Refrigério 22ª edição março 2016

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Adílio e Gláucia Uma história de amor extremo

A mulher invisível Mãe Joana

A Dama dourada Estamos falindo nos negócios O segredo da prosperidade


Sérgio Luiz do Espírito Santo sergioluesp@hotmail.com

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Fotografia: TANYA MARKOVA II

aquele dia, quando foi ao poço de Jacó, mais uma vez, para tirar água, aquela mulher não podia imaginar que algo extraordinário estava para lhe acontecer. De repente, chega um viajante cansado e pede-lhe água para beber e o que poderia ser algo simples, uma simples gentileza da parte dela, abre caminho para uma conversa que mudaria sua vida para sempre. Mas, em princípio, ela quer saber do viajante o porquê de ele, sendo judeu, pedir água a ela, uma mulher samaritana. O texto não explica, mas ela levanta a questão devido a uma rivalidade antiga entre o povo judeu e o povo samaritano. Este último, era parte do mesmo povo judeu, mas foi dissolvido culturalmente com outros povos, no passado, e perdeu a pureza racial tão valorizada pelos descendentes de Abraão. A rivalidade foi exacerbadade tal modo, por eventos subsequentes , que,praticamente, todos os dias muitos judeus passaram a proferir maldições contra o povo samaritano, pedindo a Deus a sua destruição. Pode-se perceber que a mulher mesma não carregava o ódio mortal entre seu povo e o judeu em seu coração, mas que estranhara tal atitude do homem que ali falava com ela, dada a rivalidade histórica. Além disso, mulheres eram consideradas de pouca importância naquele tempo, principalmente entre os judeus devido ao ensino excessivamente misógino de alguns rabinos que chegavam a considerá-las desprovidas de alma, não no sentido metafórico de não possuir bondade no coração, mas literal mesmo. À pergunta da mulher: “Como, sendo tu judeu, me pede de beber a mim que sou mulher samaritana? (...)”, Jesus responde: “... Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva.” É a simplicidade dela que abre caminho para o grande presente que lhe estava reservado. Ela nem se preocupou em entender que água viva era esta de que o estranho lhe falava, mas apenas o questionou sobre como faria para tirá-la do poço fundo sem ter os aparatos necessários. É de gente como esta mulher,que Jesus falou certa vez numa oração ao Pai, dizendo: “Graças te dou o pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos.” Os sábios e entendidos desse mundo , se debruçariam sobre o significado da água viva e se perderiam em meio a elucubrações filosóficas, desprezando-a ali diante deles.

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Esta mulher simples , simplesmente creu que se ele disse que a podia dar, então daria. Então, quando Jesus lhe diz que quem beber desta água jamais voltará a ter sede, ela pede desta água a ele, mas ainda interpretando tudo literalmente, pois dizia que, assim, não precisaria mais voltar ao poço para tirá-la. Santa, humildade e simplicidade. Não era água para o corpo e que estava no poço de Jacó, mas água para a alma, que era a vida do próprio Jesus, que dessedenta que refresca, que alegra, dá paz, esperança e supre a vida interior, apesar das necessidades exteriores. Quando em certo ponto da conversa Jesus a pede que vá chamar o seu marido, ela diz: “Não tenho marido.”, Jesus, então a elogia pela sinceridade. A maioria, preocupada em agradar e adequar-se aos padrões morais, encobriria tal fato. Ela não. Tinha uma vida torta diante dos homens, mas foi o melhor que conseguira fazer em sua fraqueza. Esconder isso revela uma consciência culpada, uma existência infeliz, marcada pela auto-reprovação. Não que alguém deva acomodarse ao erro e enganar-se sobre ele, mas, esta mulher, ao assumir sua verdadeira condição, demonstrava que sabia ser o que era sem falsificações. Condição imprescindível para alguém doente receber a cura. Assim, ao provar da bondade de Jesus, da sua sabedoria e dons proféticos, ela sai entusiasmada, sem conseguir se conter, e vai anunciar aos outros de sua nação que encontrara o Cristo, o dom de Deus e levou outros tantos a buscar conhecê-lo também. Tudo isto apesar das barreiras culturais, sociais, sexistas e religiosas. Quem simplesmente crê, recebe o dom de Deus e descobre que no reino de Deus não há grego e judeu, servo e senhor, mulher e homem, branco e negro, mas todos se tornam um em Cristo. Um em espírito, mas as distinções não desaparecerão imediatamente nesta vida, pois existem outros que ainda nos vêem assim. Até que um dia a luz de Cristo os alcance também e, aí, apesar de toda a confusão criada neste mundo caído, o reino de Deus demonstrará que a mulher, tida por muitos como inferior ao homem, é resgatada no evangelho à sua posição original de ajudadora idônea, tão inteligente quanto, capaz do que só ela pode com sua psique feminina, seu jeito próprio de ser, sem que tenha de imitar o homem em sua masculinidade para sentir-se valorizada. Sendo o que só ela, como mulher, pode ser, cumprindo o seu papel na vida como criatura, filha e serva de Deus.


José Estácio A. Cavalcanti zeestacio@yahoo.com.br

assim mesmo se deixa levar pelo frenesi da vida, pelo ativismo, pela cobiça do ser e do ter, ou mesmo pelas necessidades que às vezes a vida nos impõe, normalmente terá que suportar a declaração de falência que seu corpo, alma e mente prematuramente farão. Por isso o descanso é tema freqüente na Bíblia. O Criador nos dotou de bateria vital descarregável, para que possamos, com o exemplo que Ele mesmo deu (Gênesis 2.2), atentar para essa necessidade física e espiritual. A solitude, o silêncio, o sono restaurador do físico da mente da pele, mesmo que isso só seja possível com saudável medicação, o ócio produtivo ou o lazer desestressante. Todos esses elementos são como um oásis no deserto, como carregadores divinos de nossas baterias. Até a formiga da fábula de Esopo (depois recontada por La Fontaine), sabia que no inverno iria parar. Considere que elas trabalham puramente por instinto, e nós por motivações mais elevadas. Então faça valer sua consciência: Nem a compulsão laboriosa da formiga, nem o ócio inconseqüente da cigarra. Nessa edição procuramos chamar sua atenção para focar suas energias nas coisas mais relevantes da vida, confiando Naquele que chama todos os cansados para serem aliviados, pois, no calvário, já foi realizado todo o trabalho necessário para garantir seu descanso eternamente Nele.

A vida ensina que as necessidades naturais, psicológicas ou físicas, como beber, comer, descansar, afetividade e auto-estima, entre tantas outras, quando não atendidas, cobram de nós um elevado juro de pesada carga física e emocional. Experimentei, recentemente, o poder do cansaço físico numa aventura com alguns amigos cinqüentenários como eu. Resolvemos fazer uma trilha bem puxada no pico do ibituruna, uma bonita montanha aqui da nossa região, foi uma daquelas decisões humanas misturadas com desejos e temores; pois então, o inicio foi bem agradável, estávamos curtindo a companhia e o prazer atlético da aventura, era só alegria. Contudo, depois de 4 horas lutando contra a gravidade, da terra e da idade, fomos ganhando consciência da necessidade do grande vigor físico que a empreitada requeria, eu estava exausto, mas não podia desistir, ainda tinha que descer tudo de volta, o que foi mais cansativo e pior: pernas bambas e juntas doloridas... Só pensava no momento em que tudo aquilo acabaria numa bela ducha e uma cama macia. Nesses momentos entendemos que o descanso é como água para o sedento, como tônico que refrigera a alma. Obviamente, não precisamos chegar ao exaurimento absoluto de nossas forças para começar a pensar no descanso. Quem já entendeu que essa verdade é inegociável, e 3


Ano VIII Edição XXII Março 2016

A mulher no projeto do reino de Deus 2 Descanso 3 Oração da Serenidade 5 Adílio e Gláucia, uma história de amor extremo 6 A mulher invisível 8 A espera 10 Ser feliz é uma decisão11 Provisão12 Mulherão 13 A imperfeição perfeita do casamento 14 Sarmo vinte e treis 16 Humor 17 Medo, o ladrão da alegria 18 Companhia 19 O milagre de Kate Ogg 20

22 Morrer antes, viver depois 24 A vida 25 Mãe Joana 26 Almas perfumadas 28 A Dama dourada 30 Coisas que você jamais deve falar para mães

que ficam em casa 32 Estamos falindo nos negócios 34 Das profundezas clamo a ti, Senhor 36 O cliente 37 O segredo da prosperidade 38 A arte de errar 40 Meu frágil crer 41 Qualidade no tempo 42 Casa e Lar CNPJ: 13.451.835/0001-00 Inscrição Municipal: 617613

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José Maria de Souza

Venda espaço publicitário José Maria de Souza

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A Revista Refrigério é uma publicação cristã, sem cunho religioso cuja missão é publicar argumentos e conteúdos que reforçam a proposta de espiritualidade bíblica neotestamentária verificados na vida e ministério de Jesus Cristo e de todos os seus apóstolos e discípulos que fielmente experimentaram a veracidade dos seus ensinos acerca do amor a Deus, a si mesmo e ao próximo. Sendo Jesus, a referência e o marco inicial da prática do amor e da vontade de Deus, conforme Ele ensinou e foi registrado por João, o apóstolo, no seu evangelho: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros”. João 13:34 Desvencilhamos dos temas religiosos por conveniência editorial, entendendo que para nada contribuem senão para confundir, fomentantando o sectarismo e o debate religioso inútil que amplia a distância entre as pessoas. 4


Concede-me, Senhor! A serenidade necessária para aceitar as coisas que eu não posso modificar. Coragem para modificar aquelas que eu posso e sabedoria para distinguir uma das outras. Vivendo um dia de cada vez, desfrutando um momento de cada vez. Aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz. Considerando como tu este mundo pecador como ele é, e como eu gostaria que fosse. Confiando que endireitará todas as coisas, se eu me render a tua vontade! Para que eu possa ser moderadamente feliz nesta vida e sumamente feliz contigo na eternidade. Amém.

