VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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CARTA AO LEITOR
PASSO FUNDO E
DÓRIS HEXSEL
Quais os principais indicadores para o desenvolvimento de Passo Fundo? O que move a cidade? A partir desta edição, a Versa vai apresentar uma série de reportagens sobre o desenvolvimento do município. Durante o ano de 2015, vamos falar sobre agricultura, indústria, saúde, literatura, comércio, serviços e educação. Sabemos que as pessoas são o bem mais precioso de uma cidade. E é pensando justamente em quem é destaque em Passo Fundo e região que nos reunimos a cada edição para escolher as nossas capas. A médica Dóris Hexsel foi eleita para brilhar nesta edição. Com uma trajetória única na área da dermatologia, ela se tornou uma referência internacional. O que a torna uma profissional tão reconhecida? Leia em nossas páginas centrais. Boa leitura! Fabiana Lima e Taís Rizzotto
Expediente da edição #30 Fev + Mar 2015 DIRETORA Fabiana Lima // fabiana@revistaversa.com.br EDITORA Taís Rizzotto COMERCIAL Francieli Favaretto // comercial@revistaversa.com.br Ana Cristina Teixeira // comercial2@revistaversa.com.br DIAGRAMAÇÃO + CAPA Lisiane Dembinski CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA Miriam Cossul, Paulo Lima Filho REDAÇÃO PUBLICITÁRIA Luana Favaretto JORNALISTAS Taís Rizzotto // tais@revistaversa.com.br Tainara Scalco // tainara@revistaversa.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Taís Rizzotto // MTB 11.842 FOTOGRAFIA Gui Benck Nick Al Liliane Catto REDAÇÃO redacao@revistaversa.com.br fone: 54 3601 0100 PUBLICAÇÃO
A revista VERSA MAGAZINE é uma publicação da Brasil Sul Editora Ltda.
CNPJ - 11.962.449/0001-57 Rua Bento Gonçalves, 50 sala 902 Centro - Passo Fundo EMPRESA DO GRUPO
Passo Fundo/RS // fone: 54 3601 0100 Artigos assinados e Informes Publicitários são de responsabilidade de seus autores e podem não caracterizar a opinião da Revista Versa. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da Brasil Sul Editora Ltda. Somente as pessoas que constam neste expediente são autorizadas a falar em nome da revista. Tiragem 4.500 exemplares.
Departamento Comercial comercial@estrategia.art.br
www.revistaversa.com.br 004
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VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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08. COMPORTAMENTO
Ioga do riso é alternativa para aliviar o estresse e melhorar a comunicação
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14. SOLIDARIEDADE
Serviço de Orientação e Solidariedade à Aids beneficia indiretamente mais de 4 mil pessoas no Norte do Rio Grande do Sul
DÓRIS HEXSEL fala sobre a carreira e a relação com Passo Fundo
DANÇA
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VERSA MAGAZINE EDIÇÃO #30 FEV + MAR 2015
A zumba manda as calorias pra longe e deixa o bumbum durinho
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CAPA: LISIANE DEMBINSKI / FOTO: ARQUIVO PESSOAL
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PET
Seu cachorro é mais inteligente do que você pensa. Saiba o porquê
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24. CULTURA
Grupo de entusiastas da música promove espetáculos sem fins lucrativos em Passo Fundo
32. 42. 16. DECORA
Aprenda a decorar a sua quitinete sem gastar muito
ESPORTE
Audax ganha cada vez mais adeptos no Rio Grande do Sul
DIREITO
22. ARTE URBANA Grupo de grafiteiros contorna com traços artísticos espaços públicos de Passo Fundo
Perdeu a mala? Saiba a quem recorrer em caso de imprevisto
COM A PALAVRA, NOSSOS COLUNISTAS
10. Enquanto seu médico não chega
Em crônica, Valmor Bordin relata experiência enquanto médico residente
25. Cinefilia
Fábio Rockenbach fala sobre a estratégia “pista e recompensa” utilizada pelos cineastas para aproximar os espectadores
36. Cabide Fashion
De olho no frio, Ketherin Kaffka adianta o que será tendência neste inverno
45. Voo livre
Ivaldino Tasca compara os traumas de hoje e os de antigamente
FUNDO PASSORÊ NCIA REFE
39. ESPECIAL
A partir desta edição, a Versa apresenta os vetores que colocam Passo Fundo no mapa das principais cidades do Sul do país. A primeira reportagem fala sobre o agronegócio e a indústria
38. Multiversa
Edimara Sachet Risso fala sobre a liberdade de sentir-se bela
BEM-ESTAR
Picolés de frutas nativas unem as delícias da região ao calor da época
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19.
51. BALADA
Fique por dentro das principais festas da região norte do Rio Grande do Sul
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COMPORTAMENTO
GARGALHADAS
TERAPÊUTICAS
Ioga do riso é alternativa para aliviar o estresse e melhorar a comunicação. A dinâmica é novidade em Passo Fundo
Tainara Scalco
Nas campanhas motivacionais, a expressão é unanimidade: rir é o melhor remédio. Mas, você consegue seguir à risca essa prescrição? Acha loucura as gargalhadas sem motivo? Pois, saiba que existem sessões terapêuticas que ensinam a rir.
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É praticamente impossível conversar com ela sem esboçar, no mínimo, um sorriso de canto. Pudera! Para poder ensinar a arte de gargalhar, é preciso fazer a lição de casa. A líder de ioga do riso Lucia Gorgen, naturalmente, contagia a todos, mesmo em uma simples conversa. Essa facilidade vem de experiências de vida e, também, do curso de ioga do riso. Nessa altura, o caro leitor deve estar imaginando como será possível aliar ioga, uma prática genuinamente silenciosa, a risos. Pois bem, a dinâmica é um misto de exercícios de gargalhadas e de respiração. É uma atividade lúdica, considerada até simples, mas com um impacto extremamente positivo e visível no estado de ânimo das pessoas. Em um mundo cada vez mais “carrancudo”, com seres humanos estressados e pouco tempo para relaxar, exercitar o
riso diariamente pode ser a chave para abrir a porta do castelo do bem-estar, aquele lugarzinho onde o mau-humor e a tristeza sequer passam perto. A ioga do riso contagia sem distinções. Não é à toa que é praticada em mais de 70 países. “O riso dissolve conflitos, ajuda a perdoar e a fortalece o amor. A prática auxilia as pessoas a encontrarem a paz dentro de si. E é dessa forma que os adeptos da ioga ajudam a construir a paz mundial,” explica Lucia. Estudos realizados por renomadas universidades americanas comprovam que as risadas frequentes aumentam a atividade dos anticorpos em 20%, combatendo vírus e células cancerígenas. No Brasil, a prática ainda engatinha. Poucos profissionais são especializados na dinâmica. Na capital do Planalto Médio, as sessões são desenvolvidas VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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A ioga do riso é praticada em mais de 70 países.
O RISO DISSOLVE CONFLITOS, AJUDA A PERDOAR E FORTALECE O AMOR. A PRÁTICA AUXILIA AS PESSOAS A ENCONTRAREM A PAZ DENTRO DE SI.
Lucia Gorgen, líder de ioga do riso.
Um saco de risadas e benefícios A prática alia uma série de vantagens: • promove mais oxigenação do organismo; • favorece a comunicação e interação social; • reforça o sistema imunitário; • auxilia significativamente no combate ao estresse; • facilita a superação da depressão;
em lares de idosos, em escolas (para grupos de professores ou de alunos), em clínicas terapêuticas, em empresas (para executivos ou para trabalhadores), e em congressos, como uma forma de “quebrar o gelo” entre palestrante e participantes. Quem quiser praticar aulas individuais também tem essa possibilidade.
As sessões
No início, os participantes emitem o som do riso, gradual e espontaneamente, Logo as gargalhadas começam a aflorar. Depois, o contágio é inevitável. Todos circulam pela sala, repetindo os diferentes tipos de gargalhadas que o líder exemplifica e o riso vai-se aprofundando cada vez mais, até o ponto de o grupo chegar em conjunto à catarse desejada. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
Quase incapazes de continuar em pé, as pessoas sentam-se ou deitam-se para despejarem até ao fim as gargalhadas, as lágrimas, os traumas, os bloqueios e as energias negativas. As pessoas despedem-se completamente relaxadas, alegres e mais leves. Os efeitos de participar numa só sessão são duradouros e, por vezes, acontecem pequenos milagres como curas espontâneas ou novas inspirações para um rumo completamente diferente na vida.
• fortalece a musculatura abdominal; • libera endorfinas, produzindo bem-estar; • melhora a respiração; • aumenta a criatividade e a produtividade; • ajuda na tomada de decisões; e • melhora a autoestima.
Como surgiu?
Desenvolvida pelo médico indiano Madan Kataria em 1995, a ioga do riso foi introduzida em Portugal por Jonne Helms, conhecida como Ana Banana, em 2004. Ana também realiza formações no Brasil.
Lucia Gorgen , Líder de ioga do riso.
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VALMOR BORDIN
médico não chega.
Enquanto seu
Não há razão que suporte a notícia de uma morte. Não há coração que aceite uma despedida precoce. Não há palavras que confortem a dor da partida. Infelizmente, não há uma fórmula mágica capaz de reescrever esse desfecho. Cabe aos que ficam, lembrar, lembrar e lembrar. Resgatar, no baú das recordações, as coisas boas e propagá-las. Valmor Roberto Bordin nos deixou importantes legados, tanto na medicina, através da psiquiatria, quanto na literatura, com seus livros que misturavam ficção e realidade. Ficamos órfãos do seu entusiasmo, das conversas animadas sobre literatura, das suas ligações para discutir a próxima crônica da revista. Esse espaço era muito especial para nós, para ele, para os leitores. É difícil acreditar que não o teremos mais aqui. Resta-nos tentar dissipar a saudade através das páginas dos seus livros. Pois, agora, serão os anjos que ouvirão suas histórias, e temos certeza que eles ficarão tão felizes quanto nós. Em virtude das complicações da doença no último mês, Dr. Valmor não conseguiu escrever o texto desta edição. Pediu-nos que escolhêssemos uma crônica do livro Voo rumo às asas. Essa narrativa fala sobre sua experiência enquanto médico residente em Porto Alegre.
ENFERMEIRA NÚMERO 18 Silenciosa e descolada, a enfermeira era interrompida apenas pelo tossir abafado dos velhos. As lâmpadas à meia-luz davam ao ambiente uma aparência crepuscular. Às vezes, a rotina noturna era quebrada por uma maca coberta que circundava o estreito espaço entre as camas, vigiadas pelos velhos, conferindo os moradores que restavam. Jacinto, emagrecido, com hálito de acetona, próprio dos que passam os dias sem comer, era um homem que se desmanchava, sem dever nem haver. No mundo antigo que vivia, era uma máquina de submissão e humildade. Seus vagidos noturnos e famintos eram ouvidos por todo o hospital. Sobre o criado-mudo a dentadura num copo d’água lhe sorria com desdém e, sob o copo, um cartão do SUS. Internara, havia dias, para fazer uma biópsia, a fim de investigar uma doença que o impedia de engolir a comida e que, por causa disso, emagrecia. Médico recém-formado, em pé à sua direita, eu examinava seu corpo pensando: - A morte não seria uma boa solução? Não precisaria comer, beber, amolar a foice ou pagar juro alto para o banco. Então, a vida não teria tanta despesa. Certa manhã, Jacinto decidiu perguntar o que tinha: - Nós, velhos, somos quase sempre inoportunos. Mas, afinal, o que eu tenho? Como médico residente bem treinado, falei, lembrando Tolstoi: 010
UM PENSAMENTO ME ACUDIU DE REPENTE. MAS, POR QUÊ? SE ESTE HOMEM SEMPRE PROCEDEU COMO ERA PRECISO?
