SUBJETIVA
The Handmaid’s Tale e os cúmplices do opressor Qual a necessidade de ter opinião formada sobre tudo? Seu feminismo chega à sua mãe?
The Handmaid’s Tale e os cúmplices do opressor Estamos vivendo tempos cada vez mais sombrios. Perdemos direitos quase semanalmente e vemos uma onda conservadora aterrorizante tomando conta da sociedade. Recentemente, museus foram boicotados e atacados por pessoas ofendidas com algum tipo de arte demonstrada lá. Curiosamente, em boa parte das vezes, essas pessoas estavam ofendidas com coisas que nem faziam parte da arte em si. E não adiantava explicar. Alguém postava “esse quadro não estava na mostra” e respondiam “VOCÊS SEM VERGONHA BANDO DE PETISTA PERVERTIDO ESSA ESQUERDA VAI ACABAR COM O PAÍS”. A ignorância é tanta que até o MAM do Rio de Janeiro recebeu ataques, pois milhares de pessoas não leram direito e confundiram com o de São Paulo. Enfim, o que mais tem me chamado a atenção nesses episódios é o pouco compromisso com os fatos. Políticos e personalidades públicas postam mentiras nas redes sociais, uma horda de ignorantes sem questionar replica e reage com violência. É sobre isso que se fala quando se fala em massa de manobra. Instaura-se o caos contando com pura ignorância popular. E o que isso tem a ver com The Handmaid’s Tale? Pois bem, desde que assisti à primeira temporada da série, tenho pensado muito sobre o quanto daquele universo já existe na nossa realidade atual. Penso no quanto a ignorância vai construindo aos poucos algo que, na série, já está instaurando e, principalmente, no quanto muitas pessoas, sem perceber, lutam contra elas mesmas. E é isso que quero debater neste texto. Resumão do que trata a série Não foi nenhuma surpresa a quantidade de prêmios que The Handmaid’s Tale ganhou no Emmy. A série, baseada no livro de mesmo nome de Margaret Atwood, publicado pela primeira vez em 1985, é praticamente impecável. Quando decidi assistir à série, não fazia ideia sobre do que se tratava e, conforme fui entendendo, fiquei vidrada. Mas era um vício doloroso — e ainda é. The Handmaid’s Tale (em português, O Conto da Aia), é muito mais aterrorizante do que muito filme de terror. Por quê? Porque é real demais.
A série se passa nos Estados Unidos, em um futuro distópico. Há uma guerra civil cuja vitória de um grupo religioso culminou na fundação da República de Gillead, uma sociedade que resgata valores extremamente conservadores e na qual mulheres não têm voz. Pela série, podemos ver que a localização é algo próximo de Boston, mas não temos mais detalhes que isso. Nessa sociedade, as chamadas handmaids são encarregadas de engravidar e ter filhos para casais que não conseguem conceber. A premissa da história é que uma praga reduziu drasticamente a fertilidade e, há anos, poucas mulheres engravidam, poucos bebês chegam a nascer saudáveis ou sequer nascem. Dentro dos preceitos de Gillead, essas são mulheres inférteis — não existe a possibilidade de homens estéreis e a palavra é inclusive proibida. Sendo assim, as handmaids são treinadas para servir de barriga para esses casais. Para que engravidem, todo mês, em seu período fértil, a handmaid deve participar do que eles chamam de “cerimônia”. Esta consiste em: esposa sentada na cama com a cabeça da handmaid em seu colo e segurando seus punhos; handmaid deitada de barriga pra cima, apoiada da esposa; homem (chamado de Commander) basicamente estuprando a handmaid. É bizarríssimo. Conhecemos a história por meio da narrativa de June (Elisabeth Moss), uma das handmaids. A série traz algumas adaptações em relação ao livro (que li depois). No livro, negros não fazem parte da República de Gillead e, para poder incluir atores e atrizes negros na série, optaram por mudar isso na história. Além disso, Moira (Samira Wiley), melhor amiga de June, na série é lésbica. Em diversas cenas de flashback, vemos as duas em festas, fumando, olhando o Tinder, flertando… São pequenos elementos que atualizaram a história e a tornaram mais assustadora: o mundo em que vemos as duas vivendo antes da guerra é idêntico ao nosso mundo atual. As coisas vão mudando aos poucos, com episódios de violência e perdas de direitos. Vendo a série, entendemos perfeitamente que aquilo tudo poderia acontecer com a gente e que esses pequenos episódios já acontecem. Se quiser exemplos, volte ao primeiro parágrafo do texto.
