Revista Versa Fev-Mar 2013

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Medula Óssea Um ato que pode salvar vidas.

Comportamento Luto: entenda todas as fases desse estágio e saiba como superá-lo.

Moda O óculos deixa de ser coisa de nerd e vira um acessório cool.

Edição 19 Ano 3 Fev/Mar 2013

Gastromia

Feeling

Lugar de homem é na cozinha!

O que queremos: humor e criatividade nas redes sociais.

A personalidade e a inteligência da Miss Rio Grande do Sul.

VITÓRIA SULCZINSKI FEV + MAR 2013

EDIÇÃO #19

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28. Personalidade.

Vitória Sulczinski . A beleza da passo-fundense

46.

SOCIOLOGIA. A agressividade e a violência (nossa) de cada dia

1.4

22. 24. 40.

Queimando calorias.

Dicas de Ironi Andrade.

13

HARMONIZAÇÃO.

GASTRONOMIA.

Feng Shui:

Sanduíche de Verão.

Boas vibrações.

Uma receita para pegar leve.

26.

ESPORTE.

É a vez das quatro linhas. Objetivos dos clubes de Passo Fundo.

SAÚDE.

EDIÇÃO #19

Moldura do rosto.

As sobrancelhas não podem ser esquecidas.

Português.

Calorias ao vento. 4 VERSA MAGAZINE

BELEZA.

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Reforma Ortográfica.


VERSA MAGAZINE EDIÇÃO #19 FEV + MAR 2013

42.

O direito de brincar

54.

64.

PET. Etiqueta nas quatro patas. Bons Modos

HISTÓRIA. Abram alas para o samba!

CURIOSIDADE. “A vida é um teatro”. A ousadia de Paulo Giongo.

48.

SOLIDARIEDADE. Não dói e orgulha!. Salve vidas.

50.

56. 66.

DIREITO. Menos álcool, mais segurança.

FEELING. A moda que pegou

E ainda...

Seja por autenticidade ou por irreverência.

08. Comportamento. O volante é delas! 10. Moda. Combina contigo!. 16. Mulher. Desafio entre o perfil delicado e as novas profissões 18. Gastronomia. Homens na cozinha 38. Sociologia. Quando o luto bate à nossa porta 60. Educação. A pele agradece. Precauções na hora da higiene. 68.

Afina a tua leitura!

69.

Redes Sociais.

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EDITORIAL

Expediente da edição #19 Fev + Mar 13 DIRETORA Fabiana Lima EDITORA Taís Rizzotto DIRETORA EXECUTIVA Ana Lis Carteri DIAGRAMAÇÃO Christian Forcelini

A nossa Miss... A beleza da mulher passo-fundense, mais uma vez ganha repercussão estadual. Depois de eleger a mais bela negra do Rio Grande do Sul, também é de Passo Fundo a miss Rio Grande do Sul. Vitória foi uma grande surpresa para a cidade. Se passaram mais de quatro décadas para que Passo Fundo voltasse a ter uma moradora com esse título. Elisabeth Finardi, representou o município no ano de 1968 e venceu o concurso estadual. 44 anos depois, a estudante de arquitetura e urbanismo da UPF, Vitória Sulczinski Centenaro tem pela frente o desafio de alcançar o título de miss Brasil. Nessa edição da Versa, Vitória fala de tudo um pouco, do título, das dificuldades em ser miss, da família, do namorado, mas principalmente, mostra sua personalidade e gratidão a Passo Fundo. Ah, já estávamos esquecendo. Descobrimos que ela também tem defeito! Boa Sorte Vitória, no miss Brasil 2013!

Taís Rizzotto e Fabiana Lima

Nossas últimas capas

CRIAÇÃO PUBLICITÁRIA Christian Forcelini Paulo Lima Filho JORNALISTAS Taís Rizzotto Tainara Scalco JORNALISTA RESPONSÁVEL Taís Rizzotto // MTB 11.842 taisrizzotto@revistaversa.com.br FOTOGRAFIA Gui Benck REVISÃO Ironi Andrade REDAÇÃO redacao@revistaversa.com.br fone: 54 3601 0100 PUBLICAÇÃO

A revista VERSA MAGAZINE é uma publicação da Brasil Sul Editora Ltda.

CNPJ - 11.962.449/0001-57 Rua Bento Gonçalves, 50 sala 902 Centro - Passo Fundo EMPRESA DO GRUPO

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Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da Brasil Sul Editora Ltda. Somente as pessoas que constam neste expediente são autorizadas a falar em nome da revista.

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Carmen Steffens OUTONO INVERNO 2013 R. 13 de Maio, 975 POR

RENATA KUERTEN

ELEITA A MELHOR LOJA DE CALÇADOS DE HOLLYWOOD PELA RACKED AWARDS 2012 BUENOS AIRES

HOLLYWOOD

JOHANNESBURG MADRID

MARBELLA

PARIS

250 LOJAS - 17 PAÍSES

PUNTA DEL ESTE FEV + MAR 2013

RIO DE JANEIRO EDIÇÃO #19

SÃO PAULO

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COMPORTAMENTO Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br Caroline Dal Bianco Corrêia - Especialista em psicologia do trânsito

O volante é delas! A busca pela primeira habilitação passou a constar na lista de prioridades de mulheres com mais de cinquenta anos. Independência: adeus, carona. A ala mais madura do sexo feminino agora pinta um novo cenário. Os Centros de Formação de Condutores comprovam o que já é possível ver nas ruas. O preconceito com as “cinquentonas” ao volante está perdendo espaço. Historicamente, a mulher sempre foi submissa ao homem e aos costumes patriarcais. O papel da mulher era criar os filhos, manter a harmonia familiar e cuidar dos afazeres domésticos. Ao homem cabia manter o sustento da família exercendo grande autoridade perante todos os membros da casa. Dentro desse contexto, restava, para ela, preparar-se para ser uma boa mãe. Porém, no início de século XX, alguns movimentos de libertação feminina começaram a surgir. A mulher passou a ingressar no mercado de trabalho com mais força e conquistou maior valorização e qualificação de seu trabalho. A possibilidade de escolher e de planejar quantos filhos ter foi outro fator importante para que a ela pudesse conciliar a casa e o trabalho, já que é versátil e consegue realizar vários afazeres simultaneamente. A Constituição Federal de 1988 veio para consolidar a trajetória feminina, uma vez que determina a igualdade perante a lei sem distinção de gênero. Apesar das várias conquistas obtidas, a mulher e a sociedade não foram capazes de abandonar o antigo modelo de mulher responsável pela casa e pelos filhos. Dessa forma, ela passou a buscar excelência em casa e no traba-

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As pessoas que buscam a primeira habilitação após a maturidade devem ter claro que adquiriram mais experiência e entendimento sobre a vida, mas que algumas habilidades sofreram declínio com a idade. lho. A diversidade de papéis e as várias jornadas a cumprir fizeram com que o carro passasse a ser seu aliado. Essa mudança acabou também se refletindo no trânsito, já que, nas últimas cinco décadas, vem crescendo cada vez mais o número de mulheres ao volante. A questão é que muitas mulheres que se dedicaram exclusivamente ao lar e que agora com 50 anos de idade ou mais não têm habilitação. Os motivos

são muitos, desde a submissão à figura masculina até a comodidade de andar de carona. Porém, algumas dessas mulheres estão enfrentando situações que as obrigam a fazer a habilitação, seja pelo divórcio, pelo adoecimento ou pela morte do cônjuge e, até mesmo, arrependimento de não ter feito a carteira quando eram mais jovens. Quando a mulher madura resolve buscar sua habilitação, acaba encontrando algumas dificuldades, pois o envelhecimento cerebral normal inicia a partir da segunda década de vida e evidencia um declínio discreto, lento e progressivo das funções cognitivas. O envelhecimento representa, do ponto de vista psíquico, a conquista da sabedoria e da compreensão do sentido da vida. Porém, sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida. É importante ter a consciência de que, quanto mais tarde se busca a carteira de habilitação, maior é o investimento de tempo e de dinheiro, pois, a prática nos mostra que as 20 aulas mínimas exigidas pelo Detran, geralmente, não são suficientes para a aprovação no exame prático. Uma pessoa que não conhece o funcionamento do automóvel e que nunca dirigiu, precisa de mais tempo


para adquirir intimidade com o veículo e de técnica suficiente para que possa dirigir de forma segura no trânsito. Como podemos observar, é um processo que pode ser longo e difícil. As pessoas que buscam a primeira habilitação após a maturidade devem ter claro que adquiriram mais experiência e entendimento sobre a vida, mas que algumas habilidades sofreram declínio com a idade. Conversar com amigos e familiares sobre a possibilidade de buscar a primeira habilitação, fazer as contas, reservar tempo e dinheiro extras é uma boa alternativa. Estar segura e confiante no volante antes de submeter-se ao exame prático de direção pode evitar frustrações desnecessárias. Ouvir pessoas que tiveram essa experiência dará uma noção do caminho a seguir. Enfim, a obtenção da carteira de habilitação em qualquer idade é uma grande responsabilidade. Mas, para as mulheres maduras, é mais do que uma conquista: é um desafio.

O envelhecimento representa, do ponto de vista psíquico, a conquista da sabedoria e da compreensão do sentido da vida. Porém, sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida.

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MODA Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Combina contigo! Os óculos de grau deixaram de ser coisa de nerd e viraram acessório cool. Escolher um par de óculos não é uma tarefa fácil. Cada formato de rosto pede uma armação específica. É preciso ter disposição para experimentar vários modelos até chegar ao ideal. Descubra qual modelo fica melhor para você.

Especialistas apontam que cerca de 90% das pessoas compram óculos de grau de tamanho errado. As dicas de amigos e as tentações das vitrines confundem e dispersam na hora de escolher o modelo ideal. Além disso, não se deve comprar óculos com pressa. Para não errar, cinco pontos fundamentais precisam ser considerados: - a pupila deve estar centralizada no desenho da armação, como se fosse uma espécie de alvo;

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- o apoio do nariz deve ficar confortável e encaixar bem, sem marcar a pele, o que ocorre quando o tamanho não está certo; - a armação deve sobrepor-se à parte inferior dos olhos, de modo a disfarçar as olheiras; - as sobrancelhas devem acompanhar o formato da armação; - as hastes devem apenas se apoiar nas têmporas, sem pressioná-las, ou seja, os óculos não podem ser apertados.

Tipos de rostos

São quatro os principais: oval, triangular, quadrado e redondo. Se a face é quadrada, deve-se apostar em óculos arredondados e ovalados, os menos angulares possíveis.

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O rosto redondo fica bem com armações retangulares e quadradas. O oval é o mais fácil de combinar: estão valendo os formatos arredondados e também os retangulares. Já os triangulares, com pouco queixo, devem priorizar os tipo aviador e mais ovalados embaixo que, assim, vão preencher o espaço.

Cores

Os tons de pele influenciam na hora de escolher a cor da armação. Quem tem pele clara pode apostar em contrastes e também no tartaruga – principalmente as loiras. Os cabelos pretos combinam com armações vermelhas ou vinho. Para os negros, a dica é o âmbar, o tartaruga, o preto e o branco. Mas, se você é ruiva, pode usar um tom degradê nos óculos

em relação ao dos cabelos: nunca o mesmo. Quem usa franja não pode deixar que ela encoste nos óculos, além disso, cabelos volumosos não combinam com modelos com detalhes coloridos e apliques nas hastes.

Óculos de sol

Escolher óculos de sol é uma tarefa mais simples. Eles devem, preferencialmente, cobrir a sobrancelha, para o sol não bater por cima. Na hora da compra, recomenda-se sorrir, e, se a armação se mexer, é um indício que não deve ser comprada. O conforto e o encaixe no nariz, assim como o apoio das hastes, devem ser considerados da mesma forma que os óculos de grau.


