Tendências e inovações em um ambiente multifacetado de negócios
IF FI ARB BRA
ME EM NEERP PREEN ODED DEDO
#EDITORIAL
Novos horizontes
As experiências que a pandemia impôs aos agentes econômicos transformaram, de forma definitiva, o comércio e os serviços. A restrição dos consumidores aos espaços físicos por longos períodos, nos últimos dois anos, gerou uma enorme demanda de conhecimento sobre Tecnologia da Informação (TI) e vendas online. A digitalização veio para ficar e tornou-se parte do cotidiano empresarial. Com o avanço da vacinação, modelos omnichannel tomaram conta dos negócios, para atender um consumidor que voltou às lojas bem mais exigente, habituado a pesquisar os detalhes sobre sua possível compra. Esta nova realidade exige do empreendedor, além de total atenção aos protocolos sanitários, intenso treinamento dos colaboradores e atualização tecnológica constante. Esses e outros cuidados – como planejamento financeiro, boa governança e atenção permanente aos movimentos da economia – são ainda mais vitais nesta conjuntura de início de ano, marcada por desemprego persistente, escalada inflacionária e endividamento recorde, além das incertezas disseminadas por novas variantes do coronavírus.
abram szajman presidente da fecomercio-sp
Na busca por alternativas para seguir adiante, também não é mais possível ignorar se uma empresa é ambientalmente responsável e se pratica a diversidade e a inclusão social. No Brasil e no mundo, os consumidores querem saber de quem estão comprando. A reputação nunca foi um ativo tão importante.
#AGENDA DO MOMENTO
ESG: o desafio do presente Environmental, Social and Governance, ou ESG. A expressão em inglês reúne as três vertentes centrais da administração contemporânea. Em outras palavras, diz respeito a um conjunto de iniciativas voltadas à preservação ambiental, à realização de ações sociais efetivas no ambiente corporativo (e para além dele) e ao compromisso com a ética e a transparência de um negócio. Isto é, um grupo de práticas que criam um ambiente mais adequado para o crescimento econômico sustentado de uma operação. No Brasil, avançamos no debate destes três eixos na última década, mas ainda há muito por fazer. No pilar Social, um aspecto chama a atenção: há, no País, uma profunda desigualdade de oportunidades, em todos os níveis, em especial no plano das lideranças. As empresas, como sabemos – e como fica evidente nas páginas a seguir –, ainda têm baixa representatividade feminina nos postos de direção. Dados apontam que, em 2021, só 3% dos cargos de chefia no Brasil eram ocupados por mulheres – isso em uma nação
onde elas representam, demograficamente, 51% das pessoas. Há espaços limitados para as mulheres, para os negros, para as pessoas LGBTQIA+. Transformar esta realidade requer uma mudança de cultura, que levará tempo para ser amadurecida. É essencial que este processo em prol da equidade e da inclusão avance, na sociedade e nas empresas. A abertura definitiva em direção à diversidade só tem a contribuir para a relação das marcas com seus públicos. Este é o desafio do presente, o qual, inclusive, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) assumiu, com a criação do Comitê ESG, voltado a auxiliar a incorporação desta agenda em empresas de todos os portes. Cabe ao setor produtivo, aos governos e à sociedade civil assimilar que a pluralidade social, ao trazer visões distintas para as mesas de decisão, fortalece a gestão estratégica dos negócios. ESG não é uma questão de imagem, é agir de forma coerente, legítima, deixar claros os posicionamentos que vão nortear as atitudes.
Nas páginas a seguir, lideranças empresariais, protagonistas desta dinâmica de transformação, contam como remodelaram seus negócios para superar a crise. Sabemos, desde os gregos, há 2,5 mil anos, que, para enfrentar uma crise, exige-se a
Neste começo de milênio, a quebra e a crise se instalam e reinstalam, em uma sucessão vertiginosa. O planeta todo vem passando por perdas, recuos e avanços. Avanços esses que exigem novas práticas. E estas se apresentam na forma como as empresas executam seus processos, utilizam os recursos naturais, lidam com os dados que coletam e se relacionam com clientes e colaboradores.
Criar, inovar, melhorar: não há sociedade que prospere sem este motor de mudança. A velocidade das transformações, contudo, nunca demandou inovações tão imediatas como agora. Estamos impactados por tendências incorporadas ao modo de viver e consumir – com o setor produtivo conduzindo um processo de evolução nas interações comerciais.
Novo jeito de produzir, comprar e vender
#CARTA AO LEITOR
Uma boa leitura!
