

André Lopes

Andrea Silva

Anibal Pinho

António Freitas

Carina Amaral

Carina

Carla Silva

Carlos Novais

Carolina Margaride

Catarina Pereira

Célia Carvalho

Célia Flor

Claudia Silva

Claudia Vales

Cristina Carneiro

Daniela Carvalho

Domingos Figueiredo

Donata

Elena Molinos

Elisa Cardoso

Ernestina Gomes

Eugénia

Fernanda Pereira

Fernando Pinto

Filipe Moreira

Flavia Carvalho

Flavio

Francisco Sardo

Francisco Sousa

Gonçalo Fernandes

Gustavo Azevedo

Gustavo Carona

Helena Fernandes

Helena R.

Hugo Oliveira

Inês Barros

Isabel Oliveira

Isabel Pereira

Joana Monteiro

Joana Veiga

João Guimarães

Nelson Pires

João Ribeiro

José M. Leite

José M. Oliveira

Liliana Pinto

Luís Moreira

Mafalda Alves

Mafalda Lema

Maria Céu

Maria José

Marina

Marlene

Marta Pereira

Nuno Filipe

Nuno Norinho

Olga

Patricia Pinheiro

Pedro Barroso

Pedro Maia

Raquel Pinto

Raquel Ribeiro

Ricardo Dantas

Rosa Jacinto

Roseira Seabra

Rui Araújo

Rui Batista

Rui Moreira

Sandra Carvalho

Sandra Costa

Sandra Moreira

Silvia Ribeiro

Sofia Fontes

Sónia Rocha

Susana Nunes

Tiago Pires

Tiago

Vânia P.

Vania Sousa

Vitor Figueiras

Vitor Fonseca

Março 2021 | 41


DIA MUNDIAL DA ÁGUA

“É fundamental continuar a

sensibilizar toda a população para a relevância

deste bem escasso, a Água”

Tendo como mote o Dia Mundial da Água, que se celebra anualmente a 22 de março, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Joana Baptista, Vogal do Conselho de Administração dos Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento (SIMAS) de Oeiras e Amadora, que nos deu a conhecer o que tem vindo a ser realizado pela entidade em prol da Água, sem esquecer a importância de continuar a despertar consciências para a relevância deste recurso, a água, em prol da Humanidade.

Joana Baptista

42 | PONTOS DE VISTA |

À

luz dos acontecimentos, desafios e naturais consequências que a pandemia da COVID-19 provocou mundialmente, muitas organizações tiveram de reajustar os seus planos de atuação no mercado para melhor fornecer e dar resposta às necessidades dos clientes. Para os Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento (SIMAS) de Oeiras e Amadora, não foi certamente diferente. Assim, qual o impacto destas adversidades no serviço de fornecimento de água, de recolha e tratamento da mesma? Têm sido tempos de muito trabalho, pois os SIMAS não param nem podem parar, são um serviço público de primeira linha. No entanto, importa ainda salientar que durante o ano de 2020 (entre março e dezembro) verificámos um aumento do consumo de água doméstico de 8%, face ao período homólogo no ano anterior. Isto deveu-se, naturalmente, ao facto de os consumidores passarem mais tempo em casa devido ao confinamento, logo aumentaram o seu consumo. Temos equipas que estão permanentemente nas ruas a assegurar o serviço e respetiva manutenção para que os nossos clientes não tenham nenhum corte no abastecimento e tudo decorra com a maior normalidade possível. O elevado profissionalismo e empenho de todos os profissionais que exercem a sua atividade em serviços essenciais, nos quais se enquadra a atividade desenvolvida pelos SIMAS, tranquiliza-nos, faz-nos acreditar no futuro e ajuda-nos a definir o caminho que pretendemos percorrer durante os próximos anos. E este profissionalismo traduz-se em medidas concretas, nomeadamente no apoio aos milhares de clientes que atravessam dificul-


DIA MUNDIAL DA ÁGUA

dades neste período de pandemia. Exemplo disso, são os tarifários que os SIMAS possuem dedicados a famílias numerosas e sobretudo o tarifário social. Os consumidores domésticos com tarifa social nos Concelhos de Oeiras e da Amadora são, para um consumo de 10m3 mensal, os que têm menor encargo comparativamente aos outros consumidores da Grande Lisboa. Aplicámos também a isenção das custas e os juros de mora associados aos pagamentos fora de prazo, e claro que desde o início da pandemia todos os cortes de fornecimento de água foram suspensos, medida esta que irá vigorar pelo menos até 31 de junho deste ano. Outra das nossas prioridades foi, a manutenção dos atendimentos presenciais através de agendamento prévio e também a disponibilização de uma nova aplicação para smartphones a APP- myAQUA. Esta APP gratuita veio muscular todo o apoio e suporte digital ao cliente, permitindo aos clientes fazerem toda a gestão do seu contrato de água de forma autónoma, desde aderir à fatura eletrónica e ao pagamento por débito direto, até à gestão das suas faturas, podendo gerar novas referências para pagamento e comunicarem atempadamente as suas leituras do contador. A propósito das leituras, e em tempos de pandemia, importa ainda referir que suspendemos as leituras de contadores no interior das residências, por forma a mantermos seguros os nossos funcionários, bem como os nossos clientes. Neste sentido, posso adiantar que os SIMAS têm um projeto piloto de telemetria residencial (contadores com leituras remotas) com cerca de 800 contadores na zona de Cacilhas, em Oeiras, que pelos bons resultados vai avançar com segurança para uma escala maior.

“Temos equipas que estão permanentemente nas ruas a assegurar o serviço e respetiva manutenção para que os nossos clientes não tenham nenhum corte no abastecimento e tudo decorra com a maior normalidade possível” Também o Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (PEAS) foi adaptado e ajustado às novas tecnologias, utilizadas para novas formas de comunicação. O que foi necessariamente modificado e que resultados surgiram do projeto? O Dia Mundial da Água celebra-se anualmente a 22 de março. Esta efeméride visa alertar as populações e os governos para a urgente necessidade de preservação e poupança deste recurso natural tão valioso. Interessa compreender primeiramente de que forma os SIMAS preservam a qualidade da água que fornecem e que vai ao encontro dos objetivos propostos pela Organização das Nações Unidas, aquando do lançamento da Declaração Universal dos Direitos da Água? O Programa de Educação Ambiental para a Sustentabilidade (PEAS), adaptou-se em 2020 e mantém o seu lugar no mundo digital, através de um regime misto, com aulas virtuais nas plataformas Zoom e Microsoft Teams, aulas presenciais (quando possível) e ainda vídeos pré-gravados, podendo os alunos visualizá-los as vezes que pretenderem. Todos podem, assim, participar e aprender em prol do Planeta. Para nós, era fundamental adaptar o PEAS às circunstâncias decorrentes da pandemia, e os resultados são muito satisfatórios. As comuni-

dades educativas adaptaram-se rapidamente e estão a trabalhar as temáticas da sensibilização ambiental do recurso ÁGUA e da economia circular, em perfeita sintonia connosco. No que diz respeito ao Dia Mundial da Água, temos várias possibilidades a serem estudadas, que serão colocadas em prática mediante a evolução da situação pandémica. Mas uma coisa é certa, iremos assinalar a data e aproveitar a mesma para voltar a sensibilizar toda a população: jovens, adultos, séniores para a relevância deste bem escasso e tão essencial à vida – a água, que deve ser preservada. No âmbito dos cuidados e preservação da água, temos o PSA – Plano de Segurança da Água, que assegura uma permanente monitorização dos parâmetros da qualidade da água para consumo humano, cujos dados publicamos de forma trimestral no nosso site. E é também motivo de orgulho para toda a organização os resultados obtidos nesta área, fazendo com que recebamos prémios e selos de qualidade da água para consumo humano, emitidos pela ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos. Por fim, e ainda nesta temática, é de salientar o trabalho desenvolvido em prol da sustentabilidade, garantindo que a aposta na sustentabilidade é transversal a toda a organização e a todas

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DIA MUNDIAL DA ÁGUA

“Pretendemos que os visitantes do “Templo da Água” possam usufruir de conteúdos de referência a nível internacional, na promoção da cadeia de valor da água, onde a dimensão da sustentabilidade, educativa, cultural e de entretenimento e lazer se misturam numa experiência única e inesquecível”

as áreas, com projetos específicos que vão ao encontro dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definidos pela ONU. Quais são os grandes desafios dos SIMAS para o próximo triénio? Uma das grandes apostas dos SIMAS tem sido o esforço contínuo no combate e na redução das perdas de água, reais e aparentes, com investimentos substanciais na remodelação das redes de abastecimento e drenagem. Só para este ano de 2021 estão previstos cerca de três milhões de euros de investimento na remodelação de redes, mas também, através da substituição de contadores contamos com uma melhoria significativa nos valores das perdas de água. Está ainda prevista a construção de dois novos Reservatórios de Água, um reservatório no Alto de Santa Catarina, em Linda a Velha, no valor de 2,5 milhões de euros, o que nos permitirá aumentar a capacidade de armazenamento de 3.750m3 de água, e o outro reservatório no Alto dos Agudinhos, este projeto pretende fazer face

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ao desenvolvimento de toda a zona baixa de Caxias e da Cruz Quebrada. A construção deste novo subsistema de abastecimento de água no Alto dos Agudinhos, em Queijas, será um projeto de responsabilidades partilhadas entre os SIMAS e a Câmara Municipal de Oeiras, no sentido em que será criada uma estrutura verde com equipamentos lúdico/desportivos, bem como ligações pedonais na zona envolvente ao reservatório, permitindo obter uma solução integrada no referencial urbano. Pretendemos lançar um concurso de ideias para este projeto comum até ao final do primeir trimestre de 2021. Sobre as reservas de água, posso adiantar que as mesmas se destinam ao consumo humano e à distribuição pública, e o seu armazenamento tem vários objetivos, tais como fazer face às variações diárias e sazonais de consumo e reserva de água para situações de prevenção e emergência. São assim asseguradas as reservas de água para 48 horas, pelo menos. Os SIMAS pretendem igualmente investir na

substituição e erradicação de toda a rede de fibrocimento existente até 2025, que é a melhor forma de garantir aos clientes a excelência na qualidade do serviço, sem interrupções de fornecimento, com bons níveis de pressão, garantindo conforto aos nossos consumidores. O investimento neste Plano Estratégico ronda os 21 milhões de euros. No que diz respeito a novos projetos, temos mais um grande projeto icónico a caminho: a construção do “Templo da Água”. No início de março vamos lançar um concurso para a empreitada onde o investimento ronda os 5,3 milhões de euros, tendo um prazo de execução de 24 meses. Para o desenvolvimento dos conteúdos está prevista para abril deste ano, a abertura do concurso de ideias, tendo como grande enfoque a componente tecnológica, incluindo inteligência artificial e a tecnologia 5 G. Pretendemos que os visitantes do “Templo da Água” possam usufruir de conteúdos de referência a nível internacional, na promoção da cadeia de valor da água, onde a dimensão da sustentabilidade, educativa, cultural e de entretenimento e lazer se misturam numa experiência única e inesquecível. Proporcionar uma experimentação ímpar onde são reproduzidas as diferentes paisagens ou territórios do planeta terra, como as cataratas do Niágara ou o Ártico. O objetivo é transmitir a componente sensorial e tridimensional, num espaço onde o visitante sente a água nos seus diversos estados (sólido, líquido, gasoso). O “Templo da Água” distinguir-se-á por ser um projeto icónico e ímpar em Portugal, que nascerá junto ao Parque dos Poetas, no concelho de Oeiras e ficará concluído em 2024. ▪



FOTO: © Agência de comunicação - ESTENDAL

ECONOMIA DO HIDROGÉNIO NA SOCIEDADE PORTUGUESA

TERESA PONCE DE LEÃO

“O Hidrogénio

aporta flexibilidade e permite optimizar o uso de fontes renováveis”

Para Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Directivo do LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia, “o hidrogénio surge como o elemento que vai trazer flexibilidade aos sistemas energéticos”. Conheça mais da posição do LNEG relativamente às valias e vantagens do hidrogénio em Portugal.

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LNEG é hoje um dos principais players no domínio da investigação sustentável e para a sustentabilidade através da geração do conhecimento do território. Para contextualizar junto do nosso leitor, de que forma é que a organização tem vindo a promover o desiderato de responder às necessidades do setor empresarial? O LNEG é um Laboratório do Estado tutelado pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática,

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que aplica, com independência, o conhecimento científico e tecnológico em áreas chave para uma economia sustentável, energia renovável, eficiência energética e economia circular. Este ano, o nosso Plano de Atividades foi desenhado com a preocupação do seu alinhamento com os eixos estratégicos do Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020 | 2030. Para o efeito foi promovido um exercício interno, agregando competências no sentido de eleger e hierarqui-

zar programas. Fazemos parte de importantes redes europeias como a EERA (European Energy Research Alliance), a eseia (European Sustainable Energy Innovation Alliance) ou o EGS (EuroGeoSurveys), procurando estar em linha e fazer parcerias com os melhores exemplos. Procuramos posicionar-nos para um efetivo apoio ao governo e à sociedade em transição, fortalecendo sinergias com os sectores estratégicos. Ainda, no que respeita ao sector empresarial


ECONOMIA DO HIDROGÉNIO NA SOCIEDADE PORTUGUESA

“O hidrogénio tem uma vantagem adicional, permitir descarbonizar sectores de difícil descarbonização como a aviação, transporte marítimo, transporte pesado de longo curso e o sector industrial que tradicionalmente já utiliza hidrogénio ou seus derivados mas produzido a partir de combustíveis fósseis” temos apostado no desenvolvimento de infraestruturas tecnológicas para a indústria e na participação em laboratórios colaborativos que têm uma constituição de 50% de instituições científicas e 50% de empresas apoiando, em colaboração, a inovação no sector empresarial. Sob o lema “construir um futuro mais limpo e melhor”, o LNEG tem como visão ser uma instituição de referência capaz de contribuir com soluções de excelências para uma economia descarbonizada. De que forma? Temos vindo a focalizar a nossa actividade para uma resposta diferenciada e útil à sociedade. Conhecemos bem os nossos recursos naturais renováveis e as tecnologias que os permitem explorar para a energia, quer para a produção de electricidade, quer para a produção de hidrogénio ou biogases. Somos ainda o repositório do conhecimento para a promoção da eficiência energética, no edificado urbano ou na indústria. Disponibilizamos esse conhecimento à sociedade transferindo-o para a aplicação desse mesmo conhecimento. Cada vez mais ouvimos falar da Economia do Hidrogénio, um potencial que pode resolver problemas como potenciar o desenvolvimento tecnológico e a inovação e, mais importante, cumprir os objetivos ligados ao tão necessário desenvolvimento sustentável, à proteção do ambiente e à criação de uma sociedade mais verde. Em Portugal, este debate está também na ordem do dia. Assim, quais as mais-valias da Economia do Hidrogénio na Sociedade Portuguesa? Portugal é um dos países com maior penetração de renováveis face ao consumo e o primeiro país no mundo a afirmar que quer estar totalmente descarbonizado em 2050. Até agora muito se tem falado da variabilidade da maior parte das fontes renováveis e do problema de garantir a segurança e

o abastecimento no sistema energético. Com a saída de serviço das centrais de ciclo combinado deixa de existir o backup necessário para quando o recurso renovável não está lá. Aqui surge a necessidade de garantir esse backup por via do armazenamento. O hidrogénio pode ser armazenado em reservatórios, nas condutas de gás ou em cavernas geológicas o que não acontece com a electricidade, pelo menos em larga escala. Por outro lado, o hidrogénio é já um vector muito utilizado, principalmente na indústria e surge agora como um vector renovável desde que seja produzido a partir de fontes renováveis. É também um vector de eleição para aportar flexibilidade e permitir optimizar o uso de fontes renováveis. O hidrogénio tem uma vantagem adicional, permitir descarbonizar sectores de difícil descarbonização como a aviação, transporte marítimo, transporte pesado de longo curso e o sector industrial que tradicionalmente já utiliza hidrogénio ou seus derivados mas produzido a partir de combustíveis fósseis.

acelerar esse conhecimento e sua aplicação na prática. Qual poderá ser o contributo do hidrogénio para a transição energética e para um futuro mais verde? O hidrogénio verde pelas suas características enquanto vector energético armazenável e pelas suas múltiplas aplicações principalmente nos sectores difíceis de descarbonizar como a indústria pesada, o transporte de longo curso, marítimo, aéreo e até mesmo rodoviário e ferroviário (veja-se os problemas ligados à gestão territorial e societal quando se torna muito difícil ou mesmo inviável

contruir uma catenária devido ao seu impacto visual). Outra vantagem associada à sua capacidade de armazenamento é aportar flexibilidade aos sistemas o que ainda não se atinge com as baterias. Sendo o LNEG uma instituição que desenvolve investigação de apoio de respostas às questões emergentes da sociedade na área da Energia (entre outras), será o hidrogénio o próximo passo para a sustentabilidade? O hidrogénio surge como o elemento que vai trazer flexibilidade aos sistemas energéticos. ▪ Neste artigo não é usado o novo acordo ortográfico

A implementação do hidrogénio na economia portuguesa será suportada em novos conceitos – e há quem afirme – para os quais o conhecimento e experiência ainda não está consolidada a nível nacional. Concorda? O que falta? O hidrogénio é um vector energético há muito utilizado na indústria. O que é verdadeiramente novo é produzi-lo a partir de fontes renováveis e direccionar a sua aplicação para alguns usos que ainda não tinham sido experimentados, pelo menos em grande escala. Não há conhecimento sem experimentação nem experiência sem conhecimento e é por aí que temos de avançar através da análise rigorosa e detalhada, avaliação e identificação de incertezas nos projectos e identificar soluções que aportam mais valias para a sociedade. A estreita ligação entre as empresas e o sector do saber será crucial para

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Economia do Hidrogénio na Sociedade Portuguesa

Promover a intensificação

da transição energética e a criação de mais emprego verde Foi pela voz de Helena Pinheiro de Azevedo, Presidente da Comissão Diretiva do PO SEUR, que ficamos a conhecer um pouco mais dos desideratos de Portugal no domínio do ambiente, do hidrogénio e da descarbonização energética da União Europeia até 2050. Conheça mais.

O

HELENA PINHEIRO DE AZEVEDO

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PO SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos pretende contribuir especialmente na prioridade de crescimento sustentável, respondendo aos desafios de transição para uma economia de baixo carbono, assente numa utilização mais eficiente de recursos e na promoção de maior resiliência face aos riscos climáticos e às catástrofes. Assim, como têm vindo a promover esta missão que tem ganho força nos últimos anos e a concretizá-la com sucesso? No ciclo de Programação do Portugal 2020, a prioridade do POSEUR no domínio da transição energética, visando a redução de emissões de CO2 e outros Gases de Efeito Estufa para mitigação das alterações climáticas, tem-se centrado em duas grandes linhas de apoio financeiro do Fundo de Coesão: a produção de energia por fontes renováveis e a eficiência energética, através do apoio a projetos que visam reduzir o consumo de energia primária nos edifícios da Administração Central do Estado e na Habitação Particular, bem como a projetos no âmbito dos transportes públicos coletivos de passageiros. No domínio da produção de energia por fontes renováveis, espera-se que os apoios do PO SEUR também venham a dar um contributo relevante para o aumento da capacidade de produção de energia renovável em cerca de 53 MW. As áreas da eficiência energética têm demonstrado uma excelente dinâmica por parte do seu público-alvo: temos mais de 162 operações aprovadas, que visam aumentar o desempenho energético dos edifícios públicos, estimando-se um contributo para a redução do consumo anual de energia em cerca de 29.918 teps e para a redução de emissões de 67.478 tons de CO2 equivalente, assim como a aquisição de mais de 710 autocarros limpos (556 a gás natural e 153 elétricos) e de 9 embarcações elétricas em substituição de equipamentos menos eficientes, com um


Economia do Hidrogénio na Sociedade Portuguesa

potencial de redução de 19750 ton CO2 equivalente. O PO SEUR apoia também de forma muito relevante a Mobilidade Urbana Sustentável, visando a construção de novas infraestruturas de transportes públicos de passageiros em zonas densamente povoadas e a correspondente transferência modal do transporte individual motorizado para o transporte público coletivo de passageiros, indutor de grandes poupanças nos consumos energéticos e na redução de emissões de GEE. Inclui-se neste âmbito a expansão do Metro de Lisboa e do Porto e a instalação de um sistema Metrobus na região de Coimbra - Sistema de Mobilidade do Mondego. O PO SEUR assume, assim, um papel estratégico na transição para uma economia de baixo carbono, colocando o setor público a dar o exemplo no uso mais eficiente dos recursos energéticos, e melhorando a qualidade do ambiente urbano pela redução da poluição atmosférica e a qualidade de vida dos cidadãos, através da utilização de transportes coletivos mais amigos do ambiente. O PO SEUR apoia também a Adaptação às Alterações Climáticas, através de projetos que visam tornar o território e as suas populações mais resilientes a fenómenos climáticos extremos potenciados pelas alterações climáticas, nomeadamente nas zonas ameaçadas pelo avanço do mar, pelas inundações, pelos incêndios florestais e pelas derrocadas. O hidrogénio é um vetor energético estratégico que pode ser obtido por vias renováveis. Permite uma elevada flexibilidade de utilização transversalmente a todo o sistema, podendo vir a desempenhar um papel chave de forma sustentável na descarbonização da economia. De que forma o PO SEUR apoia este investimento? Um dos principais desafios do PO SEUR na área da promoção da produção de energias renováveis passa pelo apoio a projetos que, pelo seu elevado custo de investimento e pelo seu carácter mais inovador, tornam a sua implementação menos viável e atrativa por parte de entidades que pretendem promover projetos que visam reduzir a dependência de recursos fósseis. Constituindo estes fatores barreiras de mercado à implementação deste tipo de projetos no território nacional, quando comparadas com tecnologias de produção de energia mais “maduras”, como por ex., a solar fotovoltaica. O PO SEUR abriu em dezembro de 2020 o Aviso - POSEUR-01-2020-19 destinado ao apoio a projetos que visam a produção de gases renováveis, no qual se incluiu a produção de Hidrogénio Verde, em linha com o previsto na EN-H2 - Estratégia Nacional para o Hidrogénio. Este Aviso, conta com uma dotação total de 40 M€ do Fundo de Coesão, para apoiar projetos piloto ou projetos de tecnologias testadas, mas não disseminadas a nível nacional, para a produção de gases de origem renovável. Após a Comissão Europeia ter definido o hidrogénio como uma das suas apostas no caminho para a descarbonização energética da União Europeia até 2050, no âmbito do Pacto Ecoló-

“Um dos principais desafios do PO SEUR na área da promoção da produção de energias renováveis passa pelo apoio a projetos que, pelo seu elevado custo de investimento e pelo seu carácter mais inovador, tornam a sua implementação menos viável e atrativa por parte de entidades que pretendem promover projetos que visam reduzir a dependência de recursos fósseis” gico Europeu anunciado no final de 2019, surgiu como um impulso para um novo mercado na chamada economia sustentável. Porém, as opiniões dividem-se: uns dizem que esta aposta não é um delírio tecnológico, outros afirmam que irá sair muito caro aos portugueses. Enquanto Presidente da Comissão Diretiva do PO SEUR, ao que se devem estas opiniões distintas e de que lado se encontra a razão maior? Em setembro de 2020 foi aprovada pela Comissão Europeia uma reprogramação do PO SEUR, tendo em vista um maior alinhamento do Programa com as políticas Europeias para a descarbonização energética dos estados-membros, passando a incluir o apoio financeiro a projetos de produção de gases de origem renovável. Os investimentos que o PO SEUR prevê apoiar no âmbito da produção de gases de origem renovável, nomeadamente o Hidrogénio Verde, visam dar resposta aos objetivos estratégicos do Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030), bem como contribuir para os objetivos e

metas da EN-H2, promovendo a sua integração gradual no setor energético, enquanto pilar sustentável e integrado numa estratégia mais abrangente de transição para uma economia descarbonizada. A introdução deste novo vetor energético permitirá complementar e reforçar o processo de transição energética e de descarbonização do setor. Se o maior enfoque inicial desta transição consistia na produção e no consumo de energia elétrica renovável, introduziu-se agora maior flexibilidade com a produção e utilização dos gases renováveis, nomeadamente o Hidrogénio Verde, o qual, pela sua capacidade de armazenamento e de introdução na rede de gás natural, permitirá níveis mais elevados de incorporação de fontes renováveis no consumo final de energia, bem como um maior nivelamento entre o lado da oferta e da procura de energia, potenciando uma melhor gestão do sistema energético. Qual deverá ser o caminho a seguir por Portugal, no domínio do hidrogénio e da descarbonização energética da União Europeia até 2050? O percurso de Portugal está em linha com a estratégia e metas comunitárias, encontrando-se traçado no Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030) e na EN-H2 - Estratégia Nacional para o Hidrogénio. Neste sentido, qual continuará a ser o papel predominante da PO SEUR na promoção do impacto do hidrogénio, tendo em consideração as especificidades de Portugal a nível de recursos e das características do sistema energético nacional? O Ciclo de Programação do Portugal 2020 vai encerrar em 2023, pelo que o PO SEUR tem como principal missão assegurar que os projetos de produção de gases de origem renovável a aprovar ao abrigo do Aviso -POSEUR-01-2020-19 serão concretizados dentro do período de elegibilidade do atual Ciclo. Este prazo relativamente curto, constitui, um calendário muito exigente para os promotores dos projetos e para o PO SEUR: em pouco mais de dois anos teremos de ter projetos tecnologicamente inovadores totalmente executados e a produzir gases renováveis, de acordo com as metas a que se prepuseram. Estes serão os primeiros projetos que visam a produção de gases renováveis a serem apoiados pelos fundos comunitários a nível nacional, esperando-se que o apoio do Fundo de Coesão para estes projetos ajudem a viabilizar bons projetos neste domínio que constituam boas praticas e uma referência para serem replicados e virem a ganhar dimensão no futuro Ciclo de Programação do Portugal 2030 e no Plano de Recuperação e Resiliência que contemplarão financiamentos significativos para projetos de produção de gases de origem renovável, como o hidrogénio ou o biometano, contribuindo para a intensificação da transição energética e para a criação de mais emprego verde, para o desenvolvimento tecnológico e industrial nacional e para reforçar a cooperação entre entidades do setor empresarial e setor público. ▪

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MARCAS DE RENOME E PRESTÍGIO

Casa Ermelinda Freitas Modernização e tradição

A Casa Ermelinda Freitas é, para Leonor Freitas, – a quarta mulher à frente da gestão da empresa – um “reflexo do acumular de saberes e exemplos das outras gerações”. Com uma história imensa de tradições bem consolidadas, aliada ao espírito inovador da nossa entrevistada, a marca hoje salienta-se no mercado por possuir uma adega moderna e por desenvolver e potencializar vinhos com marca própria.

Leonor Freitas

E

mpresa iniciada em 1920 por Deonilde Freitas, continuada por Germana Freitas e mais tarde por Ermelinda Freitas, sempre dedicou especial atenção ao vinho. Hoje, é a Leonor Freitas, que está à frente da marca, reforçando o seu posicionamento no mercado há muito consolidado. Sendo a quarta mulher à frente da gestão da Casa Ermelinda Freitas, como nos pode descrever as mudanças pela qual a mesma passou até ao dia de hoje? Quais foram os principais marcos? A sociedade é uma constante reflexão, mudança de estar e de atitude. Como tal, desde que estou à frente da Casa Ermelinda Freitas, sendo eu a quarta geração, não podemos dizer que a mesma foi

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igual a qualquer uma das outras gerações anteriores. Ela foi sim o reflexo do acumular de saberes e exemplos das outras gerações. Com uma formação e atualização, ela evoluiu, em primeiro lugar para uma adega mais moderna, para vinhos com marca própria (Dom Campos, Terras do Pó, Dona Ermelinda, Leo d’Honor, Quinta da Mimosa, entre outros), que não existiam, bem como para uma equipa mais técnica, mais profissional, mas nem por isso deixou de respeitar o que tem sido a sua tradição. Os principais marcos, foram deixar de vender vinho a granel e passar a ter a suas marcar próprias, os seus consumidores próprios, ao fim a cabo ter um rosto próprio que o deu desde o início, e continua a

dar pois todos os seus produtos abrangem várias camadas sociais, vários momentos sociais todos eles representados por um logotipo de qualidade reconhecida, que é a Casa Ermelinda Freitas. Esta é a grande prova que queremos dar aos nossos consumidores da fidelidade que temos para com eles, o melhor vinho ao melhor preço. Desde a primeira geração que esta Casa aposta na qualidade das vinhas e dos vinhos, que inicialmente eram produzidos e vendidos a granel sem marca própria. A Leonor Freitas, com o seu espírito inovador e diferenciador introduziu uma diversidade de características que hoje facilmente se distinguem das restantes no

mercado. Considera que é esta a diferença que perpetua nos vinhos? Quando vim a assumir a Casa Ermelinda Freitas, tive uma grande vantagem pois as gerações anteriores à minha tinham apostado nas vinhas e em grande qualidade para os seus vinhos a granel. Apenas tinham duas castas Castelão para os tintos, Fernão Pires para os brancos, aquilo que eu introduzi foi de facto a diferenciação e a inovação de outras castas (Alicante Bouschet, Syrah, Touriga Nacional, Merlot, entre outros…), que não se plantavam na nossa região, a região da Península de Setúbal. Tenho a dizer que atualmente temos mais de 30 castas diferentes. Esta diferença, não há dúvida, que foi inovadora e continua a ser diferenciadora. Este facto foi muito importante para nos afirmarmos nos mercados internacionais, mas também para demonstrar que na nossa região se dão bem o Castelão e o Fernão Pires castas autóctones, mas tam-


MARCAS DE RENOME E PRESTÍGIO

A Casa Ermelinda Freitas, desde sempre foi uma casa que apostou na modernização, respeitando a tradição. É assim que vamos sempre adquirindo novos terrenos, plantamos novas castas e apostamos nas atuais tecnologias e modernizações no nosso Centro de Vinificação. Com estes investimentos temos conseguido ir buscar o que de melhor existe na uva, só podemos fazer bons vinhos com boas uvas, sendo esta a procura que temos tido permanentemente.

bém todas as outras castas. A Casa Ermelinda Freitas pode comprovar esta qualidade através das provas cegas que tem feito em Portugal e a nível Internacional, obtendo através das mesmas os mais de mil prémios. Com o objetivo de modernizar a marca, após os investimentos em terrenos onde se plantaram novas castas, também a adega foi apetrechada com a mais moderna tecnologia, apresentando uma simbiose entre o moderno e o tradicional. Que qualidades e particularidades traz esta evolução tecnológica aos vinhos da Casa Ermelinda Freitas?