Cúmplices do opressor Fazendo um copia-e-cola do dicionário, a palavra ignorância significa 1) estado de quem não está a par da existência ou ocorrência de algo; 2) estado de quem não tem conhecimento, cultura, por falta de estudo, experiência ou prática. Embora seja frequente o uso do termo “ignorante” como xingamento, ele não necessariamente o é. Serve apenas para denotar esse estado de não saber. E não há nada de errado em não saber. O problema começa quando não há interesse em passar a saber ou quando ignoramos nossa própria ignorância e assim agimos de maneira arrogante. Mas a questão aqui é: a quem interessa que permaneçamos ignorantes e a quem serve essa ignorância? Tem mone
uma citação de Beauvior
maravilhosa que diz o
da Siseguinte:
“O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.” Não é uma questão de culpar os oprimidos por muitas vezes lutarem contra si próprios sem perceber. É sobre entender que o opressor se fortalece nesse apoio e que só consegue isso devido à ignorância. Uma das mudanças que a série The Handmaid’s Tale fez em relação ao livro foi o histórico da personagem Serena Joy (Yvonne Strahovski), a esposa do Commander de June. Aliás, não há nenhum momento na série em que a chamem por esse nome, ela é sempre Mrs. Waterford, mas vou usar o nome original aqui. Já no primeiro episódio, me chamou atenção o desconforto dela com toda aquela situação. É uma personagem muito interessante, pois, embora ela colabore o tempo todo para que as coisas funcionem da forma que estão funcionando, ela parece sempre insatisfeita, sempre muito incomodada, com uma expressão facial quase permanente de quem comeu e não gostou. E é no sexto episódio da série, A Woman’s Place (em tradução livre, O Lugar de uma Mulher), que entendemos um pouco do porquê. Em A Woman’s Place, acompanhamos em flashbacks a vida de casal dos dois antes da instauração da República de Gillead. Nesses flashbacks, descobrimos que — muito diferente da imagem de esposa submissa que Serena Joy às vezes passa ou é obrigada a passar — ela, junto com o marido, foi uma das responsáveis pelos ataques terroristas que deram início a tudo. Mais do que isso, ela foi uma das autoras das leis dessa república. Também descobrimos que ela era escritora e advogava a favor do que chamavam de “feminismo
doméstico” — um feminismo que defendia que as pois acredita que homens e mulheres devem ter mulheres voltassem às tradições ditas femininas. direitos iguais. É uma frase absurda, pois qualquer pessoa que saiba o mínimo do que é feminismo sabe No mesmo episódio, a embaixadora do México vai que a definição mais básica, aquela que todas as veraté Gillead para conhecer a sociedade em que vivem e tentes concordam, é acreditar que homens e mulhecomo ela funciona e é recebida na casa do Comman- res devem ter os mesmo direitos. E o perigo de dizer der. Sendo mulher, é natural que ela tenha interesse algo assim — especialmente quando se trata de uma em saber como as mulheres se sentem dentro da- figura pública, mas não só — é que pessoas ignorantes quela sociedade. Ela, então, se dirige “ao lado quieto quanto ao que é feminismo aprendem que feminismo da sala”, isto é, às esposas ali presentes, e as pergunta é o contrário de machismo e saem por aí propagando diretamente. Serena Joy responde que se sente aben- mais lixo em forma de opinião. çoada por ter um marido para cuidar dela. A embaixadora responde com uma citação: “Nunca confun- Isso não ocorre apenas com mulheres e feminisda a submissão de uma mulher com fraqueza.” Nesse mo. Há gays com práticas e discursos homofóbicos, momento, vemos Serena Joy engolir seco. A citação negros que defendem que racismo é vitimismo e (que me parece extremamente ingênua) é do livro es- por aí vai. O sistema funciona tão bem, que grupos crito por ela — o título do livro é o título do episódio. oprimidos que lutam ao lado dos opressores são até comuns. Falta discernimento, cabeça aberta a entenA embaixadora comenta sobre como ela era engaja- der, pensamento crítico. da às causas do feminismo doméstico e pergunta se, quando escreveu o livro, ela imaginava que ajuda- Quando vejo essas manifestações moralistas e conria a criar uma sociedade na qual mulheres não po- servadoras que clamam por cada vez mais censuras e dem ler esse livro — ou qualquer outra coisa. (Aliás, aplaudem perdas de direitos como se fosse uma vitónessa sociedade, mulheres têm suas mãos amputa- ria de time de futebol contra “esquerdistas”, “petistas” das caso sejam pegas lendo ou escrevendo.) Serena e outras asneiras, penso em Serena Joy na República Joy responde, sempre olhando para o marido como de Gillead. Penso em uma sociedade que chegue a quem pede por confirmação, que alguns sacrifícios conquistar tudo que essas pessoas estão lutando para precisam ser feitos e que Deus retribui com bênçãos. conquistar e me pergunto se elas têm noção daquilo pelo que estão lutando. Penso se, assim como Serena Esse é um dos meus diálogos preferidos da série (e Joy, só vão sentir o tiro no pé quando a ferida já esnão existe no livro). Ele me faz pensar em grupos do tiver necrosada. E, tendo visto essa primeira tempotipo “mulheres contra o feminismo”. Frequentemen- rada inteira de The Handmaid’s Tale e observando os te, leio por aí publicações de mulheres inteligentes acontecimentos recentes aqui no Brasil e no mundo, e bem articuladas defendendo o machismo, e fico fico cada vez mais paranoica e pessimista. chocada. Com mais frequência ainda, observo essa defesa nas pequenas coisas. Outro dia alguém tuitou Deixo aqui no fim, sem nenhuma mensagem de uma foto do goleiro Bruno com o comentário “por esperança, mas de constatação, uma citação da Maya que foi estragar sua vida por causa de uma mulher?” Angelou que gosto muito: e vi um monte de mulheres apoiando e reproduzindo absurdos do tipo “isso que dá se envolver com pira- “Eu sou feminista. Sou mulher há um bom nha”. Falamos que mulheres não são obrigadas a se- tempo. Seria burrice não estar do meu rem donas de casa, entendem que não pode ser dona próprio lado.” de casa. Falamos que mulheres não são obrigadas a serem mães, entendem que não pode ser mãe. Fala- Só gostaria de corrigi-la e dizer que não é burrice, é mos que mulheres não são obrigadas a se depilarem, ignorância. E é por ignorância que tantas pessoas são entendem que não pode se depilar. E, com base em manipuladas a não perceberem que não estão do próuma variedade imensa de premissas simplesmente prio lado. O que será que precisa acontecer para pererradas, vemos mulheres lutando contra feminismo ceberem? Se seguirmos pelo caminho que parecemos sem perceber que estão lutando contra si próprias. estar seguindo, acho que teremos, como sociedade, cada vez mais em comum com aquele futuro distópiNão é por falta de explicação e acesso à informação co de The Handmaid’s Tale. E não consigo imaginar que esse fenômeno acontece. A atriz Shailene Wodley terror maior que esse. - Laura Pires certa vez declarou que não se considera feminista,
Seu feminismo chega à sua mãe?