O conteúdo deste número, lançado em 2022, traz uma fotografia da realidade atual dos segmentos de comércio e serviços – que estão vivenciando um completo rearranjo em seus ambientes de trabalho. São estas algumas das premissas que tendem a ditar os rumos do empreendedorismo de agora em diante.
Assim como na primeira edição de Fibra Empreendedora, os relatos aqui publicados são oriundos do podcast Mercado & Perspectivas, da FecomercioSP. O design desta publicação reflete a reinvenção dos tempos atuais. Por isso, em alguns momentos durante a leitura, é preciso rotacionar o livro, para o completo entendimento do material.
percepção do kairós, o momento oportuno. Nossos entrevistados falam, a partir de experiências concretas, de como encontraram estes momentos.
10 / 11 #CARTA AO LEITOR
#LOGÍSTICA 4.0
#MULTICANALIDADE
#INOVAÇÃO
24
DHL + Siemens
38
Oracle
50
Ofner
28
Via Varejo + Mobly + C&C
40
Cacau Show + Nutty Bavarian
52
5àsec
34
Petlove
44
Havanna + Sorvetes Rochinha
54
IWG
56
Leroy Merlin
04 Editorial 06 Agenda do momento #TENDÊNCIAS DE CONSUMO
08 Carta ao leitor 14 Conjuntura
#LIÇÕES DA PANDEMIA
#ESG
60
Netshoes + Mastercard
74
Blue Tree
86
Xerox
64
Souk + ePharma
76
Renner
88
Dimed
68
Banco Original
78
Pernambucanas
90
Gupy
70
OLX
80
Google + C&A
92
Empreendedorismo feminino
96
Conselhos e Comitês FecomercioSP
superar para
incertezas
Os juros, com previsão em torno de 11,5% (contra 9,25% em 2021), aliados a desemprego ainda alto e endividamento das famílias, são fatores que tornam o cenário macroeconômico não muito animador para 2022. O Produto Interno Bruto (PIB) só não será negativo porque áreas importantes – Agronegócio, Petróleo, Minério, Saúde, Educação, Serviços e Tecnologia da Informação (TI), que correspondem a 38% de tudo o que se produz no País – devem segurar um índice de 1,3%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em janeiro, o boletim Focus do Bacen, reunindo mais de cem instituições do mercado financeiro, revisou o PIB de 2022 para apenas 0,36%. A previsão da FecomercioSP é de um crescimento de 1% [veja tabela de projeções econômicas]. Por ser ano eleitoral, as contas públicas podem sofrer impactos caso o governo opte por concessões orçamentárias em busca de respaldo popular e mais apoio no Congresso, avaliam os economistas.
Inovar
Dois anos após o início da pandemia de covid-19, a flexibilização das atividades comerciais e a vacinação em massa da população aumentaram a esperança do retorno a uma vida “quase” normal. Ainda assim, as incertezas sobre a estabilidade da economia e o surgimento de novas variantes do coronavírus estão nublando o cenário para 2022. A manutenção da inflação em torno de 5% – limite previsto pelo Banco Central (Bacen) – é um dos desafios. Afinal, a inflação de dois dígitos registrada em 2021, a qual criou uma desconfiança entre as empresas, atinge em cheio o potencial de consumo da população, como lembra Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, especialmente entre os assalariados, cujo poder de compra já está em queda. “A inflação para as classes mais pobres se mantém elevada: o índice medido pela FecomercioSP, que tem como base os alimentos e o transporte público, chega a 15%.” E se esse poder de compra fica comprometido (e o dinheiro vale menos), o consumidor se torna mais conservador. Pina explica que uma parte dessa inflação é pressão do custo mundial, mas a maior parcela do índice foi criada internamente pela desvalorização do real, pressionando os custos internos da atividade empresarial. O que também preocupa, segundo o economista, são os cálculos preventivos que alimentam a inflação, gerando um processo ininterrupto de reajustes, ou seja, se os fornecedores aumentarem os preços em função dos custos, produtos e serviços também ficarão mais caros de forma cautelar.