AMBIENTE Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br Jane Lopes Lopes – consultora de Feng Shui e numeróloga

Feng Shui:

boas vibrações A filosofia que te deixa em harmonia com o ambiente. Feng Shui – pronuncia-se *Fong Suei - é uma filosofia Chinesa. O nome significa “vento água”. Essa filosofia busca deixar o homem em harmonia com o ambiente em que está, de acordo com a natureza. Com origem milenar, a base do Feng Shui é o controle, aproveitando o vento e o direcionamento da água. Mais do que simplesmente a estética, o Feng Shui trabalha as energias que interagem no ambiente, criando harmonia por meio do equilíbrio de todos no espaço. E, para isso, utiliza os cinco elementos: fogo, água, metal, madeira e terra. Integrando Yin e Yang de acordo com a Medicina oriental, a ideia central é que as energias que existem no universo influenciam o cotidiano e que elas podem ser positivas (Yin) ou negativas (Yang). O objetivo da harmonização com o Feng Shui é criar num espaço empresarial, um ambiente em que se possa produzir e criar e até atrair mais clientes, com menos esforço para, assim, todos poderem alcançar o sucesso profissional.

Dicas 1º: Organizar - manter o espaço em ordem faz com que a energia circule melhor. A desordem cria estagnação. 2º: Computador fonte de uma grande energia - quando fora de uso, deve ser coberto com uma capa bonita, que pode ser da cor vermelha, uma cor auspiciosa (prosperidade). 3º: A cadeira tem que ser aconchegante, com encosto largo, pois simboliza poder. 4º: Espelhos facilitam a distribuição de energias. 5º: Boa iluminação, plantas e fontes de água dão vida a cantos escondidos. Organização cria harmonia, não gera estresse e conflitos, trazendo confiança, criatividade e motivação e, consequentemente, progresso. A desordem, em termos de Feng Shui, aumenta o risco da energia ruim, o que prejudica a capacidade competitiva e a receptividade a mudanças. Os locais bem arejados, iluminados e limpos incentivam as conclusões e a rapidez no trabalho.

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SAÚDE Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Calorias ao vento Além de queimar calorias, com a bike você foge do trânsito e ainda trabalha os membros inferiores.

Que o exercício físico faz bem à saúde, isso já se tornou um mantra. Mas há certas obviedades que merecem ser repetidas. Essa é uma delas. Então, que tal aceitar que você precisa praticar exercícios físicos com regularidade? Para lhe ajudar, nós fomos em busca dos benefícios de andar de bicicleta. A bicicleta já foi um dos principais meios de transporte no mundo. Mas, hoje a história é outra. Há muitos que nem sabem pedalar, outros a esquecem no fundo de garagens. Seja por preguiça ou por falta de tempo, quem não costuma pedalar está perdendo inúmeros benefícios. Conforme o educador físico Guerton Benck, o ciclismo é um ótimo exercício vasodilatador, ou seja, as artérias e veias aumentam de tamanho durante a atividade. Mas não é só isso. “É um excelente exercício cardiopulmonar também, sem falar na ênfase nos membros inferiores,” completa. O que falar das calorias então? Dependendo do trajeto que você fizer e do tempo de atividade, o gasto calórico pode chegar a 800 calorias. De quebra, você ainda tem a paisagem, a sensação de liberdade e de independência. Imagine poder tomar rotas alternativas, passar em meio aos carros e ainda não afetar o meio ambiente. Quem anda de bicicleta tem mais esses benefícios. É quase impossível pensar em estresse quando o ambiente é de encher os olhos.

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Mas é preciso ficar atento a alguns aspectos antes de pegar a bike. Conforme explica Guerton, o indicado é não ultrapassar uma hora de exercício. Além disso, nada de esquecer-se do protetor solar durante a atividade. Sair de casa com a barriga vazia é outro erro que não pode ser cometido pelos praticantes. A hidratação durante o ciclismo, por outro lado, faz com que se tenha fôlego para concluir o trajeto. “Após terminar o exercício, é muito importante fazer um lanche para repor as energias.” Antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, é preciso passar por uma avaliação médica para não exagerar nas cargas. A alimentação em dia, o sono equilibrado, a ausência de vícios, o estresse controlado e o lazer ativo são outros pontos que devem ser lembrados. Depois, é deixar os cabelos ao vento e aproveitar as pedaladas. Spinning Uma alternativa que vem ganhando muitos adeptos, o spinning é uma das aulas mais disputadas das academias.

Não é à toa que é conhecido como “detonador de calorias”. em apenas uma aula, é possível chegar à queima de 800. Ele fortalece os músculos e, de quebra, aumenta a resistência cardiovascular e respiratória. Assim como o ciclismo, o spinning também define pernas e bumbum. Tudo o que a mulherada deseja! A bicicleta estática, por outro lado, não lhe oferece a visão de belas paisagens. Além disso, não há sobrecarga nos quadris, coisa que o ciclismo consegue abranger. Mesmo assim, é uma atividade que merece destaque e que consegue tirar as pessoas do sedentarismo do sofá. Vale a pena conhecer. Juntos pela boa forma Que tal reunir um grupo de amigos e pegar a estrada de bike? Pois essa ideia surgiu em 2008 aqui em Passo Fundo. O administrador


Os integrantes do Pedal na Noite, como o próprio nome diz, optam pela companhia do céu estrelado para percorrer cerca de 25 km. O trajeto noturno é feito em locais mais planos.

de empresas Wanderley Lima Longhi costumava ficar em casa às quartasfeiras à noite enquanto a esposa tinha um compromisso. Então, ele resolveu chamar os companheiros e pegar a estrada literalmente. “Procurei encontrar momentos de alegria depois de passar por problemas de saúde.” Hoje, cerca de 40 pessoas têm encontro marcado às quartas e aos sábados. Os integrantes do Pedal na Noite, como o próprio nome diz, optam pela companhia do céu estrelado para percorrer cerca de 25 km. O trajeto noturno é feito em locais mais planos. A saída acontece sempre em frente à Praça da Mãe, na Avenida Brasil, próximo ao Colégio Fagundes dos Reis. Aos sábados, o perfil muda um pouco. Opta-se por trajetos mais longos, em terrenos com obstáculos, ou seja, é a vez de rumar ao interior de Passo Fundo. A boa iniciativa do grupo esbarra em um problema recorrente no município: a falta de estrutura para os ciclistas. “Temos enfrentado vários problemas com os ônibus. Inclusive, quase fomos atropelados por um,” conta. Wanderley defende a ideia de uma ciclofaixa, com demarcações ao longo das vias para evitar transtornos entre ciclistas, pedestres e motoristas. Se você gostou da ideia e se interessa em fazer parte do grupo, é só chegar na Praça da Mãe e acompanhá-los durante o trajeto. É a oportunidade de mudar de hábitos de mandar o sedentarismo para longe.

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MULHER Por: CLEICIANE CENCI / redacao@revistaversa.com.br

Mulher: desafio entre o perfil delicado e as novas profissões No mês delas, a Revista Versa faz uma homenagem às guerreiras que transpõe os limites do preconceito Oito de março é apenas um dos 365 dias delas. Longe de feminismos exacerbados, sim, mulher, você merece, você pode. A Revista Versa parabeniza a todas pela data contando a história de uma guerreira. Luciana Carla de Lima Machado, 34 anos, é mãe de três filhos: Eduardo (18), Bruna (6) e Renan (1). Nasceu e cresceu no interior, cuidando do lar. Com o passar do tempo, a vida no campo não supria mais seus sonhos. Foi quando decidiu mudar-se para Passo Fundo, com dois filhos pequenos, sem profissão e sem

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estudos, apenas com determinação e o desejo de um futuro melhor. Começou então a batalha... De início, trabalhou como doméstica, mais tarde na limpeza de concessionárias – foi aí que surgiu a paixão por carros e o interesse pela mecânica. Da limpeza, passou a trabalhar como lavadora de carros. Com o incentivo de seus coordenadores, Luciana começou a fazer cursos básicos e, com muito empenho e humildade, hoje faz o que gosta: mecânica. Ao falar em uma mulher trabalhando como mecânica pode-se pensar inúmeras coisas: o jeito de lidar, falta de feminilidade e até com preconceito. Pois bem, Luciana é uma rainha do lar, cuida de seus afazeres domésticos com capricho, educa e protege seus filhos com amor e carinho e ainda faz belíssimas peças de artesanatos de traços delicados. Em seu rosto, todos os dias são visíveis o sorriso estampado e a maneira gentil e educada de tratar todos à sua volta. Pretende ainda voltar a estudar , com

otimismo e com a certeza de ser uma vitoriosa. “Para quem saiu do interior, desacreditada e criticada, estar aqui é uma enorme vitória. Fui carregada nos braços do meu grande Deus, que me dá forças, alegria e disposição, para estar aqui todos os dias”. Queira, busque, batalhe e alcance! E nunca perca, acima de tudo, a dignidade de ser MULHER!


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GASTRONOMIA Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

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Homens

na cozinha Longe de preconceitos, pilotar o fogão não é mais tarefa só de mulher.

Foram-se os tempos em que as panelas pertenciam apenas a elas. A contemporaneidade trouxe diversas mudanças e uma delas está na cozinha. Hoje, não raro encontramos homens que colocam a mão na massa literalmente. Os guias de sobrevivência diante das panelas, em muitas circunstâncias, são mais adequados à mulherada que, se não abrir o olho, vai perder espaço para eles!

Seja no café da manhã, no almoço ou no jantar, que mulher não gosta de ser recepcionada com uma refeição preparada por ele? Conquistas à parte, esse já não é mais o principal motivo que leva os homens para a cozinha. A culinária se tornou o hobby de uma parcela considerável do sexo masculino. O médico Douglas Pedroso é um dos que fazem parte dessa estatística. “O gosto pela culinária surgiu desde menino, já fazia receitas do Livro Dona Benta,” conta. A predominância do sexo masculino pode ser notada nos restaurantes. O salário para a função pode chegar facilmente aos R$ 5 mil e sobe conforme o padrão da cozinha. Para se ter uma ideia, a gastronomia movimentou, no ano passado, R$ 180 bilhões. O número de instituições de ensino superior que oferecem o curso de gastronomia pulou de quatro para 96, em 5 anos. No mesmo período, houve um crescimento de 80% no setor, que emprega, hoje, seis milhões de pessoas. E eles inovam e inventam com as panelas. “Tenho gosto de cozinhar qualquer prato, dos mais exóticos aos mais simples,” revela o médico apaixonado

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pela cozinha veio dos tempos de escoteiro, onde quem cozinhava ficava livre de lavar a louça. A brincadeira se transformou em prazer, tanto que hoje as solicitações de pratos vêm até dos amigos. Mas a crítica gastronômica fica por conta da esposa. “Ela é a minha inspiração na cozinha.” Segundo o médico, o ato de cozinhar depende da boa leitura da receita, como um maestro interpreta a sinfonia. Porém, a culinária é feita, como tudo na vida, de erros e acertos. Ele conta que já teve momentos de tensão na cozinha. “Foi um camarão que fiz com alcaparras. Na época, não me dei conta de que a dita alcaparra era conservada na salmoura. Ficou insuportável de salgado.” A solução foi pedir uma pizza. Para incentivar os nossos leitores, pedimos para o Dr. Douglas Pedroso indicar uma receita. Esse pode ser o pontapé inicial para um tour pela cozinha da sua casa.

Camarão à Francesa

Preparo:

- 500 g de Camarão médio sem casca

Derreta a manteiga e acrescente, aos poucos,

- 250 g de nata

a farinha de trigo até que fique um creme.

- 200 g de manteiga

Vá acrescentando o leite e depois a nata

- ½ xícara de farinha de trigo

para fazer um molho Bechamel. Salteie

- 300 ml de leite

rapidamente o camarão na manteiga junto

- 100 g de alcaparras (escorridas e bem

com as alcaparras. Coloque no Bechamel,

lavadas)

ponha em um refratário, cubra com o queijo

- 250 g de queijo mussarela em fatias

e coloque no forno para gratinar.

- Noz moscada a gosto, pimenta do reino

É uma delícia!

moída na hora, a gosto, e sal (importante provar antes).

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GASTRONOMIA Por: PATRÍCIA FOLLE - Nutricionista

Sanduíche de Verão

Uma receita para pegar leve na estação mais quente do ano.

A tentação está por toda a parte, mas é preciso resistir. Seguir uma alimentação saudável é preciso em todas as idades. Pode até parecer assustador, mas um investimento como esse, em longo prazo, pode trazer uma série de benefícios. Então, nunca é tarde para começar. A Revista Versa conversou com a nutricionista Patrícia Folle nesta edição. A dica para não abusar nas calorias é lembrar-se do sanduíche.

