SARA MACIAS O ROSTO DA PRÓXIMA EDIÇÃO
Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. JULHO 2019 | EDIÇÃO Nº 86 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros
MARGARIDA RODA SANTOS, UMA CARREIRA NA ADVOCACIA
JORGE FONSECA FUNDADOR DO GRUPO BF
GRUPO BF: HÁ 30 ANOS A ACREDITAR NAS PESSOAS
FOTO: DIANA QUINTELA
5ª EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA C-DAYS
JULHO 2019
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» PROGRAMA DO ARRENDAMENTO ACESSÍVEL OPINIÃO, IOLANDA MOUTA MENDES, SÓCIA FUNDADORA E ADVOGADA DA PEREIRA MOUTA MENDES & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE ADVOGADOS, RL.
PROGRAMA DO ARRENDAMENTO ACESSÍVEL. ACESSÍVEL PARA QUEM? Em Portugal vivemos uma época dourada do imobiliário. O turismo cresce, Portugal e principalmente Lisboa estão na Moda. Todos os anos recebemos óscares do turismo com grande destaque para Lisboa. Desde que começou a grande recessão em 2009 e até 2013/2014 o mercado imobiliário em Portugal esteve praticamente paralisado. A partir de 2013 e com a entrada em vigor dos vistos gold o mercado imobiliário em Portugal começou a recuperar.
O PONTOS DE VISTA
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metro quadrado no centro de Lisboa passou de pouco mais de mil euros para mais de dez mil euros atualmente. Com a recuperação económica, muitos dos jovens que tiveram de adiar os seus planos de casar e ter casa, sentem que agora é a altura ideal para realizar o seu sonho. Um sonho, que para muitos se está a tornar um pesadelo, pois o preço das casas disparou para valores superiores aos que se praticavam antes da crise e os rendimentos das famílias não subiram ao mesmo ritmo que subiu o valor da habitação. Se comprar casa está fora de questão devido ao elevado valor e às restrições da banca, arrendar é a única hipótese. Num país como Portugal, em que o mercado de arrendamento é praticamente residual e em que a grande maioria dos portugueses tem casa própria, esta procura por casa para arrendar fez disparar os preços do arrendamento de uma maneira incomportável para muitos portugueses. Além do mais, o arrendamento de curta duração também veio agravar a situação. Com T1 a mais de mil euros por mês e quartos para estudantes a partir dos 600 euros, Lisboa deixou de ser uma cidade para a classe média. Num país em que dois milhões de habitantes auferem o ordenado mínimo (600 euros) e em que um trabalhador da classe média aufere cerca de 950 euros por mês de vencimento, casas cuja renda mensal ronda os mil euros por mês, são claramente um exagero e incomportáveis. Com isto em mente e com o problema a aumentar, o governo decidiu criar um Programa para tentar reduzir o valor
das rendas assim como o mercado informal. Foi criado através do Decreto-Lei n.º 68/2019 de 22 de maio de 2019 o Programa de Arrendamento Acessível. Este programa visa colocar casas no mercado de arrendamento a preços acessíveis para a classe média. O objetivo é reduzir em 20% o preço médio do arrendamento, dando incentivos fiscais aos senhorios, bem como garantindo seguros mais baratos. No dia 1 de julho de 2019 o Programa entrou em vigor. Na primeira semana houve mais de 1500 candidaturas para pouco mais de 35 alojamentos inscritos. Será que este Programa é uma desilusão? Este programa foi desenhado para todo o país, com claro impacto em Lisboa e Porto. Está dividido por áreas onde cada área tem um valor máximo definido por lei. Nos 308 concelhos portugueses, mais de metade (165) estão no escalão um, com os valores mais baixos, que variam entre 200€ por um T0 e 525€ para um T5. Lisboa é o único concelho no escalão 6, ou seja, no que tem rendas mais altas: o limite do valor para um T0 é de 600€, T1 até 900€, T2 até 1.150€, T3 até 1.375€, T4 até 1.550€, T5 até 1.700€ e acima de T5 acresce 150€ por cada quarto. Os concelhos de Cascais, Oeiras e Porto estão no quinto escalão. Em relação aos candidatos, também há regras a cumprir. No caso de uma pessoa individual, para poder beneficiar deste programa, poderá ganhar, no máximo, 35 mil euros brutos por ano; se for um casal sobe para 45 mil €. Por cada filho (ou pessoa a mais no agregado familiar) o limite aumenta cinco mil €. Também podem candida-
tar-se estudantes, que não tenham rendimentos próprios, desde que a renda seja paga por terceiros. Além disso, também é tida em conta a taxa de esforço dos inquilinos: segundo as regras, a renda deverá representar 15 a 35% do rendimento médio mensal. No fundo pode considerar-se que esta lei está feita à medida do país. No entanto na Grande Lisboa e Porto, esta lei peca por realmente não ajudar a classe média que realmente necessita. Como é possível que um trabalhador que ganhe mil euros consiga viver depois de pagar uma renda de 700 ou 800 euros por um T1? Uma família com crianças, com um rendimento líquido de 2000 euros terá dificuldades para pagar a renda. É verdade que não ultrapassa os 35% do rendimento bruto da família, mas não nos podemos esquecer que Portugal é dos países com a maior taxa impositiva da Europa e com os preços mais caros de combustíveis, água, luz e gás (depois de se ajustar a paridade do poder de compra). Além do mais, a quantidade de burocracia necessária para formalizar a inscrição é atroz. É necessário contratar três seguros obrigatórios, que no momento em que este texto foi escrito, ainda não tinham sido colocados no mercado e muito menos se sabe o seu valor. Os contratos para residência permanente têm um prazo mínimo de cinco anos. Depois podem ser renovados por períodos a definir entre as duas partes. Numa sociedade que se quer flexível, em que as mudanças sociais dos últimos anos levaram a uma extrema volatilidade do mercado de trabalho assim como das relações socias, um contrato de 5 anos parece uma eternidade. Se do lado dos senhorios o risco é considerável, haverá assim tantos inquilinos a quererem ficar ligados a uma casa provisória por um período tão largo de tempo? De momento como na globalidade do mercado de rendas em Portugal, a procura supera largamente a oferta. E nas grandes cidades este arrendamento é apenas realmente acessível para uma classe média, média-alta excluindo aqueles que mais necessitam de rendas ditas “acessíveis”. Tem de se promover a construção e a reabilitação para a classe média que realmente necessita e não para os privilegiados estrangeiros que chegam a Portugal para passar as suas reformas douradas aproveitando-se do nosso bom clima, hospitalidade e excelente gastronomia. O Governo teve uma boa iniciativa, mas necessita de ser mais ambicioso, de forma a garantir esse direito constitucional que é uma Habitação Digna para todos. ▪
A CETA foi criada em 1980 integrando parte significativa dos engenheiros com objectivo de construir um novo Moรงambique Independente.
» TRANSFORMAÇÃO E PROTEÇÃO DIGITAL OPINIÃO DE IVÁN MATEOS, SALES ENGINEER NA SOPHOS IBÉRIA
#FACEAPP: UM NOVO EXEMPLO DE QUE CONTINUAMOS DEMASIADO CONFIANTES Certamente, nos últimos dias enviou, ou pior ainda, um amigo ou familiar enviou uma foto dele mesmo, mas alguns anos mais velho. Esta é uma das funcionalidades de uma de tantas aplicações disponíveis para o telefone, com capacidade de modificar a sua cara, para o tornar mais velho, mais jovem, ou até mesmo acabar com problemas de velhice em apenas alguns segundos. Neste caso, estamos a falar da aplicação FaceApp, que embora não seja nova, gerou muita expetativa devido a uma nova melhoria de Inteligência Artificial que torna os seus resultados muito mais reais.
O PERFIL
IVÁN MATEOS
SALES ENGINEER NA SOPHOS IBÉRIA
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que irá ler de seguida são todo o tipo de notícias que falam sobre este tema, acusando-o de dar a sua privacidade ao governo russo e tratando a aplicação como uma ocultação ao malware. Apesar disso, para além de tudo isto ser verdade ou não, o que realmente o deveria preocupar no nosso ponto de vista é outro tema: continuamos a ser demasiado confiantes. Vamos colocar em prática um exemplo muito simples com esta mesma aplicação, que é simplesmente ler os “Termos e condições”: “Atribui à FaceApp uma licença de utilização permanente, irrevogável, livre de direitos autorais, mundial, integralmente concedida, transferível sob licença, que reproduz, modifica, adapta, publica, traduz, cria trabalhos derivados, distribui, realiza publicamente e apresenta o seu Conteúdo de Utilizador e qualquer nome, nome de utilizar ou imagem fornecida em conexão com o seu Conteúdo de Utilizador em todos os formatos de meios e canais atualmente conhecidos ou ainda em desenvolvimento, sem uma compensação para si.” Parece uma brincadeira não? Mas não é, e se utilizou a aplicação aceitou estar de acordo com tudo isto. O certo é que, se lesse isto antes, certamente não a teria descarregado, ou talvez sim, mas aí já o fazia sabendo o que implicava. Em qualquer caso, o objetivo deste artigo não é avaliar esta aplicação (se lermos as condições de muitas outras aplicações muito mais conhecidas, e que também utilizam a nossa informação privada, aparecem constantemente este tipo de frases assustadoras), mas sim refletir sobre a pouca atenção que prestamos ao que fazemos no nosso dia a dia e o risco que isto pode representar. De facto, se observarmos um pouco, a propagação viral desta aplicação não é diferente ao que acontece habitualmente, por exemplo, com uma campanha de “pishing”. Analisemos o contexto: Campanha de Verão, o mundo inteiro a partilhar as suas fotografias nas férias através do telemóvel,
“desafios” na internet... informação suficiente para formular uma nova campanha de emails fraudulentos, com os quais infetam a nossa equipa, roubam dados bancários ou reúnem simplesmente um conjunto de informação que será posteriormente muito útil para outro objetivo. Se há poucos dias publicávamos o artigo relacionado com os conselhos sobre “Como utilizar as redes Wi-Fi de forma segura nas férias em apenas 6 simples passos”, desta vez voltamos a dar valor à importância de prestar atenção ao que fazemos a partir dos nossos dispositivos móveis. Um dispositivo móvel pode conter tanta informação nossa. E por este motivo, é muito importante termos consciência de quando damos permissão a uma aplicação ou quando lemos um e-mail e clicamos no link, que pode ser malicioso, podemos estar a cometer um erro que pode chegar a custar-nos mais que um desgosto. O que devemos fazer? Em primeiro lugar, ganhar consciência e aprender a reconhecer os periogos, e para isso, temos ferramentas de formação como o Phish Threat, com a qual aprendemos a distinguir esses e-mails maliciosos e, temos também acesso a ferramentas que protegem os nossos dispositivos móveis como o Sophos Mobile Security, com o qual podemos, por exemplo, guardar as nossas senhas de forma segura, eliminar e/ou localizar o nosso dispositivo caso se perca, assim como rever as permissões que demos a uma aplicação, saber se estão a utilizar a nossa localização, e por sua vez saber se se trata de uma aplicação maliciosa. Com isto, e com um pouco de senso comum, que temos de ir treinando, aprendemos a dedicar dois minutos antes de clicar num link de um e-mail, a lermos o que estamos a aceitar e, definitivamente, a aplicar a política eficaz Zero Trust, e a confiança que sempre se recomenda na cibersegurança. O mais importante para enfrentar um risco de qualquer âmbito é conhecer a sua existência, se o fizermos já demos muitos passos no caminho certo. ▪
ÍNDICE DE TEMAS
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PÁG. 4 IOLANDA MOUTA MENDES, SÓCIA-FUNDADORA E ADVOGADA DA PEREIRA MOUTA MENDES & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE ADVOGADOS, RL. E O PROGRAMA DO ARRENDAMENTO ACESSÍVEL
FICHA TÉCNICA
Administração Redação Departamento Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 2º J 4400 - 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879 Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660 4455-518 Perafita Matosinhos Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.facebook.com/pontosdevista Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 Dep. Legal: 374222/14
ALBERTO TEJERO, DIRETOR COMERCIAL IBERIA DA PANDA SECURITY, REVELA COMO A MARCA TEM SIDO UM VERDADEIRO PILAR NO DOMÍNIO DA PROTEÇÃO DIGITAL
DIRETOR: Jorge Antunes EDITOR: Ricardo Andrade Rua Rei Ramiro 870, 2º J 4400 – 281 Vila Nova de Gaia PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Ana Rita Silva | Elisabete Teixeira PAGINAÇÃO: MÓNICA FONSECA GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares | Miguel Beirão | Vítor Santos | Ana Carolina Durante FOTOGRAFIA: Diana Quintela - www.dianaquintela.com Rui Bandeira - www.ruibandeirafotografia.com Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 2º J, 4400 - 281 Vila Nova de Gaia E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt
PÁG. 12 A 14 ESTIVEMOS PRESENTES NO EVENTO NACIONAL DA APCADEC, QUE SE REALIZOU NO PASSADO MÊS DE JUNHO EM LISBOA (VIP EXECUTIVE ART’S HOTEL), E QUE TEVE COMO TEMA: “NEXT GENERATION PROCUREMENT: TENDÊNCIAS E IMPACTOS”
PÁG. 20 A 39
Preço de capa:
4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%), Europa: 65 euros Resto do Mundo: 60 euros
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PÁG. 54 A 55 MONTE DOS CORDEIROS: “VENHA PELO DESCANSO, FIQUE PELA NATUREZA”
EURAFRICAN FORUM 2019: “UMA CONVERSA ENTRE PRESIDENTES: DUAS PERSPETIVAS SOBRE O FUTURO DA RELAÇÃO EURO-AFRICANA”. COOPERAÇÃO CPLP EM DESTAQUE
7 JULHO 2019
Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda.
» EVENTO
C- DAYS - ESPECIALISTAS EM CIBERSEGURANÇA REUNIDOS NO PORTO A quinta edição da Conferência C-Days, organizada anualmente pelo Centro Nacional de Cibersegurança – CNCS, realizou-se nos passados dias 26 e 27 de junho, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, tendo sido, uma vez mais, um evento de enorme relevância, e que contou com quase um milhar de profissionais do setor que ficaram a par das últimas novidades e evoluções no que concerne a cibersegurança.
LINO SANTOS
PONTOS DE VISTA
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780 participantes, perto de 80 conferencistas, 47 sessões, 28 parceiros, mais de 15.500 visualizações em redes sociais, cobertura por 12 OCS e 50 pessoas do staff. Isto são apenas números, mas que exemplificam e bem a dimensão e a relevância do evento e que ano após ano tem marcado uma nova forma de estar e, acima de tudo, um novo paradigma assente em três pilares: pessoas/tecnologias/processos. Foram diversos os momentos de atenção no C-Days, mas o mais marcante e relevante passou pelo lançamento do Quadro Nacional de Referência para a Cibersegurança, que, segundo Lino Santos, Coordenador do Centro Nacional de CIbersegurança, “era algo que define o que deve ser realizado para o presente e futuro”, comprometendo-se, com a sua equipa, a continuar a trabalhar e a apresentar ferramentas sobre o “como deve ser realizado”, afirmou, lembrando que este foi também um certame que “chamou” a comunidade mais jovem, especificamente nas sessões mais técnicas. “Foi uma surpresa e demonstra o interesse dos mais jovens para este tema, o que é bom pois precisamos deles para melhorar a capacidade do nosso país”, salientou Lino Santos. Lisboa, Coimbra e agora a Invicta, ou a cidade do Porto. Esta tem sido a filosofia do CNCS, ou
seja, de apostar numa política de descentralização e assim levar todas as ideias, ferramentas e instrumentos, iniciativas e players a todo o país. “A escolha da cidade do Porto, correlacionada com o tema das pequenas e médias empresas, perspetivava ma forte afluência e foi isso o que aconteceu. Tivemos um público bastante diverso, muitas pessoas da área técnica, mas também pessoas da administração local, de pequenas e médias empresas, e dirigentes da administração pública, o que significa que alcançamos o nosso objetivo que é transformar esta conferência anual num ponto de encontro nacional de referência na área da cibersegurança”, salienta. Um dos principais focos desta edição, é que a mesma centrou-se mais no universo das PME’s, que, no fundo, são aquelas que mais «sofrem» com todas estas novas dinâmicas da Cibersegurança, da Transformação Digital e das Novas Tecnologias, sendo fundamental que se antecipem problemas que eventualmente possam surgir. “Se pensarmos que a cibersegurança é um tema algo difuso e de difícil compreensão, é natural que as grandes empresas, com os recursos e com a capacidade que têm, beneficiem de uma maior aptidão para responder aos desafios que enfrentam do que as pequenas e médias empresas. Nesta
“guerra de recursos escassos”, que são os profissionais de cibersegurança, as pequenas e médias empresas são consideradas o elo mais fraco, são aquelas que vão ter mais dificuldade em encontrar soluções e recursos para os apoiar no seu processo de transformação digital, que vai acontecer mais cedo ou mais tarde”. Mas, e como é que se antecipam esses eventuais obstáculos e problemas? “Atualmente, existem falta de recursos e de profissionais especializados nesta área. A forma de antecipar o problema é dando referenciais e dizendo exatamente às pequenas e médias empresas o que devem fazer e quais são as melhores práticas, e depois ajudá-las a saber como implementar essas mesmas práticas e a seguir esses mesmos referenciais. Este é um trabalho conjunto entre a academia, o Governo e o setor privado, até porque a fase da sensibilização para a cibersegurança já foi ultrapassada, por isso é que nesta conferência demos enfoque ao passo imediatamente a seguir: e então? O que é que devo fazer?” Venha a edição de 2020. Onde será? Neste momento a mesma começará a ser trabalhada em meados de Setembro, sendo que o local ainda não foi escolhido para voltar a reunir a grande comunidade de cibersegurança, mas que será, mais uma vez, um enorme sucesso. ▪
O QUE ELES DIZEM...
“As pessoas estão cada vez mais em alerta” “Reunir todas estas pessoas do mercado é cada vez mais importante para uma partilha de experiências. A convivência permite-nos perceber a direção que o mercado está a tomar nesta componente da cibersegurança e essa direção vai no sentido da tecnologia edge, no sentido de proteger cada device por si só. Em todas estas movimentações, quando queremos ter tudo interligado entre si, precisamos de ter a perceção a este nível, a perceção da segurança a partir de todos os dispositivos que utilizamos cada vez mais. Todos sabemos que o elo mais fraco é o fator humano e quanto mais cuidado e campanhas de sensibilização existirem melhor é. A massificação destes conceitos através dos meios de comunicação social têm contribuído para isso. As pessoas estão cada vez mais em alerta”.
“Queremos continuar a promover a cibersegurança”
“As empresas são fundamentais no domínio da cibersegurança”
“Todos os eventos relacionados com a área da cibersegurança são importantes. Infelizmente, em Portugal existem poucos. Este ano há dois eventos importantes no Porto e outro em Lisboa. São importantes para nós enquanto empresas e são importantes para a sociedade. Falta formação de pessoas, formação de jovens, mais sensibilização a nível geral, mas sobretudo a colaboradores das empresas. O CNCS tem feito o esforço bastante notável e a Redshift também tem procurado levar a cabo formações junto dos seus colaboradores. Queremos continuar a descobrir novos produtos, novas soluções e encontrar novas tecnologias para, junto com os nossos parceiros, continuar a promover a cibersegurança”.
“Sabemos que o tema da cibersegurança é um tema que afeta muitas empresas, mas também o cidadão comum, por isso é importante que estes eventos sejam organizados em zonas distintas do país para que o tema da cibersegurança consiga chegar a todas as empresas. Podemos partilhar aqui experiências e trocar algumas impressões com clientes e parceiros, fundamental para que as empresas e os cidadãos em geral estejam mais consciencializados para os desafios relacionados com a cibersegurança. As próprias empresas assumem um papel relevante na formação e sensibilização para esta área, mas os meios de comunicação social também têm desempenhado um papel importante para alertar para os problemas relacionados com a cibersegurança que está presente no nosso dia-a-dia, quer a nível pessoal quer a nível profissional”.
JOÃO MANSO, CEO DA REDSHIFT CONSULTING
PEDRO LEITE, COUNTRY MANAGER DA S21SEC EM PORTUGAL
DANIEL FERREIRA – FORTINET, REGIONAL SALES MANAGER
“A cada edição sinto que o evento está mais apelativo. O atual coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança é um empreendedor, uma pessoa que sabe fazer e que sabe colocar o seu know-how ao dispor da comunidade da cibersegurança em Portugal. Isso tem vindo a refletir-se e a edição deste ano comprova que uma liderança eficaz consegue alcançar excelentes resultados. É importante direcionar esta área para as pequenas e médias empresas porque sabemos que as grandes empresas têm equipas de TI com conhecimentos e capacidades para responder aos desafios relacionados com a cibersegurança. As pequenas e médias empresas, e sobretudo as microempresas que são a grande fatia do tecido empresarial em Portugal, não têm essa capacidade e conhecimento, por isso é muito importante alertar e dotá-los do know-how necessário para estarem atentos às fragilidades”. LUÍSA GUEIFÃO, PRESIDENTE DO CONSELHO DIRETIVO DA ASSOCIAÇÃO DNS.PT.
“Este é o trabalho que o país tem de fazer” “Estes eventos são absolutamente críticos para a área da cibersegurança. Em Portugal temos conhecimento técnico nos centros e investigação e desenvolvimento, nas universidades e nas entidades governamentais. Não temos falta de conhecimento, o que temos falta é de reconhecimento da importância desta área por parte dos utilizadores e das empresas. Este é o trabalho que o país tem de fazer e por isso mesmo estes eventos são cada vez mais fundamentais para a promoção da cibersegurança. Estamos num caminho que se faz lentamente, não somos dos países que estão na frente no que diz respeito ao tema da cibersegurança, mas é um assunto que tem de ser tratado de forma a conciliar a segurança com o conforto do utilizador”. PEDRO PAIVA - DIRETOR DE MOBILIDADE EMPRESARIAL DA SAMSUNG PORTUGAL
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“A cada edição sinto que o evento está mais apelativo”
» TRANSFORMAÇÃO E PROTEÇÃO DIGITAL
“É PRECISO OLHAR PARA O ESTADO ATUAL DA CIBERSEGURANÇA E PERCEBER QUE AS AMEAÇAS ESTÃO CADA VEZ MAIS SOFISTICADAS” “A Panda Security, ao longo dos seus 29 anos, tem procurado apresentar as soluções mais inovadoras, destacando-se pelo enorme investimento feito em tecnologia”. Quem o afirma é Alberto Tejero, Diretor Comercial Iberia da Panda Security, que em entrevista à Revista Pontos de Vista abordou todo o panorama relacionada com a cibersegurança, sem esquecer as soluções e os rumos a seguir no domínio da proteção digital.
N
ão seja um alvo: junte-se à última geração de proteção digital”. É, de facto, cada vez mais fácil ser-se alvo de um ataque cibernético? É preciso olhar para o estado atual da cibersegurança e perceber que as ameaças estão cada vez mais sofisticadas, à medida que a sociedade, em geral, se torna mais dependente das tecnologias. Se há uns anos atrás, falávamos de vírus, de trojans, hoje em dia as ameaças assumem novos contornos, podendo ser código malicioso incorporado em programas e browsers confiáveis, exploits de vulnerabilidades existentes, clonagem de sites…a lista é extensa e a cada dia surgem novas formas de ataque. Se não nos socorrermos das mais recentes soluções de proteção e se não adotarmos comportamentos mais cautelosos, então sim é bastante fácil sermos vitimas de um ataque cibernético.
