05 Perseverança 08 Ensina a criança 14 Pai, que faz diferença
17 O valentão da escola 19 Minha enteada é gay 20 No mar da vida
COMO FAÇO PARA AJUDÁ-LA?
A Vereda Desprezada
A
Porta é estreita porque ela é a porta do Caminho do amor. Que pode haver de mais divino que o amor, e, ao mesmo tempo, tão pouco escolhido quanto ele? O que pode haver de mais duradouro e eterno que o amor, e que seja mais rejeitado do que ele? Que há que possa ser antes do amor, e, apesar disto possa ser deixado tão para depois quanto ele? É sabido que quanto mais uma pessoa cede, mais abusada ela é. É sabido que quanto mais generoso alguém for, mais abusado será. É sabido que tanto mais quanto uma pessoa seja longânima, paciente e misericordiosa, tanto mais levada aos extremos de cada uma dessas coisas ela será, visto que por sua paciência, grande será sempre o abuso que ela sofrerá de quase todos. Assim, a Porta é estreita porque ela leva para o caminho do amor. E nada há que os nossos instintos mais aborreçam do que o amor. Quem gosta de ser abusado? Quem aceita ser provocado? Quem está disposto a perdoar sempre? Quem se oferece para assumir responsabilidades mesmo sabendo que o preço será ser sempre cobrado? A maioria foge. E muitos praticam o mal apenas para não serem importunados. Esse é o perverso controlado e pragmático. Ele não quer é ser importunado. Por isto ele não quer se envolver com a bondade e a misericórdia, pois sabe que todo aquele que se deixa enlaçar nas redes do amor e seus frutos, certamente muito sofrerá; visto que a maioria apenas sabe demandar, e adora passar por mal apenas para não ter o trabalho de responder com o bem.
Os preguiçosos existenciais tornam-se maus porque têm preguiça de amar. Portanto, se você não quiser ser importunado, seja pragmático, grosso, estúpido, intolerante, aprenda a capacidade de surtar, faça xixi na sala uma vez, que é para que todos tratem você como um rei maluco, fazendo de tudo para você não se sentir molestado de modo algum. Se você não quiser ser molestado não cometa nenhuma bondade, e não se vicie nela, pois os resultados não serão em seu favor; isso se você não gostar de ser importunado pela vida. Esta é a trilha mais escolhida, pois são muitos os que andam por esse caminho, pois ele é largo. Se você, no entanto, quiser ser agido pelo amor, então, saiba: você será sempre aquele que deve, e será sempre aquele que pensa no melhor para todos; e todos esperarão que você faça tudo pelo bem deles; de modo que você nunca estará isento, pois de você todos esperarão todas as coisas que eles detestam praticar como bem, como tolerância, como misericórdia, e como empenho pela paz. Esta é a trilha menos percorrida, pois são poucos os que acertam com ela. Isto porque a porta é estreita; e poucos são os que se deixam seduzir pelo encanto do amor pela vida, que é também paz e alegria simples. É muito estreita a vereda do contentamento. E a maioria se sente otária quando anda por ela. Só que a Porta Larga empedra o ser e gera morte; a Porta Estreita, porém, cria o ser e gera vida. Caio www.vemevetv.com.br
A porta é estreita porque ela é a porta do caminho do amor.
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José Estácio A. Cavalcanti
Estimulo L
marido e mulher, vale mesmo para todo mundo. Desde que não nos esqueçamos da sabedoria que divisa essa linha tênue entre incentivar e bajular, estimular e mimar em demasia, isso nos protegerá do excesso que freneticamente atola nossa geração. A revista Refrigério, mantendo o compromisso que a consagra, busca nessa edição disseminar estímulos com sabedoria em todos os seus temas. Acreditamos que Deus é a fonte primaz de todo e bom incentivo e não temos como folhear as Sagradas Escrituras sem sairmos com um cem números de palavras motivadoras que nos devolve a coragem perdida, o ânimo esvaído e a força enfraquecida. Nosso sincero desejo e oração é que você seja motivado a ler, estimulado a ser, viver e voar na alegria de Deus, sem congelar-se no medo da possibilidade de falhar.
i recentemente um trecho do livro “Até as águias precisam de um empurrão” de David Mcnally, e logo percebi a necessidade objetiva do estímulo pela capacidade catapultante que ele tem de nos lançar em realizações concretas. No caso da águia de David Mcnally, apesar do estímulo necessário para seus filhotes alçarem vôo fosse um empurrão do penhasco, e que por sabedoria inata ela precisava fazê-lo, um pensamento a inquietava: “Por que será que a emoção de voar precisa começar com o medo de cair?”. Essa pergunta eterna não tem resposta fácil, mas é certo que evidencia a necessidade do estímulo. Temos a insegurança como essência, e em todos os níveis sociais precisamos nos revezar entre estimulados e estimuladores, senão seremos consumidos pelo medo de cair e não pela emoção de voar. O que vale para a águia vale para Pai e filho, para
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Águas
CNPJ: 13.451.835/0001-00 Inscrição Municipal: 617613
Ano VII Edição XX Julho 2015
Direção Geral
José Maria de Souza
2.A Vereda Desprezada
jotafeviva@ig.com.br
5.Perseverança
Periodicidade
6.Roberto Carlos Ramos, o irrecuperável!
Abrangência
Quadrimestral
Governador Valadares, Caratinga, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Acesita, Teófilo Otoni, Conselheiro Pena, Resplendor, Juiz de Fora, Vitória e Vila Velha (ES).
8.Ensina a Criança 10.Dicas de como ajudar seu filho ser
bem-sucedido na escola e na vida 12.Experimentando a perfeita vontade de Deus 14.Pai, que faz diferença 16.Sobremesa 17.No mar da vida 18.Vocabulário da vida! Parte II 19.O valentão da escola 20.Minha enteada é gay - Como faço para ajudá-la? 22.Jesus nos ensina a ser objetivos e diretos 24.Graça na justiça! 26.Afastamento que aproxima 28.Quando alguém está pronto para casar? 30.Dicas de coisas que você nunca deve dizer a sua nora 32.Dez mandamento para o mundo virtual 33.Das crianças é o reino 34.O peso desnecessário da religião 36.A história de superação de Derek Redmond 38.O céu é de verdade 40.Qual o conceito de benção! 41. Educar 42. É hora de gargalhar!
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Atendimento ao leitor Isabel Gomes da Silva
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A Revista Refrigério é uma publicação cristã, sem cunho religioso cuja missão é publicar argumentos e conteúdos que reforçam a proposta de espiritualidade bíblica neotestamentária verificados na vida e ministério de Jesus Cristo e de todos os seus apóstolos e discípulos que fielmente experimentaram a veracidade dos seus ensinos acerca do amor a Deus, a si mesmo e ao próximo. Sendo Jesus, a referência e o marco inicial da prática do amor e da vontade de Deus, conforme Ele ensinou e foi registrado por João, o apóstolo, no seu evangelho: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros”. João 13:34 Desvencilhamos dos temas religiosos por conveniência editorial, entendendo que para nada contribuem senão para confundir, fomentantando o sectarismo e o debate religioso inútil que amplia a distância entre as pessoas. 4
Perseverança J
ogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas. Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo. "
Ana Jácomo
www.robertocarloscontahistoria.com
Roberto Carlos Ramos, o irrecuperável!
Da próxima vez que você estiver diante de uma criança maltrapilha, e logo lhe vier à mente um juízo temerário acerca do seu passado ou futuro como agente de desgraça, rejeite imediatamente tal sentença e veja dentro de você a possibilidade de ser o protagonista de uma nova historia na vida do moribundo; creia! Isto é possível! Conheça a história de Roberto Carlos e Margherit Duvas, uma das muitas faces do amor prático na direção do próximo. e mutilados, para despertar pena nas pessoas. Posteriormente, o garoto começou a se envolver com drogas como a cola de sapateiro e a maconha, passando a cometer pequenos furtos no centro da capital para poder comprar mais entorpecentes e comida. Essas condutas de Roberto fizeram com que a FEBEM o considerasse um caso irrecuperável, passando a ser tratado praticamente como excepcional pelos funcionários da fundação. Por incrível que pareça, esse diagnóstico absurdo e precipitado, por tratar-se de uma criança, seria a salvação de sua vida.
A INFÂNCIA NA FEBEM E NAS RUAS No dia 20 de novembro de 1965 nascia na Pedreira Prado Lopes, numa favela da região central de Belo Horizonte, Roberto Carlos Ramos, o caçula de dez irmãos. O garoto passou os primeiros anos de sua vida em situação de grande pobreza com seus nove irmãos, seu pai e sua mãe. Em 1971, quando tinha 6 anos de idade, sua mãe assistiu na televisão uma propaganda do governo de Minas Gerais falando sobre a recém-criada Fundação do Bem Estar do Menor (Febem). Roberto relata em seu livro “O contador de Histórias” que “falavase na época que a FEBEM era uma instituição preocupada com o bem-estar das crianças, era o local onde recebiam boa alimentação e educação escolar. A mãe e o filho estavam esperançosos. O menino pensava que estava deixando para trás uma vida miserável e a mãe achava que um dia, quem sabe, teria um filho doutor”.¹ Como seu pai, na época, estava desempregado, foi decidido que o garoto seria levado para um lugar onde seriam oferecidas melhores condições para sua formação. Ao chegar à FEBEM, ainda analfabeto, Roberto conta que já tinha grande facilidade para improvisar e contar histórias. Ele fingia que estava lendo as tragédias do jornal, despertando grande interesse de seus colegas, sendo nomeado o “Leitor Oficial da Turma”. Apesar de mostrar grande inteligência, o garoto, afastado da família e sem os devidos tratamentos que uma criança de 6 anos necessita para sua formação, mostrava certa rebeldia ao desafiar os educadores e psicólogos, que o taxavam como uma criança problemática, apontando uma série de diagnósticos psicológicos que talvez não representassem os verdadeiros problemas e carências do menino. Foram registradas inacreditáveis 132 fugas de Roberto Carlos Ramos da FEBEM. Durante essas fugas, sobrevivia inicialmente, pedindo comida de casa em casa, dizendo que seus pais estavam doentes
A ADOÇÃO E RECUPERAÇÃO DO “IRRECUPERÁVEL” Quando Roberto Carlos Ramos tinha 13 anos de idade, a FEBEM de Belo Horizonte recebeu a visita da pesquisadora francesa Margherit Duvas, que ficou indignada ao ser informada de que o garoto era considerado um caso irrecuperável e pediu para conhecê-lo. Roberto descreveu o emocionante encontro com a pesquisadora em uma entrevista a um programa de televisão: “Pela primeira vez na minha vida alguém se aproximou de mim sem falar da minha cor de pele, do meu cheiro de “xixi”, do meu cabelo com piolho ou do meu nariz com catarro... Eu estava olhando para o chão, porque a posição na FEBEM, quando você estava admitido na fundação tinha que andar olhando para o chão, se não os instrutores podiam perguntar: ‘o que você está olhando? ’ E te dar um tapa na cara... Então, eu estava sentado no banco de cimento olhando para o chão, quando aquela mulher se aproximou e nem pediu para que eu olhasse nos olhos dela, ela buscou meus olhos e disse duas palavras que para mim são sagradas: - ‘Com licença, por favor’. Eu nunca tinha escutado aquelas palavras na vida.” Em outra de suas fugas, Roberto foi encontrado por Margherit na rua e foi convidado pela francesa para viver em sua casa. O menino, desconfiado inicialmente, só pensava em roubar a pesquisadora, mas foi se surpreendendo com o tratamento e o carinho oferecido por 6
ela. Lentamente, um grande laço afetivo foi se criando entre os dois. Com a pesquisadora Roberto Carlos se alfabetizou em francês e português, além de ser educado de acordo com as normas que a sociedade exigia. Ao receber a notícia de que a Margherit voltaria para a França, o garoto, inundou toda a casa, esperando ser expulso e, assim, ir embora com a segurança de que ninguém o amava. A francesa, entretanto, olhou em seus olhos e perguntou: “Roberto, o que eu preciso fazer para provar que eu te amo?” O adolescente acabou indo com Margherit para a França, onde permaneceu por 8 anos e concluiu o ensino médio e fundamental. Margherit Duvas morreu um ano depois de Roberto voltar ao Brasil.
