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MODA Verão com romantismo e ousadia dos anos 60

ENTREVISTA Renata Cheim conta como é comandar a Segurança Pública em Goiás

CASA ZELO Cinema inspira projetos da Mostra Ambientar 2010




ZELO EXPEDIENTE Edição geral Rosângela Motta Edição Ranulfo Borges Edição de Fotografia Ângela Motta Diagramação Vinícius Alves Revisão Fátima Tolêdo Projeto Gráfico Carlos Sena

Ranulfo Borges

Ângela Motta

Astero Motta

Alice Galvão

Pablo Kossa

Kell Motta

Daniel Almeida

Max Miranda

Adevania Silveira

João Camargo Neto

Carla Guimarães

Nathália Fiorotto

Emiliana Azambuja

Roberta Brum

Sandro Torres

Neilton Fernandes

Vinícius Alves

Fátima Tolêdo

Jornalista Responsável Astero Motta (JP - 2233) Zelo em Brasília: Kell Motta (61) 9915-5115 Pré-impressão e Impressão Gráfica Formato Motta Editora Ltda Telefone: (62) 3259-6510 www.zelodigital.com.br contato@zelodigital.com.br A revista Zelo não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados por seus colaboradores e não tem vínculo empregatício com os mesmos.

MODA

Marcos Manzutti

Colaboradores: Ranulfo Borges, Pablo Kossa, Adevania Silveira, João Camargo Neto, Alice Galvão, Neilton Fernandes, Marcos Manzutti, Emiliana Azambuja, Fátima Tolêdo, Ricardo Lima, Carla Guimarães, Max Miranda, Daniel Almeida, Vinícius Alves, Roberta Brum, Nathália Fiorotto, André Moreira e Sandro Torres

A modelo Veerla Monkerhey (Global Models) foi fotografada por Neilton Fernandes, beleza de André Moreira, produção e styling de Marcos Manzutti. ZELO 4



ZELO

Editorial edição que você tem em mãos foi feita com muita dedicação e esforço. Sabemos que a condição fundamental para obtermos êxito é aliar o trabalho àquilo que acreditamos e amamos. A vontade de fazer o melhor gera um campo magnético positivo, atraindo coisas e pessoas boas para perto de nós. E a Zelo, durante sua trajetória, tem conseguido arrebanhar pessoas que têm esse poder, de talento e amor pelo que fazem. Neste número, trazemos o especial Mostra Ambientar 2010, que reúne o trabalho apaixonado e criativo de arquitetos, designers de interiores, paisagistas e artistas plásticos, que buscaram na magia do cinema inspiração para a criação dos ambientes. Ainda no especial Casa Zelo, os executivos Ilésio Inácio e Joaquim Barbosa revelam suas expectativas para a Ambientar deste ano e da importância da mostra para a cidade. Renata Cheim, atualmente à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP), abre espaço na agenda para falar sobre carreira, vida em família, vaidade, namoro e consumismo. Conta que não planejou ser delegada nem secretária, mas abraçou a carreira com paixão. Em Gastronomia, a chef Emiliana Azambuja nos deleita com uma receita maravilhosa de frutos-do-mar, inspirada na poetisa Cora Coralina. Um belo ensaio de moda assinado por Marcos Manzutti, Neilton Fernandes e André Moreira também recheia este número. Na sessão turismo, um passeio pelo Rio Quente. E, para finalizar, conversamos com os brothers Fernando e Humberto Campana. É do Fernando o pensamento: “O trabalho amplia meus horizontes.” O nosso também, Fernando. Boa leitura!

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Rosângela Motta

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Entrevistapública em Goiás Renata Cheim Artigo Pablo Kossa Casa Zelo Especial Ambientar Entrevista Irmãos Campana

Turismo Rio Quente Resorts

Gastronomia Emiliana Azambuja

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FOTO: NEILTON FERNANDES



FOTOS: ÂNGELA MOTTA

ENTREVISTA

“Missão dada é missão cumprida” João Camargo Neto ilha, mãe, namorada, delegada, secretária, mulher. Renata Cheim, atualmente à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP), não planejou ser delegada nem secretária, mas abraçou a carreira com paixão. A dedicação a projetou. Tanto que hoje ocupa uma das pastas mais pesadas e expressivas do governo estadual. Renata Cheim é graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Ela já integrou o Grupo Anti-Sequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandou a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc). Cheim também esteve à frente da Gerência de Análise da Informação da SSP e atualmente estava no Grupo Especializado de Repressão a Narcóticos (Genarc). Na entrevista a seguir, ela fala à Zelo sobre carreira, vida em família, vaidade, namoro e consumismo.

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Secretária de Segurança Pública, Renata Cheim: trabalho focado no lado social

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Como foi quando a senhora começou a trabalhar como delegada de polícia? Eu nem imaginava. Sou filha caçula, única mulher. Meus dois irmãos são seis anos mais velhos que eu. De repente, me vejo com inscrição em concurso para delegada de polícia. Já estava me preparando, mas almejava o Ministério Público. Como já estava em nível de estudo muito bom, passei na primeira fase para delegada. Uma das fases é exatamente o curso de formação. Você vai para a Academia de Polícia, onde acontece o estágio final. Gostei muito das matérias que eram ministradas. Entre elas, investigação policial, defesa pessoal, armamento e tiro. Me apaixonei realmente. Percebi que não faria nenhum outro concurso. Como delegada, seria uma realização pessoal. Tomei posse. Meu pai disse que não criou filha para colocar revólver na cintura. Contrariei toda uma posição familiar. E, à época, ainda era casada com um juiz. Quebrei barreiras em casa, no casamento, enfim. Fui para o interior. Comecei a trabalhar nas cidades pequenas, como todo delegado. Fui me destacando no que realizava, porque sempre fiz com muita paixão. A que a senhora credita a sua nomeação na Secretaria de Segurança Pública? Em primeiro lugar, Deus coloca as coisas certas no caminho da gente. Durante toda a minha carreira, procurei sempre trabalhar e pensar na minha função social. Mesmo sendo delegada. A função do delegado é prender, sempre causando dor a alguma família. Sempre procurei nesse ambiente, mesmo quando prendia alguém, dar acolhimento à família, filho, criança. Talvez esse seja o retorno na minha carreira. Trabalhei com muito afinco e responsabilidade, sem ter dia, hora, nem pensar que tenho filhos pequenos em casa. Tenho um de 7 e um de 8. Moram comigo. Certa vez, para acompanhar o desenvolvimento de um sequestro, saí da delegacia com a roupa do corpo e voltei oito dias depois. Eu não questionava se era mulher,

mãe, esposa. Sabia que tinha uma missão a cumprir e cumpria. Os frutos estão sendo colhidos agora. A senhora é delegada e sucede um advogado. O caminho das ações é outro por causa das carreiras diferentes? Viemos de outras administrações. Mas, na realidade, os trabalhos que estão sendo desenvolvidos agora fazem parte da colheita de frutos de outras gestões. Eu já participei da secretaria. Fiquei um ano na assessoria. Percebemos e trabalhamos para que mais investimentos fossem conseguidos no federal. Agora chegaram e foram aplicados. Com a aplicação desses investimentos, conseguimos reduzir um pouco a criminalidade. Conseguimos também a confiança dos policiais para que possamos pedir que aumentem a carga horária, que vão à rua, que trabalhem ainda mais do que trabalhavam. Isso está acontecendo. Percebemos várias ações da Polícia Militar aqui na cidade. Isso foi um pedido da secretária. Os policiais entenderam bem essa solicitação e a cumpriram. O resultado é a redução da criminalidade. O pedido de uma secretária tem mais apelo que o pedido de um secretário? Não sei se é mais fácil, mas eu tento. Você se irrita com estas comparações e/ou perguntas sexistas? Não. Se me incomodassem, eu não teria chegado onde eu cheguei. Desde que entrei na carreira, já dei de cara com a frase do meu pai. Um filho seria normal, mas a caçula dele não. A primeira vez que cheguei em casa com dois armamentos pesados nas mãos, meu pai assustou muito de ver que eu estava com aquilo dentro do carro. É uma imagem diferente. Cabe à mulher se posicionar, trabalhar melhor que todos e mais. Essa é a função da mulher. Se um homem está à frente de uma alta posição, é natural, é melhor. Se a mulher ficar na normalidade, não é tão boa. Ela tem de ser melhor. Tem de produzir mais para ser elogiada ou para ter

seu trabalho reconhecido. O que a agradou mais: trabalhar com grupo antissequestro ou com repressão às drogas? Narcóticos. O antissequestro é uma função extremamente perigosa. Você só tem sucesso se estiver com o refém vivo nas suas mãos. A droga, não. Se você tem deslize, o que é natural em qualquer carreira, o carregamento passa e você ainda o pega lá na frente. Com o antissequestro, se você tiver um deslize, o refém morre. A delegacia mais difícil por onde passei foi a antissequestro. Lá se trabalha com vidas e o risco é muito sério. Você está nas mãos dos bandidos, faz o que eles querem, age de acordo com a ação deles. No entorpecente, você tem todo um trabalho de inteligência e tem o tempo a seu favor. A senhora está na Polícia Civil há dez anos. Já sofreu preconceito por parte dos colegas? Talvez no começo, quando ainda não me conheciam. Hoje não mais. Sabem que sou profissional, sempre fui para a rua com os policiais. Nunca fiquei na mesa esperando-os chegar. Sempre saí com eles, acordei às cinco da manhã, entrei nas residências, pulei muro. Sempre fiz questão de participar de treinamentos. Até mesmo porque acredito que tenho de estar preparada para qualquer eventualidade, resgate de refém. Entrei com eles nos cativeiros. Passamos por tudo juntos. Por isso tenho uma equipe que me acompanha aonde eu vou. Na Antissequestro, ouvi comentários de que droga era fácil, será que eu conseguiria resolver um sequestro? Em menos de uma semana, o primeiro foi desencadeado e conseguimos resolver sem pagamento de resgate. Consegui manter o índice de 100% de sequestros resolvidos. E fora do trabalho, como é sua rotina? A senhora se cuida, faz exercícios, é vaidosa? Sou vaidosa. Me cuido. Vou para a academia. Isso me faz bem. Se estou acima do peso, me preocupo, me cuido um

“Sou profissional. Sempre fui para a rua com os policiais” ZELO 9


pouco mais. Peso 59. Minha altura é 1,65. Vou ao dermatologista, ao dentista, mas isso é para a minha satisfação pessoal. Sou meio exigente comigo, meu trabalho, meus filhos, bem virginiana mesmo. Antes de entrar na secretaria, ia para a academia, fazia aula das 7 às 8 horas e, às 8h30, já estava trabalhando. Ultimamente, confesso que não consigo ir à academia. Não sou muito estressada, preocupada. A rotina aqui é muito pesada. São vários compromissos. Tenho de atender agenda até as 19 horas. Há, ainda, à noite, compromissos, solenidades. Para isso, você tem de estar sempre arrumada. Principalmente a mulher, que tem de estar com a escova em dia, a roupa adequada. Homem coloca um terno e fica muito bem. As pessoas não reparam. A mulher é diferente. Se ela vai a uma solenidade hoje e é vista e fotografada e repete a roupa em outra, as pessoas reparam. Qual é a sua frequência no salão? Cabelo duas vezes por semana. Unha, uma vez. Meu cabelo é longo. A imagem que uma pessoa que está trabalhando tem de passar é séria. Tem de ser cabelo mais arrumado, não pode ser encaracolado, com ar de sensualidade, que não é o que quero passar. Quero passar ar de profissional. Mesmo se o cabelo natural da delegada for encaracolado, ela tem de alisar? Se não alisar, que prenda. Cabelo solto, talvez, seria mais adequado para sair à noite, ir ao shopping. É história igual à da primeira entrevista de emprego, de passar confiança, seriedade. Como é a sua alimentação? A senhora está sempre com uma fruta e uma barra de cereal na bolsa ou, se não deu para almoçar, pede MCDonalds? Não sou neurótica. Adoro comer de tudo. Só que depois fico com peso na consciência. Adoro me alimentar, carne, adoro doce. Tento evitar fritura. A senhora consegue sair numa boa, não teme ser reconhecida por alguém que investiga? Quando eu era delegada, me diziam que eu tinha de tomar cuidado, que eu

saía muito e sozinha. Eu vou à feira, faço supermercado. Só evitava correr na rua e andar de bicicleta com meus filhos. Achava que aí já era um pouco demais. As outras atividades, eu fazia. Sempre dirigi sozinha. Hoje não mais. Enquanto o risco era só com a minha vida, não tinha muito medo. Tomava os cuidados necessários com os meus filhos. Hoje já ando com escolta, não frequento mais os lugares que frequentava, não vou mais a bar. Não com medo de ser reconhecida, mas se acontece um assalto, acho que vou prejudicar toda uma área de segurança. Tenho de me preservar um pouco mais. Não faço mais as coisas que fazia. É a minha profissão. Estou representando 22 mil policiais. Já me cobro mais. Fico mais tranquila. Se saio, vou com escolta e para lugares bem mais fechados, tranquilos, com família. Que lugares a senhora gosta de frequentar? Gosto de comer bem. Então, tem locais que já sei o que pedir. Risoto do Cerrado do Piquiras. É unanimidade. Adoro sanduíche do Burger King. Amo. Gosto muito das coisas naturais do Bapi, onde costumo comer durante a semana. Gosto muito também do Bahrem, que é um bar novo em Goiânia, mas tem cozinha muito boa. Gosto da comida nordestina do Paim. Destes, quais a senhora teve de abrir mão? Quase todos. Isso pesa? Pesa, pesa. Mudei meu estilo de vida. Até o meu filho diz que não está gostando do emprego novo da mamãe. Ficamos limitados. Eles também. A senhora já entrou na reta final de um

governo e sabe que, ao menos de início, o fim do seu trabalho como secretária é o dia 31 de dezembro de 2010. No entanto, se for convidada a continuar, qual vai ser a sua resposta? Acho que não gostaria. Sou delegada de polícia. É o que sei e gosto de fazer realmente. Tenho paixão pelo que faço. O convite feito pelo governador foi para que eu ficasse com ele. Saio com ele. Por lealdade, respeito e foi a missão que me foi confiada. Missão dada é missão cumprida. Falamos muito isso. Minha missão é essa. Quero cumprir com todas as minhas forças e sair. Qual é a primeira coisa que a senhora quer fazer quando deixar de ser secretária? No réveillon, acredito que ainda estarei trabalhando. Mas em janeiro quero fazer viagem com meus filhos que estava programada para setembro, que era levá-los à Disney. Estava praticamente paga. Tive de cancelar. Em janeiro pretendo passar um mês com eles lá.

“Não frequento mais os lugares que frequentava” ZELO 10


“O que gosto de fazer não é ser política. Sou policial” Hoje não faço mais, embora tenha vontade. Não tenho mais esse direito de correr algum tipo de risco para me divertir porque os meninos são pequenos e precisam de mim. Rali é uma paixão que tenho. Já consegui algumas vitórias. Tinha uma parceira muito boa. Neste momento está suspenso. A senhora é consumista? Depende do quê. Com sapato eu sou. Não tenho muitos. Talvez uns 40 pares. Gosto muito, mais do que roupa. Mulher gosta muito de combinar. Gosto de combinar o terno com a cor do sapato. Seu ex-marido é um bom pai? Excelente. Principalmente agora, que estou muito ausente, pedi que ele me desse apoio. Tem resolvido com maestria. A senhora é comumente cantada? Como reage? Não.

Renata Cheim junto aos brasões das instituições da Segurança Pública: pasta com mais de 20 mil funcionários

Por causa da profissão, a senhora sempre lidou com a morte. Como é sua relação com a morte? Nunca passei situações muito graves. A senhora já matou? Nunca. Nem feri. Mas já estive em equipes que tiveram de alvejar um bandido na minha frente. Tenho tanto foco com a missão e tanta responsabilidade nas ações que estão a minha volta, porque se um policial atirasse, a missão era minha, e eu não me preocupava. Só com a legalidade do que estava acontecendo. Já participei de troca de tiro, mas preocupada em comandar, porque a responsabilidade era minha. Nunca me preocupei em morrer. O único momento que tive medo foi quando fui assaltada. Foi quando realmente tive muito medo de morrer, única e exclusivamente pelos meus filhos. Não nas operações policiais. Quando tive meus filhos, revi meu posicionamento. Antes de eles nascerem, eu saltava de asa delta, estava me preparando para pular de paraquedas.

