Revista ZAZ Edição 59

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Centro Médico Rio Branco . Avenida Rio Branco, 942, sala 17. Zona 05 . Maringá . Paraná . CEP 87015-380 . 44.3029.7895 I 3029.7896


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Esse ano, o friozinho invadiu a nossa terra e o clima gostoso de inverno vem tomando conta dos nossos dias e noites. A ZAZ não podia ficar de fora e preparou uma super edição que combina, perfeitamente, com o cenário da estação fria. Fizemos uma viagem sem sair de Maringá. Pedimos a maringaenses e estrangeiros espalhados pelo mundo para que nos contassem um pouco de como vivem nos países de clima frio. Nossa idéia era perceber se o clima gelado e a falta de sol influenciavam o humor e o comportamento das pessoas. A resposta está na página 71. De fora, também, tem a reportagem sobre a cidade de Covilhã, em Portugal. É de lá que nos falou a estudante de jornalismo Monize Medeiros. Ela nos contou um pouco sobre esta que é uma das regiões mais bonitas do interior do país e que abrigou a seleção portuguesa durante a preparação para a Copa do Mundo, evento que também inspirou a nossa equipe nesta edição. Neste dias em que vamos ficar em casa ou escapar do trabalho mais cedo para assistir aos jogos, damos sugestões de pratos quentinhos e sensacionais, com tempero árabe; desvendamos todas as delícias da degustação do café; e preparamos umas dicas de como curtir os amigos nos dias frios e sob o clima de competição. Confira na nossa Galeria no Estúdio. Não nos esquecemos, também, de falar sobre uma das paixões do brasileiro, além do futebol: o carro! Edvaldo Magro, que entende tudo do assunto, fala sobre a evolução dos motores a álcool, mas sem deixar de nos alertar sobre a necessidade de manutenção dos motores movidos a etanol. Ainda temos um editorial de moda a la Hitchcock; design off-white de interiores by Ninha Chiozzini; e dezenas de dicas para você, sua casa e sua família entrarem no clima fashion do inverno.

Michalina@sxc

EDITORIAL


Rua Santos Dumont, 2311 Maringá – PR | Shopping Avenida Center Maringá – PR | Shopping Catuaí Londrina – PR.

Representantes em todo o Brasil / 44 3220-7400.

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Presidente executiva: Marceline Almeida Vice-presidente executiva: Patricia Bogdan

EXPEDIENTE

Publisher: Marceline Almeida Gerente de T.I. / Colunista: Vander Marques Designer: Sérgio Tavares Jornalista: Wilame Prado Produtora: Renata Peres Executivas de vendas: Diná Maria Zanatta, Tatiane Paula Pomini e Teresa Gaspareto e Thiago Bassan. Financeiro: Rie Marlene Inokuma Colaboradores da Edição 59 Jornalistas: Ana Paula Machado Velho, Edvaldo Magro, Luiz Fernando Cardoso, Monize Medeiros, Renata Mastromauro. Design: Fernando Nunes Fotógrafos: Allan Nascimento, Bulla Jr., Fábio Dias, Rafael Silva, Stella Brazil, Pedro Cruz, Ivana Oliveira e Fernando Nunes. Produtor de moda: Péricles Flores Assistentes de produção: Allan Nascimento, Isabela Amaral, Danilo Augusto e Renata Kuviatkovisk Beleza: Fernando Rodrigues e Flaviano Boarato Consultoria Comunicação: Ana Paula Machado Velho Direção de arte e fotografia no editorial de moda: Fernando Nunes Estratégia de negócios: Julimari Bonvechio de Oliveira Financeira: João Carlos Vilela Jurídica: OF & O - Oliveira Filho e Oliveira Advogados Associados OAB/PR 677 Capa Vander Marques e Sérgio Tavares. Modelo: Monika Ganem Fraguas, Renata Kuviatkovisk e Ricardo Michels Foto de Bulla Jr. Tratamento de Imagem: Pedro Nakamura Atendimento revistazaz@revistazaz.com.br Assinaturas assinaturas@revistazaz.com.br Comercial dina_comercial@revistazaz.com.br tatiane_comercial@revistazaz.com.br

A Revista ZAZ é uma publicação da Z/2 Editora Rua Guarani, 481. Fone: 44-3026-2121 CEP: 87014-040. Maringá-PR. Site: www.revistazaz.com.br Twitter: @revistazaz

marketer@sxc

Fale com a redação cartas@revistazaz.com.br



ÍNDICE 20 - ESPECIAL A hora e a vez do café expresso 28 - MODA Hitchcock

42 - ENTREVISTA Uma vida melhor para todos 47 - GALERIA NO ESTÚDIO Os donos do jogo

64 - GASTRONOMIA Comer no inverno é mais gostoso 71 - ESPECIAL Inverno no coração 81 - COPA DO MUNDO O passado ensina

84 - TURISMO Covilhã: a capital portuguesa da neve 89 - AUTOS Ligou, pegou

98 - DESIGN Por um inverno mais off-white 106 - COTIDIANO Quando eu crescer... 110 - AGENDA 112 - CINEMA 114 - CYBERBIT 116 - MÚSICA 123 - ARTE 2.0 130 - SHOPPING TRENDS 141 - SHOPPING KIDS 144 - SHOPPING CASA 164 - MAKING OF 166 - PONTO Z

blupton@sxc

151 - COLUNA SOCIAL






inverno portenho Avenida Colombo, vista do Stella Maris, em Mar del Plata, Argentina. A foto de ZD(@SXC) mostra que o fog não é exclusividade de Londres e a América do Sul tem invernos com charme de sobra.