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José Maria de Souza

Fotografias: ARQUIVO PESSOAL

jotafeviva@ig.com.br

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AVC poderia ter destruído esta família que iremos conhecer nesta matéria. Porém, as provações têm unido ainda mais o coração de um casal que está à espera do milagre. Quando fiz contato com Adílio para publicar sua história, já se contabilizava mais de oito anos que ele diuturnamente cuida com todo amor e carinho extremo de sua esposa Gláucia em estado vegetativo. Toda a dedicação de Adílio e dos filhos do casal juntamente com alguns medicamentos, têm ajudado a manter a vida de Gláucia Bezerra. Tudo começou numa manhã de setembro de 2007, Gláucia acordou sentindo-se mal, e horas depois sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Perdeu os movimentos, a fala e consciência passando a viver em estado vegetativo. Diante de tantas perdas não perdeu o marido, o radialista Adílio Bezerra.

Ele sempre esteve ao lado da esposa que ficou internada por cinco anos e meio no hospital. Alguns desses dias foram passados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), local onde ele não poderia passar a noite. Nesses momentos, ele ligava para o hospital durante a noite e pedia para que os enfermeiros dessem um recado a Gláucia: "Diga que eu a amo". O dedicado marido se dividiu entre o trabalho e o hospital por acreditar que um dia levaria a esposa para casa. "Nossos filhos faziam o mesmo e sempre acreditávamos que um dia ela iria sair de lá", conta Adílio. E foi o que aconteceu. Em dezembro de 2013 eles puderam voltar para a casa, em Boa Vista. Algumas mudanças precisaram ser feitas, e uma cama hospitalar foi instalada juntamente com outros aparelhos para melhor atender a esposa. "Nunca pensei em desistir, porque eu a amo. Somos um só", diz o radialista.

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A linda história de amor deles começou muito antes desse episódio, há 30 anos. Em 1986, quando ainda moravam em Campina Grande, na Paraíba. Adílio já tinha se encantado por ela, mesmo sem saber se algum dia teria um relacionamento com a agora esposa. "Lembro exatamente das quatro primeiras vezes que a vi: em uma agência bancária, na loja onde ela trabalhava, em uma rua quando eu estava andando de ônibus e no dia do jogo Brasil e Polônia, em 16 de junho de 1986. Nessa época, eu achava que não teria nenhuma chance com a Gláucia. Ela era muito linda, uma gata", conta Adílio. Porém o destino deu uma mãozinha para que eles se aproximassem. Gláucia começou a trabalhar na mesma rádio que Adílio e os dois acabaram ficando amigos. "Um dia eu estava andando no trabalho, quando ela me chamou de 'lindo'. Eu digo


que esse foi o primeiro milagre da minha vida, tanto é que quase não acreditei", afirma. Depois de alguns dias eles começaram a namorar e no mês seguinte foram morar juntos. "Ela cuidava de mim como ninguém", lembra. Gláucia já tinha uma filha e revelou para Adílio que também estava grávida. "Quando soube que ela estava esperando um bebê, prometi que iria criá-lo com ela", contou. Eles tiveram mais dois filhos e em 1995 oficializaram o casamento. A dor do diagnostico e prognostico medico. Quando Gláucia sofreu o AVC, os médicos disseram que ela teria entre quatro e oito horas de vida. Para a família, ela ter sobrevivido é uma grande vitória e eles acreditam sim que um dia ela irá voltar do estado vegetativo. "Enfrento provações diárias, mas acredito que tudo o que faço pela Gláucia é fichinha. Sei que se fosse o contrário, ela com certeza cuidaria de mim muito melhor do que eu cuido dela", diz Adílio, que se agarrou na fé para conseguir passar pelos momentos mais difíceis. "Um vizinho me disse que tudo dependia de Deus. Acreditei nisso e nunca mais perdi a confiança". O filho caçula do casal, Daniel Bezerra, tinha 14 anos quando a mãe adoeceu e ele também se dedica a ajudar nos cuidados com ela. "Antes do AVC, ela cuidava da gente

com muito carinho. Agora é a nossa vez de fazer isso por ela", diz. Embora a esperança de vê-la acordada novamente seja um combustível para a família, o neurologista Ruy Guilherme lembra que existem casos esporádicos e raros de pessoas que saem do estado vegetativo. Segundo ele, esse estado consiste na manutenção única do

sistema nervoso autônomo, que inclui a respiração e os batimentos cardíacos, mas exclui a consciência. Desta forma, o paciente diagnosticado com o problema tem apenas as funções vitais preservadas. Mesmo assim Adílio cuida e fica a espera do dia em que Gláucia retomará a consciência. "Quando acontecer, vou ajudá-

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la a tirar os equipamentos da traqueostomia e a gastrostomia. Ela vai voltar, eu creio nisso, e não vai demorar", afirma. Para que Gláucia saiba o que ocorreu durante os anos acamada, Adílio tem feito relatórios diários, com horários de banho, alimentação e visitas. "Assim ela vai saber tudo o que aconteceu neste período em que esteve longe de mim", adianta. Ele quer estar ao lado da mulher quando ela retomar a consciência. Na sua lida diária entre trabalho e cuidados com sua linda Gláucia, ainda encontra tempo para compartilhar com amigos e desconhecidos sua história de amor e superação. Adílio me disse que por meio das redes sociais onde tem um perfil com seu nome, sua historia já chegou a mais de 90 países , com isso ganhou admiradores e intercessores que criaram grupos de oração para ajudá-lo na realização do seu milagre que é o retorno da sua linda Glaucia à consciência e vida normal da família. Para Deus não existe impossíveis, afinal Jesus chamou para fora do túmulo e para os braços de sua família um homem que já estava morto há quatro dias em estado de putrefação, Adílio conhece este relato bíblico. Enquanto o seu milagre não chega, segue contando sua história e espera poder transformar a vida de outras pessoas por meio de sua experiência de dedicação e lealdade com a esposa.


Fotografia: VERONICA BABENKO VII

A mulher Se você se sente invisível para o marido, para os filhos, para a vida em geral, leia este texto de Nicole Johnson. Autora do Best seller a Mulher invisível onde faz uma analogia emocionante em relação ao fato de nós mulheres sermos na maior parte do tempo invisíveis.

Tudo foi acontecendo aos poucos. Algumas vezes eu entro na sala e ninguém me nota. Outras vezes eu digo “desligue a TV, por favor.” E nada acontece, então eu falo de novo, um pouco mais alto: “Desligue a TV!” Nada. Até que eu mesma vou desligá-la. Foi quando eu percebi: acho que eles não podem me ver. Acho que ninguém pode me ver. Eu sou invisível. Tudo começou a fazer sentido, os olhares em branco, a falta de respostas, a forma como as crianças entram na sala enquanto eu estou ao telefone e pedem alguma coisa. Ninguém pode ver se eu estou no telefone, ou cozinhando, ou lendo. Eu sou invisível. Alguns dias eu sou apenas um par de mãos, nada mais: Você pode consertar isso? Você pode amarrar isso? Você consegue abrir isto… Meu marido e eu estávamos numa festa há horas. Eu já estava pronta para ir embora. Eu fui saindo. Ele estava conversando com um amigo e... Continuou conversando. Ele nem se virou. Foi então, que eu percebi: ELE NÃO CONSEGUE ME VER. Eu sou INVISÍVEL! Eu sou INVISÍVEL! Eu fui notando cada vez mais. “Um dia eu estava levando meu filho Jake para a escola, segurava a mão dele, estávamos prestes a atravessar a rua quando o guarda de trânsito disse-lhe: – Quem é esta senhora com você, jovem? Meu filho respondeu: – Ninguém. Ninguém?

O guarda e eu sorrimos. Ele só tem cinco anos e eu não sou “ninguém.” Numa noite dessas, nosso círculo de amizades se reuniu... Celebrando a Volta de uma amiga da Inglaterra. Janice contava tudo sobre a viagem e eu olhava as outras mulheres na mesa. Eu tinha me maquiado no carro, usava um vestido qualquer e meu cabelo sujo estava com um prendedor velho. Eu estava me sentindo ridícula. Janice veio até mim e disse: “EU TE TROUXE ISTO.” Era um livro sobre as grandes catedrais da Europa. Eu não entendi até ler a dedicatória: “Para Charlotte, com admiração pela grandeza do que você está construindo quando ninguém vê.” Devorei o livro. Não se sabe os nomes de quem construiu as grandes catedrais. Você procura, mas só acha: “Construtor desconhecido” Desconhecido... Eles completaram obras sem saber se jamais seriam reconhecidos. Descobri quatro verdades interessantes acerca destes personagens sem nome e mérito por suas obras: (1) Ninguém pode dizer quem construiu as grandes catedrais, não temos nenhum registro de seus nomes. (2) Estes construtores deram suas vidas por um trabalho que nunca os veria acabado.

