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pará zero zero - nº 13 - ano IV - R$ 10

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pará zero zero - nº 13 - ano IV - R$ 10

artes plásticas, teatro, literatura, música, fotografia, cinema, filosofia e patrimônio

Retratos Musicais de Bruno Pellerin TEATRO:

A história do Gruta por Adriano Barroso

CINEMA:

MURAGENS no texto de Antonio Moura

ARTE:

Ricardo Andrade Da Contestação à Relatividade


DESMATAMENTO. CONTRA O INIMIGO COMUM, O PARÁ

GRIFFO

FAZ DIFERENTE: UM PACTO.

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UM PACTO PELO PARÁ, UM PACTO PELA AMAZÔNIA.

PROGRAMA

O programa Municípios Verdes, lançado pelo Governo do Pará em maio

deste ano, já cumpriu o seu primeiro objetivo: unir a maioria dos municípios num pacto contra o desmatamento. Quase 90 dos 143 municípios aderiram ao programa, até agora. E logo começam a colher resultados, porque é preciso controlar o desmatamento, regularizar as atividades produtivas, fazer o reflorestamento e dinamizar a economia sustentável, entre outras medidas, para ter direito a vantagens fiscais e creditícias. O modelo já atraiu a atenção de todo o país. E é bom que assim seja, pois a Amazônia é um patrimônio do Brasil inteiro, e até mais, da humanidade. A meta é ambiciosa: reduzir o desmatamento a menos de 35km2 por ano, até chegar a zero. A ideia caiu em terra fértil. Agora é só cuidar.

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Mercado em estilo neoclássico

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artes plásticas, teatro, literatura, música, fotografia, cinema e patrimônio

reabre as portas para Belém..............................10

Poesofia: PedroVianna.....................................................15

Teatro: A Paixão do Gruta por Adriano Barroso.........................................16

Documentário: Retratos Poéticos de Bruno Pellerin por Carlos Pará.................................................28

Ensaio: Fotográfico “Retratos Musicais” de Bruno Pellerin...............................................46

Cinema: Muragens – Miragens Além do Muro por Antonio Moura..............................102

Arte: Da Contestação à Relatividade A Obra de Ricardo Andrade............................106

Alba Maria, A Diva de Pellerin.

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Retratos Musicais de Bruno Pellerin TEATRO:

A história do Gruta por Adriano Barroso

CINEMA:

MURAGENS no texto de Antonio Moura

ARTE:

Ricardo Andrade Da Contestação à Relatividade EDIÇÃO 13

pará zero zero - nº 13 - ano IV - R$ 10

Patrimônio:

expediente pará zero zero - nº 13 - ano IV - R$ 10

índice

Editor Responsável Carlos Pará 2165 - DRT/PA Arte e Projeto Gráfico Rilke Penaffort Produção Executiva Carlos Pará Produção Textual Pedro Vianna, Carla Cabral e Carlos Pará Impressão: Gráfica Sagrada Família Distribuição: Albano Distribuidora Belém, Pará, Brasil, França Contatos (91)98335-0000 email: revistapzz2016@gmail.com Twitter: @revistapzz site: revistapzz.com.br

A Revista PZZ é uma publicação bimensal da M.M.M. Santos Editora EPP - Av. Magalhães Barata, 391, Belém, Pará, Amazônia, Brasil Cep 66093-400 Cnpj : 07.015.922/0001-11 Issn: 2176-8528


editorial

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ossa atenção e dedicação aos Retratos Musicais de Pellerin, fixam-se neles, porque nos interessa divulgar esse Álbum Fotográfico para um maior número de pessoas, críticos e produtores culturais. Cada um retrato desses deve ser visto e revisto muitas vezes e ser conhecido, reconhecido pelo público na diversidade, qualidade e identidade de vozes e sons emanados da floresta musical brasileira. Cada um deles vem inserido na massa inconsciente memorável e musical de nossa existência cultural. Os valores estéticos, as temáticas, as mensagens reveladas no trabalho desse fotógrafo, nesta edição, enquanto mensagens novas, ou novas maneiras de transmitir as expressões simbólicas de nossa cultura, faznos ver a beleza, a riqueza humana, sonora e poética desse cenário pouco aplaudido pelo público brasileiro. Bruno afirma: A região norte sofre uma injustiça cultural. Neste sentido, a Revista PZZ é um Ato Cultural de resistência valorizando e promovendo a arte e a cultura amazônica, através das diversas linguagens artísticas e de seus autores. Muitos são os motivos que nos fazem r-existir neste cenário hostil e competitivo da indústria cultural no Brasil. A PZZ, em outras edições, além de divulgar diversas linguagens artísticas de autores paraenses, publicou o Ensaio Fotográfico sobre os 20 Anos da Casa do Gilson, retratando momentos históricos de um lugar de referência na produção do Samba e do Choro no Pará, onde amigos tem a música e a poesia como principal elo de ligação. As fotos desse ensaio fizeram parte da exposição 20 x 10, organizada pela fotógrafa e produtora cultural Fatinha Silva, com 20 imagens P&B, dos fotógrafos Chico Carneiro, Geraldo Ramos, Miguel Chikaoka, Paulo Santos, Abdias Pinheiro, Elza Lima, Flavia Mutran, Walda Marques e Jaime Bibas. Na edição 7, fizemos um documentário sobre o grupo "Sol do Meio Dia" com fotografias de Miguel Chikaoka e Janduari Simões. Em outras edições levamos ao público a linguagem musical revolucionária de Albery e Thiago Albuquerque através das edições "O

Som da Mata" e "A Música Transmórfica". Recentemente, em nossa edição anterior, revelamos o panorama da produção musical paraense, destacando a fotografia de Renato Reis na capa e no ensaio fotográfico, a imagem poética de Sammiliz Samm, vocalista do Madame Saatan, que atualmente é considerada, uma das mais vibrantes expressões do rock brasileiro. Na mesma edição através das fotografias de Ana Flor e Taiana Lauin, divulgamos uma parcela da produção musical contemporânea do Pará divulgando a imagem e um breve release de Pio Lobato, Delcley Machado, Adriana Cavalcante, Tony Soares, Suzana Flag, D. Onethe, Mestre Laurentino, Cibelle Jamima, Marcel Barreto, Juca Culatra, MG Calibre, Trio Manari, Clepsidra, Trilogia Punk – Delinquentes, Renegados e Normam Bates, Casarão Cultural Floresta Sonora, Circuito Fora do Eixo. Além dos artigos "Brega Universitário por Esperança Bessa", "Tecnobrega e a Crise na Escuta por Felipe Cordeiro" . Vivenciamos o momento em que o Estado do Pará projeta-se novamente na cena cultural nacional, cujo referencial de identidade é muito complexo no nível de ritmos, cores e sonoridades. E sob as lentes dos fotógrafos, esse ato é redimensionado a uma escala artística e social. O que seria de todos os músicos e grupos que fizeram história sem os fotógrafos, para eternizarem suas imagens? Contudo, a PZZ não é uma revista de Música, abrange todas as artes, o pensamento e os fatos da realidade amazônica. Destacamse às edições que realizamos sobre Dalcídio Jurandir, Ismael Nery e Giovanni Gallo. Trabalhamos muito para ser um referência de pesquisa, documentação e reprodutibilidade. Esse é o empenho de seus realizadores. Junte-se a nós nesse projeto de grande responsabilidade sócio-cultural. Boa Leitura Carlos Pará Editor Responsável.

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Duo paraense, filhos da revolução digital, Arthur Kunz e Léo Chermont fazem o STROBO. Por Camila Barros O que esperar de uma banda que sobe ao palco apenas com dois integrantes para uma apresentação? Engana-se quem logo pensa numa dupla tradicional. Esta impressão é desfeita quando se ouve as primeiras frases de guitarra ou os efeitos que traduzem a música experimental que trilha a carreira de sucesso do Strobo. A banda formada pelos paraenses Arhtur Kunz (bateria) e Léo Chermont (guitarra) mistura house music com hard rock e dão uma pitada de influências da música regional. Aos ritmos, são empregados efeitos sonoros e programações eletrônicas. Chermont, o Mr. Junglemam, aprendeu a tocar sua guitarra sozinho. Já Kunz, veio do Conservatório Carlos Gomes. Tem base acadêmica, que passa pela Escola de Música da Universidade Federal do Pará (UFPA) à Academia de Música Moderna (AMM), na Itália. Oriundos de outros projetos em parceria, eles resolveram unir as influências musicais e pessoais. Daí surgiu o Strobo, onde dão à música instrumental uma roupagem pop, com uma mistura de timbres acústicos e sintéticos. Frutos do fértil Casarão Cultural Floresta Sonora, localizado no coração comercial da capital paraense, Kunz e Chermont já tocavam juntos no grupo (também de música experimental) Floresta Sonora, junto com o baixista MG Calibre. No grupo havia muita influência da música pop, mas tudo era improvisado. Eles nunca ensaiavam. Foi então que Kunz decidiu convidar o Léo para formar um duo onde pudessem compor temas e tocar de uma forma menos aleatória. A etimologia do nome Strobo origina-se do estudo da luz. Esse estudo é feito através da ausência da própria. “Escolhi o nome por 6 REVISTA PZZ

ser um nome forte e curto com duas sílabas, representando os dois integrantes da banda”, conta o baterista. A experiência musical de cada um faz com que o processo de criação seja simples e dinâmico. “Gravamos nossos ensaios livres, sem tema inicial, experimentando os sons. Posteriormente, ouvimos e escolhemos os melhores takes”, pontua Léo. Kunz complementa: “Como possuo um home studio portátil gravamos em


qualquer lugar, em aeroportos, hotéis e na própria casa do Léo. As baterias geralmente são gravadas na minha sala de ensaio”. Em pouco tempo, o duo mostra seu trabalho fora do Pará. Participaram do Festival Poraquê, em Ji-Paraná e fizeram duas viagens ao Rio de Janeiro. A primeira, para gravar o programa Experimente, do Canal Multishow. Na segunda, fizeram dois shows: um no Studio RJ e outro na sala Sindey Miller, da Funarte. Por onde passam, são acolhidos pelo público. “Estamos começando e está sendo lindo. O público tem sido bem receptivo e também contestador à primeira vista, quando

sobe apenas dois integrantes ao palco. Existe uma inquietação do público, quando conseguimos quebrar tudo no palco e os colocamos em outra atmosfera. Assim, alcançamos o objetivo do nosso trabalho”, destaca Léo. Na estrada há um ano, a dupla tem muito a comemorar. Criada em janeiro de 2011, os rapazes tem um vasto repertório na bagagem. Lançaram durante o ano passado os EPs “001” e “Bizarro Dance Club” que foram disponibilizados na rede. Juntos, eles resultaram no primeiro CD da dupla, lançado em dezembro, com selo Na Music. E não para por aí. No começo deste ano, lançaram “Quando se perde a inocência”. Segundo Kunz “esse terceiro EP é muito influenciado pela nossa necessidade de termos um show mais light para se apresentar em salas e teatros como foi o que aconteceu no Rio de Janeiro”. O Strobo ganhou as páginas dos jornais de Belém pra relatar uma parceria de sucesso com o videomaker, Lucas Escócio. Tudo por conta da produção audiovisual que resultou no videoclipe da canção “Bizarro Dance Club”. Quem assiste ao clipe, dificilmente acredita que ele foi realizado (produzido, gravado e editado) em menos de 12h. O primeiro, “Dance!”, foi dirigido por Renato Reis e conta com a participação da atriz paraense, Karol Amaral. Os vídeos, assim como os EPs virtuais, estão disponíveis no site do Strobo: www.bandastrobo.com. Para Léo, a internet é o meio comunicacional mais direto e rentável para divulgar o trabalho da banda. ”A revolução digital está aqui para isso e nós somos filhos dessa geração. Nada mais justo do que distribuir nossa música dessa forma”. Este ano, o duo circula pelo Conexão Vivo, divulgando o primeiro CD e quem sabe, no final do ano, já mostrem o segundo.

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Mercado em estilo neoclássico reabre as portas para Belém Hoje, o Mercado Bolonha não é apenas um prédio comercial. É um atrativo para a população e para os turistas, além de movimentar a economia local em todas as suas esferas.

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Foto: Bruno Pellerin Texto: Comus Fotos: Adriano Magalhães e Oswaldo Forte

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m dos cenários da “Belle Époque” de Belém, o Mercado Municipal Francisco Bolonha volta à forma 103 anos depois de sua última grande restauração, realizada ainda na intendência de Antônio Lemos, em 1908. O prédio de estilo neoclássico passou por uma completa revitalização, e reabriu suas portas para o povo paraense em outubro de 2011. Por sua imponência arquitetônica distribuída em mais de cinco mil metros quadrados, após essa última intervenção, além de mercado, o prédio passou a funcionar também como Casa Museu, aberto para a visitação pública das 08 às 18 horas, de terça a domingo. O nome do mercado foi uma 12 REVISTA PZZ

homenagem ao engenheiro Francisco Bolonha, o principal responsável pela reforma, autorizada pelo intendente Antônio Lemos e iniciada em março de 1904. O engenheiro investiu recursos próprios na obra, ganhando direito de exploração comercial do espaço por um período de trinta anos. Em 17 de dezembro de 1908, a reforma foi concluída e o prédio foi entregue ao público, adaptado ao formato eclético com predominância do neoclássico. Para justificar a primeira reforma, a intendência de Lemos registra em seus relatórios anuais que o mercado não atendia às necessidades da população e não correspondia às expectativas de uma cidade como Belém, que

se modernizava rapidamente e ganhava ares de metrópole ao molde europeu. Por isso a necessidade da ampliação e adequação do mercado, imprimindo-lhe um ar moderno, harmonioso e adequado aos padrões de higiene e arquitetônicos vigentes na época. Mais de um século depois, o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa, justifica que a restauração do Mercado Bolonha resgata um pouco da história de Belém, em especial dos componentes da arquitetura que marcaram a Belém do rico Ciclo da Borracha, que tentava reproduzir cenários europeus em terras amazônicas.