estudar e os mais velhos também trabalham. Sendo assim, os rapazes têm uma perspectiva profissional e, principalmente, o convívio familiar. Em troca, cada um se compromete a adotar uma criança carente no futuro. A HISTÓRIA QUE VIROU FILME A história de vida do mineiro Roberto Carlos Ramos inspirou o diretor de cinema Luiz Villaça a rodar o longa-metragem “O Contador de Histórias” (2009). O cineasta teve contato com a obra de Ramos pela primeira vez ao ler um livro infantil para seu filho e, desde então, impressionado pela grande reviravolta de Roberto, resolveu levar às telas de cinema todas as transformações vividas por ele. O filme estreou em agosto de 2009 em todas as salas de cinema no Brasil, tornando-se um sucesso de bilheteria. “...tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” 1 Pedro 4:8
A FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL Roberto se formou em pedagogia na UFMG, fez mestrado em Educação pela Unicamp e pós-graduação em Literatura Infantil pela PUC-MG. É membro da Associação Internacional dos Contadores de Histórias e Valorizadores da Expressão Oral Mundial, sediada em Marselha (França). Em 2001, foi eleito um dos dez maiores contadores de histórias da atualidade em Seattle, nos Estados Unidos. ADOÇÃO O mais importante projeto social de Roberto Carlos Ramos acontece dentro da sua própria casa. Há 14 anos, ele adotou o primeiro dos 13 rapazes, todos ex-meninos de rua, que hoje vivem sob sua tutela. Depois de dar uma oportunidade para sair das drogas e da marginalidade, o pai adotivo tem ajudado os meninos a reencontrar valores como ética, cidadania, relacionamento humano e vida em sociedade. Roberto e todos os seus filhos adotados recolheram toneladas de materiais recicláveis e levantaram fundos para construir a casa em que vivem na periferia de Belo Horizonte. Todos são obrigados a
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Imagem: Elena Shumilova
Ensina a Criança “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Provérbios 22:6
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á 3 anos, Laurinha tirou de sua bolsa rosa um pequeno livreto e pediu para que eu o lesse. Estávamos no carro, no meio da tarde, esperando a Cláudia pegar o resultado de um exame. Abri o livreto e comecei a ler, “A pequena vendedora de fósforos” (Hans Christian Andersen). A história é triste. Numa metáfora para outras realidades, o autor relata a morte de uma pequena vendedora de fósforos numa noite de inverno. Assim que terminei, fiquei quieto por alguns instantes. Já havia lido, mas não me lembrava do fim desta história. Pensei: “O final deveria ser feliz, ou seja, não era para aquela pequena menina morrer”. Mas assim terminou o livreto. Após alguns pouco
minutos de silêncio de minha parte, Laurinha me perguntou? “Ela morreu, papai? Acabou?”. Eu respondi: “Sim…, morreu…, acabou, filhinha”. Ela ficou em silêncio por um tempo, sacou outro livreto da mesma bolsa rosa e pediu: “Conta outra?” e assim fomos até Cláudia voltar. Dentre muitas questões que esta pequena história trouxe à minha mente naqueles dias, uma em especial foi a de não negar à Laurinha o conhecimento das realidades chocantes, conflitantes e frustrantes da vida. Não corro atrás de desastres para mostrar-lhe. Não permito que ela tenha contato algum com o sensacionalismo midiático em torno do mal e do sofrimento. No entanto, não quero e não
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posso permitir que ela cresça sem saber que a vida real apresenta percalços, sofrimentos e frustrações. Não quero criá-la na irrealidade hollywoodiana onde tudo dá certo. Não quero que ela se torne uma mulher refém da incapacidade de lidar com as frustrações que a vida traz. Não posso, não devo e não há como “tirá-la do mundo”; quero “guardá-la do mal”. Creio que um dos objetivos sublimes da paternidade é o de colaborar com o Espírito Santo na incrível tarefa de moldar nossos filhos à imagem e semelhança de Cristo. Como disse, não há como tirá-los da triste realidade em que vivemos, contudo, por meio da Palavra de Deus, podemos ensiná-los a olhar a vida com os olhos de Deus e a partir das realidades do Reino de Deus. Isto é “guarda-la do mal”. Quero que minha filha saiba de algumas das histórias dos moradores de rua com quem meu pai trabalha, pois isto a tornará misericordiosa. Quero que minha filha conheça o sofrimento do outro, pois
isto a tornará uma mulher cheia de compaixão. Quero que minha filha saiba chorar com os que choram, pois isto a esvaziará da altivez e soberba da vida. Quero que minha filha aprenda a servir o necessitado, pois isto a tornará humilde. Quero que minha filha conheça a realidade de vida de gente simples, pois isto a tornará mais humana como Cristo. Quero que minha filha viva como Jesus de Nazaré, olhando para o caos e o mal, vendo neles a grande e magnífica oportunidade de manifestar a glória de Deus. Quero que minha filha aprenda, desde pequena, a olhar para vida e para a humanidade como o próprio Deus o fez por meio de Cristo. Ensinar a criança no caminho em que deve andar é mais que implantar um conteúdo. Ensinar a criança no caminho em que deve andar, é ensiná-la a viver no meio do caos, do mal e da morte, a vida e a glória de Cristo Jesus. Amém! Thiago Thomé
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Foto: Cathy Yeulet
Dicas de como ajudar seu filho ser bem-sucedido na escola e na vida
É missão dos pais estimular e incentivar seus filhos a serem melhores alunos e terem mais sucesso tanto nos estudos quanto na vida. Pois o conhecimento é um tesouro que acompanha seu proprietário por toda parte. Uma das principais determinantes do sucesso futuro de uma criança é como eles se saem na escola. Aqui estão algumas dicas para ajudar você a colocar seu filho no caminho do bom desempenho acadêmico.
Nunca faça nada para uma criança que ela possa fazer por si mesma
cedo terão mais facilidade ao longo da sua carreira escolar. Comece ajudando-o com a leitura mais cedo. As crianças podem desenvolver interesse pelos livros se eles são lidos regularmente no lar e para elas. Deixe os seus filhos verem o quanto você gosta de ler, e há uma boa chance de que eles comecem a apreciar a leitura também. As bibliotecas públicas são um grande recurso, e o melhor de tudo, de graça.
Ensine seu filho a gostar de ler
Preste atenção à forma como o seu filho faz o dever de casa
Ensinar uma criança a responsabilidade desde cedo terá um grande impacto em sua vida escolar. Quando ajudamos muito, roubamos da criança a oportunidade de sentir as recompensas pela realização de um trabalho. Lembre-se, é melhor que uma criança falhe honestamente do que tenha sucesso através de trabalho de outra pessoa. Aqueles que adquirem uma compreensão da leitura mais
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Lembre-se, se o seu filho está tendo dificuldades com o dever de casa, então provavelmente está tendo dificuldades na sala de aula também. Lição de casa é uma reciclagem, uma prática extra para ajudar com a memória de longo prazo, um indicador para os pais do que está sendo ensinado em sala de aula, e uma oportunidade para que você ajude seu filho a compreender a matéria antes que o assunto seja abordado no dia seguinte, na escola. Certifique-se de verificar a lição de casa do seu filho regularmente.
Reveja com eles seus testes anteriores
Os testes avaliam o crescimento escolar e mostram aos alunos e seus pais o que foi dominado e o que precisa ser melhorado. Se o seu filho se saiu mal nos testes, então os reveja com eles, item por item, isso pode ajudar a localizar e resolver o problema.
Incentivar amizades ensinando seu filho a ser gentil com todos
A escola é mais do que apenas um lugar para aprender fatos, as escolas também ensinam lições valiosas sobre como se comportar em um ambiente social. Incentive seu filho a priorizar as amizades e o tempo que ele passa com outros de sua idade. Ensine seu filho a respeitar as crenças e sentimentos dos outros, e ser agradável. Amizades que se formam durante os anos escolares podem se tornar permanentes e as mais longas de suas vidas. Além disso, bons amigos podem ajudar e incentivar uma criança a fazer o melhor academicamente.
Concentre-se no progresso em vez de notas
Mesmo bons estudantes, às vezes, tiram notas ruins. Isso é porque a escola tenta atribuir um valor percentual a um conceito abstrato. Concentre-se no progresso que seu filho fez. Se o fizer, vai ajudá-lo a sentir-se melhor tanto com seus pontos fortes e fracos do aprendizado, o que irá motivar o seu filho a se concentrar em sua aprendizagem.
Apóie os professores do seu filho
Ser professor não é fácil. Seu trabalho requer longas horas, o salário é pequeno, e ainda tentam adivinhar a expectativa dos pais. Isso pode ser uma surpresa para os pais, mas a forma como a criança se comporta em casa pode não ser necessariamente consistente com a maneira que ele ou ela se comporta em sala de aula. É natural para um pai querer defender o seu filho, mas você nunca deve tentar intimidar um professor para conseguir um tratamento especial para o seu filho. Se você tiver divergências com um professor, deve discutir sobre isso com o professor em particular. Você não vai fazer a seu filho nenhum favor, se você está constantemente desculpando ou justificando seu mau comportamento. Se o seu filho acredita que você não respeita os professores, a criança e sua aprendizagem serão afetadas de maneira negativa.
Verifique se o seu filho está alerta e bem descansado
Mande-os para a cama uma hora antes do horário de dormir. Deixe-os ajudar a escolher alimentos saudáveis para suas refeições, e tenha certeza que eles tomam banho diariamente. Pensar requer energia, e uma boa alimentação e descanso são as chaves para obter o máximo nas aulas.
Ajude-os a ver por uma perspectiva maior
O futuro do seu filho começa com você. Converse com eles sobre suas capacidades e desejos. Incentive-os a prepararem-se para a vida, fazendo tudo o que podem hoje. Texto de Chloe Curtis família.com
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Experimentando a perfeita vontade de Deus
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sobre Deus, sabemos porque Ele mesmo nos revelou por meio das Escrituras Sagradas.
Embora essa distinção não seja muito relevante, ela serve ao menos para refletirmos acerca de como devemos nos relacionar com Deus sem que falsas expectativas nos inquietem o ser, deixando-nos com a sensação de que, a menos que saibamos o projeto de Deus para nós, a vida será fria e sem sentido. Sim, descobrir a vontade de Deus não é possível, mas ela pode ser experimentada. Não se pode descobri-la como se Deus fosse impessoal, investigável como algo científico, sujeito ao nosso conhecimento além do que Ele mesmo quiser dar a conhecer de si. O que pudermos conhecer dEle, será porque Ele mesmo decidiu revelar. Aliás, o que nós cristão sabemos
O Deus que nós servimos é cheio de amor e sábio para se revelar quando quer, como quer e na medida
escobrir ou experimentar a vontade de Deus? Qual desses dois termos define melhor o modo como devemos procurar conhecer a Sua vontade? Experimentar, para mim, é mais apropriado, visto que ele define bem como vem o conhecimento dessa vontade. Já a palavra descobrir, dá a ideia de algo imediato e definitivo que pode ocorrer à parte das experiências com Deus.
Mesmo alguns crentes tem algumas ideias sobre Deus, que possuem algo de pagão no que tange ao modo como podemos conhecer Sua vontade. Certa vez, eu conversava com um irmão sobre coisas que estava pedindo a Deus nas minhas orações, e ele disse: “Quando você pedir experiências a Deus, especifique ou Ele pode mandar alguma bem difícil com a qual você poderá sofrer muito”. Não é um conceito de Deus um tanto pagão? Deus, segundo as palavras desse irmão, seria como um computador que não sabe nada, mas apenas atende a códigos e as senhas conforme o programa. Fica parecendo aqueles deuses pagãos imaginados por muitos povos antigos, que não podiam dizer o que queriam, mas seus próprios adoradores imaginavam o que lhes agradava, se ofertas de alimentos, se sacrifício de animais ou de gente, batucadas a noite inteira etc.
em que determinou se deixar conhecer. Nenhum esforço humano fará com que algo mais sobre Ele seja conhecido se isso não for da sua vontade. E tem gente que imagina essa possibilidade. Um bom exemplo disso está num velho filme de Spielberg, chamado “Os caçadores da arca perdida”. Nele, dois arqueólogos inimigos disputavam a descoberta da Arca da Aliança (aquela que Deus mandou Moisés construir como símbolo de sua presença no meio do povo de Israel). Em certo momento do filme, um deles diz ao outro: “Se encontrarmos esta arca, teremos um transmissor para falar com Deus”. Até parece que Deus está brincando de esconde-esconde, esperando que a qualquer momento algum humano mais esperto o descubra e desvende os seus mistérios para a humanidade. Quão tolos são os que imaginam que Deus seja assim. Infelizmente, muitos crentes agem como se também concebessem Deus dessa forma. Eu tive a oportunidade de conhecer muita gente que, embora viva alienada de Deus, na hora do desespero, da dificuldade, do dilema, corre para o monte para saber o que Deus acha. Esses irmãos agem como se estivessem consultando o Urim e Tumim, objetos
que os sumo-sacerdotes traziam no peito, e que consultavam quando precisavam saber da vontade de Deus para assuntos do momento. Algum rei perguntava: “Devo ir à peleja contra os filisteus ou não?”, e o sumo-sacerdote consultava o Urim e Tumim obtendo a resposta.