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(3) Eles fizeram grandes sacrifícios e não esperavam crédito. (4) A paixão de sua construção foi motivada pela sua fé que só os olhos de Deus viam tudo… Certo dia um homem veio visitar a catedral que estava sendo construída, e viu um artesão esculpindo um pequeno pássaro no interior de uma viga. Ficou intrigado e perguntou: “Por que você está gastando tanto tempo esculpindo essa ave em uma viga que será coberta pelo telhado? Ninguém nunca vai ver.” E o operário respondeu: “Porque Deus vê.” Eles acreditavam que Deus vê tudo. Deram sua vida por obras que nunca viram concluídas. Algumas catedrais levaram mais de 100 anos para ficarem prontas. Isso é muito mais que a vida útil de um trabalhador. Sacrificaram-se dia após dia, para não terem qualquer reconhecimento. Numa obra que não veriam concluída. Um dos escritores chega a dizer, que nenhuma grande catedral será novamente erguida... Porque há pouquíssimas pessoas dispostas a tanto sacrifício. Fechei o livro, sentindo que era o que faltava para entender minha vida. Era quase como se eu ouvisse Deus a me sussurrar: “Eu te vejo Charlotte. Eu vejo os sacrifícios que você faz todos os dias, mesmo quando ninguém mais o faz. “VOCÊ NÃO É INVISÍVEL PARA MIM.” “NENHUM SACRIFÍCIO É TÃO PEQUENO QUE EU NÃO VEJA.” “EU SORRIO AO VER CADA BOLO, CADA BOTÃO PREGADO...” “VEJO CADA LÁGRIMA DE DECEPÇÃO QUANDO AS COISAS

VÃO MAL.” “Mas lembre-se: VOCÊ ESTÁ CONSTRUINDO UMA CATEDRAL.” “ELA NÃO FICARÁ PRONTA DURANTE A SUA VIDA.” “E, INFELIZMENTE VOCÊ NUNCA ENTRARÁ NELA.” “Mas se você construí-la bem, EU ENTRAREI.” Às vezes, a invisibilidade me afligia. Mas entendi que ela não é a doença que apaga a minha vida. Ela é a cura para a doença do egocentrismo. É o antídoto para o meu orgulho. Não importa se os outros não me vêem. Não importa se meu filho não disser a um amiguinho que for lá em casa: “Você não vai acreditar no que a minha mãe faz: Ela acorda às quatro da manhã, cozinha, passa roupa...” Ainda que eu faça tudo isso. Eu quero que meu filho, se sinta feliz ao voltar pra casa e diga ao seu amiguinho: “Você vai adorar ir lá em casa!” Eu me vejo como uma grande artesã, em um trabalho que nunca vai ser terminado… Como mães, estamos construindo grandes catedrais. Nós não podemos ver se estamos fazendo certo. Um dia, é muito possível que o mundo fique maravilhado com o que temos construído, mas se não for assim… Deus vê a beleza que foi adicionada, com os sacrifícios das mulheres invisíveis.

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Eu te espero porque me fazes ver as cores da primavera Mesmo que a chuva fina caia lá fora, e o frio me acompanhe... Eu te espero porque me fazes sorrir.. Mesmo que uma lágrima silente insista em cair Eu te espero porque fazes dos meus dias rimas e canções Porque trazes contigo toda a paz serena da eternidade.... Eu te espero porque o teu amor me basta. E em ti estou completa, refeita, feliz, inebriada, bela, imaculada! Eu te espero... Porque até a espera longa se torna prazer Quando apenas sonho que já vais chegar.

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Fotografia: 123RF

mília está agora com 92 anos, delicada, bem vestida, com o cabelo bem penteado e um semblante calmo, teve necessidade de se mudar para uma casa de repouso. João seu marido faleceu recentemente e a mudança tornou-se necessária, pois ela ficou cega e não tinha quem a pudesse amparar no seu lar. Uma neta dedicada acompanhou-a. Após algum tempo onde aguardou pacientemente na sala de espera, a enfermeira veio avisá-las que o quarto estava pronto. Enquanto caminhavam, lentamente, até o elevador, a neta, que já tinha visto os aposentos, fez-lhe uma descrição visual do seu pequeno quarto, incluindo as flores na cortina da janela. A senhora sorriu docemente e disse com entusiasmo: Adorei! Mas... A senhora nem viu o quarto! Observou a enfermeira. Ela não a deixou continuar e acrescentou: A felicidade é algo que decidimos antes. Se eu vou gostar do meu quarto ou não, não depende de como os móveis estão arranjados, e sim de como eu os arranjo na minha mente. E eu já decidi que vou gostar do meu quarto... E continuou: é uma decisão que tomo cada manhã quando acordo. Eu tenho uma escolha, posso passar o dia na cama a remoer as minhas dificuldades e lamentar-me das partes do meu corpo que já não funcionam como devia há muito tempo, ou posso sair da cama e estar e sentir-me grata por mais esse dia. Cada dia é um presente, e os meus olhos abrem-se para o novo dia das memórias felizes que armazenei... A velhice é como uma conta no banco, minha filha... De onde só se retira o que se colocou antes. Comece, sem demora, a depositar felicidade na conta do banco das suas lembranças, para podê-las resgatar sempre que desejar.

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Eliseu perguntou-lhe: "Como posso ajudá-la? Diga-me, o que você tem em casa?"E ela respondeu: "Tua serva não tem nada além de uma vasilha de azeite" (2 Reis 4:2)

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ma viúva estava em dificuldades que não eram resultado de erros seus, mas de circunstâncias fora de seu controle e ela foi procurar o profeta em busca de orientação. O profeta ouviu a sua descrição do problema e ficou pensando em como ajudá-la. O profeta então pergunta o que ela tem. Que recursos ela dispõe que possam ser usados para ajudar a solucionar o problema. A mulher então confessa que não tem nada, apenas uma vasilha de azeite. Quando os discípulos chegaram para Jesus com a questão de que a multidão que o ouvia estava com fome, Jesus pergunta aos discípulos o que eles dispunham para resolver o problema. Os discípulos disseram que não tinham nada além de 5 pães e 2 peixes. Nos dois casos a atitude foi a mesma: a de menosprezar o que tinham por acharem pouco ou insignificante para a situação. Nos dois casos a solução passou por uma atitude de obedecer a palavra de instrução que foi dada. O que parecia impossível aconteceu. A viúva pagou a dívida e os discípulos alimentaram cinco mil pessoas. Muitas vezes as soluções para as nossas dificuldades está justamente naquilo que acreditamos ser pouco ou insuficiente para resolvê-las. Muitas vezes recebemos a direção do que fazer, mas não temos coragem de obedecer por não acreditarmos que o pouco poderá ser multiplicado. Não menospreze o que Deus investiu em você. Ainda que lhe pareça sem valor mantenha a atitude de que Deus pode usar o pouco e transformar em abundância no momento certo. "Senhor, ajuda-me a crer no teu poder de multiplicar o pouco cada vez que for necessário para abençoar."

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eça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1,80m, siliconada, sorriso colgate. Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Malu Mader, Letícia Spiller, Adriane Galisteu, Luma de Oliveira, Bruna Lombardi, e outras. Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão. Aí, a gente descobre que tem uma em cada esquina, que tem um montão delas por aí. MULHERÃO é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome. MULHERÃO é aquela que vai de madrugada para fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 880 reais. MULHERÃO é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta-feira, e uma família todos os dias da semana. Mulherão é aquela que volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento. MULHERÃO é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista. MULHERÃO é aquela que leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos na natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz. MULHERÃO é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite. MULHERÃO é aquela que leciona em troca de um salário mínimo, quem faz serviços voluntários, colhe uva, é opera pacientes, é lava roupa para fora, bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão. MULHERÃO é aquela que cria filhos sozinha, dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. MULHERÃO é aquela que sabe onde cada coisa está o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia. Mulherão é aquela que, se ainda sobrar um tempinho, espreme as espinhas do marido, arranca os pelos encravados da barba dele, ta sempre disposta a uma noite de amor. Lumas, Brunas, Carlas, Luanas, Marias e Sheilas: mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão, mulherão mesmo, é aquela que mata um leão por dia, enquanto carrega pedras nos intervalos. Martha Medeiros

O encanto pode enganar, e a beleza logo desvanece. A mulher que merece admiração é a que vive no temor do Eterno. Dê a ela tudo que ela merece! Adorne sua vida com elogios! Provérbios 31:30 a 31 - Bíblia “A Mensagem”

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Diana Cantor Martinez

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imperfeição no casamento tem uma beleza que é poucas vezes apreciada. A vida em casal se torna uma luta constante para alcançar o perfeito e imaculado, e nessa corrida a vida passa, quase como um desperdício, porque a realidade é que a perfeição

não existe. A única coisa que pode aliviar essa carga na busca constante de melhorar as condições do casamento, é aprender a querer e a valorizar o que já alcançaram com o passar dos anos, é entender que a felicidade é simplesmente imperfeita e nunca

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completa. Continue lendo e descubra como o casamento pode continuar sendo uma experiência maravilhosa, apesar de sua imperfeição:

É BOM PENSAR DE FORMA DIFERENTE

É incrível como muitos casamentos são desgastados em discussões intermináveis, porque eles não têm a mesma opinião sobre os diferentes temas da vida. Embora seja necessário que, como cônjuges, se identifiquem com os mesmos valores e persigam os mesmos objetivos, não significa que devem pensar exatamente igual. Cada um pode ter sua própria opinião, a qual o outro deve respeitar e tentar entender, podendo assim sempre chegar a acordos para o bem-estar da família.

É BOM SABER QUE VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO EM TEMPOS DIFÍCEIS

Ninguém gosta de ter problemas e só se tornam uma experiência boa ou má quando eles foram resolvidos. No entanto, suas próprias doenças ou doenças dos filhos, a crise econômica e os problemas em geral, tornam-se uma oportunidade para você valorizar a companhia, o amor, o afeto e o apoio da pessoa que lhe acompanha nesta jornada que é o casamento.

MANTER O AMOR VIVO, UMA MOTIVAÇÃO CONSTANTE

Durante o noivado, os primeiros meses de casamento, e até mesmo os primeiros anos para alguns casais, o amor parece fluir como uma fonte inesgotável. Parece que não precisa de esforço algum para expressar todo esse sentimento e esse carinho que se sente pelo marido ou esposa. Com o tempo, essa fonte natural vai se esgotando, parece que a luz se apaga e a magia diminui um pouco, para não dizer completamente. Muitos casais chegam ao ponto de permanecer unidos mais por costume ou interesses particulares do que pelo sentimento de amor que é o que deve prevalecer. Então é necessário entender que o amor em si não é inesgotável e inalterável e que é necessário trabalhar nele todos os dias. Parte de sua beleza é compreender que é preciso esforço para mantê-lo vivo e nunca tomá-lo como garantido.

