brasília é cenário de dois filmes que estreiam em agosto
Ano XIV • nº 243 Setembro de 2015
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Talvez seja o drama de todo editor na fase de finalização de uma revista. De todas as etapas envolvidas em sua confecção, a mais tensa é decidir qual tema, entre tantos, vai merecer emplacar a capa. Aqui na nossa Roteiro isso se repete todos os meses, com uma só exceção: o mês de setembro, reservado invariavelmente para o mais importante evento cinematográfico do país, o Festival de Brasília, que começa nesta segunda-feira, dia 15. Em sua 48ª edição, em cinco décadas de vida, chega este ano com boas novidades, entre elas a abertura para filmes brasileiros produzidos em parceria com outros países, como é o caso de El ardor, longa-metragem de Pablo Fendrik estrelado por Gael Garcia Bernal, Alice Braga e Chico Diaz. Trata-se de uma coprodução Brasil/Argentina/México/EUA/França o filme que escolhemos para ilustrar a capa desta edição. Ele integra a recém-criada Mostra Continente Compartilhado. Concorrem na Mostra Competitiva 12 curtas e seis longasmetragens, entre estes produções de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Brasília. E é daqui o único documentário inscrito: Santoro – O homem e sua música, de John Howard Szerman, uma justa homenagem ao compositor e maestro que viveu entre 1919 e 1989 e foi autor de mais de 600 obras em 50 anos de carreira (página 28). Santoro está presente também na seção Graves & Agudos. É que o jovem pianista brasiliense Pablo Victor Marquine está fazendo um belo trabalho de resgate da obra do músico em seu mestrado na Universidade de Brasília. Orientado pela professora Beatriz Magalhães de Castro, Pablo conta ainda com o apoio dos herdeiros do maestro Santoro, liderados pela viúva, a coreógrafa e professora de balé Gisèlle Santoro (página 26). Na mesma seção, recomendamos a leitura de matérias sobre dois tributos. O primeiro, à Velha Guarda, que vai trazer ao palco do CCBB lendas vivas do samba brasileiro: Monarco, Dona Ivone Lara e Nelson Sargento (página 22). O segundo, à Jovem Guarda, que apresenta no mesmo palco, entre os dias 24 e 27, Wanderléa, Jerry Adriani, Renato e seus Blue Caps e outros integrantes do movimento que há 50 anos agitou a juventude é-uma-brasa-mora... O líder de todos, Roberto Carlos, também estará na cidade para se apresentar em show único no dia 26 (página 23). São tantas emoções... Boa leitura e até outubro.
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diáriodeviagem
A baleia-franca-austral, que chega a pesar 80 toneladas e a medir 18 metros, é uma das atrações do passeio de barco em Puerto Pirâmides, na Patagônia argentina.
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Maria Teresa Fernandes Editora ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda. | Endereço SHIN QI 14 – Conjunto 2 – Casa 7 – Lago Norte – Brasília-DF – CEP 71.530-020 Endereço eletrônico revistaroteirobrasilia@gmail.com | Tel: 3203.3025 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Editora Maria Teresa Fernandes Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa Carlos Roberto Ferreira, com foto de divulgação do filme El Ardor | Colaboradores Adriana Nasser, Alessandra Braz, Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Ana Vilela, Beth Almeida, Cláudio Ferreira, Eduardo Oliveira, Elaina Daher, Heitor Menezes, Júlia Viegas, Luana Brasil, Lúcia Leão, Luís Turiba, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Melissa Luz, Pedro Brandt, Sérgio Moriconi, Silvestre Gorgulho, Súsan Faria, Vicente Sá, Victor Cruzeiro, Vilany Kehrle | Fotografia Fabrízio Morelo, Gadelha Neto, Rodrigo Ribeiro, Sérgio Amaral, Zé Nobre | Para anunciar 9988.5360 | Impressão Editora Gráfica Ipiranga Tiragem: 20.000 exemplares.
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águanaboca Hugo Barreto
Nhoque caseiro do cerrado, do Cantucci Bistrô.
Felipe Menezes
Truta na crosta de baru com purê de abóbora, gengibre e mel, do Limoncello.
Iguarias Por Súsan Faria
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do cerrado
cerrado é a caixa d’água do Brasil, onde estão as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônia-Tocantins, São Francisco e Prata). Estende-se por 12 Estados, inclusive por todo o Centro-Oeste do país. Tão importante e imprescindível é que tem até uma data nacional: 11 de setembro. Neste celeiro de frutas nativas e paisagens verdes, muito há que se descobrir, preservar e aproveitar. E que tal sentir o gosto de cajuzinho, gabiroba, mangaba, manga, pitanga, pequi, buriti ou guariroba, em pratos, bebidas ou sorvetes, durante o Festival Gastronômico Cerrado Week? Durante dez dias, até 20 de setembro, restaurantes, bares, cafés, sorveterias e padarias do Distrito Federal participam do festival, pela segunda vez, com alimentos que destacam o sabor das espécies nativas do cerrado. Este ano, além do DF, dois restaurantes de Pirenópolis, um de Olhos D’Água (Alexânia) e outro de Cuiabá aderiram ao festival. Os pra-
tos custam R$ 39; petiscos e porções, R$ 29; lanche, sobremesa ou drinque, R$19; doces, pães e cafés, R$ 9. Os estabelecimentos vão indicar os fornecedores dos ingredientes das refeições para que os consumidores se aproximem dos produtores e conheçam a origem dos alimentos que estão degustando. “Viajo 400 quilômetros só para comprar a farinha do Seu Geraldo e procuro passar aos meus clientes a história do alimento que eles vão consumir no Olivae”, explica Agenor Maia, um dos organizadores do festival. Já o chef Bruno Roberto Tadeu, responsável pela cozinha do Cantucci Bistrô, preparou o nhoque caseiro do cerrado com toques de pequi. O prato, montado com molho de velouté de frango caipira e palmito na manteiga, será servido nos almoços de quarta e sexta-feira e em todas as noites da semana. “As pessoas costumam amar ou odiar o pequi. Surpreendi-me com o sabor agradável que o chef Bruno conseguiu dar ao prato”, diz Andrei Prates, sócio do bistrô. A massa do nhoque é preparada com o próprio pequi, para aproveitar o
sabor do fruto sem deixar que ele domine o paladar. O chef Francisco Ansiliero é outro que gosta de utilizar ingredientes do cerrado, como o cajuí, a mangaba, a cagaita e a jabuticaba. Ele destaca que os frutos do cerrado são marcantes, com sabores definidos. O Dom Francisco Restaurante oferece, no almoço e no jantar, coxa de frango ao molho de jatobá e cajuí, acompanhado de musseline de cará do cerrado. “O frango é orgânico e criado aqui. O jatobá é mais adocicado e o cajuí, que é o caju pequeno, tem acidez, e isso faz uma boa combinação. O cará é bonito, suave e não puxa para o amargo, como a maioria por aí. Fica um prato saboroso, digestivo e leve”, explica Ansiliero. Já no Limoncello Ristorante, a novidade é a truta na crosta de baru, com purê de abóbora, gengibre e mel. “É importante conhecer os ingredientes do cerrado. O baru, por exemplo, é uma castanha, mas diferente, tem a casca grande, firme e amarga, dá um grande sabor”, explica Victor André Oliveira da Silva, chef do Limoncello.
Thomas BF
O Festival Gastronômico Cerrado Week integra a Virada do Cerrado, que conta com atividades voltadas à sustentabilidade do bioma, como seminário, corrida, feiras e seleção de projetos socioambientais no DF. Inspirado na Virada Cultural de São Paulo, é promovido pelo Slow Food Cerrado para chamar a atenção para o potencial gastronômico das espécies nativas do bioma, ainda pouco utilizadas na gastronomia. A pesquisadora Ana Paula Jacques, líder do Slow, 38 anos, gaúcha de São Luiz Gonzaga, fincou raízes no cerrado e ficou surpresa com a diversidade de plantas da região. Ela destaca que a adesão do comércio e do público ao festival foi um sucesso no ano passado e está crescendo. “O festival é muito acessível. Não se limita aos restaurantes. Um drinque, uma sobremesa ou uma encomenda fazem parte e as crianças também podem participar”. Os participantes do Festival se comprometeram a utilizar ingredientes adquiridos de produtores que seguem a premissa do movimento liderado pelo jornalista italiano Carlo Petrini: do alimento bom (saboroso), limpo (com pro-
Frutos da terra * Periquito tá roendo O coco da guariroba Chuvinha de novembro Amadurece a gabiroba Passarinho voa aos bandos Em cima do pé de manga No cerrado é só sair Encher as mãos de pitanga Tem guapeva lá no mato No brejinho tem ingá No campo tem curriola Murici e araçá Tem uns pés de marmelada Depois que passa a pinguela Subindo pro cerradinho Mangaba e mamacadela
cessos de produção sustentáveis) e justo (com remuneração justa a todos os envolvidos na cadeia produtiva). Festival Gastronômico Cerrado Week
Até 20/9 em 56 restaurantes, bares, cafés, sorveterias e padarias do DF, Goiás e Mato Grosso (veja relação dos participantes em www.slowfoodcerrado.org.br).
Cajuzinho quem quiser Só ir buscar na serra Não tem nada mais doce Que o araçá dessa terra Manga, mangaba, Jatobá bacupari Gravatá e articum Olha o tempo do pequi
*Música de Hamilton Carneiro e Genésio Tocantins. Para ouvi-la, acesse http://wagneroliveiragoias.blogspot.com.br/2009/01/frutos-da-terra-msica-de-hamilton.html.
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águanaboca
Caldeirão cultural Por Beth Almeida fotos sérgio amaral
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jornalista Lúcia Leão sempre revezou o trabalho diário com a lida na cozinha, seja para alimentar os três filhos, seja para deleite dos muitos convidados. Sim, a cozinha foi um hobby praticado ao longo de toda a vida. A casa, sempre um ponto de convergência de poetas, músicos e outros artistas e intelectuais. “Esses encontros sempre tinham uma refeição; cozinhar me acalma, me relaxa, por isso sempre fiz isso com muito gosto”, lembra. Sempre curiosa a respeito, buscou nas receitas da mãe e da sogra os princípios para desenvolver seu estilo pessoal. E neste ano, depois de décadas de exercício do jornalismo, decidiu profissionali-
zar, junto com o marido, o poeta e também jornalista maranhense Vicente Sá, o que fez a vida inteira: receber bem e cozinhar divinamente. Nasceu assim o Centro Cultural Leão da Serra, que funciona desde o início do ano na área de chácaras do Setor Habitacional Taquari. É um lugar onde se pode apreciar não apenas a boa comida, mas também contemplar – ou mesmo participar – das mais diversas manifestações artísticas. Os Eventos Eventuais, que Lúcia já organizava antes da inauguração oficial do espaço, contavam com sessões de cinema, recitais de poesia e apresentações musicais. Mais recentemente, esses encontros passaram a se chamar Feijão Musical, cuja sétima edição teve como homenageada a cantora e compositora Lucina Carvalho, que dividiu o palco com músi-
cos e admiradores brasilienses numa ensolarada tarde de sábado. Desta vez, a festa começou na véspera, com a exibição do filme Yorimatã, documentário sobre a obra da dupla Luhli e Lucina, vencedor do 7º Festival Internacional do Filme Musical, realizado em julho deste ano. Também já ocuparam o palco da casa grupos locais como o Folha Seca, músicos como Sérgio Duboc, do Liga Tripa, em apresentações que sempre contam com a participação de convidados, e até a pesquisadora paraibana Ana Rita Suassuna, autora do livro Gastronomia sertaneja – Receitas que contam histórias, onde registrou a cultura alimentar do sertão pernambucano. Mas as manifestações culturais no Leão da Serra nem sempre precisam ser organizadas pela anfitriã. Para que algo
aconteça, basta que cheguem os amigos, muitos deles parceiros musicais de Vicente Sá, com ou sem instrumentos, como o próprio Sérgio Duboc e o poeta, compositor e advogado Fabrizio Morelo, ambos fãs incondicionais do picadinho da casa, o Tradição, que chega às mesas acompanhado de ovo estralado e farofa de banana, no melhor estilo “comida de mãe” (R$ 52, serve duas pessoas). “Numa cidade onde se quer calar a música, o Leão da Serra é um lugar onde as manifestações culturais autênticas ainda encontram espaço”, defende Duboc. Outro que se tornou habitué do local
é o também músico Yuri Zuvanov, que já tomou parte de diversas jam sessions da casa: ele pode chegar com sua trompa e por lá encontrar Renato Matos, com algum de seus instrumentos de percussão, e a tarde se tornar um deleite para os ouvidos dos comensais, com direito a declamação de poemas de Vicente Sá, entre uma e outra mesa servida.. Para comer, Yuri gosta de pedir o Amazônico, um tambaqui assado e servido com banana da terra, jambu, farofa d`água com pimenta, molho de tucupi e arroz branco (R$ 55, para duas pessoas). “Mas o que eu gosto mesmo é da turma,
é de quem eu posso encontrar por lá”, afirma, resumindo sua motivação, que é a mesma de muitos outros comensais nos fins de semana. Na verdade, cada almoço no Leão da Serra remete diretamente às animadas festas que Lúcia Leão sempre promoveu ao longo da vida. A diferença agora é a existência do espaço cultural. Mas isso é mero detalhe. Espaço Cultural Leão da Serra
Setor Habitacional Taquari, Quadra 5, Conjunto 1 (3591.8845/8520.1752) www.facebook.com/espacoleaodaserra
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Daniel Zukko
picadinho
Boa Lembrança
duzido no Brasil especialmente para o público LGBTT. Os ingressos podem ser adquiridos no Shopping Iguatemi, Enoteca Decanter (208 Sul), Estação dos Vinhos (407 Norte), Vino Prime (Complexo Brasil 21) e Adega Baco (Sudoeste). No ano passado, o Brinda Brasil recebeu cerca de dois mil visitantes, que consumiram 900 garrafas de espumantes de 28 vinícolas.