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É fácil recuperar depois de um ataque cibernético? Estima-se que os ataques cibernéticos demoram, em média, uma centena de dias para serem descobertos, o que permite aos hackers fazerem o que quiserem na rede corporativa. Ainda que seja possível a reposição de back ups, quando estes existem, o impacto na operação da empresa pode originar custos não previstos e, no caso de violação de dados pessoais, a perda de confiança por parte dos seus clientes e fornecedores, ou seja um dano na sua reputação, para não falar das possíveis coimas por incumprimento do Regulamento Geral da Proteção de Dados. Tudo isto pode, no limite, levar ao encerramento de empresas. Não são só as empresas que têm de se prevenir e aumentar o seu nível de segurança, correto? As famílias, em casa, ou até nós, no nosso telemóvel, também temos de manter os nossos dispositivos devidamente protegidos? Sim, efetivamente não são só as empresas e organizações que se devem preocupar com a segurança dos seus dispositivos. Todos nós somos potenciais vítimas de um ataque cibernético. E somos nós que, por assim dizer, nos metemos na boca do lobo. Ainda há poucos dias ouvimos falar de uma app que na sua (vaga) política de privacidade admite recolher os dados dos utilizadores, não sendo claro que tipo de utilização farão dos mesmos. No entanto, e apesar disso, a aplicação tornou-se viral.
ALBERTO TEJERO
Estamos cada vez mais expostos, cada vez mais ligados, e o facto de termos cada vez a vida mais facilitada pelas novas tecnologias, seja o sistema de homebanking ou a rede wireless do hotel que tanto jeito nos deu para a videochamada, ou para podermos aceder a algum serviço de streaming, ou às redes sociais que tanto nos entretêm, leva-nos ao descuido, à negligência. Talvez por se tratar de um mundo virtual, acabamos por ignorar o lado mais perigoso da internet. É por isso muito importante ter todos os nossos dispositivos protegidos e fazer uma utilização consciente dos mesmos. Este tipo de comportamento, ou boas práticas, deve começar nos graúdos e ser ensinado aos miúdos. Quais são e para quem são, portanto, as soluções que o Panda Security oferece? A mobilidade e o armazenamento em cloud faz com que os dispositivos, sejam eles servidores, computadores portáteis ou desktops, telemóveis, entre outros, se afigurem como o novo perímetro. Tendo isto em consideração, a Panda Security tem-se focado em desenvolver soluções que protejam estes dispositivos, nos quais se encontra a informação mais critica. O nosso portfólio contempla não só soluções que visam proteger os utilizadores domésticos,
como é o caso da gama de produtos Panda Dome, mas é também e acima de tudo, dedicado ao mercado corporativo, cujos parques informáticos são mais complexos, sendo por isso as suas necessidades em termos de segurança mais elevadas. Nesse sentido, empenhamo-nos em desenvolver as melhores e mais inovadoras soluções para garantir a proteção das redes empresariais, das quais destacamos o Adaptive Defense 360, solução que combina as funcionalidades de proteção de endpoints (EPP) com as capacidades de deteção e resposta (EDR). De uma forma totalmente escalável e integrada, e com um único agente instalado por equipamento, esta solução lança os alicerces para podermos entregar soluções de Patch Management, Análise Forense, Encriptação e Data Control (enormes ajudas no cumprimento do RGPD). Para os Clientes mais exigentes, a Panda Security criou recentemente uma nova Business Unit, sobre a qual vão certamente ouvir falar, que visa entregar serviços especializados de Threat Hunting and Incident Response. Como funciona a tecnologia Panda? Porquê escolher o Panda Security? A Panda Security, ao longo dos seus 29 anos, tem procurado apresentar as soluções mais inovadoras, destacando-se pelo enorme investimento feito em tecnologia, particularmente nos últimos 15 anos. Foi pioneira ao entregar uma solução de Endpoint Protection 100% cloud, em 2007, quando ainda havia muitas dúvidas no mercado sobre se seria este o caminho a seguir, e igualmente pioneira quando, em 2015, com o Adaptive Defense 360, entrega as duas valências totalmente integradas, EP e EDR. Esta tecnologia, baseada em Big Data e AI, monitoriza e classifica todos os processos em execução nos dispositivos e, contrariamente às soluções tradicionais de antivírus, que atuam quando os processos são maliciosos, o Adaptive Defense 360 previne a ocorrência dos ataques, ao permitir apenas a execução de programas classificados como goodware. Esta classificação é feita por Machine Learning (99,98%) e pelos técnicos especializados da Panda Security. A nossa abordagem tem-nos permitido ganhar não só o reconhecimento do mercado, tanto dos nossos clientes como de analistas independentes, e obter importantes certificações como a Commom Criteria “EAL2”. Além disso, as nossas soluções estão totalmente alinhadas com as
As questões relacionadas com a cibersegurança são cada vez mais desafiantes? Sim, claro que sim. A evolução tecnológica determina que surjam cada vez mais vetores de ataque. Os ataques são mais frequentes e sofisticados, pelo que arranjar mecanismos que não só as protejam, mas que, em caso de ataque, lhes permitam recuperar rapidamente é um dos contantes desafios enfrentados pelas empresas. A cibersegurança deve ser entendida como um problema de gestão de risco corporativo, pelo que as empresas deverão rever e ajustar de forma contínua os seus processos, as suas tecnologias, as suas ferramentas e os seus serviços de segurança de modo a se adaptarem à evolução das ameaças e alcançar o máximo nível de segurança. Que direção o mercado está a tomar no que diz respeito à área da cibersegurança? As pessoas estão cada vez mais sensibilizadas
para a temática da cibersegurança. Nesse sentido, creio que irá haver cada vez uma maior consciencialização da necessidade de investimento em soluções de segurança, nomeadamente de cibersegurança avançadas. Ainda assim, a falta de profissionais especializados irá obrigar a que as empresas recorram a soluções que contemplem serviços geridos de modo a facilitar as tarefas dos departamentos de TI. O coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) adverte para o aumento da “superfície de conflito” e da “vulnerabilidade” do ciberespaço com a implementação da rede 5G. Concorda? Sim. À semelhança do que aconteceu com as gerações anteriores, o aumento da velocidade irá permitir a conectividade de outro tipo de dispositivos, tornando realidade a implementação da Internet of Things. Assim, e tal como referi anteriormente, quaisquer avanços tecnológicos irão fazer com que surjam novos vetores de ataque.
A 5ª edição da Conferência Anual C-DAYS, organizada pelo CNCS, teve como tema a Cibersegurança e as PME (Pequenas e Médias Empresas), onde se alertou para os desafios relacionados com a falta de profissionais especializados. Esse continuará a ser o desafio do futuro no que concerne à cibersegurança? A falta de conhecimento em cibersegurança é efetivamente uma das questões que dificulta a deteção de ameaças nas redes corporativas pelo que é primordial que as empresas arranjem mecanismos para conseguir ultrapassar os diversos obstáculos. Mesmo quando é necessário contratar, é difícil para as empresas de dimensão mais reduzida saber quais as competências mais importantes. Por outro lado, a falta de profissionais especializados sobrecarrega os departamentos de TI, impossibilitando a deteção de ameaças em tempo útil. Considerando que se prevê que em 2020 fiquem por preencher, a nível mundial, 1,5 milhões de postos de trabalho, a solução pode passar por soluções que entreguem serviços geridos. ▪
11 JULHO 2019
propostas do Parlamento Europeu referentes à cibersegurança. A aposta na melhoria constante permanece, tendo a Panda Security lançado já este ano vários módulos que visam reduzir a superfície de ataque dos seus clientes, preparando-se agora para apresentar uma nova plataforma que entrega serviços e ferramentas de Ciber Inteligência que permitem elevar a eficiência do Threat Hunting realizado nas organizações e pelos Security Operation Centers a que já recorrem.
» EVENTO EVENTO NACIONAL APCADEC
“NEXT GENERATION PROCUREMENT: TENDÊNCIAS E IMPACTOS” A Revista Pontos de Vista esteve presente no evento nacional da APCADEC, que se realizou no passado mês de junho em Lisboa (VIP Executive Art’s Hotel), e que teve como tema: “Next Generation Procurement: tendências e impactos”. Neste evento foi revelado o vencedor nacional do Prémio APCADEC 2019 by EIPM. PRÉMIO “BEST PROCUREMENT ORGANISATION” Este prémio é o resultado de uma parceria da APCADEC com a EIPM, uma organização europeia que tem uma estrutura definida e de vanguarda na área do procurement. Os profissionais portugueses submeteram a candidatura e foram avaliados. A EFACEC arrecadou o primeiro
AGENDA: PONTOS DE VISTA
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4 DE SETEMBRO ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O BOOTSTRAP WORKSHOP EIPM COM O APOIO DA APCADEC! A APCADEC organiza uma sessão de esclarecimento em Lisboa com a equipa do EIPM, no próximo dia 4 de Setembro, das 09h30 às 17h00, com o objetivo de explicar e facilitar o processo para o Prémio Europeu que será divulgado em Paris no final deste ano pelo próprio Peter Kraljic. LISBOA 30 DE OUTUBRO WORKSHOP DE FORMAÇÃO: Contract Management: A sua importância e implementação efetiva nas organizações PORTO/MAIA 26 DE NOVEMBRO EVENTO: Impacto do Procurement e do Contract Management na geração sustentável de valor
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prémio e foi então reconhecida como a melhor empresa em termos de boas práticas organizacionais na área do procurement. Este foi o 4º evento nacional da associação, a cargo da atual direção, e “com um quadro muito interessante, os oradores deste ano tornaram esta iniciativa muito mais rica”, referiu Carlos Lourenço, Presidente da APCADEC.
O QUE ELES DIZEM...
CARLOS LOURENÇO - APCADEC
MIGUEL FRASQUILHO - TAP
“A APCADEC começou pelas grandes empresas e evoluiu tanto que hoje tem empresas de todos os tamanhos e todas elas importam muito. Trabalhamos no sentido de dignificar a profissão e também de promover as boas práticas que é cada vez mais relevante nos dias de hoje”
“O procurement tem passado por várias fases e tendências, quer de abordagem quer de perceção. A transformação digital trouxe desafios, mas principalmente oportunidades. Apesar dos 74 anos, a TAP está cada vez mais jovem”
PEDRO BOBIÃO - BUREAU VAN DIJK
“Qual é o futuro desta área? Esta foi uma boa pergunta que surgiu já há alguns anos. Nessa altura queria saber-se como seria a próxima geração de procurement… pois bem, a resposta é valor, valor e valor. Cada vez mais esta profissão vai receber o reconhecimento devido. A criação de valor não tem sido fácil devido à volatilidade, incerteza e ambiguidade que acontece a nível global no supply chain”
PATRÍCIA CARVALHO - APCADEC
FRANK ROZEMEIJER – UNIVERSIDADE DE MAASTRICHT
“É um gosto enorme estar hoje aqui e é ainda um gosto maior falarmos de riscos. O mundo do procurement é um mundo cada vez mais estratégico, mais evoluído e mais orientado. Está na hora de percebermos que a gestão de risco pode ser a mais-valia na gestão e é este o contributo que espero ter dado”
13 JULHO 2019
“A APCADEC visa com estes eventos trazer mais notoriedade e fortalecer as competências dos profissionais de procurement no âmbito da sua atividade. Com este evento, em particular, procuramos trazer a temática do next generation e fruto daquilo que tem sido a presença da APCADEC em eventos internacionais, procuramos trazer também oradores internacionais que focam, por um lado, uma perspetiva mais académica e por outro lado a perspetiva do ponto de vista do negócio”
NUNO MILAGRES - VORTAL PATRÍCIA ROXO - APCADEC
“Hoje, o profissional do procurement tem uma influência e impacto maior dentro das organizações. Antigamente as valências não eram muito exploradas, era muito mais operacional. Hoje as empresas entendem que o “fazer compras” não é algo fácil e que requer muitas outras competências como a capacidade de negociar. Vamos tentar perceber como pode o profissional de procurement se pode reinventar”
“Escolhemos quatro pontos que consideramos essenciais para discutir sobre a área de procurement: a importância do planeamento, quanto mais investirmos nesta área maior será o retorno; a tecnologia e os esforços que têm de ser feitos para a implementação da mesma nas empresas; as redes de negócio, neste ponto queremos abordar a gestão de fornecedores e por fim o medir o desempenho, fazer balanços… Amanhã já é “next” e há muito por fazer”
PHILLIPPE ARMANGAUD - SENIOR ADVISOR
“Como atrair os supllies em Portugal é a grande questão. Felizmente estamos numa era em que se pensa cada vez mais de forma global”
» EVENTO
ISABEL SANTOS - SOGRAPE
PEDRO SILVA CALDEIRA – NOVA SBE
LUÍS FERREIRA - UNIVERSIDADE COIMBRA
“A área do procurement tem vindo a ser cada vez mais um acrescento de valor, pelo menos é assim que se verifica no setor vitivinícola. Em Portugal não temos muitos fornecedores, mas temos uma enorme preocupação para que corra tudo bem em toda a cadeia. Essa é a principal razão pela qual muitos fornecedores querem trabalhar connosco”
“Sou um entusiasta das compras e acho que são a área mais interessante numa empresa. O papel das compras é fundamental para os gastos e desenvolvimento das empresas”
“A formação na área de compras em Portugal ainda tem um longo caminho a percorrer. O mercado não solicita às universidades a formação necessária e por isso há um desequilíbrio no mercado”
JOÃO MATOS – UNIVERSIDADE CATÓLICA
MARCELL VOLLMER - SAP
“A criatividade define tudo aquilo que o futuro do procurement será. A inteligência artificial está a mudar o mundo e por isso a forma de como trabalhamos. A mudança nunca foi tão rápida quanto é agora e nunca mais será lenta. Por isso, devemos concentrar-nos em elevar o procurement através da disrupção digital. As empresas têm de começar a investir em tecnologia”
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“Estamos a discutir a questão da formação e eu sei que a formação tem de ser contínua na área das compras. Se ficarmos nas compras pelo preço qualquer um o faz, a negociação é outra história e que é o que realmente torna esta área tão mais complexa”
CÉSAR PESTANA – PORTO BUSINESS SCHOOL
PONTOS DE VISTA
“A função do comprador tem que ser valorizada no mercado. Daí a importância destes eventos. É importante começar a olhar para esta área como uma parcela importante de um todo” BERNARD GRACIA - EIPM
“Compras e procurement começam a ser vistas como áreas de estratégia nas empresas e isso faz todo o sentido”
JOÃO CRESPO CARVALHO - INDEG-ISCTE
“Na minha opinião não há mercado suficiente para esta área. É um mercado muito difícil. A norte de Portugal é mais fácil por haver mais indústria. O nosso mercado é pequeno e por isso enveredamos pela via internacional ou então morremos…”
BREVES BREVES DIETA
Missão ‘comer limpo’: 90 receitas deliciosamente saudáveis
O: FOT DIR OS EIT RES AD ERV OS
BANANA
Sete benefícios de comer duas bananas por dia, durante um mês A banana combate a depressão e afasta a sensação de azia. Mas, há mais. Por ser um alimento fácil de se encontrar e económico, é fácil subestimar a banana. Todavia, esta fruta está repleta de nutrientes, minerais e vitaminas benéficas tanto para a saúde física como mental. Ainda assim, estudos comprovam que em espacial as bananas mais maduras trazem consigo mais benefícios para o organismo. Aquelas pequenas manchas castanhas que surgem na fruta são compostas por uma substância que bloqueia a propagação e o crescimento das células tumorais. Além disso, são ricas em antioxidantes que aumentam o sistema imunológico. COMER DUAS BANANAS POR DIA DURANTE UM MÊS PROMOVE: 1. FIM DA AZIA A banana funciona como um antiácido poderoso, aliviando o refluxo e a azia de forma imediata. Além disso, regula o intestino devido às fibras que contém. 2. MAIS ENERGIA E DISPOSIÇÃO Coma banana antes do treino e perceba a diferença na sua performance. Graças aos minerais, vitaminas, potássio e baixo índice glicémico a fruta aumenta a resistência e evita as cãibras.
3. CONTROLA A PRESSÃO SANGUÍNEA Tem o poder de reduzir o sódio, controlando assim a pressão arterial. E ainda promove a saúde do coração graças ao potássio. 4. COMBATE AS ÚLCERAS A banana com sua textura suave cobre o revestimento do estômago protegendo da dor que advém das úlceras. Assim, podem ajudar a evitar irritações e ácidos corrosivos. 5. CONTROLO DA TEMPERATURA CORPORAL Experimente comer uma banana quando estiver com febre. A fruta é capaz de regular a temperatura corporal. 6. ALIVIA OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO O triptofano, do qual a banana é rico, transforma-se em serotonina, um neurotransmissor cerebral. Aumentando no sistema nervoso o índice das hormonas do prazer, relaxamento e humor. 7. FIM DA ANEMIA A banana é um alimento extremamente potente contra a anemia por possuir muito ferro, suprindo assim a carência do sangue. A fruta estimula a produção de glóbulos vermelhos e de hemoglobina. Elas também são ricas em vitamina B que acalma o sistema nervoso, e alivia o stress.
15 JULHO 2019
‘Let’s Go Natural - receitas e segredos da nossa cozinha para a sua casa’ oferece mais de 90 propostas equilibradas, do pequeno-almoço ao jantar, repletas de cor e sabor. O Go Natural, a fim de celebrar 15 anos de sucesso e incentivo à adoção de uma alimentação equilibrada com prazer, lança o livro ‘Let’s Go Natural - receitas e segredos da nossa cozinha para a sua casa’. Com mais de 90 propostas deliciosamente saudáveis, entre pratos disponíveis nos restaurantes da marca e diversas receitas novas, o novo livro do Go Natural promete inspirar mudanças e facilitar o processo de escolha de todas as refeições do dia. Pensado para pessoas que mantém um ritmo de vida acelerado sem negligenciar a alimentação e a saúde, sugere receitas rápidas, fáceis e leves que permitem comer bem e com sabor, sem sentir fome ou sentimentos de culpa. Do pequeno-almoço ao jantar - com inúmeras entradas, refeições principais, sobremesas e bebidas - oferece propostas nutricionalmente ricas, sempre em linha com as novas tendências alimentares, que excluem o uso de açúcares refinados, dão preferência a farinhas integrais e usam e abusam das frutas e dos legumes, sem nunca deixar de satisfazer a gula. Com a missão de democratizar a alimentação saudável com prazer, sem menosprezar nenhum tipo de regime alimentar, o Go Natural apresenta opções de carne, peixe, vegetarianas, veganas, sem glúten e sem lactose, muito coloridas e saborosas. O livro ‘Let’s Go Natural - receitas e segredos da nossa cozinha para a sua casa’, editado pela Casa das Letras, do grupo Leya, estará disponível em pré-venda, de 13 a 20 de maio, em exclusivo nos canais Continente Online e lojas Note. A partir de dia 21 de maio, poderá ser adquirido nos restaurantes e supermercados da marca, nas lojas Continente e Continente Online, Modelo, Bom Dia, Note e nas principais livrarias do país, por 19,90€.
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PONTOS DE VISTA
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GRUPO BF
30 ANOS DE OPORTUNIDADE
FOTO: DIANA QUINTELA
JORGE FONSECA
» TEMA DE CAPA
OPORTUNIDADE
OPORTUNIDADE É A PALAVRA DE ORDEM NO GRUPO BF E ENTRE OS ELEMENTOS DAS SUAS EQUIPAS
FOTO: DIANA QUINTELA
Foi em 1989 que Jorge Fonseca, Presidente do Grupo BF, abriu o seu primeiro escritório tendo como core business a venda direta de diversos produtos para o lar e, mais tarde, a prestação de serviços de outsourcing de força de vendas em áreas como as telecomunicações, energia, segurança e serviços financeiros. 30 anos depois o Grupo BF abrange empresas e marcas nos mais variados setores e angariou mais de 4 milhões de clientes para os seus parceiros de negócio. Venha connosco saber mais.
PONTOS DE VISTA
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D
epois vem a palavra persistência e logo a seguir o mérito. Estas três palavras andam sempre de mãos dadas. Que o diga Jorge Fonseca que viu a sua oportunidade a acontecer quando, aos 19 anos, entrou para uma empresa onde lhe deram a “oportunidade” de aprender e de perceber a área comercial e a área das vendas. Depois disso ensinaram-no a formar equipas e foi aqui que surgiu a “oportunidade” de abrir a sua própria empresa na área comercial, sem financiamento e com consignação da mercadoria. Na altura, lembra-se, ficou fascinado com este modelo, porque o maior problema para qualquer pessoa que quer iniciar o seu negócio e abrir a sua própria empresa é o capital inicial para investir e o know-how. “Com 19 anos eu não tinha nenhum dos dois”, afirma Jorge Fonseca. Foi em 1989, quando toda a gente estava a sair de Portugal, que decidiu trazer este modelo da indústria de negócio do Canadá para o nosso país. “Não foi fácil adaptar este modelo ao mercado, mas ainda hoje não é fácil”, confessa. Partilha, ainda, connosco que os seus pais traba-
JORGE FONSECA
lharam muito quando emigraram para o Canadá. “Fiquei três anos sem ver o meu pai, por isso quando comecei a ser bem-sucedido nesta área decidi voltar ao meu país, para dar aos portugueses a oportunidade, que eu não tive, de terem o seu próprio negócio sem terem de deixar o seu país”, começa por explicar. Aquando da decisão, a sua família ficou reticente com a ideia por considerarem que as pessoas não gostam de vendas, não gostam da área comercial e por isso mesmo este modelo não iria resultar, sobretudo numa altura em que os portugueses estavam a emigrar em massa. “No Canadá também não gostam de vendas”, dizia Jorge Fonseca, “mas alguns sim e nós estamos lá para aqueles que têm uma mentalidade aberta, força de vontade para trabalhar e força de vontade para aprender”. E assim foi. Hoje o Grupo BF colabora em parceria com mais de 150 empresas e empresários em Portugal, Espanha e noutras partes do mundo. “São pessoas que começaram da mesma forma que eu comecei, adquiriram know-how, seguem a nossa filosofia e hoje dirigem as suas próprias
empresas. Isto é o mais gratificante para mim”. 30 anos depois, Jorge Fonseca olha para trás e garante que são 30 anos de felicidade. De desafios. De aventura. E, como em todos os negócios, são 30 anos de altos e baixos. Porém, são 30 anos a tentar minimizar os momentos baixos e a maximizar os pontos altos.
MAIS DE 30 ANOS DE UMA AMIZADE
Quando tinha 19 anos, no seu primeiro dia de vendas na rua, em 1983, teve como instrutor Jeff Brant. Jeff Brant acabaria por se tornar no seu mentor sobre tudo o que hoje sabe sobre vendas: na venda direta o mais importante é a atitude, o produto e, sem dúvida, a “oportunidade”. Juntos, e apesar de muito jovens, tornaram-se experts em recrutamento, desenvolvimento e formação de pessoas. Depois de abrirem escritórios por todo o Canadá e Estados Unidos da América, Jorge Fonseca decidiu criar e agarrar a oportunidade de abrir escritórios no país onde nasceu. 36 anos depois, Jorge Fonseca e Jeff Brant voltam a juntar-se, após um convite por parte do
líder do Grupo BF para que Jeff aceitasse o desafio de trabalhar um ano no seu escritório para o ajudar na expansão do grupo pelo mundo.
ção imobiliária – e aposta num modelo de partilha de valor assente numa remuneração variável. “Premiando o mérito, maximizamos o potencial das pessoas. Quem quer realmente estar aqui e agarrar a oportunidade, não tem limites nos frutos que colhe com o seu trabalho. Ganham baseado no que vendem, o que democratiza quem fica e quem sai e quem tem força de vontade para aprender e para crescer. É um sistema baseado em meritocracia”, explica-nos Jorge Fonseca.
