Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. NOVEMBRO 2019 | EDIÇÃO Nº 88 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros
FINANCIAL LIBERTY
EXCELÊNCIA E TRANSPARÊNCIA
ASSECO PST EM DESTAQUE
DSOLUTIONS
13 ANOS DE VALOR
FILIPE LOURENÇO UNIÃO DE JOVENS EMPRESÁRIOS CE-CPLP: UM BRAÇO ECONÓMICO, CONDUTOR E FACILITADOR DE NEGÓCIOS
FOTO: DIANA QUINTELA
PRESIDENTE DA UJE CE-CPLP
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» EMPLOYER BRANDING E GESTÃO DE TALENTO +
INOVAÇÃO E GESTÃO DE TALENTO COM IMPACTO SOCIAL Miguel Toscano é o Country Manager do Grupo Norte, um grupo empresarial de capitais espanhóis, especialista na oferta de soluções de gestão estratégica e operacional de recursos humanos, que entrou em Portugal em 2017.
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omo é que descreve este Grupo com mais de 40 anos de experiência? O Grupo Norte nasceu em 1972 na cidade de Valladolid a partir de uma pequena empresa de limpezas e hoje é um dos maiores conglomerados de serviços de referência e Espanha. Ao longo de todo o seculo XX o acionista teve a visão e a ambição em desenvolver a organização, de forma a acompanhar os ciclos de inovação e satisfazer as necessidades de capital humano alinhadas com o perfil de negócio dos seus clientes, mas sempre com uma perspetiva de criação de valor para o seu território e comunidade. Como consequência a pequena empresa sofreu uma metamorfose ao logo destes 47 anos, tendo-se transformado numa “Organização Kinetica” que conta com mais de 20 empresas que atuam em quatro geografias – Espanha, Chile, Peru e Portugal. No conjunto são mais de 20 empresas que faturam cerca de 220 milhões de euros em serviços e gerem diariamente mais de 12.700 colaboradores, dos quais 5% têm deficiência e aos quais se juntam 113 mulheres vítimas de violência doméstica. A nossa estrutura empresarial conta ainda com a Fundação Grupo Norte que gera 40 milhões de euros em negócio social dos quais 70% são reinvestidos em projetos de inclusão social. Como desenvolveram as vossas áreas de negócio? A realidade Espanhola é muito diferente da portuguesa. Em Espanha temos oito grandes áreas de negócio que nasceram a partir das linhas de facilities (Limpezas, manutenção de edifícios, receção e segurança e vigilância privada). À medida que a empresa passou a conhecer o perfil de negócio e de capital humano do seu cliente passou a inovar e entrou em outros domínios. Diversificou a sua oferta para as linhas de serviços de RH (trabalho temporário, outsourcing, formação, recrutamento e consultoria em gestão de talento). Como passamos a ter uma intervenção multissetorial, multidimensional e multicultural passamos a intervir em mercados verticais, como no setor social, naquilo que é a intervenção nos serviços à comunidade, de apoio domiciliário, unidades de cuidados continuados, gestão de lares, centros de dia e ATL’S, ou seja, atividades orientadas para o setor da
MIGUEL TOSCANO
economia social, mas desenvolvidas numa lógica empresarial. Para além destas linhas, temos ainda uma outra, relacionada com a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. É a obra, que mais nos orgulha dentro “desta casa”, e que de certa forma, nos diferencia daquilo que é a generalidade das empresas de recursos humanos. Em Portugal, somos ainda uma organização pequena que conta com sete delegações, 30 consultores quem gerem diariamente 1500 profissionais, mas que só atua nas linhas de recursos humanos, sendo que estamos a criar a Fundação Grupo Norte, de forma a replicar as boas práticas em Portugal. É por isso, que gostamos de afirmar, que o Grupo Norte é um Grupo com um ADN muito especial – somos especialistas em Inovação e Gestão de Talento com Impacto Social. Quais são as principais caraterísticas da vossa proposta de valor? Os três “drivers” que referi anteriormente são os drivers que movem e formatam as nossas equipas. Fazem parte da nossa proposta de valor para os nossos clientes. Estando conectados com a inovação estamos atentos ao desenvolvimento da sociedade do conhecimento, á economia globalizada e ao desenvolvimento da União Europeia o que nos permite antecipar tendências e estruturar soluções em função do perfil de negocio e das necessidades de RH do nosso cliente. E neste desígnio a gestão de talento é fulcral, uma vez que
vivemos num problema complicado que tem a ver com a baixa taxa de desemprego, a escassez dos recursos humanos qualificados e não qualificados e num contexto de competição entre os baixos salários portugueses face aos europeus. De que forma é que atuam na construção de soluções de emprego, formação e desenvolvimento de competências? Como atuam neste sentido? O Grupo Norte tem meios, recursos, competências, experiência e know-how de forma a desenhar soluções diferenciadoras para os seus parceiros. Funcionamos como uma extensão do departamento de recursos humanos dos nossos parceiros e sendo um operador global com soluções integradas o nosso parceiro através de um único interlocutor, passa a ter soluções orientadas para toda a cadeia de valor dos recursos humanos a um preço competitivo. O Grupo Norte Portugal obteve o selo de Entidade Formadora Certificada pela DGERT. Em que consiste este reconhecimento para o Grupo Norte? Em primeiro lugar, esta certificação, revela que no Grupo Norte garantimos qualidade de serviço - seja ao nível diagnóstico, do planeamento, execução, avaliação e da gestão do ciclo da formação. Em segundo, tem a ver com as áreas de intervenção: área comportamental, ou seja, tudo o que tem a ver com gerar comportamentos positivos que possam de facto, transformar todo o conhecimento das organizações em valor para o seu negócio assente em produtos orientados para o desenvolvimento da liderança, trabalho de equipa, comunicação, Employer Branding, Employee advocacy e recrutamento digital. A outra grande área, tem a ver com o acolhimento, a formação e a capacitação dos trabalhadores dentro do contexto das organizações. E a terceira, está relacionada com a área da higiene e segurança no trabalho. Os formatos serão operacionalizados através de formação presencial, à distância ou blended, ações de team building e outdoor training. Teremos outra área especialista no apoio à certificação e desenvolvimento de universidades corporativas. ▪
ÍNDICE DE TEMAS
FICHA TÉCNICA
PÁG. 8 A 9 PATRÍCIA BALTAZAR RESENDE FALA SOBRE O DIREITO DE AUDIÇÃO DA CRIANÇA
Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Administração | Redação | Departamento Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 2º J - 4400 - 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879 Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660 - 4455-518 Perafita Matosinhos
PÁG. 6 A 7 TMLEGAL SOCIEDADE DE ADVOGADOS 10 ANOS A CRIAR VALOR
Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.facebook.com/pontosdevista Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 Dep. Legal: 374222/14 DIRETOR: Jorge Antunes EDITOR: Ricardo Andrade Rua Rei Ramiro 870, 2º J, 4400 – 281 Vila Nova de Gaia PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Vanessa Ferreirinha PAGINAÇÃO: MÓNICA FONSECA GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares
PÁG. 38 A 42 11 ANOS DE MOZA BANCO A CRESCER COM VALOR JOÃO FIGUEIREDO, PCA EXECUTIVO DO MOZA BANCO, FALA-NOS MAIS ACERCA DAQUELE QUE É O BANCO DE REFERÊNCIA EM MOÇAMBIQUE.
PÁG. 44 A 45 JOSÉ REINO DA COSTA, PCE DO MILLENNIUM BIM, FALA DESTE QUE É O BANCO MAIS PREMIADO DE MOÇAMBIQUE.
FOTOGRAFIA: Diana Quintela - www.dianaquintela.com Rui Bandeira - www.ruibandeirafotografia.com Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 2º J, 4400 - 281 Vila Nova de Gaia | E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt Preço de capa:
4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%), Europa: 65 euros Resto do Mundo: 60 euros
Editorial A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão.
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PÁG. 46 A 47 DANIEL ARAÚJO, CEO DA ASSECO PST, DÁ A CONHECER UM POUCO MAIS DE UMA MARCA QUE É HOJE UM PLAYER DE RELEVO NA CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS À BANCA.
PÁG. 54 A 55 PEDRO FERNANDES, ADMINISTRADOR DA TERRAGES, DEU A CONHECER UM POUCO MAIS DO PERCURSO DA MARCA, QUE ESTARÁ PRESENTE NESTE MÊS, COMO EXPOSITORA, NA PRIMEIRA EDIÇÃO DO EVENTO “ÉS SIG”, PROMOVIDO PELA APPSIG.
NOVEMBRO 2019
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» TMLEGAL SOCIEDADE DE ADVOGADOS
TMLEGAL
10 ANOS A CRIAR VALOR PONTOS DE VISTA
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EQUIPA TMLEGAL
O crescimento e a evolução de uma marca perpetuam-se seguindo uma linha orientadora assente na diferenciação e utilidade dos serviços prestados, na satisfação de clientes e na capacidade que aporta ao nível de valor ao mercado, sendo que esse rótulo se faz ano após ano, numa busca incessante pela qualidade e credibilidade. Alcançar a marca dos dez anos é algo difícil, mas acima de tudo de louvar, pois representa que o esforço de quem faz e fez parte de um determinado projeto não foi em vão.
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TMLEGAL é hoje um player importante na assessoria jurídica às PMEs, e perpetua, este ano, uma década de existência e de promoção de valor neste setor. A principal face deste projeto é Teresa Mendes, Sócia e Co-Fundadora da TMLEGAL e foi precisamente a sua experiência que a levou a tomar a decisão de fundar uma sociedade de advogados assente em valores distintos, ou seja, na proximidade, na disponibilidade, no acompanhamento, no pragmatismo e na transparência. Mas como é que a nossa interlocutora vê este desafio desde que o mesmo se iniciou? Como olha para trás, sem nunca tirar os olhos do futuro? “Olhamos para trás e a sensação é de muito trabalho, muita partilha, de avanços e paragens. A
luta de muitos empreendedores!”, salienta Teresa Mendes, referindo ainda que este projeto não é nada de diferente de muitos que seguem o impulso de fazer diferente. Surgimos da convicção que a advocacia para empresas tem de ser próxima, sem formalismos desnecessários, e pragmática – visar resultados, usando o trabalho de equipa e a profundidade como veículos para o conseguir e mantemos o firme propósito de exercer uma advocacia e assessoria jurídica que se distingue por acompanhar sempre o cliente com vista a alcançar resultados ”, afirma convicta. A própria visão que a sociedade tem do Advogado é importante para a nossa entrevistada. Porquê? Segundo Teresa Mendes é importante que este profissional, o Advogado, “volte a conquistar a
credibilidade e a ser efetivamente necessário, útil, e isso apenas depende de nós e da forma como abraçamos os assuntos e os resolvemos”, assegurando que além desse desiderato, é importante nunca desistir da luta e de “fazer crescer a sociedade em volume de negócios e a equipa, de uma forma sustentável”. COLABORADORES E CLIENTES PILARES DO CRESCIMENTO Os recursos humanos de qualquer organização são sempre fundamentais para o sucesso ou não da mesma. Ter um conjunto de colabora¬dores dedicados, abnegados e comprometidos é essencial, os que realmente «vestem a camisola». A TMLEGAL tem isso mesmo, ou seja, conseguiu
reunir um conjunto de profissionais completamente focados no crescimento do projeto, algo que tem impacto na forma como a marca se relaciona com o mercado, clientes e parceiros. Teresa Mendes explica que essa dedicação tem sido essencial. “Partilha constante, quer interna, trabalhamos internamente com verdadeiro espírito de equipa, em que os mais velhos e experientes partilham abertamente o seu conhecimento exigindo-se dos mais novos o seu melhor na análise jurídica, na fundamentação dos seus pontos de vista, e na capacidade de abertura para fazer brainstorming interno com um membro da equipa; quer externamente com o cliente, tendo a preocupação de integrar as diversas áreas do direito com os diversos departamento da empresa”, assevera a nossa entrevistada, lembrando que a “nossa visão sempre foi de prestar serviços jurídicos com total disponibilidade com o cliente, de forma simples e descomplicada, com uma constante busca da solução de problemas”. Se os colaboradores/pessoas da TMLEGAL têm sido absolutamente fundamentais, importa
NOVOS CAMINHOS, MESMA CREDIBILIDADE Bastante direcionada para o âmbito empresarial, a TMLEGAL tem sido um verdadeiro parceiro de empresas e trabalhadores, principalmente no domínio de negociações laborais. “Por exemplo desde a crise de 2011, temos imensos casos de negociação laboral, onde realizamos restruturações de forma célere, conseguindo auxiliar de imediato a tesouraria da empresa, mantendo sempre a coerência da negociação, e conseguindo efetivamente sensibilizar os trabalhadores que a saída é dadas as circunstâncias a melhor solução, temos orgulho em conseguir manter um bom ambiente na saída e até sermos felicitados pelas trabalhadores que saem. Os consultores financeiros recomendam-nos ativamente pelos resultados que alcançamos”. Essa boa imagem, transparência e confiança reflete-se, naturalmente, na relação com o mercado, o que tem levado, por exemplo, a alguns convites em outras áreas e assim, em 2014, surgiu uma nova vertente que foi a for¬mação e que revela e bem a capacidade e qualidade da marca. “Nesse ano e após uma apresentação de uma hora sobre os cuidados que um empresário tem de ter ao constituir uma empresa, surgiu um convite, por uma entidade muito credenciada ao nível formativo, para desenvolvermos essa apresentação num módulo de 25 horas para um curso de Empreendedorismo, sendo que no segundo ano, era já um módulo obrigatório. Queremos que venham ter connosco pelo trabalho efetivo que prestamos pela marca que deixamos nos assuntos que tratamos, e graças a deus e a todos, com muitos bons resultados alcançados”, afirma Teresa Mendes. ▪
EM DISCURSO DIRETO
TERESA MENDES
Os que connosco já trabalharam afirmam sempre que aprenderam muito, e penso que já vão semeando a convicção de que advocacia pode ser feita de forma diferente, há quem se mantenha connosco pela nossa autenticidade espírito de equipa. Nascemos do símbolo de uma árvore e, por esse motivo, na nossa marca o verde mantém-se. Há dez anos que nos preocupamos em auxiliar o cliente empresário, ou que pretenda sê-lo, a criar raízes, (hoje a célebre sustentabilidade). Dotámos sempre a nossa equipa de especialização nas principais áreas de atividade da nossa sociedade, numa exigência para com cada um de se questionar e fazendo constante brainstorming interno, discutindo entre nós e obrigando cada um a fundamentar a sua opinião e a questionar-se sobre o seu ponto de vista, de forma a que pudéssemos ser o adubo, para que os ramos crescessem, sem se quebrarem, aguentando as vicissitudes económicas, políticas, comerciais, ramos esses capazes de gerarem bons frutos. Agradeço a todos os que ao longo destes 10 anos integraram a nossa equipa, em especial, àqueles que são hoje um ramo dessa arvore viva que é a TM LEGAL Obrigada Catarina Obrigada Patrícia Obrigada PP Obrigada Teresa Obrigada Andreia Obrigada Pedro Obrigada Jessica Obrigada Filipa E muito obrigada, Adelino! O caminho continua e NÓS cá estamos! Escolher a marca TMLEGAL é escolher a capacidade de entender a linguagem empresarial e de colocar ao seu serviço o conhecimento jurídico, com a firme vontade que este conhecimento seja um instrumento para alcançar objetivos, mais fortes e inatacáveis e de forma mais esclarecida.
7 NOVEMBRO 2019
lembrar que o cliente tem sido preponderante, até porque a marca tem sido capaz, fruto da sua dinâmica e qualidade, de fidelizar os mesmos, e Teresa Mendes dá-nos um exemplo claro disso mesmo. “O nosso primeiro cliente ainda hoje está connosco, temos orgulho de manter os nossos clientes mais de cinco anos connosco, num trabalho diário, nos diversos departamentos da empresa e com capacidade para fazer uma análise integrada, aplicando os diversos ramos do direito em cada assunto que se nos apresente. Um assunto pode ter uma vertente contratual, mas também laboral ou fiscal, e não existindo estanquicidade interna na Sociedade e uma experiência empresarial de mais de 30 anos, de imediato é analisado nas suas diversas vertentes, com um único objetivo, tentar alcançar o resultado pretendido pelo Cliente”
» NOVA LEI DA PARENTALIDADE OPINIÃO DE DR.ª PATRÍCIA BALTAZAR RESENDE, ESPECIALISTA EM DIREITO DA FAMÍLIA E DAS CRIANÇAS
DIREITO DE AUDIÇÃO DA CRIANÇA Num momento em que o crime de violência doméstica está na ordem do dia, não nos podemos esquecer quem, também, se encontra como sujeito activo deste crime e tantas vezes esquecido: são elas, as crianças, onde os direitos das mesmas são constantemente violados, entre eles, o direito de audição da criança, por outras palavras, o direito da criança ser ouvida em sede de Tribunal.
PERFIL FOTO: @TELMO MILLER
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PATRÍCIA BALTAZAR RESENDE
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eportando ao conceito sobre o direito de audição da criança, como sujeito pleno, não podemos deixar de lembrar que este direito integra um dos quatro pilares da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, a par, à não discriminação, à vida e do direito ao desenvolvimento integral da sua personalidade. A Convenção das Nações Unidas, pela sua relevância, consagrou-se como o instrumento jurídico que maior impacto e impulso deu ao princípio da participação da criança, sendo para muitos considerada a base de todo a estrutura supranacional dos direitos das crianças. A Convenção das Nações Unidas constitui um instrumento internacional que tem, no entanto, relevo nos vários ordenamentos jurídicos, como tratado que visa a proteção de crianças e adolescentes de todo o mundo, influencian-
ESPECIALISTA EM DIREITO DA FAMÍLIA E DAS CRIANÇAS
do a criação legislativa e consequentes modelos de intervenção na jurisdição nacional de crianças e jovens. Tornou-se decisivo enquanto instrumento interpretativo das disposições da lei ordinária. Logo, tal leva-nos a afirmar que a Convenção dos Direitos da Criança, veio consagrar uma nova concepção de criança, enquanto ser humano em crescimento que, apesar da especial e natural vulnerabilidade que exige protecção e assistência da família, da sociedade e do Estado, é dotado, enquanto pessoa humana, com dignidade, igual ao adulto e de capacidade para, como sujeito activo expressar as suas opiniões dignificando a construção do seu futuro. Em termos normativos é hoje assegurado à criança uma ampla e extensiva oportunidade de ser ouvida nos processos judiciais que lhe digam respeito. O direito de audição da criança surge como expressão do direito à palavra
e à expressão da sua vontade mas funciona igualmente como pressuposto de um efectivo direito de participação activa da criança nos processos que lhe digam respeito no âmbito de uma cultura judicial que afirme a criança como sujeito de direitos. Aceitando a noção de criança prevista no artigo 1.º da Convenção sobre os Direitos da Criança:” Nos termos da presente convenção, Criança, é todo o ser humano menor de 18 anos, salvo se nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo.” Constituiu hoje o que podemos afirmar por uma materialização em sede processual, do princípio do superior interesse da criança. No nosso ordenamento jurídico a criança deve ser ouvida, sempre que a sua maturidade e idade o permitam, sendo que se pode afirmar
existir uma obrigatoriedade legal para a sua audição a partir, pelo menos, dos 12 anos de idade, conforme disposto na alínea c), do artigo 4.º e 5.º do Regime Geral do Processo Tutelar Cível (RGPTC), idade, considerada suficiente para a maioria das crianças possuírem capacidade de discernimento e conseguirem emitir opiniões.
Se o interesse superior da criança ou do jovem o justificar, o tribunal, a requerimento ou oficiosamente, pode proceder à audição da criança, em qualquer fase do processo, a fim de que o seu depoimento possa ser considerado como meio probatório nos actos processuais posteriores, incluindo o julgamento. Assim, da conjugação de disposições legais vigentes, a criança tem o direito de ser ouvida e a participar sobre as decisões que lhe digam respeito, sendo esta audição eventualmente acompanhada por assessoria técnica, não de modo obrigatório, porque sabemos que na práctica essa possibilidade surge, muitas vezes, difícil, senão mesmo, de impossível materialização.
NÃO PODEMOS DEIXAR DE LEMBRAR QUE ESTE DIREITO INTEGRA UM DOS QUATRO PILARES DA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA, A PAR, À NÃO DISCRIMINAÇÃO, À VIDA E DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA SUA PERSONALIDADE
Em suma, a título de exemplo, o princípio da audição da criança, não é dispensável pelo facto de os pais terem manifestado no processo qual era a posição da criança, nem por esta ter uma idade inferior a 12 anos. Desta forma, importa termos presente que o princípio da audição da criança traduz-se na concretização do direito à palavra e à efectiva expressão da sua vontade, como sujeito de direitos. É o accionar em concreto o seu direito à participação ativa nos processos que lhe digam respeito em idades que podem variar, sendo inclusive, idades inferiores aos 12 anos de idade. Para tal, cumpre ser necessário que os profissionais do Direito saibam assegurar uma adequada audição, bem como o enquadramento técnico indispensável, onde se efectiva a forma como deve ser revestida essa mesma audição.
Ser criança de pleno direito é juridicamente reconhecer a condição de criança, desde logo, como sujeito em formação, com capacidades distintas dos adultos. É termos a capacidade de entender que a legislação embora existente, não é suficiente, se não for escrupulosamente debatida e aplicada no sentido de não violar os direitos que muitas vezes se silenciam por não terem capacidade de voz. É assegurar o superior interesse da criança (conceito indeterminado que deve funcionar com o fim de prosseguir por todos quantos possam contribuir para o desenvolvimento harmonioso da criança), em qualquer idade que esta se encontre. ▪
A AUTORA NÃO ADOPTOU O ACORDO ORTOGRÁFICO.
9 NOVEMBRO 2019
O Direito de Audição da Criança atente-se na própria Convenção dos Direitos da Criança, acolhida na ordem jurídica nacional pela Resolução da assembleia da República n.º 20/90, de 8 de Junho de 1990, e pelo Decreto do Presidente da República n.º 49/90 de 12 de Setembro, que no seu artigo 12.º estatui: ”Os Estados Partes garantem à criança com capacidade de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre questões que lhe digam respeito, seja directamente, seja através de representante ou de organismo adequado, segundo as modalidades previstas pelas regras de processo de legislação nacional. Logo, a criança deve ser ouvida, sendo a sua opinião tida em consideração pelas autoridades judiciárias na determinação do seu superior interesse.
» O QUE MUDA NO CÓDIGO DE TRABALHO? A VISÃO DOS ESPECIALISTAS
“PREVEMOS UM IMPACTO MUITO SIGNIFICATIVO DESTAS MEDIDAS” Portugal vive um momento de mudança ao nível da prática laboral e muito recentemente foram introduzidas alterações pela Lei 93/2019, que abrangem diversas matérias centrais no âmbito das relações de trabalho. Fomos saber mais e conversamos com Joaquim Pedro Torres, Sócio da Lisbonlaw e Responsável pela área de prática laboral.
mento jurídico externo das mesmas.
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JOAQUIM PEDRO TORRES
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LISBONLAW (www. lisbonlaw.pt) é uma sociedade de Advogados que atua em diversas áreas de Direito. De que forma marcam a diferença no mercado? Desde o início da nossa atividade, procurámos que o nosso projeto se pudesse distinguir pela proximidade ao cliente e pela procura constante de soluções práticas (e “desformalizadas”) na resolução de problemas. O feedback recebido tem sido muito gratificante.
Relativamente à área de atuação laboral, existe alguma especificidade na assessoria prestada pela LISBONLAW? Em particular na assessoria jurídica laboral, consideramos crucial atuar de forma preventiva, procurando antecipar os problemas com que os nossos clientes se irão deparar. Esta abordagem só é possível através de uma colaboração estreita e em permanência com as estruturas de RH das empresas, atuando quase como um departa-
Foram publicadas recentemente alterações ao Código do Trabalho. Quais foram as principais? As alterações introduzidas pela Lei 93/2019 abrangem algumas matérias centrais nas relações de trabalho. Do nosso ponto de vista, as principais medidas são as seguintes: Contratos a termo: reduz-se o período máximo dos contratos a termo certo para 2 anos e os contratos a termo incerto para 4 anos; a duração total das renovações do contrato deixa de poder exceder a duração do período inicial do contrato; os motivos justificativos “procura do primeiro emprego” e “desemprego de longa duração” deixam de poder ser invocados na contratação a termo resolutivo; Período experimental: determina-se um aumento para 180 dias nos contratos sem termo celebrados com trabalhadores à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração; Banco de horas: procede-se à eliminação da figura do banco de horas individual; criação do mecanismo do “referendo” para aprovação do banco de horas grupal; “Contribuição adicional por rotatividade excessiva”: determina-se a aplicação de uma taxa contributiva adicional pela utilização “excessiva” de contratos a termo resolutivo, de carácter progressivo (e calculada tendo em conta indicadores sectoriais, com parâmetros ainda pouco claros); Contratos de trabalho de muito curta duração: estabelece-se o aumento da sua duração máxima, de 15 para 35 dias; extensão da aplicação deste tipo contratual a todos os sectores de atividade (e não apenas o agrícola e turístico); Contrato de trabalho temporário: estabelece-se um limite de 6 reno-
vações aos contratos de trabalho temporário a termo certo, excepto em casos de substituição de trabalhador ausente. Estas alterações entraram em vigor no dia 01/10, embora não se apliquem à admissibilidade, renovação e duração dos contratos a termo e renovação de contratos temporário celebrados até àquela data, destacando-se ainda a prorrogação até Outubro de 2020 das regras vigentes do regime do banco de horas. Considera que estas alterações vão ter implicações diretas no mercado laboral? Sem dúvida. Prevemos um impacto muito significativo destas medidas, em particular a eliminação do banco de horas individual e as limitações à contratação a termo resolutivo - um retrocesso evidente na flexibilidade do mercado laboral. Às empresas será assim exigido um esforço ainda maior na gestão e planificação dos seus recursos humanos. Entre as principais mudanças está o polémico alargamento do período experimental para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração (DLD), de 90 para 180 dias… É verdade, sendo que esta medida deverá ainda ser sujeita à fiscalização sucessiva de constitucionalidade pelo Tribunal Constitucional. Parece-nos uma alteração que não pode deixar de ser analisada em conjunto com a supressão da possibilidade de contratação a termo desses mesmos jovens à procura de 1.º emprego e DLD. As duas medidas parecem-nos constituir uma forma de “compensação legislativa” recíproca, que desconsidera estarem em causa planos e conceitos diferentes o que, nesse sentido, as tornaria desnecessárias. ▪
AS SOCIEDADES DE ADVOGADOS VS. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
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“A TECNOLOGIA TEM UM PAPEL DETERMINANTE NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA” e que forma é que a aplicação se adapta a qualquer tipo de prática, desde assuntos e tarefas com elevada acessibilidade, rapidez e facilidade de uti-
lização? A advocacia é uma profissão complexa que impõe desafios comuns a todos os advogados, tais como, o controlo do ponto de situação dos assuntos que têm em mãos ou o registo da atividade diária do escritório. No entanto, existem necessidades específicas para cada tipo de prática que fazem com que os advogados valorizem mais algumas ferramentas em detrimento de outras. Um advogado em prática isolada não encontra valor numa solução colaborativa que lhe assegure o trabalho conjunto no escritório com outros colegas, mas certamente verá vantagens na automação da produção de documentos e apoio à faturação. Já uma sociedade de advogados retira enormes vantagens no reporting analítico da atividade do escritório, seja em função da produtividade dos profissionais que a integram ou da rentabilidade dos diversos assuntos em curso. O dataLEX procura identificar os pontos críticos em que a tecnologia pode ajudar os advogados, em todo o tipo de práticas e fornecer soluções integradas que consigam dar resposta às mesmas. Como é que a mesma permite a gestão diária de clientes? Mais do que um sistema através do qual o advogado pode registar clientes, gerir assuntos, eventos, tarefas e documentos, o objetivo do dataLEX é assegurar a gestão de todas as realidades jurídicas de um escritório e que, sobretudo, consiga articular toda esta informação de modo a diminuir o tempo na realização de tarefas de natureza administrativa, que embora sejam necessárias e críticas para o escritório, impõem um consumo de tempo muito significativo para todos os intervenientes. O percurso consolidado em criar soluções de negócio, por parte do DataLEX, resultou da sistemática procura pela inovação? Sim, o dataLEX é um software que se encontra em constante evolução. Estamos a lançar muitos
de contingências que afetem a infraestrutura física do escritório e integração com outras aplicações são outras vantagens que se podem destacar da forma como o dataLEX foi concebido.