Também estas qualidades se têm tornado numa mais-valia em tempos de pandemia? Quão impactante se tem esta tornado no seio da Casa Ermelinda Freitas, nomeadamente no mercado internacional, onde tem tido um poderoso crescimento? Quando me é feita a pergunta se todas estas características têm sido uma mais-valia em tempos de pandemia, leva-me a parar para refletir e pensar aquilo que todos nós no mundo perguntamos: O porquê e como resolver esta pandemia? Mas quanto melhor estivermos preparados, e tivermos os nossos colaboradores preparados, melhor será para minimizar o impacto de uma pandemia que nenhum de nós tinha vivido, e que certamente muito temos de aprender.

venda, e tinha preços para todos os setores da sociedade e todos os momentos, foi menos afetada. Penso que o setor dos vinhos não é dos mais afetados em Portugal, mas claro que se ressente tal como outros setores. A previsão de futuro é impossível, o mesmo só a Deus pertence. A COVID-19 criou um novo paradigma que todas as empresas – e particularmente os Recursos Humanos – ainda estão a tentar compreender e dominar. Para a Casa Ermelinda Freitas, que desafios têm sido impostos pela pandemia neste âmbito? A Casa Ermelinda Freitas não fugiu à regra das preocupações dos seus funcionários e temos a alegria de dizer que não foi necessário ir para layoff. Não despedimos ninguém, ao fim ao cabo temos mantido todos os postos de trabalho e como resolvemos trabalhar por turnos para proteger os funcionários, criamos novos postos de trabalho. A nossa grande preocupação, é que todos cumpram com a regras da Direção geral de saúde e cumpram com todas as exigências impostas pela Casa Ermelinda Freitas no sentido de minimizar a pandemia. ▪

Como tantos outros setores, a vertente vitivinícola foi de igual forma afetada pelo cenário que conhecemos em todo o mundo. Assim, como se encontra hoje o setor dos vinhos em Portugal e dado as consequências, como prevê que seja o futuro do mesmo? O setor dos vinhos também foi afetado como todos os outros pela pandemia, mas quem tinha uma grande diversificação de vinhos e estava nos vários pontos de

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Índice de Excelência - capital humano

“Na Aegon Santander

as pessoas são o futuro da atividade e, consequentemente, são a prioridade”

“Na Aegon Santander as pessoas são o futuro da atividade e, consequentemente são a prioridade. Atraindo, desenvolvendo e motivando os melhores talentos, estaremos habilitados a inovar de forma contínua proporcionando excelentes experiências de cliente”. Quem o afirma é Tiago do Couto Venâncio, CEO da Aegon Santander, a propósito de mais uma conquista da marca, desta feita relativamente ao “Índice de Excelência”, onde a Aegon Santander figurou como um dos vencedores da quinta edição desse estudo. Perceba como a Aegon Santander, tem no seu Capital Humano um dos grandes pilares para o sucesso. e outros parceiros. Temos investido na otimização de processos, automatizando tarefas, que possam traduzir-se em mais eficácia, eficiência e também em serviços que acreditamos sejam valorizados pelo Cliente, sejam eles o acesso à informação, o auto-serviço, na maior rapidez no serviço prestado. Há, no entanto, ainda muito caminho a fazer. Por outro lado, inovação vai além da tecnologia, implica ter uma visão, antecipar tendências e ser-se criativo nas soluções.

Tiago do Couto Venâncio

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Aegon Santander é um dos principais players no seu mercado de atuação, assumindo um cariz inovador, diferenciador e de proximidade com o cliente. De que forma é que a marca tem vindo a pautar a sua dinâmica no mercado em prol da satisfação do cliente? A orientação para o Cliente tem conduzido a nossa atuação. Isso manifesta-se no desenho das nossas soluções, que respondem

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a necessidades reais dos Clientes, na qualidade do serviço que prestamos, próximo do Cliente e sempre que possível, capaz de o surpreender, excedendo expectativas. Nesse contexto, não esquecemos a rede comercial do Banco Santander, a quem queremos dar um suporte de qualidade para que as relações criadas com os Clientes sejam duradouras, baseadas na confiança. Numa era de aposta na Inova-

ção, é incontornável abordar a importância das Novas Tecnologias no domínio do vosso setor de atuação. De que forma é que a Aegon Santander tem vindo a apostar na dinâmica da inovação e tecnologia de vanguarda? A tecnologia tem aplicação nas várias fases do negócio, desde o conhecimento do Cliente, à contratação e gestão de sinistros, comunicação e integração entre diferentes sistemas, nomeadamente com canais de distribuição

Outro ponto inevitável, passa pela pandemia da COVID-19 e que tantas dificuldades tem provocado a todos, obrigando a mudanças e ajustamentos em todos os setores. De que forma é que a marca tem lidado com esta mudança de paradigma provocado pela pandemia e de que forma é que continuam próximos do vosso cliente? A pandemia criou-nos desafios a todos. Fiquei, no entanto, satisfeito com a rapidez com que toda a equipa se adaptou, se comprometeu e assegurou a continuidade da atividade. Aliás, devo dizer que durante a pandemia fomos mais além, lançámos novos serviços e alargámos as garantias de alguns dos nossos seguros, de forma a melhor responder ao que seriam as necessidades que os nossos Clientes estariam a sentir. Fomos a primeira seguradora a dar cobertura a despesas de tratamento Covid19 no Seguro de Saúde SafeCare e fizemo-lo logo em março de 2020 quando tudo era muito incerto. Neste momento, há mais uma seguradora que alargou as suas coberturas.


Acabámos por nos superar e isso terá sido sentido por Clientes e Equipa. É dessa forma que interpreto o prémio Cinco Estrelas obtido na categoria de seguros bancários, atribuído por Clientes e os resultados obtidos no Índice da Excelência 2020, que reflete o sentimento da Equipa. Em relação ao “Índice de Excelência” que mede o clima organizacional e desenvolvimento do capital humano, a Aegon Santander figurou como um dos vencedores da quinta edição desse estudo que tem como objetivo identificar e premiar quem mais investe em boas práticas de Recursos Humanos em Portugal. Primeiramente, que importância tem este reconhecimento e esta vitória? Deixa-me muito orgulhoso, até porque é obtido no contexto difícil da pandemia, com a equipa em teletrabalho o que poderia refletir uma certa distância ou desapego ao projeto. No entanto, o resultado deixa-nos bem posicionados quando comparados com as empresas do setor ou com as empresas com a mesma dimensão. Na Aegon Santander as pessoas são o futuro da atividade e, consequentemente, são a prioridade. Atraindo, desenvolvendo e motivando os melhores talentos, estaremos habilitados a inovar de forma contínua proporcionando excelentes experiências de cliente.

salvaguardar este trato de excelência para com as pessoas que trabalham na e para com a marca? Reter talento é um grande desafio. Em Portugal nunca tivemos tantas pessoas tão qualificadas como agora e cujo sonho é conseguirem realizar-se no que fazem, com autonomia e expetativa de um constante desenvolvimento. Conseguir potenciar esse talento, fazendo com que as pessoas se identifiquem com a marca, tenham sentido de pertença, sintam-se bem e com orgulho no que fazem é um dos nossos principais objetivos. É legítimo afirmar que num momento atípico promovido pela pandemia, este reconhecimento torna-se ainda mais vital? No contexto atual, a boa relação com os colaboradores refletiu-se, de alguma forma, na continuação eficaz da atividade? Tem ainda mais importância. A pandemia obrigou-nos a arranjar novas formas de nos organizarmos, a sermos criativos nos modelos organizacionais para mantermos o que tínhamos: uma equipa coesa, confiante e com grande proximidade entre as pessoas. Mas o desafio foi claramente superado, com a entrega por parte de todos. Só dessa forma conseguimos manter a atividade, bem como os projetos em curso, lançar novos serviços e dar mais proteção aos nossos Clientes e aos do Banco Santander.

De que forma é que a marca tem vindo a apostar fortemente no capital humano/recursos humanos e quão vitais têm sido os mesmos na prossecução dos objetivos da marca? Nos serviços em geral e nos seguros em particular, o fator humano pode fazer a diferença e é uma variável difícil de replicar pelos concorrentes. Podemos replicar um produto, serviço ou abordagem ao Cliente mas o fator humano presente nas interações com o Cliente, parceiros e intra-equipa é um ativo precioso e diferenciador. Estou convicto que os resultados alcançados ao longo dos anos resultam da entrega das pessoas que constituem a Aegon Santander. Somos uma empresa orientada para as pessoas.

Para finalizar, que desafios estão presentes na marca para o futuro e de que forma é que a mesma continuará a promover produtos e soluções em prol da satisfação do mercado/clientes? Os desafios são vários, alguns transversais ao setor segurador. O envelhecimento estrutural da população, o crescente grau de exigência dos Clientes, a maior dificuldade em surpreender e exceder as suas expetativas, a mudança que as novas gerações de consumidores podem trazer para o setor são alguns dos desafios que identificamos. Mas continuaremos a orientar o nosso esforço para apresentar soluções adequadas, atuais e capazes de proporcionar uma proteção efetiva para os nossos Clientes e suas famílias.

Como entidade empregadora e presente no mercado, a Aegon Santander promove uma cultura empresarial justa, transparente e direcionada para o desempenho. Além de os princípios serem vocacionados para o cliente, centram-se de igual forma na valorização dos colaboradores. Quão importante é

Que mensagem lhe aprazaria deixar a todos aqueles que diariamente contribuem para que a Aegon Santander continue a figurar no topo e seja valorizada pelos seus clientes? Simplesmente, que conto com eles, da mesma forma que eles sabem que podem contar comigo! ▪


TOP EMPLOYER PORTUGAL

“Este reconhecimento mede o compromisso que a Saint-Gobain tem com os seus colaboradores” A Saint-Gobain é um dos claros exemplos em Portugal de como é fundamental apostar no capital humano no sentido de aportar sucesso a uma marca. Essa filosofia tem feito parte da mesma desde a sua génese, algo que é bem vincado pelas palavras de Jose Martos, CEO da Saint-Gobain Portugal. “Estamos convictos que um dos pilares para o nosso sucesso são as nossas equipas”. Conheça mais de uma marca inovadora e que tem nas «suas» Pessoas o principal pilar do seu êxito.

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resente em Portugal desde 1962, a Saint-Gobain é hoje um player que alcançou uma enorme notoriedade, fruto da qualidade e da inovação que aporta ao mercado, tendo como desiderato primordial a satisfação do cliente. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, de que forma é que a marca tem vindo a trabalhar no sentido de estar cada mais próximo de parceiros e clientes? A Saint-Gobain é uma empresa com uma história única. Foi criada em França em 1655 por Jean-Baptist Colbert, Ministro do Rei Luís XIV, pelo fornecimento dos vidros do Palácio de Versailles. Desde então evoluiu para se tornar um dos maiores grupos industriais do mundo. A Saint-Gobain está presente em Portugal desde 1962, quando adquiriu parte das ações da Companhia Vidreira Nacional (Covina). Desde então, o grupo Saint-Gobain tem investido ativamente no mercado português, tanto em materiais de construção como no setor automóvel, chegando a 11 empresas distribuídas por todo o país e representadas por marcas líderes nos seus respetivos segmentos de mercado como Glassdrive®, Sekurit, Weber, Norton, Placo® ou ISOVER®. Penso que é realmente notável o crescimento dos negócios da Saint-Gobain e a vasta presença em diversos setores de mercado. Este sucesso, na minha opinião, assenta em três pilares fundamentais. A capacidade de inovação para fornecer produtos e serviços que respondam de forma superior às necessidades dos nossos clientes. Uma rede de parceiros de confiança com os quais trabalhamos para marcarmos presença e desenvolvermos os mercados em conjunto Uma grande capacidade de resi-

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Este compromisso é transversal ao nível local e essencial por duas razões, por um lado, para criar um ambiente em que o colaborador se sinta reconhecido e motivado a fazer o seu melhor, e por outro, fazer da Saint-Gobain Portugal uma empresa atrativa para os melhores candidatos do mercado. Estamos convictos que um dos pilares para o nosso sucesso são as nossas equipas. Jose Martos

liência, agilidade e adaptação aos diferentes ciclos económicos. No domínio da sua orgânica e core business, de que forma é que a Saint-Gobain e Inovação andam de «mãos dadas»? Qual a importância que a mesma tem tido no sucesso e na diferenciação das soluções apresentadas pela marca ao mercado? A Saint-Gobain foi nomeada pelo 10º ano consecutivo Derwent Top 100 Global Innovator ™ 2020 pela Clarivate Analytics, que determinou o ranking global das empresas e instituições mais inovadoras. É um reconhecimento pela quantidade, qualidade e impacto das nossas patentes, aclamando assim a prioridade da Saint-Gobain em inovação e I&D há vários anos. Mais concretamente, a Saint-Gobain Portugal tem apostado fortemente na inovação como pilar fundamental da sua liderança no mercado português. Como exemplo, o laboratório em Aveiro da Saint-Gobain Weber Portugal, que é o centro de competências global para argamassas industriais de colagem de cerâmica, o que faz com que esteja nas mãos das nossas equipas de engenheiros portugueses, a liderança dos projetos

mais avançados nesta área e, consequentemente, a possibilidade de lançar sistematicamente produtos inovadores no mercado nacional. Atualmente, um de cada três produtos da Saint-Gobain Weber não existiam há cinco anos, o que representa o alto nível de inovação. A Saint-Gobain, recebeu a certificação ‘Top Employer Global’ pelo sexto ano consecutivo, convertendo-se numa das 16 empresas em todo o mundo a receber esta distinção. Para além disso, o Grupo foi novamente reconhecido a nível local e regional sendo ‘Top Employer Portugal 2021’ e ‘Top Employer Europe 2021’. Primeiramente, que valor têm estes reconhecimentos para a marca e de que forma são os mesmos essenciais para que a mesma continue a posicionar-se numa posição cimeira no mercado? Este reconhecimento mede o compromisso que a Saint-Gobain tem com os seus colaboradores, assegurando a promoção e prática de uma excelente política de recursos humanos em termos de ética e integridade, liderança, política de RSC, desenvolvimento de carreira profissional, compensação e benefícios sociais…

Podemos afirmar que estes reconhecimentos ganham ainda mais destaque e dimensão pelo atual contexto em que vivemos, ou seja, a pandemia da COVID-19, que obrigou, naturalmente, a uma maior pressão e stress por parte de todos? Sem dúvida! A pandemia obrigou-nos a uma adaptação muito rápida e ágil a novas formas de trabalhar. Passamos, de um dia para o outro, de um contacto diário muito próximo e pessoal, para um trabalho e gestão remotos, mais digital e fisicamente mais distante. Contudo, nunca perdemos o foco em todos os nossos compromissos, quer para com os nossos colaboradores, como para com os nossos clientes. Têm sido meses de grande aprendizagem e criação de sinergias muito interessantes, quer a nível interno, quer também, e mais uma vez, ao nível do mercado juntamente com os nossos clientes e parceiros. Felizmente, os resultados excecionais que a empresa atingiu no ano 2020, são a melhor recompensa do esforço e compromisso por parte das nossas equipas. É legítimo afirmar que este prémio é também um reconhecimento de todos os colaboradores do universo da Saint-Gobain Portugal? Que palavra merecem


TOP EMPLOYER PORTUGAL

os mesmos relativamente a este prémio? O meu mais sincero reconhecimento, respeito e agradecimento a toda a nossa equipa. Demostraram uma imensa capacidade de adaptação, compromisso com a empresa, e resiliência para manter o desempenho ao máximo nível numas condições muito desafiantes. Bravo! As Pessoas são, cada vez mais, o pilar das empresas de sucesso. Assim, é vital possuir políticas de recursos humanos baseadas no diálogo, na proximidade e confiança. Desta forma, quais as valias das vossas políticas de recursos humanos e de que forma procuram fazer a diferença neste domínio? Penso que, de facto, a forma como as pessoas são geridas está a mudar, e talvez sejam as novas gerações as mais exigentes a este respeito. Um dos focos na nossa política de recursos humanos está nas nossas formas de trabalho assentes na “Confiança, Empowerment e Colaboração”.

A Saint-Gobain Portugal pretende estar mais próximo dos seus clientes, tentando dar resposta às suas necessidades e expetativas, o que requer simplicidade e agilidade. Para ter um processo de tomada de decisão mais curto e rápido, isso implica que os nossos gestores se comprometam em dotar as suas equipas de maior autonomia e responsabilidade pelos resultados. Este caminho para a autonomia e responsabilidade requer uma profunda renovação dos nossos métodos de gestão, adoção de novas formas de trabalho, com base na confiança, empowerment e colaboração - os três pilares da nossa cultura de trabalho. O que podemos continuar a esperar da Saint-Gobain Portugal para o futuro? Quais são os grandes desafios da marca para este ano? O nosso compromisso está refletido no propósito da Saint-Gobain “Making the World a Better Home”. Segundo as Nações Unidas, na

União Europeia os edifícios são responsáveis por 40% do consumo de energia, por 36% das emissões de CO2 e por 1/3 do consumo dos recursos naturais. Com um impacto ambiental a este nível, o setor da edificação tem que, de forma responsável e pró-ativa, implementar soluções que ajudem a preservar o nosso planeta e a melhorar a nossa forma de vida. Na Saint-Gobain definimos três pilares fundamentais para alcançar estes objetivos, que assumimos também como nossos: Eficiência energética dos edifícios tanto em obra nova, como em reabilitação, de forma a assegurarmos o objetivo de descarbonização em 2050. Para isto, a Saint-Gobain desenvolve e fornece soluções de isolamento térmico para edifícios, como por exemplo os sistemas ETICS/ITE da Weber ou o sistema de isolamento com lãs minerais da ISOVER® para sistemas de condutas de ar condicionado. Economia circular utilizando materiais e soluções que possam

ser recicladas e que ajudem a minimizar o impacto ambiental. Como exemplo, o mais recente produto que lançamos – o adesivo multiuso webercol flex lev, que utiliza mais de 30% de materiais reciclados na sua composição. Saúde e conforto nos edifícios. Na Saint-Gobain acreditamos que para nos sentirmos bem num edifício é necessário ter a iluminação perfeita, o nível adequado de som e a temperatura ideal. Trata-se de design, estética e tecnologia, qualidade e segurança, eficiência e sustentabilidade – um lugar que se adapte a cada um de nós. Os edifícios têm o potencial não só de proteger as pessoas de todos os aspetos menos positivos do mundo exterior, como o ruído, o clima e a poluição, mas também de fazer com que cada um de nós se sinta mais feliz e nos permita viver, trabalhar e brincar em ambientes mais saudáveis. ▪

LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

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Top Employer Portugal

OPINIÃO DE Carlos Ribeiro, Diretor Geral da Takeda Portugal

Somos Top Employer: porquê? Em 2020, a palavra “porquê” (why) foi das mais pesquisadas de sempre mundialmente no Google. Enquanto pessoas está na nossa natureza querermos saber as razões, perceber o porquê por detrás das coisas que acontecem, das decisões que são tomadas. Está na nossa natureza e é nosso direito, quando possível (às vezes as razões da natureza estão fora do nosso alcance de conhecimento).

“Na Takeda chegamos à base da nossa filosofia corporativa, ao colocarmo-nos muitas questões: quem somos, o que fazemos, como o fazemos, e porquê que o fazemos. E, desta forma, estabelecemos o propósito que nos guia enquanto companhia e enquanto colaboradores”

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abemos que o “porquê” é importante em todas as dimensões da nossa vida, e aparece-nos diariamente porta adentro nas notícias que lemos, em que os jornalistas tentam responder às seis perguntas fundamentais (quem, onde, quando, como, porquê e para quê), e também nos entra em casa diariamente para quem tem filhos, netos, sobrinhos, crianças em casa. Quem nunca ouviu um “porquê” – ou vários e em repetição - da boca de uma criança, à procura de uma resposta, explicação ou argumento? O “porquê” está também presente diariamente nas nossas vidas profissionais. Quem nunca se perguntou sobre o motivo de fazer o que faz, o seu propósito. Quem nunca se questionou sobre o porquê de uma decisão de gestão. Há imperativos que nos guiam enquanto pessoas: sermos todos os dias melhores e deixarmos um legado melhor do que encontramos para os que nos vão suceder, filhos, netos, bisnetos, mas há também imperativos que nos moldam e ajudam na tomada de decisões diárias. O porquê ajuda-nos seguramente a decidir sobre esses imperativos. Na Takeda chegamos à base da nossa filosofia corporativa, ao colocarmo-nos muitas questões: quem

somos, o que fazemos, como o fazemos, e porquê que o fazemos. E, desta forma, estabelecemos o propósito que nos guia enquanto companhia e enquanto colaboradores. Em estudos realizados sobre felicidade, sabemos que o trabalho que desenvolvemos enquanto colaboradores de uma companhia farmacêutica nos ajudam a sermos mais felizes e trabalharmos com mais empenho: o nosso trabalho tem um significado importante e faz a diferença na vida das pessoas – salva, prolonga e melhora vidas humanas. A Takeda tem uma herança e história de 240 anos focada na procura de soluções que melhoram a saúde e o futuro de quem mais precisa e assente em quatro pilares de decisão PTRB (Patient, Trust, Reputation, Business), e as nossas pessoas vivem estes pilares diariamente, o seu “porquê”. Se o nosso trabalho base já tem em si esses fatores positivos, enquanto companhia é importante irmos mais longe e é o que temos feito. Além de contribuirmos para esse propósito na vida profissional, é igualmente importante conhecermos as nossas pessoas e sabermos reconhecê-las e apreciá-las. Percebermos qual o estado de energia em que estão e o que podemos manter, mudar ou introduzir para irmos ao encontro das suas necessidades: psicológicas, de saúde, gestão de tempo, formação ou condições de vida. Aqui, há inúmeros fatores em que temos trabalhado: bom ambiente, equilíbrio trabalho/família/pessoa, políticas de desenvolvimento profissional e progressão na carreira, ambiente motivador e de reconhecimento do trabalho, contribuição na definição da função e dos seus objetivos e reforço de atividades de integração e pertença, mesmo que de forma online ou à distância, como o ano de 2020 nos exigiu. Ser nomeada Top Employer, pelo segundo ano consecutivo, reconheceu este esforço da Takeda Portugal, em melhorar, continuamente, as nossas práticas de Recursos Humanos, para termos as nossas pessoas felizes, motivadas e em contínuo desenvolvimento das suas potencialidades. Por isso, quando nos perguntamos qual o motivo – o porquê – de termos ganho esta certificação, as razões são várias e indicam-nos que estamos no bom caminho pelas nossas pessoas, pelos nossos doentes, pelos nossos parceiros, pois mesmo na adverisdade de uma pandemia global, mantivemos o foco nas pessoas e o resultado foi sermos reconhecidos como Top Employer.▪


Internacionalização E INOVAÇÃO

POR Eurico Brilhante Dias, Secretário de Estado dA Internacionalização

Portugal Site Selection A Ferramenta digital para a atração de investimento em Portugal O Programa Internacionalizar 2030, recentemente aprovado em Conselho de Ministros, estabelece as linhas mestras da estratégia de longoprazo do Governo para os domínios da internacionalização e angariação de investimento.

T

endo como referente de sentido o reforço o posicionamento do nosso país na economia mundial, esta iniciativa programática identifica um conjunto alargado de medidas, a implementar no quadro das diversas etapas do processo de internacionalização. A qualificação do território reveste-se da máxima importância nos esforços de angariação de investimento tendo as plataformas digitais, nos últimos anos, assumido um papel de relevo na promoção das valências nacionais. Como instrumento específico ao serviço da identificação de localizações empresariais em Portugal foi criada, pela AICEP Global Parques, a plataforma digital Portugal Site Selection (PSS). Esta plataforma disponibiliza de forma fácil, rápida, e gratuita, informação sobre localizações empresariais disponíveis para acolher projetos de investimento, podendo os investidores avaliar, de imediato, a potencialidade dos territórios. Esta ferramenta digital vem otimizar o processo de procurement de áreas empresariais, analisando os requisitos necessários ao projeto e identificando, na base de dados da plataforma, os lotes/ativos disponíveis mais adequados para a prossecução do investimento. O PSS promove todas as localizações nacionais, incluindo as do interior do país, em regiões de Baixa Densidade. A versatilidade revelada pelo PSS enquanto ferramenta ao serviço da captação de investimento tem vindo a justificar a realização de diversas ações de promoção internacional, nomeadamente junto dos mais relevantes Site Selectors bem como o estabelecimento de hyperlinks em diversos websites institucionais de Embaixadas e Câmaras de Comércio, e a sua difusão pela rede da Diáspora e pelos Centros de Negócio da AICEP. A AICEP Global Parques tem desenvolvido esta ferramenta com o propósito de responder de forma cada vez mais direcionada às especificidades dos vários sectores de atividade, de alargar a sua cobertura a todo o território nacional (incluindo às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores), e de oferecer uma informação sempre atualizada e o mais completa possível sobre a oferta disponível. Do lado da recolha de informação, destacam-se as parcerias estabelecidas com a Associação

Nacional de Municípios Portuguesas, com as Comunidades Intermunicipais ou com a AICEP Portugal Global. Estas sinergias com instituições públicas de âmbito nacional, regional e local têm-se revelado indispensáveis ao cumprimento do objetivo de se alcançar uma cobertura total do território. Este esforço concertado permitiu recolher, até ao momento, informação sobre áreas de localização empresarial de 210 municípios - uma cobertura de 68%, estando representados 418 parques empresariais com 15.205 Lotes (dos quais, 5.258 lotes livres) e 99 espaços de escritórios. Entre os últimos esforços de atualização do PSS, destaca-se a inclusão do Cadastro de Ativos, como complemento de oferta de espaços fora de parques empresariais. Adicionalmente, o novo Dashboard de Indicadores do PSS, outra das novidades agora divulgadas, dá a conhecer a oferta de espaços disponíveis para instalar iniciativas empresariais por região, possibilitando, através da articulação e segmentação desta informação, uma gestão coordenada desta oferta pelas entidades nacionais responsáveis pela gestão territorial. O Dashboard dá sequência aos objetivos do Programa Internacionalizar 2030, no que respeita ao desenvolvimento e qualificação de solo de uso empresarial. Por último, cumpre referir a Consultoria Estratégica do PSS, que visa a capacitação de municípios na

captação de investimento: conhecimento do território, identificação de vantagens competitivas, organização de informação e elaboração de dossier do investidor. O desenvolvimento de um Dossiê do Investidor Digital para o Município de Alter do Chão, no qual se evidenciam as suas mais-valias competitivas, é um bom exemplo do trabalho em curso neste domínio. No ano transato, iniciou-se igualmente a colaboração com o Ministério da Coesão Territorial e a plataforma T-Investe; e a inserção do PSS nas linhas de atuação do Programa Nacional de Apoio da Diáspora (PNAID), que visa a atração e fixação de pessoas e empresas em territórios de baixa densidade, através de investidores provenientes das Comunidades Portuguesas. O PSS revelou-se um instrumento decisivo nos processos de seleção de localização da Eurocast em Arcos de Valdevez, da Bontaz em Viana de Castelo, e da AAPICO, em Águeda (todas empresas do setor automóvel); da Mecachrome, em Évora (setor aeronáutico); da Fresh-52, em Almeirim, ou a Vitas-Roullier, em Setúbal (setor agroindustrial). O gradual incremento da utilização de ferramentas digitais nos vários domínios da atividade económica, tem vindo a refletir-se também no número de visitantes do Portugal Site Selection. No ano passado, a plataforma contabilizou 6120 visitas, de 77 países (designadamente da China, dos EUA, da Espanha, da França, do Brasil, do Reino Unido e da Alemanha). O PSS conquistou o público internacional, tendo sido galardoado com várias distinções internacionais que atestam a sua importância no desenvolvimento económico nacional. Destaca-se, neste âmbito, a atribuição do prémio de melhor projeto de desenvolvimento do ambiente empresarial pela European Enterprise Promotion Awards 2020. O Portugal Site Selection contribui decisivamente para a concretização dos objetivos estratégicos de apoio à angariação de investimento apresentando, de forma transversal e equitativa, as localizações empresariais disponíveis em Portugal. Mais do que uma plataforma, o PSS é uma janela para o mundo, dando a conhecer o enorme potencial para acolhimento de novos negócios e empresas que o nosso país encerra.▪

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Parques Industriais e Logísticos - Inovação e Investimento Nacional e Estrangeiro

“O nosso objetivo é ajudar

no sucesso dos nossos clientes!” José Manuel Ferreira, Portugal Country Manager da VGP Group, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou os pilares que têm sustentado a marca e que fazem da mesma um exemplo no panorama nacional, assumindo-se, portanto, como um parceiro de excelência e qualidade junto dos seus clientes.

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VGP é uma empresa familiar cuja filosofia atravessa gerações. É conhecida por trabalhar de forma responsável e sustentável, encontrando o equilíbrio certo entre resultados, tradição e inovação. Como é que, ao longo dos anos, a VGP procurou criar valor para os clientes e ser um parceiro de confiança também para as comunidades onde atua? Nos nossos esforços para servir melhor os nossos clientes e as comunidades, somos guiados por quatro princípios: Pessoas em primeiro lugar: trabalhando juntas, com segurança e responsabilidade; Integridade: estabelecer confiança sendo transparentes, abertos e honestos com todas as partes interessadas; Sustentabilidade: através de uma abordagem prática com soluções criativas e sustentáveis que alcançamos building tomorrow today”; e, finalmente, Sucesso do cliente: o nosso objetivo é entregar resultados para o seu sucesso por meio de controlos operacionais rigorosos e as melhores soluções possíveis para todas as partes interessadas. O setor da logística está sujeito a mudanças rápidas. A VGP beneficia de seu cuidadoso e sofisticado processo de seleção de terrenos, oferecendo instalações atraentes e funcionais e em localizações privilegiadas. Quais são os critérios que utilizam para encontrar o “local perfeito”, de acordo com as necessidades de cada um? O nosso modelo de negócios começa com a localização de terrenos de primeira linha. Nas seleções dos terrenos, procuramos locais próximos aos anéis viários das principais cidades europeias e com acesso à rede de transporte público. A nossa estratégia de aquisição de terrenos engloba um processo cuidadoso de forma a garantir que o parque não atravessa áreas residenciais, que minimiza as viagens para os funcionários dos nossos clientes e a acessibilidade logística. Não nos comprometemos apenas com os nossos clientes, como também procuramos otimizar a inserção do parque no meio ambiente local. A nossa procura leva-nos a áreas denominadas greenfields, mas também a oportunidades onde já se encontram unidades industriais (brownfields), muitas delas com questões ambientais, em que a construção de novas unidades irão reduzir o nosso impacto ecológico e ajudar a revitali­zar o espaço e a

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JOSÉ MANUEL FERREIRA

envolvente. Além disso, como vamos introduzir recursos sustentáveis, os nossos projetos irão restaurar e melhorar a biodiversidade dessa área. Os locais brownfield são frequentemente um incómodo para a vizinhança local, especialmente quando o solo está contaminado ou o local está ao abandono. Um redesenvolvimento trará energia positiva para a comunidade. Como esses locais costumam estar situados em localizações privilegiadas em termos de proximidade com as áreas metropolitanas, despertam o interesse dos nossos clientes. Outra vantagem é a existência de mão de obra disponível e a infraestrutura de transporte já está preparada. Focada na otimização contínua de edifícios, de acordo com as exigências do mercado e as mais recentes inovações técnicas, a VGP aposta também na eficiência energética e na sustentabilidade. Quais os projetos que estão a ser desenvolvidos atualmente para melhorar essas metas? A VGP está empenhada em implementar medidas abrangentes ao longo da sua estratégia de sustentabilidade para alcançar a neutralidade de carbono até 2025. Para esse fim, definimos metas novas e ambiciosas. Fundada como uma empresa familiar, a VGP quer dar uma contribuição impactante para uma eco-

nomia mais sustentável e um uso mais consciente dos recursos naturais. Queremos realizar as mudanças necessárias que estão ao nosso alcance para melhor preservar os recursos existentes para as gerações futuras. Também temos a convicção de que todas as nossas ações em prol de um futuro mais sustentável terão um impacto positivo e fortalecerão os laços com o nosso público alvo, como clientes, municípios, investidores, parceiros de negócios e colaboradores. O Relatório de Responsabilidade Corporativa 2020 da VGP destaca o progresso e o compromisso da empresa em fortalecer os esforços de sustentabilidade no dia-a-dia operacional da VGP em período de pandemia COVID-19. A proteção da saúde e do bem-estar dos funcionários da VGP tem sido uma das principais prioridades em 2020, ao mesmo tempo que garante um impacto mínimo no andamento da construção dos parques da VGP. Outro passo importante rumo à neutralidade de carbono, são os esforços acelerados de certificação BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) com 100% do novo portfólio a ser certificado, o que inclui a certificação Very Good para o VGP Park Santa Maria da Feira, a primeira BREEAM Certificado de sustentabilidade «Very Good» emitido em Portugal para um parque empresarial. Além disso, este caminho na sustentabilidade é suportado pela expansão considerável da capacidade de geração de energia verde da VGP Renewable Energy para 42,5 MWp, com outros 53,3 MWp em desenvolvimento. Os Parques Industriais e Logística assumem cada vez mais um papel de liderança no universo empresarial. Como caracteriza o mercado português neste setor? Uma parte considerável das unidades logísticas e semi-industriais disponíveis no mercado português são bastante antigas e, muitas vezes, não adequadas para se adaptarem ao e-commerce moderno, à utilização semi-industrial tecnológica da última milha ou mesmo a simples utilização logística. Essas unidades, além de antigas e com problemas ambientais por resolver, não possuem as características necessárias e exigidas para serem utilizadas como um armazém moderno. A falta de altura, a estrutura e a falta de cais são algumas das características básicas que as unidades logísticas devem ter, mas que não encontramos nestas unidades.