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especial por Luiz Fernando Cardoso fotos Fábio Dias

A hora e a vez do

café expresso De uma meia dúzia de máquinas de expresso, realidade da cidade duas décadas atrás, hoje a bebida pode ser consumida em cafeterias especializadas, padarias, bares, restaurantes, lojas de conveniência (postos), lojas de chocolates finos, livrarias e faculdades

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‘‘Falta a Maringá um hábito inerente aos consumidores mais exigentes: beber o expresso na cafeteria. Algo comum em cidades como Curitiba e São Paulo. Essa prática seria a última etapa antes de um boom do café expresso na cidade’’ Paulo Roberto Podestá, proprietário da Cafeeira Maringá

Apontado como vilão pela sociedade médica, em um passado não muito distante, o café tem virado o jogo na medida em que novas pesquisas associam o consumo diário da bebida a uma vida saudável. Em um dos mais recentes estudos sobre o assunto, apresentado, no início de maio, pela Sociedade Europeia de Cardiologia, comprovou-se que tomar uma ou duas xícaras de café por dia pode ser benéfico para pacientes que sofreram infarto. Dos 374 pacientes avaliados, entre aqueles

com pressão arterial normal, o consumo diário de café reduzia em 88% os riscos de insuficiência cardíaca. Livre do velho estigma de que faz mal à saúde, o café passou de vilão a mocinho e seu consumo entre os brasileiros cresce em ritmo jamais visto. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) estima que o Brasil deve alcançar os Estados Unidos, em 2012, como maior consumidor mundial de café, totalizando 21 milhões de sacas. Projeção que, segundo o diretor-executivo da Abic,

Nathan Herszkowicz, leva em consideração um ritmo de crescimento do setor em 6% ao ano. O avanço do café, tanto no volume consumido quanto na qualidade da bebida servida, é percebido na multiplicação dos pontos de venda do café expresso (caffè espresso, do italiano) – a maneira top de servir café, preparado com a passagem da água quente sob alta pressão pelo grão moído. De uma meia dúzia de máquinas de expresso, realidade da Maringá de duas 21


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décadas atrás, hoje, a bebida pode ser consumida em cafeterias especializadas, padarias, bares, restaurantes, lojas de conveniência (postos), lojas de chocolates finos, livrarias e faculdades. E, cada vez mais, supermercados começam a oferecer essa opção a seus clientes.

exigentes. “Em ambos os casos, há todo um estudo para se chegar a um produto de alta qualidade”, explica. “Hoje, a realidade do café expresso em Maringá é como a do vinho há algumas décadas. Antes, não encontrávamos um bom vinho em qualquer lugar da cidade”, conta.

Baristas

O boom do expresso

Profissionais especializados em cafés de alta qualidade se dizem animados com o crescente interesse do maringaense pelo café expresso, a base para o preparo de cafés elaborados, que podem levar cremes e chocolates, misturas alcoólicas ou até suco de frutas. Na leitura de Paulo Roberto Podestá, proprietário da Cafeeira Maringá e representante da marca Treviolo Café, no Norte e Noroeste do Estado, o expresso segue o mesmo caminho do vinho na conquista de consumidores mais

Na opinião de Podestá, ainda falta a Maringá um hábito inerente aos consumidores mais exigentes: beber o expresso na cafeteria. Algo comum em cidades como Curitiba e São Paulo, essa prática seria a última etapa antes de um boom do café expresso na cidade. “Por enquanto, a gente percebe que o maringaense procura mais a padaria para tomar o café, embora o consumidor mais exigente já busque as cafeterias”. Segundo ele, é nas lojas especializadas que o cliente vai encontrar um expresso

preparado a partir de uma calculada mistura de grãos. Na Cafeeira Maringá, diz ele, o expresso é feito a partir de três tipos de grãos: Blend Mantiqueira, do interior de Minas Gerais, Blend Mogiana, do interior de São Paulo, e Blend Tejupá, do Norte do Paraná. Nas casas especializadas – as quais ele destaca ainda, em Maringá, Flor Café e Machiatto –, o consumidor também leva vantagem na carta de cafés. São entre 20 e 25 opções que vão desde o expresso tradicional, de 40 ml, até opções mais indicadas para o inverno. Entre elas está o café irlandês (irish coffee), inventado pelo chef Joseph Sheridan na década de 1940 e que leva uísque em sua composição. O repórter da ZAZ provou essa opção na cafeteria da Bom Livro, no shopping Maringá Park, e constatou o óbvio: o café irlandês é forte, esquenta e relaxa o corpo. Uma boa pedida após um estressante dia de trabalho.


O expresso barato

Na cantina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o expresso de 40 ml (expresso longo) é encontrado por apenas R$ 1,30. Já no Mercadão Municipal, o expresso sai por R$ 1,50. Na maioria dos locais onde o expresso é preparado, a xícara custa entre R$ 2 e R$ 2,50. Para quem não consegue passar um dia sequer sem tomar um café expresso caprichado, é sempre bom pechinchar.

A Ferrari das máquinas de expresso O preparo do café expresso requer, além de técnica, um bom investimento. Um bule italiano do tipo Bialetti, para se ter em casa, pode custar até R$ 300. O custo de uma máquina profissional – as chamadas máquinas de grupo –, no entanto, supera a casa dos quatro

zeros. Esse é o caso do equipamento top de linha, que em Maringá ainda é encontrado exclusivamente em um hotel. Segundo Paulo Podestá, na cidade apenas o Hotel Deville possui uma legítima Brugnetti, importada da Itália por cerca de R$ 20 mil – preço que varia de acordo com o câmbio. Todo barista sabe: essa máquina de grupo está para o universo do café como a marca Ferrari está para os automóveis. Podestá vai

além: no interior do Paraná não existem nem dez máquinas desse nível no mercado. “Ao apostar em um café de alta qualidade e uma máquina top de linha, o Deville sai na frente entre os hotéis da cidade”, conta Podestá. Na mão de um profissional qualificado, diz ele, o café extraído de uma Brugnetti é divino e talvez tão saboroso quanto guiar uma Ferrari. Um privilégio que está ao alcance do maringaense.

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Um pouco de história do cafÉ em Maringá Passados 63 anos de sua fundação, Maringá se rende ao fruto do cafeeiro, planta que foi a primeira base da economia local e ajudou a Cidade Canção a se tornar uma das mais prósperas do País. “Os primeiros anos de Maringá ocorreram sob a égide do complexo cafeeiro”, conta o escritor e historiador Reginaldo Dias. “Quando Maringá foi projetada, a área urbana estava limitada pela Avenida Colombo e pelo que chamamos de Perimetral Sul. No entorno, havia cafezais”. Segundo Dias, a área onde hoje fica a Universidade Estadual de Maringá (UEM) era uma fazenda de café. “Há vestígios das instalações ainda hoje”, acrescenta.