Mas já recebeu cantadas no ambiente de trabalho? Nunca. Isso nunca aconteceu. Nem sutilmente? Às vezes, uma piadinha: “Ah, eu queria ser preso.” Como a senhora reage? Com a piada leve, temos de sorrir. Preso era encaminhado para a minha sala. O policial o ameaçava, dizendo que o levaria para a delegada para ver o que ele falaria. O preso vinha com medo. Quando abria a porta e olhava para mim, eu via que ele aliviava, sentava, começava a conversar, às vezes contava, às vezes não. Já teve piadinha de preso com policial: “Nossa, a sua patroa é bonita.” Policiais sempre saíram em minha defesa, com respeito. A senhora namora policial. É mais fácil ser compreendida? É mais tranquilo. A senhora tem atitude? Tenho. Até demais, mas o início do ZELO 11

namoro partiu dele. Já estou com 35 anos de idade. Sou muito tranquila. Antes de ser convidada, almejava assumir o órgão? Não, de forma alguma. Foi realmente uma surpresa. Não imaginava um dia ser secretária. Muito menos que fosse agora. Quando recebi o convite do governador, foi surpresa muito grande. É uma pasta muito pesada. Hoje as três maiores secretarias do Estado estão nas mãos de mulheres: Educação, Saúde e Segurança. Coincidentemente, por que as senhoras são técnicas, ou por que fazem parte de uma cota? Não exclusivamente pela cota. Ele achou as pessoas certas no momento certo. É tão adequado e correto, que estive na secretaria como assessora um ano. Quando saí, comecei a desenvolver trabalho na Denarc e voltei para a secretaria. Sua pasta tem mais de 20 mil servidores públicos e a senhora é filiada ao PP. Já ensaiou, inclusive, candidatura à Câmara de Vereadores. Este número elege deputado. A senhora tem pretensões políticas? Não foi falta de estrutura. Faltou vocação. Fui convidada. Pensei muito a respeito. As pessoas da Polícia Civil me encorajaram, dizendo que vale a pena. Na hora agá, vi que não tenho vocação, amor para lutar por esta causa, não tive coragem de abrir mão da minha carreira. Penso muito por e para quê? Por que ser vereadora? O que gosto de fazer não é ser política. Sou policial. Sou delegada. Hoje vejo que minha decisão foi correta. O que está lendo e o que gosta de ouvir? Estou lendo As 48 leis do poder. Gosto de ouvir de tudo: bossa nova, MPB, sertanejo, pop americano. Sou bem eclética. Aos finais de semana, frequenta a cozinha? Não muito. Gostava, quando estava morando na minha casa, tinha as minhas panelas. Cozinho até bem. Agora, morando com a minha mãe, por questão de comodidade, porque ela mora na rua da escola dos meus filhos, não tenho mais inspiração para cozinhar. Gosto de receber as pessoas em casa. Agora parei. Deixei de lado. Z


POR AÍ... Rosângela Motta

- rosangela@zelodigital.com.br

Emi, o restô

Casa Cor Brasília Sempre à procura de novos desafios, os arquitetos Tânia Franco e William Hanna participam da Casa Cor Brasília 2010, com o espaço “Lúcio Costa Café”, em homenagem ao arquiteto e aos 50 anos de Brasília. “Todo o trabalho foi feito baseado no estilo modernista, principal característica de Lúcio Costa”, explica a arquiteta. O café terá 180 m² e contará com telão de automação, área para fumantes, jardim vertical e espaço para degustação das delícias do La Boulangerie.

Quando se fala em gastronomia, Emiliana Azambuja já alçou altos voos nos quatro cantos do País. Num de seus pousos pela Bahia, ela abriu o À Brasileira, sucesso em Itacaré. Agora, Emiliana se debruça no restô Emi Cozinha Emocional, uma tendência cada vez mais atraente à maioria dos bons chefs. Emiliana conta que se enveredou pelo caminho da culinária ainda criança, influenciada pela família. “A cozinha me foi apresentada desde pequena, um caminho que encontrei para viver minhas paixões e devaneios”, diz ela. Nas criações da chef, pratos típicos do cerrado ganham novas formas. FOTO: PAULO REZENDE

Está aberta para visitação pública, no Palácio da Cultura, na Praça Universitária, a exposição Polivalente, do arquiteto e artista plástico Marcelo Peralta. O artista apresenta pinturas e desenhos executados sobre pranchas de skate e telas que retratam o cenário e a arquitetura urbana da cidade de Goiânia.

Durante uma turnê pelos Estados Unidos, a empresária Edina Negri (foto) pesquisou e pinçou a dedo mimos originais para sua loja Ideias em Forma, no Shopping Bougainville. Com peças utilitárias e decorativas, de uso pessoal ou para casa, a loja está recheada de objetos atrativos. Cada peça tem um significado, símbolo e função.

Documentário Jornalista Ranulfo Borges estreia em breve documentário sobre o movimento estudantil em Goiás, produzido com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Com depoimentos e imagens de arquivo, além de registros atuais, o filme resgata a história e os personagens do movimento, discutindo também o papel dos estudantes na atualidade. Entre os entrevistados, estão Aldo Arantes, Pedro Wilson, Tarzan de Castro, Denise Carvalho, Renato Dias, Gil de Paula, além de outros militantes da antiga e da nova geração. Edição é de Renato Prado e realização, da produtora Nonanuvem, da diretora Uliana Duarte Alves.

Trio em festa Polivalente

Ideias originais

Ivani Barroso, Bené Pires e Inês Mes têm muito a comemorar. O Le Touche, referência em conceito, beleza, estética e bem-estar, festeja 13 anos de sucesso. Além do Le Touche (que vai muito bem, obrigada), o trio brinda ainda a boa fase do Jour de Spa, espaço obrigatório para quem busca passar um dia agradável, com dedicação e atenção especiais. ZELO 12


MODA FOTOS: DIVULGAÇÃO

Marcas goianas na passarela do DF BSB Mix, famoso mercado alternativo de Brasília, comemorou a chegada do seu 14º ano de existência com um superdesfile no Pontão do Lago Sul. No line up, três criadores de Goiânia, Adevania Silveira, Marcos Manzutti e Marcos Queyroz, da Crioulo, apresentaram looks da coleção Primavera-Verão 2012. Juntamente com as marcas goianas, desfilaram Polka Dotz e So Cute, além de Fabricio Viana, Ággoras e João Queyroz, que fizeram história no BSB Mix. O curitibano radicado em Goiânia Marcos Manzutti tem quase duas décadas de produção e styling para confecções goianas. Autodidata, o estilista apresentou um desfile conceitual, com vestidos para a noite repletos de brilho. O ápice foi um longo em tecido paetizado com pegada destroyer. A cara da marca. A marca Adevania Silveira surgiu em 2007, criada pela jornalista Adevania Silveira. Paulista, há 20 anos em Goiânia, Adevania é pós-graduada em Fashion Design pelo Istituto Europeo de Design. Ao criar a marca, Adevania se inspirou no desejo de oferecer uma roupa que fosse exclusiva, inovadora e atemporal. A coleção “Amèlie Poulain vai a Campinas” foi inspirada na produção francesa “O Fabuloso Destino de Amèlie Poulain” e no centenário bairro de Campinas. As texturas e as cores são o foco principal da coleção, num trabalho laborioso de aplicações e recortes. Já a Crioulo tem à frente o estilista Marcos Queyroz, que também conduz a marca do irmão João Queyroz, morto em 2008, famoso entre os brasilienses. Marcos faz uma moda irreverente em vários formatos e estilos, trabalhando com a malha e tecido plano e com parcerias de artistas plásticos para conceber estampas superoriginais (AS). Z

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Marcos Manzutti: desfile-conceito para vestidos de noite

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Adevania Silveira: delicadeza nas texturas e detalhes que enriquecem a peça

Crioulo: o tropicalismo das cores dá o tom da coleção


ARTIGO

Uma pergunta simples a todos os candidatos Pablo Kossa pablokossa@bol.com.br

e você não mora em Marte, sabe que o Brasil vive agora o clima de campanha eleitoral. Está pegando fogo a correria pelo voto. Pelo seu voto, amigo. Todos os candidatos estão gastando cachoeiras de dinheiro em pesquisas qualitativas para tentar compor o discurso que agrade você, nobre eleitor. A coisa funciona mais ou menos assim: os caras pagam uma equipe para ir às ruas e ver o que a população precisa. Com esses dados em mãos, eles prometem aquilo que a maioria deseja. Isso deixa o candidato com cara de antenado, de quem está realmente vivendo a realidade daquela cidade. Até aí, tudo perfeito! Candidato tem que saber mesmo o que o povo deseja. O problema é só um: ninguém nunca explica de onde vão tirar dinheiro para fazer tudo aquilo que prometem e prometem e prometem. E o dinheiro para isso tudo? Queria saber qual a conta que eles fazem para essa dinheirama toda que não para de ser prometida. Vamos pegar o exemplo mais próximo de nós, a eleição em Goiás. Todos os candidatos estão prometendo horrores, fazendo um verdadeiro leilão de quem dá mais. Eles falarem as coisas, tudo certo. Mas eles vão fazer? Hummmm...... Confesso que tenho minhas dúvidas. Diariamente, vemos na imprensa que o governo estadual está com sérias dificuldades de caixa. Problemas para pagar fornecedores, empresas estatais à beira do colapso, apertos dos mais variados e vindos de todos os lados. Das duas hipóteses, só uma pode estar certa: ou o governo do Estado está mentindo que o caixa está quebrado ou os candidatos estão mentindo ao prometerem tanto. Deixo que você faça sua escolha. O fato é que deveria ser aprovada uma lei onde o cara, durante a própria campanha, tivesse que falar de onde iria tirar o dinheiro para cada promessa. Mais ou menos assim: – Amigos, vou construir essa estrada ligando esses dois prósperos municípios. Para isso, vou aumentar o ICMS da carne, beleza? Ou então poderia ser assim também: – Nobre povo dessa cidade tão querida, vamos sim construir uma agência desse serviço público que o povo daqui tanto clama. Para isso, vou fechar aquela agência do município vizinho e trazer a estrutura para vocês. Tudo certo? O que quero deixar claro é que a conta é simples. Não tem dinheiro sobrando no Estado de Goiás. Fato. Então para fazer algo ou eles terão que aumentar um imposto ou terão que fechar alguma coisa para que sobre uma grana. E as duas soluções são politicamente impopulares. Ou seja, não é assunto para ser tocado em época de campanha. E já que eles não falam disso, não custa nada nós aqui ficarmos perguntando, não é mesmo?

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Tira o tubo

fashionmania Adevania Silveira

- adevaniasilveira@terra.com.br

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Clone

Anel da KidViskous e saca-rolhas da Fred & Friends

Barbas do profeta Nem os gatinhos e passarinhos da Miu Miu que viraram hits no verão 2010 foram capazes de conter a febre dos bigodes. Sim, eles estão na moda, mas não de verdade! Mas em acessórios, joias, bijus ou utilidades domésticas. Mr Pringles e Luigi em alta? O mais interessante e chamativo lançado até agora foi o anel criado por KidViskous, marca americana perita em peças superlúdicas e descoladas. Melanie Favreau fez colares; LittleAngels, uma peça com corrente de prata e pingente preto; Rachael White, da Desmitase, criou peças luxuosas em ouro e a também divertida Fred & Friends lançou saca-rolha inspirado no bigode. Escolha o seu.

Largada As datas da 18ª edição do Fashion Rio e da 30ª edição do SPFW já estão definidas. O Calendário Oficial da Moda Brasileira tem início com o Fashion Rio, que será realizado de 11 a 15 de janeiro, nos armazéns do Pier Mauá. O Rio-ÀPorter, salão de negócios de moda e design oficial do evento, começa em 12 de janeiro e terá três dias de duração. Em São Paulo, de 28 de janeiro a 2 de fevereiro, no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera, acontece o SPFW.

Mais um item para chamar a atenção do consumidor: manequins à imagem e semelhança de modelos superfamosas. A C&A lançou a moda convidando Isabeli Fontana para ser sósia dos manequins E-Models que já estão espalhados pelas lojas da rede. A Expor Manequins é a empresa que inventou os E-Models, cuja tecnologia consiste em criar um manequim com base em informações do escaneamento em três dimensões. A manequim fica muito fiel à imagem real. O de Isabeli é exclusivo da C&A, que pagou pelos direitos de uso da imagem da modelo, mas a empresa comercializa os manequins com outros modelos, a preços similares aos convencionais.

Fashionmania ficou sabendo 1 - O Estúdio Fbaq da ilustradora e estilista Fabiana Queiroga mudou de endereço e agora funciona num espaço muito bacana bem pertinho do Shopping Bougainville. Fica na Rua 30, no Setor Marista. Além disso, inaugurou loja virtual no site www.fabq.com.br. Outra novidade é que junto com o estúdio funciona o Soopa, escritório dedicado à ilustração e ao design, cujo conceito é o bom humor e a irreverência. 2 - A Louis Vuitton e a cineasta Sofia Coppola lançam juntas no próximo mês uma nova linha de bolsas. O modelo tem tamanho médio com alça curta e outra para ser usada no ombro. Estará disponível em cinco cores e materiais diferentes. Vamos ver o precinho, né? 3 - Renata dos Santos, super-megacompetente jornalista de moda e tendência de O Popular, fez vários cursos na área em São Paulo e está a mil em sua nova função de personal stylist. Ela sabe das coisas. ZELO 15

Bom, a cena já foi ao ar há algum tempo, mas ainda penso no vestido de noiva assinado por Glória Coelho que a personagem Melina Gouvêia, de Passione, desperdiçou ao desistir do casório com o maquiavélico Fred. Glória contou que se inspirou na rainha Elizabeth I, da Inglaterra, por isso o vestido de cetim de seda pura e organza foi complementado por dois colares, um deles bordado com cristais.

Põe o tubo Agora, gente, a personagem de Mayana Moura é fashion ao extremo. Tudo nela é na base do “cada mergulho é um flash”. Apareceu com um piercing em formato de asa de anjo dourado que cobria toda a orelha. Imagina se todo mundo não ia querer... Depois tem aquelas unhas meia-lua, também conhecida como francesinha inversa, que voltou com força total. Ah, e ainda têm os batons eleitos, rosinha e vermelhão, todos da MAC, e o corte de cabelo, um Chanel modernizado, que a turma do contra bate o pé e diz que é Playmobil. Isso sem falar no figurino arquitetônico, bem a cara da Glória Coelho.


Só para Homens - joaoncamargoneto@gmail.com

Reformulação

FOTOS: DIVULGAÇÃO

João Camargo Neto

Água A H.Stern lançou dois novos modelos de relógios Next. Depois do sucesso que foi a primeira versão, com referências ao automobilismo, a joalheria apresentou relógios com inspiração no universo náutico.

Cheiro Com foco no público formado por homens decididos, cultos e urbanos, os perfumes Opinion e Blue Lazer Men, da Paris Elysées, acabam de chegar ao mercado.

Para poucos O Audi TT White é a nova opção que a marca alemã oferece para os admiradores de carros esportivos. Criado especialmente para o mercado brasileiro, o modelo tem série especial limitada de apenas 15 unidades e se destaca pela utilização de diversos componentes de design exclusivo pintados na cor preta (brilhante e fosca), em contraste à cor branca da carroceria.

Brasileiros

Solteiros executivos

Brahma fechou parceria inédita com o maior time do Centro-Oeste para 2011. Acordo com o Goiás Esporte Clube inclui placas nos campos de treinamento e materiais de pontos de venda.

A Brookfield Incorporações está realizando uma série de eventos de moda, gastronomia e fotografia para divulgar o empreendimento K Apartments, futuro lançamento na cidade.

O Boticário reformulou a linha Men – a mais completa do mercado – e apresentou novidades com tecnologias avançadas e praticidade para o dia a dia. A primeira novidade na reformulação é a fragrância dos produtos, que passou a ser mais suave.

Biotipos Gordinhos devem preferir cortes retos de jeans. Baixinhos ficam bem com calça de cintura alta. Jeans mais pesados, encorpados e rígidos aumentam o volume. Por isso, ficam melhores para magros e altos.

Candidatos A linha da Mahogany Cosméticos está sendo indicada pelos marqueteiros de plantão. Trata-se do kit shampoo e condicionador da linha Silver Gray para cabelos grisalhos. Não é tintura. Por isso, devolvem a cor natural dos fios. Indicada para políticos que buscam aparência mais jovial.