“TUDO É VENDAS”
“As pessoas olham para a área comercial e de vendas com algum ceticismo porque existem, de facto, muitos maus representantes desta área. Mas isso não significa que somos iguais aos outros”, reforça Jorge Fonseca. No Grupo BF trabalham a lei das probabilidades, são persistentes ao falar com muitas pessoas e sabem aceitar o “não”. Apresentam o produto e os seus benefícios ao maior número de pessoas possível porque sabem que com quantas mais pessoas falarem mais probabilidade têm de ouvir um “sim”. Persistência e não insistência é o que os diferencia. “Temos de saber lidar e relacionarmo-nos com pessoas e aprender a criar empatia com elas. Para mim, vendas é criar relações com pessoas. Se conseguirmos criar uma relação com uma pessoa ela vai ouvir-nos e se nos ouve vai confiar e ter informação suficiente para tomar uma decisão consciente de «sim» ou «não» ”, adianta o nosso entrevistado. “Tudo é vendas”, afirma Jorge Fonseca. Tudo à nossa volta envolve a área comercial, por isso Jorge Fonseca considera ser importantíssimo aprendermos esta área de negócio que está presente no nosso dia a dia. “As pessoas têm medo de perderem aquilo que já conseguiram ao tentar algo novo ou têm medo de não conseguir alcançar aquilo a que se propõem. Têm medo de sair da sua zona de conforto e tentar algo melhor para si e vejo muito isso a acontecer, quer seja aqui em Portugal, como no Canadá ou noutros países onde já vivi”, alerta Jorge Fonseca. “As pessoas vêem-se numa situação de estabilidade e mesmo que não estejam a crescer preferem não arriscar. É natural ter medo de arriscar, mas é preferível tentar e não conseguir do que nunca ter tentado”, afirma.
OPEN MINDED
30 anos depois de ter fundado o Grupo BF, Jorge Fonseca orgulha-se das pessoas que acreditaram em si e que hoje têm o seu negócio e gerem a sua própria empresa. No entanto, nunca imaginava chegar onde chegou hoje. “E quem sabe onde
podemos chegar ainda. Agora não depende tanto de mim, mas também das pessoas que estão envolvidas no grupo e da sua vontade de fazerem os seus negócios crescer. Temos pessoas fantásticas com grandes ambições, por isso acredito que estamos em boas mãos”, adianta Jorge Fonseca, acrescentando que a maior lição que traz consigo deste percurso é nunca abandonar. “Houve momentos difíceis, mas temos de acreditar de que amanhã será sempre um dia melhor. É muito fácil abandonar ou ficar para trás pelo caminho, mas temos de ser como uma bomba de água. Com trabalho e persistência a água vai subindo e se não abandonarmos, mesmo cansados, vamos conseguir ver e alcançar os resultados”. E como depois de tantos anos neste negócio o que Jorge Fonseca sabe é que não sabe nada e que todos os dias temos de procurar aprender algo novo, decidiu criar a JuiceAcademy.net. “Tento acompanhar casos de sucesso e histórias de pessoas de sucesso através de Podcasts, mas que existem em maior número na língua inglesa. O que acontece é que em Portugal também temos muitos casos de sucesso que devem ser partilhados, grandes exemplos de pessoas que têm dado cartas nas mais diversas áreas e que merecem ser ouvidas e servir de exemplo para todos nós. Então criámos a Juice Academy onde faço entrevistas a pessoas em Portugal que têm tido, de alguma forma, sucesso e que são histórias boas de partilhar. O meu objetivo é levar estes exemplos de casos de sucesso em Portugal aos mais jovens”, explica. Aliado a isto é, ainda, promotor de uma filosofia de gestão e de vida assente no conceito de “open minded”, pois considera que temos de ter sempre uma mente aberta para tudo na nossa vida. “Mas, sobretudo, acho que hoje em dia as pessoas não limpam a mente antes de experimentar coisas novas. Nesse sentido, em qualquer nova oportunidade ou trabalho que lhes é apresentado, por exemplo, tendem a misturar as experiências e a comparar, não vivenciando na totalidade todo o potencial dessa nova experiência. É isso que tentamos ensinar aqui”. Por fim, questionamo-lo: que marca quer deixar? “Procuramos que qualquer pessoa que se junta a nós consiga dar o seu melhor. Muitas pessoas não entendem o verdadeiro potencial que têm dentro delas, por isso mesmo procuramos que as pessoas que trabalham connosco se realizem e que, quando olharem para trás, vejam que conseguiram fazer coisas e alcançar o que não sabiam serem capazes de conseguir. Queremos que ganhem confiança em si mesmas”, conclui Jorge Fonseca. ▪
19 JULHO 2019
O Grupo BF está a organizar um evento para celebrar, com a equipa, os 30 anos de existência. “A cada dois anos reunimos e premiamos aqueles que mais cresceram, que mais empresas abriram e que foram mais consistentes. Vamos festejar o sucesso”, realça Jorge Fonseca, reforçando que as pessoas são, sem dúvida, quem faz uma empresa. “O capital humano não pode ser desvalorizado. Associo uma empresa a um jogo de desporto, onde, para termos uma equipa de sucesso, temos de ter as pessoas certas nas posições certas”, diz-nos Jorge Fonseca. Explica que as empresas têm de tentar procurar pessoas que tenham força de vontade para trabalhar, aprender, que sejam flexíveis nos postos de trabalho, mas, essencialmente, que se tornem especialistas nas áreas onde estão integradas e onde podem ser o melhor que podem ser. “Esta é uma equipa que vai ganhar”, afirma. Para o fundador do Grupo BF, algumas empresas não valorizam as pessoas. “Dão primazia aos contratos de seis meses em vez de apostarem na gestão, retenção e formação de talento. Não é preferível formar e preparar as pessoas mesmo que elas acabem por ir embora à procura de novas oportunidades, do que não formar nem as preparar e elas ficarem connosco?”, questiona. No entanto, explica, temos o reverso da moeda. “O sistema laboral em Portugal, apesar das diversas mudanças e ajustes, não beneficia suficientemente as empresas, a fim de proteger excessivamente os trabalhadores. Mas o que acaba por acontecer é que desta forma os trabalhadores nunca realizam o seu verdadeiro potencial nem têm controlo da sua situação”. Concorda que o capital humano deveria ser o foco de qualquer organização, contudo, e olhando para o panorama nacional, não sente isso. “Mas nós, no Grupo BF, temos procurado fazer o melhor possível. Apostamos a 100% nos nossos colaboradores”, afirma. Mas que desafios acarreta a gestão do capital humano e a retenção de talento? Está esta geração, a Millennials, a pôr à prova qualquer organização? Jorge Fonseca reconhece que, ao longo de 30 anos, já passou por muitas tendências. Esta é uma nova tendência que considera ser ótima e que está a revolucionar todas as áreas de negócio. “As empresas têm de estar preparadas diariamente para romper com a sua forma de pensar e adaptar-se ao que está a acontecer. Penso é que esta geração tem de se focar mais naquilo que consideram o que pode ser o seu futuro. Menos FOMO (“Fear Of Missing Out”) e mais foco porque com foco tudo se consegue”, elucida-nos. Acrescenta, ainda, que dispersar ajuda-nos a ganhar experiência, mas o foco ajuda-nos a alcançar objetivos. “Esta geração deve procurar, sim, novas oportunidades, mas em tudo devem dar o seu melhor para aproveitar verdadeiramente a oportunidade que têm numa empresa mesmo que lá esteja apenas seis meses”. Nesse sentido, no Grupo BF, são feitas reuniões de objetivos e liderança todas as manhãs com as diversas equipas, onde o segredo para captar a atenção do capital humano, é o conceito de meritocracia. O Grupo atua em quatro principais áreas de negócio – sourcing e venda direta, outsourcing de força de vendas, residências assistidas sénior e promo-
FOTO: DIANA QUINTELA
DESDE 1989 A ACREDITAR NAS PESSOAS
» EVENTO
PRESIDENTE DE MOÇAMBIQUE VISITA PORTUGAL Tratou-se de uma visita de Estado de quatro dias, a convite do seu homólogo português. Filipe Nyusi, foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa com as habituais honras militares, na Praça do Império, em Belém, na capital portuguesa.
O PONTOS DE VISTA
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s presidentes moçambicano e português participaram na IV Cimeira Portugal-Moçambique onde se procedeu à assinatura de 13 acordos de cooperação entre os dois países, com destaque para a prorrogação de uma linha de crédito de 400 milhões de euros até 2020, protocolos na saúde e apoio a regiões moçambicanas afetadas por ciclones. A assinatura destes acordos foi feita no final da IV Cimeira Luso Moçambicana, no Palácio Foz, em Lisboa, sob a presidência do chefe de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi, e do primeiro-ministro de Portugal, António Costa. Do conjunto de instrumentos assinados, Portugal e Moçambique fecharam um aditamento ao “Acordo Tripartido de 1 de Julho de 2008 relativo à implementação de uma linha de crédito no montante atual de 400 milhões de euros entre a Caixa Geral de Depósitos, como mutuante, a República de Moçambique, como mutuário, e a República Portuguesa como garante”. Este contrato, de acordo com os dois executivos, prorrogará o prazo para utilização da linha de crédito de 400 milhões de euros (assinada em 2008) até Março de 2020. E o montante por desembolsar, na ordem dos 11,6 milhões de euros, vai abranger as obras de reabilitação e de um conjunto de estradas em Moçambique. Para a reconstrução das regiões afetadas por ciclones em Moçambique, tal como antes já tinha sido
anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, durante o fórum económico que antecedeu esta cimeira, os governos português e moçambicano assinaram um memorando que envolve cerca de 1,5 milhões de euros, sendo o fundo gerido pelo Instituto Camões. Este fundo será constituído por verbas provenientes do Orçamento de Estado e de doações de entidades públicas (como autarquias) e privadas. Financiará, através de concurso, projetos de Organizações Não Governamentais (ONG) e será desenvolvido ao longo dos próximos três anos. Entre outras linhas de ação, segundo o comunicado dos executivos português e moçambicano, a aplicação do fundo financeiro será sobretudo orientada para “promover intervenções de reconstrução e recuperação a curto e médio prazo, subjacentes a uma lógica criação de sinergias entre ação humanitária e o processo de desenvolvimento”. Os governos de Portugal e de Moçambique assinaram também protocolos nos setores da justiça, no trabalho, para a qualificação profissional de trabalhadores, sobretudo na administração pública, e para o desenvolvimento económico da ilha de Moçambique. Os dois chefes de Estado marcaram presença também no Fórum EurAfrican. Neste evento Filipe Nyusi falou de reconstrução, do renascer depois da tragédia, do rasto de morte e destrui-
ção, deixado pela passagem do ciclone Idai. A deslocação do presidente moçambicano a Portugal acontece em ano de eleições em Moçambique, Legislativas, Presidenciais e Regionais. O evento, que tem como anfitriões o Conselho da Diáspora Portuguesa e a Câmara Municipal de Cascais como anfitriões, conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República e do governo português. Este fórum pretende reforçar o papel de Portugal como ponte privilegiada entre a Europa e a África.
EURAFRICAN FÓRUM 2019
O evento foi organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa e decorreu na Nova School of Business & Economics, em Carcavelos, Lisboa. O Eurafrican Fórum está na sua segunda edição e pretende contribuir para o futuro da relação entre África e Europa, aproveitando sinergias e promovendo parcerias de igual para igual. “O investimento de impacto esteve sempre no ADN do BEI”, disse Kim Kreilgaard, o responsável em Portugal desta instituição de crédito, detida conjuntamente pelos países da União Europeia. O responsável explicou que o BEI está muito orientado para o “financiamento de impacto” em duas áreas em especial: através de soluções em que o banco assume o risco – e, neste caso, sublinha que “temos em casa especialistas em engenharia e economia que medem o risco que tomamos”, ou através de capital de risco. A primeira opção aplica-se ao “financiamento de doenças negligenciadas, aquelas que, por exemplo, a indústria farmacêutica não vê interesse em financiar”. No caso da aplicação do capital de risco, o Fundo Europeu de Investimento (FEI), detido pelo BEI, tem um programa dirigido a projetos em África para “financiar fundos de capital de risco” e ajudar a construir ecossistemas de capital de risco em África. “Queremos atrair investidores para criar as equipas certas e suportar as startups”, afirmou. “Um terço do capital de risco que chega ao mercado europeu de investimento é financiado pelo FEI”, destacou o responsável europeu. O FEI, criado em 1994 para financiar investimentos em pequenas e médias empresas, disponibiliza capital de risco e outros instrumentos de financiamento de risco. Em todos os casos, “medimos o impacto [económico, financeiro e social] quando financiamos”, realçou. Como? “Demonstrando o impacto social desse investimento.” Na sua opinião, o impacto deve ser medido pelos resultados sociais alcançados e não pelos inputs (horas trabalhadas, por exemplo). “Os empreendedores sociais muitas vezes não quantificam o impacto dos seus projetos porque estão muito ocupados a fazer o seu trabalho, ou a angariar fundos para desenvolver projetos”, refere. “Devemos financiar o output, ou seja, o resultado concreto produzido pelo empreendedor social.” Trata-se de “um novo contrato” aplicado ao impacto alcançado na vida das pessoas. ▪
10 MOMENTOS MAIS IMPORTANTES
JOSÉ MANUEL DURÃO BARROSO: Dois países africanos comprometem-se a criar os seus Conselhos da Diáspora José Manuel Durão Barroso, presidente do EurAfrican Forum, anunciou durante este evento, organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, que dois países africanos confirmaram que irão criar Conselhos da Diáspora como o que existe em Portugal. Disse ainda que “África precisa de investimento” e que “temos de encontrar novas formas de atrair investimento de longo prazo para África, superando barreiras em termos de compliance [respeito pelo que está legislado]. Acredita que “África poderá ser o maior mercado do mundo”. Há que saber alinhar os interesses [da Europa e da África] e torná-los compatíveis”. FILIPE DE BOTTON: “A visão é criar uma área de comércio livre entre a Europa e África” Na abertura do EurAfrican Forum 2019, Filipe de Botton, presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa, apontou para 2050, altura em que se estima que um quarto da população do mundo estará concentrado em África. Neste sentido, o responsável vê uma grande oportunidade na abertura e facilitação do comércio entre os dois continentes. “A visão é criar uma área de comércio livre entre a Europa e a África”, disse, defendendo ainda que se interagirem e criarem uma enorme zona de comércio livre poderão fazer frente aos dois grandes blocos: China e Estados Unidos. Para a edição de 2019 deste evento, a ideia da organização foi ir além da construção da confiança entre a Europa e África e dar um passo em frente. Assim, o mote do EurAfrican Forum deste ano foi a ideia de que é preci-
so construir parcerias entre iguais, usando o poder da diáspora. “Em 2012, quando foi criado o Conselho da Diáspora Portuguesa, queríamos saber o que poderíamos fazer para trazer prosperidade a Portugal. A resposta foi: dar poder à diáspora. A nossa missão hoje é motivar os países africanos a criar o seu próprio Conselho da Diáspora”. MIGUEL PINTO LUZ: Este pode ser “o século de Portugal com África” Para Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, “conectar a Europa e África não é uma opção, mas uma obrigação”. O orador defendeu ainda que “temos uma ligação a África: estamos unidos pelo sangue, pelo sentimento e pela língua, no caso de Portugal, bem como pelo Atlântico”. “Diz-se que este é o século de África e talvez o da Europa, mas porque não o século de Portugal com a África?”, questionou. FILIPE NYUSI: “Precisamos de acomodação” para as pessoas que perderam as suas casas O Presidente da República de Moçambique disse que “precisamos de acomodação” para as pessoas que perderam as suas casas nas catástrofes naturais que assolaram o país. “Não precisamos muito de comida, mas mais da semente. O pescador precisa de anzol, não precisa do peixe”. MARCELO REBELO DE SOUSA: “Reconstruir Moçambique é também criar um contexto favorável ao investimento privado”
21 JULHO 2019
A iniciativa juntou cerca de 40 oradores internacionais, líderes empresariais africanos e europeus, bem como decisores políticos.
» EVENTO mas de capital de risco em África. “Queremos atrair investidores para criar as equipas certas e suportar as startups”, afirmou. - “Estamos muito ativos em África. No ano passado, o Banco Europeu de Investimento (BEI) financiou projetos no valor de 3.3 mil milhões de euros em África, em especial para apoiar investigação em fase inicial e ações para atenuar as alterações climáticas”, disse hoje Kim Kreilgaard, o responsável em Portugal pelo Banco Europeu de Investimento, numa sessão do Eurafrican Fórum. O evento é organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa e decorreu na Nova School of Business & Economics, em Carcavelos, Lisboa. O Eurafrican Fórum está na sua segunda edição e pretende contribuir para o futuro da relação entre África e Europa, aproveitando sinergias e promovendo parcerias de igual para igual. “O investimento de impacto esteve sempre no ADN do BEI”, disse Kim Kreilgaard, o responsável em Portugal desta instituição de crédito, detida conjuntamente pelos países da União Europeia. O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou o fundo soberano que garante uma gestão independente das receitas da exploração de recursos em Moçambique e o papel liderante de pacificação.
O orador defendeu que “a política de migrações é prioritária para a União Africana: 80% dos africanos que migram fazem-no dentro dos países africanos. Para fora de África vão 20%, principalmente para a Europa”.
“Há hoje uma expetativa em relação ao novo ciclo em Moçambique. As empresas portuguesas estão muito empenhadas no investimento em Moçambique – mar, energia, turismo, infraestruturas”.
ANTÓNIO GUTERRES: “África poderá estar na liderança do investimento e da inovação.”
“Temos um protagonista empenhado na pacificação e diálogo e com capacidade de projetar o país a pensar no futuro”, disse, referindo-se ao Presidente de Moçambique, que caraterizou como “um Presidente com vocação económica a partir da engenharia”. AUGUSTO SANTOS SILVA: “Há uma complementaridade demográfica entre Europa e África”
PONTOS DE VISTA
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A Europa tem um problema de défice demográfico e África tem vantagem pela sua capacidade demográfica – vai triplicar a sua população ao longo deste século. “Há uma complementaridade demográfica entre Europa e África”, concluiu o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva. Mas esta relação, defendeu, “apenas pode ser ativada através de migrações reguladas, seguras e regulares”. Como deve ser a relação da Europa com África? Deverá ser uma relação “o menos assimétrica possível, mais de investimento do que de ajuda”.
Na mensagem em vídeo que deixou aos participantes do EurAfrican Fórum, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, realçou o contributo dos migrantes, que “podem trazer benefícios para os países de origem e de destino”. Disse ainda que as Nações Unidas continuam a aprofundar parcerias e a trabalhar em conjunto com África em áreas como a paz, o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas. “África poderá estar na liderança do investimento e da inovação”, concluiu.
O responsável explicou que o BEI está muito orientado para o “financiamento de impacto” em duas áreas em especial: através de soluções em que o banco assume o risco – e, neste caso, sublinha que “temos em casa especialistas em engenharia e economia que medem o risco que tomamos”, ou através de capital de risco. A primeira opção aplica-se ao “financiamento de doenças negligenciadas, aquelas que, por exemplo, a indústria farmacêutica não vê interesse em financiar”. No caso da aplicação do capital de risco, o Fundo Europeu de Investimento (FEI), detido pelo BEI, tem um programa dirigido a projetos em África para “financiar fundos de capital de risco” e ajudar a construir ecossistemas de capital de risco em África. “Queremos atrair investidores para criar as equipas certas e suportar as startups”, afirmou.
KOEN DOENS: “Está a surgir um novo modelo de parceria entre Europa e África”
“Um terço do capital de risco que chega ao mercado europeu de investimento é financiado pelo FEI”, destacou o responsável europeu.
De acordo com Koen Doens, da Direção-Geral da Cooperação e Desenvolvimento Internacional da Comissão Europeia, “está a surgir um novo modelo de parceria entre Europa e África”. A colaboração baseia-se na partilha de valor e na construção da prosperidade. O setor privado, mais precisamente os empreendedores, estão no centro do crescimento no continente africano. “O setor privado é hoje o ator principal em África”, reforça o orador da Comissão Europeia.
O FEI, criado em 1994 para financiar investimentos em pequenas e médias empresas, disponibiliza capital de risco e outros instrumentos de financiamento de risco.
ANTÓNIO VITORINO: “As migrações podem contribuir para o desenvolvimento dos países de origem e de destino”
KIM KREILGAARD: “Queremos atrair investidores para criar as equipas certas e suportar as startups” em África
Como devemos olhar para a migração? “Dando resposta às causas profundas da migração e aproveitando o seu potencial: as migrações podem contribuir para o desenvolvimento dos países de origem e destino”, disse António Vitorino, o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Kim Kreilgaard, o responsável em Portugal pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), contou como é que a instituição que dirige aplica o capital. O Fundo Europeu de Investimento (FEI), detido pelo BEI, tem um programa dirigido a projetos em África para “financiar fundos de capital de risco” e ajudar a construir ecossiste-
Em todos os casos, “medimos o impacto [económico, financeiro e social] quando financiamos”, realçou. Como? “Demonstrando o impacto social desse investimento.” Na sua opinião, o impacto deve ser medido pelos resultados sociais alcançados e não pelos inputs (horas trabalhadas, por exemplo). “Os empreendedores sociais muitas vezes não quantificam o impacto dos seus projetos porque estão muito ocupados a fazer o seu trabalho, ou a angariar fundos para desenvolver projetos”, refere. “Devemos financiar o output, ou seja, o resultado concreto produzido pelo empreendedor social.” Trata-se de “um novo contrato” aplicado ao impacto alcançado na vida das pessoas. ▪
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“MOÇAMBIQUE
TEM VANTAGENS MUITO IMPORTANTES COM PORTUGAL QUE DEVEM SER APROVEITADAS NOS NEGÓCIOS” Nelson Muianga é o acionista maioritário e Presidente do Conselho de Administração do Grupo NEF. É igualmente PCA da CETA desde 2012 e da RIBEMOZ desde 2013. Tem mais de 20 anos de experiência profissional e desde 2012 que abraçou a gestão de topo de empresas do cluster de construção e de investimentos e gestão de participações. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, falou sobre o potencial de Moçambique em matéria de negócios, da relação do país com Portugal e ainda sobre o que há a fazer para que Moçambique com quase três mil quilómetros de costa e milhões de terras aráveis deve fazer para alavancar toda a sua capacidade. Saiba mais.
PONTOS DE VISTA
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elson Muianga esteve em Portugal como participante num evento que uniu Portugal e Moçambique através de treze acordos de cooperação em diferentes setores. A assinatura dos documentos marcou a segunda visita de Filipe Nyusi a Portugal. Sobre a relação entre os dois países o nosso entrevistado ressalvou alguns pontos que considera como desafiantes mas necessários. “Neste momento há questão fulcral em Moçambique: a recuperação e posicionamento das empresas. Isto é essencial porque muitas fecharam e precisam de ser reativadas com estímulos e projetos concretos. Acredito que deva ser desenhado um modelo de recuperação de empresas com objetivos concretos. As empresas devem estar preparadas para os desafios mais próximos decorrentes dos projetos e oil & gas e recursos minerais e para o feito devem apostar na certificação. Este é que vai ser o grande input para o futuro. Temos de ter uma abordagem de parceria estratégica dentro e fora de Moçambique. Criar um bom cluster por sectores de atividade para mostrar que estamos organizados”.