É dessa forma que muita gente tem agido em relação à vontade de Deus. Pensam que ela pode ser descoberta de uma hora para outra em suas vidas, bastando fazer a oração certa, ou ir orar com a irmã ou irmão certo. Aí eles chegam com a vida toda atrapalhada de tanto tomar decisões erradas, e pedem para a irmã de oração “consultar o Urim e Tumim”: “Ora, irmã, e vê o que Deus fala sobre isso pra mim”. Isso acontece todos os dias por aí, porque muita gente não quer compromisso com Deus, mas apenas que Ele lhes diga o que fazer na hora do aperto. Trecho do livro Sérgio Luiz do Espírito Santo E-mail: sergioluesp@hotmail.com www.facebook.com/sergioluiz.espiritosanto
Foto:Maria Dubova
Pai,
que faz diferença
Hernandes Dias Lopes
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er pai é um sublime privilégio, mas também uma imensa responsabilidade. Não basta gerar filhos, é preciso fazer grandes investimentos na vida deles para educá-los e prepará-los para a vida. Muitos homens tornamse famosos e alcançam o apogeu do sucesso na carreira profissional, mas poucos têm êxito no recôndito do lar. A paternidade responsável é um grande desafio ainda hoje. A Palavra de Deus ensina princípios importantes para o pai que deseja fazer a diferença na vida de seus filhos. UM PAI QUE FAZ DIFERENÇA É ALGUÉM QUE É UM EXEMPLO PARA OS FILHOS. Antes de um pai ensinar os filhos, ele precisa viver o que ensina. O exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única eficaz. Antes de inculcar nos
filhos a verdade, o pai precisa ter essa verdade no coração. O pai não pode apenas ensinar o caminho aos filhos, mas ensinar no caminho. O pai é um espelho. O espelho demonstra. Precisamos de pais que sejam modelo de honestidade, de piedade e vida cheia do Espírito. TAMBÉM, UM PAI QUE FAZ DIFERENÇA É ALGUÉM QUE ENCONTRA TEMPO PARA OS FILHOS. Quem ama prioriza. Quem ama encontra tempo para a pessoa amada. Um pai jamais pode sacrificar o importante no altar do urgente. Tudo à nossa volta tem o apelo do urgente. Mas, nem sempre o urgente é importante. Os filhos são importantes. Eles merecem o melhor do nosso tempo, da nossa agenda, da nossa atenção. Se um pai está tão ocupado a ponto de não ter tempo
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para os filhos, ele está ocupado demais. Na verdade, nenhum sucesso compensa o fracasso do relacionamento com os filhos. A herança de Deus na vida dos pais não é o dinheiro, mas os filhos. Presentes jamais substituem presença. Os filhos precisam dos pais, mais do que de coisas. AINDA, UM PAI QUE FAZ DIFERENÇA É ALGUÉM QUE EQUILIBRA CORREÇÃO E ENCORAJAMENTO. O rei Davi pecou contra seus filhos porque não gostava de contrariá-los. O sacerdote Eli é acusado de amar mais os filhos do que a Deus, porém, seu amor não era responsável, pois ele foi conivente com o erro de seus filhos e não teve pulso para corrigi-los. Deixar de corrigir os filhos é um grande perigo. Porém, a correção precisa ser equilibrada com o encorajamento. Os filhos precisam ser estimulados pelos pais. O elogio sincero e a apreciação são ferramentas importantes na formação emocional dos filhos. Os filhos precisam sentir-se amados, protegidos, e orientados pelos pais. Correção sem encorajamento é castigo; encorajamento sem correção é bajulação. Ambas as atitudes estão
fora do propósito de Deus. POR FIM, UM PAI QUE FAZ DIFERENÇA É ALGUÉM QUE CUIDA DA VIDA ESPIRITUAL DOS FILHOS. Não basta dar teto, comida, roupa, educação e segurança aos filhos. O pai precisa prioritariamente conduzir seus filhos pelos caminhos do Senhor. O pai deve gerar seus filhos não apenas biologicamente, mas também gerá-los espiritualmente. Um pai que faz diferença é como o patriarca Jó que intercedia todas as madrugadas pelos seus filhos e os chamava para santificálos. Precisamos de pais que aspirem não apenas o sucesso profissional dos filhos e invistam não apenas no êxito estudantil deles, mas busquem prioritariamente a salvação de seus filhos. Não basta ter filhos brilhantes, precisamos ter filhos salvos. Não basta ter filhos bem sucedidos profissionalmente, precisamos ter filhos consagrados a Deus. Nossos filhos são mais filhos de Deus do que nossos. Eles devem ser criados para realizarem os sonhos de Deus mais do que os nossos. Eles devem viver para a glória de Deus mais do que para a nossa realização pessoal.
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Sobremesa
- E então, Juca? - perguntou o patrão. - Tem abacaxi, sim. Tem quantidade suficiente para todo o pessoal e se o senhor os quiser tem também laranja e banana. - E o preço? - perguntou o patrão. - Bom o abacaxi eles estão vendendo a R$1,00 o quilo, a banana a R$0,50 o quilo e a laranja a R$20,00 o cento, já descascada. Mas como eu disse que a quantidade era grande eles me concederam um desconto de 15%. Deixei reservado o abacaxi. Caso o senhor resolva, eu confirmo. Agradecendo a Juca pelas informações o patrão dispensou-o e voltou-se para Álvaro na cadeira ao lado e perguntou-lhe: - Você perguntou alguma coisa quando entrou em minha sala hoje. O que era mesmo? - Nada sério patrão - respondeu Álvaro.
uma grande empresa trabalhava Álvaro, um funcionário sério, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já com 20 anos de casa. Um belo dia, Álvaro vai ao presidente da empresa fazer uma reclamação: - Tenho trabalhado durante estes 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, e agora me sinto um tanto injustiçado. Juca, que esta conosco ha somente três anos, esta ganhando mais que eu. O patrão fingiu não ouvi-lo e, cumprimentando, falou: - Foi bom você ter vindo aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá ajudar-me. Estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa para o almoço de hoje. Aqui na esquina tem uma barraca de frutas. Vá até lá e verifique se tem abacaxi. Álvaro, sem entender, saiu da sala e foi cumprir a missão a ele designada. Em cinco minutos estava de volta. - Como foi? - disse o patrão. - Verifiquei como o senhor mandou e a barraca tem o abacaxi, disse Álvaro. - E quanto custa cada? - perguntou o patrão. - Isto eu não perguntei! - respondeu Álvaro. - Eles têm quantidade suficiente para atender todos os funcionários? - perguntou o patrão. - Não sei. - respondeu Álvaro. - Muito bem, Álvaro, sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. Pegou o telefone e mandou chamar o Juca. Quando Juca entrou na sala o patrão foi logo dizendo: - Juca estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa para o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca de frutas, vá até lá e verifique se tem abacaxi. Em oito minutos Juca estava de volta.
N
APLICANDO O QUE FOI LIDO, NA PERSPECTIVA DE JESUS:
Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizeis: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer. Lucas 17.10 Segundo Jesus, a de�inição de inútil não é alguém que não faz nada, mas sim alguém que só faz o que deveria ter feito — ou seja, nenhum extra, nada além do que se esperava dele. Neste caso Álvaro interpreta com primor esta função. É claro, o objetivo é se tornar um servo útil, alguém que excede as expectativas. Sabemos que os Jucas sempre foram raros nos ambientes corporativos. O problema é que há muita gente que para chegar a inútil ainda precisa melhorar muito, pois não faz nem o que deveria fazer. Se você não tiver ambição para ser servo útil, então pelo menos seja inútil. Menos que isso é desperdiçar a própria existência.
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José Maria de Souza
No mar da vida
Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! ... E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.
ÉÉ
óbvio, vivemos dias difíceis! Não está fácil para ninguém, aconteceu de repente, nuvens escuras se formaram e o vento agora sopra mais forte. Cessou-se a tranquilidade da viagem, as ondas estão bravias e sacodem sem piedade nossa frágil embarcação. O medo se aproxima e com ele surge o nervosismo e a angústia que têm a intenção de matar nossa fé, coragem e esperança. Lembre-se: tempestades e ventos fortes quebram a rotina de águas tranquilas, fazendo levantar as ondas da dificuldade. - Nestas horas não se pertube com a força dos ventos e das ondas no casco do seu barquinho; mantenha se firme! - Mantenha sua mente e coração firmes no leme da oração. - Nas noites escuras lembre-se: a brilhante estrela da alva indica o caminho até o porto
seguro. - Alivie o barco! Jogue fora o desespero, a angústia, a mágoa, o senso de justiça própria e a vitimização. - Não duvide! É possível andar sobre as águas. O mestre lhe chama! Ouça sua voz e não o vento. Olhe para Ele e não para as dificuldades. Amanhã bem cedo o Sol da Justiça se levantará no horizonte trazendo luz e vida para o seu dia. Alegre-se nesta esperança! Deus tem o seu caminho na tormenta. Você é filho ou bastardo do Deus Altíssimo? O filho Dele, seu irmão mais velho, foi enviado para lhe fazer companhia na viagem e todo o poder Lhe foi dado nos céus e na terra. Portanto, peça ao Senhor para acalmar os ventos. E na próxima viagem vê se não aborreça o mestre com sua falta de fé, porque no mar da vida Jesus é a salvação!
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Vocabulário da Vida
ORGULHO: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante. ÓDIO: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia. PERDÃO: É uma alegria que a gente dá e que pensava que jamais a teria. PAZ: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever. OBSESSOR: É quando o Espírito adoece, manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele. PESSIMISMO: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores. RAIVA: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz. PREGU IÇA: É quando entra vírus na coragem e ela adoece. SIMPLICIDADE: É o comportamento de quem começa a ser sábio. SEXO: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro. SAU DADE: É estando longe, sentir vontade de voar; e estando perto, querer parar o tempo. SUPÉRFLUO: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro. SOLIDÃO: É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto. TERNURA: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas. SINCERIDADE: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho. VAIDADE: É quando a gente abdica da nossa essência por outra; geralmente pior.
(Parte II)
Pequeno dicionário para se entender mais profundamente o significado de algumas palavras muito importantes na vida de qualquer pessoa, explicado com o sentimento, sem a formalidade das regras gramaticais ou amarras filosóficas. MALDADE: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser. MORTE: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade. PERFU ME: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz. NETOS: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.
Livro: O Homem que Veio da Sombra Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro
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Breno Sampaio Nunes
Graduando em Direito e Policial Militar.
O valentão da escola
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figura é um ícone, toda escola tem! É aquele garoto que, geralmente, é maior que os demais garotos da sua idade. Na minha escola tinha vários. Lembro-me de um especificamente, ele dava medo. Quando chegava, tínhamos que sair da fila, pois ele tomava nossos lanches e falava “palavrão”. Era rebelde e temido. Todo mundo torcia para que ele se desse mal, que alguém lhe arrancasse a coroa da maldade. Aceitávamos até que outro valentão assumisse o lugar, mas ele insistia em permanecer na vanguarda do terrorismo aos demais colegas. Um dia ganhamos (todos da escola) o melhor dos presentes, não era uma bicicleta, foi bem melhor que isso. Lembro bem, aguardávamos na saída da escola e de repente, o dia ficou cinza, chegou o grandão covarde. Como sempre todo mundo se calou e esperou qual seria o próximo número da maldade encarnada em forma mirim. Não demorou muito e o valentão gratuitamente puxou o cabelo de outro garoto, que saiu chorando. Porém, a mãe do valentão, estava próxima e assistiu ao belo show de seu pupilo. Foi aí que lavamos a alma. Ela atravessou a rua apressada e o pegou pela orelha exigindo que ele se desculpasse. Foi épico, o valente humildemente teve que se desculpar e foi pra casa aos prantos. Vibramos! Pois é, sou dessa época, em que nenhuma valentia mirim resistia a simples presença dos pais. A maldade e rebeldia eram simplesmente diluídas com um simples olhar, tempos bons! Fui obrigado a lembrar dessa história, ainda com saudades, graças as redes sociais. Recebi um vídeo, sobre um fato ocorrido em uma cidade longe daqui, que é o seguinte; a imagem começa com dois senhores conversando e um “menino” próximo. O local é a porta de uma escola, ao que parece o “menino” fez algo que desagradou alguma garota da escola (provavelmente parente de um dos senhores), o qual vai tirar satisfação com o “garoto”, que chama seu pai. Percebe-se que o tal homem explica para o pai do “garoto” o ocorrido. Enquanto os “adultos” conversam, o garoto se posiciona à retaguarda do senhor, e se valendo da surpresa e da impossibilidade de defesa, desfere um soco no rosto do homem que logo após é empurrado. O pai, no ímpeto de impedir uma reação imediata, fica entre o homem atingido e o “garoto” gritando desesperadamente que seu filho “tem 14 anos”.