PREMIER Ficou de fora do programa Na Pista, da MTV, que mostrou boates de Goiânia, mas o The Pub é um dos melhores lugares da cidade para dançar. Fernando Carvalho e Patrick Costa estão à frente da casa noturna, que reúne @s mais descolad@s da Capital às sextas-feiras e aos sábados. No fim de agosto, o projeto Leitura para Cidadania – modalidade Livro Vivo, iniciativa da editora Paulus em parceria com

outros órgãos de apoio à cultura –, distribuiu 30 mil livros para as crianças da região metropolitana. Pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard afirmaram recentemente que as primeiras horas de sono são as mais importantes para a saúde do cérebro. Para dormir melhor e “malhar o cérebro” é necessário colchão confortável, durador, adaptável ao corpo e que tenha muita qualidade. ZELO 16

Maior evento de jogos do País, Brasil Game Show acontece nos dias 20 e 21 de novembro no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. 12 de dezembro é a data de encerramento da 29ª Bienal de São Paulo. Fevereiro é previsão de inauguração de hotel da Accor na República do Líbano, no Oeste. Mais uma vez, Zezé Di Camargo comemorou aniversário em Goiâ-

nia, com show no Golfe Clube. A Azul Cargo, unidade de carga da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, inaugurou loja em Goiânia. Estudo do Instituto Trata Brasil revela que renda do goiano aumentaria 7,9% com o acesso ao saneamento. Enquanto Renner tenta se eleger senador por Goiás, Rick lançou Mais que pai e filho, com o primogênito Victor, de 22 anos.


OPINIÃO

Para que arte? Cena se torna mais favorável para criadores e para quem quer investir na área SANDRO TORRES

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Stickers (adesivos) de Mateus Dutra levam arte do grafite para as ruas de Bogotá, na Colômbia, e a intervenção Coral de Árvores, de Divino Sobral, instalada no Bosque dos Buritis, em Goiânia: manifestações culturais tomam conta das ruas

enho repetido em algumas conversas informais e também em palestras que participo sobre o tema mercado de arte que as pessoas estão sendo compelidas a consumir arte. Feio usar o verbo “consumir” e “arte” na mesma sentença? Talvez, mas o que percebemos é um fenômeno recente que os hábitos da modernidade estão voltando a eleger arte como símbolo de status, ou seja, compulsoriamente as pessoas estão consumindo mais arte. Mesmo por que as novas mídias e manifestações estéticas estão emaranhadas em nosso cotidiano. Por exemplo, é quase impossível parar em um sinaleiro sem ter que assistir a um microespetáculo circense de malabarismo ou caminhar pelas ruas e não observar os grafites tomando conta das caixas de energia, hidrantes, bocas-de-lobo, e muros em ruínas. Não dá pra não ver as vinhetas criativas multimidiáticas na televisão, nas revistas, nos jornais. Estamos falando sobre a invasão da criação, das manifestações culturais, dos recursos artísticos em nossas vidinhas. Os impermeáveis culturais poderiam pensar: “Oh, céus, mas o que fazer para combater isso? Não pedi pra fruir dessa arte! Quero minha parte em dinheiro!” Por incrível que pareça, muitas pessoas não sabem onde colocar as artes, os artistas nas suas vidas. Ou os veem de forma glamorizada, romantizada, além do alcance, ou exatamente o oposto: diminuem o artista, rechaçam a convivência. Arte é investimento, sim! Pecuniário; diletante; poético; sanitário. Nobres ou não, motivos de se investir não faltam. E também só dizem respeito ao próprio indivíduo fruidor, afinal, a teoria mais sincera de apreciação da arte é a da empatia: se a obra o emociona, lhe diz algo, é válida. E justifica sua existência. Não importando se é bela, se é esteticamente intrigante, se é vanguardista, se é vermelha com bolinhas amarelas. Minha dica pra quem quer se iniciar no meio das artes ou até mesmo iniciar uma coleção com rigor e qualidade é, em primeiro lugar, procurar aconselhamento profissional – existem estudiosos, curadores, artistas experientes e críticos para isso –; outra dica é criar repertório visual através de visitas a museus, galerias e, se tiver acesso, a ateliês; a internet também é uma ótima ferramenta de pesquisa. Alguma leitura

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sobre história da arte também não faz mal a ninguém. Feito isso, qualquer um passa a desenvolver o próprio feeling a ponto de fazer suas apostas. Obras em suportes tradicionais; papéis são mais baratos, porém originais, prevalecendo sempre em valor agregado às gravuras, prints e outros múltiplos. E arte é, assim como outros investimentos, uma questão de prioridade: deixe de ir ao pedicuro, tomar uns birinaites, comprar o par de tênis da moda e o dinheiro vai sobrar pra comprar desenho de artista bacana ou para a prestação de uma obra mais cara. Verá como vale a pena.

PAUSE Muito bem, o argumento está alinhavado, a premissa já está estabelecida, o sujeito e o predicado subentendidos, mas toda narrativa precisa de um conflito. É aí que entram os vilões da cena artística. E não são poucos, mas só pra listar alguns: falta de apoio governamental, falta de interesse do cidadão médio, falta de informação de alguns profissionais que vendem arte, o que acarreta num desserviço, falta de sensibilidade do empresariado – salvo raras exceções -, que ainda não enxergou arte como fator agregante em seus empreendimentos. Enfim: falta! A transformação está acontecendo; a cena está mais favorável: os artistas estão mais otimistas com os novos espaços para exposições – pequenos ou alternativos ou sofisticados ou virtuais – que estão mexendo com as possibilidades de mercado. Claro que cabe a cada artista encontrar seu nicho e investir nele. Vivemos também o momento político de transição, o que sempre traz esperança na renovação do pensamento e nas atitudes. Governo tem obrigação de dar exemplo; tem de estabelecer políticas culturais – de qualidade – que contemplem inclusive a fatia mais pobre da população; tem de promover a inclusão, levando artes plásticas, cinema, música e literatura para as periferias. Os museus oficiais do Estado e do Município, respectivamente MAC e MAG, abriram suas pautas para novas propostas de exposições nas temporadas 2010/2011. Ok, isso é obrigação de museu... mas o MAC não o fazia há anos! A preocupação que fica quando se realiza algo em quantidade é com a qualidade, mas isso não pertence à grande maioria. Os profissionais da área, os críticos, os especialistas que se ocupem dessa tarefa de tentar separar o joio do trigo. Mas quem faz isso de forma implacável e definitiva é o tempo. Este sim nos demonstra quem justificou a que veio. Z


Conexão Europa Roberta Brum

FOTOS: DIVULGAÇÃO

- robertabrum@hotmail.com

Kate Moss dá adeus à Topshop

Smoking Attitude

No próximo dia 10 de outubro, Kate Moss lança sua última coleção para Topshop. Depois de três anos e 13 coleções, o fim das colaborações – apesar de não surpreender – deixa perguntas no ar. Não é nenhuma surpresa porque a loja é a grande rainha do fast fashion. E fast fashion costuma durar uma só estação! De toda forma, o que não fica bem claro é se as coleções já não vendem como antes, se a boa relação de Moss com o dono da loja está afetada ou – como adoram fofocar os tabloides ingleses – a herdeira do império, While Green, vai substituir Kate. Oficialmente, Topshop disse que as coleções tomam muito o tempo da modelo e que ela tem outros compromissos. Seja como for, o projeto teve uma repercussão brilhante e deixa na moda o sabor das intermináveis filas na porta da loja principal em Oxford Street a cada lançamento de coleção.

Enquanto os brasileiros se adaptam às leis antifumaça e os ingleses – como caxias que são – congelam os dedinhos para fumar do lado de fora dos pubs, na Espanha nada mudou… ainda. O Congresso debate uma lei antitabagista, mas a polêmica é grande, já que o hábito está totalmente relacionado com a cultura dos espanhóis, principalmente dos jovens… O debate público se intensifica por pressão dos defensores da saúde, que mais se parecem ETs por não “praticar” um hábito tão comum. Enquanto isso, o tabagismo passivo mata cerca de 3 mil pessoas por ano no país, segundo dados do El País.

Moda a tre dimensioni Por várias vezes me indignei quando diziam que a internet substituiria os jornais e revistas. Mas no fundo sabia que o papel precisava se reinventar. E aí está: Vogue Italia em 3D! A capa da revista de setembro e a matéria “Visão de feminilidade” – que traz a modelo australiana Miranda Kerr fotografada por Steven Meisel – estão apresentadas nesta tecnologia que os leitores podem apreciar somente com os óculos especiais. Vogue Italia se promove como “uma revista que escapa de suas próprias páginas para converter-se em realidade nas mãos de seus leitores.” Confira aí: www.vogue.it/en/magazine ZELO 18

Fotos de Testino O museu madrileño Thyssen-Bornemisza vai mostrar 54 imagens do acervo pessoal e profissional de Mario Testino, um dos melhores fotógrafos de moda do mundo, na exposição "Todo o Nada", que começa dia 21 de setembro e vai até 9 de janeiro.

Michele Obama As férias da primeira-dama americana Michele Obama na Costa do Sol espanhola mexeram com o descanso de muitos turistas. Como é de praxe, seu forte esquema de segurança isolou áreas públicas para o passeio dos Obama e desfilou cães farejadores e armas pesadas. O grande entretenimento das revistas espanholas foi analisar cada outfit da primeira-dama, além das suas boas maneiras e protocolo. Michele foi criticada por levar a filha a um almoço com os reis ao qual supostamente deveria ir sozinha.


CASAZELO ESPECIAL AMBIENTAR 2010 Cinema inspira projetos da mostra de decoração




CONFORTO

Home sério, clássico e

contemporâneo FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Arquiteto recorre à história do cinema para criar espaço capaz de acomodar até 35 pessoas

Flávio Paraguassú: projeto mostra atualidade do estilo art déco, que inspirou os primeiros prédios de Goiânia

João Camargo Neto arquiteto Flávio Paraguassú sempre começa seus projetos pela cor, o que considera uma brincadeira. Na edição de 2010 da Mostra Ambientar, onde assina o Home, localizado no piso inferior, a julgar pelas cores, o espaço ficou bastante sério. Ele apostou em tonalidades escuras, mais “masculinas”, como o criador as define. Verde limão, aplicado às poltronas, não é uma cor neutra, mas também não é arrega-

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lada. “Aqui, transmite sobriedade. Misturei com outros tons para ficar mais suntuoso. Quando carrego de tons escuros, o ambiente fica sóbrio”, informa Flávio. A proposta era deixar o home com ar clássico e, na mesma proporção, aconchegante. O propósito, permeado também de muito bege e marrom, cumpre seu papel. A seriedade, em parte, é para que o visitante seja arremessado aos tempos áureos ZELO 22

do cinema, quando cores vivas não eram usuais, até mesmo porque as telas projetavam em preto e branco. A entrada, reproduzindo a antessala de uma projeção, já é um convite para o que Flávio chama de “sensação de cinema antigo”. Seu objetivo, logo de início, é fazer remissão à espera de cinema que existiu no boom das salas de exibição da sétima arte. Tudo muito diferente das filas e bom-


Cores sóbrias e tecnologia de ponta promovem mistura entre clássico e contemporâneo. Convidados têm vista privilegiada da tela em qualquer ponto do salão

boniéres que predominam nas salas de hoje. Na entrada do ambiente, só mobiliário de antiquário, para fazer jus à proposta. “São peças realmente antigas dos tempos áureos do cinema”, explica o arquiteto. O clássico, no entanto, fica resumido aos primeiros passos no ambiente. A outra parte, que compõe o grande salão, é contemporânea. “Faço uma viagem no tempo, desde o início do cinema até a sua evolução e a sua chegada a nossa casa, por meio dos aparelhos de tevê”, conta.

Moderno O Home não tem nada de óbvio. O visitante vai, de fato, se ver em um ambiente ao mesmo tempo antigo, com clima de cinema do século passado, e em um espaço atual, com o que há de mais moderno em tecnologia de ponta de automação, imagem e som. Ao todo, 35 pessoas se acomodam confortavelmente no ambiente. “Exagero, né!?”, provoca o autor. Os assentos são dispostos nos quase 80 metros quadrados da sala. Eles são espalhados de forma a não atrapalhar a visão de ninguém. Quem está na mesa de jantar aos fundos consegue assistir, com a mesma perfeição, a reprodução na ponta do Home. Também o faz com a mesma qualidade quem está no meio, sem que cabeças à frente atrapalhem as de trás.

Só depois de idealizar o layout do Home é que Flávio Paraguassú foi atrás de seus parceiros, fundamentais para a montagem do ambiente. Haus, loja de mobiliário contemporâneo recém-inaugurada, foi a principal fornecedora de móveis para o ambiente de Paraguassú nesta edição. Casa Mix forneceu objetos. Os quadros são da Época Galeria de Arte e a persiana em PVC é um lançamento da Revestic. O Home não foi inspirado em nenhum cliente nem em um personagem imaginário. “A proposta é para qualquer cliente de bom gosto”, aposta Flávio Paraguassú. Ele se preocupou em criar um ambiente que, sem contradições, viajasse do clássico ao contemporâneo, que acomodasse com conforto ao mesmo tempo muitos convidados, mas que nenhum atrapalhasse o outro durante a exibição do filme. O resultado foi o resgate do art déco, que inspirou os primeiros prédios de Goiânia, na metade do século XX. O estilo não envelhece. Está tão atual que, décadas depois, continua influenciando profissionais preocupados em criar coisas novas. No entanto, sem jamais perderem a referência. Este é o caso e a inspiração do Home, de autoria do arquiteto Flávio Paraguassú. Z FLÁVIO PARAGUASSÚ – ARQUITETO (62) 9976-1820 | fparaguassu@hotmail.com ZELO 23

Móveis de antiquário instalados na entrada do salão remetem aos tempos áureos do cinema


BEM-ESTAR Max Miranda minha busca foi pela arte. E a arte me conduziu ao design de interiores. Trabalhando com interiores, descobri a arquitetura”, inicia Robledo Costa, responsável pelo espaço Estar Solidário – um dos ambientes mais humanos da Mostra Ambientar 2010. Robledo tem 33 anos, é formado em Design de Interiores e Arquitetura. Ele revela o ambiente assim: “Interativo, que proporcione contemplação e reflexão.” E mais: “Expressar, de forma artística, todo o trabalho social desenvolvido pelo cliente, no caso, o departamento de ação solidária da Consciente.” O projeto usa uma linguagem lúdica. “E também usa uma forma simbólica para se revelar”, completa. Segundo Robledo, os símbolos do universo infantil comunicam a todas as idades os conceitos da ação solidária. “Elefantes, árvores, pássaros, canoa e placas de gesso – e essas placas têm diversas mãos impressas. São os elementos fortes do ambiente. Cada um, dentro da sua simbologia, conta a relação de esperança, fartura, prosperidade, singeleza e simplicidade que envolve o ato de ajudar”, explica o arquiteto. As cores predominantes no espaço: azul, dourado e o branco.

“A

Robledo Costa conecta

Interação

design, arte e materiais

O espaço não é apenas uma área de circulação. Segundo Robledo, “a ideia foi transformá-lo num lugar onde os visitantes pudessem permanecer, interagir e confraternizar. Essa é a opção de se criar um estar, com personalidade de lounge e galeria.” Todo o mobiliário foi pensado assim: “Além de visualmente agradável, um ambiente convidativo a uma permanência confortável, apesar de ser uma mostra.” Uma das peças de destaque é a grande mesa de centro, de 3 metros, criada por Robledo, que tem estrutura em madeira e é revestida por uma pele de vidro dourada: “Ela serve de base para a instalação de árvores estilizadas, feitas em gesso e papel machê, que simbolizam o crescimento espiritual.” De acordo com o profissional, o dourado representa a divindade, a riqueza material e espiritual. “Contar a história da solidariedade por meio de um cenário

alternativos para expressar sentimento de solidariedade

FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Ambiente mais humano Arquiteto Robledo Costa idealiza o espaço Estar Solidário, um convite à contemplação, à reflexão e à paz ZELO 24


Espaço Estar Solidário passa mensagem de paz. Árvores, pássaros, elefantes e elementos do universo infantil simbolizam crescimento espiritual e prosperidade

contemporâneo que conecta design, arte e materiais alternativos.” Ainda no Estar Solidário, foi elaborado pelo designer painel de gesso que lembra os velhos ladrilhos hidráulicos, “com uma releitura contemporânea que evoca toda a essência de troca, entre dar e receber, entre colaboração e gratidão”, sensibiliza. Detalhe: “O painel recebeu a impressão da mão direita de crianças de uma das creches beneficiadas pelo trabalho de ação social desenvolvido pelo cliente.” Outra peça de mobília, também de autoria de Robledo Costa, é um painel com função de divisória, que fica na entrada do ambiente: “É vazado e recebe velas que lembram que o ambiente é um espaço que acende nos corações e nas mentes a luz do valor humano e da beleza de atitudes nobres, como o ato de amar.” Imagens solidárias compõem o lugar: “Na entrada, uma TV é usada com a finalidade de mostrar ao visitante as filmagens feitas das ações sociais desenvolvidas pelo cliente, e também vídeos de entretenimento e musicais”, conta Robledo, que continua a desenhar o espaço: “Para a iluminação, composições e adaptações para contar essa história de solidariedade. Será mais dramática que difusa e também marcante, guiando o visitante por um universo de possibilidades.”