NELSON MUIANGA
Neste momento há questão fulcral em Moçambique: a recuperação e posicionamento das empresas. Isto é essencial porque muitas fecharam e precisam de ser reativadas com estímulos e projetos concretos
25 JULHO 2019
Prova de que acredita nesta mudança de paradigma é a própria resiliência do Grupo NEF que desde a sua formação tem contribuído para o desenvolvimento do país. “Quando fizemos a aquisição foi com o propósito de crescer e robustecer a indústria de construção em Moçambique. Aprendemos que ser resilientes era a única hipótese. Avaliámos o que correu mal e instaurámos um novo modelo de gestão e de governance. Os novos cenários de perspetiva da economia acreditarmos que possamos resistir. Estamos a fazer os possíveis para mostrar que vamos conseguir”, refere Muianga. Em 2015, um conjunto de gestores da CETA e RIBEMOZ propuseram ao anterior acionista maioritário das empresas uma operação de MBO (Management buy Out) para adquirir 77.97% do capital social da CETA - Engenharia e Construção - e 100% do capital social da RIBEMOZ. Para corporizar esta aposta empresarial, a equipa de gestores criou uma holding, designada NEF – Investimentos e Gestão de Participações Sociais, SA. A operação da aquisição das participações sociais da CETA e da RIBEMOZ, efetuada em sessão especial de compra na Bolsa de Valores, foi concluída a 30 de Setembro de 2016. Para além das participações sociais já adquiridas, este novo grupo, integralmente constituído por moçambicanos, pretende expandir o cluster de
construção, criando mais unidades de negócios, fortalecendo deste modo a integração das operações.
“OS PRÓXIMOS ANOS SERÃO FULCRAIS”
O empresário acredita que “os próximos três/ quatro anos serão fulcrais mas não podemos olhar apenas para o setor da construção, temos que explorar outras atividades de logística e serviços e assim diversificar o portfólio em áreas complementares. De facto, há áreas-chave que o governo moçambicano definiu que são quatro pilares importantes: infraestruturas, turismo, energia e agricultura. Este grupo de prioridades. Na minha opinião, a agricultura e o turismo deverão ser os principais focos porque ambos podem ser massificados pelo país inteiro. A
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Moçambique tem vantagens muito importantes com Portugal que devem ser aproveitadas nos negócios. Devemos criar uma parceria de troca de conhecimento. Isto é importante para Moçambique porque pode usar Portugal como hub para chegar a outros países
agricultura é a base para o desenvolvimento do país. O turismo é o pilar nevrálgico do país que atualmente é completamente inexplorado e Moçambique tem que apostar forte aí.”
LAÇOS ESTREITOS
PONTOS DE VISTA
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O empresário acrescenta ainda que “Moçambique tem vantagens muito importantes com Portugal que devem ser aproveitadas nos negócios. Devemos criar uma parceria de troca de conhecimento. Isto é importante para Moçambique porque pode usar Portugal como hub para chegar a outros países. Os serviços que permitam transações em termos de mobilidade é um fator importante para dinamizar as relações. Devemos continuar a trabalhar em plena sintonia e próximos. Moçambique deve capitalizar o facto de Portugal fazer parte da União Europeia. Para que isto aconteça também é importante que Portugal se abra mais para receber Moçambique, eliminar alguma burocracia que pode facilitar e muito a internacionalização empresarial. Como empresários, temos que reforçar estes laços para criar um dinamismo entre os dois países e criar fluidez.” A humildade é o fator que mais salta à vista quando se fala de Moçambique. Um país que partilha uma história incontornável com Portugal e que neste momento começa a ver uma luz ao fundo do túnel depois de uma grave crise económica que afetou várias áreas de negócio e por conseguinte a economia nacional. ▪
COOPERAÇÃO CPLP
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“A ESSÊNCIA DE UMA COMUNIDADE DE PAÍSES É COOPERAR E OLHAR NO MESMO SENTIDO” A Prime Yield está presente em Angola, Portugal, Brasil e Cabo Verde e continua a crescer. Recentemente integrou a Gloval e Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield garante que o balanço até agora é “muito positivo”. Saiba mais.
A
Prime Yield é uma empresa especializada na realização de estudos, consultadoria e avaliação de bens, fornecendo, através dos seus serviços, ferramentas que servem de suporte e apoio à tomada de decisão dos seus clientes. De que serviços falamos? A Prime Yield presta um leque completo de serviços nas áreas de avaliação de ativos, consultoria e research, com uma forte especialização no setor imobiliário. No âmbito da avaliação de ativos, a empresa está preparada para desenvolver avaliações quer a bens tangíveis quer intangíveis. Além da avaliação de imóveis nos mais diversos segmentos e para as mais diversas finalidades (concessão de crédito, transações de investimento, gestão de fundos de investimento...), dispomos ainda de equipas altamente qualificadas na avaliação de empresas, de máquinas e equipamentos, inventariação de imobilizado, arbitragem em processos de arrendamento, bem como avaliação de patentes ou marcas. Destaco ainda a nossa crescente especialização no segmento de Non-Performing Loans (o chamado crédito malparado) para o qual dispomos de um AVM inovador que permite avaliar portfólios completos, de forma rápida, rigorosa e eficiente. Este é um setor onde as avaliações dos ativos são ainda mais cruciais para a determinação do preço e do risco das transações.
Atualmente, qual é o panorama nos investimentos imobiliários? Qual é a situação específica vivida em Portugal e Angola? Portugal atravessa um momento de grande vitalidade no investimento imobiliário, encerrando 2018 com um volume recorde de transações acima dos 3.000 milhões de euros. A qualidade dos imóveis no país é um fator de atração dos investidores, mas também a crescente projeção internacional do mercado português como um destino sólido, de baixo risco e retornos ainda interessantes têm contribuído para trazer mais capital estrangeiro para este segmento. 2019 deverá ser um ano novamente forte para este mercado. Em Angola, o sector permanece impactado pela atual conjuntura económica, caraterizada por juros elevados, dificuldade no financiamento e instabilidade cambial, com um reflexo claro no desequilíbrio entre a oferta e a procura e na consequente pressão em baixa de preços e rendas. Não obstante, os imóveis continuam a ser considerados um investimento seguro
e bastante atrativo face à desvalorização cambial. É de frisar que, mesmo num cenário de adversidade económica, o imobiliário terá sempre uma base sólida. Por isso, mesmo no contexto atual, é visto como um investimento de proteção e de baixo risco, sobretudo para quem pretende aplicar as suas poupanças num cenário de elevada desvalorização cambial que afeta outras classes de ativos de investimento. A par disso, 2019 já promete ser um ano de alguma retoma para o mercado imobiliário, pois não só a Economia está a dar sinais de melhoria, como se deram alguns passos de relevo para estimular o investimento externo, nomeadamente a alteração na lei do investimento privado. Acresce ainda que o mercado imobiliário mantém-se como um sector onde existe um enorme potencial de desenvolvimento, pois continua a existir deficit de habitação e necessidade de diversificar geograficamente nas áreas de turismo e retalho, entre outras carências. Este potencial tem estado em stand by nos últimos anos, mas existe e, com certeza, vai voltar a evidenciar-se à medida que o crescimento económico se consolide. Acresce ao investimento imobiliário direto, o enorme potencial de investimento que representa o setor de Non-Performing Loans (crédito malparado), sobretudo, os que têm imóveis como garantia. Em Portugal esse é um mercado que está a ficar muito forte – mais de 8.000 milhões de euros terão sido transacionados em 2018 - e em Angola pode vir a ter um potencial muito interessante. Aliás, parte da nossa estratégia para este mercado é também o reforço da aposta na vertente da otimização da base de dados e track record de informação, algo fulcral para a apropriada valorização dos ativos que são colaterais de crédito dos bancos do sistema financeiro Angolano, no cenário atual em que a presença do FMI é uma realidade, o que conduzirá inevitavelmente a exercícios de AQR como os que foram levados a cabo noutros Países e onde a Prime Yield teve oportunidade de desenvolver o seu trabalho.
Enquanto agente económico do setor imobiliário, de que forma explica o contributo da empresa e a sua importância no universo CPLP? Todo o projeto da Prime Yield assente numa matriz de desenvolvimento focada no espaço lusófono, com uma abordagem, como já referimos, que é totalmente independente para cada país, mas assente em standards comuns. Este é o nosso ADN e o seu grande resultado é proporcionar aos nossos clientes ferramentas para que analisem operações nas diversas geografias com o mesmo critério, mas sempre com um conhecimento das especificidades de cada país. Este é também o espírito da CPLP – ter uma linha comum de cooperação com respeito pelas respetivas culturas-, o qual nos orgulhamos de cultivar. Acredita que havendo uma maior cooperação entre os países lusófonos, seja em termos burocráticos ou legislativos, os negócios seriam mais “fáceis”? A cooperação é sempre um caminho desejável, e obviamente mais eficiente, para o desenvolvimento económico. A essência de uma comunidade de países é cooperar e olhar no mesmo sentido e esse é um caminho em permanente construção. Os Real Estate Investment Trusts (REITs) estão a chegar a Portugal, o que torna o mercado imobiliário ainda mais dinâmico. Mas e desvantagens, existem? Pelo contrário. Trata-se de um tipo de instrumento de investimento que abre não só uma via alternativa para investir em imobiliário como poderá ter a capacidade de atrair investidores que até agora não estavam presentes em Portugal ou apenas tinham feito negócios pontuais. É um tipo de veículo conhecido de investidores globais e que valorizam dispor de meios semelhantes e comparáveis para investir nos mercados onde estão presentes. ▪
LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT
27 JULHO 2019
NELSON RÊGO
Marcam presença em vários países lusófonos (Angola, Portugal, Brasil e Cabo Verde). Apesar de pontos em comum, como a língua, todos os países são diferentes entre si. Como descreveria o vosso nível de atuação em mercados tão díspares? Na Prime Yield temos uma política de atuação assente em dois pilares base que norteia a nossa presença multi-lusófona. Por um lado, atuamos de acordo com um conjunto de standards e certificações internacionais (como os padrões do RICs no caso das avaliações) que aplicamos, sem exceção, a todos os mercados onde estamos presentes, garantindo, assim, um nível de serviço de elevada qualidade comparável. Por outro lado, fazemos questão de ter uma presença efetiva em cada país, o que nos permite um conhecimento real do mercado local e da sua cultura. Ou seja, estamos próximos dos nossos clientes e conhecemos as especificidades de cada mercado, garantindo um nível de serviço de padrões internacionais.
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“O POVO MOÇAMBICANO É MUITO HUMILDE, SABE COLHER OS BONS EXEMPLOS “ Manuel Pereira, Administrador do Grupo C. Mondego, esteve à conversa com a Revista Pontos de Vista. De raízes portuguesas mas totalmente devoto a Moçambique, o nosso interlocutor aborda as questões mais pertinentes que o país está a viver e que visão considera a mais acertada para que um dos maiores países africanos se erga.
O GRUPO C. MONDEGO
PONTOS DE VISTA
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O Grupo C. Mondego é atualmente O um conglomerado de empresas, de capital exclusivamente moçambiconhecimento cano, que desenvolve a sua atiprofundo no mercado vidade, desde 1998, em todo o moçambicano, a garantia de território nacional resultando da qualidade dos nossos parceiros vontade férrea do seu fundador, e a confiança dos nossos Manuel Pereira, que quis replicar, em Moçambique a vasta expeclientes, são os pilares riência que adquiriu em projetos fundamentais da nossa desenvolvidos em diferentes países. empresa "O conhecimento profundo no mercado moçambicano, a garantia de qualidade dos nossos parceiros e a confiança dos nossos clientes, são os pilares fundamentais da nossa empresa". Sediado em Maputo, o Grupo C. Mondego, com um capital social de 100.000.000,00 MZM (Cem Milhões de Meticais), dispõe de um edifício de escritórios próprio na Marginal e um estaleiro central na Matola, atua em diversas áreas, com destaque para a construção civil, imobiliária, agricultura, turismo, indústria metalúrgica, indústria de cerâmica, indústria de extração e transformação de pedras ornamentais e suporte a projetos de oil & gas, atividades estas para as quais contribui com cerca de mil postos de trabalho, maioritariamente ocupados por colaboradores moçambicanos.
MANUEL PEREIRA
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MILHÕES DE EUROS
O GRUPO C. MONDEGO ESTÁ A CHEGAR A PORTUGAL E COM ELE INVESTIMENTOS NA ORDEM DOS CINCO MILHÕES DE EUROS NUMA PRIMEIRA FASE. A ABERTURA DA NOVA SUCURSAL ESTÁ PREVISTA PARA SETEMBRO E SERÁ NA FIGUEIRA DA FOZ.
29 JULHO 2019
Sendo a construção civil, obras públicas, estradas e pontes e a imobiliária, as atividades primordiais desenvolvidas pelo Grupo C. Mondego, a coberto do Alvará de 7ª Classe, com todas as categorias e subcategorias, evidenciam-se, como as suas principais realizações, construção de complexos universitários, procuradorias provinciais, edifícios comerciais e residenciais, escolas e instituto de magistério primário, direções e delegações provinciais, instituições bancárias, mercados municipais, estradas terraplanadas e aquedutos, silo auto e pavilhões gimnodesportivos em todo território nacional. "«Qualidade, Rigor Ética e Profissionalismo» é o lema que tem presidido às nossas realizações do passado e que queremos projetar, com acrescida proficiência, nas nossas realizações futuras. O Grupo C. Mondego, S.A. é claramente reconhecido pelo facto das suas atividades se estenderem a todo território nacional e de se identificar, profundamente, com a história, tradições e alma moçambicana de bem-fazer", diz o empresário. "Alem do Grupo C. Mondego, Manuel Pereira acumula funções na FME E CTA. É Presidente na FME ( Federação Moçambicana de Empreiteiros) e ainda Vice-Presidente da CTA (Confederações das Associações Económicas de Moçambique) no Pelouro da Construção".
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Enquanto Presidente da FME, empresário e pessoa, acredito que temos a responsabilidade de trabalhar com o Estado e uma outra responsabilidade de ajudar as empresas menos evoluídas O povo moçambicano é muito humilde, sabe colher os bons exemplos. A ambição desmedida não faz parte de Moçambique. As pessoas em Moçambique só querem viver bem
EURAFRICAN FORUM 2019
PONTOS DE VISTA
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Um constante alinhamento com o Estado para uma maior e sólida construção de Moçambique é a base em que Manuel Pereira acredita para que Moçambique saia de vez da crise que decorre no país desde 2015 e que evolua. O administrador do gigante grupo esteve em Lisboa para o evento em que Portugal e Moçambique assinaram 13 acordos de cooperação. A assinatura destes acordos foi feita no final da IV Cimeira Luso Moçambicana, no Palácio Foz, em Lisboa, sob a presidência do chefe de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi, e do primeiro-ministro de Portugal, António Costa. Os governos português e moçambicano assinaram acordos que preveem, por exemplo, a prorrogação de uma linha de crédito de 400 milhões de euros até 2020, protocolos na saúde e apoio a regiões moçambicanas afetadas por ciclones. Para a reconstrução das regiões afetadas por ciclones em Moçambique, tal como antes já tinha sido anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, durante o fórum económico que antecedeu esta cimeira, os governos português e moçambicano assinaram um memorando que envolve cerca de 1,5 milhões de euros, sendo o fundo gerido pelo Instituto Camões. Este fundo será constituído por verbas provenientes do Orçamento de Estado e de doações de entidades públicas (como autarquias) e privadas. Financiará, através de concurso, projetos de Organizações Não Governamentais (ONG) e será desenvolvido ao longo dos próximos três anos. “Enquanto Presidente da FME, empresário e pessoa, acredito que temos a responsabilidade de trabalhar com o Estado e uma outra responsabilidade de ajudar as empresas menos evoluídas”. Por outro lado, a empresa que tem mais áreas agregadas como construção de obras públicas, imobiliária, agricultura, agropecuária e até gás emprega cerca de 900 colaboradores e apenas
um português. Como para muitas outras, os últimos tempos não têm sido fáceis tendo levado muitas empresas à falência. Manuel Pereira acredita que em 2025 o panorama seja já favorável. “A expectativa é que em 2025 Moçambique esteja numa situação confortável. Somos 28 milhões de habitantes com um subsolo para explorar. Temos que ter esperança”. Em plena recessão, com o FMI no país e, com isso, a suspensão dos apoios financeiros a Moçambique em 2016, na sequência da revelação de empréstimos não declarados por empresas estatais da ordem de 2,2 mil milhões de dólares, que tornaram a dívida pública insustentável e por haver indícios de corrupção, Moçambique está neste a sair do período mais complicado.
PORTUGAL E MOÇAMBIQUE
Com uma costela portuguesa, Manuel
Pereira conta que as empresas portuguesas são vistas e recebidas sempre com grande alegria pelos moçambicanos e que representam o sinónimo de conhecimento para Moçambique. “Quando sabemos que uma empresa portuguesa queremos ajudá-la porque sabemos que isso vai ser bom para o país. Sabemos que vamos aprender com elas”. “O povo moçambicano é muito humilde, sabe colher os bons exemplos. A ambição desmedida não faz parte de Moçambique. As pessoas em Moçambique só querem viver bem”. Cerca de 70 empresários fizeram parte da comitiva que o Presidente Filipe Nyusi trouxe até Lisboa para trabalhar a diplomacia entre os dois países. O que se traduz num esforço uma vez que nos últimos anos as relações comerciais entre Portugal e Moçambique sofreram. ▪
BREVES BREVES SAÚDE
Sente um formigueiro constante nas mãos? Os dez possíveis motivos PRESSÃO NOS NERVOS Os nervos que inervam os braços provem da medula, passando através da coluna, e chegam até as partes mais periféricas das mãos e dedos. Ao longo do trajeto, estes nervos podem ser pressionados, seja por tumores, infeções ou vasos sanguíneos dilatados, como pela radiculopatia da coluna, que é quando os nervos são comprometidos ainda na coluna vertebral, por uma hérnia de disco, osteoartrose da coluna ou estenose do canal vertebral. ENXAQUECA COM AURA Em muitas pessoas, a enxaqueca pode ser precedida por sintomas sensitivos, chamados de aura, que incluem formigueiro nas mãos, braços, pernas ou boca. ALTERAÇÕES NA CIRCULAÇÃO O formigueiro nas mãos e nos pés pode ser causado por doenças circulatórias das artérias e veias, que geram ainda outros sintomas como dor e formação de úlceras. Além disso sentir esse formigueiro logo ao acordar também pode indicar má circulação.
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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Embora seja uma situação mais rara, um dos primeiros sintomas do AVC é a sensação de formigueiro nos braços ou mãos. Além disso, outros sintomas comuns deste problema incluem boca torta, falta de força num dos lados do corpo e dificuldade para falar.
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Esta síndrome é a principal causa de formigueiro nas mãos e acontece quando o nervo mediano, que inerva a palma da mão fica comprimido na região do punho, causando essa sensação, dificuldade para segurar em objetos pequenos, e causando ainda o inchaço dos dedos. ENFARTE Sentir um formigueiro ou dormência no braço esquerdo, ou mais raramente, no braço direito, pode ser um sintoma de enfarte, principalmente quando piora ao realizar esforços ou surge acompanhado de outros sintomas como dor no peito, falta de ar, mal estar ou suor frio. ESCLEROSE MÚLTIPLA A esclerose múltipla é uma doença autoimune que causa a degradação gradual das fibras nervosas do cérebro e da medula espinhal. Dessa forma, alguns sintomas incluem perda de força, cansaço excessivo, falhas de memória e formigueiro em várias partes do corpo. DÉFICE DE VITAMINAS O défice de certas vitaminas, principalmente as vitaminas B12, B6, B1 ou E, pode provocar alterações nos nervos que por sua vez causam comichão em diversas partes do corpo e alterações na sensibilidade. HIPOTIREOIDISMO Quando o hipotireoidismo não é tratado corretamente pode causar lesões nos nervos que levam a informação entre o cérebro e o resto do corpo. Dessa forma, além de sintomas como perda de cabelo, ganho de peso ou sensação de frio constante, o hipotireoidismo também pode causar a sensação de formigueiro em várias partes do corpo, incluindo nas mãos e braços. DIABETES DESCONTROLADA Por vezes, a diabetes pode ser uma doença difícil de diagnosticar, especialmente se não provocar os sintomas clássicos como vontade frequente de urinar ou sede excessiva. Nos casos em que o tratamento não é iniciado, ou não é seguido da forma correta, os níveis de açúcar no sangue sobem perigosamente, o que pode resultar no tal formigueiro.
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INTELLCORP: INFORMAÇÕES E SEGURANÇA A IntellCorp, criada há cinco anos, é a primeira empresa de Intelligence no mundo lusófono e conta com uma Advisory Board de renome. António Brás Monteiro faz parte desta Advisory Board e fala-nos da importância das informações e segurança.
PONTOS DE VISTA
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ANTÓNIO BRÁS MONTEIRO
O
António considera que o Estado português dá a importância necessária à segurança de informação dos seus dados? O Estado português segue os standards e guidelines da União Europeia. Contudo tem estado extremamente focado em problemas económicos, o que é natural. A segurança de informação dos seus dados, deverá estar obviamente acautelada, pois, felizmente, e ao contrário do que alguns possam pensar, apesar de sermos um país pequeno temos profissionais extremamente competentes nos Serviços de Informações, Forças de Segurança e outras instituições-chave. Por exemplo, no campo da cibersegurança já vemos algumas empresas a investir na prevenção mas ainda são muito poucas. O próprio Gabinete Nacional de Segurança e o Centro
Nacional de Cibersegurança têm feito ações de sensibilização nestas matérias não só para o setor público mas também para o privado. Formações estas sem qualquer custo. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer… Julgo que o Estado português coloca os interesses dos portugueses em primeiro lugar. Prova disso é que, felizmente, ainda não sofremos nenhum atentado terrorista ou situações extremamente danosas para as instituições e economia portuguesa como o roubo de dados em setores sensíveis como o da segurança, defesa, saúde, entre outros. O que não significa que estejamos imunes a possíveis ataques futuros e não haja atores com a intenção e a capacidade… Apesar de ser portuguesa de raiz a IntellCorp
A IntellCorp enquanto empresa portuguesa de projecção internacional e com clientes em todos os continentes, tem o dever e a obrigação de não só aprender com os melhores, como de se adaptar e respeitar a legislação onde actua.
Os países lusófonos partilham vários pontos em comum, como a língua. Que importância tem este aspeto no trabalho que realizam junto de países que falam português? Pensamos nos Estados da CPLP e nas suas empresas e empresários menos como “irmãos” e mais como aliados. Na IntellCorp, consideramos o termo “irmão” como um termo que se poderá apenas aplicar ao facto de termos uma língua comum. Em tudo o resto, os Estados que constituem a CPLP são soberanos e merecedores do respeito que se confere a um "igual" e Portugal não é o “mais velho” mas apenas um dos Estados da CPLP. Nesse quadro, a IntellCorp beneficia sem dúvida da língua comum mas acima de tudo do facto de Portugal ser um país especial numa
localização geográfica muito especial. Estando no meio de três continentes, temos surpreendentemente e de forma competente conseguido manter-nos relativamente afastados dos problemas de outros big players. Mas para não fugir ao tema [sorri], sim, são sem dúvida importantes os pontos em comum - em especial a língua portuguesa - que partilhamos com os países em questão, mas mais importante ainda é o potencial de investimento que esses Estados representam para a comunidade internacional e que será desenvolvido apenas com a participação de quem consegue ver para além da língua comum, das afinidades culturais e históricas. Como é lidar com diversas legislações dos países em que trabalham? Portugal, para além de pertencer à União Europeia, tem aliados importantíssimos cujas legislações e postura em geral, em diversas matérias de Informações e Segurança são extremamente avançadas e deveriam ser estudadas, adaptadas e aplicadas não só pelo Estado português mas também pelos empresários nacionais. A IntellCorp enquanto empresa portuguesa de projecção internacional e com clientes em todos os continentes, tem o dever e a obrigação de não só aprender com os melhores, como de se adaptar e respeitar a legislação onde actua. Esse dever e obrigação é não só uma demonstração de respeito para com os Estados onde operamos mas também uma forma de protegermos os nossos clientes, resolvendo os seus problemas e não agravando os mesmos.
