REVISTA TÊXTIL 781

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Órgão Oficial das entidades

O dia 21 de abril é marcado não somente pelo feriado de Tiradentes, mas também pelo Dia da Indústria Têxtil. Ao menos para nós, que vivemos imersos neste mundo fascinante, que transforma produtos, matérias, cria tendências e faz história. E o setor não para de inovar. A Inteligência Artificial veio para transformar o mundo do trabalho. Quem nos contou um pouco sobre as novidades envolvendo as IA´s foi Camila Borelli, presidente da ABTT. A IA tem tido um papel importante para a cadeia produtiva, como aumento de produtividade, otimização de tempo, qualidade do produto… São diversos benefícios que têm aparecido ao nosso setor.

Falando em dia de comemoração, tivemos também o Dia da Terra, comemorado em 22 de abril. E claro, a nossa cadeia produtiva têxtil tem sido um grande pólo inovador para reciclagem, sustentabilidade e tecnologias para diminuir cada vez mais o impacto ambiental da indústria. Principalmente com a economia circular, que vem mostrando grande preocupação do setor com os desafios globais eco-sociais.

Órgão de divulgação das entidades

Abint: Associação Brasileira das Ind. de NãoTecidos e Tecidos Técnicos; Núcleo Setorial de Informação do SENAI/CETIQT;

Redação/Administração

Rua Albuquerque Lins, 867, 8º andar - Santa Cecília

São Paulo/SP - Brasil - CEP 01230-001

Tel/Phone: +55 (11) 3661.5500

E-mail: revistatextil@revistatextil.com.br

Site: www.revistatextil.com.br

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Redação

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Mostramos, neste número, a Denim com parceria inédita para a utilização de algodão regenerativo; as fibras Tencel Lyocell, recicladas mecanicamente. A economia circular e a sustentabilidade estão bem presentes neste número. Fomos convidados para o Colombiatex e , como não poderia ser diferente, temos uma cobertura especial para você. Foram três dias de eventos onde foi mostrado que estamos caminhando a passos largos em direção a uma indústria mais consciente e sustentável.

Além disso, mostramos também a pré-conferência que a ACIMIT organizou em Stresa, na Itália, como um preparativo para a ITMA 2023. Com o tema “Moldar o Futuro”, fomos presencialmente conferir o que a indústria está pensando para este 2023. Benefícios e novidades que estarão presentes também na ITMA 2023, que será realizada em Milão no próximo mês de junho. Podemos esperar um grande evento, sobre os desafios atuais que a indústria têxtil pode alcançar a, com sustentabilidade, alavancando tecnologias inovadoras.

Não há futuro sem a indústria têxtil. São milhões de empregos no mundo, milhares no Brasil. Não há indústria sem sustentabilidade hoje. E nosso setor, como sempre vem acontecendo, mostra os melhores caminhos e tecnologias para cuidarmos do planeta e reduzir os impactos.

Uma boa leitura.

Revista Têxtil #781 I 03 EDITORIAL

SUMÁRIO

ABTT

06 O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA CADEIA TÊXTIL E DE MODA

ABIT

09 RICARDO STEINBRUCH INICIA SUA GESTÃO

10 O DESENVOLVIMENTO QUE QUEREMOS E MERECEMOS

12 ARMADILHA DOS JUROS ELEVADOS

ACIMIT 14 INDÚSTRIA ITALIANA DE MÁQUINAS TÊXTEIS SE APROXIMANDO DA ITMA 2023

CIESP 21 O PAPEL DA INDÚSTRIA NO CENÁRIO NACIONAL

ALGODÃO

22 NÍVEIS DECRESCENTES DE CONTAMINAÇÃO

DENIM

24 PARCERIA INÉDITA PARA UTILIZAÇÃO DE ALGODÃO REGENERATIVO

26 TRANSFORMANDO O FUTURO DO DENIM

FIBRAS

28 LENZING ATINGE A CATEGORIA MAIS ALTA PELA TERCEIRA VEZ

NÃOTECIDOS

30 DE VOLTA AOS TRILHOS

ARTIGO

32 ECONOMIA CIRCULAR É UM DOS GRANDES DESAFIOS GLOBAIS 34 OBSTÁCULOS, OTIMISMO E MUDANÇAS

36 SOLUÇÃO RIETER

DIGITAL

38 FESPA CELEBROU 10 ANOS NO BRASIL

47 SPGPRINTS INAUGUROU O EXPERIENCE CENTER NO BRASIL

MODA

50 ID:RIO – MODA, EMPREENDEDORISMO E MÚSICA CARIOCA

EVENTOS

55 ÁFRICA FASHION WEEK

56 AMERICANA SEDIOU A PRINCIPAL FEIRA DO SETOR TÊXTIL E DE CONFECÇÃO

60 LÍDERES DA INDÚSTRIA APRESENTARÃO FÓRUNS SOBRE INOVAÇÃO TÊXTIL SUSTENTAVEL

MERCADO

62 CATAGUASES REGISTRA CRESCIMENTO DE 51%

64 CONSCIÊNCIA CIRCULAR, A APOSTA DA 35ª EDIÇÃO DA COLOMBIATEX DE LAS AMÉRICAS

76 RESULTADOS DA 18ª PESQUISA DA INDÚSTRIA TÊXTIL GLOBAL DO ITMF

04 I Revista
Têxtil #781

Make the Difference

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O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA CADEIA TÊXTIL E DE MODA

TEMOS OUVIDO MUITO SOBRE A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL RECENTEMENTE. A MAIORIA DE NÓS IMAGINA ALGO FORA DO ALCANCE, MAS A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL JÁ ESTÁ PRESENTE NO NOSSO DIA A DIA, MESMO QUE MUITAS VEZES NÃO PERCEBAMOS.

A inteligência artificial atua em assistentes virtuais (como Siri e Alexa), em reconhecimento de voz, em recomendações de compras em lojas online, por meio de algoritmos baseados no histórico de compras e visualizações dos usuários, em traduções automáticas de sites e em sistemas de reconhecimentos faciais. Esses são apenas alguns exemplos de como a IA está presente no dia a dia de muitas pessoas. Com o tempo, espera-se que a presença da IA aumente ainda mais e que ela se torne uma parte ainda mais importante da vida cotidiana.

A Inteligência Artificial (IA) tem sido amplamente utilizada na indústria têxtil e de moda para aprimorar e automatizar processos produtivos, melhorar a eficiência, e aumentar a capacidade de inovação. Vamos explorar brevemente a forma como a IA está transformando a indústria têxtil e de moda e como as empresas estão aproveitando sua capacidade para criar novos produtos, aumentar a satisfação do cliente e obter vantagem competitiva.

O uso da IA nestes setores remonta aos anos 80, quando as primeiras aplicações surgiram para melhorar a eficiência da produção e a qualidade dos produtos. Desde então, a evolução da tecnologia e a crescente demanda por soluções mais eficientes e personalizadas tem conduzido a um aumento significativo na aplicação da IA.

Na indústria têxtil, a IA é utilizada para automatizar processos de produção, como o controle de qualidade, o monitoramento de máquinas e o gerenciamento de estoques. Além disso, a IA é utilizada para otimizar o uso de recursos, como a energia, e para melhorar a eficiência da produção. A IA também pode ser utilizada para desenvolver novos tecidos e para personalizar produtos para atender às necessidades individuais dos clientes.

Na moda, a IA é utilizada para prever tendências de moda, para personalizar designs de roupas e para ajudar as empresas a se adaptarem rapidamente às mudanças no mercado. Além disso, a IA pode ser utilizada para automatizar processos de produção, como a criação de protótipos e a produção em massa. A IA também é utilizada para aprimorar a eficiência logística e para ajudar as empresas a tomar decisões baseadas em dados.

A utilização da IA nestes setores tem muitos benefícios, incluindo uma produção mais eficiente, uma melhor qualidade dos produtos, uma redução de custos e uma maior capacidade de personalização. No entanto, é importante destacar que a IA também pode ter impactos negativos, incluindo a perda de empregos devido à automatização de processos e a necessidade de investir em novas tecnologias e habilidades.

Fotos: Divulgação 06 I Revista Têxtil #781 ABTT

Algumas das formas em que a IA está impactando a cadeia têxtil e de moda incluem:

• Produtividade: A IA está ajudando as fábricas a automatizar tarefas repetitivas, aumentando a produtividade e reduzindo os erros.

• Otimização de processos: garantindo maior eficiência e menor desperdício dos recursos;

• Otimização de produtos: A IA está permitindo criar produtos inovadores com propriedades únicas, como por exemplo fibras têxteis mais resistentes;

• Análise de dados: A IA está sendo usada para analisar grandes quantidades de dados de produção e vendas para identificar oportunidades de melhoria;

• Supply Chain: A IA está sendo usada para otimizar a cadeia de suprimentos, ajudando as empresas a prever demanda, gerenciar estoques e reduzir desperdícios;

• Qualidade: A IA consegue identificar materiais diferentes e identificar e classificar defeitos. Em alguns casos, as máquinas já estão aprendendo a como corrigir e até mesmo evitar esses defeitos;

• Sustentabilidade: A IA está sendo usada para ajudar as empresas a tomar decisões mais sustentáveis em todas as etapas do processo de produção, desde a escolha de matérias-primas até a logística;

• Análise de tendências: A IA pode analisar dados para identificar tendências emergentes e ajudar as marcas a se adaptarem rapidamente;

Revista Têxtil #781 I 07 ABTT
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ABTT

• Design: A IA está sendo usada para criar designs de tecidos e roupas baseados em dados, como tendências de mercado e dados demográficos. Também está sendo usada para ajudar os estilistas a criar designs inovadores e diferenciados, baseados em tendências e dados de vendas;

• Personalização de moda: A IA está sendo usada para criar roupas personalizadas baseadas em dados, como medidas, estilo pessoal e preferências de cor;

• Atendimento ao cliente: A IA está sendo usada para aprimorar a experiência do cliente, incluindo a criação de chatbots e assistentes virtuais para ajudar os clientes a encontrar o que procuram.

Não há uma previsão exata para o crescimento do mercado têxtil e de moda com a utilização da inteligência artificial, mas os especialistas acreditam que a IA terá um impacto significativo neste setor.

O mercado global de tecnologia de inteligência artificial para o setor têxtil e de moda está crescendo a uma taxa composta anual de mais de 35% entre 2020 e 2024 (Technavio). Outros estudos apontam para um crescimento ainda maior, com o uso da IA se tornando cada vez mais comum em todas as etapas da cadeia de valor, desde o desenvolvimento de produtos até a gestão de estoques e a logística.

Segundo o relatório “AI in Textile Industry: Global Market Analysis, Trends, and Forecasts” da Research and Markets: o mercado global de inteligência artificial na indústria têxtil deverá crescer a uma taxa composta de crescimento anual de cerca de 42,3% durante o período de 2019 a 2027. O relatório “Artificial Intelligence in Textile Industry Market by Offering, Application (Predictive Maintenance, Quality Control, Inventory Management, Product Design), and Geography - Global Forecast to 2027” (Meticulous Research) a aplicação de inteligência artificial na indústria têxtil deve atingir US$ 4,87 bilhões em 2027, com uma taxa de crescimento anual composta de 33,2% durante o período de previsão. Já na moda, o relatório “AI in Fashion Market- Global Industry Analysis and Forecast (2022-2029)” - Ma-

“A IA É UMA TECNOLOGIA QUE TEM TIDO UM IMPACTO SIGNIFICATIVO NA INDÚSTRIA TÊXTIL E DE MODA”

ximize Market Research segmento do mercado global de IA no mercado de moda está projetado para crescer e atingir US$ 6,57 bilhões até 2029. As lojas de moda contêm lojas de moda off-line e lojas de moda on-line que começaram a implantar tecnologias de Inteligência Artificial em suas operações. A crescente implantação de soluções de IA baseadas em nuvem por varejistas de moda ajudou as marcas a obter um benefício competitivo em relação a outros players.

Esses relatórios destacam o potencial de crescimento da aplicação de inteligência artificial na indústria têxtil e fornecem informações valiosas sobre as tendências e oportunidades do mercado.

É importante lembrar que as previsões de mercado são sujeitas a mudanças, dependendo de uma série de fatores, incluindo a evolução da tecnologia, as tendências do mercado e as condições econômicas globais.

Em conclusão, a IA é uma tecnologia que tem tido um impacto significativo na indústria têxtil e de moda, oferecendo soluções eficientes e personalizadas para as necessidades destes setores. No entanto, é importante que as empresas tomem medidas para garantir que os impactos negativos sejam mitigados e que sejam feitos investimentos para garantir a sustentabilidade a longo prazo. RT

08 I Revista Têxtil #781

RICARDO STEINBRUCH INICIA SUA GESTÃO NA PRESIDÊNCIA DA ABIT

Eleito pelos associados, o empresário e administrador de empresas Ricardo Steinbruch (foto), de 64 anos, atuante há mais de 40 anos no setor, assumiu, a partir de Janeiro 2023, a presidência da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit )para o triênio 2023/2025, juntamente com os novos membros do Conselho de Administração e três vice-presidentes executivos: Giuliano Donini, da Marisol, Flávio Gurgel Rocha, do Grupo Guararapes, e Grasiela Moretto, da Ufo Way.

O novo presidente, ligado à Vicunha, sucede a Fernando Valente Pimentel, que ocupou o cargo por duas gestões consecutivas e passa a desempenhar a função de diretor-superintendente e a integrar a galeria de presidentes eméritos da entidade.

Ricardo Steinbruch salienta que a Abit tem atuado de modo eficaz em várias frentes, tanto na proposição de políticas públicas relevantes, quanto na produção e disseminação de conhecimento e ações de apoio e estímulo ao avanço tecnológico e defesa setorial. “Trabalharemos com determinação

Fotos: Divulgação Revista Têxtil #781 I 09 ABIT

ABIT

para que a trajetória da entidade continue bem-sucedida e para a conquista de novas e importantes vitórias para o desenvolvimento da indústria têxtil e de confecção”, enfatiza, ponderando: “teremos um triênio interessante pela frente, com um governo que precisará pensar na reindustrialização do País. Queremos fortalecer ainda mais a entidade com pautas propositivas”.

O novo presidente é bacharel em Administração de Empresas pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Desenvolveu sua carreira na Indústria Têxtil, onde atua há mais de 40 anos. É Presidente do Conselho de Administração da Vicunha Têxtil, AVCO Polímeros Brasil, Finobrasa Agroindustrial S.A., Pajuçara Confecções

S.A. e Fibra Empreendimentos Imobiliários. Conselheiro das empresas: Textília S.A., Elizabeth S.A. Indústria Têxtil, Vicunha Steel S.A. e Vicunha Aços S.A., Diretor Presidente da Vicunha Ecuador S.A., Diretor da Vicunha Uruguay S.A., Diretor Superintendente da Rio Iaco Participações S.A.

Ricardo Steinbruch foi Membro do Conselho da CSN –Cia. Siderúrgica Nacional e Presidente do Conselho do Banco Fibra. Steinbruch também é membro dos Conselhos do IEDI, ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), Coscex (Fiesp) e do Conselho Consultivo da Pinacoteca. É Patrono do Masp e Museo Reina Sofia (Madri) e integra o Programa de Associados MAM Rio. É brasileiro, casado e tem três filhos.

O DESENVOLVIMENTO QUE QUEREMOS E MERECEMOS

No novo governo, é fundamental, sem amarras ideológicas, considerar o que deu certo e está apresentando resultados na trilha do desenvolvimento e as políticas públicas e medidas necessárias para corrigir erros históricos e promover avanços. A Nação aspira a um crescimento sustentado e sustentável de no mínimo 3,5% ao ano, para sair, nas próximas duas décadas, da armadilha da renda média. Para isso, já temos diagnósticos de sobra. É preciso cumprir a agenda de prioridades dos setores produtivos e da sociedade.

Políticas que ignoram a realidade e os anseios da população têm vida curta, por mais bem-intencionadas que sejam. Precisamos de um projeto eficaz, com planejamento e foco, abrangendo os pilares da educação, saúde, segurança pública, ciência, tecnologia, redução das desigualdades e respeito aos princípios da governança ambiental, social e corporativa (ESG).

Fernando Valente Pimentel Presidente emérito e diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)

São esses os vetores que movem a sociedade e a economia do mundo, repleta de desafios, como a pandemia, os lockdowns na China e a guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, é um cenário que abre espaços para capitalizar nossos ativos, como energia de fontes renováveis e limpas, bioeconomia, alimentos, minerais, universidades, instituições científicas e de pesquisa.

Há projetos no Congresso Nacional que sinalizam direções a serem seguidas. É fundamental priorizar o aumento da produtividade, melhoria da infraestrutura e redução do “Custo Brasil”. Operar aqui implica ônus adicionais de R$ 1,5 trilhão por ano em relação aos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), conforme estudo do Boston Consulting Group, do qual participaram várias entidades de classe e o Movimento

10 I Revista Têxtil #781
RT

Brasil Competitivo. Algo que tem promovido ganhos de produtividade é a digitalização dos serviços públicos. O “Governo Digital” pode gerar ganhos de competitividade.

As reformas tributária e administrativa são cruciais para termos um Estado mais eficiente e corrigir desequilíbrios na arrecadação de impostos que conspiram contra os investimentos e a economia. O setor público e a iniciativa privada precisam manter-se sinérgicos, sendo que o primeiro deveria trabalhar pelo melhor ambiente de negócios possível, com o máximo de previsibilidade e segurança jurídica.

Para o êxito das metas de desenvolvimento, é decisivo o resgate da indústria, crucial como geradora de tecnologia e inovação, empregos em escala e de qualidade, agregação de valor às matérias-primas e exportações e mais protagonismo global. A despeito de a agropecuária ser um case de sucesso, com enormes méritos, é preciso estimular outros segmentos. Sem a manufatura e suas externalidades, não teremos crescimento expressivo do PIB.

Nesse sentido, são elucidativos dados do “Plano de Retomada da Indústria”, elaborado pela CNI. A cada R$ 1 que o setor produz, são gerados R$ 2,43 na economia como um todo, ante R$ 1,75 da agricultura e R$ 1,49 do comércio e serviços. Ademais, mantém cerca de 10 milhões de empregos (20% do total de trabalhadores formais do País). São ocupações, em geral, mais qualificadas e mais bem-remuneradas do que a média nacional.

Em linha com as proposições da CNI, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), representante de um setor empregador de quase 1,5 milhão de pessoas diretamente, dos quais 75% são mulheres, também havia encaminhado aos candidatos à Presidência da República sua “Agenda para o Desenvolvimento”, resultante de consulta ao empresariado do setor. As principais sugestões dizem respeito à questão fiscal e tributária, combate à corrupção, à pirataria e ao contrabando, segurança pública, investimentos em saúde e educação, redução dos custos para investimentos e fomento da manufatura.

“O BRASIL TEM PLENAS CONDIÇÕES

PARA CRESCER EM GRAU MAIS ELEVADO E SEGUIR COM FORÇA RUMO AO DESENVOLVIMENTO”

Os desafios são muitos. Por isso, é preciso coesão em torno dos interesses maiores da população e do País. As autoridades dos três poderes, nos níveis federal, estaduais e municipais, têm responsabilidade nesse processo. Um bom exemplo nesse exercício da democracia é a independência do Banco Central, que consideramos um avanço. Pela primeira vez em nossa história, a instituição é dirigida por alguém não nomeado pelo presidente da República no exercício do cargo. É importante que as políticas fiscal/monetária e econômica, embora autônomas, tenham coerência, para termos taxas de juros que viabilizem os investimentos produtivos, manter a inflação sob controle e contribuir para o fomento do PIB.

O Brasil tem plenas condições para crescer em grau mais elevado e seguir com força rumo ao desenvolvimento. Temos relevantes diferenciais, como mercado amplo, população ativa e trabalhadora, empresários resilientes e capazes, setores de atividade bem-estruturados, recursos naturais abundantes e grande potencial para sermos protagonistas na economia verde. Cabe-nos construir o país que queremos e merecemos!

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RT

ARMADILHA DOS JUROS ELEVADOS

Desde o advento do Plano Real, há quase 29 anos, em julho de 1994, quando nossa moeda passou a ser mais estável e vencemos o fantasma da inflação corrosiva, temos enfrentado, de modo paradoxal, juros muito elevados, não só os básicos, como os referentes aos empréstimos no mercado financeiro. As causas do problema são polêmicas e objeto de distintas explicações: insegurança jurídica; carga de tributos sobre as operações creditícias, dificuldade de retomada dos bens em garantia; histórico de inadimplência; desequilíbrio fiscal do setor público; e concentração bancária, dentre outros fatores.

Independentemente dos motivos e das discussões e teses sobre a questão, é necessário que as taxas

no Brasil sejam mais alinhadas às de outros países com características semelhantes e até mesmo alguns que têm fundamentos econômicos piores do que os nossos. Afinal, estamos diante de um fator que freia o nível de atividade, pois é inibidor dos investimentos, prejudicial aos setores produtivos e desestimulante do consumo. Por isso, a retomada consistente do crescimento do PIB demanda juros estruturalmente compatíveis com a taxa de retorno dos investimentos produtivos. Este é um desafio crucial que temos pela frente.

