Revista QShow - julho 2016 - Olimpíadas Rio 2016

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A revista para quem tem conteúdo

Cervejas Artesanais

Mais encorpadas e saborosas, elas conquistam consumidores e o setor não para de crescer e gerar oportunidades. p. 40

A história dos jogos e a superação de atletas mineiros classificados para as primeiras Olimpíadas e Paraolimpíadas realizadas na América do Sul. p.24

Direito dos animais

Conheça o trabalho de castração popular realizado por associações de protetores dos animais da região. p. 22

Empreendedorismo

A corrida com bastão no mundo dos negócios: o que importa não é chegar primeiro, mas, sim, chegar preparado. p. 48

Internacional - BREXIT

Reino Unido deixa União Europeia. Mas, como ficam os brasileiros que vivem por lá? p. 36


TITULO

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julho de 2016


julho de 2016

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COLABORADORES

EXPEDIENTE DIREÇÃO GERAL VALMIR RODRIGUES

Roberto Augusto

Felipe França

Chefe de cozinha e Professor de culinária

Psicólogo

Leonardo Gomes

Gerente Administrativo

EDITOR CHEFE DOUGLAS PAIVA JORNALISTA RESPONSÁVEL LEONARDO MIRANDA MTB 46.302/SP DIREÇÃO DE ARTE ANGÉLICA ARAKAKI PUBLICIDADE PAULINHA TERRA WAGNER DE SOUZA

Valdinei Domingues

Juliano A. Belo

Correspondente internacional - Londres

Analista Comercial

QUER SER UM COLABORADOR? ENTRE EM CONTATO E SAIBA COMO.

Ferrarezi Jr.

Professor titular de Semântica da Universidade Federal de Alfenas

PARA ANUNCIAR DÚVIDAS & SUGESTÕES comercial@revistaqshow.com.br 35 3291-2007

contato@revistaqshow.com.br

35 9 8707-1258

NOSSO TIME

DIAGRAMAÇÃO E DESIGN PAULINHA TERRA JEFERSON ARANTES REDATORES ISABELLA ALVES LEONARDO MIRANDA FOTOGRAFIA PAULINHA TERRA ISABELLA ALVES LEONARDO MIRANDA REVISÃO AMANDA NAVES DEPTO. COMERCIAL ANA PAULA MENDES IMPRESSÃO GRÁFICA 3 PINTI CIRCULAÇÃO SUL DE MINAS REDAÇÃO RUA LEÃO DE FARIA, 86 3º ANDAR, SALA 5 CENTRO - ALFENAS - MG CEP 37130-000

Leonardo Miranda Jornalista

Isabella Alves Redatora

Amanda Naves Revisora

Paulinha Terra Publicitária & Fotógrafa

RevistaQShow qshowrevista

Angélica Arakaki Designer

Wagner de Souza Designer

Jeferson Arantes Designer

Ana Paula Mendes Comercial

A Revista QShow não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários.


EDITORIAL

QShow Olímpica Por Leonardo Miranda

É

óbvio que é válido ter uma postura crítica sobre a realização de qualquer evento internacional no Brasil. Não há nada mais natural e saudável do que apontar o que precisa urgentemente de melhorias diante dos investimentos para a realização dos jogos. Entretanto, como uma postura crítica demanda consciência, é preciso considerar, ainda, que os investimentos para a realização do evento, apesar dos pesares, têm um impacto positivo para o país, principalmente se as estruturas olímpicas forem posteriormente usadas para fomentar as diferentes práticas de esportes no país. Além disso, o Brasil fica em evidência no mundo, mesmo com as críticas e temores, pois pessoas de todo o planeta estarão conhecendo nosso país. É inegável que temos muito do que nos envergonhar, mas ainda temos tantas outras coisas do que nos orgulhar e nosso contexto geral pode ser interpretado de uma forma positiva. Mas, acima de tudo isso, é importante compreender o contexto dos Jogos Olímpicos em respeito e admiração à luta dos atletas, que, mesmo sem o incentivo e com todas as dificuldades, deram um duro danado e se dedicaram plenamente para realizar um grande sonho: o sonho de representar o seu povo em sua nação para o mundo todo ver. É com essa perspectiva que apre-

sentamos a matéria de capa “Rio (2016)”, considerando as posturas críticas, reconhecendo as boas possibilidades e, principalmente, respeitando os esforços de nossos atletas.

Cultura Outro destaque de nossa edição é um dos eventos culturais mais famosos do país: o “Festival Nacional da Canção”, que chega à sua 46ª edição com força total. Conheça a história desse festival e confira a programação para não ficar de fora dos shows que serão realizados em várias cidades da região.

Gastronomia Trazemos, também, matérias sobre eventos gastronômicos! Confira os resultados do “Festival Gourmet de Varginha”, que foi um verdadeiro sucesso de público e crítica, e ainda o lançamento da “Rota do Sabor Gourmet”, que vem para fortalecer o mercado gastronômico da região, por meio dos descontos mais que especiais nos estabelecimentos participantes. E mais um evento que evidencia os esforços do setor alimentício para lidar com a crise é “32ª FISPAL Food Service”, principal encontro do setor e a maior feira latino-americana de “Alimentação Fora do Lar”. Saiba o que rolou de melhor na feira e veja algumas experiências dos sul-mineiros que visitaram a fispal.

Cervejas Artesanais Ainda dentro do contexto gastronômico, trazemos uma matéria especial sobre cervejas artesanais. Cada vez mais populares, elas movimentam um mercado que não para de crescer, proporcionando diversos empregos, rendas e uma nova geração de apreciadores não apenas da cerveja em si, mas de toda uma cultura que a circunda. Conheça os tipos de produtores, os processos, ingredientes utilizados e conheça exemplos de empresários que estão apostando na novidade da região e da capital mineira.

Artigos Nossos articulistas, como sempre, mandaram bem e representaram a proposta de nossa publicação, agregando ainda mais conteúdo exclusivo! Escreveram, por exemplo, sobre as novidades no mundo dos games e sobre as corujas da região.

Próximas edições:

Assim, apresentamos um pouco de mais uma edição da Revista que possui a missão de representar o potencial sul-mineiro, trazendo um jornalismo sério em um visual inigualável. Para as próximas edições, reservamos novidades, como a utilização de novas mídias para atingir ainda mais pessoas com um conteúdo show, totalmente pensado para valorizar nossa terra e nossa gente.

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QUEM ESTÁ LENDO

Estamos interessados no que você tem a dizer. Conta pra gente! :D qshowrevista RevistaQShow

A pouco tempo tive a oportunidade de conhecer a revista QShow e adorei! Com informações relevantes de uma forma leve e gostosa, ótimas ilustrações que nos remetem a diversos lugares, saberes e sabores. Parabéns a toda equipe! Aguardo a publicação em outras cidades do estado e do país. Débora Ferreira Pessoa, Nutricionista - Uberlância MG via email

SUA FOTO NA QSHOW! Você tem um registro bacana? A melhor foto enviada pelos leitores estampará duas páginas da revista. Participe! contato@revistaqshow.com.br



TITULO

Receitas

por Roberto Augusto

Ingredientes: • 2 xícaras de chá de canjiquinha; • 2 litros de água; • 3 gomos fatiados de paio; • 4 colheres de sopa de azeite; • 1 cebola picadinha; • 3 dentes de alho amassados; • 1 folha de louro; • Sal e pimenta a gosto; • 1 tomate (sem sementes) picado; • Água para afinar o caldo; • Cheiro verde a gosto; • 1 maço de couve fatiado.

Modo de fazer: Coloque a canjiquinha com os dois litros de água em uma panela e leve para ferver por 15 minutos (se a água for secando, vá colocando água quente). Em uma outra panela, coloque o azeite e refogue o paio, juntando com o alho e a cebola e refogando. Junte com o tomate e os temperos e, depois, junte com a canjiquinha cozida, deixando ferver por mais 15 minutos e sempre colocando água quente quando for secando, pois deve ficar com bastante caldo. Por último, coloque a couve e o cheiro verde e deixe por um minuto no fogo. Retire e sirva, em seguida, com pão ou arroz!

Ingredientes: • 3 colheres de sopa de manteiga; • 2 dentes de alho; • 1 cebola picada; • 1 tablete de caldo de legumes; • 1 vidro de palmito picado; • 500 mililitros de água (utilize a água do palmito e complete o que faltar com água); • 500 mililitros de leite; • Sal e noz-moscada a gosto; • 3 colheres de sopa de farinha de trigo; • 1 lata de creme de leite com soro.

Modo de fazer: Refogue o alho e a cebola na

manteiga, juntando o palmito e a farinha de trigo. Refogue, junte com a água, o leite e os temperos, deixando ferver por 5 minutos (caso engrosse muito, coloque um pouquinho de água). Por último, coloque o creme de leite e sirva, em seguida, com pães ou torradas! 8

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Roberto Augusto Chefe de cozinha e Professor de Culinária


SUMÁRIO 10

#OQRolou

Gastronomia

Tecnologia

34 O sucesso dos eventos gourmet

12 E3 2016

Internacional

Cultura

36 Brexit

15 Festival Nacional da Canção

Negócios & Empreendedorismo

Comportamento

40 Cervejas artesanais 46 32ª Fispal food service 48 Corrida com bastão no mundo dos negócios

16 Seis maneiras de lidar com a ansiedade

Mundo Animal

18 Rainhas da noite 22 Castração e solidariedade

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Nossos Parceiros

Capa

Rio 2016 pag. 24

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#OQRolou

Aqui você confere um pouco do que aconteceu no mundo, no Brasil, em Minas Gerais e na região. Fatos interessantes, descobertas e vitórias que fizeram notícia. Tudo isso e muito mais no #OQRolou!

“Dia Gunner”: Rock e Amizade O rock já possui o seu dia, sendo comemorado em 13 de julho, mas, em Caxambu, ele ganhou uma outra data especial: o “Dia Gunner”. A Câmara de Vereadores da cidade aprovou um projeto de lei que colocou o dia 11 de julho no calendário oficial de Caxambu, por conta da paixão pela banda Guns N’ Roses. Tudo isso em virtude de um festival de rock que ocorre por lá desde 2004 e reúne fãs da banda, com covers do grupo americano e diversas atrações ligadas ao rock. A lei 2.289/2016 incluiu o “Dia Gunner” no calendário do município como atrativo turístico e, ainda, pela exclusividade do dia comemorativo. O dia 11 de julho já é a data oficial do evento há doze edições, celebrando o rock e a amizade dos organizadores, além de promover o turismo de Caxambu.

MMA no sul de Minas Os campeonatos de MMA caíram no gosto dos brasileiros e chegaram com tudo no sul de Minas! Em junho, ocorreu o “Jungle Fight 88”, maior evento de MMA da América Latina, na cidade de Poços de Caldas. Foi a primeira edição da organização no estado de Minas Gerais, que se realizou no ginásio Dr. Arthur de Mendonça Chaves e presenteou o público do local com excelentes combates e três disputas de cinturão. Entre as principais lutas da noite, estiveram a disputa pelo cinturão da categoria “peso galo” (feminino) entre Amanda Lemos e Mayara Cantuária, com Lemos campeã, e a disputa entre Eric Parrudo e Rander Junio, que consagrou Parrudo no combate pela unificação do título da categoria “peso leve”. Na disputa pelo cinturão da categoria “peso meio-médio”, Handesson Boy Doido supera Jorginho Filho e segue campeão. Representando a cidade de Alfenas, o atleta Carlos Camburão fez sua estreia no Jungle Fight 88. O faixa-preta de jiu-jítsu estava à frente da equipe Pantera Negra na luta da categoria “peso pena” (66 kg) contra Caio Gregório, de Belo Horizonte. Camburão representou muito bem sua cidade em sua primeira luta nesse tipo de evento, sendo derrotado no segundo round após uma bela disputa.

