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GENTE GRANDE
Se Duetto e Aos Nossos Filhos remetem ao passado de Marieta (e do Brasil), Domingo à Noite, dirigido por André Bushatsky, se conecta com um difícil momento presente da atriz. O filme conta a história de Margot (vivida por Marieta), uma das maiores atrizes do Brasil, casada com Antônio – escritor premiado e com Alzheimer avançado –, que descobre que também é portadora da doença. “Domingo à Noite chegou depois do fato de eu estar com meu parceiro impossibilitado, numa cama. Aí vem um filme que fala exatamente sobre o limite físico na vida”, reflete Marieta.
Dos aprendizados trazidos por seus personagens recentes, Marieta também guarda os cabelos brancos, que assumiu depois de mais de três décadas, enquanto vivia a simpática cozinheira Dona Noca em Um Lugar ao Sol. “Depois que você se liberta da escravidão que é pintar o cabelo, ninguém te coloca mais amarra” Conta. “A natureza é muito sábia, parece que fica tudo de acordo. Você entra em harmonia com a ruga que está aparecendo, com a tua cara, com você, com teu jeito. Existe o lado prático, mas tem uma sintonia interna que vem junto.”
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Marieta também acredita que a mudança só vem a contribuir num momento em que discussões sobre representatividade estão em ebulição. “O melhor de tudo é que eu estou velha numa época em que se tala abertamente dessas questões. Etarismo, há 20 anos, não se discutia”, comenta a atriz. “Modificações muito grandes estão acontecendo. Mas ainda existe muito preconceito com os mais velhos: expressões como a
melhor idade ou não pode falar velho, tem que falar idoso... Parem com isso!”
Apesar do apego às luzes da ribalta, Marieta garante que o cinema nacional, do qual é musa há décadas, continua no foco do seu interesse. “Sempre tive uma paixão muIto forte por fazer cinema, de fazer parte da sua história. O cinema me revoluciona por dentro, me emociona”, suspira a atriz, que já estuda uma próxima empreitada para o ano que vem: um longa rodado na Amazônia, onde terá de se fixar por alguns meses. No mais, apesar da atual “angústia cívica” que diz sentir diante da situação política no país, o momento, profissionalmente, é de total liberdade. “Meu contrato com a Globo terminou agora em setembro na paz, e harmonia total. Agora eu que determino absolutamente tudo. A vida me deu essa chance, então eu quero usufruir.”
A ALTA DA ECONOMIA PRATA
Maior número de startups fundadas por pessoas acima de 50 anos mostra tendências para esse ano.
POR GABRIEL JARETA
Consumidores com mais de 60 anos vêm ocupando espaço significativo e impactando áreas de inovação e negócios Asnovas tendências que estão no radar do mercado e das organizações, a pauta da “economia prateada” está cada vez mais presente. Fazendo referência aos cabelos grisalhos de pessoas que já passaram dos 50 anos, esse segmento da economia diz respeito não só ao grande contingente de consumidores nessa faixa etária mas também àqueles que estão à frente de um negócio próprio.
Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ibge) mostram que a parcela de brasileiros com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população entre 2012 e 2021.
Por outro lado, uma pesquisa do Sebrae aponta que, entre os donos de micro e pequenas Startups lideradas por pessoas acima de 50 anos apontam caminhos para A inovação que empresas em atividade em 2022, 29% tem mais de 50 anos — somente os maiores de 65 anos correspondem a 6% do total de empreendedores
Na esteira desses números, nada mais natural que os empreendedores mais velhos passem a explorar também uma área que ainda é dominada pelos jovens: a tecnologia. Mapeamento da Associação Brasileira de Startups mostra que 18,2% das startups brasileiras foram fundadas por pessoas com 46 anos ou mais.O Sebrae for Startups, por exemplo, fez uma iniciativa para apoiar o desenvolvimento e crescimento de startups lideradas por pessoas acima de 50 anos.
Hoje o programa tem 35 startups, em diversas fases, desde a ideação até as já validadas pelo mercado. Para
Martins, a troca de ideias e impressões entre empreendedores mais velhos e os mais jovens é fundamental para o crescimento das startups, cada um dando sua colaboração, porém os “prateados” conseguem se sair melhor em alguns tópicos fundamentais para quem quer ganhar mercado. “Em quatro anos trabalhando em projetos com startups, vejo que os mais experientes são os que têm uma visão mais clara de negócios”, diz.
Reinvenção
A vontade de transformar uma ideia inovadora em negócio – e também o receio de não conseguir espaço no mercado devido à idade – foi o que levou a engenheira química Lilian Laraia a investir na criação de sua startup, a Laraia Tech, há cerca de seis anos. A empresa atua com análise de dados para auxiliar na tomada de decisões de empresas, utilizando para isso ferramentas de inteligência artificial, aprendizado de máquina, análise semântica e mineração de texto. “Acredito que as empresas precisam estar se reinventando o tempo todo, e precisam de ferramentas para que isso aconteça”, diz.
Com uma carreira dedicada à pesquisa e desenvolvimento, e mais de 20 anos de atuação na indústria automobilística, Lilian encontrou uma oportunidade para empreender unindo a experiência dos processos do chão de fábrica com os estudos de seu mestrado.
Entre as soluções que a startup oferece, estão, um algoritmo para análise de patentes e análises preditivas a partir de grandes bancos de informação. “Nosso objetivo é fazer com que nossos clientes sejam protagonistas do futuro da inovação, que possam dar um salto mais disruptivo”, afirma.
Nos bastidores do mercado com notícias exclusivas
Para a startup sair do papel, ela teve de passar por capacitações para lidar com temas básicos necessários para gerir uma empresa, como finanças e planejamento de negócios. Hoje são cinco pessoas na empresa, incluindo um sócio de 75 anos. “A experiência de quem viveu muito tempo é valiosa e nem sempre conseguimos fazer com que ela seja transferida. Hoje a equipe tem de 25 a 75 anos, e os mais novos estão absorvendo o que os mais velhos têm a oferecer. Antigamente, uma pessoa com 50 anos era velha, havia uma cultura de desprezar o idoso, mas a gente pode fazer muita coisa”, diz Lilian. Atualmente, a empresa está em fase de tração para se tornar sustentável no mercado.
Memória afetiva
Ver de perto uma das principais queixas da pessoa idosa – a solidão – foi o que levou o empreendedor Adirson Allen a ter um “estalo”: por que não criar uma startup voltada para tal público, oferecendo as habilidades que eles têm para pessoas próximas que estejam com saudades do amor dos avós? Foi assim que surgiu a VoVs, nome inspirado no jeito carinhoso de chamar os avós, empresa criada por ele, hoje com 60 anos,
A inovação envolve diversidade, e uma startup nasce de uma dor de mercado. Existe aí uma grande possibilidade de criar algo novo
e as duas filhas de 20 anos. “A gente trabalha com a memória afetiva, com quem sente falta da comida que a avó fazia”, diz.
O objetivo da VoVs é unir as pessoas mais velhas com uma habilidade especial a interessados em seus produtos ou serviços. Segundo Allen, o carro-chefe são habilidades culinárias, mas há muitos que oferecem serviços de artesanato, de pequenos reparos em roupas e sapatos e até companhia para atividades: uma cliente procurou uma senhora que a acompanhasse à feira semanalmente, ajudando a escolher frutas como a avó fazia junto com ela.
“Tem também os que fazem serviços de reparos que ninguém mais faz. É fácil achar alguém que arruma celular, mas não tem quem arrume um toca-fitas”, explica. Allen cita que o contingente de idosos conectados após a pandemia chega a 11 milhões de pessoas – e 95% deles acessam a internet via mobile. “Nesse processo, entendi que a tecnologia poderia ser uma barreira, por isso o aplicativo é simples de usar”, diz.
De acordo com o empreendedor, o VoVs tem uma logística baseada em “células” dentro de bairros ou regiões menores e os pagamentos são feitos diretamente entre o tomador e o fornecedor de serviços. O modelo de negócios é baseado em mídia dentro do aplicativo e em projetos maiores junto a empresas, além de mentoria para organizações que contratam pessoas acima de 60 anos.