Ingredientes:

Preparo:

- 2 fatias de pão de integral ou de forma - Requeijão ou cream cheese - Fatia de queijo tipo ricota ou mussarela ou prato ou lanche ou cheddar - Fatia de chester ou peio de peru ou blanquet - Tomate (fatias finas) - Alface americana (folhas) - Abacaxi ou maçã ou pêra ou banana (fatias finas) - Sal e pimenta a gosto - Orégano a gosto - 1 fio de azeite

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Untar as fatias do pão com requeijão. Colocar em uma fatia do pão a fatia de ricota e a fatia de chester. Juntar uma fatia fina rodela de abacaxi. Colocar na outra fatia a folha de alface e as de tomate. Temperar com o sal, a pimenta, o orégano e o azeite. Fechar o sanduíche e está pronto.

Rendimento: 1 sanduíche. Calorias: 250 por porção


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BELEZA Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Moldura do rosto As sobrancelhas não podem ser esquecidas na hora de cuidar do visual.

Os formatos são variados: curtas, longas, retas, arqueadas, finas ou grossas. As sobrancelhas têm um papel fundamental no visual feminino. A alcunha de moldura do rosto não é à toa. Além de dar força no olhar, elas ajudam na expressão.

Você consegue imaginar uma pessoa sem sobrancelhas? Nessas circunstâncias, até parece que estamos falando de alienígenas. Não é exagero afirmar que a sobrancelha fala, mostra a personalidade. E é exatamente por ser tão poderosa que ela merece cuidados especiais. A começar pelo formato, que não deve fugir muito do desenho original.

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“Elas devem estar em harmonia com o traçado original definido pelo osso frontal, responsável e pela projeção das sobrancelhas e a profundeza dos olhos,” afirma a designer de sobrancelhas Rosemar Costa Andrade. Remover os pelos sem conhecimento pode provocar mudanças trágicas na expressão. Por isso, design deve ser agradável, harmonioso,


de modo que combine com o estilo de cada rosto. Mas, quando é a hora de mudar? Para Rose, sempre é possível melhorar. Porém, é importante deixar essas mudanças para um profissional qualificado. “Mudar o formato necessita de conhecimento e de uma avaliação criteriosa.” Qualquer erro pode comprometer a harmonia e a estética da fisionomia das sobrancelhas. Os diferentes tipos de sobrancelha falam por si só. Segundo especialistas, as mais arqueadas deixam o olhar mais sério, até com um quê de “brabeza”, mas também sensual. As que começam altas e caem ao longo do comprimento geram um ar desconfiança, mistério e até um pouco de tristeza. As retas dão linearidade e tranquilidade. Já as mais curvadas trazem delicadeza. As curtas, por outro lado, podem aumentar os olhos e dar a impressão de que são mais juntos. Em relação à grossura, a regra é que, quanto mais espessa, mais jovialidade e força ao olhar ela dá.

Antes

Depois Técnicas mais utilizadas - A clássica é a pinça, pois é segura e eficiente. Porém os pelos são removidos um a um e isso causa muita dor em pessoas muito sensíveis. - A linha remove mais pelos, principalmente os finos. - A fita adesiva é muito eficiente para pelos finos e para pessoas que não toleram a pinça.

Rosemar Andrade designer de sobrancelhas

Qualquer método requer técnica, conhecimento e cuidados que só uma avaliação criteriosa e personalizada FEV + MAR 2013

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ESPORTE Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

É a vez das quatro linhas

Depois de um 2012 vitorioso, os clubes de Passo Fundo almejam repetir as façanhas em 2013. Ah, o futebol! Aquele que move paixões, leva milhares aos estádios, mobiliza torcedores, exalta ânimos, caracteriza um povo, uma cidade. Depois de alguns anos sem compreender esses adjetivos com afinco, Passo Fundo retoma seu espaço no cenário da bola do Rio Grande do Sul. Gaúcho e Passo Fundo carimbaram o passaporte em 2012 e deixaram os amantes do futebol com o gostinho de quero mais para 2013. O tricolor contrasta com o verde, uma paixão que muitos não conseguem descrever. Os celeiros de craques e de histórias passaram por momentos difíceis, mas, como diz o velho ditado, ‘depois da tempestade vem a bonança’. Essa bonança, literalmente, chegou para os times de Passo Fundo. Agora, a expectativa é para que ela fique e traga muitos sorrisos aos apaixonados pelas quatro linhas. A primeira divisão do Campeonato Gaúcho era coisa apenas de rádio e televisão para os passo-fundenses. Desde 2006, a cidade não contava com um representante na elite do futebol local. Momentos tristes que chegaram ao fim em 2012. A equipe do Passo Fundo carimbou o passaporte de volta depois de uma campanha suada. O título da Divisão de Acesso ficou com o Esportivo, de Bento Gonçalves, mas o sentimento de dever cumprido não

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saiu de Passo Fundo. No outro extremo da cidade, mas dentro das mesmas linhas, o Gaúcho, sem estádio e com dificuldades financeiras ainda em decorrência de uma ação judicial que fez o clube perder a sede, lutava para sair da Terceira Divisão. O esforço não foi em vão. Com mudança de técnico no decorrer da competição, sem casa e com um plantel jovem, o alviverde chegou ao vice-campeonato e garantiu vaga para a Divisão de Acesso em 2013. O clube, lembrado pelo presidente apaixonado, Gilmar Rosso, mostrou que pode ser uma fênix e ressurgir das cinzas. O Passo Fundo já estreou no Gauchão e tem como primeiro objetivo se manter na elite. Com a base da equipe formada por jogadores que carimbaram a primeira divisão, o time de Ricardo Atollini ainda conta com os reforços do volante Claiton, ex-jogador do Inter-

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nacional, Éber Luis, com passagens por equipes gaúchas e ainda pelo futebol chinês, e Júlio Santos, conhecido por atuar no Mazembe. Com vinte e sete anos completados em janeiro, o Esporte Clube Passo Fundo quer se firmar novamente como referência novamente no futebol gaúcho. Objetivo, também, do Gaúcho que, para 2013, conta com a experiência de Sandro Sotilli, um dos pilares da conquista da vaga para a elite do Gauchão com o Passo Fundo. O alviverde anunciou o volante Danilo e o centroavante Edinho Recife, ambos com passagem pelo rival. Já Marcos deve reforçar a zaga do periquito. A equipe mais antiga da cidade almeja fazer companhia ao arquirrival no próximo ano. O ano de 2012 foi digno de tapete vermelho para a dupla. Que 2013 possa ser ainda melhor!


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PERSONALIDADE Por: TAÍS RIZZOTTO / redacao@revistaversa.com.br

A beleza gaúcha representada pela passo-fundense

Vitória Sulczinski Centenaro O pai ainda a chama de Nêne. Para ele, Vitória será sempre o nenê da casa. A principal alteração que o casal Hermes e Laerte está vivenciando é a ausência da filha. A grande mudança mesmo foi na rotina de Vitória Sulczinski Centenaro, passo-fundense eleita Miss Rio Grande do Sul, em dezembro de 2012. Não. Acompanhar a preparação e a rotina de uma miss não é tão fácil quanto parece. No dia da produção da entrevista e das fotos para a Versa, Vitória precisou de pelo menos três horas para selecionar as roupas, arrumar o cabelo e fazer a maquiagem. A data era também a do aniversário do pai, sempre empolgado em acompanhar a filha. A mãe ainda não apareceu propriamente nesta reportagem, mas é muito presente na carreira da filha. Estudante do quarto semestre de arquitetura e urbanismo na UPF, Vitória nasceu em Passo Fundo. É filha única do casal que morou e se estabeleceu no bairro São Cristóvão. Laerte, a mãe, atua na área administrativa e financeira. O pai foi comerciante por muitos anos, o conhecido “Gringo”. Desde menina ela era muito vaidosa. Adorava usar chapéu e tiaras. Apesar dos traços delicados, Vitória praticamente não brincava com bonecas, gostava mesmo era de jogar bola, de estar entre os meninos e em atividades com papel. Ela pintou telas dos 11 aos 16 anos.

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“Da época da escola, levo no coração as atividades sociais que aprendi a fazer, como visitar asilos e outras entidades sociais”, comenta. Sobre os pais, Vitória revela que, quando criança, teve vontade de ter irmãos, mas acredita que a convivência com a prima Glória, supriu essa falta. “Eu e meus pais sempre tivemos muita conversa, sempre prezamos pelas coisas simples, como por exemplo, fazer duas refeições por dia juntos”.

A miss também afirma que os namoros foram poucos, basicamente dois firmes e um outro, um pouco mais ligth... Sobre os amigos, ela fala que são poucos. “Tenho muitos conhecidos, de diferentes tribos e níveis sociais, mas amigos mesmo são poucos.” A miss Rio Grande do Sul é católica não tão praticante, mas conta que reza todos os dias, do seu jeito. “Também tenho simpatia pela doutrina espírita”, salienta.

“Tenho muitos conhecidos, de diferentes tribos e níveis sociais, mas amigos mesmo são poucos.”

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A carreira de modelo surgiu no primeiro ano do ensino médio, em uma saída do colégio Conceição. Um “olheiro” a fez uma proposta bem tentadora. “Cheguei em casa, conversei com os meus pais, eles me disseram que não podiam opinar sobre uma carreira que não conheciam, mas a condição era eu terminar os estudos” conta. Os pais a fizeram entender que não era o momento para se mudar para São Paulo. Mesmo assim, fez alguns trabalhos em Passo Fundo e região. “Vamos falar a verdade: na época nunca ganhei muita coisa, minhas viagens sempre foram bancadas por meus pais, ganhei experiência, isso sim”, afirma. Em meio à beleza e à simpatia da Miss, conseguimos encontrar um defeito, ela tem 3 graus de miopia, o que, mesmo usando lentes, dificulta a visão. “Algumas pessoas acham que eu não as cumprimento. Na verdade, eu não as enxergo. Aproveito esta oportunidade para pedir desculpas”, salienta. Mas a miopia de Vitória não a impediu de visualizar sua carreira em concursos de beleza.

Depois da carreira de modelo, a primeira escolha profissional foi pela fisioterapia, curso que fez por um semestre, quando tinha 17 anos. Depois resolveu parar para investir no curso de medicina. Fez cursinhos em Passo Fundo e paralelamente trabalhava com moda em Porto Alegre. Na verdade ela acreditava que sua principal vocação estava na área na saúde. A aprovação em medicina não veio. Como Vitória sempre se sentiu atraída pela decoração de interiores, pela estética de um ambiente, optou por fazer o vestibular para arquitetura. Nunca tirou as melhores notas e nem as piores, mas sempre se considerou uma aluna questionadora. A Miss namora um jogador de futebol do grêmio, o zagueiro Saimon, desde outubro de 2012. Conhece-o desde 2008, quando ela ainda estava nas categorias de base do time. Ele já veio a Passo Fundo para conhecer a família, mas ultimamente eles se tem visto pouco, pois ambos respeitam muito suas carreiras e tem limitações na agenda.

Miss Passo Fundo Algumas cidades do país têm por tradição promover a escolha de sua Miss, não é o caso de Passo Fundo. A maioria dos municípios tem coordenadores que saem em busca de candidatas. Foi em uma festa em Passo Fundo que o coordenador escolheu Vitória. Ela passou por testes até ser eleita a Miss Passo Fundo.

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As medidas da miss: 21 anos 1,77 61kg 70 cm de Cintura 94 cm de Busto 93 cm de Quadril Olhos castanhos claros

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O melhor de ser Miss...

O mundo das misses trouxe para mim a oportunidade de vivenciar momentos maravilhosos. Conheci pessoas dos mais variados lugares, de diferentes culturas e segmentos profissionais, enfim, fui beneficiada no crescimento e no aprendizado ao conviver com tantas pessoas. O melhor de ser Miss... é sentir verdadeiramente o reconhecimento das pessoas. Muitas vezes, pessoas que nem conheço param na rua para me abraçar, manifestando seu sentimento de orgulho por eu ter conquistado o título de Miss RS 2013. São crianças, jovens, idosos, homens e mulheres. Sinto a energia ao meu redor. E as manifestações verbalizadas são de que continuarão torcendo por mim na busca da faixa de Miss Brasil. O melhor de ser Miss... é viver intensamente este momento e saber que deixarei para sempre gravado na história: sou a passo-fundense eleita a Miss RS 2013 , com muita honra.

