Revista Pontos de Vista Edição 99

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Legacy Consulting

10 anos a pensar Pessoas

Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Fevereiro 2021 | EDIÇÃO Nº 99 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros

ÁTOMO CAPITAL PARTNERS A IMPORTÂNCIA DE REPENSAR A ENERGIA

737 milhões de euros de Fundo de Coesão para a Transição Energética

AM 48

EM DESTAQUE

Pedro Pereira de Carvalho

Chairman do Grupo Tecla

Wtransnet

A bolsa de cargas de referência para Portugal

STILL Portugal

Um exemplo em Inovação

Grupo Clara Saúde Marcar a diferença na vida das Pessoas

FOTO: RUI BANDEIRA

“Queremos ser uma empresa que pode e consegue fazer a diferença”





Índice DE TEMAS

FICHA TÉCNICA

Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Administração | Redação | Departamento Gráfico Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660, 4455-518 Perafita Matosinhos

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Vera Norte, Fundadora da Comunicatorium, aborda a importância de uma Comunicação Positiva, principalmente em tempos de pandemia. O que mudou na Comunicação Organizacional? Saiba mais

Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.facebook.com/pontosdevista Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Distribuição Nacional Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 | Dep. Legal: 374222/14

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Conheça como a pandemia da COVID-19 veio alterar a face do setor Imobiliário, dos Investimentos e da dinâmica dos Golden Visa. Joana Resende, CEO e Broker da Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar e outros Especialistas, revelam o seu ponto de vista sobre este cenário

DIRETOR: Jorge Antunes Editor: Ricardo Andrade Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” |4455-565 Matosinhos, Portugal PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Ricardo Andrade Beatriz Quintal Design e Paginação: Mónica Fonseca

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Leasy Portugal, é líder em mobilidade 360º e está comprometida com a sustentabilidade. Bruno Lourenço, Country Manager, revela os desideratos de uma marca que iniciou a sua atividade em Portugal, em dezembro de 2020

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Dia Mundial de Luta contra o Cancro em destaque. A importância de continuar a promover a Prevenção e a Sensibilização para uma patologia que afeta anualmente milhares de portugueses

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares Fotografia: Diana quintela - www.dianaquintela.com Rui bandeira - www.ruibandeirafotografia.com Tiragem: 27.000 exemplares Detentores do Capital Social: Jorge Fernando de Oliveira Antunes: 100%

Preço de capa:

4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%) Europa: 65 euros Resto do Mundo: 60 euros

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Luís Teodoro, Administrador da SoftFinança, revela como a marca, ao longo de três décadas, tem vindo a promover valor acrescentado a todos os seus parceiros

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De que forma é que a Saúde Visual dos portugueses foi agravada com a pandemia da COVID-19? Alberto Silva, Diretor de Saúde Visual da Essilor Portugal, revela estudo fundamental para percebermos o impacto na saúde ocular

Editorial A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão. Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, exceto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.

Fevereiro 2021

Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para: Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt

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A Educação é um pilar de qualquer sociedade moderna. Assim, conheça a Carlucci American International School of Lisbon (CAISL), uma instituição que ano após ano tem vindo a contribuir positivamente para um mundo em constante mudança

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A Liderança a quem de direito. Conheça casos claros de sucesso no universo de Mulheres Líderes


» Legacy Consulting- 10 anos a pensar Pessoas

“Semear em cada pessoa a vontade de continuar a superar-se” A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Sónia Sousa, Partner da , uma marca que celebrou, no final do ano passado, dez anos de vida, e que pretende continuar a inspirar, até porque a nossa interlocutora acredita piamente que é possível sermos extraordinários “e mudar as nossas narrativas para melhor, assim o entendamos e queiramos”. Conheça uma marca de excelência que tem tido inúmeras conquistas ao longo destes anos.

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om mais de dez anos de existência, a Legacy Consulting conta com uma vasta experiência nas áreas de Consultoria e Formação de RH. Qual tem vindo a ser o vosso compromisso na sociedade e de que forma o têm tornado inovador e distinto? O compromisso da Legacy tem sido o de deixar em todos aqueles com quem nos cruzamos, a semente para que queriam investir em si, acrescentar-se. E não tem de começar por uma grande aspiração. Basta uma decisão para os cinco minutos seguintes: é a qualidade da conversa que vou ter nos próximos cinco minutos, é o calçar os ténis nos cinco minutos seguintes e ir treinar, é o avançar com o email que pode fazer a diferença no destinatário, entre outros. Como refere Tom Peters, é tornar os próximos cinco minutos simplesmente brilhantes! Apostamos forte em gerar o entusiasmo suficiente para que cada um comece (ou continue!) a “correr na pista” do Propósito e do desenvolvimento pessoal. Temos de sair da zona de desconforto onde muitas vezes estacionamos: aceitamos o mediano, mesmo com dor. E nestas condições não libertamos o que nos poderia elevar. Por isso, a Legacy provoca, abana, desperta, mas também acolhe e cuida. Acredito que podemos ser extraordinários e mudar as nossas narrativas para melhor, assim o entendamos e queiramos. Temos os nossos superpoderes os quais nem sempre ativamos. É nossa convicção de que é esse o caminho para cada um de nós se tornar melhor na comunidade e servi-la com valor, enquanto nos completamos na nossa jornada individual. Competência, envolvimento, rigor, exigência mútua, proximidade com o cliente e a dedicação têm sido as peças chave para o sucesso da empresa. Uma das suas missões é contribuir para que cada um seja feliz na concretização do seu talento. Podemos afirmar que este “trabalho interior” começa,

SÓNIA SOUSA

primeiro que tudo, na casa Legacy Consulting? Sem dúvida! Na cultura Legacy vivemos o que devolvemos e o que pretendemos inspirar nos clientes e interlocutores. Somos exigentes connosco, refletimos muito entre nós, desmultiplicamo-nos em ideias, insights e muita pesquisa para podermos ser e oferecer o state of the art na nossa área. A gratidão tem sido palavra de ordem na minha vida e na vida da Legacy. Em 2020 e sob o umbrella das dimensões que mencionou, tivemos imensas conquistas e isso só foi conseguido porque os clientes sempre fizeram o caminho connosco. Muito também vamos aprendendo as we go. Trocamos com eles

imensas experiências, lutas, aspirações, receios e sonhos. Reencontramo-nos também nas fragilidades e fortalecemos laços. E a nossa missão sai reforçada (e atualizada). Há vários meses que vivemos um período complexo condicionado pela pandemia da COVID-19 e suas repercussões. De que forma têm unido forças para cumprir a missão da Legacy Consulting? A pandemia trouxe a maior crise global a todos os níveis. Em março 2020 fomos todos ao tapete. No princípio andámos curvamos perante este vilão que entrou na vida do mundo sem pedir licença e as maiores perdas começaram por ser individuais, mas a dor foi e é coleti-

va. Posso dizer que a Legacy teve (e tem!) também um processo interno não de adaptação, mas de desconstrução do passado, onde começámos por “aplicar” em nós, o que sempre partilhámos, desenvolvemos e inspirámos nos clientes. A pandemia que vivemos é um laboratório gigante de liderança, compaixão, kindness, coragem, autodescoberta ou… de nada disso(!). Em tudo podemos ser exemplares na nossa atuação ou apenas omissos. Por aqui, na Legacy, o mindset da equipa (depois do grande receio inicial com as circunstâncias) foi: “o que podemos fazer com esta crise que nos acrescente, que acrescente às pessoas e ao negócio e que antes não existia?” A reflexão de Peter Guber traduz bem o que procurámos viver na Legacy sempre que sentíamos dúvidas: “não deixes os medos habitarem a tua mente, sem pagarem renda.” E com isto, criámos abordagens, metodologias virtuais muito ativas e galvanizadoras, em que a energia, a alegria e as competências passassem com relevo para o outro lado do ecran! Como escutei há uns anos, “a miséria gosta de companhia”, mas (e acrescento) a alegria também, o afeto, a superação e a aprendizagem, também! Brenee Brown diz-nos nas suas talks que coragem é dar o primeiro passo sem estarmos seguros do resultado final. Ao dia de hoje somos todos chamados a ser Game Changers! Uma vez que a Legacy Consulting acompanha a viagem de desenvolvimento das empresas, potenciando nas pessoas um genuíno compromisso e entusiasmo, como tem observado o comportamento da população no que ao desenvolvimento diz respeito, em contexto pandémico? Quais são as principais mudanças que realça? Diria que depois do primeiro choque emocional pelo inesperado de quem parecia que passou a viver numa realidade paralela da quinta dimensão, o parar e termos tempo para mergulhar em nós, claramente abriu portas e espaço para um


A Legacy fez 10 anos em outubro 2020. A par das respostas ao contexto já abordadas, o que tem vindo a ser criado? Entendemos que todo o manancial construído nestes 10 anos de Legacy, aliado a mais de 20 anos de

experiência da equipa, e um crescimento sólido renovado a cada projeto, tinha de ser sinalizado. Lançámos há cerca de duas semanas, o novo website da Legacy (que vos convido a visitar) e o rebranding da marca. Com o apoio e brilhantismo da nossa parceira, a United Skills, renovámos assim a nossa identidade com um novo logótipo, mantendo a promessa provocadora que os nossos clientes já conhecem: What is your legacy? Este rebranding teve a sua divulgação através de uma comunicação prévia aos clientes, via email muito original, incluindo playlists Legacy no spotify para que continuem a acompanhar-nos nas diversas “bandas sonoras” que propomos às empresas Pretendemos potenciar o canal digital, veiculando através do novo website o mundo Legacy em toda a sua oferta, valores e posicionamento face ao desenvolvimento e talento. O que encontrarem no site, somos nós, a nossa essência e a nossa alma. Acredita que esta problemática

(ie, pandemia) tem potenciado na sociedade e nos negócios alguma dificuldade em desenvolver questões internas – como o estar próximo das pessoas, reconhecer talentos individuais ou das equipas? Ou, por outro lado, tem potenciado uma melhor compreensão? Segundo Francisco Mora (especialista em neuroeducação), o “cérebro humano precisa de se emocionar para aprender”. O que a humanidade vive atualmente, tem necessariamente de nos emocionar e, por consequência elevar-nos como pessoas (ou como gestores, se falarmos no âmbito empresarial), a sermos mais. Da experiência Legacy com dezenas e dezenas de gestores, sentimos uma mais sublinhada preocupação em descobrir formas, sobretudo agora no digital, em chegar às suas pessoas/equipas. Em teletrabalho, o tempo de “antena” que concedemos às equipas é fulcral. As reuniões de feedback, as conversas mais sensíveis (às quais a Legacy denomina de conversas cruciais ou com significado) ou a

preparação para as avaliações de desempenho ou ainda os kickoffs das empresas, têm recebido muito enfoque da parte dos gestores e Direções com quem trabalhamos, no sentido de se apetrecharem das melhores ferramentas para que hoje, consigam estar ao mais alto nível de concretização, mesmo que de forma virtual. Passou-se a valorizar aquilo que a Legacy reforça nas empresas e que é a empatia digital: a real vantagem competitiva, hoje! Há gestores que fazem com frequência um “digital coffee” de 20 ou 30 minutos com as suas equipas apenas para…conversar, saberem uns dos outros. Este tempo dedicado “ao outro” conta, traz frutos e galvaniza a boa energia que se pretende corra nas “veias” das equipas. E energia de alta vibração é expansora para a saúde emocional e para os resultados organizacionais. Em relação à segunda parte da pergunta, o reconhecimento continua a ser um calcanhar de Aquiles nas empresas. E não tem a ver com os tempos “especiais” que vivemos. É uma questão recorrente que merece ser cuidada pelos gestores: como demonstrar que reconheço e valorizo o contributo de cada elemento e da equipa? E quero fazer essa diferença na minha liderança? Por fim, escolher a Legacy Consulting é... …Semear em cada pessoa a vontade de continuar a superar-se. Sempre! Einstein dizia que só há duas formas de viver a vida: como se se os milagres não existissem ou como se tudo fosse um milagre. É este o gatilho mental que precisamos para crescer (ainda) mais. ▪

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foco e aposta no desenvolvimento individual. Proliferaram as lives e workshops virtuais de desenvolvimento: uns inspiradores outros nem tanto, mas com o mérito de colocarem o foco naquilo que está no nosso controlo. No período conturbado que foi a maior parte de 2020 (tempos que agora infelizmente regressam), a Legacy recebeu muitos pedidos de particulares em conhecer as nossas áreas de intervenção e que programas tínhamos. Por outro lado, as empresas clientes da Legacy que sempre apostaram no desenvolvimento das suas equipas, nunca deixaram de o fazer. O que abrandou nos primeiros meses de pandemia (“a cidade parecia uma enorme sala de espera”, como ilustra Camus no seu livro A Peste), ganhou fulgor e força motriz nos meses seguintes. Com efeito, em tempos de dúvida ou ambiguidade, aquilo que podemos controlar é decisivo. O desenvolvimento e o crescimento pessoal, passaram a ser dimensões com forte sentido de urgência para muitas pessoas. Como um cliente me dizia: temos de ter coragem de ir para a arena, mesmo que não saibamos que touro nos vai calhar. Já não podemos ficar à porta. Desta forma, promovemos em nós maior revitalização pessoal e reforçarmos o nosso amadurecimento emocional.


» 2020 – um «Novo Normal» que mudou o futuro da Comunicação Organizacional

“A inovação faz parte do nosso ADN” “Surpreender, cativar e envolver” são três caraterísticas que o Comunicatorium considera serem essenciais para a sua dinâmica de trabalho. Sendo este o primeiro player no mercado português com uma análise diferenciadora, foi no início da pandemia que nasceu o conceito “comunicação positiva”. Vera Norte, Fundadora da consultora de comunicação organizacional, explicou-nos qual a importância do mesmo - em particular no atual contexto em que vivemos.

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presentada ao mercado em 2015, o Comunicatorium é o primeiro player do mercado português com uma metodologia de análise diferenciadora. de que se trata? O Comunicatorium quis desde sempre ter uma presença diferenciadora e construtiva baseada nos valores que presidiram a sua fundação. Por isso criámos uma metodologia simples facilmente percebida por todos, mas de grande valor acrescentado pois permite-nos otimizar, focar recursos e medir os resultados da comunicação. Nesta metodologia a ênfase é na construção de um Plano de Comunicação Integrado. Com base nos resultados de um Diagnostico interno e seguindo uma estratégia de comunicação alinhada com o Plano de Negócio e as prioridades definidas pela empresa, o Plano de comunicação define as iniciativas, os timimg os recursos alocados, os Stakeholders envolvidos, as mensagens chave, os canais de comunicação a utilizar e sobretudo as métricas e os KPI´s de cada iniciativa.

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Distinguem-se sobretudo pela inovação e por terem oferecido à comunicação o conhecimento, novas metodologias e ferramentas capazes de ajudar quem comunica, a comunicar melhor. É legítimo afirmar que esta inovação que fazem questão de aliar diariamente aos serviços do Comunicatorium, tem sido a chave do sucesso da marca? Que outros fatores a distinguem num mercado que é, e cada vez mais, competitivo? A inovação faz parte do nosso ADN. Acreditamos que a inovação é fundamental e em particular na área onde atuamos. Não só do ponto de vista dos processos, mas também do ponto de vista das iniciativas que propomos. É preciso surpreender, cativar e envolver as pessoas e cada vez, é mais desafiante fazê-lo. Por outro lado, as constantes mudanças a que temos vindo a

Vera Norte

assistir empurram-nos e desafiam-nos para sermos mais inovadores mais criativos, para sermos capazes de encontrar novas abordagens aos desafios da comunicação. Aliar a inovação à experiência e à resiliência são talvez os nossos ingredientes para o sucesso O ano de 2020 ficará marcado na história do mundo, como aquele que trouxe até às nossas vidas uma pandemia global totalmente desconhecida e com ela as mais diversas consequências em todos os setores. Considera que, na realidade, a metodologia de trabalho do Comunicatorium já estava mais do que preparado para estas mudanças? Ou seja, estava já um passo à frente no que respeita às transformações que se sentem atualmente na comunicação? O ano de 2020 trouxe realmente desafios que não sendo completamente estranhos do ponto de vista

da comunicação aconteceram sem que ninguém estivesse preparado. De repente a maior parte da comunicação passou a não presencial, houve que gerir crises, usar mais tecnologia, criar planos de emergência, e encontrar novas soluções para manter a informação a fluir, o espírito de equipa vivo, a organização a funcionar. Passámos uma primeira fase mais operacional de gestão de alterações de processos e métodos de funcionar para uma segunda fase de adaptação a uma nova realidade. Nesta nova realidade que ainda não sabemos como vai impactar o futuro da organização, mais que nunca a comunicação nas organizações é fundamental; na equipa entre departamentos, com as chefias, com os clientes, com a comunidade. Na vertente da comunicação interna a capacidade de manter as equipas alinhadas e motivadas

numa situação critica é um fator fundamental para o sucesso da organização. O Comunicatorium teve a capacidade de adaptar a sua oferta às novas circunstâncias criando respostas mais focadas nas realidades vividas em cada empresa, sempre seguindo a sua metodologia. Não há respostas universais e é importante começar por diagnosticar para cada organização o que é a situação operacional, quais os objetivos do negócio, o que caracteriza a cultura de cada organização. Nesse sentido o Comunicatorium criou um plano de workshops em plataforma digital (Comunicação para Liderança) para líderes de equipas no sentido de os ajudar em competências de comunicação com enfoque especial para as plataformas digitais. Paralelamente este programa pode ser desenvolvido individualmente com sessões de coaching executivo. Criámos também no início de 2020 um Programa remoto de Diagnostico, Planeamento e Coaching e adaptámos muitos dos nossos serviços a uma realidade mais virtual apoiando os nossos clientes com novas soluções digitais que lhes permitem manter a comunicação com todos os seus públicos. Durante o primeiro Estado de Emergência, o Comunicatorium quis perceber as empresas, conhecer as suas preocupações, antecipando as respostas às suas necessidades. Assim surgiu o conceito de “Comunicação Positiva”. De que forma poderão as organizações materializá-lo. Afirmam que a “Comunicação Positiva” é um conceito de comunicação que fará toda a diferença no seio das empresas. O que fomenta esta ideia? Criámos no início de 2020 o conceito de “Comunicação positiva” porque acreditamos que a comunicação interna iria ser um aspeto fundamental na gestão da crise covid. Muitas empresas iniciaram planos de trabalho remoto, as reuniões presenciais foram proibidas, as idas ao local de trabalho reduzidas, muitas


A identificação de linhas orientadoras da estratégia de comunicação e plano de comunicação, traduzindo-se em resultados alinhados com o propósito do negócio ou organização e seus objetivos é um tema que tem sido levado mais em conta nos últimos anos. Acredita que, neste contexto pandémico, estas soluções ganharam ainda uma maior consciencialização por parte das pessoas e empresas devido às dificuldades que se instalaram na comunicação organizacional? O que mudou? Esta crise pandémica fez com que se olhasse com mais importância para as pessoas. São as pessoas que fazem as organizações e são elas o elemento diferenciador. Pensando mais em pessoas pensamos mais em comunicação. Sem o contacto físico perde-se muita da informação que se conseguia com a

presença regular como a conversa com o colega e a interpretação dos sinais. Temos assistido a um correr às plataformas digitais um aumento de reuniões formais, mas na prática continuamos com um deficit do ponto de vista das relações humanas. Como vai evoluir esta situação é difícil prever, mas acredito que cada vez mais teremos equipas diversas em geografias diferentes, as capacidades de liderança serão cada vez mais exigentes e a comunicação será cada vez mais uma competência fundamental quer para o líder individualmente quer para as organizações no sentido do framework que organiza e disponibiliza aos seus colaboradores para a comunicação interna.

“Esta crise pandémica fez com que se olhasse com mais importância para as pessoas. São as pessoas que fazem as organizações e são elas o elemento diferenciador”

Qual será o papel do Comunicatorium neste processo de mudança e que valor continuarão a aportar aos clientes e aos seus negócios no futuro? No mercado, temos construído a nossa reputação de forma sólida e sustentada. Assim, continuaremos a apoiar os nossos clientes com soluções customizadas à sua realidade com inovação e dedicação. Acreditamos que a comunicação é um fator chave para o sucesso das organizações e num contexto de mudança continua com desafios organizacionais sociais e económicos constantes e é preciso ser flexível, adaptável à mudança e ter a resiliência necessária para continuar a oferecer as melhores soluções. O nosso papel será ser o parceiro de confiança que dá suporte a uma comunicação eficaz e positiva. ▪

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situações mistas de trabalho com alguns trabalhadores nos locais e outros em casa, a tensão, o stress, o medo afetaram as pessoas individualmente de forma mais ou menos intensas. Era importante contribuir e colaborar com os nossos clientes na implementação de planos de comunicação que pudessem dar resposta a todo um conjunto de novas necessidades e dai surgiu o conceito de comunicação positiva. O que caracteriza a comunicação positiva? uma comunicação positiva tem seis caraterísticas fundamentais: Regular, Proactiva, Transparente, Empática, Factual e Assertiva. Regular: não excessiva, mas com a regularidade necessária. Regularidade e consistência criam confiança. Proativa: muitas vezes é possível antecipar questões e duvidas podendo dar-se antecipadamente respostas a preocupações e duvidas que sabemos vão surgir na organização. Transparente: em tempos de crise a confiança na organização é fundamental, e para isso é importante ser transparente tanto nas boas como nas más noticias. Empática: ser empático é ser capaz de se colocar nos “pés do seu interlocutor “é alinhar as mensagens em função dos interlocutores e fazer uma comunicação alinhada com as necessidades dos diversos stakeholders. Factual: comunicar mais dados e factos concretos, realidades e ações. Assertiva: a assertividade é fundamental na comunicação, nem diretiva nem paternalista; a comunicação deve ser assertiva e frontal transmitindo segurança.


» EuroKnowledge - Conferência Novas Tecnologias no Desenvolvimento Económico no Eixo Eua/Portugal/áfrica

Projeto EuroKnowledge Portugal

“O continente está à nossa espera” Enquanto instituição ligada à consultoria e organização de eventos em torno do debate de temas empresariais, a EuroKnowledge – em parceria com a Rede Mundial de Filantropia - prepara-se para realizar nos dias 22 e 23 de abril a conferência “Novas tecnologias no desenvolvimento económico sustentável no eixo EUA/Portugal/África”. Viana do Castelo será o palco do evento que reúne empresários motivados e com esperança num futuro vitorioso e resoluto.

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na Albuquerque, Diretora do projeto EuroKnowledge Portugal e o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, em entrevista à Revista Pontos de Vista, promoveram as vantagens do evento para ambos os segmentos. O grande interesse do projeto passa em impulsionar a boa governação, as obras humanitárias e a liderança em todo o mundo, através da criação de plataformas a fim de originar um continente estável e amigo do investimento. Assim, porquê Viana do Castelo? Rapidamente, Ana Albuquerque, responsável pelo evento revelou que nenhuma localidade seria tão indicada como aquela que é encarada como a cidade criativa, de cultura e do futuro. O Presidente José Maria Costa, afirma que desde logo abraçou com entusiasmo o projeto uma vez que vem alavancar aquele que tem vindo a ser o objetivo primordial – a internacionalização de Viana do Castelo. “A cidade tem vindo a posicionar-se nos últimos anos no segmento do turismo de eventos e congressos. Desenhamos uma estratégia, e esta mesma estratégia passa pela sua internacionalização”, afirma convictamente. Certo é, sendo a cidade atlântica mais ao norte de Portugal, tem vindo a ganhar passo a passo uma extrema visibilidade pelos feitos concretizados e pelos seus recursos e frutos naturais. Um dos exemplos das inúmeras iniciativas promovidas pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, que levam a cabo o seu (cada vez melhor) posicionamento e que José Maria Costa fez questão de mencionar, “a empresa Enercon - um gigante alemão no setor da energia eólica – expandiu as suas instalações fabris na cidade através de um investimento de cerca de 20 milhões de euros, podendo assim empregar mais de 500 trabalhadores”. Também Viana do Castelo tem estado na linha da frente quanto ao desenvolvimento das energias renováveis – sendo este um dos motivos pela qual a EuroKnowledge Portugal optou por fruir da mesma, enquanto braço direito, estanto

ANA ALBUQUERQUE E JOSÉ MARIA COSTA

totalmente alinhado com os temas a serem debatidos no evento a realizar-se no próximo mês de abril. Contudo, apesar de faltarem ainda meses para a sua realização, foram organizados ao todo três Webinars: o primeiro, aconteceu no dia 20 de janeiro e teve como tema base a “Economia do Mar” – assunto sobre o qual Viana do Castelo tem estado 100 por cento dedicada; o segundo, a acontecer no dia 19 de fevereiro, terá como tema “Energias renováveis / Energias convencionais”; a 26 de março está previsto o último Webinar, tendo como matéria a “Importância da internacionalização na retoma da economia mundial”, onde se pretende promover uma reflexão relativamente aos novos desafios, os constrangimentos e os reptos que se colocam à economia, numa fase pós-pandemia. O evento: as vantagens da conferência e da liderança filantrópica A EuroKnowledge Portugal irá realizar-se no Teatro Sá de Miranda nos dias 22 e 23 de abril, no mesmo ano em que este completa 135 anos de existência. Com capacidade para 400 lugares, o seu palco já pertenceu aos mais prestigiados nomes

nacionais e internacionais. Numa altura em que a panPretendemos demia da COVID-19 se afirajudar a abrir ma como a nova realidacaminhos para o de, apenas serão ocupados 140 lugares para desenvolvimento, alterar a salvaguardar a seguperceção de filantropia para rança pública. Porém, que esta passe a ser o eixo segundo Ana Albuessencial entre os EUA, querque tal não será Portugal e África e criar impedimento, uma vez que “todos os empresápostos de trabalho” rios que assim o desejem, poderão participar via zoom”. Primeiramente, no que ao evento diz respeito, interessa apresentar a todos os convidados a verdadeira essência de Viana do Castelo. “Os prémios nas mais diversas categoempresários podem certamente rias referentes à área empresarial e encontrar pontos de referência de de filantropia. A quem pertencerá desenvolvimento económico bem o prémio “Filantropo do Ano?” Deicomo parcerias. Além destes assunxamos a dúvida na certeza de que tos, pretendemos ajudar a abrir são inúmeras as possibilidades. caminhos para o desenvolvimento, As expetativas de Ana Albuquerque alterar a perceção de filantropia para e de José Maria Costa para a concreque esta passe a ser o eixo essencial tização do EuroKnowledge Portugal entre os EUA, Portugal e África e criar são as mais positivas, tendo a conpostos de trabalho”, afirma a Diretora vicção de que este será o primeiro do projeto, acrescentando ainda que de muitos eventos a assegurar o “queremos trazer também um futuro dos empresários e filantropos pouco de esperança, mostrar visionários dispostos e capazes de que existe caminho após a panassumir um papel preponderante demia, salientar sobretudo que o no desenvolvimento da economia continente está à nossa espera”. sustentável. ▪ Ainda no evento, serão entregues


PO SEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos

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A contribuição do Fundo de Coesão para a Transição Energética eficiência energética e produção de energias renováveis

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31 de dezembro de 2020, encontrava-se comprometido um montante global de 718 M€ de Fundo de Coesão, repartido por um total de 231 operações aprovadas, as quais contribuem de forma significativa para alcançar as metas e os compromissos internacionais assumidos por Portugal em matéria de eficiência energética e de utilização de energia proveniente de fontes renováveis.

O Programa assume-se como um instrumento financiador de um conjunto de medidas para apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em Portugal, com uma dotação de Fundo de Coesão de 737M€, distribuídos por três Prioridades de Investimento (PI): • Fomento da produção e distribuição de energia proveniente de fontes renováveis, com uma dotação de 131M de Fundo de Coesão; • Apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas públicas, nomeadamente nos edifícios públicos e no setor da habitação, com uma dotação de 171M€ de Fundo de Coesão; • Promoção de estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a atenuação, com uma dotação 435M€ de Fundo de Coesão.

Pretende-se com este aviso assegurar um conjunto de prioridades estratégicas para o setor, nomeadamente um sistema energético mais eficiente, que permita reduzir a dependência energética do exterior e o torne mais competitivo. É assim determinante apoiar o desenvolvimento de projetos de energia renovável, aproveitando o potencial energético endógeno e contribuindo ao mesmo tempo para a diversificação das fontes de energia.

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ste Aviso visa contribuir para a implementação e consolidação das políticas energéticas nacionais, atendendo particularmente ao Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030), que destaca a relevância dos gases de origem renovável nos vários setores da economia, em especial na indústria e nos transportes, e para a transição do setor energético, uma vez que as atuais infraestruturas de receção, armazenamento, transporte e distribuição de gás natural permitirão a introdução, distribuição e consumo de gases renováveis nos setores da economia, contribuindo para níveis mais elevados de incorporação de fontes renováveis no consumo final de energia. Também a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), que tem como objetivo principal introduzir um elemento de incentivo e estabilidade para o setor energético, vem identificar a introdução gradual do hidrogénio verde, enquanto pilar sustentável e integrado numa estratégia mais abrangente de transição para uma economia descarbonizada. Aproveitamos a oportunidade para destacar 3 projetos ilustrativos da relevância do apoio do Fundo de Coesão no fomento da produção e distribuição de energia proveniente de fontes renováveis, dois localizados no território de Portugal continental e um na Região Autónoma da Madeira. Construção do cabo Submarino para a receção de Energias Offshore na zona piloto de Viana do Castelo

30.000.000.00 € Fundo Coesão

Termogreen Produção de Energia a partir de Biomassa Florestal

5.000.000.00 € Fundo Coesão

Ampliação do Aproveitamento Hidroelétrico da Calheta

43.952.699.18 € Fundo Coesão

11 Fevereiro 2021

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PO SEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos é um dos 16 Programas que integra o Acordo de Parceria estabelecido entre Portugal e a Comissão Europeia, designado de Portugal 2020, no qual se consagrou os princípios da programação política de desenvolvimento económico, social e territorial para o período de 2014 a 2020.

Atualmente encontra-se aberto um Aviso-Concurso (POSEUR-01-2020-19), destinado ao “Apoio a projetos de produção de gases de origem renovável, para autoconsumo e/ou injeção na rede”, com dotação máxima de Fundo de Coesão de 40 M€, para apoiar projetos no âmbito da PI “Fomento da produção e distribuição de energia proveniente de fontes renováveis”.


» ENERGIAS RENOVÁVEIS OPINIÃO DE MIGUEL SUBTIL, MANAGING DIRECTOR, NA ÁTOMO CAPITAL PARTNERS

[Re]Pensar Energia Apesar dos desafios emergentes da crise pandémica que vivemos, os fundamentos para a universalização da utilização da energia renovável não mudaram, bem pelo contrário. A energia solar fotovoltaica e a energia eólica “onshore” são hoje as formas mais baratas e eficientes de produção de eletricidade em grande parte dos países.