Camburão (dir.) e Caio Gregório (esq.), Jugle Fight 88 10

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Novos presidentes no Rotary Club Houve a solenidade de posse dos novos presidentes do Rotary Club Alfenas Norte e da Casa da Amizade: Luiz Eduardo Pereira e Iomara Soares Leal. O evento contou com a participação de membros das entidades das mais variadas áreas de atuação, como Cícero Augusto de Oliveira, também do Rotary Club (de Alfenas), além das autoridades civis e militares, representantes de meios de comunicação e de instituições de ensino do município.

CNH Popular No mês de julho, o que movimentou Alfenas foi o programa “CNH Popular”, uma iniciativa de responsabilidade social que proporciona oportunidades e melhores condições para aqueles que necessitam e desejam obter sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O programa ofereceu um final de semana com orientações sobre a importância de se ter uma carteira de motorista nos dias de hoje, além das matrículas para ter acesso a descontos nas mensalidades da Autoescola Metrópole, parceira do projeto na cidade. Na ocasião, foram disponibilizadas matrículas para as categorias iniciais: A (moto) e B (carro). Em conversa com a QShow, Antônio de Sá, da empresa Vmais Consultoria, que promove o CNH Popular, explicou que, ao tirar a CNH, o aprendizado vai muito além da direção nas ruas. O aluno aprende sobre legislação e sinalização, a importância de ser um motorista consciente, entre muitas outras coisas. Mais que isso, ter a carteira viabiliza momentos que vão do lazer à emergência e é um passo a mais na busca por um emprego. O programa, com sede em Uberlândia, percorre todo o Brasil e é sucesso por onde passa!

Presidente Luiz Eduardo e os novos diretores do Rotary Club Alfenas Norte, para o ano rotário 2016/2017.

Evento realizado dia 12 de julho 2016.

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ARTIGO | TECNOLOGIA

E3 2016

A feira anual “Electronic Entertainment Expo”, mais conhecida mundialmente como a “E3”, balançou o mundo dos games dos dias 14 a 16 de junho na cidade de Los Angeles, Califórnia (EUA). Por Leonardo Gomes

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o que cada uma dessas grandes empresas trouxe. Como exemplo, o frenesi que a Sony causou ao exibir um gameplay do novo “God of War”, apresentando o protagonista Kratos com aparência mais velha, ensinando seu filho a caçar. Sem falar do Playstation VR, isto é, os óculos de realidade virtual da Sony, dando a oportunidade de os presentes estarem na pele do Batman, no jogo “Batman: Arkham VR”. Ou a Microsoft, que tentou animar o público com um gameplay de “Final Fantasy XV”, mas que na verdade não merece nem comentários. A Nintendo quis mostrar que está expandindo seus horizontes ao confirmar o lançamento do jogo “Pokémon GO” para dispositivos Android e iOS. Mas, entre todos esses lançamentos, vou dar a vocês as minhas indicações pessoais.

The Last Guardian Sony

Imagem: www.e3expo.com

feira teve a sua primeira edição no ano de 1995, na qual, pela primeira vez, foram exibidos em um único lugar os grandes lançamentos de videogames da época, entre eles o Playstation e o Neo Geo CD. Desde então, tal feira vem só crescendo e, a cada ano, trazendo expectativas para os apaixonados por games. Neste ano, não foi diferente: as empresas e desenvolvedoras de jogos aproveitaram, da melhor maneira, a época de ascensão dos videogames e despejaram, nos gamers, uma enxurrada de grandes lançamentos. Entre eles, destacaram-se os lançamentos da poderosa Sony para o seu aclamado console Playstation 4, da Microsoft para o seu poderoso Xbox One, e da Nintendo, ressurgindo das cinzas. Poderíamos, aqui, detalhar

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Los Angeles, Califórnia, EUA.


Imagem: www.e3expo.com

SONY

Sony Press Conference Imagem: www.e3expo.com

Em 2001, a produtora japonesa Team ICO, juntamente com a Sony, lançou o jogo “ICO” para o Playstation 2. O jogo, no qual você controlava um garoto com chifres abandonado para morrer em uma fortaleza em ruínas, foi considerado uma obra-prima dos games. O cenário era lindo e trazia um sentimento de paz em alguns momentos; em outros, a tensão era grande para resolver os puzzles do game e tentar fugir das ruínas, com a misteriosa princesa Yorda. Devido ao grande sucesso do jogo, a Team ICO lançou, também para o Playstation 2, em 2005, o jogo “Shadow of the Colossus”, um jogo que expandiu o universo visto em “ICO”, mais belo que o primeiro, em um mundo aberto onde o guerreiro Wander, montado em sua égua Agro, percorre terras desoladas para matar gigantes, apenas com arco, flecha e espada. Para mim, trata-se do melhor jogo que já joguei e rejoguei. À vista disso, a minha indicação de lançamento da E3 para o console da Sony, Playstation 4, é o tão esperado “The Last Guardian”. O jogo da Team ICO, o qual completa essa trilogia (do mundo ICO), estava em desenvolvimento desde 2007 e já era aguardado para o Playstation 3. No entanto, devido à grandeza do jogo, os desenvolvedores decidiram esperar pelo seu lançamento para a nova geração de consoles. A espera valeu a pena, com um trailer empolgante sobre a aventura de um jovem garoto, tentando fugir de um templo em ruínas com a ajuda de uma criatura mitológica, chamada Trico. Durante o jogo, o garoto e a criatura vão afinando os seus laços, ao passo que dependem um

Microsoft Press Conference

do outro para fugir das ruínas. A Sony acabou com a espera, definindo o lançamento do game para 25 de outubro deste ano. Se você espera de um jogo de videogame mais do que uma simples aventura, se quer uma imersão do tipo que faz sonhar à noite ao se imaginar como protagonista do game, vai valer a pena investir no console da Sony para viver essa aventura.

MICROSOFT A gigante Microsoft entrou para o mundo dos consoles de mesa em 2001 com o Xbox e, de lá

para cá, veio crescendo e (praticamente) dominando o mundo dos games. Com consoles poderosos nos quesitos de memória e gráficos, a Microsoft inovou ao trazer o sensor Kinect, fazendo com que os jogadores passassem para um novo estágio no mundo dos games, levantando-se de suas poltronas e balançando o esqueleto em jogos de dança, aventura e esportes. Na E3 de 2016, a Microsoft apostou no que possui de melhor: a tecnologia. O Xbox One S foi o grande lançamento da Microsoft: um console mais “slim”, sendo 40% menor que a versão original, mudando da cor preta para a branca e pojulho de 2016

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ARTIGO | TECNOLOGIA

Xbox One Slim, com lançamento para agosto de 2016, foi a grande novidade da conferência da Microsoft na E3 2016. O console apresenta um redesign, além de melhorias como fonte integrada, HD interno maior e compatibilidade com vídeos em resolução 4K.

dendo ser instalado em pé. Traz, também, um novo joystick na cor branca, com pequenas modificações, como a textura “grip” que ajuda a evitar que o controle escorregue das mãos. Sem dúvidas, é a única grande atração da Microsoft, já que os jogos exibidos, na minha singela opinião, nem valem ser citados.

NINTENDO A Big N, ou a famosa Nintendo, não resistiu à nova tecnologia dos consoles de última geração. Depois do Nintendo 64 de 1996, a Nintendo veio perdendo as batalhas para a Sony com o Playstation e, mais tarde, para a Microsoft com o Xbox, mantendo apenas os seus portáteis como sua força principal. Seu último console lançado, o Nintendo Wii U (particularmente, o meu preferido), tentou revolucionar. Mas, ao menos nas vendas, ainda foi um fracasso, sem grandes lançamentos e com jogos repetitivos, tendo como as suas grandes atrações “Mario Kart 8” e “Super Mario 3D World”. Contudo, na E3 (2016), a Nintendo mudou o quadro a seu favor. “The Legend of Zelda: Breath of the Wild” arrepiou os pelos da nuca e trouxe um suspiro de esperança para a Big N.

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The Legend of Zelda: Breath of the Wind

A apresentação do jogo foi fantástica: um vasto mundo aberto que passará por diversas paisagens, florestas, penhascos e montanhas cobertas de gelo. Há algumas novas funcionalidades, como escalar paredes e empurrar obstáculos, e muitas roupas que o personagem Link poderá obter durante a aventura (pois, por exemplo, em ambientes gelados, precisará de roupas de frio para não congelar).

O lançamento do jogo para Wii U está previsto ainda para o ano que vem, juntamente com a nova aposta de consoles da Nintendo, o NX. Mesmo assim, a Nintendo voltou a roubar a cena no mundo dos games e saiu da E3 (2016) como uma das principais atrações. Independentemente dos gostos pessoais, a E3 (2016) trouxe jogos para todos os tipos de gamers. E você, de qual gostou mais?

Leonardo Gomes é natural de São Paulo, mas morador de Alfenas há 16 anos. Gerente administrativo de unidades e um apaixonado por videogames e filmes, escrever roteiros, histórias e letras de música.


CULTURA

Festival Nacional da Canção Oportunidade para passear em lindas cidades sul-mineiras e prestigiar a boa música brasileira. Por Isabella Alves

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música é um dos grandes tesouros de Minas Gerais e sempre esteve presente na cultura de um povo alegre e muito talentoso. Um dos mais tradicionais festivais do estado e, atualmente, do país é o “Festival Nacional da Canção”, que chega à sua 46ª edição com força total! A história do festival começa em 1971, como “Festival da Canção de Boa Esperança”, fundado por Gleizer Corrêa Naves, que dirige o festival até os dias de hoje. No embalo do sucesso dos festivais da TV Record, que revelaram grande parte dos principais compositores e intérpretes brasileiros, Boa Esperança servia como um belo cenário para os músicos e visitantes. Atualmente, o FENAC possui um formato bem diferente em relação ao que acontecia somente em Boa Esperança, com etapas em seis cidades mineiras, aumentando as oportunidades para mais compositores serem classificados e se consagrando como o maior evento do gênero em todo o país. Com o objetivo principal de incentivar e divulgar valores da música brasileira, o festival reúne compositores, intérpretes e ins-

trumentistas, entregando aos campeões o troféu “Lamartine Babo”, que passou a ser cobiçado de norte a sul do Brasil. Milhares de compositores de todos os estados brasileiros se inscrevem anualmente e cem são escolhidos para mostrar o seu trabalho nas cidades que sediam o evento, apresentando a boa música que se faz no país. Neste ano, o Festival Nacional da Canção acontece entre 29 de julho e 4 de setembro, com a expectativa de público de cerca de 3 mil pessoas por dia nos shows em praça pública e, em Boa Esperança, com a semifinal e final, mil pessoas por dia (capacidade do clube). Serão distribuídos aproximadamente 193 mil em prêmios, inclusive com ajuda de custo para os artistas que residem fora. Confira as datas de apresentação em cada cidade e se programe para um final de semana com muita música boa:

Para mais informações acesse o site: www.festivalnacionaldacancao.com.br

São Lourenço 29 e 30/7; São Thomé das Letras 5 e 6/8; Extrema 12 e 13/8 Tres Pontas 19 e 20/8 Guapé 26 e 27/8 Boa Esperança 2, 3 e 4/9


6 maneiras de lidar com a ansiedade Por Felipe França

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e este artigo chamou sua atenção, provavelmente você já sofreu de ansiedade, sofre ou conhece alguém que passa por alguma dificuldade semelhante. Juntamente com o estresse e a depressão, a ansiedade vem ganhando seu espaço no vocabulário não só da população brasileira, como também do mundo inteiro. Vivemos em uma era em que a competição está cada vez mais enraizada em nossas mentes. Ser o melhor tornou-se quase uma obrigação nas relações profissionais. Contudo, a definição de “melhor” é muito ampla, visto que podemos perceber que somos bons em algumas coisas e ruins em outras, gerando, em nós, certa angústia. Todavia, pequenas doses de ansiedade contribuem para o desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos, uma vez que a ansiedade em si possui uma função adaptativa. Imagine se você não ficasse ansioso ao saber que, na semana que vem, haveria uma prova de matemática? Com certeza, não estudaria e, possivelmente, não se preocuparia com isso. Devido à ansiedade, colocamo-nos frente aos livros. Mas, o que pretendo problematizar nesse texto não é a ansiedade comum do dia a dia e, sim, a ansiedade clínica e patológica que dificulta a evolução pessoal e profissional. Segundo a abordagem cognitiva-comportamental, a origem da ansiedade está nos pensamentos, ou seja, no modo como percebe16

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Ilustração: Miguel Gallardo - Retirado do site New Yoker Magazine

ARTIGO | COMPORTAMENTO


mos os eventos da vida. Dessa maneira, a ansiedade está vinculada a um excesso de preocupação com o futuro, o que resulta em grande parte da insegurança e do medo. Por exemplo: se uma pessoa ansiosa tivesse um encontro nesse fim de semana, pensaria algo do tipo: “Serei rejeitado?”, “Ela não me achará interessante?”, “E se ele não gostar de mim?”. Por meio da ansiedade, fazemos projeções catastróficas sem fundamentos, considerando que a ação ainda não aconteceu, não é real. Como consequência, deixamos de agir por insegurança ou medo. Por isso, seguem abaixo “6 maneiras de lidar com a ansiedade”.