A economia prata move R$ 1,6 trilhão por ano
Apenas entre 2012 e 2021, 12,2 milhões de pessoas entraram no grupo de pessoas com 60 anos ou mais
por MARCOS LIMA
Hoje, esse grupo soma mais de 37 milhões de pessoas. Mas, apesar do crescimento, essa população não tem sido atendida de forma satisfatória, diz o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit. Hoje, afirma ele, a chamada “economia prateada” já movimenta R$ 1,6 trilhão por ano. Mas o valor poderia ser maior. “Notamos que as empresas no Brasil ainda têm uma cultura muito baseada no culto à juventude, no comercial de TV, na propaganda ou nas mídias sociais”, afirma.
Estamos falando de um mercado muito grande que envolve a população com mais de 60 anos, e que não quer mais ser chamada de idosa. Trata-se da longevidade ativa, mercado que não é muito explorado no Brasil. Dados do ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, desde a década de 1950, essa faixa etária vem crescendo de forma importante. Esse movimento vai continuar.
Somos um País que está envelhecendo, com pessoas que vão viver mais tempo. Esse público não está sendo atendido? Um estudo da Fundação Getulio Vargas (fgv) mostra que essas pessoas – de um modo geral – têm poder aquisitivo um pouco maior. Pessoas com mais de 65 anos são 17% da fatia dos 5% mais ricos. E apenas 4% da grande fatia de 40% mais pobres. Temos estatísticas aqui no Sebrae que mostram que os mais velhos não estão satisfeitos com o mercado. Em
São Paulo, vemos grandes shoppings para gatos, cachorros e pets em geral. Mas não há nenhum shopping center voltado para a economia prateada. Uma estatística da Hype60+ mostra que, de cada 10 pessoas da economia prateada, 6 estão descontentes com o mercado de moda.
Ou elas acham as roupas jovens demais ou velhas demais. Esse é um tipo de cliente que consome bem, tem autonomia de decisão e procura qualidade. Estamos falando de consumidores maduros, provedores de famílias, que definem um tipo de consumo e não gostam de ser tratados como idosos. É um mercado enorme não só para se abrir novos negócios, mas também para empresas já constituídas pensarem em produtos voltados para eles. Não há iniciativa para atender a esse mercado? No Japão, onde tem muita gente com 100 anos ou perto de 100 anos, esse mercado é muito desenvolvido. Um exemplo prático é que há supermercados só para a economia prateada, com corredores mais largos e carrinhos com lupa. Precisamos de soluções para esses clientes. É preciso olhar as limitações desse público que está cada vez mais ganhando espaço.
Foto: Família Previdência
A projeção para 2030 é que a maioria da população brasileira tenha mais de 60
Qual o primeiro passo?
Acredito que é preciso pensar em programas de lazer, baseados em culturas, viagens e serviços para qualidade de vida. Esse pessoal é muito mais exigente quanto ao conforto na hora de comer, na hora de dormir etc. São pontos de atenção para o setor empresarial, como alimentação fora de casa e turismo. Além das atividades físicas, é preciso pensar em serviços de acolhimento.
Há o mercado de home care. Alguns fundos de investimento compraram vários edifícios de flats em São Paulo para esse público, mas são poucas vagas. Países como Japão e alguns da Europa são exemplos, porque eles têm uma cultura voltada para esse público. No Brasil, notamos que as empresas ainda têm uma cultura muito baseada no culto à juventude. O primeiro passo para qualquer empresa é descobrir o que pode oferecer para esse público. É uma parcela da população que quer consumir, que guardou dinheiro e quer desfrutar mais o momento. Lógico que o Brasil é um país de muita desigualdade. Estamos falando daqueles que têm acesso e não são bem atendidos. Qual o potencial desse mercado? A economia prateada já movimenta no Brasil R$ 1,6 trilhão por ano. Esse mercado está se duplicando. O Brasil está ficando mais velho. É um assunto que temos acompanhado bastante. Esse valor poderia ser muito maior porque há pessoas descontentes com os produtos oferecidos. “Ponderar todas essas coisas pode garantir aos 60+ não apenas uma boa condição financeira, mas consequentemente uma boa saúde e bem-estar físico e emocional”, finaliza Márcia Sena. A especialista em envelhecimento ressalta que o aumento dos anos de atividade faz com que muitas pessoas invistam.
Como ela faz e acontece: Giovana Pacini
Em apenas dois anos atravessados pela pandemia, a executiva que dobrou o faturamento da companhia
por MARIA LAURA NEVES
Apenas dois meses depois de ser promovida ao cargo de ceo da Merz Aesthestics no Brasil, Giovana Pacini suspendeu as atividades de toda a empresa. Ela assumiu o cargo pouco antes da pandemia do coronavírus assolar a economia mundial e a brasileira. Isso não impediu que, dois anos depois, ela dissesse com a modéstia que lhe é peculiar que dobrou o faturamento da companhia no Brasil (a empresa distribui componentes estéticos para clínicas de dermatologia no país). Em meio a esse cenário desafiador, Giovana conseguiu outro feito: o de manter a Merz como uma das melhores empresas para trabalhar no ranking do Great Place to Work no Brasil. Ela divide sua rotina e explica como se mantém ativa e motivada.
Como cuida da saúde?
Em termos de atividades físicas, nas terças e quintas, eu faço funcional de manhã. E às quartas e sextas eu faço yoga. As duas práticas me ajudam muito a relaxar e a controlar a ansiedade. São momentos que dedico para meu autocuidado. Além, é claro, da minha rotina de skincare, que faço pela manhã e à noite sob orientação da minha dermatologista.
Quais seus escapes e hobbies?
Estar com as crianças me ajuda muito e viajar, claro, também faz parte dos meus escapes. Ler um livro, ver uma série e escutar um podcast são momentos que me ajudam a desconectar porque a minha cabeça não para um minuto. Se gosto de uma série (e a maioria das vezes é ficção para conseguir controlar os pensamentos), não consigo parar de assistir. Agora estou assistindo Manifest, do Netflix, e estou adorando. Adorei Game of Thrones e Stranger Things, e quero assistir Ozark! Gosto muito de ler livros de romance, suspense e ficção. Tenho até mesmo assinatura de um clube do livro. Eu também leio livros corporativos para me inspirar. Nesses casos, para otimizar a leitura, leio algumas partes do livro e grifo o que eu mais gostei sendo mais rápido. Outro escape e que faço questão é o momento que passo com minhas amigas de longa data, de mais 30 anos. Para mim, cultivar amizades é algo muito especial e eu comecei a fazer isso ainda mais depois da pandemia da Covid-19 – de encontrar mais elas, viajar para algum lugar só as meninas para reconectarmos e, em outros momentos viajar, com as respectivas famílias também. É muito gostoso fazer isso.
O que te inspira?
A insatisfação positiva é algo muito forte para mim, e o Mário Sergio Cortella é quem fala muito bem disso. Sempre querer fazer mais, mas não no sentido de estar insatisfeita com o que eu tenho, não é isso. Eu estou muito satisfeita com o que eu conquistei, mas ao mesmo tempo acredito que a gente pode fazer mais. Quando atinjo um objetivo, eu celebro
a conquista. E a gente tem isso muito forte na Merz, até mesmo é um lema da empresa, de celebrar as pequenas grandes conquistas. E logo depois penso no que vou fazer em seguida. Isso é algo que me motiva muito. Eu não tenho uma zona de conforto, não tenho um único objetivo final. Eu quero sempre fazer coisas novas e mais. E eu estou muito atenta o tempo todo a todos aos estímulos. As ideias podem vir quando estou vendo uma série, no banho, em uma festa de criança e alguém fala algo que me desperta um insight. Por isso, sempre mando um áudio de WhatsApp do celular pessoal para o corporativo e, assim, não correr o risco de esquecer. Acho que essa forma de enxergar o mundo tem a ver com o que eu acredito. Acredito muito em energia, nas pessoas que te rodeiam e agregam de alguma forma na sua vida... Às vezes eu falo algo e, coincidentemente, duas ou três pessoas próximas acabaram de ter uma experiência parecida. É inexplicável, mas acontece e também é algo que me inspira. Em relação à uma figura inspiradora, eu citaria o [executivo] Jean-Claude Biver. Eu me vejo na fala dele quando ele diz que trabalha com prazer. Eu também trabalho com prazer. E me identifico com as ideias dele, em especial o que ele fala sobre o erro. Na visão dele, precisamos recompensar o erro, porque se você erra
muito, quer dizer que você está tentando. Se você erra pouco, quer dizer que você não está tentando.
