Ana Flávia Cavalcanti

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SEGUNDA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2020 www.metrojornal.com.br

{CULTURA}

Animação DIVULGAÇÃO /WARNER CHANNEL

Quarta temporada da série estreia no Brasil

Adult Swin está de volta com ‘Rick and Morty’

CULTURA

ANA FLÁVIA CAVALCANTI Conversamos com a atriz, autora, diretora e protagonista do curta-metragem “Rã”, destaque em Berlim, sobre o papel social da arte e seu próximo filme

“QUERO COMBATER A LESBOFOBIA”

Documentário

Pitty

A cantora Pitty disponibilizou em seu canal no YouTube o documentário “Dê um Rolê”, com material gravado durante a turnê do álbum “Sete Vidas”, lançado em 2014. O registro descortina os bastidores da rotina de shows e viagens da cantora e inclui depoimentos dela e de sua equipe refletindo sobre a vida longe de casa. Detalhes revelam como funciona toda a infraestrutura por trás de grandes espetáculos.

Ana Flavia Cavalcanti é diretora, roteirista, performer e atriz. Seu primeiro filme, intitulado “Rã”, no qual assina roteiro, dirige e atua, foi uma das produções brasileiras em destaque na Mostra Geração do Festival de Berlim 2020. O argumento é fruto de realidades que ela viveu na infância. Narra a história de uma mãe e duas filhas que têm uma relação precária com a comida na periferia e consomem itens vencidos, comercializados por um mercadinho. Certa noite, tudo muda com a chegada de uma nova carga de alimentos fora do prazo. Natural de Diadema, região metropolitana de São Paulo, Ana é filha de empregada doméstica. Suas vivências foram também inspirações determinantes para a criação das performances “A Babá Quer Passear” e “Serviçal”, nas quais discute a condição atual do empregado doméstico no Brasil e os mecanismos abusivos adotados pelos “patrões”. A carreira como atriz deu uma guinada em 2017, quando estrelou a 25a temporada de “Malhação: Viva a Diferença”, na pele da diretora Dóris. Recentemente, esteve no ar no papel de Miriam, na novela “Amor de Mãe”. Mesmo com o perío-

MARCUS LEONI/FOLHAPRESS

REPRODUÇÃO

Ana Flávia em cena do filme “Rã”

do de isolamento social devido à covid-19, Ana continua realizando discussões sobre temáticas sociais por meio da arte. Pelas redes sociais, ela segue ampliando esses diálogos e reforçado a importância da cultura em momentos como o que estamos enfrentando. Quando a situação se normalizar, pretende lançar o seu próximo curta-metragem, “Estação Bresser”, cujo roteiro, já finalizado, relata a conturbada história de amor entre duas jovens paulistanas.

mesmo tempo, fico pensando em uma fala recente do Emicida, quando ele disse que parar é parar e às vezes a gente não consegue parar, tem sempre uma demanda muito forte por ação o tempo todo, ideias, planos, projetos, enfim. Eu tenho alguns desejos aqui e estou analisando como colocá-los em prática. Para adiantar um pouco a vocês, estou pensando em alguma coisa que seja direcionada aos adolescentes, pois amo esse público.

Esse período de isolamento é um bom momento para os artistas apostarem nos meios digitais para propor discussões? Nossas conexões são feitas majoritariamente pelos meios digitais e é um bom momento para nós propormos ideias que abracem essas plataformas. Porém, ao

Poderia comentar os elementos de sua vida pessoal trazidos para a história de “Rã”? O filme é muito autobiográfico, pois é uma história que eu vivi quando menina e, para ser ainda mais intenso, interpreto minha mãe! É um filme sobre o que vi quando menina,

mas que só realizei no meu corpo e nas minhas ideias quando cresci. É uma homenagem aos afetos, à comida boa, às festas e aos vizinhos da favela onde cresci em Diadema. Que abordagem você pretende dar ao diálogo sobre as jovens e lésbicas de uma grande cidade em “Estação Bresser”? O que mais me interessa nesse filme é abordar o amor e a descoberta sexual. Quero apresentar essa relação de uma maneira bem realista e afetuosa. Quero fazer um filme para combater a lesbofobia. Em “Estação Bresser”, bom é quando elas ficam juntas e vão aprendendo mais sobre o amor e sobre si mesmas. O que você achou de “Meu Nome é Bagdá”, que também fala de jovens meninas, skatistas, em SP? Eu vi “Meu Nome é Bagdá” em Berlim, na estreia, ele foi ovacionado, com uma sessão muito linda. Meu coração foi aquecido com uma história tão presentificada, sendo o filme moderno e parte do tempo em que vivemos. EDUARDO RIBEIRO METRO

A Warner Channel estreia hoje uma faixa dedicada ao Adult Swim, saudosa sessão das madrugadas da Cartoon Network e que passou também pelo TBS e iSat. Entre as principais atrações está a quarta temporada de “Rick and Morty”, de Dan Harmon e Justin Roiland. Outras séries são “Final Space”, “Robot Chicken” e “Aqua Teen Hunger Force”. Os horários dedicados aos adultos fãs de animação são de segunda a quinta-feira, às 23h45. Aos sábados, a partir da 0h30, serão exibidos os novos episódios de “Rick and Morty”. METRO

Literatura

“KNULP” HERMANN HESSE TODAVIA LIVROS, R$ 37,43; 112 PÁGS

A editora Todavia contempla os leitores brasileiros com esta bela história de Hermann Hesse, vencedor do Nobel de Literatura em 1946 e conhecido pelos clássicos “Demian”, “O Lobo da Estepe” e “Sidarta”. A escrita de Hesse, um dos precursores da contracultura, nascido na Alemanha em 1877 e morto em 1962, na Suíça, é influenciada pelo misticismo oriental. Em “Knulp”, temos uma celebração ao desejo humano pela liberdade por meio das três histórias de vida do andarilho que dá nome à obra, num texto encantador. O jovem Knulp vagueia de cidade em cidade e se hospeda na casa de conhecidos, que lhe dão teto, comida e algum afeto. Ele evita, porém, criar laços mais profundos, para não perder a autonomia. O autor põe em xeque, assim, os padrões sociais do fim do século 19 – e da atualidade.


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