CULTURA
MasterChef #1
De volta à tela da Band A partir de hoje, às 22h45, a Band volta a apresentar a primeira temporada de MasterChef Profissionais. A apresentadora Ana Paula Padrão e os jurados Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella retornam para matar a saudade dos fãs do talent show nesses tempos de isolamento social. O público poderá acompanhar novamente o desempenho dos 14 chefs profissionais que marcaram a história do programa, como a campeã Dayse (foto).
TERÇA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2020 www.metrojornal.com.br
{CULTURA}
Aldir Blanc eterno
Luto. Nome fundamental da música popular brasileira, compositor e escritor, autor de canções como “O Bêbado e a Equilibrista”, morreu ontem aos 73 anos vítima de covid-19. Primeiros sintomas surgiram no dia 10 de abril
Aldir Blanc, um dos mais importantes compositores da música popular brasileira, autor de, entre mais de 300 canções, “O Bêbado e a Equilibrista”, feita em parceria com João Bosco e eternizada na voz de Elis Regina em 1979, morreu na madrugada de ontem de covid-19. Ele tinha 73 anos. Blanc estava internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, zona norte do Rio, desde o dia 15 de abril. Cinco dias antes, havia dado entrada na CER do Leblon com infecção urinária e pneumonia, que evoluíram para um quadro de infecção generalizada. Aldir Blanc Mendes nasceu em 2 de setembro no bairro de Estácio. Morou ali, em Vila Isabel e na Tijuca. Logo na juventude, demonstrou interesse incomum na palavra escrita e começou a redigir suas primeiras letras. Aos 17 anos, aprendeu a tocar bateria e formou o Rio Bossa Trio, que acompanhava rotineiramente músicos novatos em programas de televisão. Chegou a ingressar na Faculdade de Medicina, mas abandonou o curso em 1973 para se dedicar à música. Foi durante o curso, porém, que ele começou a se destacar nos festivais do circuito acadêmico. Outros músicos que se tornaram conhecidos nessas apresentações do MAU (Movimento Artístico Universitário) foram Ivan Lins, Luiz Gonzaga Júnior e César Costa Filho. Observador do vaivém local, Blanc soube traduzir a alma das ruas cariocas. Como cronista, falou de suas paixões, como o bairro
ALEXANDRE CAMPBELL/FOLHAPRESS
PRINCIPAIS OBRAS DE ALDIR BLANC
“Amigo é pra Essas Coisas”; ‘Deixa Estar’ (MPB4 - 1970); com Silvio da Silva Jr.
“O Bêbado e a Equilibrista”; ‘Essa Mulher’ (Elis Regina 1979); com João Bosco
Aldir Blanc em casa, no Rio, em 2005
de Vila Isabel, onde passou a infância, o futebol – era torcedor do Vasco da Gama – e o Carnaval. “Coração Pirata”, “Entre a Serpente e a Estrela”, “A Viagem” e “Corsário” são outras de suas canções memoráveis. Em 1983, Aldir Blanc dissolveu sua parceria com João Bosco, iniciada em 1970, cuja primeira gravação, “Agnus Sei”, saiu em 1972 no lado B
do compacto “Disco de Bolso”, do jornal O Pasquim – o lado A trazia “Águas de Março”, de Tom Jobim. No período em que os dois ficaram afastados, Blanc encontrou novos parceiros em Moacyr Luz e Guinga. Em 1996, foi lançado o tributo “Aldir Blanc – 50 Anos”, com participações de Betinho & MPB4, Edu Lobo, Paulinho da Viola e Danilo Caymmi & Nana Caymmi.
“Saudades da Guanabara”; homônimo (Beth Carvalho 1989); com Moacyr Luz
Blanc e Bosco se reaproximaram em 2001, compondo “Toma Lá, Dá Cá” e faixas do álbum “Não Vou pro Céu, mas já não Vivo no Chão (2009): “Navalha”, “Mentiras de Verdade”, “Plural Singular” e “Sonho de Caramujo”. EDUARDO RIBEIRO
“Vida Noturna”; homônimo (Aldir Blanc - 2005); solo
METRO
Covid-19 nas artes
Flávio Migliaccio morre aos 85 anos O ator Flávio Migliaccio foi encontrado morto ontem de manhã no sítio em que vivia em Rio Bonito (83 km a leste do Rio de Janeiro). Ele tinha 85 anos. No local, a polícia encontrou uma carta de despedida: “Me desculpem, mas não deu mais. A velhice neste país é (...), como tudo aqui. A humanidade não deu certo. A impressão é de que foram 85 anos jogados fora num país como este e com esse tipo de gente que acabei encontrando.
Cuidem das crianças de hoje”, escreveu o artista. O último trabalho de Flávio Migliaccio na TV foi o personagem Mamede, na novela “Órfãos da Terra” (2019). Conceituado, ele teve uma carreira proeminente em produções como “Rainha da Sucata”, “Perigosas Peruas”, “A Próxima Vítima”, “Senhora do Destino” e “Passione”. Antes de partir, deixou três peças escritas desde o início do isolamento social. METRO
DADÁ CARDOSO/FOLHAPRESS
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O ator posa para retrato em 1995
Cultura perde grandes nomes para coronavírus Cresce a lista de talentos mortos pelo novo coronavírus. No último mês, inclui o dramaturgo Terrence McNally, o saxofonista Manu Dibango, os atores Mark Blum e Andrew Jack, o desenhista Daniel Azulay, o escritor Luis Sepúlveda, o maestro Martinho Lutero, a maestrina Naomi Munakata e o pianista Ellis Marsalis Jr. METRO