O que é inegociável na sua rotina?
Sem dúvida, tempo para os meus filhos. É algo que me renova. Todo dia de tarde, quando eles chegam da escola, dedico esse tempo a eles, como conseguir assistir pelo menos o final da aula de futebol do Edu. E também faço questão de sempre colocar eles para dormir. Tem o ritual que é cobrir eles com a coberta, fazer a oração de agradecimento pelo dia, depois eu dou um boa noite diferente em cada um deles junto com um beijinho. E isso é tão importante pra mim, me reenergiza. E tem uma coisa que sempre fazemos, pelo menos uma vez por semana, que é ver fotos antigas, nós quatro. Eles põem na televisão e ficamos vendo fotos de quando eram bebezinhos. É muito gostoso relembrar. São momentos que a gente constrói, lembranças que eles vão ter para sempre. Estamos sempre nós quatro e isso para impossível não ter nada.
Como se prepara para reuniões tensas?
Em primeiro lugar, estudando. Se eu vou apresentar algo, eu tenho que estar segura do que estou dizendo. Preciso me preparar e já pensar possíveis contra-argumentos e perguntas que podem surgir. Se são apresentações mais importantes, eu ensaio antes. Mas o que eu acho mais importante é o controle emocional. Por exemplo, você está em uma reunião que precisa apresentar algum projeto, defender uma ideia e vão ter pessoas que vão divergir de você, das suas propostas. É importante você entender que aquilo não é pessoal e não deixar o lado emocional falar mais alto. Por isso, além de estar aberto a novas ideias que podem agregar ao projeto, é essencial ter muito claro o objetivo da reunião.
O futuro do consumidor
Conheça o seu consumidor do futuro: os sentimentos–chave para 2024
por FERNANDO MACHADO
Após alguns anos de rápida aceleração industrial, tecnológica e social, 2024 inaugura uma era de realinhamento – para nós mesmos, nossos locais de trabalho e o planeta. Nosso último white paper Consumidor do futuro 2024, apresenta os novos sentimentos e principais perfis do consumidor, e os pontos de ação para conquistar engajamento e aumentar sua parcela no seu setor e no mercado.
Nossos especialistas no mundo todo utilizam a exclusiva metodologia stepic, examinando as transformações em sociedade, tecnologia, meio-ambiente, política, indústria e criatividade para identificar os macro propulsores que vão determinar os sentimentos do consumidor. Abaixo, você encontra um trecho sobre os sentimentos do consumidor destacado do nosso white paper (disponível para download no nosso site), e o impacto que eles terão para as marcas nos próximos dois anos com um aumento significativo em suas vendas, por isso a importância de sempre estar atualizado.
Choque com o futuro
Mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia causam um sentimento de apreensão.
Em 2024, veremos o surgimento da internet de tudo – uma existência circular sem fronteiras entre os mundos físico e digital. A expectativa pela metaeconomia e a ansiedade trazida pelo excesso de mudanças em um período tão curto vão afetar a vida cotidiana. E esse sentimento tem nome: choque com o futuro.
Otimismo realista
Considerado um antídoto para a positividade tóxica, essa mentalidade que nos ajuda a encarar tudo de modo mais realista.
Pesquisadores que estudam os efeitos pós-traumáticos descobriram que as pessoas são capazes de desenvolver sentimentos positivos em períodos difíceis. Mais importante ainda: não é o evento traumático em si que leva a esse aprimoramento, mas o modo como o
evento é processado. O otimismo realista vai ser fundamental em 2024 porque muitas pessoas estarão sobrecarregadas pela ‘cultura da superação’ e com medo do retorno à vida normal que já não corresponde mais às suas aspirações.
As pessoas estão buscando o autocuidado – mais de 20 bilhões de pessoas assistiram a vídeos com a hashtag #selfcare no TikTok e há mais de 60 milhões de postagens #selfcare no Instagram. De acordo com dados da wgsn TrendCurve, à medida que os níveis de estresse e ansiedade atingiram seu auge durante os surtos de Covid, as interações com posts nas redes sociais contendo a frase “mood boost” também tiveram seu pico.
Encantamento
O encantamento é um sentimento de fascinação que se manteve em segundo plano nos últimos anos.
Ferramenta essencial para a sobrevivência humana há diversos séculos, o encantamento é necessário para o futuro, principalmente nos momentos de reconstrução. O encantamento é um misto de medo e admiração, um sentimento que esteve em segundo plano nos últimos dois anos. As pessoas trocaram os momentos de encantamento pela estabilidade, pela sobrevivência e pela certeza. Como emoção coletiva, o encantamento diminui a perspectiva do ‘eu’ e ajuda a expandir o mundo. Em 2024 o encantamento será o maior conector numa era de fragmentação.
Em um mundo em constante mudança, nunca foi tão crucial que as marcas acompanhem e se alinhem às necessidades e desejos do consumidor. O Consumidor do futuro 2024 destaca as ações necessárias e estratégias de marketing eficientes voltadas para esses novos consumidores, dessa forma, hoje para garantir que as marcas criem os produtos que os consumidores vão priorizar nos próximos meses e anos. O encantamento é um misto de medo e admiração.
Consumidores tendem a cada vez mais buscar encantamento e identificação com os produtos que consomem.
Foto: Pexels
O protagonismo de mulheres +50
O Brasil tem mais de 30 milhões de mulheres 50+; evento propõe conexões e debates sobre desafios e oportunidades
por THIAGO ANDRILL
As constantes mudanças na pirâmide etária do país mostram a importância da criação de políticas de inclusão e normas econômicas que considerem uma população mais madura, inclusive no mercado de trabalho. Apenas no Brasil, já são mais de 30 milhões de mulheres com 50 anos ou mais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ibge). Para debater o protagonismo dessas mulheres na economia, acontece nesta terça (01) o lançamento do U+ Festival, movimento voltado às mulheres com idade a partir de 50 anos.
O evento de lançamento acontecerá em São Paulo, e será transmitido partir das 17h pelo canal do U+ Festival no YouTube.
Sobre o que é o U+ Festival
A realidade da chamada “economia prateada” traz inúmeras possibilidades, a começar pela avaliação criteriosa de marcas, que passam a entender ao potencial econômico de pessoas mais velhas no mercado de consumo. No entanto, é um cenário que também gera preocupações, especialmente para as mulheres. Diante disso, o U+ Festival se propõe a debater os principais desafios e oportunidades para essa faixa etária.
Assuntos como sexualidade e maturidade serão pautas do evento de lançamento do projeto em painel comandado pelas especialistas Juliana Schulze, Ana Canosa e a convidada Isabel Dias.
“Nós estamos vivendo o boom da economia prateada no mundo (conjunto de produtos e serviços que atendem pessoas 50+). Nosso movimento pretende impactar 20 milhões de mulheres no Brasil até março de 2023. É preciso dar voz, entender e atender as deman-
das dessas mulheres que ainda se sentem invisíveis perante as marcas.”, diz Bete Marin, cofundadora do U+ Festival.
O U+ Festival também se propõe a discutir a criação de serviços e produtos para mulheres acima de 50 anos e o protagonismo feminino em campanhas publicitárias, por exemplo.
Quando acontece o U+ Festival?
O U+ Festival será realizado em março de 2023, nos formatos presencial e online. A programação contará com palestras, rodas de conversas, oficinas, experiências, desfile e exposições para falar sobre: menopausa, sexualidade, empoderamento.
Segundo organizadores do evento, é criar uma comunidade de acolhimento, escuta ativa, informações e dicas valiosas. experiência e aptidão são credenciais para abertura de um negócio, mas não bastam para determinar o sucesso do seu empreendimento.
