Revista Zás! Edição #005

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editorial Na quinta edição da Revista Zás! você vai ver os filmes que chegam aos cinemas brasileiros neste final de Fevereiro. Entrevistamos a banda brasiliense Lucy and The Popsonics, e escutamos os últimos lançamentos de discos, de João Bosco a Mr. Big. Na seção de literatura, falamos da célebre série em quadrinhos Preacher, de Garth Ennis e Steve Dillon. Veja ainda nesta edição os lançamentos de games e um especial sobre o Kinect, testamos três jogos para conhecer o potencial do acessório da Microsoft que desafia os gamers a sair da cadeira. Conheça Bob’s Burger, novo desenho da FOX que aposta num humor sem noção. E dê uma olhada no incrível trabalho de Doug Lira, o ilustrador que mostra sua arte no portfólio desta edição. Bom passeio pela Zás!!!

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resenhas

127 horas de tensão e agônia O diretor Danny Boyle enche os créditos iniciais com cenas de grandes aglomerações de pessoas para depois partir para o isolamento absoluto. Acompanhamos Aron, que prepara-se para mais uma de suas aventuras rotineiras. Nesse ponto, a edição deixa explícito que ele deixou pra trás o seu canivete suíço. Depois de enfrentar uma estrada de terra, o jovem acaba em uma região árida e isolada. Aron está tão acostumado a explorar os canyons que se descuida, sofre uma queda, e acaba com o braço preso por uma pedra. Alguns litros de água, uns metros de corda, uma câmera de vídeo e uma faquinha sem vergonha, fazem companhia ao explorador. Ele que se esforçava tanto para se isolar do resto do mundo acaba sozinho, dessa vez não por vontade própria, e percebe que não pode ter o controle de tudo. O objeto que Aron esquece de colocar na mochila no início da história não é a única falha do aventureiro, enquanto a natureza impões sua força e mostra quem manda, Aron se dá conta que a falta de jeito com a mãe e o simples fato de não avisar aos amigos pra onde vai foram determinantes para colocá-lo naquela situação.

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127 Horas funciona pelo bom trabalho de fotografia, edição inteligente e atuação impecável de James Franco, sem isso o filme corria o risco de ser muito chato e parado. A ação se passa quase toda em um mesmo local e mesmo assim a nossa tensão cresce gradativamente até o clímax perto do fim da exibição.


Elegante como todo filme inglês, o longa O Discurso do Rei conta com atuações inspiradísimas de Colin Firth e Geoffrey Rush. Na trama, acompanhamos a história de George VI, que é coroado rei da Inglaterra e tem que lutar contra a gagueira e o medo de falar em público para poder acalmar os seus súditos enquanto a Europa sofre a ameaça da Alemanha de Adolf Hitler.

Burlesque (Burlesque)

O herói criado por George W. Trendle e Fran Striker em 1936, chega aos cinemas com a direção de Michel Gondry. Seth Rogen interpreta Britt Reid, um playboy egocêntrico que tem uma relação complicada com o pai, um poderoso dono de jornal que morre de forma prematura. Reid percebe que sua vida não tem um propósito e vê no gênio karateca Kato a sua chance de pela primeira vez fazer algo de útil e bom.

O Discurso do Rei (The King’s Speech)

Besouro Verde (The Green Hornet)

Bravura Indômita (True Grit)

Bravura Indômita é sobretudo um filme sobre coragem. Até mesmo a dos irmãos Joel e Ethan Coen que apostaram em Hailee Steinfeld e acertaram em cheio. Ela segurou bem a onda de atuar com Jeff Bridges e Matt Damon. Um delegado e um Texas Ranger ajudam uma jovem garota na busca do assassino de seu pai, no caminho o trio tem os seus nervos testados e criam um curioso laço de amizade.

A estreia de Christina Aguilera nas telonas marca também o retorno da oscarizada Cher como protagonista. O musical tem uma história recorrente nos filmes da Sessão da Tarde. Uma jovem simples resolve se mudar para a cidade grande e vira uma estrela depois que descobrem o seu talento. É um filme honesto, mas muito aquém de clássicos como Chicago e Moulin Rouge. O longa só vale a pena por alguns de seus números musicais.