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edição inverno Muito além da SPFW e Fashion Rio Se alguém ainda não percebeu, chegou a hora de abrir os olhos para o mercado da moda brasileira. Com uma indústria que faturou US$ 47 bilhões em 2009 e que espera alcançar a cifra de US$ 50 bilhões até o final de 2010, foi-se o tempo em que falar de moda no Brasil limitava-se a citar os eventos ocorridos em São Paulo e no Rio de

Janeiro. Além das consagradas São Paulo Fashion Week (SPFW) e da Fashion Rio, grandiosos eventos de moda acontecem, desde 2005, também no Paraná, em Minas Gerais, no Distrito Federal, em Santa Catarina e em Pernambuco. Mesmo assim, vale lembrar que a SPFW ainda é o evento de moda mais

grandioso do País, movimentando, direta e indiretamente, cerca de R$ 1,5 bilhão em cada edição. Conheça os outros eventos de moda que se destacam por todo o Brasil:

Dragão Fashion Brasil, em Fortaleza (abril) Moda Recife (Segunda quinzena de setembro) Capital Fashion Week, em Brasília (25 a 28 de agosto) Minas Trend Preview, em Belo Horizonte (abril) Rio Summer (Segundo semestre de 2010) Casa de Criadores, em São Paulo (maio) Paraná Business Collection, em Curitiba (fevereiro) SC Moda Contemporânea, em Balneário Camboriú (março)

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Galeria No Estúdio

Apresenta

Os Donos do Jogo

Convidamos amigos para uma clássica sessão de jogos de inverno. Gamão, pôquer e até banco imobiliário fizeram parte do repertório. Como resultado, muito riso, algumas partidas despretensiosas e um ensaio fotográfico de primeira linha. Que comecem os jogos!

Fotos: Bulla Jr. Produção: Renata Peres Stylist: Péricles Flores Tratamento de Imagem: Pedro Nakamura Beleza: Flaviano Boarato Making of: Stella Brazil Assistentes: Isabela Amaral (produção) Renata Kuviatkovisk (stylist) Agradecimentos: Antiguidades Santa Mônica, Benvinda Casa, Beto Burim Decoração de Eventos, Bruna Macedo Ribeiro, Casa & Cia, Empório Ingá, Lacoste, Morana, Organne, Pity Marchese, Platty’s, Shooter 47


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As damas do Gamão Bruna Macedo Ribeiro, Edna Almodin e Neusa Gomes para o jogo de gamão: antes de tudo, porém, o chá, os biscoitos e muito bate-papo!

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Negócios Imobiliários

Márcio Becchi, Zeca Quirino e Fernando Farinazzo dividem a mesa numa disputada sessão de Banco Imobiliário. Qualquer semelhança é mera coincidência? Talvez! A descontração certamente foi real.

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Pôquer stars Ricardo Michels, Monika Ganem Fraguas, Claudenir Pires (Nenê/Platty’s) e Elton Fuentes (Santo Bar) são estrelas da partida. No desafio, a atmosfera inebriante e o tilintar do gelo no whisky não são o bastante para distrair os desafiantes: entre o blefe e as cartas, o desafio está lançado e um só olhar pode ser fatal!

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Poker faces. Galeria no EstĂşdio #59

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edição inverno Feijoada: é do Brasil! Num bonito sábado pela manhã, quase na hora do almoço, pegue teu carro, tua bike ou até mesmo, vá a pé dar umas voltas pelas ruas do centro de sua cidade. Não serão nem uma nem duas placas de hotéis, restaurantes, bares e até botecos oferecendo como opção principal a saborosa Feijoada - um prato tipicamente brasileiro. Ainda mais agora, nesses dias, em que o frescor do inverno atiça a vontade de se alimentar com comidas quentes. É difícil definir quem “criou” a Feijoada. Os relatos históricos são um tanto contraditórios. Todo mundo comenta que o prato surgiu na senzala. Os escravos juntavam os restos de carne suína, não apreciados pelos portugueses, com feijão ralo e farinha de

mandioca. Porém, o pesquisador Luís da Câmara Cascudo nos lembra, em sua obra clássica “História da Alimentação no Brasil”, que o consumo de feijão no País já era hábito dos bandeirantes paulistas e dos vaqueiros nordestinos. Mas isso pouco importa, quando estamos rodeados de pessoas queridas, com um prato recheado de feijão preto, carne seca, calabresa, toucinho, lombo, acompanhados do inseparável arroz branco e da bem temperada couve refogada. Há quem não dispense aquela pimentinha e uma boa cerveja ou caipirinha. E as laranjas? Fundamentais, após o almoço, para garantir uma boa digestão. Assim, não tem quem não queira ser brasileiro.

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O escritório de arquitetura RAFAA, da Suíça, desenvolveu o projeto Solar City Tower para as Olimpíadas do Rio em 2016. Nada foi aprovado ainda, mas se o projeto for executado a ilha de Catanduba, na Cidade Maravilhosa, ganhará uma “cachoeira urbana” de 90 metros. O projeto também prevê área de visitação, café, anfiteatro e uma central de administração da Vila Olímpica. Durante o dia, a torre captaria energia solar por meio de painéis localizados ao nível do solo (60m do nível do mar), na entrada da construção. A energia solar produzida seria aproveitada para bombear a água do mar para a torre. A cascata também seria utilizada para gerar energia durante o período noturno e poderia alimentar a Vila Olímpica e parte da cidade. Até um bungee jump retrátil foi previsto. Abaixo, um panorama do projeto da Vila Olímpica. Antes do sucesso nos jogos, estamos torcendo pelo êxito dos projetos. Dibulgação

projeto olímpico

RIO 20l6

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copa do mundo WILAME PRADO

lançados à área brasileira pelo genial Zidane, finalmente Thierry Henry, com um toque de primeira indefensável, fez com que a bola deslizasse bonita nas redes do pobre e indefeso goleiro Dida, em exatos 11 minutos e 10 segundos do segundo tempo daquela partida infeliz. Era o adeus do Brasil na copa de 2006. Nós, brasileiros, logo iniciamos as mil e uma teorias conspiratórias para tentar amenizar e, quem sabe, entender mais um fracasso perante o futebol “classudo” dos franceses. Tentamos culpar o lateral esquerdo Roberto Carlos, que, justo no cruzamento mágico de Zidane, resolveu parar a marcação e ajeitar seu meião, deixando Henry livre, leve e solto para estufar as redes brasileiras. Tentamos, ainda, jogar na cara do técnico Parreira que a culpa de mais uma Copa perdida se deu em função da sua apatia como