33 JULHO 2019
ganhou asas e com isso um estatuto internacional. Quais são os países em que atuam? Sim, de facto foi algo que apesar de esperado não deixa de ser uma constante surpresa. A receção foi tão positiva que colaboramos já inclusive com alguns dos maiores grupos e empresas de Informações e/ou de Segurança e os seus clientes, muitos das Fortune 50 e Fortune 500 em due dilligence e vetting de empresários e empresas lusófonas. Por uma questão de respeito para com os Estados onde atuamos e os nossos clientes, não podemos revelar onde operamos seja passado presente ou futuro. Bastará talvez dizer que não temos qualquer barreira geográfica para a nossa atuação.
Na IntellCorp, consideramos o termo “irmão” como um termo que se poderá apenas aplicar ao facto de termos uma língua comum. Em tudo o resto, os Estados que constituem a CPLP são soberanos e merecedores do respeito que se confere a um "igual" e Portugal não é o “mais velho” mas apenas um dos Estados da CPLP
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Cada vez mais se fala em proteção e segurança a vários níveis. Começamos a assistir a uma mudança de comportamento por parte dos empresários, instituições, organizações governamentais, ONG’s… ou há ainda um longo caminho a percorrer nestas temáticas? Ainda há um longo caminho a percorrer no que toca à segurança! Sendo a IntellCorp uma empresa completamente desligada de grupos de interesse ou alinhamentos partidários é de realçar a nova postura da classe política no que toca à segurança do Estado português, que se refletiu por exemplo na questão do acesso aos metadados por parte dos Serviços de Informações. Por outro lado, e realço novamente a postura apolítica da empresa, a escolha para Ministro da Defesa de alguém com uma clara postura diplomática e vocação e conhecimentos nas áreas das Relações Internacionais, Defesa e provas dadas nas relações com os diversos Estados da CPLP veio confirmar a vontade do Estado português de apostar numa nova forma de ver o mundo; mais jovem, mais dinâmica e mais proativa. Atualmente, tanto Portugal como as instituições e empresas portuguesas são um verdadeiro “terreno de caça” para interesses externos. Esses interesses externos têm-se aproveitado e continuarão a aproveitar-se da “ingenuidade” portuguesa e da postura típica do “não acontece nada” para explorar vulnerabilidades mais ou menos óbvias, muitas já conhecidas dos profissionais dos setores em questão. Para citar apenas algumas das vulnerabilidades que se arrastam há dezenas de anos e se têm agravado, recordo a falta de adequação orçamental dos Serviços de Informações, Forças de Segurança e a Defesa; vencimentos adaptados à realidade para os profissionais destas áreas e legislação apropriada ao combate às velhas e novas ameaças. Tudo isto contribuiria muitíssimo para um combate efetivo às atuais vulnerabilidades. Assim, a realidade é que empresas que são reconhecidas como estratégicas e em setores vitais se encontram neste preciso momento sob forte ataque…
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antoniobrasmonteiro@protonmail.com
ANTÓNIO BRÁS MONTEIRO É Licenciado em ‘Ciências da Comunicação’ pela Universidade Católica Portuguesa e conta com vários cursos pós-graduados de: ‘Gestão de Crises’ pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, ‘Contraterrorismo’ também pelo ISCPSI, ‘Cibersegurança e Gestão de Crises no Ciberespaço’ pelo Instituto da Defesa Nacional, ‘Common Security and Defence Policy Course’ pelo European Security and Defence College e conta também com uma série de certificados desde a Delft University of Technology ao Gabinete Nacional de Segurança. Foi-lhe atribuída também a credenciação de segurança NATO SECRET pela Autoridade Nacional de Segurança. Nos últimos anos António Brás Monteiro foi Liaison Officer na SolvX, uma empresa também dedicada à área de intelligence e segurança baseada em Bruxelas e desde 2017 é Consultor de Business Development na fabricante de drones portuguesa Tekever. A sua paixão são as viagens e os Land Rover e já foi Diretor de publicações dedicadas a estes temas. Para relaxar dedica-se ao tiro desportivo e sonha com uma expedição pela rota de David Livingstone.
Como explicar que na prevenção é que está o ganho (no que diz respeito à segurança de informação e assuntos similares) e não numa atuação reativa? Prevenção começou há muito tempo na vacinação com Jenner e Pasteur! [ri-se] Muitos optam por não apostar na prevenção porque acham que só acontece aos outros ou porque conseguem assim reduzir custos contudo não imaginam os danos e prejuízos que podem sofrer por não estarem devidamente protegidos – esses danos terão custos muito superiores ao do investimento na prevenção. Vivemos num mundo muito mais perigoso do que muitos possam imaginar e desvalorizar ou por ignorância ridicularizar tem sido, infelizmente, o comportamento de muitos… Não, os portugueses não investem o suficiente na prevenção ou em segurança e muito menos em Informações como forma de antecipação e acabam sempre por ter de reagir (muitas vezes já demasiado tarde) e em cima do joelho… Lembre-se que o seguro morreu de velho mas o desconfiado ainda está vivo! ▪
BREVES BREVES CULTURA
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Museu Nacional de Soares dos Reis acolhe exposição ‘Metamorfoses’
CURIOSIDADE
Que outros primatas não evoluíram para ser humano? A maioria das pessoas conhece a Teoria da Evolução de Darwin e como nós nos desenvolvemos de primatas antigos. Mas já se perguntou porquê que nem todos os primatas evoluíram para humanos?
O Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, tem exposta desde quinta-feira ‘Metamorfoses da Humanidade’, uma mostra “inteiramente inédita de desenhos e pinturas sobre papel”de Graça Morais. Patente até 29 de setembro, a mostra agrega mais de oito dezenas de peças que a artista criou em 2018, ano em que se estreou no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, e depois no Museu do Chiado, em Lisboa, já em 2019. Este “olhar muito particular sobre a humanidade”, segundo a apresentação da exposição, resulta em obras “grandemente comprometidas com a sociedade contemporânea”, com rostos e figuras que exploram as muitas expressões humanas.
Os chimpanzés modernos existem há muito mais tempo do que os humanos modernos. São menos de um milhão de anos comparado com 300 mil para o Homo sapiens, segundo as estimativas mais recentes. Masos nossos caminhos evolutivos se separaram há seis ou sete milhões de anos. Então, se pensarmos nos chimpanzés como nossos primos, o último ancestral em comum que tivemos seria como uma grande bisavó que tem
dois descendentes vivos. Mas então, por que apenas um dos lados se desenvolveu? “A razão pela qual outros primatas não estão a evoluir para humanos é que eles “se estão a sair bem”, disse Briana Pobiner, paleoantropóloga do Instituto Smithsonian. Os primatas que são vivos hoje, como gorilas de montanha em Uganda, macacos bugios nas Américas e lêmures em Madagascar mostram que eles conseguem prosperar em seus habitats naturais. “A evolução não é uma progressão. É sobre como os organismos se encaixam nos seus ambientes atuais”, disse Lynne Isbell, professora de antropologia, na Universidade da Califórnia. E para os cientistas, os humanos não são «mais evoluídos” que outros primatas nem venceram o jogo evolutivo.
INSÓLITO
Tribvto tocam pela primeira vez em Portugal em agosto A banda de música portuguesa Tribvto, formada no Reino Unido há dois anos, vai tocar vez pela primeira vez em Portugal em agosto, onde está a maioria dos admiradores. Apesar de já terem feito alguns concertos em palcos britânicos, a plataforma de música Spotify mostra que a maioria das pessoas que escutam o álbum de estreia ‘De Malas Aviadas’ estão no país de origem dos músicos e não no país onde residem atualmente. “A única reação que temos é através do Instagram e do Spotify”, disse o guitarrista e produtor Pedro Neves, enquanto o bandolinista, Miguel Guedes, não esconde que “é um sonho” tocar em Portugal. Os Tribvto vão ser a primeira banda estrangeira a participar num Concurso de Bandas de Vizela, no dia 1 de agosto em Santa Eulália, na mesma eliminatória que os Souldados, de Lisboa. No dia 2 tocam nas festas da Vila do Gerês e no dia 3 fecham esta mini-digressão no Porto.
TECNOLOGIA
Huawei pede que Europa não adote medidas com base “em boatos” A tecnológica chinesa Huawei saudou a “abordagem comum” que a União Europeia (UE) pretende adotar para combater os riscos associados às redes de quinta geração (5G), mas pediu a Bruxelas que não reaja com base “em boatos”. “Agora é mais importante do que nunca desenvolver uma abordagem comum para a segurança cibernética e, por isso, a Huawei apoia totalmente o apelo feito pela Comissão [Europeia] a todos os principais participantes para que, em conjunto, construam uma abordagem comum para combater os riscos de segurança na tecnologia 5G”, afirma a empresa em resposta escrita enviada à agência Lusa. A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
35 JULHO 2019
MÚSICA
O alerta foi dado por empresas locais de car-sharing, como a Times24 e a Orix, que espantadas com a enorme quantidade dos seus veículos alugados por clientes que não chegavam a percorrer um único quilómetro, resolveram realizar um inquérito entre os condutores que recorriam aos seus serviços. E a surpresa foi geral. De acordo com o The Asahi Shimbun, os clientes das empresas de aluguer de veículos usam-nos para os fins mais díspares e muito deles nada têm a ver com deslocações, viagens ou algo que tenha a ver com mobilidade. Certo tipo de veículos pode ser alugado por valores a partir de 400 yen (cerca de 3,30€) por um período de 30 minutos, com os condutores a poderem reservá-los por uns minutos ou um dia, através de uma app. O inquérito aos clientes destas empresas de car-sharing revelou que estes usam os veículos para almoçar lá dentro, enquanto ouvem música, sendo que aproveitam esse período para recarregar as baterias dos telemóveis e tablets, com alguns a aproveitar para ver televisão com energia da bateria do veículo. A Orix e a Times24 – esta última tem mais de 1,2 milhões de utilizadores registados – receberam o resultado do estudo com alguma apreensão, uma vez que o lucro proporcionado pelo aluguer sobe à medida que maiores distâncias são percorridas, pelo que os clientes que usam os veículos sem os conduzir não ajudam o negócio.
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Sabia que o car-sharing, no Japão, tem utilização pouco comum?
“NÃO SÓ PORQUE SOMOS UM DOS MAIORES BANCOS A OPERAR EM MOÇAMBIQUE, MAS TAMBÉM PORQUE TEMOS TIDO UM PAPEL IMPORTANTE NO APOIO ECONÓMICO ATRAVÉS DA CONCESSÃO DE CRÉDITO, O QUE NATURALMENTE AJUDA NO FINANCIAMENTO À ECONOMIA. PORQUE TEMOS CONTRIBUÍDO PARA UMA CRESCENTE BANCARIZAÇÃO DO PAÍS E CONSEQUENTE CRESCIMENTO DO SECTOR, BEM COMO UMA MAIOR MODERNIZAÇÃO DA BANCA” ANTÓNIO CORREIA
COOPERAÇÃO CPLP
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“O BANCO ÚNICO É HOJE UMA REFERÊNCIA NO MERCADO FINANCEIRO NACIONAL” Único, não só no nome, mas também na forma de estar e atuar perante os clientes e o mercado. Sim, o Banco Único comemora este ano oito anos de existência e desde a sua génese que tem vindo a calcorrear um percurso assente em pilares como a excelência, a preocupação com as necessidades dos clientes e na contribuição para o crescimento de Moçambique. A Revista Pontos de Vista conversou com António Correia, CEO do Banco Único, que nos deu uma perspetiva maior sobre o crescimento da entidade bancária e de como é necessário continuar a crescer em prol da cooperação CPLP.
JULHO 2019
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ANTÓNIO CORREIA
FOTO: © JOCA FARIA
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o próximo mês de Agosto, o Banco Único comemora oito anos de existência, sendo, portanto, um marco importante no percurso da instituição. Ao longo destes anos, quais têm sido as maiores mudanças na mesma e de que forma é hoje o Banco Único um verdadeiro pilar financeiro em Moçambique? É verdade! Celebrar oito anos de existência é de facto uma data assinalável na história de sucesso que tem sido o Banco Único, tendo ainda mais valor, porque ao longo deste período, tivemos de enfrentar várias adversidades, sobretudo, enormes mudanças macroeconómicas e regulamentares, tendo, por isso, sido obrigados a ajustarmo-nos constantemente. Ao longo destes 8 anos, talvez a mudança mais vincada que tivemos que ultrapassar tenha sido a crise económica que afectou o nosso País, numa altura em que o Banco estava ainda em construção. Quando desenhamos e iniciamos o nosso projecto, não podíamos prever que a situação macroeconómica do país se pudesse deteriorar tanto. Desenhámos o nosso projecto em 2010, e abrimos ao público em Agosto de 2011, apenas 12 meses depois de começar o projecto, e um projecto desta dimensão e complexidade, como é um Banco; nessa altura e até 2014, Moçambique crescia o seu PIB a níveis de cerca de 7% ao ano. Nada previa uma quebra tão elevada, alguns anos depois. Adicionalmente, temos em meados de 2014 a alteração accionista, quando passámos a ter como accionista maioritário o 4º maior Banco sul-africano - o Nedbank. Esta mudança acartou consigo outro nível de exigência. Não só tivemos de passar por uma paragem do investimento e uma fase de Due Diligencie, como em 2016 a passagem à maioria do Capital pelo Nedbank Group, traz a obrigação de cumprimento das regras não só do regulador nacional como também do regulador Sul-africano. Mas o facto de termos passado a ser uma subsidiária de um grupo robusto como o Nedbank Group, também nos conferiu uma capacidade e solidez que não tínhamos até à sua entrada. Igualmente desafiante, foram algumas alterações na gestão de topo que aconteceram ao longo destes oito anos. Ainda que a posição de CEO, ocupada por mim desde Março de 2015, tenha mantido alguma estabilidade em termos de liderança e visão, a verdade é que as alterações inesperadas ocorridas sobretudo em 2017 e 2018 acabaram por abalar um pouco a nossa organização internamente.
» COOPERAÇÃO CPLP
Igualmente demonstrativo deste reconhecimento tem sido os mais de 30 prémios que vários meios da especialidade internacionais que ganhámos ao longo destes oito anos, a título de exemplo no ano passado ganhámos mais uma vez, a distinção de melhor Banco de Moçambique pela Revista The Banker do Grupo Financial Times, que é uma espécie de Óscar da Banca Mundial” Igualmente desafiante, foram algumas alterações na gestão de topo que aconteceram ao longo destes oito anos. Ainda que a posição de CEO, ocupada por mim desde Março de 2015, tenha mantido alguma estabilidade em termos de liderança e visão, a verdade é que as alterações inesperadas ocorridas sobretudo em 2017 e 2018 acabaram por abalar um pouco a nossa organização internamente
PONTOS DE VISTA
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Paralelamente uma parte bastante considerável dos nossos parceiros de negócio é portuguesa. E acredito que isto é fruto da enorme vantagem que é estarmos integrados na CPLP, falarmos a mesma língua e em geral termos a mesma cultura. Todos estes aspectos, aliados às excelentes relações políticas e empresariais entre os países da CPLP têm sido muito importantes no desenvolvimento do Banco
Ainda assim o Banco Único é hoje uma referência no mercado financeiro nacional, facto que muito nos orgulha e acima de tudo nos motiva para seguir o rumo traçado, para sermos cada vez mais um Banco robusto, com um enorme foco numa gestão sustentável que segue as melhores práticas bancárias internacionais. Sendo hoje um player de enorme representatividade, de que forma é que o Banco Único tem vindo a promover serviços e produtos que respondem às verdadeiras necessidades dos vossos clientes? Desde a nossa origem que o Banco Único se posicionou como um Banco relacional e inovador, com enorme foco em se ajustar às necessidades dos seus Clientes, mas acima de tudo não conformado, demonstrando diariamente que desenvolve esforços para evoluir na sua capacidade de resposta às verdadeiras necessidades dos nossos Clientes. Acreditamos que os nossos Clientes sentem esse esforço diário. Aliás só isso justifica, o reconhecimento que o mercado tem demonstrado em relação ao nosso conceito e à forma como abordamos o mesmo, o que
nos tem vindo a permitir a conquista, não só de novos Clientes e de novos negócios Igualmente demonstrativo deste reconhecimento tem sido os mais de 30 prémios que vários meios da especialidade internacionais que ganhámos ao longo destes oito anos, a título de exemplo no ano passado ganhámos mais uma vez, a distinção de melhor Banco de Moçambique pela Revista The Banker do Grupo Financial Times, que é uma espécie de Óscar da Banca Mundial. Como é que a inovação em produtos e serviços têm sido fundamentais na evolução e no desenvolvimento da instituição? Essa dinâmica inovadora e diferenciadora é um caminho que se faz diariamente? Num mercado bastante concorrencial, a inovação tem sido um dos pilares para o nosso sucesso, para a conquista do mercado e para o desenvolvimento e crescimento do Banco Único. Esta inovação aliada a altos níveis de serviço tem caracterizado um posicionamento diferenciador, que tem sido crucial para o nosso crescimento e sucesso, através da conquista de novos clientes e expansão do nosso Balanço. Mas reforçando a
resposta anterior, esta dinâmica está no nosso ADN, está em tudo o que fazemos e no modo como nos relacionamos com todos os stakeholders. Mas sobretudo, acredito que o nosso factor distintivo, juntamente com os produtos e serviços que criamos, está na nossa atitude consistente, com principal destaque para o desempenho das nossas equipas, que têm sido fundamentais para o desenvolvimento e crescimento do Banco. De que forma é que Portugal e as suas instituições têm sido parceiros importantes no percurso do Banco Único? É importante que existam relações de cooperação entre os países e instituições que façam parte do espaço CPLP? Sabe que se não fossem duas empresas portuguesas a investir em nós, hoje não haveria Banco Único. Por isso, sim! As instituições portuguesas foram absolutamente cruciais para aquilo que é o Banco Único, através da GEVISAR, uma parceria entre o Grupo Amorim e o Grupo Visabeira, dois dos maiores Grupos Portugueses e que decidiram investir no Banco Único e assim no mercado Moçambicano Paralelamente uma parte bastante considerável
dos nossos parceiros de negócio é portuguesa. E acredito que isto é fruto da enorme vantagem que é estarmos integrados na CPLP, falarmos a mesma língua e em geral termos a mesma cultura. Todos estes aspectos, aliados às excelentes relações políticas e empresariais entre os países da CPLP têm sido muito importantes no desenvolvimento do Banco. No passado dia 4 e 5 de julho realizou-se EurAfrican Forum 2019, uma plataforma de discussão que se sustenta no poder das diásporas vai ligar pessoas, cidades, regiões e continentes, reunindo pessoas influentes e estabelecendo laços entre Europa e África. Que impacto tem este género de eventos e de que forma é que temos de retirar ensinamentos dos mesmos para o futuro? Têm um enorme impacto! Primeiro porque servem para alinharmos vários aspectos a nível de negócios, cooperação e desenvolvimento. Depois porque tenho de concordar com o Presidente da Direcção do Conselho da Diáspora Portuguesa, Filipe de Botton quando este afirma que “Em África, o céu é o limite. Há oportunida-
É legítimo afirmar que o Banco Único é hoje um player que tem contribuído e muito para o crescimento do país? Sem dúvida! Não só porque somos um dos maiores Bancos a operar em Moçambique, mas também porque temos tido um papel importante no apoio económico através da concessão de crédito, o que naturalmente ajuda no financiamento à economia. Porque temos contribuído para uma crescente bancarização do país e consequente crescimento do sector, bem como uma maior modernização da Banca. Porque temos crescido em termos de número de Colaboradores, gerando a cada ano mais postos de trabalho. Porque temos implementado uma estratégia de 360º direccionada às Pequena e Médias Empresas, com programas de formação para desenvolvimento e capacitação das PME´s – programa de TV PME+ e Academia PME+, dado que é precisamente neste segmento que acreditamos que está a resposta às necessidades do país no futuro próximo, nomeadamente em termos de empregos. Temos tido uma palavra no Investimento em infraestruturas, através da nossa sede e da abertura de balcões já em oito cidades do país. Ou por exemplo, nos lucros que temos tido nos últimos quatro anos e impostos que pagámos. Mas podia continuar aqui a enumerar mais uma quantidade de impactos reais que temos dado ao crescimento de Moçambique. Quais são os grandes desafios do Banco Único para o futuro? São vários, mas posso destacar alguns, como continuar a manter o nosso ADN e os nossos valores, ao mesmo tempo que crescemos e expandimos. Conseguir manter o foco na inovação de produtos e na qualidade do serviço, num mercado cada vez mais concorrencial e com cada vez com mais players, não só Bancos, mas também a concorrência das operadoras de telefonia móvel e das FinTechs. Conseguirmos manter a nossa capacidade de nos ajustarmos e respondermos às necessidades do mercado, a cada momento. A nível interno e em termos de Recursos Humanos continuarmos a manter uma equipa motivada, talentosa e com enorme entrega ao Banco, ao mesmo tempo que cresce e que tem enormes desafios com o mesmo, e disso devemo-lo aos nossos Colaboradores a quem agradeço. E por fim, continuar a crescer e a ganhar negócios, ao mesmo tempo que respondemos rigorosamente às inúmeras alterações regulamentares que têm vindo acontecer nos últimos dois anos. ▪
39 JULHO 2019
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des para tudo e todos…”. As oportunidades de investimento em Moçambique são inúmeras e temos um enorme potencial de futuro e uma localização de excelência na região. Podemos até usar o nosso caso como exemplo, como prova de como o mercado de Moçambique é atractivo com a entrada do 4º maior banco sul-africano no nosso capital. Por isso digo que Moçambique tem um enorme potencial em vários sectores ou áreas de actividade, quer seja nos recursos naturais, na agricultura, no turismo, nas infra-estruturas, entre outros, e isso, naturalmente, tem um potencial de atracção muito elevado de novos investidores. Mas para sermos efectivamente atractivos temos de dar resposta positiva a uma série de riscos e desafios, temos de dar maior atenção aos desafios que temos e todos conhecemos na melhoria significa dos factores que influenciam a melhoria do “Doing Business”.
» MOBILIDADE - DIGITALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ALUGUER
SERVIÇOS DE MOBILIDADE
COM UMA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE TOTALMENTE DIGITALIZADA O segmento de aluguer de carros de low cost tem-se revelado um dos mais dinâmicos da Europa. Neste sentido, quisemos saber um pouco mais sobre a Unidade de Negócio Low Cost do Europcar Mobility Group pela voz de Paulo de Carvalho Pinto, Diretor Mid-Tier das marcas Goldcar / InterRent.
É
Diretor da marca Mid-Tier do Europcar Mobility Group. Pode começar por nos falar um pouco sobre a Unidade de Negócio Low Cost do Europcar Mobility Group – que detém as marcas Goldcar e InterRent? A Goldcar e a InterRent são duas marcas comerciais que compõem a Unidade de Negócio Low Cost do Europcar Mobility Group presente em 17 países. A Goldcar e a Interrent começaram a funcionar juntas nos finais de 2017 após a aquisição da Goldcar por parte do grupo. Com mais de 30 anos de experiência, a Goldcar é um ponto de referência no aluguer de lazer de veículos na Europa, com presença nos principais destinos turísticos. A Interrent é a marca que ocupa o segmento intermédio no Grupo, contando com o valor acrescentado da tecnologia, proporcionando agilidade em todo o processo de aluguer, assim como simplicidade graças às suas tarifas com tudo incluído.