Negociar com seus pensamentos Não aceite logo de cara todo e qualquer pensamento negativo que surge em sua mente. Normalmente, não questionamos nossos próprios pensamentos. É importante, então, compreender e identificar qual o sentimento que está por trás de tal pensamento e sua origem. Frente a isso, elabore novas formas de pensar. Ao invés de introjetar conceitos negativos, pense nas possibilidades e vantagens de tal evento. Foque no aqui e agora (presente).

Exercícios de respiração A ansiedade provoca algumas alterações fisiológicas no organismo. Uma dessas alterações é a respiração. Quando estamos ansiosos, respiramos mais rápido do que de costume. Por isso, os exercícios de respiração são importantes. Tenha uma respiração mais

lenta e profunda, isso ajudará durante as crises de ansiedade.

Dormir bem

Dormir bem também ajuda a regular a ansiedade. Um período entre 7 e 9 horas de descanso diário é o suficiente. Lembre-se: dormir muito também pode ser prejudicial. Ir para a cama no mesmo horário para manter o ciclo é importante, pois regula o relógio biológico. Uma vez que você se acostuma, achará mais fácil adormecer, promovendo, ainda, um sono restaurador.

Evitar o abuso de substâncias estimulantes Café, açúcar refinado, tabaco, refrigerantes com cafeína, drogas (como a cocaína, principalmente) e outros estimulantes devem ser evitados.

Praticar atividades de lazer Relaxar é extremamente importante. Leia um bom livro, ouça suas músicas favoritas, faça uma viagem em família, saia com os amigos, assista a um filme do seu interesse, frequente novos ambientes e faça novas amizades.

Fazer atividades físicas O sedentarismo e a ansiedade andam de mãos dadas. Você, provavelmente, tem as suas razões para não praticar alguma atividade física. Talvez você não tenha tempo, talvez você não tenha energia suficiente, talvez lhe falte a força de vontade. Não há problema. Você só precisa focar a sua atenção e vontade para iniciar algum tipo de atividade de baixa intensidade. Boa ansiedade a todos! julho de 2016

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ARTIGO | MUNDO ANIMAL

Caburé, uma das menores corujas que ocorrem na região sul mineira.

Rainhas da Noite Por Ferrarezi Jr.

Fama maldita...

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ão existe nenhum outro pássaro - e talvez nenhum outro animal - no mundo tão envolvido em mitos, lendas e crendices como as corujas. Odiadas por alguns, temidas por outros, adoradas por outros ainda, a coruja habita o imaginário popular desde que começaram os registros humanos escritos. Os sumérios, primeiros povos a deixar registros históricos em uma escrita sistematizada, já relatavam sua admiração pelas corujas. A Bíblia também fala da coruja e a relaciona, junto com outros animais, ao estado de desolação da Terra depois de aplicados os juízos de Deus (Isaías 34). Na Grécia, a coruja era símbolo de sabedoria e de astúcia sempre

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associado à deusa Atena. Na Europa medieval, a coruja aparece em diversos mitos. Um dos mais famosos, do país de Gales, conta que a coruja era, na verdade, Blodeuwedd, uma linda deusa castigada, condenada a ser uma ave noturna que seria odiada e temida por todos os outros seres. O famoso historiador romano Flávio Josefo afirma que as corujas eram mensageiras dos deuses e traziam tanto as boas quanto as más notícias, e ainda conta como uma coruja teria trazido más notícias dos deuses para Herodes Antipas. Por toda a Europa, esculturas antigas representando corujas e datadas de milhares de anos antes de Cristo são associadas ora à morte, ora à vida, ora à sabedoria, ora aos poderes premonitórios e oraculares. No hinduísmo, a deu-

sa Lakshmi, tida como a deusa da generosidade, beleza, fortuna e riqueza, muitas vezes aparece montada em uma coruja. Modernamente, a coruja é o símbolo das áreas acadêmicas associadas às Letras, uma forma de representar a sabedoria contida em toda a Literatura universal. Enfim, ao longo da História, a coruja tem sido associada a valores simbólicos e aparece em mitologias e no folclore com poderes místicos que ela realmente não tem como uma simples ave que é. Infelizmente, no Brasil, especialmente nas regiões interioranas, essa ave espetacular é relacionada a mau agouro, e essa crendice que envolve a figura popular da coruja tem sido, em muitas regiões, sua sentença de morte. É importante que acabemos com isso com mais


informação! Essa ave que sempre povoou a mente humana com medos, admiração e dúvidas, com crenças místicas e até com veneração, na verdade, não passa de uma ave, um animal que não tem poderes mágicos, que não é mensageiro da morte nem traz azar. É impensável aceitar que, em pleno século da informação, pessoas ainda matem corujas com medo de que elas façam mal a suas famílias! Então, vamos conhecê-las um pouco mais: No Brasil, existem 23 espécies conhecidas de corujas. Elas variam entre 13 e 60 centímetros de tamanho e entre 50 gramas a 2 quilos de peso. A caburé (Glaucidium brasilianum), uma das menores que ocorrem em nossa região, não passa de 100 gramas de peso, enquanto a jacuturu (Bubo virginianus), a maior coruja das Américas, chega, quando adulta, a 2 quilos em seu peso total. Entre as corujas, a fêmea é maior do que o macho. Algumas espécies de corujas chegam a viver 30 anos e há corujas em todo o território brasileiro, embora algumas sejam endêmicas de determinadas regiões. Nesta matéria, apresentamos imagens de 10 das espécies que podem ser encontradas aqui no sul de Minas, todas elas fotografadas em nossa região.

Coruja da Igreja

Coruja do Mato

Superpoderes Em uma época em que a Marvel volta a fazer sucesso em todo o mundo com seus filmes de super-heróis, a coruja deveria ter um lugar reservado na telinha do cinema. Na verdade, corujas e beija-flores constituem duas das mais incríveis famílias de aves do mundo (mas, sobre os beija-flores, já falamos em outra matéria da QShow). A biologia das corujas é tão incrível que, apenas agora, com as últimas tecnologias disponíveis, estamos descobrindo do que elas são capazes. Por isso, ocupam o trabalho de ornitólogos de todo o mundo, os quais, só agora, se dão conta da maravilha biológica que é uma coruja. As corujas - falando de modo geral - enxergam, no escuro, cerca de 50 vezes melhor do que os humanos, além de sua capacidade de enxergar cores e espectros de luz que não vemos. Além disso, elas escutam cerca de 100 vezes mais do que nós. Só que não se trata apenas de ouvir mais, mas de como elas ouvem. As cavidades dos ouvidos das corujas ficam na parte frontal do rosto da ave (não, aquelas “orelhinhas” charmosas que algumas de-

Corujinha do Mato

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Mocho dos banhados

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Coruja Buraqueira

las têm no topo da cabeça não são os ouvidos de verdade, mas apenas penas cuja função ainda não é bem conhecida e que nos dão a impressão de “orelhas”). Porém, essas cavidades não estão dispostas de maneira simétrica: uma é mais alta e mais para a frente do que a outra, de maneira que o som - por exemplo, o barulho que um rato faz ao andar no chão - chega aos ouvidos da coruja com milésimos de segundo de diferença a um e a outro ouvido. Esse som é processado no cérebro da coruja de uma forma diferenciada e ela é capaz de produzir um “mapeamento” de precisão do local em que o tal rato de nosso exemplo se encontra. Assim, ela consegue caçar o bicho sem que haja qualquer luz no ambiente, isto é, em escuro absoluto. Testes realizados em laboratório, em salas de escuro absoluto, mostraram que corujas-de-igreja (Tyto alba) caçam seu alimento sem qualquer dificuldade, apenas seguindo o barulho que o rato faz ao caminhar no solo. Essa é uma das razões para que as corujas tenham aquelas caras redondas, em formato de “antena parabólica”: esse formato otimiza a forma como elas capturam os sons, encaminhando-os para os ouvidos da melhor maneira possível. Observe a foto do mocho-dos-banhados (Asio flammeus) e veja como sua cara realmente parece uma antena parabólica: os ouvidos são duas cavidades próximas dos olhos, mas que não aparecem, pois estão cobertas por penas que direcionam o som de uma maneira precisa e ainda funcionam como um filtro para o barulho do vento, mais ou menos como aquelas espumas que são colocadas nas pontas dos microfones. Outra coisa espantosa sobre corujas é que elas são incrivelmente silenciosas quando voam. Não fazem qualquer barulho mesmo! Quando você se dá conta, a coruja já está pousada ao seu lado. Isso porque suas penas, ao contrário das penas de outras aves, são recobertas por películos, somente visíveis em microscópio, que suavizam a passagem do ar pelas asas. Também, as penas que ficam nas bordas das asas possuem cílios que penetram o ar de maneira suave e progressiva, evitando aquele ruído típico de bater de asas que ouvimos, por exemplo, quando as pombas da praça voam perto de nós, cortando o ar com suas penas retas e lisas. Uma coruja voa em silêncio quase total sobre suas presas, de maneira que estas não a percebam e não venham a fugir em caso de ataque.

Coruja Listrada

Jacurutu

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Murucututu de Barriga Amarela


Coruja Orelhuda

Como se já não bastassem ser animais incríveis, as corujas são muito úteis para os homens. Seu alimento é basicamente formado por outros animais que os homens consideram como “pragas”, ou seja: insetos, ratos e cobras. As corujas têm importância fundamental no equilíbrio ambiental em relação a esses animais que nos causam mal, e isso de uma forma natural e equilibrada. Na foto da jacurutu que ilustra essa matéria, foto tirada em Alfenas, você pode ver que há um rato em suas garras. É a coruja cumprindo seu papel no equilíbrio ecológico.

Corujada: uma experiência magnífica Corujas são objetos de admiração de amantes da Natureza e um prêmio grande para fotógrafos de aves. Mas, para fotografá-las, a coisa não é muito fácil. Uma expedição a campo para fotografar corujas é conhecida como “corujada” e é uma das experiências mais prazerosas e surpreendentes que um fotógrafo de Natureza pode ter. Em primeiro lugar, é preciso ter disposição para andar no mato à noite, silenciosamente, em busca desses animais maravilhosos. Devidamente protegidos e com farta e potente iluminação, que só é utilizada quando a ave é localizada pelo canto, os fotógrafos de corujas precisam, também,

de flashes potentes e de câmeras com grande poder de focagem no escuro. Para “corujar”, as noites com luar abundante são as melhores. É sempre bom ter um guia ornitológico ou um guia local que saiba onde as corujas podem ser encontradas. A partir daí, é tentar atraí-las com seu chamado (gravado e tocado de uma forma adequada) para, então, iluminá-las e fotografá-las. Ver corujas à noite em seu ambiente natural é algo que deixa a maioria das pessoas muito emocionada. Mesmo quem não vai fotografar pode acompanhar uma corujada apenas pelo prazer de ver essas aves maravilhosas em seu ambiente natural. Minha esposa, por exemplo, que não fotografa corujas, gosta muito de participar das corujadas pelo prazer de contemplar essas aves magníficas e ouvir seu canto à noite. E são tantos os tipos aqui em nossa região! Lindas e surpreendentes, temos uma grande variedade de espécies, de cores e tamanhos diferentes, com cantos dos mais incríveis e hábitos diferenciados que precisam ser conhecidos

para que possamos encontrá-las. Temos desde as comuns corujas-buraqueiras (Athene cunicularia), de hábitos diurnos e que podem ser vistas até nos terrenos baldios do centro das cidades, até a coruja-orelhuda (Asio clamator), muito mais rara com a sua cara de gatinho. Temos a coruja-listrada (Strix hylophila) e seu canto assustador, que parece um grito de “assombração”, cortando o escuro da noite (procure no Youtube, que há o canto da coruja-listrada para ouvir), ou a corujinha-do-mato (Megascops choliba), tão comum e com seu canto melancólico e triste que ecoa baixinho pelas montanhas do sul mineiro. Quem não se lembra da icônica coruja-de-igreja (Tyto alba) e sua típica cara de “coração”? Ou, que tal uma murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana), com lindos contrastes de cor e suas sobrancelhas claras que lhe dão uma cara de gente brava? Enfim, tem para todo gosto. Umas mais urbanas, outras mais selváticas, grandes ou pequenas, icônicas ou desconhecidas, mas todas elas maravilhosas! E então: vamos corujar?