- Isto e aquilo indicam que o senhor tem isso ou aquilo; mas se o exame não confirmar que o senhor tem isto ou aquilo, devemos levantar a hipótese de ter isso ou aquilo. E supondo-se que sofre disso ou aquilo, então... Esperemos a biópsia. No fundo, Jacinto sabia que sua vida se esvaía sem que ninguém pudesse impedir – estava morrendo. Escorregou a mão, guiada como um caniço e alcançou o espelho sobre o criado-mudo. Olhou a barba que eriçava o rosto. Condoído com seu destino, chorou. E muito. Talvez, ele não tenha vivido como deveria? Um pensamento me acudiu de repente. Mas, por quê? Se este homem sempre procedeu como era preciso? Imediatamente, afastei a única hipótese possível para o enigma da vida e da morte.
Valmor Bordin era psiquiatra e apaixonado pela literatura. Autor de quatro obras, dividia com a medicina o amor pelas letras. Suas poesias delineiam os transtornos do dia a dia.
- A liberdade é maravilhosa. Falou Jacinto, recuperando um fio de memória, e ficou pálido. Os velhos, vizinhos ao leito, cobriram suas cabeças grisalhas, cercadas de mistérios. Encolheram como mariposas voando no círculo de calor de uma lâmpada. Amarramos seu braço à cama e colocamos uma agulha. O sangue escorreu através do frasco pardacento da enfermaria, como o corpo obstinado de uma serpente. Ali pingava sua última esperança. Na penumbra, sua boca sofrida e triste movia-se como um peixe à beira de um rio. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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INFORME COMERCIAL
VEREDICTO
FINAL
Egresso da Universidade de Passo Fundo é aprovado em um dos concursos mais concorridos do Brasil Sentar-se na cadeira mais cobiçada de um tribunal é mérito que exige muita dedicação. Um sananduvense formado em Direito na UPF chega ao Tribunal Regional Federal e mostra que a força de vontade faz toda a diferença até o veredicto final de um concurso público.
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Turma de juízes federais aprovados no concurso do TRF 1ª Região.
Parece receita de bolo: óbvia e fácil. Horas de estudo, lazer restrito, foco e muita dedicação. No recheio, um ingrediente especial, a persistência. Mas, então, por que o caminho até a aprovação em um concurso público, em muitos casos, é tão complicado? A grande concorrência é resultado de benefícios como estabilidade, boa remuneração e a investidura em cargos representativos para a sociedade. Cargos como o de juiz federal. A média de candidatos por vaga nessas seleções passa de 150 concorrentes. São cinco fases até a aprovação final. Uma maratona de testes vencida por Rolando Valcir Spanholo, de 38 anos, com êxito. O egresso da Universidade de Passo Fundo (UPF) ficou entre os 13 primeiros colocados em um grupo de 58 aprovados no concurso para juiz federal substituto do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região (Brasília). Ao todo, foram mais de 10 mil inscritos. Spanholo tomou posse no final do mês de janeiro na capital federal. O gaúcho de Sananduva trocará de cadeira no tribunal. Até a aprovação, ele exercia a advocacia. Agora, terá pela frente ações em que a União, suas autarquias e empresas públicas federais são, de alguma forma, interessadas. Também, julgará matérias que envolvam Estados estrangeiros, indígenas, causas referentes à nacionalidade,
à naturalização e à execução de sentença estrangeira. Até junho, o gaúcho dedicará o tempo ao curso de formação de juízes em Brasília. A família permanecerá em Sananduva nesse período. Por falar em família, o Direito é parte integrante na casa dos Spanholo. A esposa de Rolando é advogada e o filho, calouro da UPF. “Para a minha felicidade, no mesmo dia em que saiu o resultado da minha aprovação, acompanhei a matrícula do meu filho no Direito da Universidade.”
Um começo difícil
Filho de um ex-borracheiro e uma ex-costureira, Spanholo fez um pouco de tudo na vida. Trabalhou como borracheiro, lavador de carros, vendedor ambulante, costureiro, estagiário de advocacia, roteirista de campanha política, advogado e procurador municipal. Formou-se na UPF em 1998. “Sonhava em ser advogado. Por influência de alguns colegas, decidi cursar a Escola de Magistratura em Porto Alegre depois da formatura. Algumas circunstâncias me fizeram voltar a Sananduva no início dos anos 2000. Desde então, segui com a advocacia,” conta.
Rotina de estudos
Foram mais de 20 concursos desde 2010. Além da aprovação na seletiva para VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
©Arquivo pessoal
Direito na UPF
juiz substituto do TRF 1ª Região, Spanholo também obteve êxito nas provas para os cargos de Conselheiro Substituto do Tribunal de Contas do RS (90 lugar e com a maior nota na prova oral) e de Auditor Externo, também do TCE/RS. Há pouco tempo, passou de fase nos concursos de Promotor do Rio Grande do Sul, Procurador da Fazenda Nacional, Conselheiro Substituto do TCE/MS, além dos TRFs da 5ª, 4ª e 1ª Regiões. Para alcançar todas essas aprovações, Spanholo dividia a rotina entre o escritório de advocacia e os livros. “Estudava em casa, das 5h30min às 7h, aí ia ao escritório, depois retomava os estudos às 19h até às 22h30min. Nos finais de semana, chegava a estudar 14h,” revela. Para dar conta da pesada rotina, o juiz federal sempre teve o apoio e a compreensão da família.
Parceria de sucesso
A UPF teve um papel importante na carreira de Spanholo. “A estreita parceria mantida com a Universidade não só me permitiu obter a base necessária para alcançar o cargo de Juiz Federal (algo que, por si só, diante da minha origem, parecia tão improvável), como, também, foi decisiva para mudar radicalmente o próprio perfil de toda minha família ao longo das últimas duas décadas.” VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
NO MESMO DIA EM QUE SAIU O RESULTADO DA MINHA APROVAÇÃO, ACOMPANHEI A MATRÍCULA DO MEU FILHO NO DIREITO DA UPF.
O curso de Direito da UPF é reconhecido nacionalmente e já conquistou o selo OAB Recomenda. Mantém mais de 10 grupos de pesquisa institucionalizados e projetos de extensão, como o Balcão do Consumidor, o Juizado Especial Cível, o Serviço de Assistência Judiciária e o Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência. No maior acervo bibliográfico-jurídico da região Norte do estado, estão seis mil títulos na Biblioteca Central, além de biblioteca virtual. A possibilidade de realização de intercâmbio no exterior é outro diferencial oferecido pelo curso. No final de 2013, a Faculdade de Direito obteve aprovação da Programa de Pós-Graduação em Direito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e desenvolve o mestrado em Direito.
Rolando Valcir Spanholo, aprovado no concurso para juiz federal substituto do TRF 1ª Região.
Universidade de Passo Fundo (54) 3316 8100 BR 285, São José - Passo Fundo/RS upf.br/sempreupf - sempreupf@upf.br
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SOLIDARIEDADE
CONTRA TABUS
Serviço de Orientação e Solidariedade à Aids de Passo Fundo atende pessoas com o vírus HIV e luta contra preconceitos Tainara Scalco
O SOSA beneficia indiretamente mais de 4 mil pessoas no Norte do Rio Grande do Sul. Além de atendimento para pessoas com o vírus HIV, a entidade promove campanhas de conscientização.
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A noite estrelada do setembro primaveril brindava o jovem casal passofundense com mais um ano de namoro. Era o quinto. Viriam muitos. Mas, uma notícia redesenhou a rota que levaria ao casamento. O novo destino: uma permanente luta contra o preconceito. O HIV foi contraído pelo namorado e descoberto por L.O. durante exames de rotina. “Eu não conseguia acreditar que isso estava acontecendo comigo.” Essa história repete-se inúmeras de vezes a cada ano no Brasil. De acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, atualizado em 2012, há mais de 650 mil casos de AIDS registrados (condição em que a doença já se manifestou) no território nacional. A taxa de incidência é de 20,2 casos por 100 mil habitantes. Em Passo Fundo, a estimativa é de pelo menos 1.050 pacientes notificados.
Desde 1992, o Serviço de Orientação e Solidariedade à Aids presta atendimento de atenção básica em assistência social a pessoas com o vírus HIV em Passo Fundo. O SOSA busca o fortalecimento dos vínculos familiares e sociais de crianças e de adolescentes que convivem com o vírus. “Realizamos atividades que visam à emancipação e autonomia das famílias em vulnerabilidade social, associada à problemática AIDS. Entendemos que, para haver uma real mudança comportamental na vida das pessoas, não podemos trabalhar apenas com a criança e o adolescente, é fundamental desenvolver ações continuadas que contemplem as bases familiares,” explica Marlene Brittes, presidente da associação. O projeto beneficia mais de 200 pessoas, 42 famílias diretamente e mais de 4 mil pessoas indiretamente, por meio de oficinas e de palestras de conscientização. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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Segundo o Ministério da Saúde, há mais de 650 mil casos de AIDS registrados no Brasil. A taxa de incidência é de 20,2 casos por 100 mil habitantes.
Atualmente, a instituição conta com duas colaboradoras contratadas pelo convênio com a Prefeitura e três colaboradoras vinculadas a projetos do Estado. O SOSA também conta com voluntários, como é o caso da diretoria.
Dinâmica
Nos encontros realizados com crianças, com adolescentes e com familiares, são trabalhados temas como saúde preventiva, preconceito, sexualidade, respeito ao próximo, direitos e deveres, avanços da tecnologia e a diferença entre as gerações. Além das reuniões, o SOSA também faz visitas domiciliares e hospitalares.
Desafios
Uma das dificuldades enfrentadas pela entidade é a necessidade de manter uma equipe técnica para assegurar a qualidade VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
do trabalho. “Nossas despesas aumentam e não encontramos convênios/parcerias/ financiadores que entendam a exigência da lei e correspondam com o financiamento para recursos humanos,” explica Marlene. Outro desafio é conseguir mantenedor das atividades em longo prazo, pois a maioria dos projetos é por tempo determinado derivado de concorrência de editais. Além disso, o SOSA enfrenta problemas com relação à sede, já que o espaço não é próprio.
Atendimento
O SOSA atende à população em geral na sede da instituição, que fica na Rua Teixeira Soares, no antigo Quartel e, por meio das redes sociais, com aconselhamento, encaminhamento e orientação para a prevenção. Também há a distribuição de preservativos e de material informativo. A entidade também promove palestras em empresas e em escolas.
PARA HAVER UMA REAL MUDANÇA COMPORTAMENTAL NA VIDA DAS PESSOAS, NÃO PODEMOS TRABALHAR APENAS COM A CRIANÇA E O ADOLESCENTE. É FUNDAMENTAL DESENVOLVER AÇÕES CONTINUADAS QUE CONTEMPLEM AS BASES FAMILIARES
Marlene Brittes, presidente do SOSA. 015
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DIREITO
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MALA PERDIDA:
DOR DE CABEÇA
O extravio de bagagens é a pitada de sal indesejada em qualquer viagem. Se isso acontecer, saiba como proceder Redação Versa
Estresse com empresas de transporte, incerteza de que será ressarcido, objetos que podem não mais voltar. Mala perdida é sinônimo de estresse para qualquer mortal.
