Revista QShow - setembro 2016 - Doação de Vida

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Conteúdo democrático

A revista para quem tem conteúdo

Esta edição segue recheada dos mais variados temas em artigos enriquecedores

Condomínio para empresas

Entrevista

Ítalo Manzine, o nadador de Paraguaçu que disputou nas Olimpíadas, conta o que aprendeu com os jogos e os seus planos para o futuro p.10

Espaço totalmente pensado para atender necessidades empresariais é pioneiro na região p.48

Casa de apoio Vida Viva de Alfenas inaugura um novo espaço de acolhida e cuidados para os pacientes da região p.38

Dia do Contador

O profissional que pode auxiliar no sucesso das empresas p.50

QUANDO UMA PESSOA PODE SALVAR VÁRIAS OUTRAS VIDAS p. 30


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ARTICULISTAS

EXPEDIENTE DIREÇÃO GERAL VALMIR RODRIGUES

Alessandra Espanha Empresária

Felipe França Psicólogo

Juliano A Belo

Analista Comercial e Marketing da Artyweb

EDITOR CHEFE DOUGLAS PAIVA JORNALISTA RESPONSÁVEL LEONARDO MIRANDA MTB 46.302/SP DIREÇÃO DE ARTE ANGÉLICA ARAKAKI PUBLICIDADE WAGNER DE SOUZA

Leonardo Gomes

Gerente Administrativo

Magna Ayres

Bacharel em Ciências Contábeis e Administração. Professora da UNIMONTES

Regina dos Santos

Bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduada em Controladoria. Professora da UNIMONTES

REDATORES ISABELLA ALVES LEONARDO MIRANDA FOTOGRAFIA ISABELLA ALVES LEONARDO MIRANDA DEP. COMERCIAL MARCELO OLIVEIRA REVISÃO AMANDA NAVES IMPRESSÃO GRÁFICA 3 PINTI

Noler Heyden Flausino Valnei D. Ferreira Personal trainer e membro de ISAK

Correspondente de Londres

Vivian Rio Stella

Dra em Linguistica pela UNICAMP e empresária

QUER TER SEU ARTIGO PUBLICADO NA QSHOW? ENTRE EM CONTATO E SAIBA COMO. contato@revistaqshow.com.br

Angélica Arakaki Designer

Isabella Alves Redatora

Nos siga nas redes sociais! :D RevistaQShow qshowrevista

Leonardo Miranda Jornalista

Marcelo Oliveira Dep. Comercial

REDAÇÃO RUA LEÃO DE FARIA, 86 3º ANDAR, SALA 5 CENTRO - ALFENAS - MG CEP 37130-000

A Revista QShow não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários.

QUEM FAZ

Amanda Naves Revisora

CIRCULAÇÃO SUL DE MINAS

Wagner de Souza Designer


EDITORIAL

A décima terceira capa Por Isabella Alves e Leonardo Miranda

No decorrer de um ano de capas voltadas para a divulgação do conteúdo informativo, destacamos vários assuntos importantes, como violência, abandono de animais, educação, crise econômica, racismo, bikes, lixo, produção energética, cultura mineira, empreendedorismo, Olimpíadas e democratização da comunicação. Dando continuidade à nossa linha editorial, começamos o nosso segundo ano destacando assuntos de interesse público, abordando a questão da doação de órgãos, uma ação solidária capaz de salvar a vida de muitas pessoas e que merece todo o esclarecimento possível. Outro destaque desta edição é a nova seção de entrevistas com personalidades da nossa região. Para estrear, entrevistamos Ítalo Duarte, nadador de Paraguaçu que representou o Brasil nas Olimpíadas do Rio e está entre os melhores do mundo. Na seção de educação, trazemos a cobertura de um evento inovador, realizado pela Uninter (de Alfenas), que destaca a importância de ações práticas no ensino a distância. Nesta edição, o destaque musical fica com uma dupla que possui mais de 25 anos de experiência, formada pelo simpático casal

alfenense Alda e Camilo Zaponi, artistas que ajudam a escrever a história da música da região. Ainda na seção cultural, confira a matéria sobre o livro “Lágrimas de Sangue”, do autor Alisson Eugênio, professor da UNIFAL, que traz um pouco mais sobre o processo de desenvolvimento da obra e apresenta relatos médicos da época da escravidão no Brasil. Endossando nosso compromisso de apresentar as matérias com cunho social, você confere como ficou a nova casa de apoio da Associação Vida Viva de Alfenas. O espaço acolherá pacientes de toda a região, com leitos doados por famílias e empresas da cidade. Outras duas matérias vêm para divulgar ações da Construcar (Construai), revelando que o empreendedorismo demanda articulação com os parceiros e também ações de cunho social. Ainda dentro do universo empreendedor, confira uma matéria sobre o condomínio empresarial Logfenas e conheça todas as vantagens desse empreendimento que chegou para revolucionar o município. A abrangência de temas de nossos artigos também já é marca registrada da QShow. Nosso articulista Juliano Belo chega

E-ASO

para falar como a comunicação e o marketing podem ajudar em ações filantrópicas e na doação de órgãos. Alessandra Espanha apresenta sua experiência sobre uma terapia com pedras quentes, realizada em Varginha, e temos, também, um resumo do que rolou no “Brasil Game Show”, a maior feira de games sul-americana, com a visita do nosso articulista Leonardo Gomes. Noler Heyden Flausino, educador físico, aborda a importância de se buscar orientação profissional para a prática de exercícios físicos. Ainda, há o texto de Felipe França, psicólogo, articulista, palestrante e parceiro da QShow, que, desta vez, afirma que todos nós precisamos de esperança para vencer o sofrimento. Para as próximas edições, reservamos outras novidades e, em breve, estaremos inaugurando nosso portal para atingirmos cada vez mais leitores, sempre divulgando o que nossa terra e nossa gente têm de melhor.

Empresa de Atestados de Saúde Ocupacional Assistência Médica nas Ações Judiciais (35) 3011-2680 | empresadeatestadodotrabalho@gmail.com Av. São José, 1395 Centro – Alfenas MG



SUMÁRIO CliQShow 8 Tempo Seco Entrevista 10 Ítalo Manzine Games 12 Brasil Game Show 2016 Música 14 Alda e Camilo Zaponi Cultura 16 Lágrimas de Sangue Educação 18 Inovação no ensino a distância Turismo 24 Pampulha: Patrimônio Mundial da Humanidade Filantropia 38 Vida Viva inaugura novo espaço de acolhimento 40 "Tudo de cor" para o Lar São Vicente de Paulo

30 CAPA Doação de Vida Artigo 20 O legado da vila Olímpica em Londres 27 Comportamento | Mas é claro que o sol vai voltar amanhã 34 Saúde e Beleza 36 Saúde | Você Corre? 42 Aposentadoria não é o fim da carreira Empreendedorismo 44 O marketing que salva vidas 46 3ª Expo Construai 48 O lugar ideal para a sua empresa no sul de Minas 50 O guia para além da crise 52 Novos desafios na venda a outros estados, destinada a consumidores finais Informativo Piblicitário 26 Cidadania Italiana setembro de 2016

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Tempo Seco por VENICIO

SCATOLINO

Alfenas MG

PARTICIPE! CliQShow é uma seção criada para você, fotógrafo, aspirante e admirador da arte de fotografar. Todos os meses a Revista QShow escolhe a melhor foto enviada pelos leitores para estampar duas páginas da revista. Você tem um registro bacana? Envie pra gente!

Regulamento: Os interessados em publicar sua foto – que será avaliada pela equipe da QShow devem enviar suas obras pelo email: contato@revistaqshow.com.br.As fotografias serão analisadas considerando critérios como qualidade e originalidade. As obras devem ser enviadas em alta resolução e sem manipulação digital, sendo de responsabilidade única e exclusiva do participante a autoria e o conteúdo da imagem, devendo ele observar a legislação autoral vigente. A Revista QShow, ao receber as fotos, está autorizada pelos autores a publicar o material, de forma integral ou manipulada. O tema da fotografia é livre, e estará concorrendo até o final do concurso.



Entrevista com

Ítalo Manzine

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a edição publicada antes da realização dos Jogos Olímpicos, falamos sobre a carreira de Ítalo Manzine, que nos concedeu uma primeira entrevista para a matéria de capa da edição de julho. O atleta, formado nas piscinas do Ideal Clube de Paraguaçu, conquistou a 13ª colocação nos 50 metros livres (baterias), com o tempo de 21,96 segundos. Participou das semifinais dos 50 metros, garantindo o 8º lugar da segunda bateria, com o tempo de 22,05 segundos, terminando sua participação nos Jogos Olímpicos com a 15ª colocação geral. Ítalo ainda mantém a 14ª posição no ranking mundial, segundo o ranking da Federação Internacional de Natação (FINA). Agora, voltamos a falar com o atleta para sabermos como foi participar dessa competição e outras curiosidades que só quem vivenciou as Olimpíadas poderia responder.

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QShow | Deve ser uma emoção indescritível! Mas todos, principalmente da sua cidade e região, querem saber: em suas palavras, como foi a experiência de participar de uma Olimpíada? Ítalo Manzine | Os Jogos Olímpicos foram uma experiência ímpar! Provavelmente, esse foi o momento mais importante da minha carreira como atleta até o presente momento, pois, mesmo estando insatisfeito com a minha performance, eu pude aprender muito sobre a diversidade e o espírito olímpico.

"Apesar da falta de medalhas, eu encaro o resultado como positivo. Batemos recordes em número de participantes de semifinais e de finais na competição, além de termos tido a maior seleção da história do Brasil."

Como foi a relação com os atletas dos outros países? Conheceu muita gente interessante? Vivenciou situações curiosas ou inusitadas? Na Vila Olímpica, é impossível não interagir com os atletas de outros países! São aproximadamente 25 mil pessoas de todos os cantos do mundo, interagindo no mesmo espaço, praticamente 24 horas por dia. Uma das coisas que eu mais gostava de fazer no tempo livre era ficar no refeitório observando toda a diversidade e, de vez em quando, alguma lenda passava ao meu lado, como Michael Phelps, Usain Bolt, Rafael Nadal, entre outros.


O que muda na vida de um atleta depois de participar da maior competição da humanidade? Acredito que o que mais mudou foi que me tornei mais empolgado e determinado do que nunca (não apenas no esporte, mas, também, para qualquer outra coisa na vida). Foram tantos exemplos de superação e determinação aos quais pude assistir pessoalmente que é difícil não ficar inspirado! Como você avalia seus resultados nas Olimpíadas? Falando no quesito de resultados, eu não fiquei muito satisfeito. Sei que dei o meu melhor, treinei muito bem por toda a temporada e estava bem focado, mas, infelizmente, o meu melhor resultado não veio. O esporte é feito de altos e baixos: o que impulsiona para o topo é permanecer motivado, mesmo perante as dificuldades. Vou trabalhar ainda mais sobre meus erros e chegar em 2020 melhor do que nunca. O histórico da natação brasileira em Olimpíadas cria a expectativa de medalhas. Quais seriam os pontos positivos e negativos dessa expectativa? A natação é um dos esportes que mais trouxeram medalhas para o Brasil nas últimas edições dos Jogos Olímpicos. O lado bom disso foi que todos da seleção entraram para nadar e ganhar, mas acho que isso pode ter gerado um excesso de ansiedade nos primeiros metros de competição, comprometendo a melhor performance. Natação é um esporte em que é preciso ter um bom equilíbrio entre a emoção e a razão. De modo geral, como você avalia a natação brasileira nos Jogos Olímpicos? Apesar da falta de medalhas, eu encaro o resultado como positivo. Batemos recordes em núme-

ro de participantes de semifinais e de finais na competição, além de termos tido a maior seleção da história do Brasil. Creio que nós estamos no caminho certo, mas é necessário dar continuidade ao investimento no esporte, para que tenhamos resultados ainda melhores em 2020, assim como a Grã Bretanha fez de 2012 para 2020. Você tem patrocinadores fixos, por fora do contrato com o Minas Clube? Consegui, mais recentemente, o importante patrocínio da Força Aérea Brasileira e, nos últimos anos, apareceram algumas empresas me apoiando, como a Hammerhead, todas elas oferecendo apoio em materiais e serviços para a minha melhoria de desempenho. Como é a luta para buscar patrocínios para natação? A busca para patrocínios na modalidade da natação é uma luta árdua e diária, sendo realmente muito difícil conseguir um apoio, principalmente quando o atleta está se desenvolvendo. Necessitamos de investimento financeiro externo para atingir experiência e resultados de excelência e estamos abertos a formar novas parcerias. Qual a importância de investimentos públicos e patrocínios de setores privados para a formação de atletas? Os investimentos públicos e uma maior participação em patrocínios de empresas dos setores privados são os fatores que faltam para alavancar o esporte olímpico no Brasil. Muitas vezes, o único apoio com que um atleta vai contar é a ajuda dos pais por bastante tempo e os pais nem sempre têm uma condição financeira boa para o manter. A falta de apoio público e privado está presente desde a formação do

