Número 2- Junho 2015 - Distribuição gratuita
A menina poeta que criou o Saúde Criança A terra das ÁGUAS no Brasil
MIUDINHO, UM GATO MUITO ESPECIAL
Vera Cordeiro uma empreendedora social
Carolina, o meu professor pediu para pesquisarmos sobre projetos sociais que ajudam crianças.
Dá uma olhada na Revistinha. Esse número está falando sobre a fundadora de um projeto muito especial.
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Ilustração dos mascotes: Cátia Ana
Biografia
Introdução Tudo começa com uma ideia que modifica a vida de uma comunidade. E isso pode acontecer na área de educação, saúde ou meio ambiente. Para que isso ocorra, é preciso criar um projeto com cada passo a ser seguido. Um empreendedor social é uma pessoa que tem a ideia, implementa o projeto, obtém resultados positivos e cria e divulga o projeto para atender mais pessoas. Na maioria da vezes, isso não acontece rápido. É preciso anos para que o projeto se torne realidade, envolva pessoas e obtenha recursos. Um empreendedor social é uma pessoa muito audaciosa e persistente. 3
Em uma casa cercada de árvores, no subúrbio do Rio de Janeiro, nascia Vera, a primeira criança do casal Cordélia Carmem de Novae Gaensly e Horst Ewaldo Gaensly. A mãe brasileira e o pai brasileiro de descendência suíça.
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Ilustração: Kariny Luporini
Quando a Vera fez um ano, os pais prepararam uma festa com mil docinhos. Tinha brigadeiro, beijinho, olho de sogra e outras delĂcias brasileiras, alĂŠm de muitos familiares e amigos.
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A família morava em Bangu, lá o pai de nossa menininha era o diretor da fábrica de tecidos. Na casa, além da família, morava a babá, a cozinheira e a professora da escola. A vizinhança era muito pobre.
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Durante o dia, a casa da famĂlia Gaensly tinha as portas abertas para os vizinhos. Vera percebendo que tinha mais brinquedos que as outras crianças, volta e meia dava um para os amigos.
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A babĂĄ nĂŁo gostou disso e prometeu um dia dar todos os brinquedos para os vizinhos, se a nossa generosa menina continuasse a doĂĄ-los. E isso de fato aconteceu.
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Vera e os amigos passavam o dia soltando pipa, subindo em árvores. A brincadeira preferida era malabarismo.
À noite, ela não queria dormir, porque não queria parar de brincar.
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No quintal, tinha uma mangueira onde a pequena aventureira gostava de escrever poesias. Na hora do lanche, ela não queria descer, então a mãe precisou encontrar uma boa solução para o problema.
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Nas férias, o programa era a casa da avó Regina em Curitiba, no estado do Paraná. Era uma viagem longa, umas 12 horas, mas que valia a pena. Que delícia de lugar!
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Dona Cordélia criou uma escola para os filhos e para as crianças da comunidade. Lá elas faziam desenhos, pinturas, danças e peças de teatro.
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A professora da escola lia para a Vera todas as noites.
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  Aos 10 anos, Vera foi estudar numa escola em Copacabana e se mudou para a casa dos tios. Ele era mĂŠdico e ela escrevia novelas. A casa deles era repleta de gente, artistas, polĂticos e cheia de amor.
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Os anos na casa dos tios foram de muito estudo e muita saudade, jĂĄ que via os pais apenas nos finais de semana.
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Vera quis ser médica como o tio e passou no vestibular para a UFRJ, uma das melhores universidades do Brasil. Após os estudos, ela começa a trabalhar em vários hospitais públicos.
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Aos 25 anos, se casa com Paulo e, alguns anos depois, a famĂlia se completa com as duas filhas: Marina e Laura.
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No hospital, o trabalho com crianças desperta o interesse em ajudar famílias necessitadas. A nossa doutora percebe que uma criança, que não tem comida em casa, sempre retorna ao hospital. E a cada vez que retorna, a doença está mais grave.
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Com a ajuda de Cordélia, Horst, Paulo, familiares e amigos, Vera cria uma associação para ajudar as famílias carentes das crianças hospitalizadas e é no Hospital da Lagoa que nasce o Saúde Criança.
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A associação é um grande sucesso. O número de internações hospitalares diminui e a associação recebe apoio internacional para repetir o projeto em outras cidades e hospitais.
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Após 23 anos do Saúde Criança, Vera é vovó da Gabriela, da Carol e da Sofia e também “mãe de rua" de muitas crianças pelo Brasil afora. 21
Como é a vida de uma família assistida pelo Saúde Criança... • Tem uma criança com uma doença muito grave. • A casa é tão precária que atrapalha na recuperação do enfermo. • Os pais não completaram o 9° ano de estudo. • A maioria das famílias não tem o pai presente. • Tem em média três crianças.
Para entender melhor Empreendedor - É uma pessoa que inova e cria um negócio. Empreendedor social - É um empreendedor que atua na área social buscando melhorar a vida das pessoas.