O pior de ser Miss...

Eu não diria o pior, mas sim, o mais difícil. Penso ser impossível que um momento como este possa trazer algo de ruim a alguém. Durante a preparação, o que se vive é uma loucura, a adrenalina da competição, das etapas, dos resultados, a convivência com as outras candidatas, as diferenças culturais, tudo isso mexe com o emocional e, muitas vezes, o desconhecido nos assusta. As pessoas lidam com um concurso deste porte de formas diferentes. Aprendi que para chegar ao resultado que eu estava buscando eu dependia de inúmeros fatores além de minha preparação visual, dos apoiadores e dos patrocinadores eu tinha que ter: determinação, foco e controle emocional, etalhes imprescindíveis para eu chegar ao resultado. Não podia desanimar. Na verdade, o que ocorreu foi uma grande mudança na rotina da minha vida, o que não considero ruim mas, no início, um pouco difícil e exaustivo. Como disse em outra ocasião, a vida é feita de escolhas, somos responsáveis pelas nossas e temos de sempre ter em mente que para tudo existe o ônus e o bônus e, nesse caso uma agenda interminável de compromissos, longas horas de produção visual, alimentação, exercícios, fotos, desfiles, entrevistas, viagens, a distância da família e dos amigos, enfim, tudo isso traz um desgaste físico e emocional muito grande, mas nada que eu não possa administrar.

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Aprendi que, para chegar ao resultado que eu estava buscando, eu dependia de inúmeros fatores além de minha preparação visual, dos apoiadores e dos patrocinadores. Eu tinha que ter determinação, foco e controle emocional.


Desde o íncio você recebeu apoio de muitas pessoas e empresários...

Que bom que a Revista está me proporcionado a possibilidade de poder falar publicamente sobre meus patrocinadores e apoiadores. Quero ressaltar que, quando tudo isso começou, no início de 2012, fiquei feliz mas, ao mesmo tempo, tomada por uma grande preocupação que dividi com meus pais, com familiares e com amigos. ‘E agora como vou fazer? Quem vai me ajudar? Quem vai acreditar neste desafio de buscar o tílulo de Miss RS?’ Para minha alegria, foram muitos que acreditaram, investiram e apoiaram. - Manno Escobar Cabeleireiros: recebi o apoio e patrocínio do Manno e da Marga Rien desde o início, e até hoje a equipe Manno Escobar cuida de minha produção visual. Os profissionais do salão: Bernardo Almeida, cabeleireiro, e Rosemar Andrade, maquiadora, fizeram a produção visual durante a semana que antecedeu o concurso de Miss RS 2013, como também no dia da final. Foram irretocáveis em todos os momentos e sei que posso contar com eles sempre. - Adhemir Preschadt: estilista que respeito e admiro demais. Ele

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foi simplesmente maravilhoso desde minha coroação em Passo Fundo até a conquista do título. Suas criações também me levaram à conquista do título. Ele será o estilista que vai desenvolver e criar os figurinos que serão usados por mim no concurso de Miss Brasil que acontecerá em julho deste ano. Confio e agradeço sempre a esse profissional tão renomado. - Espaço Ilex, da empresária Juliana Ferraz: responsável, durante o ano de 2012, pela minha preparação estética corporal. Equipe maravilhosa. - Rede de Farmácias São João, por meio do casal Pedro e Mari Brair e de seus filhos João e Julia, amigos de longos anos que sempre acreditaram em mim e me apoiaram. - A colunista Céia Giongo, que foi uma das primeiras pessoas a acreditar em mim e a me apoiar nessa caminhada. - Grupo Gasparim, por meio do casal Lourenço e Cláudia Gasparim, responsável por trazer a semifinal do Miss RS para Passo Fundo, em outubro de 2012 e que trarão a Passo Fundo a etapa final do Miss RS 2014. Parabéns pela iniciativa de resgatar os concursos de beleza em nossa cidade. - Lion Eventos, da empresária Lizete, organizadora da grande torcida de Passo Fundo que foi a Porto Alegre no dia oito de dezembro. Ela foi incansável. Sempre acreditou em mim. - Mania Acessórios: Ângela e Daniela Sanson. - Sucatas Sanches: na pessoa do empresário Luiz Sanches e seu filho Junior. - Razera Agrícola, na pessoa do Sr. Lomar e seu filho Pedro Razera. - Dr. Ademar Toffoli, advogado. - Realize Produções. - Dr. Sérgio Ferraz. - Vinícola Salton, na pessoa do Sr. Jhonatan. - Disfonte. - Cocconut, dos meus queridos amigos Daniel e Letícia. Não posso deixar de mencionar a grande torcida que desde a semifinal em outubro me impulsionou a seguir em frente e que novamente se fez presente em Porto Alegre na final do Miss RS 2013. Torcida essa que inclusive recebeu elogios, ao vivo, da apresentadora do evento, Adriane Galisteu. Penso que isso tudo elevará o nome de nossa cidade e de nosso estado.

O que você gostaria de dizer a quem acredita que nem toda mulher bonita é inteligente?

Na verdade, procuro respeitar a opinião das pessoas, mas, isso não quer dizer que concordo com elas. É preciso entender ao real significado da palavra “inteligente” dita pela pessoa que está julgando a beleza e a cultura de alguém. Uma pessoa que já traz consigo uma beleza diferenciada e que com isso acaba-se tornando uma pessoa pública, é sempre alvo de todo o tipo de comentários, inclusive aquele: “é linda mas provavelmente é burrinha”. Penso que isso não passa de uma expressão rotula-

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dora e normalmente dita por alguém que nem conhece verdadeiramente seu alvo de comentários. Claro que no caso dos concursos de beleza existe essa avaliação e acho extremamente importante o quesito, pois a candidata estará representando sua cidade, seu estado ou seu país e necessita, sim além de beleza -, de desenvoltura e de classe. Também deve ser uma pessoa culta e atualizada nas informações e acontecimentos importantes do momento que vive.

O que o concurso já lhe trouxe materialmente?

Ganhei do grupo Bandeirantes de Televisão um carro zero km como também fui agraciada com uma estada de 8 dias no Spa Águas de Imperatriz, pertencente ao grupo Plaza San Rafael, com direito a acompanhante.

Como você está se preparando para o Miss Brasil

Minha preparação começou no dia nove de dezembro de 2012, logo após a coroação. Em fevereiro, fixo residência em Porto Alegre e durante os meses que antecederão ao concurso serei

Miss Brasil A preparação envolve vários quesitos: estético - corporal e facial -, academia de ginástica, acompanhamento nutricional, aulas de passarela, de língua estrangeira, ensaios fotográficos. E ainda que deverei cumprir todos os compromissos de agenda que vierem a surgir no decorrer deste tempo de preparação.

preparada pelo missólogo Evandro Hazy, profissional e exímio conhecedor dos concursos de beleza do Brasil e do exterior, com mais de 25 anos de experiência na preparação de misses. A preparação envolve vários quesitos: estético - corporal e facial -, academia de ginástica, acompanhamento nutricional, aulas de passarela, de língua estrangeira, ensaios fotográficos. E ainda que deverei cumprir todos os compromissos de agenda que vierem a surgir no decorrer deste tempo de preparação.

Vou refazer a pergunta feita a você na final do Miss Rio Grande do Sul , para saber se há algo novo nesse assunto: qual a sua opinião sobre cirurgia plástica?

Cirurgia plástica tem sido o assunto do momento nos quatro cantos do mundo. O ser humano está sempre buscando a eterna juventude pelos mais variados procedimentos, sejam eles em grandes proporções ou apenas corretivos. Não seria diferente para as mulheres que fazem parte de concursos de beleza. Não tenho nada contra as pessoas que buscam na mesa de cirurgia a sua autoestima. O que sou relutante nesse assunto são as pessoas que a cada momento estão encontrando algo pra fazer no seu corpo e passam a ser escravas disso. Eu disse que levando em conta os princípios e valores que carrego comigo, se for necessário passar por alguma cirurgia corretiva, não vejo problemas. Penso que isso faz parte do processo dos concursos de beleza. AGRADECIMENTOS Para viabilizar a produção da reportagem com a Miss Rio Grande do Sul, contamos com a colaboração de alguns apoiadores. A Versa agradece o Hotel Villa Vergueiro, a Casa do Bosque, Manno Escobar, Clube Comercial e ao estilista Adhemir Preschadt que contribuiu com o figurino de Vitória. FEV + MAR 2013

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PSICOLOGIA Por: SALETE QUIROGA DUARTE PAVIN / psicóloga clínica

Quando o luto bate à nossa porta Falar de luto neste momento nos leva ao flagelo ocorrido recentemente em Santa Maria. É um momento de dor que tomou conta do Brasil e do mundo. Porém, precisamos-nos reportar ao luto como um todo para podermos entender a dor da perda de cada um. O luto é uma reação à perda de um ente querido Também pode ser a abstração de alguém que ocupou um espaço importante em nossa vida. Quando perdemos alguém, ficamos empobrecidos psiquicamente, pois o investimento psíquico que dirigíamos a esta pessoa fica sem objeto, o que causa grande sofrimento. Além disso, a angústia da partida causa um sentimento de limitação e de impotência, ou seja, sentimo-nos subtraídos da possibilidade da vida. Segundo a psicanalista Ana Costa, professora da Universidade do Rio de Janeiro, a palavra luto tem um significado que gostaríamos de dar por entendido e ser processo por concluído. O luto está intimamente ligado aos processos mentais de cada um. Por isso falamos em fases do luto, ou seja, desdobramentos que cada um precisa transpor para entender aquilo que para ele é irreal. São as cinco fases descritas por Elisabeth Ross:

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1. Negação e isolamento: são mecanismos de defesa temporários do ego contra a dor psíquica diante da morte. A intensidade e a duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. 2. Raiva: surge devido à impossibilidade de o ego manter a negação e o isolamento. Nessa fase, a pessoa expressa raiva por aquilo que ocorre. Os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento. 3. Barganha: acontece após a pessoa ter deixado de lado a negação e o isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu. Nessa fase, busca-se fazer algum tipo de acordo de maneira a que as coisas possam voltar a ser como antes. 4. Depressão: Tristeza, desolamento, culpa, desesperança e medo são emoções bastante comuns nessa fase. Aparece quando a pessoa começa a tomar consciência de sua debilidade física, já não consegue negar as condições em que se encontra atualmente, quando as perspectivas da perda são claramente sentidas.

5. Aceitação: as emoções não estão mais tão à flor da pele e a pessoa se prontifica a enfrentar a situação com consciência das suas possibilidades e limitações. Claramente, o que interessa é que o paciente alcance esse estágio de aceitação em paz e com dignidade.Mas a aceitação não deve ser confundida com um estágio feliz, pois ela é quase destituída de sentimentos. Esses estágios servem para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido até o divórcio. Eles também podem não ocorrer na ordem apresentada. O primeiro ano da perda é o mais doloroso. É nas primeiras datas comemorativas ou especiais que a ausência poderá ser mais sofrida e sentida. Não temos inscrito em nossa psique a morte. É por isso que quando ela bate à nossa porta somos tomados por um grande desespero, seguido da negação, do isolamento e dos demais desdobramentos de nossa fase enlutada. A morte é um grande desorganizador cultural. Diante da perda, precisamos nos colocar no lugar do outro, respeitando suas reações, e salientar que o ritual do enterro permite uma primeira separação para diferenciar aquele que fica e aquele que vai.


