Revista Pontos de Vista Edição 90

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. FEVEREIRO 2020 | EDIÇÃO Nº 90 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros

LG

INOVAÇÃO COMO PRIORIDADE

PVW TINSA - REFERÊNCIA

EM AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

A PALAVRA DOS ESPECIALISTAS FERTILIDADE EM PORTUGAL

CEO E FUNDADOR DA JPS GROUP, ABORDA O CRESCIMENTO DA MARCA E REVELA MAIS SOBRE O NOVO PROJETO DA MESMA, O ROYAL EVOLUTEE VILLAS AND APARTMENTS

FOTO: DIANA QUINTELA

JOÃO SOUSA


GRUPO BF

O ASSUME-SE ATUALMENTE COMO UM D NO SEU SETOR DE ATUAÇÃO, DEIXANDO UMA MARCA DE POR ONDE PASSA. ESTA NÃO É UMA MARCA QUALQUER, GRANDE FORÇA, A MESMA QUE TEM LEVADO ESTE GRUP


DOS PRINCIPAIS PLAYERS A NÍVEL MUNDIAL PROFISSIONALISMO, EXCELÊNCIA E QUALIDADE POIS TEM NOS SEUS RECURSOS HUMANOS A SUA PO AO PATAMAR DA LIDERANÇA.



ÍNDICE DE TEMAS FICHA TÉCNICA Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Administração Redação Departamento Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 2º J 4400 - 281 Vila Nova de Gaia Telefone +351 220 926 879 Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660 4455-518 Perafita Matosinhos Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.facebook.com/pontosdevista

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APOSTADA EM MARCAR A DIFERENÇA, A LG É HOJE O PARADIGMA DA INOVAÇÃO NO UNIVERSO DOS ELETRODOMÉSTICOS. MARCO MALTAZ, HA SALES DIRECTOR DA LG ELECTRONICS, EM ENTREVISTA

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“2020 VAI SER UM ANO DE OPORTUNIDADES IMOBILIÁRIAS NO MERCADO NACIONAL”. QUEM O AFIRMA É JOSÉ MANUEL MORGADO, MANAGING PARTNER DA PVW TINSA, UMA MARCA EM FRANCO CRESCIMENTO

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PFIZER E O GIS – GRUPO DE INFEÇÃO E SEPSIS, ASSOCIAM-SE PARA PROMOVER A CAMPANHA – “TOME A ATITUDE CERTA”, COM VISTA À PRÁTICA DE COMPORTAMENTOS DIFERENTES E MAIS

CONSCIENTES RELATIVAMENTE À UTILIZAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS

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CETI - CENTRO DE ESTUDO E TRATAMENTO DA INFERTILIDADE E A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NO TRATAMENTO DA INFERTILIDADE. UM DOS CENTROS PRIVADOS MAIS ANTIGOS EM PORTUGAL EM DESTAQUE.

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CÍNTIA COSTA, MARKETING E COMUNICAÇÃO DO LISPOLIS ABORDA 2020: ANO DE TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA NAS EMPRESAS

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YILPORT IBERIA E A EXCELÊNCIA NA GESTÃO PORTUÁRIA EM PORTUGAL

Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 Dep. Legal: 374222/14

DIRETOR: Jorge Antunes EDITOR: Ricardo Andrade Rua Rei Ramiro 870, 2º J 4400 – 281 Vila Nova de Gaia PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Vanessa Ferreirinha PAGINAÇÃO: MÓNICA FONSECA GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares FOTOGRAFIA: Diana Quintela - www.dianaquintela.com Rui Bandeira - www.ruibandeirafotografia.com

Preço de capa:

4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%), Europa: 65 euros Resto do Mundo: 60 euros

Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, exceto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor. Editorial A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão.

3 FEVEREIRO 2020

Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 2º J, 4400 - 281 Vila Nova de Gaia E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt


» TRIVALOR SGPS – RESTAURANTE PONTO.

PONTO.

de encontro obrigatório

A Administração da Trivalor SGPS esteve à conversa com a Revista Pontos de Vista. Ficámos a conhecer o primeiro restaurante PONTO., um espaço para estimular a partilha e onde todos são bem-vindos. Conheça este novo conceito da marca.

PONTOS DE VISTA

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Trivalor SGPS abriu recentemente o seu primeiro restaurante PONTO.. Como surgiu a ideia da criação deste movimento saudável direcionado para a restauração coletiva? Na Trivalor, estamos focados em servir bem-estar às empresas com quem trabalhamos e a todas as pessoas com quem lidamos no dia-a-dia. Com esta nova aposta, a Trivalor pretende continuar a seguir a missão a que sempre se propôs, servir “bem-estar”, tornando-o agora também “saudável”. Com o restaurante PONTO. quisemos ir ainda mais longe, pois sabemos que se queremos provocar mudanças não o podemos fazer sozinhos. Por isso, desafiámos várias empresas a juntarem-se a nós, a abraçarem este objetivo e torná-lo uma causa comum, para criar um movimento que defenda o que é “saudável”. Queremos ser a boa influência no trabalho e na vida familiar de cada um. Outro dos objetivos é responder às novas gerações, que estão a chegar ao mercado de trabalho e queremos dar-lhes uma oferta que valorizam. Apesar de termos esta forte vertente do “saudável” nos restaurantes PONTO., estes espaços foram

pensados para estimular a partilha, onde todos são bem-vindos. Assim, temos uma oferta equilibrada e abrangente, que passa por opções tão diversas como pratos vegetarianos, vegan, de peixe, carne, saladas e comida feita ao momento, bem como uma oferta diversificada para cafetaria. Falem-nos um pouco mais deste conceito 360º de restauração para empresas, escolas e eventos concebido à medida e de chave na mão. Sabemos que o mundo está a mudar, e com ele também se alteram os hábitos. Acreditamos que as empresas têm de acompanhar estas mudanças. Hoje em dia é notório, sobretudo nas gerações mais novas, onde os extras que as empresas têm para oferecer são muito valorizados. Para surpresa de muitos, não é o fator monetário mas sim a preocupação que têm pela qualidade de vida dos seus colaboradores durante o período de trabalho. Imagine ter na sua empresa um restaurante ou cafetaria que pode ser usado durante todo o dia, e que pelas suas características arquitetónicas e funcionalidades, aliado à estética e a um ambiente acolhedor, os seus colaboradores podem fazer


uma pausa. Onde para além de tomarem uma refeição, podem fazer uma reunião de trabalho informal, ou mesmo trabalhar durante o dia. Este é o nosso novo conceito “360º de restauração”, que se traduz em restaurantes e cafetarias de empresas que são especialmente pensados e projetados para serem sentidos e vividos. Os “360º” são locais que promovem uma excelente experiência ao consumidor, com simplicidade e autenticidade, associado a um leque alargado de oferta. Aqui tudo foi pensado ao pormenor e a palavra sustentabilidade é levada a sério. Os materiais utilizados são todos recicláveis e promove-se a compostagem dos materiais e resto de frutas e legumes. Este é um moderno conceito de restaurante de empresas, facilmente replicável e adaptável a todos os tipos de espaços e áreas. As vantagens de aderir e passar a ter um 360º na sua empresa são muitas, designadamente o aumento da produtividade e dos níveis de satisfação dos colaboradores. Dar vida a espaços que por regra têm pouca utilização, e que deste modo são convertidos em lugares que não se destinam exclusivamente às refeições, mas que podem ser usados para outras atividades complementares e fora do horário das refeições.

Estamos a falar de refeitórios e cafetarias com uma oferta alimentar na ementa diária mais saudável, com a introdução de pratos inovadores, redução de gordura e teor de sal. De que opções saudáveis estamos a falar? A abordagem passou por criar ou adaptar soluções do ponto de vista nutricional que, por vezes, se consegue através da substituição de alguns ingredientes. Por exemplo, num dos nossos bolos de chocolate substituímos a farinha convencional por farinhas integrais, retirámos toda a manteiga que a receita previa e introduzimos a curgete e meia chávena de azeite, para manter a humidade e garantir as reações que favorecem o crescimento e arejamento da massa. Também os nossos bolinhos de bacalhau incorporam espinafres para retirar a farinha e reduzir a quantidade de batata e são feitos no forno. No caso do brownie, substituímos todo o açúcar refinado por um terço da quantidade de açúcar amarelo e beterraba. Temos ainda uma gama alargada de águas aromatizadas e bebidas frescas para evitar os refrigerantes. Para a cafetaria, desenvolvemos soluções de snacks doces sem açúcar como as barrinhas de cereais à base de tâmaras ou os snacks e tartes salgadas feitos no forno, com quantidades residuais de gordura e sal face aos produtos convencionais. Temos menus sazonais, porque privilegiamos o uso de ingredientes da época e respondemos a vários níveis de serviço, desde uma simples coffee station para uma reunião até uma refeição com vários pratos. O foco é sempre o mesmo: alternativas equilibradas e muito saborosas. Deste modo, a oferta mais saudável acaba por ser transversal no serviço de alimentação. Vai desde os pratos principais (carne, peixe, vegetariano, vegan) às sobremesas, mas também aos produtos convencionais de cafetaria e mais recentemente às soluções para catering de eventos. De que modo esta paixão por uma alimentação melhor é transmitida nos vossos produtos individualmente? Todas as nossas receitas são pensadas e desenvolvidas por uma equipa especializada que engloba chefs e nutricionistas, e são analisadas não só pelo sabor, inovação, mas também pelas suas características nutricionais. Temos uma grande preocupação em reduzir o sal, açúcar e gorduras das nossas receitas, mas sempre com a preocupação do sabor. Por vezes demoramos algum tempo a encontrar esta conjugação perfeita, porque “saudável” não tem a ver com dieta, “saudável” é bom e tem que saber bem! Como é que através da criação do PONTO., desafiam as empresas e as escolas a inspirar os

seus colaboradores e alunos, incentivando-os a adotarem um estilo de vida mais saudável? O PONTO. é muito mais do que um prato ou um espaço, e quem adere a este novo conceito tem acesso a um conjunto de iniciativas e materiais com uma abordagem jovem e comunicação dinâmica. Desenvolvida por uma equipa de especialistas, temos uma comunicação específica para cada um dos segmentos, sejam empresas, estabelecimentos de ensino ou eventos. Acreditamos que a melhor forma de passar a mensagem é pela nossa experiência. A saúde e alimentação das crianças é cada vez mais a principal prioridade dos pais. Mas será que nas escolas se cumprem as regras para os mais pequenos terem um estilo de vida saudável? Completar o dia das crianças com refeições mais saborosas e saudáveis faz parte de um dos vossos grandes objetivos? Para as escolas já temos uma oferta alargada de receitas saudáveis e saborosas, mas não nos podemos esquecer que desenvolver hábitos para uma vida saudável desde cedo não se baseia só em bons hábitos alimentares. Pode ajudar, mas não é suficiente. É importante promover o exercício físico e outras práticas equilibradas para favorecer e aumentar qualidade de vida. Consideramos que neste segmento existem responsabilidades acrescidas. Se por um lado temos de responder às necessidades nutricionais específicas de crianças e adolescente não perdendo de vista o objetivo do sabor e da apresentação, por outro queremos ser um agente ativo na formação destas crianças e adolescentes nas suas escolhas alimentares. Investimos muito numa comunicação pedagógica, mas lúdica, porque acreditamos que é na fase de crescimento que se constroem os modelos de comportamento e se determinam padrões de consumo. Mais do que impor escolhas saudáveis neste segmento, queremos promover a autonomia e a responsabilidade nas escolhas. Em relação aos hábitos alimentares é importante garantir que perduram no tempo e que se mantêm durante a vida adulta. Trabalhamos não só com os alunos, mas também com os pais e educadores para da melhor forma conseguirmos passar a nossa mensagem de hábitos de vida mais saudáveis. ▪

Os hábitos alimentares estão a mudar e o consumidor moderno procura cada vez mais alimentos diferentes e inovadores, tanto dentro como fora de casa. Considera que atualmente o PONTO. representa respostas suficientes para estas tendências do mercado? No PONTO., somos curiosos por natureza. Por ser um produto recente e inovador, estamos em constante aprendizagem, evolução e crescimento. Estamos a trabalhar para aumentar a nossa oferta e desenvolver escolhas dirigidas aos nossos consumidores e clientes em todas as alturas do seu dia e da sua vida.

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“O PONTO. É MUITO MAIS DO QUE UM PRATO OU UM ESPAÇO, E QUEM ADERE A ESTE NOVO CONCEITO TEM ACESSO A UM CONJUNTO DE INICIATIVAS E MATERIAIS COM UMA ABORDAGEM JOVEM E COMUNICAÇÃO DINÂMICA”


» INOVAÇÃO NO UNIVERSO DOS ELETRODOMÉSTICOS

MARCO MALTEZ

“INOVAÇÃO PARA UMA VIDA MELHOR” PONTOS DE VISTA

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O consumidor pretende, cada vez mais, o denominado eletrodoméstico para “a vida toda”. E, se fizer falta ou já não aguentar mais despesas com reparações, nada é melhor do que atacar 2020 com segurança nas novas aquisições. Assim, fomos conversar com Marco Maltez, HA Sales Director da LG Electronics, uma marca que está no «campeonato» e na liderança da fiabilidade e durabilidade, mas acima de tudo, da inovação em tudo o que faz em prol da satisfação do consumidor. Saiba mais.

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LG é hoje uma das principais marcas a nível nacional e internacional, sendo também conhecida pela fiabilidade, qualidade e excelência dos produtos apresentados. Apenas para contextualizar junto do nosso leitor, de que forma é que a marca tem vindo a contribuir no domínio da qualidade do vosso setor de atuação e quais são as características da mesma que lhe perpetuam um sentido diferenciador e promotor de qualidade? A LG tem vindo a merecer, desde sempre, a confiança dos consumidores, devido à qualidade reconhecida dos nossos produtos e soluções de home appliances. Este posicionamento só se alcança através de uma constante aposta na inovação dos nossos produtos. Veja-se o caso do motor exclusivo que desenvolvemos, o Inverter Linear no caso dos frigoríficos e o Inverter DirectDrive para as máquinas

da roupa, ambos oferecem uma garantia de dez anos. Aliás, o ciclo de vida dos nossos eletrodomésticos é um dos aspetos mais apreciados pelos nossos clientes, razão pela qual lançámos recentemente os combinados LG Centum System™, que combina uma garantia de 20 anos com uma maior eficiência energética. Estas constantes evoluções dos nossos motores vêm permitir o desenvolvimento de um vasto conjunto de características diferenciadoras e únicas no mercado, tal como, as novas máquinas de lavar com inteligência artificial, LG AI DD™. É legítimo afirmar que uma das mais valias da marca passa por envolver as pessoas e oferecer-lhes novas experiências e soluções otimizadas? Como perpetuam esse desiderato? Entender os nossos clientes e poder fornecer-lhes novas experiências e soluções otimizadas

“COMO NENHUMA OUTRA MARCA, A LG É SINÓNIMO DE DURABILIDADE, FIABILIDADE E QUALIDADE. VEJA-SE QUE OS NOSSOS ELETRODOMÉSTICOS CONTAM COM GARANTIAS DE DEZ ANOS, E AINDA LANÇAMOS TRÊS COMBINADOS COM 20 ANOS DE GARANTIA, O QUE SÓ É POSSÍVEL GRAÇAS À TECNOLOGIA EXCLUSIVA QUE DESENVOLVEMOS E AOS MATERIAIS QUE EMPREGAMOS NOS NOSSOS EQUIPAMENTOS”


Como é que a inovação tem sido um aliado natural e comum da LG no desenvolvimento de soluções e produtos que marquem a diferença perante o mercado? A LG cria produtos que refletem as necessidades e preferências específicas dos clientes. Podemos dar os mais variados exemplos das nossas soluções. Tal como já referi, lançamos agora as máquinas com inteligência artificial, que têm um mecanismo que identifica os tecidos e ajusta automaticamente os movimentos e ideias à lavagem. Para quem tem alergias e para lavar as roupas dos bebés, criamos o programa Steam+ que elimina em 99,9% os agentes alergénicos, tais como pó e ácaros. No caso dos frigoríficos, desde os americanos sem canalização, às várias tecnologias que fazem um arrefecimento mais rápido e uniforme, à grande capacidade e eficiência energética. São tudo tecnologias exclusivas que vão de encontro às necessidades dos nossos clientes. É uma preocupação vossa que o cliente sinta essa ligação entre a marca e a inovação? Mais do que uma preocupação, queremos sim que o cliente saiba que desenvolvemos equipamentos à medida das suas necessidades, sendo que, muitas vezes, até as antecipamos. Por exemplo, os eletrodomésticos inteligentes abrem um novo mundo de possibilidades que até então era impensável, viemos mostrar que para além de tecnologias que criamos para colmatar as necessidades primárias, viemos também acrescentar valor com funções como a connectividade WIFI. Quando falamos de eletrodomésticos, é normal abordar questões como durabilidade, fiabilidade e qualidade dos mesmos. Neste sentido, como é que a LG garante aos consumidores/clientes que os seus produtos fomentam essas distinções? Como nenhuma outra marca, a LG é sinónimo de durabilidade, fiabilidade e qualidade. Veja-se que os nossos eletrodomésticos contam com garantias de dez anos, e ainda lançamos três combinados com 20 anos de garantia, o que só é possível graças à tecnologia exclusiva que desenvolvemos e aos materiais que empregamos nos nossos equipamentos. Sente que hoje as pessoas querem um eletrodoméstico para a «vida toda»? Isso é viável? Como é que a LG vê esta ideia? Sente que hoje o consumidor já não compra um determinado eletrodoméstico olhando somente

para o preço do mesmo? A marca por detrás do mesmo é essencial? O cliente que compra um equipamento LG sabe que está a comprar um equipamento do futuro, um eletrodoméstico inovador capaz de responder e de se adaptar a qualquer desafio do dia-a-dia. Por isso, os clientes que procuram este tipo de equipamentos não olham para o preço, mas sim para a tecnologia. É o que nos diferencia. Cimentaram a vossa liderança na área dos televisores e das máquinas de lavar roupa. Estão no topo no domínio dos frigoríficos de maior valor e registaram um crescimento em outros segmentos. Hoje a LG é o principal líder nestes segmentos? O que falta fazer para continuar a crescer nestes e outros segmentos da marca? A LG é líder mundial inegável em soluções de home appliances e também de home entertainment, posicionando-se no topo da tabela entre as principais empresas de tecnologia. Orgulhamo-nos de sermos visionários, de tal forma que se hoje somos líderes é porque andamos sempre com os olhos postos no futuro. E este é o nosso maior compromisso para com os nossos clientes: continuar a apostar na inovação, construindo um futuro cada vez melhor. A marca assume também uma filosofia muito assente na responsabilidade ambiental, com, por exemplo, uma política de eco design. O que tem realizado a LG no domínio dos eletrodomésticos no âmbito da promoção e defesa da responsabilidade ambiental? Desde 1994, a LG tem vindo a implementar sistemas de gestão ambiental ao longo do ciclo de vida dos seus produtos, desde o seu desenvolvimento até ao fim da sua utilização, de forma a reduzir a pegada ambiental da empresa. Ao nível da Política de Responsabilidade Social e Corporativa, a missão passa pela criação de um sistema de gestão e de um portefólio que assegurem um ambiente melhor. Neste sentido, uma das maiores inovações da LG surge no momento da produção dos equipamentos eletrónicos, com uma forte política de eco design a nível mundial que pressupõe um processo de montagem que é executado de forma a que o desmantelamento permita a reciclagem de grande parte dos componentes. Também o desenvolvimento das embalagens é avaliado tendo em conta o cumprimento de 22 pontos-chave, tais como a redução do volu-

me e peso, a otimização da eficiência logística e o uso mínimo de substâncias perigosas de forma a minimizar os seus efeitos ambientais. Em complemento, foi introduzida em 2012 uma diretriz para o design de Embalagens Verdes para televisores e smartphones a que se juntaram, no ano seguinte, orientações específicas para outras gamas de produtos como frigoríficos, máquinas de lavar e aspiradores. Além disso, a LG tem vindo a desafiar a sociedade a repensar a sua atitude perante o lixo eletrónico. Para o efeito, organizámos em maio o e-Waste Summit, o primeiro encontro de análise do panorama português de gestão dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos. Este momento de debate surgiu da união entre a LG Electronics Portugal e a ERP Portugal para consciencializar os portugueses para algumas das principais ameaças ambientais. Paralelamente, somos parceiros noutros projetos que vêm alertar para a causa: Geração Depositrão, que conta com o envolvimento de mais de 900 entidades, 420 mil alunos e cerca de 40 mil professores, e a Campanha “Reciclar é um Festival”, que pretendia promover a recolha de eletrodomésticos usados ou danificados, de qualquer marca, na compra de um produto LG. Neste segmento, o que podemos esperar da marca para 2020? Que desafios existem para a mesma e como pretendem continuar a ser um dos principais líderes no mercado luso? A LG Portugal tem tido um dos desempenhos mais positivos e consistentes do continente europeu. Cimentamos a liderança na área dos televisores, posição que mantemos e consolidámos há três anos, e conquistámos o topo da tabela nas máquinas de lavar roupa. Surgimos também em primeiro lugar nos frigoríficos de maior valor, em especial nos Americanos Side by Side. Também as áreas de Sinalética Digital e de Soluções de Ar Condicionado registaram aumentos relevantes. São desempenhos como estes que sustentam o crescimento constante da faturação na ordem dos dois dígitos da LG Portugal, mesmo em períodos em que, a nível mundial, o mercado não registou uma performance tão positiva. As nossas expetativas para 2020 são elevadas e estamos confiantes de que vamos conseguir manter, e até aumentar em alguns casos, este nível de crescimento. Paralelamente, continuaremos a desenvolver enormes esforços no sentido de alertar para a necessidade de proteger o meio ambiente, seja a optar por produtos e equipamentos mais eficientes, como é o caso dos eletrodomésticos LG, seja a desenvolver iniciativas e medidas eco-friedly, como a segunda edição do e-Waste Summit e o compromisso assumido com a neutralidade carbónica, que esperamos atingir em 2030. ▪

ESCOLHER LG É…? Escolher inovação tecnológica aliada à utilidade. É optar por equipamentos com alta tecnologia, eficientes e fiáveis.

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através de uma aposta constante na inovação é crucial para podermos fazer parte do seu dia-a-dia. Sendo o nosso objetivo, melhorar a qualidade de vida dos nossos consumidores, vamos focar e desenvolver tecnologias que de facto venham a contribuir para esse fim. Sabemos que a poupança de tempo é um fator determinante nas máquinas de lavar, por isso, lançamos o TurboWash 360°, uma função que permite fazer lavagens em apenas 14 minutos. “Inovação para uma vida melhor” é a missão pela qual a LG rege o seu trabalho diário em todo o mundo e tal só é possível através de uma grande aposta no trabalho de investigação e desenvolvimento para criar soluções tecnológicas que vão ao encontro das necessidades dos nossos clientes.

“SÃO DESEMPENHOS COMO ESTES QUE SUSTENTAM O CRESCIMENTO CONSTANTE DA FATURAÇÃO NA ORDEM DOS DOIS DÍGITOS DA LG PORTUGAL, MESMO EM PERÍODOS EM QUE, A NÍVEL MUNDIAL, O MERCADO NÃO REGISTOU UMA PERFORMANCE TÃO POSITIVA. AS NOSSAS EXPECTATIVAS PARA 2020 SÃO ELEVADAS E ESTAMOS CONFIANTES DE QUE VAMOS CONSEGUIR MANTER, E ATÉ AUMENTAR EM ALGUNS CASOS, ESTE NÍVEL DE CRESCIMENTO”


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INOVAÇÃO NO UNIVERSO DOS ELETRODOMÉSTICOS

OPINIÃO DE ANA FERREIRA, RESPONSÁVEL DE COMUNICAÇÃO DA MIELE PORTUGUESA

DURABILIDADE, INOVAÇÃO E FIABILIDADE

Há mais de 120 anos que a Miele, marca premium de eletrodomésticos, garante os melhores resultados, sendo o único fabricante deste setor a submeter os seus produtos a testes para assegurar uma vida útil equivalente a 20 anos.

