ESPECIAL CAPA
Alta tecnologia: As vantagens da cirurgia bariátrica robótica A robótica também será uma grande aliada por ser menos invasiva, mais precisa e com melhor visualização. Espero que em breve esta tecnologia esteja disponível em vários hospitais.
A cirurgia robótica, técnica em que o médico cirurgião manipula um robô em uma operação por vídeo (videolaparoscopia), é uma realidade mundial que deve ser ampliada em Santa Catarina. Além de Blumenau, em que o procedimento é realizado desde 2019, a expectativa é que em breve a tecnologia chegue a Florianópolis e outras cidades catarinenses. Em pacientes obesos, a técnica robô-assistida na realização da bariátrica é muito eficiente, pois facilita o acesso à cavidade abdominal, geralmente mais espessa neste tipo de paciente. Segundo o cirurgião geral e do aparelho digestivo especializado na realização do procedimento e com mais de 10 anos de experiência na cirurgia bariátrica, Nicholas Kruel, além da ergonomia que assegura que o médico fique melhor posicionado, a robótica garante precisão dos movimentos de pinça e o detalhamento de imagem que permitem ao cirurgião acessar locais 36
Revista Saúde | Novembro . 2021 | rsaude.com.br
mais específicos. “Na robótica a visão é tridimensional, diferente da videolaparoscopia que é bidimensional, sendo possível desta forma ter uma noção de profundidade e acessar, aproximar e detalhar tecidos e fibras mais profundos sem tremores e com menos cortes e sangramentos”, afirma. O médico explica que por ser um procedimento minimamente invasivo, a recuperação do paciente é muito melhor, mais rápida, com menos dor e tempo de internação após o procedimento. O tempo de cirurgia também é menor do que o método tradicional. “Na bariátrica, a robótica é utilizada para todos os tipos de técnicas como Bypass, Sleeve e revisional. Ela permite uma dissecção precisa de um tecido previamente manipulado e possivelmente
repleto de aderências e reduz o risco de lesões de órgãos”, acrescenta Kruel. Robótica é realmente segura? O procedimento é muito seguro. O robô não tem autonomia e é totalmente controlado pelo médico. As pinças acopladas ao equipamento movimentam-se apenas no eixo definido, sem movimento de abrir e fechar, o que reforça a segurança. O médico utiliza um visor especial com sensor e caso seja realizado qualquer movimento diferente do padrão, o braço do robô é travado. O equipamento também conta com bateria acoplada para casos de queda de energia elétrica. “É importante deixar claro que não é o robô quem opera o paciente, ele é um instrumento. A ação humana é essencial no processo. O robô é uma extensão MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE NOSSO GUIA NAS PÁGINAS 14 e 15