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No dia 1º de julho de 2006, um sábado, o Brasil todo se preparava para mais uma quarta-de-final pela Copa do Mundo, que estava acontecendo na Alemanha. Às 16h, a seleção brasileira encararia a seleção francesa, no Waldstadion, em Frankfurt. O dia e a hora da vingança tupiniquim estavam marcados. Finalmente, o brasileiro, com samba no pé e festa em verde e amarelo, poderia descontar a tristeza que passou na copa de 1998, quando perdeu, na final, o título de campeão do mundo para a França, de Zidade e companhia. Naquela tarde de sábado, a casquinha da pipoca ficou enroscada na garganta de toda uma nação brasileira, assim como o grito de gol. Pouco depois das 17h daquele funesto sábado, água foi derramada no guaraná dos torcedores do Brasil quando, depois de infinitos cruzamentos perfeitos

Fotos: Divulgação

O PASSADO ENSINA

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técnico e pelo seu marasmo no banco, quando, mesmo vendo o Cafu apático em campo, tardou em substituí-lo. Olhávamos para o rosto do travesso Ronaldinho Gaúcho e não conseguíamos entender como um jogador brilhante e com repertório imenso de firulas como ele não conseguiu emplacar um drible sequer nos defensores da seleção francesa. Pedíamos para Ronaldo, o fenômeno, nos explicar o que aconteceu, mas ele insistia em declarar que atitude não faltou por parte dos atletas que vestiram o manto amarelo do Brasil na competição de 2006. Em vez de treino, balada Nem Roberto Carlos, nem Cafu, nem Parreira, nem os Ronaldos. Na opinião do jornalista Milton Ravagnani, que cobriu a Copa da Alemanha em 2006, a culpa de mais uma amarga derrota do Brasil se deu em função da escassez de treinamentos e também da falta de seriedade por parte de

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toda a comissão brasileira. Crítico com relação à atitude do Brasil na copa de 2006, Ravagnani demonstra ceticismo quando o assunto diz respeito a uma possível conquista do título mundial na copa deste ano, realizada na África do Sul. “Vai depender, claro, de planejamento, de treinamento e de dedicação. Em Weiggis [na Suíca], quando o Brasil começou sua preparação para a copa de 2006, ficou claro que não iríamos a lugar nenhum. Era muita badalação, festa toda noite e nada de treino. Enquanto isso, as demais seleções encaravam o momento com seriedade. Se o Brasil tiver esse espírito, dificilmente perdemos esta copa. O problema é conseguir dispersar este espírito pelo grupo”, relata o jornalista. Desleixados, entreguistas e molengas Voltando para o hotel, Milton Ravagnani não escondeu sua decepção ao perceber que, outrora tão gentis e respeitosos,

alemães rasgavam sorrisos sarcásticos para cima dos, naquele dia, derrotados brasileiros. Entretanto, o jornalista ressalta que, desde aquele momento, percebeu que o brasileiro em si, o torcedor, o sofredor, o doente por futebol, em nada perdeu com aquela derrota da seleção brasileira. Perda maior foi do grupo de pessoas, incluindo atletas e profissionais do esporte, que representou a nação na Copa do Mundo Fifa 2006. “O Brasil não perdeu nada naquela Copa. Ao contrário, ganhou a possibilidade de sediar o evento em 2014. Os jogadores, estes perderam muito. Perderam o status de melhores e mais valorizados do Planeta para conviver com a terrível fama de desleixados, entreguistas e molengas. Se este grupo pensar bem nisso, talvez entenda a necessidade de levar a competição à sério”, critica Ravagnani.



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edição inverno A elegância ambientalmente correta do Furoshiki Melhor do que presentear alguém, é fazer isso de forma criativa e ecologicamente correta. Abandone aquele rolo de papel de presente, com sininhos e bolinhas, jogado no guardaroupa há séculos, e surpreenda as pessoas com o Furoshiki - técnica milenar japonesa de embrulhar objetos e que é considerada símbolo da cultura que reduz o desperdício, totalmente ecofriendly. Com técnicas que se assemelham ao Origami, o Furoshiki é usado como embrulho, sacola e até decoração. O resultado exala beleza, modernidade e muito bom gosto. Em tempos de se repensar o modo como lidamos com o

meio ambiente, embrulhar presentes ou se utilizar do Furoshiki no lugar das sacolinhas plásticas é, acima de tudo, muito chique. O Furoshiki, que vem ganhando força no mundo todo, popularizou-se também no Brasil. Não é difícil encontrar cursos em sites de artesanatos se propondo a ensinar a técnica. Quer fazer seu próprio Furoshiki? Para isso, é necessário ter um tecido quadrado. Seda e algodão são os tecidos mais comumente utilizados. Amarre as pontas do pano, faça um nó e pronto. O tamanho e as estampas do tecido ficam ao gosto da pessoa.