Inflação, juros altos, PIB com perspectiva de queda, desemprego, eleições e resquícios da pandemia serão fatores de impacto na tomada de decisão dos empreendedores ao longo deste ano. Na contramão das perspectivas negativas, algumas alternativas podem aumentar a competitividade das empresas no mundo híbrido que se instalou nos negócios: planejamento financeiro, treinamento de colaboradores, informação confiável, boa governança e adoção de tecnologias que permitam oferecer uma experiência de compra mais confortável aos clientes
Conjuntura
14 / 15
“O vendedor não pode ser só um informante de estoque, mas um consultor que entenda do produto ou do serviço que oferece.” Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP
Variáveis 2021
Projeções econômicas
PROVÁVEL
2022
IPCA 10,1 % 5,0 % 7,0 % PESSIMISTA
10,0 %
Selic – Fim de Período 9,25 % 10,00 % 11,00 % 13,00 %
Taxa de Câmbio – Fim de Período R$ 5,58 R$ 5,50 R$ 5,80 R$ 6,50
Balança Comercial US$ 58,9 bi US$ 70 bi US$ 60 bi US$ 50 bi
Conta Corrente – US$ 20 bi – US$ 20 bi – US$ 20 bi – US$ 20 bi
Produção Industrial ( % crescimento ) 4,5 % 2,0 % 0,0 % – 2,0 %
Varejo Brasil Ampliado ( % crescimento volume IBGE ) 4,5 % 2,0 % – 2,0 % – 4,0 %
Varejo São Paulo PCCV ( % crescimento fat. real ) 7,0 % 2,0 % – 2,0 % – 4,0 %
Massa de Rendimentos SP 2,0 % 3,0 % 0,0 % – 3,0 %
Massa de Rendimentos BR 2,0 % 3,0 % 0,0 % – 3,0 %
Volume de Crédito PF 7,0 % 5,0 % 0,0 % – 5,0 %
Déficit Fiscal Primário ( % do PIB ) 1,3 % 1,5 % 2,0 % 3,0 %
Dívida Pública Federal Bruta ( % do PIB ) 83,0 % 83,0 % 85,0 % 88,0 %
PIB ( % crescimento ) 4,5 % 1,5 % 0,0 % – 1,0 %
Digital e Inovação (CEDI) da FecomercioSP
Vitor Magnani, presidente do Conselho de Economia
teria comprando dentro de casa.”
com um atendimento que ele não
necessidade de atrair o consumidor
mercadorias, para despertar a
prateleiras e grandes espaços com
“O mundo físico renunciará a
OTIMISTA
Fontes: IBGE, Tesouro Nacional, BCB, FecomercioSP; Cálculos Scopus Consultoria
é preciso preparo Ponto positivo para 2022, a continuidade da vacinação – que avançou graças ao longo histórico de campanhas de imunização realizadas no País – é essencial para tornar novas cepas menos letais e traumáticas. O engajamento da população também é importante para que os governos não determinem novos lockdowns. Com todos estes fatores influindo na economia, cabe aos empreendedores de todos os portes buscarem alternativas a fim de seguir adiante. Para isso, além das novas tendências do varejo, é essencial adotar medidas básicas, como fazer um bom planejamento financeiro, dispor de um serviço de entrega eficiente (se o tipo de negócio permitir), ter cuidado com investimentos que possam comprometer a composição dos estoques e treinar colaboradores, uma vez que o consumidor voltou a comprar nas lojas físicas e está mais informado e exigente. O vendedor, segundo Pina, não pode ser meramente um informante de estoque, mas um consultor que entenda do produto ou do serviço que está oferecendo. O empreendedor precisa também se informar mais, estudando fontes confiáveis que antecipem tendências e todos os dados que afetam a sua operação, como câmbio, inflação e juros. No universo das pequenas empresas, a recuperação iniciada no segundo semestre de 2021 deve prosseguir. A FecomercioSP estima que, no ano passado, as vendas (em termos reais), em geral, tenham crescido algo entre 5% e 7%, com recuperação mais modesta da indústria.