A indústria, cujo desempenho é fator determinante para o crescimento econômico sustentado e sustentável, é particularmente afetada pelo problema,

12 I Revista Têxtil #781 ABIT

PODEMOS CONTINUAR COMPROMETENDO NOSSO

DESENVOLVIMENTO, COMO FAZEMOS HÁ MAIS DE TRÊS DÉCADAS”

pois seu fomento exige investimentos significativos, muitas vezes inviabilizados pelo custo exorbitante do dinheiro. Cabe lembrar -- e lamentar -- a queda do setor na composição do PIB nacional, de 25%, há cerca de quatro décadas, para cerca de 11%, hoje. No plano global, nosso parque fabril, que já figurou entre os 10 maiores, recuou, em outubro passado, para o 15º lugar.

O setor, que até o início da década passada respondia por 2% da produção mundial, despencou para 1,28%, menor índice da série histórica, iniciada em 1990. O levantamento foi divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base em estatísticas da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No que diz respeito à indústria, estamos na contramão do que vêm fazendo numerosos países, que promovem seu fomento, incluindo créditos subsidiados. Precisamos de políticas eficazes para o setor, que gera empregos de qualidade, paga os melhores salários, agrega valor à pauta de exportações e é o que mais investe em tecnologia e inovação. É fundamental nos alinharmos a padrões mais avançados da atividade no mundo, para conquistarmos competitividade elevada.

Entretanto, temos hoje a Selic em 13,75%. Nossos juros reais, de 8% ano, são os maiores do mundo e muito mais altos do que os do segundo colocado nesse ranking, o México, com 2,7%, e o terceiro, a China, com 1,9%. Cabe enfatizar que grande parte das nações, como os Estados Unidos (-2%), têm até mesmo taxas

negativas. Assim, se quisermos competir globalmente, é determinante equalizar esse fator, pois o custo atual do dinheiro no Brasil inviabiliza qualquer investimento produtivo.

Dentre outras questões estruturais, como impostos altos, insegurança jurídica e baixa produtividade, nossas elevadas taxas são um dos fatores responsáveis pelo baixo crescimento da economia brasileira, que foi de apenas 0,3% ao ano na década de 2011 a 2020, segundo cálculos da FGV (Fundação Getúlio Vargas). No período de 1947 a 1980, nossa média de expansão anual do PIB foi de 7,1%.

Para crescer pelo menos 3% ao ano, índice mínimo para viabilizar nossa ascensão ao patamar de nação com renda alta, são necessários investimentos equivalentes a 22% do PIB, ante cerca de 18% atualmente. Para tornar possível esse avanço, os juros dos financiamentos são um elemento crítico e fundamental. Assim, necessitamos encontrar um equilíbrio estrutural para que as taxas conciliem o controle da inflação e a viabilidade dos investimentos em infraestrutura, aporte tecnológico, incremento industrial, empreendedorismo e produtividade. Essa equação passa, necessariamente, pela sinergia entre as políticas fiscal e monetária.

Encontrar o ponto de equilíbrio é decisivo. Nesse sentido, é interessante observar que, na Ata do Copom subsequente à reunião do colegiado em 31 de janeiro e 1° de fevereiro, quando a Selic foi mantida em 13,75%, enfatiza-se que o pacote fiscal anunciado em janeiro pelo governo pode ter efeito benigno para as expectativas de inflação. É sinalizada, também, uma tendência de arrefecimento inflacionário no Brasil e no mundo. Daí, é possível inferir a possibilidade do início de um fluxo de queda das taxas.

Trata-se de meta fundamental, pois não podemos continuar comprometendo nosso desenvolvimento, como fazemos há mais de três décadas, nos distanciando do objetivo maior referente à melhoria da qualidade de vida da nossa população. Não cabe, porém, medidas voluntariosas, que nos causaram danos relevantes no passado recente. A solução, no entanto, é premente! RT

Revista Têxtil #781 I 13 ABIT
“NÃO

INDÚSTRIA ITALIANA DE MÁQUINAS TÊXTEIS

SE APROXIMANDO DA ITMA 2023

A ACIMIT ORGANIZOU A PRÉ-CONFERÊNCIA DA ITMA 2023 NA ITÁLIA EM STRESA. COM O TEMA “ MOLDAR O FUTURO”, O EVENTO ACONTECEU NO DIA 14 DE MARÇO E FINALIZOU NO DIA 15 DE MARÇO ULTIMO COM UMA COLETIVA DE IMPRENSA

COM JORNALISTAS DE VÁRIOS PAÍSES. VIVI HAYDU, EDITORA DA REVISTA TÊXTIL, TEVE O PRIVILÉGIO DE SER CONVIDADA E REPRESENTAR O BRASIL res italianos, ocupando cerca de 36.000 metros quadrados, estarão presentes na feira, o que representa um aumento de mais de 20% em comparação com a edição anterior realizada em Barcelona. 30% da área total de exposição na ITMA 2023 será ocupada por fabricantes de máquinas italianos, mostrando a confiança do setor na importância do evento.

A indústria italiana de máquinas têxteis está otimista para o ano de 2023, especialmente com a realização da ITMA 2023, a principal exposição de máquinas têxteis, que ocorrerá em Milão após oito anos. Durante uma pré-conferência de imprensa realizada pela ACIMIT, a Associação Italiana de Fabricantes de Máquinas Têxteis, foram revelados os números preliminares de 2022. Tanto a produção italiana como as exportações de máquinas têxteis aumentaram mais de 10% em comparação com o ano anterior, ultrapassando os 2,6 mil milhões de euros em valor de produção. A maior parte das exportações italianas foram para a Ásia e Europa, com China, Turquia, Índia e Estados Unidos da América sendo os principais destinos das vendas italianas no exterior.

Apesar dos resultados positivos, as empresas ainda enfrentam obstáculos, incluindo inflação elevada, restrições ao funcionamento das cadeias de valor e preços das matérias-primas energéticas acima da média dos últimos anos. No entanto, as previsões para o segundo semestre do ano e no período de 2024 a 2026 são positivas, o que dá esperança à indústria.

Com as previsões favoráveis, a ITMA 2023 pode ser a força motriz capaz de estimular o investimento no setor têxtil, não apenas na Itália. Quase 400 exposito-

A ACIMIT, com o apoio da Agência Italiana de Comércio (ITA), implementou várias iniciativas para promover a participação italiana na ITMA 2023. A indústria italiana de máquinas têxteis representa um dos principais setores de produção para o país, com tecnologias têxteis consideradas de alto nível de qualidade. A ITA se orgulha de apoiar as empresas italianas de maneira cada vez mais eficaz, consolidada e testada em colaboração com a ACIMIT. A ITMA 2023, portanto, é uma oportunidade única para a indústria de máquinas têxteis italiana destacar sua excelência em tecnologia e estimular novos investimentos no setor têxtil.

A ITMA 2023 é uma oportunidade única para a indústria italiana de máquinas têxteis, devido à sua capacidade de atrair um grande número de expositores e dezenas de milhares de visitantes. Com a ITA, em colaboração com a ACIMIT, preparamos um projeto extenso para promover o setor de máquinas têxteis

Fotos: Divulgação
14 I Revista Têxtil #781
ACIMIT

italiano, destacando seus três principais pilares: tecnologia, digitalização e sustentabilidade. Além disso, esperamos a presença de 140 principais compradores estrangeiros de 25 países diferentes, acompanhados por uma ampla campanha de comunicação tanto na Itália quanto no exterior, com o objetivo de atrair profissionais de todo o mundo.

Haverá vários eventos de treinamento, com foco em inovações apresentadas pelas empresas italianas na ITMA 2023, com destaque especial para tecnologias sustentáveis e processos de digitalização. Também teremos a honra de organizar os Prêmios Italianos de Tecnologia Têxtil, que serão concedidos a 18 estudantes universitários mais merecedores em países onde os Centros Italianos de Formação em Tecnologia Têxtil estão ativos ou estão sendo criados, como Bangladesh, Índia, Mongólia, Paquistão, Peru e Vietnã.

Nossa campanha promocional será realizada através de canais sociais e tradicionais, e o conceito que distingue nossas atividades de comunicação é “MOLDAR O FUTURO”. Segundo o presidente da ACIMIT, o setor italiano de máquinas têxteis tem demonstrado, nos últimos anos, sua capacidade de olhar para o futuro, criar inovação e fortalecer sua liderança tecnológica, estabelecendo-se e sendo reconhecida

internacionalmente. MOLDAR O FUTURO é um conceito que visa destacar o papel fundamental dos fabricantes italianos na criação de caminhos virtuosos em toda a cadeia de suprimentos têxtil, permitindo que o futuro do setor seja moldado através dos três pilares mencionados anteriormente: tecnologia, digitalização e sustentabilidade, que também são os temas-chave da ITMA 2023.

Na edição de Milão da ITMA2023, uma feira conhecida por suas propostas tecnológicas inovadoras, a sustentabilidade e a digitalização serão os principais tópicos de discussão. A cadeia de suprimentos têxtil está se movendo em direção a processos de produção cada vez mais competitivos, onde a redução dos custos de produção, através do menor consumo de água, energia e matérias-primas, é combinada com a atenção ao meio ambiente. Além disso, a transformação digital em curso das empresas permitirá que os fornecedores de tecnologia e seus clientes operem de maneira mais construtiva e eficiente, o que é igualmente importante.

Na pré- conferência sobre sustentabilidade e digitalização, cinco empresas membros da ACIMIT compartilharam suas experiências, incluindo Flainox, Itema, Marzoli, Salvadè e Sperotto Rimar. Eles destacaram a importância dos projetos desenvolvidos pela ACIMIT

Revista Têxtil #781 I 15 ACIMIT

nos últimos anos, como o projeto Tecnologias Sustentáveis, que tem como núcleo a Etiqueta Verde, e a certificação digital ACIMIT Digital Ready. Ambos os projetos refletem o compromisso dos fabricantes italianos em áreas estratégicas para consolidar a liderança da tecnologia têxtil italiana no futuro. A Etiqueta Verde certifica o desempenho ambiental e econômico das máquinas têxteis, enquanto o Digital Ready padroniza dados de produção e gerenciamento de máquinas têxteis italianas para integrá-las digitalmente na fábrica do cliente. Segundo Alessandro Zucchi, “acreditamos que o futuro da indústria têxtil deve ser moldado por um fornecimento tecnológico sustentável e digitalizado”.

A INDÚSTRIA ITALIANA DE MÁQUINAS TÊXTEIS PREPARA-SE

PARA A ITMA 2023

Com cerca de 400 empresas produtoras de máquinas têxteis e acessórios relacionados, a indústria italiana emprega aproximadamente 12.900 trabalhadores. Em 2021, a produção italiana alcançou um valor de 2,4 bilhões de euros, com exportações no valor de 2 bilhões de euros. Espera-se que a produção da indústria cres-

ça 11% em 2022, para um total de 2,6 bilhões de euros, embora tenha havido uma diminuição de 1% nas vendas domésticas. As exportações, por outro lado, cresceram 12% e as importações aumentaram em 9%, enquanto o consumo doméstico aumentou em 13%. Esses números incluem máquinas de lavanderia.

A internacionalização e a vocação para a inovação no setor permitiram que as empresas italianas consolidassem ainda mais a posição de liderança da Itália no mundo. Cerca de 87% do total das vendas italianas são realizadas em cerca de 130 países de destino. A Ásia é o principal destino das exportações italianas de máquinas têxteis, com 44%, seguida pela Europa extra-EU, com 18%, e a União Europeia, com 17%.

As vendas para o mercado chinês foram as que mais contribuíram para as exportações italianas de máquinas têxteis em janeiro-outubro de 2022, totalizando um valor de 244 milhões de euros, mantendo-se estáveis. Outros mercados importantes incluem Turquia, com 242 milhões de euros e um aumento de 23%, Índia, com 153 milhões de euros e um aumento de 86%, e Estados Unidos, com 132 milhões de euros e um aumento de 32%.

16 I Revista Têxtil #781
Alex Zucchi, Presidente da ACIMIT Valentina Brignoli, da ITEMA
ACIMIT

As máquinas têxteis italianas cobrem todos os setores clássicos do mercado, estando bem representadas nas exportações italianas, com as máquinas de acabamento liderando a categoria com 29%, seguidas pelas de fiação e acessórios, ambas com 22%. As máquinas de tecelagem e malharia representam, respectivamente, 8% e 11% do total, enquanto outras máquinas constituem 8%.

Com tudo isso, a indústria italiana de máquinas têxteis está pronta para a ITMA 2023, consolidando sua posição de liderança e inovação no mercado global.

MOTIVOS PARA O SUCESSO GLOBAL DAS EMPRESAS ITALIANAS DE MÁQUINAS TÊXTEIS

As empresas italianas que atuam nesse setor são compostas por pequenas empresas que se dedicam profundamente às atividades de pesquisa e desenvolvimento, mantendo uma estreita colaboração com seus clientes finais. Essa abordagem permite que elas identifiquem rapidamente as necessidades dos clientes e transformem essas demandas em

novas máquinas, sistemas e tecnologias, abrindo novos nichos de mercado de alto valor agregado, como os têxteis técnicos, tanto no aspecto econômico quanto tecnológico.

As empresas italianas de máquinas têxteis estão localizadas em áreas de tradição têxtil, onde a troca de experiências com seus clientes finais contribui para o constante aprimoramento tecnológico de suas máquinas. Os grupos têxteis estão concentrados no norte e centro da Itália, em cidades como Bergamo, Biella, Como, Milão, Prato e Vicenza.

Entre as principais características que distinguem essas empresas, destacam-se a mão-de-obra altamente qualificada, que garante a alta qualidade dos produtos; as dimensões reduzidas das empresas, o que possibilita uma resposta rápida às necessidades de cada cliente; a flexibilidade e a versatilidade, que permitem a produção personalizada para atender às demandas específicas de cada cliente; e, por fim, o elevado nível tecnológico de suas ofertas, resultante da constante atenção dedicada pelas empresas italianas às atividades de pesquisa e desenvolvimento e à busca por soluções inovadoras.

Revista Têxtil #781 I 17 ACIMIT
Cristian Locatelli, da Marzoli Marco Salvade, da Salvade

A INOVAÇÃO NASCE DA MUDANÇA E DA BUSCA DE NOVOS CAMINHOS

A busca por inovação é impulsionada pela mudança e pela exploração de novos caminhos. A ACIMIT está trilhando o caminho da transformação digital, o que resultou na certificação DIGITAL READY, especialmente dedicada aos fabricantes de máquinas têxteis italianos. Isso torna a gestão de dados das máquinas mais fácil e fideliza os clientes, proporcionando uma nova vantagem competitiva ao Made in Italy nos mercados globais.

A certificação DIGITAL READY visa atestar a implementação correta do modelo conceitual de dados que a ACIMIT desenvolveu em colaboração com o Grupo de Manufatura do Politécnico de Milão. Esse modelo de dados padroniza as informações de gerenciamento e produção das máquinas têxteis italianas com uma linguagem comum, permitindo uma integração mais simples das máquinas nos sistemas de produção dos fabricantes de clientes.

CERTIFICAÇÃO DIGITAL READY

Quais sao os beneficios para os membros associados da ACIMIT que optam por certificar suas maquinas?

A certificação é projetada para simplificar o processo de produção, fazendo uso de uma linguagem padrão e de um sistema único de leitura de dados que permite que diferentes tipos de máquinas dialoguem com os sistemas de produção. O objetivo da certificação é fidelizar os clientes, estabelecendo um vínculo virtuoso entre os fabricantes de máquinas têxteis e seus clientes, criando uma sinergia inovadora para o setor têxtil:

• Padronização da gestão da máquina e dos dados de produção;

• Utilização simplificada do modelo de dados;

• Alinhar a identificação do KPI relevante pelo cliente;

18 I Revista Têxtil #781
ACIMIT

• Valorização do maquinário;

• Vantagens de maquinas com certificação;

• Maquinaria pronta para ser integrada em sistemas de produção;

• Redução dos custos e tempos de produção;

• Visão de todo o ciclo de vida do produto, graças à maquinaria integrada;

• Visão geral eficiente dos dados com um painel de controle fácil de usar;

• Análises comerciais simplificadas.

COMO OBTER A CERTIFICAÇÃO

O órgão de certificação internacional RINA, parceiro de longa data da ACIMIT, está autorizado a emitir a certificação para as empresas associadas. Uma empresa que pretende obter a certificação Digital Ready para suas máquinas é obrigada a obedecer a uma estrutura que é dividida em cinco fases:

-Adesão à iniciativa, através da assinatura do “Regulamento para a emissão do Certificado de Conformidade ACIMIT Digital Ready”;

• Identificação da máquina e coleta de dados;

• Análise de todos os documentos pelo RINA;

• Auditoria e verificações in loco pelo RINA;

• Obtenção da certificação.

VALIDADE E DURAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO

O itinerário Digital Ready implementado para uma máquina específica do fabricante levará à obtenção de uma certificação válida para todas as máquinas do

Revista Têxtil #781 I 19
ACIMIT

mesmo tipo de produção, para as quais não haverá necessidade de replicar o procedimento.A certificação Digital Ready tem uma duração de cinco anos a partir de sua emissão.

A certificação Digital Ready pode ser solicitada para os seguintes tipos de máquinas:

• Máquinas de fiação;

• Máquinas de tecelagem;

• Máquinas de tricô;

• Máquinas de acabamento;

• Outras máquinas.

CERTIFICAÇAO GREE LABEL

Durante a conferência, ainda foi mencionado o projeto Green Label, uma certificação verde lançada pela ACIMIT e dedicada às máquinas têxteis de suas empresas membros. Desenvolvida pela RINA, um organismo internacional de certificação, esta marca italiana é uma iniciativa do Projeto Tecnologias Sustentáveis lançado em 2011 pela ACIMIT, que monitorou o compromisso dos fabricantes italianos de máquinas têxteis em melhorar seus produtos e processos de produção para reduzir o consumo e a pegada de carbono.

Os resultados foram impressionantes, com uma redução no consumo de energia de até 84%, atestando o potencial do projeto em termos de sustentabilidade econômica, social e ambiental aos olhos dos clientes finais.

A pesquisa “Evolução e Impacto do Projeto Tecnologias Sustentáveis - 2022”, realizada pela RINA Consulting, mostrou como as empresas participantes do projeto, graças às inovações tecnológicas feitas em suas máquinas com certificação Green Label, veem melhorias tanto do ponto de vista energético quanto ambiental. Toda a cadeia de fornecimento têxtil está se tornando mais sensível e cuidadosa com questões ambientais, regulamentos e nova legislação ambien-

tal, impulsionados por movimentos ambientais e políticas de precaução sobre padrões de segurança química para as principais marcas.

O Green Label é um documento que visa identificar e tornar facilmente compreensível o desempenho energético e ambiental dos tecidos da máquina têxtil, em particular, a qualidade das emissões equivalentes de dióxido de carbono (Carbon Footprint - CFP) produzidas durante o funcionamento é o parâmetro escolhido para dar valor à ecoeficiência da máquina rotulada e atestar o compromisso sustentável dos associados que participam do projeto.

20 I Revista Têxtil #781
RT
ACIMIT

O PAPEL DA INDÚSTRIA NO CENÁRIO NACIONAL

As irreparáveis perdas das vidas humanas, os grandes prejuízos financeiros e materiais e os danos à infraestrutura causados pelas fortes chuvas no Litoral Norte de São Paulo durante o Carnaval são mais um alerta sobre os riscos inerentes às mudanças climáticas. O volume pluviométrico na região foi o maior de todos os tempos no Brasil, algo muito fora da curva. Fenômenos semelhantes têm ocorrido em distintas regiões do planeta.

No caso de nosso país, a questão envolve numerosas vertentes, como a contenção do desmatamento ilegal, a substituição de fontes fósseis por energia mais limpa e renovável, a redução da emissão de gases de efeito estufa, inclusive pelo avanço das políticas de saneamento e resíduos sólidos, e a garantia das reservas legais nas propriedades rurais. Outra frente decisiva é uma política industrial que contemple produção cada vez mais sustentável, como temos disseminado no Estado de São Paulo, nas ações do CIESP, da FIESP e de suas instituições como o Sesi e o Senai.

Além disso, defendemos perante as autoridades uma política industrial aderente à agenda ambiental e, ao mesmo tempo, capaz de resgatar a competitividade do setor, imprescindível para a geração de empregos em grande escala, inclusão socioeconômica e redução das desigualdades. Cabe lembrar que uma sociedade pouco inclusiva é um caldo de cultura para moradias e comunidades precárias, sem saneamento básico, que jogam seus resíduos sólidos em lixões a céu aberto e, portanto, com mais pegada de carbono e mais suscetíveis a riscos climáticos. Sem falar do principal: a qualidade de vida e a proteção à saúde.

Esse olhar mais amplo, considerando todo o espectro sociológico, econômico, demográfico e as necessidade de o Brasil ascender ao patamar de país de renda alta, está expresso no documento que o CIESP e a FIESP entregaram aos candidatos à presidência da República e

ao governo do Estado, em 2022, e que subsidia nosso diálogo com os novos governos: precisamos acelerar a transição à Indústria 4.0. Para isso, é preciso definir seu marco legal, adequando incentivos e reduzindo custos do financiamento. Deve-se, ainda, fomentar o desenvolvimento produtivo e tecnológico de fornecedores e startups, além de criar instrumentos para as médias, pequenas e micro-indústrias. Definir uma agenda de investimento também é crucial, contemplando redução dos juros e mais acesso ao crédito.

O fortalecimento da infraestrutura é outro fator urgente. Cabe fomentar o investimento público, mantendo a sustentabilidade fiscal, e incentivar o empreendedorismo, por meio de concessões e parcerias público-privadas. Também são prioritárias a reforma administrativa, para se alcançar uma estrutura fiscal saudável, e a tributária, com isonomia na taxação de todos os setores, instituição do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e desoneração das exportações e dos investimentos. Nossa proposta abrange, ainda, o aprimoramento das políticas públicas de saúde. Outra prioridade é elevar a qualidade do ensino, para que cumpra seu papel como alavanca do desenvolvimento.