atleta, em que faltam mais projetos sociais (como os que revelaram medalhistas olímpicos, como Isaquias Queiroz e Rafaela Silva), até mesmo no desenvolvimento do mais alto nível, já que muitos atletas pagam por suas próprias competições para se manter no esporte. O Brasil é um grande celeiro de atletas e possui condições para estar entre os top 5 no quadro de medalhas das Olimpíadas. Mas, para isso, é necessária a ajuda de uma forma correta, investindo na base, como em projetos sociais e no esporte nas escolas, e, posteriormente, em estrutura, para que nossos atletas possuam o melhor lugar para competir e não tenham de se exilar a outro país para buscar performance. Você é jovem e essa é a primeira de muitas Olimpíadas em que você disputará. Mas, por agora, quais são os planos para o futuro e quais são os próximos desafios? Pretendo estar presente em 2020. Nesse próximo ciclo olímpico, a meta é participar de grandes competições das quais ainda não participei, como o Pan-Americano, Mundiais (de longa e curta), Copas do Mundo, entre demais competições de altíssimo nível, buscando experiência para que, em Tóquio (2020), eu possa subir no lugar mais alto do pódio. Também está nos meus planos contribuir para a popularização do meu esporte e de outros esportes olímpicos, incentivando novas gerações a optar pelo caminho do bem e tentando mostrar a elas como o esporte pode transformar nossas vidas. Mais informações sobre sua carreira estão disponíveis no site oficial do atleta: www.italomanzine.com.br. instagram: italomanzine

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GAMES

BGS 2016

Entre os dias 1 e 5 de setembro, o São Paulo Expo (Exhibition & Convention Center), se tornou palco da maior feira de games sul-americana, a “Brasil Game Show (BGS)” Por Leonardo Gomes

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“Brasil Game Show” teve seu primeiro evento realizado no ano de 2009 sob o nome de “Rio Game Show”. Nos anos seguintes, renomeada para o título atual, a feira foi transferida para São Paulo, onde, a cada ano, quebra os recordes de público. No ano de 2015, ela havia recebido cerca de 300 mil visitantes. A feira possui como objetivo trazer os mais novos lançamentos do mundo dos games para os seus fãs da América Latina, pois as maiores empresas e desenvolvedoras de games estão presentes para a divulgação de seus títulos e o entretenimento dos visitantes. Assim sendo, confira, agora, um pouco sobre a minha visão do evento.

Organização Chegar até lá não foi difícil, pois o evento disponibilizou, gratuitamente, o transporte a partir da estação Jabaquara de metrô, tudo muito bem organizado. Dentro do evento, estava tudo muito bem localizado e sinalizado, sem tumultos, já que todos podiam se locomover sem dificuldades. Muitas áreas de alimentação e de acesso aos banheiros foram fáceis de ser encontradas, assim como os estandes estavam organizados e com suporte para atender a todos os interessados. 12

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Estandes e Jogos Como chegamos mais cedo ao evento e pudemos ter acesso pela entrada de imprensa, minha esposa e eu encontramos o evento bastante vazio, bem como os jogos disponíveis para se jogar sem filas. Aproveitei para testar, no estande da Ubisoft, o novíssimo jogo “Steep”, em que podemos nos aventurar em pistas de snowboarding: um jogo com gráficos realistas, parece que estamos jogando com um personagem real. E, ainda no estande da Ubisoft, assistimos a uma conferência com um vídeo inédito sobre o jogo “Watch Dogs 2”. A Ubisoft, sem dúvidas, parecia ter o estande mais divertido. Nas costas do seu estande, havia um grande palco, onde os visitantes podiam dançar as músicas do novo “Just Dance (2017)”. Adiante, estava o estande da Warner, compartilhado com a Electronic Arts (EA), em que pudemos conferir, em primeira mão, o jogo “LEGO Worlds”, o novo jogo da famosa franquia, o qual, desta vez, vai misturar os personagens de todos os jogos já lançados até agora. O jogo continua belíssimo e divertido. Bem ao lado da Warner, pudemos ver um enorme telão, que ficou o dia todo exibindo partidas do novíssimo “FIFA (2017)”. As mudanças nesse jogo não foram muitas, mas deu para notar a evolução técnica e gráfica.

O estande da PlayStation, sem dúvidas, era um dos mais lotados e cheios de pompa. Uma das principais atrações foi o “PlayStation VR”, os óculos de realidade virtual da empresa. Seguindo a trilha de meu interesse, deparei-me com o belo estande da CD Projekt Red, com estações do jogo “GWENT”, um jogo de cartas rápido, divertido e viciante. Os visitantes também puderam jogar os fliperamas antigos, com jogos como “Street Fighter” e “Mortal Kombat”, bem como aquelas máquinas de dança (em que você precisa pisar nas setas para marcar pontos) e, ainda, os jogos de corrida com uma réplica de cockpit (simulador de direção de carro). A BGS também trouxe outras coisas do mundo geek, como action figures nos tamanhos reais de personagens dos games e dos cinemas. Havia, também, bonecos para vender e outros souvenirs, além da área indie, onde os desenvolvedores individuais puderam exibir os seus projetos. O estande do Xbox também era enorme e cheio de glamour, igualmente ao estande da sua rival PlayStation. Os visitantes precisaram ficar horas nas filas para conferir seus jogos favoritos. O jogo que mais chamou minha atenção no estande da Xbox foi o “ReCore”, um jogo, em terceira pessoa, cuja protagonista


Sucesso da Feira

Joule é acompanhada por robôs que a auxiliam nos puzzles. Esse jogo possui tudo para ser divertimento garantido! Em uma das extremidades da feira, encontrava-se uma enorme arena da “Brasil Game Cup”, trazendo partidas competitivas de “Dota”, “Clash Royale” e outros títulos. Uma enorme audiência acompanhava partidas narradas pelos apresentadores oficiais. Uma estrutura profissional. No sábado (03/09), o dia em que estive presente na feira, procurei ser pontual e estar presente no estande da CD Projekt Red para acompanhar uma partida com o youtuber Leon Martins (do canal “Coisa de Nerd”) versus o youtuber Jovem Nerd (do canal “Jovem Nerd”). Quando o Leon apontou pela entrada do palco, acompanhado de sua esposa Nilce Moretto (do canal “Cadê a chave?”), um frisson tomou conta dos visitantes. Leon se mostrou

muito simpático e nada diferente do que é visto nos seus vídeos, seguidos por mais de 5 milhões de inscritos. Menos de um minuto depois, novamente, os visitantes foram à loucura, entoando os gritos de “lambda, lambda, lambda, nerds!”, grito tradicional do Jovem Nerd, acompanhado de seu companheiro de canal Azaghal. Os dois competiram no jogo “GWENT” e, depois, ainda convidaram mais dois visitantes do auditório para representá-los enquanto eles davam dicas. Foi, realmente, uma alegria, para os que acompanham o Leon e a Nilce, vê-los de perto, já que os dois residem no Canadá e são raras as suas vindas ao Brasil para encontrar seus seguidores.

O crescimento dessa feira é notável desde a sua primeira edição. O centro de eventos mais moderno da América Latina, São Paulo Expo (Exhibition & Convention Center), é, sem dúvidas, o único lugar do Brasil capaz de sustentar um evento tão grandioso como esse. Nos últimos anos, a geração de games está evoluindo muito. Mesmo que os novos consoles sejam extremamente caros e pareçam inacessíveis para todos os ramos da sociedade, os games, no geral, estão, sim, acessíveis para todos. Por meio dos jogos online, nos celulares e em consoles mais antigos, todos podem se divertir. A feira também estava acessível a todos, já que o ingresso diário era vendido a meio valor para os que levassem 1 quilo de alimento não perecível. Vimos que a arrecadação foi um sucesso. Apesar da correria, foi muito prazeroso. Se você tiver a oportunidade de comparecer à próxima feira, não a perca, pois é um privilégio haver um evento dessa magnitude em nosso país.

Leonardo Gomes é natural de São Paulo, mas morador de Alfenas há 16 anos. Gerente administrativo de unidades e um apaixonado por videogames e filmes, escrever roteiros, histórias e letras de música.

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MÚSICA

Alda e Camilo Zaponi

Uma parceria familiar e musical que deu certo Por Leonardo Miranda

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eto de italiano, Camilo Cândido da Silveira Zaponi cresceu vendo seu pai cantar e tocar violão. Sua avó materna também era musicista, com grande conhecimento de teoria musical. “Quando era garotinho, tinha entre meus cinco e seis anos, a minha avó pedia para que eu sentasse perto dela e me ensinava a cantar salmos em seu livro litúrgico”, lembra, com saudade, Camilo, que também teve influência do primo e também músico Fábio Corrêa e do ines14

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quecível maestro Augusto Pereira. “O maestro Augusto Pereira foi meu grande incentivador e mestre, proporcionando a oportunidade de conseguir minha carreira como músico profissional pela Ordem dos Músicos do Brasil (OMB)”, completa Camilo. Alda Lúcia Jordão da Silveira Zaponi sempre foi muito ligada à música. Ela conta que participou do coral infantil da professora Ester Rosa, cantou nas missas aos domingos e na coroação de Nossa Senhora no mês de maio,

ainda criança. “Quando estava com 13 anos, aprendi a tocar violão e ouvia muitas músicas de estilos diferenciados pelo rádio e isso contribuiu para o grande conhecimento musical que tenho hoje”, comenta Alda. Duas vidas unidas pela música. Camilo, quando jovem, trabalhava em uma empresa têxtil, estudava à noite em um colégio de Alfenas e ainda integrava uma banda de baile como guitarrista solo e cantor. Já Alda cursava o 1º ano do Ensino Mé-


dio, juntamente com o Curso de Magistério. “Foi nesta época que conhecemos um ao outro, iniciando nosso namoro no dia 9 de novembro de 1981”, revela Alda. Depois de quase seis anos, entre namoro e noivado, eles se casaram em 4 de julho de 1987, mas o nascimento da dupla só aconteceria mais tarde, logo após o nascimento da primogênita do casal. Alda conta que, logo depois que Heliodora nasceu, em 1990, Camilo, que já era músico reconhecido na cidade e região, resolveu dar ainda mais atenção ao pedido de pessoas que o procuravam para tocar em casamentos. “Ficamos quase um ano pesquisando, escolhendo e preparando as músicas”, lembra Alda. Nove anos após o nascimento de Heliodora e oito anos após o início da dupla, nascia o segundo filho do casal. Camilo conta que Heliodora e Renato tiveram contato com a música antes mesmo de eles nascerem, ainda na barriga da Alda. “Na gravidez da Heliodora, eu tocava na banda e, na do Renato, já trabalhávamos juntos com música”, lembra Camilo, enquanto Alda ressalta a importância que possui o aprendizado da música para a formação e educação de uma criança. Cada filho do casal desenvolveu a sua preferência musical individualizada, tendo o respeito dos pais. Heliodora toca violão e seu gosto musical abrange todos os estilos, como MPB, bossa nova, blues, pop rock (nacional e internacional). Já o Renato estuda piano e aprecia música erudita, rock, eletrônica e épica. A relação do casal culminou na formação de uma dupla que, há 25 anos, desenvolve um trabalho musical bastante diversificado, realizando apresentações

em variados tipos de eventos. “Sempre apresentando um vasto repertório com músicas de diversificados estilos”, destaca Camilo. As apresentações não se restringem a Alfenas e região. Eles já se apresentaram em, praticamente, todo o sul de Minas, estado de São Paulo, e levam sua arte também para Belo Horizonte. “Todos os lugares nos quais já tocamos e cantamos, fizemos amigos e fomos acolhidos com grande carinho”, observa a musicista, que ainda revela que foram 1.900 eventos realizados até 2016, quando completaram 25 anos de parceria musical. “Só de casamentos, foram 894 e, de formaturas, 291, entre outros eventos”, pontua Alda. Além da música de altíssima qualidade, a dupla oferece outro diferencial: “Faço também elaboração de roteiros e orientação musical para missa, formatura,

culto ecumênico e casamento. Já o Camilo desenvolve, nesses eventos, o trabalho como mestre de cerimônias”, completa Alda. São muitas funções e o que não falta é competência ao casal. Para finalizar, Alda deixa uma reflexão que revela o segredo de 35 anos de companheirismo ao lado de Camilo: “Formar, permanecer, trabalhar e manter parceria em um relacionamento a dois não é tarefa fácil. Eu e Camilo temos relações distintas entre casamento, criação e educação dos filhos e o desenvolvimento de nosso trabalho com a música, possuindo elas muitas vertentes. Nesses relacionamentos, apesar de distintos e de, muitas vezes, termos que enfrentar grandes dificuldades e aprendizados, nós buscamos sempre ter atitudes de respeito, tolerância, paciência, espera e amor”, conclui Alda.

