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Câncer do Sistema Nervoso

Câncer do Sistema Nervoso Central (cerebral)

É importante entender a diferença entre os tumores que se iniciam no cérebro (tumores cerebrais primários) e os tumores que se iniciam em outros órgãos, como pulmão ou mama, e se disseminaram para o cérebro (tumores cerebrais metastáticos). Em adultos, os tumores cerebrais metastáticos são realmente mais frequentes que os tumores cerebrais primários e não são tratados da mesma forma. Por exemplo, os cânceres de mama ou pulmão que se disseminaram para o cérebro são tratados como cânceres de mama ou pulmão e não como os que se iniciam no próprio cérebro.

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O câncer do sistema nervoso central (SNC) resulta do crescimento anormal e descontrolado das células do tecido do cérebro, da medula espinhal e das meninges (membranas que revestem o SNC, o tronco encefálico e o encéfalo). Quase 90% desses tumores malignos se desenvolvem no cérebro. A doença representa cerca de 4% de todos os cânceres em adultos. No Brasil, a estimativa é que ocorram 12.000 novos casos por ano. Os tumores primários do SNC constituem um grupo extremamente heterogêneo, alguns deles com comportamento indolente e outros mais agressivos. Os que surgem originalmente no SNC são chamados primários e podem afetar os neurônios, as células da glia, micróglia e meninge.

Dentre os subtipos mais comuns, estão os gliomas. São tumores originados nas células da glia, responsáveis por 80% dos casos de cânceres do SNC. Podem surgir nos astrócitos, oligodendrócitos ou epêndima.

Os sintomas mais comuns são: • Dor de cabeça • Crise convulsiva • Náuseas e vômitos • Sonolência • Alterações na visão Os fatores de risco incluem: • Exposição à radiação, geralmente relacionada com tratamentos radioterápicos prévios • Deficiência do sistema imunológico como

HIV • Síndromes genéticas, como neurofibromatose tipo 2, esclerose tuberosa e Síndrome de Von Hippel-Lindau • Idade – o tumor do SNC ocorre mais em idosos, fazendo dele uma das doenças do envelhecimento • Histórico prévio de cânceres em outras partes do organismo podem gerar tumores secundários (metástases) no sistema nervoso central

Os métodos mais comumente empregados para avaliação diagnóstica dos pacientes com suspeita de tumor do SNC são a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM), ambos com utilização de contraste. A RM é o método de escolha, pois permite melhor avaliação da extensão da lesão e do envolvimento de estruturas anatômicas, possibilitando melhor planejamento cirúrgico. É importante ressaltar, entretanto, que o diagnóstico definitivo só pode ser estabelecido por meio da avaliação histopatológica da lesão, feita por biópsia ou ressecção do tumor. Tratamento: O tratamento compreende duas etapas fundamentais: o tratamento sintomático, visando melhorar os sintomas e da qualidade de vida do paciente, e o tratamento específico do tumor. As modalidades terapêuticas específicas habitualmente empregadas são a cirurgia, radioterapia (RT) e quimioterapia (QT), com o objetivo de obter o controle do tumor.

Para a maioria dos pacientes, o tratamento se inicia com a cirurgia, fundamental tanto para o diagnóstico histológico (diagnóstico de certeza do tipo de tumor), quanto para a redução máxima possível do volume do tumor, desde que seja tecnicamente possível e com baixo risco de sequelas.

A RT, utilizada em geral como complementação da cirurgia, tem um papel fundamental no tratamento de grande parte dos tumores primários do SNC, permitindo controle dos sintomas, redução da lesão e aumento da sobrevida. A QT, por sua vez, contribui para prolongar a sobrevida em alguns tipos de tumores. Na maioria dos tumores, é utilizada durante ou após a radioterapia, bem como nas recidivas.

Diferente do que ocorre em alguns tipos de câncer, ainda não se sabe como prevenir os tumores primários de SNC. Os exames de rastreamento não são feitos habitualmente.

DR. RIVADÁVIO ANTUNES MENACHO DE OLIVEIRA

CRM/PR 37975 | RQE 22209 | Oncologia Clínica

CURRÍCULO

• Graduado em Medicina pela Universidade de Marília (UNIMAR); • Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade de Caxias do Sul (UCS); • Mestrado Profissional em Terapia Intensiva pelo IBRATI – Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva; • Residência Médica em Oncologia Clínica pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição – Porto Alegre; • Preceptor da Residência Médica em Oncologia Clínica do Hospital do Câncer de Londrina.

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