Não podemos continuar negligenciando todas essas prioridades nacionais, dentre elas a necessidade de restabelecer a competitividade da indústria, dada sua capacidade de criar empregos em grande escala e pelo fato de pagar os melhores salários, agregar valor à balança de pagamentos e investir em tecnologia e inovação. O que preconizamos não é uma pauta em defesa do setor, mas de um país mais desenvolvido, mais engajado na agenda do clima e da sustentabilidade e capaz de prover vida de melhor qualidade à sua população, o que inclui moradias dignas e fora de áreas de riscos de enchentes, desmoronamentos e soterramentos. Preservando a vida e promovendo inclusão socioeconômica: ações decisivas! RT

Revista Têxtil #781 I 21 CIESP
Engenheiro, empresário e presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

NÍVEIS DECRESCENTES DE CONTAMINAÇÃO

“A Pesquisa de Contaminação de Algodão 2022 do ITMF mostra que o nível de contaminação do algodão bruto por questões estrangeiras e pela pegajosidade diminuiu em comparação com 2019. Ao mesmo tempo, a aparência dos fragmentos de casca de semente permaneceu a mesma. A pesquisa também revela diferenças significativas entre as variedades de algodão”. Estas são as principais conclusões do “Cotton Contamination Survey n°16/2022” que acaba de ser lançado pela International Textile Manufacturers Federation (www.itmf.org). Esta edição abrange 104 fiações localizadas em 21 países que avaliaram 78 variedades diferentes de algodão.

CONTAMINAÇÃO – DIMINUIÇÃO

O nível de algodão moderadamente ou seriamente contaminado, como percebido pelas fiações de todo o mundo, caiu de 25% em 2019 para 22% em 2022. Uma análise mais detalhada da extensão da contaminação mostra que 6% de todo o algodão avaliado estavam seriamente contaminados por algum tipo de matéria estranha, enquanto 16% estavam apenas moderadamente contaminados. Como os dados resumidos são médias aritméticas dos diferentes contaminantes, a extensão da contaminação é totalmente ilustrada pelos resultados para os contaminantes individuais. Eles variam de 5% de todos os cotões processados sendo moderada ou gravemente contaminados por “alcatrão” a 43% sendo moderada ou gravemente contaminados por “matéria orgânica”, ou seja, folhas, penas, papel, couro, etc. Outros contaminantes graves são “cordas feitas de filme plástico” (31%), “tecidos feitos de filme plástico” (39%), “cordas feitas de plástico

tecido” (30%), bem como “matéria inorgânica - areia/ pó” (29%). As 10 descrições de algodão mais contaminadas consideradas para a pesquisa tiveram origem na Índia (Índia-Outros, MCU-5, DCH, Shankar-4/6, J-34), Paquistão (NAIB, MNH93), Afeganistão, Togo e Tanzânia (Litoral). Os 10 algodão bruto menos contaminados foram produzidos na Espanha, China (Anhui, Shandong), Austrália, EUA (Memphis Territory, Pima, Arizona, Sudeste) e México (Juarez).

PEGAJOSIDADE – DIMINUIÇÃO

A presença do algodão pegajoso como percebido pelas fiações vem diminuindo há quase 10 anos (ou seja, 23% em 2013 contra 12% em 2022) e permanece no nível

Fotos: Divulgação 22 I Revista Têxtil #781 ALGODÃO

mais baixo desde 1989. As 10 descrições mais afetadas pela pegajosidade tiveram origem no Afeganistão, EUA (Pima, Arizona), Tajiquistão (Grampos Médios), Camarões, Brasil, Argentina, Índia (DCH), Sudão (Barakat) e Zimbábue. Na outra ponta da escala, os cotões do Paquistão (MNH93), China (Shandong, Anhui, Hebei), Grécia, África do Sul, Moçambique, Sudão (Sudão-Outros), EUA (Território Memphis) e Uganda não foram ou quase não foram afetados pela pegajosidade.

FRAGMENTOS DE REVESTIMENTO DE SEMENTES – ESTAGNAÇÃO

O aparecimento de fragmentos de casca de semente em plantações de algodão continua sendo um

problema para as fiadeiras em todo o mundo. 33% de todos os cultivos de algodão consumidos continham quantidades moderadas ou significativas de fragmentos de casca de semente (o mesmo que em 2019).

As 10 origens mais afetadas pelos fragmentos de casca de semente são Afeganistão, Paquistão (MNH93, NAIB), Índia (MCU-5, DCH, Shankar-4/6), Tanzânia (litoral), Egito (Egito-Outros), Türkiye (Türkiye-Outros) e Togo.

Os 10 algodões com menor presença de fragmentos de sementes são Sudão (Sudão-Outro, Barakat), Camarões, Austrália, Grécia, Espanha, China (Shandong, Hebei, Anhui), e México (México-Outro).

Revista Têxtil #781 I 23 ALGODÃO RT

PARCERIA INÉDITA PARA UTILIZAÇÃO DE ALGODÃO REGENERATIVO

PRODUTOS COM ALGODÃO

REGENERATIVO SERÃO LANÇADOS

NA FEIRA INTERNACIONAL KINGPINS, EM AMSTERDAM.

VICUNHA É A PRIMEIRA

FABRICANTE DE DENIM BRASILEIRA

A UTILIZAR O INSUMO EM PARCERIA COM A SCHEFFER.

A Vicunha, multinacional brasileira referência em soluções jeanswear, e a Scheffer, empresa pioneira na produção de algodão regenerativo no Brasil, anunciam uma parceria inédita que beneficiará toda a cadeia de produção do jeans. A partir de agora, a Vicunha vai implementar em sua produção o algodão regenerativo cultivado pela Scheffer, contribuindo para a promoção de um setor mais sustentável.

A agricultura regenerativa compreende um conjunto de ações que promove importantes benefícios para o meio ambiente. Além de reduzir a utilização de produtos químicos, contribuir para a saúde do solo e promover a biodiversidade, o algodão regenerativo da Scheffer é cultivado em sistema de sequeiro, sem a utilização de irrigação, o que reduz a pegada hídrica na produção têxtil.

A Vicunha é a primeira fabricante de denim brasileira a utilizar, em parceria com a Scheffer, o algodão regenerativo em seus produtos, reforçando a inovação e liderança da empresa no setor jeanswear. A iniciativa representa um grande passo para o segmento jeanswear no Brasil, ao unir duas gigantes nacionais com

Fotos: Divulgação 24 I Revista Têxtil #781 DENIM

o objetivo de incentivar uma produção sustentável da peça mais democrática do guarda-roupa e promover para o mundo o algodão brasileiro cultivado por meio de práticas regenerativas.

“O algodão regenerativo vem ganhando força como uma alternativa sustentável para produção em larga escala. Estamos nos antecipando às demandas dos mercados mais exigentes e seguimos firmes no nosso compromisso de reduzir continuamente nosso impacto ao meio ambiente, liderando iniciativas positivas na indústria”, afirma Dawid Wajs, diretor de cadeia de suprimentos da Vicunha.

LANÇAMENTO INTERNACIONAL

A Vicunha irá focar seus primeiros desenvolvimentos com algodão regenerativo inicialmente em duas famílias de produtos denim. Visando atender à demanda do mercado internacional e como parte da sua estratégia de expansão global, as novidades foram apresentadas em 12 E 13 de abril último na feira internacional Kingpins, em Amsterdam, que recebe grandes players de todo o mundo e é considerada uma das maiores do segmento denim mundial. Os lançamentos estão previstos para chegar ao Brasil no segundo semestre de 2023.

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL - DO CAMPO PARA A MODA

Com o objetivo de desenvolver um sistema de produção cada vez mais sustentável e que agregasse às boas práticas já usadas em seu manejo, a Scheffer iniciou o cultivo com práticas regenerativas há mais de 7 anos. Em 2020, tornou-se a primeira empresa brasileira a receber a certificação Regenagri, da certificadora global Control Union, que atesta a melhoria contínua na implementação e acompanhamento de boas práticas de agricultura regenerativa. Na safra 2021/2022, teve sua primeira unidade de produção certificada 100% regenerativa, com 13.800 hectares. Hoje, a Scheffer é referência no assunto e pioneira em práticas agrícolas regenerativas em larga escala.

“A experiência adquirida ao longo dos anos nos permite continuar aprimorando e inovando. Com a Agricultura Regenerativa, conseguimos produzir de forma mais sustentável, mantendo a produtividade, qualidade e escala. Além disso, garantimos a rastreabilidade do nosso algodão regenerativo, atendendo aos padrões e à demanda do mercado consumidor e do planeta como um todo. Tudo isso se soma aos compromissos e objetivos da Vicunha em direção a uma moda cada vez mais sustentável”, afirma Guilherme Scheffer, Sócio-Diretor da Scheffer.

A parceria entre a Vicunha e a Scheffer representa um marco na história da indústria têxtil brasileira e mostra como as empresas comprometidas com a preservação do meio ambiente podem contribuir para um desenvolvimento econômico sustentável.

“A utilização de algodão regenerativo na produção têxtil é uma iniciativa importante que influencia positivamente toda a cadeia da moda e estimula um consumo mais consciente por parte dos consumidores, contribuindo para a construção de uma indústria mais ética e responsável”, finaliza German Alejandro, CMO da Vicunha.

Revista Têxtil #781 I 25 DENIM RT

TRANSFORMANDO O FUTURO DO DENIM COM FIBRAS TENCEL™ LYOCELL RECICLADAS MECANICAMENTE

O Grupo Lenzing, um dos principais produtores globais de fibras especiais à base de madeira, apresentou a fase inicial da “Iniciativa de Reciclagem de Fibras” da TENCEL™ ao lado de seus valiosos parceiros industriais, Artistic Milliners do Paquistão, Canatiba do Brasil e Textil Santanderina da Espanha. Dedicada a impulsionar a circularidade na indústria têxtil global, a nova iniciativa começa com a produção de tecidos denim derivados de fibras de lyocell da marca TENCEL™ recicladas mecanicamente. Com o uso de resíduos de lyocell pré-consumo em escala comercial, a iniciativa redefine o futuro circular de uma indústria de denim sustentável globalmente.

O Grupo Lenzing, um dos principais produtores globais de fibras especiais à base de madeira, apresentou a fase inicial da “Iniciativa de Reciclagem de Fibras” da TENCEL™ ao lado de seus valiosos parceiros industriais, Artistic Milliners do Paquistão, Canatiba do Brasil e Textil Santanderina da Espanha. Dedicada a impulsionar a circularidade na indústria têxtil global, a nova iniciativa começa com a produção de tecidos denim derivados de fibras de lyocell da marca TENCEL™ recicladas mecanicamente. Com o uso de resíduos de lyocell pré-consumo em escala comercial, a iniciativa redefine o futuro circular de uma indústria de denim sustentável globalmente.

Fotos: Divulgação 26 I Revista Têxtil #781 DENIM

As fibras virgens TENCEL™ Lyocell são conhecidas por seu processo de produção de circuito fechado ambientalmente responsável, que transforma polpa de madeira de origem sustentável em fibras celulósicas com alta eficiência de recursos e baixa emissão de carbono. As fibras TENCEL™ Lyocell recicladas mecanicamente adicionam características de sustentabilidade ao tecido denim, pois não requer o uso de água ou produtos químicos.

“As fibras mecanicamente recicladas TENCEL™ Lyocell são ideais para denim”, disse a equipe de desenvolvimento de produtos da Canatiba. “Ao contrário do algodão, o novo tecido mantém suas características em relação às fibras virgens, mantendo o comprimento, a resistência e todas as propriedades físicas, além de ser super macio ao toque. Vem de um processo totalmente limpo e sustentável que não envolve consumo de água ou produtos químicos. No Brasil, as fibras de lyocell recicladas mecanicamente têm um forte potencial de escala entre grandes marcas e lojas de departamento.”

HABILITANDO POSSIBILIDADES INFINITAS PARA DENIM SUSTENTÁVEL

Os tecidos produzidos com fibras TENCEL™ Lyocell recicladas mecanicamente apresentam uma estética “próxima ao algodão”, mantendo as principais características das fibras TENCEL™ Lyocell, como respirabilidade, caimento suave, toque suave na pele e conforto duradouro.

“Acreditamos que o futuro da indústria têxtil passa pela sustentabilidade e pela circularidade, que também podem garantir a sobrevivência do denim”, afirma José Antonio Mazorra, Gestor de Responsabilidade Social Corporativa da Textil Santanderina. “A consciência de reduzir o impacto ambiental em nosso setor está crescendo, especialmente com as tendências da indústria de economia circular e práticas de produção sustentáveis. Espero que a inovação e as melhorias tecnológicas em torno da circularidade, incluindo as fases de coleta, seleção e reciclagem,

“ACREDITAMOS QUE O FUTURO DA INDÚSTRIA

TÊXTIL PASSA PELA SUSTENTABILIDADE E PELA CIRCULARIDADE,

resultem em uma maior necessidade de fibras celulósicas recicladas mecanicamente”.

As fibras também são identificáveis nos produtos finais, garantindo a rastreabilidade e transparência dos processos produtivos. Com a capacidade de ser rastreada até suas fontes, o uso de fibras mecanicamente recicladas TENCEL™ Lyocell pode ser documentado e verificado, garantindo maior responsabilidade e transparência na cadeia de suprimentos.

O modelo de negócio do Grupo Lenzing vai muito além de um produtor tradicional de fibras. Juntamente com seus clientes e parceiros, são desenvolvidos produtos inovadores ao longo da cadeia, que geram valor agregado aos consumidores. O Grupo se esforça para a utilização e processamento eficientes de todas as matérias-primas e oferece soluções para ajudar a redirecionar o setor têxtil para uma economia circular. A fim de reduzir a velocidade do aquecimento global e cumprir as metas do Acordo Climático de Paris e do “Acordo Verde” da Comissão da UE, a empresa tem uma visão clara: tornar realidade um futuro com emissão zero de carbono.

Revista Têxtil #781 I 27 DENIM RT
PODEM GARANTIR
SOBREVIVÊNCIA
DENIM”
QUE TAMBÉM
A
DO

LENZING ATINGE A CATEGORIA

MAIS ALTA PELA

TERCEIRA VEZ

O PADRÃO DE CLASSIFICAÇÃO

GLOBAL AVALIA OS FABRICANTES

MUNDIAIS DE FIBRA CELULÓSICA: LENZING NOVAMENTE RECONHECIDA COMO DEFENSOR DA SUSTENTABILIDADE PARA O SOURCING RESPONSÁVEL, INOVAÇÃO E TRANSPARÊNCIA

O Grupo Lenzing, o principal fornecedor mundial de fibras especiais produzidas de forma sustentável, conseguiu primeiro lugar no “Hot Button Ranking” da organização canadense sem fins lucrativos Canopy, confirmando assim sua liderança no papel nas áreas de sustentabilidade e fornecimento responsável de madeira e celulose. A Lenzing também pode mais uma vez celebrar uma camisa verde escura, sinônimo da categoria mais alta.

Neste ranking, que recebe muita atenção na indústria têxtil e de vestuário, a Canopy avalia 34 maiores produtores de fibras celulósicas em termos de sua fonte sustentável de madeira e celulose, seus esforços com respeito do uso de matérias-primas alternativas e suas conquistas na proteção de matérias-primas antigas e ameaçadas de extinção florestas. A preservação de recursos é um elemento chave da estratégia corporativa da Lenzing e está no centro de sua agenda de inovação. A produção sustentável de TENCEL™, VEOCEL™ e LENZING™ especialidade da marca ECOVERO™ fibras se baseiam nesses princípios.

Fotos: Divulgação 28 I Revista Têxtil #781 FIBRAS

“Estamos muito satisfeitos que as medidas que estamos tomando como o Grupo Lenzing para melhorar continuamente e encontrar as soluções para os problemas mais urgentes de nosso tempo estão sendo vistas e honradas”, disse Robert van de Kerkhof, Diretor Comercial Fiber do Grupo Lenzing.

“Estamos trabalhando arduamente para tornar nossas indústrias ainda mais sustentáveis e para impulsionar a transformação do modelo de negócio têxtil de linear para circular. Esforços adicionais de toda a indústria são necessários para que esta transformação ocorra”, disse van de Kerkhof.

USO EFICIENTE DOS RECURSOS

A madeira e a celulose derivada dela são as matérias-primas mais importantes para a produção sustentável de celulósicos fibras de Lenzing. O Grupo Lenzing assume a responsabilidade de se esforçar por uma aquisição sustentável baseada em certificados ambientais e o uso responsável e eficiente desses valiosos recursos. Fontes da Lenzing madeira e celulose dissolvente de florestas e plantações manejadas de forma sustentável e não de florestas e plantações antigas, protegidas ou florestas ameaçadas de extinção.

PROMOÇÃO DA ECONOMIA CIRCULAR

Com suas tecnologias REFIBRA™ e Eco Cycle, a Lenzing oferece soluções para a transformação da indús-

“ESTAMOS TRABALHANDO ARDUAMENTE PARA TORNAR NOSSAS INDÚSTRIAS AINDA MAIS SUSTENTÁVEIS”

tria têxtil e indústrias de nãtecidos em direção a uma economia circular. De acordo com sua visão para a economia circular, “Nós damos ao desperdício uma nova vida. Todos os dias”.

Lenzing está conduzindo a indústria em direção a uma economia circular completa, esforçando-se para dar ao desperdício uma nova vida em todos os aspectos de seu negócio principal e desenvolvimento de soluções circulares junto com parceiros potenciais dentro e fora da cadeia de valor atual.

Um marco neste caminho é a cooperação com o produtor sueco de celulose Södra. Os dois líderes do mercado global, que têm promovido proativamente a economia circular na indústria da moda há muitos anos, estão unindo forças para dar um novo impulso ao tema e dar uma contribuição decisiva para resolver o problema global do desperdício têxtil, fabricando fibras a partir de têxteis pós-consumo.

Hoje, a Lenzing oferece fibras de liocel feitas a partir de 30% de resíduos de algodão reciclado. A empresa tem como objetivo lançar lyocell, modal e fibras de viscose com até 50% de conteúdo reciclado pós-consumo em um comercial até 2025 e desenvolver um novo modelo de negócios circular fechando as alças para os resíduos pós-consumo.

Para 2025, a empresa planeja entrar em novas parcerias com 25 empresas-chave da cadeia de abastecimento, que mais uma vez exemplifica o ambicioso caminho de Lenzing na proteção climática e na economia circular.

Revista Têxtil #781 I 29 FIBRAS RT

DE VOLTA AOS TRILHOS PRODUÇÃO EUROPEIA DE NÃOTECIDOS ATINGE

A principal associação mundial que defende os benefícios de nãotecidos à sociedade divulgou uma visão geral de alto nível da EDANA.

NÃOTECIDOS PARA 2022.

Após um pico causado pelo aumento excepcional na demanda de materiais de nãotecidos em 2020 e 2021 devido à pandemia da COVID-19, (+9,3% em 20202021),a produção na Grande Europa (incluindo países da Europa Ocidental e Oriental, Turquia, Belarus, Rússia e Ucrânia) está de volta no caminho certo. Os números, embora menores do que durante a COVID-19, voltaram aos níveis pré-pandêmicos e podemos novamente ver uma tendência de crescimento constante apesar da crise econômica e energética, e da guerra na Europa.

Em 2022, em comparação com os dados de 2019, a produção de nãotecidos na Grande Europa aumentou em

volume em 3,3% para atingir 3.017.085 toneladas, e em 9,1% em área de superfície resultando em 85,8 bilhões de metros quadrados de nãotecidos sendo fabricados.

Jacques Prigneaux, Diretor de Análise de Mercado e Assuntos Econômicos da EDANA, ampliou ainda mais os dados: “Esta conclusão pode ser refinada de acordo com os diferentes processos de produção. Alguns como a colagem drylaid-hydroentangled e air-through, registrou um processo ainda maior em 2022 do que em 2021. Enquanto, a produção de outros materiais à base de fibras, incluindo tecnologias drylaid, wetlaid e airlaid, estavam abaixo dos níveis observados três anos antes. A produção de nãotecidos fiados foi novamente reduzida após o pico de produção em 2021, mas a produção de 2022 ainda estava 8,1% acima de seu nível de 2019”.

Conclusões semelhantes podem ser tiradas da perspectiva do uso final. Segmentos do mercado de

Fotos: Divulgação 30 I Revista Têxtil #781
NÃOTECIDOS
NÍVEL SUPERIOR AO DO PRÉ-COVID

nãotecidos tais como higiene, medicina, construção civil, filtração, materiais eletrônicos e toalhetes, que eram quase estáveis ou tinham diminuído significativamente em comparação com seus níveis de 2021, ainda estavam bem sobre os números observados em 2019.

Houve algumas exceções em outras aplicações de bens duráveis, onde as vendas de nãotecidos ainda estavam abaixo dos níveis de 2019: interiores automotivos (-27,8%), agricultura (-2,8%) e a engenharia civil (-4,6%). Em 2022, o aumento mais notório foi na roupa de mesa e aplicações, que ultrapassaram tanto os níveis de 2019 como 2021.