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PERFIL

Miguel Subtil MANAGING DIRECTOR, NA ÁTOMO CAPITAL PARTNERS

cresce a este facto que todas as evidências científicas confirmam como causa dominante das alterações climáticas a emissão de gases de efeito estufa (GEEs), correspondendo as emissões associadas ao uso de energia a cerca de 65% do total de GEEs. Ora, quase metade destas emissões provêm da energia utilizada na indústria, sendo o restante dividido equitativamente pelos setores dos transportes e edifícios. As emissões de mais dificil redução estarão relacionadas com atividades ou processos difíceis de eletrificar e, portanto, necessitando de fontes alternativas de energia com baixo teor de carbono. Isso inclui processos industriais de alta temperatura, como os usados em ​​ siderurgias, produção de cimento, industria química e ainda o transporte rodoviário pesado de longa distância, aviação e transporte marítimo. Outro desafio adicional será o crescimento do consumo de energia previsto para quase todos os setores da economia. A intensidade e a composição desse crescimento nos próximos 30 anos dependerá de como essa energia venha a ser usada em cada setor. De acordo com dados publicados, o setor industrial consome cerca de 50% da energia global, sendo o restante consumido em edifícios residenciais e comerciais (29%) e transportes (21%). O crescimento da energia primária tem vindo a ser dominado nos ultimos anos por energias renováveis, à custa de uma redução da utilização de hidrocarbonetos, cuja percentagem se prevê que reduza de 85% em 2018 para cerca de 40% em 2050. Em países com abundância de recurso e fontes de financiamento disponíveis, os parques eólicos e solares fotovoltaicos desafiam e desafiarão claramente as fontes tradicionais fósseis. De facto, durante grande parte da história, o sistema global de energia tendeu a ser dominado por uma única fonte de energia, durante a primeira metade do século XX o carvão e posteriormente o petróleo. Agora, em plena transição energética, e durante grande parte dos próximos 20 anos, o ‘mix’ energético será muito mais diversificado, com petróleo, gás natu-


“A e s t r at é g i a a a d o ta r p o r Portugal assentará, em grande medida, na redução das emissões d e g a s e s co m e f e i to d e e s t ufa (GEE), na incorporação de fontes renováveis de energia, na eficiência energé tic a e na promoç ão das interligações” a partir de fontes renováveis, aumento da penetração dos veículos elétricos e outras soluções para mobilidade sustentável, introdução de gases renováveis e tecnologias de alta eficiência em diversos setores, pesquisa e inovação / amadurecimento de tecnologias alternativas para redução de custos. No entanto, a transição energética e a descarbonização da sociedade não se esgota com a mudança tecnológica, através da substituição ou adoção de novas tecnologias ou da utilização de novas formas de energia. Em grande medida, será a participação do cidadão, das famílias e das empresas, com um papel mais ativo como consumidores / produtores de energia e como agentes de mudança de comportamento, que terá grande impacto nesta trajetória. Pretende-se um sistema elétrico fortemente descarbonizado, descentralizado e digitalizado, com foco no consumidor / produtor de energia como participante ativo do sistema. Mas isso não será possível sem uma nova conceção e orientação estratégica que passe por novos conceitos como redes inteligentes (‘smart grids’), produtores-consumidores (‘prosumers’), contadores inteligentes bidirecionais, sistemas

de armazenamento, produção descentralizada de energia, flexibilidade de oferta / procura, mobilidade elétrica, entre outros. Vivemos, sem sombra de dúvida, num contexto de grandes mudanças neste setor. O paradigma está realmente a mudar e com ele surgem enormes desafios, dificuldades, mas também inúmeras oportunidades. É neste contexto que na Átomo Capital Partners assumimos o desafio de “[Re]Pensar Energia” e posicionamo-nos como agregadores de conhecimento e capacidade técnica, disponibilizando know-how e serviços, desenhando soluções e materializando-as em projetos concretos. Neste âmbito, já desenvolvemos mais de 450 MW de projectos solares, com responsabilidades globais desde a identificação das áreas de implementação, adaptação às características do território, concepção e elaboração de todos os projectos, estudos de viabilidade, estudos ambientais e processos de licenciamento. Estamos também ativamente empenhados no segmento de produção descentralizada, com foco no autoconsumo e em todas as oportunidades desencadeadas pelo novo enquadramento legal, onde o autoconsumo coletivo terá um papel importante, mas, novamente, onde é necessário pensar ou [Re]pensar energia, aplicando novos modelos técnicos e financeiros, superando dificuldades contratuais e jurídicas, adaptando e personalizando a solução às especificidades de cada projeto. Quer no desenho de soluções incluindo a implementação, montagem, operação e mautenção quer em projectos em que possamos assumir a componente de investimento a Átomo Capital Partners estabelece-se no mercado como uma estrutura de agregação de conhecimento e inovação, uma plataforma para a operacionalização, transferência e implementação deste know-how em projetos viáveis, reais e realizáveis. ▪

13 Fevereiro 2021

ral, energias renováveis e​​ carvão (ainda por por algum tempo). Em Portugal assumimos o compromisso de passar para uma economia neutra em carbono até 2050, naquela que é a contribuição nacional, no quadro europeu, para o esforço de combate às alterações climáticas ao abrigo do Acordo de Paris. As metas e objetivos para o setor de energia são claros: i)Incorporação de 47% das fontes renováveis n ​​ o consumo final de energia; ii)Incorporação de 80% das energias renováveis na ​​ produção de energia elétrica; iii) Redução para 65% da dependência energética do exterior; iv)Redução de 35% no consumo de energia primária. Assim,é neste contexto e com estes objetivos que surge o Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030), que contribui para a política europeia de combate às alterações climáticas e as consequentes alterações globais na utilização mais eficiente dos recursos. A estratégia a adotar por Portugal assentará, em grande medida, na redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), na incorporação de fontes renováveis de ​​ energia, na eficiência energética e na promoção das interligações. O desenvolvimento do Plano Nacional de Energia e Clima foi elaborado em concordância com o Roteiro para a Neutralidade do Carbono 2050, que se refere à necessidade de descarburação total do sistema elétrico, mobilidade urbana e profundas mudanças na forma como utilizamos os recursos energéticos, apostando em modelos circulares, juntamente com o aumento da capacidade de sequestro de carbono. Portugal tem fortes argumentos para continuar a construir uma estratégia baseada em fontes renováveis para uma economia neutra em carbono. Os principais ‘drivers’ foram, de resto, já definidos, sendo de destacar a eletrificação da economia e do consumo, a evolução da capacidade instalada de geração de eletricidade


» MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

MISSÃO ANKAI: LIDERAR AS VIAGENS DO FUTURO Presente em mais de 50 países, a Anhui Ankai Automobile é uma empresa consolidada na China de produção de autocarros e de peças automóveis. É uma marca líder e uma referência no que respeita aos seus produtos mas a ambição não fica por aqui: conquistar o mercado europeu é o seu próximo passo. Quem o confirma é Emmanuel Kabungulu e Maria Rocha, ambos responsáveis pela marca na Europa. Saiba mais.

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Anhui Ankai Automobile é uma marca chinesa especializada na produção de diversos autocarros e chassis de alto padrão. Com mais de 3000 funcionários e uma produção anual de 15000 autocarros, é um dos três maiores construtores do país. Como nos pode descrever a evolução da empresa ao longo dos anos até ser uma referência no mercado? A Anhui Ankai é líder e uma referência em autocarros de luxo na China. Em 1993, o primeiro autocarro de luxo da Ankai foi colocado em operação na via expressa de Chengdu-Chongqing, preenchendo a lacuna do mercado doméstico de autocarros de luxo, criando assim uma nova era no transporte rodoviário de passageiros da China. A empresa Ankai confia na tecnologia de fabricação de carroçarias de carga completa, na liderança da cooperação com universidades mundialmente famosas de primeira classe e em empresas de peças, desenvolvendo assim, e com sucesso, uma série de carros de passageiros elétricos puros e híbridos elétricos, a nova tecnologia de integração de sistema de veículos de passageiros elétricos de combustível líder doméstico, motor, controlo elétrico com propriedade intelectual independente e tecnologia de fabricação de eixo de tração de motor da roda direita. Atualmente, a Ankai Bus tem a mais completa linha de produtos de autocarros de energia na China, está presente em diversas cidades onde novos clientes de energia operam e tem a maior quilometragem de um único veículo de autocarros elétricos puros também na China.

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A empresa está direcionada para os veículos elétricos e gás GNV, tecnologicamente evoluídos e autónomos. Podemos afirmar que a inovação da tecnologia automóvel em que a marca aposta diariamente está aliada à qualidade e diferenciação do que produzem? De que forma? A Ankai e a Siemens da Alemanha, a Universidade da Califórnia, a Universidade de Ciência e Tecnologia da China, a Universidade de Shanghai Jiaotong e outras instituições particulares, cooperam a longo prazo em projetos que envolvem o sistema híbrido, sistema de controlo eletrónico, pesquisa de motor de acionamento entre outros campos, para garantir esse desenvolvimento de tecnologia dos autocarros da Ankai, sincronizados com o mundo inteiro e a toda a hora. Num mundo em que a sustentabilidade se tornou uma prioridade, a Anhui Ankai Automobile desenvolve o seu trabalho de igual forma perante esta que é, nos dias de hoje, uma causa mundial. No que concerne aos veículos elétricos, considera que a introdução dos mesmos no mercado foi um processo acessível? Qual foi o impacto junto do público-alvo?

A Ankai tem o Centro Nacional de Pesquisa de Engenharia e Tecnologia de Integração do Sistema de Autocarro Elétrico, o Centro de Tecnologia Empresarial Nacional e a Estação de Trabalho de Pesquisa de Pós-Doutorado Nacional, a reunir as forças científicas de vários campos para realizar a inovação tecnológica empresarial e pesquisa de desenvolvimento dos produtos. Aumentar o investimento no campo de veículos de energia nova, inclui o sistema doméstico de condução de laboratório, o laboratório de bateria de energia, o laboratório de sistema de controlo eletrónico, pesquisa e desenvolvimento de veículos assim como o desempenho das peças como seis grandes LABS, têm uma nova energia integrada de veículos e sistemas de controlo e direção eletrónicos, bem como componentes da bateria de energia, como recursos de teste, validação e desenvolvimento.

Maria Rocha e Emmanuel Kabungulu “Os parceiros de negócios"

“A Ankai desenvolve produtos adequados para todo o tipo de clientes no mundo inteiro. Com produtos de excelente qualidade e com o conceito de “Respeitar a operação do cliente”, os nossos produtos foram exportados para mais de 50 países desenvolvidos e regiões como Reino Unido, Dubai, Arábia Saudita, América do Sul, entre outros acabando por ganhar uma boa reputação em todo o mundo”

Sendo uma empresa piloto, inovadora e com vantagem de propriedade intelectual como foi o procedimento no âmbito da investigação e por fim da produção dos veículos tecnologicamente desenvolvidos? Temos dois métodos de pesquisa e desenvolvimento: 1 - Pesquisa e desenvolvimento ativos: pesquisar o mercado, desenvolver produtos adequados de acordo com as suas necessidades e colocá-los ativamente nesse mesmo mercado. 2 - Pesquisa e desenvolvimento passivos: de acordo com as necessidades do cliente e o desenvolvimento das necessidades do cliente em relação ao produto. Processo de produção: desenvolvimento do produto - design - colocado em produção - soldagem - revestimento - montagem final – por fim, teste do veículo colocado em teste. Com uma excelente qualidade de produto, a Anhui Ankai Automobile rege-se pelo conceito “Respeito ao Cliente” o que os conduziu até à consolidação da marca no mercado. Assim, atualmente, sendo uma referência no Continente Asiático e estando já a dar largos passos no Sul Americano e Médio Oriente, o objetivo é expandir definitivamente também no mercado europeu. Acredita que estes produtos inovadores serão revolucionários face à concorrência? O que falta concretizar para cimentar este propósito? A Ankai desenvolve produtos adequados para todo o tipo de clientes no mundo inteiro. Com produtos de excelente qualidade e com o conceito de “Respeitar a operação do cliente”, os nossos produtos foram exportados para mais de 50 países desenvolvidos e regiões como Reino Unido, Dubai, Arábia Saudita, América do Sul, entre outros, acabando por ganhar uma boa reputação em todo o mundo. No futuro, vamos continuar a esforçar-nos


dominar o mercado. De que forma pretendem marcar a diferença nesse sentido? No futuro, faremos o possível para controlar o custo da carroçaria, da bateria, do motor e controlo elétrico do veículo, sem afetar o desempenho e a qualidade do mesmo. Nós desenvolvemos produtos económicos adequados para o mercado europeu.

para desenvolver mais produtos de alta qualidade para os clientes e vamos esforçar-nos para compensar as nossas próprias insuficiências, de modo a que a influência da marca Ankai na Europa se reproduza a um nível mais elevado. Na Europa, pretendem produzir a baixo custo e

O próximo passo... O ano de 2021 é para muitos um ano de recomeços e para outros tantos é tempo ideal para dar continuidade ao sucesso alcançado. Para a Anhui Ankai Automobile é sobretudo de entusiasmo uma vez que será apresentada na Europa pelo Distribuidor Oficial GIFTUR Group International (www.gifturgroup.com), tendo como objetivo a entrega mínima de cerca de 1500 autocarros cem por cento elétricos, num projeto inicial de três anos. Tal como se afirmou, a Anhui Ankai Automobile dará mais um passo para ascender aquilo que ambiciona – liderar as viagens futuras. Maria Rocha, CEO da GIFTUR, Grupo Internacional Lider no comércio de veículos de transporte público e turístico, reforça que esta aliança será o primeiro grande passo para a qualidade de vida urbana e mobilidade urbana sustentável nas cidades europeias. Com um projeto pioneiro de gestão de frotas ecológicas e a par dos autocarros e mini bus ANKAI, o Grupo GIFTUR investirá fortemente na ampliação da frota de comboios turísticos elétricos e outros novos veículos de uso pessoal e público. ▪

15 Fevereiro 2021

MARIA ROCHA e os seus DOTTO TRAINS

A Anhui Ankai Automobile é uma das empresas mais completas do setor. Assim, é importante que se acompanhem cotidianamente as novas tendências do mercado. Neste ano que acaba de começar, que novidades nos pode confidenciar? Qual será o próximo passo na cronologia de sucesso? No Ano Novo, a Ankai Bus dará um passo em frente com o desenvolvimento de alta qualidade, irá acelerar o caminho para construir uma marca de autocarros independente chinesa de classe mundial com “Anxin Bus”, irá estabelecer um modelo de indústria e, por fim, irá liderar as viagens futuras. ▪


» SUSTAINABLE URBAN MOBILITY

ANKAI MISSION: LEAD THE FUTURE TRAVELS Present in more than 50 countries, Anhui Ankai Automobile is a consolidated company in China for the production of buses and auto parts. It is a leading brand and a reference when it comes to its products but the ambition does not stop there: conquering the European market is your next step. It is confirmed by Emmanuel Kabungulu and Maria Rocha, both responsible for the brand in Europe. Know more.

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nhui Ankai Automobile is a Chinese brand specialized in the production of several high standard buses and chassis. With over 3000 employees and an annual production of 15000 buses, it is one of the three largest manufacturers in the country. How can you describe the evolution of the company over the years to become a reference in the market? Anhui Ankai is the leader and benchmark of luxury bus in China. In 1993, the first Ankai luxury bus was put into operation in Chengdu-Chongqing Expressway, filling the gap of domestic luxury bus market and creating a new era of China’s road passenger transport.Ankai company relying on full load-bearing body manufacturing technology, take the lead in cooperating with world famous first-class universities and parts enterprises, successfully developed a series of pure electric and hybrid electric passenger cars, and the new fuel electric passenger vehicle system integration technology leading domestic, motor, electric control, with independent intellectual property rights wheel motor drive axle manufacturing technology.At present, Ankai Bus has the most complete new energy bus product line in China, the largest number of cities where new energy customers operate and the highest single-vehicle mileage of pure electric buses in China.

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The company is geared towards technologically advanced and autonomous electric and CNG vehicles. Can we affirm that the innovation of automobile technology on which the brand bets daily is allied to the quality and differentiation of what they produce? In what way? Ankai and Germany’s Siemens, the university of California, China university of science and technology, Shanghai jiaotong university and other more property institutions long-term deep cooperation, cooperation projects involving hybrid system, electronic control system, drive motor research and other fields, to ensure that ankai bus technology development of sync with the world all the time, with the tide. In a world where sustainability has become a priority, Anhui Ankai Automobile carries out its work in the same way in the face of what is today a worldwide cause. As far as electric vehicles are concerned, do you consider their introduction to the market to have been an affordable process? What was the impact on the target audience? Ankai has the National Electric Bus System Integration Engineering and Technology Research Center, the National Enterprise Technology Center, and the National Postdoctoral Research

Workstation, bringing together the scientific elites from various fields to carry out the enterprise technological innovation and product research and development.Company to increase investment in the field of new energy vehicles, has the domestic leading the drive system of laboratory, power battery lab, electronic control system laboratory, laboratory, vehicle research and development and performance parts performance and so on six big LABS, have a new energy vehicle and system integration, electronic control and drive systems, power battery components such as testing, validation and development capabilities.

Maria Rocha and Emmanuel Kabungulu Business partners

“Ankai develops products suitable for all kinds of customers worldwide. With excellent product quality and the concept of “Respect the guest operating”, our products have been exported to more than 50 developed countries and regions such as the United Kingdom, Dubai, Saudi Arabia, South America, and others, and won a good brand reputation worldwide”

As a pilot, innovative and intellectual property-friendly company, what was the procedure in the research and production of the technologically developed vehicles? Two research and development methods: 1. Active research and development: research the market, develop suitable products according to the market demand and actively put into the market. 2. Passive research and development: according to customer needs, the development of customer needs of the product. Production process: product development design - put into production - welding - coating - final assembly - vehicle test-put into test. With an excellent product quality, Anhui Ankai Automobile is governed by the concept “Respect for the Customer” which led them to the consolidation of the brand in the market. Therefore, today, being a reference in the Asian continent and already making great strides in South America and the Middle East, the goal is to definitely expand also in the European market. Do you believe that these innovative products will be revolutionary in the face of competition? What remains to be done to cement this purpose? Ankai develops products suitable for all kinds of customers worldwide. With excellent product quality and the concept of “Respect the guest operating”, our products have been exported to more than 50 developed countries and regions such as the United Kingdom, Dubai, Saudi Arabia, South America, and others, and won a good brand reputation worldwide.In the future, we will continue to strive to develop more high-quality products for customers, and strive to make up for our own shortcomings, so that Ankai brand influence in Europe to a higher level. In Europe, they want to produce at low cost and dominate the market. How do you intend to make a difference in this respect?


In the future, we will try our best to control the cost of the vehicle body, battery, motor and electric control without affecting the performance and quality of the vehicle.We have developed cost-effective products suitable for the European market.

The next step… The year 2021 is for many, a year of new beginnings and for many others it is an ideal time to continue the success achieved. For Anhui Ankai Automobile it is mainly of enthusiasm since it will be presented in Europe by the Official Distributor GIFTUR Group International (www.gifturgroup.com), with the goal of the minimum delivery of around 1500 one hundred percent electric buses, in an initial project of three years. As stated, Anhui Ankai Automobile will take another step towards achieving what it aspires to - lead future travel. Maria Rocha, CEO of GIFTUR, the International Leader Group in the trade of public and tourist transport vehicles, reinforces that this alliance will be the first big step towards the quality of urban life and sustainable urban mobility in European cities. With a pioneering project for the management of ecological fleets and alongside ANKAI buses and mini buses, the Group GIFTUR will invest heavily in expanding the fleet of electric tourist trains and other new vehicles for personal and public use. ▪

17 Fevereiro 2021

MARIA ROCHA AND HER DOTTO TRAINS

Anhui Ankai Automobile is one of the most complete companies in the sector. It is therefore important to keep up with new market trends on a daily basis. In this year that has just started, what news can you tell us? What will be the next step in the chronology of success? In the New Year, Ankai Bus will step forward with high quality development, accelerate to build a world-class Chinese independent bus brand with “Anxin Bus”, set up an industry model, and lead the future travel. ▪


» RENTING – MOBILIDADE EM PORTUGAL

“A Leasys está fortemente comprometida na implementação da mobilidade sustentável” O futuro da mobilidade sustentável é traduzido pela Leasys – um player de excelência que nasceu em dezembro de 2020 com o propósito de fornecer soluções inovadoras totalmente dedicadas à mobilidade. É com esse foco que Bruno Lourenço, Country Manager da Leasys Portugal, nos elucida acerca dos principais desafios do Renting Automóvel em Portugal, bem como as suas mais-valias para empresas e particulares.

L BRUNO LOURENÇO

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íder em mobilidade 360º, a Leasys assume-se como um player de enorme relevo no domínio de soluções inovadoras de mobilidade, tendo anunciado recentemente a sua entrada no mercado luso. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, quais são os grandes desideratos e desafios da marca com esta entrada em território português? A Leasys Portugal iniciou a sua atividade em Dezembro de 2020. Estamos presentes também em Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Polónia, Dinamarca e em Itália onde somos líderes de mercado com uma quota em 2020 de 21,5%, cerca de 45.500 viaturas matriculadas. Fazemos parte do FCA Bank Group, à semelhança da FCA CAPITAL, focada no financiamento que opera já em Portugal. Através da LEASYS Portugal e da FCA CAPITAL, disponibilizamos aos nossos clientes soluções de mobilidade a 360º, utilização ou financiamento. A nossa missão é clara, disponibilizar soluções de mobilidade “de uma hora a uma vida inteira”. De que forma é que pretendem revolucionar o mercado luso no domínio do renting e nos conceitos da mobilidade em Portugal? A Leasys tem desenvolvido soluções, particularmente em Itália, cada vez mais inovadoras, desde o “classico” aluguer de curta/média/ou longa duração, o car sharing peer-to-peer by U Go, ou o pay per use do produto “Leasys Miles”. Temos também implementado soluções baseadas em subscrição tais como o CarCloud e o My Dream Garage. Naturalmente, este tipo de soluções será disponibilizado no nosso mercado assim que for oportuno. No âmbito da vossa orgânica, da mobilidade, de que forma é que a inovação e a revolução digital são duas das vossas principais caraterísticas? Iniciámos a atividade com o renting de longa duração, estamos focados no imediato em disponibilizar soluções de mobilidade acessíveis e com uma oferta de serviços flexível e adaptada às necessidades de cada cliente. Somos orientados para a inovação e digitalização. Um exemplo recente é a ação “digital days”, na qual a FCA Capital e a Leasys disponibilizam em alguns mercados ofertas online exclusivas, de financiamento e renting. Outro exemplo é o lançamento do portal pan-Europeu direccionado ao aluguer de curta e média duração, disponibilizando o booking Online em numerosos países. Prevemos, acompanhando a tendência da adoção da uti-


lização vs aquisição, disponibilizar em Portugal, ao longo do tempo as soluções de mobilidade LEASYS já implementadas noutros mercados, que elenquei anteriormente.

No âmbito do Renting Automóvel esse desígnio também se impõe, obrigando os players do setor a promover iniciativas e mais-valias em prol do consumidor. Desta forma, e na sua opinião, é legítimo constatar que o Renting Automóvel é a melhor solução para as empresas e também para particulares? Porquê? Para as empresas as vantagens são sobejamente conhecidas, os gestores de frota têm como objectivo a optimização dos custos e a redução dos tempos de imobilização. Há também o foco na satisfação das equipas através da disponibilização de viaturas atrativas. Nos particulares, as vantagens são também claras. Vejamos da perspetiva económica e de serviços. Do ponto de vista económico o cliente conhece um valor fixo, pré determinado e transparente desde o início. Não necessita de se descapitalizar com uma entrada inicial e a questão da desvalorização do automóvel deixa de ser uma preocupação, dado que o valor da viatura no final do contrato é assumido desde o 1º dia de contrato pela LEASYS. Quanto aos serviços, o cliente selecciona exactamente o que necessita para o seu caso específico, manutenções, seguros, quilometragem e duração específica entre outros, a

LEASYS disponibiliza todos estes serviços. Quais são as maiores vantagens de optar pelo Renting Automóvel ao invés de investir num Crédito Automóvel? O foco do Renting é dar ao cliente uma solução integrada. Trata-se de um serviço “taylor made” com a inclusão de serviços, quilómetros e prazo pretendidos, com todos os serviços que específicamente necessita, inclui “algo tão simples mas tão conveniente” como a marcação de uma revisão e disponibilização de uma viatura de substituição. O custo mensal é conhecido desde o início, não há surpresas. Do Renting regular ao Car Sharing peer to peer, dos automóveis elétricos aos Usados, a Leasys é pioneira no mais novo conceito de mobilidade: fluído, integrado e global. De entre estes diversos setores, existe algum que tenha uma preponderância superior na vossa orgânica? A Leasys está fortemente comprometida na implementação da mobilidade sustentável, sabemos que este é um foco dos consumidores. Em Portugal estamos a fazê-lo desde o dia zero. Traduzimos este foco através da disponibilização de ofertas de mobilidade ao nível dos híbridos, plug in e eléctricos. É claramente uma das nossas prioridades. Tendo em conta o contexto atual em que vivemos, que desafios o setor enfrenta neste 2021 que acaba de começar? O Renting, não é imune ao impacto negativo do COVID-19, é extremamente raro encontrar um setor que o seja. Temos a experiência de 2020, sabemos que os principais impactos se deram ao nível da forte diminuição da procura no aluguer de curta duração e do adiar da troca de algumas frotas no Renting. A situação é volátil e pode sofrer rápidas alterações, para melhor, por vezes, temos de estar preparados para elas. Ao dia de hoje é difícil

prever um cenário diferente no primeiro trimestre, ou mesmo na primeira metade do ano de 2021, face a 2020. Cabe-nos estar preparados e apoiar os nossos clientes, disponibilizando soluções o mais rapidamente possível face às suas necessidades. Qual continuará a ser o papel da Leasys enquanto aliada dos consumidores e ao serviço dos condutores mais exigentes? O que trará este novo ano? Fomos ao longo desta conversa elencando alguns pontos que respondem a estas questões. Destaco aquelas que são na minha opinião chave.

O aumento de soluções, consequência imediata do lançamento em Portugal da Leasys. Passamos a disponibilizar aos nossos clientes soluções de mobilidade a 360º, sejam de utilização através da Leasys ou financiamento através da FCA Capital. Lançámos já, no 1º mês de atividade, campanhas com soluções de mobilidade acessíveis, disponibilizamos uma oferta de serviços flexível e adaptada às necessidades de cada cliente. Estamos focados na disponibilização de ofertas de mobilidade ao nível dos híbridos, plug in e elétricos. A mobilidade sustentável é claramente uma das nossas prioridades. ▪

19 Fevereiro 2021

Podemos afirmar com toda a clareza que o ano de 2020 foi complexo mundialmente, para vários setores – e pelas repercussões causadas na sociedade. Para a Leasys, qual foi o impacto da pandemia na dinâmica de trabalho? O que mudou? Ao nível da Leasys Portugal, não sei se poderei falar de mudança causada pela pandemia, explico porquê. A Leasys Portugal nasce em Dezembro de 2020, isto significa que tem o seu período de construção ao longo de 2020 sob as condições que todos conhecemos, nunca vivemos outra realidade. Diria que é uma demonstração clara de preparação, adaptabilidade e resiliência do Grupo, em particular da equipa face a cenários extremos, ao montar toda uma operação (processos, sistemas, recrutamentos, produtos, parcerias) em modo remoto e em situação de pandemia. Claramente reagimos de forma positiva. Naturalmente, de um ponto de vista global, a luta contra A COVID19 teve impactos, é incontornável.

“Iniciámos a atividade com o renting de longa duração, estamos focados no imediato em disponibilizar soluções de mobilidade acessíveis e com uma oferta de serviços flexível e adaptada às necessidades de cada cliente”


» Transportes e Logística - O desafio do Compromisso Tecnológico e da Inovação

“A Wtransnet quer continuar a ser a bolsa de cargas de referência para Portugal” De que forma é que é vital promover a ligação entre a Logística e a Inovação? Como é que este setor se adaptou às condicionantes da pandemia? Sobre esta matéria, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Veronica Rodriguez, Brand and Communications Manager Wtransnet, que nos revelou o atual panorama da logística em Portugal, a forma como a Wtransnet oferece às transportadoras uma ferramenta online eficiente e de qualidade, assumindo que no “Grupo Alpega sempre percebemos a tecnologia como um facilitador de colaborações e, portanto, estamos numa posição privilegiada para enfrentar a nova realidade”

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comunidade da Wtransnet possui mais de 11 mil empresas associadas na Península Ibérica, estando conetados eletronicamente para melhor coordenar os processos de transporte. Assim, todas as soluções da empresa permitem que os seus clientes e parceiros interajam diariamente. Para melhor entender, de que soluções estamos a falar? Quando a Wtransnet entrou no mercado em 1996, fê-lo com uma inovadora tecnologia capaz de associar cargas e camiões em tempo real, através da criação de uma plataforma pioneira que viria a permitir a colaboração entre empresas de transporte num ambiente de segurança e confiança. Com o passar do tempo, a Wtransnet converteu-se na bolsa de cargas líder na Península Ibérica. Uma posição privilegiada que foi recentemente alargada ao resto do continente, após a sua incorporação em 2018 no Grupo Alpega. Isso significou criar uma comunidade, com a Teleroute e 123Cargo, que está presente em 80 países e agrega 70.000 profissionais do transporte, disponibilizando diariamente mais de 200.000 ofertas de cargas e camiões. A Wtransnet oferece à transportadora uma ferramenta online para partilhar informações de empresas com rotas diárias para um destino e mostra-as a todos os seus associados para que, se algum deles estiver a trabalhar na rota inversa, possam entrar em contacto para a subcontratação das suas viagens. Tudo isto impulsionado com um sistema exclusivo de correspondências que calcula e associa em tempo real as ofertas de cargas e camiões existentes na bolsa, assim como o Motor de busca de associado mais completo e fiável do setor, WFinder, onde se recolhe informação detalhada e permanentemente atualizada de empresas de transporte e logística de toda a Europa. Sempre dentro de um ambiente seguro de trabalho, sendo a única bolsa de cargas do mercado, juntamente com a sua homóloga Teleroute, que proporciona Garantia de pagamento de forma instantânea antes de carregar o camião. Além disso, a Wtransnet conta com um Serviço de mediação eficiente que ajuda os clientes a cobrar as suas faturas, com uma taxa de sucesso de 95%. Também não nos podemos esquecer do nosso sistema QAP (Quality Assurance Policy), a partir do qual filtramos as empresas que querem

Veronica Rodriguez

“Na Wtransnet, queremos o mesmo que os nossos clientes: a maior eficiência no transporte através da otimização da gestão de frotas e capacidades. A Wtransnet quer continuar a ser a bolsa de cargas de referência para Portugal, um mercado estratégico que sabemos estar muito orientado para o âmbito internacional”

aceder à bolsa de cargas, além de realizar uma monitorização contínua do seu comportamento para que se ajuste às normas aceites no momento da contratação. E, evidentemente, um apoio ao cliente que funciona de forma séria e responsável: a cada novo registo é atribuído um gestor pessoal (Business Assistant) para assessorar a gestão da plataforma e a procura de oportunidades de negócio.

Como se encontra atualmente o setor da logística nos países em que a Wtransnet atua? 2020 despede-se com 4,5 milhões de ofertas de cargas tendo como origem e/ou destino a Península Ibérica registadas na plataforma, testemunhando a superação da crise do coronavírus e delineando perspetivas animadoras para 2021. A primeira metade do ano foi marcada pela pandemia e pela paralisação da atividade comercial, especialmente até à Semana Santa. A partir desse momento, as cargas começaram a estabilizar-se e, graças a uma excelente campanha de verão e ao último trimestre com melhores dados que em 2019, pode afirmar-se que 2020 se despediu com uma nota positiva. As ofertas de cargas para a exportação não deixaram de subir na última metade do ano, com um incremento ainda mais notável a partir de setembro. Assim, registaram-se quatro meses consecutivos com números acima dos registados no mesmo período do ano passado, 30% superiores. As ofertas de cargas para importação traçaram um caminho semelhante ao das exportações e, desde o seu ponto mais baixo no mês de maio, aumentaram até ao ponto de os números do último trimestre de 2020 se situarem próximos dos registados no mesmo período do ano anterior. Ao nível doméstico, as ofertas de cargas tendo como origem e destino a Península Ibérica, que correspondem a mais de metade do total de ofertas da bolsa de cargas da Wtransnet, também se afastaram dos números desanimadores do início do ano. Entramos em 2021 com dados que nos transmitem esperança, com um fluxo que se comportou de forma muito positiva na última fração do ano recentemente concluído. Em todo o caso, as perspetivas são boas para o transporte rodoviário de mercadorias. Nós, na Wtransnet, queremos o mesmo que os nossos clientes: a maior eficiência no transporte através da otimização da gestão de frotas e capacidades. A Wtransnet quer continuar a ser a bolsa de cargas de referência para Portugal, um mercado estratégico que sabemos estar muito orientado para o âmbito internacional. Para obter mais informações sobre a atividade da bolsa de cargas e camiões da Wtransnet, consulte o relatório completo aqui (https://pt.wtransnet.com/indicador-cargas)


membros na comunidade e oferecendo um acompanhamento intenso por parte do nosso serviço de apoio ao cliente com a finalidade de ajudar os nossos associados a tirar o máximo partido da nossa ferramenta. Tudo isto tendo como aliada a tecnologia, que sempre considerámos como um facilitador da cooperação. ▪

“Na Wtransnet, estamos a dar forma a essa colaboração, fornecendo soluções para tornar o transporte e a logística um sector mais eficiente e lucrativo. Também não podemos esquecer a redução das emissões. Os objectivos de Wtransnet a este respeito são claros: temos as melhores soluções e o nosso trabalho é integrá-las de forma perfeita”

21 Fevereiro 2021

Os principais players do setor são unânimes na identificação dos principais desafios que se colocam e que de alguma forma poderão continuar a marcar o seu futuro. Para a Alpega, quais têm sido esses desafios e de que se forma se pretendem colmatar? Acreditamos que o transporte ainda não é eficiente: viajam camiões em vazio nas nossas estradas e, se pudermos facilitar a comunicação e a interação entre carregadores e transportadores, haverá mais oportunidades. Na Wtransnet, estamos a dar forma a essa colaboração, fornecendo soluções para tornar o transporte e a logística um sector mais eficiente e lucrativo. Também não podemos esquecer a redução das emissões. Os objectivos de Wtransnet a este respeito são claros: temos as melhores soluções e o nosso trabalho é integrá-las de forma perfeita. Perante a crise, as empresas de transporte tiveram de oferecer uma maior capacidade de resposta. Plataformas como a Wtransnet permitem não só trabalhar com maior eficiência, como também antecipar-se ao futuro. Um papel que foi chave durante a pandemia provocada pelo coronavírus, contribuindo para que a Supply Chain fornecesse uma resposta rápida. A solução de Wtransnet é muito simples: criámos uma rede de colaboração de transporte na Europa, em que partilhamos informações online de empresas que têm percursos diários para um destino e apresentámo-las a outras empresas que, se estiverem a trabalhar no percurso inverso, podem ser contactadas para otimizar as respetivas viagens. O acesso em tempo real a estas informações permite tomar melhores decisões e contar com alternativas para a contratação. Durante estes meses, e assim continuaremos no futuro, apostámos no fortalecimento da colaboração, promovendo a entrada de novos

Certo é, a Alpega utiliza como metodologia de trabalho a inovação. Podemos afirmar que a eficácia dos serviços já abordados, vai ao encontro desta constante procura na evolução tecnológica? No âmbito de compromisso tecnológico, o que podemos esperar da Alpega em 2021? Cenários de crise como o atual devem servir para aprender e propor alternativas ao que se estava a fazer até então. Também demonstram a necessidade de uma maior digitalização do setor e de continuar a avançar em soluções de colaboração como aquelas oferecidas pela nossa bolsa de cargas. O futuro reserva uma tecnologia capaz de comunicar entre si, integrada para facilitar ao utilizador a respetiva adoção e utilização. Assim, estamos convictos de que as bolsas de cargas estarão cada vez mais vinculadas aos Sistemas de Gestão de Transportes (TMS). O Big Data será capaz de prever as tendências do mercado a curto prazo, com base na utilização da nossa plataforma, permitindo às empresa de transporte prever a respetiva capacidade e a necessidade de subcontratação de prestadores de serviços. Tudo o que está relacionado com a interação pessoal e as relações laborais assumirá um cariz assumidamente digital, devendo adaptar-se na íntegra a todas as vertentes desta nova mudança, situação em que a Wtransnet se baseia há anos, com uma plataforma perfeitamente ajustada às solicitações impostas pelo mundo pós-Covid. Enquanto Grupo Alpega sempre percebemos a tecnologia como um facilitador de colaborações e, portanto, estamos numa posição privilegiada para enfrentar a nova realidade. Em 2021, continuaremos a ouvir as necessidades do mercado como sempre e propomos uma ferramenta inteligente que nos permite continuar a trabalhar e colaborar com maior eficiência neste novo cenário. ▪


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SoftFinança

30 anos a gerar valor aos clientes Ao longo do caminho já percorrido e de acordo com os valores corporativos há muito consolidados, a SoftFinança desenvolve soluções tecnológicas de transformação digital adequadas a cada cliente. Luís Teodoro, Administrador da empresa contou à Revista Pontos de Vista aqueles que têm vindo a ser os fatores-chave para o contínuo sucesso e reconhecimento. Conheça-os. gua portuguesa e também na europa, onde continuamos a estar presentes e apresentar as nossas soluções, tendo clientes locais e de origem nas instituições portuguesas. Mais recentemente, e porque a experiência de internacionalização está a correr bem, olhamos para novas oportunidades de continuar a crescer e estabelecemos uma operação em Dakar, no Senegal, com o objetivo de chegarmos aos países da comunidade francófona de África.