O começo -

"Por sua imponência arquitetônica distribuída em mais de cinco mil metros quadrados, após essa última intervenção, além de mercado, o prédio passou a funcionar também como Casa Museu". “É um pedaço rico da nossa memória, da memória do nosso Centro Histórico. Isso é importante para elevar a auto estima do povo paraense”, afirma o prefeito de Belém. Hoje, o Mercado Bolonha não é apenas um prédio comercial. É um atrativo para a população e para os turistas, além de movimentar a economia local em todas as suas esferas. No local estão instalados 130 trabalhadores em 92 boxes na área interna, 22 na área externa e 23 nas salas da parte superior. Trata-se de um complexo de vendas em pleno Mercado do Vero-Peso, o principal cartão postal de Belém e tombado como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN. A restauração do Mercado observou o melhor aproveitamento do espaço superior reservado às atividades comerciais e culturais, valorizando os elementos arquitetônicos das suas fases anteriores, e adaptando-se às necessidades contemporâneas como, por exemplo, o acondicionamento em refrigeradores da carne vendida no local, atendendo às normas do Ministério da Agricultura e Vigilância Sanitária. A permissionária Jaciara de Oliveira Gomes, conhecida como Dona Fifi, comemorou a reforma do espaço, onde ela trabalha há 32 anos. “Antigamente este mercado era frequentado por juízes, advogados, promotores, que vinham almoçar aqui diariamente. Com o passar do tempo e o abandono, as pessoas deixaram de vir passear no mercado. Com esta reforma magnífica, as pessoas já podem voltar a frequentar”, convida.

A história do Mercado de Carne tem início bem antes de sua própria construção, em meados do século XVIII. Quando a cidade passa pelo primeiro grande surto de desenvolvimento sob a égide do Primeiro-Ministro português, Marquês de Pombal, e seu irmão Mendonça Furtado, Governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão, na segunda metade do século XVIII. A política pombalina buscava aumentar o controle e a racionalização da exploração da mão-de-obra indígena, da terra e do comércio. Antes de ser Mercado Municipal de Carne, existiu, nos primórdios da cidade, um largo, uma porção de terra que avançava em direção ao Rio Pará, que se localizava entre a Fortaleza de São Pedro Nolasco e o Forte do Presépio. Praticamente um século mais tarde, toda esta área de orla passou novamente por profundas transformações que mudaram sua paisagem, principalmente os aterramentos na orla e áreas alagadiças, permitindo o crescimento da cidade de forma mais coesa. É justamente nesta área com vocação comercial, que o Mercado de Municipal será erguido no século seguinte, em 1867. O abastecimento de carne na região sempre foi uma preocupação dos gestores de Belém. Seja no período do Brasil Colônia (1616 – 1808), da Corte no Brasil (1808-1822), no Império (1822-1889) ou da República (a partir de 1889). As queixas dos moradores, notícias de jornal ou relatórios de governos sempre chamaram a atenção para a falta de abastecimento do mercado local com o gênero alimentício, que piorava com as enchentes da região. No final do século XIX, com o agravamento da crise no abastecimento de carne gerada pelo crescimento populacional e do espaço urbano da cidade de Belém, o poder público se vê diante do desafio de sistematizar, regularizar e administrar o consumo de carne dando como solução a ampliação e modernização do Mercado Municipal e a construção do Matadouro do Maguari. O Mercado Municipal contava apenas com o andar térreo, abrigando uma variedade de empórios. O Mercado de Ferro ainda não existia. Apenas o prédio conhecido por Solar da Beira, antigo prédio da Recebedoria de Rendas. Em 1897, surge a figura do intendente Antônio Lemos, que governou a cidade de Belém do auge da valorização da borracha no mercado internacional ao seu declínio, e nos primeiros anos do Brasil republicano. Consagrou sua imagem pelo discurso modernizador, pela imagem de gestor que primava pela aplicação racional do recurso público e por meio de suas obras urbanísticas, que visavam o embelezamento, saneamento e a aproximação estética e comportamental de Belém às cidades européias. Sua gestão marcou de uma vez para sempre a cidade e a memória local. REVISTA PZZ 13


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Foto: Bruno Pellerin


TEATRO

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SEGUNDO O GRUTA

Por Adriano Barroso

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m Grupo de teatro nascido sob o signo da contestação, nos idos de 69, em uma cidade dormitório (à época, distante de Belém), que atravessou mais de quatro décadas exercendo o fazer teatral praticamente ás próprias custas, é no mínimo uma boa história a ser contada. Mas o Grupo Gruta de Teatro é ainda um pouco mais. O Gruta é considerado na capital paraense como um grupo de teatro referencial, e não sou eu quem diz isso, entre todos os fazedores da cena paraense que tive oportunidade de entrevistar, o grupo é citado pelo seu trabalho esmerado no ator, seus cenário enxutos e pela sua combatividade nos temas que leva à cena. Em 43 anos de existência, o Gruta montou 27 espetáculos, dos mais variados autores. Desde teatro infantil como “A menina e o vento”, de Maria Clara Machado, até textos de seus próprios integrantes, como é o caso da chamada fase regionalista do grupo, com espetáculo como “A farsa do boi” e “a peleja dos soca-soca”, onde o grupo mergulhou na cultura popular. Mas seu histórico passou ainda por Sófocles, Brecht, Shakespeare, Moliere, Heiner Muller, entre outros. REVISTA PZZ 17

Foto: Bruno Pellerin

A PAIXÃO


TEATRO

Há muito tinha vontade de contar a história do Grupo por que acho que além de contribuir para a cena artística brasileira é uma história viva da vida social paraense da virada do século XX para o XXI, uma vez que o grupo sempre se portou como um cronista do seu tempo. Foi perseguido pela censura na década de 70, excomungado pela igreja católica, na década de 80, foi para a rua por não haver casas teatrais disponíveis para o teatro paraense na década de 90 e chegou nos anos 2000 antenado em todas as transformações mundiais e, sobretudo, regionais, porque passava. Adriano Barroso

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Foto: Bruno Pellerin

ADRIANO BARROSO

Aílson Braga e Adriano Barroso em diálogos intensos na Peça "Aldeotas" do Grupo Gruta REVISTA PZZ 19


TEATRO

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Aílson Braga em cena na Peça "Aldeotas" do Grupo Gruta

m todos os espetáculos a marca indelével do diretor Henrique da Paz esta lá, uma preocupação pontual no trabalho do ator em cena, a sintaxe do texto trabalhada de maneira exaustiva a luz e um cenário sem pirotecnia, privilegiando o ator em cena. Há muito tinha vontade de contar a história do Grupo por que acho que além de contribuir para a cena artística brasileira é uma história viva da vida social paraense da virada do século XX para o XXI, uma vez que o grupo sempre se portou como um cronista do seu tempo. Foi perseguido pela censura na década de 70, excomungado pela igreja católica, na década de 80, foi para a rua por não haver casas teatrais disponíveis para o teatro paraense na década de 90 e chegou nos anos 2000 antenado em todas as transformações mundiais e, sobretudo, regionais, porque passava. Se apropriando

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dos autores mundiais, o Gruta gritou, esperneou e reuniu sua audiência para repensar juntos os caminhos que a sociedade da virada do século seguia em textos memoráveis como ‘Cínicas e Cênicas”, “Caosconcadecáfica”, “Ele não sabe que seu diz é hoje”, “Duas vezes Brecht” para citar alguns. Este ano de 2011, financiado pela Bolsa de Pesquisa artística do Instituto de Artes do Pará consegui ter a oportunidade que queria para contar essa história. Encarando o maior dos desafios, que é contar uma história do lado de dentro. Passei a pesquisar, como um pequeno grupo de jovens secundaristas reunidos na Vila de Icoaraci (a 18 quilômetros de Belém), durante os anos de repressão tiveram a estalo de usar o teatro para politizar. E foi exatamente desse pensamento que nasceu a idéia do livro que pretendo lançar no ano que vem.


Fotos: Bruno Pellerin

Em todos os espetáculos a marca indelével do diretor Henrique da Paz esta lá, uma preocupação pontual no trabalho do ator em cena, a sintaxe do texto trabalhada de maneira exaustiva a luz e um cenário sem pirotecnia, privilegiando o ator em cena.

Foto: Bruno Pellerin

ADRIANO BARROSO

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TEATRO

Monalisa e Valério Costa no espetáculo “A Vida, que sempre morre, que se perde em que se perca?”, adaptação do Henrique da Paz para a tragédia Antígona, de Sófocles.

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ntrei no Gruta quando ainda era Grupo de Teatro Amador, idos de 94 para fazer a sonoplastia do espetáculo “A Vida, que sempre morre, que se perde em que se perca?”, adaptação do Henrique da Paz para a tragédia Antígona, de Sófocles. E desde lá já havia uma piada interna do grupo quando o assunto era mandar um material de divulgação para jornais. “Um grupo de jovens que se reuniam em Icoaraci...”, sempre começava assim. Todos ríamos quando qualquer repórter perguntava: e como surgiu o Gruta, e lá vinha o Henrique com o texto mais do que decorado: “Um grupo de jovens que se reuniam em Icoaraci...”, as gargalhadas deste histórico do Gruta se perpetuam até hoje. Depois de 17 anos acompanhando o Grupo ainda rio do Henrique quando o assunto é como nasceu o Gruta. Mas com o tempo, essa piada interna foi me despertando uma curiosidade, uma cisma e finalmente uma necessidade. Achei que estava ali, em uma piada há muito contada e partilhada pelos diversos integrantes que passaram pelo Gruta, uma boa história para contar. Como um grupo de jovens na longínqua (à época) vila de Icoaraci se reuniram para protestar, para se colo-

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car diante do mundo, para falar de suas dores, amores e desejos? Baseados em que? Em quem? Numa época, e num Estado onde as informações demoram a chegar (antes da internet, claro), como aqueles jovens de Icoaraci reuniram informações para irem ao palco? Por que não montaram uma banda de rock? Por que não pintaram os muros? Por que o teatro foi a arte escolhida para colocar a boca no mundo? Achei que estaria aí uma boa história a ser contada. E acertei (me desculpem a falta de modéstia), a história do Gruta está recheada de acontecimentos. Desde a sua criação até o espetáculo mais recente, o Gruta pulsa. Ao passar dos anos, o Grupo de Teatro Amador, passou a se chamar Grupo Gruta de Teatro, pois os seus integrantes observaram que o termo “amador” para a imprensa local e para muitos desavisados inspirava um certo desleixo na construção de sua arte. Então, decidiram suprimir o termo, colocando em ata o novo nome do Gruta. Mas jamais modificaram o seu significado, pois o Amador está lá. Para sempre. Em letras maiúsculas. Amador no sentido dos que amam. Por isso o nome dessa biografia é A PAIXÃO SEGUNDO O GRUTA.


Como um grupo de jovens na longínqua (à época) vila de Icoaraci se reuniram para protestar, para se colocar diante do mundo, para falar de suas dores, amores e desejos? Baseados em que? Em quem? Numa época, e num Estado onde as informações demoravam a chegar (antes da internet, claro), como aqueles jovens de Icoaraci reuniram informações para irem ao palco? Por que não montaram uma banda de rock? Por que não pintaram os muros? Por que o teatro foi a arte escolhida para colocar a boca no mundo?

Fotos: Arquivo Gruta

ADRIANO BARROSO

Brenda Barroso "Ele não sabe que seu dia é hoje"

Aílson Braga e Adriano Barroso REVISTA PZZ 23


<< Se apropriando dos autores mundiais, o Gruta gritou, juntos os caminhos que a sociedade da virada 24 REVISTA PZZ


Henrique da Paz, Marton Maués e Wilson Costa na peça "Cínicas e Cênicas" do Grupo Gruta

esperneou e reuniu sua audiência para repensar do século seguia em textos memoráveis...>> REVISTA PZZ 25


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DOCUMENTÁRIO

Retratos Musicais de Bruno Pellerin Foto: Mary Anne

Por Carlos Pará *

Atualmente, Bruno Pellerin mora em Belém, há mais de 2 anos, dentro de um caldeirão cultural humano, imagético, sonoro, fantástico, de pessoas e artistas maravilhosos que ele se sente como um peixe nadando em um oceano de águas límpidas e profundas. A relação dele é muito boa com todos os músicos e isso lhe faz se sentir muito a vontade para fotografar a alma desses personagens. 28 REVISTA PZZ

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mazônia, onde a música é onipresente e as cores musicais são elaboradas sobre o signo da diversidade, ampliando a noção de lugar, de espaço e de tempo, formam um tecido multicolorido destacando-se de outras regiões do planeta. E o que são lugares na fotografia? O espaço de representação no qual se inserem as imagens, as fotografias, os artistas de Pellerin, na verdade, são representações de personalidades que representam uma parcela de sons produzidos no Brasil. Através da arte do Retrato, Pellerin consegue mostrar rostos desconhecidos, rostos invisíveis, abafados pelo sistema midiático, covarde, hipócrita, imbecil que abafa, esconde e ignora a cara de nossa identidade cultural e de verdadeiras expressões artísticas para promover farsantes, pedantes oportunistas, dum cenário decadente. Quando pergunto para o fotografo o que é o


Andréa Pinheiro, cantora e compositora, sob as lentes de Pellerin

Retrato? Ele diz que é o instante mágico, o tempo suspenso. Numa seqüência infinita de fotos em movimento que é a vida, assim como no cinema, o clique da máquina, do olhar ao gesto intuitivo do fotógrafo, eterniza o momento num frame da realidade. O diálogo silencioso do artista e da obra de arte envolvidos numa atmosfera de luz e sombra favorece para nascer a fotografia, o retrato. E ao transmitir a imagem das pessoas retratadas, ambos participam da foto. Para ele, é muito importante deixar livre para o (a) modelo como gostaria de ficar na foto, como quer que o percebam. Com isso, não registra um corpo e sim uma personalidade. Não há representação que não se modifique a todo instante, cada representante do retrato, permanece em constante transformação, seja no físico, no estilo, nos timbres, nas canções, nas atitudes e nos pensamentos, mas no Retrato,

sua imagem estática captadada será eterna e imutável.Por mais que o objeto-sujeito permaneça o mesmo, na foto, cada vez que olhamos, a imagem, nos revela um outro significado, uma outra lembrança, um outro olhar. Um poema relido é um poema novo. A memória de quem observa esse fenômeno passa a se familiarizar com um enigma que carrega todos os segredos de um enigma indecifrável. O estado de espírito no momento desse reencontro, empurra para a estrada de um tempo onde a memória é o rio do esquecimento e o contemplador pode ficar horas a fio esquecendo-se de si mesmo, olhando o retrato. Isso ocorre com os estados mais profundamente interiores do espectador, envolvendo inteligências, sensações, desejos, afetos, lembranças, curiosidade. O retrato é a sombra da ausência. Qual o tempo da duração de um olhar diante de um retrato? Não podemos mensurar no sentido

cronológico do termo. A poética do olhar não é uma simples percepção visual, a um objeto exterior invariável. A fotografia acaba se tornando um espelho em que nos faz perceber o outro e que estamos mudando a todo instante. Nossa atenção aos Retratos Musicais de Pellerin, fixa-se neles porque nos interessa em divulgar esse Álbum Fotográfico para um maior número de pessoas, para que cada um deles possam ser revisitados muitas vezes e que possam ser conhecidos e reconhecidos pelo público, na diversidade, qualidade e identidade de vozes e sons emanados da floresta musical brasileira. Cada um deles vem inserido na massa inconsciente memorável e musical de nossa existência cultural. É o olhar de Pellerin, a nos apresentar (ou reapresentar) esse rosto polifônico da arte amazônica.