...e mais 27 no Dolce Far Niente
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Isso mesmo. O cardápio de sexta a domingo do Dolce Far Niente (Avenida das Castanheiras, 1060, Águas Claras, tel. 3254.2263) ganhou um reforço e tanto. As 27 novidades passeiam entre o clássico e o contemporâneo, com toques marcantes da cozinha mediterrânea.
Às vésperas de comemorar seu primeiro aniversário, o Don Ruffoni (204 Norte, Bloco A, tel. 3037.1020) anuncia algumas novidades, começando pelo lançamento de quatro pratos executivos – além da sugestão do dia – para o almoço de segunda a sexta-feira: risoto de salmão com alho poró, limão siciliano e cispes de alho poró (R$ 35), carne de sol com queijo coalho, arroz branco, paçoca e macaxeira frita ou cozida (R$ 34,90), bobó de camarão, arroz com legumes e polenta frita (R$ 39) e chorizo prime, arroz com legumes, farofa de ovos e vinagrete (R$ 35). Na sexta, o cassoulet foi substituído pela feijoada. Nas noites de quarta, a promoção é a dose dupla de espumante; nas noites de quinta, toda a carta de vinhos tem R$ 10 de desconto (e o restaurante não cobra a “rolha” de quem preferir levar seu próprio vinho). Para as noites de terça a sexta foi criado também um menu-degustação (R$ 35) com entrada, prato principal (essa tilápia regada com azeite de pimenta de cheiro, azeitonas e alho poró, arroz com castanhas e batata sueca) e sobremesa (brigadeiro de colher com chocolate orgânico Amma).
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As más lembranças da polêmica idiota sobre o “Hambúrguer na Calçada” ficaram para trás e a chef Mara Alcamim voltou a sorrir. Não é pra menos. Além do sucesso do “Hambúrguer Indoor”, seu Universal Diner (210 Sul, Bloco C, tel. 3443.2089) acaba de ser reentronizado na Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança, da qual fazem parte não mais do que 100 estabelecimentos em todo o país. “O sentimento é de felicidade. Estava com saudade de ter contato com os clientes colecionadores e chefs de vários Estados, e de participar dos festivais maravilhosos que a associação organiza”, comemora Mara. Para ser aceito, o restaurante tem que cumprir várias exigências: oferecer comida de reconhecida qualidade e ambiente diferenciado, funcionar há três anos, no mínimo, com os mesmos sócios, que devem estar sempre presentes, e participar dos congressos anuais da associação. Além disso, cada chef precisa criar, anualmente, um prato exclusivo. Ao consumi-lo, o cliente ganha um Prato da Boa Lembrança, fabricado em louça especial, com desenho original, muito requisitado por colecionadores. O prato do Universal será lançado na edição de 2016.
Balcão Criativo (Clube de Golfe, tel. 3323.5961). Os outros são o tartare do bosque (mix de cogumelos puxados na manteiga com consomé e azeite trufado, por R$ 28), o atum selado (filé de peixe com gengibre e pupunha à provençal, por R$ 56) e o ceviche caliente (peixe branco levemente salteado na frigideira com salsa branca, por R$ 28).
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Entre os novos pratos principais, esse talharim com alho-poró, manjericão, tomate cereja, azeitona preta e aspargos ao azeite (R$ 36), além de risoto de bacalhau em lascas aos três pimentões (R$ 57,90), risoto de filé com funghi (R$ 55), peito de frango grelhado recheado com mussarela de búfala, tomate seco, manjericão e raspas de limão siciliano, acompanhado de spaghetti ao alho e azeite (R$ 38,90), e saltimbocca recheado com sálvia, presunto de Parma e mussarela ao molho de vinho branco, guarnecido com risoto de parmesão (R$ 49,90).
Vinte e sete é também o número de vinícolas participantes da quinta edição do Brinda Brasil, dias 17 e 18 (quinta e sexta-feira), das 18 às 23h, no Pontão do Lago Sul. Quem pagar R$ 60 (antecipadamente) ou R$ 90 (no dia) poderá experimentar produtos de todas essas vinícolas e ainda conhecer em primeira mão o espumante Bee (foto), elaborado com uvas Chardonnay da Serra Gaúcha, o único pro-
Promoções de aniversário 2 Allan Casagrande
Fábio Setti
Festival de borbulhas
Quatro pratos quentes no Cru...
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Esse magret com aligot (peito de pato mal passado com purê de queijos gruyère e emental, por R$ 54) é um dos pratos quentes que acabam de incrementar o cardápio do Cru
Quem também aniversaria é o Paradiso Cine Bar (306 Sul, Bloco B, tel. 3526.8072). Para comemorar dois anos de funcionamento, incrementou o cardápio da happy hour com novos petiscos e mais de 20 drinques. Melhor ainda: entre 17 e 20h, de segunda a sextafeira, as cervejas Original (R$ 10,90), Stella Artois, Budwiser e Heineken (todas por R$ 7,90) têm 20% de desconto. E está liberada a dose dupla de Ibiza 43 (R$ 19), um dos novos drinques do cardápio, e das caipiroscas preparadas com vodca nacional.
Nada de litrão de cerveja, filé acebolado, coxinhas e outros tira-gostos gordurosos. Na happy hour do Balada Mix (202 Sul, Bloco A, tel. 3222-5350) eles cederam lugar a drinques e petiscos mais elaborados, como carpaccio de filé, molho mostarda e alcaparras, lascas de parmesão e torradas (R$ 36,90), bruschettas de tomate e manjericão (R$ 29,90), dadinhos de tapioca com geleia de pimenta (R$ 24,90), lascas de queijo grana padano com castanhas, passas e mel (R$ 30,90), queijo Brie derretido com geleia de damasco (R$ 29,90), queijo coalho grelhado com melado de cana (R$ 27,90), mix de salsichas com mostarda escura (R$ 29,90), filé mignon ao molho madeira e cesta de pães (R$ 36,90) e picanha com batata canoa e vinagrete (R$ 54,90).
Felipe Menezes
Lanchinho da tarde
O Legrat Bistrô (108 Norte, Bloco A, tel. 3222.0021) é uma nova opção para quem anda atrás de um lugar tranquilo onde tomar um bom café ou fazer um lanche no meio da tarde. No cardápio, inúmeras opções leves e saudáveis de lanches, servidos todos os dias, entre 14 e 18h, entre eles os sanduíches de filé mignon com mussarela, mostarda, alface crespa e cebola roxa (R$ 26,90) e de peito de frango com cream cheese, cebola roxa, pepinos em rodelas, alface, tomate, mussarela e molho de mostarda e mel (R$ 25,90). Aos vegetarianos o bistrô oferece um sanduíche com abobrinha grelhada, pesto de manjericão, gratinado de parmesão e tomate (R$ 19,90). Para os casais, uma boa pedida é o Café Legrat (R$ 29,90), um lanche completo com duas porções de pão de queijo (dez unidades), duas fatias do bolo do dia e uma porção de torradas, acompanhadas de manteiga, geleia, mussarela e peito de peru.
O chef brasiliense Emerson Mantovani, do Trio Gastronomia, é quem vai preparar o banquete da etapa goiana da Gastronômade Brasil, que terá como cenário a Pousada Cavaleiro dos Pirineus, em Pirenópolis, dia 19, a partir das 13h. A Gastronômade é a versão brasileira do Outstanding in the Field, projeto criado em 1998 pelo chef norte-americano Jim Denevan com o objetivo de conectar a gastronomia de qualidade com produtores locais, por meio de banquetes servidos em grandes mesas coletivas, em lugares inusitados como fazendas, cumes de montanhas, cavernas do mar, ilhas isoladas e jardins urbanos. Em Pirenópolis, os comensais serão recebidos com um coquetel, creme frio de beterraba e provolone crocante, bocconcino de búfala com tomatinho e pesto de rúcula e ragu de coelho com curry e pães tostados. Só então começará a ser servido o menu de quatro etapas, devidamente harmonizadas com espumantes Chandon. De entrada, tartar de lagosta e morango; primeiro prato, rondeli de bacalhau em molho de gengibre e limão siciliano; segundo prato, filé ao molho de café e cardamomo, brandade de batata, tomate, espinafre e chutney de manga; sobremesa, creme brûlée de uísque e chocolate com laranja caramelizada. Com tudo isso, nem dá para estranhar o preço: R$ 305 por pessoa. Informações em www.gastronomadebrasil.com.
Mês da lagosta
outubro. Crianças e adultos são convidados a misturar arte contemporânea e gastronomia por meio dos sentidos – olfato, visão, tato, paladar e audição. Os visitantes podem participar de uma oficina de cupcake e transformar comida em arte, desde a seleção dos ingredientes até a decoração. Em seguida, degustam a própria arte. As atividades do CCBB Educativo acontecem aos sábados e domingos.
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Banquete a céu aberto
Vinhos espanhóis Dois brancos e quatro tintos produzidos na Espanha, selecionados pelo sommelier Maico Douglas, estão em promoção até o final de setembro no restaurante Rubaiyat Brasília (SCES, Trecho 1, tel. 3443.5000). Os brancos são o Gaba do Xil Godello 2012 (de R$ 140 por R$ 102) e o Auzlles 2011 (de R$ 160 por R$ 116). Entre os tintos, destaque para o Geol 2007 (de R$ 218 por R$ 156) e o Villa de Corullón 2005 (de R$ 385 por R$ 258).
No restaurante Red Lobster (praça de alimentação do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, tel. 3364.9097) a promoção de setembro também é bastante convidativa: os consumidores que pedirem o carro-chefe da casa, a Supreme Lobster, nos tamanhos especiais de 1kg (R$ 134,90) ou 1,5kg (R$ 179,90), serão presenteados com uma garrafa de vinho.
Pequenas mãos Assim foi batizada uma das atividades do programa CCBB Educativo preparado especialmente para a exposição Cru: comida, transformação e arte, em cartaz até 12 de
Falha nossa Estava incorreto o endereço do Les Maries na matéria que publicamos sobre o restaurante na edição passada. O certo é 204 Norte, Bloco A, fundos. O telefone para reservas é o 9697-1385. Aproveitando a correção, aí vão duas boas novidades: a primeira é que o Les Maries, que já serve café da manhã nos finais de semana, passou a oferecer também, diariamente, o chá da tarde, com uma boa variedade de pães, bolos, doces e salgados. Custa R$ 19,90 por pessoa. A segunda é que grupos a partir de quatro pessoas que chegarem ao restaurante levando a edição 242 da Roteiro, em que foi publicada a matéria sobre o Les Maries, terão 10% de desconto.
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Petiscos caprichados
GARFADAS&GOLES Luiz Recena
lrecena@hotmail.com
Sempre Buenos Aires, sempre Todo brasileiro conhece Buenos Aires. E dá dicas. Boas, maravilhosas, aproveitáveis. Desta vez, no entanto, abrimos nossas janelas e, encorajados pelo espanto, decidimos sair para ouvir estrelas portenhas e buscar novidades. E que podem se transformar também em sugestões e retribuir tantas que já nos deram e muitas que conferimos com prazer.
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NO BALCÃO – O último é o primeiro. Na véspera da volta, uma promessa foi paga. Beber um trago no bar em frente ao velho edifício da Rádio Nacional. O começo da tarde faz com que ele esteja vazio, o que é bom. Para conversar com calma com Eduardo, o que cuida do dia. De tarde chega Oscar e fica até. O Chebrés é um Bar de Tragos. Tem todos, ou quase. Um belo balcão de madeira, em “U”, com bancos e duas, três mesas na calçada, se o tempo estiver bom. Tem cerveja artesanal e industrial, pressão e máquina. Estão montando a carta de engarrafadas. Consumo: duas taças de vinho muito bem servidas. Madame M. homenageou o malbec molhando os lábios em três ou quatro pequenos goles. Esvaziada a sua, o cavalheiro socorreu a dama e a taça dela, enquanto comeu-se um bife milanesa cortadinho, queijo e presunto. US$ 10. Atenção e preço justo. Maipu, perto da Florida.
ra de Emilia, cabernet de boa cepa. No outro almoço a meia garrafa voltou a reinar. Dois almoços, US$ 55. Eficiente e simpático, o garçom Ariel foi assessor nota dez. Quer conhecer o Rio de Janeiro, de onde, pensa, “nunca más volverá”...
MEMÓRIA, AH! – Cada viagem dessas tem momentos de “gastronostalgia”: lembranças de sabores do tempo passado, que se materializam no prato de repente. As empanadas clássicas são as menos agressivas. A artilharia seguinte é pesada, fogo cerrado, chocante: morcilhas, riñones, matambres, chinchulines, timos. Antes do “asado”. É o bloco das “achuras”, ou os miúdos de um boi, preparados na parrilha. Maravilha! Para quem gosta, é claro. Madame M. não vai além das empanadas. Raízes no sudeste explicam, mas tem muita gaúcha, e gaúchos machos, que não encaram as achuras. A central das lembranças foi a Gran Parrilla del Plata, na esquina de Peru com Chile, perto da feira de San Telmo. Só perto. É longe do burburinho. Ainda bem. Dois almoços e uma extravagância, a garrafa intei-
MUITO CHIC – O Teatro Colón é um lugar classudo e uma referência ao bom gosto artístico no sul da América. Orgulho argentino centenário. Soube resistir a todos os governos, todos os partidos, todos os desmandos e descasos. O balé Silvia foi a super cereja do bolo dessa festa. É de lei beber um champã no intervalo. Lei se cumpre. Taça bem servida, espumante muito bom e geladíssimo. US$ 8. Por não ser ópera, dispensada foi a gravata. Não o paletó. Garantia de elegância. Longa vida ao Teatro Colón! Salud!