VER O CÔNJUGE COM A PERSPECTIVA ADEQUADA

Compreender a imperfeição de seu cônjuge faz com que você seja um pouco mais tolerante. Você precisa entender que ele é tão humano quanto você, que comete erros, tem medos, que não importa a idade nunca tem a vida definida. Grande parte da decepção que o casamento traz para muitas pessoas é ficar cara a cara com a realidade de uma pessoa que foi idealizada. Portanto, pense que você tem em casa apenas uma pessoa imperfeita e que você deve valorizar que em meio a essa imperfeição ele luta para dar-lhe o melhor. O casamento é assim, imperfeito, as dificuldades e problemas são parte do seu charme. No final, quando você olha para os seus filhos ou quando finalmente aquilo que vocês têm sonhado começa a tomar forma, você sabe que as lágrimas, o esforço e as alegrias valeram a pena. Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original La perfecta imperfección del matrimonio. 15


O sinhô é meu pastô e nada há de me fartá Ele me faiz caminhá pelos verde capinzá Ele tamém me leva pros córgos de águas carmas Inda que eu tenha que andá nos buraco assombrado lá pelas encruzinhadas do capeta não careço tê medo de nada a-modo-de-quê Ele é mais forte que o “coisa-ruim” Ele sempre nos aprepara uma boa bóia na frente de tudo quanto é maracutaia E é assim que um dia quando a gente tivé mais-prá-lá-doque-prá-cá nóis vai morá no rancho do sinhô pra inté nunca mais se acabá...

Êêêêêêtttttta sarmo bão sô!!!


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Fotografia: Romain Laurent

Daniel de Carvalho Luz

E

le era um ladrão profissional. Seu nome inspirava medo. Ele aterrorizou durante 13 anos as diligências de Wells Fargo, rugindo como um furacão e saindo da Sierra Nevada assombrando os mais rudes homens da fronteira. Nos jornais de São Francisco a Nova Iorque seu nome se tornou sinônimo de perigo na fronteira. Durante seu reino de terror, entre 1875 e 1883, ele roubou a bagagem e o fôlego de 29 diferentes tripulações de diligências. E fez tudo isto sem disparar um tiro sequer. Sua arma cobria seu rosto. Nenhuma vítima jamais o viu. Nenhum artista pôde fazer seu retrato. Nenhum delegado pôde seguir sua trilha. Ele nunca deu um tiro ou seqüestrou alguém. Ele não precisava fazê-lo. Sua presença era o bastante para paralisar as pessoas. Black Bart. Um bandido encapuzado, equipado com uma arma mortal. Ele faz lembrar outro ladrão que ainda anda por aí. Você o conhece, mas também nunca viu seu rosto. Você não pode descrever sua voz ou fazer seu retrato falado. Mas quando ele está por perto, você o sente por causa das batidas do seu coração. Se você já esteve num hospital, já sentiu o toque de sua mão áspera sobre a sua. Se você já sentiu que alguém o estava seguindo, já sentiu sua respiração no pescoço. Se você acordou tarde da noite num quarto estranho, foi seu terrível sussurro que roubou seu sono. Você o conhece. Ele é o ladrão que fez as palmas de suas mãos suarem quando foi ser entrevistado para um emprego. E foi esse patife que segregou em seu ouvido ao deixar o cemitério: “Você pode ser o próximo!”. Ele é o Black Bart da alma. Ele não quer o seu dinheiro. Ele não quer seus diamantes. Ele não está querendo seu carro. Ele quer algo muito mais importante. Ele quer a paz

do seu espírito - sua alegria. Seu nome? Medo. [...] O medo é provavelmente a causa principal do potencial perdido. Quantas pessoas, através da história, malograram na consecução de seus objetivos porque deram as costas a oportunidade: sentiram medo. Não faltam oportunidades e desafios. Novos empreendimentos comerciais precisam ser estabelecidos. Escolas precisam ser fundadas. Livros precisam ser escritos. Leis precisam ser promulgadas. Vacinas precisam ser descobertas. A poluição precisa ser controlada. Quem sabe se você não é a pessoa indicada para atender a uma destas necessidades, ou a alguma outra dentre milhares e milhares? A propósito, lembra-se do Black Bart? Afinal, ele não era nada a temer. Quando o capuz caiu, não havia nada a temer. Quando finalmente as autoridades prenderam o ladrão, não encontraram o bandido sanguinário do Death Valley (vale da morte); encontraram um farmacêutico bem comportado de Decatur, Illinois. O homem que os jornais apontavam como alguém que galopava pelas montanhas sempre em alta velocidade. Na realidade, tinha tanto medo de cavalos, que praticava seus assaltos viajando numa pequena carruagem. Ele era Charles E. Boles - o bandido que nunca deu um tiro, porque nem sequer carregava pistola! Existem “falsos capuzes” no seu mundo? Desmascare-os. Viva! Sonhe! Planeje!

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E sobretudo realize.

Fonte: Livro Insight I.


Fotogra�ia: Dan Buettner

“Case- se com alguém que você gosta de conversar… Por que quando o tempo for seu inimigo e as linhas de expressão dominarem sua face e sua vitalidade não for como você gostaria, tudo que restará são bons momentos de conversa com alguém que viveu com você muitas histórias, que segurou as suas mãos inúmeras vezes, que lhe abraçou quando sabia que precisava e que lhe falou a palavra no tempo certo. Vai se lembrar ao longo da vida de momentos felizes, engraçados, apaixonados e vocês ainda vão rir muito juntos. Então lembre-se que a beleza passa, pois é vã. Mas o carinho , o respeito, o conhecimento este aumenta a cada dia. Então case-se com alguém que realmente você gosta de conversar, porque ao longo dos anos, isso fará toda a diferença…”

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20 20

Fotografias: ARQUIVO PESSOAL

E

sta belíssima história aconteceu em 25 de março de 2010. Grávida de um casal de gêmeos, Jamie e Emily. A australiana Kate Ogg na 27ª semana de gestação precisou passar por uma cesariana de emergência. No bloco cirúrgico Emily a menina veio ao mundo primeiro com 920 gramas. Mas o parto de Jamie foi complicado e ele não conseguia respirar. Rapidamente, os médicos tentaram fazer os procedimentos de emergência, mas 20 minutos depois Jamie continuava sem ar. Esgotadas todas as tentativas para mante-lo vivo. O recém-nascido foi declarado morto. O Obstetra perguntou à Kate e seu marido se eles já haviam escolhido o nome do menino. “Jamie” foi a resposta. O medico abatido disse ao casal: “Nós perdemos Jamie. Ele não conseguiu. Sinto muito… Kate disse mais tarde em uma entrevista que estas foram as piores palavras que já ouviu em sua vida. Reagindo como só uma mãe sabe reagir em relação a seus filhos, ela então pediu para abraçar o filho e cantar uma canção de ninar para despedir-se do menino. “Tirei a camisola hospitalar e o ajeitei em meu peito com a cabeça dele sobre meu braço e só fiquei ali o segurando. junto ao meu corpo, em contato com minha pele. (devido à prematuridade, ele nasceu com aproximadamente 1 Kg) Ele não estava fazendo nenhum movimento e nós simplesmente começamos a conversar com ele. Nós dissemos a ele qual era o nome dele e que ele tinha uma irmã. Dissemos a ele as coisas que queríamos fazer com ele durante a vida inteira dele”. E foi aí que o “milagre” aconteceu. Durante os minutos em que Kate e seu marido se despediam do pequeno, Ela sentiu então um pequeno

espasmo, como se o bebê buscasse por ar, vindo do corpinho de Jamie, mas o seu médico disse-lhe que isto era apenas um reflexo natural pós-morte. Mas ela segurou e permaneceu falando com seu filho durante 2 horas, aconchegando-o junto a si.


O pequeno Jamie começou a buscar por ar mais frequentemente. Kate teve o instinto de dar um pouco de seu leite na ponta de seu dedo para seu filhinho. E ele aceitou o leite de sua mãe! Ela pensou: “Meu Deus! O que está acontecendo?“. Logo após, Jamie abriu seus olhos… Um verdadeiro milagre! O pequenino segurou o dedo de sua amorosa mãe, abriu seus olhos e movimentou sua cabeça. O médico, surpreso, conferindo com seu estetoscópio, ouviu o peito de Jamie e só ficava balançando a cabeça. Ele disse, ‘Eu não acredito, eu não acredito nisso. Kate acreditava como só uma mãe sabe acreditar na vida! E hoje sua família está completa. Miraculosamente completa. “Eu queria conhecê-lo e disse a ele que ele deveria conhecer a gente. Se ele estava em seu caminho para longe do mundo, nós queríamos ao menos que ele soubesse quem eram seus pais e que soubesse que nós o amávamos antes dele morrer. Nós nos conformamos com o fato de que o havíamos perdido; nós estávamos apenas tentando tirar o máximo proveito daqueles últimos momentos“, disse Kate ao Today. O garoto que voltou à vida surpreendeu a todos e, segundo a Dra. Lisa Eiland, do Weil Cornell Medical Centre de Nova York, nos EUA, há uma explicação científica para o que aconteceu. “O que é importante é o calor provido pela mãe e a estimulação que o bebê provavelmente recebeu ao ouvir o coração da mãe batendo“, explica. Popularmente,

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isso é conhecido como “efeito canguru”, uma vez que o calor do peito da mãe emula a sensação de segurança de uma bolsa de canguru. David Ogg dá todo o crédito para sua “esposa muito forte e inteligente” “Ela instintivamente fez o que fez”, Ogg disse ao Daily Mail. “Se ela não tivesse feito isso, então Jamie provavelmente não estaria aqui.” Amor de mãe é realmente algo incrível!