LUÍS TEODORO

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esde 1990 que a SoftFinança mantém a sua visão em consolidar parcerias com os clientes assentes na experiência e know-how em projetos de engenharia de soluções na área das tecnologias de informação nos diferentes setores de atividade onde atuam. Primeiramente, interessa compreender de que forma é que, ao longo dos 30 anos de história, se tornaram uma referência em todos os mercados em que estão presentes. Quais têm sido os fatores-chave para excelência da empresa? A SoftFinança foi constituída para desenvolver as primeiras soluções de ATM em Portugal, tendo estado presente no inicio da generalidade das soluções que se vieram a implementar no mercado português. Esta focalização numa área muito especifica, em que começamos a operar no desenvolvimento de soluções de self-service para os bancos servirem os seus clientes aumentando a sua satisfação e disponibilidade, acabou por marcar o rumo da nossa vida, tendo nos especializado em soluções que estão entre o Core e o Cliente – soluções Self-service, banca telefónica e IVR, aplicações de gestão de balcão, soluções de internet banking para particulares e empresas,

e mais recentemente, Mobile Banking e Mobile Payments. Há uma clara especialização em Soluções aplicacionais, inicialmente como projetos e mais recentemente como produtos, sempre pensadas para servir nas diferentes opções de hardwares que cada cliente escolhe, o que lhes confere uma versatilidade e longevidade das soluções que propomos. Uma das várias estratégias da SoftFinança é a sua internacionalização. Assim, é contínua a procura de oportunidades em novos mercados, com especial enfoque nos países de língua oficial portuguesa e comunidade francófona. Qual o motivo para olharem mais atentamente para a lusofonia como os mercados eleitos para a expansão da empresa? O mercado nacional é naturalmente limitado pela sua dimensão, mas é um dos mercados mais dinâmicos e inovadores, pelo que acabamos por desenvolver um conjunto de produtos e competências que são sempre aplicáveis noutros mercados. Acompanhámos os nossos Clientes na sua internacionalização natural nos países da CPLP, suportando soluções nos vários países de lín-

Sendo uma empresa com conhecimento de negócio e de tecnologia, a SoftFinança está focada no resultado de entrega de valor com base nas soluções que oferecem. De que forma encontram o equilíbrio correto para integração dos serviços da empresa, tendo em conta a informação que recebem dos clientes e das suas diferentes culturas? Quais são os principais produtos que disponibilizam e que valor aportam aos mais diversos negócios? A indústria do IT é muito inovadora e dinâmica, o que nos obriga a estar sempre a evoluir por forma a podermos continuar a satisfazer os requisitos dos nossos clientes. Num contexto em que a transformação digital se está a generalizar e todos os setores de atividade vivem hoje esse desafio, a oferta de soluções resultantes de uma sistematização de know-how nesta área aplicada ao longo de 30 anos gera uma conforto aos novos clientes que olham para as nossas soluções como forma de também eles satisfazerem estes desafios. Por outro lado, todas as nossas soluções são orientadas a uma experiência de utilização que surpreenda o Cliente, o que aumenta o sucesso da nossa oferta, em especial em setores de atividade que se confrontam agora com a necessidade de oferecer soluções mais orientadas ao Cliente, que é também um utilizador cada vez mais sofisticado e exigente. Com estas preocupações que sempre marcaram as nossas ofertas, e por outro lado pelo longo caminho que já percorremos com os nossos Clientes, gera-se um sentimento de confiança e parceria, que são também uma característica da nossa forma de estar. Vivemos num ambiente em rápida e constante mutação, sendo fundamental que as organizações sintam uma necessidade efetiva de estar a par daquelas que são as últimas tendências. Sabemos que no caso da SoftFinança, a inovação é um ponto assente na metodologia dos seus serviços – algo que melhora a posição da empresa na cadeira de


o digital ganharia com o tempo? Sem duvida que o SEGG, tal como outras soluções da SoftFinança o foram no seu tempo, representa a satisfazer os requisitos uma forte inovação orienAo confirmar dos nossos clientes” tada para o tipo de relacioas diversas altenamento que se começava rações que a soa antever, mas muito longe da ciedade está sujeita, aplicabilidade massiva que tem aquela que vivemos nos dias de hoje. atualmente é uma prova É uma solução que se mantem inovadora legítima de tal realidade. A ao longo destas mudança de contextos e que pandemia veio mudar efetivamente as respondeu às necessidades de acolher e encarotinas de pessoas, empresas e organizações, minhar os clientes das organizações em conestabelecendo novas regras, conhecidas hoje textos tão diferentes, ainda que alguns aspetos como “o novo normal”. Para a SoftFinança, quais desta nova normalidade não fossem sequer foram os principais desafios que se instalaram? equacionáveis. Na nossa atividade o teletrabalho já existia e Mas a necessidade de dotar as organizações a gestão remota já fazia parte do nosso quotide soluções que sustentem as alterações de diano. processos decorrentes de uma transformação Acho que o grande desafio hoje é como mandigital, em que o SEGG é claramente uma destemos o espirito corporativo, a dinâmica social tas componentes, sempre uma convicção da interna que nos caracteriza, e todas as interaSoftFinança, razão pela qual sempre dedicamos ções de caracter mais institucional ou pessoal muita atenção à evolução da solução em espeque surgem espontaneamente no nosso dia a cial na adoção de novos formatos de relacionadia e que são características da nossa cultura, mento com o cliente, sendo o mais abrangente fazem parte do ADN da SoftFinança. possível, e dessa forma proporcionando uma Encontrar um novo equilíbrio que nos permita estratégia o mais inclusiva possível nesta transmanter a nossa forma de ser é algo que todos formação digital. estamos a descobrir todos os dias, mas conscientes que estamos numa mudança em que já O SEGG é versátil e funcional em diversos é claro que não voltaremos ao passado. setores, como turismo, saúde, retalho, entre Temos que olhar para estas mudanças como outros, evoluindo a cada projeto para a plauma oportunidade e não apenas como uma taforma de relacionamento digital que é hoje. fatalidade, e apesar de todo o impacto que está No que consiste exatamente esta solução e a gerar em Todos, temos que tentar encontrar que vantagens traz ao negócios das empreaspetos positivos, que também os há, como sas, neste contexto complexo e incerto? por exemplo a solidariedade e a disponibilidaO SEGG é bastante versátil, está desenvolvido de para nos ajudarmos que agora é muito mais para ser implementado em diferentes tipos de valorizada do que há um ano. É mais um desafio atividades, em organizações com dimensões que teremos que vencer, esforçando-nos muito muitos diferentes e níveis de digitalização dos para minimizar os impactos negativos. seus processos diferentes. A Solução SEGG consiste num sistema de Apesar de todas as adversidades, há cerca de comunicação digital e de acolhimento e encadez anos a SoftFinança criou O SEGG – uma minhamento dos clientes. As componentes de gama de soluções digitais, que nasce já com gestão de atendimento, com senhas em papel o objetivo de apoiar a transformação digital ou no telemóvel, ou com o simples registo de dos seus clientes, complementando a tradique o cliente já está a chegar as nossas instalacional relação física. Sem saber, estava já a ções, iniciam todo um processo de acolhimencriar uma solução para este momento que to e encaminhamento do cliente no espaço da atravessamos – aquele que nos obriga, enorganização, de forma a proporcionar a melhor quanto comunidade, a optar pelo distanciaexperiência possível independentemente do mento social. Acredita que foi uma ideia fututeor do tipo de contacto. rista, ou seja, já a pensar na importância que

Durante toda a permanência na organização o Cliente encontra diferentes dispositivos digitais que lhe fornecem informação – Os Corporate TVs , ou que lhe permitem interagir através de varias plataformas de Self-Service ( um Tablet, um Kiosk ou uma Montra Digital que interage com a nossa solução Mobile ). As Monstras digitais de grande formato e sancas luminosas permitem-nos prestar toda a informação à distância, despertando o interesse e informando o Cliente. Toda a solução tem uma plataforma única e integrada de gestão, que nos permite disponibilizar conteúdos em diferentes formatos, estáticos ou dinâmicos, com vídeo em diferentes resoluções, adaptados a cada um dos meios de que dispomos, oferecendo a flexibilidade de poder ir acrescentando canais de comunicação de diferentes tipos, sempre integrados na mesma solução. Para a organização é muito importante para além da disponibilização dos conteúdos, poder obter métricas de satisfação dos seus Clientes assim como as performances do serviço que está a prestar, pelo que a componente de gestão da solução, também integrada no SEGG fazem desta solução uma ferramenta muito potente para ajudar as organizações a evoluírem nesta adoção de novos processos que nos levam à transformação digital Em conclusão, a SoftFinança está mais do que capacitada para ultrapassar qualquer obstáculo que se imponha? Todos os dias trabalhamos para procurar ter esta capacidade. Gostaria por fim, de deixar uma mensagem a todos os clientes, parceiros e amigos que contribuem diariamente para o sucesso da SoftFinança desde 1990? 30 anos de percurso é uma caminho já cheio de desafios e experiências que nos enchem de Orgulho pelo legado que fomos construindo ao longo deste percurso, que tem sido marcado pela capacidade de organizar uma Equipa de Colaboradores que tem se empenhado na dedicação e entrega de tudo o que fazemos, e na confiança e reconhecimento por parte dos nossos Clientes que connosco têm feito parte deste caminho. Reconhecidos, só podemos desejar continuar a poder superar as expectativas de Todos. Só desta forma poderemos continuar a projetar o nosso futuro assente nos valores que sempre nos reconheceram. ▪

23 Fevereiro 2021

valor, permitindo o forte crescimento que temos assistido. Podemos portanto afirmar que a evolução tecnológica é o braço direito do rigor e da qualidade que habitualmente entregam aos projetos? Como procuram inovar diariamente? Efetivamente inovar é para nós uma necessidade como forma de continuarmos a responder aos desafios dos nossos clientes. Mas esta inovação tecnológica, para alem do que comporta em si, nas nossas ofertas tem que estar sempre orientada ao sucesso do cliente, aportando um valor que gere a diferença nas nossas Soluções. O compromisso de integrar a inovação nos modelos de negócio dos nossos clien“A indústria tes, promovendo do IT é muito uma dinâmica inovadora e dinâmica, de evolução é o que nos obriga a estar uma preocupação que marca sempre a evoluir por forma a nossa oferta. a podermos continuar


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“O sucesso da STILL é, sem dúvida, gerado pelos nossos clientes”

FOTO: Rodrigo Cabrita

Integridade, colaboração, coragem e excelência são os valores pela qual a STILL – líder no fornecimento de empilhadores, porta paletes, tratores e sistemas de Intralogística – se rege há 100 anos. Para Frederico Alves, Managing Director STILL Portugal, a cronologia de sucesso muito diz respeito à competência elétrica da empresa e não só. Conheça todos os detalhes.

FREDERICO ALVES

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om cerca de 8900 colaboradores, seis fábricas de produção, 14 filiais na Alemanha, 21 empresas subsidiárias no estrangeiro e uma rede composta por 240 concessionários em todo o mundo, a STILL está ativa com sucesso à escala mundial. Com uma base sólida criada desde 1920, como nos pode descrever os fatores-chave na história da empresa, nomeadamente em Portugal, até aos dias de hoje? Ao que se deve todo o sucesso? Durante 100 anos, o sucesso dos nossos clientes tem sido o motor das nossas atividades. Compreender as suas necessidades individuais e satisfazê-las com ideias versáteis e inovadoras é o nosso impulso. O nosso foco é desenvolver e implementar soluções Intralogísticas personalizadas, com um valor adicional que vai para além da soma das suas partes. Há 25 anos, o modelo de negócio da STILL era vender equipamentos e serviços de assistência. Era um modelo mais simples, sendo atualmente mais integrado e complexo. Qualquer parceiro de negócio procura mais que uma alternativa, e espera que do outro lado existam soluções disruptivas da realidade que tem estado presente até à data. As organizações têm de ter, cada vez mais, a capacidade de se adaptarem e de reagirem mais rápido à evolução dos mercados. Citando Charles Darwin: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Sobrevive o que está mais disposto à mudança.”. O grande desafio para a STILL, é dotar as suas organizações de uma visão holística do modelo de negócio dos nossos clientes, por forma a apresen-

tar sempre, os melhor serviços e soluções possíveis. Tudo isto, suportado por um contínuo crescimento sustentado da organização, mantendo uma atitude resiliente que permita ultrapassar as dificuldades que os tempos modernos nos trazem. O sucesso da STILL é, sem dúvida, gerado pelos nossos clientes. Este propósito passa, de uma forma muito concreta, por todos os colaboradores da STILL que trabalham diariamente com o objetivo de garantir que os resultados são alcançados. Integridade, Colaboração, Coragem e Excelência são os valores corporativos que nos movem. Com a mais elevada qualidade, confiabilidade e tecnologia inovadora, a STILL responde desde sempre, às exigências de pequenas, médias e grandes empresas. Fale-nos um pouco das soluções completas individualizadas que a empresa tem para oferecer e que correspondem a estes requisitos e dos programas de logística informatizados para uma gestão eficaz do armazém e do fluxo de materiais. Existe neste momento uma forte procura por digitalização, automatização e conectividade. Como disse Dieter Zetsche, ex-CEO da Daimler: “Os automóveis não são tudo”. Esta é também a nossa visão e o nosso objetivo a curto prazo, ou seja, oferecer serviços e soluções que vão para além do simples equipamento. As características técnicas e a performance, enquanto equipamentos, são sem dúvida importantes e em alguns casos, ainda diferenciadores. Onde estas não desempenham um fator decisivo, temos de oferecer soluções que tragam benefícios concretos.

Um exemplo é o STILL neXXt Fleet. Trata-se de uma plataforma digital que permite aos nossos clientes controlar os dados das suas frotas, e transformá-los em análise de todos os custos associados na procura da melhor eficiência e rentabilidade. Tudo com total transparência. Sistemas de segurança ativa e passiva permitem melhorar a segurança das operações, reduzindo acidentes e maximizando a produtividade. O setor da automatização tem vindo a registar uma procura crescente, com as empresas a solicitarem modelos que lhes permitam reduzir a complexidade das suas operações, libertando recursos essenciais para as suas atividades core. Resumidamente, a nossa estratégia global passa por perguntar: como podemos desenvolver modelos de negócios adaptados às necessidades específicas dos nossos clientes? Num mundo em constante mudança, interessa que as pessoas, empresas e organizações se destaquem de forma a acompanharem as normais evoluções a que a sociedade está sujeita. Um ponto assente na STILL é a dinâmica na inovação e criatividade diária nos seus produtos e serviços. Aqui, podemos afirmar que a qualidade está aliada à inovação tecnológica? Sem dúvida. A qualidade nos produtos que desenvolvemos, é fundamental para asseguramos a continuidade das parcerias comerciais que estabelecemos ao longo dos anos, e com isso a sustentabilidade das organizações. Por isso, prestamos atenção a todos os detalhes, e lançamos produtos com elevado grau de confiabilidade.


Além disso, são o número um sempre que a redução do ruído e a ausência de poluição dos gases do escape são uma prioridade. Quão importante foi para a STILL começar a produzir empilhadores elétricos? Acredita que são o futuro da mobilidade dos mesmos? E no que à durabilidade das baterias diz respeito, particularmente do novo modelo? A competência elétrica é a pedra angular da história de 100 anos de sucesso da STILL. Desde os geradores móveis de energia, passando por empilhadores elétricos inovadores do pós-guerra até ao primeiro empilhador elétrico mais produtivo do que os empilhadores térmicos comparáveis, a STILL sempre criou histórias eletrizantes. Um olhar sobre o génio e inventor Hans Still mostra que valores e estratégias se tornaram fatores-chave desde 1920. Hans Still combinou proveitosamente os dois fatores “eletrificação” e “mobilidade”. O fundador da empresa reconheceu a crescente procura de fornecimento de eletricidade móvel, e com um elevado espírito empreendedor e pioneiro criou o gerador compacto de fácil utilização, que trouxe energia elétrica para onde era necessária. No contexto da omnipresente falta de combustível nos anos do pós-guerra, Hans Still começou a desenvolver transportadores elétricos em julho de 1945. Em 1946, apresentou o carro elétrico EK 2000, robusto, manobrável e independente dos caros combustíveis fósseis. Este veí-

culo marcou o início do percurso da STILL para se tornar um fabricante de equipamentos industriais. Até meados dos anos 50, os empilhadores eram praticamente desconhecidos na Europa. O mercado europeu de empilhadores, recebeu os primeiros impulsos em 1946, quando as forças de ocupação americanas venderam empilhadores do stock do exército a empresas alemãs. A STILL rapidamente reconheceu a necessidade de equipamento de transporte que pudesse não só rebocar, mas também levantar. Assim, foi lançado em 1949, o EGS 1000, o primeiro empilhador da STILL. Em 1977, a STILL agrupou muitas das inovações até então alcançadas na série de empilhadores elétricos R 50, que se tornou no empilhador de três rodas mais vendido na sua classe. Sem dúvida que a e-mobility é um dos assuntos que mais estão na ordem do dia. Da mesma forma que esta tendência interage nas nossas vidas privadas, onde cada vez mais se procura o caminho da sustentabilidade energética e a salvaguarda do meio ambiente em prol das gerações futuras, também a STILL está totalmente focada no desenvolvimento de soluções energéticas mais sustentáveis. Todos os nossos equipamentos estão não só preparados para a utilização do sistema convencional de baterias, mas também preparados para as mais recentes tecnologias como as baterias de Li-ION. A STILL sempre foi pioneira na e-mobility. Os nossos empilhadores elétricos atraem o mercado, e a tecnologia de iões de lítio STILL sustenta a nossa afirmação. Esta tecnologia oferece uma solução global perfeitamente harmonizada, incluindo o equipamento, a bateria de iões de lítio e o carregador. Todo

o sistema comunica como um todo, garantido sempre, que apenas é consumida a energia indispensável para a realização da operação. Desta forma, conseguimos garantir a maior eficiência energética possível, minimizando todos os ciclos de carga não necessários. Tendo uma vontade insaciável para inovação, quão impactante se tornou a pandemia que vivemos atualmente na metodologia de trabalho da empresa? Podemos afirmar que tal não foi impedimento para a criatividade? Definitivamente, a atual situação pandémica veio alterar o dia a dia da STILL, tal como o conhecíamos até então. De um momento para outro, ficámos sujeitos às medidas de confinamento. Não só tivemos de reinventar todos os nossos processos e formas de interagir, mas fomos também capazes de solucionar de forma bastante criativa alguns constrangimentos que foram surgindo. Esta criatividade, levou-nos a simplificar de forma acentuada muitos processos que tínhamos dado como certos. Tal resultou de forma tão positiva, que desde março passado, mantemos grande parte do nosso staff em regime de Smartwork (teletrabalho), sem qualquer perda de produtividade. No entanto, não foi possível de manter toda a equipa confinada. Estabelecemos prioridades muito concretas na resolução dos problemas nos equipamentos dos nossos clientes. No meio de uma crise sanitária sem precedentes, foi absolutamente prio-ritário manter todas as cadeias de abastecimento em funcionamento, para que nada pudesse faltar às populações. Tivemos de lidar com planos de contingência muito rigorosos e implementar os nossos, num processo de melhoria contínua. O que se notou de forma muito impactante, foi como todos se adaptaram a esta nova realidade, mostrando enorme espírito de equipa e elevada resiliência. Neste ano tão atípico, o mais expectável seria uma quebra nos resultados operacionais, mas esta união entre todos culminou no melhor ano de sempre da STILL. Para este 2021 que acaba de começar, que outro projeto tem já em mente? Será lançado algum novo serviço ou produto igualmente inovador e sustentável? Os últimos anos têm sido plenos de novos lançamentos e evoluções no mercado. O ano de 2021 não será exceção, e teremos a oportunidade de lançar novas soluções na área da digitalização e conectividade. Mantemos o foco na automatização e sustentabilidade. ▪

25 Fevereiro 2021

FOTO: STILL GmbH

customizáveis. Pode ainda ser conectado, ao STILL Fleet Manager para controlo de acesso e avaliação do empilhador ou dos dados de operação, ou ao neXXt Fleet para um controlo inteligente e eficiente da frota.

FOTO: STILL GmbH

Assegura que os empilhadores elétricos da STILL são altamente fiáveis, resistentes e muito económicos. Recentemente, apresentou o novo modelo empilhador elétrico da família RX – e já o eleito dos clientes. Que vantagens tem este novo equipamento? O novo RX 60 é um empilhador completamente novo. Não se trata de um facelift, já que a anterior geração estava no mercado há mais de 13 anos. Estes novos empilhadores são baseados em 3 pilares fundamentais: Eficiência, Ergonomia e Segurança. Estes têm sido as principais prioridades da STILL, tal como o compromisso com o meio ambiente. Cerca de 95% dos componentes são recicláveis e associados a uma forte eficiência energética, resultando num forte compromisso para um mundo mais sustentável. Sempre que lançamos um novo produto, temos uma grande preocupação que o mesmo seja o mais eficiente possível, sem nunca comprometer a ergonomia e a segurança de quem o opera. O RX60, vencedor do IFOY Award (premio para melhor empilhador do ano 2020), rapidamente se tornou numa referência no respetivo segmento. Tivemos a capacidade de lançar um equipamento que apresenta uma produtividade acima da média, sem comprometer a eficiência energética e o compromisso com o meio ambiente. Com uma aceleração recorde, e velocidade máxima de até 21 km/h, o RX60 apresenta um novo conceito no que respeita aos motores elétricos. Está equipado com dois motores, um sistema de refrigeração ativa e otimização de todos os circuitos elétricos, garantindo tempos de resposta curtos e potência máxima, com o mínimo de perdas energéticas possíveis. A tudo isto, soma-se mais dinamismo, maior desempenho de condução e manuseamento, disponibilidade, versatilidade. Por outro lado, o RX60 trouxe importantes melhorias ao nível do conforto e ergonomia do espaço do operador. A partir do banco do condutor, o operador tem uma visão completamente desobstruída do ambiente que o rodeia, através de uma cabine robusta com um painel de vidro adicional de série. Uma parte dianteira baixa e um posicionamento otimizado dos comandos e visores, permitem melhorar significativamente a visibilidade. Todas as informações são fornecidas numa linguagem neutra e facilmente compreensível, através do sistema de controlo STILL Easy, um display colorido e totalmente gráfico. As funções individuais do empilhador também podem ser ativadas através de comandos intuitivos e totalmente


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“O Polo trará muitas mais-valias pois será um centro de inovação, formação e conhecimento” Ao longo de 11 anos de excelência no mercado, a Crossjoin está hoje (bem) consolidada em Portugal e não só. Este crescimento conduziu à necessária criação do Polo Tecnológico que, segundo João Modesto, CEO da empresa, permitirá “uma maior capacidade de resposta aos desafios dos nossos clientes”. Contudo, não só o clientes aqui importam. Este novo espaço foi inspirado na identidade e necessidades dos colaboradores – os que contribuem diariamente para o sucesso efetivo da Crossjoin.

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undada em 2009, a Crossjoin é uma empresa de consultoria em tecnologia composta por uma equipa especializada e presente em diversos países. Com onze anos completados em dezembro de 2020, como nos pode descrever aquele que tem sido o percurso de excelência da empresa. Quais considera terem sido os marcos mais importantes para o sucesso da mesma? É um orgulho poder afirmar que a Crossjoin tem tido um percurso de sucesso ao longo destes 11 anos de existência, contando já com uma presença consolidada em Portugal e em diversos países. O facto de sermos pioneiros no mercado global em “IT-Control” e líderes na gestão de otimização de sistemas e manutenção dos mesmos permitiu que acrescentásse-

JOÃO MODESTO

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mos valor devido ao facto de estarmos muito avançados em termos de competências, tecnologias, ferramentas e procedimentos. Assim como uma ampla experiência e know-how nas áreas de Performance, Infraestrutura e Desenvolvimento reconhecida pelos nossos clientes. A Crossjoin tem inúmeras referências de sucesso na entrega de um serviço único com elevados padrões de resiliência, assegurando um perfeito alinhamento entre o negócio e o IT dos nossos clientes e parceiros. A nossa tração no mercado global e a nossa oferta em termos de excelência nos mais diversos setores juntamente com uma vasta rede de contatos, leva-nos a conquistar novos mercados com extrema facilidade. Temos, também, uma equipa de especialistas com um domínio em todas as tecnologias e ferramentas que nos permite responder aos desafios com sucesso. O modo como atuamos “Perform to Perfection” faz com que os nossos clientes saibam que somos resilientes, focados e que entregamos a solução e um serviço com perfeição e com elevados níveis de qualidade, competitividade e redução de custos. Apostamos bastante na formação dos nossos talentos e queremos contratar mais elementos para se juntarem à nossa equipa e aumentar a nossa resposta. Estes são alguns dos marcos que considero que têm contribuído para o nosso sucesso. Tendo como objetivo entregar soluções “out of the box”, a Crossjoin tem especialistas em otimização de sistemas de informação, desenvolvendo novas ferramentas com o objetivo de dar resposta às necessidades dos clientes. Para melhor entender, que soluções inovadoras e inteligentes estamos a falar? Estamos a falar de soluções e ferramentas recorrendo às tecnologias de Big Data e Machine Learning que nos permitirá ser ainda mais competitivos e eficientes. Um exemplo desta aposta é o nosso produto X-Viewer, criado 100% in-house. É uma solução altamente competitiva de monitorização das implementações de IT, adapta-se e desenvolve-se para responder aos desafios mais exigentes de cada empresa. Podemos afirmar que a eficácia das soluções Crossjoin estão diretamente ligadas à constante inovação? À constante inovação, aprendizagem e aposta nos nossos talentos. Quando falamos em inovação, não podemos deixar de falar das nossas pessoas, pois


implementar o remote work. Antes da covid19 já tínhamos lançado o programa Flex Place e Flex Time, no contexto do branding “We Create Time”. Promovemos uma organização Self Management com objetivos bem definidos e com uma equipa extremamente colaborativa. Desde o início da pandemia que ainda não voltámos aos escritórios e só o iremos fazer quando nos sentirmos seguros respeitando as regras da Direção-Geral de Saúde. O Polo trará muitas mais-valias pois será um centro de inovação, formação e conhecimento. Na conjuntura atual, será um espaço agradável e inspirador, onde os nossos Kenshis do IT convivem e podem realizar reuniões esporádicas que exigem trabalhos criativos de grupo com condições físicas que superam as conference calls. Somos uma empresa que valoriza bastante os nossos ativos e acreditamos que é importante convivermos para uma maior coesão de equipa e de identidade corporativa. Como CEO, orgulho-me de conhecer bastante bem toda a minha equipa e por isso acreditamos que devemos manter o contacto presencial.

O crescimento do negócio nacional e internacionalmente, levou a Crossjoin a marcar a década de existência com a abertura do novo Polo Tecnológico. Que novidades apresenta este novo local? O nosso crescimento levou, de facto, à criação deste Polo Tecnológico que permitirá uma maior capacidade de resposta aos desafios dos nossos clientes, aumentando a nossa equipa e reforçando os nossos quadros com as melhores competências na nossa área de atuação. Vamos disponibilizar mais recursos para responder aos desafios e projetos. É um espaço que foi inspirado na identidade da Crossjoin e nas necessidades dos nossos colaboradores. Ouvimos primeiro a nossa equipa, quisemos saber o que consideravam essencial neste novo espaço. Queremos proporcionar a melhor experiência aos nossos colaboradores, um espaço de harmonia, conforto e bem-estar. Para além de um espaço amplo, com excelentes equipamentos, uma decoração que transmi-

te a nossa identidade e os nossos valores, teremos em breve um espaço de relaxamento, sala de jogos e um anfiteatro. Optámos por materiais sustentáveis na arquitetura e construção do Polo, pois a diminuição da nossa pegada ecológica tem sido uma preocupação nossa e é um desafio que abraçamos para os próximos anos. Afirma que “o Polo transmitirá a identidade da Crossjoin e respirar-se-á tecnologia”. A quem se destina essencialmente? Destina-se aos nossos talentos da Academia e do nosso Centro de Competências nearshore. O nosso Polo vai assegurar e potenciar a excelência da nossa Academia, formando os nossos talentos para integrarem o nosso Centro de Competências que garante o total suporte na concretização dos mais diversos projetos. Sendo reconhecida e notoriamente recompensada pelo seu esforço, competência e mérito, a Crossjoin tem desde sempre um plano bem definido. Contudo, a pandemia da COVID-19 chegou sem avisar e com ela as mais diversas consequências. Assim, e sabendo que foi das primeiras empresas a promover o remote work, que mais-valias trará este novo Polo na conjuntura atual? É verdade, fomos das primeiras empresas a

Face à comemoração do 11º aniversário da Crossjoin, gostaria de deixar uma mensagem aos parceiros e amigos que contribuem diariamente para o êxito da empresa? Ano após anos temos vindo a crescer, somos reconhecidos como PME líder e PME Excelência, entrámos no ranking das 500 empresas de tecnologia de crescimento mais rápido da EMEA, e estamos presentes praticamente em todos os continentes. Estas conquistas devem-se à confiança e reconhecimento dos nossos parceiros e clientes e à dedicação dos nossos colaboradores. Um muito obrigado a todos que contribuem para que a Crossjoin possa fazer a diferença no dia a dia de todos nós, pois cada milissegundo conta para que a tecnologia melhore as nossas vidas. ▪

27 Fevereiro 2021

sem eles não há inovação. Temos apostado fortemente na nossa equipa e por isso criámos o nosso novo Polo Tecnológico. Um Polo de inovação que tem como objetivo disponibilizar as soluções mais inovadoras do mercado, fornecendo um conhecimento profundo sobre tecnologias e ferramentas mais recentes.

Que outros projetos tem já em mente para o ano que acaba de começar? Será lançado algum novo serviço ou produto igualmente inovador? Felizmente estamos a começar o ano com vários projetos nas nossas três áreas de atuação, a performance, infraestrutura e desenvolvimento. Prevemos um crescimento de negócio em Portugal, mas também a nível internacional. Vamos iniciar um projeto pela primeira vez no Panamá e por isso será um ano bastante promissor. Em 2021 continuaremos a apostar e a investir no nosso produto X-Viewer e na nossa Academia.


» Inovação – E-commerce

Shopopop Portugal AS ENTREGAS COLABORATIVAS ENTRE VIZINHOS CHEGARAM A PORTUGAL Sendo um modelo já desenvolvido na Europa, a Shopopop chegou a Portugal durante o primeiro confinamento de combate à pandemia. Pelas diversas vantagens que possui, a empresa foi reconhecida pelo Governo francês como “Serviço Nacional de Utilidade Pública”, face aos tempos que vivemos. João Sanches, Country Manager da empresa em território nacional, contou à Revista Pontos de Vista que o objetivo da mesma passa por tornar as entregas ao domicílio mais flexíveis, económicas e sustentáveis. Conheça mais sobre este serviço.

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undada em 2016 em França, a Shopopop é um serviço de entregas com modelo de crowdshipping delivery através de particulares. Este serviço pretende ir ao encontro das novas necessidades da sociedade? Com a Shopopop, os vizinhos entregam compras aos seus vizinhos. É um modelo já bastante desenvolvido na Europa e que chegou a Portugal numa fase em que os retalhistas estão a desenvolver o seu comércio online para responder à mudança de paradigma dos consumidores. Os nossos parceiros-alvo são supermercados, mercearias, floristas, garrafeiras e outras lojas de bairro que, através do nosso serviço, podem entregar em casa dos seus clientes, no próprio dia, num raio de 15 quilómetros.

A Shopopop Portugal torna as entregas ao domicílio mais flexíveis, económicas e sustentáveis, sem necessidade de investimentos estruturais. Assim, interessa compreender qual tem vindo a ser a dinâmica deste serviço. Que valor pretende acrescentar a quem o adquire? O nosso serviço permite que os parceiros evitem os custos associados à compra de veículos, combustível, contratação de recursos e outros. A implementação com as lojas é rápida, sem necessidade de integração tecnológica ou investimento inicial. Através de um acesso online, o parceiro agenda as entregas e acompanha-as em tempo real. O cliente também é informado da hora da chegada do Shopper. Durante este processo, a equipa de Apoio ao Cliente assegura o contacto com as partes envolvidas.