FILIPE DA COSTA FONSECA
updates com novas funcionalidades e o nosso roadmap de desenvolvimento anda normalmente um ano e meio à nossa frente. Temos um planeamento de novas ferramentas que são resultado do nosso trabalho de I&D que tem como objetivo, perceber onde podemos introduzir novos pontos de transformação tecnológica no trabalho dos advogados. O feedback dos nossos clientes, que frequentemente identificam pontos de melhoria continua, é também muito importante para nós. O DataLEX funciona em todos os sistemas operativos e browsers modernos sem necessidade de instalação de software adicional. Destaque as principais caraterísticas e funcionalidades que tornam esta aplicação numa constante inovação para a atividade jurídica. Sendo um software web, o dataLEX não se encontra dependente de nenhum sistema operativo e funciona em qualquer browser moderno. As vantagens da tecnologia cloud e da virtualização são inúmeras e muito significativas, visto que nos possibilita oferecer um produto mais flexível e escalável e prestar, de forma imediata, suporte técnico e atualizações sem necessidade de deslocações ao cliente, com todos os custos que isso acarreta. A acessibilidade da informação de qualquer lugar, a salvaguarda de dados em caso de perda resultante
Estamos inseridos num mundo mais global, mais digital, mais célere onde surge a necessidade da transformação dos negócios para o mundo digital. De que forma é que ajudam os vossos clientes a “transformarem”, o seu negócio? A tecnologia tem um papel determinante no exercício da advocacia, independentemente da dimensão e estrutura do escritório onde se exerce a atividade. A utilização de soluções de software que respondam às suas necessidades específicas permitem, entre outras vantagens, promover a produtividade, na perspetiva da gestão dos assuntos, eventos, tarefas e organização documental; eficiência, no apoio à faturação e produção documental; e o controlo do ponto de situação dos assuntos, dos custos e da performance individual e/ou coletiva. Tudo isto torna o advogado mais competitivo num mundo em que a aceleração digital impõe outro tipo de exigências e desafios à profissão. Este produto adapta-se às necessidades do negócio de cada cliente? Sem dúvida. Entendemos que conseguimos dar resposta às necessidades específicas dos nossos clientes, pois optamos por criar um software que foi desenhado e desenvolvido por/para advogados, e não uma solução generalista que apenas se poderia ajustar, entre tantas outras, ao exercício da profissão do advogado. O nosso foco diário é identificar problemas e necessidades dos advogados para podermos desenvolver uma resposta tecnológica para os mesmos. Ainda assim, numa lógica distinta do licenciamento do software, disponibilizamo-nos ainda a promover projetos de desenvolvimento por medida (tailor made) para os nossos clientes que lhes permitam ajustar ainda mais a solução ao modelo de funcionamento interno do escritório. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT
11 NOVEMBRO 2019
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O DataLEX é uma aplicação web que permite gerir todas as atividades do advogado. Estivemos à conversa com Filipe da Costa Fonseca, Managing Partner da Datalex - Legal Tech Solutions, empresa por trás do software.
» CRÉDITO CONSOLIDADO – FINANCIAL LIBERTY EM DESTAQUE
“O CRÉDITO CONSOLIDADO PODE TRAZER VÁRIAS CONTRIBUIÇÕES POSITIVAS PARA A VIDA DOS NOSSOS CLIENTES” VANESSA OLIVEIRA
A Revista Pontos de Vista foi conhecer o universo da Financial Liberty e conversou com Vanessa Oliveira, Sócia Gerente do grupo e que nos deu a conhecer um pouco mais da dinâmica e crescimento da mesma em prol dos Clientes. A nossa entrevistada é da área de direito e, desde que se lembra, sempre teve a vontade de ajudar outros a resolver os seus problemas, tal como refere. “Desde cedo, ao ingressar na área financeira, fui tendo uma maior noção do impacto que a instabilidade financeira causa no quotidiano de cada indivíduo. Assim que apareceu a oportunidade, surgiu o grupo Financial Liberty, e com este vieram colaboradores com experiência e acima de tudo com muito profissionalismo e espírito de cooperação para com o próximo”. Saiba mais de uma marca de enorme potencial e relevo.
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Financial Liberty, é uma empresa portuguesa na área da mediação de créditos e apoio jurídico, com uma equipa de profissionais com mais de dez anos de experiência. Que resenha é possível fazer acerca do crescimento da mediação de créditos no mercado português? As empresas de intermediação de crédito, têm vindo agora a expressar uma maior notoriedade junto do público, pois o facto de serem regulamentadas pelo Banco de Portugal, permitiu dar uma maior segurança aos Clientes e consequentemente, estas empresas passaram a ter uma maior expressão. Antes da regulamentação do Banco de Portugal, já existiam algumas empresas a atuar nesta área, no entanto a cobrarem valores aos Clientes para analisar os processos quando os Clientes já se encontravam com algumas fragilidades económicas, acabando por não solucionar a situação. Atualmente, empresas como a Financial Liberty, que trabalham para o Cliente, ainda são alvo do estigma deixado por essas empresas, causando alguma desconfiança em alguns Clientes menos informados.
Têm como principal desiderato, a satisfação do Cliente a 100%. Esta preocupação com o Cliente, é um dos valores máximos da empresa? Explique-nos a importância da mesma no mundo dos negócios. Sim, um dos principais valores da Financial Liberty, aliás o primeiro valor, é a satisfação dos Clientes, mas acima de tudo a resolução da sua situação financeira. Inevitavelmente, vamos sempre abordar iliteracia financeira que é elevada, o que leva muitas vezes a que as soluções que apresentamos, nem sempre sejam aquilo que o Cliente traz em mente quando chega até nós. Tentamos sempre fazer um acompanhamento ao Cliente mesmo após resolução da situação que trouxe à Financial Liberty, nos nossos valores é importante este acompanhamento contínuo para que o Cliente consiga reestruturar a sua condição financeira de forma contínua. Lamentavelmente, existem situações onde deixa de ser possível ajudar o Cliente no imediato, nessas alturas tentamos fazer um acompanhamento de reeducação financeira por forma a garantir que venha a ser possível concretizarmos a operação futuramente. Por norma e apesar de ser o nosso core business o
Essa é de facto a nossa maior especialidade, não julgamos os nossos clientes. Acontece a qualquer um, tentamos aproximar-nos do Cliente e perceber o que levou à atual situação. O Cliente vai ser sempre acompanhado pelo mesmo especialista de crédito em todas as fases do processo
Como pode ser descrito o crescimento da empresa num universo competitivo como é o caso do setor da mediação de créditos? O nosso crescimento tem vindo a ser gradual, o facto de existirem outras empresas pode ser importante no mercado, pois cada uma acaba por ter uma especificidade diferente. No nosso caso para além da intermediação de créditos, oferecemos ainda ao Cliente um serviço de acompanhamento personalizado e jurídico não só durante todo o processo, mas também após a concretização do mesmo. Que tipos de procedimentos são necessários ter em conta para a criação de um crédito consolidado? Relativamente ao crédito consolidado, como o próprio nome indica, vamos agregar vários créditos num único, passando a ter apenas uma prestação, num único dia do mês. É necessário que se tenha em atenção que a poupança que os Clientes passam a ter não se reflete apenas na prestação mensal dos créditos, mas também nos seguros, taxas e comissões associados a estes, deixando de existir com esta solução financeira. Quais os tipos de créditos possíveis de consolidar? De uma forma muito generalista, todos os créditos são passíveis de consolidação, no entanto o facto de ser ou não vantajoso deverá analisado casuisticamente. Inclusive se para determinada pessoa foi bom incluir na estrutura de consolidação determinado crédito, não implica que o mesmo se aplique a outro. Devemos analisar se existem ou não garantias associadas, que tipo de garantias e as consequências de as incluir na consolidação. De acordo com a sua experiência, que contribuições mais notórias traz um crédito consolidado? O crédito consolidado, pode trazer várias contribuições positivas para a vida dos nossos Clientes. Como referi logo no início, a vida financeira de cada indivíduo acaba por o afetar muito a todos os níveis, caso exista instabilidade nesse sentido a produtividade no seu local de trabalho reduz, a atenção com os filhos, a vida familiar e social. As pessoas passam parte do dia preocupadas em como vão pagar determinadas contas, até mesmo pequenos gastos do dia a dia como aquisição de produtos higiene. Daí advém uma das principais doenças do século: a depressão e todas as consequências que esta pode trazer. Em algumas situações pode levar mesmo ao desemprego, pois a produtividade é mais reduzida e é o que acontece quando as preocupações financeiras dominam os pensamentos. Daí muitas vezes dizermos: Atinja a sua Liberdade Financeira, porque de facto permite ao Cliente recomeçar e dedicar-se ao que realmente importa. Quais são as vantagens e desvantagens do crédito consolidado? Quanto às desvantagens do crédito consolidado, em algumas situações podemos estar a falar de aumentar o prazo de alguns créditos ou
eventualmente o aumento da taxa de algum crédito. Contudo com a uniformização da taxa, vamos poder verificar que é compensatório. Quanto ao alargamento de prazo, tentamos sempre aconselhar o Cliente a canalizar parte da redução dos valores mensais, para uma poupança e outra parte para fazer amortizações sempre que possível, evitando assim levar a cabo o crédito até ao prazo máximo e desta forma poupar no custo total do crédito. A quem se destina esta opção de crédito? Esta opção de crédito destina-se a todas as pessoas que tenham neste momento mais que um crédito a decorrer, que estejam numa situação já acima das suas possibilidades de pagamento ou que pretendam reduzir os seus encargos mensais. Contrariamente a outras empresas de mercado, solicitamos sempre que nos contactem o quanto antes e não deixem entrar em incumprimento. Caso isso aconteça será mais difícil, mas para nós não existem impossíveis e tentaremos ajudar. Na mediação de crédito de que forma é que é possível fazer um acompanhamento personalizado do Cliente? Essa é de facto a nossa maior especialidade, não julgamos os nossos Clientes. Acontece a qualquer um, tentamos aproximar-nos do Cliente e perceber o que levou à atual situação. O Cliente vai ser sempre acompanhado pelo mesmo especialista de crédito em todas as fases do processo. Para além de tudo isto, encurtamos distâncias e damos preferência ao contato presencial. Em alguma fase do processo é importante para nós que o Cliente saiba que tal como ele, somos pessoas, sentimos e respeitamos. No entanto e porque trabalhamos todo o país inclusive ilhas, nem sempre é possível. Considera que esta é uma solução relativamente eficaz para combater rapidamente o sobre-endividamento? Esta solução é eficaz, mas reforço novamente só irá sortir efeito se existir um aconselhamento e acompanhamento eficazes, de outra forma â mínima contrariedade o Cliente tendencialmente irá novamente reincidir. Estamos sempre cá, caso surja algum imprevisto em conjunto verificaremos a melhor solução, o nosso aconselhamento é permanente, sem custos e sem compromissos.
Existem diversas soluções para cada cliente? Sim tal como referido há pouco, Clientes com situações muito semelhantes, podem não conseguir as mesmas condições, existe sempre algo que os distingue. Para cada Cliente há uma solução diferente, por isso os tratamos de forma singular e personalizada. ▪
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QUAIS AS VANTAGENS DE CONSOLIDAR OS CRÉDITOS ATRAVÉS DA FINANCIAL LIBERTY? Fazer consolidação ou qualquer outro serviço com a Financial Liberty é encontrar uma equipa de especialistas, que para além de profissionais são pessoas e sabem que quem está do outro lado não é o reflexo de um número, é uma pessoa e vai ser tratado como tal. É ter um acompanhamento permanente sempre e em qualquer altura, sem custos nem compromissos, é sempre que precisar usar o telefone, o e-mail ou qualquer outro meio de comunicação e saber que vai estar um profissional à sua disposição e que mesmo sendo uma situação complexa não desiste á primeira dificuldade. Queremos que cada Cliente ATINJA A SUA LIBERDADE FINANCEIRA!
13 NOVEMBRO 2019
crédito consolidado, estas situações, retratam-se em todos os outros créditos que intermediamos, crédito pessoal ou Habitação.
» EUPAGO CONTINUA A INOVAR
AS VANTAGENS DOS PAGAMENTOS POR DÉBITO DIRETO NAS EMPRESAS Sempre na vanguarda, a EuPago tem vindo constantemente a inovar a apresentar novas soluções aos seus clientes. Assim, a marca começou a oferecer um serviço de cobranças por débito direto para empresas portuguesas, particularmente as de menor dimensão. A Revista Pontos de Vista conversou com Telmo Santos e José Veiga, Administradores da EuPago, que nos deram a conhecer as vantagens que esta iniciativa aportará ao universo das empresas em Portugal.
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uito recentemente, a EuPago começou a oferecer um serviço de cobranças por débito direto para empresas portuguesas, particularmente as de menor dimensão. Porquê esta aposta e quais os desideratos da mesma? Foi com satisfação que percebemos que conseguimos fazer parte de um sistema que permitiu a democratização dos meios de pagamento, criando assim um ecossistema onde as pequenas empresas têm ao seu dispor as mesmas ferramentas que as grandes empresas. Deste modo, diminuindo a desigualdade entre empresas, a Eupago ajuda as mesmas acreditando que a melhoria do seu serviço resultará num aumento das vendas. Este é um caso em que ambas as partes beneficiam. Estas empresas são de menor dimensão, logo com menos poder para negociar o custo destas operações com os bancos. Era uma lacuna que existia no sistema financeiro português? A maior lacuna detetada foi, sem dúvida, a automatização do processo e não o custo por si só. Com a chegada da Eupago ao mercado, este processo tornou-se mais ágil e prático. Os nossos clientes conseguem fazer cobranças via Débito Direto sem necessitarem de efetuar login no banco para enviar os ficheiros estruturados. Esta operação é simples e requer poucos passos.
PONTOS DE VISTA
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A EuPago é a segunda fintech portuguesas a entrar em concorrência direta com a banda tradicional, possível a partir do momento em que foi introduzida a transposição da diretiva dos pagamentos, denominada por DSP 2. Quão importante é esta concorrência com a banca e de que forma é que esta medida vem ajudar e apoiar o universo empresarial português? A Eupago não tem como objetivo ser concorrente de nenhuma entidade. A nossa entrada no mercado foca-se em dois aspetos essenciais. Um dos nossos objetivos passa por acrescentar valor aos produtos/serviços já existentes para que o comerciante possa ter acesso a um serviço superior ao seu atual, independentemente de este ser comerciali-
TELMO SANTOS E JOSÉ VEIGA
lar de redução de custos ou também de otimização de processos no seio das empresas? A principal vantagem das cobranças via Débito Direto é o facto da boa cobrança não depender da boa vontade do pagador. O Débito Direto tem influência em diversos fatores, dos quais destaco o menor tempo despendido a cobrar a fatura, a automatização na disponibilização do serviço e o maior controlo sobre a tesouraria. Estes três pontos têm um impacto de grande dimensão na economia das empresas, sobretudo nas de menor dimensão onde se revelam vitais.
zado por bancos ou instituições financeiras. Igualmente importante, é a criação de novas soluções aproveitando as oportunidades apresentadas com o surgimento de novas diretivas. Sermos pioneiros na incorporação DSP2 nos nossos serviços é, sem dúvida, um motivo de orgulho.
Perante esta nova realidade dos débitos diretos, que expectativas aportam ao vosso volume de negócios para 2020? Naturalmente, são apenas projeções, mas esperamos um aumento do volume de negócio em cerca de 5%.
A redução do custo é um dos desideratos da DSP 2, alinhado com outros pilares como inovação financeiras, eficiência e outros. Desta forma, é possível massificar o serviço de débito direto com preços mais competitivos? Se sim, como? Mais importante do que o aparecimento de novas diretivas, é o aparecimento de novas soluções que estimulem o crescimento dos meios de pagamentos. Uma solução como a nossa é uma solução que permite um aumento significativo do serviço: o comerciante deixa de ter a necessidade de enviar os ficheiros de cobrança ao banco, passando a fazer a cobrança num único backoffice, recebendo a comunicação da boa cobrança via e-mail ou webhook, não sendo requisito consultar os ficheiros de confirmação no seu banco. Não vou focar o preço, uma vez que apesar de termos um preço competitivo, não é esse o fator principal para o comerciante. O comerciante procura um bom serviço e a Eupago tem esse serviço.
De futuro, quais são os grandes desafios que se colocam à EuPago e ao sistema financeiro em Portugal? O futuro é agora. Os desafios são-nos colocados diariamente, seja por parte das entidades reguladoras ou por parte dos nossos parceiros e clientes. Relativamente à regulação, com novas diretivas e oportunidades, surgem novas regras. Estas visam um sistema financeiro mais robusto a nível financeiro e dos sistemas de informação que se refletem no planeamento das “pipelines” de desenvolvimento de produtos. O empenho do nosso departamento de Sistemas de Informação resulta no que considero ser um trabalho bastante positivo. O facto de nos vermos como uma empresa de cariz tecnológico, resulta numa imensa vontade em conseguir satisfazer todas as necessidades dos nossos clientes e parceiros. Não estamos alheados da concorrência colocada pelos grandes players internacionais como a Revolut ou o N26. Os efeitos desta concorrência traduzem-se numa contínua evolução do nosso produto. Aproveito, ainda, para informar os leitores, em especial os nossos clientes, que ainda este ano será lançado o nosso novo backoffice com novas funcionalidades. ▪
O débito direto é o segundo meio de pagamento mais utilizado em Portugal, logo a seguir aos cartões. Que vantagens é que o débito direto aporta para as empresas? Estamos somente a fa-
MADEIRA, UM PÓLO DE ATRAÇÃO AO INVESTIMENTO E NEGÓCIOS
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“A MMCL TEM SEMPRE COMO LEMA A SATISFAÇÃO DO SEU CLIENTE” A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Súzel Camacho e Elita Amaral, Diretoras e Consultoras Jurídicas da Madeira Management, uma marca que celebrou este ano três décadas de existência e que é hoje reconhecida local e internacionalmente pela excelência dos seus serviços e dos seus profissionais. Saiba mais.
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De que forma é que a MMCL procura estar atenta a todas as necessidades dos seus clientes e parceiros no sentido de oferecer as melhores soluções e valias em prol da satisfação dos mesmos? A MMCL tem sempre como lema a satisfação do seu cliente e usa todos os meios ao seu alcance para esse fim. Promovemos com regularidade a
sos serviços incluem a constituição e administração de sociedades dentro e fora do CINM, consultoria fiscal e serviços de contabilidade a empresas e clientes individuais e o registo de navios. Dispomos ainda de um serviço co-work, que permite aos nossos clientes ter um local para instalação da sua própria unidade. SÚZEL CAMACHO
ELITA AMARAL
formação da nossa equipa, estamos atentos a todas as exigências da própria regulamentação Portuguesa e Europeia, adaptando a forma como presta os serviços e utilizando as tecnologias mais recentes.
termos de criação de emprego qualificado, promoção de investimentos imobiliários, etc. A MMCL promove o CINM nos mercados internacional e nacional, sendo, por isso um dos veículos da sua promoção e crescimento.
No âmbito da vossa orgânica, qual a importância que é dada às parcerias de domínio internacional? É legítimo afirmas que as mesmas são essenciais para dar a respostas necessárias? O facto de pertencermos a um grupo internacional faz com que estejamos sempre conectadas com outras realidades e tentemos sempre incorporar o que de melhor se faz la fora de forma a garantir as melhores soluções para os nossos clientes. O Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) foi criado e aprovado pela União Europeia para promover o desenvolvimento económico da Madeira. Como é que perpetuam esta ligação, ou seja, que o CINM seja acessível a todos os clientes? Como é que o trabalho desenvolvido pela MMCL beneficia o CINM? Para nós é evidente que o CINM tem promovido o desenvolvimento económico da Madeira, não apenas em termos financeiros, mas também em
É legítimo afirmar que o CINM é o instrumento de trabalho da MMCL? Que lacunas é que ainda identifica no domínio do CINM e que urgem ser alterados? As sociedades licenciadas no CINM e os navios registados no MAR são ainda o principal instrumento de trabalho da MMCL, não obstante termos diversificado a nossa área de actuação, usando a nossa experiência e valências noutras áreas. Apesar de ser um dos regimes mais atractivos da Europa, o CINM poderia e deveria ser melhorada para se tornar mais competitivo em termos internacionais. A questão da exigência de criação de trabalho não faz qualquer sentido nos tempos da tecnologia digital. Que serviços são perpetuados na dinâmica da MMCL e que sejam mais relevantes? A MMCL é composta por uma equipa de profissionais principalmente da área jurídica e contabilística. Os nos-
Da sua experiência, qual o potencial de crescimento da Madeira e sente que estamos a seguir o rumo correto no sentido de atrair mais investimento estrangeiro n o arquipélago? O potencial de crescimento da Madeira e do CINM existe, mas ainda é frágil e por isso tem de ser defendido com veemência. Será por isso que ultimamente ouve se falar muito num regime fiscal próprio da RAM. A experiência adquirida no CINM, aliada a um regime mais consistente, poderia ser uma arma potente, fonte de crescimento e maior riqueza para toda a região. O que precisam de saber todos aqueles que pretendem investir na Madeira e quais os grandes desideratos de futuro por parte da MMCL? Qualquer cliente que pretenda investir na Madeira, precisa de saber, a par das enormes vantagens, que está a lidar com uma jurisdição regulada, com regras para cumprir. Quanto ao futuro, a MMCL vai continuar a estar atenta à evolução, quer do próprio CINM, quer de qualquer potencial de negócio, adaptando a oferta dos seus serviços, tentando acompanhar as novas tecnologias, dando as melhores ferramentas aos seus funcionários, de modo a continuar a prestar o melhor serviço possível aos seus clientes. ▪
15 NOVEMBRO 2019
dificada em 1989, a Madeira Management Cia Lda (MMCL), assume-se como um dos principais players no domínio da região, tendo vindo a marcar um percurso assente na qualidade e credibilidade da sua atuação. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, como é que analisaria a evolução da marca desde a sua génese? A MMCL celebrou este ano 30 anos de existência. Conseguiu acompanhar a evolução do próprio CINM, adaptando os seus serviços a todas as novas realidades entretanto introduzidas e por isso continua a ser reconhecida como um dos principais players do CINM, mantendo a sua reputação de empresa séria que oferece soluções de excelente qualidade a todos os seus clientes. Hoje os serviços da MMCL vão para além do CINM. Foi uma evolução natural, colocar os nossos colaboradores com vasta experiência na área fiscal e de contabilidade, ao serviço da população em geral, de estrangeiros residentes na Madeira e das empresas regionais, sendo os “Vistos Gold” e a Residência Não Habitual outras áreas de actuação. A marca MMCL é hoje reconhecida local e internacionalmente pela excelência dos seus serviços e dos seus profissionais.
» MADEIRA, UM PÓLO DE ATRAÇÃO AO INVESTIMENTO E NEGÓCIOS
ECCO
O BRAÇO EXTENSÍVEL DOS CLIENTES, UM PARCEIRO DE EXCELÊNCIA A Revista Pontos de Vista conversou com Nicolas Veiga França, Partner|Tax Consultant, da Efficient Consulting Corporation (ECCO), onde foram abordados diversos temas, sendo que entre eles esteve a importância da Madeira e do potencial de crescimento da mesma. Fique a perceber a relevância de um parceiro como ECCO que é profundamente conhecedor das valias de investir na Madeira.
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uando é que a Efficient Consulting Corporation (ECCO) foi edificado e de que forma é que a mesma tem vindo a calcorrear um percurso que assuma uma dinâmica no sentido de se afirmar como um parceiro de excelência a todos aqueles que buscam os serviços da marca? A ideia de constituir uma nova empresa que fosse contribuir para o crescimento do CINM nasce em meados de 2013, e já em finais de setembro desse mesmo ano ganha nome, ECCO. O meu pai atual sócio da ECCO na altura trabalhava para uma empresa com quem até então colaborávamos, hoje em dia nossa concorrente, e antes disso durante mais de uma década contribuiu para a própria criação e desenvolvimento do regime em si, como diretor delegado da SDM (concessionária da ZFM). Foi nessa altura que nos desafiou, a mim e ao meu então sócio, a ideia consistia em angariar clientes para a dita sociedade de que o meu pai era sócio e onde trabalhava. No final de dois anos, já o meu pai estando disponível a tempo inteiro, lança novo repto para que a ECCO deixasse de ser uma mera correspondente de outra “Management” e passasse ela própria a sê-lo. Por forma a garantir um serviço premium, exigência de qualquer empresário que se prese, procuramos logo firmar uma parceria na área jurídica com uma sociedade que pelo seu percurso trouxesse confiança no nosso processo de trabalho e assinámos um protocolo de cooperação com a SRS advogados. Para além disso, acordámos uma parceria com duas empresas de contabilidade na Madeira que já operavam no mercado interno, desafiando-as para trabalharem com empresas internacionais. Em inícios de 2016, adquirimos perante a SDM o estatuto de “Management”, eramos então a mais jovem empresa a promover e atrair investimento para a Madeira, com a ferramenta CINM. Que serviços são perpetuados na dinâmica da ECCO que sejam mais relevantes? Qual o nível de apoio prestado pela marca aos vossos parceiros? A ECCO, procura ser o braço extensível dos clientes que escrutina e consegue atrair. Trata da constituição da sociedade e disponibiliza serviços administrativos e de contabilidade. Numa primeira fase, entabula e desenvolve
das empresas portuguesas que pretendem expandir as suas vendas para o estrangeiro, internacionalizar o seu produto ou serviço fará sentido que procurem melhor eficácia económica e fiscal para alavancar o investimento que possam fazer nesses mercados, justifica uma empresa licenciada para operar na ZFM. No entanto, a ECCO não faz propriamente uma distinção criteriosa em ajudar somente os investidores portugueses, também estrangeiros a internacionalizarem os seus negócios não só para os PALOP e o Brasil, como para o resto do mundo. Em qualquer circunstância a ECCO explicará que vantagens de diversa natureza existem e pode aquele produtor ter em montar uma estrutura na Madeira que vai ser responsável pelo trading ou pelo procurement da empresa. O CINM - Centro Internacional de Negócios da Madeira, também apelidado de Zona Franca NICOLAS VEIGA FRANÇA da Madeira, é um dos A confiança, o dois principais instrumentos responsáveis profissionalismo pelo desenvolvimencontactos com os e a oportunidade vão definir consultores e advoto económico do com que o cliente decida ou não arquipélago. Como gados que identifiinvestir na Madeira, é que a ECCO tamca nos vários mero fator segurança é também cados, após uma bém promove essa abordado, o clima, as ligações pré-seleção desses dinâmica no sentiaéreas, a estabilidade profissionais de condo de atrair mais e política e legislativa, novos investimentos fiança nos seus mertudo conta para a Madeira? cados preferenciais que O CINM é neste momena conduzirão aos seus potenciais clientes, tenta to a segunda atividade expor-lhes as vantagens do económica mais importante CINM, do Registo MAR, do Golden e com expressão na economia da Visa Português e do estatuto de Residenregião, os dados são públicos. Se considetes Não Habituais em vigor no nosso país. Da rarmos que a ZFM foi sempre vista como o nossa abordagem pode ou não nascer interespatinho feio até mesmo pelo Governo central, a promoção negativa sem razão que vai sendo se, se sim tentamos sempre garantir assertivifeita ao CINM, podemos tentar imaginar qual o dade e damos resposta em tempo útil. verdadeiro potencial desta ferramenta. A ECCO sendo uma das Managements, acompanha a Um dos vossos desideratos principais passa concessionária nas suas viagens de promopor reestruturar negócios ou investimentos internacionais para os PALOP e Brasil. Como ção e assim também promove o CINM e logo o perpetuam e como é que essa dinâmica investimentos para a Madeira. Há também e orgânica é essencial para que os vossos missões internas da nossa empresa. Usamos clientes possam tomar uma decisão eficientodas as ferramentas ao nosso alcance, o conte e apropriada? tacto de email é o mais usual. São mercados atrativos pela identidade e A confiança, o profissionalismo e a oportuniproximidade culturais com o nosso país e a dade vão definir com que o cliente decida ou língua comum faz parte. No ponto de vista não investir na Madeira, o fator segurança é
O apoio ao CINM é incontornável, sentimos muita resistência do poder central e da CE quiçá por desconhecimento ou ignorância da nossa realidade insular e ultraperiférica. Recordo que a nossa constituição como a europeia apregoam a integração e a necessidade de garantir-se a continuidade territorial de todos os cidadãos da UE…
A ECCO é também um player relevante ao nível do apoio e assistência a indivíduos extraeuropeus de elevado nível de rendimentos com vista à obtenção do golden visa em Portugal. Este «público alvo» é essencial para o crescimento do volume de negócios na Madeira? É importante, embora não essencial, para um determinado perfil do nosso publico alvo proveniente de países extraeuropeus com elevado nível de rendimentos, não só porque para eles pode ser primordial conseguirem com o referido visto acederem sem restrições ao nosso país onde terão investido em empresas internacionais no âmbito do CINM, como a todos os mercados do espaço europeu Schengen. Isto abre-lhes o leque de oportunidades de onde investir para além de no nosso país, estando conscientes que a nível comercial a UE é na generalidade o maior mercado a nível mundial. Consideramos que um indivíduo que tem capacidade financeira para cumprir com um dos requisitos que lhe valida a obtenção deste visto, é também um potencial empreendedor, porque não através da Madeira e do CINM?