Parques Industriais e Logísticos - Inovação e Investimento Nacional e Estrangeiro

A sustentabilidade é outro requisito esperado por muitos de nossos clientes internacionais. Outra característica do nosso mercado nacional, e à semelhança ao passado recente do mercado residencial, é a cultura do renting. Muitas empresas ainda consideram o investimento em imóveis como um bom investimento, sacrificando a flexibilidade e mobilidade que o arrendamento proporciona. Se podemos aprender algo com a pandemia é que a necessidade de espaço hoje não é a mesma de amanhã! Também é importante entender como, durante uma pandemia, continuam a promover essa dinâmica. No caso da VGP, o que tem sido feito para promover condições para o desenvolvimento de todos aqueles que perpetuam a sua fonte de crescimento nesses espaços? Com o surgimento da Covid e o confinamento obrigatório, o e-commerce cresceu em um único ano em torno de 60% - duas a três vezes mais o crescimento dos últimos anos. De repente, surgiu a necessidade de responder a um aumento exponencial de pedidos, com um prazo de entrega curto e em linha com as necessidades do cliente. Essa resposta forçou um aumento do stock nas unidades e uma redução do ciclo de tempo - descarregamento-armazenamento-carregamento. O padrão internacional de construção da VGP prescreve uma altura interna mínima de 12m para aumentar a capacidade de armazenamento e também a flexibilidade da unidade. Uma unidade de 12m permite a divisão em dois pisos de 6m ampliando a área operacional caso seja necessário e adequado ao cliente, ou permitir a ampliação de unidades automáticas de distribuição/armazenamento.

Acredita que a atividade industrial e logística será uma das chaves mais importantes para a recuperação da economia nacional? Porquê? Acredito que sim, embora ache que o mercado de logística e indústria terão caminhos diferentes. Se queremos ter a logística como fundamental para a nossa recuperação, precisamos de pensar de forma diferente em relação às nossas estruturas portuárias. Portugal é um país periférico e sem portos marítimos considerados portas de entrada para a Europa. O mercado da logística vai crescer nos próximos anos em Portugal e atingirá a sua saturação natural quando atingirmos a nossa capacidade de consumo interno. No entanto, se encontrarmos uma maneira de transformar os nossos portos em portas para a Europa e com ligações marítimas e terrestres adequadas, os investimentos em logística crescerão muito mais além das necessidades locais, como os centros de logística em torno de Antuérpia, Hamburgo, Roterdão e Valência. Quanto ao uso semi-industrial, a demanda também irá crescer. Para as indústrias tradicionais, costumávamos ter a vantagem da mão de obra barata disponível, mas hoje temos de nos concentrar em indústrias de valor agregado, dependendo dos avanços tecnológicos e trazendo empregos altamente qualificados em TI e tecnologia. Acredito que Portugal pode esperar grandes resultados nesta área. Presente em mais de dez mercados diferentes, qual foi a estratégia desenhada pela VGP para um futuro que passará pela fase pós-pandémica? As expetativas permanecem positivas? O ano passado foi transformador para a VGP de várias maneiras. Apesar dos desafios imprevis-

tos, criamos um crescimento da base de capital à medida que ultrapassamos muitas tendências e aumentamos significativamente o número de projetos em construção, em sua maioria pré-arrendados, impulsionados pelo forte crescimento do arrendamento. Olhando para 2021, estamos a ver as mesmas fortes tendências operacionais continuarem, o que nos deixa convencidos de que este também pode ser um bom ano. Iniciamos vários projetos icónicos e temos vários projetos marcantes em andamento, incluindo a VGP Park Moerdijk - o maior projeto de desenvolvimento na Holanda - e mais projetos brownfield, incluindo em Heidelberg, onde 13 hectares serão reconstruídos no local histórico de Heidelberger Druckmaschinen AG. Fortalecemos as nossas equipas em todas as áreas, a fim de aumentar as nossas ofertas e melhorar o nosso envolvimento com os clientes. Também continuamos a investir nas nossas comunidades - por meio de nossa contribuição para os primeiros 16 projetos identificados pela Fundação VGP. É com confiança que olhamos para 2021 e além. O nosso crescimento vai continuar em níveis elevados durante 2021, apoiadas por uma procura sólida do arrendamento, e esperamos que as mudanças tecnológicas e o e-commerce continuem a ser um importante impulsionador da procura dos nossos parques. O nosso pipeline de terrenos será a base para o crescimento nos próximos anos e a VGP espera ser capaz de continuar a aumentar o seu portfolio com os projetos em construção e os novos previstos para 2021. Iremos também nos concentrar na expansão da nossa oferta de serviços pela VGP Renewable Energy com aumento da produção de energia verde e facilitando a transição energética aos nossos clientes. ▪

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Internacionalização - 5º aniversário AIIE

“Potencializar as vendas e chegar

a outros mercados”

A AIIE – Associação Internacionalização e Inteligência Económica celebra este ano o seu 5º aniversário. Cinco anos que, embora sejam curtos, prosperam uma alargada vontade de crescer. Quem o garante é Beatriz Dias, Analista de Mercados Internacionais da associação que, entre outros temas, nos conta que o próximo objetivo é aumentar a lista de parceiros internacionais.

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AIIE nasceu no ano de 2016 assumindo-se como uma entidade que pretende responder às necessidades que as empresas - em especial as de micro e pequenas dimensões - possam ter no processo de internacionalização. Assim, e celebrando o 5º aniversário, quais considera terem sido os marcos mais importantes na caminhada da Associação? Cinco anos é um período relativamente curto, porém, a AIIE é uma associação dinâmica e com grande vontade de crescer e alargar a sua esfera de atuação. Sendo o nosso grande objetivo estar ao lado das micro e pequenas empresas portuguesas, orgulhamo-nos de ter trabalhado com várias e desenvolvido projetos sustentáveis que não se esgotam rapidamente e que contribuem de facto para um tecido empresarial mais rico. A abordagem que desenvolvemos é extremamente completa uma vez que apoiamos as empresas em duas dimensões: a dimensão interna e externa. A primeira remete para processos de organização intrínsecos ao funcionamento da empresa, como por exemplo o logístico, questões de cariz financeiro e digital. O objetivo nesta fase é construir uma estrutura sólida e preparar a empresa para um estágio superior, com desafios mais complexos: a internacionalização. Nesta dimensão externa, o propósito principal é potencializar as vendas e chegar a outros mercados. Ao longo destes anos trabalhámos ao lado de cerca de trinta empresas, apoiando recursos humanos e garantindo que são desenvolvidos processos relevantes com foco no crescimento. Esta missão é muitas vezes cumprida no âmbito do Programa Formação-Ação do Compete 2020, onde já apoiámos a transição digital de várias empresas portuguesas, um dos grandes pilares atuais, e através do qual desenvolvemos também outros processos.

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BEATRIZ DIAS

Organizamos também a presença de empresas e produtos nacionais em certames internacionais. Em 2018, no Luxemburgo, representámos as Câmaras de Torres Vedras e Alenquer com a marca Cidade Europeia do Vinho e demos a conhecer quatro vinhos da região. Neste mesmo certame, e no nosso espaço na Portugal Expo, estiveram presentes oito microempresas que a custos reduzidos puderam apresentar os seus produtos no exterior.

Que projetos/lançamentos irão marcar a nova etapa da AIIE, marcada pelos cinco anos de existência O ano de 2020 foi muito desafiante. De forma a não cruzarmos os braços e com empenho na missão de apoiar os nossos associados foram vários os projetos idealizados. Alguns deles ganharam vida e agora queremos dedicar a nossa atenção ao seu desenvolvimento e promoção. É este o caso do Marketplace AIIE, um


Internacionalização - 5º aniversário AIIE

Conselho Consultivo

João Palha

Consultor e formador com 25 anos de experiência no setor da logística alimentar com destaque para intervenções ao nível organizacional.

Jorge VerÍssimo

Advogado e consultor com 40 anos de experiência na assistência jurídica a diversas empresas nacionais e estrangeiras.

e-commerce que irá agregar diversos produtos e serviços e cujo objetivo é que seja também uma plataforma de divulgação de empresas nacionais, garantindo uma visibilidade conjunta dos produtos portugueses. Como trabalhamos com internacionalização e exportação, queremos aliar este espaço online ao nosso grande propósito. Por outro lado, este ano temos ainda como objetivo desenvolver relações com mercados onde ainda não entrámos mas que evidenciam ser interessantes na absorção de produtos portugueses. Serão adicionados à nossa lista de parceiros, que já inclui Brasil, Moçambique, Finlândia e Perú. A consultoria e a formação são áreas que pretendemos continuar a desenvolver e consolidar nos próximos anos. Sendo que a AIIE tem por missão contribuir ativamente para o desenvolvimento e a produtividade das empresas portuguesas, como tem vindo a decorrer a concretização da mesma em tempos de pandemia global? Os tempos atuais são marcados por muitas incertezas e indecisões nas tomadas de decisão. O nosso trabalho é desenvolver um plano eficiente que garanta os melhores resultados possíveis, com base nos recursos que as empresas têm à sua disposição e que estabeleça objetivos rigorosos. Por conseguinte, tentamos minimizar riscos e incertezas inerentes ao processo de internacionalização procurando os melhores parceiros e desenvolvendo estratégias apropriadas para cada empresa. Na impossibilidade de concretização de eventos presenciais, temos prosseguido com várias reuniões à distância e temos em curso um plano muito interessante no setor dos vinhos. Em janeiro deste ano, arrancámos com a apresentação de empresas portuguesas deste setor no

António Cabral Leitão

“Food Concept Developer”. Mais de 25 anos de experiência no sector Alimentar. Fundador da PRIMUS empresa premiada com o SABOR do ANO, PRODUTO do ANO e 5 ESTRELAS.

Joaquim Gomes

30 anos de experiência enquanto Diretor Comercial da NORMAX, focado no desenvolvimento dos mercados externos, gestão de equipas de vendas, planeamento e implementação de estratégias internacionais.

“O nosso trabalho é desenvolver um plano eficiente que garanta os melhores resultados possíveis, com base nos recursos que as empresas têm à sua disposição e que estabeleça objetivos rigorosos” mercado brasileiro, contando para este efeito com uma parceria local. Esperamos que no primeiro semestre sejam formalizados os primeiros contratos de vendas. De que outras formas a AIIE contribui para um tecido empresarial português mais robusto? Através do nosso posicionamento externo temos acesso a várias oportunidades que nos permitem partilhar Portugal e promover o país de forma bastante positiva. Fazemo-lo no âmbito de desenvolver parcerias, estimular investidores e contribuir para que o nosso país seja percecionado como uma localização atrativa e segura. Enquanto associação empresarial profundamente relacionada com questões de comércio, sabemos o quão importante é para a nossa economia o estímulo de relações com o exterior, principalmente quando as iniciativas contribuem para a sociedade de forma positiva e responsável. É por esta razão que, em plena pandemia, orgulhamo-nos de ter prestado um apoio completo na constituição de uma empresa em Portugal. A nossa equipa contribuiu com todo o apoio legal necessário para que os investidores estrangeiros dessem os primeiros passos e sentissem que havia um ambiente seguro para realizar a operação. Após o processo de constituição da empresa estar formalizado, também a marca foi trabalhada por nós em termos de

imagem e comunicação através da criação de um site. Atualmente, fazemos todo o acompanhamento no que toca às obrigações legais, fiscais, contabilísticas, recrutamento e seleção de colaboradores e fornecedores, diretamente ou com as entidades com quem temos parceria para estas atividades. Este processo inverso é uma questão muito importante do nosso trabalho, e que reconhecemos ser de uma grande responsabilidade. Afinal, assumimos o papel de promover o país, favorecendo a sua imagem e contribuindo para o desenvolvimento de boas práticas. Como resultado, iremos sempre encarar como algo positivo fazer parte da criação de empresas saudáveis, com capacidade de crescimento e de gerar empregos no país. A prospeção, o conhecimento e o acesso a novos mercados, são apenas algumas das vantagens que a internacionalização apresenta para os negócios. Além disso, quão relevante e importante é, na atual conjuntura, esta internacionalização? Na AIIE partilhamos a ideia de que a internacionalização constitui uma grande oportunidade. Oportunidade de crescimento, de expansão de relações comerciais e de desenvolvimento de processos produtivos. Este pressuposto carece, por si só, de uma maturidade que nem todas as

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Internacionalização - 5º aniversário AIIE

empresas têm e de uma estrutura capaz de dar resposta às exigências inerentes. Porém, deve ser encarado como algo positivo que impulsiona as empresas a adotarem melhores práticas e a serem mais inovadoras na sua oferta. O problema da crise que vivenciamos é que não conhece fronteiras, porém e em contrapartida, configura-se de forma distinta no espaço em função de várias questões político-económicas. Por esta razão, com maior ou menor velocidade, esta atividade continua a ser desenvolvida e pode ser uma forma de compensar a queda nas vendas internas, ou mesmo impulsionar a atividade de empresas que foram forçadas a reinventar-se. Neste sentido, uma vez que a Associação é o braço direito dos negócios no seu processo de internacionalização, o que é que pode proporcionar no apoio a este desiderato, face às consequências que se atravessam? Acreditamos que o melhor serviço que podemos prestar é a garantia do apoio profissional aos nossos associados e rodeá-los de recursos humanos competentes e com currículo nesta área que é tão complexa e exigente. Neste sentido, e após 5 anos de existência, decidimos constituir e formalmente apresentar o nosso Conselho Consultivo composto por profissionais que acreditamos ser um ativo muito importante e com o perfil indicado para ajudar os nossos associados a ultrapassar este momento. O objetivo base deste CC é garantir às empre-

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“O ano de 2020 foi muito desafiante. De forma a não cruzarmos os braços e com empenho na missão de apoiar os nossos associados foram vários os projetos idealizados. Alguns deles ganharam vida e agora queremos dedicar a nossa atenção ao seu desenvolvimento e promoção”

sas um aconselhamento especializado de profissionais com experiências distintas, o que irá permitir um acompanhamento multidisciplinar. As áreas de intervenção dos nossos Conselheiros vão desde o direito e logística até à gestão de grandes empresas com historial de êxito na entrada em vários mercados, passando agora a ser uma peça chave nos nossos serviços. Como perspetiva o futuro do estímulo de atividades da sua comunidade de associados que visem a internacionalização e a inteligência económica? Encaramos o futuro de forma positiva. Estamos a desenvolver vários mecanismos de promoção da atividade dos nossos associados: seja pela via tradicional, com base em parceiros internacionais, seja através do canal online de e-commerce (Marketplace AIIE).

Queremos ser facilitadores do processo de internacionalização, atuando sempre com base na informação estratégica dos setores económicos dos que à AIIE recorrem, garantindo igualmente a proteção dos agentes económicos. A Inteligência Económica não é um fim, mas um meio para a internacionalização. A terminar, e de forma a celebrar as cem edições da Revista Pontos de Vista, uma vez que a AIIE tem sido uma parceira ativa, quais têm sido as mais-valias que a nossa comunicação tem trazido até ao momento à Associação? A nossa presença regular na vossa revista tem dado visibilidade à atividade da Associação e tem sido importante em termos de imagem a nível nacional e promoção internacional. Os nossos Parabéns por este número e votos de muitos mais!! ▪


EDITORIAL Por Ricardo Andrade, Editor da Revista Pontos de Vista

ESTAS SÃO, «CEM» DÚVIDA, CEM VIAGENS ADMIRÁVEIS! São Cem histórias. São Cem aventuras. São Cem personalidades. São Cem rostos. São Cem vozes. São Cem Pontos de Vista. Cem! O número «mágico». Um número que revela liderança, integridade, potencial e transparência, um número mítico, simbólico e fantástico e nós, finalmente, chegamos ao mesmo.

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Homem sonha e a Obra nasce! É isto que se costuma dizer e foi assim que demos o primeiro passo para chegar ao tão famoso número Cem! Sonhámos em chegar à Edição Cem! Para falarmos da edição Cem da Revista Pontos de Vista, é imperioso falar também da Edição 1, e, sem desprimor para as restantes, foi esta que nos permitiu abrir as cortinas, foi esta que nos permitiu alavancar o nome «Pontos de Vista» e colocar o mesmo nas bocas do mundo, e hoje, onze anos depois, podemos dizer que o caminho traçado inicialmente foi completamente concretizado, refletindo-se nesta Edição 100 e que tanto nos orgulha. Não haja dúvidas que tivemos nestas Cem viagens um enorme prazer. Viajámos por um país real, conhecemos personalidades de valor, figuras que muitas vezes nem sequer são ouvidas e que diariamente contribuem para levar este barco que é Portugal a bom porto, ouvimos histórias que não sendo de encantar, nos encantaram pela dedicação, pela força,

pela perseverança e firmeza perante um desafio, um projeto, um sonho. Sim, porque também pusemos nas nossas palavras e páginas os sonhos de alguém, as vitórias de quem tudo deu e dá por um projeto, por uma marca, por um almejar do sucesso, sem esquecer os erros de quem se enganou, porque isto de erguer uma marca, faz-se também pelos equívocos, pela capacidade de os reconhecer e emendar para fazer melhor da próxima vez, porque nem tudo são rosas, e por isso continuamos a dar «voz» a Portugal inteiro, de lés a lés, continuamos a estar na linha da frente para dar voz a causas, a ideias, a projetos e a desafios, mantendo sempre este pilar de integridade, transparência e rigor na comunicação. Nenhum homem constrói um projeto sozinho e neste sentido é imperioso, quase imprescindível, deixar uma palavra de apreço a quem nos dignou com a sua presença nas nossas páginas, mas sem nunca esquecer quem, por detrás da cortina, tudo tem feito para continuar a levar e a elevar o nome

da Revista Pontos de Vista. O denominado capital humano. Dos que passaram, dos que se foram, dos que vieram, dos que ainda cá estão. No fundo, esta edição também é para eles, porque todos, sem exceção, deram um bocadinho de si para que cada número e cada edição fosse possível. Aos que cá estão, uma palavra de agradecimento ainda maior, porque temos sido, perdoem-me a vaidade e a ostentação, uns verdadeiros Guerreiros, vestindo diariamente a camisola Pontos de Vista e tudo fazendo para que este projeto continue a singrar pelas ruas de Portugal e além-fronteiras. E muito mais havia a dizer sobre estas Cem edições, mas fico-me por aqui porque já estamos a pensar na edição seguinte, e agora queremos chegar à edição 200. Obrigado a Todos por estarem connosco. Obrigado a quem nos ajudou e ajuda a crescer. Obrigado por nos escolherem para «fazer» a Vossa Comunicação. estas são, «cem» dúvida, cem viagens admiráveis! ▪

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FOTO: © VisitAzores

ESPECIAL 100a EDIÇÃO – TURISMO

"É SEGURO VIAJAR PARA OS AÇORES E DESFRUTAR DA EXPERIÊNCIA" As nove ilhas do Arquipélago dos Açores são conhecidas pelas suas paisagens naturais, deslumbrantes e inquestionáveis – algo que não mudou, nem em tempos de pandemia. O que mudou foi o mindset dos turistas que hoje têm como motivação as questões de segurança sanitária, privilegiando destinos com menos aglomerados de pessoas. Neste sentido, Luís Capdeville Botelho, CEO da Associação de Turismo dos Açores contou-nos o que vai ser concretizado em 2021 para manter o destino sempre seguro, sustentável e inesquecível.

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s Açores são o segredo mais bem guardado da Europa – tranquilo, de beleza rara e sempre acolhedor. Mesmo em momentos atípicos como aquele que vivemos já há largos meses. Enquanto CEO da VisitAzores, que balanço é possível fazer do ano de 2020, tendo em conta os desafios que surgiram? O ano de 2020 arrancou com grande entusiasmo e expetativas, mas a chegada da pandemia que transformou a vida de toda a gente. Desde o início, o principal foco do Governo dos Açores e da Turismo dos Açores | ATA foi a segurança, e com uma pandemia a nível mundial acabamos por sofrer uma quebra acentuada dos fluxos turísticos. No entanto, acreditamos que este posicionamento centrado na segurança, nos tem colocado numa posição privilegiada para a Luís Capdeville Botelho retoma.

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Apesar dessas mesmas adversidades e das mudanças impostas para a segurança comum, há aspetos intocáveis e inegáveis: as paisagens de tirar o fôlego, as lagoas extraordinárias, as cascatas de água quente... É legítimo afirmar que este conjunto de características únicas puderam ser melhor preservadas nos últimos meses? Sendo os Açores um destino não massificado, e com uma grande sensibilidade para a preservação da biodiversidade do arquipélago, acredito que todas as condições pré pandemia já iam muito nesse sentido. Os Açores são o primeiro e único arquipélago do mundo a obter a certificação internacional de sustentabilidade, de acordo com os critérios internacionais do Conselho Global do Turismo Sustentável – sendo este um trabalho do Governo, entidades públicas e privadas no sentido de preservar ao máximo os recursos naturais, que fazem dos Açores um destino único.


ESPECIAL 100a EDIÇÃO – TURISMO

Há quem defenda que das adversidades surgem as oportunidades. Assim, para a VisitAzores, que partido retiraram e continuam a retirar da atual conjuntura? Acredita que, por exemplo, as pessoas começaram a admirar mais e melhor as qualidades dos Açores? Efetivamente verificamos uma alteração nas motivações da procura. Os viajantes estão cada vez mais despertos para as questões da segurança sanitária, da sustentabilidade, privilegiam destinos com menos aglomerados de pessoas, procuram o mais autêntico e natural. Os vários confinamentos e restrições, têm vindo a aumentar a necessidade e a procura, dos viajantes, pelas experiências ao ar livre, respirar ar puro e o contacto com a natureza – enquanto sinónimo de saúde e bem-estar. Assim sendo, acreditamos que será consequência natural uma maior procura para o destino, e, pela proposta de valor receberemos sempre mais atenção e melhor feedback de quem nos visita.

FOTO: © VisitAzores FOTO: © VisitAzores

FOTO: © VisitAzores

Já é possível analisar que o mindset da população no geral acabou por mudar, adaptando-se ao “novo normal” que vivemos. Consequentemente e no que à comunicação organizacional diz respeito, também ela mudou para ir ao encontro das necessidades que ocorreram. No caso da VisitAzores, de que forma acompanharam esta mudança? O que mudou? No que diz respeito à comunicação institucional da Turismo dos Açores | ATA, mantivemos e reforçámos o foco na comunicação do destino enquanto destino não massificado, sustentável e de segurança. Uma vez que existiu uma alteração comporta-

mental, inclusivamente ao nível da forma como se consome o conteúdo, esta mudança veio acelerar o processo de digitalização da ATA – business intelligence (informação preciosa para a tomada de decisões nos mercados), mas principalmente ao nível da comunicação promocional, com maior foco nos canais digitais de promoção do destino. Neste processo de transformação e já no ano de 2021, qual será o percurso que pretendem ver consolidado nos próximos meses nas suas ações de promoção e divulgação do destino Açores a nível nacional? Apesar de nos Açores já se viver com certa “normalidade”, cumprindo todas as regras, mas com maior liberdade (fruto de todas as medidas implementadas desde a partida para o destino, como a obrigatoriedade da apresentação do teste negativo para viajar, um custo suportado pelo Governo dos Açores, até às medidas implementadas pelas empresas regionais no âmbito do programa Clean & Safe), sabemos que a realidade nacional não é a mesma. É difícil prever ou especular nesse sentido, mas o que pretendemos ver consolidado é a perceção positiva e preferencial pelo destino, ao nível da segurança sanitária, porque efetivamente todas as entidades regionais estão a trabalhar afincadamente nesse sentido. Desta forma, sendo o mercado nacional prioritário, queremos posicionar-nos, já a curto prazo, no top of mind dos portugueses como o destino a viajar. Falando agora internacionalmente, qual é a estratégia que têm em mente para captar a atenção dos potenciais turistas, uma vez que haverá uma maior preocupação das comunidades distintas, em sair das suas casas e desfrutar de um outro país em segurança? A estratégia internacional não será muito diferente do que iremos fazer a nível nacional: a diferença estará na escolha dos mercados emissores estratégicos. O continuo investimento na informação (data) tem-nos dado alguns insights acerca da variação na procura pelo destino - oportunidades e potencial de crescimento. Em paralelo, acompanhamos com muita atenção a evolução das restrições, medidas, e obviamente a política de vacinação de cada mercado emissor. Gostaria de deixar uma mensagem aos nossos leitores e a todos os que desejam visitar os Açores neste ano que acaba de começar? Essencialmente gostaria de deixar duas mensagens: a primeira, de confiança: é seguro viajar e desfrutar dos Açores. Visitar os Açores, neste contexto, é uma experiência completa, quer a nível de experiências (trekking, whale e bird watching, mergulho, surf, golf, entre outros), quer a nível de paisagens a descobrir e até a nível gastronómico – neste momento temos a nossa operação turística a funcionar e os restaurantes abertos até à meia noite. A segunda mensagem é de compromisso: não vamos abdicar da segurança dos açorianos e nossos visitantes. É um foco neste momento, será na preparação da retoma, assim como se manterá quando esta acontecer. Os Açores enquanto destino não massificado, sustentável e seguro, de natureza deslumbrante, continuaram a proporcionar um contacto imersivo a quem nos visita.▪

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO – TURISMO E HOTELARIA 2021

Maarten de Boer, Diretor Geral do Wyndham Grand Algarve

Wyndham Grand Algarve,

Resort de cinco estrelas, reabre renovado na Primavera de 2021 Na primavera de 2021, o Wyndham Grand Algarve vai reabrir depois de passar por uma renovação completa no valor de 5€ milhões. O sofisticado resort de cinco estrelas é uma jóia dentro do coração da Quinta do Lago, a localização mais exclusiva e procurada do Algarve, em Portugal.

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resort, composto totalmente por Suites, oferece excelência nas infraestruturas, interiores elegantes e um serviço personalizado. As 132 Suites, são as mais espaçosas da Quinta do Lago, com um, dois e três quartos e todas oferecem uma área de estar descontraída com cozinha totalmente equipada. Dispondo de uma excelente exposição solar, as varandas e terraços oferecem vistas amplas sobre a piscina exterior e os jardins exuberantes. Os hóspedes podem escolher entre cinco experiências gastronômicas durante a sua estadia, cada uma realçando os melhores e mais frescos ingredientes locais. Durante o dia, o hóspede poderá explorar a gastronomia internacional e ao cair da noite, opções mais sofisticadas,

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inspiradas nos sabores sazonais portugueses e mediterrâneos, acompanhado por um recente e sofisticado lobby bar, perfeito para disfrutar do chá da tarde ou experimentar os novos e originais cocktails. Poderá alternativamente optar por experiências gastronómicas privadas na Suite. Os entusiastas do fitness e do bem-estar têm à sua disposição um ginásio de última geração. O encantador Spa oferece uma piscina interior e jacuzzi, sauna e banho turco com uma variedade de tratamentos especiais e duas massagens de assinatura com produtos locais. A piscina exterior situada nos jardins, inclui um terraço soalheiro e o Oásis, um bar que irá fazer as suas delícias. Para as famílias, existe um Kid’s Club gratuito que acomoda crianças dos 4 aos 12

anos, uma piscina infantil e uma área recreativa, de forma a proporcionar o entretenimento diário. O serviço de babysitting, também disponível no Hotel permite que os pais relaxem no Spa ou joguem golf sem preocupações. A partir do Hotel, os hóspedes têm fácil acesso aos sete renomeados campos de Golfe da Quinta do Lago, onde o contraste do cenário verde se mistura com o azul da costa Algarvia. O clima agradável durante todo o ano, estimula um estilo de vida ao ar livre e a prática de atividades outdoor. O hotel fica igualmente uma distância curta da praia e do Lago desta zona exclusiva, o cenário ideal para relaxar na areia dourada ou divertir-se na água, com desportos como windsurf, kayak e mergulho. A entrada do resort permite o aces-


ESPECIAL 100a EDIÇÃO – TURISMO E HOTELARIA 2021

"Estamos desejosos por voltar a receber os nossos hóspedes no Wyndham Grand Algarve, durante a inauguração nesta primavera. Entusiasmados em oferecer um serviço irrepreensível, com atenção ao detalhe e num ambiente sofisticado, localizado no coração da Quinta do Lago” so aos trilhos para caminhadas e ciclismo que perfazem os 2.000 hectares de beleza natural que formam o Parque Natural da Ria Formosa. Enquanto isso, o complexo desportivo The Campus, situado a menos de 1km de distância, é mundialmente conhecido pelas suas instalações de alta tecnologia, que inclui campos de tênis e padel, campo de treino de futebol, um ginásio de alto desempenho, aulas de ginástica em grupo e centro aquático. O concierge do Wyndham Grand Algarve terá todo o gosto em proporcionar as melhores recomendações e fazer as suas reservas. Os hóspedes que viajam em negócios, têm à sua disposição um lounge e espaços exclusivos para a realização de eventos, conferências e reuniões. O estacionamento (interior e exterior) é

gratuito para todos os hóspedes e o hotel situa-se a cerca de 17 minutos do aeroporto de Faro. Maarten de Boer, Diretor Geral, afirmou: “Estamos desejosos por voltar a receber os nossos hóspedes no Wyndham Grand Algarve, durante a inauguração nesta primavera. Entusiasmados em oferecer um serviço irrepreensível, com atenção ao detalhe e num ambiente sofisticado, localizado no coração da Quinta do Lago”. Wyndham Hotels & Resorts é a maior cadeia hoteleira de franchising do mundo, com aproximadamente 9,000 hotéis em 90 países, sendo o Wyndham Grand a marca de luxo da cadeia, que oferece comodidades premium em alguns dos destinos mais procurados do mundo. Os hotéis Wyndham Grand® transformam momentos comuns em experiências inesquecíveis. ▪

Desfrute do

Wyndham Grand Algarve a partir de 300€ por suite, por noite, com pequeno almoço incluído. Política de cancelamento flexível, por forma a proteger o hóspede durante o ano de 2021. www.wyndhamgrandalgarve.com/pt/

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setor imobiliário – NOVAS TECNOLOGIAS, O IMPACTO DA PANDEMIA E OS VISTOS GOLD

“O setor imobiliário é um

forte motor da economia” Empresário desde os 22 anos e sempre ligado ao universo do imobiliário, Nelson Raimundo já foi Professor Universitário em Análise e Investimento Imobiliário, tendo sido ainda Administrador da Faculdade durante oito anos. Esteve nas Finanças na área do Património da Avaliação Tributária mas o seu percurso não ficou apenas por Portugal: abriu escritórios no Brasil e em Angola. Com uma experiência profissional de 23 anos, atualmente é CEO da BigZeal – Investimentos e Real Estate.