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JOÃO SANCHES

Afirmam que o modelo de crowsdhipping delivery é um modelo de entregas inovador. No que consiste exata“Os nossos mente e quais parceiros-alvo são são os seus supermercados, mercearias, aspetos diferenciadores? floristas, garrafeiras e outras A nossa colojas de bairro que, através do munidade nosso serviço, podem entregar de Shoppers em casa dos seus clientes, no é composta próprio dia, num raio de por particulares que se 15 quilómetros” registam na aplicação da Shopo-


geração domina smartphones e computadores e toma as suas decisões de compra através de cliques. Apesar de Portugal estar muito atrás da média de compra online da Europa, os indicadores apontam para uma verdadeira disrupção nos próximos tempos. A pandemia iniciou os mais cépticos e criou maior recorrência nos que já compravam online. O desafio está agora do lado das marcas, em garantir melhores experiências de compra e qualidade da entrega. Um estudo recente da eMarketer responsabiliza a pandemia pela aceleração da adopção do comércio online e prevê que, no final de

2024, 21,8% do total das vendas de retalho mundiais aconteçam online. Para chegar a este volume, o desafio da logística de última milha é substancialmente mais complexo do que o desafio da criação e adopção de tecnologia. Que metas tenciona ver alcançadas pela Shopopop Portugal nesta nova fase? Onde pretende elevar a marca? Queremos consolidar a relação com os nossos parceiros e expandir o modelo colaborativo para todo o território nacional, garantindo entregas de qualidade, entre vizinhos. ▪

“Apesar de Portugal estar muito atrás da média de compra online da Europa, os indicadores apontam para uma verdadeira disrupção nos próximos tempos. A pandemia iniciou os mais cépticos e criou maior recorrência nos que já compravam online”

O ano de 2020 ficará marcado na história de todos pelas repercussões causadas pela pandemia da COVID-19. É legítimo afirmar que a Shopopop Portugal já estava preparada para enfrentar os desafios que se instalaram? Porquê? Durante o primeiro confinamento, apesar de estarmos a iniciar operações em Portugal, percebemos

desde logo que existia uma grande procura por estes serviços e uma lacuna nas ofertas de última milha. Em França, neste período, muitos dos nossos clientes triplicaram o seu volume de entregas. Graças à flexibilidade do modelo colaborativo, conseguimos responder com eficácia aos desafios da imprecisão dos horários de entrega, a sua indisponibilidade e a gestão de flutuações de volume. A Shopopop foi inclusive reconhecida pelo Governo francês como “Serviço Nacional de Utilidade Pública” no combate à crise sanitária. Já é possível analisar o crescimento do E-Commerce – algo que derivou e muito da pandemia. Acredita que a população hoje confia mais nos serviços digitais, existindo cada vez menos receio na sua utilização? Na sua perspetiva, o que é que mudou? A mudança está nos Millennials (1980-2000), que são agora a geração com poder aquisitivo. Esta

29 Fevereiro 2021

pop e que, depois de verificados, podem começar a fazer entregas aos seus vizinhos, recebendo uma gratificação. Ao aproveitar as suas deslocações diárias, os Shoppers reduzem o impacto ecológico da entrega, evitando que mais veículos circulem em rotas desnecessárias. Ao mesmo tempo, ajudam a comunidade local. O modelo colaborativo também é diferenciador por ser facilmente replicável para novas zonas do país (urbanas ou rurais), contando com a comunidade de vizinhos mais próxima.


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"Começamos por sentir necessidade de alterar a estratégia da empresa por sabermos que hoje em dia, dada a constante mutação do próprio mercado, as empresas têm de se ir adaptando” Chairman Pedro Pereira de Carvalho


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“Os Recursos Humanos são de facto a nossa mais-valia” Com mais de 60 anos de experiência, o Grupo Tecla coordenou e realizou vários projetos em organizações dos setores público e privado, formou mais de meio milhão de profissionais e ministrou mais de um milhão de horas de formação. É exatamente neste quadro de valores que se posiciona o grupo do qual o Chairman Pedro Pereira de Carvalho se orgulha. Segundo o próprio, todo o sucesso advém essencialmente das pessoas que nela trabalham e que nunca – em tempo algum – cruzaram os braços.

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FOTO: Rui Bandeira

FOTO: Rui Bandeira

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Tecla, que deu origem ao Grupo, foi fundada por Consuelo Costa em 1958. Honrando-se de ser uma das primeiras instituições privadas de formação profissional, encontrava-se particularmente vocacionada para o desenvolvimento de ações de formação profissional nos domínios do Secretariado, Turismo, Recursos Humanos, entre outros. O nosso entrevistado, Pedro Pereira de Carvalho, desde sempre ligado ao mundo da formação, conta com um vasto percurso profissional dedicado a potenciar as capacidades e os talentos de jovens adultos que visem ser profissionais qualificados. Assim, surgiu, há 12 anos – e por convite da Fundadora – assumir a marca, alterando a estratégia que a mesma tinha até então. Deste modo, começou por modificar a designação de Tecla, para Grupo Tecla (consolidado apenas no ano de 2020), uma vez que a marca tem vindo a adquirir participação em empresas com outras áreas de negócio, que não apenas a formação, como no ramo turístico e mais recentemente na área da saúde, financeira e do vestuário. “Começamos por sentir necessidade de alterar a estratégia da empresa por sabermos que hoje em dia, dada a constante mutação do próprio mercado, as empresas têm de se ir adaptando. Por isso, deixamos de ter apenas essas áreas de formação, para alargarmos o nosso âmbito a esse nível”, começa por afirmar o Chairman. Atualmente, dependendo da região onde a empresa se encontra, existem áreas que são mais relevantes do que outras. “Por exemplo, se formos para o norte, acabamos por trabalhar mais a área comercial, se for nos Açores, a área da hotelaria é a mais predominante, bem como na Madeira e no Algarve”, esclarece. Certo é, no Grupo Tecla, não existe um catálogo já desenhado. Primeiramente, o cliente identifica as suas necessidades e os objetivos que pretende alcançar e, só depois isso, é construído à medida o seu plano de formação. “Se uma empresa que atua no ramo da hotelaria quer desenvolver uma formação em primeiros socorros, será seguramente diferente daquela que trabalha na área da construção, uma vez que se tratam de empresas com especificidades distintas”, afirma Pedro Pereira de Carvalho. Somente a formação financiada não é à medida, uma vez que tem de obedecer a determinados requisitos, nomeadamente no que respeita a cargas horárias e respectivos programas. Também no que respeita a Seminários e Workshops desenvolvidos e criados pelo Grupo Tecla, quando o cliente procura a empresa o processo é idêntico ao da formação – o cliente exprime o que pretende e só depois é desenhado o evento.


“Penso que, apenas quando tudo isto acalmar, é que iremos aperceber-nos que sofremos uma outra revolução... a digital. No que ao ensino à distância diz respeito, sabemos que as soluções encontradas farão certamente parte do futuro. Caminhamos para soluções que passam por um ensino misto”

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FOTO: Rui Bandeira

Um saber do futuro a par da inovação Consciente de que não basta refletir mas sim aplicar, sendo necessário inovar para poder proporcionar a qualidade dos serviços, há muito consolidada pelo Grupo Tecla, a inovação já pertence ao seu quadro de valores em situações ditas “normais”. Hoje, que vivemos uma revolução pandémica é necessário, ainda mais, que exista essa mesma consciência. Não é por acaso que, quando abordado o tema, Pedro Pereira de Carvalho afirma que considera o ano de 2020 – aquando do aparecimento da pandemia – extraordinário para o Grupo Tecla, uma vez que, entre outros acontecimentos, se sucedeu a expansão da sua internacionalização, a par do que já tinha acontecido anteriormente, tendo aberto um escritório em Maputo e uma delegação na cidade da Beira, em Moçambique e ainda durante o 2º semestre a representação na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde. “Esta experiência também acaba por dar um know-how que nos permite adaptar às mudanças a que o mercado está sujeito e, de certa forma, até sermos pioneiros em algumas soluções”, afirma o nosso entrevistado. Assim, indiscutivelmente, de forma abrupta, e como tantas outras empresas, em plena crise pandémica, houve um reajustar das metodologias de trabalho. Contudo, apesar de todos os medos e receios, a família Tecla nunca – em momento algum – baixou os braços. Tendo inicialmente suspendido as suas atividades, entre elas, seminários que estavam a ser planeados, a empresa sugeriu a sua realização através de outro formato, o digital, como foi o exemplo do seminário realizado em parceria com a Câmara Municipal de Torres Vedras. “Foi bastante interessante, a adesão foi ótima e os resultados extraordinários”, exemplifica Pedro Pereira de Carvalho. Mas não só, a partir do dia 13 de março (data que marca o início do derradeiro cenário que hoje conhecemos), os formandos começaram a ser preparados para o ensino à distância e até mesmo os formadores, de forma a melhor preparar o que se sucedia, tendo a empresa proporcionado uma formação obrigatória para ministrar formação à distância, mas gratuita, de 30 horas a todos os elementos da equipa pedagógica. Em toda a envolvente desta preparação, não foram esquecidos os alunos que não tinham à data condições para participar eficazmente nas soluções de ensino à distância. Assim, o Grupo

Tecla forneceu equipamentos tecnológicos, bem como internet para responder às suas necessidades. Esta solidariedade já bem conhecida, uma vez que apoiam também a construção e manutenção de escolas para crianças carenciadas nos PALOP – tendo o último projeto sido uma escola de música em Cabo Verde, doando instrumentos musicais, equipamentos informáticos, entre outros. A responsabilidade social pertence aos valores corporativos ainda do tempo da fundadora Consuelo Costa, algo que hoje se perpetua através do atual chairman. No que concerne ainda à pandemia, e após tudo estabelecido, Pedro Pereira de Carvalho admite que “foi um ano francamente positivo”, e mais, há uma lição que, segundo o próprio devemos retirar desta problemática. “Penso que, apenas quando tudo isto acalmar, é que iremos aperceber-nos que sofremos uma outra revolução... a digital. No que ao ensino à distância diz respeito, sabemos que as soluções encontradas farão certamente parte do futuro. Caminhamos para soluções que passam por um ensino misto. Há temáticas que podem perfeitamente ser tratadas em plataformas digitais, há outras que o ensino presencial é uma mais-valia. As tecnologias vão pertencer cada vez mais à nossa realidade e a pandemia só veio despertar para tal”. No seio do Grupo Tecla, esta medida será indubitavelmente aplicada. Projeto de vida ligado à igualdade de oportunidades De facto, o tema da igualdade de oportunidades diz respeito e muito ao percurso tanto académico como profissional de Pedro Pereira de Carvalho e até mesmo aplicado no Grupo Tecla. Será que a igualdade de oportunidades é uma realidade na sociedade portuguesa? Para o nosso entrevistado, Portugal tem a legislação mais bem conseguida quanto ao tema, contudo, se é ou não aplicada é outra questão. “Partimos do pressuposto que ela existe porque temos uma base legal que a sustenta, mas efetivamente tal não acontece na prática. É curioso, como estamos num país tão pequeno e com realidades tão distintas. Basta olharmos de norte a sul, entre o litoral e o interior, obviamente que as oportunidades são diferentes. É algo pelo qual tenho lutado”. Enquanto empresa, existe desde sempre uma grande preocupação em oferecer todos os serviços e produtos de igual forma a quem os assim deseja, estando efetivamente ao alcance de todos. Como? O nosso entrevistado assegura convictamente que nunca poderá ser um entrave o aluno não poder frequentar um curso pelo simples facto de, por exemplo, viver numa outra cidade onde os acessos sejam mais complexos. “Nós temos alunos a quem proporcionamos subsídio de alojamento e de jantar por se encontrarem deslocados das suas cidades de origem. Todos, repito, todos têm de ter a mesma oportunidade”. De maneira a motivar estes mesmos alunos, o Grupo Tecla dispõe de várias estratégias, nomeadamente, através da participação em programas de Erasmus que lhes permite conhecer outras cidades internacionais e trocarem experiências que farão garantidamente a diferença no seu futuro. Programas esses totalmente financiados, que salvaguardam todas as despesas.

No caso da formação profissional, que é de facto o core business do Grupo, Pedro Pereira de Carvalho dá o exemplo do recente projeto nos Açores – nove ilhas ao todo, onde a desigualdade de oportunidades persiste. “Por questões geográficas, os Açores no seu todo não têm as mesmas oportunidades. Quem vive nas Flores, naturalmente não está tão próximo das oportunidades de formação como quem reside em São Miguel”, acrescentando ainda que “algo que a Tecla concretizou e que para mim é a base de todo o nosso trabalho, tem a ver com esse mesmo projeto. Primeiramente seria na Ilha de São Miguel, ainda assim fiz questão que o mesmo fosse distribuído por outras ilhas... Passamos a realizar o projeto na Terceira, em São Jorge, nas Flores e no Pico, onde mais nenhuma entidade desenvolve este género de iniciativas”. Mas não fiquemos por aqui Foram desenvolvidas duas pós-graduações sobre Economia Social e Gestão de Vendas e o mais recente projeto neste âmbito, o desenvolvimento de uma nova ação sobre os temas da igualdade de oportunidades e responsabilidade social, na Madeira, totalmente gratuitas para licenciados desempregados em que cada um dos formandos fosse proveniente de cada concelho, incluindo de Porto Santo – local onde também não existe nenhuma entidade formadora, por estas estarem maioritariamente no Funchal. Aqui, mais uma vez, tem o importante suporte das pessoas que trabalham no Grupo Tecla e que se dedicam a 100 por cento a estas iniciativas. E, não só a equipa é uma peça fundamental na história, também os parceiros têm tido um papel preponderante na realização de projetos que fazem todos os dias a diferença na vida de quem participa. “O IEFP – que é quem tutela os nossos cursos de Aprendizagem – tem sido um parceiro de peso e ao qual estou extremamente grato por nos ajudar a mudar a vida dos nossos jovens”. Futuro promissor As ideias para o futuro próximo são mais do que muitas, começando por reestruturar novamente o site (algo que já tinha sido anteriormente reformulado aquando da mudança de designação para Grupo Tecla - www.grupotecla.com), uma vez que recentemente foram adquiridas participações em empresas de outras áreas de negócio. Além disso, “vamos lançar uma nova estratégia para o nosso operador turístico, bem como para a área financeira e da saúde, este último que estamos a desenvolver em parceria com um hospital privado”, confirma Pedro Pereira de Carvalho. Já em 2021 e a pensar também em 2022, avizinham-se tempos extremamente positivos, uma vez que “em termos de projetos adjudicados e de programação, irão bater qualquer número que temos vindo a revelar, tanto no que respeita ao volume de negócios como ao número de projetos. Acima de tudo, queremos ser uma empresa que pode e consegue fazer a diferença – algo que só é possível com a equipa de excelência que o grupo tem. Uma equipa que veste a camisola e que é como uma família. Eles são o Grupo Tecla”, conclui o nosso entrevistado, notoriamente orgulhoso. ▪

33 Fevereiro 2021

Certo é, que todo este sucesso na promoção do desenvolvimento de projetos de investigação nas diversas áreas já referidas e atividades com o objetivo de reforçar a importância das parcerias para o bem da comunidade, se deve – e muito – à equipa. “Os Recursos Humanos são de facto a nossa mais-valia”, reconhece Pedro Pereira de Carvalho. Exemplo disso mesmo e de forma a reconhecer esta mesma equipa espalhada não só por várias cidades nacionais, como internacionais, o nosso interlocutor confidenciou-nos que é realizado, anualmente, um evento com o objetivo de juntar durante dois dias os parceiros, clientes e colaboradores a fim de debater temas de desenvolvimento pessoal onde a palavra “trabalho”, não é mencionada.

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» 70 ANOS DA CÂMARA DE COMÉRCIO PORTUGAL/EUA

Portugal e EUA interligados pela AmCham António Martins da Costa, Presidente da AmCham Portugal – Câmara de Comércio Americana em Portugal, afirma que “estamos cá há 70 anos e esperamos estar, pelo menos, outros 70”. Este é o compromisso que a associação assume perante todos os seus sócios, parceiros e amigos, enquanto entidade que tem como principal propósito facilitar as relações económicas e comerciais entre Portugal e os EUA.

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AmCham Portugal é uma associação empresarial privada, independente e sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é desenvolver e facilitar as relações económicas e comerciais entre Portugal e os EUA, numa base de mútuo interesse. No seu 70º Aniversário, quais são aqueles que pode considerar terem sido os marcos mais importantes no percurso da empresa? Em primeiro lugar, a fundação da própria Câmara, em 1951, num contexto pós- segunda guerra mundial, tendo sido um importante sinal da vontade de investimento empresarial americano em Portugal, como forma de reforçar as relações entre os dois países. Também o facto de, um pouco mais tarde, a AMCHAM ter passado a promover uma relação nos dois sentidos, com empresas portuguesas interessadas em exportar ou investir nos EUA. E o lançamento de iniciativas regulares mais visíveis, como: o AMCHAM Tributes, que já vai na sua sexta edição, destinado a premiar empresas e personalidades que se destacam na relação Portugal-EUA; o This is America, com três edições, que é um evento social e familiar de demonstração e partilha do American Way of Life; e o Barómetro das Empresas Americanas em Portugal, do qual foi recentemente lançada a segunda edição.

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A missão tem sido apoiar as empresas americanas sediadas em Portugal, e as empresas portuguesas que queiram desenvolver a sua atividade no mercado americano independentemente da sua dimensão ou setor de atividade. Para melhor entender, de que forma realizam este apoio? Onde começa e acaba o trabalho da AmCham Portugal e que valor aporta aos negócios dos clientes? Temos várias formas de apoiar essas empresas. Seja pela organização e incentivo à participação em eventos de divulgação e informação sobre o mercado americano, seja pelo apoio na definição da melhor estratégia de abordagem de mercado, tendo em consideração questões de natureza legal, regulatória, fiscal ou outras, que se colocam em cada caso concreto. Ajudamos também as empresas a contactarem com entidades públicas e privadas, por forma a que tenham o melhor desenvolvimento nos seus projectos. Desenvolvemos, ainda, programas globais ou específicos para levar as empresas portuguesas em missões empresariais aos EUA. Todos estes serviços são normalmente prestados pela estrutura da própria AMCHAM, mas também com o suporte de empresas especializadas, sócias da Câmara. Desde sempre contribuiu para a divulgação de boas práticas empresariais e para a importância da excelência e de uma cultura empreendedora

ANTÓNIO MARTINS DA COSTA

e inovadora. Quão importante é apoiar a promoção da competitividade, da produtividade e da internacionalização das economias das empresas portuguesas? É sabido que os modelos empresariais americanos têm sido a referência para o desenvolvimento das actividades económicas a nível mundial. De facto, temas tão importantes como o funcionamento dos mercados de capitais, a regulação independente, a definição do propósito empresarial e dos modelos de governance mais robustos, o foco na criação de valor para todos os Stakeholders, as boas práticas ESG – ambiental, de responsabilidade social e governance – a ética coporativa, a gestão de risco, a compliance e auditoria, entre outros, cujas reflexões se iniciaram maioritariamente nos EUA, estão hoje bem presentes na forma moderna de gerir empresas. Há que sublinhar também aqui o papel das Business Schools americanas na disseminação desses estudos e investigações. A incorporação destes temas na forma de fazer negócios é um factor crítico de sucesso na definição da estratégia das empresas que querem crescer e expandir-se. Permite-lhes serem mais eficazes e eficientes, ganhando competitividade e capacidade de internacionalização em mercados tão desenvolvidos e diversificados como o dos EUA. A AMCHAM tem sido um actor atento e promotor da divulgação deste tipo de reflexões. Como se encontra atualmente a relação entre estes dois países? Acredita que a AmCham Portugal tem sido uma alavanca para a sua forte consolidação? Convém recordar que a relação histórica entre Portugal e os EUA vem desde a independência deste último, em 1776. De facto, Portugal foi o primeiro país a reconhecer essa independência, indo mesmo nessa matéria contra o seu mais antigo aliado, o Reino Unido. A pertença de ambos os países à NATO, como elementos fundadores, e a presença de uma forte e bem sucedida comunidade de ori-

gem portuguesa nos EUA, são igualmente pontos de reforço do bom relacionamento entre as duas nações. Do ponto de vista económico, os EUA são neste momento o quinto maior destino de exportações portuguesas (e primeiro fora da EU), com cerca de 6 mil milhões de euros, e foram o maior investidor estrangeiro em Portugal em 2019, com particular incidência nas áreas da tecnologia e sistemas de informação. Hoje há quase 1.000 empresas americanas a operar no nosso país, que empregam cerca de 50.000 trabalhadores e que geram, em vendas, 4,5% do PIB nacional. Estes e outros números, que falam por si, podem ser consultados no Barómetro Empresarial, recentemente lançado pela AMCHAM, em parceria com a PWC, e com o apoio da Embaixada Americana e da FLAD. De forma a celebrar a amizade histórica entre Portugal e os EUA, sabemos que, ao longo deste 2021, vão desenvolver um programa ambicioso e em função dos tempos incertos que vivemos. O que mais nos pode confidenciar? Com todos os condicionamentos da crise pandémica que vivemos, não queremos deixar de celebrar um momento tão especial como este. Por isso, dividimos o nosso plano em três momentos. O primeiro, com um conjunto de cinco webinars temáticos, realizados no primeiro semestre, em colaboração com a nossa congénere AMCHAM EU, sobre temas que impactam a economia e as empresas, numa óptica tridimensional EUA, União Europeia e Portugal, associando-nos dessa forma à Presidência Portuguesa da UE. O segundo será uma grande conferência sobre relações interatlânticas – Transatlantic Business Summit –, a realizar possivelmente em Julho, sobre as perspectivas do relacionamento geo-estratégico e económico entre Europa e EUA, no contexto do mundo actual. Por último, a realização do jantar de gala, no último trimestre, com a entrega dos AMCHAM Tributes, que será um momento alto de celebração, presidido ao mais alto nível. Por fim, que mensagem gostaria de deixar em torno deste 70º Aniversário, aos sócios, parceiros e amigos da AmCham Portugal? Estamos cá há 70 anos e esperamos estar, pelo menos, outros 70. O que foi até agora conseguido, e todos os projectos presentes e futuros, são fruto do trabalho de uma equipa dedicada e da valiosa participação dos sócios e patrocinadores. Os sócios são a razão de existir da Câmara e a eles caberá sempre a definição daquilo que consideram ser o valor acrescentado que a AMCHAM deverá continuar a dar aos seus associados. Orgulhamo-nos de contribuir, dia a dia, para a consolidação das relações entre os nosso dois tão importantes países. ▪



» EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO – 70 ANOS DA CÂMARA DE COMÉRCIO PORTUGAL/EUA

“Faz parte da nossa missão contribuir positivamente para um mundo em constante mudança” “A Carlucci American International School of Lisbon (CAISL) é a única escola de currículo americano em Portugal que oferece aos alunos, além de diversas caraterísticas, a oportunidade de se graduarem com o diploma americano. Ainda assim, faz parte da sua missão (re)lembrar aquela que é a cultura portuguesa e a história que a envolve. Quem o afirma é Blannie Curtis, diretora da Instituição que se diz orgulhosa da abordagem ao ensino fortemente consolidado, mesmo em tempos de pandemia.”

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Carlucci American International School of Lisbon (CAISL) é a única escola Americana em Portugal, assumindo-se, portanto, como um player de relevo no domínio da educação. No sentido de contextualizar o nosso leitor, de que forma é que a CAISL tem vindo a marcar a diferença na educação? A CAISL continua a ser a única escola de currículo americano em Portugal com o apoio do Office of Overseas Schools of the United States Department of State, tendo também licença do ministério da educação português e acreditação da Middle States Association (MSA). Somos a única escola em Portugal que oferece aos alunos a possibilidade de se graduarem com o diploma americano e com o International Baccalaureate (IB) Diploma, abrindo portas em Universidades de todo o mundo. A nossa abordagem ao ensino é focada no aluno, e é nosso objetivo que cada um se sinta valorizado, mas ao mesmo tempo academicamente desafiado a fazer o seu melhor. Investimos por isso numa abordagem ativa da aprendizagem, em que o aluno faz parte do seu próprio processo educativo. Procuramos também que todos os alunos possam experimentar diferentes áreas de conhecimento – o nosso currículo inclui áreas académicas, mas com igual relevância oferecemos também disciplinas nas áreas da arte (arte visual, música e teatro), desporto e tecnologia. Enquanto escola internacional, que neste momento tem 50 nacionalidades diferentes no seu corpo discente, temos também em consideração que os nossos alunos poderão vir a estudar em sistemas educativos diferentes. Neste sentido, ter um currículo abrangente

permite preparar cada aluno para a próxima etapa da sua educação, independentemente de onde esta possa ter lugar. Que mais-valias apresentam a quem vos procura e de que forma é que tentam criar um ambiente propício à criação de futuros líderes e de indivíduos de valores bem definidos? Faz parte da nossa missão contribuir positivamente para um mundo em constante mudança. Assim, alunos de todas as idades têm no seu dia a dia escolar oportunidades de crescer em liderança e valores de cidadania. Exemplo disto é o nosso

Hidden Curriculum, um conjunto de atitudes que, não sendo classificadas para ter uma nota, guiam as ações dos nossos colaboradores e alunos. Temos também programas mais específicos em áreas como o serviço comunitário e ambiental e o Modelo Nações Unidas. Os alunos podem ainda fazer parte do Student Council, representando os colegas e apresentando as suas contribuições para a contínua melhoria da escola. Para aqueles que se destacam positivamente no seu percurso académico e na sua contribuição para a comunidade escolar e externa, é possível integrar a National Honor Society, ou, para estudantes dedicados


Cada cidadão deve ser capaz de considerar outras opiniões, respeitando as diferenças, mas não se deixando levar por discursos que não se baseiam em factos. É fundamental que cada cidadão tenha o conhecimento necessário para saber quando uma afirmação é questionável e ter a vontade de inquirir sobre e refutar falsas declarações. Este é o papel dos educadores e dos pais – criar cidadãos com a capacidade de exercer a sua cidadania de forma responsável. A Câmara de Comércio Americana comemorou recentemente 70 anos de vida. Qual a ligação da CAISL com esta instituição e que mensagem gostariam de deixar? Somos membros da AmCham desde 1977 e, embora operemos em âmbitos diferentes, tanto a AmCham como a nossa escola visam reforçar a ligação entre Portugal e os EUA. A esta, agradecemos o apoio ao nosso modelo educativo como forma de criar pontes entre os dois países, a criação de oportunidades tanto de networking como de formação e a promoção das empresas americanas em Portugal.

A CAISL conta com o apoio do State Department. Assim, interessa compreender as relações bilaterais entre os dois países, Portugal e EUA, focando a educação. Que análise podemos fazer desta ligação entre ambas as nações e no âmbito da educação o que podem ganhar ambos? Todos os anos recebemos alunos vindos dos EUA, cujas famílias vêm em missão militar, diplomática, ou que vêm trabalhar em empresas com ramos em ambos os países, e apoiar a transição destes alunos é razão fundamental da nossa escola desde a sua fundação. Por outro lado, é importante ainda garantir que os alunos que regressam aos EUA ou seguem para outras escolas internacionais têm um fio condutor na sua educação, e as nossas antigas famílias têm sido unânimes na importância que a CAISL teve neste percurso. Por outro lado, a cultura portuguesa faz parte da educação que transmitimos, quer seja pelo ensino da língua como língua estrangeira ou nativa, ou tirando partido da riqueza arquitetónica e histórica que nos rodeia. Para aqueles alunos que queiram permanecer em Portugal, apoiamos também a candidatura dos mesmos a Universidades nacionais. A pandemia veio afetar o mundo em todos os setores, sendo que o setor da educação também tem vindo a sentir essas dificuldades. Como têm lidado com este desafio? Um dos desafios a que temos respondido é a pas-

sagem entre o modelo presencial e o digital, com ambos os planos educativos sempre preparados e atualizados. Do 1º ano em diante, os nossos alunos têm um computador da escola com acesso a diversos programas de aprendizagem e plataformas seguras de comunicação com os professores e colegas. Estas ferramentas digitais têm sido a grande mais valia para o ensino à distância, sendo de destacar o compromisso dos professores em tirar o máximo partido deste meio de ensino para continuar a prestar o melhor serviço aos alunos, e também a dedicação dos nossos estudantes e pais, que se empenham em assistir a estas aulas e completar as tarefas solicitadas, mantendo uma relação positiva entre famílias e professores. Também o ensino presencial teve de sofrer algumas alterações para garantirmos a segurança dos alunos, como a permanência em turmas-bolha. As nossas instalações, contruídas propositadamente para o ensino e com áreas amplas, foram fundamentais para manter o distanciamento entre alunos, mas continuar a oferecer-lhes todas as áreas curriculares. Pudemos ainda proporcionar algumas experiências novas, como o concerto de inverno digital, ou a condução do Iberian Model United Nations online, no qual os alunos tiveram um papel fundamental. Joe Biden foi recentemente eleito presidente dos EUA, e espera-se que o momento tumultuoso que o país atravessou tenha terminado. De que forma analisam esta mudança no país? Os EUA enfrentaram já períodos conturbados na sua história, mas esses acontecimentos reforçaram o senso cívico e responsabilidade dos cidadãos na construção do país. Sem dúvida, tal voltará a acontecer, e a educação tem aqui um papel vital.

Quais são os principais desafios da CAISL para 2021 e que mensagem gostaria de deixar a todo o universo da instituição? A crise de saúde atual é um desafio para toda a comunidade educativa, embora o empenho de alunos e pais em cumprir todas as normas sanitárias quando no campus, bem como em colaborar nas aulas digitais nos períodos em que não é possível ter aulas presenciais, demonstra bem o compromisso e envolvimento com a educação que conseguimos transmitir às nossas famílias. O apoio de todos tem sido, e continua a ser, inestimável, e estamos gratos à nossa comunidade pelo caloroso suporte que dão à nossa escola. Ao longo da sua história, a CAISL já ultrapassou inúmeros desafios, e sabemos que com a continuada colaboração de professores, alunos e pais, ultrapassaremos esta etapa com sucesso. ▪

37 Fevereiro 2021

à música, a Tri-M Musical Honor Society. Por fim, os alunos envolvidos nos programas desportivos extracurriculares participam em torneios locais e internacionais, nos quais o destaque vai para o seu fair play e sentido de equipa.

No domínio da educação, de que forma é que a inovação tem sido um verdadeiro pilar para uma educação mais diversificada, inclusiva e promotora de valor? A inovação é essencial para a educação, especialmente numa altura em que as mudanças sociais e profissionais têm um ritmo tão acelerado. Isso significa que o gosto e procura pela aprendizagem continua é uma das aptidões mais importantes que um jovem pode levar da sua formação. É por isso uma expectativa que os alunos estejam envolvidos na sua educação, colocando questões, desenvolvendo o pensamento crítico e colaborando com os colegas, aplicando o seu conhecimento a solucionar problemas reais. O currículo está também em constante atualização, adaptando as melhores práticas de ensino dos EUA. Os recursos disponíveis suportam este ensino, desde os livros (emprestados anualmente aos alunos), a instrumentos musicais e a recursos tecnológicos, como sejam os computadores pessoais usados na escola e em casa, ou os robots adaptados a diferentes idades. O facto de o currículo americano ser diversificado até ao final da escolaridade, permitindo aos alunos experimentar diferentes áreas académicas, artísticas e desportivas, permite-nos também responder aos interesses de cada um e desenvolver as suas competências vocacionais.




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“A APPII fará sempre parte da solução e não do problema” O ano que acaba de começar é de celebração para a APPII – Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, uma vez que completa 30 anos de experiência sólida a representar um setor que é – e cada vez mais – importante e estratégico. À conversa com a Revista Pontos de Vista esteve Hugo Santos Ferreira, Vice-Presidente Executivo da mesma e que nos confidenciou qual tem vindo a ser a influência da pandemia que vivemos no mercado imobiliário.