Ou sua “sororidady” é só com as “manas” do facebook?
Vamos supor que você conheça o feminismo há um ou dois anos. Você leu algumas coisas, começou a se identificar, começou a reconhecer suas opressões. Você ficou com raiva. Você ficou com vergonha. Você continuou lendo e descobriu que essas coisas que te afetam também afetam outras mulheres diferentes de você. Você descobriu que algumas mulheres experimentam essa opressão de forma diferente de você. Você foi ler sobre como a mulher negra vivencia uma simbiose de machismo e racismo. Você ficou brava quando descobriu a fetichização pela qual as lésbicas e as bissexuais passam. Você começou a adquirir consciência de classe ao constatar que a mulher pobre é oprimida não só pelo machismo, mas por sua condição de classe. Nesse processo, você talvez tenha conhecido muita gente. Muitas mulheres, a maioria jovens, da sua idade. Deve ter curtido muitas páginas no Facebook, e compartilhado muitas imagens provocativas e textões. Deve ter começado a bufar e a revirar os olhos ao ver algo machista na televisão, em casa. Talvez tenha até começado a rever como o machismo esteve presente nas suas próprias relações afetivo-sexuais, tanto homo quanto heterossexuais (porque, sim, o machismo também afeta relações lésbicas). Enquanto tudo isso,
você onde
passava estava sua
por mãe*?
Enquanto você lia sobre relacionamentos abusivos e sobre a necessidade de autonomia da mulher frente ao homem, para que ela se concretize e transcenda enquanto ser humano, você olhou pra relação dela com seu pai, seu padrasto ou com o namorado dela? Enquanto você lia sobre a dupla/tripla jornada de trabalho da mulher — a quem são delegadas as responsabilidades de cuidar da casa, cuidar das crianças e trabalhar fora — quem lavava sua roupa? Enquanto você se conscientizava sobre a necessidade de acabar com a rivalidade feminina e de enxergarmos umas às outras como seres humanos completos, sobre como o patriarcado nos impõe uma ideia de “mulher” como ser traidor e egoísta, sobre como as relações
entre mulheres são tidas como frágeis e superfi- menosprezar o sofrimento de ninguém nem ciais, você refletiu sobre sua relação com sua mãe? duvidar de erros cometidos. A intenção é: Enquanto você lia sobre socialização, sobre a imposição de estereótipos sexuais logo na infância, sobre a diferença de criação entre meninos e meninas e refletia sobre sua própria criação, qual papel você atribuiu à sua mãe nesse processo? Qual grau de culpa você lhe impôs?
Fazer o exercício de devolver às nossas mães a humanidade que se perdeu delas no momento em que engravidaram de nós.