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O EXEMPLO DE MARINGÁ PARA A AMÉRICA LATINA Se um rolo de papel higiênico pode ser oferecido por apenas vinte centavos, por que a prefeitura compraria o mesmo produto, com a mesma qualidade, por trinta centavos? Quando pensamos em apenas um rolo de papel, os dez centavos a mais parecem irrisórios. Agora, multiplique isso pelo número de rolos de papel que uma prefeitura precisa para abastecer, durante um ano, todas as creches, escolas, hospitais e demais entidades públicas. O prejuízo será grande e, como todos sabem, quem arca com isso somos nós, pagadores de impostos. Mas esse problema pode ser evitado se a licitação editada pela prefeitura for produzida da melhor maneira possível. Para tanto, é preciso fiscalizar os responsáveis pelo processo e também capacitá-los, de modo que as compras essenciais do órgão público custem o menos possível. É justamente isso o que faz o Observatório Social de Maringá (OSM),

uma ONG ligada à Sociedade Eticamente Responsável (SER) e que atua há cinco anos no município e em outros lugares espalhados por diversos Estados brasileiros. Graças a esse trabalho, em 2009, houve uma economia aos cofres públicos de R$ 56 milhões. Por isso o OSM foi premiado no “Concurso Experiências em Inovação Social”, organizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas. Graças à conquista, o Observatório terá seu projeto divulgado em um livro, juntamente com outras ideias inovadoras, e servirá de exemplo para toda a América Latina. O sucesso do projeto foi tanto que, recentemente, uma comitiva da ONU (Organização das Nações Unidas) fez questão de visitar o Observatório e outras instituições de Maringá envolvidas com os projetos de cidadania fiscal desenvolvidos pela ONG.



por VANDER MARQUES

Quando eu crescer... Antigamente, quando se perguntava para uma criança: - O que você vai ser quando crescer? As respostas eram as mais variadas: bombeiro, veterinária, aviador, aeromoça, astronauta, doutor, professora, e por aí vai a lista, mas raramente ouvia alguém dizer “Presidente da República”, vereador, deputado, governador, muito menos senador. Em 1976, uma campanha publicitária criava a famosa Lei de Gérson. A propaganda dizia que uma determinada marca de cigarro era vantajosa por ser melhor e mais barata que as outras, e Gérson, ex-jogador da Seleção Brasileira da Copa 70, dizia, no final: - Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também. Essa foi a sua herança maldita para a população brasileira. Anos depois, Gérson assumiu publicamente seu arrependimento por disseminar tal ideia e de ter a imagem associada ao “jeitinho brasileiro” da malandragem e da maracutaia. Hoje, muitos acreditam que, entrando na política, poderão levar vantagem sobre os outros, reforçando assim seus fundos para investimentos em campanhas futuras com o chamado “caixa dois”. Deputados, governadores e senadores são cargos mais disputados do que vagas de concurso público ou das melhores faculdades brasileiras, tudo com olhares dúbios, defendidos por assessores, cabos eleitorais, cônjuges até sogras, ferrenhamente. A imprensa noticia escândalos em que vereadores são condenados a devolver milhões ao erário por nepotismo; prefeitos que, depois do mandato ou da reeleição, demonstram substanciais aumentos patrimoniais. Não vou dizer que todos políticos são assim, mas, atire a primeira pedra aquele cidadão que não tiver seu telhado de vidro.

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Foto: geezerpk@sxc

Escândalos, corrupção, prevaricação, perda do foco e da linha da boa conduta, essa é a visão de muitos brasileiros sobre os políticos de hoje




história da música

UM ANO SEM MICHAEL

Em 25 de junho de 2009 foi noticiado que Michael Jackson sofreu uma parada cardíaca, em sua casa em Los Angeles. Dias se passaram entre rumores e confirmações de sua morte. Não se podia esperar menos: a celebridade mais controversa da história da música mudou o tom de pele, casou-se, divorciou-se, alegadamente teve filhos legítimos louros de olhos azuis (depois confirmados como filhos adotivos), foi acusado de pedofilia, comprou os direitos autorais da discografia dos Beatles, jogou videogame com Macaulay Culkin, foi novamente acusado de pedofilia e manteve leal sua legião de fãs. Há quem diga que o pop morreu com Michael Jackson.

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As sombras de Marcello Grassmann

Quem estiver em Curitiba, até o dia 29 de agosto, pode conferir, no Museu Oscar Niemeyer (MON), a mostra “Sombras e Sortilégios”, de Marcello Grassmann, um artista que dedicou mais de setenta anos ao desenho e à gravura. Segundo o curador Antonio Carlos Abdalla, a mostra reúne desenhos, xilogravuras, litografias e gravuras em metal, feitos entre os anos de 1940 e 2008. São 420 obras das diversas fases de Grassmann. Dentre as obras selecionadas para a exposição, merecem destaque as coleções particulares de Ana Elisa Dias Baptista, James Lisboa, Lourdes Xandó Rosa e Pedro Hiller. O MON fica aberto à visitação das 10h às 18h, todos os dias da semana, menos segunda-feira. O ingresso custa R$ 4 inteiro e apenas R$ 2 para estudantes com carteirinha. Imperdível! Endereço: Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico.

“O santo e a porca” no Calil

Anote em sua agenda: nos dias 23, 24 e 25 de julho, o teatro Calil Haddad, em Maringá, apresenta a divertida e deliciosa peça teatral “O santo e a porca”, comédia inspirada em uma obra escrita, no ano de 1957, por Ariano Suassuna - um dos maiores escritores brasileiros. Dirigida por João Fonseca (diretor de “Gota d´água” e “Pão com mortadela”), a peça, que ganhou nova montagem encenada pelo grupo carioca “Limite 151 Companhia Artística”, traz no elenco Élcio Romar, Gláucia Rodrigues, Marco Pigossi, Nedira Campos, Marcio Ricciardi, Janaina Prado e Nilvan Santos. Ano passado, a montagem conquistou o Prêmio de “Melhor Figurino” (Ney Madeira), da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR), e foi indicada ao Prêmio Shell nas categorias de “Melhor Figurino” e “Melhor Atriz” (Gláucia Rodrigues). Os ingressos estão disponíveis na Livraria Espaço Maringá Park. Na primeira apresentação, programada para o dia 23 de julho ,às 21h, o preço de R$ 30 será promocional. Nos dias 24 (às 21h) e 25 (às 20h), a meia entrada custará R$ 30, a inteira R$ 60, e ingressos promocionais R$ 40.