A

APPII representa os promotores e investidores imobiliários, nacionais e estrangeiros, com atividade no território português. Neste 2021 celebra 30 anos de exitência. Que balanço faz destas três décadas de apoio, defesa e dedicação ao setor? 2021 é o concretizar de um ciclo, onde a APPII cresceu, dinamizou-se e dignificou-se. A APPII atingiu uma profusão do mercado, um reconhecimento de todo o sector e uma preponderância na vida associativa, pública e política, da nossa indústria, que é inegável. Consolidámo-nos como uma importante e respeitada associação da nossa indústria, incrementando a defesa do sector e dos associados, posicionando-nos como um dos principais defensores e porta-vozes do sector imobiliário português. Hoje temos uma experiência de 30 anos e uma força que nos é dada pelas mais relevantes e importantes empresas de promoção e investimento imobiliário em Portugal.

pontos de vista

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Sabe-se que o investimento imobiliário intensificou-se sobretudo no mercado português. Assim e tendo em conta o atual momento em que vivemos condicionado pela pandemia da COVID-19, acredita que o país continua a ter todas as condições para ser observado enquanto destino seguro? Acredito que o país continua a ter boas condições para receber o investimento estrangeiro, mas é necessário ultrapassar estes momentos de crise aguda da pandemia COVID-19 e ter por parte dos nossos governantes sinais claros que os investidores são bem-vindos, dados que nos últimos anos tem sido dado sinais contraditórios que nada nos ajudam. Desde o início da pandemia os investidores imobiliários uniram-se para ajudar as pessoas e o país a superar esta crise. Lançámos recentemente com a NOVA Medical School e o apoio da VICTORIA Seguros a certificação co/vida20. É um programa de qualificação do edificado que ajuda os promotores e investidores imobiliários e os gestores de edifícios no desenvolvimento e operacionalização de um Plano de Contingência ante a pandemia COVID-19. Temos já dois edifícios certificados, as instalações da Victoria Seguros em Miraflores e o edifício Duque 70, da promotora imobiliária Habitat Invest, no centro de Lisboa. Para melhor entender, qual tem vindo a ser a influência da pandemia no mercado imobiliário? Quais foram, até então, as principais alterações? Em termos de sector e de preços as perspetivas mantêm-se iguais. O mercado está a responder de forma muito diferente a esta crise, comparando com a crise financeira anterior e também com muita resiliência dos preços. Perspetivamos um futuro cautelosamente otimis-

mos que este não era o momento para a introdução desta alteração, que vem dificultar a recuperação da crise social e económica que o nosso país vive por causa da pandemia. Esta alteração agrava a perceção de instabilidade legislativa e fiscal que afeta em muito a credibilidade de Portugal junto dos investidores estrangeiros. Porém, a APPII fará sempre parte da solução e não do problema. Como tal está disponível para trabalhar com o Governo e demais parceiros numa nova solução, que tire partido da aprendizagem realizada com o programa anterior, e que permita lançar um programa moderno, que encontre uma solução de equilíbrio para todas as partes e que volte a cativar o investimento estrangeiro para o nosso país. A APPII diz-se disponível para trabalhar numa nova solução que volte a cativar o investimento estrangeiro. Que caminho deveria ser tomado pelo país neste sentido? Existe um problema grave na credibilidade do nosso país aos olhos dos investidores estrangeiros dada a inexistência de um quadro legislativo estável, credível e interessante, que cative o investimento estrangeiro a trazer projetos maiores e mais duradouros. O governo deve ouvir todos os stakeholders, Não contar com os investidores imobiliários, é ignorar uma fatia importante que “A APPII atingiu uma Hugo Santos Ferreira representa hoje 15% profusão do mercado, um do PIB, foi este setor ta, porque esperamos reconhecimento de todo o o principal responsáque a disseminação sector e uma preponderância vel pela recuperação da vacina durante o na vida associativa, pública económica na última ano de 2021 vá trazer crise. A APPII está dise política, da nossa francas melhoras à ecoponível para enconnomia mundial e depois indústria, que é trar uma via justo e creporque o clima de baixas inegável” dível que coloque novataxas de juro e crescente mente Portugal no mapa liquidez internacional (com do investimento imobiliário. os bancos centrais europeus e mundiais a injetarem todos os dias Por fim, onde gostaria de ver a APPII liquidez na economia, com vista a evitar por mais 30 anos? Qual continuará a ser o seu paum risco de recessão económica) continuarão a pel na sociedade na representação do setor do estimular o setor imobiliário, continuando a fazer investimento imobiliário? dele o chamado “Imobiliário REFÚGIO”. Há que continuar este trabalho por outros tantos 30 anos. Com os tempos desafiantes que vivemos, O Governo aprovou o decreto-lei que altera o mas também globais, internacionais e inovadoregime jurídico das Autorizações de Residência res, de um mundo em constante evolução, este para Investimento, que serviu de motor imotrabalho será igualmente exigente, de afirmação biliário nos últimos anos. As novas regras, que do posicionamento do sector da promoção e do limitam a concessão dos Golden Visa nas zonas investimento imobiliário no topo da pirâmide da metropolitanas da Lisboa e Porto, bem como no “grande família do imobiliário”, ou não fosse este litoral, entram em vigor em julho deste ano. Consector responsável pela captação de 15% do PIB sidera ser este o momento ideal para restringir nacional e que dele dependem todos os demais e os investimentos? consequentemente de afirmação da APPII como a Tal como foi transmitido ao Governo nas converassociação de charneira deste nosso mercado. ▪ sas que a APPII manteve com o executivo entende-


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OPINIÃO DE ANABELA GUERREIRO, Consultora Imobiliária KW

O Imobiliário continuará a ser um exemplo de resiliência e superação O programa ARI, commumente conhecido por Vistos Gold, desde o início do seu regime, em Outubro 2012, tem constituído a verdadeira alavanca do investimento estrangeiro no imobiliário e reabilitação urbana, com especial enfoque para as áreas metropolitanas, de Lisboa e Porto, e Algarve.

poderia esperar, logo vislumbrar esta mudança do regime a muito curto prazo, é devastador para este segmento imobiliário. Assim, pese embora Portugal seja tradicionalmente um país atrativo pela suas condições naturais, custos acessíveis e segurança, a forma com a pandemia avançou recentemente poderá refrear os investidores, na medida em que a maior parte dos vistos concedidos, desde o início deste regime, concentram os investimentos nas regiões agora afastadas. Terá forte impacto, ainda, esta alteração ao regime, em termos de sustentabilidade económica, em zonas que vivem essencialmente do turismo, como o Algarve, agora totalmente paralisado. Esta teimosia do governo em avançar com a me-

dida, atualmente descontextualizada, perante o cenário pandémico, terá reflexos diferidos no tempo, quando o que interessaria agora seria o garante de que os investidores continuam a apontar para o nosso mercado, e trabalhar na estabilização do mesmo. Os vários players imobiliários temem que isto possa desviar os investidores para mercados mais atrativos sem restrições às zonas mais apelativas, sendo que já em 2020 o investimento captado sofreu uma quebra de 13%, de 742 milhões de Euros em 2019 para 647 milhões no ano transato. A esperada diminuição dos preços não se deu no seu todo, tendo-se verificado apenas reajustes em zonas e imoveis que se encontravam com valores acima do seu valor de mercado, e um alongar do período de venda. Prevê-se, dados recentes da Moody’s uma descida na ordem dos 2% para 2021, para os preços dos imoveis de habitação, quebra atenuada pelos níveis baixos das taxas de juro, que se devem manter e propiciam as transações imobiliárias. As previsões de retoma económica na zona Euro será de dois anos, segundo previsões do FMI, que não obstante a resiliência do sector imobiliário, será barreira ao seu crescimento. O sector imobiliário viu alterados os seus paradigmas, adaptados à nova realidade, prevendo-se que o segmento das residenciais de arrendamento seja um dos casos de sucesso, bem como o segmento industrial e da logística. Muitas empresas viram-se presas, na crise pandémica, à disrupção da cadeia logística e fê-las pensar que os baixos níveis de stock e excessiva dependência de mercados externos longínquos como a China ou Índia, não serão solução para a sustentabilidade do seu negócio, forçando-as a criar soluções industriais e de logísticas mais amplas e estruturadas. Num mundo instável, como não há memória, o Imobiliário não será exceção e sofrerá os efeitos, mas será certamente um exemplo excelente de franca resiliência e superação. ▪

41 Fevereiro 2021

A

alteração ao regime do programa ARI, já previsto no OE de 2020, vem retirar o protagonismo e deixar de se aplicar aos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto e o Litoral, inclusive o Algarve. Foi aprovado a 22 de dezembro o Decreto-Lei que altera o regime do ARI, entrando em vigor a 01 de julho de 2021, embora faseado pois consagrou-se um regime transitório entre 2021 e 2022, “em que se vai sucessivamente aumentando o valor dos investimentos previstos e reduzindo a possibilidade de aplicação às Áreas Metropolitanas”, segundo a ministra Mariana Vieira da Silva. A medida surge no sentido de favorecer zonas de baixa densidade populacional, as CIM, Comunidades Intermunicipais do Interior, das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, visando aliviar a pressão do mercado imobiliário das grandes cidades, para onde naturalmente apontam os investidores. Num período, em que o investimento tende a retrair, face ao contexto pandémico e consequente franca instabilidade, que estará para durar, é imprudente avançar-se com a medida. Poder-se-ia ter criado soluções intermédias de incentivo, escalonando por patamares os incentivos, sendo as regiões visadas as mais apoiadas, mas não afastando as mais apetecíveis para o investimento estrangeiro, que embora não seja de todo o principal motor do imobiliário entre nós, é uma peça chave importantíssima. Numa primeira fase da pandemia, tendíamos a aumentar a captação desse investimento, pelo modo eficaz de combate da doença, e apesar dos rumores dentro do sector que a medida iria avançar, muitos estariam expectantes que tal não sucedesse, até porque o próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros, já em período pandémico, avançou que a alteração ao regime não era “prioridade de momento”, adiando os trabalhos sobre a matéria até ao final de 2020. Contudo, a situação inverteu-se, estando agora Portugal com os piores indicadores que se


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FÓCUS LX

CONVENTO SANTA JOANA

“Além do Óbvio” mais do que uma expressão, é uma máxima que se associa à AM48” Sobre tudo o que envolve a área do imobiliário, nada melhor do que conversar com os melhores, os verdadeiros especialistas e assim ficar a conhecer os desafios, as valias e os obstáculos existentes neste setor. Assim, fomos conhecer a AM48, uma marca de excelência, presente no mercado há uma década e que tem, desde a sua génese, o desiderato primordial de estar sempre na linha da frente e de ser um parceiro de confiança. Alejandro Martins, CEO da marca, é a face de uma instituição de sucesso e em entrevista à Revista Pontos de Vista, deu-nos a conhecer, entre outras coisas, porque é que a AM48 é um dos principais players do seu setor e continuará a estar numa posição cimeira no presente e no futuro.

pontos de vista

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ais de 25 anos de experiência deram à AM48 uma capacidade única de se mover rapidamente no mercado e obter melhores oportunidades de investimento e de análise – uma aptidão sem paralelo para agir resultados positivos. Como nos pode descrever o percurso da empresa ao longo de todos estes anos, até ser, de facto, uma referência no setor? A AM48 foi fundada há cerca de 10 anos. Durante este período procurámos identificar oportunidades e desenvolver empreendimentos que, de alguma forma, aportassem algo de novo ao mercado. Nesse pressuposto e num período de viragem é de assinalar o desenvolvimento do empreendimento Ópera Lx, em plena Avenida da Liberdade, correspondente à reabilitação de um edifício existente afeto a serviços e conversão/ adaptação do mesmo a um programa residencial, num momento em que nesta artéria da cidade de Lisboa predominavam as sedes corporativas das principais empresas. O Ópera Lx assinala deste modo um momento de viragem na promoção e na cidade Lisboa, devolvendo a esta artéria o carácter resi-

dencial que originalmente teve e encetando um processo de reabilitação seguido por outros e que hoje a posiciona ao mais alto nível nacional. A este empreendimento sucedeu o Focus Lx (entre o El Corte Inglés e o Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian) em plena Avenida António Augusto Aguiar, correspondendo à criação de um condomínio habitacional em pleno coração da cidade de Lisboa. Um outro projeto marcante no percurso da AM48 foi o Convento de Santa Joana, situado entre a Rua da Santa Marta e a Rua Camilo Castelo Branco, igualmente em Lisboa. Este projeto, desenvolvido em parceria com um investidor internacional, consubstanciava a criação do maior condomínio residencial e eventualmente o maior projeto de reabilitação em plena área de CBD. A este, outros projetos se sucederam, desde logo o The Boulevard em plena Praça dos Restauradores (nomeado melhor empreendimento nas categorias de Residencial e Cidade de Lisboa do Prémio Nacional de Reabilitação de 2020) e mais recentemente o PROMENADE (que se encontra em avançado estado de execução) em plena Avenida 24 de Julho.

A AM48 possui uma vasta experiência em análise de planificação urbana, relação com as autoridades locais e gestão de locais de construção, planeando e monitorizando o desenvolvimento dos projetos do início ao fim. Assim, garante a implementação das melhores e mais inovadoras soluções de design e construção, nomeadamente as soluções “Além do Óbvio”. No que consiste exatamente esta metodologia e que tão bem marca a empresa? Essencialmente, consiste no inconformismo, na procura de fazermos sempre melhor (em relação ao que fizemos antes) e acima de tudo, termos alguma aversão ao “seguidismo”. “Além do Óbvio” mais do que uma expressão, corresponde a um posicionamento que perseguimos de forma incessante e que, talvez por isso, se tornou uma máxima que se associa à AM48. O facto de termos na nossa estrutura quadros com uma longa experiência nas áreas core permite-nos efetuar uma análise crítica de cada oportunidade, selecionar as que consideramos terem potencial, analisar a sua viabilidade (urbanística, legal, financeira, comercial), construir um programa base, definir o


nómica, assim os planos de vacinação avancem em termos de prazos e abrangência. Como nos pode descrever a influência que a pandemia teve no mercado imobiliário? Acredita que o setor terá um papel relevante na recuperação e crescimento da economia? Estamos plenamente confiantes que a promoção e o mercado imobiliário poderão ter um papel da maior relevância na recuperação e crescimento da economia, assim exista a consciência global e mobilização coletiva para rapidamente inverter a situação pandémica atual, o que deverá ser acompanhado com o direcionamento dos apoios financeiros para a retoma da atividade económica e uma melhor e mais estreia colaboração com as entidades públicas, desde logo as autarquias, nomeadamente ao nível dos licenciamentos e taxas. O mito do imobiliário ser a galinha dos ovos de ouro tem que, de uma vez por todas, acabar, sob pena de se comprometer e/ou inviabilizar um dos setores que a par da construção (entre outros) nunca parou.

PROMENADE

os sistemas e as soluções técnicas mais amigas do ambiente.

ÓPERA LX

conceito a desenvolver, contratar projetistas, acompanhar de perto o desenvolvimento dos projetos, o licenciamento junto das entidades, promover a sua venda direta ou através de parceiros, contratar construtores, acompanhar o desenvolvimento das obras, acompanhar os nossos Clientes e por fim assegurar o serviço de pós-venda. Tendo plena consciência no impacto ambiental da atividade a que se dedica, a AM48 olha com responsabilidade na promoção de edifícios com o melhor desempenho ambiental, social e económico, de sustentabilidade garantida. Podemos afirmar que este é um dos fatores-chave de diferenciação da empresa? Acreditamos que todos, independentemente da sua atividade, temos uma atividade económica, uma responsabilidade e um papel social a desempenhar que pode ter maior ou menor impacto ambiental. Acreditamos ainda que a sustentabilidade tem de ser um desígnio de todos para todos, desígnio este que tem de ser perseguido de forma consistente e sistemática. Com estes valores em presença, no exercício da nossa atividade e no desenvolvimento dos nossos empreendimentos procuramos, conjuntamente com os nossos projetistas e consultores, encontrar os materiais,

Nos últimos anos o investimento imobiliário intensificou-se sobretudo no mercado português, porém, como tantos outros, este setor acabou por ressentir face à atual pandemia que vivemos e suas consequências. Qual tem vindo a ser o impacto desta problemática no seio da AM48? A Covid 19 veio alterar por completo a forma de trabalhar (com o teletrabalho), a forma das pessoas se relacionarem (mais à distância) e sobretudo alterar a forma de chegar e de nos relacionarmos com os Clientes. Se para uma empresa da dimensão da AM48, a alteração da forma de trabalhar foi algo relativamente fácil, já a forma de chegar aos Clientes constitui um desafio acrescido, tendo em conta que até à pandemia a relação com os Clientes era norteada por uma grande proximidade. Esta situação levou a termos tido de nos reinventar ao nível da comunicação (por forma a mantermos o contacto e sobretudo os Clientes informados) mas também ao nível da promoção, privilegiando os canais digitais e abordando outros mercados. Ao nível da promoção, a pandemia não alterou a estratégia antes definida, mantendo-se em curso todas as obras (ainda que com as dificuldades que os surtos da doença fazem sentir ao nível da mão de obra e dos fornecimentos, o que se tem traduzido em atrasos), e o desenvolvimento de todos os projetos. Com efeito, não só não foi suspenso qualquer projeto como foi intensificado o desenvolvimento dos mesmos e alargado a novos projetos, na convicção de que a situação que vivemos é conjuntural, onde a sua origem ao contrário do que aconteceu no passado, não é financeira, mas sanitária, sendo deste modo espectável uma mais rápida recuperação eco-

Numa fase pré-pandemia, Portugal era considerado um destino popular entre os estrangeiros pelas mais diversas características únicas que tem para oferecer. Considera que o país continua a ter atualmente todas as condições (e nesta fase complexa) para ser observado enquanto destino seguro? Consideramos fundamental para a recuperação da confiança dos investidores (nacionais e estrangeiros) o controlo da pandemia. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor será para a saúde publica, para as pessoas, para as empresas, para o país, o que naturalmente se refletirá na imagem do país no exterior. Uma vez ultrapassada esta situação, não existe razão nenhuma para não recuperarmos a posição que tivemos no passado, uma vez que os demais fundamentos se mantêm inalterados. No passado dia 22 de dezembro, o Governo aprovou o decreto-lei que altera o regime jurídico das Autorizações de Residência para Investimento. Posto isto, as novas regras limitam a concessão dos Golden Visa nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como no litoral. Do seu ponto de vista, é esta a melhor altura para limitar os investimentos imobiliários? Quais serão as consequências? As consequências são óbvias… Os investidores que pretendem obter Golden Visa através do imobiliário (ou seja, a grande maior parte) terão de investir noutros países, que não Portugal. A mensagem que esta decisão comporta é avassaladora e atroz. Para além do tacitismo político, não encontramos qualquer explicação plausível que o justifique. Resta-nos esperar que, tendo em conta a grave situação que o país está a atravessar, a limitação da concessão dos Golden Visa nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto seja adiada, pelo menos, por um ano. Por fim, que novos projetos a cargo da AM48 nos pode confidenciar para este 2021 que acaba de começar? A AM48 tem neste momento em desenvolvimento um conjunto de novos projetos em Lisboa, Aveiro e Algarve que oportunamente dará a conhecer, sempre sob a chancela “Além do Óbvio”. ▪

43 Fevereiro 2021

THE BOULEVARD


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SP REAL ESTATE confiança e transparência Miguel Machado, Diretor do Departamento Fiscal da SP Real Estate, contou à Revista Pontos de Vista de que forma a empresa se consolidou no mercado até aos dias de hoje, através do modelo de proximidade que desde logo adotou. Outros temas, como a influência da pandemia na metodologia de trabalho, bem como o impacto da mesma no mercado imobiliário foram também questionados e (bem) respondidos. Saiba mais.

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specializada no apoio e gestão de negócios imobiliários, a SP Real Estate afirma ser muito mais do que uma agência. É graças a uma cultura totalmente diferenciada que a marca se tem afirmado no competitivo mercado imobiliário e que, passados dois anos se tornou uma referência. Assim – e para melhor entender –, de que forma se tem consolidado no setor até ser, de facto, a referência que falamos? A crescente afirmação e a consolidação da SP Real Estate no mercado tem sido fortemente propulsionada pela adoção de um modelo de consultoria de proximidade, que visa assessorar o cliente na respetiva tomada de decisão através da oferta de um portefólio de serviços end-to-end, compreendendo não apenas a componente comercial da mediação e da consultoria imobiliária, mas também o aconselhamento jurídico, a assessoria e o planeamento fiscal e ainda a gestão de projetos de média e longa duração. Este modelo permite, nomeadamente, que cada cliente (investidor ou promotor, nacional ou estrangeiro) tome a sua decisão da forma o mais informada e o melhor estruturada possível, e se sinta sempre acompanhado no seu projeto, por profissionais especializados e que tornam o seu projeto o mais eficiente e rentável possível.

pontos de vista

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Focada na obtenção dos melhores resultados para os seus clientes, particulares ou empresariais, e apoiada por um departamento jurídico e fiscal internos, disponibiliza um serviço exclusivo de proximidade, em que a segurança e a excelência estão sempre presentes. Nomeadamente no departamento de consultoria fiscal, de que serviços estamos a falar e que fatores os tornam distintos? O facto de a SP Real Estate dispor de um departamento de tax advisory permite-lhe, por um lado, interpretar e caracterizar adequadamente os potenciais impactos fiscais que a decisão de investimento (ou de desinvestimento) do cliente importará, e, por outro lado, mentorar uma ou várias estratégias alternativas tendo em vista a máxima otimização fiscal e a mínima onerosidade tributária para o cliente, seja este promotor, investidor institucional ou particular, nacional ou estrangeiro. Com a expansão do mercado imobiliário e a consequente valorização dos bens imóveis, a assessoria jurídica tornou-se essencial para dar mais segurança às transações, evitando desgastes e prejuízos financeiros decorrentes dos negócios imobiliários. Neste âmbito, que apoio a SP Real Estate oferece a quem procura? A densidade legislativa, a complexidade da mol-

MIGUEL MACHADO

dura legal e do quadro fiscal aplicáveis à área dos investimentos imobiliários, bem como a multiplicidade de aspetos que devem ser tidos em conta em cada projeto e perante cada tipo de cliente, impõem a necessidade de constituição de equipas pluridisciplinares, com domínio sobre particularidades de cariz urbanístico, ambiental, de regulamentação na área turística, de natureza fiscal, societária, de direito de família, de direito sucessório, entre outras. Ora, é precisamente essa multidisciplinariedade que a SP Real Estate oferece aos seus clientes, com a alocação de uma equipa para cada cliente / projeto, abrangendo profissionais com a especialização jurídica ajustada ao caso em concreto, em articulação com o departamento de tax advisory que aporta o tal valor acrescentado em matéria de planeamento e de otimização fiscal das soluções gizadas pela área jurídica. Os serviços prestados pelas nossas equipas multidisciplinares abrangem, designadamente, (i) a assessoria na operação de compra, de venda e/ou de (des)oneração de bens imóveis; (ii) a formulação da melhor solução em termos de estruturação societária, fiscal e imobiliária do projeto de investimento, incluindo a constituição de veículos de investimento imobiliário; (iii) a assessoria na prossecução do projeto (quer seja constituição de propriedade horizontal, reabilitação urbana ou construção nova); (iv) o direcionamento para um acompanhamento especializado na componente de financiamento do projeto; (v) a assessoria na negociação, elaboração, execução ou cessação de contratos de arrendamento (para fins habitacionais ou não habitacionais); (vi) o apoio profissional no cumprimento das obrigações fiscais do cliente (seja particular ou corpo-

rativo), designadamente em sede de tributação sobre o rendimento e de tributação incidente sobre património. Já em 2021 e num contexto de crise gerado pela pandemia da COVID-19, importa preparar e estar um passo à frente face às consequências que se instalaram. No que concerne às normas e apoios à fiscalidade no imobiliário, que alterações com impacto tanto a nível das empresas como dos particulares se podem esperar? De que forma tal afetará o mercado imobiliário? Desde logo, urge modificar o rumo que o legislador tem vindo a seguir em algumas das mais recentes alterações legislativas. Com efeito, na esteira da consolidação das finanças públicas assente, inicialmente, na execução do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro acordado entre o Governo português e a Troika, o setor imobiliário acabou por tornar-se um dos principais propulsionadores da recuperação económica e financeira verificada nos últimos anos, quer através da reentrada no setor de fortes investimentos internacionais – altamente geradores de liquidez e de emprego e que em muito contribuíram para o robustecimento do setor bancário em Portugal conferindo-lhe outro músculo e elasticidade no financiamento e no apoio a empresas e a particulares –, quer por via do assinalável crescimento da arrecadação de receita fiscal motivado pela dinâmica do mercado imobiliário e o incremento no volume de transações. No entanto, e mau grado o efeito de arrefecimento do mercado de que o atual contexto pandémico tem sido responsável, aquilo a que presentemente assistimos em termos de ini-


“A crescente afirmação e a consolidação da SP Real Estate no mercado tem sido fortemente propulsionada pela adoção de um modelo de consultoria de proximidade, que visa assessorar o cliente na respetiva tomada de decisão através da oferta de um portefólio de serviços end-to-end, compreendendo não apenas a componente comercial da mediação e da consultoria imobiliária, mas também o aconselhamento jurídico, a assessoria e o planeamento fiscal e ainda a gestão de projetos de média e longa duração”

cionais), bem como iniciativas que visem a criação de mecanismos e de regulamentação que fomente o acesso dos particulares ao mercado habitacional. Assim, nesta fase complexa, como tem apoiado na definição de estratégias de investimento e na seleção do modelo empresarial ou de negócio mais adequado às pretensões de cada cliente/investidor? Quão impactante se tornou a pandemia nestas estratégias de investimento? Certamente, houve um reajustar das mesmas... Num contexto em que as margens brutas de negócio são tendencialmente menos lisonjeiras, o peso quer da fiscalidade, quer dos gastos de financiamento tornam-se ainda mais críticos no processo de qualificação e da tomada de decisão.

Nesse sentido, o que nós passámos a fazer é assessorar o cliente/investidor na construção de um business plan para um horizonte temporal de 5 a 10 anos, com uma ou várias abordagens no que tange ao modelo de investimento, dependendo da envergadura e/ou do nível de complexidade do projeto, e com o apuramento dos quantitativos anuais de EBITDA, de resultados antes de impostos e de yield líquida para o investidor. Tendo em conta todas estas alterações no setor para 2021, como prevê que o mercado imobiliário português se continue a destacar no estrangeiro? Assumindo os constrangimentos que têm vindo a ser colocados aos investidores internacionais pelos impulsos legislativos mais recentes – alguns dos quais enunciados supra –, estes irão decerto começar a refrear as suas pretensões de investimento imobiliário em Portugal, até que o espectro normativo e o quadro fiscal voltem a ser mais apelativos. Porém, o nosso país é reputado de ter, e de ser, um dos melhores contextos geográficos, meteorológicos, gastronómicos e de estabilidade social em todo o mundo, fatores de enorme atratividade para o mercado residencial, nomeadamente no segmento de luxo, o qual, estamos em crer, continuará a ser um importante foco de interesse para os investidores internacionais, particularmente em sede de projetos de construção (de raiz) e promoção imobiliária. Por seu lado, no que tange ao segmento turístico e da hotelaria, e levando em linha de conta a natural insegurança que irá perdurar durante algum tempo na mente das pessoas no que se refere ao turismo mais cosmopolita e à maior densidade populacional dos grandes centros urbanos, é expectável que venha a existir um aumento considerável no investimento e na geração de unidades hoteleiras e turísticas em zonas menos povoadas do litoral e, sobretudo, do interior do país. ▪

45 Fevereiro 2021

ciativa legislativa é a tomada de medidas cegas e/ou sem qualquer visão estratégica, tais como: (i) o agravamento exponencial de IMI e de IMT (incluindo o fim de eventuais isenções ou reduções em IMT e de suspensões em IMI) sempre que o adquirente do imóvel seja uma entidade dominada ou controlada, direta ou indiretamente, por entidade domiciliada em paraíso fiscal, independentemente de este tratar-se de jurisdição com a qual Portugal celebrou acordo de dupla tributação internacional (ADT) ou mantém acordo de troca de informações (ATI) em matéria tributária, ou, ao invés, tratar-se de jurisdição caracterizada pela total opacidade no que tange aos movimentos de capitais – norma que constituirá um forte inibidor de projetos de investidores e de fundos estrangeiros em Portugal, sendo certo que impactará, designadamente, em cerca de 40% dos fundos internacionais presentemente a atuar no nosso país, mercado que, sublinhe-se, representa no seu total cerca de 30 mil milhões de euros por ano, dezenas de milhares de postos de trabalho e uma elevada receita tributária para o Estado; e ainda (ii) a limitação à atribuição de «Vistos Gold» nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e zonas do litoral a partir de 1 de julho de 2021 – medida que, para além de absurdamente inoportuna, acabará por fazer disparar os preços no imobiliário em regiões em que a oferta de produto é bem mais exígua e o poder de compra é manifestamente inferior ao das duas maiores cidades do país, e sendo que, segundo o nosso entendimento, em lugar da supradita limitação, seria bem mais razoável delinear-se uma estratégia verdadeiramente eficaz de criação de habitações a custos controlados naquelas duas grandes áreas metropolitanas. Por conseguinte, dir-se-ia que serão bem-vindas quaisquer medidas que permitam restabelecer quer a confiança, quer a noção de estabilidade legal e fiscal no médio e longo prazo (aspeto cronicamente criticado, nomeadamente por institucionais e por outros investidores interna-


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“Portugal será de novo o «porto seguro»” Com mais de 275 escritórios espalhados pelo mundo, a Fine & Country destaca-se no mercado português por ser uma empresa imobiliária mais focada no critério e vontade do cliente, do que no portefólio imenso e abrangente que tem em mãos. Quem o afirma é Nuno Durão, que nos conta ainda em entrevista qual tem vindo a ser o impacto da pandemia no setor, dando a sua perspetiva enquanto Managing Partner da marca em Portugal.

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Fine & Country Portugal é uma empresa imobiliária especializada na compra, promoção e venda de propriedades de luxo em Portugal, destinadas a um público internacional, sendo uma das principais agências imobiliárias a trabalhar este segmento. Tendo em conta que tem mais de 275 escritórios espalhados pelo mundo, como tem vindo a marca a consolidar-se no mercado português? O mercado estrangeiro, muitas vezes não sendo primeira habitação, procura sempre um bom investimento e principalmente um produto com liquidez. Ora um imóvel em localização prime, tem sempre liquidez pois mesmo em crise, há procura. Por outro lado se procuram rendimento, de novo a localização prime, até por procura turística é sempre mais rentável. Mais do que “luxo”, a Fine and Country é especializada naquele produto “único” que melhor responde ao critério especifico do comprador. É por isso que a Fine and Country se tem afirmado, por estar focada muito mais no critério e vontade do cliente, que no portfolio demasiado abrangente.

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Além das características distintas já abordadas, a Fine & Country conta com uma equipa de especialistas que acompanha e apoia os clientes ao longo de todo o processo de aquisição de imóveis, prestando ainda serviços de marketing bem como aconselhamento de compra. Sendo que os estrangeiros são o público-alvo, podemos afirmar que a agência é uma das mais fundamentais portas de entrada em território nacional? Muitas vezes o processo de compra de clientes neste setor demora tempo e a ligação de confiança e relação privilegiada com o comercial é fundamental. É por isso que ao contrário das outras agências, os comerciais da Fine and Country são remunerados e práticamente não há rotação de pessoas como por vezes acontece com freelancers. É essa proximidade e relação de confiança que nos destingue. Por outro lado, a Fine and Country é uma empresa muito ágil, dando muita liberdade aos comerciais em tomar decisões, permitindo uma ligação e resposta a agentes internacionais, com quem partilha-

Nuno Durão


Nos últimos anos Portugal tem se destacado enquanto destino popular entre os estrangeiros pelas mais diversas características de excelência tal como a segurança, o clima ou as mais belas paisagens de norte a sul. Contudo, a situação pandémica acabou por, como tantos outros, afetar o setor imobiliário. Para melhor entender, qual tem vindo a ser a influência desta problemática que vivemos no mercado imobiliário? Que repercussões se têm sentido? Portugal sempre teve características de excelência, segurança, clima, paisagens, mas não foi isso que colocou Portugal no mapa do Turismo e fez crescer o mercado imobiliário. Em 2013, o Governo decidiu criar motivos de atratividade, nomeadamente os Vistos Gold e o Regime Fiscal de Residentes Não Habituais. Infelizmente em Portugal poucos tiveram essa perceção e poucos entenderam o enorme impulso que estas medidas tiveram na criação de milhares de postos de trabalho, na reabilitação, na restauração, hotéis, alojamento local e até em impostos diretos. Bastante antes do Covid, e quando ainda em 2019, o governo restringiu o Alojamento Local e ameaçou cancelar os Vistos Gold, interrompeu essa atratividade e muitos estrangeiros trocaram Portugal por Grécia ou Espanha. Basicamente voltámos ao Portugal de sol, praia e peixe grelhado que sendo fantástico não atrai o mercado que existiu de 2013 a 2018 e aos níveis de investimento estrangeiro que tínhamos. Ficámos mais pobres. A Covid19 é só mais uma “machadada” neste processo. Mas a Covid mais tarde ou mais cedo passará, esperemos que as decisões políticas também se alterem e devolvam ao sector a atratividade de 2013 a 2018. Desde 2013 que a empresa se tornou um dos principais agentes de promoção do programa de Vistos Gold de Autorização de Residência em Portugal e do Regime Fiscal para Residentes Não Habituais. Que mais-valias tal tem trazido a Portugal, bem como à Fine & Country? Embora já respondido atrás, estas duas medidas, sem custos para o Estado, pelo contrário, com ganhos para o estado, permitiu a criação

“A Fine and Country, estará sempre no mercado, para ajudar com todo o profissionalismo e conhecimento, promotores imobiliários, proprietários, a encontrar o melhor valor pelos seus imóveis, utilizando as melhores técnicas e tecnologias, para promover em todo o mundo e encontrar em todos os cantos do mundo, um potencial comprador”

de milhares de empregos, construtores, promotores, canalizadores, arquitectos, cozinheiros, lojistas, taxistas, imobiliárias, pedreiros, para além de ter reabilitado os centros das cidades que estavam em ruínas, onde reinava a prostituição e droga e são hoje zonas turísticas, de enorme qualidade, dotadas das melhores lojas, restaurantes, entre outros. Recentemente foram aprovadas pelo Governo as novas regras que restringem a concessão dos Vistos Gold nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e litoral, tendo como principal objetivo a captação de investidores para o interior do país – algo que tem gerado opiniões distintas. Como analisa esta medida? Será este o melhor momento para limitar os investimentos (um dos principais motores imobiliários dos últimos anos)? Não faz qualquer sentido, a não ser por alguém que sem olhar pela janela e do seu gabinete

toma uma decisão destas. Ou então, apenas para agradar à agenda politica que sempre foi contra o desenvolvimento. A lei dos vistos Gold, já previam atratividade para o Interior com grande desconto, ou para a criação de empresas e muitas versões que não atraíam ninguém. Querer competir entre Madrid ou Alfornelos, não faz sentido nenhum. Mas infelizmente pode criar enormes dificuldades a milhares de empregos em Portugal. Como dizia há pouco, a Covid acabará por passar, as decisões políticas poderão ser bem mais nefastas. Diretamente ligados ao público internacional, que soluções deveriam ser adotadas neste momento para colmatar as consequências que destas novas regras possam surgir? Dificilmente se substituirá com tanto sucesso o trabalho de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo que sem qualquer custo para o Estado promoveram e atraíram milhares de milhões de euros. Não é agora, após um ano perdido, que se “inventa a roda”. Coloca-se em campo a equipa que ganha e se houver mais apoios, soma-se, não se diminuí! Comprar casa é uma das decisões mais importantes que assumimos na nossa vida, envolvendo um investimento financeiro e emocional. Assim, que estratégia continuará a ser assumida neste setor pela Fine & Country – um dos braços direitos do mercado imobiliário português? A Fine and Country, estará sempre no mercado, para ajudar com todo o profissionalismo e conhecimento, promotores imobiliários, proprietários, a encontrar o melhor valor pelos seus imóveis, utilizando as melhores técnicas e tecnologias, para promover em todo o mundo e encontrar em todos os cantos do mundo, um potencial comprador. Naturalmente que toda esta capacidade de chegar e ligar a informação, termina sempre na enorme capacidade e competência humana dos nossos profissionais. Temos enorme esperança que uma vez passada esta tragédia desta pandemia, nos permitam respirar e Portugal será de novo o “porto seguro” de tantas pessoas de todo o mundo que por uma razão ou por outra, escolhem Portugal como primeira ou segunda habitação, como Plano B ou como investimento. ▪

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mos negócios, uma muito mais simples e eficaz colaboração.


