Nº 110 | MARÇO 2022 (MENSAL) | 4 Euros (CONT.)
MÁRCIO AGUIAR
Advocacia Digital 4.0
CASA ERMELINDA FREITAS
Referência dos Melhores Vinhos
CASA DO SORRIO
Conheça o Projeto Empreendedor de Paula Abreu
RETAIL MIND
Uma Empresa em Crescimento
ELENA ALDANA
A Força do exemplo próprio para Liderar
CEO, CENTURY 21 ARQUITECTOS
“Não temos que prescindir de nada - nem da condição de Mãe, nem de Mulher - para sermos bem-sucedidas”
FOTO: RUI BANDEIRA
Joana Resende
PONTOS DE VISTA SUMÁRIO
FICHA TÉCNICA Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Administração | Redação Departamento Gráfico Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660, 4455-518 Perafita Matosinhos Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt www.facebook.com/pontosdevista
GRANDE ENTREVISTA
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LUÍS MENEZES LEITÃO, BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS, EM GRANDE ENTREVISTA. UMA VISÃO UNIVERSAL SOBRE O ESTADO DA JUSTIÇA E DO DIREITO EM PORTUGAL.
Impressão LiderGraf - Sustainable Printing Distribuição Nacional | Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 | NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 | Dep. Legal: 374222/14 Distribuição Vasp - Distribuidora de Publicações, SA DIRETOR: Jorge Antunes EDITOR: Ricardo Andrade Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Ricardo Andrade Beatriz Quintal Ana Rita Paiva PAGINAÇÃO: Mónica Fonseca GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares FOTOGRAFIA: Diana Quintela www.dianaquintela.com Rui Bandeira www.ruibandeirafotografia.com
ALTERAÇÕES VISTOS GOLD
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AS NOVAS REGRAS DOS VISTOS GOLD EM PORTUGAL COMEÇARAM A SER APLICADAS NO PASSADO DIA 1 DE JANEIRO. QUAL O IMPACTO DESTAS ALTERAÇÕES? DANIELA ESTEVES, ADMINISTRADORA DA FINPARTNER, EXPLICA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS.
Tiragem: 10.000 exemplares Detentores do Capital Social: Jorge Fernando de Oliveira Antunes: 100% Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para: Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua dos Transitários Nº 182, Fração “BG” 4455-565 Matosinhos, Portugal E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt Preço de capa: 4,00 euros (Cont.)
Assinatura anual (11 edições): Portugal Continental: 44 euros Editorial A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão. Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, exceto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.
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TEMA DE CAPA
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JOANA RESENDE, CEO DA CENTURY 21 ARQUITECTOS, É O EXEMPLO CLARO DE UMA MULHER LÍDER E TEM SIDO O ROSTO DA UM PROJETO DE SUCESSO.
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LETÍCIA SOARES, COUNTRY MANAGER DA WEALINS EM PORTUGAL, REVELA COMO A MARCA SE TORNOU UM DOS PRINCIPAIS ATORES NO SETOR DOS SEGUROS DE VIDA E OS DESAFIOS PARA 2022, ANO EM QUE A WEALINS CELEBRA 30 ANOS.
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JOSÉ BORRALHO, CEO DA CONSUMERCHOICE – CENTRO DE AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR, ABORDA OS MARCOS FUNDAMENTAIS QUE TÊM CONTRIBUÍDO PARA A DISTINÇÃO PERMANENTE DA “ESCOLHA DO CONSUMIDOR”, AO LONGO DE DEZ ANOS DE ATIVIDADE. SUBLINHA-SE, AINDA, A IMPORTÂNCIA QUE O DIA MUNDIAL DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR TEM, CELEBRADO A 15 DE MARÇO.
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DIA INTERNACIONAL DA MULHER. CONHEÇA UM VASTO CONJUNTO DE MULHERES QUE DIA APÓS DIA TÊM ULTRAPASSADO TODOS OS OBSTÁCULOS E SÃO HOJE LÍDERES DE EXCELÊNCIA.
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A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL, SOFIA BRAZÃO, DIRETORA DE RECURSOS HUMANOS DA GILEAD SCIENCES EM PORTUGAL, REVELA COMO A MARCA TEM VINDO A CONTRIBUIR PARA A MELHORIA DA SAÚDE DE MILHÕES DE PESSOAS NO QUE CONCERNE À SAÚDE MENTAL.
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2022 É O ANO INTERNACIONAL DO VIDRO E PEDRO AGUIAR, CEO DA VITROPOR, REVELOU A IMPORTÂNCIA DESTA EFEMÉRIDE E COMO A MARCA CONTINUARÁ A APOSTAR CADA VEZ MAIS NA INOVAÇÃO PARA QUE A PEGADA AMBIENTAL SE TORNE MENOS IMPACTANTE.
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"GARANTIR A REGULAÇÃO DA NOSSA PROFISSÃO EXCLUSIVAMENTE PELA ORDEM DOS ADVOGADOS, MANTENDO A SUA INDEPENDÊNCIA PERANTE INICIATIVAS QUE, INVOCANDO IDEOLOGIAS ULTRALIBERAIS, SÓ VISAM AFINAL O CONTROLO DAS ORDENS PELO GOVERNO" LUÍS MENEZES LEITÃO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS
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PONTOS DE VISTA GRANDE ENTREVISTA
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PONTOS DE VISTA GRANDE ENTREVISTA
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PONTOS DE VISTA GRANDE ENTREVISTA
“É natural que os Cidadãos estejam descrentes no funcionamento da Justiça e é fundamental que essa imagem seja revertida” Assume que a Ordem dos Advogados, sob o seu mandato, iniciado em janeiro de 2020, alcançou bons resultados, mesmo com a pandemia, e já deu a conhecer a sua intenção de se recandidatar a um segundo mandato, acima de tudo para concretizar o que não foi feito devido ao período pandémico que vivemos. Falamos, portanto, de Luís Menezes Leitão, Bastonário da Ordem dos Advogados, que, em grande entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou, sem tabus, todos os pontos relacionados com a Justiça e o Direito em Portugal. As lacunas e os pontos fortes dos mesmos, sem esquecer a importância de se continuar a trabalhar para que os portugueses confiem na Justiça portuguesa e nos seus diversos intervenientes.
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oi eleito em dezembro de 2019, tendo tomado posse em janeiro de 2020. Dois anos se passaram desde essa tomada de posse como Bastonário da Ordem dos Advogados, sendo que este foi um período assolado por uma pandemia. Assim, e no sentido de contextualizar junto do nosso leitor, que balanço é possível perpetuar deste mandato e quais são, na sua opinião, os principais sucessos alcançados enquanto líder da OA? A pandemia teve um enorme impacto no país em geral e na advocacia em Portugal. Por esse motivo este mandato foi talvez o mais difícil e desafiante na história da Ordem dos Advogados, uma vez que nunca esta tinha passado por uma situação semelhante, já que ainda não tinha sido fundada aquando da pneumónica. Mas, apesar disso, fazemos um balanço muito positivo do nosso mandato. A Ordem dos Advogados assumiu praticamente isolada a defesa do Estado de Direito perante medidas claramente inconstitucionais e os advogados estiveram na primeira linha de defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos. Conseguimos por isso que a Ordem dos Advogados passasse a ter uma voz reconhecida no âmbito desta crise e isso tem sido reconhecido pelos cidadãos que muitas vezes recorrem aos advogados e à sua Ordem em defesa dos seus direitos. Em relação aos Advogados, conseguimos que terminassem os atrasos nos pagamentos no SADT, que sistematicamente se atrasavam dois meses em janeiro, o que não voltou a acontecer desde que tomámos posse. Mantivemos o SADT como exclusivo dos Advogados, tendo sempre rejeitado a tentativa de estender o sistema aos solicitadores, conforme o Governo e a OSAE queriam. Conseguimos igualmente travar a subida das contribuições para a previdência social, ao contrário do que pretendia a CPAS. Convencemos a CPAS a criar um seguro de proteção do rendimento para proteger os advoga-
dos em caso de doença ou acidente. Reforçámos o combate à procuradoria ilícita através da CDAPA. Reforçámos a formação dada aos Colegas, através dos diversos institutos da Ordem dos Advogados. E manifestámos frontal oposição à tentativa do Governo de colocar as ordens profissionais sob o seu controlo. Conseguimos assim bons resultados neste mandato, apesar da pandemia. Já assumiu publicamente que se vai recandidatar a um segundo mandato. Qual a motivação para levar a cabo esta recandidatura e, caso seja reeleito, quais serão as suas prioridades? Sente que ficou “trabalho” por fazer ao longo destes dois anos? A motivação é realizar os objetivos que apresentámos aos Colegas que a pandemia não permitiu ainda concretizar. Queremos realizar a atualização dos ordenados no SADT, que a Ministra da Justiça limitou a oito cêntimos, apesar de terem estado congelados mais de uma década. Para além disso queremos reformar o sistema de pagamentos do SADT, fazendo com que cada diligência seja paga em vez de o pagamento ser feito por processo. Queremos realizar a reforma do nosso sistema de previdência, terminando com as injustiças que presentemente o caracterizam, na sequência dos projetos em estudo no Parlamento. Queremos garantir a suspensão dos processos em caso de licença parental e não o mero adiamento dos atos processuais. Queremos que a agenda do advogado seja respeitada, não permitindo a marcação de diligências incompatíveis com a mesma, e consagrando o direito ao adiamento dos atos em caso de impossibilidade superveniente de presença. Queremos alterar o regime de acesso à Ordem dos Advogados, que já propusemos ao Parlamento que seja equiparado ao regime de acesso à magistratura, e queremos transformar o estágio numa verdadeira Escola Superior de Advocacia.
Como referi, o seu mandato foi praticamente todo ele passado em período de pandemia, sendo que isso, naturalmente, aportou maiores constrangimentos e dificuldades. De que forma é que tentou contornar essas complexidades e quais foram realmente os obstáculos existentes devido a este estado pandémico? Os maiores obstáculos resultaram infelizmente do Governo que se recusou sistematicamente a dar aos Advogados os apoios que a Ordem dos Advogados lhe solicitou, ao contrário do que se passou com outros profissionais. Os magistrados e os funcionários judiciais viram ser-lhes fornecidos pelo Governo equipamentos de proteção, devido ao carácter inseguro dos Tribunais, mas foi a Ordem que teve que adquirir máscaras para os Advogados, que na altura eram de acesso difícil. Da mesma forma, apesar dos nossos constantes apelos, o Governo recusou-se a conceder aos advogados os mesmos apoios que concedeu aos trabalhadores independentes, o que agravou consideravelmente a sua situação durante esta pandemia. E no fim ainda nos quis sujeitar a um controlo governamental, através da nova lei das ordens profissionais. Para a advocacia, o Governo só aumentou as enormes dificuldades que já resultavam da pandemia. No final do ano passado, a Deco Proteste lançou um inquérito e os resultados do mesmo, onde foi revelado que a Justiça é a instituição em que os portugueses menos confiam. Primeiramente, que comentários lhe merecem estes resultados que revelam alguma descrença na justiça em Portugal? É uma perceção que nos parece infelizmente verdadeira e que achamos que é fundamental que seja revertida. Infelizmente têm-se verificado demasiados episódios lamentáveis no funcionamento da nossa Justiça que muito contribuem para esse sentimento generalizado.
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Olhando para o atual estado da justiça em Portugal, acredita que é legítimo que os portugueses sintam esse ceticismo? Fazemos infelizmente um balanço muito negativo da atual gestão do Ministério da Justiça, essencialmente composta por magistrados, e que se focou exclusivamente nas magistraturas, ignorando os problemas de todos os demais que trabalham no setor e as dificuldades que a justiça tem colocado aos cidadãos. É natural por isso que os cidadãos estejam descrentes no funcionamento da justiça. Qual deverá ser e qual tem sido o papel da Ordem dos Advogados na promoção da aproximação dos portugueses à justiça em Portugal e consequentemente no aumento de confiança relativamente à mesma? O que falta fazer neste domínio? Desde que surgiram notícias sobre casos de corrupção na justiça que fizemos comunicados a todos os Advogados pedindo-lhes que, apesar da gravidade do que se estava a passar, transmitissem sempre aos nossos Clientes uma mensagem de confiança no funcionamento dos tribunais, que é fundamental à nossa profissão. O advogado é o primeiro interlocutor do cidadão que se dirige à justiça e por isso compete-nos também procurar reforçar essa confiança. Mas para esse efeito, necessitamos igualmente que haja uma melhor gestão do sistema por parte dos Conselhos Superiores das Magistraturas e que o Ministério da Justiça passe a ter uma gestão mais dirigida aos cidadãos e aos advogados que os representam. Que análise perpetua das iniciativas legislativas na área da justiça em Portugal? Ou têm sido negativas, muitas vezes devido à imponderação com que são lançadas, ou são absolutamente inconsequentes. Um exemplo foi a recente alteração ao Código de Processo Penal que não só não resolveu qualquer problema como ainda criou novos impedimentos de magistrados, o que pode gerar o caos nos tribunais. Acredita que estamos num momento chave da justiça em Portugal, ou seja, pela dinâmica e promoção de maior qualidade na justiça e, consequentemente, na democracia portuguesa? Não. Poderemos chegar aí se tivermos uma nova equipa no Ministério da Justiça disposta a fazer as reformas que se impõem, mas para isso deve governar para todos os operadores judiciários e não apenas para os magistrados. No domínio da advocacia em Portugal, quais são para si os desafios mais prementes e atuais? Defender a profissão de advogado em todas as suas vertentes contra os ataques que lhe têm sido dirigidas. Defender o nosso segredo profissional contra tentativas de ingerência do poder político. Garantir a manutenção das prerrogativas dos advogados perante iniciativas que as pretendem retirar. E garantir a regulação da nossa profissão exclusivamente pela Ordem dos Advogados, mantendo a sua independência perante iniciativas que,
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invocando ideologias ultraliberais, só visam afinal o controlo das Ordens pelo Governo. A digitalização da justiça portuguesa, é cada vez mais uma realidade, diria até, um caminho sem retorno. Como analisa esta aposta na inovação e tecnologia por parte da justiça em Portugal e de que forma é que esse novo paradigma poderá ser positivo, ou não, para a justiça e para ajudar a aproximar os portugueses do sistema de justiça? Apesar de a digitalização da justiça ser muito invocada na propaganda governamental, a verdade é que se trata de uma medida muito antiga, salientando-se que o portal Citius foi lançado em 2008. Sendo a digitalização da justiça uma necessidade, o problema é que os sistemas estão obsoletos e não tem havido investimentos nos mesmos. Há dias o portal SITAF, que gere os tribunais administrativos e fiscais, esteve parado durante vários dias, impedindo os advogados de trabalhar. Para além disso, quando foram realizados julgamentos à distância durante a pandemia, o sistema estava sempre a falhar, levando a que essa solução tivesse que ser rapidamente abandonada. Por isso, o fundamental neste momento é garantir a operabilidade e o funcionamento dos sistemas informáticos, que até agora têm falhado. Muito se tem falado acerca das alterações do Golden Visa no investimento imobiliário em Lisboa e no Porto. Enquanto Bastonário da OA, qual a sua opinião acerca destas mudanças? Pessoalmente nunca fui favorável aos Golden Visa que sempre considerei uma forma de incrementar artificialmente o preço dos imóveis. Se, para ter o visto, é necessário gastar € 500.000 no imobiliário, os imóveis de valor inferior podem ser vendidos por esse preço apenas para se assegurar a obtenção do visto, o que provoca uma elevação artificial dos preços. Por isso nada tenho contra limitações aos Golden Visa ou até com a retirada desse programa, que nunca achei ser benéfico. Muitos concordam que estas alterações poderão levar a um efeito «bola de neve», uma vez que estamos a falar de restringir investimentos estrangeiros no setor imobiliário. Tendo em conta a sua experiência, considera que se trata de um erro estratégico ou, pelo contrário, trará oportunidades para quem pretende explorar o território nacional? O investimento imobiliário deve realizar-se em função do valor e das características dos imóveis e não em função da obtenção de um visto. Não vejo por isso que haja qualquer restrição ao investimento estrangeiro nessa medida. Certo é, a pandemia provocou – além da aceleração dos meios digitais – uma situação económica em Portugal e no mundo agravada, causando problemas económicos e financeiros nos cidadãos e nas empresas e, consequentemente, inúmeros pedidos de insolvência. No que diz respeito a este tema, como se encontra o atual panorama nacional?
“OS MAIORES OBSTÁCULOS RESULTARAM INFELIZMENTE DO GOVERNO QUE SE RECUSOU SISTEMATICAMENTE A DAR AOS ADVOGADOS OS APOIOS QUE A ORDEM DOS ADVOGADOS LHE SOLICITOU, AO CONTRÁRIO DO QUE SE PASSOU COM OUTROS PROFISSIONAIS" Neste momento o país atravessa uma crise profunda, com a multiplicação das insolvências, que atingem muitos cidadãos e empresas. A única hipótese que temos de melhorar a situação será com um reforço do turismo que acredito que possa aumentar com o abandono das restrições às viagens após a pandemia. Portugal deve por isso aumentar especialmente o apoio ao setor turístico nesta altura crucial. Apesar das dificuldades, há novas regras de insolvência e para a reestruturação de empresas, que entram em vigor em meados de abril de 2022. O que irá mudar? As alterações introduzidas pela Lei 9/2022, de 11 de janeiro, eram impostas pela Diretiva (UE) 2019/1023, de 20 de junho de 2019, sendo por isso anteriores à pandemia. Salienta-se agora o facto de o administrador judicial passar a apresentar um plano de liquidação e de se realizarem rateios parciais, evitando que o pagamento dos créditos sobre a insolvência ocorra apenas no rateio final. Para além disso, o elenco de pessoas especialmente relacionadas com o devedor passou a ser taxativo. Por outro lado, os créditos dos trabalhadores resultantes da cessação do contrato de trabalho pelo administrador da insolvência passaram a ser considerados créditos sobre a insolvência. Finalmente, a exoneração do passivo restante passa a ser concedida ao fim de três anos, o que vai estimular os pedidos de insolvência de pessoas singulares, podendo, no entanto, levar a maiores restrições na concessão de crédito. No que diz respeito ao Processo Especial de Revitalização (PER) – que tem como finalidade permitir a uma empresa que esteja numa situação economicamente difícil ou em situação de insolvência iminente, mas que ainda seja passível de ser recuperada, negociar com os credores com vista a um acordo que leve à sua revitalização – também foi modificado em alguns aspetos. Que novidades podemos esperar? Há efetivamente grandes alterações ao PER, que resultam essencialmente de uma maior judicializa-
PONTOS DE VISTA GRANDE ENTREVISTA
ção do mesmo, com o reforço dos poderes do juiz em detrimento do acordo do devedor com os credores. Para além disso, são reforçadas as garantias dos credores que financiem a atividade da empresa, disponibilizando-lhe capital para a sua revitalização, os quais passam a gozar de um crédito sobre a massa insolvente, até um valor correspondente a 25% do passivo não subordinado da empresa à data da declaração de insolvência, caso venha a ser declarada a insolvência da empresa no prazo de dois anos a contar do trânsito em julgado da decisão de homologação do plano de recuperação. Acima desse valor, os credores nessas condições gozam de um privilégio creditório mobiliário geral, graduado antes do privilégio creditório mobiliário geral concedido aos trabalhadores. Acredita que estas alterações foram, efetivamente, uma grande oportunidade de fazer uma verdadeira revisão ao código da insolvência, dando-lhe maior coerência, sentido e clareza? Concorda com tudo o que irá mudar? Há muito tempo que sou crítico deste Código da Insolvência que estabeleceu um regresso ao sistema da falência-liquidação, praticamente colocando todas as decisões na mão dos credores. A partir de 2012, o Código foi sendo alterado e essa característica revertida através da criação de sucessivas providências de recuperação, mas o resultado foi o estabelecimento de uma manta de retalhos, o que é muito prejudicial num Código. A Ordem dos Advogados estaria disponível para colaborar na elaboração de um novo Código da Insolvência, que tivesse efetivamente coerência e clareza. Com a publicação do novo regime de teletrabalho – Lei n.º 83/2021 de 6 de dezembro que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2022, foram introduzidas alterações ao regime de teletrabalho previsto no Código de Trabalho. Que análise perpetua deste novo regime? A principal alteração é o grande alargamento das situações em que os trabalhadores podem exigir passar ao regime de teletrabalho. Enquanto anteriormente o teletrabalho só podia ser exigida pelas vítimas de violência doméstica e pelos trabalhadores com filhos com idade até três anos, agora pode passar a ser exigido por trabalhadores com estatuto de cuidador informal, e em certas condições por trabalhadores com filhos até oito anos. Neste
último caso, no entanto, não são abrangidas as microempresas, as quais como se sabe, correspondem a 96% das empresas. Outra alteração muito relevante é o facto de o teletrabalho deixar de ter duração limitada a três anos ou a estabelecida em IRC, podendo ser celebrado por duração determinada, com o prazo de seis meses renovável, ou por duração indeterminada. As partes podem, no entanto, sempre impedir a renovação ou denunciar o contrato com a antecedência de 60 dias. Para além disso, os trabalhadores passaram a ter direito ao reembolso dos custos e consagra-se expressamente um direito ao descanso do trabalhador, que só pode ser quebrado em caso de força maior. Em geral faço uma apreciação positiva do novo regime, não obstante as dúvidas de interpretação que tem suscitado. A Ordem dos Advogados (OA) vai passar a exigir mais do que a licenciatura em Direito para que seja possível exercer advocacia. Assim, no futuro, para se aceder à profissão de advogado passa a ser exigido não só a licenciatura em Direito, mas também o mestrado ou doutoramento, ou o respetivo equivalente legal. Esta foi uma das suas promessas eleitorais. Quão importante é esta mudança no reforço do prestígio e qualidade da advocacia em Portugal? É absolutamente essencial. Não apenas corresponde a uma igualdade de condições com o acesso à magistratura, como implica estabelecer a mesma exigência que ocorre em toda a Europa. Portugal foi, ao que julgo, o único país que utilizou o processo de Bolonha para baixar a formação universitária exigida para o acesso à advocacia. É mais do que tempo de corrigirmos esse erro, o que leva a profundas injustiças em termos de acesso à profissão. Por exemplo, um estudante noutro país europeu que obtenha uma licenciatura em direito não se poderia inscrever na advocacia nesse país, mas pode obter o reconhecimento dessa licenciatura em Portugal e inscrever-se como advogado cá. É manifesto que isso tem que ser corrigido para reforço do prestígio e da qualidade da advocacia em Portugal. Que impacto e benefícios terá nos cidadãos e empresas? Esta é, por exemplo, uma medida que tem também como pilar o incrementar da confiança na justiça e no direito em Portugal, pois permitirá dotar os futuros advogados de melhor qualificação e, consequentemente, acrescentará valor ao seu trabalho? Claro que terá um impacto muito positivo nos cidadãos e empresas que terão profissionais com maiores qualificações, sendo também muito benéfico para os próprios advogados. Quanto mais qualificados forem os profissionais, maior é o valor do seu trabalho e consequentemente maior o valor dos honorários que podem cobrar. Permitir a realização da advocacia sem a qualificação mais adequada é um estímulo a que sejam pagos honorários mais reduzidos aos advogados. ▪
LUÍS MENEZES LEITÃO
Com as últimas eleições, teremos um “novo” Governo. O que espera do mesmo no domínio da Justiça em Portugal? Espero e desejo que tenha de facto a Justiça como horizonte e que trabalhe adequadamente com a Ordem dos Advogados, ao contrário do que se verificou no Governo anterior.
Que mensagem gostaria de deixar a todo o universo de profissionais de advocacia em Portugal e ao cidadão comum? Aos advogados gostaria de deixar a mensagem de que a Ordem dos Advogados estará sempre ao seu lado, como esteve sempre nestes tempos difíceis. Mas que agora os novos tempos são de esperança, uma vez que, estando a pandemia a ser ultrapassada, vamos ter muito trabalho que nos foi retirado nos últimos tempos e poderemos recuperar a nossa atividade. Aos cidadãos quero deixar a mensagem de que foram os advogados os únicos que defenderam sempre corajosamente os seus direitos fundamentais neste período de pandemia e que é com eles que devem por isso contar sempre para a defesa dos seus direitos.
Caso reconquiste a liderança da Ordem dos Advogados nas próximas eleições, quais serão as principais medidas que pretende implementar? Procurarei desde já obter do próximo Parlamento e do próximo Governo a aprovação das propostas legislativas que apresentámos, relativas à reforma dos honorários no SADT, à previdência dos advogados, e à alteração do Estatuto da Ordem dos Advogados.
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PONTOS DE VISTA DIGITALIZAÇÃO NO DIREITO
Digitalização e Dignificação da Advocacia moderna Sabemos que Márcio Aguiar, Sócio Fundador do escritório Corbo, Aguiar & Waise Advogados é um profissional de mão cheia, que respeita e honra valores como a credibilidade e o rigor. Mas não são só estas qualidades que o definem. Hoje, tendo uma experiência vincada e um percurso invejável, assume-se (sobretudo), como um Advogado moderno, próximo do cliente e, principalmente, sem a gravata a criar distâncias invisíveis – até para os mais distraídos. Conheça mais do lusodescendente, filho de pais portugueses, mas nascido no Rio de Janeiro, Brasil. Tenha apenas esta certeza: o que une o nosso entrevistado a Portugal e às suas origens, é muito mais do que o oceano que o separa.
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rriscamo-nos a iniciar este artigo fazendo uma analogia: no icónico filme Tempos Modernos, escrito e dirigido por Charles Chaplin, o protagonista – também ele Charles Chaplin – representa um operário de linha de montagem que tenta sobreviver ao mundo moderno e industrializado. Esta obra, embora lançada em 1936, retrata especificamente o impacto da tecnologia no ambiente de trabalho. Estarão, com certeza, a questionar o que terá este facto a ver com Márcio Aguiar. Pois bem, tem tudo a ver. Apesar da evolução constante que paira sobre o mundo, dia após dia, ainda existe a opinião de que um Advogado carrega em si um ar fechado ou austero. Cada pessoa é, de facto, cada pessoa e não há evidência maior de que ninguém é igual a ninguém. Contudo, olhemos para Márcio Aguiar: apesar de ser um profissional que se entrega ao rigor, é, também, extremamente extrovertido, espirituoso e leva consigo, para qualquer lugar, um humor característico. Vejamos aqui a analogia: o nosso entrevistado é como a personagem principal do filme Tempos Modernos. É uma pessoa do povo, que gosta de andar de havaianas e bermudas – não fosse ele de uma cidade tropical e quente -, que consegue misturar o humor com a simplicidade de uma forma brilhante e que se estabelece, a nível profissional e pessoal, numa sociedade repleta de inovações tecnológicas e contradições. O Advogado, nos tempos modernos, tem como aliada a tecnologia para realizar inúmeras atividades, de forma a otimizar o seu tempo, que é valioso. Porém, lado a lado com a tecnologia, deve existir uma mudança de paradigmas, nomeadamente no mundo jurídico. E é precisamente assim que Márcio Aguiar se vê (e bem): um Advogado moderno que não necessita de criar barreiras para que o respeitem e, sobretudo, para que todos os comuns mortais (leigos no que concerne à gíria jurídica), o compreendam.
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MÁRCIO AGUIAR
PONTOS DE VISTA DIGITALIZAÇÃO NO DIREITO
“A REVOLUÇÃO JÁ COMEÇOU HÁ ALGUMAS DÉCADAS, MAS MUITOS, ESTRANHAMENTE, SEM NENHUM JUÍZO DE MÉRITO PROFISSIONAL AQUI, AINDA VIVEM EM UM MUNDO MEDIEVAL, RUDIMENTAR. O ADVOGADO, NA MINHA OPINIÃO, NÃO É MAIS UM SIMPLES AGENTE DAQUELE ARTESANATO JURÍDICO" PORTUGAL E BRASIL UNIDOS PELA LÍNGUA PORTUGUESA Como já mencionado, ambos os países muito dizem a Márcio Aguiar, uma vez que é um lusodescendente, filho de pai e mãe portugueses, nascido no Rio de Janeiro, Brasil. Hoje é Sócio Fundador do escritório Corbo, Aguiar e & Waise Advogados e um profissional de sucesso, mas o caminho até chegar aqui causou-lhe «feridas» nos pés. Precisou de as curar diversas vezes até que o seu (merecido) destino se fosse aproximando. Mas é certo que, nenhuma adversidade na vida lhe provocou receio de tentar. “Foi uma época de muita aprendizagem. Nada, na vida, para a maioria, pelo menos, chega facilmente. O lado positivo, entretanto, foi o amadurecimento precoce. Ganhei uma experiência grande para os negócios. Mas, nestes momentos, é importante recuar e ir buscar todos os valores familiares assentes na lealdade, honestidade e integridade para construir os alicerces que pavimentam a nossa estrada em direção daquilo que procuramos”, assume. No meio de todos os turbilhões naturais da vida, o amor à pátria foi sempre o que dignificou. A seu ver, estes territórios estão ligados por diversos motivos, porém, a língua portuguesa é aquela que promove maior simbolismo: na plenitude da sua existência e na esfera da atividade que cumpre, orgulhosamente. MÉRITO E RECONHECIMENTO Inevitavelmente, a resiliência que o constitui levou-o ao reconhecimento. No Brasil, sempre teve uma voz ativa no que diz respeito às relações bilaterais entre Portugal e Brasil, enquanto Diretor Jurídico da Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira e, também, como Embaixador Olímpico das Delegações Portuguesas nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Mas não fiquemos por aqui. Márcio Aguiar foi
premiado como um dos Advogados mais admirados pela conceituada revista brasileira Análise 500, durante cinco anos consecutivos, nomeadamente nas áreas das Bancas e Direito do Consumidor. No ano de 2017 foi citado como um dos mais notáveis Advogados do Brasil em áreas como contencioso e arbitragem, segundo a Revista Internacional Leaders League. Entre muitos outros «sabores» que hoje o destino invoca, Márcio Aguiar garante que é tudo fruto de longas caminhadas e de exigência, trabalho, ética e lealdade. MUDANÇAS NO UNIVERSO DA ADVOCACIA Certo é, a Corbo, Aguiar e Waise Advogados está presente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e ainda em Lisboa. Após uma forte consolidação da empresa no Brasil, quais os motivos que impulsionaram a abertura de uma filial em Portugal? Já tínhamos demandas não só em Portugal, mas também em Inglaterra e Espanha. Prestamos assessoria jurídica para grandes empresas de lastro internacional. Portugal, sobretudo, hoje mais evidente do que nunca, tem o olhar constante dos investidores brasileiros. A nossa presença, em terras lusas, era fundamental para acompanhar full time o crescimento dessas operações. Falamos a mesma língua, é verdade, mas a tradução do direito em si contém muitas peculiaridades. Trouxemos este conforto para os nossos clientes, portanto. Abordando o universo da Advocacia, sabe-se que, os últimos anos trouxeram mudanças que não se referem exatamente ao exercício da profissão, mas, principalmente, à relação da prática jurídica com os ambientes digitais. Podemos afirmar que a transformação digital no mundo do Direito não é uma opção ou uma tendência, mas uma realidade extrema-
mente necessária? Qual a importância que a digitalização tem tido neste domínio? Essa resposta, para não parecer arrogante, precisa de um aconchego moral e técnico, através de uma pequena história. Digo isso, já que o nosso escritório é um dos pioneiros no universo digital. Tínhamos um enorme incómodo com a quantidade de papel a circular dentro do escritório. Não convivíamos bem com o desperdício. Utilizávamos metros e mais metros quadrados para toneladas de processos em arquivos. É até meio aterrorizante quando me lembro desses tempos. Ações com milhares de folhas. A nossa decisão, em partir para a digitalização, continha dois desafios, nomeadamente na esfera da importância dos documentos originais e, também, o custo de digitalizar milhares de processos. Era algo, para nós, fora da realidade. Nossa decisão, acertada, foi a de comprar uma dezena de máquinas e trabalhar internamente. Operamos uma verdadeira revolução. Foi o início de uma nova era. Anda tudo nas nuvens (e-cloud) Estamos a viver uma revolução na forma como o mundo e as suas práticas ditarão o futuro – e, como em todos os setores, a Advocacia também está a ser diretamente impactada, surgindo assim a chamada Advocacia 4.0. Que vantagens são fomentadas em se ser, atualmente, um Advogado 4.0? De que forma a Corbo, Aguiar e Waise Advogados encara este conceito e o coloca em prática? A revolução já começou há algumas décadas, mas muitos, estranhamente, sem nenhum juízo de mérito profissional aqui, ainda vivem em um mundo medieval, rudimentar. O advogado, na minha opinião, não é mais um simples agente daquele artesanato jurídico. Sei, claro, que é uma profissão conservadora por natureza e essência, mas negar a tecnologia e o poder dela em todas as relações, inclusive no âmbito do direito, é auto excluir-se do mercado. O mercado da advocacia procura respostas imediatas e assertivas. Veja, por exemplo, a quantidade de Startups que se dedicam apenas ao direito. São empresas de tecnologia que criam soluções inovadoras para o setor jurídico. Advogar, hoje, principalmente em larga escala, com volume, requer modernos equipamentos tecnológicos de gestão de processos. A nossa «mala» aumentou muito de tamanho com ferramentas tecnológicas para, justamente, evitar a perda de tempo e produtividade. O cadastro de um processo consumia muito tempo de um profissional administrativo, já que a quantidade de informações a serem lançadas em um sistema era grande. Hoje, em uns minutos, com um click, centenas de informações são automaticamente preenchidas, com maior segurança, inclusive. Muitos vão dizer que a tecnologia eliminou, nos escritórios de advocacia, muitos postos de
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PONTOS DE VISTA DIGITALIZAÇÃO NO DIREITO
“A NOSSA META É SEMPRE A DE MELHOR ATENDER OS NOSSOS CLIENTES. A TECNOLOGIA NÃO PRODUZ LEALDADE E VERDADE. NOSSOS VALORES ESTÃO ACIMA DE QUALQUER TECNOLOGIA. A TECNOLOGIA DEVE SERVIR PARA ENTREGAR MAIS VALOR PARA O CLIENTE E, TAMBÉM, APERFEIÇOAR O RELACIONAMENTO ATRAVÉS DESSA TRANSFORMAÇÃO" trabalho. É, em parte, verdade. O cadastro de processos, análise de jurisprudências, estudos de novos projetos de leis, demandavam dezenas de profissionais. Hoje, não. Por outro lado, esses empregos aumentaram em outras áreas. Houve uma compensação no mercado de trabalho com a chegada da tecnologia. Costumo dizer que a inteligência artificial não é autónoma em relação à inteligência humana. A tecnologia não existe sem o ser humano. Somos nós, ainda, a programar os algoritmos. Alguém precisa monitorizar os dados e cuidar da parte factual abstrata e subjetiva. Podemos inserir dados, repito, e também trabalhar com factos concretos, mas ver mais à frente, apenas os seres humanos são capazes. Portanto, para o advogado 4.0, é importante desenvolver suas capacidades de persuasão, criatividade, empatia, adaptabilidade e inteligência emocional. Dessa maneira, será possível melhorar cada vez mais a experiência do cliente. As soft skills são as habilidades e comportamentos inerentes aos seres humanos. Proporcionam um grande diferencial quando comparamos nossas aptidões com a inteligência artificial (IA). Quebramos todas as barreiras que, em tese, poderiam separar-nos. Talvez você não faça ideia do local em que estou, ou onde estou, agora. Mas, o que nos impediu de alcançar o objetivo desta entrevista? Nem a geografia importa mais neste novo ambiente. O mundo está todo conectado. Vivemos a Era do Advogado 4.0. Há alguns anos escrevei um artigo sobre a “jurimetria”. A jurimetria, em outras palavras, é a utilização da ciência das estatísticas aplicadas ao direito, através de análises de probabilidades nas decisões judiciais, incluindo valores. Essa inteligência tecnológica, já que não gosto de
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a chamar de “artificial”, promove uma análise de todas as decisões, de diversos Juízos e Tribunais, com a entrega de um cálculo de êxito provável. Mas, não basta apenas conhecer as ferramentas e implementá-las dentro do escritório. Essa transformação começa através da compreensão do próprio advogado em manter-se sempre atualizado e imerso no universo do conhecimento. É o que hoje chamam de Lifelong learning - em tradução livre: busca contínua pelo conhecimento. No reverso da moeda, muitos afirmam que, com o acelerar da digitalização, também se tornam mais frequentes as coimas aplicadas a empresas por violação das regras de proteção de dados. Será este um desafio da digitalização ou, a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados uma vantagem competitiva importante para as empresas? Falamos de uma adequação que já tem previsão constitucional há quase meio século. Parece que ninguém tinha reparado ou queria reparar. A Constituição da República Portuguesa, desde 1976, no seu texto originário, artigo 35º, de forma pioneira, já se tinha debruçado sobre o tema da proteção de dados e inviolabilidade da intimidade privada. O Constituinte da época, não porque era um visionário, mas porque viu o óbvio, vislumbrou a galopante rapidez com que as informações vinham sendo recolhidas e partilhadas. Aproximar-se, portanto, do tempo real ou do instantâneo era mesmo uma questão de tempo. O referido artigo apenas foi sofrendo, naturalmente, revisões de adequação a realidade tecnológica. O sagrado direito à privacidade, veja, está lá na Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos de 1948, a qual, no artigo 12, estabelece que ninguém será sujeito a interferências em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. O objetivo é a proteção da vida privada da interferência estatal, excetuando-se situações em que o interesse público é preponderante ao interesse particular. A Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia estabelece no artigo 8º o direito à proteção de dados pessoais determinando que o processamento deva ser justo e com finalidade específica. O referido instrumento procura resguardar a dignidade humana e desenvolvimento da personalidade moral. Eu, portanto, parto do pressuposto de que a LGPD apenas criou mecanismos de tutela dos direitos do indivíduo sobre qualquer interferência na esfera particular. Não é preciso dizer, obviamente, que quanto maior for o uso de novas tecnologias, maior será a necessidade de investimentos nas estruturas de segurança da informação. Essa gestão precisa de estar muito bem desenhada e regulamentada dentro das empresas e escritórios de advocacia. No aspeto unicamente jurídico, entretanto, devo promover uma
análise importante sobre um possível entendimento conflituoso, partindo de premissas equivocadas, entre a proteção dos dados pessoas e o conhecimento público de fatos levados à tutela jurisdicional. Segundo o princípio da publicidade dos atos processuais, garantia fundamental e constitucional, "a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem". Essa transparência não pode ser banalizada pelo “segredo de justiça” em todo e qualquer caso. Perante a Advocacia moderna, a Corbo, Aguiar e Waise Advogados tem mostrado ser uma peça fundamental: pelo olhar atento da união de três profissionais experientes, a empresa marca a sua posição pela inteligência jurídica, inovação e tecnologia ao serviço da qualidade dos resultados. Desta forma, quais são as metas que, nos próximos meses pretende ver alcançadas para a continuidade do sucesso da empresa? A nossa meta é sempre a de melhor atender os nossos clientes. A tecnologia não produz lealdade e verdade. Nossos valores estão acima de qualquer tecnologia. A tecnologia deve servir para entregar mais valor para o cliente e, também, aperfeiçoar o relacionamento através dessa transformação. Gosto muito de uma frase, supostamente cunhada pelo célebre Albert Einstein, que nos ensina o seguinte: não podemos resolver problemas usando o mesmo tipo de pensamento que usamos quando os criamos. Isso significa dizer, em última análise, que nós, advogados, também precisamos de mudar o nosso modo de ver, pensar e agir, já que apenas assim conseguiremos produzir mudanças inovadoras. ▪
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“A Pegada Digital no âmbito do Direito, em Portugal, tem sido Crescente” Numa época em que o digital parece estar a ganhar espaço na sociedade e em todos os setores de atividade, importa conhecer os desafios da tecnologia na área do Direito, em Portugal. Neste sentido, Marina Silva, Advogada e Sócia Fundadora do escritório Marina Silva – Advogados, esclarece-nos sobre todas as questões relacionadas com a matéria, tendo por base, ainda, a sua formação especializada e o conhecimento adquirido através da APDIG – Associação Portuguesa de Direito Digital, da qual também é Fundadora.
“A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL VAI AUXILIAR NOS PROCEDIMENTOS REPETITIVOS E, DESSA FORMA, O ADVOGADO ESTARÁ MAIS DISPONÍVEL PARA ATENDER CLIENTES, PREPARAR E REALIZAR DILIGÊNCIAS JUDICIAIS, INTENSIFICANDO A RELAÇÃO COM OS CLIENTES”
MARINA SILVA
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escritório Marina Silva - Advogados é constituído por uma equipa jovem, pragmática e multidisciplinar, tendo como foco o cliente, com quem procura ser parceiro na vida e nos negócios. Tendo em conta a competitividade do mercado, de que forma se tem vindo a afirmar? Desde sempre assentamos a nossa atuação em vários aspetos dos quais não abdicamos: a formação técnica constante, a persistência, o pragmatismo, a resiliência e a proximidade do Cliente. Numa era em que todos parecem “desligados”, os nossos Cliente têm uma proximidade muito grande connosco. Sempre vi o exercício da profissão desse modo e assim pretendo que continue. Trabalhamos com e para pessoas. O apoio nos desafios dos nossos Clientes, bem como a entrega na defesa dos seus direitos, tem-nos permitido crescer de modo muito sustentado. A Marina Silva - Advogados tem um ponto que merece ser destacado: a prestação de serviços pro bono. Porque é que é importante, para a empresa, aliar as suas duas décadas de experiência ao impacto positivo na sociedade?
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A minha formação pessoal, a experiência de vida e o confronto com a realidade levam a que realizemos este tipo de prestação de serviços. Sinto que há um grande desequilíbrio entre um apoio jurídico de qualidade e a oferta voluntária de profissionais tecnicamente disponíveis para o garantir. E sei que se o escritório não assumisse o compromisso de assessoria jurídica pro bono, estaria a contribuir para aumentar o fosso existente. A componente social é um dos nossos pilares. Enquanto garante dos direitos e liberdades dos cidadãos, independentemente das condições sociais e económicas de cada um, temos o dever de contribuir para a boa administração da justiça, dando a conhecer direitos e deveres e, sempre que se revele necessário, acionar os mecanismos de defesa necessários para o efeito. Sendo um escritório de Advogados com serviços adequados a cada necessidade, o domínio digital não poderia ficar de fora. Estando na vanguarda da prestação de serviços jurídicos nesta área, o que é que o escritório disponibiliza? A área digital é recente, complexa e com
um grande crescimento nos últimos tempos. Ainda com um longo caminho a percorrer, sentimos que as pessoas e as empresas estão mais atentas aos seus direitos digitais e às consequências da sua violação. Pensando em todos estes aspetos e considerando uma forte e constante especialização técnica do nosso escritório, prestamos diversos serviços na área digital, nomeadamente, o aconselhamento de empresas dos setores das tecnologias; a assessoria em processos de auditoria para avaliar os níveis de compliance no âmbito da privacidade e cibersegurança; formação e acompanhamento especializado, designadamente, do RGPD e DPO. Certo é, com o crescente fenómeno da digitalização, surgem novos desafios para o Direito. Tendo em conta que, até há pouco tempo, era um nicho tradicional, que desafios se manifestam nesta área? Nos últimos anos, a área jurídica tem vindo a procurar uma maior eficácia nos serviços. Dessa forma, começou a evoluir, adotando um formato mais contemporâneo. Considero existir uma dualidade no trabalho jurídico: uma parte das
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nossas atividades envolve muito conhecimento, raciocínio e criatividade, outra parte é mecânica. Ao tratar de um determinado assunto, por exemplo, é necessário que o Advogado analise as especificidades do caso e avalie os procedimentos que irá adotar; mas, por outro lado, existe um conjunto de tarefas que são mecanizadas como, por exemplo, a elaboração de contratos de natureza idêntica que exigem apenas a substituição dos dados das partes envolvidas. A inteligência artificial vai auxiliar nos procedimentos repetitivos e, dessa forma, o Advogado estará mais disponível para atender clientes, preparar e realizar diligências judiciais, intensificando a relação com os clientes. Claro que estas inovações também possuem vulnerabilidades, mas as vantagens são evidentes. E é indispensável para o profissional da área do Direito possuir a flexibilidade e o interesse em perceber essas vantagens, aliando a Tecnologia ao Direito. Esta nova realidade, a sua aceitação e adaptação por parte dos profissionais do Direito vai ser o grande desafio. A este respeito, a Marina Silva é ainda Fundadora da APDIG – Associação Portuguesa de Direito Digital. Num momento onde o digital é um tema assente, quão necessário é haver uma organização transversal que reúna diferentes profissionais? Consciente da revolução tecnológica e da importância e impacto que a mesma trará para o Direito, decidi fundar a APDIG – Associação Portuguesa de Direito Digital. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos, que tem como objetivo o estudo e a divulgação do direito digital, promovendo a partilha de conhecimento, a investigação, o intercâmbio e a literacia digital. A APDIG tem como principal propósito criar uma organização transversal, onde os diversos profissionais, que trabalham na área digital e no Direito, se pudessem encontrar, para partilhar experiência e conhecimento. Não é possível ao Direito caminhar separadamente da Tecnologia, quer em termos práticos (porque a tecnologia faz parte do dia a dia de todos os operadores jurídicos), quer em termos de regulamentação (não é possível ao legislador legislar sobre os
mais diversos aspetos tecnológicos, se não compreender os problemas e a dinâmica da tecnologia em causa). A APDIG nasceu da necessidade de aproximar realidades tão distintas, em prol da sociedade. A APDIG é promotora de diversos debates. No passado dia 8 de fevereiro, realizou o Webinar “Criptomoedas: uma solução para que problema?”. Que conclusões pertinentes se retiraram desta matéria? O webinar foi muito interessante, não só pelo painel de oradores de excelência, como pela participação massiva de cidadãos. Temos consciência que o tema é muito atual, mas ainda com muitas interrogações nas diversas áreas. E isso foi notório pelas diferentes perspetivas apresentadas pelos oradores. Em suma, ainda há muito a discutir sobre estes ativos intangíveis, que são uma realidade que veio para ficar e cuja regulação, mais cedo ou tarde, acabará por se criar. ▪
Como perspetiva o futuro do Direito em Portugal, face à transformação digital? Neste processo, de que forma a Marina Silva - Advogados e a APDIG irão acompanhar, personalizar e desenvolver as melhores soluções? A pegada digital no âmbito do Direito, em Portugal, tem sido crescente e há uma preocupação em abandonar processos burocráticos e morosos, em processos mais céleres e com recurso à tecnologia. Porém, ainda há um longo caminho a percorrer. A Marina Silva - Advogados vai continuar a procurar a formação cada vez mais especializada e acumular experiência, por forma a dar uma resposta adequada, célere e personalizada a todos os que nos procuram. A APDIG, por sua vez, irá trilhar o seu caminho, ao agregar e contribuir para a formação e discussão no domínio multidisciplinar do Direito e da Tecnologia.
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PONTOS DE VISTA GOLDEN VISA – PORTUGAL
“Apesar destas alterações, o Golden Visa em Portugal continua a ser muito vantajoso” O Governo de Portugal definiu as novas regras do Visto Gold Portugal que começaram a ser aplicadas a partir de 1 de janeiro de 2022. Sobre esta matéria, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Daniela Esteves, Administradora da Finpartner, que nos deu a sua visão sobre este novo panorama.