Energia Para a parede lateral, de acordo com o arquiteto, é “uma composição que evoca a energia da natureza”. E será composta por um jardim vertical em forma de colunas, intercalado por painéis de madeira de demolição, “uma forma de reaproveitamento de material”, completa o arquiteto. Esse jardim tem pássaros em forma de móbile: “Uma maneira de chamar a atenção para a vida que se movimenta em torno da própria vida”, explica. No ambiente, outro objeto se junta às simbologias propostas. “A canoa será uma forma de expressar nossa cultura local das cidades do interior que a utilizam para locomoção em rios e também para carregamento de pesca.” Ele emenda: “No nosso contexto, um elemento que agrupa as pessoas envolvidas no trabalho solidário, que serão representadas pelas silhuetas das pessoas – criadas em MDF.” Ainda no espaço, uma tela, em grande formato, criada pela artista plástica Danielle Gouthier. “A temática da tela gira em torno de todos os tipos universais de solidariedade. A tela será um dos grandes momentos do projeto”, revela Robledo. Outros elementos enriquecem o lugar. Responsável pela produção dos pássaros e dos painéis de gesso, o artista plástico Samarone Nunes criou ainda os elefantes, ZELO 25

“símbolo presente na cultura oriental, que é a montaria dos reis”. Segundo Robledo, simboliza, dessa forma, o poder de reger. “A paz e a prosperidade são efeitos desse poder estabelecido”, completa. E para finalizar, o arquiteto lembra Franz Kafka: “A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana.” Z ROBLEDO CÁSSIO DA COSTA - ARQUITETO DE INTERIORES (62) 8473-7223 | robledo.costa@gmail.com


GLAMOUR

Mavione de Sousa criou ambiente sofisticado e confortável para convivência da família FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Alice Galvão

Para V viver grandes histórias Mavione de Sousa resgata glamour e aconchego das antigas salas de cinema em espaço destinado à convivência da família

isivelmente animada com a temática “Cinema”, da Mostra Ambientar 2010, Mavione Alves de Sousa recebeu a reportagem da revista Zelo na Central de Apartamentos Decorados Consciente/Bambuí Empreendimentos, em seu “apartamento da família consciente”. Responsável por um espaço de 23 metros quadrados, sendo lavabo, sala e circulação, seu desafio foi montar um ambiente ao mesmo tempo conceitual, sofisticado, funcional e viável. Para apresentar seu conceito, Mavione inseriu na parede de entrada do apartamento um texto de Charles Chaplin, em letras douradas. “É como se o Chaplin estivesse dando as boas-vindas com este poema, que fala do nosso contexto e de onde a gente quer chegar com o nosso trabalho”, orgulha-se a artista. Logo à esquerda da entrada, dentro do lavabo, a parede da pia também foi dedicada a Chaplin, que aparece em um pôster. Fugindo do lugar-comum, neste ambiente os espelhos estão nas paredes laterais à pia. “O objetivo destes espelhos é mostrar estas facetas que o artista tinha, de se multiplicar, ZELO 26

de fazer e de inventar”, explica. Para ela, não basta citar um pensador ou trazer elementos que ilustrem o tema da mostra. “As pessoas têm que ler, ver e refletir”, argumenta. Já na sala de estar, a intenção é de que as pessoas se sintam dentro de uma antiga e glamorosa sala de cinema. Predominam tons escuros e iluminação fraca, dando sensação de aconchego. A luz está em apenas uma das paredes e há três grandes luminárias pendentes em um dos cantos. Uma delas é vermelha, combinando com um sofá, também vermelho. Para Mavione, estas peças dão calor ao ambiente. Tecidos e papéis de parede também se unem harmonicamente em uma solução criativa, sofisticada e econômica. Dentre os móveis está um banco moderno de linhas retas que faz conjunto com uma cadeira clássica e duas poltronas retrô, de couro marrom, inspiradas nas poltronas das salas de cinema da década de 1950. Cartazes de filmes de faroeste e outros clássicos do cinema norte-americano, como Casablanca e E o vento levou, aparecem em molduras re-


quintadas, e as cortinas, desenhadas pela própria artista, com braçadeiras personalizadas, dão o toque final à decoração. “O cinema neste ambiente é a lembrança da cadeira, com os cartazes, o volume das cortinas, tudo isso dando a nobreza das salas de cinema de antigamente”, sintetiza a designer. Sem televisão, a sala foi elaborada para convivência, levando em consideração a presença de um televisor no quarto do casal e outro na varanda gourmet. Duas arandelas iguais marcam o início e o final do espaço projetado pela artista, que se orgulha de ter conseguido aproveitá-lo para que sejam acomodadas até 11 pessoas confortavelmente sentadas. Na circulação, papel de parede moderno e um espelho, dando a sensação de amplitude, refletindo e duplicando a iluminação, feita por um ponto de luz microdicroica no teto. E para completar a apresentação do espaço, a artista preparou para os visitantes um caderno de agradecimentos, que considera o objeto síntese do seu conceito. As páginas são cartazes de filmes clássicos e atuais. A abertura será dedicada ao filme

Chico Xavier, de Daniel Filho, e a última a Tempos Modernos, de Chaplin. “O caderno é um mimo do espaço. O Chico Xavier é da minha terra, o filme foi lançado este ano e este ano é o centenário de nascimento dele”, emociona-se a designer. “Consegui colocar as peças que eu queria, do jeito que eu queria”, salienta, completando que da assinatura do contrato até a foto do espaço foram 40 dias de trabalho, sendo três para a montagem. Mavione já participou de três mostras Ambientar, nove edições da Casa Cor e está há 25 anos no mercado goiano. Mineira de Belo Horizonte, filha de mestre de obras, começou a trabalhar aos 17 anos. Licenciou-se em Desenho e Plástica pela Universidade Estadual de Minas Gerais, é especialista em Design Estratégico pelo Istituto Europeo de Design (IED) e conta que até o ano de 2009 todos os seus desenhos eram feitos à mão. Todos os projetos que realiza ganham sua assinatura, materializada no desenvolvimento de um objeto exclusivo ou em um desenho feito à mão. Z MAVIONE ALVES DE SOUSA - DESIGNER DE INTERIORES (62) 9604-3699 | meive@terra.com.br

Cartazes de clássicos do cinema e móveis

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LUXO

Vibrações sensoriais Projeto do arquiteto Ivan Grande alia requinte e imaginação em ambiente cenográfico, misturando cores frias e quentes com movelaria Luiz XV e verticalização do olhar FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

mplitude, conforto e liberdade. A partir destas sensações, Ivan Grande desenvolveu o Lounge de circulação da Mostra Ambientar 2010. Trata-se de uma antessala, que dá acesso aos banheiros e ao restaurante. Nele, o artista mistura cores quentes e frias para oferecer ao visitante a experiência de um “rito de passagem”, que o transfere do período clássico à atualidade ao longo de seus passos. É uma conexão, um caminho. Ou como o próprio Ivan define, “espaço de espera, bate-papo, ir e vir, liberdade”. Em entrevista à equipe da Zelo, na Central de Decorados Consciente Bambuí, o arquiteto conta que ficou feliz por ter vencido o desafio de transformar em lounge um ambiente que faz parte da estrutura de administração da mostra, com seis metros de altura e muitas divisórias, que adornou com 220 metros de tecido. A solução deu ao espaço ar mais reservado e “uma dimensão mais equilibrada”. Para desenvolver sua concepção e dar um efeito cinematográfico ao ambiente, foi feita uma combinação cromática improvável, provocando o que ele chamou de brincadeira sensorial. “Essa mistura de cores, azul-bebê com vermelho-sangue, possibilita um divertimento a mais aos olhos”, explica. Outra solução criativa, usada também como brincadeira sensorial, foi a verticalização do olhar, proporcionada pelo pé direito duplo. Além de jogar com as tonalidades, os tecidos e as perspectivas, o expositor preocupa-se em colocar seu estilo, sua marca profissional e suas memórias afetivas na apresentação do produto final, reconhecendo que seus projetos “têm sempre uma pitada clássica”. Existe um diálogo entre o concreto, o funcional e o emocional. Antes dos títulos de arquiteto e designer industrial, Ivan Grande é um artista e deixa isso claro quando reafirma sua apreciação pelo belo, pelo luxo e pelo cuidado es-

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Ivan Grande: “O que mais me conecta à arquitetura é o belo, é o luxo”

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tético. Para ele, é importante que o profissional tenha em mente que “o cliente quer conforto e beleza”. Além disso, existe um senso claro de disciplina e organização desta beleza. “Meu trabalho é muito linear. Existe um esquadro perfeito no cenário, isso é importante. Não consigo trabalhar com a desordem, não consigo trabalhar com o caótico”, enfatiza. Apesar de conceitual, seu Lounge na mostra representa também uma íntima relação de respeito entre o potencial do projeto, o estilo do arquiteto e a personalidade de quem vai usufruir do espaço. “O que me define como profissional é a ligação com o cliente. Permito-me entender seu desejo”, explica Ivan. Ele acredita que a pessoa para quem o projeto é desenvolvido precisa identificar-se com o ambiente. “Precisa enxergar os signos e a semântica de forma muito clara no espaço”, resume. Dono de uma inspiração que flui construída pelo afloramento simultâneo de múltiplas ideias, Ivan Grande só precisa, a partir daí, cortar os excessos e dar “lineari-

dade à leitura do espaço”. Aí pronto! A magia acontece. Alimentado pelo espírito de contemporaneidade e liberdade de criação, o artista encaixa de forma sofisticadíssima todas as peças do mobiliário do Lounge. No estilo Luiz XV, os itens resgatam a inspiração das linhas rebuscadas do rococó com um pouco mais de austeridade. “São peças trazidas de São Francisco, nos Estados Unidos”, revela o artista orgulhoso, e conta ainda que as poltronas são entalhadas à mão e recém-chegadas da feira internacional de móveis realizada naquele país. Para contrastar e requintar ainda mais, os lustres vermelhos são peças de Murano. Todo este luxo e este lúdico formam um ambiente que traduz a relação que o artista faz entre estética e bem-estar. Estes dois conceitos permeiam toda a sua obra. Para ele, não existe uma coisa sem a outra. Para comprovar, basta ir até a mostra. Z IVAN GRANDE - ARQUITETO (62) 8435-3661/3642-4666 | ivangrande1@hotmail.com

Cortinas e jogo de luzes dão clima de cinema. Peças do mobiliário foram trazidas dos Estados Unidos

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COMODIDADE Trazendo os ambientes de uma casa para dentro do apartamento, o projeto de Letícia Ferro e Wanessa Chaveiro inspira conforto e bem-estar

Alice Galvão ala de jantar, quarto, home theater, cozinha, área de serviço, banheira e varanda gourmet com jacuzzi. Tudo isso, distribuído em 34 metros quadrados, compõe o “Loft do Crítico de Cinema”, projeto desenvolvido por Letícia Ferro e Wanessa Chaveiro para a Mostra Ambientar 2010. Letícia defende que o projeto ficou “bem pé no chão, com muita coisa que pode ser aproveitada no dia a dia”. Conceitos como conforto e bem-estar nortearam todo o processo criativo. “A gente conseguiu trazer para cá todos os ambientes de uma casa grande”, afirma Wanessa. Com larga circulação e capacidade para até 11 pessoas sentadas, o apartamento é totalmente automatizado, com um painel de controle que oferece diferentes cenários de programação, de acordo com a intenção de uso dos espaços. Para maior comodidade, o morador pode usar controle remoto ou programar iluminação, temperatura da água e fechamento da cortina, por exemplo, teclando no seu celular, antes mesmo de chegar em casa. Localizadas na varanda, as cortinas fecham em blecaute. Isso garante ao crítico a apreciação de seus filmes “no escurinho do cinema”, com privacidade e conforto térmico. Levando em consideração que serão produzidas oito unidades por andar em um prédio de 20 andares, a intenção das artistas foi desenvolver um projeto comercialmente viável, na expectativa de atingir uma maior parcela possível dos estimados 160 futuros moradores. Da assinatura do contrato à montagem do ambiente, foram 40 dias de trabalho e as artistas contam que na fase de acabamento “o espelho foi um grande aliado”. As peças estão no armário da varanda gourmet, na mesa de jantar, na borda da banheira e na cabeceira da cama. Com este recurso somado à integração da

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Letícia e Wanessa apresentam projeto sofisticado, mas comercialmente viável

FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Automação e mistura de estilos no Loft do Crítico de Cinema ZELO 30


Projeto promove mistura equilibrada entre diferentes elementos, como clássico e rústico, e de materiais como latão, prata, vidro, madeira e pedra. No detalhe: integração da varanda dá mais amplitude ao espaço

varanda com a sala, o apartamento parece maior. Eclético, harmônico e funcional, o loft absorve e equilibra diferentes elementos em um estilo próprio. “A gente misturou latão, prata, plástico, vidro, espelho, pedra e madeira de um jeito que ficou agradável aos olhos”, mostra Letícia. Além disso, podem ser vistas peças de antiquário, lustres clássicos, elementos rústicos e até uma cadeira indiana, que, segundo Wanessa, “conseguiu entrar no ambiente sem ficar over”. A identidade regional também aparece, materializada

nos catálogos do Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), dispostos sobre a mesa da varanda. A disposição dos objetos no ambiente deixa claro que a sua função primária é residencial. “A mesa serve como espaço de trabalho, mas deixamos a entender que ele (o personagem) trabalha em outro local”, explica Letícia, apontando para o móvel, todo de vidro, que ostenta um aparelho de jantar com taças de cristal e guardanapos. Redondas pastilhas de vidro azul foram usadas em toda a extensão da parede que integra a cozinha com a área de serviço. Da mesma cor é o sofá-cama e o silestone utilizado na bancada da cozinha. Este último, as artistas definem como uma pedra sintética, mais resistente que mármore ou granito e que tem uma interessante cartela de cores. “A gente quis ousar justamente nestas cores”, explica Letícia, completando que, apesar de escura, a cor azul é calmante. Quando receberam o convite para participar da mostra, as artistas revelam que o personagem seria um cartunista. Mas pensando no peso que o estereótipo desta profissão tem sobre o estilo do profissional, que é comumente imaginado com perfil despojado e casual, fizeram ZELO 31

outra proposta, que se identificasse mais com o tema deste ano (cinema) e que inspirasse sofisticação. “O personagem é um cara mais viajado, que tem uma cultura vasta, o que nos dá a oportunidade de misturar moderno e clássico sem timidez”, esclarece Wanessa. As arquitetas estão satisfeitas com a gama de materiais que Goiânia oferece, ressaltando que a Capital não deixa a desejar na comparação com outros Estados ou países. “Coisas que a gente viu em Milão agora, colocamos aqui com a maior facilidade”, orgulha-se Letícia. Com formação em Arquitetura e Urbanismo pela PUC de Goiás, as amigas contam que a única alteração estrutural feita no ambiente foi suspender a base da banheira, para dar mais conforto e segurança ao morador, evitando que a água transborde para a varanda, e terminam frisando que o apartamento tem potencial para inúmeras opções de layout além da exposta, respeitando sempre o perfil do futuro morador. Z WANESSA CHAVEIRO - ARQUITETA (62) 8417-7795 | wanessachaveiro@hotmail.com

LETÍCIA FERRO - ARQUITETA (62) 9110-6766 | leticiaferro@uol.com.br


VERSATILIDADE

Clima de fantasia influencia apartamento do jovem casal FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Inspirado no filme O Jardim Secreto, projeto de Wanessa Clara e Maria Célia Moraes traz beleza e conforto para espaço de pequena dimensão Alice Galvão eveza, alegria e suavidade. Este foi o conjunto de elementos que inspirou as designers Maria Célia Moraes e Wanessa Clara durante o desenvolvimento do projeto “Apartamento do jovem casal”, para a Mostra Ambientar 2010, que acontece de 3 de setembro a 2 de outubro na Central de Decorados Consciente/Bambuí Empreendimentos. “Trabalhamos uma iluminação agradável e um painel de tulipas bem alegre, que acabou dando o tema para o apartamento”, conta Maria Célia em entrevista concedida à Zelo no próprio ambiente. As artistas usaram como inspiração o filme O Jardim Secreto, de 1993, dirigido por Agnieszka Holland. As referências são bem sutis e podem ser vistas em elementos conceituais da decoração, a começar pelo painel, que fica em uma das paredes do quarto do casal. Móveis, revestimentos, cortinas e tapete em tons claros, além de muitos vidros espelhados, dão o tom suave e a sensação de que o espaço é maior. Mas a ideia do filme foi apenas o pontapé inicial. “Nos preocupamos em atender às necessidades do cliente, tentando responder do quê um casal recém-casado precisa em um apartamento deste tamanho, com conforto”, confessa Wanessa, revelando que, apesar das características conceituais da mostra, as artistas preferiram apostar na objetividade e na viabilidade comercial do espaço.