O garoto é apartado, um terceiro senhor aparece para acalmar os ânimos. E o pai? Ainda gritava, “ele tem 14 anos”. O homem, agora vítima, nada fez e calou-se. E o garoto? Após sair do campo de visão do cinegrafista e “contido” pela mãe grita, ameaçando e esbravejando toda sorte de palavrões. O vídeo se encerra. Muito se comentou sobre o tal vídeo. A indignação se alastrou. Alguns disseram que o motivo que originou o fato, foi que o “pequeno rebelde” havia filmado garotas no banheiro. Outros alegam que o “malvado mirim”, havia difamado uma garota em redes sociais. Pois bem, o motivo é tão irrelevante, que ninguém sabe ao certo qual é. O fato em si que é chocante. Um “garoto de apenas 14 anos” como bradou seu pai, deliberou em ser covarde na frente dos pais, e com plateia VIP agrediu um adulto! Sim, “uma criança” agrediu um homem adulto! Pasmem!! O valentão da minha época se desmanchava na presença dos adultos. A rebeldia era quase um segredo. Hoje a “criança de 14 anos”, agride um adulto (não me canso de repetir) na frente dos pais!!!! Sabe o que isso representa? N A D A! Isso mesmo, os pais não representam nada para esse “garoto”. Ninguém o segura moralmente, é incontrolável! A prova disso é o áudio do agressor que circulou logo após os fatos. Na mensagem – irritante por sinal – o “mimado” conta como ocorreu os fatos como se tivesse ganho uma medalha. De forma arrogante, conta que “bateu em um homem de 1,85 de altura”, além de orgulhosamente relatar a maneira que seu pai se impôs na situação. Então, aos que esperavam, assim como eu, uma correção exemplar ou na pior das hipóteses uma “dor na consciência juvenil”, após os fatos, esquece! O valentão está mais forte do que nunca. E quanto aos pais? Com relação a eles, nos resta torcer para não virem a ser alvos da ira do “filhote”. O fato mexeu comigo, confesso, mas também foi inspirador. Penso até em mudar o tema de minha monografia: “O uso da lei da palmada na proteção dos adultos”. Também me fez sentir saudade de tudo, até do valentão da escola. Nostalgia? Pode ser... Mas a principal saudade é de quando meu pai bradava: “Conversa de adulto, criança não entra!”.
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Foto: Syda Productions
MINHA ENTEADA É GAY Como faço para ajudá-la?
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Que tipo de leitura (claro já incluindo a orientação da Palavra do Senhor que temos pregado constantemente) o senhor tem para nos sugerir? Algum tipo de livro com embasamento bíblico-psicológico que aborde o assunto? Confesso que estamos aflitos com essa situação que vem se alastrando há mais de um ano. Contamos com sua ajuda e orientação, certos de que será de grande valia. Nele, em quem não há aflições, Abraços. Deus te abençoe poderosamente. Rê --------------------------------------- Resposta: -----------------------------------Minha querida amiga Rê: Graça, Paz e Sabedoria! Obrigado pela confiança. Tentarei ser breve e simples! Rê, querida, o que fazer? Não! Primeiro vem “o que é?” — e, depois vem “como faço diante disso?” Sim, porque se não sei o que é..., como faço para agir ou não agir? Antes de falar mais objetivamente, quero afirmar que há alguns esclarecimentos a serem feitos em razão de sua carta. Inicialmente falemos de “homossexualismo”. Homossexualismo é uma ideologia, assim como feminismo, machismo, ou capitalismo. Ou seja: é um modo consciente de tratar o mundo, e, além disso, é um projeto e uma proposta. Já a homossexualidade (palavra que você não usou em momento algum) não é uma “ideologia”, mas uma condição intrínseca, que pode ser de natureza psicológica, cultural, e, em alguns casos, até genética. Sim, porque há os que nasceram assim (condição genética); há os
az e Graça, irmão querido! Sou casada há três anos com uma verdadeira bênção de Deus. Meu esposo está em seu segundo casamento, tendo três filhos do primeiro. Estamos passando por uma situação que mal sabemos como orientar a filha dele, do meio, de 17 anos, que além de muito fechada, tem demonstrado comportamentos claros e tendenciosos ao homossexualismo. Há uma prima de terceiro grau, lésbica, assumida, e que vive assiduamente em sua companhia, mesmo com a proibição do pai, meu esposo, que tem tentado conversar com ela muitas vezes. Entretanto, ela manifesta-se sempre com agressividade, ou se distância e sempre "em fuga" afasta-se da família; e uma de suas atitudes é dormir além do normal. Outro fator que muito nos preocupa, que tem sido motivo de orações nossas, é que mãe dela, ex-esposa de meu marido, também mantém um relacionamento homossexual, e, claro, não assumido perante nenhuma das pessoas da família. Afirmamos sua opção homossexual; pois, tem sido comum e rotineiro ela deixar os filhos em casa para ir dormir na casa de sua "amiga", a qual se comporta e se veste como um verdadeiro homem, incluindo os trejeitos e modo de falar. Amado, agora lhe perguntamos: Além de nossas orações intercessórias, gostaríamos de orientações de como conduzir esta situação no que diz respeito à abordagem adequada junto a minha enteada — uma adolescente com apenas 17 anos, que ainda não têm sua personalidade totalmente formada e que tem sido fortemente influenciada dentro de sua própria casa.
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que os homens fizeram tornarem-se assim (pelo uso e manipulação infantil, ou pela influência que tiveram sobre a infância da pessoa); e há os se fizeram assim por escolha pessoal (seja em razão de raiva e revolta, ou seja, algo que é uma opção por um determinado estilo sexual de vida). Os dois primeiros casos são definem homossexualidade. Já o ultimo define melhor o homossexualismo. Ora, fazer essa diferenciação é mais do que importante na percepção de vocês em relação à sua enteada. No caso de sua enteada, pode ser algo que misture uma propensão dela, somada aos traumas vividos em família (separação dos pais e o eventual caso de homossexualidade da mãe), e a indução solidária da prima de 3º grau. Portanto, estamos falando de uma homossexualidade em profundo conflito existencial. O que explica o sono dela. Sim o sono da evasão e da fuga do mundo real. Mundo no qual ela sabe que a vida é e será um inferno — tanto pela culpa que ela carrega, como também em razão das dores que ela sabe que suscita e suscitará em muitos que a amam; como você e o pai dela. Ora, o fato dela já está dando indicações de “fuga” da realidade pelo prolongamento do sono, pode ser um sinal sério a ser considerado. Digo isto porque sua intenção e de seu marido é ver a menina bem, e, enquanto isto, querem também saber o que é, a fim de se posicionarem acerca de como fazem para ajudá-la. Certo? Se assim é, então, saiba: é fundamental parar o processo do “sono” evasivo já! — Não com uma dose de militarismo doméstico, mas com amor, misericórdia e muita solidariedade para com ela. Isto porque vocês só a farão preferir a realidade ao “sono”, se vocês oferecerem a ela um mundo familiar para o qual valha a pena abrir os olhos com alegria de viver. E, em tal mundo, homossexualidade precisa ser tratada sem opressão, mas com muita Graça de Deus. Eu, de todo o coração, não perseguiria nada e nem ninguém; pois, sei que a perseguição não pára nada, enquanto acelera o processo de “fuga” da pessoa. Assim, eu faria tudo o que pudesse para ganhar a confiança dela, e, depois, também da prima de 3º grau. Somente desse modo vocês não a perderão. Do contrário, vocês podem acelerar o processo dela quanto a ir da eventual homossexualidade para o homossexualismo. Ora, hoje, pra vocês, isso parece apenas uma “sutileza”. Todavia, no dia a dia e com os passar dos anos, essa sutileza faz toda a diferença. Sim, porque o importante não é reverter o quadro de homossexualidade (quem tem tal poder?), mas sim ter a garantia de que ela não desejará “dormir pra sempre”, como acontece de modo estatisticamente alarmante com milhares de adolescentes como ela no mundo todo. E, no meio cristão, em razão da repressão ao tema, é onde se tem maior número de caso de “dormir pra sempre”. Ora, tal “dormir” vocês não querem pra ela. Portanto, a questão básica é decidir se a menina fica no “buraco” do “dormir”, ou se ela será objeto da intenção paterna (de antes de tudo estar com ela, em qualquer buraco), pela qual ela poderá sair de seu próprio buraco, o qual, nesse caso, não é a condição homossexual, mas o risco da opção pelo “dormir pra sempre”. Você viu que falei de “condição” homossexual em contrapartida
à “opção” homossexual. Digo isto porque fazer essa diferenciação, como já demonstrei, é muito importante. De fato conheço gays por opção. No entanto, para cada cem gays que conheço, uns cinco fizeram “opção”; posto que a maioria doasse as próprias pernas para deixar isto de lado (caso pudessem). Ora, como quase todos sabem que não conseguirão, mesmo desejando muito, o que acontece é que, pela frustração, impotência e medo, tais pessoas acabam por desejar “dormir pra sempre”. Assim, o “como” nasce do “o quê”. Ora, como já sabemos o que é, vale agora saber como proceder. Então, você pergunta: “Como faremos”? Acima já disse implicitamente muita coisa sobre “como proceder”. Entretanto, passemos às questões bem práticas. . Com relação à menina, conversem com ela sobre a preocupação de vocês no que diz respeito ao “excesso de sono”. Assim, proponham a ela uma ajuda psicoterapêutica Ao terapeuta vocês contarão a história antes de levá-la. Além disso, não importando qual seja o caminho dela, forrem-no com muita Graça familiar. Somente assim vocês salvarão a menina de um mal maior, que é o “sono pra sempre”. . Com respeito à prima de 3º grau, saiba: vocês não têm que a perseguir, pois, por tal ação, vocês apenas a empurrarão a menina (a filha) justamente na direção que vocês desejam evitar. Sei que é difícil agir com tranqüilidade quando o coração está tomado pela síndrome de onipotência paterna, que é o que leva o pai dela a desejar fazer qualquer coisa pra resolver o problema. Por exemplo, numa hora extrema dessas, há pais que até põe a menina nas mãos de um “profissional” que supostamente consiga fazê-la gostar de homem, e não de mulher. Mas, também saiba: toda manipulação acaba sendo objeto de outras manipulações, pois, nesse caso, o suposto objeto da manipulação acabará se tornando o manipulador. . No que tem a ver com a mãe dela, saiba: o que vocês fariam? Não há nada além de orar. O mais... É tentar não adivinhar o que ela e a amiga fazem dentro do quarto. O que compete a vocês é propiciarem o melhor convívio possível, deixando de lado os ressentimentos, e, empenhando-se juntos pela ajuda à filha. Ou alguém sugere algo mais a ser feito? Eu, quando se trata de adultos, não conheço outro caminho além do diálogo. Pode ser que você se assuste positivamente com a mãe da menina; digo, com o interesse dela em participar ajudando. Por isso, não julgue à priori. Dê a ela a chance de se mostrar. . Com relação a livros bons para se ler acerca do tema, sinceramente, não sei o que indicar. Não conheço nada que seja realmente bom, e que seja acessível ao “leigo”. Em geral o que é bom, nem sempre é tão acessível. Na realidade tenho descoberto que a leitura deste site tem sido de grande ajuda para muitos que vivem a situação de vocês. Portanto, recomendo a leitura do site. O resto o amor ensina! Aqui está minha ajuda inicial. Espero que seja útil. Nele, que não faz acepção de pessoas, Reverendo Caio Fabio
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Jesus
NOS ENSINA A
SER OBJETIVOS E DIRETOS
om Jesus não aprendemos a fazer rodeios nem a pronunciar meias-palavras. Também não é ele que nos ensina o famoso jogo de cintura, nem a aplaudida diplomacia mineira. Nele não encontramos palavratórios desnecessários adubados com frases ocas e vãs. A prolixidade não tem vez nos seus discursos. Ele jamais desejou impressionar os seus ouvintes através da retórica. E sua vida, mais do que suas palavras, foi extremamente prática e objetiva. Dormia à noite, mas também sabia aproveitar para o seu repouso os momentos em que lhe era impossível fazer outra coisa, como no intervalo entre um e outro trabalho evangelístico. Seu senso de objetividade lhe permitia concluir que trabalhar em meio à exaustão é improdutivo e, neste caso, é melhor descansar. Os mandamentos de Jesus, ordens claras e instruções definidas, são também capazes de nos ensinar a ser objetivos e a conquistar um senso de direção. Nunca encontraremos dubiedade em suas palavras: - Reconcilia-te com teu irmão - Não jures de maneira alguma - Não resistas ao perverso - Amai os vossos inimigos - Orai pelos que vos perseguem - Não saiba a esquerda o que faz a direita. - Vende teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu - Ninguém pode servir a dois senhores - Buscai em primeiro lugar o reino de Deus - Não julgueis para que não sejais julgados - Não deis aos cães o que é santo - Pedi e dar-se-vos-á - Entrai pela porta estreita - Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus. Era muito provável que tais fórmulas éticas e teológicas ganhassem outras articulações em nossos lábios: - Seria muito interessante você tentar fazer as pazes com o seu irmão. - Faça o possível para não jurar. Certo? - Saia de mansinho da presença do perverso, está bem?
