Revista Segurança Eletrônica - Edição 54 - Julho de 2021

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Artigos

Socorro, reduziram meu orçamento!

Por Gustavo Dietz

I

magine um mundo fictício em que é hora de planejar o orçamento do próximo ano e você recebe a notícia de que terá que apertar o cinto e cortar custos. Se identificou com isso? Tenho absoluta certeza de que todos nós já passamos (ou passaremos) por isso. Sempre que há uma discussão sobre corte de custos, estamos na mira da área financeira e temos que aprender a lidar com essa situação. Isso acontece com todas as áreas que, em teoria, não contribuem diretamente para o resultado financeiro da companhia. Sendo um setor que muitas vezes é visto essencialmente como CUSTO, não poderia ser diferente com a área de Segurança, mesmo que já estejamos trabalhando de maneira enxuta. Não acredito que seja possível fazer “mais com menos”. Esta é apenas mais um daqueles “chavões” corporativos que não fazem o menor sentido no mundo real, porém é possível sim fazer mais de maneira diferente! Neste artigo vamos abordar algumas opções para ajudá-lo a endereçar as pressões financeiras da sua organização, de maneira a não ultrapassar os níveis de tolerância ao risco impostos pela sua liderança. Defina a tolerância aos riscos Tudo começa no total entendimento dos níveis de tolerância aos riscos de sua organização. Quando recebemos a tarefa de reduzir custos, outras áreas da companhia muito provavelmente estão na mesma situação. Então, o primeiro passo é entender tudo o que está sendo reduzido e que não está sob nossa responsabilidade. Alguma operação que atualmente é protegida será eliminada ou terceirizada? Isso altera o cenário de risco originalmente analisado?

Estamos falando de qualquer operação, atividade ou configuração que altere o cenário de risco, e consequentemente a necessidade de proteção. Aquela operação logística que, por definição da empresa, será terceirizada, ou a mudança do escritório central para um novo ambiente de coworking. Seja qual for a mudança, é importante perceber que não é o seu risco que aumentará ou reduzirá em nenhum destes cenários. Tanto o orçamento quanto o risco pertencem a toda a organização e é a missão e os objetivos da companhia que estão em risco nesta conversa. Então, antes de ativar o modo defensivo nas conversas sobre o orçamento de segurança, é muito importante que você entenda o cenário e estabeleça acordos com os executivos sobre os níveis de risco aceitos pela sua organização. Você estará pronto para esta conversa tão logo tenha bastante claro qual o apetite de risco da sua empresa. Quais os incidentes de segurança inaceitáveis pelas áreas de negócios e quais aqueles toleráveis, e em que níveis são toleráveis. Isso te dará o material necessário para pensar no plano de mitigação considerando as prioridades da sua companhia e você terá as informações iniciais para a conversa sobre o orçamento necessário para custear estas operações. Evite ser pego de surpresa com o “corte de orçamento” Um pedido de corte de orçamento em 20% pode surpreender qualquer líder. O cérebro humano está programado para reagir a surpresas e nossa resposta instintiva é a de negar a possibilidade. A primeira pergunta que vem à mente é como fazer para operar com 20% menos recursos, e com isso entramos no modo improdutivo de tentar encontrar uma saída para evitar 35


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