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Wanessa Clara e Maria Célia: arquitetas se inspiram no filme O Jardim Secreto em projeto que transforma pequeno apartamento num espaço acolhedor ZELO 32


Acima, quarto com grande painel de tulipas. Ao lado, a sala, que ganha vibração alegre com cor vermelha

Trouxeram poucos e fundamentais lançamentos, pois apostaram em buscar uma identificação entre o ambiente e a realidade dos visitantes. Acreditam que assim as pessoas conseguirão ver que o profissional de design de interiores é capaz de soluções criativas e acessíveis. “No espaço, nós tivemos como primeiro desafio o tamanho. É um apartamento de 45 metros quadrados e o nosso ambiente é composto por suíte, sala e cozinha”, explicam as artistas, que se preocuparam em oferecer boa circulação, conforto e funcionalidade. Para isso, otimizaram ao máximo o espaço disponível, “levando em consideração que um apartamento deste tamanho tem muitas aberturas”, detalha Wanessa. Dentre as soluções que as artistas encontraram para aproveitar o espaço está a integração da cozinha à sala e à lavanderia. O quarto ganha as funções extras de dormitório, lazer e escritório. Um móvel de apoio serve tanto de escrivaninha como de penteadeira. Na entrada do quarto não havia profundidade suficiente para colocar um guardaroupa, então o espaço de canto, com 35 centímetros, foi aproveitado para a montagem de um armário estreito. O móvel funciona como apoio para armazenar bolsas, sapatos, acessórios e outros itens menores, sem atrapalhar a circulação.

“Na cozinha foi usado um truque, porque toda a linha de eletrodomésticos é inox e só a geladeira é branca. Então fizemos um plotter com montagem de fotos do casal”, revela Maria Célia, reforçando que esta customização pode ser também uma dica criativa para o cliente economizar na hora de trocar os equipamentos velhos sem precisar dispensar os mais novos, que estão em bom estado, mas não combinam com a nova decoração. Vidros vermelhos nos móveis da cozinha entram em equilíbrio com o papel de parede florido da sala, fortalecendo a sensação de integração e, apesar de ser uma cor quente, o vermelho oferece vibração alegre ao espaço, que ficou pronto em apenas 15 dias, resultando em um ambiente aconchegante e funcional. Para este ano, Maria Célia acredita que suas expectativas serão superadas, pois conta que no ano passado a dupla conquistou muitos clientes graças à mostra. As artistas têm um escritório de design e já desenvolveram muitos projetos em parceria, sendo esta a terceira vez que participam de uma mostra juntas. Algumas novidades ganharam destaque no ambiente, graças ao apoio das empresas fornecedoras parceiras. Com destaque para a bancada de mármore White Macaúbas na cozinha e o quartzito Super White no banheiro. Ambos da EBM ZELO 33

Mármores e Granitos. Além disso, a Cenário Móveis desenvolveu um sofá especialmente para o espaço; a Montatto forneceu todos os móveis planejados, com lançamento de cores e texturas para MDF e uma fórmica que imita laca e arranha menos; a Corfel Light entrou com a iluminação; a Vidraçaria VM, com os espelhos e vidros, e a D’Glass, com as pastilhas de vidro, reproduzindo a imagem de tulipas do quarto para o banheiro. Z WANESSA CLARA – DESIGNER DE INTERIORES (62) 3259-1742 / 8151-7025 / 8586-1664 wanessaclara25@hotmail.com

MARIA CÉLIA MORAES - DESIGNER DE INTERIORES (62) 9698-1224 / 8562-1704 | celiaadm01@hotmail.com


HARMONIA

Conforto Arquitetos Ozair Riazo e Vanessa Garcia focam na qualidade de vida para criar espaço Home da Família Globalizada

Max Miranda s arquitetos Ozair Riazo e Vanessa Garcia assinam o Home da Família Globalizada. O espaço integra um apartamento de quatro quartos – lançamento da Construtora Consciente na Mostra Ambientar 2010. Segundo os profissionais, o ambiente é clássico e contemporâneo ao mesmo tempo. “Um clássico atualizado, onde a ordem é o conforto para o entretenimento da família toda”, comenta Ozair.

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O amplo sofá que desenha o espaço tem uma função primordial, que é atender ao conforto da família e dos convidados na hora do cinema em casa. O sofá é próprio para um home, aconchegante, espaçoso e modulado com chaise para relaxar. Pensando na comodidade total, a parede que fica na direção dos olhos não interfere no espaço. Para quem olha a tela, uma parede clara ajuda na concentração. Uma cor forte, o azul-turquesa, também

completa o ambiente. Na outra parede, um tecido com arabescos faz contraponto harmonioso com o resto do espaço. A ambientação é sóbria, mas o rebuscado dos arabescos azuis cria uma representação aconchegante, mas vibrante. O tecido nobre que reveste a parede oposta ao televisor decora graciosamente o ambiente, ao mesmo tempo em que beneficia a acústica do local. Segundo Ozair, o ambiente foi planeFOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Vanessa e Ozair: ambiente pensado para acomodar tanto a família quanto os amigos

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sofisticado

Amplo sofá e aparatos tecnológicos atendem conforto da família e dos convidados na hora de assistir a um filme. Ambiente mistura o clássico e o contemporâneo

jado para acomodar tanto a família quanto os amigos. O home, que é marcado por cores de intensas vibrações, consegue aliar com destreza os ares clássico e moderno. A iluminação evidencia, de forma suave, a textura e o brilho do papel parede, enquanto a mobília alia modernidade e elementos retrô de maneira sutil. Charmoso, o ambiente é uma homenagem aos amantes do cinema, da arte e da música.

Harmonioso No home não pode faltar uma TV inteligente e com tecnologia agradável à família toda. O ambiente envolve, além de entretenimento, conexão com o mundo da

informação. “Conforto, sofisticação e praticidade têm muito a ver com a intenção do espaço”, explica Vanessa. O amplo móvel que dá sustentação à TV é elegante, sutil, não carrega o lugar e propõe harmonia. O tapete, que também é amplo, anuncia mais conforto aos que preferem assistir a um bom filme, e mais despojado. Tudo foi pensado para a comodidade da família. Um detalhe: o sofá é moderno, mas lembra o retrô pelo capitonê. Nossa escolha foi por um capitonê moderno, porque o antigo era aplicado com botões. Uma releitura, um clássico atual. Além da sofisticação, a dupla de arquitetos não abriu mão do conforto para o corpo, uma vez que o cinema desZELO 35

perta grandes emoções. “Conforto para o corpo significa também conforto para os olhos”, traduz Vanessa. Ela conta que todos os objetos dispostos no espaço estão em harmonia. Ambiente climatizado, tecnologia, almofadas macias, amplo sofá, cortinas leves. O Home da Família Globalizada apresenta tudo isso. E muito mais: qualidade de vida na hora de se divertir com a família e os amigos. Z OZAIR RIAZO - ARQUITETO (62) 8191-4736 | riazoarq@hotmail.com

VANESSA GARCIA - ARQUITETA (62) 8588-7361 | vgcastro@ibest.com.br


FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

IRREVERÊNCIA

Ruben, Lilian e Fabio: projeto integra ambientes de forma criativa e dá novo status à garagem

Três em dois Ruben Brito, Lilian Bolognini e Fabio Guedes se juntam para elaborar o Spa Living Outside e a Garagem, ambiente multifuncional que pode ser utilizado também como home ou bar João Camargo Neto

a edição 2010 da Ambientar, três profissionais se uniram para elaborar dois ambientes da mostra. Uma vez vistos de perto, passa a ser inimaginável desassociá-los. O arquiteto Fabio Guedes e os designers de interiores Lilian Bolognini e Ruben Brito, pela primeira vez atuando no evento, assinam a Garagem e o Spa Living Outside. A bem da verdade, embora o nome refira-se a dois ambientes, eles têm funcionalidades que ultrapassariam este número. A Garagem, por exem-

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plo, em vez de cômodo para guardar entulho, além do carro, serve muito bem como home e bar. Só nela, já seriam três. Os 58 metros quadrados do ambiente têm, nitidamente, duas divisões. Embora as duas tenham registro de Garagem, de um lado funciona a sala de tevê. Do outro, um bar, no meio do qual um tapete de couro de vaca – alguns dizem que lembra um urso – chama a atenção. Os profissionais contam que compraram em Campinas a preço acessível.


Spa Living Outside: espelhos d´água contêm fontes luminosas de cores que variam com acionamento de controle remoto

Uma Ferrari divide o ambiente com cara de dois. Em um dos cantos, um elemento trifuncional se destaca: o chapeleiro, com um espelho de fora a fora, serve, também, como floreira. Boa parte dos objetos é de peças de antiquário. Para sentar, de um lado, um sofá de linhas retas, rebaixado. Do outro, uma poltrona antiga, que remete à década de 1970. Todas as colunas da Garagem são espelhadas, o que reflete o estilo e bom gosto do proprietário. A iluminação é pontual, o que permite destaque maior para objetos de decoração, como quadros pendurados na parede que remetem ao cinema. Entre eles, um cartaz emoldurado de Deus e o diabo na terra do sol, um filme de 1964 do cineasta brasileiro Glauber Rocha, e um re-

trato da diva americana Marilyn Monroe. O piso de porcelanato é de revestimento neutro, o que permite, sem exagero, abusar das cores nos objetos, utensílios e detalhes. Um deles é o rodapé, trabalhado na cor amarela, a mesma da entrada da garagem. O teto de vidro é coberto internamente por uma persiana retrátil. Uma vez recolhida, é possível contemplar o céu estrelado e enluarado, comum às noites de setembro em Goiânia. Na calçada do Spa Living Outside, a beleza de azulejos desenhados, que lembram ladrilhos hidráulicos, destoa do cimento. Dois espelhos d’água, cada um com duas fontes luminosas de cores que variam quando o controle remoto é acionado, compõem o espaço. Ao meio de cada uma, duas chaises de fibra sintética e esZELO 37

trutura de alumínio, resistentes ao sol e à chuva, debaixo de um pergolado. No jardim do Spa, esculturas de animais talhadas em madeira ficam à espreita. O reaproveitamento de material, como bobina de compensado cujo destino inicial seria o lixo, é visível. Em cima, uma gaiola. Dentro, em vez de um pássaro com a liberdade tolhida, flores, que esparramam cor, beleza e perfume. Z FABIO GUEDES - ARQUITETO (62) 8584-5052 | fabioguedes9@hotmail.com

RUBEN BRITO – DESIGNER DE INTERIORES (62) 8149-6659 | rubenbrito@rubenbrito.com

LILIAN BOLOGNINI – DESIGNER DE INTERIORES (61) 8138-1242 | lilianpbolognini@gmail.com


FUNCIONALIDADE

Coco Chanel é destaque no ”Apartamento da Estilista”

FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

Suíte de Camila Oliveira, Juliana Tavares e Raquel Lopes promove diálogo entre moda e arquitetura

Juliana, Camila e Raquel mostram como aproveitar bem espaço de dimensões reduzidas. Suíte pode ser utilizada como quarto, sala e espaço de convivência

Alice Galvão

nspiradas na história da estilista francesa Gabrielle Bonheur Chanel, ou Coco Chanel, como ficou mundialmente conhecida, as profissionais Camila Oliveira, Juliana Tavares e Raquel Lopes desenvolveram o projeto de suíte do “Apartamento da Estilista” na Mostra Ambientar 2010. Homenagear uma personalidade tão moderna e inovadora, dentro de um ambiente com pouco mais de 12 metros quadrados, foi um desafio para as jovens profissionais, que usaram e abusaram da criatividade e da versatilidade dos elementos escolhidos para a composição do espaço. O ambiente é todo multifuncional. Um dos móveis, por exemplo, tem rodinhas e serve ao mesmo tempo como escrivaninha, penteadeira e bancada. Entre a porta de entrada e o closet, foi

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criado um pequeno hall a partir da inserção de uma estante com design moderno que funciona também como biombo para que a área íntima fique menos exposta. De acordo com as profissionais, esta solução foi usada para o máximo aproveitamento do espaço. Compondo este conceito de extrema funcionalidade está ainda a cama de solteiro que “tem jeito de sofá” e um nicho de trabalho que faz uma curva ascendente e vira prateleira, estendendo-se ao longo de toda a parede que faz cabeceira para a cama. A ideia é que este móvel possa ser usado para exposição dos trabalhos da artista, pois tem como revestimento uma tinta imantada, manipulada em tom cinza, que permite a fixação de papéis. “Aqui ela pode fazer seus croquis. Ao mesmo tempo, experimenta as


Estante é aproveitada como biombo e a cama vira sofá. Abaixo, o banheiro, onde cores prata e cinza remetem ao sucesso

roupas e tem as ideias. Um espaço integrado”, empolga-se Camila. Camila explica que a iluminação foi usada para evidenciar os pontos principais do ambiente: estante na entrada da suíte, prateleira sobre a cabeceira da cama e nicho de trabalho. Duas arandelas foram transformadas em luminárias, que se duplicam refletidas no espelho da porta do guarda-roupa. No banheiro, a iluminação se concentra na lateral do espelho, dando aos visitantes a sensação de que estão entrando em um camarim. Criadora das primeiras calças femininas e referência mundial em tailleurs, Coco Chanel vestiu as mais famosas atrizes de Hollywood. Por isso sua memória exige ao mesmo tempo praticidade, modernidade, glamour e sofisticação. Para esta composição, as profissionais misturaram com requinte elementos rústicos e clássicos, além de alguns recursos modernos, como espelhos nas portas do guarda-roupa para ampliar o ambiente, e uma luminária pendente que lembra o desenho de um dedal. “No banheiro, foram utilizados o prata e o cinza, pois, de acordo com a pesquisa que fizemos, são cores associadas ao sucesso”, analisa Juliana. Misturando moda e arquitetura, as profissionais usaram e abusaram dos conceitos de sucesso, status, poder, liberdade e independência, lançando mão do dourado, dos tecidos e das estampas. Juliana conta que os materiais foram escolhidos para uma mulher “sempre à frente do seu tempo, que supera os desafios”. Entre os lançamentos do ambiente estão as cortinas de linho e o papel de parede lembrando a textura de couro da Revestic, além do MDF imitando linho, da Masisa. O armário é da In Casa Móveis Planejados. Da assinatura do contrato com a mostra até o dia marcado para a produção da primeira sessão de fotos do ambiente pronto, foram gastos 30 dias de trabalho, sendo uma semana dedicada à montagem da suíte. Mas, apesar do cansaço, as três amigas abrem o maior sorriso quando indagadas sobre suas expectativas com relação aos resultados da mostra. “As melhores pos-

síveis”, disparam em coro. Cheias de ideias, Camila, Juliana e Raquel acreditam na parceria que estabeleceram e na força institucional da Ambientar. Para elas, a associação entre os seus nomes, o projeto que desenvolveram e o evento é uma receita que tem garantia de sucesso. Apreciadoras da biografia da sua musa inspiradora, as profissionais as sistiram ao filme biográfico Coco antes de Chanel, da diretora Anne Fontaine, e não hesitam em revelar sua “quedinha” pelo mundo da moda. “Eu brincava de estilista quando era criança, fazia croquis de roupinhas para bonecas”, conta Raquel, que foi dona de uma loja de roupas antes de decidir estudar design de interiores. Foi na faculdade que conheceu Juliana e a parceria entre as duas, que começou na execução dos trabalhos acadêmicos, não acabou mais. Camila é arquiteta e conheceu Juliana em edições anteriores da mostra, o que fomentou uma sociedade entre as duas apesar de terem escritórios separados. Para a Ambientar 2010 os três talentos se encontraram para mostrar versatilidade, criatividade e praticidade. Z CAMILA OLIVEIRA – ARQUITETA (62) 9146-9757 | cafer_6@hotmail.com