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A viagem de férias da enfermeira Joana Salistre, de Passo Fundo, terminou mais cedo e de uma forma nada agradável. As malas extraviadas no Aeroporto Internacional Tom Jobim transformaram o passeio de Salistre e das duas filhas pelo Rio de Janeiro em uma via-sacra de dor de cabeça. “Entrei em contato com a empresa aérea e eles me orientaram a registrar a ocorrência no balcão da empresa no aeroporto. Deram-me um prazo de 30 dias para devolver as malas ou pagar indenização. A minha viagem acabou no início.” O verão é sinônimo de rodoviárias e de aeroportos lotados, o que aumenta os riscos de problemas com bagagens extraviadas, como aconteceu com Joana. Se a mala for extraviada, o passageiro deve fazer a reclamação em, no máximo, 15 dias. A companhia precisa devolver a bagagem em até 30 dias, em caso de voos domésticos, e em até 21 dias, nos
voos internacionais. Se passar esse prazo, o passageiro será indenizado. Segundo a Associação das Companhias Aéreas, a quantidade de malas que somem tem diminuído e, quando acontece, em geral, elas são devolvidas em menos de 24 horas. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma que houve queda de cerca de 4% nas reclamações sobre bagagens em 2013 em todo o país. Mesmo assim, muitos passageiros reclamam dos transtornos. A Fundação de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon) e a Anac listam uma série de direitos que o consumidor tem em relação ao transporte de bagagem nos mais variados tipos de viagens. Caso sinta-se prejudicado, o viajante deve, primeiro, entrar em contato com a empresa aérea, rodoviária ou aquaviária para fazer a reclamação. Também é possível registrar a queixa na Anac, que pode aplicar uma sanção administrativa. 017
DIREITO
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Evite transportar bens de alto valor na bagagem despachada.
Conheça as principais recomendações Bagagens em viagens rodoviárias
O Procon sugere que a mala de viagens tenha etiquetas com endereço de origem e de destino, por dentro e por fora. Um funcionário da companhia deve identificar a bagagem com tíquete de duas vias, mantendo uma delas com o viajante. Outra dica importante é levar na bagagem de mão as notas fiscais de compra de presentes, e não deixá-las no bagageiro. Cada passageiro pode despachar bagagens com peso de até 30kg, 300dm³ (300 litros) de volume ou um metro de dimensão máxima. Volumes pequenos podem ser levados dentro dos ônibus.
Extravios em viagens rodoviárias
O Decreto-lei nº 2.521, de 1998, determina valores máximos para extravios e danos na bagagem. Como nem sempre a quantia representa o valor dos objetos, o consumidor pode ingressar com ação judicial, se se sentir prejudicado.
Bagagens em cruzeiros
A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar) sugere que cada viajante limite a quantidade de malas em duas unidades de 20kg cada uma. Todas as malas devem ser etiquetadas e facilmente identificadas (lembre-se que cada navio chega a levar em torno de três mil malas) e lacradas com cadeado. Em caso de perda ou de dano à bagagem, o fato deve ser comunicado ao comando do navio ou aos funcionários da empresa no porto de chegada, no momento do desembarque. 018
Bagagens em viagens aéreas
As mesmas dicas em relação às viagens rodoviárias aplicam-se às viagens aéreas no que diz respeito à etiquetagem, por dentro e por fora da bagagem. Outra dica importante é verificar antecipadamente o peso e o número de volumes permitidos no trajeto, pois eventuais excessos costumam ser tarifados (até 0,5% da tarifa cheia por quilo ultrapassado). Em voos nacionais, é permitido levar 23kg por passageiro, que podem ser distribuídos em mais de um volume, desde que o peso não ultrapasse o limite estabelecido. Em voos internacionais, a franquia é por peça ou peso. É permitido que o viajante despache duas malas de 32kg cada uma ou, então, mais de dois volumes, desde que não excedam o peso permitido para cada classe do avião.
Bagagem de mão em viagens aéreas
A bagagem de mão, nos voos feitos pelo Brasil, não pode pesar mais de 5kg e a soma de suas dimensões não pode ultrapassar 115cm. Para saber os limites para voos internacionais, a companhia aérea deve ser consultada.
Prevenção contra extravios em viagens aéreas
O Procon lembra que a companhia aérea é responsável por sua bagagem desde o momento do check-in, o que permite a indenização em caso de dano ou de extravio. Se preferir, é possível fazer uma declaração de valores da bagagem despachada. É permitido à empresa aérea conferir o conteúdo da embalagem e cobrar um adicional sobre o valor declarado. Deve-se evitar transportar bens de alto valor na bagagem despachada.
EM VOOS NACIONAIS, É PERMITIDO LEVAR 23KG POR PASSAGEIRO, QUE PODEM SER DISTRIBUÍDOS EM MAIS DE UM VOLUME, DESDE QUE O PESO NÃO ULTRAPASSE O LIMITE ESTABELECIDO.
Bagagem danificada
O viajante deve procurar a empresa aérea contratada logo que constatar o problema, se possível ainda na sala de desembarque. O comunicado por escrito pode ser feito em até sete dias da data do desembarque.
Bagagem furtada
Se a bagagem for furtada entre o despacho e o recebimento pelo passageiro, o viajante deve procurar a empresa aérea e comunicar o fato, além de providenciar o registro da ocorrência na polícia.
Seguro de bagagem
Agências de seguro ou corretores particulares comercializam seguro para bagagem em viagens, embora, em alguns casos, estejam incluídos nos chamados “pacotes turísticos”. Em passagens aéreas, o pagamento dessa proteção pode ser feito diretamente no cartão de crédito. “Defina qual cobertura atende a suas necessidades e peça que ela seja estipulada claramente no contrato”, recomenda o Procon. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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BEM-ESTAR
SAUDÁVEIS E
SABOROSOS Picolés de frutas nativas unem as delícias da região ao calor da época Redação Versa Que atire a primeira pedra quem resiste a um saboroso picolé no auge do calor. Famoso em várias partes do mundo, o sorvete de palito é uma ótima opção para o lanche da manhã ou da tarde. Além disso, ajuda a manter o corpo hidratado nos dias quentes. Os picolés de frutas são excelentes alternativas para substituir os sorvetes cremosos, pois geralmente não ultrapassam as 60 calorias. Em Passo Fundo, as geladeiras de picolés ganharam uma novidade: sabores de frutas nativas da região. O Encontro de Sabores, empreendimento da Cadeia das Frutas Nativas, é a entidade responsável pela produção dos picolés. Lídia da Rocha Figueiró é quem coordena o grupo e produz os picolés. “Para que tivéssemos condições de produção, o projeto recebeu do governo do Estado todo o maquinário. Um liquidificador industrial, que faz a mistura da polpa e demais ingredientes, e outra máquina que dá o formato e congela o picolé”, explica. Os sabores lançados na última edição da Fresol são da polpa do araçá vermelho, do butiá, da guabiroba e da jabuticaba. Alvir Longhi, membro da equipe técnica do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares (CETAP) ressalta a importância do lançamento dos sabores de picolés à base de frutas nativas. “Quanto maior a diversidade de produtos, maior será a demanda pela poupa. Assim, o agricultor que antes não via nas frutas uma fonte de renda, passa a cultivar de forma sustentável o que a mata oferece, além de contribuir com a diversificação da nossa alimentação”.
Valor Nutricional
As frutas nativas são uma excelente opção para quem busca alimentos saudáveis e nutritivos. Além do picolé, a polpa das frutas é utilizada pelo Encontro de Sabores na preparação de sucos, bolos, cremes, salgados e doces. Conheça o valor nutritivo das frutas que estão entre os quatro sabores dos picolés: VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
Guabiroba:
Butiá:
rico em vitaminas (A, B1, B2 e B3) e minerais (cálcio e fósforo).
excelente fonte de vitamina C e licopeno, composto fitoquímico relacionado à cor vermelha e que no corpo humano atua na prevenção de doenças degenerativas, em especial o câncer de próstata.
Jabuticaba:
rica em vitaminas e minerais (magnésio), sua casca é rica em antocianina, o mesmo composto com ação antioxidante presente no açaí de juçara.
Araçá Vermelho:
rico em vitaminas (A e C) e minerais (cálcio, fósforo e ferro).
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INFORME COMERCIAL
) ESCOLHA PROFISSIONAL )
Optar por uma carreira está intimamente relacionado à nossa identidade
Quem somos nós, afinal? Essa é uma pergunta que tentamos responder para nós mesmos durante uma vida inteira. Se desdobrarmos a pergunta, poderemos ter infinitos ângulos de quem somos. Destacaremos, aqui, apenas alguns aspectos.
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Quem somos nós é uma conjunção de vários possível de informações pessoais e profissionais. fatores: familiares, sociais, biológicos e, princiCada adolescente encontra-se em um palmente, mentais que acontecem dentro momento diferente do processo de escolha de nós.Primeiramente, recebemos profissional. Às vezes, o jovem já está muitas expectativas que nos são decidido sem reconhecer claramente impostas. Na adolescência, isso e gostaria de fazer a avaliação Que vamos discriminando o que como a confirmação de sua escolha. habilidades realmente é nosso e o que é Em outros casos, o adolescente não se sobressaem? dos outros. tem nem ideia do que gostaria de Até o final da adolescênser na vida adulta e encontra-se cia, período de muitas turbucompletamente perdido e confuso. lências, espera-se que a pessoa se Ainda existem situações em que há reconheça em certos aspectos várias possíveis escolhas ou mesmo para poder fazer a escolha nenhuma. Quais profissional mais adequada. Independentemente de características Na prática, não temos cada caso, a maioria das escode personalidade são relevantes essa situação ideal, até porlhas transforma-se em períoem mim? que, em nossa cultura, os dos de angústia, de incertezas, adolescentes não costumam de dúvidas e de medos que são trabalhar antes de se formarem. superados na medida em que as Entre 17 e 18 anos, não se tem muitas escolhas são clarificadas. Em alguns experiências e vivências. Nessa casos, a decisão leva a um período fase, é comum que os jovens de sofrimento prolongado para Quais façam a escolha sem saber o adolescente e para seus famiassuntos me muito de si mesmos e das liares. Nessas situações, o apoio interessam? profissões. dos pais, dos amigos e da escola Aliás, ter muitas informasão fundamentais. ções a respeito das profissões é Também são identificados conflitão importante quanto conhecer tos e dificuldades que são reconhecidos a si próprio, porque é nos meandros das de forma consciente.A avaliação na escolha especificidades dessas que acontece o encontro profissional consiste em localizar quais são entre o jovem e a profissão. as questões presentes que se mostram como Quando as pessoas nos procuram, explicamos impasses impedindo a escolha. que um trabalho não se restringe a aplicações Como toda escolha importante, a escolha de testes que vão apontar uma profissão. Existe profissional exige debruçar-se sobre a busca a necessidade de uma avaliação mais profunda, com disponibilidade de pensar a si e pensar na qual é levado em conta o maior número o mundo. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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Ana Flávia Rosa Figueiredo , psicóloga clínica de crianças, de adolescentes e de adultos. Especialista em escolha profissional.