Ferrarezi Jr. é professor titular de Semântica da Universidade Federal de Alfenas, escritor e fotógrafo de natureza vinculado à agência Isuzu Imagens.

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MUNDO ANIMAL

Castração e solidariedade Por Isabella Alves

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m qualquer cidade que você visitar, sempre irá encontrar cães e gatos nas ruas. Alguns são cuidados por moradores da região, mas a grande maioria se encontra em situação de abandono. Para tentar dar uma vida mais digna e diminuir o número de animais de rua, muitas cidades possuem associações filantrópicas, que cuidam muito bem dos cães e gatos que nunca tiveram um lar e tentam controlar o aumento desses animais nas ruas. Essas associações também promovem feiras e divulgações em geral, na tentativa de encontrar o dono ideal, que adote o animalzinho e ofereça, além de um lar, muito amor ao novo membro da família.

Castração em equipe Em Alfenas, diversas ONGs e associações se uniram em prol de um bem maior: o “Mutirão de Castração Social”. Entre os dias 19 e 22 de junho, estiveram reunidos os Anjos de Patas, os Protetores Independentes, a SAEPA (Sociedade Alfenense de Educação e Proteção Ambiental), a ASFA (Associação São Francisco de Assis), a APAS (Associação Protetora dos Animais de Serrania), a 22

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APAV (Associação Protetora dos Animais de Varginha), a Secretaria de Saúde do Município de Alterosa, o SOS Bichos, o Cão Sem Dono e o Peludus Cachorros (de Bueno Brandão), juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente e a Prefeitura Municipal de Alfenas. O Tiro de Guerra abrigou e forneceu total apoio aos veterinários, colaboradores, animais e seus donos, durante os quatro dias intensos de castrações. O mutirão foi estendido para toda população que quisesse castrar seu felino ou canino (macho ou fêmea) a preços populares. Também era possível apadrinhar a castração de um animal de rua. A equipe responsável ficou sob a condução da veterinária Dra. Amélia Oliveira, já muito experiente em mutirões com esse intuito. Além das castrações, houve uma enriquecedora roda de conversa entre os protetores de animais presentes, conduzida pela Eliane Carvalho. No total, foram realizados 86 procedimentos cirúrgicos com sucesso! Setenta fêmeas e dezesseis machos castrados e com nenhuma intercorrência pré ou pós-operatória. Além disso, é importante ressaltar que a maior vitória foi a

castração de dez animais de rua, apadrinhados por meio de rifas, doações e outras formas de arrecadação. Faísca, Fumaça, Cereja, Bernardo, Cabeção, Robertinho, Palito, Nina, Whisky e China, como são carinhosamente chamados, foram castrados e depois acompanhados por uma equipe de protetores da cidade.

Pelos direitos dos animais Em Varginha, os trabalhos em prol dos animais de rua são constantes e têm gerado resultado positivo. A APAV (Associação Protetora dos Animais de Varginha), com quase 20 anos de experiência nos cuidados com cães e gatos abandonados, é uma das associações da cidade que garantem o bem-estar dos bichinhos com muita organização! A presidente da APAV, Leda Souza Lima, explica que os animais são protegidos pela Constituição Federal, que veta atos cruéis a eles, ou seja, reconhece os animais como seres sensíveis e capazes de sofrer. Isso leva à conclusão de que o animal possui direito a uma vida sem sofrimento. Com a firme missão de evitar o sofrimento dos animais,


Dra. Amélia Oliveira, que comandou o mutirão de castração.

a associação conta também em sua direção, além de Leda, com a vice-presidente Andreia Vilela, a segunda vice-presidente Maria José Semionato, a tesoureira Rose Meire e a secretária Kadija Pires. Com o projeto “Só a castração é a solução”, a associação já castrou 1.480 animais desde 2014, com a meta de alcançar dois mil cães e gatos até o final do ano. Desse total, 30% das castrações acontecem de uma forma totalmente grátis, com ajuda de protetores e voluntários, que realizam doações durante todo o ano. Para o restante da população, a castração acontece a preços populares, apenas para animais mestiços ou “vira-latas”. Outro projeto da APAV é relacionado a animais perdidos. Durante a castração, com o animal anestesiado, é feita uma espécie de tatuagem numérica para sua identificação. Assim, se o cão ou gato fugir, ficará mais fácil reconhecê-lo quando alguém o encontrar. A APAV possuiu um núcleo de castração próprio, que também é mantido com doações.

Informações sobre a castração

Para quem quer ajudar ou adotar

Como já informado na edição de setembro de 2015 da Revista QShow, a castração é um procedimento muito importante para que o animal tenha uma vida saudável, pois ela previne uma série de doenças, além de evitar crias indesejadas. O veterinário Dr. Carlos Eduardo explica que, quanto mais cedo a castração for realizada, menores são as chances de o cachorro ter um câncer de mama, por exemplo, no caso das fêmeas. Ele também explana que os cães e gatos não têm desejos sexuais e não sofrem com a privação do ato. Além disso, há a diminuição nos casos de fuga, demarcação de território e agressão aos outros machos. Considerando que um casal de cachorros pode ter até doze filhotes por ano e, em um ano, as suas crias também já estarão procriando, pense na quantidade de animais abandonados nas ruas durante muitos anos (com duas crias por ano, de dois a oito filhotes). Fonte: Tudo sobre cachorros

Infelizmente, ainda existem muitos animais que não são castrados e geram muitos filhotes, que, por diversas vezes, são abandonados ou já nascem sem um lar. Além disso, existem, também, muitos animais mais velhos na rua, esperando pela adoção consciente. Para quem está à procura de um companheiro, seja ele um cão ou um gato, ou quer ajudar os animais em situação de abandono, disponibilizamos a página do Facebook das seguintes ONGs: Anjos de Patas, SAEPA e APAV (de Varginha): /anjos.patas.alfenas /saepanimal APAV - Associação Protetora dos Animais de Varginha

Lembrando que agosto é o mês de vacinação gratuita para cães e gatos. Procure a vigilância sanitária ou a prefeitura de sua cidade e saiba sobre os locais, datas e horários de execução da campanha.

Fotos que ilustram a matéria por Max Tomaz Souza julho de 2016

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A história dos jogos e a superação de atletas mineiros classificados para as primeiras Olimpíadas e Paraolimpíadas realizadas na América do Sul. Por Isabella Alves e Leonardo Miranda

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o longo dos 120 anos após o resgate dos Jogos Olímpicos no ano de 1896, mais esportes, atletas e países ingressaram no que se transformou na maior competição esportiva da história da humanidade. Para a trigésima primeira edição do evento, são mais de 10 mil atletas de 206 países, disputando em 306 eventos de 28 esportes com 42 modalidades. A grande maioria das competições olímpicas ocorrerá no Rio de Janeiro, mas, assim como aconteceu na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, algumas cidades serão coanfitriãs dos Jogos Olímpicos de 2016. São Paulo, Salvador, Brasília e Belo Horizonte irão receber jogos femininos e masculinos de futebol da competição.

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Desde o dia 3 de maio, a tocha olímpica percorre o Brasil nas mãos de atletas, celebridades e autoridades. A incursão pelo país encerra quando a pira olímpica for acesa, no dia 5 de agosto, no Estádio do Maracanã, dia em que será realizada a grandiosa e tão esperada abertura dos jogos, que têm como lema “Viva sua paixão”. Depois, serão 15 dias de intensas atividades no movimento de Rio de Janeiro até a cerimônia de encerramento, que ocorrerá no dia 21 de agosto. As duas cerimônias acontecerão no Estádio do Maracanã. Já as Paraolimpíadas, com modalidades adaptadas para as pessoas com algum tipo de deficiência, realizadas pela primeira vez em 1960 em Roma, na Itália, acon-


tecem logo após o encerramento das Olimpíadas e serão disputadas nos mesmos espaços utilizados pela primeira competição. Neste ano, os Jogos Paraolímpicos estão marcados para começar em 7 de setembro, com encerramento marcado para 17 do mesmo mês. Serão mais 10 dias muito intensos pela cidade maravilhosa, com atletas de todo o mundo, disputando 27 modalidades esportivas. Além das diversas modalidades disputadas nas Olimpíadas, as Paraolimpíadas contam com alguns jogos exclusivos, como bocha, goalball e futebol de cinco.

Preparação para os Jogos Olímpicos Será a primeira vez que os jogos serão realizados no Brasil e em toda a América do Sul, o que atribui uma carga ainda maior de responsabilidade ao nosso país, que estará representando diversos países do subcontinente. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (embratur), Vinícius Lummertz, em entrevista com itb Berlin News, o Brasil segue o cronograma da organização em função das experiências em grandes eventos que ocorreram nos últimos anos, como a Rio+20 e a Copa do Mundo. “O país superou grandes desafios e está pronto para receber os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos”, afirma ele. Lummertz destaca que será um marco importante para o continente e para o movimento olímpico. “Pretendemos bater os recordes com visitantes internacionais. A estimativa é que entre 350 e 500 mil visitantes do exterior passem pelo país, antes, durante e depois dos Jogos Olímpicos de 2016”, pontua. Além disso, o presidente (embratur) lembra que o evento aumentará o fluxo de turistas dentro do país. Lummertz comenta que os ganhos da realização dos jogos são incalculáveis para os brasileiros, proporcionando avanços na infraestrutura. “Várias obras realizadas para os eventos são fundamentais para melhorar o receptivo turísti-

co no país, principalmente na área de aeroportos, mobilidade urbana, sinalização turística e qualificação de pessoal”, argumenta. Minas Gerais e as Olimpíadas Na capital mineira, dez jogos já estão marcados, sendo seis da categoria feminina e quatro da masculina, com a disputa pela medalha de bronze neste último. De acordo com a Agência de Minas, o Governo de Minas Gerais espera a geração de receitas extras para o comércio e serviços. Comparando com os números da copa do ano passado, a expectativa é boa, pois, segundo dados da Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (setes), aproximadamente 355 mil pessoas visitaram Belo Horizonte durante o campeonato mundial, gerando uma receita direta de R$451,3 milhões. No quesito “organização”, o Governo de Minas criou o “Comitê Minas 2016”, que terá as 13 secretarias de estado envolvidas, criando ações conjuntas relativas às Olimpíadas, segundo a Agência de Minas. Serão, também, implementadas e monitoradas ações de logística de transporte, estrutura de hospitais para público e atletas, ambientação da cidade e preparo dos hotéis para acomodar delegações e turistas. Outra ação será a de manter o Grupo Interinstitucional de Proteção Pública (gipp), criado para a Copa do Mundo, dando suporte nas áreas mais demandadas, como segurança pública, estratégia e logística.

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Atletas Ao assistir às competições olímpicas, seja ao vivo ou pela televisão, o espectador sempre procura por atletas já conhecidos ou com que possuem alguma relação em comum, como, por exemplo, o estado onde nasceram. Dos 460 competidores confirmados até a produção desta edição da QShow, 21 são mineiros.