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PONTOS DE VISTA

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"OS NOSSOS PRODUTOS SÃO FABRICADOS COM OS MAIS ALTOS PADRÕES E DE ACORDO COM UM CONTROLO DE QUALIDADE RIGOROSO. A RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS UTILIZADOS É U M P O N TO F U N D A M E N TA L , PA R A Q U E O S N O S S O S ELETRODOMÉSTICOS POSSAM TER UMA VIDA TRÊS VEZES MAIS LONGA QUE A MAIORIA DO MERCADO"

stamos orgulhosos, pelo facto de prestarmos um serviço pioneiro na produção de eletrodomésticos inovadores. A Miele representa tecnologia que não só cria novas possibilidades, como também estimula continuamente a criatividade. As inovações disponíveis nos eletrodomésticos da marca definem novos padrões na tecnologia aplicada e redefinem a nossa vida diária. Por isso, trabalhamos para que os produtos façam a diferença e produzam um impacto positivo na vida de cada um e no mundo. Os nossos produtos são fabricados com os mais altos padrões e de acordo com um controlo de qualidade rigoroso. A resistência dos materiais utilizados é um ponto fundamental, para que os nossos eletrodomésticos possam ter uma vida três vezes mais longa que a maioria do mercado. Todos os componentes que são utilizados são pensados ao mais pequeno pormenor, por exemplo, desenvolvemos as nossas próprias eletrónicas de forma a podermos tirar o máximo partido das potencialidades ao dispor do utilizador. Além disso, todos os materiais que usamos podem ser reciclados, pois temos um compromisso com a sustentabilidade e com o ambiente. Aparelhos domésticos inovadores e eficientes em termos energéticos, são uma contribuição fundamental para a sustentabilidade dos lares. Por isso, a Miele esforça-se para continuar a aumentar a eficiência energética de todos os seus grupos de produtos, mas de forma que não comprometam o resultado final. Queremos facilitar o dia a dia dos nossos clientes e trazer-lhes produ-

tos sempre melhores. Esta certeza tranquiliza-os, pois, sabem que a sua opção de compra pode acompanhar ao longo da vida, motivo pelo qual temos clientes fiéis em todo o mundo e que recomendam a marca. A Miele é conhecida pelo investimento em tecnologia e pela aposta num design moderno - mas intemporal. A tecnologia é inevitável numa era onde as casas inteligentes já fazem parte do dia a dia de muitos consumidores. Procuramos combinar a aposta no design com tecnologias pioneiras que façam de facto a diferença no produto final. Acreditamos fortemente que a tecnologia pode inspirar a criatividade e conduzi-la a um nível mais elevado. E quando isso acontece é possível alcançar resultados perfeitos. Essa é a medida de dedicação, entusiasmo e qualidade, que colocamos em todos os nossos produtos e isto aplica-se não só aos cuidados e tratamento da roupa, da louça, mas também às mais diversas experiências gastronómicas na cozinha. Exceder os limites do possível, é o desafio que nos motiva constantemente a criar ainda mais e a ir mais além, porque a Miele cumpre o seu compromisso “Immer Besser” (Sempre melhor). O que significa que fazemos todos os possíveis para sermos sempre melhores. No que toca ao futuro, estamos comprometidos em não fazer qualquer cedência no que diz respeito à fiabilidade e durabilidade dos nossos eletrodomésticos. A base para o crescimento da Miele, continua a ser o compromisso com a qualidade, os benefícios para o cliente, as inovações inspiradoras e a elegância intemporal. ▪


REABILITAÇÃO E REVITALIZAÇÃO URBANA

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“EM 2020 VAMOS CONTINUAR A CRIAR CIDADES COM FUTURO” “O IFRRU 2020 é um bom exemplo e uma referência na Europa pois foi considerado pela Comissão Europeia e pelo BEI um caso de estudo e de sucesso”. Quem o afirma é Abel Mascarenhas, Presidente da Comissão Diretiva da Estrutura de Gestão do IFRRU 2020, que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, deu a conhecer um pouco mais do que tem sido realizado pelo instrumento financeiro do Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

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É considerado o maior programa de incentivo à reabilitação urbana lançado em Portugal. Considera que este instrumento financeiro é uma alavanca para a sustentabilidade das cidades e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, no que toca a criar novas oportunidades de desenvolvimento económico e social nos centros urbanos? Claro que sim. No IFRRU 2020 são financiadas as operações que se localizem em Áreas de Reabilitação Urbana e/ou nos Planos de Ação de Regeneração Urbana ou Planos de Ação Integrados para as Comunidades Desfavorecidas, elaborados pelos Municípios, obtendo-se desta forma o enfoque nas áreas que mais carecem de intervenção. Para isso, temos um ponto focal em todos os Municípios através do Protocolo com a ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses) que emite o parecer de enquadramento prévio e vinculativo sobre as operações, garantindo-se que os investimen-

imóveis melhor construídos e energeticamente mais eficientes, contribuindo para a diminuição anual das emissões de gases com efeito de estufa que, neste momento, estimamos ser equivalente a uma diminuição nas nossas estradas de cerca de 8500 carros em circulação por ano. A comissão Europeia lançou o European Green Deal que é a nova Estratégia para o Crescimento que elimina emissões enquanto cria empregos e é exatamente o que o programa IFRRU 2020 está a fazer, dando assim o seu contributo para este objetivo e por isso a sintonia não podia ser melhor.

ABEL MASCARENHAS

"O IFRRU 2020 É ASSIM O MELHOR PROGRAMA DE FINANCIAMENTO HOJE DISPONÍVEL PARA REABILITAÇÃO URBANA E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA POIS É AQUELE QUE OFERECE AS MELHORES CONDIÇÕES FINANCEIRAS"

tos a apoiar com recursos públicos se enquadram na estratégia planeada para a reabilitação urbana daquele território. Os edifícios reabilitados podem destinar-se a qualquer uso, nomeadamente habitação, atividades económicas e equipamentos de utilização coletiva? Sim, os edifícios podem ser recuperados e destinados a novos usos, sempre em consonância com as estratégias municipais definidas. Neste momento, mais de 40% dos nossos projetos destina-se a habitação, sendo os restantes maioritariamente destinados a atividades económicas e contando ainda com equipamentos de utilização coletiva. O objetivo do IFFRU 2020 é claro: mais habitação, mais emprego, maior sustentabilidade. Concorda que este apoio ao investimento na reabilitação urba-

na está a gerar mais habitação, mas também mais emprego? Podemos afirmar que este programa de incentivo à reabilitação urbana poderá aglomerar uma conjunção de fatores positivos que poderão vir a favorecer também o mercado imobiliário? Em que sentido? Sem dúvida, com os contratos celebrados atingimos 889 habitações que estão a ser reabilitadas e cerca de 3000 postos de trabalho que estão a ser criados. O IFRRU 2020 permite diminuir o custo da operação de financiamento do investimento de reabilitação urbana, sendo que no caso da habitação, porque temos uma dotação pública exclusivamente destinada a financiar medidas de melhoria de eficiência energética na habitação, incentivamos ainda a implementação de elevados padrões de exigência de desempenho energético. Financiamos

No total foram assinados 151 contratos de financiamento, num montante de investimento de 479 milhões de euros. Considera que estes dados, demostram o interesse que este instrumento financeiro de reabilitação tem suscitado junto do mercado? Em dezembro de 2019, são 190 contratos, num montante de 562 M€ de investimento, cobrindo um leque muito diversificados de beneficiários, empresas, particulares, IPSS e Câmaras Municipais. Além disso, temos 443 candidaturas e 1461 pareceres dos municípios emitidos, expressivo do interesse que o IFRRU 2020 tem suscitado. Acredita que nos próximos meses, os contratos assinados e os montantes de financiamento aprovados possam aumentar substancialmente? No segundo ano de operação o IFRRU 2020 passou a celebrar em média dois contratos por semana. Fechámos o nosso segundo ano com 190 contratos, o que significa um acréscimo de 168% e mais que duplicámos o investimento relativamente a 2018. O IFRRU 2020 é um bom exemplo e uma referência na Europa pois foi considerado pela Comissão Europeia e pelo BEI um caso de estudo e de sucesso (que pode ser consultado no site fi-compass). Assim, em 2020 vamos continuar a criar Cidades com Futuro! ▪

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ue linhas estratégicas estão definidas para que o IFRRU 2020 consiga dar resposta a todos os interessados que pretendem investir e que não encontram financiamento no mercado para o seu projeto? O IFRRU 2020 é um instrumento financeiro do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, no âmbito do Portugal 2020. Definimos 4 elementos essenciais: 1) capacidade de financiamento de cerca de 1400 milhões de euros; 2) melhores condições de financiamento do mercado para o mesmo tipo de investimento; 3) prazo de maturidade mais longo até 20 anos dependendo do tipo de investimento em causa; 4) período de carência mais alargado até um máximo de 4 anos. O IFRRU 2020 é assim o melhor programa de financiamento hoje disponível para reabilitação urbana e eficiência energética pois é aquele que oferece as melhores condições financeiras


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“PERCEBEMOS TAMBÉM QUE AS NECESSIDADES DE HOJE NÃO VÃO SER AS MESMAS QUE AS QUE EXISTIRÃO DAQUI A DOIS ANOS E A JPS GROUP PREPARA-SE CADA VEZ MAIS, PARA OS DESAFIOS QUE VÃO SURGIR. E ESSES DESAFIOS VÃO SEGUIR SEMPRE A BASE DO NOSSO CONCEITO, OU SEJA, OFERECER HABITAÇÕES DE QUALIDADE NÃO ENTRANDO NAS LOUCURAS DE PREÇOS” JOÃO SOUSA, CEO E FUNDADOR DA JPS GROUP


João Sousa, CEO e Fundador da JPS Group, fala-nos da sua empresa multidisciplinar com conceitos inovadores, que a tornam única no mercado imobiliário, através de grandes empreendimentos dirigidos às famílias portuguesas. Saiba mais.

FOTO: DIANA QUINTELA

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o sentido de dar a conhecer um pouco mais da marca, como surgiu a ideia da fundação da JPS Group e que resenha é possível fazer acerca do seu crescimento e contributo no mercado? O mercado imobiliário em Portugal começou a recuperar ao longo do ano de 2015, tendo sido essa tendência de subida suportada pelo aumento da concessão de crédito por parte da banca, que tinha estado praticamente parada nos anos anteriores. A par desta situação, começaram a surgir investidores estrangeiros, muitos deles impulsionados pelas políticas de investimento, como por exemplo as vantagens fiscais para não residentes, e os Vistos Gold, criados em 2012 mas que foram ganhando importância nos anos seguintes. A JPS Group, atenta às oportunidades de mercado, começou nesta fase a abraçar a promoção imobiliária e a dar resposta às necessidades do mercado. Fomos pioneiros na construção de obra nova em grande escala, para a classe média e média alta, na fase pós-crise, e fomos seguidos posteriormente por muitos outros promotores que estavam nessa altura centrados apenas na reabilitação do centro histórico de Lisboa. Esse talvez tenha sido o nosso maior contributo para o mercado imobiliário, pois os clientes portugueses simplesmente não tinham capacidade de comprar o que o mercado estava a oferecer, e

nós ajudamos a mostrar que esse era o caminho, ao abraçar um projeto com mais de 120.000 m2 de construção e ao vendermos a sua totalidade ainda em planta. Além desta dinamização do mercado, as nossas apostas têm como objetivo alcançar elevadas taxas de rentabilidade com um baixo risco, quer para nós, quer para o cliente. Contudo, é através do imenso trabalho que temos aportado, juntamente com o nosso rigor, excelência e persistência, que posso afirmar que, relativamente ao sucesso de vendas dos nossos projetos, alcançamos um crescimento acima da média. Podemos afirmar que a aposta na construção nova e em projetos para as famílias portuguesas de classe média/alta está no ADN da JPS Group? Sim, seguramente que esse é o nosso ADN. A JPS Group tem como missão selecionar os melhores negócios e desenvolver, projetos desde o business plan à construção e comercialização das unidades. Apostamos sim, na construção nova destinada às famílias de classe média/ alta, mas sempre uma construção aliada a novos conceitos, de forma a dinamizar o mercado. Somos uma empresa que dispõe de um conjunto de serviços integrados em todo o âmbito da promoção imobiliária e desenvolvimento imobiliário, desde a área de projeto até à venda

e respetiva pós-venda. Não somos um promotor que apenas promove: nós pensamos, criamos, desenvolvemos e vendemos. Isto tudo com equipas próprias de arquitetura, engenharia, marketing, construção e comercial. Ou seja: somos diferentes. E, além disso não nos fechamos, antes pelo contrário, estamos abertos às mais diversas propostas para desenvolvimento de projetos. Contamos com uma equipa com uma vasta experiência que trabalha diariamente para atingir os níveis de excelência que também fazem parte deste nosso ADN. Acima de tudo, o nosso conceito integrado permite-nos conseguir preços mais competitivos para o nosso público alvo, sempre sem descurar a alta qualidade que dificilmente se encontra hoje em dia no mercado imobiliário. O vosso caminho tem sido na construção nova. Contudo, decidiram voltar a apostar na reabilitação, certo? O nosso caminho é e vai continuar a ser focado na construção nova. O Lapa River é um projeto de charme, muito pequeno, pois conta apenas com 10 frações e situa-se do centro histórico de Lisboa. Sendo que de um edifício antigo inserido num bairro muito tradicional, fizemos um projeto muito tecnológico porque consideramos que o mercado precisava de uma reabilitação aliada às novas tecnologias. Este projeto focou-se sobre-

11 FEVEREIRO 2020

NA CONSTRUÇÃO NOVA E NOS PORTUGUESES

FOTOS: DIANA QUINTELA

APOSTA FORTE


“Além desta dinamização do mercado, as nossas apostas têm como objetivo alcançar elevadas taxas de rentabilidade com um baixo risco, quer para nós, quer para o cliente”

tudo em transformar apartamentos antigos em apartamentos dotados de alta tecnologia. Um projeto diferente, destinado a quem quer viver dentro do centro histórico de Lisboa com todas as comodidades e tecnologias da construção nova, inclusivamente piscina, mas mantendo o charme do próprio prédio.

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Fale-nos um pouco mais do novo projeto do Royal Evolutee Villas and Apartments, uma parceria entre a JPS Group e o Grupo Albatroz. O Royal Evolutee Villas and Apartments, é um projeto de construção nova e que está inserido num condomínio belíssimo à beira-mar, do qual fazem parte o Evolutee Hotel - Royal Óbidos Spa and Golf Resort 5*, assim como um dos melhores campos de golfe de Portugal. Para desenvolver a envolvente residencial do Hotel, o Grupo Albatroz necessitava de um parceiro com grande know-how no desenvolvimento e construção de projetos de grande dimensão visto terem para desenvolver cerca de 600 unidades de luxo. Desta forma, vimos a oportunidade de entrar no turismo residencial dentro da Costa Oeste, que tem paisagens maravilhosas e condições únicas a 40 minutos de Lisboa. São 137 hectares com mais de 75.800 m2 de construção, com o loteamento aprovado e totalmente infra-estruturado, com a quase totalidade dos projetos licenciados, bem como um boutique hotel de 5 estrelas e o campo de golfe em pleno funcionamento. E o que é que o Royal Evolutee Villas and Apartments, trará ao mercado? Este novo projeto trará ao mercado um novo conceito, tanto para a Costa Oeste, como para o mercado imobiliário em Portugal. É o conceito do “ultra luxo” mas a preços acessíveis.

FOTO: DIANA QUINTELA

» TEMA DE CAPA

Desenvolvemos a marca Royal Evolutee Villas and Apartments para ser vendida para primeira residência de muitos clientes, portugueses e estrangeiros, mas também para os que querem um retiro de férias próximo de Lisboa. Com estas novas construções, estamos a promover um empreendimento que vai marcar a diferença na Costa Oeste, uma vez que se trata de um “condomínio exclusivo” onde os residentes podem usufruir de piscinas privativas e dos vários serviços da unidade hoteleira de cinco estrelas, como por exemplo o club house, a piscina exterior de horizonte infinito, o ginásio e o Spa. Além disso, é possível usufruir do fantástico campo de golfe, considerado um dos melhores de Portugal, desenhado pelo prestigiado Severiano Ballesteros, onde terá lugar o Open de Portugal 2020. Ou seja, este empreendimento vai marcar a diferença no mercado português, porque oferecemos o expoente máximo do luxo, a preços considerados acessíveis para o segmento em causa, temos por exemplo moradias com piscina e cerca de 2000 m2 de jardim, a partir de 670.000 euros. Temos apartamentos turísticos com 5% de rentabilidade garantida a partir de 505.000 euros. Para um conceito de luxo máximo, são preços considerados muito acessíveis. O setor imobiliário vive um bom momento e os últimos dados mostram que os preços das casas estão agora a suavizar. Como é que a JPS encara este momento? Quando se fala em preços que estão a suavizar, fala-se no perfeito equilíbrio da economia do mercado, mas não teve impacto nos nossos projetos. O setor está muito mais profissionalizado e atento nesse aspeto dos preços de mercado. Percebemos também que as necessidades de hoje não vão ser as mesmas que as que existirão daqui a dois anos e a JPS Group prepara-se cada vez mais, para os desafios que vão surgir. E esses desafios vão seguir sempre a base do nosso conceito, ou seja, oferecer habitações de qualidade não entrando nas loucuras de preços.

O que distingue a JPS Group de outras promotoras imobiliárias? Nós conseguimos distinguir-nos através da proximidade de qualidade que mantemos com o cliente e como já referi anteriormente, mantemos sempre uma qualidade máxima com preços acessíveis. No caso do Royal Evolutte Villas and Apartments até propomos o expoente máximo do luxo, a preços considerados acessíveis e é desta forma que em todos os nossos projetos nos destacamos. O sucesso dos nossos projetos tem vindo a falar por si. Neste momento temos em desenvolvimento cerca de 1400 frações e mais de 700 já estão vendidas. Podemos afirmar que a JPS Group, faz o “fato à medida” dos seus clientes. Nós analisamos, idealizamos, promovemos, construímos e gerimos para que o resultado final seja satisfatório para o grupo e para os seus clientes. ▪

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QUAL É O GRANDE DESAFIO PARA A JPS GROUP NESTE ANO DE 2020? Pretendemos continuar com o projeto do Royal Evolutee Villas and Apartments, com a aposta de que vamos ter as vendas fechadas da totalidade das moradias isoladas e dos apartamentos turísticos até ao fim de 2020. Ou seja, 2020 será um ano de muito trabalho, com os objetivos focados nas vendas e também na aposta internacional, uma vez que queremos levar a JPS Group além-fronteiras. Neste momento, podemos afirmar que somos um dos maiores promotores imobiliários em Portugal em termos de números, valores de construção e volume de negócio. Os grandes desafios estão lançados, e é preciso continuar a fazer o trabalho que temos feito até aos dias de hoje.


IMOBILIÁRIO EM PORTUGAL

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“COLOCO SEMPRE O CLIENTE EM PRIMEIRO” Susana Oliveira, Consultora Associada na Remax Telheiras, Maxgroup, contou, em entrevista à Revista Pontos de Vista, um pouco mais da sua carreira, abordando o mercado do imobiliário em Portugal, as suas valias e vantagens, sem esquecer que este setor, tem contribuído e muito, para o crescimento económico em Portugal.

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o sentido de dar a conhecer um pouco mais do seu percurso ao nosso leitor, quando é que deu início à sua carreira e de que forma é que tem vindo a contribuir para um mercado imobiliário cada vez mais positivo e transparente? Venho da Psicologia Clínica, passei pelos Recursos Humanos e em 2010 surgiu um convite para o setor imobiliário. É muito gratificante para alguém como eu, que gosta pouco de rotina e muito de pessoas. Não sei o peso do meu contributo, mas posso dizer que rejo o meu trabalho por dois princípios: ser genuína, usando a mesma “bitola” de Ética que sempre usei, e colocar sempre primeiro o cliente. O dinheiro é uma consequência feliz de um trabalho bem feito, aquele que coloca sempre a tónica no cliente, na resolução do seu problema. E quando um cliente sente que o “nosso” interesse é o “seu”, que cumprimos o que prometemos e conseguimos chegar ao fim com sucesso, penso que a isso se pode chamar um verdadeiro Serviço ao Cliente, com transparência. Que análise perpetua do mercado imobiliário em Portugal e como explica o boom ao qual o mesmo foi remetido nos últimos anos? A partir de 2014 notou-se uma reviravolta no imobiliário em Lisboa, mais tarde refletido noutras zonas, como o Porto ou Algarve. Uma série de medidas políticas, lançadas no “pós-crise”, alavancaram a economia (impostos diretos, indirectos e

Teme que este crescimento e ritmo acelerados sejam apenas uma moda, ou é seguro dizer que o mercado imobiliário em Portugal continuará numa senda evolutiva e de crescimento? O mercado já se está a ajustar. Há modas – uma “descoberta” de Portugal enquanto destino turístico – mas tem sobretudo a haver com política. Legisla-se para a desaceleração e o mercado responde em consonância. O foco atualmente é mais produto para habitação e estão em marcha mais projetos de construção de habitação nova em várias zonas de Lisboa. Os valores por metro quadrado bateram recordes nas zonas “nobres”, e é natural que continuem elevados, mas não poderão continuar a crescer exponencialmente se não houver absorção. É legítimo afirmar que hoje existe uma sobrevalorização do imo-

biliário em Portugal? É possível passar a moderar os valores das mesmas? Já está a acontecer. A questão é se isso vai ter os efeitos que se pretende. A intenção é a melhor mas não sei que reprecurssões este travão vai ter, a médio prazo, num dos setores que mais estava a contribuir para o crescimento económico. Não discordo dos valores por trás das recentes alterações jurídicas, mas tentando ver mais “à frente”, a contração do investimento imobiliário poderá afetar a economia de uma forma perniciosa, acabando por vir a retirar mais poder de compra ao cidadão comum. O investimento imobiliário para a aquisição de vistos gold vai passar a ser restringido às regiões de interior, de acordo com uma nova proposta do PS. O objetivo é, por esta via, combater a especulação imobiliária e a escalada dos preços nas grandes áreas metropolitanas. Que análise perpetua desta proposta e que impacto poderá ter a mesma, mais concretamente no Porto e em Lisboa? Este tipo de investidor quer fácil acesso, elevado rendimento e a menor despesa possível de manutenção. Creio que o investimento irá passar a ser residual. O impacto que vai ter é, primeiro, uma sensação de quebra de confiança, e segundo, uma desvalorização considerável no valor dos imóveis, sobretudo quando aliada ao fator zonas de contenção AL. Será muito mais difícil escoar produto que não se ajusta, pelas suas características, ao segmento residencial familiar (por

ex. reduzida área útil) e que ainda para mais deixa de proporcionar os yields de rendimento que eram expectáveis antes destas alterações. Estamos a colocar em causa o investimento estrangeiro em Portugal? Estamos a dar-lhe uma machadada. Primeiro, pela quebra de confiança que referi, ou seja, os possíveis investidores não sentem garantias de que o seu investimento não venha a sofrer com mais mudanças legislativas, e segundo porque, mesmo para os poucos estrangeiros cujas intenções sejam estar permanentemente em Portugal, o interior infelizmente não oferece rentabilidade suficiente para se tornar apelativo em termos de retorno financeiro (para não falar outros défices a vários níveis), sobretudo se compararmos com ofertas semelhantes, como no caso de Espanha, que requer um investimento menor para obtenção do Visto Gold. Na sua opinião, quais são as previsões para 2020, no que concerne ao mercado do imobiliário? Penso que o mercado irá manter a tendência de ajuste. Vai vender e comprar quem necessita, mas haverá menos investimento para efeitos de rentabilidade, não só pelos fatores já mencionados, mas também devido à incerteza mesmo no que concerne o mercado de arrendamento tradicional. Penso que o ambiente de incerteza deixará muita gente em “stand-by”. ▪

LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

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SUSANA OLIVEIRA

criação de postos de trabalho), por intermédio do investimento imobiliário. A revisão do regime jurídico do arrendamento urbano de 2012, a criação de benefícios fiscais na Reabilitação e os programas de captação de investimento estrangeiro, conseguiram criar um clima de confiança que permitiu transformar o panorama decrépito de certas zonas da cidade. Atualmente, a conjuntura é outra e, embora haja indicadores de que a tendência é para o crescimento, no terreno nota-se um ajustamento acentuado em certas zonas de Lisboa, sobretudo nas de contenção do AL, e estabilização dos valores em zonas mais tipicamente residenciais.


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“DESENVOLVEMOS OS NOSSOS PROJETOS “DE FIO A PAVIO” “

Ano novo, casas novas. De preferência, para a classe média e média/alta. Apesar de inebriado com os recordes dos últimos dois anos, o mercado imobiliário entrou em 2020 com uma lista extensa de resoluções para os próximos 12 meses. Mais habitação fora dos centros é uma delas, e quem aposta nesta solução é Rui Madureira, Managing Partner, da ALCH Capital. Saiba mais.

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PONTOS DE VISTA

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isualizar, detetar, compreender e atuar em relação às tendências imobiliárias fazem parte da missão da ALCH Capital? Sim. Somos, acima de tudo, uma empresa que deteta oportunidades de investimento imobiliário. Fazendo-nos valor das competências que temos “in house”, realizamos uma análise exaustiva do mercado, identificamos operações subavaliadas e, através de uma estratégia concertada envolvendo os diferentes stakeholders, reposicionamos o empreendimento de acordo com as exigências atuais. Assim que concluímos este ciclo conceptual, devolvemos o projeto ao mercado. Atingimos o objetivo proposto, articulando de uma forma eficiente as diferentes fases do desenvolvimento de um empreendimento imobiliário, desde a conceção de projetos e subsequentemente licenciamento, passando pela construção e comercialização. Afirmamos com toda a convicção que desenvolvemos os nossos projetos de “fio a pavio”. São 30 anos de experiência acumulada em finanças e imóveis. Que balanço faz destes anos de atividade no mercado imobiliário? São 30 anos de experiência acumulada dos nossos sócios. No mercado estamos há três anos. O balanço tem sido bastante positivo, uma vez que definimos de uma forma clara que a nossa estratégia passaria por olhar para projetos imobiliários fora dos centros das cidades. E isto porquê? Se analisarmos o comportamento do mercado imobiliário nos últimos anos compreendemos que grande parte do investimento foi canalizado para a reabilitação dos centros das cidades impulsionado em parte por investimento estrangeiro, deixando “órfão” um segmento considerável de mercado que desde a crise de 2011 assistiu a um afunilamento do seu normal

RUI MADUREIRA

desenvolvimento. Nesse sentido a ALCH Capital decidiu canalizar os seus esforços para a análise de oportunidades nos concelhos limítrofes das cidades de Lisboa e Porto e daí estarmos a investir no empreendimento Cabanas Golf no Concelho de Oeiras. “Cabanas Golf”, trata-se de um empreendimento com uma localização privilegiada e que oferece uma nova mistura de arquitetura contemporânea e natureza a 15 quilómetros do centro de Lisboa, certo? Exatamente. Trata-se de um empreendimento idealizado antes da crise, que se encontra a ser recuperado pela ALCH. É um projeto, nesta primeira fase, composto por 21 moradias em banda, com 300m2 de terreno e uma área bruta de 290m2 distribuída por três pisos. Tem uma localização privilegiada com bons acessos, próximo de comércio e serviços aliando um ambiente de natureza à proximidade a Lisboa. Através de que linhas estratégicas se tentam di-

ferenciar dos restantes players do setor? O nosso modelo estratégico assenta basicamente em três pilares. Por um lado, o nosso conhecimento do mercado e o estudo da sua evolução permite-nos identificar quais as oportunidades com maior potencial, face à sua localização relativa, interesse comercial e performance financeira do investimento. O segundo pilar traduz-se numa equipa de gestão experiente e ágil assente numa estrutura enxuta com rápida capacidade de decisão. Contamos também com um conjunto de parceiros que nos acompanham no desenvolvimento dos projetos, nomeadamente arquitetos, engenheiros, fiscalização e empreiteiros que partilham connosco os níveis de excelência que procuramos manter. Por fim, a nossa experiência na área financeira garante agilidade no acesso a capital, característica relevante neste tipo de operações. Concretamente no projeto de Oeiras, para além de capitais portugueses, temos uma estrutura de capitais oriundos de França e do centro da Europa. Creio que a ótima combinação destes três pilares


Quais considera ser os maiores desafios para os profissionais do ramo imobiliário em Portugal? Desenvolver projetos no ramo imobiliário é um constante desafio. Em Portugal, as principais dificuldades (que poderia apontar), são os atrasos nos licenciamentos e os custos de construção que estão, neste momento, historicamente altos. A questão que se coloca é a seguinte: o mercado tem desafios? Sim. Qualquer que seja a fase do ciclo, expansão ou recessão, estamos sempre focados em encontrar soluções viáveis. O que vai acontecer ao mercado imobiliário em 2020? Quais as mudanças que podemos esperar? Os preços vão baixar, estagnar ou continuar a subir? É necessário analisar, cada segmento e cada caso, porque os players que fazem o mercado são diferentes. Em Lisboa e Porto, assistimos a um investimento massivo de entidades oriundas de várias geografias que potenciaram o mercado residencial, mas também turístico. Creio que este segmento já tem pouca margem para crescimento, pelo que iremos assistir a uma estabilização gradual dos preços nos próximos anos. Por outro lado, observamos ainda uma falta de oferta de habitação para a classe média e média/ alta que com a subida dos preços nas cidades teve de, em parte, alterar a sua intenção de aquisição para os concelhos limítrofes. Este segmento tem ainda margem para crescer quer seja pelo novo

“SÃO 30 ANOS DE EXPERIÊNCIA ACUMULADA DOS NOSSOS SÓCIOS. NO MERCADO ESTAMOS HÁ TRÊS ANOS. O BALANÇO TEM SIDO BASTANTE POSITIVO, UMA VEZ QUE DEFINIMOS DE UMA FORMA CLARA QUE A NOSSA ESTRATÉGIA PASSARIA POR OLHAR PARA PROJETOS IMOBILIÁRIOS FORA DOS CENTROS DAS CIDADES”

tipo de compradores, quer seja pela estagnação que sofreu devido aos anos da crise. Na minha opinião, vamos assistir a uma ligeira subida dos preços que tenderá para a estabilização à medida que os novos empreendimentos em desenvolvimento satisfaçam a procura latente.