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O que oferece cada uma destas soluções? A Goldcar é o líder de alugueres de lazer de veículos na Europa, operando uma das frotas mais recentes do mercado. Mais de 80% dos nossos automóveis são renovados cada 12 meses como resposta ao compromisso dos nossos clientes de oferecer um serviço que garanta segurança, conforto, inovação e eficiência. A nossa frota consta dos últimos modelos em diferentes categorias de veículos para satisfazer completamente as necessidades e preferências dos clientes, tendo sempre em conta que não trabalhamos as gamas PreA Goldcar e a mium dos veículos, na medida Group tem procuInterrent pertencem em que os nossos usuários rado responder recorrem a nós devido à com estas solua um grupo especializado nossa excelente relação ções? em oferecer soluções de qualidade-preço. O nosso prinmobilidade presentes e futuras, Por sua vez, a Interrent cipal desafio adaptando-se às tendências começou na Europcar é continuar a dos viajantes através de Mobility Group como uma alcançar uma marca de baixo custo, mas quota crescente um amplo catálogo de este ano apresentámos uma de mercado. Há opções nova estratégia de marca a fim que ter em conta de a reposicionar dentro do porque a Goldcar e a Interrent pertencem a tfólio do grupo no segmento Midum grupo especializado em -Tier ou intermédio, elevando a expeoferecer soluções de mobilidade riência do cliente a um nível superior, através presentes e futuras, adaptando-se às tendências de pacotes de preço fechado e serviços digitalidos viajantes através de um amplo catálogo de zados que vão permitir que os usuários possam opções que abrangem desde alugueres de veícuaceder ao seu carro alugado em menos de um minuto. los de longa duração até carsharing ou modelos urbanos como bicicletas e motocicletas. PortanA que verdadeiros desafios o Europcar Mobility to, o nosso desafio principal é continuar a inovar
PAULO DE CARVALHO PINTO
em matéria de produtos e serviços e, no caso particular da Goldcar e da Interrent, continuar a aprofundar em processos digitais com o objetivo de chegar este ano a oferecer os nossos serviços 100% online. Começou o seu percurso profissional no Europcar Mobility Group como Head of InterRent Portugal. Mais tarde, o grupo reforça a gestão da sua Unidade de Negócios Low Cost nomeando-o diretor da marca Mid-Tier da unidade. Que objetivos ou estratégia tem delineada para esta unidade? A estratégia da InterRent consiste em aumentar a fidelidade do cliente, melhorando a qualidade do serviço com base em processos simples. Para conseguir o nosso objetivo, começamos por rever toda a jornada do cliente, identificando os pontos problemáticos existentes, interagindo com os nossos clientes e eliminando, um por um, cada um desses pontos problemáticos. Descobrimos
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O segmento de aluguer de carros de low cost é um dos mais dinâmicos da Europa. Quais são as expectativas para este mercado? Trata-se de um mercado com características próprias e um grande dinamismo na Europa, na medida em que representa aproximadamente 1.5 biliões de euros, mostrando uma taxa histórica de crescimento anual de 12%. Além disso, esperamos que continue a crescer a um ritmo similar, especialmente em destinos de lazer como França, Itália ou Portugal. Com a aquisição, em 2017, da Goldcar, a Unidade de Negócio Low Cost do Europcar Mobility Group entrou numa nova fase. Estão previstos, para breve, novos serviços para continuar a reforçar este segmento e para responder às necessidades do mercado? O nosso setor está caraterizado por um elevado componente de inovação. As soluções de mobilidade oferecidas pelo grupo Europcar estão diretamente ligadas ao desenvolvimento de novas tecnologias. No caso da Goldcar e da Interrent, durante os últimos três anos, focalizaram-se em impulsionar ao máximo ferramentas e processos que permitem facilitar ao usuário um serviço ágil, que reduza tempos de espera e que lhe proporcione maior autonomia. Começamos por oferecer o serviço Key’n Go, um dispensador de chaves inteligente com o qual os viajantes poderão experimentar a agilidade do processo de alugar um carro e ‘’lançar-se à estrada’’. Uma autêntica experiência digital na qual os condutores já não precisam de esperar na fila para recolher o carro.
Simplesmente, após realizar a reserva através do sítio web Interrent.com ou da app, apenas terão de aproximar um código QR ou introduzir o seu número de reserva na máquina. Depois, deverão selecionar o carro que preferem dentro do grupo de tipos de veículo escolhido no momento da reserva e o sistema irá dispensar a sua respetiva chave e contrato. Tudo isto reduz o tempo de operação a menos de um minuto. Assim, os viajantes poupam tempo que poderão dedicar às suas férias. O Key’n Go está disponível tanto na Goldcar como na Interrent, sendo um serviço que manteremos em expansão para que cada vez mais destinos possam dispor deste serviço. Por outro lado, desenvolvemos o serviço Click’n Go, atualmente disponível em diversos destinos da Goldcar e que dentro em breve chegará à Interrent. Um sistema digital que agiliza muito o aluguer, na medida em que permite realizar todo o processo – desde a reserva e o pagamento até à recolha e abertura do carro- através do telemóvel, sem precisar de chaves e sem ter de passar pelo balcão. Com este lançamento, a Goldcar tornou-se em 2017 no primeiro operador do setor rent-a-car a oferecer um serviço de aluguer de carro sem chaves. O funcionamento do serviço Click’n Go é muito simples. O cliente recebe a chave virtual com a matrícula e o lugar de estacionamento do veículo devidamente identificados no seu telemóvel, através da app da Goldcar. Desta forma, poderá abrir e fechar o veículo sem chaves, além de poder arrancá-lo e usufruir ao máximo das suas férias. A tecnologia Bluetooth que equipa todos os smartphones faz o resto, permitindo a conexão do veículo com o dispositivo do cliente. Em menos de um minuto poderá começar a sua viagem, na medida em que com Click’n Go o veículo atribuído estará no lugar de estacionamento na hora da
recolha exata indicada pelo cliente na sua reserva, evitando assim tempos de espera desnecessários. O Europcar Mobility Group oferece atualmente uma ampla gama de soluções no âmbito da mobilidade. Qual será o futuro da Mobilidade? Que conceitos vão ditar o setor automóvel e da mobilidade? Em janeiro apresentamos na FITUR o nosso segundo Estudo sobre a Mobilidade do Futuro, onde são recolhidas as opiniões e tendências de espanhóis entre 18 e 64 anos de idade. Dos resultados podemos intuir uma mudança importante na perceção do presente e futuro da mobilidade: sete de cada dez inquiridos consideram que o aluguer de veículos (70,3%),o carro partilhado (71,4%) e o carro com condutor (55%) vão substituir o carro em propriedade a curto ou médio prazo. 58,6% acha que isto vai acontecer dentro de dez anos ou menos; 11,7% que isto acontecerá dentro de vinte anos ou mais. A digitalização do processo de aluguer aparece como um fator fundamental para que as diferentes opções de mobilidade se consolidem como alternativa ao veículo em propriedade: nove de cada dez inquiridos destacam que é fundamental para agilizar os tempos e a operação. As conclusões do estudo também denotam um incremento da consciência ecológica entre os usuários: dois terços dos inquiridos estão dispostos a pagar mais por um carro menos poluente. Acreditamos que num país como Portugal, em que a idade do parque automobilístico já supera 12 anos, a renovação contante da frota do setor dos carros de aluguer, a forma original de frota partilhada, implica uma solução ao problema da poluição nas cidades: mais otimização energética e menos emissões de CO2. ▪
41 JULHO 2019
que a melhor maneira de fazer tudo isto, seria oferecendo uma Experiência do Cliente totalmente digitalizada, a partir do momento da reserva, tanto através do sítio web (interrent.com) como através da nossa aplicação InterRent até o momento da recolha, tudo feito de maneira muito simples e rápida, usando um Quiosque para recuperar o Contrato de Aluguer e as Chaves do Carro, sempre com um toque humano tornado realidade pela presença de uma Hospedeira Interrent que poderá ajudar os clientes durante a operação em qualquer problema que lhes possa surgir. Finalmente, no retorno, os clientes simplesmente deixam a chave e o contrato é automaticamente fechado. O nosso objetivo consiste em oferecer uma experiência simples, conectada e rápida a um preço justo.
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BREVES BREVES
SIGNOS
Simplesmente impossíveis de aturar! Os 4 signos mais chatos do zodíaco Por vezes todos nós somos um pouco chatos, aliás não há mesmo como evitar. Todavia, e de acordo com a astrologia há quatro signos que definitivamente abusam e que fazem da sua missão ‘matar’ os demais de tédio.
REDES SOCIAIS
Instagram vai avisá-lo se estiver em risco de ser banido da rede social A rede social está a fazer alterações à forma como gere as expulsões da plataforma. O Instagram anunciou novas regras que ditarão se alguém deve ou não ser banido da rede social, confirmando que passará a notificar os utilizadores se estiverem em risco de serem expulsos. Anteriormente, o Instagram apenas bania utilizadores com uma determinada percentagem de conteúdo proibido. Porém, foi confirmado que também serão banidos os utilizadores que publiquem este tipo de conteúdo durante um determinado período temporal. Quando ao período temporal em si, o Instagram não explicitou detalhes. Porém, sabe-se que entre o conteúdo visado pelo Instagram está nudez, pornografia, assédio, discurso de ódio ou venda de drogas.
TOC TOC TOC
Transtorno obsessivo compulsivo: Quatro dicas para domar o TOC PONTOS DE VISTA
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Livro apresenta plano de autoterapia criado e validado para controlar ideias obsessivas e comportamentos compulsivos. Em ‘TOC - Livre-se do Transtorno Obsessivo-Compulsivo’ (disponível para compra em Portugal)Schwartz explica como a doença aprisiona o cérebro num círculo vicioso — ilustrando com casos e relatos de pacientes — e de que forma a autoterapia minimiza ou desata os nós mentais. ENTENDA OS QUATRO PASSOS DA AUTOTERAPIA CONTRA O TOC Renomear: tudo começa reconhecendo que pensamentos e comportamentos obsessivos vêm de um distúrbio, o TOC. Reatribuir: essas intrusões e rituais não estão relacionados a algo de outro plano, mas são frutos de falhas no cérebro.
Redirecionar: essa etapa foca em contornar as intromissões concentrando a atenção em outras coisas e realizando outras atividades. Reavaliar: o ponto aqui é não dar valor demais às investidas do TOC e analisar o que está a funcionar no processo.
VIRGEM Claro que tem coisas ‘fofas’, sem falar na inteligência. Mas, depois chegam com aquela conversa incessante que se prende nos detalhes de tudo e mais alguma coisa, sem conseguirem ter uma visão do todo. Mas, não é só. São extremamente críticos e autoritários, sim criticam tudo e todos; o mundo está todo errado, e se fossem eles a mandar, funcionaria melhor (óbvio). Nem tente formular uma frase sem pensar... eles entenderam o que quis dizer, mas vão fazer questão de corrigi-lo. Vão querer que faça as coisas do jeito que acham correto, afinal, esse é o melhor método e daí a única forma de as concretizar. São forretas, exigentes tanto na vida pessoal como no trabalho. Afinal, são os seres mais perfeitos do planeta...
CAPRICÓRNIO Sem dúvida alguma, estão entre os signos mais moralmente corretos do zodíaco e, na maioria das vezes, é daí que vem a chatice. Os outros não podem falhar ou duvidar... afinal, não é nada difícil - para eles - fazer sempre aquilo que é o mais correto. Frios e calculistas, vão apontar-lhe e lembrar-lhe constantemente sem dó nem piedade, aquele resquício de fraqueza que demonstrou. São extremamente exigentes e fazem questão de que todos funcionem como eles. E não tente voltar atrás ou mudar de ideias à última hora. O indivíduo de capricórnio não vai perdoar ou esquecer. Nunca.
CARNEIRO Sabe aquelas pessoas que não conseguem passar um único dia sem discutirem com ninguém? Nem pense em discordar de um indivíduo de carneiro, pois ele vai manipulá-lo e arranjar uma forma de o convencer, a qualquer custo, de que ele tem razão. Ele tem sempre razão. Pelo menos a melhor solução para a sua paz de espírito é deixá-lo que ele pense que tem, caso contrário, a sua energia e paciência vão esgotar-se e vai inadvertidamente acabar por cair na sua armadilha: que é nada mais nada menos do que começar uma boa e valente discussão, cheia de argumentos e terminar com uma briga explosiva. E pronto, o carneiro conseguiu aquilo que queria desde o inicio: estragou o seu dia!
PEIXES Os verdadeiros mártires. Eles começam por mostrar-se extremamente sensíveis e provavelmente até vão conseguir comovê-lo com o seu sofrimento. Sublinhamos são sensíveis, muito sensíveis, excessivamente sensíveis. Sofrem verdadeiramente e vão acabar por fazer com que você se esqueça do aumento de salário que recebeu, da viagem que marcou para aquela praia paradisíaca ou da festa maravilhosa para que foi convidado... enfim, vai esquecer-se que a vida tem coisas maravilhosas e que vale muito a pena viver. Tome cuidado para não sair desse encontro sentindo-se a pessoa mais egoísta do mundo, só porque acha que tem algum direito à felicidade. Sim, eles vão sugar a sua energia por completo.
LUA
Imagens do desembarque lunar voltam a dar a volta ao mundo, pela Internet Os 50 anos da descida na Lua dos astronautas norte-americanos Neil Armstrong e Buzz Aldrin, com Michael Collins no módulo de comando em órbita do satélite natural da Terra podem ser revividos através das transmissões das imagens originais difundidas pela CBS, que decorrerão no canal de televisão da NASA e noutras plataformas. Por todo o mundo, com ênfase para os Estados Unidos, exposições, instalações artísticas e jornadas de observação
astronómica marcam o ano na comunidade científica. Em Portugal, o ministro da Ciência, Manuel Heitor, assinala a data em Constância, onde a festa de astronomia Astrofesta inclui sessões de Planetário com filme da missão Apollo XI, visitas orientadas às exposições ‘Física do Voo- Avião T33’, palestras e cursos práticos onde os visitantes aprendem a usar telescópios, a fotografar o céu e a escutar e a conhecer as galáxias distantes.
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PONTOS DE VISTA NO FEMININO
“O QUE ME REALIZA É SABER QUE COM O MEU TRABALHO FAÇO PARTE DA EQUIPA DO CLIENTE E O AJUDO A CRESCER E A FAZER SEMPRE MELHOR” Dona de uma atitude inigualável Margarida Roda Santos recusa qualquer conversa que envolva uma guerra de géneros porque acredita que muito do que se conquista (ou não) está intimamente ligado às escolhas e ao mérito de cada um. Líder de equipa desde a sua entrada em 2005, tornou-se sócia da FCB em 2017, altura em que assumiu a área de Life Sciences em conjunto com a Propriedade Intelectual e o Consumo.
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e Lisboa para o mundo”. É assim que se pauta a FCB Glocal, uma rede de escritórios com ADN internacional. E o que levam, de facto, de Lisboa para o mundo? Quais são as caraterísticas do vosso ADN? Apostámos em Angola e em Moçambique e, dessa aposta, nasceu em 2017 a FCB Glocal, uma aliança entre três sociedades de advogados que trabalham em colaboração: a FCB, a EVC Advogados em Angola e a AG Advogados em Moçambique. É assim que partimos de Lisboa para o mundo, acompanhando sempre os nossos clientes nos seus desafios internacionais - o facto de fazermos parte de networks internacionais também contribui para esta internacionalização. Uma das nossas principais preocupações é acompanhar os nossos clientes como um parceiro, muito além da mera assessoria jurídica, e por isso acompanhamos os nossos clientes na internacionalização. Foi assim que surgiu a vontade de estarmos presentes em Angola, no ano em que entrei na FCB, e, mais tarde, em Moçambique. Hoje vemos clientes que iniciaram a sua atividade em Angola e Moçambique, com os escritórios locais da FCB GLOCAL, expandirem a sua actividade para o mercado europeu e fazerem esse caminho connosco, beneficiando do nosso conhecimento do seu negócio e da nossa experiência local. Levamos para o mundo a experiência, um conhecimento profundo das áreas de negócio que trabalhamos, uma especialização acentuada que nos permite estar sempre em constante atualização, antecipar dificuldades e pôr ao serviço do cliente a experiência e também, porque não, alguma criatividade em encontrar soluções à medida.
PONTOS DE VISTA NO FEMININO
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MARGARIDA RODA SANTOS
A atuar em diferentes jurisdições e com “um mundo de soluções”, qual tem sido o foco da FCB? O que não pode deixar de ser evidenciado no vosso modo de atuação? O que nos distingue, e que temos conseguido transportar para outras latitudes, é o facto de para nós ser indispensável conhecer Tenho a carreira por dentro a atividade dos que sempre quis nossos clientes, pois só assim e nunca senti qualquer conseguimos antecipar problemas, entender o que é discriminação, quanto pretendido a cada momento, muito se existe propor as melhores soluções é pela positiva e manter o cliente informado sobre o que pode ter impacto na sua atividade. Mais do que procurar ganhar
notoriedade da forma tradicional, gostamos de deixar os clientes falar por nós e para isso focamo-nos no conhecimento, no rigor e em trabalhar os projetos em que sabemos que podemos ser uma mais-valia e que nos trazem a experiência para a cada dia sermos melhores que no dia anterior.
É Coordenadora dos Departamentos de Propriedade Intelectual, Consumo e Life Sciences da FCB. O que é mais desafiante para si? O que a fascina mais neste mundo? Os maiores obstáculos destas áreas acabam também, em certa medida, por ser o que mais me fascina. O elevado nível de conhecimento técnico que se requer a um advogado destas áreas, a constante atualização, as normas técnicas que vão muito além do direito e que se cruzam com áreas totalmente diferentes, requerem valências, estudo técnico e curiosidade que nos obrigam a manter focados e motivados. São áreas onde a criatividade e a inovação estão sempre na ordem do dia, onde o diálogo com os clientes tem toda uma linguagem própria – quase em código - que leva o seu tempo a enraizar e onde o advogado acaba por dar um contributo. Fazer parte desta constante inovação torna o meu dia-a-dia um constante desafio. Por outro lado, o que a preocupa mais nestas áreas do Direito? A que verdadeiros desafios os advogados têm de responder, atualmente, no que diz respeito ao universo do Direito e da Justiça? Não é de agora, mas é um passado relativamente recente, que um dos principais desafios a que os advogados e juízes têm que responder é a velocidade com que as leis são alteradas e remendadas, muitas das vezes com pouco critério. Isto gera insegurança jurídica; hoje é quase impossível estar a dar uma opinião, sobre algo em que não se mexe há 6 meses, sem se ir verificar se não terá havido alterações, pois o mais provável é ter havido. Por outro lado, a proliferação de regulamentação, que muitas vezes se cruza e duplica, obriga a um esforço de enorme “descodificação”. Tenho um cliente que usa a expressão “advoguês”, para descrever o quão complexo é o nosso emaranhado de leis que obrigam necessariamente à sua interpretação por advogado, que acho que diz tudo. Mas o Direito não se faz apenas de leis, mas também de execução no dia-a-dia e, não obstante
algumas melhorias claras em áreas específicas – o simplex na área dos registos foi seguramente uma delas -, a máquina do Estado é pesada e muito burocrática e isso é transversal. Conta já com uma vasta carreira profissional. Enquanto mulher, numa área associada até há bem pouco tempo, maioritariamente, ao sexo masculino, teve de lidar com questões relacionadas com a desigualdade de género? Na verdade, não. Tenho a carreira que sempre quis e nunca senti qualquer discriminação, quanto muito se existe é pela positiva. Se me pergunta se os meus sócios e colegas me tratam por igual, não hesito em dizer que sim, mas se me perguntar se a presença de uma mulher numa sala de reuniões torna as coisas algo diferentes, diria que sim, pois modera-se a linguagem, mas a isso chamo educação e não desigualdade. Não diria que o Direito é até há bem pouco tempo associado ao sexo masculino. Quando eu entrei para a faculdade em 87, no curso diurno já eramos em número muito idêntico. Hoje claramente as mulheres são a maioria. Há que ter em conta que, porventura ao contrário de outras áreas, no mercado da advocacia, o mérito é o factor essencial para o sucesso profissional. Na magistratura, desde 2007 que se encontram mais mulheres que homens, sendo que em 2018 as mulheres eram quase o dobro dos homens, segundo os dados Pordata. Porque é importante (ainda) evidenciar o papel das mulheres no mercado de trabalho, em geral, e nas áreas do Direito e da Justiça, em específico? O que importa assegurar é que homem ou mulher que tenha um desempenho superior a outrem que tem a mesma função é devidamente compensado e premiado pelo seu mérito. A advocacia é uma área muito exigente onde no percurso profissional podem por vezes surgir desequilíbrios entre a vida profissional e a vida pessoal ou familiar, mas isso cabe a cada um gerir e identificar quais são as suas prioridades e procurar o equilíbrio que precisa. As mulheres estão devidamente evidenciadas e estou em crer que não necessitam de ajuda para se destacar e liderar, sempre que as suas qualificações, mérito, empenho e compromisso, tal como as dos homens, assim o determinem. É autora de artigos em Propriedade Intelectual, Tecnologias da Informação, Proteção de Dados e
assuntos relacionados com as Life Sciences. Conceitos como inteligência artificial, transformação digital ou simplesmente as novas tecnologias vão ditar o futuro da advocacia? De que forma? Já estão a ditar, mas com moderação. De resto a tecnologia e a inovação, se excluímos os desastres naturais, sempre foram o motor das maiores alterações na humanidade. O mundo da advocacia viveu, nos últimos 20 anos, a massificação do e-mail, e agora também o WhatsApp ainda mais imediato (quando até então se vivia entre cartas e faxes), a digitalização dos processos e as plataformas como o Citius. Salvo muito raras excepções, os advogados souberam adaptar-se à nova realidade, sob pena de também em termos pessoais perderem a evolução do mundo que passou a ser digital. Na FCB entendemos a tecnologia como uma ferramenta e não como um capricho ou um desígnio prioritário. Já estamos a implementar ferramentas de inteligência artificial na nossa prática e têm, efetivamente, nos últimos tempos, surgido soluções muito úteis. Há muito que na advocacia se usam ferramentas de gestão documental e processual. A FCB não é diferente e conta com os seus parceiros tecnológicos para investir e implementar no que faz sentido e traz valor acrescentado. A tecnologia teve historicamente impacto no mercado de trabalho e é potencialmente eliminadora de necessidades de recursos humanos. Não obstante, na FCB entendemos que não existem organizações sem pessoas e são estas que fazem a diferença. Não é novidade para ninguém que o Direito está longe de ser uma ciência exata, e quer-me parecer que ainda vamos precisar de bons advogados (humanos) durante muito tempo. ▪
Margarida Roda Santos - Sócia da FCB Advogados.
www.fcblegal.com
45 JULHO 2019
Margarida Roda Santos entrou na FCB em 2005 e é sócia desde 2017. Enquanto sócia que marca quer deixar? E na área do Direito? O rigor, a organização e o foco em ser sempre uma mais-valia para o cliente. Sou intransigente com o facilitismo e com o desleixo procurando com a minha equipa sempre chegar ao melhor. Isto sempre conjugado com um equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, porque a vida é feita de ambas as realidades e sem o equilibro certo não funciona. Eu própria tenho três filhos ainda pequenos e não abdico de estar presente quando acho que é fundamental estar e incuto o mesmo na minha equipa. Estamos quando é preciso, substituímo-nos quando assim é necessário, mas também estamos ausentes quando a vida pessoal assim nos exige. Nesta profissão o que me realiza é saber que com o meu trabalho faço parte da equipa do cliente e o ajudo a crescer e a fazer sempre melhor. Sentir que faço parte desse processo é um desafio muito gratificante.