Adriane Rosa Figueiredo, psicóloga clínica de criança, de adolescente, de adulto e de escolha profissional. Concluindo especialização em psicoterapia de orientação analítica pelo IEPP Porto Alegre.
©Gui Benk
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ENTRE 17 E 18 ANOS, NÃO SE TEM MUITAS EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS. NESSA FASE, É COMUM QUE OS JOVENS FAÇAM A ESCOLHA SEM SABER MUITO DE SI MESMO E DAS PROFISSÕES.
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54 9923 0243 / 54 9114 1255 / Rua Teixeira Soares, 777 - Sala 201 - Passo Fundo/RS
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©Liliane Catto
ARTE URBANA
Grafite colore o viaduto do bairro Vera Cruz.
COR NO CINZA
Grupo de grafiteiros contorna com traços artísticos espaços públicos de Passo Fundo Tainara Scalco
Difundido em grandes metrópoles, o grafite é uma expressão artística que traduz distintas perspectivas por meio do desenho. Locais sem cor ganham vida a partir do spray dos artistas de rua.
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É impossível não perceber os tons alegres sobre os muros da Praça Tochetto, no centro de Passo Fundo. A estética do local mudou depois da criatividade dos jovens do Tag Ville Crew, um grupo de apaixonados por grafite que dão colorido aos locais públicos da cidade com traços marcantes de significados distintos. Francisco Gallina é um dos artistas. A paixão pelo grafite surgiu em decorrência da habilidade com os desenhos. Do papel para os muros foi uma questão de tempo. As latinhas de spray tornaram-se válvulas de escape para as angústias do cotidiano há cerca de dez anos na vida do jovem. “Grafitar pra mim é uma terapia.” Uma terapia que instiga reflexões e muda a paisagem de locais aparentemente abandonados esteticamente. O viaduto da Avenida Rio Grande, no bairro Vera Cruz, não passa mais despercebido por motoristas, pedestres e moradores das redondezas. Os desenhos nas paredes harmonizam o local.
Dagoberto Costa, proprietário de uma borracharia ao lado do viaduto, apoia a iniciativa artística do Tag Ville Crew. “O ambiente ficou muito melhor depois da arte dos meninos. Inclusive, vou oferecer a parede da borracharia para eles continuarem os desenhos. Acho que deveria ter mais grafite em Passo Fundo.” O grupo de grafiteiros já coloriu dezenas de espaços na cidade. A estimativa é de que foram produzidos mais de 300 desenhos em locais públicos ou privados. Os artistas também fazem trabalhos em empresas, em lojas e em residências.
De onde veio?
Há pouco tempo, o grafite era considerado sinônimo de pichação e não ganhava espaço nas discussões sobre arte. Quando foi criado, na década de 1970, fazia parte do hip-hop, movimento cultural que envolvia música (o rap e o hip-hop) e dança (a street dance). Isso ocorreu na periferia de Nova York, espalhouse pelo mundo e manteve a característica de expressão de rua dos centros urbanos. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
A estimativa é de que foram produzidos mais de 300 desenhos em locais públicos ou privados.
Curiosidades
Roof-top: grafite aplicado em telhados, outdoors, ou outras superfícies elevadas. Tag: nome/pseudônimo do artista. ©Liliane Catto
Wild Style: um dos primeiros estilos utilizados no grafite. Spot: denominação dada ao lugar onde é feito o grafite.
Francisco Gallina , integrante do grupo Tag Ville Crew.
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© Arquivo pessoal
Bubble: estilo de letras mais simples, arredondadas. Ainda hoje um dos estilos mais presentes.
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CULTURA
ACORDES
POPULARES
Um grupo de entusiastas da música promove espetáculos sem fins lucrativos em Passo Fundo
©Depositphotos
Redação Versa
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Há seis décadas, a televisão engatinhava no Brasil, o computador era protótipo de grandes empresas e o celular era ideia de extraterrestre. Muita coisa mudou de lá pra cá. O que ficou intacto foi o entusiasmo de um grupo de Passo Fundo em levar música de qualidade para a comunidade sem visar lucros. A entidade Cultura Artística, desde 1953, promove shows, concertos e recitais. Populariza os acordes até então ouvidos apenas pelas ondas sonoras dos aparelhos eletrônicos. Alguns guerreiros ficaram pelo caminho, outros continuam a acreditar que é possível inundar a capital do Planalto Médio com música de qualidade. Depois de duas décadas inativa, devido a mudança de país de uma das principais entusiastas, Clélia Miotto, a entidade retomou a luta em meados de 2012. “A equipe enfrentou diversas dificuldades ao longo desses três anos de trabalho. Alguns membros se retiraram e outros teimosamente continuaram. Levou mais de um ano para ser colocada em dia a papelada,” conta Elisabeth Ferreira, 1ª secretária da entidade. Mais de 200 artistas se apresentaram em Passo Fundo por intermédio da Cultura Artística ao longo dos anos. Em 2013, foi realizado um recital de piano. Este ano, a entidade promoveu um recital de cravo com Fernando Cordella no auditório do Fórum de Passo Fundo. Que em 2015 multiplique as almas inundadas de arte. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
FÁBIO LUIS ROCKENBACH
Cine
filia.
Temos visto, em cada edição da coluna, que existem construir sentimentos específicos. Em “A Invenção de Hugo estratégias utilizadas por roteiristas, por diretores e por Cabret”, o jovem Hugo sonha estar no meio dos trilhos da outros profissionais do cinema para construir significados, estação de trem quando é atropelado pelo trem desgovernado dialogar com o público de diferentes formas e recompensar que destrói a estação – uma alusão a um acidente ferroviário aqueles espectadores que conseguirem captar essas nuanças. real que, inclusive, é homenageado numa atração turística Algumas dessas ferramentas dependem de conhecimentos em Canela (RS). Pois bem: no final do filme, o jovem está na prévios do espectador, mas há aquelas que têm a capacidade mesma situação. O fato de ele ter sido atingido pelo trem de recompensar o espectador atento – ou, na melhor na “pista” faz com que o espectador crie as mais diferentes das situações, fazer com que o espectador sinta-se “o expectativas na cena que ocorre ao final do filme. cara” ao assistir a um filme: é o velho “eu já sabia” que Em outras ocasiões, o recurso é usado para enganar o sai da boca de muita gente, às vezes com um sorriso de público. Em “Gran Torino”, Clint Eastwood encara marginais satisfação, outras de desdém ao roteiro. Dessas estra- da rua onde mora e, após uma série de gestos, puxa uma tégias, nenhuma é mais utilizada no cinema do que a pistola de dentro do seu casaco. da “pista e recompensa”, recurso básico utilizado em roteiros que servem para aproximar o espectador da obra e construir “círculos” narrativos dentro da trama. A “pista e recompensa”, de forma simples, configura-se em jogar, na forma de um acontecimento, de uma fala ou da atenção especial dada a um determinado objeto, uma pequena Um gesto (o dedo que imita uma arma) pista ao público de que esse elemento e uma cena em que o poderá ter uma participação na trama personagem aponta uma arma posteriormente. Quando bem usada, a para um grupo de marginais é pista ajuda a construir um roteiro bem No clímax do filme, ele repete os a pista que se revela em uma recompensa ao final de “Gran estruturado e faz com que o espectador mesmos gestos frente a uma gangue Torino”, de Clint Eastwood. que a tenha compreendido ou lembre de marginais armados, e quando coloca dela sinta-se recompensado quando ela a mão no casaco, a plateia, acostumada ressurge. Quando mal utilizada, derruba esse inconscientemente ao estratagema, espera que mesmo roteiro, porque pode dar a entender que ele ele tire uma arma também. O que acontece, porém, é previsível. Na recompensa, o diálogo, o gesto do é bem diferente. A estratégia “pista e recompensa” é usada, personagem, o maneirismo, a ação ou seja lá o que aqui, para surpreender o público e enriquecer a narrativa – for adquirem novo significado. além disso, Eastwood repete ao longo do filme um gesto de Em “Duro de Matar”, por exemplo, uma cena imitar uma arma com os dedos que se revela importante aparentemente insignificante é mantida no roteiro no final do filme. no início do filme: a esposa do detetive John McClane O recurso é habitual, portanto, mas pode ser usado de (Bruce Willis) o recebe no seu trabalho e seu colega fala ao diferentes maneiras. Quando você perceber, durante seu detetive sobre o relógio Rolex que ela ganhou. Em instantes, filme, alguma cena aparentemente fora do contexto, uma tudo isso é esquecido e a cena parece ter sido feita apenas atenção dada a algo aparentemente insignificante ou aquele para mostrar como ela está bem no trabalho, longe dele. No close rápido em algum objeto aparentemente banal, se ligue: final do filme, quando o criminoso Hans Gruber é jogado da pode ser que isso reapareça e tenha importância na trama. janela por McClane, ele a arrasta junto e fica pendurado a ela, A pista pode ter sido jogada. Receber a recompensa – ou ser dezenas de andares acima do chão. O que prende ela ao crimi- beneficiado por ela – depende do espectador. noso e põe sua vida em risco é... justamente o relógio que ela Fábio Luis Rockenbach é jornalista, especialista em ganhou e foi mencionado no início do filme. É uma pista sutil, Cinema e Linguagem Audiovisual, professor do Curso de mas que tem um significado até simbólico, quando McClane Jornalismo da UPF e co-fundador do Grupo de Pesquisa desprende o relógio dela e faz o criminoso voar para a morte. em Leitura e Interpretação de Imagens da UPF Às vezes, um acontecimento configura-se numa pista para
A “PISTA E RECOMPENSA” É UM RECURSO BÁSICO UTILIZADO EM ROTEIROS QUE SERVEM PARA
APROXIMAR O ESPECTADOR DA OBRA E CONSTRUIR “CÍRCULOS” NARRATIVOS DENTRO DA TRAMA.
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A RECOMPENSA É SUA
PERSONALIDADE
DÓRIS HEXSEL
Reconhecida internacionalmente, a dermatologista fala sobre a carreira e a relação com Passo Fundo
O convite para que Dóris Hexsel estampasse a capa desta edição surgiu quando a médica estava em Paris. Ela se preparava para participar do mais importante congresso europeu envolvendo procedimentos cosméticos. Prontamente, ela nos atendeu, ainda que nossa conversa inicial fosse pela internet. A recente menção honrosa internacional que Dóris recebeu aproximou-a ainda mais da imprensa de Passo Fundo, sua cidade natal, o que facilitou o nosso acesso. Foi em Passo Fundo, na data de 9 de abril de 1955, pelas mãos do famoso médico Sabino Arias, que Dóris Hexsel veio ao mundo. Filha de Dino Borella Rech e Julietta Carpes Rech, ambos ainda com muita saúde, destaca a médica. O pai era industrial e a mãe, além de exercer as atividades do lar, foi uma ótima costureira, salienta. Formada em Medicina pela UPF em 1980, Dóris é hoje investigadora principal do centro brasileiro de estudos em der026
matologia, um centro de pesquisa que tem foco na área cosmética e conta com reconhecimento internacional. Também é instrutora do serviço de residência em dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Hoje, possui duas clínicas, uma em Porto Alegre e outra no Rio de Janeiro. Atende cerca de 500 pacientes por mês, incluindo pacientes internacionais. Esse número torna-se possível quando se descobre que ela trabalha cerca de 10 horas ininterruptas por dia. Botox, preechimentos, novidades de combate à celulite... de acordo com Dóris Hexsel, o que muitas mulheres buscam é algo além do que pode ser comprado. Com a ampliação da expectativa de vida, é natural que a população se cuide mais. As pessoas buscam tratamentos estéticos motivados por situações importantes da vida. “Que bom que a Medicina hoje pode prover mais beleza, mais bem-estar, mais saúde, mais qualidade de vida, através de procedimentos menos invasivos”, comenta.