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abemos que a missão da Finpartner é baseada em três pilares fundamentais que traduzem as orientações globais para o futuro da sociedade, fomentando desta forma os objetivos que estão comprometidos a alcançar. De que pilares estamos a falar? Acredita que apostar continuamente na inovação, bem como traçar metas firmes, é o que dita o sucesso da marca? Em que medida? A nossa missão assenta em três perguntas elementares que traduzem as nossas orientações globais para o futuro, fundamentando assim a nossa razão de ser e aquilo que desejamos alcançar. “O que somos?”, “O que fazemos?” e “Porque o fazemos?” estão implícitos na nossa missão. A Finpartner é uma empresa de contabilidade, consultoria fiscal e de gestão, que prima pela prestação de serviços personalizados a cada um dos nossos clientes. Diferenciamo-nos, pelo conceito de proximidade do cliente o qual aliamos à utilização das novas tecnologias e a uma equipa comprometida e dinâmica. Acreditamos que desta forma poderemos fazer a diferença no setor onde nos enquadramos. Temos como principal ambição, ser uma referência a nível nacional e internacional, voltando a nossa atuação não só para as empresas, mas também para as pessoas singulares, assegurando sempre uma prestação de serviço de excelência e respondendo a todos os desafios, que a conjuntura económica e fiscal nos impõe. No meu ponto de vista a inovação e a tecnologia são o futuro de qualquer sociedade. A área da contabilidade e da consultoria, tem um vasto leque de oportunidades de aumento de eficiência e otimização, que não tem sido muito explorada. Por isso, consideramos que a tecnologia e a inovação são essenciais, para podermos alcançar os objetivos que como organização, ambicionamos. Com a transição tecnológica, o papel do contabilista é mais do que introduzir dados e responder às enumeras obrigações fiscais e declarativas. Essa mudança de paradigma já está em curso, daí ser extremamente importante manter-nos a par de todas estas novas mudanças e usá-las de forma a tirar o máximo partido delas. É por esse motivo que trabalhamos continuamente no desenvolvimento de mecanismos tecnológicos, que nos permitam aumentar a eficiência das nossas equipas e nos aproximem mais dos nossos clientes, dando-nos assim mais tempo para os acompanhar em todas as fases dos seus negócios. Acreditamos que, aliando tudo isto com o foco e determinação em prosseguir os nossos obje-
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DANIELA ESTEVES
tivos, é sem dúvida a chave para trilharmos o caminho de criação de uma marca reconhecida e de sucesso. Esta é uma marca que almeja ser uma referência a nível nacional e internacional, assegurando assim, um serviço de excelência e respondendo a todos os obstáculos que a conjuntura económica e fiscal exige. Assim, com os constantes desafios impostos pela conjuntura atual, quem é hoje esta organização? Vivemos atualmente num mundo de mudança, a era digital já começou e todos os dias aparecem novas situações às quais temos que aprender a adaptar-nos. Recentemente a pandemia obrigou-nos a colocar tudo em perspetiva, inclusive o modo como trabalhamos, a rapidez com que nos adaptamos e o modo como interagimos com os outros. Foi uma altura de muita adaptação e de mudanças legislativas constantes. A área em que atuamos é fortemente regulada, o que é bom por um lado pois temos as nossas diretrizes bem delineadas, mas por outro também nos deixa expostos a uma certa incerteza devido às constantes mudanças que se refletem na economia, tanto a nível nacional como internacional. O facto de termos as nossas leis fiscais com alterações regulares, acaba por aumentar o grau de exigência dos profissionais desta área, porque o que é certo hoje, amanhã já não é, essa adaptação rápida é crucial para que possamos manter a qualidade do nosso serviço. Ainda assim, e apesar de tudo isso, como organização, sentimos que estamos hoje mais bem posicionados e preparados do que há uns anos, para responder com rapidez e eficácia às necessidades e desafios que vão aparecendo. Dado o alcance global da Finpartner, são uma marca que junta os serviços de contabilidade essenciais para o sucesso de empresas bem como de singulares. O que têm em comum os
mais diversos clientes? Que vantagens os serviços da Finpartner apresentam? Os nossos clientes são maioritariamente estrangeiros, e com forte espírito empreendedor. Todos eles possuem um elevado grau de exigência e de expetativa, que imprimem em todos os projetos que desenvolvem, o que nos dá uma motivação extra para estar sempre à altura e contribuir ativamente para esse desenvolvimento. A vantagem de trabalhar connosco, é que para além de trabalharmos ativamente para prestar um serviço de qualidade, sempre com vista a atingir uma melhoria contínua, temos o cuidado permanente de adaptar o serviço às características de cada cliente. O facto de trabalharmos com áreas tão distintas e com clientes das mais diversas partes do mundo também nos proporciona um know-how diferenciador e que é sem dúvida uma mais valia. Para além dos serviços de contabilidade e a consultoria fiscal e de apoio à gestão, procuramos também oferecer um acompanhamento em áreas paralelas, aquelas que são o nosso core business, com a ajuda da rede de parceiros que temos vindo a montar ao longo dos anos, tanto a nível nacional como internacional. Desta forma conseguimos apoiar os nossos clientes, em tudo o que necessitarem, aquando da sua implementação em Portugal. Enquanto partner da empresa, que análise faz do setor da contabilidade e do trabalho desenvolvido pela mesma em prol da atividade em Portugal? O papel do contabilista é fundamental na sociedade a vários níveis. Para os empresários, no que toca à disponibilização de informação que é fulcral para a gestão das empresas. Informação essa que é uma ferramenta poderosíssima, pois permite conhecer, prever e controlar as atividades desenvolvidas. Mas também porque estes profissionais garantem a manutenção do fluxo financeiro, de que o Estado tanto depende. Apesar da relevância destes profissionais, ainda se nota algum estigma, pois muitos empresários ainda vêm o papel do contabilista, como o de um escriturário que regista informação e que a comunica ao Estado. Essa mudança de paradigma é imperativa, deve haver um esforço contínuo, por parte destes profissionais, na valorização e reconhecimento do papel dos mesmos no seio das organizações. Mas esse ímpeto de mudança deverá também partir do próprio Estado, pois por vezes parece
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esquecer-se que os contabilistas são profissionais que trabalham para as empresas e não para a Autoridade Tributária. No meu entender, essa mudança devia passar pela simplificação do nosso sistema fiscal, pela revisão do calendário de obrigações, que deve ser ajustado, diminuindo assim a carga exercida nesta classe profissional que tem atingido níveis completamente inaceitáveis, bem como a disponibilização de meios adequados ao seu cumprimento. Tal como o ministro da economia, Siza Vieira, reconheceu o papel determinante dos contabilistas nas ajudas às empresas, durante a pandemia da Covid-19, também o Estado tem de olhar pela classe e aliviar a pressão para que esta profissão possa evoluir e responder às necessidades que os empreendedores têm diariamente. A Autorização de Residência para Investimento (ARI) vulgo “Golden Visa”, foi lançado em outubro de 2012, com o intuito de atrair investimento internacional. Segundo a Finpartner, desde então, mais de 10 100 investidores solicitaram este visto tendo sido investidos mais de seis biliões de euros. Para melhor entender, o que tem representado este programa para Portugal nos últimos anos? É inegável que este programa, ajudou a dinamizar a economia portuguesa tendo, de acordo com os dados de investimento fornecidos pelo SEF para o período de 2012 a 2021, atraído um investimento de mais de seis biliões de euros, em que 90% desse investimento foi no setor imobiliário. Esta medida tem funcionado como um motor de atracão de capital estrangeiro, com benefício direto no nosso ecossistema económico, beneficiando o emprego, a reabilitação urbana, turismo e o comércio local e todo o país. Apesar das mudanças que entraram em vigor em janeiro de 2022, os dados que o SEF divulgou deste primeiro mês de 2022, tudo aponta no sentido de que as alterações não afugentaram os investidores estrangeiros, antes pelo contrário. Em janeiro de 2022 registaram a atribuição de 94 vistos, em que 75 deles foram atribuídos através da aquisição imobiliária e os restantes através da transferência de capitais, estes vistos totalizam um valor total de investimento de cerca de 48 milhões de euros. O que é uma subida quando comparado com o mesmo período de 2021, onde tinham sido concebidos 55 vistos em que
52 deles foram atribuídos através da aquisição imobiliária e os restantes através da transferência de capitais, totalizando um valor de cerca de 33 milhões de euros. Esta medida, pelo seu poder de atração de investimentos avultados, é sem dúvida essencial para o crescimento da nossa economia. Tendo por base a sua experiência, considera ser este o momento ideal para excluir deste regime a possibilidade de investimento imobiliário destinado a habitação na área metropolitana de Lisboa e Porto? Qual a perspetiva da Finpartner sobre esta questão? Apesar deste regime ter sido importantíssimo para a nossa economia, também nos presenteou com alguns efeitos colaterais, que surgiram da aderência tão significativa que teve. Um dos mais visíveis prende-se com o aumento significativo dos preços das casas, principalmente em zonas centrais como Lisboa, Algarve e Porto, tornando-os assim pouco acessíveis para muitos famílias portuguesas, tanto para compra, como para arrendamento. As mudanças introduzidas pelo Governo ao regime, têm como principal objetivo canalizar investimento estrangeiro para o interior do país, aliviando desta forma a pressão que se tem vindo a sentir nas zonas metropolitanas, mas também pelo incentivo ao investimento na criação de emprego e à requalificação urbana e do património cultural. Se me preguntar se acredito que os preços das casas vão reduzir com estas alterações, tenho as minhas dúvidas. Até porque o regime continua a permitir que se continue a fazer investimentos em imobiliário, que tenham como finalidade o turismo, comércio e serviços. Agora o tempo dirá se estas alterações serão uma forma eficaz para atingir os objetivos do Governo. Gostaria ainda de referir que apesar destas alterações, o Golden Visa em Portugal, continua a ser muito vantajoso, pois para além de permitir que seja solicitada nacionalidade, após cinco anos, esta modalidade não obriga a permanência em território português por longos períodos de tempo. Sendo apenas necessário no primeiro ano, assegurar sete dias de permanência e nos anos seguintes 14 dias. Pode ainda beneficiar do reagrupamento familiar e de circular livremente pelo Espaço Shengen, sem necessidade de vistos adicionais.
Portugal continua, ainda assim, no radar dos investidores em todo o mundo. Acredita que esta vontade em investir no mercado nacional continue crescente, ainda que as regulamentações do Golden Visa tenham mudado? O interior terá um ecossistema de oportunidades suficientes para se criarem possibilidades de investimento no ano de 2022? Portugal é atrativo no que toca à captação de capital estrangeiro, não sendo o programa Golden Visa a única razão apontada para escolher o nosso País, na hora de os investidores escolherem onde querem investir. Temos outros programas atrativos e incentivos fiscais igualmente interessantes tais como o Regime dos Residentes Não Habitais, Programa E-Residency, Tech-Visa ou o Programa Regressar entre outros. Somos atrativos por uma série de outras razões, desde a nossa localização passando pela qualidade de vida com um ótimo clima, estabilidade social e segurança, bem como um povo conhecido por ser muito hospitaleiro. A qualidade dos nossos profissionais que passa não só pelas áreas técnicas, mas também pela capacidade demonstrada na adaptação a contextos multiculturais e multilinguísticos é mais uma razão na hora de escolherem. No meu ponto de vista, o nosso programa do Golden Visa vai ajudar e vai obrigar a que hajam mudanças estruturais, pois irá dar visibilidade internacional a zonas do nosso país que tem grande potencial e que não são tão conhecidas, mas não irá resolver o problema da dinamização do interior. O Estado tem de ter um papel fundamental e ativo neste âmbito, não só através da criação de incentivos que já existem e que são naturalmente relevantes, mas também terá que ter em atenção temas, como por exemplo, a melhoria significativa das acessibilidades através da construção de mais autoestradas que liguem o centro do país ao interior ou na dinamização da rede de transportes já existentes, ou mesmo assegurar uma extensão da cobertura das redes 4G de forma uniforme em todo o território, garantindo assim mobilidade e facilidade no acesso às comunicações, mesmo em locais muito isolados. Estes problemas estruturais serão sempre um entrave à dinamização do interior. ▪
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PONTOS DE VISTA GOLDEN VISA – PORTUGAL
“O desafio será sempre conseguir ler o Mercado, ouvi-lo e perceber em que é que podemos ser Úteis” É precisamente esta utilidade que, Tânia Castro, Diretora Geral da TPMc, promete aplicar no mercado face aos desafios, metas e oportunidades a alcançar em temas como investimentos, internacionalização ou Vistos Gold. Saiba de que forma, perante todas as mudanças e adversidades, a marca continuará a auxiliar investidores estrangeiros a fixar negócio na Madeira e no resto do país.
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endo a TPMc uma Management Company – estatuto reconhecido pela SDM (Sociedade de Desenvolvimento da Madeira) e Governo Regional – tem vários setores operacionais de apoio a clientes e investidores nacionais e internacionais. Tendo uma posição vincada no mercado, qual é a meta que ambiciona ver cumprida para o ano de 2022? Continuando o mercado internacional ainda muito influenciado com a pandemia e com a falta de estabilidade económica, para 2022 os nossos principais objetivos são a contínua manutenção de todos os postos de trabalho e a iniciativa em outros nichos de negócio. Nomeadamente no apoio direto a novos residentes em Portugal.
TÂNIA CASTRO
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Sabe-se que o mercado e, consequentemente os inúmeros setores de atividade, estão em constante evolução. Com uma visão centrada na atualidade, quais foram, para si, as transformações que mais impactaram os investimentos em Portugal? Sem sombra de dúvida que os últimos dois anos forçaram todos os setores de negócios a inúmeras adaptações. Mas também trouxeram muitas novas oportunidades de negócio. Nos últimos meses temos assistido a um cada vez maior número de estrangeiros a deslocalizarem a sua residência e negócio para a Madeira (também por conta da atualização legislativa que houve no
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início do corrente ano ao nível do Visto Gold), mas também por um cada vez maior reconhecimento da Ilha da Madeira em especial, e de todo o Portugal em geral, como uma região pacífica, estável, com qualidade de vida, com estruturas reconhecidas ao nível do ensino e da Saúde – o que neste momento acaba por ser muito preponderante quando se escolhe o local para viver, constituir e criar família. Portugal tem, até então, atraído investidores do mundo todo e programas como o Golden Visa estimulam a vinda de estrangeiros que querem investir e/ou viver no país. Tendo em conta o sucesso conhecido deste programa, na sua perspetiva, o que tem representado para Portugal nos últimos anos? Para a população em geral que não está direta ou indiretamente ligada ao tema dos Vistos Gold pode até parecer que não houve qualquer alteração. Mas para todo o setor ligado aos serviços, nomeadamente de consultores, advogados, bancários e imobiliários que nos últimos anos têm trabalhado com este tema, posso com toda a certeza afirmar que este tema é de extrema impor-
“NOS ÚLTIMOS MESES TEMOS ASSISTIDO A UM CADA VEZ MAIOR NÚMERO DE ESTRANGEIROS A DESLOCALIZAREM A SUA RESIDÊNCIA E NEGÓCIO PARA A MADEIRA (TAMBÉM POR CONTA DA ATUALIZAÇÃO LEGISLATIVA QUE HOUVE NO INÍCIO DO CORRENTE ANO AO NÍVEL DO VISTO GOLD)” tância para Portugal. Ao longo dos últimos anos temos assistido a diversos investimentos de capitais estrangeiros no setor hoteleiro, revitalizando hotéis que não tinham qualquer expetativa de continuar a atividade, restaurantes e pequenos negócios locais, a aquisição de moradias e apartamentos o que contribuiu para uma também revitalização do setor da construção e do setor imobiliário – criando mais empresas e mais emprego. Também não podemos esquecer todos os setores que ganham indiretamente, restaurantes, transporte de passageiros, agências de viagens, lojas comerciais, bancos – já que todo o consumo
local é incentivado e beneficia com estes investimentos. Logicamente que a pandemia da Covid-19 abrandou este processo, mas neste momento assiste-se a um novo ciclo económico com tendência para um grande crescimento. A 1 de janeiro deste ano, as regulamentações do Golden Visa foram alteradas de forma a impulsionar o investimento nas áreas de baixa densidade populacional do país, aliviando a pressão das regiões metropolitanas. Considera que, apesar destas mudanças significativas, Por-
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tugal ainda é uma alternativa interessante para quem deseja investir no país? Quais os motivos? Considero que estas alterações legislativas vieram dar uma nova força ao investimento. Posso lhe confirmar que na Madeira, onde somos mais presentes, assistimos a uma nova corrente de investimento quer em termos imobiliários, quer em termos de deslocalização dos empreendedores e respetivas famílias. O objetivo desta alteração é que este aumento da procura também se reflita nas zonas mais interiores de todo o País. Uma das justificações para a restrição do investimento imobiliário nas grandes cidades portuguesas é o impacto do mesmo no mercado – cidades como o Porto e Lisboa viram-se «esvaziadas» das suas populações, dando lugar a turistas. Quais serão, a partir de agora, os desafios esperados? O investimento comercial nas grandes metrópoles portuguesas pode continuar. E é facto que continua. E esta é também a oportunidade para desenvolver outras partes deste grande País que aparentemente estavam esquecidas. O desafio é e será sempre fazer acompanhar com as grandes condições que tem o nosso País também boas condições fiscais. Que façam com que empresários internacionais tenham cada vez mais razões para fixarem a sua base em Portugal. É para isso que o Governo tem de trabalhar, já que com melhores condições a base taxável também aumenta e o Estado Português também beneficia. Considera que existe, de facto, um ecossistema no interior do país e em particular na ilha da Madeira, que permita a concretização de oportunidades de investimento? Na sua perspetiva, que oportunidades de investimento poderão existir? Sem sombra de dúvida que sim. Veja-se o exemplo da Madeira, que neste momento começa a atrair cada vez mais comunidades estrangeiras. Temos cada vez mais pedidos para vistos de residência, incluindo o Visto Gold. Está já criada uma base tecnológica de trabalhadores, os chamados nómadas digitais, onde existe inclusive uma lista de espera para participar. Muitos europeus jovens a fixarem-se na ilha, principalmente do norte da Europa. Mas devo dizer que também do Reino Unido e Estados Unidos da América. Não é difícil de perceber a razão. A Madeira é poliglota no que diz respeito a línguas estrangeiras, temos excelentes condições de vida, o clima é ameno, o regime fiscal atrativo, excelentes condições de comunicação, voos semanais diretos para todas as capitais europeias e o custo de vida e muito abaixo das principais cidades do Mundo. Temos escolas Internacionais, possibilidade de viver à beira mar e várias clínicas e hospitais privados. A pandemia também ajudou muita gente a perceber que afinal o local onde vivemos é de extrema importância.
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O objetivo da TPMc é, e será sempre, servir o cliente e suprir as suas necessidades. Assim, qual é o papel que a marca vai assumir perante todas as alterações no mercado, uma vez que conta com a experiência necessária para criar soluções adaptadas à atualidade? O nosso maior objetivo neste momento é flexibilizar os setores e as equipas. Com o mercado tão dinâmico como está ao nível das necessidades, temos de ter capacidade para nos adaptarmos às especificidades dos nossos clientes. Que neste momento vão desde o típico e simples consultor individual que vem para a Madeira trabalhar oriundo de fora de Portugal e que necessita dum visto, dum NIF, duma conta bancária, de
No que diz respeito ao Estatuto de Residente Não Habitual – que reúne um conjunto de vantagens fiscais para profissionais estrangeiros -, considera que continua a ser uma opção interessante para os mesmos? As mudanças que ocorreram não são entraves significativos nem abalam as vantagens competitivas de Portugal? O Estatuto de RNH continua a ser de extrema importância, principalmente para empreendedores e consultores, artistas e reformados. Não houve nenhuma alteração significativa que pudesse alterar a importância destes benefícios e que continuam a atrair muitos empreenderes nas mais diversas áreas. Num contexto de crescente globalização, os mercados externos são, cada vez mais, fundamentais para a definição e implementação de uma estratégia que permita o sucesso das empresas. Tendo em conta o atual panorama do mercado, como se encontra a internacionalização empresarial em Portugal? Começa novamente a estar em franco desenvolvimento e recomenda-se. Tanto os empresários portugueses continuam a expandir os negócios além-fronteiras como temos cada vez mais investidores externos a olhar para Portugal como uma base segura para fixar o seu negócio. Vivemos num mundo global e os portugueses já se aperceberam disso. A Madeira neste momento está a investir no mercado da tecnologia e comunicações – prova disso
contabilidade e de orientação sobre como o País está regulamentado e quais as obrigações e timings. Até o grande empresário com várias estruturas societárias que precisa conhecer o sistema fiscal de vários países e como se complementam com o Português. Daí termos já criado dentro do Departamento Legal um setor para Vistos de Residência, Vistos Gold e Representação fiscal. Também criámos dentro do Departamento administrativo um setor de recrutamento e seleção de pessoal e um departamento de auxílio a registos públicos para bens móveis e imóveis. O desafio será sempre conseguir ler o mercado, ouvi-lo e perceber em que é que podemos ser úteis.
tem sido também o investimento e a posição de destaque que o Governo Regional tem dado a estes temas, com várias conferencias, Webinars e artigos sobre o tema. Adicionalmente a isso um dos grandes objetivos passa também por tornar a Ilha mais consciente ao nível das energias renováveis, com vários programas de auxílio já em vigor. A Ilha é profícua em atrair visitantes que acabam por se estabelecer cá e podemos aplicar esta mesma visão ao País como um todo. De que forma a TPMc tem apoiado, ao longo dos tempos, investidores nacionais que pretendem integrar mercados estrangeiros, mas também cativar investimento internacional para Portugal? Os próximos meses serão tempos de adaptação? Ao longo dos últimos 28 anos temos auxiliado imensos investidores estrangeiros a fixar negócio na Madeira e no resto do País. Desde os formalismos mais básicos como as inscrições na AT (Administração Tributária) até à constituição das sociedades, feitura da contabilidade, emissão de faturas, acesso a fundos EU, recrutamento e seleção de pessoal, auxílio na busca de escritórios. Temos também cerca de 30% dos nossos clientes Portugueses a internacionalizar. A nossa função é na prática, agilizar as burocracias, encontrar parceiros de confiança nos mercados target, gerir a parte legal, contabilística e financeira e harmonizar tudo isso com o contexto português de estrutura de grupo. ▪
PONTOS DE VISTA BREVES
European Best Destinations divulga lista com os melhores destinos a visitar em 2022 Foram dois anos seguidos de restrições provocadas pela pandemia, mas agora é tempo de voltar a pensar em viajar. Para ajudar a escolher o destino ideal, a prestigiada European Best Destinations já divulgou a sua lista anual com os melhores destinos para 2022. Este ano, o primeiro lugar vai para a capital da Eslovénia, Liubliana. O site
oficial da EBD descreve-a como “uma cidade para almas curiosas e aventureiras. Se não ficou convencido, verifique o top dez de preferências: Marbella (Espanha), Amiens (França), Plovdiv (Bulgária), Lovaina (Bélgica), Oradea (Roménia), Londres (Inglaterra), Nimegue (Países Baixos), Lahti (Finlândia) e Istambul (Turquia).
Queima das Fitas do Porto regressa em maio No comunicado publicado pela Federação Académica do Porto podemos ler: “Volvidos dois anos, em que por motivos de saúde pública e com um profundo sentimento de responsabilidade dos jovens, o evento não pôde ser realizado, é tempo de um regresso ambicioso, que devolverá a todos os estudantes e antigos estudantes da Academia do Porto a sua maior festa”. Podemos ler ainda que “a FAP, para garantir todas as condições do evento, está a trabalhar em conjunto com a Câmara Municipal do Porto e demais autoridades, nomeadamente no que toca à adaptação do espaço do recinto das Noites da Queima e do
percurso do Cortejo Académico do Porto, decorrente das obras realizadas no Queimódromo e das obras da cidade. A reformulação do recinto das Noites da Queima pretende ser mais do que uma alteração de disposição, com uma profunda vontade de aumentar as condições de segurança e o conforto de todos os espectadores, capaz de dar resposta a novos paradigmas, disponibilizando novas ofertas diferenciadas”. É tempo agora de regressar à tradição que, desde sempre, se viveu na invicta. De 1 a 7 de maio, o Queimódromo recebe uma Queima que promete ser “de estudantes para estudantes”.
Portugal recebe a exposição “Frida Kahlo, A Vida de um Ícone” A ideia é que os visitantes fiquem a conhecer a vida de Frida Kahlo através de fotografias, imagens de vídeo, instalações artísticas, e pinturas projetadas. A visita média dura cerca de uma hora e 15 minutos. “São experiências de caráter interativo e participativo, de realidade virtual, animações holográficas e videomapping em esculturas. Cada uma destas experiências revela um dos aspetos da vida de Frida Kahlo e, em simultâneo, consagra o contributo
para um conhecimento mais generalizado sobre a sua existência enquanto artista-ícone”, assegura a organização. Vai ser inaugurada a 10 de março na Immersivus da Alfândega do Porto e chega a Lisboa a 29 de setembro. O projeto resulta de uma parceria entre a Fundação Frida Kahlo Corporation, a galeria Ideal Barcelona e o estúdio criativo Layers of Reality. Os bilhetes para o Porto já estão disponíveis e custam entre os 10€ e os 14€.
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“Temos trabalhado com Afinco e Seriedade, o que levou a que conseguíssemos firmar-nos como uma referência nesta matéria” “As raízes históricas que ligam Brasil e Portugal permitem um intercâmbio cada vez maior de experiências com o propósito de aprimorar as práticas jurídicas”, quem o afirma é André Pacheco, Advogado no escritório Hofstaetter Tramujas & Castelo Branco Advogados Associados. Em entrevista com a Revista Pontos de Vista, estiveram também os Sócios Advogados Gustavo Tramujas e Felipe Osório, onde confidenciaram alguns desafios que têm pautado o percurso da marca, bem como algumas mudanças que se avizinham com as alterações ao Golden Visa.
FELIPE OSÓRIO
GUSTAVO TRAMUJAS
ANDRÉ PACHECO
O
do meu sócio, Dr. Felipe Osório, sempre pautados na ética e nos princípios basilares de nossa profissão que, infelizmente, nem sempre são respeitados por outras empresas ou sociedades.
Estrangeiros, Comércio Internacional, Direito de Família, entre outros. Neste sentido, quais os verdadeiros desafios que atualmente esta profissão enfrenta? GT: São muitos os desafios, mas em suma, destacaria três. Em primeiro lugar, saber lidar com as realidades do Brasil e de Portugal, pois as demandas nas quais atuamos diariamente têm relação direta e indireta com o que acontece em cada país e, por que não, no mundo. Em segundo lugar, saber encarar os obstáculos que são nos colocados no dia a dia, como por exemplo, atuar diante de uma pandemia que assolou e, por vezes, paralisou o mundo. Por fim, saber trabalhar num mundo cada vez mais globalizado, que enseja um aprendizado constante e investimentos frequentes em sistemas e pessoas.
escritório Hofstaetter Tramujas & Castelo Branco Advogados Associados nasceu em 2008, com o objetivo de prestar assessoria a clientes que procuram serviços administrativos no Brasil e em Portugal. Quão importante é esta ligação entre os dois países e que valores diferenciam esta sociedade das restantes? Gustavo Tramujas: Ambos os países sempre estiveram entrelaçados um ao outro, seja na época da colonização portuguesa no Brasil, seja atualmente, com o constante e crescente fluxo de pessoas, principalmente brasileiros em Portugal, portanto, poder assessorar a comunidade luso-brasileira em várias frentes é um privilégio e uma satisfação muito grande, que a cada dia nos impulsiona a traçar novos objetivos e a superar novos desafios. Sempre, desde o início, procurámos estar próximos aos nossos clientes, pois percebemos que é essa a forma mais adequada para assessorá-los, tanto é que hoje possuímos escritórios e representações nas principais cidades do Brasil e de Portugal. No Brasil, os serviços estão sob a minha coordenação e, em Portugal, sob a coordenação
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Presente no mercado há cerca de 14 anos, qual o balanço que faz deste percurso profissional que tem vindo a desbravar? GT: Ao longo desses anos sempre procurámos atuar com muito empenho e dedicação, mas acima de tudo com muita humildade e perseverança, pois prestar serviços em países diferentes, com costumes diferentes, como é o caso de Brasil e Portugal, fez com que aprendêssemos a nos reinventar, enfim, a nos adaptar aos trâmites administrativos e jurídicos de cada país e, principalmente, às necessidades e peculiaridades dos nossos clientes. Mas não só isso, também valorizar nossos colaboradores e nossos parceiros, pois sem eles nada seria possível. Este é um escritório que presta serviços nas áreas da Nacionalidade Portuguesa, Revisão de Sentença Estrangeira, Imigração, Investimentos
Muitas têm sido as alterações à Lei da Nacionalidade Portuguesa, uma das áreas em que o escritório atua. Assim, qual é o papel e o trabalho do escritório neste âmbito? Felipe Osório: Iniciamos as nossas atividades na área da nacionalidade portuguesa, a qual é
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estratégica e de grande relevância para Portugal. Temos trabalhado com afinco e seriedade, o que levou a que conseguíssemos firmar-nos como uma referência nesta matéria. Ao longo da última década a Lei da Nacionalidade sofreu, efetivamente, diversas alterações, as quais flexibilizaram a transmissão, possibilitando que muitos mais indivíduos a ela pudessem ter acesso. Tais mudanças demandam uma contínua preparação e atualização dos nossos profissionais, de modo a poder responder com rapidez e segurança aos novos desafios delas decorrentes. Tendo em conta a pandemia que ainda atravessamos, de que forma o realizam? FO: É inegável que a pandemia impactou negativamente os serviços públicos em geral. Os órgãos que atuam diretamente com os processos de nacionalidade não escaparam ilesos, contudo, após alguns meses acabaram por conseguir adaptar-se à “nova realidade”. A tramitação dos processos foi, contudo, diretamente afetada, acarretando num drástico aumento dos prazos de análise. Internamente, ao longo dos últimos anos realizámos investimentos massivos a nível informático e também na qualificação dos nossos colaboradores, o que felizmente nos possibilitou navegar por esta tempestade sem grandes percalços. No que diz respeito ao setor do mercado imobiliário, existiram recentemente também algumas reformas no programa do Golden Visa. O que irá mudar na prática? André Pacheco: As mudanças no programa do Golden Visa refletem uma pressão política para arrefecer o mercado imobiliário, nomeadamente nas zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e com isso tentar redirecionar os novos investimentos para o desenvolvimento dos territórios do interior do país. O aquecimento do mercado de bens imóveis nas zonas de Lisboa e do Porto levou a um aumento acentuado nos últimos anos no valor dos imóveis e no valor das rendas, criando dificuldades
na implementação das políticas habitacionais. Para além das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto terem sido retiradas do programa do Golden Visa, o valor dos demais investimentos sofreu aumento. A título de exemplo, a transferência de capital em montante igual ou superior a 1M € passou para 1,5M € tal como o investimento em determinados fundos, que igualmente tiveram os valores mínimos majorados para os 500.000,00 €. Face a estas transformações, quem beneficia? E quem sai prejudicado? AP: O investidor procura uma relação equilibrada entre o risco a ser assumido no momento do investimento e o retorno estimado ao final de um certo prazo. Há alguns anos que Portugal está entre os destinos turísticos preferidos do europeu, o que tem provocado uma pressão na demanda do setor da habitação/hospedaria. Esta circunstância tornou algumas zonas do país atrativas ao investimento, havendo uma convergência entre o interesse público e o privado relativamente ao desenvolvimento e revitalização de algumas áreas. Muitas zonas do país foram beneficiadas com a recuperação de imóveis e criação de empregos, notadamente o setor da construção civil e o turístico. Passados alguns anos de vigência do Golden Visa já se ouvem algumas vozes a acusar o programa de causar o aumento do preço dos imóveis e das rendas. De qualquer forma, as alterações no programa do Golden Visa podem ter por objetivo conter o aumento do preço dos imóveis nas zonas mais densamente habitadas do país, assim como redirecionar o investimento para o desenvolvimento das zonas do interior. Entretanto, as alterações no programa mantêm inalteradas as regras para o investimento em imóveis destinados ao uso comercial nas zonas de Lisboa e do Porto, o que pode beneficiar imóveis deste tipo. Como considera que se encontra o atual panorama do Direito em Portugal e no Brasil? AP: O Direito em Portugal e o Direito no Brasil são de cariz positivado/codificado (Civil Law),
com raízes no Direito Romano. Esta característica vincula de forma significativa o sistema jurídico ao Estado. Os sistemas jurídicos positivados mostram-se mais dependentes da função legislativa para dar respostas (por meio da edição de normas e regras) às demandas jurídico-sociais. Diferente dos sistemas consuetudinários (Common Law) – mais centrados nas decisões, valores e costumes de uma sociedade e por esta aceites como lei – o direito codificado tem vindo a mostrar-se menos eficaz a dar respostas atempadas às novas exigências de sociedades cada vez mais dinâmicas, particularmente em matérias que envolvem crimes praticados por agentes políticos, crimes financeiros e, mais recentemente, cibercrimes. Não por acaso há uma crescente perceção tanto em Portugal como no Brasil de um sistema jurídico ineficaz e, principalmente, demorado. Assim, que sinergias resultam desta ponte entre os dois países? AP: As raízes históricas que ligam Brasil e Portugal permitem um intercâmbio cada vez maior de experiências com o propósito de aprimorar as práticas jurídicas. Acordos de cooperação bilateral nas áreas tributárias e previdenciária têm avançado de forma significativa, o que favorece os nacionais de ambos os países, em um momento de elevado fluxo migratório. Com os olhos postos no futuro, quais são as expetativas por parte do Hofstaetter Tramujas & Castelo Branco Advogados Associados para 2022? FO: Ainda será um ano de muitos desafios, após a tão esperada estabilização (ou superação) da pandemia. Ainda assim prevemos uma retomada do crescimento da imigração Brasil x Portugal, bem como um contínuo aumento do número de pessoas interessadas em adquirir a nacionalidade portuguesa, bem como residir e investir no país, portanto, as perspetivas são as melhores. ▪
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“Iremos retirar o Melhor destas alterações e transformá-las em mais uma Ferramenta de Sucesso na Atração do Investimento” A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Carla Silva Reis, Sócia e Fundadora da Exato & Assertivo, a propósito das mais recentes alterações ao Golden Visa e o impacto que isso terá no que concerne ao investimento estrangeiro em Portugal. Apesar de identificar algumas lacunas, a verdade é que a nossa interlocutora não considera que as alterações ao programa de 2022 possam impactar negativamente no programa em si. Saiba mais.
CARLA SILVA REIS
A
Exato & Assertivo é uma empresa de consultoria de negócios sediada em Portugal, com associados no Brasil, Macau e Dubai. Norteia-se por valores como o rigor e a ética de forma a prestar o melhor serviço a todos os clientes. Neste sentido, que caminho tem vindo a ser traçado ao longo dos anos? Como pode ser descrita a evolução da marca? A Exato & Assertivo durante os últimos anos continuou a sua estratégia de internacionalização, focando a sua atividade na atração de investimento estrangeiro para o nosso País, conhecendo melhor as necessidades quer dos mercados quer dos nossos clientes. Para isto, foi fundamental direcionar os nossos serviços de consultoria para as novas tecnologias, novos produtos e estratégias de desmistificação e desburocratização de certos conceitos, com soluções rápidas e pragmáticas. Paralelamente, primamos pelo acompanhamento
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próximo e personalizado dos nossos clientes em todo o tipo de serviços (financeiros, administrativos, legais, entre outros) que estão diretamente relacionados com as suas atividades de investimento. A Exato revê-se não como uma mera empresa de consultoria, mas sim um verdadeiro parceiro de negócio dos nossos clientes, cujos alicerces assentam na criação e manutenção de uma relação contínua de confiança.
Estas ferramentas, juntamente com a globalização em que hoje vivemos, impactaram dramaticamente o mundo dos negócios, através da introdução de novos conceitos e realidades. Atualmente, a crescente exigência dos nossos clientes obrigou a um alargamento das competências dos profissionais e à elevação do nível de sofisticação de serviços oferecidos, o que obrigou o mercado a adaptar-se a esta nova realidade.
Certo é que o mercado se encontra em constante renovação. Para a Carla Silva Reis, sócia e fundadora da Exato & Assertivo, quais têm sido as maiores transformações a impactar o mundo dos negócios em Portugal? Sem dúvida que o maior impacto que sentimos resultou do aparecimento dos novos conceitos da chamada era digital e da incorporação das novas tecnologias que vieram revolucionar o mercado.
Esta é uma empresa que aposta fortemente na internacionalização e no acompanhamento exímio dos clientes, afirmando-se, portanto, como um parceiro de excelência na vanguarda da inovação. Acredita que são estas particularidades que distinguem a Exato & Assertivo e possibilita uma resposta eficaz aos mais complexos desafios? De que forma? Vivi alguns anos fora de Portugal, quando
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regressei e criei a Exato & Assertivo o foco foi sempre “vender a marca Portugal”. Temos um país cheio de excelentes oportunidades de negócio, numa localização privilegiada e com uma mão de obra de excelente qualidade, sendo por isso um dos melhores pontos da Europa para atrair investimento estrangeiro. Sem dúvida que a forma como continuamente nos atualizamos relativamente a novos produtos, a novas oportunidades e novas realidades permite à Exato & Assertivo oferecer uma garantia de um serviço de excelência aos nossos clientes, que nos marca pela diferença e acaba por fidelizar não só os atuais clientes como também a sua rede de contactos. O programa de vistos é uma das áreas de atuação da Exato & Assertivo, afirma que “Portugal é no momento um dos destinos mais procurados para viver ou investir”. Para melhor entender, o que tem representado o programa Golden Visa em Portugal nos últimos anos? O programa Golden Visa nos últimos anos tem sido um veículo fundamental para os investidores em Portugal, pois ao investirem no nosso país não só estarão a expandir os seus negócios, mas também a adquirir um estatuto de livre circulação no Espaço Schengen, que é sem dúvida um abrir de portas para os seus próprios investimentos e crescimento no mercado europeu. E esta, sim, é a grande vantagem que oferecemos. Face às mais recentes alterações ao Golden Visa, como perspetiva o ano de 2022 no que diz respeito ao investimento estrangeiro no nosso país? Não considero que as alterações ao programa
“RELATIVAMENTE A PORTO E LISBOA NÃO VEJO QUE, NO QUE RESPEITA A INVESTIMENTO OU ATIVIDADES COMERCIAIS, SE VÁ SENTIR UM DECRÉSCIMO. PELO CONTRÁRIO, EM TUDO O QUE SEJA INVESTIMENTO RESIDENCIAL, OBVIAMENTE QUE O INVESTIMENTO IRÁ BAIXAR E, CONSEQUENTEMENTE, OS VALORES DE MERCADO IRÃO ESTABILIZAR” de 2022 possam impactar negativamente no programa em si. A grande alteração que assinalo é a retirada de imóveis residenciais das grandes cidades litorais, mantendo-se o investimento nos imóveis comerciais ou a criação de empresas, pelo que as vantagens para o investidor se mantêm. Ao mesmo tempo, acho que poderá ser um excelente incentivo ao desenvolvimento das nossas regiões interiores, fomentando emprego e investimento. Estou bastante confiante de que iremos retirar o melhor destas alterações e transformá-las sem dúvida em mais uma ferramenta de sucesso na atração do investimento. Se pudéssemos contar com a celeridade de Instituições como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (cujo atraso atual nos processos é de mais de um ano), com certeza que poderíamos trazer grandes investimentos para o nosso país, através da criação de postos de trabalho nestas regiões. Há muito dinheiro lá fora para ser investido, mas as nossas instituições governamentais também têm que se adaptar ao nosso novo mundo. Caso contrário perderemos competitividade. Aqui sim, vejo um problema, a lentidão, atraso e excesso de burocracias nos processos. ▪
Na sua opinião, que oportunidades irão surgir nas regiões de baixa densidade populacional? E de que forma Lisboa e Porto vão sofrer com estas alterações? Relativamente a Porto e Lisboa não vejo que, no que respeita a investimento ou atividades comerciais, se vá sentir um decréscimo. Pelo contrário, em tudo o que seja investimento residencial, obviamente que o investimento irá baixar e, consequentemente, os valores de mercado irão estabilizar. Já no que respeita às regiões de baixa densidade populacional estou confiante de que esta alteração, juntamente com os programas de incentivo do Governo neste sentido, quer no que respeita a contratação, quer no que respeita a criação de novos postos de trabalho, irá criar excelentes oportunidades de investimento que certamente atrairão o capital estrangeiro. No nosso portefólio de clientes contamos já com investidores a iniciar grandes projetos turísticos nestas regiões.
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PONTOS DE VISTA CONTRATAÇÃO PÚBLICA
“A área da Contratação Pública tem um peso Significativo na Economia” “Devemos ter a noção que a visão de uma contratação pública estratégica, com impactos não apenas imediatos, mas a médio e longo prazo, tem vantagens incomensuráveis”. Quem o afirma é Fernando Batista, Presidente do Conselho Diretivo do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I.P. (IMPIC, I.P.). Conheça tudo o que deve saber sobre esta matéria, face às novidades que atualmente apresenta. ca de Inovação, em outubro de 2021, promovida pela Agência Nacional para a Inovação (ANI) e o IMPIC.
FERNANDO BATISTA
O
IMPIC tem por missão promover um setor da construção e do imobiliário moderno e competitivo e contribuir para uma contratação pública transparente e eficiente. O que tem vindo a ser realizado, pelo Instituto, no sentido de concretizar aquilo a que se propõe? O enquadramento legal existente nos mercados regulados pelo IMPIC obriga a uma constante monitorização e acompanhamento dos mercados, ações que são realizadas a todo o tempo pelo Instituto. Nesse sentido, atendendo ao decurso do tempo em que as leis em causa se encontram em vigor, e à necessidade de as adaptar à atual realidade, tendo em conta o seu enquadramento ao mercado e resposta aos desafios que estas atividades assumem no desenvolvimento do País, é intenção do IMPIC propor ao Governo a revisão das Leis Regulatórias Relacionadas com a Atividade do IMPIC, concretamente as do setor da Mediação Imobiliária, do Setor da
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Construção e a relativa às plataformas eletrónicas de contratação pública. Neste momento, encontra-se em fase final a proposta de lei relativa ao setor do imobiliário. Por outro lado, estamos a promover o desenvolvimento e a melhorar as ferramentas informáticas do IMPIC para responder às exigências de prestação de serviços aos agentes económicos e aos cidadãos com qualidade e eficácia. Estamos a promover esforços para a celebração de protolocos de cooperação com algumas entidades para atuação no setor da construção com vista à internacionalização das empresas. Ao nível da contratação pública, além da preocupação em atualizar o Portal Base face às alterações legislativas e à necessidade de melhorar a monitorização, transparência e “accountability”, produzimos orientações técnicas e guias de boas práticas, bem como ações de formação. Nota importante foi a criação do primeiro Centro de Competências para a Contratação Públi-
Enquanto Presidente do IMPIC, como analisa a área da Contratação Pública? Acredita que, ao longo dos anos, se tem inovado positivamente os processos, de modo a atingir os níveis de desempenho desejados? A área da contratação pública tem um peso significativo na economia, representando cerca de 14% do PIB europeu. O Código dos Contratos Públicos, que data de 2008, tem vindo a sofrer alterações, não só para o adequar às novas diretivas europeias, mas também no sentido de simplificar e flexibilizar os procedimentos de formação dos contratos públicos, bem como garantir uma monitorização e adequado desempenho na execução desses contratos. Importa realçar que Portugal foi o primeiro país da União Europeia a entrar na era digital da contratação pública, através da implementação da contratação eletrónica. Contudo, há que continuar a apostar na sensibilização e formação no sentido de um claro entendimento da contratação pública como uma ferramenta de políticas públicas e de satisfação de necessidades públicas de forma eficiente, eficaz, inclusiva e sustentável. Há uma premente necessidade de capacitação e profissionalização dos compradores públicos e de desmistificação no que diz respeito ao envolvimento com os mercados e operadores económicos. Num momento em que Portugal se encontra em candidaturas a fundos Europeus até 2030, surgem novidades no que diz respeito a novas diretivas que impulsionam a Contratação Pública no mercado Europeu. Para melhor entender, o que mudou? Conforme referi na questão anterior, as diretivas europeias de 2014 vieram criar um novo ecossistema na contratação pública, sustentado na premissa de que um contrato público, para além de ser utilizado para a prossecução de uma necessidade pública que deve ser satisfeita, deve igualmente permitir a obtenção
PONTOS DE VISTA CONTRATAÇÃO PÚBLICA
“NOTA IMPORTANTE FOI A CRIAÇÃO DO PRIMEIRO CENTRO DE COMPETÊNCIAS PARA A CONTRATAÇÃO PÚBLICA DE INOVAÇÃO, EM OUTUBRO DE 2021, PROMOVIDA PELA AGÊNCIA NACIONAL PARA A INOVAÇÃO (ANI) E O IMPIC”
Para os próximos meses, que novidades o IMPIC pretende implementar para o desenvolvimento da sua atividade? O que nos pode contar? O atual Conselho Diretivo do IMPIC definiu como medidas estratégicas para os anos 2022 a 2026, a transformação dos Sistemas de Informação do IMPIC; a Revisão das Leis Regulatórias; as Compras Públicas de Inovação; a ampliação das funcionalidades do Portal
de um “best value for money”, ou seja, deve ser utilizado igualmente como um meio para se alcançar o interesse público de forma inovadora, eficaz, eficiente, sustentável, competitiva e inclusiva. De que forma, assim, a Contratação Pública constituiu uma grande oportunidade e desafio com as novas diretivas relativas aos contratos públicos da União Europeia? O desafio é evidente e devemos ter a noção que a visão de uma contratação pública estratégica, com impactos não apenas imediatos mas a médio e longo prazo, tem vantagens incomensuráveis, o que implica uma nova postura por parte das entidades adjudicantes, desde logo, com a avaliação da qualidade das propostas, tendo em consideração, entre outros aspetos, a avaliação dos custos do ciclo de vida, significando isto que o critério de adjudicação tendo em conta apenas o preço ou o custo, deva ser visto como uma exceção, o que não acontece nos dias de hoje.
Base; o Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo; o Apoio à Internacionalização das Empresas do Sector da Construção e do Imobiliário; a Economia Circular e Sustentabilidade na Construção e Imobiliário e por fim, a Estratégia Nacional para Compras Públicas Ecológicas. É, portanto, nestes eixos que a atividade do IMPIC se irá centrar, já este ano, com alguns resultados a serem visíveis nos anos vindouros.
Desde logo, através da divulgação e capacitação das pessoas que trabalham do lado do “comprador público”. Neste sentido, no âmbito das atribuições do IMPIC, celebrámos um protocolo com o Instituto Nacional de Administração, I.P. para a realização de várias ações de formação em matérias de contratação pública. Temos igualmente protocolos com entidades particulares de formação e realizámos recentemente uma parceria com dois Institutos da Faculdade de Direito da Universidade de
Lisboa para a realização de uma pós-graduação em execução dos contratos públicos. Não é, igualmente, de descurar o já mencionado Centro de Competências para a contratação pública de inovação, o qual pretende promover a capacitação dos compradores públicos e operadores económicos a inovar e procurar soluções com vista à satisfação de necessidades que não podem ou não estão a ser respondidas, especialmente face a metas de sustentabilidade e inclusão, com atuais ofertas. ▪
Quais são as suas expetativas para o futuro da Contratação Pública? Será vincada a sua transparência e eficiência? A transparência não está minimamente em causa, uma vez que a ideia dominante, não só nos países europeus e instancias comunitárias, mas igualmente nas organizações internacionais, é a de que Portugal se encontra num patamar muito elevado, designadamente pelo facto de possuir o portal BASE que garante uma especial “accountability” na contratação pública. Quanto à eficiência, estou crente que com uma maior profissionalização de todos os agentes que preparam, conduzem e executam os procedimentos e os contratos públicos, iremos a breve trecho ter bons resultados. Sendo o IMPIC um Instituto público dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira e património próprio, em que medida ajudará, perante estas inovações, a criar valor nas PME’S e nos Serviços Públicos?