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música atual se tornou verso de nossas raízes, um mergulho dentro da tradição e do diálogo com as referências da atualidade. O fotógrafo francês encontra na música, a imagem da heterogeneidade na floresta sonora amazônica. E no mergulho dentro das matas urbanas, encontrou lugares que lhe acolheram com toda a energia e o calor das canções, principalmente no Bar do Toninho, no Municipal, na Casa do Gilson e no Espaço Cultural Boiúna, o Bar do Mário, são redutos de artistas, músicos, intelectuais e boêmios onde tocam Samba, MPB, Choro, Bossa Nova, Jazz, e outros sons. Em Belém é possível ouvir música do mais alto nível sonoro em lugares simples, onde amigos reúnem-se para fazer e ouvir música de qualidade. Eis o diferencial nas noites quentes da cidade. Dentre os participantes mais ilustres, encontramos: Alba Maria, Andréa Pinheiro, Delcley Machado, Floriano, Paulo Moura, Leandro Dias, Felipe Cordeiro, Nanna Reis, Renato Torres, Juliana Sinimbú, Paulo Moura, Yasmim Frihaça, Artur Nogueira, Arthur Espíndola, Juliana Sinimbú,

Renato Torres, Pedro Callado, Mário Mousinho e muitos outros, além do próprio Mário que é um dos maiores intérpretes e compositores da Amazônia. No Espaço Cultural Boiúna, encontrei o Bruno Pellerin e foi aí que desencadeamos o projeto de divulgar seu trabalho na PZZ. Então, de Paris a Pariquis, Pellerin vem descobrindo e conhecendo a fonte sonora inesgotável e telúrica da amazônia. Aterrizou como as garças no mangue, solo movediço e fértil, e logo sentiu que era aqui o seu lugar. Identifica-se na Amazônia. Conhece melhor, a cada dia, o lugar e os caminhos no território denso de músicos de referência que produzem, sentem, cantam, interpretam, buscam, pesquisam ou professam a arte musical, verdadeiros guardiões, protetores, propagadores e perpetuadores das sonoridades e da linguagem musical amazônica que revelam os sentimentos mais altivos e duradouros de nossa cultura. As amizades construídas em Belém, resultaram em fotografias de artistas

O fotógrafo encontra na música, a imagem da heterogeneidade na floresta sonora amazônica. E no mergulho dentro das matas urbanas, encontrou lugares que lhe acolheram com toda a energia e o calor das canções.

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LUIZ PARDAL,

músico, professor de música da UFPA, produtor, arranjador, compositor. Multi-instrumentista com intensa atividade nas área do jazz, choro, música popular e erudita, já fez apresentações como músico, no Brasil, na Europa e Estados Unidos. Em setembro de 2000, lançou seu CD de Choros. Em 2003 foi arranjador e diretor musical do show “Canto das Águas” de Fafá de Belém, em Belém e Portugal. Em 2005 teve sua obra Um Réquiem para Waldemar lançada no CD “A Música e o Pará” pela Secult. Como diretor musical e instrumentista, representou o Pará com um grupo de música paraense em Nancy, em comemoração ao Ano Internacional do Brasil na França.

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tualmente, a imagem fotográfica de Bruno, utiliza o gênero delicado do Retrato como forma de referenciar a produção artística do Pará. O estúdio montado na sala do seu universo íntimo estabelece uma relação de casualidade, amizade e descontração com cada modelo, ajustando os refletores como quem manipula afetuosamente a luz. Mas para ele, o que vale principalmente é a luz natural para produzir os efeitos das nuances ou até mesmo os efeitos de chiaroscuro semelhantes as técnicas de Rembrant e Van Dych. O sentido da luz, a apreciação artística dos efeitos produzidos por qualidades diversas e combinadas de luz, a percepção e o tato imediato são fatores que determinam o Retrato. Reveladas no clássico preto e branco, a fim de preservar nuances provocadas pelo jogo de luzes, a marca do fotógrafo volta-se para a personalidade dos artistas. Neste sentido, a obra de Bruno Pellerin torna-se uma referência para observarmos a continuidade histórica do Retrato na Amazônia. Assunto que vamos procurar destacar em outras edições com a matéria de outros fotógrafos que atuam no Pará, ao exemplo da ação magnífica “FotoAtiva Ver-o-Peso” coordenada pelo Miguel Chikaoka; A passagem do retrato para o relato, na Obra “Nazaré de Mocajuba” de Alexandre Sequeira; Os retratos femininos de Walda Marques; Os retratos oníricos de Elza Lima; Os retratos artísticos de Luis Braga; Os retratos espirituais de Guy Veloso; Os retratos jornalísticos de Paulo Santos e Paula Sampaio; Os retratos indígenas de João Ramid e muitos outros que contribuem para a história da fotografia no Brasil e que retratam sob as mais diversas óticas a realidade natural e social da complexa e paradoxal região do norte do país. No trabalho de Pellerin, podemos fazer uma comparação estética relacionando seu trabalho ao estilo clássico de Félix Nadar (1820-1910) um dos mais importantes retratistas da história da fotografia que nasceu em Paris e tirou o retrato dos artistas que

viviam na França do século XIX, período em que a fotografia revolucionava a arte e os costumes da época. Nadar retratou figuras como Verdi, Baudelaire, Dumas, Rodin, D.Pedro II, Júlio Verne, Lamartine, Delacroix, Vitor Hugo, Bakunin e muitos outros personagens, personalidades da literatura, da arte, da cultura, da política e da ciência no seu tempo. A marca desses retratos dá uma visão ao conjunto de seu trabalho artístico que se tornou histórico, num certo nível de percepção, profissionalismo, e detalhe, que se refere ao trabalho realizado fora da definição da imagem como uma mercadoria. Nadar fez retratos como faria um pintor, mas com esse novo meio. Outro fotógrafo que poderíamos nos remeter é Yousuf Karsh, que foi sem dúvida, um grande mestre do

Retrato. A notoriedade surgiu com uma fotografia de Churchill feita em 1941 quando o estadista inglês visitou o Canadá. Pouco tempo depois a famosa imagem foi capa da revista Life. Karsh captou na sua objetiva, grandes personalidades do século XX. Da Política à Cultura, da Ciência ao Espectáculo é difícil imaginar alguém que tivesse ficado de fora...Picasso, Einstein, Warhol, Frank Lloyd Wright, Hemmingway, Sibelius, Joan Crawford, Bogart, Miró, Nehru, Eisenhower são apenas alguns dos ilustres e polêmicos retratados de uma enorme galeria onde não faltam sequer a rainha Isabel II da Inglaterra ou o Papa. Assim como Karsh, Pellerin, possuí uma sensibilidade enorme e sabe como captar a essência do retratado, quer recorrendo à pose, ao ponto de vista ou à incidência da luz. No caso da publicação dessas imagens em jornais, revistas, internet, exposições, instalações, a imagem passou a viver sem depender do sujeito espelhado e criou-se um conceito de “eternidade” ou de duração que atravessa os tempos, os formatos, os sistemas.

Retrato é uma correspondência. O trabalho de Bruno Pellerin não é só documental. Foca mais no artista, na personalidade que faz dele. Retratos são narrativas. Personagens que nos instigam a conhecer histórias, pensamentos, segredos e vivências. A foto em seu caráter estético é imutável, é uma obra de arte que cada vez revisitada nos conta alguma coisa a mais, a história que ela nos traz é infinita. A leitura da imagem precede a leitura da palavra. Nem com mil palavras podemos traduzir um retrato, uma imagem, uma obra de arte. Eis a magia de Pellerin! REVISTA PZZ 33


DOCUMENTÁRIO “Desde o advento da fotografia, passaram-se mais de cem anos e muitos retratos resistem, em galerias, museus, coleções particulares e álbuns familiares”

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o caso da imagem associada a uma ideologia, propaganda, partido, literatura ou vanguarda artística, assumida numa dimensão que ultrapassa o simples gesto de ter uma foto para recordar e guardar. Entramos na seara do entendimento que “existem mais coisas entre nós e a realidade do que os nossos olhos podem pensar”. Por que não só viver, ouvir, ver, se conformar com tudo o que está pronto e condicionado para nós vivermos e aceitar a ótica imposta ou impostora? Entrar no campo semiótico ou colocar uma imagem no processo da reprodutibilidade é garantir seu valor artístico e documental. É revelar imagens que não se vêem habitualmente na mídia convencional. É povoar os sentidos com outros significados que para nós tornam-se o referencial de beleza, verdade e compreensão do mundo. Isso tudo é permitido compreender, através da mediação da Arte, não somente percipere/perceber, mas também dar a perceber a outras pessoas o que, através da fotografia podemos desencadear um processo crítico de entendimento histórico e filosófico da sociedade. Quem inadvertidamente, penetrar neste campo semiótico, depara-se de súbito, com um sistema caótico de referências, com uma rede de códigos e normas, de nomes e de símbolos relativos a períodos históricos que vão além da própria imagem condicionada, por ter sempre um significado diferente do que aparenta-ser e a noção de que a projeção de certas imagem em nossa tela interior são fenômenos passíveis de manipulação. O conhecimento semiótico, substitui a compreensão inocente da imagem e da própria sociedade. A 34 REVISTA PZZ

imagem em forma de texto ou números, atravessa o Olho que agora não vê, vê-se e vive-se no que sente. O olho humano é um instrumento ótico, uma ferramenta de transformação do Universo. Encaremos, pois, a fotografia como tradução de um sentimento de eternidade; com ela, temos a representação mais fiel de uma paisagem, de um objeto, de uma pessoa, de um contexto histórico. Essa representação, em tese, sobreviverá ao próprio objeto-sujeito espelhado, guardando sua forma, jamais a essência. A diferença do retrato para outros gêneros artísticos encontra-se no objetivo do retratista ao fazê-lo. No retrato, há que se evidenciar a figura para “imortalizá-la” em sua aparência e nome. Embora algumas vezes haja certa idealização, um retrato deve representar a figura como ela realmente seja. Embora na foto haja uma potência misteriosa de autenticidade temporal, de deixar no ar o caráter ou os mistérios da pessoa. E, no entanto, o fotógrafo, em seus detalhes mais precisos, caracteriza o poético do retrato, em busca da beleza oculta, invisível aos olhos, na velocidade da luz do olhar que preenche seu cartão de memória. Desde o advento da fotografia, passaram-se mais de cem anos e muitos retratos resistem, em galerias, museus, coleções particulares e álbuns familiares. Imagens de Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, John Lennon, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara e símbolos icônicos da história da arte, como Mona Lisa foram eternizados por Andy Warhol. Estes temas eram reproduzidos serialmente com variações de cores, exaltando o slogan (No futuro todos serão famosos durante quinze minutos). Mas

essa frase, só se aplicaria no futuro, quando a produção cultural fosse totalmente massificada e em que a arte seria distribuída por meios de produção de massa como acontece hoje com a televisão e a internet. Então, essa arte, não seria mais eternizada e sim, massificada. No momento em que o fotógrafo descobre, revela, reúne e seleciona a melhor foto tirada para deixar na história sua grafia feita de luz. A fotografia torna-se um carimbo nas mãos de quem reproduz uma assinatura personificada. . Muito além do objetivo de reproduzir cópias, a reprodutibilidade, re-produz relações (artísticas, sociais, culturais,...). Isso liberta novas possibilidades, tornando um acesso mais democrático ou massificação de uma imagem até a mesma se tornar icônica com a sociedade ou a realidade. Qual tipo de experiência nos oferece a fotografia. Ou diretamente, para que ela serve? O cantor e intérprete, Olivar Barreto, que teve a capa de seu disco feita com a fotografia de Pellerin, nos fala que os músicos muitas vezes preocupados com uma relação intensa com a música, com a arte e a própria vida, muitas vezes, não estão engajados com outra relação e outros aspectos da produção, como a produção do material gráfico. Neste sentido, a fotografia musical não será mais a mesma depois deste trabalho que o Bruno vem realizando com os músicos. Apesar de Belém ser um Pólo Fotográfico e onde muitos outros fotógrafos são reconhecidos nacional e internacionalmente. Esse é um campo que vai despertar a produção e a pesquisa.


JULIANA SINIMBÚ "Sua voz mistura doçura com certa imponência felina, plena de toques sedutores, de vibratos profundos, magmáticos, compõe, com sua imagem de bela mulher, um painel de traquinagens e divertidas alegorias que ela vai soltando aos punhados, como papéis picados do Círio, como chuviscos musicais refrescantes, nos corpos e bocas sedentos de seus fãs. Ela tem vibração, e tem elã” Renato Torres.