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CULTURA

Lágrimas de Sangue Professor da UNIFAL publica livro inédito sobre a escravidão e a história da saúde. Por Isabella Alves

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ão 300 anos de escravidão no Brasil: negros trazidos da África por navios negreiros em condições sub-humanas. Os que sobreviviam chegavam ao Brasil e eram tratados, praticamente, como animais, sofrendo constante violência. Muitos já conheciam superficialmente essa parte da história, contudo, um professor universitário decidiu se aprofundar no assunto e lançou o livro “Lágrimas de Sangue”. Alisson Eugênio, professor da Universidade Federal de Alfenas

desde 2009, produziu o livro sobre a saúde dos escravos do Brasil com relatos médicos emocionantes, como resultado de uma pesquisa realizada em seu pós-doutorado na UFMG, concluído ao final de 2010. Durante esses estudos, Alisson já havia encontrado alguns relatos trágicos sobre as condições de saúde dos escravos negros que chamaram sua atenção, considerando que, além de revelar mazelas do cativeiro no Brasil, eles destacavam a preocupação de determina-

O autor do livro, Alisson Eugênio, é professor de História do Brasil na UNIFAL

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Livro: Lágrimas de Sangue Assunto: História Autor: Alisson Eugênio Edição: Alameda (tel.: 11 3012-2403) Preço: R$ 58 (270 páginas) – 16 x 23 Brochura 0, 365 Kg Profundidade: 1,5 cm ISBN: 978-85-7939-369-3

dos indivíduos em combatê-las, principalmente a partir do Iluminismo, quando a escravidão começou a ser criticada severamente por intelectuais ilustrados, que propuseram a extensão da dignidade humana aos escravos, com base na ideia de sentimento humanitário. A partir desses relatos, o professor ficou ainda mais motivado a realizar novas pesquisas, levantando informações entre os anos de 2011 e 2013 por diversos acervos, como a Biblioteca Nacional, o Real Gabinete Português de Leitura, o Arquivo Público Mineiro, a Academia Nacional de Medicina, a Casa do Pilar/Anexo do Museu de Ouro Preto e o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. Com uma grande base de relatos médicos, Alisson passou o ano de 2014 escrevendo seu livro e foi, então, buscar maneiras de produzir graficamente a sua obra. Conseguiu patrocínio por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e escolheu a Alameda Editorial para sua produção. No livro, é possível perceber a importância dos esforços dos médicos a fim de promover a abolição, pois esses usavam os seus relatos para falar além das doenças, contando histórias

tristes sobre as condições de vida dos escravos. Esses relatos possuíam um tom dramático, com estratégia de persuasão do público como uma forma de produzir comoção. Sobre o “Lágrimas de Sangue”, o professor universitário relata: “Estou muito contente com a publicação desta pesquisa, que resultou no primeiro livro sobre o assunto no país. Até então, havia dois dossiês de revistas, frutos de um esforço conjunto de diversos autores. Entretanto, livro mesmo não havia até então. Trata-se de um passo modesto, mas significativo para a historiografia nacional, uma vez que ele, ao aproximar dois campos historiográficos distintos (os estudos sobre escravidão e os estudos sobre história da saúde), contribuiu para a criação de um novo campo de pesquisa, que só recentemente começou a ser construído no Brasil e que muito pode revelar sobre as condições de saúde dos trabalhadores submetidos à escravidão e sobre as origens da medicina do trabalho no Brasil”. O lançamento foi realizado em março de 2016 e, agora, é possível encontrar um exemplar do “Lágrimas de Sangue” na livraria virtual da Alameda Editorial ou encomendá-lo em livrarias convencionais do país.

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EDUCAÇÃO

Inovação no ensino a distância Prática educativa interdisciplinar resgata o lúdico e as brincadeiras de outras gerações. Por Leonardo Miranda

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m dia diferente de aprendizado, tanto para o público quanto para os organizadores (no caso, alunos de várias disciplinas pedagógicas da Uninter, unidade em Alfenas). A primeira edição do “Projeto de Educação Infantil” envolveu o que há de mais contemporâneo em método de ensino: o resgate de atividades e brincadeiras educativas, mais comuns antes da era digital e que carregam uma carga pedagógica insubstituível. São aquelas brincadeiras que os adultos de hoje vivenciaram e que estão cada vez mais distantes da realidade das crianças. Elizângela Rodrigues, tutora da Uninter (unidade em Alfenas) e idealizadora do evento, destaca que se trata de uma inovação no ensino a distância, pois envolve os alunos em uma atividade prática. “Por isso, o evento abraça a comunidade, envolvendo o público com as práticas pedagógicas ensinadas nos cursos da Uninter. Queremos conscientizar nossos alunos quanto à importância do professor no resgate e na preservação de brincadeiras educativas e do lúdico”, argumenta Elizângela. A realização do projeto envolveu cursos como: Pedagogia, Matemática, Geografia, Histó18

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ria, Letras, Filosofia, Artes Visuais e Sociologia. Foram dezenas de futuros profissionais que receberam centenas de pessoas no prédio da instituição, localizado à Rua Leão de Faria, 86. Evelize Costa está entre as alunas da Uninter que tiveram a oportunidade de vivenciar essa enriquecedora experiência. Ela comenta que aprendeu muito com o projeto e que irá desenvolver essa diversidade como uma maneira de ensinar durante sua carreira. “O profissional da educação contemporânea deve estar preparado para resgatar o lúdico e desenvolver brincadeiras educativas. Muitas das crianças que estão aqui hoje contam que não conheciam esses tipos de brincadeiras e, como podemos ver, não há uma que não esteja gostando”, diz ela. Outra aluna, Marta Maria de Carvalho, também está motivada a apostar nesse resgate e fomento do aprendizado infantil. “Essas brincadeiras não são comuns no dia a dia dessas crianças e as escolas não podem deixar essa divertida forma de aprender se perder”, destaca. Gabriel Rodrigues, que, há um ano e meio, estuda na instituição, conta que o evento foi desenvolvido em conjunto, por meio da união de várias discipli-

nas. “Houve uma união de ideias e segmentos educacionais que resultou em uma experiência muito enriquecedora, tanto para as crianças e pais que participaram quanto para nós, alunos da instituição”, argumenta. Gabriel também explica que cada jogo desenvolvido foi pensado para mostrar que as áreas do conhecimento não são bichos de sete cabeças. “Toda criança gosta de jogar. O jogo de caça-palavras, por exemplo, ensina a língua portuguesa de maneira divertida. Já o tangram, um quebra cabeça chinês, é outro exemplo capaz de vencer o preconceito que a criançada tem contra a matemática”, conclui o aluno. O evento também incluiu uma programação para os adultos e contou com a exposição de um projeto social que possui, entre seus apoiadores, a Uninter. “Projeto Cidade Saudável e Feliz” é uma iniciativa inspiradora que já foi desenvolvida com sucesso em Paraguaçu pela idealizadora Dirce Maria Pereira Alvarenga, que também é aluna da Uninter. Trata-se de um projeto voluntário, sem fins lucrativos e aberto aos parceiros com um objetivo muito claro: “conscientizar quanto à importância das profissões, valorizando os profissionais de todas as áreas que atuam


em diversos setores de uma comunidade”, explica Dirce. Além de fomentar a economia dentro do município, o projeto ainda oferece oportunidades para os profissionais, como entrevistas, debates, seminários, palestras e outros meios de divulgação de seus trabalhos. Foi o que constatou Dirce, que é escritora e levou seu livro para a exposição. Quem leu um de seus textos automaticamente se interessou em comprar um exemplar! Entretanto, a primeira edição já esgotou e, segundo a autora, a intenção é publicar uma segunda edição em breve. A tutora da Uninter de Alfenas conta que essa é a primeira edição de muitas e que, para os próximos eventos, a intenção é realizar em um ambiente público. “Nós queríamos ter estreado já realizando em praça pública, porém, não foi possível e resolvemos fazer em nosso próprio espaço. Muitas pessoas participaram graças à divulgação realizada nas redes sociais, panfletos e, também, graças ao convite feito aos transeuntes pela equipe de animadores do evento”, concluindo, então, Elizângela Rodrigues.

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1. Elizangela Rodrigues, tutora da unidade Uninter Alfenas e idealizadora do evento. 2. Marta Maria de Carvalho e 3. Gabriel Rodrigues, alunos da Uninter. setembro de 2016

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ARTIGO

O legado da vila Olímpica em Londres Por Valnei Domingues

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ssistindo à abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil, me dei conta de que nunca tinha ido ao Parque Olímpico de Londres, onde, há exatamente 4 anos, se realizava o mesmo evento. A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos brasileiros foi um espetáculo, um show que contou um pouco da nossa história e despertou em mim a curiosidade de conhecer o site olímpico dos jogos anteriores, hoje conhecido como “Queen Elizabeth Olympic Park”. A preparação para os Jogos Olímpicos daqui também ocasionou um mal-estar público na época em que se discutia a realização do evento e foi um tanto quanto tensa, já que a quantia de dinheiro necessária para a realização de um evento deste porte sempre desperta a indignação da sociedade. Porém, o consenso geral, hoje em dia, é de que todo o esforço não foi em vão e de que tudo valeu a pena. No verão de 2012, a cidade estava em festa, acompanhada pela euforia do país inteiro, orgulhoso de estar sendo o palco de um espetáculo que, como poucos, une todas as raças e povos do nosso planeta. Lembro-me que, na Tower Bridge, os arcos olímpicos se destacavam suspensos no ar, bem no meio da ponte. Era um cenário excitante! Vários outros pontos turísticos e locais da cidade demonstravam orgulhosamente sua homenagem, intro20

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duzindo os Jogos Olímpicos com muita festa, música, arte e cultura. O foco principal se concentrou em Stratford, na zona leste de Londres, onde foi construída a Vila Olímpica. O desenvolvimento dessa área de Londres passou por várias transformações com o decorrer dos anos. Voltando ao passado, ainda no século XIX, Stratford não era em nada semelhante com o que se vê na atualidade. Basicamente, era um centro industrial que funcionava a todo vapor, mas que produzia muito lixo tóxico e nocivo à saúde, deixando a área completamente poluída, quase inabitável. Felizmente, essas indústrias foram banidas em 1844 pelo “Metropolitan Building Act”.