JULIANA TAVARES – DESIGNER DE INTERIORES (62) 8177-1452 | jutlima@yahoo.com.br

RAQUEL LOPES – DESIGNER DE INTERIORES (62) 7813-9305 | raquelllborges@hotmail.com

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ENTREVISTA

Paris com ares rústicos Varanda gourmet do apartamento da estilista mescla elementos regionais e modernos num ambiente repleto de feminilidade inspirado em Coco Chanel Carla Guimarães encontro de Paris com Goiás, projetado a partir da biografia da estilista francesa Coco Chanel, faz da varanda gourmet do apartamento da estilista um misto do regional e moderno. Elaborado pelas designers de interiores Elizabeth Pires e Mayse Mendonça, o espaço de pouco mais de cinco metros ganhou elementos que remetem à feminilidade e ao aconchego a partir de detalhes que vão do teto ao chão em tons terrosos, florais, e verde. As peças para compor o ambiente começaram a ser escolhidas e dispostas no espaço a partir do lustre. O objeto, da Mariah Iluminação, resume a ideia da mistura entre o rústico e o moderno, trazendo o floral encoberto pelo linho. A persiana da Giraluz, em off white, e o papel de parede em tons de bege e aparência de fibra se encarregam de complementar a composição. A arandela de flores e borboletas colocada na parede sobre a poltrona, num

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Mayse Mendonça e Elizabeth Pires: projeto influenciado por visita realizada à França FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

possível cantinho para leitura, remete diretamente à fonte de inspiração. Elizabeth explica que as flores representam o jardim que Chanel tanto gostava e a borboleta, por sua vez, a personalidade da estilista, marcada pela liberdade e ousadia. Disposta abaixo da arandela, a poltrona em fibra da Ventura, com 60 centímetros de profundidade por 70 centímetros de largura, contribuiu para a ideia de aconchego do ambiente. A máquina de costura que pertenceu ao avô de uma sobrinha de Elizabeth e um baú da Ventura colocados sobre o balcão de mármore decoram o ambiente e o remetem à história da estilista, que começou no mundo da moda como costureira. ZELO 40

As flores e as estampas florais presentes no assento da banqueta e lustre fazem do local um retrato de feminilidade e ilustra a vida de uma parisiense. Elizabeth, que por dois meses esteve em Paris para realizar um trabalho de reforma, percebeu que o uso de flores em casa, principalmente naturais, é um costume dos moradores da Cidade Luz. A viagem para Paris veio antes de a designer saber da participação na Ambientar e de qual temática seria o projeto. No entanto, as muitas visitas a lojas, casas e museus lá realizadas contribuíram para a composição do espaço, descrito como ideal para receber amigos, e, por que não, um convite ao romance.


Projeto reúne conforto e sofisticação com preocupações ambientais. Peças como o painel da parede e o banco são fabricadas com madeira de demolição

A mesa de vidro que integra o ambiente foi escolhida por visualmente ocupar menos espaço que uma de madeira. A peça da Vidraçaria Nacional possui 35 centímetros de largura por 1,55 metro de comprimento, sendo parte embutida no balcão de mármore. “Ficou uma mistura do rústico e moderno”, destaca Mayse. Elizabeth complementa dizendo não ser viável usar só elementos de fora numa composição. “O cliente precisa se identificar um pouquinho com o que remete a seu lugar de origem para fazer do espaço mais aconchegante.” A banqueta usada ao lado da mesa foi fabricada em madeira de demolição, mesmo material do painel na parede. Ambos desenhados pelas profissionais e criados pela Vitória Design. Sob ela, o tapete em dois tons de bege e marrom da Sírio Solange Tapetes faz uma integração visual com o painel da parede. Embaixo da mesa, dois banquinhos da Ventura com formas arredondadas e em tom de prata trazem leveza e modernidade ao ambiente, completado com a bandeja de prata e taças coloridas também da Ventura. Os cachepots usados na parede acima

da pia, o vaso das orquídeas e o relógio, todos em vidro e com tons de verde, são criação da Fernanda Corazza, feitos exclusivamente para a mostra. A planta dinheiro em penca e os cactos expostos nos cachepots são da casa de Elizabeth. As orquídeas, do Mercado das Flores. Para a bancada em mármore, da MarmoHouse, foi escolhida a cor marrom. O formato redondo da cuba atende o apelo funcional por aproveitamento de espaço. Cuba, torneira, fogão e coifa usados são da Perfil Coifas. O armário da pia traz duas gavetas, a primeira basculante e a segunda, gavetão. O ambiente por elas projetado depende das condições estruturais de cada condomínio para ser executado em outros modelos de apartamento. “O da mostra foi para uma mulher solteira e caberia no máximo para um jovem casal”, explicam. As profissionais também apresentam no espaço a preocupação ambiental, presente na escolha de peças em madeira de demolição, como o painel e o banco, e na persiana de linha ecologicamente correta. Cascas de madeira foram reaproveitadas para decorar os vasos e as plantas são naturais, para evitar o uso de plástico. ZELO 41

O resultado é um ambiente apontado como funcional, aconchegante, dentro da realidade do mercado goiano e com “valor compatível com o empreendimento em que está a mostra”. Esta edição da Ambientar é a primeira mostra em que Elizabeth Pires e Mayse Mendonça participam. “Para chegar a essa mostra, precisamos do amadurecimento”, diz Mayse. E ele veio com os sete anos de trabalho de Mayse e os dez anos de atuação de Elizabeth, atendendo clientes principalmente de Goiânia, região metropolitana e Rio Verde. Hoje, ambas fazem a especialização Máster em Arquitetura. Patrocinam o ambiente criado por elas na Ambientar, a Marmo-House, Mercado das Flores, Perfil Coifas e Cia, Síria Solange Tapetes, Ventura Interiores e Vitória Design Móveis. Z ELIZABETH PIRES – DESIGNER DE INTERIORES (62) 8405-9666 / (62) 9903-2529 elizabethpires.arq@gmail.com

MAYSE MENDONÇA – DESIGNER DE INTERIORES (62) 9117-7473 / (62) 9967-9370 mayse.mendonca@yahoo.com.br


ENTREVISTA FOTO: ÂNGELA MOTTA

Ilésio Inácio e Joaquim Barbosa, idealizadores da Ambientar: mostra traz novidades da construção civil e se torna opção de lazer

Coração e mente do projeto Ambientar Alice Galvão

m clima de comemoração, os executivos Ilésio Inácio e Joaquim Barbosa conversaram com a reportagem da Zelo durante o coquetel de apresentação da Mostra Ambientar 2010 à imprensa. Anfitriões do evento, representando o coração e a mente por trás da mostra, o primeiro é diretor-presidente da Consciente Construtora e Incorporadora, além de ocupar o cargo de presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), seção Goiás, e o outro, diretor-presidente da Bambuí Empreendimentos. Esbanjando simpatia e gentilezas, falaram sobre suas expectativas para a mostra deste ano, os planos para as próximas edições, a responsabilidade social do evento e a importância do projeto para o mercado e para a cidade.

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Quais são as suas expectativas com relação à Ambientar deste ano e ao futuro da mostra? Ilésio Inácio – Quando nós lançamos a Ambientar, há quatro anos, o propósito era abrir espaço para a criatividade dos jovens profissionais, em busca de novos talentos. A mostra começou a tomar forma própria e hoje é grande, fazendo parte dos eventos oficiais do município. Nós agregamos a isso várias atrações culturais durante estes 30 dias do mês de setembro. Além disso, vamos apresentar tudo o que tem de mais inédito em termos de produtos e de tecnologia. Você vai ter a oportunidade de conhecer o movie 360º, exclusividade da Consciente e usada pela primeira vez em Goiás no segmento da construção civil. Com esta tecnologia, você consegue interagir com todos os nossos ambientes, com os nossos produtos, fazer um tour virtual, ou conhecer os detalhes de uma peça que está naquele ambiente. A gente tem uma expectativa muito grande de público. E quanto mais público, mais críticas e sugestões a gente recebe. Este ano, por exemplo, trouxemos algumas coisas que foram sugestões dos anos anteriores, feitas pelos próprios expositores e parceiros. São 360 parceiros e isso significa uma teia de relacionamentos muito grande, que gera muitas oportunidades de negócios. Esperamos que a mostra do ano que vem seja ainda melhor, com todos os recursos que a gente possa dispor. Fale um pouco sobre o cunho social da mostra. Ilésio Inácio – No início, não tínhamos nenhuma intenção de fazer rentabilidade com a mostra. Aí surgiu a ideia de cobrar um quilo de alimento dos visitantes e com isso fazer um trabalho social. A iniciativa cresceu e chegou ao ponto de, na edição passada, nós conseguirmos arrecadar mais de 20 toneladas de alimentos e R$ 50 mil em dinheiro. Este ano, a expectativa é conseguir muito mais. Vocês não fazem ideia do quanto isso representa para essas pessoas que são assistidas! No ano passado, nós conseguimos ajudar oito entidades assistenciais e este ano vamos atender 13 entidades. É um trabalho que nós temos

muito orgulho de desenvolver. O que a mostra Ambientar representa institucionalmente para a Bambuí? Joaquim Barbosa – A gente cria um posicionamento legal junto aos formadores de opinião. Consequentemente, isso cria uma onda positiva com relação a todos os clientes deles. Esta ação é a pedrinha n’água. Isso se esparrama. Em paralelo, tem o grande público. A mostra cria uma visitação desarmada do cliente para conhecer o nosso produto, as nossas empresas e a nossa maneira de trabalhar. E isso, institucionalmente, é tudo o que a gente quer. Durante esses quatro anos, a mostra já virou um evento cultural, de convivência. Goiânia é carente disso, então a gente acaba ocupando esse espaço. O mercado imobiliário não faz nada, só feira. E feira é difícil, você não consegue uma penetração legal. Pegando esse gancho, o que esta mostra traz de diferencial no sentido de influenciar a cultura de mercado em Goiânia? Existe essa pretensão? Joaquim Barbosa – Sim. Pelo simples fato de você apresentar uma mostra multifuncional, com mais de 100 profissionais pensando aqui dentro. O nosso projeto tem uma formatação bem estudada, mas se eu consigo dar uma roupagem variada para ele, leituras diferentes de utilização, ele enriquece muito. E esse processo de enriquecimento é o diferencial. O cliente consegue visualizar as opções de espaço até mesmo dentro da casa dele, ele está vendo soluções legais. Então isso é um processo interativo de mudança de cultura, e se a gente é parte do processo, a gente é lembrado. Isso interfere no processo de personalização dos apartamentos antes da entrega? Joaquim Barbosa – Sem dúvida! Na verdade, eu acho que aflora no cliente a necessidade e a possibilidade de mudança. Consequentemente ele busca isso junto à empresa, dizendo: “Olha, eu queria implementar no meu apartamento uma solução como aquela que eu vi.” E aí, dentro do tecnicamente possível, a gente tenta implementar. Já é uma ZELO 43

filosofia nossa entregar o apartamento na cor, no jeito e na forma que ele quer. São modificações que podem criar certa dificuldade para nós, mas é uma necessidade do cliente. Por que é que eu vou entregar um apartamento branquinho para o cliente, se o objeto de desejo dele para um quarto específico é ter uma parede de cor lilás? É um direito dele. Pra que pintar de branco para ele ter que pintar de lilás depois? Então, eu entrego lilás. A gente tem que entender que o cliente é o nosso patrão mesmo. E ele dita as regras. O mercado, de uma maneira geral, está buscando possibilidades de personalização. Tem duas situações. Tem aquela da padronização, de fazer em grande escala. E tem outra, focada no cliente, que é a particularização da solução pra ele. Então a gente procura unir as duas, fazendo um produto multifuncional, que possa ser produzido em série, mas que comporte leituras diferentes e variações para atender o particular. Isso é um grande desafio... Joaquim Barbosa – É um grande desafio e um desafio constante. A gente tem trabalhado legal e eu acho que temos conseguido bons resultados. Saindo um pouco da discussão de mercado e entrando no tema da mostra, resuma o conceito apresentado aqui. Joaquim Barbosa – Cinema é um troço legal! (risos). Quem de nós não vai, no final de semana, pagar uma pipoca de R$ 10, mas vai lá, gostando e sabendo (mais risos). Goiânia é carente de opções de lazer, sabe? É impressionante! E a motivação do cinema é mais um gancho para trazer as pessoas aqui. O importante é que a mostra nunca foi aquela coisa comercial. É um ganha-ganha de muitos profissionais, cada um, de alguma forma, tentando vender seu peixe, de uma maneira bem descontraída e legal, sem agressão. Quem vem aqui se sente bem, come bem, se relaciona, conversa, vê coisas diferentes, vê inovações tecnológicas, conhece gente de altíssimo nível. É muito bom! Não é para vir uma vez só não. Tem 30 dias de mostra, então dá pra vir três, quatro vezes, numa boa. É uma opção de lazer legal. Z


FOTOS: ÂNGELA MOTTA

Ícones

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Daniel Almeida - arq.danielalmeida@hotmail.com 1 - Capa para Notebook Esta divertida capa protege seu notebook de poeira e arranhões, trazendo estampada a cara da “vovó” dele: a antiga máquina de escrever. Para quem já esqueceu ou nunca ouviu falar. De espuma e zíper. R$ 79, Imaginarium.

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2 - Dunquerque Art Nouveau Seguindo a linha do reaproveitamento, essa cômoda de época ganha novos ares na laca azul-turquesa. Pode virar um aparador para TV, bar ou buffet. R$ 3.120, Elementos.

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3 - Mesa Duomo Cai bem em quase todos os ambientes. Do rústico ao moderno, ela é discreta, casual e perfeita para um almoço ou reunião de negócios. Desenho simples e atemporal. Feita em nogueira. Design Jader Almeida. R$ 3.955, Via Condotti.

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4 - Puff Malia 6 - Cadeira Gomos

Sozinho ou em coletivo, esse puff é um “pé” na roda numa sala de estar, quarto ou home. Parece básico, mas é extremamente macio e resistente. Pode ser feito sob medida. No tecido flamê cor petróleo. R$ 1.630, Haus.

Elegante e descolada cadeira na cor pérola. Faz vista na sala, copa, quarto ou escritório. Em aço cromado e tecido factor couríssimo metalizado. R$ 1.210, D ‘Angelis.

5 - Double Bed Burkina 7 - Sofá Malhoun

Este sofá lounge marca presença em varandas e piscinas mais ousadas. Para relaxar no sol ou na sombra, a vibe é garantida. Design Daniel Almeida. Sob encomenda. R$ 2.500, Arte em Fibra.

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Para ocupar lugar de destaque numa sala de estar. Este sofá com laterais e costas no capitonê de courotex branco é moderno e chique. Ligne Roset. R$ 5.680, Elementos.

8 - Cafeteira Nespresso CITIZ C 110 No melhor estilo café com design. Já virou coqueluche nos escritórios e apartamentos mais descolados. É pura tecnologia com ares retrô. Diversas cores e sabores. R$ 960, Renata Arantes.

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9- Cinzeiro Retrô Chiva 8

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Apologias e incensos à parte. Como lixeira, ela traz astral e bons fluidos em qualquer canto ecologicamente correto. Metal e adesivo. Design Urban. R$ 138, Ideias em Formas.



CINEMA FOTOS: ÂNGELA MOTTA E RICARDO LIMA

E o Oscar

vai para... A Mostra Ambientar 2010, que reúne o talento e a criatividade de arquitetos, designers de interiores e paisagistas, buscou nos filmes de várias épocas e nos famosos cineastas inspiração para a criação dos ambientes. Glamour, encanto e magia estarão combinados à funcionalidade, estilo e bom gosto nos 43 ambientes da mostra, que acontece entre 3 de setembro e 2 de outubro, na Central de Apartamentos Decorados Consciente/Bambuí Empreendimentos.

O Café (Thiago Lobo Leite e Carolina Gubert Bufáiçal) foi inspirado no filme Alice no País das Maravilhas, na sua releitura proposta por Tim Burton.