Conjuntura
16 / 17
Fonte: FecomercioSP
2014 2015 2016
O2O (Online to Offline), que permite esta flexibilidade. Na prática, o cliente pode escolher o produto no site e retirar na loja física, ou comparar preço em diversas plataformas e negociar, presencialmente, descontos com o vendedor. É um conceito que está crescendo por ser vantajoso para ambas as partes. Isso porque o consumidor ganha comodidade e rapidez na retirada do produto, enquanto o lojista pode aumentar o fluxo de pessoas no seu estabelecimento. “Saímos de um cenário em que a tecnologia era uma opção para se transformar em algo essencial ao negócio, na conquista de novos clientes e gestão da própria empresa”, enfatiza Vitor Magnani, presidente do Conselho de Economia Digital e Inovação (CEDI) da FecomercioSP, ao discorrer sobre os benefícios da tecnologia. E se, para alguns, as ferramentas tecnológicas ainda parecem um “bicho de sete cabeças”, um fator pode encorajá-los a explorá-las: elas oferecem muitas opções de preços, formas e funcionalidades. Além disso, qualquer empresa – pequena, média ou grande – pode escolher a que melhor se adapta ao seu negócio. “Se em uma determinada época, sem a tecnologia, eu precisava de um ponto físico para vender meus produtos, agora, este custo é de uma inscrição nas mídias sociais”, afirma Magnani, destacando a possibilidade de vendas pelas redes – que, claro, exigem outros investimentos, mas menores do que os do mundo físico, para expor e divulgar produtos e serviços. Existem soluções que não exigem investimentos elevados e outras mais robustas que, conforme a empresa evolui de tamanho, adiciona novas camadas
físico e digital se fortalecem Para atender às expectativas dos consumidores que preferem negociar nos dois mundos (virtual e presencial), o setor de comércio e serviços já está operando no modelo híbrido, conhecido como “phygital” (junção de “físico” e “digital”, na tradução do inglês) ou
digitalização: caminho sem volta Diante das restrições impostas pela crise sanitária, empresas e prestadores de serviços buscaram diversificar os canais de venda, adotando plataformas de intermediação digital. O e-commerce se modernizou, aprimorou o relacionamento com o cliente e garantiu mais agilidade nas entregas e nos serviços de pós-venda. Por causa destas inovações, conseguiu oferecer experiências mais confortáveis de compra. Na visão da assessoria técnica da FecomercioSP, é importante que as empresas de todos portes mantenham as estratégias possíveis de digitalização, porque o cenário ainda é incerto e a demanda pelo e-commerce deve se manter. Dados de mercado indicam que mais de 13 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra online em 2021. Mesmo com as pessoas voltando a comprar em lojas de rua e em shoppings, no ano passado, o setor teve um ano bastante positivo: a previsão era de encerrar o período de 12 meses com alta de 39% em relação a 2020, segundo projeções da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) da FecomercioSP, em parceria com a Ebit/Nielsen. Em 2022, no Estado de São Paulo, o comércio eletrônico deve crescer 7%, segundo a Entidade.
Conjuntura
18 / 19
200
Indíce de Confiança do Consumidor (ICC) e Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC)
ICC
150
ICEC
100
50 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Tendências do varejo foco nas pessoas A agenda ESG (Environmental, Social e Governance – “ambiental, social e governança”, na tradução para o português) está cada vez mais presente no dia a dia dos negócios. Mais do que oferecer preço, produto e promoções, as empresas agora devem se atentar a estes atributos determinantes para a sua reputação. Quando se aborda cada uma das três palavras, o “S” não se resume a ações filantrópicas, mas ao universo diverso e plural de pessoas como um todo. “E pessoas estão no centro de estratégias de negócios bem-sucedidos”, explica Tatiana Ponte, líder de Diversidade e Inclusão para a América Latina da consultoria Ernest & Young. Ela ressalta que, hoje em dia, não importa apenas o que se compra, mas também de quem se está comprando. “É uma empresa ambientalmente responsável? Diversa, equitativa e inclusiva?”, questiona. Mais do que um diferencial, as boas práticas estão se tornando um requerimento por parte do cliente. A executiva destaca que as empresas terão de refletir nos colaboradores a mesma diversidade de seu público consumidor, para entender as novas demandas e se adaptar a elas. Para Luiz Maia, coordenador do Comitê ESG da FecomercioSP, a tecnologia, quando universalizada, pode contribuir para este aspecto de atenção social, aproximando públicos até para uma nova realidade socioeconômica. Provas disso, segundo Maia, é o alcance ampliado da geração de renda proporcionada pelo próprio comércio eletrônico.
experiência do cliente O especialista sugere que, para sobreviver em um mercado tão competitivo, os pequenos e médios negócios podem entrar no mundo digital por meio de marketplaces (de vendedores e prestadores de serviços). Para negócios maiores, o uso de ferramentas que promovam experiências mais proprietárias ao consumidor no ambiente de loja é um fator importante. Muito embora a tecnologia tenha proporcionado o crescimento da economia não presencial, especialistas ponderam que as pessoas ainda gostam de sair às compras e querem, cada vez mais, desfrutar de experiências ainda mais ricas, nas quais o ato de estar em contato com o outro seja mais esporádico. “Todo este universo é muito baseado nos sentidos que o cliente tem ao usar determinada tecnologia”, enfatiza Magnani. Nesta esteira, o conceito de customer experience (experiência do cliente) é uma tendência que ampliou o seu espaço de 2020 para cá. Afinal, é na loja que há condições de proporcionar simulações de uso do produto com experiências sensoriais. “O mundo físico renunciará a prateleiras e grandes espaços com mercadorias para despertar a necessidade de atrair o consumidor com um atendimento que ele não teria comprando dentro de casa”, diz Magnani.
para acompanhar as exigências do negócio: um novo sistema de gestão financeira, um dispositivo específico de controle de estoques e uma plataforma de marketing.
