Revista subjetiva 1ª edição

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1 ano de MEDIUM APOIO PUBLIQME

subjetiva

1ª EDIÇÃO

T/H


SUBJETIVA

O que é a Revista Subjetiva? A partir do descontentamento com os veículos tradicionais de comunicação, seus idealizadores desenvolvem o que mais tarde viria a ser a Revista Subjetiva, uma revista online (e agora digital) totalmente colaborativa, autônoma e independente que tem seu início em outubro de 2016, na plataforma de blogues Medium. Nossos principais objetivos são trazer debates e informações sobre assuntos relevantes na atualidade, bem como elucidar a importância da literatura e da cultura. Contamos com mais de 90 colaboradores fixos distribuídos dentro e fora do Brasil, mas possuímos também autores independentes, à qual publicamos seus textos esporadicamente com o objetivo de reafirmar nosso compromisso com a divulgação, escrita, leitura e com a construção de uma rede que, sobretudo, se preocupa em enaltecer projetos independentes e autônomos, assim como a Revista Subjetiva é hoje.


A LIBERDADE DE ADMIRAR MULHERES

Vocês, que foram criança entre os anos 90 e começo dos 2000, devem ter pelo menos uma vez assinado um caderno de enquete. Eu assinei vários. Se você já nasceu arrastando um mouse, deixa eu te explicar. Era um caderno com uma pergunta em cada página, começando pelo seu nome, que passava de mão em mão entre os amigos da escola, a galera da rua. A gente colocava um número na frente do nome para que as outras respostas fossem identificadas de acordo com seu autor. Por exemplo: 1- Carol 2- Amanda 3- Eduardo Na sequência, vinham outras perguntas, de qualquer natureza. Desde “qual sua música preferida?” até “você fuma?” ou “se você pudesse mandar uma pessoa para a lua com passagem só de ida, quem seria?”, e as pessoas respondiam: 1- o joão guilherme do 8º A 2- a diretora 3- você!!!! Enfim, se ainda existem cadernos de enquete perdidos por aí, eles podem servir de estudo sobre uma geração, ou uma parcela dela. Certa vez, eu estava respondendo um e tinha a pergunta: quem é seu ídolo. Eu devia ter uns 11 anos, e escrevi: Dercy Gonçalves.

Quando eu era criança, admirava 3 mulheres famosas: Mara Maravilha, porque era uma morena numa mídia loira e eu, como menininha morena, achava aquilo bem legal; Elke Maravilha, por causa daquele tanto de anel que meio que me hipnotizava quando ela aparecia na TV falando e mexendo as mãos; e Dercy, porque ria muito e falava qualquer coisa que quisesse: puta, caralho, vai tomar no seu cu seu filhodumaputa. Eu queria ser igual a ela um dia. Diante da minha resposta no tal caderno, um adulto me chamou para conversar. Explicou que eu não poderia considerar a Dercy um ídolo, que ídolo mesmo era, por exemplo, um tal de Gandhi. Contou que esse cara era uma alma boa, que tinha feito coisas incríveis sem usar a violência, só levantando a bandeira da paz. Eu pensei: legal. Depois, nos outros cadernos de enquete, quando tinha a pergunta “quem é seu ídolo?”, eu escrevia: Gandhi. Se alguém encontrar um desses cadernos por aí, pode desconsiderar essa resposta. Ela jamais veio de lá do fundo do meu coraçãozinho. Parei de admirar mulheres em algum ponto entre a pré-adolescência e a vida adulta. Consigo lembrar das muitas de quem falei mal, procurei defeito, cacei no meio de tantos atributos um “mas”, mulheres de quem senti ciúme e inveja. Nosso reconhecimento como mulher passa por isto: entender a outra como inimiga.