Esporte com maior número de representantes de Minas Gerais, os atletas são: • Flávia Lima (Ipatinga); • Jéssica Cavalheiro (Belo Horizonte); • Ítalo Manzine (treinando atualmente em Belo Horizonte); • Miguel Valente (Belo Horizonte); • Nicolas Oliveira (Belo Horizonte); • Larissa Oliveira (Juiz de Fora).

Atletismo • Tatiele de Carvalho (Poços de Caldas); • Hugo Balduíno (Uberlândia).

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• Mateus Gregório (Viçosa); • Welisson Rosa (Viçosa).

Tênis • Marcelo Melo (Belo Horizonte); • Bruno Soares (Belo Horizonte).

Natação

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Levantamento de Peso

Handebol • Franciele Gomes (Campo Belo); • Thiagus Petrus (Juiz de Fora).

Entre essa lista de campeões, há os destaques do sul de Minas: atletas que batalharam muito para alcançar seus objetivos mesmo em cidades pequenas e conquistaram o sonho olímpico com muita garra e determinação. Entre os grandes nomes, podemos citar Raul Togni Neto, o “Raulzinho” do basquete, natural de Poços de Caldas, que, aos 24 anos, já disputa, pela segunda vez, nas Olimpíadas como armador e é destaque na NBA em seu time, o Utah Jazz. Outros atletas de Poços de Caldas são: Rubens Donizette, o “Rubinho”, tricampeão brasileiro e prata no Pan-Americano de

Salto em altura

• Talles Frederico (São Gonçalo do Rio Abaixo); Salto triplo • Núbia Aparecida (Lagoa da Prata); Canoagem • Ana Sátila (Iturama); Tiro com arco • Daniel Xavier (Belo Horizonte); Mountain bike • Rubens Donizette (Poços de Caldas); BMX • Renato Rezende (Poços de Caldas); Basquete • Raul Togni Neto (Poços de Caldas).

2007, que compete na modalidade de mountain bike, além de Renatinho, na modalidade de BMX, que nasceu no Rio de Janeiro, mas começou com o esporte em Poços e participa das Olimpíadas pela segunda vez, e Tatiele, do atletismo, que terá a sua história contada ainda nessa matéria. Fran Gomes da Rocha, de Campo Belo, foi uma das centrais convocadas para a Seleção Brasileira de Handebol e Ítalo Manzine, que começou a nadar em Paraguaçu e desbancou o famoso nadador Cesar Cielo na prova de 50 metros livres, conquistou sua vaga para as Olimpíadas.


Tatiele: fé, dedicação e velocidade Ela é tetracampeã do “Troféu Brasil de Atletismo” nos 5.000 e 10.000 metros, recordista brasileira (de sub-23) nos 5.000 metros, campeã sul-americana (de sub23) nos 5.000 metros em Medellín, além de possuir dois vice-campeonatos brasileiros de fundo em pista nos 10.000 metros. Já participou, também, dos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015 nos 5.000 e 10.000 metros, é vice-campeã sul-americana nos 1.500 metros, bicampeã brasileira de cross country (2012 e 2014), já participou de dois mundiais de cross country na Espanha e Polônia, entre muitas outras conquistas em uma história de superação. Tatiele de Carvalho é um fenômeno do atletismo e suas vitórias estão aí para comprovar. A atleta começou a treinar aos 10 anos em Poços de Caldas, com o auxílio do técnico Olivino Martins, o “senhor Chico”, porém, com o foco no futebol. A convite de um primo, ela começou a correr e não parou

Tatiele de Carvalho de Poços de Caldas. Foto de Tião Moreira.

“Na infância, era uma menina com perspectiva nenhuma de vida, que morava na roça e enfrentou muitas dificuldades quando foi para a cidade”. mais! Tatiele se tornou profissional em 2008, tendo como técnico Agnaldo Alexandre, seu esposo hoje em dia. “Os primeiros anos foram bem legais, pois não tinha muita responsabilidade, era só diversão de criança mesmo. Mas, em 2008, tudo mudou e pude ver o atletismo de uma maneira diferente”, comenta a atleta, em entrevista para a QShow. Ela conta que, desde então, nunca pensou em abandonar o esporte e seguir outro caminho. As responsabilidades foram aumentando e, agora, Tatiele de Carvalho tem a grande oportunidade de disputar nas Olimpíadas! A competição da prova de 10.000 metros já tem data e hora marcada: 12 de agosto, às 11h10. “A preparação está bem puxada, porque

não começamos após o índice. Foi um trabalho profissional de oito anos visando aos Jogos Olímpicos, com muito foco e muita determinação. Agora, é reta final, é muita oração, dedicação e Deus à frente de tudo”. Quando questionada em relação aos seus adversários, Tatiele é incisiva e explica que seu maior adversário é sempre o tempo, por isso, a sua “maior medalha” já é alcançar o índice e poder representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio (2016). “É um sonho realizado, pois, no ano de 2016, participamos dos Jogos Olímpicos e podemos dizer que fazemos parte da história do nosso país. É uma grande alegria poder realizar o sonho do meu marido e técnico, poder representar Minas Gerais, que eu amo tanto, julho de 2016

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e o meu país, do qual tenho tanto orgulho de fazer parte”, enfatiza. Tatiele comemora bastante a participação nos jogos, pois não foi fácil alcançar esse nível profissional. Como ela mesma diz: “Na infância, era uma menina com perspectiva nenhuma de vida, que morava na roça e enfrentou muitas dificuldades quando foi para a cidade”. Em relação aos incentivos e patrocinadores, eles são praticamente os mesmos que apostaram na atleta quando ela ainda não tinha grandes resultados. Porém, ela ressalta que, infelizmente, o Brasil não tem uma visão muito aberta para apoiar o esporte e muitos talentos desistem por falta de apoio. “Cada hora em que penso em minha trajetória, dá um frio na barriga e uma vontade imensa de chorar de alegria por saber que Deus me escolheu para ser uma grande atleta, isso é motivo de muita gratidão”, finaliza a atleta.

Ítalo: fenômeno das águas Ítalo Manzine chegou com seus pais, Wiliam Silva Duarte e Silvana Araújo Amaral da Silva Garófalo, em Paraguaçu, Minas Gerais, quando tinha apenas quatro anos, em dezembro de 1996. Desde pequeno, já se mostrava apaixonado por água e, aos cinco anos, foi matriculado por seus pais na escolinha de natação do Ideal Clube de Paraguaçu, após ter voluntariamente se atirado na piscina semiolímpica do clube, dando um enorme susto em todos. Aprendeu a nadar com o professor “Cidão” e a tia Kellen e, desde cedo, sempre foi muito competitivo, com vocação para 28

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1. Ítalo (ao centro) nos tempos de Ideal Clube em Paraguaçu Acervo dos professores Kellen e Cidão. 2. Ítalo nos tempos de Ideal Clube em Paraguaçu - Acervo dos professores Kellen e Cidão

provas de velocidade, como as de 50 e 100 metros de nado livre. Em meados de 2007, Ítalo se transferiu com sua mãe para a cidade de Três Corações, onde passou a treinar na Academia Max Forma, de duas a três horas por dia, seis dias por semana. O garoto passou a se destacar entre os demais competidores, a ponto de ser visto como “revelação” pela Federação Aquática Mineira (FAM). Em meados de 2008, Manzine foi chamado para se federar, passando a competir pelo CRES/SEMEL de Varginha. Com ainda mais sucesso nas competições, foi convidado a fazer um teste no Mackenzie, clube de Belo Horizonte que disputava,

na época, com o Minas Tênis pela condição de grande formador de atletas. Feito o teste, Ítalo Manzine foi convidado a compor a equipe de nadadores daquele clube e, a partir daí, não parou de conquistar importantes títulos, entre eles, o “Troféu José Finkel de Natação”, adquirido em Belo Horizonte (MG) em agosto de 2011, que lançou Ítalo definitivamente entre os melhores do Brasil. Naquela ocasião e com todos os olhares voltados para o campeão e recordista mundial Cesar Cielo, foi Ítalo Manzine quem roubou a cena! Ainda na fase eliminatória, a parte superior do bloco de partida do nadador mineiro se soltou,


tirando o jovem, com apenas 19 anos, das finais. Por volta das 19 horas, após o reconhecimento do erro na estrutura do equipamento pela direção técnica, Ítalo Manzine voltou sozinho à piscina para uma nova tomada de tempo e, sob os olhares de todos os presentes, fez o terceiro melhor tempo das eliminatórias, atrás apenas de Nicholas Santos e a cinco décimos de segundo de Cielo. Tal façanha chamou a atenção não apenas da mídia nacional, mas, também, da internacional. Com apenas dois anos participando da natação competitiva, no ano de 2011 e ainda sob a batuta de Daniel Teodoro, head coach do Mackenzie, e de “Baiana” (Lívia Caroline) e Ivan Damasceno, seus técnicos, ele consagrou-se campeão brasileiro em todas as três provas de sua categoria, na modalidade de 50 metros livres, tendo sido, ainda, campeão com a quebra de recorde no campeonato mineiro. Ítalo terminaria aquele ano em 4º lugar no ranking brasileiro absoluto e 74º lugar no ranking mundial. Entre as temporadas de 2012 e 2013, Ítalo defendeu as cores do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, onde treinou ao lado dos melhores atletas do Brasil, como

Ítalo no revezamento da Tocha Olímpica

Bruno Fratus, João Gomes Júnior, Guilherme Guido, Henrique Martins, Larissa Martins Oliveira, entre outros. Na temporada de 2014, o atleta se transferiu para o Minas Tênis Clube de Belo Horizonte, onde consagrou o seu talento, entrando definitivamente para a elite da natação brasileira e treinando ao lado de seu ídolo Cesar Cielo, sob o comando do experiente head coach australiano Scott Volkers. Como um obstinado, Ítalo Manzine sempre perseguiu seu objetivo de participar das Olimpíadas (2016) com extrema disciplina e determinação, conquistando excelentes posições em todas as competições que serviam como eliminatórias ou preparações para os jogos.

E a confirmação da vaga para as Olimpíadas foi marcante! No “Troféu Maria Lenk”, a última seletiva, que ocorreu em abril, no Rio de Janeiro, todos os olhos estavam voltados para o megacampeão Cesar Cielo, principalmente porque ele havia, pela manhã, feito um tempo melhor e tirado a vaga que, até então, era de “ligeiro” (como o Ítalo é chamado pelos mais próximos). Porém, o nadador mineiro roubou a cena ao cravar 21'82 segundos, chegando à frente de Cielo e conquistando, em definitivo, sua vaga olímpica! Esse tempo também o posicionou como o sexto mais rápido do mundo na temporada. Depois disso, Manzine seguiu forte com a preparação para a competição e conta com a expectativa de todo o público brasileiro, principalmente dos jovens de Paraguaçu, que se inspiram no ídolo e têm a natação como forte esporte na cidade.

Cielo e Manzine na competição em que o mineiro conquistou a vaga 29 para as Olimpíadas.julho de 2016


CAPA | RIO 2016

História dos Jogos Olímpicos das guerras. Havia as corridas de bigas, velozes carros de batalha puxados por cavalos, o que exemplifica bem essa questão. Outro exemplo era uma curiosa corrida disputada por atletas que estavam vestidos com armaduras e carregando armas de combate corpo a corpo. Podemos, também, citar o péntathlon, que era bastante parecido com o pentatlo contemporâneo (hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida), disputado nas Olimpíadas contemporâneas. Ainda neste contexto, não podemos nos esquecer

www.bbc.co.uk

Tudo começou há cerca de dois mil e oitocentos anos na Grécia Helenística e teve seu auge clássico há dois mil e quinhentos anos. A primeira cidade a sediar os jogos chama-se Olímpia, originando o nome “Olimpíadas”. Naquela época, os jogos possuíam uma conotação religiosa e, segundo a mitologia grega, foram criados pelo ainda hoje famoso semideus Hércules, como uma homenagem a seu pai Zeus, após cumprir os doze trabalhos impostos pela deusa Hera. Os jogos dessa época remota eram inspirados em necessidades

Jogos Olímpicos de Verão de 1896 os jogos da Primeira Olimpíada, foi um evento multiesportivo realizado em Atenas, Grécia. (dir.)

das lutas, pois algumas de hoje em dia lembram muito as da Grécia Antiga, como a atual luta greco-romana. O declínio das Olimpíadas se deu com o fim da Grécia Helenística, marcado pela anexação, em 146 a.C., da península e das ilhas gregas por Roma. Durante um breve período da era romana, os jogos foram mantidos, porém, acabaram caindo no esquecimento após o ano de 393 d.C., quando o então imperador romano Teodósio impôs o fim do evento por meio de um decreto.