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PORTUGUÊS Por: Professor Ironi Andrade -

O idioma é dinâmico. Todo idioma é dinâmico, modificando-se ao longo do tempo. Palavras que hoje são usadas em determinado sentido, amanhã poderão cair definitivamente em desuso ou, então, representar algo totalmente diferente daquilo para o que foram criadas. Mas essa alteração não ocorre, evidentemente, só no que se refere a significados, senão no que diz respeito à escrita também. Aliás, aqui mais do que lá. Sabe-se que, não faz muito, a atual farmácia não passava de pharmacia; o atual ótimo nada mais era do que o óptimo, que ainda se usa assim em Portugal e nos demais países lusófonos; a atual fotografia, ou simplesmente foto, grafava-se photographia. Eu mesmo, que não tenho ainda uma centena de anos (longe disso!), escrevi vaïdade, em vez de vaidade; sòmente, em vez de somente; contacto, em vez de contato; e assim por diante. Mas, indiscutivelmente, o mais incrível ocorre com o significado de certas expressões. Poucas pessoas, nesse particular, dão-se conta de que os neologismos (surgimento de palavras novas) dão-se exatamente para sepultar vocábulos mais tradicionais. Lembra-me a época em que,

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como professor e pessoa de confiança do Banco do Brasil, era-me incumbência indicar estafetas àquela respeitável instituição. Pois bem, esses jovens, mais tarde, passaram a contínuos; mais tarde ainda, a menores; depois, a menores estagiários; depois, ainda, a estagiários simplesmente; e, hoje, bem poderiam ser chamados, num Português correto, de bóis, pois os maiores dicionários já reconhecem essa palavra como perfeitamente integrada ao nosso vocabulário. Ao lado dessa evolução dita histórica, todavia, ocorrem também mudanças em consequência do nível cultural da população. Foi por esse motivo, por exemplo, que o vocábulo piscina, surgido inicialmente para designar o local onde se deveriam criar ou manter os peixes, foi destronado pelo popularíssimo aquário (os humanos invadiram o hábitat písceo!); a expressão medir a pressão tornou-se tirar a pressão; o terçol tornou-se intersol ou entressol; o cobrelo tornou-se cobreiro; a necropsia tornou-se necrópsia; leve virou leviana; estada (só para humanos!) virou estadia (e nós nos tornamos animais, barcos, carros ou aviões...). É por processo semelhante, também, que namorar (que significava andar de mão, conversar, passear), nem mais é


Quase inacreditável, porém, é o atual “Quem tem boca, vai a Roma” que fora criado assim: “Quem tem boca, vaia Roma”

usado, ou, por outra, nem sei se ainda existe. Sei, sim, que, na minha juventude, flertei, paquerei bastante; atualmente, os jovens azaram (azarar significava ter ou passar azar), ficam... Pois bem, apesar de se dizer que nada há mais sábio do que os ditados populares, a verdade é que nem eles passaram incólumes por essas transformações todas. Dentre todos, porém, o mais curioso ocorreu em relação a alguns bem populares. O tradicional “Esse menino não para quieto, parece que tem bicho carpinteiro”; na origem, era “Esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro”. Algo parecido ocorreu com a não menos popular “Batatinha, quando nasce, esparrama pelo chão” que, na origem era “Batatinha, quando nasce, espalha a rama pelo chão”. Não menos curioso é o caso do “Corro de burro quando foge” que se tornou “Cor de burro quando foge”. Quase inacreditável, porém, é o atual “Quem

tem boca, vai a Roma” que fora criado assim: “Quem tem boca, vaia Roma” (isso mesmo, vaia, do verbo vaiar). E o “Cuspido e escarrado” que, na origem, era “Esculpido em Carrara” (Carrara é um tipo especialíssimo de mármore)? Por fim, não poderia ter escapado o não menos popular “Quem não tem cão, caça com gato” que, no surgimento, era “Quem não tem cão, caça como gato”, isto é, quem não tem cão, caça como gato, sozinho! Enfim, e de fato, o idioma é muitíssimo dinâmico. Por isso mesmo que nunca mais se haverá de falar – ou legislar – em termos de reformas ortográficas, que são, na verdade, reformas caça-níqueis. Essa evolução é natural, cocorreu e ocorre em todos os idiomas. Somente onde a ignorância grassa, porém, ela é tomada como motivo para assaltar a população, na forma de reformas. E nós estamos na terceira em 69 anos! Basta!

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EDUCAÇÃO Por: DR. JOSÉ ANDRÉ DA COSTA - diretor do Ifibe

O direito de brincar A dimensão lúdica é fundamental para a formação psíquico-social da pessoa humana. O ser humano que não teve, na sua infância, iniciação lúdica criativa, terá comprometida a sua capacitação de ser social. O brinquedo, na idade infanto-juvenil, é um dos primeiros espaços constituintes da sociabilidade humana. O ser humano se faz externando sua subjetividade, na busca de sua legitimidade e de reconhecimento por outra subjetividade. E o primeiro salto qualitativo de nossa condição de sujeito acontece num processo de imaginação. O ato criativo nasce primeiro na imaginação e depois é concretizado no objeto, seja ele uma ferramenta de trabalho ou uma peça de brinquedo. Por isso, a brincadeira é, em primeiro lugar, um ato imaginativo de fazer e criar. Sem criatividade, a imaginação fica coagulada, sem poder transformar-se em obra. Portanto, à medida que se brinca se externaliza o mundo interior, fruto engenhoso da imaginação que é, por excelência, o exercício da dimensão lúdica, qual seja, a capacidade de inventar a si mesmo e o mundo ao redor. Sem fantasia, não há realidade. Brincar é aproximar fantasia e realidade. Sem fantasia, não há pessoa humana. Aniquilar o ser humano é afogar nele a capacidade de fantasiar. Sem fantasia, não há encanto e nem utopia. Por isso, criar a realidade a partir da fantasia é acreditar na liberdade humana e na sua ação criativa. E o primeiro ato inventivo acontece quando a criança, fantasticamente, imagina seu brinquedo e procura as mediações para realizá-lo

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O ato criativo nasce primeiro na imaginação e depois é concretizado no objeto, seja ele uma ferramenta de trabalho ou uma peça de brinquedo.

objetivamente. Isso é a combinação do imaginado com o realizado. Esse movimento, que nasce primeiro na imaginação e que depois é transformado em realidade, constitui a emancipação humana. A arte de brincar é, em última instância, o refinamento subjetivo, enquanto feitura da afetividade humana. Afinal, sem a mediação afetiva e a ação lúdica não se formam seres humanos livres, gestores de sua sociabilidade. Todos nós, com certeza, temos bem guardadas na mente e no coração as imagens nucleadoras de nossa infância e de nossa adolescência, sejam elas negativas ou positivas. Quem não se lembra do primeiro brinquedo, da primeira boneca, do primeiro carrinho ou algo do gênero? O melhor ainda é quando lembramos que nós mesmos éramos os artesãos dos nossos brinquedos. Aquelas capacidades inventivas que levavam a gastar horas e horas no porão ou debaixo de uma sombra confeccionando

o carrinho, ou a bonequinha de pano constituía momentos de muita felicidade. Era uma atividade fabril muito laboriosa que nos enchia de prazer e de alegria ao ver o resultado do trabalho de nossas mãos. O prazer era enorme por nos sentirmos recompensados ao ver o sonhado ser realizado. Na confecção dos brinquedos, a solidão é fermentadora porque de um carretel de linha, de um pedaço de tábua, de um pedaço de borracha e de uma fantasia saía o carrinho sonhado, rodando na calçada ou na rua. Era uma façanha epifânica que fazia coincidir, naquele instante, a legitimação da identidade do criador com a criatura, ou seja, o criador se reconhecia na obra de suas mãos. O diferencial nisso tudo é que, no ato de fazer o brinquedo e de brincar com ele, consumava-se o feitio psíquico


e a práxis pedagógica. O ato de fazer o brinquedo é, em certo sentido, a antecipação da brincadeira. O brincar se constitui num ato de reconhecimento e de emancipação do sujeito. O brincar não é ócio forçado, mas uma decisão livre e lúdica de puro gozo e contentamento. Assistimos, na atualidade, uma inversão, nada pedagógica e nada lúdica. Ao invés de a criança brincar com o brinquedo é o brinquedo que brinca com a criança. A criança só assiste ao movimento do carrinho, à gargalhada da boneca, aos bipes eletrônicos, numa posição tediosa e estressante. Não é de graça que vemos aumentar a cifra de crianças depressivas e muitas super-agressivas. Isso é fruto da “ditadura do lúdico”. O brinquedo transformou-se numa obrigação e virou um produto de mercado. A ansiedade da criança

Sem fantasia, não há realidade.

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não é mais com o fazer o brinquedo, mas qual brinquedo escolher na loja. E o mais dramático de tudo é que o brinquedo é de curta durabilidade. Quantas crianças ficam entediadas em frente à sua prateleira de brinquedos, sem saber qual brinquedo escolher, devido à variedade. Isso quando não ocorre de ficar deprimida por se sentir desatualizada, fora de moda, porque seu carrinho ou sua boneca estão ultrapassados ou fora de lançamento. Brincar transformou-se numa tarefa árdua e de difícil realização. Frente a essa “ditadura do lúdico” é que vemos a cada dia aumentar, no mercado, as agências de brinquedos de toda a espécie. Sem falar nos entretenimentos eletrônicos das TVs, nos play game de todo o estilo, que deixam crianças horas a fio automatizadas, brincando, movendo apenas os dedos. Apenas piscando, de vez em quando, os olhos. Não queremos satanizar os brinquedos eletrônicos, apenas queremos chamar atenção para que eles não seqüestrem a

Reprimir a ação criativa da criançada é automatizar o adulto do amanhã.

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Brincar transformouse numa tarefa árdua e de difícil realização.

criatividade da criançada. Deve-se fabricar brinquedos que no mínimo fomentem nas crianças engenho e cooperação e não só estratégia e competição. Urge repensarmos o direito de brincar como um ato inventivo e mobilizador de subjetividades. Essa é uma tarefa para os pais, para os pedagogos e para todos nós que somos comprometidos com o futuro da humanidade. Brincar não é repetir ações mecânicas. Brincar é colocar a fantasia e o corpo em movimento. Dar o brinquedo pronto sem a participação das crianças é idiotizá-las, tirando o que há de mais sagrado no ser humano: sua capacidade inventiva. Brincar é deixar fazer. Reprimir a ação criativa da criançada é automatizar o adulto do amanhã. Portanto, o adulto que deixar desabrochar a criança que carrega dentro de si sempre vai experimentar a vida como uma doce passagem pelo mundo. E vai ser capaz de perceber ludicamente, num grão de areia, o universo e, numa gota de orvalho, o oceano inteiro. E isso só será possível quando o ato de brincar for um direito realizado.


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SOCIOLOGIA Por: JANDIR PAULI - Doutor em Sociologia

A agressividade e a violência (nossa) de cada dia Todos os dias, quando lemos jornais ou ouvimos notícias, inevitavelmente nos deparamos com o tema da violência. Os jornais impressos, em geral, dedicam uma seção exclusiva ao assunto e nos oferecem um leque bastante amplo das diferentes faces da violência: guerras entre países, pais que abusam de filhos, filhos que matam pais, maridos que matam suas companheiras, para citar alguns. A quantidade de ocorrências é tão grande que chegamos a concluir que a violência é natural e que não há o que fazer. O tema violência é bastante debatido na filosofia e nas ciências sociais, especialmente na Sociologia, na Antropologia e na Psicologia. Quais as suas causas? Como diminuí-la? As teorias, embora bastante divergentes, nos ajudam a entender esse triste fenômeno humano e social. Em geral, as ciências entendem a violência a partir do que podemos chamar de um “Polo Conceitual”, isto é, uma dicotomia entre duas esferas separadas: de um lado, o chamado “estado de natureza”, marcado pelo instinto, pela agressividade, pelo egoísmo, pela ganância e pela ausência de regras sociais e morais. De outro, o “ser social“, solidário, altruísta, cooperativo e dotado de senso público. Um dos grandes precursores dessa teoria é o inglês Thomas Hobbes. Para ele, no estado de natureza, o “homem é lobo do próprio homem” (Homo homini lupus) e a superação dessa condição depende de um pacto social que irá fundar um Estado com poder absoluto sobre os súditos, capaz de

reprimir a propensão humana à violência. Em resumo, a superação da violência está na aceitação do pacto pelo qual ninguém tem direito de ferir a integridade de outro. Para os economistas liberais modernos, a paz social está assentada em uma espécie de Moral Individualista, em que indivíduos, mesmo egoístas e gananciosos, caminhariam todos na mesma direção, isto é, a solução seria a instalação de uma economia de mercado em que todos seríamos coordenados por uma “mão invisível”, sem a participação do Estado”. Essa proposta surpreende porque entende o egoísmo com fonte do progresso econômico na medida em que move indivíduos à ação da aquisição de bens. Além disso, esse egoísmo, fundado na liberdade de concorrência e de iniciativa, estaria naturalmente submetido a leis morais que preservariam a ordem social. Em uma perspectiva radicalmente diferente, o francês JeanJacques Rousseau afirmou que, por natureza, somos bons, mas é a Sociedade que nos corrompe. Para ele, a vida coletiva é cheia de armadilhas e as condições de reprodução da vida, especialmente a pobreza e a desigualdade, são fontes de violência. No entanto, Rousseau concorda que a superação da violência depende de um novo contrato social, fundado na cidadania (com direitos e deveres) e nos ideais da república (coisa pública, vida coletiva), permitindo resgatar a dimensão positiva do ser humano. Esse modelo dicotômico de entender a violência, embora bastante ilustrativo, não consegue abarcar a complexidade do fenômeno na atualidade. Como entender o Holocausto

Por natureza, somos bons, mas é a Sociedade que nos corrompe.