O Hall de Saída (Mariella Romano) remete a um dos maiores clássicos do cinema, o filme E o Vento Levou, de Victor Fleming, com uma linha de móveis retrô e exclusiva.

O Atelier da Estilista (Rhubya Fernanda) foi inspirado na riqueza e beleza do filme Bonequinha de Luxo, de 1961. A simplicidade e fluidez da história são representadas pelos móveis práticos e modernos.

A inspiração no filme Sex and The City trouxe para este ambiente Living (Nanco Nunes) o glamour da cidade de Dubai e a mistura envolvente do rústico e o clássico. ZELO 46


A Revolução Industrial, mais precisamente os episódios retratados no cinema mudo de Chaplin, foi a inspiração para o ambiente Cozinha (Maria Fernandes).

A elegância das divas do cinema mundial, como Marilyn Monroe e Audrey Hepburn, foi lembrada no ambiente Banheiros Públicos (Tainá Thomé Freitas e Hanna Lúcia Di Oliveira)

Na decoração do ambiente Suíte da Filha (Simony Sales, Ana Carolina Fernandes, Anderson Lobo Silveira, Cinthya Cristiany), elementos remetem ao filme Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, uma versão moderna do clássico infantil.

O ambiente Suíte do Mochileiro (Synara Coelho, Jean Bueno e Jô Souza) foi inspirado no músico Elvis Presley, um dos grandes mitos do cinema mundial.

O ambiente da Sala de Jantar (Deise Vilela e Lucinara Ferreira) remete ao filme italiano A Vida é Bela, de Roberto Benigni, que enfatiza o amor na família. A utilização de peças e elementos de cores neutras, claras e transparências garantem a sensação de amplitude e leveza ao espaço. ZELO 47



Leopoldo Moreira e Miriam Luanne Tahan, Thiago Lobo, Carolina Gubert e Denis Rezende

Maria Fernandes e Lincon Maeda

Pedro Paulo, Lorena Tahan, Regina e Wiliam Hanna

Marcelo Peralta, Jacqueline Adorno, Juliana Barbosa, Ricardo Sanches, Marcella Gontijo, Carlos de Macedo, Lorena Tahan e Marcos Alves

Jacqueline Adorno e Wesley de Oliveira

Samarone Nunes, Robledo Costa, Felipe Inácio e Carlos José

Wanessa Chaveiro e Marco Túlio Socrates Alessandra Lobo e Pri Castro

Karine Espirito Santo, Augusto Thomé e Synara Coelho, Jean Bueno e Jô Souza

Michelle Nogueira

Ozair Riazo e Vanessa Garcia ZELO 49


Frederico Adjar, Marília Teixeira e Letícia Ferro

Ivan Grande

Luciana Messala

Andréa Montoro e Giselle Moura

Tainá Thomé e Hanna Di Oliveira

Mayse Mendonça e Elizabeth Pires

Marcos Segala e Gerley Alves dos Santos

Mábio Rodrigo e Wendell Alves Lacerda

Simone Sebba e Ale Kostik

Gabriela Louredo, Simone Ferreira e Henrique Moura

Helen Simone e Flávio Antônio

Handerson Pancieri e Carlos Eduardo

Maurício, Eline Ferreira, Juliana Barbosa, Fabrício Nobre, Lorena Tahan e Thais Couto

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1 Shopping Bougainville Rua 9 nº 1.855, Sl. 13 - St. Marista (62) 3954-5454

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FOTOS: ÂNGELA MOTTA

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01 - RELÓGIO - A brincadeira com os números deixa o relógio menos óbvio e extremamente moderno. 02 - VIDROS AZUIS - Todas estas peças juntas formam um belo composê de formas e tamanhos. Esta cor nos convida a uma sensação agradável e alegre. 03 - BAÚ - Para deixar seu ambiente ainda mais charmoso, a Ideias em Formas tem uma coleção de baús.

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04 - JOGO DE XÍCARAS - Na Ideias em Formas tudo tem um “quê”de original. O jogo de xícaras com formato diferente e cores suaves deixa a sua mesa muito mais cheia de personalidade. 05 - ESCULTURA - Escultura do atleta é uma peça imponente e ousada que traz ao ambiente a força das formas orgânicas do corpo humano e a delicadeza da poesia. 06 E 07 - QUADROS - Os tons de azul e nude são suaves e dão um charme todo especial para qualquer ambiente.

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08 - QUADRINHO MINIATURA - Todas as peças que compõem o cenário são feitas manualmente, cada quadrinho conta uma história. Este é realmente um produto para quem valoriza detalhes e sutilezas. Delicado, moderno e superantenado. A Ideias em Formas, no Shopping Bougainville, traz novidades, bom gosto, ousadia e requinte em seus produtos.

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ideias@ideiasemformas.com.br ZELO 52




BOLERO E SAIA LONGA EM MICROPAETÊS, BOLSA E CASQUETE MARCOS MANZUTTI E CAMISETA EM RENDA ADEVANIA SILVEIRA


VESTIDO EM SEDA ESTAMPADA FORUM TUFI DUEK E SAPATO EM CETIM VERDE EXCLUSIVA MULHER


VESTIDO EM PIQUET E CINTO AZUL TURQUESA TUFI DUEK, COLAR VALENTINA E LUVAS ALICE (ACERVO ANDRÉ MOREIRA)


VESTIDO EM ALGODテグ COM TRABALHOS EM FITAS DE CETIM MARIA VALENTINA PARA POAH. PULSEIRA ELEONORA HSIUNG, CASQUETE EM PENA (ACERVO MARCOS MANZUTTI)


VESTIDO LONGO BRANCO COM BABADOS FLORBELLA PARA CHOCOLLATE, COLAR ELEONORA HSIUNG E SANDÁLIA EXCLUSIVA MULHER


VESTIDO EM RENDA OFF-WHITE FLORBELLA E CINTO ROSA NUDE PARA CHOCOLLATE, COLAR VALENTINA, SANDÁLIA EXCLUSIVA MULHER




CARROS Astero Motta

- asterofontenelle@yahoo.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DeZir A Renault divulgou as primeiras imagens e informações do conceito que é uma de suas principais atrações no Salão de Paris. Trata-se do DeZir, proposta de um modelo esportivo com alma ecológica que adianta as linhas dos próximos lançamentos da fabricante francesa, a começar pela próxima geração do hatch Clio. Dotado de propulsão elétrica, é capaz de alcançar 100 km/h em apenas cinco segundos.

Camaro SS no Salão de São Paulo A General Motors do Brasil confirmou a presença do Chevrolet Camaro no Salão do Automóvel de São Paulo, que será realizado entre os dias 27 de outubro e 7 de novembro, no pavilhão do Anhembi, na capital paulista. O carro vai ser comercializado pela montadora no País, na configuração SS, equipada com o bloco de alumínio de 6,2 litros V8 de 400 cv de potência, câmbio manual de seis marchas e freios da marca italiana Brembo.

Expedição Citroën

Iniciativas humanitárias

Um concurso promovido na internet vai selecionar dez pessoas para estrelar o reality da Expedição Citroën Aircross, que vai passar por lugares exóticos e pouco conhecidos em 20 cidades do Brasil. Foram abertas dez vagas e os interessados devem postar no site www.expedicaocitroenaircross.com.br um vídeo que responda à pergunta: “Por que eu devo participar da Expedição Citröen Aircross”. As inscrições serão válidas somente até 1º de outubro.

A Land Rover e a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) lançaram uma iniciativa global intitulada “Assistindo a Pessoas Vulneráveis ao Redor do Mundo”. Nos próximos três meses, a Land Rover se compromete a apoiar as Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em aplicar ou avançar com projetos em 15 países, começando enfaticamente nos extensos projetos humanitários já em curso na China e em Serra Leoa.

Peugeot 408 A Peugeot inicia a produção do 408 na América Latina. O carro será apresentado oficialmente no Salão de São Paulo, em outubro. A previsão é de que o modelo estreie por aqui em 2011. O 408 deverá ter ar-condicionado digital de duas zonas, sistema de navegação integrado ao console central, teto solar panorâmico, equipamento de áudio com entrada USB, dentre outros.

Audi A8 Com inovações tecnológicas e mudanças visuais, o A8, novo sedã de luxo da Audi, será apresentado oficialmente no dia 1º de outubro. O carro virá com motor V8 4.2 litros e 372 cv. Sua aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 5,7 segundos. O A8 conta com um sistema de detecção de pedestres, visão noturna e faróis de LEDs que trabalham com diferentes níveis de sensibilidade, de dia ou à noite. ZELO 63


FOTO: ÂNGELA MOTTA

ENTREVISTA

Irmãos de Brotas,

Artistas têm reconhecimento maior no mercado internacional: “Mídia brasileira discute pouco o design”

cidadãos do mundo Max Miranda

Fernando e Humberto retornam a Goiânia para lançar Campana Brothers: Complete Works (so far). Eles falam um pouco mais dos 30 anos de criação e de outros pensamentos ZELO 64


rasileiros lado a lado do design internacional. Com intensidade e beleza plástica, cada criação materializa o gênio bem inventivo e uma atmosfera imaginativa: o tempo e o povo não ficam de fora do traço dos irmãos. São artistas que trabalham com fios entrelaçados, sobreposições, matérias-primas variadas – algodão, plástico, cobre, retalhos multicoloridos e estamparias exóticas. A seguir, um bate-papo com dois criadores que transformam uma cadeira numa obra de arte. Quem apareceu primeiro foi o Fernando. “Humberto já está descendo”, disse o designer. E começamos a entrevista.

B

30 anos de criação é trabalho, sem dúvida. E mais o quê? Diversão. Meu trabalho me leva aos lugares que eu sempre quis ir quando criança, e não tinha como. Sou de uma família de funcionários públicos. Morávamos no interior de São Paulo, Brotas. Mas meu pai sempre foi um bom leitor, assinava revistas, e elas traziam um mundo de informações que vinha de fora. Hoje, posso constatar pessoalmente: indo, visitando, trabalhando. O trabalho amplia meus horizontes. Hoje, não sou só Brasil, mas um cidadão do mundo. Me vejo um cidadão do mundo. O que tem nas 304 páginas de Campana Brothers? Toda a paixão pela criação. As páginas abrangem outros aspectos não muito divulgados do nosso trabalho: arquitetura de interiores, cenografia para balé, figurinos, jardins... Tem um lado meu de fotos, que me interessa também. O livro mostra desde o trabalho inicial até o ano passado. De 2009 pra cá a gente fez mais de 20 produtos novos, mas não estão inclusos no livro. Ficarão para a próxima obra. O que tem a dizer da parceria? Só coisa boa. Só tenho a agradecer. Acho que fui escolhido. Sinto assim. Formei-me em Direito na USP. Acho que a profissão de designer chegou até a gente. Nunca pensei em ser designer. Não queria ser advogado. Gosto de criar. Tenho 57 anos, gosto de trabalhar com as mãos. Depois que eu deixei a faculdade, falei assim: vou construir minha vida com as próprias mãos.

Modernos ou contemporâneos? Fazemos um registro do nosso entorno, do nosso tempo. E se isso for moderno, futuro ou passado, o tempo vai dizer. Somente o tempo coloca as coisas nos devidos lugares. Criações pelo mundo. Como é a satisfação de saber que seus objetos são exibidos e comercializados dentro e fora do Brasil? Uma satisfação muito legal. Não é só criar, mas saber que nossas criações são úteis e apreciáveis pelo mundo afora. Viajo muito sempre. Viajo (para o exterior) duas vezes por mês, sempre que necessário. Quase não trabalho no Brasil. Eu gostaria de trabalhar mais aqui. Nosso público é mais lá fora. Produção em massa? É maturidade. Uma coisa que me interessa. É um grande desafio levar poesia para a indústria. Estamos conseguindo por meio de objetos. Exemplo são as sapatilhas da Melissa, que ficaram superpopulares, e foram copiadas no mundo inteiro. Tem problemas com cópias? Às vezes me magoa porque as pessoas ganham dinheiro e a gente não. O que me envolve mesmo é trazer o novo para a minha alma. Verde, preto e laranja. Por quê? São as cores do livro. Foi um acaso, uma escolha nossa. A gente quis um livro texturizado, que fosse quase que um objeto, porque o nosso trabalho é muita textura. A capa é um tecido, e as cores foram aquelas que ressaltavam melhor essa textura. O livro foi feito na Inglaterra, por nosso galerista londrino. Quem entende mais da obra de vocês: vocês mesmos ou os críticos, os especialistas? Por meio da crítica e da divulgação, há um entendimento melhor do nosso trabalho. Engraçado, as críticas negativas eu vejo no Brasil. Impressionante como lá fora as pessoas são mais abertas. O design contemporâneo é ainda visto com pouco entendimento no Brasil. A mídia brasileira discute pouco o design, e dá mais ênfase à moda. Não vejo tantas publicações de projetos novos em arquitetura, design... ZELO 65

Sinto certa resistência. Foi necessário ser reconhecido fora para ser aceito no Brasil. Jobim falava assim: “Fazer sucesso aqui no Brasil é pecado.” Fotografia é registro? Sim, claro. É história. “Aprofundamento na obra dos irmãos nascidos em Brotas.” O que essa frase significa para vocês? Um mergulho no trabalho. Um registro de tudo o que a gente já fez. A intenção do livro é justamente definir, pois temos atividades variadas, campos diversos de criação – não nos apegamos a uma coisa só. São peças de uma edição só, peças seriadas, e produção em larga escala. “Objetos funcionais imprevisíveis”, o que significa isso? O design do século XXI não é mais forma e função, vai além: é poesia. Igual um filme, tem começo, meio... e fim, que seria a casa do consumidor. Não tem fronteiras entre as disciplinas moda, arte, design. Vejo a criação do século XXI uma coisa só. Um criador multimídia, multidisciplinar... “Dotados de humor sofisticado”, explique também. Engraçado, eu não sou uma pessoa bem-humorada. Sou muito irônico. Eu não rio grande, rio com sorriso contido. Acho que é a forma que eu tento passar nos móveis, esse sorriso contido. O design também pode ser uma ferramenta política. Ele pode lançar mensagens, afeto, ironia... A sobreposição é presente no trabalho. Por quê? Eu acho que o Brasil é todo sobreposto, desde os portugueses que chegaram aqui e fizeram essa fusão de raças. Brasil é isso, uma grande sobreposição. Moro em São Paulo, que é uma sobreposição de arranha-céus, pessoas morando sobre as outras. Um grande quebra-cabeça. Procuro construir o quebra-cabeça. Mas, para construir o quebra-cabeça, é preciso ser muito racional para construir o caos. Ter racionalidade. O conforto também é importante, em algumas peças a gente alcança e outras que, no futuro, poderão se tornar ainda mais confortáveis, devido às matérias-primas tecnológicas, inovadoras. Foi


o que aconteceu com os móveis da Bauhaus, que hoje são vendidos em larga escala e mais confortáveis, mais acessíveis. Eu quero a nossa obra também mais acessível. É maturidade. 1989? Um ano mágico na nossa vida. No dia 29 de junho, Dia de São Pedro, fizemos a primeira exposição nossa: “Desconfortáveis”.

Humanização do design, o que é? Integrar a criação... Viver a humanização. O design tem uma sociologia, é comportamento. É uma ferramenta política. Desde que os homens primitivos se sentaram numa pedra, num toco, já existe cadeira... Objetos da casa de vocês. Usamos tudo o que não coube no estúdio, ou o que a gente gosta mais... Levamos para casa todos os protótipos.

Humberto chega. A entrevista continua: Espaço de produção... Um templo (para Fernando). Uma ilha de tranquilidade – para Humberto. O nosso espaço de produção fica no Centro de São Paulo, no Bairro de Santa Cecília. A gente nem pintou a fachada. Tem cliente que chega lá e diz: “É aqui?”. Uma vez a mãe do Bill Gates, numa comitiva de colecionadores, perguntou ao motorista de táxi: “Você tem certeza de que o endereço é esse mesmo?”. É um laboratório de pesquisa...

O que tem para hoje na cabeça de vocês? Neurônio, vem!, brinca Humberto (risos). Mas Fernando responde: Tem tanta coisa que passa pela minha cabeça. Talvez fazer outro livro, fazer fotos, trabalhar com uma comunidade de artesãos, descobrir novos artesãos no Brasil. Viajar pelo Brasil... Para lugares ainda não tocados.