BREVES BREVES
REABILITAÇÃO URBANA
CRIME
OLX está a colaborar com autoridades no combate à venda de armas A plataforma de vendas eletrónicas OLX está a colaborar com autoridades no âmbito do combate à venda de armas, realçando que é feita uma revisão dos anúncios, disse o representante de serviços ao cliente da empresa. “Nós colaboramos ativamente com as autoridades. Nós estamos proativamente em contacto com as autoridades sempre que necessitam de informações relativamente a anúncios publicados”, indicou David Mota, em declarações à agência Lusa. O responsável explicou que a OLX tem políticas muito restritas em relação à publicação de anúncios de caráter criminoso, salientando que a plataforma tem uma equipa de revisão de qualidade. “O nosso ‘site’ é muito restrito à publicação destes anúncios. Mesmo que as nossas plataformas de inteligência artificial possam não os captar, nós temos uma equipa de pessoas de combate e revisão de qualidade dos anúncios a trabalhar”, referiu.
A atividade de reabilitação urbana aumentou 5,8% em junho, em termos homólogos, mantendo-se a “tendência progressiva de abrandamento” que se observa desde o início deste ano, revelou a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Segundo os dados obtidos num inquérito mensal aos empresários do setor da construção que atuam no mercado da reabilitação urbana, realizado pela AICCOPN, o abrandamento do nível de atividade registado no mês de junho foi acompanhado de uma descida do índice que mede a evolução da carteira de encomendas das empresas neste segmento do mercado. Após cinco meses de abrandamento do crescimento, a evolução das obras em carteira verificou “uma variação negativa, com o índice a registar uma redução de 2,4% face ao observado em junho de 2018”, apurou o barómetro da AICCOPN.
INVESTIGAÇÃO
Investigação do Instituto Ricardo Jorge revela que ibuprofeno tem efeitos anticancerígenos
MODA
Havaianas&Saint Laurent lançam modelo clássico Havaianas e Saint Laurent criaram um modelo com print zebra, a preto e branco, e tiras pretas.
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A edição inaugural da Porto Design Biennale (PDB), que vai decorrer no Porto e em Matosinhos de 19 de setembro a 08 de dezembro, nasce da vontade de “assumir uma certa responsabilidade” de promover os ‘designers’nacionais. Segundo o curador geral do evento, José Bártolo, a primeira edição do evento promovido pelas autarquias de Porto e Matosinhos poderá ocupar um espaço vazio no panorama nacional e afirmar-se “como um evento de design de grande dimensão e projeção internacional neste território”, explicou à Lusa. “Fizemo-lo com a consciência do momento, e de como este momento nos circunscreve no panorama nacional, com a consciência de que não existe já um Centro Português de Design, a ExperimentaDesign teve o seu percurso em Lisboa e foi descontinuada enquanto bienal, por isso há também aqui uma vontade de assumir uma certa responsabilidade, que a Porto Design Biennale possa promover o design e os ‘designers’portugueses”, acrescentou.
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PAÍS
Porto Design Biennale quer assumir responsabilidade de promoção do design português
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Reabilitação urbana regista “tendência progressiva de abrandamento” em junho
O anti-inflamatório ibuprofeno tem efeitos anticancerígenos sobretudo no cancro do colón, inibindo o crescimento de células malignas, revela uma investigação do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). Investigadores do INSA, associados ao Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, descreveram uma nova perspetiva sobre os efeitos anticancerígenos do ibuprofeno, que foi publicada na revista European Medical Journal. De acordo com a investigação, este medicamento anti-inflamatório de uso comum impede as células cancerígenas de produzirem variantes tumorigénicas de certas proteínas. O uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides (AINE), como por exemplo o ibuprofeno ou a aspirina, já foi anteriormente associado a um efeito quimiopreventivo contra o desenvolvimento do cancro do cólon em indivíduos com risco aumentado.
Esta edição especial das flip flops brasileiras resultou numa estampa intemporal disponível exclusivamente na Saint Laurent Rive Droite - saintlaurentrivedroite.com. Um modelo que alia a simplicidade, a exuberância e o calor carioca à sofisticação do estilo parisiense. Criada em 1962, a marca Havaianas espalha o espírito brasileiro pelo mundo através da famosa sola de borracha e dos seus prints alegres e coloridos. A Havaianas representa conforto, felicidade e liberdade na forma mais simples e espontânea para os pés de todos.
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IGUALDADE DE GÉNERO NAS ORGANIZAÇÕES
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OPINIÃO DE MARTA AZEVEDO, DIRETORA DE RELAÇÕES LABORAIS DA SONAE
“URGE ACELERAR A SENSIBILIZAÇÃO DAS CONSCIÊNCIAS” A temática da diversidade tem na Sonae uma história de longa data, muito relacionada com a própria evolução, crescimento e diversificação dos nossos negócios. Acreditamos, de forma genuína, no valor acrescentado que traz às nossas lideranças e às nossas equipas se formos verdadeiramente capazes, não só de a integrar, mas de dar resposta ao difícil desafio de a incluir e gerir. Ela é, sem dúvida, um potencial driver de dinamismo, inovação, criatividade e performance.
PERFIL
MARTA AZEVEDO
DIRETORA DE RELAÇÕES LABORAIS DA SONAE
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a Sonae MC, falar de diversidade ultrapassa dimensões tangíveis como género ou etnia. É para nós um conceito substancialmente mais lato, versando sobre a pluralidade de perfis, experiências, crenças, estilos de aprendizagem e liderança. Numa organização com mais de 32.500 colaboradores, com modalidades e formatos de negócio muito diversificados, incluir e gerir esta diversidade é o grande desafio que se põe às nossas lideranças e onde estamos cientes ter ainda um longo caminho a percorrer. O mundo do trabalho e a sociedade em geral estão atualmente imersos numa profunda mutação, fruto do impacto da evolução tecnológica: a inteligência artificial, a automação, a robótica e a digitalização vieram alterar a forma como encaramos as relações e os processos, e, consequentemente, influenciar o desenvolvimento social. Cada vez se torna mais relevante
em 2013 a Sonae subscreveu a Women Initiative da European Round Table of Industrials (ERT), promovendo targets para maior diversidade de género em órgãos de gestão e decisão, bem como em posições de senior e middle management; potenciando o nosso envolvimento, e indo mais além de mero reporte de resultados, apostamos na promoção de workshops para apresentação e partilha de práticas implementadas nas empresas com assento neste fórum, denominados ERT Diversity Task Force; em 2015 assinou um compromisso com o governo de Portugal, no sentido de manter acima de 30% o nível de representação do género sub-representado no conselho de administração, reforçando-o com planos de desenvolvimento de carreira (aos vários níveis de liderança) que assegurem o cumprimento deste compromisso nos anos vindouros; no decorrer deste mesmo ano, envolvemo-nos na network europeia LEAD (Leading Executives Advancing Diversity), onde recentemente integrámos, na área do retalho alimentar, uma iniciativa piloto para estudo do portefólio de competências que permitirá uma diferenciação positiva das mulheres em cargos de direção e gestão de loja; em 2018 a Sonae MC implementou um Plano de Igualdade de Género, complementando-o de seguida com uma Política de Igualdade, assumindo assim, perante todos os seus colaboradores, a sociedade civil, e as entidades com as quais se relaciona, um compromisso de tratamento justo e apropriado para cada situação, sustentado em critérios de ponderação equilibrados e equitativos, numa perspetiva constante de aprendizagem e melhoria.
Muito embora a lei da paridade tenha vindo reduzir o fosso entre homens e mulheres na liderança das empresas, regulamentando um sistema de quotas para as empresas cotadas em bolsa, a verdadeira mudança só poderá acontecer quando as empresas colocarem o tema da igualdade no topo das suas agendas, ombro a ombro com as demais linhas estratégicas que definem os caminhos e constroem as soluções que darão corpo a resultados e a crescimento. O sistema legal pode, certamente, ajudar a traçar o início do caminho, mas este deverá ser percorrido com foco no bom senso, no mérito, no valor e na justiça. Na sociedade em que vivemos a discriminação em função do género continua, todavia, a gerar situações de diferenciação injustificáveis, impedindo-a de caminhar para o verdadeiro e equilibrado progresso e desenvolvimento social e económico. Mas acredito que a quantidade e qualidade das mulheres que se estão a formar nas universidades vai, com toda a certeza, levar a uma seleção natural no futuro. Urge, porém, acelerar a sensibilização das consciências e a disponibilização de mecanismos para que tal aconteça com maior brevidade: a História mostra-nos que ao longo do tempo esta evolução tem sido lenta e difícil! No que às empresas privadas diz respeito, se para atingirmos mais rapidamente determinados patamares de paridade, inclusão e diversidade, for necessário implementar, desde que com critérios de razoabilidade, um sistema legal de imposição de quotas, esse poderá ser um meio justificável com vista a um bem maior. Sem prejuízo (e como em tudo na vida), deve imperar o bom senso, não podendo o estado ter a tentação de se substituir ao acionista com critérios rígidos, que constituam ingerências abusivas na gestão privada. As empresas têm de colocar estes temas no topo das suas agendas, através de um sistema de autorregulação com planos e políticas de igualdade acionáveis e percecionadas como uma realidade junto das suas colaboradoras e colaboradores. Aquilo que hoje se traduz num esforço, numa meta para a qual temos de caminhar, quando estiver enraizado e, nessa medida, se confundir com a cultura de determinada organização, será percecionado como algo natural e intrínseco, um dado adquirido. E é essa a inspiração e o legado que queremos deixar às gerações futuras, que serão o espelho daquilo que hoje lhes oferecemos. ▪
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conseguir assegurar o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, disponibilizar as melhores condições para a realização do trabalho e valorizar e reconhecer o desempenho individual e de equipa. Atenta a toda esta mudança, a Sonae MC tem envidado ao longo dos últimos anos vários esforços na vertente da igualdade de género, consubstanciados em acordos com diferentes entidades e ações concretas no terreno:
» AMBAR
DO CADERNO PRETO ATÉ AOS DIAS DE HOJE “A marca ganha importância e a sua gestão engloba conceitos como a imagem, a notoriedade, a personalidade e a fidelidade. A gestão das marcas já não é a mera gestão e venda de produtos ou serviços, mas sim, um negócio de comunicação e de venda de ligações afetivas e de benefícios emocionais”. Quem diz é José Manuel Vilas Boas Ferreira Presidente da icónica AMBAR.
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AMBAR é já uma velha conhecida dos portugueses. São 80 anos de história e para assinalar decidiram renovar o vosso compromisso com a sustentabilidade, através da utilização de matérias-primas e resíduos da indústria têxtil. Esta é uma visão que pretende transmitir que mensagem? Sendo uma empresa com um forte sentido de responsabilidade social e consciência ambiental, em 2018 a marca assumiu um compromisso com a implementação e manutenção dos requisitos do FSC e PEFC. À medida que as marcas se comprometem com metas cada vez mais ambiciosas nos seus projetos de sustentabilidade, as iniciativas de cooperação e junção de sinergias são cada vez mais fulcrais. À medida que crescem as preocupações dos consumidores em torno da sustentabilidade, a economia circular, por meio da qual os materiais e produtos são reutilizados e depois reciclados, em vez de descartados, está a ganhar terreno. No último ano andamos a ligar o setor têxtil ao setor do papel. Fizemos uma parceria entre a AMBAR e a Valérius — o projeto 360 — que passa por fazer papel algodão a partir dos desperdícios do têxtil (terceiro setor maior poluidor do mundo) e do papel e usá-lo em produtos AMBAR, desde uma gama completa de produtos escolares e escritório até á embalagem. Esta nova área de negócio está ainda em fase inicial, prevendo-se que os primeiros produtos em papel algodão totalmente reciclado da AMBAR cheguem ao mercado no final de 2019. Destacamos o potencial desta nova área nos mercados externos, nomeadamente nos países nórdicos, onde a procura por produtos ambientalmente sustentáveis é muito elevada. Tal como nos brinquedos pedagógicos, a expectativa é que este novo segmento venha a representar, “dentro de três ou quatro anos”, uma fatia em torno dos 25 por cento da faturação total da AMBAR.
JOSÉ MANUEL VILAS BOAS FERREIRA
Nos últimos anos os materiais reaproveitados e reciclados tornaram-se cada vez mais inovadores e orientados pelo design. Com um visual mais “clean” as marcas estão a trabalhar para tornar os produtos mais virados para o futuro. A Ambar é uma marca com visão de futuro e por isso anunciou o seu compromisso com a sustentabilidade, colocando a reutilização, a reciclagem e a maior longevidade do produto no centro de sua estratégia. Em 2014 iniciaram um novo ciclo, com uma nova administração, reposicionaram-se no mercado e chegaram a níveis incríveis tanto em Portugal como internacionalmente. Na sua opinião, quais foram as mudanças mais significativas que ocorreram e que traçaram este novo rumo? Desde logo, no mercado nacional, aproveitamos o grande reconhecimento da marca para rapidamente retomar o seu posicionamento. Nesta fase, a marca recebia o selo de Superbrand, como Marca de Excelência sendo identificada como uma das marcas de maior notoriedade no mercado Português. Aposta forte a nível internacional através da participação nas feiras
internacionais do setor para crescer nos mercados onde já atuávamos e expandir Temos de para novos mercados, trabalhar para o crescer nas exportações futuro e ter produtos que foi uma das estratégias vão acompanhar sempre os assumidas pela marca. Porto outro lado, nossos consumidores quando o investimento em estão já em idade adulta, novos equipamentos mas também fazer com que e tecnologias que visão reconheçam a marca a eficiência da produainda na infância ção e possibilitaram o alargamento da gama de produtos. A criação de duas novas áreas estratégicas de negócio, a ambarcience e os Fine Papers permitiao perfil dos seus colaboradores, ram-nos ser mais abrangentes em garantindo que cada um esteja termos de targets e clientes. na função certa. Quando cada colaborador tem um perfil defiDe empresa consolidada a icónido é mais fácil delegar tarefas e nica têm certamente muitos canfunções, para que sejam realizadidatos a querer construir uma das da forma mais benéfica para carreira na AMBAR. É possível a empresa. As mudanças no mertraçar um perfil dos vossos colacado de trabalho não são novidaboradores? des para ninguém. Se no passado Compreender as bases do combastava uma graduação para estar portamento humano é essencial à frente dos concorrentes, o perfil para elevar a produtividade em do colaborador atual exige outras qualquer empresa. Para um gestor, aptidões além do conhecimento é fundamental procurar alternatitécnico. vas para aumentar a eficiência do Em termos ambientais, todos os trabalho e a competitividade. Uma colaboradores participam ativadas melhores formas de fazer isso mente na redução do impacto é alinhar as atividades da empresa
Relativamente a estágios, que tipo de programas ou parceiras têm estabelecidos? Cada vez mais a entrada no mercado de trabalho de jovens recém-licenciados, faz-se por via de estágios nas empresas. Esta prática, cada vez mais usual, tem vantagens para os dois lados. Se por um lado ao recém-licenciado é aberta uma oportunidade de colocar em prática aquilo que aprendeu na universidade, para a empresa, receber estagiários, tem o enorme benefício de poder avaliar com tempo, a criatividade, a energia e a capacidade de trabalho dos seus estagiários. A Ambar tem neste momento múltiplas parcerias protocoladas com Universidades de todo o país para realização de estágios. Recebemos alunos das várias instituições de ensino desde a universidade do Minho, Aveiro e Porto. Podemos falar no caso do IPAM (Instituto Português de Administração e Marketing) que está localizado bem próximo da nossa empresa. A parceria que temos desenvolvido com o IPAM tem-nos permitido reforçar a estrutura interna com conhecimento e competências técnicas e profissionais que nos permitem desenvolver novos projetos e desencadear novos processos de gestão de marketing. A capacidade de resposta, o envolvimento e o empenho demonstrado têm sido importantes, mas fundamental têm sido os desafios que continuamente nos lançam obrigando-nos a refletir e a crescer, através da injeção de novas formas de ver e analisar problemas e na procura de soluções inovadoras e eficientes. Por outro lado, a Universidade do Porto, através da faculdade de Ciências que atesta e acredita todos os brinquedos científicos e tecnológicos lançados no mercado. Quais são, segundo a sua experiência as maiores benesses de se realizar um estágio? Os programas de estágio têm
como objetivo a formação de profissionais mais capacitados e identificados com o seu estilo de vida e valores. Os programas não só ajudam a capacitar estudantes para a atuação no mercado de trabalho, como também, contribuem para o desenvolvimento da organização que pensa o futuro e a permanência no mercado. As vantagens não são apenas para as empresas, há também muitos benefícios para os estagiários. A atividade de estágio ajuda a construir competências fundamentais para o futuro profissional dos estudantes. Programas bem estruturados permitem trocas de experiências entre os estagiários e o seu contato com vários setores da organização, enriquecendo a sua formação. Além disso, promovem a ampliação de conhecimentos teóricos e a reflexão sobre a relação com a prática. Se, por um lado, programas de estágio permitem que as empresas formem quadro de profissionais de sucesso, por outro, possibilitam uma inserção no mercado de trabalho com condições diferenciadas de aprendizagem, oportunidade de identificação com a organização e de iniciação profissional. Por todos esses elementos empresas com programas de estágio bem estruturados são empresas que garantem o seu sucesso no futuro. Desde o caderno de capa preta até aos mais recentes brinquedos ambarscience, qual diria que foi o maior contributo que a AMBAR teve para com os portugueses? O caderno agrafado de capa preta, lançado pela Ambar em 1968, tornou- se no produto mais reconhecido da marca, marcando uma geração de estudantes. Bastante flexível e resistente, este clássico é um dos produtos mais vendidos da marca. Dos 80 anos de vida e de história da Ambar, também fazem parte artigos tão icónicos como as pastas de arquivo e as agendas. Além da aposta no mercado externo, a diversificação dos segmentos de negócio foi outra das nossas opções estratégicas, pois detetamos um défice de imagem da marca nas gerações mais jovens e decidimos contorná-lo entrando num novo nicho de mercado: os brinquedos científicos e pedagógicos, com a ambarscience, lançada no final de 2017. O objetivo central da ambarscience é proporcionar às crianças experiências que lhes permitam adquirir de uma forma lúdica, competências essenciais para o século XXI. Para atingir esse objetivo a marca parceria com a Faculdade de Ciências criou um grupo de trabalho conferindo a qualidade didática que a
marca entende ser essencial como fator crítico de sucesso. Marcas com 80 anos em Portugal há poucas e neste setor é a única. Estamos presentes em todas as etapas da vida dos nossos consumidores com produtos diferenciadores e de qualidade que se distinguem pela inovação e design. Atualmente um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas passa pelo desenvolvimento de uma capacidade de diferenciação que não se baseie unicamente nos benefícios tangíveis do produto ou na competitividade pelo preço pois, mais rapidamente, poderão ser ultrapassadas pela concorrência. Neste contexto, a
marca ganha importância e a sua gestão engloba conceitos como a imagem, a notoriedade, a personalidade e a fidelidade. A gestão das marcas já não é a mera gestão e venda de produtos ou serviços, mas sim, um negócio de comunicação e de venda de ligações afetivas e de benefícios emocionais. Hoje em dia, e cada vez mais, os consumidores melhor informados e mais exigentes no que respeita ao seu consumo. Temos de trabalhar para o futuro e ter produtos que vão acompanhar sempre os nossos consumidores quando estão já em idade adulta, mas também fazer com que reconheçam a marca ainda na infância. ▪
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ambiental da atividade da empresa, através de utilização de tecnologias amigas do ambiente e de uma política efetiva de reciclagem. Hoje, os nossos funcionários são mais dinâmicos, flexíveis e independentes, capazes de contribuir para o desenvolvimento da empresa, dominam amplamente o conhecimento exigido pela sua profissão, mantendo o equilíbrio entre o lado técnico e o humano. Tudo isto aliado a uma base de formação continua, temos trabalhadores motivados e focados em atingir os objetivos organizacionais.
» AF ARCHITECTURE
AF ARCHITECTURE EXCELÊNCIA É O DENOMINADOR COMUM NOS PROJETOS Projetado pelo atelier AF ARCHITECTURE, que tem os seus escritórios localizados no Luxemburgo e em Portugal, e pela mão do Arquiteto António Ferreira, a Villa Niger – Mali, foi pensada e desenvolvida para um contexto urbano em desenvolvimento e muito específico. Fica localizada nas proximidades das Margens do Rio Niger, principal rio da África Ocidental, sendo o terceiro mais longo de África e que atravessa seis países.
PONTOS DE VISTA
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ANTÓNIO FERREIRA
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onstitui-se no seu programa por uma habitação principal, por duas habitações secundárias, por um edifício religioso aberto ao uso da comunidade exterior (Mesquita Hadja Oumou KOUMA), um espaço desportivo polivalente, espaços de apoio à logística habitacional como cabeleireiro, lavandaria, cozinhas tradicionais exteriores, uma piscina interior e uma central de segurança.
O edifício principal surge de um conjunto de intenções relacionadas com as vistas do Rio Niger. Relações espaciais e programáticas muito específicas onde a definição de percursos de circulação definem a relação de interior/exterior, privado/público (tendo sido este o maior desafio apresentado pelo programa pedido pelo cliente) e quais os limites de cada interveniente. Estando inserido numa cultura muçul-
mana, a habitação principal destina-se única e exclusivamente à utilização do chefe de família e as habitações secundárias destinam-se às respetivas esposas e famílias. O layout total do projeto está preparado para a ampliação para mais duas habitações (elementos modulares e simétricos na leitura do conjunto). Estes percursos cruzam-se pontualmente para resolver vontades, hábitos culturais de um país
MESQUITA HADJA OUMOU KOUMA
Inaugurada em finais de 2018, a Mesquita Hadja Oumou KOUMA insere-se no projeto Villa Niger, como um elemento primordial. Seu nome é uma homenagem à mãe do cliente. Esta constitui-se por dois espaços de oração bem definidos e separados por diferentes pisos. A abertura desde espaço religioso a todos que o queiram utilizar nas suas práticas religiosas faz dele um ponto de encontro urbano. Um elemento unificador da própria vida social e religiosa desta zona da cidade de Bamako. O projeto base teve como premissa resolver os percursos de privado/público e masculino/ feminino, pois ambos devem circular e fazer as suas práticas religiosas em espaços distintos. A grande cúpula com as pontuais aberturas de luz permite a entrada de uma luz zenital e os vãos abertos pontualmente adicionam ao espaço um ambiente místico de culto e oração. Sendo o piso inferior reservado aos intervenientes masculinos, e o piso superior às intervenientes femininas, as práticas religiosas decorrem durante todo o dia. Os sistemas de som instalados na torre, que caracteriza a tipologia programática em questão, alertam para os momentos de oração das práticas diárias.
A Villa Niger e a Mesquita Hadja Oumou KOUMA surgiram na capital do Mali, a cidade de Bamako, como um objeto arquitetónico de referência e de exceção a tudo o que tem sido desenvolvido na última década em Bamako
Inserido num contexto urbano em crescimento e com premissas orientadoras muito definidas (localização da bacia hidrográfica do Rio Niger, orientação solar, entre outras) e num contexto sociocultural muito específico, a Villa Niger e a Mesquita Hadja Oumou KOUMA surgiram na capital do Mali, a cidade de Bamako, como um objeto arquitetónico de referência e de exceção a tudo o que tem sido desenvolvido na última década em Bamako. A excelência é o denominador comum no projeto, na construção, na execução, na finalização e na decoração da Villa Niger em Bamako, por AF ARCHITECTURE. ▪
51 JULHO 2019
com longos séculos de história e cultura e intenções concetuais do cliente, criadas de forma a potencializar ao máximo o próprio contexto urbano em que se insere, assim como enaltecer o contexto geográfico único e de uma beleza extraordinária. As relações visuais com o Rio Niger são constantes e potencializadas estrategicamente quer pela abertura de envidraçados, quer pela criação de terraços numa cota elevada. A habitação principal constitui-se por amplos salões em dois pisos, ligados por um vazio interior que une ambos os espaços pelas relações visuais, assim como por um elevador interior. Ligados diretamente a estes salões podemos encontrar uma piscina interior com um duplo pé-direito, uma sala de cinema, um ginásio, amplos terraços com vistas diretas para o Rio Niger e um bar. A escolha dos acabamentos e materiais foram definidas para potencializar as qualidades espaciais e o máximo conforto dos seus habitantes.