Na sua opinião, qual o verdadeiro potencial de crescimento da Madeira? Sente que ainda existem obstáculos que urgem ser ultrapassados? Existem características que são transversais a qualquer região que se encontre isolada dos centros económicos. Resulta que os volumes de negócios das empresas que vendem para o mercado interno e escasso da ilha da Madeira sejam bem inferiores a outras realidades quando comparadas a empresas do continente Português. Isto é, o espaço territorial não aumenta, a concorrência interna existe, é preciso criar postos de trabalho e condições para que estes se mantenham, o que temos de fazer? De modo geral, criar condições para que a distância entre a Ilha e continente sejam mitigadas, o que passa por melhorar as infraestruturas marítimas e aéreas, reduzir os custos de contexto, de produção local e de transporte dos produtos regionais, criar condições para que exista um apoio sério ao alargamento dos mercados das empresas regionais, à sua internacionalização alargando assim o potencial de clientes e atrair novos investidores. O apoio ao CINM é incontornável, sentimos muita resistência do poder central e da CE quiçá por desconhecimento ou
ignorância da nossa realidade insular e ultraperiférica. Recordo que a nossa constituição como a europeia apregoam a integração e a necessidade de garantir-se a continuidade territorial de todos os cidadãos da UE… O que precisam de saber todos aqueles que pretendem investir na Madeira e quais os grandes desafios que se colocam à ECCO para o futuro próximo? Que a Madeira cumpre e faz parte da jurisdição portuguesa, é também por isso parte do espaço comunitário Europeu. Beneficia de todos os acordos e tratados assinados entre Portugal e os respetivos países e para além disso apresenta um regime fiscal próprio quando desenvolvida uma atividade a nível internacional, o CINM. A ilha é cosmopolita, nela se falam variados idiomas, possui uma beleza natural ímpar e um povo afável e acolhedor. Possui uma universidade local e uma atmosfera de negócios e de lazer impressionante. O clima é temperado marítimo, daí que por norma a temperatura seja moderada o ano inteiro. De salientar que no Funchal estamos a cinco minutos de tudo, de casa, do escritório e um mergulho no Mar a qualquer altura do ano. ▪
17 NOVEMBRO 2019
também abordado, o clima, as ligações aéreas, a estabilidade política e legislativa, tudo conta.
» MADEIRA, UM PÓLO DE ATRAÇÃO AO INVESTIMENTO E NEGÓCIOS
MADEIRA COMO PLATAFORMA PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO Tânia Castro é a Diretora da TPMC, localizada na ilha da Madeira. Uma empresa que contribui, através das áreas de contabilidade, jurídica e fiscal, para que o arquipélago se torne um Pólo de atração ao investimento e negócios. Saiba mais.
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e que forma é que se concentram no cliente e nas suas necessidades, sejam elas de expansão do negócio, fiscais, administrativos ou legais? Permita-me apenas salientar que a nossa empresa, sendo uma Management CompanyEstatuto reconhecido pela SDM e Governo Regional – tem vários sectores operacionais de apoio a clientes e investidores nacionais e internacionais. São estas as razões que nos levam a acreditar sermos uma mais valia no apoio a possíveis investidores nacionais, que queiram utilizar a Madeira como plataforma para a Internacionalização e a investidores estrangeiros, que queiram penetrar no mercado europeu e mundial, via Portugal. A TPMc, já existe no mercado regional há 20 anos. É membro da ACIF - Associação comercial e Industrial do Funchal e Presidente da Mesa do CINM (Centro Internacional de Negócios da Madeira); é membro ainda da APCINM - Associação dos Profissionais do Centro Internacional de Negócios da Madeira; e está inserida na lista de Managements reconhecidas e certificadas da SDM – Sociedade de Desenvolvimento da Madeira. Somos uma das únicas Management na Madeira com a totalidade do Capital detida por Portugueses e anualmente envidamos várias ações promocionais em parceria com a SDM, adicionalmente às individuais que realizamos. Em 2019 confirmámos o nosso foco em Lisboa, Porto, Londres, França e África do Sul.
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É uma empresa 100% portuguesa, uma vez que o capital é atualmente detido a 100% por madeirenses. Como é que esta característica pode ser uma mais valia? Faz-nos perceber melhor as dificuldades diárias dos nossos clientes, sejam eles Portugueses, estrangeiros, residentes ou não. Os verdadeiros desafios duma empresa estão na gestão diária da mesma, no suprir dificuldades, e encontrar soluções. Foi pensando nisso que adicionámos vários sectores à nossa estrutura, criando o Departamento de Recrutamento e o de Informática.
de consultoria em Lisboa, no Porto e na Madeira. Ninguém consegue saber tudo! Mas dois conseguem saber mais!
TÂNIA CASTRO
De que forma é que a entidade apoia investidores nacionais que pretendam integrar mercados estrangeiros, mas também cativar o investimento internacional para Portugal e, nomeadamente, para a ilha da Madeira? Neste momento estou a fazer viagens quinzenais a Lisboa. Por duas razões essenciais: prestar um apoio mais direto no mercado nacional a investidores estrangeiros; e prestar o mesmo apoio aos investidores portugueses que estão a procurar novos mercados; A TPMC, ao longo dos últimos 20 anos criou uma rede de contactos, atrevo-me a dizer, nos principais centros de negócios mundiais- para assim podermos ajudar os clientes a encontrarem soluções articuladas internacionais, que sejam mais eficientes. Adicionalmente, durante todo o ano participo em conferências como oradora, em Londres - com a UK Chamber, em Portugal com a Câmara de Comércio Francesa, com a SDM em mercados internacionais e qualquer entidade reconhecida que pretenda levar a Madeira e Portugal ao Mundo. Considera que é fundamental a existência de empresas que fazem interligação entre o mercado nacional e o estrangeiro e que tentem servir de elo de ligação entre os países? Com toda a certeza. E a prova disso e da eficiência da ligação está no numero cada vez maior de consultores que estão a abrir escritórios
Acredita que é necessário haver um conhecimento profundo sobre as questões fiscais nacionais e internacionais, uma vez que, caminhamos para uma harmonização fiscal global? Sem dúvida! Sem conhecimento e constante estudo e atualização não é possível aconselhar, pois é necessário um conhecimento profundo do sistema e da harmonia fiscal global. Todos os países estão relacionados, seja pela interpretação fiscal dos mesmos, pela atitude da AT em cada um deles, pelas politicas e objetivos comuns, ou mesmos pelas diferenças. E mesmo com uma constante atualização, é preciso recorrermos a vários parceiros para podermos verificar as atualizações. A fiscalidade e a interpretação da mesma, muda diariamente no mundo. Considera que Portugal continental e Madeira têm condições quer fiscais, quer legislativas que ajudam à internacionalização dos investidores portugueses? Sim. A Madeira, especificamente, tem um dos regimes fiscais mais atrativos da Europa neste momento, e com os custos associados mais baixos. Prova disso é que, cada vez mais portugueses pensam na Madeira como plataforma de Internacionalização. Portugal tem o estatuto de residente não habitual, os diversos vistos de investimento, os sistemas de crédito de imposto e os Tratados de Dupla Tributação, entre outras ferramentas. Acabámos de assinar e ser ratificado com Angola o que é uma ótima notícia. É neste sentido que a TPMC assume novamente um papel importante, ao ajudar a encontrar as melhores soluções fiscais, logísticas e na procura de parceiros? A TPMC assume o papel que o cliente necessita que assuma – as necessidades dos nossos clientes são as nossas. O nosso objetivo é, e será sempre servir o cliente e suprir as suas necessidades. É para isso que trabalhamos todos os dias. ▪
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VENTASK: UMA SOLUÇÃO 360º Nuno Margarido é o Diretor Geral da Ventask, uma empresa de outsourcing comercial e que oferece ao seu cliente uma solução de 360o ao nível de canais remotos, com outbound, inbound, chat, ou ao nível do retalho.
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m quê que assenta o vosso fator de diferenciação? O que diferencia a Ventask dos demais no mercado? Na Ventask oferecemos ao nosso cliente uma perspetiva omnicanal, não só via canais remotos, mas também com uma presença forte no retalho. Não é, ainda, comum uma empresa presentear todas essas valências e isso é o que nos diferencia no mercado. É possível, por exemplo, implementar produtos/marcas com elementos totalmente novos ou naturalmente com uma necessidade de manifestação no mercado com um único parceiro. A nossa ação será desenvolvida de forma personalizada, e, só assim, será possível atender às necessidades específicas de cada negócio na medida em que, estamos conectados a diferentes mecanismos, presente em diferentes plataformas e espaços e que, por isso, iremos oferecer diversos estímulos, a todo o momento, ao cliente final. De que forma é que a Ventask presta um serviço de excelência aos seus parceiros no que toca à promoção da interação com os clientes? As inúmeras formas de abordagem ao cliente, a igualdade entre os produtos e o avanço nos direitos do consumidor tornaram as relações de compra e venda muito mais dinâmicas e interpessoais. As empresas/marcas disputam pela preferência de um mesmo cliente e por isso mesmo, a qualidade no atendimento tornou-se fundamental. Vivemos a era do relacionamento. Especialmente no que diz respeito ao atendimento ao cliente, seja de forma passiva ou ativa, os nossos profissionais estão habilitados com diversas formações técnicas e comportamentais, pois cada ocasião de interação com um cliente é um momento decisivo. O cliente adquire o produto ou serviço por razões maioritariamente emocionais, por sentirem os seus desejos, opiniões e gostos respeitados. Desta forma, a aposta formativa e acompanhamento pessoal da equipa comercial elevam as relações negociais e humanas, ampliando e consolidando a excelência que a Ventask promove: qualidade total no atendimento.
Para além destes, que outros tipos de serviços é que têm? Frequentemente, as necessidades dos nossos parceiros abrangem outras áreas e serviços como, gestão de cobranças, tratamento de dados, recolha e qualificação de leads, soluções integrais de BackOffice, e-mail e pesquisas de mercado. Adicionalmente, estamos certificados pelo Banco de Portugal para prestarmos serviços de intermediação de crédito, onde podemos prestar parcerias às empresas que atuam no setor bancário ou instituições de crédito. Como é que ajudam as empresas a desenvolver um novo patamar de excelência através da criação de serviços de contact center? O Contact Center é a ponte direta entre a empresa e o consumidor, seja para esclarecer dúvidas, apoio à venda ou resolver problemas. Assim sendo, uma boa comunicação com o cliente é uma parte fundamental para o sucesso da marca. De facto, uma comunicação clara, profissional e sem limitações de horário, permite uma maior satisfação do proponente angariado e é essencial para a retenção do cliente. É evidente que o Contact Center é uma excelente ferramenta para as empresas que pretendem reforçar a sua identidade no mercado como uma instituição que coloca, em primeiro lugar, o cliente. Considero que é importante reforçar que a oferta de um serviço de apoio a clientes profissionais já não é algo só de grandes empresas. Na Ventask, conseguimos oferecer um serviço competitivo e de qualidade. Sinergia é
isso mesmo, uma relação de cooperação para um bem comum: sucesso de ambas partes. De que forma promovem a marca das empresas clientes a estar mais perto dos consumidores e de garantir uma abordagem mais humanizada? Em tempos de constante automação de tarefas, a importância na forma de contato e de prestação de serviços ao público alvo elevou-se. A comunicação e interação não é um procedimento, mas sim uma nova cultura organizacional a fim de, satisfazer as necessidades identificadas pelo cliente, na avaliação da marca. Para ser eficiente, ela deve ser seguida e gerida por parceiros e representantes que desejam crescer, com foco na qualidade e nas expectativas do consumidor. Na Ventask, reunimos uma equipa com uma experiência sólida e especializada na agregação de valor ao cliente, através da criação de uma memória afetiva da empresa/marca. O diálogo e acompanhamento dos nossos clientes (consumidor final)
são prioritários, para que seja possível garantir um atendimento humanizado eficiente. Contamos com um bom software de gestão, que nos ajuda nesse processo, reunindo dados e produzindo relatórios com as informações importantes, para serem usadas no relacionamento com eles. A Ventask está preparada para responder aos mais exigentes desafios apresentados por empresas de diversos segmentos de mercado? Sim. Estou certo de que a Ventask é o parceiro que vai de encontro às soluções de potencialização e eficiência dos recurso e vendas. Garantimos confiança e a capacidade de gestão, aliada a uma representação de alta qualidade. É criteriosa a nossa aposta na formação contínua dos recursos humanos, por forma a garantir o nosso maior compromisso: a qualidade no tratamento dos clientes, consumidores e questões regulatórias. Relativamente ao nível tecnológico, estamos em constante transformação e para isso, contamos com parcerias robustas para entregar soluções top quality. ▪
19 NOVEMBRO 2019
NUNO MARGARIDO
A vossa polivalência permite-vos atuar em diferentes frentes: Business to Business ou Business to Consumer; Inbound, Outbound e Gestão Presencial. Em que consiste cada um destes serviços? O lema transversal a todos os canais consiste em demonstrar aos clientes que eles são importantes e bem-vindos. Não existe uma forma padrão para atender aos clientes B2C e B2B. Cada atendimento é único e, portanto, diferente. Não obstante, existem ferramentas de vendas que são adotadas e direcionadas para o perfil que vamos captar. No B2B, a nossa colaboração incide na potencialização das agendas dos seus comercias, convites para eventos ou apoio aos seus fornecedores. No B2C temos soluções integrais que passam desde o apoio/suporte a cliente por diversos canais como telefone, chat, e-mail, redes sociais ou presencial na gestão do ponto de atendimento.
» MOBILIDADE EM PORTUGAL
LINDE PORTUGAL MOBILIDADE A HIDROGÉNIO (H2)
PONTOS DE VISTA
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Quais são as principais vantagens da Mobilidade a Hidrogénio? Estamos mais perto dessa realidade? Que impacto terá a mesma? A Revista Pontos de Vista conversou com Manuel Carvalho, Engenheiro de Aplicações de Gases nas áreas de Química, Energia e Ambiente da Linde Portugal, que nos elucidou claramente sobre esta vertente, lembrando o que a Linde tem vindo a perpetuar por esta realidade da mobilidade a hidrogénio.
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ssumidamente um player de enorme reconhecimento, a Linde Portugal produz e comercializa gases industriais, medicinais e farmacêuticos, oferecendo tecnologia de gases e soluções inovadoras em todas as indústrias e áreas de cuidados de saúde. Assim, de que forma analisa a vossa presença no mercado durante estes anos e quais as mais valias que aportam ao mesmo? Desde que a Linde adquiriu a Sogás, 1987, que a empresa tem vindo a crescer em termos geográficos e volume de negócio. A Linde trouxe ao mercado português uma abordagem eminentemente técnica com base nas sólidas e inovadoras tecnologias alemãs. De que forma é que a Linde Portugal, no domínio da mobilidade, tem perpetuado uma
dinâmica inovadora com soluções que façam a diferença? A Linde cobre toda a cadeia de valor do H2, desde a produção às operações de abastecimento e infraestruturas (produção, armazenamento, tratamento e distribuição e estações de abastecimento). Em 2004 participámos no projeto CUTE, nos autocarros movidos a H2 no Porto, e desde então temos investido no desenvolvimento de soluções para a mobilidade a H2, com particular enfoque nas estações de enchimento rápido. É legítimo afirmar que esta atitude da marca no âmbito da mobilidade, perpetua uma dinâmica de responsabilidade ambiental da mesma? A Linde tem um papel fundamental na responsabilidade ambiental global e ajudamos os nossos clientes a melhorar as suas práticas ambientais e
a reduzirem a pegada carbónica, por isso investimos em tecnologias que reduzem o consumo de recursos naturais e utilizam combustíveis alternativos, investindo num futuro sustentável com o objetivo final de uma mobilidade de emissão zero. Ao mesmo tempo, estamos comprometidos em minimizar a nossa própria intensidade de recursos ambientais, incluindo a energia, água e resíduos. Em Portugal a Linde tem duas áreas de negócio. Quais os objetivos e de que tipo de recursos é que estamos a falar e em que sentido é que se tornam inovadores para os vossos clientes? A Marca Linde está presente em Portugal com duas empresas que se dedicam a áreas de negócio distintas, a Linde Portugal, atividade industrial e hospitalar, e a Linde Saúde, prestação de cuidados de saúde ao domicílio.
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“O H ESTÁ NOVAMENTE A SER CONSIDERADO COMO UMA APOSTA DE ALTERNATIVA AOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E À ELETRICIDADE E O NOSSO KNOW-HOW DÁ-NOS TRANQUILIDADE QUANTO À SEGURANÇA E FIABILIDADE DAS SOLUÇÕES E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO SECTOR DA MOBILIDADE. A LINDE TEM MAIS DE 90 ESTAÇÕES DE ENCHIMENTO RÁPIDO A FUNCIONAR EM TODO O MUNDO, TENDO JÁ REALIZADO MAIS DE 1 MILHÃO DE ENCHIMENTOS EM AUTOCARROS, BARCOS, CAMIÕES, CARROS E SUBMARINOS” 2
viável, ela abrirá oportunidades de mobilidade regenerativas e sustentáveis. Atualmente é a solução mais promissora e que gera menos impacto no ambiente. Globalmente estamos numa fase inicial do processo, mas num cenário de consumo já elevado, por exemplo, se uma estação de enchimento abastecer 100 carros por dia com uma fonte de H2 a menos de 150 km, consegue-se atingir um preço de H2 igual ou inferior ao dos combustíveis fósseis, sem recurso a qualquer tipo de subsídio. O que é necessário é começar a criar a rede de distribuição. De que forma é que a Linde Portugal tem contribuído nos últimos anos com importantes avanços tecnológicos que aumentam os níveis de desempenho ambiental na produção, armazenamento e consumo? A nível de desempenho ambiental temos
contribuído para a implementação dos vários tipos de normas nesta área melhorando o desempenho do sector. A nível da cadeia de valor dos gases industriais, temos investido em novas unidades de produção mais eficientes, e junto dos nossos subcontratados, em particular na distribuição de gases, colaborando com eles para reduzir o impacto das suas atividades. No domínio da mobilidade, quais são os principais desideratos para o futuro? A Linde pretende aumentar a eficiência ao longo de toda a cadeia de valor do H2. Queremos proporcionar opções para a máxima redução da pegada carbónica e oferecer ao mercado a solução ótima “produtor ao consumidor” para fornecimento de H2 com base nos requisitos dos clientes e circunstâncias locais. ▪
Face à era digital e ao mundo conectado em que vivemos, queremos continuar a acompanhar as necessidades dos nossos clientes assim como inovar, exemplo disso são os canais digitais que temos vindo a desenvolver e que permitem uma comunicação direta e bidirecional com os nossos clientes. Nos últimos anos temos desenvolvido a tecnologia associada às garrafas de aço convencionais e neste momento conseguimos oferecer ao mercado garrafas com ecrã digital onde, por exemplo, é indicado o volume de gás que se encontra dentro de cada garrafa. Adaptámos válvulas integradas a vários modelos que tornaram possível uma fácil utilização por parte dos clientes e adicionámos códigos de barras que permitiram a realização de uma gestão de stocks mais eficiente. A nossa inovação passa também pela área dos serviços, na criação e desenvolvimento de equipas focadas em melhorias contínuas de processos.
Considera que o H2 tem potencial para criar uma cadeia de valor energética sustentável? Em décadas de pesquisa, desenvolvimento e testes efetuados pela Linde e pelos seus parceiros concluiu-se que a tecnologia do H2 não é apenas
21 NOVEMBRO 2019
A Linde tem vindo a ser pioneira na implementação do H2 como gás industrial há mais de cem anos numa vasta gama de aplicações. Considera que esta é uma resposta promissora relativamente ao facto de a sociedade enfrentar o desafio de encontrar uma fonte de combustível viável para o setor dos transportes/mobilidade rodoviária em particular? É verdade, a produção, distribuição, armazenamento e uso em aplicações industriais do H2 é algo que faz parte do nosso dia-a-dia. Seja no sector químico, alimentar, do vidro ou da metalurgia, temos soluções para as várias necessidades dos nossos clientes. O H2 está novamente a ser considerado como uma aposta de alternativa aos combustíveis fósseis e à eletricidade e o nosso know-how dá-nos tranquilidade quanto à segurança e fiabilidade das soluções e equipamentos utilizados no sector da mobilidade. A Linde tem mais de 90 estações de enchimento rápido a funcionar em todo o mundo, tendo já realizado mais de 1 milhão de enchimentos em autocarros, barcos, camiões, carros e submarinos.
» INOVAÇÃO EM PORTUGAL OPINIÃO DE CÍNTIA COSTA, MARKETING E COMUNICAÇÃO DO LISPOLIS E DE PEDRO REBORDÃO, DIRETOR DE PROMOÇÃO E INOVAÇÃO DO LISPOLIS
INOVAÇÃO MADE IN PORTUGAL Portugal está na moda e são muitas as empresas de inovação estrangeiras que se fixam por todo o país, à procura de talento e de boas condições para os seus colaboradores. Contudo, muitas são também as empresas de origem 100% portuguesa que contribuem para que o tecido empresarial do país seja cada vez mais composto por ideias tecnológicas, inovadoras e escaláveis.
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o nosso dia-a-dia, os termos startup, tecnologia e ecossistema empreendedor são comuns. Contudo, há já muito tempo que se aposta em inovação em Portugal e são inúmeras as empresas de média e grande dimensão que apostam em departamentos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para garantir que continuam na linha da frente nos seus setores de atividade. No LISPOLIS, vemos essa aposta dar frutos todos os dias, com a criação de novas soluções em várias áreas de negócio. As empresas instaladas, sejam microempresas, startups, PMEs ou mesmo multinacionais, têm como fator diferenciador a capacidade de se adaptarem às novas realidades e utilizarem as tecnologias a seu favor, resolvendo problemas reais e oferecendo soluções eficazes. A InoDev, consultora de inovação cujo foco é ajudar as empresas a despoletar e gerir a inovação, de modo a adquirirem um posicionamento estratégico diferenciador, maximizando os resultados e a rentabilidade global, tem testemunhado o avanço da inovação em Portugal. “É visível, nos últimos anos, a crescente consciencialização das PMEs para o conceito da inovação (e da sua distinção do conceito de invenção) e da sua importância no sucesso nas empresas”, explica Telma Batista, consultora na
InoDev. Refere ainda que, comparando com o panorama europeu, Portugal atingiu o melhor lugar de sempre no Ranking Europeu de Inovação e lidera agora o grupo dos países ‘moderadamente inovadores’. “O nosso país destacou-se da média europeia em fatores como o número de estudantes internacionais de doutoramento, o registo de marcas comunitárias, a inovação não tecnológica, as inovações das empresas em produtos/processos e o nascimento de novas empresas. Isto mostra o crescente dinamismo da economia portuguesa na área da inovação”, acrescenta, indicando as Tecnologias de Informação e Comunicações, Saúde, Tecnologias de Produção, Indústrias de Produto, Tecnologias de Produção e Indústrias de Processo como principais setores onde se inova em Portugal. A APOSTA NA ROBÓTICA A área da robótica tem sido uma das que mais destaque ganhou nos últimos anos. Contudo, há uma empresa que já existe há quase 20 anos e que continua a dar cartas na robótica: a ID Mind. Instalada no LISPOLIS desde 2000, esta empresa spin-off do Instituto Superior Técnico tem desenvolvido vários projetos em diferentes áreas, como no Edutainment com o robô Viva instalado no Centro de Ciência Viva / Pavilhão
do Conhecimento, ou no Turismo, com o FROG (Fun Robotic Outdoor Guide) que já esteve patente no Terreiro do Paço. Trabalha ainda a área de serviço de acolhimento, com o robô LINK que indica o caminho aos visitantes do Banco Bradesco, no Brasil, e a área social, com o SocialRobot que pretende acompanhar e socializar com os idosos em lares, na Holanda. Esta empresa inovadora desenvolve projetos para vários países, quer europeus quer extracomunitários, criando inclusivamente parcerias e consórcios com outras empresas para poder chegar mais longe com os seus produtos. IMPACTO NA ÁREA SOCIAL O impacto na área social sempre foi um dos principais objetivos do desenvolvimento tecnológico. Resolver problemas do dia-a-dia dos humanos é um dos grandes motivos que leva equipas e empresas a apostar em novas soluções criativas. É o que acontece no caso da mobilidade reduzida, que cada vez mais tem soluções criativas para apoiar as pessoas com dificuldades motoras a terem uma vida com mais acessibilidade. O desenvolvimento da tecnologia vem dar um grande impulso à vontade de criar mais condições para que a mobilidade seja um direito de todos.
O DESAFIO NO SETOR DA SAÚDE A par de uma preocupação com o setor social da sociedade, existe uma preocupação crescente com a Saúde. Contudo, inovar numa área tão conservadora como a Saúde não é fácil. A Delox, startup spin-off de um projeto académico na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, veio provar que não é impossível. Aliando o estudo químico com a vontade de empreender, nasceu
esta empresa que irá comercializar aparelhos de descontaminação biológica para qualquer local com necessidade de condições sanitárias de excelência, como hospitais de campanha, blocos de cirurgia ou mesmo em centros de produção de fármacos. Para desenvolver a sua ideia, os empreendedores da Delox contaram com o apoio do programa StartUP Voucher, uma medida no âmbito da estratégia StartUP Portugal que tem como objetivo oferecer aos jovens portugueses uma bolsa mensal e prémios de avaliação intermédia para que possam verificar a viabilidade da sua ideia durante um ano. Mais recentemente, foram alvo de investimento de 300 mil euros pela Caixa Capital e Hovione Capital, e também conseguiram apoio da European Space Agency Business Incubation Center Portugal. Atualmente, a empresa está a finalizar o protótipo do seu produto, que irá começar a ser comercializado em 2021. Também a CRIAM Tech decidiu apostar num novo dispositivo médico: desenvolveu um dispositivo médico automático e portátil para análises sanguíneas passível de identificar o tipo e subtipo sanguíneo em três minutos. A CRIAM é a primeira solução no mercado de Point-of-Care que é portátil e automática. É mais rápida do que a concorrência, é móvel, é menos onerosa e permite a melhor gestão do inventário de O- em termos de sangue. A CRIAM foi um projeto académico que surgiu na Universidade do Minho através da investigadora e cofundadora, Ana Ferraz, que baseou o seu doutoramento neste produto. Ganhou o primeiro prémio da Microsoft Imagine Cup a nível mundial e, mais recentemente, o prémio para a área de healthcare da terceira edição do concurso Protechting, promovido pela Fidelidade e Fosun em parceria com a Beta-i. DESCOMPLICAR É PALAVRA-CHAVE Olhar para um problema de maneira diferente pode ser o ponto de partida para desmistificar a sua complexidade e encontrar uma solução mais simples. A Six-Factor, empresa tecnológica instalada no LISPOLIS desde 2017, aproveitou um sistema já existente, de cacifos de entrega em espaços comuns, e simplificou a sua utilização, através de uma camada de segurança digital adicional que permite responder ao desafio da ineficiência na entrega bem-sucedida ao cliente final. Os Smart Digital Lockers são armários digitais inteligentes que ofere-
A COMUNIDADE LISPOLIS É COMPOSTA POR MAIS DE 125 EMPRESAS INOVADORAS
cem o mais alto nível de segurança de cacifos aliados a uma estética e robustez dos equipamentos, sem esquecer a funcionalidade e usabilidade adaptada aos utilizadores. Considerando que a vida urbana é cada vez mais rápida e movimentada, oferecer ao consumidor a opção de escolha do local onde recebe as encomendas aumenta a eficiência do serviço e satisfação do cliente. Estes cacifos fazem uso das tecnologias Blockchain e Inteligência Artificial para garantir a idoneidade e segurança do seu conteúdo e podem ser utilizados para entrega de encomendas ou armazenamento de bens pessoais. Esta é uma solução que pode ser aplicada como
last mile num processo de compra online, motivo pelo qual os Smart Digital Lockers participaram ativamente na primeira edição do programa de aceleração E-Commerce Experience, focado no retalho. Esta é uma comunidade de empresas que está em crescimento, uma vez que acolhemos hoje 125 empresas em 12 edifícios. A sua proatividade e capacidade de envolvimento têm ganho dimensão, criando o que é hoje um espaço em Lisboa com muito mais para oferecer do que apenas metros quadrados. Faça parte desta comunidade e ajude-nos a tornar o panorama de inovação em Portugal cada vez mais abrangente! ▪
23 NOVEMBRO 2019
A Accessible Portugal, empresa portuguesa instalada no LISPOLIS, foi criada com o propósito de ajudar a tornar o Turismo acessível para todos. Considerando que existe cerca de 1 milhão de pessoas com necessidades específicas e cerca de 2,5 milhões de seniores em Portugal, a apresentação de soluções inclusivas torna-se fundamental. Esta empresa tem desenvolvido projetos com vários parceiros, incluindo o Turismo de Portugal e a Fundação Vodafone Portugal, dos quais se destaca o TUR4all Portugal, plataforma online que disponibiliza informação sobre as condições de acessibilidade nos diversos recursos turísticos como hotéis, monumentos e museus, sem esquecer os transportes (adaptados), restaurantes com casas de banho adaptadas ou ementas em braille, entre outras situações. Esta solução pode ser acedida via website ou aplicação móvel e contém informação objetiva e atualizada sobre as condições reais de acessibilidade da oferta turística. Também a IKI Technologies está a trabalhar para tornar a vida nas cidades mais acessível para todos. Através do seu produto myEyes, é feito um mapeamento de uma zona previamente definida e criado um mapa virtual online para que pessoas com mobilidade reduzida e com deficiências de visão possam seguir as instruções e dirigirem-se ao local pretendido sem contratempos, como passeios altos ou situações de perigo como passadeiras em locais com pouca visibilidade para os condutores de veículos motorizados. Este é um sistema pioneiro que permite que pessoas com cegueira parcial ou total recebam indicações através de uma app mobile que oferece referências em voz alta sempre que encontra um “evento”, isto é, uma coordenada GPS ou um Beacon, reproduzindo os textos previamente inseridos na Cloud. Estes textos têm o propósito de narrar o que está à volta do utilizador, ao mesmo tempo que fornece orientações sobre como ir de um ponto para outro.