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No Brasil, convivemos com altíssimas taxas de violência. E poderíamos dizer que a “nossa violência” acontece principalmente em três “lugares”: o primeiro deles é no trânsito. Em uma sociedade que prioriza e incentiva a aquisição massiva de automóveis em cidades e rodovias sem infraestrutura adequeada, a circulação pública acaba sendo um lugar de choque em que indivíduos tentam impor sua vontade. na Alemanha, um dos países mais desenvolvidos do mundo? O que explicaria o episódio do massacre na Noruega, em que Anders Frydenberg Breivik, um jovem com ideias ultraconservadoras, explodiu um prédio público, além de atirar em jovens que estavam acampados na ilha de Utoeya, vitimando 93 pessoas? Fatos como esses nos deixam perplexos porque acontecem mesmo em países desenvolvidos, com baixas taxas de desigualdade social e altos níveis de escolaridade. Uma das alternativas para entender a questão deva ser ampliar a visão para além do modelo dicotômico “civilização” versus “barbárie”. De certa forma, fatos como esses mostram que as ideias iluministas de racionalidade e contrato social são frágeis e ineficientes. Talvez estejamos vivendo em uma época que Zigmund Bauman, na obra Modernidade Líquida chama de “mal estar da civilização”, em que a tentativa de racionalização do mundo desabou diante da irracionalidade da violência. No Brasil, convivemos com altíssimas taxas de violência. E poderíamos dizer que a “nossa violência” acontece principalmente em três “lugares”: o primeiro deles é no trânsito. Em uma sociedade que prioriza e incentiva a aquisição massiva de automóveis em cidades e rodovias sem infraestrutura adequeada, a circulação pública acaba sendo um lugar de choque, em que indivíduos tentam impor sua vontade. Impressiona que, por ano, 45.000 pessoas percam suas vidas durante o simples ato deslocar-se para visitar amigos, ir ao trabalho ou em busca de lazer. O segundo lugar onde explode a violência é, por mais bizarro que possa parecer, o ambiente doméstico: a cada três minutos uma mulher é espancada no Brasil e 70% da violência sofrida por mulheres e crianças é cometida dentro de casa. Isso sem falar do drama da prostituição infantil, da pedofilia, das relações incestuosas, do trabalho infantil. E a terceira fonte de violência são motivos econômicos: desigualdade

econômica, roubos e latrocínios, crimes financeiros, corrupção e tantos outros ilustram que a ganância e a desigualdade precisam ser combatidas. O que concluir diante disso tudo? A solução certamente não é simples. Mas, algumas medidas, embora óbvias, são importantes e devem ser fortalecidas. É necessário um Estado que tenha políticas públicas para redução da pobreza, uma polícia atuante, com investimentos em inteligência, prevenção e combate ao crime; com melhoria dos índices de educação e o fortalecimento das instituições sociais, fontes de normas e regras de convivência social. De outro lado, independentemente desses fatores externos, cada um de nós precisa refletir sobre o espaço do EU diante do NÓS, isto é, cada indivíduo precisa dotar-se de senso público, de responsabilidade com o que é de uso coletivo e com as gerações futuras. Este apelo ao senso moral do indivíduo, tão bem apresentado pela escritora Ana Beatriz Barbosa no livro Mentes Perigosas, o psicopata mora ao lado, mostra que muitos os crimes são resultado da ausência de “colocar-se no lugar do outro, de ausência de empatia”. De fato, mesmo que pareça impossível compreender a violência como fenômeno social, sua origem está ligada à pequenas ações diárias, isto é, são as nossas pequenas violências de cada dia que criam uma sociedade violenta. Por fim, vale citar o filme O Julgamento de Nuremberg (2000) como uma arqueologia da origem da violência e da maldade. Em um dos diálogos, o Capitão Gilbert (psicólogo que acompanhava os carrascos nazistas na prisão enquanto aguardavam o julgamento pelos crimes cometidos na II Guerra) afirma: “a origem do mal está na ausência de empatia”. Esta frase mostra o início do ciclo da violência: ela inicia com os nossos pequenos atos de preconceito e egoísmo cotidianos. A repercussão social é apenas o resultado, em um grau elevado, destas motivações individualistas e egoístas.

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SOLIDARIEDADE Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Não dói e orgulha! Doar medula óssea é um ato que converge para salvar vidas.

Ajudar. A palavra mágica que é capaz de transformar vidas e de atenuar sofrimentos. O simples gesto de estender a mão traz benefícios imensuráveis: a quem colabora e, principalmente, a quem recebe o gesto de solidariedade.

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Há cerca de dois anos, a publicitária Fernanda Quinhones dos Santos se tornou doadora de medula óssea. A ideia foi incentivada por uma campanha realizada pelo Hemopasso na Universidade de Passo Fundo. “Se eu precisasse, eu gostaria que não demorasse tanto. Então, é preciso colaborar.” Assim como Fernanda, outras 27.380 pessoas fazem parte do cadastro de doação do Hemocentro Regional. A média é de cerca de 100 doadores por mês. Esse número é pequeno se comparado às estatísticas, conforme explica Elaine Fernandes, enfermeira responsável pelo setor de medulas ósseas do Hemopasso. “A compatibilidade aproximada é de 1 para cada 100 mil quando doadores não aparentados. Para doadores aparentados, a compatibilidade é de 1 a cada 10 mil, e,


entre irmãos, 1 para 4.” Hoje, cerca de 900 pessoas aguardam por um transplante no Brasil. São histórias como a de Pietro Albuquerque, que faleceu pouco antes de completar 20 anos, vítima de leucemia aguda. Em sua homenagem, a Câmara Federal aprovou a “Lei Pietro”, que designa as datas de 14 a 21 de dezembro como a “Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea”. Como o transplante é a única chance de cura, a lei transformou a dor em esperança para aqueles que estão na mesma situação. O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea – REDOME – é o espaço destinado aos cadastros completos dos doadores, com todos os dados possíveis. É uma forma de facilitar a busca pela compatibilidade em todo o Brasil. “Este órgão, junto com suas unidades credenciadas, se responsabilizam pela identificação da compatibilidade e pelo contato com o possível doador,” explica a enfermeira.

Quem pode doar

É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado de saúde na hora do cadastro. Não importa se você já tem ou teve hepatite e diabete, apresenta pressão alta, possui tatuagens, ou no caso das mulheres, estar grávida. É importante levar RG e CPF para poder efetuar o cadastro.

Hora de doar

No momento em que um doador voluntário é convocado pelo REDOME, ele irá doar o líquido da medula no centro de transplantes mais próximo de sua casa. O doador não precisa locomover-se até o município do transplante. É o líquido da medula que vai congelado em uma bolsa, como na doação de sangue. Além disso, não há custo para o doador. Tudo é pago pelo Ministério da Saúde, através do SUS. Ao chegar ao hemocentro mais próximo de sua casa, o doador passará por uma avaliação clínica para saber se está em condições de doar o líquido da medula sem correr nenhum risco de saúde e outros exames de sangue serão realizados. É neste momento que são feitas as sorologias. Diferente da doação de sangue comum, onde as sorologias são feitas imediatamente para verificar casos de hepatite, sífilis, HIV, etc.

MEDULA ÓSSEA É um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos (popularmente conhecido como tutano do osso), responsável por produzir os componentes do sangue, ou seja, os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas. Os glóbulos vermelhos são responsáveis pelas trocas gasosas entre o pulmão e todo o nosso corpo, enquanto os glóbulos brancos são os principais agentes do sistema de defesa do corpo. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

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CURIOSIDADE Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

“A vida é um teatro” A ousadia de Paulo Giongo colocou Passo Fundo no cenário da dramaturgia. O sorriso revela a alegria de uma trajetória de sucesso. Em âmbito profissional, indiscutível. Na esfera das artes, um precursor. A primeira companhia teatral de Passo Fundo surgiu pelas mãos de Paulo Giongo. O grupo Delórges Caminha, homenagem a um grande ator passo-fundense que fez sucesso no cenário nacional, foi criado na década de 40. Cansado de apenas prestigiar as companhias vindas de fora, Paulo resolveu, literalmente, entrar em cena. Foram 33 anos de arte. Os integrantes faziam as peças por amor, nada mais. Das atuações às montagens de cenários, tudo era feito sem patrocínios. E pensa que isso era problema? Que nada! Cerca de 40 pessoas aderiram à causa e se renderam ao mundo do teatro. “Lembro-me como se fosse hoje: o Delórges veio com uma famosa atriz francesa prestigiar a estreia da companhia,” relembra Paulo. A primeira peça, uma produção de época baseada na história de Ernani Fornari, lotou o Cine Imperial em 1944. A expectativa era grande pela produção local. Sentimento que deu lugar à satisfação pouco tempo depois. O cinema, pela primeira vez em Passo Fundo, ganhou um concorrente, ou coirmão artístico, de peso. Mas o sucesso não ficou preso aos pampas gaúchos, a iniciativa deu tão certo que se expandiu Brasil afora. São Paulo, Porto Alegre, Brasília. “O sono dos prisioneiros”, peça que arrematou todas as premiações do Festival da Federação Riograndense de Teatro Amador, era encenada em igrejas, o que facilitou as viagens pelo Brasil. “O arcebispo ficou impressionado com as palmas na catedral de Brasília. Nunca tinha acontecido isso antes.” E o Delórges quebrava tabus e fazia uma multidão de seguidores. Os ensaios ocorriam no ginásio do Colégio Protásio Alves noite adentro. Paulo Giongo, no ápice da sua multiplicidade de tarefas, também dividia afazeres na companhia. Ora dirigia, ora 50 VERSA MAGAZINE

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Ele participou do filme de Teixerinha e foi o precursor da produção teatral em Passo Fundo. Pai de 5 filhos, advogado, farmacêutico, professor da Universidade de Passo Fundo e de escolas estaduais. Conheça a multiplicidade de Paulo Giongo e as suas peripécias pelo mundo da dramaturgia.

Foram 33 anos de arte. Os integrantes faziam as peças por amor, literalmente. Das atuações às montagens de cenários, tudo era feito sem patrocínios. E pensa que isso era problema? Que nada! Cerca de 40 pessoas aderiram à causa e se renderam ao mundo do teatro.

atuava. Em uma das peças, precisou substituir um dos atores momentos antes do início do ato. Se foi difícil? De modo algum! Como bom diretor, ele sabia exatamente o que era preciso fazer naquele papel. Os frutos das boas atuações chegaram ao cinema pelas peripécias do filho de coração de Passo Fundo. Dezessete atores do grupo Delórges Caminha participaram do filme “O Gaúcho de Passo Fundo”. Paulo fala com entusiasmo da amizade que tinha com Teixeirinha, tanto é que os atores da companhia atuaram no filme de graça. Foram cerca de seis meses de gravação em Passo Fundo

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e em municípios da região. Filmes à parte, o teatro sempre foi a paixão de Giongo. “É uma emoção, a adrenalina vai às alturas, sem contar que é no teatro que você conhece os bons atores. O palco exige improvisação.” A Delórges ficou na memória dos seus integrantes. Na década de 70, a companhia chegou ao fim. A falta de incentivos financeiros foi um dos principais motivos, além da falta de espaço para os ensaios, uma vez que o ginásio precisou ser devolvido para uma reforma. Passadas quatro décadas do fim, o idealizador vê o teatro em Passo Fundo com entusiasmo. As peças bem montadas convergem com a tese de que é preciso deixar uma mensagem ao fim de cada espetáculo. Agora, fica a torcida para que possamos contar com mais aficionados pela arte, precursores e visionários, assim como Paulo Giongo.