Conjuntura
20 / 21
Cliente mais exigente E-commerce reforça loja física Proteção de dados Não basta ter discurso socioambiental
Para encantá-lo, o caminho é tornar a experiência mais completa para que a percepção de valor da marca seja notada. Produtos para teste, informações sobre uso e funcionalidades e programas de cashback são algumas das estratégias que podem impulsionar as vendas. As pessoas querem, cada vez mais, se envolver com aquilo que consomem. Conheça o seu público. No modelo híbrido de vendas que vem se consolidando no varejo, mais de 13 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra online em 2021. Tudo indica que este hábito não seja passageiro, então, é essencial estar presente nos principais marketplaces ou dispor de site próprio com boa navegabilidade e design adaptável a todos os tipos de dispositivos. Atenção ao uso de informações pessoais dos clientes na hora de fazer ações promocionais. É preciso se adaptar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Até pequenas lojas podem ser multadas caso não sigam as determinações. Muitos empreendedores ainda têm dúvidas a respeito. Informe-se. Os clientes costumam buscar empresas com valores parecidos com os próprios, mas, para ser efetivo, é importante que as ações sejam autênticas. Do contrário, serão interpretadas como greenwashing (“maquiagem verde”, em tradução livre). As empresas devem interpretar como afetam a sociedade e o meio ambiente, de forma que possam contribuir em seus meios de atuação.
Logística 4.0 // Processos mais ágeis reduzem os custos e agilizam o atendimento / DHL Supply Chain Brasil / Siemens Brasil / Via Varejo / Mobly / C&C / Petlove / Multicanalidade // Vantagens da diversificação / Oracle América Latina / Cacau Show / Nutty Bavarian / Havanna Brasil / Sorvetes Rochinha / Inovação // Reinvenção das lojas físicas: mais diálogo com o cliente / Ofner / 5àsec / IWG Brasi / Leroy Merlin / Netshoes / Mastercard Brasil / Tendências de consumo // O imenso universo da digitalização / Souk / ePharma / Banco Original / OLX / Lições da pandemia // Presença digital e análise de dados vieram para ficar / Blue Tree / Renner / Pernambucanas / Google Brasil / Google Customer Solutions / C&A / ESG // Agenda do século 21 / Xerox Brasil / Grupo Dimed / Gupy / Instituto Rede Mulher Empreendedora / Microsoft Brasil / WE Ventures
24 / 25
DHL e Siemens
A digitalização é o presente Mudança nas dinâmicas e novas modalidades do comércio exigiram adaptações profundas na logística
A expansão do comércio eletrônico vem intensificando os investimentos e as mudanças nas cadeias de suprimento da maioria dos setores – e em todo o mundo. Para que esta transformação fosse possível, o mercado de logística teve de se adaptar às novas necessidades dos clientes. Na DHL Supply Chain, empresa do Grupo DPDHL, principal fornecedora de contratos logísticos do mundo, uma das principais transformações (e que continua em andamento) foi a demanda por uma logística diferente, já que os pedidos se tornaram mais fragmentados, com foco na variedade, e não na quantidade de um mesmo produto. Enquanto se adapta às novas necessidades, o setor enfrenta os desafios que envolvem a integração da cadeia de suprimentos e a contribuição da logística na agenda de sustentabilidade das empresas. Na Siemens Brasil, a área se dedica à implantação da chamada “logística 4.0”, que, entre outras soluções, tem na Inteligência Artificial (IA) um de seus grandes aliados. A seguir, executivos das duas empresas falam sobre como essas transformações são postas em prática.