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entrevista


o electro-pop de

Lucy and the Popsonics por Karina Francis Há músicas que nos fazem querer dançar, músicas que nos fazem querer cantar junto, mas as melhores músicas são aquelas que conseguem estimular um mix dessas duas coisas dentro de nós. Proporcionar isso é fácil para o Lucy and the Popsonics. A banda começou em 2005, com Fernanda e Pil. Eles são de Brasília, e já rodaram o Brasil e o exterior fazendo shows. Em terras tupiniquins se apresentaram em vários festivais como Porão do Rock, Bananada, Jambolada, Laboratório Pop, entre outros. Em abril de 2010, a dupla virou um trio com a chegada do baterista Beto Cavani e lançou o disco Fred Astaire que mescla punk e elementos eletrônicos com uma roupagem criativa e autoral. Lucy and the Popsonics sabem bem como explorar o que a tecnologia pode proporcionar.

Ouça o Lucy and The Popsonic no MySpace

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entrevista

Karina Francis: Como avaliam a o cenário musical no Brasil? Fernanda Popsonic: O atual momento no cenário musical brasileiro está assim: mainstream com coisas cada vez mais horríveis, músicos sem empregos e sem condições de trabalho adequados, o independente melhor do que já foi, mas longe de ser um mercado sustentável e um público que prefere ouvir Lady Gaga. Karina Francis: Vocês conseguem viver da música? Fernanda Popsonic: Não vivemos de música e na minha geração não conheço ninguém, nem pelo mundo, que tenha conseguido largar os empregos formais ainda. Não vivem de sua música especificamente. Conheço músicos que conseguem viver do que tiram em uma noite aqui e outra ali, mas vivem com os cartões de crédito estourados e com o nome sujo na praça, rs. Só na França e na Bélgica que conheci músicos/dançarinos/atores que vivessem de arte porque recebem seguro desemprego do Estado. Porém não deixa de ser uma vida longe de dificuldades.

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Karina Francis: O nome do disco e a faixa quatro levam o nome do famoso ator e dançarino Fred Astaire. Qual o conceito por trás disso? Fernanda Popsonic: Fred Astaire é uma música que fala de um cotidiano opressor por causa da vida no trabalho cada vez mais apressada e na cidade dura com concretos expostos. Muitas horas de trabalhos mecânicos, chatos, urgentes e daqueles que você acaba pirando. A idéia é que a vida é tão cheia de ansiedade, pressa, que sua paz é durante a noite, quando sonha, quando Fred Astaire aparece e começam a dançar e viver aquela sensação gostosa que o musical trás. Sou apaixonada por musicais. Sempre choro no final, rs. Karina Francis: A banda surgiu no final de 2005, o que mudou nesse tempo na maneira de fazer e enxergar música? Fernanda Popsonic: Em 2005, nós havíamos largado a música há anos. Você passa anos ouvindo de seus pais que música não leva a nada. Eu já havia deixado meu instrumento encostado uns sete anos naquela época. Um dia o Pil veio com a idéia de montar uma banda. Eu pedi que fossemos apenas nós dois e uma bateria eletrônica. Os instrumentos já estavam empoeirados e os dedos mais duros que tudo. Começou assim, para nos divertirmos nas horas vagas. Em 2008, começamos a ver que a coisa estava ficando cada vez mais séria. Começamos a viajar muito pelo mundo. Era enlouquecedor. Passamos meses dentro de uma van viajando. Em 2009, já estávamos enxergando a música como uma coisa mais séria, mas claro que o financeiro não compensava. Porém levamos a coisa como diversão, sem decepções. Conhecemos o mundo com uma guitarra na mão. Tem algo mais sensacional que isso?


Karina Francis: Quais as melhoras experiências adquiridas no trabalho com John Ulhoa do Pato Fu? Fernanda Popsonic: Ele me mandou estudar canto e estou amando. Ele nos apresentou ao mundo dos softwares mais modernos. Usávamos muito Hardwares no antigo disco. Ele nos ensinou como não estourar os botões da mesa do estúdio e usar volumes mais baixos. Usávamos tudo alto e no extremo, rs. Ele dizia que éramos Nerds muito barulhentos! Ele é um gênio da música. Ficaríamos aqui discutindo uma semana todos os aprendizados. É infinito! O John e a Fernanda são geniais! E a Fernanda Takai é uma ótima cozinheira e nos viciou em sorvetes! Karina Francis: Planos para 2011? Fernanda Popsonic: Shows, paz, saúde, felicidades, adquirir mais equipamentos, mais conhecimentos, escutar muita música, beber muito vinho e que venha mais criatividade!