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NELSON RAIMUNDO

investimento imobiliário é, desde sempre, o seu principal propósito – ou fascínio. Com um percurso totalmente consolidado na área, Nelson Raimundo admite que o que gosta mesmo, tanto na carreira técnica como na qualidade de investidor, é procurar um produto um asset, “olhar para ele e transforma-lo, criar valor, mais-valia, e não é só para nós... Também é para quem vem a seguir. Se o cliente final pensar mais tarde em vender, tem de ter espaço de análise financeira para, também ele, criar valor no seu investimento”, assegura. Sendo este o seu pensamento crítico no respeita ao imobiliário, é exatamente através dessa estratégia que a BigZeal se rege há cinco anos. “Na BigZeal dedicamo-nos mais ao investimento, criamos sinergias com a nossa equipa e com o nosso know-how aplicamos as ideias aos nossos próprios investimentos. É essa notoriedade que nos faz crescer no mercado e felizmente, no ano passado, a empresa cresceu 265 por cento”. Num ano extremamente atípico, a BigZeal teve a capacidade de, com os seus serviços de qualidade, crescer. Para Nelson Raimundo, este crescimento pode ser caracterizado de duas formas: trabalho e sorte. Além disso, pode ir também ao encontro do quererem fazer a diferença. Pautam o seu caminho com um trilho muito bem definido e vincado, tentando desenvolver produtos distintos e não mais uma alternativa no mercado. Em curso, tem atualmente três segmentos diferentes dentro do mercado imobiliário. “Temos em desenvolvimento umas moradias em área residencial, escritórios que vendemos em rendimento, transformamos e colocamos o produto no mercado, e o outro projeto é no Alentejo – preparado para um turismo de luxo, com uma arquitetura arrojada e enquadrada. Acredito plenamente no sucesso do mesmo”, afirma o nosso entrevistado. A pandemia e a sua influência no mercado imobiliário Longe de imaginar que iríamos atravessar uma pandemia que pede, sobretudo, distan-

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setor imobiliário – NOVAS TECNOLOGIAS, O IMPACTO DA PANDEMIA E OS VISTOS GOLD

ciamento social, a BigZeal já vem a desenvolver projetos incrivelmente bem preparados para tais necessidades. “No segmento dos escritórios, com o conceito de small office, já o vimos a potencializar há dois anos porque pensámos que as empresas iriam procurar fazer um down sizing. Queriamos colocar um produto diferente no mercado e dar oportunidade às empresas mais pequenas”, assegura Nelson Raimundo, acrescentando ainda que “o conceito do Alentejo é, mais uma vez e na minha opinião, ajustado à pandemia. As pessoas procuram mais qualidade, mais espaço e mais ar livre. Procuram distanciamento social e este projeto, inserido em 6.5 hectares, tem muito espaço onde as pessoas podem estar sozinhas. Sem querer, já estava preparado. Por curiosidade, onde tem havido mais procura, é a zona de Estremoz e Monforte”. Certo é, as pessoas mudaram a sua perspetiva e, se em tempos preferiam viver perto do local de trabalho, hoje – e não esquecendo que todos estamos a experimentar um novo modelo de teletrabalho - não se importam de se deslocar por uma vida mais cómoda e segura, longe do meio populacional das cidades. Já as moradias também, segundo o nosso entrevistado, estão enquadradas. São perto de Sintra e completamente isoladas. Não Só no Alentejo, também no interior do país se tem registado uma maior procura seja de “pessoas, liberais ou profissionais que podem trabalhar a partir de casa. A pandemia fez repensar os empresários e o teletrabalho, na minha opinião, veio para ficar. Será um mix”. Com várias soluções em cima da mesa, muitos afirmam que o mercado imobiliário será, certamente, um dos vencedores da crise pandémica. Nelson Raimundo, concordando com a afirmação reconhece que “o setor imobiliário é um forte motor da economia. Na verdade, em Portugal, os dois principais motores são o turismo e o imobiliário. Mal a pandemia comece a atenuar, tanto um como o outro, vão voltar a explodir. Isto é, desde que o Governo

“Temos em desenvolvimento umas moradias em área residencial, escritórios que vendemos em rendimento, transformamos e colocamos o produto no mercado, e o outro projeto é no Alentejo – preparado para um turismo de luxo, com uma arquitetura arrojada e enquadrada. Acredito plenamente no sucesso do mesmo”

não traga grandes restrições para que os investidores continuem com força no nosso país”. Sabe-se que, a partir de janeiro de 2022 a legislação quanto aos Golden Visa vai alterar, restringindo-os apenas para o interior de Portugal. “É um risco crasso. Vai fazer com que os investimentos baixem substancialmente. O impacto de não existirem mais Golden Visa do ponto de vista da área residencial, compreendo e até aceito, mas poderiam retificar alguns pontos e melhora-los... Não com um corte radical. É uma grande fatia com peso e capital financeiro que vai deixar de girar e de existir. Não é o momento ideal, deviam esperar que a economia recuperasse”. Ainda assim, Nelson Raimundo, otimista por natureza, prevê que haverá espaço para um futuro positivo. Para a BigZeal e os seus projetos melhor não poderiam estar. “O projeto a desenvolver e construir a seguir vai ser no Alentejo, o Boutique Hotel. Vamos começar com a construção e coloca-lo no mercado para exploração. Irá demorar mais ou menos dois anos até à sua finalização. A estratégia passará em simultâneo pelo interior”. Entre outros projetos mais pequenos, como reabilitações, espera-se, com toda a certeza um vindouro promissor. ▪

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO - arquitetura

“Estamos a montar uma fortíssima estrutura para dar respostas aos nossos clientes. Depressa e bem” Para João Resende, Senior Partner e Arquiteto da Something Imaginary, o paradigma da arquitetura em Portugal mudou e hoje deixou de seguir a filosofia do «one man show», pois é muito mais do que isso, sendo um trabalho coletivo, que deve contar com numerosas contribuições para que surja um trabalho final de excelência. Conheça mais de uma marca que está no mercado desde 2017 e que tem no rigor e transparência dois pilares de excelência.

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undada em 2017, a Something Imaginary é hoje uma clara referência no universo da arquitetura em Portugal, promovendo uma atuação assente na inovação, na excelência e na qualidade. Ao mesmo tempo, promove serviços para empreendimentos turísticos e imobiliários, bem como de interiores. Portugal recuperando da Pandemia estará à altura do que esperam para 2021 no que concerne à v/ atividade? A atividade de arquitetura, da produção de projeto, da construção personalizada, sentiu nos últimos anos um aumento muito significativo. Através de grande aumento da recuperação e reabilitação nos centros urbanos, maioritariamente em Lisboa e Porto, mas também nas cidades médias, e da encomenda de construção nova, que atingiu níveis de procura muito interessantes. As regiões de Lisboa, Porto, Comporta e Douro lideraram exponencialmente, com reflexos também nas regiões mais interiores do país que registaram até à declaração de Pandemia aumentos muito significativos de atividade. Apesar das condições dificultadas pelos confinamentos à escala mundial, verificamos que os Promotores consideram este período como transitório. A confiança nos desenvolvimentos científicos que possibilitaram, com uma velocidade impressionante e sem precedentes, o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, teve e está a ter um efeito catalisador dos investimentos. Este período, que podia ter registado uma travagem significativa, teve pelo contrário um efeito de aceleração da preparação de projetos e processos que serão concretizados em simultâneo com o fim da situação de emergência mundial. Assim se espera. É certo que existe cautela e que se sente incerteza. É certo que diferentes Promotores tiveram reações diferenciadas. No entanto o saldo nesta altura, em que leio (espero que acertadamente) a reta final deste primeiro período de travagem mundial, é de grande expectativa e positivismo. 2021 traz uma versão deste período da história mundial mais segura de que 2020. Tem maior conhecimento científico, maior acerto nas respostas à emergência, maior sabedoria na gestão desta crise. O sentimento, à hora em que escrevo estas

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JOÃO RESENDE

linhas, é de que este ano vai sinalizar o início do realinhamento com a rota de desenvolvimento que trilhámos nos últimos anos pós crise, em que (e isto é um ponto de vista empírico) se verificou alguma convergência com a Europa e o reconhecimento da marca Portugal. Verificamos que cada vez maior número dos nossos clientes particulares não nacionais opta por se estabelecer em Portugal. Residência e negócios são transportados para cá, no que claramente constitui a identificação de potencial, de oportunidade, de segurança e de qualidade(s). O primeiro trimestre do ano está a mostrar-nos a consolidação dos projetos em curso e o aparecimento de novas intenções de promoção residencial e turística. É um facto que uma parte significativa corresponde a investimento estrangeiro. Sinalizo, no entanto, o crescimento de intenções de investimento de capital nacional, que muito nos apraz… Que análise perpetua da arquitetura em Portugal e de que forma é que este setor tem vindo a crescer, no sentido de ser um pilar de Portugal?

Encontramos características na arquitetura portuguesa que são distintas das tendências internacionais. Arquitetura que decorre de pensamento profundo enraizado nas características culturais e locais, que se desenvolve com grande abstração e criatividade. E discrição. Que responde ao clima, à geomorfologia, à cultura e a tradições em interpretações não literais. Que entende que a imagem é inimiga da arquitetura e que se define com integridade conceptual e intelectual. Por imagem: a que tínhamos dos arquitetos em Portugal há anos atras, de artistas ou quase artesãos da arquitetura, sentados ao estirador ininterruptamente a desenhar obsessivamente todos os pormenores que seriam manufaturados para produzir a sua obra de autor, mudou. A arquitetura, que por definição se destina a ser vivida, depende de múltiplos intervenientes para atingir a fuição completa. Não é um one man show, é antes o resultado de numerosas contribuições, sob a liderança do/a arquiteto/a, que estabelece e coordena a coerência de todas as intervenções que concorrem para o resultado. Por outro lado, a arquitetura é expoente de uma atividade económica fortíssima, cujas responsabilidades se encontram cada vez mais vincadas. A abordagem profissional através de empresas que prestam serviços de arquitetura estruturados permite a resposta ás exigências dos Promotores sofisticados que necessitam de confiança e competência para o desenvolvimento dos seus investimentos. A velocidade a que se pode construir hoje – não considerando os tempos longuíssimos e as complexidades artificiais das aprovações municipais, que cada vez mais são travões ao investimento – exige também a resposta rápida e qualificada da parte dos arquitetos. Sem eles, arrisca-se a repetição das desqualificações urbanísticas dos anos 70, a velocidades estonteantemente mais intensas que as que então se verificaram. A estruturação das empresas de arquitetura permite a concentração do conhecimento e a abordagem multidisciplinar para respostas sofisticadas aos desafios contemporâneos. Estas respostas irão moldar o ambiente edificado em que vive(re)mos e marcar indelevelmente a qualidade do território. Num momento da história em que o desenvol-


ESPECIAL 100a EDIÇÃO - arquitetura

vimento imobiliário e turístico são dos principais motores da recuperação e do desenvolvimento económico de Portugal, que tão bem soube afirmar a sua marca, a arquitetura tem a responsabilidade da concretização qualificada à velocidade atual. Sim, temos de fazer depressa e bem. Como é que o podemos caraterizar enquanto líder deste projeto e como começou este desafio para si? Que género de liderança perpetua no seio da Something Imaginary? O fim de projetos ‘por conta d’outrem’ foi como começou. Na ressaca da crise bancaria em Portugal encontrei-me no local certo à hora certa. Tinha conhecimento profundo do território, dos processos e dos atores locais, e a criatividade, a capacidade de trabalho e de gestão para abraçar um projeto a solo. Foi e está a ser um desafio intenso e muito gratificante. O desenvolvimento dos projetos ‘chave na mão’, em que acompanhamos o cliente do início até á entrega da chave da casa no final mostrou-se um projeto diferenciador e de muita procura que permitiu alicerçar uma reputação de responsabilidade e confiança. Vamos esclarecer: a liderança forte deste projeto é da Sara. Constituímos a empresa em conjunto e daí o desenvolvimento acelerado é em grande medida fruto da sua visão e capacidade empreendedora. Do meu lado procuro transmitir solidez de conhecimentos, estabilidade e experiência adquirida dos processos já desenvolvidos, e lógicas de abordagem fora da caixa. Como é trabalhar com a Arq.ª Sara Afonso, que ao mesmo tempo lidera consigo a empresa e é sua esposa, é difícil ou de fácil entendimento uma relação profissional e pessoal na gestão da Something Imaginary? O dinamismo e a capacidade de liderança da Sara são impressionantes. A diversidade de temas que concretiza em tempos curtíssimos e a capacidade de estruturar equipas e de as coordenar é sem dúvida um dos pilares do sucesso da Something Imaginary. É uma arquiteta que também constrói empresas. A Something imaginary foi o nosso primeiro projeto em comum, a que já se juntaram a Something Perfect, que atua no imobiliário, a Something3XY, para serviços de apoio como bricolage, pequenas construções e reparações, eventos, …, e em lançamento a ByHeart. Interiores, decoração, numa loja que projeta e com-

“Na Something Imaginary temos paridade. Fruto não só da liderança partilhada, mas também da intuição na contratação, o preenchimento dos quadros tem mostrado um equilíbrio que nos parece muito interessante, em que as pessoas desempenham e são reconhecidas em função do seu mérito, inteligência emocional e atitude” pleta o ciclo de serviços prestados aos nossos clientes. Temos grande afinidade de gostos e pontos de vista, ainda que eu seja mais conservador. Há passos que a Sara propõe que eu não arriscaria, no entanto acabamos por ter um relacionamento de confiança mútua que tem permitido saltos significativos. Em resumo: geralmente é um relacionamento de fácil entendimento. Os temas profissionais fazem parte do dia a dia, e temos a noção de que a empresa também é um projeto de vida em comum. Divergências, claro, também há. Não seríamos pessoas autónomas coerentes se assim não fosse. No entanto conseguimos compromissos, cedências, acordos, e moldamos as divergências em convergências. A mulher hoje tem um papel fundamental na Sociedade, quer ao nível da gestão como da

liderança em múltiplas atividades consideradas até de maior influência do sexo masculino. Como se poderá equilibrar, na sua opinião, esta balança do “género”? O tema é com certeza vasto, e respostas rápidas podem pecar por superficialidade. O reconhecimento do papel da mulher na Sociedade tem de ser inegável, e continua a ser um tema que não é suficientemente valorizado, e seguramente não se verifica ainda uma inversão do padrão tradicional. Um aspeto será seguramente a contínua exposição do problema. Porque se trata de um. A consciencialização da desigualdade é necessária para o avanço da mentalidade que a perpetua. O desenvolvimento do acesso à educação e de competências no feminino tem crescido mundialmente nas últimas décadas e este é seguramente um dos indicadores mais positivos para equilibrar a balança. No entanto o acesso a altos quadros topo ou de empoderamento político continua altamente deficitário, e a inversão desta tendência algo longínqua. Na Something Imaginary temos paridade. Fruto da liderança e da intuição na contratação, o preenchimento dos quadros tem mostrado um equilíbrio que nos parece muito interessante, em que as pessoas desempenham e são reconhecidas em função do seu mérito, inteligência emocional e atitude. A terminar, o que podemos continuar a esperar da Something Imaginary de futuro e de novos desafios para curto-médio prazo em torno da vossa atividade? Estamos apostados na melhoria da qualidade dos serviços prestados, pela estruturação de processos e pela adoção de tecnologias que permitem maior eficácia nos processos de projeto e de apresentação aos clientes. Estamos a trabalhar num projeto de realidade virtual que permitirá uma experiência imersiva de apresentação dos projetos aos nossos clientes. Já migrámos todos os processos para BIM, e estamos a incentivar os nossos parceiros a adotarem também, com um aumento de eficiência muito significativo. Por último, estamos a trabalhar na certificação de qualidade. Em paralelo com a carteira de projetos que estamos a desenvolver, estamos a montar uma fortíssima estrutura para as respostas aos nossos clientes. Depressa e bem. ▪

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO - arquitetura

AF ARCHITETURE SARL

uma Arquitetura orientada para a vida

A AF Achiteture SARL celebra neste 2021, oito anos de excelência, qualidade e rigor em todos os projetos realizados até ao momento. Daqui para a frente, o objetivo é continuar a fazer com que estes valores se mantenham, mesmo em tempos incertos como o que vivemos. António Ferreira, CEO da empresa, esclarece ainda, entre outros temas, qual o futuro da Arquitetura em Portugal, face aos desafios que se instalaram.

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ANTÓNIO FERREIRA

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rimeiramente, e de forma a celebrar as cem edições da Revista Pontos de Vista, gostaríamos de começar por perceber de que forma é que, ao longo de toda a nossa existência, descreve e classifica o envolvimento da AF Architeture SARL com este projeto que visa ajudar as organizações a (melhor) chegarem a vários pontos do país? No âmbito da celebração das cem edições da Revista Pontos de Vista, é com grande satisfação e confiança que concluímos que o nosso envolvimento, enquanto organização com a Revista, nos trouxe muitos momentos de Realizações e de grande alegria. Toda a comunicação, metodologia de trabalho, assim como toda a seriedade com que a Revista, e a sua equipa sempre trabalharam com a AF ARCHITECTURE SARL, durante estes anos, faço um balanço bastante positivo, de grande produtividade para com a nossa empresa, assim como o trabalho/clientes, é o reflexo a tal dedicação. Uma relação de confiança onde o excelente profissionaismo da Revista Pontos de Vista, aliado aos mais corretos princípios e valores, nos trazem vontade de mais e novos projetos futuros.

Que mais-valias considera que a comunicação que é aqui produzida trouxe à história da AF Architeture SARL? A colaboração da AF ARCHITECTURE com a Revista Pontos de Vista, tem um saldo extremamente positivo, nomeadamente a divulgação de alguns projetos, a partiha do êxito de determinadas colaborações, assim como o Aumento do Reconhecimento do nosso trabalho e exigências conceptuais, são algumas das mais-valias que a comunicação e profissionalismo da Revista nos proporcionam. Tendo em conta o atual contexto pandémico que se vive mundialmente, muitos foram os negócios que tiveram de reajustar a sua metodologia de trabalho de forma a ultrapassar as adversidades impostas pelo mesmo. Para melhor entender, de que forma a COVID-19 alterou a atuação no mercado da AF Architeture SARL? Na realidade, a nossa empresa que celebra este ano oito anos da sua existência, devido ao espetro de atuações no mercado internacional, sempre se desenvolveu de forma a adaptar e articular metodologias que


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resolvessem questões práticas, sempre com o objetivo de concluir com sucesso todos projetos. A COVID-19 não alterou em nada o nosso sistema de trabalho. A utilização dos corretos procedimentos necessários à segurança foram adaptados a esta nova realidade, possibilitando assim que todos os projetos em desenvolvimento e em fase de criação tenham o seu desenvolvimento, com a maior tranquilidade possivel. A procura por novas experiências tem trazido à AF Architeture SARL uma forte capacidade de consolidação em variados mercados como o europeu, africano e asiático. Tendo como principal desiderato manter este caminho para que a marca continue a evoluir e nunca estagnar, como tem sido o concretizar do mesmo nestes tempos incertos? A consolidação das relações e parcerias com diversos países (europeus, africanos e asiáticos) faz-se de forma orgânica, tudo vai acontecendo naturalmente. Estes tempos incertos são vividos por pessoas. Pessoas que têm sonhos, vontades, essências, desejos

de realizar projetos, de viver mais e melhor, e evoluir nas mais diversas vertentes. São pessoas assim que a AF ARCHITECTURE tem como clientes. Após alguma reflexão, e bastante prudência, mas sem dúvida, com determinação ao avançar na criação de novos projetos arquitetónicos e imobiliários. Há quem defenda que das adversidades surgem as oportunidades. Assim, que novas perceções foram adotadas pela marca de forma a promover a projeção e edificação de sonhos, mesmo em plena crise? Concordo absolutamente. “das adversidades surgem as oportunidades”, para uma boa planificação de desenvolvimento é fundamental as corretas parcerias e colaborações. Que partilhem de valores e princípios Idênticos ao que cultivamos na AF ARCHITECTURE e que tenham uma força interior de sonhar e de querer fazer novos projetos. Mesmo em plena pandemia o nosso trabalho é indispensável para as pessoas que, como nós, não param de sonhar e querer fazer. Pois viver é também acontecer. É legítimo afirmar que ainda há

espaço para um 2021 positivo? Que projetos estão já planeados para este ano? O ano de 2021 está apenas no começo, mas entendo que sim, que será um ano positivo, com novas realizações. Os projetos planeados para este ano são inúmeros. Aguardamos a conclusão da parte técnica e conceptual, e será com muita satisfação que eles serão partilhados e publicados, aquando da sua execução, com a Revista Pontos de Vista. Bons projetos para bons parceiros de comunicação. Por fim, como prevê que seja o futuro da Arquitetura em Portugal, especificamente no que à AF Architeture SARL diz respeito, numa fase pós-pandemia? Portugal tem excelentes profissionais no que diz respeito à Arquitetura, e como tal acredito que se continuarão a fazer bons exemplos de arquitetura e projetos Singulares. A AF ARCHITECTURE SARL tem atualmente alguns dossiers a decorrer

em Território Nacional no Setor do Turismo e Hotelaria, prova que as pessoas acreditam que tudo ficará bem, e brevemente retomaremos a normalidade nas nossas vidas. Acredito num pós-pandemia Positivo! ▪

“Estes tempos incertos são vividos por pessoas. Pessoas que têm sonhos, vontades, essências, desejos de realizar projetos, de viver mais e melhor, e evoluir nas mais diversas vertentes. São pessoas assim que a AF ARCHITECTURE tem como clientes”

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO - DIREITO & JUSTIÇA

“Somos advogados,

mas também amigos – exigentes, solidários, eficientes e eficazes” Conhecedores profundos das instituições europeias, José Luís da Cruz Vilaça, atual Presidente da Associação Portuguesa do Direito da Energia (APDEN) e Paulo Sande, Advogado da Sociedade de Advogados, Cruz Vilaça Advogados, deu-nos a primazia e a honra de figurar nas nossas páginas, abordando, entre outros assuntos, a ligação que tem tido com a Revista Pontos de Vista, ele que tem sido um dos principais rostos e «vozes» presentes ao longo das nossas cem edições. fascinantes, são também referências relevantes, algumas das quais vimos a conhecer pessoalmente, sobretudo motivados pelo vosso trabalho informativo. E quando se interessam pelo nosso escritório, como fizeram o ano passado, a propósito da transição energética – dando nomeadamente voz a José Luís Cruz Vilaça, presidente da Associação Portuguesa do Direito da Energia -, permitem-nos também alcançar novos públicos e fazer chegar a nossa voz a domínios que normalmente não alcançamos, dando conta do que se passa em matéria jurídicas que reputamos de relevantes.

JOSÉ CRUZ VILAÇA E PAULO SANDE

A

Cruz Vilaça Advogados combina a experiência, maturidade, juventude e modernidade com o seu historial de 40 anos, estando por isso mais do que consolidada para lidar com problemas jurídicos complexos. É por todo este sucesso que queremos que faça parte da Revista Pontos de Vista na celebração das suas cem edições. Como descreve e caracteriza esta parceria que tem vindo a ser realizada? Cem velas na vida de qualquer entidade – empresa, pessoa ou, no caso da Pontos de Vista, de uma revista – celebra-se. E quando uma revista, como faz a Pontos de Vista, dá voz (e rosto) a empresas e investimentos nacionais de forma, ao mesmo tempo, sedutora e informativa, torna aliciante para um escritório jovem como o nosso afirmar-se como seu parceiro, estar presente nas suas páginas e contar-se entre os seus amigos e companheiros de viagem. Afinal, apesar das dezenas de anos de experiência dos nossos sócios, advogados e consultores, somos

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um escritório criado muito recentemente e apreciamos a senioridade, experiência e valor criado por uma revista como a vossa. O principal desiderato da nossa Revista assenta na promoção da comunicação, onde o seu Ponto de Vista é o mais importante. Pretendemos acima de tudo elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assim sendo, o que tem representado para a Cruz Vilaça Advogados a comunicação aqui divulgada e que mais mais-valias a mesma trouxe à Sociedade? Graças aos artigos – e aos Pontos de Vista – que mensalmente publica, a vossa revista oferece-nos uma panóplia vasta de perspetivas, informa-nos sobre a realidade das empresas portuguesas, dá-nos a conhecer marcas, produtos e serviços de um tecido empresarial muito mais rico e diversificado do que em geral se pensa (e, tantas vezes, se afirma). E as pessoas que nos apresenta, em muitos casos com percursos

Na Sociedade consideram essencial a prestação de um serviço de apoio jurídico ao mais alto nível, sendo capazes de responder – em qualquer circunstância – às necessidades dos clientes e atender com eficácia e celeridade aos desafios inerentes à defesa dos seus direitos e à proteção dos seus interesses. Estando o momento que vivemos em condições complexas e incertas devido à pandemia da COVID-19, como tem vindo a ser para a Cruz Vilaça Advogados o concretizar destes propósitos? Felizmente, temos podido continuar a trabalhar e a prestar serviços com regularidade e eficácia. Houve, obviamente, uma retração por parte do mercado, com as empresas mais relutantes a apostar naquilo a que podemos chamar de advocacia preventiva – isto é, aquela que permite evitar conflitos e reduzir danos futuros. A dimensão internacional em que sobretudo nos movemos tem, contudo, permitido manter um ritmo constante de crescimento do nosso escritório, no meio de uma situação muito difícil para a generalidade das empresas, que têm sofrido com as consequências da pandemia, a menor das quais não é a incerteza sobre o futuro. Tendo a sua estratégia e atuação no mercado já (bem) estabelecida, o que alterou com a chegada da pandemia até ao momento? Do ponto de vista operacional, os nossos advogados e consultores têm trabalhado sobretudo a partir de casa. Os espaços do escritório são


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higienizados e organizados para ter em conta os cuidados a ter com a pandemia. As reuniões fazem-se exclusivamente por teleconferência. Enfim, no plano estratégico estamos obviamente limitados em termos de contacto com o mercado e os nossos clientes, mas procuramos ainda assim estar tão presentes quando possível, fazendo-os perceber que contam connosco em todas as circunstâncias, para os apoiar. Há quem defenda que das adversidades surgem as oportunidades. Assim, que novas ideias se ergueram para contornar a crise pandémica e elevaram a Sociedade Cruz Vilaça Advogados? O trabalho de equipa, que pudemos desenvolver e consolidar. Curiosamente, diríamos quase contra intuitivamente, o facto de os advogados e consultores se terem visto muito pouco nestes últimos meses – quase a chegar ao ano – incentivou a entreajuda, a partilha de trabalho e dossiês, reforçando aquela que é a nossa ideia mestre enquanto escritório “boutique”, especializado em direito europeu, e que é a de uma atividade assente na personalização de uma advocacia que se vai tornando, por vezes, excessivamente burocrática, altamente especializada e, ao mesmo tempo, despersonalizada. Isto é, e queremos prová-lo, pode-se ser especialista em direito da União Europeia, conhecer a fundo os meandros do direito da concorrência ou os mecanismos de salvaguarda dos direitos fundamentais, e ser ao mesmo tempo juristas “holísticos”, que não deixam de fora nenhuma dimensão do Direito, seja ele internacional, nacional, das novas realidades tecnológicas ou das velhas áreas da humanística com raízes no nosso passado. Sendo uma empresa multifacetada em Por-

“Felizmente, temos podido continuar a trabalhar e a prestar serviços com regularidade e eficácia. Houve, obviamente, uma retração por parte do mercado, com as empresas mais relutantes a apostar naquilo a que podemos chamar de advocacia preventiva" tugal e na Europa, como nos pode descrever o panorama atual do mundo jurídico face ao contexto e consequências que vivemos? O mundo jurídico vive tempos complexos e ao mesmo tempo altamente desafiantes, como acontece com a generalidade das empresas e dos profissionais. Também nele aumenta a precariedade e não é só em Portugal. As novas realidades tecnológicas apresentam complexidades e propõem desafios difíceis, que obrigam a graus de especialização por vezes muito sofisticados. Essa parece-nos ser uma das principais características do mundo jurídico atual, em que o desequilíbrio entre uma oferta especializada e o tradicional serviço jurídico generalista gera por vezes tensões e incompreensões. No entanto, ambos são necessários e se completam mutuamente. Os advogados – e os juristas em geral – estão confrontados também com âmbi-

tos jurídicos distintos e nem sempre facilmente conciliáveis, que coincidem com a sobreposição de níveis de soberania, do nacional ao internacional, passando pelo supranacional. E a própria legislação tem cada vez mais origem em fontes múltiplas, por vezes de difícil leitura, tornando complexa a determinação das jurisdições competentes e delicada a ação dos juristas – advogados e magistrados – envolvidos. É toda uma nova realidade em desenvolvimento; o nosso escritório, enraizado, como dizem, em Portugal e na Europa, conhece-a bem e procura, neste contexto, oferecer valor e conhecimento (que é igualmente valor) aos seus clientes e amigos. Acredita que há ainda espaço para um 2021 positivo? Que projetos novos e singulares têm planeados para este ano, fazendo jus à qualidade dos serviços prestados, à prontidão na satisfação das necessidades dos clientes, no rigor e na ética conhecidos pela Cruz Vilaça Advogados? ´ Esperemos que ainda haja tempo para um 2021 que permita a todos em Portugal (e, em geral, num mundo cada vez mais interdependente), recuperar uma parte da riqueza e dos laços que se perderam. A nossa oferta procura associar equipas multidisciplinares, motivadas e complementares, orientadas para as necessidades dos clientes. Em cada caso, a assistência prestada conta para o trabalho a desenvolver, com um conjunto de juristas não apenas especializados, mas com competências que cobrem um largo espetro, incluindo “softskills” úteis para os propósitos em vista. Somos advogados, mas também amigos – exigentes, solidários, eficientes e eficazes. No ano em curso, recebemos novos e jovens advogados, que treinamos e preparamos para o mundo da advocacia, da economia, do trabalho. ▪

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO - dIREITO PÚBLICO

CEDIPRE

RIGOR E DEDICAÇÃO

PEDRO COSTA GONÇALVES

É desde o ano de 2000 que o Centro de Estudos de Direito Público e Regulação se rege pelo princípio de promover a realização de diversos estudos assumindo um papel empenhado na elucidação de questões que se vêm colocando na área do Direito Público. Assim, e com a realização de cursos de pós-graduação, de que forma o CEDIPRE tem ultrapassado as adversidades da pandemia que vivemos? Pedro Costa Gonçalves, Diretor Executivo do mesmo, responde a esta e outras questões. Saiba tudo.

O

CEDIPRE – Centro de Estudos de Direito Público e Regulação, além de se assumir enquanto centro de investigação, também coloca à disposição de toda a comunidade um conjunto de cursos de pós-graduação bem estruturados para que os interessados estudem de forma mais profunda diversos temas de direito público. Com uma qualidade de ensino (re)conhecida, de que forma o Centro reajustou os seus conhecimentos face à pandemia que vivemos atualmente? Quais têm sido as maiores adversidades? O CEDIPRE é um instituto universitário, integrado na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, que, além do mais, organiza e ofe-

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rece cursos de pós-graduação e de atualização em áreas jurídicas de alta especialização, que pretendem, em regra, atingir profissionais liberais, bem como colaboradores de entidades públicas e privadas. Nessa parte da sua atividade, o CEDIPRE sofreu o embate da pandemia, mas rapidamente se adaptou, mediante a conversão dos seus cursos para o ambiente online. O balanço que hoje, passado quase um ano, podemos fazer é muito positivo, uma vez que, por força dessa conversão, conseguimos alcançar auditores (do Brasil, de Angola, de Moçambique, mas também de Itália e de Espanha) que não teriam possibilidade de frequentar os nossos cursos presenciais. Conseguimos esse resultado sem perda de qualidade do ensino

e, aliás, com a satisfação explícita dos nossos auditores. Apesar de o tema ainda não estar amadurecido, admito que, num futuro próximo, alguns dos nossos cursos, ou pelo menos algumas das suas edições, evoluam para um modelo misto, que conjugue ensino presencial e ensino online. É claro que, a dar-se este passo, teremos de o fazer com muita cautela, pois, apesar da evidente mais-valia que trouxe ao ensino na fase da pandemia, não cremos que o modelo de ensino online tenha virtudes suficientes para substituir a presença viva de professores e alunos em sala de aula. Existindo agora novas diretivas europeias sobre a contratação pública, nomeadamente


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por via eletrónica, existe quem defenda que, neste caso, os meios eletrónicos de informação e comunicação podem simplificar grandemente a eficiência e a transparência de contratação. Concorda? Quais são as potencialidades? As diretivas europeias para a contratação pública já são de 2014: o tempo passa muito depressa! A experiência da Europa ensina-nos muitas coisas, mas, seguramente, não em matéria de utilização de meios eletrónicos na contratação pública. Com efeito, o nosso país é percursor na contratação eletrónica, que, com coragem e até ousadia, foi imposta por lei no ano de 2008. Embora tenham existido, e ainda existam, alguns estrangulamentos e aspetos menos satisfatórios desse processo (por ex., tudo o que respeita à litigância infindável em matéria de assinaturas eletrónicas das propostas; ou os obstáculos de acesso ao sistema, sobretudo para as empresas não habitualizadas, e, portanto, com contactos menos frequentes com procedimentos de contratação), a verdade é que o saldo é amplamente positivo e, hoje, a contratação pública eletrónica apresenta-se como um bem inestimável, em si mesma e também no que permite, por ex., no que se refere à publicidade e à transparência dos negócios públicos. Já tenha dito, e não me canso de repetir, que a existência de um portal dos contratos públicos, que permite a qualquer cidadão conhecer, de uma forma simples, todos os contratos celebrados por quaisquer entidades públicas (desde os da pequena freguesia aos grandes contratos do Estado), é uma peça essencial para a construção de um Estado íntegro e transparente – e este é um projeto que, com esperança e firmeza, temos de continuar a procurar realizar todos os dias, mesmo quando os políticos nos desanimam.

públicas não ter praticamente parado contribui muito para esse resultado. Mas não só: a ideia que tenho, embora formada apenas com base em dados em bruto e na experiência, é a de que, apesar da tragédia que vivemos, a economia das prestações de serviços e dos fornecimentos de produtos à Administração continuou e continua a funcionar; os contratos continuam a ser celebrados e, em não poucos casos, até aumentou, e muito, o volume de dinheiro que passa do Estado para a economia, por via das compras públicas. Após uma análise fundada no Direito Público, e sendo o CEDIPRE um parceiro ativo da Revista Pontos de Vista, a celebrar a presente 100ª edição, que benefícios tem apresentado esta colaboração ao seio do Centro?