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“NUM MUNDO CADA VEZ MAIS GLOBAL E INTERNACIONAL, EM QUE A MOBILIDADE É UMA CONSTANTE NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL DE TODOS NÓS, EM QUE A PREOCUPAÇÃO DE SALVAGUARDAR NÃO SÓ O SEU PATRIMÓNIO, MAS TAMBÉM O FUTURO DA SUA FAMÍLIA, A APÓLICE DE SEGURO DE VIDA É UM INSTRUMENTO PERFEITAMENTE ADAPTADO ÀS NECESSIDADES DO PLANEAMENTO DO PATRIMÓNIO E DA SUCESSÃO”
FOTO: DIANA QUINTELA
LETÍCIA SOARES
PONTOS DE VISTA SEGUROS DE VIDA
“A WEALINS, que Celebra o seu 30º aniversário este ano, tornou-se um dos Principais Atores no Setor dos Seguros de Vida” A WEALINS iniciou o seu caminho na área dos Seguros de Vida há 30 anos. Hoje é uma marca líder neste mercado, e em conversa com a Revista Pontos de Vista, Letícia Soares, Country Manager Portugal, confidenciou que o ano de 2021 superou todas as expetativas, e ainda a importância de que cada vez mais ter um seguro de vida faz diferença no mundo atual em que vivemos. Fique a par. tingue-nos verdadeiramente das outras empresas do setor. Acredita que são valores como estes que permitem responder aos desafios mais complexos e que elevam a empresa à liderança no setor onde atua? De que forma? Acredito. A WEALINS desenvolve soluções de seguros de vida e capitalização para gestão e proteção de património, por isso estes valores são um fator chave para responder às crescentes exigências dos nossos parceiros e seus clientes. Trabalhamos com uma clientela cada vez mais internacional e informada, o que implica que os nossos parceiros mantêm a confiança na WEALINS devido a estes valores – Confiança: fazemos o que dizemos e dizemos o que fazemos; Excelência: trabalhamos para atender as necessidades dos nossos parceiros e seus clientes e Independência: assumimos a responsabilidade. Quais são as principais soluções que a WEALINS oferece em termos de seguros de vida no Luxemburgo? A WEALINS é uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções à medida em nove mercados europeus: Portugal, Espanha, Noruega, Finlândia, Suécia, Itália, França, Bélgica e Luxembur-
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WEALINS é uma marca que se rege por valores como confiança, excelência e independência. Ao longo do tempo, tornou-se um ator-chave no setor dos seguros de vida. Então, qual é o trabalho contínuo feito pela WEALINS? A WEALINS, que celebra o seu 30º aniversário este ano, tornou-se um dos principais atores no setor dos seguros de vida que operam sob o regime da Liberdade de Prestação de Serviços do Luxemburgo. Para o conseguir, podemos capitalizar os nossos conhecimentos especializados e a nossa abordagem colaborativa, tanto interna como externamente, com o objetivo principal de satisfazer os nossos parceiros e os seus clientes. Construímos relações de longo prazo com os nossos parceiros e os seus clientes e apoiamo-los da melhor forma possível. Com a nossa experiência pan-europeia, temos um profundo conhecimento das especificidades de cada país, particularmente em termos fiscais e regulamentares, permitindo-nos compreender as subtilezas de cada um dos nossos mercados e assim responder rápida e perfeitamente às questões e expectativas dos nossos parceiros e dos seus clientes. Finalmente, o nosso empenho na excelência continua a ser um dos pontos fortes da equipa WEALINS e dis-
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PONTOS DE VISTA SEGUROS DE VIDA
“A WEALINS DESENVOLVE SOLUÇÕES DE SEGUROS DE VIDA E CAPITALIZAÇÃO PARA GESTÃO E PROTEÇÃO DE PATRIMÓNIO, POR ISSO ESTES VALORES SÃO UM FATOR CHAVE PARA RESPONDER ÀS CRESCENTES EXIGÊNCIAS DOS NOSSOS PARCEIROS E SEUS CLIENTES” go. As nossas principais soluções são produtos em conformidade com o quadro fiscal e jurídico destes países, bem como outras soluções para cidadãos europeus a residir fora do Espaço Económico Europeu. Falar de seguros de vida e compreendê-los, nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez que existe falta de informação disponível para os desmitificar. No seio da WEALINS, a compreensão das novas tecnologias para simplificar e inovar tem sido importante? Em que medida? De facto, a nossa oferta de produtos destina-se principalmente a uma clientela exigente e de elevado património e o investimento nos nossos produtos continua a ser bastante complexo. Além disso, é importante para nós manter uma abordagem personalizada a fim de nos adaptarmos às exigências e necessidades específicas de cada cliente. A digitalização está a desempenhar um papel cada vez mais importante e o desafio é simplificar o processo de subscrição, a fim de poupar tempo e eficiência, garantindo ao mesmo tempo opera-
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ções conformes e seguras. A clientela (U)HNWI, que certamente tem necessidades e expectativas em termos de planeamento e gestão de património - e cujas vantagens oferecidas pelo seguro de vida luxemburguês podem ser do seu interesse -, está também à procura de uma oferta digital que permita maior flexibilidade. Neste contexto, a WEALINS lançou a subscrição digital dos seus contratos de seguro em todos estes mercados. A fim de realizar os seus projetos de digitalização, a empresa favorece uma abordagem de colaboração e trabalha em co-construção com os seus parceiros, o que permite compreender e analisar melhor as necessidades dos seus clientes, a fim de desenvolver uma oferta de serviços digital que satisfaça plenamente as suas necessidades. A experiência do utilizador está no cerne do desenvolvimento da nossa oferta digital. No entanto, a solução digital deve ser integrada na nossa abordagem já existente, a fim de manter a nossa alta qualidade de serviço. Sendo o Luxemburgo um país com estabilidade social e económica, legislação clara e flexibilidade, qual é a vantagem celebrar um contrato de seguro de vida luxemburguês? O contrato de seguro de vida luxemburguês oferece múltiplas vantagens, sendo a principal o modelo de segurança mais robusto da Europa (o triângulo da segurança associado ao facto de, em caso de falência da seguradora, o tomador do seguro ter uma dívida sénior sobre os ativos regulados, conhecido como “super privilégio”), mas também flexibilidade (através, por exemplo, do acesso a uma vasta gama de ativos subjacentes), neutralidade fiscal, tais como benefícios fiscais, bem como portabilidade (o que significa que podemos acompanhar o tomador do seguro quando este muda de residência fiscal). No seio da WEALINS, qual foi o impacto da pandemia de Covid-19 no seu negócio? No negócio propriamente dito, foi um impacto positivo, tenho que admitir. Aliás se pensarmos que nos dois anos de pandemia a nossa produção aumentou exponencialmente, confirmamos isso mesmo. Considero que o facto de termos conseguido manter a nossa excelente qualidade de serviço a que os nossos parceiros e os seus clientes estão habituados e continuar a desenvolver soluções únicas num mercado com parceiros e clientes cada vez mais sofisticados e internacionais, nos levou a ser a principal escolha como companhia de seguros de gestão de património a operar a partir do Luxemburgo. Numa época tão desafiante como a pandemia, em que fomos obrigados a adaptar-nos a uma realidade totalmente nova rapidamente, sem nunca perder o enfoque na excelência de serviço, desenvolvemos com os nossos parceiros uma relação de confiança que nos permite compreender e responder perfeitamente às suas preocupações.
PONTOS DE VISTA SEGUROS DE VIDA
Terminado o desafiante ano de 2021, quais foram os principais objetivos alcançados e como é que WEALINS vê 2022? Qual é o verdadeiro compromisso para este ano? Em 2021, pudemos confirmar as nossas ambições e manter o nosso crescimento. Se 2020 já tinha sido um ano excecional em termos de nova produção, uma vez que tínhamos conseguido fechar o ano com 1,7 mil milhões de euros de prémios cobrados, 2021 elevou essa fasquia. Os nossos principais objetivos alcançados foram, claro está, a nossa produção, mas mais do que isso, até porque a produção é uma consequência de termos conseguido manter o nosso nível excelente de serviço, o termos estado sempre presentes para os nossos parceiros e seus clientes, bem como conseguido desenvolver e lançar novas ferramentas e produtos digitais.
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Como especialista na conceção de soluções de seguro de fortuna, que conselho gostaria de dar a todos os leitores que ainda não têm seguro de vida? Num mundo cada vez mais global e internacional, em que a mobilidade é uma constante na vida pessoal e profissional de todos nós, em que a preocupação de salvaguardar não só o seu património, mas também o futuro da sua família, a apólice de seguro de vida é um instrumento perfeitamente adaptado às necessidades do planeamento do património e da sucessão. Para a WEALINS, é um instrumento que permite aos tomadores do seguro transmitir o seu património em segurança e de acordo com a sua vontade, uma preocupação cada vez mais premente nas nossas vidas. Por isso, a quem não conhece ou ainda não tem este tipo de solução, aconselho a que procurem aconselhamento fiscal e jurídico por forma a saber mais sobre as vantagens deste tipo de solução. ▪ Sabemos que as soluções oferecidas pela WEALINS satisfazem as necessidades e expetativas até dos clientes mais exigentes. Como é que se consegue alcançar isto? Nos últimos 30 anos, WEALINS acumulou uma forte especialização no campo dos seguros de gestão de património, tanto confiando nas suas equipas internas de peritos como colaborando com parceiros de referência. As nossas equipas são conduzidas por um único objetivo: prestar um serviço de qualidade aos nossos parceiros e aos seus clientes. A WEALINS conseguiu afirmar-se como uma companhia de seguros resiliente, sólida, fiável e flexível e o enfoque de toda a equipa na excelência do serviço é uma das principais razões que explicam o nosso sucesso.
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“NUNCA QUIS ESTAR À ESPERA QUE ALGO ACONTECESSE, PORTANTO FIZ SEMPRE EU PRIMEIRO. E ISSO FOI CIMENTANDO A MINHA CAPACIDADE DE LIDERANÇA”
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JOANA RESENDE
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“Gostava de fazer algo que deixasse a Minha Distinção nesta Atividade e Elevá-la ao Prestígio que Merece” Destemida, empenhada e líder nata, são características que descrevem Joana Resende. Há sete anos deixou para trás a zona de conforto e decidiu abraçar um novo desafio: ser a cara da CENTURY 21 Arquitectos, em Gondomar. Atualmente, é já CEO de duas lojas da marca, e a sua missão - para além de prestar um serviço de excelência -, é garantir que no seio da sua equipa, a união faz a força. Tudo isto sem nunca prescindir daquela que é a sua prioridade maior: ser mãe, e acima de tudo, ser mulher. Desfrute desta aventura que é a vida da nossa entrevistada.
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CENTURY 21 Arquitectos nasce em Gondomar, constituída inicialmente por uma equipa de cinco profissionais – hoje são 100: consultores imobiliários com uma inigualável experiência e know-how, fortemente motivados a prestar o mais elevado nível de serviço. São sete anos que pautam o caminho da marca que sob a alçada de Joana Resende, se encontra atualmente no 8º lugar de faturação nacional entre as 190 agências nacionais. A realidade é que a interlocutora, formada em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, aquando do começo deste desafio trazia consigo já uma bagagem de atividade na área em que se licenciou, o que para a mesma foi um estímulo maior uma vez que o setor da mediação imobiliária lhe era totalmente alheio. “A primeira coisa que fiz foi tentar perceber como funcionava, assinei o contrato de franquia em junho de 2015 e só abri a loja ao público em outubro porque nesse período dediquei-me a fazer muita formação na área e ainda 15 dias de estágio numa loja que hoje também é minha”, inicia Joana Resende. E se poucas eram as expectativas no que diz respeito ao amor pela nova profissão, a entrevistada acabou por ser surpreendida quando rapidamente percebeu que se tinha apaixonado pela atividade que decidira enveredar. Segundo a mesma, “desde pequena que sonhei ser arquiteta, mas é uma área muito solitária. E eu sou muito expansiva, gosto de falar, gosto de estar com pessoas, e o meu papel na mediação imobiliária seria sempre esse porque faço a gestão da equipa”. Acrescentando ainda que a sua principal missão sempre foi “ter uma empresa dentro da mediação que melhor servisse os consultores imobiliários, que se distinguisse. Onde os colaboradores se sentissem apoiados, tivessem
as melhores ferramentas, e que a partir disso conseguissem fazer o melhor trabalho juntos dos seus clientes e apresentar o melhor serviço”. OS DESAFIOS E O RECONHECIMENTO QUE MARCAM O LONGO CAMINHO DA CENTURY 21 ARQUITECTOS Como é natural e transversal a todos os setores de atividade, este foi um caminho que se fez lentamente, tendo sido marcado por obstáculos que depois de ultrapassados, abriram portas a oportunidades jamais pensadas pela CEO, que garante que “os dois primeiros anos
“O QUE PERMITIU TODA ESTA EVOLUÇÃO FOI O LIDERAR A EQUIPA E ABSORVER SEMPRE NOVOS CONSULTORES, DE FORMA A IR CRESCENDO CADA DIA MAIS. NESTA ATIVIDADE, SÓ PODEMOS CRESCER” MARÇO 2022 | 35
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“AS MULHERES SÃO DONAS DE UMA FORÇA E CAPACIDADE MUITO MAIOR, SÃO FOCADAS. E A MULHER SENTE TAMBÉM MUITO A SOCIEDADE A QUESTIONÁ-LA, O QUE FAZ COM QUE EXISTA UMA NECESSIDADE AINDA MAIOR DE PROVARMOS QUE SOMOS CAPAZES”
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da CENTURY 21 Arquitectos foram muito difíceis por causa de um desafio financeiro, mas com muita vontade e motivação chegámos aqui hoje. O que permitiu toda esta evolução foi o liderar a equipa e absorver sempre novos consultores, de forma a ir crescendo cada dia mais. Nesta atividade, só podemos crescer”. A vontade de continuar a desbravar este caminho e abraçar novos projetos ultrapassou, definitivamente, as barreiras que surgiram durante todo o processo, isto porque em 2019, a empresa tornou-se líder no Norte, tendo sido a agência com mais faturação. Como se não bastasse, é perante esta conquista que se dá o segundo marco: abrir a segunda loja da CENTURY 21, desta vez no Porto. “Nessa altura, já fazia parte dos meus planos avançar com uma segunda loja, porque a loja de Gondomar estava em velocidade de cruzeiro, portanto era a altura ideal para dar outro salto. Portanto decidi abraçar este novo desafio”, confidencia Joana Resende. Obviamente que todo este sucesso, é algo que em muito enche de orgulho a mulher que dá a cara pela marca, principalmente por
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não ter sido um trajeto fácil. Todo o entusiasmo que cada conquista cria na equipa, é, para Joana Resende, uma emoção sem medida. “Ter estado num palco, que sempre me habituei a ver ocupado pelos melhores profissionais desta área, e de repente, eu e a minha equipa estamos lá também, é algo que não consigo descrever”. A vontade e determinação de fazer mais e melhor é o que move os membros da CENTURY 21, e por esse motivo, novas metas estão constantemente a ser traçadas. Numa altura em que muitas foram as vicissitudes da pandemia que nos últimos anos assoberbou os inúmeros setores de atividade, a CENTURY 21 Arquitectos, antecipou-se e tem vindo a apostar cada vez mais na tecnologia, o que permitiu que durante todo este período, as adversidades se tornassem mais leves. No entanto, a CEO garante que “a mediação será sempre uma atividade de relação o que não permite que seja puramente tecnológica, mas temos apostado mesmo muito nesta vertente”. Se há algo da qual Joana Resende não descura, é a formação contínua de todos os colaboradores que lidera, isto porque, para a mesma, esta metodologia de trabalho com foco nos recursos humanos, impulsiona – e muito – o sucesso da empresa. “Desde a estrutura, até aos comerciais, temos a consciência de que é importante estar sempre a aprender e inovar. Como o mundo está em constante mudança, e o mercado imobiliário português é ainda imaturo, precisamos de ir olhando além-fronteiras. Portanto a marca CENTURY 21 neste aspeto é pioneira, porque tem formações contínuas e adaptadas àquilo que é a necessidade quer dos consultores quer das estruturas”. Para além disso, a própria quando percebe que existe a necessidade no seio da equipa de novos conhecimentos, contrata técnicos para dar formação. Existe realmente uma preocupação intrínseca no “saber-fazer”.
JOANA RESENDE: A LÍDER NATA Não é segredo para ninguém, a visão empreendedora e as habilidades de liderança que correm nas veias de Joana Resende, a profissional que apenas com 27 anos abriu uma empresa, com uma enorme vontade de aprender. “Vivi sempre muito em prol do trabalho, sou muito apaixonada pela minha profissão o que às vezes se torna difícil de conciliar com a família. Mas felizmente, tenho conseguido manter um equilíbrio que me permite fazer bem e estar presente em ambos os mundos: profissional e pessoal. E isso para mim é o mais importante, como líder, como mulher e como mãe”. A liderança é inquestionável na vida da interlocutora - a mesma é a primeira a assumir que esta particularidade lhe está totalmente intrínseca. Até porque, desde nova que o espírito de líder tomou conta dela, fruto de características que tanto a identificam: expansiva, comunicativa e impaciente. “Nunca quis estar à espera que algo acontecesse, portanto fiz sempre eu primeiro. E isso foi cimentando a minha capacidade de liderança. Tudo isto fez com que dentro daquilo que é a mediação, eu seja uma líder também”, sustenta.
Num cargo de tamanha importância, existe sempre um problema que nunca passa despercebido: a gestão do tempo. Para Joana Resende, não é diferente. Este é mesmo o maior desafio na arte de liderar pessoas, sendo ainda mais acentuado porque se entrega na totalidade a tudo o que realiza. “Eu dou tudo de mim, entrego-me totalmente, e nem sempre as pessoas são gratas. À conta disso já tive algumas desilusões, o que não faz com que deixe de ser quem sou, e de continuar a entregar-me, com a consciência de que estou a fazer o melhor para mim e para quem me rodeia”. Muitos são os fatores que contribuem e marcam um caminho de tamanho sucesso como é o de Joana Resende, que diariamente se desdobra em líder, mulher e mãe. Alguns deles, são de facto marcantes. Para a interlocutora, os momentos que proporcionaram o ser humano que é hoje dividem-se em três: “em primeiro, a minha família. Que são e foram sempre a base daquilo que eu sou. Desde a faculdade, aos inícios da profissão, o apoio deles foi sempre indescritível. Depois a formação na faculdade, que adorei e contribuiu em muito para a profissional e pessoa que sou hoje. Foi o que pautou os meus primeiros anos no mercado de trabalho. E também, o momento em que deixo a atividade em arquitetura e passo para a mediação imobiliária, a questão de todo aquele obstáculo que tive que ultrapassar logo em primeira instância. Essa fase moldou-me muito enquanto a líder que hoje sou. Porque vi-me numa dificuldade que nunca na vida tinha tido que lidar, e vi-me obrigada a escrever uma página nova. E a escrevê-la com uma intensidade que me obrigou a ir buscar forças onde nem sabia que tinha”.
“PARA MIM, SER MULHER EM 2022, É FABULOSO”
FOTO: RUI BANDEIRA
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Mas como nem só de formação importa falar, é louvável a união que caracteriza quem pela CENTURY 21 passa. Segundo a interlocutora, “há de facto uma união incrível, um sentido de entreajuda que faz toda a diferença. A grande razão pela qual estivemos no palco agora em fevereiro, para além do serviço de excelência, tem também a ver com o espírito que temos dentro da empresa”.
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A MENSAGEM DE JOANA RESENDE
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Sendo um exemplo claro de liderança feminino e tendo consigo uma quota imensa de determinação, esta é a mulher que nunca deixa nada por dizer, nem por fazer. Por esse motivo, o conselho a todas as mulheres e líderes femininas é “nunca deixarem de acreditar nas suas capacidades”. Isto porque, durante longos anos as mulheres acharam não ser capazes de superar certos obstáculos impostos, mas Joana Resende afirma orgulhosamente que “não temos que prescindir de nada - nem da condição de mãe, nem de mulher - para sermos bem-sucedidas. Conseguimos lidar com tudo porque somos mulheres e temos uma força incrível. Coragem também, para lidar com os estigmas”. Em consequência de tudo o que foi realizado, confidenciado e sentido ao longo da sua vida, Joana Resende garante ser hoje uma mulher realizada a todos os níveis, estando mais feliz do que nunca. “Para mim, ser mulher em 2022, é fabuloso”, termina.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER NA HISTÓRIA DE UMA MULHER REALIZADA Celebrar efemérides como o Dia Internacional da Mulher é aplaudir os avanços conquistados no feminino a nível económico, social e político. Mas porque é que continua a ser tão importante relembrar esta data? Para Joana Resende, “este dia vai acabar por ser desvalorizado ao longo do tempo, porque a verdade é que a mulher sempre teve um papel na sociedade que hoje em dia já não tem. Hoje em dia a mulher já não é a mãe, cuidadora e dona de casa, mas sim a profissional, a líder e acima de tudo, a mulher. No sentido literal da palavra. No entanto, esta celebração continua sem dúvida a ser importante porque esta é a perspetiva que nós temos aqui na Europa, porque ainda há muitas outras partes do mundo onde o caminho a percorrer é sem dúvida maior”. A verdade é que ao longo dos anos, o papel que a mulher tem vindo a perpetuar diz muito mais respeito ao amor-próprio. Atualmente todas tendem a ser mais focadas naquilo que é a sua formação e profissão. Há cada vez mais mulheres a abrir empresas, em lugares de topo, e principal-
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mente, a olhar para elas primeiro, o que só pode ser um motivo de grande realização. Já no mundo dos negócios, a história não se repete. Pelo menos, ainda não com a consistência desejada. Neste âmbito, o caminho a percorrer é ainda longo, tendo em conta que está muito presente a realidade de que a mulher não é capaz de conciliar um cargo de liderança com o facto de ser mãe. Para a entrevistada, “esse lugar exige muita dedicação e muito trabalho, e no outro lado temos a família onde o papel da mãe ainda é visto como um papel fundamental na educação dos filhos, e do desenvolvimento da personalidade da criança. Acho que as pessoas tendencialmente não escolhem a mulher para esses lugares nas empresas, porque acham que em algum momento vão falhar, ou ter que escolher entre uma coisa e a outra. Esse é o principal problema. O facto de ainda não se ver muitas mulheres em lugar de topo prende-se com isto. Porque as mulheres são donas de uma força e capacidade muito maior, são focadas. E a mulher sente também muito a sociedade a questioná-la, o que faz com que exista uma necessidade
ainda maior de provarmos que somos capazes”. E se muitas são já as conquistas adquiridas, outras tantas são as ambições a alcançar pela mente inquieta que persiste inerente a Joana Resende. “Neste momento a maior ambição é colocar as duas lojas no top dez, depois no top cinco, e por aí fora. Mas o meu foco será sempre ter o melhor serviço para os meus consultores, para que eles posteriormente possam ter o melhor serviço para os seus clientes”, sustenta. Muitos afirmam que cada personalidade se insere no mundo com algum propósito, deixando a sua marca na vida dos demais, bem como no seio empresarial por onde se passa, no caso da interlocutora o cenário não é diferente, até porque a verdadeira pegada que a mesma deseja penetrar é “o profissionalismo”, garante, acrescentando ainda que “eu vinha de uma atividade que tinha prestígio, a arquitetura. E estou agora noutra que é absolutamente apaixonante e faz muita diferença na vida das pessoas e não é valorizada. Gostava de fazer algo que deixasse a minha distinção nesta atividade e elevá-la ao prestígio que merece”. ▪
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"Espero continuar a Inspirar os outros a serem cada vez Mais e Melhores e a lutarem pelos seus Sonhos" Considera-se uma Mulher feliz e uma profissional realizada e diariamente procura impactar as pessoas positivamente, sendo que o grande desejo é continuar a inspirar os outros a serem cada vez melhores e a lutarem pelos seus sonhos. Falamos de Susana Santos, Diretora Comercial da FILORGA Portugal, e que, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou um pouco mais do seu percurso profissional, a responsabilidade de representar uma marca de prestígio como a FILORGA Portugal e a importância de mudar mentalidades sobre o papel das Mulheres na sociedade.
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abemos que a Susana Santos é uma profissional astuta e orientada para resultados, tendo conquistado experiência em desenvolvimento de negócios, vendas e marketing, promoção de produtos, entre outras vertentes. Durante todo o seu percurso, nas mais diversas atividades, qual foi o impacto e a marca que acredita ter deixado? Todos os dias trabalho para criar impacto positivo nas pessoas com quem me cruzo, com as equipas com quem trabalhei e trabalho, colegas, com os clientes e parceiros. Acredito que ao longo destes 20 anos de trabalho o tenho conseguido. Quando percebemos que o mercado confia em nós para além da marca ou empresa que representamos cremos que estamos no caminho certo. Atualmente ocupa a posição de Diretora Comercial na FILORGA Portugal – uma marca francesa especialista em cosméticos antienvelhecimento. Para si, o que significa pertencer e contribuir para uma história que, apesar de remontar aos anos 70, hoje está mais forte do que nunca? É um enorme orgulho! O crescimento da marca a nível internacional nos últimos anos tem sido fantástico e Portugal não é exceção. Entrei para a Filorga em 2016, quando a marca decidiu criar uma subsidiária no país e desde aí temos crescido todos os anos, mesmo nos anos mais duros da pandemia, 2020 e 2021. Em Portugal, acredito que o nosso sucesso se deve essencialmente a três fatores, às nossas equipas e à relação que criaram com os nossos parceiros, produtos de qualidade com eficácia e que fidelizam e o nosso modelo de negócio.
SUSANA SANTOS
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É do conhecimento geral o reconhecimento que os produtos da FILORGA têm no mercado, mas vamos ao pormenor da questão: qual
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é a relação entre a qualidade que as suas gamas apresentam, a inovação e a ciência? A Filorga é uma marca que procura sempre estar à frente na inovação dos seus produtos, independentemente do sucesso das gamas podemos sempre melhorar os nossos produtos e o departamento de investigação tem sempre isso em mente. Exemplo disso, é o lançamento deste início de ano de Time-Filler 5XP, produtos renovados e melhorados, que vêm substituir o produto best-seller da marca. Depois, a marca tem no seu ADN a medicina estética, sempre apoiada por um comité científico composto por médicos, a maioria dos ingredientes utilizados pela marca mimetizam as ações de determinados procedimentos estéticos e por fim, mas não menos importante, a marca não lança nenhum produto no mercado sem resultados visíveis na qualidade da pele em sete dias. A verdade é que os cosméticos da FILORGA apresentam resultados efetivos. Para os mais distraídos, quais são as inúmeras vantagens que estes apresentam e que os diferencia no mercado? A principal vantagem são exatamente os resultados efetivos dos produtos. Das inúmeras vantagens, destacaria quatro principais que nos diferencia no mercado: a fórmula central única de todos os produtos, o NCEF, New Cellular Encapsulated Factors, patente desenvolvida pela marca que contém 50 ingredientes ativos mais acido hialurónico, ingredientes utilizados nas soluções injetáveis, encapsulados em cronosferas (vetores multilamelares microscópicos) que irão permitir uma absorção mais profunda desses mesmos ingredientes na pele; os restantes ingredientes inspirados em técnicas de medicina estética ou em princípios ativos amplamente utilizados pela dermatologia; a eficácia comprovada em sete dias e a agradabilidade cosmética e sensorial dos nossos produtos Enquanto Diretora Comercial da marca – e sendo totalmente dedicada a todas as áreas com que se compromete – quais são, de momento, as suas grandes prioridades? As grandes prioridades são, nas áreas que
me dizem respeito, continuar a desenvolver a marca crescendo de forma sólida e sustentável. O mercado antienvelhecimento é o mercado que maior peso tem em valor (mercado Healthcare de farmácia e parafarmácia) e por isso, um mercado bastante competitivo. É importante percebermos qual o posicionamento que desejamos e mantermo-nos seguros das nossas decisões. Continuar a fortalecer o relacionamento com os nossos parceiros e para que tudo isto seja alcançável é fundamental continuar a apostar no desenvolvimento da minha equipa, sem eles nada será possível! Considera que hoje é uma profissional bem-sucedida, e em particular na FILORGA, porque acredita veemente na marca que representa? Quais diria que têm sido os fatores que a «conduziram» até este patamar? Sim, acredito veemente na marca que represento e acredito que isso é um dos fatores do sucesso, mas não só. Sou uma mulher verdadeiramente apaixonada por aquilo que faço e, para mim, isso é fundamental para o relacionamento com a minha equipa, com os parceiros da marca, na dedicação a todos os projetos. O forte conhecimento que tenho deste mercado, a independência e confiança que a Direção Geral deposita em mim aliada à minha aposta regular no meu desenvolvimento foram sem dúvida fatores que contribuíram para alcançar a posição que tenho hoje. No entanto, nada disto seria possível sem o apoio incondicional do meu marido e dos meus filhos, para mim é fundamental o equilíbrio entre as diversas áreas da minha vida de forma a tornar o sucesso consistente, pois ele não depende só dos resultados, mas também de uma mentalidade forte. Ainda nos dias de hoje, ser Mulher no seio empresarial pode levantar algumas questões – embora, e na opinião de muitas delas, exista uma evolução positiva face aos últimos anos. Sendo a Susana Santos uma pessoa, mulher, profissional e líder de sucesso, como analisa o caminho para a igualdade? Sim todas as análises e estudos dizem que nos últimos anos existiu uma evolução positiva, apesar de lenta.
Na sua vida, e nas quatro perspetivas anteriormente mencionadas, o que falta ainda alcançar? Pergunta difícil… Considero que sou uma mulher feliz e uma profissional realizada. No entanto, sou ambiciosa e desejo sempre alcançar mais. Diria que ainda me falta alcançar muito mais, tenho fobia à estagnação, e desejo evoluir todos os dias como pessoa, mulher, profissional e líder. Para isso vou continuar a apostar no meu desenvolvimento para ter cada vez mais ferramentas que me permitam. Espero continuar a inspirar os outros a serem cada vez mais e melhores e a lutarem pelos seus sonhos. Acima de tudo, quero continuar a ser uma mulher feliz, que ama a vida, a família, os amigos e que ama o que faz!
Do meu ponto de vista, há ainda um longo caminho a percorrer. É tudo uma questão de mentalidade e todos temos de lutar por isso. Tem de começar em casa, na educação dos nossos filhos, independentemente, do género, eles perceberem que poderão escolher a profissão que quiserem. Acredito que as escolas têm um papel fundamental na promoção da igualdade, bem como o Estado que não se pode demitir das suas obrigações e esperar que com o tempo a igualdade seja atingida, e nós mulheres, temos de continuar a lutar, pelos mesmos direitos, as mesmas oportunidades, as mesmas condições. ▪
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RITA FRANÇA FERREIRA
As «mil e uma» maravilhas da Leitura Quantas pessoas já arranjaram, ao longo da sua vida, desculpas para não ler? Quantos de nós acreditam que não existe tempo – no meio dos compromissos do dia a dia – para folhear páginas de um livro? É precisamente sobre estas questões que Rita França Ferreira, Fundadora da marca Caracol nas Entrelinhas, deu corpo ao projeto Desculpas para Ler, onde se dirige, claro está, a leitores, mas, e sobretudo, aos que não têm esse hábito e que desconhecem as (muitas) vantagens de uma boa leitura.
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ão inúmeras as características que descrevem Rita França Ferreira: é uma pessoa dada às manhãs (que, na sua agenda, começam de madrugada), não dispensa um bom pequeno-almoço e a rádio é quem lhe faz companhia diariamente. Contudo, e apesar de ser assumidamente apaixonada por diversos temas, é o livro que melhor a define. É o seu refúgio mais verdadeiro e é, para si, tão natural como respirar.
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Por estar diretamente conectada com a leitura, a nossa entrevistada ambicionava ingressar academicamente por algo ligado à escrita. Entre algumas indecisões inerentes aos que não têm medo de sonhar, acabou por optar pelo caminho do jornalismo, com a aspiração de se tornar escritora ou jornalista de guerra ou de fórmula 1. Com o mérito que lhe é merecido, várias foram as experiências profissionais que cruzaram
o seu caminho, tendo tido sempre a oportunidade de perceber o que gostava de desenvolver. Rapidamente entendeu que o seu lugar seria “nos bastidores”, onde magicamente tudo acontece e onde é possível dar, aos que enfrentam o “palco”, a possibilidade de brilhar. CARACOL NAS ENTRELINHAS A marca Caracol nas Entrelinhas surge, assim, quando Rita França Ferreira já possuía um portefólio rico em diferentes desafios profissionais e um leque de clientes fiéis ao seu trabalho. Através desta marca, desenvolve a sua atividade enquanto consultora de marketing e comunicação. A própria afirma que “as marcas e a sua estratégia apaixonam-me, as infinitas histórias que podem contar são uma inspiração e a implementação dessa estratégia criam o agradável desconforto da complexidade de gestão, exigência de planeamento e necessidade de constante criatividade”. Aqui, pode encontrar uma profissional apaixonada e determinada em fazer algo por si e pela sua marca, não descurando da vontade maior de interligar a comunicação à escrita e, consequentemente, à leitura. Por este motivo, através do Caracol nas Entrelinhas, faz revisão literária e escreve histórias para marcas nos mais diversos formatos – o objetivo é que, nos próximos meses, estas componentes possam ganhar (ainda
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o facto de não saberem por onde começar ou que assistir a um filme ou uma série é mais simples. E é precisamente aqui que entra Rita França Ferreira e o seu projeto Desculpas para Ler. Que a leitura “ocupa” a maior parte do quotidiano da nossa entrevistada, já não é novidade – e muito menos para as pessoas que a circulam. Assim, e após várias críticas (sempre construtivas) a diversos livros, percebeu que poderia ser uma ponte transformadora para chegar a pessoas que estão a iniciar o primeiro contacto com os livros, a recomeçar a ler ou, simplesmente, a escolher o livro “certo” ou adequado à sua personalidade, interesses e estados de alma. “Apesar de publicar muitas reviews sobre livros que leio, tento sempre estabelecer uma ponte sobre algo que me aconteceu, ou que aconteceu a alguém, a uma viagem ou até a uma série. Criei este projeto, sobretudo, porque eu acho que temos de ser despretensiosos, não pode ser só criar o hábito de leitura, mas sim proporcionar a descoberta do prazer de ler”, garante a nossa interlocutora. Colocando-se sempre no lugar do outro, através daquela que é a sua ferramenta de co“Criei este municação, preprojeto, sobretudo, tende, entre críporque eu acho que ticas literárias e temos de ser citações, apontar as intermináveis despretensiosos, não pode ser razões que exismais) alma e se expansó criar o hábito de leitura, tem para se ler: dam, bem como a formas sim proporcionar além do autocomação em comunicação a descoberta do nhecimento, da interna e de storytelling. prazer de ler” autorreflexão e do Esta atividade requer tempo silencioso e um espírito de criatividade íntimo que dedicamos a imenso. Desta forma, a nossa ler um livro, também o deentrevistada vive acompanhada senvolvimento da imaginação, por um caderno e um lápis, onde vai da criatividade e da comunicação, são apontando os seus conteúdos, atendendo ao motivos válidos relacionados com a leitura. facto de que, esta criatividade que se fala, não Como, de facto, é um projeto para todos, sem chega com hora marcada. Assim, e no seu caso, exceção, o Desculpas para Ler incorpora ainda é através das práticas mais simples do dia a dia, a iniciativa “Mão Cheia de Desculpas”, e que se como no exercício físico ou numa imprescintraduz em contos em formato audiovisual com dível ida à praia para ver o mar, que a inspiralíngua gestual e que, Rita França Ferreira aposção arrebata o seu pensamento e se traduz em tará fortemente nos próximos meses. ideias originais que a diferenciam no mercado. Mais se revela, é do interesse da nossa entrevistada, esclarecer de que forma, os pais, DESCULPAS PARA LER poderão ajudar as crianças a interessarem-se Recentemente foram lançados os resultados por livros. Numa época em que as tecnologias de um inquérito, conduzido pela Fundação têm mostrado ser a base do dia a dia, importa Gulbenkian e pelo Instituto de Ciências Sociais “dar o exemplo, principalmente. Não podemos da Universidade de Lisboa que nos indicam obrigá-los a ler, tem de ser um caminho cultique 61% da população portuguesa não leu um vado. É importante que eles tenham espaço, só livro em 2021. Segundo o mesmo, verificapara que possam descobrir os temas que lhes -se que a maioria dos inquiridos “não benefidespertam curiosidade e que tenham a liberciou do estímulo à leitura gerado em contexto dade de abandonar um livro. Posteriormente, familiar”. partimos dessa certeza e procuramos os seus Entre as várias razões que, por norma, persislivros ideais”. tem entre os não leitores está a falta de tempo,
O PAPEL DA LEITURA NO CAMINHO PARA A IGUALDADE Embora o percurso profissional da Fundadora do Caracol nas Entrelinhas e do Desculpas para Ler tenha sido repleto de experiências positivas, a mesma, garante que a necessidade de realçar o equilíbrio pessoal e profissional das mulheres continua, hoje, a ser urgente. Sendo mãe de uma menina (que apesar de hoje ser criança, no futuro será uma mulher que poderá – ou não – passar por situações de desigualdade), este é um tema que, particularmente, lhe diz respeito. “Ainda hoje se verificam anúncios de emprego onde consta no perfil do candidato uma boa gestão do stress. Ninguém vive bem com um nível grande de stress nos ombros. E eu penso que as mulheres poderão ter uma palavra a dizer sobre esta questão: o equilíbrio pessoal e profissional é um caminho que deveria ser tranquilo, sem o peso de um esgotamento”, admite a nossa entrevistada. Neste sentido, para si, é importante continuar a assumir orgulhosamente o Dia Internacional da Mulher, onde as suas vozes deverão ser, cada vez mais, ouvidas e tidas em consideração. Assim, e tendo em conta o posicionamento de Rita França Ferreira no mundo, a questão que se impõe é sobre o papel que a própria leitura poderá ter no caminho da equidade. Sem hesitação, a própria, assume que “a leitura permite-nos perceber o outro, as diferenças e, mais importante, o que nos une. A literacia é cidadania”, acrescentando ainda que “penso que estarmos a sós com um livro poderá ser intimidatório. Quantas vezes, no dia, estamos só connosco? A verdade é que esta atitude, talvez egocêntrica, assusta quem não está habituado, porque é um momento de silêncio. E a própria equidade pode sentir-se aqui também, uma vez que é o espaço e o tempo de cada um”. Em conclusão, se observarmos profundamente e refletirmos sobre esta questão, percebemos que a leitura é uma mais-valia nas mais diversas questões da vida. Como Rita França Ferreira sugere, “a leitura é uma ferramenta de slow down, que nos permite saborear a vida, na plenitude”. ▪
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PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“Somos Mais bem-sucedidos se nos Unirmos” Sofia Barbosa assume-se como uma profissional e mulher que defende um estilo de liderança transparente, equilibrado e inclusivo. Move-se pelo gosto em trabalhar com e para pessoas, ajudando-as a atingir o seu potencial numa área tecnológica que admite ser “ainda muito ligada ao género masculino”. Em entrevista à Revista Pontos de Vista, deixou o seu testemunho acerca da importância do Dia Internacional da Mulher, bem como alguns detalhes relativos ao seu percurso.
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OutSystems é a empresa onde Sofia Barbosa lidera no cargo de Vice-Presidente de Serviços Profissionais Globais. Esta é uma marca que tem como objetivo impulsionar o negócio de cada cliente através de desenvolvimento de software. “A OutSystems é uma Low-Code Application Platform, permitindo o desenvolvimento rápido de soluções e aplicações. O intuito é auxiliar os developers para conseguirem desenvolver de uma maneira mais rápida e menos complexa, reduzindo significativamente o tempo de desenvolvimento e potenciando uma resposta acelerada a necessidades de negócio. A plataforma é também bastante ágil estando construída de forma a ser facilmente integrada noutros ambientes preexistentes. Portanto, a criação de soluções e aplicações com OutSystems poderá ser até sete vezes mais rápido do que com tecnologias tradicionais. É transformador e extremamente necessário no mundo rápido e ágil que vivemos hoje em dia”, inicia a interlocutora. Sofia Barbosa acrescenta ainda que “esta é uma marca que permite ter a agilidade e rapidez no desenvolvimento de soluções que vão suportar a
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transformação digital e possibilita que as empresas continuem muito ativas e relevantes num mercado cada vez mais digital”. A verdade é que se muitas foram as vicissitudes provocadas pela pandemia da Covid-19, por outro lado, muitas foram as janelas que se abriram. No seio da OutSystems, por sempre ter sido uma marca visionária, saiu favorecida desta transformação, uma vez que a maioria das empresas “perceberam que precisavam de ter outro tipo de canais que lhes permitisse chegar mais rapidamente aos seus clientes e mercados”, sustenta a entrevistada. DIA INTERNACIONAL DA MULHER: O CAMINHO DA EQUIDADE Ocupar cargos de liderança nas áreas tecnológicas é ainda algo visto como muito masculino, menos para a nossa interlocutora, que trabalhou durante toda a sua carreira neste setor. “Desde cedo que a minha carreira me encaminhou para as áreas tecnológicas. É um setor que continua em ampla expansão e com elevada importância, sendo extremamente enriquecedor devido a uma necessidade constante de aprendizagem,
SOFIA BARBOSA
“PORTUGAL ESTÁ AINDA MUITO LONGE DE ESTAR BEM. MESMO A NÍVEL DE LEGISLAÇÃO, DEVIA PREVENIRSE. PARA A MESMA FUNÇÃO, COM OS MESMOS ANOS DE EXPERIÊNCIA, PORQUE É QUE AS DISPARIDADES AINDA SÃO TÃO GRANDES? NÃO SE JUSTIFICA”
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agilidade, inovação e evolução. Relativamente a aumentar o número de mulheres nas áreas tecnológicas, penso que temos que continuar o caminho de ter mais mulheres a estudarem as áreas chamadas de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics). Tradicionalmente as raparigas enveredam mais pelas áreas ligadas a letras e humanidades e precisamos de lutar contra ideias pré-concebidas e incentivar mais mulheres a estudarem e enveredarem pelas áreas científicas. Na OutSystems começámos a nossa jornada de incentivar uma workforce diversificada e inclusa com vários programas que temos a decorrer. Começámos pela criação de “awareness” de discutir e falar sobre o tema, lançámos a nossa política de Diversidade, Igualdade e Inclusão e estamos neste momento a trabalhar para ter um efeito multiplicador. Trabalhamos com “Champions” por áreas, temos sessões de formação para managers que começamos em 2021 e este ano esta formação faz parte do nosso plano de formação anual e é ministrada para todos os colaboradores. Inclusivamente e como a OutSystems anunciou no seu evento anual NextStep em 2021 temos um compromisso forte com a formação de novos developers de modo inclusivo e por esta razão desenvolvemos parcerias com instituições tais como a Women Who Code, Blacks in Tech e a Australian Computer Society.
O nosso programa de Diversidade, Igualdade e Inclusão visa celebrar a diversidade que temos uma vez que queremos ser uma cultura ainda mais inclusiva. Quanto mais diversos formos mais vamos conseguir empatizar com uma carteira de clientes global. E a OutSystems tem crescido muito nos últimos anos e aumentado o seu footprint global”, garante. Ao longo de todo o seu trajeto profissional e pessoal, Sofia Barbosa enveredou naturalmente por gestão de equipas e liderança, reforçando sempre a meritocracia como grande valor de base. Mas a verdade é que a desigualdade de género é ainda uma problemática muito debatida. A Vice Presidente garante mesmo que já teve que passar por situações “onde tive que assegurar que marcava a minha posição”. Para ela, a melhor maneira de lidar com esta falta de equidade é assegurar que a mulher tem um papel ativo quando se depara com estas situações e assegurar que leva os outros também a entender a sua importância. Com uma efeméride tão importante como o Dia Internacional da Mulher à porta, Sofia Barbosa acredita que – felizmente – cada vez mais se valoriza a importância desta celebração. Isto porque “a equidade é extremamente importante e ainda temos um longo caminho a percorrer. Estas datas lembram-nos que ainda temos muito por fazer e, por respeito aos que nos conseguiram fazer chegar onde já estamos, temos que continuar a progredir - pela nossa geração e pelas seguintes”, sustenta. Questionada acerca daquilo que ainda falta atingir no nosso país de encontro com a igualdade de género a todos os níveis que ao ser humano diz respeito, a interlocutora, não hesita: “a equidade salarial”. E acrescenta “Portugal está ainda muito longe de estar bem. Mesmo a nível de legislação, devia prevenir-se. Para a mesma função, com os mesmos anos de experiência, porque é que as disparidades ainda são tão grandes? Não se justifica. Há vários estudos que demonstram que numa equipa mais multidisciplinar entre géneros e mesmo raças o produto final é muito mais global e tende a ter muito mais sucesso em escala, num mundo onde os produtos se querem verdadeiramente globais”. E porque não só às mulheres importa relembrar a importância desta celebração, Sofia Barbosa deixou uma mensagem de alento a todos: mulheres e homens, porque a realidade é que a equidade só é possível se ambos os géneros lutarem por essa mesma causa. “Devemos todos ter consciência e ajudarmo-nos enquanto sociedade para continuarmos a progredir. Temos todos um papel a desempenhar e gostava que a minha geração em particular deixa-se uma boa base para que outros possam continuar a construir e evoluir. Somos mais bem-sucedidos se nos unirmos, mulheres e homens”, termina. ▪
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“A União entre as Mulheres, o respeito mútuo e a honestidade sempre” Com uma bagagem pessoal e profissional extensa, Virgínia Carvalho, lançou a sua própria marca em 2017, onde o principal foco é a Mulher. A entrevistada é hoje um ser humano mais maduro e resiliente, fruto das experiências vivenciadas. Em conversa com a Revista Pontos de Vista, a empreendedora revelou tudo aquilo que a apaixona.
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Virgínia Carvalho é advogada de profissão, mas não foi por esse caminho que quis que a sua vida se guiasse. Em 2017, lançou a sua marca, em nome próprio, onde o foco é “Moda Praia”, personalizada e eco-friendly. Assim, como nos pode descrever o seu - inesperado - percurso enquanto profissional até à data de hoje? 2017... um marco... um impulsionar.... um empreender... uma nova conquista na área da moda... um desafio constante, a mais desafiante, a resiliência, a capacidade de lidar com os vários problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos, resistir à pressão das mais variadas situações. Hoje, olhando para trás, vejo um caminho, uma direção, um propósito. Assume que a sua maior fonte de inspiração é a “Beleza da Mulher”. Porquê esta homenagem ao género feminino? Sem dúvida. A mulher é um ser único, é uma dádiva, ela gera a vida e é um privilégio, tudo nela é lindo. A minha inspiração não se limita à sua beleza exterior, mas, sim, às qualidades que possui como mulher. “Deusa Collection”, “Imperium Collection”, Mumuhuíla Collection” e “Búzios Collection”, são as quatro coleções já lançadas pela marca que lidera. Neste sentido, quais considera que são os fatores cruciais que contribuem para tamanho sucesso? Foco, determinação e resiliência. Acima de tudo honestidade.
VIRGINIA CARVALHO
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Num mundo atual onde tanto se debate acerca de feminismo e igualdade de género, e tendo em conta que o foco da Virgínia Carvalho é bastante direcionado ao público feminino, interessa-nos também saber mais sobre si. Quem é enquanto profissional e enquanto mulher? Enquanto profissional, penso que sou focada naquilo a que me proponho a realizar, faço as coisas acontecerem, não espero nada de ninguém... ou seja, não abro caminho para uma possível deceção. Como mulher, tento melhorar todos os dias como pessoa humana, busco constantemente o amor ao próximo, as coisas
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Neste novo ano que agora começa, e sendo a Virgínia Carvalho uma apaixonada pela moda, que novidades se podem esperar da marca? A abertura em Março
do meu primeiro espaço “Showroom Ateliê e design VC”, o Lançamento da quinta coleção. Num futuro próximo a internacionalização da marca.