Paulo Giongo professor, advogado e ator


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PET Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Etiqueta nas quatro patas Cães precisam de bons modos para uma convivência harmoniosa em casa.

Móveis riscados, calçados transformados em brinquedos, tapete alagado. Se você tem um cãozinho em casa, provavelmente, já deve ter se deparado com alguma dessas situações. Mas, e aí, o que fazer? O primeiro instinto é repreendê-los com gritos. Só que isso nem sempre adianta.

Marley e Eu fez tanto sucesso que é impossível esquecer a saga do labrador mais ousado dos Estados Unidos. A história, baseada em fatos reais, virou até filme. Muitas pessoas riram com as peripécias de Marley que, literalmente, marcou a vida da família Grogan. Das páginas do livro para o dia-a-dia, quem tem um animalzinho de estimação se identifica, e muito, com a situação. Por mais que você goste do bichinho, fica impossível não se irritar, mas a força física e os gritos não adiantam. Estabelecer um manual de etiqueta pode ser uma boa alternativa nessas circunstâncias. A Revista Versa preparou algumas dicas para o seu quatro patas não fazer feio.

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Os cômodos da casa não são banheiro

Passear na rua com o cão, se possível três vezes ao dia, vai fazê-lo mudar esse hábito. O animalzinho costuma fazer “pipi” pela casa justamente por estar privado de uma rotina ao ar livre. Outra medida que vale apostar é eliminar os obstáculos entre o cachorro e seu próprio “banheiro”. Em muitos casos, ele não chega lá por dar com o focinho numa porta fechada. Se com isso você não conseguir resolver o problema em três meses, aí é preciso procurar um veterinário, pois o cãozinho pode estar com incontinência urinária.


A cidade de Hernani, na Espanha, lançou uma lei que obriga os cães a fazer teste de DNA. As fezes encontradas na rua serão analisadas e os responsáveis identificados. As multas estipuladas podem chegar até R$ 1.500,00 dependendo da quantidade, do local e do número de ocorrências.

Nada de receber as visitas com pulos

Quando o cachorro pula, ele busca atenção. Nesse caso, deve-se ignorar as acrobacias, mesmo que isso traga algum incômodo, e só voltar a falar com o cachorro quando ele colocar as quatro patas no chão. Se insistir com os pulos, castigue-o com momentos de clausura.

Latidos sem excessos

O cachorro late, antes de tudo, para chamar atenção e se sentir no comando do território que o cerca. O desafio é mostrar que, com os latidos, ele estará mais distante de tais objetivos. Daí a tática de lhe dar um gelo. Quando o cão se aquietar – e ao ser ignorado isso sempre acontece -, a estratégia é premiá-lo com algo comestível ou

uma brincadeira qualquer. O objetivo é estimular o tão almejado silêncio, fazendo o cachorro associá-lo a um bom momento.

Namoro? Só com consentimento

A regra é clara: nem pensar em sair de casa com a cadela no cio. Porém, mesmo que você não a leve para passear, o cuidado deve aumentar nesse período. Os cães sempre dão um jeitinho de namorar, por isso, muita atenção. Para evitar transtornos com vizinhos e a sensação incômoda para a sua quatro patas, o ideal é submetê-la à castração. Pode-se evitar o cio também com injeções, mas elas apresentam efeitos colaterais. Podem provocar câncer, por exemplo. Quem não quer castrar, nem ajudar com remédios, deve prender

a cadela durante o cio em um lugar seguro e firme.

Rua não é banheiro canino

Atenção, donos! Esta vale para vocês: ao levar seu cão passear, não dá para esquecer-se da sacola para recolher os dejetos que o animal possa fazer na calçada. Não há como proibi-lo de fazer isso, afinal, vontade é vontade. Mas é possível juntar os dejetos e colocá-los no lugar certo. A cidade de Hernani, na Espanha, lançou uma lei que obriga os cães a fazer teste de DNA. As fezes encontradas na rua serão analisadas e os responsáveis serão identificados. As multas estipuladas podem chegar até a R$ 1.500,00, dependendo da quantidade, do local e do número de ocorrências. E se essa moda pega no Brasil, já pensou?

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DIREITO Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Menos álcool, mais segurança Lei Seca mais rígida busca coibir o número de imprudências no trânsito.

Um, dois, três copos de cerveja. Que mal há em se divertir? Nenhum! Mas é preciso considerar: um simples ato de diversão pode se transformar em tragédia pelas estradas e ruas afora. Ninguém gosta de ser restringido por regras; mas, se a consciência não funciona, é preciso que elas tomem providências.

Desde janeiro, não é mais preciso se submeter ao teste do bafômetro ou ao exame de sangue, como era antes. Agora, sinais como vermelhidão dos olhos, dificuldade para falar e para andar e cheiro de vômito podem provar que o condutor está embriagado. Continua valendo a premissa constitucional de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Porém, o corpo produz provas, o corpo fala. Sinais visíveis podem configurar não só multa, mas crime. Em meio a esse contexto, é imprescindível a atenção dos motoristas. O rigor na lei é reflexo de um trânsito nada convidativo. As estimativas apontam um número elevado de acidentes, e o pior, com vítimas que não concluem o trajeto de

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volta para casa. No primeiro feriadão do ano, o de Carnaval, nove pessoas morreram nas estradas da região Norte do Rio Grande do Sul. Em apenas um acidente, quatro pessoas da mesma família tiveram a viagem interrompida em uma rodovia. Não se trata de designar ao álcool culpa total. Porém, a tendência da embriaguez é “amargar” ainda mais a estatística. Mas não basta apenas a mudança: é preciso que a fiscalização funcione. Para a Polícia Rodoviária Federal, essa é uma forma de os condutores pensarem duas vezes antes de beber e pegar a estrada. É colocar a vida em primeiro lugar. Em Passo Fundo, as blitz da Balada Segura foram intensificadas em 2013. No início de fevereiro,


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a terceira edição abordou 67 veículos no centro da cidade e, 23 motoristas foram autuados por não concordarem com a realização do teste. Um condutor foi preso por embriaguez. Na ocasião, a operação contou com o coordenador da Balada Segura do Detran/RS, Adelto Rohr.

Continua valendo a premissa constitucional de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Porém, o corpo produz provas, o corpo fala. Sinais visíveis podem configurar não só infração punida com multa, mas crime.

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Implicações para quem dirigir embriagado A nova regulamentação de trânsito prevê que infratores que dirigem sob influência do álcool e expõem terceiros a riscos ou provocam acidentes de trânsito estão cometendo crime. A pena varia de 6 meses a 3 anos de prisão. Dirigir embriagado é infração de natureza gravíssima. As consequências são a multa, de R$ 1.915,00, com suspensão do direito de dirigir e detenção de seis meses a um ano. O que fazer se o meu amigo insistir em dirigir alcoolizado? Se você estiver numa mesa de bar ao lado do amigo que vai dirigir o carro depois, preste atenção: você pode ajudar a evitar que uma possível tragédia aconteça. Siga as orientações abaixo caso você acabe fazendo parte de uma situação como essa: 1. Se você tem carteira de habilitação e não acompanhou o seu amigo na ingestão de bebida, fique responsável pelo volante. Não deixe que o seu amigo dirija, por mais que ele insista. 2. Converse com ele. Tente fazer o seu amigo se conscientizar de que pode tirar não apenas a vida dele, mas também a sua e de outras pessoas que podem acabar sendo vítimas de atropelamentos causados por ele. 3. Caso seu amigo beba ao ponto de desmaiar, leve-o para um pronto-socorro 4. Não dê banhos frios. Ao contrário, tente mantê-lo aquecido. 5. Esqueça o mito de que o café forte corta o efeito da bebida. Apesar de estimulante, o café em nada altera os efeitos da embriaguez.


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EDUCAÇÃO Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Tarde? Jamais! Prestes a completar 72 anos, Eloí se prepara para a graduação em Jornalismo. Recomeço. A vida sempre vai guardar um período para essa palavra. Seja qual for o motivo, vai chegar um ponto em que será preciso partir de um novo princípio. A atitude corajosa logo mostra os frutos e traduz a sensação de escolha certa. Escolher, eis uma atitude difícil, tênue, exigente, necessária. Eloí Angélica Haeffner de Souza sabe muito bem disso. Aos 71 anos, ela entrou para as estatísticas da Universidade de Passo Fundo: a vestibulanda mais experiente do processo seletivo da instituição em 2012. O objetivo? Assegurar uma vaga no curso de Jornalismo. E ela conseguiu. A dor do luto em 2010 não podia dissolver os 25 anos alegres vividos em comunhão com o médico João de Souza. A perda mostrou para Eloí que ela precisava seguir em frente. A moradora de Carazinho decidiu então que os estudos poderiam ajudar na luta contra a saudade e a solidão. Como ela se casou muito nova – o primeiro casamento foi com foi 17 anos – não pôde concluir os estudos. A caminhada, agora, precisava partir do Ensino Médio. A Educação para Jovens e Adultos – EJA – recebeu mais uma aluna em 2011. Em um ano, Eloí concluiu os estudos, conheceu novos colegas e 60 VERSA MAGAZINE

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O apoio não foi apenas das professoras do EJA. Os três filhos de Eloí – Silvana, engenheira civil, Leandro, advogado e Simone, digitadora – também acolheram a ideia da mãe.

ainda ganhou pleno apoio para seguir em frente. “As professoras diziam que eu precisava continuar,” conta com o brilho nos olhos reluzentes durante toda a entrevista. E não é para menos: o exemplo de superação traduz a alegria. O apoio não foi apenas das professoras do EJA. Os três filhos de Eloí – Silvana, engenheira civil, Leandro, advogado e Simone, digitadora – também acolheram a ideia da mãe. Foi durante uma visita a Porto Velho (capital de Rondônia), onde moram Silvana e Leandro, que ela expôs a vontade de se graduar. As opções eram quatro: Medicina, Direito, Psicologia e Jornalismo. O filho justificou as três primeiras, mas era impossível não acreditar que a comunicação é inata na vida de Eloí. “Sempre gostei muito da comunicação, pois ajudava meu pai durante as campanhas eleitorais,” revela. Além disso, ela também contribuía com publicações em Porto Alegre, cidade onde morou por um tempo. Em Carazinho, o programa semanal em uma rádio sobre anjos, outra grande paixão de Eloí, também pesou na hora de escolher pela graduação, atividade feita por amor, sem remuneração. Com todos esses indícios, outra opção não podia falar mais alto. Então, era hora do vestibular. O tema da redação assustou um pouquinho, afinal, internet não é umas das familiaridades da futura jornalista. Ela reconhece que precisa mudar essa visão. A rotina de vestibular de Eloí ficou nada distante da dos colegas que estavam fazendo a prova. Enquanto pais aguardavam ansiosos pelos filhos na porta dos prédios, ela tinha a companhia da irmã de coração inseparável, Marisa Loeff Cavol. “Esperei ela fazer toda a prova. Já sabia que iria ser aprovada,” completa. Durante a entrevista, Marisa também acompanhou Eloí. Com olhos não menos brilhantes, o orgulho pela amiga se traduzia em lágrimas recolhidas no canto dos olhos. A segunda-feira após a prova foi de parabéns,

alegrias, um misto de liberdade e de ansiedade pelo início das aulas. E agosto chegou com muito entusiasmo para Eloí. Nem a viagem de ônibus todas as noites a deixou com receio da nova vida de universitária. Por falar em viagem, foi no ônibus que ela conheceu Patrícia, amiga que admira muito pela força de vontade em vencer também. Na sala de aula, encontrou espaço para dialogar, aprender e contribuir com a experiência de vida. “Acredito que preenchi um pouco do vazio que o João deixou com a partida.” Segundo a acadêmica, a receptividade dos colegas foi a melhor possível. E não podia ser diferente, afinal, não é todos os dias que se pode dividir a sala com um verdadeiro exemplo. O saldo do primeiro semestre terminou positivo: aprovada em todas as disciplinas com a expectativa para o segundo período de um total de sete. O sorriso no rosto não deixa dúvidas: a futura jornalista já é vitoriosa. O sonho da vez? “Ter credenciais para chegar a outro país, coisa que eu e João sonhávamos, e poder fazer matérias lá.” Com todo esse vigor, quem duvida?!