» INDÚSTRIA 4.0 E O SETOR TÊXTIL
“A JFA ESTARÁ SEMPRE NA VANGUARDA DA QUALIDADE E DA INOVAÇÃO” O setor do têxtil passou por momentos extremamente complicados num passado recente, mas teve a capacidade de se reinventar através da aposta na inovação e na modernidade. Um dos claros exemplos disso mesmo é a J.F. Almeida, um player do setor dos têxteis que ano após ano tem evoluído sobejamente, sendo hoje reconhecido pela sua capacidade inovadora e dinamizadora a nível nacional e internacional. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com João Almeida, Business Manager na J.F. Almeida, que nos deu a conhecer um pouco do percurso de uma marca que está sempre na vanguarda da qualidade e da inovação.
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JOÃO ALMEIDA
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om quatro décadas de existência, a Têxteis J.F. Almeida, S.A. é hoje um player de enorme referência no setor têxtil em Portugal e não só, tendo vindo a marca este percurso pela excelência e qualidade da sua atuação no mercado. Como tem vindo a ser realizado o crescimento da marca em prol da inovação, do cliente e de uma posição de relevo no mercado nacional e internacional? A Têxteis JF Almeida quer ser reconhecida nacional e internacionalmente pela sua procura incessante da qualidade e melhoria do serviço e continuar a ser sinónimo de fiabilidade, capacidade, versatilidade e flexibilidade, competitividade, prazo e serviço diferenciado. Estes últimos são os valores da empresa, e daí vem o sucesso da marca e da nossa posição no mercado. A JFA tem investido continuamente em maquinaria de alta tecnologia e tem investido forte na formação e qualidade de trabalho de todos os nossos colaboradores, por isso, consegue se moldar todos os dias aos desafios do mercado.
desafios da marca para ser atualmente um player de enorme relevância no panorama nacional e internacional? Tornar-se vertical foi o grande passo e que fez toda a diferença? Uma das principais estratégias foi o investimento incessante na capacidade produtiva e capacidade humana de toda a empresa, que nos fez tornar autónomos e com capacidade de garantir um prazo de entrega aceitável a qualquer cliente nos 4 cantos do mundo. Graças a todos esses investimentos, neste momento a JFA em menos de 48 horas coloca uma toalha no outro lado do mundo. Naturalmente, que um dos grandes passos da nossa evolução foi tornar-nos totalmente verticais, pois os nossos níveis de qualidade aumentar de forma exponencial, e conseguimos controlar todo o processo produtivo, o que nos faz ser muito versáteis e flexíveis.
É de conhecimento comum que, num passado não muito longínquo, o setor do têxtil atravessou uma fase de enorme crise. Sente que aposta na Inovação por parte dos players deste setor foi o ponto chave Ao longos destes 40 anos, quais para alterar esse paradigma? foram, na sua opinião, as prinComo é que a J.F. Almeida ultracipais estratégias, momentos e passou essa fase? A inovação tem de estar a par do nosso dia a dia, pois só assim nos conseguimos diferenciar dos nossos concorrentes internacionais. Não falo só da inovação do produto, mas também do A JFA tem processo. Isto é, cada vez investido continuamente mais se fala na chamaem maquinaria de alta da indústria 4.0, uma tecnologia e tem investido forte na indústria superautomatizada. formação e qualidade de trabalho A JFA já encara esta de todos os nossos colaboradores, realidade à mais de por isso, consegue se moldar uma década, naturaltodos os dias aos desafios mente, que na atualido mercado dade tem mais valências para colmatar as dificuldades. O mercado têxtil é ainda um mercado de muita mão de
obra intensiva, mas nós temos nos moldado na cadeia produtiva de forma a automatizar todo o nosso processo. Além de tudo isto, temos uma equipa de I&D a trabalhar diariamente em produtos novos (mais técnicos), para nos distanciar dos produtos básicos e assim fugir às ditas crises. Operam numa área tradicional da economia lusa, mas um dos principais pontos fortes da marca passa pela exportação e internacionalização. Porquê esta estratégia e em que mercados é que podemos ver produtos «made in» J. F. Almeida? Com a dimensão da JFA seria impensável não pensar em exportar, pois o mercado nacional não absorve a nossa produção nem tem liquidez suficiente. A JFA esta em todos os continentes neste momento, e os principais mercados são a Espanha, França, Itália e Alemanha, e temos crescido muito bem nos EUA. Com esta nova crise que se adivinha, tem havido uma recessão do consumo em todo o mercado Europeu, e por isso, temos trabalhado já outros mercados emergentes, com novas feiras no Dubai e Macau. Que análise perpetua do panorama em Portugal e a nível exterior? Sente que hoje, neste setor, somos um país que ocupa uma das posições de liderança? O que marca a diferença com outros congéneres internacionais? A questão do preço ainda é o vetor mais importante ou hoje a aposta na inovação e nas novas tecnologias marcam esta diferença? O panorama num futuro próximo parece me bastante negro em Portugal, pois a capacidade instalada aumentou espontaneamente e as encomendas não acompanharam essa evolução. E as empresas que cresceram não querem ver o investimento parado, e para conseguir “apanhar” as encomendas aos concorrentes, preferem baixar as margens para manter a estrutura a trabalhar. Mas isto tem cau-
sado uma grave falta de liquidez nas empresas, e isto torna-se um ciclo negativo em todo o fluxo de empresas. A nível exterior sente-se uma diminuição e uma mudança de estilos de consumos. A nova geração tem neste momento uma ideia diferente de consumo, o investimento está a ser feito em grande parte no turismo e no lazer, e os bens materiais estão a ser postos de lado, e isso faz com que o mercado entre em receção. Além disso, as questões políticas têm afetado muito a balança comercial, a guerra comercial EUA/China, Brexit, Coletes amarelos em França, instabilidade Governamental em Espanha, entre outros. Portugal tem uma posição de liderança na área têxtil devido à sua qualidade, design, inovação e de resposta, e isto é o que nos faz diferenciar duma Turquia, China ou Paquistão, pois se fosse uma questão de preço Portugal já tinha “fechado as portas”. Qual foi o impacto que a Indústria 4.0 teve no setor do têxtil e
O QUE PODEMOS CONTINUAR A ESPERAR PARA O FUTURO POR PARTE DA J.F. ALMEIDA? QUAIS OS GRANDES DESAFIOS DA MARCA PARA 2020? A JFA estará sempre na vanguarda da qualidade e da inovação, e continuará a investir e a fortalecer-se todos os dias para manter-se sempre na linha da frente, como tem vindo a ser nos últimos anos. Os novos mercados que temos vindo a trabalhar e temos em vista abrir são os principais desafios da JFA para 2020.
da moda? De que forma alterou o paradigma, principalmente em vertentes como a Inovação e a Qualificação? Como falei acima a indústria 4.0 já tem sido uma luta durante estes últimos anos no sector têxtil e da moda. Neste momento, quem não investir na informatização/auto-
mação do processo produtivo irá parar no tempo e não irá conseguir acompanhar o mercado global. Todos os dias as empresas têm que se reinventar, para apresentar novos produtos com novas funcionalidades ao baixo custo produtivo, otimizando todo o seu processo. ▪
25 NOVEMBRO 2019
Portugal tem uma posição de liderança na área têxtil devido à sua qualidade, design, inovação e de resposta, e isto é o que nos faz diferenciar duma Turquia, China ou Paquistão, pois se fosse uma questão de preço Portugal já tinha “fechado as portas
www.jfa.pt
» LINO SANTOS, COORDENADOR DO CENTRO NACIONAL DE CIBERSEGURANÇA, EM ENTREVISTA
“É PRECISO PERCEBER QUE UMA MELHOR CIBERSEGURANÇA PASSA POR MELHORES COMPETÊNCIAS DIGITAIS” Tendo como mote o facto de outubro ter sido o mês da cibersegurança, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Lino Santos, Coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, onde, além de ter relembrado da importância da sensibilização de cidadãos e empresas no que respeita à segurança online, ficamos ainda a saber os grandes desafios de futuro nesta área.
LINO SANTOS
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Centro Nacional de Cibersegurança atua como coordenador operacional e autoridade nacional especialista em matéria de cibersegurança junto de várias entidades. De que forma é que garantem que o ciberespaço seja utilizado como espaço de liberdade, segurança e justiça, para proteção dos mais variados setores? Garantir é um termo muito forte. Trabalhamos com um conjunto alargado de parceiros nas componentes fundamentais da cibersegurança como a prevenção, a deteção e a reação a ciberincidentes. Temos vindo a criar e a oferecer aos cidadãos e às organizações um conjunto de instrumentos desde cursos de sensibilização e treino, referenciais normativos ou suporte na resolução de ciberincidentes. Criamos um curso gratuito que promove a adoção de comportamentos seguros online designado “Cidadão Ciberseguro”. Este curso está a ter uma grande taxa de adesão junto de organismos da Administração Pública, mas também de grandes grupos económicos que pretendem apostar na criação de competências digitais dos seus quadros, dessa forma melhorando a segurança das suas organizações.
Desenvolvemos também o Programa de Sensibilização e Treino em Cibersegurança, através do qual se pretende massificar a formação e sensibilização dos cidadãos e dos colaboradores das nossas organizações para os riscos do uso desinformado do ciberespaço, através da realização de ações de sensibilização e formação em Cibersegurança em diferentes locais do país, de norte a sul, passando pelas ilhas, contando, para isso, com o apoio de parceiros. Já temos uma rede com cerca de 70 formadores em todo o país que colaboram connosco neste esforço de sensibilização. Também temos feito uma grande aposta na criação de instrumentos que orientam as organizações a melhorar as suas capacidades de cibersegurança. Com a publicação do regime jurídico de segurança do ciberespaço em agosto [de 2018], o CNCS é a entidade competente para um conjunto de setores e subsetores de atividades da nossa económica e estamos a produzir, em estreita articulação com os reguladores setoriais, o conjunto dos requisitos de segurança que todos os operadores de serviços essenciais estão obrigados a implementar dentro das suas organizações.
O CNCS atua junto de que entidades? Como é que aplica as suas competências em cada uma? O CNCS tem um portefólio de produtos e serviços de largo espectro. O âmbito da aplicação do regime jurídico de segurança do Ciberespaço, visa os operadores de serviços essenciais, os prestadores de serviços digitais, a administração pública e os operadores de infraestruturas críticas. Para estes o CNCS atua como Autoridade Nacional de Cibersegurança, responsável pela produção de normativos e pela supervisão da sua aplicação. No entanto, a esfera de atuação do CNCS não se esgota no objeto do regime jurídico de segurança do Ciberespaço. Uma parte importante do nosso trabalho visa a sensibilização e a capacitação dos nossos cidadãos, pequenas e médias empresas e autarquias. Para estes criamos instrumentos como o Quadro Nacional de Referência para a Cibersegurança, o Roteiro para a criação de capacidades mínimas em Cibersegurança e estamos a ultimar um modelo de autoavaliação online que pode ser usado pelas empresas para aferir o seu nível maturidade em Cibersegurança. Adicionalmente, apostamos na cooperação e na criação de sinergias
Quais as medidas de cibersegurança que cada entidade deve ter, de forma a perspetivar um seguro funcionamento das entidades? Antes de mais, importa referir que a cibersegurança é um fator de competitividade e de sobrevivência das entidades/empresas e, por isso, deve ser uma prioridade para os gestores, sendo que a segurança digital das entidades públicas e privadas é uma prioridade. Sem um elevado nível de maturidade em cibersegurança nas nossas organizações, não estão reunidas as condições para um efetivo e sustentável desenvolvimento económico. O CNCS detém igualmente o papel de apoio às organizações, e para tal, irá ser disponibilizado até ao final do mês um guia para a sua capacitação, designado Roteiro para as capacidades mínimas em Cibersegurança. Este instrumento, apresentado na abertura do Mês Europeu de Cibersegurança, no passado dia 1 de outubro, fornece um caminho e estabelece as prioridades de ação que devem ser tomadas para atingir o que definimos como um patamar mínimo de cibersegurança para as nossas empresas. Não se trata tanto de uma lógica das boas práticas, mas sim de uma lógica de competências, ou seja, que as empresas devem ser capazes de realizar uma determinada função da cibersegurança, como por exemplo identificar as ameaças e de reagir a elas. De destacar também a criação do Quadro Nacional de Referência para Cibersegurança, que foi apresentado na nossa conferência anual C-DAYS, e que tem como objetivo ajudar a proteger melhor as empresas e organismos públicos dos ataques informáticos. Este quadro, de adesão voluntária pelas organizações, inclui um conjunto de controlos e medidas técnicas que têm que ser asseguradas pelas entidades para atingir um patamar de cibersegurança para fazer face às ameaças conhecidas. Outubro é o mês da cibersegurança. Este ano a 7ª edição das celebrações da cibersegurança na europa, vão abordar as temáticas “Ciber-Higiene e Tecnologias Emergentes”, até ao final do mês. De que forma é que estas comemorações, visam implementar as boas práticas para a utilização do ciberespaço? O Mês Europeu de Cibersegurança é uma iniciativa anual que decorre por toda a Europa e promove a cibersegurança, e todas as suas vertentes. A 7ª edição, organizada em parceria com a Agência Europeia para a Segurança das Redes e Sistemas de Informação (ENISA) e a Comissão Europeia, conta com a participação de diversos parceiros, tais como, autoridades locais, governos, universidades, ONG’s, associações profissionais, entre outras, por toda a Europa.
O Mês Europeu de Cibersegurança é uma iniciativa anual que decorre por toda a Europa e promove a cibersegurança, e todas as suas vertentes. A 7ª edição, organizada em parceria com a Agência Europeia para a Segurança das Redes e Sistemas de Informação (ENISA) e a Comissão Europeia, conta com a participação de diversos parceiros, tais como, autoridades locais, governos, universidades, ONG’s, associações profissionais, entre outras, por toda a Europa
Neste sentido, esta iniciativa tem como objetivo sensibilizar não só os cidadãos e as empresas para os comportamentos que devem ter no que respeita à segurança online, prevenindo eventuais ameaças decorrentes da utilização do ciberespaço – os chamados dos comportamentos de Ciber-Higiene, como também, uma abordagem sobre as Tecnologias Emergentes. Estamos a falar de novas tecnologias que trazem consigo novos desafios de segurança, como por exemplo, a inteligência artificial, tecnologias quânticas ou as novas redes 5G, entre outros. Desta forma, decorrerão centenas de eventos e atividades distribuídas em 28 países europeus ao longo do próximo mês, desde Conferências, a Workshops ou Campanhas Online, sendo estes alguns dos formatos escolhidos para fomentar o mês da cibersegurança pelo país. No âmbito desta comemoração, o CNCS promoveu várias atividades. O objetivo destas comemorações é sensibilizar os cidadãos e as empresas para os comportamentos que devem ter no que respeita à segurança online. De que forma é que estes se
podem prevenir de ameaças decorrentes da utilização do ciberespaço? É preciso perceber que uma melhor Cibersegurança passa, necessariamente, por melhores competências digitais, por um elevado sentido de alerta dos nossos cidadãos, de conhecimento dos riscos e das suas consequências por parte de cidadãos e decisores e, em consequência, pela adoção de comportamentos online seguros. A sensibilização e a capacitação da nossa sociedade deve ser, desta forma, uma ação contínua. Iniciativas como este Mês Europeu da Cibersegurança servem para transmitir boas práticas simples como cuidados a ter com o manuseamento de passwords, na utilização de redes abertas wi-fi; com dispositivos amovíveis; alertar para a necessidade de fazer backups sistemáticos; cuidados com a atualização de software no computador e telemóvel, entre outras. Mas o melhor será ir ao nosso site e fazer o nosso curso online “Cidadão Cibersegurança”. Uma das vossas missões é consciencializar as entidades públicas, as empresas e a sociedade civil para os “desafios da segurança do ciberespaço”. De que forma o CNCS atua diretamente para o enriquecimento da cultura da cibersegurança dos cidadãos? Para o enriquecimento da cultura da cibersegurança dos cidadãos, o CNCS aposta na promoção de cursos, como é o caso do Curso Geral de Cibersegurança, mas também, ações de sensibilização focalizadas, como é o caso dos Cibertemas, que são sessões temáticas com a duração de cerca de duas horas e com a regularidade aproximada de uma vez todos os dois meses. Neste contexto, destacamos igualmente a organização da conferência anual de cibersegurança – C-DAYS, que este ano se realizou no Porto subordinada ao tema Cibersegurança para PMEs, e que contou com cerca de 50 oradores e mais de 800 participantes. Que verdadeiro desafio acarreta o CNCS num mercado cada vez mais exigente e globalizado? Neste momento, o que considera que devem ser as prioridades principalmente no que concerne à cibersegurança no mercado em Portugal? O desafio último é conseguir ter uma sociedade e uma economia perfeitamente adaptados aos riscos colocados pelo desenvolvimento tecnológico em geral e pela transformação digital em particular. Neste sentido, a aposta na criação de competências digitais e em particular em competências de cibersegurança são essenciais para este desiderato. Por outro lado, é importante que os gestores das nossas empresas introduzam o tema da cibersegurança nos seus processos de inovação e transformação digital. Isto significa não olhar apenas para os benefícios que esta transformação digital inequivocamente trás, mas contabilizar igualmente os custos decorrentes da mitigação ou terceirização dos novos riscos a que a empresa fica sujeita. No fundo, não esquecer que a transformação digital requer investimento também em cibersegurança: pessoas, processos e tecnologia. Neste sentido, de referir que o CNCS é também responsável pela coordenação da elaboração do Plano de Ação da Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço 2019-2023. ▪
27 NOVEMBRO 2019
com a comunidade de Cibersegurança, criando pontes ao nível nacional e internacional, dinamizando fóruns e redes de cooperação em diferentes grupos de interesse, mas também na produção de instrumentos de sensibilização e especialização para os mais variados grupos de interesse, desde o cidadão aos escalões de topo das organizações públicas e privadas. Por último, destacamos o serviço de coordenação da resposta a ciberincidentes CERT.PT que, semanalmente, presta apoio a dezenas de entidades públicas e privadas na resolução de problemas.
» TECNOLOGIAS EM SAÚDE
MITEL
O MELHOR PARCEIRO NA MELHORIA DA SAÚDE “As soluções tecnológicas da Mitel ajudam estas empresas a aumentar a eficiência e a produtividade de forma segura, melhorar a satisfação dos pacientes e apoiar os esforços de transformação digital”. A Revista Pontos de Vista foi conhecer a Mitel e conversou com Cláudio Moreira, Portugal Managing Director & Head of Sales da marca, que tem vindo a apresentar ao mercado soluções inovadoras e competitivas em prol de parceiros e clientes.
CLÁUDIO MOREIRA
PONTOS DE VISTA
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A
MITEL é hoje um player reconhecida a nível mundial e que tem perpetuado um legado assente em pilares como credibilidade, excelência e qualidade. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, como podemos caraterizar a marca e a evolução da mesma em prol do cliente? A Mitel é uma empresa multinacional fundada em 1973. A nossa visão e missão, o nosso único objetivo, é tornar as comunicações e a colaboração fáceis, ágeis e eficazes, em resumo perfeitas. Todos os dias focamo-nos em perceber como o mundo pode comunicar de forma mais simples e intuitiva, dando liberdade aos clientes para comunicar de qualquer local com qualquer equipamento ou aplicação à sua escolha. Hoje, somos reconhecidos como um líder mundial, sendo que em algumas das regiões onde atuamos, como é o caso da Europa somos #1, apresentando ao mercado soluções inovadoras e competitivas e que aportam elevado valor aos nossos clientes.
Na sua opinião e pela experiência que aporta, quais são os principais desafios, com os quais se deparam as empresas ligadas ao Sector da Saúde e como tem a MITEL colmatado os mesmos? As empresas ligadas ao Sector da Saúde têm hoje vários desafios, sendo o maior dos quais, não estarem imunes ao desafio de tentar fazer mais com menos. Muitas instituições no interesse da economia de custos, atrasaram as atualizações da tecnologia de comunicação, porque os sistemas continuam a funcionar, e adquirir uma solução de comunicação moderna e mais eficiente, para muitas empresas deste sector, erradamente, não é considerada vital para a prestação de serviços de saúde. A soluções tecnológicas da Mitel, ajudam estas empresas a aumentar a eficiência e a produtividade de forma segura, melhorar a satisfação dos pacientes e apoiar os esforços de transformação digital, para atualizar os ativos de comunicação antigos que, embora ainda funcionem, pouco ou nada fazem para aumentar a qualidade do atendimento aos pacientes.
A Transformação Digital tem assumido uma dinâmica muito forte nos últimos tempos, sendo que o setor da saúde, em geral, tem sido algo relutante em adotar as novas tecnologias digitais, novos modelos de negócio e novos mindsets decorrentes dos desenvolvimentos tecnológicos. Desta forma, que soluções consegue a MITEL apresentar em Portugal que façam a diferença na melhoria da qualidade de vida em saúde? Por mais avançada que seja a tecnologia, para a Mitel a peça chave da transformação são as pessoas. É impossível ter uma organização eficiente, com recursos humanos insatisfeitos. Objetivamente, a satisfação dos profissionais de saúde está diretamente relacionada com a satisfação dos pacientes. Na Mitel, temos a experiência em ajudar empresas ligadas ao sector da saúde, para simplificar os processos e torná-los mais eficientes, permitindo que os recursos humanos não fiquem presos a tarefas burocráticas, mas focados na satisfação dos pacientes e a poderem contribuir assim, para o sucesso das organizações.
Estão preparados para responder às exigências e às necessidades de empresas públicas e privadas no domínio da saúde? Na orgânica destes players, privado e público, existem distinções no momento de oferecer os vossos serviços e produtos? Na visão da Mitel, não há diferença entre os requisitos do sector de saúde público ou privado. Enfrentar orçamentos limitados e escassez de recursos humanos em áreas-chave, obriga a que os Administradores e Diretores, sem margem para erros, tenham de acertar nas suas decisões e fazer investimentos em tecnologia que maximizem o desempenho geral das instalações, continuando a aumentar os índices de satisfação dos pacientes ao mesmo tempo que reduzem custos. Os investimentos em segurança, produtividade e satisfação dos pacientes podem sair mais caros, quando são selecionadas soluções individuais que podem não funcionar integradas com o ambiente de aplicações existente. As soluções Mitel permitem endereçar as premissas fundamentais, pois resolvem os problemas dos vários aspetos da relação com os pacientes, ao mesmo tempo que integram com os sistemas existentes de forma segura. No âmbito da saúde, fale-nos um pouco mais sobre as soluções perpetuadas pela MITEL para o mercado. A Mitel apresenta-se às empresas ligadas ao Sector da Saúde, com soluções modulares, pensadas especificamente para responder às necessidades de: Comunicações – Com modernos e inovadores sistemas de comunicação, contact center, mobilidade e colaboração, com uma arquitetura centralizada ou distribuída em Cloud Privada, a Mitel promove uma integração mais estreita, com os sistemas existentes e com os equipamentos periféricos, para otimizar processos e aumentar a produtividade. A segurança e flexi-
A tecnologia disponibilizada pela Mitel, é pensada para responder aos desafios específicos do Sector da Saúde, integrando os mais recentes avanços da tecnologia, sendo o ponto central de todo o desenvolvimento, garantir a melhor Experiência de Paciente
Hoje, somos reconhecidos como um líder mundial, sendo que em algumas das regiões onde atuamos, como é o caso da Europa somos #1, apresentando ao mercado soluções inovadoras e competitivas e que aportam elevado valor aos nossos clientes
bilidade na escolha são as chaves, pois todas as organizações têm desafios únicos. Relação com Paciente - A tecnologia pode ser complexa, mas para a Mitel, tem que ser simples de utilizar, intuitiva e que permita otimizar as tarefas. A Mitel, permite que as interações com o paciente sejam mais refinadas, utilizando os sistemas de informação internos e a Inteligência Artificial. As soluções disponibilizadas permitem a integração de ferramentas de colaboração e aplicações para os pacientes, nos fluxos de trabalho das equipas que têm contato público, oferecendo uma experiência de utilização única. Adaptadas à realidade de cada organização, podemos também implementar soluções tec-
nológicas flexíveis que respondem às expetativas dos pacientes e a cumprir métricas de qualidade. Tomemos como exemplo um Centro de Exames e Análises clínicas. Várias centenas de milhares euros podem ser perdidos, se os pacientes não conseguirem fazer o agendamento atempadamente. Analisando as interações em tempo real, proveniente de vários canais de comunicação como a voz, email, SMS, redes sociais e com estes dados agir em antecipação, reduzindo o tempo de resposta e abandono das chamadas, as soluções Mitel, podemos evitar que aconteçam perdas, utilizando os dados recolhidos para otimizar automaticamente o fluxo de atendimento. A terminar, o que podemos esperar da MITEL de futuro e como vê o vindouro no que concerne à Transformação Digital em saúde? A viagem da Transformação Digital é um processo emergente que deve ser encarado pelos decisores como inevitável, especialmente no Sector da Saúde. A tecnologia é o aliado que contribui significativamente no processo de transição da transformação digital, focada na satisfação dos pacientes, na otimização dos recursos, em trazer eficiência aos processos e na redução dos custos. À medida que o ritmo da transformação continua a acelerar, aumentam as apostas para que todos os prestadores de serviços se tornem: Mais eficazes e proativos: capazes de antecipar os pedidos e as necessidades dos clientes, dos pacientes, entre outros; Mais acessíveis: disponíveis 24/7, a qualquer hora, em qualquer lugar a partir de qualquer dispositivo ou aplicação; Flexíveis e com um perfil adaptativo: prontos para adotar as mais recentes tecnologias e tendências, tornando-se únicos. Qualquer investimento em tecnologia de comunicação que que se ligue à organização, deve ser simples utilizar, inteligente, em tempo real, multiplataforma e flexível. À medida que essas tecnologias se tornam cada vez mais comuns, os decisores das organizações precisam de trabalhar com parceiros que estão alinhados com estes princípios e são capazes de oferecer a próxima geração de comunicação e colaboração. A Mitel é líder nos sectores onde atua e ajuda diariamente empresas ligadas ao Sector da Saúde a serem únicas, a sobressair no seu mercado e a oferecer novos serviços inovadores aos seus Clientes. Escolher MITEL…é? … é a garantia que têm ao seu lado um parceiro de viagem, com experiência em ajudar empresas ligadas ao Sector da Saúde, por todo o mundo. A Mitel disponibiliza hoje, de forma segura, a próxima geração de comunicação e colaboração, que garante o maior retorno de investimento, simplifica o ambiente de IT, otimiza processos, integrada com as aplicações informáticas e com as apps existentes, permitindo que as empresas ligadas ao Sector da Saúde estejam focadas no que é importante, a Satisfação dos Clientes. ▪
29 NOVEMBRO 2019
É legítimo afirmar que com as tecnologias «made in» MITEL, os pacientes vêm em primeiro lugar? Como explica esta filosofia? Todos os atores na área da saúde, do Prestador de Serviços ao Regulador, estão focados na melhoria da satisfação dos pacientes, da forma mais económica e diferenciadora possível. A experiência vivenciada pelos pacientes e os cuidados ou a atenção que recebem de um dado prestador de serviços, tem um peso significativo na sua escolha futura. Atualmente, os avanços na tecnologia ocorrem a uma velocidade exponencial e tecnologias como Social Media, IoT e Machine Learning, mudaram a forma como vivemos, como comunicamos e como nos conectamos. Estes avanços também mudaram a forma como os negócios são realizados. Colaboradores e clientes esperam que a comunicação nas suas vidas profissionais seja tão consistente quanto a das suas vidas pessoais. A tecnologia disponibilizada pela Mitel, é pensada para responder aos desafios específicos do Sector da Saúde, integrando os mais recentes avanços da tecnologia, sendo o ponto central de todo o desenvolvimento, garantir a melhor Experiência de Paciente.