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Taís Rizzotto
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PERSONALIDADE
© Arquivo pessoal
Dóris Hexsel tem três filhos, dois homens e uma mulher. A filha Camile formou-se em Medicina pela UPF e fez toda a residência nos Estados Unidos, onde hoje exerce a profissão. Foi dela que veio a primeira neta. Dóris busca estar o mais próximo possível da família, em especial da primeira netinha. Ela comenta que ser avó é uma experiência maravilhosa e, como toda avó coruja, declara-se apaixonada pela neta.
Como foi a infância, com sete irmãos, onde viveu na cidade de Água Santa?
A minha infância foi muito tranquila, no interior. Água Santa era uma pequena vila que cresceu, virou município, mas onde ainda hoje todo mundo se conhece. Tive uma infância privilegiada pela convivência com meus avós paternos, que marcaram muito a minha vida. E privilegiada pela convivência com pessoas com quem me relaciono até hoje. Tenho um carinho especial por Água Santa, é um lugar onde as pessoas ajudam-se umas às outras sempre que é necessário. Sempre que voltei lá para dar palestras, fui muito bem recebida e com muito carinho.
Por que a escolha pelo curso de medicina?
Acho que a “vocação” de ser médico vem de dentro da gente. Medicina é um curso que exige muito em termos de tempo, estudo, dedicação. O médico tem, como atividade diária, o cuidado com pessoas, diferentes pessoas, com diferentes problemas. Como em qualquer outra profissão, é preciso amar o que se faz para se fazer bem. Podemos até não cuidar bem de um objeto, mas não funciona assim com pessoas. É preciso vocação. É preciso dedicação. É preciso amor.
E a opção pela área da dermatologia?
A escolha da dermatologia foi, definitivamente, uma escolha de paixão. Foi na primeira aula de dermatologia que eu decidi: quero ser dermatologista! Certamente, essa escolha foi influenciada pela excelente professora que eu tive, a Dra. Marilene Ughini.
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Dóris Hexel com a neta Anna Hexsel Folk.
TIVE UMA INFÂNCIA PRIVILEGIADA PELA CONVIVÊNCIA COM MEUS AVÓS PATERNOS, QUE MARCARAM MUITO A MINHA VIDA.
Quanto tempo demorou para que pudesse tornar-se essa referência que é na dermatologia?
Eu me tornei conhecida internacionalmente depois que desenvolvi e publiquei a técnica de Subcision para o tratamento da celulite, considerada a técnica de primeira escolha quando existem os famosos “furinhos” da celulite. Depois, outros trabalhos que desenvolvi e publiquei tiveram uma grande visibilidade internacional. Um dos últimos foi a efetividade da toxina botulínica (Botox) como tratamento adjuvante da depressão (o nosso estudo é, até o momento, o único estudo feito no Brasil, embora existam quase uma dezena realizados em outros países).
Como começou sua pesquisa sobre a celulite?
Eu estava assistindo a uma aula nos Estados Unidos em que o professor mostrou o tronco de uma mulher africana com vários desenhos em alto relevo na pele e disse: “Isso provavelmente foi VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
feito com Subcision” (uma técnica que usa uma agulha sob a pele para romper os septos que retraem a pele). Naquele momento, eu imaginei que poderia ser útil para os furinhos da celulite. A primeira paciente em que eu realizei a técnica era de Palmeira das Missões. E foi um sucesso! E continua sendo até hoje. Depois disso, aprofundamos os estudos. Para tanto, passei alguns finais de semana dentro de IMLs (Institutos Médicos Legais), fizemos estudos com ressonância magnética, criamos uma nova classificação e conduzimos várias pesquisas. Acho que temos o maior número de estudos publicados no mundo nesse tema.
O seu livro com o tema anticelutite tornou-se um livro de cabeceira para as mulheres...
Elas gostam muito, porque traz informações científicas em uma linguagem muito simples, clara e compreensível. É fácil e rápido de ler, pois cada capítulo toma apenas de 5 a 10 minutos de leitura.
É de sua autoria o primeiro livro sobre a toxina botulínica. Nessa obra a senhora fala de estética e de problemas psicológicos...
O meu primeiro livro chama-se USO COSMÉTICO DA TOXINA BOTULÍNICA e aborda amplamente as indicações cosméticas. Ele foi um livro importante, pois foi o primeiro, tendo sido publicado em Português e em Inglês. Para muitos médicos, ele deu a “receita do bolo”, permitindo que muitos médicos começassem a fazer ou tivessem uma referência para ampliar o uso da toxina botulínica. O nosso estudo envolvendo depressão foi posterior, tendo sido publicado há cerca de um ano.
Como é manter dois consultórios, um em Porto Alegre e outro no Rio de Janeiro?
É complexo. Seria muito complicado se não fossem as excelentes dermatologistas que trabalham comigo. Somos uma equipe. Mesmo quando estou no Rio, sei que os meus pacientes são muito bem atendidos em Porto Alegre e vice-versa.
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Dóris com as sócias da Clínica Hexsel de Dermatologia de Porto Alegre.
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Equipe da Clínica Hexsel de Dermatologia de Porto Alegre.
Como ficam suas pacientes de Passo Fundo? (certamente sentem muita falta do tempo que a senhora atendia a região...)
Eu trabalhei em Carazinho durante muito tempo, atendendo pacientes de toda a região, inclusive de Passo Fundo. Nessa época, lecionava na UPF. Não me esqueço dos pacientes dessa região, que inclusive choraram no meu consultório, ao saber que eu estava indo embora. Até hoje, também conservo grandes amizades naquela cidade.
Recentemente a senhora esteve em Paris, quais as novidades?
Cheguei hoje (02.02), de Paris, onde participei do mais importante congresso europeu envolvendo procedimentos cosméticos, o IMCAS (International Master Course on Agin Skin). O evento foi extenso, muitas novidades foram apresentadas, todas na área cosmética. Há novos equipamentos e novas técnicas ou sendo usados com melhores resultados. Sempre é bom ouvir e ver o que colegas de outros países estão fazendo. Contribuí com o congresso apresentando temas novos, como o 030
rejuvenescimento da genitália feminina, tratamentos do masseter (um músculo que torna o rosto mais quadrado) com toxinas botulínicas, a segurança das aplicações em toda a face, mesmo em doses elevadas (um estudo realizado em nosso centro) e o estudo dos efeitos das toxinas botulínicas em pacientes deprimidos.
No final do ano passado a senhora recebeu mais um importante reconhecimento: foi a primeira dermatologista brasileira a receber a menção honrosa da Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica (ASDS).
Sou membro da ASDS há alguns anos e fui chamada algumas vezes a contribuir com essa Sociedade, o que muito me honrou. Participei como membro do Comitê Internacional da ASDS por cerca de 4 anos e fui chamada a contribuir com meu trabalho para publicações que nortearam o manuseio da toxina botulínica. Nesse grupo, eu era a única brasileira, junto com médicos americanos e com a médica canadense que descobriu os efeitos cosméticos da toxina botulínica, a Dra. Jean Carruthers. Meu VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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Com a filha Camile e a neta Anna.
ESTOU CRIANDO UMA ONG QUE VAI CONGREGAR DERMATOLOGISTAS DE TODO O MUNDO, ATENDENDO PESSOAS QUE NECESSITEM DE TRATAMENTOS E NÃO TENHAM CONDIÇÕES DE PAGAR.
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nome foi também cogitado para receber outro prêmio da ASDS, o Samuel Stegman Award. Na época, perguntaram-me quantas publicações eu tinha, respondi “Tenho umas 40 publicações”. Ao elaborar o meu currículo para essa sociedade, fiquei surpresa e feliz ao constatar que, na verdade, tinha mais de 150 publicações.
12.Com tanto trabalho e envolvida em pesquisas, como fica a sua necessidade de fazer um trabalho social?
Estou criando uma ONG (organização não governamental) que vai se chamar BeautyHelp. Vamos congregar dermatologistas de todo o mundo que quiserem contribuir no atendimento a pessoas que necessitem de determinados tratamentos e não tenham condições de pagar. O dermatologista entrará com o trabalho e buscaremos ajuda com os materiais necessários com as empresas. Na verdade, por meio da beleza, ajudamos as pessoas a ter mais saúde e uma qualidade de vida melhor. Queremos que pessoas carentes também tenham acesso a isso. Queremos mudar a vida dessas pessoas necessitadas como mudamos a vida dos nossos pacientes. E podemos fazer isso quando reintegramos social e emocionalmente as pessoas, por meio dos tratamentos que realizamos. Farei um grande esforço para que ela comece logo a funcionar. 031
DECORA
ÁREA DE SERVIÇO PERFEITA
ESPAÇO NÃO É PROBLEMA
Um ambiente funcional e bem decorado é o segredo para a sua quitinete ficar super aconchegante. A primeira grande dica é a cor do ambiente: cores claras dão ideia de amplitude. Espelhos também podem ajudar a “aumentar” o espaço. Quanto aos móveis, não pense grande. O espaço é pequeno e precisa de móveis práticos, que facilitem o uso e a circulação. Guardaroupas com portas de correr são ótimos para isso, um painel de TV na parede também. Pense sempre naquilo que é realmente necessário antes daquilo que só fica bonito. E lembre-se de que, se muita informação pode poluir o espaço, é necessário pensar bem antes de sair decorando.
A área de serviço é um lugar um pouco esquecido da casa na hora da decoração. Lógico que você não precisa de uma decoração maravilhosa, mas é muito legal que ela seja funcional e que siga o mesmo estilo dos outros ambientes. Mesmo em espaços pequenos, é possível ter uma área de serviço com todos os itens necessários para a rotina diária do lar, no seu devido lugar.
CASA DE PASSARINHOS
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O jardim é um dos locais preferidos dos pássaros. Para atraí-los com mais facilidade, uma opção é utilizar casas de passarinhos, que devem ser muito bem confeccionadas para que os abriguem com segurança. Nessas casinhas, os pássaros podem construir seus ninhos e, por isso, é importante evitar mexer nelas.também resistentes ao sol.
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PET
GÊNIOS DE
QUATRO PATAS
Neurocientista americano afirma que o cão é o segundo mamífero mais bem-sucedido do planeta, atrás apenas dos humanos O sucesso dos cães entre os humanos Redação Versa se explica pela genialidade canina, Baseados em um conjunto de trabasegundo Brian Hare, neurocientista lhos sobre o assunto que apelidaram de fundador do Centro de Cognição caninognição – ou seja, a cognição dos –, os autores chegaram à conclusão de Canina da Universidade Duke, nos cães que o processo evolutivo que transformou EUA, e sua mulher, a jornalista e lobos em cachorros domésticos fez com cientista Vanessa Woods, autores do que os animais adquirissem um novo livro Seu Cachorro É um Gênio! tipo de inteligência social.
Essa inteligência teria tornado os cães muito semelhantes a bebês humanos, em termos de comportamento e de habilidades de comunicação – conquistando seus donos definitivamente. De acordo com Brian Hare, depois dos seres humanos, os cachorros são os mamíferos mais bem-sucedidos do planeta, superando até mesmo os chimpanzés, famosos por sua esperteza.