- É muito difícil, mas mesmo assim tente amar o seu inimigo. Quem sabe você consegue. - É mesmo improvável que se consiga servir a dois senhores. Todavia, só você é que pode avaliar isso. Cada caso é um caso. Além das lições que as palavras do Senhor Jesus encerram em si mesmas, como articulação do pensamento exposto, elas nos ensinam também que devemos ser pessoas diretas e práticas. Nosso raciocínio dever ter rumo e endereço. Nossas idéias devem ter sucessões conectadas. A avalanche de nossos pensamentos deve ser obrigada a entrar pelo conduto da objetividade. Ao contrário dos nossos, que mais se assemelham à chuva fina e espaçada, os pensamentos de Jesus são como o jorrar concentrado de uma cachoeira. Se como seus discípulos aprendermos a falar objetivamente como ele, então a mensagem do Evangelho tornar-se-á clara e límpida em nossa boca. Não mais acontecerá que, na tentativa de esclarecermos um texto ou uma idéia cristã para alguém, deixemos a pessoa mais confusa ainda. Outra área na qual notamos a objetividade de Jesus é no seu critério de seleção de discípulos. Não o vemos impressionado com as multidões nem com o frenesi das massas. Ele sabia que estas são semelhantes às nuvens do céu: nada mais que vapor. A massa humana ovaciona, aplaude, elogia, acompanha, enche auditórios e aduba o ego do homem tolo, mas não faz ecoar para sempre as palavras de alguém. Por isso Jesus nunca se iludiu com elas. Compadecia-se delas. Curavaas freqüentemente. Mas não se impressionava nem com o seu número nem com a sua adesão. Quando notou a superficialidade de seus interesses e o materialismo de suas idéias, ele as censurou. Quando percebeu que havia muita gente curiosa em volta de si, colocou o mar como filtro de interesses. Jesus não foi um purista religioso que primava exclusivamente pela aparente qualidade; ele sabia também que o seu trabalho não alcançaria a objetividade desejada caso se dedicasse apenas às multidões. Por isso, além de ser um homem de grupos terciários (200 pessoas em diante), foi prioritariamente Mestre de grupos primários (de uma a doze pessoas). Quem lida apenas com as multidões trata com o hoje, com o agora, mas não forma nada para o amanhã e, pior, não se forma nem se reproduz
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tudo o que existe é passível de ser equacionado dentro de um sistema. Enquanto os atributos - lógica e racionalidade - partem de pressupostos revelados, incontestáveis e indefectíveis, a fim de, sobre estas bases nãomovediças, erguerem seus sistemas racionais. Jesus demonstrou essa maneira de raciocinar partindo da causa para o efeito. Ele mandou amar os inimigos, mas essa ordem era lógica: "Deus faz nascer o sol sobre maus e bons e vir a chuva sobre justos e injustos". Ora, se todos são objetos da graça comum, por que, então, não devem os filhos de Deus reproduzir esta manifestação da Graça à comunidade humana, indistintamente? Fazer o bem a todos indiscriminadamente foi outro de seus mandamentos. Mas por quê? Ora, porque as recompensas espirituais resultam da prática do extraordinário, e não do ordinário. A monogamia foi por ele defendida. Cada homem deve ter apenas uma mulher, e vice-versa. Alguém que indague o motivo deve verificar que no princípio do mundo, antes da queda, era assim: um homem vivia com uma única mulher. Tal era o plano-piloto de Deus, e somente dentro deste comportamento em família é que encontramos o verdadeiramente natural. Não apenas não matar ou não adulterar, mas não permitir que tais sentimentos, motivações e pensamentos ocupem o coração. Por quê? Porque eliminar o efeito sem afastar a causa é o mesmo que colocar esparadrapo em leucemia. Jesus curou em dia de sábado. Diante da oposição levantada contra seu ato, disse: "Não é o homem para o sábado, mas o sábado para o homem". Esta aparente rebeldia e insubordinada declaração é, no entanto, dotada de uma lógica imbatível. É este seu raciocínio: se socorremos animais em dia de sábado, quanto mais a homens, que têm muito mais valor do que aqueles Um dos temas teológicos mais ensinado por Jesus foi o da previdência de Deus. Todavia, a base sobre a qual ele erigia seu ensino era extremamente lógica: quem cuida das aves e faz caso dos lírios não deixará, por certo, de se ocupar dos homens, que têm muito mais valor que uns e outros. Quando ele andava com os párias deste mundo ou aceitava convite para lanchar com fiscais de renda de má fama e conhecidas meretrizes, a fim de lhes pregar o Evangelho, seus argumentos contra os que se insurgiam diante desse seu aparente liberalismo comportamental também era invencível: "Os sãos não precisam de médico e, sim, os doentes". Quando o rigor ascético dos fariseus tentou amarrá-lo aos usos e costumes irracionais, ele sacudiu de si e dos discípulos o pretendido jugo: "Não é o que entra no homem que contamina, mas o que sai dele". Porque o que entra é reprocessado e vai para o esgoto. Mas o que sai do verdadeiro homem, do eu, vem do coração. O discípulo de Jesus deve ouvi-lo dizer: Segue-me na minha maneira de pensar. Se pensássemos com as categorias de Jesus e usássemos a sua lógica, muitas interpretações descabidas que tiramos da Bíblia e da vida seriam evitadas. Paulo é o mais típico exemplo do discípulo que aprendeu a usar a lógica de Jesus. Suas cartas obedecem a esboços e idéias conectadas. Romanos é uma apologia da justificação pela fé absolutamente irrefutável. A pregação de Paulo, conforme explicada por Lucas, é de uma lógica inexpugnável. Os verbos usados para descrever sua maneira de expor as Escrituras são todos relacionados à lógica. Quando em apuros no naufrágio, ele declarou que se seu bom senso tivesse sido seguido, nada daquilo teria acontecido. O discípulo é um ser que pensa, mas cujo pensar está subordinado às Escrituras. Ele não é um filósofo que absolutiza a mente e a razão como deusas das idéias e da verdade. Ao contrário, parte sempre das Escrituras, faz suas idéias viajarem por elas e conlui com elas. A maior lógica do discípulo é afirmar: As Escrituras não podem falhar.
em ninguém. Não pode dizer como Paulo: "Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como por toda a parte ensino em cada igreja". Jesus preferia ter menos gente na missão do que pessoas reclamando da comida e do desconforto. Sabia que era mais fácil trabalhar com poucos, mas dispostos, do que com muitos sem sentido de urgência. Entendia que poucos mas rijos chegariam a um melhor resultado do que muitos sentimentalistas. Optou por ter menos gente ao seu lado, preferindo isto a liderar um grupo grande de duvidosos e insubordinados. A objetividade de Jesus se manifesta até mesmo no momento da traição: "O que pretendes fazer, faze-o depressa". Também ninguém foi mais prático do que Jesus. Foi prático sem ser pragmático. E a sua praticidade tem suas marcas até nos sacramentos que instituiu: "Tomai, isto é o meu corpo. Bebei, isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos". Seu batismo é simples; é ministrado com elemento básico, água, podendo ser praticado sem testemunhas, em qualquer lugar: no deserto, num quarto, numa sala, num rio; e a qualquer pessoa, contanto que haja arrependimento e fé. Sua marcha para o calvário também foi marcada pela objetividade: "E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ser ele assunto ao céu, manifestou no seu semblante a intrépida resolução de ir para Jerusalém". A partir desse momento Jesus só pára a fim de instruir acerca do amor ao próximo, para um breve lanche com os amigos, para libertar os oprimidos pelo diabo e para confrontar os hipócritas. Seu caminho era, no entanto, para a frente. Sem recuo. Sem retrocesso. Nenhuma ameaça o intimidava. A raposa não o impediria na sua obra redentora, pois seu tempo havia chegado. Era preciso terminar o que havia começado. Até seus soluços são rápidos, apesar de apaixonados. Não havia tempo para um longo período de lamentação sobre Jerusalém. Era chegada a hora de ser paradoxalmente glorificado o Filho do homem e, quando esse momento chega, o relógio divino não admite atraso. A hora é certa. Não pode faltar objetividade no cumprimento do calendário profético. Tal deve ser também o discípulo - uma pessoa com senso de direção e objetividade: "Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar". Urge que nossos alvos sejam claros. Nossas idéias não devem ser comparáveis a sombras disformes. Temos que, pelo menos, ver como por espelho. Nossa mente deve ser capaz de definir propósitos, meios de ação e objetivos específicos. Jesus nos ensina a ser lógicos. Sopram sobre nós os ventos da ilogicidade, respaldada numa falsa idéia de espiritualidade. Tais brisas nos trazem as contraditórias idéias que concluem sobre a não confiabilidade das idéias. Contraditoriamente, para se crer em tal conclusão, tem-se que confiar no mundo das idéias. Por outro lado existem também as ventilações dos raciocínios dicotomizados. São as ponderações dos que pretendem criar uma abismal separação entre a razão e o coração, como se ambos fossem adversários. Todavia, aquele que disse: "Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força" não parecia encontrar tal dicotomia ou policotomia na estrutura essencial da criatura humana. Coração e entendimento participam juntos na lógica do culto. No entanto, para Jesus, nem a razão é a prostituta, como no dizer de Lutero, nem é tampouco a deusa idolatrada no Iluminismo. Para ele, a razão é apenas um elemento, um dos componentes com os quais Deus aquinhoou o homem, e que deve ser usado para seu serviço, e do próximo, através da mediação da fé que atua pelo amor calcada inarredavelmente nas Escrituras. Por isso mesmo, as interpretações de Jesus acerca das Escrituras apelavam inevitavelmente para a lógica. Lógica sem logicismo. Racionalidade sem racionalismo. As diferenças entre as expressões não são apenas semânticas. Os ismos são sistematizantes e fechados: pressupõem que
Extraído do livro: Seguir Jesus - O mais fascinante projeto de Vida www.editoraprologos.com.br 23
E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. Isaías 58:10
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onta-se uma história sobre Fiorello LaGuardia, que, quando era prefeito de Nova York durante os piores dias da Depressão e durante toda a Segunda Guerra Mundial, era carinhosamente chamado de "Little Flower" pelos seus admiradores nova-iorquinos, porque tinha apenas 1,65 m e trazia sempre um
cravo na lapela. Era um personagem pitoresco que costumava andar em caminhões do Corpo de Bombeiros, participar de batidas em bares ilegais junto com o departamento de polícia, levar orfanatos inteiros para partidas de baseball e, quando os jornais de Nova York estavam em greve, ia à rádio ler quadrinhos humorísticos para
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as crianças. Numa noite terrivelmente fria de janeiro de 1935, o prefeito compareceu a um tribunal noturno que servia a região mais pobre da cidade. LaGuardia dispensou o juiz por aquela noite e assumiu a tribuna ele mesmo. Minutos depois, uma senhora esfarrapada foi trazida à presença dele, acusada de roubar um pão. Ela disse a LaGuardia que o seu genro havia ido embora, que sua filha estava doente e que seus dois netos estavam passando fome. Mas o merceeiro, de quem o pão havia sido roubado, recusava-se a retirar a acusação. — É uma vizinhança ruim, meritíssimo — o homem disse ao prefeito. — Ela deve ser punida para ensinar às pessoas daqui uma lição. LaGuardia suspirou, virou-se para a mulher e disse: — Tenho de punir a senhora. A lei não abre exceções: são dez dólares ou dez dias na cadeia. Mas, ainda enquanto falava, o prefeito já colocava a mão no bolso. Ele tirou uma nota para fora e arremessou-a no seu famoso chapéu de abas largas, dizendo:
— Aqui está a multa de dez dólares, que eu agora perdôo. Além disso, vou impor uma multa de cinqüenta centavos para cada um presente neste tribunal, por morarem numa cidade em que uma pessoa tem de roubar pão para que seus netos tenham o que comer. Senhor Bailiff, recolha as multas e entregue-as à ré. Assim, no dia seguinte, os jornais de Nova York anunciaram que 47,50 dólares haviam sido entregues a uma perplexa senhora que havia roubado um pão para alimentar os netos famintos, cinqüenta centavos dos quais haviam sido doados pelo ruborizado dono da mercearia, enquanto cerca de setenta pessoas, acusadas de pequenos crimes e de violações de tráfego, lado a lado com policiais da cidade de Nova York, aplaudiam o prefeito em pé. Que tremendo momento de graça foi aquele para todos que estavam presentes naquele tribunal. A graça de Deus opera num nível profundo na vida de uma pessoa afetuosa. Ah! Quem dera fôssemos capazes de reconhecer a graça de Deus quando ela vem a nós!