Nem que seja pra reconhecer seus erros: que sejam erros de humanas, e não de “mães” (porVocê tem uma visão de como foi sua criação. Tal- que isso dá uma carga extremamente negativa). vez você já tenha perguntado pra sua mãe como foi a gravidez dela (se foi planejada ou não), como A revolução começa, primeiro, dentro de nós mesmas. foi a reação do seu pai biológico, como foi a reação Mas se ela não alcança a forma como enxergamos nosda família, se ela queria ou não engravidar. Talvez sas mães — os primeiros modelos de mulheres a que você tenha perguntado como foi o início da mater- fomos expostas — ficaremos presas dentro de um ciclo nidade e como ela lidou com você, criaturinha re- vicioso de oferecer empatia a apenas algumas mulheres. cém-nascida, toda frágil e dependente. Será que ela teve depressão pós-parto? Como foi a cobran- *Entenda, para a maior parte do texça da família em relação à forma como você seria to, por “mãe” como aquela mulher que te criada? E seu pai, onde entrou nessa história toda? criou (não necessariamente a mãe biológica). Você tem uma visão de como foi sua criação, e talvez tenha muitas críticas a ela. Não seria incomum se - Furiosa tivesse; uma vez que somos podadas, de fato, desde a infância. O quanto de culpa você coloca sobre sua mãe? Você considera outros fatores — como a escola, o restante da família, a religião, etc — ou coloca a culpa de todos os seus traumas de infância na sua mãe? Você vê sua mãe só como mãe ou você a enxerga também como um indivíduo? Um indivíduo que tem vontades próprias, sonhos próprios, traumas próprios, dificuldades próprias, gostos próprios, história própria? Ou você a enxerga como uma extensão de você, anterior a você, cuja identidade e subjetividade se resumem a isso — a ser sua mãe? u não estou aqui dizendo que mães são seres imaculados que não erram — ou, então, que não podemos culpá-las, porque tudo de errado que fizeram foi por conta da socialização, da pressão do patriarcado ou porque queriam nos proteger de alguma forma. Não. Estou tentando aqui dizer que são seres humanos. Falíveis, errados, às vezes irresponsáveis, às vezes imaturos. E a gente não aceita essas características em uma mãe. E isso faz parte da misoginia, do patriarcado — colocar a culpa de tudo nas mulheres, e, sobretudo, nas mães. Relacionamentos familiares podem, sim, ser abusivos, e a relação de mãe-filha é complicadíssima tanto em termos sociais quanto psicológicos, então não vou nem entrar nesse mérito (nem quero). Não quero aqui
Para ler quando nada estiver valendo a pena O dia poderia ter amanhecido mais claro, en- Para praticar: solarado e gracioso. Mas, me pareceu mórbido demais e simplesmente nada faz sentido. Quando alguém te elogiar, não tente convence-lo do contrario, aceite o elogio! Agradeça e retribua! Por que seguir por este caminho? Contabilize seus pontos por vezes que você conseguiu aceitar sua qualidade e quando você atingir um numeQuando entramos na faculdade dos sonhos e perce- ro expressivo (você saberá qual), pare de contar e siga bemos os obstáculos, podemos pensar: deveria ouvir com o exercício. Em breve não sera um exercício, será fulano e escolher algo mais fácil. autoaceitação. Porém, nenhum caminho fácil demais é esco- Lembre-se de tudo que você passou e penlhido a base da comodidade lhe trará a satisfa- se: se você não caiu até agora, nada te derruba! ção de escolher com o coração pleno e sincero. -Lara Pirro Teus dias não estão da forma como você queria e isso é normal. As coisas boas só passam a valer a pena porque não são constantes. Afinal, como seria a vida se tudo fosse fácil? Se você entrou num barco, pensando que o mar sempre será calmo, você pode tá certo, como também pode tá errado. Mas independente disso, você saberá navegar, sempre soube! Você não se lembra, mas eu vou lembrar-te: És capaz! A pessoa mais capaz para seguir o seu caminho é você. Você consegue! Dentro de você, a tua essência, te diz com clareza quem és! Não renegue-a! Olhe a sua volta, assopre com toda sua força a neblina que se espalha e veja as pessoas que te amam! Deixe-as te amarem! Tudo isso é somente um momento. Essa cama quer que você se levante e o mundo precisa te ver fora dela! Esse quarto é seu refúgio e você sempre o terá, mas seu destino está nas ruas! Sinta o sol aquecendo-te a pele, sinta a brisa passando por seu cabelo. Chegue cansando de um dia produtivo! Produza! É gostoso realizar algum feito e você o realizará! Pegue o seu tempo com as mãos e respire profundamente, como quem diz: esse tempo é meu e eu vou usa-lo da melhor forma!
Versos afiados com a língua. Por que, meu amor, você foi por outro lado? Para outros braços, outro sofá? Disseram que mudou de andar e de prédio E que agora inventou de parar de inventar Você disse uma vez que era o mais artista dos dois Mas quem disse adeus para o que parecia acreditar? Fiz da arte minha sala de estar E das folhas os melhores confidentes Fiz dos lápis armas eficientes Afiadas como minha língua Tinha a alma felina e a lealdade de cão Guardando versos por precaução Para não perder o tempo como tantas vezes Derrotando por nocaute a prostração Menos racional e mais emoção Sou essa coisa acesa que vai e volta Mas que agora pouco importa Eu não era artista Só alguém pra foda Musa de ninguém Consolo para o fracasso Desculpa para o desdém Puta, dama e melhor amiga Carcaça escondida Numa cama egoísta de solteiro E agora quem versa essas coisas sem pressa Quem mandou parar de invenção? Logo você, o rei dos disfarces O pai da mentira O dono do abate O mestre da falácia e da falsidade Cujas mãos rasgaram minhas melhores f-r-ases Quem mandou parar de acreditar nas coisas belas? Quem mandou vestir roupas repetidas? Quem mandou ser o mais artista dos dois? Escrevi o verso pra te lembrar quem foi Mas tudo bem esquecer de mim Tudo bem esquecer da arte Tudo bem ser um péssimo equilibrista Tudo vai ficar bem e calmo — Alto e claro! Como o som das trombetas dos anjos Que anunciarão o fim do que não finda Eles tocarão cedo ou tarde Enquanto isso aponto os lápis Afiados — como minha língua. - Celina