Os dados demográficos estão aí para provar: a maturidade vive um momento de grande expansão. Hoje em dia, já temos mais avós do que netos sobre a face da terra e, mais do que números, essa curiosa estatística reflete uma realidade de protagonismo econômico e social para as mulheres 50+. O evento Beleza Pura, nascido em 2018, tem o orgulho de ter antecipado essa tendência e ter ficado ao lado das mulheres durante toda essa jornada de inclusão, superação e reinvenção que culmina agora com a transformação do seu nome para universo + Festival.
A pirâmide etária do Brasil, por exemplo, está constantemente mudando e isso demonstra a necessidade e importância da criação de políticas públicas de inclusão e normas econômicas que considerem uma população mais madura, inclusive no mercado de trabalho. Somente no Brasil, já são mais de 30 milhões de mulheres com 50 anos ou mais, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ibge).
10 franquias de saúde e beleza para investir!
Cada vez mais esses setores estão em grande potencial econômico, saiba em que investir sem errar!
POR CRISTIANO PINHEIRO
As pessoas estão cuidando cada vez mais da saúde e autoestima, tornando o setor de saúde, beleza e bem-estar um grande potencial econômico, sobretudo para quem quer investir.
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (abf), que faturou R$ 91,432 bilhões no primeiro semestre deste ano, o segmento que mais cresceu neste mesmo período foi o de Saúde, Beleza e Bem-Estar, que teve um aumento de 16,9% na receita em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Com o autocuidado cada vez mais em em alta, as franquias da área se tornam uma alternativa lucrativa e segura para quem quer empreender, tanto para os iniciantes quanto para os mais experientes.
Cuidare
Rede de serviços de cuidadores de pessoas, com profissionais qualificados e atendimento humanizado.Ao todo são 02 unidades próprias e 74 unidades franqueadas em operação. Investimento inicial total: a partir de R$ 35 mil Prazo de retorno: de 12 a 18 meses
Home Angels
É pioneira e referência no segmento de cuidadores de idosos supervisionados, sendo a maior da América Latina. As franquias prestam serviço de excelência em assistência física e emocional, tendo sempre um atendimento supervisionado e personalizado aos assistidos e suas famílias. Investimento inicial total: a partir de R$ 45 mil no modelo Ligth Retorno do investimento: a partir de aproximadamente 12 meses
Yes! Cosmetics
Atua com itens de perfumaria, cuidados corporais e faciais, maquiagem e acessórios, além de uma linha assinada por Sabrina Sato. A rede investe em produtos de alta qualidade com preços acessíveis e acompanha as principais tendências mundiais no desenvolvimento de itens que não são testados em animais e tem mais da metade do portfólio de produtos veganos. Investimento inicial total: Modelo cápsula a partir de R$ 70 mil Retorno do investimento: Prazo de 15 a 18 meses
Royal Face
Há 4 anos no mercado do franchising, a maior rede de franquia de harmonização facial do país, está presente em 23 estados e já possui mais de 220 clínicas da marca em operação e mais de 300 negociadas. Investimento inicial total: a partir de R$ 70 mil Retorno do investimento: Entre 14 meses e 20 meses.
Empresária Cristina Arcangeli
OdontoCompany
Maior rede de clínicas odontológicas do mundo, com mais de 2000 unidades em todos os estados brasileiros. Há mais de 30 anos no mercado e mais de 10 no franchising, é reconhecida pelo pioneirismo em implantar técnicas de ortodontia, dentística, estética, endodontia, implantodontia e outros procedimentos que utilizam a mais alta tecnologia. Investimento inicial: R$ 300 mil Retorno de investimento: 16 a 20 meses
Emagrecentro
Reconhecida como uma das maiores redes de emagrecimento e estética corporal do Brasil, a rede está há 35 anos no mercado e conta com uma metodologia de emagrecimento própria chamada Método 4 fases, que é dividido em detox, redox, reindox e equilíbrio. Atualmente, oferece tratamentos a preços acessíveis e conta com operações no Brasil e nos Estados Unidos, com a bandeira Best Shape. Investimento inicial total: a partir de R$ 100 mil com taxa da franquia Retorno do investimento: Prazo de 6 a 12 meses
Pello Menos
Há 20 anos no mercado do franchising, a rede pioneira em depilação com cera indolor e laser e sem hora marcada no Brasil, está presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e já possui mais de 40 operações da marca. Investimento inicial total: R$ 320 mil, incluindo taxa de franquia Retorno de investimento: de 24 a 36 meses.
Nails Care
A marca surgiu com a proposta de inovar no segmento de cuidados com as unhas. Oferece desde alongamento de fibras, utilizando as melhores técnicas encontradas no mercado, até experiências típicas de um Spa, com uma linha própria de produtos para que seja possível continuar o tratamento em casa. Investimento inicial total: R$ 82 mil Retorno de investimento: 24 meses
Acesso Saúde
Pioneira no setor de clínicas médicas populares, a rede possui atualmente 44 unidades operando. O grupo conta com mais de 30 especialidades médicas e oferece mais de 1.200 tipos de exames, serviços odontológicos, centro de vacinação, psicologia, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia e tratamentos. Investimento Inicial: R$ 386.252,42 Retorno de Investimento: a partir do 15º mês
Botocenter
Franquia de estética especializada na aplicação de toxina botulínica que tem como proposta popularizar esses serviços com qualidade e custobenefício para os públicos das classes B e C. O centro também oferece preenchimento labial, peeling, bioestimulador de colágeno, entre outros tratamentos. Investimento inicial total: a partir de R$ 97 mil com taxa de franquia Retorno do investimento: de 12 a 24 meses
RITA LEE: PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Feiticeira ou dondoca? Saber utilizar das coisas boas que a velhice oferece sem perder a jovialidade e os prazeres da vida, isso é o que a cantora Rita Lee ensina!
POR MARINA CASTANHEIRA FOTOS POR HARRY FLINGERS
Foto: Globo.com
Oisolamento social está sendo muito difícil para algumas pessoas, que sentem falta de ver e interagir com amigos, colegas de trabalho e família. Esse, no entanto, não é um problema para Rita Lee, que há oito anos vive isolada com seu marido, Roberto de Carvalho, em seu sítio na Grande São Paulo, cercada por seus inúmeros animais. Durante uma conversa com a repórter Renata Ceribelli para o Fantástico na noite do último domingo, dia 31, a cantora explicou sua opção de vida:
“Eu já sou uma profissional [em quarentena]. De repente eu me vi envelhecendo, e o envelhecer pra mim foi uma surpresa, porque eu nunca fui velha [risos]. Fiquei com vontade de viver minha velhice afastada dos palcos, não dividindo isso com o público. Meu jeito de me expressar no palco não tinha limites físicos, eu ficava de ponta cabeça, eu caia no chão, eu mostrava a bunda, eu fazia palhaçada, era uma delícia. Ficando velha, o corpo físico não me permite fazer o que eu fazia.”
Apesar desse afastamento, Rita garante que está bem, principalmente no aspecto mental. Segundo ela, seus 73 anos de idade são motivo de orgulho e representam uma nova fase de amadurecimento:
“É uma fase de feitiçaria feminina, eu acendo incensos, eu rezo, eu benzo a casa, perfumo. Então eu tenho as minhas feitiçarias que me inspiram a vontade de continuar vivendo apesar dessa loucura toda que está acontecendo no mundo. Eu gosto das minhas rugas, eu respeito as minhas pelancas.
Foto: Globo.com
https://revistaquem.globo.com/famoso/rita-lee/
Eu já fui loura, já fui ruiva, já tive o cabelo da cor do sol, agora os meus cabelos tem a cor da lua, são brancos.” 73 anos de idade? Para a cantora, é isso mesmo. Rita revelou à Renata que, durante a quarentena, decidiu adiantar a data do seu aniversário:
“Eu nasci no dia 31 de dezembro, último dia do ano. Nunca tive uma festa minha, é sempre “Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser”. Não, eu quero uma festa só pra mim. [risos] Aí eu escolhi o dia 22 de maio para fazer aniversário, que é o dia de Santa Rita de Cássia.”