Leia a entrevista completa no site Rockazine

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Mateus Sartori mostra mais uma vez o seu bom gosto e a sua bela voz em Franciscos. No terceiro disco de sua carreia o artista interpretou canções de compositores batizados com o mesmo nome: Chico Buarque, Chico Pinheiro e Chico Anysio, estão entre os homenageados. Destaque para “Cantando no Toró” e “Nicanor Belas Artes”, dueto com Chico César.

Black Spiders (Sons of the North)

Os californianos do Cake ficaram famosos depois de uma versão divertida de “I Will Survie”. Em Showroom Of Compassion sétimo disco de inéditas, o grupo se mostra coeso mesmo depois de um hiato de sete anos sem gravar. O álbum é bastante certinho e arrumado, não que isso seja ruim, mas esperava algo diferente, com um pouco mais de energia.

Mateus Sartori (Franciscos)

Cake (Showroom Of Compassion)

Mr. Big (What If)

resenhas O Mr. Big mostra que o tempo pode servir para refinar o som de uma banda. O grupo volta com tudo em What If e retoma o posto mais alto do hard rock. A técnica dos instrumentistas e do vocalista sempre chamou a atenção, agora tudo parece funcionar bem demais junto. Destaque para “Still Ain’t Enough For Me” e “Once Upon a Time”, que mostram que a química entre Sheehan e Paul Gilbert permanece intacta.

Cara, o disco desses ingleses foi uma das minhas melhores surpresas em muito tempo. O grupo nasceu lá atrás, em 2008, mas só agora resolveu presentear o público com o álbum de estreia “Sons of the North”. Muito difícil destacar um ponto alto no disco, ele merece ser ouvido por inteiro. A cada faixa a empolgação aumenta e somos contemplados com o bom rock and roll que sempre se mostra vivo.


Técnica, emoção e bom gosto,

o João voltou

por Artur Guimarães

João Bosco

(Não Vou Pro Céu, Mas Já Não Vivo no Chão)

João Bosco é um dos artistas mais originais da música brasileira. O instrumentista possui um estilo único, evidenciado novamente em seu novo disco de canções inéditas. Não Vou Pro Céu, Mas Já Não Vivo no Chão começa com a doce e intimista “Perfeição” e segue com a canção “Navalha” , um dos momentos mais bonitos do disco. Mais uma parceria com Aldir Blanc que vale por toda torcida dos fãs pelo retorno da dupla. Os dois também fizeram “Mentiras de Verdade” e “Sonho de Caramujo”, que encerra o disco. Bosco homenageia Ray Charles em “Jimbo no Jazz”, parceria com Ney Lopes. Quem é violonista sabe o quanto é difícil reproduzir os sons do violão de João. Essa canção é um verdadeiro desafio para os dedos, nem tanto pela velocidade, mas pela pegada e técnica únicas do instrumentista.


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resenhas


O mundo do rock é do

Motörhead

por Artur Guimarães

O rock não morreu, prova disso são as bandas de responsa da cena independente nacional. Na gringa não é diferente, um sopro de esperança refresca os fãs das guitarras distorcidas. Novas bandas como o Black Spiders e os veteranos de Whitesnake, Iron Maiden e Motörhead não deixam a peteca cair.

e arrebenta em um solo bem rock and roll, sem grandes exibições e sem tomar metade da música.

Não precisa ouvir muito de The Wörld is Yours para se dar conta de que a banda continua com a mesma pegada. O baterista Mikkey Dee, o guitarra Phil Campbell e o baixista e vocalista Lemmy Lilmister (com seu timbre inconfundível de caminhoneiro rouco) dão uma aula de como construir riffs para ficar na cabeça.

“Get Back In Line” começa com a batera e possui uma das letras mais polêmicas do disco. “Devils In My Hand” é umas das canções que menos empolgam no disco. Depos disso vem “Rock ‘n’ Roll Music” que declara o amor de Lemmy ao rock em um refrão marcante. A sexta faixa do álbum, “Waiting for the Snake” é outro ponto alto. “Brotherhood of Man” é a mais pesada do disco, Lemmy arrisca em um vocal mais sujo, mais grave. “Oulaw” é mais uma canção repleta de referências aos westerns norteamericanos.

O álbum começa bem com “Born to Lose” e segue com a faixa “I Know How to Die”, canção rápida com riff arrebatador, bem a cara do Motörhead. Phil Campbell senta o braço em licks

“I Know What you Need” e “Bye Bye Bitch Bye Bye” fecham The Wörld is Yours, essa última fala de uma garota sem ser melosa e até com um tom divertido e uma cadência blues rapidinha.