OS DADOS

“Quando uma empresa se torna membro da EDANA, eles são solicitados a responder a um questionário sobre seus negócios que reúnem dados sobre suas vendas por segmento de mercado, e sobre seu consumo de matérias primas e produção por tecnologia. Coletamos dados tanto em tonelagem quanto em metros quadrados “, explicou Prigneaux. Isto é extremamente valioso, pois ajuda EDANA e seus membros a acompanhar a evolução da gramatura de diferentes produtos, tanto pela tecnologia como pelo segmento de mercado.

O questionário que os membros produtores de nãotecidos da EDANA recebem é muito amplo e o avaliam em muitos elementos, incluindo as emissões de CO2, e o consumo de energia. O documento é um relatório exaustivo, que inclui todos os dados em Excel , e está disponível gratuitamente para aqueles membros que participaram do exercício, e é uma valiosa ferramenta comercial para EDANA e seus membros.

Um relatório resumido - 2022 European Nonwovens Markets Insights - também está disponível para EDANA’s e outros membros. Os dados não são compartilhados externamente, entretanto, a Prigneaux compartilhará uma visão geral das principais descobertas durante os Briefings Continentais realizados no estande da EDANA durante o INDEXTM2023.

Os membros da EDANA também podem acessar números abrangentes através do Aplicativo de Estatísticas EDANA.

INDEX™23

O evento que aconteceu de 18 a 21 de Abril em Genebra na Suíça, é o maior ponto de encontro global para os participantes da indústria de nãotecidos. É o maior ponto de encontro global para os atores do setor.

Os Continental Briefings consistem em uma série de apresentações feitas por especialistas das principais associações ao redor do mundo. Ocorrendo ao longo da semana, eles ofereceram aos visitantes as atualizações do setor para todas as principais áreas de produção de nãotecidos. Cada briefing também incluirá uma introdução e comentário de Prigneaux, pois ele fornece uma análise de comércio e tendências para essa geografia a partir de uma perspectiva européia. O programa foi o seguinte:

• China: Visão geral e Desenvolvimento Verde da Indústria de nãotecidos da China - Li Guimei, Presidente da CNITA: (China Nonwovens and Industrial Textiles Association). A apresentação compartilha a produção, investimento, importação e exportação e utilização final dos nãotecidos da China em 2022, bem como o status de desenvolvimento verde. Além disso, a apresentação analisa as oportunidades e os desafios, e prevê o desenvolvimento futuro da indústria de nãotecidos da China.

• América do Norte: Tendências da Indústria de nãotecidos na América do Norte e a Visão para o Futuro da INDA - Mark Snider, Analista Chefe de Mercado e Indústria, INDA (Association of the Nonwoven Fabrics Industry). A apresentação focou em: Novos Horizontes; Tendências de nãotecidos na América do Norte; Pontos quentes regionais e na visão da INDA para o futuro

• Ásia: Tendências de Produção de nãotecidos da Ásia - Kazuaki Baba, Secretário Geral, ANFA (Asia Nonwoven Associação de Tecidos). RT

Revista Têxtil #781 I 31 NÃOTECIDOS

ECONOMIA

CIRCULAR

É

UM DOS GRANDES DESAFIOS GLOBAIS

GERAÇÃO DE RESÍDUOS

O mundo vai gerar 3,4 bilhões de toneladas de resíduos por ano até 2050, aumento de 70%, segundo estudo da organização sem fins lucrativos International Solid Waste Association (ISWA). Em 2016, foram produzidas cerca de 2 bilhões de toneladas. O destino e reaproveitamento desses resíduos, dentro da proposta de economia circular, é um dos grandes desafios globais.

A entidade Circle Economy propõe dobrar a circularidade da economia global até 2032, ampliando dos atuais 8,6% para 17% a reutilização dos resíduos no mundo, o

que resultaria em redução de 39% das emissões de gases de efeito estufa. O coordenador do Movimento Circular, professor doutor Edson Grandisoli, aponta que o grande desafio mundial atual está ligado às mudanças do clima e as cidades têm papel fundamental no enfrentamento desse cenário, uma vez que emitem cerca de 75% dos gases de efeito estufa relacionados à energia.

“Considerar essa questão como central deve levar população, empresas e governos a atuarem de forma conjunta sobre temas como planejamento urbano, mobilidade, gestão da água e resíduos, obtenção de energia e inclusão”, afirma Grandisoli. A maior parte da população mundial vive nas cidades. Ele estima que, no Brasil, mais de 90% da população seja urbana.

As cidades consomem mais de 75% de todo recurso natural explorado no planeta.  “O metabolismo urbano está intimamente ligado a diferentes tipos de impactos ambientais, sociais e econômicos. Dentro desse cenário, planejar e criar cidades sustentáveis e resilientes é fundamental se desejamos garantir uma melhor qualidade de vida para todos”, afirma Grandisoli.

Fotos: Divulgação 32 I Revista Têxtil #781 ARTIGO
Edson Grandisoli Coordenador pedagógico do Movimento Circular, é Mestre em Ecologia, Doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutor pelo Programa Cidades Globais (IEAUSP) e especialista em Economia Circular pela ONU (UNSSC)
MUNDO VAI
PELO MENOS
2050
NO
AUMENTAR
70% ATÉ

A Economia Circular colabora com o presente e o futuro porque pretende reduzir a retirada de matéria-prima do ambiente e, no final da cadeia produtiva, reduzir também consumo e descarte, diminuindo a quantidade de resíduos. As propostas de desenvolvimento sustentável devem considerar diferentes aspectos.

Desenvolver economia circular e sustentabilidade exige adotar pensamento sistêmico e integrado. “É preciso entender da melhor forma a cadeia de produção, consumo e descarte e como cada um dos diferentes atores sociais participam dessa cadeia. Pensar em circularidade é obrigatoriamente pensar em conexões. Um diagnóstico integrado e multisetorial pode revelar pontos importantes de ação”, comenta Grandisoli.

PÚBLICO, PRIVADO E CIDADÃO

O professor explica que a criação de políticas públicas é fundamental para o avanço na economia circular, assim como investimentos, coparticipação e corresponsabilização, por meio de parceria com as indústrias, empresas e cidadãos. Além disso, se destacam três aspectos: a necessidade de infraestrutura, investimentos e mudança de mentalidade.

Cidadãs e cidadãos contribuem na construção desse projeto cobrando transparência de informações das empresas e governos para fazer as melhores escolhas no dia a dia, avaliando constantemente suas prioridades e reais necessidades de consumo. “Refletir e recusar são dois dos mais importantes Rs para o consumidor”, aponta Grandisoli.

De acordo com o professor, a circularidade é colaborativa e participativa. “Em muitos casos, o que é lixo para um, é insumo para outro”, defende. Para isso, é fundamental a criação de espaços de diálogo e colaboração. O coordenador do Movimento Circular aponta que criar cidades sustentáveis e resilientes é um processo que tem data para começar, mas não para acabar.

“Diagnósticos podem apontar diferentes demandas, necessidades, carências e oportunidades. Alguns países da Europa, como a Alemanha, possuem altas taxas

de reciclagem, cerca de 70%, mas ainda incineram parte de seus resíduos, o que colabora para as mudanças climáticas globais. Sempre há o que melhorar”, afirma.

PLANARES

Na economia circular, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) também tem importante função. Ele apresenta estratégias de curto, médio e longo prazos para colocar em prática o que foi definido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas já está atrasado, segundo Grandisoli. “O Planares levou mais de 10 anos para ser disponibilizado. Temos um déficit sério com relação à gestão de resíduos na maior parte dos municípios brasileiros”, afirma. As diretrizes do Planares e da PNRS valorizam a circularidade na economia, em especial na ponta final da cadeia de consumo, com estímulo à reciclagem e logística reversa. “Apesar disso, ainda falta um longo caminho nessa direção. Financiamentos, novas políticas públicas e parcerias são fundamentais para avançarmos”, diz o professor.

Mesmo com todas essas ferramentas, ainda não é possível prever quanto tempo as cidades brasileiras vão levar para adotar a economia circular de forma mais ampla. “É preciso começar e avançar, considerando-se as severas consequências das mudanças climáticas sobre as populações mais vulneráveis. Isso tem tudo a ver como construímos, vivemos e consumimos nos centros urbanos”, alega.

SOBRE O MOVIMENTO CIRCULAR

Criado em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar empresas, governos e cidadãos a colaborar na transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da economia circular, conceito-base do movimento. O movimento tem o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes.

Revista Têxtil #781 I 33 ARTIGO RT

Muito além de ser responsável primordialmente por materializar e modernizar as grandes tendências e inspirações da moda e seus mais diversos estilos, a indústria têxtil é, de fato, grandiosa em tantos outros termos. No mundo está entre as quatro maiores produtoras de malhas e é uma indústria que tem quase 200 anos no país.  E é fazendo história que conquistou toda a economia.

Mas será que um mercado tão consolidado como esse, enfrenta dificuldades? Bom. No começo deste ano, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) nos trouxe dados fundamentais desta análise. Apesar do crescimento em 2021, em que este mercado teve faturamento estimado de R$ 194 bilhões, o que resultou em um aumento de 16,9% no varejo de roupas, de 12,1% em produção dos têxteis (insumos) e 15,1% das confecções. Ainda a Indústria Têxtil não superou o ano 2019 e não sabe se isso ocorrerá tão em breve.

Se em 2021 mostrou uma recuperação de mercado, o cenário é outro para até final de 2022. A expectativa é mais modesta: a de crescer só 1,2%, muito menos do que cresceu ano passado. A dificuldade está em estabilizar esse crescimento dentro deste cenário econômico delicado, em ano eleitoral, de Copa do Mundo e com instabilidade do clima. Mas essa incerteza não é de agora, já no final do ano passado era possível ver o setor demonstrar essa dificuldade, seja pela inflação e o preço alto de matérias primas ou por

tantos outros obstáculos socioeconômicos. O que se vê agora é que aos poucos o mercado se reaquece, desacelera inflação e o ano não se torna de crescimento, mas sim de mudanças.

Mas se por um lado economicamente o mercado têxtil está estável, crescendo timidamente, o setor sofre com outra questão: com a aquisição de cobertura de seguros. O que temos notado é que várias seguradoras não estão trabalhando com risco que envolve matéria prima como o algodão e estão com algumas restrições, o que acaba tornando um grande empecilho no processo de seguro das empresas desse segmento.

São diversos fatores que fazem com que as seguradoras temam atender esse cliente. No geral, entende-se que a Indústria Têxtil como um todo é de grande risco. Dispõe de um estoque considerável de fibras naturais e artificiais, possui retalhos e tecidos ao longo do processo e trabalha com muitos produtos químicos o que coloca o espaço como um risco forte de incêndios ou até explosões.

Também falamos de um setor que gera muita poeira nos locais de produção, aumentando as chances de causar problemas respiratórios. É uma indústria que precisa de total cuidado. Por ter muitas etapas de produção, qualquer falha e/ou desatenção mecânica, falta de manutenção, sobreaquecimento e acidentes podem causar danos irreversíveis.

Fotos: Divulgação 34 I Revista Têxtil #781 ARTIGO
A INDÚSTRIA TÊXTIL: OBSTÁCULOS, OTIMISMO E MUDANÇAS. O QUE PERDURARÁ PARA 2023?

Mas afinal, o que fazer se há procura, mas não há oferta? Se há necessidade, mas não há atendimento? Como peça fundamental para a proteção dos negócios de qualquer empresa, o seguro busca prevenir desde pequenos a grandes prejuízos para a companhia atendendo diferentes tipos de riscos, desde roubo, incêndio ou até invasões cibernéticas.

Então, é preciso unir forças! A empresa deve buscar exercer prevenção de riscos, fazer constantes supervisões, aumentar a segurança, identificar os perigos e garantir um seguro de grandes riscos adequado à necessidade de uma indústria têxtil. Por outro lado, tem o papel do corretor. Que deve fazer essa intermediação, buscar a melhor oferta, a personalização da

apólice, ser o apoio e o negociador insistente. Prestar consultoria completa, do começo ao fim.

Além desses papéis primordiais, temos que falar das seguradoras. Elas também precisam adequar seus produtos para atender a indústria têxtil e não sair no prejuízo. Deve adaptar contratos, flexibilizar alternativas, mas garantir cobertura que fique satisfatória e segura para ambos.

Por fim, o que resta saber é: as dificuldades para 2023 ainda perdurarão? O otimismo se mantém, o setor de seguros está em alta e a busca por inovação é constante.  A indústria está mudando, e os seguros também.

Revista Têxtil #781 I 35 ARTIGO RT

SOLUÇÃO RIETER: COMPACTDRUM, RENDIMENTO EXCEPCIONAL COM

ATÉ 26 000 RPM

SRI JAYAJOTHI AND COMPANY

PRIVATE LTD., UMA EMPRESA DE FIAÇÃO DE FIOS DE QUALIDADE

DO SUL DA ÍNDIA, PRODUZ FIOS SINTÉTICOS E DE ALGODÃO COM UMA

CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DIÁRIA DE 55 TONELADAS. A JAYAJOTHI INVESTE

NA MAIS RECENTE TECNOLOGIA PARA PODER PRODUZIR NA MAIS ALTA

VELOCIDADE, SEM COMPROMETER A QUALIDADE. PARA OS SEUS ATUAIS

DESAFIOS, A EMPRESA OPTOU PELO FILATÓRIO DE ANEL G 37, COM

SISTEMA DE ESTIRAGEM SEMIELETRÔNICO, JUNTAMENTE COM O DISPOSITIVO DE COMPACTAÇÃO COMPACTDRUM.

MELHOR DESEMPENHO NOS

PROCESSOS A JUSANTE COM

COMPACTDRUM

O dispositivo de compactação COMPACTdrum reduz as fibras longas salientes do fio a um mínimo absoluto, o que aumenta a aceitação no processamento a jusante. Isto permite que a Jayajothi atenda a clientes muito exigentes no mercado global. O fio produzido com esta solução Rieter atinge o melhor desempenho nos processos a jusante: um valor inferior a 0,20 rupturas de urdidura por milhão de metros dificilmente pode ser alcançado por um fio de qualquer outro sistema. Os componentes de tecnologia duráveis do COMPACTdrum garantem que a qualidade do fio se mantenha consistentemente elevada a longo prazo. Além disso, o exclusivo sistema SERVOgrip elimina a necessidade de enrolar o fio para a preparação do doffing. Isso reduz a quantidade de fibras voláteis e garante uma alta qualidade do fio.

O filatório de anel G 37 com o dispositivo de compactação COMPACTdrum funciona com uma excelente estabilidade de fiação e garante máxima produtividade (Fig. 1). A Jayajothi opera as máquinas a uma rotação do fuso máxima de 26.000 rpm, produzindo um fio muito fino (Ne 60) a partir de 100% de algodão com 100 gramas por fuso (GPS). Isto está muito acima da referência da indústria. Os componentes de rendimento energético, como o motor principal IE4 de 75 kW, os fusos LENA e os sistemas de aspiração otimizados reduzem o consumo de energia em até 7% em comparação com o modelo anterior.

K Gokul, Diretor Executivo na Sri Jayajothi resume: “Estamos muito satisfeitos com o desempenho do filatório de anel G 37 com o dispositivo de compactação COMPACTdrum. A máquina funciona com uma rotação do fuso excepcionalmente elevada de 26.000 rpm e produz fios de alta e permanente qualidade”. (Fig. 2)

MÁXIMA FLEXIBILIDADE PARA TENDÊNCIAS EM CONSTANTE MUDANÇA

O G 37 com COMPACTdrum é difícil de superar em termos de flexibilidade. Parâmetros como a torção do fio

Fotos: Divulgação 36 I Revista Têxtil #781 ARTIGO

e o sentido de torção podem ser facilmente ajustados no visor da máquina. O dispositivo de compactação COMPACTdrum pode ser facilmente ligado ou desligado e, como resultado, permite ao cliente alternar entre fio de anel e fio compacto. A máquina processa praticamente qualquer tipo de fibra e pode ser ajustada para praticamente todas as matérias-primas de maneira fácil e rápida. Com as máquinas Rieter, a Jayajothi pode atender a vários requisitos: flexibilidade para tendências em constante mudança, melhor comportamento de funcionamento nos processos a jusante, melhor aparência do tecido e uma carteira de produtos diversificada com alta qualidade.

Esquerda: O dispositivo de compactação COMPACTdrum reduz a pilosidade longa do fio a um mínimo absoluto.

Direira: K Gokul, Diretor Executivo na Sri Jayajothi, está muito satisfeito com o desempenho do G 37 com o COMPACTdrum.

Revista Têxtil #781 I 37 ARTIGO RT

FESPA CELEBROU 10 ANOS NO BRASIL

A FESPA Digital Printing, edição de 10 anos, aconteceu de 20 a 23 de março último no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em São Paulo. Foram demonstradas as inovações em impressão digital, comunicação visual, têxtil, promocional, decoração, produtos personalizados, rótulos, 3D, insumos, tintas, substratos, mídias e outras áreas. A FESPA Digital Printing aconteceu e reuniu soluções de toda a cadeia da impressão digital, da concepção do impresso à entrega, passando pela pré-impressão, impressão e acabamento, com impressoras, tintas, mídias, softwares e muito mais

Há 10 anos, a FESPA desembarcava no Brasil para reunir anualmente os melhores fornecedores de equipamentos, insumos e técnicas de impressão, em encontros que são verdadeiras experiências inovadoras. Desde então, oferecemos a esse mercado a consolidação das tecnologias em um único lugar, proporcionando o que todo profissional deseja: otimização de tempo e negócios lucrativos. Podemos afirmar que as empresas que passaram pela FESPA Digital Printing elevaram sua maturidade e sua força!

A FESPA celebra em 2023 sua primeira década de sucesso em terras brasileiras. O desafiador projeto teve sua primeira edição em 2013 e vem, ano a ano, crescendo e consolidando seu posicionamento de principal encontro do mercado de impressão digital do Brasil, um território que, ao mesmo tempo que é desafiador, é repleto de oportunidades. A parceria entre FESPA e APS Eventos Corporativos transformou o setor de impressão digital com a vinda de

uma feira focada na geração de negócios e no networking profissional.

Neil Felton, CEO da FESPA, relembra o início da parceria e a importância da iniciativa para ele e para o mercado. “Foram as primeiras feiras que lancei com a FESPA e foi o primeiro impulso da FESPA para ser verdadeiramente global. Já havíamos estabelecido eventos no México e na Europa, mas a oportunidade e a paixão que senti no mercado brasileiro foram incomparáveis. Parece que foi ontem que conheci o Alexandre Keese e sua família e senti uma conexão instantânea e um vínculo que só ficou mais forte nos últimos 10 anos”.

Alexandre Keese, diretor da APS Eventos Corporativos, organizadora da FESPA no Brasil e parceira da entidade durante todos estes anos, ressalta como foi o início e a

Fotos: Divulgação 38 I Revista Têxtil #781 DIGITAL

enorme relevância de alcançar a marca: “A APS sempre teve em seu DNA o envolvimento com o mercado de impressão, desde sua fundação. Isso começou há 50 anos com o fundador Ismael Guarnelli fazendo apostilas, evoluiu para um bureau de serviço, foi para uma editora até chegar hoje nos eventos, sempre estando ao lado da impressão. Dessa busca de fomentar cada vez mais a indústria, veio a sinergia perfeita com a FESPA”.

O executivo prossegue: “Desde a primeira reunião com o Neil Felton, CEO da FESPA, para entender os princípios da associação e descobrir tudo que seria possível interagir, percebemos que a união seria um sucesso. Afinal, estamos falando de uma associação que investe seus lucros dentro do mercado, o que tem grande ligação com a APS, que sempre trabalhou muito com conhecimento, tanto na época de editora como nos congressos e agora concretizando tudo nas feiras”.

Ao celebrar 10 anos, a FESPA no Brasil também destaca a evolução do mercado. É visível, ao olhar os estandes das grandes marcas em 2013 e hoje o quanto a impressão digital evoluiu, tanto em grandes formatos, como na vibrante área têxtil, na impressão promocional e em basicamente todos os setores que a feira abraça.

Michael Ryan, Chefe de Desenvolvimento Global e FESPA GPE, também participou do projeto desde o início e se orgulha dos resultados alcançados: “Para mim, 10 anos é a primeira comemoração importante de qualquer evento! Chegar aos 10 anos é uma conquista incrível. Quando vejo o número 10 e o Brasil, sempre penso em seus incríveis jogadores de futebol, desde as lendas de Pelé e Zico até Ronaldinho, Kaká e agora Neymar, então sim, estou ansioso para vestir minha camisa número 10 da FESPA Brasil!”.

Revista Têxtil #781 I 39 DIGITAL

DIGITAL

GRANDE CELEBRAÇÃO DE 10 ANOS

A FESPA Digital Printing 2023 foi a grande celebração dos 10 anos da FESPA no Brasil. A evolução esteve presente pelos corredores, em todos os estandes e nas iniciativas técnicas gratuitas preparadas especialmente para esta edição. O visitante encontrou de fato o que está buscando para aprimorar seus processos e transformar a forma de produzir impressos, missão alcançada desde a primeira edição.

Alexandre Keese revelou as expectativas no Brasil para este grande momento: “Com a FESPA ao nosso lado durante esses 10 anos, todos saíram ganhando, pois é uma parceria que um completa o outro. E quem ganha para valer é o mercado, que fica mais forte, profissional e eficiente. Então o visitante pode esperar nesta edição ainda mais tecnologia, mais networking e mais conteúdo técnico, gerando uma experiência única!”