Também nessa mesma época, foram construídas várias estradas de ferro para o uso de locomotivas. Mesmo assim, ainda continuava sendo uma região com alto índice de desemprego e pobreza, além de oferecer saúde precária para os seus habitantes. O século XX também não foi diferente: durante a Segunda Guerra Mundial, essa área foi fortemente bombardeada e muitas pessoas tiveram que evacuar o local. A regeneração de Stratford começou a acontecer a partir de 1960, com a construção de um shopping center, e na década de 90, com a implantação de novas estações de trem (gerando mais empregos), bem como biblioteca, teatro e cinema, que contribuíram muito para o enriquecimen-


to dessa área. Só recentemente é que Stratford passa por uma grande mudança, transformando a região em uma área desenvolvida, cheia de vida e muito mais atrativa. Isso se deve justamente aos Jogos Olímpicos. O Parque Olímpico se estende por uma área de 2 km², abrangendo quatro bairros” londrinos: Newham, Tower Hamlets, Hackney e Waltham Forest. Eu fiquei maravilhado com o tamanho e a beleza do lugar, mas, como tinha chegado no começo da tarde, não tive tempo bastante para percorrer toda a extensão do parque. Porém, o que eu vi foi o suficiente para entender o que esse tal “legado olímpico” realmente pode trazer para o local onde os jogos são realizados. Logo na entrada do parque, uma das primeiras instalações que se destaca é o Estádio Olímpico. Inicialmente, ele foi construído com uma capacidade para receber 80.000 pessoas, mas, logo que os Jogos Olímpicos se en-

cerraram, 20.000 assentos provisórios foram removidos, reduzindo a capacidade do estádio para 60.000 pessoas. As festas de abertura e encerramento, além de vários outros eventos esportivos, foram realizadas aqui. Realmente, é um espetáculo e continua oferecendo muito entretenimento para todos. Em 2015, foi palco para cinco jogos da Copa Mundial de Rugby e também para os jogos de aniversário do Sainsbury’s. Agora, em 2016, foi realizado nele um concerto de rock da banda AC/DC, sendo também oficialmente a casa do time de futebol West Ham United. Deixando o estádio e caminhando uns 10 minutos pela área verde do parque, uma outra construção me deixou fascinado pela beleza arquitetônica: o London Aquatics Centre, com suas formas curvilíneas que mais lembram uma nave espacial. Com capacidade para 2.500 pessoas sentadas, foi o centro para heróis, como Michael Phelps, Ryan Lochte, Tom Daley e Ellie Simmonds, brilharem durante as Olimpíadas de 2012. Hoje, aberto ao público, tanto esportistas profissionais como amadores podem usufruir das duas piscinas de 50 metros, da piscina de mergulho e várias outras instalações que o centro aquático possui. A entrada custa £3.50 (cerca de R$15). Outra instalação também interessante é a The Cooper Box, a arena onde foram realizados os jogos de handball e pentathlon. Sua capacidade estipulada é de 7.000 pessoas sentadas e, durante os jogos de handball, essa foi considerada a mais vibrante e barulhenta arena das Olimpíadas. O que eu achei bacana é que ela foi construída para cap-

Por que Londres? Em julho de 2005, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que Londres iria sediar as Olimpíadas de 2012 e a vitória contra Paris foi garantida devido a três fatores: • O status de cidade global com uma população étnica e cultural das mais diversas do mundo; • O foco na regeneração de uma das áreas mais pobres da cidade, um planejamento a longo prazo, mas que seria fortemente beneficiado pelo legado dos Jogos Olímpicos; • O foco de que as maiores beneficiadas seriam as crianças, nosso futuro, e a inspiração de que as nações se uniriam por meio do esporte. tar a água da chuva e aproveitar a energia solar, economizando em 40% os gastos com eletricidade e água. A sua utilidade atual é bastante flexível, sendo sede para os mais diversos jogos (basketball, handball, volleyball, gymnastics e vários outros tipos de esporte indoor), além de também ser um palco para shows, possuir academias de musculação e, com certeza, ser um ponto de encontro para os jovens. A tarde já estava acabando e ainda tinha muito para ser visto. O jeito seria voltar em outro final de semana e conhecer outras partes do parque. Mas, tal escultura setembro de 2016

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ARTIGO

Um ícone da cidade de Londres, a Tower Bridge (em português Ponte da Torre) é uma ponte-báscula construída sobre o rio Tâmisa.

eu não poderia deixar para trás: ArcelorMittal Orbit, conhecida também como “torre orbital”. É uma estrutura retorcida, feita com aço reciclado, que mede 114 metros de altura. Foi construída para celebrar os Jogos Olímpicos e também servir de observatório, além de ser considerada a maior peça de arte pública da Inglaterra. Os ingressos para subir à torre e apreciar a vista de lá de cima tinham se esgotado e, infelizmente, eu não consegui fazer o que eu queria: curtir a vista e depois descer de escorregador! Sim, entre os aços contorcidos, colocou-se um escorregador gigante, ou seja, você sobe de elevador e desce escorregando. Vai ficar para a próxima vez! O tempo já estava se esgotando e não daria para conhecer outros pontos, então eu preferi fazer o caminho de volta pela margem do Rio Lea, que circunda o Parque Olímpico e possui uma história que remonta lá atrás, no tempo em que os romanos ainda viviam por aqui. Uma curva aqui, outra curva ali e o Rio Lea se encontra com o Rio Tâmisa. Uma caminhada tão tranquila e 22

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relaxante, com ar puro. É incrível poder ter lugares como esse dentro de uma cidade tão grande como Londres. Os Jogos Olímpicos trouxeram, para Stratford, o desenvolvimento urbano local, com planejamento a longo prazo. A região se transformou em uma área limpa, verde, que atrai milhares de pessoas à procura de descanso, qualidade de vida ou para conhecer um local que fez parte da história recente das competições olímpicas. Muitos prédios, condomínios e apartamentos foram construídos ao redor do parque. Para onde se olha, alguma construção nova está sendo erguida, lojas estão sendo abertas, o comércio está crescendo. Lembrei-me novamente da abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil e de como o evento foi bem apresentado do

começo ao fim. Um sucesso! O medo de que seria um fracasso cedeu lugar ao orgulho e a gente começa a imaginar que as coisas podem dar certo. Foi muito bom ouvir os comentários positivos de pessoas de várias outras nacionalidades a respeito dos Jogos Olímpicos brasileiros. Aquela imagem embaçada começa a dar lugar novamente para a confiança, seriedade e credibilidade. De repente, pode ser que o legado dos Jogos Olímpicos vá além do que o evento pode proporcionar em relação à melhoria e ao crescimento urbano. Com a quantidade de dinheiro investido e gasto, o mínimo seria garantir os benefícios em prol da sociedade local e ainda provar para nós mesmos e para o mundo do que somos capazes, mesmo que seja a longos termos, fazendo tudo valer a pena.

Valnei D. Ferreira Correspondente internacional, Londres



TURISMO

Pampulha: Patrimônio Mundial da Humanidade

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ue Minas Gerais abriga muitas histórias valiosas em suas terras, construções, culturas e povos, todos nós já sabemos. Porém, agora, o estado passa a ser a unidade federativa com o maior número de sítios declarados como patrimônios mundiais: a cidade histórica de Ouro Preto (1980); o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (1985); o centro histórico de Diamantina (1999); recentemente, desde julho de 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha. Esse conjunto arquitetônico é um dos principais pontos turísticos da capital mineira, Belo Horizonte, e foi anunciado como patrimônio pela UNESCO, por meio do Governo de Minas Gerais, da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).

Niemeyer, Portinari e Burle Marx

Igreja São Francisco de Assis

Uma nova era na arquitetura A década de 40 foi marcada por grandes transformações e a afirmação de Belo Horizonte como uma das principais cidades brasileiras. Juscelino Kubitschek, o prefeito da cidade naquela época, queria transformar Belo Horizonte em vanguarda mundial, além de desenvolver novas áreas mais afastadas do centro da cidade. Ele encomendou, então, um projeto de edifícios em torno do lago artificial que seria criado. Ao redor da lagoa, haveria um cassino, uma igreja, uma casa de baile, um clube e um hotel. Com exceção do hotel, o conjunto se concretizou, com inauguração em maio de 1943. O conjunto da Pampulha foi criado, então, por três gênios ilustres (principalmente na arquitetura e pintura): Oscar Niemeyer, o paisagista

Burle Marx e o pintor Cândido Portinari. A obra que mais se destaca, até os dias de hoje, é a Igreja São Francisco de Assis, também conhecida como Igreja da Pampulha. As curvas, marcas inegáveis de Oscar Niemeyer, são revestidas por azulejos azuis e, por dentro, recebem as pinturas de Portinari, com painéis da via-sacra e de São Francisco. Além disso, ela é rodeada pelos jardins de Burle Marx. Porém, toda a modernidade da igreja impediu que ela fosse consagrada, passando mais de uma década sem receber missas. Continuando com as obras, o cassino foi construído com todo seu glamour e recebia pessoas de todo o país, além de grandes artistas (isso até 1946, quando o presidente-general Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo em todo o Brasil). O cassino passou a funcionar como museu de

Portinari e Niemeyer por Baptistão. Burle Marx por Dino.

Por Isabella Alves


“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas, é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”. Oscar Niemeyer, sobre o conjunto da Pampulha. arte moderna a partir de 1957 e, atualmente, possui um acervo de obras da arte contemporânea brasileira, além de receber importantes exposições, como de Guignard e Dalí. Na outra margem da lagoa, encontra-se o Iate Tênis Clube, com jardins de Burle Marx, sendo revestido com os mesmos azulejos do cassino e criado com o propósito de agradar à família toda, com lazer e atividades esportivas. Há, ainda, a Casa do Baile, construída em uma ilha artificial ligada à orla por uma pequena ponte. A casa abrigava atividades musicais e dançantes e fazia sucesso! Porém, as atividades foram encerradas com os cassinos no Brasil. Em 2002, ela foi reaberta e, agora, abriga um centro que discute sobre urbanismo, arquitetura e design, vinculado à Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. O Conjunto Moderno da Pampulha garante, ao turista e ao morador da capital, um dia de muito lazer e conhecimento, com diversas opções para todos os tipos de público. Mais uma das incontáveis riquezas de Minas Gerais!

Iate Tênis Clube

Museu de Arte Moderna Fonte: Agência de Minas e belohorizonte.mg.gov.br

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INFORMATIVO PUBLICITÁRIO

Cidadania Italiana Por Igor Mendes

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ocê pode contar com a Mendes & Totti Consultoria para iniciar o processo desde o primeiro contato até a chegada do passaporte europeu, pois não há limites de gerações para o reconhecimento de cidadania italiana. Um cidadão italiano tem total liberdade para viajar, morar, estudar e trabalhar legalmente não somente na Itália, mas em qualquer país da União Europeia. Além disso, é possível transmitir ao cônjuge e aos descendentes essa cidadania, permitindo que toda a sua família possa usufruir dos mesmos benefícios que você. O cidadão italiano poderá, inclusive, entrar nos Estados Unidos sem a necessidade do visto, com seu passaporte europeu, apenas comunicando às autoridades pelo site oficial americano. Para iniciar o processo de cidadania italiana, não há limites de gerações. Com toda a documentação necessária em mãos, seu passaporte pode sair de 90 a 120 dias. A Mendes & Totti Consultoria analisa seus documentos e, constatada a ascendência italiana, poderá dar entrada ao processo de cidadania italiana por meio do consulado italiano ou na Itália, com os correspondentes e parceiros, que providenciam toda a parte burocrática para a aquisição da cidadania italiana e a expedição do passaporte europeu, conectando você com o resto do mundo.


ARTIGO | COMPORTAMENTO

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã... Mais uma vez, eu sei! Por Felipe França

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assar pelo sofrimento não é algo tão simples, exigindo de nós readaptação, coragem e vitalidade. Readaptação para se ajustar à dor, coragem para enfrentá-la e vitalidade para prosseguir. Enquanto sofremos, a dor parece não ter fim. A alma dói, a mente se inquieta e tudo que é psicofisiológico nos afeta, ou seja, mente e corpo sofrem em sintonia. Somos tomados por uma onda de pensamentos negativos e sensações desconhecidas. É mais ou menos assim: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, cada um sabe onde dói e como dói. Contudo, tenho uma boa notícia: essa dor não permanece para sempre (ou, pelo menos, não era para ser assim). Como diz a canção: “mas é claro que o sol vai voltar amanhã... mais uma vez, eu sei!”. A dor existe para nos provocar, para nos impulsionar. Assim como na academia, nos primeiros dias, você fica dolorido e cansado, mas, com o passar dos dias, você começa a suportar as atividades, ganha massa muscular, consegue pegar mais peso e aguenta os treinos mais intensos.

A vida repete o mesmo ciclo! Quanto mais suportamos as dores e os sofrimentos, maiores serão as nossas vitórias e conquistas. Não me apego à ideologia de que temos que sofrer para crescer, no entanto, a dor é inevitável e não há como escapar dela. Por isso, convido você, caro leitor, a olhar para a dor como uma oportunidade da vida. “Dói... e sei bem como é isso!”. Mas, o que fazer diante do sofrimento? Não vejo uma alternativa mais vital do que a enfrentar e aguardar o seu próprio tempo. A ferida não se cura do dia para a noite, é preciso limpá-la e perfumá-la, isto é, cuidar dela! O sofrimento assemelha-se ao ato de colocar aparelho. Como dizia o post de um amigo: “Fui ao dentista e ele me falou que colocar aparelho dói, mas deixa tudo no lugar. Entendi que isso também acontece com a alma...”. Pois bem, o sofrimento dói, mas deixa a alma no lugar. Diante disso, lembre-se: o sol voltará amanhã! Enquanto isso, apreciar as estrelas, em meio à noite escura, não seria uma má opção. Boa apreciação a todos!