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BREVES BREVES
Gilbert Ranoux é o novo CEO do Banco Credibom O Banco Credibom, detido pelo Group Crédit Agricole, acaba de nomear Gilbert Ranoux como novo CEO. O administrador francês, de 56 anos, assume a liderança do Banco após ter desempenhado o cargo de diretor-geral da GAC Sofinco, na China, entre 2012 e 2018. O novo administrador tem no seu currículo vários anos de experiência na área do crédito ao consumo e a sua nomeação como novo CEO enquadra-se no posicionamento estratégico do Banco Credibom para 2019, que passa pelo reforço do crescimento no mercado B2C, pela inovação e desenvolvimento de novas linhas de negócio e pela consolidação das relações com os parceiros estratégicos de negócio. Gilbert Ranoux iniciou a sua carreira em 1988 na Aérospatiale, empresa francesa da indústria aeroespacial que deu origem à Airbus. Em 1990 integrou a Control Data Systems, onde assumiu a função de consultor e gestor de área de negócio durante cinco anos. Após ter desempenhado cargos de liderança na GE, entre 1996 e 2002, Gilbert Ranoux trabalhou como Diretor de parcerias no Crédit Agricole Consumer Finance (CACF), entre 2002 e 2012. Pelo meio, desempenhou também funções de direção de parcerias na Sofinco. “É com muito orgulho e com um enorme sentimento de missão que abraço este novo desafio de liderar uma das instituições de crédito mais relevantes do mercado português. O nosso principal objetivo para este ano será cimentar a posição do Banco Credibom como a referência no crédito ao consumo”, afirma Gilbert Ranoux. Licenciado em Engenharia, Gilbert Ranoux detém um MBA atribuído pelo INSEAD, com especialização em finanças.
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PONTOS DE VISTA
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Inscrições para o Índice da Excelência abertas até 30 de novembro O Índice da Excelência tem-se relevado uma ferramenta de gestão relevante e robusta para compreender a relação entre os colaboradores e a sua organização. A participação é gratuita, a confidencialidade dos dados é garantida e a mais valia para as organizações é incontornável. A 4.ª edição do Índice da Excelência, estudo de clima organizacional desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting em parceria com a Human Resources Portugal, a Executive Digest e o INDEG-ISCTE, tem as inscrições abertas até 30 de novembro. O Índice da Excelência é o maior estudo de clima organizacional e de desenvolvimento do Capital Humano, gratuito, em Portugal, e tem-se revelado uma ferramenta de gestão relevante e robusta na compreensão da relação entre as organizações e os seus colaboradores. Com base na resposta a um questionário por parte dos colaboradores das empresas participantes, o Índice da Excelência disponibiliza um relatório
gratuito onde é revelado o nível de satisfação dos colaboradores, comparando com o benchmark e boas práticas de mercado para facilitar a identificação de áreas de atuação, e promovendo a implementação de processos de gestão eficazes. “Medir o pulso à organização é a forma mais eficaz de compreender se os seus colaboradores estão efetivamente comprometidos com a empresa e com os objetivos do negócio”, afirma Gonçalo de Salis Amaral, Partner e responsável pela área de consultoria da Neves de Almeida HR Consulting. “Sendo um estudo dinâmico, tem-se vindo a ajustar às necessidades e exigências do mercado, verificando-se adaptações face aos novos desafios impostos pela Era Digital, seja no âmbito das práticas organizacionais, seja no contexto dos novos talentos emergentes e sua diversidade”, acrescenta. A participação na iniciativa é gratuita e deve formalizar-se online através da submissão da inscrição na plataforma www.indicedaexcelencia. com, garantindo-se a total confidencialidade dos dados.
APRITEL receia que Portugal fique para trás no lançamento do 5G A Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas (APRITEL) receia que Portugal se atrase no lançamento do 5G por causa das condições anunciadas pelo regulador para iniciar um processo que é fundamental não só para o País, mas também para a Europa. A APRITEL considera que os documentos colocados ontem as consultas públicas ficam aquém do expectável e necessário. As propostas relativas ao concurso são ainda muito genéricas e nada reveladoras da estratégia do País para a atribuição de espectro. Tal significa que estamos a protelar no tempo a discussão e a comprometer a atribuição de espectro nos prazos desejáveis. Por outro lado, não existe qualquer garantia de que todos os operadores terão acesso ao espetro necessário para explorar, de uma forma eficiente
e inovadora, todas as potencialidades do 5G. Isto porque não está garantida a disponibilidade efectiva, na altura do leilão, da quantidade de espectro que a Comissão Europeia entende como ideal - no caso da faixa dos 3.6 GHz de blocos contíguos de 80 a 100 MHz, nem se conhece o entendimento do regulador sobre a reserva de espectro e os respetivos caps de atribuição. A associação considera ainda que o calendário é curto e comprometedor. A APRITEL receia que, com estas condições, Portugal possa ficar para trás no lançamento do 5G. Pedro Mota Soares, secretário geral da APRITEL, considera lamentável que Portugal se atrase nesta matéria “principalmente quando sempre estivemos na linha da frente da inovação neste setor”. Quanto mais tempo passa, “reduzem-se as possibilidades de Portugal tirar o maior partido possível das potencialidades que o 5G oferece”, afirma.
BREVES BREVES
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A startup portuguesa MARIALMA acaba de lançar uma marca de roupa de cama que funciona como elemento antialérgico e antibacteriano, complementar aos tratamentos e cuidados com a pele. A marca tem como um dos seus pilares a preocupação ambiental, por isso recorre à não utilização de plásticos e todos os seus processos produtivos procuram a máxima minimização do impacto ambiental. Por esse motivo, a marca produz no sistema made-to-order (por encomenda), evitando assim desperdício e um custo desnecessário de armazenamento. Os produtos estão disponíveis exclusivamente online em www.marialma.com/shop. Tendo grande foco no equilíbrio entre o corpo e a mente, a marca reverte 1% das suas vendas para a Associação Encontrar+se, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que promove iniciativas de apoio à saúde mental.
ESPETÁCULO
Obra-prima pendurada numa cozinha e ignorada durante anos foi vendida por 24 milhões O quadro, que retrata uma cena em que um grupo de homens faz troça de Cristo na rua, é atribuído ao pintor italiano pré-renascentista Cimabue, do século XIII, e foi descoberto no início deste ano, pendurado numa parede na cozinha de uma mulher que vive em Compiegne, no norte de França, que ignorava o valor da obra e o seu autor até que em junho um leiloeiro a aconselhou a levar o quadro a ser avaliado por especialistas. Agora, a dona tornou-se multimilionária, uma vez que vai ficar com grande parte do valor de venda do quadro. Dominique Le Coent, da leiloeira Actéon, que vendeu a obra a um comprador anónimo de Chantilly, a norte de Paris, disse à Associated Press (AP) que a venda representa “um record para uma pintura antiga ou pré-renascentista”.
FITNESS LIFESTYLE
III Festival de balonismo Até ao dia 3 de novembro de 2019, soltam-se amarras para mais um FLUTUAR – III Festival de Balonismo Coruche by Cepsa. Esta edição traz-nos um programa ainda mais ambicioso para desfrutar a apenas 50 minutos de Lisboa. E mais de 30 balões, dos regulares aos mais surpreendentes, a pintar os céus com cores e formas originais, como o rosto do pintor Vincent Van Gogh, o cartoon Bidu, uma gigantesca mota, um rato ou um palhaço, só para mencionar alguns. No dia 3, ao início da tarde, realiza-se a III Caminhada do Balonismo que convida a descobrir a incrível beleza da vila de Coruche, do vale agrícola e da Floresta de Montado. Este tipo de floresta — habitat natural para variadas espécies de plantas e aves, mamíferos, répteis e anfíbios — está, segundo as Nações Unidas (UN) e a World Wild Fund for Nature (WWF), na base de um dos 35 ecossistemas mundiais mais importantes para a conservação da biodiversidade, estando equiparada à Amazónia, à savana Africana ou ao Bornéu.
Bastam cinco minutos de exercício para começar a beneficiar a saúde
Estudo de entidade governamental britânica revê recomendações anteriores e conclui que bastam cinco minutos de exercício para se verificarem ganhos em termos de saúde. Até um sprint rápido numa escada pode contar para o total de atividade diária recomendada, de acordo com o The Guardian, que cita o órgão consultivo do Governo para questões de saúde. As novas recomendações das autoridades britânicas indicam que bastam cinco minutos de exercício para começar a beneficiar a saúde — e não 10 minutos, como referiam as anteriores diretrizes. Para tal, é necessário ter, pelo menos, duas horas e trinta minutos de atividade mo-
Da Vinci Dance Company
Julia Olmedo
Da Vinci é o resultado de um profundo estudo da mítica figura de Leonardo. Trata-se de uma fusão de arte, unindo o melhor da música, da dança, do canto e da história, para oferecer ao público um bailado único. Musicalmente é também um crossover entre a música clássica e a música eletrónica vanguardista, da autoria de J.J Carmen, com a particularidade de todo o canto ser interpretado ao vivo. De destacar, ainda, a direção coreográfica de Julia Olmedo. SEXTA, 8 DE NOVEMBRO 21H30 CINE-TEATRO Avenida, Castelo Branco SÁBADO, 9 DE NOVEMBRO 21H30 Cine-Teatro Alcobaça, Alcobaça DOMINGO, 10 DE NOVEMBRO, 21H30 Grande Auditório CAE Figueira Da Foz 1h10 | M 6 anos Entrada: 8,00 e 10,00 e 12,00 euros
31 NOVEMBRO 2019
MARIALMA: a nova marca portuguesa de roupa de cama inteligente
CULTURA/ ARTE
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BEM ESTAR
derada por semana ou uma hora e um quarto de atividade intensa no mesmo período. No caso de adultos mais velhos que tenham risco de quedas, são recomendadas atividades como tai chi duas vezes por semana para melhorar a coordenação. As grávidas e mulheres que tenham sido mães há pouco tempo devem juntar os 150 minutos (duas horas e meia) de exercício moderado semanal ao fortalecimento muscular duas vezes por semana, mas sempre adequando a atividade física à fase de gravidez ou de recuperação em que se encontram. Nestes casos, deve ser evitada atividade intensa.
“FUNDAMENTALMENTE, O SUCESSO DE UM EMPRESÁRIO JOVEM OU NÃO JOVEM, PASSA PELA SUA CAPACIDADE DE PERSEVERANÇA, E PELA CAPACIDADE DE NÃO DESISTIR À PRIMEIRA QUEDA" FILIPE LOURENÇO, PRESIDENTE DA UJE CE-CPLP
TEMA DE CAPA
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“A UJE CE-CPLP É ACIMA DE TUDO UM VEÍCULO PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS” A União de Jovens Empresários da CE-CPLP emerge e nasce dentro da Confederação da CPLP, para ser um braço económico, condutor e facilitador de negócios. É um organismo que surge no contexto e na era da globalização para se constituir como um veículo de excelência para as empresas se sentirem apoiadas no seu processo de internacionalização. Internacionalizar deixará de ser um problema, mas sim uma solução. Filipe Lourenço, Presidente da UJE CE-CPLP, admite que este organismo pretende ir além-fronteiras. Saiba mais.
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Considera que esta União de Jovens Empresários da CE-CPLP, se assume como um braço económico da confederação empresarial da CPLP? Não só nos consideramos, como efetivamente somos um dos braços económicos da confederação empresarial da CPLP. Consideram-se um organismo diferente,
FILIPE LOURENÇO
inovador e disponível para os vossos associados. Em que sentido? Desde logo, na nossa génese, a forma como nascemos no seio da CE-CPLP é por si só, já um indicador do nosso sentido de inovação e de empreendedorismo. Aquilo que temos pautado no nosso dia a dia, é realmente empreender e nunca perder uma oportunidade para fazer, aquilo a que chamamos, de consolidar sinergias. Em todo e qualquer lugar onde estivemos institucionalmente, até hoje, temos aproveitado todas oportunidades de forma, a darmos um pouco mais o nosso contributo e colhermos dos setores políticos, empresariais e outros, as suas preocupações, tendo em vista, a otimização daqueles que são os procedimentos a ter em consideração para ajudar os jovens empresários. São as empresas que geram a liquidez nas economias, são as empresas que fazem os países avançar e são as empresas de cariz jovem e empreendedor que são o futuro. E nós sabemos que é preciso responsabilidade da nossa parte, de forma, a pudermos alavancar
33 NOVEMBRO 2019
De que forma é que este organismo pode ajudar e apoiar os seus associados a serem bem-sucedidos além-fronteiras? As empresas são pessoas e é para as pessoas que desenvolvemos a nossa atividade, ou seja, existimos para apoiar as empresas no crescimento do seu negócio. Acima de tudo, o nosso principal objetivo, depois da nossa constituição, passa pelos jovens empresários e empreendedores dos nove países, que representam a CPLP, sentirem que há um organismo que os representa e que os pode ajudar nas transações comerciais entre as empresas de cariz jovem e empreendedor, de forma a que estes caminhos sejam encurtados. Os jovens precisam de sentir que estamos disponíveis para os ajudar.
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presidente da União de Jovens Empresários da CE-CPLP. De forma a contextualizar o nosso leitor, expliquenos a ideia na aposta deste projeto. Este projeto nasce no seio da Confederação Empresarial da CPLP, como um dos pilares estratégicos da confederação. A criação da União de Jovens Empresários, surgiu da necessidade da existência de um organismo que represente a franja empresarial dos jovens empresários e dos jovens empreendedores. Neste sentido, a UJE tornou-se um pilar estratégico e um vetor de orientação, para que a própria confederação passasse a ter um organismo independente, que tenha a representatividade destes jovens nos países que falam português, de forma a fazermos negócios em português. Nascemos com a missão e visão de fazer mais e melhor, acreditando que “Juntos Seremos Mais Fortes”.
Ser membro da União de Jovens Empresários da CE-CPLP, é acima de tudo, querer mudar o paradigma empresarial da sua empresa Nascemos com a missão e visão de fazer mais e melhor, acreditando que “Juntos Seremos Mais Fortes”
» TEMA DE CAPA e ajudar no crescimento dessas empresas de forma a contribuir para as economias dos países da CPLP. Existem para apoiar as empresas jovens e empreendedoras a melhorar o crescimento dos seus negócios. Que tipo de apostas estratégicas e empreendedoras são adotadas para garantir o sucesso dos associados? Não existe uma forma linear de ter sucesso. Formar para inovar é uma das soluções e apostas. Esta tem e terá que ser cada vez mais, a temática para os jovens empresários que querem singrar dentro e fora de portas. O sucesso, tem muito a ver com o momento atual, com a evolução e com a estratégia que se pretende definir. Fundamentalmente, o sucesso de um empresário jovem ou não jovem, passa pela sua capacidade de perseverança, e pela capacidade de não desistir à primeira queda. E estas são as principais características que um empresário deve consolidar de forma a ter sucesso. E estas duas características, são uma tónica que nós, enquanto membros da União de Jovens Empresários da CE-CPLP, incutimos naquele que é o nosso espirito e filosofia, de forma, a que os nossos associados e as empresas que confiam no nosso organismo, possam distinguir-se, porque fazem coisas diferentes, mas acima de tudo, porque não desistem. Não desistir é o lema para se associar à UJE. Cooperam e apoiam todo o tipo de setores de atividade? Nós somos multissetoriais. Não temos setores de atividade específicos. Atuamos principalmente nos setores que são estratégicos para os países, ou seja, naqueles setores que têm um potencial de crescimento no momento atual. E porquê? Porque assim, será mais fácil estar dentro daquilo que é a problemática para tentar encontrar soluções.
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O processo da internacionalização das empresas é um caminho natural nesta era cada vez mais globalizada. De que forma é que a União de Jovens Empresários apoia este processo de internacionalização? A União de Jovens Empresários da CE-CPLP é acima de tudo e fundamentalmente um veículo para a internacionalização das empresas. Esse é o principal propósito, o de sermos um veículo que ajuda a encurtar caminhos para chegar onde as empresas ainda não chegaram e querem chegar. E por isso, o propósito da nossa existência é fazer com que estas relações da CPLP e dos nove estados membros, possam ser encurtadas através do nosso organismo que é um braço económico da Confederação. Internacionalizar e apoiar nos processos de criação dos negócios além-fronteiras será uma responsabilidade e bandeira deste organismo que será um braço económico da CE-CPLP. Será uma bandeira ainda a trabalhar em equipa e no coletivo para superar as barreiras que se avizinham difíceis, mas ambiciosas. Qual a relação entre a União de Jovens Empresários e os seus associados? Ainda nem tudo está feito. Mas acima de tudo, queremos ter uma relação estratégica com todos os nossos associados. Quando
digo, ter uma relação estratégica, refiro-me a uma relação estratégica umbilical. Quando saímos do contexto empresarial, e entramos no contexto institucional, parece que saímos de um mundo e entramos noutro, ambos, completamente distintos. Nós existimos para que o mundo empresarial possa ser facilitado e só é possível ajudarmos as empresas institucionalmente se essas mesmas empresas estiverem sempre próximas de nós. Porque hoje, o tempo e a velocidade da mudança, é grande. Existem mudanças quase diariamente e é preciso estarmos preparados, ter estratégias e inverter muitas vezes, o caminho que se vai traçando, porque as coisas mudam com muita velocidade. Portanto, entendo que o caminho entre a União de Jovens Empresários da CE-CPLP e os seus associados, deve ser o da proximidade. O da proximidade com os
associados, o da proximidade para ouvir as suas ideias e preocupações. Este é um caminho que nós queremos fazer, que nós vamos fazer, mas não é obviamente o caminho que já está feito. Quais as grandes responsabilidades a ter em conta no futuro deste organismo? Este novo organismo terá no futuro a responsabilidade de criar as condições para a interação entre todo o tecido empresarial de cariz jovem e empreendedor. São os jovens que serão o futuro destas nove nações e é com os jovens que temos que contar para diariamente fazer algo mais por este mundo. É também uma preocupação nossa, ter uma estrutura consolidada na proximidade para com os associados de forma, a colocar efetivamente todos os recursos e processos internos a funcionarem para estes.
O mundo empresarial muda todos os dias, e é essencial pensar em estratégias diariamente. O nosso organismo tem estratégias a curto, médio e longo prazo
35 NOVEMBRO 2019
Que apostas estratégicas estão em curso para o ano de 2020 da União de Jovens Empresários? Neste momento já estão curso alguns projetos. Todos eles, no sentido de iniciar uma nova era a partir do ano de 2020, uma vez que, se perspetiva que de 2020 a 2030, serão 10 anos muito importantes para a humanidade e nós precisamos de ter um papel realmente preponderante e marcante para os jovens empresários e empreendedores. O mundo empresarial muda todos os dias, e é essencial pensar em estratégias diariamente. O nosso organismo tem estratégias a curto, médio e longo prazo. Relativamente à nossa estratégia de longo prazo, é tornarmo-nos uma instituição de valor acrescentado no seio da CPLP. O nosso propósito e objetivo a médio prazo é sermos uma organização que consegue levar projetos aos associados que os consegue ajudar a materializar negócios. Quanto à estratégia a curto prazo é estarmos o
Ser membro da União de Jovens Empresários da CE-CPLP é.…? Basicamente é querer estar numa rede global, onde se conhece pessoas, mercados e realidades que estão intrinsecamente, historicamente e umbilicalmente ligadas a Portugal e não só. É fazer parte de uma rede onde se pode potenciar os negócios além-fronteiras em Portugal e em todos os países integrantes da CPLP, uma vez que, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, potencia estas relações entre os vários países que a compõem. Ser membro da União de Jovens Empresários da CE-CPLP, é acima de tudo, querer mudar o paradigma empresarial da sua empresa. ▪
FOTO: DIANA QUINTELA
FOTO: DIANA QUINTELA
mais rapidamente possível, próximos dos nossos associados para que eles próprios sintam essa proximidade, de forma a sermos sempre a primeira porta onde eles possam bater quando surgem adversidades e dificuldades. Não posso dizer que tudo está feito, porque não está, porque ainda somos um organismo jovem que está a crescer dentro da Confederação, e como tal, acredito que o caminho se faz caminhando.
» COOPERAÇÃO CPLP OPINIÃO DE FRANCISCO RIBEIRO TELLES, SECRETÁRIO EXECUTIVO DA CPLP
“A CPLP NAS NAÇÕES UNIDAS” A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem o estatuto de membro observador da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) e é nessa qualidade que o Secretário Executivo da CPLP participa anualmente na semana de alto nível deste órgão, em Nova Iorque, este ano realizada entre 22 e 27 de setembro.
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PERFIL
FRANCISCO RIBEIRO TELLES SECRETÁRIO EXECUTIVO DA CPLP
PONTOS DE VISTA
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tema central foi, como sabemos, a ação climática, uma emergência que a todos convoca e que exige mudança de mentalidades e de atitudes da parte dos governos e de cada cidadão. A par deste assunto, nos vários encontros de trabalho que mantive naquela cidade, dei também destaque à defesa do multilinguismo e, nesse contexto, à promoção da Língua Portuguesa no sistema internacional. Os resultados da Cimeira do Clima apontam para um compromisso reforçado com a economia verde. Foi dado um enfoque importante aos Pequenos Estados Insulares e aos Países Menos Desenvolvidos - grupo que inclui grande parte dos países da CPLP -, os quais, contribuindo menos para o problema, acabam por constar entre os principais afetados pelos impactes das alterações climáticas. Num ano em que o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) comemora 30 anos e em que a UNESCO declara o dia 5 de maio como Dia Internacional da Língua Portuguesa, foi com grande satisfação que ouvi todos os Chefes de Estado e de Governo da CPLP usarem o nosso idioma comum para proferirem as suas intervenções. A ouvi-los tiveram, entre outros responsáveis da ONU, um cidadão da CPLP, o Eng.º António Guterres, bem como representantes dos 193 países daquela organização internacional, demais observadores e milhares de jornalistas. Intervir em português no debate geral da AGNU é já uma prática tradicional, que resulta da coordenação no seio da CPLP. Mas, nem por
isso devemos desvalorizar o seu simbolismo e o seu alcance, até porque, para que aconteça, os Estados-Membros da CPLP têm que despender recursos financeiros próprios. Os custos associados à interpretação e à produção de todos os documentos da ONU nas seis línguas oficiais da organização, lista de que o português não faz parte, ascendem a 250 milhões de dólares/ano. O custo da introdução de uma nova língua oficial rondaria hoje, segundo as estimativas que me foram apresentadas em Nova Iorque, 80 milhões de dólares/ano. Falamos, assim, de um enorme investimento financeiro e, igualmente, de um colossal esforço diplomático, que os nossos Estados-Membros deverão avaliar adequadamente, sem prejuízo de devermos manter como meta a consagração da Língua Portuguesa como uma das línguas oficiais da ONU. Prosseguiremos, entretanto, os nossos esforços para a promoção do português no sistema internacional. Relembrando que o nosso idioma é já língua oficial e de trabalho em mais de 30 organismos, continuaremos a apoiar e a colaborar com os serviços de informação pública das Nações Unidas, em particular com a Rádio ONU em português, na produção de conteúdos e na difusão de notícias sobre os nossos países. A este propósito, é importante salientar que o português é uma das oito línguas que a ONU utiliza, a par das suas línguas oficiais e do suaíli, para efeitos de disseminação global de informação. Refiro, também, com agrado, a existência no espaço da CPLP de um Centro de Informação da das Nações Unidas no Rio de Janeiro e a previsão de abertura de um outro, em Luanda. Sobre esta relação global entre a CPLP e a ONU, que remonta ao ano de 1999, relembro ainda que em setembro último foi mais uma vez aprovada, por consenso, uma Resolução da Assembleia Geral sobre a cooperação com a CPLP, subscrita por mais de 90 países das Nações Unidas. A Resolução reconhece a ação complementar que a nossa Organização traz ao trabalho da ONU no âmbito da implementação da agenda 2030 do desenvolvimento sustentável, da segurança alimentar e nutricional, da promoção dos direitos humanos, entre outros temas. E foi, igualmente, reconhecida a importância de se promover mais concertação e coordenação internacional em torno da construção e da manutenção da paz. Em conclusão, direi que a relevância da língua portuguesa e da ação dos Estados-Membros da CPLP vem-se refletindo na concertação internacional e na ação dos organismos internacionais, pelo que estou convicto que a CPLP desempenha um papel cada vez mais ativo na defesa e promoção do multilateralismo. ▪
COOPERAÇÃO CPLP
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“CPLP? A PARTILHA É A CHAVE DO SUCESSO” “A partilha é a chave do sucesso. Dito isto, é nossa obrigação trabalhar para partilhar o que é o nosso saber e saber fazer com os nossos parceiros da CPLP”. Quem o afirma é Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Diretivo do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), que deu a conhecer um pouco mais sobre a relação entre a instituição e a CPLP, assegurando que este trabalho assume-se como essencial na contribuição para o desenvolvimento sustentável.
TERESA PONCE DE LEÃO
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rientado para responder às necessidades do universo empresarial e da sociedade, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) é, cada vez mais, um player de enorme relevo no âmbito da investigação sustentável através da geração do conhecimento do nosso território. Assim, de que forma têm realizado a interação com a sociedade, dando soluções e assistindo as denominadas políticas públicas em prol do país? O LNEG tem como missão contribuir para o desenvolvimento económico e melhoria da qualidade de vida, colocando o nosso conhecimento ao serviço da sociedade. Nas suas áreas core “energia e geologia e recursos geológicos” e como instituição de investigação que somos, procuramos estar sempre a par do que de melhor se faz no mundo. Para isso fizemos um investimento de longo prazo apostando na participação em redes de conhecimento internacional. Participamos, isto é, colaboramos na construção da European Energy Research Alliance (EERA), pilar para a investigação do Strategic Energy Technologies Plan (SET PLAN), onde somos ativos na sua gestão desde 2008. Somos membros da EuroGeoSurveys (EGS) assumido entre 2016 e 2019 o papel de presidente e coordenamos o grupo de trabalho da matérias-primas. Temos vindo a trabalhar de forma muito ativa na ASGMI, associação dos serviços geológicos dos países ibero-americanos. Somos membros da direção da European
Qual tem sido o papel do LNEG no domínio da CPLP e como tem a instituição contribuído para o aproximar e estreitar de relações que fomentem mais valias? Desde longa data temos uma relação estreita com os países da CPLP. Neste momento temos a decorrer um importante projeto em Angola que visa munir este país com ferramentas para o seu desenvolvimento. Trata-se da cartografia geológica de Angola, conhecimento fundamental para o desenvolvimento do país em termos do seu ordenamento do território e do conhecimento dos seus recursos naturais. No quadro de outro projeto internacional colaboramos em ações de capacitação, na área da Geologia, nomeadamente em países da CPLP. Sente que ainda existem lacunas no domínio da CPLP para que esta se possa afirmar como ator global no mapa da energia mundial? Que caminho deve ser seguido? África é um continente com um enorme potencial onde maioritariamente os países da CPLP estão. Há um caminho a percorrer que pode aproveitar dos erros e sucessos dos países mais desenvolvidos. É pela potenciação da experiência em prol de medidas urgentes para ajudar estes países, com população muito jovem, que a nossa responsabilidade nos deve orientar. À nossa escala, é o que estamos a fazer. Sente que para o país é essencial que a CPLP se possa transformar num player dinamizador de um modelo global de soberania energética e desenvolvimento para o séc. XXI?
Se o nosso país conseguir ter um papel importante na capacidade dos países da CPLP garantirem a sua autonomia energética em linha com os objetivos do acordo de Paris estamos a contribuir para a nobre missão da sustentabilidade do nosso planeta. O LNEG tem apostado neste apoio que se materializa em projetos como por exemplo o PLANAGEO que se desenrola em Angola. De que forma é que fundamental que se continue a apostar na partilha e a desenvolver modelos de exportação de conhecimento para criar, ainda mais, essa rede de parcerias no domínio da CPLP? A partilha é a chave do sucesso. Dito isto, é nossa obrigação trabalhar para partilhar o que é o
nosso saber e saber fazer com os nossos parceiros da CPLP. É o que temos feito em Angola, Moçambique, Guiné e Cabo Verde através de projetos no domínio da Energia e Geologia. Também temos tido contactos exploratórios com Timor. No âmbito do desenvolvimento sustentável ao nível da CPLP, o que podemos continuar a esperar por parte do LNEG? O nosso lema “Construir um futuro mais limpo e melhor” explica de uma forma simples como nos posicionamos em termos de objetivos a cumprir. Lutamos por projetos que nos permitam contribuir para o desenvolvimento sustentável, também na CPLP. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT
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Sustainable Energy Innovation Alliance (ESEIA). A nível nacional o LNEG caracteriza-se por ser um especialista independente que assiste o Estado português e pelo seu estado de prontidão na resposta às solicitações nas suas áreas de competência. Ao nível mais geral da sociedade, nomeadamente do tecido mais jovem, temos interação com escolas e todas as ações no quadro da divulgação de ciência para além da informação disponível no Portal do LNEG.
» BUSINESS CPLP
PONTOS DE VISTA
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A CRESCER COM VALOR O Moza Banco, conta neste momento com 11 anos de atividade focada na prestação de serviços financeiros de qualidade. João Figueiredo, PCA Executivo do Moza Banco, fala-nos mais acerca daquele que é o Banco de referência em Moçambique.