O time da FESPA também estava ansioso para comemorar a primeira década de FESPA no país, como ressaltou Neil Felton: “A volta da pandemia tem sido um caminho difícil, mas este ano podemos ver claramente que essa feira voltaria a estar onde estava. Na verdade, de todas as nossas feiras ao redor do mundo, a FESPA no Brasil se recuperou e cresceu mais rapidamente. É muito importante para os impressores ver o que aconteceu com o mercado e os produtos nos últimos anos e este ano a FESPA Brasil esteve repleta de inovações para levar seus negócios adiante”.

Neil prossegue: “Existem muitos lançamentos que você poderá ver no mercado brasileiro pela primeira vez, isso combinado com a chance de se encontrar com seus colegas em uma feira verdadeiramente envolvente construída para a comunidade, o que torna este evento imperdível. Também gostaria de parabenizar o Alexandre Keese e toda sua equipe altamente talentosa, vocês construíram o evento mais incrível e tenho o privilégio de trabalhar com todos vocês”.

Michael Ryan destaca as altas expectativas para 2023. “O que mudou é que o mundo inteiro está pensando em novas aplicações, novas oportunidades de negócios e a sustentabilidade é uma realidade. Quando estive em

Berlim no ano passado para a FESPA, encontrei um impressor brasileiro andando por nossa área de inspiração para decoração de interiores, e ele disse: preciso desses produtos sustentáveis porque meus clientes estão pedindo. Para mim, isso foi revelador e agora as tendências que vemos globalmente em impressão, como automação, comércio eletrônico e eficiência de impressão, chegaram ao Brasil. As pessoas poderão ver as últimas tecnologias na FESPA Brasil 2023 e voltarão a sorrir, felizes por estarem de volta e celebrando a indústria criativa que todos amamos”.

A CASA DA REVOLUÇÃO DA IMPRESSÃO TÊXTIL

A impressão digital têxtil avança a olhos vistos em todo o mundo e no Brasil não é diferente. A tecnologia evoluiu com o tempo e hoje está consolidada e pronta para atender demandas do mercado atual, que busca por soluções customizadas, sob demanda e sustentáveis, sem perder a qualidade e eficiência.

A principal feira de impressão digital do país reuniu em um mesmo espaço, os fabricantes de impressoras digitais (em todas as tecnologias), as tintas têxteis, papéis sublimáticos, tecidos, softwares, calandras, equipamentos de acabamento e muito mais, oferecendo desta forma soluções completas para quem deseja migrar para esta tecnologia que, certamente, vai gerar resultados positivos à frente.

“Na FESPA Digital Printing, estiveram presentes todas as tecnologias em estamparia digital: sublimação, impressão direta no vestuário (DTG), impressão direta no tecido (DTF) e impressão direta no filme. Cada método possui suas características e finalidades, e o empresário verá ao vivo qual se encaixa em sua necessidade”, afirmou Alexandre Keese, diretor da FESPA Digital Printing .

TECNOLOGIA EM EXPANSÃO

São vários os mercados em que o digital têxtil está presente. A área de moda e vestuário se beneficia diretamente deste novo conceito, desde a produção de rou-

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pas personalizadas até para uso como prova dentro de estúdios de moda. Grandes estilistas já levaram suas criações produzidas com a impressão digital às passarelas das grandes semanas de moda pelo mundo.

“A impressão digital têxtil vem revolucionando a indústria de vestuário, mas ela vai muito além. A tecnologia vem sendo amplamente utilizada em outras indústrias, como na decoração, em que os mais diversos produtos podem ser criados usando tecido, dando um toque especial aos ambientes - seja um prédio residencial ou comercial”, relata Alexandre Keese.

O executivo lembra outro ponto central da impressão digital têxtil: a sustentabilidade. “Hoje temos novos modelos de negócio com o apoio da evolução tecnológica que agregam muito em uma produção mais limpa, pois temos menor consumo de água e de energia, além de uma redução de desperdício na produção sob demanda”.

Um exemplo desta “fábrica do futuro” esteve dentro da feira com a Eco Factory, uma parceria FESPA, Grupo Bloom, APS e Kornit Digital que mostrou, na prática, o funcionamento de uma fábrica de camisetas de produção industrial sob demanda, para que o visitante entenda o processo e saiba como adaptar em sua produção Pode-se usar ainda o tecido na área de sinalização; conhecido como soft signage, o uso do têxtil traz facilidades por ser um produto leve, fácil e econômico de armazenar e transportar, além de oferecer uma cara mais elegante e moderna ao projeto. Esta é outra área que vai crescer muito e o empresário de comunicação visual tem que ficar de olho.

Além de verem ao vivo os equipamentos e soluções que fazem parte desta cadeia, a FESPA Digital Printing é a grande oportunidade de ver a impressão em tempo real destes tecidos e papéis sublimáticos, para entender em detalhes o funcionamento de cada equipamento, cada mídia, cada tinta, tirando todas as dúvidas que possam surgir.

A FESPA Digital Printing é a mais relevante oportunidade de conversar com os especialistas dos expositores que vêm estudando este mercado, assim como encon-

trar outros empresários da estamparia digital entre os visitantes, que estão analisando ou até mesmo já implantando a tecnologia para tirar dúvidas e compartilhar informações

GRUPO BLOOM E KORNIT DIGITAL APRESENTARAM FÁBRICA TÊXTIL INTELIGENTE

Estrutura de Eco Factory mostrará, na prática, como a indústria pode reduzir desperdícios, eliminando o uso de água na impressão, e produzir itens sob demanda. Espaço terá produção massificada em todos os dias do evento

Uma parceria entre Grupo Bloom, Kornit Digital e FESPA Digital Printing 2023 levaram para a feira a Eco Factory: uma fábrica inteligente operando com zero desperdício, mostrando na prática o novo conceito de produção industrial têxtil inteligente.

A iniciativa aconteceu durante todos os dias de feira aberta ao público. O visitante teve contato direto com a produção completa e em tempo real de camisetas,

Revista Têxtil #781 I 41 DIGITAL

DIGITAL

da pré-impressão à secagem, em um ambiente que reproduz uma fábrica, na prática. Especialistas do Grupo Bloom e da Kornit Digital explicaram cada passo do processo para que todos possam entender as características deste novo modelo de negócio.

O objetivo da parceria é mostrar que, em um pequeno espaço, é possível ter uma fábrica de produção industrial massificada de camisetas sob demanda de forma ágil, tecnológica e, principalmente, sustentável, já que não há uso de água durante o processo. Diversas marcas ao redor do mundo estão utilizando com êxito o conceito, que também chegou ao Brasil e está transformando empresas pela agilidade de produção e entrega.

Felipe Sanchez, CEO do Grupo Bloom, destacou que a Eco Factory já existe na própria sede da empresa, em que empresários de todo o país são recebidos para conhecer o espaço. “Trazer esse mesmo ambiente para a feira, com o apoio de nossos parceiros, pode proporcionar a pulverização do conceito, oportunizando ao visitante uma imersão prática em uma fábrica inteligente e ecológica, com produção de alto valor agregado”, diz.

Alexandre Keese, diretor da FESPA Digital Printing, relata as expectativas para a Eco Factory: “A impressão digital têxtil avançou de forma impressionante nos últimos anos e este crescimento pode ser visto nos estandes da FESPA Digital Printing, com cada vez mais opções para quem quer crescer neste mercado. Na Eco Factory, o empresário entendeu, na prática, como funciona uma fábrica de camisetas sob demanda e como este conceito vai virar uma realidade em seu parque produtivo. Estamos felizes com esta parceria e em poder levar uma visão ampla do processo aos nossos visitantes”.

A Eco Factory contou com uma impressora Kornit Atlas Max produzindo em tempo real camisetas a todo momento na feira, com especialistas da companhia tirando dúvidas dos visitantes e explicando este conceito de produção industrial sob demanda na prática, algo que as principais marcas do Brasil e do mundo já estão fazendo para diminuir perdas e atender demandas sustentáveis.

A iniciativa vai mostrar que chegou a hora das marcas de vestuário do Brasil se movimentarem nesta direção, transformando a maneira como elas fazem negócio, eliminando os volumes gigantescos de camisetas que resultam em grandes sobras. Agora, o pensamento é on demand, com produções pensadas e planejadas para acabar com o desperdício. É, na prática, um redesenho total da cadeia, da entrada na indústria até a chegada ao cliente, uma verdadeira reinvenção de como o processo funciona.

MÁQUINA DE IMPRESSÃO DIGITAL DO GRUPO BLOOM, FOI DESTAQUE

Lançada em 2022, solução que se diferencia pela alta capacidade produtiva e preço competitivo poderá ser vista no stand da companhia durante a feira

Assim que foi lançada oficialmente, durante a Febratex 2022, a Solis, primeira máquina de impressão digital têxtil sob a marca do Grupo Bloom, conquistou o mercado. Na FESPA, os visitantes puderam conhecer a P200.8, primeira da família Solis e um equipamento de qualidade industrial para sublimação em alta velocidade.

42 I Revista Têxtil #781

A solução possibilita vários modos de impressão e adapta-se rapidamente a diferentes papéis, de variadas gramaturas. “A Solis já é sucesso no mercado de moda sob demanda e uma opção extremamente rentável para quem busca atingir uma produção industrial de alta qualidade e agilidade”, destacou o gerente comercial do Grupo Bloom, Nilson Padilha.

Com oito cabeças de impressão e uma saída de dois metros, este modelo da Solis pode produzir até 620 metros quadrados de tecido por hora. Além disso, o equipamento tem o selo de uma das marcas mais reconhecidas no mercado de impressão digital: o Grupo Bloom tem 16 anos de atuação e só na área têxtil atende mais de 65% do market share.

As soluções em tintas e papéis também puderam ser conferidas no stand da companhia.

MS PRINTING E GRUPO BLOOM APRESENTARAM PARCERIA INÉDITA

Através da atuação de mercado em conjunto, as marcas trazem aos consumidores solução de impressão

em escala industrial e todos os insumos para um ciclo completo de trabalho

Visitantes da FESPA Digital Printing que buscavam soluções para produção industrial puderam conhecer novidades do mercado através de uma parceria inédita entre a MS e o Grupo Bloom, ambas marcas de referência para o setor de impressão digital têxtil.

Além da qualidade de impressão através de máquinas de última geração apresentadas pela MS clientes contam com suporte técnico e fornecimento de insumos do grupo Bloom, quem tem mais de 16 anos de experiência e é uma das marcas mais reconhecidas do setor.

“Temos um portfólio completo de tintas e demais insumos que são essenciais para a entrega de qualidade ao cliente final. Com o apoio mútuo de ambas as marcas, as empresas contam com o suporte profissional de ponta a ponta. Temos a certeza de que essa é mais uma parceria para fomentar o potencial que a impressão digital traz para o mercado da moda”, diz Felipe Simeoni, gerente de marketing e inteligência de mercado do Grupo Bloom.

A MS Printing é uma empresa da Dover Company, fornecedora de soluções com receita anual de aproximadamente US$ 8 bilhões.

VINILSUL PARTICIPOU DO PRINCIPAL EVENTO DE IMPRESSÃO DIGITAL DO BRASIL

A VinilSul marcou presença na principal feira de impressão digital do país, a Fespa Brasil 2023. A empresa conta com equipe especializada em duas grandes marcas parceiras: Epson e Agfa. O evento que atende os segmentos de estamparia digital (mercado têxtil) e comunicação visual (mercado gráfico)

Com a marca Epson, a VinilSul vai atendeu, na feira, tanto o mercado de estamparia digital como o de comunicação visual. A grande novidade foi o lançamento da marca para o mercado de estamparia digital, a

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impressora sublimática Epson SureColor F6470H. Intuitiva, veio para fazer a sucessão da consagrada SureColor F6370 e chegou com diversas melhorias e características que facilitam ainda mais o dia a dia da produção. Um dos maiores diferenciais deste modelo é sua produção 4 cores CMYK + pink e amarelo fluorescente, perfeita para impressão de vestuários e roupas esportivas de alta visibilidade, bem como aplicações para o mercado da moda.

Além do lançamento da Epson, a equipe de especialistas da VinilSul tirou dúvidas e apresentou os consagrados modelos nas tecnologias Solvente, Sublimação, Impressão Direta, Photo, CAD e Label.

Já a marca Agfa, dedicada no mercado de comunicação visual há mais de 150 anos, levou para a feira sua impressora Anapurna H2050i LED, uma solução perfeita para os clientes voltados para sinalizações, gráficas digitais, laboratórios fotográficos e impressores de tela gráfica de médio porte.

Ambas as marcas contaram com a presença, em seus stands, de técnicos especialistas VinilSul, os quais são qualificados e trabalham, por meio de um suporte pre-

sencial consultivo, além de buscar a entrega de uma solução correta e eficaz para cada cliente.

A participação da VinilSul em eventos como este, demonstra seu envolvimento e crescimento ativo neste meio consolidado e com grande visibilidade. Sendo este também um ambiente perfeito para contato direto com clientes, demonstração de materiais, execução de atividades e tira dúvidas.

A Fespa, que está no mercado mundial há 50 anos, vem nesta edição Brasil fomentar e apresentar equipamentos e suprimentos para soluções relacionados aos segmentos de comunicação visual, impressão digital, personalização, produção sob demanda, sublimação, impressão têxtil, 3D, acabamento, gerenciamento de cores, substratos, dentre outros.

EPSON APRESENTOU NOVIDADES EM SEU PORTFÓLIO

A Epson, líder mundial no mercado de impressão, projeção de imagens e robótica, marcou presença no evento e apresentou lançamento, e fez a estreia de

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produtos nunca expostos antes da linha têxtil, CAD, outsourcing, scanner e etiquetas. A empresa teve um estande para visitação do público durante os quatro dias da Fespa 2023 com um portifólio de mais de 20 produtos em exposição

“A FESPA é um dos principais eventos em nosso calendário de negócios, importante para os lançamentos estratégicos. Pela primeira vez, apresentamos cinco produtos nunca vistos antes, de cinco segmentos diferentes”, afirma Evelin Wanke, Diretora de Vendas da Epson no Brasil. “Mais do que apresentar novidades, a FESPA apresenta a capacidade de inovação do setor, e estamos contentes em poder compartilhar as tecnologias que desenvolvemos recentemente”, finaliza.

No segmento têxtil, as novidades são as impressoras da linha SureColor F6470, de sublimação em 4 cores de tinta, versátil e de alto desempenho, e a impressora técnica T7770D, com rolo duplo para aumentos da produtividade.

Além disso, estiveram presentes a nova multifuncional monocromática WorkForce Pro WF-M5799, feita para grupos pequenos de trabalho, que necessitam de agilidade e qualidade; o scanner DS-790WN -- compatível com o aplicativo Epson Smart Panel -, usado para escanear documentos e fazer digitalizações diretamente para PCs; e a impressora de etiquetas ColorWorks C4000, utilizada para a impressão de etiquetas coloridas.

SEGURANÇA E CONFIABILIDADE

Para garantir a eficiência e a disponibilidade de energia para suas aplicações industriais, a Epson conta com a marca parceira SMS, do Grupo Legrand é líder nacional na fabricação de equipamentos para proteção de energia. O portfólio da SMS tem mais de 200 itens, entre nobreaks e estabilizadores.

BATENDO RECORDES

A FESPA Digital Printing 2023 entrou para a história como a maior FESPA já realizada em 10 anos de pre-

sença no Brasil. A grande celebração da indústria de impressão digital alcançou de 20 a 23 de março último a marca de 21043 visitantes únicos, um recorde desde a chegada da FESPA ao país.

Este público visitou a maior área de exposição registrada até hoje e gerou, apenas durante os quatro dias de realização, de acordo com os expositores, mais de R$ 150 milhões em negócios, número que deve se multiplicar nos próximos meses com os contatos feitos entre expositores e visitantes. Os dados comprovam a posição da FESPA Digital Printing como o principal centro da geração de negócios na indústria e palco das soluções que transformam o setor.

Alexandre Keese, diretor executivo da APS Eventos Corporativos, organizadora da feira, relatou: “A FESPA Digital Printing reservou seu lugar na história. Em quatro dias, batemos recordes com um público altamente qualificado e o mais amplo número de expositores, marcas e soluções nos estandes. Este resultado é fruto de um trabalho intenso e conjunto entre os times de APS e FESPA, de nossos expositores e de uma série de apoiadores. A união desta comunidade apaixonante da impressão fez com que a FESPA, nestes 10 anos, se tornasse uma feira extremamente essencial ao sucesso de todos que fazem parte do mercado”.

Keese destaca ainda a experiência transformadora que foi oferecida: “Nesta edição, fizemos um convite para que todos, juntos, pudessem vivenciar a transformação e entender o quanto a impressão está viva e tem papel chave em nossa sociedade. Esta visão foi comprovada a cada canto, seja em nossa sinalização, em nossas Áreas de Conhecimento que novamente foram fantásticas e nos estandes dos expositores com soluções e aplicações abrindo as portas para um universo extremamente criativo. Ficamos animados com o que conseguimos proporcionar e preparados para seguir levando conteúdo ao setor e colaborando para a constante evolução dos elos de nossa indústria”.

Neil Felton, CEO da FESPA, ficou impressionado com o que presenciou: “Esta feira foi incrível. A energia que vimos aqui foi algo nunca visto. Os estandes todos lotados, os empresários comprando impressoras, subs-

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tratos, softwares e tintas. A energia está por todos os cantos. Eu posso dizer que esta é uma das melhores FESPAs já feitas na história. E o que é vital na indústria é que continuamos reinvestindo na feira através de nossas ações. Foi, sem dúvidas, um momento histórico para todos nós”.

EXPERIÊNCIA QUE TRANSFORMA

A APS Eventos Corporativos e a FESPA sempre buscam, a cada edição, aprimorar a experiência de visitantes e expositores, pensando com atenção em cada detalhe. Para este ano, a sinalização da feira foi completamente reformulada unindo comunicação visual impressa, impressão têxtil e sinalização digital. Antes de entrar no primeiro dia, os expositores receberam um energético com a marca da FESPA Digital Printing, oferecendo a energia necessária para a realização dos melhores negócios.

Para os visitantes, as Áreas de Conhecimento registraram casa cheia todos os dias. Em mais um ano de parceria com Felipe Soares, da Print Center, a Ilha da Sublimação ampliou seu escopo e tratou de técnicas de sublimação, mas também de vendas, gestão, marketing e outros tópicos. Isso vale para a Arena Maker, que falou sobre o mundo dos acrílicos com o suporte do time da VP Máquinas e de entidades como Abigraf, Sebrae e Senai.

Entre as novidades, o Espaço 3D surpreendeu. Além de palestras sempre cheias, o empresário de impressão entendeu, na teoria e na prática, o real impacto da impressão 3D em suas empresas, observando a produção de peças em tempo real tanto na parceria com o Universo da Criatividade como nos estandes das empresas do mercado que aumentaram suas participações no evento.

O CAMBEA Super Fast, com realização da Alltak, fez sua estreia com êxito, em uma divertida competição de envelopamento mostrando o poder da comunicação visual não só na área automotiva como na decoração de ambientes e objetos. Por fim, a FESPA Digital Printing mostrou ao vivo a fábrica inteligente de pro-

dução sob demanda de camisetas e outros produtos de vestuário na Eco Factory, em parceria com o Grupo Bloom e Kornit Digital.

Outra iniciativa que merece destaque é o FESPA Expert. O projeto de compartilhamento de conteúdo com o mercado teve início ainda em 2023 e percorreu vários meses com lives, artigos e vídeos especiais aos profissionais do setor. Nesta edição, participaram Luciana Andrade, Tiago Ferraresi, Marcelo Giovanelli e Felipe Soares, além de diversos convidados especiais, que compartilharam suas visões sobre a área em que atuam e, durante a feira, estiveram presentes palestrando, conversando com os visitantes e tirando dúvidas.

EM 2024

A partir de agora todas as atenções se voltam para a FESPA Digital Printing 2024, confirmada de 18 a 21 de março de 2024 novamente no Expo Center Norte, em São Paulo. Vários grandes players reforçaram ainda durante esta edição que estarão novamente mostrando suas soluções na principal feira do setor. Antes, a FESPA promoverá o FESPA Brasil Fórum no segundo semestre, e seguirá produzindo conteúdo focado nas necessidades do visitante em seu site e redes sociais. RT

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SPGPRINTS INAUGUROU O EXPERIENCE CENTER NO BRASIL

O NOVO ESPAÇO OFERECERÁ AOS CLIENTES UMA

EXPERIÊNCIA DIFERENCIADA, COMO VER DE PERTO O FUNCIONAMENTO DOS PRINCIPAIS LANÇAMENTOS EM

MÁQUINAS DE IMPRESSÃO TÊXTIL DIGITAL E AS SOLUÇÕES

OFERECIDAS AO MERCADO PELA EMPRESA

A unidade da SPGPrints no Brasil, sediada em Piracicaba-SP, inaugurou em primeiro de fevereiro último, seu Experience Center, um novo espaço que coloca à disposição de seus clientes a exposição das principais máquinas de impressão têxtil digital e lançamentos da empresa com sede na Holanda e presente em mais 100 países. O objetivo é que os players do mercado possam conhecer pessoalmente os lançamentos de máquinas, a evolução da impressão digital para o setor têxtil e as soluções que a fábrica oferece, agora localmente, como serviços e assistência técnica, entre outros.

O Experience Day, nome dado pela empresa ao evento, reuniu na abertura convidados de empresas par-

ceiras, a direção da empresa e o CEO da SPGPrints, Garrett Forde, responsável pelo novo direcionamento da marca mundialmente. O evento continuou por seis semanas consecutivas, em dias específicos, e reuniu outros grupos de empresários do Brasil, América Latina, América Central e México, regiões atendidas atualmente pela unidade brasileira, desde 1º de dezembro do ano passado.

