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Adolescer saudável

Os adolescentes sentem a necessidade de serem ouvidos. Não para que os pais lhe deem conselhos e “broncas”, mas para que sejam ouvidos naquelas coisas que, nós pais, não damos mais importância: uma briga com a melhor amiga, um jogo, uma dificuldade interna de se resolver com o mundo.

A fase da adolescência é maravilhosa, cheia de experiências e novidades, o que assusta aos pais e professores. Porém, deve-se refletir sobre os hormônios que aumentam neste período, e que não são eles que determinam o que acontece na adolescência, mas sim o resultado de alterações no desenvolvimento do cérebro.

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E, quando se pensa em alterações cerebrais nesta fase de desenvolvimento, deve-se pensar em algumas qualidades deste período, por exemplo, a busca por novidades, o engajamento social, o aumento da intensidade emocional e a exploração criativa. Qualidades que devem ser experenciadas para que se criem alterações de raciocínio, sentimentos, interações e tomada de decisões.

Nesse sentido, aos pais cabe compreender que a adolescência não é ter um sujeito imaturo dentro de casa e que se precisa tolerar, afinal, é neste período que o cenário do adolescer definirá traços de caráter que permitirão o adolescente evoluir, testar limites e explorar o que e quem está ao seu redor.

Os adolescentes sentem a necessidade de serem ouvidos. Não para que os pais lhe deem conselhos e “broncas”, mas para que sejam ouvidos naquelas coisas que, nós pais, não damos mais importância: uma briga com a melhor amiga, um jogo, uma dificuldade interna de se resolver com o mundo.

Para os pais é bem difícil de entender o que acontece no “mundo adolescente”, mas, precisam lembrar-se de como foi a sua própria infância e adolescência, não para comparar e usar de exemplo, mas para refletir e compreender o que lhes trazia angústia, silêncio, decepções, dúvidas.

A dica aos pais é que, mesmo cansados, destinem um longo tempo para a diversão com os filhos. Para ouvi-los, para discutir assuntos saudáveis, e que os pais “entrem no mundo deles”, no mundo das brincadeiras, imaginação e fantasia, bem como naquele lugar que o adolescente parece estar o tempo todo. Isso fará com que ocorra uma ligação afetiva entre eles, dando a criança e ao adolescente mais confiança e a sensação de valor dentro do sistema familiar.

Esta ligação afetiva envolve ser sentido e estar seguro. Pois, é possível perceber que ao longo do tempo, aquele que cuida de nós é o mesmo que nos escuta e que oferece algo que satisfaz nossas necessidades.

ÉRICA CÍNTIA ROSCOSZ

CRP 08/32600 | Psicologia

CURRÍCULO

• Bacharel em Psicologia – Faculdade Sant’Ana • Capacitação e Aperfeiçoamento em Psicopedagogia – Ello Psicologia • Pós Graduação em Educação Especial – ESAP • Pós Graduação em Língua Espanhola – ESAP • Licenciatura em Letras Português/Espanhol - UEPG • Formação em TAA (TERAPIA ASSISTIDA COM ANIMAIS)

Oferecer vínculos seguros ao adolescente apoia o desenvolvimento de integração no cérebro, promovendo resiliência e desenvolvimento das conexões cerebrais, do corpo e do mundo social, de modo equilibrado e coordenado, criando funções saudáveis. Isso faz com que o “adolescer” seja um período leve para os pais e bem-estar do sujeito que está passando por esta fase.

Lembre ao adolescente, experiências de como é crescer em família. De pessoas que estão ou estiveram na família. Como é a relação com os outros membros da família. Fale sobre o luto. Fale sobre medos. De como vocês se sentem após um dia de trabalho, após uma conquista ou até mesmo uma frustração.

Este impacto de vínculo entre adolescente e adultos, fará uma ponte criando espaço mental para ambos, fazendo com que o adulto seja a base e o adolescente compreenda que está seguro e pode manter a comunicação com os pais. Trazendo, de certa forma, aos pais, a sensação de alívio e de responsabilidade.

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