“ENQUANTO PROFISSIONAL, PENSO QUE SOU FOCADA NAQUILO A QUE ME PROPONHO A REALIZAR, FAÇO AS COISAS ACONTECEREM, NÃO ESPERO NADA DE NINGUÉM... OU SEJA, NÃO ABRO CAMINHO PARA UMA POSSÍVEL DECEÇÃO”
boas e interessantes, a amizade e a boa energia, que me agregam valor. A união entre as mulheres, o respeito mútuo e a honestidade sempre, repito. Quando decide enveredar no mundo do designer, e sendo advogada de profissão, quais foram os maiores desafios com as quais teve que lidar? Acredita que, no fundo, correu atrás de um sonho? Acredito que foi a busca de um sonho, desde sempre estive ligada às artes, desde muito cedo que pinto e desenho, e o maior desafio, o mais valioso foi uma formação que fiz na área da moda como “Fashion Designer” pela Cascais School of Arts. Enquanto líder de uma empresa, e ocupando um cargo que tanta dedicação requer, em algum momento da sua vida sentiu que teve
que descurar da sua vida pessoal? Não. Em nenhum momento tive essa sensação, talvez porque faço o que gosto, sinto-me realizada e feliz pelo caminho que escolhi em termos profissionais, como o ditado diz: “quem gosta do que faz, não trabalha”. O facto de ser mulher é, de alguma forma, um desafio acrescido no mundo do empreendedorismo e da liderança? Não penso que seja um desafio só por ser mulher... nos dias de hoje, na minha profissão atual já não sinto essa pressão... o que sinto é uma boa energia, uma ligação, um respeito e admiração pelo empreendedorismo feminino e, isso, em minha opinião, é virtuoso. Penso que num futuro muito próximo será ainda melhor, esta revista é um exemplo disso na minha opinião, o qual admiro. ▪
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“Já existem muitas Mulheres em cargos de Liderança em vários setores e com grande Sucesso” Helena Águeda, Diretora Comercial da Prosegur Alarms, é, assumidamente, uma eterna inconformada, e sempre à procura de aprender mais, fazer mais e melhor, o que se reflete no trabalho que exerce. Com um percurso pautado por várias conquistas, garante que é uma honra colaborar com esta marca.
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Helena Águeda conta com um percurso vasto, onde adquiriu inúmeros skills em diferentes áreas, como comunicação, gestão de marketing, planeamento de negócios e até coaching. Que marcos da sua história gostaria de realçar, e que a trouxeram ao patamar onde hoje se encontra? Tive a sorte, de passar por grandes empresas nacionais e multinacionais, que me deram formação e know-how, para evoluir e crescer profissionalmente. Nessas empresas encontrei excelentes profissionais com os quais tive o privilégio de trabalhar, que sempre colocaram níveis elevados de exigência, “obrigando-me” a superar-me constantemente. Sou exigente comigo, gosto de desafios e não sou uma pessoa de rotinas, adoro a mudança. Este inconformismo, característico da minha personalidade, levou-me constantemente à procura de novos desafios para poder evoluir tanto pessoalmente como profissionalmente. Sou uma eterna aprendiza, sempre à procura do novo, de fazer melhor, de crescer… Gosto de mudanças e de fazer parte delas. Estes traços da minha personalidade levaram-me a fazer novos cursos, a procurar formações e a estar sempre à procura daquilo que me faz feliz e realizada. O nível de exigência e o inconformismo, creio que foram a “receita” para chegar aqui. Atualmente ocupa a posição de Diretora Comercial na Prosegur – uma empresa onde a inovação, a equipa e a qualidade dos serviços fazem a diferença. Que oportunidades esta marca lhe conferiu, ao longo dos anos, a nível profissional? O que destaca neste seio organizacional? Entrei na Prosegur Alarms em 2010 e já desempenhei várias funções. A Prosegur Alarms permite-me crescer e ao mesmo tempo deu-me e dá-me a oportunidade de ter formação e de fazer aquilo que adoro: gerir pessoas, fazê-las crescer e evoluir! O que mais destaco, é a constante evolução e mudança, que caracteriza a nossa Organização, com uma forte orientação para o capital humano.
HELENA ÁGUEDA
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Sabe-se que, na Prosegur, trabalham para tornar o mundo num lugar mais seguro. Disponibilizam, assim, as soluções mais avançadas do mercado, equipadas com uma elevada componente tecnológica e desenhadas para acrescenta valor ao serviço. De que forma, este player de reconhecimento comprovado, se tem vindo a
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adaptar às constantes alterações das necessidades do mercado? Na Prosegur estamos atentos ao mercado e às suas evoluções. Procuramos proporcionar aos nossos clientes produtos e especialmente serviços únicos, e inovadores para lhes garantir a sua Segurança, adaptando as nossas soluções às necessidades de cada cliente: casa, família ou empresa. Estamos com o cliente 24h por dia e temos uma Equipa Especializada em Segurança. Na Prosegur Alarms contamos com o único sistema de alarme com três níveis de segurança: Protege, Previne e Intervém. Disponibilizamos, um acesso Web pessoal e privado a todos os nossos clientes, que lhes permite aceder a toda a informação do sistema de alarme através de qualquer dipositivo móvel. Destaco, a título de exemplo, um dos produtos inovadores e únicos no mercado: CONTIGO. Trata-se de um sistema de proteção pessoal que acompanha o cliente para todo o lado, fácil, rápido e intuitivo e que está sempre na palma da mão. Se o cliente sentir que está em perigo, basta premir o Botão SOS na sua APP SMART e receberá auxílio de forma imediata. Para além disso, se for realizar um trajeto onde não se sente seguro, pode ativar o Temporizador e estará protegido durante o percurso. Se não confirmar a sua chegada, ativamos um protocolo de emergência automaticamente. Mais se afirma, a posição da Prosegur como líder global, assume-se ainda ao comprometer-se com uma responsabilidade social e corporativa forte. Em que medida, esta posição impulsiona o crescimento da marca e a forma como, a população em geral, a observa? A responsabilidade social e empresarial foi sempre um pilar central do modelo de negócio do Grupo Prosegur. O comportamento ético e a gestão económica, social e ambiental responsáveis desempenham um papel fundamental na nossa estratégia de negócio, impulsionando novas oportunidades de crescimento. O compromisso com a redução do impacto ambiental, a geração do emprego de qualidade, a segurança e saúde dos nossos trabalhadores, o cumprimento da legislação, o respeito pelos direitos humanos ou a boa governança são os melhores atributos que
“NA PROSEGUR ESTAMOS ATENTOS AO MERCADO E ÀS SUAS EVOLUÇÕES. PROCURAMOS PROPORCIONAR AOS NOSSOS CLIENTES PRODUTOS E ESPECIALMENTE SERVIÇOS ÚNICOS, E INOVADORES PARA LHES GARANTIR A SUA SEGURANÇA” a nossa marca pode ter. As nossas pessoas junto com os nossos clientes são os melhores embaixadores da marca, e é gratificante perceber que hoje estes valores são desejáveis de uma forma transversal na nossa sociedade. Perante todas as qualidades mencionadas, quão gratificante é, para a Maria Helena Águeda, pertencer a uma empresa que não fica indiferente a questões diversas da sociedade? É muito gratificante e uma honra trabalhar na Prosegur, uma Empresa que assenta a sua estratégia em três pilares: Inovação, a sua Equipa e os Clientes. Desde a Fundação Prosegur apoiamos a Educação, fomentamos a inclusão de pessoas com incapacidades intelectuais para criar melhores Equipas, e, impulsionamos ações de voluntariado que demonstram a solidariedade dos profissionais da Prosegur. Identifico-me, com os valores e princípios do Grupo Prosegur e não podia estar mais orgulhosa por fazer parte de uma Organização com este cariz. Uma das questões que hoje se impõe é ainda a igualdade de género, de oportunidades, a diversidade ou a inclusão. Mais um ano a celebrar o Dia Internacional da Mulher, como verifica as mudanças (ou não) destes temas na sociedade? Tendo em conta a sua experiência,
as mulheres continuam a enfrentar maiores obstáculos do que os homens, nomeadamente em cargos de liderança? O meu percurso profissional, iniciou-se em Empresas, mais dominadas pelo género masculino. Foram-me sempre exigidas, mais demonstrações de competência para me afirmar, e a tolerância ao erro foi muito menor. Atualmente, temos vindo a constatar que já existem muitas mulheres em cargos de Liderança em vários setores e com grande sucesso. Creio que temos feito avanços significativos, e que as Organizações começam a procurar os profissionais pelas suas capacidades independentemente do género. Desde que me encontro na Prosegur, o género não é tido em conta: quando fazemos um processo de seleção, o que conta são as competências humanas, profissionais e o talento. Procuramos os melhores profissionais e damos oportunidades de crescimento a quem tem sucesso e bons desempenhos. A pluralidade e a diversidade são valores intrínsecos da cultura da Prosegur. Entendemos a diversidade como uma vantagem competitiva, uma fonte de enriquecimento dos nossos valores, que proporciona oportunidades de crescimento e benefícios para a Empresa e para a sociedade. Temos na nossa equipa algumas mulheres com muito sucesso e em cargos Diretivos. Premiamos os melhores desempenhos e temos uma política de Reconhecimento e retenção de talento. A título pessoal, e tendo em conta que, aos dias de hoje, é um exemplo de que a mulher pode ser o que ela quiser, que marca gostaria de deixar no mundo? A melhor marca que podemos deixar no Mundo, será sempre para com aqueles que nos são mais queridos: Ter sido uma boa mãe e que a minha filha fique orgulhosa de me ter tido como mãe será seguramente a melhor. Se o meu percurso profissional puder incentivar outras pessoas a “lutarem” pelos seus sonhos, a não desistirem perante as dificuldades, a terem uma atitude positiva e enfrentarem e retirarem o melhor de cada momento (mesmo dos menos bons), a serem resilientes e acreditarem que com trabalho, esforço e dedicação podemos ser e fazer aquilo que nos faz Felizes, então sentir-me-ei com o dever cumprido! Feliz Dia da Mulher! ▪
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PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“Tenho a Felicidade de saber que o meu trabalho aporta Valor a Indivíduos, Equipas e Empresas” Cristina Ferreira da Costa é o rosto da CDC Consulting Partners, a marca que fundou há oito anos nos EUA, quando sentiu que Portugal era já um país pequeno para a imensidão de sonhos que possuía. Com mais de 25 anos de experiência profissional, garante que “a nossa mente, quando focada, ajuda-nos sempre a descobrir o caminho”. Esta é a história da mulher que aos 47 anos, teve a ousadia de mudar a sua vida. Conheça-a.
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om um percurso desde sempre ligado à banca, em Portugal, foi aos 47 anos que a nossa entrevistada percebeu que a sua profissão não lhe enchia mais as medidas. Possuidora de um espírito aventureiro que tanto a caracteriza, decidiu agarrar uma oportunidade que garante ter-lhe sido enviada e que era tudo, o que na altura, mais desejava. “O lado profissional sempre ocupou um espaco muito importante na minha vida. Por isso, sei que o meu ser Mulher e ser Profissional, se unem”, inicia. Se uma palavra pudesse descrever Cristina Ferreira da Costa seria determinação. Apenas a determinação lhe permitiu correr atrás do seu propósito, com todos os obstáculos que daí advêm. A mesma garante que “a mudança de país e de carreira, obrigou-me a passar por um período de busca. Tive uma boa carreira profissional e aprendi imenso na banca, e esse trajeto foi muito importante para aquilo que sou hoje, trouxe-me flexibilidade, conhecimento de negócio, das empresas, e dos desafios humanos no local de trabalho”. Passados oito anos do que ela chama de uma aventura desafiante, Cristina Ferreira da Costa é hoje uma consultora de cultura organizacional, desenvolve líderes e faz coaching executivo e de equipas. Isto é, ajuda a desenvolver individuos, equipas e culturas que aportam valor a todos os outros stakeholders. Escusado será dizer que a profissão que hoje exerce, a preenche na totalidade. O coaching é algo fundamental na vida da interlocutora, inseriu-se na vida da mesma num momento frágil, quando percebeu que o trabalho que fazia já não a realizava. “Acabei por encontrar no coaching uma realização profissional imensa. Tenho desenvolvido muito este trabalho, e tenho trabalhado com líderes e gestores no mundo inteiro, o que me deu uma perspetiva ainda maior do ser humano em ambiente de trabalho. Portanto, posso dizer que a minha mudança de carreira esteve relacionada com a procura da minha realização, que é algo a que estou sempre atenta”, sustenta.
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CRISTINA FERREIRA DA COSTA
Como em qualquer processo de mudança, o começo deste caminho foi pautado por muitos desafios. Segundo a entrevistada, “abri a minha empresa de consultoria de cultura organizacional e de coaching de lideranca nos EUA, em Atlanta, mas não foi fácil ganhar a confiança do mercado. Em determinado momento senti que tinha de aprender como ter sucesso e embarquei num projeto que durou mais de um ano. Entrevistei 50 líderes de empresas internacionais nesta região e fruto disso acabei por escrever um livro acerca do que aprendi sobre os desafios das empresas que se iniciam nos Estados Unidos, vindas de outras culturas. Isso abriu-me oportunidades porque acabei por conhecer muita gente, algumas dessas pessoas tornaram-se minhas clientes, e o livro foi o condensar de tudo o que aprendi. Este livro foi também uma ferramenta para mim e ajudou-me a
desenvolver o meu próprio negócio”. Hoje em dia não restam dúvidas: esta é a missão de vida desta mulher. INSPIRAR OS DEMAIS: UMA MISSÃO Certo é que a profissão que hoje Cristina Ferreira da Costa exerce, é a forma que escolheu para contribuir para a criação de uma vida melhor no trabalho. “Pela experiência que tive quando vivia em Portugal, percebi que queria acrescentar algo pelos sítios onde passo. Para que as pessoas que se cruzam no meu caminho percebam as suas capacidades. A partir do momento que as pessoas se olham com perspetiva de empoderamento, muda todo o seu raciocínio e a forma de trabalhar será totalmente diferente. Mudar a maneira como olhamos para as coisas muda a maneira como pensamos nelas, essa é a marca que eu quero perpetuar”, afirma.
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Estimular, promover e inspirar é o propósito do trabalho da interlocutora, daí hoje, se sentir orgulhosa do seu caminho e acima de tudo, grata. Garantindo mesmo que “tenho a felicidade de saber que o meu trabalho aporta valor a indivíduos, equipas e empresas”. Na realidade, como em todos os trajetos de sucesso, existe também uma quota de desafios e obstáculos que se atravessam, o que para a interlocutora, nunca foi um problema, tendo em conta a determinção com que se entrega em tudo o que faz. Para a mesma, o maior desafio quando decidiu enveredar no mundo do empreendedorismo foi “conseguir confiar em mim e na minha capacidade e conseguir transmiti-la. Também sou muito perfecionista, e tive que ultrapassar essa minha necessidade de perfecionismo. Ganhar credibilidade no mercado, conhecerem-me, entrar nas empresas… só consegui isso através do networking e de contactos pessoais que fui adquirindo e desenvolvendo. Estabelecer relações foi fundamental, e o que me tem mantido nas empresas durante muito tempo é o resultado do meu trabalho e dedicação”. O que mais prazer lhe dá é efetivamente a parte da cultura das empresas, que garante funcionarem como sistemas. “Cada pessoa no seio de uma empresa traz às costas o seu mundo, a sua riqueza, a sua criatividade, a sua experiência familiar, e o que me move é poder trazer a empresa algo muito importante, a quantificação da sua cultura. Perceber quem são enquanto empresa, o que estão a fazer muito bem e o que lhes tira a força e a energia. Na maior parte das vezes é a confusão, a falta de clareza e a falta de comunicação. Portanto, cada empresa é diferente e todas têm esta imensidão de seres humanos com uma riqueza enorme, e o meu propósito é utilizar isso, mas com sistematização. Saber o que é a cultura de uma empresa, é fundamental para podermos aproveitar essa força e parar o que está a esvair a energia”, reforça Cristina Ferreira da Costa. No fundo, aquilo que realmente lhe importa é aproveitar bem a bagagem de cada um e ajudar todos, no seu conjunto, a fazerem o melhor que conseguirem. MULHER: O SER EMPODERADO Após 25 anos de carreira e com um percurso sem igual, esta é a mulher que nunca acredi-
tou que sê-lo, alterasse de forma alguma o seu caminho. Historicamente, está intrínseco que os homens conseguem atingir os seus objetivos mais facilmente, mas para Cristina Ferreira da Costa, este não é de todo um problema quando “somos focadas”. A mesma sustenta que “a mulher tem uma vantagem que o homem não tem, portanto pode sempre aportar algo mais e melhor. Nós, mulheres, temos por exemplo o poder da criação, e o que eu questiono é: como é que posso conduzir esse poder também para o meu trabalho? O meu foco é perceber qual é o valor que eu posso aportar, enquanto mulher, pessoa, profissional. A partir do momento que traçamos o nosso caminho e nos predispomos a atingi-lo, não há nada que nos possa impedir, sejamos homens ou mulheres”. Em tom de síntese e de forma a celebrar o Dia Internacional da Mulher, a empreendedora quis ainda deixar uma mensagem e conselho a todas as Mulheres, garantindo que não existe absolutamente nada que não se possa realizar - com foco, dedicação, estratégia e consciência. “Podemos ser tudo, tendo consciência daquilo que verdadeiramente queremos ser. Em vez de colocarmos toda a energia a queixarmo-nos do que não corre bem, devemos clarificar o que realmente queremos e daí ver os passos que devemos dar para o atingir”, finaliza. ▪
“ACABEI POR ENCONTRAR NO COACHING UMA REALIZAÇÃO PROFISSIONAL IMENSA. TENHO DESENVOLVIDO MUITO ESTE TRABALHO, E TENHO TRABALHADO COM LÍDERES E GESTORES NO MUNDO INTEIRO, O QUE ME DEU UMA PERSPETIVA AINDA MAIOR DO SER HUMANO EM AMBIENTE DE TRABALHO”
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PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“Se somos capazes de o Sonhar, somos capazes de o Fazer” Maria João Figueiredo é Managing Partner da IN2ACTION, mas acima disso, uma mulher empreendedora, corajosa, otimista e determinada. Garante que o propósito da marca é “fazer acontecer a transformação através das pessoas”. Entre outros detalhes, revelou os fatores determinantes no sucesso da mesma, e ainda deixou uma mensagem a todas as mulheres de forma a celebrar o dia 8 de março.
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IN2ACTION tem como missão ser o parceiro estratégico dos seus Clientes em processos de Mudança, Transformação e Engagement. Neste sentido, porque é que uma empresa deve escolher a IN2ACTION como parceira? O nosso propósito é fazer acontecer a transformação através das Pessoas. Assim, quando uma empresa quer, de facto, gerar transformação, mudar comportamentos, treinar as suas Equipas e Lideranças, reforçar compromisso ou gerir a mudança, precisa de um parceiro que apresente as soluções mais adequadas para alcançar os resultados desejados, bem como ativar a implementação e que faça acontecer. Que consiga passar da estratégia à ação. Que clarifique a estratégia, defina o caminho e o plano de ação e ative e assegure a implementação. E nós fazemos isso mesmo. Da estratégia à ação. Em total colaboração com os nossos Clientes. Mais de duas décadas pautam o caminho profissional da Maria João. De que forma este know-how nas áreas de Desenvolvimento de RH, Comunicação e Eventos Corporativos, tem permitido à IN2ACTION responder às constantes mudanças no mercado e superar os desafios encontrados? Estes quase 25 anos de experiência profissional têm sido fator crítico de sucesso e uma grande vantagem competitiva ao serviço da IN2ACTION e dos nossos Clientes e Parceiros, em particular pela diversidade de funções e cargos exercidos, bem como pela diversidade de setores em que trabalhei. Já estive na posição de “Cliente” dos nossos serviços, o que permite ter uma perspetiva muito
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realista e operacional dos problemas, das “dores” e dos desafios sentidos pelos nossos Clientes. Desta forma, apresentamos soluções metodologicamente eficazes, adaptadas à realidade e contexto organizacional dos nossos Clientes e também muito acionáveis e orientadas à ação, ao dia a dia, a ferramentas que permitem a sustentabilidade dos resultados. Não basta apenas termos o expertise. É imperativo termos a capacidade de implementar e mobilizar os stakeholders internos nos nossos Clientes. Somos influenciadores da transformação desejada. E assim, mobilizamos para levar à ação. Este tem sido um desafio permanente, pré e pós
pandemia. E a nossa atitude apaixonada, de procura constante de conhecimento, de novas abordagens metodológicas e de conhecimento profundo da realidade e contexto dos nossos Clientes tem nos levado a superar este grande desafio ao longo do percurso da IN2ACTION e a sermos reconhecidos pelos nossos Clientes. Afirmam que “fazemos a diferença em cada projeto”. Para melhor compreender, que características diferenciam a IN2ACTION das restantes? Como nos pode aprofundar os serviços que prestam? Para começar é importante dizer
que não somos só nós que dizemos. São os nossos Clientes que afirmam que temos feito a diferença em cada projeto. Somos Consultores no nosso ADN. Analisamos situações específicas, estudamos e definimos tendências, desenhamos soluções e planos de ação a implementar de acordo com os objetivos do Cliente, as melhores práticas e as metodologias mais adequadas e eficazes no mercado. Porém, somos um pouco mais do que isso. Somos apaixonados por Pessoas e pela sua capacidade de transformação. Acreditamos que são as Pessoas que fazem a diferença nas organizações e que, consequentemente, geram melhores resultados quanto melhor se sentem e mais realizadas estão. Somos também consultores de ação, de implementação e de acompanhamento, e isto tem contribuído também como um fator diferenciador relevante junto dos nossos Clientes e Parceiros. Trabalhamos com Paixão, promovemos a cocriação com Clientes e Parceiros procurando sempre as soluções mais adequadas e mais eficazes para cada contexto num caminho de excelência, inovação e superação a cada projeto. Em relação aos serviços que prestamos, como já referi somos Consultores na área de Desenvolvimento de Pessoas / Recursos Humanos e isto leva-me a dizer muitas vezes que onde há um “bom problema” que envolva Pessoas nós podemos apresentar soluções. Sendo mais específica, e para além dos serviços de Consultoria Estratégica, desenvolvemos projetos de Formação e Desenvolvimento, desde a avaliação de necessidades, ao desenho de percursos formativos, criação de identidade gráfica, desenvolvimento de learning games e outras metodologias de aprendizagem até à dinamização de sessões de treino
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e formação nas áreas comportamentais, de liderança e comunicação eficaz. Desenvolvemos também projetos na área da Comunicação & Engagement, que vão desde a fase inicial de assessment e diagnóstico, ao desenho de estratégias e planos de comunicação, à criação de identidade e grafismos até à implementação e acompanhamento no Cliente, projetos de Executive e Development Coaching, bem como desenhamos, produzimos e entregamos Eventos Corporativos que vão desde os team buildings presenciais ou online, aos kick off anuais e outros eventos empresariais com entrega chave na mão, incluindo desde a seleção do local, a definição da mensagem a passar, produção de merchandising, dinamização de atividades complementares, promotores e qualquer outro serviço necessário. Somos apaixonados por Pessoas e pela sua capacidade de transformação. Ao longo deste percurso de mais de 20 anos, Maria João Figueiredo tem evidenciado ser uma “líder nata”. Hoje, como se descreve enquanto mulher e enquanto profissional? Se há palavras que, na minha perspetiva, me descrevem hoje como Mulher e como profissional, são “lutadora”, “determinada”, “resiliente” e “corajosa”. Eu considero-me uma Pessoa otimista, empreendedora e que busca permanentemente mais conhecimento, criar e inovar com vista a acrescentar mais valor e a deixar um bom legado. Procuro todos os dias ser uma melhor Pessoa e ser um exemplo e uma inspiração, em particular para os meus filhos, a Nana e o Kiko, os meus gémeos hoje com 18 anos. Sou uma apaixonada. Pela vida, pelas Pessoas e pelo seu imenso potencial de desenvolvimento. Sou uma sonhadora com uma enorme capacidade de concretização.
“ACREDITAMOS QUE SÃO AS PESSOAS QUE FAZEM A DIFERENÇA NAS ORGANIZAÇÕES E QUE, CONSEQUENTEMENTE, GERAM MELHORES RESULTADOS QUANTO MELHOR SE SENTEM E MAIS REALIZADAS ESTÃO” nas ao serviço das empresas sem uma necessidade constante de se masculinizar para ser reconhecida ou conquistar funções de maior responsabilidade. No entanto, no que diz respeito à equidade, ainda há um caminho a percorrer, por exemplo, quer na justa conquista de lugares de liderança quer em relação à igualdade de salários. Acreditarmos em nós, no nosso potencial e na nossa capacidade de concretização é um excelente princípio para continuarmos a defender o nosso espaço no mundo dos Negócios e a evidenciar as nossas capacidades. Celebrar efemérides como o Dia Internacional da Mulher é aplaudir os avanços conquistados no feminino a nível económico, social e político. Ser mulher, em algum momento da sua vida e carreira, foi impeditivo ou colocou entra-
ves à realização de um objetivo? Hoje reconheço que ser mulher é uma vantagem competitiva, em particular no papel de Coach, de Trainer e no desempenho de funções de liderança. No entanto, em alguns momentos da minha carreira senti o “peso” de ser Mulher como algo menos favorável e inibidor de entrar em certos círculos... Porém, hoje reconheço que o maior entrave estava em mim e na minha perspetiva de um mundo corporativo mais “masculino” que me gerava alguma insegurança. Tomar consciência desse facto permitiu-me agir sobre essa “crença limitante” e superar essa aparente fragilidade. O Dia da Mulher deve ser celebrado diariamente, nas nossas ações, na nossa atitude, na valorização e no respeito pela condição feminina. A começar por cada uma de nós. Uma curiosidade, o nosso escritório
de Alvalade foi inaugurado precisamente há três anos, no dia 8 de março. Sendo um exemplo de liderança no feminino, e tendo uma imensa quota de determinação, que mensagem quer deixar a todas as mulheres, que tal como a Maria João, gostariam de trilhar um percurso de sucesso? Acreditar. Começarmos de dentro para fora... sermos as primeiras a acreditar no nosso potencial, nos nossos sonhos, nos nossos objetivos e na nossa capacidade de concretização. E como dizia Walt Disney “Se somos capazes de o sonhar, somos capazes de o fazer”, e o primeiro passo é acreditar. Esta é a mensagem que quero deixar a quem lê estas linhas.... Acreditem, em vocês e no vosso imenso potencial. E claro, juntar bastante determinação e coragem para fazer acontecer! ▪
Acerca desta efeméride que a nós, mulheres, tanto nos diz respeito: o Dia Internacional da Mulher. Que análise perpetua da mulher no universo dos negócios e das empresas na atualidade? Sente que ainda existe um longo caminho a desbravar para a equidade? A Mulher tem vindo a conquistar cada vez mais espaço neste mundo corporativo tão masculino e tão “masculinizante”. Atualmente, sinto que a Mulher já começa a colocar as suas competências mais femini-
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"É urgente lutar para que as Mulheres decidam livremente a sua vida profissional e ocupem por Mérito os lugares de Liderança no mundo"
CARLA CASCAIS
Líder em Consultoria de Engenharia e Arquitetura, a TPF Consultores é uma marca que acaba de iniciar “um Novo Futuro”. O culminar do discurso inspirador de Carla Cascais, Administradora Executiva, juntamente com o testemunho de algumas das mulheres que se juntaram a esta iniciativa e fazem parte desta empresa, revelaram de que forma o género feminino tem vindo, ao longo dos anos, a pautar a sua importância no seio empresarial. Desfrute.
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TPF - CONSULTORES DE ENGENHARIA E ARQUITETURA, S.A. nasceu em 1980 com o propósito de assegurar o fornecimento totalmente integrado de serviços de Engenharia e Arquitetura, combinando a inovação e a excelência técnica dos seus colaboradores. Olhando para estes 42 anos de história, que marcos gostaria de realçar? Primeiramente, é importante realçar o empreendedorismo de um conjunto de engenheiros que iniciaram um projeto 100% nacional. Posteriormente, a integração em 2002 no Grupo Internacional TPF e em 2008 a aposta forte no processo de internacionalização. Por último, 2020, um ano para sempre recordado devido à pandemia, foi para a TPF Consultores o ano da comemoração dos 40 anos e que coincidiu com a saída dos últimos fundadores, começando assim um novo Futuro. Sabemos que a TPF tem, a seu cargo, 340 consultores e é um player de sucesso no mercado, permanentemente destacado pela qualidade do seu serviço. Como é, para a Carla Cascais, enquanto Administradora, pertencer a uma marca certificada e reconhecida em todos os setores em que atua? Um orgulho enorme e um fator de motivação para fazer mais e melhor todos os dias, não só individualmente, como para toda a equipa. Os
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aplausos são para todos os 340 profissionais que colaboram com a TPF Consultores. Liderar equipas e, consequentemente pessoas, é uma arte que nem todos têm a capacidade de ativar. Tendo em conta a sua experiência, o que é mais complexo e o mais gratificante nesta atividade? Gerir as emoções dos colaboradores é, sem dúvida, o desafio mais complexo que enfrentamos diariamente, agravado pela situação pandémica vivida nos últimos dois anos. É preciso ouvir as pessoas e ir ao encontro das suas expectativas, equilibrando-as com as necessidades da empresa. O mais gratificante é saber que os colaboradores estão felizes e motivados a trabalhar na TPF. Apesar da evolução dos tempos, a liderança feminina ainda é muitas vezes colocada em causa. É exatamente sobre esta e outras questões adjacentes que o Dia Internacional da Mulher se afirma, ainda, extremamente importante. Na sua perspetiva, qual a importância desta efeméride e o que é que é urgente estabelecer no que concerne à igualdade? É um dia cuja mensagem deve ser diariamente relembrada e aplaudida por todos. A desigualdade de género existe. É urgente lutar para que as mulheres decidam livremente a sua vida profissional e ocupem por mérito os lugares de liderança
no mundo, sem que lhes seja negado o direito a progredir nas suas carreiras profissionais só pelo facto de serem Mulheres ou Mães. É preciso mudar mentalidades, educar e criar políticas efetivas que penalizem a discriminação de género. Tendo em conta o exemplo que constitui hoje, enquanto pessoa, mulher e profissional, que marca gostaria de deixar não só na TPF, como no mundo? Modéstia à parte, numa atividade predominantemente masculina como é a Engenharia, acredito que já fiz história. Tendo entrado para os quadros da TPF com 24 anos para desempenhar as funções de contabilista, aos 30 anos ter sido nomeada Diretora do Departamento Administrativo-Financeiro e aos 40 anos ter sido designada Administradora Executiva, sendo mãe de dois filhos já adolescentes, posso com orgulho afirmar que, serei certamente um exemplo para outras mulheres que venham a seguir. No muito tempo que me falta, vou continuar a trabalhar diariamente com o mesmo empenho e energia que me caracterizam, tentando com isso ajudar a minha equipa direta e consequentemente toda a empresa a atingir os objetivos estratégicos definidos pelo Grupo TPF. Não é demais recordar que a Engenharia e o Grupo TPF trabalham de forma inovadora e sustentável: BUILDING THE WORLD, BETTER. ▪
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(DA ESQUERDA PARA DIREITA) DORA FURTADO, MADALENA TORRE, FERNANDA SILVA, PATRÍCIA CARVALHO (ATRÁS), FILIPA MARTINS (FRENTE), ODETE BARRETO, CARLA CASCAIS, VERA FERNANDES, TERESA RAMALHO, PATRÍCIA COSTA E SÍLVIA BOTAS
OS TESTEMUNHOS DE ALGUMAS MULHERES TPF... VITÓRIA RODRIGUES,
CHEFE DE PROJETO Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que tradicionalmente é exercida por homens? O paradigma já mudou bastante. O desafio é interior. O “resolver os problemas”, o “idealizar soluções”, o “ter engenho”, a “busca pelo equilíbrio” e o “gosto pela obra feita” é a base de ser Engenheira. Mas se virmos bem, temos uma vasta experiência nesse campo, pois… não são essas as skills de “ser mulher/mãe”? Se nos vemos a fazer isto, os outros também nos veem assim. Como é trabalhar na Engenharia e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? É desafiante e, também por isso, bastante recompensador. Este dia é especial pelo lembrete “a vida é tua, trabalha-a como entendes”.
FILIPA MARTINS,
FERNANDA SILVA,
Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Existem dias mais complicados do que outros. Quando os homens têm um ego muito grande e têm necessidade de se imporem, nesses dias é mais complicado. Aí paro, respiro e recupero energia para mais um desafio.
Como é ser Mulher/Profissional numa empresa cujo core business é habitualmente exercido por homens? É com bastante orgulho que vejo na minha empresa uma mulher no cargo de Administração. As empresas em geral beneficiariam se dessem uma melhor utilização ao talento feminino em diversas áreas da sua estrutura ou organização.
Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? Eu trabalho com a mesma equipa, maioritariamente homens, já há alguns anos. Já nos conhecemos. Sabemos as nossas qualidades e os nossos defeitos. Ajudamo-nos mutuamente. O que posso dizer às mulheres mais novas é que não é preciso serem umas melhores que as outras. Só precisamos ser mulheres, hoje, melhor do que éramos ontem.
Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? Apaixonada pela minha profissão, sinto-me realizada profissionalmente e desafiada diariamente. A representação feminina contribui com traços muito distintivos da sua visão e personalidade, oferecendo a sua riqueza criadora e identidade pessoal, como Mulher.
DESENHADORA
ASSISTENTE DE DIREÇÃO
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MADALENA TORRE, PROJETISTA
Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? A TPF foi a porta de entrada na minha vida profissional como arquiteta. Numa sociedade que tem a consciência de que as mulheres não são seres inferiores, podem ainda existir preconceitos silenciosos em certas profissões onde o género masculino é predominante. Na TPF encontro respeito e igualdade por parte de todos. Os desafios encontrados pelas mulheres são idênticos aos desafios encontrados pelos homens e como os enfrentamos depende sempre da dedicação e atitude de cada um e cada uma. Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? Trabalhar na TPF é fazer parte de uma equipa grande e multifacetada, que procura alcançar nos projetos a harmonia entre a finalidade, a envolvente e as necessidades de quem os habita. Qualquer que seja a profissão, penso que o mais importante é contribuirmos da melhor forma como profissionais inovadoras.
PATRÍCIA CARVALHO, CHEFE DE PROJETO
Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Nem sempre é fácil. Ainda existem preconceitos. Quando iniciei funções como Eng.ª Civil, havia efetivamente mais colegas homens a exercer, sobretudo na área de Pontes, mas não foi por essa razão que, em início de carreira, senti mais preconceito de género. Surgiu mais tarde, tendo eu já mais experiência de vida e profissional, sobretudo ao nível da remuneração. Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? Neste momento, no serviço onde desempenho funções, as mulheres representam já 35% do capital humano. A expectativa é que este aumento recente contribua na atenuação de discrepâncias e introduza abordagens mais pragmáticas e frontais, caraterísticas estas sobejamente atribuídas ao género feminino.
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PATRÍCIA COSTA,
CONTROLLER FINANCEIRO Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Até agora não tem sido tema. Nunca me senti discriminada por ser mulher. Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? A minha experiência resume-se a uma “Big 4” e à TPF, duas multinacionais – como referi anteriormente, a empresa reconhece o valor de ser mulher, profissional e, no meu caso, mãe.
TERESA RAMALHO,
ENGENHEIRA FISCAL DE OBRA
Como é ser Mulher numa atividade que é maioritariamente exercida por homens? Há 33 anos quando iniciei a atividade não havia mulheres a trabalhar nesta área e houve casos em que era evidente o mal-estar de alguns homens ao serem fiscalizados por uma mulher. Não me senti discriminada, mas tive que demonstrar no dia a dia que tinha as mesmas competências técnicas de um homem. Olho para atrás e recordo situações que me fazem sorrir, olho para o futuro e vejo maior facilidade na ascensão profissional das mulheres. Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? É trabalhar num ambiente em que todos têm as mesmas oportunidades e a distinção é feita função das capacidades de cada um e não do seu sexo; é necessário lembrar todos os dias que a discriminação é um facto.
VERA FERNANDES,
RESPONSÁVEL DO NÚCLEO DE RECURSOS HUMANOS Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Pelo que já experienciei nos meus 25 anos na TPF, a nossa atividade é exercida sobretudo por mentes irrequietas, inovadoras e criativas, que fazem a diferença e são amplamente reconhecidas pelos nossos clientes e parceiros. Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? É um prazer! No núcleo de RH consideramos que o sucesso de uma boa integração depende de todos nós e só assim se pode proporcionar um bom ambiente de trabalho, onde os colaboradores possam trabalhar em equipas multidisciplinares, onde possam desenvolver as suas capacidades e sentirem-se profissionais realizados e motivados.
“GERIR AS EMOÇÕES DOS COLABORADORES É SEM DÚVIDA O DESAFIO MAIS COMPLEXO QUE ENFRENTAMOS DIARIAMENTE”
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“NO MUITO TEMPO QUE ME FALTA, VOU CONTINUAR A TRABALHAR DIARIAMENTE COM O MESMO EMPENHO E ENERGIA QUE ME CARACTERIZAM”
SÍLVIA BOTAS,
RESPONSÁVEL DO NÚCLEO PROPOSTAS Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Sempre fui tratada de forma igualitária pelos meus colegas de trabalho, embora reconheça que, para atingirem lugares de liderança, as mulheres enfrentam muitos desafios acrescidos. Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? Sempre me foi dada a oportunidade de abraçar vários desafios em diferentes áreas de atividade, promovendo o meu crescimento profissional. Numa data em que se celebra a luta das mulheres pela igualdade, importa relembrar que a mudança para organizações igualitárias implica uma transformação cultural de toda a sociedade, onde nós, mulheres, nos incluímos enquanto mães, educadoras, companheiras e profissionais.
ODETE BARRETO,
DORA FURTADO,
Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Sou Eng.ª do Ambiente e ser mulher nunca foi um obstáculo no exercício desta profissão. O que me motiva é a vontade de resolver problemas. Iniciei a minha carreira há 31 anos, Portugal tinha uma carência enorme de infraestruturas nas áreas de resíduos, saneamento e abastecimento de água. Tenho orgulho de ter contribuído com a minha atividade para a mudança deste panorama e para a melhoria da qualidade de vida das populações e da qualidade do ambiente.
Como é ser Mulher/Profissional numa atividade que normalmente é maioritariamente exercida por homens? Em 21 anos de atividade na TPF nunca me senti prejudicada por ser mulher. Contudo, considerando que as empresas são um reflexo da sociedade e sabendo de antemão que temos um mundo dominado por homens, com uma cultura predominantemente masculina, a igualdade de género torna-se essencialmente uma questão de poder. Nesse contexto, considero que na nossa sociedade ainda há muito por fazer.
GESTORA DE PROJETO
Como é trabalhar na TPF? Trabalhar na TPF é um desafio constante. Temos uma grande diversidade de áreas de atuação, trabalhamos em muitos mercados nacionais e internacionais e cada trabalho obriga-nos a encontrar soluções e apela ao nosso espírito de equipa.
RESPONSÁVEL DO NÚCLEO DE MARKETING
Como é trabalhar na TPF e que mensagem gostaria de deixar às nossas leitoras sobre esta efeméride? Trabalhar na TPF é um bom desafio. Gostaria de relembrar que as mulheres têm um perfil diferenciado e que a nossa capacidade de multi-tasking é uma mais-valia.
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FOTO: DIANA QUINTELA
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“Gostamos de ser um Exemplo para todas as Mulheres Empreendedoras” Ao longo desta longa entrevista, pode conhecer «pedacinhos» inspiradores de Rita Martins, Owner da RM Guest House e CFO da Remax Collection Lounge e de Paula Soares, Diretora Comercial também da Remax Collection Lounge. Podemos, desde já, desvendar que ambas são mulheres líderes, empreendedoras e, sobretudo, detentoras de uma atitude forte e determinada. Fruto destas características, nasce a história de sucesso que têm traçado até então. Conheça tudo.
Paula Soares (PS) - Sou uma comercial nata com mais de 25 anos de experiência comprovada no ramo imobiliário. Possuo competências difíceis de igualar no mercado nacional quer em termos de conhecimento técnico, skills de liderança e de negociação e perceção de mercado. Sou uma gestora de equipas de excelência que prima pela
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rimeiramente interessa-nos conhecer melhor a Rita Martins e a Paula Soares enquanto pessoas, mulheres e profissionais. O que nos podem contar sobre o v/ percurso? Rita Martins (RM) - Comecei desde cedo ligada à Banca como Gestora Private, sempre envolvida entre mercados financeiros e acompanhamento exclusivo de clientes. Com grandes ambições de liderar negócios próprios, rapidamente desenvolvi o meu negócio sendo hoje CEO da RM The Experiencie, motivada pela paixão de bem receber e na dialetica entre viagens e moda, fez vingar este projeto de construir uma Luxury Boutique Hotel em Setúbal ligada à moda. Por outro lado e dada a base profissional, a relação entre as empresas que tínhamos construído era inevitável, ocupando o lugar de CFO na Romeu Martins Arquitetos, arquitetura decoração e construção. Com ADN empresarial, novos desafios estão sempre na minha lista de ambições, assim surge um dos últimos desafios, e ao abrigo de um convite irrecusável, entro para o Grupo Lounge como Broker na Remax Collection Lounge do qual abracei com grande orgulho e com vontade de expandir a marca. Para mim, trabalho, negócios e fazer crescer o legado empresarial são os grandes motores de crescimento profissional e pessoal. Apesar das ambições profissionais é primordial existir uma boa organização e compromisso entre a vida familiar e profissional. O equilíbrio é muito importante.
RITA MARTINS E PAULA SOARES
“TEMOS UMA EQUIPA MUITO FORTE E BASTANTE CONHECEDORA DO MERCADO, COM ALGUNS ANOS DE EXPERIÊNCIA ACUMULADA. CONSEGUIMOS CONCILIAR MUITO BEM OS CONSULTORES MAIS VETERANOS E EXPERIENTES COM OS ROOKIES E O RESULTADO TEM SIDO UMA AGRADÁVEL SURPRESA” exigência, determinação, engajamento com o cliente, motivação e procura de novos negócios. Mas o que me distingue é a ligação imediata e automática que estabeleço com quem interage comigo, logo desde o primeiro momento e que perdura durante toda a relação pois possuo uma inteligência emocional muito acima da média que utilizo a favor do negócio procurando sempre situações de win-win.
A Remax Collection Lounge tem sido, ao longo dos tempos, um player de prestígio e reconhecimento. Assim, qual tem vindo a ser o elemento chave para esta notoriedade e cronologia de sucesso? RM e PS - Desde logo a qualidade dos nossos Consultores e Staff. Temos uma Equipa muito forte e bastante conhecedora do mercado, com alguns anos de experiência acumulada. Con-
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seguimos conciliar muito bem os consultores mais veteranos e experientes com os Rookies e o resultado tem sido uma agradável surpresa. O nosso Staff é outra pedra fundamental no nosso sucesso. É ele o suporte de toda a estrutura e quem permite aos Consultores dedicarem-se exclusivamente à atividade comercial. Temos uma Diretora Comercial/Sales Manager, que apoia toda a Equipa de Agentes de uma forma permanente e constante, uma Responsável pela Área Processual, que permite conjugar toda a Gestão Processual com o acesso ao Crédito por parte dos nossos clientes e por fim uma Coordenadora de Loja que é a nossa cara, é ela que faz a ponte entre todos os Departamentos, Master e Consultores. Faz todo o trabalho administrativo, logístico e organizacional. Os proprietários e compradores que em nós confiam para mediar, muitas vezes aquele que será o negócio mais importante, mais mediático e sentimental das suas vidas, também têm a sua quota parte de responsabilidade neste nosso percurso de sucesso, eles, juntamente com todas a outras marcas e lojas com quem diariamente partilhamos muitos dos nossos negócios. Outro elemento chave têm sido as sinergias criadas e aproveitadas com as outras lojas do Grupo RE/MAX Lounge, Grupo ao qual pertence a THE RE/MAX COLLECTION Lounge. Somos um Grupo com quatro lojas. Para além da COLLECTION, existe mais uma loja em Setúbal, outra em Alcochete e por fim no Montijo. Temos junto de nós cerca de 100 dos melhores Consultores/Agentes Imobiliários dos Concelhos em que atuamos, e isso gera imenso negócio e oportunidade de crescimento quer das lojas quer dos próprios Agentes, potenciando a rapidez com que é transacionado um imóvel que nos é entregue em regime de exclusividade pelos nossos clientes proprietários. Alavanca também de forma exponencial a capacidade de ajudar os nossos clientes compradores a encontrar o imóvel dos seus sonhos de forma célere e sem transtornos. “Last but not least”, a Marca. A Marca RE/MAX que nos apoia e suporta é uma vantagem muito grande. Trata-se de uma marca bastante conhecida dentro e fora de portas, uma Marca respeitada, credível e reconhecida como ser significado de sucesso e êxito garantido para os negócios dos nossos clientes. Num mundo em constante mudança, as empresas e organizações têm de adaptar os seus serviços às necessidades dos clientes – também elas em transformação diária. Neste sentido, o que se concretiza no seio da Remax Collection Lounge, para acompanhar a sociedade neste processo e, assim, diferenciá-la num mercado altamente competitivo? RM e PS - Tivemos de apostar fortemente na formação. Formação para contactar com as novas tecnologias que nos permitem estar ao lado dos nossos Clientes e Equipas, mas tam-
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bém para dotar os nossos Consultores e Staff de todas as ferramentas e processos necessários a denvolverem a sua atividade de forma concorrencial e lucrativa. A Formação é essencial e sem ela estagnamos e não crescemos enquanto profissionais e até mesmo como pessoas. Num mercado altamente competitivo em plena evolução, nada é estático, tudo flui, aquele que escolhe ficar parado, escolhe também regredir. Nós não queremos isso para nós. Estudámos o mercado e não o perdemos de vista. Elegemos um segmento de mercado muito atrativo, o segmento de luxo é o nosso core, não podemos ser tudo para todos. Optámos por nos dedicar a um nicho de mercado e ser especialista nele, em atender melhor que os outros, prestar um serviço de maior qualidade e de cinco estrelas, dedicarmos em exclusivo ao nosso cliente, ser mais que um Agente imobiliário e preencher uma
lacuna que existia e que nem todas as marcas estavam atentas. É melhor ser um peixe grande num lago pequeno, que ser um peixe pequeno num lago muito grande. Depois trata-se de repetir a fórmula que deu certo e cada vez mais rápido. O sucesso torna-se uma repetição de práticas simples, repetidas diariamente de forma disciplinada. Abordando um tema igualmente importante, o impacto da Covid-19 rapidamente se propagou a todos os setores de atividade, obrigando a uma rápida mudança de práticas. De que forma, a Remax Collection Lounge permaneceu vencedora nesta luta? Que impacto, a mesma, trouxe ao setor imobiliário? RM e PS - Efetivamente a Covid-19 obrigou a uma adaptação do negócio. A THE RE/MAX COLLECTION Lounge, nos últi-
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e ainda utilizar proteção de sapatos, máscara e gel. Enfim uma realidade que veio para ficar. A resiliência e o espírito empreendedor são características inatas. E a prova disso mesmo é ainda a criação da marca RM Guest House: inaugurada em 2016, tornou-se num dos alojamentos mais famosos de Setúbal, tendo ganho vários prémios internacionais. Qual o conceito que aqui emerge e que acentua a sua singularidade? RM - A RM Guest House é uma unidade de alojamento inovadora que combina moda, conforto e design. Prima pelo serviço de excelência prestado e pelos detalhes que se sentem desde a chegada até ao último minuto. Uma estadia na RM Guest House é uma experiência completa de sensações e momentos únicos.