Qual o posicionamento que querem cimentar no mercado nacional este ano 2020? O nosso objetivo é tornar a ALCH Capital numa entidade relevante no setor e que adquira dimensão e reconhecimento para poder contribuir para o desenvolvimento do investimento imobiliário em Portugal. Obviamente, ainda existem muitos desafios, um longo caminho a percorrer, e acima de tudo, muito para aprender, visto que este é um mercado em constante evolução, com novas tendências, e que a ALCH está preparada para acompanhar. Que estratégias e novos projetos têm em mente para este novo ano 2020? Nos próximos anos, para além do desenvolvimento do projeto Cabanas Golf, queremos continuar a criar mais projetos imobiliários para a classe média/alta portuguesa, a preços competitivos. ▪

Defina a ALCH Capital em três palavras.

Inovação Competência

Rigor

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nos torna, de alguma forma, diferenciadores no mercado em que estamos inseridos.


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UM SETOR QUE ESTÁ A MUDAR A UM RITMO ACELERADO E IMPREVISÍVEL “2020 vai ser um ano de oportunidades imobiliárias no mercado nacional”. Quem o afirma é José Manuel Morgado, Managing Partner da PVW TINSA, em entrevista à Revista Pontos de Vista.

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osé Manuel Morgado, é o sócio fundador da PVW Price Value Worth empresa criada em 2003, especializada em avaliação de imóveis para Bancos, Fundos de Pensões, Fundos de Investimento e outros institucionais, que em 2019 se fundiu com a Tinsa, empresa líder em avaliação imobiliária em Espanha e com presença a nível mundial. Após esta recente fusão, a nova empresa passou a designar-se, PVW TINSA Lda e a pertencer ao Grupo Desta integração das duas empresas resultou uma empresa líder global no mercado ibérico em avaliações imobiliárias, com uma equipa interna de mais de 50 colaboradores e uma rede técnica de 250 peritos avaliadores, devidamente certificados pela CMVM em Portugal. “A PVW e a TINSA têm clientes complementares, o que proporciona uma forma interessante de colaboração para criar uma empresa com projeção global e um serviço altamente especializado. A experiência local e o background tecnológico juntam-se para oferecer o melhor serviço possível aos nossos clientes “, afirma José Manuel Morgado.

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UMA VISÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO ATUAL Com uma longa experiência em avaliações imobiliárias, José Morgado deu especial atenção ao mercado imobiliário nos últimos anos, admitindo que a partir do momento em que os bancos começaram a ter uma maior visibilidade de todos os problemas que tiveram, as exigências legais e regulamentares começaram a ser também aumentadas nas empresas do setor imobiliário prestadoras de serviços de avaliação. A avaliação imobiliária mais frequente que servia para sustentar a atribuição de um crédito habitação (que representava 90% das avaliações que se faziam), passou a ser à data de hoje disponibilizada ao cliente do banco e a ser alvo de regras mais apertadas na sua elaboração o que foi uma boa medida. “Sempre que é feita uma avaliação imobiliária, mesmo que não seja para conceção de crédito novo, o resultado do nosso valor, tem impacto direto nas contas do banco e nas atitudes que terá de tomar relativamente à expo-

JOSÉ MANUEL MORGADO

sição a nível de risco ou provisões, a título de exemplo. Ou seja, tudo o que fazemos em termos de avaliação imobiliária, continua a ser igual ao que era no passado em temos de conceitos a aplicar, mas enquadrados em regras cada vez mais “apertadas” de prudência e de normativo legal obrigatório. Tudo o que são avaliações periódicas anuais regulamentares, provenientes de normativos do BCE e do BdP, são avaliações que vão diretamente impactar na contabilidade e resultados dos bancos, nas respetivas provisões, entre outros, daí a importância crescente desta atividade no setor que nestes últimos anos tem vindo a ter sucessivamente regras cada vez mais apertadas e escrutinadas. Segundo o sócio fundador da PVW, atualmente, as empresas de avaliação são obrigadas a responder com crescente regularidade à CMVM, ao Instituto de Seguros de Portugal, ao Banco de Portugal e também, aos auditores das instituições financeiras, uma vez que este setor está supervisionado por todas estas entidades. Atualmente, as avaliações estão cada vez mais relacionadas com conceitos da área financeira e, portanto, o know-how financeiro e a sua aplicação na elaboração das avaliações, são de certa forma, mais

“É NECESSÁRIO QUE OS VALORES ESTEJAM MUITO BEM SUSTENTADOS E JUSTIFICADOS MATEMATICAMENTE, PORQUE TUDO O QUE É INFORMAÇÃO DE BASE E A CORRETA SUSTENTAÇÃO DE CÁLCULO E RESPETIVA COMPONENTE FINANCEIRA, SÃO BEM ANALISADOS PELOS AUDITORES”

necessários do que era a prática no passado. “É necessário que os valores estejam muito bem sustentados e justificados matematicamente, porque tudo o que é informação de base e a correta sustentação de cálculo e respetiva componente financeira, são bem analisados pelos auditores.” O que está a acontecer atualmente no mercado imobiliário era difícil de prever alguns anos atrás e todo o setor está a mudar positivamente a um ritmo acelerado e de forma ainda algo imprevisível. Quando questionado sobre esta realidade, o administrador admite que “não existe um mercado imobiliário único, existem sim, vários mercados imobiliários que se comportam todos, por razões muito distintas. Há mercado imobiliário que depende de conjuntura própria a nível nacional e outros que dela dependem menos, nomeadamente o internacional. Não sendo possível que Portugal mude de loca-

lização geográfica, nem de clima nem de cultura, diria a titulo de exemplo que a manutenção do interesse no mercado português dirigido para mercado alto e estrangeiro, será para manter, e quanto ao mercado residencial para nacionais, uma vez que está diretamente ligada com o comportamento das taxas de juro e condições de financiamento, também não se prevê que mude de forma rápida nem abrupta. Existem sempre pontos positivos e negativos em mudanças de mercado. É uma questão de pesar prós e contras, mas o balanço dos últimos anos é essencialmente positivo”. SERÁ 2020 UM ANO DE OPORTUNIDADES IMOBILIÁRIAS? Para José Morgado, continuam a surgir mais pedidos de avaliação de empreendimentos novos (de hotelaria, residências para estudantes e outro tipo de investimentos de uso misto) que já começam a estar fora


POSICIONAMENTO NO MERCADO NACIONAL Segundo José Morgado, “em 2003 nasceu a PVW, e com ela, veio também a designação “Price Value Worth”. “Price” é o valor pedido numa venda, o “Value”, é nada mais, nada menos que aquilo que o nosso trabalho determina diariamente como sendo a nossa opinião independente e sustentada de valor e o “Worth”, é o valor subjetivo que cada ativo tem para o próprio e que faz com que as transações tenham lugar. Acima de tudo, para o administrador, o trabalho da PVW Tinsa enquanto empresa de avaliações é indicar o “Value” da forma mais rigorosa possível. Para além de aplicarem estes conceitos em tudo aquilo que fazem, a empresa, pretende ainda assim, continuar a marcar o seu posicionamento no mercado nacional, ao prestar sempre um melhore serviço e claro, investir em IT, uma vez que o mundo está a mudar e o mercado imobiliário tem vindo a incorporar estas novas ferramentas a ritmo crescente. “Para a PVW Tinsa é muito importante manter a qualidade e subir na cota nos clientes com quem já trabalhamos e apostar também no mercado dos clientes particulares e institucionais não ligados ao setor financeiro. Ou seja, tudo aquilo que está relacionado com patrimónios de particulares, avaliações para efeitos contabilísticos, apoio a grandes gabinetes de advogados em processos de fusão, aquisição, partilhas e por fim, avaliação de ativos que estejam em empresas de grande dimensão, fazem parte deste conjunto de clientes que queremos ainda alcançar”. UM MERCADO “QUENTE” PRESSIONADO PELO FATOR PRESSÃO/TEMPO Atualmente, Portugal é um dos mercados imobiliários mais dinâmicos da Europa Ocidental e a termo de curiosidade quisemos perceber como é ser um profissional do ramo imobiliário neste mercado atual, tão “quente”. José Morgado assegurou que “há sempre um elemento de sorte no sucesso que se soma á dedicação

e ao profissionalismo, mas para a PVW Tinsa tem corrido tudo favoravelmente até á data pois temos a equipa certa”. Esta atividade para além da forte responsabilidade que envolve tem ainda um fator critico, que é o fator temporal do cumprimento dos prazos e níveis de serviço contratualizados pelo que estamos sempre pressionados por “timings” a cumprir, sendo que essa pressão temporal obriga a uma afinada gestão processual sem, contudo, descurar o rigor técnico. ▪

UM FUTURO COM APOSTA NAS IT Em forma de conclusão, e com perspetivas de continuar a reforçar a presença no setor, o nosso interlocutor assegura a continuação da aposta no uso de ferramentas de IT, e poderá vir a ser aumentada a equipa, que neste momento está distribuída por

escritórios nas cidades de Lisboa e Porto, de forma a melhor corresponder às necessidades dos seus clientes. Em cima da mesa deixou em aberto que “para além de um forte investimento em IT, poderemos vir a abrir mais delegações em Portugal”.

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dos centros das cidades principais. A mudança já não está tão centralizada nos centros das cidades e começa a expandir-se por todo o país, sendo um sinal positivo e de grandes oportunidades para o mercado criando empregos e dinâmica. “Na minha opinião isto é um processo sustentado em procura real e acredito que este comportamento ainda vai caminhar por mais algum tempo na mesma linha, sendo a maioria dos aspetos desta tendência de efeitos positivos”.


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MERCADO CADA VEZ MAIS PROFISSIONAL, GERA MAIORES RETORNOS João Garcia Barreto, Head of National Business na AURA REE, fala desta empresa de origem espanhola, especialista em avaliação de carteiras de imóveis em NPLs e REOs, assessoria estratégica a ativos imobiliários, que se tem vindo a solidificar em Portugal. Saiba mais.

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á quantos anos é que a AURA REE está no mercado? Que balanço é possível fazer? A AURA REE está no mercado nacional há quatro anos. É uma empresa de consultoria focada na análise de dados do setor imobiliário, e, sobretudo, em avaliação de carteiras de imóveis de crédito malparado (NPLs) e imóveis de bancos (REOs) para investidores estrangeiros. Com o investimento realizado na concessão de uma plataforma única no mercado, este é o core business da AURA REE em todos os países em que opera. Em Portugal, temos vindo a crescer desde o ano de 2016, na área de avaliação de carteiras de NPLs e REOs, cujo departamento é gerido por Miguel Campos. Temos ainda crescido na área de avaliação de imóveis de fundos de investimento imobiliário e de empresas (efeitos contabilísticos). O balanço é bastante positivo. Estamos a crescer com os pés bem assentes, sempre na ótica a longo prazo.

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Estão presentes em Portugal, Itália, Espanha, Grécia e Chipre. Todos têm acesso aos mesmos serviços? Devido ao crescimento que temos vindo a alcançar no mercado em Portugal e em virtude do reconhecimento do know-how do partner da AURA REE, José Covas, e da minha experiência no setor imobiliário pelo mercado, sentimos a necessidade de criar um departamento ligado ao negócio local, mais concretamente, o “national business”. O departamento tem crescido ao nível de faturação, devido às solicitações que temos recebido por parte de sociedades gestoras de fundos de investimento imobiliário e empresas. Estamos a investir no departamento e esperamos crescer mais. Temos na génese a progressão.

JOÃO BARRETO

Na AURA REE, só nos sentimos bem a progredir. Por interesse dos investidores estrangeiros que nos solicitam aconselhamento, criámos ainda um outro departamento na área de consultoria estratégica (research, estudos de mercado, análises de negócios) e de análise de informação de mercado (chamado Brains), dirigido pelo meu colega Miguel Anjos. Tem igualmente crescido. Com a experiência no mercado espanhol, os investidores estrangeiros têm solicitado estudos de mercado para imóveis já adquiridos e acreditamos inclusive que solicitarão reavaliações de carteiras outrora analisadas. O “national business”, para já é feito apenas em Espanha e em Portugal, não foi ainda aplicado nos restantes países. Em Itália, Grécia e Chipre, operamos sobretudo nos serviços de avaliação de carteiras de NPLs (Non Performing Loans) e de imóveis de bancos e temos ainda desenvolvido o projeto “Brains”. Como analisa o mercado imobiliário português atualmente? Quais são as perspetivas a médio prazo para o mercado imobiliário? Considero que o mercado imobi-

liário neste momento se encontra estabilizado em comparação com os anos anteriores. Continuamos a notar mais dinâmica na capital, Porto e Algarve (turismo) e algum crescimento nas zonas limítrofes. Acredito que o mercado manter-se-á dinâmico em 2020 e nos anos subsequentes e a procura tenderá a crescer nos principais setores do mercado imobiliário, sobretudo no setor de escritórios (Lisboa e Porto). Portugal passou por um período de recessão e de reajustamento recente, mas é um dos países europeus onde se verificou uma maior evolução na atividade imobiliária. O investimento no setor de turismo e a concessão de vistos Gold, cujas políticas foram implementadas ainda em tempos de crise, contribuíram para a referida evolução. Hoje, os bancos estão mais disponíveis para conceder crédito e existe uma procura significativa por parte dos investidores estrangeiros e nacionais. Há também mais contentamento no setor imobiliário com o surgimento das SIGIs. É bom sinal a entrada da Merlin na Euronext. Como é que a AURA REE alcança um estatuto de confiança para com os seus clientes? Através de

que estratégias e valores? A empresa é regulada pelo RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors), uma instituição inglesa, conhecida em todo o mundo. Com a regulamentação do RICS, as empresas estão aptas para fazer avaliações em qualquer parte do globo, assegurando o cumprimento de elevados padrões de qualidade e de ética altamente focados nas necessidades do cliente. Prestamos formação constante aos nossos colaboradores. Os nossos clientes reconhecem a nossa qualidade e isso reforça a nossa posição no mercado. Neste momento, em Portugal, a empresa tem três membros/avaliadores registados no RICS: o partner José Covas, Miguel Anjos e eu. De que forma é que tentam marcar a diferença no mercado imobiliário perante os demais players? Temos vindo a consolidar a marca, AURA REE, ao longo dos anos através da nossa qualidade, rigor e exigência. Através destes valores, pretendemos conseguir uma distinção e reconhecimento perante as outras empresas e continuar a crescer de forma sustentada. Como vê a AURA REE num futuro a médio prazo? Vejo a AURA REE mais consolidada no mercado sobretudo na área de avaliação imobiliária para o setor nacional e também na área de estudos de mercado e research através da marca Brains. A empresa continua a investir no estrangeiro e acredito que estará mais presente na América Latina e mais forte nos países em que operamos. Acredito que face à nossa experiência alcançaremos os resultados e o reconhecimento que almejamos. ▪


IMOBILIÁRIO EM PORTUGAL

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OPINIÃO DE ANA MAÇÃO, CONSULTORA IMOBILIÁRIA

COM LICENÇA, POR FAVOR... O meu nome é Ana Mação, e sou consultora imobiliária desde há quatro anos, tendo o meu início de carreira nesta atividade coincidido com a entrada em Portugal da Keller Williams, a maior marca de franchising imobiliário em todo o Mundo, em número de profissionais (superior a 190.000, em mais de 44 regiões ou países).

vamente duas associações de profissionais do setor: a ASMIP e a APEMIP, que até têm propostas de projetos para a efetiva implementação de um código de ética deontológico, mas que não têm o peso da lei. É notória a falta de uma licença profissional obrigatória, que habilite o exercício e acesso à profissão de consultor/agente imobiliário, condicionada ao respeito das condições impostas pela entidade reguladora, fazendo todo o sentido que esta venha a ser o IMPIC. Como é normal noutras profissões já reguladas, a atribuição desta licença deverá ser condicionada a um processo prévio de formação, tendo as entidades formadores que possuir uma homologação da DGERT bem como uma autorização do organismo responsável pela emissão da licença do profissional. Porque é tão importante regular e licenciar o acesso a esta profissão? Não faz sentido exigir às empresas de mediação imobiliária condições para o exercício da atividade cada vez mais exigentes e deixar “à solta” os profissionais que dão a cara por estas empresas. As situações de desonestidade, mentira descarada, uso abusivo de estratégias comerciais lesivas do interesse dos clientes, são o dia-a-dia numa profissão cujos números apontam para mais de 50.000 profissionais, muitos deles acabados de chegar à profissão sem qualquer formação ou preparação prévia. Por outro lado, o excelente momento que se vive no imobiliário em Portugal, atraiu profissionais de todas as

que os números de 2019 superem este record! É, pois, incompreensível que face ao peso que esta atividade económica tem para o país, se corram riscos, nomeadamente ao nível fiscal. O atual panorama em que os proprietários podem negociar e vender livremente os seus imóveis no mercado, potencia o risco do aumento da economia informal, que já foi maior no passado, mas que graças ao aparecimento de empresas que apostam no rigor e profissionalismo se reduziu em muito. Em muitos países, tais como em França, Turquia, Itália ou nos Estados Unidos, já existe legislação que defende os interesses do Estado, dos profissionais imobiliários e dos compradores e vendedores de imóveis. A questão que se coloca é: para quando o mesmo em Portugal? ▪

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minha experiência nesta área permitiu-me, entretanto, constatar que a atividade da mediação imobiliária sofre de uma lacuna grave que tem afetado tanto profissionais como clientes, que necessitam de recorrer a um mediador para comprar ou vender o seu imóvel. Apesar da atividade das empresas de mediação imobiliária ser uma atividade regulada desde 1992 e que no presente requer a atribuição de uma licença prévia por parte do IMPIC (Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção), o mesmo não se passa com os profissionais que exercem a referida atividade, sejam eles consultores Imobiliários ou mesmo responsáveis pelas Agências Imobiliárias. No meu entender os sucessivos governos têm falhado nesta matéria, ignorando o peso e a importância desta atividade na economia portuguesa bem como a necessidade de regular um setor cuja responsabilidade é gigante. Não se trata apenas dos montantes financeiros envolvidos nas transações imobiliárias - cuja salvaguarda em termos fiscais é já garantida por uma forte legislação que previne p.ex. o branqueamento de capitais - mas acima de tudo importa salvaguardar o interesse de proprietários e compradores de imóveis, face à falta de rigor e ética que muitas vezes abunda nesta atividade. O que falta então? A necessidade de um código de ética deontológico que regule os direitos e deveres do profissional de mediação imobiliária. Existem efeti-

áreas que pretendem ganhar mais uns trocos para complementar a sua carreira e que muitas vezes nada tem a ver com o ramo imobiliário. Qualquer um que se ache válido para referenciar um cliente conhecido bate à porta das imobiliárias e dos seus profissionais para mediar o negócio, quando a sua habilitação para o efeito o desaconselha. A formação e especialização, fundamentais para o exercício da atividade de mediação imobiliária, não são compagináveis com uma dedicação pontual e “interesseira”. Por outro lado, é do interesse do Estado, traduzindo, dos contribuintes, que a venda dos imóveis se faça obrigatoriamente através de um profissional / empresa licenciada. Em 2018 venderam-se 178.691 imóveis e as transações totalizaram 24,1 mil milhões de euros. É expectável


» IMOBILIÁRIO EM PORTUGAL

“O NOSSO OBJETIVO É TORNARMO-NOS UMA DAS EMPRESAS DE REFERÊNCIA DO MERCADO” “Estamos orgulhosos e confiantes quanto ao trabalho desenvolvido no território português, sendo o nosso objetivo tornarmo-nos uma das empresas de referência do mercado”. A Revista Pontos de Vista foi conhecer a IV Solutions e conversou com Mafalda Maia Sêco, Country Manager da marca, que pretende continuar a crescer no mercado luso.

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uem são e que tipo de serviços o grupo IV Solutions fornece no segmento do Real Estate? O grupo IV Solutions nasceu há cerca de uma década no mercado espanhol para fazer face às necessidades do mercado de avaliações imobiliárias em otimizar e automatizar a avaliação de carteiras massivas. Com o crescimento do negócio, houve a necessidade de segmentar a atividade em quatro grandes áreas: - IV Instituto de Valoraciones/ IV Avaliações – área de negócio que fornece todo o serviço de avaliação e consultoria, sendo este o core business da empresa. Destacam-se aqui alguns dos principais serviços nesta área: a. Avaliações e Consultoria – realizamos avaliações imobiliárias de qualquer imóvel para qualquer finalidade, advisory e estudos de mercado imobiliário a nível nacional e internacional. Realizamos avaliações do tipo Desktop, Drive-by e Drive-in de imóveis destinados a habitação, comércio, indústria, assim como de ativos mais complexos como terrenos (rústicos com ou sem exploração agrícola, urbanos ou mistos), edifícios de escritórios, plataformas logísticas e imóveis com exploração económica, como campos de golf, hotéis, postos de combustíveis, pedreiras, herdades com rendimento fundiário, entre outros. b. Serviços Técnicos – Consultoria de Custos, Peritagens, Project Management e Certificações energéticas – PQI e PQII, gestão de ativos, Due Diligênce Técnica (Juridica, Urbanística, Técnica ou Económica e/ou Acompanhamento de Obra). c. Serviços Digitais – Avaliações AVM (Automated Valuation Model) com representação gráfica e análise de carteiras através do nosso software SMARTA. d. Avaliações Especiais – avaliação de intangíveis, bens móveis, obras de arte, joias e objetos valiosos. Contamos com uma equipa interna e externa multidisciplinar de arquitetos, técnicos, engenheiros e economistas, distribuídos por todo o território nacional com elevado know-how. - IV Property – Soluções de comercialização de imóveis à medida para investidores, entidades financeiras, promotores e particulares. O grupo IV encontra-se especializado na comercialização de empreendimentos de gama alta. O nosso serviço contempla um escritório de venda com andar modelo junto ao empreendimento, consultores especializados, logística, tecnologia, marketing e atenção personalizada de venda e pós-venda. Ao contratar este servi-

MAFALDA MAIA SÊCO

ço oferecemos a incorporação da promoção a comercializar na plataforma Vitrio VR – tecnologia especializada na realidade virtual aplicada ao setor imobiliário. - IV Proptech – área de negócio responsável pela manutenção dos sistemas e pela constante inovação. Este departamento vai dando resposta às exigências dos nossos departamentos técnicos e comerciais permitindo ao grupo ter sempre as melhores soluções tecnológicas na área do Real Estate. - Centros de Inovação – Centros de coworking em Espanha onde as startup`s e pequenas empresas podem desenvolver os seus projetos mais ambiciosos e onde lhes são oferecidas as melhores condições para tal. A nossa missão é proporcionar um serviço de excelência aos clientes com uma maior transparência, dinâmica e rapidez, aliando todo o know-how e conhecimentos do mercado imobiliário com os softwares que a empresa tem ao seu dispor.

A IV surge em Portugal porque considera que o modelo tradicional de sociedade de avaliação imobiliária se deve adaptar aos novos desafios do setor? Que desafios são estes? O paradigma na área das avaliações imobiliárias tem apresentado profundas alterações nos últimos anos, que culminaram numa maior exigência para todos os seus intervenientes. Atualmente existe uma regulamentação mais exigente que obriga a um relatório de avaliação mais completo não só em conteúdo, mas também na sua estrutura. Assim, o avaliador imobiliário além de determinar o valor de mercado do imóvel, tem de realizar um levantamento do estado de conservação do mesmo, da envolvente, das patologias e aferir o custo associado (CAPEX ou OPEX – dependendo das circunstâncias), assim como efetuar uma análise macro e microeconómica do país e sociodemográfica da zona. Em paralelo, os prazos de entrega são cada vez mais curtos com honorários cada vez mais baixos. Por este motivo, as empresas têm


de excelência e preocupação constante em se adaptar às necessidades do cliente.