Motörhead (The Wörld is Yours) 01. Born To Lose 02. I Know How To Die 03. Get Back In Line 04. Devils In My Head 05. Rock N’ Roll Music 06. Waiting For The Snake 07. Brotherhood Of Man 08. Outlaw 09. I Know What You Need 10. Bye Bye Bitch Bye Bye

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especial

Preacher por Caio Valiengo

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Que o mercado de quadrinhos nacional é no mínimo desorganizado, isso não é novidade para ninguém. Mas não consigo pensar em uma série mais conturbada que Preacher, de Garth Ennis e Steve Dillon. A série foi publicada praticamente por todas as editoras nacionais que se propuseram a colocar o delas na reta nisso que chamamos de mercado de HQs (e/ou Graphic Novels, pra ficar mais sofisticado). Mesmo assim, os fãs brasileiros ainda não viram o final da história que teve início nos EUA em 1996, pela Vertigo, e acabou nos anos 2000. Atualmente, a Panini é a responsável pela distribuição de Preacher, que se encontra no penúltimo volume, “Às Portas do Inferno”. Apesar dos altos e baixos editoriais, uma coisa é fato: Preacher é uma dos melhores quadrinhos gringos lançados nos últimos anos.


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especial

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Você ficou intrigado pelos questionamentos religiosos das últimas temporadas de Supernatural, do tipo: onde está Deus, e por que ele não resolve essa bagunça? Se encantou pelo brilho e sex appeal dos vampiros de Crepúsculo? Gostou da violência gratuita de Machete? Meu amigo, você não conhece nada! Pegue tudo isso, misture muitas doses de testosterona, álcool, sexo, drogas, humor negro e um sotaque texano, multiplique por mil, e você terá Preacher. A série conta a história de Jesse Custer, um homem que depois de uma infância no mínimo traumática, se torna pastor em uma pequena cidade. Tudo corre bem até o dia em que Gênesis (um ser resultante da relação de um anjo com um demônio, com poderes até maiores que o de Deus) o possui e incinera toda sua congregação. Logo após o incidente, Jesse encontra sua ex-namorada Tulipa, que está pegando carona com Cassidy, um vampiro cujo passado é misterioso. Jesse explica para seus amigos sua missão: encontrar Deus e fazê-lo prestar contas de todos os problemas causados (ou permitidos) por ele. Além da trama que no mínimo desperta interesse, Garth Ennis mostra para o leitor um mundo de choques culturais dos Estados


Unidos tradicional com o moderno, contrastando a ética de bom moço de cowboy de Jesse (com pitadas de machismo) com o feminismo moderno de Tulipa. A contradição está em todas as personagens, com um Jesse, que ao mesmo tempo é violento com seus inimigos, segue uma ética de conduta invejável, uma Tulipa frágil que vira matadora de aluguel, ou um Cassidy que vive no constante dilema de manter sua amizade ou traí-la por motivos egoístas. As temáticas levantadas pela série são tão diversas e complexas que renderiam uma tese de mestrado. As outras personagens também são marcantes, como Cara de Cú, Santo dos Assassinos, Herr Starr e muitos outros. Simplificando: corra atrás da série, você não vai se arrepender.

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O bigodudo mais querido dos games reúne a sua galera para disputas de basquete, queimada, hóquei e vôlei. Mario Sports Mix foi lançado em novembro no Japão e chega ao ocidente no dia 22 de fevereiro. Repetindo a parceria de Mario Hoops 3-on-3, a Nintendo e a Square Enix reuniram personagens clássicos de séries como Final Fantasy, Dragon Quest, Mario e Donkey Kong.

Killzone 3 (PS3)

Bulletstorm é um shooter em primeira pessoa que vai agradar aos fãs de armas com aspecto e ação destruidoras. Com um estilo meio cyberpunk de um futuro decadente, o jogo promete uma jogabilidade que favorece quem elimina os seus inimigos de forma criativa. Para isso, o jogador tem a disposição vários elementos no cenário para interagir na hora de aniquilar seus alvos. A demo é bem legal!

Mario Sports Mix (Wii)

Bulletstorm (PC, PS3 e Xbox 360)

Driver: San Francisco (Wii, PS3 e Xbox 360)

lançaamentos A série Driver começou com tudo e não conseguiu manter o nível em suas sequências. A Ubisoft tenta virar o jogo com Driver: San Francisco, a história começa exatamente do final de Driver 3. Tanner leva um tiro de Jericho e fica em coma. Não me pergunte como, mas ele adquire a estranha habilidade de controlar qualquer motorista da cidade. Parece forçado, o jeito é esperar pra ver.