S O C I E D A D E


A LIBERDADE DE ADMIRAR MULHERES Os mecanismos que levam a essa compreensão vão desde as piadas sobre a loira burra e a capa da revista Nova, dando dicas para não perder seu homem, até às insistentes perguntas sobre casamento e filhos quando a gente está aprendendo um terceiro idioma ou comandando uma empresa com 2 mil funcionários. Há ainda quem insista em nos ver como seres humanos feitos unicamente para o lar. E se o lar do comercial de margarina, com marido sorridente e filhos asseados, é o posto mais glorioso que uma mulher pode alcançar, qualquer coisa que atrapalhe isso é uma ameaça grave. A outra. A mulher que não sou eu. Essa, que deve ser rechaçada.

Então, faz um tempo, eu parei de procurar os “mas”. De tentar me convencer de que certas moças nem são tudo isso, porque elas são sim, são tudo isso e mais. Cada uma do seu jeito, são fodapracaraleo. A Luciana, a vizinha, a Giovana, a Maria, minha irmã, a colega do trabalho, a amiga do meu namorado e a ex dele. Todas mulheres que não são uma ameaça à minha existência enquanto mulher também foda. Todas mulheres que tiveram que erguer a cabeça para chegar onde chegaram, todas elas que ainda estão lutando, e que, sendo como são, me mostram um caminho feito de força e que aponta para a liberdade.

Conscientemente, ninguém pensa nisso. Mas na TV, todo dia deixam a mensagem de que mulher tem que ser, antes de tudo, bonita. Do lar. Recatada. Economista de supermercado. E quando a gente começa a perceber que não é bem assim, que é legal ser mulher com esse corpo, essa voz e essas vontades, sejam elas quais forem, vem gente dizer que não podemos. Tinha um cartaz desses de Facebook com duas imagens: de um lado, mulheres fardadas e armadas, com a frase: “Isso são mulheres lutando por igualdade”. Do outro, mulheres com peito nu, segurando cartazes de protesto, e a mensagem: “Isso são vadias querendo chamar a atenção”. Ou seja: eu só sou digna de respeito quando, abrindo mão da maternidade e do lar, desejo participar de um ambiente que é, convencionalmente, masculino. Quando peço respeito e aceitação pelo corpo com o qual nasci, daí já é demais. Daí não pode. Esse tanto de distorção vai lá pro inconsciente de um jeito que ainda hoje, em 2017, tem mulher que se submete a casamento ruim e relacionamento abusivo porque ter um relacionamento, por pior que seja, é melhor do que não ter. Porque a salvação da mulher é o homem, dizem. Porque a vizinha solteirona é uma coitada. A filha da dona Lourdes não é moça direita e a Luciana, onde já se viu, tão inteligente mas tão relaxada.

Carol Btr @carolbtr


SE EU TIVESSE UM ÚNICO DÓLAR INVESTIRIA EM PROPAGANDA HENRY FORD, FUNDADOR DA FORD MOTOR COMPANY


C R Ô N I C A & P O E S I A

SOBRE ESCREVER escrevo porque as borboletas que estão dentro de mim impedem que as palavras saiam pela boca.

escrevo porque não tenho tu por perto para falar sobre as amenidades do dia a dia.

escrevo porque as palavras faladas perdem a sintonia quando insisto em colocá-las para fora.

escrevo porque qualquer outra coisa é um tiro no escuro.

e do escuro, confesso, eu tenho medo.