A estrela do rock brasileiro também revelou que nunca se considerou feminista, apesar de questionar os moldes machistas que o Rock In Roll tinha na sua época: “ Nos anos 60, o Rock In Roll era coisa de menino. Tinha até um bordão que falava que pra fazer Rock In Roll tinha que ter culhões. Eu falei Ah é? Pois eu vou fazer com meus ovários e útero mesmo. “
Rita ainda diz que tem vontade de experimentar coisas novas, e revelou qual é a principal delas: “[Eu gostaria de] ser abduzida por um disco voador. Eu acho que [os extraterrestres] são nossos irmãos das estrelas.”
A cantora está tratando câncer de pulmão: ‘Quantas vezes não disse que teria de pagar algum pedágio da vida?, indaga ela, que ‘finalmente’ parou de fumar
Na primeira entrevista desde que recebeu, em maio, o diagnóstico de câncer de pulmão, Rita Lee ainda esbanja energia e bom humor, mesmo passando por um tratamento quimioterápico.
Na última sexta-feira, inaugurou megaexposição sobre os seus 50 anos de carreira no Museu da Imagem e do Som de São Paulo; amanhã, soltará nas plataformas digitais música inédita “Change”; e, em dois meses, lançará novo infantil pela GloboLivros, abordando a morte de um jeito lúdico. A cantora falou também conversas que anda tendo com “seres de luz”.
Foto: Globo.com
Rita em sua casa, foto para as suas redes sociais.
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https://revistaquem.globo.com/famoso/rita-lee/ Rita em sua casa, comemorando seus 70 anos.
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Tesão na alma
“Tudo muda o tempo todo. Aos 73 anos, por exemplo, tenho meus cabelos brancos. Já fui loira, já fui ruiva que era um sol na cabeça - e agora tenho a lua comigo. Sinto também um vetor da vida que transforma o desejo. Já transei para caramba e, agora, tenho mais tesão na alma. Um prazer que é despertado por um bom livro, meditação, quando tento me comunicar telepaticamente com irmãos das estrelas, com meus rituais espirituais.. Então, mude! Já que não tem jeito mesmo, abrace a mudança. Com essa música, gostaria de dar um upgrade no lado legal, quero viver no arco-íris, na coisa bacana, na pureza, na coragem, na liberdade... apesar desse momento tão escuro e difícil que o Brasil enfrenta.
Seres de luz
“Fiz um pacto com o universo, com o Criador, com os ‘seres de luz’, de que ia segurar a barra de ter um câncer no pulmão. Fiz a radioterapia e agora faço quimioterapia. Os exames estão ótimos. Mas fácil não é. Vi minha mãe passar por isso: quimio, radio... e, há 45 anos, a medicina era muito diferente. Tinha trauma do jeito que ela ficou. Então, quando o médico falou que precisava fazer o tratamento, a primeira coisa que pensei foi: ‘Eu sabia!’. Sabe por quê? Por causa dos sinais que recebi. Sabia que iria acontecer algo. Quantas vezes não disse que teria de pagar algum pedágio da vida? Era um sopro atrás do outro: ‘Pare de fumar. Você fuma desde os 22 anos, pare agora. Era como uma luz que acendia no fundo da mente. Fora as coisas que me eram esfregadas na cara. Ia ler jornal, e estava lá uma personalidade dizendo que havia parado de fumar. Estava na estrada, parava atrás de um caminhão e estava escrito: ‘Pare de fumar’. Com a pandemia, aquele baixo-astral no mundo, não tem como não ser afetado: passei a fumar o triplo de antes. Tenho essa coisa de católico, de culpa, e continuei a me desrespeitar. E quando o médico falou: Você está com câncer no pulmão’, fechei os olhos e pensei: ‘Danadinhos, sarcásticos’.”
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Rita em sua casa desfrutando de sua fase atual.
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Sensualidade em todas as idades
Será mesmo que a sensualidade é algo mesmo que se perde ao longo dos anos?
por MARCOS PINHEIRO
Para muitas mulheres, a resposta pode ser sim. Não é incomum encontrar mulheres que já passaram dos 40 e que encaram cinta-liga, espartilho e nipple pasties - adesivos que cobrem apenas os mamilos - como acessórios muito ousados para a idade.
Mas, certamente, esse não é o caso da dançarina Karina Raquel de Campos, que faz desses objetos seus principais itens de trabalho como dançarina burlesca. Aos 48 anos, ela é prova de que a autoaceitação e autoconhecimento são os principais caminhos para uma vida mais livre – e muito sensual. `Dedicada à personagem Fascinatrix há quase 15 anos, a dançarina brinca com o que é mostrado e o que fica escondido durante a performance. De fato, a insegurança é algo que pode afetar algumas mulheres após os 40 anos. A queda hormonal característica da perimenopausa e após a menopausa podem reduzir o desejo sexual e acabar interferindo na imagem que a mulher tem de si.
O medo de envelhecer também é algo que afeta as brasileiras desde muito cedo, segundo a antropóloga Mirian Goldenberg. Isso ainda está muito associado à aparência física: perder a juventude do corpo é motivo de medo para muitas.
Mudar é preciso
Mas o que fazer para mudar essa história? Nesse sentido, começar a quebrar paradigmas, se livrar dos padrões e aceitar as constantes mudanças do corpo se torna algo muito necessário – e Karina comprova como isso pode ser benéfico para a própria sensualidade.
Segundo ela, o corpo aos 48, claro, é diferente de dez anos atrás. Mas ela continua frequentando academia e praticando o autocuidado para se manter bem, por dentro e por fora. “Nosso corpo muda diariamente, um dia estamos mais enxutas, outro dia mais inchadas, é preciso saber lidar com esse corpo que está sempre em mutação”, afirma Karina, que se sente mais segura do que aos 40. “Não preciso provar para o outro quem eu sou, já me aceitei”, completa.
E será que existe um “prazo de validade” para essa personagem sensual ir embora? A performer prefere não especular. “Acho que, enquanto eu estiver.
Ensaio fotográfico mostrando que a sensualidade não está ligada à idade.
Trazendo a sensualidade burlesca para casa
E para quem quiser se arriscar na performance, nossa Fascinatrix é categórica “a primeira coisa a fazer é se conhecer, se olhar no espelho completamente nua e aceitar o que você vê”. O autoconhecimento é o primeiro passo para você se sentir mais confortável em um papel mais sexy e diferente do seu dia-a-dia.
E ela ainda dá outras dicas como “a coreografia não precisa ser o principal, mas pense bem na roupa. Tem que ser fácil de tirar. Algumas peças são lindas de vestir, mas dão um trabalhão para tirar, o que pode atrapalhar”, diz a profissional. Além disso, a música também é importante. Busque algo que você já conhece e com que se sente confortável. Instrumentos metálicos, como saxofones,trompetes e clarinetas, podem ajudar a criar deixas para os movimentos, dando mais harmonia e sensualidade à performance.”E não precisa mostrar tudo”o que vale é a sua confiança”.
Foi dançarina de ballet clássico em grupos de dança de São Paulo. É formada em Hotelaria com especialização na área de entretenimento e realização de eventos.Formada também em Teatro Musical pela 4Act Performing Arts. Atualmente além das performances que apresenta em diversas casas noturnas e eventos, realiza trabalhos fotográficos como modelo para diversos sites internacionais dirigidos para uma nova geração de modelos de estética alternativa e de vanguarda, e editoriais de moda e publicidade.
Helena Schargel: 81 anos e empreendedora
O que pode-se fazer para ser uma pessoa a frente do seu tempo, com o exemplo de Helena
por ANDRÉ RODRIGUES
Se eu posso, você também pode.” É com essa frase que a estilista Helena Schargel, 81, tenta motivar a legião de mulheres que passou dos 60/70 anos a não se deixar influenciar pela idade. É preciso, diz, continuar criando, trabalhando. E dá como exemplo ela própria, que se reinventou quando já estava chegando aos 80.
Helena conta como foi a sua experiência como empreendedora aos 79, e estimula outras mulheres a não ficarem paradas, afirmando que “sempre é tempo de usar a nossa criatividade, nosso espírito empreendedor.”