OS CÃES USAM DIFERENTES TIPOS DE LATIDOS E ROSNADOS PARA SE EXPRESSAR E SER COMPREENDIDOS PELOS HUMANOS.
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Estudos indicam que a maioria dos donos entende os significados dos diversos latidos de seus cachorros.
5 motivos pelos quais seu cachorro é mais inteligente do que você imagina Faz e valoriza amizades
Ao contrário do que acontece em outros grupos de animais, os líderes das matilhas não são um casal reprodutor dominante, mas sim os cães que têm mais amigos. Quanto maior a “rede de contatos” de um cachorro, maiores são as chances de que os outros o considerem um líder e o siga aonde ele for.
Pode aprender palavras
Além de entender nossos gestos e olhares, cães também podem ser treinados para aprender palavras e seus significados. Uma pesquisadora da Alemanha descobriu que seu cachorro aprendeu os significados de dezenas de novas palavras por meio de um processo de dedução lógica igual ao que crianças usam para descobrir nomes de objetos desconhecidos. Em outro experimento, um professor de psicologia conseguiu fazer com que sua cadela aprendesse o nome de mil objetos. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
Entende a linguagem corporal humana
Qualquer dono de cachorro sabe que o bicho é perfeitamente capaz de compreender gestos e olhares, como a indicação de um local para o qual apontamos ou um olhar de reprovação. O que poucos sabem, porém, é que essa habilidade de compreensão da nossa linguagem corporal é extremamente rara entre os animais — nem mesmo os chimpanzés podem interpretar tão bem nossos gestos quanto os cachorros.
É capaz de enganar o dono
A inteligência dos cachorros também tem seu lado negativo. Um estudo realizado na Universidade de Viena, na Áustria, mostrou que os cães sabem quando estão ou não sendo observados pelo dono e se comportam de formas diferentes de acordo com isso. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os animais desobedecem mais ordens quando os donos não estão no mesmo ambiente que eles ou estão distraídos por alguma outra atividade, como ler ou ver TV.
Consegue se comunicar com as pessoas
Os cachorros podem não falar, mas nem por isso são incapazes de se comunicar com os humanos. Assim como o choro de um recém-nascido pode ter vários significados, os cães usam diferentes tipos de latidos e rosnados para se expressar e ser compreendidos pelos humanos — pesquisas mostram que os latidos representam apenas 3% das vocalizações dos lobos, provando que o hábito de latir é mesmo um recurso decorrente da domesticação. Outros estudos indicam ainda que a maioria dos donos parece entender os significados dos diversos latidos de seus cachorros.
O livro é
SEU CACHORRO É UM GÊNIO!
é comercializado por R$ 31,90 no site submarino.com
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KETHERIN KAFFKA
Cabide
fashion.
AS TENDÊNCIAS QUE VÃO AQUECER
NOSSO INVERNO Os termômetros ainda marcam altas temperaturas, mas as lojas já começam a receber as novas coleções do inverno 2015. Nesta edição, você vai ficar por dentro de tudo que virá para as araras desta temporada. Também poderá observar, de antemão, o que você tem dentro do seu armário e que estará em alta na próxima estação e o que você poderá adquirir.
GOLA ROLÊ (alta) Um ícone dos anos 90, uma peça que muitas vezes era usada escondida por baixo dos casacos ganha um espaço especial como item fashion. Combinadas com saias, levam um ar jovial. Com calças, seguem um estilo mais esportivo, mas continuam impondo respeito para ambientes corporativos.
PELES Lisas, coloridas, com fios curtos ou longos, a pele (fake) invade o inverno. Seja na peça completa ou mesmo em detalhes como golas, capuz e acabamentos. Além de aquecer muito bem, é superversátil, sendo usada na noite com vestidos ou durante o dia com calças.
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DECOTES PROFUNDOS Apesar do frio, a sensualidade sempre dá as caras no inverno. Desta vez, os decotes profundos, geralmente em V, dominam vestidos e até mesmo os tricots.
BRILHO METALIZADO Essa tendência traz detalhes em dourado, prateado ou demais cores metalizadas, tanto em vestidos e em acessórios, quanto nos calçados. O metal aparece em diferentes texturas e estilos. Vale a pena a aposta.
Casacos compridos que podem ser usados até como vestidos, quando fechados. Em diferentes materiais, leves ou pesados, coloridos ou discretos, eles incrementam os looks mais fashionistas.
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©Divulgação
MAXICASACOS
Katherin Kaffka é produtora de moda, apresentadora e Blogueira www.kaffka.com.br
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EDIMARA SACHET RISSO
MultiVersa nós e nossos
muitos universos
SENTIR-SE BELA É LIBERTADOR
Se tem uma coisa que habita o universo feminino é a beleza estética. Altura, peso, cabelo, pele, unhas, pelos, celulite, estrias. E, para piorar tudo, inventaram o espelho. A madrasta da Branca de Neve que o diga. Quando chega o verão, então, aiaiaiaiai, lá estamos nós às voltas com nossas insatisfações e com nossos arrependimentos. Por que comi aquela pizza? Por que não fiz mais caminhadas e não fui à academia? Por que não economizei para aquele procedimento estético? Neste verão, bastaram-me trinta minutos à beira-mar para esquecer tudo isso. Talvez sejam os meus 41 anos que me permitiram passar da autopiedade ao autoperdão. Os quilos a mais, a celulite, o corpo forjado por duas gravidezes, nada me incomodou após a primeira meia hora na praia. Passei de insatisfeita e envergonhada a cúmplice e solidária às mães, às senhoras e às vovós com as quais me comparava e que exibiam corpos “normais”, que contavam belas histórias de vida. Finalmente compreendi que a normalidade não é o alto padrão estético que nos impomos. Claro que há muito tempo observo que a praia é um lugar democrático. Todos, homens e mulheres, podem exibir seus corpos numa explícita conformação. E claro que aplaudo quem tem cuidado com sua imagem. O que aconteceu agora é que me dei conta de que EU não me incomodo mais com o formato do MEU corpo. Esse exercício de aceitação foi libertador. Continuo focada em encontrar, na minha rotina, ao menos três vezes por semana de exercícios regulares. E um modo de incluir no orçamento um cuidado estético. Isso é questão de saúde, é outra história. Inclusive saúde mental. É bom sentir-se bem. São os mesmos 41 anos que me dizem que DEVO fazer isso. O que me livrei é do fato de pensar que quem, como eu, não tem recursos financeiros ou interesse para investir em tecnologia da beleza não pode ser feliz de biquíni. Ou quem não consegue exibir a beleza de outrora ou aquela que não condiz com os padrões não pode ser feliz. Não é questão de ser ou de estar bonita. É de sentir-se bonita, autoconfiante e com autoestima elevada, apesar de cada furinho e de cada pneuzinho. É não ser escravo da beleza estética que, como toda construção cultural, depende de comparação, de parâmetros, de invenção. Não é exatamente uma questão de idade, mas de tempo. Há três anos, assisti à transmissão pela TV da etapa final de
NA ERA DAS AVANÇADAS PESQUISAS EM ESTÉTICA, É INTERESSANTE VERMOS COMO A BELEZA, HÁ CERCA DE TRÊS DÉCADAS, NÃO ERA TÃO BELA ASSIM. OU ERA?
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um tradicional concurso de beleza aqui do Rio Grande do Sul. Para comemorar os 30 anos do evento, as convidadas especiais foram as vencedoras das edições anteriores e ficou claro que beleza é questão de tempo. Há, claro, um certo padrão universal: corpos altos, magros, proporcionais. Isso para concursos de beleza, ok? Mas, cabelos, maquiagem, roupas e a impiedosa ação do tempo... É paradoxal como chegamos a nos enxergar feios em imagens de vídeo ou fotografia de mais de uma década. Costanza Pascolato nos consola: segundo ela, a principal função da moda é exatamente a de fazer nos sentirmos melhores hoje do que anos atrás, apesar de estarmos mais velhos e, provavelmente, menos bonitos. Tenho a mesma sensação ao assistir a programas de TV antigos. Na era das escovas progressivas, do aparelho ortodôntico, do silicone e das avançadas pesquisas em estética, é interessante vermos como a beleza, há cerca de três décadas, não era tão bela assim. Ou era? Apesar de meu propósito para 2015 continuar sendo atividade física regular e o acompanhamento com nutricionista e com uma boa dermatologista (no meu caso uma excelente, a Dra. Karen Schons), agradeço por não depositar minha autoconfiança na beleza estética. Entre praia e piscina, não me exponho por mais de 30 dias a cada ano e para mais de 20 pessoas conhecidas que, exatamente por isso, não me julgam pelo que exibo, mas pelo que sou. Descobri que sou feliz por investir meu interesse naquilo que me faz sentir muito bem nos outros mais de 90% do tempo e me mostra para incontáveis conhecidos e desconhecidos que me julgam. Impiedosamente. Minha sensação de alívio pós-praia beira à piedade alheia: tenho pena de quem é muito belo na juventude. Para sempre, terá a face juvenil e o corpo escultural como parâmetros próprios e não poderá envelhecer sem culpa. Fica escravo do passado, vinculado àquela imagem tida como perfeita nos anos de juventude e tenta reproduzi-la nos 50 anos seguintes da sua longa vida, lançando mão de estratégias para frear a ação do tempo que até Deus duvida! Pobre Garota de Ipanema... Edimara Sachet Risso é multiversa: seu mundo tem vários universos. É mãe, filha, irmã, esposa, amiga, dona de casa, estudante e professora de Direito e de Português, advogada, empresária, empregada e empregadora, rotariana, cidadã. Tem bicho de estimação, cálculo renal, TPM, enxaqueca, fibromialgia, vive brigando com a balança, não acha tempo para ir à academia e enfrenta o trânsito. E pensa nisso tudo ao mesmo tempo. É multiversa. É mulher.
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ENGRENAGENS DO
DESENVOLVIMENTO
A partir desta edição, a Revista Versa apresenta os vetores que colocam Passo Fundo no mapa das principais cidades do Sul do país Tainara Scalco
Uma cidade que cresce em ritmo acelerado. O Produto Interno Bruto (PIB) de Passo Fundo registrou aumento maior que a média brasileira e gaúcha. Em 2010, foi o quarto município do estado com maior crescimento. O que faz de Passo Fundo uma referência em vários setores? Nas próximas 6 edições, a Versa apresentará os vetores que movem a capital do Planalto Médio. Nesta primeira reportagem, vamos falar sobre o agronegócio e a indústria.
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Em ritmo de colheita, as máquinas no campo já desenham uma safra de soja abundante, uma safra de números em ascensão. Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam um crescimento, no Brasil, de quase 12% com relação a 2013/2014. No Rio Grande do Sul, a Emater prevê que sairão das lavouras entre 12 e 14 milhões de toneladas de grãos. Grãos que movem boa parte das cidades do interior do estado. No principal polo do Norte do Rio Grande do Sul, essa expectativa de crescimento dá fôlego além das porteiras. “O agronegócio levará vantagens em termos de rentabilidade sobre os demais setores,” aponta o vice-presidente de agronegócio da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio de Passo Fundo (Acisa), Lamar Sakis. Otimismo que se confirma entre os homens do campo. Carlos Chiolin, produtor rural de Passo Fundo, estima colher mais de 60 sacos de soja por hectare. A média animadora é fruto de um clima favorável nos últimos meses na região, com chuvas abundantes no período de enchimento de grãos. Mesmo com a previsão de soja em excesso,
por causa das boas safras nos Estados Unidos e na Argentina, Chiolin está confiante quanto à comercialização. “Geralmente, quem age com pouco mais de cautela se dá bem.”