Igor Gouveia @igorgouveia


q i l b u P a r o g a no


E N S A I O

A DISPUTA DO DESINTERESSE. Sobre os relacionamentos atuais ou a inexistência deles. O calor de uma noite de verão nos uniu no mesmo lugar, sobre as luzes tremeluzentes e ao som de uma bátida eletrônica prometemos um ao outro que estaríamos e, ao mesmo tempo, não estaríamos juntos. Eu realmente tenho total interesse quando pergunto se você está bem, já você permanece impassível mesmo quando escuta um “Não tive um dia legal” de mim… Você responde que tudo ficará bem, contudo, nem sempre fica. Vivo a minha vida e você a sua, porém sempre retornamos a nós mesmos em um dado momento, nós nos entendemos… Bem, eu te entendo e você gosta disso, mas você não sabe quase nada sobre mim. Você gosta que eu goste de ti, mas creio que você não gosta de mim. Você realmente é o tipo de pessoa que passou do nível de desapegado há tempos, hoje não dá a mínima para nada a não ser para seu reflexo no espelho. Eu não costumava ser como você, entretanto estou a cada dia mais parecido contigo… Você realmente não se importa e eu finjo que não ligo para todas as coisas. É tão genuíno o seu tom de voz, o modo de franzir o cenho e todas as suas atitudes (ou a ausência delas) que fico estático e assombrado, afinal, o que mais posso fazer? Quando você está com os seus amigos ou no seu “ambiente seguro” sequer consegue me olhar nos olhos ou por vezes me notar, mas basta estarmos a quilômetros de distância para você me mandar uma mensagem perguntando como estou, sei como a noite vai terminar se eu te responder. Tenho puro conhecimento que seus lençóis estão ensopados com outros suores, seu quarto possui uma ou outra peça de roupa que não te pertence.

Não estou te pedindo para jogar tudo pelos ombros por minha causa, mas pense bem… Existe um “nós”? A única certeza que tenho é que somos aquilo que não é e talvez esse seja o grande problema, nós vamos nos embolando nesse novelo que chamamos de “amizade” até o dia que você cansar de não se importar e aparecer por aí com uma aliança no dedo anelar direito, porque esse é um dos seus personagens: “o dedicado e carinhoso ocasional”. E eu? Como fico? Exato… Não fico. Já tentei ser igual a você mas falhei impiedosamente, não consigo não sentir ou fingir que não há nada abaixo da minha pele, todavia sigo na tentativa de fingir que eu não sinto esse desinteresse escancarado. Às vezes acordo mais cedo e fico te olhando enquanto dorme, nesse momento você é tão frágil e compassivo, mas basta abrir os olhos para eu sentir seu desconforto, você detesta que alguém te olhe como ser humano. O que mais tenho que te dar? Aliás, tenho que te dar algo? Isso não deveria ser uma troca? Eu não gostaria de ser a pessoa que se importa… Eu gostaria muito de não te achar interessante ou de não sentir tesão quando vejo suas fotos ou presencio o momento que você sorri e preenche o vazio do ambiente. Se fosse assim essa não seria minha história e você não seria você. Péssimo. Eu sei.

Danilo H. @allneondan


S O C I E D A D E

Dois tipos de Garotas SOBRE RELACIONAMENTOS HÉTEROS E SUAS COMPLICAÇÕES.

Se tem uma coisa que perdura desde o princípio da humanidade é o rótulo imposto pelos homens sobre as mulheres. As mulheres ideais: beleza padrão, falam baixo, recatadas, polidas. As não tão ideais: corpo fora do padrão, falam alto, impulsivas, vulgares. Observei esse fenômeno em grande escala nos meus tempos de solteira. Principalmente na adolescência, fui vítima dele mais vezes do que consigo escrever aqui. Gorda, impulsiva, teimosa, bruta, vulgar. Nessa época eu tinha uma melhor amiga.


DOIS TIPOS DE GAROTAS Ela era magra, delicada (mesmo que se

Finalmente eu tinha conseguido me encaixar.

esforçasse muito para sobrepor essa característica), falante, educada e muito

Mas aos poucos a máscara ia caindo e eu

inteligente.

revelava aquela mulher que não leva desaforo pra casa, e eles perdiam o interesse

Como nós vivíamos juntas, acontecia muitas

instantaneamente.

vezes de nós nos interessarmos pela mesma pessoa.

Conforme fui ficando mais velha, fui entendendo esse padrão e resolvi ser

E mesmo tendo gostos extremamente

verdadeira. Entendi que não ia morrer se

parecidos, ela sempre ficava com o cara no

ficasse sozinha pro resto da minha vida.

final.