O Conto da Aia: A sombra de um futuro distópico já vive entre nós O livro “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, foi publicado pela primeira vez em 1985 e, após mais de trinta anos de seu lançamento, foi adaptado ao formato de seriado e se tornou uma febre mundial. “Nenhuma bugiganga imaginária, nenhuma lei imaginária, nem atrocidades imaginárias. Deus está nos detalhes, é o que dizem. O diabo também” foi a regra que Atwood criou para si mesma para escrever esse livro e talvez seja justamente a possibilidade dos acontecimentos narrados serem o futuro do mundo presente que tenha tornado essa obra icônica. Após um golpe contra o governo dos Estados Unidos, Gilead, uma teocracia de direitos muito limitada, é criada. Com os graus de fertilidade cada vez mais baixos devido a contaminação de águas, terras e afins, garantir a procriação da população passou a ser o principal argumento da necessidade de imposição de leis absurdas e, mais uma vez, a culpa da esterilidade fica na conta só das mulheres. Nessa nova sociedade, as mulheres tiveram seus direitos restringidos ao extremo e suas existências passam a depender de se encaixar em uma das quatro atribuições disponíveis, essas muito ligadas ao que é definido como feminino na sociedade que vivemos hoje. As mulheres de Gilead podem ser Aias, Martas, Esposas ou Tias e cada um desses papéis têm um código de vestimenta restrito e com cores específicas que sinalizam seu status naquela sociedade. As mulheres que não se encaixam são vistas como “não mulheres” e são mandadas para trabalhar em campos de trabalho forçado, um destino de morte certa. As mulheres em idade fértil que pariram em algum momento de suas vidas se tornam Aias, mulheres treinadas para engravidar, parir e amamentar o filho destinado ao Comandante e sua Esposa. Suas vestem parecem hábitos, são vermelhas e são acompanhadas de um chapéu branco que escondem seus rostos. As Esposas vestem azul, como Virgem Maria, e são mulheres inférteis casadas com os Comandantes. As Martas vestem verde e são responsáveis pelos
trabalhos domésticos, enquanto as Tias têm a função de educar as Aias a servirem e usam marrom. Também há as econoesposas, as esposas de homens de classe mais baixa que a dos Comandantes, ponto pouco explorado do livro. Esses homens não têm o direito de possuir Aias, maior símbolo de status dessa sociedade.
e papéis considerados como femininos num momento crucial de avanço de retrocessos. Com a exposição de um regime baseado em controle, violência, ameaça e religião, o leitor cultiva em si a certeza da importância da desobediência. Offred desobedece ao não esquecer quem foi no passado e, nas lembranças de quem foi um dia, encontra a força necessária para continuar existindo. Enquanto o mundo retira sua humanidade, lembrar que ainda é um indivíduo é resistência.
A situação de todas as mulheres na República de Gilead é de privação de direitos, mas o lugar das Aias é o de um receptáculo controlado. Elas são um objeto de poder, por possuírem um útero fértil, esse signo de sua opressão. A história do livro é narrada por uma Aia. Seu nome verdadeiro é desconhecido, mas den- “Alguns livros assombram o leitor. Outros assombram tro do regime, ela é Offred, que significa “De Fred”. o autor. The Handmaid’s Tale fez os dois”, disse Atwood uma vez num artigo do The Guardian e tenho que conA narrativa do livro é um fluxo de pensamentos da cordar. O mundo de Gilead faz soar um alarme intenarradora-personagem. Ora fala de suas memórias, rior que serve como um alerta para os rumos autoritápara a gente entender como era antes e quem ela foi rios e assustadores que estão sendo desenhados hoje. um dia, ora fala das cerimônias, regras e rituais dessa teocracia. A personagem nos apresenta, com recortes, Mulheres se vestem de Aias hoje e saem para protesum mundo dominado pelo conservadorismo, sem li- tar contra o controle estatal de seus corpos e mosberdades individuais e baseado na misoginia, enquan- tram como essa história se tornou símbolo da resisto fala sobre seus sentimentos. Ela se apega ao passa- tência feminista contra todas as formas de opressão. do para resistir ao presente. Lembrar de quem ela foi um dia, da filha que teve e de seu marido, é a maneira O livro “O Conto de Aia”, de Margaret Atwood, que ela encontrou de se manter com vontade de viver. está sendo relançado pela Editora Rocco Apesar da história expor um mundo extremo, tudo -Thaís Campolina ali parece possível como um desdobramento do mundo que vivemos por se basear numa opressão real e em acontecimentos e discursos derivados dela. A obra tenta nos mostrar a possibilidade daquilo vir a acontecer, especialmente quando ela traz à tona suas memórias sobre os acontecimentos que antecederam a instauração desse Estado totalitário e teocrático. O Conto da Aia já foi traduzido para cerca de quarenta idiomas, foi adaptado para cinema e tema de um balé, de uma ópera e agora de uma série que ganhou muitas categorias do Emmy Awards 2017. O controle do corpo das mulheres nunca deixou de ser pauta em qualquer lugar do mundo e é por isso que essa distopia se parece tão próxima de nós. E, nesses tempos, ainda mais. O mundo avança novamente para o domínio do conservadorismo. Nos EUA, Trump representa um retrocesso para todos grupos vulneráveis, incluindo mulheres e, no Brasil, a bancada fundamentalista domina o legislativo federal, estadual e até mesmo municipal. A obra é um fenômeno hoje por provocar reflexões sobre família, religião, Estado, violência, poder e