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Para ir mais longe:
Acesse a página na web do Saúde Criança, http://www.saudecrianca.org.br, conheça mais sobre o trabalho e se envolva: curta a página no facebook, participe de uma campanha, divulgue o trabalho,… Conheça o trabalho de jovens brasileiros na área de empreendedorismo social https://www.youtube.com/watch? v=PriqfzmIg-c Envolva-se em um projeto social perto de onde você mora. Informe-se na escola ou com os vizinhos e converse com os seus pais sobre como você pode apoiar.
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Em algum lugar no Brasil Você sabe que lugar é esse?
Para ajudá-lo a matar a charada, leia as três dicas abaixo. Boa sorte! 1 ) Sou um patrimônio da humanidade. 2 ) A minha vizinha é uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo. 3 ) Faço fronteira com a Argentina. 24
Foto: Robson Gilli Junior
Resposta do último número: Paraty, Rio de Janeiro 25
Receita Suco de laranja, banana e maçã O Brasil está cheio de casas de suco. É só chegar lá e escolher o seu preferido. A Revistinha trouxe a receita do de laranja com banana e maçã. É bem doce e faz muito sucesso com as crianças. Você pode fazer em casa, mas vai precisar de uma centrífuga. Não se esqueça de pedir ajuda a um adulto. Ingredientes • 4 laranjas • 2 maçãs • 2 bananas
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Modo de preparo 1. Lave as maçãs, descasque as laranjas e as bananas e corte as frutas em pedaços.
2. Ligue a centrífuga e adicione as frutas aos poucos.
3. Saboreie esse suco cremoso com a sua família e amigos.
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Instituição Fundação Casa de Rui Barbosa A Casa de Rui Barbosa está localizada no lote de uma das antigas chácaras de Botafogo que, no século XIX e primeiras décadas do século passado, era o bairro preferido pela aristocracia como área residencial. Em estilo neoclássico, a casa, situada no meio de um vasto jardim, foi residência de Rui e de sua família até 1923.
Em 1924, um ano após sua morte, o governo comprou o prédio, inclusive a biblioteca e o arquivo de Rui. Quatro anos mais tarde, adquiriria também o mobiliário.
Em 13 de agosto de 1930, o presidente Washington Luís inaugurava-a como o primeiro museu-casa do Brasil, homenageando seu antigo líder político. Na ocasião, cada um dos aposentos ganhou um nome, rememorando passagens significativas de seu patrono.
Núcleo original do que é hoje a Fundação Casa de Rui Barbosa, o Museu desenvolve atividades de pesquisa, conservação e educação, além de promover projetos de integração com a comunidade. 28
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Cantigas Criança não trabalha Arnaldo Antunes
Lápis, caderno, chiclete, peão Sol, bicicleta, skate, calção Esconderijo, avião, correria, Tambor, gritaria, jardim, confusão Bola, pelúcia, merenda, crayon Banho de rio, banho de mar, Pula sela, bombom Tanque de areia, gnomo, sereia, Pirata, baleia, manteiga no pão Giz, merthiolate, band aid, sabão Tênis, cadarço, almofada, colchão Quebra-cabeça, boneca, peteca, Botão, pega-pega, papel papelão Criança não trabalha Criança dá trabalho Criança não trabalha 1, 2 feijão com arroz 3, 4 feijão no prato 5, 6 tudo outra vez
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Ilustração: Ana Bunescu
Assista ao vídeo bem criativo dos adolescentes da CCPA http://www.youtube.com/watch? v=QTA2PkKWqKw No quintal da cultura, a Palavra Cantada canta vária músicas incluindo a Criança não trabalha http://www.youtube.com/watch? v=ZzKmHeoiSXY
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Canto literário O gatinho * joão joão
Miudinho - por ser muito pequeno, era o nome de meu gatinho em São Cristóvão. Era negro como a noite. E dormia numa rede embaixo d'uma linda mangueira. As pessoas que vinham visitar nossa família achavam muito estranho. Afinal, um gato dormindo numa rede não é uma coisa usual. Ouvia muito: "... ei menino, o gato também é nordestino?"
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Certo dia ao mudar-me de bairro pensei em levar Miudinho. Coloquei-o num saco com uns furinhos e amarrei bem. Entrei no táxi com ele com todo cuidado. Ele começou a sacolejar, arranhou a todos e fugiu. Descobri ali, entristecido, que Miudinho gostava mais da casa do que de mim. Nunca mais soube dele. E sempre me pergunto, detrás dessa dor: " ... como terá sido o resto da vida de Miudinho sem mim?"
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Claudia Terrien Patricia H. Fuentes Lima Editoras de criação
Luciana Peres Editora de Redação
Gabriel Caymmi Designer Gráfico
Alex Nubisckel Tradutor
Um agradecimento especial à Vera Cordeiro e à equipe toda do Saúde Criança pela atenção e carinho com a Revistinha.
www.revistinha.org