Com a promessa de utilizar 100% do potencial do PS3, o novo jogo da franquia Killzone está entre os mais aguardados de 2011. Com suporte a TVs 3D e ao Playstation Move, o game chama atenção pela promessa de um multiplayer nervoso e por chegar ao Brasil com legendas e dublagens em português-br. O pessoal da Guerrila Games prometeu que o novo game tem uma história tão boa quanto o gameplay.


Homenagem ao Rei do Pop por Artur Guimarães

Michael Jackson The Experience chega ao Kinect e ao Playstation Move. O game saiu no ano passado para o Wii e alcançou a importante marca de duas milhões de cópias vendidas.

jogo dão notas pelos passes de dança e pela voz, no Kinect a tecnologia permite ainda que os movimentos do jogador sejam reproduzidos na tela, o que é um atrativo todo especial.

O mais bacana é que ele foi todo inspirado e ambientado de acordo com o universo de elementos encontrados nos clipes e apresentações de Michael. A Ubisoft tomou muito cuidado com os detalhes para proporcionar uma experiência bacana. As novas versões do

Agora você não precisará ser um cover do Rei do Pop para tentar imitar os seus passos sem parecer “muito” ridículo. Desafio alguém que não tenha arriscado nem um passinho ou se aventurado no moonwalker, mesmo não desempenhando bem os movimentos.

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games

por Lucas Becsi

Kinect Desde sempre a indústria de videogames incentivou ideias novas e, indiretamente, o sedentarismo. Para uma pessoa que cresceu com videogames que o obrigavam a ficar o tempo inteiro sentado, e que, com o passar dos anos, adquiriu certos quilos devido à falta de movimento e exercícios físicos, utilizar o Kinect funciona como uma facada nas costas. O mais novo modo de jogar criado pela Microsoft incentiva os jogadores a levantarem seus grandes traseiros do sofá e se mexerem.

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Claro, a primeira vista pode parecer que a única coisa que nos permitia se divertir sem o mínimo esforço, que eram

os videogames, agora nos força a fazer o que sempre se evitava: perder peso se movimentado. Contudo, quando se começa a jogar o aparelho, toda aquela preguiça acumuladas de anos jogando videogames é substituída pelo calor do desafio e da vontade de conseguir todas as conquistas do jogo, mesmo pelo preço de algumas gotas de suor. Comparativamente, o Kinect está num patamar muito superior aos sistemas utilizados pelo Wii e pelo PS3. Somente a possibilidade de não utilizar controles e sim o corpo já desbanca qualquer proposta realizada pelos dois outros


Reserve bastante espaço em sua sala e chame toda a família para se movimentar na frente da televisão!

consoles. É preciso, no entanto, dar créditos para quem merece: a proposta de se levantar e se mexer foi inicialmente do sensor de movimento apresentado pela Nintendo, mas se olharmos bem, a Microsoft demonstrou um êxito muito maior. O acessório em si não é nada muito espantoso: não é tão pequeno como o sensor do Wii, mas também não é muito grande a ponto de chegar a ocupar grandes espaços em um móvel. Há também a presença de duas câmeras: uma que reconhece rostos e exibe vídeos e fotos, e outra que reconhece movimentos e a profundidade,

juntamente com um microfone interno, que reconhece vozes. Em sua totalidade, o Kinect mostra ser uma revolução do mundo dos games: ele é divertido, te força a se mexer e não causa as velhas “madrugadas acordado jogando”, já que uma hora suas pernas e braços irão ceder, ou o vizinho do andar debaixo irá bater na sua porta. Ainda não se sabe como a Microsoft adaptará o aparelho para jogos tipo Halo ou mesmo jogos simples de RPG, e, apesar de não ser um fator altamente necessário para tornar o Xbox 360 num videogame revolucionário, nada é melhor do que ver seu irmão tentando dançar break ao som de Lady Gaga.

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games

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>> Kinect Adventures

é o jogo que acompanha o acessório, ou seja, pode-se dizer que se trata basicamente de um jogo teste que serve para mostrar como funcionam as funções do Kinect. Jogos como tapar vazamentos de água numa caixa, viagens dentro de um bote numa correnteza e queimadas com caixas demonstram que o Kinect necessita de bastante movimentação para ser utilizado e de bastante energia para jogar. O legal desse primeiro jogo é que, conforme um mini-game passa, o aparelho tira fotos de você e mostra depois no final, com algumas legendas confusas e divertidas.