Que peso tem a IV Solutions no mercado imobiliário português? A IV Avaliações, filial portuguesa do grupo IV, entrou no mercado imobiliário português há cerca de dois anos através das avaliações AVM, tendo realizado alguns projetos nesta área com algumas instituições bancárias e empresas de recuperação de crédito. Em meados de 2019 ficamos devidamente certificados pela CMVM como peritos avaliadores imobiliários. Desde então, encontramo-nos a colaborar ativamente com algumas instituições financeiras, assim como empresas de recuperação de crédito e institucionais. Paralelamente, estamos a trabalhar ativamente para captar novos clientes como Fundos de Investimentos imobiliários, seguradoras e investidores. Estamos orgulhosos e confiantes quanto ao trabalho desenvolvido no território português, sendo o nosso objetivo tornarmo-nos uma das empresas de referência do mercado, reconhecida pelo seu serviço

Uma vez que vivemos num mundo em constante mudança no qual a tecnologia desempenha um papel essencial, de que forma é que a IV Solutions se compromete a estar sempre numa constante evolução para poder gerar experiências e vínculos com os seus clientes? A inovação sempre foi um dos pilares mais importantes do grupo, que é líder em desenvolvimento de software na área de Real Estate, sendo essa filosofia uma constante no interior do grupo. Estamos continuamente a investigar e desenvolver novos sistemas inteligentes e automatizados que agilizem e melhorem os processos de todas as áreas de atuação no setor imobiliário através da nossa área de negócio IV Proptech. Recentemente e como reconhecimento deste nosso compromisso na inovação, o nosso CEO, Jesus Rodrigues Estrada, fará parte do júri dos Prémios Europeus de Startup & PropThec House – The European of Nacional Networks - https://www.proptechhouse.

Com um capital privado sem participação pública, considera que esta independência em todas as vossas áreas de negócio, vos permite trabalhar de forma autónoma e focada em cada cliente? Conforme refere a regulamentação da CMVM, mais especificamente, a lei nº 153/2015, o perito avaliador de imóveis individual ou coletivo deve atuar de acordo com padrões de ética, idoneidade, independência e ausência de conflitos de interesse. O grupo ao ser participado exclusivamente por capital privado, possibilita trabalhar de forma autónoma e de acordo com os padrões exigidos pela lei que rege esta atividade, focando-nos no mais importante – fornecer ao cliente um trabalho de excelência totalmente independente e idóneo. De que forma é que proporcionam aos vossos clientes os melhores resultados para potenciar a sua capacidade na tomada de decisões com clareza e confiança? O grupo IV rege-se por um conjunto de valores e competências que se foram consolidando ao longo dos anos no seio das nossas equipas. Estas equipas incorporam e refletem anos de experiência e um elevado know-how tanto local como internacional, oferecendo uma amplitude de serviços que permitem criar soluções personalizadas para cada cliente, surgindo como resultado um “produto” claro e objetivo, que simplifica a tomada de decisão.

eu/. Com esta participação poderão criar-se sinergias para desenvolvermos mais projetos inovadores de maneira a estarmos sempre na vanguarda da tecnologia. Considera que a aposta pela inovação e tecnologia, através das ferramentas exclusivas (Smarta, Vitrio Virtual Reality e I+D), ajuda a IV a desenvolver as melhores soluções tecnológicas? Como? Acreditamos que a inovação permite simplificar processos tornando a atividade mais ágil e clara, estando por isso o Grupo IV na vanguarda da tecnologia e sendo pioneira em alguns destes softwares. Quando os clientes nos procuram recorrentemente para criarmos soluções para os seus problemas, através dos nossos sistemas informáticos, é um excelente indício do sucesso e da eficácia das nossas ferramentas. As soluções de comercialização de imóveis à medida para investidores, entidades financeiras, promotores e particulares, que oferecem aos vossos clientes, vai continuar a ser uma das apostas da IV para 2020? Em Espanha a área de IV Property encontra-se consolidada, tendo já no nosso portfolio a comercialização/promoção com grande sucesso de diversos empreendimentos de luxo para promotoras de referência espanholas. Em Portugal estamos em fase de negociação com empresas promotoras para se replicar o mesmo modelo de negócio. O grupo já tem o know-how e as ferramentas necessárias para desenvolver esta atividade em território nacional, encontrando-se a avaliar oportunidades de negócio, que garantam um crescimento sustentável alinhado com os valores do grupo IV. ▪

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de arranjar alternativas para mitigar os erros e otimizar todo o processo de avaliação tornando-o o mais autónomo e eficiente possível. Para ultrapassar este desafio, o Grupo IV desenvolveu internamente dois sistemas: - IV Force – portal de avaliações que gere todo o processo de avaliações imobiliárias, onde se pode analisar os processos ativos, cancelados e concluídos. Neste portal é possível gerir SLA`s (Service Level Agreement), incidências, visitas e fazer toda a comunicação com os técnicos/ empresas externas, assim como a faturação. Este sistema é o nosso aliado para coordenarmos todos os nossos processos internamente, facilitando a comunicação com a nossa rede de peritos externos. - SMARTA – sistema de avaliação AVM (Automated Valuation Model) que realiza avaliações de carteiras de imóveis de maneira individualizada e determina os tempos médios de comercialização por imóvel. Este sistema também realiza estudos de mercado, georreferência todos os imóveis no mapa e gera automaticamente gráficos da carteira para uma melhor análise e tomadas de decisão. Atualmente a nossa área de Proptech encontra-se a desenvolver um sistema de leitura das cadernetas prediais para levantamento de toda a informação relevante para procedermos de forma automatizada às avaliações AVM. Além destas duas ferramentas, o grupo desenvolveu um portal imobiliário – Vitrio Virtual Reality – que permite pesquisar a sua casa de sonho sem se deslocar do conforto da sua habitação através de vistas de realidade virtual.


» GRUPO BF OPORTUNIDADE. ESTA É A PALAVRA DE ORDEM NO GRUPO BF E ENTRE OS ELEMENTOS DAS SUAS EQUIPAS. E VEM SENDO A REALIDADE DA MARCA DESDE A SUA GÉNESE, CORRIA O ANO DE 1989. HOJE A DIMENSÃO DA MARCA ATINGIU PATAMARES EXCECIONAIS, E O GRUPO BF COLABORA EM PARCERIA COM MAIS DE 150 EMPRESAS E EMPRESÁRIOS EM PORTUGAL, ESPANHA E OUTRAS PARTES DO MUNDO, DEMONSTRANDO E BEM O LEGADO QUE A MARCA TEM VINDO A DEIXAR AO LONGO DESTAS MAIS DE TRÊS DÉCADAS. A REVISTA PONTOS DE VISTA CONVERSOU COM ALGUNS DOS INTERVENIENTES E COMPREENDEU DEFINITIVAMENTE O QUE É FAZER PARTE DA GRANDE FAMÍLIA DO GRUPO BF. JORGE MIGUEL FONSECA, DIRETOR DE MARKETING E INOVAÇÃO DO GRUPO BF

“Oportunidade, persistência e mérito” JORGE FONSECA, PRESIDENTE DO GRUPO BF

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om 30 anos de atividade, que alterações e mudanças surgiram durante este percurso? 30 anos depois, olho para trás e garanto que são 30 anos de felicidade. De desafios e de aventuras. Houve momentos difíceis, é uma realidade, mas temos de acreditar que o dia de amanhã será sempre melhor. É muito fácil abandonar ou ficar pelo caminho, mas temos de ser como uma bomba de água: com trabalho e persistência a água vai subindo e se não abandonarmos, por mais cansados que estejamos, vamos conseguir ver e alcançar os resultados que queremos. Orgulho-me das pessoas que acreditaram em mim, que hoje têm o seu negócio e gerem a sua própria empresa. No entanto, nunca imaginei chegar onde chegamos hoje e quem sabe onde podemos chegar ainda. Neste momento, não depende tanto de mim, mas das pessoas que estão envolvidas no grupo e da sua vontade de fazerem os seus negócios crescer. Temos pessoas fantásticas com grandes ambições, por isso acredito que estamos em boas mãos. O que define e carateriza o Grupo BF? O Grupo BF carateriza-se por três palavras: Oportunidade, Persistência e Mérito. As pessoas aprendem connosco, formam as suas equipas, abrem as suas empresas sem ser necessário investir nada, adquirem os produ-

tos à consignação, e são completamente independentes. Isto é o mais gratificante para mim: ver que passados 30 anos o nosso sistema de oportunidade continua a dar cartas no mercado e a tornar os sonhos em realidade das pessoas que acreditam e abraçam esta oportunidade. Quais são para si, as principais razões pelas quais as pessoas se sentem bem no trabalho? Acho que é porque as deixamos voar e proporcionamos todas as necessidades para elas voarem e potencializarem as suas capacidades, pois todas têm a oportunidade de crescer no nosso grupo. Nós temos um lema: não tem de ser bom para começar, tem é que começar para ser bom. Claro que todos os inícios são difíceis, mas o nosso sistema baseia-se na meritocracia e assenta em métodos comprovados de formação, oportunidade e resultados, e isso faz toda a diferença. Ao contrário dos trabalhos ditos “normais”, onde se ganha um salário fixo e onde as pessoas fazem o que lhes mandam fazer, a nossa forma de trabalhar é baseada no valor que cada um traz para os nosso clientes e para si mesmo, e como os portugueses são um povo muito persistente e perspicaz, percebem o potencial de crescimento deste modelo, e sabem que está nas mãos deles realizarem todos os seus sonhos. Não dependem de mais ninguém, a não ser deles próprios. ▪

“Os erros e o insucesso não nos desencorajam”

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ual a sua função dentro do Grupo BF? Marketing e Inovação são as duas áreas que são da minha responsabilidade. Que apostas estratégicas são implementadas pelo grupo para uma constante evolução e crescimento no mercado durante estes 30 anos? O cliente é quem decide. O ego e a ideia de que sabemos quase tudo, é inimigo das boas decisões e dos bons decisores. Mesmo o melhor gestor do mundo não decide que produtos têm sucesso ou insucesso. Essa decisão é sempre dos clientes, que decidem onde querem ou não gastar o seu dinheiro. É o sistema mais verdadeiro e democrático que existe e nunca nos esquecemos disto. Acho que parte do nosso sucesso ao longo dos últimos 30 anos se pode explicar por estarmos mais preocupados em ouvir o mercado do que em provar que temos razão. Acreditamos em experimentar e testar tudo que fazemos, preferimos ouvir o mercado e aprender com o que este nos diz, a assumir que temos sempre a resposta certa. De que forma é que o grupo BF se renova e inova de forma a corresponder às necessidades do mercado? Errar faz parte do processo. O traço que nos define é não apenas não termos medo de errar, como quase gostarmos de o fazer. Costumamos dizer que erramos como profissionais, ou seja, vemos sempre o que corre menos bem como uma oportunidade de aprender e fazer melhor. Os erros e o insucesso não nos desencorajam, vemo-los como passos necessários para cumprir a nossa missão, que é saber o melhor possível o que o cliente quer e precisa, para podermos criar produtos e serviços que atendam na perfeição a essas ne-

cessidades. Quer para marcas próprias, como em cocriação com os nossos parceiros. O “legado” de cada pessoa, o que faz e como faz, é o valor mais importante que se deixa nas organizações. Como é que o Grupo BF potência este legado do capital humano? Apostamos muito na nossa equipa e acreditamos sinceramente que uma pessoa dotada de um propósito, e das ferramentas certas para chegar aos seus objetivos, é uma força imparável, que nos cabe potenciar e apoiar. A nossa missão e valores são claros para quem trabalha na nossa empresa, e, rapidamente, transmitidos aos novos elementos, e asseguram que todos saibam o essencial, que acreditamos na meritocracia, e que quem se empenha e consegue resultados é sempre reconhecido e apoiado. Quando todos os elementos de uma equipa partilham esta convicção e valores não há limites para o que se pode conseguir. Quais os desideratos a curto/médio prazo para o Grupo BF? Tecnologia é um dos eixos que estamos a desenvolver no nosso grupo. Estamos a apostar cada vez mais nessa vertente, e vamos ser disruptivos na indústria, o que nos permitirá gerar cada vez mais valor e oportunidades tanto para os clientes como para os nossos parceiros. Seremos tão inovadores nos meios digitais como somos no mundo analógico. Mas o nosso grupo tem várias áreas de negócio, que naturalmente se desenvolvem em ritmos e com estratégias diferentes, mas os valores são comuns e transversais a todas. Sermos a melhor oportunidade do mundo, uma empresa onde quem tem vontade de trabalhar e aprender tem ao seu dispor as ferramentas e o apoio necessário para ter sucesso e criar o seu próprio negócio. ▪


ANTÓNIO RODRIGUES DA SILVA, CEO DO GRUPO BF

MÁRCIO PINTO, VICE-PRESIDENTE DA ÁREA DE SERVIÇOS DO GRUPO BF

RAQUEL MORENO, VICE-PRESIDENTE DO GRUPO BF, ESPANHA

“BF, a melhor oportunidade do mundo”

"Definimos metas e cumprimos”

“Não podemos parar de crescer”

uais as crenças, missões e valores que para si, definem o Grupo BF? O Grupo BF vive e promove diariamente uma crença, diria mesmo, nutre uma grande paixão pelo desenvolvimento das pessoas. De todas as pessoas. No seu elevado potencial de crescimento que todos temos. Sem exceção. É a famosa Oportunidade BF. Eu próprio sou a prova disso mesmo. Nasceu há 30 anos e sempre acreditou e promoveu o crescimento sustentado e gerador de valor para milhares de pessoas, defendendo que só se é bem-sucedido se contribuirmos ativamente e facilitarmos o atingimento do sucesso pessoal e profissional dos outros. Desta forma, ajudamos a criar pessoas felizes e uma sociedade mais responsável e próspera. O Grupo BF atua em diferentes áreas de negócio, mas sempre com a mesma missão e valores. Missão: BF, a melhor oportunidade do mundo! Sem dúvida que é assim, para quem tem vontade de trabalhar e vontade de aprender. Valores: Oportunidade. Diferenciação. Resultados. Responsabilidade. Confiança.

ual a sua função dentro do Grupo BF? Sou Vice–Presidente, responsável por todos os escritórios na área de serviços da empresa.

ue função ocupa no Grupo BF? A minha função é de líder e motivadora. Passa por desenvolver pessoas a outros níveis e manter toda a organização em espanha constantemente ativa. Não podemos parar de crescer e temos de estar sempre com os olhos postos no futuro. Nós somos assim e não desperdiçamos oportunidades de continuar a fazer mais e melhor.

Sente que é inevitável que atualmente haja um grande enfoque no domínio da inovação? Considera este elemento importante para o grupo BF? Continuar a nossa diferenciação e inovação em tudo o que fazemos não é uma opção estratégica ou empresarial, é uma questão de sobrevivência. Só é bem sucedido quem estiver continuamente a inovar, nos produtos, nos processos, na otimização de todas as fases da cadeia de valor. Trabalhar no Grupo BF é...? Uma alegria e uma satisfação. Levantarmo-nos diariamente sabendo que vamos relacionar-nos com uma equipa e desenvolver algo que gostamos, que nos motiva e desafia é absolutamente extraordinário e enriquecedor. Acima de tudo, é saber e poder contribuir para enriquecer a vida de milhares de pessoas, a nível material, mas sobretudo humano. Isto é sinónimo de sucesso. Isto é atitude e espírito BF. ▪

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Identifique e caraterize este grupo que já conta com mais de 30 anos de atividade. É um grupo de pessoas para pessoas que aposta fortemente num modelo de carreira para todos os seus colaboradores, apostando em formações diárias, semanais e mensais. Um grupo dinâmico que para além de um grupo empresarial, é uma grande família, com um grande ambiente e enorme motivação acreditando sempre e apostando nas pessoas. O que considera que diferencia o Grupo BF dos demais no mercado? Em primeiro lugar a valorização das pessoas. Somos um grupo que aposta e acredita nas pessoas. Ensinamos, ajudamos, motivamos, acompanhamos e formamos as pessoas a irem mais além e que não existem limites, que tudo é possível com vontade de aprender e vontade de trabalhar. Em segundo lugar, o nosso ADN, pois somos a melhor oportunidade do mundo, uma empresa com grande atitude, grande dinâmica, grande ambiente, grande entusiasmo, grande energia e que permite às pessoas realização pessoal e profissional. A produtividade/desempenho dos colaboradores está intimamente associada à motivação e por conseguinte à sua satisfação e bem-estar. Quais as suas motivações e objetivos para com esta organização? A minha maior motivação e objetivo é chegarmos aos cem escritórios em Portugal em 2020 e acredito que o vamos conseguir pois somos uma empresa que define metas e trabalha incansavelmente para as cumprir. Fazer parte do Grupo BF é..? Fazer parte do grupo BF é fazer algo grande, é ultrapassar limites, é realização profissional e pessoal, é crescer todos os dias, é estar motivado todos os dias, é alegria, é motivação, é paixão, é adrenalina. ▪

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Que balanço se pode fazer deste grupo com mais de 30 anos? Estas três décadas converteram-se numa grande escola de empresários, gerando vínculos de lealdade e persistência. O que considera que são as apostas estratégicas do grupo para a evolução constante e crescimento no mercado? A constante negociação com grandes empresas e a abertura de novas delegações, sem esquecer a importância da formação, que é algo essencial no seio da nossa marca. Como podemos caraterizar o Grupo BF? Oportunidade. Desenvolvimento e Confiança. ▪

23 FEVEREIRO 2020

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» GRUPO BF

MIGUEL FERNANDEZ LUNA, CEO DO GRUPO BF ESPANHA

ROBERTO SANZ, VICE-PRESIDENTE DO GRUPO BF ESPANHA

RUI MIMOSO, VICE PRESIDENTE DA ÁREA DE VENDA DIRETA

“Somos empreendedores compulsivos”

“Somos uma grande família”

“Temos ajudado muitas pessoas”

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ual é a sua função no seio do Grupo BF? Assumo a função de CEO do Grupo BF em Espanha

Como é que pode caraterizar o Grupo, que já tem mais de três décadas de atividade? O Grupo BF foi criado em 1989, tendo como core business a venda direta de produtos e a prestação de serviços em outsourcing em áreas como telecomunicações, energia, segurança, serviços financeiros, entre outros, sendo responsável por aportar mais de quatro milhões de clientes para o negócio. Somos líderes na Península Ibérica, com mais de mil distribuidores independentes e com presença em outros países. Além da atividade principal, o Grupo BF, desde 2004, começou a desenvolver uma vertente relevante que passa pela gestão imobiliária, através da BF Imobiliária, fazendo dois anos de gestão ao nível de residências assistidas sénior. O nosso grupo também valoriza a componente da responsabilidade social, através da Fundação BF, dedicada a apoiar projetos de solidariedade social.

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O que distingue o Grupo BF no mercado? Somos empreendedores compulsivos. Somos entusiasmo, força, energia e temos valores que se traduzem de uma forma transversal a toda a atividade. Procuramos todos os dias momentos que decidem para onde vamos e estar de olhos no futuro. Somos uma empresa de oportunidades. Oportunidade de mudar a vida, de melhorar a situação financeira, avançar profissionalmente, ajudar os outros a ter o mesmo êxito. Somos um grupo com um foco muito grande no empreendedorismo, damos ferramentas, formação e motivação a qualquer pessoa que pretenda aproveitar esta oportunidade. Formamos pessoas para serem empreendedores de sucesso e pensamos de uma forma diferente. Somos uma equipa forte, unida e com o mesmo objetivo. Resultados – Somos uma organização orientada para os resultados. Definimos metas e trabalhamos incansavelmente para as cumprir; Diferença – Nunca começamos nada para fazer o mesmo, mas para fazer diferente e melhor; Responsabilidade – A riqueza gerada pelo nosso trabalho aporta a responsabilidade de sermos solidários, porque não existe êxito sem uma atividade sustentável; Confiança – O nosso êxito assenta na confiança que recebemos de colaboradores, clientes e companheiros. Fazer parte do Grupo BF o que é? A melhor oportunidade do mundo. ▪

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ual a sua função dentro do Grupo BF? Tenho a responsabilidade no domínio da organização das oficinas em espanha, tendo como exemplo a nossa própria oficina. Que crenças, missão e valores definem o Grupo BF? Acima de tudo desenvolvimento pessoal, profissional e económico, algo que se faz através de uma forte motivação. Além disso, conseguimos formar uma grande família e isso tem sido essencial para o sucesso. Sente que é inevitável que atualmente haja um enfoque forte na inovação? Considera que este é um pilar essencial no Grupo BF? Sem dúvida. Se não nos formos renovando acabamos por morrer e então é essencial ir encaixando o nosso negócio nas novas realidades e novas oportunidades tecnológicas do mercado, pois temos sempre de estar atentos às necessidades dos nossos clientes e sócios, pois é a eles que pretendemos prestar um serviço de excelência.▪

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ual a sua função dentro do Grupo BF? Faço já parte deste grupo desde outubro de 1991. Comecei como todos, pela área comercial. A partir de 1992 deram-me a oportunidade de abrir o meu próprio escritório no Porto, e estou lá desde então. O que faço todos os dias é investir o meu tempo nas pessoas que trabalham comigo, orientá-los em todas as fases do nosso negócio, levando a que alguns deles também possam em alguns meses estar a gerir a sua própria empresa dentro do nosso grupo. Desde abril de 2004 que sou Vice Presidente da área de venda direta. E como tal o meu foco agora é ajudar o desenvolvimento dos empresários do grupo. Qual o balanço que pode ser feito desde Grupo com mais de 30 anos de atividade? O balanço é sem dúvida muito positivo. Temos ajudado muitas pessoas a atingir os seus próprios objetivos na vida, a concretizar os seus sonhos. Pessoas de várias áreas com ou sem experiência, que iniciaram connosco desde o zero, desde a área comercial, até estarem preparados para gerir a sua própria empresa. Acredito que somos uma mais valia na vida de muitas pessoas. Quais considera ser as apostas estratégicas por parte do grupo para obter uma constante evolução e crescimento no mercado? A nossa principal aposta é nas pessoas, são elas o mais importante. Dar oportunidade a alguém de aprender as diversas fases do negócio ate estarem preparadas para dirigir a sua própria empresa. Caracterize o grupo BF em três palavras. Atitude. Oportunidade. Resultados. ▪



» MAIS SAÚDE, MAIS FUTURO

“TOME A ATITUDE CERTA” A Pfizer e o GIS – Grupo de Infeção e Sepsis, têm vindo a promover a campanha – “Tome a Atitude Certa”, com vista à prática de comportamentos diferentes e mais conscientes relativamente à utilização de antibióticos. A Revista Pontos de Vista quis saber mais e falou com os responsáveis de ambas as entidades. Paulo Teixeira, Country Manager da Pfizer Portugal e Paulo Mergulhão, Responsável do GIS - Grupo de Infecção e Sepsis; Hospital Lusíadas Porto, abordaram a importância que o antibiótico tem no domínio da medicina moderna e que é fundamental a promoção do uso consciente do mesmo, até porque a sua eficácia começa a ser colocada em causa devido ao crescente desenvolvimento de bactérias resistentes.