Felipe França é graduado em Psicologia pela Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS) em Alfenas (MG), psicólogo clínico, especialista em Gestão de Pessoas, palestrante motivacional e pósgraduando em Dependência Química. setembro de 2016

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Quando uma pessoa pode salvar várias outras vidas Por Leonardo Miranda

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eferência mundial quando o assunto é transplante de órgãos, o Brasil conta com o maior sistema público de transplantes do mundo (SUS), por meio do qual a grande maioria dos transplantes de órgãos no país é realizada, oferecendo assistência integral ao paciente receptor do órgão. De acordo com informações do Ministério da Saúde, no ano passado, quando foram realizados 23.666 procedimentos, a taxa de transplantes realizados pelo SUS atingiu 95%. O transplante mais realizado, com 13.793 (58% do total) pacientes atendidos com sucesso, foi o de coração. O segundo mais realizado, com 5.409 (23%) pacientes, foi o transplante de rim. Já o terceiro procedimento mais realizado em 2015 foi o transplante de córneas, com 12.686 transplantes, seguido do transplante de fígado, com 2.193 cirurgias realizadas com sucesso. Entretanto, mesmo com todos esses procedimentos realizados gratuitamente pelo SUS, a desproporção entre as pessoas na lista de espera e a quantidade de transplantes realizados é preocupante, pois, de acordo com informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), 41.236 mil pacientes estão à espera de um transplante. A maior demanda, com 25.077 pessoas, é em relação à espera de um rim. Segundo o relatório anual da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), só no ano passado, 2.333 pessoas morreram nessa fi la, enquanto, de acordo com o Ministério da Saúde, metade das famílias entrevistadas não permitiu a retirada dos órgãos para doação.

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Após uma estagnação no número da maioria das cirurgias em 2015, o ano de 2016 registra quedas pelo decorrer dos dois primeiros trimestres, em comparação com o mesmo período do ano passado. É o que revela o relatório do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). No primeiro trimestre de 2015, a taxa de doadores efetivos foi de 14,1 na medida por milhão de população (pmp). A previsão para este ano era de 16 pmp, porém, o primeiro trimestre de 2016 fechou com a taxa de 13,1 pmp, 7,1% menor que o ano passado e 18,1% abaixo da previsão. A taxa de efetivação da doação de 28% foi 4,8% menor que a do ano anterior, quando se registrou 29,2%, ficando 12,5% abaixo do previsto (32%). Outro aspecto preocupante é que os três estados mais populosos, responsáveis por 40% dos habitantes, tiveram queda na taxa de doação:

Transplantes em Minas Gerais No estado de Minas Gerais, os procedimentos de transplantes registram queda de 10,81% no primeiro semestre. De janeiro a junho de 2015, foram realizados 1.045 procedimentos, contra 932 realizados no mesmo período deste ano. Esses dados são do Complexo de Transplantes (MG), responsável por coordenar a política de transplantes de órgãos e tecidos no estado. Considerando todo o ano de 2015, foram realizados 2.185 transplantes em Minas. O que é preocupante com a queda na quantidade de procedimentos no estado é que mais de três mil mineiros esperam por um órgão.

Um único doador pode salvar até sete vidas. São Paulo (8,2%), Minas Gerais (19,6%) e Rio de Janeiro (18,5%). Ainda de acordo com o relatório, foi observada uma recuperação na taxa de doadores efetivos no segundo trimestre deste ano, passando de 13,1 pmp para 14,0 pmp. O relatório também aponta que a única possibilidade de atingir os 16 pmp previstos para 2016 é caso se mantenha a taxa de recuperação em 1 pmp por trimestre nos próximos trimestres. Os três estados mais populoO Complexo de Transplantes (MG) é composto por centros de notificação, captação e distribuição de órgãos na região metropolitana de Belo Horizonte, Zona da Mata, sul, oeste, nordeste e leste do estado. É responsável por coordenar a política de transplantes de órgãos e tecidos no estado de Minas Gerais, regulando o processo de notificação, doação, distribuição e logística, avaliando resultados e capacitando os hospitais e profissionais afins na atividade de transplantes. O governo do estado está investindo na infraestrutura e em recursos humanos no Complexo de Transplantes

sos, situados na região sudeste, com 40% da população do país, estão com essa taxa em níveis inferiores em comparação com o mesmo período de 2015: São Paulo (6,8%), Minas Gerais (17,8%) e Rio de Janeiro (21,2%). O que ajuda a equilibrar é a região sul, que possui taxas superiores a 25 pmp nos três estados: Santa Catarina (34,9 pmp), Paraná (26,2 pmp) e Rio Grande do Sul (25,2 pmp), o que se pode comparar às melhores taxas dos países desenvolvidos. (MG). Minas Gerais é o estado que proporciona a melhor logística de transporte aéreo e terrestre no país. O transporte aéreo, à disposição por 24 horas, ajuda no transporte da equipe para a retirada de múltiplos órgãos fora de Belo Horizonte e, também, no transporte de órgãos e tecidos. Nos locais onde não existe a possibilidade de pouso de avião, as polícias militar, civil e federal têm helicópteros à disposição. O Complexo de Transplantes (MG) também dispõe de bancos de olhos, localizados em Belo Horizonte, em Juiz de Fora e em Alfenas (no Hospital Universitário Alzira Velano).

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CAPA

Como se tornar um doador de órgãos Existem duas maneiras de se tornar um doador de órgãos: em vida e após a morte. A doação em vida pode ser realizada por qualquer pessoa saudável, desde que o ato não comprometa sua saúde e aptidões vitais. De acordo com a lei, podem ser cônjuges e parentes até o quarto grau. Já os que não são parentes do paciente, somente com autorização judicial. Os doadores vivos podem doar um de seus rins, a medula óssea, uma parte do fígado, uma parte do pulmão e uma parte do pâncreas. O doador vivo em potencial também deve ser encaminhado para um centro transplantador, a fim de que

Etapas da doação

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sejam verificadas as possibilidades do transplante. Para doar após a morte, é fundamental que a família tenha a consciência do desejo do doador, uma vez que a retirada dos órgãos após a constatação da morte encefálica só acontece com a permissão dos familiares (autorização do cônjuge ou parentes até o segundo grau). Discorre-se sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante pela Lei 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, alterada pela Lei 10.211, de 23 de março de 2001, quando foi substituída a doação presumida pelo consentimento informado do de-

sejo de doar. Quando o paciente está em quadro de morte encefálica, mas com o coração ainda batendo, podem ser retirados todos os órgãos possíveis de doação (córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas e ossos). Com o coração parado, é possível doar apenas as córneas, que podem ser retiradas em um prazo de até seis horas. Entre as etapas, precisa-se correr contra o tempo, levantar informações importantes sobre o histórico do doador e do paciente e – a etapa mais delicada – contar com a solidariedade de uma família que passa por um momento de dor.

Diagnóstico de morte encefálica Quadro irreversível em que é diagnosticada a parada total das funções cerebrais. São realizados testes como o eletroencefalograma e a angiografia cerebral para que os médicos e a família se certifiquem da parada do órgão. Apesar da falência do cérebro, o coração continua batendo e é a irrigação sanguínea que mantém os órgãos viáveis para doação. A circulação é mantida artificialmente, por meio dos aparelhos e dos medicamentos, enquanto a central de transplantes é avisada e a família é notificada da situação.


2º Autorização da família Depois de seis horas de atestada a falência cerebral, o doador em potencial passa por um novo teste clínico para confi rmar o diagnóstico. Em seguida, a família é questionada sobre o desejo de doar os órgãos. Apenas os familiares podem dar o aval da cirurgia, após a assinatura de um termo.

3º Entrevista familiar É um questionário com os familiares para detalhar o histórico clínico do paciente. A intenção é investigar se os hábitos do doador teriam levado ao desenvolvimento de possíveis doenças ou infecções que possam ser transmitidas ao receptor.

4º Retirada de órgãos As cirurgias mais recorrentes são as de coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, vasos, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos de um mesmo doador. Nos 27 centros de notificação integrados, os dados informatizados do doador são cruzados com os das pessoas de todo o Brasil que aguardam na fi la.

5º Transporte Quando a doação é entre pessoas de estados diferentes, o Ministério da Saúde viabiliza o transporte aéreo dos tecidos e órgãos. Há um acordo voluntário de cooperação com companhias aéreas para assegurar o translado. As empresas transportam os órgãos gratuitamente em voos comerciais. Em 2015, o Ministério da Saúde viabilizou o transporte de 1.164 órgãos e 2.409 tecidos para transplantes por meio do termo de cooperação e, ainda, 110 órgãos e 219 tecidos por meio de voos fretados e transportes terrestres, em parceria com as Centrais Estaduais de Transplantes (CET).

6º Recuperação Depois de transplantado, o paciente tem um pós-operatório semelhante ao de outras cirurgias. Contudo, o sucesso da operação depende de vários fatores, como as condições do órgão e o estado de saúde do paciente. No entanto, ele terá de tomar remédios imunossupressores durante toda sua vida para evitar uma possível rejeição do novo órgão pelo corpo. A estimativa do Ministério da Saúde é de que a sobrevida dos pacientes depois de cinco anos da cirurgia seja de: 60% nos casos de transplantes de fígado e pulmão; 70% nas cirurgias de substituição do coração; 80% nos transplantes de rim.

Para receber um órgão: A identificação do paciente (e seu respectivo encaminhamento para um dos centros de transplantes) só poderá ser feita por um médico. Em seguida, o paciente é submetido a vários exames, variando conforme o caso clínico, para que seja comprovada a necessidade do transplante. Lista de espera: Há uma lista única do estado de Minas Gerais, sob a responsabilidade do Complexo de Transplantes (MG), em que são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho dos órgãos do doador e do receptor), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, entre outros. Fontes: Ministério da Saúde e Complexo de Transplantes (MG)

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ARTIGO | SAÚDE & BELEZA

Experimentei, neste mês, uma terapia com pedras quentes

Apaixonei-me e vou contar o que senti ao desfrutar desta terapia no Espaço Petiti. Por Alessandra Espanha

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Já vou logo dizendo sobre os benefícios da massagem com pedras quentes: 1. Aumento do bem-estar para o corpo devido ao aquecimento; 2. Diminuição do estresse e tensões; 3. Aumento da circulação sanguínea local devido ao calor das pedras; 4. Alto relaxamento, pois o calor alcança as fibras mais profundas da musculatura; 5. Aumento da drenagem linfática; 6. Alívio de dores musculares. A massagem é feita com pedras de basalto quentes em todo o corpo (inclusive, rosto e cabeça), que ajudam a relaxar e aliviar o estresse acumulado durante as tarefas diárias. De início, a massagem é feita em todo o corpo com óleo. Em seguida, a terapeuta realiza suavemente uma massagem com as pedras aquecidas, deixando-as pousadas durante alguns minutos em pontos específicos do corpo, chamados de pontos-chaves de acupressão. A massagem com pedras quentes tem a duração de, em média,

45 minutos e é ideal para os dias mais frios do inverno.

Curiosidade sobre as pedras quentes: É uma das terapias mais procuradas em um centro de estética ou spa, principalmente por pessoas que desejam aliviar o estresse e que estão em processo de emagrecimento. Existe a referência do uso das pedras quentes no Egito Antigo e no Velho Testamento. As massagens com pedras, segundo os registros, nasceram há mais de 3.000 anos no Oriente e seu uso era feito a fim de curar doenças e aliviar a ansiedade. Os monges tibetanos utilizavam um cinturão de pedras quentes sobre o abdômen para proporcionar uma sensação de saciedade, diminuindo, assim, a fome, além de energizar o corpo, aliviar gastrites e controlar a ansiedade. Há muito tempo, o ser humano revela o seu interesse pela energia que as pedras envolvem. Existem inúmeros exemplos dos marcos deixados ao longo de sé-

culos. Ao observar os costumes de civilizações passadas, pode-se verificar que o ser humano sempre utilizou as pedras para criar monumentos, acabando, também, por esculpir imagens e rostos, assim como representações religiosas. Algumas culturas utilizavam pedras aquecidas em suas casas, outras utilizavam pedras para construir templos e pirâmides. Na Europa e Estados Unidos, essa técnica vem sendo aplicada desde 2000. Resumo da história: minha terapia foi perfeita e, com certeza, vou fazê-la novamente. Espaço Petiti Rua Dona Cota, 9 – Vila Pinto Varginha | MG Esquina com a maternidade (35) 3221.7397 ou 9.8856.3573 Facebook: Espaço Petiti Conheça Alessandra Espanha através de suas redes sociais: www.perfilwe.com.br youtube/perfilwe facebook Alessandra Espanha Instagram (alessandraespanha) Twitter (@aleespanha) Snapchat (@aleespanha) Contatos: (35) 3222-3059 | 3222-7005 (35) 9 8825-4131 alessandra@wespanha.com.br

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ARTIGO | SAÚDE

VOCÊ CORRE?