Extraído do livro: O evangelho maltrapilho (Brennan Manning) Editora Mundo Cristão
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AFASTAMENTO
que aproxima As diferenças podem somar na relação a dois. É justamente a expressão única que cada ser humano tem que pode enriquecer a convivência conjugal
E
m minha vivência profissional, por diversas vezes tive de responder à seguinte pergunta: O que faz com que um casamento dure? Muitas coisas podem acontecer para que um relacionamento conjugal não termine em divórcio. Mas o fato de não haver uma separação entre dois parceiros não significa que exista ali um bom casamento. Pode até não existir mais casamento, embora os dois cônjuges continuem residindo sob o mesmo teto. O que faz um casamento durar? Inúmeras coisas, e não necessariamente positivas. Então, como fazer com que uma parceria conjugal não apenas perdure por muito tempo, mas proporcione crescimento e satisfação a um homem e uma
mulher? Um desses fatores é a capacidade de transitar bem no movimento de aproximação e distanciamento dentro do relacionamento, quando se fizer necessário. Não se trata daquele distanciamento acarretado pela separação, mas de Uma liberdade que cada um deve ter de se afastar do outro por um tempo, evitar o diálogo e, quem sabe, até do convívio, para desenvolver novos aspectos da sua compreensão – para, depois, voltar para o reencontro e novamente começar outra caminhada com o mesmo parceiro. Ou seja, movimentos de afastamento sem rompimento de vínculos e de reaproximação sem perda de identidade. Em outras palavras, uma boa parceria conjugal é aquela onde muitas vezes se “rasga” o contrato 26
já feito para começar um novo, sem trocar-se de parceiro. Muitos casais vivem numa simbiose, acreditando que cada um é uma metade do outro e que os dois, juntos, constituem uma só pessoa. Puro engano. Com dois meios, só é possível formar uma dupla de aleijados. E só. Scott Peck, psiquiatra americano, afirma que o bom casamento é aquele onde cada um tem a capacidade de viver só, mas escolheu a vida em comum. Outra possibilidade, quando dois viram um, é que a identidade de cada cônjuge desapareça e prevaleça apenas a opinião e o jeito do outro. Casamentos assim podem durar muito, mas não podemos chamar a isto de parceria. O melhor é acreditar que um dos parceiros “morreu” em vida. Não estou muito certa do que o
apóstolo Paulo quis dizer quando disse que, no casamento, ambos se tornam “uma só carne”; mas, certamente, ele não quis advogar a anulação de um dos cônjuges dentro da união matrimonial. Alguns elementos são fundamentais para esse ir e vir no relacionamento. Para que um possa se afastar, é necessário que ambos tenham recursos para não tirar a liberdade, e que cada um desenvolva a confiança em si mesmo e no outro. Na proximidade, cada um se apresenta com tudo que conhece, pensa e sente. Quanto mais próximo do outro, mais o indivíduo tende a se mostrar como de fato é, com transparência e sem reservas. É o momento da entrega. Enquanto isso, o outro pratica a escuta verdadeira e o acolhimento sem defesas e sem condições. Não há explicações; é o tempo de receber e hospedar o outro do
jeito que está. Mas, mesmo com a aceitação, as revelações ouvidas podem gerar conflitos, desajustes, medos, decepções e frustrações. Novamente, faz-se necessário o afastamento, quando cada um tem a oportunidade do encontro consigo mesmo para a elaboração dos novos conteúdos recebidos do parceiro. Há a chance de se refazer, se recompor, enfim, reconstruir a própria identidade diante de novas escolhas a serem feitas. É justamente a expressão única que cada ser humano tem que pode enriquecer a convivência conjugal. É um paradoxo, porque a unicidade dos dois evidencia também as diferenças – e diferenças não são defeitos. São apenas maneiras diversas de ser, de ver, de reagir diante da vida. As diferenças podem somar na relação a dois. Fazendo acordos e respeitando um ao outro, os dois parceiros se
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darão o apoio necessário quando uma situação exigir exatamente aquilo que apenas um faz melhor. Quem aprende o segredo de ir é capaz experimentar, na volta, o encontro misterioso que pode acontecer entre duas pessoas. Um encontro que, por constituir mistério, não pode ser explicado. Desfrutar dos encantos desse mistério pode capacitar os cônjuges para carregar todo o peso do funcionamento de uma parceria matrimonial. O exemplo para uma saudável convivência desse tipo foi dado por ninguém menos que nosso Redentor, conforme Paulo diz em sua Carta aos Filipenses: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo.” Por Esther Carrenho
Quando alguém está pronto para casar? (Um resumo)
Allain de Botton - filósofo suíço
G
eralmente quando alguém alcançava alguns objetivos financeiros e sociais: ter uma casa própria, algumas qualificações profissionais e algumas vacas e um pedaço de terra, era sinal de que já podia se casar. Mas, o ideal romântico influenciou a mentalidade atual e aquilo tudo parecia muito mercenário e calculado, o foco mudou para as emoções. Tornou-se importante “sentir” da maneira certa. O sinal de uma boa união era o sentir-se bem. E os sentimentos certos incluíam um sentido de que o outro era “o certo”, que lhe entendia perfeitamente e que ambos nunca teriam o desejo de dormir com mais ninguém, a não ser com o escolhido, ou a escolhida. Estas idéias, embora tocantes, já se provaram ser quase uma receita certa para uma eventual dissolução de casamentos – e têm causado um desastre nas vidas emocionais de milhões de pessoas e de casais bem intencionados. Como um corretivo dessas idéias, proponho um conjunto de princípios bem diferentes e mais clássicos que indicam quando duas pessoas deveriam se considerar adequadas para se casarem. Estamos prontos para casar…
todos e até mesmo para mim”. 3. QUANDO NOS CONSCIENTIZARMOS DE QUE SOMOS LOUCOS.
Isso é profundamente contrário à intuição. Parecemos tão normais, e na maioria das vezes tão bons. São os outros… Porém, atingimos a maturidade quando nos apercebemos de nossa loucura. Geralmente ficamos descontrolados por muito tempo, falhamos em aceitar o nosso passado; nossos projetos são muitas vezes impossíveis de ser concretizados e às vezes somos ansiosos demais, para sermos mais gentis com as palavras: geralmente agimos como idiotas.
4. QUANDO ESTIVERMOS PRONTOS PARA AMAR EM VEZ DE SER AMADOS.
Geralmente, falamos de “amor”como uma coisa, em vez de discernir as duas variedades que existem em uma só palavra: ser amado e amar. Deveríamos nos casar somente quando estivéssemos prontos para amar e estivéssemos conscientes da nossa fixação imatura e anti natural de ser amados. Começamos a aprender somente sobre “ser amado”. Parece – muito erroneamente – que é a norma. A criança acha que os pais estão simples e espontaneamente à mão para sempre guiar, entreter, alimentar, limpar e são sempre alegres e calorosos. Os pais não mostram quão frequentemente eles têm mordido a língua, escondido as lágrimas e estiveram cansados demais para tirar as roupas depois de um dia cuidando dos filhos. O relacionamento é quase que inteiramente não – recíproco. Os pais amam, mas não esperam o favor de serem retribuídos de alguma maneira. Os pais não ficam chateados quando a criança não nota o novo estilo de corte de cabelo, perguntou cuidadosamente como foi a reunião no trabalho ou sugeriu que iriam subir para tirar uma soneca. Pais e filhos podem até “amar”, mas cada um se encontra num eixo bem diferente, desconhecido pela criança. É por isso que ao alcançar a idade adulta, quando dizemos que ansiamos por amor, o que queremos dizer é que “desejamos” ser amados como nossos pais nos amaram. Queremos um entretenimento na idade adulta parecido com a que recebíamos quando pequenos. Em algum lugar secreto de nossas mentes, imaginamos alguém que compreenderá nossas necessidades, trará tudo que queremos, será imensamente paciente e sensível, agirá altruísticamente e fará tudo melhorar. Naturalmente, isto é um desastre. Para um casamento funcionar, precisamos sair completamente do estágio de criança e assumir uma posição parental. Precisamos nos tornar alguém que desejará submeter suas próprias necessidades e seus cuidados às necessidades do outro.
1. QUANDO DESISTIRMOS DE PERFEIÇÃO.
Não somente devemos admitir de maneira geral de que a pessoa com quem estamos nos casando está muito longe da perfeição, como também devemos conhecer as imperfeições dela: como ela será irritante, difícil, às vezes irracional, e na maioria das vezes incapaz de nos entender ou ser empático conosco. Os votos deveriam ser reescritos para incluir esta linha: Concordo em me casar com esta pessoa, embora ela, regularmente, me levará à distração. Contudo, esses defeitos nunca deveriam ser interpretados como meramente capturando um problema individual. Ninguém mais faria melhor. Somos ruins assim mesmo. Somos uma espécie cheia de defeitos. Com quem quer que você se una será imperfeita de muitas maneiras. Devemos matar terminantemente a ideia de que as coisas seriam ideais com outra criatura nesta galáxia.
2. QUANDO PERDEMOS A ESPERANÇA DE SERMOS COMPREENDIDOS.
O amor começa com a experiência de sermos compreendidos de uma maneira compreensiva e profundamente extraordinária. O outro entende suas partes solitárias; você não precisa explicar porquê acha uma piada tão engraçada; vocês odeiam as mesmas pessoas; o outro também quer experimentar um cenário sexual diferente. Mas, isto não continuará. Outro voto deveria ser: “Embora o outro pareça me compreender muito, sempre haverá largos traços do meu psique que permanecerão incompreensíveis para ele (ela), para
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no lugar de aprendizes. Ao mesmo tempo, devemos nos preparar para ensiná-los certas coisas, e como bons professores, não devemos nos descontrolar ou simplesmente esperar que eles saibam de tudo. O casamento deveria ser reconhecido como um processo de ensino mútuo.
5. QUANDO ESTAMOS PRONTOS PARA ADMINISTRAR.
A pessoa romântica instintivamente vê o casamento em termos de emoções. Contudo, o que um casal realmente está para fazer são tarefas de um pequeno negócio. Eles devem traçar planejamentos, limpar, dirigir, cozinhar, consertar, jogar fora, se preocupar, contratar, despedir, reconciliar e fazer um orçamento. Nenhuma dessas atividades tem qualquer glamour dentro deste atual arranjo da sociedade. Aqueles que são obrigados a fazer isso não gostam disso e sentem que alguma coisa está errada com suas vidas por terem que se envolver tanto com essas tarefas. Um voto principal deveria ser: “Aceito a dignidade da tábua de passar”.
8. QUANDO ENTENDERMOS QUE NÃO SOMOS COMPATÍVEIS.
A visão romântica do casamento enfatiza que “a pessoa certa” é alguém que compartilha dos mesmos gostos, interesses e atitudes gerais em relação à vida. Todavia, com o passar do tempo, esta relevância diminui dramaticamente, porque as diferenças inevitavelmente virão à tona. A pessoa que dá mais certo conosco não é aquela que divide os mesmos gostos, mas aquela com quem podemos negociar as diferenças com inteligência e sabedoria. Em vez de uma ideia de uma complementaridade perfeita, a capacidade de tolerar a diferença é o que torna a pessoa “certa” para nós. Compatibilidade é uma conquista do amor, não uma precondição.
6. QUANDO ENTENDERMOS QUE SEXO E AMOR NEM SEMPRE ESTARÃO JUNTOS.
A visão romântica espera que o amor e o sexo caminhem sempre lado a lado. Mas, na verdade eles não permanecerão juntos além de alguns meses, ou no máximo um ou dois anos, porque o casamento tem outras preocupações mais importantes (companheirismo, administração, outra geração) que fazem com que o sexo sofra. Estamos prontos para casar quando aceitamos a renúncia do sexo e a tarefa da sublimação. Ambos devem evitar pensar que o casamento revolve ao redor do sexo. Só se está pronto para casar quando duas coisas muito difíceis estão no lugar: alguém esta pronto a acreditar na capacidade genuína do parceiro (a) de separar amor do sexo. E ao mesmo tempo, quando alguém está pronto a acreditar na incapacidade teimosa do parceiro (a) de manter o amor e o sexo separados.
CONCLUSÃO
Achamos que é verdadeiramente uma boa ideia assistir a algumas aulas sobre ter filhos. Tem sido a regra para todas as pessoas de nações bem desenvolvidas. Mas, ainda não se aderiu à ideia de ter aulas antes de casar. Vemos o resultado disso por toda parte. Chegou a hora de enterrar a visão do casamento baseado na intuição e aprender a praticar e a ensaiar o casamento da mesma maneira que se pratica patinar no gelo ou tocar violino, pois ele é tão complexo e digno de períodos sistemáticos de instrução quanto essas atividades. Por agora, enquanto a infra estrutura de novos votos e aulas é formada, todos nós merecemos condolências por nossas lutas. Estamos tentando fazer algo extremamente difícil sem o mínimo de suporte necessário. Não é de surpreender se – muito frequentemente – tivermos problemas. Extraído do site Encontrointimo de Silvia Geruza
7. QUANDO ESTAMOS FELIZES EM SER ENSINADOS E CALMOS PARA ENSINAR.
Estamos prontos para casar quando aceitamos que em algumas áreas muito relevantes nossos parceiros serão mais sábios, mais sensatos e mais maduros do que nós. Devemos querer aprender deles, como também estar dispostos a receber críticas. Deveríamos, em momentos importantes, vê-los como professores e nos colocarmos
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Dicas de coisas que você NUNCA deve dizer a sua nora
Você é uma sogra que deseja estar mais próxima à sua nora? Tente evitar dizer estas oito coisas. Este artigo é uma perspectiva diferente do que você poderia esperar sobre este tema. Eu não sou ainda uma sogra, mas eu sou uma nora e eu tenho um monte de amigas que também o são. Entre nós, reunimos esta lista das coisas mais irritantes e pouco lisonjeiras que nossas sogras dizem a nós. Há uma ressalva: algumas noras têm ótimo relacionamento com suas sogras. Elas não se importam quando estas oferecem conselhos sem serem convidadas ou questionam como funcionam seus domicílios. Infelizmente, isso não é verdade para todas. Estas sugestões são para aquelas bem-intencionadas sogras que querem saber o que podem fazer para melhorar as suas relações com as mulheres de seus filhos (porque nada funcionou até agora). Evite dizer as seguintes coisas, e você certamente notará resultados positivos.