Ed René Kivitz

A Páscoa cristã celebra o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na Páscoa cristã o sangue dos animais sacrificados para remissão de pecados é substituído pelo corpo e sangue de Jesus Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, imolado de uma vez para sempre, sacrifício que repercute por toda a eternidade: desde antes da fundação do mundo o sangue de Jesus era conhecido, afirmam os apóstolos. Como já foi dito, para que Deus pronunciasse "haja luz", foi necessário que antes tivesse pronunciado "haja cruz". Somente o sacrifício de Jesus Cristo dá sustentação a um mundo que, não obstante sua maldade permanece alvo da misericórdia e graça de Deus. Sendo verdade que a morte de Jesus Cristo

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possibilita a existência, sua ressurreição dá sentido a ela. Na ressurreição de Jesus Cristo há a inversão da polaridade da vida. O paradigma "viver antes, morrer depois", em Jesus Cristo é substituído por "morrer antes, viver depois". A real densidade da vida é aquela que Jesus Cristo conquista em sua ressurreição. O ressuscitado tem uma vida que não morre mais. A vida em sua plenitude exige a morte; somente depois de morrer é possível viver verdadeiramente. Quem vive preso ao paradigma antigo: "viver antes, morrer depois", está preso a uma qualidade de vida finita, contida nos limites da mortalidade. Por mais que se esforce para superar o drama da morte, estará sempre combatendo um inimigo com quem não se pode negociar. Tentará superar


Seguir a Jesus Cristo é colocar os pés na rota da vida eterna. Vida com qualidade divina que não se esgota nos limite do corpo mortal, mas se plenifica no corpo da ressurreição, quando o mortal se reveste de imortalidade e o corruptível de incorruptibilidade. A vida eterna é mais do que vida para sempre e sua realidade diz respeito a algo mais do que tempo de existência. Não importa tanto quanto tempo vou viver, mas que tipo de vida anima meu ser. Quem acredita que a vida é o que se tem até que a morte chegue, concentrará todos os seus esforços e energias em conquistar o melhor possível aqui e agora. Quem sabe que a plenitude da vida está para além do túmulo, que fica vazio na ressurreição, saberá viver aqui e agora além dos limites do morrer, terá a verdadeira vida desde já, pois Jesus Cristo prometeu: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente".

Fotografia: 123RF

sua finitude com as coisas efêmeras da existência: o retardamento do envelhecimento, a entrega insaciável ao prazer, conforto e bem estar, ou será vítima do encharcamento da náusea e do desespero. A morte estará sempre à espreita, revestindo de transitoriedade tudo aquilo a que o iludido tenta se apegar para vencer sua condição mortal. Aquele que vive sob o novo paradigma da ressurreição: "morrer antes, viver depois", encontra e desfruta a verdadeira e real dimensão da vida. Não pode ser ferido pela morte, pois já morreu e ressuscitou. Na linguagem de Jesus, "passou da morte para a vida", isto é, já não vive mais aprisionado pelo medo da morte e não teme a carência de coisa alguma, pois já experimenta o que não se pode perder. É capaz de desfrutar sem possuir, fruir o efêmero e caminhar sereno pela sexta-feira da paixão, pois seguro está na promessa e na esperança do domingo da ressurreição.

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Madre Tereza de Calcutá

A vida é uma oportunidade, aproveite-a... A vida é beleza, admire-a...

A vida é felicidade, deguste-a...

A vida é um sonho, torne-o realidade... A vida é um desafio, enfrente-o... A vida é um dever, cumpra-o... A vida é um jogo, jogue-o...

A vida é preciosa, cuide dela...

A vida é uma riqueza, conserve-a... A vida é amor, goze-o...

A vida é um mistério, descubra-o... A vida é promessa, cumpra-a... A vida é tristeza, supere-a... A vida é um hino, cante-o...

A vida é uma luta, aceite-a...

A vida é aventura, arrisque-a... A vida é alegria, mereça-a... A vida é vida, defenda-a...


Fotografia: 123RF

(Leandro Salum)

Eu que sou Joana Sou humana Sofredora.

Eu que não sou nada Abandonada Progenitora.

Eu que não tenho casa Tenho asa Protetora.

Eu que não tenho vício Tenho filhos Sou tutora. Eu que não faço vida Pois tenho lida Batalhadora. Eu que nesta idade Com dificuldade Vencedora. Eu que sou Joana Sou humana Sonhadora.

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Fotografia: Ekaterina Solovyova

Ana Cláudia Saldanha Jácomo

T

em gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro.

(Para minha avó Edith)

E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não

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liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel. Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito


Pintura por Pino Daeni II

de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração. Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a

gente ri grande que nem menino arteiro. Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, p o rq u e a c re d i t o que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.

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Sérgio Luiz do Espírito Santo sergioluesp@hotmail.com

A César o que é de César ( R E S E N H A C R Í T I C A D O F I L M E “A DA M A D O U R A DA” )

No filme A dama dourada de Simon curtis, Ryan Reinolds e Helen Mirrem são dois descendentes de judeus austríacos – um advogado e o outro cliente, respectivamente – Em busca de justiça, pleiteando a restituição de um famoso quadro roubado pelos nazistas.

F

ilmes sobre o holocausto sempre podem render boas histórias pois, o tema além de interessante por si mesmo, pode ser apresentado de vários modos sem que tenha de ser muito explicado. É história, e história que gera interesse, que comove, entristece e leva à reflexão, o que, no caso desta, faz com que a vida de Maria Altmann (Helen mirrem), uma idosa simpática e que sempre diz o que pensa, desperte curiosidade. Ao ser apresentada ao jovem e inexperiente advogado Randy Schoenberg (Ryan Reinolds), ela expõe o seu problema e o que parecia ser apenas uma consulta simples, torna-se um divisor de águas na vida de ambos. Esta é a história contada em A dama dourada (Estados Unidos - Reino Unido – 2015) que passa a impressão de dois Davis, um jovem e outro idoso sendo ambos descendentes de judeus, lutando contra o Golias do governo austríaco. Jovem e atrapalhado, Randy, a princípio, mostra o caso para o seu mais novo chefe buscando despertar interesse nele para a empreitada jurídica, mas recebe apenas uma licença para ir à Áustria investigar sem garantias de que a firma se envolveria. Casado e com um bebê a caminho, ele parte juntamente com Maria para Viena em busca de

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uma solução para o seu caso: Obras de arte de sua família que foram roubadas pelos nazistas e que se tornaram patrimônio do estado. O quadro que dá nome ao filme é o “Woman in gold” do pintor vienense Gustav Klimt e que, agora, estava exposto em Viena com um nome que não o identificava com a questão nazista. A história é contada com a alternância entre os acontecimentos atuais em cenas ensolaradas, e os negros dias da invasão nazista em flashbacks em um tom dessaturado que dá ao filme o toque dramático. Nas cenas sobre o passado, a família de Maria sempre está em evidência sendo o seu drama particular um retrato do drama de todas as famílias judaicas daquele tempo. O filme se dedica a, especificamente, revelar como os nazistas se apoderaram dos bens da família de Maria e como ela chegou aos Estados Unidos. Embora esse pudesse ser um filme de tribunal por ser o caso de grande importância para Maria, especificamente, e para a humanidade genericamente, o diretor Simon Custis decide pular muitas das etapas burocráticas do processo jurídico para explorar um pouco mais o drama envolvido na questão pessoal de Maria. E, conquanto as dificuldades existentes na questão por razões políticas tenham ficado evidentes, o filme não explora com profundidade a luta de Randy contra o sistema austríaco, mas enfatiza a dor da família quando da chegada dos nazistas, a prisão domiciliar, o confisco dos bens, sendo que alguns deles tinham valor mais que monetário, como o violoncelo do patriarca. A mulher vestida de dourado no quadro, era Adele Bloch-Bauer, tia de Maria altmann. Pouco antes de morrer, como se descobre mais tarde, Adele doara o quadro ao museu de Viena, o que se torna uma brecha na lei austríaca para ser explorada nos tribunais a favor de Maria. Antes mesmo dos desdobramentos finais e ainda sem saber se conseguiria o quadro de volta, Maria tem uma conversa com o curador e empresário de Nova


York, Ronald Lauder, conhecido na vida real por reunir obras da comunidade judaica. Lauder, já esteve envolvido em polêmicas, quando outro descendente de austríaco alegou que um dos quadros de sua família fora roubado e constava do acervo de Lauder, tendo sido adquirido pelo curador por um vendedor não legalizado. O filme, embora conte com um elenco de primeira, não é uma super produção dado o caminho escolhido por Curtis para contar a história. A impressão que se tem é que a história rende assunto demais e era preciso escolher o que contar ou, quem sabe, os elementos da história que impressionaram Curtis, foram esses? O papel de Reinolds como Schoenberg não o apresenta como um grande advogado, com um discurso bem elaborado e táticas precisas. Ao contrário, apresenta-o tímido, inseguro e confiante na justiça, o que o faz o um pouco ingênuo, um verdadeiro Davi diante do gigante Golias. Em um certo momento, ele mesmo questiona suas motivações para ajudar Maria quando, ao pesquisar, descobre o valor da obra de arte, o que o faz duvidar da própria honestidade, dando a impressão que ficara assombrado com o valor e com a possibilidade de estar em algo grande demais, além de suas expectativas e capacidade. Kate Holmes, sua esposa no filme, atua como uma figurante, sendo a esposa que aparece de vez em quando para questioná-lo ou, às vezes, apoiá-lo como nesse momento de angústia sobre o caso. Embora o filme não detalhe todo os pontos da história, várias figuras do drama real aparecem ainda que meio de sopetão. O jornalista Hubertus Czernin, por exemplo,

é figura imprescindível nos desdobramentos do caso, pois descobriu em 1998 que os argumentos jurídicos do governo austríaco não se aplicavam ao caso de Maria e, portanto, o quadro deveria ser devolvido a ela. Há cerca de cem mil obras de arte ainda nas mãos de vários governos, que não foram restituídas aos descendentes das vítimas do holocausto. O tema da questão da restituição das obras de arte é por demais vasto e já rendeu outros filmes, cada um descrevendo a história a seu modo. A dama dourada, encanta pelo modo como humaniza a questão não restringindo-a aos tribunais e a firulas jurídicas da atualidade, mas relembra, no drama de uma única família, o que custou aos milhares de judeus a sanha hitlerista de exterminar o povo, tratado pelos nazistas, como inferior. E esse custo vai muito além das obras de arte roubadas e não pode jamais ser restituído. Maria Altmann e o quadro de sua tia

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Fotografia: 123RF

Mães são muitas vezes receptoras de comentários que fazem com que se sintam menos importantes ou valorizadas. Se você é uma dessas pessoas, JAMAIS aceite ou faça um comentário deste tipo.