#LOGÍSTICA 4.0
DHL Supply Chain: novos desafios
“Os clientes passaram a demandar uma logística diferente. Então, aquela carreta que carregava 28 paletes e seguia direto ao centro de distribuição se transformou em dezenas de pequenos veículos carregados de centenas – e, em alguns casos, milhares – de pacotes a serem entregues porta a porta.” A explicação de Plínio Pereira, vice-presidente de Operações da DHL Supply Chain no Brasil, ilustra com precisão o “antes e depois” da logística. O executivo afirma que, de uma forma ou de outra, a grande maioria dos clientes teve os negócios afetados durante a pandemia. “Parte das empresas deixou o B2B [Business to Business] e passou para o B2C [Business to Consumer], e esta entrega direta ao consumidor demandou uma mudança estrutural muito grande.” Em outros casos, os ajustes ocorreram na política de gestão de estoques, como os importadores, que passaram a ter de gerenciá-los de uma maneira diferente, em razão das quebras da cadeia global de suprimentos ocasionadas pela pandemia. “Fluxos internacionais e processos de liberação alfandegária, por exemplo, foram muito afetados, então, tivemos de reinventar o processo de operação logística em um cenário inédito, diferente de tudo o que já tínhamos vivido”, diz Pereira. por trás do clique O executivo usa como exemplo a indústria de vestuário, que contava com a maior parte das vendas no varejo físico, e viu o modelo se transformar com o crescimento exponencial no e-commerce. “O que está por trás daquele ‘clique’ exige uma mudança em toda a dinâmica de logística.” Outro ponto fundamental foi o aumento da fragmentação. “Numa logística mais tradicional, normalmente a indústria vende um veículo fechado, como uma carreta, para ser entregue em um grande distribuidor ou varejista. Agora, ela atende a um comércio eletrônico, com perfil de distribuição fracionado e entregas unitárias”, diz Pereira. Segundo ele, esta nova dinâmica gera um impacto enorme para a operação logística, tanto na etapa de planejamento quanto na separação e no transporte. “Antes, o destino era a loja, mas este intermediário, em muitos casos, não é mais necessário. Dos CDs [Centros de Distribuição], o produto vai direto para a casa do cliente.”
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
26 / 27
DHL e Siemens
Divulgação
Plínio Pereira, vice-presidente de Operações da DHL Supply Chain no Brasil, comenta a transformação dos pilares da cadeia logística em tempos de crise
Siemens: prontidão para mudar Para Fernando da Fonte, head da área de Logística da Siemens Brasil, existem formas de digitalizar o processo e transformá-lo em uma versão 4.0, acompanhando a revolução da indústria. Estes desafios podem ser divididos em cinco pilares. Confira a seguir. 1. planejamento da demanda “Neste pilar, a logística 4.0 entra com a utilização cada vez maior da IA para promover previsibilidade da demanda e ter um horizonte mais amplo sobre o que vai ser vendido, assim, é possível abastecer o estoque de maneira mais eficiente, aprendendo com o que acontece no mercado.” 2. informação Transparência e velocidade da informação também fazem parte da logística 4.0, por meio do acesso aos dados. “A informação, como atrasos e indisponibilidades, deve chegar ao cliente o mais rápido possível, de forma integrada e online.”
tendências antecipadas O executivo, no entanto, afirma que a pandemia não criou nada, apenas antecipou e acelerou as tendências, como o e-commerce e a omnicanalidade (integração de todos os canais de contato disponíveis), e, mais importante, empoderou o consumidor, que hoje tem maior poder de escolha. “O cliente passou a ter influência muito grande na cadeia logística e no canal de venda. É preciso se adaptar à escolha dele, e isso tem de ser feito rapidamente para ofertar aquilo que mais lhe agrade.” Neste sentido, ele enxerga a resiliência do setor como um ponto de atenção, já que, ao longo dos anos, algumas cadeias de suprimentos ganharam um nível de eficiência tão consistente que se tornaram despreparadas para momentos de disrupção. “Acredito que as indústrias passarão a olhar com mais cuidado a sua cadeia de suprimentos, para que sejam menos frágeis e fiquem menos expostas a riscos, em casos de eventos não esperados, como o atual”, conclui.
Aceleração de tendências dá maior poder de escolha ao consumidor
#LOGÍSTICA 4.0
3. centro de distribuição A otimização vai além das reduções de tempo, movimentos e quilômetros rodados dentro da operação. “Neste ponto, é preciso ir além das soluções de automação físicas, como aquisição de equipaDivulgação mentos, e pensar no que está por trás, como o melhor aproveitamento da equipe.” 4. automação da produção Relacionada à capacidade de produção, o objetivo é garantir o abastecimento das fábricas. “Quando temos um almoxarifado, há sistemas e ferramentas que permitem evitar o desabastecimento e prever possíveis problemas.” 5. sustentabilidade Dentro do transporte, que inclui a necessidade de encontrar melhores rotas, custos mais baixos, otimização de entregas e ferramentas que permitam a consolidação de cargas, da Fonte destaca a sustentabilidade como parte da logística 4.0. “É fundamental pensar no meio ambiente, seja pela compensação de carbono, seja pela adoção de transporte e combustível alternativos, seja pelas embalagens retornáveis e recicláveis e pela logística reversa”, afirma.