PIB PER CAPITA 2010 (FONTE: FEE)
PASSO FUNDO R$ 24.619,00 (+18,7%) RIO GRANDE DO SUL R$ 23.606,36 BRASIL
R$ 19.766,33
UNDO PASSO FÊNCIA REFER
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Passo Fundo tem o 100 maior PIB do RS.
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A equação do agronegócio reflete no poder de compra nas cidades, como Passo Fundo. Todos os envolvidos na cadeia produtiva do campo, dos operadores de máquinas aos motoristas de caminhões, acabam consumindo nos centros urbanos. Segundo um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), tanto o aumento do volume de produção quanto a elevação dos preços contribuem para o desempenho do setor primário. O fomento às pesquisas voltadas para o agronegócio é outro fator que promove o desenvolvimento da cidade. Embrapa Trigo, Universidade de Passo Fundo, Emater, Biotrigo e OR Sementes são alguns exemplos de instituições que contribuem com a agricultura regional. Mesmo assim, para o vice-presidente da Acisa, Lamar Sakis, ainda é preciso mais investimentos por parte do Estado em pesquisas. “Dessa forma, os estudos passam a ter maior efetividade, como por exemplo, no que se refere às culturas de verão (soja e milho), as quais têm maior risco de perdas por fatores climáticos.”
Incremento nas culturas de inverno
A INDÚSTRIA TRAZ RÁPIDA GERAÇÃO DE EMPREGO E QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA A CIDADE.
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Vinicius Roso, Vice-presidente de indústria da Acisa.
Ainda segundo Sakis, é preciso investir mais nas culturas de inverno. “Precisaríamos incrementar a cevada, já que temos em Passo Fundo uma maltaria da Ambev, que utiliza esta matéria prima. No caso do trigo, o Sindicato Rural de Passo Fundo está capitaneando um grupo para negociar com os moinhos um melhor aproveitamento desta cultura, valorizando estes grãos aos produtores. Quanto a canola, entendemos que deva haver maior incentivo junto aos produtores, pois a adição de 7% de biodiesel no diesel faz com que haja uma valorização destes grãos, independente das cotações internacionais.” VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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O PIB de Passo Fundo cresceu quase R$6 Bi.
Indústria aquece o PIB
Vem da área industrial de Passo Fundo um dos fatores primordiais para o aumento do PIB da cidade. Os investimentos no segundo setor fomentaram o crescimento da soma das riquezas produzidas no município. Empresas como BSBIOS e Italac ajudaram a elevar os números, já que os resultados das operações dos empreendimentos puderam ser contabilizados no censo. Graças a esse empurrão, o PIB industrial de Passo Fundo cresceu 14,7%, 4° melhor desempenho no Estado. A expectativa é que esse número aumente ainda mais no próximo levantamento, isso porque já serão contabilizados os frutos de novos empreendimentos como Ambev e Manitowoc. “O PIB de Passo Fundo cresceu quase R$6 Bi, muito impulsionado pelo setor industrial que se instalou na cidade nos últimos anos. A indústria acaba trazendo geração de emprego rápida, e até qualificação de mão de obra para a cidade,” argumenta o vice-presidente de indústria da Acisa, Vinicius Roso.
PIB em ascensão
Conforme a pesquisa, o PIB passofundense alcançou R$ 6 bilhões 275 milhões, sendo ultrapassado somente por Porto Alegre, capital do Estado, VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
onde se concentra o centro econômico do Rio Grande do Sul, Caxias do Sul, município com alto desenvolvimento na área metal mecânica, Rio Grande, zona portuária, Canoas e Gravataí. No cenário nacional, a cidade está na 98ª posição entre as 100 maiores cidades. Pelos dados apresentados, Passo Fundo saiu da 9ª colocação em 2011 para a 6ª em 2012, ultrapassando as cidades de Novo Hamburgo, Triunfo e Pelotas.
Diminuir os gargalos
Os bons resultados do último censo podem melhorar ainda mais com algumas mudanças, conforme explica o presidente da Acisa, Marco Mattos. “Temos alguns gargalos que precisam ser objetos do diálogo, como incentivos fiscais do município, elaboração de leis com maior celerida de, diálogo mais próximo com as autoridades ambientalistas, a desburocratização e a formação da mão de obra.”
TEMOS ALGUNS GARGALOS QUE PRECISAM SER OBJETOS DE DIÁLOGO, COMO INCENTIVOS FISCAIS DO MUNICÍPIO E ELABORAÇÃO DE LEIS Marco Mattos, presidente da Acisa.
A próxima reportagem da série vai abordar o tema saúde. Não perca!
Mão de obra qualificada
A ACISA e a Secretária Municipal do Desenvolvimento promovem ações em conjunto com outras entidades e instituições com o objetivo de qualificar profissionais para trabalhar no setor industrial de Passo Fundo.
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ESPORTE
FILOSOFIA
AUDAX
Modalidade que exclui a competição ganha cada vez mais adeptos no Rio Grande do Sul
Redação Versa
Uma prova de regularidade, de resistência e de união. No Audax, o mais forte ajuda os outros a atingir o objetivo principal: percorrer a quilometragem balizada pela organização em um período determinado.
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As magrelas literalmente invadiram as avenidas e rodovias do Brasil. Muitas pessoas têm adotado o ciclismo como hobby e como estilo de vida. Basta um olhar atento no fim da tarde em Passo Fundo, por exemplo, para constatar o crescente número de ciclistas circulando pelas ruas. Para os que preferem a adrenalina, uma modalidade baseada na resistência e na solidariedade conquista cada vez mais adeptos: o Audax. Criada na França há mais de um século, a prova exclui qualquer tipo de competição. O objetivo principal é completar o percurso sem baixas na equipe, ou seja, no Audax, todos os audaciosos (tradução latina da expressão Audax) vencem. Os ciclistas enfrentam calor, frio, sono, vento
contra, longos declives, aclives, escuridão da noite dentre tantas outras dificuldades e perigos das estradas. Os percursos podem variar de acordo com a organização. Em Passo Fundo, a Universidade de Passo Fundo é uma das entidades apoiadoras do Audax. Na prova realizada em fevereiro, foram disputados o Brevet 200km e o Desafio 100km, ambos parte da Super-Série 2015, que, até maio, terá uma edição a cada mês. O percurso seguiu pela ERS-135, passando Sertão, Getúlio Vargas e Charrua, retornando à UPF pelo mesmo caminho. Cerca de 160 ciclistas participaram do Brevet 200km e mais de 40 do Desafio 100km. Entre os segredos para conseguir completar o percurso de tirar o fôlego, os ciclistas destacam que é importante VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
Se um atleta participar de todas as provas anteriores em um mesmo ano, ganha autorização para se aventurar nos 1,2 mil quilômetros.
O AUDAX É DIVIDIDO ENTRE DISTÂNCIA E LIMITE DE TEMPO PARA COMPLETAR A PROVA.
A PRIMEIRA META É PERCORRER
200 KM
EM 13H30MIN; DEPOIS, 300 KM EM 20H;
400 KM EM 27H; 600 KM EM 40H E, FINALMENTE,
1,2 MIL KM EM 90H. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
manter um bom ritmo de pedalada, saber dosar e economizar energia, alimentar-se corretamente, além de treinar para manter o preparo físico. Outro detalhe importante é o equipamento obrigatório, por questões de segurança e pelo fato de se pedalar muito durante a noite, em alguns Audax. São necessários colete refletivo, capacete, luz traseira e luz frontal (com pilhas ou baterias sobressalentes).
Fôlego e persistência
O Audax é dividido entre distância e limite de tempo para completar a prova. A primeira meta é percorrer 200 quilômetros em 13h30min; depois 300 em 20h; 400 em 27h; 600 em 40h e, finalmente, 1,2 mil em 90h. Se um
atleta participar de todas as provas anteriores em um mesmo ano, ganha autorização para se aventurar nos 1,2 mil quilômetros.
Super-Série em Passo Fundo
O Brevet de 200 km será o primeiro da Super-Série 2015 do AudaxPF/UPF. Em 14 e 15 de março, será realizado o Brevet 300km, partindo de Passo Fundo rumo a Carazinho, Estação, Charrua, Floriano Peixoto, Getúlio Vargas, Sertão com retorno a Passo Fundo. De 11 a 15 de abril, será realizado o Brevet de 400km, que sai de Passo Fundo, passa por Guaporé, Lajeado e Soledade e retorna a Passo Fundo. Por fim, em 15 e 16 de maio, será realizado o Brevet de 600km, a última etapa da Super-Série. 043
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IVALDINO TASCA
livre.
Voo
DETECTOR DE MÁS COMPANHIAS?
Levantei com a imaginação a mil e matutei: teria invento mais espetacular do que o detector de más companhias? Estaria ao nível da invenção da roda, da internet, faria um bilionário e o mundo, finalmente, encontraria paz. Nada é mais ameaçador, especialmente para a tranquilidadedos pais abnegados, do que as más companhias. Credo! As mamães do meu tempo de criança temiam menos o capeta do que elas. Levem em conta que o capeta era temido barbaridade. Todo santo dia os filhos ouviam:não quero saber de você andando com más companhias. Como boas católicas, apostólicas, romanas, as mamães permaneciam atentas aos sermões dominicais do padre da Matriz de Santo Antônio, lá na Palmeira das Missões dos campos de barba de bode. O sacerdote, certa vez, disse, de modo enfático com voz tonitruante que fez o templo tremer: “todos nós somos influenciados, para o melhor ou para o pior, pelas pessoas com quem convivemos. Devemos dar toda atenção para as más companhias, pois elas podem estar ao nosso lado”. Eis algo tenebroso, assustador, diabólico! Para o cético digo: o fato de as escrituras sagradas abordarem o temaprova que se trata de algo antigo;mães e padres tinham razões para mirarem quem cercava filhos e fiéis. Anotem alguns recados sagrados: 1) Provérbios 13:20: “Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos sofre aflição”;2) Coríntios 15:33: “Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes”; 3)Gálatas 5:7-9: “A influência de má companhia pode ser desastrosa”;4) Provérbios 12:26: “O justo é cauteloso na amizade, mas o caminho dos ímpios os faz errar”.Quer dizer, a questão das más companhias sempre intrigou! Assim, pode-se afirmar que má companhia é invenção diabólica? É hipótese de fundamento. Mas, o que me perturba, também, é que ninguém sabedefinir, com clareza, o que é má companhia. Sei, pelo trote do viver, que ela desorienta, desvirtua, quebra o rumo da vida fluindo na normalidade. Desafia, com altiva arrogância, a tudo e a todos. Não fosse a intrigante influência que exerce sobre a pessoa de bem, de forma
NADA É MAIS
AMEAÇADOR, ESPECIALMENTE
PARA A TRANQUILIDADE DOS PAIS
ABNEGADOS, DO QUE AS MÁS
COMPANHIAS.
