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Rastreamento do câncer de pulmão
O câncer de pulmão é o tipo de câncer com maior mortalidade em todo o mundo, sendo responsável por mais de 24 mil mortes no Brasil em 2013, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Segundo estudos científicos recentes, este número poderia ser reduzido com o rastreamento da doença. O nosso serviço de cirurgia oncotorácica ajuda a identificar precocemente a doença, possibilita um tratamento mais eficiente (quando necessário) e aumenta as chances de cura. O rastreamento é indicado para indivíduos com risco elevado de câncer de pulmão: • Homens e mulheres; • Idade maior ou igual a 50 anos; • Histórico de tabagismo de pelo menos 20 anos/maço*; • Com ou sem fator de risco adicional. *o número de maços de cigarro fumados por dia multiplicado pelo número de anos de tabagismo (por exemplo, 30 anos / maço equivale a um maço por dia por 30 anos ou 2 maços por dia por 15 anos). Os fatores de risco para câncer de pulmão são: • Tabagismo (principal); • Tabagismo passivo; • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); • Fibrose pulmonar; • História de câncer de pulmão na família; • História de alguns outros tipos de câncer; • Contato prolongado com alguns agentes, como radônio, asbesto, sílica etc. Pacientes com idade entre 55 e 74 anos, tabagistas atuais ou que pararam a menos de 15 anos, com histórico de pelo menos 30 anos/maço*, foram os principais beneficiados pelo rastreamento. Cerca de 70% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio avançado ou localmente avançado. Por essa razão, o diagnóstico em estágios iniciais deve ser incrementado através de programas de rastreamento. Esta detecção mais precoce e anterior ao início de algum sintoma pode resultar em 20% de redução de mortalidade pelo câncer de pulmão, conforme estudos mais recentes.
Como é feito o rastreamento? Uma Tomografia Computadorizada de Tórax com baixa dose de radiação (TCBD) é realizada. O procedimento é rápido, não necessita de preparo e não utiliza contraste oral ou endovenoso. O tamanho, a densidade e o número de nódulos pulmonares são usados para decidir o intervalo para um segundo exame. Caso seja detectado algum nódulo pulmonar muito pequeno ou não, a TCBD deve ser realizada anualmente. Caso sejam detectados nódulos pulmonares maiores, o intervalo do segundo exame deve ser menor (a cada 3 ou 6 meses). Se não houver mudança dos nódulos entre os exames, o intervalo de tempo volta a ser anual.
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Além disso, a TCBD é capaz de detectar outras alterações pulmonares e cardiovasculares relacionadas ao tabagismo. O diagnóstico tardio de câncer de pulmão reduz as chances de cura, sendo necessário estimular a investigação precoce.
Novos estudos Estudos recentes comprovaram que a tomografia para detecção da doença em fase inicial diminui a letalidade dos casos. Um exemplo é o estudo chamado NELSON, com pesquisadores da Holanda e da Bélgica, apresentado na IASLC – World Conference on Lung Cancer 2018. O estudo demonstrou que em dez anos de acompanhamento de 15,7 mil indivíduos, o rastreamento anual do câncer de pulmão com tomografia de baixa dose em pacientes de alto risco reduziu as mortes em 26% nos homens e 61% nas mulheres.
Atenção aos sintomas A confirmação de câncer de pulmão requer um diagnóstico patológico, realizado através de uma biópsia da lesão. Os principais sintomas que, em geral, são o motivo de consultas nos diversos consultórios médicos e pronto atendimento são: tosse que persiste por mais de duas semanas, catarro com sangue, respiração difícil ou ofegante, rouquidão, pneumonias de repetição, emagrecimento e dor torácica. Tratamento O melhor tratamento para esses casos é o atendimento multidisciplinar, com a supervisão de oncologistas, pneumologistas, cirurgiões de tórax, radioterapeutas, nutricionistas, fisioterapeutas e radiologistas.
A terapia-alvo e a imunoterapia são as alternativas mais bem-sucedidas para o tratamento do câncer de pulmão avançado. “A terapia-alvo é indicada para um grupo específico de pacientes portadores de mutações, que guia o desenvolvimento do câncer. Bloqueando essas alterações, é possível frear a replicação das células malignas.
Já a imunoterapia reativa o sistema imunológico do paciente para combater as células metastáticas. Aproximadamente 18% a 20% dos pacientes podem se beneficiar, em longo prazo, deste tratamento. “A sobrevida em cinco anos está começando a virar realidade em câncer de pulmão”.
DR. ELIEZER VERDIN CRM/PR 29075 - RQE 24934 Cirurgião Torácico
CURRÍCULO • Graduação Unigranrio - Rio de Janeiro - RJ; • Residência em Cirurgia Geral - Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais - Ponta Grossa/ PR - HURCG; • Residência em Cirurgia Torácica - Hospital Universitário Evangélico Mackenzie HUEM - Curitiba/PR; • Videotoracoscopia - Instituto Johnson & Johnson do Brasil - São Paulo/SP; • Membro da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado - SBAIT; • Médico Intervencionista do SAMU - Regional Campo Mourão/PR; • Chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Center Clínicas de Campo Mourão/ PR; • Chefe do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Santa Casa de Campo Mourão/PR.
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