Restauração dos Jogos Olímpicos na Modernidade

www.mspfound.com

Discóbolo de Miron, “O arremessador do disco”. datado de 450 a.C. (Século V. A.C.) Atualmente, encontra-se no Museu Nazionale Romano em Roma, Itália.

Como os esportes continuaram se desenvolvendo e muitos outros foram criados no decorrer dos séculos, o mundo caminhava para uma realidade globalizada e a ideia de voltar a realizar os Jogos Olímpicos foi muito bem-vinda no final do século XIX. Em 25 de novembro de 1892, o aristocrata e pedagogo Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin, apresentou o projeto de restauração dos Jogos Olímpicos. Ele defendia a necessidade de uma competição esportiva mundial para estimular a prática de

variados esportes entre os jovens do mundo e para estimular o diálogo e a tolerância entre as nações envolvidas. Os símbolos das antigas Olimpíadas foram mantidos como uma homenagem aos tempos clássicos e, para fomentar ainda mais o resgate dos jogos da Antiguidade, a primeira edição foi realizada em Atenas, capital da Grécia, no verão de 1896. “Os homens começaram a viver menos isoladamente, raças diferentes aprenderam a conhecer e a entender o outro melhor. Ao comparar as suas forças e conquistas na arte, na indústria e na ciência, uma rivalidade honrosa surgiu entre eles, encorajando-os a atingir feitos ainda maiores”, disse o barão na introdução do relatório oficial dos Jogos Olímpicos de 1896. Participaram atletas de 14 países, disputando em 43 eventos com nove esportes olímpicos: ginástica artística, atletismo, ciclismo (estrada e pista), esgrima, tiro, natação, levantamento de peso e luta olímpica (greco-romana). Paraolimpíadas: Os Jogos Paraolímpicos foram realizados pela primeira vez em 1960 em Roma, na Itália, mas têm a sua origem na Inglaterra, pois compreendiam uma forma de reabilitar militares que eram feridos em guerra. O sucesso foi tão grande que esses jogos foram crescendo e, em 1976, mais de quarenta países já estavam participando dessas disputas. Em 1992, os Jogos Paraolímpicos tiveram uma grande marca, pois os dois comitês dos Jogos Paraolímpicos e dos Olímpicos passaram a trabalhar juntos e, com isso, os dois comitês começaram a incentivar que o esporte sempre fosse trazido para o deficiente.


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GASTRONOMIA

O sucesso dos eventos gourmet Por isabella Alves

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culinária e a paixão pela gastronomia estão, cada vez mais, conquistando seu espaço entre especialistas e amadores. No sul de Minas Gerais, este movimento é ainda mais notório, pois um dos traços marcantes do estado é exatamente a culinária. Varginha não quis ficar de fora do “Circuito Gourmet” do estado e constantemente realiza eventos que engrandecem a comida e os estabelecimentos da região. Prova disso é o trio de eventos criado pela agência WEspanha, juntamente ao SEHAV e a diversas empresas da região. Welington Espanha apresenta o Rotas do Sabor Gourmet Empresários e organizadores discutem juntos como produzir um excelente evento

Mariana Zonta (esq.), representando o Via Café Garden Shopping - parceiro dos eventos gourmet Eri (dir.) relata com muito ânimo o resultado positivo do Festival Gourmet 34

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Camarão à Grega, campeão do Festival Gourmet 2016 do Bar e Restaurante Anonimato Varginha MG

O “Festival Gourmet”, em sua segunda edição, foi realizado em abril, no estacionamento do Via Café Garden Shopping e foi um verdadeiro sucesso! Com mais de 50 mil pessoas visitando os 30 estandes do evento, o festival impulsionou o desenvolvimento do setor de alimentação na cidade, além de inspirar outras cidades a investir em festivais do gênero. Foram cerca de 1.300 m², mais de 27 horas de evento e uma enorme repercussão em toda a região. Dando continuidade ao festival, foi lançado o concurso “O sabor que tempera a cidade”, que premiou o Bar e Restaurante Anonimato e seu prato de camarão à grega. No concurso, 12 estabelecimentos escolheram pratos especiais para concorrer, com o principal objetivo de atrair o público varginhense para os restaurantes. Eri, proprietário do Bar e Restaurante do Eri e Eri Churrascaria e Grill, participou dos dois eventos e demonstrou a sua satisfação! Com

iguarias como espetinhos, bolinhos de bacalhau, iscas de peixes e croquetes, a participação do bar no festival rendeu a Eri ótimas vendas, superando as expectativas do empresário. No concurso, o movimento em seus estabelecimentos também aumentou. Ele ainda comenta que o aumento de visibilidade da gastronomia ajuda a superar os momentos de crise. Em 27 de junho, os empresários participantes e os organizadores se reuniram na sede do SEBRAE para comentar sobre esses resultados positivos dos dois eventos gourmet e também discutir abertamente as melhorias para a próxima edição, que já possui data prevista para abril de 2017. Mariana Zonta, coordenadora de marketing do Via Café Garden Shopping, resumiu bem os bons resultados conversados em reunião, comentando que, além de incentivar o movimento na cidade, os eventos geraram uma busca pelo aperfeiçoamento

e melhoria no atendimento e na qualidade dos estabelecimentos. Mariana também acrescentou que, para o shopping, a parceria foi enriquecedora, pois agregou experiência ao público visitante, indo ao encontro dos ideais da equipe do Via Café. Na ocasião, Wellington Espanha, o idealizador dos eventos, realizou a abertura da última etapa da série de três eventos de gastronomia: a “Rotas do Sabor Gourmet”. Um evento regional, com participantes das cidades de Varginha, Elói Mendes, Paraguaçu, Machado, Três Pontas e Três Corações, o Rotas do Sabor consiste em uma rodada de descontos especiais! Cada estabelecimento participante monta combos de alimentos, que podem ter prato principal, bebida e sobremesa, e oferece descontos que vão de 15 a 40%. O evento ocorrerá em setembro (em breve, maiores informações) e já é aguardado pelos empresários com muito ânimo! julho de 2016

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Reino Unido deixa União Europeia. Mas, como ficam os brasileiros que vivem por lá? Depois do resultado da votação do histórico referendo, realizado em 23 de junho de 2016, a maioria dos cidadãos da Grã-Bretanha em idade eleitoral (17,4 milhões) decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia. O anseio dos defensores dessa saída ficou caracterizado pela expressão “Brexit”, que é uma abreviação das palavras inglesas “Britain” (Bretanha) e “exit” (saída). Contudo, quais são os impactos desse resultado na vida dos milhares de imigrantes que vivem na Grã-Bretanha? Para responder, a Revista QShow fez tal pergunta a um brasileiro, natural de Alfenas, que está vivendo na pele esses efeitos, e obtivemos a seguinte resposta:

BREXIT

E

Por Valnei D. Ferreira

spero que esteja tudo bem por aí! Por aqui, o verão está dando uma esquentadinha. Apesar de o sol estar aparecendo, os ânimos não estão tão felizes quanto poderiam estar, justamente depois que o Reino Unido decidiu sair da União Europeia. Pelo que eu consegui entender, levando em consideração alguns anos vividos aqui, sinto o mesmo desconforto que milhares de pessoas, vindas das mais variadas partes do mundo para o Reino Unido, estão enfrentando no momento. A União Europeia começou a se formar em 1951 e, de lá até agora, foi consolidada em um sistema econômico-político robusto, disciplinado por leis que controlam todo o sistema e que permitem o livre movimento (em todo território) de pessoas, mercadorias, serviços, etc. Esse sistema estabelece direitos e obrigações por parte de todos os 28 países-membros, os 36

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quais formam a União Europeia. As contas públicas são divididas entre eles e, às vezes, um país acaba tendo que contribuir com a União Europeia com fundos que seriam essenciais para cobrir os seus próprios gastos internos. O Reino Unido, em particular, demonstra constante progresso econômico e político. Acredito que esse possa ter sido um dos motivos que levaram a população britânica a tomar a decisão de sair da comunidade. Eu cheguei a Londres em 2004. A Inglaterra parecia um sonho! Logo que percebi como as pessoas daqui viviam e conviviam umas com as outras, eu me apaixonei: a educação nas ruas, o respeito e cumprimento das leis. E, mesmo sem dominar a língua, eu consegui me virar bem. Recém-chegado e imigrante, uma das primeiras atitudes a se tomar é deixar o orgulho de lado e trabalhar duro. Também, admirei de imedia-

to como o governo britânico, a monarquia, controla os países e ajuda a população. Todo cidadão britânico tem o direito de moradia, saúde, educação. Para aqueles que não possuem casa própria, existe o “house benefit”, que é bem parecido com o programa “Minha Casa, Minha Vida” que o PT lançou no Brasil. São casas e apartamentos construídos em blocos e disponibilizados para a população. O valor para a aquisição de sua moradia é muito pequeno e todo mundo tem condição de pagar. As estruturas das construções são muito legais, muitas delas chegam a ser super confortáveis (comparando com a realidade brasileira, muitas delas são até de luxo!). Existe uma boa quantidade de benefícios em prol da população, muita gente consegue construir e ter um nível de vida bem confortável. Eu acredito que esse seja mais um motivo que levou a população


britânica a decidir romper com os laços europeus. Vou tentar ser bastante sucinto sobre o que eu presenciei no decorrer dos anos e ligar a escolha do “Brexit” com os atos que, recentemente, tomaram o mundo de surpresa. Todo cidadão que pertence à União Europeia possui praticamente os mesmos direitos de um cidadão britânico, ressalvados alguns que são pertinentes somente a quem nasce no Reino Unido. Tendo isso em vista, todo cidadão europeu que decidisse deixar seu país de origem para viver no Reino Unido poderia adquirir também os mesmos direitos de moradia, saúde e educação de um britânico, assim que começasse a trabalhar e pagar suas taxas e impostos. Com o passar dos anos, muitos imigrantes europeus vieram para o Reino Unido à procura de trabalhos e de uma vida melhor. Logo que chegaram, arrumaram seus empregos e se estabeleceram. E,

também, contribuíram imensamente com a construção do país, pagando os seus impostos e, consequentemente, infiltrando-se na sociedade britânica. Muita gente foi e é ajudada com moradia e outros benefícios, resultando em uma conta gigante a ser paga pelos cofres públicos. Hoje em dia, o processo para se adquirir um flat é muito mais extenso e trabalhoso do que há alguns anos, devido à quantidade de pessoas solicitando os benefícios. Muitos são negados! Os cidadãos ingleses se sentem prejudicados. Eles têm que “entrar na fila dos benefícios”, esperar a contemplação e, ainda, correr o risco de rejeição. Então, o imigrante começa a fazer parte de um quadro indesejado. Parte da população também acha que os imigrantes estão tomando os seus trabalhos. É importante ressaltar que fazem parte desse grupo de pessoas os

britânicos mais simples, sem qualificações profissionais e/ou estudos. Muitos imigrantes são formados em seus países de origem, têm qualificações profissionais e se destacam, inclusive, dentro do mercado britânico. Os outros, que não são qualificados, se empenham e se esforçam, chegando até a conquistar um diploma e se profissionalizar. Um ótimo exemplo de dedicação e competência! David Cameron, candidato ao cargo de primeiro-ministro na época, para conseguir se destacar na candidatura, semeou a ideia de um plebiscito. Essa ideia já estava sendo cogitada por algum tempo, mesmo antes de Cameron. O objetivo seria consultar o povo, no sentido de permanecer ou não na União Europeia. Já que os problemas seriam causados em parte pela quantidade de imigrantes, de repente, a solução poderia ser impedir que eles entrassem no país, bastando, para isso, romper julho de 2016