NOVOS E VELHOS – Outros momentos aconteceram na linha da nostalgia. El Capataz, também perto da Rádio Nacional, veio com a costela de bom tamanho e ponto certo. Mas o grande reencontro foi com o Café del Socorro, três anos depois. No faro e na bússola da memória. Juan estava lá para confirmar todas as nossas recordações. Milanesa napolitana (queijo, presunto e molho sugo por cima do bife), omelete, café, água, meia de Lopez malbec (US$ 25). Vale pelo lugar, pela comida, pelo bairro. E o bom atendimento, diferenciado. Lugar marcado pela grande frequência de gente local.
Detalhes técnicos: um dólar, 15 pesos. Comprado no Brasil a quatro reais. Crises freiam desejos. Cotações os limitam.
PÃO&VINHO
Trânsito, frustração
ALEXANDRE FRANCO pao&vinho@agenciaalo.com.br
e recompensa italiana
Sampa é uma megalópole comparável a outras grandes cidades do mundo, como Nova York, Londres ou Paris (não incluo aqui Tóquio e Pequim por não conhecê-las pessoalmente), em tudo que elas têm de bom, em especial opções e qualidade de restaurantes, cinemas, teatros, shows, atendimento médico, enfim, uma série de vantagens que um grande centro urbano oferece a seus cidadãos e visitantes. Mas é também comparável nos malefícios desses grandes centros, e aqui, aliás, creio que nossa São Paulo é, infelizmente, campeã em pelo menos dois quesitos: violência e trânsito. Pois foi aí que me vitimei, não pela primeira vez e certamente não pela última, sexta-feira passada, véspera de feriado, em que tinha um voo para Lima, tida por muitos como a capital gastronômica da América do Sul, de onde pretendia escrever esta coluna relatando a boa comida que por lá decerto encontraria e as harmonizações ênicas que então pretendia. Mas Sampa não me perdoou. Embora tenha saído com quatro horas e meia de antecedência da hora do voo com destino ao aeroporto, distante de minha casa cerca de 40 quilômetros, fui surpreendido por um trânsito muito pior ainda que o que seria razoável esperar, com direito a uma carreta atravessada na pista de acesso final ao aeroporto que acabou por enterrar minhas chances de pegar o tal voo. Só fui chegar de volta a minha casa à meia noite, nada menos que nove horas depois de dela ter saído. Mas não me deixei abater: já no próprio aeroporto de Guarulhos, resolvi aguardar uma melhora no trânsito com um jantar no Red Lobster, rede americana que recentemente se instalou por estas bandas e oferece um cardápio bastante decente de frutos do mar. Saboreei uma lagosta grelhada, acompanhada
de molho de manteiga e outros circunstantes, e a harmonizei com o vinho Paiara Bianco da Puglia. Longe de ser espetacular, é todavia um vinho correto e agradável. De cor amarela esverdeada, clarinho. Com aromas leves de pêssego, notas florais, palato muito leve e fresco e acidez agradável. Um vinho muito fácil de beber, que acompanhou bem a lagosta e iniciou meu processo de auto-recompensa. Após um sábado de ressaca da viagem fracassada, no qual ao menos me dei ao direito de beber um bom champanhe, foi no domingo que refiz minhas esperanças, quando preparei uma massa de receita de outra rede americana, com molho de queijo, muito alho e camarões da Crab House, e a harmonizei com dois tintos: primeiro, um rótulo para mim desconhecido até então, mas sugerido pelo meu bom amigo Juan, importador consciente e de bom gosto que hoje atua com sua Almeria Vinhos. Trata-se do Donderé 2010, vinho do Marche, da Marotti Campi, 50% Petit Verdot, 25% Cabernet Sauvignon e 25% Montepulciano. Vermelho rubi escuro, com aromas a frutas vermelhas maduras, alguma especiaria e toque de pimenta. O palato confirmou o frutado e o toque apimentado. Vinho de corpo médio e boa acidez, casou bem, ainda que não maravilhosamente, com nossa pasta. Mas a redenção veio em seguida em uma harmonização que se deu à beira da perfeição com um velho amigo: o Brunello di Montalcino Il Poggione 2009, de cor rubi intensa, aromas complexos com cerejas, couro, especiarias e húmus. Na boca é pleno, mas muito elegante, com taninos macios e muito bem integrados. Com acidez perfeita e muito saboroso, foi perfeito com nossa massa ao molho de queijo e camarões ao alho. Foi, de fato, ao menos uma recompensa à altura pela viagem postergada.
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DOIS ESPRESSOS E A CONTA
Pressa inimiga O Século XXI nos trouxe preocupações cada vez mais frequentes sobre o que comemos. Na medida do possível – e do bolso de cada um – estamos aprendendo a cuidar mais do nosso corpo, ingerindo alimentos saudáveis e deixando as “porcarias” para os fins de semana ou, melhor ainda, para as ocasiões especiais. Caminhamos muito nessa área, mas, contraditoriamente, ainda estamos nos primeiros passos do “como comemos”. Tecnologias substituem outras mais antigas, sempre nos tomando minutos do relógio. A ordem é fazer as coisas sempre com pressa. E isso inclui almoçar nos dias úteis, isso quando o almoço não é trocado por um salgadinho ou um sanduíche – no caso das mulheres, há quem aguente trocar o almoço por um prato de sopa. Para os que resistem e mantêm o almoço convencional, o problema é comer com pressa. Observe, por exemplo, a rotina dos self-services. As pessoas se servem até com certa lentidão, pois querem escolher a comida, mesmo quando não há o que escolher, como em um monte de folhas de alface. Basta sentarem à mesa, no entanto, e o relógio começa a correr. Se o comensal estiver sozinho, em dez minutos ele “bate o prato”. Se estiver acompanhado, coordena conversa e comida e, mesmo assim, em 20 minutos já está na fila do caixa. Nos restaurantes à la carte, é preciso pelo menos esperar pelo prato. Mas o garçom que não tire a mão rapidamente e corre o risco de receber na mão a primeira garfada. Os restaurantes se esmeram em oferecer menus executivos durante a semana, para que o preparo da refeição seja abreviado e, consequentemente, o tempo dedicado a comer também diminua. Sábio era o senhorzinho que ficava no caixa do
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cláudio ferreira claudioferreira_64@hotmail.com
restaurante natural do início da Asa Norte e que mostrava a cada cliente um cartaz com a recomendação de que se mastigasse cada porção de comida quase 40 vezes. Para que ninguém se fizesse de desentendido, o aviso se multiplicava por vários papéis pregados na parede, cada um em um idioma. Pois é, são os adeptos da comida natural os que preferem comer mais devagar. Chegam cedo aos restaurantes do gênero, servem-se e passam pelo menos meia hora degustando a refeição. Mas como comida natural virou moda, os engravatados (e apressados) também aparecem por lá e levam consigo toda a pressa inerente a quem está envolto na aura do sucesso profissional. Em contraste com o clima dos restaurantes naturais é o dos grandes self-services do centro da cidade. Passe, por exemplo, pelo Setor de Rádio e TV Sul e observe quanta gente come depressa – alguns, depois de duas horas, nem irão se lembrar do que colocaram no prato e no estômago. Ou frequente a praça de alimentação de um shopping: o comportamento será semelhante, com o agravante do estresse pela “luta” por um lugar para comer. Muitas vezes, o empregado não tem um horário oficial de almoço, e tem que engolir a comida em tempo recorde. Outras vezes, é por opção que o funcionário tem um horário de almoço reduzido, para adiantar também o horário de saída. Nos dois casos, a consequência é a mesma. Comemos cada vez pior de segunda a sexta-feira. Tentamos equilibrar horário de almoço, volume do prato, mensagens do celular, vídeos compartilhados, tempo de ida e volta ao trabalho. Tarefa para super-heróis.
Admirável. Admirável. 212 Norte - 3202-4848 212 Norte - 3202-4848 SIA trecho 2 - 3363-3950 SIA trecho 2 - 3363-3950 Taguatinga Sul - 3561-0464 Taguatinga Sul - 3561-0464
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É única e diferente. É pra você. É única e diferente. É pra você.
teatrodoabsurdo Obra-prima do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989), vem aí nova montagem do clássico Esperando Godot, agora sob direção de Patrick Sutton. Em curta temporada, a peça da companhia de teatro irlandesa Smock Alley-1662 estará em cartaz no CCBB de 18 a 20 de setembro. Pioneira do minimalismo expressionista, tem apoio da Embaixada da Irlanda no Brasil e do Consulado Geral da Irlanda em São Paulo, para marcar os 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países. O clássico narra a amizade de Estragon e Vladimir, que passam seus dias discutindo religião e refletindo sobre suicídio num roteiro cheio de poesia, alucinações e nonsense, enquanto esperam por Godot, que nunca aparece. A tragicomédia em dois atos conseguiu capturar o clima europeu pós-Segunda Guerra, representado pela busca incansável do homem por um sentido na vida. Escrita originalmente em francês, foi publicada pela primeira vez em 1952 e apresentada no pequeno Théâtre Babylone de Paris. O Brasil foi o segundo país a ter uma montagem desse texto, com direção de Alfredo Mesquita, em 1955. É considerado um dos principais representantes do teatro do absurdo e a principal obra de Beckett. Sexta-feira e sábado, às 18h30, e domingo, às 17h30, com ingressos a R$ 10 e R$ 5.
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dia&noite
nafaixadostrinta Diego Bresani
A solidão, essa constante presença no mundo contemporâneo, é o fio condutor da peça Os estonianos, da dramaturga carioca-brasiliense Julia Spadaccini, com estreia dia 23 no CCBB. Indicada ao prêmio Shell do Rio de Janeiro em 2012 na categoria autor, com o espetáculo Quebra-Ossos, ela coloca no palco cinco personagens em crise que lutam, cada um à sua maneira, contra a solidão. Ao verem suas vidas entrelaçadas pelo acaso, esses personagens, todos na casa dos 30 anos, procuram encontrar formas de lidar com a incomunicabilidade e a insatisfação que pesam sobre suas relações. Com direção da também carioca-brasiliense Fernanda Rocha, a peça tem texto ágil e divertido ao tocar em temas como problemas de relacionamento e a vontade de se libertar da prisão na qual nós mesmos nos colocamos. Nesse contexto, quem sabe se morar na Estônia não seria a solução? Estão no elenco Daniela Vasconcelos, Guilherme Angelim, Juliano Coacci, Luciana Lobato e Nathalie Amaral. Até 4 de outubro, de quarta a sábado, às 19h, e domingo às 18h. Ingressos: R$ 10 e R$ 5.
anjoedemônio Dani Oliveira
O cenário é um bordel de luxo da Recife dos anos 30, bem no auge da predominância da cultura francesa na capital pernambucana. A personagem principal é Maria Padilha, uma mulher pobre do Nordeste que, aos 12 anos, foi vendida pelos pais. Como prostituta de luxo, testemunhou o fim dessa supremacia cultural francesa e a chegada dos valores mais consumistas da cultura norte-americana. Sua maior luta era sair da prostituição, ter um marido e filhos. Até 27 de setembro, o Teatro Brasília Shopping apresenta Maria Padilha – Anjo e demônio, sempre às sextas-feiras, sábados e domingos às 20h. O autor e diretor Alberto Bruno, da brasiliense Companhia da Ilusão, explica que a peça retrata a vida da mais bela e aclamada prostituta de Recife, famosa durante a era Getúlio Vargas. “Por isso, a história é contada de uma maneira poética, sobre como Maria Padilha menina, mulher, prostituta e marginalizada se transforma na protetora dos amantes, amores e dos que sofrem por amor”. Ingressos a R$ 40 e R$ 20, à venda na Central do Ingressos do Brasília Shopping e em www.ingressorapido.com. Divulgação
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Esse é o nome da mais nova montagem teatral da Cia. Dukontra, que percorre as a áreas públicas de Ceilândia, Taguatinga, Brasília e Guará. Estrelado pelos palhaços, atores e produtores, Giseli Tressi e Bernardo Ouro Preto, e dirigido por Alisson Araújo, o espetáculo conta a história dos personagens Bené e Lelé, que se sentem desestimulados com as suas apresentações tradicionais como palhaços malabaristas. Em busca de mudança de rumo em suas vidas, decidem explorar outras profissões, mas, no decorrer das tentativas atrapalhadas e frustradas dos dois, eles percebem que nasceram para ser o que realmente são: palhaços. As apresentações são gratuitas e a temporada acaba nos dias 26 e 27, no Parque Ana Lídia (sábado, às 10h30), e na Feira da Torre de TV (domingo, às 17h).
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oreiestádevolta Há três anos, o ator Ben Portsmouth venceu um concurso que reuniu, em Memphis, Tennessee, centenas de artistas covers de Elvis vindos de todas as partes do mundo. Agora, ele viaja com o show The king is back: Ben Portsmouth and TCE Band e estará em Brasília dia 18 de setembro para apresentação única no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, às 21h30. Já visto por mais de um milhão de órfãos de Elvis, o show relembra todas as fases da carreira do cantor, com os figurinos de época e interpretações de clássicos que vão do início de sua carreira, como Jailhouse rock e All shook up, do período que o cantor brilhava no cinema no final dos anos 50, até seus sucessos dos anos 60 e 70, como Love me tender, It’s now or never e Suspicious minds. Ingressos entre R$ 50 e R$ 150, à venda na Central de Ingressos do Brasília Shopping, na Fnac ParkShopping e no site ingressorapido.com.br.