FOTO: DIANA QUINTELA
O setor imobiliário e o ramo da hotelaria estão, direta ou indiretamente, interligados. Quão legítimo é afirmar que o sucesso da Remax Collection Lounge e do RM Guest House têm uma relação vincada com o conhecimento que possuem em ambas as áreas? RM - Ambas são áreas muito delicadas no que concerne à atenção ao detalhe e ao serviço personalizado. Quando um cliente procura uma casa, a exigência é alta e obriga a um acompanhamento grande por parte de qualquer vendedor. O mesmo acontece na RM Guest House, o hóspede RM vem com a sua expetativa elevada e o nosso maior objetivo é superar a mesma. A arte de bem receber é essencial tanto na hotelaria como no ramo imobiliário. Assim, conseguimos alcançar o sucesso nos dois ramos.
mos dois anos teve, tal como muitas das suas concorrentes, de se adaptar de forma rápida, inovadora e indo ao encontro das necessidades dos nossos clientes e do mercado em geral. Foi necessário fazer uso das novas tecnologias. Atualmente estes novos softwares permitem fazer reuniões, cara a cara, sem termos que sair de casa ou do escritório, mostrar um imóvel a uma pessoa que está no outro lado do mundo a partir do nosso escritório ou do imóvel angariado, partilhar e aceder a imóveis também eles localizados em zonas distantes das nossas, entre outros. Permitem também ao cliente estar na comodidade do seu lar e virtualmente fazer uma visita ao imóvel que lhe interessa. No setor imobiliário o impacto da Covid-19, não se fez sentir como se esperava inicialmente. No princípio existia muita dúvida e incerteza. Com o passar dos meses o mercado veio a revelar-se
estar maduro e ser de tal forma atrativo que a lei da oferta e procura continuou a funcionar e nós tivemos os nossos dois melhores anos de forma consecutiva. Existiram correções de preços, óbvio, numa fase inicial mas depois de norte a sul os preços, fruto da escassez da oferta gradualmente, foram subindo. Atualmente cremos que chegámos ao topo, ao pico dessa subida. Os preços estabilizaram, a margem de subida já não existe de forma tão acentuada como anteriormente. De agora em diante será continuar com os mesmo cuidados que mantivemos até aqui, quer em termos de proteção sanitária dos nossos Agentes como dos nossos Clientes. Utilizar todas a medidas de higiene e proteção pessoal sobejamente conhecidas, desinfetar os imóveis após as visitas, os que estão devolutos, nos outros não permitir o toque nos objetos, portas, entre outros,
Posto isto, é certo que a Rita Martins e a Paula Soares são ambas detentoras de uma força empreendedora, intensa e capaz de mover qualquer ideia pré-concebida de que a mulher não pode ser o que ela quiser – porque pode, efetivamente. Como verificam, atualmente, e tendo em conta a v/ experiência, a questão da igualdade de género e de oportunidades? RM - Acreditamos que ser mulher não é de todo um impedimento pra alcançar qualquer posicionamento. Felizmente caminhamos neste sentido e sentimos que cada vez mais a sociedade vê as mulheres tão capazes como os homens. É nisso que nos focamos todos os dias. Neste sentido, e numa altura em que ainda se debatem as diferenças de oportunidades, quão gratificante é poderem ocupar cargos de liderança e mostrar que o profissionalismo nada tem a ver com género? RM - Sendo que acreditamos na igualdade de género, não sentimos necessidade de provar o nosso profissionalismo enquanto mulher. No entanto, é com toda a certeza, muito gratificante o reconhecimento que temos tanto a nível pessoal como profissional. Gostamos de ser um
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exemplo para todas as mulheres empreendedoras. PS - Mais do que gratificante é edificante e é em várias vertentes: 1) em termos pessoais, já que pressupõe uma meritocracia eficaz, evidente e estruturante que abre novos horizontes, motiva, premeia e consolida o desempenho profissional em prol do desenvolvimento humano; 2) em termos da equipa, pois funciona como exemplo de boas práticas, de transparência, de progressão de carreira, de captação e desenvolvimento de novo talento e até de fomentar o pensamento aspiracional “fora da caixa”; e 3)
FOTO: DIANA QUINTELA
“A RM GUEST HOUSE VAI AUMENTAR, COM UMA MODALIDADE DE ALOJAMENTO DIFERENTE E ADAPTADA A FAMÍLIAS E LONGAS ESTADIAS. VAMOS TER TAMBÉM UM CARRO ELÉTRICO AMI, DISPONÍVEL PARA QUE OS HÓSPEDES O POSSAM ALUGAR E CONHECER A CIDADE”
socialmente, perante parceiros e clientes, até porque estas líderes são, por excelência, “embaixadoras”, são “modelos”, reveladoras e transportadoras do facho da nossa marca. O Dia Internacional da Mulher é comemorado, anualmente, a 8 de março. A data tem como objetivo recordar as conquistas das mulheres que, ao longo da história, lutam pelos seus direitos e contra o preconceito. Tendo duas poderosas vozes entre tantas outras mulheres, o que falta ainda conseguirmos para termos uma sociedade igualitária?
PS - Portugal é um país pequeno, tradicional e ainda muito conservador quando comparado com outros países europeus, por exemplo. Acresce a esta realidade que, usando a mesma comparação, Portugal tem poucas pessoas com rendimentos ou posses mais reduzidas, com menos oportunidades. Podemos acreditar que a sociedade portuguesa nada fica atrás de outras sociedades mais ricas, mais populosas, mais socialmente avançadas, mas não basta acreditar. É preciso ter atitude. Uma atitude atenta, alimentada, exigente, proativa, movida por altos valores de comunidade e tolerância mas também de compromisso e responsável. Todos nós somos movidos por estímulos e objetivos. Enquanto pessoas, mulheres e profissionais, o que as motiva diariamente para que, contra toda e qualquer adversidade, se cumpram todas as ambições? PS – O foco nas prioridades bem definidas, a resiliência partilhada para ultrapassar obstáculos, a inteligência emocional para perceber as necessidades do cliente, a sabedoria para encontrar o compromisso em criar valor. Precisamos de demostrar sempre a atitude mais eficaz para prestar um serviço que busca a excelência.
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FOTO: DIANA QUINTELA
PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
O que diriam a todas as mulheres que, tal como a Rita Martins e a Paula Soares, desejam trilhar um caminho de sucesso? PS - Fácil. Que essas mulheres pensem nas que hoje lideram nações como primeiras ministras ou chefes de estado em países como a Suécia, a Finlândia, Singapura, a Tunísia ou a Nova Zelândia. Nunca na história da humanidade tantas mulheres lideraram os destinos de países inteiros. O que separa estas mulheres? E, bem mais importante, o que as une? Por fim, como perspetivam os próximos meses da Remax Collection Lounge e do RM Guest House? Que novidades e projetos podemos esperar? RM - 2022 será um ano de novidades e crescimento. A RM Guest House vai aumentar, com uma modalidade de alojamento diferente e adaptada a famílias e longas estadias. Vamos ter também um carro elétrico Ami, disponível para que os hóspedes o possam alugar e conhecer a cidade. Procuramos estar sempre em constante inovação. Assim, o nosso pequeno-almoço servido na Padaria Portuguesa, terá disponível uma aplicação para que os hóspedes possam fazer o pedido no quarto ou onde lhes for mais conveniente. ▪
PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“Gostaria de um dia ser Lembrada como uma Pessoa que passou Fazendo o Bem” Carla Galrão, Mulher dos sete ofícios. É caso para dizer que a nossa interlocutora é uma hoje uma Líder em vários quadrantes e em áreas bastante díspares. Fomos conhecer mais desta Líder e Mulher e ficámos a conhecer aquilo que a move.
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CARLA GALRÃO
Carla Galrão desempenha, atualmente, diversas atividades: é Engenheira Zootécnica na Casa Galrão, Presidente da Junta de Freguesia e Presidente da Direção de uma Associação de Bombeiros Voluntários e da Direção de uma IPSS. Para começar, de que forma, áreas tão distintas, lhe despertam tamanho interesse? A minha entrada na política autárquica e no dirigismo associativo tem acontecido de forma natural e quase espontânea. É comum que a passagem pelo associativismo nos venha aproximar da vida autárquica, na medida em que, a entrega das pessoas às associações, demonstra a sua disponibilidade para o serviço publico, e, comigo tem sido assim. Sou uma cidadã disponível para cumprir com os meus deveres de participação na sociedade, com um grande envolvimento na vida autárquica e associativa local e uma enorme vontade de fazer por aqueles que todos os dias fazem por nós. Tanto a autarquia, quanto a IPSS e a Associação de Bombeiros Voluntários têm em comum o facto de fazerem parte das forças vivas da minha terra, a Malveira, e por isso a minha total entrega as estas causas. Sabemos que tem trabalhado, ao longo dos anos, como voluntária em várias organizações. Porquê o voluntariado? Em que medida, uma atividade onde se dá sem esperar nada em troca, preenche o seu coração? Poder servir de forma voluntária a comunidade a que pertenço, é um privilégio muito grande, que faço com muito empenho e com uma enorme força de vontade, procurando dar o meu melhor numa missão, muitas vezes, exigente, mas que também me permite uma aprendizagem continua pela constante interação com as pessoas, as instituições e as causas que as movem, o que muito contribui para a minha realização e o meu desenvolvimento pessoal e que, igualmente, muito me preenche enquanto cidadã e enquanto pessoa. Além disso, pertence à Casa Galrão há 25 anos. Quão gratificante é, em todas as vertentes – enquanto pessoa, mulher e profissional – integrar uma empresa com mais de 75 anos no mercado? Trabalhar numa empresa familiar que já vai na sua
PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
visão e empenho do seu fundador e das duas gerações da família que se lhe seguiram, pelo enorme trabalho que desenvolveram ao longo dos anos e que permitiu o crescimento da empresa, a inovação na produção e no comércio de produtos no ramo da agricultura e da criação de animais, a integração e adaptação às transformações do mercado, a consolidação da marca pela qualidade dos produtos fabricados e o consequente reconhecimento da empresa ao nível nacional e internacional.
terceira geração, não tem sido sempre fácil, no entanto, volvidos estes anos, tenho hoje a certeza de que a minha presença na Casa Galrão foi fundamental para ultrapassar um dos períodos mais difíceis da sua existência, o que é para mim muito gratificante enquanto pessoa, mulher e profissional e que também me tem merecido o reconhecimento de todos os que, igualmente, muito têm feito por esta empresa. A Casa Galrão fabrica e comercializa rações simples para aves (pássaros e pombos) e animais de grande porte (cavalos, bovinos, ovinos, suínos e roedores), no entanto, é nas rações para os pombos-correio que se diferencia. Sendo uma das empresas mais icónicas da Malveira, como nos pode descrever a evolução da mesma até aos dias de hoje? Quando foi fundada, a Casa Galrão tinha como atividade principal o comercio de sementes, adubos e agroquímicos. Uns anos mais tarde, esta empresa depara-se com a necessidade de adaptar a oferta de mercadoria à evolução do mercado e a uma nova realidade na procura por parte dos clientes e consumidores, o que
levou a que tivesse de expandir a sua atividade, neste caso, para a produção e comércio de acessórios e rações para animais. Desde então, é nas rações para os pombos-correio que a marca “Galrão“ se distingue no mercado nacional e internacional, principalmente, num dos lotes das várias misturas de sementes criadas por António Luís Galrão, já falecido, filho do fundador da casa e pessoa muito reconhecida no mundo da columbofilia. Foi ele quem criou a primeira ração para pombos-correio no país, uma mistura de sementes que cedo teve sucesso no setor e que ainda hoje consegue manter a sua exclusividade. A pedra basilar da Casa Galrão é o bom nome criado pelas gerações da família que a fundou. Podemos afirmar que a coesão familiar, aliada à inovação, são fatores determinantes no reconhecimento da marca? De que forma tem vindo a desenvolver e a inovar os produtos ao longo dos tempos, adequando-os às transformações do mercado? O bom nome da Casa e o reconhecimento da marca “Galrão” deve-se, fundamentalmente, à
Como já mencionado, a Carla Galrão é Engenheira Zootécnica desta empresa, tendo, por isso, um papel importante na atividade da mesma. Neste sentido, quais têm vindo a ser as suas grandes prioridades? As minhas principais prioridades enquanto profissional com formação na área da produção agropecuária, colaboradora da empresa e membro da família, é, sem dúvida, a manutenção do bom nome criado pelos que me antecederam e, para tal, procuro contribuir com o meu trabalho, estando diariamente ao lado dos que continuam a fazer pela estabilidade desta empresa. Ciente de que não se avizinham tempos fáceis, penso que a exigência de uma gestão adequada ao momento e às circunstâncias da atualidade e um cada vez maior controle na qualidade dos produtos comercializados e dos serviços prestados aos clientes, será o caminho para a continuação do sucesso desta casa. Sendo uma mulher com um espírito dinâmico elevado, com certeza terá ainda desejos por concretizar. O que é que falta ainda alcançar? Qual a marca que gostaria de deixar em todas as vertentes que têm a sorte de a abranger? Neste momento, o que eu gostava e não estou a conseguir, era ter tempo para continuar a minha vida académica, uma vez que considero que o conhecimento é algo que, na nossa vida, nunca está terminado. Há sempre algo mais a alcançar, assim haja vontade e nos surjam oportunidades. Na empresa, na IPSS, nos Bombeiros Voluntários e na Junta de Freguesia, gostaria de um dia ser lembrada como uma pessoa que passou fazendo o bem, marcando de forma positiva a vida destas entidades e das pessoas com quem nelas me cruzei. ▪
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PONTOS DE VISTA ANIVERSÁRIO BDR – 15 ANOS
Marcas com Propósito 15 anos de paixão. 15 anos de sucesso. 15 anos a tentar ser sempre melhor. Este é o desígnio da BDR e quem melhor que Bárbara Magalhães, Diretora Comercial da marca, para nos dar a conhecer um pouco mais de uma entidade que diariamente se supera em prol das Pessoas.
BÁRBARA MAGALHÃES
D
iria que o propósito deve ser, cada vez mais, o propósito das marcas? Acreditamos que comunicar o propósito passou a ser uma missão do marketing nas marcas. O Propósito é algo genuíno, a essência de uma marca, uma característica de dentro para fora. E começa nas Pessoas. Porque os negócios e relações são de Pessoas para Pessoas. E o papel que cada marca tem para o seu setor em particular e sociedade em geral, é demasiado importante para ser negligenciado. Este ponto sempre foi o mais importante nas estratégias de marketing das marcas e tem evoluído com o tempo, face a mudanças internas e externas, e sem dúvida, acelerado com a pandemia do Covid-19. Não nos podemos esquecer que as marcas são verdadeiras influenciadoras de comportamentos na sociedade e catalisadoras de mudanças! Recordamos uma frase do Henry Ford: “Um negócio que não produz nada além de dinheiro, é um negócio pobre”. Sendo a área de negócio da BDR as bandeiras e os mastros, qual é o propósito da marca? Nós acreditamos que todas as marcas devem ter a oportunidade de comunicar. É por isso o nosso Propósito servir o mercado com
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soluções de comunicação sustentáveis, que agreguem valor ao cliente e à sociedade. E ao mesmo tempo, sejam acessíveis a todos, aliando a nossa capacidade de adaptação às necessidades de cada cliente, para que também eles possam transmitir o seu propósito, em qualquer circunstância. Para crescer algum dia fomos pequenos… e juntos vamos mais longe! Onde/Em que o materializam para benefício da comunidade? Porque fazer, faz a diferença, temos uma presença ativa no apoio a entidades e iniciativas sociais, como os “Paramédicos de Catástrofe Internacional”, “Coração na Rua”, “Artistas Pintores com a Boca e o Pé”, “Quercus”, entre outras. Além disso somos aderentes ao “Portugal Sou Eu”, desde o tempo em que era o “Compro o que é Nosso”. Como empresa 100% portuguesa e orgulhosa do nosso país, o principal motivo foi também o de puder contribuir para a dinamização e divulgação do programa, ajudando a defender o que de melhor se promove em Portugal e a consciencializar os Portugueses que o que é “Nacional é Bom e recomenda-se”. Considero que os portugueses estão mais sensibi-
lizados para comprar produtos portugueses, unidos pela consciência que essa escolha fará o país progredir. O que fazemos, a comunicação que temos, são também uma forma de inspirar e demonstrar a importância que todos podem ter para melhorar a sociedade em que vivemos. Naturalmente não se pode pensar que os produtos passaram para segundo plano. Afinal são também eles um veículo de mensagens para a sociedade e é preciso honrar a relação de confiança com o cliente. Podemos afirmar que somos uma empresa orgulhosa por conseguir reunir todas as condições necessárias para baixar os preços das nossas bandeiras, o nosso produto “core” e o mais vendido. E não, não foi uma jogada comercial. Foi algo que vem sido trabalho e com os desafios que a pandemia trouxe para as marcas, decidimos que era o timing perfeito para o fazer, ajudando assim as empresas e não deixar de comunicar, com custos mais baixos e continuarem assim as marcas continuassem também elas na luta pelo seu propósito. Como usa a empresa esse propósito a seu favor? Estando atentos às necessidades dos nossos clientes e da sociedade. Antes do propósito da marca, deve vir o propósito das Pessoas. Porque o que nos nutre realmente como marca são as relações. Esta é a nossa forma de estar no mercado. Privilegiamos materiais certificados, leves e mais resistentes, que exigem meios de transporte mais pequenos e com diversas aplicações. Desta forma não só contribuímos para reduzir custos de transporte e aplicação em muitas situações, como de forma indireta estamos a contribuir para menos emissão de CO2. Além disso, são também resistentes e menos sujeitos a ficarem danificados, logo podem ser utilizados várias vezes. No final do seu tempo útil de vida, podem ser reciclados. Sabia que o tecido bandeira não é composto por plástico? Como se distinguem da concorrência? Somos uma empresa que sonha, que pensa nos desafios que os clientes enfrentam diariamente e em como os apoiar, com imensos motivos de orgu-
PONTOS DE VISTA ANIVERSÁRIO BDR – 15 ANOS
BDR – 15 ANOS
lho, movida pelos valores que formam cada momento destes 13 anos de história. O que melhor nos define? Sem dúvida, a nossa essência. Não somos uma marca de “modas”. Sempre fomos uma marca humana, de afetos e relações. Somos uma marca simples e genuína, em evolução, com valores próprios, sentimentos e atitudes, no que faz, comunica e defende. Que arregaça as mangas lado a lado com os seus clientes, sempre pronta a superar os desafios que são propostos. Valorizamos a proximidade com todos os nossos clientes, diariamente. E uma reputação sólida é inspirada por um propósito sentido e enraizado. Num setor em que todos parecem “iguais ou muito idênticos”, é preciso primar pela diferença. E ao mesmo tempo, transmitir os valores que nos caracterizam e identificam no mercado, desde o início. Há em nós uma vontade incansável de fazer melhor, ir mais longe, almejar a perfeição, surpreender e deixar a nossa marca onde passamos. O consumidor valoriza as marcas que assumem causas? São vários os estudos que demonstram que no momento de optar por determinada empresa ou produto, é frequente terem esse fator em consideração, especialmente com públicos mais jovens. Mas é uma tendência que tende a ser generalizada. O mundo mudou e o consumidor também, onde valoriza cada vez mais marcas que apoiam causas e que assumem um cuidado para com a sociedade. O preço continua a ser um fator importante, mas já não é tão determinante, pois o lado mais emocional, mais humano e de responsabilidade social tem assumido, cada vez mais, um peso decisivo. É preciso recordar que atualmente as marcas “falam” para um público cada vez mais exigen-
te, evoluído e mais informado. E ao mesmo tempo, um público que distingue com facilidade o que é verdadeiro daquilo que não é. Acredita que vai recompensar as marcas que disseram “presente” neste momento da vida do País? Claramente. Gerir marcas em alturas de crise não é fácil, existem vários fatores a ter em conta, sendo o maior construir ou reforçar relações com um propósito muito claro. Mas todas as marcas que lutaram e se colocaram ao lado dos seus clientes, ganharam não só credibilidade, como conquistaram a sua confiança ou reforçaram-na. E com isso uma relação mais forte. Porque, mais do que vender, está a ser o momento ideal para as marcas nutrirem e reforçarem relações. A forma como as marcas se comportam em tempos de crise, será mais facilmente lembrado por parte do consumidor, para o bem e para o mal. As relações que durante esta fase crítica forem criadas entre marcas e cliente serão relações mais fortes e só assim se conseguem marcas fortes e sustentáveis, que superam desafios, juntamente com os seus clientes. As marcas vão ter de mudar alguma coisa, depois da pandemia? Adaptação contínua e reinventar. Motivado pela mudança de comportamentos e pela aceleração que está a acontecer nos meios digitais. É tempo de eliminar da equação uma postura mais comercial, e mais do que nunca, adaptar as suas estratégias de marketing para dialogar e criar relações com os seus clientes. Aqui, as empresas têm a oportunidade de encontrar uma fusão perfeita entre os seus objetivos e necessidades sociais e atrair o seu público para os impactar de uma forma positiva. Claro, sempre com coerência e consistência. ▪
A BDR – Bandeiras e Mastros completa 15 anos de atuação no mercado das bandeiras, mastros e outros suportes publicitários, período de atuação bastante expressivo, especialmente tendo em conta a volatilidade do mercado português. Mas qual o segredo para esse sucesso? São 15 anos de trabalho duro. Vocação, formação de qualidade e amor pela profissão são requisitos essenciais de colaboradores de qualquer equipa que procura bons resultados, mas não bastam por si só. É necessário comprometimento com as atividades desenvolvidas, o que implica muito trabalho. São 15 anos de aprendizagem. Humildade é uma característica fundamental para empresas e pessoas que desejam crescer, por isso, muito mais que frustrar, na BDR-Bandeiras e Mastros os percalços são encarados como importantes oportunidades de aprendizagem, contribuindo para elevar ainda mais a qualidade dos serviços prestados. São 15 anos de transformações. Manter-se atualizado é um requisito para empresas que desejam prosperar no mercado contemporâneo, marcado por profundas e constantes alterações. Assim, a BDR-Bandeiras e Mastros procura sempre antecipar mudanças e tendências para estar na vanguarda e fornecer soluções otimizadas aos clientes. São 15 anos de relações. A comunicação com clareza e a honestidade com todos os seus clientes e fornecedores são as principais características da atuação da BDR-Bandeiras e Mastros, tendo como resultado relações verdadeiras que fortalecem os negócios. Afinal toda empresa é feita por pessoas e destina-se para pessoas. O resultado disso tudo são 15 anos de atuação bem-sucedida no mercado, com um portefólio de serviços bastante variado e clientes de diferentes portes e ramos de atuação extremamente satisfeitos com a parceria estabelecida. Que venham outros tantos anos de atuação assentes nos mesmos princípios de comprometimento, com resultados e ética, para que possamos continuar juntos. Muito obrigado por fazer parte de nossa história!
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PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
“Trabalhar o Corpo e a Mente é fundamental para um Bem-Estar e uma Consciência Social Colaborativa e Genuína” Rita Carvalho Marques é responsável pela área de Happiness, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, e ainda pelo departamento global de Marketing da Milestone Consulting. Acima disso, está aquilo que mais a orgulha: ser terapeuta e consequentemente, uma fonte de inspiração para quem a rodeia. Contou à Revista Pontos de Vista o quão gratificante é ser uma Mulher tão nobre e ainda de que forma os desafios lhe alimentam a alma. Desfrute.
A
visão com que a Rita Carvalho Marques encara o mundo profissional e pessoal, e tudo o que a rodeia, é muito nobre. Interessa-nos, portanto, conhecê-la melhor. Quem é enquanto pessoa, mulher e profissional? Com uma infância pautada pelas influências Africanas e Brasileiras, vivi entre o samba e o fado. Foi com o romantismo de Sintra e a agitação de Lisboa que passei a minha adolescência. Estudei Design Industrial no IADE e fiz uma breve passagem pelo Porto para uma pós-graduação em Joalharia. A minha vida profissional passou por anos a trabalhar na área comercial. A observação dos comportamentos humanos juntamente com alguns apoios académicos que tive fizeram-me caminhar até ao Marketing onde aprendi a promover marcas, ideias, conceitos fora e dentro de portas. O meu percurso até à gestão da felicidade dentro das organizações foi muito natural. Aprofundei o meu conhecimento em áreas mais comportamentais e percebi como podemos fazer com que as pessoas trabalhem o seu desenvolvimento pessoal e com isso se sintam mais felizes no trabalho e na sua vida. É sem dúvida um papel desafiante, mas que me faz, nos dias de hoje e na sociedade que vivemos, todo o sentido. Estudei constelações familiares e leitura de aura. Hoje também sou terapeuta e o meu trabalho não se vai esgotar. Trabalhar o corpo e a mente é fundamental para um bem-estar e uma consciência social, colaborativa e genuína. Os caminhos entrelaçam-se e a vida mostrou-me como tudo está ligado. É assim que eu trabalho e é assim que quero ser vista nesta vida. O futuro constrói-se diariamente tal como a felicidade. Empreendedora e terapeuta nata, são características que a definem. Neste sentido, quais são os maiores obstáculos que encara diariamente? De que forma os ultrapassa? Os desafios é que me alimentam a alma. Por isso, encaro-os sempre com grande positivi-
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dade. Ajudar os outros no seu crescimento e autoconhecimento é muito gratificante. Criar uma cultura de felicidade, humanismo, amizade e colaboração na empresa também me enche o coração. Assim, acredito que qualquer desafio ou obstáculo é claramente ultrapassado.
RITA CARVALHO MARQUES
“ATUALMENTE ACUMULO DOIS GRANDES DESAFIOS NA MILESTONE. SOU RESPONSÁVEL PELA ÁREA DE HAPPINESS, SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL E TAMBÉM PELA ÁREA DE MARKETING"
Um dos seus propósitos é ter sempre uma palavra justa e amiga para ajudar os demais, usando a capacidade de concretização, humanidade e disponibilidade. O que a inspira e motiva a ser este ser humano? Sempre fui assim. Apesar de tudo o que vivemos atualmente, eu ainda tenho esperança no ser humano. Existem três grandes virtudes fundamentais na nossa vida: a paciência (para lidar com as diferenças), a prudência (nos nossos atos e julgamentos) e a persistência (para compreender que, no que diz respeito ao amor, muitas vezes é preciso bater várias vezes numa mesma porta). Com as minhas terapias, o que proponho é exatamente ajudar as pessoas a tomar consciência das suas forças e aprenderem a lidarem com as suas fraquezas. As constelações familiares, por exemplo, permitem-nos olhar para as memórias que atuam por de trás dos nossos comportamentos e restaurar a harmonia connosco e com as nossas relações. Ao mesmo tempo mostra-nos caminhos de autonomia, paz e bem-estar interior. Desenvolvi uma metodologia a que lhe chamei a Terapia dos 3C´s: CORAGEM, CONEXÃO e CRIAÇÃO. CORAGEM para olharmos de frente para nós, para os nossos e para os nossos desafios. CONEXÃO para nos ligarmos à terra, à nossa ancestralidade e a nós mesmos. CRIAÇÃO, o nosso propósito de vida, da nossa razão de viver sem preconceitos, sem medos. A partir daí, não é dúvida que muitos bloqueios seriam disseminados, muitas das nossas ansiedades, dificuldades... Olhamos a vida com muito mais certezas, compaixão, paz e alegria. Felicidade é estarmos juntos, sabermos ouvir, sabermos dar e sabermos partilhar. Acredito que quanto
PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
mais damos com o coração, mais recebemos de volta. A vida é muito simples, nós é que a complicamos. A Milestone Consulting conta com mais de dez anos de história, dos quais nove a Rita Carvalho Marques fez parte. Esta é uma empresa de referência nas mais diversas áreas de atividade, gestão e acima de tudo, na vida dos clientes. Assim, qual o balanço que faz do seu papel no seio da marca ao longo de todos estes anos? Acompanhar o crescimento da Milestone tem sido muito gratificante. Pertencermos a uma empresa que está alinhada com os nossos valores pessoais torna o trabalho do dia a dia extremamente prazeroso. O balanço que faço é muito positivo. Quando cheguei à Milestone éramos cerca de 40 e hoje somos mais de 140. Desenvolvi, no seio da empresa, uma imagem com um estilo muito próprio, para o qual dei o meu contributo na aposta por trilharmos novos caminhos e soluções originais. Acompanhei a evolução de muitos dos nossos colaboradores desde o seu primeiro dia na Milestone e estive orgulhosamente presente em todas as experiências vividas ao longo deste anos. Atualmente contamos com um grupo bastante heterogéneo de pessoas que se une pelo sentido de equipa e de transparência que nos pauta. Sabemos que as especialidades da Rita Carvalho Marques são o bem-estar das pessoas, criação de oportunidades, consciência colaborativa e social, entre outras. De que forma estas particularidades têm vindo a aportar valor para o sucesso e distinção da empresa no mercado? Atualmente acumulo dois grandes desafios na Milestone. Sou responsável pela área de Happiness, Sustentabilidade e Responsabilidade Social e também pela área de Marketing. Trabalhar a cultura, a comunidade e alinhar tudo isso com as ofertas da empresa é sem dúvida um grande desafio. A implementação de processos internos que simplificam a vida dos colabora-
dores e a comunicação interna da cultura, que é um dos fatores que mais nos diferencia no mercado, tem sido uma parte do trabalho que tenho vindo a construir dentro da Milestone. A comunicação sempre foi amplamente utilizada para divulgar o dia a dia da empresa. É muito importante que se viva a cultura da empresa não só internamente, mas que a partilhemos com o mercado e com o mundo. A nossa forma de trabalhar é reconhecida pelos nossos clientes que cada vez mais nos referenciam. Temos uma taxa de retenção muito elevada tanto no que se refere tanto a clientes como à nossa equipa. Esse sentimento de comunidade, de entreajuda e de bem-estar corporativo é o resultado do meu trabalho alinhado com toda a equipa da Milestone. Enquanto Happiness Manager, garante que a sua missão é elevar a equipa a melhores profissionais através da felicidade, implementando estratégias de comunicação interna e a construção de uma cultura organizacional que vise uma experiência feliz. Porquê a criação deste conceito? O que mais nos pode confidenciar acerca daquela que é a sua missão no seio da marca, e na vida? A felicidade é um conceito que todos procuramos, sem exceção. Também no contexto empresarial esta é uma realidade que deve ser tida em conta. As alterações a nível mundial trazidas pela pandemia, repercutiram-se de um modo muito particular nas empresas e em toda a sua organização, e acredito que não vamos ficar por aqui. Foram mudanças conceptuais. Hoje olhamos para o trabalho de forma completamente diferente. As novas gerações já o viam e nós (grande parte da população ativa) tivemos que acertar o olhar e o pensamento. O Happiness Manager é o responsável por supervisionar e monitorizar o grau de satisfação ou felicidade dos colaboradores de uma empresa. É também o profissional dedicado exclusivamente à pesquisa e implementação de ações que permitam aumentar o nível de felicidade, o bem-estar e a satisfação
“AS MULHERES SÃO AS GRANDES EDUCADORAS DA HUMANIDADE E ISSO É DE FACTO UMA GRANDE RESPONSABILIDADE. POR ESSA RAZÃO É TÃO IMPORTANTE QUE POSSAMOS VIVER ALINHADAS COM A NOSSA ESSÊNCIA, VOLTANDO A RECONHECER O NOSSO REAL VALOR E PODER” dos colaboradores. Os estudos dizem que os trabalhadores felizes faltam menos 36%, têm menos 45% de vontade de mudar de empresa e sentem-se 9% mais produtivos, segundo o estudo “Happiness Works 2021”. É por isso, fundamental no mundo global de hoje que as empresas tenham uma pessoa alinhada com o board para a implementação de processos e iniciativas que têm como objetivo proporcionar uma experiência feliz para os seus colaboradores. Quando o nosso propósito se alinha com o que é a nossa função dentro de uma organização, fica tudo muito fácil. Esse é o meu trabalho todos os dias. A Rita Carvalho Marques é, sem dúvida, uma fonte de alento para todos os que têm a sorte de cruzar o seu caminho. Para terminar, e de forma a celebrar a efeméride do Dia Internacional da Mulher, que mensagem lhe apraz deixar a todas as que sonham ter uma intenção tão grata como a sua? O facto de sermos mulheres é uma benção. Temos uma grande missão neste mundo. Honrar a nossa linhagem, os nossos ancestrais, a Mãe Terra e aprofundarmos o nosso conhecimento sobre o nosso corpo, os nossos ciclos, as nossas emoções, espiritualidade é fundamental para uma pacificação interna. As mulheres são as grandes educadoras da humanidade e isso é de facto uma grande responsabilidade. Por essa razão é tão importante que possamos viver alinhadas com a nossa essência, voltando a reconhecer o nosso real valor e poder. Essa é a mensagem que deixo a todas as mulheres. A humanidade precisa de nós para desenvolvermos uma comunidade mais equilibrada, unida e harmoniosa. A vida é verdadeiramente simples se alinharmos o nosso propósito como mulheres com o nosso propósito de vida. ▪
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PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Na Casa do Sorrio “vive-se a calma que nos acalma”
PAULA ABREU
Paula Abreu iniciou a sua jornada profissional enquanto Diretora de Recursos Humanos na Sonae. Após 27 anos a abraçar a liderança de inúmeras equipas e a retirar o máximo potencial das pessoas que as incorporavam, decidiu dedicar-se a um projeto pessoal assente na gastronomia, no contacto com a natureza e no convívio. Assim nasce o conceito Casa do Sorrio, um projeto que se propõe a desenvolver experiências únicas, exclusivas e com a máxima de saborear o tempo e, sobretudo, celebrar a vida.
A
nossa entrevistada é detentora de um espírito livre, empreendedor e genuíno. Mas mais do que isso, é dona de um exemplo que hoje, mais do que nunca, se pode e deve afirmar com o orgulho e com a convicção que lhe é merecida: se, atualmente, muito se fala de que a liderança ainda é uma questão de género, Paula Abreu, no auge da sua experiência e profissionalismo, demonstra que este “modelo” de vida apenas tem a ver com o mérito do seu ocupante. É apaixonada por pessoas, mas a área dos Recursos Humanos não era, contudo, um caminho óbvio. Mas a vida presenteou-a com o mesmo e de forma cada vez mais convicta acreditou que seria o ideal para si. Durante quase três décadas dedicou-se à Sonae - uma empresa líder de mercado e uma referência em políticas e práticas de Recursos Humanos - e ao cargo que lhe foi confiado, de-
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monstrando ser uma líder humana, entusiasta, conciliadora, decidida e corajosa. Para si, os líderes e as suas equipas, têm de ser capazes de construir espaços de confiança mútua, abertos ao diálogo para que, no fim, se desperte o melhor de cada um. Por isso mesmo, e por lhe ser natural, sempre praticou uma liderança próxima e autêntica, criando laços duradouros que ainda hoje se veem vincados. “27 anos é muito tempo. Muitas vezes me perguntaram como é que conseguia estar tantos anos na mesma empresa. A Sonae é uma empresa muito dinâmica, com grande crescimento e que proporciona o desenvolvimento individual. Mas o principal motivo era porque, de facto, gostava do que fazia. Sempre me revi no ADN e na cultura da organização”, garante Paula Abreu. Certo é, enquanto pessoa, mulher e profissional, detentora de uma experiência rica e sólida,
foi desenvolvendo características e traços que a impulsionaram a seguir um caminho seu e que tanto condiz com a sua personalidade: Paula Abreu, é muito mais do que uma profissional resiliente. Adora viajar, cozinhar, caminhar à beira-mar ou na montanha, conhecer novas trilhas, estar com a família e os amigos e ser o elo de ligação para os (muitos) convívios que, com todo o gosto, organiza. Assim nasce a Casa do Sorrio. PROJETO CASA DO SORRIO Viana do Castelo foi, desde sempre, uma das regiões de eleição para Paula Abreu. Não tendo nenhuma raíz nesta cidade, começou por passar períodos de férias na mesma, de forma a abrandar a alma da agitação do Porto. A paixão pela cidade foi aumentando, acabando, assim, por comprar o seu “refúgio” onde agora nasce a Casa do Sorrio. A Casa do Sorrio está, desta forma, localizada
PONTOS DE VISTA DIA INTERNACIONAL DA MULHER
em Viana do Castelo, na cidade atlântica mais ao Norte de Portugal, situando-se a cerca de 30 minutos do aeroporto internacional do Porto. A casa começou por se tratar apenas de um local de encontros com familiares e amigos - tal como Paula Abreu tanto aprecia - porém, vários aspetos adjacentes à vida abriram os seus horizontes, como a própria explica: “há quatro anos fui desafiada por uma plataforma digital a oferecer uma experiência gastronómica de show-cooking destinada a turistas estrangeiros. Adorei, foi único. Quando fiz 50 anos decidi fazer o meu primeiro caminho de Santiago de Compostela tendo sido este um momento de grande reflexão e introspeção. No mesmo ano estive um mês nos Estado Unidos, viagem que se revelou muito marcante e transformadora. Por fim, a pandemia, que fez com que, finalmente, descesse do salto alto, deixasse as reuniões e os ambientes de alta pressão e passasse a ser promotora de atividades que visam um estilo de vida mais tranquilo”. No que consiste então, a Casa do Sorrio? É um projeto que se propõe desenvolver experiências únicas e totalmente customizadas para quem as procura, assentes em três pilares: O Taste the Flavours, constituída por atividades gastronómicas, ricas em partilha e dinâmica, como show-cooking (workshop, cooking class, team challenge, entre outros); O Taste the Walks, que são experiências de outdoor pelo litoral ou na montanha, onde se pretende caminhar ao ritmo que o grupo entende ser o mais adequado, aproveitando os sons, as cores e os cheiros da natureza. O percurso é a combinar previamente - com ou sem piquenique; Por fim, o Taste de Stayings, que ainda está em fase de
desenvolvimento mas que terá como base um alojamento local e, assim, tornar a Casa do Sorrio numa experiência mais completa. A abertura desta componente está perspetivada para o fim do ano. Brevemente será, ainda, lançado um canal de Youtube, onde sairá um vídeo por mês, visando o total conhecimento do que melhor se faz na Casa do Sorrio. PROGRAMA FIND | DEVELOPED BY NATURE Apesar de hoje, Paula Abreu, ter um estilo de vida mais calmo, não esquece (nem quer esquecer) a paixão pela área dos Recursos Humanos. Se há ensinamento que, felizmente, levará para o resto da sua vida, é o facto de compreender que a escassez de talento em áreas críticas, imprime nas empresas a necessidade de desenvolver práticas e culturas organizacionais cada vez mais capazes de atrair, desenvolver e reter talento, para fazer face à nova realidade do universo do trabalho. Para a nossa interlocutora, o modelo “One size fits all” tem de ser substituído por “tailor made” quando se fala de práticas de gestão de pessoas, e os habituais ciclos de gestão de talento têm de ser transformados em ciclos de gestão de employee experience, para que os colaboradores possam ter a melhor experiência possível. É com esta abordagem que nasce o programa de formação FIND | Developed by Nature, em parceria com Inês Neto, Managing Partner da marca We Change. Este programa foi desenhado para oferecer uma solução integrada que se constitua como diferenciadora no processo de desenvolvimento de colaboradores de elevado potencial, prometendo ser uma experiência en-
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"Temos grandes exemplos de empresas que estão fortemente empenhadas nesta mudança, e que devem inspirar todos, homens e mulheres, nas suas Comunidades, a desafiar, a questionar e a garantir que trabalhamos todos os dias num mundo mais justo e equitativo, do qual todos nos orgulhamos e queremos fazer parte” riquecedora, dinâmica e imersiva, com momentos de reflexão, partilha e aprendizagem. É um programa presencial, cuja primeira edição foi desenvolvida no passado ano, em Viana do Castelo, na Casa do Sorrio. São cinco dias de autoconhecimento, crescimento e diversão garantida, num ambiente genuíno, ligado à natureza (claro está) e ao despertar de todos os sentidos. De momento
@casadosorrio
estão abertas as inscrições para a edição que se irá realizar este ano. A MISSÃO E A ESSÊNCIA DA CASA DO SORRIO “Aqui o sol orienta o dia e a lua conforta a noite. Vive-se o tempo sem pensar no tempo. O dia sem pensar na noite. Vive-se a calma que nos acalma. Recupera-se a vida pelo sabor de viver”. Podemos encontrar este poema quando vi-
Casa do Sorrio
www.casadosorrio.pt
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sitamos a página da Casa do Sorrio e que tudo reflete sobre a missão que, diariamente, se pretende transmitir neste refúgio. “As pessoas, quando entram no jardim da casa, dizem que, efetivamente, se sente outra energia e eu penso que é mesmo isso que transmite. Quero que o estilo de vida aqui seja calmo e tranquilo, que não se dê conta das horas a passar. Mesmo nos desafios gastronómicos tudo é feito de forma muito serena”, garante Paula Abreu. É legítimo comprovar que, nesta casa, é à moda antiga: os encontros fazem-se à mesa e no jardim, entre sabores, caminhadas e conversas. São feitos de alma, calma e coração. DIA INTERNACIONAL DA MULHER Em conversa com Paula Abreu, não poderíamos deixar de mencionar um dos temas que muito lhe diz respeito (não fosse detentora de uma liderança feminina e de sucesso), que é o Dia Internacional da Mulher e todas as questões que estão por detrás do mesmo, como a igualdade de género e de oportunidades. Nesta matéria, a Fundadora da Casa do Sorrio, afirma ter evoluído ao longo dos anos. “Pessoalmente não senti qualquer preconceito ou tratamento diferenciado por ser mulher, mas, na minha experiência profissional, sempre achei que estávamos atentos a este tema, e abertos à diversidade, ou seja, eu acredito de forma veemente
que as organizações têm de implementar políticas e práticas que promovam a liberdade e a igualdade de oportunidades, a todos os níveis, começando pelo exemplo que deve vir do topo”, explica. Assim, embora nunca tenha sentido, a título pessoal, discriminação, a nossa interlocutora manifesta que ainda há um longo caminho a percorrer e que, aqui, as empresas terão de assumir um papel fundamental no mindset e na sua transformação. Na perspetiva de Paula Abreu, Portugal está no bom caminho no que concerne a estes domínios. “Temos grandes exemplos de empresas que estão fortemente empenhadas nesta mudança, e que devem inspirar todos, homens e mulheres, nas suas Comunidades, a desafiar, a questionar e a garantir que trabalhamos todos os dias num mundo mais justo e equitativo, do qual todos nos orgulhamos e queremos fazer parte. Mas é preciso fazer mais. Celebrar o Dia internacional da mulher é mais uma forma de nos relembrarmos disso. E é por isso, que sempre que possível, promovemos iniciativas que visam a diversidade e inclusão, pretendemos ser um espaço aberto à discussão e à partilha”, aponta Paula Abreu A própria, acredita que a paixão pela Vida e pelas Pessoas, o respeito pelos outros, a procura de consensos e a coragem de fazer sem ter medo de errar são os condimentos de que necessita para se sentir realizada e sobretudo feliz. ▪
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UMA SOLUÇÃO PARA TUDO. TENHO UMA IMENSA DIFICULDADE EM ACREDITAR QUE HÁ NEGÓCIOS IMPOSSÍVEIS. PORTANTO, NUNCA DESISTO”
FOTO: DIANA QUINTELA
BEATRIZ MARTINS
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“Ser Mulher implica ter que provar de uma forma mais Consistente e Esforçada o nosso Valor” A 8 de março celebra-se mais um Dia Internacional da Mulher, e numa altura em que os Direitos da Mulher parecem ter mais relevância do que nunca, a Revista Pontos de Vista conversou com Beatriz Martins, Fundadora da BM Home. Confidenciou-nos de que forma veio ao longo dos últimos anos a conquistar o seu espaço, fruto do seu valor, sem nunca descurar da sua missão de vida: ser mãe.
BM HOME: UMA MARCA DIFERENCIADA Ao deparar-se com uma realidade de que ao processo de compra de casa estão ligados também fatores emocionais, em momento algum a interlocutora quis descurar de aspetos como a imagem cuidada das propriedades. Precisamente por esse motivo, Beatriz Martins decidiu apresentar uma
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“QUANDO SE FALA DE IGUALDADE, TENHO CONSCIÊNCIA QUE É PRECISO UMA MELHORIA DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES. PORQUE O FACTO DE SER MULHER, TEM CARACTERÍSTICAS QUE SÃO MARAVILHOSAS” proposta diferente e com valor acrescentado aos seus clientes. A BM Home prima pela qualidade das fotografias. “Para mim, independentemente do valor da casa, é importante uma boa fotografia para quem vende e para quem compra, porque estamos a vender um sonho. Quero manter uma linha que acho realmente que é diferente, é verdade e qualidade.
O meu objetivo é dar o meu melhor naquilo que eu faço”, garante Beatriz Martins. Apesar de este ser um mercado saturado, é possível e bem fácil distinguir a BM Home das restantes marcas do setor imobiliário, isto porque, prima também pelo conceito “chave na mão”. A empreendedora sustenta que “o conceito de chave na mão, é uma visão integral daquilo que o cliente precisa,
FOTO: DIANA QUINTELA
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ossuidora de uma personalidade forte, uma inigualável dedicação e foco, foi pelas mãos de Beatriz Martins, que há três anos a BM Home começou a ser pensada, tendo vindo a conceber-se há dois, em plena pandemia. Esta é uma marca que reúne conceitos e aprendizagens que a Fundadora obteve ao longo da sua carreira. Tinham sido já vários os momentos em que manifestara esta vontade, mas ser mãe foi o que na verdade impulsionou a materialização da mesma. “Aquilo que eu realmente queria fazer era algo que tivesse a minha imagem, onde as pessoas olhassem e me vissem a mim. Queria uma marca que mostrasse as minhas características, que tinham sido transversais nos vários segmentos por onde tinha passado”, iniciou a entrevistada. Depois de um ano totalmente dedicado a cuidar e acompanhar o crescimento dos filhos, foi quando percebeu, ao regressar ao trabalho, que não queria fazê-lo da mesma forma. Segundo a mesma, “consegui aprender a conciliar a dinâmica de ser boa mãe e boa profissional”. Acrescentando ainda que “há três anos, a minha vida deu uma reviravolta muito importante, que me abalou, mas que fez com que eu olhasse para dentro brutalmente. E estes acontecimentos podem fazer-nos duas coisas: ou nos destroem, ou nos fazem seguir em frente. Esta fase obrigou-me a parar e a pensar. E foi justamente nessa altura, que decidi expor a ideia da BM Home”. Foi então que tudo começou. Determinada a desbravar este caminho, Beatriz Martins fez da sua rede de contactos uma mais-valia no começo do seu negócio. Numa altura em que o mundo se viu deparado com uma pandemia, a entrevistada conseguiu ainda ter mais tempo para, com clareza, colocar todas as suas ideias em prática.
