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Dor do crescimento

“Dor do crescimento”

Dor benigna noturna dos membros da infância

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O diagnóstico correto da dor do crescimento requer um histórico detalhado e exame físico completo do paciente.

O termo “dor do crescimento” tem sido usado há quase 200 anos para se referir às dores geralmente noturnas das extremidades inferiores, raramente intensas, com frequência bilaterais, experimentadas por até um terço de todas as crianças durante a primeira infância – primeiros seis anos de vida. Foi descrita pela primeira vez pelo médico francês Marcel Duchamp como Síndrome da dor em membros recorrente da primeira infância. Ainda não foi identificado um mecanismo ou fator causal claro que explique a ocorrência dessas dores, mas há um conjunto crescente de evidências científicas indicando que vários fatores, individualmente ou em combinação, possam ser responsáveis por esse fenômeno. Estes incluem fatores mecânicos, como hipermobilidade articular, geno-valgo e pés planos, diminuição dos limiares individuais de dor, redução da força e resistência óssea, baixos níveis de vitamina D além de fatores emocionais envolvendo a família do paciente e outros estressores sociais. Histórico gestacional de prematuridade, baixo peso e comprimento ao nascimento e baixos índice de APGAR parecem ter alguma relação com o aparecimento das dores assim como falta de aleitamento materno ou tempo de aleitamento menor do que quarenta dias.

O diagnóstico correto da dor do crescimento requer um histórico detalhado e exame físico completo do paciente. Este, pode ser estabelecido com segurança sem investigações laboratoriais adicionais desnecessárias ou mesmo exames de imagem complementares; no entanto, a identificação de um ou mais sinais clínicos de alerta ou alarme, como dor unilateral, rigidez matinal, inchaço e calor articular e sintomas sistêmicos (por exemplo, febre, perda de peso e mal-estar geral), demandam uma avaliação estendida e profunda para excluir outras condições mais graves que também possam apresentar dor nos membros como sintomas – como trauma, infecções e tumores.

Uma vez estabelecido o diagnóstico, o manejo conservador, utilizando medicamentos sintomáticos, suplementação com vitamina D quando necessário, fortalecimento muscular e atividade física ao ar livre com exposição a luz solar, massagens, calor local e outras medidas de apoio, devem ser empregadas até que a síndrome dolorosa se resolva completamente com o tempo.

A descoberta sobre as causas exatas acerca da dor do crescimento certamente representa o aspecto mais enigmático do fenômeno doloroso, especialmente quando se considera a heterogeneidade das teorias propostas e a falta de um consenso único. Isso levou à crença de que fatores diferentes, individualmente ou em associação entre si, poderiam ser responsáveis pelo surgimento da síndrome. Portanto, é altamente desejável que outros estudos se concentrassem em investigar e descrever as possíveis causas e mecanismos causadores dessa condição tão frequente e que tanto causa medo e pânico aos pais e familiares dessas crianças.

DR. REGIOS JUAN ORMANEZI RAMOS

CRM-PR 41558 | TEOT 13936 | TEPOP 812 | RQE 24617 | Ortopedia Pediátrica

CURRÍCULO

• Médico Ortopedista e Traumatologista formado pelo Serviço de Ortopedia e Traumatologia do • Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeiráo Preto, SP. • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP) - Afecções do Pé e

Tornozelo Adulto e Reconstrução e Alongamento Ósseo.

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