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uais diria que são os maiores desafios ao investimento no país? Moçambique é sem dúvida um país de enormes potencialidades e oportunidades. A sua localização estratégica privilegiada, com uma enorme linha de costa de mais de 2500km, extensas terras aráveis, abundância de recursos naturais, minerais, hídricos e energéticos colocam o País como um apetecí-
vel destino para investimentos tanto nacional quer estrangeiro. Não obstante estes factores, o investimento privado, apesar de manter uma tendência crescente ao longo dos anos, ainda se situa longe dos níveis desejados, prevalecendo desafios estruturais e conjunturais ligados ao ambiente de negócios, com destaque para escassez ou fraca qualidade de infra-estruturas, fraca especialização, acesso ao financiamento,
obstáculos burocráticos, administrativos, normativos, jurídicos e legislativos. É preciso referir contudo que o país tem vindo a adotar e implementar com algum sucesso um conjunto de medidas arrojadas para reverter este cenário, com forte envolvimento do setor privado local, como é o caso do PANAM - Plano de Ação para a Melhoria do Ambiente de Negócios – que é um projeto liderado pelo Ministério
verdadeiramente diversificado e que a dinâmica que resulte da atividade do sector mineiro funcione como verdadeira alavanca dos demais. Nesta conjuntura, sublinhe-se ainda que, o país deverá apresentar no plano macroeconómico um grande “foco” muito especial no que concerne à revitalização de algumas empresas públicas estratégicas, mas em simultâneo adotar um sentido de maior desgovernamentalização da economia e por conseguinte uma política reformulada assente numa estratégia mais orientada para eventuais privatizações de algumas dessas empresas. Neste virar der pagina, é ainda indispensável e critico uma forte orientação para um forte rigor orçamental e a condução de uma política monetária que pugne pela estabilidade do metical e da inflação. Este ano foi alvo de reconhecimento pela revista “The Banker”, que atribuiu ao Moza o prémio de “A melhor Operação de Restruturação Financeira do Ano 2019”, a nível do continente africano. Que tipo de programa de reorganização e restruturação financeira foi implementado pelo Banco? No quadro da nossa história recente e da ambição que almejamos alcançar no futuro próximo, sempre tivemos em mente que era muito importante a formação de uma parceira com uma Entidade Internacional de elevada reputação e conhecimentos no setor financeiro. Não se trata de uma mera preocupação a nível reputacional, que também é importante, mas acima de tudo uma forma eficaz, através de transferência de tecnologia, Know-how e Skills, de beneficiarmos de uma melhor capacidade competitiva e estarmos em linha com as melhores práticas do mercado internacional. Foi neste enquadramento, que no início de 2018, identificou-se a Arise B.V., uma sociedade de direito holandês, cujos acionistas são o Rabobank (um Banco holandês de referência naquele país), Norfund (O Maior fundo de investimento Norueguês) e o FMO (Fundo de investimento Holandês), Instituição essa com quem viríamos a negociar a sua entrada no Capital do Banco, através de uma operação complexa e estruturada que abarcaria não só a recomposição da estrutura acionista, como a reformulação do
valor nominal das acções e recomposição dos capitais próprios, bem como ainda a aquisição de 100% do capital de uma terceira Instituição, o Banco Terra, a qual viria posteriormente a ser objeto de uma fusão por incorporação em agosto do ano corrente no próprio Moza Banco. Uma operação desta natureza no actual contexto moçambicano claramente trouxe desafios significativos para a sua conceção, uma vez que a legislação vigente no país e a respectiva regulamentação apresentavam limitações para o nível de complexidade e exigência da mesma. Para o sucesso e alcance dos objetivos preconizados, foi determinante (i) a persistência e foco no alcance do objetivo final traçado, (ii) a clareza e sistematização dos objetivos desta operação em cada estágio e fases e (iii) o compromisso de todas as partes envolvidas na operação. Por tudo isto, muito nos orgulha esta distinção,
A operação da fusão entre o Moza e o BTM integra-se na estratégia de crescimento em conjunto com outras iniciativas cuja ambição é tornar o Moza num Banco universal, com uma dimensão abrangente na prestação de serviços financeiros de qualidade e cobrindo todos os nichos de mercado, disputando desta forma, um lugar de relevo no panorama do sistema financeiro nacional
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da Indústria e Comércio visando implementar reformas nas unidades de fiscalidade, comércio & serviços, legalidade & regulamentação, produção & produtividade e formação & capacitação ao nível de todos os sectores económicos. Acredito que estas iniciativas, uma forte interligação entre os sectores público e privado, irão contribuir para criar um ambiente de negócios que promova o investimento e competitividade empresarial que todos almejamos. Por outro lado, e um pouco no seguimento do recente anúncio da decisão final do investimento (DFI) para o projeto de exploração do gás no norte do país as perspetivas económicas para os próximos anos são animadoras, uma vez que se prevê um aumento da produção no setor mineiro, a melhoria das condições logísticas e a entrada de novos operadores no setor de gás. Neste quadro, é vital que apostemos definitivamente num modelo de desenvolvimento económico
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PCA JOÃO FIGUEIREDO LEVANTANDO O PRÉMIO THE BANKER DEAL OF THE YEAR 2019 FOR RESTRUCTURING IN AFRICA
» BUSINESS CPLP
PCA JOÃO FIG
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que importa salientar transcende as fronteiras nacionais, atingindo a dimensão do continente africano. Atualmente posiciona-se entre os cinco maiores bancos do país. Este posicionamento a muito se deve a esta restruturação? Após o saneamento financeiro operado no exercício de 2017, imprimimos uma nova dinâmica comercial por forma a colocarmos o banco de uma forma sustentada num patamar em harmonia com os objetivos traçados pela gestão. A operação de reestruturação, permitiu a recuperação acentuada e sustentada dos principais indicadores de negócio. Em 2018, a carteira de
crédito cresceu em 20% colocando o Banco a atingir uma quota de mercado de 8,66% (2017: 7,42%). O mesmo ocorreu com os recursos de clientes que cresceram em 39% permitido ao Moza atingir uma quota de mercado de 5,92% (2017: 4,74%). Neste caso, a operação da fusão entre o Moza e o BTM integra-se na estratégia de crescimento em conjunto com outras iniciativas cuja ambição é tornar o Moza num Banco universal, com uma dimensão abrangente na prestação de serviços financeiros de qualidade e cobrindo todos os nichos de mercado, disputando desta forma, um lugar de relevo no panorama do sistema financeiro nacional. A reestruturação e fusão com o Banco Terra, certamente contri-
buiu para recolocar o Moza entre os principais Bancos do país. Em agosto deste ano, concretizou-se formalmente a fusão entre o Moza Banco e o Banco Terra S.A. Porque decidiram o Moza e o BTM fundir as suas atividades? Após concluir, e com sucesso, as operações de aumento de capital e inserção da Arise no capital do Moza BANCO, e por sua vez a aquisição da totalidade do capital do Banco Terra, os acionistas do Moza Banco e do Banco Terra, reconhecendo o potencial existente em cada uma das nossas duas instituições, e a complementaridade dos princípios, valores e visão de futuro, deci-
É indispensável e critico, uma forte orientação para um forte rigor orçamental e a condução de uma política monetária que pugne pela estabilidade do metical e da inflação
diram em Assembleias Gerais dos dois Bancos, concretizar uma fusão entre estas duas Instituições na modalidade de incorporação do BTM no Moza Banco. Esta fusão, como é natural, foi norteada por diversos fatores, uns de natureza estratégica, outros económicos e alguns até de ordem conjuntural. Mas no fundo o importante era potenciar a experiência acumulada de 11 anos que as instituições tinham no mercado nacional, explorar competências diferenciadas que elas detinham, e traduzir em valor acrescentado para o cliente o resultado final desta nossa operação. E foi isto que fizemos e temos vindo a fazer, aproveitando o que de melhor as duas Instituições podiam oferecer ao mercado, somando mais competências mais produtos e mais serviços numa oferta alargada a um maior número de clientes. A fusão entre o Moza e o BTM, em nosso entender, representa ainda, um passo na consolidação do Sistema Financeiro Nacional que atendendo as características da conjuntura atual, tudo indica, ser um caminho incontornável num futuro próximo. De que forma é que esta fusão pode ser um passo determinante no sentido da construção e consolidação não só da nossa Instituição como do próprio Sistema Financeiro? A fusão por incorporação do BTM pelo Moza, marca o início de uma nova fase em que nasce uma instituição combinada, mais forte e equilibrada, alavancando as sinergias e forças existentes em cada um dos bancos. Garante uma uniformização dos procedimentos e uma operacionalidade integrada, com observância dos mesmos princípios estratégicos, assegurando, desta forma uma racionalização de meios e esforços que possibilitam uma gestão sã, eficiente e prudente, em como um exercício mais salutar e competitivo das atividades quer do Moza, quer do extinto BTM. É nossa expectativa e convicção que no período pós fusão o Moza registe um crescimento sustentável, lucrativo e com uma solidez cada vez maior de modo a que a instituição venha a assumir uma posição de relevo no sistema financeiro nacional e contribuir para o desenvolvimento de economia nacional. Com a robustez institucional solidificada proveniente da operação fusão por incorporação do BTM, os consequentes reforços a nível de infra-estrutura, recursos humanos e tecnológicos, estão criadas as condições para que a nossa instituição rapidamente venha a ocupar um papel de maior relevo no panorama do Sistema Financeiro Nacional. Instituições fortes e sólidas são sem dúvida a base para a robustez do sistema no seu todo. Com a fusão, o posicionamento do Moza no setor bancário irá melhorar significativamente, reforçando a competitividade no sector financeiro moçambicano em geral. A Visa também reconheceu o crescimento do Moza com a atribuição dos prémios: Visa Cross border champion award, E-Com warrior award e Visa Premium Award 2019. Este reconhecimento vem reforçar o investimento continuo do Banco na inovação na banca e nos serviços financeiros em geral? O Moza Banco ao longo destes anos tem recebido várias distinções pelo seu desempenho e qualidade de serviço, e 2019, não tem sido exceção. A mais recente veio da rede VISA internacional, que nos distinguiu com: “A Visa Cross border
champion award” que nos distingue como o banco que mais cresceu em transações por cartão no estrangeiro; O “E-Com warrior award” que destaca o Banco como o que apresentou o maior crescimento no volume de transações online e, o “Visa Premium Award 2019” - distinguindo-nos como o Banco que registou o maior crescimento na emissão e nas transações na gama de cartões Platinum. Estas distinções representam um sinal inequívoco da confiança dos nossos Clientes no Banco, e neste caso em particular, na diversidade de meios de pagamento que o Moza disponibiliza, que se apresentam bastante seguros, fiáveis, práticos e abrangentes e com inúmeros benéficos, para efectuar transações quer sejam online ou presenciais, nacionais ou no estrangeiro. São é sem dúvida o reflexo do nosso contínuo e crescente investimento na inovação na banca e nos serviços financeiros em geral. Para além do investimento financeiro, o Moza investiu recentemente na sustentabilidade de hospitais em Nampula e Tete. Estas ações enquadram-se na vossa política de Responsabilidade Social como uma aposta no estabelecimento e fortalecimento das relações. Como é que este mecanismo pode trazer uma maior e melhor sustentabilidade da sociedade e do Banco? De facto, o nosso investimento não se cinge apenas a vertente de negócio. É nosso entendimento que o crescimento do Banco só será efetivo se gerar um impacto positivo nos nossos stakeholders, no meio ambiente e na sociedade em que estamos inseridos. Por essa razão, a Politica de Responsabilidade Social do Moza Banco, destaca o nosso compromisso de desempenhar a nossa atividade de modo a contribuir para o progresso económico e social das comunidades, sobretudo onde temos presença comercial. Dentro desta visão, temos dedicado grande atenção na implementação e apoio a várias iniciativas ao nível da sustentabilidade, social, ambiental e financeira, com particular enfoque para as áreas da saúde, educação, preservação ambiental e proteção de espécies em extinção, literacia financeira, artes e cultura, entre outras. É neste contexto que se enquadram as ações recentes de apetrechamento dos hospitais em Tsangano, Memba, Murrupula e Malema, Distritos onde o Moza é atualmente a única instituição financeira com presença física, garantindo as populações locais, o acesso a serviços financeiros com toda a segurança, conveniência e comodidade. Acreditamos que no contexto atual, a sustentabilidade empresarial, está intrinsecamente ligada a capacidade das instituições, incorporarem fatores sociais e ambientais nos seus planos de desenvolvimento, bem como em suas práticas do dia-a-dia. Por isso, iremos certamente incrementar a nossa contribuição neste domínio, consolidando as iniciativas em curso, assim como expandir e desenvolver novos projetos para o nosso público interno como externo. Prevê-se que Moçambique tenha um crescimento económico acelerado para os próximos anos. Sendo Moçambique um dos países com mais destaque naquela que é a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Do ponto de vista da cooperação, como avalia o país perante os outros países
41 NOVEMBRO 2019
GUEIREDO, EXPLICANDO AO PRESIDENTE FILIPE NYUSI AS ÁREAS SOCIAIS DO MOZA BANCO A QUANDO DA INAUGURAÇÃO DO NOVO EDIFÍCIO SEDE DO MOZABANCO
BUSINESS CPLP
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lusófonos relativamente a este setor? Os Países da CPLP materializam a cooperação entre os mesmos (bilateral ou multilateral) no âmbito do setor financeiro através dos encontros periódicos realizados entre os representantes dos respectivos bancos centrais, com o objetivo de trocar experiencias sobre os vários subtemas do setor, que passam pela inclusão e formação bancária, supervisão bancária, sistemas de pagamentos, digitalização e outros. É assim que o Banco de Moçambique também integra o grupo acima referido para a partilha de conhecimentos. Neste momento, Moçambique posiciona-se como o 3º maior parceiro de Portugal em ações bilaterais no grupo de países da CPLP que visam contribuir para a estabilidade monetária e financeira. O Moza Banco é atualmente a terceira maior rede de distribuição composta por cerca de 60 Unidades de Negócio espalhadas por todo o país. De forma a disponibilizar serviços financeiros a um mercado de clientes cada vez mais alargado, como é que o Moza Banco pretende continuar a crescer? Somos de fato o Banco com a 3ª maior rede de Agências do País, composta atualmente por cerca de 62 Unidades de Negócio espalhadas por todas as capitais provinciais e alguns Distritos e Vilas. Ao longo do corrente mês de outubro, inauguramos 5 novas Agências em Distritos que, até então, não tinham cobertura em termos de rede de Agências bancárias, ampliando deste modo a nossa condição de um banco verdadeiramente universal em termos de cobertura do espectro do negócio bancário, e com forte implantação nacional. É nossa pretensão colocar os nossos produtos e serviços mais perto das populações, afirmando-nos como um dos principais players na aceleração do processo de bancarização e inclusão financeira do país. Mas temos sabido privilegiar outros canais alternativos, assentando a nossa atividade na inovação e em meios tecnológicos que nos permitam aliar a ambição e a funcionalidade, a níveis de eficiência em linha com as melhores práticas do mercado. Num país como o nosso, é difícil no curto-médio prazo, dotarmos o país de uma rede de agências bancárias de proximidade que consigam servir eficientemente a população, vai assim demorar algum tempo até que o consigamos. As novas tecnologias e o digital têm por isso um papel fundamental na inclusão financeira, e por essa razão a tecnologia e inovação constituem um pilar fundamental do nosso posicionamento estratégico. Orgulhamo-nos por sermos um dos bancos na linha da frente do processo de expansão do acesso aos serviços financeiros, quer pelo lançamento de produtos e serviços inovadores para os não bancarizados, quer pela criação de novos modelos de banca direcionados na sua maioria para a inclusão financeira. Por sermos o único banco com a maioria do capital Nacional, a nossa responsabilidade é ainda maior neste domínio. ▪
FÓRUM MILLENNIUM PORTUGAL MOÇAMBIQUE
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MOÇAMBIQUE AQUI TÃO PERTO
Foram várias as entidades conhecidas que se reuniram para o Fórum Millennium, uma iniciativa conjunta do Millennium BCP e do Millennium BIM, para mais um momento de reflexão e debate sobre o Ecossistema Millennium Portugal Moçambique.
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INVESTIR EM MOÇAMBIQUE É PRECISO De acordo com Joaquim Bule, Embaixador de Moçambique em Portugal, este Fórum é pioneiro porque acontece num momento politico e diplomático muito importante para Moçambique. “Este Fórum tem por objetivo promover o mercado moçambicano e apresentar as melhores soluções para as empresas portuguesas que querem investir no país”, admitiu o Embaixador, afirmando também que “é cada vez mais notório o interesse das empresas portuguesas em Moçambique”. Joaquim Bule, acredita que em conjunto, estes dois países conseguem encontrar as melhores formas de criar soluções de negócio em Moçambique. “Queremos acima de tudo, que Moçambique se torne o epicentro dos interesses das empresas portuguesas”. O Embaixador de Moçambique afirma que as economias destes dois países são interdependentes e que podem caminhar juntas. “Somos produtos da história e temos de construir um futuro melhor”. AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO É neste sentido, que este Fórum dá a conhecer as oportunidades proporcionadas por Moçambique, representando um momento de aprofundamento da realidade da potencialidade dos negócios no país africano. Para Joaquim Bule, é fácil trabalhar com os portugueses, uma vez que têm as mesmas matrizes jurídicas, hábi-
Este Fórum tem por objetivo promover o mercado moçambicano e apresentar as melhores soluções para as empresas portuguesas que querem investir no país
tos, costumes e língua idêntica. “Há condições para reaquecer a economia do país com base no investimento português”, afirmou o Embaixador enriquecendo o seu discurso. Por fim, finalizou o mesmo, identificando áreas, negócios e estabelecimentos em que a oferta local é precária ou que se revela insuficiente para comportar projetos de grande magnitude, aconselhando investidores, nacionais e internacionais, a investirem nos seus negócios, apresentando uma projeção de potenciais vendas para cada área de negócio. Quanto a José Reino da Costa, Presidente da Comissão Executiva do Millennium BIM, durante o seu discurso, salientou que “há um enorme potencial de negócios entre Portugal e Moçambique e é necessário aproveitar estas características aplicando estratégias de investimento”. E é neste contexto que o Millennium é apresentado como a melhor solução para quem procura investir neste país, beneficiando do facto
43 NOVEMBRO 2019
Diretor Comercial Norte I, Millennium BCP, Joaquim Matos Dias, o Embaixador de Moçambique em Portugal, Joaquim Bule, o Presidente da Comissão Executiva do Millennium BIM, José Reino da Costa, entre outros, marcaram presença enquanto intervenientes, no Fórum que se realizou no dia 17 de outubro na cidade do Porto. Em cima da mesa, foram debatidos assuntos relacionados com as mais diversas formas de fomentar o negócio entre estes dois países, e de que forma é que estas, proporcionam condições favoráveis para as exportações e importações entre Portugal e Moçambique. A abertura coube a Joaquim Matos Dias, Diretor Comercial Norte I, do Millennium BCP, que realçou a importância da promoção aos desenvolvimentos das exportações portuguesas para Moçambique e de todas as condições favoráveis de investimento, desde a centralidade geográfica de Moçambique, ao assinado acordo de paz recentemente, que passa a transmitir mais estabilização ao país e confiança aos seus investidores.
do Millennium BIM ser banco de referência em Moçambique. Destacado como um país estável e preocupado em melhorar o conjunto dos seus negócios, Moçambique tem uma visão estratégica de fundo bem claro. É um país em desenvolvimento que possui metas e desafios para alcançar no médio prazo. Com a sua estratégia de investimento, o país apresenta oportunidades de negócios em diferentes sectores. A agricultura, máquinas e equipamentos agrícolas, turismo, indústria, setor imobiliário e construção, são alguns dos pilares para o fortalecimento da economia moçambicana. Os desafios para investir numa geografia tão atrativa como Moçambique são muitos e contribuem para que os empresários portugueses não tenham dúvidas quanto a investir no país. ▪
» NEGÓCIOS CPLP
“O POSICIONAMENTO DO MILLENNIUM BIM TEM PERMITIDO AO BANCO GANHAR A CONFIANÇA E A PREFERÊNCIA DOS MOÇAMBICANOS” Millenium bim é o banco mais premiado de Moçambique pela sua liderança no mercado em reconhecimento do trabalho que desenvolvem para com os seus clientes. José Reino da Costa, PCE do Millennium bim, explica tudo em entrevista.
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onsideram que a vossa marca: Millennium bim, simboliza uma expressão de solidez e de resiliência. Ser Millennium bim é ter um compromisso com a sociedade, uma promessa de cumplicidade com os projetos de cada um. Neste sentido, como podemos contextualizar o nível de contributo em relação ao mercado de Moçambique? O nosso posicionamento no mercado é de vanguarda. Apostamos forte em tecnologia e em inovação. Temos um compromisso com Moçambique e com os moçambicanos que passa, precisamente, por contribuir para o desenvolvimento do País a nível social, económico e tecnológico, fomentando em grande medida a inclusão financeira. Trabalhamos com uma equipa de topo e estamos em todas as Províncias e Distritos do País. Oferecemos produtos e serviços personalizados a todos os nossos Clientes e promovemos uma relação de grande proximidade. Apoiamos fortemente o tecido empresarial, as Pequenas e Médias Empresas (PME) que representam mais de 90% do mercado. E, obviamente, que também não somos indiferentes aos mega projetos do Gás Natural. Os projetos de Oil & Gas serão, certamente, os motores da transformação a curto e médio prazos, com o potencial de gerar efeitos multiplicadores na economia moçambicana e no desenvolvimento de cadeias de valor. Neste contexto, o nosso objetivo é concentrar a nossa atuação na prestação de serviços bancários de excelência à cadeia de valor em torno dos grandes projetos, nomeadamente, às empresas moçambicanas, posicionando-nos como parceiro e alavancando as nossas vantagens competitivas, dimensão relativa, solidez e eficiência. A acrescentar a tudo isto, somos um Banco preocupado com a Sociedade onde estamos inseridos. Temos vindo a implementar ao longo dos anos o Programa de Responsabilidade Social “Mais Moçambique pra Mim”, que chega já a muitos moçambicanos, desenvolvendo atividades e projetos no âmbito da educação, da cultura e do desporto.
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JOSÉ REINO DA COSTA
Para além destes compromissos, que outros aspetos integram parte daquele que é o conceito do Millennium bim, de forma a garantir uma proximidade com a sociedade e cumplicidade com os projetos de cada um? O Millennium bim aposta na bancarização e na inclusão financeira. Só assim conseguimos chegar a todos os nossos Clientes, em todos os Distritos do País. A solução de Mobile Banking do Millennium bim (Millennium IZI e Smart IZI para smart phones e IZI no Whatsapp) e a Rede de Agentes permite que os nossos Clientes realizem
Considera que este nível de proximidade no relacionamento com o Cliente marca a diferença perante a denominada concorrência? Sem dúvida. Somos o único Banco em Moçambique a estar presente em todas as Províncias e Distritos do País. Temos uma presença incomparável nas áreas rurais. Com uma rede de cerca de 200 balcões (cerca de 30% do sistema), complementados por cerca de 350 Agentes Bancários – Agentes Já Já –, o Millennium bim possui a maior rede comercial de Moçambique. Afirmam-se como Banco Líder Nacional, com uma vocação natural para a inovação enquanto geradora de valor, aliada à qualidade de serviço. Sentem que esta liderança é desafiante quanto à responsabilidade que acarreta? O Millennium bim é líder de mercado em número de Clientes, com mais de 1,8 milhões de Clientes, em termos de robustez, com um rácio de capital superior a 40%, e com capitais próprios praticamente o dobro do principal concorrente, em eficiência, mas também na área da inovação e na digitalização, com foco nas necessidades dos Clientes e na simplificação de processos internos. Continuamos empenhados em expandir os nossos serviços para chegar a todos. É um desafio constante que transporta, sem dúvida, muita responsabilidade. Estamos conscientes disso e, por isso, trabalhamos afincadamente para mantermos a qualidade e os níveis de exigência. Assumem-se como o “Banco de ontem que hoje se renova e amanhã surpreende”. De que forma é que esta procura constante pela inovação tem sido essencial no crescimento do Millennium bim no país? O posicionamento do Millennium bim tem permitido ao Banco ganhar a confiança e a preferência dos moçambicanos. Os canais digitais do Banco estão a tornar-se cada vez mais importantes nos serviços que prestamos, o que confirma o compromisso do Millennium bim com a inovação e as novas tecnologias. Mais de 40% dos nossos Clientes utilizam ativamente os serviços digitais todos os meses. Para se ter uma ideia, 90% das vendas de serviços pré-pagos que oferecemos aos nossos Clientes são adquiridos através de canais digitais. São considerados como uma identidade supranacional e globalizada que “corre diariamente” com a ambição de obter o reconhecimento internacional pela excelência na
económicas. Ainda em abril, em conjunto com o Millennium BCP, lançámos a Linha Millennium Portugal – Moçambique. Uma linha de financiamento de 20 milhões de euros para dinamizar as trocas comerciais entre Portugal e Moçambique. Esta linha tem como objetivo fomentar o negócio internacional entre os dois países, proporcionando aos Clientes do Millennium bcp e do Millennium bim um canal privilegiado para a concretização dos seus negócios.
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ANOS
“EM QUASE 25 ANOS DE VIDA, JÁ FOMOS PREMIADOS QUASE 100 VEZES, DESTACANDO-SE VÁRIOS PRÉMIOS COMO MELHOR BANCO E COMO BANCO MAIS INOVADOR. PROJETAMOS SOLUÇÕES A PENSAR NOS NOSSOS CLIENTES.”
distribuição de produtos e serviços. Como, e que tipo de soluções eficazes são geradas para alcançar esta distinção? Em quase 25 anos de vida, já fomos premiados quase 100 vezes, destacando-se vários prémios como melhor banco e como banco mais inovador. E isso não é obra do acaso. Projetamos soluções a pensar nos nossos Clientes, graças a uma equipa altamente profissional e empenhada. Hoje temos vários produtos no mercado que vieram, de facto, transformar a vida de muitas pessoas. Ainda em maio deste ano lançámos, uma plataforma que veio revolucionar a relação do Millennium bim com os Clientes e com os seus hábitos de consumo, permitindo reforçar ainda mais a nossa presença junto das populações. Fomos o 1º Banco em Moçambique, e um dos primeiros no continente africano e no mundo, a lançar uma plataforma de Mobile Banking que funciona no Whatsapp. O reconhecimento internacional deixa-nos, obviamente, muito satisfeitos, mas é acima de tudo motivador para continuarmos a fazer mais e melhor. Apostam na criação de valor em negócios bancários em mercados de elevado potencial, respeitando e contribuindo para o crescimento dos países onde estão presentes. No domínio da CPLP, de que forma é que o Millennium bim tem contribuído para o crescimento das relações e parcerias entre esses países? Contribuímos com a promoção de financiamento de empresas para dinamizar trocas comerciais, reforçando, desde logo, ligações
Considera importante esta cooperação mútua entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa? De que forma? Claramente, fatores como a língua e as semelhanças culturais são muito importantes para o desenvolvimento do negócio entre os vários países, promovendo parcerias e impulsionando uma maior integração económica. A criação de linhas de crédito conduz a investimento e o investimento estimula a competitividade. Daí a importância de se criarem condições para que as empresas e os países possam concretizar negócios entre si, face ao potencial económico que a CPLP apresenta. A performance do Millennium bim e a sua postura de responsabilidade perante a sociedade mereceram o reconhecimento de vários agentes económicos e sociais que voltaram a distinguir o Banco com bastantes premiações ao longo dos anos. Que medidas são adotadas pelo banco para obter reconhecimento? Como já referido, o Millennium bim é de facto o Banco mais premiado de Moçambique. Esse reconhecimento é fruto de todo o trabalho que desenvolvemos, da nossa persistência para conseguirmos obter os melhores resultados e da nossa forte aposta na tecnologia e inovação, sempre focados no Cliente e na sua satisfação máxima com uma estratégia de crescimento sustentável e robustez. Por outro lado, o Millennium bim sendo uma marca com grande responsabilidade em Moçambique, tem vindo a desenvolver ao longo dos anos um Programa de Responsabilidade Social, focado no desenvolvimento de projetos sustentáveis e que fazem a diferença, valorizando a vida e estimulando nos moçambicanos a capacidade de sonhar e de acreditar num futuro melhor. Este ano foram distinguidos pela Global Finance – Best Bank Award 2019 com o prémio de “Melhor Banco de Moçambique 2019”, com base nos critérios: crescimento em ativos, rentabilidade, solidez e liderança. Qual a importância desta atribuição para o Millennium bim? É sempre importante sermos reconhecidos pelo trabalho que desenvolvemos. Quando esse reconhecimento é tão criterioso e vem de organismos altamente credíveis só nos pode deixar ainda mais orgulhosos porque funcionam como um selo de qualidade e de excelência. Estes prémios são mérito de toda a equipa de 2500 Colaboradores, também eles orgulhosos e motivados por estas distinções. Ainda há poucas semanas fomos também galardoados como o prémio “Melhor Banco em Segurança de Informação e Prevenção de Fraude”, em todo o continente africano. Uma área de extrema importância nos dias que correm e que contribui, de forma decisiva, para captarmos a confiança absoluta dos nossos Clientes. ▪
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grande parte das transações financeiras com facilidade, em qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer tipo de telemóvel. No ano passado, atingimos um marco histórico alcançando mais de 40% da nossa base de Clientes como utilizadores ativos do IZI, tendo ultrapassado a marca dos 11 milhões de transações mensais neste canal. O Banco disponibiliza aos seus Clientes diversas plataformas digitais através do Internet Banking para particulares e empresas ou do Millennium IZI. Qualquer destas ofertas dispõe de um alargado número de funcionalidades. Continuamos a investir em inovação, designadamente na oferta digital para proporcionar aos Clientes experiências digitais simples, mas de excelência, bem como trazer novos serviços utilizando canais digitais para as suas necessidades financeiras.