Aprendi a apreciar minha companhia.

Inconscientemente, ela era escolhida sempre.

E magicamente, quando eu tinha aprendido a curtir a solidão, eu conheci a pessoa que está

Ela não percebia o efeito que causava, mas eu

comigo até hoje.

sim. Finalmente eu entendi que o amor vem quando

Posso contar nos dedos as pessoas que tinham

a gente menos espera.

algum interesse romântico em mim.

E se ele não vier, não tem problema.

Ela tinha a mania de me chamar de "do gueto",

Seja fiel a si mesma.

na época eu achava engraçado, até recentemente entender o quão perjorativo

Ser completa, basta.

esse apelido era. Eu não era a mulher perfeita. Para esconder o quão mal eu ficava nessa situação, criei uma personagem extremamente forte e independente. Curiosamente, no período em que resolvi ceder e ficar mais "feminina", eu consegui vários pretendentes. Sirena M. @sirena.m


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S O C I E D A D E

ELE É LEGAL COM VOCÊ MAS… Ele é legal com você, mas explora a mãe e a irmã nos serviços domésticos; ele mexe com a vizinha adolescente indo pra aula pela manhã. Ele é meigo e doce com você, mas levanta a voz com uma mulher no trabalho, só pra mostrar quem manda, que ele é homem e fala mais alto e por último; ele se esfrega numa estranha no ônibus voltando pra casa. Ele não te sufoca no relacionamento, mas foi um merda abusivo no anterior, enlouqueceu uma mulher, bateu, humilhou, acabou com a autoestima dela e até hoje diz que ela é uma louca ciumenta. Ele é de esquerda/desconstruído/de barba e te apoia na tua militância, mas usa isso pra calar outras mulheres em rodas e eventos feministas, talvez até impressionar alguma, quem sabe conseguir sexo.

Ele compra teu anticoncepcional, mas não se importa com os danos que a pílula causa à tua saúde; já se recusou várias vezes a usar camisinha porque não tem graça; já engravidou uma jovem e abandonou por aí pra abortar ou cuidar de um filho sozinha. Ele trata bem o teu filho, mas nunca mandou a pensão dos filhos dele, não visita, não sabe qual o desenho preferido ou em que série estão; ele escolheu não ser pai, afinal ele pode. Ele nunca faz nada que você não queira no sexo, mas já estuprou alguém, já abusou do corpo de uma mulher embriagada/drogada/incapaz de consentir naquele momento; já assistiu um grupo de amigos fazer isso sem se importar. Ele te respeita, mas não respeita a vontade e o corpo de todas as mulheres; ele já coagiu uma mulher a fazer sexo com ele por dinheiro — ela tinha filhos pra alimentar e ele tinha desejos a realizar, então tava tudo certo; ele se excita vendo a violação de corpos femininos na pornografia profissional/amadora/de vingança; ele foi educado para ver o sexo como algo intimamente ligado à violência e à submissão feminina através da dominação masculina — e ele faz isso com você sem que você perceba.

Ele diz que te ama, mas isso não significa que você vai estar a salvo de conhecer esse outro lado dele em algum momento — o verdadeiro. E mesmo que ele nunca faça nada disso com você, isso não apaga o que ele fez com outras mulheres e elas merecem ser ouvidas, sem ser julgadas, sem ser taxadas de loucas. A história delas não é menos real que a sua. Ele é legal com você… Mas isso não significa que ele foi legal com todas as mulheres que passaram na vida dele.