Helena Schargel é considerada uma mulher à frente de seu tempo. E ousadia é o que não lhe falta. Assim, ganhou espaço na mídia ao lançar, há dois anos, uma coleção de lingerie para mulheres maduras(você pode ver clicando aqui). Ela criou as peças e também foi a modelo, vestindo as suas próprias criações.
A estilista se tornou uma ativista em favor dos que passaram dos 60 anos, defendendo com vigor que as pessoas mais velhas “precisam sair da invisibilidade.”. Assim Helena é capaz de influenciar e inspirar muitas pessoas, a não desistir dos seus sonhos e não deixar com que as pessoas pensem que seja tarde para iniciar novos projetos e continuar sendo pessoas ativas e com vontade de enfrentar desafios.
Ensaio para a nova coleção de vestuário da Helena Schargel
Foto: instagran;@helenaSchargel
Sexo na terceira idade: cuidados e dicas
Manter relações sexuais na terceira idade é essencial para uma vida saudável
por LUCAS tAVArES
Se o sexo é um tabu para adolescentes e até adultos, na terceira idade ele passa a ser ainda menos discutido e, principalmente, explorado. Com o passar dos anos, nosso corpo muda e, consequentemente, hormônios e desejos também – mas a relação sexual segue sendo importante.
Apesar das mudanças fisiológicas naturais que acontecem com o passar do tempo, o sexo não precisa ser deixado de lado. “Na terceira idade, ou seja, a partir dos 60 anos, as mulheres tendem a ter menos lubrificação e disposição, alterando a libido”, afirma a sexóloga Lelah Monteiro. Além disso, a musculatura pélvica também é enfraquecida.
Já o homem começa a sentir os efeitos da idade a partir dos 45 anos, quando entra na andropausa, a “menopausa masculina”. A sexóloga afirma que o cansaço e indisposição também podem afetar a ereção, dificultando o prazer sexual. “Fazer exercícios físicos, ter uma alimentação boa e completa e até mesmo, se for necessário e indicado por médico, fazer a reposição hormonal ou suplemento vitamínico já melhoram também o sexo”, diz Lelah.
A própria relação sexual também é um fator que contribui para a saúde, portanto é essencial investir nas trocas afetivas e preliminares, valorizando e incentivando a intimidade com o parceiro – ou consigo mesma. “A dica é sempre escolher o melhor para você mesma. E uma das melhores escolhas que podem ser feitas é se dar prazer”, indica a sexóloga. Portanto, a saúde também tem relação com ter uma vida saúdavel, por essa prática trazer diverssas sençações e emoções.
Cuidar bem da saúde, entender o próprio corpo e investir em acessórios, como lubrificante íntimo ou um sex toy, são os melhores caminhos para manter a sexualidade ativa – antes ou depois dos 60. E, por último: se priorize. “Não é sempre que é preciso dizer sim aos netos e filho. O sim tem que ser para você. Digam não aos netos e filhos. Não é sempre sim para os netos, mas no geral tem que ser sim para você. Essa é uma linguagem acolhedora e que diz muito desse cuidado. Se não, tudo acaba sendo mais importante e o desejo acaba indo embora. Tenha projetos juntos no sentido da intimidade e desejo, e não só em relação a família”, finaliza Lelah. Portanto sexo na terceira idade pode ser pleno de prazer. Contudo é preciso aceitar as mudanças físicas e ter criatividade a respeito delas. Esqueça o desempenho do jovem e busque novas formas de contato íntimo e de satisfação sexual. Pode parecer que isso não importa para muita gente, porém é pauta constante para pessoas mais 50+. Que a apesar da idade ainda se sentem dispostos e ativos apesar dos desafios.
Sobre novos (re)começos
Mudar de carreira na maturidade? Onde já se viu?!
TEXTO POR FERNANDA NOER ILUSTRAçÃO POR CATARINA BESSEL
“Quando a gente decide uma carreira, aos 16 anos, como eu fiz, não sabe de nada, então trabalhar com comida nem passava pela minha cabeça na época. Foi um processo natural a medida em que fui amadurecendo, e só me vejo fazendo mais coisas. A idade é muito mental para mim. Tenho um plano para o meu negócio, dentro do que eu quero para mim e não tenho preguiça do processo todo. Acordo muito de boa às 4h da manhã para assar pão, pois é isso que me move”. Esse, entre tantos comentários feitos pela padeira paulistana Fernanda Corvo de 45 anos, que já passou por duas transições de carreira, encontra eco em várias mulheres. Elas se sentem motivadas, felizes, e sabem que a escolha foi acertada.
Imaturidade ao escolher a carreira, plano de negócios estruturado. Determinação. Paixão. São algumas das características que as mulheres que tem mais de 50, 60, 70 anos e que fizeram transições de carreiras bem sucedidas mencionam. Nem sempre todas estas questões estão presentes, mas a maioria delas. E quase todas tem histórias de preparação, foco e apoio.
Criar oportunidades, entender as necessidades constantes e cada vez mais mutáveis do mercado, buscar um novo nicho, se desafiar, aprender o novo. Mulheres que conseguem identificar essas demandas saem à frente na escolha de carreiras mais atuais e duradouras. Estudo recente da Dell apontou que até 2030, 85% das profissões que conhecemos devem estar extintas. E qual o problema se as mulheres já criam negócios que nem existem, depois dos 50 anos de idade?
“A maturidade me fez questionar diversas coisas e me vi forçada a fazer um processo de autoconhecimento para lidar com as minhas dores emocionais e físicas, transtorno de ansiedade, crises de pânico, tudo em decorrência da minha necessidade de me encontrar como pessoa, achar o meu verdadeiro lugar como profissional. Não sei se serei bem-sucedida, se atingirei as metas que estabeleci para mim mesma, mas sei
que estou vivendo um dia de cada vez e estou muito orgulhosa por ter dado o primeiro passo em direção a essas mudanças”. Afirma Ludmila Macedo, cantiga advogada que resolveu seguir seu sonho no mundo da moda aos 52 anos.
No Brasil de 51,5% de mulheres, e de 56,7% idosas, as mulheres ainda ocupam apenas 14% dos cargos de liderança. E, pasmem, entre 4% e 7% de cadeiras em conselhos. Esses são índices que desenham com muita especificidade o quanto faltam oportunidades e o que existe de preconceito no mercado de trabalho. Mesmo sendo uma maioria numérica da população, as mulheres representam a minoria das posições profissionais. E se já há diferenciação antes de 40 anos, é depois disso que as habilidades e experiências acumuladas, algo que deveria ocupar posição de protagonismo profissional, passam a ser completamente desrespeitadas.
Outra característica bem comum entre as mulheres com mais idade é a racionalização de seus projetos. Pensar demais, ponderar e avaliar com muito preciosismo pode, em muitos casos, postergar por tempo indeterminado a tomada de decisões. “Idealizei e fantasiei por muito tempo uma mudança. Na minha cabeça tudo era mais sofrido e difícil do que foi de fato.” Renata reforça a importância de checar a realidade de cada mercado, para entender como funciona e o que valerá a pena. Um contato destrói muitos dos mitos que podem impedir a mudança. E em alguns casos é o que basta.
Com passos talvez ainda mais lentos do que se precisa, o mercado já tenta afastar a camada de mofo que paira sobre ele. A pauta da diversidade surge cada vez mais importante e necessária. Mas e a diversidade etária?
Mudar de carreira não tem idade. Arriscar não tem idade. Se descobrir nao tem idade. Competência e profissionalismo não têm idade. Fazer o que nos faz feliz não tem idade. A única coisa datada, neste processo todo é alguém ainda não entender isso.
Botox ou amarrar o próprio tênis?
O que é envelhecer bem, afinal? A boa notícia: você não precisa escolher entre duas opções para encontrar a resposta.
POR CAMILA FAUS E FERNANDA GUERREIRO
ILUSTRAçÃO POR CRAIG KARL
Nunca se falou tanto sobre envelhecer bem.
Tem a turma que defende a aparência e faz de tudo para manter o rosto e o corpo “jovens”, mas sem se preocupar tanto com a saúde. Tem a oposição que não admite nenhuma intervenção estética e foca só no físico e mental. E, claro, tem a famosa turma do meio, que costuma pinçar um pouco dos dois lados.