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Jovens da nova geração de músicos de Brasília ocupam o palco do restaurante Sushi San (211 Sul) nas noites de quinta-feira. Com linguagem e repertório que prezam pela proximidade com o público, o BeJazz apresenta obras de lendas como Miles Davis, Stevie Wonder, Djavan e Milton Nascimento, além de composições próprias e releituras de músicas atuais. Formado por Jonathan Gardner (baixo acústico), Eudes Carvalho (guitarra) e Bruno Gafanhoto (bateria), o grupo se apresenta na varanda do restaurante japonês das 19h às 22h30. Um cardápio especial para acompanhar o jazz dos meninos inclui tofu crocante de tapioca (R$16 a porção com dez), pastéis recheados de kani e cream cheese (R$ 12 a porção com seis) e camarão à milanesa (R$ 28). Os drinques nipo-caipirinha e gueixa Olímpia custam R$ 18. Couvert artístico: R$ 10.
adamasempar Depois de 410 anos em silêncio, Dulcineia Del Toboso, a dama sem par de Dom Quixote de La Mancha, decide falar. À espera de seu cavaleiro andante, ela procura encontrar explicações a respeito de quem ela realmente é. Essa é a sinopse do espetáculo Nos en(tre) cantos de Dulcineia Del Toboso ou Dulcineia em cantata, protagonizado pela atriz Karla Calasans e dirigido por Hanna Reitsch. “Se Dulcineia era difusa e imprecisa, ela nunca foi tão precisa como agora. Ela, que foi só silêncio, nasceu para o mundo”, define Karla, também autora do espetáculo. Tudo gira em torno do grande conflito da dama: saber quem é. Seria Dulcineia apenas fruto da imaginação de Dom Quixote? Ou seria amada pelo conjunto de fórmulas e códigos que representa como mulher? Como Cervantes, autor de Dom Quixote, Karla imaginou como seria o encontro da dama com ela mesma. Até 27 de setembro na Casa d’Italia. Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Ingressos R$ 10 e R$ 5. Reservas: 3244.3333.
.Emilia.Silberstein
Luka Sulic e Stjepan Hauser são os integrantes de 2cellos, que ficou famoso em 2011, quando sua versão do hit de Michael Jackson Smooth criminal tornou-se um viral na internet, com mais de 25 milhões de visualizações. Tamanha repercussão gerou um contrato com a gravadora Sony Music Masterworks e um convite para se juntar a Elton John em sua turnê mundial. A 2cello desembarca por aqui no dia 27 de setembro, para apresentação única no Net Live. Embora seja uma dupla de violoncelista, instrumento mais associado ao gênero clássico, o que se vê no palco são paixão e requinte equivalentes quando interpretam Bach e Vivaldi ou AC/DC e Iron Maiden. Luka Sulic e Stjepan Hauser tocam violoncelo desde a infância. Sulic se formou na Royal Academy of Music de Londres, enquanto Hauser teve sua formação na Royal Northern College of Music, em Manchester. Ingressos entre R$ 90 e R$ 400, à venda na Central de Ingressos do Brasília Shopping. Às 20h, com abertura dos portões às 18h30.
bejazz Renato Raphael
violonceloscroatas
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cronistadorio Dos 80 anos de vida do pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), 15 foram passados no Rio de Janeiro, cidade que retratou incansavelmente. Ele chegou junto com outros artistas franceses para fundar a Academia Imperial de Belas Artes, criada para promover o ensino das artes no Brasil Colônia. Para marcar os 450 anos do Rio, uma exposição no Museu dos Correios apresenta 120 obras originais do artista que foi cronista da vida cotidiana da cidade, na época com cerca de 100 mil habitantes. O acervo faz parte da Coleção Castro Maya, que guarda mais de 500 originais, aquarelas e desenhos raramente vistos em grandes conjuntos. Segundo a curadora da mostra, Anna Paola Baptista, “Debret é o cronista maior da vida do Brasil na primeira metade do Século XIX. Ele acompanhou e documentou visualmente o início do Brasil como nação independente, especialmente no Rio”. Até 25 de outubro, de terça a sextafeira, das 10 às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12 às 18h. Entrada franca.
18 pinturas em acrílica sobre tela e 14 em aquarela e nanquim sobre papel retratam templos ao redor do mundo, cada um construído sob a influência da arquitetura religiosa de seu tempo. O trabalho do artista plástico brasiliense Octávio Rold pode ser visto até 7 de outubro na mostra Templos & tempos, em cartaz no Salão Nobre do Congresso Nacional. Octávio teve seu primeiro contato com a pintura na infância, passada em Roma, com a família. Fez sua primeira exposição individual em 2013, em Florença, onde graduou-se em História da Arte pela Universidade de Florença. E formou-se em Artes Plásticas na UnB, este ano. Uma de suas obras foi incorporada ao acervo permanente da Embaixada do Brasil em Roma. Atualmente, Rold está expondo no Pavilhão Brasileiro da ExpoMilão 2015, com a série de aquarelas Frutte brasiliane. Diariamente, das 9 às 17h, com entrada franca.
Caules, folhas, flores e ramos inteiros são usados na arte milenar do ikebana, palavra japonesa que significa “flores vivas” e define a arte de montar arranjos com base em regras e simbolismo preestabelecidos. Com origem na Índia, a prática chegou ao Japão e, de lá, passou a ser conhecida até no Ocidente. A partir de 16 de setembro, a Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade (915 Sul) apresenta mostra de ikebana, cujo significado principal é servir de oferenda religiosa. A atividade é dividida em três vertentes: o ikenobo, o mais antigo, composto por arranjos decorados com galhos; o sogetsu, estilo mais novo, queridinho pela nobreza inglesa; e o ohara, que consiste na montagem de galhos e flores quase que empilhados. No dia 19 de setembro, às 19h, Hilda Tagusagawa, professora de ikebana há 15 anos, autografará seu livro sobre o tema. A exposição fica em cartaz até 20 de setembro e pode ser visitada diariamente das 8 às 20h, com entrada franca. Mais informações: 3114.1070.
amagiaestáaqui Momentos inesquecíveis dos filmes da Disney estão em O caminho mágico de Mickey & Minnie, que vai trazer de volta Aladdin, Cinderela, Branca de Neve e os Sete Anões, Enrolados e Toy Story ao no Ginásio Nilson Nélson de 16 a 20 de setembro. De acordo com Alana Feld, vice-presidente executiva da Feld Entertainment e produtora de Disney Live!, “usando a magia e as ilusões, reimaginamos e realçamos algumas cenas icônicas, criando uma fantástica conexão das personagens e das histórias com o nosso público: uma viagem pelos mundos fascinantes de 25 dos protagonistas mais amados da Disney”. Ingressos entre R$ 16 e R$ 76, à venda na Central de Ingressos do Brasília Shopping e em www.ingressorapido.com.
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Um circo decadente, porém encantador, onde o fantástico e o onírico ganham vida a partir da imaginação do personagem Sr. Benvindo e sua trupe. Assim é Não alimente os bichos, espetáculo encenado pela Cia. Subsolo 59 e que está em turnê pelas cidades-satélites. A intenção do projeto é estimular o interesse de crianças e adolescentes pelo teatro. Com direção de Alisson Araújo, é ambientado num circo, onde as sessões acontecem na solidão das noites – mesmo que não haja quem as assistam. Os personagens fazem parte da trupe inusitada que inclui a cigana que prevê desgraças, o palhaço que cospe fogo, a mulher-monga e a bailarina que não envelhece. Não alimente os bichos é uma criação coletiva de alunos do departamento de Artes Cênicas da UnB. Estará dias 15 e 16 de setembro, às 15h, no SESC Newton Rossi, de Ceilândia Norte. Segue, dias 17 e 18, às 20h, para o SESC Paulo Gracindo, do Gama, e dias 19 e 20 para o SESC de Taguatinga Norte, com sessões no sábado, às 20h, e no domingo, às 19h. Nos três locais, entrada franca. Dias 17 e 18 de outubro, às 21 e 20h, respectivamente, a montagem estará no Espaço Pé Direito da Vila Telebrasília. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.
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ferasdoacordeon Os gaúchos Renato Borghetti e Bebê Kramer, o paulista Toninho Ferragutti e o cearense Adelson Viana estarão juntos no palco da Caixa Cultural em temporada de quatro shows, de 15 a 18 de setembro, às 20h. É lá que vai acontecer o Encontro Brasileiro do Acordeon, com repertório que inclui uma homenagem a Dominguinhos. Além dessa reverência ao mestre nordestino, o público vai conferir os requintes jazzísticos de Renato Borghetti, seguindo a tradição dos pampas com sua gaita ponto, conhecida também como gaita de botão. Toninho Ferragutti promete apresentar sons com novas roupagens para a sanfona do Sudeste. Adelson Viana vai mostrar o som da melodiosa e sensível sanfona nordestina. E Bebê Kramer, com seu estilo improvisador, vem para apresentar novas fronteiras para o acordeon no choro e no tango. A direção musical do projeto é do multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo. Acompanham os quatro músicos Alex Bucki, na bateria, Thiago do Espírito Santo, no contrabaixo elétrico, e Daniel Sá, no violão. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.
encontrosvirtuais
georgelacerda Aurélio Oliosi
Ele é professor de percussão na Escola de Música, estudioso dos ritmos brasileiros, em especial o samba, e cantor. Com mais de 15 anos de carreira, George Lacerda se apresenta este mês nas cidadessatélites em companhia dos músicos brasilienses Dudu Sete Cordas (violão), Nélson Serra (cavaquinho), Guto Martins e Júnior Viégas (ambos percussionistas) e Westonny Rodrigues (trompete). O repertório inclui novos sambas de sua autoria e outros em parceira, além de clássicos de samba, forró, carimbó, maracatu, MPB, rock e música eletrônica. George já se apresentou como percussionista com Elza Soares, Trio Irakitan, Antônio Carlos e Jocafi, Hamilton de Holanda, BNegão, Otto, Gaby Amarantos, Fernanda Takai, Dudu Maia e Cacai Nunes. Dias 19 e 20 de setembro, na Casa do Cantador, em Ceilândia, às 21h. Segue depois para o Gama, onde se apresenta dias 26 e 27 no Espaço Cultural Lábios da Lua e, finalmente, para Taguatinga, em local e data ainda não definidos. Entrada franca.
A série de shows Encontros virtuais chega ao seu segundo e último fim de semana de programação. Com grandes instrumentistas brasileiros, o pro- jeto, que ocupa o teatro do CCBB, apresenta elos entre composi- tores distintos, que têm algo em comum, mas nunca dividiram o mesmo tempo e espaço. Em 18 de setembro, às 21h, Maria Teresa Madeira (piano) e Dirceu Leite (sopros) vão mostrar os possíveis diálogos entre as obras de Mozart e Altamiro Carrilho. Dia 19, às 21h, é a vez de Tomás Improta (piano) e Kiko Horta (acordeão) homenagearem Béla Bartók e Hermeto Pascoal. Domingo, 20 de setembro, às 20h, Marcelo Fagerlande (cravo) e Mário Sève (sax e flauta, curador do projeto) vão de Bach e Pixinguinha. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5.
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mitologiadosorixás De 17 de setembro a 11 de outubro, o espetáculo de rua Axé orixá vai percorrer 11 regiões de Brasília para apresentar visões artísticas do candomblé. Sem intenção doutrinária, a montagem propõe-se a promover uma maior compreensão da religião por meio do teatro e de suas danças, músicas, ritos e cores. De acordo com a diretora, Letícia Helena, a ideia de trabalhar o tema surgiu a partir de uma disciplina de Artes Cênicas da UnB, que abordava a mitologia grega. “Nossa intenção era falar sobre o nosso folclore a partir do livro Mitologia dos orixás, do sociólogo Reginaldo Prandi, que traz 301 relatos sobre o assunto. A partir das histórias, escolhemos cinco para trabalhar”, explica. A temporada começa no Riacho Fundo I, dia 17, indo depois para Sobradinho I (18), Paranoá (19), São Sebastião (20), Guará (24), Taguatinga (25), Ceilândia (26), Vila Planalto (27), Vila Telebrasília (2), Varjão (3) e área externa da Funarte (10 e 11). Entrada franca. Horários e locais de apresentação em www.facebook.com/axeorixa.
Rui Rodrigues
Dia 15 de setembro, às 20h, os paraenses que forem ao Theatro da Paz, em Belém, vão poder assistir à ópera Os pescadores de pérolas, de Georges Bizet, com direção de Fernando Meirelles, o diretor de Cidade de Deus. No mesmo momento, os brasilienses que forem ao Espaço Itaú do Casa Park poderão ver o mesmo espetáculo na telona do cinema. É a primeira ópera dirigida por Meirelles, que será transmitida ao vivo via satélite para as salas de cinema de oito cidades. O ingresso custa R$ 60 a meia e pode ser comprado em www.cinelive.com.br e na bilheteria do cinema. “Transformei o libreto num roteiro com cenas divididas e vou filmar algumas passagens e misturar projeção com encenação. Acho que teremos também mais mudanças de cenários do que o habitual”, conta Fernando Meirelles sobre esse trabalho. “Estou adorando a experiência, aprendi e senti qual é o barato do gênero”, completa o diretor.
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galeriadearte ©Alice Rahon State_Courtesy of Oscar Roman Gallery
O trovador, de Alice Rahon (1946).
©2015 Banco de México Diego Rivera & Frida Kahlo Museums Trust
© Varo, Remédios - AUTVIS, Brasil, 2015
Autorretrato com vestido vermelho e dourado (1941). Roulotte (1955), de Remedios Varo.