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“Encontro-me disponível à distância de um «click»” Paula Pedroso foi um exemplo de superação daquela que hoje conhecemos como a “nova realidade” – realidade essa provocada pela pandemia da COVID-19. Com um know-how bem consolidado no setor da Informática e Novas Tecnologias, encontrou diversas soluções digitais para melhorar a sua atividade enquanto Consultora Imobiliária. Saiba como.

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PAULA PEDROSO

rimeiramente, interessa compreender quem é a Paula Pedroso enquanto profissional. Sabemos que conta com um vasto percurso ligado ao setor da Informática e Novas Tecnologias – um Know-how aplicado diretamente à metodologia de trabalho na qualidade de Consultora Imobiliária. De que forma tem interligado as duas vertentes? Em março de 2020 aquando do primeiro confinamento, percebi que o mundo mudou e a forma de comunicar também e que a tecnologia iria ser antecipada, o que acontece sempre em alturas de crises. Entrámos na era da transformação digital, e eu senti-me preparada para esse desafio, porque já tenho uma larga experiência em crises passadas. O meu 1º. Passo foi no início de abril: comecei a pensar na minha estratégia de Marketing Pessoal Digital e passei à ação. O meu 2º. Passo foi criar Qr Code’s, com os meus contactos. Com um simples Qr Code vão diretamente para uma página com as seguintes possibilidades: gravar o meu contato telemóvel, fazer-me uma chamada, enviar-me um e-mail, poder ver no Google Maps onde fica a agência Convictus2 e iniciar a navegação. Tem ainda possibilidade de acesso à zona da Social Media (Facebook, Instagram, Site RE/MAX, Linkedin e Youtube).

Acredito que fui a primeira Consultora Imobiliária a criar um Qr Code na assinatura de e-mail e na publicidade dos imóveis. O meu 3º. Passo foi criar Qr Code’s na publicidade dos imóveis que angariei e também nas folhas de montra na agência, bem como na Social Media (Facebook, Instagram, Site RE/MAX, Linkedin e Youtube). Há cinco anos e meio a trabalhar na Re/max dos quais há ano e meio na RE/MAX Convictus2 em Cascais, e numa altura em que os contactos presenciais são limitados e as visitas quase inexistentes, a utilização de ferramentas tecnológicas ajuda a ultrapassar estas limitações. Atualmente, e mais do que nunca, tem aplicado as suas competências e habilidades quanto à literacia digital? Que exemplos nos pode fornecer? Sim, muitas coisas foram alteradas, desde o meu Plano de Marketing - que passou a ser Plano de Marketing Digital exclusivamente desenhado para a promoção de determinado imóvel. Faço um trabalho em exclusivo a partir do meu Plano de Marketing Digital, para a promoção do imóvel e acompanho todas as fases do processo, (publicidade nas plataformas digitais, qualificação de clientes compradores, marcação de visitas virtuais e/ou presencial. Já na fase da tomada de decisão, propostas, relatórios de atividade, no Contrato de Promessa de Compra e Venda) até à escritura.


O modelo de negócio das agências imobiliárias era até então ainda muito parecido aos modelos de negócios tradicionais, de pessoas para pessoas, e em tudo presencial. Acredita que a pandemia veio alterar este paradigma? Sim, sem dúvida nenhuma, verificaram-se mudanças trazidas na quarentena, que devem continuar numa fase pós COVID-19. A forma de trabalhar e comunicar sofreu alterações, desde o teletrabalho, às reuniões e visitas virtuais, aos webinars, redes sociais, telescola e o ensino online. Tudo isto se tornou uma realidade para todos nós. Ainda assim, continua a ser de pessoas para pessoas, só que de uma forma virtual. No entanto, há quem afirme que o modelo tradicional não deixa ainda assim de ser relevante para as agências imobiliárias. Concorda? O futuro não passará por ser 100 por cento digital? Sim, concordo, nesta altura acho que ainda estamos numa fase híbrida e que vai permanecer assim por algum tempo. As agências imobiliárias para serem competitivas neste mercado estão a dar passos já consideráveis, na

transformação digital, pelo que vejo na minha agência, sim, podemos chegar aos 100 por cento digital praticamente em todo o processo (documentação, visitas virtuais, marketing digital, crédito habitação, contratos com assinatura digital, etc) mas sempre com uma forte componente humana, relação de confiança entre os intervenientes pois este negócio é e será sempre de pessoas para pessoas. A perspetiva a longo prazo para este setor é positivo no que à digitalização diz respeito. Em tempos de pandemia, também os clientes foram adeptos de se adaptarem a esta mudança? Ou seja, é possível desde já analisar os frutos colhidos desta transformação? Sim, considero que todos aderimos ao digital, uns com mais ou menos dificuldade, mas aqui as agências tiveram um papel fundamental na formação dos seus agentes. Em relação aos frutos, sim podemos verificar que muitos de nós, agentes e agências mesmo com todos os constrangimentos nestes tempos de pandemia ultrapassamos os nossos objetivos, que foi o meu caso.

Podemos comprovar que entrámos na “Era Digital”. Para melhor entender, no âmbito da promoção de determinados imóveis, quão vantajoso é criar um plano de Marketing Digital? Como decorre este processo? Para mim, nos tempos que correm, um Plano de Marketing Digital bem feito, pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso da minha atividade, por isso desenho sempre um Plano de Marketing Imobiliário Digital para cada imóvel angariado, uma vez que cada casa é uma casa. O objetivo é atrair e fechar negócio com um preço justo, no mais curto espaço de tempo possível. A estratégia passa por saber comunicar em todos os canais de comunicação digital, atualmente, a maioria das pessoas têm computador ou pelo menos um smartphone sempre ligado à Internet 24 horas por dia, o que possibilita a comunicação e proximidade através de e-mail, site, redes sociais e chamadas de vídeo no WhatsApp. Assim conquisto novos clientes e aumento a minha carteira de potenciais clientes compradores e de angariações.

Olhando para o vindouro, qual continuará a ser a missão da Paula Pedroso enquanto Consultora Imobiliária e aliada do Digital? Que outros novos projetos pensa adotar nesta fase ainda de pandemia? Bem, desejo continuar a trabalhar nesta área de atividade e na mesma agência imobiliária, pois sei que é uma agência que não pensa só a curto prazo, mas também a longo prazo. O Grupo Convictus é uma referência no mercado imobiliário, aposta muito na formação, o apoio aos agentes é total e é sempre bom estar entre os melhores. Quanto aos novos projetos, primeiro tenho que alargar a minha comunicação noutros canais, como por exemlo: apostar no Youtube e noutros, melhorar e reforçar a comunicação nos canais em que já tenho presença. Depois é continuar a estar a par do surgimento de nova tecnologia, conhecê-la, formação, formação, formação, inovar e reinventar-me sempre todos os dias. “Quem somente pensa ser de hoje, amanhã corre o risco de ser de ontem”. ▪

49 Fevereiro 2021

Continuo a trabalhar e em segurança! Respeitando todas as normas da Direção Geral da Saúde e encontro-me disponível à distância de um «click». Envio em forma digital para os potenciais vendedores de imóveis, um documento com a informação de que como os posso ajudar e em segurança. • Desde fazer um Estudo Comparativo de Mercado do imóvel totalmente GRÁTIS e ONLINE; • Informar de quais os documentos necessários para a venda do seu imóvel; • Explico quais os procedimentos contratuais legais; • Acompanho as visitas virtuais: • As visitas multimédia permitem que os clientes compradores visitem um imóvel, em tempo real e em segurança, através de fotos e vídeos 3D ou 360º, mas sempre acompanhados por mim, através do zoom ou vídeo chamada no WhatsApp; Toda a minha publicidade possui um Qr Code exclusivamente desenhados para todos os imóveis e que serão distribuídos por e-mail, em todas as Redes Socias, mensagens por WhatsApp e site, para assim otimizar as possibilidades de encontrar o comprador certo para o imóvel. E é desta forma que crio uma maior interação com os clientes, vendedores ou compradores.


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“Portugal continua a ser um país seguro” Em tempos de pandemia, interessa compreender junto dos diversos setores qual tem vindo a ser o impacto da mesma. No que ao mercado imobiliário diz respeito, Joana Resende, CEO da Century 21 Arquitetos Porto e Gondomar, elucidou-nos perante aquilo que são as principais adversidades sentidas. Terá sido este o momento ideal para restringir os Vistos Gold em Portugal? Conheça a opinião da nossa entrevistada.

JOANA RESENDE

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Century 21 Arquitetos é uma agência com uma equipa de consultores imobiliários com vasta experiência, fortemente motivados e com capacidade para prestar o mais elevado nível de serviço. Consolidada no Porto e em Gondomar, qual tem vindo a ser o impacto da pandemia em ambos os locais? 2020 foi de facto o ano marcado pela pandemia. Felizmente estamos num dos setores menos afetados pelas implicações económicas que daí advieram. No que se refere à loja de Gondomar, o impacto foi praticamente zero. Com exceção dos meses de confinamento da primeira vaga, em que sentimos uma paragem de quase 100 por cento na procura de imóveis, a verdade é que mal abrimos a loja em maio, o índice de procura e de transações foi similar ao que tínhamos pré-Covid. Penso que será um denominador comum da atividade nas periferias. No que concerne à loja do Porto, sentimos algumas diferenças porque fazíamos várias transações com clientes estrangeiros, que se viram impossibilitados de viajar, pese embora nunca tenham perdido a vontade de investir em Portugal. Depois do Verão, sentimos que esse segmento estava de volta e em força, mas o aproximar do mês de dezembro, e esta terceira vaga, voltou a condicionar a concretização dos negócios em curso.

Nos últimos anos o investimento imobiliário intensificou-se, sobretudo no mercado português. Como nos pode descrever as consequências resultantes da situação que vivemos, que se têm sentido nos últimos meses no que respeita ao mercado imobiliário? O que mudou? O Investimento imobiliário intensificou-se por várias razões, sendo as mais prementes o investimento estrangeiro e os mínimos de taxas de juro dos bancos concessores de crédito. Relativamente ao investimento estrangeiro, como referi na questão anterior, houve obrigatoriamente um impacto dada a impossibilidade dos clientes poderem viajar, e do impacto da pandemia no turismo (muitos investimentos tinham como objetivo o turismo). Mas é um negócio em standby, não um negócio perdido. A pandemia é uma crise sanitária. Não uma crise financeira. E assim que seja possível retomar alguma normalidade, os investidores estrangeiros estarão atentos a Portugal novamente. Por outro lado, no consumo interno, não notámos grandes diferenças. Existe muita procura, existe vontade dos bancos financiarem, as taxas de juro continuam a bater mínimos históricos, pelo que as pessoas continuam a procurar e a comprar casa. Penso que com o aumento de oferta nova que vamos assistir nos próximos tempos, vai haver uma estabilização de preços (que já se sente). Portugal tem se destacado enquanto destino popular entre os estrangeiros pelas mais diversas características únicas que tem para oferecer. Assim, e tendo em conta a atual situação, é possível que esta estatística continue em crescimento? Acredita que numa fase pós-

-pandemia, Portugal continue a ser eleito perante os estrangeiros? Na minha opinião, Portugal continuará a ser destino de investimento para os clientes estrangeiros. Se pensarmos por exemplo que as nacionalidades que mais nos procuram são oriundas do Brasil, da França e dos EUA, automaticamente percebemos que assim é pela qualidade de vida que podem ganhar no nosso país, bem como pelas condições climatéricas, tradições gastronómicas e culturais, etc. Do ponto de vista de investimento, ou seja, clientes que investem no nosso país pela rentabilidade, Portugal continua a ser um país seguro, com relativa estabilidade fiscal, e com yields interessantes para os investidores. As Autorizações de Residência para Investimento têm sido nos últimos anos um motor imobiliário. Recentemente o Governo aprovou novas medidas que limitam a autorização dos Golden Visa nas zonas metropolitanas de Lisboa, Porto e litoral, tendo como principal objetivo a captação de investidores para o interior do país. Considerando o atual contexto pandémico, acredita ser este o melhor momento para tal atuação? Quais são as repercussões que prevê face a estas restrições, nomeadamente no território do Porto – mercado onde a Century 21 Arquitetos atua? Penso que neste momento são um erro as novas medidas de limitação à autorização dos Golden Visa. Quando em março anunciaram o adiamento desta resolução, foi a atitude mais ponderada e correta. A mediação imobiliária foi umas atividades que permitiu que o país continuasse a funcionar do ponto de vista económico, e os Golden Visa permitiam continuar a trabalhar um segmento

de mercado importante. Não haverá interesse deste tipo de cliente em investir no interior do país, e é relativamente fácil analisando o perfil de cliente Golden Visa. Por isso, não só Porto e Lisboa vão sentir esta medida, como todo o país. Por fim, para este ano que acaba de começar, qual é a estratégia que a Century 21 Arquitetos irá praticar, face às mudanças que o setor imobiliário sofreu? No início de 2020, ainda sem saber o que o ano nos iria reservar, achámos que a nossa aposta deveria ser na aposta dos serviços digitais. Em janeiro do ano passado, adquirimos o material e as ferramentas que nos permitem fazer as visitas virtuais internamente e para todos os nossos imóveis. Todas as nossas angariações têm essa ferramenta, bem como vídeo profissional (fotografias profissionais sempre tivemos). Defendo que a nossa atividade nunca será 100 por cento digital. Nunca ninguém compra uma casa, o seu sonho de vida, através da internet e sem nunca ter estado fisicamente no local. Não obstante, e dada a transformação digital no setor por causa da pandemia, vamos reforçar-nos neste sentido também. Temos também já desde maio, e dada pela CENTURY 21 Portugal, a possibilidade da assinatura digital, quer para os contratos de mediação, quer para os Contratos de Promessa de Compra e Venda, ferramenta inovadora e muito cómoda para os clientes. Internamente, estamos também a investir em novas estratégias, algumas para melhorar as nossas visitas virtuais, outras ligadas às redes sociais, e outras que se prendem com ferramentas digitais ainda não disponíveis no mercado português e das quais queremos ser pioneiros. ▪



» DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA O CANCRO

“A luta contra o cancro faz-se todos os dias. Afinal, somos Todos por Todos” Qual o papel da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) na luta contra o cancro? De que forma é que é esta uma tarefa contínua e diária? Vítor Rodrigues Presidente da Direção nacional da LPCC, em entrevista à Revista Pontos de Vista, conta-nos tudo e revela que é essencial estar sempre presente para apoiar as pessoas que sofrem com esta doença.

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o longo de 80 anos, a Liga Portuguesa Contra o Cancro assume-se como uma entidade de referência nacional no apoio ao doente oncológico e família, na promoção da saúde, na prevenção do cancro e no estímulo à formação e investigação em oncologia. Enquanto Presidente da mesma, qual é o balanço que faz de todos estes anos de dedicação, solidariedade e humanização? A Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) tem tido, desde a sua fundação, e decorrente do seu ADN, uma constante ação de apoio ao doente oncológico e ao seu familiar. Esta é a atividade fulcral da LPCC, alicerçada numa rede nacional, regional e local de voluntários– hospitalares, comunitários, movimentos de entreajuda -, numa descentralização das suas tarefas, possível pela solidariedade financeira da população que lhe confia verbas que depois lhes são devolvidas em programas de apoio estruturados. As outras funções da LPCC são decorrentes da evolução da sociedade, de posteriores desafios da problemática da doença oncológica e conducentes ao seu eficaz controlo. Na verdade, a promoção da saúde é, cada vez, mais uma necessidade, a prevenção secundária cada vez mais real e eficiente, a formação e investigação em oncologia nucleares no desenvolvimento da literacia em saúde dos profissionais e no constante avanço da ciência A crescente focalização dos recursos na atenção ao doente e à sua família na deteção precoce da doença, culminou (entre outros) numa das mais importantes iniciativas da Liga: o Programa Nacional de Rastreio de Cancro. Quão importante significa haver na sociedade atual esta ajuda permanente? Que outros apoios são facultados? O rastreio de cancro da mama, iniciado em 1990 na região centro (após um projeto piloto implementado em 1986) tornou-se uma das atividades mais visíveis da LPCC. A partir da colaboração europeia com programas semelhantes, do apoio entusiasta da população e dos cuidados de saúde primários, das instituições hospitalares e das autoridades de saúde, foi sendo possível estendê-lo, progressivamente, a quase todo o país, permitindo a deteção muito precoce de cancros da mama feminina, e tendo, como resultado, um enorme aumento da sobrevivência das doentes e da sua qualidade de vida. Tem sido um exemplo no qual se têm baseado programas de rastreio oncológico, nomeadamente do cancro do colo do útero e do cancro do cólon e reto, estes com menor expressão ainda, devido a características operacionais particulares.

uma sentença de morte” evolui-se para a noção de que é possível prevenir o cancro, diagnosticá-lo precocemente, tratá-lo eficazmente e viver o dia-a-dia com bastante normalidade. O cancro está a tornar-se, felizmente, uma doença crónica.

VÍTOR RODRIGUES

O Dia Mundial do Cancro foi instituído a 4 de fevereiro de 2000, no âmbito do World Summit Against Cancer for the New Millenium em Paris. Desde então, comemora-se anualmente, por iniciativa da União Internacional de Controlo do Cancro, tendo como principal objetivo sensibilizar a população mundial e mobilizá-la nesta luta, assim como desmistificar algumas ideias pré-concebidas e informar sobre os factos reais. Como nos pode descrever a evolução de mentalidades ao que à doença diz respeito? Acredita que, atualmente, existe uma maior consciencialização, nomeadamente na importância dos rastreios, por exemplo? A evolução (positiva) da perceção da população relativamente à problemática oncológica tem sido enorme. Desde a ideia de que o cancro “era

A cada ano, o Dia Mundial do Cancro, torna-se cada vez mais um poderoso movimento que inspira indivíduos, comunidades e organizações a sensibilizar e a agir no sentido de reduzir o impacto global da doença. Assim, certamente, são já conhecidos os resultados desta iniciativa? Considera que se tornou indispensável, pelos excelentes frutos que tem presenteado? Efemérides deste tipo são sempre importantes para que a temática não seja esquecida, se destruam mitos e falso conhecimento e que as pessoas se consciencializem de que a manutenção da sua saúde é, sobretudo, um papel que lhes pertence. Além disso, é substancial que não nos esqueçamos da importância e conhecimento diário (não apenas no dia 4 de fevereiro), quanto ao cancro – uma doença que exige investigação constante. Considera que existem investimentos adequados e suficientes, que permitam implementar programas sistematizados junto da sociedade ao longo do ano? A investigação é fundamental. Mas ela é cara e demorada, tem as suas etapas perfeitamente identificadas e cabe à sociedade decidir quanto deve alocar a esta área em termos de investimento, nomeadamente em recursos humanos e materiais. O investimento não é barato, mas tem um retorno altamente compensador, embora ele, geralmente, apenas seja visível a médio e a longo prazo. ▪

Por fim, gostaria de deixar uma mensagem aos nossos leitores e (re)lembrar assim a forte presença da Liga Portuguesa Contra o Cancro e a sua permanente missão? Gostaria de, sucintamente, lembrar que a solidariedade humana é fundamental, nomeadamente nos momentos em que cada um mais precisa. Que os recursos materiais são importantes, mas não conseguem substituir o carinho e o apoio – de todo o tipo - que qualquer doente, nomeadamente o oncológico, necessita, sobretudo nos piores momentos. Que estes devem ser auxiliados não só aquando da doença ativa, mas também aquando do seu regresso à normalidade pessoal, familiar, laboral e social. Que a luta contra o cancro se faz todos os dias e que o seu sucesso não se mede pelo fato de morrermos mais ou menos tarde. Que toda a “família LPCC “continuará, como o tem sido ao longo destes 80 anos, um pilar credível, atuante, honesto, na sociedade portuguesa, da qual emana. Afinal, somos Todos por Todos.



» Dia Mundial de Luta contra o Cancro

“Considero fundamental continuar a dar voz aos sobreviventes” A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Ana Joaquim, Presidente do Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço e Médica oncologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, que nos deu a conhecer um pouco mais sobre a patologia de cancro, mais concretamente ao nível de cabeça e pescoço, onde todos os anos são diagnosticados cerca de 3000 novos casos por ano.

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esde a sua criação, o Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), foi crescendo e desenvolvendo as atividades científicas a que ano após ano se foi propondo. Enquanto Presidente do mesmo, qual é o balanço que faz do percurso de empenho e dedicação da sua atividade diária? Faço um balanço muito positivo. O GECCP tem pouco mais de dez anos de existência e, ao longo deste tempo, conseguiu colocar o cancro de cabeça e pescoço na ordem do dia em Portugal. Trata-se de uma doença que há 10 anos era desconhecida da população geral e, mesmo entre os profissionais de saúde, era pouco abordada. Desde a sua origem, o GECCP tem procurado sensibilizar a comunidade médica, de outros profissionais de saúde e a sociedade em geral para a sua importância – desde logo por se tratar de um cancro cujos principais fatores de risco são evitáveis (o tabaco e o álcool) e, também, porque quando diagnosticada precocemente tem uma probabilidade de cura elevada, de cerca de 80 a 90%. Atualmente, podemos dizer que conseguimos fazer chegar esta informação aos decisores, aos profissionais de saúde e à população geral.

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ANA JOAQUIM

Muitas são as iniciativas que o GECCP organiza em prole da sensibilização e alerta para o problema que é o cancro de cabeça e pescoço em Portugal. Que projetos têm vindo a ser desenvolvidos neste sentido e que são indispensáveis não apenas para os doentes oncológicos como para a população em geral? O GECCP, afiliado português da Sociedade Europeia de Cancro de Cabeça e Pescoço (EHNS), aderiu à Make Sense Campaign (https://makesensecampaign.eu/pt/), desde o seu início. Organizada pela EHNS, é uma campanha europeia de sensibilização para o cancro de cabeça e pescoço que decorre numa semana de setembro designada de Semana Europeia de cancro de cabeça e pescoço. Em Portugal, nesta campanha, o GECCP já levou a voz dos sobreviventes desta doença à Assembleia da República, numa exposição com fotografias que contavam histórias de vida. Também acompanhou a Volta a Portugal em bicicleta, realizando rastreios e ações de sensibilização em cada etapa. Vestiu, com t-shirts alusivas à doença, os jogadores de grandes clubes da primeira liga de futebol do campeonato português. Com estas, e muitas outras ações, conseguiu passar as mensagens de: importância da prevenção, pela evicção dos fatores de risco; do diagnóstico precoce, pela educação de “1 sintoma em 3 semanas”; da reabilitação, para minimização das sequelas dos tratamentos. No entanto, em 2020, participou num inquérito


Todos os anos são diagnosticados milhares de novos casos de cancro em Portugal, sendo que o de cabeça e pescoço acaba por não ser tão tomado em conta como deveria. É aqui que entra o GECCP? O que falta em Portugal para uma maior sensibilização face a esta doença específica? Em Portugal, são diagnosticados cerca de 3000 novos casos por ano. Sem dúvida que o GECCP pretende ter um papel importante a este nível. Por um lado, educando sobre os fatores de risco e motivando a prevenção. Por outro, comunicando quais são os principais sintomas e sinais que deverão levar a procura atempada de ajuda, de forma a diagnosticar precocemente uma doença que, quando detetada em fase inicial, tem um elevado potencial de cura. Por ser insuficientemente conhecido, há uma maior probabilidade de ser diagnosticado numa fase já tardia, o que conduzirá a uma provável diminuição do sucesso e eficácia dos tratamentos. Quais são os principais sinais/ sintomas associados ao cancro de cabeça e pescoço? Os principais sintomas e/ou sinais são: dores na língua, aftas que não cicatrizam; manchas vermelhas/ brancas na boca; dor na garganta; rouquidão persistente; dificuldade e/ou dor ao engolir; gosto estranho na boca; caroço no pescoço; nariz entupido ou com sangramento. Como se pode verificar, são comuns a muitas doenças. Este é um dos

motivos pelos quais as pessoas os desvalorizam. Contudo, o fator tempo é fundamental - no caso destes sintomas persistirem mais do que 3 semanas é imperativo consultar um médico. Sabe-se que nem todas as pessoas com diagnóstico de um cancro de cabeça e pescoço tem uma causa determinada, no entanto existem várias formas de evitar ou diminuir o risco do seu aparecimento. Que hábitos a população deveria adotar neste sentido? Os principais fatores de risco são o tabaco e o álcool. Novamente o fator tempo é importante – a exposição crónica àqueles fatores é a principal causa desta doença que acomete indivíduos com mais de 40 anos e maioritariamente do género masculino. Outro fator de risco, principalmente de um tipo particular de cancro da cabeça e pescoço, que é o cancro da orofaringe, é a infeção ao vírus do papiloma humano. Esta é uma infeção sexualmente transmissível, transmitida essencialmente pela prática desprotegida de sexo oral. Em Portugal, este fator de risco em concreto assume muito menor expressão, comparativamente com os tradicionais hábitos tabágicos e etílicos, no entanto tem vindo a aumentar paulatinamente nos últimos anos. Fazer exercícios físicos regulares pode melhorar a expetativa de vida de quem tem/teve cancro de cabeça e pescoço, ou até evitar que ele surja? Quais são os motivos que justificam esta ideia? Como a Organização Mundial de Saúde defende, ter uma vida ativa

dá anos de vida a qualquer um. No caso do cancro da cabeça e pescoço, sabemos que dois em cada três doentes são diagnosticados em fase localmente avançada. Para estes doentes, o tratamento curativo é geralmente agressivo, envolvendo cirurgias muitas vezes mutilantes com reconstruções laboriosas, tratamentos agressivos de radioterapia, muitas vezes associado a esquemas de doses altas de quimioterapia. As sequelas dos tratamentos locais desta doença afetam funções vitais como a ingestão de alimentos, a respiração e a fala. Quanto melhor for a aptidão física e cardiorrespiratória de um indivíduo, maior a sua capacidade de recuperar destes tratamentos agressivos. Como tal, a prática regular de exercício físico afigura-se importante desde o início da jornada do doente com cancro da cabeça e pescoço. O Dia Mundial do Cancro (4 de fevereiro), torna-se cada vez mais um preponderante movimento que inspira indivíduos, comunidades e organizações a sensibilizar e a agir no sentido de reduzir o impacto global da doença. É, de facto, essencial existir um dia específico de alerta e sensibilização? Considera que faz toda a diferença? Que frutos são retirados anualmente desta iniciativa? A par das doenças cardiovasculares, o cancro é a principal causa de mortalidade dos países desenvolvidos. Existe uma responsabilidade social e de cada um de nós relativamente a esta doença: a de permitir e aderir aos programas de rastreio, a do livre acesso aos cuidados multidisciplinares e tratamentos adequados, a da solidariedade e compaixão.

Estas datas específicas, como o 4 de fevereiro, contribuem para a consciencialização coletiva e para a união contra uma doença que nos afeta a todos. Em particular, nesta fase pandémica em que vivemos, é fundamental lembrar que o cancro continua a existir, de forma a que as pessoas mantenham as atividades de rastreio e acompanhamento regular. Na sua opinião, o que falta para que o cancro de cabeça e pescoço ganhem a devida importância? Que mensagem gostaria de deixar? Apesar de muito ter vindo a ser feito, mais de 70% das pessoas não conhecem os sintomas do cancro da cabeça e pescoço e quase 40% nunca ouviu falar da doença. Preocupa-me, também, que os sobreviventes desta doença ainda não tenham acesso a uma reabilitação completa – desde logo, a reabilitação oral ainda é um mito para muitos, e a reabilitação física e psicológica não é universal. Preocupa-me também que estes sobreviventes ainda sejam marginalizados pela sociedade. Falamos muitas vezes de pessoas em idade laboral que, por estarem traqueotomizadas ou por não se alimentarem pela boca (mas por um tubinho ligado ao estômago), não se sentem, sequer, à vontade para procurar emprego. Para além da necessidade de aumentar o conhecimento sobre a doença, os seus fatores de risco e os sintomas e sinais, considero fundamental continuar a dar voz aos sobreviventes, mostrando-lhes, e à sociedade, que há vida para além do cancro. ▪

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europeu versando o conhecimento da população sobre esta doença que revelou que, infelizmente, 73% dos inquiridos desconheciam os sintomas da doença e que 38% nunca tinham ouvido falar da doença. Como tal, ainda muito há por fazer para aumentar o conhecimento da população geral. Para além da sensibilização da população geral, o GECCP é uma sociedade científica que reúne profissionais de saúde de várias áreas envolvidas na abordagem e tratamento do doente com cancro de cabeça e pescoço. Como tal, todos os anos organiza um Simpósio anual, espaço de formação discussão entre pares. Em 2023, teremos o privilégio de receber em Portugal o Congresso Europeu, o qual já estamos a preparar porque será um momento importante de divulgação desta doença e porque queremos mostrar uma vez mais a capacidade de Portugal em organizar grandes eventos neste caso na área do cancro da cabeça e pescoço. Apoiamos a investigação e a formação na área destas patologias.


» DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA O CANCRO

ANABELA BARROS

“Um estilo de vida saudável é a base da prevenção de muitas doenças: do cancro também” pontos de vista

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“Um aspeto fundamental da evolução em Oncologia é a investigação, nomeadamente clínica e, por isso, consideramos muito importante para as instituições, e para os doentes, a participação em ensaios clínicos”. Quem o afirma é Anabela Barros, Oncologista no CHUC - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Presidente do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo. Conheça a visão de uma especialista nesta área e saiba que um estilo de vida saudável é a base da prevenção de muitas doenças, inclusive do cancro.