1. Por que você faz assim?
se uma dessas não é você, não se convide para a festa. Espere pacientemente a pergunta ser feita antes de oferecer conselhos.
Além do problema óbvio de ser uma pergunta um tanto rude, as noras gostam de se sentir no controle de suas próprias famílias. Ser questionada sobre um hábito que ela tem mantido por toda a sua vida de casada pode ser desconcertante e doloroso. Se sua nora não quer usar máquina de lavar louça e em vez disso escolhe lavar à mão todos os seus pratos, sorria educadamente e mantenha a sua curiosidade para si mesma.
3. O que o meu filho mais gosta é.
Embora você nunca deixe de amar o seu filho ou esquecer o nome de seu melhor amigo desde a escola primária, sua nora não irá apreciar se você aproveitar todas as oportunidades para provar que você conhece o seu filho melhor que ela. O fato é que ela pode conhecê-lo melhor do que você agora, e você só vai envergonhar-se (e a ele) recitando preferências de infância.
2. Eu faria assim
A menos que ela tenha pedido o seu conselho, sua nora realmente não precisa de sua opinião. Ela tem suas próprias fontes e ela busca essas fontes quando as dúvidas surgem e
4. Você sabia que seu filho gosta de fazer caminhadas?
Quando os netos entram em cena, você vai precisar pisar
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com mais cuidado ainda do que antes. Nunca dê à sua nora a ideia de que você não gosta do jeito que ela cria seus filhos (a não ser, é claro, se for realmente prejudicial). E insinuar que você sabe alguma coisa sobre o filho dela que ela não sabe é prejudicial. Pense que ela já sabe muitas coisas sobre seu filho ou filha.
5. Quando eu era uma jovem esposa, as coisas eram muito mais difíceis
Sim, as coisas são diferentes quando nos casamos, mas será que isso, necessariamente, torna a vida mais difícil? Não, apenas a torna diferente. Mesmo que você tenha vivido em circunstâncias muito apertadas, contar a sua nora sobre elas, dando a entender que ela deveria ser mais grata por sua própria vida não vai fazê-la sensibilizada. Conte a ela sobre seus primeiros anos de casada como uma experiência compartilhada, e não como uma lição.
6. Você não deve deixar seus filhos assistir tanta TV
Mais uma vez, esta e outras opções semelhantes são decisões paternas pessoais que você realmente não tem nada a dizer. Como seus netos são criados só dizem respeito ao seu filho e sua nora, e todos os pedaços pontiagudos de conselhos não solicitados de sua parte não serão bem-vindos e irão banir ainda mais a sua influência.
filho, faça isso diretamente a ele. Invadir um terreno tão perigoso é provavelmente a maneira mais rápida de ir parar no caderninho preto de sua nora.
8. Por que vocês não se mudam para perto?
De todas as perguntas que você poderia fazer, evite esta a todo custo. É extremamente pessoal, onde uma família escolhe viver e trabalhar. Na maioria das vezes, não está em suas mãos. Eles devem ir para onde estão os empregos. Se não estão na sua cidade, você vai ter que aprender a viver com isso. Atualmente, há muitas maneiras de se comunicar a longa distância por isso não se sinta como se você nunca fosse conseguir falar com eles. Relacionamentos sogras-noras são muitas vezes desconfortáveis, mas isso não significa que não possam melhorar com o tempo. Antes dela se casar com seu filho, houve um período de namoro onde sua nora e seu filho tiveram tempo de conhecer um ao outro. Aplique esta mesma linha de tempo e técnica para o seu próprio relacionamento sogra-nora, e com o tempo vocês duas vão se aproximar mais também. Texto de Katie Nielsen - familia.com
7. Ele nunca foi bom em nada
Criticar o seu filho, mesmo de brincadeira, pode ser muito insultante para sua nora. Afinal, ela é a pessoa que ele escolheu como sua companheira, e ela vai ser compreensivelmente defensora de seu companheiro e amigo da vida toda. Qualquer crítica construtiva que você tiver que realmente dar a seu
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Não viverás no mundo virtual, apenas farás incursões. Não substituirás o mundo real pelo mundo virtual.
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Não venderás a alma para ganhar seguidores.
Jamais esquecerás que tua imagem no mundo virtual é fake, apenas uma personagem, e, portanto, jamais te confundirás com o teu avatar.
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Não serás displicente a respeito das dimensões pública (o que todo mundo pode saber e não dá para esconder), privativa (o que apenas as pessoas que convivem com você sabem) e íntima (o que somente as pessoas que você deseja que saibam conseguem saber) da vida. Não devassarás tua vida íntima.
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Saberás claramente as razões porque estás presente no mundo virtual e utilizas as redes sociais. As intimidades e afetos podem começar no mundo virtual, mas devem ser retiradas do mundo fake das personagens para que sejam redimidas na vida real.
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Conscientemente construirás tua identidade no mundo virtual. Não darás ponto sem nó. Saberás com quem falas, porque falas e aonde queres chegar ao falar. 32
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Não serás melindroso: quem fala o que quer, ouve o que não quer.
Não aceitarás provocações. Discutirás idéias e não pessoas. Ao seres ofendido, não ofenderás. Ao seres xingado, não xingarás. Não te esquecerás que quem te agride fala mais de si do que de ti.
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Não farás de ti mesmo o assunto das tuas mídias sociais. Conterás tua carência, conterás tua vontade de aparecer, e deixarás que sejam outros os lábios que te louvem. §1° Não posarás de vítima. §2° Deixarás de lado todo mimimi.
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Não cobiçarás as mídias dos outros e seus respectivos seguidores. §1° Não plagiarás. §2° Darás crédito de tudo o que postas. Ed René Kivitz - ibab.com.br
J
Das Crianças é o Reino
esus nos alertou que o Reino dos céus pertence a elas. Portanto só podemos desfrutar dele porque tomamos emprestado delas. De forma semelhante o biólogo Pasteur teria dito que olhar uma criança lhe inspirava dois tipos de sentimentos: ternura pelo que é, e respeito pelo que poderia ser. Ao ouvir essas mensagens podemos aprender sobre o presente, o futuro e a responsabilidade com aqueles que ainda nem sabem contar o tempo direito e nem definir “responsável”. Isso significa que temos muito a zelar. Zelar pelo presente, tendo em perspectiva o futuro, para que elas possam desfrutar de um mundo melhor. Para isso devemos trabalhar seus valores, acolher suas fragilidades e oferecer nossas vidas como referencial de beleza humana. Não uma beleza superficial, externa, mas de uma interioridade saudável. A criança é um grande desafio para nosso mundo. Quando ela nasce, ou quando uma mulher a acolhe nos braços e a chama de filho, nasce também uma mãe. Nessa hora, o amor ganha corpo, o tempo eternidade e o mundo ganha a esperança da vida. Nessa hora aprendemos melhor sobre aquilo que de fato tem valor: acolhimento, amor, entrega, contemplação, carinho, profundos afetos, dádiva,
sorriso e sonhos. O mundo adquire novas possibilidades e os adultos novas forças. Desprezar uma criança ou cometer a insensatez de ignorá-la faz com que o mundo se desvie de seu destino final: o Reino de Deus. Essa semana vi uma exclamação de um pré-adolescente que ao encontrar outro da mesma idade passando fome, indagara o “porquê adultos deixam crianças passarem fome e isso não dá cadeia”. Um profundo grito de verdade dita por uma criança. Tire as crianças do mundo e perderemos o melhor dos sonhos, tire os sonhos das crianças e perderemos o melhor dos mundos, tire o “mundo das crianças” e perderemos o melhor da vida: “delas é o Reino”. No mês de outubro celebramos o dia delas. Essa data deve servir como marco para aquilo que acreditamos como sociedade, como futuro e como bondade. É o dia de nos lembrarmos que elas são as únicas criaturas capazes de ter um amor puro de um coração sensível. Ao encontrar uma criança beije-a, abrace-a, lhe dê um sorriso e você ganhará o melhor presente: semeará um futuro cheio de ternura. Eliel Batista
Odesnecessário PESOda religião
S
into dor de lembrar o dia em que João e eu corremos juntos. Ele estava com 25 anos de idade e eu, com quase o dobro. Magro, João não precisava se esforçar para manter o meu ritmo. Com fôlego sobrando, ele começou a me contar sobre a sua depressão. Perguntei-lhe se identificava alguma causa para a tristeza que lhe abatia. Medo de fracassar, retrucou entre um passo e outro. No restante do percurso, procurei comunicar que, quanto a Deus, ele podia descansar. Deus nos ama sem cobrar desempenho. Mesmo sem nunca alcançar êxito, continuamos queridos. Falei ainda que Deus, ao contrário das pessoas, não desiste dos malsucedidos. Duas semanas depois, levei um choque. João cometeu suicídio. Meu companheiro de corrida tinha medo do futuro. Apesar dos conselhos e orações, aliados ao cuidado de outros cristãos, fui incapaz de ajudar. Por mais que ele tenha se esforçado, não conseguia reverter o desespero de se ver derrotado pela vida. Sua morte me desmoronou. Eu tinha um carinho especial por João. Como é ruim notar que nada, absolutamente nada, que eu tenha feito teve força para reverter o seu desânimo – ele se puniu com uma decisão irreversível e desastrosa. Talvez João não tivesse consciência de que angústia e depressão fazem parte da nossa existência. Há um desânimo
que não rouba apenas o sono. A depressão pode injetar outro veneno: o pessimismo. Vários personagens da história secular, e bíblica, sofreram com essa peçonha. Sem forças, tentaram fugir para cavernas escuras em momentos de desespero. Abatidos, muitos não imaginavam encontrar forças que devolvessem esperança. Sumir parecia a melhor opção. Esses pensamentos mórbidos, contudo, não precisam terminar em tragédia; eles passam. No triste suicídio do João, aprendi que as pessoas não têm, necessariamente, medo de morrer, elas se apavoram por imaginar que não saberão viver. A inevitabilidade da morte as deixa de assustar; e daí, só pensam em evitar que a vida prossiga sem sentido. Milan Kundera afirmou: Todo o mundo tem dificuldade de aceitar o fato de que desaparecerá, desconhecido e despercebido, num universo indiferente. A frase talvez explique o porquê de algumas pessoas se esforçarem tanto para realizar algo extraordinário — alguns chegam até a cometer crime. É que todas as pessoas desejam ser valorizadas em vida – e lembradas depois de mortas. Ao notarem que não conseguirão, optam pela não-existência. Contaram, meses depois, que João passou a infância angustiado com o desejo de agradar o pai. Guardava um
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sentimento de fracasso por intuir que nunca conseguiria. Na adolescência, jogava futebol com os olhos fitos na arquibancada. Esperava ganhar um sorriso de aprovação – que nunca veio. João se formou em engenharia. Não celebrou o dia em que recebeu o diploma: ele não era o melhor da classe. Assim, ao projetar o futuro, se deprimia. Seu horizonte estava definido pelo fracasso. O mundo religioso ocidental preocupa. As principais religiões monoteístas enfatizam as exigências - rigorosas – de um Deus [Pai] difícil de ser agradado. Judeus, muçulmanos e cristãos jamais concordariam com Gilberto Gil: “Se eu quiser falar com Deus, Tenho que aceitar a dor. Tenho que comer o pão, Que o diabo amassou. Tenho que virar um cão. Tenho que lamber o chão”. Contudo, os cultos e conteúdo da espiritualidade, no dia a dia, confirmam a música. A espiritualidade que se difunde, e prevalece, atualmente deixa os crentes com fardos pesados sobre os ombros. No Brasil, multiplicam-se igrejas especializadas em não deixar as pessoas esquecerem suas dívidas perante um Deus implacável. Nesse conceito religioso, não se descansa. As inadequações da vida se tornam o motivo para os revezes existênciais. Os contratempos passam a ser vistos como resultado do pecado ou de eventuais brechas por onde o diabo chega. Multidões lotam igrejas, mesquitas e sinagogas, ávidas por saberem como agradar esse Deus melindrado. Cultuam sem jamais
esperar afetos ou compaixão na relação com o divino. Tudo se resume ao como: como conseguir afastar o mal e alcançar bênçãos; como saber a senha do milagre; como acertar com o centro da vontade de Deus. Nesses espaços, se alguém almeja conquistar o amor divino, tem que fazer sacrifício, passar por ritos punitivos e, lógico, dar dinheiro. Acontece que a vida, por si só, já é desgastante. Ninguém precisa de mais um peso. O Evangelho avisa o contrário: Deus não desiste de amar. Seu amor é leal. Nada diminui o seu compromisso de se doar. Na parábola do Pródigo, o Pai respondeu ao filho mais velho: Tudo o que tenho é seu. Essa frase precisa ser pedra angular nos que se atrevem a falar de Jesus. Deus não nos estima por mérito. O amor verdadeiro não depende do desempenho em cumprir mandamentos ou de alcançar níveis excelentes de pureza. Chorei a morte do João. Solidifiquei, entretanto, uma percepção mais leve da graça: o bem que Deus despeja sobre a humanidade nunca vem atrelado a mérito. Ele [Ela] jamais abandona os malogrados. Ninguém precisa ter medo do fracasso. O amor de Deus não exige contrapartida. Ponto final. Ricardo Gondim - Soli Deo Gloria www.ricardogondim.com.br