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BEATRIZ MARTINS: SONHADORA, DETERMINADA, INQUIETA Por detrás de um grande projeto, existe sempre uma voz que se move, sem qualquer receio. Neste caso não foi diferente, uma vez que a capacidade de adaptação, - que tanto a caracteriza - foi o que lhe permitiu ultrapassar barreiras e medos. “Encontro sempre uma solução para tudo. Tenho uma imensa dificuldade em acreditar que há negócios impossíveis. Portanto, nunca desisto”, assegura. A realidade é que, ao longo de todos os percursos profissionais e pessoais, nos seres humanos, existe uma necessidade de ajuste, quer porque se colocam expetativas que nunca chegam a ser correspondidas, quer porque “a vida não acontece em linha reta”. O que para a mente inquieta de Beatriz Martins, não é necessariamente mau, porque “são esses percalços que me têm feito descobrir mais sobre mim. Já tomei decisões que me deram muito medo, mas eu não sei fazer as coisas pela metade, eu entrego-me totalmente”. DIA INTERNACIONAL DA MULHER Celebrar efemérides como o Dia Internacional da Mulher é aplaudir os avanços conquistados no feminino a nível económico, social e político. Mas, na realidade, muitos são ainda os entraves à realização de determinados objetivos por parte das mesmas. Para Beatriz Martins, ser mulher nunca foi impedimento para nada. No entanto, a mesma reconhece que “ser mulher implica ter que provar de uma forma mais consistente e esforçada o nosso valor. E isto acontece em todos os segmentos da vida de uma mulher. Quando se fala de igualdade, tenho consciência que é preciso uma melhoria da igualdade de oportunidades. Porque o facto de ser
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mulher, tem características que são maravilhosas. As mulheres são naturalmente geradoras de uma força, que não sabem que têm. Não temos que ser todas mães, nem todas as melhores profissionais, mas cada uma na sua essência, dentro daquilo que é a sua realidade e aquilo que quer para si, tem uma força que em certas alturas é colocada cá fora”. No que diz respeito ao mercado de trabalho, o sonho que muitas mulheres têm de ser mães, é ainda hoje, um problema. “Ainda está muito enraizado de que uma mulher quando é mãe, deixa de ser uma profissional tão atenta. É possível ser-se uma excelente mãe e ser-se uma excelente profissional. E isto não depende do número de horas que se dedica à empresa, mas sim da entrega e da forma como se trabalha. Tal como não é porque não se tem filhos que se tem que dar mais ao trabalho”, sustenta a interlocutora. A importância da efeméride do Dia Internacional da Mulher, prende-se muito com o facto de que a sociedade ainda considera que as mulheres precisam de ser e fazer tudo: mães, donas de casa, cuidadoras, boas profissionais, entre outros. O que na realidade, não é bem assim. Em pleno ano de 2022, as mulheres já devem ser autónomas o suficiente para escolher quais são as suas verdadeiras prioridades e dedicar-se a elas. Essa é ainda a luta. Sendo a nossa entrevistada um exemplo claro de empreendedorismo feminino, e tendo consigo uma quota imensa de determinação, questionámos qual o segredo para trilhar um caminho de
sucesso rumo aos objetivos e sonhos que vivem dentro de cada mulher. A mesma garante que ter ousadia de tomar a decisão, é o primeiro passo. “É essencial para as mulheres que querem trilhar um caminho de sucesso que sejam confiantes de si mesmas. É necessário que em primeiro encontrem o seu próprio caminho, e cada um tem o seu. São os momentos desafiantes que nos fazem descobrir coisas novas”, acrescenta. ▪
2022 O ANO DA BM HOME
Com os olhos postos no futuro e no desenvolvimento da marca, as perspetivas desenhadas para o ano de 2022 pela Fundadora são estruturar e sedimentar de uma forma consistente a sua empresa e superar todos os desafios que serão impostos. “Em 2022 estou confiante que vou conseguir encontrar as pessoas que eu preciso para continuar esta caminhada. Sei que a BM Home tem capacidade para fazer mais e melhor. Tenho um orgulho imenso por este feito, e sei que aprendi cedo a transformar a dor em força”, termina Beatriz Martins.
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FOTO: DIANA QUINTELA
ou seja, desde o processo de angariação até ao processo de venda e pós-venda, é necessária a intervenção de vários outros agentes, e há várias formas de o fazer. No meu caso, como tenho algumas parcerias consistentes, é possível ser a minha marca a fazê-lo. Sempre fui uma pessoa resolutiva, os problemas surgem e se o proprietário me confia a sua casa pra vender, tenho todo o gosto em desenvolver todo este processo”. Certo é que nem tudo é um mar de rosas, e como em qualquer setor de atividade, um trajeto de sucesso é também pautado por inúmeros desafios, o que para Beatriz Martins, se resolve com uma forma de trabalhar muito clara. “Características como a empatia com os clientes, o escutar, o perceber, resolve muitos problemas”, afirma.
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“A Liderança, para mim, é uma Arte” A propósito do Dia Internacional da Mulher - anualmente celebrado a 8 de março – importa dar a conhecer os (muitos) exemplos femininos que, diariamente, se expõem e lutam pelo sucesso que lhes é merecido. Apresentamos, assim, Helena Barros, Diretora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas da marca Galbilec que, num testemunho inspirador, aborda como a sociedade se deve despir de estereótipos, unindo-se, por sua vez, em direção à equidade.
HELENA BARROS
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Galbilec, empresa onde é Diretora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, implementa projetos nas áreas da economia social e da saúde. Para melhor entender, de que projetos estamos a falar? Qual é a verdadeira missão da marca? A Galbilec é uma empresa prestadora de serviços 360 no setor da construção, focando-se particularmente nos setores social e da saúde. Consultoria financeira, elaboração de projeto de arquitetura e especialidades, contratação pública, gestão e fiscalização de obras e gestão da manutenção de edifícios são as nossas soluções core. No setor social, a grande parte do nosso portfólio são projetos de edificado voltados para a infância e o envelhecimento, nomeadamente, Creches, Estruturas Residenciais Para Pessoas Idosas (ERPI´s), Centros de Dia e outros
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equipamentos especializados em dar resposta a doenças associadas ao envelhecimento. Quanto ao setor da saúde, desenvolvemos projetos hospitalares e de unidades de cuidados continuados, nas áreas de convalescença, média duração e reabilitação e de longa duração e manutenção. A nossa missão, acima de tudo, é fazer a diferença nos projetos onde intervimos. Consideramos que o facto de nos termos especializado nas áreas social e da saúde, aliado à capacidade de prestação de serviços 360, é o que nos permite desenvolver projetos vanguardistas e ajustados às necessidades futuras dos utilizadores dos espaços. Para isso, vamos mais além na nossa estratégia e visão sobre os projetos, estudando de forma profunda estas temáticas, formando e especializando as nossas pessoas nas áreas da infância e envelhecimento. Sendo que, é este
conhecimento aprofundado sobre as reais necessidades das pessoas, que nos permita desenvolver projetos diferenciadores e que se traduzem em espaços que, para além da sua utilidade, permitem alcançar a melhor experiência possível. E por tudo isto, podemos mesmo dizer que, a nossa missão é, acima de tudo, uma missão voltada para as pessoas. Não só para aquelas que sentem os impactos dos projetos que desenvolvemos, como para aquelas que os desenvolvem, ou seja, os nossos colaboradores. A Helena Barros é socióloga de formação e assumidamente uma apaixonada por Pessoas. Assim, interessa-nos conhecê-la melhor. Como se descreve enquanto mulher e profissional? Apesar desta questão de falarmos sobre nós próprios ser sempre passível de enviesamentos face àquilo que é a perceção dos outros, gosto
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de pensar que, acima de tudo, como mulher e profissional, sou uma People Person, uma pessoa de pessoas. Sou efetivamente uma apaixonada por pessoas, em desenvolver o potencial de alguém, potencial esse que, por vezes, nem a própria pessoa o descobriu ou pensaria ser capaz. No meu dia a dia, enquanto mulher e profissional, considero-me determinada, detalhista, comprometida, participativa, exigente comigo mesma, mas flexível para com os outros. Gosto de me desafiar diariamente e de estar num projeto que sinto que me acrescenta algo, como é o caso deste ambicioso projeto que desenvolvo, atualmente, na Galbilec. No meu modus operandi, procuro que faça sempre parte da minha metodologia de trabalho, uma visão pluridisciplinar sobre os diferentes temas e projetos em que estou a trabalhar, porque sei que isso vai enriquecer a solução final. Aliás a este respeito posso dizer que considero que todo o meu background nas áreas de marketing, experiência do cliente e da gestão da qualidade, aliada à formação de base enquanto socióloga, é o que me permite ter um olhar mais holístico sobre a área da gestão e desenvolvimento de pessoas. Visão essa que procuro agora aplicar na Direção de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas da Galbilec. Sabemos que ao longo da sua extensa carreira, para além de toda a experiência e know-how adquiridos, desenvolveu ainda soft skills como a Liderança. O que gostaríamos de saber é, se para a Helena Barros, o facto de ser mulher é, de alguma forma, um desafio acrescido no mundo da liderança?
Honestamente, no meu caso, felizmente nunca senti que o fator género fosse determinante na forma como a minha liderança era sentida e percecionada pelos outros. E acredito que, se em algum momento, sentisse esse desafio, com base no estigma, ele nunca me atrapalharia, pelo contrário, apenas me impulsionaria ainda mais a procurar ser melhor, a conquistar o meu espaço por mérito. Até porque acredito que, mesmo que inconscientemente, existam esses préconceitos, por parte de outros, eles são ultrapassáveis se, juntamente com a liderança, as pessoas reconhecerem competência. E quando alguém reconhece no líder competência, tudo o resto é acessório. Mas tenho também plena consciência de que um longo caminho já vem sendo feito, por muitas mulheres no passado e no presente, que tiveram que quebrar estes paradigmas, que tem um impacto brutal na forma como hoje a liderança feminina é percebida. No entanto, como disse, é um caminho longo e que está muito longe de ter terminado, visível na ainda discrepância salarial em Portugal. Apesar das mulheres serem iguais aos homens perante
a lei portuguesa, as estatísticas mostram que as mulheres continuam a receber menos que os homens. Além disso, estudos recentes continuam a evidenciar que a percentagem de mulheres desce à medida que cresce a responsabilidade dos cargos. Portanto, o caminho ainda é longo. Agora, o que acredito, é que cargos de liderança, devido à sua exigência, ainda podem ser muito desafiantes para uma mulher. Poderia elencar vários motivos para isso acontecer, mas vou destacar basicamente dois, que estão interrelacionados: O eterno dilema entre a conciliação entre a vida familiar e profissional. Que na minha ótica tem de deixar de ser um dilema, mas ainda o é. O equilíbrio entre a exigência da vida familiar com a exigência da vida corporativa, ainda mais para quem ocupa cargos de liderança, é um desafio. É preciso que exista sensibilização por parte das gestões de topo para esta matéria e que as políticas e cultura da organização sejam desenhadas numa perspetiva de inclusão. As organizações têm de construir e disseminar uma cultura verdadeiramente people centric. As
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políticas têm de ser verdadeiramente centradas nas pessoas e para isso, mais uma vez, considero que é fulcral a tal visão pluridisciplinar que certamente ajudará na construção de políticas e princípios mais conciliadores. Interrelacionado com este desafio, está também um outro que tem a ver com os conflitos internos que nós mulheres, muitas vezes, vivenciamos. Não só impulsionado pela pressão social do que se espera de nós, enquanto mulheres, mas também, aquilo que cobramos de nós próprias diariamente, todos os deveres e obrigações que nos atribuímos a nós próprias, nas diferentes esferas da nossa vida seja profissional ou pessoal. O que muitas vezes leva a uma carga adicional de stress, de culpabilização até e de maior necessidade de equilíbrio. Apesar de existirem exceções, a realidade é que são as mulheres que continuam a desempenhar a maior parte das tarefas domésticas e familiares, assumindo um conjunto de papéis sociais, que apesar de o conseguirem, não significa que não provoquem desgaste, que é agravado pela exigência de um cargo de liderança. Neste sentido, que características considera fundamentais para quem ocupa cargos de liderança? O que é ser uma boa líder? Antes de mais, parece-me importante sabermos que gerir e liderar pessoas não é a mesma coisa. Muitas vezes assumimos como sinónimos, mas não são. E a verdade é que por vezes vemos excelentes gestores que não sabem ser líderes e excelentes líderes que não sabem ser gestores. E vemos muitas pessoas em cargos de chefia que, erradamente, pensam que estão a liderar pessoas, quando na realidade apenas as estão a gerir. O desafio está em fazer bem as duas coisas em simultâneo, liderar e gerir. Portanto, partindo do pressuposto que a questão é: características de alguém que é simultaneamente líder e gestora. Poderia elencar aqui muitas características essenciais como honestidade, disponibilidade, ética, agregadora de pessoas, estratega, comunicadora, alguém com excelente capacidade de delegação de tarefas, inspiradora, entre outras, mas vou centrarme em duas que considero particulares e por vezes não tão óbvias. A liderança, para mim, é uma arte. O artista não é nada sem o dom, mas o dom não é nada sem o trabalho. Da mesma forma, todos nós para sermos líderes, não basta ter um dom inato para lidar com pessoas, é preciso trabalho, esforço, aprendizagens contínuas, implica estudo. E esta é a minha primeira premissa para se ser uma boa líder. É preciso, antes de mais, ter um autoconhecimento profundo sobre nós mesmas, sobre os nossos pré-conceitos, estarmos conscientes das nossas limitações e vulnerabilidades. E depois trabalhar nisso, estudar sobre liderança, investir em coaching, investir em experiências imersivas sobre como liderar. Uma outra característica basilar em qualquer
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bom líder poderia ser resumida na frase de Carolyn Taylor: “Não é o que o líder diz que vai influenciar o comportamento dos outros, é o que ele faz”. Acredito que um bom líder é aquele que lidera pelo exemplo, acima de tudo. Um exemplo que transmite confiança, segurança e que inspira outros. Acredito na cultura do exemplo, na metodologia Walk the Talk. Acredito que mais de que uma metodologia, tem de ser um mindset, transversal a toda a cultura organizacional. No outro dia li uma frase que me ficou gravada “As palavras inspiram, mas é o exemplo que arrasta”. Por isso, se um líder quer que inspirações se transformem em ações, por parte dos liderados, tem de liderar, obrigatoriamente, pelo exemplo. Para mim, não há bom ou mau líder. Ou se é líder, ou não se é. O líder é aquele que dá o corpo às balas. É aquele que se sacrifica pela equipa, é aquele que assume o erro, aquele que não castra, aquele que impulsiona e incentiva, não só por palavras, mas por ações. No fundo, pelo seu exemplo, e aqui não basta parecer, tem de se ser.
Que conselho daria para as mulheres que se estão a iniciar no mercado? Como tudo na vida, tenho sempre em mente que a preparação é o segredo do sucesso. E este conselho é transversal para homens ou mulheres. Por isso, o meu conselho é que invistam no seu Plano de Desenvolvimento Individual, definam objetivos a curto e médio prazo, planeiem como e quando os vão alcançar e revejam constantemente o percurso e como o podem melhorar. Preparem-se bem ao nível das competências, adquiram competências não só no domínio técnico, mas também comportamental. Quando nos sentimos bem preparados, detentores do conhecimento, isso ajuda na construção da confiança própria o que é meio caminho andado para transmitirmos segurança nas opiniões e decisões e que, por sua vez, tem repercussão na perceção que o outro tem de nós e do nosso trabalho. Procurem construir a vossa versão única e própria de liderança, sempre orientada para as pessoas, sempre nos colocando no lugar do outro, não deixando que a subjetividade e parcialidade nos tolde o processo de decisão. Procurem ter sempre como premissa de que, independentemente da vossa posição dentro de uma organização, já agora são líderes. Líderes em cada tarefa que executam, em cada projeto que desenvolvem, em cada parecer que dão. Participem, não tenham medo de se expor. Não tenham medo do desafio, de lutar pelo que vos apaixona. Excedam as vossas próprias expetativas, sem deixar que estereótipos deturpem a visão que vocês têm sobre vós próprias. ▪
“DEVEMOS DESPIR-NOS DE ESTEREÓTIPOS, SEJA PARA COM OUTROS, SEJA PARA CONNOSCO. PORQUE ESSES ESTEREÓTIPOS CRIAM SEMPRE MUROS E NUNCA PONTES” A terminar, qual mensagem gostaria de deixar aos homens e às mulheres no Dia Internacional da Mulher? A mensagem que posso deixar, é independente do dia, é um mindset que deve ser constante na nossa vida. Sejam sempre a melhor versão de vós mesmos, nunca estagnando, sempre desafiando, evoluindo, sempre perseguindo aquilo que vos apaixona. O primeiro liderado da nossa vida é sempre o mais difícil, seja de inspirar ou motivar. E o primeiro liderado da nossa vida somos nós próprios. Por isso,
primeiro invistam no autoconhecimento, invistam em vocês próprios, sintam-se bem na vossa pele e certamente que isso será um passo gigante para se tornarem excelentes pessoas e líderes. Por fim, lembrar que aquilo que nos deve motivar a questionar a liderança de alguém, deve ser a sua competência, nunca o género, aparência física ou o tipo de roupa. Devemos despir-nos de estereótipos, seja para com outros, seja para connosco. Porque esses estereótipos criam sempre muros e nunca pontes.
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“Enquanto tiver Razão e Consciência não deixarei de lutar por aquilo em que Acredito” É legítimo afirmar que Maria de Belém Roseira é, autenticamente, um repositório de conhecimento. Traçou a sua história ao dar voz a temas que tanto dizem à sociedade, tendo estado em inúmeros cargos de liderança, nomeadamente na posição de Ministra para a Igualdade. Hoje, continua a trabalhar com a mesma intensidade, lutando, simultaneamente, por tudo aquilo em que acredita.
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Maria de Belém Roseira é Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo enveredado por uma carreira profissional no âmbito dos Assuntos Sociais. Quais os motivos que a levaram a optar por este caminho? Nem sempre a vida se desenvolve de acordo com os nossos planos. Na verdade, a minha vontade, ao ter escolhido Direito, era a de seguir carreira na Advocacia. No entanto, à época, a independência ganhava-se através da autonomia financeira e os estágios não eram remunerados. Razão pela qual, aproveitei a chamada “Primavera Marcelista” que renovou e qualificou a Administração Pública através da contratação de jovens licenciados e entrei no, ao tempo, Ministério das Corporações e Previdência Social. Ao mesmo tempo fazia o estágio de advocacia e, completado este, inscrevi-me na Ordem dos Advogados. Com a ocorrência do 25 de Abril, e logo no 1º Governo Provisório, foi necessário encontrar um/a jurista que fosse dar apoio ao gabinete da Secretária de Estado da Segurança Social, a Senhora Engª Maria de Lourdes Pintasilgo e a minha Diretora de Serviços indicou-me a mim. Ora, esta época foi muito empolgante, pois tudo o que tínhamos sonhado para o desenvolvimento do país só era possível em Democracia, e ela tinha chegado. Não havia tempo a perder, tal era a dimensão das tarefas a empreender em todos os domínios. Mas o social, numa conceção alargada, requeria uma prioridade elevada. O Estado Novo, cultor do obscurantismo e inimigo da liberdade, tinha atolado o país num atraso
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permitido, me debruçar pelos outros setores social e privado. Até porque não se pode, em meu entender, condicionar a vivência dos diversos setores de atividade através da produção legislativa sem conhecer os seus problemas e as dificuldades com que se debatem. Sempre tive uma enorme capacidade de trabalho e uma família extraordinária e evoluída que me apoiou incondicionalmente.
MARIA DE BELÉM ROSEIRA
“TENHO A ENORME SATISFAÇÃO DE TER DEIXADO SAUDADES NAS VÁRIAS INSTITUIÇÕES CUJA LIDERANÇA ASSUMI E NÃO HÁ MELHOR TRIBUTO QUE ESSE” que não nos permitia desabrochar. Era indispensável avançar na adoção dos Direitos Humanos enquanto doutrina sobre a qual assentavam todas as políticas e concretizar este desiderato impunha transformações estruturais profundas. Trabalhou-se muito e com um entusiasmo transbordante. Tive a extraordinária oportunidade de aprender imenso e sinto-me mesmo repositório de conhecimento do que se viveu e do que se realizou nessa época. Vivi diretamente a primeira década desta nossa História recente, quer enquanto membro de gabinetes do Governo, quer como funcionária da Administração Pública que tinha a seu cargo a elaboração dos diplo-
mas legais que permitiam a concretização das políticas sufragadas. A principal mudança no domínio das políticas sociais consubstanciou-se na consagração da universalidade do acesso decorrente da igual dignidade de todos os seres humanos na linha, aliás, do estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Convenção decorrente do Conselho da Europa, instituição à qual Portugal aderiu logo em 1976. É evidente que esta área de trabalho me atraiu imenso e, para além disso, todos os meus dirigentes gostaram de trabalhar comigo. Surgiram sempre oportunidades muito empolgantes, mas não deixei de me estrear na advocacia e de, sempre que tal era
Certo é, ao longo da sua vida e carreira de sucesso, ocupou inúmeros cargos de liderança e deu voz a temas que muito dizem à sociedade e que marcaram o progresso de Portugal. Quão gratificante é, para si, enquanto pessoa, mulher e profissional, observar tudo o que conquistou até à data? Sim, ocupei muitos lugares de liderança e recusei, também, muitos convites para lugares de liderança. De entre estes, e antes de ter estado no Governo, designadamente os que partiram da minha família política. Sempre tive muito vincada em mim a importância da meritocracia e não convivia bem com suspeições de favorecimento partidário na nomeação para lugares de grande responsabilidade. Essa postura deu-me sempre uma imensa liberdade e, por isso, pude ser porta voz de temas que eu conhecia bem, que podiam, até, ser delicados, mas que tinham que ver a luz do dia para poderem ser equacionados. Tenho a enorme satisfação de ter deixado saudades nas várias instituições cuja liderança assumi e não há melhor tributo que esse. A Maria de Belém Roseira é, por todos os motivos, um excelente exemplo de que a liderança nada
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tem a ver com género e que a igualdade tem, em toda e qualquer situação, de prevalecer. Tendo sido ainda Ministra para a Igualdade, como nos pode descrever a evolução do tema em Portugal? É muito interessante que a criação do cargo de Ministra para a Igualdade tenha sido objeto de tanta crítica e a sua abolição um ano depois tenha também sido alvo de ainda mais crítica. Em praticamente todos os países mais desenvolvidos da União Europeia (EU) existia esse cargo pelas razões que hoje já são quase unanimemente consideradas certeiras. Isso significa que se percebeu a sua importância e o empobrecimento que significa para toda uma sociedade não aproveitar todo o talento disponível. Mas, o pior de tudo, é a falta de respeito pelos direitos iguais inerentes a toda a espécie humana, qualquer que seja a sua condição. Enquanto Ministra para a Igualdade não me acantonei à desigualdade de género, mas antes a todas as desigualdades. O exercício no Ministério da Saúde foi muito marcante no sublinhar que as desigualdades matam! Esse é o ponto de observação mais capaz de perceber que as desigualdades se exprimem em doenças mais graves e com pior prognóstico e isso afeta tudo o resto das vivências de cada um de nós. Tenho a perfeita noção de que o tema da desigualdade de género era considerado coisa de Mulheres e, consequentemente de relevância menor e depois do trabalho desenvolvido cresceu muito em termos de dignidade e importância. Sente que a presença feminina é cada vez mais vincada no universo do Direito? Que metas gostaria de ver cumpridas neste mundo no que concerne à paridade? Sim, quando eu fui para Faculdade de Direito de Coimbra em 1966, nas várias centenas de estudantes contar-se-iam por poucas dezenas as de sexo feminino. Para além disso, professora ou mesmo assistente, não havia nem uma! Quer no Direito da Família, quer no Comercial, quer no Penal, as desigualdades consagradas na lei para as mulheres eram escandalosas. Quando eu terminasse o curso, com o mesmo conteúdo do dos meus colegas homens, havia duas carreiras que me estavam vedadas, à partida: a diplomática e a das magistraturas. A revolução democrática veio alterar tudo isto. Hoje o panorama é radicalmente diferente do ponto de vista legal e tive a feliz oportunidade de para isso ter contribuído, quer como governante, quer como Deputada. Mas, do ponto de vista cultural subsistem imensos constrangimentos. Razão pela qual, cada um e cada uma de nós tem um papel a desempenhar. Enquanto cidadãos, enquanto pais, enquanto educadores, enquanto dirigentes, enquanto empresários, enquanto governantes, e por aí adiante. O caminho é longo e árduo e aí estão os relatórios internacionais a demonstrar que, a continuarmos neste ritmo, ainda faltará mais de uma centena de anos para que a igualdade de género seja alcançada em todas as suas dimensões.
“AS DESIGUALDADES SÃO UMA OFENSA À DOUTRINA DOS DIREITOS HUMANOS. PARA QUE ELA SEJA CUMPRIDA, PRECISAMOS DE HOMENS E MULHERES JUSTOS. NÃO É UMA LUTA QUE SE FAÇA EM SOLIDÃO” Atualmente é Presidente da Direção da Maratona de Saúde, que visa financiar a investigação científica para acelerar a descoberta de tratamentos inovadores e a cura de várias doenças e ainda sensibilizar para o facto de que a ciência, efetivamente, traz esperança. Além do que já desenvolveu e de todas as iniciativas que impulsionou, que mais-valias esta associação acarreta na sua vida e ainda para a humanidade? Esta Associação tem desenvolvido um trabalho extraordinário, não só na mobilização da cidadania para ser agente do aprofundamento do conhecimento que dá vida à vida, como no apoio, através dos financiamentos recolhidos, a equipas de investigação extraordinárias cujo trabalho mais dificilmente singraria sem esse financiamento atribuído. As bolsas atribuídas são selecionadas com toda a isenção por um júri internacional no qual
A Maria de Belém Roseira é, de facto, uma inspiração para muitas mulheres e o seu testemunho é importante para que as mesmas concretizem os seus sonhos e não percam a esperança. Neste sentido, gostaria de deixar uma mensagem a todas as mulheres que também ambicionam percorrer um caminho de sucesso? Sim, com todo o gosto! As desigualdades são uma ofensa à doutrina dos Direitos Humanos. Para que ela seja cumprida,
participa a Fundação para a Ciência e Tecnologia. Para além disso, e ao longo dos seus cerca de dez anos de vida, a atividade que tem desenvolvido no domínio da literacia em saúde tem sido muito ativa e intensa em vários órgãos de comunicação social, com especial destaque para a RTP. Mas desempenho outros cargos que me honram muito e de que menciono apenas a Presidência do Conselho Estratégico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, a Presidência do Conselho Consultivo do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, ou a presidência do Conselho Geral da Fundação Serviço Nacional de Saúde. Para além disso, sou membro do Conselho das antigas Ordens Militares. Desenvolvo, ainda, uma intensa atividade em conferências, júris de prémios, entre outros. Como vê, continuo a trabalhar com intensidade, o que me dá imenso prazer. Não ficando por aqui, é ainda sócia-gerente da Priorikey – uma empresa de serviços de gestão e consultadoria. Além da sua evidente experiência na área, o que destaca esta marca no mercado e qual a missão que, diariamente, concretiza? Tento pôr toda a experiência e conhecimento que granjeei com o trabalho, imenso, intenso e diversificado que tenho desenvolvido ao longo da minha vida ao serviço de causas e de projetos que considero importantes para a coesão social e para o desenvolvimento do país. Convivo mal com o paroquialismo que nos mantem num atraso relativo que não é aceitável. Todos nós somos movidos diariamente por algo que nos fascina ou por um objetivo concreto que desejamos alcançar. Qual tem vindo a ser o seu estímulo diário ao longo dos anos? Na sua perspetiva, o que falta ainda concretizar? O meu estímulo é sentir que o país poderia estar muito mais avançado e as pessoas viverem níveis de desenvolvimento muito mais gratificantes do que aqueles a que têm acesso. É certo que evoluímos muito, mas também é certo que poderíamos ter evoluído muito mais. E eu não me conformo com isso. Enquanto tiver razão e consciência não deixarei de lutar por aquilo em que acredito. ▪
precisamos de Homens e Mulheres justos. Não é uma luta que se faça em solidão. Por isso, a minha mensagem principal é: nunca desistam de lutar por aquilo que corresponde aos vossos direitos, mas não corram riscos exagerados. Rodeiem-se dos/as aliados/as certos/as. Perderão muitas vezes, mas ganharão outras, e o importante é que a vida de cada uma de vós contribua para que o mundo e a nossa vivência coletiva fique um pouco melhor do que estava quando cá chegaram!
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“A Empatia é um dos aspetos mais importantes no processo de Liderança” Na RETAIL MIND desde 2014, Rute Rocha ocupa, neste seio organizacional o papel de Chief Operating Offiicer. É sobre o ADN da marca, aliado à liderança que, internamente se vive e inspira a equipa da mesma, que a nossa entrevistada realça ao longo do seu testemunho. Saiba tudo.
A
necessidade de dar maior visibilidade às marcas de retalho, num mercado cada vez mais exigente e concorrencial, resultou na criação da RETAIL MIND, em 2012. Após dez anos de atividade, quem é hoje esta empresa? A RETAIL MIND nasceu há precisamente dez anos, mas importa referir que hoje continua totalmente fiel aos princípios que estiveram na base da sua criação: ter parcerias de confiança, que sejam duradouras, e que agreguem valor aos nossos parceiros. Mas é também verdade que a empresa evoluiu muito ao longo dos últimos dez anos. Nesta década, houve um trabalho permanente de adaptação que permitisse dar resposta às necessidades e desafios exigentes, que tanto clientes como o mercado nos foram fazendo chegar. O resultado é visível e traduz-se num crescimento sustentado, em várias frentes e de forma muito natural. O nosso portfólio de marcas bem como a carteira de clientes e parceiros aumentou e continua a evoluir. Internacionalizámos, criámos novas áreas de negócio e novas empresas, como é o caso da RETAIL URBAN, criada em 2014 e que atua na área de Property Management. E apesar de todos estes fatores nos terem mudado enquanto empresa, o nosso core business continua a ser o retalho, a gestão e a expansão de marcas. As mudanças que ocorreram foram muito importantes, pois fizeram-nos evoluir enquanto equipa e organização. Neste momento a RETAIL MIND é um grupo de empresas sólido, constituído por uma equipa experiente e empreendedora, com provas dadas, seja pelos resultados alcançados, seja pelos projetos desenvolvidos. Mas a maior prova da nossa solidez, é a confiança que os nossos clientes e parceiros depositam em nós. O que nos move enquanto empresa é a paixão de todas as nossas Equipas pelo que fazemos, associada a um compromisso sério com os nossos clientes e parceiros.
RUTE ROCHA
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A RETAIL MIND tem como missão propor-
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cionar aos seus clientes e parceiros novas oportunidades de negócio, de crescimento e de afirmação no mundo do retalho. Assim, de que forma contribui para um crescimento sustentado das marcas, alicerçando o futuro em conquistas e vitórias sólidas? Assumimo-nos hoje como um grupo de empresas que atua no setor de retalho, de forma apaixonada e diligente, com uma posição sólida a nível nacional e uma projeção internacional em rápida expansão. Esta afirmação não seria possível sem os resultados que temos vindo a alcançar ao longo dos últimos dez anos. E são esses mesmos resultados que refletem também os sucessos dos nossos clientes e parceiros e reforçam a nossa posição no mercado. O core business da RETAIL MIND assenta na Gestão e Expansão de Marcas, nacionais e internacionais. Este é claramente o nosso ADN. Acresce ainda, um portfólio de serviços diversificados de onde se destacam o Franchising, Distribuição e Private Label, Consultoria Legal
e Financeira, Internacionalização de Marcas, Comercialização e Venda de Ativos Comerciais, Fusões e Aquisições e Gestão de Obras e Projetos, a nível nacional e internacional. O trabalho de excelência que desenvolvemos e o compromisso junto dos nossos clientes e marcas é o resultado do trabalho de uma equipa multidisciplinar, com vários anos de experiência no setor do retalho e em outras áreas de negócio. Orgulhamo-nos dos compromissos assumidos perante os nossos clientes e parceiros de negócio e encaramos o futuro com a seriedade, confiança e o entusiasmo que nos carateriza. Atualmente, a Rute Rocha é Chief Operating Offiicer na RETAIL MIND, sendo, por isso, responsável por supervisionar as operações diárias da empresa e o trabalho dos Executivos de diversos departamentos. Como é, enquanto profissional, pertencer a uma empresa que apoia eficazmente o crescimento de marcas, levando o seu nome para mercados internacionais?
Acima de tudo é desafiante. Obriga-me não só a mim, como toda a equipa, a sair da nossa área de conforto, num processo que se repete a cada novo dia e a cada projeto. Parece um clichê, mas a verdade é que na RETAIL MIND não existem dois dias iguais! Tal e qual como no setor do retalho, onde as mudanças são tão rápidas que, quem não estiver sempre a pensar no amanhã, já está a trabalhar no passado. Tenho também a responsabilidade de coordenar os diversos departamentos da empresa, assegurando assim que todas as áreas estão sempre em total sintonia, pois só desta forma conseguimos ser eficientes e atingir os nossos objetivos. Assume, assim, a implementação de estratégias de negócios, planos e procedimentos, assessoria comercial, a participação em atividades de expansão como investimentos e a gestão das principais relações com parceiros, fornecedores e outras entidades. Que mais-valias este cargo de seriedade e liderança trouxe à sua carreira profissional?
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sem uma realidade. Quão importante é, aos dias atuais, continuarmos a comemorar e enaltecer os feitos desta efeméride? É uma questão que infelizmente continua atual. Defendo que acima de tudo, deverá haver um trabalho contínuo e esforço à escala mundial no sentido de defender aquilo que são os direitos humanos e não os direitos do homem ou da mulher em particular. Acredita que Portugal é um país que hoje se encontra no caminho certo para a equidade, comparativamente a outros? O que é que, na sua perspetiva, é urgente estabelecer? Conforme anteriormente referido, acredito que Portugal está no rumo certo, no entanto ainda existe um longo caminho pela frente. Equidade entre homens e mulheres não deve ser algo presente só na lei, deve ser posto em prática diariamente. Acredito que as novas gerações terão já uma visão diferente sobre este tabu e rapidamente deixarão de ser um tema de discussão.
Iniciei o meu percurso profissional na RETAIL MIND em 2014, mas posso afirmar que acompanhei a sua evolução, quase desde a fundação. Participei em todo o processo de crescimento da empresa, passo a passo, departamento a departamento. Inicialmente éramos relativamente poucos e houve a necessidade de, na medida em que a empresa foi crescendo, haver um elo de comunicação entre as diversas áreas e eu fui assumindo esse papel. Esta nova designação de funções é, portanto, um mero formalismo daquilo que tenho vindo a desenvolver na RETAIL MIND ao longo dos últimos anos. Sendo um excelente exemplo de liderança feminina e de sucesso comprovado, que características diria serem fulcrais para se singrar no mundo dos negócios? A empatia é um dos aspetos mais importantes no processo de liderança. A capacidade de nos colocarmos na pele do outro é uma das formas mais eficazes de assegurar os processos de comunicação, sendo que no meio empresarial e de negócios, esta capacidade tem um impacto direto a vários níveis. Outro aspeto fundamental é a gestão emocional na forma como se gerem as contrariedades. Quem for capaz de manter a tranquilidade nos processos de tomada de decisões, será capaz de tomar decisões mais ponderadas e assertivas.
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Por fim, a capacidade de manter o foco, seja na estratégia, seja num plano ou objetivos específicos e assegurar que os mesmos são atingidos é, para mim, o outro ponto fundamental para se ter sucesso no mundo dos negócios. Considera que, atualmente, os desafios continuam a ser maiores quando é uma mulher a enveredar pelo mundo dos negócios, bem como em cargos de liderança, como no caso da Rute Rocha? Em Portugal existiu uma evolução muito positiva a este nível, mas ainda hoje se nota que quer a base de partida, como as oportunidades de evolução de carreira, infelizmente não são as mesmas. Estamos, no entanto, no bom caminho e a RETAIL MIND é um bom exemplo de equidade, quer ao nível das condições oferecidas aos nossos colaboradores, quer ao nível da evolução de carreira. Eu não sou caso único nesta empresa, temos várias mulheres em posições de responsabilidade e na liderança de departamentos. O Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente a 8 de março, visa celebrar e relembrar as conquistas de muitas mulheres que, ao longo da história, lutaram para que questões como a igualdade de género, de oportunidades, diversidade e inclusão, fos-
Tendo, por todas estas razões, um percurso inspirador para tantas mulheres, se lhes pudesse deixar uma mensagem, o que diria? No nosso percurso teremos sempre adversidades e a vontade de desistir será muita, no entanto devemos ser resilientes. Encarar cada desafio como uma oportunidade e em cada meta alcançada, sentirmos orgulho de nós próprios. O tempo vai passando, as conquistas vão aparecendo e quando olhamos para trás temos uma sensação de realização pessoal que nos deixa mais fortes e confiantes. Existe uma frase que me acompanha desde sempre e na qual me revejo e inspiro: A vida não fica mais fácil, nós é que ficamos mais fortes. Para terminar, não só enquanto Chief Operating Offiicer da Retail Mind, mas também a nível pessoal, o que falta ainda alcançar? A RETAIL MIND apesar dos seus dez anos ainda é uma empresa muito jovem, que ainda está no início da sua existência. Tudo o que fazemos na RETAIL MIND fazemo-lo sempre numa ótica de continuidade, de longo prazo, isto é, trabalhamos para que a empresa continue durante gerações, cada vez com mais força e mais solidez. Por isso, incentivamos o empreendedorismo e o crescimento das pessoas, para que todos tenham a autonomia de desenvolver, defender e implementar, novos serviços ou mesmo novos negócios. As próximas etapas serão a internacionalização, a digitalização e a entrada em novos segmentos de retalho. Tudo o que fizemos foi importante e faz parte da nossa história, mas a nossa forma de estar é sempre olhar para o futuro e chegar cada vez mais longe. Nesta perspetiva tenho um projeto em estado embrionário ainda e que gostaria de ver concretizado nos próximos dois anos. ▪
“A ENTRADA NO LIDL PORTUGAL TROUXE MAIS UMA VEZ UM NOVO DINAMISMO À MINHA ROTINA. JÁ TINHA CONHECIMENTO DE QUE O RETALHO ERA UM SETOR MUITO COMPETITIVO, EM CONSTANTE MUDANÇA E QUE EXIGE UM PODER DE ADAPTAÇÃO, EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE PERMANENTES” ELENA ALDANA
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“Enquanto Cidadã do Mundo considero que é urgente estabelecer Empatia e Respeito pelo Outro” Atualmente Elena Aldana é Diretora de Assuntos Públicos e Comunicação Corporativa do Lidl Portugal. O seu percurso é vasto e preenchido por conhecimento recolhido à volta do mundo. Conheça mais da profissional que assume a sua liderança através do exemplo, querendo, assim, deixar uma marca positiva e inovadora de trabalho em equipa, no seio da marca que integra.
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Elena Aldana é Economista de formação, especialista em retalho e conta com uma vasta experiência em Marketing e com um currículo internacional significativo. Gostaríamos de a conhecer mais aprofundadamente. Qual é a sua história enquanto pessoa, mulher e profissional? Nas minhas várias facetas, e ao longo do meu percurso, pessoal e profissional, posso dizer que fui e sou alguém que gosta de desafios, que procura saber mais do mundo e das pessoas e que acredita que todos somos capazes de ir além dos nossos limites, com esforço e dedicação. Gosto de ser útil e prestável, ajudar naquilo que estiver ao meu alcance. Tenho especial interesse em aspetos internacionais, o que faz com que seja uma apaixonada por idiomas. Sempre sonhei com uma carreira profissional que me permitisse conhecer o mundo; na verdade, poderia dizer que tudo começou com a minha entrada no programa do ICEX (equivalente a AICEP em Portugal), que permitiu frequentar um mestrado em Internacionalização de Empresas (MBA internacional) e fazer um ano de trabalho numa embaixada de Espanha no mundo. Fui para o Brasil e lá aprendi a falar português. Sou uma pessoa persistente e resiliente, que procura sempre fazer algo novo. Afirma que uma das frases que melhor a definem é “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade e o otimista vê a oportunidade
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em cada dificuldade”, de Winston Churchill. É legítimo afirmar que esta citação retrata o seu sucesso profissional? Ao longo dos tempos, teve sempre a capacidade de olhar além da adversidade? Sem dúvida esta frase retrata o meu percurso profissional e pessoal. Acredito que na maioria das vezes somos nós mesmos que criamos as nossas barreiras e que, na verdade, estas podem ser ultrapassadas e redefinidas. E fazê-lo é libertador, tomamos consciência que podemos fazer muito mais. Gosto de dizer que a parte divertida começa com os problemas, pois é com eles que vou descobrir mais sobre mim e sobre a situação em específico. Fascina-me a ideia de não ter dias iguais e de ter um dia a dia dinâmico. A entrada no Lidl Portugal trouxe mais uma vez um novo dinamismo à minha rotina. Já tinha conhecimento de que o retalho era um setor muito competitivo, em constante mudança e que exige um poder de adaptação, eficiência e produtividade permanentes. Neste novo desafio profissional, enquanto Diretora de Assuntos Públicos e Comunicação Corporativa, sinto a oportunidade de desenvolver as minhas capacidades num mercado globalizado. A 8 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Falando nas oportunidades que, na sua perspetiva, advêm das ditas adversidades, quão importante é, enquanto mulher e «dona» de uma carreira de sucesso, continuar a relembrar as conquistas das mulheres pela igualdade?
Acredito que o ponto de partida de qualquer relação de respeito pelo outro tem por base considerá-lo como igual. A igualdade é um princípio fundamental, que deve ser defendido em qualquer circunstância, tanto em género como em raça, orientação sexual ou a religião. Na garantia deste valor, estou em total concordância com a postura adotada pelo Lidl Portugal, o que me deixa orgulhosa em dar a cara por esta empresa. Considero que a importância da igualdade, que surge a nível particular e individual, compete também, em grande parte, às empresas, fazerem valer esse valor, na postura que adotam com os seus colaboradores. No Lidl, a igualdade de género é promovida ativamente. Acreditamos que a igualdade de oportunidades e diversidade são componentes essenciais para o sucesso corporativo e pessoal a longo prazo. Nesse sentido, e baseados sempre na meritocracia, tem-se procurado dar oportunidades às mulheres por forma a aumentar a proporção de mulheres em cargos executivos, com o objetivo de trazer mais diversidade nos cargos de liderança em níveis médios e superiores. Assim, tem sido garantida a igualdade de oportunidades de carreira para todos os colaboradores: as estruturas salariais padronizadas são baseadas em critérios objetivos, como a experiência profissional, qualificações e habilidades; tem sido oferecido a todos os colaboradores igual acesso a oportunidades de formação e desenvolvimento; são comunicadas de forma proativa as soluções organizacionais relaciona-
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a desenvolver os meus conhecimentos e capacidades perante um mercado global, pois o Lidl assume um papel preponderante no retalho internacional. Permite-me igualmente encontrar novos desafios junto das minhas equipas, pela quantidade de novos projetos desenvolvidos pela empresa nestas áreas, para os quais pretendo doar todos os meus esforços, conjugando esforço, alegria e dinamismo.
“SOU EXIGENTE COMIGO PRÓPRIA, MAS QUERO TRANSMITIR A QUEM TRABALHA COMIGO A CONFIANÇA NECESSÁRIA E A CERTEZA DE QUE EM EQUIPA SOMOS CAPAZES DE ULTRAPASSAR LIMITES, TENDO SEMPRE EM CONTA O RECONHECIMENTO DE UM BOM TRABALHO E A HUMILDADE DE APRENDER E AGRADECER PARA FAZER MELHOR” das com a gravidez, maternidade e licença parental; e são asseguradas as funções de gestores de confiança para todos os colaboradores, que nada mais são que pessoas de contacto, independentes e imparciais, a quem os colaboradores podem recorrer tanto sobre questões gerais de profissão, como sobre o tema de diversidade e igualdade de género. Sendo uma pessoa extremamente viajada, poderá ter uma perspetiva mais profunda sobre o tema da igualdade de género. Acredita que Portugal é um país num bom caminho para a equidade, comparativamente a outros? Na sua opinião, o que é urgente estabelecer? Enquanto cidadã do mundo considero que é urgente estabelecer empatia e respeito pelo outro. Portugal tem-se revelado um país que percorre sim um bom caminho para a equidade, estando atento para estas questões a nível nacional e internacional. Gostava aqui de destacar o importante papel que vejo o Lidl percorrer em Portugal nesse sentido, tendo em conta uma visão de sociedade globalizada. O Lidl
Por fim, como perspetiva o seu futuro na Direção de Assuntos Públicos e Comunicação Corporativa do Lidl Portugal? Que marca gostaria de deixar nesta organização e, consequentemente, nas pessoas que a compõem? Gostaria de deixar uma marca positiva e inovadora, de trabalho em equipa e, consequentemente, de consolidação de relações duradouras com os colaboradores, parceiros e fornecedores, assim como com a comunidade onde estamos inseridos.
foi o primeiro retalhista alimentar em Portugal a assinar os Women’s Empowerment Principles (WEPs), estabelecidos em 2015 pela ONU Mulheres e pelo Pacto Mundial das Nações Unidas, representativos da primeira iniciativa mundial que tem como objetivo, promover e fortalecer o papel das mulheres nas empresas, marcando assim a sua postura face a este tema perante a sociedade e os seus fornecedores. O Lidl aderiu ainda ao Target Gender Equality, um programa acelerador da Igualdade de Género nas empresas concebido, em exclusivo, para os Membros da rede local do United Nations Global Compact. O programa apoia
a definição de metas ambiciosas para a representação e liderança das mulheres, através de análise de desempenho da performance da organização, workshops de capacitação e aprendizagem entre pares. Atualmente ocupa a posição de Diretora de Assuntos Públicos e Comunicação Corporativa do conceituado Lidl Portugal, estando responsável pelas áreas de Assuntos Públicos, Comunicação Externa, Interna e Sustentabilidade. Tendo um trajeto rico em experiências, que mais-valias este cargo lhe confere? Esta nova responsabilidade traz-me a oportunidade de continuar
O Lidl Portugal, não só é focado na qualidade dos seus produtos, mas também é preocupado com o bem-estar dos colaboradores, com o ambiente e a sociedade. Ocupando, neste seio, um cargo de liderança, em que medida o seu contributo e o do seu departamento, contribuem para o sucesso da marca? Quais são, de momento, as grandes prioridades? Considero que só em equipa é que se alcança o sucesso, daí que seja relevante o trabalho que desenvolvemos com os diferentes departamentos, de forma a salientar aquilo que melhor fazemos nesta nossa casa que é o Lidl (procurando potenciar o que é possível ser melhorado). Assim, o trabalho de Comunicação Corporativa e Assuntos Públicos tem por objetivo gerir e consolidar uma reputação forte juntos dos nossos vários stakeholders, evidenciando a portugalidade da empresa, as suas preocupações com a sustentabilidade e o seu crescimento enquanto marca empregadora atrativa. Enquanto líder, o que a motiva diariamente para expandir o seu conhecimento até à equipa que consigo trabalha? O que a move, no fundo, para fazer mais e melhor? Acredito na força do exemplo próprio para liderar e acredito que é importante colocar esforço em tudo o que fazemos. Sou exigente comigo própria, mas quero transmitir a quem trabalha comigo a confiança necessária e a certeza de que em equipa somos capazes de ultrapassar limites, tendo sempre em conta o reconhecimento de um bom trabalho e a humildade de aprender e agradecer para fazer melhor. ▪
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“Estar na GRENKE é sentir que estou em Família” Ajudar empresas a crescer, profissionais a desenvolverem-se e aprender com eles é, na perspetiva de Bruna Encarnação, Managing Director Administration da GRENKE, a sua maior recompensa enquanto profissional. Conheça a sua história e o caminho que, a própria, tem percorrido até chegar ao patamar onde hoje se encontra.
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m Portugal desde 2008, a GRENKE conta com um espírito de empreendedorismo muito acentuado, podendo, assim, tornar tudo possível para os seus clientes. Enquanto Managing Director Administration da marca, como analisa estes 14 anos no mercado nacional? A principal missão da GRENKE é contribuir para a produtividade e aceleração dos negócios dos nossos clientes e parceiros, através de um atendimento personalizado, rápido e simples em todos os processos. A GRENKE iniciou a sua jornada em Portugal, numa altura em que vivíamos a crise do setor financeiro. Diria que entrámos no mercado no momento certo, o que impulsionou o nosso crescimento e colmatou uma lacuna existente, apoiando as PME nos seus investimentos tecnológicos. Apesar de já estarmos numa fase mais madura, continuamos a crescer e estamos ao lado de um número cada vez maior de empresas. Têm sido 14 anos muito positivos e gratificantes.