Conexões surrealistas Por Alessandra Braz
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agdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, conhecida apenas como Frida Kahlo (1907-1954), é até hoje um ícone para as mulheres. Recentemente, seu rosto estampou bolsas e camisetas, inspirou o mundo da moda, como na coleção de primavera da Missoni deste ano. Em Nova York, a mostra Frida Kahlo: arte, jardim, vida revela sua admiração pelas plantas, com obras espalhadas por todo o Jardim Botânico, no Bronx. Já em Londres, pertences pessoais viraram uma exposição fotográfica pelas lentes da japonesa Ishiuchi Miyaku, no Michael Hoppen Gallery. Tudo isso mostra a força que a mexicana ainda tem nos dias de hoje. No Brasil, chega ao Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, neste 27 de setembro, a exposição Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México, que revela seus traços neste segmento artístico e ainda traz artistas pouco conhecidas do público, mas com produções potentes, como Maria Izquierdo, Remedios Varo e Leonora Carrington. Os brasileiros terão a oportunidade de ver em primeira mão 20 quadros de Frida, além de
13 obras sobre papel – nove desenhos, duas colagens, duas litografias e fotografias que retrataram sua figura. A artista mexicana pintou um total de 143 telas, das quais nada menos do que 55 são autorretratos que tratam de suas dores e desejos mais íntimos. Por aqui, seis dessas obras estarão disponíveis. Frida colocava na tela tudo aquilo que sentia, sem medo de se expor. Pintou, por exemplo, a dor de ter perdido um filho (forem três abortos) com o companheiro Diego Rivera, outro grande artista da época, e das fortes dores que sentia após o acidente de bonde que a deixou pelo resto da vida usando um colete ortopédico – tema de muitas de suas telas, como A coluna partida, de 1944. A dor da perda de uma de suas pernas também foi retratada. O contato com o surrealismo aconteceu quando viajou para Detroit com o marido, que havia sido convidado a pintar o famoso painel nas Indústrias Ford. Lá, ela teve contato com a artista norteamericana Lucienne Bloch, que a incentivou a pintar obras surrealistas. E é dessa época que vêm seus quadros mais emblemáticos, os autobiográficos. Diego também a influenciou e ela passou a ado-
tar cores básicas em grandes extensões, num estilo naïve, além de influenciá-la politicamente. Eles se conheceram no Partido Comunista Mexicano e daí vem sua relação com Leon Trótski. Exilado da antiga URSS, o intelectual marxista foi amante de Frida e hospedou-se diversas vezes em sua casa de Coyoacán, na Cidade do México. A Casa Azul, como era conhecida, foi o ninho de Diego e Frida, que tiveram um casamento conturbado pelas diversas traições de ambos, mas principalmente de Rivera, que chegou a ter um caso com a irmã mais nova de Frida, Cristina. O espaço era colorido e abrigava os ateliês dos artistas e um vasto jardim com plantas exuberantes. Após a separação, Frida mandou construir uma casa igual ao lado e fez com que elas fossem ligadas por um túnel. Hoje, ela é o Museu Frida Kahlo. Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México
De 27/9 a 10/1/2016, de 3ª feira a domingo, das 11 às 20h, no Instituto Tomie Ohtake (Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, São Paulo). Ingressos: R$ 10 e R$ 5, à venda em ingresse. com ou na bilheteria do Instituto Tomie Ohtake (11-2245.1900). Grátis às terças-feiras e para crianças até dez anos.
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Lendas e seres tupiniquins
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oje, talvez seja mais fácil uma criança brasileira discorrer sobre as histórias e costumes do jovem bruxo britânico Harry Potter no Castelo de Hogwarts do que saber quem são o Curupira ou a Boitatá, esses dois personagens mágicos que habitam as matas e florestas brasileiras – o que certamente entristeceria muito o grande folclorista Câmara Cascudo, se ainda vivesse. Mas existe um projeto que anda fazendo um trabalho de resgate desses e de outros seres encantados e também das lendas que misturam tradições indígenas, africanas e portuguesas. E tudo com alta tecnologia. É a exposição Folclore digital, criada pela dupla VJSuave, formada pelo paulista Ygor Marotta e pela argentina Cecilia Soloaga. Programa daqueles essenciais para os pais que desejam despertar nas crianças um sentimento de identidade, Folclore digital estará montada até 1º de novembro na Galeria Vitrine da Caixa Cultural. Através da projeção de animações, paisagem sonora e poesia, Ceci e Ygor procuram promover nos espectadores a experiência do contato com essas lendas e seres. A intenção é fazer as crianças sentirem a quietude do escuro das matas, a suavidade do vento, a sensação da chuva caindo farta sobre a floresta, a energia potente da natureza. Os pequenos são convidados a se sentarem sobre um tapete e mergulharem num mundo que ocupa as três di-
mensões da sala com imagens e sons. É uma vivência multissensorial, durante a qual os espectadores conhecem personagens que habitam (ou melhor, já habitaram mais) o imaginário do povo brasileiro: a Iara e seu imenso poder de sedução (capaz de fazer os homens darem o mergulho fatal nos rios do Brasil); o Curupira e os truques de moleque para ludibriar caçadores e potenciais devastadores das matas; a cobra Boitatá, que nem é tão assustadora assim; e o Saci-Pererê, talvez o mais conhecido, que mostra porque costuma ser identificado com travessura. A instalação é feita com tecnologia da projeção em vídeo mapping, aquela que consegue projetar sobre qualquer superfície, e tecnologia surround (de expansão da imagem do som em três dimensões). Uma combinação de grafite digital, animação e um conjunto sonoro feito com sons captados na natureza, instrumentos
nativos, cantos indígenas e sintetizadores. A dupla VJ Suave trabalha junta desde 2009. Já assinou quatro curtas-metragens – Trip, La cena, Homeless e Run – apresentados em diferentes festivais de cidades como Girona e Madri (Espanha), Lucerna (Suíça), Buenos Aires (Argentina) e Turim (Itália). Além de Folclore digital, também criou as instalações A natureza invade a cidade (2013/2014) e Do fim do mundo (2012). Em São Paulo, Cecília e Ygor têm se caracterizado pelo trabalho com intervenção urbana – é deles a iniciativa de projetar nos espaços da cidade a máxima “mais amor, por favor”, despertando a atenção do morador paulistano para sentimentos como gentileza e solidariedade. Folclore digital
Até 1/11, de 3ª feira a domingo, das 9 às 21h, na Galeria Vitrine da Caixa Cultural, com entrada franca. Classificação etária: livre. Fotos: divulgação
Por Júlia Viegas
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Tributo à Velha Guarda Gilson Mendes
Monarco
Por Lúcia Leão
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partir do dia 14, e nas duas segundas-feiras seguintes, o teatro do CCBB será palco do melhor samba produzido no Brasil ao longo do último século. Os brasilienses terão a oportunidade rara de reverenciar três dos nossos maiores sambistas e se embevecer com canções que fizeram a trilha sonora da história recente do país e da história pessoal de grande parte dos brasileiros que chegaram ao planeta no Século XX. Dona Ivone Lara, Monarco e Nélson Sargento se aproximam do centenário com um legado que deu brilho a nossa cultura e orgulha nossa combalida nacionalidade. Agora estão prontos para receber Flores em vida, como foi batizado o projeto em sua homenagem, concebido pelo grupo de sambistas brasilienses Adora Roda. Numa referência explicita ao samba em que Nélson Cavaquinho pediu “as flores em vida, o carinho, a mão amiga para aliviar meus ais, depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade, quero prece e nada mais”, a série de shows do CCBB vai homenagear e acentuar a admiração e o respeito dos brasilienses, sambistas e amantes do samba, aos velhos
Divulgação
Dona Ivone Lara
expoentes desse gênero musical, tão carregado da alma brasileira. “O samba é pura brasilidade, sua diversidade reflete a sociedade, que o transforma com o passar dos anos, fazendo esse gênero musical caminhar junto com a história do país”, diz o cantor e instrumentista Tito Silva, do Adora Roda, também autor do projeto. Dona Ivone Lara, a primeira a se apresentar, no dia 14, nasceu em 1921, em berço rico de música e pobre de dinheiro, como a maioria dos grandes sambistas. Filha de Dona Emerentina, cantora de rancho (tipo de agremiação carnavalesca precursora das escolas de samba), e de João Lara, violonista do Bloco dos Africanos, ficou órfã aos seis anos e foi mandada para um internato. Foi lá que, aos 12 anos, compôs o primeiro samba de partido-alto de que se tem registro – Tiê-tiê –, estudou canto com a esposa de Heitor Villa-Lobos, foi abraçada pela família de Donga e mergulhou definitivamente no ambiente do samba, de onde nunca mais saiu. Nas últimas décadas, correu o mundo, levando sua música a dezenas de países da Europa, América e África, participando de eventos da importância do Festival de Montreaux, na Suíça, e arrebatando cada vez maiores
Stella Lima
Nelson Sargento
plateias e prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Shell e o Prêmio da Academia Charles Cros de Paris. O segundo a se apresentar, no dia 21, será o caçula do grupo. Nasceu em 1932 como Hildemar Diniz, coroado Monarco seis anos depois pelos bambas do subúrbio de Madureira, onde começou a compor aos 11 anos e se consagrou como um dos grandes sambistas brasileiros de todos os tempos, popularizado especialmente nas vozes de Paulinho da Viola, Marisa Monte e Zeca Pagodinho. Para encerrar, no dia 28 Flores em vida recebe Nélson Sargento, mangueirense de 91 anos, autor de mais de 400 canções que, acima de tudo, cultuam o amor e enaltecem a eternidade do samba. Aquele que “agoniza, mas não morre”. O Adora Roda, que acompanhará os músicos cariocas em suas apresentações no CCBB, é composto por Breno Alves (pandeiro e voz), Kadu Nascimento (percussão e voz), Guto Martins (percussão), Vinícius de Oliveira (banjo e voz) e Tito Silva (cavaquinho e voz). Flores em vida
14, 21 e 28/9, sempre às 20h, no teatro do CCBB (SCES, Trecho 2). Ingressos: R$ 10 e R$ 5. Classificação Indicativa: 14 anos. Mais informações: 3108.7600.
Jairo Goldflus
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m agosto, a Jovem Guarda completou seu cinquentenário. Um mês depois do aniversário, alguns de seus principais representantes estarão em Brasília. Entre 24 e 27 de setembro, o Centro Cultural Banco do Brasil recebe o projeto Jovem Guarda 50 anos – em ritmo de festa, com shows e palestras. Em 26 de setembro, Roberto Carlos canta novos e antigos sucessos no Centro Internacional de Convenções do Brasil. Apresentado por Erasmo Carlos, Wanderléa e Roberto Carlos, o programa de televisão Jovem Guarda foi um fenômeno cultural e social em todo o país, com especial impacto na juventude de meados dos anos 1960. Em suas edições semanais (aos domingos), o programa lançava modas e tendências, como gírias, cortes de cabelo e uma infinidade de produtos, de roupas e calçados até brinquedos – além, é claro, de ídolos musicais. Muito mais do que simplesmente mimetizar o rock de matrizes americana e inglesa, o pop/rock feito pelos artistas relacionados à Jovem Guarda era abrasileirado, com características e inovações próprias. Os desdobramentos culturais da Jovem Guarda são múltiplos, passam pela Tropicália, pela dita música brega e pelo rock nacional dos anos 1980, até chegar ao recente cenário do rock independente contemporâneo. O projeto no CCBB se propõe a celebrar e aprofundar a discussão a respeito do legado cultural da Jovem Guarda. Sempre às 12h30, serão realizados debates com personalidades que viveram ou conhecem bem o contexto da música brasileira. Em 24 de setembro, o guitarrista Renato Barros, de Renato e seu Blue Caps, dividirá a mesa com Marcelo Fróes, curador de Jovem Guarda 50 anos – em ritmo de festa, autor de livro sobre o assunto e ainda responsável pelo relançamento em CD de dezenas de discos de artistas relacionado à Jovem Guarda. No mesmo dia, às 20h30, show de Renato e seus Blue Caps com Michael Sullivan, hit maker que fez parte do grupo na década de 1970. Dia 25, o tecladista Lafayette, famoso pelo som de órgão hammond que imprimiu em dezenas de discos da Jovem Guarda, e o cantor e compositor Getúlio Cortes, autor de sucessos de Roberto Carlos, como Negro gato e O sósia, conversarão com Irlam Rocha Lima, jornalista cultural do Correio Braziliense. À noite, show de Lafayette & Os Tremendões, grupo que reúne os roqueiros Nervoso, Renato Martins (da banda Canastra), Gabriel Thomas e Érika Martins (o casal da banda Autoramas), entre outros – com participação de Getúlio Cortes. No sábado, dia 26, o bate papo é entre Jerry Adriani e o jornalista pernambucano José Teles. Mais tarde, Jerry e sua banda sobem ao palco para mostrar seus grandes sucessos. No dia seguinte, o debate é entre o jornalista Luiz Carlos Maciel e o produtor Marcelo Fróes. O show de encerramento do projeto fica por conta de Wanderléa. Para quem viveu a Jovem Guarda ou para quem só conhece as músicas, setembro será um mês de nostálgicas festas de arromba.
Rodrigo Meneghello
Por Pedro Brandt
Divulgação
Tributo à Jovem Guarda
Roberto Carlos
26/9, às 21h, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (SCES, Trecho 2). Ingressos (meia): mesa branca, R$ 375; mesa gold, R$ 650; gold lateral, R$ 550; platinum, R$ 825; premium: R$ 1.500 (à venda na Central de Ingressos do Brasília Shopping, 4003.1212 e www.ingressorapido.com.br).
Jovem Guarda 50 anos – em ritmo de festa
De 24 a 27/9, no teatro 1 do CCBB (SCES, Trecho 2). Ingressos: R$ 10 e R$ 5. Classificação indicativa: 12 anos. Bilheteria: 3108.7600.