Tamy Monteiro @tamymonteiro


E N S A I O

ME DEIXA SER me deixa ser me deixa longe desse mundo sem sentido de casa parcelada em 36 anos, sapato apertado, sorriso falso, relação de conveniência. quero sincronicidade, as luas cheias. quero entender sobre planetas, aprender sobre energia, pensamento e tudo mais que importa. quero conversas cósmicas, mergulhar pra dentro, ouvir a intuição. então para de perguntas. eu também não sei, só tô vivendo. odeio mapas, me deixa. me solta. já é difícil sem gente perturbando, e mesmo a boa intenção pesa e incomoda. solta, me solta, larga de pergunta. eu também não sei, só tô vivendo! olha pra lá, pro outro lado. o show é dentro de você, dentro de mim: particular. solta. me deixa. para de pergunta. eu tô só voando, me deixa voar. que só voar já é um caos. e eu não sou alguém de pousos. me solta.

Babi Vanzella @babivanzella


S O C I E D A D E

Preciso parar de pedir desculpas Sobre um pouco da necessidade de ser “boazinha” e o fardo que carrego em não me sentir aceita. Em meio à correria do dia-à-dia, ficamos muitas vezes nublados para a autoconsciência de nossos defeitos. Não reparamos que, muitas das vezes, algo que pensamos ser uma qualidade, pode ser algo ruim — para nós e para os outros. Eu tenho um defeito enorme que se chama o viver pedindo desculpas. Sou do tipo de pessoa que, se alguém pisa o meu pé na rua, eu peço desculpas por meu pé ter estado lá. Capaz de, se alguém me der um toque sobre o modo como eu posso colocar o meu cabelo, eu, por um reflexo, acabar pedindo desculpas por isso. Afinal, eu agredi visualmente aquela pessoa. Assim que me mudei da casa de meus pais, quando era mais nova, fui morar com uma parente. Essa parente em questão, por conviver comigo, foi a primeira a reparar nessa minha necessidade de pedir desculpas a todo momento. Ela falava coisas bem para me dar um toque, afinal, eu era a estranha no ninho, que estava invadindo a privacidade de alguém. E lógico que eu estaria sujeita a falhas com essa pessoa. E, justamente por eu me sentir constantemente observada em meus erros e falhas, é que eu acabo tendo essa necessidade de pedir desculpas. A minha mente trabalha no modo: seja a mais racional possível. Seja o que as pessoas esperam da mais virtuosa das pessoas. Bem, eu não sou Deus — ou qualquer modelo de perfeição que caiba pra você que está lendo (pode ser o Rodrigo Hilbert, sei lá). Eu tinha em torno dos meus 18 anos, quando aquela parente em questão com que convivi me disse “para de ficar pedindo desculpas sempre”. Então, eu pedi desculpas de novo por pedir desculpas. Acho que vocês estão entendendo aonde eu quero chegar. Eu sempre tive que pedir desculpas pela pessoa que eu sou. Primeiro, que eu não sou o padrão físico de beleza que as pessoas esperam: embora eu seja considerada alta, meu peso gira em torno dos 95/100 kg. A questão do meu peso é algo com que tenho batalhado durante toda a minha vida. Já cheguei a emagrecer — não do modo correto — coisa de 20 kg’s em 6 meses. Como ganhei 10kg em reta final de faculdade.


Preciso parar de pedir desculpas Então, para uma pessoa que, de cara, já se sente não ser aceita, o meu pedir desculpas é, em suma, sobre a minha própria existência. Não consigo deixar de pensar que estou constantemente “atrapalhando” algo ou sendo um estorvo na vida das pessoas. E, por isso, ninguém pede pra ficar. Todos tentam se “livrar” de mim de alguma forma — vide relacionamentos que se findam sem qualquer tipo de razão conclusiva. E isso me frustra de um modo, pois, tendo eu posto todo um esforço para ser “boazinha” e tomado as atitudes consideras corretas, não adiantou nada. Eu errei, mais uma vez. Foi esses dias, então, que eu concebi a ideia de que seria melhor eu viver sozinha. Porque eu não consigo atingir a meta de “perfeição” das pessoas, nem fisicamente, nem emocional ou racionalmente. Isto, porque meu TOC de ser perfeita, de ser a inteligentona, a extremamente racional, não vai impedir que eu erre. Por isso, eu vivo pedindo desculpas. E, na altura dos meus 25 anos, ainda resido nesse erro. Ao ponto de um garoto, em uma festa, ter esbarrado em mim, eu ter pedido desculpas e ele, num momento que deveria ter sido gravado, pegou em mim pelos ombros, me sacudiu e me disse: “Você tem que me prometer que vai parar de pedir desculpas. Eu esbarrei em você, sou eu que tenho que pedir desculpas”. Eu, atônita, ao som de alguma música da Beyoncé, responder: “Prometo”. “Promete o quê?”. “Pr0meto que nunca mais vou pedir desculpas”. Ele, então, gira os olhos nas órbitas, numa expressão que me fez rir, tira as mãos dos meus ombros e, depois, diz: “Você vai continuar pedindo desculpas, né?”. “Acho que sim”.