“O cliente está disposto a pagar mais caro para ter o produto antes, com confiabilidade”, diz Fernando da Fonte, head da área de Logística da Siemens Brasil
28 / 29
Em junho de 2021, a FecomercioSP publicou um estudo sinalizando o aumento, no varejo, do faturamento nos setores de materiais de construção e de móveis e decoração em 2020. O primeiro segmento ampliou em 20% sua fatia no total do varejo paulista, agregando em torno de R$ 17,6 bilhões na receita anual. Já as lojas de móveis e decoração conseguiram agregar quase R$ 2,9 bilhões a mais nas vendas no ano, elevando em 13,5% a sua participação no setor varejista. Ao longo de seis meses, em 2020, o segmento de materiais de construção registrou taxas de participação de vendas superiores a 9%, tipicamente um porcentual alcançado apenas em outubro nos anos anteriores (2015 a 2019). Para o setor de móveis e decoração, houve aumento de participação mensal de vendas em nove dos 12 meses de 2020.
no
Tecnologia e foco
#LOGÍSTICA 4.0
Setor em alta
Mercado Via Varejo, Livre Mobly e Loggi e C&C
consumidor Via Varejo: impacto na rotina das lojas e entregas aceleradas Via Varejo, Mobly e C&C, ágeis na digitalização de seus serviços, buscam inovar para atender às novas tendências em diferentes canais de venda
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Com mais de mil lojas físicas das marcas Casas Bahia e Ponto, além do e-commerce do Extra.com.br, a Via Varejo tem uma carteira de mais de 97 milhões de clientes. Desde o início da pandemia, a empresa tem buscado atender o consumidor em todas as frentes de atuação: na loja, no celular e nos aplicativos. Ao longo deste período, a equipe de tecnologia cresceu de 900 para mais de 2 mil pessoas. As vendas online saltaram de 18% para 60%, e os usuários dos apps das lojas passaram de 8 milhões para 15,5 milhões. “Podemos afirmar que somos uma companhia tecnológica, totalmente focada no cliente. A pandemia mostrou que o consumidor será cada vez mais omnichanel, ou seja, ele pode realizar suas compras nas lojas físicas, pela web, pelo site e por aplicativo – como, quando e onde quiser. Então, acreditamos que mais gente vai continuar comprando online”, afirma Sérgio Leme, vice-presidente administrativo da Via Varejo. Para Leme, as lojas adquiriram uma nova dinâmica ao deixarem de ser um ponto onde o consumidor apenas realiza a compra. “Agora, o cliente se dirige à loja também para retirar o produto que comprou pela internet”, diz. A Via Varejo investe na conexão com o cliente em todos os possíveis pontos de contato, com a interligação entre lojas físicas e comércio eletrônico (estratégia O2O – Online to Offline).
30 / 31
Divulgação
Via Varejo, Mobly e C&C
inovação digital “No campo da Inteligência Artificial (IA) e do uso de algoritmos, ainda há uma enorme estrada a percorrer”, acredita Leme, que usa como exemplo o crediário, muito utilizado pelos clientes das redes de lojas da empresa. “Podemos usar uma quantidade enorme de informações para analisar o crédito a ser concedido, a carteira potencial de todos os consumidores do Brasil e o quanto se deve oferecer, além de fazer a avaliação de risco. Tem também a questão da agilidade. Se eu quero entregar em horas, não posso demorar um dia inteiro para fazer essa avaliação de crédito”, acrescenta. Com a aceleração do e-commerce durante a pandemia, a Via Varejo passou por uma grande evolução na logística, com o intuito de reduzir prazos de entrega. O primeiro foco foram as entregas em 24 e 48 horas. “No começo da pandemia, menos de 10% dos pedidos eram entregues em 24 horas. Seis meses depois, já estávamos em 30%; hoje, chegamos a 40%, além de termos introduzido a entrega no mesmo dia. E isso não se faz sem tecnologia”, destaca Leme. O uso da IA e dos algoritmos tem sido preponderante na distribuição dos produtos nos CDs [Centros de Distribuição] e nas lojas de forma eficiente – de acordo com as demandas de determinada região, por exemplo. “Tem muita inteligência de planejamento de demanda, além do trabalho realizado com a base de entregadores da chamada ‘última milha’, feito em parceria com a Zaplog, que também nos ajudou nesta aceleração”, completa.