Em primeiro lugar, deixe-me felicitar vivamente a Revista Pontos de Vista por ter atingido um número tão expressivo quanto simbólico de edições. Respondendo à questão, como imagina, não é fácil medir os benefícios de uma presença episódica do CEDIPRE na vossa Revista. Mas temos bem a noção de que as instituições precisam de se dar a conhecer: não basta existir e fazer o trabalho bem feito; é preciso que se saiba disso; mas também é necessário que as pessoas cheguem a esse conhecimento através dos canais certos, que, também estes, possam contribuir para o prestígio das instituições. Pois é esta a ideia que temos no CEDIPRE a respeito da nossa presença na Revista Pontos de Vista: é um canal seguro, que aumenta a nossa visibilidade de uma forma correta. ▪

Quais são, na sua opinião, as maiores dificuldades organizacionais na adoção da Contratação Pública Eletrónica? Como disse há pouco, as dificuldades organizacionais são mais visíveis em relação às empresas que participam esporadicamente em procedimentos de contratação pública. Impõe-se, nesse caso, um esforço de aprendizagem que pode revelar-se excessivo. Mas manda a verdade que se diga que o que aqui está em causa é, sobretudo, uma exigência de modernização e de atualização que, em muitos outros aspetos, onera as nossas vidas e o nosso dia-a-dia e as empresas não podem dispensar-se desse esforço. Também no que à execução de contratos e compras diz respeito, a pandemia e as medidas públicas de combate a essa mesma pandemia afetaram a atividade económica. Como avalia de momento este enquadramento? Embora ainda cedo para formar juízos conclusivos, a pandemia talvez tenha tido, na execução dos contratos públicos, um impacto negativo bem menor do que se chegou a imaginar. O facto de a execução de contratos de obras

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO – EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO

Por Pedro Martins, Educational Counselor Portugal - Les Roches l Glion l Ecole Ducasse

Les Roches Connect e Glion Connect

novas formas de aprendizagem porque o futuro não pode esperar As mudanças globais geradas pela COVID-19 impulsionaram novas formas de vivência quotidiana que suscitaram alterações em todos os setores, nomeadamente na formação. As soluções para dar continuidade à formação dos alunos surgiram em várias plataformas digitais, ultrapassando fronteiras e restrições de proximidade física.

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Sommet Education, grupo líder em formação hoteleira e turística que integra o Glion Institute of Higher Education, a les Roches e a École Ducasse, criou uma solução de formação única denominada Connect. Uma opção de aprendizagem de última geração que combina dez semanas de ensino remoto seguido de dez semanas no campus. Esta situação permite que os novos estudantes internacionais tenham acesso ao primeiro semestre da sua licenciatura em International Hospitality Business na Glion and Global Hospitality Management na Les Roches de forma remota a partir de março e que cheguem aos campus na Suíça ou Espanha

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em junho para terminar o semestre de forma presencial. A solução Connect é baseada em quatro módulos de aprendizagem que geralmente compõem a introdução ao setor de Hotelaria, incluindo as Artes Práticas pelo que o setor é conhecido: Indução, Arte da Gastronomia, Universo Wine & Bar, Salas & Operações hoteleiras. Os módulos de artes práticas serão ministrados por especialistas reconhecidos mundialmente de todas as instituições Sommet, como Christophe Raoux e Luc Debove, Meilleurs Ouvriers de France, Chef Executivo e Chef Executivo de Pastelaria, respectivamente, na Ecole Ducasse, a famosa instituição de artes culinárias também


ESPECIAL 100a EDIÇÃO – EDUCAÇÃO & FORMAÇÃO

parte da Sommet Education criada por Alain Ducasse. A estes dois nomes juntam-se Paolo Basso, melhor sommelier do mundo em 2013 e Reza Nahaboo, melhor sommelier suíço em 2016, só para dar alguns exemplos. Todos os alunos participantes vão receber um “kit de boas-vindas” especial com itens necessários para utilizar nas aulas práticas, juntamente com tutoriais live e demonstrações, vídeos, bem como coaching e aulas one-to-one que

constituem a abordagem remota especial. Ao lado de cada módulo de aprendizagem remota, está disponível um programa complementar de atividades extracurriculares, incluindo competições envolventes e divertidas e desafios projetados para dar forma ao ensino prático, como cocktails e concursos on-line, demonstrações ao vivo e entrevistas com palestrantes convidados de forma a enriquecer a formação e aproximar os estudantes. ▪

“A solução de formação Connect é uma opção de aprendizagem de última geração que combina dez semanas de ensino remoto seguido de 10 semanas no campus”

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ESPECIAL 100a EDIÇÃO

Persistência e coragem Com um percurso preenchido de visão, objetivo e transparência, Manuel Lázaro é um exemplo admirável do que é ser empreendedor. É neste sentido que nos conta, mais uma vez, a sua experiência, conquistas, e contributo para as mais diversas àreas de negócio, inclusive o seu novo e inovador projeto “Magnoli Symbols”.

M

anuel Lázaro Silva, um empreendedor nato, com vários projetos e ligações com Países Lusófonos e no Mundo, é o criador de um projeto inovador o “Magnoli Symbols”, produção de plantas aromáticas, medicinais e óleos essenciais, cujo site será colocado no ativo em abril e sobre o qual ele nos vai falar. Cada projeto é um só, e este em especial, foi criado no âmbito de uma amizade de longa data, com o descendente do maior grupo francês de produção e venda de óleos essenciais, sediado na Provença Francesa. Criámos em 2018 a Magnoli Symbols Lda, com o projeto de produzir e vender, a nível nacional e internacional, a produção de PAM (Plantas Aromáticas e Medicinais) no Algarve, praticamente inexistente na região, ou pouco representativa no panorama nacional. O projeto foi aprovado no Nera (Associação Empresarial da Região do Algarve) em Loulé, para acedermos ao necessário financiamento, para o cultivo em grande escala mas consequentemente em 2019, por doença grave do meu sócio, tivemos de suspender a atividade e o projeto de plantação e construção de uma destilaria para esse fim. Neste espaço de tempo declarou-se uma pandemia mundial. No entanto após a sua saída em junho de 2020 da sociedade, decidi retomá-lo e fazer dele uma realidade com o lançamento do site de vendas online em abril de 2021, que estamos a construir neste preciso momento e com a previsão da produção em campo para 2022, visto que nesta altura e devido à situação que atravessamos de pandemia não seria possível fazê-lo de outra forma. A título pessoal, quais as características que diria serem fulcrais para singrar no mundo dos negócios? Para responder a essa questão, cito um famoso escritor brasileiro, “um guerreiro que nunca perdeu uma batalha, não conhece o sabor de uma vitória”. Persistência e coragem são as palavras-chave. O mundo está cheio de pessoas com boas intenções, mas com maus princípios. Visão, objetivo, transparência e confiança são, para mim, os laços que devemos transmitir. Acrescento que a credibilidade é o mais importante, sendo um somatório de coragem, de seriedade e de competência. Quais têm sido os pontos-chave ao longo do seu percurso e que lhe permitiram ser um homem/líder de sucesso? A visão de agarrar a oportunidade: fi-lo quando tinha 21 anos ao criar a minha primeira empresa, e quando realizei o meu primeiro contrato, a construção do armazém para a montagem do conjun-

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to de aviões da Latecoére, em Toulouse, nos anos idos, de setembro de 1984. A partir daí, foi sempre a construir projetos até 2014, uns de sucesso e outros não, deixei definitivamente a vida empresarial em França, quando decidi ir para Luanda-Angola, no final desse ano, e por ser outro desafio pessoal e profissional, que me lançaram e que aceitei.

na consolidação da sua estrutura e implementação nos países lusófonos, sendo São Tomé e Príncipe o último a aderir ao processo, faltando neste momento a Guiné Equatorial e Timor. Isso também resulta na aceitação da proposta da minha candidatura, a Vice-Presidente da casa de Angola no Algarve, estando ligado fortemente a este país, onde residi e lidero ainda hoje, um projeto internacional, em parceria com a MSC Cruzeiros em Lisboa, com um tour Operador Angolano, para a criação de uma nova rota Lusófona de cruzeiros para África, começando em Lisboa, (atracando) nos países de língua portuguesa, e terminando em Capetown. No caso da Casa de Angola no Algarve, com muita honra, e finalmente após alguma ponderação, aceitei o convite, com o objetivo de estreitar os laços com este país maravilhoso a nível cultural e empresarial, laços que nos unem desde sempre, pela história comum. Neste caso, também para dar um impulso na parte cultural e organizacional no evento anual de música Africana da C.A.A., e que já se realiza há alguns anos na Doca de Faro, pretendo de acordo com o seu Presidente, Alves Gameiro, que seja realizado um festival de música Lusófona diferente e inédito em Agosto de 2021, da forma que me for possível, ajudando a desenvolver esses laços com a minha experiência de vários anos, como administrador de uma Rádio associativa, ligada à comunidade portuguesa em França e que desde sempre realizou grandes eventos musicais.

Manuel Lázaro é o Presidente da AdielSumus Associação Empresarial, e recentemente apresentado na lista para Vice-Presidente da Casa de Angola do Algarve, o que este cargo irá exigir de si enquanto líder de uma associação para o desenvolvimento e investimentos empresariais nos Paises de lingua oficial portuguesa? Começarei por responder a essa questão, com uma pergunta que um homem fez a um Sábio! - “Diga-me senhor, em que área eu poderia fazer uma grande carreira?”. Ele respondeu com um sorriso, - “Seja um bom ser humano. Há muitas oportunidades nessa área e muita pouca concorrência”. O foco principal da minha ação neste momento é de perenizar, desenvolver e estruturar, com o apoio dos Órgãos Sociais e dos nossos Coordenadores nas delegações em cada país, já nomeados. A AdielSumus, (Associação para o desenvolvimento e investimento na Lusofonia) e nos demais países onde já temos representação, é uma instituição criada com três membros em 2019 e que hoje tem várias dezenas de empresários e empresas associadas. Temos vindo a dar passos seguros

O que tem a dizer deste marco histórico dos 100 números editados pela Revista Pontos de Vista? Acha que esta parceria permite uma maior visibilidade sobre a AdielSumus no mercado em geral e por isso avizinham-se novos desafios e projetos em conjunto? Obviamente, se a melhor peça de arte estiver escondida e não puder ser apreciada ao seu justo valor pelas pessoas, não serve para nada. Estou satisfeito por ter aceite este desafio desta parceria com a Pontos de Vista, parabenizo o seu diretor juntamente com sua equipa, e posso congratular-me por sermos incluídos neste número 100, marco do sucesso do vosso trabalho a nível nacional e internacional, divulgando as ações e projetos, dos quais pretendemos manter as publicações, nas mais variadas ações das nossas empresas. Neste foco, permitindo divulgar ao mundo lusófono e empresarial a nossa ação, deixo o desafio - podem contar connosco e com a nossa experiência em consultoria, nos mais variados projetos de investimento, para os países lusófonos e no mundo.▪

MANUEL LÁZARO


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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Acredito que o que me traz

brilho aos olhos,

é ver para além de só olhar” Em todas as atividades que sonhamos, criamos e desenvolvemos, há um fio que nos guia – e esse é o propósito da Escola Transpessoal. Oferecer experiências impactantes, que desafiem, que apoiem e acrescentem significado à história de cada um é o princípio, meio e fim daquilo que se propõe diariamente. Da Direção Geral para a Revista Pontos de Vista, Vanessa Oliveira, explicou-nos em entrevista como é importante “fazermos da nossa vida um hino a esse algo que temos dentro”.

VANESSA OLIVEIRA

A

bagagem da Vanessa Oliveira conta com um vasto percurso que determinou quem é atualmente enquanto pessoa, mulher e profissional. Assim, interessa conhecer mais profundamente a sua história. O que nos pode contar? Diria que todos os caminhos que fui trilhando assentaram na curiosidade e atração pelo “mistério” bem como no interesse genuíno pelo ser humano. Estudei psicologia e enveredei pela área organizacional, onde ganhei ampla experiência nos vários domínios dos RH, coordenei equipas e desenvolvi um olhar rico sobre a gestão ao ter estado frequentemente na fase de criação e estruturação das empresas. Continuei a estudar, a atualizar-me, e a abrir horizontes através de viagens e da escuta atenta das pessoas ao meu lado. Mais tarde, encontrei o “lugar certo” desde onde acompanhar outros e rendi-me ao apelo da psicoterapia. Inúmeras são as características com que a equipa da Escola Transpessoal a descreve, nomeadamente “a montanha” que sustenta a mesma. De que forma surgiu este sonho e como tem sido desenvolvido ao longo dos anos? Este sonho nasce após me ter inscrito no curso de Terapia Transpessoal em Espanha e ter sentido na própria pele o impacto e a transformação da experiência. Não me deparei com um espaço árido onde se debitavam informações, mas com um espaço fértil, real, onde podíamos descobrir-nos a nós mesmos e relacionarmo-

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-nos de forma mais significativa com tudo. Fui convidada a expandir a escola para a língua portuguesa, e ainda que isso não estivesse nos meus planos, acho que esse sonho se atravessou no meu caminho e me pediu para o materializar. Continuámos a sonhar e a crescer e fomos diversificando a formação e construindo programas corporate. Tudo isto é resultado não da existência de uma montanha, mas daquilo que somos juntos - uma verdadeira “cordilheira”. O termo “transpessoal” significa “mais além” ou “através” do pessoal e refere-se a tudo o que está para além da personalidade, circunstâncias e história pessoal que nos permite experimentar uma realidade mais ampla, mais significativa e com mais sentido. Com base nesta definição, como nos pode descrever a missão da Escola? De uma forma muito simples, estamos todos os dias a aprender e a partilhar esta experiência que é Ser-se Humano. Buscamos a profundidade, exploramos o que está “para além de”, aquilo que são as raízes dos nossos conflitos, das nossas limitações, e também aquilo que nos une e que em nós clama por nascer para o mundo. Quando vamos mais além das personagens que construímos e deixamos de ver a vida de forma superficial e literal, abrimo-nos aos milagres do dia-a-dia. Mais além de idealismos e perfeccionismos castradores, abraçamos a vida e quem somos, de forma inteira, com luzes e com sombras.


“De uma forma muito simples, estamos todos os dias a aprender e a partilhar esta experiência que é Serse Humano. Buscamos a profundidade, exploramos o que está “para além de”, aquilo que são as raízes dos nossos conflitos, das nossas limitações, e também aquilo que nos une e que em nós clama por nascer para o mundo” Sendo que o propósito é a transformação, todas as atividades da Escola Transpessoal passam por oferecer experiências impactantes, que desafiem, que apoiem e que aportem significado e sentido à história de cada um. Para melhor entender, de que experiências estamos a falar? Estamos a falar de experiências que nos fazem olhar para nós, para o outro, para o mundo e para a vida, de uma outra forma. Essa mudança de perspetiva reescreve a nossa história passada, permite-nos estar verdadeiramente presentes aqui-e-agora, e abre-nos espaço para um futuro pleno de sentido, mais próximo de quem realmente Somos.

gem aos nossos leitores em prol do projeto que é a Escola Transpessoal e toda a sabedoria que se pode adquirir no mesmo? Todos nós já intuímos a existência de algo mais. Não me refiro à religião, nem a crenças ou filosofias. Falo de ir ao encontro de nós mesmos e de, a partir dessa intimidade e profundidade, fazermos da nossa vida um hino a esse algo que temos dentro. Quem quiser percorrer esse caminho, tem aqui uma porta aberta. ▪

Todos nós somos movidos diariamente por algo que nos faz “brilhar os olhos”, no caso da Vanessa Oliveira, podemos assegurar que é a compaixão pelas pessoas? Qual tem vindo a ser o estímulo diário e a inspiração ao longo dos anos? Acredito que o que me traz brilho aos olhos, é ver para além de só olhar. Nesse atravessar da superfície consigo encontrar a beleza das coisas, comover-me, inspirar-me, suster-me, e perceber a dimensão de tudo. A compaixão é “ouro”, mas como tudo o que vale a pena, é como uma planta selvagem, que brota onde quer, e que não se sujeita ao nosso desejo. Todos os dias me preparo, como quem prepara a terra, para que ela queira nascer aqui, em mim. Gostaria de deixar uma mensa-

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Adoro o mar,

mergulhar nele e saber que ali sim está o pulmão do planeta”

Helena Vieira assumiu o cargo de Diretora Geral de Política do Mar em Portugal há um ano – num dos momentos mais complexos da história da humanidade moderna. Contudo, é pelo seu espírito inovador, empreendedor e fortemente ligado à economia, que conseguiu (com a ajuda de uma equipa coesa e determinada) elaborar uma nova Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030, tal como impulsionar o Programa Crescimento Azul dos EEA Grants 2014-2021 que, embora ambicioso, já conta com uma superação de resultados. Conheça mais.

“Acreditamos que a concretização destes projetos contribui para uma Economia do Mar em Portugal mais eficaz, inovadora e sustentável, atingindo o tão desejado crescimento económico (marinho e marítimo), a coesão social (em termos de comunidades locais e atividades marítimas) e a proteção do meio marinho para um País e um Planeta mais sustentáveis” HELENA VIEIRA

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o dia 8 de março de 2021 assinala-se o Dia Internacional da Mulher – uma data que visa comemorar as conquistas profundas que, ao longo dos tempos, conduziram a uma (mais) próxima igualdade entre homens e mulheres. Assim, é de todo o interesse conhecer melhor a Helena Vieira, enquanto mulher que assume há muito um cargo de liderança. O que nos pode contar? Enquanto primeira Diretora Geral de Política do Mar em Portugal sinto um enorme orgulho por poder exercer este cargo, mas também uma enorme responsabilidade por exercê-lo neste contexto tão inóspito em que nos encontramos. Não sou política, nem tenho filiação política, e toda a minha carreira tem sido pautada por mérito, ao procurar sempre fazer mais e melhor pela inovação, ciência, empreendedorismo, economia e claro, o mar Português. Sou bióloga molecular de formação, e tenho exercido maioritariamente cargos ligados ao empreendedorismo científico, formação académica e interface entre a indústria, academia e administração pública, quer em Por-

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tugal quer na Europa. Apaixono-me por desafios, sou muito exigente, principalmente comigo, e procuro sempre ser muito pragmática na procura da melhor solução. Adoro o mar, mergulhar nele e saber que ali sim está o pulmão do planeta. Numa altura em que os Direitos da Mulher parecem surgir com maior relevância, e apesar de todos os seus avanços, considera que a igualdade de oportunidades é atualmente uma realidade? O que falta concretizar? Não posso dizer que tenha sentido ao longo da minha carreira falta de oportunidades ou discriminação negativa pelo meu género em Portugal. Aliás, em Portugal as mulheres na ciência até estão em ligeira vantagem. Mas sei que ainda há desigualdades, principalmente noutras áreas, como no sector económico, financeiro e governativo nacional, onde nem todas as oportunidades são dadas de forma igual a homens e mulheres e isso vê-se ainda, atualmente, nos lugares de maior liderança. A conciliação e adequação dos cargos de topo com os outros papeis da mulher e mãe,

que todos sabemos existirem, é o mais difícil de concretizar. Está à frente da grande organização que é a DGPM – Direção-Geral de Política do Mar, tem como desiderato desenvolver, avaliar e atualizar a Estratégia Nacional para o Mar, elaborar e propor a política nacional do mar das suas diversas vertentes, entre outros. Qual tem vindo a ser o método que eficazmente tem utilizado para a concretização destes objetivos? Estou neste cargo vai fazer dia 16 de Março 2021 precisamente um ano. Comecei-o numa das épocas mais desafiantes da história da humanidade moderna e não posso ignorar que tal afetou, e muito, a capacidade de transformar, melhorar e implementar mais rapidamente que o que desejaria. No entanto, se olhar para trás vejo que o que conseguimos neste ano mega difícil é simplesmente fantástico. Elaboramos a nova Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030, que recebeu mais de 250 contributos em consulta pública e foi apresentada em mais de 12 sessões em pouco


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

mais de um mês; iniciamos o Roteiro do Empreendedorismo e Economia Azul onde pretendemos dar a conhecer as empresas e projetos mais inovadores e diferenciadores da Economia do Mar em Portugal, criámos o Portugal Blue com o Banco Português de Fomento e o Fundo Europeu de Investimento, com capacidade para investir até 75M Eur na Economia Azul nacional sustentável e inovadora; desenvolvemos e implementámos rapidamente, no âmbito do Fundo Azul, medidas extraordinárias de apoio à tesouraria das empresas da Economia do mar Portuguesas na sequência da pandemia COVID-19 do Fundo Azul; aumentamos a execução do Fundo Azul para 34,19%, a mais alta de sempre desde a sua génese, lançamos mais 5 concursos no Programa Crescimento Azul dos EEA Grants e aprovámos já 64 projetos num total de financiamento concedido de 17,9 M EUR. A DGPM enquanto operador do Programa Crescimento Azul, dos EEA Grants 2014-2021, está a apoiar financeiramente com 2M Eur o Projeto Pré-definido que permite a instalação no Navio de investigação científica Mário Ruivo de novos equipamentos de mapeamento do fundo marinho e coluna de água, projeto este, promovido pelo IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. O Navio Mário Ruivo estará em breve a realizar campanhas e missões multidisciplinares, traduzindo-se numa mais valia para a comunidade científica nacional e internacional. alterámos completamente a forma de comunicar da DGPM, abrangendo um público mais vasto e diverso e reforçamos o nº de escolas aderentes ao Programa Escola Azul. Isto sem esquecer, claro, todo o apoio ao Ministro do Mar e ao Governo, no controlo da Pandemia e na elaboração dos planos e estratégias nacionais tão relevantes na resposta e recuperação desta enorme crise. Fizemos tudo isto com uma equipa fantástica, muito foco, dedicação e planeamento pragmático. Outro projeto em vigor pela DGPM é o “Programa Crescimento Azul”, que visa aumentar a

criação de valor e o crescimento sustentável na economia azul portuguesa. Além disso, conta aumentar a investigação e promover a educação e a formação nas áreas marinha e marítimas. Que outros resultados espera ver concretizados com a realização deste projeto? Quão importante significa este “Crescimento Azul” em Portugal? O Programa Crescimento Azul dos EEA Grants 2014-2021, é um Programa ambicioso que vai para além dos resultados esperados. Neste momento temos já 64 projetos aprovados, e contamos ter ainda muitos mais no decorrer de 2021, com os avisos que já fecharam e os que estão de momento abertos. Importa referir que o objetivo global a que se propõe é de reduzir as disparidades económicas e sociais e reforçar as relações bilaterais e diplomáticas entre Portugal e os Estados Doadores (Noruega, Islândia e Liechtenstein), através do financiamento de diferentes projetos nas áreas do Desenvolvimento de negócios, inovação e PMEs, na Investigação e na Educação, Bolsas de Estudo, Literacia e Empreendedorismo Jovem. Os resultados que esperamos para a área do Crescimento Azul terão necessariamente de estar alinhados com o aumento da competitividade das empresas portuguesas, com o apoio à eficiência de recursos nas empresas do setor marítimo, a melhoria do desempenho das organizações de investigação portuguesas, o reforço da educação, formação e cooperação em questões marinhas e marítimas e uma maior colaboração entre o beneficiário e os Estados doadores, traduzindo-se nas inúmeras parcerias criadas ao longo do programa entre Promotores e Parceiros de projeto. Acreditamos que a concretização destes projetos contribui para uma Economia do Mar em Portugal mais eficaz, inovadora e sustentável, atingindo o tão desejado crescimento económico (marinho e marítimo), a coesão social (em termos de comunidades locais e atividades marítimas) e a proteção do meio marinho para um País e um Planeta mais sustentáveis.

Como nos descreve a evolução da Economia do Mar nos últimos anos? Que impacto está a resultar da pandemia que vivemos atualmente na mesma? Os dados mais recentes mostram-nos que em 2018, a Economia do Mar já representava 5.1% do PIB, 5% das exportações nacionais e 4,1% dos empregos do país. A Conta Satélite do Mar, elaborada em parceria com o INE, permite ainda mostrar que a Economia do Mar cresceu, entre 2016 e 2018, praticamente o dobro da Economia Nacional. Cresceu 18.5% em Valor Acrescentado Bruto e 8.3% em emprego, sendo que a Economia Nacional registou um aumento de 9.6% em VAB e 3.4% em emprego. Ainda é cedo para avaliar o impacto da pandemia na Economia do Mar, mas o setor já está e continuará certamente a sentir os efeitos da pandemia. No entanto, deixando uma nota de esperança (ainda que muito cautelosa), recordo que, no período que se seguiu à crise financeira de 2008, a Economia do Mar demonstrou uma enorme resiliência tanto a nível de receita como de emprego. Por fim, e no que à DGPM diz respeito, que ação foi desenhada para o ano de 2021 para (bem) efetivar a missão que se propõe diariamente? Em 2021 pretendemos dar continuidade à implementação do plano de ação da nova Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030, trabalhando com a rede de pontos focais dos diferentes ministérios para garantir o sucesso da mesma. Por outro lado, temos a Presidência Portuguesa da União Europeia no 1º semestre do ano que nos absorverá a todos muito, na preparação de todas as negociações a decorrer sobre os mecanismos financeiros de apoio à recuperação económica pós pandemia, mas também dos novos quadros de financiamento plurianual e Horizonte Europa, não esquecendo os relevantes eventos da exclusiva responsabilidade do Ministério do Mar que ocorrerão neste período e todas as relações e cooperação internacionais em causa. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Realmente penso que a

maior inspiração em termos de trabalho é não desistir,

acreditar e persistir”

MARTA SANTOS

Começou o seu percurso profissional na área do Serviço Social diretamente ligado a jovens, idosos e vítimas de violência doméstica. O propósito de impactar positivamente na vida de todos os que estão ao seu alcance tomou conta da sua história. Hoje, Marta Santos, enquanto Diretora de Recursos Humanos no Grupo Arriva, em Portugal, lidera uma equipa de pessoas determinadas e motivadas por, também elas, fazerem a diferença.

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m determinados momentos da vida somos desafiados a ir por caminhos distintos daqueles, em tempos, já ambicionados. Contudo, no caso da Marta Santos, “desafio” é o que mais lhe faz brilhar os olhos. Licenciada em Política Social, após seis anos a trabalhar na área da Consultoria de Organização e Pessoas (responsável pelos mercados Portugal, Angola e Moçambique) regressa ao “lado do Cliente” – hoje desempenha o cargo de Diretora de Recursos Humanos no Grupo Arriva, em Portugal. Mais do que preparada para abraçar uma nova etapa, nunca esquecendo o mote pelo qual se rege diariamente de proporcionar um impacto positivo na vida das pessoas, é apenas desde dezembro do ano pas-

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sado que a nossa entrevistada assume uma posição de liderança na empresa de transportes públicos – todos os ingredientes estavam aptos e reunidos. Desde 1926 a desenvolver a atividade de transporte regular de passageiros na Europa, e desde 2000 em Portugal, a Arriva emprega mais de 1200 pessoas. Apesar da cronologia de sucesso, a marca manteve-se durante largos anos discreta no mercado sendo que, para Marta Santos “o grande ponto de viragem foi há relativamente pouco tempo, quando se iniciou o processo de transformação digital e cultural com uma nova estratégia, clara, estruturada e segura daquilo que pretende”. Além disso, a capacidade, mobilidade e sustentabilidade têm sido as palavras de ordem.

Para Marta Santos, o sucesso corporativo apenas se desenvolve pelas mãos das pessoas que trabalham nas Organizações. “Eu acredito profundamente que são, de facto, as pessoas que fazem as empresas. Por muito que tenhamos uma boa estratégia, não conseguimos alcançar o sucesso sem colaboradores que estejam capacitados, motivados e felizes com o que fazem. A felicidade é um caminho, não é uma meta”. Desta forma, tudo é realizado para que os trabalhadores se sintam bem: ouvir as suas necessidades, em primeiro lugar e, o mais importante, as suas preocupações e expectativas, e alinhar esse conhecimento com a estratégia desenhada. Estarão, assim, reunidas as condições necessárias para colocar os trabalhadores a bordo, nesta à viagem rumo ao futuro, onde é permitido sonhar. Exemplo perfeito de que as pessoas, para a Arriva, importam, é a forma como têm sido tratadas em tempos de pandemia. Com um impacto extremamente marcado pelo encerramento das escolas e do comércio, o volume da operação de transportes públicos ficou, obviamente, afetado. Contudo, sendo uma atividade considerada


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

essencial, mantiveram os serviços, conseguindo, neste confinamento, não colocar os trabalhadores em regime de lay-off. Os mesmos que, por estarem na linha da frente no que respeita ao contacto próximo com a população, foram protegidos desde o primeiro dia com a implementação de medidas de segurança individual e coletivas. Certo é que, “apesar de todas as adversidades, procurámos sempre que as pessoas, fossem tratadas de forma igualitária, justa e preservada”. “É fundamental gostarmos daquilo que fazemos e na área de RH temos de gostar de pessoas. Gostar de trabalhar com as mesmas, trabalhar o seu desenvolvimento, a sua integração, o seu bem-estar. Eu visto muito a camisola do sítio onde estou, portanto gostar daquilo que faço é, para mim, fundamental. Gosto muito de desenvolver equipas, de sentir que o meu trabalho contribui para melhorar a forma de estar, de fazer, de funcionar. Traz-me, de facto, bastante alento”, assegura a nossa entrevistada. Pessoa, Mulher, Profissional Enquanto Diretora de Recursos Humanos, a Marta Santos é um (excelente) exemplo de que a diferença de géneros não têm qualquer poder quando se trata de profissionalismo. Num mundo em que a igualdade de oportunidades ainda é um tema a ser constantemente debatido, interessa compreender a perspetiva de mulheres que lutam diariamente pelos seus direitos e não existe melhor momento do que este: o mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. “Penso que há um caminho muito significativo a percorrer no que concerne à paridade de género. Quando me perguntam se continua a fazer sentido comemorarmos este dia – faz todo o sentido! Em termos globais é necessário haver um olhar transversal na sociedade que assegure que este caminho continue a ser percorrido”, afirma a nossa interlocutora, acrescentando ainda que “não chegámos de todo à meta. A meta, a nível global, tem ficado mais longe a cada ano, segundo o

“Eu acredito profundamente que são, de facto, as pessoas que fazem as empresas. Por muito que tenhamos uma boa estratégia, não conseguimos alcançar o sucesso sem colaboradores que estejam capacitados, motivados e felizes com o que fazem. A felicidade é um caminho, não é uma meta" fórum Económico Mundial, e a pandemia certamente não veio facilitar. Há muito mais mulheres em trabalho precário e com salários reduzidos – em Portugal e no mundo! – e numa altura em que a crise se evidencia, também se evidenciam estas fragilidades. As mulheres são o grupo mais afetado pelas questões de desemprego, ou no que respeita a acumular funções laborais com as domésticas, para não falar de outros temas como o acesso à educação e à saúde, a violência, etc…”. Já a sua experiência pessoal até aos dias de hoje foi muito positiva, uma vez que afirma ter tido a sorte de trabalhar, quase sempre, em empresas em que as questões de género se encontravam em cima da mesa, sem receios. E mais, reconhece sentir-se rica espiritualmente pelos inúmeros exemplos femininos de liderança que a motivaram a ser quem é hoje: pessoa, mulher, profissional. Mas, o que define a Marta Santos enquanto líder? A própria responde que “trabalho uma liderança inclusiva e colaborativa. O ouvir as pessoas, as diferentes opiniões e perspetivas. É isso que nos enriquece e nos desafia.”. Um líder, no fundo, não lidera para si mas sim para os outros. Sejamos líderes ou não, importa acreditarmos honestamente naquilo que somos capazes. “Acreditar, acreditar, acreditar”, tal como Marta Santos

refere, acabando por deixar uma mensagem especial ao poderoso movimento feminino. “É fundamental haja um ciclo de liderança feminina que seja sustentado pelas próprias mulheres, que haja a capacidade de puxarmos umas pelas outras, de nos ajudarmos, desafiarmos e colaborarmos de forma positiva. E obviamente também é importante o apoio dos homens que acreditam nas mulheres (e é importante dizê-lo!). Não seremos mais, mas claramente também não somos – nem podemos deixar que nos tratem – como menos do que ninguém. Realmente penso que a maior inspiração em termos de trabalho é não desistir, acreditar e persistir. Mas, por favor, não nos esqueçamos que a vida também não é só trabalho. Há muitos outros fatores que também nos alimentam e são essenciais para mantermos a nossa força anímica e a nossa resiliência. Mais uma vez, acreditar”. Para o futuro, Marta Santos admite que há muito por concretizar ainda. A nível profissional, todos os dias são propícios a novos desafios. Para a Arriva, em Portugal, é um momento fulcral para a consolidação da sua estratégia, “mas também não ficaremos por aqui – quando se cumprir o plano de transformação, outros aparecerão, com outra forma, com novos projetos.” A vida é feita disso mesmo. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Qualidade, rigor e eficácia É através de uma equipa de profissionais preparada para responder com qualidade aos desafios colocados nas diversas áreas do direito, que a MAGNA – Sociedade de Advogados se encontra de forma consolidada há 15 anos no mercado. Maria Inês Santos e Vanda Neto, Sócias da sociedade, contam-nos tudo sobre este e outros temas. resposta aos desafios que lhe são colocados pelos seus clientes. Pelo que, ao nível dos recursos humanos que a enformam, a MAGNA valoriza a competência técnica ao mesmo nível dos valores humanos, a fim de criar melhor e mais rápida empatia com o cliente que em nós confia e que, por isso mesmo, aumenta em nós a responsabilidade pelas suas causas.