BRUNA ENCARNAÇÃO
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A GRENKE está presente em duas áreas de negócio: Renting e Factoring. Em ambas, apresenta sempre uma solução personalizada para oferecer ao cliente mais liberdade e para que as suas ideias de negócio possam desenvolver-se. Para melhor entender, no que consistem estas duas soluções? A GRENKE oferece a solução de Renting a empresas que pretendam investir em tecnologia, mas que não se queiram descapitalizar. O nosso modelo assenta na rapidez, na simplicidade, mas principalmente no serviço que prestamos. Trabalhamos com mais de 1500 empresas fornecedoras de tecnologia, às quais adquirimos os equipamentos escolhidos pelo cliente e que colocamos à sua disponibilização em regime de aluguer, ou seja, o cliente paga pelo usufruto do bem. Garantimos o pagamento aos parceiros em 24 horas após a formalização do contrato de locação com o cliente. A GRENKE oferece a solução de factoring através da sucursal do GRENKE BANK em Portugal,
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que assenta na mesma premissa, simplicidade e rapidez, disponibilizando uma opção que permite aos clientes garantir liquidez, ou seja, o cliente com o factoring antecipa o recebimento da sua receita. A verdade é que, ao longo dos anos, a nível mundial, o serviço da GRENKE fez com que se tornasse líder de mercado no seu setor. Neste sentido, quais são os fatores, além das soluções diferenciadas que oferece, que impulsionaram e destacaram a marca no seu progresso? Serão os Recursos Humanos uma das suas maiores vantagens? Sem dúvida que os colaboradores da GRENKE fazem toda a diferença. Nos tempos de hoje, cada vez mais privilegiamos experiências e numa era dominada pelo digital, um serviço personalizado marca a diferença. Aliás, quando nos deparamos com algo que é bem feito, a probabilidade de rapidamente sermos copiados é gigante, mas as pessoas que temos dentro de casa, que vestem a camisola e que estão comprometidas, essas ninguém consegue copiar e são essas pessoas especiais que têm feito a GRENKE líder no seu setor. Sabemos que, inquestionavelmente, por detrás desta história de sucesso, estão muitas pessoas. Sendo a Bruna Encarnação um destes rostos, gostaríamos de a conhecer um pouco melhor. O que nos pode contar sobre o seu percurso? Eu sou natural do Algarve. Como a maioria dos estudantes, procurei a capital para estudar. A minha ideia era terminar a licenciatura, iniciar o meu percurso profissional e regressar ao sul.
“APESAR DE JÁ ESTARMOS NUMA FASE MAIS MADURA, CONTINUAMOS A CRESCER E ESTAMOS AO LADO DE UM NÚMERO CADA VEZ MAIOR DE EMPRESAS. TÊM SIDO 14 ANOS MUITO POSITIVOS E GRATIFICANTES” Cedo percebi que as oportunidades estão nos grandes centros e que se queria fazer carreira teria mais oportunidades em Lisboa. Após a licenciatura, fiz o estágio para a OCC, numa conceituada empresa de serviços de contabilidade e gestão e mantive-me nesta área mais técnica durante dois anos e meio. Aos 25 anos aparece a oportunidade GRENKE, também na área da contabilidade e tive a sorte de ingressar numa Start up com imenso potencial. Quando começamos em 2008 eramos apenas quatro pessoas e hoje somos mais de 50. Apesar de a minha função na GRENKE ter sido desenhada para algo mais técnico, a realidade é que era a única a fazer todo o trabalho de Back Office.
Esta oportunidade, permitiu que fosse crescendo com a empresa, estive sempre envolvida nos processos, na adaptação dos mesmos, no contacto ao cliente e estas experiências fizeram-me crescer enquanto profissional e enquanto pessoa. Vivo este desafio com uma grande intensidade. Costumo dizer várias vezes, que a GRENKE é a minha primeira filha, porque a vi nascer e crescer em Portugal e porque vibro com cada conquista. Estou presente nas adversidades e sempre que é preciso arregaço as mangas e concretizo. A nível pessoal e profissional, quão gratificante e recompensador é poder aplicar o seu
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No que respeita à GRENKE, é certo que não deixará de trabalhar incansavelmente para ajudar os seus clientes a realizar tudo aquilo em que acreditam. Assim, que planos estão a ser desenhados para o futuro da marca? Queremos continuar a merecer a confiança de quem trabalha connosco e que nos considera uma referência. O investimento na área digital e automatização é uma prioridade do Grupo GRENKE. Atualmente, mais de 50% dos nossos contratos são assinados digitalmente, contribuindo para uma maior sustentabilidade ambiental; estamos a automatizar processos de forma a tornar-nos mais eficientes, permitindo melhorar os níveis de serviço aos nossos clientes e parceiros de negócio. Estamos focados na melhoria contínua.
conhecimento e experiência, de forma a ajudar clientes, parceiros e partes interessadas a descobrir novos horizontes? Quão importante é, para si, integrar esta organização? É um orgulho tremendo poder representar esta empresa e vestir esta camisola, pelo conhecimento que vamos adquirindo, pelas experiências que vamos tendo e que podemos proporcionar. Ajudar empresas a crescer, ajudar profissionais a desenvolverem-se e aprender com eles é muito gratificante. Sinto que o meu contributo, por mais pequeno que seja, se vai repercutir em algo maior. Nós somos o reflexo de todas as nossas crenças, valores e experiências e vamos deixando o nosso cunho na forma como nos
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relacionamos e interagimos, acabando por influenciar os outros. A GRENKE tem na sua essência tudo isto porque quem a representa, a vive como se fosse família. Estar na GRENKE é sentir que estou em família e, sendo para mim o conceito família tão vincado e vivido, consegue-se perceber o quão importante é poder integrar esta empresa. A liderança é vista por muitos uma meta a alcançar, uma ambição. Para a Bruna Encarnação, ocupar um cargo onde a sua voz é influentemente ouvida, é algo com que sempre sonhou? Quais são, enquanto líder, as suas grandes prioridades? A liderança não era algo que estivesse nos meus horizontes, até
porque considero que não tinha algumas características inatas, sou uma pessoa tímida e reservada quando se trata de falar em público. No entanto, sou focada, prática e objetiva e procurei desenvolver, através de formação e coaching, competências que me completassem enquanto líder e profissional. Claramente que a posição que tenho dá-me espaço para influenciar, para experimentar, para ouvir e ser ouvida, mas a liderança não se faz sozinha, não somos efetivamente líderes se quem nos acompanha não nos “segue”. Tenho a sorte de partilhar a liderança com pessoas extraordinárias, e, em particular, de partilhar a administração com uma pessoa que admiro imenso e que me ajudou bastante neste percurso. A minha grande prioridade, para além de gerir uma empresa sustentável e eficiente e de atingir os objetivos propostos pelo grupo GRENKE, é, sem dúvida, inspirar, motivar e estar ao lado de todos aqueles que fazem da GRENKE o que ela é. É importante garantir que somos felizes e nos sentimos realizados, prestando um serviço de excelência a todos os que nos procuram, mas também que sejamos pessoas envolvidas em temas sociais, contribuindo para que hajam mais sorrisos na sociedade. O que a move e inspira, diariamente, para ser a melhor versão de si mesma, num universo organizacional cada vez mais competitivo? Que marca gostaria de deixar no mundo? Vivemos num ambiente cada vez mais competitivo, onde temos de lutar pela nossa “sorte”. Apesar das mentalidades terem evoluído ainda há quem não tenha oportunidades pelo facto de ser mulher.
Em tempos alguém me dizia que eu recarrego as energias com o trabalho. De facto, quando adoras o que fazes e te sentes realizada, tanto pessoal como profissionalmente, tudo é mais fácil. Sou movida pela vontade de fazer mais e melhor, pela vontade de ser útil e de ajudar alguém. O Mundo que construímos também temos vindo a destruir, somos cada vez mais consumistas e vive-se muito de aparências, deixamos de poder ser genuínos sob pena de não nos inserirmos no dito normal. Gostava de continuar a influenciar os que me rodeiam e deixar uma marca de transparência, honestidade, amizade e preocupação com o outro. Porque sozinho ninguém consegue mudar o mundo. Podendo dar o seu testemunho inspirador para tantas mulheres que, também elas, pretendem traçar um caminho próspero, quais os conselhos que gostaria de lhes deixar? Há quem pense que para atingir alguma coisa é preciso sorte, mas não. Na minha opinião o importante é o foco, a dedicação e o trabalho. O género nunca poderá ser limitador de conquistas. É verdade que às vezes sentimos que temos de trabalhar um pouco mais só por sermos mulheres, mas a história diz-nos que somos conquistadoras e guerreiras. Por isso, às mulheres que possam duvidar das suas capacidades e no que têm para oferecer, o meu conselho é que não se deixem ofuscar ou condicionar, pois acreditar em nós próprias é o primeiro passo para alcançar os nossos sonhos. A sorte não se ganha, conquista-se. ▪
“A GILEAD RECONHECE QUE O AVANÇO DAS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS É APENAS UM ASPETO PARA A MELHORIA DA SAÚDE PÚBLICA E ESTÁ EMPENHADA EM DISPONIBILIZAR MAIS DO QUE APENAS TERAPÊUTICAS AOS DOENTES” SOFIA BRAZÃO,
DIRETORA DE RECURSOS HUMANOS DA GILEAD SCIENCES EM PORTUGAL
PONTOS DE VISTA SAÚDE MENTAL
“Uma força de trabalho Inclusiva e Diversificada é fundamental para permitir a Missão da Gilead” Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Sofia Brazão, Diretora de Recursos Humanos da Gilead Sciences em Portugal, assume de que forma, esta marca tem, há mais de 30 anos, contribuído para a melhoria de vida de milhões de pessoas em todo o mundo, nomeadamente no que diz respeito à saúde mental e a todas as questões que estão adjacentes.
A
Gilead está presente no mercado há mais de 30 anos numa procura incansável de “trazer novas terapêuticas para doenças potencialmente fatais” através da ciência e inovação. Assim, de que forma os serviços que oferecem e a partilha do saber, permitem ajudar a população? À nossa escala, temos contribuído para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas em Portugal e de milhões em todo o Mundo. Sabemos que tal só acontece com o empenho de quem diagnostica, define terapêuticas e acompanha a saúde de cada pessoa e de cada doente. Tendo em conta que a nossa génese está na virologia e no tratamento de doenças crónicas como o VIH, é claro para nós que a abordagem tem de ser 360º, não podemos considerar que o nosso trabalho se encerra ao disponibilizar inovações terapêuticas no mercado. Temos de fazer o que estiver ao nosso alcance para garantir que chegam a quem realmente delas necessita, através de uma série de programas de acesso internacional e de apoio à comunidade. Sabemos que o verdadeiro compromisso da marca passa por criar essencialmente um mundo mais saudável para todos e prolongar, assim, a qualidade de vida daqueles que sofrem das mais variadas doenças. Quais os maiores desafios encarados quando se movem por valores tão nobres como a inclusão, o trabalho e a responsabilidade? A Gilead reconhece que o avanço das descobertas científicas é apenas um aspeto para a melhoria da saúde pública e está empenhada em disponibilizar mais do que apenas terapêuticas aos doentes. Alguns dos programas que desenvolvemos em Portugal ajudam a enfrentar barreiras aos cuidados, tais como: acesso ao tratamento, o estigma e a discriminação, assim como as desigualdades na prestação dos cuidados de saúde em todo o mundo. Nesse âmbito criámos, por exemplo, em 2013 o Programa Gilead GÉNESE com a ambição de incentivar a investigação, a produção e a partilha
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to tem crescido ao longo destes anos. Até ao momento tem o apoio de 20 entidades: associações de doentes, sociedades médicas e sociedades científicas e, é no âmbito deste movimento, que surge a Academia PensaPositivo. Com a parceria de médicos infeciologistas envolvidos e com a ajuda e colaboração de outros parceiros importantes na sociedade queremos fazer com que este Movimento chegue a todos.
SOFIA BRAZÃO
de conhecimento científico a nível nacional, e de viabilizar iniciativas que conduzam à implementação de boas práticas no acompanhamento dos doentes. Este Programa tornou-se uma referência na área da Responsabilidade Social Corporativa, incentivando projetos de investigação científica e de intervenção na área da comunidade. Ao longo de sete edições, o montante global de financiamento atribuído aos 89 projetos apoiados pelo Programa Gilead GÉNESE ascendeu a quase dois milhões de euros, tornando este um dos maiores programas de responsabilidade social do setor farmacêutico em Portugal. Ainda neste quadrante de responsabilidade social, com o objetivo de promoção da literacia nasce, em 2017, o projeto PensaPositivo, um movimento que tem a missão de aumentar o conhecimento na área do VIH e consequentemente combater o estigma e contribuir para a eliminação da infeção por VIH. Este movimen-
Muito se tem debatido acerca da problemática da saúde mental – a mais valiosa do ser humano. No que diz respeito à situação da pandemia da Covid-19 que o mundo ainda enfrenta, acredita que a saúde mental ganhou maior consciencialização na vida da comunidade? De que forma as consequências desta realidade afetou a saúde das pessoas? Considero que a Pandemia trouxe uma série de mudanças para a nossa vida quotidiana e com elas uma noção de fragilidade, ausência de controlo e solidão de que a grande maioria de nós não estava consciente. Estas características aliadas a mais tempo para nos virarmos para dentro de nós, porque se passou menos tempo a viajar, a socializar, despoletaram para muitos uma reflexão mais abrangente sobre os seus objetivos de vida. Não é por acaso que muitos tomaram decisões de mudar de residência, de estado civil, de país. Se para muitos esta pandemia permitiu fazer um balanço e uma mudança de vida, para outros, até porque também poderão ter sido atingidos pela perda de familiares próximos e amigos, trouxe uma sensação de desamparo que pode estar na base de uma menor saúde mental, uma menor capacidade de esperança e uma sensação de desajuste em relação à vida real. E este tema torna-se tanto mais sério quanto o facto de os temas de saúde mental estarem sempre muito envoltos em estigma, incompreensão e alguma dificuldade de empatia. Na realidade a pandemia e os seus efeitos sociológicos permitiu que se falasse mais de saúde mental e que se tentassem criar as condições para que as pessoas peçam ajuda e percebam
PONTOS DE VISTA SAÚDE MENTAL
que o que nos acaba de acontecer se enquadra numa categoria de “eventos que provocam mudanças de vida” e que sempre foram identificados como passíveis de provocar depressões, desequilíbrios obsessivo compulsivos, entre outros. Penso que permitiu também sentir a fragilidade do nosso equilíbrio e que qualquer um de nós, sem exceção, pode sofrer um desequilíbrio na sequência deste tipo de acontecimentos e desse modo criarmos uma maior compreensão e tolerância em relação à sintomatologia mental do outro. Ou pelo menos assim espero. Assim, considera que a questão da saúde mental tem vindo a ultrapassar barreiras nacionais, culturais, políticas e socioeconómicas? Qual é o papel da Gilead neste âmbito? Sim considero e, neste âmbito, o papel da Gilead é tentar cuidar de forma mais atenta dos seus colaboradores, criar condições para se adaptarem a este novo modo de vida e de trabalho. Este é um tema muito importante para a companhia, queremos contribuir para que os nossos colaboradores sejam saudáveis em todos os aspetos da sua vida - emocional, física e financeira. E temos vindo a implementar alguns programas que procuram dar resposta e a incorporar essas necessidades. Implementámos, por exemplo a nível mundial um programa de assistência ao colaborador que é gratuito e que prevê consultas psicológicas, apoio legal, apoio contabilístico, entre outros. Temos desde há dois anos um subsídio de bem-estar que pode ser utilizado para a compra de equipamento desportivo, aulas, ginásio, entre outros. Desde novembro deste ano adotámos um modelo de trabalho híbrido que prevê até três dias de teletrabalho por semana de acordo com a agenda e necessidades profissionais do colaborador. Temos aulas de yoga virtuais e a sexta-feira à tarde isenta de reuniões e com possibilidade de fecho de atividade a partir das 15h30. São medidas simples que visam facilitar a vida dos nossos colaboradores de modo a sentirem as condições necessárias para a manutenção do seu bem-estar e equilíbrio pessoal e profissional. A Gilead compromete-se diariamente em criar uma cultura inclusiva que permita às pessoas dar o seu melhor no trabalho, refletindo-se na diversidade dos pacientes que assistem. É caso para dizer que em ambiente de trabalho “mais vale prevenir do que remediar”? Porquê? Sim, porque na realidade temos de nos sentir bem para podermos trabalhar com qualidade e foco, sobretudo nesta área da saúde. Assim, se estivermos atentos às nossas pessoas, poderemos garantir que se cuidam e protegem mutuamente antecipando possíveis problemas de saúde futuros. O nosso CEO, Daniel O’Day, disse recentemente: “Estou orgulhoso do trabalho que temos desenvolvido na Gilead para garantir equidade para os nossos colaboradores, para as comunidades em que trabalhamos e para os doentes que atendemos. A inclusão é um dos nossos valores
fundamentais e acredito que seja essencial para o sucesso de longo prazo da Gilead. Construir uma força de trabalho inclusiva e diversificada é a coisa certa a fazer e, ao mesmo tempo, também é fundamental para o nosso futuro. A diversidade catalisa a inovação e, em última análise, a diversidade é fundamental para o nosso objetivo de fornecer medicamentos transformacionais para doentes em todo o mundo”. Inclusão: um valor que tanto diz a esta marca. Qual a importância de promover um ambiente de trabalho onde as diferenças sejam valorizadas? Numa empresa de inovação, esta só é possível se houver diversidade de pensamento e de perspetivas. Isso só se consegue com pessoas de perfis diversos. Temos de criar espaço e dar voz a todos para podermos conseguir chegar às conclusões mais adequadas. A inclusão e diversidade é a chave do sucesso de qualquer negócio ou empresa, acelera a exposição a diferentes cenários, aumenta a agilidade e a rapidez de aprendizagem. Uma força de trabalho inclusiva e diversificada é fundamental para permitir a missão da Gilead - e, em última análise, irá ajudar-nos a criar um mundo melhor e mais saudável. Estamos altamente empenhados em criar uma cultura inclusiva, uma cultura que permita a todas as pessoas fazer o seu melhor trabalho e que seja reflexo da diversidade dos nossos doentes. Ao mesmo tempo, reconhecemos que precisamos de fazer mais para acelerar o nosso progresso - para as nossas pessoas, para o nosso negócio e para o mundo. O nosso sucesso depende de cada um dos nossos colaboradores, e as formas como somos diferentes é uma das nossas maiores forças. Estas diferenças incluem atributos visíveis e não visí-
A terminar, que linhagem de pensamento gostaria que todos nós percorrêssemos no que toca à saúde? No domínio da saúde mental, que futuro devemos seguir? Idealmente e sobretudo no âmbito da saúde mental gostaria que sentíssemos cada vez mais abertura e tolerância a assumirmos quando não nos sentimos bem. De acordo com diversos estudos que têm sido divulgados, os sintomas de depressão e ansiedade agravaram-se com a pandemia COVID-19, mas este é um problema que não é de hoje e a criação de uma rede de apoio mais clara e até subsidiada ao nível de cuidados psicológicos, por exemplo, seria facilitadora Fator importante também será a difusão de informação e consciencialização de que numa fase em que tanto valori-
veis, tais como raça, género, idade, etnia, pessoas com deficiência, aparência, estilos de pensamento, crenças, nacionalidade, idade, orientação sexual, e educação, entre outros. A inclusão na Gilead é um valor central e significa criar e promover um ambiente de trabalho onde as nossas diferenças são valorizadas, e as pessoas se sentem envolvidas, respeitadas e ligadas. Certo é, que esta é uma empresa que caminha de mãos dadas com a sustentabilidade – não fosse ela dada a causas. Neste sentido, qual é o caminho que tem vindo a ser traçado pela Gilead? De que forma se funde um serviço bem-sucedido com uma produção ambientalmente responsável? A Gilead está empenhada na produção social e ambientalmente responsável de medicamentos que melhoram e salvam vidas em todo o mundo. Desde a investigação ao desenvolvimento, passando pelo fabrico e distribuição dos nossos produtos até à sua eliminação, estamos continuamente a trabalhar arduamente para reduzir a nossa pegada ambiental. O nosso empenho em proteger o ambiente e proporcionar um local de trabalho saudável e seguro é evidenciado pelas rigorosas práticas ambientais, de saúde e de segurança que praticamos. E esforçamo-nos continuamente por melhorar as nossas práticas e elevar os nossos padrões para ter um impacto positivo no local de trabalho, no mercado, na cadeia de valor e nas comunidades em que fazemos negócios. Por exemplo a Gilead tem estado a rever as suas frotas a nível internacional e local no sentido de adotar cada vez mais veículos híbridos/elétricos e a localização dos nossos escritórios perto de transportes públicos e com acessos fáceis facilitam a deslocação dos nossos colaboradores. ▪
zamos o desporto e uma alimentação equilibrada, a mente também precisa de cuidado. Este cuidado pode advir de um regresso à socialização, mais frequente com o fim da pandemia, técnicas de meditação, leitura, o que funcionar para cada um, assim como as endorfinas libertadas pelo desporto. Horas de sono regulares são também fundamentais para este equilíbrio, bem como o desligar dos ecrãs e da constante conexão eletrónica, para nos conectarmos mais com a natureza, por exemplo. Ao nível da empresa, há que manter “canal aberto”, estarmos atentos uns aos outros para podermos apoiar e escutar ativamente os pedidos de ajuda e sobretudo não estigmatizar problemas e questões de saúde, que não sendo contagiosos, podem mesmo acontecer a qualquer um.
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PONTOS DE VISTA COACHING ORGANIZACIONAL
OPINIÃO PAULA MELO, COACH
Simplicidade Ágil e o Coaching Organizacional Humanizar é o coração do sucesso das empresas. Simplicidade Ágil, sim! Humanizar é importante e urgente no contexto organizacional. Esta competência vai-se reforçando, cada vez mais consciencializada com as vivências às quais nos desafiamos.
E AGORA?
PERFIL
PAULA MELO COACH
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Implementar uma cultura ágil humanizadora pode ser demorado e trabalhoso. Estruturar e desenvolver um programa de Coaching organizacional vai assegurar a tomada de consciência de diretores, gestores, líderes, técnicos e colaboradores da necessidade de novas abordagens, de novos procedimentos ágeis, impactantes e com resultados. Um novo olhar, uma mudança de hábitos dos colaboradores e reforçar pontos cruciais. Definir momentos de feedback contínuo com a equipa, com os mentores, agentes de desenvolvimento da organização e assegurar resultados alinhados: é uma resposta que o Coaching permite. Equipas ágeis precisam de feedbacks frequentes para que possam identificar rapida-
mente procedimentos que estão a trazer resultados e competências core, as quais estão em processo de maturidade de acordo com a área funcional e com os objetivos que foram intrinsecamente reconhecidos pelas próprias. Esta ferramenta com agilidade permite que as equipas tomem consciência das necessidades de melhoria o quanto antes. O momento do feedback contínuo positivo assegura uma cultura organizacional mais humanizada, orientada para as pessoas e com resultados ágeis. Vivenciamos um novo modelo de trabalho híbrido, o que nos exige um novo olhar para as áreas funcionais nas empresas e consequentemente para os perfis dos colaboradores. A necessidade de realinhar a cultura das organizações é definida como prioridade no dia de hoje.
PONTOS DE VISTA COACHING ORGANIZACIONAL
Os diferentes espaços físicos em que a equipa se desafia no cumprimento das suas responsabilidades, leva a um repensar de como assegurar os mesmos resultados, o mesmo foco e a mesma motivação. Os laços emocionais e os sentimentos de pertença das equipas, podem estar a ser geridos baseados em padrões standard. A maturidade e a forma como ocorreu o desenvolvimento das competências das equipas que foram “atropeladas” pela necessidade do trabalho em casa, pede uma avaliação 360º das mesmas. O planeamento das atividades da equipa e, consequentemente, da performance desejada, requer uma nova definição dos estádios de desenvolvimento das “novas equipas”. Valorizar as novas aprendizagens e as necessidades de ajustamento a novas realidades é um novo requisito urgente solicitado aos líderes. Novas abordagens se esperam… Os Líderes estão a vivenciar um papel transformador no acompanhamento das equipas, que se espera que seja consciente e em que o presente deve estar cada vez mais focado. “Desaprender e voltar a aprender”, permite o estádio de crescimento, de bem-estar e de felicidade. Este “novo híbrido” pede um novo planeamento, um novo repensar dos objetivos das equipas, um novo olhar, onde Coaching surge como um processo de facilitação destes resultados. Os objetivos anuais, semestrais, trimestrais ou mensais definidos no programa de Coaching Organizacional fortalecem um desempenho e uma cultura ágil, onde se consegue obter uma mensuração de resultados. Humanizar, dando feedback construtivo trimestralmente ou mensalmente irá fazer, mais rapidamente, com que o colaborador compreenda e se oriente para as ações que precisam de ser tomadas. Consequentemente, melhor será o resultado no final do ano. Humanizar a relação requer transparência, confiança, ética, delegação de responsabilidades e interação entre os colaboradores da equipa.
O objetivo é construir relações em que todos ganham. Os vínculos emocionais positivos dos coachees que fazem parte deste Programa de Coaching promovem resultados empoderados, o que os torna mentores da cultura organizacional humanizada. O Líder fica mais consciente de acordo com as ações que define durante o Programa de Coaching, sendo levado a investir diariamente nas relações interpessoais com a equipa. É o momento de humanizar a relação, desenvolvendo um clima de confiança e respeito, onde os membros das equipas se sintam valorizados e motivados. Uma empresa com o posicionamento mais ativo humanizado é um agente de transformação social.
“O LÍDER FICA MAIS CONSCIENTE DE ACORDO COM AS AÇÕES QUE DEFINE DURANTE O PROGRAMA DE COACHING, SENDO LEVADO A INVESTIR DIARIAMENTE NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS COM A EQUIPA"
AS EMPRESAS ESTÃO PREPARADAS? COMO SE PREPARAM? Empresas Humanizadas são mais eficazes na gestão dos desafios do mercado atual. Humanizar é o impulso para a rentabilidade das empresas/organizações. Simplesmente Humanizar, como Mulher, como Coach nas Empresas /Organizações. Parabéns e um agradecimento especial a todos os empresários e colaboradores fantásticos, com quem tive a oportunidade de trabalhar durante os últimos 2 anos. Que se desafiaram a crescer e a desenvolver as suas competências orientadas com esta ferramenta “Coaching Organizacional”, reforçando a sua auto-motivação, adquirindo mais consciência de como um empenho rigoroso no dia a dia lhes permite acontecer um sorriso genuíno. ▪
Paula Melo Coach
962786590 paulatmelo@gmail.com
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PONTOS DE VISTA VINHOS DE REFERÊNCIA
LEONOR FREITAS
“A Casa Ermelinda Freitas quer ser uma Referência do que de Melhor se produz em Portugal” Quando falamos da Casa Ermelinda Freitas, a primeira imagem que nos surge é, sucesso. De facto, esta é uma realidade que ano após ano, vem sendo consolidada, fruto de uma Liderança positiva e briosa em prol de um projeto de valor. O principal rosto do êxito, é Leonor Freitas, a Senhora da marca que em 24 anos, levou uma empresa familiar, à dimensão planetária. Conheça as valias, os sucessos e os desafios da Casa Ermelinda Freitas, pela “voz” da nossa interlocutora.
Q
ual é o balanço que a Casa Ermelinda Freitas pode fazer já do ano económico de 2021? Em temos comercias poderemos afirmar que é um dos melhores anos de sempre da Casa Ermelinda Freita, mas não podemos esquecer das preocupações que temos tido e continuamos a ter com todos os que nos envolvem devido à esta pandemia da Covid-19 que se viveu a nível mundial. Temos tido grandes preocupações de saúde e sociais, com todos os que nos rodeiam. Fiz álcool gel e ofereci, comprei mascaras e ofereci, fiz formação a todos os colaboradores para que cada um pudesse ser o seu próprio agente de saúde, mas temos que dizer que é um ano de grandes ansiedades sociais.
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CASA ERMELINDA FREITAS E IPS JUNTOS NA PRODUÇÃO DE ÁLCOOL GEL E VISEIRAS Projeto de fabrico de 6000 litros de álcool gel está a ser desenvolvido nas instalações da empresa vitivinícola Nesta iniciativa, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) foi responsável pelo desenvolvimento tecnológico, com os seus docentes a criarem a solução antisséptica. "É um trabalho de grande colaboração com o IPS, de que me orgulho muito, porque nesta fase as preocupações devem estar centradas, nas pessoas, depois nas pessoas, e ainda nas pessoas" diz Leonor Freitas, gerente da empresa. A produção deste álcool gel vai ser distribuída em hospitais e IPSS do distrito, bem como por agentes de proteção civil e estabelecimentos
prisionais. A Casa Ermelinda Freitas apoiou também a produção de 2500 viseiras de proteção individual, igualmente em articulação com o Politécnico de Setúbal. Leonor Freitas, como surgiu esta ideia de produzir Álcool Gel e Viseiras? A ideia de produzir Álcool Gel, nasce da necessidade que a Casa Ermelinda Freitas sentia que havia na sociedade e no mercado, devido à grande procura de álcool gel, nós próprios tínhamos dificuldades em adquirir e o que encontrávamos estava com um preço muito alto. Senti também grande necessidade de colaborar com as instituições mais desfavorecidas, lares, prisões, e outras instituições carenciadas de idosos que não conseguiam ter acesso.
PONTOS DE VISTA VINHOS DE REFERÊNCIA
Mãos à obra e temos o álcool, mas não sabemos como fazer o gel. Nesta altura de dilema o Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal telefonou-me e perguntou-me se tinha álcool para dispensar para poderem fazer gel pois sabiam como fazer, mas não tinham o álcool necessário. O Instituto Politécnico de Setúbal forneceu todo o seu conhecimento e parte química para o processo de conceção, a Vinisol vendeu o álcool a preço muito barato, tendo sido assim possível criar esta conjugação de esforços que permitiram uma grande aprendizagem em prol da nossa sociedade podendo assim ajudar todos os que necessitam. Assim nasce a iniciativa que juntou três entidades Casa Ermelinda Freitas, Vinisol, e IPS e sem todo esta envolvência não seria possível fazer os 6.000L de álcool gel. As viseiras foi porque o IPS estava a fazer as mesmas e necessitava de mais alguns recursos, a Casa Ermelinda Freitas deu um donativo para ajudar a aumentar a produção, existindo também mais empresas na região a contribuir para esta causa. A Casa Ermelinda Freitas, vai dar uma viseira a cada funcionário da empresa, queremos proteger os nossos colaboradores Não há dúvida que juntando vontades, saberes, colaboradores podemos ser solidários e com um pequeno gesto ser uma grande mudança e ajuda para a vida das pessoas e instituições. Como foi feita essa adaptação? Esta adaptação apenas foi possível juntando, vontade, produto e o saber de uma instituição superior com é o Instituto Politécnico de Setúbal. Tudo é possível e tudo é fácil quando queremos ajudar o próximo. Qual o significado que tem para a Casa Ermelinda Freitas poder ajudar nesta altura difícil para o País? A Casa Ermelinda Freitas está preocupada com o que se passa com a saudade e economia da sociedade em Portugal e no mundo. Mas temos imensa alegria em pensar que é possível e termos a possibilidade de podermos ajudar aqueles que tanto precisam desta ajuda. Também dizer que tivemos imensa preocupação que cada funcionário nosso fosse um agente de saúde, dando formação para poderem agir como tal, podendo assim também passar a quem lhe rodeia toda esta responsabilidade. Estou preocupada com a economia, mas muito mais preocupada com as pessoas. Quando estivermos bem lutaremos pela economia agora vamos lutar pelas pessoas. http://www.ermelindafreitas.pt/ https://www.facebook.com/ErmelindaVinhos/
E quanto aos prémios conquistados? Foi um ano em cheio para a Casa Ermelinda Freitas. Uma vez mais, mês após mês, vimos os nossos vinhos serem reconhecidos em prestigiados prémios internacionais. Da Coreia aos EUA, passando por França, Hong Kong, Brasil ou Itália, sucederam-se as medalhas de ouro e prata, as pontuações quase perfeitas, que acabaram por destacar diversas marcas que fazem parte do nosso portefólio. A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES, que todos os dias saboreiam os vinhos Casa Ermelinda Freitas, nas mais diversas ocasiões, é o prémio mais precioso que podemos receber. É claro que, numa indústria tão competitiva, não ficamos indiferentes aos inúmeros prémios que vamos recebendo um pouco por todo o mundo. Sem vaidade, sentimos que representam o reconhecimento do trabalho de toda uma equipa que está comprometida com a qualidade e a excelência. Como sabemos que muitos dos nossos clientes gostam de estar a par dessas distinções, preparámos aqui uma pequena amostra do que aconteceu ao longo do ano. Procurámos ser o menos exaustivos possível, mas a tarefa não é fácil. Ora tome nota:
DE DESTACAR OS SEGUINTES PRÉMIOS: “Selections mondials des vin canadá 2021” Medalha de grande ouro: ° Casa Ermelinda Freitas Moscatel de Setúbal roxo superior 2010 “Escolha da imprensa 2021” Grande Prémio “a escolha da imprensa”: ° Casa Ermelinda Freitas Pinot noir & Merlot 2019 Prémio “a escolha da imprensa”: Ermelinda Freitas Sauvignon Blanc & ° Casa verdelho 2019
“Mundus vini 2021 – edição de verão” Casa Ermelinda Freitas eleita: “Melhor produtor de Portugal”. Medalhas de ouro: ° Casa Ermelinda Freitas syrah reserva 2019 “Cathay – Hong Kong International wine & spirit competition” Melhor vinho de Portugal de 2021: ° Vinha do Fava reserva 2020 Medalhas de ouro: ° Casa Ermelinda Freitas Alicante Bouschet reserva 2019
“Prodexpo 2021” Prodexpo star: ° Casa Ermelinda Freitas Sauvignon blanc & verdelho 2019
“XXI Concurso de vinhos da Península de Setúbal” Melhor vinho branco península de setúbal: ° Terras do pó Chardonnay & Viognier 2017
“Decanter World Wine Awards 2021” Medalhas de ouro: Ermelinda Freitas Moscatel ° Casa de Setúbal superior 2009
TOTAIS EM MEDALHAS 2021 Ouro: 112 Prata: 96 Bronze: 26
“Korea wine challenge 2021” Melhor vinho de Portugal: ° Sand creek tinto 2020
É de facto uma grande motivação e responsabilidade, para continuarmos a fazer cada vez mais e melhor. É também uma grande motivação para a equipa que trabalha na Casa Ermelinda Freitas, e sobretudo para os nossos consumidores que gostam sempre dos melhores vinhos ao melhor preço.
“50 Great White Wines of the World 2021” Medalha de ouro: ° Dona Ermelinda reserva branco 2019
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PONTOS DE VISTA VINHOS DE REFERÊNCIA
E no que toca ao campo da sustentabilidade? É impossível não falar em sustentabilidade na Casa Ermelinda Freitas. Qualquer empresa nos dias de hoje que é responsável, tem de ter como um dos seus principais objetivos e preocupações a sustentabilidade, pois será com o equilíbrio do planeta que nos conseguiremos continuar a trabalhar, e seremos dignificados pela sociedade. A nossa primeira preocupação começa logo desde a plantação da vinha e todos os tratamentos que fazemos aplicando produtos amigos do ambiente que respeitão a fauna da nossa região (Península de Setúbal), na bordadura das parcelas de vinhas mantemos os refúgios existentes para conservar a biodiversidade, tudo isto e isso além de poupar o ambiente, fauna e flora também nos permite ter uma uva mais estável e por consequência um produto final mais natural. Quando compramos uma máquina existe sempre a questão da sustentabilidade, tendo logo como preocupação os gastos de energia, de água, bem como a utilização os produtos menos agressivos possíveis para o ambiente nas mesmas. Por exemplo a desinfeção das máquinas são feitas com água quente e não quimicamente. A nossa preocupação não é de agora, mas de sempre pois desde o início que temos uma ETAR a tratar as águas residuais, de modo a que elas tenham as condições necessárias para serem lançadas na rede. Na Casa Ermelinda Freitas a energia elétrica utilizada, 50% é proveniente de painéis solares fotovoltaicos, que se encontram no telhado do nosso centro de vinificação, que nos ajudam também a sermos mais sustentáveis e pouparmos, fazendo assim um uso menos de energias fosseis. Também temos uma grande preocupação com todos os materiais utilizados promovendo a reciclagem dos mesmos, como: cartão, vidro, plástico, rolhas, paletes, entre outros. Todas as nossas rolhas de cortiça são provenientes de uma produção sustentável, temos sempre a preocupação de aproveitar tudo o que é nacional utilizando as rolhas de cortiça naturais onde foi envolvida a estrutura celular inigualável da cortiça com tecnologia sofisticada, respeitando simultaneamente o trabalho notável da natureza e a integridade plena deste material. Ao fazermos isto mantemos assim a sustentabilidade dos sobreiros e dos corticais, que para continuarem a crescer necessitam que se vá retirando a cortiça, permitindo a continuação dos mesmos. Todos os restantes materiais são reciclados e temos um protocolo com o PONTO VERDE, onde contribuímos com uma taxa para que seja feita essa reciclagem, permitindo assim uma reutilização de todos estes elementos. Em todos os nossos contrarrótulos, e caixas existem as comunicações presentes através dos
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logotipos de ecoponto e reciclagem de modo a incentivar todos os consumidores a fazerem a mesma. A atividade à qual nos dedicamos, como é agrícola, naturalmente tem uma ligação maior a praticas sustentáveis em medio e longo prazo. A nossa preocupação é sempre que possível e onde possível usar métodos/processos sustentáveis. Falar de sustentabilidade é uma responsabilidade, ela foi o passado, é o presente e um grande futuro. Só poderemos ter um planeta saudável se todos tivermos noção e respeitarmos as medidas ambientais. Muito se tem feito, na minha opinião, mas ainda muito existe para se fazer. Acredito que iremos melhorar cada vez mais pois a escola tem tido um papel importante nesta evolução, sendo cada vez maios os mais jovens a alertar e a ter preocupação com o ambiente. A aposta feita mais recentemente em vinhos da região do Douro já tem resultados relevantes? Quais? Não há dúvida que desde que estou no setor dos vinhos e visitei o douro, emocionei-me ao ver como é difícil trabalhar as terras nesta região. Passei a apreciar a beleza do douro de outra forma. Posso dizer que a partir daí fiquei de facto com um sonho que durante duas décadas achei que não era impossível concretizar, devido a questões económicas, mas sempre com a persistência e com o acreditar, de que com a ajuda dos consumidores iria conseguir. Acabei por adquirir a Quinta de Canivães em Foz Coa, Douro Superior, que acho maravilhoso para poder complementar o portfólio e admirar aquele contraste entre a vinha e o rio. Para concluir o meu sonho também produzimos em pouca quantidade, mas em grande qualidade azeite que era também um dos sonhos. QUINTA DE CANIVÃES DOURO SUPERIOR Em 2018, com a aquisição da Quinta de Canivães, Leonor Freitas concretizou um sonho de longa data, ter uma quinta no Douro. Esta antiga quinta localiza-se na margem esquerda do Douro, perto de Vila Nova de Foz Côa sendo conhecida antigamente como “Quinta do Porto Velho”, pois possui um pequeno porto onde as pequenas embarcações atracavam. Com a dimensão de 50 hectares, possui 20 hectares de vinha de diversas idades, composta pelas mais nobres castas tintas, e 4,5 hectares de olival de onde se obtém azeite e elevadíssima qualidade Este projeto e uma continuidade da grande parceria entre Leonor Freitas e o enólogo Jaime Quendera. Novidade: Quinta de Canivães Azeite, ideal para temperar todas as iguarias de verão, desde a salada ao famoso peixe grelhado. A aquisição da Quinta do Minho, não estava propriamente programada, mas também me
“UTILIZAMOS OS PRODUTOS AMIGOS DO AMBIENTE, DE MODO A QUE POSSAMOS VER JOANINHAS A PASSEAR NAS VINHAS” encantei com a diferenciação que são os Vinhos Verdes, únicos no mundo. QUINTA DO MINHO POVOA DE LANHOSO A Quinta do Minho, que conta com 40 hectares, nasceu em 1990 em Póvoa do Lanhoso perto de Braga, tendo resultado da fusão de duas das mais antigas quintas ali existentes: Quinta do Bárrio e a Quinta da Pedreira. A casa principal remonta ao séc. XVIII e tem vindo a ser gradualmente recuperada para apoio a atividades ligadas ao turismo vitivinícola. Com um “terroir” típico do alto Minho, o seu vinho elegante e fresco tem por base a casta Loureiro, rainha desta região. Este projeto é uma continuidade da grande parceria entre Leonor Freitas e o enólogo Jaime Quendera. O AZEITE DO DOURO AZEITE VIRGEM EXTRA: Localizada nas terras quentes do Douro Superior, a Quinta de Canivães possui características ímpares para a produção de Azeites e Vinhos de alta qualidade. Elaborado com base na variedade “Cobrançosa”, e com um toque de “Picual” e
PONTOS DE VISTA VINHOS DE REFERÊNCIA
“Negrinha de Freixo”, usando o processo de extração a “frio”, apresenta-se um azeite elegante e delicado. Azeite de categoria superior obtido diretamente de azeitonas unicamente por processos mecânicos. conservar ao abrigo da luz, ar, fontes de calor e odores intensos.
OS VINHOS VERDES JÁ SÃO UMA REALIDADE E CONVIDO TODOS OS CONSUMIDORES A PROVAR: - Fugaz (pode ser comprado no Recheio) Clássico e Ligeiro Loureiro e Trajadura
- Gábia (pode ser comprado no Pingo Doce) Clássico e Ligeiro, castas Loureiro e Trajadura
- Porta Nova (pode ser comprado no Pingo Doce) Clássico e Ligeiro, castas Loureiro e Trajadura
- Campos do Minho (pode ser comprado na Sonae) – Clássico e Ligeiro Loureiro e Trajadura
- Fugaz, Porta Nova e Gábia 100% Loureiro - Campo da Vinha – Clássico e Ligeiro (restauração)
- Quinta do Minho – Restauração; O vinho da Quinda de Canivães Douro, vai estar brevemente no mercado, o azeite vende-se na adega da Casa Ermelinda Freitas em Fernando Pó. Não há dúvida que a principal casa é e será sempre a da Península de Setúbal, onde estão as minhas origens e onde as gerações passadas, trabalharam a terra.
Estas duas quintas, vêm complementar o portfolio e oferecer ao consumidor vinhos únicos e diferentes, pois Portugal tem esta característica, pequeno, mas tão diferenciador e maravilhoso, em que cada região tem o seu terroir dando vinhos diferentes. É este o grande sonho que tenho, de poder oferecer esta diferenciação aos nossos fiéis consumidores. A adega propriamente dita, em Fernando Pó, é cada vez mais local de encontro de figuras e eventos nacionais. Como é que um espaço relativamente distante da cidade consegue ser central desta forma? Na minha opinião falar de vinha e vinhos, é forçosamente falar-se de enoturismo. O enoturismo vem dar contacto direto com a natureza, a nossa realidade, com a nossa história de família, com as nossas vinhas e o nosso vinho. É na minha opinião a aposta na fidelização do nosso produto e o enoturismo leva a que o visitante que quando esta a beber o nosso vinho, perceba que não é um simples vinho ele representa o terroir, o trabalho, a história das gerações, é muito mais do que uma garrafa de vinho, ele representa o amor que todos lhe dedicaram. Nunca me esqueço no enoturismo de passar a mensagem de beber com moderação pois assim temos a certeza de que o vinho é um produto prestigiado e apreciado. O enoturismo já é uma realidade na Casa Ermelinda Freitas, mas com grandes ambições de melhorar o mesmo, sendo uma das maiores apostas que temos na nossa programação de investimentos. Isto porque sentimos que o enoturismo é uma oferta para o consumidor em
Portugal que tem muito a dar, e a dignificar. Um consumidor que conheça a história, a família, viva o espaço real onde tudo se faz e que veja como tudo é feito, é um consumidor fiel e para a Casa Ermelinda Freitas, mais um amigo que se relaciona com a nossa casa, com o nosso vinho e com a nossa família. As nossas visitas, são compostas por visita à vinha pedagógica, onde se mostra as mais de 30 castas e suas características, visita ao centro de vinificação (zona de vinificação, filtragem, linhas de engarrafamento, sala de estágio), seguida de visita ao “Espaço de Memórias e Afetos” (Museu) onde mostra as gerações passadas, objetos de trabalho utilizados nas vinhas, antiga adega, terminando com um prova de: quatro Vinhos (dois Tintos, dois Brancos e o famoso Moscatel de Setúbal), acompanhados por produtos da região: Pão, Enchidos, Queijo de Azeitão, Compota e Biscoitos. Valor da Visita: 7,50€ por pessoa; Em relação à Quinta de Canivães – Douro Superior e Quinta do Minho – Vinhos Verdes, não deixa de ser um sonho de longa duração que foi difícil de concretizar sendo hoje um grande orgulho como complemento dos vinhos da Casa Ermelinda Freitas da Península de Setúbal. Ele é também um produto turístico quando damos a conhecer os vinhos da Península de Setúbal e o seu terroir os - Vinhos Verdes e o Douro com os seus diferentes terroir, estamos a mostrar a diversidade que existe em Portugal, ficando sempre orgulhosos com o sentimento de gratidão por conseguimos mostrar um pais pequeno, diferenciador e a Casa Ermelinda Freitas orgulhosamente consegue ter no seu portfolio esta diferenciação. Há mais alguma coisa que pretenda dizer? A Casa Ermelinda Freitas tem na sua gestão atualmente a quarta geração, todas estas gerações aprenderam a lutar, a conquistar, a perder e a ganhar. Mas tem um lema: NUNCA DESISTIR. Todo este elemento tem sido passados para a atual geração, a quinta geração, os meus filhos (João e Joana), que já se encontram a trabalhar e em parte a gerir a Casa Ermelinda Freitas. Como todas as mães digo orgulhosamente que a minha continuidade esta assegurada e que a Casa Ermelinda Freitas quer ser uma referência do que de melhor se produz em Portugal, quer na qualidade, quer na relação afetiva com as pessoas, bem como com a região Península de Setúbal onde esta inserida, enfim. Continuará a ser uma empresa rural, com a paixão da terra, e das pessoas que nela trabalham e um agradecimento permanente aos consumidores que têm preferido os vinhos da Casa Ermelinda Freitas e assim ajudado a que ela seja aquilo que hoje é e será melhor no futuro. E novidades, vamos ter sempre muitas para poder presentear os nossos melhores amigos, os nossos consumidores. ▪
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PONTOS DE VISTA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 10 ANOS – DIA MUNDIAL DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
L
ançado em 2012, a “Escolha do Consumidor” rapidamente conquistou os portugueses. Após dez anos de atividade e reconhecimento no mercado, como avalia a evolução da marca? Que fatores têm contribuído para a sua distinção? Estes dez anos de “Escolha do Consumidor” têm sido extraordinários, não apenas do ponto de vista do crescimento sucessivo, mas pela oportunidade que temos em trabalhar com consumidores e marcas e assim poder acompanhar a sua evolução. Temos tido a preocupação de investir continuamente na nossa metodologia e adequá-la às necessidades e expectativas de consumidores e marcas, trazendo melhorias a ambos. Diria que é esse espírito crítico em relação a nós próprios e que nos faz melhorar, que acaba também por ser o principal fator distintivo no mercado. Marcas e consumidores sabem que somos isentos, que envolvemos o consumidor em todas as fases de avaliação e que os resultados que comunicamos são a voz do consumidor no que toca à satisfação com as marcas.