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À moda antiga Divulgação
Duo brasiliense lança álbum de estreia com enfoque na melodia e na simplicidade
Por Pedro Brandt
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cumplicidade musical presente no recém-lançado Quase treze, primeiro álbum do duo brasiliense Salimanga, é resultado de uma amizade antiga. O Salimanga existe desde 2013, mas o violonista Bruno César de Araújo e o saxofonista Paulo Rogério têm anos de convivência musical. Durante quase uma década, BC foi guitarrista da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju, da qual Paulo é integrante. As primeiras parcerias surgiram nessa época. “Temos muita afinidade, o BC levava um pequeno amplificador para as viagens e sempre criávamos alguma coisa”, lembra Paulo. Na concepção da proposta estética do Salimanga os músicos concordaram que não queriam compor músicas nas quais um instrumento fizesse apenas o acompanhamento para outro, mas que estivessem em constante diálogo. “Um
duo mesmo”, reforça BC. E se as músicas dos Móveis são conhecidas pelos arranjos complexos, executados por muitos instrumentos, o Salimanga aposta na simplicidade. “A ideia, desde o começo, foi fazer algo mais minimalista”, explica Paulo. “Tocamos música instrumental brasileira à moda antiga. O som é simples, os temas são curtos, cantáveis”, detalha BC. “Os improvisos não são longos ou virtuosísticos. Tentamos fazer como nos discos antigos de choro, músicas mais focadas na melodia”, complementa o saxofonista. Entre as referências do Salimanga, BC cita nomes históricos da música brasileira, como Jacob do Bandolim, Heitor Villa-Lobos e Ernesto Nazareth, além das clássicas parecerias de Paulo Moura & Rafael Rabello e Yamandu Costa & Dominguinhos. Quase treze é composto de dez músicas próprias, de autoria dos músicos, com arranjos assinados pelo duo em parceria com o saxofonista Sérgio
Galvão, produtor do disco. “Ele nos ajudou a formatar nosso som, ir por esse caminho pré-bossa nova, pré-jazz, a música brasileira da década de 1950 para trás”, comenta BC. A relação com o passado não aprisiona a banda. Existe no disco uma liberdade grande de criação. A composição que batiza o álbum ganhou esse nome por conta de uma brincadeira. “A música trabalha uma harmonia quartal em um compasso ternário, com momentos de 5/4. A soma dos números três, quatro e cinco é doze, ou seja, quase treze”, explica BC. Faixa de abertura, Heitor chegou mostra o apreço do Salimanga pelo choro, enquanto Bailando a dois tem toque latino, James Cockroach vai de clima jazzy. Frevo espanhol, por sua vez, promove o encontro da sonoridade do violão do país ibérico com o ritmo pernambucano. A evocativa Um trem para Minas presta homenagem ao Duofel. Aliás, em texto no encarte de Quase treze, Luiz Bueno, violonista do Duofel, atesta seu entusiasmo com o Salimanga. “Sal e manga nos remetem à infância, tempos de felicidade, de liberdade, de esperança. Já é um sucesso verdadeiro que talvez não toque no rádio ou na televisão, mas que certamente vai tocar nossas almas e corações.” Para conferir o Salimanga ao vivo, anote na agenda: o duo se apresenta no Clube do Choro, em 15 de setembro; no Jogo de Cena, dia 30; e no Teatro Oi, em 8 de outubro.
Salimanga
Quase treze. Dez faixas. Independente. Preço médio: R$ 20 (à venda na Fnac). Ouça em https://soundcloud.com/duo-salimanga.
Divulgação
Pop anos 80 Por Heitor Menezes
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a música pop, bandas definem o som de uma época. E as épocas definem o som das bandas. A recíproca é verdadeira. Assim como Bill Haley & Seus Cometas estão para os 50, os Beatles para os 60 e Led Zeppelin para os 70, temos o A-Ha como uma bela síntese do que foi uma década, uma era, os saudosos (e já vão tarde) anos 80. Incrível, mas o trio norueguês, liderado pelo carismático vocalista Morten Harket, nos paga uma nova visita, cinco anos após a primeira vinda. Vai ser na terçafeira, 6 de outubro, no Net Live Brasília, ali nas imediações da Vila Planalto. Quem esteve no Ginásio Nilson Nélson, em 16 de março de 2010, certamente se lembra de um certo nervosismo no ar, talvez o fato de uma banda que marcou a vida de muita gente e que empilhou sucessos marcantes no rádio e na TV estar ali, de verdade, diante de todos. Mas foi só o trio tocar o que todos queriam e as sensações se alternaram da euforia à alta carga de emoção saudosa. Afinal, quem viveu o período entende o impacto de Take on me, Hunting high and low, The sun always shine on TV, Cry wolf, You are the one e outros petiscos para a petizada de que o A-Ha entende como
ninguém. Claro que houve aqueles momentos “marromeno”, quando o trio pedia para a plateia levar a letra, e o povo ficou naquela “enrolation”, tipo “japonês da pátria livre”, você entende. Mas é isso mesmo: o A-Ha (segundo a Wikipedia uma banda de synth pop, new wave e pop rock) é artífice do pop perfeito, tendo sua difusão, claro, ajudada e muito pelo grande marketing das majors que dominavam a indústria fonográfica da época, negócio de milhões de dólares, de astros internacionais tomando de assalto as paradas de sucesso em escala global e virando celebridades, não como as de hoje. Vale a pena recordar: Take on me, o primeiro single, lançado em 1985, uma canção muito boa, hipnotizou milhões de jovens com um belo vídeo feito com a técnica de rotoscopia, aquela que permite aos animadores e videomakers desenhar os quadros de filmagem. No clip em questão, as personagens vão do desenho à imagem real, um efeito muito admirado até hoje. Sem falar que Take on me atingiu o primeiro lugar nas paradas em diversos países. Metade desse sucesso pode ser creditada ao poderoso falsete do vocalista Morten Harket. Tente na frente do espelho, sem desafinar, cantar os versos I’ll be gone in a day or two, o “two” uma oitava acima.
Amigos, essa conversa rolou em 2010. O que há de extraordinário agora? – perguntam os cartesianos. O A-Ha pediu as contas depois daquela turnê que passou por Brasília. Morten e os companheiros Pal Waaktaar-Savoy (guitarra) e Magnen Furuholmen (teclados) disseram que era melhor parar, cada um queria cuidar das próprias coisas. Mas eis que, em 2015, o trio está de volta, ao que consta, por causa dos 30 anos de sucesso e do apelo irresistível de um certo Rock In Rio VI. Rebobina a memória e estamos no Rio de Janeiro, em 1991. O A-Ha é uma das atrações do Rock In Rio II. Simplesmente a banda conseguiu juntar 198 mil cabeças no Maracanã, um recorde de público, que entrou para o Guinness. Nosso amado Paul McCartney tinha vindo um ano antes e reunido minguado público de 184 mil pessoas, como é que pode alguém superar o Paul? Notícias dão conta de que o A-Ha volta animado. Tem até um novo disco para este ano, Cast in steel. Se vai causar o mesmo furor, é uma questão de a-há! Ou a-hã! A-HÁ em Brasília
6/10, às 21h, no NET Live Brasília (SHTN, Trecho 2). Ingressos (meia): pista, R$ 120; pista premium, R$ 220 (à venda em www.livepass.com.br e Central de Ingressos do Brasília Shopping. Classificação indicativa: 16 anos. Mais informações: 3306.2030 e www.netlivebrasilia.com.br.
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Resgatando obras de Santoro Texto e fotos Heitor Menezes
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principal teatro de Brasília se chama Teatro Nacional Cláudio Santoro. Quem cuida dele é o governo local. Um absurdo: está fechado e sem previsão de reabertura. A Universidade de Brasília possui o Instituto de Artes e, dentro dele, o Departamento de Música. Seu fundador, o maestro, compositor e professor amazonense-brasiliense Cláudio Santoro (1919-1989). Assim como a referência a Heitor VillaLobos evoca a lembrança de um grande nome da música, reconhecido internacionalmente, o mesmo deveria ocorrer com Cláudio Franco de Sá Santoro. Mas não é bem assim. Um dos mais versáteis músicos brasileiros de todos os tempos, Santoro é mais referência geográfica do que cultural em um país que mal se lembra do que aconteceu no ano passado. Esse estado de coisas, entretanto, tende a mudar, no que depender de abnegados que insistem em ver em nossos gênios as qualidades de que tanto precisamos, para que o país não afunde nos pântanos de mediocridade. Alguma dúvida? Basta ligar
a tevê ou navegar na web: nada de VillaLobos, Santoro ou poesia, mas em geral o assombroso mundo cão nosso de cada dia, em que políticos vão parar na polícia e policiais viram políticos, coisas assim. Voltemos a Santoro. Abnegado é o jovem pianista brasiliense Pablo Victor Marquine. Formado pela Escola de Música de Brasília, com especialização em piano erudito e composição pela UnB, Marquine desenvolve trabalho de mestrado tendo como tema a obra para piano solo de Cláudio Santoro. Aqui é quando a academia realmente tem algo de relevante a dar ao povo. Basta mencionar que Marquine vem executando peças pouco conhecidas de Santoro (como aparentemente é pouco conhecida sua obra), como a belíssima Sonata 1942 e uma série de prelúdios para piano igualmente de indescritível beleza, mesmo para aqueles que pouco ou nada conhecem de piano. Esse é um dos resultados de sua pesquisa, que vai além dos aspectos meramente formais da música. “Tive a sorte de conhecer Santoro porque minha professora, Aglaia Souza, que me aceitou na Escola de Música aos 11 anos de idade, fez
uma homenagem a ele, um recital, e como tinha gostado muito do meu desenvolvimento, apesar de ser o primeiro semestre, ela me ‘deu’ um dos prelúdios de que mais gostava, e as Paulistanas também. Eram músicas muito bonitas, mas eu não sabia quem era Cláudio Santoro”. Na fase adulta, Marquine descobriu um gigante entre nós, de grande complexidade intelectual, mais alto que o belo teatro de Niemeyer e Athos Bulcão, ali no centro da capital. “Se tem uma palavra que pode definir o Santoro, essa palavra é a paixão. Não importa em qual fase ele esteja, o momento estético vivido, em Santoro sempre vai haver a paixão, uma acuidade retórica para persuadir o ouvinte e causar emoção. Independentemente se é música eletroacústica ou música aleatória. Vou ser sincero: não conheço essas qualidades em nenhum outro compositor brasileiro”. Nessa empreitada, Pablo Marquine, orientando da professora Beatriz Magalhães Castro, conta com a valiosa colaboração dos herdeiros de Cláudio Santoro, liderados pela viúva, a coreógrafa e professora de balé Gisèlle Santoro. A família franqueou o acesso do pianista e pesquisa-
dor ao acervo do maestro, incluindo as valiosas cartas e manuscritos, que revelam muito mais do que um músico, mas um homem bem à frente de seu tempo. “Quando comecei a estudar Santoro me assustei, pois eu não sabia do estado em que se encontrava o acervo dele. Não sabia que seria tão difícil encontrar suas obras. Demorei dez meses para encontrar sua obra completa para piano solo. São 43 peças, a maioria prelúdios. São mais de seis horas de música para piano. É uma obra muito complexa e com grandes problemas”, avisa Marquine. Problemas porque muitos dos manuscritos de Santoro, feitos a lápis, nunca haviam sido revisados e se encontravam com anotações ilegíveis. Quem assistiu ao histórico concerto de Pablo Marquine no auditório de Música da UnB, em julho, no qual executou a partitura restaurada da Sonata 1942 e prelúdios compostos entre 1948 e 1958, testemunhou um momento especial para Cláudio Santoro, em Brasília. Naquela data, Marquine entregou a Gisèlle Santoro a partitura restaurada da Sonata 1942. Isto significa que, a partir de agora, outros executantes que se lançarem ao trabalho de tocar Santoro o farão com a dignidade que sua obra merece. Gisèlle Santoro considera imenso o
Gisèlle Santoro não esconde sua felicidade com os resultados da pesquisa feita por Pablo Marquine.
significado da pesquisa de Pablo Marquine. “Tem muita coisa inédita do Cláudio que ainda está por ser descoberta. Ele costumava compor várias coisas ao mesmo tempo e deixava uma coisa misturada com as outras. Na hora em que a gente começa a rever e separar o material, descobrem-se coisas que nem sabíamos que estavam lá. O trabalho do Pablo é muito importante, pois resgata obras em parte desconhecidas
e que são essenciais na concepção e na trajetória musical do Cláudio Santoro. Para o Pablo, é uma grande descoberta e uma grande caminhada, em seu crescimento musical, poder desvendar um compositor tão complexo. Estou imensamente feliz com essa iniciativa”. Cláudio Santoro na web
http://www.claudiosantoro.art.br.
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Prova de coragem, de Roberto Gervitz.
Longas da Mostra Competitiva
Diversidade regional e temática
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Em sua 48ª edição, o Festival de Brasília dá um passo largo, amplia e diversifica o número de mostras, abre-se às coproduções internacionais e traz inúmeros convidados internacionais.
Por Sérgio Moriconi
A família Dionti (dia 16) Rio de Janeiro, ficção, cor, digital, 97min, livre. Roteiro e direção: Alan Minas. Com Antônio Edson, Gero Camilo, Murilo Quirino, Anna Luiza Paes Marques, Bernardo Lucindo, Bia Bedran e Neila Taveres. A Família Dionti narra a fantástica história de um pai e seus dois filhos, Kelton, de 13 anos, e Serino, de 15, que vivem em um sítio no interior de Minas Gerais. A mãe não mora mais com eles, pois derreteu de amor, evaporou e partiu. Enquanto todos os dias sonha com a volta da mulher, o pai cuida dos filhos com olhar atento, preocupado com a possibilidade de que tenham herdado o dom da mãe. Mas Sirino é seco e chora grãos de areia. Já Kelton, ao se apaixonar pela primeira vez por uma garota de circo, literalmente se liquefaz de amor. O filme retrata de forma especial o tema universal da descoberta do amor,
sem deixar de lado as cores regionais do interior do Brasil contemporâneo.