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com o tratado da União Europeia. Saindo, também, da União Europeia, sobraria muito mais dinheiro a ser investido na saúde, na moradia, na educação. Essa foi a estratégia que garantiu a Cameron a posição de primeiro-ministro inglês. O plebiscito aconteceu. As grandes cidades, como Londres, Manchester, Liverpool, Bristol, dentre outras, votaram para permanecer, porém, os vilarejos e as cidades de menor porte, em que moram geralmente somente os britânicos (que somam a maioria), votaram para sair. O Reino Unido, agora, se prepara para desfazer as relações que, há tantos anos, têm mantido com o restante da Europa. Uma onda de pessimismo e desconforto tomou conta do país inteiro. Existem milhares de imigrantes vivendo aqui e muitos, como eu, são brasileiros. O que vai acontecer agora? Será que ainda teremos permissão para viver no Reino Unido ou todos nós vamos ter que voltar para os paí-

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ses de origem? Muitas mudanças terão que ser realizadas, novas leis vão ser criadas e, por enquanto, o que paira no ar é uma imensa dúvida e confusão de como será e o que vai acontecer no futuro. Eu acho que foi uma decisão precipitada. O Reino Unido, como um todo, é movido por imigrantes. São muitas pessoas trabalhando, pagando seus impostos. Grande parte dos que votaram para sair é formada pelos jovens que desejam ter uma vida mais fácil e com mais benefícios. Sem tanta gente para repartir o bolo, ficaria muito mais fácil ganhar uma casa ou ter vários filhos (e, assim, receber maior ajuda do governo para sustentar a família). É a famosa comodidade que corrompe as pessoas. Sem falar no preconceito que está renascendo para com os imigrantes. A Europa possui uma história horrível em relação a preconceitos (vamos citar Adolf Hitler). Tenho assistido, pela televisão, às manifestações em que

os “ignorantes” estão, inclusive, fazendo o sinal da suástica, gritando palavras como “Fora, imigrantes!” e incitando a violência. Eu, sinceramente, gostaria que a saída da União Europeia fosse cancelada. Entretanto, como esse é um país democrático e a decisão do povo não pode ser desconsiderada, isso não vai acontecer. Então, que essa saída traga ao Reino Unido mais prosperidade, que seja um país pacífico, no qual as leis funcionem e as pessoas respeitem umas às outras. Somente o tempo vai dizer se essa decisão consolidará o Reino Unido como pacífico, forte e exemplar, como sempre foi, ou se será o motivo da queda de uma grande nação.

Valnei D. Ferreira



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Alta qualidade e variedade de sabores caem no gosto dos brasileiros e as cervejas artesanais se destacam no setor de bebidas. Por Leonardo Miranda

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uem ainda não experimentou uma cerveja artesanal, mesmo sabendo que seu preço é mais elevado que o de uma cerveja comum, com certeza tem curiosidade de experimentar. São cervejas consideradas “puro malte”, produzidas em menor escala, com equipamentos adequados, ingredientes de altíssima qualidade, e, acima de tudo, a produção exige experiência do cervejeiro e receitas de sucesso, já que são as receitas que garantem os diferentes sabores e sensações que conquistam cada vez mais consumidores. As pessoas estão aderindo a um novo jeito de apreciar uma boa cerveja, o que fica definido

pela frase “beba menos, beba melhor”. De acordo com dados do SEBRAE, os consumidores que dão preferência às cervejas artesanais integram as classes A e B. Dos mais de 15 bilhões de litros de cerveja produzidos no Brasil atualmente, 1,5% abarca as cervejas especiais, que, além das artesanais, reúnem as cervejas industriais de categoria “premium” e cervejas importadas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), as cervejas especiais ocupam 5% do mercado de cervejas e têm previsão que seu número de vendas dobre pelos próximos anos. Na última década, a produção anual de


cerveja no Brasil cresceu mais de 65%, saltando de 8,2 bilhões para os atuais 15 bilhões, segundo os dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal (SICOBE). De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), existem mais de 1.500 rótulos de cervejas artesanais, entre importadas e nacionais, circulando pelo território nacional. O último “Concurso Brasileiro de Cervejas” em Blumenau contou com a participação de 1.469 cervejas inscritas de 222 cervejarias (sendo 86 novas). Trata-se de um mercado que cresce de 30% a 40% ao ano e que já abriga por volta de 300 cervejarias registradas. Além

disso, o Brasil possui mais de 70 cervejarias ciganas, tudo isso sem contar a produção caseira. Os anos de 2013 e 2014 registraram um expressivo crescimento. Além do surgimento de novas cervejarias, o setor registrou aumento nos pontos de venda e no mercado consumidor. Segundo o especialista no assunto Evandro Zanini, responsável pelo site www.cervejasdomundo.com, para cada emprego em determinada cervejaria, outros 52 empregos são criados na cadeia cervejeira. Enquanto as grandes cervejarias empregam duas pessoas para produzir cada milhão de litros/ano, as microcervejarias empregam até 30 funcionários.

Microcervejarias

Pequenas empresas que, mesmo utilizando equipamentos de última geração, têm a sua produção reconhecida como artesanal, devido aos cuidados com os ingredientes e com o processo.

Estágios dos produtores Na medida em que aumenta a preferência pelas artesanais, surgem novos rótulos no mercado. A maioria dos fabricantes começa com uma produção caseira, fazendo as “cervejas de panela”. Em seguida, passam a produzir as chamadas “cervejas ciganas” e, só depois, quando suas receitas são reconhecidas e admiradas, é que investem mais pesado em uma microcervejaria.

Cervejas ciganas

São produzidas em microcervejarias pelos fabricantes que alugam o equipamento e espaço da empresa para produzir uma receita particular. Trata-se de uma alternativa mais econômica a fim de cumprir todas as normas exigidas para que novos rótulos possam ser comercializados. Essa alternativa também atende a necessidade de algumas microcervejarias que não utilizavam todo potencial produtivo de seus investimentos.

Cervejas de panela

É como praticamente toda produção de cerveja artesanal começa: utilizando panelas e alguns equipamentos básicos. Quando a pessoa percebe que acertou sua receita, o próximo passo é conseguir comercializá-la. As cervejas artesanais feitas em casa são conhecidas como “cervejas de panela”, o que já está virando uma mania nacional, visto que cada vez mais pessoas se aventuram a produzir e começam levando tudo muito a sério.

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Minas: a Bélgica brasileira Com suas 25 microcervejarias, Minas Gerais exemplifica muito bem esse exponencial crescimento na produção da cerveja artesanal no Brasil. Inclusive, o estado é internacionalmente reconhecido como “a Bélgica brasileira”. Existem premiados rótulos que trazem como marca registrada a criatividade mineira, garantindo constantes novidades, com receitas inovadoras que apresentam raspas de frutas, gengibre, coentro, chocolate e açúcar mascavo. A capital Belo Horizonte reflete o potencial cervejeiro de Minas. Além dos vários estabelecimentos voltados para atender aos consumidores, a cidade concentra tradicionais microcervejarias, com, inclusive, a mais antiga

do estado: a Cervejaria Backer (fundada em 1999). Outras importantes microcervejarias da cidade são: Wäls (fundada no final dos anos 90), Falke Bier (fundada em 2004) e Cervejaria Küd (fundada em 2010). A cidade de Nova Lima também representa o potencial do estado quando o assunto é cerveja artesanal, com as seguintes cervejarias: Jambreiro, Vinil, Taberna do Vale (fabricante dos rótulos a seguir: Taberna Hell, Carol Weiss e Mariwit) e, ainda, Küd (que produz chope em barriletes). Outra cidade que também se destaca é Capim Branco, com sua Cervejaria Artesamalt, que, desde 2007, produz cervejas artesanais. Um quarto entre os muitos municípios mineiros que exemplificam o potencial cervejeiro de nosso estado é Ribeirão das Neves, com a famosa Falke Bier. É importan-

Harlison Scortegagni Soares, Marcelo Diniz Carvalho e Flavia Mara Evangelista, sócios da Gangster Cervejaria.

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te lembrar que a referida cidade ainda apresenta vários rótulos de cervejas ciganas e também de produção caseira.

Gangster Cervejaria Representando as cervejarias ciganas de Belo Horizonte, podemos citar a Gangster Cervejaria, dos sócios Harlison Scortegagni Soares, Marcelo Diniz Carvalho e Flávia Mara Evangelista. Segundo Flávia, que há muito se interessa por cervejas artesanais e especiais, a primeira produção em escala comercial se deu em outubro de 2015. Na época, a produção foi de 500 litros. “Nossas bateladas atualmente são de 2.000 litros. As alterações no processo de produção foram várias, uma vez que, nas produções caseiras, a rusticidade é infinitamente maior, enquanto, em escala industrial, os equipamentos e métodos de con-


trole são muito superiores, inclusive por exigência da legislação e órgãos reguladores e fiscalizadores”, explica a cervejeira. Flávia ainda destaca que, em relação às receitas, também houve alterações, conforme a eficiência dos equipamentos. A produção mensal da Gangster gira em torno de 3.000 a 4.000 litros e a comercialização é feita diretamente pelos três sócios e também por uma distribuidora. O negócio vem crescendo, mas Flávia pontua que existem muitas dificuldades e injustiças no setor. “Os desafios são muito grandes e dos mais variados, tais como: elevada e injusta carga tributária, elevados custos operacionais, logística, concorrência, dentre outros. Vivemos em um momento de crise, o que também traz impactos. Mas, acreditamos muito no segmento e penso que, com produtos de qualidade, uma boa estratégia de marketing, respeito ao consumidor, inovação e uma boa dose de perseverança, esse é um mercado muito promissor”, expõe a cervejeira, que ainda destaca que os planos são de aumentar consideravelmente a produção. “Queremos oferecer um mix de produtos diversificados, conquistar novos mercados, auxiliando no processo de difusão da cultura

Marcos Juliano e Nayara Abrão, sócios da cerveja artesanal Logan.

cervejeira e possibilitando ao público consumidor a alforria em relação aos produtos massificados que, hoje, dominam o mercado, apresentando novos aromas, sabores e experiências, tudo com o incentivo ao consumo responsável”, finaliza a empresária Flávia, que faz questão de ser chamada de “cervejeira”.

Cerveja Logan Já para representar as cervejas artesanais caseiras feitas na capital mineira, vamos falar um pouco acerca da cerveja produzida por Nayara Abrão, que vem se dedicando a conhecer e explorar o universo das cervejas artesanais. Nayara, além de entrevistada, colaborou diretamente na produção desta matéria, ajudando com levantamento de dados e contato com as demais fontes. Trata-se de um assunto que a fascina, assim como vem conquistando cada vez mais pessoas na capital mineira: “Todos os dias, mais pessoas se interessam em produzir, sem contar que, aqui, em Belo Horizonte, há uma quantidade considerável das casas destinadas exclusivamente a atender ao mercado cervejeiro em todas as suas extensões: venda de insumos, cursos, equipamentos, dentre outros.

Tudo isso incentiva ainda mais quem pretende produzir sua própria cerveja”, comenta Nayara. Ela é sócia-proprietária e produz uma cerveja artesanal caseira chamada “Logan”. “Como eu já estava inserida na área de processos fermentativos, biotecnológicos e afins, assim que me mudei para Belo Horizonte, procurei o que teria de curso por aqui para ir acompanhando e me inteirando sobre o assunto! Não demorou e meu amigo e chefe Marcos Juliano, também um apaixonado por cervejas de qualidade, propôs que fizéssemos nossa própria cerveja. Topei na hora e, agora, estamos juntos nessa e muito eufóricos para ver nossa Logan no mercado”. Nayara explica que a produção está em fase de padronização e estudo de viabilidade do negócio. “Estamos adquirindo alguns equipamentos em busca de melhorias, sempre!”, pontua a cervejeira.