Eu esperava pelo menos uma última mensagem Eu esperava pelo menos uma última mensagem sua. Eu não achei que você deixaria a minha vida tão rápido e subitamente assim. Estou até um pouco atordoada. Eu saio, frequento festas e boates com gente desconhecida, encho a cara de tequila, entupo meus pulmões com cigarro sabor canela e, mesmo assim, consigo pensar em não receber notícias suas. Na verdade, nada consegue bloquear minha mente de pensar que não te tenho mais. Eu só queria mesmo que você desse o último aceno de adeus. Eu fico horas sentada no pátio da faculdade esperando um simples bip do celular, indicando uma mensagem nova ou qualquer outra notificação sua. Eu deixo meus amigos falando sozinhos enquanto só fico sentada, segurando o celular e aguardando um sinal. Eu vivo colada ao meu celular, só esperando. Eu choro sempre, pensando em como eu deixei você mal no dia em que terminamos. Eu seguro meu celular com força e quase o deixo cair quando penso na raiva que é não poder te ligar e pedir desculpas. Você rejeitaria minha ligação, sem sombra de dúvidas. Eu esperava pelo menos um “eu te odeio”, ou um “não quero mais nada com você”. Só mais algum sinal, sabe? Eu esperava pelo menos uma última mensagem… - Gabriela Prado
Quem vai nunca vai completamente A As to
grandeza melhores vagalume
do
sentimento
permanece
viva
no
coração
memórias são as que eu guardo reluzentes no coração. Tem efeie vivem flutuando ao meu redor. Incandescentes, não apagam.
Não foi amor à primeira vista. Ao contrário, a construção foi árdua e imatura, digna de duas adolescentes millennials, na Era dos celulares coloridos e início das redes sociais. Muitos depoimentos no Orkut, por sinal. O crédito desse arquivo é que são quase nulas as pastas problema, não houve espaço no HD. Eu terra, ela ar. Eu orgulho, ela compaixão. Me lembro como num num filme de Super 8, tantas tardes embaixo dos eucaliptos perto da minha casa. O reflexo do sol entre as folhas infinitas naquele céu era quase que meditação para nós. Guardo bem os passeios na beira da praia, cantando Kid Abelha, desejando o mundo, o infinito, as estrelas e o depois. Mesmo sem saber muito bem o que era esse tal de depois. Eram os quinze anos, todos os sonhos mais malucos e descobertas do mundo. Éramos invencíveis. Éramos muito, na aventura de sair escondido da escola. Éramos pequenas, diante de um mundo que chicoteava quem transbordasse amor demais. Eu dizia pra ela, pega leve. Fomos fracas, quando nos resultamos em nada. Fomos dor e mágoa, quando insistimos no silêncio. E eu fui medo, quando a deixei de lado. Ela, que era a personificação da compreensão. Ela, que me enxergava melhor do que eu mesma. Ela, que espalhava beleza por onde passava e era tão luz quanto um vagalume, preferia entender do que brigar. Eu, queria ter brigado um pouco mais. Nos desmontamos pra nos encontrarmos de novo. E eu entendi que o tempo não era nada e ainda sim era tudo. E que nós ainda éramos donas do mundo, do nosso mundo. Pra entender o depois, que se instalou no antes, e nos separou, pra se transformar em estrela e brilhar por aí de outro jeito. Todo amor dura enquanto brilha, o meu permanece aceso na memória e coração. Dia desses, eu sonhei com ela me dizendo que a gente vive e morre o tempo todo. E que todos os dias compõem pequenas mortes, pra nascermos outra vez. Enquanto eu durmo, acho que somos eternas. Queria que desse tempo de dizer que a dor passou, que a gente não ia chorar pra sempre pelo mesmo garoto e que a viagem pra Argentina ainda tá de pé. Queria ter feito mais quando eu pude. Queria ter sido a corda de salvação e queria que ela soubesse que se eu pudesse ter sido toda a força, eu seria. Que eu entendi, enfim. Na verdade, eu acho que ela sabe. Se a gente se encontrasse de novo, eu também queria dizer que as lágrimas não me acabrunham mais, a dor já não existe e a saudade é um jeito de morrer de amor e continuar vivendo. E que somos e seremos, melhores amigas sempre, em muitas dimensões, coexistindo por aí, galáxias a fora. Isso é um jeito de perpetuar o amor e foi ela que me ensinou isso também. Eu aprendi e ainda estou aprendendo. O pedaço dela que ficou comigo, foi esse amor que resplandece e eu guardo pra poder distribuir por aí. Quando chegaram os dezessete e ela se foi, eu que fiquei pouco inteira, despedaçada, me reconstruí e entendi que naquela época os tempos eram difíceis e eu sei que pra nós, tinha de ser assim. Mas graças a ela, eu também aprendi a me olhar e olhar melhor pro mundo. Também saí pregando por aí que tem saída e dá pra encontrar o caminho. Quando foi a minha vez de ver o chão se abrir, foi ela quem me ajudou. Mesmo não estando mais aqui, eu sei que se ela estivesse é o que ela faria. Não há dor no mundo que não possa evaporar depois de um sol bem quente, um abraço apertado e um amor maior que o impossível.