Wendy Jensen

Mães. Elas trabalham 24 horas por dia, 365 dias por ano - horas extras nos feriados, sob estresse e demandas e necessidades constantes, executam todos os tipos de tarefas insanas e raramente, ou nunca, têm uma pausa. Se por acaso elas conseguem uma pausa ou sair de férias, seus pensamentos são consumidos com preocupações sobre os filhos e todas as coisas que terá que fazer quando chegar em casa. Além desse trabalho de tempo integral (até mais que isso), algumas mães também possuem trabalhos fora de casa ou trabalham em casa. Isso também pode se aplicar aos pais ou responsáveis. Como eles fazem isso? No entanto, às vezes parece que as mães que ficam em casa são subestimadas pela sociedade de hoje. Família, amigos ou estranhos às vezes podem fazer comentários que fazem as mães se sentirem pouco ou nada importantes. Infelizmente, uma grande quantidade de comentários rudes vem de outras mães. Independentemente se você for um amigo, um parente, outra mãe ou um estranho, há coisas que soam como julgamento ou dolorosas, mesmo que você tenha boas intenções, quando fala com uma mãe que é dona de casa. "Eu gostaria de poder me dar ao luxo de ficar em casa", ou "Seu marido deve ganhar muito dinheiro!" ou "Eu não estou tão bem 30

quanto você, então não posso ficar em casa." Muitas vezes, esta afirmação vem de mães que trabalham, que provavelmente comentam devido ao seu próprio desejo de ficar em casa com seus filhos. No entanto, ela faz parecer como se a mãe que fica em casa estivesse vivendo uma vida de luxo. Provavelmente, o dinheiro está apertado. Independentemente disso, é um sacrifício financeiro. É uma decisão difícil - trabalhar ou ficar em casa, mas devemos ter cuidado para não julgar uns aos outros por causa disso. "Você não trabalha?!" ou "Para que você fez faculdade?" ou "Você não quer contribuir para a casa?" Acredite ou não, as mães ESTÃO trabalhando. O tempo todo. Estamos de plantão 24 horas por dia. Contribuímos para a casa de uma forma muito significativa. Os diplomas da faculdade também vêm a calhar. Muitas mães controlam as finanças e pagam as contas, compram mantimentos, limpam a casa, o que inclui - roupas, louça, chão, recolhem brinquedos, limpam banheiros - cuidam de machucados e contusões, higienizam a casa após fraldas tóxicas e problemas de estômago, limpam a casa (sim, eu disse isso duas vezes), acompanham cronogramas, ensinam crianças e as ajudam com o dever de casa. A lista continua. Um diploma universitário e a experiência da faculdade ajudam nesta arena. Que outro trabalho exige tantas habilidades, horas e capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo? Nenhum. E, eu mencionei que não é remunerado? Mas há muitos beijos e abraços, então isso ajuda. "Deve ser bom ficar em casa e não fazer nada o dia todo", ou quaisquer sentenças que assumem ou sugerem que ser uma dona de casa é fácil e livre de estresse. Embora ser mãe seja um trabalho importante com muitas recompensas e alegrias, eu acho que nenhuma mãe diria que é fácil ou livre de estresse. Existe uma suposição de que as mães


passeiam o tempo todo, indo à manicure e pedicure, assistindo filmes e comendo chocolates o dia todo? Eu acho que, mesmo se tentássemos, haveria certamente uma criança lá para estragar o esmalte, exigir um programa para crianças e comer toda a nossa sobremesa. Quero dizer, nós não podemos nem ir ao banheiro ou tomar um banho ininterrupto, muito menos sentar para almoçar. É uma ocupação sem pausas com apenas devaneios de "não fazer nada". E, se "não fazer nada" acontece alguma vez como tentar ir dormir (haha!), nossos cérebros nos bombardeiam com todas as coisas que deveríamos estar fazendo. "Ela (mãe que fica em casa) pode fazê-lo, ela não tem nenhuma programação e muito tempo livre" ou "O que você faz o dia todo?" ou "Sua casa deve ser muito limpa." Calma. O quê? Sim, podemos estar limpando a casa ou realizando tarefas o dia todo, mas nossos filhos também estão fazendo suas bagunças e realizando nossas tarefas conosco o dia todo. Não há tempo "livre". Nenhum. Na verdade, nos leva ainda mais tempo para fazer qualquer tarefa com crianças. Enquanto limpamos, alguém está bem atrás de nós fazendo uma bagunça. Imagine ir ao mercado para pegar algumas coisas como leite, pão, ovos e queijo. Cinco a dez minutos no máximo, certo? Não com crianças. 1. Colocar os sapatos nas crianças novamente (já que elas os tiraram no carro antes de chegar ao mercado). 2. Sair do carro e tentar encurralar as crianças para dentro da loja (é como pastorear gatos com pistolas de água). 3. Puxar as crianças para longe dos doces/ brinquedos/ bebidas/ coisas legais que elas querem (isso pode acontecer várias vezes). 4. Parar as birras ou colapsos seguidos.

5. Ir para o outro lado do mercado pegar um item que você esqueceu durante a crise mencionada. 6. Na hora de pagar, um dos pequenos corre para a porta (e estacionamento lotado) enquanto o outro abre - e come - o doce que está ao seu alcance (eles realmente deveriam colocar essas coisas atrás de vidros, como cigarros). 7. Você compra coisas - como o doce meio comido - que você não estava planejando. 8. Você esqueceu um item, mas não vai perceber até estar cozinhando o jantar. 9. Outra criança batalha durante a tentativa de colocar o cinto em seus assentos de carro. 10.E agora, a "viagem rápida" ao mercado já levou mais de uma hora. Onde é que está todo esse "tempo livre"?! Mães que ficam em casa não são "apenas mães". Nossa carga de trabalho é enorme e muitas vezes fica maior ainda devido aos nossos pequenos "ajudantes". Sim, passamos muito tempo em casa (e desejamos ter tempo para sair e conversar com outros adultos às vezes), mas isso não significa que nós não fazemos nada, temos uma agenda livre, estamos vivendo no luxo ou estamos desperdiçando nosso diploma e vida sem nossa potencial carreira. C.S. Lewis disse, "A dona de casa tem a carreira definitiva. Todas as outras carreiras existem para um único propósito - que consiste em apoiar a carreira definitiva." Temos a carreira definitiva - e trabalhamos bem duro nela. Parabéns para todas as mães - que trabalham, as donas de casa e Sr. Mãe, também conhecidos como pais que ficam em casa. Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original “Things you should absolutely NOT say to stay-at-home moms”.

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Reverendo Caio Fabio

Estamos falindo nos negocios

uerido pastor Caio, Q Estamos vivendo numa fase difícil: eu e meu esposo. Desesperança, angústia, tristeza. Tantas coisas. Estamos

passando por uma dificuldade financeira muito complicada. Já estivemos em outras, mas essa tem nos castigado mais. Literalmente falando. Foram investidas nos negócios que deram errado, dinheiro perdido. No começo, ainda preocupados, orávamos, entregávamos tudo nas mãos de Deus. Mas nada acontecia. Mas, sempre tínhamos a esperança de que algo novo Deus iria fazer. Na igreja, orações sem cessar a nosso favor. Mas o tempo foi passando e nada aconteceu. Hoje, tivemos que vender nosso carro, estamos com dívidas em alguns bancos, nossas contas estão atrasadas, nossa empresa está afundando. Estamos tendo que procurar outra casa para morar, pois, não estamos conseguindo pagar o

Fotografia: 123RF

caiofabio.net

aluguel. Não que nós deixamos de orar, continuamos. Mas estamos desesperançados. O senhor consegue imaginar nossa aflição? Questionamos-nos, porque Deus não se manifesta para nos ajudar. É uma angústia sentir esse silêncio de Deus. Não queremos, de maneira nenhuma, pecar contra Ele. Nós o amamos. Mas é uma tristeza profunda que nos assola. Pastor, por favor, nos dê uma palavra. Deus o abençoe,