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DOCUMENTÁRIO

Bruno realizou viagens intermináveis por muitos países, voando com seu olhar fotográfico, tecendo, assim como os nômades turqueses ou os indianos que fotografou, tapetes coloridos, imagéticos, verdadeiras escrituras do fazer humano em suas culturas herdadas por antepassados.

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runo realizou viagens intermináveis por muitos países, voando com seu olhar fotográfico, tecendo, assim como os nômades turqueses ou os indianos que fotografou, tapetes coloridos, imagéticos, verdadeiras escrituras do fazer humano em suas culturas herdadas por antepassados. Percorreu diversos países, registrando sua travessia para o poético e sua óptica cultural. Quantos olhares, quantas paisagens distantes das parisienses, e cada vez mais, afasta-se de suas origens sem perder suas essências, para alcançar imagens futuras, verdadeiros presentes ao longo do tempo amplificando seu conhecimento sobre arte, cultura e sociedade. O modo como aprendeu a desenvolver a visualidade e a construir seu repertório visual ao longo desses caminhos, faz dele um fotógrafo que vê no gênero do Retrato a influência como nos reportamos à memória que age como uma chave desencadeadora de elementos imaginativos e na formação de significa-

dos. Além de pessoas, registra paisagens em seu caminho sem volta, impressões de lugares por onde trabalha, vagueia ou passeia. Depois de percorrer África, Índia, Turquia, Irã, União Soviética, atravessa fronteiras, mitos, pré-conceitos. Além de trabalhos jornalísticos que adora produzir, desvela poéticas visuais, ensaio fotográfico onde o fotógrafo na busca de si mesmo alarga sua percepção e compreensão do mundo. Ele sempre gostou de trabalhar com pessoas na sua produção. Nota-se em suas fotografias que mesmo retratando a vida, a cultura e as pessoas de lugares sem o glamour das passarelas, consegue revelar de forma poética e artística, expressões invisíveis e desconhecidas das culturas populares, fotografar a aura desses personagens é uma arte que Pellerin veio colecionando no caminho.


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Guerlan

Pellerin realizou a cobertura fotográfica de diversos desfiles das coleções de grandes nomes estilistas de renome internacional como Paco Rabanne, Guerlan e Christian Dior.

Paco Rabanne

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ellerin, em sua formação técnica como fotógrafo, freqüentou escola especializada na França em formação de fotógrafos e trabalha com fotografia há mais de 30 anos, especializou-se em fotografia de moda e de artistas, pôde aprender como trabalhar em estúdio, como montar uma foto e sua revelação, agora é foto digital, mas antes, além da montagem da foto o processo alquímico existencial da revelação da película para o papel era muito apreciado por Bruno. Física, química, matemática e óptica foram algumas das ciências que ajudaram na formação do olhar e na construção da foto, agora pode tirar fotos intuitivamente e não precisa calcular fórmulas matemáticas, flui naturalmente o ato fotográfico. Em seus retratos dos artistas e das modelos de Paris, a técnica era empregada para valorizar detalhes de acessórios e corrigir os defeitos das modelos, trabalhar o colorido na fotografia é uma arte muito delicada. Entre os principais trabalhos realizados por Bruno Pellerin nessa fase, destacam-se a cobertura da Semana de Moda de Paris e a cobertura fotográfica de diversos desfiles das coleções de grandes nomes estilistas de renome internacional como Givanchy, Ted Lapidus, Chanel, Dior, Paco Rabanne, Jean Paul Gaultier, entre outros. Já publicou trabalhos em dois dos principais editoriais de moda da Europa: as revistas Paris Match e Gala. Dentro desse cenário era impossível não se impressionar com o resultado de um registro jornalístico, quando ele se ambienta em espaços estéticos por excelência apresentados nessas fotos. Desta forma, o trabalho jornalístico do fotógrafo Bruno Pellerin, acabava emprestando do mundo mágico da moda, a sedução dos bastidores de um universo mítico, transformando registro jornalístico em arte. A sorte de um fotógrafo que fez da oportunidade de ingresso nesse mundo, uma produção única, que nos leva a não apenas conhecer o background de um mundo sofisticado, como também, e talvez principalmente, nos permite apreciar um panorama histórico do fim de uma década e início de outra, refletido na maneira de se vestir e de se portar. “Não há grandes jogos de luz e sombra, nem tão pouco grandes efeitos, seria ela um registro técnico, se nela não houvesse...uma sedução roubada, quase como se estivéssemos nós mesmos a observarmos, pelas frestas de uma janela,


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Channel

A fotografia de Pellerin nesse período nos leva a não apenas conhecer o background de um mundo sofisticado, como também, e talvez principalmente, nos permite apreciar um panorama histórico do fim de uma década e início de outra, refletido na maneira de se vestir e de se portar.

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“Não há grandes jogos de luz e sombra, nem tão pouco grandes efeitos, seria ela um registro técnico, se nela não houvesse...uma sedução roubada, quase como se estivéssemos nós mesmos a observarmos, pelas frestas de uma janela, o cotidiano de um passado do qual gostaríamos de ter presenciado”. B.P.


o cotidiano de um passado do qual gostaríamos de ter presenciado”. B.P. Na época quem dominava o mercado da Moda, eram as Maisons de grandes famílias, Chanel, Givanchy. Depois, algumas algumas famílias tradicionais, começaram a vender suas empresas para grupos de outros países da América e da Ásia. Vendendo essas Maisons a relação de trabalho ficou diferente. Os funcionários eram tratados como se fossem peças de um jogo, manipulados por grupos desconhecidos e mãos invisíveis. Antes havia uma relação pessoal, quase familiar com os criadores de moda, com as casas de moda, modelos, produção, imprensa. Depois não tinha mais Alma nas coisas que eram feitas. Antes maquiadores, modelos, todos sentavam juntos para almoçar e depois tudo foi regulado. E não tinha mais como trabalhar com paixão, sem ter esse tipo de relação humana, de proximidade, de calor e liberdade. Nesse momento de sua vida, começou a pensar em alçar vôo,

onde poderia largar as malas? Não gostava mais do frio, não gostava mais desse clima que estava em Paris. Foi aí que surgiu uma história de amor em sua vida, com Eliza, que o fez morar em Belém. Suas decisões sempre são muito naturais, nunca foram dramáticas, traumáticas, bruscas. Não foi uma fuga do trabalho, uma atitude brusca, ele veio com ela, com o intuito de conhecer novas paisagens, novas imagens, novas pessoas. Em seus movimentos sempre procurou ser naturalmente calculado. Essa é uma das características de um bom fotógrafo, esperar o momento certo para clicar, sentir, pensar, ser, acontecer. O fotógrafo ao enveredar por campos onde a sensibilidade artística revela-se, por vezes pisando terrenos específicos da estética própria de sua formação, e por outras, afastando-se da mesma. Sua intuição o levou para o Pará, e assim, trilha novos percursos para tratar temáticas diversas, outras além da moda e do consumo, con-

duzindo ao que agora se condensa, paulatino e eficazmente, para um lugar que, por direito próprio, hoje, ocupa no panorama da produção fotográfica amazônica Após 30 anos de trabalhos fotográficos com as maiores modelos internacionais, resolveu descobrir novos horizontes. E esta nova fase de sua vida profissional foi acompanhada por uma nova fase pessoal. Evidentemente, ele abriu seu estúdio em Belém, expressando seu desejo de colocar o foco de seu talento em outras imagens e deixar sua lente repousar do mundo fashion e do back stage da alta costura. Em contato constante com uma agência e jornal de Paris, realizou uma série de reportagens sobre fauna paraense em diferentes ilhas da Amazônia, sobre o artesanato e músicas da região e o Círio de Nazaré. Além de querer gravar nas películas as belezas da Amazônia, Bruno Pellerin tem outra ambição. Ele deseja utilizar seu REVISTA PZZ 41


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Christian Dior

talento para retratar as pessoas, fazendo disso sua atividade principal. Pois, como ele mesmo gosta de dizer: “uma foto igual a que eu fiz de Sophie Marceau, Isabella Adjani, Dennis Hopper, Alan Rickman, só pode ser feita com a cumplicidade do modelo”. Neste ano, a Aliança Francesa de Belém, através do seu Diretor, Bruno Stefani, recebeu o suporte e o incentivo da Delegação Geral das Alianças Francesas no Brasil, na pessoa de seu Delegado Geral, Yann Lorvo, que patrocina a exposição Les Coulisses de la Mode, fotografias de moda produzidas por Bruno Pellerin em Paris, no sentido de ser uma ponte na construção de uma rede que interliga culturas, une povos e transpõe barreiras, no compromisso com a difusão da cultura francesa e o diálogo, a intereção, com a arte e a cultura brasileira.

Sua intuição o levou para o Pará, e assim, trilha novos percursos para tratar temáticas diversas, outras além da moda e do consumo, conduzindo ao que agora se condensa, paulatino e eficazmente, para um lugar que, por direito próprio, hoje, ocupa no panorama da produção fotográfica amazônica

* Carlos Pará é jornalista, pesquisador da arte e da cultura amazônica e editor responsável da Revista PZZ REVISTA PZZ 43


CANTO DO POETA

Ó silêncio por cima das árvores e das pedras dos dias... Invisível como vento movimenta as folhas do tempo: - essa resma de lembranças! (Ronaldo Franco)

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Paulo André Barata, cantor e compositor, nascido em Belém do Pará, é um dos nomes mais considerados da música popular brasileira. Desde 1978, quando lançou seu primeiro LP, Nativo, com arranjos e regências do Maestro José Briamonte e com a participação de amigos ilustres do naipe de: Sivuca, Márcio Montarroyos, Copinha, Jamil Jones e Fafá de Belém, vem construindo uma obra musical de referência, calcada em suas raízes poéticas e no seu universo amazônico. Composições próprias e realizadas em parcerias com Paulo César Pinheiro, João de Jesus Paes Loureiro, Capinan, Alfredo Oliveira, Antonio Adolfo, Sérgio Ricardo, Nilson Chaves, Billy Blanco, João Donato, J. Petronilo, Luiz Coronel, Mario Telles, José Maria Villar, Carlos Maranhão, destacam-se em sua nobre carreira. Tamba Tajá (1976), “Indauê Tupã” e “Esse Rio é Minha Rua” realizadas em parceria com Ruy Barata, foram, originalmente, compostas para a trilha sonora do filme de Líbero Luxardo - “Brutos Inocentes” ficaram na voz ressoante e afinada da Fafá de Belém. Atualmente Paulo André Barata compõe canções para música e teatro.

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Musicais RETRATOS

POR BRUNO PELLERIN

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OLIVAR BARRETO, desde 1987, vem nos encantando com sua voz precisa e aveludada. Em sua trajetória, já fez shows em homenagem a Noel Rosa, Cartola e Paulo André Barata. Em Paris, carregou a bandeira da música popular brasileira, marcando presença no show comemorativo ao Ano do Brasil na França, em 2005. O primeiro CD "Olivar Barreto" saiu em 2002, tendo participações em discos de artistas paraenses, como Maria Lídia, Felipe Cordeiro, Delcley Machado e Almino Henrique. Suas premiações em festivais passam pelos primeiros lugares no Festival de Ourém, em 1995 e 2010, e primeiro lugar em Porto Nacional (TO), em 1996. Em 2002 lançou um CD de registro, apresentando um rico e original painel da boa música produzida no Pará. No repertório, composições de Walter Freitas, Suzy Quintella, Pedrinho Cavalléro & Jorge Andrade, Chico Sena, Maria Lídia, Paulinho Moura, Floriano & Jorge Andrade, Paulo André Barata, Edyr Proença & Emanuel Matos. Atualmente o cantor acabada de lançar seu novo CD, denominado “ESSE RUY É MINHA RUA”, sobre a obra do compositor, poeta e escritor Ruy Barata.

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LU GUEDES deixa sua

marca no cenário musical brasileiro, promovendo uma surpreendente conexão entre a natureza, o imaginário e a platéia. Enfeitiça seu público pelo som e poesia do seu canto aliado à uma sinfonia híbrida de instrumentos e uma combinação sensível de elementos entre o erudito e o popular. Chega com a força dos rios para lançar seu CD EletrOrquestra, patrocinado pelo edital da Petrobrás, muito bem recebido pela crítica e agora prepara seu mais novo fruto.

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O CHARME DO CHORO é formado pela

beleza, energia e competência musical de Jade Moraes (Bandolim e Violino), Rafaela Bittencourt (Pandeiro), Carla Cabral (Cavaco), Laíla Cardoso (Violão), Camila Alve (Violão 7 cordas) e Dulci Cunha (Flauta). O grupo, originado a partir do projeto Choro do Pará, foi assim batizado pelo músico Paulinho Moura e pelo prof. Jaime Bibas, e marca pela originalidade de uma banda formada somente por mulheres e um repertório de primeira. As “choronas” apresentaram seu primeiro show, De Bem Com a Vida, dentro do projeto “1/4 de Música”, em 2007. Em 2010 foi a vez do show De tirar o Chapéu, ao lado de Arthur Nogueira, Hélio Rubens, Olivar Barreto, Pedrinho Cavalléro e Renato Torres. Além das composições próprias de Jade Moraes, Camila Alves e Carla Cabral, o repertório grupo preza pelo melhor do choro brasileiro. Compositores como Jacob do Bandolim, Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha são fundamentais no repertório, porém, os compositores da Amazônia não são esquecidos, entre eles: Adamor do Bandolim, Luiz Pardal e Biratan Porto. O primeiro CD do Charme do Choro está em processo de pré-produção.

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NEGO NELSON, violinista

virtuoso, iniciou seus estudos com o imortal Tó Teixeira e Everaldo Uchôa Pinheiro. Logo ficou evidente sua genialidade e por isso, expressa tanto virtuosismo e personalidade musical como instrumentista e compositor. Nos anos 70, no Grupo Gema, uniuse aos músicos Dadadá, Sagica, Kzan Gama e Bob Freitas. Hoje grandes referências na música instrumental. Em 40 anos como músico profissional, realizou shows com artistas de renome nacional como Leny Andrade, João Donato, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Billy Blanco, Arismar do Espírito Santo, Maestro Laércio de Freitas e outros. Produziu músicas para teatro, filmes e documentários. Possui mais de 100 composições, em gêneros diferenciados, sem perder de vista o som regional. 'Belém', em parceria com amigo e vilonista Sebastião Tapajós, 'Barcarena', 'Pouso do Pombo' e 'Mimo', são algumas das músicas mais conhecidas do compositor dentro e fora do Estado. Nego Nelson tem 5 CDs gravados: Uirapuru Canto da Amazonia; Solos do Nosso Solo 1; Solos do Nosso Solo 2, com Bob Freitas; Nego Nelson em cantos; e Choro Nosso de Cada Dia. Além disso possui músicas gravadas em mais de 14 Cds de coletâneas e outros artistas.