Humberto pensa e também responde o que passa na cabeça dele: Como melhorar a qualidade de vida. São Paulo às vezes enche tanto o saco, perturba. Ela é viva. Penso de como me proteger ou estar lá (SP) sem ter medo. Penso em melhorar sempre meu ambiente, e o que está em torno. O que tem para amanhã na cabeça de vocês? Humberto: Voltar para São Paulo (mais risos). Visitei as bancas de ervas medicinais da Goiás. Comprei sementes. E ainda quero conhecer a Serra da Mesa, que fica em Goiás. Fernando: Eu adoro o cerrado. Conheço Pirenópolis, a Chapada, muitas fazendas... Humberto volta: A nossa cidade, Brotas, São Paulo, é a transição da Mata Atlântica para o Cerrado, é o Cerradão, tinha também Cerradinho, mas hoje a cana está tomando conta... As árvores do Cerrado. Z


Agenda Verde Ranulfo Borges - ran.borges@ig.com.br

Caminhões da cidadania

anos, já atendeu cerca de 14.300 caminhoneiros e conta com parceiros de órgãos públicos e iniciativa privada. Desde 1999, a BCC, em parceria com o Comitê para Democratização da Informática (CDI), realiza o Projeto Escola de Informática e Cidadania (EIC), tendo como objetivo utilizar a informática como instrumento de inclusão social, levando noções de cidadania, ética, educação, saúde e meio ambiente para adolescentes e jovens de baixa renda. Segundo Cristina Souza, o reconhecimento público a esses projetos se expressa através de premiações que a empresa recebe, como, por exemplo, o prêmio Crea de Meio Ambiente ao Programa de Gestão Ambiental e a menção honrosa do Sesi para o documentário Catador de Sonhos. Ela conta também que o Projeto Escola de Informática e Cidadania e Belcar Arte, projeto de arteeducação, foram publicados no banco de práticas do Instituto Ethos de RSE e da Fundação Getúlio Vargas. “A partir deste mês de setembro, iremos iniciar uma parceria com o Centro de Referência de Assistência Social - Redenção – (Cras), e o Projeto Escola de Informática”, informa a diretora. FOTOS: DIVULGAÇÃO

Belcar Caminhões investe cada vez mais em projetos de responsabilidade social por meio do Belcar Caminhões Cidadania (BCC), que foi implantado há 12 anos pela diretora de Marketing Cristina Souza. Um dos frutos desse trabalho é o Manual de Gestão Ambiental, baseado na Carta de Princípios que guia as ações da empresa. A imagem socioambiental da empresa é fortalecida hoje por meio do seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e da produção do Documentário Catador de Sonhos, que se tornou uma ferramenta para a disseminação do conceito da coleta seletiva de lixo, para a promoção de reflexões sobre a situação do catador de material reciclável e sobre o papel de cada cidadão. Levando a marca da empresa aos mais distintos lugares, mais de 10 mil pessoas já assistiram ao filme. Atualmente, as ações ambientais trabalhadas na empresa são baseadas e desenvolvidas em três focos: o Processo de Gerenciamento dos Resíduos, o Programa de Educação Ambiental e o Projeto Vínculos

A

Caminhoneiros durante evento na Belcar. Cristina Souza: responsável por projetos

Sustentáveis, que busca integrar o Sistema de Gestão Ambiental da empresa com instituições sociais e filantrópicas, dentre elas, os Catadores de Material Reciclável. Outros projetos são o Programa de Qualidade de Vida do Trabalhador e o Projeto Parceiros nas Estradas, que promove, junto a motoristas e caminhoneiros, ações educativas e preventivas na área de saúde e comportamento sexual, que, em 10

NOTAS Considerada uma das mais limpas, a energia solar está em expansão no Brasil e chega também a Goiás. 475 famílias de baixa renda do Conjunto Valéria Perillo, em Senador Canedo, receberam do governo kits com coletores solares. 2.500 outras famílias já foram beneficiadas em cidades como Itumbiara e Santa Helena. O sistema permite uma economia de até 50% na conta de luz.

no Brasil, dentro de cinco anos, um biocombustível à base de microalgas, destinado ao mercado da aviação.

A empresa Algae Biotecnologia anunciou que pretende lançar comercialmente

O governo federal vai desonerar investimentos de empresas que receberem

A terceira edição do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável está com inscrições abertas e premiará soluções inéditas em engenharia elaboradas por estudantes de graduação, professores e universidades.

dinheiro público por meio de subvenção econômica para implantar programas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) em áreas como energias limpas, biotecnologia e veículos elétricos. Ouro Preto, em Minas Gerais, está preparando seu Plano Diretor de Iluminação, que será o passaporte energeticamente eficiente para que o município se torne o primeiro destino turístico brasileiro a receber o título de “Cidade Luz”, concedido pela Lighting Urban ZELO 67

Community International (Luci). O mesmo título já foi concedido a Paris e Viena. O Twitter anuncia que terá um datacenter próprio até o final de 2010, desenvolvido para atender à demanda do site, levando em consideração conceitos de sustentabilidade. A construtora PacificHousing Inc, de Sacramento, nos EUA, está produzindo casas préfabricadas com capacidade de produzir toda a energia que consumirem.


Vista da Praia do Cerrado, uma das atrações do Hot Park,

FOTOS: RQC

TURISMO

Destino perfeito em qualquer época do ano

em Rio Quente

Rio Quente atrai visitantes do mundo todo com sua diversidade de atrações, que inclui de hotéis de luxo à praia de ondas do cerrado ASTERO MOTTA

escoberto por Bartolomeu Bueno da Silva em meados do século XVIII, o rio de águas quentes está situado no município de Rio Quente, em Goiás, a 170 km de Goiânia. Inserido em uma área com fauna e flora exuberantes e clima quente o ano todo, o destination resort oferece praia, campo e parque aquático em um único endereço. Sete hotéis, academia, spa, quadras de futebol, restaurantes, bares, shows noturnos e extensa programação de eventos tornam inesquecíveis as experiências no complexo. O resort é um destino perfeito para quem curte aventura, passeios em meio à natureza ou simplesmente permanecer nas piscinas naturais com água a 37,5ºC durante o dia todo ou à noite.

D

AVENTURA E ADRENALINA O Hot Park é bastante visitado por quem procura adrenalina. São 50 mil m² repletos de atrações para jovens em busca de aventura. Entre as atividades que fazem parte da programação está o conjunto de toboágua: Acqua River, Acqua Race, Lazy River, Giant Slide, Half Pipe, este último um escorregador inspirado nas pistas de skate, com 13 metros de alZELO 68

tura em forma de “U”. Pode-se ainda praticar vários esportes radicais, como arvorismo, montanhismo, tirolesa e rapel, pagando taxas adicionais. Quem prefere tranquilidade também pode relaxar no Parque das Fontes, o maior conjunto de piscinas de águas quentes e naturais do mundo. Situado a 630 metros de altitude e rodeado por duchas, saunas e ofurôs naturais, o parque possui oito piscinas com águas quentes naturais e correntes com profundidade máxima de 1,60 metro, cuja água é totalmente renovada a cada 20 minutos.

MERGULHO ECOLÓGICO O resort proporciona momentos de aventura nas águas, por meio do Mergulho Ecológico. Em um lago de 9 mil m² de águas transparentes, é possível observar peixes de até dois metros de comprimento, com visibilidade de até 40 metros. O turista é guiado por monitores da Casa do Mergulhador. São oferecidas 14 modalidades de mergulho e diversas atividades, como batismo de scuba, snorkel e curso de mergulho scuba. Uma outra alternativa de diversão do resort é a Praia do Cerrado, maior praia de águas quentes do


Resort oferece variadas atrações para crianças e adultos, como o mergulho ecológico, onde é possível observar peixes de até dois metros, e esportes aquáticos

mundo, que ocupa uma área de 25 mil m², exibe área branca e fina, além de nove tipos de ondas que podem atingir 1,20 metro de altura. São três praias em uma. A primeira com ondas baixas e pouca profundidade, dedicada às crianças. Outra mais reservada, com clima de praia particular, lounge com sofás e poltronas sob sombrites, restaurante privativo e um bar aquático. A terceira tem palcos para shows, arena para jogos, bar aquático, bangalôs, além de um deck molhado com espreguiçadeiras.

TERRA DOS PÁSSAROS O Bird Land é uma outra grande atração do resort. Trata-se do maior viveiro de aves free wing, espécies recolhidas pelo Ibama – recuperadas ou ainda em tratamento por estarem mutiladas, machucadas ou desnutridas. Criado desde 2008, o resort conta com 87 espécies de aves que vivem soltas para depois serem reintegradas ao seu ha-

bitat natural. Segundo a bióloga do viveiro, Adalgiza Branzano, quando os animais chegam, passam por uma quarentena, onde são examinados e em seguida alojados, depois soltos em seu habitat natural. “Já foram soltos 132 animais com sucesso”, conta. A bióloga adiantou a criação de um Borboletário para 2011.

nova Ala Premium, com 20 apartamentos luxo e duas suítes. “Mais do que agregar conforto e benefícios ao hóspede, nos preocupamos em praticar um conceito de inovação e modernidade, que tem pautado nossos últimos investimentos”, ressalta o diretor de marketing e vendas Manoel Cardoso.

NOVIDADES

INVESTIMENTOS

O resort inaugurou recentemente, em meio à natureza e águas quentes naturais, o Budha Spa. O local reúne a filosofia do Spa, que combina terapias orientais e ocidentais com a experiência da marca Ala Szerman. Um outro destaque é o seu novo restaurante no Hotel Pousada – o Casa de Cora, que homenageia a poetisa e doceira de mão cheia Cora Coralina. Além de decoração temática, o novo espaço tem capacidade para 550 pessoas e é todo baseado no conceito cozinha show. A Hotelaria do Hotel Turismo ganha

Para reforçar ainda mais sua participação no segmento corporativo, o resort está investindo R$ 7 milhões em uma nova área para um Centro de Convenções. O projeto, previsto para 2013, terá 7 mil m2 e capacidade para 1.440 pessoas em nove salas moduláveis. Serão construídos também dois novos hotéis com 580 apartamentos – o Hotel Convenções, com 360 suítes família, e o Golf Club Resort, com 220 suítes famílias e campos de golfe. Investimento do Grupo Rio Quente até 2013 são R$ 213,3 milhões em infraestrutura. Z

Na Praia do Cerrado, é possível surfar em ondas que atingem até 1,20 metro de altura. Bird Land e Parque das Fontes proporcionam contato com a natureza ZELO 69


Estilo e Glamour Nathália Fiorotto

- natgr@ig.com.br

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Coleção limitada Alice + Olivia

Unhas de renda A cada dia as unhas ganham mais espaço na moda, sendo um acessório indispensável e luxuoso. Elas vieram para ficar e as inovações transcendem as cores e texturas. Existe um leque de possibilidades, mas as unhas rendadas, onde se utiliza o próprio tecido, são a mais bela e interessante opção. Elas são feitas da seguinte forma: recorte a renda e a coloque em cima da unha, com a ajuda de um pincel que é mergulhado em um tipo de adesivo. Em seguida, passe mais uma camada de adesivo por cima da renda e, para finalizar, jogue um spray de cola de secagem rápida. Está pronta sua unha chic e personalizada.

Tranças em foco Não se pode negar que as tranças estão reformuladas e mais interessantes para o verão, propondo muita criatividade em penteados fabulosos. Além de ser uma boa pedida e acertada escolha para grandes festas e noites importantes, elas também cabem em dias em que você simplesmente está inspirada ou para eventos mais despojados. O bom dessa história é que as tranças garantem um look ultrafeminino e charmoso em qualquer ocasião. Aposte!

A canadense M.A.C lança mais uma novidade idealizada em parceria com a designer Stacey Bendet Eisner, a linha Alice + Olivia. A nova coleção tem mais três novos tons de creme Dazzleglasse, três pigmentos e três tons laca, além de estar cheia de cores vibrantes, lúdicas e divertidas. Essa será uma coleção limitada da marca, que infelizmente não virá para terras brasileiras, mas estará disponível nas lojas M.A.C pelo mundo e também no site da marca: www.caccosmetics.

Amor à década de noventa A ousada e fashionista atriz Drew Barrymore surpreendeu ao aparecer em um evento em Londres com uma nova tonalidade de cabelo, um degradê mais escuro na raiz com a contraposição de pontas bem loiras, causando impacto e, claro, roubando a cena. Nessa noite de muito glamour em Londres, ela também usou ondas texturizadas, misturadas com finas tranças, que fizeram a diferença e ainda agregaram mais valor ao seu visual totalmente renovado e autoral, já que criar novas tendências é uma especialidade da atriz.

Cores luxo de Chanel Peter Philips criou edição limitada com um conjunto de esmaltes de cor cáqui, que vai estrear nas lojas de Chanel no Fashion Night Out, em Nova York. As tonalidades farão parte de nossos desejos de cores renovadas para a quente estação. Os novos esmaltes da marca são Khaki Brun, um terra cinzento; Khaki Rose, um tom terracota suave; e o favorito da vez, Khaki Vert, é um verde-musgo irresistível, que combina perfeitamente com o momento “militar” que está em alta por aqui. Essas são as cores poderosas para mulheres que se preocupam com todos os detalhes e estão sempre afinadas com a moda. ZELO 70

No tapete vermelho Essa realmente foi uma bela exibição de um charmoso rabo de cavalo estilo pônei, com um tom fantasioso e volumoso. Kate Beckinsale desfilou deslumbrante pelo tapete vermelho na estreia de E.U Going The Distance, em Los Angeles. Certamente é um bom presságio da volta triunfante do lindo penteado. Várias hollywoodianas já aderiram ao estilo. Então, fica a dica!



FOTOS: ÂNGELA MOTTA

Cilene Guimarães, Maisa Gouveia e Anselmo Pereira

Frederico, Maisa Gouveia e Gilson Ramos

Homenagem a Maisa Gouveia A estilista Maisa Gouveia recebeu a Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira, a mais alta comenda do Parlamento Goiano, em sessão especial no Plenário Getulino Artiaga, na Assembleia Legislativa. A homenagem é uma iniciativa da deputada Cilene Guimarães, em reconhecimento aos relevantes serviços que Maisa realizou em prol do desenvolvimento do Estado.

Nathalia, Maisa Gouveia e Frederico

3281 0123

Landeiro Garden A Borges Landeiro lançou a segunda etapa do Borges Landeiro Garden, no Distrito Federal. Durante o evento de lançamento, a atriz Juliana Paes visitou o empreendimento (foto). Ela também é a estrela da campanha, que é composta de ferramentas de comunicação diversas, incluindo estratégias de mídia nas redes sociais.

FOTOS: LUCIANA MOREIRA

Carolina Landeiro, Juliana Paes, Dejair Borges e Wildemir Demartini Juliana Paes e Klaudia Sabino ZELO 72


GASTRONOMIA

com aromas do quintal de Cora EMILIANA AZAMBUJA o quintal de Cora Coralina, nossa poetisa maior, tinha um lindo pomar com profusão de limões, laranjas, flores, ramas de capim-santo, pés de hortelã, cebolinha e demais temperos. De lá saiu a minha inspiração para a compota salgada com seus toques, que vão do cerrado ao mar.

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MARINADA DE LARANJA, CAPIM-SANTO, AZEITE, PIMENTA BIQUINHO E TOQUE DE LIMÃO

100 ml de azeite extravirgem 100ml de chá concentrado de capim-santo 100 ml de suco de laranja Rodelas de 01 limão Galego Rodelas de 01 limão China e seu suco 10 dentes de alho assados ou fritos em azeite

PARA A COMPOTA DE FRUTOS-DO-MAR 300g de camarão rosa GG 300g de polvo cozidos até estarem macios e picados finamente 300g de anéis de lula 300g de mexilhão sem casca. Azeite QB Folhas de hortelã QB Salsinha fatiada finamente QB Cebolete fatiada finamente QB 02 cebolas fatiadas finamente e fritas no azeite Pimenta biquinho QB Miniflores comestíveis QB Sal QB COMO FAZER

Refogue as cebolas no azeite até dourar bem, acrescente os frutos-do-mar e refogue até estarem cozidos. Acerte o sal e finalize com cheiro verde. Espere esfriar, misture os ingredientes líquidos e reserve. Monte de forma decorativa os frutos-do-mar, as rodelas dos limões, a pimenta biquinho, os dentes de alho. Preencha o vidro com a mistura dos ingredientes líquidos e mantenha sob refrigeração até o consumo. Sirva com pães, endívias, radiccios, pedaços de acelgas ou legumes de sua preferência. ZELO 73

FOTO: PAULO REZENDE

Compota de frutos-do-mar





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