Resposta: Amada amiga: Paz e Confiança! Conheço as agonias de uma falência gigantesca. E sei como fica o coração. Já vi um pequeno "império" de coisas


boas ruírem, bem adiante de minhas próprias impotências. E mais: fiz de tudo para reverter o quadro—só Deus sabe como tentei—, até que vi que a mão de Deus estava em tudo aquilo. Era um outono necessário... Velhas folhas tinham que cair... Mas sempre há novas estações no aguardando. Mas não fácil! Tive que despedir quase quinhentas pessoas, fora os contratados para serviços prestados. Uma multidão. Isso sem falar em ter que fechar portas que até então tinham sido benção para uma nação inteira. Mas Deus me fez andar por todo aquele caminho... Andando e chorando... E o pior: tudo ali era fundamental não para mim, mas para as vidas das milhares e até milhões de pessoas que eram atingidas pelo que fazíamos como ministério para elas. Então, o coração se desespera, pois não consegue mais imaginar como é a vida sem aquela vidinha que a gente construiu. É aí, mais uma vez, que o justo tem que viver pela fé... Mesmo que não tenha nada diante de seus olhos que lhe sinalize esperança da parte dos homens. Nessa hora aparecem os abutres. Cuidado com eles. Sim, eles vivem à espreita de alguém que esteja em estado falimentar e aparecem com falsas promessas, isto para tentar arrancar da pessoa mais dinheiro, sob o pretexto que conseguirão trazer capital. Tudo engano. Tudo mentira. Tudo esquema. Fuja deles! O que vocês têm de fazer agora é o seguinte: . Orem a Deus entregando tudo nas mãos Dele. Somente Ele sabe o que é bom para as nossas vidas. Hoje, por exemplo, sou grato a Deus por ter me livrado de tudo aquilo que eu tentei proteger como pude, e por cujas tentativas

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paguei altos preços pessoais. Até que entreguei, cri, e deixei ficar nas mãos Dele. . Cuidem do que vocês ainda têm do negócio em si. Mas comecem a olhar outras coisas... Pequenas soluções... Pequenas possibilidades de sobrevivência. Não fique paralisada esperando o mundo acabar. Comece outra coisa... Simples... Provisória... Apenas para garantir o pão e a moradia. E agradeça no processo. . Não se angustie com as "perdas". Compute as perdas como ganho para alcançar algo melhor. Nesta vida, a maioria das vezes, o melhor só nos alcança quando o que tínhamos nos é retirado. . Aquiete seu coração em confiança, e creia que Ele não vai deixar vocês sozinhos nesta parada. No entanto, requer-se confiança. Comece a praticar a confiança como gratidão que você verá como vai fazer bem ao coração. . O que de pior acontece a uma pessoa em falência nos negócios é a culpa de pensar nos erros que cometeu. Ora, erros todos cometem. Uns falem, outros não. Mas culpar a si mesmo, não ajuda; pois apenas drena a energia para o trabalho, sem falar que gera uma terrível insegurança. Reúna suas energias para produzir, não para lamentar. Nessa hora a drenagem de energia que é esgotada no ralo do desespero é tão grande, que se fosse reunida, daria para se criar muitas outras coisas. . Leia Eclesiastes 11, e veja como se deve semear em todas as direções. Estarei orando por vocês! Nele, em Quem temos a certeza do pão de cada dia no dia de hoje.

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Ricardo Barbosa

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superficialidade nos afasta de Deus e da oração. No entanto, toda a busca por significado, aprofundamento dos desejos e consciência da beleza ou do sofrimento nos aproxima de Deus e da oração. A verdadeira oração não é simplesmente aquilo que nossos lábios dizem, mas o que o coração clama. É o grito das profundezas, pois existe uma correspondência entre o interior do coração e as alturas do céu. João Crisóstomo disse: “Por oração, não entendo a que está apenas nos lábios, mas a que brota do fundo do coração. De fato, assim como as árvores de raízes profundas não são quebradas nem arrancadas pelas tempestades, […] as orações que vêm do fundo do coração, assim enraizadas, sobem ao céu com toda a confiança e não são desviadas pelo assédio de nenhum pensamento. Por isso, o Salmo 130 diz: ‘Das profundezas clamo a ti, Senhor’”. Muitos resistem à prática da oração porque são superficiais. Evitam entrar em contato com os desejos mais profundos da alma, fogem da dor e do sofrimento, são insensíveis à beleza, impacientes com o silêncio, temem a transformação e insistem em permanecer no controle de todas as coisas. Aprendem a usar Deus e não a amá-lo. Querem um Deus que resolva seus problemas, mas não desejam submeter-se a ele. Não reconhecem suas fraquezas e seus medos. C. S. Lewis disse: “Eu oro porque não posso me ajudar. Eu oro porque estou desamparado. Eu oro porque a necessidade flui em mim o tempo todo, dormindo ou acordado. Isso não muda Deus. Isso me muda”. A oração envolve uma escuta silenciosa daqueles que buscam sentido e orientação. Pode ser também um grito de desespero clamando por socorro em meio à angústia. Muitas vezes ela se mostra numa celebração gloriosa diante da contemplação da beleza. Ou pode ser um lamento triste diante do mistério da perda e da morte. A oração brota das profundezas da alma e desperta nossa consciência para a presença, o amor, o cuidado e a bondade de Deus. Santo Agostinho disse que Deus

é “mais interior a nós do que nós mesmos”. A oração nos atrai para ele. Precisamos da oração para entrar e participar desta comunhão gloriosa com nosso Senhor. Dionísio Areopagita apresenta uma imagem muito rica para esta união com Deus. É como “se estivéssemos num barco e nos tivessem jogado, para socorrer-nos, cordas presas a um rochedo. É evidente que não puxaríamos para nós o rochedo, mas nós mesmos, com o nosso barco, é que seríamos puxados até ele. […] Por isso […] é preciso começar pela oração, não para atrair para nós esse Poder […] mas para colocarnos em suas mãos e unir-nos a ele […]”. Nossas orações nascem de um coração “compungido” e “contrito”, é o suspiro da “corça pelas correntes de águas”, é o anseio da alma que tem sede de Deus, a busca da “ovelha” por pastos verdejantes e águas de descanso. Ao orar, precisamos lembrar que “aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”. Se Deus nos deu o que tem de mais precioso, seu Filho unigênito, haveria alguma coisa que ele nos negaria? “Das profundezas clamo a ti, Senhor.”

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Fotografia: 123RF

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nos atrás, Sam Walton, fundador da maior rede de varejo do mundo, a Wal-Mart, abriu um programa de treinamento para seus funcionários, com muita sabedoria. Quando todos esperavam uma palestra sobre vendas ou atendimento, ele iniciou com as seguintes palavras: “Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e espera pacientemente, enquanto o garçom faz tudo, menos anotar o meu pedido. Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os vendedores terminam suas conversas particulares. Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca usa a buzina, mas espera pacientemente que o empregado termine a leitura do seu jornal. Eu sou o homem que explica sua desesperada urgência por uma peça, mas não reclama quando a recebe somente após três semanas de espera.

Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial, parece estar pedindo um favor, implorando por um sorriso ou esperando apenas ser notado. Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo que nunca cria problemas… Engana-se. Sabe quem eu sou? Eu sou o cliente que nunca mais volta! Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de toda ordem, para levar-me de novo à sua empresa, sendo que quando fui lá pela primeira vez, tudo o que deveriam ter feito era apenas uma pequena gentileza, simples e barata: tratar-me com um pouco mais de cortesia. Só existe um chefe: O CLIENTE. E ele pode demitir todas as pessoas da empresa, do presidente ao faxineiro, simplesmente levando o seu dinheiro para gastar em outro lugar.” Acreditem o cliente nunca mais volta!

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PROSPERIDADE

Fotografia: 123RF

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migo, ouça bem as minhas palavras; dê ouvidos à minha voz. Mantenha esta mensagem à vista o tempo todo. Decore! Guarde na mente e no coração. Quem encontra essas palavras vive de verdade: eles são saudáveis de corpo e alma. Vigie sempre os seus pensamentos: deles depende a sua vida! Não se distraia com conversas maldosas; evite a falsidade, mentiras e fofocas. Mantenha os olhos fixos à frente; não se distraia com coisas fúteis. Olhe sempre por onde anda, e que o chão onde pisar seja bem firme. Não olhe nem para a direita nem para a esquerda: e fique bem longe da maldade. Confie no Eterno do fundo do seu coração; não tente resolver tudo sozinho. Ouça a voz do Eterno em tudo que fizer, aonde for. Ele manterá você no melhor caminho. Não pense que você sabe tudo. Corra para o Eterno! Fuja do mal! Seu corpo irradiará saúde, seus ossos irão vibrar de tanta vida! Honre o Eterno com tudo que você possui: dê a ele o primeiro e o melhor. Sua despensa se encherá até não dar mais, seus barris de vinho transbordarão. Mas não se ressinta, amigo, da disciplina do Eterno; não se aborreça com sua correção amorosa. Pois o Eterno corrige os filhos porque os ama muito; como pai, só quer o bem de seus filhos. Portanto, queridos amigos, não se enganem. Tudo que recebemos que é bom e perfeito, só pode vir diretamente do Pai das Luzes. Em Deus existe plena firmeza, nele não existe instabilidade. Foi ele que nos trouxe à vida, pela Palavra da verdade. Sua

maior alegria somos nós, coroa de sua admirável criação. Sabendo disto? Entregue ao Eterno o comando do seu trabalho, e o que você planejou dará certo. Pois, O homem faz seus planos, mas o Eterno é quem possibilita que sejam realizados.