Você busca orientação para correr? Você procura por profissionais qualificados para tal prática?

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o artigo passado, abordei um histórico sobre a corrida, com algumas perguntas e respostas relacionadas às situações polêmicas dessa modalidade. Dando sequência, ainda hoje colocaremos perguntas relacionadas ao tema (muitas talvez polêmicas, mas com embasamento científico).

Preciso fazer alongamento antes ou depois? Tal tema é muito polêmico, pois existe um grande número de pessoas que falam de alongamento como um aquecimento ou como uma preparação para a atividade. O que tenho a dizer é que, desde 2002, essa afirmação está caindo por terra, pois alongar tem função de relaxamento e desaquecimento. No congresso do American College de 2002, foi muito discutido e, posteriormente, publicado na Medicine Science Sport Exercise que um grupo, que fez alongamento antes e foi treinar, perdeu potência muscular, devido à ativação dos fusos musculares e receptores, causando um relaxamento. O outro grupo, que o fez depois da atividade, manteve a capacidade de contração, ou seja, se manteve forte e tendo capacidade de contração. Isso demonstra que o alongamento possui uma função: a de relaxar a musculatura e evitar tensão muscular. Portanto, 36

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2 E T R PA

Por Noler Heyden Flausino

o alongamento deve ser feito ao término da atividade, priorizando certo grupamento utilizado e amenizando compensações ocasionadas pela prática de corrida.

Frequência cardíaca, como se usa? Frequência cardíaca já foi muito usada, mas ainda há pessoas que a utilizam devido à impossibilidade de se ter um outro parâmetro. Atualmente, tal sistema não é o melhor para se usar, pois existem outros métodos que são mais eficazes. Digo que frequência cardíaca não é padrão de ouro, mas é um método para se quantificar o treinamento. Agora, vamos entender como surgiu isso! Na década de 50 do século passado, começaram a surgir os primeiros estudos relacionados aos sistemas de treinamento. Um cientista, chamado Karvonen, teve a primeira publicação relacionada no ano de 1960 e, por muito tempo, usou-se a fórmula (220 - idade). Diante de vários questionamentos, temos métodos mais fidedignos, específicos e atualizados. Então, procure um profissional de Educação Física a fim de encontrar o melhor método para a sua individualidade biológica. Assim, você vai encontrar parâmetros mais específicos para o seu protocolo de treinamento.

Corrida vai fazer você perder peso? A prescrição correta de exercícios físicos fará você diminuir na balança. A corrida, se for treinada de uma forma correta e bem específica, vai ajudar a emagrecer. Caso não consiga encontrar os parâmetros corretos, ou seja, sem avaliação física, respeitando sua individualidade biológica, você poderá não emagrecer e nem alcançar o resultado almejado. Assim, o emagrecimento é consequência de um trabalho específico sério e prescrito, visando à melhoria da sua condição cardiovascular e composição corporal (massa muscular, massa óssea, resíduos e gordura). A corrida pode fazer parte de um programa de treinamento para emagrecimento, desde que aplicada na intensidade certa.

Posso correr o quanto eu quiser? Quando se faz alguma avaliação física, é importante determinar os limiares de esforço e traçar o quanto cada indivíduo suporta caminhar e correr. É possível, por meio de testes, traçar o perfil e o quanto cada indivíduo consegue suportar de atividade. Lembrando que o exercício físico leva esse nome pois é planejado por um profissional qualificado.


O que devo comer para iniciar a atividade? A questão relativa a se alimentar é bastante polêmica, pois a alimentação, antes de qualquer atividade, é fundamental para manter os estoques glicêmicos. Contudo, é importante salientar que não se deve comer em um intervalo muito próximo da prática, devendo ser, pelo menos, 30 minutos antes de cada atividade (lembrando que existem alguns alimentos que são mais específicos para cada tipo de atividade). Agora, uma pessoa que corre deve procurar um especialista em nutrição para esclarecer tais dúvidas e acertar sua dieta à individualidade biológica e psicológica, bem como ao ritmo de treino.

Corrida em esteira ou na rua? Começar a correr requer um certo preparo funcional e motor, adaptações fisiológicas e físicas, para que não ocorram problemas. Um fator que considero importante para tal prática é a consciência corporal, pois, se a pessoa não possui noção do próprio corpo, dificilmente encontrará equilíbrio na corrida, podendo, aí sim, ter lesões. Em muitos casos, pode-se começar a correr na esteira e, depois, ir à rua, mas o que diferencia uma prática da outra é toda uma dinâmica diferente. Entretanto, a evolução poderá ser na esteira e, depois, passar para a rua, isso devido ao impacto e preparo físico.

Tenho problema cardíaco, posso correr? Primeiramente, qual problema cardíaco? Em segundo, qual programa de reabilitação você fez? Em terceiro, depois de feito todo um trabalho de reabilitação, você pode começar um protocolo de exercícios específicos para a corrida. Lembrando que existem casos e casos: é necessário um trabalho interdisciplinar entre médico, profissional de Educação Física e fisioterapeuta (muitas vezes, até mesmo um farmacêutico pode ajudar para que essa situação aconteça).

Corrida provoca lesões? Muitas pessoas falam que a corrida provoca lesões. Eu, particularmente, discordo dessa afir-

mação, pois, se lesões existiram, foi porque alguns excessos foram cometidos. Um protocolo de treinamento bem específico dificilmente provocará lesões. Agora, aquele que corre (só corre!) e não treina movimentos específicos para corrida, com certeza, terá problemas ao correr. Por isso, avaliações da marcha e padrão de movimento são determinantes para sua evolução e para evitar lesões na corrida.

Qual a melhor postura para correr? A postura da corrida é outro fator que é colocado à prova, pois muitos desvios posturais são encontrados na população de modo geral. Então, correr pode acelerar tal problema postural e causar uma lesão. Fazer uma avaliação postural é fundamental visando a uma prescrição correta e sem prejuízos para a pessoa que começa tal protocolo de treino.

Qual a vestimenta mais adequada para correr? Geralmente, uma vestimenta mais confortável, em que o corpo possa se locomover com mais facilidade. Procure um profissional qualificado de Educação Física para tal prescrição, pois ele irá te orientar e elevar sua condição física com qualidade e muitos benefícios. Um forte abraço, vamos movimentar com consciência e inteligência!

Noler Heyden Flausino. Profissional de Educação Física, personal trainer, membro de ISAK (International Society for the Advancement of Kinanthropometry), terapeuta holístico e consultor em exercícios físicos, estilo de vida e wellness.

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FILANTROPIA

Vida Viva inaugura novo espaço de acolhimento

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luta contra o câncer muitas vezes é uma batalha longa e difícil. Portanto, toda ajuda é bastante bem-vinda para as pessoas que passam por uma doença do gênero. E é essa ajuda incondicional que a Associação de Voluntários Vida Viva de Alfenas oferece aos doentes de toda a região, com cidadania e solidariedade.

Mas você sabia que a associação de Alfenas surgiu inspirada em uma associação de Varginha? Quando realizou um tratamento de leucemia em Varginha, Ilza Rodrigues Alves conheceu uma associação que, por meio de voluntários, oferecia assistência às pessoas com câncer, especialmente para aquelas com baixa renda. Ilza compartilhou a sua vivência com o marido, Mério Rodrigues, e eles começaram juntos, em 2002, uma iniciativa na cidade de Alfenas. A entidade varginhense foi uma inspiração, além da iniciativa, para o próprio nome da entidade alfenense, que dela se tornou homônima: “Associação Vida Viva”. Ambas apresentam o voluntariado em sua razão social e em essência de cidadania. Nos anos seguintes, o casal apoiou a criação de entidades congêneres em diversas 38

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Por Isabella Alves

outras cidades, como Machado, Campos Gerais, Guaxupé e Boa Esperança. A Associação do Voluntariado de Varginha Vida Viva existe desde 1996 e presta atendimento, aproximadamente, aos dois mil pacientes oncológicos de Varginha e de 176 municípios da região em tratamento no Hospital Bom Pastor.

Casa de Apoio

Uma nova ajuda. O legado de Mério e Ilza permaneceu e, atualmente, a Associação Vida Viva de Alfenas já apresenta 1.449 assistidos (sendo 769 só em Alfenas), atendendo, também, a uma área regional de saúde, com 23 cidades. Para atender toda essa demanda, a associação conta com sua sede, com espaço para farmácia certificada pelo conselho regional, consultório odontológico com especialista em patologia bucal, duas fisioterapeutas, nutricionista, assistente social e enfermeira (coordenadora da área de saúde). A unidade de número dois da Vida Viva abriga a Casa do Café, a qual fornece mais de 1.000 lanches mensais para os pacientes que necessitam e também conta com espaço para repouso, convívio social, orientação e amparo da equipe terapêutica da entidade. E, agora, a

associação está prestes a inaugurar sua terceira unidade: a Casa Regional de Apoio da Associação Vida Viva! A ideia de construir uma casa de apoio surgiu com a notícia de que o setor de oncologia da Santa Casa de Alfenas contaria com o serviço de radioterapia (isso no ano de 2014). Em 2015, a diretoria voluntária da associação lançou o desafio de reformar um imóvel – que também foi adquirido por intermédio de doações da população – para, nele, montar a terceira unidade assistencial da Vida Viva, na qual os pacientes, conforme avaliações de suas necessidades, poderiam se hospedar gratuitamente durante os dias em que precisassem permanecer em Alfenas para passar por tratamento. Em julho deste mesmo ano, as obras começaram e, em setembro, a associação se prepara para entregar a obra à população. O espaço é totalmente adaptado, com acessibilidade desde o estacionamento até os quartos, contando com 25 leitos distribuídos em dez quartos novos, com televisão e banheiro. Há, também, um amplo espaço onde serão oferecidas refeições como café da manhã e almoço para os pacientes hospedados e uma sala de artesanato para que os pacientes tenham também momentos de lazer.


Lembrando que todos os serviços são gratuitos para os pacientes que fazem radioterapia em algum hospital de Alfenas, porém, o espaço não possui acomodações para acompanhantes, exceto em casos específicos analisados pela assistente social. Ao lado da casa de apoio, há, também, um novo espaço, inaugurado há pouco tempo, que abriga uma lavanderia, com máquinas doadas pelo Pró-Vida. As grandes máquinas de passar, lavadora, centrifugador e secadora, agora, realizarão a limpeza e manutenção de todo material de cama, mesa e banho utilizado na casa de apoio, o qual, se houver ociosidade, também atenderá às clínicas da região. Trata-se de uma conquista realizada por muitos, pois a casa foi construída com a ajuda de toda a população por meio de doações arrecadadas mensalmente e também contou com um incentivo especial de empresas e famílias da cidade. Cada quarto construído na casa de apoio leva o nome de uma dessas empresas ou famílias que realizaram grandes doações para a construção desse espaço. A Associação de Voluntários Vida Viva precisa da sua ajuda para garantir um tratamento digno aos pacientes com câncer. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (35) 3292-5088 ou vá até a sede da Vida Viva, localizada à Rua João Paulino Damasceno, 1.193, Alfenas (MG).

Empresas e famílias realizaram importantes doações para a construção de cada quarto da casa de apoio.

Vécio Azevedo Reis, gerente administrativo da Vida Viva, conta com orgulho que o maior patrimônio da associação é a credibilidade, sendo uma entidade sem desvios e com a administração toda voltada aos assistidos.

Máquinas doadas pelo Pró-Vida para a nova lavanderia da associação.