PAULO TEIXEIRA

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Semana Europeia do Antibiótico comemorou-se entre os dias 18 e 24 de novembro. Antes de tudo, qual a importância que esta efeméride tem no domínio da sensibilização da população, no que concerne à utilização excessiva e incorreta dos antibióticos? Paulo Teixeira (PT) Os antibióticos revolucionaram a medicina e aumentaram significativamente a esperança média de vida nas últimas décadas. No entanto, reconhecemos que estamos a esgotar este recurso valioso e como tal é importante recorrer à sensibilização de todos. Os antibióticos são salva-vidas, mas a sua eficácia está cada vez mais ameaçada devido ao crescente desenvolvimento de bactérias resistentes. O consumo inapropriado de antibióticos é uma das maiores causas para este problema e, se nada for feito, corremos o risco de podermos regressar ao passado, onde infeções fáceis de tratar estarão em risco de ser não tratáveis e procedimentos médicos de rotina poderão ser fatais. A este ritmo, em 2050 problemas relacionados com a resistência aos antibióticos matarão mais do que o cancro, afetando pessoas de todas as idades e de todos os países, com efeitos laterais também para a sociedade e o ambiente. O GIS – Grupo de Infeção e Sepsis, em conjunto com a Pfizer, tem vindo a promover a campanha – “Tome a Atitude Certa”, com vista à prática de comportamentos diferentes e mais conscientes sobre a utilização de antibióticos. Antes de tudo, de que forma é fundamental que este género de

PAULO MERGULHÃO

“A ESTE RITMO, EM 2050 PROBLEMAS RELACIONADOS COM A RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS MATARÃO MAIS DO QUE O CANCRO, AFETANDO PESSOAS DE TODAS AS IDADES E DE TODOS OS PAÍSES, COM EFEITOS LATERAIS TAMBÉM PARA A SOCIEDADE E O AMBIENTE”

iniciativas continuem a ser criadas e o que espera desta? Paulo Mergulhão (PM) A campanha “Tome a Atitude Certa” tem como objetivo fundamental a sensibilização de todos os intervenientes para a dimensão do problema da resistência aos antimicrobianos (RAM) e das atitudes que podem ser adotadas nos diversos níveis de intervenção no sentido de melhorar a situação. Sem serem os únicos instrumentos disponíveis, as campanhas de sensibilização alargada são muito relevantes uma vez que permitem o contacto com um segmento muito alargado da sociedade. Esta abrangência é relevante se se reconhecer que o combate à RAM não se limita ao microcosmo da

Medicina Humana. A realidade é que o consumo de antimicrobianos ocorre em múltiplos contextos e que a sua utilização racional deve ser um objetivo aceite de forma transversal pela sociedade e não apenas por alguns setores. Esta necessidade decorre do facto do antibiótico ocupar um lugar fundamental na prática da Medicina moderna. Este papel encontra-se atualmente em risco devido à emergência crescente de bactérias resistentes aos antibióticos. “Tome a atitude Certa” _ Qual o objetivo desta campanha? De que forma é que este mote deve funcionar como uma chamada de atenção? PT Esta iniciativa pretende esclarecer e informar a população portuguesa dos perigos que a automedicação tem para a saúde, assim como alertar para os riscos da utilização incorreta de antibióticos em situações onde os mesmos não são eficazes, como por exemplo: infeções virais, como gripes e constipações. Decisores políticos, administradores hospitalares, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, comunicação social e público em geral são o alvo desta campanha, para que em conjunto possamos caminhar para uma utilização mais correta dos antibióticos. A resistência aos antibióticos é uma preocupação e um problema de saúde pública mundial e é importante que cada um assuma a sua responsabilidade e “Tome a atitude certa”. Com este projeto, pretende-se alertar para a problemática da situação, bem como sobre quais são, na prática, as atitudes certas que todos de-


Na sua opinião, o combate à resistência aos antibióticos deve ser uma prioridade de saúde pública para os próximos anos? Sente que estamos no caminho certo nesta temática? PM O combate à RAM e prevenção da infeção foram já assumidos como programa de saúde prioritário, integrados numa estrutura única denominada Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA). A criação do PPCIRA em 2013 representa um passo importante de reconhecimento, por parte da tutela, da dimensão do problema e da necessidade de atuar sobre ele. No entanto as equipas no terreno, que têm a responsabilidade de implementar as recomendações sobre boas práticas de prevenção de infeção e de utilização de antibióticos continuam a deparar-se com inúmeros obstáculos e constrangimentos que carecem de identificação e resolução. Como já foi dito, o problema não se coloca apenas ao nível da Medicina Humana. Áreas como a agropecuária e a Medicina Veterinária são também intervenientes importantes neste assunto. A Aliança Portuguesa para a Preservação do Antibiótico reflete este entendimento alargado. Promovida

“ESTA INICIATIVA PRETENDE ESCLARECER E INFORMAR A POPULAÇÃO PORTUGUESA DOS PERIGOS QUE A AUTOMEDICAÇÃO TEM PARA A SAÚDE, ASSIM COMO ALERTAR PARA OS RISCOS DA UTILIZAÇÃO INCORRETA DE ANTIBIÓTICOS EM SITUAÇÕES ONDE OS MESMOS NÃO SÃO EFICAZES, COMO POR EXEMPLO: INFEÇÕES VIRAIS, COMO GRIPES E CONSTIPAÇÕES”

em parceria entre o Grupo de Infeção e Sepsis e a Direcção Geral de Saúde, nasceu em 2011 e engloba parceiros tão diversos como Administrações Regionais de Saúde, Apifarma, Associação Nacional de Farmácias, Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, DECO, Direcção-Geral de Veterinária, Instituto Nacional da Saúde, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Farmacêuticos, Ordem dos Médicos e Ordem dos Médicos Veterinários. Este é talvez um bom momento para a relançar revendo os seus objetivos e criando iniciativas para os levar a bom porto. De que forma é que o GIS – Grupo de Infeção e Sepsis tem vindo a contribuir decisivamente para tentar alterar este cenário? PM O GIS tem em 2020 o seu 25º aniversário. Na sua génese está o objetivo de promover a utilização racional e otimizada dos antimicrobianos. Inicialmente mais dedicado à questão da infeção grave (“sepsis”), o avolumar do problema da RAM tem levado o grupo a dedicar cada vez maior atenção ao tema da boa utilização de antimicrobianos nos mais diversos contextos. Já em 2011 foi lançada a campanha de divulgação “Antibióticos a mais, saúde a menos”, em parceria com a Direcção Geral de Saúde e que tinha como objetivo fundamental aumentar a visibilidade de um problema que já na altura era preocupante. Especificamente na área da saúde humana o GIS tem desenvolvido vários instrumentos de formação pós-graduada dirigidos para a melhoria das práticas de utilização de antimicrobianos. O congresso anual do Grupo (Simpósio de Infeção e Sepsis) que é, reconhecidamente, uma das principais reuniões Nacionais sobre infeção dedica atualmente uma proporção significativa da sua duração à discussão sobre a RAM e como a combater. Para a Pfizer, quão relevante tem sido esta “luta” em prol desta consciencialização e sensibilização? PT Desde o nosso trabalho pioneiro com a penicilina em 1940 que a Pfizer tem tido um papel ativo no desenvolvimento de medicamentos e vacinas inovadoras e na criação de ferramentas, políticas e programas educacionais para atender às crescentes necessidades dos doentes e profissionais de saúde na área das doenças infeciosas. Possuímos o maior e mais variado portfólio de antimicrobianos da indústria farmacêutica, nomea-

damente no tratamento de infeções bacterianas por gram-negativos e infeções fúngicas invasivas e orgulhamo-nos de assumir a liderança na luta contra o problema das multirresistências. Prova disso, é o facto da Pfizer ter sido reconhecida este ano pela Access to Medicines Foundation, no 2020 Antimicrobial Resistance Benchmark Report, como uma das principais empresas da indústria farmacêutica a estar na vanguarda desta problemática. O relatório (Benchmark 2020) destaca a liderança da Pfizer no desenvolvimento e acesso a novos medicamentos e vacinas, na aplicação de medidas de produção responsável que minimizam o impacto na saúde humana e no meio ambiente, tanto nas nossas fábricas, como na gestão de riscos com os nossos fornecedores. É ainda destacado o nosso compromisso com o banco de dados “Atlas”, um programa de vigilância inovador para ajudar os profissionais de saúde a compreenderem melhor os padrões das resistências. A Pfizer é ainda, desde 2016, uma das empresas signatárias da Declaração de Combate à Resistência Antimicrobiana e temos orgulho de sermos pioneiros no fornecimento de tratamentos e soluções que permitem uma maior proteção contra as doenças infeciosas, agora e no futuro. Na Pfizer, acreditamos que só as empresas biofarmacêuticas capazes de criar valor significativo para os doentes irão prosperar. É essa a razão para um renovado ênfase no nosso propósito: Breakthroughs that change patients’ lives – Inovação que transforma a vida dos doentes. Um propósito claro, que define quem somos como empresa e que guia a nossa cultura. ▪

SOBRE A PFIZER CRIADA NOS EUA EM 1849 PRESENTE EM 175 PAÍSES MAIS DE 92.000 COLABORADORES 58 FÁBRICAS. EM PORTUGAL DESDE 1955 221 COLABORADORES

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vemos tomar. Para elucidar o nosso leitor, quais são realmente as atitudes corretas a tomar? PM Existe um enorme leque de estratégias sensatas que abrangem múltiplos intervenientes. Muito recentemente foi publicado o “Plano Nacional de Combate à Resistência aos Antimicrobianos 20192023” que tenta apresentar uma perspetiva mais detalhada sobre a questão, identificando diversas entidades, públicas e privadas, que podem e devem ter uma palavra nesta matéria. É um tema demasiado vasto para uma resposta curta mas há aspetos que merecem realce. Desde logo a necessidade de envolver o público. Há medidas simples, acessíveis a todos e que podem contribuir significativamente para preservar a eficácia dos antibióticos. Atitudes como tomar antibióticos apenas quando prescritos por um médico e garantir que entendemos como o fazer, nomeadamente ter os cuidados de perceber quando se deve parar. Outro aspeto relevante é o de evitar partilhar antibióticos. A utilização destes fármacos ocorre em situações muito específicas e altamente variáveis. Logo, a prescrição que é apropriada para uma determinada pessoa dificilmente o será para outra, por muitas semelhanças que pareçam existir. A questão da partilha de antibióticos pode ser amplificada pela inexistência da possibilidade de prescrever antibióticos em “unidose”, ou seja, o médico poder prescrever o número de comprimidos necessário à duração de tratamento que pretende. Uma vez que as embalagens têm tamanhos fixos (p. Ex. 8 ou 16 comprimidos) isto leva frequentemente a que, no final do tratamento prescrito, sobrem alguns comprimidos. Idealmente estes devem ser devolvidos nos locais apropriados para o efeito. Não devem ser guardados para uma qualquer eventualidade nem eliminados no saneamento público uma vez que isso vai aumentar a pressão de seleção sobre os microrganismos e contribuir para agravar o problema da RAM. Por outro lado, a prevenção da infeção é igualmente um aspeto que não deve ser descurado. O cumprimento rigoroso das recomendações referentes à vacinação, ter atenção à higiene das mãos e minimizar (na medida do possível) o contacto com outros em situação de doença aguda podem também ser eficazes ao reduzir o risco de infeção e, logo, a necessidade de usar antibióticos.


» FERTILIDADE EM PORTUGAL

“A INVESTIGAÇÃO E A INOVAÇÃO SÃO FUNDAMENTAIS” Pedro Xavier, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (S.P.M.R), admite que Portugal está no mesmo nível dos países mais desenvolvidos no que diz respeito à eficácia dos tratamentos de infertilidade.

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endo uma associação cientifica privada, dotada de personalidade jurídica e sem fins lucrativos, quais são os seus objetivos? A SPMR foi fundada em 1978 com o objetivo principal de promover o conhecimento científico. Para além disso desempenha também um papel de promoção da fertilidade junto da sociedade civil, e por essa razão temos levado a cabo campanhas de sensibilização e sessões de esclarecimento dirigidos à população em geral. Considera que a infertilidade conjugal é uma situação bastante mais frequente do que se pensa habitualmente em Portugal? Quais são as possíveis causas? As estimativas apontam para que cerca de 10% dos casais que pretendam engravidar venham a ter problemas de fertilidade. A idade avançada, no caso da mulher, os fatores ambientais e o estilo-de-vida têm vindo a ganhar um protagonismo crescente como causas da infertilidade.

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Quanto tempo é considerado normal um casal tentar engravidar, sem ser considerado infértil? De acordo com a OMS, considera-se que a infertilidade existe quando um casal é incapaz de obter uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares e sem uso de contraceção. É por isso normal que um casal possa não conseguir uma gravidez por um período de até 12 meses. As causas da infertilidade estão mais presentes nas mulheres ou nos homens? Ainda se parte um pouco do princípio de que o problema será da mulher? De que forma é importante desmistificar essa ideia? O peso das causas femininas e masculinas é muito semelhante. Felizmente temos assistido nos últimos anos a uma consciencialização crescente, por parte da população em geral, para este facto. Há uns anos atrás era muito frequente a mulher comparecer na consulta de infertilidade sem o respetivo companheiro. Os próprios

que melhorar muito. Em Portugal o número de tratamentos realizados anualmente é cerca de 50% daquilo que recomenda a OMS. Obviamente que esta situação origina longas listas de espera, nomeadamente no sistema público. No que diz respeito à eficácia dos tratamentos estamos ao mesmo nível dos países mais desenvolvidos. A investigação e a inovação são fundamentais para que a qualidade dos procedimentos médicos estejam sustentados numa base científica sólida. Felizmente em Portugal temos diversos grupos a fazer investigação com grande qualidade. PEDRO XAVIER

AS TAXAS DE SUCESSO DEPENDEM MUITO DA IDADE DA MULHER, MAS GLOBALMENTE RONDAM OS 40% POR CADA TENTATIVA

casais assumiam que o problema seria da mulher. Essa situação é agora muito menos frequente, fruto de uma informação mais adequada. Podemos afirmar que na maioria dos casos, existe tratamento para a infertilidade? Que tratamentos inovadores têm surgido nesta área nos últimos anos? Podemos dizer, de uma forma genérica, que a maior parte dos casais verão o seu problema ultrapassado. É importante referir que os tratamentos da infertilidade não se limitam às técnicas de procriação medicamente assistida (PMA). Desde logo é muito importante a correção do estilo de vida, tanto no homem como na mulher. Muitas situações serão resolvidas com o recurso a intervenções cirúrgicas ou a tratamentos à base de comprimidos. No entanto as técnicas de PMA são indubitavelmente as que mais vezes resolvem o problema e onde se têm verificado os maiores avanços. O surgimento de novas e mais eficazes técnicas de congelação de ovócitos e

40%

embriões, bem como a mais eficiente aplicação de técnicas de diagnóstico genético a anomalias dos embriões podem ser considerados os avanços recentes mais importantes. A nível da taxa de tratamentos de infertilidade, que posição ocupa Portugal? A inovação e investigação são fundamentais neste cenário? No que diz respeito à acessibilidade aos tratamentos de PMA temos

A IDADE AVANÇADA, NO CASO DA MULHER, OS FATORES AMBIENTAIS E O ESTILO-DE-VIDA TÊM VINDO A GANHAR UM PROTAGONISMO CRESCENTE COMO CAUSAS DA INFERTILIDADE

Em média, qual é a taxa de sucesso dos tratamentos de fertilidade, em Portugal? As taxas de sucesso dependem muito da idade da mulher, mas globalmente rondam os 40% por cada tentativa. É por essa razão inevitável que em muitas ocasiões seja necessário repetir o tratamento e que a chave do sucesso passe frequentemente por não desistir quando os resultados iniciais forem negativos. A escala do problema exige uma ação concertada por parte das diversas entidades envolvidas na saúde e no apoio social? Sente que esse percurso tem vindo a ser realizado? O problema da acessibilidade aos tratamentos só pode ser resolvido com um maior investimento do estado no SNS, nomeadamente na área da Medicina da Reprodução. Infelizmente este é um problema que se arrasta há muitos anos e que teima em não ser ultrapassado. ▪



» FERTILIDADE EM PORTUGAL

“O NOSSO PROPÓSITO É TRATAR OS PACIENTES E RESOLVER OS PROBLEMAS DOS CASAIS COM INFERTILIDADE” A infertilidade é hoje uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, tendo uma prevalência que se estima atingir cerca de 15% da população em idade reprodutiva e afetando um número crescente de pessoas no mundo contemporâneo. A escala do problema exige ação concertada por parte das diversas entidades envolvidas na saúde e no apoio social, algo que não está a ser realizado devidamente.

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RITA PINHEIRO MAGALHÃES, JOÃO SILVA CARVALHO E ÂNGELA RIBEIRO

obre esta matéria, interessa começar por analisar um cenário, ou seja, usando os últimos dados divulgados pelo Eurostat, Portugal, em 2050, daqui a três décadas, será o país mais envelhecido da União Europeia, sendo que entre as principais causas que justificam esta previsão, está uma quebra histórica das taxas de fecundidade. Assim, é importante perceber e sensibilizar a sociedade para esta dinâmica, o que significa que é fundamental continuar a colocar na agenda a urgência da efetivação dos apoios necessários para que muitos casais realizem o sonho de constituir família, até porque é essencial que Portugal cresça na sua natalidade, sob pena de sermos um país cada vez mais envelhecido, onde a população ativa não consiga contribuir para as necessidades e desideratos de um país que se pretende desenvolvido. Neste sentido, a Revista Pontos de Vista quis saber mais sobre o panorama da infertilidade e da fertilidade em Portugal, conhecer os apoios existentes, as dinâmicas e iniciativas criadas, sem esquecer como a inovação e a aposta em tecnologias de vanguarda têm sido fundamentais neste périplo, entre outros assuntos de relevo. Assim, fomos ao encontro de especialistas neste domínio e estivemos à conversa com João Silva Carvalho, Diretor Clínico do CETI - Centro de Estudo e Tratamento da Infertilidade e Professor da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP), e o autor e coordenador do estudo AFRODITE, o primeiro estudo epidemiológico sobre a infertilidade em Portugal, que concluiu que 9% dos casais são inférteis em Portugal, e com Ângela Ribeiro, Diretora do Laboratório de Embriologia do CETI e com Rita Pinheiro Magalhães, Embriologista responsável pela doação de ovócitos. Hoje o mundo mudou, mas não em todos os pontos e áreas, tendo sido este o ponto de partida desta entrevista, ou seja, será que a infertilidade ainda é um tema tabu na sociedade portuguesa dos dias de hoje? João Silva Carvalho reconhece que esse foi um problema do passado, mas que hoje está razoavelmente ultrapassado. Isto se falarmos nas chamadas zonas urbanas, “porque se formos para as áreas do interior, o panorama muda de figura, pois aí talvez ainda exista maior dificuldade no encarar do problema”, revela, “assumindo portanto que esse receio, nas grandes metrópoles, foi ultrapassado e hoje as pessoas, fruto dos meios de informação e comunicação existentes, procuram soluções, conhecer o problema, pesquisam


especialistas e formas de tratamento e auxilio médico, entre outras”, afirma convicto, não sem realçar que o tabu sobre as questões relacionadas com a infertilidade surge numa esfera mais pessoal, familiar e próxima. “Naturalmente que não é o mesmo que dizer que se partiu uma perna ou um pé. Na infertilidade, ainda existem inibições e as pessoas preferem resguardar-se e remeter-se ao silêncio porque, por vezes, continuam a sentir-se diminuídos, principalmente no domínio dos relacionamentos de âmbito social”. E qual o papel dos especialistas e profissionais médicos no desmistificar desta ideia? O nosso interlocutor não tem dúvidas, e realça que “nós, especialistas, temos também esse dever e esclarecer que as patologias do aparelho reprodutor são iguais às doenças do foro digestivo, cardiovascular ou outras. As pessoas não podem, nem devem assumir uma posição de diminuição ou inferioridade por esse facto”, afirma João Silva Carvalho. EQUIPA CETI

cial entre o setor público e as entidades privadas em Portugal, embora reconheça que tem havido um enorme esforço por parte da entidade reguladora, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida – CNPMA, “em estabelecer metas direcionadas para o público e para os privados, nomeadamente no acesso aos tratamentos de Procriação Medicamente Assistida – PMA”, completou a Diretora do Laboratório de Embriologia do CETI. Sendo um órgão da Assembleia da República, o CNPMA, promove uma ou duas reuniões anuais com todos os centros públicos e privados, algo que fomenta e cria uma visão conjunta dos problemas, com um papel muito importante dos pontos de vista regulamentar, ético e normativo. O CNPMA é também essencial nas orientações que fornece para alguns procedimentos e a única fonte nacional informativa credível, porque recolhe todos os dados nacionais da atividade dos centros públicos e privados, esclarece João Silva Carvalho. “ESFORÇO PARA TENTAR CATIVAR DADORES PARA O SISTEMA PÚBLICO E PRIVADO” Mas existirão questões economicistas relacionadas com esta escassez de articulação assistencial entre publico e privado? O nosso entrevistado não tem dúvidas e assume que sim, mas realça que é necessário olhar para o problema de uma forma mais profunda e explica. “As taxas de sucesso dos tratamentos de procriação medicamente assistida declinam muito com o avançar da idade e, por exemplo, nos centros públicos nenhum aceita casais em que o elemento feminino tenha mais de 40 anos de idade, pois sabem que a probabilidade de êxito é demasiado exígua. Consigo compreender a posição estatal, pois se assim fosse teríamos muitas pessoas a consumir tratamentos de saúde para uma baixa eficácia retirando oportunidade a casais mais jovens e perdendo-se recursos, o que está relacionado com limitações financeiras”, afirma João Silva Carvalho, corroborado por Rita Pinheiro Magalhães, que lembrou que para “o Estado poder realizar protocolos com clínicas privadas, os valores a pagar seriam muito elevados e alguém teria de assumir essa despesa”. A doação está definida como um ato voluntário e altruísta, apesar de estar prevista, nos termos da regulamentação da lei, uma compensação por essa dádiva, nomeadamente pela perda de horas de trabalho, entre outros incómodos, sendo que

isto se aplica a entidades públicas e privadas. Em Portugal existem atualmente três centros públicos que o fazem, a Maternidade Júlio Dinis, no Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, três locais definidos pelo CNPMA para trabalhar com dadores. Até aqui tudo bem, o grande problema, segundo João Silva Carvalho, passa pela dificuldade no domínio de recrutamento de dadores, “onde estes três centros, por exemplo, revelam dificuldades para captar dadoras, algo que compreendo, porque os médicos possuem uma enorme carga de trabalho e não podem ser eles a realizar esta função, esclarece o nosso interlocutor. Naturalmente que têm existido iniciativas válidas e positivas para alterar este rumo, tal como conta Ângela Ribeiro, que lembrou o lançamento da Plataforma “Dá Vida à Esperança”, “que teve um grande envolvimento, inclusive dos media portugueses no sentido de promover essa plataforma, e que está a ser gerida essencialmente pela Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução que, mais uma vez, é uma associação cientifica privada. Por isso, tem existido um esforço para tentar cativar dadores para o sistema público e privado”, afirma a Diretora do Laboratório de Embriologia do CETI. A LIGAÇÃO AO MUNDO DAS UNIVERSIDADES Se no plano Estado vs Clínicas privadas o diálogo ainda é escasso, no domínio das universidades o panorama é manifestamente positivo, que o diga o CETI que dá uma enorme relevância às relações com os denominados edifícios do saber, pois mantém um estreito relacionamento com a Faculdade de Medicina do Porto – FMUP, realidade que permitiu, por exemplo, alcançar diversas distinções, entre elas o Grant for Fertility Innovation – GFI, conquistado em 2011, na Suécia, onde estiveram em concurso 12 países e cerca de 40 centros, “e fomos nós, CETI, que ganhamos, numa parceria com a FMUP”, assume João Silva Carvalho, revelando que existe atualmente um entendimento na vertente da investigação com a FMUP, mais concretamente com o Departamento de Biomedicina, através do Prof. Doutor Henrique Almeida, e que permitiu, por exemplo, realizar diversas teses de mestrado e ter em curso três de doutoramento”. Ângela Ribeiro, lembra que essa ligação e nível de entendimento também se estende à publicação de artigos científicos e na colaboração com centros europeus, dando um caso em concreto. “Temos um centro belga, em que uma das nossas

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PROMOVER MAIS DIÁLOGO É IMPORTANTE Como já referimos, existe atualmente um problema demográfico na sociedade lusa, pois a renovação de gerações não se está a fazer aos níveis e aos ritmos adequados e isso terá impacto no futuro, pois a breve prazo, num cenário também europeu, não haverá uma população ativa a produzir o suficiente. Para João Silva Carvalho, é importante lembrar que “a esperança média de vida aumentou muito e será cada vez maior. Em várias áreas do globo a humanidade, em qualquer período da sua existência, nunca viveu tão bem como hoje, com níveis de qualidade de vida de excelência. Passamos a atingir níveis de saúde e de longevidade muito positivos e a evolução continuará a ser imprevisível”, afirma o nosso entrevistado, recordando contudo que se esse lado de longevidade e qualidade de vida é positivo, aporta também consigo dificuldades, até porque, a longevidade acarreta um número superior de idosos, o que levará a encargos mais elevados ao nível dos cuidados de saúde, tornando-se ainda mais vital promover e fomentar políticas de natalidade no nosso país. A questão é, pode a fertilidade contribuir para essa imperiosa renovação de gerações? “Temos de perceber que primeiro é necessário criar uma filosofia e políticas em prol da natalidade, no sentido de ainda virmos a ter, a médio prazo, uma população jovem e ativa e, naturalmente, havendo diálogo entre privados e o Estado, as clínicas de fertilidade poderão também ter um papel importante para essa renovação”, salienta o Diretor Clínico do Centro de Estudo e Tratamento da Infertilidade. É por isso que o nosso entrevistado, quando questionado sobre a existência ou não de um diálogo recorrente entre as entidades privadas, como por exemplo o CETI e o Estado, relativamente aos tratamentos de infertilidade, não consegue assumir que o mesmo exista de uma forma tão profícua, assumindo que atualmente “em termos de exercício clinico ou de prática assistencial, a articulação entre o Estado e as clínicas privadas não existe. Temos de compreender que o Estado apresenta deficiências no que concerne ao tratamento da infertilidade, algo que se compreende, porque à luz das políticas de Orçamento para a Saúde, este tem outras prioridades que não propriamente a fertilidade. Com certeza que as doenças graves como os problemas oncológicos, entre outros, assumem uma prioridade superior no âmbito da saúde em Portugal e consigo entender isso”, revela. Ângela Ribeiro partilha da mesma opinião, assegurando que não existe uma articulação assisten-


» FERTILIDADE EM PORTUGAL colaboradoras, Ana Catarina Gomes, está envolvida num projeto de investigação que tem o forte apoio da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, na promoção do acesso a tratamentos de procriação medicamente assistida, pela aplicação inovadora de tecnologias mais simples e acessíveis, implementadas em países considerados menos desenvolvidos e que não têm a capacidade e possibilidade de ter um laboratório estruturado segundo os cânones ocidentais”, assevera a nossa entrevistada. Essa iniciativa denomina-se de «The Walking Egg Project» e neste momento está a ser desenvolvida em diversos países como Bélgica, Inglaterra e China, sendo que em Portugal “decidimos fazer uma pausa no mesmo, até porque a aplicabilidade do método enquanto centro privado que somos, não é de momento possível.” assume por sua vez João Silva Carvalho. INFERTILIDADE – UM «JOGO» A DOIS Voltando um pouco ao início da nossa conversa, e a todas as questões no domínio dos tabus, questionamos os nossos três entrevistados se hoje em dia a sociedade ainda olha para a questão da infertilidade como um problema somente do foro feminino. Rita Pinheiro Magalhães, assume que ainda existe alguma dificuldade por parte dos homens em assumir que o problema é seu, lembrando que a doação é sempre um “processo mais complicado nos homens que nas mulheres”, facto corroborado por Ângela Ribeiro, que lembra que a prevalência do fator masculino é bastante elevada e de fácil diagnóstico. Já João Silva Carvalho decidiu demonstrar esta dinâmica através de números. “Na maior parte das vezes 60% do problema é da mulher e 40% do homem. Mas prefiro dizê-lo de outra forma. 1/3 do problema é feminino, 1/3 é masculino e em 1/3 a causa está em

ambos, porque não nos podemos esquecer que existe aqui uma forte componente multifatorial, pois estamos a falar de um «jogo» a dois que estão sempre dependentes um do outro. Esse ponto é fundamental”, esclarece, assegurando que a idade da mulher é o fator fundamental, independentemente dos diagnósticos clínicos, no sucesso das técnicas. CETI NA VANGUARDA TECNOLÓGICA São inúmeros os pontos que marcam a diferença do CETI sendo crucial a capacidade de proximidade e relacionamento com os pacientes, onde cada caso é um caso. Podemos ainda enveredar pelo trilho da inovação e da capacidade que o CETI tem tido no alinhamento da inovação e da aposta em tecnologias de vanguarda no domínio da fertilidade para as colocar ao serviço das pessoas. Basta ver alguns exemplos concretos, pois o diretor do CETI foi o principal autor do primeiro estudo de prevalência da infertilidade e das suas causas, pelos protocolos e colaborações com a Universidade do Porto com capacidade de investigação que vai realizando e produzindo teses de mestrado e doutoramentos, e pela ligação e colaboração com centros internacionais “procuramos estar sempre na linha da frente na vertente da aplicabilidade da investigação à clinica, ao tratamento dos casais”, salienta o diretor clínico. “Também há um grande esforço em termos frequentemente um elemento da parte clínica ou laboratorial a participar em congressos e outras reuniões cientificas, permitindo assim um intercâmbio e atualização de conhecimentos, conceitos e medidas”, afirma Ângela Ribeiro. Quando falamos de inovação, é imperioso falar sobre a tecnologia denominada por time-lapse. Temos de compreender que apesar dos avanços tecnológicos das últimas décadas, o método tra-

dicionalmente utilizado de seleção morfológica de embriões não era suficientemente preditivo para permitir a transferência rotineira de um único embrião. Por isso, surgiram novas ferramentas de triagem, como a tecnologia de time-lapse. A tecnologia de time-lapse com aplicação à Embriologia Clínica consiste num método de avaliação não invasiva dos embriões, possibilitando ao Embriologista uma seleção mais criteriosa dos melhores embriões a serem transferidos para o útero materno. O sistema time-lapse possibilita a observação contínua dos embriões e, com isso, a tomada de decisões sem necessidade de perturbação da cultura embrionária, o que pode beneficiar a sua seleção, oferecendo uma visão dinâmica e detalhada do desenvolvimento do embrião para melhorar as taxas de sucesso. “Assim, podemos potenciar os resultados e minimizar o “stress” na cultura embrionária”, diz Ângela Ribeiro. O CETI tem quase duas décadas de vida, sendo um dos centros mais antigos em Portugal, mas que não parou no tempo e procura diariamente melhorar e inovar. Basta ver, por exemplo, a vertente da Vitrificação, em “que começamos a fazê-la numa fase bastante precoce e foi um dos avanços mais importantes que tivemos e que se aplica à congelação de embriões e ovócitos, sendo que na vertente dos ovócitos tínhamos um fator de dificuldade acrescida porque os ovócitos são células de grandes dimensões e muito ricas em água. Quando era aplicada a chamada congelação lenta, formavam-se cristais de gelo nos ovócitos que destruíam as membranas celulares, inviabilizando a célula. Com as novas técnicas isso não acontece e somos capazes de desidratar o ovócito e proceder a uma congelação rápida e ultrarrápida”, revela João Silva Carvalho, revelando mais um caso de como o CETI está sempre empenhado no domínio da inovação. ▪

O QUE ELES DIZEM... A PALAVRA FINAL DE

PONTOS DE VISTA

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A PALAVRA FINAL DE

JOÃO SILVA CARVALHO

ÂNGELA RIBEIRO

“Vamos continuar nesta senda, ou seja, continuar a apostar na inovação e em tratamentos completamente personalizados, mantendo o rumo e ritmo de quando iniciámos, em 1998. O nosso nome é, CETI - Centro de Estudo e Tratamento de Infertilidade, o que significa que um casal não vem cá para só para fazer tratamentos de infertilidade, mas para estudar as causas da infertilidade e posteriormente podermos escolher o tratamento mais adequado, que pode ser médico, cirúrgico ou de procriação medicamente assistida. O nosso propósito é esse, tratar os pacientes e resolver os problemas dos casais ao nível da infertilidade da melhor forma possível, com o diagnóstico e o tratamento adequados”.