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"AMBICIONAMOS UMA PRESENÇA MAIS FORTE EM PORTUGAL E NO CONTINENTE AFRICANO" “A Asseco PST está presente nos países da CPLP numa ótica de longo prazo. O desenvolvimento do capital humano nestas várias geografias é uma preocupação nossa de sempre”, afirma Daniel Araújo, CEO da Asseco PST, que em entrevista à Revista Pontos de Vista deu a conhecer um pouco mais de uma marca que é hoje um player de relevo na criação de soluções tecnológicas aplicadas à banca.
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Asseco PST (Portuguese Speaking Territories) é uma empresa de Tecnologias de Informação. Porquê a escolha na especialização de desenvolvimento de software bancário? Esta escolha está relacionada com a génese da empresa, na Madeira, decorrente da convicção de um grupo de profissionais na importância decisiva que as tecnologias de informação começavam a ter no setor financeiro. Neste caminho de três décadas fomos aprofundando o know how e conhecimento nesta área até nos tornar-nos no referencial atual na criação de soluções tecnológicas aplicadas à banca. Com 30 anos de experiência no setor, a Asseco PST é uma empresa de referência nos espaços de língua portuguesa onde está presente. Qual é o balanço que faz destes anos de atividade? O balanço é claramente positivo. A empresa cresceu de forma consistente, alargou a sua oferta de produtos e iniciou cedo a sua internacionalização, privilegiando a aposta nos países de língua oficial portuguesa. Há mais de duas décadas que somos uma empresa tradicionalmente exportadora, em que mais de 80% da nossa faturação provém do exterior. É uma tendência que vai seguramente manter-se.
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Opera presentemente em oito países de três continentes. Valorizam a proximidade ao cliente, através das filiais em Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde. Que tipo de soluções tecnológicas inovadoras é que são desenvolvidas para cada mercado financeiro onde atuam? As nossas soluções têm a particularidade de serem bastante flexíveis e apresentarem uma estrutura modular. Isto permite-nos responder, com rapidez, aos desafios de um banco moderno com a introdução de soluções tecnológicas de última geração, bem como satisfazer as especificidades pedidas por cada cliente, seja na banca de retalho, na banca de investimento, no microcrédito ou em instituições de crédito. Na verdade, estamos habituados a desenvolver software que tenha em conta as particularidades de cada mercado financeiro e as exigências de cada cliente, com um acompanhamento local permanente e um grau de satisfação muito elevado na avaliação time-to-market. Como descreve cada mercado financeiro? Quantos clientes têm em cada um? Tendo a atividade repartida por diversas geografias, falamos de mercados em estádios de desenvolvimento diferentes. Portugal é o nosso
DANIEL ARAÚJO
mercado de origem, onde temos 12 instituições financeiras como clientes. Angola é o mercado com o maior peso nas operações: dos mais de 60 bancos do nosso portefólio, temos 23 em Angola, o que representa um pouco mais de 80% do mercado total. Em Moçambique temos também uma posição relevante, com 8 bancos que são suportados pelo software da Asseco PST, representando 45% do mercado. Cabo Verde é um mercado mais pequeno, mas onde temos dez clientes, enquanto nos restantes países atuamos sobretudo a partir de Portugal, fazendo deslocar regularmente gestores e técnicos para acompanhar os projetos em curso. Para além da Banca, trabalham para outro tipo de setores? Quais? O nosso foco é a banca digital, em que as soluções da Asseco PST permitem fazer a gestão integrada e completa de um banco em todas as suas vertentes, desde processos de concessão de crédito, cartões de débito a plataformas de mobile e internet banking. Mas com a integração da empresa na multinacional Asseco Group, um dos maiores fornecedores europeus de software, abriram-se novos horizontes. Além do setor bancário, o grupo desenvolve também soluções para empresas de telecomunicações, energia, setor público e serviços de saúde. A diversificação de produtos e mercados são hoje dois eixos estratégicos importantes da nossa atuação. A companhia está focada no desenvolvimento de novos produtos tecnológicos como na
ADMINISTRAÇÃO DA ASSECO PST
FORMANDOS CERTIFICADOS NA ASSECO ACADEMY
prestação de uma gama variada de serviços, tanto para mercados maduros como para emergentes? Não obstante sermos fortes nos países de expressão portuguesa, temos já presença em mercados anglófonos, como a Namíbia e Malta. A atual ligação à casa-mãe, na Polónia, tam-
DANIEL ARAÚJO ORADOR PRINCIPAL NO MOZTECH 2019
As origens da Asseco PST remontam a 1988, no Funchal. Como é que se deu a expansão da empresa para Portugal continental e outros países PALOP? Após a sua criação, os fundadores da empresa estiveram dois anos a desenvolver de raiz a sua primeira solução de gestão bancária. O primeiro cliente foi ganho no Continente através de uma recomendação da Universidade Católica que apostou na nova solução, após um levantamento da oferta existente no mercado. A primeira incursão pelos mercados africanos surgiu logo de seguida. Estamos em Angola desde 1990, altura em que nasceu o primeiro banco comercial que optou pelo sistema de core bancário da empresa. Em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe estamos presentes desde 1992, também associados à primeira instituição financeira dos respetivos países. Moçambique surge logo no ano seguinte. Em que sentido é que a Asseco coopera e contribui para o crescimento da vertente da CPLP? A Asseco PST está presente nos países da CPLP numa ótica de longo prazo. O desenvolvimento do capital humano nestas várias geografias é uma preocupação nossa de sempre. Criámos, por exemplo, uma academia de formação em tecnologias de informação, a Asseco Academy, com o objetivo de certificar novos profissionais com competências no setor financeiro. A academia já opera em Angola e Moçambique e, a prazo, estará noutros mercados. Por outro lado, somos igualmente ativos na cooperação através das câmaras de comércio das quais somos associados. Considera que a cooperação bi-
lateral entre Portugal e os países integrantes da CPLP no domínio financeiro deveria ser mais fomentada? E considera que existem aspetos que têm de ser aperfeiçoados? O reforço da cooperação entre os países da CPLP é desejável e mutuamente vantajoso. A área financeira não é exceção. O setor bancário está em transformação, tanto em Portugal como noutros mercados mais emergentes. Há sempre questões regulatórias que carecem de ser aperfeiçoadas e ganhos que é preciso conquistar ao nível da eficiência, rapidez e segurança das operações bancárias, ao mesmo tempo que se procura garantir uma maior comodidade para o cliente bancário que atua nos vários mercados. A Asseco PST foi distinguida este ano com um prémio internacional pela IBS Intelligence na categoria CRM para o setor bancário. Em que consiste este prémio e qual a sua importância? A IBS Intelligence é a principal fonte de informação e de análises independentes em tudo o que se relaciona com tecnologias financeiras. Esta organização destacou a Asseco PST como líder na IBSI Sales League Table 2019, que funciona como um barómetro de vendas para os fornecedores de soluções tecnológicas aplicadas à área bancária. O prémio reconhece o nosso desempenho na implementação de soluções na categoria CRM Systems e CRM Platforms. A sua importância advém do facto de aquele barómetro ser utilizado pelos bancos para selecionarem os seus parceiros tecnológicos. De que forma este reconhecimento constitui um selo de reputação e solidez perante clientes, parceiros e colaboradores? A distinção reforça o prestígio da empresa, ajudando a solidificar a nossa imagem como player de referência nos vários mercados. É igualmente um estímulo para todos os colaboradores que diariamente se empenham para superar os desafios mais exigentes.▪
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bém nos abre as portas do leste europeu. Temos alguns projetos concretos nestas geografias que queremos aprofundar. Por outro lado, ambicionamos uma presença mais forte em Portugal e no continente africano, sendo este um compromisso mantido no seio do Asseco Group.
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“MELHORIA DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS E FACILITAÇÃO DO PROCESSO DE INVESTIMENTO” A AIPEX é uma agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola. Estivemos à conversa com Licínio Vaz Contreiras, PCA da AIPEX. Saiba mais.
LICÍNIO VAZ CONTREIRAS
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e que forma é que é executada a promoção das exportações e subsequente captação do investimento privado? No sentido de promover a captação de investimentos e assegurar o desenvolvimento da competitividade das empresas nacionais e promover a sua internacionalização a AIPEX criou o PROCIP (Programa de Promoção e Captação do Investimento privado), cuja a estratégia assenta em 5 pilares fundamentais, designadamente: focar a atração do investimento privado em sectores e clusters prioritários; priorizar a atuação em países e investidores de maior potencial; valorizar Angola como destino de investimento privado; acelerar a captação de investimento privado com “Investidor 360 graus”; garantir excelência operacional da AIPEX. Relativamente a competitividade das empresas nacionais e promoção da sua internacionalização, importa referir que a AIPEX, criou o PROEXPORT (Programa de Promoção das Exportações), que em paralelo com o PDN (Plano de Desenvolvimento Nacional) visa a substituição das importações e aumento das exportações mediante investimento focado na produção interna. Estas ações têm sido acompanhadas mediante a participação das empresas nacionais em
Feiras de negócios internacionais e Fóruns económicos internacionais que visam a captação de IDE criteriosamente selecionados pela Agência para permitir a competitividade das empresas nacionais e promoção da sua internacionalização. Como é que é elaborado, por parte da AIPEX, o apoio institucional e acompanhamento da execução dos projetos de investimento e internacionalização das empresas angolanas? A AIPEX no âmbito das suas competências previstas no artigo 26.º do Decreto Presidencial n.º 81/18 de 19 de março, tem um Departamento de Apoio e Articulação Institucional, que tem como atribuições a interação com os Departamentos Ministeriais responsáveis/ intervenientes no sistema de investimento privado, de modo a permitir que sejam superados determinados constrangimentos que até então os investidores enfrentavam, bem como a com vista a garantir maior celeridade no tratamento desses. Por outro lado, o acompanhamento da execução dos projetos é feito para garantir a sua efetiva implementação nos termos em que foram registados. A AIPEX acompanha e fiscaliza a implementação dos projetos de investimento através de
relatórios trimestrais do estado do projeto, e das visitas regulares programadas ou solicitadas pelos departamentos a nível interno. Os investidores devem apresentar os relatórios até 15 (quinze) dias após o término do trimestre de acordo com os nºs. 1 e 3 do art.º 17º, do Decreto Presidencial n.º 250/18 de 30 de outubro, até a sua efetiva implementação. Uma vez implementados, ficam dispensados da prestação anual de informações, sem prejuízo de fornecê-las sempre que solicitadas pelo serviço de acompanhamento de fiscalização da AIPEX. De que forma é que a AIPEX promove e capta investimentos privados de origem interna e externa suscetíveis de contribuir para o desenvolvimento socioeconómico de Angola? A AIPEX promove e capta investimentos privados de forma externa e interna das seguintes formas: realizando fóruns de forma a permitir que os investidores se familiarizem com o ambiente de negócios em Angola; através dos meios de comunicação social, jornais, rádio, televisão e internet para dar a conhecer aos investidores e ao público em geral os objectivos da AIPEX. A AIPEX tem fornecido mensalmente os dados estatísticos referente ao investimen-
to privado para o jornal de Angola, e os canais diplomáticos que a partida deveriam ser o primeiro contato do investidor sobre a realidade das oportunidades de investimento existentes no país.
A AIPEX é o interlocutor único do investidor em todas as fases do processo de um investimento? No que diz respeito ao processo de investimento privado a AIPEX pretende tornar-se o único interlocutor com quem o investidor poderá fazer a interface para consolidar as várias fases existentes para a implementação do projeto. Desde a obtenção de licenças, dos vários setores públicos, serviços migratórios, comunicações com o fim de reduzir as cargas burocráticas sobre o investidor na fase de implementação dos projetos. Como é que é apoiam os investidores e acompanham as propostas de investimento de forma a assegurar as condições para a boa execução dos projetos de investimento? Uma das premissas existentes no objecto da AIPEX, consiste na melhoria do ambiente de negócios e na facilitação do processo de investimento, bem com a implementação de políticas governamentais que visem atrair investimentos privados nacionais e estrangeiros, bem como a promoção das exportações de modo a reduzir o custo na balança comercial. Nesta conformidade a AIPEX criou a figura do gestor do investidor sendo ele o ponto do contato dos investidores com a AIPEX facilitando o intercâmbio de informação. O gestor, alinhado com o Departamento de Apoio e Articulação Institucional, tem como função sanar as dificuldades e/ou constrangimentos que os investidores têm ao longo da execução do projeto bem como auxiliar o cumprimento da legislação aplicável. A AIPEX apoia o crescimento de uma economia diversificada e estável no mercado angolano? Através de que estratégia? A AIPEX pode contribuir para a implementação das políticas e programas de substituição das importações e aumento das exportações mediante o PROCIP e o PROEXPORT na medida em que os setores prioritários que me referi atrás e que fazem parte destes programas foram selecionados com base nas prioridades do executivo e do impacto na economia nacional.
Considera que a diversificação das exportações é importante, para que Angola participe de forma significativa e competitiva na economia global? De que forma é que a fomentam? Através de que iniciativas? A nossa actução na promoção das exportações tem 5 iniciativas, assim apresentadas:
I. C OORDENAÇÃO INSTITUCIONAL, ATRAVÉS DE INICIATIVAS DE:
• Coordeneção institucional nacional; • Coordenação institucional internacional.
II. C APACITAÇÃO TÉCNICA E EMPRESARIAL, ATRAVÉS DE INICIATIVAS DE:
• Promoção de certificação e standards internacionais; • Capacitação dos recursos humanos; • Navegação no ecossistema nacional para exportar – balcão único do exportador.
III. R EFORÇO DO FINANCIAMENTO E DOS INCENTIVOS, ATRAVÉS DE INICIATIVAS DE:
• Apoio à concretização de linhas de crédito internacionais; • Promoção de apoio financeiro nacional à exportação; • Promoção de incentivos do Estado às exportações.
IV. PROMOÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL, ATRAVÉS DE INICIATIVAS DE:
• Market intelligence elaboração de estudos de mercado; • Marketing e comunicação dos produtos nacionais; • Emparelhamento de negócios; • Apoio à navegação internacional do exportador.
V. ACELERAÇÃO DA CAPACIDADE DE EXPORTAÇÃO, ATRAVÉS DE INICIATIVAS DE: • Atracção de investimento externo para aumento da capacidade exportadora; • Execução de projectos piloto.
Para a AIPEX, um elemento importante para a sustentabilidade do processo de desenvolvimento de Angola reside no seu relacionamento com o exterior e na inserção competitiva da economia no contexto internacional? Sim, através dos indicadores económicos que
o executivo tem demonstrado na sequência do Programa de Estabilização Macroeconómica iniciado em janeiro de 2018, nesse mesmo ano e pela primeira vez em três anos, o país registou um saldo orçamental positivo de 2,2% do PIB. Os dados preliminares apontam para um saldo orçamental igualmente positivo em 2019. De assinalar que no fim do primeiro semestre deste ano o saldo orçamental foi positivo em cerca de 1,3% do PIB. O facto de se ter saído de uma situação orçamental deficitária para uma situação superavitária é de uma grande importância, pois tal significa que o país terá menores necessidades de endividamento e pode escapar-se de uma autêntica armadilha da dívida. A AIPEX contribui na melhoria do ambiente de negócios e aumento da competitividade das empresas, quer seja, para investidores nacionais ou internacionais. No domínio da CPLP, de que forma é que a AIPEX tem contribuído para o crescimento destas relações e parcerias entre os países membros? A AIPEX tem contribuído para o crescimento destas relações e parcerias entre os países membros assinando memorandos de entendimento com as congéneres de forma a facilitar o intercâmbio, formação de quadros, trocas de experiência, seria uma oportunidade a médio longo prazo os países membros da CPLP criarem uma lei única que facilite as trocas comerciais (importação, exportação), com isenções nas importações e exportações. Considera importante esta cooperação mútua entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa? De que forma? Sim, é importante, tendo em conta a história dos países membros, apesar da dispersão geográfica, podemos considerar relevante esta cooperação mútua entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de formas a facilitar a livre circulação de pessoas e bens, a mobilidade dentro da comunidade, a criação de uma moeda única de troca para os negócios feitos dentro da comunidade. A importância de exportar para uma empresa, destaca-se por ? As vantagens para a empresa são: a geração de receitas em divisas e consequente disponibilidade de reservas em divisas; diversificação da carteira de clientes, não ficando dependente unicamente da conjuntura interna; realização de economias de escala pela maior dimensão do mercado. ▪
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Contribuem para a criação de condições propícias para a realização de investimento privado em Angola? De que forma? Sim, a AIPEX contribui para a criação de condições propícias para a realização de investimento privado em Angola, facilitanto os serviços de pré-estudo, estudo de viabilidade e de mercado, com o apoio com dados e contatos, bem como articulando com as diversas instituições públicas e privados que interferem no processo de investimento, em nome e a favor do Investidor. Portanto, a AIPEX melhora o ambiente de negócios para o investidor.
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“A NOSSA FORMA DE ATUAR É CLARA E PRIMA PELA QUALIDADE” Qualidade, competência, honestidade e, acima de tudo, um parceiro fidedigno. São estas as principais caraterísticas da Ferpinta Moçambique, uma marca que desde 1997 tem assumido um compromisso com os seus parceiros/clientes com um único desiderato, a sua satisfação. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Ricardo Ribeiro, Diretor de Operações da Ferpinta Moçambique, que nos deu a conhecer um pouco mais da mesma e da sua forma de atuação.
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FERPINTA Moçambique assume-se atualmente como uma marca de enorme relevo, que coloca a sua orgânica em prol da satisfação total do cliente. Neste domínio, como que tem vindo a marca a promover um percurso em prol da sua solidificação no mercado moçambicano? Estamos presentes no mercado desde 1997, desde o início assumimos uma postura de compromisso com o mercado e acreditamos no potencial do mesmo. Como referem, e bem, a satisfação do nosso cliente é uma premissa base para a solidificação da imagem da Ferpinta Moçambique como player de referência no setor. Houve, no entanto, necessidade de adaptação e alargamento do nosso leque de produtos por forma a corresponder às necessidades do mercado.
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A origem da FERPINTA Moçambique faz parte da estratégia de internacionalização da empresa mãe, a FERPINTA SA. É importante esta ligação à casa mãe para alcançarem os vossos desideratos? Além das vantagens recorrentes disso mesmo, é legítimo afirmar que esta ligação aumenta as exigências, obrigando-vos a ser ainda melhores para responder a todas as necessidades do mercado? É inequívoca ligação da Ferpinta Moçambique para com a casa mãe. Todo o know-how de hoje advém de experiência adquirida no mercado nacional e europeu, adaptado aquilo que é a realidade Africana. Independentemente do mercado que operamos, a nossa forma de atuar é clara e prima pela qualidade que por que sempre pautou a Ferpinta. De que forma é que a FERPINTA Moçambique tem vindo a edificar uma posição no mercado moçambicano como referência na produção e comercialização de produtos siderúrgicos? A palavra-chave volta a ser a qualidade. Num mercado extremamente concorrencial, pauta-
armazenamento e distribuição de produtos na capital, bem como reforçar a capacidade de trading via Africa do Sul. Por fim, a delegação mais a norte, Nacala, dá-nos oportunidade de estar próximo da zona que acreditamos ser o futuro do país.
RICARDO RIBEIRO
mos por aquilo que poucos conseguem oferecer de forma extremamente competitiva. A diversidade de produtos adaptados à realidade do mercado, aliados com a dispersão geográfica que temos no mercado, quer com armazéns como com distribuidores, fazem da Ferpinta Moçambique uma empresa referência da área de atuação. É legítimo afirmar que uma das grandes valias da marca passa pela sua capacidade em descentralizar a sua atuação, ou seja, está presente nos grandes centros urbanos, mas também nas áreas mais limítrofes? Esta estratégia é fundamental para criar uma dinâmica de confiança com o cliente? As escolhas geográficas das áreas de atuação da Ferpinta Moçambique foram estratégicas. Se olharmos para o mapa de Moçambique, conseguimos perceber a nossa que a nossa dispersão desde cedo em três regiões chave, ajudou a colher frutos na era atual. A Beira, local onde temos a operação fabril está localizada no centro do país, permitindo competitividade norte a sul e criando ainda excelentes linhas de exportação com a Zâmbia, Zimbabué, Malawi, Africa do Sul e Tanzânia. A localização do porto permite-nos ainda exportar para outras regiões como Madagáscar, Ilhas Reunião e Maurícias. Outra delegação a sul, Maputo permite o
No domínio da vossa orgânica, como tem sido a inovação um pilar essencial no vosso sucesso? Inovação e polivalência são sem dúvida palavras chave para o sucesso no mercado. O facto o nosso produto ser certificado e obedecer a restritos métodos de produção e controlo de qualidade ajudam a diferenciar a Ferpinta Moçambique da concorrência. Sente que a FERPINTA, no seu todo, é hoje um exemplo claro no contributo para as relações de cooperação na CPLP? É essencial que se criem estas estratégias e dinâmicas? Como se diz na gíria: juntos somos mais fortes. É, sem dúvida, essencial essa dinâmica e cooperação. Quais são os principais desideratos da FERPINTA Moçambique para 2020 e quais as expetativas da marca para continuar a explorar o potencial de crescimento moçambicano nas vossas áreas de atuação? No próximo ano temos articulada a compra de duas novas máquinas para reforçarem a operação em áreas que o mercado está debilitado. Além da aquisição de máquinas estamos também a obter novas certificações para diferenciar ainda mais o nosso produto e estarmos aptos para fornecimentos específicos em projetos no norte do país. Para quem não conhece a FERPINTA, que mais valias podem oferecer a todos aqueles que vos escolhem como parceiros de negócios? Qualidade, competência, honestidade e, acima de tudo, um parceiro fidedigno. ▪
NEGÓCIOS EM PT
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A TRILHAR O CAMINHO DA EVOLUÇÃO DIARIAMENTE Paulo Calçada, Administrador da Calçada SA, uma empresa no ramo do polimento de braceletes, caixas de relógio e peças de bijuteria, fala dos seus 30 anos de experiência neste setor, em conversa com a Revista Pontos de Vista.
PAULO CALÇADA
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omo e quando surgiu a ideia de se aventurar e criar o seu próprio espaço? Corria o ano de 1989, quando surgiu uma oportunidade de emprego na área da relojoaria, que aceitei e confesso que foi “amor à primeira vista”. É apaixonante recebermos uma peça em bruto e trabalhá-la com minuciosidade e dedicação, de forma a torná-la perfeita e bela. Essa paixão, que ainda hoje tem a chama acesa, fez com que eu desenvolvesse rapidamente boas competências. Ao trabalhar a um ritmo alucinante, com dedicação e paixão, comecei a pensar que seria vantajoso lançar-me de forma independente e em 2000 decidi arriscar e dar esse passo e aos poucos, comecei a construir uma rede de clientes de confiança. A rede alargou de tal forma, que em 2000, constituí a Calçada, S.A. e adquiri o meu primeiro espaço, em Le Locle, Suíça, onde instalei a minha primeira fábrica, o que me permitiu alargar a gama de serviços prestados aos meus clientes, que por esta altura já demonstravam a sua confiança no meu trabalho e alimentavam o meu desejo de ver o meu pequeno projeto crescer. Como a Calçada S.A., sempre trabalhou para gamas da alta relojoaria e joalharia e sempre esteve bem conotada no mercado Suíço, o crescimento da empresa foi essencial e fez-se de forma natural, de forma a cumprir os critérios de qualidade exigidos pelo nosso cliente, contando atualmente com 120 colaboradores. É nesse âmbito de crescimento, de maior procura por parte dos nossos clientes e na confiança que eles colocam na Calçada, S.A., que em 2010, não esquecendo as minhas origens, das quais me orgulho, abri a filial em Louredo, Santa Maria da Feira, Portugal, terra que me viu nascer. Filial essa
Que tipo de procedimentos é que foram adotados de forma a difundir os seus altos conhecimentos neste ofício aos seus colaboradores, transmitindo-lhes o sentido de responsabilidade laboral, profissionalismo e competência? Nesta área, o requisito essencial de qualquer colaborador é a paixão e a dedicação. Pessoalmente, trabalho diariamente para que os meus colaboradores tenham a perceção da responsabilidade desta área profissional e a dimensão dos clientes para as quais a Calçada, S.A. trabalha. Os meus colaboradores são parte integrante da Calçada, S.A. e, enquanto administrador, tento dar melhores condições de trabalho para que eles se sintam bem e cooperem no sucesso da empresa. Enquanto profissional, acompanho-os diariamente na laboração, transmitindo-lhes todos os meus conhecimentos, laborando com eles, se necessário. Foi preciso formar a equipa desde o princípio, incutir-lhes a responsabilidade, a paixão pela área, o nível de exigência, ensinar-lhes os procedimentos a realizar em cada peça, ensiná-los que cada peça é única. Felizmente, consegui formar uma boa equipa, com talento e sobretudo com a paixão necessária e que já é capaz de formar os novos colaboradores. No presente, a empresa Calçada SA conta já com duas fábricas, mantendo-se a casa mãe na cidade Le Locle - Suíça e uma filial em Louredo- Santa Maria da Feira, Portugal. Quais as diferenças que encontra entre estes dois mercados? Embora a Calçada, S.A. conte com duas fábricas, ambas trabalham com o mesmo nível de exigência e competência. Na realidade, ambas trabalham quase em exclusivo com mercado externo, portanto não podemos fazer uma análise que distinga os dois mercados. A filial portuguesa surge como forma de oferecer, aos clientes, um custo de mão-de-obra inferior à Suíça, mas com uma qualidade equiparada às peças produzidas na Suíça, uma vez que na fábrica mãe, 90 % dos funcionários são portugueses.
Considera que ambas as fábricas têm todo o know-how necessário para dar a melhor estética final a toda a alta relojoaria? Sim, considero. Trabalhamos diariamente nesse sentido e a prova disso é o nosso crescimento diário e a confiança que os nossos clientes depositam diariamente na Calçada, S.A. A Calçada S.A. é especializada na prestação de vários serviços. Quais? A Calçada, S.A. efetua preparação, polimento, lavagem, gravação, colagem, montagem e muitos outros procedimentos relacionados com o manuseamento de peças de relojoaria e joalharia. De que forma é que a Calçada S.A. está a preparar-se para acompanhar a constante evolução e exigências de ambos os mercados no futuro?
A Calçada, S.A. trilha o caminho da evolução diariamente. O nosso sucesso não nos permite estagnar. Dia após dia trabalhamos na nossa modernização e evolução industrial. Acompanhamos a evolução industrial de perto, visitando feiras e eventos que nos permitam conhecer as últimas novidades do mercado. De momento, estamos num processo de inovação ascendente, com vários projetos em curso tanto na área digital, como industrial, como da automação e robotização. No que toca à automação e robotização, firmamos parcerias com empresas de renome no mercado, tendo como objetivo a criação e melhoramento de soluções aplicáveis à nossa área, que se coadunam em testes diários e processos de adaptação de maquinaria robótica. ▪
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que, também foi crescendo de forma gradual, contando atualmente com 130 colaboradores.
» ANIVERSÁRIO 13 ANOS
13 ANOS DE SOLUÇÕES Dulce Forte é a Diretora Geral da DSolutions, uma empresa de Consultoria & Formação criada em 2006. Uma empresa dinâmica que estabelece uma relação de proximidade, de confiança e de benefício mútuo com os seus clientes, baseando-se em princípios como a simplicidade, eficácia e excelência em cada projeto. Saiba mais!