Saí contando nossa história por aí e ajudou uma porção de gente. A vida é quase sempre um cenário de filme e até o que poderia ter sido, foi em algum lugar. Nós continuamos invencíveis e a maior lição é que nunca vamos deixar de acreditar e lutar. Seja aonde for e como for, fundo e superfície. Se escolheram a cor amarelo pra esse mês, pra simbolizar a vida, tenho pra mim que é porque foi feito pra brilhar igual ao sol. Igual a ela também. Infinita na sua coragem e no seu amor. Estamos todos juntos, fortes. Quem vai, nunca se vai por completo. Quem fica, fica pra aprender e ensinar. -Julia Caramés
Preciso de mais um cigarro Céus! Preciso de mais um cigarro porque meu maço está acabando. Entender quem sou porque meu espelho está quebrando. Me arrepender porque o orgulho está me adoecendo. Dizer pra minha mãe que a amo porque ela está esquecendo. Doar sangue porque me sinto cheio. Comer melhor e controlar todo esse anseio. Cantar para o meu amor porque a chama está apagando. De um satélite para me encontrar enquanto estamos em órbita, voando. Preciso aprender a amar porque causo sufoco. Ligar para minha avó porque ela passou mal há pouco. Apagar essa tatuagem do peito porque está desbotada. Apagar o passado da mente porque já é madrugada. Pôr os pés no chão, compaixão no coração, otimismo no universo da constelação. Sorrir, agradecer, chorar, esmaecer, gritar, bendizer, acariciar, bater, renovar, apodrecer, fugir ou estar, ser ou não ser, amar e odiar, esquecer e perdoar. Lembrar de quem sou e de ser gentil com meu reflexo. Dar o braço a torcer. Pedir pelo seu sexo. Preciso entender o motivo do meu pesadelo. Ser amigo do sol e derreter todo esse gelo. Escutar a noite porque as estrelas me dizem algo. Ser simples porque minha complexidade causa estrago. Céus! Preciso respirar melhor. De uma pontinha um pouco maior. Preciso de um pouco de café. Preciso aceitar a vida como ela é. Fazer uma lista de coisas que preciso fazer. Me acalmar antes de começar a viver. Preciso de mais um cigarro para tragar. Sustar, estacar, encerrar e respirar. Preciso parar de fumar. - Helder Medeiros
Se alimentar é muito mais que comer ração para humanos Saiu na G1, no dia 12 de outubro de 2017, a notícia que a prefeitura de São Paulo dará uma espécie de ração para alimentar famílias em situação de necessidade, numa parceria com a empresa Plataforma Sinergia. O alimento, no caso, é resultado de “alimentos que estão perto da data de vencimento e fora do padrão de venda em supermercados.” A despeito do discurso do “evitar desperdícios” que parte da prefeitura, tal medida é, na verdade, um completo absurdo que desumaniza os mais pobres e também priva o direito à alimentação, este último não simplesmente como o ato de ingerir qualquer tipo de composto teoricamente nutritivo, totalmente industrializado e facilmente comparável à ração que se dá aos animais, mas como uma expressão da cotidianidade familiar, de expressão de uma cultura através da culinária e, consequentemente, do direito ao acesso à alimentação verdadeira. Ou seja: o alimento também é uma manifestação cultural. O arroz com feijão corriqueiro dos nossos pratos é também parte daquilo que somos como sociedade e demonstra, através da variedade da nossa culinária, como o país é tão diversificado, culturalmente falando. A comida feita na Bahia é muito diferente do que é feita em São Paulo, que é diferente dos pratos típicos do Pará, que em nada se assemelham àquilo que é servido no Rio Grande do Sul. A geografia, as heranças culturais dos povos que ali habitaram, o clima e a disponibilidade de determinados gêneros alimentícios fazem a culinária de um determinado local. E a forma como nos alimentamos também muda muito de acordo com a condição financeira de cada família. Mas o que não muda é a importância da comida dentro de um lar, ou em uma roda de amigos, ou em qualquer forma de convivência social. Entes queridos se juntam em torno da mesa — ou de qualquer lugar onde esteja o pão nosso de cada dia — e aquele momento de se servir se torna crucial para qualquer ser humano. “Passa o sal.” “Pega mais um pouco, você tá tão magro(a)!” “Vai querer a sobremesa?” “Fica pro jantar! A gente é simples mas a comida é boa!”boa!”