Segundo o diretor geral da SPGPrints no Brasil, José Maria Alves Júnior, o aumento da área de atuação da unidade brasileira (anteriormente, a empresa só atendia o país e a América do Sul), faz parte dessa nova fase da empresa e demonstra o quanto essa região

Fotos: Divulgação e arquivo RT
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é importante para os negócios globais da empresa. “Estamos no Brasil há mais de 30 anos e mesmo com todas as dificuldades da pandemia, economia do país e também do setor têxtil, viemos para ficar. A inauguração do Experience Center demonstrou a confiança que temos no crescimento desse setor nos próximos anos e, por isso, continuamos investindo localmente”, disse. De acordo com o diretor, além da inauguração do Experience Center, a unidade brasileira também vai dobrar a produção da fábrica de cilindros para impressão, que também fica em Piracicaba.

O diretor destacou ainda, a importância da empresa manter o foco cada vez mais no cliente e suas neces-

sidades, o que faz parte também do novo direcionamento da SPGPrints no mundo. Com o novo Experience Center, os parceiros da empresa poderão ver de perto o funcionamento das máquinas, fazer testes e passar por treinamentos. “É uma verdadeira experiência para o nosso cliente. Também vamos oferecer soluções que vão atender ao mercado como assistência técnica nas vendas, equipamentos e estoque de peças local, garantia estendida das máquinas, entre outros serviços. Ninguém faz isso na nossa área de atuação”, acrescentou José Maria.

No Experience Center, a SPGPrints terá instaladas e em pleno funcionamento duas máquinas, a Rose (su-

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blimação) e a Jasmine (reativo). A Rose é um sistema de sublimação de papel rolo a rolo com uma produtividade máxima de até 720 m²/h. Com tamanho de gota variável de tinta e resolução máxima de 1200dpi, a qualidade de impressão oferecida é excelente. A Jasmine é específica para sistemas de tecido que permitem aos clientes da SPGPrints ampliar sua oferta na impressão digital. A máquina concentra-se na produtividade máxima com a resolução de impressão de alta qualidade.

Printing Tomorrow - O CEO da SPGPrints, Garrett Forde, que assumiu a direção da empresa em 2021, está trabalhando desde sua posse em um novo direciona-

mento da marca, com a introdução de nova política, missão e valores, com metas específicas até 2025 e que tem como foco o cliente, e a sustentabilidade do negócio, incluindo temas como diversidade, governança e novos códigos de conduta.

Durante o evento na unidade brasileira, o CEO destacou as novas ações da empresa no mundo e a importância da marca global com o novo slogan Printing Tomorrow. Com esse novo direcionamento, a SPGPrints destaca seu objetivo de ser o parceiro mais confiável no mercado mundial de impressão têxtil e industrial, enquanto cuida do planeta de forma responsável, investindo cada vez mais em um sistema de impressão rotativo ou digital, sendo o fornecedor de soluções totais para todas as necessidades de seus clientes.

SOBRE A SPGPRINTS

Ao longo da história da empresa, a SPGPrints se tornou uma autoridade reconhecida internacionalmente na impressão têxtil, dedicada a trazer cor para o mundo. Nos últimos anos, o conceito exclusivo de soluções rotativa nos permitiu ir além da impressão têxtil, oferecendo soluções para etiquetas, cédulas, tiras de teste COVID-19 e muito mais. E, embora ainda líder distinto na estamparia rotativa, também nos tornamos um pioneiro e um participante chave no mercado de estamparia digital. Ao longo dos anos, fomos premiados com mais de 300 patentes e construímos uma rede internacional em mais de 100 países.

Atualmente, o foco da empresa em inovação é tão forte quanto sempre, e sua prioridade permanente é proteger o planeta. Eles tem orgulho em colocar o clientes em primeiro lugar, deixando que suas ambições inspirem e empregam a experiência, recursos e rede para ajudá-los a atingir os objetivos. As soluções da empresa capacitam clientes em todo o mundo em todas as etapas do processo de impressão, da pré-impressão à impressão, do têxtil à industrial, e mais além. Esse é o impacto global de um participante global. A nossa editora, Vivi Haydu, visitou o novo espaço(foto).

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ID:RIO – MODA, EMPREENDEDORISMO E MÚSICA CARIOCA

Criado em 2021 por Helena Silveira e Claudio Silveira, responsáveis pelo tradicional DFB Festival (CE), o ID:Rio tem como missão atuar diretamente em prol do impulsionamento da energia criativa do trade da moda do estado do Rio de Janeiro. Entre as novidades de sua segunda edição, a maior é a ampliação de sua programação, 100% gratuita, que antes era baseada em Niterói e agora chega à capital do Estado.

O festival ID:Rio 22/23 é apresentado pela Enel, com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criati-

va, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, sendo composto por atividades de estímulo direto ao empreendedorismo de toda a cadeia produtiva da moda fluminense. E conta com o apoio da Prefeitura de Niterói, do Shopping Plaza, Faculdade SENAI CETIQT e IED Rio, com realização da Equipe de Produção, responsável há 24 anos pelo DFB Festival, em Fortaleza/CE.

A segunda edição do Festival distribuiu sua programação entre Niterói e Rio de Janeiro, reunindo jornada de conhecimento, exposição, podcasts, feira de design, moda autoral e gastronomia. Além de shows diários

Fotos: Divulgação 50 I Revista Têxtil #781 MODA

gratuitos no Espaço Cantareira, com grandes nomes da música do país, como Fernanda Abreu, Nando Reis, Melim, Fernando Rosa e outros, o Festival apresenta desfiles exclusivos, reunindo marcas de diferentes polos confeccionistas do Estado do Rio de Janeiro, que vão do beachwear ao fitness e jeans.

O evento aconteceu entre os dias 26 e 29 de janeiro 2023 último, e o lineup do ID:Rio teve como epicentro equipamentos em Niterói, com atividades no Espaço Cantareira, na Praça Zumbi dos Palmares e no complexo de cinemas Reserva Cultural Niterói.

Já entre 30 de janeiro e 25 de fevereiro 2023 último, o Festival cruzou a ponte para ocupar a Biblioteca Parque Estadual (BPE), no Centro do Rio de Janeiro, onde apresentará uma exposição colaborativa, em parceria com a Enel Brasil, reunindo 10 looks confeccionados sob os preceitos do upcycling, a partir do reuso inteli-

gente de insumos e fardamentos descartados. A sede da BPE também serve como cenário para uma série de podcasts semanais, que serão divulgados durante todo o mês de fevereiro último, acompanhando a exposição e abordando temas ligados à sustentabilidade, empreendedorismo e inovação.

Multidisciplinar e 100% gratuito, o ID:Rio é voltado para profissionais de toda a cadeia produtiva da moda, novos empreendedores e alunos de estilismo, moda, design, administração, marketing e áreas afins.

O primeiro dia do Festival ID:Rio , trouxe ao Rio de Janeiro um novo conceito de festival de moda a partir de uma proposta multiplataforma. O evento promoveu uma extensa programação de palestras, apresentações musicais e desfiles inéditos. Para a abertura oficial, estavam presentes Cláudio Silveira, diretor geral do ID:Rio e idealizador do DFB Festival; André Felipe,

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coordenador geral de eventos de Niterói, representando a Prefeitura de Niterói; Cristina Gurgel, coordenadora de serviços e consultora de mídia e design; Bernardo Barbosa, consultor técnico de moda e design; e Fernando Rodrigues, gerente de marca da Enel Brasil.

Com correalização do Caderno Ela, as talks, realizadas de forma presencial e transmitidas online pelo canal ID:Rio Festival, no YouTube fizeram com que o público tivesse acesso a temas atuais nas discussões sobre estratégias, diversidade, negócios e empreendedorismo

Dentre as palestras do dia, realizadas, o público teve acesso a temas atuais nas discussões sobre estratégias, diversidade, negócios e empreendedorismo. Para o primeiro talk, a apresentadora e atriz Luana Xavier abordou o tema ‘Diversidade, inclusão e poder de influência na moda e na TV’. Para o segundo talk, a diretora criativa e CEO da Dress To, Thatiana Amorim, e a sócia-diretora criativa da Zâmbia Brand Acessórios, Vívian Ramos, falaram sobre como o digital alavanca o negócio, em pequenas marcas como a Zâmbia ou em consolidadas, como a Dress To, que saiu de Niterói para o mundo. Na passarela, o evento recebeu desfiles da Rua dos Biquínis, Beepfit e Energia Enel. Para finalizar a noite, Fernando Rosa trouxe toda a energia da clássica disco music e do soul. A segunda edição do Festival distribuiu sua programação entre Niterói e Rio de Janeiro. O show neste dia ficou por conta de Fernando Rosa trouxe toda a energia da clássica disco music e do soul.

O segundo dia do festival ID:Rio, reuniu grandes convidados, dentre empreendedores, artistas e profissionais de diversas áreas, trazendo ao público uma programação diversificada envolvendo moda, música, cultura e empreendedorismo. Dentre as palestras do dia, realizadas de forma presencial e transmitidas online, pelo canal ID:Rio Festival, no YouTube (o público teve acesso aos temas: O que é ser sustentável hoje: como a indústria de energia pode ajudar a moda e vice-versa, comandado por Márcia Massotti, diretora de sustentabilidade da Enel Brasil e Ana Luiza Nigri, head de Criação e Comunicação do Projeto Fio. Para o segundo talk, André Carvalhal, escritor e CEO da agência 3, e Isabel Braga Teixeira, fundadora & CEO da Closet

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BoBags, abordaram o tema “Upcycling: como se muda uma indústria?”.

O público ainda teve acesso aos temas: “O que é ser sustentável hoje – como a indústria de energia pode ajudar a moda e vice-versa”, comandado por Márcia Massotti, diretora de sustentabilidade da Enel Brasil, e Ana Luiza Nigri, head de Criação e Comunicação do Projeto Fio. Para o segundo talk, André Carvalhal, escritor e CEO da agência 3, e Isabel Braga Teixeira, fundadora & CEO da Closet BoBags, abordaram o tema “Upcycling: como se muda uma indústria?”.

Na passarela, o evento recebeu desfiles “IED Rio apresenta Erica Rosa”, “Shopping Plaza Collab apresenta Sacada + Oh, Boy! + Lizie + Track&Field” e “CCM”. O encerramento da noite ficou por conta da banda Melim, que com uma mistura de ritmos, animou o público com sucessos atuais e do início da carreira. O encer-

ramento da noite ficou por conta da banda Melim, que com uma mistura de ritmos, animou o público com sucessos atuais e do início da carreira

Pelo terceiro dia seguido, quem abriu o evento foram os talks com temas que agregam e fazem a diferença no trade. Taciana Abreu, head de sustentabilidade do Grupo SOMA, e Renata Abranchs, CEO da marca anônima de consultoria de branding para moda, levaram ao público toda a sua bagagem sobre as tendências e ferramentas digitais em 2023. Em seguida, Izabela Aurora Suzart de Sant Ana, diretora criativa da marca A-AURORA, e Yamê Reis, Fundadora do Rio Ethical Fashion e coordenadora de Design de Moda no IED-Rio, embasaram o tema “O novo luxo: feito à mão, sustentável e ético”.

O público conferiu o desfile da Dress To, marca carioca de roupas femininas que conta com a essência da

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mulher atual em cada modelo; o talento dos alunos da Firjan SENAI Espaço da Moda, direto de Nova Friburgo, e, finalizando, o conceito das marcas Marju, destaque na moda carioca pelas peças handmade atemporais e sustentáveis, com o upcycling exclusivo da KITECOAT. Já o show ficou por conta, do ruivão Nando Reis que trouxe um repertório recheado de hits que fizeram o público cantar do início ao fim.

“O ID:Rio esteve de braços abertos recebendo o público em diversas atividades presenciais. Nosso evento teve como objetivo fomentar o empreendedorismo, incentivando o trade de moda local e regional, promovendo a geração de renda e a economia criativa. Ele veio para mostrar que nós temos uma enorme possibilidade de fazer mais pelo trade da moda carioca e o melhor: fazer diferente e de maneira especial, sempre. Está sendo e continuará sendo um momento fantástico para a cidade de Niterói, assim como para o estado do Rio de Janeiro. O festival foi um grande sucesso e estamos ansiosos para uma nova edição”, destaca

Há mais de 30 anos, o cearense Cláudio Silveira desenvolve projetos relacionados à indústria da moda e à economia criativa no Ceará e em estados como o Rio de Janeiro e a Bahia. Em 1985, fundou a marca S.27, tornando-se uma das primeiras referências de moda autoral no Ceará, com foco em um público mais cosmopolita e urbano. Para promover os lançamentos da marca, passou a produzir os próprios desfiles – prática que consolidou sua reputação à frente da realização de eventos e que culminou com a criação de uma empresa com essa expertise, a Equipe de Produção. Em 1999, idealizou e realizou a 1ª edição do Dragão Fashion Brasil, evento anual que se tornou o maior e mais relevante encontro da moda autoral da América Latina. Em 2011, criou a Associação Artesanias do Ceará, como ponto de convergência para as mais diversas correntes do artesanato, atuando como intermediário entre cooperativas de artesãos e o consumidor final e promovendo a manutenção dos conceitos da economia criativa.

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ÁFRICA FASHION WEEK

O EVENTO VISA PROMOVER A MODA AFRICANA E TODA A SUA RICA CULTURA, EM UM MUNDO QUE AINDA MANTÉM O MERCADO DE MODA EURO CENTRADO

No dia 23/03 último, o Brasil recebeu a rainha da Nigéria, RONKE ADEMILUYI uma das mulheres mais influentes no Continente africano e na Europa. A ícone da moda africana veio conhecer o Pavilhão da Expo Center Norte, local escolhido para a primeira edição da África Fashion Week (AFWB) que acontece de 25 a 27 de maio de 2023.

Ronke Ademiluyi (bisneta do falecido Ooni Ajagun Ademiluyi, o Rei do Reino de Ife, agora localizado no Estado de Osun, Nigéria) é visionária, empoderada e inovadora no mundo da moda e da cultura africana.

O África Fashion Week (AFW) já acontece em outros países como Londres e Nigéria e foi concebido pela Queen Ronke Ademiluyi Ogunwusi em Londres em 2011 e em 2014 ganhou edição na Nigéria, e tem como foco usar “a moda como um instrumento de sustentabilidade e de mudança social”. Hoje, somando 12 anos de história, o AFW é um dos mais importantes eventos de moda do Reino Unido e do Centro Oeste da África. Em 2018, assinou com o Instituto Internacional FEAFRO a transferência know how e tecnologia para realização no Brasil. África Fashion Week Brasil

(AFWB), que acontece pela primeira vez no Brasil, nos dias 25, 26 e 27 de maio, no Expo Center Norte,”,

A empresária Silvana Saraiva, presidente mundial do Instituto Internacional FEAFRO e da Câmara de Comércio Brasil África CEDEAO e realizadora da FEAFRO INTERNACIONAL BUSINESS FAIR que está na 6ª edição.

África Fashion Week (AFW) é um dos pilares para suprir esta lacuna e projetar a estilização africana, por meio do incentivo e promoção de novos designers que desejam exposição e não têm recursos para fazer a apresentação das suas coleções e do seu trabalho. O evento também reúne designers consagrados promovendo interação entre gerações, ativação de marcas, workshops de inovação do setor, exportação, importação e encontro privado com investidores.

A moda tem sido a plataforma para mostrar onde o design africano e sua diversidade tem se destacado na diáspora africana, em atendimento a uma demanda reprimida desta parcela da sociedade que busca uma identidade com seu estilo de vida em sinergia com sua ancestralidade.

Fotos: Divulgação Revista Têxtil #781 I 55 EVENTOS RT

AMERICANA SEDIOU A PRINCIPAL FEIRA DO SETOR TÊXTIL E DE CONFECÇÃO

EMPRESÁRIOS E PROFISSIONAIS TIVERAM A OPORTUNIDADE DE CONFERIR O TRABALHO DE MAIS DE 250 MARCAS REPRESENTADAS EM UM ÚNICO ESPAÇO

Escolhida pelo Febratex Group para sediar a 6ª Tecnotêxtil Brasil -Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil de Confecção, aconteceu em Americana na FIDAM (Feira Industrial de Americana), de 07 a 10 de março último, e marcou a retomada dos eventos para o setor têxtil e de confecção na região e apresentou os lançamentos de mais de 100 expositores, representando 250 marcas que atuam no setor.

O polo de Americana, que envolve também Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia, concentram mais de 1.000 empresas têxteis, produzem 60% dos tecidos planos de fibras artificiais e sintéticas de toda a América Latina, é maior produtor de denim do país, o que o torna altamente qualificado por receber uma feira consagrada como a Tecnotêxtil Brasil.

Hélvio Roberto Pompeo Madeira, Diretor-presidente do Febratex Group, acredita que promover a Tecnotêxtil Brasil no Polo Têxtil de Americana irá proporcionar novas oportunidades, conhecimento e novos negócios aos profissionais que atuam nas indústrias da região. “Tanto os clientes como os profissionais que fazem parte do processo produtivo das indústrias tiveram acesso às inovações apresentadas na Feira, e não somente os diretores e gerentes, já que tudo isso esteve disponível próximo à sede das empresas”, ressaltou.

O evento contou com uma estrutura de 8.500 m² em um complexo de 26.000m², essa edição contou com o formato standard, trazendo uma montagem padronizada, proporcionando um ambiente mais leve e com foco nos produtos expostos. A feira contou com a participação

Fotos: Divulgação 56 I Revista Têxtil #781 EVENTOS

de expositores de todo o Brasil, além da participação internacional de países como Paquistão, Estados Unidos, Colômbia, Holanda, Índia, Turquia e China.

Os espaços apresentaram produtos e serviços das diversas áreas do setor têxtil e de confecção, que atuam nos segmentos de máquinas, química, acessórios, tecelagem, impressão digital e automação, tais como: máquina de costura e de bordado, máquina de corte, enfestadeira, software, fios, teares, tintas e substratos para impressão, máquina de impressão digital, acessórios, aviamentos, tags e etiquetas, malhas, peças, auxiliares químicos para acabamento e passadoria.

Sustentabilidade, Business, Tendência e Inovação foram os temas apresentados na programação paralela da Conferência Tecnotêxtil Brasil 2023, que foi promovida durante o evento com. mais de 20 temas abordados ao longo dos quatro dias de Feira em um auditório dentro da estrutura da Feira, com acesso totalmente gratuito aos visitantes. Entre eles:

“O caminho da sustentabilidade na cadeia têxtil” foi um dos temas que compôs a programação e gerou bastante interesse. O palestrante James Nadin, da Sirius Consulting, ressaltou a importância de a sustentabilidade ser um dos propósitos das empresas, e o quanto este pilar deve ser crucial a toda a cadeia têxtil, envolvendo o fornecedor, a indústria e o cliente final. James destacou ainda a necessidade de implantar a sustentabilidade como uma cultura nas empresas e a aplicação de indicadores para mensurar as ações sustentáveis, por meio de certificações exclusivas para o setor têxtil e de confecção.

“Inovações na indústria têxtil e confecção” apresentado por Fabiana Mendes, da VMZ Química, com diversos dados do setor, entre eles a geração de 957 mil empregos diretos, o funcionamento de 18 mil empresas do setor de vestuário e o faturamento de aproximadamente R$153 bilhões em 2022, uma alta de 2,7% em comparação a 2021.

“Como vender mais usando estratégias de BrandMarketing no mercado têxtil”, com Taissa Cruz, da 4Brands Atelier de Marcas. Taissa apresentou os movimentos

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do mercado e porque o brand e o marketing são estratégias tão importantes, inclusive, no mercado B2B. “Apresentou o case da Capricórnio Têxtil, a qual realizamos o rebranding da marca, e mostrar os seus resultados. Trabalhar a marca influencia diretamente nas vendas e no negócio, e como isso fortalece o negócio e facilita as vendas”, destacou Taissa

“Mercado Plus Size – Inovando atendendo todos os corpos!”inovação e tendências foram apresentadas na palestra de Amanda Momente, CEO e fundadora da Wondersize, primeira marca de performance esportiva do Brasil, que ministrou a palestra

Os eventos do Febratex Group têm essa característica de aliar conhecimento e prática com foco em negócios sustentáveis, respeitando todos os pilares da sustentabilidade (econômico, ambiental e social), informou a Diretora Executiva do Grupo, Giordana Madeira. Giordana ressaltou ainda que a Conferência da Tecnotêxtil Brasil abordou temas super atualizados em relação aos principais assuntos do mercado da indústria têxtil, como inovação e sustentabilidade (ESG). “Nosso objetivo é fazer com que o visitante tenha acesso à

informação mais atualizada para que possa se preparar para um mercado mais competitivo, crescer com informação, conhecimento e aplicar na prática tudo o que de melhor a gente tem em teoria”, destacou.

O projeto de outro grande evento promovido pelo Febratex Group também foi apresentado aos visitantes do evento: o Febratex Summit. Um evento internacional que será realizado nos dias 23 e 24 de agosto, em Blumenau (SC), com conteúdo sobre Business, Inovação e Sustentabilidade e a exposição de empresas e startups com soluções para toda a cadeia de valor da indústria têxtil e moda, desde a agricultura até a confecção.