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imperial, o mundo não listaria tanta mazela, tanto horror, não teríamos tanto medo do futuro. Lembro a mãe em prantos abraçada ao cadáver do filho, morto a facadas no beco ao lado do bolão, gritar que se não fossem as más companhias (sempre alertara) seu menino estaria vivo. O futuro da humanidade depende da capacidade de nos livrarmos das más companhias, disse o pastor no velório. O nó a desatar está em conseguir a façanha de descobrir a má companhia antes de ela agir. Quandopequeno, por exemplo, ninguém dava níquel furado pelo Ivan: colava nas sabatinas, roubava araticum da viúva Joana, mentia que ia à missa e ia jogar bola, aos 15 já andava pelo meretrício, era único da turma a fumar e a beber; aos 17 anos ganhou bolsa de estudos num internato, hoje está sujeito a virar santo. Já Rubens, menino mais santinho não havia, cumpre pena na cadeia por latrocínio, extorsão, roubo. Ao passar os olhos nas estatísticas insanas que o Brasil acumula em homicídios, roubos, estupros, pedofilia, assaltos, contrabando, drogas... questionamos: há epidemia de más companhias entre nós? Como deixamos se criaremtantas?Nessa hora é que damos valor a um detector de más companhias, é ou não é? Quem já pensou nisso levanta a mão. Com tal aparelho, que seria construído com a melhor tecnologia disponível, estabeleceríamos programa preventivo nessa área e, acima de tudo, teríamos evitado que os bons meninos dos anos de 1960, aqueles que lutaram contra a ditadura, fossem tragados pelas más companhias ao chegarem ao poder em Brasília. Fico imaginando o tipo de má companhia que, sorrateiramente, levou esses jovens (na época tidos como o futuro do Brasil) a patrocinar os escândalos conhecidos como privataria, mensalão, petrolão e coisinhas do gênero. Por causa de influências maléficas a garotada idealista, pura, contraria todas as expectativas e implantano país um esquema de corrupção que assombra o mundo. É, não há dúvida: sem a construção de um detector de más companhias jamais teremos tranquilidade na vida... Ivaldino Tasca é Jornalista e radialista. Reside em Passo Fundo, onde já foi secretário de Meio Ambiente e de Cultura. Atuou na Cia. Jornalística Caldas Junior por dez anos, foi chefe de redação e diretor de O Nacional.
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DANÇA
BAI LAN DO
A Zumba pode queimar até 600 calorias em uma hora.
Mistura de exercícios aeróbicos com dança, a Zumba manda as calorias pra longe e deixa o bumbum durinho Tainara Scalco
Amiga da balança, do alto astral e da boa forma. Com coreografias fáceis e divertidas, a Zumba mistura diversos ritmos e promove alto gasto calórico. Uma aula pode queimar até mil calorias em uma hora.
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Se você faz parte do time que abomina as séries de “três” da musculação, mas sabe que mexer o esqueleto é questão de saúde, apresentamos-te a Zumba: uma modalidade que tem lotado as academias e os centros de dança em todo o Brasil. Com ritmos divertidos e movimentos simples, não há estresse que resista às calorosas aulas de dança fitness. “Os resultados da Zumba são rápidos. A queima de calorias é intensa. A gente sai da aula bastante suada, mas com a sensação de renovação. Eu indico para todas as minhas amigas,” revela a auxiliar administrativa Ana Cláudia Carlosso. A empolgação é unânime entre os adeptos. Na academia Guerton, em Passo Fundo, cerca de 45 alunas são matriculadas na aula de Zumba do professor Maicon Lopes. É sala lotada em praticamente todos os encontros.
Além da perda de peso, a modalidade é excelente para fortalecer as pernas e o bumbum. Também, melhora a agilidade e o equilíbrio, trabalha a percepção espacial e a coordenação motora, deixando os reflexos mais rápidos. “A Zumba aumenta a eficiência dos sistemas cardiorrespiratório e cardiovascular, ajuda a limpar o acúmulo de colesterol e reduz a gordura,” explica o professor de danças Jorge Rios, da Baillar Centro de Danças de Passo Fundo. Por lá, as aulas também lotam, cerca de 40 alunos praticam a zumba pelo menos duas vezes por semana. Mas, afinal, qualquer pessoa pode dançar? A Zumba tem modalidades específicas para todas as idades: de crianças a idosos. A pessoa deve respeitar a sua avaliação médica e seu condicionamento físico, mas não tem nenhuma restrição. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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DANÇA
Uma mistura de ritmos
Nas aulas de Zumba, trabalha-se, principalmente, com músicas latinas: salsa, merengue, reggaeton, cumbia e axé por exemplo. Esses ritmos compõem 70% das aulas. O restante pode ser intercalado com músicas populares de cada região, como funk, tango, rock and roll, entre outras. As aulas duram entre 45 minutos e uma hora. O recomendado é fazer de 2 a 3 vezes por semana. O professor Jorge Rios explica que divide em 3 partes as suas aulas.“Primeiro faço o aquecimento para aumentar a temperatura corporal, aquecer os músculos, lubrificar as articulações e acelerar o ritmo cardíaco), depois vem a dança, com coregrafias de fácil acompanhamento misturando dança e exercícios aeróbicos. Por fim, o relaxamento, onde se buscas reduzir gradualmente o batimento e a extensão dos músculos para alcançar flexibilidade bem como para prevenir câimbras ou lesões futuras.”
Em casa
Você pode encontrar online ou em lojas uma linha de DVDs com aulas de professores especialistas na modalidade. Alguns desses produtos vêm com alteres para você utilizar durante as aulas diante da sua televisão. Se você gosta de videogames, uma ótima opção é empurrar o sofá da sala e se mexer com a Zumba. Procure o “Zumba Fitness: Join the Party”, para Xbox 360 Kinect, Wii e PlayStation 3. Ele vem com controle de movimento integrado. Muito mais do que um jogo, esse programa de exercício físico para videogames oferece nove estilos de dança com 30 músicas latinas diferentes. A terceira opção é ainda mais simples: Busque vídeos no Youtube! É grátis, fácil e existem diversos programas em vídeos oferecidos por profissionais que filmam suas aulas. Se você achar vídeos curtos, faça sua playlist ou deixe os vídeos já abertos carregando para você não perder muito tempo procurando outra música conforme os vídeos forem terminando. 048
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Para mexer o esqueleto
Resultados rápidos
O SEGREDO DA BOA FORMA PODE SER ADQUIRIDO COM A ZUMBA E A ALIMENTAÇÃO CORRETA. Maicon Lopes, Professor de danças academia Guerton.
A Zumba integra alguns dos princípios básicos de aeróbica, treino intervalado e de resistência maximizando: a queima de calorias, os benefícios cardiovasculares e com tonificação total do corpo.
Na saída da primeira aula, você já percebe a diferença física e mental com a carga de energia “entregue” à aula. O incrível é que em apenas um mês, como o gasto calórico é alto por aula, você já consegue ver muita diferença em seu corpo, mas é necessário que a pessoa se dedique às aulas. O ideal são três aulas por semana.
Uma marca valiosa
Criada acidentalmente há 13 anos, a Zumba se tornou um sucesso mundial. A modalidade conta com 15 milhões de adeptos no mundo inteiro e está presente em 200 mil pontos espalhados por mais de 180 países. Seu inventor, o colombiano Beto Perez, comemora a boa fase e é categórico ao afirmar que a zumba não sairá de moda. Ainda que a empresa não divulgue o faturamento com os cursos e treinamentos, o módulo básico no Brasil para se tornar um professor de zumba não sai por menos de R$ 450 reais. A marca também aposta em roupas, calçados e pulseiras estilizadas para os instrutores e adeptos da modalidade. Uma calça cargo (larga e com tecido confortável) custa R$ 140 reais, enquanto o preço médio de um tênis é R$ 300 reais. VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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INFORME COMERCIAL
SERTANEJO COM GRIFE
Bulls Brasil une o country americano ao sertanejo universitário e desponta como referência nacional
Redação Versa
Artistas renomados, amplo ambiente temático e atendimento personalizado colocam o Bulls Brasil no mapa das principais casas noturnas do país. Em Passo Fundo, franquia é sucesso.
A ideia que nasceu no frio da Serra gaúcha em meados de 2012 não demorou a aquecer as perspectivas de expansão do empreendedor Airton Totti Martins. O Bulls Brasil foi inaugurado em Caxias do Sul com o objetivo de oferecer um espaço totalmente planejado e personalizado para os apaixonados por uma das sensações da música brasileira: o sertanejo universitário. “Trazendo uma proposta moderna e elegante, buscamos inovar juntamente com o momento ousado que vive o sertanejo universitário. As festas agregam música boa, ambiente requintado, público descolado, gente bonita, excelente produção artística e qualidade nos serviços prestados,” conta Martins. Essa receita do empresário é de sucesso. Os números comprovam. Em pouco mais de dois anos de portas abertas em Caxias do Sul, a casa noturna já recebeu mais de 200 mil pessoas, shows nacionais e o reconhecimento do público e de renomados artistas do gênero.
Passo Fundo abraça o Bulls Brasil
Bulls. Em poucos minutos, você já tem acesso à casa noturna, e o melhor: não precisa esperar na calçada. Um grande e belo hall de entrada recepciona os festeiros. Do lado de dentro, fotógrafos especializados em baladas registram os melhores momentos. O espaço amplo e arejado deixa a festa ainda mais confortável, sem riscos de imprevistos por falta de precaução. A casa noturna, geralmente, abre às sextas-feiras e mostra por que o sertanejo tem grife. Os bons resultados da aposta na noite gaúcha impulsionou a ampliação dos negócios de Martins. O empresário encabeçou a criação do Grupo ROX, holding que administra as marcas Pepsi Club, Bulls Brasil, Bulls Entretenimento e Café de La Musique (famosa franquia reconhecida pelo hotspot que Da esquerda para a direita: atrai diversas celebridades Maicon Alves, Rugles em Jurerê Internacional, na Rissatto, Airton Totti Martins, Jabel Rissatto capital catarinense). e Fábio Artur de Mello.
Inovação e elegância transformaram o espaço da antiga Pax State em um aconchegante ambiente para os amantes do sertanejo universitário. Com a temática wood, o Bulls remete aos faroestes americanos com toques contemporâneos. A casa noturna é uma das mais amplas da cidade e oferece total segurança aos baladeiros. Ficar horas na fila é abominável no VERSA MAGAZINE #30 FEV MAR 2015
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BULLS BRASIL PASSO FUNDO - / © NICK ALL
Eduarda Dall Agnol e Francisco Deboni
Carolina Bassegio e Fabrício Parisotto
Laura Zilio, Thais Brok e Mardioli Mahl
Andressa Morcelli e Jéssica Anacleto
Daniela Nunes
Caroline Dal Belo e Jonas Borin
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Renan Endres da Silva e Stefani Brunetto
Leonardo Silva, Francisco Baruffi e Tiago Schimidt
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Gisele Sichelero Letícia Diotti
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Cintia Faedo e Jeo Jeversson
George Lucas e Priscila Lívia
Cassio May de Almeida e Mayara Picolotto
Carolina de Almeida
Luís Fernando Nobre e Fernanda Quinhones
Daniel Kirinus e Leonardo Bisognin
Henrique Felini e Tainá Laydner Fiore
Stéfani Grando
Eduarda Dal Agnol e Evandro Azevedo Lima
Márcio Patussi e Daniela Kurtz do Nascimento
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Victor Hugo Matzembaker e Rafaela Lesseux
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