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No intuito de incentivar a reflexão sobre o design sustentável, a Bienal Brasileira de Design chega a Curitiba, a partir de setembro, com propostas inovadoras e que prometem atrair um público maior e mais diversificado. Diferentemente dos eventos passados, a Bienal ocorrerá em vários locais da capital, englobando espaços expositivos institucionalizados e também espaços públicos, onde o movimento de um grande número de pessoas é dado como certo. Para esta Bienal, já estão programados um seminário internacional, além de uma série de palestras e oficinas que estão sendo pautadas de acordo com alguns objetivos do evento, como: estimular uma maior percepção por parte da sociedade no que diz respeito à importância do design na vida das pessoas; promover a democratização do uso do design; e difundir a cultura da sustentabilidade no design, levando em consideração fatores ambientais, econômicos e sociais. Com curadoria geral de Adélia Borges, a Bienal Brasileira de Design 2010 acontece entre 14 de setembro e 31 de outubro. Mais informações no site: www.bienalbrasileiradedesign.com.br/ bienal2010.

Bienal do Design

Um tchau para os Scorpions

Quem não prestigiar o show da banda quarentona Scorpions, programado para acontecer em São Paulo no dia 19 de setembro, talvez nunca mais poderá conferir, ao vivo, o som dos músicos alemães, que ficaram conhecidos graças ao sucesso da bela canção “Still Loving You”. Esta será a turnê de despedida do grupo. O Scorpions aproveita para divulgar seu novo álbum, “Sting in the Tail”, lançado neste ano. O aviso para o show vem com antecedência porque os ingressos, que custam de R$ 100 a R$ 600, já começaram a ser vendidos. Para conferir de perto o show da banda que vendeu mais de 100 milhões de discos no mundo todo, reserve seu ingresso neste site: premier.ticketsforfun.com.br.

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por THIAGO RAMARI

Deixa Ela Entrar Suécia/2008 Direção de Tomas Alfredson Distribuidora: Ainda não definida

Apesar de a indústria cinematográfica estar saturada de filmes sobre vampiros, alguns títulos merecem atenção. Um deles é “Deixa Ela Entrar”, cujo roteiro, assinado por John Ajvide Lindqvist, abdica das abordagens óbvias em prol de um drama denso envolvendo um menino de 12 anos e uma vampira que aparenta ter a mesma idade, interpretados por Kåre Hedebrant e Lina Leandersson. Em um cenário tomado pela neve, os dois personagens se conhecem, tornam-se melhores amigos e logo começam a viver uma espécie de romance, que, de tão ingênuo, acaba por ganhar o espectador. A densidade está no fato de que, ao mesmo tempo, a vampira, para se manter viva, protagoniza uma série de assassinatos. Ao todo, o filme já venceu mais de 35 prêmios em festivais de cinema. Em breve nas locadoras.

Repulsa ao Sexo Inglaterra/1965 Direção de Roman Polanski Distribuidora: Pandora Filmes/ Globo Vídeo

Um dos trabalhos mais perturbadores da filmografia de Roman Polanski, diretor consagrado de cinema que nasceu na França, mas que cresceu na Polônia. Interpretada por Catherine Deneuve no início da carreira, Carole enfrenta dificuldades para se relacionar com homens, por conta da timidez. No entanto, ao mesmo tempo em que se afasta daqueles que tentam se aproximar, agindo quase sempre de forma indiferente, a personagem se entrega, a sonhos eróticos, nos quais é estuprada por um desconhecido. Essa personalidade contraditória se revela e atinge o ápice nos dias em que Carole fica sozinha no apartamento que divide com a irmã mais velha. O elenco também traz John Fraser, Ian Hendry e Yvonne Furneaux. O filme venceu o “Prêmio Especial do Júri”, no Festival de Berlim, ocorrido na Alemanha, em 1965.

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O longa-metragem que deu a décima sexta indicação ao Oscar à atriz Meryl Streep faz com que o espectador vá direto para a cozinha logo depois da apresentação dos créditos finais. Motivo: o filme é uma cinebiografia das norte-americanas Julia Child e Julie Powell, cujos maiores feitos se deram com a ajuda de um fogão. A primeira, interpretada por Meryl Streep, revolucionou a culinária ao lançar o livro de

receitas “Mastering the Art of French Cooking”; a segunda, vivida por Amy Adams, chamou a atenção da mídia décadas depois ao relatar, em um blog, as tentativas de preparar cada um dos pratos desse livro. Além das atuações carismáticas das duas atrizes, vale destacar a trilha sonora, assinada pelo compositor francês Alexandre Desplat. As músicas inspiram qualquer pessoa a se arriscar na cozinha.

Julie & Julia EUA/2009 Direção de Nora Ephron Distribuidora: Sony Pictures

Abraços Partidos Espanha/2009 Direção de Pedro Almodóvar Distribuidora: Universal Pictures do Brasil Ao lado de “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999), “Fale Com Ela” (2002) e “Má Educação” (2004), “Abraços Partidos” está na lista dos filmes mais dramáticos do cineasta espanhol. No entanto, há um diferencial: Almodóvar fez deste título o mais metalinguístico, indo além dos personagens extravagantes e dos

detalhes cenográficos que caracterizam seu trabalho. No decorrer do romance proibido entre a atriz Lena (interpretada por Penélope Cruz) e o diretor de cinema Mateo (Lluís Homar), Almodóvar inseriu, por exemplo, várias referências à comédia “Mulheres à Beira de um

Ataque de Nervos” (1988), que o tornou mundialmente conhecido. Blanca Portillo, Lola Dueñas e Rossy de Palma (há anos não fazia uma ponta nos filmes do diretor espanhol) também integram o elenco.