“Sempre gostei muito da comunicação, pois ajudava meu pai durante as campanhas eleitorais.” FEV + MAR 2013

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INFORME Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

O coach

Que atire a primeira pedra quem não almeja atingir metas profissionais e pessoais, solucionar problemas do dia a dia de modo simples e, ainda, desenvolver novas habilidades capazes de proporcionar uma gama de reflexos positivos. A convergência de técnicas e recursos científicos faz com que o coaching abra caminhos em um curto espaço de tempo para aqueles que fazem parte desse time.

Conciliar a carreira profissional com o pessoal nem sempre é uma tarefa fácil. Os desafios impostos pela sociedade transformam o cotidiano em uma verdadeira batalha, onde todos querem sair vencedores. A harmonia nesse contexto torna-se protagonista das vitórias e conquistas, mas para se chegar a esse panorama é preciso ultrapassar alguns percalços. É aí que entra o coaching, caracterizado como um mix de recursos e técnicas que funcionam na ciência do comportamento, ferramentas da administração de empresas, gestão de recursos humanos e planejamento estratégico. Esse processo produz mudanças positivas e duradouras, conforme explica a Professional and self coach Alessandra Smaniotto: “O coaching é uma oportunidade de visualização 62 VERSA MAGAZINE

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clara dos pontos individuais, de aumento da autoconfiança e de quebrar barreiras de limitação, para que as pessoas possam conhecer e atingir seu potencial máximo, e alcançar suas metas.” É uma espécie de alinhamento de objetivos e traçado de caminhos propícios para a satisfação. Imagine um técnico de futebol e os jogadores. Por mais que o treinador não esteja dentro das quatro linhas, ele oferece como padrinho experiência pessoal para os atletas. A premissa do coaching é semelhante. O coach contribui para o aprendizado, o amadurecimento emocional, tomada de decisões, planejamento de ação, definição de tarefas e de estratégias dos coachees. “O coaching objetiva a conquista da independência o mais cedo possível,” completa Alessandra.


hing te convida... ...para viver o melhor período da sua vida!

Aprendi a colocar metas na minha vida e saber como proceder para atingi-las. Além disso, pude descobrir meus talentos e assim aproveitá-los da melhor forma, tanto na vida pessoal, quanto na profissional. Tádia Carolina Cogo Conta a mestre em Envelhecimento Humano

Conduzida de maneira confidencial, individual ou em grupo, a técnica te proporciona resultados significativos. Não se trata de mágica, apenas trabalho sério e de credibilidade. As mudanças são visíveis para quem aderiu ao coaching. “Aprendi a colocar metas na minha vida e saber como proceder para atingi-las. Além disso, pude descobrir meus talentos e assim aproveitá-los da melhor forma, tanto na vida pessoal, quanto na profissional.” Conta a mestre em Envelhecimento Humano Tádia Carolina Cogo.

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HISTÓRIA Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

Abram alas O Carnaval em Passo Fundo é marcado pela folia na rua e nos clubes. O Clube Visconde de Rio Branco, por exemplo, era uma das referências no quesito, da mesma forma que a Escola de Samba Garotos da Batucada fez história na avenida. A Revista Versa deste mês abre o baú do Carnaval passo-fundense, com a colaboração da Secretaria Municipal de Desporto e Cultura.

Garotos da Batucada, uma das agremiações mais antigas de Passo Fundo.

Primeiros foliões de Passo Fundo. Década de 50.

Ala das baianas, com o vislumbre das fantasias. Década de 90.

Clube lotado para a folia de Carnaval na década de 60.

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Destaque de carro alegórico na década de 60.


para o samba! Bateria com a musa, também na década de 80.

Sincronia da bateria durante os desfiles.

Anúncio em jornal da época evidencia a hegemonia do Clube Visconde do Rio Branco.

Criançada marcando presença no desfile de rua.

Rainha do carnaval. Década de 90.

Corpos à mostra no desfile de rua na década de 80.

Mestre-sala e porta-bandeira confirmando a magia do carnaval passo-fundense.

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Por: TAINARA SCALCO / redacao@revistaversa.com.br

A moda que pegou Seja por autenticidade ou por irreverência, as tatuagens caíram no gosto da população. A estação do calor traz os corpos à mostra e o desejo de exibir algo diferente. Não é à toa que essa época registra um aumento na procura por tatuagens. Em Passo Fundo, no estúdio de Wagner Pereira Gonçalves, a procura chega a crescer 50%, número superior a dez anos atrás. Mas por que as pessoas marcam o corpo com desenhos? Para Wagner, trata-se de uma questão de identidade. “É uma forma de se expressar, mostrar um pouco de si e até mesmo de se diferenciar,” completa. Os desenhos sempre trazem algum significado: gostos, mensagens, pensamentos, críticas, homenagens. Segundo Wagner, a cada dez pessoas que optam por tatuagens, oito são mulheres. Elas preferem desenhos em locais mais discretos como ombros, costas, atrás das orelhas e nuca. Borboletas, fadas, flores e estrelas são campeãs no gosto da mulherada. Os homens procuram por desenhos de tigres, tribais, dragões e realismo. Essas figuras demonstram força e coragem. Quer fazer uma tatuagem, mas está com dúvidas? A Revista Versa te responde algumas questões.

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O uso de anestésicos é algo bastante sério, e só pode ser feito por médicos, por causa do risco que envolve. DOR - A dor é o que faz com que mais

pessoas desistam de fazer uma tatuagem. O uso de anestésicos é algo bastante sério, e só pode ser feito por médicos, por causa do risco que envolve. Uma pessoa alérgica, por exemplo, poderá sofrer sérios riscos, incluindo o de perder a própria vida. Alguns tatuadores podem até oferecer a opção clandestinamente, mas jamais aceite. O risco é realmente grande, sem contar que pode alterar a absorção da tinta na pele, prejudicando a qualidade do desenho.

SOL E TATUAGEM - O ideal é esperar cerca de 1 mês depois de a tatuagem

ter sido feita para voltar a tomar sol normalmente. Quando voltar, não se esqueça do filtro solar. Esse cuidado ajuda a manter viva a cor da tatuagem por mais tempo.

DEPILAR A ÁREA TATUADA - Se a

tatuagem ainda não tiver cicatrizado, nada de depilação. Independentemente de usar cera ou lâmina, o risco de contrair uma infecção é muito grande. O ideal é esperar uma semana após a cicatrização total da tatuagem.

CUSTO - O preço de uma tatuagem é

algo extremamente relativo, pois varia de acordo com a região, a fama do tatuador, a localização, a qualidade, etc. Lembre-se de que nem sempre um preço alto é garantia de qualidade, pesquise a reputação do estúdio independentemente do preço cobrado. Em média, os preços podem estar entre 100 e 1.500 reais. Mas, é claro que há tatuagens em valores ainda maiores.


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Afina a tua leitura!

Mensalão – Marco Antonio Villa - O livro apresenta o desenrolar do escândalo e o julgamento dos envolvidos no caso de corrupção da história política brasileira. O ano era 2005 e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. No dia 15 de maio, o povo brasileiro descobriu um novo jargão – ‘mensalão’. Um vídeo amador vazou na mídia mostrando Maurício Marinho, um alto funcionário dos Correios, recebendo propina em troca de favorecimento político, que, segundo ele, era coordenado pelo até então deputado federal, pelo PTB, Roberto Jefferson. Este, um show man de primeira linha, conseguiu reverter o quadro, e, de facilitador do esquema, virou um defensor da justiça e denunciou os envolvidos numa rede de pagamentos de mesadas em troca de apoio político, que, segundo ele, partia de homens fortes ligados ao presidente Lula.

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A Capital Nacional da Literatura te faz um convite: vamos aumentar o índice de leitura. Além de ser companheiro para todas as horas, o livro ainda te enriquece culturalmente, proporcionando uma gama de olhares sobre o mundo. Tem obras para todos os gostos, é só escolher. The Walking Dead: A Ascensão do Governador – Robert Kirkman, Jay Bonansinga - No Universo de The Walking Dead não existe vilão maior do que o governador,o déspota que comanda a cidade de Woodbury. Eleito pela revista americana Wizard como “vilão do ano”, ele é o personagem mais controvertido em um mundo dominado por mortosvivos.

Entre Nós – Lygia Barbiére Amaral Em pleno século 21, Otávio – um dos personagens do romance Entre nós – é vítima de Makoto Hiroshi, um terrível vingador do passado. Apresentando no corpo espiritual as marcas da violência que sofreu há séculos, o antigo guerreiro japonês usa uma capa negra, rasgada, e uma espada quebrada e enferrujada. Entidades sombrias o acompanham, apresentando-se como soldados japoneses do século 17. No desenrolar de Entre nós, entendemos porque Makoto Hiroshi, um samurai desencarnado há séculos, perambula no Brasil, em pleno século 21, em busca de vingança. Suas vítimas, encarnadas – Oka, Ryoji, Hatsuko, Tadashi, Sumniko, entre outros –, ignoram o quanto o fantasma do passado – acompanhado de seus leais guerreiros –, empenha-se em prejudicá-los.


O que queremos? Página de humor virou sucesso entre os usuários do Facebook. O leitor sugere e a Versa atende. Fomos em busca dos idealizadores da página O que queremos. A sugestão feita pela leitora Larissa Grazziotin. Se você também tem alguma curiosidade, entre em contato conosco e sugira a sua pauta. Versa - Quem são as mentes criativas que comandam a página?

O que queremos - Somos em 3. Eu, Francine Grando, formada em Filosofia e pós-graduanda em Marketing Digital, 26 anos, natural de Passo Fundo. Maia Ferrari, 25 anos, designer formada. Ela que redesenhou o boneco. Brian Ries, 23 anos, administrador de empresas.

V - Como surgiu a ideia de unir humor e ironia numa página do Facebook?

O - Eu estava atrás de um material para minha monografia da pós em Marketing Digital, então, como sou formada em Filosofia e sempre fui vol-

tada para o estudo do comportamento sócio-cultural, resolvi juntar... queria pesquisar o comportamento sóciocultural nas mídias sociais. No final do mesmo ano, percebi que havia um boneco que fazia bastante sucesso, um boneco feito de rabisco com “tiradas” prontas. Tornamos a página pública em 8 de novembro de 2011 e em menos de uma semana já tínhamos quase 50 mil curtidas. Como o boneco da artista tem direitos autorais, tivemos que redesenhar um para nós, este, o atual, muito mais emblemático e com a possibilidade de podermos brincar com ele, mudar as feições, as roupas etc.

V – O que o boneco representa?

O - O Ruanito tem um conceito totalmente diferente do original (da artista Aliie). Ele significa a massificação do povo, é um hábito nosso quando falamos algo do tipo “Vamos lutar por tal coisa” nos reunirmos e termos um líder. Este é o papel dele: liderar. O bastão de beisebol representa “lutar por aquilo”. Certamente, sem ele não teríamos esse sucesso todo.

V – De que forma os assuntos são selecionados?

O - Tentamos sempre ficar atualizados nas postagens, grande parte vem de sugestões que o pessoal nos envia inbox da página mesmo. Outras tiramos do nosso cotidiano, coisas que acontecem conosco, nossa família, amigos e afins. É lógico que selecionamos antes de postar, pois o que é engraçado pra mim pode não ser para você.

V - Há fins lucrativos?

O - Para nós, não. O projeto agora é pegar nossos produtos vender e repassar o valor do lucro para as instituições. Como sempre falamos, não basta curtir, compartilhar e comentar os posts. Precisamos ajudar de verdade, seja com dinheiro ou com ações nas entidades.

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Hija - 19.01.13 - Fotos Franco Rodrigues - Glow Press

Beehive -26.01.13 - Fotos Franco Rodrigues - Glow Press

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