“Queremos continuar a apostar no que fazemos bem e isso passa pela proximidade. No CETI cada caso é um caso e é tratado assim mesmo, como único. Daí o acompanhamento permanente que fazemos, porque a nossa preocupação essencial é tratar os doentes, identificar as causas e corrigir as mesmas com sucesso”.

A PALAVRA FINAL DE

RITA PINHEIRO MAGALHÃES

“A terminar, pretendo abordar uma área de grande importância para nós, a vertente da doação, que foi iniciada em 2012, através de um programa de recrutamento e seleção de dadoras. Somos um centro autorizado pelo CNPMA, para promover tratamentos com recurso a gâmetas doados. A seleção de dadoras de ovócitos é um processo criterioso que envolve uma equipa de médicos que realizam um estudo exaustivo à candidata a doar. A escolha da dadora é um processo rigoroso que para além de contemplar as avaliações clínica, genética e infeciosa é realizada tendo em conta as caraterísticas físicas da dadora e do casal recetor, como a cor e tipo de cabelo, a cor dos olhos, a altura, o grupo sanguíneo, entre outros…. Saliento que esta é uma área em que os tratamentos têm tido um crescimento considerável nos últimos anos”.


FERTILIDADE EM PORTUGAL

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À MEDIDA DE CADA CASO Segundo a Direção-Geral da Saúde cerca de 10 a 15% dos casais, em idade fértil, não consegue ter filhos. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Luís Ferreira Vicente, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução (SPMR), admite que a infertilidade, é mais comum do que se julga.

C

onsidera que a infertilidade, um problema de saúde pública, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, está a aumentar nos países industrializados? Sim, temos assistido a esse aumento. Isso pode dever-se a um adiar da gravidez nas mulheres, para depois dos 35 anos, altura em que se inica o declínio natural da fertilidade. Para além disso, há uma maior exposição ambiental a substâncias que reduzem a fertilidade feminina e masculina (os chamados disruptores endócrinos).

área médica as formas de estimulação ovárica, protocolos de tratamento que otimizem a resposta e a personalização dos tratamentos. Na área laboratorial, afetam os meios de cultura, a forma de congelamento com maior sobrevivência dos embriões, critérios de classificação embrionária…entre outras inovações.

É mais comum do que se julga? A maior prevalência é real e não apenas resultante duma maior procura de cuidados médicos por maior conhecimento dos doentes. Duas avaliações, em França e nos Estados Unidos, demonstram que há uma redução da qualidade dos gâmetas masculinos, nos Bancos de dadores dos anos 80 para agora. No Centro de Procriação Medicamente Assistida (CPMA) do Hospital Lusíadas de Lisboa, como é que dão resposta a este problema de infertilidade? Nos Centros dedicados a esta área em Portugal damos todo o apoio na investigação das causas de infertilidade e sua correção. Esta, pode ser conseguida através de tratamentos de procriação medicamente assistida (inseminação intra-uterina e fertilização in vitro), ou implicar a realização de cirurgias ginecológicas ou urológicas. Como não resolvemos a infertilidade apenas com técnicas de procriação medicamente assistida, criámos nos Lusíadas um dos primeiros Centros em Portugal de avaliação e tratamento multidisci-

LUÍS FERREIRA VICENTE

plinar integrado da endometriose. O Centro especializado em Endometriose reúne todos os Especialistas no mesmo Centro de forma a se encontrar a melhor solução para as mulheres com endometriose. Assumiu recentemente que “todos os dias há atualizações nesta área, o que permite que seja pos-

sível definir as melhores práticas para cada caso e, assim, aumentar as taxas de gravidez”. Que soluções e práticas são estas? Esta área é muito estimulante em termos de atualizações e investigação médica e laboratorial. Temos de nos atualizar e estudar permanentemente. As novidades que surgem da investigação afetam na

PAÍSES INDUSTRIALIZADOS, COM MAIOR PREOCUPAÇÃO SOCIAL A LONGO PRAZO, (COMO OS PAÍSES NÓRDICOS OU A ALEMANHA, POR EXEMPLO), JÁ INVESTEM, HÁ MUITOS ANOS, NA PROMOÇÃO DA NATALIDADE. ISSO IMPLICA MEDIDAS SOCIAIS DE APOIO Á GRAVIDEZ ANTES DOS 35 ANOS

Como é que apresentam soluções de Procriação Medicamente Assistida (PMA) à medida de cada caso? Atualmente, a Medicina tende a adequar de forma personalizada os tratamentos aos doentes e não tratar da mesma forma todos os eles. Na nossa área isso é cumprido à risca: Protocolos de tratamento “tailored” ou adequados aos nossos casais: tratamento dirigido à causa da infertilidade, tipo de resposta do ovário, idade da mulher,…, resposta em tratamentos anteriores. De facto, um tratamento “feito à medida” e não “pronto a vestir”. ▪

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Concorda que as razões apontadas para o aumento da infertilidade são sobretudo de ordem biológica, mas também social e psicológica? A nossa saúde é um todo e compreende todas as razões que apontou. Países industrializados, com maior preocupação social a longo prazo, (como os países nórdicos ou a Alemanha, por exemplo), já investem, há muitos anos, na promoção da natalidade. Isso implica medidas sociais de apoio á gravidez antes dos 35 anos, por exemplo.

Como é que é possível escolher o melhor ovócito, embrião e endométrio e a altura ideal para se fazer a transferência de embriões, de forma a diminuir a taxa de insucesso? O laboratório de embriologia é a peça fulcral nos tratamentos. São importantíssimas as condições em que se encontram os embriões “in vitro”. Atualmente, as condições de time-lapse, (em que os embriões estão a ser avaliados continuamente), tem fornecido imensos parâmetros de avaliação que terão de ser valorizados, de forma a se atingirem os citérios de avaliação que são mais preditivos da ocorrência de gravidez. Do ponto de vista endometrial, estão ser conhecidos os parâmetros que nos indiquem a janela de implantação do endométrio. Nas situações de falhas de implantação de repetição, podemos avaliar a janela de implantação personalizada, de forma a se conseguir a gravidez. A fase de desenvolvimento do embrião em que se faz a transferência para o útero depende de vários fatores que devem ser integrados: o número de embriões disponível, o seu desenvolvimento em cultura prolongada, os resultados anteriores.


» FERTILIDADE EM PORTUGAL

“A IERA CONTINUARÁ A APOSTAR NA INOVAÇÃO, NA PERSONALIZAÇÃO, NO LEMA «A SAÚDE PESSOA A PESSOA»”

Qual o atual panorama da (in)fertilidade em Portugal? De que forma é que a inovação tem sido vital na promoção da fertilidade no nosso país? Quais os níveis de diálogo entre entidades privadas e o Estado neste domínio? Foram estas e outras questões que decidimos levar ao Instituto Extremeño de Reproducción Asistida (IERA), um dos principais players no âmbito da fertilidade em Portugal, que tem vindo a promover um serviço de excelência em prol dos outros. A Revista Pontos de Vista conversou com a equipa médica da instituição, quatro profissionais de reputação e excelência nesta área, Mafalda Rato Leal, Ana Aguiar, Eduardo Rosa e José António Dominguez, que nos deram uma visão plena sobre a atual realidade da fertilidade em Portugal.

PONTOS DE VISTA

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JOSÉ ANTÓNIO DOMINGUEZ

O

ANA AGUIAR

Instituto Extremeño de Reproducción Asistida (IERA), assume-se hoje como um dos principais players no domínio da fertilidade em Portugal, sendo responsável por conseguir tornar melhor a vida das pessoas que sofrem com a infertilidade. Neste sentido, e apenas para contextualizar, como é que a IERA tem vindo a promover, a crescer e a proporcionar aos pacientes uma experiência totalmente individualizada e personalizada? Mafalda Rato Leal (MRL) Em consonância com a missão, visão e valores do grupo Quironsalud, centramo-nos nos cuidados de saúde e na promoção do bem-estar das pessoas, colocando à sua disposição um serviço de saúde na medicina reprodutiva da mais alta qualidade, procurando ser

EDUARDO ROSA

reconhecidos por pacientes, médicos e instituições. Apostamos na participação em plataformas digitais, para estar mais próximos dos pacientes e estamos em constante contacto e colaboração com profissionais da área das diversas subespecialidades que complementam o estudo diagnóstico e evolução tecnológica das técnicas de PMA. Somos uma equipa multidisciplinar e empenhada, apostada em personalizar a relação médico/doente e as condutas diagnósticas para uma atitude terapêutica individualizada a cada contexto reprodutivo. Temos vindo a apostar na incorporação de novos e atuais teste de diagnóstico nos campos da imagem/ ecografia, da genética, da receptividade e disbiose endometrial e da avaliação contínua da qualidade e desenvolvimento dos embriões, de forma a oferecer

MAFALDA RATO LEAL

uma individualização de tratamento que possibilite o melhor desfecho reprodutivo. Quão importante é capacidade que o IERA tem seguindo uma linha de personalização, onde cada caso é um caso? Essa proximidade e dedicação são fundamentais para o paciente se sentir seguro e assim a probabilidade de sucesso aumentar? José António Dominguez (JAD) Se todo o seguimento terapêutico for realizado numa perspetiva multidisciplinar e de forma individualizada, certamente possibilitará aos pacientes sentirem-se mais confiantes para gerir as suas expectativas, avaliar as suas limitações e motivações, minimizando obstáculos. Acima de tudo consideramos que o importante


Como analisa o atual panorama luso no que concerne às questões relacionadas com a temática da infertilidade? Que lacunas ainda urgem identificar e ultrapassar? Ana Aguiar (AA) Nos últimos anos temos assistido ao decréscimo da natalidade no nosso país (apesar de, no último ano esta tendência se ter invertido) que na maioria das vezes é o reflexo do adiamento na concretização do projeto parental. Vivemos numa época em que se invertem prioridades dando primazia a metas profissionais, sociais e à estabilidade económica; uma época em que o diagnóstico e terapêutica de doenças graves, nomeadamente na área oncológica, doenças crónicas e infecciosas controladas com terapêutica, permitem perspetivar um desejo reprodutivo futuro. Em Portugal há recursos disponíveis nas diversas áreas de atuação, seja no contexto da oncofertilidade, preservação da fertilidade, doação de gâmetas e embriões, rastreios e estudos genéticos no âmbito de doenças ou risco de transmissão aumentada, bem como na implementação de tecnologias de última linha no campo laboratorial da PMA, idênticas às disponibilizadas a nível global. Uma grande lacuna da nossa sociedade é o desconhecimento sobre a sua saúde reprodutiva, proteção e preservação da mesma e a aposta num projeto reprodutivo atempado. Outras das principais lacunas prendem-se com os tempos de espera para tratamento no Sistema Nacional de Saúde e, com a baixa disponibilidade de gâmetas doados no banco público, sendo este uma necessidade e único recurso terapêutico disponível para alguns pacientes que encontram resposta maioritariamente nos centros privados de reprodução assistida. Em termos legislativos temos uma das leis mais permissivas e participação do SNS no que se refere à aplicação das técnicas de PMA e recurso a gâmetas doados e embriões, mas falta legislar acerca do recurso à maternidade de substituição.

No domínio da infertilidade, sente que atualmente existe uma carência elevada de relacionamento e diálogo entre entidades estatais e players privados deste setor? Esse diálogo será importante para o presente e futuro desta área ou não vê o mesmo como algo essencial para o setor? Eduardo Rosa (ER) As entidades estatais por intermédio da entidade reguladora da atividade de PMA em Portugal, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), estabelecem com os respetivos centros nacionais, quer públicos quer privados, reuniões periódicas, normas de funcionamento e aprovação de diferentes tratamentos, uma relação de comunicação atempada, com resposta a dúvidas e adequação de informação para consentimento informado dos pacientes, pelo que o relacionamento e diálogo existe. Entidades médicas como a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução e associações de doentes com destaque para a APF - Associação Portuguesa de Fertilidade e a Mulherendo - Associação Portuguesa de apoio a mulheres com endometriose são players imprescindíveis no estímulo ao desenvolvimento científico dos centros e no alertar da sociedade para a saúde reprodutiva e para a necessidade das mudanças legislativas que têm sido implementadas. O Diálogo e a transmissão de informação entre centros e entidades estatais são sempre importantes, pois permitem uma conduta de acordo com orientações nacionais, com normas de atuação uniformes e uma avaliação atempada das necessidades e recursos disponíveis em cada centro. Entre os diversos Centros, públicos ou privados, existem já protocolos estabelecidos como p. ex. a partilha de equipamentos laboratoriais em situações específicas e o transporte de gâmetas e embriões. A articulação entre centros do SNS e alguns centros privados que facilita o acesso a técnicas de PMA a casais em espera há pelo menos 12 meses no SNS está implementada, mas uma mais estreita relação de entidades reguladoras/estatais e centros privados, poderia eventualmente estabelecer o seu alargamento para a máxima optimização dos tempos de espera para tratamento. As tecnologias e a inovação têm sido dois aliados essenciais nesta área. Assim, quão importante tem sido esta vertente inovadora no sucesso da IERA? De que forma promovem a mesma e qual o impacto que tem no alcançar de resultados positivos? MRL Na IERA os avanços científicos comprovados

no campo da medicina da reprodução e das técnicas e sistemas laboratoriais da procriação medicamente assistida condicionadores de um melhor desfecho reprodutivo, são elementares na atividade do nosso centro. A IERA LISBOA foi pioneira na integração do sistema GERI em todos os seus tratamentos de PMA. Este sistema combina a mais recente tecnologia no respeita à estabilidade das condições de cultura embrionária com o acompanhamento dos embriões em tempo real, através da integração de câmaras fotográfica especiais. Desta forma podemos monitorizar os embriões em contínuo, sem nunca os destabilizar e reproduzir vídeos de todo o processo com rigorosa avaliação do desenvolvimento em cultura. Realizamos a avaliação contínua do desenvolvimento embrionário de todos os embriões em cultura e promovemos, quando indicado, a seleção embrionária baseada no estudo genético dos embriões. Na IERA dispomos ainda de recursos de imagem atuais para avaliação uterina e da permeabilidade tubária, pouco invasivos e confortáveis para as pacientes. Recorremos quando necessário a métodos de diagnóstico molecular, microbiológicos e exames genéticos no âmbito da recetividade endometrial e implantação embrionária para a transferência de embriões de forma personalizada ao perfil de recetividade da mulher, incrementando a probabilidade de implantação dos embriões e, consequentemente de gravidez, e diminuindo o risco de aborto. Realizamos avaliação, seleção e estudo genético de potenciais dadores de gâmetas de acordo com as mais recentes evidências. Temos um programa de oncofertilidade e de avaliação do potencial reprodutivo com avaliação individualizada. Ainda no âmbito da inovação, este setor, a par de outros, encontra-se em constante mutação, ou seja, é necessário estar atento a novas tecnologias que surgem, métodos, iniciativas, entre outros. Como é que IERA promove essa busca incessante por novas tecnologias no âmbito das técnicas de reprodução assistida? JAD Para além do cuidado assistencial, a IERA promove várias atividades profissionais que permitem ampliar o foco da nossa atuação e ao mesmo tempo contribuem para o contínuo avanço a que assistimos nas técnicas de PMA. Este avanço observa-se em várias frentes, desde a diversificação de opções terapêuticas, passando pelo surgimento de novos complementos ao diagnóstico, valorização do bem-estar e promoção de

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é ajudar os pacientes a conhecer e a identificar as etapas de um ciclo de tratamento para que possam avaliar as suas implicações futuras sobre decisões conscientes e informadas. A tecnologia tem sido o grande aliado da evolução na área da Medicina da Reprodução, tornando o processo mais qualitativo, mas é igualmente importante apostar numa relação de confiança paciente/ Centro que promova a melhor adesão aos exames de diagnóstico, à aplicação terapêutica e ao reforço da gestão de expectativas. Na IERA, facultamos o proporcionar de uma experiência positiva, baseada na disponibilidade e na confiança que conduz à redução da carga psicológica inerente a cada etapa do projeto parental e, consequente, como está demonstrado, a uma melhoria do desfecho reprodutivo. Promovemos a aplicação de protocolos de PMA, clínicos e laboratoriais individualizados, p.ex. optimizando, a cada caso, o momento da transferência embrionária com vista ao maior potencial de gravidez.

“VIVEMOS NUMA ÉPOCA EM QUE SE INVERTEM PRIORIDADES DANDO PRIMAZIA A METAS PROFISSIONAIS, SOCIAIS E À ESTABILIDADE ECONÓMICA; UMA ÉPOCA EM QUE O DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA DE DOENÇAS GRAVES, NOMEADAMENTE NA ÁREA ONCOLÓGICA, DOENÇAS CRÓNICAS E INFECCIOSAS CONTROLADAS COM TERAPÊUTICA, PERMITEM PERSPETIVAR UM DESEJO REPRODUTIVO FUTURO”


» FERTILIDADE EM PORTUGAL uma vivência positiva por parte dos pacientes, até à evolução tecnológica dos procedimentos e técnicas de laboratório. No campo das técnicas de PMA, a IERA tem incorporado nos seus laboratórios procedimentos, protocolos e tecnologia de última geração, como é o caso da vitrificação, seleção avançada de espermatozoides, biópsia da trofectoderme de blastocistos e tecnologia time-lapse para cultura e monitorização do desenvolvimento embrionário em tempo real. A frequência com que surgem novos procedimentos e tecnologias é cada vez mais elevada. A sua relevância e aplicabilidade têm de ser discutidas e validadas multidisciplinarmente, num enquadramento científico que nos permita avaliar, de forma critica e construtiva, o potencial benefício que delas podem advir para os pacientes. São as universidades parceiros de excelência no âmbito da investigação em prol deste setor? A IERA assume algum protocolo ou entendimento com universidades nesse sentido? AA A IERA quironsalud é um Centro tradicionalmente ligado à investigação. Para além da formação de embriologistas é parceira da Fundação para a Investigação e Formação em Reprodução Assistida (FIFRA) e da Fundação Centro de Cirugía de Mínima Invasão Jesús Usón (CCMIJU), com as quais, sob a tutela académica da Universidade de Extremadura promove o Curso de Especialista Universitário em Reprodução Assistida que vai já na sua 6ª edição.

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Quais são os principais desafios em Portugal no domínio da Procriação Medicamente Assistida (PMA) e qual o nível de evolução da mesma? ER Julgo que o adiar do início do projeto parental, que é uma realidade diária, nos coloca um desafio temporal importante. Daqui surge a necessidade de delinear estratégias de atuação conjunta entre os distintos profissionais de saúde, que agilizem o encaminhamento de pacientes e a redução do tempo entre o primeiro contacto com o medico assistente, o diagnóstico de infertilidade e o início do tratamento, pois o tempo é passageiro. Penso que devemos também olhar com atenção para as zonas do país em que o acesso a consultas de infertilidade é por si só um desafio. O que nos traz a outro desafio: a dificuldade em proporcionar, de forma idêntica a todos os beneficiarios, um acesso equalitário a gâmetas doados e a técnicas de diagnóstico genético. No campo legal, o desafio continua centrado na legislação sobre a maternidade de substituição. Não menos importante é o compromisso que temos para com as novas gerações. Julgo que um importante desafio é divulgar. É importante identificar os motivos que levam a que, na era da informação global, seja tão dificil educar para a saúde reprodutiva. É para nós consensual a ideia de que, seja através de campanhas de informação promovidas pelo SNS, pela SPMR, associações de pacientes ou Centros de PMA, o importante é informar a população, especialmente a que está ou se aproxima da idade fértil. E essa informação passa não só pela consciencialização de que existe uma idade fértil, mas também para a divulgação das técnicas, protocolos médicos e opções enquadradas na Medicina da Reprodução às quais podem aceder quando se deparam com a dificuldade de concretizar o desejo de parentalidade. No domínio da PMA que técnicas estão disponíveis e quais os níveis de sucesso? MRL Os níveis de sucesso das diferentes técnicas

e potenciar o nascimento de bebés saudáveis. Por último a implementação de técnicas específicas de criopreservação, como é o caso da vitrificação, permitem-nos aumentar o sucesso de todos os procedimentos que involvam a necessidade de congelar gâmetas ou embriões. O sucesso desta técnica permite-nos desenhar estratégias personalizadas a pacientes com diferentes necessidades, sejam elas ajustar o momento da transferência embrionária, preservar a sua fertilidade ou recorrer a bancos de gâmetas e embriões proporcionando uma resposta mais rápida e possível aos beneficiários da doação de oócitos, espermatozóides ou embriões.