“Recebemos um feedback bastante positivo dos expositores. O nosso objetivo era receber em torno de 15 mil visitantes e superamos esta marca, o que demonstra que estamos no caminho certo e que Americana foi uma excelente escolha para a realização de uma Feira de porte nacional, como a Tecnotêxtil Brasil”, ressaltou Hélvio Roberto Pompeo Madeira, Diretor-Presidente do Febratex Group. “Estamos nos preparando para 2025 sabendo que a próxima edição será ainda maior, já com um alto índice de confirmação dos exposito-

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res”, finalizou Pompeo. A próxima edição da Tecnotêxtil Brasil já tem data confirmada, o evento aconteceraá de 22 a 25 de abril de 2025, nos pavilhões da FIDAM.

Além disso, os próprios expositores comentaram o quanto estão satisfeitos em relação ao nível dos visitantes, pois foram pessoas realmente ligadas ao setor da indústria e com interesse de compra e de adquirir equipamentos e tecnologias para as suas empresas, para produzir mais com custo menor. E isso só é possível por meio do conhecimento de um parque industrial de última geração.”, destacou o Diretor Presidente do Febratex Group, Hélvio Roberto Pompeo Madeira

Leandro Zanini, Presidente da FIDAM, também comemorou o sucesso do evento. “Com a dedicação desta diretoria executiva, empresários e fornecedores, nossa missão de entregar o pavilhão revitalizado traz de volta o orgulho do americanense pela FIDAM. A Tecnotêxtil Brasil marca esta nova fase, que possibilitou receber expositores nacionais e internacionais, assim como um público muito interessado em tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento para toda a cadeia têxtil”.

O Prefeito de Americana, Chico Sardelli tambem esteve na Feira e parabenizou a organização. “É uma alegria ver a FIDAM sediando um evento têxtil dessa importância, atraindo milhares de pessoas para Americana, gerando emprego, renda e muito desenvolvimento para a cidade. Nossa gratidão aos organizadores. Parabéns pelo belíssimo evento e que venham as próximas edições!”.

A 6ª Tecnotêxtil Brasil contou com o apoio de: ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Abramaco (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos para Confecção), ABTT (Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda), ACIA (Associação Comercial e Industrial de Americana), CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Prefeitura Municipal de Americana, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Sinditec (Sindicato Patronal da Indústria Têxtil de Americana e Região) e Sinditêxtil São Paulo.

Nossa editora, Vivi Haydu, cobriu o evento a convite do febratex group. RT

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LÍDERES DA INDÚSTRIA APRESENTARÃO FÓRUNS SOBRE INOVAÇÃO TÊXTIL SUSTENTAVEL

Dois fóruns industriais sobre nãotecidos, têxteis e corantes serão apresentados na ITMA 2023 que será realizada em Milão em junho próximo. O ITMA Nonwovens Fórum e o ITMA Textile Colourants and Chemicals Forum contarão com renomados especialistas que oferecerão insights sobre os desafios atuais e compartilharão idéias sobre como a indústria têxtil pode alcançar a sustentabilidade, alavancando tecnologias inovadoras.

O Sr. Ernesto Maurer, Presidente da CEMATEX, disse: “Os desafios no ambiente industrial também trazem consigo uma riqueza de oportunidades de inovação. Os fóruns da ITMA reunirão as partes interessadas de toda a cadeia de valor para rever as questões do dia, dialogar, colaborar e garantir que teremos um futuro sustentável. A ITMA 2023 oferece uma plataforma única, pois atrai todos os atores da indústria têxtil em um único lugar conveniente. Os delegados também podem visitar a exposição para descobrir novas tendências e tecnologias no setor da sustentabilidade”.

FÓRUM ITMA NONWOVENS

O Fórum de NãoTecidos contará com uma apresentação principal do Dr. Bryan Haynes, Diretor Técnico de NãoTecidos Globais da Kimberly-Clark Corporation (Reino Unido). Ele falará sobre o tema: Ready Now Nonwoven Solutions for the Global Plastics Crisis (Soluções Prontas Agora NãoTecidos para a Crise Global de Plásticos). Em sua apresentação, ele fornecerá in-

sights sobre soluções que estão comercialmente disponíveis, destacando a jornada de sustentabilidade da Kimberly-Clark.

De acordo com o Dr. Haynes, PhD em Engenharia Mecânica pela Universidade do Tennessee em Knoxville, a Diretiva de Plástico de Uso Único foi uma chamada de atenção para a indústria de nãotecidos. Assim, ele gostaria de exortar os participantes da indústria a explorar a “Competição” ou competição cooperativa, pois isso acelerará a velocidade das soluções de mercado.

Após a palestra principal, haverá duas sessões com apresentações dos expositores da ITMA 2023. O fórum terminará com um painel de discussão sobre o tema “Alavancando a inovação sustentável e a tecnologia digital na indústria de nãotecidos”. O painel inclui o Dr. Haynes e membros do comitê do programa: Dr. Behnam Pourdeyhimi, Diretor Executivo e Reitor Associado do Instituto de NãoTecidos; Dr.-Ing. Martin Dauner, Chefe do Centro de Competência, Fibras Químicas e NãoTecidos do Deutsche Institute für Textil (DITF); e Professor Stephen J. Russell, Professor de Materiais Têxteis e Tecnologia do Leeds Institute of Textiles and Colour.

FÓRUM ITMA DE TÊXTEIS, CORANTES E PRODUTOS QUÍMICOS

Realizado desde 2011, o Textile Colourants and Chemicals Forum contará com uma apresentação conjunta do Sr. Prasad Pant, Diretor, South Asia,

Fotos: Divulgação 60 I Revista Têxtil #781 EVENTOS

A apresentação, Textile Wastewater: Tratando da perda de microfibras durante a fabricação, enfoca o impacto do desprendimento de fibras das roupas durante a fabricação e o uso pelo consumidor. As microfibras foram sinalizadas como um risco ambiental e os apresentadores compartilharão as principais conclusões do projeto conjunto das duas organizações sobre a fragmentação de fibras nas águas residuárias. Através da apresentação, eles gostariam de impulsionar várias partes interessadas a colaborar em prol de uma cadeia de valor de fabricação sustentável.

O Sr. Pant é formado em Química Têxtil e tem 30 anos de experiência em processamento têxtil, fabricação de corantes e auxiliares, marketing e implementação de sistemas de gestão química; enquanto a Sra. Mather é líder em inovação sustentável e traz pensamento inovador e rede para enfrentar o desafio da indústria de liberação de microfibras dentro da indústria de vestuário.

Um destaque no fórum é o painel de discussão, Unlocking the Decarbonisation Opportunity liderado por Fashion for Good (FFG). Moderado pela Sra. Jana van den Bergen, Gerente de Inovação da FFG, a sessão irá mapear as oportunidades de redução de impacto e mergulhar no projeto D(R)YE Factory of the Future da FFG. O projeto reúne os principais atores do setor e

vários inovadores em pré-tratamento e coloração para validar suas tecnologias.

O comitê do programa do fórum é composto pelo Sr. Andrew Filarowski, Vice-Diretor Executivo, Sociedade de Tintureiros e Coloristas (SDC); Sra. Diana A. Wyman, Vice-Presidente Executiva, Associação Americana de Químicos Têxteis e Coloristas (AATCC), Sr. Frank Michel, Diretor Executivo, Fundação ZHDC; Sr. Janak Mehta, Presidente, Federação Asiática da Indústria de Tintas (ADIF); e Sr. Stefano Cavestro, Presidente, Associazione Italiana di Chimica Tessile e Coloristica (AICTC).

O Fórum de Corantes Têxteis e Químicos será realizado em 9 de junho de 2023, enquanto o Fórum de NãoTecidos será realizado em 10 de junho de 2023. A taxa de delegação é de 219 euros. Os membros das organizações de apoio desfrutam de uma taxa preferencial de 189 euros.

Além dos fóruns da ITMA, os participantes também podem participar de outras atividades complementares, tais como o Inovador Xchange (9 – 13 junho) e a Mostra de Vídeos de Inovação que apresentará vídeos selecionados dos expositores. A ser realizada em Milão de 8 a 14 de junho, a ITMA 2023 contará com mais de 1.600 expositores de 44 países. Os visitantes poderão se inscrever online e desfrutar de tarifas de crachás até 7 de maio. Cada crachá dá direito ao visitante a acessar o ITMAconnect, o maior diretório do mundo de fabricantes de máquinas têxteis.

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ZDHC Foundation e da Sra. Sophie Mather, Co-Fundadora e Diretora Executiva, The Microfibre Consortium (TMC).

CATAGUASES REGISTRA CRESCIMENTO DE 51%

COMPANHIA REALIZOU

UMA SÉRIE DE MELHORIAS

OPERACIONAIS E ESTRATÉGICAS

QUE IMPACTARAM

A Cataguases registrou receita líquida de R$ 320 milhões em 2022, representando um aumento de 51% em relação ao consolidado de 2021. Durante o período, a empresa também expandiu sua participação no mercado e ampliou as margens operacionais.

No ano passado, o lucro líquido da Cataguases atingiu R$ 22,4 milhões, 40% acima do registrado em 2021. O EBITDA Ajustado chegou a R$ 45,5 milhões no último ano, com aumento de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o Lucro Bruto foi de R$ 89,5 milhões, crescimento nominal de 69% em relação ao mesmo período de 2021.

Tiago Peixoto, foto, quarta geração da família fundadora, que assumiu como CEO no ano passado, vem empreendendo um forte ritmo de mudança na companhia.

“Alinhado aos novos tempos de mercado e com convicção da necessidade de trazer a Cataguases aos tempos atuais, mais rápidos e digitais, implementamos uma nova dinâmica de negócios mais contemporânea, criativa, rápida e mais próxima dos clientes, atuando como parceiro de negócios e não como fornecedor. Somos uma indústria de possibilidades”, explica.

Em relação ao 4T22, a Cataguases encerrou o período com vendas totais de R$ 88,8 milhões, avançando em 33% em relação ao mesmo período do último ano (4T21), além de ter registrado cres-

cimento de 58% quando comparado ao 4T20.  “Este resultado é reflexo do aumento da comercialização de produtos de maior valor agregado e de uma boa gestão de preços, bem como o olhar atento a novas oportunidades de negócios”, diz Peixoto.

Em 2022, a companhia realizou uma série de melhorias que impactam os resultados positivos do período, como consolidação do trabalho de reengenharia de produtos, principal catalisador da otimização dos processos da indústria. Também ampliou as frentes de negócio com expansão e reforço na cobertura geográfica nacional e internacional, além de ter desenvolvido novas fontes de receita com a venda de fios e serviços de acabamento. No e-commerce, a Cataguases implementou melhorias e avanços, registrando 190% de crescimento em relação ao período anterior.

A Cataguases também está comprometida com a construção de uma indústria da moda mais sustentável para o presente e o futuro do planeta. Toda a estratégia de sustentabilidade está conectada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável -- ODS, do Pacto Global da ONU.

Com isso, a Cataguases se tornou uma das primeiras indústrias têxteis no Brasil a conquistar a certificação Lixo Zero, destinando os resíduos, em sua grande maioria, para reciclagem e compostagem, deixando

Fotos: Divulgação 62 I Revista Têxtil #781 MERCADO
POSITIVAMENTE O DESEMPENHO DO ANO

menos de 4% para os aterros. A empresa também tem a certificação internacional STANDARD 100 by OEKO-TEX, que garante que todos os componentes dos tecidos produzidos foram testados quanto à presença de substâncias nocivas, sendo, dessa forma, seguro para o meio ambiente e para o uso humano.

A Cataguases é também membro do Projeto Algodão Orgânico, que apoia famílias de agricultores da Paraíba,

garantindo a compra de 100% da matéria prima produzida por essa comunidade, junto a outros parceiros.

No Brasil, a Cataguases tem em seu portfólio empresas como Renner, Grupo Soma, C&A, Guararapes/Riachuelo, Brooksfield, Aramis, Restoque, Inbrands, dentre outros.

A empresa também exporta para mais de 30 países da América Latina, Europa e Estados Unidos, que correspondem a 25% da receita líquida total.

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CONSCIÊNCIA CIRCULAR, A APOSTA DA 35ª EDIÇÃO DA COLOMBIATEX DE LAS AMÉRICAS

EM SEU 35º ANO, COLOMBIATEX OF THE AMERICAS 2023 ALCANÇA NÚMEROS HISTÓRICOS

E ABRIU A AGENDA DE NEGÓCIOS DO SISTEMA DE MODA, E A CIRCULARIDADE FOI A PROTAGONISTA

NOS TRÊS DIAS, COM UMA FIRME INTENÇÃO EM DIREÇÃO A UMA INDÚSTRIA MAIS CONSCIENTE

E SUSTENTÁVEL, COM UM PROPÓSITO PARA

PROMOVER A SUSTENTABILIDADE DA INDÚSTRIA

E MAIS UMA VEZ A REVISTA TÊXTIL FOI

CONVIDADA PARA O EVENTO

Colombiatex de las Americas 2023 aconteceu na Plaza Mayor Medellín – Colômbia, de 24 a 26 de janeiro de 2023 último, ocupou mais de trinta mil metros quadrados de espaço com 514 expositores e abriu a agenda da indústria têxtil-vestuário na região e comemorou seus primeiros 35 anos junto com a Inexmoda, organizadora da Feira.

O evento alcançou um número histórico de presenças que excede em 11% o indicador pré-pandêmico para 2020, que era de 24.300 pessoas. Este ano, o setor da moda registrou um crescimento de 9,3% em relação a 2021 no país, com mais de 27 mil visitantes.

Os expositores tiveram a oportunidade de se encontrarem com compradores de mais de 40 países que conheceram as últimas tendências em têxteis, máquinas, suprimentos, produtos químicos e serviços espe-

cializados, além de fortalecer seus relacionamentos e gerar novas oportunidades de negócios que impulsionarão a indústria nas Américas.

O Estados Unidos e a Venezuela expressaram sua satisfação com o evento da feira. 86% deles disseram que fechariam negócios ou o fariam a curto-médio prazo, principalmente de países como: Colômbia 79%, Peru 6%, México Colômbia 79%, Peru 6% Equador 5%, Estados Unidos 2%, entre outros.

“Colombiatex de las Américas 2023 reflete o dinamismo e o potencial de crescimento da indústria da moda, confirmando o país como um epicentro de conhecimento e a criação de redes de toda a cadeia de valor. Somos testemunhas de que estas plataformas conectam a Colômbia com novos mercados, criando oportunidades de negócios”, diz Sebastián Diez, presidente executivo da Inexmoda.

Fotos: Divulgação 64 I Revista Têxtil #781 MERCADO

De acordo com a delegação convidada pelo Ministério do Comércio, Indústria e Turismo, através ProColômbia, era composta por 274 empresas de 17 mercados, e relatou compras parcialmente imediatas de cerca de US $6 milhões.

Os empresários do Sistema de Moda refletiram a importância da ‘Consciência Circular’ no setor, através de processos e práticas cada vez mais sustentáveis, tais como: água limpa e saneamento, acessível e não saneamento, energia acessível e não poluente, produção e consumo responsáveis, entre outros.

A ascensão da moda rápida virou o foco da indústria têxtil, uma das maiores do mundo e que gera milhares de empregos, mas que ao mesmo tempo tem grandes desafios pela frente em termos de sustentabilidade e do uso consciente dos recursos naturais.

Entre 2000 e 2015, a produção têxtil mundial dobrou e estima-se que o consumo de roupas e calçados aumentará em 63% até 2030. Em linha com este crescimento, há também uma crescente preocupação com o uso de recursos naturais como a água, a emissão de gases de efeito estufa e o descarte dos resíduos gerados pela indústria têxtil.

“Durante mais de três décadas de trabalho, na Inexmoda temos liderado projetos com diferentes organizações a nível nacional e internacional para o crescimento da indústria e o benefício dos atores que fazem parte dela. É por isso que, durante esta edição da Colombiatex de las Américas, continuamos com o firme propósito de incentivar e trabalhar para o desenvolvimento de novos processos e materiais em toda a cadeia produtiva, pois somente através da circularidade, a indústria permanecerá competitiva e sustentável ao longo do tempo”, diz Sebastián Díez V, presidente executivo da Inexmoda.

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Com este panorama, que não é alheio à realidade do país, foi realizada a 35ª edição da Colombiatex de las Americas, a feira que se consolida como o epicentro da indústria têxtil no continente e tem como eixo central a Consciência Circular, o firme compromisso com uma produção mais consciente e sustentável para o planeta.

ROTA DA SUSTENTABILIDADE

A Rota da Sustentabilidade, com a participação de 85 empresas expositoras, destacaram suas inovações e contribuição para o cuidado ambiental. Da mesma forma, as tendências foram protagonistas através do tradicional ‘Fórum de Tendências’, com um total de 15 conferências.

Por esta razão, a ‘Rota da Sustentabilidade’ continua sendo uma das rotas obrigatórias da feira, para conhecer as empresas do setor com as melhores práticas e cujos processos inovadores visam o cuidado com o meio ambiente. Esta edição contou com a participação de mais de 50 expositores em categorias como:

reciclagem, uso da água, controle de emissões, circularidade e eco-inputs.

Esta Rota da Sustentabilidade destacou empresas como a ENKA, líder em reciclagem de PET na América do Sul, onde 55% de seus produtos são feitos de matérias-primas recicladas; a Fabricato, com sua planta de tratamento que permite que 65% da água utilizada seja reutilizada sem parar; a Lafayette, apresentando seus tecidos sustentáveis feitos de poliéster reciclado e seus processos de impressão digital ecologicamente corretos, com consumo zero de água.

BIBLIOTECA DE MATERIAIS

Para esta edição foi criado um novo espaço especial chamado ‘Biblioteca de Materiais’ destinado a todos os designers, estudantes e organizações que buscam materiais inovadores e sustentáveis em diferentes indústrias como construção, transporte, têxteis, entre outros. Os visitantes, expositores e compradores descobriram têxteis e insumos sustentáveis que podem ser aplicados na criação de peças de vestuário.

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Pela primeira vez na Colombiatex de las Américas, está ocorrendo a Hackathon, um espaço que procura conectar as empresas de moda com empresas de tecnologia para resolver os desafios comuns da indústria.

PAVILHÃO DO CONHECIMENTO DA INEXMODA-SAPIENCE

Por sua vez, o Pavilhão do Conhecimento da Inexmoda-Sapience permitiu que os empresários se mantivessem atualizados sobre os tópicos mais relevantes do Sistema de Moda, destacando a importância da tecnologia e das tendências de vestuário e consumo. Durante os três dias, este espaço icônico da feira recebeu um total de 4 mil participantes e 20 mil pessoas conectadas via streaming, que puderam acessar 27 conferências de livre acesso dadas por especialistas líderes da indústria e figuras de destaque.

“A Agência de Educação Pós-Secundária de Medellín - Sapiencia Medellín, participou da feira sendo uma ponte de ligação entre a academia e a indústria da

moda através do Pavilhão do Conhecimento. É assim que construímos um futuro para nossas gerações em um ambiente saudável e próspero”, diz Carlos Alberto Chaparro, CEO da Sapiencia.

A indústria têxtil não é estranha às mudanças e tendências do mercado. Segundo a empresa de tendências internacionais Trendwatching, 87% dos líderes empresariais pretendem aumentar os investimentos em sustentabilidade entre 2023 e 2024, e em linha com este cenário global, na 35ª edição da Colombiatex de las Americas, a circularidade foi a aposta para incentivar o uso de materiais de origem natural que retornam à terra e assim tornar a moda uma indústria mais consciente sobre o cuidado com o planeta.

Inexmoda, um instituto de fundação que conhece, conecta e transforma o Sistema de Moda, através de seus projetos e feiras como a Colombiatex de las Americas, tem se concentrado em tornar as empresas do setor cada vez mais competitivas e ambientalmente responsáveis. Por esta razão, a trigésima quinta edição da Colombiatex de las Américas girou em torno da

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“Consciência Circular”, um conceito que visa incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - SDGs - no setor e sua cadeia de valor.

“Nesta edição da Colombiatex de las Américas observamos uma importante recuperação do setor graças ao número de expositores que nos acompanham e ao bom equilíbrio de 2022.  Assim, a feira continua a ser a primeira parada da indústria da moda para atualizar e ativar os negócios. Nesta edição destacamos os novos desenvolvimentos baseados em processos e materiais sustentáveis, como uma vantagem competitiva para responder às demandas do mercado global, além da oportunidade que a região tem hoje como um centro de abastecimento potencial”, diz Sebastián Díez, presidente executivo da Inexmoda.

A Colombiatex de las Américas não é considerada apenas o epicentro internacional da indústria têxtil-artesanato por sua dinâmica empresarial, mas também por promover o relacionamento e o conhecimento dos atores do Sistema de Moda. Consequentemente, o Fórum de Tendências continuou a ser uma parada imperdível dentro da Colombiatex de las Americas para

conhecer a estética do design da estação primavera-verão 2023 com amostras têxteis, exposição de suprimentos e uma exaltação ao denim”.

Da mesma forma, empresários e visitantes tiveram a oportunidade de atualizar e compartilhar conhecimentos no Pavilhão do Conhecimento Inexmoda-Sapiencia, onde mais de 15 conferências foram realizadas por especialistas nacionais e internacionais sobre temas como: tendências de mercado, modelos de negócios, consciência circular, entre outros.

PROJEÇÃO DO MERCADO

O Sistema de Moda da Colômbia atingirá um tamanho de mercado de 30 trilhões de pesos até o final de 2022 de acordo com o Observatório de Moda da Inexmoda em aliança com Raddar e Sectorial, um crescimento que está 9% acima de 2021 e que evidencia a tendência de aumento da indústria têxtil-garmento, ultrapassando até mesmo os números pré-pandêmicos, com um crescimento de 29% em comparação com o final de 2019.