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por LUIZ FERNANDO CARDOSO

BLOG www.thebobs.com

“And the Oscar goes to...”. A emissora pública alemã Deutsche Welle divulgou, recentemente, os ganhadores do “The BOBs 2010”, prêmio conhecido como o Oscar da blogosfera mundial. “Ushahidi”, blog em inglês que se dispõe a elaborar mapas de regiões de catástrofe fazendo uso de dados fornecidos por telefone celular e serviços de mídia social, foi eleito como o “Melhor Weblog”. Em época de grandes catástrofes – a maior delas o terremoto no Haiti – “Ushahidi” ganhou projeção mundial ao oferecer um serviço de grande valia à imprensa. Conheci o prêmio “The BOBs” em 2006, quando estagiei na redação da DW, em Bonn, e acompanhei de perto o criterioso processo de escolha dos blogs e blogueiros vencedores. A escolha é extremamente profissional e conta com jurados do mundo todo, inclusive do Brasil, que são convidados pela DW a viajar à Alemanha para a cerimônia de entrega, este ano realizada no teatro Friedrichstadtpalast, em Berlim. Para concorrer ao “The BOBs 2011”, basta registrar, gratuitamente, sua página na blogosfera da DW. Conheça o blog vencedor (em inglês): www.ushahidi.com

ENTRETENIMENTO pt.stickeralbum.fifa.com

Estava na redação, com meus afazeres de repórter, quando ouvi o editor comentar: “o Cristiano Ronaldo eu já tenho, quero ver se consigo trocar com alguém”. Como? A frase não fez sentido algum, pois ele olhava para a tela do monitor como se estivesse olhando para um álbum de figurinhas. E realmente estava! Para difundir o gosto pelos tradicionais álbuns impressos e atrair a atenção dos aficionados colecionadores, a Fifa (entidade máxima do futebol), em parceria com a editora Panini e com a Coca-Cola, lançou um álbum virtual em seu site. O internauta faz o cadastro, gratuitamente, e passa a receber diariamente certo número de figurinhas. As repetidas podem ser trocadas com outros usuários, de vários cantos do mundo. Na home page da Fifa, basta clicar onde diz “Álbum de Figurinhas Virtual da Panini” e se divertir. O bom é que o site da Fifa tem versão em português e o álbum de figurinhas, também.

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TOP SITE contasabertas.uol.com.br

Ao participar do curso de extensão “Investigando o Gasto Público”, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), tive conhecimento do importante trabalho realizado pelo “Contas Abertas”, entidade sem fins lucrativos, que reúne lideranças da sociedade civil interessadas em fiscalizar e divulgar as execuções orçamentária, financeira e contábil da União, dos Estados e dos municípios. No site da ONG, estão podres relatos de nossos governantes no que se refere ao uso do dinheiro público, ou seja, o nosso dinheiro. Precisa de mais um motivo para ter o “Contas Abertas” entre seus favoritos? Grandes reportagens denunciando desvios, por exemplo, já recorreram aos serviços do site. Arruda que o diga.

REDE SOCIAL www.skoob.com.br

Em tempos de redes sociais para todos os gostos e finalidades, há aquelas que se propõem a conectar as pessoas por suas leituras em comum. Desconhecido, mas pretensioso, “Skoob” já destoa como a maior rede social (em português) dos assíduos leitores de livros. No site, o skoober (como é chamado o usuário) diz o que está lendo, o que já leu e o que pretende ler. Seus amigos fazem o mesmo e todos compartilham opiniões e críticas sobre os livros. Cada usuário possui uma estante e, por meio dela, apresenta a outros skoobers suas preferências literárias. O sistema permite à pessoa saber a taxa de compatibilidade de leitura com seus amigos e, por meio de um “paginômetro”, descobrir quantas páginas já leu na vida, considerando, é claro, os livros cadastrados em sua estante. É uma rede social de presença obrigatória para bons leitores, como os da ZAZ.

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por THALES AFFONSO

Artista: John McLaughlin Álbum: Floating Point A fusão entre o jazz e a música indiana, que são duas grandes influências consolidadas ao longo da carreira de John McLaughlin, define o espectro sonoro de “Floating Point”. O desenvolvimento do jazz-fusion foi testemunhado pelo lendário guitarrista inglês, que participou deste processo ao lado de Miles Davis. McLaughlin atuou ao lado de outros grandes nomes do jazz, como Dave Holland, Charlie Haden, Chick Corea, Airto Moreira, Stanley Clarke, entre muitos outros. Para John, que é adepto ao hinduísmo, a cultura indiana está presente não apenas na música. Em 1971, fundou a “Mahavishnu Orchestra” - o que já demonstrava seu interesse pela cultura hindu. Gravado na Índia, com a participação de grandes músicos daquele país, “Floating Point” une timbres, fraseados e concepções desses dois universos musicais. Um exemplo é a faixa “Raju”, em que as melodias do sitar elétrico se mesclam ao jazz-fusion, com bateria e baixo frenéticos, de maneira surpreendente. Muito virtuosismo e uma concepção musical extremamente madura fazem deste álbum um dos melhores da carreira de McLaughlin.

Artista: Corinne Bailey Rae Álbum: The Sea O recém-lançado álbum da cantora inglesa reafirma a qualidade de seu trabalho. Com um timbre suave e característico, Corinne demonstra ter amadurecido, utilizando ainda melhor a extensão de sua voz. Sua interpretação também está mais introspectiva e as letras mais profundas, fato que pode ser atribuído à morte de seu marido durante as gravações. A melodia tocante do primeiro single, que se chama “I’d Do It All Again” (Faria tudo de novo), alterna-se com baladas mais movidas, que conferem um clima mais leve. Com influências do soul e do jazz, “The Sea” traz uma instrumentação que se adequa às melodias leves e privilegia a voz da cantora.

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Banda: Pata de Elefante Álbum: Na Cidade

Música instrumental acessível e rock de qualidade são duas características no mínimo incomuns em uma mesma banda. Não para a Pata de Elefante, formada em 2002, que lançou o primeiro álbum, homônimo, em 2004 e, em 2007, “Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha”. Apesar da tradicional formação em power trio (guitarra, baixo e bateria), a banda gaúcha se diferencia pelo fato de dois dos músicos se revezarem entre os instrumentos de corda. A primeira faixa do novo disco, lançado este ano, começa com uma levada funk e a distorção característica da banda. Como o próprio nome indica, “Na Cidade” é um disco urbano e dançante, mesmo nos momentos mais introspectivos, como na calma balada “Um Pouco Antes de Dormir”. Faixas como “Squirt Surf”, “Pesadelo no Bambus”, “Sai da Frente” e “À Luz de Velas” mostram claramente a influência da surf music, geralmente aliada à consistência do rock’n roll. “Na Cidade” pode ser baixado gratuitamente no site da Trama Virtual.