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FILANTROPIA

“Tudo de cor” para o Lar São Vicente de Paulo A Construai Construcar traz, para Alfenas, um projeto desenvolvido pela Coral em várias cidades do Brasil. Leonardo Miranda

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m ambiente mais alegre e cheio de vida, repleto de novas cores que inspiram sorrisos e gestos de agradecimento nos residentes do Lar São Vicente de Paulo de Alfenas. Uma obra possível graças à Construai Construcar, que trouxe o projeto “Tudo de cor”, desenvolvido pela Coral por diversas regiões do Brasil. “Nós estávamos pleiteando esse projeto para Alfenas e tivemos a felicidade de conseguir. Toda a área externa, que era cinza e triste, ganhou vida nova. A Coral, em parceria com a Construai Construcar, arcou com todas as despesas de revitalização e posso falar, em nome de todos, que estamos muito felizes por trazer mais alegria para os idosos do lar”, comenta Carlos Antônio Batista, proprietário da Construcar e um dos fundadores da Rede Construai. Para agregar ainda mais valor social à ação, Batista conta que procurou a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Alfenas (APAC) e ofereceu a oportunidade para os recuperandos aprenderem uma

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profissão. “Pegamos um gancho no projeto da Coral e celebramos a parceria com o objetivo de viabilizar a mão de obra e ajudar na ressocialização dos recuperandos da Assistência aos Condenados de Alfenas (APAC) e dos reeducandos da Subsecretaria de Administração Prisional (SUAPI). Eles trabalharam duro e se esforçaram bastante. Houve abatimento na pena e, além disso, o trabalho rendeu certificados como ‘pintor profissional’, o que pode abrir portas no mercado de trabalho quando eles terminarem de cumprir suas penas”, explica o empresário. A solenidade de entrega da obra foi realizada no próprio Lar São Vicente, com direito a uma festinha especial para os residentes e colaboradores, contando com música ao vivo, salgadinhos e refrigerantes. Marcos Felipe César Ribeiro, que representou a SUAPI no evento, destacou a importância de ações do tipo para a ressocialização dos reeducandos. “Nossa missão é oferecer novas oportunidades. O pensamento de que o reeducando tem

que ficar trancado não funciona e deve ficar no passado. Sinceramente, espero que esse projeto inspire outras empresas mais, para que elas nos procurem a fim de que mais reeducandos tenham a oportunidade de aprender uma profissão”, pontua Ribeiro. Fábio de Noronha, representante da Coral, destaca que o projeto “Tudo de cor para você” é o maior projeto socioambiental da empresa. “O projeto veio para colocar em prática a missão da Coral, que é levar cor para a vida das pessoas, provando que as cores realmente têm o poder de mudar suas vidas e os lugares em que elas vivem. Já levamos cores para várias cidades do Brasil. Recentemente, só aqui na região, além de Alfenas, levamos mais cores para Machado, Alpinópolis, Pouso Alegre e Três Pontas”, argumenta Noronha. Ele ainda completou destacando a participação ativa das comunidades, que têm contribuído diretamente para deixar muita cor e alegria pelos locais onde passam. “O projeto também conscientiza pessoas quanto à importância


do zelo e valorização pelo lugar onde vivem, transformando-as em verdadeiras multiplicadoras do projeto”, conclui o representante da Coral. Luciani Gonzatti Batista e Monique Gonçalves, que integram o time da Construai Construcar, foram as responsáveis pela escolha das cores. “Trabalhamos com a linha ‘Acrílico Total’ da Coral, que apresenta as cores principais. Depois, focamos nas cores mais fortes e alegres, mantendo tons neutros para não carregar o ambiente”, explicou Monique Gonçalves. O resultado foi excelente! Quem confirma é Roberval Rodrigues da Silva, presidente do Lar São Vicente. “O projeto foi muito bem-vindo e ajudou demais! Basicamente, vivemos no vermelho e essa ajuda veio em uma hora muito importante. Agora, o lar está todo colorido e muito bonito. Agradeço, em nome de todos, a ajuda da Construcar Construai e da Coral. Tudo isso seria impossível sem a intervenção dessas duas grandes empresas”, destacou ele, emocionado.

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3 1. Carlos Antônio Batista, Marcos Felipe Cesar Ribeiro, Roberval Rodrigues da Silva e Fábio de Noronha. 2. Time Construcar Contruai. 3. Residentes do Lar agradecidos setembro de 2016

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ARTIGO

Aposentadoria não é fim de carreira

Por Vivian Ria Stella

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aposentadoria é uma época de sentimentos antagônicos e complexos. Se, por um lado, há a sensação de alívio, liberdade e dever cumprido, por outro, há o vazio e a falta de perspectiva em relação ao futuro. O trabalho é parte integrante e crucial da identidade das pessoas e é comum que, por saírem da rotina e do ambiente profissional

aos quais estavam habituadas há décadas, se deparem com um tempo livre ao qual não estavam acostumadas e que se sintam obrigadas a preenchê-lo para não serem rotuladas de improdutivas. A própria sociedade impõe isso ao dizer que o trabalho dignifica o homem. Começa, então, a cruzada das pessoas com 60 anos (ou mais) em busca da carreira

1. Abra-se para o novo

2. Priorize o que ama fazer

É muito comum ouvir profissionais aposentados dizerem que querem trabalhar em algo diferente, mas, contraditoriamente, não estão dispostos a fazer um curso de capacitação, a aprender a usar aplicativos, a lidar com as novidades do mercado. O primeiro passo é despir-se de preconceitos, abrir-se para as novidades e estar disposto a desenvolver novas competências. Afinal, só envelhece quem para de aprender coisas novas.

É possível empreender a partir de um hobby, fazer um curso para atuar numa área que sempre sonhou ou em uma carreira nova que desperta interesse. Nessa fase da vida, o compromisso de ter e ser é muito menor, então, por que não aproveitar a leveza desse novo momento para descobrir ou fazer algo que sempre quis? E se acha que tem muitas opções, que tal elencá-las e priorizar a que mais te dá prazer e energia?

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perdida. Mas, o que fazer com o medo do desconhecido e a falta de direcionamento na busca por uma recolocação profissional? Com base em sua experiência com consultoria e coaching empresarial, a linguista Vivian Rio Stella, diretora da VRS Cursos, dá cinco dicas para quem deseja dar novos rumos à carreira depois da aposentadoria.

3. Sem medo de recomeçar Há aqueles que estão dispostos a aprender e sabem o que amam fazer, mas sentem um enorme receio de se abrir com amigos e familiares e, especialmente, de agir para colocar suas vontades e ideias em prática. Saiba que não faltam inúmeros exemplos de CEOs e de empreendedores que obtiveram sucesso depois dos 50/60 anos. Portanto, dê o primeiro passo, por mais tentador que seja ficar paralisado diante do medo de recomeçar.


4. Não compare o incomparável

5. Coexista além da sua geração

Há profissionaXis bem-sucedidos em determinado segmento que, quando se aposentam, pretendem trabalhar ganhando a mesma coisa (ou mais) ou mantendo o mesmo status de antes de se aposentarem. Muitos dizem: “por menos do que eu ganhava/para fazer este trabalho, eu nem saio de casa!”. Mas, será mesmo possível comparar esses dois momentos tão distintos da carreira? Por que não encarar a nova fase com menos cobrança e estresse e com mais abertura às oportunidades e à chance de se manter ativo e em constante desenvolvimento?constante desenvolvimento?

Conviver com pessoas de diferentes idades é sempre uma forma de se manter atualizado e de trocar experiências diversificadas e muito positivas. Prejulgamentos ou embates de valores entre gerações só servem para criar barreiras, gerar conflitos e perder chances de aprender e fazer coisas incríveis.

Vivian Rio Stella é doutora em Linguística pela Unicamp e fundadora da VRS Cursos, que oferece soluções customizadas, criativas e off-the-shelf para capacitação e aprimoramento de competências profissionais.


ARTIGO | EMPREENDEDORISMO

O marketing que salva vidas

A comunicação que se transforma em doação. Por Juliano A. Belo

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m pleno século XXI, em que as regras da vida já não são ditadas tanto pelo nosso desejo, mas, sim, pelas obrigações e tarefas diárias que temos para cumprir, algumas questões são lembradas e, até mesmo, discutidas somente quando aparece algum problema que faz com que tenhamos que parar de vez com nosso ritmo diário. Muitas vezes, não conhecemos a realidade das outras pessoas ou, até mesmo, nem “temos tempo” para preocuparmo-nos com elas. E essa visão limitada passa a nos acompanhar diariamente, até o ponto em que o problema vivido por uma outra pessoa passa a acontecer conosco. Aí, várias vezes, surge a pergunta: “por que não há ninguém para ajudar?”. Essa é a triste realidade de muitas pessoas que precisam da solidariedade de outras para poder sobreviver. A doação de órgãos é um tema que está ganhando força a cada ano. Segundo os dados do Governo Federal, em 2015, foram realizadas aproximadamente 24 mil cirurgias de transplantes de órgãos, sendo o coração o órgão mais transplantado (equivalente a 58% dos casos). Mas, apesar desse crescente número de doações, em comparação com anos anteriores, ainda existe uma fi la de espera superando 40 mil 44

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pacientes que aguardam uma oportunidade de vida melhor. Apesar dos esforços do governo quanto ao trabalho de conscientização, as informações, muitas vezes, não chegam de uma forma clara e objetiva, principalmente para aqueles que têm um acesso limitado às informações. Assim, cria-se, para algumas pessoas, uma imagem ruim do processo de doação de órgãos, sendo que, na verdade, a ação de doar deveria ser vista como um gesto de solidariedade para com o próximo. Nesses casos, a restrição e o medo de autorizar uma doação fazem com que permaneça em risco a vida de outras pessoas, as quais poderiam ser beneficiadas com tal atitude humanitária. Para mudar a percepção das pessoas quanto aos processos de doação, ações de marketing mais assertivas são fundamentais. Essas ações devem englobar todos os processos que envolvem a doação, desde a comunicação do falecimento até o momento de assinatura de autorização feita pelos familiares do falecido. Muitos profissionais de saúde, acostumados a lidar com situações extremas no dia a dia, mas que, às vezes, possuem algumas dificuldades em se comunicar, devem ser os primeiros a conhecer e participar das ações. Dessa

forma, eles podem se comunicar melhor com as famílias, mostrando a elas a importância da doação. Apesar de ser um momento difícil para os familiares, a boa comunicação é fundamental para a emissão de uma informação clara e precisa, manifestando aos familiares que outras pessoas poderiam ser beneficiadas por meio de um gesto tão solidário. Uma boa estratégia de endomarketing, utilizada na comunicação interna das empresas, poderá ser a chave para a capacitação das equipes, para que, assim, elas se sintam mais confortáveis e preparadas para explicar todos os processos de doação aos familiares. Entretanto, as ações estratégicas não devem ser focadas somente nas áreas internas dos hospitais ou centros de doações. Elas precisam ter um foco especial na população, apresentando os processos e caminhos a serem seguidos. Para essa ação de comunicação, a utilização de estratégias de marketing institucional é essencial, já que, além de informar, pode também exercer a função de estimular a criação de debates internos sobre o tema, como sugere Lúcio Pacheco, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), que defende que


as famílias precisam expor essas ideias dentro de suas casas, escolas, ambientes de lazer e ter a consciência de que a doação é um papel social de todos. As estratégias institucionais a serem adotadas devem ter uma linguagem simples e explicativa, criando uma imagem positiva para as pessoas sobre a importância das doações, principalmente na quebra de alguns mitos e paradigmas que envolvem o tema. As ações de marketing devem ser contínuas. A utilização de diferentes meios de comunicação (principalmente, a internet) será essencial para um bom resultado dessa ação, que será medido por meio do número de novos doadores. Quando as pessoas se conscientizam, uma nova vida volta a estampar um sorriso no rosto!

Em 2013, o Sport Clube do Recife recebeu o prêmio máximo do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, com o projeto Torcedores Imortais, com o lema “Pelo Sport tudo. Até depois de morrer”, incentivando a doação de órgãos entre os torcedores do clube. Foram mais de 51 mil pedidos de inscrição, com a carteirinha “Doador do Sport”, o que aumentou o banco de doações do estado em 54%. Dando espaço para projetos sociais, através do marketing e de agências especializadas, o Sport vai agregando um importante valor à sua marca.

Campanha do Governo do Ceará, inspirada nos heróis das histórias em quadrinhos. As peças trazem imagens de órgãos formados a partir das roupas características de cada personagem. Com o conceito “O verdadeiro poder está em você”, o objetivo da ação é conscientizar e incentivar as pessoas a serem doadoras de órgãos.

Juliano A. Belo é Analista comercial e de marketing da empresa Artyweb Análise e Tecnologia em Software e sócio-fundador da empresa Oriento Consultoria e Treinamento. Apaixonado por marketing e tecnologia, atua na criação de projetos de web para empresas e empreendedores e ministra palestras e cursos pela Artyweb e pela Oriento.