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CACAU NOVAIS lança um olhar peculiar sobre a música através de uma interpretação pessoal que agrega todas as influências adquiridas ao longo de sua trajetória musical. Iníciou com a música de igreja e adquiriu afinidade com a música negra americana. Aperfeiçoou seu trabalho com Canto Lírico participando de vários grupos vocais, e ampliou sua experiência em Canto Coral. Hoje, adepta do jazz, busca explorar um repertório refinado de bossa nova, rock'n'roll, reggae, música latina, negro spiritual... cantando clássicos e sucessos mais modernos para atingir um público bem diversificado apresentando-se em salas, teatros, bares, restaurantes e cafés. Entre seus trabalhos, destacam-se em 2010, a atuação como a "Misteriosa" na peça Ópera Profano, de Carlos Correia Santos, a participação na montagem da ópera La Traviata e no concerto de Natal da Amazônia Jazz Band. Em janeiro de 2011, Cacau participou do show do aniversário de Belém, no Forte de São Pedro Nolasco, e cantou na programação comemorativa dos 140 anos da Biblioteca Arthur Vianna, do Centur, no final de março de 2011. Fez também uma temporada no Sesc Boulevard com o show Toda Bossa, que foi reapresentado no Teatro Margarida Schivasappa.

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NILSON CHAVES nasceu em Belém do Pará onde começou sua carreira participando de festivais de música e compondo para grupos de teatro paraenses. Por volta de 1975 decide mudar-se para o Rio de Janeiro onde canta em casas de shows, compõe para espetáculos de teatro e dança. Vencedor de vários festivais, lança seu primeiro LP "Dança de Tudo". Já se apresentou em uma série de shows pela Alemanha e França. Nilson Chaves já foi inclusive indicado ao Grammy Latino, o Oscar da Música Latino-americana. Com parceiros por todo Brasil, construiu muitas amizades musicais ao longo de seus 50 anos de dedicação à música. Com 13 discos autorais gravados, Nilson ingressou no mercado fonográfico em 1981, com o LP “Dança de Tudo”. Um de seus trabalhos mais conhecidos do público paraense são os álbuns “Interior” (de 1985) e “Sabor” (de 1989), onde estão gravados talvez os maiores hits do repertório amazônico, entre eles: Sabor Marajoara, Açaí e Olho de Boto. Seu registro mais recente é o CD “Maniva” de 2006. Atualmente dedica-se a presidir a Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves.

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GIGI FURTADO, educadora, atriz, cantora e compositora. Iniciou seus estudos musicais há 12 anos no Conservatório Carlos Gomes, onde veio a concluir o seu curso de Canto Lírico na classe de Márcia Aliverti. Como cantora erudita participou de diversas óperas integrando o Coro Lírico Marina Monarcha, com destaque para as óperas GIANNI SCHICCHI de Puccini, onde foi solista em pequena turnê pelo Estado do Pará e CARMEN de Bizet onde interpretou Mercedes no Festival Internacional de Ópera da Amazônia 2009. Seu último trabalho como atriz é de autoria de Valdo Resende (SP), onde interpretou Cascudinho (homenagem à Luis da Câmara Cascudo) na peça intitulada “ VAI QUE É BOM, O CASAMENTO DO PARÁ COM O MARANHÃO” (tournée pelo estado do Pará_2008). Foi semifinalista do 2º Concurso Internacional de canto lírico Bidu Sayão, 3º Lugar no MARACANTO 2005 e 2º Lugar no MARACANTO 2007 (Concurso de Canto Lírico realizado no estado do Maranhão). Dentro do estilo popular ganhou o prêmio de “Melhor Intérprete” no FESTIVAL DE MARCHINHAS CARNAVALESCAS DE 2010 e o “1º Lugar” no mesmo festival em 2011. Ainda neste ano foi 3º lugar no Festival da Canção em Ourém (PA). Foi premiada “Cantora Revelação de 2011” no Baile dos Artistas.

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PEDRO CALLADO, compositor, arranjador, músico,

letrista, banjista, produtor e ativista cultural. Com uma obra repleta de melodias e letras sofisticadas, tem músicas gravadas por muitos cantores de Belém do Pará. Callado é figura conhecida nos festivais de música pelo Brasil afora. Já foi premiado nos festivais mais importantes do Pará: Bienal de Música de Belém, Festival de Música dos Servidores do Estado (SERVFEST), FECAM-Marabá, Festival de Ourém, além de outros festivais a nível nacional. Em sua trajetória participou como arranjador dos CDs: 60 anos do Banco da Amazônia, Made in Pará, BASA-Quinta Cultural e dos cantores: Mário Mouzinho, Fabrício dos Anjos, Karina Ninni, Edson Abreu, Anny Lima, Felipe Cordeiro, Silvia Tavares, Zé Valdir, Álvaro Kamara, entre outros. Em 2004 foi contemplado com uma bolsa de pesquisa, pelo Instituto de Arte do Pará (IAP), que gerou o CD “Etnomúsica”, sua primeira investida no mercado fonográfico. Neste mesmo ano foi agraciado com o I Prêmio Cultura de Música, promovido pela Fundação de Telecomunicações do Pará (FUNTELPA). Em 2005 conquistou prêmio no Festival de Carimbó de Marapanim/PA e foi primeiro lugar em no Festival de Música de Santarém Novo/PA. Em 2010 lançou o CD Hum-Hum! Brevemente estará lançando seu novo CD denominado Música na Rede é Peixe.

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IVA ROTHE mescla ritmos e influências, expressando uma vivência fincada às terras paraenses e à realidade urbana de Belém e de outros cantos a que se mantém sensível - brasileiros, jazzísticos, pop, latinos, orientais. Seu primeiro CD solo, “Aluguel de Flores” recebeu o Prêmio Chico Sena da Fundação do Município de Belém, na categoria gravação/ edição de CD. Iva esteve em 2005 na Alemanha e na Itália, onde realizou sua primeira Turnê Internacional, com o show “Música Brasileira da Amazônia: Belém do Pará” e a palestra “Cultura Regional Paraense: uma porta para o mundo”. De março a junho daquele ano, a artista mostrou músicas de sua autoria e arranjos seus para músicas de Waldemar Henrique, em comemoração ao centenário do grande compositor paraense, bem como músicas de Walter Freitas, Pinduca e Mestre Lucindo, nas cidades de Berlim, Munique, Nuremberg e Milão. No final de 2005, Iva lançou oficialmente o CD Mantras, uma coletânea dos Mantras Vaishnavas Indianos, em Belém, na companhia de grandes músicos paraenses. Em 2010, Iva lançou seu terceiro CD e segundo projeto autoral, intitulado Aparecida, cuja temática é o feminino. Em 2010 e 2011, Iva foi uma das artistas selecionadas pelo Conexão Vivo para circuito nacional do show Aparecida.

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PAULO JOSÉ CAMPOS DE MELO frequentou a Escola Superior de

Artes de Berlim e ultimou seu bacharelado e mestrado em Música com diploma de Concerto em Piano. Apresentou seu trabalho em mais de vinte países. Em sua international tour, acompanhado de grandes orquestras e regido por Guggenberg, Bloomfeld, Neils Muss e Kasper de Rôo percorreu Holanda, Alemanha, Dinamarca, Áustria, e Brasil. No Pará Roberto Tibiriçá e Zen Obara fizeram as honras da batuta. Já dividiu o palco com grandes nomes da música contemporânea inglesa e também aqui no Pará como solista. Compõem um trio ao lado de Fred Pot e André Kerver chamado “trio Maurício” que lhe rendeu em 2002 a indicação de um dos dez melhores grupos do ano na Holanda, para ser mais exato em Amsterdã. Autor da trilha sonora do curta "O pão dos Anjos” de Dan Tonicci. Arrajou, dirigiu e foi o pianista de “Guardados e Perdidos “ de Walter Bandeira, cd que foi o único na carreira do artista. Já se apresentou com as mais diversas sopranos e conhecidos tenores, dentre eles: Susanne Eisenkolb, Christa Lorenz, Roberta Kunninghamms, Brigitte Jauffenthaler, Wolfgang Bünten e Peter Groenlund.

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ALBA MARIA, cantora e Intérprete, formou-se em Letras e Artes na Itália, onde venceu por dois anos consecutivos o Festival MUSICANTA, como a Melhor Intérprete e Melhor Performance. Também na Itália, obteve o segundo lugar no Festival I CERCATORI DI PERLE, realizado pela RAI (Rádio e Televisão Italiana), promovendo assim a música brasileira, inclusive o cancioneiro paraense, por países europeus como, França, Espanha, Portugal, Alemanha, Grécia, Suíça, Croácia e Eslovênia. Na França, onde Alba Maria viveu por seis anos, desenvolveu um trabalho de divulgação da música brasileira, em festivais, teatros, escolas, praças e prefeituras. Atualmente prepara em 2012, seu primeiro CD e DVD, chamado Simplesmente Vital, embasado na obra do compositor Vital Lima.

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ENSAIO FOTO GRÁFICO

SEBASTIÃO TAPAJÓS é uma referência

em nível mundial quando se fala em violão. Sua longa e consistente trajetória, com mais de 60 álbuns lançados, e dezenas de turnês nacionais e internacionais, ainda é bem mais reconhecida na Europa do que em terras brasileiras. Músico admirado pela técnica impecável ao violão e pela identidade poética em suas composições, apresentou-se em diversos países, em especial na Alemanha. Sua sólida carreira internacional lhe rende, pelo menos, duas turnês Européias por ano. Desde os 09 anos de idade estudou violão no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, para depois atuar como concertista na Europa. Foi amigo do grande luthier uruguaio Hugo Martinez, usando seus violões em diversos concertos. Sebastião rodou o mundo, mas fez de sua cidade natal, Santarém, seu eterno porto de chegada. É lá que ele encontra a paz e a inspiração para compor, tocar, viver e amar.

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SALOMÃO HABIB

é um raro exemplo de erudição sensibilizada pelo popular. Em sua trajetória musical já lançou 13 CDs. Nesses 25 anos de carreira, fez várias turnês pelo país e exterior. O artista é sem dúvida um dos grandes violonistas brasileiros da atualidade. Em 2005 foi selecionado entre mais de 80 violonistas de todo o País, para participar do projeto 'Sonora Brasil', do Serviço Social do Comércio (Sesc). Seu talento o levou a excursionar o Brasil ao lado de outros sete grande artistas nacionais por um período de três meses. Além disso, quando necessário, Salomão também canta, e quando canta o faz como poucos. Compositor e concertista, desde 1986 realizou concertos e participou de festivais de música Brasil afora . O violão transportou Salomão para países como França, Japão, Colômbia, Estados Unidos, Holanda e República Tcheca. Em turnês nacionais e internacionais, apresenta composições próprias e versões de outros autores, tanto no campo popular como no erudito. Ouvir Salomão é fazer-se por amor fantoche das cordas de um violão.

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PEDRINHO CAVALLERO

cantor, compositor, músico e produtor cultural, com 32 anos de carreira, é um dos grandes nomes da música do Estado do Pará. Começou compor aos 12 anos. Em 1979 foi convidado a fazer direção musical para o Grupo Experiência, começando assim sua carreira profissional. A partir de 1983 começa a levar sua música aos mais importantes festivais do país. Em 1984 participou do projeto Pixinguinha com Tetê Espíndola e Almir Sader. Em 1993, participou de um dos mais importantes festivais internacionais de música, o da RFI (Rádio France Internacionale, Paris - França) com participação de artistas, obtendo o 2º lugar e em 1994 foi finalista do mesmo. Como produtor cultural, cria e coordena festivais de música em colégios, clubes e vários municípios do Pará (Santarém Novo, Ourém, Redenção). Produziu também os CDs : “Belém Cheia de Bossa”em 1999, uma pesquisa sobre a bossa nova feita por compositores paraenses, que tem participação de Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Gilson Peranzzetta, Vital Lima, Marco André, Clarisse Grova, Cláudio Nucci e outros. O segundo volume terminou de ser gravado no Rio de Janeiro em junho e será lançado em janeiro de 2012.Por muitos anos atuou na noite paraense com tanta freqüência, que ganhou carinhosamente do nosso poeta Ruy Barata, o apelido de “0perário da noite”. Possui uma discografia composta de 01 Compacto duplo (Prato de Casa-1982), participações em vários LPs e CDs coletivos e 03 CDs individuais(“Pássaro Cantador” - 1986, “Pedrinho Cavalléro 21 Anos”- 2002 e “Onde e Quando” - 2005). Está terminando um novo Cd “Querelas da Amazônia”, que comemora 30 anos de parceria com o poeta Jorge Andrade, que deve ser lançado em abril de 2012.

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BRUNO PELLERIN

ALCYR GUIMARÃES, músico e compositor, gravou 25 CDs no Brasil, três na Alemanha e dois DVD's na Inglaterra, em 50 anos de carreira. Entre 1965 e 2001 lançou vários discos.No ano de 2004 lançou o CD "Cantigas para gente e Passarinho". Neste disco, interpretou "Varanda" (c/ Almirzinho Gabriel e Manoel Cordeiro), "Colibri", "Pequena ópera da Amazônia" e "Boi de estrela", além de incluir uma composição de autoria de Vital Farias intitulada "Cantiga de índios e caboclos". Em 2005 lançou o CD "Janelas", no qual interpretou diversas composições de sua autoria, entre elas "O bom ladrão" (c/ Edgar A Proença), "Asa e canoa", "Rendez-vous", "Ladrão de galinha", "Alugado" (c/ Beka), "Devagarinho mar-aabaixo", "Curriculum", "Postais", "Ausência", "Meu filme francês", "Data-venia" (c/ Adilson Ancântara) e "Pequena cantiga de bom dia". Recebeu comenda como Patrimonio Cultural do Estado do Pará. Durante a carreira lançou cerca de 25 discos, sendo três na Alemanha, pela gravadora Tupirama Music e um na Inglaterra, pela gravadora Dynamic Group.