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superação de Derek Redmond
A história de
um esforço supremo para completar a etapa. Quando já estava quase desistindo, um velho gordo, de bermuda e camiseta, dribla a segurança e invade a pista. Era Jim Redmond, seu pai. "Eu preciso completar a corrida", disse Derek. "Se você vai completar a prova, então vamos fazer isto juntos", respondeu Jim. O velocista declarou: "Eu odiei o mundo. Tudo que havia feito, trabalhado, tinha sido em vão. Odiava distensões. Odiava tudo. Estava tão furioso por ter me machucado de novo. Mas eu tinha que terminar a prova. Continuei mancando até faltarem 100m, e então senti uma mão em meu ombro. Era meu pai". Na reta final, quase sem forças, o velocista se apóia no ombro de Jim, chorando muito. De dor e frustração por mais um objetivo não alcançado por causa de uma inesperada lesão. Ambos chegam abraçados à linha de chegada, ovacionados pelos quase 70 mil espectadores no estádio Olímpico de Montjuich. Em lágrimas, Jim declara: "Sou o pai mais orgulhoso do mundo. Nem se ele tivesse ganho a medalha de ouro eu estaria tão honrado". Depois da prova, Derek afirmou: "Podiam me achar um herói ou um idiota. Não estava nem aí. Não fiz pela ovação. Fiz por mim. Seria eu que teria que conviver com o fato de não ter terminado a corrida pelo resto de minha vida". Derek e Jim Raymond. Filho e pai. Campeões da superação. E do esporte. Pierre de Coubertin, idealizador dos Jogos Olímpicos da era moderna, ficaria orgulhoso do mais puro e absoluto espírito olímpico. Aquele que diz: "O Importante é competir"
"Derek Redmond não chegou em primeiro na prova de 400m rasos nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992. Ele também não ficou em segundo lugar. Aliás, sequer foi o terceiro. Honestamente, Redmond foi o último colocado disparado em sua bateria na prova. Porém ele chegou". Estas são as palavras de um comercial da VISA sobre um fato ocorrido há 16 anos. Redmond foi um ótimo atleta da Grã-Bretanha, o melhor de seu tempo. Campeão europeu e mundial no revezamento 4x400m era um dos favoritos à medalha de ouro nos 400m rasos. Também favorito na Olimpíada de Seul-1988, Redmond sofreu uma lesão no aquecimento da prova de 400m, dez minutos antes da prova. Ficou fora da Olimpíada e sofreu cinco cirurgias no tendão de Aquiles. O sonho olímpico foi adiado em quatro anos... Em 1992, Redmond era novamente um dos favoritos à medalha de ouro. O britânico fez o melhor tempo nas duas primeiras baterias. "Estava eufórico sobre minhas possibilidades naquele dia. Achava que ganharia mesmo se tivesse disputando a Maratona", declarou posteriormente Raymond. Na semifinal, ele largou bem e estava entre os primeiros nos 150m iniciais quando sofreu uma distensão muscular na coxa direita. Redmond parou, mancou e então caiu ao chão. Em lágrimas, só pensava que havia sofrido outra lesão, e de novo não teria chances de disputar uma medalha olímpica. Quando ia ser atendido pelos médicos e retirado na maca, resolveu levantar-se e recusou ajuda. Todos imaginavam que ele sairia da pista e se arrastaria para a grama. Mas Derek seguiu adiante. Pulando em uma só perna, com dores lancinantes, o atleta faz
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Sem etiqueta, sem preço
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Comentário de Willian Hazlitt
quela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer. Eis que o sujeito desce na estação do metrô de Nova York, vestindo jeans, camiseta e boné. Encosta-se próximo à entrada. Tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes. Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas, num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custaram a bagatela de mil dólares. A experiência no metrô, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão é de que estamos acostumados a dar valor às coisas, quando estão num contexto. Bell, no metrô, era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é mais um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas, que são únicas, singulares e a que não damos importância, porque não vêm com a etiqueta de preço. Afinal, o que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que podemos ter sentir, vestir ou ser? Será que os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detêm o poder financeiro? Será que estamos valorizando somente aquilo que está com etiqueta de preço? Uma empresa de cartões de crédito vem investindo, há algum tempo, em propaganda onde, depois de mostrar vários itens, com seus respectivos preços, apresenta uma cena de afeto, de alegria e informa: Não tem preço. E é isso que precisamos aprender a valorizar. Aquilo que não tem preço, porque não se compra. Não se compra a amizade, o amor, a afeição. Não se compra carinho, dedicação, abraços e beijos. Não se compra raio de sol, nem gotas de chuva. A canção do vento que passa sibilando pelo tronco oco de uma árvore é grátis. A criança que corre espontaneamente ao nosso encontro e se pendura em nosso pescoço, não tem preço. O colar que ela faz, contornando-nos o pescoço com os braços não está à venda em nenhuma joalheria… E o calor que transmite dura o quanto durar a nossa lembrança. 37
“O céu é de verdade”
Resenha por Sérgio Luiz do Espírito Santo
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s experiências de quase morte são um assunto que sempre despertam muito fascínio nas pessoas. E esse fascínio nasce exatamente de duas compreensões conflitantes: Uma é uma certeza de todos – a morte, e outra uma incerteza da maioria não religiosa – a vida após a morte. O filme “O céu é de verdade” (Heaven is for real - EUA – 2014) revela, mais uma vez, o interesse das pessoas por esse tema ao obter ótima bilheteria para os seus padrões – o dos filmes de cunho cristão baseados não na Bíblia mas em experiências específicas que, de algum modo, se coadunam com a Bíblia. O filme, conta a história do menino Colton Burpo (Connor Corum) que, levado às pressas para o hospital, passa por uma cirurgia deixando a todos, parentes e amigos, em grande sofrimento por alguns dias. Ao se recuperar, o garoto inicia uma série de relatos sobre encontros dele com Jesus e pessoas conhecidas da família, no céu, que assustam a seu pai Todd (Greg Kinnear). A princípio, seu pai pensa ser algo passageiro mas ao ouvir alguns detalhes descritos sobre fatos ocorridos fora do quarto do hospital durante o período em que o menino esteve internado, começa a ficar preocupado. É interessante que para muitos na condição de Todd, um pastor evangélico do Nebraska, esta seria uma experiência empolgante já que todo cristão crê na existência do céu. No entanto, isso se torna para ele uma fonte de angústias. Como obter credibilidade para algo tão subjetivo? Como ter certeza que as informações passadas por seu filho sobre pessoas conhecidas
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encontradas por ele no céu, não foram obtidas por ele antes da cirurgia? Quanto a isso, esbarrava no fato de que Colton era uma criança muito nova para ser capaz de algo tão elaborado. O impacto da experiência agora de Todd, o pai pastor, deixa-o entre as cobranças dos dirigentes da igreja sobre sua conduta um tanto estranha e a dificuldade de sua esposa Sonja (Kelly Reilly) de lidar com a situação. A impressão que se tem durante o filme no início dos relatos de Colton, é que a angústia de seu pai é injustificada dada a sua fé e profissão. Não era ele um pastor evangélico? Não ensinava ele na igreja conforme a fé cristã que os que morrem salvos vão para o céu? E porque sua igreja que comungava desta mesma fé, agia como se aquilo fosse não uma confirmação de suas crenças mas um ataque às mesmas? E sua esposa, Sonja, porque agia como se não cresse, como uma cristã, na existência do céu? Obviamente, a angústia de todos decorria do temor de cair em descrédito perante a comunidade pois crer no céu como parte de um conjunto de crenças é uma coisa mas falar das experiências de alguém tão próximo sobre encontros pessoais com gente já falecida, sem ter provas disso, é outra. Claro que o telespectador depende da sinceridade dos que conviveram com o menino na época para dar crédito à experiência. Muitos podem se perguntar se ele não foi induzido a contar aquelas histórias ou se de fato ele relatou coisas das quais não tinha conhecimento. De qualquer forma, a história do filme diz que não e, partindo desse princípio, é possível crer que o menino viveu mesmo aquela experiência. Além disso, esse não
é um tema novo. Há muitos relatos de experiências de quase morte que são objeto de muito estudo e especulações. Se de fato uma criança com a idade de Colton à época descreve coisas assim, não é algo que deva ser ignorado. O filme, que se baseia no livro homônimo escrito por Todd Burpo, o pastor, como não poderia deixar de ser, sofreu críticas dos que o consideraram uma apologia da fé cristã evangélica, criado para atender a um público específico e, é claro, ser um produto da indústria do cinema para esse nicho como se dar lucro tornasse a história menos verdadeira. A produção de boa qualidade da Sony com direção de Randal Wallace (O homem da máscara de ferro e Fomos heróis) e ótimos atores, torna o filme ainda mais agradável. Claro que a pecha de brega pode em muito estragar uma boa história e embora não seja esse o caso do filme, ainda há os que o consideraram assim devido às cenas que representam os relatos do garoto como o coro de anjos e a sua descrição de Jesus em um cavalo com as cores do arco-íris. De qualquer modo, Se alguém espera de algo assim um status de experiência científica para dar crédito à história, nunca o terá pois, embora certas evidências históricas possam comprovar fatos e eventos narrados na Bíblia, as experiências são sempre subjetivas, de fé e dependem sempre de prova testemunhal. Assim como cada cristão crê a partir de
A família Burpo, (da esquerda para a direita) Colton, Todd (pai), Sonja (mãe), Cassie, e Colby (filho mais novo) - Foto: Mark Ashley
testemunhos de outros cristãos, experiências como a descrita pelo filme funcionam da mesma forma. Não servem para provar nada sobre Deus, o céu ou o que quer que seja da vida depois da morte a menos que quem ouviu, creia. E é assim também com o evangelho.
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Qual o conceito de benção! A gente acha que abençoado é quem recebeu uma graça de Deus. O sujeito ora e diz: Deus! Dessedenta minha sede! Ai a água chega, ele bebe e diz: Há! Fui abençoado! Negativo! Você não foi abençoado, você foi dessedentado. Eu não me torno um abençoado quando o que eu preciso chega! Eu me torno um abençoado quando eu compartilho a minha água com mais alguém que como eu também tem sede, ai sim eu sou um abençoado! O abençoado produz benção. Abençoado é quem empobrece para enriquecer a outros! Abençoado não é quem amealha, mas compartilha! A nossa realização estar em realizar a vida de alguém! A nossa vida só tem sentido quando a gente ajuda a dar sentido à vida de alguém!Porque se a minha vida não ajuda a dar sentido na vida de alguém não há sentido na minha vida! Abençoado é quem compartilha... Abençoado é quem dar... Abençoado é quem doa é quem se doa, abençoado não é quem tem, é quem compartilhou o que tem! Neil Barreto
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Educar “
Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!”- e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. “Ele fica mais rico interiormente...” “E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão pela qual vivemos.” “Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.” “A primeira tarefa da educação é ensinar a ver”... “É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo...” “Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.” “A educação se divide em duas partes: educação das habilidades e educação das sensibilidades...” “Sem a educação das habilidades, todas as sensibilidades são tolas e sem sentido.” “Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.” “Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.” “Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento:...”
... A capacidade de se assombrar diante do banal, Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem. “Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.” Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore... Ou para o curioso das simetrias das folhas. “Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.” “As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.” O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser “aprendido.” Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... “Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente.” “São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida.” “Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.” “As crianças não têm idéias religiosas, mas têm experiências místicas. Experiência mística não é ver seres de outro mundo. É ver este mundo iluminado pela beleza.” Rubem Alves
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Éhorade
!
gargalhar !
Mundo melhor
Mundo melhor 2
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Examinai as Escrituras
faz bem...