S. Paiva @kspaiva


NOTAS SOBRE MEU AMOR Ela tem um sorriso que me faz estremecer até o último fio de cabelo. Quando não força — e até mesmo quando força — é a coisa mais bonita do mundo. Mas ela não gosta muito de sorrir com os dentes, não para tirar foto. Então sorte de quem conhece aquele sorriso, porque sabe de fato quem ela é. E eu amo esse sorriso, ainda mais quando ele vem meio bobo apaixonado. Tem aquele cabelo também, que não tem cor específica, depende do sol, do tamanho… chega a formar vários cachinhos, mas o cabelo não é cacheado. Aparece um cacho aqui, outro lá, com ondulações entre eles, e só se formam quando tá na altura do ombro. Mas como eu adoro ficar brincando com seu cabelo… fazendo carinho na nuca, sabe? Não tenho como não falar dos olhos… transparecem tudo, às vezes nem é necessário falar para entender o que ela quer; seu olhar já diz tudo. Ele penetra no seu peito, na sua vida, na sua cabeça de uma forma que é realmente impossível esquecer seus olhos. São marcantes demais para qualquer um que cruze com eles. Inclusive eles também mudam de cor com o Sol. Aliás, seu apelido ou sobrenome até poderia ser “Sol”. É por causa da luz que ela têm! Tanta que se você estiver no escuro, ela consegue fazer você enxergar tudo na sua frente. Ilumina vida, lugar, tudo. E contagia, você fica com vontade de ficar perto o tempo inteiro. A companhia dela é mais especial que diamante e ouro juntos. Você se sente em paz, feliz, e ela consegue te dar um bem estar incrível, mesmo quando ela não tá bem. É porque é natural dela, não exige força para fazer bem a alguém. Sorte de quem a tem por perto. O coração dela é uma coisa incrível. É uma pessoa boa por essência. Ama muito todo mundo. E vai te acolher como mãe, porque ela tem esse lado maternal bem aflorado.

E N S A I O


NOTAS SOBRE MEU AMOR Posso falar também do beijo dela, mas você vai querer, porque é o melhor de todos e te faz viciar. Ela consegue te fazer querer ser sua melhor versão, e você vai se esforçar pra isso. Porque você vai querer dar a ela o melhor de você, todos os dias da sua vida. Ela te faz melhorar, buscar o melhor, caçar a elevação e evolução pessoal. Ela tem um abraço que parece o mundo. Você fica tão confortável ali dentro, que não quer sair dali. É quentinho e te dá paz. Ah, ouvir o coração dela bater quando você a abraça é de te deixar emocionado. Ela é linda. Por dentro e por fora. Mesmo ela não acreditando muito e dizendo o contrário sempre. Ela é, para mim, a mais linda de todas. Me conquistou a alma, o coração e meu amor mais puro.

Mallu Motta @marialuzadamotta


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E N S A I O

A GENIALIDADE E A ESCRITA Na aula de escrita criativa, o professor se posicionava veementemente contra a história da inspiração. “Escrever é disciplina”, dizia ele enfatizando: “precisamos abandonar a tendência que há hoje de achar que todo grande escritor é um gênio ou tem uma genialidade inata — isso não contribui para termos bons escritores — talento não é só aptidão inata, é também esforço”.