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ANDRÉA PINHEIRO

faz de sua vida, canções. Dona de uma presença de palco, e de uma voz, como poucas no Brasil, transitou com facilidade de cantora oficial da Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz para as apresentações em teatros e casas noturnas, participando de shows e festivais. No ano de 2001, lançou seu primeiro CD solo, cantando a obra do maestro Waldemar Henrique no CD Fiz da Vida Uma Canção. Neste trabalho de pesquisa, interpreta, além das lendas amazônicas, canções românticas do maestro e peças para teatro adaptadas para o popular. Gravou também o Cd "Andréa Pinheiro e Galo Preto", pelo selo da Secult-PA, com um repertório que reúne: Chico Buarque, João Bosco, Cartola, Nelson Cavaquinho, Caetano Veloso, Baden Powell e outros artistas nacionais. De forma independente lançou os CD’S Made in Pará I (1996), Belém cheia de bossa (1999), Mesclado(2000), Canto Vital (2001), Made in Pará II (2003), O Melhor de Paulo André Barata (1997). Desenvolve há mais de 15 anos profissionalmente, apresentando-se em teatros e casas noturnas participando de shows e festivais.

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ALBERY ALBUQUERQUE

músico, compositor, pesquisador e violinista Revolucionou a linguagem musical na Amazônia, suas pesquisas transformaram os sons vocais da Onça, Uirapuru, Tucano, Bem-te-vi, Chocamurina, Caburé, Guariba Vermelho, Jacamim, Papa-Formigas, Sabiá e outros bichos, em uma nova linguagem musical. Sua obra nos aproxima de outras formas de pensar e fazer música. Outras formas de improvisação, contraponto, harmonização, adaptação, tradução, criando dessa maneira um verdadeiro continuum entre linguagem e significado, entre texto poético e música, entre som instrumental acústico e o som vocal dos animais. Atualmente desenvolve em parceria com seu filho Thiago Albuquerque A Música Transmórfica, recriando o som da arquitetura e da arquitetura do som.

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Manoel Cordeiro é músico

paraense, compositor, arranjador, e pesquisador musical. Gravou seu primeiro disco de Carimbó feito no Pará no formato de banda elétrica sob a regência do Maestro Antonio Carlos (Tinoco). Em 1983, iniciou seus trabalhos de gravação, como produtor, músico e acompanhante no estúdio Gravasom, produzindo o disco Frutos do compositor e cantor Alcyr Guimarães. No teatro experimental Waldemar Henrique, participou ao lado de Vital Lima e Nilson Chaves, do antológico show “Luz de Lampião”. Pesquisador musical, realizou um trabalho reconhecido internacionalmente sobre Boi Bumbá com o grupo Carrapicho, além de possuir outros trabalhos de pesquisa sobre ritmos como Marabaixo e Batuque com o Grupo Pilão de Macapá, além do estudo sobre Marambiré com Beto Paixão. Em 1990, para materializar suas pesquisas no campo da Música Popular da Amazonia, fundou a Banda Warilou. A Banda tocava Lambada, Guitarrada, Zouk, Carimbó, Boi Bumbá, Marabaixo e Batuque, ritmos que pautam a confecção musical de mercado. Preparou o primeiro DVD com a obra da Banda, sendo este o grande marco na história das Bandas do Pará, até hoje servindo como referencia e inspiração para muitas bandas atuais. Atualmente encontra-se em fase de pré produção do seu disco solo instrumental, cujo título provisório é “De Manoel Cordeiro- Vertentes do Mesmo Rio”, onde expressa sua maneira peculiar de tocar nossos ritmos, numa legítima linguagem do Caboclo Universal da Amazônia.

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FELIPE CORDEIRO é um dos expoentes da nova cena musical paraense. Bacharel em filosofia, é Cantor, compositor, e instrumentista, sua obra flerta com os ritmos e sonoridades amazônicas, desde o Carimbó até o Tecnomelody. Filho do guitarrista Manoel Cordeiro, um dos pioneiros da Lambada no Pará, Felipe lançou em 2010 seu primeiro disco: Kitsch Pop Cult. O álbum teve a produção musical de André Abujamra e uma boa recepção da crítica nacional. Felipe particpou de vários festivais de música entre eles: Se Rasgum, Megafônica e Conexão Vivo, no Pará, e o Festival Quebramar no Amapá. Em 2011, o show Kitsch Pop Cult foi considerado pelo jornal O Estado de São Paulo como um dos melhores shows do festival Rec Beat, em Pernambuco. Suas apresentações do disco Kitsch Pop Cult se referenciam na estética híbrida da cultura na pós-modernidade e lhe renderam matérias nas revistas Rolling Stone e Bravo, considerado-o um dos principais renovadores da música pop brasileira.

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“A Música para mim, é trabalho dentro e fora dos palcos, é diversão, é profissão. Falar de música é amor. Puro. Não é o prazer por si próprio. Pra mim é mais do que isso, mais do que momentâneo. Vai pra além da minha matéria, acho até que já vem de outras vidas, de repente.”

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NANNA REIS, canta

e compõe, começou a participar de festivais de música dentro e fora do Pará. Foi finalista do Festival Nacional de Música de Garanhuns, 2º lugar no Festival de Música de Castanhal e 1º lugar e Melhor Intérprete do 2º Festival de Música Popular Paraense. Venceu o Festival de Música da Assembléia Legislativa do Estado do Pará e ganhou o prêmio de Aclamação Popular no Festival de Intérpretes da UFPA. Nanna considera os festivais sua maior escola.


EDGAR AUGUSTO,

Beatlemaníaco é uma Pessoa influente no meio das Comunicações do Estado do Pará, Foi apresentador de programas na Rádio Clube, locutor de futebol, diretor da Rádio Cultura, um dos fundadores do Curso de Comunicação da UFPA e colunista musical dos jornais O Liberal, Folha do Norte e Diário do Pará. Atualmente apresenta o programa Feira do Som, pela Rádio Cultura, é colunista do Diário do Pará, e apresentador de TV pela RBA e Assessor Cultural do Centro Cultural SESC Boulevard. Edgar também canta. Já fez isto em Festivais de Belém, nos estúdios de gravação e até na avenida pelo Quem São Eles. A gaita? A gaita ele toca desde menino..

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MÁRIO MORAES

é dono de uma das mais belas vozes masculinas na música amazônica. Artista precoce, aos 16 anos começou a participar de festivais como intérprete e compositor. Seu timbre agudo e afinado é inconfundível. Mário parece vestir as canções que interpreta com sua experiência e emoção, criando momentos de verdadeiro clímax artístico somando talento e sensibilidade musical. Mário tem o raro dom de criar melodias sobre letras já prontas, e genialmente encontrar o sentimento melódico exato para cada textos. Parceiro de letristas de renome como João Gomes, Sidney Piñon e Tadeu Pantoja, a obra de Mário Moraes é um exemplo de música regional para além das margens dos rios. Suas composições nos transportam para uma realidade, por vezes onírica, onde música e poesia se completam em canções intensas e sofisticadas.

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LIA SOPHIA, cantora, compositora e instrumentista, traz na bagagem, brega, zouk, carimbó, guitarrada, jazz e música eletrônica. Sua obra promove um diálogo entre as sonoridades amazônicas e o pop eletrônico, se destacando como um dos principais nomes da nova música paraense.

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ADILSON ALCANTARA, músico,

cantor, compositor, intérprete e produtor cultural. Teve composições gravadas por Olivar Barreto, Lucinnha Bastos, Jacelí Duarte, Tadeu Pantoja, Fabrício dos Anjos, Maria Lídia e Marhco Monteiro. Adilson já participou de vários festivais de música no Pará e no Brasil. Tem quatro CDS gravados: Tributo à Cidade em Romaria (1998), Cantar (2004), Na Chuva da Tarde (2010) e Adilson Alcântara - 20 Anos (2011). Em seu trabalho o artista apresenta um trabalho autoral consistente onde mescla ritmos e referencias regionais com o pop e a MPB.

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MARIA LÍDIA

Compositora, cantora e intérprete, natural de Santarém, tem nove álbuns na bagagem. Seu trabalho impressiona pela sofisticação e inventividade musical. Teve composições gravadas por nomes expressivos da música brasileira como Lucinnha Bastos, Adilson Alcântara, Bob Freitas, Walter Bandeira, Fabrício dos Anjos e Fafá de Belém. A compositora e intérprete ainda se dedica a produzir e dirigir shows, a gravar discos e fazer arranjos e transcrições musicais. Entre os álbuns mais recentes que tiveram a produção de Maria Lídia, estão “Mundano” de Arthur Nogueira e “Esse Ruy É Minha Rua” de Olivar Barreto.

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BRUNO PELLERIN

FLORIANO Cantor, compositor e Diretor musical

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LEANDRO DIAS, compositor e músico paraense, impressiona pela sutiliza melódica e poética de sua obra. São canções que emanam um conteúdo emotivo que nos arrebata. Ele consegue unir a palavra à emoção em belas e trabalhadas melodias, com sofisticação e identidade. Cedo conseguiu boas colocações em festivais dentro e fora do estado. Participou de importantes festivais no país, como os de Tatuí (SP), Avaré (SP), Boa Esperança (MG) e Miracema (RJ). Com Valsa Emaranhado, em parceria com Felipe Cordeiro, ganhou o 3° lugar no IBM e-Festival. O curador era ninguém menos que o respeitado crítico musical Zuza Homem de Mello. No evento Leandro apresentou-se ao lado de Vanessa da Mata. Em 2008, essa mesma música deu nome à um show em teatro, também ao lado de Felipe Cordeiro no Teatro da Paz. No leque de parceiros tem Vital Lima, Floriano, Jorge Andrade, Pedrinho Cavalléro, Marcelo Sirotheau, Ivan Cardoso, entre outros. Tem músicas gravadas por Patrícia Bastos (AP), Karina Ninni (SP), Andréa Pinheiro, Lívia Rodrigues, Alba Maria, Olivar Barreto, Fabio Cadore (SP), e tantas outras vozes.

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ARTHUR NOGUEIRA, cantor,

compositor e jornalista. Sua produção musical é baseada em experimentações com poesia e música. Dono de uma voz singular, grave e carregada de emoção, Arthur tem dois CDs gravados, Arthur Nogueira de 2007 e Mundano de 2009, Arthur também lançou em 2010 um EP virtual, Mundano+. Em 2008, seu álbum Mundano foi único album do Pará premiado no Projeto Pixinguinha, e o músico realizou um circuito de shows no Estado. Produzido por Arthur Nogueira e Felipe Cordeiro, Mundano apresenta canções autorais e releituras, como Mal Secreto, de Jards Macalé e Waly Salomão. O album conta com a participação de Marina Lima na faixa Gratuito, de Arthur Nogueira e Renato Torres. Em 2010, o músico reuniu gravações inéditas no EP virtual Mundano+. O álbum flerta com os limites entre música e a poesia, sons periódicos e ruídos, timbres orgânicos e eletrônicos. Atualmente, Arthur Nogueira desenvolve o projeto lítero-musical O poema: som e sentido, junto com o poeta Antonio Cícero, e dedica-se à produção do terceiro CD da carreira, intitulado À margem do mundo.

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AÍLA MAGALHÃES,

dialoga com a música pop, sem esquecer os sotaques da floresta urbana amazônica (carimbó, zouk, marabaixo, brega, lambada, guitarrada), da sonoridade caribenha (cúmbia, soca, zouk, cacicó), resultando em um trabalho exótico e inovador. Em 2011, Aíla foi uma das artistas selecionadas pelo Projeto Conexão Vivo, com a produção do seu primeiro CD. Seu trabalho representa uma nova proposta sonora na música brasileira.

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GILSON RODRIGUES tem uma história de

vida com a música e o bandolim. Essa história também se confunde com a história de sua Casa, universo sonoro onde habitam eternas canções. E inevitavelmente se confunde com a própria história do Choro Paraense. Há mais de vinte anos Gilson vem fazendo de sua casa o lar do choro no Estado do Pará. Começa na sexta a noite aquecer o palco, nos sábados o melhor do Samba e nos domingos o Choro começa ao meio-dia e só para às 03h da madrugada. Entre os mais experientes ele é considerado um verdadeiro professor, seja pela competência no instrumento, seja pela coragem de carregar o estandarte do choro com paixão orgulho, ou seja pela memória e repertório afinados com o que há de mais refinado no Choro e também no Samba. Gilson é integrante do grupo Gente de Choro, juntamente com Adamor do Bandolim, Paulinho Borges, Paulinho Moura, Cardoso, Carlos Bochecha e Amarildo. Sua casa, a Casa do Gilson, completou 24 anos como a maior referência do gênero Choro no norte do Brasil.

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PAULO MOURA, músico, compositor, arquiteto, arte-educador é integrante do grupo “Gente de Choro”. Paulo Moura já teve suas canções gravadas por grandes intérpretes como: Leila Xavantes, Karina Ninni, Andréa Pinheiro, Nilson Chaves, Anny Lima, Hélio Rubens, Simone Almeida, Olivar Barreto, Fabricio dos Anjos, Lívia Rodrigues e muitos outros.