MARIA INÊS SANTOS E VANDA NETO

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epositária de uma experiência e saber acumulados em vários anos de exercício de advocacia com êxito assinalável, a MAGNA – Sociedade de Advogados, tem-se afirmado como uma referência no panorama da Advocacia Nacional. Quais são os fatores distintivos que têm promovido tal sucesso?

Desde a sua fundação que a MAGNA – Sociedade de Advogados privilegia na sua atuação a procura constante de rigor, ética e dinamismo em cada um dos Colaboradores que a integram. No contexto atual, devido às grandes modificações no mercado de trabalho, o escritório garante a qualidade dos serviços prestados pela proximidade, disciplina, organização e celeridade na

De acordo com a pandemia que vivemos atualmente, de que forma a MAGNA tem reajustado os seus serviços? A MAGNA sempre manteve e preservou os valores da advocacia de proximidade, e felizmente já tinha reforçado a sua equipa com o recrutamento de um profissional especializado em marketing e análise de dados, de modo a preparar a sociedade para os tempos futuros. Procurámos ser o mais pró-ativos possíveis, já no início da pandemia mudamos o site com uma área de destaque à COVID-19, com atualização diária, bem como houve a necessidade de enviar a newsletter semanal e publicação nas redes sociais com as alterações legislativas mais significativas. No v/ parecer, como se encontram de momento – tendo em conta a crise pandémica – as Sociedades de Advogados? Qual tem sido o impacto nas mesmas? No setor da justiça designadamente nas sociedades de advogados, teve e terá nos próximos tempos impacto em três vertentes: - nas formas de organização do trabalho e de funcionamento das equipas. - no atraso das diligências e decurso dos processos judiciais, na sequência da suspensão dos prazos judiciais; - crise económico-social do tecido empresarial e dos particulares em geral. Felizmente, e até à presente data, a MAGNA não sentiu ainda impacto negativo, o volume de trabalho continua bastante intenso. Esta pandemia veio em termos de alterações legislativas dar um impulso a várias áreas como a laboral,

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segurança social, reestruturação e insolvência. O momento que estamos a viver tem de ser encarada como uma oportunidade de afirmarmos a nossa capacidade de adaptação as necessidades reais e constantes dos clientes. A ocuparem um cargo de liderança, a Maria Inês Santos e a Vanda Amado Neto, têm ao longo dos tempos demonstrado um poderoso exemplo de que a dita liderança não se baseia em géneros e sim em pessoas e profissionais. No universo da Advocacia, em que posição se encontra atualmente o tema da igualdade de oportunidades? A Magna é constituída na sua maioria por mulheres, sendo que, a igualdade de género exige que, numa sociedade, homens e mulheres gozem das mesmas oportunidades na carreira profissional, pelo que o tema é cada vez mais priorizado nas organizações e suas políticas gerais. Felizmente no nosso percurso profissional ser mulher não foi um entrave ao nosso crescimento e realização profissional. Consideramos que a meritocracia é o principal critério para qualquer advogado crescer profissionalmente e nortear a progressão da sua carreira, independentemente do género. O que está de errado na forma como a sociedade ainda discrimina as mulheres e o que podem as mesmas fazer para contornar esta questão? A mudança de mentalidades não ocorre de um momento para o outro, está culturalmente enraizado na nossa sociedade, contudo, há a necessidade de desde cedo nas escolas serem eliminados os estereótipos e preconceitos da discriminação de géneros, cultivando e incentivando a meritocracia. O direito das mulheres não é um tema exclusivo das mulheres, é algo que nos deve implicar a todos, na procura incessante de inclusão, participação e integração equilibrada das mulheres em todas as áreas da sociedade. ▪


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Sempre gostei de aceitar desafios e de os superar” Na 100ª Edição da Revista Pontos de Vista contamos com a presença de parceiros que, ao longo dos tempos, se mantiveram positivos e empenhados na promoção da sua história e do seu negócio. Assim, Cidália Ferreira, CEO da Esonor – Opticalia, contou-nos em entrevista, mais uma vez, a sua perspetiva sobre este e outros temas, nomeadamente (e para breve) sobre expansão das suas lojas. Saiba mais.

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m tempos incertos devido à pandemia que vivemos, como tem a Esonor – Opticalia ultrapassado as adversidades impostas pela mesma? Trabalhando lado a lado com os clientes para os ajudar em tudo o que podemos. No primeiro confinamento tínhamos todos uma postura mais receosa e não estávamos preparados para receber os clientes porque não se sabia também o que deveríamos fazer e como. Neste segundo momento já tínhamos as lojas preparadíssimas para receber os clientes em total segurança, por isso, estamos a trabalhar a comunicação nas redes sociais, junto da base dos nossos clientes, a garantir que nos podem visitar e que não precisam de adiar as suas consultas ou a compra de óculos. Por outro lado, o facto de as pessoas estarem mais em casa e as crianças terem escola à distância, constantemente em frente a um ecrã, veio acentuar em muitos casos as necessidades visuais. Posso terminar a dizer que estamos em constante adaptação no nosso negócio, para responder às adversidades e desafios, sempre confiantes que brevemente ultrapassaremos este período mais complicado para todos.

Apesar dos diversos desafios, sabemos que vai aumentar a loja do Arrábida Shopping e abrir nova loja no Marshoping. Para quando a sua concretização e qual é a expectativa que tem para a mesma? Sempre gostei de aceitar desafios e de os superar. Não faz parte da minha forma de ser baixar os braços, e este projeto é isso mesmo também, aliás desde o início. A loja do Arrábida Shopping tem sido uma loja que foi um marco para a Esonor/ Olhar longo e a Opticalia. No caso da Opticalia foi a abertura da sua 100ª loja em território nacional, algo que na altura foi um marco muito importante quando haviam tantas vozes descrentes do sucesso do projecto, para a Esonor/Olhar longo marcou a entrada da nossa empresa nos shopping maiores algo que era uma ambição antiga. Quase 8 anos após a sua abertura estava na hora de ter um espaço maior e conceito renovado. A expectativa é que com esta renovação se consiga chegar a cada vez mais pessoas que nos vejam conhecer e se sintam agradadas e fidelizadas pelo nosso produto e serviço. A loja do Marshoping era um sonho antigo, apareceu a oportunidade e dicidimos avançar mesmo não sendo a melhor fase dado a situação atual. Está prevista a abertura quando abrir o comércio em geral.

CIDÁLIA FERREIRA

Enquanto parceira efetiva da Revista Pontos de Vista e de forma a celebrar as nossas cem edições, como classifica e descreve o envolvimento que a Esonor – Opticalia tem tido com o nosso projeto ao longo dos tempos? É uma revista com a qual me identifico por apresentar testemunhos de pessoas que têm sucesso ou se destacam em algum campo pela positiva. O nosso principal propósito tem sido ajudar as organizações a serem mais e melhores e, neste momento, a ultrapassar a época difícil que vivemos. Assim, que mais-valias a comunicação que tem sido aqui concretizada trouxe à Esonor – Opticalia? Desde sempre que acreditamos que a comunicação é um dos pontos principais dos negócios, por isso, estar com publicações de referência é sem dúvida uma mais-valia. Traz-nos notoriedade, reconhecimento e permite-nos partilhar um pouco da nossa visão do negócio com outros players do mercado. Sem esquecer outra data igualmente importante, a 8 de março de 2021 celebra-se o Dia Internacional da Mulher. São relembradas essencialmente as conquistas das mulheres ao longo dos anos na história do universo – histórias essas que consolidaram os Direitos que hoje são conhecidos. Contudo, há quem defenda ainda que, nomeadamente em Portugal, na prática ainda está longe de alcançar a igualdade. Concorda com esta afirmação? Porquê? Temos uma sociedade ainda com uma mentalidade masculina muito entranhada. E está nas mãos de todas as mulheres irem lutando para alterar isso aos poucos. Igualdade haverá quando

o acesso às funções de topo for igual para homens e mulheres sem ser necessário impor quotas para isso acontecer, quando os salários forem em função das funções desempenhadas e do mérito e não do género dos trabalhadores; quando na cabeça dos homens e da mulheres as funções em casa forem repartidas naturalmente e ser um cuidador deixar de ter um sexo associado; quando a educação dos filhos rapazes e das filhas raparigas for baseada nos princípios da igualdade; quando as mulheres conseguirem cultivar a sororidade (é um termo que anda muito na moda, mas que representa exatamente isto que quero dizer), a importância das mulheres se apoiarem, criarem relações de união. Há ainda um longo caminho a percorrer, mas já se notam algumas mudanças, por isso, acredito que lá chegaremos. Gostaria de deixar uma mensagem a todas as mulheres que diariamente lutam para que esta igualdade seja de facto uma realidade? Que continuem a lutar, que todas juntas poderemos, sem dúvida, fazer a diferença. Que há uma cultura muito enraizada na maioria de nós, que veio com a educação, que os homens e as mulheres não têm os mesmos direitos e deveres. E que mudar esta mentalidade só depende de cada uma de nós e começa em casa, nas relações que estabelecemos com os nossos companheiros, a forma como educamos os nossos filhos e filhas, os princípios que lhes passamos e depois nos locais de trabalho na forma como nos comportamos e deixamos que nos tratem. São todos estes pequenos comportamentos que se formos conseguindo alterar vão, sem dúvida, fazer e marcar a diferença. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

SmartKISS

“Marketing com amor” “No Marketing, temos que inovar com arte”, afirma Adriana Carneiro, CEO da SmartKISS, uma agência que se destaca por elevar as potencialidades dos clientes, o que resulta de uma proximidade única e indiscutível com os mesmos. Assim, conhecendo (e bem) o significado da palavra “persistir”, entre desafios e batalhas superadas, a nossa entrevistada confidenciou à Revista Pontos de Vista a sua história, dando ainda uma perspetiva sobre o Dia Internacional da Mulher. ADRIANA CARNEIRO

A

SmartKISS é movida essencialmente pela criatividade, inovação e simplicidade de demonstrar diariamente que é possível “romper” o comum e mesmo assim liderar o digital. Assim, sempre com a coragem de acreditar e enfrentar o futuro sem preconceitos, de que forma tem, ao longo da existência da empresa, concretizado este propósito? Que soluções oferecem? O Marketing tem que ser Keep it Simple, intuitivo, apelativo em comunicação e Design, dinâmico mas simples, pois os utilizadores têm que se identificar com a marca e fazê-la parte da suas vidas. Simples, mas não básico, inovador. A grande diferença da SmartKISS das outras agências, é o contacto direto e muito próximo com o Cliente, com whatsapp criado para cada um em que estamos sempre On, em deslocações para gravações e fotografias e o estar com o Cliente. Dar resultados, mas com uma relação de proximidade única, com um Help Desk em que seja em que área seja, o Cliente saiba que a agência o ajudará, mesmo num trabalho não realizado por nós. Estar lado a lado, o Cliente na SmartKISS não é, e nunca será um número, e isso é algo que me orgulho de fazer manter e preservar. Uma empresa de, e para o Cliente. Vender é servir e a SmartKISS vende e serve, preocupando-se com o Cliente e sua marca como se fosse único. O foco será sempre construir o melhor negócio possível. Se fizermos algo extraordinário, as pessoas vão acabar por reparar e as oportunidades vão surgir, assim acredito. “Sou do tamanho do que vejo”, é

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assim que a Adriana Carneiro se descreve, enquanto CEO da SmartKISS. Olha para o digital e as tecnologias de informação como o futuro da área empresarial, sendo este o caminho para se alcançar o sucesso e diferenciação no mercado. Considera que a sua marca está mais do que preparada para a revolução digital que hoje vivemos? Porquê? Como dizia o fundador da SmartKISS (meu falecido marido Guilherme Almeida, faleceu de cancro em 2014), no Marketing, temos que inovar com arte, vendendo mas captando o simples, o que enche o coração quando se lê e quando se olha. Marketing com amor, como deveria ser em tudo na vida. Acompanhamos a evolução do mercado em constante pesquisa e formações dadas aos colaboradores bem como eu, faço formações e cursos mensais para estarmos sempre um passo à frente em dar mais e melhor aos nossos Clientes. Ter uma Equipa que "tenha fome de conhecimento" empenhada nestes princípios, profissionalizada e que acompanhe a inovação do mercado dia a dia. Ter uma Equipa motivada e em sintonia connosco no que é o projeto SmartKISS. E tenho muito orgulho na minha, sem ela, nada disto fazia sentido e nem a SmartKISS existia. Com muita criatividade, com um bom conhecimento do objeto negocial do cliente, do próprio cliente, com conhecimento dos seus objetivos e adaptar o que espera com uma estratégia diferenciada e com plataformas ao nosso dispor que são muitas. Afirma que o meu maior legado será construir um verdadeiro espírito de equipa, com motivação e

mantendo sempre a mente e o corpo focados em entregar a todos os clientes um serviço de qualidade. De que forma, ao longo da sua vida, consolidou esta perspetiva? O que nos pode confidenciar sobre a Adriana Carneiro, enquanto pessoa, mulher e profissional? Pauto a minha vida com princípios de seriedade e respeito para com os outros, as pessoas são a nossa matéria prima, clientes, colaboradores são pessoas e entendendo isso, só podemos dar qualidade e ter um verdadeiro espírito de equipa e de parceria com os nossos clientes. A Adriana Carneiro é uma sonhadora com os “pés assentes no chão” não baixa os braços perante dificuldades e acredita que quando se faz com amor, a punição não pode ser grande e os objetivos podem ser alcançados. É uma “obcecada” por excelência e em querer dar sempre mais e melhor em tudo o que faz. Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje. Tem sido uma vida de luta, “cair sete e levantar oito” mas desistir nunca, só temos uma vida e só a nós compete marcar a diferença nela, seja a nível pessoal seja a nível profissional. Como dizia Steve Jobs “O trabalho vai preencher uma grande parte da sua vida, e a única maneira de ficar completamente satisfeito é fazer o que você acredita ser um bom trabalho. E a única forma de fazer um bom trabalho é amar aquilo que você faz. Se você ainda não descobriu o que é, continue procurando. Não se acomode. Da mesma forma que acontece com as coisas do coração, você vai saber quando encontrar.”

Dia Internacional da Mulher, onde são relembradas conquistas das mulheres provenientes dos mais diversos contextos étnicos, culturais, socioeconómicos e políticos. Numa altura em que os Direitos da Mulher parecem ter mais relevância do que nunca, e apesar de todos os seus avanços, é possível assegurar que ainda nenhum país atingiu a igualdade plena entre os sexos? Infelizmente ainda continua a ser muito duro ser Mulher num mercado essencialmente de homens. Tive um Diretor que uma vez me disse “Adriana, mantenha essa sua garra, mas esteja sempre atenta, pois para além de provar que é uma grande profissional, você terá que provar que o é, independentemente de ser Mulher e de ser Loira” De facto, senti essa realidade na pele ao longo de todo o meu percurso profissional. O ser Mulher forte, ter ideias, ser empreendedora, interventiva, não parar de querer fazer mais, existe sempre uma tentativa para que que lhe sejam “cortadas as pernas”. Com a maturidade aprendemos a

gerir, a ser filtros e não esponjas e continuar a lutar com o nosso foco bem definido. Sabendo que assim, continuará a ser infelizmente, mas continuar a acreditar que um dia, nós Mulheres seremos reconhecidas em salários, estatutos e postos de trabalho como efetivamente o merecemos. Como olha para o futuro quanto a este tema? Quão longo será ainda o caminho a percorrer para ser, de facto, uma realidade? “Nada é mais difícil, e por isso mais precioso, do que ser capaz de decidir” e como tal, é continuar a decidir e acreditar, lutando em trabalho, busca de conhecimento para que um dia, nós Mulheres sejamos reconhecidas. O “caminho faz-se caminhando”, mas a maior prova deve ser sempre para nós próprios, com o tempo acabamos por provar aos outros. Quando fazemos algo nobre e belo e ninguém notar é não ficar triste ou desistir, pois o sol faz todas as manhãs um lindo espectáculo e a maioria da plateia ainda dorme. ▪

A 8 de março de 2020 celebra-se o

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ForTrevo

"O Parceiro ideal para a Transformação Digital" A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Olga dos Santos Duarte, Managing Partner da ForTrevo, uma marca que oferece soluções out of the box e customizadas, com foco na qualidade e expertise para garantir a competitividade dos seus clientes no mercado. Mas venha conhecer mais de uma marca inovadora e diferenciadora, pela voz de uma Líder forte, determinada e ambiciosa.

Olga dos Santos Duarte

A

Olga dos Santos Duarte assume-se viver apaixonada por trabalho e pela construção de projetos de raiz, fortemente motivada por ajudar pessoas e negócios a alcançarem o sucesso. Queremos conhecê-la melhor. Quem é enquanto mulher e profissional? Sou mulher, mãe, empresária, empreendedora. Sou realmente uma pessoa apaixonada pelo trabalho que faço, com uma família que me apoia incondicionalmente. Sempre fui apaixonada por resolver problemas, focada em arranjar soluções. Vi mais tarde na área tecnológica um caminho que queria seguir, onde podia sentir-me realizada. Penso que pelo facto de ser engenheira de formação é com grande disciplina que encaro os desafios. Enquanto profissional sempre batalhei pelos meus objetivos, e considero que um bom e verdadeiro líder é elevado pelas pessoas que o rodeiam e tem a capacidade de inspirar, motivar e ser o fio condutor que une toda a equipa. Com um vasto percurso profissional, atualmente assume o cargo de CEO na ForTrevo – uma marca que oferece soluções out of the box e customizadas, com foco na qualidade e expertise para garantir a competitividade dos seus clientes no mercado, permitindo-lhes o máximo no que à transformação digital diz respeito. Como é estar à frente de uma empresa que se presta diariamente em ajudar a alcançar e concretizar as conquistas dos clientes? É um sentimento de realização pessoal. Gosto de pensar que sou uma motivadora nata e dinâmica, saber que posso ajudar todos os dias os nossos clientes a alcançarem mais sucesso para o seu negócio. É também uma responsabilidade acrescida de, com todo o gosto, ajudar a nossa equipa de talentosos profissionais a construir a sua carreira, a encontrar o seu caminho, dando-lhes a liberdade para que experimentem novos desafios e sintam sempre que mesmo estando a sair da zona de conforto a rede de segurança está assegurada. Sou da opinião de que empresas

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são compostas por pessoas, e eu acredito fortemente nas nossas. Voltando a abordar as soluções “out of the box” que há pouco mencionei, para melhor entender, de que soluções estamos a falar? A ForTrevo rege-se essencialmente pela capacidade de uma inovação “à prova do futuro”? De que forma? A ForTrevo constrói soluções que não se limitam aos pedidos apresentados. Observamos os nossos clientes nas suas rotinas diárias, adaptando o que nos é pedido às suas reais necessidades, indo mais além, propondo melhorias que muitas vezes não tinham sido anteriormente identificadas. Podemos dizer que a inovação está presente na génese da ForTrevo tentando sempre desafiar-nos a nós próprios para conseguir mais e melhor. A título pessoal, que caraterísticas diria serem fulcrais para se singrar no mundo dos negócios? Algumas das caraterísticas que me movem e felizmente me ajudaram a chegar até aqui e que espero conseguir manter para o Futuro são: Foco, Perseverança, a vontade constante de querer fazer sempre mais e melhor, não desistir dos objetivos mesmo quando parecem cada vez mais longínquos, muito trabalho e dedicação, dar o meu melhor com orgulho e de cabeça erguida. É importante também construir e rodearmo-nos de uma equipa forte, coesa, motivada, que nos ajuda a encontrar soluções, que pensa connosco, que nos auxilia e a quem nós auxiliamos de volta. Felizmente trabalho e convivo com pessoas que todos os dias me inspiram e fazem de mim um ser humano melhor, o que me faz acreditar que estou a abrir portas para um futuro de sucesso. No dia 8 de março de 2021 assinalou-se o Dia Internacional da Mulher – uma data que reforça a solidariedade entre mulheres, na luta por objetivos comuns, sendo este um movimento que demonstra a sua poderosa força organizada. Quão importante é reconhecer este dia, onde não se pretende apenas comemorar, mas realizar conferências, debates e reuniões cuja finalidade é discutir o papel da mulher na sociedade? Importantíssimo na minha opinião, uma vez que leva histórias reais de sucesso a serem partilhadas, o que permite motivar outras mulheres a arriscar sem medo, mesmo que nem sempre seja um caminho fácil. As mulheres têm uma capacidade de liderança nata e extraordinária, que não deve ser ignorada, sendo por isso importante aproveitar datas comemorativas como esta para apelar à mudança de consciências e paradigmas que estão tão enraizados na nossa sociedade e que podem levar outras mulheres a pensar duas vezes antes de seguirem os seus objetivos. Felizmente o facto de estar ao leme da

“Felizmente trabalho e convivo com pessoas que todos os dias me inspiram e fazem de mim um ser humano melhor, o que me faz acreditar que estou a abrir portas para um futuro de sucesso” empresa permite-me deixar a minha marca no mundo, por isso e em linha com o que defendo, na ForTrevo não existem diferenças pautadas por género. Acredita que atualmente os desafios continuam a ser maiores quando é uma mulher a enveredar pelo mundo dos negócios bem como em cargos de liderança, como no caso da Olga dos Santos Duarte? Apesar de acreditar, cabe-nos a nós mulheres, lutar pelo que queremos e não nos deixarmos demover por premissas que têm de ir sendo contrariadas. Desbravando caminho para um dia chegarmos a um mundo liderado de forma equitativa por homens e mulheres. No mundo das tecnologias é ainda mais evidente a falta de presença feminina, em especial no que diz respeito a cargos de liderança. No entanto, e como disse, na ForTrevo não acontece. Premiamos a competência e o compromisso das pessoas independentemente do género. Quais têm sido os pontos-chave ao longo do seu percurso, que lhe permitiram ser uma mulher/líder de sucesso? Planear fortemente os objetivos que pretendo

alcançar e lutar para os atingir, sem medo de falhar ou aversão ao risco. Considero-me uma pessoa forte, determinada e ambiciosa (no bom sentido!), e que dificilmente se deixa demover das suas ideias e principalmente ideais. A ética, transparência e profissionalismo têm caraterizado o meu caminho, o que me permitiu criar relações de confiança tanto ao nível profissional como pessoal. Por fim, porque devemos escolher a ForTrevo para nossa parceira de negócio? Pela qualidade, experiência, talento, entrega e profissionalismo das nossas pessoas, sendo estas algumas das caraterísticas chave da ForTrevo, que se revelam instrumentos fundamentais para uma relação de parceria que se pretende duradoura com todos os nossos clientes. Acredito e confio fortemente nos nossos profissionais para estarem a meu lado naquele que será o caminho para o sucesso de todos e o futuro de uma empresa que só agora começou a sua jornada. Sem dúvida que se quer um aliado para o aconselhar e ajudar a concretizar a sua transformação digital, poderá e deverá pensar na ForTrevo. ▪

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“Fazer a diferença

deve ser a nossa motivação diária”

A fusão de experiências e culturas ao longo dos dez anos vividos em Angola, deram o impulso necessário para criar esta start up portuguesa. A Serenity Portugal tem como principal desafio preencher “algumas lacunas no que concerne à prestação de cuidados de saúde e acompanhamento médico do doente crónico”, como afirma a nossa entrevistada Rita Matias, Managing Partner da empresa. É sobre o mote de impactar e melhorar positivamente a vida das pessoas que a mesma pretende, também no nosso país, consolidar-se.

N

a Serenity, o foco é o acompanhamento médico permanente, orientação e aconselhamento profissional, emocional e físico. Já com um percurso (bem) consolidado em Angola, a marca dá agora os primeiros passos em Portugal. Que mais-valias pretende trazer à população portuguesa? A Serenity é fruto de uma relação entre pessoas que partilham uma paixão comum: criar impacto positivo na vida das pessoas, melhorando significativamente o seu bem-estar e qualidade de vida. As pessoas que escolhemos para trabalhar connosco partilham dessa mesma loucura, e juntos ambicionamos criar as condições necessárias para que o doente crónico viva a sua condição - de longo prazo - com dignidade, preservando a sua autonomia e bem-estar geral. Após um longo período de análise ao setor da saúde em Portugal, concluímos que existem algumas lacunas no que concerne à prestação de cuidados de saúde e acompanhamento do doente crónico. O doente crónico, padece de uma condição de longo prazo, que requer um acompanhamento continuado e personalizado, pois cada pessoa é única, com necessidades e características singulares. E é isso que queremos alcançar através da Serenity, que cada pessoa preserve a sua identidade, apoiando na conquista de rotinas mais saudáveis e experiências de vida mais gratificantes, junto dos seus familiares e amigos. Reconhecemos a importância do ser social, e queremos em conjunto com o doente crónico encontrar formas de preservar a autoestima, liberdade e autonomia. De Angola trazemos experiência

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da sua jornada. Nesses programas podemos incluir os serviços que melhor se adequam à situação clínica do paciente. Todos os programas incluem um Gestor de Paciente dedicado, o qual irá acompanhar o paciente ao longo da sua jornada. Este Gestor é também responsável por fazer a ponte com os restantes serviços de apoio e acompanhamento, de entre os quais destacamos o Enfermeiro 24/7 disponível via telefone/ whatsapp, consulta médica online ou ao domicílio, consulta de enfermagem ao domicílio, apoio emocional e psicoterapêutico, coaching, acompanhamento nutricional e o uso de tecnologia, através de wearables que monitorizam o seu estado clínico em tempo real. Esta combinação de meios humano e digital permite melhorar os níveis de confiança do paciente, preservando a sua autonomia e rotina diária.

RITA MATIAS

e conhecimento. Acumulamos milhares de interações com clientes em condições similares e com eles crescemos e aprendemos como criar uma verdadeira experiência de cliente. O que nos diferencia é a forma como queremos que os nossos clientes se sintam emocional e psicologicamente, através deste acompanhamento consistente e personalizado.

A Serenity conta com uma equipa de profissionais experiente e disponível para desenhar a solução que melhor se adequa às necessidades de cada um. Quais são as áreas de atuação da marca e de que soluções estamos a falar? Na Serenity, criamos programas de apoio ao paciente que permitem fazer um acompanhamento permanente e em qualquer etapa

A Rita Matias defende que estamos neste mundo para fazer a diferença, para melhorar a vida de alguém. Enquanto Managing Partner da Serenity, é com o lema “fazer a diferença” que pretende alcançar o (re)conhecido sucesso e qualidade da marca no mercado português? De que forma? Fazer a diferença deve ser uma “atitude de vida” e não um lema ou chavão bonito. Fazer a diferença deve ser a nossa motivação diária, o que nos faz sentir vivos, seja qual for a atividade ou função que desempenhamos. Aquele sentimento de poder contribuir para uma causa maior e usar o nosso poder (por mais pequeno que possa parecer) para apoiar as pessoas, transformar as comunidades e/ou as empresas. A nossa atividade, seja qual for, deve ter em conta


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o todo, o valor que agrega nessas comunidades/ empresas. Na Serenity, estamos empenhados em melhorar o que fazemos e como fazemos, ajustando as abordagens que melhor reflitam as necessidades da comunidade. Temos confiança no impacto positivo que podemos criar na vida das pessoas. Queremos, através do nosso apoio e acompanhamento, melhorar também os níveis de confiança de cada paciente. Quão gratificante é, para a Rita Matias, estar à frente de uma empresa que se rege por melhorar diariamente a vida dos doentes? É muito gratificante para mim trabalhar naquilo em que acredito e contribuir para melhorar a vida de alguém, nem que seja uma pessoa de cada vez. Ainda nos dias de hoje é debatido o tema no âmbito da igualdade de géneros. Nesse sentido, acredita que o dia 8 de março (data que celebra o Dia Internacional da Mulher), é de extrema importância para relembrar as conquistas pelos direitos – direitos esses que, na prática, ainda não estão totalmente consolidados? Reconheço que ainda existe uma enorme desigualdade entre géneros. A questão da desigualdade pode levar décadas a ser ultrapassada porque está enraizada na forma de pensar e de agir há muitas gerações. Mudar este paradigma passa pela (re)educação em casa, nas escolas e nas empresas. As mulheres, por outro lado, têm que parar de se sentir mal por saberem o que querem, por serem ambiciosas, por terem ideias inovadoras, por serem mais inteligentes, mais cultas ou terem um melhor salário. O papel da mulher é fundamental para o crescimento das empresas e da economia. Cada vez

“A Serenity é fruto de uma relação entre pessoas que partilham uma paixão comum: criar impacto positivo na vida das pessoas, melhorando significativamente o seu bem-estar e qualidade de vida” que uma mulher se conforma com a sua posição porque tem medo de pedir um aumento salarial, porque tem medo de ser despedida, porque tem medo de lutar por aquilo que merece, estamos todos a perder. Mais do que uma luta por igualdade de direitos entre géneros, esta é uma luta por direitos humanos. A ideia de igualdade de direitos deve estar no mesmo lado espectro e não em lados opostos, como se fossemos inimigos. Se queremos fazer a diferença neste mundo, precisamos uns dos outros, precisamos de usufruir do potencial uns dos outros, libertar a genialidade em cada pessoa. Os homens têm que parar de se sentir ameaçados e apoiar esta luta por direitos iguais, pois também vai afetar o sucesso das suas filhas, netas, esposa. Isto não é só sobre nós. É sobre algo muito maior que nós, é sobre as gerações futuras, sobre aquilo que queremos para os nossos descendentes e para o mundo em que eles vão coabitar.

Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores, dando voz pela Serenity, uma vez que vivemos atualmente um momento complexo no que à saúde coletiva e individual diz respeito? O impacto da pandemia no bem-estar emocional e psicológico poderá ser devastador e a recuperação, para muitas pessoas, será longa. O distanciamento social tem condicionado as ligações afetivas e muitas pessoas sentem que “carregam” a atual situação sozinhas. O sentimento de distanciamento vai muito além da questão física. É emocional e “chega a doer” - referem algumas pessoas, sobretudo as mais idosas ou que vivem sozinhas. No outro lado do espectro, temos as famílias. Umas em regime de teletrabalho, com os filhos na escola virtual, outras em situação precária e sem emprego. É muita pressão, stress e ansiedade acumulados. O ser humano é um animal de rotinas e, de repente, perderam-se as rotinas e também a perspetiva do que será o futuro! A questão é se teremos a capacidade de recuperar totalmente, enquanto humanos e enquanto sociedade. Para ser possível uma recuperação total, é fundamental o apoio de profissionais de saúde e pessoas competentes a lidar com estas questões tão delicadas que afetam a saúde individual e coletiva. Por sabermos disso, na Serenity, desenvolvemos programas de apoio emocional e psicológico que permitem fazer o acompanhamento prolongado do Paciente, com a nossa equipa de Psicólogos e Neuropsicólogos. Enquanto as pessoas não se recuperarem a 100% também não poderão contribuir a 100% para a recuperação da economia, através do seu trabalho, seja qual for. Precisamos estar bem, física e psicologicamente, para podermos ser os profissionais que o país precisa para a retoma económica e social. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Sou eu que faço a diferença. Posso considerar-me the power of the house” Grima Scacco

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Grima Scacco

Um poderoso exemplo de superação Natural do Equador e já com uma longa experiência em diversos países, é Portugal - mais precisamente o Algarve -, que hoje tem o privilégio de acolher Grima Scacco, a sua família e o seu projeto: a Adivinha Positiva. A empresa que nasceu em 2016 como angariadora imobiliária e, em janeiro de 2021 se transformou também em mediadora. Conheça esta história de força, foco e resiliência de uma empresária “pura e dura”, tal como a própria se descreve.

G

rima Scacco, sonhadora e ambiciosa desde que se conhece, emigrou para os Estados Unidos da América quando estava a terminar o curso da Licenciatura em Marketing e Negociação Internacional. Com apenas 21 anos, foi pela concretização do objetivo de mudar de vida que abriu portas ao mundo trabalho. Primeiramente trabalhou como assistente do gerente no departamento de laticínios de uma das lojas do supermercado Eli’s Manhattan. Com a sua capacidade inata de adaptação e dedicação, rapidamente passou a gerente de loja do grupo. Com 30 anos e com um pé-de-meia já estável e firme, a nossa entrevistada decidiu investir na zona sul de Portugal. Foi no Algarve que, juntamente com o seu companheiro de vida, materializou o seu sonho e construiu uma casa debaixo do sol que é tão característico da região. O orgulho no que conseguiu e a ambição cresceram. Começou do zero, mais uma vez – e começar do zero, muitas vezes, é ter a ousadia de querer mais e melhor. Sempre de olho no trabalho que melhor se adequava à sua personalidade e após muitas tentativas, Grima Scacco encontrou (ou o destino assim o quis), o trabalho na RE/MAX Grupo Smart, em Albufeira. Com uma Licenciatura em Gestão Imobiliária pela Escola Superior de Atividades Imobiliárias em Chelas, Lisboa e especializada em Facility Management, conseguiu tornar-se naquilo que já era expectável: o número um em vendas do concelho de Albufeira. A nossa entrevistada garante que aprendeu com o trabalho árduo diário e por ter tido a oportunidade de retirar informação daqueles que considera serem os melhores.

Passado longos anos de experiência e por questões da vida, Grima Scacco começou a olhar além das possibilidades acabando por tomar as rédeas daquele que hoje é o seu projeto: a Adivinha Positiva. Começou por ser uma angariadora imobiliária e no passado mês de janeiro transformou-se também em mediadora. É a trabalhar lado a lado com a sua mãe que a nossa interlocutora olha para o futuro da sua marca: “Comecei à procura de uma loja e, por curiosidade, acabei por me estabelecer ao lado da loja da minha mãe. A ideia foi realmente dos meus pais e eu agradeço do fundo do meu coração”, afirma Grima Scacco com o brilho nos olhos de quem se orgulha da família que tem. Certo é, numa sociedade em constante mudança, as pessoas, empresas e organizações têm de ajustar a sua metodologia e adapta-la aos novos tempos. Quando perguntámos o que, de facto, faz a diferença na Adivinha Positiva, isto é, o que a promove num mercado altamente competitivo, a resposta

foi clara: “Sou eu que faço a diferença. Posso considerar-me the power of the house”. É sobre esta atitude, confiança e amor-próprio que conseguiu, em pouco tempo, construir o seu próprio sucesso. “Sou multitasking” Muitos afirmam que o caminho para a igualdade de género continua a ser percorrido «a passo de caracol». Em variados sítios podemos ler que Portugal tem sido dos países que mais evoluiu, contudo, é no tempo que as mulheres ocupam com as tarefas domésticas e a cuidar da família e na representação nos órgãos de poder que o país está pior classificado. Em contrapartida, há uma maior igualdade no que diz respeito à saúde, ao trabalho e aos recursos financeiros. Assim, nada melhor do que abordar o tema tendo em conta a experiência de cada pessoa, neste caso, de Grima Scacco. Para a nossa entrevistada, “não só ainda não há igualdade plena entre os géneros, como ainda existe um longo caminho a percorrer. Uma cliente e amiga que é de nacionalidade sueca, diz-me muitas vezes que os homens não lhe falam... Só falam com o marido. Isto em Portugal. Eu acho que diz tudo. Já comigo isso não funciona. Considero que tenho tudo aquilo que um homem precisa de ter: sou forte e multitasking”, afirma convictamente. Serão essas as características para se singrar no mundo dos negócios? A nossa entrevistada responde que “apesar de essas mesmas qualidades terem nascido comigo, serem inatas, foram também trabalhadas. Aprendi com muitos anos de paciência. Tenho três irmãos e eu sou a mais nova. Também fui a primeira a emigrar – o que me trouxe definitivamente muita superação. Mas não é só ter certas qualidades... Também é necessário ter um estímulo diário que sustente a concretização de certos objetivos. O meu é ajudar as pessoas”. Uma motivação que vai também ao encontro da missão da Adivinha Positiva – encontrar a casa de sonho de cada cliente tendo em conta as suas necessidades e, assim, gerar felicidade. O futuro passará sempre por aí. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Se as oportunidades

não existem, eu crio-as”

Ingressou no mundo do trabalho aos 17 anos e várias foram as experiências que hoje preenchem a sua história. No meio de tantas incertezas da vida, uma coisa era certa: queria ter o seu próprio negócio. Ana Sofia Gomes fez jus à sua convicção e hoje é CEO da Be Executive Events – uma empresa global de eventos executivos.

Q

ANA SOFIA GOMES

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uando começamos por questionar o percurso de Ana Sofia Gomes, a resposta foi clara: “Eu nunca segui um caminho certo e direto. Andei sempre aos ziguezagues mas, mais importante, descobri que gosto de traçar assim a minha vida”. Próprio da sua personalidade vincada, não liga a modas (pelo contrário), não gosta do convencional, do que todos os outros gostam sem saberem o porquê. Quer, sobretudo, encontrar algo que goste verdadeiramente, com uma razão de ser. A nossa entrevistada admite que não é “um formato comum” e que o seu único objetivo na vida é ser feliz. Para se ser feliz é necessário trabalhar em algo que faça brilhar os olhos – algo que, atualmente, é o que acontece. Mas já lá vamos. Nunca sendo uma mulher de baixar os braços, Ana Sofia Gomes começou por ser Estafeta, mais tarde foi Assistente Administrativa e durante sete anos Secretária da Direção Financeira do Jornal Expresso. Com dedicação óbvia e determinada, rapidamente passou para a área dos Recursos Humanos onde lhe foi reconhecido o mérito devido. Concluída a sua formação em Gestão de Recursos Humanos, trabalhou e desenvolveu projetos que lhe alavancaram o perfeito conhecimento de que era capaz de chegar mais longe. Após outras experiências, agora como Secretária Virtual, e com um percurso e domínios já bem consolidados, em 2011 decidiu pensar em si e no seu futuro: criou a Beginning of Success – uma empresa capaz de oferecer uma imensa variedade de serviços profissionais virtuais. O nome, claro está, não foi ao acaso. Foi, de facto, o início de um futuro ousado e promissor. Chegamos por fim, à Be Executive Events, o projeto que hoje, enquanto CEO, dá voz. É uma empresa global de eventos executivos que oferece planeamento, gestão, coordenação e promoção dos mesmos. Reúne um conjunto de serviços que estão disponíveis em todo o mundo para ajudar as empresas a orientar os seus resulta-


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

dos. “Não somos uma empresa de eventos típica. Os nossos projetos são executivos, que permitem aos nossos clientes atingirem os seus objetivos estratégicos – 90 por cento são empresas na área de IT, como a IBM, por exemplo –, conhecendo os seus potenciais clientes, em uma determinada área geográfica ou uma determinada indústria. Os locais dos eventos são, geralmente, nos melhores hotéis do mundo e têm a duração de quatro a cinco horas, sempre no formato de jantar”, afirma Ana Sofia Gomes. O principal objetivo é a troca de ideias, brainstorming e discussão de temas e tendências de negócios relacionados com a área de atuação do executivo convidado. Com uma abordagem executiva de alta qualidade e uma reputação exímia, a Be Executive Events depressa ajustou os seus serviços a uma sociedade que vive uma pandemia mundial. A nossa entrevistada assegura que começou por convencer os clientes, a pro bono, a realizar eventos virtuais. “Em conjunto com a equipa, fomos conseguindo fazer mais e melhor a cada evento. Atualmente sim, somos uma empresa bem sucedida numa altura tão complexa como a que vivemos. No ano passado crescemos o triplo e este ano também estamos a evoluir muito bem. Sou muito grata por isso. Mas eu acho que é o meu destino, ou o meu «fado» como dizem os portugueses. Porque eu sou de correr atrás. Não me considero uma eterna insatisfeita, mas o meu lema é se as oportunidades não existem, eu crio-as”. Com foco, força e resiliência Ana Sofia Gomes construiu o seu próprio sucesso. “Também nos cabe a nós educar e relembrar a história” Embora seja uma empreendedora e líder natural, a nossa entrevistada assume que não consegue olhar para esse facto de forma incontestável. “Eu trabalho com a minha equipa e trato-os a todos como eu gostaria que me tratassem a

“Não somos uma empresa de eventos típica. Os nossos projetos são executivos, que permitem aos nossos clientes atingirem os seus objetivos estratégicos – 90 por cento são empresas na área de IT, como a IBM, por exemplo –, conhecendo os seus potenciais clientes, em uma determinada área geográfica ou uma determinada indústria” mim. Gosto que as pessoas contribuam, que me deem sugestões, até porque eu não sei tudo e às vezes as grandes ideias surgem da discussão, do brainstorming. Creio firmemente que aprendemos todos os dias uns com os outros”. Mas é sobretudo ser diferente (e viver intensamente uma rotina diversificada) que caracteriza Ana Sofia Gomes. O desafio – esse, é o que a motiva. Sendo uma mulher e profissional de pulso firme e bem ciente dos objetivos que ambiciona cumprir, e tendo, por norma, opiniões «fora da caixa», no que concerne ao Dia Internacional da Mulher, rapidamente referiu que “ter um dia específico para relembrar a história profunda de luta, não faz sentido. Todos os dias são dias da mulher. Não é ser feminista, atenção, mas nós colocamos o futuro no mundo”. Tendo crescido com dois poderosos exemplos em casa (a sua mãe e avó que, nos anos 70 – momento em que as mulheres pouco ou nada se podiam afirmar -, eram empreendedoras), defende que não se devia reclamar um dia, neste caso o 8 de março, achando que, ainda assim, é de extrema relevância (re)lembrar os acontecimentos da história assinalados pela data. Importante também recordar que, a igualdade de oportunidades, na prática, ainda não existe no absoluto. “Eu acho que é cada vez maior em gerações mais jovens. Cada vez há maior relevância no pa-

pel do homem na família e a licença de paternidade ajudou e muito. Eu, que já trabalhei em Recursos Humanos, considero apenas que se deveriam realizar mais fiscalizações dentro das empresas, averiguar as desigualdades salariais entre pessoas que têm a mesma função, por exemplo. Além disso, também nos cabe a nós educar e relembrar a história. Explicar quem foi Carolina Beatriz Ângelo – a primeira mulher a votar em Portugal – e de que forma, esse acontecimento, refletiu os anos a seguir no nosso país”, acrescenta Ana Sofia Gomes. Por fim, interessa compreender o que falta ainda concretizar na vida de alguém com tanto para contar. Embora se sinta (para já) realizada, acredita convictamente na Pirâmide de Maslow – uma teoria que organiza as necessidades humanas conforme as suas prioridades, das mais básicas às mais complexas. Assim, “eu não sou insaciável e neste momento sinto-me muito feliz com o que tenho e onde estou. Mas isso não quer dizer que vá ser igual daqui a um mês”, confessa. Atualmente estão a ser pensados inúmeros projetos para diversificar as áreas de serviços da Be Executive Events e assim criar maior valor tanto a nível da própria empresa, como para os clientes. “Crescimento sustentado”, é algo que Ana Sofia Gomes ambiciona. Mas não só. “Ser feliz”, é o mais importante dos seus objetivos. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“A atividade imobiliária não é (apenas) compra e venda de imóveis. É acima de tudo criar e alimentar relações, manter contacto, dar acompanhamento. As mulheres conseguem, talvez pelo seu instinto maternal, criar mais rapidamente relações de confiança, familiaridade e respeito” Joana Resende

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“Os recursos humanos são a nossa força motriz”

Joana Resende, CEO da Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar contou-nos em entrevista o quão realizada se sente em todos os papéis na sua vida: mulher, independente, mãe e profissional. Uma dedicação que tornou e elevou a sua Agência, na número um do Norte de Portugal e no TOP 10 nacional da rede Century 21.

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m dezembro do ano de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas para relembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres que lutaram pelos seus direitos. Apesar do muito já concretizado, há quem assegure que existe ainda um longo caminho a percorrer para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade efetiva. Neste sentido, considera que – e tendo em conta o seu percurso profissional – ainda há muito para mudar? Eu sou uma privilegiada. Sou mulher, independente, realizada como mãe e como profissional. Nas agências da empresa, ao nível do staff, somos 9 mulheres e um homem. Por isso, a minha realidade do dia-a-dia não será o espelho da sociedade em geral. Mas entendo que ainda há um longo percurso a percorrer, mas que andará a par da cadência de gerações. A geração de hoje é já muito mais emancipada que a das nossas mães, e com toda a certeza, no futuro, as minhas filhas terão outra visão ainda mais emancipada. Sendo a Joana Resende mulher a ocupar um cargo de liderança no mundo do imobiliário, ao qual dá voz pela Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar, como nos descreve este meio no que à igualdade de oportunidades diz respeito? A atividade imobiliária não é (apenas) compra e venda de imóveis. É acima de tudo criar e alimentar relações, manter contacto, dar acompanhamento. As mulheres conseguem, talvez pelo seu instinto maternal, criar mais rapidamente relações de confiança, familiaridade e respeito. Por isso, acredito que neste meio há igualdade de oportunidades. Na nossa rede por exemplo, há mais mulheres no reconhecimento de prémios, e inclusivamente na nossa empresa, a consultora mais premiada é também uma mulher.

Sabemos que no seio da marca Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar, algo que é fundamental e muito privilegiado são os Recursos Humanos. Podemos afirmar que aqui não existe espaço para a diferença homem/mulher e sim espaço para pessoas profissionais que vão ao encontro dos valores corporativos? Os recursos humanos são a nossa força motriz. É indiferente para nós se são homem ou mulher. O que procurámos são pessoas comprometidas com o projeto e a profissão, dedicadas e com princípios. São estas as qualidades que fazem um consultor, não o género. A par de tantas parcerias entre a Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar e a Revista Pontos de Vista das quais nos orgulhamos imensamente, de facto é importante que esteja presente na celebração da edição número cem por sabermos que o futuro é lado a lado das marcas e líderes inspiradores. Assim, gostaríamos de compreender o que tem sido para a sua organização esta parceria que a nós nos diz tanto. De que forma nos pode descrever esta colaboração? Tem sido um enorme gosto participar nas várias edições que já fizemos em conjunto. Para além da seriedade e qualidade do vosso projeto, para mim individualmente tem sido importante para dar a conhecer a minha empresa, e para partilhar as minhas opiniões e considerações sobre esta atividade que tanto me apaixona. Considero que todos os dias aprendemos com os nossos pares, ouvindo, lendo e observando. Em qualquer ramo, é importante ouvir outros interlocutores, para conseguirmos sair por breves instantes do nosso projeto, e olhar para ele do “exterior”. Podemos descobrir alguns lapsos que devemos corrigir e aspetos a melhorar

É nossa missão, enquanto meio de comunicação, elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Mais ainda em temos incertos como aquele que vivemos atualmente, sendo que nos propomos diariamente a ajudar as marcas a ultrapassarem os desafios que se impuseram. Deste modo, que mais-valias resultaram da comunicação aqui realizada para a sua empresa? A visibilidade ao meu projecto CENTURY 21 Arquitectos, à minha equipa e ao nosso trabalho. Saber que através da Pontos de Vista podemos mostrar porque somos diferenciadores, que estamos realmente importados em fazer da mediação imobiliária uma profissão séria e reconhecida, e que passo a passo, nos tornámos a melhor agência da CENTURY 21 Norte, e estamos hoje no TOP 10 nacional da nossa rede. Por fim, devemos escolher a Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar porque… Como disse anteriormente, e sem qualquer dúvida, temos um serviço diferenciador, com a oferta de muitos mais serviços para o cliente e para o consultor do que as restantes empresas da atividade. A primeira preocupação foi dotar os nossos consultores da melhor formação, para que estivessem totalmente habilitados e preparados para o mercado. De seguida, na construção de uma equipa de staff que lhes prestasse todo o apoio necessário (seja ele comercial, jurídico, intermediação de crédito, ou até emocional). Nos últimos tempos, e numa procura constante, as melhores ferramentas tecnológicas do mercado, para que os nossos imóveis sejam promovidos de uma forma totalmente distinta e com muito mais qualidade. Em suma, porque estamos sempre na procura do melhor serviço, e isso coloca-nos sempre na vanguarda da atividade. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“O Coaching é uma metodologia para

melhorar, clarificar ou otimizar a nossa performance”

Formou-se em arquitetura, contudo é a tornar as pessoas mais realizadas e confiantes que Bárbara Ruano Guimarães, também ela, se realiza. É através do seu projeto About Life que impulsiona outros a encontrar uma visão que lhes permita ser livres e capazes de enfrentar os obstáculos impostos pela vida – de acordo com as necessidades individuais”.

E

ntre várias experiências, a Bárbara Ruano Guimarães é formada em arquitetura, contudo durante algum tempo a vida decidiu “conduzi-la” para outros patamares. Como nos pode descrever a sua história? Escolhi arquitetura porque me permitia por em prática o meu lado criativo e a vontade de transformar. Lembro-me da ideia de querer ver as emoções das pessoas ao verem pela primeira vez um novo espaço. Durante alguns anos tive várias experiências profissionais para além da arquitetura, hoje sei que foi por andar à procura da minha verdadeira intenção: “ajudar...”. 2014 foi um ano chave, muita coisa mudou, assisti à minha primeira palestra de Coaching, separei-me e decidi voltar para Lisboa. Chegar ao que sou hoje, Coach, foi um processo com alguns desafios. Gosto de viver com curiosidade e acredito que há sempre mais alguma coisa aprender, há algo que ainda não conhecemos, por isso, o processo continua. Tenho uma história simples, sou uma mulher, hoje empresária, que mudou radicalmente de vida aos 40 para se dedicar ao que quer ser e fazer.

BÁRBARA RUANO GUIMARÃES

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Em que momento descobriu a paixão que hoje toma conta do seu percurso: o Coaching? O que é que nos pode contar sobre esta área que poucos conhecem? Descobri esta paixão quando assisti à primeira palestra de Coaching. Lembro-me no final, ainda sem saber o que era Coaching, dizer


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“O Coaching é também conhecido como a arte de fazer as perguntas poderosas que quando feitas na altura certa, ajudam o cliente a encontrar as respostas que quer” para mim: “é isto que eu quero”. O Coaching é uma metodologia para melhorar, clarificar ou otimizar a nossa performance. Numa sessão de Coaching, o Coach ajuda o Coachee (o cliente) a encontrar respostas. Numa primeira conversa, eu como Coach, não sei qual é o desafio do meu cliente, pode ser encontrar respostas, estar bem a vários níveis, atingir uma determinada meta financeira, melhorar o seu desempenho, gerir emoções e níveis de energia, a lista é extensa. O Coaching é também conhecido como a arte de fazer as perguntas poderosas que quando feitas na altura certa, ajudam o cliente a encontrar as respostas que quer. A About Life, a marca à qual dá voz enquanto Fundadora e Coach, nasceu da intenção “de querer impulsionar pessoas a encontrar uma visão que lhes permite ser livres, ensinando e apoiando o processo de cada um”, tal como afirma. De que forma trabalha os objetivos dos que a procuram? A About Life é a marca por detrás dos eventos que organizo. Estes eventos são o Retiro Life Reset, que visa a maximização do potencial de cada um, ganhar clareza e repor níveis de energia e os Cursos de Coaching onde damos técnicas e ferramentas para um sucesso consciente. Quando perguntamos às pessoas: “o que queres?”, a resposta mais comum é a hesitação, depois dessa, normalmente respondem: “ser feliz”, “viver melhor”, “ter sucesso”... No inicio a clareza é limitada, ao longo do processo de coaching os objetivos vão ficando mais claros o que é essencial para se trabalhar. O principal inimigo dos nossos

resultados é o medo: o medo do que os outros pensam, de não sermos capazes, do futuro, do desconhecido, etc. Ao aumentarmos a nossa confiança e mudarmos o nosso dialogo interno, muito muda. É simples, quando queremos um objetivo devemos pensar, visualizar e sentir como alguém que já o conseguiu. O Coach ajuda o cliente a encontrar a solução, que muitas vezes parte de ser muito específico sobre qual é o “problema”. O que o cliente aprende é a ter autonomia para ultrapassar obstáculos, porque sucesso não é ter uma vida sem obstáculos é ter a capacidade, física e mental, de os contornar quando surgem. Eu, como Coach, facilito esse processo.

Sermos movidos por algo que nos fascina é algo comum a todos os que desejam mais e melhor. No seu caso, qual tem vindo a ser o estímulo diário ao longo dos anos? O meu estimulo diário é ver pessoas mais realizadas e mais confiantes. Pessoas livres de seguir e de escolher a vida que querem viver. O que me estimula diaria-

mente é observar a leveza, transformação e o melhor desempenho dos meus clientes. Escolher a About Life é... Escolher uma vida de realização pessoal, associada à melhor versão de cada um, à liberdade, à serenidade, à saúde e equilíbrio físico e mental. É dizer: “hoje valeu a pena!”▪

Para melhor entender, quem poderá beneficiar dos serviços da About Life, nomeadamente frequentar os cursos de autoconhecimento que disponibiliza? Todos podem beneficiar, desde os que querem ganhar clareza sobre o presente aos que querem melhorar a cada dia a sua performance. É para os que querem investir em si. Tenho trabalhado mais com mulheres, vejo que se identificam muito com o meu percurso. Sendo a Bárbara um (bom) exemplo do que é ser empreendedor, aquando da criação da About Life, quais foram os seus principais desafios? Se pudesse voltar atrás, o que faria diferente? O principal desafio foi criar a minha identidade no mundo do Coaching. Esta clareza de: “o que é que de melhor tenho para dar?”. Voltando atrás não faria diferente porque não estaria aqui se o tivesse feito... talvez começasse mais cedo.

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A mudança no setor da construção

P CLÁUDIA ANTUNES

Sabemos que a indústria da construção mantém, ainda nos dias de hoje, uma cultura tradicionalmente masculina. Contudo, Cláudia Antunes é um bom exemplo de que, esse facto, nem sempre deve ser tido em conta. Atualmente, exerce a função de BIM Consultant na StratBIM – uma entidade que tem por base da sua atividade o desenvolvimento de soluções para apoiar a transição digital de todos os intervenientes do setor.

rimeiramente, de forma a contextualizar os nossos leitores, gostaríamos de começar por conhecer a história da Cláudia Antunes. O que nos pode contar? O meu nome é Cláudia Antunes e tenho 32 anos. Nasci em Coimbra, vivi em Luanda, Lisboa e Madrid. Atualmente resido e trabalho em Águeda. Formei-me em Arquitetura e mais tarde realizei uma pós-graduação em BIM – Building Information Modeling, que viria a transformar todo o meu percurso profissional. Enquanto mulher e profissional dedicada ao setor da construção, destaco ainda o cargo que assumo desde 2020 de Regional Lead em Portugal das WIB – Women in BIM, um grupo internacional criado em 2012, com o objetivo de apoiar as mulheres que exercem funções relacionadas com BIM e construção digital por todo o mundo. Considero-me uma pessoa comunicativa, dinâmica e empreendedora. Gosto de enfrentar novos desafios e realizar objetivos e conquistas pessoais e profissionais. Atualmente assume o cargo de BIM Consultant na StratBIM® – uma marca que oferece serviços de formação, consultoria e desenvolvimento de soluções digitais para o setor da construção. Que mais-valias esta posição trouxe à sua carreira profissional? O setor da construção é bastante tradicional e, por conseguinte, uma das indústrias com índice de inovação e desenvolvimento tecnológico mais reduzido. A StratBIM®, enquanto entidade que tem por base da sua atividade, o desenvolvimento de soluções para apoiar a transição digital de todos os intervenientes do setor, considerei uma excelente oportunidade de integrar um projeto de futuro, com o qual me identifico e reconheço o potencial de crescimento. Assim, enquanto Consultora BIM, destaco como uma mais-valia a dimensão estratégica e integrada dos serviços que prestamos, uma vez que me permite, em conjunto com os clientes e potenciais clientes, pensar o futuro, criar metas e objetivos e apoiá-los na implementação da metodologia BIM nas suas organizações. Acompanhar a evolução digital e crescimento destes profissionais e empresas, é sem dúvida muito recompensador.

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Numa perspetiva complementar ao cargo de Consultora, sou também formadora na StratBIM®. Esta função permite-me fazer algo que valorizo muito, que é a possibilidade de transmitir o conhecimento que venho a adquirir sobre BIM e poder partilhá-lo com todos os interessados e entusiastas destas temáticas. Igualmente importante, considero que toda a aprendizagem contínua, troca de experiências e proximidade com os formandos, bem como a permanente necessidade de atualização de conhecimentos, me motivam cada vez mais enquanto profissional. Anualmente celebra-se a 8 de março o Dia Internacional da Mulher: uma data que é cada vez mais recordada como um dia para reivindicar igualdade de género. A título de exemplo, como olha para o tema? Ao longo do seu percurso, alguma vez sentiu dificuldades acrescidas pelo simples facto de ser mulher? É amplamente reconhecido que a indústria da construção mantém uma cultura tradicionalmente masculina. Pessoas que não ‘se encaixam’ nessa cultura podem enfrentar barreiras no desenvolvimento das suas carreiras. Infelizmente, esta cultura também faz com que muito mais mulheres abandonem ou adiem as suas profissões, em comparação com os homens. Assim, acredito que a próxima etapa é fornecer algum suporte motivacional e prático às jovens e mulheres que buscam o seu lugar na construção e em particular na área digital, algo que procuro implementar nas minhas ações e atividades enquanto representante das WIB em Portugal. A terminar, que mensagem deixaria a todas as mulheres? Se alguma vez houve um momento para refletir e pensar no papel das mulheres e da sociedade em geral, é agora. Neste tempo sem precedentes, de bloqueios e isolamento globais, onde todas nós temos a oportunidade de fazer um balanço, refletir e reavaliar as prioridades atuais e futuras. Que este seja por fim, um momento determinante para antecipar e preparar a estratégia pessoal e profissional, onde as competências e potencialidades únicas de cada Mulher, possam alavancar um futuro repleto de sucessos. ▪


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“O nosso serviço jurídico é feito com excelência, rigor e ética” A “sensibilidade, perspicácia, flexibilidade e polivalência” são as características que, segundo Patrícia de Jesus Monteiro, a diferenciam no diaa-dia enquanto mulher e profissional da área do direito. É através da PJM Advogados – escritório do qual é fundadora – que estabelece uma relação com os clientes baseada na confiança, proximidade e competência técnico-jurídica.

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com profissionalismo, ética, personalização e excelência que a PJM Advogados tem vindo ao longo da sua existência a apresentar soluções a cada cliente na área do Direito. Prima-se pela harmonia e otimização de esforços, que a Revista Pontos de Vista tem vindo a promover e dar a conhecer. De forma a celebrar as cem edições, como descreve esta parceria? O nosso serviço jurídico é feito com excelência, rigor e ética. Com o aparecimento da pande­ mia, apostamos numa comunica­ ção simples e direta, em meios de comunicação digital com o intuito ape­ nas de informar. A nossa relação com a Revista Pontos de Vista é muito importante para a divulgação da PJM ADVOGADOS porque reforça a nossa informação junto dos particulares e empresas. Pretendemos transmitir que a advocacia preventiva é o caminho certo para prevenir a ocorrência de litígios e antecipar situações. A digitalização e o acesso a plataformas digitais, numa Era em que o contacto físico é proibido, permitem valorizar a relação cliente/advogado acarretando um vínculo mais dinâmico e flexível. O cliente está cada vez mais atento, mais exigente na tomada de decisões e prima por uma informação “na hora”, interativa, conjugada com as novas tecnologias e com as novas estruturas de trabalho. A PJM Advogados tem, acima de tudo, proporcionado aos seus clientes inúmeras soluções nas diferentes áreas de atuação jurídica, acabando por fazer parte de segmentos fundamentais na vida dos mesmos. Podemos afirmar que são imensuráveis os caminhos que nos leva o direito? Ao partilharmos conhecimen-

tos das diversas áreas do direito acabamos por participar nas diferentes áreas da vida dos particulares e das empresas. É curioso que desde a área da família, à área dos capitais/trabalho, à área da saúde, articulamos uma formação complementar nas diversas áreas da vida, que nos permite uma constante aprendizagem pelo mundo que nos leva o direito. No dia 8, de Março, de 2021 assinala-se o Dia Internacional da Mulher – uma data que reforça a solidariedade entre mulheres, na luta por objetivos comuns, sendo este um movimento que demonstra a sua poderosa força organizada. Quão importante é reconhecer este dia, onde não se pretende apenas comemorar, mas realizar conferências, debates e reuniões cuja finalidade é discutir o papel da mulher na sociedade? Não valorizo a questão do género. Acredito que existem bons profissionais, com excelentes capacidades de resolução das situações. Considero que, enquanto mulher, a sensibilidade, a perspicácia, a flexibilidade e polivalência são características que me fazem diferenciar no meu dia-a-dia. Cada mulher deve estar consciente da sua auto-imagem e, necessariamente, possuir sonhos que a levem a ter motivação para se preparar física e emocionalmente para implementar a sua estratégia de atuação. A facilidade da comunicação digital ajuda-nos a deixar o nosso “traço” junto de outras entidades, através da partilha de informação e presença em debates, o que nos fortalece enquanto indivíduos (in casu, género feminino).

de facto existe ainda um longo a caminho a percorrer para a igualdade entre homens e mulheres? Como se encontra o tema no mundo da Advocacia? Hoje em dia, o fator “tempo” que cada cliente dedica ao aconselhamento/advogado para delinear a melhor estratégia para o seu caso específico, é determinante. E como já diz o ditado, a mulher possui características natas de maior humildade, polivalência, capacidade para realizar tarefas rotineiras num reduzido período de tempo. É o cliente que nos escolhe, que nos identifica com estas mais-valias e, como mulher, não tenho vivido impedimentos significativos na concretização dos meus projetos. Com que olhar enfrenta o futuro no domínio dos direitos das mulheres? Qual será o papel da PJM Advogados perante este desafio? A nossa imagem de marca é, sem dúvida, femi­nina. E com base na inteligência emocional que caracteriza as mulheres, no geral, pretendemos continuar a realizar um serviço jurídico e uma comunicação assente em: dinamismo,

PATRÍCIA DE JESUS MONTEIRO

interação, proatividade, inovação e par­tilha de informação utilitária ao consumidor, em tempo real, melhorando os vínculos dos cida­ dãos com a justiça. Consideramos que a qualidade e o profissionalismo da prestação de um serviço, por mulheres, supere e, coloque à margem, as cren­ças sobre as fragilidades aparentes de ser uma mulher advogada, jovem, a solucionar os litígios! ▪

Há quem defenda que apesar de todas as conquistas ainda existe muito por mudar. Acredita que

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Artigo de opinião de Cláudia Mendes Silva, embaixadora da Women in Tech Portugal

Women in Tech – Pontos de Vista A Women in Tech®, é uma organização global cuja missão é promover a integração das mulheres no mundo da tecnologia com capítulo aberto em Portugal desde 2018. Com milhares de membros em mais de 100 países e com mais de 20 capítulos oficiais, o movimento foca-se em criar impacto por meio de ações para aproximar as mulheres à tecnologia.