É um processo mágico e tempestuoso. Entorpecente até. Mas é um parto e, como todo parto, dói, mas, como todo filho, encanta. E não, não creio que seja talento (ou talento só), tampouco apenas o simples esforço diário de sentar-me diante do computador (embora, eu confesso, isso ajude muito e seja de fato indispensável). É sim um se deixar possuir. Não por um homem, mas por um gênio. É o gênio (que não sou eu) quem me engravida.

Enquanto isso, eu com olhar intrigado pensava: “meu Deus! De onde ele tirou isso”! Não que eu não concorde que se esforçar seja preciso, mas escrever, pra mim, sempre foi um parto. E parto pressupõe gestação. Eu vivo grávida. Grávida de ideias. E para que brotem, preciso nutri-las de um jeito peculiar. Às vezes, preciso de pressa, para que as sementes não pereçam, para que a água não evapore, para que o solo não empobreça. Noutras preciso de tempo, de descanso, de espera. Espero como quem aguarda o florir de uma rosa, como quem a nutre pacientemente até que um dia acorda e finalmente ela lhe sorri. E o tempo que se passa desde que engravido até o nascimento é imprevisível. Há horas em que, como Stalone, quando trouxe Rocky à vida, sou capaz de escrever por horas, dias a fio. Há outras em que se passa um mês entre uma página e a segunda. Em qualquer caso, não sinto haver opção. Estou grávida e preciso dar à luz, não no meu tempo, mas no tempo da ideia.

Talita Dantas @talitadantas


A R T E

O que Pabllo Vittar representa Em meio a tanta tristeza, violência e intolerância, eis que desponta uma drag queen no cenário musical internacional: Pabllo Vittar, com sua originalidade e com o sotaque do Brasil. A despeito do que muitos dizem e desejam, Pabllo tem alçado voos cada vez mais altos, como em seu último trabalho em parceria com Anitta e Major Lazer, a música “Sua Cara”. Não bastasse a parceria em si, o videoclipe para a faixa foi gravado no Deserto do Saara (Marrocos), demonstração de que o cantor e compositor maranhense já possui notoriedade internacional. À parte toda a discussão acerca do talento de Pabllo, porque gosto musical cada um tem o seu e, muito provavelmente, cantor nenhum agrada a todos; é louvável que Phabullo Rodrigues da Silva tenha alcançado tanto sucesso. É louvável porque ocupa um espaço nunca antes ocupado, por sua música, e não pelo fato de ser drag queen. E, ao ocupar tal espaço, abre as portas para outros que virão depois. E que venham mesmo, cada vez mais LGBTQs nas paradas de sucesso do mundo todo, especialmente os brasileiros. Porque representatividade importa, em todos os espaços.

É uma vitória que LGBTQs do Brasil alcancem tamanha notoriedade, porque nosso país é um dos campeões da LGBTQfobia, em especial a violência contra transexuais e travestis, título que vergonhosamente ostentamos há anos. Portanto, parabéns a Pabllo Vittar, e obrigado por dar a cara a tapa e mostrar que uma pessoa LGBTQ não se define somente por ser LGBTQ. Existe muito mais dentro de nós do que simplesmente uma identidade de gênero ou orientação sexual. Existem talentos e habilidades subestimadas pela intolerância. Por fim, palmas a todos os LGBTQs que, todos os dias, mostram seu valor no mundo.

& C U L T U R A

"Existe muito mais dentro de nós do que simplesmente uma identidade de gênero ou orientação sexual. "

Guilherme Aniceto @guilhermeaniceto


Nosso Clube de Vantagens é especialista em integrar de forma digital e off-line.