Banda: Uakti Álbum: Águas da Amazônia O nome “Uakti” deriva de uma lenda amazônica sobre o herói dos índios “Tukanos”, que vivem às margens de rios como o Tiquié e o rio Negro. Coincidência ou não, Philip Glass escolheu o “Uakti” para interpretar “Águas da Amazônia”. As composições, encomendadas pelo Grupo Corpo (importante grupo de dança de Belo Horizonte), foram entregues a Marco Antônio Guimarães, que as adaptou ao instrumental do “Uakti”. Guimarães é fundador, principal arranjador e compositor do grupo mineiro. Além disso, ele próprio constrói os instrumentos, indissociáveis à identidade do “Uakti”. São instrumentos não convencionais, produzidos a partir de materiais do cotidiano, como tubos de PVC, madeira, metais, garrafas plásticas, vidro, entre outros. A riqueza timbrística dos instrumentos originais, somada ao esmero dos arranjos e à dimensão minimalista da composição de Glass, fazem de “Águas da Amazônia” um álbum excepcional, quase surreal. As melodias fluem como águas calmas de um rio (nove das dez faixas levam o nome de um rio da Amazônia). Na faixa “Japurá River”, por exemplo, os timbres parecem sonorizar um sereno sonho. O trabalho mais recente do “Uakti” foi a composição da trilha sonora para o filme “Ensaio Sobre a Cegueira”, dirigido por Fernando Meireles.

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edição inverno LEVE SEUS FILHOS AO MUSEU Extasiada, a criança olha uma xícara de porcelana bastante antiga e parece, por meio do brilho dos seus grandes olhos, estar em uma viagem alucinante ao passado, talvez fazendo até comparações mentais com aquilo que a professora de História a ensinou sobre uma época distante do Brasil. Essa cena realmente aconteceu na mostra “Maringá e sabor: o café e o desenvolvimento”, que ocorre no Museu da Bacia do Paraná, localizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Quem pôde presenciar a reação do garoto foi a técnica em assuntos culturais do museu, Laura Chaves, que, ao vivenciar casos como esses, passa a acreditar ainda mais no importante papel que os museus têm na formação social, educacional, histórica e artística das crianças.

Por ano, aproximadamente sete mil pessoas visitam o Museu da Bacia do Paraná. Em função das visitas agendadas regularmente serem feitas por colégios de Maringá, o público principal é formado por crianças, que têm a oportunidade de, logo cedo, começarem a se desenvolver culturalmente, através das atividades propostas pelo museu. As visitas feitas por crianças aos museus, afirma Laura Chaves, estimulam o conhecimento, a cultura e o saber histórico de uma maneira prazerosa e, muitas vezes, lúdica. “As crianças vivem, na prática, o que aprenderam nos mecanismos mais formais da escola. O museu, como atividade complementar da escola, tem um apelo visual muito forte para o aprendizado”, diz. Portanto, não pense duas vezes na hora de levar seus filhos ao museu.

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Arte 2.0 por SÉRGIO TAVARES pesquisa RENATA PERES E STELLA BRAZIL

O artista plástico Paulo Brabo (e-brabo.com) e o óleo sobre tela Fantasy: num país onde a televisão exerce uma influência tão maciça, a realidade desejável é a mediada pelo tubo catódico. 123


The kind Assassin, óleo sobre tela de Paulo Brabo: o estilo de Hitchcock se encontra, para além dos vestígios do crime, nas paredes e na perspectiva vertiginosa da imagem. A solitude do claustro de um aristocrata qualquer é tão desconcertante quanto bem-humorada.

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Uma Itaipu de texturas metálicas e tecnocracia: acima, The Axis, de Nilton Quoirin (flickr.com/ photos/quoirin). Abaixo, em Sulfur hexafluoride, o emaranhado de encanamentos lembra a estética fantástica do suíço HR GIger. Quoirin, no entanto, faz seus trabalhos em fotografia HDR. Em Margem Esquerda, na página seguinte, a usina, tema do ensaio.

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FICHA TÉCNICA FOTOS: GIULIANO ANTUNES PRODUÇÃO: ALLAN NASCIMENTO E RENATA PERES

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SAPATO VIA UNO PARA GENKO MULHER. BOTA DUMOND PARA GENKO MULHER.

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Dica: “O que posso dizer sobre fotografia de ambiente e decoração de interiores é que exige do fotógrafo um olhar apurado para identificar uma composição harmônica e equilibrada que valorize o trabalho do designer/arquiteto, além das características dos objetos utilizados (texturas, formas, cores...), tentando explorar da melhor maneira possível a iluminação natural e, claro, a iluminação projetada pelo profissional, buscando um certo equilíbrio, um clima, uma atmosfera que tenha a ver com o ambiente projetado.”

Fernando Rodrigues é maquiador e, desde o ano passado, é colaborador da ZAZ. A maquiagem do ensaio de moda desta edição é mais um dos seus belíssimos trabalhos na área da maquiagem. Dica: “A referência neste último ensaio da ZAZ foi uma make própria para luz contínua, uma luz de teatro, usada nas fotos. O diferencial nessa make são os traços fortes para dar mais expressão, com o realce de traços em maxilar, olhos, nariz e também uma iluminação especial de beleza e realce de pontos de luz.”

Foto: Stella Brazil

Foto: Allan Nascimento

Foto: Allan Nascimento

makingof

Fábio Dias, jornalista, fotógrafo e professor, colaborou nas últimas quatro edições da revista. Na ZAZ 59, participou com seus cliks em reportagens, ensaios de moda e design.

Bulla Jr., formado em Psicologia, sem, porém, nunca atuar, é professor e fotógrafo há 13 anos, atuando na área de moda, publicidade e retrato. Colaborador da revista desde 2006, na edição 59 da ZAZ produziu, mais uma vez, a prestigiada Galeria no Estúdio. Dica: Uma dica para quem está começando na fotografia? Dedicação eterna, pois, como disse Felix Nadar, retratista do século XIX “a técnica da fotografia se aprende em 15 minutos, mas, para aprender a fotografar, leva-se a vida toda”.

Neste espaço, apresentamos alguns colaboradores que contribuíram com a produção da revista. Aqui, o leitor conhece esses profissionais e ainda ganha dicas importantes relacionadas ao meio em que atuam.

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