JOSÉ BORRALHO
Dez anos
de “Escolha do Consumidor” Em conversa com a Revista Pontos de Vista, José Borralho, CEO da Consumerchoice – Centro de Avaliação da Satisfação do Consumidor, aborda os marcos fundamentais que têm contribuído para a distinção permanente da “Escolha do Consumidor”, ao longo de dez anos de atividade. Sublinha-se, ainda, a importância que o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, celebrado a 15 de março, tem na sociedade e na evolução da mesma. Saiba tudo. 100 | PONTOS DE VISTA |
Sabemos que a "Escolha do Consumidor" cria meios para que o consumidor se expresse, para que avalie as marcas e divulgue aquelas que mais o satisfaçam. Assim, e sendo a voz do consumidor, que mais-valias advêm desta atuação, tanto para o consumidor como para as marcas? A “Escolha do Consumidor” é o único sistema de avaliação que tem em conta o que é importante para o consumidor, pelas suas palavras, sem pré-definições por ditos “experts” ou pelos próprios promotores ou pelas marcas. Com esta atuação acabamos por contribuir para melhores marcas, porque lhes facultamos informação precisa do consumidor, propostas de melhoria para os seus produtos e serviços e, muitas vezes até, ideias para desenvolvimento dos mesmos. Ao fazermos isto também estamos a contribuir para melhores consumidores, na medida em que percebem que a escolha de uma marca não pode apenas ser feita na vertente de preço e notoriedade, há fatores mais profundos e pertinente. Afinal, promovemos uma relação bi-direcional. A “Escolha do Consumidor” é o sistema de avaliação de marcas número um em Portugal, avaliando mais de 900 marcas anualmente, em mais de 100 categorias de consumidores. Para melhor entender, de que forma avalia o nível de satisfação e aceitabilidade das marcas pelos seus atributos individuais, tendo sempre em consideração a experiência dos consumidores? O raciocínio é simples. 1. O que consumidores valorizam hoje, na sua relação com as marcas, não é o mesmo que valorizavam há um ano, nem mesmo dentro de um ano. 2. O que os consumidores mais valorizam nos bancos, não é o mesmo que valorizam em clínicas de estética ou supermercados. Então, porquê insistir em avaliar marcas de diferentes categorias com atributos pré-definidos,
PONTOS DE VISTA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 10 ANOS – DIA MUNDIAL DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
Para terminar – e para o futuro – que novidades podemos esperar por parte da marca, de forma a continuar a contribuir para consumidores mais bem informados e empresas mais consolidadas? Portugal pode continuar a esperar o nosso contributo para melhores consumidores e marcas, nomeadamente com novas ferramentas. Um exemplo disso é o projeto Escolha Ética, que pretendemos lançar este ano e que quer reconhecer o comportamento ético das organizações.
como se estivéssemos a substituir os consumidores, no que só a eles diz respeito? Na “Escolha do Consumidor” tudo começa com a identificação dos atributos/critérios que são importantes para o consumidor: aquilo que leva a que um consumidor se sinta satisfeito com uma marca. Esta primeira fase é feita através da manifestação de consumidores em relação às categorias em questão e que desta forma nos permite conhecer esse comportamento do consumidor, que naturalmente evolui consigo e difere de categoria para categoria. Depois pegamos em todos estes atributos e vamos encontrar aqueles que são mais e menos importantes para os consumidores e, com base nos mais importantes, vamos avaliar todas as marcas por experimentação prática dos consumidores, o que quer dizer que todas as marcas serão experimentadas e avaliadas pelos consumidores, através de provas que podem ir da compra, confeção e degustação de produtos alimentares, utilização de produtos de beleza e higiene, visita a lojas e comércio em geral para avaliar como se comportam nos vários atributos que importam, avaliação de serviços financeiros, telecomunicações e até meios de comunicação social. Ou seja, no final quando vemos uma marca a referir que é “Escolha do Consumidor”, significa que ela é efetivamente a melhor, porque foi a melhor avaliada dentre todos os seus concorrentes e com base em critérios que apenas ao consumidor interessam. Hoje, este processo é também aplicável ao mercado b2b com a Escolha dos Profissionais e ao mercado sénior com a Escolha Sénior. A 15 de março assinala-se o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, tendo como objetivo divulgar os direitos dos consumidores à sociedade e sublinhar as necessidades dos consumidores. Quão importante é na sociedade moderna, mobilizar as vozes mais importantes em prol do conhecimento dos direitos do consumidor? Quais são os maiores desafios neste domínio?
É relevante sublinhar a importância deste dia, não só por todo o passado de conquistas, mas pelos grandes desafios que na minha opinião são sobretudo, no imediato, as questões suscitadas pela pandemia, em partícula ao nível dos direitos laborais na sequência do futuro laboral hibrido, mas também os desafios de longo prazo onde destaco a transição ecológica e a transformação digital, a que associava a melhoria das políticas de proteção dos grupos vulneráveis, em especial as pessoas sem acesso à internet e as crianças, mas também a necessidade de segurança online. Considera que o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor constitui marcos da defesa do consumidor em Portugal? É um bem necessário que hoje, a população, está suficientemente consciente para a sua importância? Não tenho dúvidas que sim, constitui um marco e a população tem perfeita noção disso, basta pensar que temos uma democracia há menos de 50 anos e por isso esse passado ainda é muito recente em termos de história e as conquistas obtidas nestes anos no que toca a direitos do consumidor são relevantes. Neste aspeto tenho que saudar os nossos amigos da DECO, com quem temos uma excelente relação, que têm contribuindo fortemente para tal.
“MARCAS E CONSUMIDORES SABEM QUE SOMOS ISENTOS, QUE ENVOLVEMOS O CONSUMIDOR EM TODAS AS FASES DE AVALIAÇÃO E QUE OS RESULTADOS QUE COMUNICAMOS SÃO A VOZ DO CONSUMIDOR NO QUE TOCA À SATISFAÇÃO COM AS MARCAS”
Certo é, a Escolha do Consumidor é um exemplo de credibilidade no mercado, e já desenvolve o seu trabalho de consciencialização permanentemente. Deste modo, que iniciativas estão a ser preparadas pela marca para o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor em 2022? Todos os anos divulgamos o Guia Prático da Escolha do Consumidor, que recorda o que é relevante para o consumidor no momento de decidir por determinadas categorias de consumo, pelo qual deve orientar a sua compra. Este ano, sendo especial pela celebração dos dez anos, iremos levar a cabo uma ação que premeia o consumidor com a oferta de viagens um pouco por todo o mundo. ▪
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PONTOS DE VISTA TRANSIÇÃO DIGITAL NA ADMINISTRAÇÃO LOCAL
“O Mundo encontra-se em Constante Transformação, o que tem obrigado a uma Superação Diária das Organizações” A Revista Pontos de Vista conversou com Vera Guedes, fundadora e CEO da GUEDES CORRENTE Consultores, uma empresa altamente especializada na Administração Local. Revelou-nos como no seio da marca, a Transformação Digital é tão importante, bem como, liderar pessoas tem pautado o seu trajeto. Saiba mais.
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GUEDES CORRENTE Consultores surge no mercado com o propósito de criar valor e diferenciação nos ecossistemas locais, regionais e nacionais. Assim, como nos pode descrever qual é a estratégia da marca neste sentido? Que valores aportam que a diferenciam das restantes no mercado? A GUEDES CORRENTE Consultores é uma empresa altamente especializada na Administração Local, tendo vindo a ser desafiada no último ano a aplicar a sua experiência e especialização no mercado privado, associativo e de solidariedade social. A GUEDES CORRENTE Consultores é uma entidade independente, íntegra e idónea, focada no compromisso assumido com o Cliente, atua focada nos resultados que visa obter, colocando à disposição uma equipa motivada e preparada para o desafio. Nos desafios que nos são colocados o nosso foco está em criar valor, em estimular a nossa criatividade, em transformar e em partilhar. Entendo que o que nos diferencia é o foco, as ferramentas, as competências e os processos que colocamos à disposição dos nossos clientes e que lhes vão permitir adaptar-se rapidamente ao contexto e alcançar os resultados esperados.
VERA GUEDES
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Esta é uma marca que adota uma metodologia de partilha de vivências e de conhecimento especializado com os clientes e parceiros. Tendo em conta a transformação digital a que cada vez mais o mundo assiste, de que forma a GUEDES CORRENTE Consultores se tem vindo a adaptar a esta dinâmica? O mundo encontra-se em constante transformação, o que tem obrigado a uma superação diária das organizações, públicas ou privadas, e das suas lideranças. A situação de constante transformação em que vivemos faz com que a inovação seja mais necessária do que nunca, devendo existir criatividade e criticidade face à mesma. Para fazer face aos novos desafios da transformação digital da Administração Local e
PONTOS DE VISTA TRANSIÇÃO DIGITAL NA ADMINISTRAÇÃO LOCAL
da liderança para inovação a GUEDES CORRENTE Consultores tem vindo a procurar desenvolver ferramentas e processos que permitam às organizações públicas locais definir e implementar um ecossistema de inovação digital alinhado com a sua estratégia e com os seus recursos, bem como criar um ecossistema centrado nas pessoas e não na tecnologia. A tecnologia é uma força motriz para o crescimento das organizações, no entanto a tecnologia é melhor quando conecta as pessoas. Entendemos que as pessoas são a chave para a inovação. A sociedade 5.0 (conceito criado no Japão e que com a pandemia ganhou força) está voltada para a plenitude do ser humano e tem a tecnologia como uma aliada. A sociedade 5.0 pretende a convergência de todas as inovações com o objetivo de oferecer mais qualidade de vida aos seres humanos nos quais sistemas inteligentes, ao invés de inimigos, contribuem de forma ativa para a evolução de nosso bem-estar. Alinhados com este conceito entendemos que o ecossistema de inovação digital deve privilegiar a qualidade de vida, a inclusão e a sustentabilidade nos nossos territórios. Para que esta transformação digital tenha o resultado esperado é fundamental que as lideranças estejam aptas a trabalhar com os processos de inovação, que detenham estratégias que lhes permitam obter uma vantagem competitiva consistente e que consigam dispor de recursos que lhes possibilitem alavancar resultados. É igualmente importante que os líderes das organizações das públicas ou privadas fortaleçam as suas competências, nomeadamente, de comunicação, de liderança e de inovação. Acredito que o desenvolvimento destas competências irá permitir-lhes mobilizar as suas equipas, os seus parceiros e quem investe, habita e visita seus territórios para uma estratégia inclusiva, sustentada e que proporcione uma melhor qualidade de vida. Este é o momento de nos alinharmos numa estratégia local, regional e nacional para a inovação digital que permita o crescimento sustentado da nossa economia e que nos diferencie dos demais. Para a Vera Guedes, quão gratificante é liderar
uma equipa de excelência? Que hábitos não prescinde de maneira a que nunca se desviem da qualidade com que se comprometem? Liderar pessoas tem sido para mim uma experiência de superação diária, que me tem permitido crescer e desenvolver todos os dias. Os anos de 2020 e 2021 foram anos de grande transformação pessoal e profissional. Estes dois anos permitiram-me desenvolver e aplicar novos processos de liderança, tendo sido fundamental o processo de desenvolvimento que tenho vindo a fazer com uma mulher inspiradora, a Susana Torres, a maior referência de alta performance em Portugal. Para garantir que a minha equipa nunca se desvia da qualidade a que se compromete com os nossos Clientes, trabalhamos diariamente a disciplina, a organização, a calendarização e a avaliação contínua dos nossos objetivos. É para nós fundamental garantir a qualidade e a satisfação dos nossos Clientes, logo somos uma Equipa altamente comprometida com os desafios e com a confiança que o nosso Cliente depositou em nós. ▪
Quais são, por fim, as grandes oportunidades que 2022 lhe trará a nível pessoal, e a nível profissional, nomeadamente enquanto CEO e fundadora da GUEDES CORRENTE Consultores? Acredito que ano de 2022 vai ser um ano de transformação e de superação, individual e coletiva. O mundo está altamente desafiante e temos de ter a capacidade de olhar para as adversidades como uma nova oportunidade de superação. É minha convicção que o poder da informação está no uso que lhe damos, o poder da humildade está na capacidade que temos de reconhecer que existe alguém melhor que nós e que todos os dias devemos nos superar e encontrar uma versão melhor de nós mesmos.
“A GUEDES CORRENTE CONSULTORES É UMA ENTIDADE INDEPENDENTE, ÍNTEGRA E IDÓNEA, FOCADA NO COMPROMISSO ASSUMIDO COM O CLIENTE, ATUA FOCADA NOS RESULTADOS QUE VISA OBTER, COLOCANDO À DISPOSIÇÃO UMA EQUIPA MOTIVADA E PREPARADA PARA O DESAFIO”
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PONTOS DE VISTA CONTABILIDADE E A TRANSIÇÃO DIGITAL
“O Caminho da Stablepercentage é Contribuir para Sociedades Economicamente mais Saudáveis” Filipe Alves Jesus, CEO da Stablepercentage, conversou com a Revista Pontos de Vista, onde entre outros detalhes, revelou que a transição para um Digital forte passa pela informação de uma forma saudável, consistente e sustentável, sem pôr em causa a segurança mundial, o que só poderá ser feito através da educação. Fique a par.
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Stablepercentage foi criada em 2018 com o propósito de construir uma sociedade mais justa e ética no combate à crise ambiental, pobreza e corrupção. Assim, o que é, atualmente, a Stablepercentage? Enquanto CEO, como descreve o desenvolvimento da marca? A Stablepercentage, nasceu com um propósito de um pensamento maior e poder acrescentar algo mais e contribuir para o caminho de sociedades mais saudáveis, éticas, transparentes e com mais justiça. A sociedade só beneficia, com este propósito da Stablepercentage. As alterações climáticas, não são uma miragem, é real, e vieram para ficar assim como o digital e o bem-estar social. O caminho da Stablepercentage é contribuir para sociedades economicamente mais saudáveis, como salienta um dos princípios dos fatores de governança. E só temos de alertar para os diversos problemas existentes. Hoje o clima, o digital e a resiliência é parte integrante da vida das pessoas e das sociedades, e é neste sentido que chamamos a atenção aos colegas para que se sintam parte integrante deste projeto. A Stablepercentage pensa no amanhã, e não o que faz ou o que provoca, mas sim o que a marca é. Com este nascimento da Stablepercentage não foi necessário aprovisionar, pois quick check, está com o objetivo e foco em contingências futuras. O que significa para o Filipe Alves Jesus ser o líder de uma empresa com uma visão tão nobre? Pelo contrário, quem ainda não se apercebeu, que entramos numa nova era e num mundo completamente diferente, com caminhos diferentes, com valores diferentes, com consumidores diferentes, com comércio diferente, vai ficar atrasado em relação aos outros. Se tivermos a consciência que dos últimos dez anos, quantos crises existiram, percebemos que temos que fazer algo diferente. A vida é cíclica, a economia é cíclica e tudo é cíclico, entramos numa fase em tolerância zero ao salvarmos o planeta. Para que construir, se estamos constantemente em crises, ou seja, o lucro é absorvido na crise seguinte e é assim que andamos nesta última década, e se continuarmos
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por esse caminho, um dia o planeta não sustenta as crises, por isso temos que fazer algo diferente, pois até aos dias de hoje o planeta fez por nós, está na hora de nós fazermos pelo planeta e não é uma questão de nobreza, mas sim o salvamento das futuras gerações. Claro que as economias não vivem nem se desenvolvem sem capitalismo, mas é possível haver um capitalismo saudável e social, e é neste sentido que a Stablepercentage trabalha e constrói o seu caminho. E tudo me leva a crer, como CEO da Stablepercentage, que é esse o caminho certo, pois a leitura europeia caminha nesse sentido, numa melhoria das condições de vida para as pessoas, prova disso é a área ao qual foi atribuído o maior valor do Quadro Comunitário 2030 para desenvolvimento em Portugal, é na área da Resiliência.
FILIPE ALVES JESUS
“TEM QUE SE FAZER UMA REFORMA FISCAL IMEDIATA AOS IMPOSTOS INDIRETOS, E DIRECIONAR A TRIBUTAÇÃO PARA OS FATORES QUE INFLUENCIAM O AQUECIMENTO GLOBAL PARA A COMPENSAÇÃO DAS RECEITAS. É UMA QUESTÃO DE TROCA DE VALORES"
Sendo uma marca que atua no setor da prestação de serviços, acredita que são valores como a responsabilidade, segurança e profissionalismo, aliados a uma experiência inigualável e a uma grande capacidade de inovação, que a diferenciam das restantes no mercado? Porquê? Não vejo outra maneira, a ética, a transparência, a segurança, a responsabilidade e o profissionalismo são os reais fatores de confiança na interação com as empresas, com as organizações, com os parceiros e com os clientes. Uma empresa que não transmita esses valores, para que finalidade trabalha? Pois são fatores essenciais e estruturais, ao desenvolvimento de qualquer organização, que nenhuma empresa pode prescindir. A transformação digital é um dos grandes impactos - por muitos visto como positivo - da pandemia que atravessamos há vários meses. De que forma o setor da contabilidade, e em particular a Stablepercentage, se adaptou a esta realidade? O digital, já está inserido nos dias de hoje e tem vindo a desenvolver-se, e a ser regulado, mas só agora se está a despertar o sentido de que se pode chegar mais longe e aproveitar essas ferramentas digitais. E é nesse sentido que a Stablepercentage tem vindo acompanhar a transição digital, estando
PONTOS DE VISTA CONTABILIDADE E A TRANSIÇÃO DIGITAL
cada vez mais próximo do cliente, aproveitando a otimização do tempo, onde o contacto com o cliente é feito de forma mais rápida e uma maior probabilidade da comercialização. A forma de mimar e cativar o cliente é também um sinal positivo desta transição digital, sem contar, com uma maior centralização da informação, ou seja, anywhere, anytime and anyplace. Hoje a Stablepercentage tenta criar novas técnicas e práticas de gestão, diferentes, para que exista uma maior sustentabilidade financeira, e isso só pode ser construído com uma informação fiável, comparativa, transparente, com fidelidade e partilha. Neste sentido, quais os maiores desafios digitais com que a organização se tem vindo a deparar? Para nós, Contabilistas Certificados, as ferramentas digitais que hoje existem, grande parte dos profissionais já utilizam. Os desafios digitais, não dependem dos Contabilistas Certificados nem da área contabilidade, porque a nossa função é a sua utilização e uma partilha do nosso know-how para a melhoria das ferramentas digitais. O desafio tem que vir das Instituições, e por consequência das empresas de I&D que fazem esse desenvolvimento, para que possam transformar, uma melhor qualidade no serviço que simplifique as regras da utilização do digital. E entender a necessidade dessa mudança, com o foco e objetivo real na informação digital é sem dúvida os desafios que se deparam, sabendo que a dificuldade está nos prossupostos de alicerce que são baseados nos fatores de governação a transparência, a ética, a comparabilidade, a independência e partilha. As Instituições e as empresas de I&D em conjunto têm esse trabalho árduo de transpor esses fatores para as nossas vidas diárias. Foi entregue uma proposta de revisão da lei no quadro das associações profissionais que prevê que as sociedades multidisciplinares deixam de ser proibidas. Qual é a opinião do Filipe Alves Jesus no que diz respeito a esta renovação? É com ironia que me agrada bastante uma pluricultura desta revisão, ou seja, em certas causas aproximamos do Oriente e noutras do Ocidente, e neste caso concreto com este género de proposta de revisão de lei, é a mesma situação que um tribunal dos E.U.A., onde convidam cidadãos comuns, para um julgamento e dar a sua opinião e acompanhar a situação dos profissionais da área. Concretamente não entendo, ou melhor entendo a aproximação às leis e diretrizes comunitárias, mas temos que interpretar se esta diretriz europeia, tem um enquadramento de transposição obrigatória, pois a economia do nosso país que vive do PIB das micros e medias empresas, e não das grandes empresas como vive a Alemanha ou a França, ao qual existe um maior planeamento fiscal, esta diretriz se adapte melhor. Com a revisão desta proposta de lei da entrada dos profissionais no sigilo do cliente, ao qual a Lei 26/2020, já prevê que o sujeito passivo comunique o seu planeamento fiscal à AT., querem passar a igual obrigação para nós profissionais, para mim não tem qualquer sentido, pois quebra-se duas regras essenciais, uma é que nós, profissionais, seremos fiscais do
estado, e a outra é a confiança para com o cliente. Quando tudo pode ser de tão simples resolução. Com a panóplia de leis existentes que o nosso direito fiscal português tem, que dão origem aos vários e diversos planeamentos fiscais, o certo era reformar as leis. Esta é a minha opinião, que tudo pode ser resolvido com um chock tax reform, ou eliminar metade das leis, decretos-leis, portarias e aproximar a economia a uma ciência exata, pois só assim pode ser criado um fenómeno de resolução e de reforma para Portugal. Só existe vantagens, na minha maneira de ver, a primeira vantagem é o emagrecimento do estado com a redução dos custos com pessoal, pois as crises são cíclicas, e por este caminho evitam futuros despedimentos, e neste caso concreto, esta proposta de lei, só irá trazer mais corrupção, uma maior divisão da sociedade, menor competitividade, e um aumento de salários para o estado. Não vejo qualquer vantagem nesta Lei para as Ordens de Profissionais que defendem o interesse público. Um dos objetivos da marca passa por tornar o nosso país numa referência no que diz respeito à sustentabilidade. Assim, qual a importância do Plano de Recuperação e Resiliência? Considera que também será uma estratégia eficaz no caminho de tornar o setor da contabilidade o mais moderno e digital possível? O Mundo Digital, não nasceu hoje, já tem vindo a dar sinais, mas só agora a Europa deu conta que tem que acompanhar o Mundo. Hoje a Europa tem uma escassez de especialistas na área do Digital, basta ver que as maiores empresas tecnológicas pertencem a China e aos Estado Unidos da América. Na minha opinião, tem que ser criado uma Economia Digital forte, para que de futuro haja um impulsionar da criação de crescimento, emprego e competitividade. E só vejo uma maneira de isso ser ultrapassado: passar a informação de uma forma saudável, consistente, e sustentável às futuras gerações. Teremos de certeza um Digital forte, sem pôr em causa a segurança mundial, é sem qualquer dúvida a maior arma do mundo no Digital a Educação. O tema clima é uma das maiores prioridades, e tem que ser visto como formação das futuras gerações, não ficava nada mal se os governos mundiais fizessem uma introdução de uma disciplina curricular porque o Digital e o Clima já não são uma expetativa, é hoje uma realidade. A Stablepercentage tem um papel incisivo no alerta para as situações emergentes,
e os governos, tanto o português como os dos nossos parceiros europeus, têm que fazer uma reflexão séria para uma reforma fiscal imediata aos impostos indiretos, com a eliminação de tributação desses impostos e direcionar a tributação para os fatores que influenciam o aquecimento global para a compensação das receitas. É uma questão de troca de valores. A melhoria da qualidade de vida das sociedades, só poderá ser feita, com os valores que a Stablepercentage defende - justiça, ética, combate à crise ambiental, à pobreza e a corrupção, e essa é a base do Plano de Recuperação e Resiliência. “Recuperar Portugal” é um lema que muito diz à Stablepercentage. Durante o ano de 2022, qual será o papel da marca neste sentido? Até 2020, houve um Quadro Comunitário de 25 Mil Milhões Euros para o estimular a economia portuguesa. Na próxima década termos 5.547 Mil Milhões Euros, é uma quantia nunca vista para o desenvolvimento de Portugal e uma oportunidade única de nos juntar economicamente aos nossos parceiros europeus. Penso que se não for desta, nunca mais apanhamos a carruagem europeia. E é deste modo que como CEO da Stablepercentage, que chamo todos a esta responsabilidade nacional, aos empresários, aos empreendedores, aos encorajadores, a ajudar ao desenvolvimento e o crescimento do país. A Stablepercentage sabe que é esse o caminho, de poder intermediar, ajudar, e gerir as empresas, as organizações, os investidores, os stackholders, e as startups a esse desenvolvimento. Claro que a Stablepercentage não fecha a porta a outras áreas de atividade, até estamos recetivos a novos projetos e negócios, mas sempre com um propósito e sentido único do alinhamento ao desenvolvimento do país. Este Quadro Comunitário incide em três grandes áreas: Resiliência, Transição Climática e Digital, onde a primeira promove um reforço na resiliência social, económica e territorial, com um sentindo de uma melhoria nas condições de vida das pessoas, nas áreas da saúde, habitação, e nas respostas sociais e cultura. Na transição Climática, a Stablepercentage, já integrou como empresa influenciadora e parceira na Cop26 em Glasgow e quer estar presente no Egipto em 2027. Portanto a Stablepercentage não foge do seu sentido e do seu caminho, o seu foco é contribuir para uma melhoria de sociedades economicamente mais saudáveis. ▪
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PONTOS DE VISTA HOTELARIA E TURISMO
ADMINISTRAÇÃO LES ROCHES
Les Roches: Transforma o Futuro Parte do Grupo Sommet Education, grupo suiço de educação superior especializado em Gestão Hoteleira, a Les Roches é uma instituição de ensino privada internacional líder no seu segmento. Na Les Roches Global Hospitality Education, os estudantes têm a oportunidade de receber formação segundo o modelo suiço de educação e aprender em vários Campus universitários em todo o mundo. A escola oferece cursos e especializações que refletem a natureza do local onde são mestrados e permitem aos estudantes a possibilidade de terem formação e trabalharem com estudantes de mais de 90 nacionalidades, aprendendo várias línguas e culturas de negócio. LES ROCHES GLOBAL HOSPITALITY EDUCATION Fundada em 1954, a Les Roches é atualmente uma das mais prestigiadas instituições de ensino superior do mundo, ocupando o Top 3 do ranking para melhor instituição ao nível da Gestão Hoteleira e Turismo e ao nível da reputação junto dos empregadores segundo o QS World University Ranking By Subject 2021. O modelo de educação combina aulas teóricas e práticas com a possibilidade de seleção pelos vários Campus – Suiça, Marbella e Shangai - e estágios nas melhores cadeias hoteleiras internacionais e empresas da área de serviços e luxo, sendo uma das instituições de ensino com maior taxa de empregabilidade dos seus alunos – cerca de 90% dos alunos têm entre uma a três ofertas de emprego durante o curso. A Les Roches orgulha-se de promover o espírito empreendedor junto dos alunos e os conteúdos das várias formações mestradas têm por objetivo formar para a liderança e dar soluções
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PONTOS DE VISTA HOTELARIA E TURISMO
inovadoras para potenciar uma mudança global ao nível da indústria hoteleira e de lazer, algo que a pandemia acelerou colocando no centro temas como a sustentabilidade e a digitalização dos setores da hotelaria e turismo. Os cursos e pós-Graduações da Les Roches refeletem as mudanças a apontam tendências numa das indústrias que mais tem mudado nos últimos anos. A Licenciatura em Gestão Hoteleira Global é um dos ex-libris da instituição de ensino e integra especializações em Empreendedorismo Hoteleiro; Estratégias de Marketing Digital e Gestão Financeira aplicada à Hotelaria, Pós-Graduação em International Hospitality Management e Master of Business Administration (MBA) in Global Hospitality Managemenet, são alguns dos cursos mais reconhecidos da instituição. A vida nos vários Campus oferece um conjunto de facilidades únicas e exclusivas e atividades extra-curriculares que enriquecem a experiência para além de serem palco de várias conferências, workshops e eventos internacionais. ▪
“A LES ROCHES ORGULHA-SE DE PROMOVER O ESPÍRITO EMPREENDEDOR JUNTO DOS ALUNOS E OS CONTEÚDOS DAS VÁRIAS FORMAÇÕES MESTRADAS TÊM POR OBJETIVO FORMAR PARA A LIDERANÇA E DAR SOLUÇÕES INOVADORAS PARA POTENCIAR UMA MUDANÇA GLOBAL AO NÍVEL DA INDÚSTRIA HOTELEIRA E DE LAZER”
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PONTOS DE VISTA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Ad Mare Solutions
na Vanguarda da Sustentabilidade Ambiental Tendo em conta as constantes mudanças climáticas e ambientais a que cada vez mais o mundo assiste, a perceção da importância desta problemática tem vindo a ganhar cada vez mais relevo. Quem o garante é António Neto, CEO e fundador da Ad Mare Solutions, uma marca que tem como missão combater a poluição no mar e em ambientes terrestres. Saiba tudo. do apenas a vendas destes equipamentos. Desta forma providencia a manutenção e a formação designadamente de combate a derrames. Mas o nosso foco na formação tenta ir mais além, não só nesta área de combate a poluição como também na formação de higiene e segurança no trabalho, no suporte a empresas que necessitam de apoio e formação na implementação de sistemas de gestão baseados na ISO 9001:2015. Apesar de ser uma empresa relativamente jovem, firmou desde cedo parcerias com técnicos que apoiam o desenvolvimento e know-how da empresa. Tendo em conta todo o know-how do António Neto, CEO e fundador da equipa de profissionais com a qual trabalha, de que forma a marca tem vindo ao longo dos anos a pautar o seu bom posicionamento no mercado? A nossa empresa tem a sua constituição em ano de início da pandemia, mas graças à nossa perseverança e reconhecimento das valências de quem connosco trabalha e das marcas de renome que representamos, felizmente temos sido contactados para o fornecimento de equipamentos e também e também para a manutenção de equipamentos de combate a derrames (Oil Spill). Prova disso o contacto feito pela companhia de seguros para a Ad Mare Solutions auxiliar nas operações que estão a decorrer ao largo dos Açores no auxilio ao Felicity Ace na vertente de combate à poluição no mar, o que muito nos orgulha.
ANTÓNIO NETO
A
Ad Mare Solutions é uma empresa que oferece soluções ambientais integradas, com foco particular na prevenção e combate à poluição no mar e ambientes terrestres. Para melhor compreendermos, quais os serviços que a marca apresenta? De que forma os mesmos se distinguem? A nossa empresa tem o seu foco principal na comercialização, formação e manutenção de equipamentos de combate a derrames de
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hidrocarbonetos. Somos os representantes em Portugal da marca Dinamarquesa DESMI para equipamentos de Oil Spill. A nossa diferenciação é precisamente as três vertentes, numa área que em Portugal as empresas que estão no mercado somente fazem a comercialização de equipamentos, nós vendemos os equipamentos, formamos e fazemos manutenção a equipamentos de combate a derrames, multimarca e a pedido do cliente. A nossa empresa pretende diferenciar-se acima de tudo pela oferta de serviços, não visan-
Acredita que o rigor e a qualidade na prestação de serviços, aliados a valores como a sustentabilidade ambiental, é o que permite à organização responder dos mais complexos aos mais simples desafios? Em que medida? Sim, cada vez mais quem nos contacta coloca ênfase à parte qualitativa dos equipamentos e também à formação do seu pessoal, sabemos que nos situamos num patamar um pouco acima da média, mas os nossos equipamentos nomeadamente as barreiras de proteção
PONTOS DE VISTA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
“CABE A NÓS EMPRESAS PROMOVER A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL, SABEMOS QUE A SUSTENTABILIDADE NÃO SE RELACIONA APENAS COM A QUESTÃO AMBIENTAL, MAS TAMBÉM COM A PARTE ECONÓMICA E SOCIAL” ambiental DESMI conseguem ter uma durabilidade superior em relação a outras marcas no mercado, contribuído deste modo para uma maior sustentabilidade ambiental. Só assim se justifica o sentimento de continuidade do nosso trabalho. Sabemos que são, em Portugal, a marca que representa o Collecthor, o recolhedor de resíduos mais eficiente do mercado. O que mais nos pode confidenciar acerca deste produto? Quais as principais mais-valias do mesmo? De facto desde o final de Novembro que temos a representação da Poralu Marine em Portugal, uma marca Francesa que se dedica à construções de Marinas por todo o mundo e recentemente foi-lhe atribuída a construção das infraestruturas náuticas de apoio aos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, a Poralu neste momento está a desenvolver com vista aos JO2024 este novo recolhedor de resíduos para ser implementado nas pistas de remo e marinas dos JO, deste modo e por verem a nossa atividade e dinamismo em Portugal, fomos contactados para fazermos a divulgação do Collecthor e do robot de limpeza de Praia (entre chapéus de sol) amigo do ambiente o BeBot (a ser apresentado brevemente em Vilamoura) e para o qual procuramos empresas amigas do ambiente que queiram fazer sponsorização. O Collecthor faz parte de um pacote de quatro equipamentos criados pela Poralu constituídos pelo Bebot (Robot de limpeza de areia) o sistema Invisible bubles (Bolhas de ar para direcionar os lixos e detritos plásticos, já em uso em Amsterdão) e o Pixie Drone. O Collecthor alia a sua grande capacidade de armazenamento permitindo-lhe recolher todos os resíduos flutuantes ao redor da sua área. Inclusivamente, recolhe microplásticos até 3mm. Funcionando 24/7, parando somente para recolher os lixos e detritos recolhidos. Sendo a Ad Mare uma empresa de referência no mercado, quão importante é adotar uma filosofia sustentável e de responsabilidade ambiental? Que mensagem pretende transmitir? Cabe a nós empresas promover a sustentabili-
dade ambiental e a responsabilidade ambiental, sabemos que a sustentabilidade não se relaciona apenas com a questão ambiental, mas também com a parte económica e social, pois não é fácil a um gestor na altura da compra de um equipamento decidir comprar o que é mais caro, apesar deste ser mais durável e resistente à intempérie, os nossos equipamentos todos eles possuem uma durabilidade e robustez acima da média, pois são manufaturados a pensar nas regiões com elevadas amplitudes térmicas e elevada exposição solar. O que pretendemos transmitir a quem nos compra equipamentos é que apesar do investimento ser maior, a durabilidade dos nossos equipamentos e o nosso acompanhamento pós-venda, com formação e manutenção programada, compensa o investimento efetuado. Futuramente, para além do Collecthor, que outras iniciativas, produtos e serviços serão abraçadas no sentido de tornar o tema da sustentabilidade ambiental mais consciente e rigoroso? Como costumo dizer o futuro é hoje, e de momento a dinâmica da Ad Mare Solutions nesta área tão particular da responsabilidade ambiental é muito grande, temos vários equipamentos/ produtos que estão no mercado dedicados à recolha de lixos e detritos marinhos como por exemplo o Enhancer da DESMI, este equipamento é direcionado para os municípios e também aos grandes portos que queiram contribuir a não poluir os oceanos, pois destina-se a recolher nos rios e seus afluentes todos os lixos e detritos plásticos antes de chegarem ao Oceano, assim como as nossas barreiras de contenção para ajudar a mitigar a praga de plantas aquáticas que grassa nos nossos rios e barragens interiores. A Ad Mare Solutions, procura adequar o seu negócio às solicitações do mercado, e dos seus profissionais, para isso firmámos um protocolo com a Mutua dos Pescadores em que oferecemos descontos especiais aos associados e seus familiares em equipamentos de combate a poluição no mar, nomeadamente em absorventes e Kit´s Marpol, assim como em material de segurança, como os coletes e balsas salva-vidas.
Estamos também abertos à comunidade para participarmos em workshops e transmitirmos o nosso conhecimento ao nível de combate a derrames, formando os voluntários para as primeiras ações em caso de incidente caso assim o desejem, colaborando com as associações de voluntariado. ▪
Neste sentido, de que forma este produto pode vir a ser um forte impulsionador da redução da pegada ecológica e da sustentabilidade nas inúmeras áreas de atividade? Este equipamento contribui enormemente para a limpeza efetiva das nossas marinas e dos pequenos portos nacionais que muitas vezes se encontram poluídos com lixos e detritos provenientes dos rios e seus afluentes ou mesmo por descargas acidentais, recolhendo em permanência lixos e detritos marinhos evitando assim que os mesmos poluam os nossos mares e que os micropláticos recolhidos entrem na cadeia alimentar.
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PONTOS DE VISTA ANO INTERNACIONAL DO VIDRO
EQUIPA VITROPOR
“A Vitropor irá manter o seu Foco nos seguintes aspetos: o Saber-Fazer, o Compromisso e a Inovação” Este ano celebra-se o Ano Internacional do Vidro, isto porque, proteger o meio ambiente é um dos principais benefícios deste material, que se destaca por ser reciclável. Em entrevista com a Revista Pontos de Vista, Pedro Aguiar, CEO da Vitropor, garantiu que apesar dos desafios crescentes que a utilização do vidro implica, a marca continuará a apostar cada vez mais na inovação para que a pegada ambiental se torne menos impactante.
A
Vitropor é fundada em 1990 com um papel consciente junto da sociedade. Para melhor entender, como nos pode descrever qual é a verdadeira missão da marca? Quais os valores que a tornam numa referência? A Vitropor é criada em 1990 com o propósito de dinamizar a oferta de vidro temperado através de um sistema horizontal. Até à data, nenhuma outra empresa nacional com capitais privados detinha essa valência, e a escassez de oferta impedia o crescimento dessa gama de produtos. Quer através da instalação desse forno de têmpera quer mais tarde com a montagem de uma das primeiras linhas de vidro laminado nacionais, a missão da Vitropor
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foi sempre a de acrescentar valor e dinamizar o setor em benefício de todos os intervenientes. Tendo em conta que a atividade da Vitropor é preocupada com a pegada ecológica dos seus produtos, recorrendo a energia solar própria e energia verde, acredita que esta promoção da sustentabilidade tem levado o mercado do vidro a oferecer produtos e serviços mais sustentáveis? Em que medida? A utilização da energia é bastante representativa no nosso parque de máquinas em particular, mas no setor do vidro e da cerâmica em geral. A Vitropor optou por utilizar a energia elétrica por considerar que esta permite uma maior facilidade na manutenção dos equipamentos, um risco menor
PONTOS DE VISTA ANO INTERNACIONAL DO VIDRO
“A VITROPOR TEM VINDO SEMPRE A APRESENTAR UMA POSTURA INOVADORA NÃO SÓ NA OFERTA DE PRODUTOS DIFERENCIADOS COMO NA SUA ORGANIZAÇÃO INTERNA E SERVIÇO AO CLIENTE”
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PONTOS DE VISTA ANO INTERNACIONAL DO VIDRO
na utilização dos mesmos e a maior rapidez no ajuste dos parâmetros de processo. Cada vez mais conscientes da importância das questões ambientais e da própria volatilidade do mercado energético, decidimos implementar uma central fotovoltaica, tendo igualmente o cuidado de pôr em prática medidas de racionalização no fabrico, e de organização e planeamento das cargas de trabalho. Em 2021, efetuamos também um investimento relevante na renovação e atualização dos sistemas de comando das linhas de fabrico de vidro temperado e vidro laminado, de forma a conseguirmos obter melhorias funcionais e ganhos de eficiência, beneficiando também a qualidade final do produto. Sabemos que proteger o meio ambiente é um dos principais benefícios do vidro, uma vez que este é um material que se destaca por ser reciclável. Assim, de que forma a Vitropor alia este caminho de mãos dadas com a sustentabilidade, à inovação e tecnologia? A reciclagem do vidro é sem dúvida uma vantagem para a proteção ambiental, mas uma prática com uma história que não é recente. Desde sempre segregamos desperdícios de corte por tipo de vidro (incolor, cor e outros) para facilitar a sua recolha e reaproveitamento enquanto material base, tendo a Vitropor parcerias de longa data com entidades responsáveis pela gestão eficiente dos resíduos resultantes da produção. Cumulativamente, e muito para além de melhorias no substrato, o vidro tem alcançado não só desempenhos energéticos assinaláveis como tem também melhorado a acústica e uma das suas mais virtuosas qualidades, a da transmissão luminosa, através da utilização de revestimentos metálicos complexos, beneficiando a pegada ecológica. A verdade é que os inúmeros setores de atividade têm vindo a sofrer transformações, particularmente nos últimos dois anos. De que forma a Vitropor se tem adaptado a estes desafios no sentido de uma produção mais digitalizada? O que mudou na organização? A Vitropor tem vindo sempre a apresentar uma postura inovadora não só na oferta de produtos diferenciados como na sua organização interna e serviço ao cliente. A tecnologia de que dispomos, quer em termos de equipamentos quer em termos de infraestrutura informática, facilita a integração de desenhos e especificações, favorecendo por isso a importante temática da digitalização na indústria. A utilização das novas tecnologias por si só não é suficiente, pelo que me parece igualmente relevante destacar a capacidade de adaptação e esforço de toda a equipa na utilização das mesmas e sobretudo no acompanhamento personalizado ao cliente, algo que pelo menos para nós será difícil de traduzir num algoritmo. A proposta de valor da Vitropor é efetivamente a de compromisso e colaboração constantes, pelo que existe uma
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preocupação crescente na otimização de todos os seus processos, incluindo naturalmente o serviço pós-venda, que consideramos ser tão importante quanto todos os outros.
na do vidro nos edifícios, nos transportes, como material de embalagem, nas comunicações, nas energias renováveis, na saúde, sem esquecer naturalmente as representações artísticas.
Na sequência de o vidro se ter vindo a tornar um material versátil e transformador, a ONU aprovou a comemoração do Ano Internacional do Vidro em 2022. O que significa esta efeméride no seio da Vitropor? Temos consciência dos desafios crescentes que a utilização cada vez mais transversal do vidro implica. Cientes das dificuldades, mas com todo o empenho, estamos a preparar a apresentação de duas novas linhas de produto até ao final do ano. Uma delas vocacionada para o interiorismo e uma outra para o setor dos transportes. Está, portanto, no nosso horizonte concretizar esses dois objetivos até ao final deste ano, precisamente quando comemoramos a presença quotidia-
A terminar, enquanto CEO da Vitropor, como perspetiva o futuro da marca que lidera e ainda o setor onde se enquadra, principalmente neste ano dedicado ao vidro? Sendo o vidro um material com enormes potencialidades, a Vitropor irá manter o seu foco nos seguintes aspetos: o saber-fazer, o compromisso e a inovação. Enquanto responsável da empresa espero conseguir que o grau de satisfação de todos os que com ela se relacionem seja crescente e sustentável. Neste sentido, e considerando o Ano Internacional do Vidro, deixo também aqui uma palavra de apreço e a minha homenagem pelo contributo de todos os colaboradores que são sem dúvida o maior capital da nossa organização. ▪
PONTOS DE VISTA RETOMAR PORTUGAL EM 2022 – TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
“Continuaremos sempre a Investir na Qualificação e Certificação dos nossos Recursos e Serviços” A Digibéria, marca de referência no mercado das Tecnologias de Informação, tem vindo a marcar posição ao longo da sua história que se caracteriza pela vontade de inovar, adaptar e dar resposta ao mundo digital em que cada vez mais vivemos. Renato Silva, CTO da marca, garante que esta “advoga serviços e soluções que respondam diretamente, a preços competitivos e ajustados, à expectativa do mercado mas mantendo o foco na sustentabilidade das suas soluções e parcerias”.
A
Digibéria é uma marca que conta com uma vasta experiência no mercado, uma vez que foi concebida há já 30 anos. Está certificada pelo SGQ, o que lhe confere um posicionamento no mercado plausível. Assim, qual o balanço que faz da evolução da empresa nos últimos anos, tendo em conta a Transformação Digital a que cada vez mais o mundo assiste? A DIGIBÉRIA, tal como a esmagadora maioria das empresas do tecido empresarial português, passou por uma fase de adaptação à nova realidade trazida pelas transformações e novos paradigmas de uma sociedade afetada por uma pandemia, conseguindo inovar e manter-se como referência no
mercado de serviços de TI e soluções tecnológicas. O principal objetivo passa por manter o estatuto de referência no mercado das Tecnologias de Informação. Acredita que é todo o know-how, inovação e dinâmica, que permitem à Digibéria responder aos constantes e complexos desafios? Em que medida? Sabemos olhar para as necessidades do mercado e adaptar as nossas soluções, recursos e parcerias para responder às solicitações dos nossos clientes atuais e potenciais. Reorganizámos e reajustámos a nossa oferta para dar resposta para lá do conceito de IT tradicional, apostando em competências na área do desenvolvimento aplicacional, computação cloud, mobi-
RENATO SILVA
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PONTOS DE VISTA RETOMAR PORTUGAL EM 2022 – TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Os nossos 30 anos de existência, experiência e excelência, aliado à nossa flexibilidade características e uma constante procura pelo desenvolvimento e adequação da nossa oferta, dão-nos perspetivas de continuidade no nosso trabalho em estabelecer as nossas soluções e serviços como referências no presente e no futuro. Os nossos clientes sabem que podem contar com a DIGIBÉRIA para os acompanhar e apoiar no crescimento sustentado nas áreas das tecnologias de informação e transformação digital, onde quer que esse caminho nos leve.
“OS NOSSOS CLIENTES SABEM QUE PODEM CONTAR COM A DIGIBÉRIA PARA OS ACOMPANHAR E APOIAR NO CRESCIMENTO SUSTENTADO NAS ÁREAS DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL, ONDE QUER QUE ESSE CAMINHO NOS LEVE”
Assim, qual é o papel que a empresa assume no mercado atualmente, de forma a contribuir para o fortalecimento das tecnologias na sociedade? A DIGIBÉRIA advoga serviços e soluções que respondam diretamente, a preços competitivos e ajustados, à expectativa do mercado mas mantendo o foco na sustentabilidade das suas soluções e parcerias. Procuramos ajudar as empresas públicas e privadas a chegar às soluções tecnológicas do momento, funcionando como parceiro privilegiado ou até exclusivo para as soluções tecnológicas.
lidade e segurança que representam boa parte dos desafios atuais das organizações. Para a Digibéria, as Tecnologias de Informação são sempre encaradas como uma solução para os desafios que os clientes enfrentam neste mercado que cada vez se torna mais competitivo. Para além da equipa técnica especializada e competente, que outros aspetos contribuem para que esta seja uma marca líder e competitiva? Para além das nossas competências e certificações técnicas, que resultam numa entrega flexível, mas de excelência, temos sólidas parcerias nas áreas de Hardware, Software, Licenciamento e Serviços junto dos principais nomes da tecnologia mundial os quais representamos junto da nossa vasta e diversificada carteira de clientes que procuram soluções eficientes e robustas para as suas necessidades de negócio. A Transformação Digital é um dos grandes impactos, por muitos visto como positivo, da
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pandemia que atravessamos há vários meses. De que forma a Digibéria se adaptou a esta realidade? Quais as oportunidades que daí advêm? Durante o ano de 2021 e no início deste ano, lançámos novas ofertas de soluções e novos serviços de suporte virados para a mobilidade, teletrabalho, segurança e desmaterialização de infraestruturas, sempre com a chancela da flexibilidade de heterogeneidade que nos caracteriza. Serviços como Service Desk as a Service e Mobility as a Service pretendem responder à urgência de oferecer aos utilizadores a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar, com qualquer equipamento, com acesso a todos os recursos que necessitam e em total segurança sempre apoiados por uma equipa de suporte pronta a ajudar na adaptação a uma diferente forma de ser produtivo. Olhando para Portugal a médio e longo prazo, é possível desde já prever o futuro da Digibéria nesta perspetiva da Transição Digital? Como é que o Renato Silva o idealiza?
A Digibéria procura criar valor e ser um parceiro de confiança para os seus clientes, tendo como motivações a qualidade dos produtos, dos serviços e o nível tecnológico. Neste sentido, pode afirmar-se que o contínuo investimento nestes valores tem sido a principal prioridade da empresa? É sempre possível a constante inovação nesta área? De que forma? Continuamos e continuaremos sempre a investir na qualificação e certificação dos nossos recursos e serviços. Em 2021 demos foco à atualização de competências nas áreas da virtualização, end-user support, server e network hardware e gestão de serviços IT. Para 2022 o investimento será direcionado para estender as nossas qualificações na gestão em ambientes cloud, full stack development e cibersegurança. A terminar, tendo em conta o atual panorama de Transformação Digital, especialmente em Portugal, que novas metas estão a ser traçadas para o ano que agora começa? Ambicionamos aumentar a nossa presença nos clientes atuais, em áreas alvo de transformação digital e expandir a nossa oferta para novos clientes e mercados (incluindo o mercado internacional), crentes que as nossas competências internas e as mais valias das nossas parcerias nos dão o impulso para continuar a crescer de forma sustentada e marcarmos cada vez mais a nossa posição como empresa de referência no mercado. ▪