J
á se vai meio século de existência, com 47 edições realizadas, desde que o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro se consolidou como o mais importante evento cinematográfico do país. Na época da ditadura militar, foi o principal fórum de contestação política, não só através dos filmes apresentados na sua competição oficial como também por meio dos inúmeros encontros reunindo intelectuais e autoridades que, aprovei-
Fome (dia 17) São Paulo, Ficção, p&b, digital, 90min, 10 anos. Direção: Cristiano Burlan. Roteiro: Cristiano Burlan e Henrique Zanoni. Com Jean-Claude Bernardet, Ana Carolina Marinho, Henrique Zanoni, Juão Nin, Gustavo Canovas, Adriana Guerra, Rodrigo Sanches e Francis Vogner. Nas veredas da metrópole paulistana, um velho homem (Jean-Claude Bernardet) abandona o passado e deambula na invisibilidade. Carrega consigo apenas um carrinho, alguns trapos e a velhice. Depois que se viu a morte é possível morrer de amor por alguém? Para minha amada morta (dia 18) Paraná, ficção, cor, digital, 115min, 16
tando-se da proximidade com o poder, valiam-se da ocasião para elaborar documentos reivindicando o fim do regime de exceção. Nem sempre tolerado quando a maré não estava pra peixe – o que explica os três anos (entre 1972 e 1974) em que não foi realizado – o Festival de Brasília, mesmo vigiado pela censura, viu passar pelas suas telas algumas das obras mais emblemáticas do cinema brasileiro moderno. Agora, em 2015, os organizadores não hesitaram em ousar e apostar na novidade. Além da competição oficial
anos. Roteiro e direção: Aly Muritiba. Com Fernando Alves Pinto, Mayana Neiva, Michele Pucci, Louri Santos, Giuly Biancato e Vinicius Sabagg. Fernando é um bom homem que cuida do seu filho único, Daniel, um menino tímido e sensível. Depois da morte de Ana, sua mulher, todas as noites Fernando recorda seu amor, arrumando as coisas de sua amada morta. Um dia ele encontra uma fita VHS que mudará tudo. Big jato (dia 19) Pernambuco, ficção, cor, 35mm, 93min, 16 anos. Direção: Cláudio Assis. Roteiro: adaptado do livro de Xico Sá por Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco. Com Matheus Nachtergaele, Marcélia Cartaxo, Rafael Nicácio, Artur Maia, Vertin Moura, Francisco de Assis Moraes, Clarice Fantini, Fabiana Pirro e Gabrielle Lopes.
O rito de passagem da juventude que tem a poesia como guia e a prosa como guarda. Momento de decisão entre a dureza agreste de um pai econômico e a suavidade anárquica de um tio excessivo: limpar a merda do mundo ou provocar a liberdade? Através das pesadas lentes de seus óculos e de seus imaturos 15 anos, Xico premedita o acaso de seu futuro em uma cidade que flutua no tempo. Santoro – O homem e sua música (dia 20) Distrito Federal, documentário, cor, digital, 85min, livre. Direção: John Howard Szerman. Roteiro: John Howard Szerman, com colaboração de Alayde Sant’Anna e Gisèle Santoro. Com Cláudio Santoro, Fernando Bicudo, Claudio Cohen, Sílvio Barbato, Júlio Medaglia, Henrique Morelenbaum, Alessandro Santoro, Raffaello Santoro, Gisèle Santoro e outros.
Fome, de Cristiano Burlan (acima), e Santoro – O homem e sua música, de John Howard Szerman. Fotos: Divulgação
e da Mostra Brasília, dedicada às produções da cidade concorrentes ao troféu da Câmara Legislativa do DF, fazem parte do programa oficial a Mostra Panorama Brasil (com cinco longas) e a Continente Compartilhado, composta de outros cinco longas coproduzidos pelo Brasil com outros países. Uma parte da ousadia da edição deste ano diz respeito à reafirmação do que muitos costumam chamar de “leito histórico do festival”, ou seja, seu pluralismo. Passando os olhos sobre os filmes selecionados para a competição oficial – aquela que naturalmente atrai a maior atenção da mídia e dos espectadores – percebe-se com muita clareza um esforço para contemplar um painel o mais amplo possível da produção brasileira, tanto no que se refere à diversidade regional quanto no que diz respeito à diversidade temática e de linguagem. As obras selecionadas são inteiramente distintas entre si. Senão vejamos: Santoro – O homem e sua música, produção brasiliense dirigida por John Howard Szerman, é um documentário sobre o grande maestro que dá nome ao principal teatro da capital. Não resta dúvida de que o simples fato de se tratar de uma obra abordando um dos personagens fundamentais para a história da música e das artes de Brasília deve fazer com que o filme desperte um grande interesse das plateias candangas. Da capital voamos para Pernambuco. Big jato, o novo filme de Cláudio Assis – já premiado em Brasília com Amarelo manga – tem Matheus Nachtergaele e Marcela Cartaxo no elenco. Quase sempre polêmi-
co, autor de obras de forte impacto dramático, Assis – segundo dizem – pega leve com Big jato, apostando sobretudo no lirismo. De Pernambuco voamos para São Paulo. Fome, dirigido pelo gaúcho Cristiano Burlan, tem como uma de suas principais
curiosidades a presença do crítico JeanClaude Bernardet na pele do principal protagonista, um mendigo que vaga pelas principais ruas da capital paulista. Escala mais ao sul, no Paraná, que participa com Para minha amada morta,
Documentário inédito sobre a vida e obra do músico, compositor e maestro Claudio Santoro (1919/1989). Autor de mais de 600 obras em 50 anos de carreira como compositor de música erudita e eletrônica, Claudio Santoro é considerado um dos mais importantes músicos eruditos do Brasil junto com Carlos Gomes e Villa-Lobos. Além de conter depoimento do próprio personagem principal, através de material de arquivo, apresenta a fala de outros personagens – familiares, biógrafos, amigos, maestros, musicólogos. O documentário registrou quatro sinfonias e diversas peças musicais com a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, a Filarmônica de Minas Gerais e a Filarmônica Amazonas; a Camerata do Brasil (DF) e a Camerata Aberta (SP), além de músicos em diversas formações: solo, duo, trio e quarteto.
Prova de coragem (dia 21) Rio Grande do Sul, ficção, cor, digital, 90min, 12 anos. Roteiro e direção: Roberto Gervitz. Com Armando Babaioff, Mariana Ximenes, Daniel Volpi, Áurea Maranhão, César Troncoso, Nickolas Caprio e Marcele Tedy. Hermano, médico bem sucedido, prepara uma escalada de alto risco em uma montanha na Terra do Fogo quando se vê às voltas com a gravidez de Adri, com quem vive há sete anos. Mesmo com a perspectiva de ser pai, ele decide seguir com a escalada. Esta é a prova de coragem que deve a si mesmo. Ele carrega a culpa de nada ter feito para evitar o brutal espancamento de Bonobo, seu melhor amigo de adolescência. Hermano se cobra um gesto reparador, um ato heróico? Hermano parte e, no mesmo dia, Adri entra prematuramente em trabalho de parto; ela e a criança estão entre a vida e a morte.
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Mostra Panorama Brasil
A família Dionti, de Alan Minas.
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Para a minha amada morta, de Aly Muritiba.
estreia em longa-metragem de Aly Muritiba, diretor muito premiado com curtas em festivais nacionais e internacionais. Seu filme inclui ressentimento e impulsos de vingança na personagem vivida por Fernando Alves Pinto. Outra escala no sul, mais ao sul, no Rio Grande, que traz para o Festival Prova de coragem, de Roberto Gervitz, diretor tarimbado, responsável por Jogo subterrâneo, corajosa adaptação do conto Manuscrito achado num bolso, de Julio Cortázar. Em Prova de coragem, que tem Mariana Ximenes e Armando Babaioff como casal protagonista, Gervitz recorre mais uma vez à literatura. Mãos de cavalo, de Daniel Galera, serve de base para o seu filme. Sexto longa da competição oficial (a ordem aqui no texto é aleatória), A família Dionti, de Alan Minas, é uma alegoria mágica sobre uma família mineira di-
lacerada pela ausência da mulher do personagem interpretado por Gero Camilo, mãe dos meninos vividos por Antônio Edson e Murilo Quirino. Embora a produção seja carioca, o filme é mineiro até a medula e, ao que parece, tem parentesco estilístico com o cinema de Carlos Alberto Prates Correia, autor de, entre outros, Perdida e Cabaré mineiro, este último premiado em Brasília. Não deixa de ser curiosíssimo o fato de o diretor de A família Dionti ter Minas no próprio nome. Como a janela da competição oficial é muito estreita – apenas seis longas e 12 curtas-metragens (uma velha queixa da comunidade cinematográfica) –, a comissão organizadora do festival criou a Mostra Panorama Brasil, nos moldes da Berlinale, com mais seis longas de qualidade, ampliando assim a possibilidade de disponibilizar ao público e às mídias um
conjunto maior de distintas produções brasileiras. A Panorama não é competitiva e inclui filmes convidados pela curadoria, não necessariamente inscritos para a competição oficial. Neste primeiro ano estarão presentes o documentário de Brasília O olhar de Nise, de Jorge Oliveira (codirigido por Pedro Zoca), um mergulho na personagem da psiquiatra Nise da Silveira, criadora do Museu do Inconsciente no Rio de Janeiro, o experimental Mais do que eu possa me reconhecer, de Allan Ribeiro, longa vencedor do último Festival de Tiradentes, o excêntrico Asco, de Ale Paschoalini, o documentário sobre o Rio São Francisco 5 vezes Chico – o velho e sua gente, dividido entre cinco realizadores (Gustavo Spolidoro, Ana Rieper, Camilo Cavalcanti, Eduardo Goldenstein e Eduardo Nunes) e Através, uma ficção (documental?) também com
Mais do que eu possa me reconhecer (dia 17) RJ, documentário, cor, digital, 72min, livre. Direção: Allan Ribeiro. Roteiro: Allan e Douglas Soares. Com Darel Valença Lins. Uma solidão de 800 m2, em que o espelho já não basta. Um artista plástico descobre na videoarte uma companheira inseparável. Darel não gosta de fazer cinema!
incerto na ilha. Atrás de respostas para seu futuro, ela viaja em busca de suas origens.
Direção: Gustavo Spolidoro, Ana Rieper, Camilo Cavalcante, Eduardo Goldenstein e Eduardo Nunes. Roteiro: Izabella Faya. Cinco diretores de estilos cinematográficos diferentes fazem uma jornada afetiva por cada um dos cinco Estados banhados pelo gigante Rio São Francisco. A fé, as paixões, as lendas e a busca pela sobrevivência nas comunidades ribeirinhas desse rio que corta o sertão e desagua no exuberante mar do Nordeste brasileiro.
Através (dia 18) SP, ficção, cor, digital, 105min, 16 anos. Roteiro e direção: André Michiles, Diogo Martins e Fábio Bardella. Com Cinthia Rodríguez Paredes e Geovanys Federico Vistoste e David Peraza Fernandez. Cuba, 2012: Raul Castro revoga a lei da “carta branca”, que obrigava os cubanos a pedirem autorização para viajar ao exterior. Cintia, a protagonista, está em transição. Ela deve definir seu destino, que é
Olhar de Nise (dia 19) DF, documentário, cor, digital, 90min, livre. Roteiro e direção: Jorge Oliveira. Com Mariana Infante, Nando Rodrigues, Roberto De Martin e Stela Brandão. Nise da Silveira revolucionou a psiquiatria no Brasil utilizando a arte-terapia no tratamento de doenças mentais em lugar de métodos agressivos. Acusada de comunismo no Governo Getúlio, Nise agitou os meios culturais e artísticos no Brasil com a criação dos ateliês de pintura e modelagem no Hospital Psiquiátrico no Engenho de Dentro, no Rio. 5 vezes Chico – O velho e sua gente (dia 20) RJ, documentário, cor, digital, 90min, livre.
Asco (dia 21) SP, ficção, p&b, digital, 71min, 14 anos. Direção: Ale Paschoalini. Roteiro: Ale Paschoalini e Rafael Baliu. Com Guto Nogueira, Sol Faganello, Acauã Sol e Danielle Rosa. Necessidades e desejos são simplificados neste retrato surreal, preto e branco, da destruição venenosa de um coração partido.
Fotos: Divulgação
Big Jato, de Claudio Assis.