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A região do sul de Minas De acordo com o Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), a região sul-mineira concentra seis das 25 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura no estado. Um exemplo é a Cervejaria Gorillaz, de Poços de Caldas, que começou quando o engenheiro de alimentos Adriano Moreno evoluiu da produção de cerveja caseira para uma microcervejaria. Outro exemplo, dessa vez em Lavras, é a Cervejaria Joia Mesquita, mais uma cervejaria mineira para engrandecer o mercado cervejeiro nacional com boas receitas e bons rótulos. É importante ressaltar que, além da produção das microcervejarias, do mesmo modo que ocorre na capital, ainda existe, no interior, a produção das ciganas e caseiras. Assim como também acontece na capital, cada vez mais pessoas têm se aventurado a produzir cervejas, pessoas que gostaram de apreciar a bebida e são seduzidas pela possibilidade de elaborá-la. O comerciante do ramo da panificação Anselmo Elias Clepf Paiva e seu irmão Fabrício Elias Clepf Paiva, que é dentista, começaram, há seis meses, a produção caseira em Varginha. “Sempre gostamos de tomar cervejas diferentes, especiais. Descobrimos que poderíamos fazer nossa própria cerveja e conhecer novos sabores e aromas. Fazemos cerveja na padaria aos domingos, quando ela se encontra fechada”, aponta Anselmo. Os irmãos contam que pretendem desenvolver a produção, objetivando atingir o mercado consumidor. “Assim que nossa cerveja obtiver 44

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um padrão que agrade ao público, começando pelos meus familiares e amigos, e tivermos a certeza que teremos condição de produzir uma quantidade maior com qualidade similar a quando fazemos na panela, acho que podemos apresentar a nossa cerveja para o consumidor cervejeiro”, conta ele. A região também já tem uma considerável quantidade de estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes e casas especializadas, que oferecem uma grande diversidade de rótulos de cervejas artesanais e “premium”. Exemplos disso são o Hasta La Beer e o Dom Caixote, ambos os estabelecimentos localizados na cidade de Varginha. Em Alfenas, podemos citar o Restaurante do Ali, que, há dez anos, já oferece com pioneirismo as cervejas especiais artesanais na cidade e região.

Hasta la Beer, em Varginha, com apenas um ano de funcionamento já oferece cerca de 500 rótulos diferentes.

Como produzir cerveja artesanal caseira? O nome “cerveja caseira” ou “cerveja de panela” pode até dar a impressão de que se trata de algo fácil de fazer, porém, é um processo muito complicado, que, além de conhecimento, exige equipamentos adequados. Para iniciar uma produção caseira, é necessário um investimento entre 1.500,00 e 1.700,00 reais. Um kit completo em alumínio para produção de 20 litros, por exemplo, custa pouco mais que 1.600,00 reais, incluindo: tina de clarificação, dois caldeirões com válvula extratora, termômetro, densímetro de massa específica (entre 1.000 e 1.100), proveta de 250 mililitros, dois baldes para fermentação e maturação de 22


Equipamento pronto.

Colocando o malte.

Fazendo a recirculação para clarificar o mosto.

litros, válvula airlock, aerador de mosto com filtro antibacteriano, moinho de cereais guzzo, máquina de colocar tampinhas e um chiller de 7,5 metros. Lembrando que tudo isso é apenas o básico do básico para se começar uma produção. Contudo, muitos cervejeiros caseiros optam por construir seus equipamentos, fazendo adaptações que podem, inclusive, melhorar o desempenho da produção. “Cervejeiro caseiro tem que gostar de cozinhar, tem que ser mecânico e improvisar vários itens no equipamento para baratear o custo”, aconselha Anselmo. As matérias-primas utilizadas na produção artesanal precisam ser de alta qualidade e o básico é malte de cevada, água, lúpulos e leveduras. O processo de produção começa com escolha do estilo e o preparo de uma receita. Trata-se de um processo muito complicado, que necessita de um verdadeiro tutorial. O site www.comofazercerveja.com.br oferece uma receita e um modo de preparo, ideais para iniciantes.

Fabrício (esq.) moendo o malte e Anselmo (die.) tampando as garrafas.

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32ª FISPAL Food Service

Fortalecimento do setor de alimentação diante da crise.

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s feiras e eventos empresariais estão em expansão no Brasil e têm papel fundamental na luta contra a crise do país. Alinhada a isso, a “FISPAL Food Service” (Feira Internacional de Produtos e Serviços para a Alimentação Fora do Lar) chegou à sua 32ª edição em 2016, reafirmando novamente a sua posição como o principal encontro do setor e a maior feira latino-americana da alimentação fora do lar. Tal evento aconteceu na Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias 14 e 17 de junho, com mais de 1.500 marcas expositoras e 50 mil visitantes, apresentando novidades, tendências e soluções para negócios com máquinas, equipamentos, alimentos e bebidas, cozinhas profissionais, ingredientes, acessórios, utensílios, móveis, decoração, higiene e limpeza profissional, refrigeração, logística e transporte, aditivos e insumos, automação comercial, embalagens, equipamentos de proteção individual, uniformes e serviços. A feira reuniu proprietários e gestores de restaurantes, bares, pizzarias, padarias, buffets, ca46

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feterias, hotéis, além de contar, também, com os distribuidores e lojistas do setor, vindos de todo o país. Em 2016, a FISPAL ocorreu simultaneamente e lado a lado com a “ExpoVinis”, principal evento de vinhos da América Latina, que congrega produtores brasileiros, importadores, exportadores e distribuidores nacionais e internacionais de vinho, e com a “25ª ABF Franchising Expo”. Também, manteve a união com a FISPAL Sorvetes e a FISPAL Café. Com isso, o setor de alimentação obteve, nessa união de feiras, alternativas de incremento de produtos a serem ofertados aos seus clientes, tornando-se mais uma alternativa poderosa para enfrentar a crise. E, por falar em crise, o momento de retração geral dos negócios, o qual atravessa o país, acabou contribuindo para que o foco do evento fosse muito bem demarcado, possibilitando aos expositores e visitantes um acentuado reposicionamento da gestão, focando em soluções que ofereçam sustentabilidade aos negócios. Foi o que explicou Clélia Iwaki, diretora da Informa Exhi-

bitions e uma das organizadoras da FISPAL. O aperto geral no caixa dos bares e restaurantes está servindo como um campo de provas para testar a qualidade da gestão, compelindo os empresários à busca pelos maiores níveis possíveis de produtividade. Além disso, foram abordados, durante os dias de eventos, em estandes, palestras e seminários, assuntos como: segurança dos alimentos, sustentabilidade e “saudabilidade”. As parcerias para a realização do evento foram de extrema importância. Por exemplo, com o SEBRAE e com a ABRASEL, a FISPAL pôde apresentar uma série de oportunidades com foco na gestão e nas soluções empresariais, como com o Lounge ABRASEL (30 anos), que recebia as caravanas com atendimento diferenciado.

Sul de Minas na FISPAL Participou, também, do evento o Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha (SEHAV), representado pelo seu presidente André Yuki. André visitou os estandes, realizando networking e negócios, compar-


Fotos: Studio F - FISPAL - COMPLEXO FOOD 2016, São Paulo-SP www.studiofimagem.com.br

tilhando informações e conhecimento, bem como fortalecendo cada vez mais a entidade. Durante o evento, o SEHAV participou da reunião do conselho de representantes da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), com 60 sindicatos, na qual foram tratadas as principais questões que afetam os mais de 940 mil empresários representados pela entidade, além da deliberação sobre os projetos ligados à melhoria da representação do setor. Foi discutida, também, a responsabilidade do setor de turismo diante da crise e dos grandes eventos e adventos que ocorrem no Brasil, como as Olimpíadas, a legalização dos hotéis-cassinos, entre outros temas. Para os pequenos empresários, a feira também é um importante evento anual, que pôde acarretar um bom desempenho do negócio. Leandro Arakaki, sócio do restaurante japonês Mensorê, conta

Ricardo Rodrigues Presidente da ABRASEL MG, Alexandre Sampaio Presidente FBHA e André Yuki PresidenteSEHAV.

que participar da FISPAL foi uma ótima oportunidade para conhecer novidades, tendências, fazer networking e se atualizar sobre o mercado de food service no Brasil. “Pelo fato de ser em São Paulo, a feira reúne empresas de todo lugar do Brasil. Tive a oportunidade de visitar fornecedores já conhecidos e fazer contato com novos fornecedores. Participei, também, de palestras muito interessantes,

ligadas diretamente ao setor de restaurantes”, resume Arakaki. Os tempos de crise foram, para o empresário, um incentivo a mais a visitar a feira, buscando um diferencial para o negócio, reinventando-se com as novidades, além de manter uma operação eficiente. É uma ótima dica para quem quer expandir os horizontes e se manter firme em busca do sucesso!

Fontes: Assessoria do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha (SEHAV) e Revista Bares & Restaurantes (110ª edição). Edição: Isabella Alves. julho de 2016

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Corrida com bastão no mundo dos negócios

Por Valmir Rodrigues

A

corrida com bastão é uma prova de pista do atletismo. São equipes de 4 atletas, em que cada um deles deve cumprir uma quarta parte do percurso. Ao término de sua parte, o atleta deve passar o bastão ao companheiro que o sucede, até que o último passe pela linha de chegada. Quem fizer isso no menor tempo ganhará a corrida e levará a medalha de ouro para casa. Comparando a corrida com bastão no mundo dos negócios, em relação à empresa, aos funcionários, ao software, ao contador e ao fisco, o que importa não é chegar primeiro, mas, sim, que as informações geradas pela empresa cheguem com qualidade e de forma correta para o fisco.

Vamos imaginar, então, que cada atleta dessa corrida seja o seguinte: 1º atleta: Empresa A empresa está preparada para a fiscalização digital? Ou seja, para o mundo do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)? Hoje, independentemente da opção tributária da empresa (se “simples”, “lucro presumido” ou “lucro real”), as informações geradas na empresa serão as informações que o fisco irá receber, não sendo mais possível que essas informações vão primeiro até a contabilidade e depois para o fisco. Um exemplo claro disso é a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). 48

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2º atleta: Sistema O sistema que a empresa utiliza deverá ser um sistema que tenha um suporte rápido, eficiente, e que atenda as exigências tanto fiscais quanto da gestão, e deverá estar preparado para gerar, no mínimo, os seguintes arquivos digitais: A. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e); B. SINTEGRA e/ou Escrituração Fiscal Digital (EFD); C. Escrituração Contábil Digital (ECD); D. EFD das Contribuições; E. Escrituração Contábil Fiscal (ECF) e outros.

3º atleta: Os funcionários das empresas Os funcionários das empresas que são responsáveis por inserir no sistema as informações (ou captá-las de alguma forma)

e conferir se estão no sistema da empresa deverão ser ou estar bem treinados, tendo um conhecimento muito bom tanto do sistema que a empresa utiliza quanto da legislação fiscal e tributária, e entender que todos os campos de um sistema são importantes e deverão ser preenchidos.

4º atleta: A contabilidade e seus colaboradores Observem que a contabilidade é o quarto componente dessa corrida, mas todos os componentes têm que correr e trabalhar para que o bastão ou a informação chegue de uma forma correta na contabilidade, porque depois só existe a linha de chegada. A contabilidade deverá orientar a empresa, munindo-a de informações necessárias para que tudo seja feito de uma forma correta desde o início do processo.


A empresa, os funcionários da empresa, o software, a contabilidade, o fisco e a corrida com bastão.

A linha de chegada é o final, onde a empresa poderá comemorar a vitória ou chorar pela derrota. Quem está de prontidão na linha de chegada é o fisco, analisando e observando todos os processos desde o início, inclusive se, em alguma etapa, um ou outro componente pisou na linha de partida ou cometeu alguma infração. O sucesso empresarial em forma de lucro só poderá ser considerado como sucesso depois da certeza de não ter cometido nenhuma infração, seja no pagamento dos impostos ou no cumprimento das obrigações acessórias. Portanto, todo e qualquer processo começa na empresa, passa pelo software, pelos funcionários da empresa e pela contabilidade. Todos devem trabalhar em perfeita sintonia para que o sucesso seja garantido. julho de 2016

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