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EMPREENDEDORISMO

3ª Expo Construai

Evento reforça boas relações entre associados e fornecedores. Por Isabella Alves

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m nossa 26ª edição, contamos um pouco da história de algumas associações que nasceram no sul de Minas e uma delas foi a Rede Construai, que surgiu em Alfenas 10 anos atrás. Hoje em dia, já são 22 associados e 50 lojas, em mais de 28 cidades. E, para continuar o sucesso empresarial de uma rede em constante expansão, nada melhor do que firmar as relações entre associados e fornecedores. Pensando nisso, a rede organizou, pelo terceiro ano, a “Expo Construai”. O evento aconteceu em 25 de agosto, no Alfenas Tênis Clube, e recebeu, além dos representantes de todas as lojas da Rede Construai, 17 fornecedores de diferentes ramos da atuação civil, sendo que muitos deles são líderes de mercado em seu segmento. Em um dia movimentado, cada empresa participante teve vinte minutos para apresentar suas propostas e portfólio de produtos para grupos de associados, gerentes de vendas e proprietários. Foram apresentados, também, lançamentos das marcas e exemplos práticos de funcionamento.

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1. Sandro Oliveira, presidente da Rede Construai; 2. Luiz cláudio e Romeu, da Icasa, empresa também sul mineira, da cidade de Andradas; 3. Flávio e Hauser, representantes da Vedacit; 4. Carlos Batista, diretor de marketing da Rede Construai, conhecendo o stand da empresa Bosch; 5. Parte da equipe organizadora do evento. 46

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Sandro Oliveira, presidente da rede e proprietário da Construai (Casa Nova), da cidade de Machado, explica que a 3ª Expo Construai foi bastante importante para fomentar negócios em cada loja, mas, mais do que isso, o evento melhorou relações e fortaleceu laços entre associados e fornecedores, trazendo a organização que toda associação precisa para crescer. Flávio e Hauser, representantes da empresa Vedacit, marca conhecida em todo o Brasil e MERCOSUL, concordam com as afirmações de Sandro. A empresa participou pela primeira vez com estande no evento e destacou a importância das redes para realizar vendas em grande volume. Outro exemplo da importância da relação entre proprietário e fornecedor vem da empresa PortoKoll, especializada em argamassas e rejuntamentos, que lançou, no dia do evento, alguns produtos personalizados, com embalagens da Construai. Josias, Fábio e Acássio, representantes da PortoKoll, comentam que, além da parceria com os novos produtos, os associados são beneficiados com apoio técnico e consultorias constantes, para melhorar seu desempenho nas vendas do novo produto. O evento comemorou também a inauguração da primeira loja da rede no estado de São Paulo, em Santo Antônio do Jardim.

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EMPREENDEDORISMO

O lugar ideal para a sua empresa no sul de Minas É o que afirma o vice-presidente da FEDERAMINAS sobre o condomínio empresarial Logfenas. Por Leonardo Miranda

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mpresários, prestadores de serviços, diretores e representantes de empresas de Alfenas lotaram a sala de reuniões da Associação Comercial e Industrial de Alfenas (ACIA), todos interessados em mais informações sobre o maior e mais novo empreendimento do município. Ao convite da Logfenas, empresa responsável pelo condomínio empresarial de Alfenas, Valmir Rodrigues, contador e vice-presidente da FEDERAMINAS, ministrou uma palestra abordando o contexto econômico e político para destacar os potenciais do investimento. De acordo com Rodrigues, a desconfiança política, responsável pela crise econômica, tem seu lado positivo. Ele pontuou que os empresários que estavam preparados e sobreviveram à crise são aqueles que desfrutam das possibilidades da retomada do crescimento. “Aventureiros que já fecharam as portas ou estão estagnados não estavam preparados e perderam tempo com preocupações que tiram o foco. É neste sentido que asseguro a viabilidade do investimento”, correlacionou o contador. Rodrigues destacou que basta uma rápida pesquisa de preços para confirmar que o valor do terreno é bastante acessível quando comparado com o de um terreno urbano convencional. “E, 48

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muito além disso, o espaço é totalmente pensado para atender necessidades empresariais dos mais variados ramos. As vantagens são muitas, como economia com segurança, com conectividade e com treinamento para funcionários. As ruas planejadas, com localização privilegiada e acesso direto à rodovia BR-491, garantem praticidade e velocidade na logística. O espaço ainda conta com áreas de lazer e academias ao ar livre. E, para completar, também tem vista para o Lago de Furnas e é bem pertinho de Alfenas. Sem dúvidas, é um lugar ideal, com tudo que é preciso para garantir que o empresário fique focado no desenvolvimento de sua empresa”, argumentou. O contador também salientou que é necessário aproveitar as condições iniciais de pagamento. “Em dez anos, um terreno poderá ser valorizado em mais de 100%. Já quanto a um terreno em um condomínio empresarial, com o preço como o dos lotes da Logfenas, fica impossível mensurar o percentual de valorização, principalmente depois que os espaços passarem a ser mais concorridos!”, expôs. Após a palestra, Eduardo

Honorato, presidente da Logfenas, acrescentou que o condomínio empresarial, pioneiro na região, veio para coroar Alfenas como polo regional. Segundo ele, Alfenas foi a cidade escolhida devido a seu potencial e sua localização privilegiada para melhor atender à região. “Entre as vantagens para os moradores da cidade, está a geração de mais de 3.500 empregos diretos, além de rendimentos com impostos”, completou. Honorato também apresentou mais detalhes do condomínio, que possui 258 lotes com áreas a partir de 1.000 m², com reserva de área para conveniência, treinamento e convenções. O presidente da Logfenas destacou, ainda, que o investimento garante vantagens na hora de construir, graças às parcerias com empresas construtoras e financiamentos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS). “Os empresários podem pesquisar: o valor do lote, somado ao valor do financiamento da obra, fica mais barato do que o valor que muitos pagam de aluguel no município”, finalizou Honorato.



EMPREENDEDORISMO

O guia para além da crise Contador: o profissional que pode revelar o lado positivo das dificuldades. Por Leonardo Miranda

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o mundo do empreendedorismo, as crises podem se revelar como oportunidades para desenvolver novas estratégias. Porém, o grande desafio é saber no que investir, quando investir e como investir. Valmir Rodrigues, experiente contador, vice-presidente da FEDERAMINAS e conselheiro do CRCMG, explica que o profissional da área tem toda a formação necessária para guiar os empresários e para contornar crises. “Os contadores organizam os números, analisam e orientam a partir desses números, levando em consideração a situação do cliente e a necessidade de investir”, argumenta. Rodrigues ressalta que o contador que realmente está preparado sabe identificar quando os números demonstrarem que o benefício será maior que o custo atual. “Consciente quanto às necessidades do cliente, aliada às estratégias de crescimento e suportada pelos números, a orientação sempre será a melhor opção de investimento”, esclarece Rodrigues. Como o alvo e a hora certa de apostar são aspectos decisivos para o sucesso de um negócio, muitos empresários procuram se informar, ficando sempre atentos às novidades do setor. Outros, além de se manter informados, reconhecem tal importância e fazem questão de 50

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consultar um contador, profissional que vivencia o mercado da perspectiva de variados setores da economia. “O profissional da contabilidade está cada vez mais valorizado. Naturalmente, o contador que queira exercer essa função deverá se preparar para isso, uma vez que o mercado também se torna cada vez mais exigente”, pontua. Rodrigues comenta que o contador é fundamental para a saúde financeira de qualquer empresa, pois pode gerar economia e potencializar os lucros. “Um contador preparado é capaz de evitar que a empresa pague impostos errados. E olhe que os impostos são os maiores custos de uma empresa (em torno de 40% de tudo que ela produz)! Outra questão é que o contador é também aquele profissional que pega os documentos da empresa e os

Uma homenagem da Revista QShow a todos os contadores pelo seu dia, celebrado em 22 de setembro!

transforma em relatórios contábeis importantíssimos para uma tomada de decisão, seja ela redução de custos ou estratégia de crescimento”, observa. Quanto aos prejuízos para quem não procura serviços profissionais de contabilidade, segundo Rodrigues, eles são diversos. “Pagar impostos errados, sofrer autuação do fisco, tomar decisões erradas por não ter os controles eficientes... Uma empresa sem contabilidade é uma entidade sem memória! A ação passa a ser por sensibilidade, levando, na maioria das vezes, as empresas à ruína”, finaliza o contador.



EMPREENDEDORISMO

Novos desafios na venda a outros estados, destinada a consumidores finais. Por Magna Lenise Flores da Mota Ayres e Regina Gomes dos Santos, membros do Grupo de Trabalho Tributário do CRCMG.

C

om a introdução da Emenda Constitucional 87/2015, desde janeiro de 2016, novas regras passaram a vigorar em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas vendas interestaduais aos não contribuintes, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Antes da Emenda Constitucional (EC), as vendas aos não contribuintes localizados em outra unidade da federação eram feitas utilizando a alíquota interna do estado de origem, ou seja, aquela aplicada ao produto na sua venda no mercado local. Atualmente, a alíquota a ser utilizada é a interestadual, disposta na Resolução 22/89 do Senado Federal (via de regra: 12%, 7% ou 4%). Com essa alteração, para tais vendas, a empresa ficou obrigada a recolher o Diferencial de Alíquota (DIFAL), que passou a ser parte para o estado que vendeu a mercadoria e parte para o estado que a comprou. Em 2016, isso acontece na proporção de 40% e 60%; em 2017, 60% e 40%; em 2018, 80% e 20%; em 2019, 100% ao estado de destino. O recolhimento dos valores devidos ao estado de destino será feito por meio da Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE) a cada operação, caso a sua empresa não tenha inscrição no mesmo local. Abaixo, há um quadro ilustrativo dessa situação:

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Venda ao não contribuinte de outro estado Preço de venda Alíquota interestadual

R$1.000,00 7%

12%

4%

ICMS interno

R$70,00 R$120,00 R$40,00

DIFAL de 10%, considerando alíquota interna de 17% ao estado de destino

R$100,00 R$50,00 R$130,00

ICMS de 60% ao estado de origem

R$60,00

R$30,00 R$78,00

ICMS de 40% ao estado de destino

R$40,00

R$20,00 R$52,00

Total recolhido de ICMS

R$ 170,00


Cabe lembrar que, se o destinatário for optante pelo Simples Nacional, não haverá o recolhimento do DIFAL, em função de medida cautelar ad referendum do Plenário, que suspendeu a eficácia da cláusula nona do Convênio ICMS nº 93/2015, editada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), até o julgamento final de ação direta de inconstitucionalidade interposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Aí está o desafio: conhecer a norma fiscal dos 27 estados da federação, uma vez que, diante dessas alterações, é importante saber, no momento da venda interestadual, se o cliente é ou não

contribuinte do imposto, qual a alíquota interna do ICMS do produto comercializado naquele estado, bem como se existe algum benefício fiscal para ele, a fim de se evitar recolhimentos indevidos ou incorretos. Apurar corretamente o custo dessa operação pode definir se é realmente vantajoso ou não efetuá-la, a exemplo de empresas que estrategicamente têm foco em licitações e são afetadas com a nova modalidade imposta pela EC 87/2015, por não observarem tal aspecto no momento de participar de concorrência pública. A experiência de alguns demonstrou que as mudanças comprometeram seus resulta-

dos, tornando-os sem competitividade e forçando-os a abandonar a venda nessa modalidade a outros estados. Por tudo isso, chamamos a atenção para a imperiosa necessidade de os empresários consultarem seus contadores, que, com sua competência técnica, irão capacitá-los, bem como sua equipe administrativa e de vendedores, a entender a legislação dos estados com os quais irão comercializar, além de auxiliá-los na sistematização de seus processos, uma vez que a falta desse conhecimento pode acarretar perdas de lucratividade nas vendas realizadas. Um grande abraço e bons negócios a todos!

Regina Gomes dos Santos é Bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduada em Controladoria, com MBA em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Professora da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), coordenadora do Grupo de Trabalho da Área Tributária do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG), consultora, auditora e contadora da Ággape (Soluções Empresariais). Magna Lenise Flores da Mota Ayres é Bacharel em Ciências Contábeis e Administração, pós-graduada em Controladoria e mestranda em Administração. Professora da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e Faculdade Santo Agostinho, membro do Grupo de Trabalho da Área Tributária do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG), consultora, auditora e empresária contábil da Ággape (Soluções Empresariais). setembro de 2016

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DZARM. ALFENAS DZARM. ALFENAS RUA JOÃO PAULINO DAMASCENO, 46

COSTA BRAVA - CATALUNHA

ALESSANDRA AMBROSIO | VERÃO 2016


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