» BUILDING INFORMATION MODELLING OPINIÃO DE MIGUEL AZENHA, PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DO MINHO
“BUILDING INFORMATION MODELLING”, O NOVO MODELO QUE ESTÁ A REVOLUCIONAR O SETOR DA CONSTRUÇÃO O BIM (Building Information Modelling) pode definir-se como uma metodologia de partilha da informação e de comunicação entre todos os intervenientes e durante todas as fases do ciclo de vida de uma construção, que se apoia num modelo digital, acessível por software, o qual permite a manipulação virtual dessa mesma construção. Esse modelo de informação digital contém dados sobre as características geométricas de todos os elementos que compõem um edifício (por exemplo, vigas, pilares, janelas ou tomadas elétricas), mas também inclui as suas propriedades e atributos, sejam eles físicos, relacionados com o seu custo ou com o tempo necessário para a sua construção.
E PERFIL
MIGUEL AZENHA
PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DO MINHO
PONTOS DE VISTA
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sta metodologia de trabalho permite efetuar uma ‘construção virtual’ antes da construção real e, portanto, antecipar (e evitar) muitos problemas normalmente associados ao mundo da construção, como deficiente planeamento, atrasos, custos não previstos, falta de clareza nos processos de projeto, etc. Apesar das vantagens inerentes, o BIM representa também um importantíssimo desafio aos profissionais da Indústria da Construção Civil em face das fortes alterações de procedimentos de trabalho, colaboração e gestão de informação que estão associadas. Para além da questão evidente de trabalhar em modelos 3D, ao invés dos tradicionais processos CAD 2D (Computer Aided Design), colocam-se os desafios de colaboração melhorada entre os vários atores, que obriga ao respeito por novos modelos de comunicação e troca de informação, bem como posturas colaborativas entre os vários intervenientes desde as fases iniciais dos projetos. A título exemplificativo, refira-se o contraponto entre: metodologias tradicionais de projeto em que o trabalho de Arquitetos e Engenheiros se realizava de forma sequencial sem comunicação nas fases preliminares do trabalho, e a metodologia BIM, segundo a qual, a montante do arranque dos trabalhos de projeto, deverá ser definido um ‘Plano de Execução BIM’, no qual se definem as regras de colaboração e trocas de informação, que explicitamente envolvem a troca de informação entre todos os atores desde as fases iniciais do projeto. Neste contexto, é viável e expectável a existência de diálogo entre Arquitetos e Engenheiros das várias especialidades envolvidas (p.ex. estruturas, redes hidráulicas, redes elétricas) e também das vertentes de construção e gestão da manutenção, rumo à adoção de soluções mais racionais, fruto do conhecimento e experiência de todos os envolvidos. As mudanças ao nível de procedimentos e gestão de colaboração têm que ser acompanhadas pela existência de normas, guias e recomendações que permitam a sua materialização de forma coerente no setor. Nesse sentido, é relevante assinalar o trabalho já existente a nível mundial desde o final da década de 90 do século passado, através da BuildingSMART, instituição internacional não-governamental liderada pela indústria, que tem encetado esforços ao nível de processos colaborativos, e definição de formatos não-proprietários
para troca de informação como é o caso do IFC (‘Industry Foundation Classes’), já definido em norma ISO há vários anos. É também de assinalar as recentes normas ISO 19650-1 e 19650-2, relativas à organização e digitalização de informação em edifícios e obras de Engenharia Civil com BIM. Estes esforços têm sido acompanhados pela CEN/TC 442 que está a preparar vários documentos adicionais para aplicação a nível dos países abrangidos pelo CEN (European Committee for Standardization). Assinale-se ainda os esforços a nível nacional com a Comissão Técnica CT197 (www.ct197.pt), que já produziu dois importantes documentos: o Guia de Contratação BIM, destinado a apoiar promotores e donos de obra no processo de contratação com apoio de metodologias BIM; e o modelo de ‘Plano de Execução BIM’ que se encontra em discussão entre os membros da CT197. A adoção de metodologias BIM tem sido crescente em Portugal na última década, sendo já objeto de formação em várias Universidades (p.ex. como unidade curricular para os alunos do 4º ano do Mestrado Integrado em Eng. Civil na Univ. Minho), como
“A ADOÇÃO DE METODOLOGIAS BIM TEM SIDO CRESCENTE EM PORTUGAL NA ÚLTIMA DÉCADA, SENDO JÁ OBJETO DE FORMAÇÃO EM VÁRIAS UNIVERSIDADES”.
também em ações de formação direcionadas para profissionais (com o CursoBIM, acreditado pela Ordem dos Engenheiros, já na sua nona edição desde a criação em 2014), ou até com projetos de ensino específicos, como é o Mestrado Europeu em BIM, promovido pelas Universidades do Minho, de Ljubljana e de Milão, com financiamento ERASMUS+ de 2.1M€ a cinco anos. É possível também testemunhar a evolução de práticas de excelência em BIM na série de Congressos ‘PTBIM’ (www.ptbim.org) que se iniciou em 2016 (UM - Guimarães), tendo tido a segunda edição em 2018 (IST - Lisboa) e contará com a 3ª Edição em Maio de 2020 na FEUP/Porto. O BIM não é algo para acontecer no futuro. O BIM já está em marcha e em evolução constante. ▪
O Aveiro Dance Festival está de volta e vai pôr a cidade a dançar!
Um Festival Internacional de Dança destinado a bailarinos, amantes de dança e público em geral, que se caracteriza pela pluralidade dos seus conteúdos e interesses. 4 dias em ambiente de Dança com Workshops, Mostras Competitivas, sessões de Palco Aberto e Oficinas Coreográficas. Desde Ewa Akasamitowska, uma das grandes personalidades da escola Polaca de Ballet Clássico Avançado e Intermédio, a Ágata Roque, com formação na prestigiada Escola do Centro de Dança do Porto, onde se graduou pela ISTD-Imperial Society of Teachersof Dancing, que vem promover o Ballet Clássico Infantil, passando por Paula Cirino, uma apaixonada desde criança pelo mundo do Sapateado e que vem fazendo história por toda a Europa, ou Mário Gonçalves que é uma das grandes
personalidades Portuguesas do jazz, que trará todo o seu conhecimento para os participantes neste festival através do Jazz, ou a conceituada Ana Luísa Gomes, mestra em Ensino de Dança traz-nos a Dança Contemporânea Infantil. E nomes como Isabel Ariel, que teve formação no Centre de Danse International Rosella Hightower, em Cannes, França e na Rotterdams Dansacademie (Codarts), na Holanda, país onde se estabeleceu durante 12 anos, que se distingue pela diversidade de linguagens coreográficas, conceptuais e estéticas, consequente do percurso “nómada” entre Portugal, França e Holanda, que estará transmitindo a sua experiência para os níveis intermédio e avançado. Mais de 16 profissionais estrangeiros e portugueses integram o quadro dos Professores formadores deste ano: entre estes profissionais está Aysha Jhanne, uma das referências das Danças Urbanas, finalista do programa televisivo Achas Que Sabes Dançar, membro do grupo Dancehall Connection, que será a responsável pelas Danças Urbanas. Este ano o evento contará ainda com a presença de duas Escolas de Dança do Brasil e uma Escola da Espanha, confirmando a internacionalidade do Festival.
53 JULHO 2019
Temos de volta o maior Festival de Dança que se realiza em Aveiro e que promete pôr a cidade a dançar! De 25 a 28 de julho, no Teatro Aveirense e em vários pontos da cidade, como no Centro Comercial Glicínias, no Mercado Manuel Firmino e no Rossio, poderá desfrutar de diversos momentos artísticos.
FOTOS: GRACA BILELO
BREVES BREVES
» MONTE DOS CORDEIROS
O Monte dos Cordeiros, em Vila Viçosa, está enquadrado na herdade dos Cordeiros e hoje é um projeto de ecoturismo com uma componente de eventos e atividades de animação turística.
PONTOS DE VISTA
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D
as ruínas à recuperação parcial da casa com a criação de três quartos e ainda a reconversão de uma antiga dependência agrícola, em três unidades “casa T1”, alojando até um máximo de seis pessoas cada uma. O espaço foi complementado com a criação de infraestruturas e zonas de lazer para a dinamização de diversas atividades de animação turística para usufruto e vivência dos hóspedes. O espaço, caracterizado pela harmonia e possibilidade de descanso, permite desfrutar de uma paisagem única, complementada pela piscina existente, por passeios de barco nas duas barragens bem como por passeios pedestres em três rotas temáticas.
EM CADA CANTO UMA PARTE DO ALENTEJO
O Monte dos Cordeiros foi em tempos o centro de uma casa agrícola em pleno funcionamento. Fruto das adaptações a que os tempos obrigaram, passou por várias fases e hoje ganhou o estatuto de unidade hoteleira com o privilégio do lugar a que pertence. Com vista para a planície alentejana, o Monte dos Cordeiros oferece acomodações, bicicletas
gratuitas, piscina ao ar livre sazonal, jardim, bar e lounge de uso comum. As unidades dispõem de varanda, cofre, closet e casa de banho privativa com chuveiro. De manhã, poderá desfrutar de um buffet pequeno-almoço que é servido diariamente na casa de jantar da casa principal ou no terraço junto ao jardim.
GASTRONOMIA
Os sabores do Alentejo são o deleite por quem passa pelo Monte dos Cordeiros. Desde os queijos, aos vinhos e passando pelos enchidos ou até pelo pão, no Monte tudo é pensado ao pormenor.
ROTAS
Rota da Ponte Um trajeto de 1100 metros que termina numa ponte medieval utilizada durante anos como única maneira de atravessar a Ribeira de Mures sendo hoje em dia um selfie spot bastante apreciado. Rota da Barragem Estende-se por 1700 metros, culmina numa zona com vista desafogada para a Barragem da Alcaforada, onde se encontra um local perfeito para uma breve pausa ou para fazer um piquenique. Rota dos Machorros Com 800 metros de comprimento, foi desenhada parcialmente ao longo da estrada de acesso ao Monte e está demarcada por árvores da espécie Acer Campestre (Acer campestre L.).
As três rotas ou percursos estão ao dispor para passeios pedonais ou de bicicleta, cada uma caracterizada por um tema diferente. As rotas estão identificadas por marcos arbóreos localizados de 50 em 50 metros, à direita do caminho, todos com início no Monte dos Cordeiros. Estas rotas ou percursos proporcionam ao visitante uma experiência única e variada sempre diferente em função da época do ano em que nos encontramos. Como complemento, pode sempre solicitar no Monte uma cesta de piquenique com produtos selecionados, preparada logo cedo especialmente para si. Pode ainda reservar máquina fotográfica; binóculos; barco e artigos de pesca. Disponível para reserva está ainda mota e pick-up para passeios no Monte dos Cordeiros. A receber hóspedes desde meados do primeiro semestre, esta unidade de ecoturismo distingue-se pela história que tem assim como pelas paisagens a perder de vista. Este é um lugar para quem pretende descansar, aproveitar a natureza no seu expoente máximo e desfrutar da paz, harmonia e requinte que o Monte dos Cordeiros tem para oferecer.
Monte dos Cordeiros, S/N S. Romão | 7160- 101 Ciladas Portugal 38°47'54.2"N 7°18'10.2"W (+351) 964024394 | (+351) 967122101 | (+351) 268628110 Email: montedoscordeiros@gmail.com www.montedoscordeiros.pt
55 JULHO 2019
O QUE FAZER
» O IMPACTO DA TELESSAÚDE NA SAÚDE EM PORTUGAL OPINIÃO DE MICAELA SEEMANN MONTEIRO, DIRETORA DO CENTRO NACIONAL DE TELESAÚDE E SNS 24, SPMS E.PE E MÉDICA ESPECIALISTA EM MEDICINA INTERNA
TELESSAÚDE – UMA RESPOSTA A SALAS DE ESPERA SOBRELOTADAS? Serviços de urgência com longos tempos de espera e dificuldades no acesso a cuidados de saúde primários na doença aguda são problemas que todos nós - utentes e profissionais do SNS - conhecemos de experiência própria ou através de familiares ou amigos.
E PERFIL
MICAELA SEEMANN MONTEIRO
DIRETORA DO CENTRO NACIONAL DE TELESAÚDE E SNS 24, SPMS E.PE E MÉDICA ESPECIALISTA EM MEDICINA INTERNA
PONTOS DE VISTA
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mbora não sirva verdadeiramente de consolo, sabemos que estes cenários se repetem noutros países – também naqueles que entre nós frequentemente são apontados como “mais evoluídos”. Na Alemanha, por exemplo, o país em que estudei medicina e em que, nos anos 90, no início de carreira, fiz os primeiros bancos de urgência, era muito raro um doente não vir referenciado pelo seu médico de família ou através do sistema de emergência pré-hospitalar. Quando isso acontecia era quase certo que se tratava de um “sem-abrigo” à procura de ser acolhido durante as noites frias de inverno. Entretanto, dos 38 milhões episódios de urgência registados na Alemanha em 2015, 45% foram atendidos em hospitais1. A percentagem de autorreferenciação subiu para 37% - 50%. Os episódios de urgência hospitalar têm crescido 4-9% por ano, enquanto os episódios atendidos em cuidados primários têm descido. De dez doentes atendidos nos serviços hospitalares alemães, quatro admitem que não necessitavam de um serviço de urgência hospitalar para o seu problema de saúde. Em comparação, cerca de 40% dos episódios de urgência hospitalar em Portugal são classificados pela Triagem de Manchester como pouco urgentes ou mesmo não urgentes. É a este grupo de doentes que a telessaúde pode oferecer soluções.
VEJAMOS DOIS EXEMPLOS: A DINAMARCA E A SUÍÇA:
1. O exemplo dinamarquês: Um estudo2 recente analisou a eficiência do serviço de triagem telefónica executado pelos médicos de família durante o período em que os cuidados de saúde primários estão encerrados. Este serviço encontra-se a funcionar em quatro das cinco regiões da Dinamarca. O estudo conclui, que 59,2% das chamadas terminam com uma teleconsulta. Em apenas 40,8% dos casos os doentes são triados para uma observação presencial. É de salientar, que em regra o médico que atende não é o médico de família do doente em causa.
1 Aqua-Gutachten-Notfallversorgung, AQUA – Institut für angewandte Qualitätsförderung und Forschung im Gesundheitswesen GmbH, 2016 2 Telephone triage by GPs in out-of-hours primary care in Denmark: a prospective observational study of efficiency and relevance; Br J Gen Pract 2016; DOI: 10.3399/bjgp16X686545
2. O exemplo suíço3: O sistema de saúde suíço está assente num modelo de seguros. Dependendo do seguro de saúde a telemedicina pode ser a primeira via de acesso a cuidados de saúde. A empresa Medgate, que surgiu em 1999, é o maior prestador teleconsultas na Europa. Assistiu 900 000 doentes na Suíça em 2016. Metade dos casos (50%) foram totalmente resolvidos à distância – sem necessidade de consulta presencial. Portugal já dispõe de um serviço de telessaúde que se dirige à população com doença aguda: o Centro de Contacto do SNS - SNS 24. Em 2018, os seus enfermeiros atenderam mais de 1 milhão de chamadas de utentes que procuravam orientação por um problema agudo de saúde. Através do número 808 24 24 24, em regra, em menos de 20 segundos, qualquer cidadão tem a oportunidade de falar com um profissional de saúde que o ouve, aconselha e acompanha com chamadas de seguimento. Quando necessário, encaminha para cuidados de saúde presenciais no centro de saúde ou hospital. Atualmente, cerca de 30% dos casos são orientados para autocuidados. Números da Holanda4 indicam que esta percentagem talvez ainda poderá aumentar para 40%. Mas podemos ambicionar ser mais resolutivos e aliviar a pressão nas urgências e centros de saúde. Como? Evoluindo para um modelo semelhante ao suíço ou dinamarquês. Na triagem pelos enfermeiros do SNS 24 poderão ser identificadas as situações passíveis de resolução, com segurança clínica, através de uma teleconsulta médica. Sabendo que as teleconsultas consomem habitualmente menos tempo que as presenciais, podemos ainda aumentar a capacidade de resposta do SNS. Teremos assim uma oportunidade real de finalmente reduzir a afluência inapropriada aos Serviços de Urgência e permitir que as suas equipas dediquem toda a atenção aos casos verdadeiramente urgentes. ▪
3 Telemedizin in der Schweiz – das Beispiel Medgate, Dtsch med Wochenschr 2017; 142(05): 334-339 DOI: 10.1055/ s-0042-111357 4 InEe https://ineen.nl/assets/files/assets/uploads/ InEen-Benchmarkbulletin-huisartsenposten-2014.pdf
BREVES BREVES INTELIGÊNCIA ARTIFICAL
ARQUITETURA
Software português para robots é usado em todo o mundo
O arquiteto argentino César Pelli, que projetou as emblemáticas Torres Petronas de Kuala Lumpur, na Malásia, e o One World Financial Center, em Nova Iorque, morreu na sexta-feira aos 92 anos. “Quero enviar as minhas condolências aos familiares e amigos do talentoso César Pelli. As obras que deixa no mundo como legado são uma fonte de orgulho para os argentinos”, afirmou o Presidente argentino, Mauricio Macri, no Twitter. O arquiteto também foi homenageado por Juan Manzur, governador de Tucuman, a província onde César Pelli nasceu em 12 de outubro de 1926, e se formou como arquiteto.
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
Arquiteto César Pelli, que projetou Torres Petronas em Kuala Lumpur, morreu aos 92 anos
Um novo software para robôs colaborativos KUKA (“um dos líderes mundiais de robótica”), desenvolvido na Universidade de Coimbra, já está a ser utilizado em empresas e universidade de todo o mundo, foi hoje anunciado. Novo software -- “o primeiro de interface em MATLAB” -- para robots colaborativos KUKA, que foi desenvolvido no Laboratório de Robótica Colaborativa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), “já está a ser utilizado em grandes empresas, como é o caso do grupo BMW, na Alemanha, e em várias universidades de todo o mundo”, afirma a FCTUC, numa nota enviada hoje à agência Lusa. A KUKA Industrial Robots é um dos líderes mundiais na fabricação de robôs industriais e sistemas de automação. O ‘Kuka Sunrise Toolbox’, assim batizado pelos autores, é um “software de licença livre e dispõe de mais de 100 funcionalidades, permitindo, por exemplo, o controlo dos movimentos do robot e guiamento manual de precisão”, refere a FCTUC. “Funcionalidades de matemática e algoritmos avançados estão também disponíveis, nomeadamente para utilização em trabalhos de investigação”, acrescenta a Faculdade.
DESPORTO
57 JULHO 2019
O Tribunal de Palma de Maiorca condenou a quatro anos e um dia de prisão o empresário de futebol Santos Márquez González pelo crime de fraude agravada na transferência do guarda-redes Iker Casillas para o FC Porto. De acordo com a sentença hoje divulgada, em 2014, o agente enganou o seu ex-sócio Jorge Igna-
cio S., ao qual convenceu que o guarda-redes Iker Casillas, então no Real Madrid, queria assinar por uma equipa dos Estados Unidos. Santos Márquez González também deu a entender a Jorge Ignacio S. que a comissão por essa assinatura iria para as contas da empresa Mallorca Viva SL, mas tal nunca se verificou. Santos Márquez González, em junho de 2015, iniciou contatos como ‘agente livre’ como representante de Casillas, para negociar a sua transferência para o FC Porto. A assinatura de Casillas ocorreu em julho, após a abertura por parte de Santos Márquez González de uma nova empresa, a VS Player SL, que depositou a comissão com “lucro e em benefício próprio” sem a reportar aos seus parceiros anteriores.
FOTO: DIREITOS RESERVADOS
Quatro anos de cadeia por fraude para o agente que trouxe Casillas para o FC Porto
» SAÚDE OPINIÃO DE FERNANDO PITA, COORDENADOR DA UNIDADE FUNCIONAL DE NEUROLOGIA, HOSPITAL DE CASCAIS E MEMBRO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DO AVC
DIA MUNDIAL DO CÉREBRO:
PREVENÇÃO PRIMORDIAL DO AVC
O PERFIL
FERNANDO PITA
COORDENADOR DA UNIDADE FUNCIONAL DE NEUROLOGIA, HOSPITAL DE CASCAIS E MEMBRO DA SOCIEDADE PORTUGUESA DO AVC
PONTOS DE VISTA
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AVC (de volta ao capítulo do sistema nervoso na 11º revisão do ICD após 62 anos de exílio) mantém-se como principal causa de morte e morbilidade em Portugal, tendo sido em 2014 responsável por 11% do total dos óbitos. No entanto nem tudo são más notícias, tendo-se registado uma progressiva diminuição da incidência do AVC, com redução em termos de mortalidade (<46% numa década) e morbilidade. Esses ganhos são seguramente consequentes de medidas de prevenção de âmbito populacional. Por fator de risco entende-se um comportamento ou doença que aumenta o risco de um acontecimento ou outra doença. Os fatores de risco demonstram uma associação forte (preditiva) e etiologicamente significativa (causal) com a doença que se pretende evitar. Por promoção de saúde ou prevenção primordial entende-se medidas visando a população em geral. O objetivo é o desenvolvimento de estratégias que previnam o aparecimento de fatores de risco para AVC, atuando antes das doenças (ou fatores de risco) surgirem, evitando na medida do possível que estas apareçam. Destinam-se globalmente à população como um todo (…são para a toda a gente). Por prevenção primária entende-se estratégias direcionadas para indivíduos presentes na população, já com um ou mais fatores de risco para AVC, visando a deteção e tratamento custo-efetivo dessas doenças (hipertensão arterial, tabagismo, diabetes mellitus, dislipidémia, fibrilhação auricular), antes de acontecer o AVC e tentando evitar que ele ocorra. Ambas as estratégias são complementares e têm como objetivo a prevenção do AVC (tentam evitar a sua ocorrência). Relativamente ao AVC sabemos que o principal fator de risco é a idade sendo, obviamente, não modificável (é o preço a pagar por nos irmos mantendo vivos). Por fator de risco modificável entende-se comportamentos ou doenças, para os quais a sua prevenção ou tratamento irá no futuro reduzir o risco de vir a ter um AVC.
SABEMOS QUE: • Mais de 90% do risco para AVC é atribuível a fatores de risco modificáveis - comportamentais, metabólicos ou ambientais; • Sendo que 74,2% do risco do AVC é atribuível a fatores de risco comportamentais - nomeadamente tabagismo, dieta inadequada e inatividade física. Sabemos ainda que escolhas de vida saudáveis permitem uma redução de risco significativa. QUAIS SÃO ENTÃO ESSAS MEDIDAS? (AHA’s Life’s Simple 7) Comportamentais - educação para a saúde, escolhendo um estilo de vida saudável: • Mantendo atividade física regular; • Valorizando uma dieta saudável (como a dieta mediterrânea), usando produtos frescos, de época, produzidos localmente (diversidade) equilibrando o consumo calórico com a atividade física (frugalidade), parando a epidemia do sal e do açúcar; • Mantendo um peso adequado, controlando a obesidade; • Prevenindo o tabagismo e intervindo na cessação tabágica. Métricas • Controlar tensão arterial; • Controlar níveis de colesterol; • Controlar valores de glicémia. Assim, mediante educação populacional para a saúde (estilo de vida saudável), com divulgação, prevenção, reconhecimento, deteção e intervenção terapêutica precoce nos principais fatores de risco vascular, podemos, a longo prazo, manter a progressiva redução da incidência e prevalência do AVC em Portugal e evitar as suas trágicas consequências em termos de mortalidade e morbilidade (dependência). ▪