São todos gestos e frases ditas durante uma refeição que acabam por fazer parte do nosso cotidiano e são, em vários casos, os únicos momentos de interação social que podem existir em um dia atribulado por compromissos do trabalho, estudos e outras atividades. Sendo assim, reduzir a alimentação a rações é privar o direito ao acesso à diversos aspectos sociais, culturais e antropológicos que um simples prato de comida pode trazer à população. Trata-se de uma perigosa aproximação das distopias contidas em diversas obras do século XX e XXI que não se resumem somente à repressão, dizimação da cultura e do pensar e da redução do ser humano à mera peça de um gigante maquinário industrial da contemporaneidade. Além disso, é também uma possibilidade de abertura a precedentes que levem à cada vez maior precarização daquilo que é fabricado pela indústria alimentícia, com comidas cada vez menos nutritivas e menos compostas de cultura e história. Existe muito pouco para se contar sobre uma ração de comida prestes a vencer. Talvez somente que a humanidade está caminhando para uma direção bem errada. - Johnny Taira
Qual a necessidade de ter opinião formada sobre tudo? Um dia desses, enquanto estava na academia, passava na TV um desses boletins diários de notícias sobre política, e o senhor que conversava trivialmente comigo pergunta: Você acompanha essas coisas? Eu respondi que acompanhava um pouco, e começamos a falar sobre isso, não foi uma discussão ou debate acalorado, apenas uma troca de informações sobre o que estava acontecendo no cenário político brasileiro. O que me chamou a atenção na situação foi o fato de que em nenhum momento ele me perguntou o que eu achava e sim se eu sabia sobre. Fiquei pensando sobre isso e depois que li este texto e este, me dei conta de que muitas vezes damos opinião sobre algo sem ter conhecimento sobre e sem a mesma ser solicitada e que a opinião dada muitas vezes não vale absolutamente nada. Pense na sua roda de amigos e em todos os temas que estão sendo “discutidos” ultimamente, teve o caso do sabão OMO, da performance de nudez do MAM, do jogador Roger e a foto com Bolsonaro e muitos outros que lotam a timeline do Facebook. Foi até difícil achar um link destas notícia com apenas informações da notícia em si, sem nenhuma opinião declarada. Nos tornamos especialistas de tudo, temos opinião formada sobre tudo. E saímos disparando tais opiniões com nossa metralhadora, sem nem pensarmos sobre a utilidade da opinião. E aí eu penso, qual a necessidade de ter opinião sobre algo? Eu não posso simplesmente não ter opinião, ou não querer opinar sobre o assunto? Serei condenada no tribunal da sociedade Facebookiana? Talvez. Mas todos os dias novas polêmicas aparecem, e aquela opinião que você atirou já não tem importância. Novas polêmicas vão surgir na velocidade da luz, e se você refletir sua opinião não valeu nada. A notícia veio e foi, e você continua abraçado com sua metralhadora de opiniões, tentando se defender de um inimigo imaginário. -Carol Oliveira
AUTORES Furiosa - formanda em Direito, feminista É sempre a chata que corrige os conhecidos. E radical, ativista anti-prostituição e anti-porno- desconhecidos. grafia. Contra a cultura do estupro e da pedofilia. Medium: @gabrielazprado Facebook: @gabrielazprado Medium: @imperator.furiosa Julia Caramés Lara Pirro - Capricorniana e recifense, co- Medium: @jucarames locando a realidade em segundo plano a cada Facebook: jucarames palavra que leio ou escrevo. Medium: @larapirro Helder Medeiros Facebook: @Larapirrog Medium: @hdrhelder Twitter: @hdhelder Celina - Breve como fogos de arte ofício— Facebook: @hdhelder Roteirista, Escritora e Criadora da Fale com Elas no Medium. Isabella Luiz para os (des) Johnny Taira - Certo dia, autointitulou-se conhecidos um “escritor peladeiro” e gostou da alcunha. Analista de Sistemas por ofício e um aventuMedium: @isabellaluiz reiro no curso de Jornalismo, Johnny gosta de Twitter: @senhoritanoite whisky, de memes, de descobrir novas músicas e de aumentar a lista de obras para consumir Thaís Campolina tem um diploma em - livros, filmes, seriados, HQs etc. Quando Direito e muitas dúvidas. Como boa mineira, dá na telha, escreve. Tem três sonhos: em ter adora contar e ouvir causos. É feminista e mi- um animal de estimação chamado Anakin, de litante pelo uso de pijamas no espaço público. conseguir migrar para a área de Jornalismo e Adora jogos, livros, bichos e sair pra comer. que todos os amigos entendam suas referências à TV Quase. Medium: @thais_inha Facebook: @thaisescreve Medium: @johnnytaira Twitter: @thais_inha Twitter: johnnytaira Gabriela Prado é escritora, freelancer, revisora, tradutora, fotógrafa, artista e dançarina. É, também, estudante de jornalismo, estagiária no jornal de sua cidade (Itu/SP) e parte da equipe de redação da Revista Subjetiva (Medium Brasil). Ama escrever e está em constante evolução, sendo muito do mundo e muito dela mesma. Uma boa fatia de pizza vegetariana e uma cerveja bem gelada fazem da vida dela mais bela. É sempre a chata que corrige os conhecidos. desconhecidos.
Carol Oliveira Diante de tudo, escrever ainda é a melhor solução. Medium: @anacarolinacostaoliveira Facebook: @anacarolina.c.oliveira.5 Laura Pires - Escritora e pesquisadora especializada em amor e relacionamentos Medium: @laurampires