Fontes: Provérbios 3:5 a 12, 4:20 a 22 e 23 a 27/ Tiago 1: 16 a 18 - Bíblia “A Mensagem”

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contece a todos nós. Professores e alunos. Policiais e criminosos. Chefes e secretarias. Pais e filhos. Os diligentes e os preguiçosos. Nem mesmo os presidentes estão imunes. O quê? Errar? Sim, fazer coisas erradas, ge­ralmente com a melhor das intenções. E isso acontece com notável regularidade. Sejamos objetivos: o sucesso é superestima­do. E todos nós o desejamos a despeito da prova diária de que o pendor real do homem reside em direção bem oposta. Realmente, somos profissionais da incompetência. O que me leva a uma pergunta fundamental que tem estado ardendo dentro em mim por meses. Por que nos surpreendemos quando vemos a incompetência em outros e nos devastamos quando ela ocorre em nós mesmos? Mostre-me quem inventou o perfeccionismo e garanto que ele é um roedor de unhas com um rosto cheio de tiques. . . Cuja esposa tem horror quando o vê entrar em casa. Além do mais, ele perde o direito de ser respeitado porque ou é culpado de não admitir que errou,

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Pode acontecer com você. Pare e pense nos meios como certas pessoas conseguem evitar de confessar suas falhas. Os médicos podem sepultar seus erros. Os erros dos advogados calam-se na prisão — literalmente. Os erros dos dentistas são extraídos. Os carpinteiros transformam os seus em serragem. Gosto do que li numa revista recentemente: Caso você encontre quaisquer erros nesta revista, por favor, lembre-se de que eles foram coloca­dos ali de propósito. Tentamos oferecer algo para todos. Algumas pessoas estão sempre pro­curando erros e não desejamos desapontá-las! E tem havido alguns erros notáveis! O que dizer daquela famosa torre na Itália? A "torre inclinada", quase seis metros fora da linha perpendicular. O cara que planejou aquele alicerce de somente dez metros de profundidade (para um edifício de 56 metros de altura) não possuía o maior cérebro do mundo. Que acha você de ter arrolado no currículo de sua vida profissional "Desenhou a Torre Inclinada de Pisa"? Dentre os muitos desregrados e malucos relatórios estão coisas tais como a menos bem-sucedida previsão do tempo, o pior computador, a mais enfadonha preleção, a menor de todas as audiências, o mais feio edifício já construído, a mais caótica cerimônia de casamento, e algumas das piores declarações. . Que a

posteridade provou estarem erradas. Algumas dessas declarações foram, por exemplo: A única coisa que podemos agradecer quando se trata de errar é que ninguém guarda um registro dos nossos erros. Ou guardam? Ou você guarda o dos outros? Não se você leva o encorajamento a sério. Vamos lá, acalme-se. Se nosso gracioso Senhor é suficiente para remover o que temos de pior, de mais feio, de mais enfadonho, de menos bem-sucedido, nossos fracassos de tor­re inclinada, e perdoa-os sepultando-os nas profundezas do mar do es­quecimento, então está na hora de darmos aos outros uma oportunidade. Com efeito, ele promete plena aceitação juntamente com pleno perdão em forma impressa para que todos leiam. . . sem anexar folha de errata. Não é isso encorajador? Não podemos ser esse tipo de encorajador para algum outro? Afinal de contas, a imperfeição é uma das poucas coisas que ainda temos em comum. Ela vincula-nos à mesma família! Assim, quando um de nós errar e não puder ocultálo, que tal (um pouco de apoio) por parte daqueles que ainda não foram apanhados? Opa, correção. Que tal bastante apoio? Extraído do livro Dê-me ânimo de Charles R. Swindoll

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Ricardo Gondim

www.ricardogondim.com.br

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reio que não deva estranhar nada do que é humano. Convoco a minha direita a tocar a beleza do mundo, a esquerda a alcançar homens e mulheres no sofrer e a sentar os dois pés no dever de mudar o porvir. Creio que a tarefa primordial de homens e mulheres não é interpretar os fatos, mas mudá-los. A pulsão da vida merece ser maior do que a pulsão da morte. Nosso desejo tem que abarcar, inclusive, o ideal que repousa além da linha do horizonte. Obriguemos o coração a dizer que só existirá futuro se a injustiça não prevalecer; e que o ódio não merece a última palavra; e que a antivida jamais não pode ser tolerada. Creio que toda a ciência, tecnologia e saber ser humanizantes. Se nosso conceito de civilização desprezar a inclusão dos mais frágeis, a defesa dos excluídos e o direito dos velhos, cavamos o inferno com a ponta dos nossos dedos. Creio que a paz nunca se viabilizará se não tiver grandeza de albergar a justiça. Compete não só aliviar a dor do mundo, mas desmontar as estruturas adoecidas que causam sofrimentos desnecessários – existem, sim, dores evitáveis. Creio que todo o critério de ação política, de prática religiosa e de ideal filosófico consiste em saber se os meios utilizados seguem ou não rumo a um mundo menos assimétrico na distribuição da riqueza, no reconhecimento do diferente e no apreço pelo estrangeiro. Creio que não é prioridade das religiões fomentar a expectativa de um mundo de delícias para depois da morte. Construímos nossos ideais no dia a dia, no interior da vida – no aqui e no agora. Creio que a mandado de desabrochar a esperança

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desde os charcos da guerra pertence, irremediavelmente, a homens e mulheres. Anjos não cumprirão o que compete à humanidade. Creio que Deus não intervém de fora para dentro em nossa história. Os atos divinos acontecem no sentindo inverso, de dentro para fora. Ações imanentes, quando praticadas com integridade, tornam-se transcendentes. Não há ninguém além de nós mesmos a quem podemos delegar a tarefa de construir a realidade. Creio no amor como uma fragilidade poderosa. Os valentes não são os que pegam em armas, mas os que conseguem adensar gentileza. As pequenas atitudes muitas vezes anônimas – revelam a nossa fortaleza ou a nossa falência. A caridade tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo pode. Creio que o cotidiano – maçante – é oportunidade de nos enraizarmos na vida. Só enfronhados no assombro de viver tornamo-nos herdeiros da vida eterna. Desacredito nos santos alienados. Santidade não encaramuja, mas assume o mandato de cultivar o Jardim, abandonado desde que experimentamos o pecado. Creio que o mundo, encharcado com a concupiscência da carne, com a concupiscência dos olhos e com a soberba da vida, pode desandar em nada. Creio, sobretudo, nos puros de coração, nos pacificadores, nos que têm fome e sede de justiça. Eles e elas anunciam que a salvação é viável – já encarnam lampejos de que o reino de Deus está em nós e em nosso meio. Creio. Acima de tudo, preciso crer que creio – a assim alimento o ânimo. Soli Deo Gloria


Segundo Albert Einstein, “continuar a fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes” é sua definição de loucura.

Veja esta relação de cinco pontos e analise sua carga de trabalho e responsabilidades. Afinal ainda é possível ser infeliz mesmo fazendo o que mais gosta: . Avalie quais atividades de sua responsabilidade são de importância estratégica para o negócio e quais podem ser classificadas como desperdício de tempo. Assim, será possível decidir onde “investir” suas horas. Tal decisão serve tanto para a rotina profissional como pessoal – esta, muito afetada pela falta de planejamento no trabalho. . Defina metas e objetivos que devem ser atingidos em curto, médio e longo prazo por meio de suas atividades. . Planeje como e quando chegar a tais objetivos e metas. Para isso, é importante saber o que deve ser priorizado e quais tarefas podem ser deixadas de lado caso não haja tempo hábil para executá-las. Dica: Faça reuniões semanais com a equipe – prioritariamente na sexta-feira – para decidir os principais desafios da semana seguinte. O papel do líder, nessa empreitada, é diminuir ao máximo as urgências da área e adaptar as atividades para que sejam realizadas de forma colaborativa pelo time. .Organize-se de forma a não desperdiçar tempo com ações que podem ser realizadas de forma mais

automatizada e simples. De acordo com estudo da Tríade, altos executivos perdem cerca de uma hora por dia buscando informações armazenadas em notebooks, Smartphones e sistemas corporativos. A unificação das fontes de dados para otimização dos sistemas de busca já é um bom começo do processo de organização. .Execute as tarefas de acordo com o planejamento e seguindo as prioridades de ação, delegando funções secundárias, sabendo dizer “não” e realizando reuniões produtivas – nas quais os objetivos do encontro são claros e as etapas pré e pós reunião são seguidas. Pequenas e insignificantes ações às vezes podem nos trazer de volta a alegria de trabalhar, sem aquela impressão (ou certeza mesmo) de estarmos sempre “correndo atrás do rabo”, ou quem gritar mais alto leva. Você pode ser SENHOR do seu trabalho ou ESCRAVO. Não se deixe enganar, evite que amanhã você seja mais um a dizer “dediquei tantos anos de minha vida, trabalhando sempre além do horário e sem receber hora-extra, sacrifiquei minha família e fui demitido por causa de reestruturação…”. E o pior, talvez não haja nem um ombro familiar para se recostar e lamentar… E você, como está sua carga de trabalho nesse período de crise, estagnação e demissões? Tem algum ponto a adicionar nessa lista que pode auxiliar no gerenciamento do tempo?

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Fotografia: Olga Buiacova

Casa é uma construção de cimento e tijolos. Lar é uma construção de valores e princípios. Casa é o nosso abrigo das chuvas, do calor, do frio... Lar é o abrigo do medo, da dor e da solidão. Casa é o lugar onde as pessoas entram para dormir, usar o banheiro, comer. Onde temos pressa para sair e retardamos a hora de voltar. O lar é o lugar onde os membros da família anseiam por estar nele, onde refazem suas energias, alimentam-se de afeto e encontram o conforto do acolhimento. É onde temos pressa de chegar e retardamos a hora de sair. Numa casa criamos e alimentamos problemas. O lar é o centro de resolução de problemas. Numa casa moram pessoas que mal se cumprimentam e se suportam. Num lar vivem companheiros que, mesmo na divergência, se apóiam e nas lutas se solidarizam. Casa é local de dissensões, conflitos, discórdia... No lar as dissensões, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer. Numa casa desdenha-se dos nossos valores. No lar sonhamos juntos. Numa casa há azedume e destrato. Num lar sempre há lugar para a alegria. Numa casa nascem muitas lágrimas. Num lar plantam-se sorrisos. A casa é um nó que oprime, sufoca... O lar é um ninho que aconchega. Se você ainda mora em uma casa, nós o (a) convidamos a transformá-la, com urgência, em um lar... E que Jesus seja sempre o seu convidado especial! Abigail Guimarães (inspirada numa reflexão de Alba Magalhães David) 42


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