Mas, envelhecer bem vai além de direita, esquerda ou centrão. É um direito de todos e cabe a cada um eleger o que é melhor para si. Mas, antes de tudo, é importante questionar: afinal, o que é envelhecer bem? Essa não é uma pergunta tão simples de ser respondida. Exatamente como para os eleitores, para cada pessoa “envelhecer bem ou mal” significa uma coisa diferente. E mais. Dependendo da idade e da situação em que nos encontramos, mudamos de opinião. Quantas de nós já não fomos de esquerda, depois viramos de direita ou vice-versa?
Nós, aqui do SHEt, já passamos por isso. Na adolescência, não pensávamos muito nem sobre aparência nem sobre saúde. A juventude nos garantia tudo. Pele boa e saúde perfeita. Aos 30, 40 anos, nossa tendência foi mais para o lado estético de conseguir o corpo que queríamos colocando peito (Camila) e iniciando procedimentos como botox (Fernanda), para garantir o máximo que podíamos da sonhada juventude eterna (e que, feita sem moderação, vira uma luta insana contra o tempo). Já, aos quase 50, apesar de continuarmos querendo envelhecer com a aparência boa (tem gente que não liga para isso e tudo bem também), sabemos que cada idade tem sua beleza, não estamos dispostas a tudo para parecer jovens e nos preocupamos mais com uma qualidade de vida que nos permita amarrar sozinhas nosso próprio tênis aos 80, 90 anos. Interessante como os valores vão mudando à medida que envelhecemos.
Mas, voltando à pergunta inicial, quem define o que é envelhecer bem? De uma maneira geral, seria o
processo de estar saudável e ativo, considerando-se as dimensões física, cognitiva e social. Até aí, tudo bem. Mas, e quando se tem tudo isso e a pessoa envelhece mal de cabeça, infeliz, deprimida, sem satisfação ou motivação para se cuidar, simplesmente porque o tempo passou? Podemos dizer que ela envelheceu bem? Aparentemente, não.
Na sociedade machista e patriarcal que vivemos, principalmente para as mulheres, o emaranhado de demandas a que somos submetidas para nos mantermos sempre jovens, acaba tendo um peso tão grande sobre nós que acabamos adoecendo por causa da pressão estética. Muitas são as mulheres que acabam, de fato, doentes por causa do alto nível de estresse que desenvolveram por se preocuparem demais com a aparência. Sim, é uma realidade.
Por isso, precisamos mudar o jeito que pensamos o envelhecer. Entender que esse é um processo que dura a vida toda. Não se trata apenas de uma fase que começa em determinada idade e que só tem a ver com aparência ou saúde. Um não exclui o outro. Está tudo interligado porque somos físico, mental e espiritual ao mesmo tempo. Envelhecer é um processo abrangente e com muitas variáveis subjetivas, e tentar julgar se uma pessoa envelheceu bem ou não, mesmo não sendo por mal, acaba sendo um erro.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o ser idoso difere entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Nos primeiros, são consideradas idosas as pessoas com 65 anos ou mais, enquanto nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, são idosos aqueles com 60 anos ou mais. Outro erro que costumamos fazer é achar que viver muito é viver bem. Segundo dados da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), 65% das pessoas acima de 60 anos são hipertensas e, também, são as que mais sofrem com depressão, o que está ligado à perda de relações familiares e sociais e o sentimento.
Etarismo e racismo
Por que a velhice negra não é inclusa nos debates sobre etarismo?
TEXTO POR JOICE BERTH ILUSTRAçÃO POR WILLIAN SANTIAGO
“As pessoas falam sobre envelhecer com elegância, que é o que elas querem fazer, é claro. Então, naturalmente, elas não querem olhar para pessoas que podem ter paralisia, as que não podem comer bem, as que podem sentar no meio-fio e atravancar a vizinhança com suas bengalas. Até que nossa sociedade construa (uma) perspectiva mais equilibrada sobre os grupos de idade, isso leva ao retraimento amargo dos idosos.” Robert Butler, Washington Post, 1969.
O assunto da moda é: etarismo.
Não me entenda mal, eu sou favorável à discussão desse assunto mas, contrária à maneira desleixada e racista com que vem sendo tratado. Por isso, te convido a se aprofundar nele, já que nada do que valha a pena saber nessa vida é raso. Afinal, o que é etarismo e por que esse assunto está intimamente ligado, principalmente, ao racismo?
Bom, a palavra “etarismo” consiste em um conjunto de práticas baseadas em estereótipos ou em ideias depreciativas que se expressam em atitudes discriminatórias e preconceituosas contra indivíduos ou grupos com base em sua idade ou faixa etária.
Não podemos negar que provavelmente nós já presenciamos situações onde a idade foi motivo de piadas, até certo ponto inocentes ou despretensiosas. Até por isso, muita gente acha estranho que isso seja algo que ganha contornos mais complexos.
Porém, infelizmente, em uma sociedade desigual e hierárquica como a brasileira, isso não é apenas casual, ou seja, torna-se uma questão sistêmica, que piora as relações e o desenvolvimento humano de alguns grupos que já são fragilizados pelas estruturas sociais marcadas pelas opressões.
O curioso é que o conceito em si, como tudo que cai em solo brasileiro, onde as pessoas rejeitam os estudos mais profundos em detrimento das definições rasas ou que soam mais palatáveis ao mercado e ao consumo, tem sido vergonhosamente distorcido.
Todas, absolutamente todas as discussões sobre etarismo devem passar pelo racismo, tendo em vista que foi a partir dele que se pôde observar a ocorrência dessa prática de aprofundamento das opressões de raça e, posteriormente, de gênero. A matéria escrita pelo jornalista Carl Bernstein, intitulada “Idade e medos raciais vistos na oposição à habitação”, teve grande repercussão, e a imprensa passou a usar o termo para falar sobre a questão da pessoa idosa.
Ao reduzir a discussão sobre etarismo a mero enfrentamento estético ou outras questões mais fúteis, deixamos de discutir os altos índices de violência e descriminação contra o idoso, que é uma das faces mais perversas desse conceito.
Outro sinal preocupante de esvaziamento dessa discussão tão importante e intimamente ligada à questão racial e de classe, tanto quanto de gênero, é a falta total de proposições. A impressão que dá é que colocar mulheres mais velhas em capas de revistas suntuosas é a solução, quando, na verdade, pode ser uma faca de dois gumes, já que abre mais um padrão a ser seguido: o da velhice sensual.
Claro que a sexualidade e a autoestima são parte da abordagem do etarismo, uma vez que a gerontofobia abala e fragiliza muito o bem-estar mental das pessoas em processo de envelhecimento, e devem ser confrontadas no bojo desse assunto. Mas, em um mundo lotado de rígidos padrões excludentes, essencialmente racistas e elitistas, definitivamente não precisamos de mais um.
Por último fica a dica: – Desconfiem de discussões sobre etarismo que não o situa como um instrumento de opressão e que não tenham uma abordagem interseccional e decolonial (reparem como as mulheres brancas e ricas são as que estão sendo estampadas como símbolo de luta contra o etarismo. Mas são as não brancas, latinas e não ocidentais as que mais sofrem com a violência na meia e na terceira idade).
Longevidade, desafios e oportunidades
Processo de envelhecimento está sendo adiado
POR JURANDIR SELL MACEDO JR
Quando eu nasci, em 1961, minha expectativa de vida era de 51 anos. Ou seja, dessa minha safra, metade estaria morta antes do ano de 2012. No entanto, não foi isso que aconteceu. Em 2012, pouco mais de 90% dos nascidos em 1961 ainda estavam vivos.
Em 1969, meu avô paterno morreu. Ele era um senhor que andava com uma bengala e passava os dias sentado em uma cadeira de balanço, pois havia delegado aos filhos o cuidado dos negócios. O velhinho tinha 59 anos.