“UMA GRANDE LACUNA DA NOSSA SOCIEDADE É O DESCONHECIMENTO SOBRE A SUA SAÚDE REPRODUTIVA, PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MESMA E A APOSTA NUM PROJETO REPRODUTIVO ATEMPADO”

variam em função da idade, sobretudo da idade feminina e do fator de infertilidade, sendo que quando falamos em sucesso, p.ex. das técnicas de fertilização (FIV e ICSI), falamos em várias taxas: taxa de sucesso da fertilização, do desenvolvimento embrionário ou mesmo da sobrevivência de gâmetas e embriões depois de serem criopreservados. No entanto, quando comparamos as várias técnicas, FIV, ICSI e transferência de embriões congelados, estas não diferem significativamente em termos de sucesso gravidez e bebé nascido, se compararmos mulheres na mesma faixa etária, com fatores de infertilidade idênticos. Para além destas técnicas clássicas de PMA, podemos hoje utilizar diversas estratégias de tratamento que implicam, p.ex. na área da andrologia, a recolha e seleção avançada de espermatozoides - que permitem identificar os gâmetas masculinos com maior viabilidade, e a lavagem de espermatozoides que permite que pacientes infetados com HIV e Hepatite possam beneficiar destas técnicas fora do contexto da infertilidade e alcançar, com sucesso, o nascimento de um bebé saudável, ao mesmo tempo que evitam a trasmissão horizontal da infeção. No campo da embriologia é possível recorrer a equipamentos mais evoluidos tecnologicamente (GERI) que, por serem mais estáveis e estarem equipados com câmaras fotográficas time-lapse, permitem uma cultura individualizada e reduzem o stress celular, o que se reflete num maior número de embriões que evoluem em laboratório até ao 5º/6º dia de desenvolvimento, com efeito positivo nas taxas de gravidez. Por sua vez, o sucesso desta metodologia, a que damos o nome de “cultura prolongada”, permite-nos, pôr em prática estratégias mais personalizadas não só para portadores de doenças genéticas, como para mulheres acima dos 39 anos, e/ou com outros antecedentes, por exemplo, falhas de implantação e aborto recorrentes. Para estes pacientes existem técnicas como o PGT, que nos permitem avaliar os embriões quanto à sua carga genética ou cromossómica, atingir melhores taxas de gravidez reduzindo o número de tentativas por ciclo, diminuir a taxa de aborto

Quais são as principais causas da infertilidade em Portugal? É legítimo afirmar que a infertilidade é, cada vez mais, considerada uma doença com relevância em termos de saúde pública, com consequências sociais, económicas e psicológicas? A sociedade já tem essa noção? JAD Em Portugal as causas de infertilidade são as mesmas de outros países da Europa. Está globalmente estabelecido que no contexto de infertilidade do casal, um terço serão condições femininas (endometriose, disfunção ovulatória, endócrinos e anatómicos), um terço masculinas (relacionadas sobretudo com a produção e qualidade dos espermatozóides e disfunções erécteis) e o restante terço condições comuns e a denominada infertilidade inexplicada ou idiopática (10-15%) quando não se consegue estabelecer o fator causal. Cada um destes fatores beneficia das diferentes modalidades de tratamento existentes. A infertilidade foi declarada uma doença pela OMS em 2010 e afeta milhões de pessoas em todo o mundo, de tal forma que as estimativas sugerem que entre 10 a 15% dos casais em idade reprodutiva sejam inférteis. Se observarmos a percentagem de casais que recorrem a tratamentos e os que adiam o projeto reprodutivo num contexto de infertilidade por dificuldade no acesso e condições apercebermo-nos de que o nosso SNS não está preparado para dar resposta a tantos pedidos de ajuda terapêutica num espaço de tempo desejável e realista. E sim nesse sentido acreditamos que é um problema de saúde pública. Se considerarmos a visão da Dra Ana Magina, psicóloga da IERA Lisboa, e da abordagem de que a infertilidade tem sido ao longo dos últimos anos integrada num contexto psico-sociologico e económico, poderemos admitir que de facto terá igualmente um forte impacto não só na estrutura do casal como em todos os contextos que integram o equilíbrio do seu quotidiano e da sua qualidade de vida e uma grande parte da sociedade não tem essa noção até se deparar com a dificuldade em cumprir o seu desejo parental. Quais são os grandes desafios do IERA para o futuro e como vê o futuro da PMA? MRL Ser mais um Centro espanhol no mercado português e posicionarmo-nos de forma diferenciadora, marcada pela personalização da Medicina da Reproduçao é para nós um desafio constante que se torna também na nossa missão. Para que a tradição de qualidade e atendimento ao paciente se mantenham em constante evolução, a IERA continuará a apostar na inovação, na personalização e no acompanhamento clínico, psicológico e informativo baseado no lema que nos caracteriza como parte integrante da Quironsalud - A saúde pessoa a pessoa.▪


FERTILIDADE EM PORTUGAL

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"NO MEU TRAJETO PROFISSIONAL A MR SURGIU POR UMA FELIZ COINCIDÊNCIA" António Barbosa é Médico especialista em Medicina da Reprodução (MR) e Infertilidade na COGE-Clinica da Santa Casa da Misericórdia de Espinho e admite que as taxas de sucesso dos tratamentos de infertilidade variam muito de acordo com o escalão etário e a gravidade de cada situação. Saiba mais.

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orquê a escolha destas duas áreas de diferenciação? A MR é uma das áreas de subespecialização dentro do campo mais vasto da Ginecologia/ Obstetrícia, ela própria também uma área de especialização dentro do campo de conhecimento da Medicina. O especialista em MR dedica a sua atenção à investigação e tratamento do casal infértil tendo nesse contexto a possibilidade de recorrer às técnicas de reprodução assistida –FIV (fertilização in vitro) e ICSI (injecção intracitoplasmática de espermatozóide). Infertilidade, considera-se a situação do casal que após um ano de relações sexuais frequentes e desprotegidas, não alcança a gravidez. No meu trajecto profissional a MR surgiu por uma feliz coincidência: o meu interesse especial pela cirurgia endoscópica, no meu caso muito ligada à investigação e tratamento da infertilidade feminina, fez com que acabasse por me dedicar em especial ao campo da MR.

Quais são para si as principais causas de infertilidade? As causas são múltiplas e muitas vezes associam-se no mesmo casal, mas as que ocorrem com mais frequência são o fator masculino, os distúrbios ovulatórios e a insuficiência ovárica (muito relacionada com a idade). Evidentemente que as obstruções das trompas e as patologias uterina e pélvica também surgem, mas com menor expressão. Considera que os fatores psíquicos são causadores de infertilidade? Por si só não se pode dizer que são causadores de infertilidade, mas estão sempre presentes e são motivo de grande sofrimento para o casal. Se não forem tratados, interferem com o sucesso terapêutico podendo mesmo ser o motivo para o abandono do tratamento. Acredita que a infertilidade tem a haver com a diminuição da natalidade em alguns países? Existe uma correlação entre a diminuição da nata-

ANTÓNIO BARBOSA

AS TAXAS DE SUCESSO VARIAM MUITO DE ACORDO COM O ESCALÃO ETÁRIO E A GRAVIDADE DE CADA SITUAÇÃO, MAS GENERICAMENTE PODEMOS DIZER QUE NA FIV/ ICSI A TAXA DE SUCESSO VARIA ENTRE 35 A 50% ENQUANTO NA INSEMINAÇÃO INTRA-UTERINA ANDA PELOS 10 A 15%

lidade e a infertilidade, mas, não podendo afirmar que esta é a causadora, será pelo menos um fator associado. Há outros motivos para a diminuição da natalidade que passam por fatores sociais: para

Quais são os recursos e serviços disponíveis na COGE? Na COGE estão disponíveis as técnicas de RMA – FIV, ICSI (com ou sem doação de gâmetas), criopreservação de gâmetas e/ou embriões- Indução de ovulação, Inseminação artificial. No âmbito do diagnóstico e tratamento da infertilidade também é efectuado o estudo da permeabilidade das trompas por ecografia com contraste e a cirurgia endoscópica do útero e a laparoscopia (ex.: dor pélvica, suspeita de endometriose). Relativamente ao estudo do fator masculino, na COGE são também realizados espermogramas e biópsias testiculares. Há solução para a maior parte dos casos? Qual a taxa de sucesso dos tratamentos? Há solução para a maioria dos casos se bem que nesta área da medicina temos a ingrata tarefa de explicar ao casal que o sucesso implica frequentemente a repetição dos tratamentos. Mesmo quando tudo parece correr bem nem sempre o desfecho é o desejado. As taxas de sucesso variam muito de acordo com o escalão etário e a gravidade de cada situação, mas genericamente podemos dizer que na FIV/ ICSI a taxa de sucesso varia entre 35 a 50% enquanto na Inseminação intra-uterina anda pelos 10 a 15%. Qual a diferença entre infertilidade primária e secundária? Considera-se a infertilidade primária quando no casal nunca ocorreu qualquer gravidez; secundária, se já ocorreu uma gravidez anteriormente, mesmo que não tenha havido nascimento de um nado-vivo. ▪

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É médico na COGE-Clinica da Santa Casa da Misericórdia de Espinho. De que forma é que gerem a vossa atividade valorizando um atendimento personalizado à medida de quem vos procura? Sendo a COGE-CSCME uma clínica privada, cada casal que nos procura é encarado como um caso único, especial, sendo a sua abordagem diagnóstica e terapêutica um “fato à medida”. O casal é, em todas as etapas do tratamento, sempre acompanhado pelo seu médico. Mesmo na eventualidade de ser necessário o recurso a outras especialidades, o acompanhamento personalizado é um aspeto central do atendimento.

além dos casais que decidem ter só um filho ou mesmo não ter filhos, a questão da idade em que se decide ter o primeiro filho é de importância crítica e isso prende-se muito não só com as perspectivas de vida do indivíduo com também, em grande medida, com políticas sociais (ou falta delas).


» FERTILIDADE EM PORTUGAL

ONDE NASCE A VIDA Sérgio Soares é Ginecologista doutorado em Biologia Celular pela Universidade Autónoma de Barcelona e atualmente Diretor Clínico do IVI Lisboa. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, aborda a importância da temática da infertilidade e afirma que “o adiamento do projeto reprodutivo tende a fazer com que a consecução do mesmo se veja dificultada para uma fração cada vez maior da população”. Saiba mais.

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orquê a escolha pela área da medicina reprodutiva? A escolha pela área da Ginecologia e Obstetrícia (GO) foi inicialmente motivada pela atração pela Obstetrícia. Com o tempo e as oportunidades surgidas ao longo da Graduação e da Pós-graduação em GO, fui-me aproximando da Medicina Reprodutiva, que é uma subespecialidade dentro dessa área.

caminhada na busca de um filho com a ajuda da Medicina pode-se fazer, em alguns casos, longa. Nesses, o desgaste psicológico é muito grande! Um casal que viria a alcançar o seu objetivo pode mesmo desistir dele pelo desgaste emocional. Um apoio psicológico especializado ao longo do caminho deve ser sempre oferecido ao doente e é, muitas vezes, fundamental. Considera que o estado emocional da pessoa que se submete a um tratamento de reprodução assistida é de vital importância no percurso e resultado do mesmo? Pode ser de vital importância no percurso. Não há evidências de que, em tratamentos como a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro, o estado emocional tenha grande impacto na taxa de sucesso por tratamento. Mas, como comentei anteriormente, tal suporte pode estar vinculado à probabilidade de sucesso na medida que, nas caminhadas de mais longa duração, é muito maior o risco de desistência se há uma desestabilização emocional. Essa pode por em risco inclusive a relação do casal.

Como se diagnostica a infertilidade na IVI? Cada caso é avaliado de modo individual, com o cuidado na recolha, num primeiro momento, de todos os dados do historial dos doentes que possam ter alguma relevância: tempo de infertilidade, histórico reprodutivo, história de saúde da família e do doente e resultados de análises, exames e tratamentos já feitos. Frequentemente, é preciso depois pedir algum tipo de análise e/ou exame complementar. Ou seja, todas as especificidades de cada caso devem ser tidas em conta e analisadas à luz do mais atualizado conhecimento médico.

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Quais são as principais causas da infertilidade? Em que medida é que a idade pode afetar? As principais causas são os problemas na produção espermática e na função ovárica. Essa última é dramaticamente afetada pela idade. Muito cedo na vida da mulher (poucos após os 30 anos, por incrível que pareça!), o rendimento reprodutivo começa a cair exatamente pela diminuição da qualidade dos óvulos. Depois dos 35 anos, essa queda é evidente. Como dá-se a circunstância de, atualmente, muitas mulheres começarem a pensar no projeto reprodutivo após os 35 anos, dita conjunção é extremamente negativa para a eficácia reprodutiva. Lamentavelmente, essa questão da perda precoce da qualidade da função ovárica é muito pouco difundida, não é de domínio público. Como outra causa importante da infertilidade, mencionaria a endometriose. Embora não existam estatísticas

SÉRGIO SOARES

MUITO CEDO NA VIDA DA MULHER (POUCOS APÓS OS 30 ANOS, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA!), O RENDIMENTO REPRODUTIVO COMEÇA A CAIR EXATAMENTE PELA DIMINUIÇÃO DA QUALIDADE DOS ÓVULOS

específicas para Portugal, vários estudos indicam que nos países ocidentais a infertilidade afeta um em cada sete casais em idade reprodutiva, o que corresponde a cerca de 14% da população. Estes números têm vindo a suavizar? Não há razão para acreditar numa diminuição da prevalência dos problemas reprodutivos. Ao contrário: como mencionei anteriormente, o adiamento do projeto

reprodutivo tende a fazer com que a consecução do mesmo se veja dificultada para uma fração cada vez maior da população. Estar emocionalmente forte é um fator importante para que os tratamentos de reprodução assistida sejam um sucesso. Como enfrentar a descoberta de que tem um problema de infertilidade? É um fator importantíssimo. A

A medicina é uma ciência em constante mutação e adaptação – o que faz com que de novas teorias saiam novas terapêuticas, técnicas e por isso novos materiais. Que desafios e oportunidades considera que são então esperados para esta área “onde nasce a vida”? Os desafios são muitos, porque são muitas, e sempre serão, as perguntas ainda sem resposta, os problemas para os quais não há solução fácil. Temos muito a aprender sobre o quê é que determina a qualidade dos “atores principais dessa peça” (óvulo, espermatozoide e endométrio – o tecido que reveste a cavidade uterina, onde o embrião implanta). Depois de um maior aprendizado sobre os determinantes da sua qualidade, virá o aprendizado de como corrigir carências qualitativas, quando essas estiverem presentes. Uma pergunta respondida leva à seguinte, numa história sem fim. ▪



» FERTILIDADE EM PORTUGAL

“É POSSÍVEL IDENTIFICAR A CAUSA DA INFERTILIDADE EM TODOS OS CASOS” Mário Sousa é Médico e Professor catedrático de Biologia Celular com sub-especialidade em Medicina da Reprodução laboratorial. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, aborda o tema da infertilidade, uma especialidade que se encontra em constante evolução a nível laboratorial e clínico.

MÁRIO SOUSA

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omo e quando surgiu a paixão por esta medicina? Estava a investigar a fisiologia do ovócito humano no INSERM (Paris) quando me solicitaram ajuda para colaborar com a equipe clínica encarregue de promover o desenvolvimento da Medicina da Reprodução em França. Conseguimos o primeiro bebé ICSI em França, e premiéres mundiais tais como determinar o mecanismo de ativação do ovócito na ICSI, o que permitiu estender rapidamente o sucesso da técnica, e obtivemos o primeiro bebé com recurso a células precursoras dos espermatozoides. Já em Portugal conseguimos outras premiéres mundiais tais como a maturação in vitro de células germinativas, a aplicação do diagnóstico genético preimplantação à PAF, a descoberta dos genes que controlam a espermatogénese e a descoberta de imprinting alterado nos pacientes inférteis. Ao mesmo tempo encetei um período de intensa crítica nacional, o que mudou o panorama português na RMA. Não há números exatos, mas dizem dados oficiais que os problemas de fertilidade afetam um em cada seis casais no mundo, durante a vida reprodutiva. Estes números são um grande desafio para a Medicina de Reprodu-

ção laboratorial? Trata-se de uma especialidade em constante evolução? A percentagem no mundo ocidental é de 10-15% dos casais em idade reprodutiva, envolvendo situações relativamente simples de resolver até situações muito complexas, persistindo um número considerável de casais não devidamente diagnosticado e tratado. Apesar de intensa divulgação, a infertilidade continua a ser um tabu, e muitos pacientes perdem anos mal diagnosticados e tratados. A orçamentação e especialização das equipes continua a ser um aspeto descurado. Esta especialidade encontra-se em constante evolução a nível laboratorial e clínico. Em Portugal, existe maior percentagem de infertilidade feminina ou masculina? No último artigo submetido, observamos que a causa da infertilidade era em 40% de fator exclusivamente masculino, em 41% de fator exclusivamente feminino e em 19% de causa mista. Esterilidade é o mesmo do que infertilidade? O termo esterilidade (incapacidade total de gravidez) já não se usa. Usa-se apenas o termo de infertilidade.

Para se lidar com esta situação tem de ser culto, extremamente humano e profissional. O casal infértil chega com a angústia de não conseguir descendência, de não conseguir carregar no seu ventre o feto (bebé) desejado

É possível identificar as causas da infertilidade? Como é feito o diagnóstico? É possível identificar a causa da infertilidade em todos os casos. Os casos denominados idiopáticos (sem diagnóstico) necessitam de uma análise do genoma. Fases do diagnóstico: História detalhada da vida pessoal e familiar: são críticos a idade, a etnia, o desenvolvimento sexual, a vacinação, a alimentação, o estilo de vida, a profissão e qualquer outra doença. Exame físico: malformações anatómicas genitais, alterações sexuais secundárias. Exames auxiliares de diagnóstico: visam avaliar o estado geral do casal em relação a todas as funções corporais, o estado dos órgãos sexuais e sua regulação endócrina e exclusão de infeções ocultas. Incluem-se neste grupo a avaliação das trompas de Falópio, do útero e da cavidade uterina, o espermograma e diversos testes genéticos.

Podemos afirmar que a infertilidade ocorre quando um dos membros do casal, ou ambos,


Hoje, felizmente, o leque de tratamentos é variado e os avanços na ciência permitem tratar a maioria dos casos de infertilidade. Que tipos de tratamentos existem hoje em Portugal? Qual a taxa de sucesso dos mesmos? Indução de ovulação: Taxas de sucesso: 10-15% Inseminação intra-uterina: Taxas de sucesso: 10-15% (com espermatozoides do próprio, IIU homóloga: 10%; com espermatozoides doados, IIU heteróloga: 15%). Fecundação in vitro (FIV): Taxas de sucesso: 52% (≤ 34a: 73%; 35-39a: 46%; ≥ 40a: 31%). Microinjeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI): Taxas de sucesso: 36% (≤ 34a: 46%; 35-39a: 46%; ≥ 40a: 21%). Biopsia testicular para extração de espermatozoides (TESE): A taxa de sucesso de recuperação de espermatozóides testiculares depende da causa (0-80%) Taxas de sucesso: 48% (≤ 34a: 55%; 35-39a: 38%; ≥ 40a: 17%). Aspiração testicular para extração de espermatozoides (TESA): Taxas de sucesso: como TESE.

Diagnóstico genético preimplantação (DGPI): Taxas de sucesso: 60%. Seleção de embriões sem aneuploidias (PGTA): Taxas de sucesso: 62%. Seleção de embriões sem alterações cromossómicas (PGTRS): Taxas de sucesso: 62%. Seleção de embriões sem alterações génicas (PGTM): Taxas de sucesso: 80%. Cultura prolongada de embriões até à fase de blastocisto. Taxas de sucesso: como FIV e ICSI. Doação de ovócitos (FIVDO). Taxas de sucesso: 65% (≤ 34a: 100%; 35-39a: 63%; ≥ 40a: 60%). Doação de espermatozóides (FIVD). Taxas de sucesso: inferiores à da FIVDO. Depende da causa feminina. Doação de embriões. Taxas de sucesso: inferiores à da FIVDO. Depende da causa feminina e masculina. E ainda, a criopreservação de ovócitos espermatozóides e embriões; protocolos de estimulação específicos; freeze-all; scratch; eclosão assistida; activação do ovócito; diferenciação in-vitro de ovócitos; infusão de fator de crescimento; empréstimo benévolo de útero; marcadores de receptividade endometrial; estudo de imunocompatibilidade linfocítica parental (kir); estudo de imunohistocompatibilidade parental (hla); criopreservação de tecido ovárico e testicular; transplante de tecido ovárico e testicular; transplante de útero; acupunctura; atividades de relaxamento.

Trata-se de uma situação que transporta uma pesada carga emocional. Muitas vezes, a infertilidade gera sentimentos de frustração pessoal e familiar, chegando a causar problemas ao nível da inserção social. Como se lida com a infertilidade? Para se lidar com esta situação tem de ser culto, extremamente humano e profissional. O casal infértil chega com a angústia de não conseguir descendência, de não conseguir carregar no seu ventre o feto (bebé) desejado, de ser diferente, de ser diminuído, de ser marginalizado, com baixa autoestima. É um casal fragilizado, frequentemente hostilizado pela família, amigos e empresa onde trabalham. Escutar atentamente. Averiguar a solidez da relação. Sugerir consulta de psicologia da reprodução perante sinais de depressão ou ansiedade descontrolada. Delinear um procedimento de diagnóstico. Apresentar os tratamentos, explicando e ilustrando a sua lógica, sequência, taxas de sucesso e insucesso, e as complicações. Apresentar os locais e colegas alternativos. Referenciar de imediato se a situação ultrapassa as nossas competências. Nunca avançar sem um diagnóstico estabelecido. Usar o tratamento internacionalmente mais adequado ao caso em questão. Nunca persistir no mesmo tratamento perante falha. Estar a par de todas as alternativas tecnológicas quer de diagnóstico, quer de tratamentos. ▪

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têm problemas físicos que afetam o processo de reprodução? A infertilidade é uma doença resultante da falência orgânica dos órgãos reprodutores. Porém, há causas de origem psíquica.


» FERTILIDADE EM PORTUGAL

“AJUDAR PESSOAS A REALIZAR SONHOS E PROJETOS DE VIDA” Carlos Calhaz Jorge, é Professor Catedrático da Faculdade de Medicina, Diretor do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução assim como, do Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN) e ainda futuro presidente da ESHRE – European Society of Human Reproduction and Embryology. Em entrevista, fala-nos da infertilidade, “um tema a que a maior parte das pessoas só é sensível quando “lhe cai em sorte”.

CARLOS CALHAZ JORGE

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om uma experiência de mais de trinta anos, podemos afirmar que olha para a área da Reprodução com especial interesse? Claro que sim. Não só porque tem preenchido quase toda a minha vida profissional, mas também porque é extremamente estimulante dos pontos de vista técnico/científico e humano.

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O que fez com que se dedicasse em pleno a esta área da Medicina? Inicialmente foram sobretudo os aspetos técnico-científicos que entrevia enquanto aluno de Medicina. Depois teve também enorme peso a consciencialização profunda de quão importante o seu objetivo final, isto é, ajudar pessoas a realizar sonhos e projetos de vida. Considera que no campo da Medicina da Reprodução, as técnicas terapêuticas para casais com problemas em procriar sofreram enormes progressos nos últimos anos? Não sei bem o que se considera os “últimos anos”. Mas a Medicina da Reprodução em geral, incluindo aspetos médicos, cirúrgicos e as técnicas de Procriação Medicamente Assistida, foi e é um campo em profundo progresso no conhecimento científico e nas alternativas terapêuticas que possibilita a quem dela precisa. Há limitações na eficácia de todo o tipo de tratamentos essencialmente resultantes de um protelar da idade em que se procura ter filhos. Este fenómeno social, baseado em opções obviamente legítimas, conflitua com a redução natural na nossa espécie da capacidade reprodutiva à medida que os anos das senhoras aumentam. Tal circunstância começa a ser importante depois dos 35 anos e torna-se extremamente marcada depois de completa-

dos os 40 anos. Nos homens não há aparente redução da fertilidade a não ser em idades muito mais elevadas. Acredita que estas técnicas vieram possibilitar expectativas muito positivas quanto à resolução da maioria dos problemas de infertilidade? Há mais de 8 milhões de crianças nascidas no mundo em resultado de tratamentos de Fertilização in vitro (FIV) ou microinjecção de espermatozóides (ICSI). Isso significa muito para um enorme número de beneficiários destas técnicas. Se é possível a resolução da maioria dos problemas de infertilidade, é impossível saber. Depende de muitas variáveis. Alguns números indicam que a infertilidade conjugal atinge, na população mundial, cerca de 10 a 15% dos casais em idade fértil. Acha que esta percentagem tem vindo a subir ou a diminuir nos últimos anos? Não há quaisquer dados fiáveis que permitam afirmar que a infertilidade está a aumentar no mundo em geral. O problema é que no mundo ocidental o fenómeno da parentalidade tardia tem vindo a acentuar-se e isso, como disse atrás, é um fator muito importante na dificuldade em se engravidar, mesmo sem qualquer doença subjacente, já que resulta de alterações no núcleo das células reprodutoras femininas – os óvulos, que já estão contidas nos ovários no momento do nascimento. Considera que os portugueses estão devidamente informados quanto aos procedimentos, soluções e tratamentos para a infertilidade? Infelizmente penso que não. Este é um tema

HÁ MAIS DE 8 MILHÕES DE CRIANÇAS NASCIDAS NO MUNDO EM RESULTADO DE TRATAMENTOS DE FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV) OU MICROINJECÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES (ICSI)

a que a maior parte das pessoas só é sensível quando “lhe cai em sorte”. Por exemplo, foram feitas várias campanhas no sentido de esclarecer que seria desejável engravidar antes dos 35 anos da mulher, que fumar é um péssimo hábito também pelas repercussões negativas na capacidade reprodutiva de homens e mulheres, que a obesidade é igualmente um fator negativo quer para engravidar quer para o evoluir da gravidez quer para a saúde da criança a nascer, que o consumo de álcool é muito prejudicial aos intuitos de engravidar. Mas não me apercebi de qualquer valorização por parte da sociedade. Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade concorda que deve haver um maior alargamento do apoio médico em situações de infertilidade? Com certeza que sim. Numa época em que por razões sociais e financeiras uma parte da população decidiu não ter mais filhos, há um subgrupo de pessoas (os inférteis) que continua desejoso de realizar os seus projetos de vida e se vê confrontado com restrições imensas no acesso aos tratamentos. Nomeadamente as listas de espera para FIV/ICSI são completamente inaceitáveis. ▪


TRANSIÇÃO ENERGÉTICA EM PORTUGAL E LISBOA CAPITAL VERDE 2020

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É URGENTE FAZER A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA Em entrevista à Revista Pontos de Vista, José Luís da Cruz Vilaça, atual Presidente da Associação Portuguesa do Direito da Energia (APDEN), e Paulo Sande, Advogado e antigo administrador/diretor do gabinete em Portugal do Parlamento Europeu, sublinharam a importância do rumo da Europa para a transição energética, um “mix energético” mais limpo que trará benefícios ambientais, de saúde e oportunidades económicas. funcionamento da economia europeia e para a nossa independência e segurança energética, colocando a Europa na vanguarda da sustentabilidade, eficiência energética e luta contra as alterações climáticas”. “Claro que uma mudança de paradigma como esta, em termos energéticos e ambientais, implica transformações, investimentos e custos. E claro está, que temos de encontrar uma solução para esta equação muito complicada, isto é, assumir o objetivo e o impacto da mudança, minimizando quanto possível os custos, porque substituir produção energética e combustíveis fósseis por fundos de energia renováveis, é caro”. Segundo Cruz Vilaça, se todos avançassem ao mesmo ritmo, numa ação concertada em espirito de cooperação internacional, era certamente muito mais fácil. Mas não é isso que tem acontecido. “Enquanto uns avançam, outros recuam e enquanto uns estão conscientes do desafio, há outros que o negam”, afirma. Quando questionado sobre se a politica em Portugal é coerente, o presidente da APDEN, afirmou que “Portugal tem recursos humanos e naturais de que outros países não dispõem. O nosso país tem sol, tem mar, tem vento e tudo isto, são fontes de energia renováveis. Estamos numa posição e em condições para alinhar positivamente e decididamente neste caminho. O facto de sermos um membro ativo e positivo da União Europeia faz com que não possamos sequer deixar de participar na definição e na execução das politicas. Acima de tudo, acho que não temos angústias nem obstáculos insuperáveis neste caminho. Temos sim, vantagens e recursos para o fazer”. Para Paulo Sande, a questão fundamental é “a busca de equilíbrio”, uma vez que estamos a falar de um tema com interesses conflituantes, sobretudo em setores que entre si têm bastantes semelhanças (integrar sociedades e economias) e ao mesmo tempo tantas diferenças (indústrias, agricultura, transportes). Para o advogado, ainda mais importante que isso, é a vida das pessoas

JOSÉ CRUZ VILAÇA E PAULO SANDE

e a forma como elas vão aceitar a mudança de paradigmas, uma vez que isso, implica de facto muitas transformações. Quando questionados sobre os grandes desafios desta mudança,

os entrevistados afirmaram convictamente que “o desafio é moldar e preparar as pessoas para a grande mudança de paradigmas e tornar acima de tudo, a transição energética uma realidade”. ▪

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mbora na última década tenha existido uma narrativa contínua da política pública sobre o desígnio nacional de se evoluir para uma economia de baixo carbono, e para o aproveitamento dos recursos endógenos renováveis – aliás suportada por vários documentos técnicos que demonstram o seu custo-eficácia e impacto positivo na economia – a verdade é que não assistimos a qualquer alteração estrutural da matriz energética nacional. Segundo o sócio-administrador da Cruz Vilaça Advogados, a contínua desaceleração económica, o aumento das temperaturas globais e a crescente frequência e intensidade de choques relacionados com o clima pressionam cada vez mais, a necessidade urgente desta mudança radical no sistema global de energia há muito tempo programada. “Estamos num ponto crucial perante uma das áreas de transformação da sociedade moderna e é necessária a mudança. Este é um problema que envolve a sobrevivência do planeta e a preservação da biodiversidade, e, portanto, é de realçar que esta é uma mudança inevitável, que já todos percebemos, ou já devíamos ter percebido. Não é possível continuar a brincar com coisas sérias”, assegurou o presidente da APDEN. No entanto, sem estratégias políticas apropriadas, os custos e benefícios serão distribuídos de maneira desigual dentro e entre países. Por isso, a cooperação internacional e uma “política coordenada a nível global” são cruciais para responder aos desafios energéticos globais, como as alterações climáticas e a proteção do ambiente. A aposta nas energias renováveis surge como uma opção essencial e prioritária no combate à dependência energética nacional. Quem já meteu as “mãos à obra” foi a Europa, atual líder neste processo, que desde cedo, percebeu a importância de agir ao tentar criar o verdadeiro mercado único de energia à sua escala. “Este mercado único energético, é essencial para a competitividade, o crescimento e o bom


» TRANSIÇÃO ENERGÉTICA EM PORTUGAL E LISBOA CAPITAL VERDE 2020 OPINIÃO DE CÍNTIA COSTA, MARKETING E COMUNICAÇÃO DO LISPOLIS

2020: ANO DE TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA NAS EMPRESAS A preocupação ambiental é crescente nas empresas. O LISPOLIS, enquanto gestor da comunidade, tem vindo a recolher sugestões e integrar cada vez mais medidas que melhorem a vida dos colaboradores das 129 empresas que acolhe e simultaneamente possam contribuir para uma pegada mais ecológica.