>> Em Dance Central você dança, >> Kinect Sports é exatamente o que o nome

sugere: um jogo com diversos esportes a sua escolha para se divertir. E não pense que se trata de uma lista “americanizada”: temos tênis de mesa, futebol, boxe, boliche, atletismo e vôlei. O primeiro é uma experiência frustrante, uma vez que seus movimentos são poucos captados e o futebol fica cansativo com o tempo (é só chutar na direção certa que você consegue, não há como errar). No boxe existe o mesmo problema do tênis de mesa, mas é divertido ver seus priminhos tentando se acertar; o boliche, bom, é a mesma coisa de sempre. O que impressiona de verdade são o atletismo e o vôlei. O primeiro trata de uma series de mini-games, como salto a distância, lançamento de disco e corrida com obstáculos, o que torna o jogo mais dinâmico e divertido, enquanto o vôlei, apesar de algumas falhas, torna-se um vício instantâneo. Nesse jogo, parar tornar as coisas mais engraçadas, a Microsoft optou por te filmar enquanto joga, para que todos os seus familiares de vejam na tela grande pagando um mico de mesmo tamanho.

obviamente. O repertório musical varia de Lady Gaga a músicas como Satisfaction. Com o passar da música, os passos a serem realizados são mostrados no canto da tela, enquanto no centro um personagem representa seus movimentos. O jogo também filma seus movimentos no momento freestyle da música, que são mostrados de modo cômico numa velocidade absurda ao final de cada canção. O único ponto ruim do jogo é que, conforme você avança de dificuldade, os passos se tornam complicados demais, a ponto de somente os dançarinos profissionais poderem realizar.

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sĂŠries


O humor cinza de

por Caio Valiengo

Bob’s Burger O novo desenho animado da Fox, criado por Loren Bouchard, conta a história de Bob Belcher, sua mulher Linda, e seus três filhos esquisitos: Tina, Gene e Louise. Os episódios se desenvolvem na hamburgueria que Bob e sua família tentam levar adiante, apesar dos inúmeros acidentes que fazem com que o lugar seja reinaugurado regularmente. Ao contrário de outros desenhos da emissora, como Family Guy e American Dad, em nenhum momento Bob’s Burger se apóia em um mundo fantástico para fazer humor (como aliens travestidos ou bebês que querem dominar

o mundo). A graça do desenho consiste justamente em seus personagens ordinários: Bob e sua família são pessoas comuns (bastante estranhas, claro), mas comuns. O humor na maioria das vezes é sem noção, com nomes inusitados para o hambúrguer do dia. As situações trazidas nos primeiros episódios da série surgem de momentos normais, como a visita dos sogros de Bob a sua casa, e de momentos inusitados, como a fiscalização do restaurante por agentes de saúde, com a acusação de que os hamburgers do local eram feitos de carne humana. Os traços dos desenhos são bastante originais, e as cores vivas contrastam com o humor cinzento. Bob’s Burger é daqueles programas que dividem o público, considerado desastrosos por alguns, e inovadores por outros, mas independente do gosto, mais uma vez ficamos reféns da audiência norte-americana para dizer se a série vai para frente ou não. De minha parte, espero por muito humor com uma pitada de falta de noção de Bob e seu restaurante.

O desenho não passa em nenhum canal brasileiro, de TV aberta ou fechada.

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portfólio

Doug Lira Doug Lira começou como quase toda criança, desenhando os personagens clássicos da Disney e dos animes que assistia na TV. Trabalhou como ajudante de pedreiro, vidraceiro e camelô, antes de ter seu talento reconhecido. Hoje é possível ver os seus desenhos em revistas como MAD e Mundo Estranho. Foi em um dia chuvoso depois de ouvir da mãe: “Meu filho é um arstita!”, que se deu conta que mandava bem e acabou como ilustrador. Doug acredita que é muito importante sempre se atualizar: “Eu fiz uma série de cursos: desenho, ilustração, photoshop, quadrinhos, e até mesmo, mangá. Não acredito muito em ‘auto de data’, a não ser que a pessoa more em uma caverna e saia de lá desenhando como ninguém”, comenta o ilustrador.

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Conheça um pouco mais do trabalho de Doug Lira nas próximas páginas e não deixe de clicar nos links para ver mais do trabalho do ilustrador.



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links

Conheรงa melhor o trabalho de Doug Lira

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