Em 1974, Washington Olivetto e Francesc Petit, foram os primeiros brasileiros a conquistar o Leão de Ouro no Festival de Cannes, o Oscar da Propaganda. O prêmio colocou o Brasil na elite mundial da publicidade com o comercial “O homem com mais de 40 anos”. Essa peça encomendada pelo Conselho Nacional de Propaganda tinha como objetivo comemorar o 1º de maio. Ela começava com a frase: “Você já ouviu falar que um homem depois dos 40 anos fica ultrapassado, sem chance de se realizar profissionalmente, se não tiver atingido o ponto máximo da sua carreira até essa idade? Você não acredita, então responda por que os anúncios classificados de certas empresas levam aquela frase com preconceito em negrito, ‘idade máxima 40 anos’”. Na sequência, dizia: “Essas empresas julgam os homens com mais de 40 anos velhos demais para conseguirem sucesso profissional”.
Em outubro de 2003, a Lei Federal nº 10.741, que ficou conhecida como “Estatuto do Idoso”, decretou que ficamos velhos ao atingir 60 anos. Na época, eu tinha 42 e me parecia plenamente razoável ficar velho ao me tornar sexagenário.
Há mais de três décadas, trabalho com educação financeira e uma das tônicas sempre foi ensinar as pessoas a se preparar financeiramente para a aposentadoria. De toda forma, toquei meus planos há muito programados. Construí uma casa na fazenda em que nasci, na Serra Catarinense, e resolvi parar uma consultoria que fazia no maior banco privado do Brasil. Passei a
deixar segundas e sextas-feiras livres para subir a serra e ter tempo para meu lazer predileto: pedalar minha mountain bike ao lado da Celina, minha companheira de vida e de pedaladas.
A aventura durou seis meses. Não resisti ao convite para voltar a produzir conteúdo de educação financeira em uma corretora e investi em uma fintech, da qual me tornei conselheiro. Fiquei muito animado e feliz de voltar para o game. Por enquanto, o plano de parar foi transferido para os 70 anos.
Muitos dos meus amigos e amigas que passaram dos 50 ainda estão cheios de energia, abrindo novas empresas, decidindo interromper casamentos que já não lhes eram satisfatórios, resolvendo transformar hobbies em negócios.
Segundo Vaupel, diretor-fundador do Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica em Rostock na Alemanha, a expectativa de vida não está aumentando como resultado de uma desaceleração no processo de envelhecimento. Em vez disso, o processo de envelhecimento está sendo adiado. A entrada na velhice está sendo atrasada.
Não ficamos velhos por mais tempo, estamos ficando jovens por mais tempo. Esses 20 anos a mais antes da entrada na velhice passaram a ser conhecidos como segunda adolescência.
A adolescência é um período de dramas internos acerca da vida futura e do reconhecimento da própria identidade. Agora, pessoas na casa dos 50 começam a olhar para frente e ver que ainda lhes resta muito tempo, Quem eu quero ser além do que construí até aqui?”.
E você já sabe o que quer ser nesta nova fase da sua vida? Quer continuar tocando a vida sem mudanças? Tem projetos guardados no fundo do baú e não sabe como realizá-los? Suas finanças permitem que você pare ou escolha o que fazer? A forma como você gere seu patrimônio lhe agrada? Seus filhos são independentes financeiramente? E sobre essas e outras tantas questões.
Os negócios podem nos levar a lugares incríveis mas lembre-se de priorizar sua mente. Por isso, trouxemos uns joguinhos para você se distrair!
Temos aqui um jogo de caça palavras, que representa o que tencionamos passar: trabalhe e invista em si mas não esqueça de tirar um tempo para você.
CHEIOS DE VIDA
DIFERENÇA DIVERSIDADE
EXPERIENCIAS POTENCIA
REINVENTAR SONHAR
TEMPO
Além do caça palavras, elaboramos aqui uma cruzadinha para você se divertir mais ainda. Aviso: só quem leu toda a revista saberá responder... Boa sorte!
8 1 2
4 3
6 5
7
Vertical
1) Rita Lee: passado ... futuro
3) Nova matéria prima usada pela indústria têxtil
4) Utensílio essencial para montar seu bar em casa
5) Nome dado à economia que os 50+ fazem rolar
6) Peça principal de coleção lançada por Helena Schargel
7) Peça teatral estrelada por Vera Holtz como adaptação do livro Sapiens
Horizontal
2) Nome de personagem criado pela Karina de Campos
8) Marca criada por ex engenheira que decidiu seguir o ramo da moda aos 40
Livros
Capitães de areia
Autor: Jorge Amado Editora: Companhia das letras Lançamento: 1937 Disponível: Amazon O romance, retrata o cotidiano de um grupo de meninos de rua na cidade de Salvador, BA, que vivem de assaltos e violência, mas também cultivam sonhos e aspirações (mudar). Romance brasileiro.
Ensaio sobre a cegueira
Autor: José Saramago Editora: Companhia das letras Lançamento: 1995 Disponível: Amazon Uma terrível ”treva branca” vai deixando cegos os habitantes de uma cidade. Essa fantasia aterradora, nos obriga fechar os olhos e ver. Recuperar o tempos que se perdeu, recuperar a lucidez.
Admiravel mundo novo
Autor: Aldous Huxley Editora: Biblioteca azul Lançamento: 1932 Disponível: Amazon A história se passa em Londres no ano 2540, o romance antecipa desenvolvimentos em tecnologia reprodutiva, manipulação e condicionamento clássico, que se combinam para mudar profundamente a sociedade.
Povo, poder e lucro
Autor: Joseph Stiglitz Editora: Record Lançamento: 2019 Disponível: Amazon Ensaio definitivo sobre as fundações do capitalismo progressista e os perigos previsíveis do fundamentalismo de livre mercado, Joseph E. Stiglitz mostra que as soluções para a economia são, muitas vezes, bem óbvias.
Oceano azul
Autor: Chan Kim, W. Chan Editora: sextante Lançamento: 2017 Disponível: Submarino Sugere matrizes que podem ser aplicadas em modelos de negócio e analisa casos de grande sucesso em todo mundo, como o do Cirque Du Soleil, que recriou o conceito de circo com sua capacidade de fidelizar clientes.
O capital
Autor: Karl Marx Editora: boitempo Lançamento: 1867 Disponível: Amazon O Capital. Crítica da Economia Política é um conjunto de livros escrito por Karl Marx, que constituem uma análise e crítica do capitalismo. Muitos, sim, consideram esta obra o marco do pensamento socialista marxista.
Filmes
Don’t worry Darling
Direção: Olivia Wild Atores: Florence Pugh, Harry Styles, Olivia Wilde, Nick Kroll, Christopher Whitelaw Lançamento: 2022 Disponível: Now Ambientado nos anos 50 numa comunidade no deserto da Califórnia, o longa tem como protagonista Alice, uma feliz dona de casa que parece levar a vida perfeita. Ela e o marido Jack moram numa casa digna de comercial de margarina onde, mesmo casados, continuam em eterna lua de mel. Alice passa os dias cozinhando, limpando e frequentando diversas atividades junto às demais esposas da vizinhança.
ELA
Direção: Spike Jonze Atores: Joaquin Phoenix, Amy Adams, Rooney Mara, Olivia Wilde, Scarlett Johansson Lançamento: 2014 Disponível: Prime vídeo O drama Ela parte da história curiosa de um homem que se apaixona por uma máquina. Este mote foi amplamente discutido, defendido por alguns e ridicularizado por outros, desde que o diretor e roteirista Spike Jonze anunciou o projeto à imprensa. O filme não se esgota nesta ideia criativa. Ele retrata as novas configurações do amor de maneira geral, e consegue transformar o relacionamento entre o escritor Theodore e o sistema.
Elvis
Direção: Baz Luhrmann Atores: Austin Butler, Tom Hanks, Olivia DeJonge Lançamento: 2022 Disponível: HBO max, Amazon Prime Cinebiografia de Elvis Presley acompanhará décadas da vida do artista e sua ascensão à fama, a partir do relacionamento do cantor com seu controlador empresário “Coronel” Tom Parker. A história mergulha na dinâmica entre o cantor e seu empresário por mais de 20 anos em parceria, usando a paisagem dos EUA em constante evolução e a perda da inocência de Elvis ao longo dos anos como cantor. No meio de sua jornada e carreira, Elvis encontrará Priscilla Presley.