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Câncer de Tireoide
Acho que todas as pessoas já ouviram falar desse órgão pequeno mas fundamental no nosso corpo que é a tireoide não é? Até porque ela geralmente leva a culpa por nossos hábitos de vida ruins que nos levam a ganhar peso (quem nunca ouviu: ah, engordei, devo estar com problema na tireoide!), sendo que na maioria das vezes a culpa do ganho de peso não é dela não!
A disfunção hormonal da tireoide, tanto a produção em excesso de hormônios tireoidianos quanto a produção diminuída, pode afetar drasticamente nosso corpo. Os hormônios tireoidianos agem na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins e tem íntima relação na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor, e no controle emocional.
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E hoje queria conversar sobre o câncer de tireoide. É o tumor maligno mais comum na região de cabeça e pescoço e, apesar de não ser minha área cirúrgica, considerei importante falar dele aqui porque meu foco é saúde da mulher e esse tumor é três vezes mais comum em mulheres do que em homens.
O câncer de tireoide é dividido em tipos, de acordo com o quanto a célula maligna difere da célula original não cancerosa (quanto mais parecida com a célula original melhor o prognóstico e chance de cura): existem os tipos diferenciados (que tem células malignas bem semelhantes as normais), que são os mais comuns. São divididos em papilíferos, foliculares e de células de Hürthle. Existem ainda os pouco diferenciados (10% dos casos) e os indiferenciados (10% dos casos), sendo este último o mais agressivo.
Poucos são os fatores de risco, na grande maioria são tumores esporádicos. Mas a história de já ter recebido radioterapia na região do pescoço e dietas pobres em iodo tem relação com aumento de risco. A história de câncer de tireoide na família também necessita maior atenção.
E quais são os sintomas? No geral assintomáticos, não costumam provocar dor. Quando maiores e mais avançados, podem ocasionar rouquidão, sintomas compressivos e até mesmo sensação de falta de ar e dificuldade em engolir alimentos.
O principal achado no exame físico é a palpação de um nódulo na tireoide. Na maioria das vezes o nódulo não é câncer, mas precisa ser avaliado. A estimativa é de que cerca de 60% da população brasileira apresente nódulo na tireoide em algum momento da vida, no entanto, 5% destes terão diagnóstico de câncer.
Surgindo a suspeita, o exame que faz diagnóstico do nódulo e suas características é a ultrassonografia. Se ao ultrassom o nódulo possuir características suspeitas, é indicada uma punção com agulha fina, e o líquido aspirado é encaminhado para avaliação para análise de células suspeitas. Portanto, nem todo nódulo de tireoide possui indicação de punção.
O tratamento após o diagnóstico é cirúrgico, com a retirada total ou parcial da glândula dependendo do tipo do tumor. Pode ser necessário retirada dos gânglios do pescoço (linfadenectomia) e a complementação do tratamento com iodo radioativo a depender do tipo de tumor também. A suplementação pós cirúrgica de medicações para repor os hormônios tireoidanos também geralmente é necessária.
Dúvidas sobre esse assunto ou outros de câncer e saúde da mulher? Mande email ou fale comigo nas redes sociais!
DRA. KELLY FERNANDA PEREIRA E SILVA