PUBLIQME

Somos o mais inovador clube de vantagens na área da comunicação voltada para empreendedores que desejam obter sucesso entre as competições mercadológicas. A PUBLIQME atua como um filtro, conectando idéias profundas das necessidades de negócios locais e consumidores com estratégias e objetivos que transcendem fronteiras, permitindo uma retroalimentação de sucesso para o crescimento de seu negócio. Aqui a lealdade aos nossos clientes e o amor pela publicidade fazem com que não criemos simplesmente uma carreira, mas um legado.

Acreditamos que as idéias podem vir de qualquer lugar, por isso, estamos sempre procurando o melhor talento para se juntar à nossa equipe de pensadores e criadores. Temos como cultura a liberdade e a inovação, isso significa que trabalhamos juntos para enfrentar os desafios lado a lado, vencendo os padrões e movimentando o mercado publicitário com excelência.


Autores Carolina Btr - Carolina escreve na internet desde 2007. Fala de amor, viagens, sociedade, cultura e dá opiniões que ninguém pediu. É formada em jornalismo e mestranda em mídia e tecnologia. Nasceu e vive no interior de São Paulo, mas seu coração é do mundo. Igor Gouveia (Reflexividades no Medium): Jornalista, leitor e amante do cotidiano. Falo sobre relacionamentos e amores, mas meu sonho é escrever o mundo. Danilo H - Escrevo sobre tudo que enxergo, mas às vezes estou invisível. | Tudo que é sólido desmancha no ar. | Aquariano & Fotógrafo. Tamy Monteiro, mulher, historiadora, professora, matinta, amazonida, feminista radical e mãe. Divide seus dias entre dar aulas, ler livros, escrever coisas que não vai mostrar pra ninguém e tentar destruir o patriarcado - um tijolo por vez. Pra amenizar as dores causadas pelo mundo investe em cerveja e coisas nerds. Talita Dantas - apaixonada por coaching, mediação de conflitos, escrita criativa, cultura do diálogo, gestão de emoções e relacionamentos. Babi Vanzella - Já fui estudante de Jornalismo, estudante de Letras, estudante de Direito. Até que um dia decidi parar de ser coisas e ser só eu mesma. Entre um nascer do sol e outro, escrevo.

Mallu Motta - Com 20 anos, recém chegada a graduação de Psicologia. Amante de papelaria e colecionadora de canecas. Artista durante toda a sua vida, a escrita é a libertação da sua alma desde sua infância. Ativista e feminista e não tem vergonha disso. Nunca soube descrever a si mesma muito bem por não se adaptar 100% aos rótulos, quer apenas ser feliz e conquistar seus objetivos, procurando sempre ajudar quem estiver ao seu redor (e pretende chegar além do seu entorno também). Guilherme Aniceto é mineiro da cidade de Itajubá, poeta, autor dos livros "Nós Líricos" (Editora LiteraCidade, 2015) e "Guerra" (Editora Penalux, 2017), membro fundador da Academia Juvenil de Letras de Itajubá e colunista da Revista Subjetiva desde janeiro/2017. S. Paiva sabe que é escritora desde os 9 anos de idade, quando começou a fazer poesia. Escreve romances desde os 16, mas é somente hoje, aos 25 anos de idade, que está em vias de publicar a sua primeira obra de modo independente. Chegou a ser premiada e mencionada em concursos literários e de produção de artigos científicos sobre igualdade de gênero. Atualmente, trabalha como advogada, mas na escrita é que se vê preenchida de corpo e alma.


EDITORES LUCAS MACHADO Poeta, cronista e opinador. Graduando em Ciências Sociais, Professor de Sociologia em PréVestibular e Fundador/Editor da Revista Subjetiva.

MEDIUM: @nadaenatural TWITTER: @mrrobotdorc INSTAGRAM: @machadodemlima/

MAYRA CHOMSKI Graduanda em Ciências Sociais e voluntária no Laboratório de Comunicação Dialógica da UERJ. Editora da Revista Subjetiva.

MEDIUM: @mayrachomski


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