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PERFIL

CÍNTIA COSTA

MARKETING E COMUNICAÇÃO DO LISPOLIS

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m 2019 foi lançado o Plano Nacional Integrado Energia-Clima, que tem como objetivo definir linhas de atuação para o Horizonte 2030. A sua visão estratégica passa por “promover a descarbonização da economia e a transição energética visando a neutralidade carbónica em 2050, enquanto oportunidade para o país, assente num modelo democrático e justo de coesão territorial que potencie a geração de riqueza e uso eficiente de recursos”, de acordo com o documento. As empresas têm aqui um papel fundamental a desempenhar, através da aposta na eficiência energética, na mobilidade sustentável, na redução do consumo de recursos

fósseis e na reciclagem de materiais reutilizáveis. O LISPOLIS assinou o documento de Compromisso de Lisboa Capital Verde Europeia 2020, criado pela Câmara Municipal de Lisboa com o objetivo de envolver as diferentes entidades da cidade na transformação em curso no setor ecológico. Este compromisso inclui um conjunto de medidas que devem ser integradas no dia a dia de pessoas e empresas locais até 2030. CAPITAL VERDE EUROPEIA 2020 Em 2018, Lisboa foi escolhida como Capital Verde Europeia 2020, uma iniciativa que reconhece o trabalho desenvolvido na cidade

durante a última década, mas que serve igualmente como mote para um maior compromisso no que toca à adoção de medidas com um impacto positivo para o ambiente urbano. O objetivo será melhorar vários aspetos da vida urbana de moradores e trabalhadores na cidade de Lisboa até 2030. Lisboa assinou o Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia, o Acordo de Paris e a Rede C40 Cities, e desenvolveu autonomamente o Plano de Ação para as Energias Sustentáveis e o Clima (PAESC), aprovado em Câmara e na Assembleia Municipal, por unanimidade. A 11 de janeiro foi lançado oficialmente o programa de atividades planeado para este ano, que conta

"ESTAS REQUALIFICAÇÕES DOS EDIFÍCIOS INTEGRAM O PLANO DE SUSTENTABILIDADE DO LISPOLIS QUE VEM DAR RESPOSTA ÀS NOVAS EXIGÊNCIAS AMBIENTAIS DA COMUNIDADE, UMA ADAPTAÇÃO QUE VEM EM LINHA COM A INOVAÇÃO DAS EMPRESAS AQUI INSTALADAS, QUE REQUEREM UM ESPAÇO CADA VEZ MAIS MODERNIZADO E ECOLÓGICO"


ninguém nas salas, evitar o uso do elevador e desligar os equipamentos que não estão a ser utilizados (como carregadores de telemóvel) das tomadas elétricas.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOS EDIFÍCIOS O LISPOLIS tem acompanhado a preocupação energética e concebido alterações na gestão e utilização dos edifícios. As lâmpadas das salas e espaços comuns dos edifícios que nasceram em 1994 foram substituídas gradualmente por leds, que permitem economizar energia e manter a qualidade da iluminação. Paralelamente, têm sido instalados sensores de presença nas instalações sanitárias, de modo a evitar que as luzes estejam ligadas sem necessidade. As janelas serão também gradualmente substituídas por forma a acumular mais energia dentro das várias salas através do isolamento térmico, criando assim menor desperdício energético. Um dos edifícios LISPOLIS, o Edifício Empresarial 3, conta ainda com um SGT (Sistema de Gestão Técnica), que permite controlar por zonas a temperatura das salas, consoante a exposição solar diária. Este dispositivo permite assim a gestão mais inteligente da iluminação e dos equipamentos de ar condicionado, através da medição da temperatura no exterior e interior do edifício, evitando o gasto supérfluo de energia. Estas requalificações dos edifícios integram o plano de sustentabilidade do LISPOLIS que vem dar resposta às novas exigências ambientais da comunidade, uma adaptação que vem em linha com a inovação das empresas aqui instaladas, que requerem um espaço cada vez mais modernizado e ecológico. Em 2020, o LISPOLIS fará uma campanha ativa de consciencialização de todos os utilizadores dos espaços para uma poupança energética a nível dos consumos: apagar luzes e desligar equipamentos de ar condicionado quando não se encontra

APOSTA NA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL A Mobilidade Sustentável tem sido um tema de debate desde que se iniciou o conceito de Cidades Inteligentes. O sonho de uma cidade conectada e com mobilidade multimodal e partilhada tem vindo a ganhar expressão através das muitas startups desenvolvidas para o efeito, bem como a adoção crescente de veículos elétricos. O LISPOLIS questionou as empresas sobre a utilização de veículos elétricos através de um inquérito e 31% indica que pretende integrar uma ou mais viaturas na sua frota em 2020. A promoção de condições para o carregamento destes veículos ecológicos é uma preocupação do LISPOLIS, que tem vindo a realizar estudos sobre a viabilidade da instalação de pontos exteriores para utilização comum junto de vários parceiros. Em 2020, espera-se um avanço neste sentido, com a criação de lugares específicos no parque de estacionamento comum para o carregamento destas viaturas. No sentido de fomentar a utilização de meios mais ecológicos e evitar o uso do automóvel particular, o LISPOLIS disponibiliza à entrada de cada edifício um espaço exclusivo para motos e bicicletas. Em complemento a estas medidas, o LISPOLIS tem vindo a apostar na criação de parcerias com plataformas de mobilidade partilhada: o Drive Now tornou-se parceiro LISPOLIS, com a oferta de condições especiais para que as empresas instaladas no Polo Tecnológico de Lisboa possam utilizar este serviço como preferencial nas deslocações dentro da cidade de Lisboa, para reuniões ou eventos fora do seu local de trabalho. Além desta parceria, foi recente-

ECONOMIA CIRCULAR A redução do desperdício de recursos é uma das grandes prioridades do LISPOLIS. Têm sido instalados equipamentos redutores em torneiras e autoclismos dos edifícios geridos pelo LISPOLIS. Tem também vindo a ser adotada a medida de zero desperdício de plástico, por exemplo através da utilização de chávenas de loiça para o café ao invés de copos de café de plástico de utilização única. Em 2019, o LISPOLIS instalou, em parceria com a European Recycling

Platform, ecopontos de pilhas, toners, lâmpadas e equipamentos eletrónicos, para que as empresas e colaboradores possam reciclar de forma apropriada os dispositivos que já não têm utilidade. A implementação de ferramentas cada vez mais digitais vem também apoiar a medida de redução do desperdício do papel. A adoção da fatura eletrónica foi um grande passo no sentido da digitalização de processos. Está a ser igualmente estudado um processo de reciclagem dentro das próprias empresas, que possa ser integrado num serviço de limpeza geral. PLANEAR O FUTURO A consciencialização para a transformação ecológica é um trabalho da maior importância junto de colaboradores e responsáveis das empresas. O LISPOLIS, como gestor de espaços e da comunidade, tem aqui um papel fulcral na criação de documentos de fácil acesso para diagnóstico e implementação de medidas mais “verdes” nos comportamentos. Ainda há muito trabalho para fazer, mas 2020 marca o ano em que a transformação ecológica ganha uma maior dimensão nas empresas e é preparado o trabalho a realizar nos próximos anos. ▪

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com medidas como a plantação de árvores em vários pontos do município ou a inauguração do Museu da Reciclagem (ReMuseu) em Alcântara.

mente criada uma relação com a Lime para instalação de três hotspots no Polo Tecnológico de Lisboa que vêm dar resposta ao last mile de estudantes da Universidade Europeia e a colaboradores das restantes empresas instaladas entre as estações de metro (de Carnide, Pontinha ou Telheiras) e o LISPOLIS. Antes disso, o LISPOLIS havia também apostado na criação de um projeto piloto com trotinetes elétricas da Z-Floating, projeto vencedor do programa de aceleração Smart Open Lisboa que contou com o patrocínio da Ferrovial. Esta iniciativa permitia fazer a ligação metro-LISPOLIS de uma forma gratuita para colaboradores das empresas e estudantes.


» TRANSIÇÃO ENERGÉTICA EM PORTUGAL E LISBOA CAPITAL VERDE 2020

“CONTINUAREMOS FOCADOS NO NOSSO MAIOR ATIVO QUE É A PLENA SATISFAÇÃO DOS NOSSOS CLIENTES” A pautar a qualidade, a excelência e o rigor desde 1991, a PRF - Gás Tecnologia e Construção é hoje um dos principais nomes da praça pública na sua área de atuação e diariamente tem vindo a promover uma relevância em prol das exigências e necessidades dos seus parceiros. Desta forma, a Revista Pontos de Vista conversou com Paulo Ferreira. Administrador da PRF, que entre assuntos de enorme relevância, abordou ainda a importância do Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030) e das metas do mesmo.

“OBVIAMENTE QUE OS PLAYERS, ONDE, OBVIAMENTE NOS INCLUÍMOS, SERÃO ABSOLUTAMENTE FUNDAMENTAIS PARA SE ATINGIR TAL OBJETIVO, QUER PELOS ESTUDOS DE ENGENHARIA, DE PROJETO, DE CONSTRUÇÃO E DE MANUTENÇÃO E ASSISTÊNCIA QUE PODERÃO PÔR EM PRÁTICA TAIS MEDIDAS. NESTE ASPETO, A PRF ESTÁ NA LINHA DA FRENTE PARA TAL CONTRIBUIÇÃO” PAULO FERREIRA

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clientes. Como resultado, criámos novas áreas de serviço para acompanhar a transição energética (Hidrogénio) e monitorização remota dos projetos implementados pela PRF (plataforma Webcop 24/7).

substituição de outros combustíveis verdadeiramente mais poluentes, quer seja para a injeção e mistura nas redes de distribuição de gás natural até às diversas formas de produção de energia elétrica.

Para que esse desiderato seja concretizável, de que forma é que a PRF tem vindo a apostar fortemente no domínio da inovação e das novas tecnologias? Quão fundamental tem sido essa aposta inovadora e como é que essa filosofia tem impacto no mercado? A par da qualidade, da capacidade de realização, da permanente disponibilidade e constante crescimento, para mantermos a competitividade e abraçar novos desafios, a empresa foca-se e acompanha permanentemente a inovação nesta área, apostando na formação de quadros e apresentando soluções inovadoras aos nossos

Portugal assumiu em 2016 o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2050. A estratégia que reúne as condições necessárias para que esse objetivo seja exequível, encontra-se materializada no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050. Olhando para o que tem vindo a ser realizado, sente que Portugal está preparado para essa mudança? Que lacunas ainda identifica e que urgem alterar? Portugal, a par do resto do Mundo, caminha nesse sentido apresentando já várias oportunidades e projetos para atingir esse objetivo. Na nossa visão, a solução não pode, nem deve passar apenas pelo governo e legislação, mas parte também de iniciativas privadas e consciencialização de cada um, tendo todos que percorrer esse caminho. É também este um desígnio da PRF e por isso temos investido bastante. Desde o gás natural e do GNL, do biogás e ao biometano, incluindo ainda o hidrogénio, a PRF tem vindo a desenvolver projetos nestas novas formas de energia, quer seja para as diversas formas de mobilidade, em

Alcançar a neutralidade carbónica envolve uma concertação de vontades e um alinhamento de políticas, de incentivos e de meios de financiamento. Sente que estes pilares estão criados e assumidos para chegarmos a bom porto? A descarbonização profunda da economia exige, para além de competências analíticas e ferramentas adequadas, o envolvimento alargado e a colaboração de todos os atores, com vista à análise e discussão das opções e estratégias de mitigação, e à definição de trajetórias de baixo carbono para a economia nacional. A PRF, enquanto player deste processo está preparada e, apesar de existir compromisso do governo em prosseguir nessa caminhada, sentimos que, para que as metas sejam efetivamente cumpridas, é necessário que o alinhamento de políticas e de incentivos continue e que penetre verdadeiramente na sociedade empresarial e na sociedade civil. Vide, como exemplo, o papel do estado Alemão que recentemente aboliu as portagens para camiões que circulam a GNL (Gás Natural Liquefeito).

PRF - Gás Tecnologia e Construção assume-se como um dos principais players no domínio da prestação de serviços de engenharia, construção e manutenção, em todas as áreas dos gases combustíveis. No sentido de contextualizar o nosso leitor, como é que a marca perpetua a diferença na relação e atuação com o mercado em prol da satisfação de clientes e parceiros? A PRF sempre teve o seu foco na satisfação total do cliente. O rigor e a ética, a qualidade e a segurança, sempre foram os nossos principais valores. É desta forma que fomos crescendo desde 1991, acumulando em 2020, 30 anos de experiência na área do gás.


A estratégia de transição energética desenhada pelo Governo, a ser implementada na próxima década, encontra-se plasmada no Plano

Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030). Portugal comprometeu-se com a Comissão Europeia a alcançar uma meta de 47% de energia de fonte renovável no consumo final bruto de energia até 2030. São números plausíveis? Os players privados serão fundamentais neste domínio? Os números apresentados, apesar de otimistas, são exequíveis com o empenho de todos os envolvidos. Obviamente que os players, onde, obviamente nos incluímos, serão absolutamente fundamentais para se atingir tal objetivo, quer pelos estudos de engenharia, de projeto, de construção e de manutenção e assistência que poderão pôr em prática tais medidas. Neste aspeto, a PRF está na linha da frente para tal contribuição. Como é que conseguimos tirar maior partido das energias de fonte renovável, reduzir significativamente o uso de combustíveis fósseis e alcançar uma maior eficiência energética em todos os setores de atividade? Ultrapassar obstáculos tecnológicos e criar regulamentos e políticas regulatórias é essencial para que o “investimento verde” continue a crescer. Por exemplo, no setor dos transportes, os esforços de sustentabilidade deverão pressionar e impulsionar as indústrias de transporte e aviação a investir em energias menos poluentes, mais ecológicas e em biocombustíveis, estabelecendo regulamentações de emissões ainda mais rigorosas. ▪

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS DA PRF PARA 2020? O QUE PODEMOS CONTINUAR A ESPERAR DA VOSSA PARTE PERANTE O MERCADO? A descarbonização da economia é cada vez mais uma necessidade, e os gases renováveis são cada vez mais uma parte importante da solução para esta transição energética. A PRF não é alheia a esta necessidade e os projetos com gases renováveis como o Hidrogénio e o Biometano, vão tendo cada vez mais na PRF um peso e uma importância relevante. O foco no cliente e na qualidade dos equipamentos e serviços que prestamos, aliado ao pleno cumprimento dos compromissos assumidos, continuarão a ser o nosso principal objetivo. Mais do que crescer, continuaremos focados no nosso maior ativo que é a plena satisfação dos nossos clientes.

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Na sua opinião, quais são os verdadeiros caminhos para a transição energética em Portugal e a contribuição para a neutralidade carbónica e como tem a PRF contribuído para esse desígnio? Os caminhos para acelerar a transição energética no país passam por aumentar a eficiência energética e a utilização de energias menos poluentes. A nossa área de atuação apresenta e executa projetos que contribuem para tal desiderato, nomeadamente na construção de Unidades Autónomas de Gás (UAG´s), que levam Gás Natural onde este não se encontra através de gasoduto e na construção de Postos de Abastecimento para GNL (Gás Natural Liquefeito) e GNC (Gás Natural Comprimido). A redução da nossa pegada ecológica continua a ser uma preocupação constante também na PRF. Entre várias medidas que temos implementado, com vista à melhoria da nossa eficiência ambiental, adquirimos recentemente uma frota de veículos a GNV. Apesar de muito jovem e ainda com poucos quilómetros percorridos, esta frota de veiculas a GNV já demostrou a grande vantagem desta solução, não só em termos da importante redução de emissões, como também pela importante redução nos custos de exploração da referida frota, especialmente pela importante redução do custo do combustível.


» GESTÃO PORTUÁRIA – INOVAÇÃO E EXCELÊNCIA

“ESTAMOS EM PORTUGAL PARA FICAR E PARA CRESCER APOIANDO O CRESCIMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA” É, provavelmente, um dos players mais prestigiados e reputados quando falamos de gestão portuária, mantendo, ano após anos, desideratos e desafios extremamente ambiciosos, pois só assim se atinge o patamar da excelência, tal como a Yilport Iberia tem feito de uma forma constante e diária. Sobre estas e outras matérias, a Revista Pontos de Vista conversou com Richard Mitchell, Yilport Iberia General Manager, e que nos deu uma visão mais abrangente do percurso da marca e como a mesma está preparada para continuar a responder e a satisfazer as exigências e necessidades do mercado/clientes/ parceiros.

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PONTOS DE VISTA

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YILPORT é hoje um dos principais players no âmbito da gestão portuária, marcando a sua dinâmica por um vasto sentido de excelência e qualidade em prol do mercado e respetivos parceiros. Como tem sido realizado este crescimento e de que forma é que a marca tem vindo a contribuir para um setor cada vez mais profissional e positivo? A YILPORT, uma das holdings do grupo turco YILDIRIM, tem feito desde a sua constituição em 2004 um percurso de consolidação no mercado internacional de gestão portuária, posicionando-se em 2019 como o 12º operador portuário mundial e tendo a ambição de atingir o top 10 até 2025. O crescimento tem acontecido por via endógena e de desenvolvimento de negócio com parceiros na sua maioria globais, mas também via aquisição de novos terminais em diferentes geografias, como foi o caso dos 8 terminais que operamos na Península Ibéria (seis em Portugal e dois em Espanha). À aquisição segue-se um processo de desenvolvimento e investimento nos Terminais que passam a fazer parte do portfolio, de forma a uniformizar o standard de qualidade do Grupo, sem descurar as especificidades de cada unidade de negócio e do país em que se insere. A marca assume uma vasta cobertura da fachada Atlântica, tendo uma forte ação em Espanha e Portugal, onde operam com oito terminais. No sentido de contextualizar o nosso leitor, em que bases tem estado assente a estratégia de crescimento da marca? A estratégia de crescimento dos terminais da

YILPORT Iberia passa por fortalecer a rede de terminais via modernização e serviços complementares que damos aos clientes, complementando a oferta de serviços portuários aos operadores económicos, importadores e exportadores da região oeste de Espanha e Portugal, mas não só: desenvolvendo a conectividade e estando atentos a projetos logísticos e de serviços complementares que adicionem valor. No ano transato, 2019, a YILPORT Iberia assumiu um investimento de 122 milhões de euros em Portugal, mais concretamente ao nível do terminal de contentores de Alcântara, prolongando o período de concessão até 2038. Portugal é fundamental na prossecução dos desideratos da marca? Porquê que o nosso território assume esta relevância na vossa orgânica e estratégia? O investimento que refere, com o qual a YILPORT se comprometeu e cujo projeto está neste momento em processo de avaliação pelas autoridades competentes (Agencia Portuguesa Ambiente) para poder avançar é, juntamente com o Projeto de Expansão do Terminal de Contentores Sul em Leixões já em curso, exemplo da estratégia de elevar os Terminais aos padrões internacionais de operação e serviço. A aposta nos terminais em Portugal, dado o seu potencial de negócio foi assumida desde a aquisição em 2016 e tem vindo a ser vincada através dos investimentos e planos tornados públicos. Continuamos a considerar, no caso específico do Terminal Liscont de Lisboa (Alcântara) que foi referido, que tem todas as condições para vir a ser o verdadeiro motor de desenvolvimento daquela que é a

RICHARD MITCHELL

“A POSIÇÃO GEOESTRATÉGICA ALIADA AO MERCADO INTERNO DA PENÍNSULA IBÉRICA E REFORÇADA PELO KNOW-HOW DAS EQUIPAS CONSTITUEM OS TERMINAIS DA YILPORT IBERIA COMO FUNDAMENTAIS NA ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO E CRESCIMENTO DO GRUPO"


Estão presentes em Portugal desde 2016, e contam com um vasto corpo de recursos humanos. Nesta senda de crescimento, quão importantes têm sido os vossos recursos humanos na caminhada da marca até ao topo? De que forma é que esta relevância é visível no quotidiano da marca? Durante o processo de aquisição e nos anos que se lhe seguiram, foi possível identificar o já referido know-how nos vários terminais, que sendo diferentes e em muitos casos complementares no sentido da oferta aos clientes, também o são em termos do conhecimento técnico e de negócio, potenciando uma gestão colaborativa entre os vários terminais da rede e uma cada vez maior eficiência na gestão de recursos. Do mesmo modo tem sido possível apostar na formação para boas práticas, segurança e valorização dos recursos técnicos. As pessoas são, sem dúvida, fator chave do desenvolvimento e da estratégia. Hoje sabemos que a inovação é fundamental em qualquer setor, sendo que o segmento por-

tuário não «escapa» a esse desígnio. Neste sentido, quão importante tem sido a inovação no crescimento e evolução da marca? A inovação está sempre no horizonte da YILPORT e da YILPORT Iberia, seja ao nível da integração nos Terminais do que de melhor se faz ao nível de sistemas e equipamentos nos quais este sector é particularmente intensivo seja por exemplo na participação ativa junto de clientes, autoridades ou outros stakeholders, em projetos de desenvolvimento de plataformas que permitam melhor comunicação, melhores fluxos de informação e, naturalmente, melhor agilidade de processos e melhor serviço aos clientes. A inovação e a modernização têm sido pilares essenciais no crescimento da marca e na consolidação do mercado. Enquanto especialistas no âmbito da gestão portuária, o que vos diferencia perante outros operadores? O investimento e a modernização nos terminais em que operam são duas premissas essenciais no vosso crescimento? São sem dúvida duas premissas chave. O que diferencia a YILPORT nos vários mercados, e a Península Iberia não é de todo exceção, é que a nossa aposta se direciona à conjuntura, não é uma aposta de curto prazo. O investimento que propomos na modernização dos terminais tem visão de futuro e pretende dotar os terminais de estruturas duradouras e ao mesmo tempo dinâmicas, que apoiem o crescimento dos agentes económicos, das indústrias, das regiões e do país. Como o nosso Presidente, o Sr. Robert Yuksel Yildirim, já teve oportunidade de dizer: “estamos em Portugal para ficar e para crescer apoiando o crescimento da economia Portuguesa”. ▪

A TERMINAR, QUAIS SÃO OS GRANDES DESAFIOS DA MARCA PARA 2020 E DE QUE FORMA É QUE A INOVAÇÃO E OS RECURSOS HUMANOS DA MARCA SERÃO VITAIS NESTES OBJETIVOS? Os desafios em 2020 serão certamente os da consolidação dos nossos serviços face às exigências do mercado e dos nossos clientes, ultrapassando também os desafios pontuais relacionados com o lançamento de novos projetos e o seu contexto aos vários níveis. A nossa equipa atenta e empenhada em gerir o negócio, as operações e a evolução do mercado é fundamental para atingirmos os objetivos ambiciosos que foram traçados.

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área de maior concentração económica do país, captando de novo o interesse das maiores linhas de navegação mundiais. Na YILPORT Iberia os terminais são predominantemente gateway o que significa que se dirigem a cargas com origem e destino em Portugal e Espanha e dessa forma são Terminais com negócio mais sustentável. A posição geoestratégica aliada ao mercado interno da Península Ibérica e reforçada pelo know-how das equipas constituem os terminais da YILPORT Iberia como fundamentais na estratégia de consolidação e crescimento do Grupo.





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