Mostra Continente Compartilhado
a direção compartilhada por André Michiles, Diogo Martins e Fábio Berdella. Sem dúvida, o aspecto mais importante ligado à questão do novo no festival deste ano é a inclusão da mostra Continente Compartilhado, inteiramente dedicada às coproduções internacionais. Historicamente voltado exclusivamente para o cinema nacional, o Festival de Brasília abre uma janela para o mundo sem perder um pingo de sua essência. A Continente Compartilhado exibirá cinco longas produzidos pelo Brasil em parceria com o Chile e a França, caso de Ausência, de Chico Teixeira (recentemente premiado no Festival de Gamado), outra vez com o Chile, em En el nombre de la copa, de Diego Marin Verdugo, com nada menos que a Argentina, os EUA, o México e a França em El ardor, de Pablo Fendrik (filme que traz Gael Garcia Bernal e
O sonho bollywoodiano (dia 18) Índia/EUA/Brasil, ficção, cor, 84min, livre. Roteiro e direção: Beatriz Seigner. Com Paula Braun e Nataly Cabanas. Três atrizes brasileiras decidem tentar a sorte em Bollywood, mas, uma vez inseridas no coração da cultura e da mitologia indianas, seus sonhos se modificam no contraste entre o oriente e o ocidente, o ancestral e o novo. Ausência (dia 18) Brasil/Chile/França, ficção, cor, digital, 87min, livre. Direção: Chico Teixeira. Roteiro: Chico Teixeira, César Turim e Sabina Anzuategui. Com Matheus Fagundes e Irandhir Santos. A trama se estrutura sobre aspectos da vida de um “não-mais menino, ainda-
Alice Braga no elenco), e com – imaginem só! – a Índia e os EUA em O sonho Bollywoodiano, de Beatriz Seigner. Finalmente, em outra parceria gigantesca envolvendo a Argentina, os EUA, a Dinamarca, França, México, Holanda e Alemanha – sem esquecer, claro, assim como em todas as outras produções mencionada, o Brasil –, Jauja, dirigido pelo argentino Lisandro Alonso. Alinhado com a Continente Compartilhado, o festival promoverá uma série de seminários e fóruns sobre o tema da coprodução internacional. Entre os convidados estarão representantes de importantes festivais, entre eles Shari Frilot, do Sundance (EUA), Sylvie Debbs, de Toulouse (França) e Marcelo Panozzo, do Bafici (Argentina), além de muitas outras personalidades de países latino-americanos, como México, Paraguai e Argentina.
não homem”. Seguimos seu dia-a-dia: o recém-adquirido papel de homem da casa; o trabalho na feira; a amizade com Mudinho e Silvinha e a relação confusa, entre o sexo e o afeto, com o professor Ney. El ardor (dia 19) Argentina/EUA/México/Brasil/França, ficção, digital, cor, 90min, 12 anos. Roteiro e direção: Pablo Fendrik. Com Gael Garcia Bernal, Alice Braga e Chico Díaz. Gael interpreta um misterioso homem que emerge da selva para resgatar uma jovem camponesa, quando mercenários assassinam seu pai e a tornam prisioneira. Jauja (dia 20) Argentina/Dinamarca/França/México/EUA/ Alemanha/Holanda/Brasil, ficção, digital,
48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Sessão especial de abertura dia 15, às 20h30, apenas para convidados, no Cine Brasília, com exibição do documentário Um filme de cinema, de Walter Carvalho, que promove um debate entre cineastas de várias gerações – do polonês Andrzej Wadja ao jovem húngaro Benedek Fliegauf, incluindo brasileiros da importância de Júlio Bressane e Ruy Guerra e até atores da nova geração, como o italiano Salvatore Cascio – sobre a relevância da arte cinematográfica nos dias atuais. Os 18 filmes da Mostra Competitiva – seis longas e 12 curtas e médias-metragens – serão exibidos no Cine Brasília de 16 a 21/9, sempre a partir das 20h30, e reprisados nos dias seguintes, a partir das 14h30, no Cine Cultura Liberty Mall. Eles concorrerão a prêmios no valor total de R$ 340 mil, sendo R$ 100 mil para o melhor longa e R$ 30 mil para o melhor curta ou média-metragem. A esses somam-se 18 produções locais que participam da Mostra Brasília, disputando o Troféu Câmara Legislativa e R$ 200 mil em prêmios (R$ 80 mil para o melhor longa e R$ 30 mil para o melhor curta). Esses filmes serão exibidos também no Cine Brasília, de 17 a 22/9, às 17h. Nas duas mostras paralelas – Panorama Brasil e Continente Compartilhado – serão exibidos mais dez filmes, de 17 a 21/9, sempre a partir das 17h. Na noite de premiação – dia 22, às 19h – será exibido Até que a casa caia, novo longa-metragem do diretor Mauro Giuntini. No Festivalzinho serão exibidos filmes infantis, em diversos horários, no Cine Brasília, nas unidades do Sesc de Taguatinga, Ceilândia e Gama e em escolas públicas. Ingressos: Mostra Competitiva, no Cine Brasília, R$ 12 e R$ 6; mostras Panorama Brasil e Continente Compartilha e reprises da Mostra Competitiva, no Cine Cultura Cultura Liberty Mall, R$ 12 e R$ 6; Mostra Brasília, entrada franca, mediante retirada antecipada de ingresso; Festivalzinho, entrada franca.
cor, 110min, 12 anos. Direção: Lisandro Alonso. Roteiro: Lisandro e Fabián Casas. Com Viggo Mortensen e Adrián Fondari. Um pai e uma filha viajam da Dinamarca para um paraíso chamado Jauja. Ela foge apaixonada e o pai parte em uma violenta busca para encontrá-la. Em el nombre de la Copa (dia 21) Chile/Brasil, documentário, cor, digital, 83min, 14 anos. Roteiro e direção: Diego Marín Verdugo. Com Daniela More Caroca. Daniela, uma jovem chilena, chega ao Rio de Janeiro precisamente quando começava a Copa do Mundo de 2014. Aos poucos ela vai descobrindo o profundo descontentamento dos brasileiros com os gastos no evento e percebendo as profundas contradições vividas no país do futebol.
Rafael Fontana
DIÁRIOdeVIAGEM
Descobertas
patagônicas
Por Rafael Fontana
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ais do que se deslocar no espaço, viajar para alguns destinos turísticos também nos transporta no tempo. Na pacata e naturalmente exuberante província de Chubut, na Patagônia argentina, os visitantes se deparam com uma vida selvagem que se perpetua ao sul do continente americano por milênios, além de vivenciarem costumes da civilização humana quase erradicados pela rotina caótica das metrópoles, como degustar um chá sem olhar para o relógio. Os dois extremos geográficos da província de Chubut proporcionam ao visitante experiências tão diversas quanto marcantes. A leste, o Oceano Atlântico banha a costa patagônica trazendo em suas águas pinguins, orcas, baleias e elefantesmarinhos. Na outra extremidade, 600 km a oeste, localiza-se a Cordilheira dos Andes, com suas paisagens incríveis e estações de esqui que começam a se destacar como opção a Bariloche, além de parques que concentram algumas das árvores mais
antigas já catalogadas em todo o mundo. Toda essa diversidade de atividades turísticas está situada a apenas duas horas de Buenos Aires, em voos regulares que partem da capital argentina rumo a Trelew, cidade conurbada com a capital da província, Rawson. Os nomes nada espanhóis das cidades se explicam pela forte influência galesa na região. Os primeiros imigrantes do País de Gales desembarcaram nas praias de Chubut em 1865. Influenciaram a agricultura e a arquitetura locais e introduziram costumes tipicamente britânicos, como o chá das cinco (leia quadro na página ao lado). Hospedar-se em Trelew-Rawson, às margens do Mar Argentino, é uma escolha ao mesmo tempo estratégica e conveniente, já que o turista pode partir para passeios diários em Puerto Madryn, Península Valdés ou Punta Tombo. À noite, é possível desfrutar dos restaurantes da cidade, além do cassino. Trelew é, ainda, ponto de partida para os 600 km de estrada que levam o turista a Esquel e Trevelin, situadas aos pés da Cordilheira dos Andes.
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Província de Chubut reúne atrações como paleontologia, mergulho com leões-marinhos e esqui na neve. No intervalo, um chá pra relaxar.
Glaciares e maria-fumaça Percorrer os 609 km de Trelew a Esquel é uma experiência relaxante, seja de moto ou de carro. A rodovia é tranquila e bem pavimentada. Algumas vezes o motorista passa 20 minutos sem cruzar com outro veículo. As paisagens são de uma beleza incansável, somando centenas de quilômetros de chapadas e planícies esquecidas pela civilização, onde guanacos pastam despreocupados. Aproximando-se da fronteira com o Chile, surgem as montanhas e seus picos cobertos de neve. A paisagem lentamente deixa de se assemelhar ao deserto do Texas para ceder lugar a um cenário europeu, onde se destacam árvores altas e gramados verdejan-
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O chá é a influência mais saborosa do País de Gales na porção sul da Argentina. Além de se deliciar com uma bebida intensa, escura e aromática, o visitante também degusta acompanhamentos inesquecíveis. Quando o chá é servido nas xícaras de porcelana, os bules recobertos por uma capa de lã artesanal exalam na fumaça um perfume de dar água na boca. As tortas doces, muitas delas releituras das famosas tortas galesas, derretem na boca após nos servirmos do chá tradicionalmente amargo, criando um equilíbrio perfeito no paladar. Na Patagônia, o bom e velho chá das cinco na realidade começa a ser servido a partir das duas da tarde, e se estende normalmente até as 19h30. O chá galês mantém o aroma encorpado e o fino sabor da bebida consumida no País de Gales. É composto por um blend de chás pretos provenientes de renomadas regiões produtoras da China, Índia e Sri Lanka, quase sempre empacotados no Reino Unido. Além do chá preto, algumas bebidas contêm no mix de ingredientes chá verde, chá vermelho e groselha-preta. É geralmente consumido pelos galeses com um pouco de leite. Entre as guloseimas, a mais famosa é a torta negra galesa, um bolo de tons escuros preparado artesanalmente pelos chefs da mesma forma que os antepassados o faziam em seus lares, no País de Gales. Notam-se algumas pequenas variações nas receitas entre uma região e outra, mas os principais ingredientes estão sempre presentes – frutas cristalizadas, passas, nozes, mel e uma pequena dose de licor. A torta rivaliza na mesa com uma grande variedade de pães, geleias e doces, alguns deles mais atrativos ao paladar dos brasileiros, como as tortas de framboesa, de creme e de chocolate. A maioria das casas de chá abre apenas no período da tarde até o início da noite. Algumas poucas servem o chá pela manhã. O valor médio, por adulto, varia de R$ 50 a R$ 60. Crianças de seis a 12 anos pagam metade, e abaixo de seis anos não pagam.
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Encantos do mar Os pinguins, que estão entre os animais mais simpáticos da natureza, são os astros de Punta Tombo, 100 km ao sul de Trelew. Nas praias e arredores, centenas de pinguins-de-Magalhães se espalham preguiçosamente por quilômetros de natureza preservada. Com andar desajeitado e olhar manso, os pequenos animais parecem posar para as fotos dos turistas. Quando caem na água límpida do mar, demonstram ser exímios nadadores, tanto para pescar quanto para fugir de predadores, como os leões-marinhos. Os pinguins também são uma das principais atrações da Península Valdés, com grande concentração deles em Punta Norte, situada a 250 km de Trelew-Rawson. Em diferentes locais da península é possível observar outras criaturas fantásticas da vida selvagem marinha, como a imponente baleia-franca-austral e a orca, maior predadora dos oceanos, bem como elefantes marinhos e as toninas, ou doninhas, como são conhecidos os golfinhos que saltam nas águas do Mar Argentino. Em Puerto Pirâmides, basta um passeio de barco para avistar a baleia-franca-austral, que chega a pesar 80 toneladas e a medir 18 metros. Algumas delas nadam acompanhadas de seus filhotes. Há na região agências especializadas em mergulho. Por cerca de R$ 400 é possível sair de barco para um passeio que inclui snorkeling ou mergulho em meio a leões-marinhos. O valor inclui o aluguel do equipamento.
Sua Majestade, o chá
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chita, a maria-fumaça que atravessa paisagens bucólicas, onde ovelhas e cavalos servem-se de uma vegetação farta, em fazendas rodeadas por montanhas cobertas de neve. O Parque Nacional Los Alerces definitivamente merece uma visita. O local concentra algumas das árvores mais longevas do mundo, incluindo exemplares de 2.300 anos. Para finalizar, uma caminhada em meio à floresta, seguida por passeio de barco pelos glaciares e seus lagos de profundidades impressionantes, que facilmente ultrapassam os 200 metros, preenchidos pela água do degelo da neve. A natureza intocada revela flores de cor intensa e pássaros típicos da região, como o carpinteiro negro patagônico, o maior picapau ao sul do continente americano. A Patagônia intocada de Chubut encanta e entretém. Merece atenção dos viajantes em busca de novos destinos na América do Sul.
O maior dinossauro
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tes. Há raras comunidades em todo o caminho, já que a província de Chubut é pouco povoada. São apenas 570 mil habitantes em um território de 224 mil km2. É como distribuir a população de Joinville por todo o Estado de São Paulo. Nas pequenas cidades de Esquel e Trevelin há opções de hotéis e pousadas charmosas, embora o serviço não seja o forte na região. A lacuna de preparo nos estabelecimentos é compensada pela simpatia dos habitantes, sempre dispostos a ajudar com informações e dicas aos turistas. De julho a setembro, as estações de esqui operam regularmente no centro de atividades da montanha La Hoya, atraindo cada vez mais turistas que buscam uma alternativa a Bariloche. Durante todo o ano há opções de turismo de aventura, trekking, escaladas, observação de pássaros e cavalgadas. Os destaques do roteiro Trevelin-Esquel incluem o passeio na famosa Tro-
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Se a história da migração humana fosse sintetizada em um documentário de uma hora de duração, a Patagônia iria aparecer apenas nos 10 minutos finais. Isso porque a região foi uma das últimas da Terra alcançada pelo homo-sapiens, que chegou por lá há cerca de 12 mil anos. Já os dinossauros, esses habitaram o extremo sul das Américas dezenas de milhões de anos antes dos homens. Curiosamente, alguns dos maiores animais terrestres caminharam sobre as chapadas patagônicas. O maior de todos, o Dreadnoughtus schrani, foi descoberto em 2014 na província de Chubut. Pesava incríveis 65 toneladas e tinha 26 metros de comprimento. Como comparação, o peso equivale a uma dúzia de elefantes. A paleontologia é levada a sério no sul da Argentina. Na cidade de Trelew localiza-se o Museu Paleontológico Egídio Feruglio, um dos mais importantes da América Latina quando o assunto é dinossauro. Organizado e bem cuidado por uma equipe internacional, o museu reúne 1.700 fósseis da fauna e flora da Patagônia. Para as crianças, há um programa divertido chamado Exploradores de Pijamas. Nele, a garotada passa o dia aprendendo paleontologia e, ao final da programação, dorme no museu.
Nos termos da Portaria 3.083 de 25.09.2013 do Ministério da Justiça, informamos que a Licença de Funcionamento deste CCBB tem número 00340/2011 com prazo de validade indeterminado.
Ministério da Cultura apresenta BB Seguridade apresenta e patrocina
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E ARTE
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