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NATÁLIA MATOS, morando em São

Paulo desde 2006, estudou canto popular na ULM com as professoras Magali Mussi e Ciça Baradel. Com voz delicada e forte em um mesmo som, Natália constrói, repertório conciso e fincado na tradicional música brasileira. Há sambas, ijexás, valsas, baiões, lundus e forte influência da música amazônica que emolduram sua interpretação leal e alheia aos vícios que desfazem o belo ofício de cantar. Em 2011, além de ser premiada com o 3° lugar no Festival da Canção da Alliance Française, Natália Matos apresentou-se em Belém do Pará, por duas vezes, com o show “O amor daqui de casa”. Revelando para o público paraense uma cantora decidida e de ávido bom gosto. Ouvi-la é estar em contato direto com o Brasil de todas as cores e todos os sons. REVISTA PZZ 89


MARCOS CARDOSO, iniciou seu

estudo no Clube Musical União Vigiense, aos 11 anos de idade. Aprendeu a acompanhar Conjuntos de Carimbó e outros grupos Tradicionais como “Bois e Pássaros Juninos”, até sua ida para São Paulo aos 17 anos onde estudou com o Profº Demétrio Santos, Sax Leader da Jazz Sinfônica(SP) e Nailor Proveta da Banda Mantiqueira, tocou no grupo Ases do Jazz da BASP, onde através de uma seleção passou em 1º lugar para compor a Banda de Música da Base Aérea de São Paulo(BASP)1992. Aos 21 anos retorna ao Pará, trabalha em Vigia e depois é convidado pela superintendente da Fundação Carlos Gomes, Glória Caputo, para ocupar a cadeira de profº de saxofone no Conservatório Carlos Gomes (1994-2007). Desde então Marcos Cardoso vem desenvolvendo trabalhos na área de formação técnica do saxofone no Estado do Pará e realizando composições autorais. Em 2011 fez turnê pela a Europa tocando nos festivais de Saint André de Sangonis, Montpellier no Sul da França e nos festivais de Jazz de Montreux e Genebra na Suíça com os mestres Raul de Souza e Toninho Horta, Mazombo, Yvan Baumgartner.

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DELCLEY MACHADO é músico

autodidata. Nasceu em Belém do Pará, e faz parte de uma geração músicos que iniciaram suas trajetórias nos anos 80. Artista inquieto, Delcley impressiona pelo alto domínio da técnica em seu instrumento aliada a uma sensibilidade singular. Em sua trajetória artística flertou com o choro, o rock e a MPB, mas foi no Jazz que o músico encontrou o que podemos chamar de, “sua voz”. Com mais de 20 anos de carreira, soube aproveitar a oportunidade de trabalhar com e aprender vários artistas como: Walter Freitas, Vital Lima, Mosaico de Ravena, Alcyr Guimarães, Lula Barbosa, Rafael Lima, Mini Paulo, Cláudio Nucci, Ney Conceição, Nego Nelson, Tinoco Costa, Luis Pardal, Amazônia Jazz Band, Alba Maria, Andréa Pinheiro, Adelbert Carneiro, Magrus Borges, entre outros. Nesses vinte anos de carreira, está em seu segundo trabalho autoral gravado. Em 2006 lançou o CD “Cordacesa”, pela Na Records, com participação especial de Cláudio Nucci. E em 2009 lançou "Temporal", onde reúne composições de Kzan Gama, Walter Freitas, Jacinto Kawage, Mauro Prado e Moacir Rato, além de cinco músicas autorais.

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JOELMA KLÁUDIA

canta Rock, Jazz, Blues e muita MPB. Integrante da Banda "Os Nômades" exaltam os clássicos dos anos 50, 60 e 70. Natural de Altamira (PA), atualmente fez uma turnê em São Paulo com os violoncelistas da Amazônia e prepara seu primeiro CD.

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ADELBERT CARNEIRO, músico e

diretor musical, já trabalhou com nomes consagrados da música como Lucinnha Bastos, Nilson Chaves e Vital Lima. Há mais de 10 anos é integrante do quarteto de música instrumental Pandora, juntamente com Luiz Pardal, Jacinto Kahwage e Edvaldo Cavalcante. Ao lado do guitarrista paraense Gileno Foiquinos, lançou os discos Cacique Camutá e Cacique Muaná, em 1998 e 2003. Em 2010, lançou seu primeiro disco solo, chamado Ianubiá. Sua trajetória enquanto compositor afirma seu relevante papel como uma das principais vozes da música instrumental produzida na Amazônica.

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YURI GUEDELHA, músico requisitado e respeitado na cena musical dentro e fora do Estado, é fundador do Clube do Jazz e do Sarau Brasil. Criador, Programador e apresentador dos programas “Brasileiríssimo” e “Dois Tempos de Samba” da Radio Cultura FM na década de 80. Tem seu talento reconhecido por grandes nomes da música local e nacional como o compositorcantor paraense Paulo André Barata que observou “a positiva influência em seu trabalho de verdadeiros mestres como Pixinguinha, Altamiro Carrilho, Paulinho da Viola, Frederic Chopin e, claro, seu padrinho Waldemar Henrique”. Atualmente ministra palestras, aulas técnicas e práticas na Escola de Música da UFPA e continua a realizar vários shows por ano, destacando-se o Projeto “Centenário da MPB” em que realiza anualmente um grande show musical para comemorar um compositor da musica popular brasileira como aconteceu em Dezembro de 2010 com o show para homenagear os 100 anos de Noel Rosa intitulado “Cem Rosas para Noel” e este ano o Show “Quando Eu Me Chamar Saudade” em homenagem aos 100 anos de Nelson Cavaquinho.

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RENATO TORRES começou com a poesia, e foi nela que se reconheceu artista. A música se deu como complemento natural. A música veio complementar sua personalidade de compositor, de poeta e de artista. Renato sempre se sente assim, essencialmenteum poeta. No entanto a música sempre esteve presente em sua vida. Seu pai tinha uma coleção de vinis invejável: um verdadeiro paraíso diletante, deliciosamente eclético. Daí para os palcos das casas noturnas, bares e festivais não demorou. A trajetória musical de Renato se confunde com a banda Clepsidra. Em meados de 2001, a banda foi formada inicialmente por Renato e Maurício, amigos de longa data, que uniram-se pela vontade de pesquisar e testar alguns sons. Eles lançaram em 2004 o disco “Bem Musical”, com sete músicas. Já em posterior fase sonora, mais conceitual, a dupla lançou “Tempo Líquido” (2006). O som do Clepsidra reside nessa mistura de influências, compreendidas pelo percurso da banda, e em como essa combinação está articulada musicalmente nos instrumentos, nos arranjos e nas composições. Com planejamento eles iniciaram uma longa jornada rumo ao terceiro disco, “Independente”, a ser lançado ainda este ano.

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EDUARDO NEVES

bebe na tradição do samba e se embriaga na música popular brasileira. Dudu Neves é frequentador assíduo do Bar do Gilson, na Cremação, em Belém, um dos redutos do choro e do samba de raiz na Cidade das Mangueiras, e entre um gole e outro de acordes e poesias, decidiu produzir a própria viagem ao tempo em que o samba de morro imperava, mesmo na planície. Em parceria com o músico, compositor e produtor musical Paulo Moura, inspiraram a parceria do CD, "Jogos de Ilusão", fiel à linha evolutiva da MPB. 12 faixas e o CD começa e termina com um samba de gafieira, mas vem recheado com samba-canção, samba-enredo, samba-debreque e chorinho, músicas compostas sempre pelos dois, em casa, sobretudo nos finais de semana em que ambos pastoreavam os filhos. Tratase na verdade da celebração de um grande amor, desde o nascente até o poente, no melhor estilo brasileiro.

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MARCOS CAMPELO faz parte da

nova geração de compositores paraenses e sua música passeia pelas baladas, valsas, boleros, funks e blues. Sua musicalidade bebe na diversidade da world music para compor uma obra que não se prende a paradigmas estéticos ou rotulações. Suas parcerias com artistas como Delcley Machado, Jorge Andrade, Dand M, Pedrinho Callado, Taca Nunes e Dudú Neves, prezam pela beleza e criatividade melódicas. Violonista, compositor e produtor cultural, Campelo iniciou na música como autodidata. Posteriormente aperfeiçoou seus conhecimentos nas oficinas de música na cidade, e ingressou no antigo SAM (Serviço de Atividades Musicais) na UFPA, onde estudou musicalização com o professor Paulo Coutinho. Participou do I° Workshop de Música Livre com o maestro Tynnôko Costa e do Curso de Harmonização e Composição, dentro do Encontro de Arte da UFPa, ministrado pelo renomado maestro e professor húngaro Ian Guest, autor de vários livros e métodos de música. Nesse mesmo ano abandonou o curso de Arquitetura e Urbanismo, para se dedicar exclusivamente à música e à produção cultural. Desde 1993 participou de inúmeros shows e festivais de música na capital e em vários municípios paraenses e de outros estados. Seu primeiro CD se encontra em fase de finalização e será lançado em abril de 2012.

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RAFAEL LIMA

Cantor, compositor e ativista cultural, iniciou sua carreira nos anos 80, como integrante do grupo “Sol do Meio Dia”. Mas foi com o show “Sinal Aberto”, no Teatro da Paz, em 1983, que deu o acorde inicial em sua carreira artística. Depois disso foi convidado para participar do Projeto Pixinguinha, pelo Nordeste, ao lado de Belquior. Nessa época Rafael já morava em Sampa, tinha banda, e fazia shows regulares, em espaços alternativos, como o Centro Cultural S.Paulo, da Vergueiro. Daí para a carreira internacional foi meio compasso. Em 1987, no Canadá, tocou em dois festivais de altíssimo nível: o Mariposa e o KWT Jazz. Graças à boa recepção de seu trabalho pela crítica, foi convidado para tocar em outros festivais, entre os mais importantes, o Festival Internacional de Jazz de Otawa, e o Blue Sky Fest. Mas sua nota mais alta foi a participação no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, em 1994, na Sala de Concertos Miles Davis. Lá cantou e tocou violão, com Bocato, no trombone, Calibre, no baixo, Paulo Levi, nos saxs e flautas, Nicola Marinoni na bateria e percussão, e Wolf Kerschec no piano e marimba, fazendo o que a crítica especializada caracterizou como “a verdadeira música brasileira”.Na Suíça gravou dois álbuns depois de sue álbum de estréia: “Arribadas”. “Apuí” e “Brasil: 500 years, so what?”, respectivamente o segundo e terceiro CD de sua musicografia, foram produzidos por Stanley Maumary, e sairam pelo selo L177 Records. 98 REVISTA PZZ


Dayse Addario e Ziza Padilha

desenvolvem um trabalho musical voltado para a música popular brasileira, ressaltando a música paraense com a influência do blues e o jazz. Dayse Addario é sempre acompanhada pelo grupo instrumental Zarabatana Jazz , cuja direção... musical fica a cargo de Ziza Padilha que produziu, dirigiu e arranjou o DVD e os discos (Monólogo Urbano, Jazz e Blues no Palácio Azul, Meu Presente de Natal, Merry Christimas Baby e Por Dentro da Noite Prata); Ziza Padilha é um violonista, compositor e arranjador brasileiro de formação popular. Dirige o Zarabatana Studio e foi premiado por participações em diversos festivais de música pelo Brasil, como compositor e arranjador.z

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DIEGO LEITE Músico, compositor e Diretor musical 100 REVISTA PZZ


Toninho Músico e compositor

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Batucada do Choro A

Batucada do Coletivo Canalha, ocorre a cada 15 dias, sempre às sextas-feiras no Bar do Parque em frente ao Teatro da Paz, na Praça da República. Tudo começou com a idéia de fazer um batuque em um bar da cidade em comemoração à partida de um músico que iria ficar alguns meses fora do Brasil. A batucada improvisada foi realizada na calçada do Bar do Horto e deixou todos com vontade de continuar o movimento noutra ocasião. Dias adiante, depois de um show de samba, o mesmo grupo, formado por músicos, compositores, poetas, cantores e amantes da música em geral, caminhou até o Bar do Parque onde improvisaram uma animada roda de samba madrugadeira. Para o grupo era necessário reviver um espaço tradicional da cultura musical e 102 REVISTA PZZ

política paraense. O velho Bar do Parque foi por décadas, desde os anos 1960, o ponto de encontro de poetas, músicos, estudantes, políticos, boêmios, assim como de prostitutas e “marginais” de todos os tipos. Aquele espaço ficou marcado na história recente da cultura e da política no Pará como ponto de encontro de intelectuais opositores ao Regime Militar imposto em 1964. O que era visto como “subversão” para a Ditadura, foi na verdade um especial momento de criação cultural de uma nova geração de artistas paraenses. No pequeno quiosque em estilo que remonta à belle époque belenense ao lado do suntuoso Teatro da Paz e, na época, defronte do Grande Hotel, era comum a presença de artistas como Ruy Barata, De Campos Ribeiro (filho), Paulo André Barata, Galdino Penna, José Maria Vilar, Guilherme Coutinho,

Walter Bandeira, Paes Loureiro, Cleodon Gondin, Antônio Carlos Maranhães, Fafá de Belém e tantos outros. Naquele momento novos e velhos artistas de Belém tornaram o Bar do Parque um reduto de contestação e de produção artística, num movimento que lançou vários dos mais importantes nomes da música local! Anos depois, até pelo menos fins da década de 1980, o “Do Parque” ainda mantinha essa característica boêmia e cultural, que foi pouco a pouco morrendo nos anos seguintes. Um pouco querendo recuperar essa memória cultural, um pouco querendo movimentar a cidade, com a ocupação dos espaços públicos pela ação de novos grupos, um pouco querendo remexer à memória do local e reinventar tradições e um pouco querendo tudo isso e ainda se divertir e reunir


amigos, etc. o grupo elaborou então uma espécie de ocupação cultural daquele espaço. A estratégia era simples: alugava-se uma bike-som (símbolo maior das sonoridades urbanas e suburbanas de Belém nos dias de hoje), plugava-se violões, cavaquinhos, microfones, reunia-se percussionistas e faziam a batucada em praça pública. Afinal nada mais significativo do que ocupar algo que no nome já pertence ao povo a “res publica”. O movimento parte do principio de que vivemos um momento de ebulição cultural, novos grupos surgem a toda hora em várias partes da cidade, do tecnobrega ao hip hop, dos grupos de carimbó ao chorinho, do samba às guitarradas... Ao mesmo tempo coletivos e movimentos culturais se estruturam por si só fazendo intervenções urbanas, ocupando praças e demais espaço públicos. Se a cidade do ponto de vista das políticas públicas para a cultura e mesmo das políticas de preservação de lugares históricos (como o Bar do Parque, por exemplo) encontra-se em maus lençóis, fruto do descaso ou da incompetência dos poderes constituídos, cabe aos artistas locais fazerem sua parte para reverter esse processo, “ocupando, resistindo e produzindo” cultura musical e popular...

