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ERA DO JAZI
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ADEMAR
Maestro Ademar de Almeida Cardoso, nascido em maio de 1936 nas ilhas de Abaetetuba. Aprendeu música com os irmãos, pois tinha a importante missão de levar as músicas escritas pelos mestres da cidade para as ilhas do município, nessas idas e vindas, quando percebeu já conhecia a música. Aos 14 anos de idade já era famoso por tocar pistão muito bem, então começou a estudar trompete, que lhe acompanhou até os 30 anos de idade, o que lhe abriu portas para a banda oficial do corpo de bombeiro de Belém, assim tendo a oportunidade de aprender diversos mais instrumentos. Em 1980 foi enviado ao Rio de Janeiro para aprender Teoria Musical, se tornando maestro formado em música. Além de compositor, hoje rege a banda Santana de Igarapé Miri e Banda Carlos Gomes em Abaetetuba. O maestro sempre diz que foi através da música que conseguiu tudo para si e sua família, e é assim até hoje.
CLORIOMAR
Cloriomar Trindade Margalho, nasceu no dia 19 fevereiro de 1954, na cidade de Abaetetuba. Hoje tem 63 anos. Começou a aprender tocar com 15 anos bateria, depois violão e guitarra. Aprendeu a tocar sozinho, olhando os amigos tocarem. Daniel Margalho foi quem mais lhe ajudou e lhe convidou para tocar com ele. Tocaram muito na Boate Iracema e o dono batizou a banda Muiraquitãs. Depois tocou nas bandas Águias, Os Gênios, Gerasom. Tocou em vários municípios como Tucuruí, Igarapé Miri, Barcarena, Vila dos cabanos, Breves, Cametá. Gravou dois discos com o mestre Vieira de Barcarena como guitarra base e cantou algumas músicas também. Tem filhos e netos que tocam. Trabalhou como educador musical.
CORONÉ TUNICA
Antônio de Oliveira, 59 anos, natural de Ourém, mas aos 8 anos foi registrado em Abaetetuba, começou na música em 1975, e ganhou em 76 o primeiro cachê, quando começou a história artística, sendo o vocalista do Piçarra, tocou em várias bandas como Manivela, Populares de Igarapé Miri, Som Líder dentre outros, em vários lugares da região. Na banda Relíquia passou 20 anos, foi seu principal destaque, onde faziam os bailes de carnaval nos mais importantes clubes, era bem requisitado, o cachê era muito bom, os músicos eram bem reconhecidos e valorizados. Foi Muiraquitã Boy. Hoje é cantor, locutor e compositor, membro da Carlos Gomes, também faço propagandas de televisão. Acredita que esteja faltando estímulos dos nossos representantes políticos para incentivar os espaços culturais, mas tem esperança de que isso mude. O maior celeiro de artista está no interior, mas precisa de espaço para trabalhar, ter condições financeira para gravar seu trabalho. Viveu só da música por muitos anos. Órfão de pai e mãe, teve tudo para ir para o lado errado da vida, mas a música apareceu em um melhor momento, foi Deus o livrando do mal caminho.
ZÉ BORÓ
José Maria Silva de Miranda, 64 anos, natural de Abaetetuba, conhecido como Zé Boró, começou a trabalhar com 15 anos sendo balconista de supermercado, nessa época já tinha abandonado os estudos e ganhou de uma tia um violão, rapidamente aprendeu a tocar e logo depois foi chamado para fazer um teste em uma banda chamada “Popular”, passou e com ela percorreu vários lugares no estado e acabou passando 7 anos em Belém, retornou a Abaetetuba e fez parte de uma banda chamada Muiraquitãs, tocavam de tudo principalmente o carimbó, nessa época passavam 3 meses viajando, fazendo shows. Os músicos eram melhores remunerados. A sua grande inspiração foi seu pai, grande seresteiro, sua trajetória musical se resume em participação em 7 bandas, o seu legado foi transferido aos netos que também tocam.
PALHETA
PALHETA Nasceu no Cataiandeua, hoje com 82 anos, trabalhou desde cedo nas roças, e que toda a família tinha vocação para música, que infelizmente não teve a oportunidade de estudar, mas mesmo assim criou muitas coisas legais, tocou em várias bandas, passando por diversos esquemas, já tocou em vários lugares do Pará . A inspiração mais importante em sua vida foi o senhor Margalho ele ia as festividades o olhar tocar Banjo, aprendeu olhando. As criações de guitarrada surgem do nada, no seu momento de inspiração. Os filhos também são autodidatas, herdaram o dom da música. Com a música sustentou a família. Hoje ele trabalha na comunidade no período das festividades da igreja. Já tocou por todo o Estado do Pará. Hoje tem a felicidade em tocar com os filhos Acredita que os jovens que procuram o lado obscuro da vida o fazem porque querem uma vez que ele é aprova viva de que alguém sem condição financeira venceu na vida através da arte.
NILAMON
JOÃO PERNA TOMÁS
Luís Barros Sena, mais conhecido como Nilamon, nasceu no dia 25 de agosto de 1933 na cidade de Abaetetuba, aprendeu a tocar com o pai e amigos aos 9 anos de idade, começou com o cavaquinho e hoje toca vários instrumentos como bandolim, cavaquinho, violão, viola, guitarra, bateria, surdo, trombone, saxofone entre outros. Foi 7 anos presidente da banda Virgem da Conceição. Trabalhou na construção da sede da Carlos Gomes em 1947 e 1948. Gravou dois CDs autorais sozinho, tocando todos os instrumentos. João Ferreira, 87 anos, nasceu no Rio Panacuéra, município de Abaetetuba, toca pandeiro, bumbo, surdo, e ainda canta, tocava no Jazi , e se apresentava com traje esporte fino, começou a tocar com 15 anos, aprendeu com o professor Agenor Silva, o conheceu em Abaetetuba. Tocou em várias bandas em vários lugares do Estado do Pará, a sua inspiração sempre foi a música sacra, uma vez que juntar o dom com a fé. Conseguiu ganhar muito dinheiro com a música, o que mais o encanta hoje em dia são as ladainhas cantadas com a sua filha.
O Cuíra: Com o intuito de fazer a diferença aqui em Abaetetuba, três amigos (Edney Souza, Luís Azevedo e Valdeli Costa) se uniram para revolucionar a cultura em geral e criaram o Cuíra, acreditando na filosofia e ética de que “ Ser como humano é ser como os outros” é acreditar que tenhamos que fazer alguma coisa hoje para podermos enxergar os outros em nós amanhã, é incentivando, valorizando e divulgando sua arte.
facebook.com/cuiraproducaocultural/
Tomás Ferreira pereira, 86 anos, natural de Abaetetuba, tocava trompete depois trombone, aprendeu com o pai que tocava trompete, a mãe na época ficava chateada quando ele queria mexer no instrumento musical do pai, mas sempre que o pai saía ele pegava e tocava apesar do pai falar que era ferramenta de trabalho, mas com o tempo o pai o convidou para estudar música, mesmo trabalhando na lavoura e pesca para ajudar o pai, ele começou a solfejar , não tinha dinheiro para comprar o próprio instrumento, com 14 anos, foi chamado para tocar em uma festa a noite e desde então não parou , tocou em orquestra, nos “populares“ dentre outros, já tocou em Brasília e vários locais do Estado do Pará, foi professor de música. Tem consciência de que hoje em dia não dar para sobreviver de música, ao contrário de antigamente, uma vez que criou seus filhos com a sua arte.