O

Grupo de Investigação do Cancro Digestivo (GICD) foi criado em 1988, tendo nos dias de hoje como principal desiderato alertar a população em geral dos perigos desta doença – uma das principais causas de mortalidade em Portugal. O que tem sido concretizado neste âmbito ao longo dos anos? Os tumores malignos do aparelho digestivo correspondem, efetivamente, a uma parcela muito significativa da patologia oncológica a nível global quer em termos de incidência quer em termos de mortalidade. Falamos, por exemplo, do cancro coloretal que ocupa o segundo lugar em termos de incidência e o terceiro lugar a nível mundial em termos de mortes associadas ao cancro. Assim, um dos objetivos do GICD é alertar a população para estes dados e apelar, por um lado para a participação nos programas

de rastreio, quando disponíveis e, por outro, para recorrerem ao seu médico assistente quando identificam qualquer sinal, ou sintoma, menos habitual como seja a alteração dos hábitos intestinais, a perda de sangue nas fezes (mesmo se esporádica), ou os chamados sintomas constitucionais que incluem perda de apetite e/ou de peso ou diminuição das forças. Uma intervenção de fundo seria a implementação de hábitos de vida saudáveis junto dos mais jovens, de forma a sensibilizá-los para o risco do cancro em geral. A 30 de setembro assinala-se o dia mundial do cancro digestivo e, com exceção de 2020 por razões óbvias, organizamos um evento em locais selecionados, mas sempre diferentes, de forma a chamar a atenção do público para o problema. O GICD tem sido pioneiro em vários estudos

de investigação no que a esta doença diz respeito, impulsionando para uma melhor prevenção da mesma. Quão importante é apostar fortemente nesta área e assim desenvolver melhores conhecimentos da mesma? Que trabalhos estão a ser realizados atualmente? Um aspeto fundamental da evolução em Oncologia é a investigação, nomeadamente clínica e, por isso, consideramos muito importante para as instituições, e para os doentes, a participação em ensaios clínicos. No que concerne aos estudos epidemiológicos não temos, de todo, os meios para os concretizar. Os estudos no contexto da prevenção exigem outro tipo de desenhos, com base populacional muito mais alargada e com um seguimento que pode exigir muitos anos para permitir concluir do benefício, ou não, das medidas em avaliação. O GICD vocaciona-se para os estudos no âmbito da terapêu-


Segundo a estimativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, o cancro digestivo tem registado um aumento significativo do número de casos nos últimos anos, mas também é um facto que há cada vez mais meios para lutar contra a doença, sobretudo quando diagnosticada em fase precoce. Assim, quais são os principais sintomas associados e que hábitos devem ser adotados para melhor evitar o seu aparecimento? Os sintomas são muito variáveis de acordo com a localização tumoral. No caso do cancro gástrico, por exemplo, podemos falar em dor ou desconforto do estomago, enfartamento após as refeições, mesmo se ligeiras, vómitos e perda de apetite e/ou do peso e anemia, muitas vezes por perdas de sangue arrastadas de que o doente não se apercebe. Entre nós não existe qualquer programa de rastreio do cancro gástrico e, portanto, caberá ao médico assistente, perante as queixas de cada um dos seus doentes, estar atento à possibilidade deste diagnóstico. Por outro lado, no cancro coloretal os sintomas mais frequentes são a alteração do funcionamento intestinal, quer no sentido da diarreia quer da obstipação, a perda de sangue nas fezes, a perda de peso não justificada (por exemplo no contexto de uma dieta com esse objetivo) e as dores abdominais. O problema é que, em muitos casos, o doente está assintomático até muito tarde na evolução da doença e, por isso, o diagnóstico é feito num estadio mais avançado, quando as probabilidades de cura se vão reduzindo progressivamente. E isto é verdade mesmo nos doentes mais jovens (com menos de 50 anos, habitualmente excluídos dos programas de rastreio implementados na maioria dos países), o que leva a um diagnóstico mais tardio, com maior intervalo de tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico da doença. Por isso surgem mais trabalhos defendendo o início do rastreio aos 45 anos nesta patologia. A prevenção assenta na adoção de um estilo de vida saudável, que inclui a alimentação pobre em gorduras mas rica em fibras, o exercício físico, a evicção do tabaco e do álcool e a remoção de pólipos quando estes são identificados no decurso de exames de rastreio ou vigilância. O Dia Mundial de Luta contra o Cancro comemora-se a 4 de fevereiro, numa iniciativa da União Internacional de Controlo do Cancro, uma rede de cooperação internacional composta por diferentes membros e organizações, sendo este um evento global que une a população em torno da luta contra a doença, através da sensibilização e da educação. Como nos pode descrever a prevenção que é realizada atualmente em Portugal? Não creio que a prevenção esteja efetivamente a ser realizada em Portugal, pelo menos de uma forma coordenada. Para além das medidas que vieram limitar a disponibilização de alguns

“Manter os tratamentos dos doentes com cancro, de forma a minimizar o impacto da pandemia no prognóstico de cada doente, tem sido o objetivo de todos os serviços de oncologia do país. Para isso, estabeleceramse circuitos e procedimentos que visam criar um ambiente seguro e reduzir, na medida do possível, o risco de infeção destes doentes mantendo as terapêuticas planeadas”

alimentos em contexto escolar, e que se focam, sobretudo, no consumo de açúcar, não há restrições, por exemplo no consumo de gorduras e na forma como as refeições escolares são confecionadas, ou no peso das frutas e legumes em cada refeição. Na verdade, as medidas implementadas têm mais como o objetivo a redução da obesidade, perfeitamente justificado e meritório, mas insuficientes no que respeita ao cancro. Existem diretivas da DGS em várias áreas mas o trabalho tem que ser feito a jusante, ou seja, junto de faixas etárias bem mais jovens através da introdução de uma educação para a saúde e que engloba vários outros parâmetros. Creio que o consumo de álcool entre os mais jovens e o crescente número de fumadores apesar das limitações legais, quiçá pouco fiscalizadas, constituem fatores de risco para o desenvolvimento de vários tipos de cancro que, por ser uma patologia muitas vezes associada à idade, e são esquecidos pelos mais jovens. Estima-se que o número de casos de cancro e morte relacionadas a nível mundial venha a duplicar nos próximos 20 ou 40 anos, especialmente nos países em desenvolvimento, os menos equipados para lidar com o impacto social e económico da doença. Neste sentido, no domínio da oncologia, que lacunas existem ainda por preencher no nosso país? Não creio que sejam lacunas do nosso país: trata-se de lacunas a nível global. Por um lado, existem cancros que, pela sua pouca expressão em termos numéricos, tornam difícil realizar ensaios clínicos que permitam identificar as terapêuticas mais adequadas e representam uma necessidade imperiosa quer para o doente quer para o médico, cujo objetivo é tratar da melhor forma o seu doente, idealmente conduzindo à sua cura. Por outro lado, há cancros mais difíceis de tratar (refiro-me, por exemplo, ao cancro do pâncreas), cujos resultados da investigação clínica estão longe de serem satisfatórios e as opções terapêuticas escasseiam, apesar das múltiplas linhas de investigação em curso. É por isso que se estima que, em cerca de uma década, o cancro do pâncreas passe da quarta para segunda causa de morte por cancro a nível mundial. Creio que

a investigação dirigida à identificação de alvos terapêuticos dentro de cada tumor, uma espécie de pequenos orifícios de fechadura onde poderíamos atuar com uma chave adequada, ou seja, a droga certa para esse alvo poderá ser o caminho: obtendo maior eficácia á custa de menor toxicidade. Atendendo ao facto de estarmos a atravessar uma situação de pandemia global provocada pelo novo coronavírus, muito do tempo despendido por parte dos profissionais de saúde tem sido dedicado exclusivamente a esta problemática. Assim, alguns tratamentos para controlar outras doenças e/ou problemas de saúde, foram suspensos. Como se encontram as respostas necessárias por parte destes serviços para com os tratamentos contra o cancro – tratamentos esses que requerem continuidade? Manter os tratamentos dos doentes com cancro, de forma a minimizar o impacto da pandemia no prognóstico de cada doente, tem sido o objetivo de todos os serviços de oncologia do país. Para isso, estabeleceram-se circuitos e procedimentos que visam criar um ambiente seguro e reduzir, na medida do possível, o risco de infeção destes doentes mantendo as terapêuticas planeadas. Preocupa-nos, no entanto, a redução do número de doentes discutidos nas reuniões multidisciplinares e, consequentemente, de novas consultas porque isto representa uma diminuição dos diagnósticos, não porque a doença reduziu a incidência, mas porque os doentes não têm acesso, ou têm medo de recorrer, ao seu médico assistente. Por outo lado, os exames endoscópicos foram interrompidos durante algum tempo, cerca de três meses, e o número de exames agendados agora é menor devido aos requisitos adicionais de higienização dos espaços, o que não permite recuperar todos os exames que ficaram por realizar. Quais são os procedimentos que considera serem relevantes em tempos de pandemia, a todos os que procuram por exemplo participar em rastreios? O programa que temos implementado para rastreio do cancro do cólon passa pela pesquisa de sangue oculto nas fezes, que não tem exigências particulares no contexto da pandemia e que exigem, apenas, que os pedidos sejam feitos pelos respetivos médicos assistentes. Quanto às colonoscopias, os doentes realizam previamente um teste ao SARS-CoV2, pedido pelo serviço que irá realizar o exame, e o espaço é higienizado cumprindo todas as normas de segurança pelo que o podemos considerar um procedimento seguro. Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores sobre a forma de sensibilização e prevenção do cancro? Um estilo de vida saudável é a base da prevenção de muitas doenças: do cancro também! O cancro atinge, cada vez mais, populações de todos os grupos etários e, mesmo que não tenha antecedentes familiares de cancro, esteja atento aos sinais de alerta, amplamente divulgados pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, por exemplo. Não desvalorize ou interprete de ânimo leve qualquer queixa e, na dúvida em relação a qualquer sintoma, fale com o seu médico e coloque as suas dúvidas. O diagnóstico, e o prognóstico da sua doença, também está nas suas mãos. ▪

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tica e, também, na caracterização da realidade portuguesa. No primeiro objetivo inclui-se um ensaio em parceria com a sociedade homónima espanhola, e no segundo o levantamento da realidade portuguesa no âmbito do cancro do pâncreas e que, apesar da pequena dimensão do nosso país, pode assumir várias faces nas diferentes instituições. Ou seja, cada uma delas confronta-se com diferentes obstáculos, procedimentos, circuitos e meios disponíveis.


» DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA O CANCRO

“É essencial que neste tempo de pandemia os doentes oncológicos não sejam deixados para trás”

CARLOS RIBEIRO

pontos de vista

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Tendo como principal fito o Dia Mundial de Luta contra o Cancro, que se celebrou a 4 de fevereiro, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Carlos Ribeiro, Diretor Geral da Takeda em Portugal, uma marca que se distingue das demais pela forma como está no mundo, ou seja, mantendo as Pessoas e o seu bem-estar como a principal preocupação, principalmente no atual contexto pandémico, até porque “é essencial que neste tempo de pandemia os doentes oncológicos não sejam deixados para trás”.

A

Takeda é uma empresa biofarmacêutica global focada no doente, empenhada em proporcionar uma saúde melhor e um futuro mais brilhante a pessoas em todo o mundo. Utiliza também a investigação para fomentar a sua missão e encontrar tratamentos potencialmente determinantes para os doentes. Com os constantes desafios impostos à indústria farmacêutica, quem é hoje esta organização? Somos uma companhia que se distingue desde a sua génese na forma como está no mundo. A Takeda tem uma herança e história de 240 anos a traduzir a ciência em medicamentos altamente inovadores, focada na procura de soluções que melhoram a saúde de quem mais precisa e tornam o mundo melhor, com impacto positivo nos doentes, pessoas e planeta e assente em quatro pilares de decisão PTRB (Patient, Trust, Reputation, Business). Há desafios em todos os sectores de atividade, no nosso há

inúmeros, pois somos a atividade mais regulamentada que existe em termos transversais do negócio (desde a investigação, passando pela comercialização até à relação com os nossos clientes, médicos ou doentes), mas também nos coloca como a área pioneira de transparência e integridade. Somos uma companhia robusta e resiliente, focada em Portugal na área de Oncologia, Gastrenterologia, Doenças Raras do Metabolismo, Angioedema Hereditário, Hemofilia e Derivados de Plasma. Somos uma organização que está sempre preparada para a mudança, para desafios, e muito focada em construir a medicina do futuro. Temos um pipeline robusto e transformador em que a curto prazo – até 2025 – esperamos ter 20 lançamentos, dos quais 12 são novas moléculas que representam first-in-class ou best-in-class. A partir de 2025, com toda a capacidade de investigação que instituímos – fábricas e parcerias que desenvolvemos, temos um pipeline

surpreendente com 20 programas de investigação em terapias genética e celular com potencial transformador ou curativo em doenças das nossas áreas principais. Presente em cerca de 80 países, com posições líderes no Japão e nos EUA, a Takeda pretende diariamente fornecer medicamentos altamente inovadores e cuidados transformativos para mais pessoas a nível global. Qual é, na sua opinião, a legitimidade para afirmar que, neste âmbito, a inovação e evolução destes produtos conduzem a uma maior taxa de sucesso nos tratamentos? Esse tem sido o foco primordial? É claramente muito importante apostar na comunicação sobre o valor dos medicamentos, acredito é que temos de ser ainda mais específicos e concretos. O contributo da Indústria Farmacêutica para a saúde pública é indiscutível quando olhamos para os dados e para a ciên-


Existe ainda a convicção que todas as pessoas devem ter acesso global aos medicamentos, independentemente de onde vivem ou dos recursos que têm. Assim, o que é que a Takeda tem realizado para expandir o acesso aos seus tratamentos? O nosso compromisso com a investigação e o desenvolvimento de soluções inovadoras é muitas vezes acompanhado de propostas para o seu financiamento e acesso célere dos doentes. Em 2016, lançámos um programa específico de Acesso aos Medicamentos focada em geografias e áreas com importantes lacunas terapêuticas, de forma a combater as muitas barreiras que afastam os doentes do acesso aos cuidados de saúde e aos tratamentos de que precisam para as suas doenças. A nossa abordagem para melhorar o acesso é sustentável e dirigida, de forma a fortalecer também o sistema de saúde. Apoiámos mais de 125000 doentes com o tratamento que precisavam; apoiámos os prestadores de cuidados de saúde a fazerem rastreios a mais de 1,1 milhões de doentes com cancro, hipertensão e diabetes; capacitámos e treinámos mais de 4000 prestadores de cuidados de saúde. No Access To Medicine Index, o último foi em 2018, a Takeda foi posicionada em quinto lugar, como reconhecimento da nossa estratégia para melhorar o acesso dos doentes aos medicamentos. No domínio da oncologia, a Takeda contribui para os avanços de investigação para novas terapias, desenvolvendo novas moléculas altamente inovadores e com um grande potencial anti-tumoral. Neste sentido, temos assistido a uma evolução imensa no campo dos tratamentos contra o cancro, porém, ainda não são suficientes para combater a exigente taxa de mortalidade. Que lacunas existem ainda por preencher? O avanço na redução das taxas de mortalidade de inúmeros cancros devido aos recentes tratamentos tem sido estrondoso e tem resultado em muitas publicações com os respetivos

“Há seguramente muito ainda a fazer pela sensibilização, educação e literacia em saúde, e deve existir um foco claro das entidades políticas e reguladoras em investir na promoção da saúde e prevenção das doenças, passando uma clara ideia de que tal como nos diz a OMS “a saúde é o bem-estar físico, mental e social, mais do que a mera ausência de doença”

estudos. De acordo com a American Cancer Society a mortalidade por cancro tem decrescido continuamente desde que atingiu o seu pico em 1991, resultando numa redução global de 31% da taxa de mortalidade e aproximadamente menos 3.2 milhões de mortes por cancro nos EUA. Na Europa, apesar de cada vez mais pessoas serem diagnosticadas com cancro, as melhorias nos serviços e tratamentos dos diversos cancros têm conduzido a melhores resultados. Por exemplo, o número de mortes por cancro tem crescido a um ritmo muito menor (20%) do que os casos de cancro 50%). Desde 1995, com toda a investigação e conhecimento que se tem vindo a adquirir, existiram 160 tratamentos aprovados para o cancro. Estes números devem deixar-nos muito otimistas em relação ao trabalho e aos avanços que a indústria farmacêutica e as companhias têm feito nesta área em prol dos doentes oncológicos, das suas famílias e dos sistemas de saúde dos países. Seguramente que há sempre uma ambição, pelos doentes, de se chegar ainda mais longe, e é por isso que temos hoje novas terapêuticas genéticas e celulares a serem desenvolvidas e introduzidas e com potencial de cura de alguns cancros. A 4 de fevereiro comemora-se o Dia Mundial de Luta contra o Cancro – uma iniciativa da União Internacional de Controlo do Cancro, uma rede de cooperação internacional composta por diferentes membros e organizações. Este é um evento global que une a população em torno do combate contra a doença, através da sensibilização e da educação. Como nos pode descrever a evolução da prevenção que é realizada atualmente? Há seguramente muito ainda a fazer pela sensibilização, educação e literacia em saúde, e deve existir um foco claro das entidades políticas e reguladoras em investir na promoção da saúde e prevenção das doenças, passando uma clara ideia de que tal como nos diz a OMS “a saúde é o bem-estar físico, mental e social, mais do que a mera ausência de doença”. No entanto é essencial percebermos que exis-

tem muitas pessoas com cancro em que desconhecemos a razão da sua origem ou ela é genética, pelo que, nestes casos, a prevenção poderá ser mais limitada. Esta clarificação é essencial para se prevenir a estigmatização das pessoas com cancro. É essencial que, ao longo do ano, se continue a dar a importância e o conhecimento necessário para a prevenção da doença. Considera que existem investimentos adequados e suficientes na educação por exemplo, que permitam implementar iniciativas para o efeito? Do ponto de vista das associações de doentes e das sociedades científicas na área oncológica, das quais estamos mais próximas, sabemos que existe um enorme esforço e investimento transversal ao longo do ano para sensibilização e educação da população, algumas dessas iniciativas são aliás apoiadas pela Takeda, e nós também investimos em campanhas transversais que apoiem a população a conhecer e identificar sinais e sintomas das doenças, que podem ser essenciais para ajudar atempadamente os doentes. Em tempos de pandemia global, que procedimentos considera serem fundamentais para os doentes oncológicos e/ou para a população que necessite de recorrer a rastreios – uma das mais importantes iniciativas de prevenção? É essencial que neste tempo de pandemia os doentes oncológicos não sejam deixados para trás. Sabemos pela investigação, que qualquer atraso no diagnóstico ou no tratamento pode representar a diferença entre a sobrevivência ou a não sobrevivência em muitos cancros. É essencial que as pessoas não adiem a ida aos serviços de saúde por receio da pandemia, seja pelo aparecimento de sintomas ou naquilo que é o seu seguimento de rotina. O tempo em qualquer doença é essencial. Por fim, o que continuará a ser realizado pela Takeda no que respeita ao compromisso do cumprimento dos mais elevados padrões éticos, podendo assim alcançar a liderança farmacêutica global através da inovação, cultura e crescimento? A Takeda rege-se desde há 240 anos pelos valores de Integridade, Justiça, Honestidade e Perseverança, que em conjunto formam o “Takedaísmo”, e são os pilares em que nos suportamos para cumprir o nosso papel de servir os doentes, as pessoas e o planeta. No nosso modelo de gestão, além das equipas executivas, temos inúmeros diretores independentes que nos ajudam a garantir que nos mantemos no bom caminho e também todos os processos que temos que nos auxiliam a manter os padrões que temos desde a nossa fundação. Somos auditados anualmente e é um processo muito longo, em que todos os processos são revistos por entidades externas à Takeda. Do ponto de vista externo, a Takeda foi nomeada para terceiro lugar no Global Top 100 das empresas mais sustentáveis, um reconhecimento pelo nosso trabalho ao nível de: sustentabilidade ambiental, estratégias de preços equitativas nos países com poder de compra baixo e médio e pela representação feminina em cargos executivos. ▪

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cia. Há informação relevante que claramente demonstra o impacto na vida das pessoas e os ganhos sociais e económicos da investigação e da inovação da indústria. Dou alguns exemplos claros de sucesso pela inovação. Desde 1980 que as mortes por HIV decresceram em 80%, desde 1990 que as mortes por cancro decresceram 20% e a inovação recente resultou em que 90% de pessoas que vivem com Hepatite C podem agora estar curadas com um tratamento a 12 semanas. Na área das doenças raras, também o impacto tem sido significativo na vida das pessoas que vivem com estas doenças. Num inquérito feito a 180 médicos sobre os medicamentos mais transformadores dos últimos 25 anos, de 26 medicamentos apresentados, dez eram para doenças raras. O futuro da saúde é ser cada vez mais customizado e adequado ao perfil da pessoa, ao seu contexto e ambiente, melhorando os resultados, a qualidade e quantidade de vida das pessoas e permitindo um melhor investimento do orçamento da saúde, seja na prevenção, manutenção de saúde ou no tratamento da doença, e a Takeda está preparada.


» A relação entre a Visão e a Covid-19 - A importância de não desvalorizar sintomas

Principais Resultados

Principal objetivo do uso dos óculos

Estudo "Ver(-se) Bem"

Considera que usar óculos pode contribuir para...?

+92% 70%

consideram que os óculos ajudam nas tarefas do dia-a-dia

Dos inquiridos considera que a utilização de óculos contribuí para assegurar uma boa Saúde Visual

25%

dos respondentes refere o estilo/imagem de marca como função complementar dos óculos

SAÚDE VISUAL DOS PORTUGUESES AGRAVADA COM A PANDEMIA

pontos de vista

60

Quase metade da população portuguesa diz sentir pioras na sua visão ao perto no último ano, período que engloba os meses de pandemia e de confinamento, durante o qual o recurso ao teletrabalho foi generalizado assim como uso intensivo de dispositivos digitais, fatores que aumentam o risco de deterioração da saúde visual.

A

conclusão resulta do inquérito “Ver-se Bem”, conduzido pela Direcção de Saúde Visual da Essilor Portugal, que pretende identificar o atual estado da saúde visual dos portugueses. O estudo incide em diferentes campos, dos impactos do confinamento e da pandemia, à miopia e ao conhecimento sobre os sintomas e correção da presbiopia, ou “vista cansada”. O inquérito “Ver-se Bem” foi conduzido entre setembro e novembro de 2020, envolvendo 833 voluntários que responderam a um ques-

tionário sobre a sua saúde visual. O Professor Salgado Borges, Médico Oftalmologista colaborou na conceptualização, implementação e análise crítica dos dados recolhidos, juntamente com a Equipa de Saúde Visual. Teletrabalho, ecrãs e miopia No que respeita aos impactos do confinamento na saúde visual dos portugueses, 29% dos inquiridos refere que a sua visão no geral piorou desde o início do período de confinamento, um período marcado pelo incremento do teletra-

balho e pelo uso crescente e até intensivo de dispositivos digitais – computadores, telemóveis e todo o tipo de ecrãs. Com o recurso generalizado do teletrabalho metade dos inquiridos declarou a utilizar equipamentos digitais, como o smartphone, computador e televisão mais de cinco horas por dia. De sublinhar que um terço dos participantes diz ter estado frente a ecrãs mais de oito horas por dia, e nove em cada dez um mínimo três horas por dia. Este aumento do número de horas de exposição tem efeitos diretos na saúde visual, nomeada-


Principais Resultados

o que eles dizem...

Tempo de exposição aos ecrãs

Estudo "Ver(-se) Bem"

6% 13%

25%

20%

Durante o período de confinamento, quantas horas em média por dia passou em frente a ecrãs?

13% Menos de 3 horas Entre 3 e 5 horas Entre 5 e 8 horas Entre 8 e 10 horas Mais de 10 horas Não se aplica

23%

Alberto Silva, Diretor de Saúde Visual, Essilor Portugal

1 em cada 3 passaram mais de 8 horas em frente a ecrãs

mente no desenvolvimento e agravamento de miopia e de outros problemas oculares. Ainda sobre os efeitos do confinamento, 44,8 por cento dos inquiridos refere a visão mais desfocada. Neste período 59 por cento afirma que se sentiu afetado pela claridade do dia ao sair à rua, pelo menos uma vez e 40 por cento relata irritação ocular. O inquérito revela também que 76% das pessoas que usam óculos sentiu o incómodo gerado com o embaciamento das lentes associado ao uso de máscara. Metade dos inquiridos não sabe se tem presbiopia ou “vista cansada” O inquérito da Direcção de Saúde Visual da Essilor Portugal permitiu também saber se os portugueses estão atentos aos sinais da chamada “vista cansada” ao perto, ou presbiopia, e se sabem como corrigir esta perturbação visual que afeta sobretudo a população acima dos 45 anos de idade. De salientar que nove em cada dez pessoas inquiridas revelam que sentiram os primeiros sinais de presbiopia aos 40 anos. Neste campo, as respostas revelam que quase metade (47%) dos inquiridos desconhece o que é a presbiopia. No entanto, as descrições dos sintomas demonstram que metade (50%) dos que têm mais de 35-40 anos já revela dificuldade em ler as letras mais pequenas, 35% sente dificuldade em focar ao perto e 27% afirma a

Dos inquiridos esteve pelo menos 3 horas média em frente a ecrãs

necessidade de recorrer a óculos de ver ao perto para conseguir ler. Apesar destas dificuldades, entre os inquiridos que revelam não usar óculos para corrigir a presbiopia, um terço não usa correção porque receia a capacidade de adaptação, enquanto que 12,4% não o faz porque o preço dos óculos progressivos é elevado e 11,3% porque isso implica uma consulta de avaliação. Boa visão dos filhos é a principal preocupação de saúde dos pais O inquérito revela também que ter uma boa visão é a principal preocupação dos pais portugueses (79,5%), à frente de uma alimentação saudável (77,2%) e da boa higiene oral (78,2%). No entanto, apesar desta preocupação, e de 90 por cento dos pais declarar saber que os ecrãs são um fator de risco para o desenvolvimento da miopia nas crianças, apenas pouco mais de metade dos encarregados de educação (55%) admite a possibilidade de limitar o uso destes dispositivos. Frequência na avaliação da saúde visual Quase dois terços dos inquiridos (65%) avaliam a sua saúde visual pelo menos de dois em dois anos e apenas 16% só o faz quando deteta algum problema. ▪

José Salgado Borges, Médico Oftalmologista “Com o confinamento, maior uso de dispositivos digitais e uso de máscara, os problemas oftalmológicos agravaram-se. É fundamental ter mais atenção e fazer o exame oftalmológico que identifique precocemente possíveis doenças oculares, de modo a evitar que estas evoluam para estados irreversíveis. Os seus olhos são a sua melhor ferramenta, cuide deles”.

► Pandemia e confinamento com impacto na visão ► Quase metade da população portuguesa (44,2%) refere perda na acuidade visual no último ano ► Aumento do número de horas de exposição a equipamentos digitais agrava desenvolvimento de miopia

61 Fevereiro 2021

+90%

“A pandemia veio sublinhar a importância da saúde nas nossas vidas e a saúde visual não é exceção. No novo confinamento é importante que as pessoas se informem com um profissional sobre como melhor proteger a sua saúde visual.» «O crescente aumento de crianças com miopia cada vez mais precoce preocupa os profissionais do sector da saúde visual e não podemos fechar os olhos a esta possível pandemia num futuro próximo”.


» SAÚDE EM PORTUGAL

CARLOS CLARA

Grupo Clara Saúde Por Pessoas e para Pessoas

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Como é que se faz a diferença no universo da saúde? Acima de tudo, saber que o mais importante são as pessoas. Desta forma, fomos conhecer uma entidade que tem esse desiderato como foco principal, ou seja, as pessoas e o seu bem-estar, bem como proporcionar os melhores cuidados de saúde. Sobre esta temática e outras, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Carlos Clara, Médico Patologista Clínico e CEO do Grupo Clara Saúde, e que nos deu a conhecer um pouco mais da dinâmica da marca em prol dos outros, tendo realçado a coragem da equipa em tempos de pandemia, pois a mesma “não virou as costas à luta”.

O

Grupo Clara Saúde nasceu em 2010 e conta presentemente com 22 unidades dedicadas à prestação de cuidados de saúde nas áreas médica e de diagnóstico. Como nos pode descrever estes dez anos de atividade inteiramente ligados ao empenho pelo outro? Os dez anos de existência do Grupo têm sido uma aventura desafiante, com um crescimento sustentado, apesar dos desafios permanentes. Passámos por duas fases distintas: os primeiros sete anos onde o crescimento orgânico e por

aquisição tiveram preponderância e os últimos três anos, em que a estratégia passou pela profissionalização da gestão, consolidação das unidades do Grupo, restruturação organizacional e criação de uma imagem e comunicação mais consentânea com um grupo empresarial moderno. Com uma gestão moderna e centrada na excelência dos serviços para todos os utentes e bem-estar dos seus colaboradores, o Grupo Clara Saúde tem aportado valor, cada vez mais, como prestador na área da saúde

em Portugal. Porque tem sido tão relevante o vosso papel na sociedade e o que os distingue, além do já referido? São três os fatores que nos distinguem: um tratamento mais humano e próximo dos nossos clientes, com uma entrega pessoal dos nossos recursos humanos a esta forma de estar; aposta forte na componente cientifica, não só na atividade que desenvolvemos, mas também com a participação em estruturas dedicadas à investigação científica (Laboratório Colaborativo Almascience – www.almascience.pt); intervenção na sociedade e no ambiente, através


“A área com mais peso na nossa atividade é o diagnóstico. A componente tecnológica é fundamental para prestarmos um serviço de excelência e a aposta em tecnologia reflete-se em valor acrescentado para os nossos doentes e seus médicos assistentes. Mas nem só a tecnologia contribui para esse objetivo. A qualidade dos recursos humanos e as estratégias implementadas são condições sine qua non para o atingir”

O nosso Grupo é de cariz familiar (a propriedade é minha e dos meus dois filhos). Num grupo empresarial desta natureza os recursos humanos não são apenas colaboradores; são também família e amigos. Claro que esta realidade tem aspetos positivos e negativos. Mas, na minha vivência destes últimos anos, os positivos superam em muito os negativos: no empenho, dedicação e disponibilidade, mas também e essencialmente no relacionamento íntimo e personalizado com todos os nossos clientes e parceiros.

O Grupo Clara Saúde tem, no seio da empresa, os avanços científicos e tecnológicos mais recentes na área de diagnóstico e cuidados de saúde, apostando assim fortemente na inovação. Quão importante é para a saúde acompanhar estas novas tendências? “Só se inova No seguimento, tamA área com mais peso se tivermos qualidade. bém aqui a inovação na nossa atividade é o A inovação resulta da faz sentido, uma vez diagnóstico. A comqualidade da estratégia, que promovem o ponente tecnológidos objetivos, da sua desenvolvimento ca é fundamental contínuo dos seus para prestarmos um implementação e monitorização. profissionais, atraserviço de excelênMas essencialmente da vés do investimento cia e a aposta em qualidade dos recursos na sua formação e tecnologia reflete-se humanos envolvidos” na implementação de em valor acrescentado uma cultura de elevada para os nossos doentes exigência? Como? e seus médicos assistentes. A inovação para nós é funMas nem só a tecnologia condamental; não só a nível procetribui para esse objetivo. A qualidimental, mas também na tecnologia e dade dos recursos humanos e as estraequipamentos utilizados. Nesta época de pantégias implementadas são condições sine qua demia o nosso laboratório central, a Labocennon para o atingir. Podemos dar três exemplos tro, é o que tem mais equipamentos de resposdo que temos feito para ilustrar o que acabo ta rápida para efetuar RT-PCR para Covid19, o de dizer; temos o laboratório (Labocentro) que nos tem levado a um lugar de destaque na com maior número de equipamentos para dar execução deste tipo de testes. Continuamos a resultados de RT-PCR para Covid19 em menos estudar novos processos alternativos à colheita de uma hora; estamos a finalizar estudo para com zaragatoa que mantenham a qualidade implementar uma forma de colheita sem o uso de resposta. O nosso plano de formação (agora da zaragatoa para o Covid19; lançámos projeto reduzido devido à pandemia) está assente de investigação científica próprio, no seio da em três pilares: sessões de formação internas, Almascience. meetings e cursos externos, e plataforma de e-learning com avaliação online. Acredita que a qualidade tem um impacto positivo na inovação? De que forma? O ano de 2020 está na reta final e já se fazem Só se inova se tivermos qualidade. A inovação reflexões daquele que foi um ano complexo resulta da qualidade da estratégia, dos objetipara todos os setores – devido à pandemia vos, da sua implementação e monitorização. da COVID-19 que se instalou em Portugal no Mas essencialmente da qualidade dos recursos passado mês de março. Assim, que balanço humanos envolvidos. faz destes meses? Foi um ano extremamente difícil, com a nossa Além disso, a equipa de colaboradores atividade de rotina reduzida a quase 50%. As possui uma formação e empenho que lhes contingências inerentes a este estado interfepermite incorporar os valores e objetivos do riram em muito no nosso funcionamento norgrupo, resultando num nível de serviço sinmal. Mas nem por isso deixamos de dar o nosso gular nesta área de atividade. É legítimo afircontributo ao combate da pandemia. Tenho de mar que os recursos humanos são uma peça realçar a coragem de toda a nossa equipa que fundamental para a qualidade extrema dos não virou as costas à luta. ▪ serviços do Grupo Clara Saúde?

Com o aproximar da entrada em 2021, muitas são as ambições que se fazem ouvir e que pretendem ver concretizadas. Para o Grupo Clara Saúde, qual será a dinâmica para o próximo ano? Que desafios estarão presentes? O ano de 2021 vai ser crucial para o nosso Grupo. Pretendemos crescer em todas as áreas. O maior desafio vai ser ultrapassar a burocracia extremamen-

te pesada instalada nas instituições do nosso País. Isso e o favorecimento de alguns em detrimento de outros são o maior obstáculo a vencer.

63 Fevereiro 2021

da criação de formas que facilitam o acesso aos cuidados de saúde, doações de produtos essenciais a Hospitais, como EPIs nesta altura de pandemia, utilização de uma frota de carros elétricos.


» SAÚDE EM PORTUGAL

“Estamos a contribuir para o bem-estar e para a saúde dos portugueses” O Ferraz Lynce, uma referência no mercado farmacêutico em Portugal, que conta com 15 produtos no seu portefólio, é o laboratório responsável por lançar no mercado português o primeiro pó nasal para a prevenção de gripes e constipações. Rita Ferraz da Costa, Executive Board Member do Ferraz Lynce, conta como a marca continua a lutar pela saúde dos portugueses.

N

azaleze Cold & Flu Blocker é o primeiro pó nasal preventivo para gripes e constipações, que atua enquanto barreira protetora na mucosa nasal. Formulado através de celulose (HPMC) inerte, Alicina e Hortelã-pimenta, o Nasaleze é um produto à base de extratos naturais, indicado para toda a família, exceto em crianças com menos de três anos de idade. Originário do Reino Unido e produzido atualmente na Ilha de Man, este novo spray nasal encontra-se agora disponível no mercado português depois de ter sido eleito nº1 de vendas da sua categoria na Boots e Amazon UK e de ser recentemente considerado Produto do Ano pelos consumidores portugueses. Os benefícios do Nasaleze Cold & Flu Blocker passam por garantir uma camada de proteção contra gripes constipações no seu utilizador, uma vez que o pó, quando em contacto com a mucosa nasal, cria uma barreira de gel protetora, que aprisiona e inativa vírus e bactérias, impedindo assim uma possível infeção. A barreira de gel protetora, além de atuar como escudo de defesa, pode ainda ajudar na hidratação da mucosa nasal.

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Rita Ferraz da Costa

Relembrar ao consumidor a importância da proteção diária O Ferraz Lynce pretende que este novo produto relembre ao consumidor português a crescente importância de se proteger no seu dia-a-dia. Este produto também pode ser utilizado desde a deteção dos primeiros sintomas de gripe ou constipação, de forma a bloquear a sua progressão, evitando assim uma infeção mais aguda. Neste caso, deverá ser utilizado até ao desaparecimento dos sintomas. “No Ferraz Lynce apostamos na prestação de um serviço de qualidade, de compromisso, de honra e de lealdade para com os nossos parceiros e clientes. Consideramos que este produto vem dar resposta àquilo que o mercado procura: prevenção de gripes e constipações e redução dos contágios. Acreditamos na eficácia comprovada deste produto e na sua enorme utilidade, o que nos levou a alocar 40% do nosso investimento global de marketing para o lançarmos, em Portugal. Contamos com o apoio dos profissionais de saúde no sentido de sensibilizarem os seus doentes e utentes para a importância de se protegerem” explica Rita Ferraz da Costa, Executive Board Member do Ferraz Lynce. Acrescenta ainda que “é sempre importante, e atualmente mais do que nunca, reforçar o nosso sistema imunitário, recorrendo a suplementos naturais, sem contraindicações nem interações medicamentosas, promovendo uma maior resistência face às adversidades que nos


• O primeiro pó nasal para a prevenção de gripes e constipações • Um produto à base de extratos naturais, sem contraindicações nem efeitos secundários, que pode ser utilizado por toda a família a partir dos três anos

rodeiam. Acreditamos que desta forma estamos a contribuir para o bem-estar e para a saúde dos portugueses numa altura em que a saúde se revela, de facto, o bem mais precioso que pretendemos preservar.” termina Rita Ferraz da Costa, com o objetivo de elevar a prevenção a um conceito-chave deste ano. O Nasaleze tem uma eficácia cientificamente

comprovada, através de estudos que comprovam a atividade virucida da Alicina sobre os vários vírus responsáveis por gripes e constipações, tendo também demonstrado essa atividade numa estirpe de coronavírus. Este novo produto encontra-se disponível em Farmácias e Lojas de saúde (Wells) com um p.v.p. aconselhado de cerca de 10 euros. ▪

• O Ferraz Lynce irá alocar 40% do seu investimento total de marketing no lançamento deste novo produto em Portugal

65 Fevereiro 2021

“No Ferraz Lynce apostamos na prestação de um serviço de qualidade, de compromisso, de honra e de lealdade para com os nossos parceiros e clientes. Consideramos que este produto vem dar resposta àquilo que o mercado procura”

• O Nasaleze Cold & Flu Blocker é um produto comercializado em Portugal pelo Laboratório Ferraz Lynce e pode ser adquirido em Farmácias e Lojas de saúde


» Saúde em portugal

“Cobrimos várias áreas terapêuticas, tanto na área de adultos, como na área infantil” “Nutrir Todas as Fases da Visa” tem sido a missão da Danone Nutricia Portugal – uma divisão focada na Nutrição Especializada capaz de desenvolver soluções para as populações mais sensíveis de todas as idades. Rita Horta, Country Manager da marca, em conversa com a Revista Pontos de Vista, explicou ainda qual tem vindo a ser o impacto da pandemia em toda a sua envolvente e, segundo a própria, “veio agravar ainda mais a malnutrição entre pacientes admitidos nos hospitais”. Saiba mais.