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stão neste momento a comemorar o aniversário dos 13 anos de atividade. Que balanço faz destes anos? Sim, é verdade! Começámos numa 6ª feira 13, em outubro de 2006! A entidade fiscal que está por detrás da marca DSolutions, foi constituída para assegurar uma posição de franchising da Decisões e Soluções, em Loures. Durante seis anos, representámos essa marca e trabalhámos em consultoria financeira, nomeadamente na consolidação e obtenção de crédito para particulares e empresas. Em 2013, rescindimos o contrato de franchising e continuámos com a nossa atividade de forma independente, mas também com um foco diferente. A consultoria de gestão e formação. A partir dessa altura, criou-se a DSolutions® como marca. No fundo, sou um pouco a “Dulce Soluções”, porque os clientes, mais do que a marca, recorrem sempre à “Dulce”. Dito isto, até ao dia de hoje, temos estado focados na consultoria de gestão, com o acompanhamento às empresas em várias vertentes: financeira, fiscal, apoio na obtenção de fundos, implementação de sistemas de certificação, processos de certificação de empresas na área da formação, entre outras. Temos como missão criar valor para os nossos clientes! Quais foram os principais desafios que enfrentou ao longo destes 13 anos? Os principais desafios foram, sobretudo, os anos de 2013-14, anos da crise financeira, que coincidiram também com o término do quadro comunitário anterior, o QREN e o lançamento do novo quadro, Portugal 2020. Para mim, quer em termos pessoais, quer em termos empresariais, estas, eram as duas áreas com as quais estava a trabalhar, pelo que teve que haver um “renascimento das cinzas” e uma redefinição estratégica. Foi extremamente desafiante, porque por um lado, deixei de estar associada a uma marca de nível nacional e passei a tra-
DULCE FORTE
consiste esta nova solução ligada à mediação imobiliária. A DSolutions Real Estate resulta da experiência na área financeira para a vertente imobiliária. A nossa missão é selecionar oportunidades de investimento imobiliário à medida das elevadas expectativas dos nossos clientes, sobretudo investidores. Desde 2017 que temos uma licença AMI, e esta é a atividade do grupo que tem estado em destaque, porque temos estado a crescer e a consolidar a equipa. Estamos vocacionados para assessorar estrangeiros e nacionais que pretendem investir no imobiliário em Portugal, ou utilizar o país como plataforma para a sua estratégia internacional e é através deste compromisso que pretendemos trazer valor aos nossos clientes, adotando um posicionamento ético, transparente e de confiança na relação que estabelecemos com os nossos clientes e parceiros, baseado na integridade, rigor e confidencialidade.
balhar sozinha, e por outro, porque tinha duas áreas Temos Muitos são aquede negócio que estavam como objetivo les que afirmam em transição ao mesmo manter a qualidade que o caminho tempo. Foram várias para o cresas perguntas, com as dos nossos serviços e o cimento das quais me questionei, tais nível de aprovação dos empresas porcomo: o que era possínossos projetos, uma vez tuguesas faz-se vel fazer? o que se podia que é para isso que lá fora. A DSolucriar de novo? Desistir? tions já se internaResistir? Resistimos e, foi trabalhamos cionalizou? uma fase importante, porque me deu a oportunidade Sim. Estamos neste de conhecer outros mercados, momento no Luxemburcomo o médio oriente e o continengo a trabalhar em todas as te africano, onde acompanhei processos atividades do grupo DSolutions: de internacionalização de empresas. consultoria de gestão e investimento imobiliário. Temos estabelecidas diversas parcerias com Para além da DSolutions, em 2017 nasceu a entidades internacionais que pretendem investir DSolutions Real Estate? Explique-nos em que em Portugal. Esta estratégia tem por base a ver-
Estas apostas fazem parte das opções estratégicas da DSolutions, como forma de se distinguir no mercado? Sim! O nosso objetivo é manter este foco. Estar sempre direcionados para este perfil de cliente e ter uma vertente consolidada de áreas, porque ambas as áreas de atuação se complementam e distinguem pela vasta experiência no mercado em que intervimos, tanto para empresas como para particulares. De que forma é que os vossos serviços criam valor e vantagens competitivas para as organizações? Adaptando os serviços prestados à cultura de cada organização. A DSolutions gosta de entrar numa empresa e torná-la sua parceira e criar uma relação de proximidade com os seus clientes. Costumo dizer que os nossos clientes se tornam “família”. Muitas das vezes começamos por fazer uma simples intervenção para uma empresa cliente e acabamos por fazer o acompanhamento da mesma ao longo de vários anos, ou seja, consolidamos a nossa posição com os clientes. Quanto às vantagens competitivas temos diversos parceiros estratégicos que complementam os nossos serviços: a título de exemplo, podemos enquadrar as empresas clientes em missões empresariais de entidades associativas parceiras. Isto significa que conseguimos dar às empresas, um vasto leque de ofertas em várias áreas o que nos permite reforçar a nossa relação com o cliente.
Para além da consultoria, prestam serviços estratégicos para o crescimento das atividades dos vossos clientes, através do “training academy” e das certificações. Em que consiste cada um deles? A “training academy” é no fundo, a formação. Mas ainda é um projeto embrionário. No entanto, o objetivo é criar rapidamente uma academia de formação interna, de forma a complementar o trabalho desenvolvido pela DSolutions na vertente de consultoria de gestão. Quanto às certificações o nosso serviço é acompanhar as empresas, através de consultores, nos sistemas de implementação de certificações em tudo o que sejam normas. Arrancámos, há dias, com uma parceria com uma entidade certificadora, uma vez que vamos lançar um projeto relacionado com o Portugal 2020. Este projeto tem por base o desenvolvimento de workshops temáticos a nível nacional, onde serão apresentados os apoios que as empresas podem ter nas áreas de qualificação e internacionalização, que são essencialmente, as duas áreas com as quais trabalhamos. No fundo é essencial trabalhar estas vertentes para a empresa se poder destacar. A DSolutions tem como projetos para o futuro? A base do grupo DSolutions está consolidada. No entanto, é preciso continuar a manter a posição que temos, porque neste momento somos uma marca reconhecida. Temos como objetivo manter a qualidade dos nossos serviços e o nível de aprovação dos nossos projetos, uma vez que é para isso que trabalhamos. E como disse anteriormente, lançar uma nova área para 2020, a academia de formação interna. Outro objetivo é dar à vertente DSolutions Real Estate a mesma visibilidade que a base do grupo já detém, porque é uma área a destacar pela qualidade dos serviços que presta, e por isso, temos cada vez mais, que estar focados, criando várias ofertas que possam complementar o serviço prestado. ▪
O QUE ELES DIZEM... ISABEL QUINTAS CONSULTORA
"O balanço que posso fazer destes anos, é bastante positivo, dada a facilidade em trabalhar com esta equipa!."
MAURÍCIO MORATO CONSULTOR
“Seriedade. Honestidade e muito trabalho.”
JOÃO PALHA CONSULTOR
“Um desafio e um projeto.”
JOÃO ABELHA CONSULTOR
"Uma empresa que procura a excelência na oferta de serviços 360, financeiros, imobiliários e formativos.”
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tente de investimento imobiliário em que nos decidimos focar: grupos de investidores para projetos considerados de gama média/alta e mercado empresarial. E é neste sentido que temos feito um grande esforço e um grande investimento. Esta expansão começou em Abril de 2018, data em que estivemos presentes na Portugal Expo, no Luxemburgo, no sentido de estabelecer parcerias. Este ano já marcámos presença na FIN (Feira Internacional de Negócios) no Porto e para 2020 estão previstas presenças em duas feiras internacionais de imobiliário: Madrid e Paris.
» SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
“A TERRAGES ESTÁ EMPENHADA EM TORNAR A INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA MAIS PRECISA, MAIS COMPLETA E MAIS DINÂMICA”
“O crescimento dos SIG na última década é na realidade notável e vem ao encontro de uma necessidade de sabermos, com elevada precisão e de uma forma atualizada, “onde estão as coisas”. A Revista Pontos de Vista conversou com Pedro Fernandes, Administrador da TerraGes, Novas Tecnologias para a Gestão Agro-Florestal e Ambiente, Lda, que nos deu a conhecer um pouco mais do percurso da marca, que estará presente neste mês, como expositora, na primeira edição do evento “És SIG”, promovido pela APPSIG.
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om 14 anos de atividade, a TerraGes é uma empresa especializada no fornecimento das mais modernas ferramentas e tecnologias de apoio à gestão de recursos naturais. Assim, de que forma analisa a vossa presença no mercado e a vossa contribuição para um setor mais profissionalizado e de excelência? A TerraGes tem de facto uma forte presença no mercado de equipamentos profissionais GNSS para SIG Móvel. Somos representantes exclusivos do portfolio SIG da Spectra GeoSpatial, empresa do Grupo Trimble, e que é reconhecida mundialmente como o fabricante N.º1 de equipamentos GPS Profissionais de Alta Precisão. Desde 2005 – ano da fundação da empresa – temos vindo a crescer sustentadamente não só graças ao desenvolvimento de novos equipamentos e soluções por parte da Spectra Geospatial, mas também à noção muito clara de que temos de apresentar aos nossos clientes soluções que resolvam os problemas e os desafios que estes enfrentam no seu trabalho diário. Desta forma não nos limitamos apenas a “vender” equipamentos, mas sim a fornecer uma solução integrada e adaptada consoante as necessidades dos nossos clientes. O crescimento dos SIG na última década é na realidade notável e vem ao encontro de uma necessidade de sabermos, com elevada precisão e de uma forma atualizada, “onde estão as coisas”.
De que forma é que a TerraGes cria novas soluções para uma melhor e mais eficiente gestão agroflorestal? Conforme referimos anteriormente a TerraGes tenta adaptar as nossas soluções em termos de hardware, precisão e software, às necessidades dos clientes. Desenvolvemos formulários de trabalho adaptados por exemplo ao cadastro de redes de águas e saneamento, ao cadastro florestal e das ZIFs, à verificação física de projetos de investimento, assim como para muitas outras temáticas. O fornecimento dos nossos equipamentos já com estas adaptações torna o trabalho dos utilizadores e clientes mais simples, rápido e intuitivo. Adicionalmente possuímos vários vídeo-tutoriais disponíveis na internet – Youtube – que servem para dar suporte aos nossos clientes e elucidar os futuros utilizadores de como funcionam as nossas soluções em termos de software e hardware. Assumem que todos os vossos recursos são naturalmente inovadores. De que tipo de recursos é que estamos a falar e em que sentido é que se tornam inovadores para os vossos clientes? Os recursos que referimos serem naturalmente inovadores são na realidade as nossas soluções - equipamentos e software. São inovadores pois trazem para as mãos dos utilizadores das nossas soluções, as tecnologias para recentes para SIG Móvel. A TerraGes foi a primeira empresa – e provavelmente ainda é a única – a fornecer equipamentos GPS de alta precisão em Sistema Operativo Android, algo que alterou de muitas
formas o modo de trabalhar em SIG Móvel. Este facto coloca-nos num patamar distintivo em relação a todas as outras soluções que existem no mercado. Têm como compromisso de estar em contato permanente com os vossos clientes, não só para resolução de problemas, mas também no aconselhamento de modo a fornecerem a melhor solução e o mais personalizada possível. De que forma atuam para assegurar os objetivos dos vossos clientes? O estar em contacto permanente com os nossos clientes significa ouvir as suas necessidades e adaptar as nossas soluções a essas mesmas necessidades. Conforme referido anteriormente desenvolvemos modelos e formulários de trabalho adaptados a vários tipos de utilizadores de forma a que o trabalho de campo seja mais rápido e eficiente. Temos um serviço de suporte e atendimento técnico permanente pós-venda assim como manuais de utilização e guias rápidos elaborados pela nossa equipa técnica e ainda um canal de Youtube com vários vídeos e tutoriais. Um dos objetivos centrais da TerraGes é tornar a utilização dos nossos equipamentos uma experiência profissionalmente enriquecedora e sermos reconhecidos como uma empresa que se preocupa genuinamente em formar técnicos e providenciar um apoio técnico de excelência. Estão especializados no fornecimento das mais
A primeira edição do evento “És SIG”, promovido
pela APPSIG, com o tema “O SIG em Portugal“, é já no mês de novembro e a TerraGes vai estar presente. O que podemos esperar desta cerimónia? A TerraGes irá estar presente neste evento como expositor e teremos à disposição dos visitantes todo o nosso portfolio de soluções GNSS para SIG Móvel. De entre as soluções que teremos expostas destacamos o equipamento GPS SP20. O GPS SP20 é um equipamento GNSS de mão, com uma antena interna de 240 Canais, L1/L2 Multi-Constelação (GPS+Glonass+Galileo+Biedou) com vários níveis de precisão (50 Cms a 1 Cm), escalável e totalmente compatível com as mais variadas plataformas SIG de Gabinete. Também teremos disponível para demonstração o Tablet T10 da Trimble. O T10 é um Tablet Profissional de Elevada Robustez, de 10 Polegadas, com Antena Interna GNSS, Sistema Operativo Windows 10 e com uma excelente performance – Processador Intel® 6th Generation Core™ i7. Outro equipamento que teremos disponível é o Drone Profissional eBee, utilizado para realização de cartografia aérea – ortofotomapas, mapas NDVI, entre outros. Aproveitaremos também a oportunidade para estreitar relações com entidades e empresas nossas parceiras assim como dar a conhecer novas soluções a outras que ainda não tivemos oportunidade de conhecer.
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modernas ferramentas e tecnologias de apoio à gestão de recursos naturais, representando algumas das marcas mais prestigiadas a nível mundial. Apesar de Portugal ser um país pequeno, têm apostado em ser a marca representante exclusiva. Como analisam o mercado português? Qual o seu potencial? Representar a Spectra GeoSpatial – empresa do Grupo Trimble – é uma grande responsabilidade, mas também uma enorme motivação para a nossa equipa. Possuirmos esta ligação muito forte à Spectra GeoSpatial faz-nos querer elevar as potencialidades dos seus equipamentos e evoluir tecnicamente. O facto de estarmos em permanente contacto com os nossos clientes e termos este vínculo com a Spectra GeoSpatial permite-nos que o software SIG de Campo seja constantemente melhorado e adaptado e melhorado em virtude dos requisitos dos clientes. Recentemente fornecemos cerca de 200 recetores GNSS a uma empresa de referência que se dedica à produção de cartografia naquele que cremos ter sido o maior fornecimento de equipamentos para SIG Móvel dos últimos largos anos. Este acontecimento demonstra claramente a necessidade que o mercado possui neste momento em utilizar ferramentas GPS profissionais.
Os SIG tornaram-se essenciais no dia-a-dia dos municípios e uma ferramenta de trabalho de consulta fundamental na gestão, interpretação e conhecimento dos territórios municipais. É possível traçar uma evolução desta ferramenta ao longo dos anos? Houve, sem dúvida, por parte dos Municípios, uma evolução na tecnologia utilizada assim como na precisão da informação georreferenciada. A democratização dos SIG e das ferramentas de alta precisão permitiu que hoje em dia os Gabinetes Técnicos Florestais, os Serviços de Proteção Civil e os Gabinetes SIG dos Municípios desenvolvam o seu trabalho de forma mais eficiente e fiável. A rapidez com que o trabalho de campo é desenvolvido e a versatilidade de formato de dados e padronização do sistema de coordenadas que se pretende ser o mesmo em todos os Municípios, tornou todo o trabalho em ambiente SIG mais fácil e no qual a curva de aprendizagem é bastante rápida. Esta evolução permitiu que os próprios cidadãos tenham um melhor acesso a um volume de informação maior e mais fácil de entender. A criação de mapas de várias temáticas é o objetivo final que começa com o trabalho de campo com recurso a ferramentas GPS de Alta Precisão, mas que não acaba na criação do próprio mapa pois toda a localização é dinâmica e preciso atualizá-la. Daí é fundamental que o trabalho de campo seja frequentemente revisto e atualizado. Mais recentemente e em virtude da implementação do sistema de informação cadastral simplificado bem como o Balcão Único do Prédio - BUPI, os SIG e a utilização de equipamentos GPS Profissionais sofreram um novo impulso. A TerraGes está preparada e totalmente empenhada em continuar a fazer parte desta evolução trabalhando em conjunto com clientes e utilizadores, criando sinergias que permitam tornar a informação geográfica mais precisa, mais completa e mais dinâmica. ▪
» APPSIG - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA A OPINIÃO DE LUÍS FONSECA, GEÓGRAFO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
1ª EDIÇÃO DO EVENTO ÉS SIG A APPSIG - Associação Portuguesa Para os Sistemas de Informação Geográfica, é uma associação sem fins lucrativos que surgiu em 2016 tendo como objectivos a divulgação dos SIG e o apoio aos utilizadores que atuam na área dos sistemas de informação geográfica, em Portugal, nomeadamente através da divulgação de eventos, notícias, legislação, ofertas de emprego, metodologias, entre outros tópicos relevantes para a área.
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PERFIL
LUÍS FONSECA
GEÓGRAFO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
propósito é claro - a promoção dos Sistemas de Informação Geográfica e o trabalho realizado pelos que atuam neste meio e junto da comunidade. O processo de crescimento da APPSIG tem sido constante, permanente e consistente. Começamos, estrategicamente, por um período de avaliação das necessidades dos seus associados, decidindo assegurar a regularidade na divulgação de conteúdos, utilizando a nossa rede de comunicação: Página Web, LindkedIn, Facebook, tornando-a mais funcional e escalável, ajustada às necessidades atuais e futuras da associação. De igual forma foram concretizadas várias parcerias estratégicas, beneficiando assim os seus associados no acesso a bens e serviços e simultaneamente, afirmamos a promoção dos SIG através da realização periódica de eventos online - APPSIG Flash - e presenciais - GeoMeetup. O feedback e interesse demonstrado pelos participantes e envolvidos nestes eventos levou à aceitação de um outro desafio - um evento presencial, à escala nacional, onde estejam reunidos os atores das três áreas que a APPSIG considera basilar para a disseminação de conhecimento e inovação no setor, nomeadamente: educação/investigação, empresas e entidades públicas.
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“ÉSSIG” - 29 DE NOVEMBRO Neste sentido, a APPSIG iniciou, ainda no ano transato, a organização do seu primeiro evento anual, o qual denominou por “ÉsSIG”. Esta denominação tenta corresponder à ambição de que através deste evento seja possível aproximar todos os envolvidos nos SIG em Portugal e criar uma rede de networking , considerando o contributo individual de todos para o desenvolvimento dos SIG a nível nacional. Esta primeira edição irá realizar-se já no próximo dia 29 de novembro de 2019, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, uma entidade parceira e o local que acolhe a sede da Associação.
Para a primeira edição do “ÉsSIG”, a aposta recai sobre o tema “os SIG em Portugal” no qual pretendemos aproximar atores dos já referidos três pilares principais de atuação dos SIG em Portugal. Desta forma, o ÉsSIG, encontra-se estruturado em três sessões distintas: uma sessão dedicada ao ensino e investigação, outra dedicada às empresas e uma sessão final que pretende evidenciar a forma como o SIG tem sido utilizado no apoio à decisão em entidades públicas. Cada sessão terá um espaço de debate individualizado e no final do encontro irá ocorrer uma sessão conjunta onde se pretende uma exploração crítica das apresentações realizadas ao longo do programa. Cumulativamente, irá realizar-se um workshop, incidindo sobre as potencialidades da programação e software open source com o tema “Estatísticas espaciais com R” (ministrado com recurso a R e Qgis). Ainda, um espaço para divulgação técnico/ científica, através de comunicações orais e posters, pretendendo-se com isto, que os participantes possam apresentar a forma como os SIG são uma ferramenta importante no seu dia a dia. A encerrar teremos um coffee-end e espaço para networking, visando a aproximação dos vários utilizadores que compõem o setor em Portugal. Os grandes objetivos da APPSIG com este evento passam pela divulgação do que melhor se faz em Portugal relacionado com a área, disseminando de igual forma a utilização de soluções proprietárias e open source promovendo a exposição da temática e da área ao exterior e potenciar o networking que é encarado como fundamental na criação e estreitamento de sinergias entre diferentes intervenientes. Na nossa página oficial (www.appsig.pt) e redes sociais, vai encontrar toda a informação sobre o programa, opções de inscrição e pagamentos, entre outras. Toda a informação é atualizada constantemente com a confirmação de oradores, patrocinadores e parceiros que connosco estão a organizar e tornar possível esta primeira edição do ÉsSIG e aos quais apresentamos desde já o nosso agradecimento por acreditarem neste projeto e por connosco o pretenderem fazer crescer e divulgar. A APPSIG espera contar com a presença de todos e tornar este evento num dos mais importantes eventos de SIG do país. ▪
SEMANA EUROPEIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
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“O IEFP TEM TIDO UM PAPEL DECISIVO AO PROPORCIONAR OPORTUNIDADES” De que forma é que o IEFP tem tido um papel decisivo no domínio da obtenção de competências profissionais para jovens e adultos? Paulo Feliciano, Vice-Presidente do Conselho Diretivo do IEFP, Instituto do Emprego e Formação Profissional, abordou esta temática e outras, assegurando que a instituição irá prosseguir a sua missão de promover formação e aprendizagem ao longo da vida.
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Que análise perpetua da Formação Profissional em Portugal? Sente que hoje estamos num patamar mais elevado relativamente a um passado recente? Sem dúvida. Todos os estudos e estatísticas apontam nesse sentido. Por exemplo, o Education and Training Monitor 2019 dá conta de aproximadamente 40 mil novos estudantes nas vias profissionalizantes de nível secundário, em 2017, o que corresponde a 40,7% da totalidade de jovens nesse nível de ensino. Além disso, são cada vez menos os jovens, entre os 18 e os 24 anos, a abandonaram precocemente a escola (11,8% em 2018, contra 30,9% em 2009) e a taxa de participação dos adultos (entre os 25 e os 64 anos) em atividades de aprendizagem ao longo da vida aumentou de 6,4%, em 2009, para 10,3% em 2018. São progressos muito consideráveis realizados num curto período. O Sistema de Aprendizagem, por exemplo, tem dado mostras de um enorme potencial em combinar as aspirações dos jovens que querem construir o seu futuro aprendendo uma qualificação reconhecida pelo mercado de trabalho e as crescentes expetativas das empresas que procuram
te, sempre presente na ação do IEFP, que tem levado à criação de instrumentos e mecanismos para que o desenho do perfil profissional de uma qualificação e dos programas formativos correspondam, o mais possível, aos requeridos pelas empresas quando os formandos completam o seu ciclo de formação.
PAULO FELICIANO
talento para dar resposta aos exigentes desafios que hoje enfrentam. Qual foi o papel do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) neste cenário positivo ao nível de formação profissional? O IEFP tem tido um papel decisivo ao proporcionar oportunidades para que muitos jovens e adultos consigam completar a sua qualificação e obter competências profissionais necessárias para o seu ingresso ou reingresso no mercado de trabalho. Para os que já se encontram no mercado de trabalho, o IEFP tem vindo a proporcionar condições para que reforcem a sua empregabilidade e sejam capazes de fazer face às mudanças que ocorrem, cada vez mais repentinamente, no mercado laboral. Sente que o ensino e a formação profissional atuais podem e têm contribuído para garantir, em Portugal e na Europa, as competências que vão ao encontro das necessidades do mundo em constante mudança? Este ajuste é uma tarefa difícil e sempre inacabada, porque as competências que hoje são consideradas essenciais rapidamente vão dando lugar a outras. Mas é um esforço permanen-
Hoje a inovação e a denominada transformação digital têm perpetuado um legado de mudanças e alterações em praticamente todos os setores, oferecendo, portanto, novas oportunidades. Na senda da formação profissional, como tem o IEFP apostado fortemente na dinâmica da inovação, em novas competências e profissões? Perante os desafios e a incerteza do futuro, o IEFP tem apostado em reforçar a diversidade e atualidade das suas respostas formativas, garantindo a complementaridade entre as componentes de base e tecnológicas da formação mas sem esquecer o que nos distingue enquanto humanos, que tem sobretudo a ver com a nossa criatividade, capacidade de empreender e interação social. Destas preocupações faz parte, também, toda a realidade do digital. Por essa razão tem investido fortemente nesta componente, contribuindo para a melhoria das competências digitais da população, no quadro da Iniciativa Portugal INCoDe.2030. “Discover Your Talent!” foi o mote da campanha e o tema deste ano da Semana Europeia da Formação Profissional foi “Educação e formação Profissional para todos – Competências para a Vida”. Que comentário a estas duas designações? Estas designações refletem a relação que existe hoje entre talento e competências. O talento que é hoje requerido não é algo de inato, que adquiramos à nascença. É antes o que advém das competências, conhecimentos e aptidões que cada qual acrescenta ao longo das suas vidas através das múltiplas aprendizagens que faz. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT
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4ª edição da Semana Europeia da Formação Profissional realizou-se em Helsínquia (Finlândia), de 14 a 18 de outubro, organizada pela Comissão Europeia, com o intuito de inspirar e promover a descoberta de talentos através da Educação e Formação Profissional (EFP). Quão importante é que se continue a promover estas efemérides em prol da formação profissional? As Semanas Europeias da Formação Profissional têm demonstrado como a EFP pode ser determinante na vida das pessoas. E, dessa forma, têm contribuído para aumentar a sua a atratividade junto dos jovens, dos adultos, das empresas e da sociedade em geral. Este é um contributo de grande importância porque, como sabemos, a formação profissional tem uma relevância grande para promover a competitividade, a empregabilidade e a coesão social nos Estados-Membros e na Europa como um todo.
» TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
“NA ISS TENTAMOS ESTAR SEMPRE UM PASSO MAIS À FRENTE” A inovação e a transformação digital são vetores praticamente presentes em todos os setores, sendo que as empresas promovem as mesmas em prol da satisfação dos seus clientes. A Revista Pontos de Vista conversou com Javier Urbiola, Presidente Executivo da ISS Ibéria, uma marca que ano após ano apresenta sempre níveis de excelência elevados e que é hoje líder incontestado do seu mercado de atuação.
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obejamente conhecida e reconhecida, a ISS assume-se atualmente como um líder incontestável na prestação de soluções para instalações, oferecendo serviços de excelência e qualidade. Neste sentido, como é que adaptam os vossos serviços às necessidades dos clientes? As empresas como a ISS não fornecem apenas serviços, pois devemos ser parceiros dos nossos clientes e entender quais são os seus objetivos. Isto parece ser algo básico, mas por vezes focamo-nos apenas nos requisitos básicos, sendo que estas não são as necessidades reais dos nossos clientes. Assim sendo, é fundamental questionar o cliente e entender qual o seu propósito, sendo que a partir deste ponto partimos para a elaboração de um plano específico e à medida.
ISS estamos continuamente a analisar todas as áreas, quer sejam funcionais ou operativas, para que as nossas tecnologias se tornem mais sustentáveis, mais eficientes e consequentemente mais competitivas. Passo a um exemplo prático: no departamento de manutenção, optamos por colocar sensores que avaliam constantemente qual o estado de cada peça ou máquina, permitindo evitar uma avaria. Posso adiantar também que estamos a instalar dispositivos que meçam a temperatura, iluminação e a frequência de uso dos espaços comuns. Estas melhoras continuas, permitem uma manutenção apropriada dos espaços de acordo com as necessidades de cada temporada, otimizando o trabalho da nossa equipa. Estas medidas, são sem dúvida, muito eficazes e poupam tempo.
No domínio da vossa dinâmica, qual a importância da inovação e de que forma é que isso mesmo se reflete no vosso sucesso e satisfação dos clientes? Na ISS tentamos estar sempre um passo mais à frente e estimular a informação no interior da própria empresa. Posso afirmar que a ISS detém metodologia adequada e os programas específicos para alcançar a melhoria continua, promover prémios e reconhecer o desempenho dos nossos trabalhadores, para que estes partilhem as suas ideias e projetos. Para além de todas as iniciativas internas, na ISS realizamos igualmente workshops com os nossos clientes.
Essa aposta na inovação que têm realizado perpetuam uma vertente somente direcionada para o cliente ou a mesma pode ser também um caso de eficiência no seio da organização em prol dos vossos recursos humanos? Claro que sim, somos os primeiros a tentar ser mais eficientes. Em ISS Ibéria deparamo-nos por exemplo, com o facto de haver uma dispersão geográfica dos nossos colaboradores e a dificuldade que temos em certos momentos, como por exemplo, com a assinatura de documentos oficiais. Deste modo, desenvolvemos um projeto, em conjunto com Signaturit para garantir os aspetos legais e a segurança que implicam os processos de assinatura de contratos, sem que o funcionário tenha de ir até aos nossos escritórios. Com este projeto poupamos tempo, papel e trabalhamos com mais segurança, pois o registo é feito numa plataforma especialmente desenhada para tratar de assuntos legais.
PONTOS DE VISTA
As ferramentas digitais são hoje essenciais para obter ganhos de eficiência nas organizações? Como o perpetuam? As ferramentas digitais são fundamentais e já não é possível imaginar o nosso dia-a-dia sem a digitalização, pois teve um grande impacto no funcionamento interno da empresa. Na
Na ISS estamos continuamente a analisar todas as áreas, quer sejam funcionais ou operativas, para que as nossas tecnologias se tornem mais sustentáveis, mais eficientes e consequentemente mais competitivas JAVIER URBIOLA
Que outros recursos no domínio da tecnologia e da inovação digital é que fomentam no seio da empresa? Seguindo o exemplo anterior, sobre o modo como a digitalização ajudou na gestão das pessoas, implementamos uma secção de emprego no nosso site, onde qualquer pessoa se pode inscrever. Esta novidade na ISS, veio melhorar as oportunidades de emprego, a visibilidade dos candidatos e tornar o processo de seleção mais transparente. Para além disso, ajudou também a organizar as atualizações dos nossos clientes com uma base de dados ativa e constantemente atualizada. Desenvolvemos também uma plataforma de formação online, Mylearning, bem como cursos complementares para incentivar ao desenvolvimento de outras competências e aprendizagens. ▪
NOVEMBRO 2019
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PONTOS DE VISTA
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