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CLÁUDIA MENDES SILVA

“Em Portugal, à semelhança do resto do Mundo, a posição e a integração das mulheres na tecnologia, tem sido feito a um passo muito lento”

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pesar de algumas décadas de progresso na criação de políticas e programas educativos na área CTEM, incluindo consciência para a igualdade de género no acesso ao trabalho às áreas tradicionalmente atribuídas ao sexo masculino, facto é que, as mulheres têm ainda uma baixa representatividade nos sectores das tecnologias da informação, seja nas bases, seja em cargos de decisão. Acreditamos que, consciencializar para o futuro e potenciar as oportunidades de trabalho nesta área, garantirá comunidades mais sustentáveis​​ em todo o mundo. A organização Women in Tech®Portugal tem uma estrutura de Board e Advisory Board onde, fazem parte um conjunto de homens e mulheres dos sistemas: tecnológico, educativo, de liderança e empreendorismo, Community Managers e parceiros estratégicos. Em Portugal, à semelhança do resto do Mundo, a posição e a integração das mulheres na tecnologia, tem sido feito a um passo muito lento. Contrariamente ao que se poderia pensar, o número de jovens do sexo feminino em cursos tecnológicos tem sofrido um decréscimo acentuado: representam menos de dois em cada 10 profissionais de Tecnologias de Informação e Comunicação. Tendo por base dados do Instituto Europeu para a Igualdade de Género e do Eurostat, a proporção de profissionais femininas na área decresceu de 17,1% em 2005 para 14,7% em 2018 e tem mantido a tendência até 2020. A situação pandémica, veio agravar ainda mais este fosso. Mais flagrante, são os números que indicam que apenas cerca de 0,2% das adolescentes portuguesas aspiram trabalhar nestas áreas. Embora tenham sido desenvolvidas várias iniciativas e programas, em especial, para as camadas mais jovens, ao analisar os números, Portugal ainda se destaca pelos piores motivos.

Enquanto Embaixadora, estou focada na criação de relações entre entidades governamentais e organizações privadas para criação de programas de empreendorismo, de formação tecnológica e digital. O objetivo é criar competências com foco nas tecnologias emergentes, dirigidos às gerações que procuram reclassificação de carreira e às mais novas ainda em processo de decisão da área de formação a seguir. É a montante, e pela educação de competências digitais e computacionais, que os números apresentados podem ser revertidos. Promover a visibilidade do trabalho feminino neste sector e em especial em cargos de liderança, com a voz das mulheres de hoje na tecnologia, em contexto nacional e internacional é também, uma forma de dotar as mulheres de conteúdos que podem fortalecer a sua carreira e abrir novos horizontes. É urgente desconstruir preconceitos e estereótipos de género sobre profissões tecnológicas e liderança feminina, demonstrando como se trabalha a tecnologia e com a tecnologia. Além dos Global Women in Tech® Awards, que homenageiam as mulheres da tecnologia em todo mundo, o movimento participa em diversas iniciativas como o Programa HeforShe, “Engenheiras por um dia” da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e em acções de mentoria de empreendorismo e liderança feminina. Em parceria com o Founder Institute Portugal, tem uma bolsa de empreendorismo Women in Tech®Portugal gratuita. Ainda há um longo caminho a percorrer em vista à equidade de género na tecnologia, seja pela presença, liderança ou igualdade de oportunidades, mas é possível alcançá-lo através de programas e sinergias estratégicas. É neste contexto que a Women in Tech®Portugal apela às organizações a cooperarem com a iniciativa e às mulheres, a juntarem-se ao movimento. ▪


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“A palavra desistir

não faz parte do nosso dicionário” Partner da PrimeUneed – um projeto que nasceu para dar continuidade à forte e consolidada experiência dos sócios em contextos multidisciplinares -, Ana Quental tem “um percurso feito com base em objetivos bem definidos”, como a própria afirma. Neste sentido, conta-nos a sua história e de que forma a aplica no mundo dos negócios, sob uma perspetiva de mulher e profissional.

A

Ana Quental conta com um percurso sólido na área financeira e diferentes negócios em ambientes de multinacional e grandes empresas nacionais. Gostaríamos de conhecer melhor a sua história. O que nos pode contar? Resumidamente uma carreira com uma vasta aprendizagem em variadíssimos negócios, empresas e equipas, com grande foco na área financeira mas muito orientada ao negócio e aos resultados. Grandes projetos a nível de organização de processos transversais à empresa, organização de equipas, participação em projetos internacionais. Um percurso feito com base em objetivos bem definidos, e uma busca constante de mudança garantido uma contribuição com valor acrescentado em todas as organizações, deixando evidente uma referência, uma “assinatura própria”. Atualmente é Partner da PrimeUneed – uma empresa que nasceu em 2018 da paixão pela área financeira e do espírito empreendedor dos seus sócios, para a realização de um projeto comum. No que consiste exatamente este projeto e de que forma se diferencia no mercado? Um projeto que nasce para dar continuidade e aplicabilidade a toda uma sólida experiência dos sócios adquirida em contextos multidisciplinares, que poderão possibilitar, em outsourcing, um vasto know-how ao nosso tecido empresarial, que por vezes não é possível ter internamente dada a dimensão e a realidade individual de cada empresa. Neste ambiente para onde somos cada vez mais direcionados, as empresas têm que focar-se no seu core business e deixar para os especialistas as questões de gestão financeira, essenciais à tomada de decisão, mas por vezes complexas.

Os valores que ditam a diferenciação da PrimeUneed estão definidos na sua missão, em que o foco é o serviço ao cliente, apostando na qualidade e transparência dos serviços prestados. Queremos ser um dos parceiros estratégicos na gestão das empresas criando valor nos seus negócios. Sabemos que tem especial apetência para reorganizar equipas, sendo por isso uma líder natural. Quais diria serem as características fundamentais que um líder deve assumir no mundo dos negócios? De que forma entendeu, ao longo da sua vida, o gosto pela liderança? Em termos de liderança sou da opinião que é algo natural e que vai sendo desenvolvida com a experiência, mas estará intrínseca em cada indivíduo. Características como a capacidade de planeamento, de comunicação, não ser avesso à mudança, de ouvir as diferentes opiniões, gerir conflitos, pragmatismo, tomada de decisão e resolução de problemas são muito úteis a quem lidera equipas. O gosto pela liderança parte naturalmente do gosto pela comunicação em geral e em particular pela apetência para um contexto de trabalho em equipa.

verificar situações que mostram o contrário. Existem setores, onde persiste alguma resistência a que as mulheres ocupem cargos de direção/chefia, principalmente os mais tradicionais, e onde o reconhecimento do valor profissional é medido pelo género. Esta influência para a mudança tem que partir, igualmente, de cada uma de nós, com a capacidade de resiliência e foco nos objetivos que são definidos a nível pessoal e profissional. Que mensagem gostaria de deixar a todas as mulheres que, como

ANA QUENTAL

a Ana Quental, lutam diariamente por ultrapassar os desafios impostos pela diferença de género? Uma mensagem curta, que transmito à minha filha desde que ela é pequena, para lhe incutir a autoconfiança necessária e prepará-la para o contexto social e profissional – a palavra desistir não faz parte do nosso dicionário! ▪

Em dezembro do ano de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas para relembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres que lutaram pelos seus direitos. Apesar do muito já concretizado, há quem assegure que existe ainda um longo caminho a percorrer para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade efetiva. Neste sentido, considera que – e tendo em conta o seu percurso profissional – ainda há muito para mudar? Sou da opinião que realmente já se fez um grande percurso, contudo ainda continuamos a

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“A APOTEC conta neste mês quarenta e quatro anos de intensa atividade” A APOTEC – Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade é um organismo profissional de classe, autónomo e indepentente e tem como objetivo representar, dentro dos quadros legais, os seus associados, defendendo os seus interesses técnicos, profissionais, deontológicos e culturais. Isabel Cipriano, Diretora da APOTEC, esclareceu-nos em entrevista, como é para si gratificante assumir um cargo de extrema relevância, dedicação e exigência.

C

omeçando pelo início, quem é a Isabel Cipriano, além de contabilista e Diretora da APOTEC há mais de 20 anos? Sou alguém que teve pressa em acabar o bacharelato no ISCAL, em 1996, sem grande paciência para a estatística e para a álgebra linear do curso superior de Contabilidade e Administração, que mais parecia ser um curso de matemática aplicada à contabilidade. O objectivo era começar a trabalhar na área da contabilidade e finanças. E quando comecei, apenas tive horas certas para sair nos três primeiros dias, desde então deixei de ver o relógio de ponto, passei a ver responsabilidades e a arranjar equilíbrio entre as várias (profissionais e pessoais). As primeiras férias de trabalho tiveram como finalidade o acompanhamento hospitalar e recuperação em casa, de um familiar. Sou parte de um casal, com quase 25 anos de caminhada. Tenho um filho com 15 anos que cresce sabendo que somos para a família, aquilo que somos para os outros. A dedicação e a exigência são os mesmos. Procuramos educar com o exemplo, que é a única coisa de valor que, enquanto pais, lhe podemos deixar. Quem escolheu esta profissão fui eu. Não me foi imposta. Nunca um familiar ficou por cuidar. Nunca gozei mais de 15 dias seguidos de férias. E ainda com genica para voluntariado, projectos novos, amigos e família. Ortega y Gasset, em 1937 disse que “nós somos nós e as nossas circunstâncias”. Sou alguém que gosta do que faz. Que análise faz do setor da contabilidade e do trabalho desenvolvido pela Associação em prol da atividade em Portugal? A caracterização do tecido empresarial condiciona a forma como se desenvolve a atividade deste sector, assim como as assimetrias regionais. Ainda assim, segundo dados do INE, nas estatísticas dos serviços prestados às empresas, em 2019, o valor das prestações de serviços em atividades de contabilidade, auditoria e consultoria das empresas cresceu 7,5% em relação a 2018. A Contabilidade, auditoria e consultoria deixou de ser a atividade mais representativa (26,2% do total da prestação de serviços) e foi ultrapassada pelas atividades da Informática que atingiram um peso de 29,2%, quando em 2018 estavam em 2º lugar fruto do resultado de um crescimento de dois dígitos (+12,5%). A APOTEC conta neste mês quarenta e quatro anos de intensa atividade. Participámos

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ISABEL CIPRIANO

em todas as alterações legislativas do sector. Estivemos na génese, implementação e desenvolvimento da regulamentação profissional, e por isso temos uma responsabilidade acrescida e histórica, que procuramos não descuidar e intervimos sempre que se justifique e seja necessário para os profissionais do setor, e em particular, para os Associados. Acresce ainda mais o dever de participação responsável ativa por ser uma entidade reconhecida de utilidade pública. Fazemos também a defesa da Contabilidade num país que tem uma forte ingerência fiscal nas práticas contabilísticas e na gestão das empresas. Os profissionais de contabilidade são das classes profissionais que mais mudanças abraçaram, aliados ao bom uso das soluções tecnológicas, que se foram sucedendo desde os anos 80. Hoje temos também o desafio de coordenar talentos, facilitando operações virtuais, tornando o trabalho mais flexível, pensando na saúde e segurança dos funcionários. Temos que adaptar e inovar sempre, para o apoio continuo aos Associados, que são a razão da existência da APOTEC. Como é que a podemos caraterizar enquanto líder nesta organização e como começou este desafio para si? Que género de liderança perpetua no seio da APOTEC? A liderança na APOTEC é, por inerência, do presidente Manuel Patuleia, com quem tenho o

privilégio de colaborar. Eu tenho a cargo, desde 2007, a direcção executiva e a co-responsabilidade estatutária enquanto vice-presidente, desde 2016. Em 2000 fui convidada pelo Manuel Patuleia para vir para a APOTEC para dar continuidade ao periódico técnico editado pela Associação, o Jornal de Contabilidade, assumindo a coordenação, e dotar a organização de meios e processos tecnológicos para as dificuldades administrativas mas sobretudo com uma maior adequação às crescentes necessidades dos Associados. Na reorganização administrativa e desenvolvimento tecnológico, áreas com experiência e conhecimento, acabou por ser um maior desafio. Quatro bases de dados separadas por função, nenhuma interligava, processos administrativos pouco informatizados, uma estrutura administrativa “pesada” com o natural desgaste e cansaço de uma associação com 23 anos, num país sem grandes hábitos de livre associativismo. E com o prenúncio de que teria “os dias contados”, uma vez que já tinha sido constituída a ATOC (hoje, OCC) e que as associações de inscrição facultativa iriam em pouco tempo desaparecer. Eu vinha de sistemas integrados faturação/ contabilidade, com mais de cem colaboradores, transações em mercado europeu e importações, lojas de venda ao público, revendedores, controlo interno, milhentas transações sibs com taxas diferenciadas, com contabilidade analítica, revisão legal de contas, etc., e longe de imaginar o que me esperaria e surpreendeu-me os hábitos, iguais há vinte anos e algum ceticismo a mudanças. Só mesmo por um sentido de profunda admiração e gratidão pelo presidente, não me vim embora nos dois primeiros meses. E foi junto com as pessoas – colaboradores internos e externos, e fazendo trabalho que não era “meu” mas que era preciso ser feito para se conseguir adequar e implementar toda uma revolução informática, administrativa e uma forma mais próxima e assertiva no relacionamento com os Associados e com as instituições e organizações estatais. Um dos fundadores e grande símbolo desta Associação, Martim Noel Monteiro era um acérrimo defensor de que a competência se demonstra com os conhecimentos que se evidencia e não com os diplomas que se apresenta. E esse é um lema que deixou bem marcado na APOTEC, pois ainda hoje defendemos intransigentemente esse princípio.


PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A APOTEC adaptou-se internamente, vem fazendo-o constantemente porque as necessidades dos profissionais e das empresas também se vão modificando, e há que antecipar essas necessidades para continuarmos a prestar o melhor apoio aos Associados. E o ano 2020 foi um desafio à liderança de qualquer organização. As ‘nossas’ pessoas corresponderam de forma muito dedicada e solidária. E isso foi percetível aos Associados que se mantiveram e continuaram a justificar a nossa entrega. A liderança é assente em (re)conhecimento, confiança e ética. A mulher hoje tem um papel fundamental na Sociedade, quer ao nível da gestão como da liderança em múltiplas actividades consideradas até de maior influência do sexo masculino. Como se pode equilibrar, na sua opinião, esta balança da “igualdade de género”? Penso que a mulher tem hoje um maior reconhecimento público, mas sempre teve um papel fundamental na sociedade. Historicamente somos uma sociedade matriarcal. Veja o papel da mulher na família. Quem herdava naturalmente o direito ao trono? Os filhos do rei com a rainha, não os outros que não os da rainha. As duas grandes guerras vieram colocar em evidência, não só a necessidade, como a capacidade da mulher em desempenhar atividades que tradicionalmente estavam a cargo dos homens. E sendo um processo irreversível, a mulher foi desenvolvendo competências, e hoje é comum cada vez mais mulheres estarem na liderança e gestão das organizações, como noutros lugares nas mais variadas entidades. “Igualdade de género” é um argumento político. Não há géneros iguais. O que se poderá pretender igualizar é a oportunidade de um tratamento semelhante em reconhecimento, remuneração e valorização pela capacidade e competência. E esse é caminho que se tem vindo a fazer, às vezes devagar, noutras nem por isso. Temos tantos e bons exemplos desta sociedade em constante mudança, desde mulheres na arbitragem profissional desportiva, a cientistas, influencers, políticas, governantes, militares, gestoras, activistas, etc. Em 2020, era notícia a voz mais poderosa na luta contra as alterações climáticas globais, Nemonte Nenquimo, a líder de 34 anos da nação Waorani no Equador. Na APOTEC, a equipa administrativa é composta por 5 mulheres e 1 homem. Na Direção Central, há 4 mulheres e 3 homens.

A contabilidade assume uma grande relevância para as empresas neste contexto de recuperação económica em tempos de Pandemia. Qual o papel que desempenha e fomenta para este desígnio junto da Direção e dos associados? A contabilidade é uma parte vital das organizações, que permite a evolução do modelo operacional da empresa para criar e diversificar novos serviços, criando assim valor. O acentuado desenvolvimento tecnológico das últimas décadas tem criado, no âmbito da actividade profissional, uma maior necessidade de ajustamento entre o conhecimento adquirido pelos agentes e as necessidades constantes exigidas ao desempenho eficiente de qualquer actividade profissional. As constantes alterações legais, e este último ano têm sido exímio nisso, não só ao nível da legislação laboral como fiscal, e evidenciam a necessidade dos profissionais de contabilidade se manterem permanentemente actualizados nessas áreas do conhecimento social, por forma a poderem corresponder ao mais elevado nível de exigência. As mudanças profundas que já estão a ocorrer nas empresas, no quotidiano e no mundo urgem a que os profissionais redefinam seus papéis e contribuições não só para as entidades como para a sociedade em termos gerais. A profissão de contabilista não é imune a estas mudanças. A definição de resiliência assenta muitíssimo bem a estes profissionais. Os contabilistas têm um papel muito importante, e isso obriga-nos a nós Associações a dotar e formar estes profissionais para o futuro, que exige cada vez mais a execução de uma abordagem abrangente e integrada, aliada de conhecimento, tecnologia, competências e comportamentos éticos necessários para um ambiente sempre em (r)evolução. A terminar, o que podemos continuar a esperar do trabalho e da relevância profissional dos contabilistas bem como da APOTEC no contexto económico e institucional na sociedade portuguesa? Valorizar o profissional através da formação é dotar as organizações de capacidade de criação de valor. A APOTEC Academia, criada no final de Março do ano passado, em pleno confinamento, é o mais recente projecto formativo na APOTEC de transmissão, partilha e crescimento profissional, com o rigor e dedica-

ção que os Associados e formandos nos merecem. E esta é uma preocupação constante da Direcção. A formação profissional como criação de valor é o objectivo por excelência, e um desafio à recuperação económica. Não só para nós profissionais, mas para a sociedade em geral, aliando conhecimento e criatividade, pois o modelo tradicional não se adequa a estes novos tempos, que já nos trazem novas formas organizacionais, em que a volatilidade geopolítica e económica têm grande impacto nos mercados financeiros, assim como as questões de desempenho e preservação ambientais. E isto é referenciado no Plano de Recuperação e Resiliência. E os contabilistas estão bem posicionados para liderar uma agenda de criação de valor, como parceiros de negócios dentro de uma organização. Têm sido o suporte das empresas, já o eram e agora são ainda mais. Somos qualificados em diversas as áreas como a contabilidade, a fiscalidade, o controlo interno e reporte, a gestão financeira, gestão de recursos humano e a gestão de sistemas de informação, entre outras. Numa crise tão grande e abrangente quanto a COVID-19, todos devemos trabalhar juntos para compartilhar conhecimentos e recursos e fornecer os melhores conselhos e orientações possíveis para nossos governos e economias. Existem alguns desafios para curto-médio prazo em torno da v/ atividade e da v/ gestão no mandato que resta? As sucessivas falências de várias empresas das atividades forçadas ao encerramento, as dificuldades de tesouraria, que não estão sendo atenuadas pelos apoios do Estado que se têm manifestado insuficientes, as contínuas dificuldades de otimizar plataformas públicas de respostas às necessidades das empresas, dos profissionais e dos contribuintes, vão ter reflexo também nos contabilistas, e por inerência, nas associações. O nosso mandato termina no final deste ano, em 2022 haverá novas eleições. Não é uma preocupação imediata, pois há elementos de continuidade neste sentido de missão associativa, a Direcção tem projetos novos em desenvolvimento, continua a apostar em mais parcerias, que visam ajudar os associados e as empresas a sobreviverem e a prosperar na incerteza destes próximos anos. ▪

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EVENTO - WEBINAR LEAD&COM

WEBINAR LEAD&COM | 18 de março de 2021 | 9h30 – 11h, Plataforma Zoom (Gratuito)

A COMUNICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE LIDERANÇA NAS EMPRESAS

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emática sempre atual é a da Comunicação, que vai ganhando relevância com a evolução dos tempos e, também, mudanças no paradigma social e económico, que vamos vivendo. Considerada uma ferramenta chave para a gestão de um negócio, concertada com uma

liderança forte e em linha com a visão e missão da empresa, a comunicação atua como uma alavanca para o seu crescimento. Tendo como base as suas vivências e experiência profissional um grupo de quatro amigos, networkers e empresários, que se complementam nas suas áreas de atuação, organizaram um

Webinar sob o tema LEAD&COM. Vamos saber qual o propósito, objetivos e benefícios que estes quatro empresários se predispõe a partilhar numa sessão online e interativa, que será totalmente gratuita. Em abordagem estarão os temas da Liderança, Comunicação Interna, Reputação Corporativa e Branding.▪

Luís Simão, MARIA JOÃO DE FIGUEIREDO,

CEO DA CIPHRA - CONTABILIDADE, GESTÃO E RH, E AS QUESTÕES RELACIONADAS COM A LIDERANÇA NO SUCESSO DE EQUIPAS E EMPRESAS

OWNER E COACH EXECUTIVO DA GREAT BOOM, REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO INTERNA NA LIDERANÇA

“A comunicação é tudo”

A sua participação neste Webinar advém da sua experiência como uma Líder e/ou Gestora de pessoas? Como se vê neste papel? Desde sempre que me revejo no papel de líder e desde muito nova, que o meu pai, na altura empresário, comentava: “Se fosses homem darias um bom líder, mas és mulher…”. Embora esta avaliação tenha uma conotação associada ao género, típica dos anos 70, a verdade é que o meu perfil estava identificado, e o meu percurso acabou sempre por estar ligado à gestão de pessoas e à liderança de equipas e projetos. Posso, assim, assumir que me identifico com esta missão que é motivar, gerir e inspirar pessoas.

Da sua experiência como Coach, como classifica a importância na comunicação interna entre chefias e equipas? A comunicação é tudo! É a mola propulsora para uma liderança que transforma. É a chave mestra que auxilia a liderança, não só ao colocar todos no mesmo ‘patamar’, mas, principalmente, a mudar crenças, cultivar o entendimento e alinhamento, e ainda criar sentimento de pertença nas equipas. Independentemente da estrutura hierárquica dentro de cada empresa, a forma como a comunicação é passada tem um efeito enorme, e este pode ser positivo ou negativo. Uma comunicação efetiva é uma comunicação bem-sucedida, aquela em que os líderes estabelecem conexão e ganham suporte incondicional da organização, independentemente das possíveis barreiras, e isso só é facilitado e possível através da comunicação. Para garantirmos a melhor comunicação interna possível é importante escolhermos a melhor forma como comunicar - o melhor momento e a melhor estratégia, para cada situação e individuo. Ah claro, e nunca esquecer que temos vários tipos de comunicação, verbal e não verbal, e a congruência entre ambas deve ser perfeita.

Acha que o sucesso de uma empresa está diretamente relacionado com a gestão das equipas? Ou acredita que um bom serviço/produto fala por si? Podemos ter o melhor produto ou serviço do mundo, mas se não tivermos as pessoas certas para o trabalhar, de nada nos vai valer. O grande desafio é conseguir juntar as pessoas certas, retirar de cada uma delas o que de melhor têm, e motivá-las para trabalharem em equipa, de forma a dar a resposta mais eficaz e eficiente ao cliente.E quanto mais experiência tenho no contacto com o mundo empresarial, mais acredito que o sucesso passa pelas equipas e pelas pessoas que nos rodeiam. ▪

Uma comunicação interna disfuncional pode impactar o crescimento de uma empresa? Na minha opinião uma comunicação interna disfuncional pode gerar consequências bastante graves para uma empresa. A nível hierárquico pode, inclusivamente, destruir equipas e pessoas, criando desmotivação e demais conflitos que, consequentemente, provocam um decréscimo na qualidade do trabalho, ou mesmo o abandono da empresa. Entre colegas pode provocar desentendimentos, quebras de confiança e de produtividade no trabalho de equipa. Esta insatisfação vai, invariavelmente, refletir-se no desempenho profissional da empresa, passando uma imagem negativa para o mercado e stakeholders. Esta perceção vai limitar o crescimento da empresa, obrigando a uma transformação. ▪

“O sucesso passa pelas equipas e pelas pessoas”

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EVENTO - WEBINAR LEAD&COM Para Paulo Simão,

Partner e Designer na DSC design e comunicação, a identidade visual não pode ser descurada, pois revela o posicionamento da marca no mercado

“A identificação criada no consumidor é o propósito de uma marca forte” A identidade visual de uma marca diz muito sobre os seus serviços/ produtos, concorda? Qual o impacto para o mercado? A identidade visual é uma construção de vários elementos gráficos e visuais responsáveis por criar uma atmosfera a respeito de, o que é a empresa, quais são os seus valores e de que forma se posiciona no mercado e na sociedade. No conjunto de todas as características que constituem a empresa, a identidade visual pretende realçar aquelas pelas quais queremos ser lembrados e que nos diferenciam dos demais. Para que uma marca

seja reconhecida positivamente e, como consequência, tenha sucesso no seu mercado, é preciso defini-la e destacar as suas melhores qualidades. Este é um trabalho de extrema importância porque todos nós queremos que a nossa marca seja única e atrativa. De forma subjetiva, a identidade visual é responsável por gerar um sentimento forte de identificação, confiança, ligação e pertença em relação às marcas e é fundamental para as empresas crescerem e gerarem negócios. Na escolha de um produto/serviço a imagem da marca é fator diferencial? A marca de um produto/serviço também vulgarmente chamada de logotipo é a sua representação visual e da forma como se posiciona no mercado. Existem logotipos mais tradicionais, modernos, mais ousados ou conservadores, e todas as suas características dizem muito sobre a empresa em questão. Os logotipos estão em todo o lado e até parece que nos seguem fazendo parte da nossa cultura e estilo de vida. Eles influenciam de forma determinante as nossas decisões estando muitas vezes repletos de significados. Esta identificação criada no consumidor é o principal propósito da existência de uma marca forte porque nunca vai desaparecer da sua memória. ▪

Mafalda Flores,

CEO & FOUNDER DA BLOOD.COM COMUNICAÇÃO & PR, REVELA A IMPORTÂNCIA DE UMA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO INTEGRADA ONDE A REPUTAÇÃO É VANTAGEM COMPETITIVA

“A reputação de uma empresa anda de mãos dadas com a credibilidade” Como relaciona o nível de Reputação com o possível sucesso da empresa? Pode haver desvalorização da marca? A reputação de uma empresa anda de mãos dadas com a credibilidade e, está diretamente conotada com a sua imagem, ações e seus representantes. Daí a relevância de existir um alinhamento entre a visão, missão e uma comunicação efetiva de dentro para fora. Costumo referir muitas vezes aos meus clientes que uma imagem vale mais do que 1000 palavras, mas se a palavra (dita mensagem) não for coerente com o propósito da empresa, o impacto é nulo ou até mesmo negativo. E isso provoca uma desvalorização da marca. Por outro lado, havendo coerência nas ações e uma liderança forte, onde as práticas internas se refletem nos serviços/produtos oferecidos pela empresa, tornam-se uma vantagem competitiva, o que naturalmente leva ao sucesso do negócio. O objetivo de prender a atenção é criar uma relação de credibilidade, na qual estranhos se transformem em seguidores e, por fim, em clientes. Reputação vs notoriedade, qual a diferença? Que importância tem a reputação num mercado altamente competitivo? São dois fatores complementares, que corretamente trabalhados revelam-se vantagem competitiva para o negócio. Associada à coerência está a necessidade de uma comunicação eficaz sobre o que as empresas fazem e o que as marcas representam, garantindo que o que for comunicado se converte naquilo que os clientes pensam realmente sobre as marcas e as empresas. Isto é Reputação. Já a notoriedade mede-se pelo reconhecimento que se tem sobre a existência uma marca, produto ou serviço. Daí a necessidade de as empresas darem elevada importância a este aspeto, uma vez que ter notoriedade leva não só a empresa a ser lembrada, como ajuda a potenciar uma relação de confiança com o consumidor, ter os seus produtos desejados e ter maior visibilidade. Num mercado competitivo assumir uma estratégia de comunicação integrada onde a reputação potencia a notoriedade, pode ser uma alavanca para o crescimento da empresa, uma vez que as perceções dos clientes correspondem à realidade comunicada. ▪

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

POR Analita Alves dos Santos, «No ofício da Escrita»

Ler para recordar, escrever para não esquecer A primeira vez que contribuí com um texto para a revista Pontos de Vista não assinei o artigo. Escrevi em representação de uma outra voz, que não a minha. Já nessa altura, e mesmo muito antes, a escrita acompanhava-me. A leitura também.

O

Analita Alves dos Santos

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Linkedin não deixa esquecer: esta colaboração inicial aconteceu no distante ano de 2010. Onze anos passaram. Sendo outra, sou a mesma, nunca serei uma estranha para quem um dia me conheceu, independentemente do contexto. Os valores e os princípios que me regem são os mesmos, aqueles, duradouros, que sempre nos aproximarão uns dos outros, por mais que o tempo passe. Por essa razão, estou agora aqui consigo para lhe falar deste admirável mundo que desejo que venha a ser cada vez mais o seu: o mundo do prazer da escrita, das palavras e dos livros. Ler dá-nos sopro de vida e agora, desde que estamos confinados, auxilia-nos o respirar, a olhar o mundo além das nossas existências menos oxigenadas. A leitura ajuda-nos a estimular a criatividade, a imaginação e a curiosidade, despertando em nós novos interesses. Quem não deu por si a desejar descobrir uma nova cidade, outros costumes, só para satisfazer o apetite louco que as páginas de um livro lhe provocaram? Quando lemos estamos sozinhos, mas não verdadeiramente sós. Praticamos a atenção plena e olhamos o mundo através de um caleidoscópio de compaixão. Os livros revelam-nos páginas de novos vocábulos, interpelam-nos a falar com desenvoltura e a escrever cada vez melhor. Quem lê, é mais crítico. Está desperto no mundo que o rodeia e dificilmente se deixará subjugar por uma vontade maior, que não a sua. Distopias como «A História de Uma Serva», de Margaret Atwood, apresentam-nos mundos em que as palavras e os livros são controlados por esse mesmíssimo motivo: quem lê, questiona e pensa. E pensar pode ser o derradeiro conflito. Ler ajuda-nos a recordar quem somos, quem fomos ou quem gostaríamos de ter sido. Escrever abre-nos uma outra janela dimensional. Permite-nos ser muitos,

sem deixar de ser quem somos; permite-nos viver todas as vidas que existem em nós; permite-nos não esquecer. O «Diário de Anne Frank» é um dos grandes exemplos de como a escrita não nos deixa olvidar a História, num relato diário da adolescente que fala com a sua amiga imaginária Kitty, e revela-nos o quotidiano de terror e tensão da perseguição nazi aos judeus. Há muito passado que merece permanecer vivo e por tantas outras razões. Recentemente, tive o privilégio de receber a escritora Lídia Jorge numa masterclass e perceber ainda melhor esta certeza da escrita. A vontade de «escrever para não esquecer» a voz mágica do mundo rural ficou gravada nas páginas do seu primeiro livro publicado: «O Dia dos Prodígios». Também Luís Cardoso, convidado dos «Encontros Literários O Prazer da Escrita», mostrou aos leitores presentes que a sua obra «Requiem para o Navegador Solitário» é mais do que belíssima história ficcionada — é um testemunho do sofrimento do povo timorense gravado nas linhas e entrelinhas, a começar pela capa. Ler é uma forma de viver, de recordar. Escrever é não deixar esquecer e muito mais. Como afirma Rosa Montero, a escrita é «o esforço de transcender a individualidade e a miséria humanas, a ânsia de nos unirmos com os outros num todo, o afã de nos sobrepormos à escuridão, à dor, ao caos e à morte.» Termino com uma sugestão literária: «As Cidades Invisíveis», de Italo Calvino, uma das obras-primas da literatura do século XX; o livro de março no clube de leitura online com a minha curadoria e David Roque, professor de História e dinamizador de Escrita Criativa. Fica o convite. ▪ Encontre-nos em: https://www.facebook.com/groups/EncontrosLiterariosOPrazerDaEscrita. Saudações Literárias e até breve.




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