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RITA HORTA

A

Danone Nutricia Portugal é uma unidade especializada no Grupo Danone, pioneira no desenvolvimento e investigação da nutrição entérica, que ajuda as pessoas a viverem vidas mais longas e mais saudáveis, ampliando e completando a missão da Danone – levar saúde através da alimentação a um maior número de pessoas. Enquanto responsável pela marca em Portugal, qual tem vindo a ser a contribuição da mesma para uma sociedade mais saudável?

Esta nova divisão, Danone Nutricia, focada na Nutrição Especializada, permite a entrega de uma nova missão: Nutrir Todas as Fases da Vida, estando aptos a desenvolver soluções para as populações mais sensíveis de todas as idades e passando a ter no portefólio produtos como Leites Infantis da marca Aptamil e Alimentos para Fins Medicinais Específicos, como o Fortimel, que pode ser indicado em casos de má nutrição, derivado por exemplo do tratamento de doenças oncológicas.

A vasta gama de produtos e serviços Nutricia oferecem benefícios comprovados e melhores resultados clínicos, trabalhando diretamente com médicos e profissionais de saúde para proporcionar o melhor cuidado a quem mais precisa. Para melhor entender, como nos pode descrever estas soluções? O nosso portefólio abrange várias categorias que deverão ser vistas muito além do “simples alimento”- Alguns exemplos: - Nutrição Clínica Oral, usada para garantir a correta nutrição em pessoas com necessidades de suplementação nutricional, frequente em pessoas mais velhas e/ou que apresentam determinada condição ou doença. Por exemplo, num doente oncológico é muito importante o uso deste tipo de alimentos, desde uma fase precoce da doença, para prevenir a perda de peso resultante do estado catabólico em que se encontra o organismo. Ao reforçarem o seu estado nutricional numa fase precoce da doença, os doentes vão conseguir suportar melhor os tratamentos, como a quimioterapia e radioterapia, impactando assim positivamente na sobrevivência destas pessoas. Nesta categoria temos a Marca Fortimel, talvez mais conhecida agora dos Portugueses, desde que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa revelou ser um consumidor de suplemento nutricional oral. - Alimentação adaptada a bebés com alergia à proteína do leite de vaca, que têm de consumir leites adaptados, como é o caso do Leite Neocate, recentemente comparticipado a 100% pelo Estado Português,, e Aptamil PEPTI. - Nutrição Infantil, essencial para o desenvolvimento de crianças saudáveis, no seu momento mais crítico com a marca de Leites Infantis Aptamil, com nutrientes que ajudam ao sistema imunitário e Bledina, que aposta na Agricultura Regenerativa: tipo da agricultura que a nível de critérios cobre áreas críticas para a sustentabilidade do planeta e promove a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares para as gerações vindouras. - Nutrição Clínica para doentes diagnosticados com Epilepsia e doenças Metabólicas raras, de que é exemplo Lophlex, e de que são exemplos pacientes intolerantes a determinado nível de proteína, cujo as consequências incluem a intoxicação. Muitas crianças são diagnosticadas aquando do “teste do pezinho”. “A ciência é o cerno dos nossos produtos, e a saúde o nosso compromisso”, é o lema que a Danone Nutricia Portugal tem tido em conta, a cada passo dado. A focar todo o seu conhecimento e recursos no desenvolvimento de


soluções adequadas, que áreas terapêuticas são aqui consideradas? Cobrimos várias áreas terapêuticas, tanto na área de adultos, como na área infantil: ADULTOS – Oncologia, Neurologia, Gastroenterologia, Disfagia, Epilepsia e Recuperação/ Manutenção funcional de mobilidade em idosos e pacientes de outras doenças agudas/ crónicas.P EDIÁTRICOS – Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV), Doenças Metabólicas, Epilepsia, Cólicas e Obstipação e Regurgitação. É legítimo afirmar que a Danone Nutricia Portugal vem também colmatar certas lacunas na sociedade face às necessidades nutricionais de diversas patologias e condições clínicas? Sim. Somos a única Marca a disponibilizar: - um produto reembolsado para alergia à proteína do leite de vaca severa (Neocate); - a única gama de nutrição por sonda para Cuidados Intensivos com proteína intacta, de acordo com as recomendações das Guidelines Mundiais (Nutrisson Protein Intense); - o único suplemento oral nutricional do mercado validado por pacientes de oncologia, no que diz respeito a alterações de paladar, comuns em 70% dos doentes (Fortimel Compact Protein). Comparativamente a outros países, como considera que estão os acessos comparticipados à nutrição clínica em Portugal, para que os doentes possam beneficiar do melhor tratamento disponível? Num país onde apenas 8% dos doentes com risco de malnutrição estão em tratamento ou onde apenas 10% dos bebés com alergia à proteína de leite de vaca estão a tomar a fórmula infantil mais indicada, é urgente facilitar o acesso a uma correta terapia. Em Portugal muitos destes produtos não são comparticipados pelo estado fora dos hospitais, o que acontece maioritariamente em outros países, como em França e no Reino Unido, o que tem um impacto alto no diagnóstico da malnutrição, na prescrição e aderência à terapia. Estes produtos acabam por estar apenas disponíveis para quem tem capacidade financeira para os adquirir, deixando de fora precisamente os mais vulneráveis, os idosos, que têm reformas baixas e carências alimentares. A falta de equidade no acesso à suplementação nutricional especializada faz com que haja vários doentes que não estejam a beneficiar do melhor tratamento para a sua condição clínica. A comparticipação destes produtos viria colmatar a equidade no acesso aos mesmos, impactar positivamente os resultados clínicos dos doentes e, contribuir para a redução dos custos do nosso sistema de saúde, uma vez que a malnutrição devido à doença, impacta muitas vezes o tempo de recuperação e leva a readmissões hospitalares, que poderiam ser evitadas Nos últimos meses temos verificados excelentes avanços: - O orçamento de estado de 2020 trouxe uma boa notícia para alguns dos pais: os leites adaptados para os casos mais severos de Alergia à Proteína do Leite de Vaca passaram a ser comparticipados desde Setembro, o que inclui a marca Neocate;

- Foi também em Setembro de 2020 que foi publicada a norma da Direção Geral de Saúde que formaliza a “Implementação da nutrição entérica e parentérica em ambulatório e domicílio em idade adulta”, o que inclui produtos como Fortimel. Falta agora a publicação do decreto de lei, que efetivará esta comparticipação. Algo que pode não ajudar no combate Portugal a essas mesmas lacunas que falamos é a atual situação pandémica que vivemos. Qual tem vindo a ser o impacto desta problemática na Danone Nutricia? A pandemia veio agravar ainda mais a malnutrição entre pacientes admitidos nos hospitais. “Todos os doentes que permaneçam mais de 48h nas Unidades de Cuidados Intensivos devem ser considerados como doentes em risco nutricional. A terapia nutricional precoce individualizada apresenta benefício no prognostico destes doentes” (Orientação DGS para Terapia Nutricional does Doentes com COVID-19). Desde o início da pandemia já doámos por exemplo 50.000 unidades de Nutricia Fortimel e Nutilis a Unidades de Cuidados Intensivos, Institutos de Oncologia, Hospitais de Dia e Centros de Reabilitação. Estamos cientes das dificuldades que muitos atravessam e por isso estamos a tentar ajudar, na medida do possível, os doentes e as suas famílias. Além disso, disponibilizamos no mercado em tempo record, um produto de nutrição em sonda, específico para doentes em cuidados intensivos: Nutrisson Protein Intense. Sabemos que as ações de sensibilização por parte da Danone Nutricia Portugal são regulares. Tendo em conta o contexto de incertezas, é agora – e mais do que nunca – importante organizar iniciativas que promovam a nutrição? Sim, o impacto da Malnutrição em Portugal ainda é pouco conhecido pela maioria dos profissionais de saúde, entidades governamentais e pacientes. Privilegiamos comunicação e suporte/parceria direta com os profissionais de saúde nos cuidados primários e secundários, promovendo a formação, esclarecimento e interpretação e ajuste de protocolos, na área da nutrição clinica, de forma a impactar positivamente os resultados clínicos dos doentes e, contribuir para a redução dos custos do nosso sistema de saúde, uma vez que a malnutrição devido à doença, impacta muitas vezes o tempo de recuperação e leva a readmissões hospitalares, que poderiam ser evitadas. Ainda este mês lançamos uma campanha de sensibilização para os sintomas da Alergia à Proteína do Leite Severa junto dos profissionais de saúde e pais. Para terminar, qual continuará a ser o papel da Danone Nutricia Portugal na sociedade, perante a missão a que se propõe diariamente? Contribuir para que haja cada vezes menos Portugueses impactados pela malnutrição, ou por falta de acesso a nutrição especializada, com impacto positivo na qualidade de vida, resultados clínicos e custos de saúde para o Estado. ▪


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

“A vitória é dos persistentes” A história de Vera Costa Pereira tem vindo a ser o seu alicerce mais poderoso para superar todos os desafios impostos pelo tempo. Com resiliência, e por saber qual seria, de facto, o seu papel enquanto criadora de oportunidades para o futuro das empresas, fundou a Business Avenue. É neste âmbito que, em conversa com a Revista Pontos de Vista, nos dá a conhecer a sua marca e as mais-valias da mesma.

E

specialista em desenvolvimento de negócios, gestão de parcerias, estratégia e inovação, a Vera Costa Pereira conta um vasto percurso onde adquiriu as ferramentas necessárias para ser a profissional que é hoje. Como nos pode descrever a sua história e os marcos que considera terem sido os mais importantes na mesma? Penso que a educação que tive, é a base da força que tenho para atingir os objetivos a que me proponho. O facto de ser filha de retornados marcou muito a minha personalidade e consequentemente a maneira como trabalho. Sempre vi o esforço enorme que os meus pais e avós faziam para que eu e o meu irmão nunca passássemos por algo semelhante. Depois tive a sorte de ingressar numa multinacional, e perceber as vantagens e desvantagens que um ambiente corporativo pode ter. A verdade é que desafiei muitas regras, lembro-me que criei o primeiro facebook da marca à revelia e com sorte não fui despedida. Para mim não fazia sentido tanta restrição, mas não nego que aprendi muito e que foi uma grande escola. Outro marco da minha carreira é a ida para Moçambique, foram seis anos intensos, onde convivi com uma realidade que até à data era distante. Sei que me tor-

PONTOS DE VISTA NO FEMININO

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"A chave fundamental é a aplicação da metodologia Design Thinking à consultoria de inovação e gestão. A Business Avenue propõe criar o modelo de negócio em função do problema e não em função da inovação em si” VERA COSTA PEREIRA


Afirma que hoje, a sua missão é capacitar pessoas e negócios a se unirem e elevarem os seus resultados. Em que momento percebeu que este seria o seu propósito? O que a motiva? Não foi uma caminhada fácil. Na minha ótica, encontrar o nosso propósito, aquilo que nos faz levantar todos os dias, é talvez das coisas mais complexas da vida em geral, quanto mais na vertente profissional. Conforme me fui desiludindo com as empresas para as quais trabalhei, fui também me apercebendo do que não queria. Quando encontrei a área de impacto social, através da Green Innovation Group, entendi que eu podia impactar o futuro da nossa sociedade através de parcerias estratégicas entre as grandes empresas de hoje e as inovações que irão moldar o futuro. Se conseguir capacitar uma Micro empresa a atingir mais e melhores resultados, seja através das parcerias ou não, em última análise crio a oportunidade para que essa empresa cresça não só a nível de volume de vendas como também de postos de trabalho e que seja capaz de financiar a sua transformação energética, que dê mais enfâse ao ambiente e se torne sustentável. A procura desse win-win é a minha motivação. Assim nasce a Business Avenue – uma marca que se propõe a moldar o futuro de empresas e empreendedores. De que forma consegue, através deste meio, aumentar a receita das organizações e prepara-las para obterem melhores resultados? Qual tem sido a chave fundamental? A chave fundamental é a aplicação da metodologia Design Thinking à consultoria de inovação e gestão. A Business Avenue propõe criar o modelo de negócio em função do problema e não em função da inovação em si. Quando resolvemos problemas, não necessitamos de criar o momento para a venda, a necessidade já existe e nós apenas temos de comunicar bem a nossa solução. A Business Avenue criou, espe-

“Os negócios padecem de dois desafios, ou estão balizados pelo mercado atual não tendo nenhum diferencial competitivo ou são tão inovadores que não têm mercado. No caso dos primeiros, acabam por entrar numa guerra de preço para se tornarem competitivos e nos segundos, as startups, não conseguem arrancar por falta de mercado”

cialmente para os seus clientes, um método único, onde identificam o potencial de cada projeto. De que método estamos a falar? Que outros programas disponibiliza? Os negócios padecem de dois desafios, ou estão balizados pelo mercado atual não tendo nenhum diferencial competitivo ou são tão inovadores que não têm mercado. No caso dos primeiros, acabam por entrar numa guerra de preço para se tornarem competitivos e nos segundos, as startups, não conseguem arrancar por falta de mercado. Ora para a Business Avenue, um bom negócio é o melhor dos dois mundos, ou seja, tem de estar balizado com o mercado para que se adapte a uma necessidade real e inovador o suficiente para que seja escalável a nível de receita e impacto. Só assim temos bons negócios e empresas sustentadas. Outro método que utilizamos é, por exemplo, responder a 3 perguntas quando um cliente chega até nós com uma inovação: (1) Se existe ou não, (2) se existe o que há de boas ou más práticas e (3) se não existe, o porquê de não existir. No final, percebemos facilmente se a inovação está ou não adaptada ao mercado e é passível de vir a ser um bom negócio. Pioneira nesta área de atuação, a Vera Costa Pereira tem tido um papel essencial e determinante na evolução dos negócios a nível nacional e internacional. Como tem sido para si, ser mulher e empreendedora ao mesmo tempo? Em boa verdade, tem altos e baixos. Os altos são sempre as conquistas que me sabem melhor por desafiarem o status quo do mundo dos negócios. Mas ainda continua a haver um monopólio masculino, o que nos obriga a trabalhar o dobro, provar o dobro e talvez estarmos sujeitas a coisas que são impensáveis. Todavia, tenho duas filhas o que

me motiva a quebrar barreiras, não só por elas mas também por todas nós. Tem sido cada vez mais constante o aumento de mulheres em cargos de extrema importância, pondo de parte o paradigma de que apenas os homens teriam capacidade para os ocupar. Acredita que estamos a um passo da mudança total desta mentalidade? Tenho dificuldade em acreditar que esteja próxima essa mudança na sua totalidade. Ainda existe muito para percorrer. Contudo é um caminho que está a ser feito, pouco a pouco, e é com muito

orgulho que faço parte dessa corrente, e em especial orgulho-me de dar oportunidade a mulheres que, por exemplo, optaram por ser mães a tempo integral em algum momento da sua vida e agora dão cartas no mundo dos negócios. Por fim, gostaria de deixar uma mensagem motivadora aos nossos leitores, tendo em conta a coragem, o entusiasmo e a superação de obstáculos que, ao longo dos tempos, fizeram parte do seu percurso? Não aceitem o não como resposta, porque a vitória é dos persistentes, de quem é o verbo “fazer”. ▪

69 Fevereiro 2021

nei mais humana, compreensiva e passei a colocar as pessoas em primeiro. A realidade é que África é um agridoce, se por um lado a realidade choca-nos, por outro, torna-nos mais humanos, e foi essa proximidade com o que é mais básico em nós, que me tornou melhor pessoa e melhor líder.


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

Contribuição para uma transformação global positiva Nesta entrevista falamos de Ana Gaspar. Coach e Consultora Empresarial em Gestão de Negócios, diz-se mover pela paixão da transformação e desenvolvimento humano e empresarial, através daquela que é a sua missão: ajudar pessoas, gestores e líderes a impulsionar a sua melhor versão e assim ascender aquilo que desejam. Saiba como.

P

rimeiramente interessa compreender quem é a Ana Gaspar enquanto mulher e profissional. O que a move? Sou uma empreendedora que se move pela paixão da transformação e desenvolvimento humano e empresarial, e acredita que o propósito de qualquer pessoa é o sucesso e abundância, independentemente do “meio” e do “como”! A minha missão é ajudar pessoas, empreendedores, gestores e líderes a alavancar a sua melhor versão para alcançar a prosperidade que desejam para os seus Negócios e para as suas Vidas.

PONTOS DE VISTA NO FEMININO

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Sabemos que após 18 anos como gestora de grupo empresarial familiar, decidiu iniciar uma nova etapa e investir na área do desenvolvimento pessoal com o objetivo de ajudar outros empresários. De que forma o Business Coaching surgiu na sua vida? Assim que decidi abraçar um novo projeto, e depois de uma breve passagem na Direção da Fundação Graça Gonçalves, surgiu o convite para integrar uma equipa de Business Coaches, com a qual havia trabalhado como Coachee nas empresas que administrativa. Conhecia as virtudes de um processo de business coaching nos meus negócios e na minha Vida, e como tal não hesitei. Deste projeto surgiu a oportunidade de viajar até Inglaterra e certificar-me como Business Coach pela empresa nº1 do Mundo de Business Coaching.

ANA GASPAR

A Ana Gaspar Business Coach é uma empresa a pensar nas necessidades reais dos empresários e dos gestores de stratups e de pequenas e médias empresas, utilizando um método centrado na evolução das pessoas e dos negócios de dentro para fora: o Business Inner Strenght. No que consiste exatamente esta metodologia? A metodologia que desenvolvi assenta na minha experiência enquanto empresária, gestora e líder durante 20 anos por um lado, e enquanto business coach que

trabalha diariamente com empresários, gestores e líderes, por outro, transversal a qualquer setor, e que pretende trazer um processo, uma estrutura e ferramentas, baseada nos princípios fundamentais da gestão e liderança e que garantem a alavancagem dos negócios rumo ao sucesso e abundância que estes empresários, gestores e líderes desejam para as suas empresas e para as suas Vidas. O processo assenta no principio base de que “não gerimos o que não planeamos/controlamos”, e fundamentalmente trata-se de

dar resposta às questões: “Onde estamos”, “Para onde vamos” e “Como lá chegamos”, nas suas dimensões estratégica e operacional, através da utilização eficiente dos seus Meios e Recursos (Humanos, Materiais e Financeiros) e assegurando “accountability” (garantindo que estamos no caminho certo), servindo o nosso nicho de mercado com mestria e propósito, superando as suas expectativas, numa relação que vai além da relação comercial, mas assente na relação “human to human”.


“Face ao contexto de confinamento que vivemos e que traz maiores desafios às empresas, estou a levar a cabo sessões individuais de diagnóstico gratuitas, por forma a apoiar as empresas na resposta aos desafios gerados pela crise pandémica e perceber qual o modelo de colaboração que mais sentido faz de acordo com os seus próprios objetivos e desafios” pretende dar resposta à falta de recursos (processo e ferramentas) para as empresas integrarem esta prática do Planeamento, fundamental à alavancagem do Negócio! Este ano estamos a trabalhar em novos programas de Grupo (Membership e Mastermind) para potenciar o conhecimento e experiência em Grupo, alavancando os resultados individuais e do todo, e, como programas de Grupo, são mais acessíveis quando comparados com os programas de business coaching one-to-one, podendo chegar assim a mais empresas e empresários, gestores e líderes. Face ao contexto de confinamento que vivemos e que traz maiores desafios às empresas, estou a levar a cabo sessões individuais de diagnóstico gratuitas, por forma a apoiar as empresas na resposta aos desafios gerados pela crise pandémica e perceber qual o modelo de colaboração que mais sentido faz de acordo com os seus próprios objetivos e desafios. Podemos afirmar que a Ana Gaspar é uma líder. Acredita que este espírito de liderança é algo inato ou, no seu caso, foi uma característica adquirida com o tempo e de acordo com as experiências que viveu? Se há evidência que a Vida me deu

é que toda e qualquer pessoa pode desenvolver qualquer competência ou habilidade, desde que o deseje verdadeiramente, e tome a ação e disciplina necessárias para tal! A liderança não é exceção! Mais do que fatores inatos, podem existir contextos de “ambiente” em que crescemos ou estamos inseridos, que de alguma forma promovam essas características, mas isso não basta! Hoje para fazermos a diferença temos que desenvolver a “mestria”, e isto consegue-se com a prática (o conhecimento aplicado, integrado no comportamento), e devidamente alinhado com o n/ Propósito. É isto que distingue as pessoas de sucesso! Não basta ter o conhecimento e inteligência, há que integrá-lo em comportamento e fazer a diferença na Vida das pessoas! É notável o aumento de lugares de chefia ocupados por mulheres. Estamos num bom caminho no que diz respeito à mudança de paradigma? Não sinto que a chefia e liderança feminina sejam um paradigma, mas antes o estigma dos empresários em geral, relativamente ao Coaching e/ou Mentoring. Bem sabemos que a falta de regulação nesta área do Coaching não tem contribuído para a reputação dos

profissionais do setor, mas temos feito progressos ao nível do mindset dos gestores e líderes, e de alguma forma o contexto recessivo e pandémico, na minha perspectiva, também contribui positivamente, pois ao ficarem abalados nas suas estruturas e no seu “saber fazer”, os empresários estarão mais receptivos em pedir e receber ajuda de especialistas nestas áreas do coaching e consultoria empresarial e de negócios. Poderia finalizar esta entrevista com uma nota de motivação para os nossos leitores? Qualquer crise ou contexto disruptivo externo, tem a virtude de nos obrigar a sair da zona de conforto, a olhar o todo (de dentro para fora) e a resgatar a n/melhor versão e criatividade, para fazer diferente e melhor! Existem inúmeros e bons profissionais no mercado para apoiar neste processo de transição que se impõe a todos! E quem fizer o seu próprio processo de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional que se impõe, vai sair reforçado, ao alavancar a sua melhor versão e alta performance rumo aos seus Sonhos e Objetivos! Já dizia Charles Darwin no século XIX: “Não é o mais forte ou inteligente que sobrevive, mas o que melhor se adapta à mudança”. ▪

71 Fevereiro 2021

Dentro deste modelo Business Inner Stranght, que outros programas a Ana Gaspar Business Coach disponibiliza? De que forma é realizado o procedimento de diagnóstico adequado para as necessidades do indivíduo ou do grupo que a contacta? Dispomos de programas de acompanhamento à medida, nomeadamente destinados a startups e micro empresas – o Core Model, apoiando a organização, facilitando processos e reforçando o seu fator de diferenciação, através da sua proposta de valor, consolidando o seu lugar no mercado; o Kernel Modelo, destinado a PME´s, que promove a motivação, produtividade e eficiência através do ambiente colaborativo que contempla três dimensões (Cultura, Comportamentos, Sistemas), e que geram dinâmicas e estímulos de partilha do conhecimento e experiência, favorecendo a criatividade e inovação, fundamentais ao desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços, e promovendo a competitividade e crescimento da empresa no mercado. Dispomos ainda de um Programa 100% online – PAN7*, que permite às empresas ter acesso ao processo, passo a passo, para construção e implementação dum verdadeiro Plano de Ação do Negócio, e que


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Amazon

Chocolate

Tabletes com sabor a fruta da Regina têm nova imagem As tabletes com sabor a fruta da Regina, uma das gamas mais icónicas da marca, acabam de ganhar uma nova imagem. Segundo a marca detida pela Imperial, esta nova imagem foi criada “a pensar nos apreciadores dos chocolates com história, mas também em contribuir para um mundo mais doce junto das novas gerações“. O novo visual dá um maior destaque às propriedades distintas destas tabletes, que representam uma especialidade única no mercado. Sabores Já os sabores, que fazem parte da memória coletiva de várias gerações de portugueses, mantêm-se. Os clássicos sabores de morango, ananás, laranja e maracujá estão disponíveis no formato de barra de chocolate 20 gramas e no formato familiar de 100 ou 200 gramas, no caso do Regina Ananás.

deixa de vender produtos de plástico de utilização única

Desde 21 de dezembro que já não é possível adquirir na Amazon artigos em plástico de utilização única, como palhinhas, cotonetes ou talheres descartáveis, entre outros. A decisão foi tomada para que a empresa liderada por Jeff Bezzos se pudesse adaptar à diretiva europeia 2019/904, que limita a venda deste tipo de produtos de modo a promover a economia circular. Apesar da norma estabelecer como julho de 2021 a data limite para que os Estados-membro implementem políticas destinadas a proibir a venda daqueles produtos, a Amazon decidiu adiantar-se e acabar com os mesmos nas suas lojas na União Europeia, Reino Unido e Turquia. A retirada não apanhou de surpresa os vendedores do marketplace, a quem a decisão tinha sido comunicada em outubro.

AZEITE

Gallo lança novas latas “Alma Portuguesa”

Alimentar

Barras de cereais de fibra são as mais consumidas Quase dois milhões de portugueses consomem barras de cereais, sendo as de fibra as mais consumidas. O estudo TGI da Marktest quantifica, na vaga de julho de 2020, em 1,919 milhões o número de indivíduos que consumiram barras de cereais nos últimos 12 meses, o que representa 22,4% dos residentes em Portugal Continental com 15 e mais anos. Consumo O consumo deste produto é segmentado sobretudo pela idade, com os indivíduos com menos de 35 anos a apresentarem uma taxa de consumo mais de duas vezes superior à dos indivíduos com mais de 64 anos. Por género também se observa uma diferenciação relevante: o consumo deste tipo de produto é de 25,4% nas mulheres e não vai além de 19,1% nos homens. Os dados do TGI mostram ainda que as barras de cereais de fibra são as mais consumidas por estes indivíduos, sendo atualmente as de muesli e granola o segundo tipo de barras de cereais que os portugueses mais referem consumir.

pontos de vista

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A Gallo volta a enaltecer a cultura e tradição do país, lançando uma nova edição da “Alma Portuguesa”. Honrando os símbolos da cultura nacional, Gallo engrandece cada um deles com a nova coleção de Latas “Alma Portuguesa”, agora com uma nova imagem. Festas Populares: passado e presente unem-se num todo e pequenos símbolos como os manjericos e os santos das festas populares contam a história da nossa portugalidade. Cultura Popular: para demonstrar as diferentes

facetas da cultura popular portuguesa, esta lata recorre a vários símbolos que a caracterizam: as sardinhas, o galo de Barcelos ou a guitarra portuguesa. Artesanato de Portugal: para transmitir a nossa portugalidade, o artesanato surge nesta lata como ícone máximo do estilo decorativo português. Sítios de Portugal: a harmonia entre a azulejaria portuguesa e os monumentos emblemáticos das cidades portuguesas funcionam como autênticos “postais turísticos” do nosso país.

“Alma Portuguesa” Através da coleção “Alma Portuguesa”, Gallo celebra a qualidade e autenticidade de Portugal, refletindo-as nos seus produtos. Assim, com esta nova edição, Gallo proporciona aos consumidores momentos cheios de sabor e portugalidade, através do seu azeite clássico Azeite Virgem Extra. As latas da segunda aedição “Alma Portuguesa” encontram-se disponíveis a um PVP recomendado de 3,79 euros.


Fevereiro 2021

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Onyria Quinta da Marinha Hotel celebra mês do Amor com programas especiais SAÚDE

“Mamãs em Forma” promete ajudar grávidas a manterem-se saudáveis Durante o mês de fevereiro, a Mamãs e Bebés vai organizar e promover o “Mamãs em Forma”, uma nova iniciativa online de treino em casa. As sessões vão ser gratuitas e terão lugar todas as quintas-feiras, às 16h00, durante 30 minutos, com inscrição em https://eventos.mamasebebes.pt/. Esta ação tem como objetivo incluir o exercício físico na rotina das futuras mães, quebrando rotinas e apelando a que todas as grávidas se mantenham em forma e saudáveis durante esta etapa tão especial das suas vidas. É, também, uma forma de aliviar o stress e a ansiedade de estar em casa nesta fase tão peculiar do confinamento. As quatro sessões online da “Mamãs em Forma” vão ser conduzidas por João Dias, um Personal Trainer certificado e especializado em exercício físico para grávidas e pós-parto. Esta iniciativa promove os vários benefícios que a prática de exercício físico tem nas futuras mamãs, como a prevenção da diabetes gestacional e do aparecimento de varizes, a promoção de uma postura correta durante a gravidez e, consequentemente, a prevenção de lombalgias e a facilitação no trabalho de parto devido ao exercício a nível do soalho pélvico.

74 pontos de vista

Dia de São Valentim,

minissérie

Criador de “Vikings” está a preparar uma nova série sobre “O Grande Gatsby” Michael Hirst será o responsável por uma nova adaptação de “O Grande Gatsby”, obra maior de F. Scott Fitzgerald, lançada em 1925. O livro já mereceu ao longo das décadas diferentes adaptações ao ecrã, entre elas a adaptação de 2013 de Baz Luhrmann. Desta vez, revela o “The Hollywood Reporter”, será uma minissérie. O novo projeto ainda está numa fase inicial, não se sabendo quem irá integrar o elenco nem quando e onde irá estrear. Certo é que Hirst vai colaborar no projeto com os descendentes do escritor.

Naquele que é o mês do Dia de São Valentim, e depois de um ano em que os afetos foram, essencialmente à distância, o Onyria Quinta da Marinha Hotel oferece a possibilidade de os casais passarem momentos memoráveis, na envolvência especial do Parque Natural Sintra-Cascais, durante todo o mês de fevereiro. E, sempre com o requinte e qualidade que caracterizam este complexo turístico de cinco estrelas, há duas opções possíveis. O Love in Asian inclui uma noite de alojamento para duas pessoas em quarto com varanda, um jantar de sushi, lagosta e morangos com trufas de chocolate e lichias, no quarto. Qualquer um dos pacotes oferece a possibilidade de early check in às 11h e late check out às 16h, e esta primeira opção inclui ainda tratamento VIP à chegada com morangos e champanhe, além de outras surpresas No entanto, se preferir optar por uma experiência ainda mais especial e exclusiva, o Onyria

Quinta da Marinha Hotel sugere o pacote Mês do Amor Signature Suite, que inclui estadia para duas pessoas numa das exclusivas suítes de assinatura deste hotel de Cascais. Também com early check in e late check out, esta opção mais exclusiva inclui um almoço no conhecido restaurante Monte Mar Lisboa, seguido de um passeio de helicóptero de Lisboa a Cascais para desfrutar da diversidade de toda a linha de Cascais, antes de se deixar maravilhar pelas imponentes e dramáticas vistas do

Cabo da Roca. Esta opção oferece ainda uma massagem para 2 na suíte e um passeio na praia do Guincho com sessão fotográfica ao casal. Tudo a terminar com um jantar asiático na suíte, com serviço de mordomo exclusivo, e um menu que vai desde o sushi e sashimi à Lagosta grelhada com frutos proibidos e pétalas de rosas. Para mais informações e reservas: reservations@quintadamarinha.com ou através do telefone 214 860 141.

Carnaval

Carnaval de Torres Vedras cancela as suas atividades De forma a assinalar a “ausência” do Carnaval de Torres Vedras, este ano subordinado ao tema “a máscara”, será implantado no dia 12 de fevereiro na Praça da República o Monumento, como símbolo da resiliência dos torrienses. O Monumento, que estará patente durante um mês, constitui uma homenagem de Torres Vedras a todos os que têm estado na linha da frente do combate à pandemia e neles reconhece o esforço de todos os portugueses e portuguesas. Cientes do impacto social e económico que o Carnaval tem neste território, a organização do Carnaval de Torres Vedras deixa uma palavra de conforto a todos os foliões, mas também a todos os empresários que são afetados pela não realização desta edição do Carnaval. Tal como em 1984, ano em que os festejos foram cancelados devido às cheias ocorridas meses antes na cidade, também o Carnaval de Torres Vedras regressará ainda mais forte em 2022, reforçado pela saudade e antecipação dos foliões, que saberão em 2021 cumprir as indicações das autoridades de saúde, adotando uma postura de responsabilidade para proteção de toda a comunidade.

Mapfre obtém certificado de garantia de prestação de serviços em situação de crise A MAPFRE é a primeira seguradora em Portugal a obter o certificado em Gestão da Continuidade do Negócio pela AENOR – ISO 22301, garantindo que a companhia é capaz de assegurar a prestação de serviços perante qualquer contingência ou crise. Segundo Luis Anula, CEO da MAPFRE, “estamos muitos satisfeitos por obter este reconhecimento, especialmente num contexto difícil como o que estamos a viver, pois foi graças ao esforço e dedicação de toda a equipa que vimos esta garantia ser atribuída. Este é também um importante marco para a MAPFRE, já que representa o aumento da nossa capacidade de resistência e resiliência face a um possível incidente ou situação de crise”.




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