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Segundo o mesmo estudo, aspectos como o retorno total à presencialidade e a recuperação do emprego são alguns dos principais fatores que impulsionaram o consumo de moda após a dinâmica de gastos evidenciada durante a pandemia e a fase de reativação, período em que os gastos foram destinados principalmente a cestas básicas (alimentação, saúde, serviços domésticos).

Por um lado, o retorno total ao local de trabalho (frequência ao trabalho, universidade, escola, ginásio, férias) gerou necessidades e novas ocasiões de uso para os consumidores, reativando os gastos de moda principalmente em categorias como: artigos pessoais e acessórios, jóias e bijuterias com um crescimento de 38%, serviços de vestuário e calçados com um aumento de 30% e roupa de casa com um crescimento de 27%.

Quanto à relação entre moda e níveis de emprego, os números da DANE indicam que os níveis de emprego pré-pandêmicos se recuperaram, aumentando os gastos domésticos em cestas não essenciais, incluindo a categoria “moda”.

“Os números de crescimento do Sistema de Moda no mercado doméstico e internacional são muito satisfatórios e colocam o setor em um contexto de oportunidades; a indústria também deve estar atenta às variações de um mercado que está flutuando rapidamente para fortalecer seu modelo de negócios e assim conseguir se ajustar às novas realidades que afetam diariamente os consumidores e o mercado global, tais como inflação, restrições de fornecimento e escassez de mão-de-obra que afetam o setor”, disse Sebastián Díez V. presidente executivo da Inexmoda.

E AS EXPORTAÇÕES?

O panorama internacional continua sendo encorajador para o Sistema de Moda na Colômbia. Até o final de 2022, as exportações têxteis e de vestuário deverão crescer 12% em relação a 2021. Este desempenho confirma a tendência positiva do mercado, superando até mesmo os números pré-pandêmicos: entre janeiro e agosto de 2022, as exportações desta categoria cresceram 22% em relação ao mesmo período do ano anterior e 11% em relação a 2019.

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Este desempenho reafirma a oportunidade de fortalecer as relações com parceiros comerciais como os Estados Unidos, Equador, Peru e México, que estão se consolidando como os principais destinos das exportações colombianas com uma participação de mais de 60%.

A tendência crescente das exportações é também uma prova da vantagem competitiva que a Colômbia deve aproveitar. A localização estratégica, as habilidades criativas que o país desenvolveu, a qualidade da produção e os mínimos flexíveis são alguns dos atributos que colocam o país na mira dos compradores de têxteis e vestuário, assim como marcas internacionais que buscam relocalizar a produção para responder rapidamente à demanda na região.

Da mesma forma, o preço do dólar vai jogar a favor das exportações e colocar a Colômbia em um cenário competitivo para fazer negócios com os mercados internacionais.  Neste sentido, a Inexmoda destaca a importân-

cia de impulsionar cenários comerciais que promovam o Sistema de Moda Colombiano, como a Bahari Moda Expo, feira organizada pela Inexmoda e Corferias para promover a moda resort, e a Colombiatex de las Américas, apresentando a mais completa oferta de insumos, têxteis e máquinas da América Latina.

Em conclusão, a Inexmoda projeta números animadores para a indústria da moda, que servirão para alavancar o crescimento econômico do país e das empresas.

“Além da rica agenda de negócios, tendências e conhecimentos, da Inexmoda elogiamos os cinco anos de empreendedores e aliados que trabalharam nos últimos anos para o Sistema de Moda, aumentar a competitividade e promover esta indústria, que é a nossa razão de ser.

Hoje reconhecemos o trabalho de empresas como a Lycra, Gulfer, Tiber, Teks, Vitral Textil SAS, Textiles Balalaika, Top Fashion, entre outros”, diz Sebastián Díez V., presidente executivo da Inexmoda.

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PELO DÉCIMO ANO CONSECUTIVO, O ‘DENIM DAY’ É O PROTAGONISTA

Colombiatex de las Américas 2023 no segundo dia do evento prestou homenagem ao denim, este tecido versátil e chamativo para os consumidores, que desempenha um papel de liderança no mundo do vestuário. A feira celebra esta categoria que representa 11% do mercado mundial de vestuário e 15% na Colômbia, levando em conta sua trajetória e impacto sobre a indústria têxtil. Nesta edição, participaram 69 marcas de denim, entre as quais estão Quest, Comertex, Jeanología, Vicunha e Fabricato.

A categoria denim tem experimentado um crescimento significativo no ano de 2022, o tamanho do mercado global era de USD 98.671 milhões e está projetado para fechar 2023 com USD 105.137 milhões.

Na Colômbia, este segmento de mercado tinha um tamanho de mercado de USD 1.162 milhões em 2022 e espera-se que termine 2023 com USD 1.216 milhões. A este respeito, a categoria é projetada para crescer a uma taxa anual ponderada de 6% e 5% no mundo e na Colômbia, respectivamente.

“Na estação primavera-verão haverá denim para dois tipos de consumidores. Por um lado mais clássico e minimalista, haverá acabamentos com tons médios, tons de nuvens, e cru e cores suaves. Para o consumidor mais aventureiro, haverá tons saturados de cores e silhuetas mais vibrantes com cintura sobreposta, botas largas e calças de estilo militar”, diz Laura Osorio, especialista em pesquisa de consumo da Inexmoda.

Durante o segundo dia da feira, milhares de visitantes, expositores e compradores têm usado suas roupas de denim como um tributo a esta contribuição no setor têxtil e de vestuário. Empresas como a Jeanología, líder no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e eficientes, apresentou suas novas inovações em seu modelo operacional focado na sustentabilidade, criatividade, digitalização e automação que transformam completamente a forma como os produtos de moda são criados e fabricados.

Por sua vez, a Quest, patrocinadora oficial do Denim Day, apresentou seu portfólio de produtos de moda, principalmente no universo do jeanswear, destacando-se por sua inovação, alto padrão de qualidade e tecnologia ecologicamente correta.

“Denim é um material versátil para a fabricação de roupas de homens e mulheres. Nosso produto é confeccionado com as mãos colombianas, o que ratifica nosso compromisso com a indústria local”, diz Alejandra Ramírez, coordenadora de marketing da marca.

E O BRASIL?

Algumas empresas brasileiras que participaram do evento:

VICUNHA

A Vicunha esteve presente na Colombiatex de las Américas pelo 34º ano consecutivo. A principal feira de negócios da América Latina voltada para o segmento têxtil e, na ocasião, a fabricante de índigos e sarjas líder no continente levou para o evento novas iniciativas e últimas novidades em produtos.

No ano em que comemora 55 anos de atuação, com crescimento acelerado na América Latina, a Vicunha apresenta projetos recentes que reforçam seu pioneirismo e compromisso com a sustentabilidade, inovação e tecnologia para impulsionar a cadeia de moda:

LINHA HEMP: A Vicunha firmou parcerias de valor com grandes players da moda, destacando a linha HEMP como protagonista em muitas coleções que foram apresentadas ao mercado. Lançada no fim de 2021, a linha apresenta artigos produzidos com a mistura entre algodão e fibra de cânhamo. São quatro produtos: Hemp e Hemp Light (no denim) e Itacaré e Maragogi (na sarja). Os lançamentos integram a família de produtos V.Eco, conhecida por apresentar tecnologias inovadoras e com grande valor sustentável agregado. A empresa foi a primeira têxtil brasileira a investir na fabricação de tecidos jeanswear com este insumo no

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país. Como uma grande novidade no âmbito da feira, tivemos o lançamento das coleções de Camilo Alvarez, Bee Surreal e Reset Denim, grandes estilistas colombianos que irão apresentar criações feitas de HEMP, já que possuem o DNA sustentável em suas marcas.

V.LAUNDRY: Em uma realidade onde a inovação e a tecnologia fazem parte do cotidiano das pessoas e das empresas, a Vicunha sai na frente e anuncia o V.Laundry, o primeiro hub de inovação em moda têxtil na América Latina, com inauguração em início de 2023. Reforçando o compromisso de ser protagonista na antecipação de tendências de mercado e na busca por oferecer produtos e soluções inovadoras para toda a cadeia produtiva da moda, o V.Laundry é o espaço onde a empresa vai colocar as tendências em prática. Em cooperação com seus parceiros globais, o centro visa testar materiais, desenvolver produtos e continuar trabalhando para tornar os processos têxteis e de lavanderia cada vez mais sustentáveis.

SANTISTA JEANSWEAR

A Santista Jeanswear levou para a feira sua linha de Workwear, que é voltada para a produção de tecidos especiais para roupas profissionais, com o lançamento do Dynamo Fire, tecido 100% algodão para proteção contra calor e chamas, que faz parte da linha Fire Protection.

Além do Dynamo Fire foi possível conferir as novidades nas linhas Tactical (tecidos para uniformes militares) com o Cavalier, um tecido em estrutura rip stop, produzido com a tecnologia Lycra®T400, que garante stretch permanente, resiste às lavagens industriais e não deforma; e a linha Workfashion com o Santorini, um tecido para camisaria com stretch produzido também com a tecnologia Lycra®T400, em duas versões, mescla e tinto.

A empresa também apresentou os destaques de sua coleção Verão 2024 – que traduzem as próximas tendências da moda, com os artigos Blackout, Blac-

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kout Stretch (blacks), Slime Light Blue, Jessie, Legend Triblend, New Glue Lazuli e New Push Up Lazuli. Os artigos são produzidos através de processos que reduzem os impactos ambientais e trazem uma maior versatilidade em lavanderia. Os lançamentos New Push Up Light, Jessie e Legend Triblend obtiveram Green score no LSF (Jeanologia). Os novos produtos abordam os temas: Cali Skate, RE-Formers e Future Frontiers. Para chegar até eles, a Santista Jeanswear executou um extenso trabalho de pesquisa, onde mapeou as principais tendências do mundo da moda e novas tecnologias, e produz peças diversas, sustentáveis e estéticas.

CEDRO TEXTIL

A Cedro Têxtil Empresa mineira começou o ano de 2023 registrando aumento nas exportações. Em 2022, 10% da produção teve como destino o mercado exter-

no, o que representou um crescimento de 2% em relação ao ano anterior. Dentre os artigos que merecem destaque está a linha Workwear, que em 2022 aumentou as vendas em 40% em relação a 2021. Os principais parceiros comerciais da Cedro são os países latino-americanos, com destaque para a Colômbia, Argentina, Peru, Equador, Uruguay, Paraguay, Bolívia e Chile.

De acordo com Alessandra Leal, gerente de exportação da Cedro, 2023 é o ano da retomada oficial da indústria após os anos de pandemia e é muito importante estar presente em feiras como “A Colombiatex de las Americas é uma excelente oportunidade para nos encontrarmos com nossos clientes. Em 2022, a Cedro registrou aumento na quantidade de produtos exportados em relação a 2021 e o nosso maior mercado consumidor externo é o latino-americano. Nesta edição da feira apresentamos a coleção Gerações, composta por 5 novos artigos Denim vintage. As peças possuem modelagens modernas, que se inspiram no futurismo e no metaverso. Além, é claro, da linha Workwear, nosso principal produto de exportação”, afirma Alessandra.

A Cedro ocupa lugar de destaque na produção nacional de jeans e é a maior fabricante de tecidos Workwear do Brasil. Os artigos da linha são os produtos mais vendidos no exterior, com destaque para a linha FR, retardante à chama. Produzido em parceria com a Rhodia e exclusivo na América Latina com a tecnologia Proban, o produto tem como principal característica a resistência e a garantia de proteção permanente ao calor por irradiação, fogo e eletricidade e é usado na confecção de uniformes industriais.

THE LYCRA COMPANY

The LYCRA Company apresentou produtos que incentivam a moda sustentável The LYCRA Company marcou presença na principal feira da América Latina voltada para o segmento têxtil, a companhia levou tecnologias que refletem o seu compromisso em buscar soluções mais sustentáveis para o setor: LYCRA® ADAPTIV, LYCRA® XTRA LIFE™, LYCRA®lastingFIT e a família de tecnologias EcoMade.

Revista Têxtil #781 I 73 MERCADO

“Apresentamos produtos inovadores que refletem o posicionamento da empresa Choose durable to be sustainable. A feira é mais uma oportunidade de reforçar nossa atuação em estimular o setor a fabricar peças com menor impacto negativo ao meio ambiente”, diz o executivo Carlos Fernandes, diretor comercial América do Sul.

A primeira tecnologia com destaque foi o fio LYCRA® ADAPTIV, que chegou para impulsionar a moda inclusiva. A fibra permite que o vestuário se ajuste melhor a vários estilos de vida, movimentos e diferentes tipos de corpos, uma vez que possui uma composição única, fazendo com que o tecido se adapte às necessidades funcionais do usuário de forma híbrida.

A segunda tecnologia foi a LYCRA® XTRA LIFE™ que atende um novo padrão em moda praia mais durável, ao oferecer um ajuste e que neutraliza as deformações e desgastes do tecido. A tecnologia resiste de cinco a dez vezes mais à presença de cloro e protetores solares, em comparação àquelas feitas com elastano convencional. A terceira inovação foi o fio LYCRA® lastingFIT, fibra ideal para a confecção de jeans, por melhorar a performance da peça, mantendo sua forma por mais tempo e evitando que se deforme. A tecnologia também protege do suor e loções.

DIKLATEX E LATINA TÊXTIL

As soluções sustentáveis e inovadoras da Diklatex e da Latina Têxtil, empresas têxteis com sede em Joinville e Brusque (SC), estiveram presentes na Colombiatex de las Américas  e apresentaram as tecnologias Undertech e Ultraflex, dois grandes lançamentos da Diklatex. A tecnologia Truelife® UNDERTECH é a primeira tecnologia de absorção 100% têxtil, criada para mulheres que querem se sentir seguras, protegidas e confortáveis durante seu período menstrual.  Já a tecnologia inclusiva Truelife® ULTRAFLEX, promove alta elasticidade e adaptabilidade a vários tipos de corpos mantendo suas propriedades de flexibilidade no movimento, alta cobertura e durabilidade.

A sustentabilidade  vem ganhando cada vez mais  espaço nos processos das empresas, como por exemplo,  o

Dope Dyeing, que elimina da produção um processo de tingimento, reduzindo em até 90% o consumo de água e em até 98% o uso de produtos químicos.

A Diklatex levou sua gama de artigos compostos com fios reciclados e biodegradáveis, com a novidade do fio SENSIL BioCare, com mais rápida biodegradabilidade em ambiente marinho e aterros.

E buscando otimizar processos que impactam positivamente o meio ambiente e a cadeia têxtil, a Latina Têxtil, primeira malharia do Brasil a utilizar o acabamento sustentável, ReCicle+ em todos os seus tecidos com acabamento, também apresentou essa tecnologia na Colombiatex de las Américas.

O ReCicle+ foi desenvolvido em parceria com o grupo alemão CHT, que atua em soluções químicas têxteis aplicadas em fios, malhas e acabamentos dos tecidos. O reuso do silicone acontece após o seu descarte. O material passa por um processo de regeneração e purificação, permitindo que retorne para a cadeia têxtil com grau inicial de pureza para dar acabamento aos tecidos. A cada 10 leggings produzidas com o ReCicle+, uma capa de silicone pós-consumo é retirada do meio ambiente e regenerada.

Ainda dentro da programação da feira, as marcas catarinenses desfilaram suas coleções no Creora® Fashion Show. A Latina Têxtil desfilou looks autorais com tecidos essenciais e estampados para os segmentos fitness e moda íntima, e a Diklatex apresentou a construção têxtil técnica, tecnológica e sustentável através de looks de clientes de renome no mercado.

DELTA MÁQUINAS

Delta Maquinas, marca brasileira referência em soluções para automação da produção, já está presente em diversos países da América Latina e pretende reforçar sua atuação internacional em solo colombiano., e marcou presença novamente na agenda.

“Fábio Kreutzfeld, CEO da Delta, diz que a feira é uma oportunidade de aproximação com o mercado externo,

74 I Revista Têxtil #781
MERCADO

sobretudo com clientes da Colômbia. Além de estreitar laços com o país, a feira proporciona bons negócios ao longo do ano a partir dos contatos realizados nos dias de evento. Também percebemos um interesse latente pelas nossas máquinas, que se diferenciam por trazer simplicidade e eficiência aos processos de produção”, avalia.

Uma das soluções de maior destaque durante a feira foi a Lavadora de Amostras da Delta. A solução, que substitui as máquinas domésticas de lavação e secagem, testa o percentual de encolhimento das malhas em apenas 15 minutos, contra 3 horas nos equipamentos comuns. Ainda garante alta eficiência de teste em secagem e exposição a altas temperaturas, dando à empresa dados confiáveis sobre a qualidade dos tecidos.

Entre as companhias brasileiras que já utilizam a solução estão a Rovitex, a Objeto Brasil e a Havan. A Lavadora de Amostras é uma das soluções do portfólio da Delta de maior entrada na América Latina.

Com sede em Pomerode (SC), a Delta atua em todo o Brasil e no mercado internacional, com um portfólio de mais de 60 soluções, além de desenvolver máquinas sob medida para a indústria têxtil.

AUDACES

Plataforma tecnológica mais completa do mercado para criação 4.0 na indústria da moda, a Audaces apresentou suas soluções em um estande exclusivo na 35ª edição da Colombiatex de las Américas, e reuniu as principais tendências e coleções de criadores reconhecidos internacionalmente.

Líder de mercado no Brasil e uma das principais empresas em seu segmento na América Latina, a Audaces estará junto com a Insomoda e Springer, suas representantes em Bogotá e Medelín. Os visitantes conheceram inovações que vão dos softwares à sala de corte automatizada, que compõem a multissolução Audaces360. Essa completa fusão entre o digital e o físico aumenta a produção, em menos tempo e com custos menores. A plotter Essence, a mesa digitalizadora Digiflash para moldes de papel e todos os pacotes de software para

criação e desenvolvimento de peças de vestuário também foram apresentados ao mercado.

“A Colômbia é um polo têxtil reconhecido no mundo por sua criação e produção na moda e a Audaces é muito bem-vista no país. Estamos certos de que vamos superar o desempenho de anos anteriores, que já foram muito bons, com o estande da Audaces sempre lotado e chamando atenção dos compradores”, avaliou Daniel Cancellier, coordenador de Vendas da empresa para a América Latina, que esteve presente na feira. “Participamos há mais de 15 anos da Colombiatex, que sem dúvida é uma das principais oportunidades para criarmos e fortalecermos nossas relações comerciais em nível internacional, avançando ainda mais no mercado mundial”, ressaltou.

Referência em soluções tecnológicas para o mercado da moda há mais de três décadas, a Audaces tem seus produtos em mais de 70 países e um portfólio superior a 15 mil clientes. Suas três unidades estão localizadas em Santa Catarina e em Trento, na Itália. RT

Revista Têxtil #781 I 75 MERCADO

RESULTADOS

DA 18ª PESQUISA DA INDÚSTRIA TÊXTIL GLOBAL DO ITMF

A situação comercial está em um novo ponto baixo desde que a ITMF iniciou a Pesquisa Global da Indústria Têxtil em 2021. A alta inflação e o aumento das taxas de juros são os principais motores atuais da economia global, mas o problema central da cadeia de abastecimento têxtil em 2023 são os altos estoques a nível de marca e varejo. Com a abertura das economias ao redor do mundo após a crise da COVID, os consumidores tiveram a oportunidade de gastar o dinheiro que não puderam durante 2020 e no primeiro semestre de 2021. Consequentemente, a demanda disparou e as marcas e varejistas aumentaram os pedidos para atender a essa demanda reprimida. Com o aumento da inflação, especialmente após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, a demanda por bens de consumo diminuiu, enquanto os estoques permanecem muito altos.

Os entrevistados da 18ª pesquisa GTIS do ITMF confirmam que a entrada de pedidos tem diminuído continuamente desde novembro de 2021. Em janeiro de 2023, o indicador era negativo em todas as regiões e segmentos, exceto na América do Norte e Central e nos produtores de fibras. Estes últimos viram os pedidos aumentar pela primeira vez desde o verão passado. A carteira de pedidos global anteriormente alta também diminuiu constantemente de 3,1 meses em março de 2022 para 2,4 meses em janeiro de 2023, principalmente devido à contenção da marca e dos varejistas para fazer pedidos. Os efeitos amortecedores da interrupção anterior da cadeia de fornecimento ajudaram ainda mais a reduzir o acúmulo de pedidos, melhorando os fluxos de comércio global, o que levou a um ligeiro aumento da taxa de utilização da capacidade em todo o mundo (impulsionada principalmente pelos produtores de fibras e fiadeiras).

As expectativas em 6 meses dispararam e os entrevistados são globalmente positivos em relação aos negó-

cios em junho de 2023. Os fabricantes têxteis esperam uma situação melhor devido a dois fatores importantes. Primeiro, o mundo está agora em uma situação energética muito melhor, com um inverno relativamente ameno na Europa e os preços da energia na Europa e na Ásia (especialmente do gás) caindo de volta aos níveis observados antes da invasão russa da Ucrânia. Segundo o fim repentino da política de Zero-Covid na China com uma rápida abertura das fronteiras promete fortalecer a demanda tanto na China quanto no exterior (mais turistas e importações de mercadorias). Sendo tudo o resto igual, a economia global verá um nível de crescimento maior do que o esperado e isto beneficiará a indústria têxtil global.

Fotos: Divulgação 76 I Revista Têxtil #781 MERCADO RT

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