Neste sentido formou-se um coletivo a partir de três grupos préexistentes: um bloco de carnaval chamado “Bloco da Canalha: a vil ralé que cospe no chão!”, um grupo de chorinho chamado “Choramingando” e um grupo de samba, chamado “A-Corda Bamba”. O três grupos passaram a atuar há poucos anos. Sua aproximação se deu a partir dos eventos do Bloco da Canalha que atua no carnaval desde 2008. Os laços se estreitaram e os eventos passaram a ser feitos em conjunto, sendo os mais importantes deles a Batucada do Coletivo Canalha e as atividades do carnaval. O bloco de carnaval surgiu meio que como brincadeira. A “Canalha” era um grupo de amigos que se encontrava nos bares ao redor da Universidade Federal do Pará em idos dos anos 1990. Quase todos eram do curso de História e viviam o clima cultural da vida universitária. Por influência das aulas, liam historiadores como Hilmar Matos e, parafraseando os termos que a elite do XIX utilizava para se referir à ralé, costumavam brindar nos bares da redondeza do campus com frases de efeito do tipo: “um brinde a vil ralé que cospe no chão”, “um brinde à canalha, às classes perigosas”, etc. Numa mistura de bom humor e uma boa dose de sátira política saíram pelas ruas do bairro da Cidade

Velha, em Belém, no período de carnaval, munidos de uma fanfarra e marchinhas compostas pelo grupo. Desde então, passaram a fazer parte do carnaval de rua da cidade. As batucadas são abertas, os músicos ficam a vontade para participar tocando ou cantando. Em decorrência deste formato é comum vermos uma verdadeira salada de artistas de vários grupos tocando e cantando juntos, em vários momentos, num constante revezamento. Assim, com a intenção de movimentar o cenário cultural de Belém, num espaço tradicional de nossa vida artística e cultural, a Batucada do Coletivo Canalha tem se tornado uma opção inovadora para o público belenense, desejoso que está de ver arte e cultura nos espaço públicos da cidade! E, sobretudo desejoso que está de ver a cidade de Belém bonita e viva, como não tem sido vista nos últimos anos...! Tod@s estão convidados, do tocador de caixa de fósforos até o musicista virtuoso e profissional, é só chegar junto e batucar Batucada do Coletivo Canalha (por Tony Leão da Costa – poeta, historiador e pertencente ao Bloco da Canalha REVISTA PZZ 103


AUDIOVISUAL

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MURAGENS Crônicas de um Muro

Por Antônio Moura REVISTA PZZ 105


MURAGENS: Miragem além do muro Por Antonio Moura * As artes visuais, largamente mais bem representada pela pintura durante muitos séculos,

crônicas de um muro, Direção de Andrei Miralha, co-direção e roteiro de Marcílio Costa é

foi estreitando seu campo de visão a partir do século 19. Estreitando não, melhor dizendo,

um deste momentos em que a arte se afirma através de seus valores mais caros: a destruição

foi mudando seu foco de visão do externo para o interno, foi fechando os olhos para

e construção contínua do mundo, como diria Nietzche, a transvaloração dos valores.

a paisagem em volta e abrindo-os para os campos da psique até chegar ao desconhecido

O filme se projeta como um produto de seu tempo, ou seja, sem possibilidade de um

porão cheio de fantasmas: o inconsciente. Até porque a paisagem em volta foi fechando-se

natural diálogo com o espaço exterior. Por isso tem como campo de aparições um

cada vez mais dentro do espaço urbano. Diante disso, podemos dizer, sem susto de errar,

muro, um objeto culturalmente erguido para vedar o olhar, e, olhando mais além, para

que o impressionismo com suas diferentes nuances de luz que transformando em várias a

impedir o fluxo da vida e com ela, as idéias e a parteira das idéias, a linguagem. Um

mesma paisagem, foi, no campo da arte, a última grande e plena celebração da natureza.

muro, um objeto feito para separar, des-encontrar, um opaco horizonte, ou melhor, uma

Desde então, o homem que se forma a partir daí e o artista que, como homem de seu

falta de, que se contrapõe a arte, já que a arte é encontro, ainda que seja apenas de dois

tempo dá forma à época e ao espaço em que vive, privado do real da vida lá fora, dá

seres, um artista e um espectador-leitor, mas quando este encontro ocorre,entre este dois

cada vez mais espaço a vida do lado de dentro, até que esta tome conta de todo seu

pólos,toda a humanidade se encontra. Então é muito interessante que um muro, algo

universo e instaure completamente o reino dos olhos internos: o abstracionismo.

que impede ainda mais a paisagem num mundo já sem paisagem e se configure como

Diferentemente da pintura, o cinema é uma arte que já nasce num mundo que se

um valor oposto ao da arte, seja, curiosamente, um quase-protagonista deste belo filme.

urbaniza velozmente e vorazmente devora a paisagem natural que o cerca. O cinema

Eu dizia anteriormente que este filme é um objeto de seu tempo. Mas como toda obra de

nasce no escuro, no escuro de uma sala que é o escuro de um mundo que se ensombrece

arte regida, orquestrada pela ótica da poesia, ou seja, assim como toda poesia, pertence mas

cada vez mais com o advento da bárbara primeira grande guerra de 14 e sua tenebrosa

também escapa ao seu tempo. Pertence ao seu tempo porque, como a pintura de a partir do

irmã, a segunda, do nazismo. Filho desta genealogia sombria o cinema estende sua pele

século 19, não pinta o olhar voltado para fora mas o olhar voltado para dentro. E ao mesmo

sua película e seus cenários pelo século vinte afora e chega ao século 21 cada vez mais

tempo escapa ao seu tempo porque as imagens projetadas não são imagens abstratas, mas

próximo do entretenimento, cada vez menos como simulacro crítico, dramático e poético

sim um conjunto de acontecimentos aparentemente cotidianos que convivem com situações

da realidade, mas como mais um quadro banal num patético espetáculo de banalidades.

inusitadas, fora da narrativa realista, como a de um menino levado ao céu pelo canto das cigarras.

Mas em meio a uma sociedade BBBetizada, algumas obras de arte, verdadeiras, genuínas

O filme não tem a linearidade da prosa, mas a simultaneidade da poesia, com

deste nome, furam aqui e ali o muro da cegueira e dos sistemas de comunicação pré-

sua criação de múltiplos sentidos através de uma composição ideográfica das

moldados, dos quais a arte tem sempre que se recusar a fazer parte. O filme Muragens –

imagens, onde o olhar intelectual cria sentido por meio da sugestões provocadas

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Direção: Andrei Miralha

pelo todo formado de fragmentos.

Um detalhe que vale ressaltar: a trilha sonora

de André Moura pontua as imagens não de forma ilustrativa, de acompanhamento, mas como forma de ampliação e reforço do sentido, ou dos sentidos em ação. O trânsito de imagens de Muragens – porque as imagens no filme estão mesmo em trânsito, assim como na vida – engendram um belo encontro de elementos díspares na arte contemporânea: um olhar voltado para dentro – pois tudo acontece fora da realidade cotidiana, extraídas das várias camadas do ser, o movimento de uma feira, de uma rua que está dormindo, é como se a feira e a rua sonhassem por si próprias– um olhar voltado para dentro projetando imagens que parecem com as do olhar voltado para fora, as de pequenos acontecimentos – reunindo em poucos minutos uma dissociação de elementos que há mais de cem anos perdura no conflito entre arte e mundo. Um belo e inteligente filme, para ser visto e pensado.

Roteiro: Marcílio Costa

O filme se projeta como um produto de seu tempo, ou seja, sem possibilidade de um natural diálogo com o espaço exterior. Por isso tem como campo de aparições um muro, um objeto culturalmente erguido para vedar o olhar, e, olhando mais além, para impedir o fluxo da vida e com ela, as idéias e a parteira das idéias, a linguagem. Um muro, um objeto feito para separar, des-

* Antonio Moura é poeta, escritor e publicitária

encontrar, um opaco horizonte, ou melhor, uma falta de, que se contrapõe a arte, já que a arte é encontro, ainda que seja apenas de dois seres, um artista e um espectador-leitor, mas quando este encontro ocorre,entre este dois pólos,toda a humanidade se encontra.

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ARTES VISUAIS

AUDIOVISU

Da Contestação à Relatividade Arte de Ricardo Andrade

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UAL

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ARTES VISUAIS

A

produção artística de Ricardo Andrade inicia com a leitura de mundo que precedeu suas primeiras palavras pintadas. A infância lúdica, formada de cores e matizes, lendas e imaginários poéticos avançados na formação das crianças que estudavam no Colégio Nsª Senhora do Rosário de Fátima cuja proprietária e Diretora era a Profª Almira Bordallo, sua tia -avó, e mais a educação de seus avós que além de lhe ensinarem o conhecimento popular e as artes em geral foram a contribuição necessária em sua formação: "Tive por parte de pai, um avô chamado Armando Bordallo da Silva e que casou com uma moça chamada Marilda que era uma das 08 filhas do casal Benedito Hatayde Cardoso (bisavô) e Rosa Medeiros. Armando Bordallo da Silva, caboclo de Bragança, era médico ginecologista e foi professor de antropologia por 25 anos na UFPA. Membro da Academia Paraense de Letras, ele foi durante muito tempo diretor do Museu Emílio Goeldi, pesquisador e responsável pela vinda do CNPQ aqui pra Belém. . A paixão dele era o folclore brasileiro

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e em especial o folclore paraense e mais ainda em especial o folclore bragantino". Devido a isso, teve à disposição, argila, tintas à base de óleo, aquarelas, guache, massas. Seu pai gostava de desenhar e foi ele quem lhe ensinou a mexer com as canetas de nanquim, e sua mãe também foi grande incentivadora dos trabalhos. Desenvolveu algumas ideias durante a vida e sempre gostou de expressar essas ideias em forma de arte . Os temas de suas últimas telas são basicamente os mesmos de outras telas e outros projetos que idealizou no passado, ou seja, a própria vida, e todas as coisas que nela existem, boas, más e a posssiblidade da vida além desta. Sentia a necessidade de se expressar através da arte, desde cedo, desenhos e pinturas, riscos e traços desenham seu mundo. A Arte é um barco desconhecido , que vai nos levando a um entendimento múltiplo, quase comum ou não.

Diante da desordem e da banalidade do mundo, a arte surge e nos convida para repensar conceitos como espaço, tempo, linguagem, imagem, informação, vazio, sociedade, trabalho, religião, arte, política, experiência, crença, tradição... As respostas nos instigam a pensar e a pensar-nos diferente do que o sistema tecnocrático força criar mecanicamente.


"Por volta de 1974 (quando eu tinha 12 anos), com a efervescência cultural forte no país e no mundo, tive contato com cinema, música, artes plásticas, cênicas e existia um mote comum na época que era a necessidade de mudança em quase todos os aspectos sociais. A guerra da época (Vietnam) fazia com que as pessoas repensassem certos valores e eu vi o homem se dando a chance de sonhar e nem acho que o sonho tenha acabado, o que acho é que a humanidade caminha a passos de formiga e acredito que isto se dá devido a ininterrupta perseguição que sofre a educação e a cultura no mundo. Para reverter isso, precisamos provocar profundas mudanças no pensamento humano. Os anos 70 fundiram muita coisa, então não houve como escapar das influências maravilhosas da genialidade brasileira de Portinary a Oiticica, de Boulemarx a Joarez Machado, de Valdir Saruby a PP Condurú. Tudo isso para mim foi e é influencia. A Bossa Nova, Jazz, New Age, Reggae, Funk. alguns artistas e estudiosos (cientistas) de todas as épocas sempre fizeram tentativas no sentido de tentar mudar o pensamento "convencionado", sempre tentaram forçar uma reflexão contestatória, mas acredito que isto se intensificou no pós-guerra com as gerações de escritores Beatniks, com os movimentos contestatórios (Dylan) e com as correntes filosóficas antigas que até os dias atuais pregam a paz e o amor.

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" Há uma série nos meu trabalhos em que trato do aspecto da transitoriedade que algumas coisas tem, e outras não. Esse é um tema que sempre me veio à minha cabeça durante toda a vida. Nos quadros "Temporal", "Paz e Amor" e "Árvore Cósmica" por exemplo, gostei de representar figurativamente isso, ou seja: estruturas de pedra, homens e suas pérolas, flores, estrelas e mesmo esssa condição humana de ter que conviver com o bem e o mal, acredito que um dia passarão, mas, a vida e o amor que faz com que ela aconteça, e todas as coisas aconteçam, acredito que sempre existirão só que, como diz o poeta "em outro nível de vínculo". Então, se você se acorda onde todos dormem, ou se você sonha onde todos se acreditam acordados voce se arrisca a ser tachado de louco, mas ao mesmo tempo você se sente gratificado por poder mesmo que por instantes "vêr por entre o arame farpado" ou "dar uma olhada por cima do muro", isso dá um prazer inestimável, saber que pelo menos por instantes nesta semi-morta pseudo civilização greco-romana voce está vivo.

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Seus traços são vigorosos, delicados, contidos, detalhistas. Há muito de gráfico nos trabalhos, o que de alguma forma aproxima o espectador, que é seduzido pelo domínio da técnica nas composições que exploram cenários distintos, enunciados que não representam o que vemos, mas interferem, induzem, suscitam modos sensíveis de se presentificar no aqui/ agora”, define Neuton Chagas, curador da exposição "Do silêncio do Gabinete" realizada na galeria de exposições do Banco da Amazônia


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Interprete-se.

As pesquisas produzidas pela Interpreta são muito mais que levantamento de dados. Nós nos dedicamos há sete anos a interpretar o comportamento das empresas e seu público. A partir de informações junto ao consumidor, características de mercado e modelos científicos, buscamos conclusões sólidas e confiáveis que possam subsidiar o processo de decisão de nossos clientes.

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