Sérgio Leme, vice-presidente administrativo da Via Varejo: loja física assume novo papel
parceiros Para o executivo, estas parcerias têm sido fundamentais, especialmente para a entrega de itens pesados, como móveis, colchões e linha branca, que demandam uma logística ainda mais preparada. “É preciso ter o produto bem distribuído no Brasil, na voltagem e no modelo corretos, próximo do consumidor, além de uma frota eficiente de veículos urbanos conectados à loja ou ao CD com o produto em estoque. E, aí, a colaboração dos parceiros – como transportadores, fornecedores de produtos e de tecnologia – faz toda a diferença. Queremos oferecer o mesmo nível de agilidade para os itens leves e pesados, além de ter presença física em mais lugares do Brasil.” Outro objetivo de primeira ordem da Via Varejo, de acordo com Leme, é oferecer a mesma agilidade para as mais diversas regiões, das metrópoles aos munícipios mais afastados. “Além das distâncias, temos de gerenciar outros fatores, como dificuldade de acesso e problemas de segurança, então, precisamos trabalhar em sintonia com os parceiros e usar a tecnologia para ter mais responsividade, a fim de conseguir atender e, de fato, resolver. Isso é o que deixa o cliente satisfeito”, enfatiza.
#LOGÍSTICA 4.0
Experiência além do preço e do prazo O modelo omnichannel, ou multicanalidade, pode ser definido como uma estratégia de uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, com o objetivo de estreitar a relação entre online e off line, aprimorando a experiência do cliente. De acordo com um estudo da consultoria Forrester:
74%
dos consumidores são mais influenciados por fatores que criam conveniência, facilidade e disponibilidade de opções para comprar como e onde quiserem
26%
são motivados principalmente pelo preço A pesquisa ainda aponta que os consumidores dependem de serviços omnichannel para atender às suas necessidades como parte da experiência de compra geral: 67% utilizaram pelo menos uma opção de atendimento por este meio.
Divulgação
Mobly: entrega própria para a melhor experiência do cliente
C&C: tecnologia em prol da logística
Criada já no ambiente online, a Mobly, empresa de móveis e decoração, começou a operar em 2001 e, hoje, conta com 1 milhão de clientes ativos e mais de 250 mil itens no catálogo. Victor Noda, CEO da companhia, conta que a empresa trabalha desde 2013 com logística própria, a Mobly Log, realizando o serviço de entrega final ao consumidor. “Nós nos especializamos em transporte de produtos pesados. Conseguimos oferecer fretes mais baratos e um nível de serviço melhor do que o de transportadoras terceirizadas”, diz Noda. Segundo o executivo, a logística sempre foi um dos pilares da Mobly. “Até porque, vender móveis pela internet não é o modelo mais fácil que existe, então, trabalhar com crossdocking [método de distribuição no qual a mercadoria, recebida em armazém ou centro de distribuição, não é estocada, mas enviada a um centro de distribuição ou depósito, que, por meio de um sistema organizado de redistribuição, envia o produto para o cliente] próprio sempre foi um dos nossos grandes diferenciais. Com o modelo híbrido, temos um sortimento muito amplo e, ao mesmo tempo, um prazo de entrega incomparável”, afirma. Atualmente, mais do 40% das vendas da Mobly têm envio imediato. Com plano de expansão em prática, a Mobly inaugurou, em 2021, mais um CD, o primeiro do Nordeste, em Pernambuco (os outros três ficam em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina). Além de contar com quatro megastores (três na Grande São Paulo e uma em Campinas) e quatro outlets, em setembro, a empresa começou a investir nas franquias, com a Mobly Zip. O funcionamento é similar ao do e-commerce, seguindo a ideia de omnichannel, com mais de 80% das vendas realizadas pela prateleira infinita. No modelo, o franqueado pode vender os mais de 250 mil SKUs disponíveis no site da Mobly e receber comissão, além de contar com a malha logística da empresa.
#LOGÍSTICA 4.0
Victor Noda, fundador e CEO da Mobly (à esq.), e Marcelo Roffe, diretor-geral da C&C, destacam seus planos de expansão e investimentos em logística
A C&C, rede com 38 lojas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi a primeira loja de materiais de construção a lançar um e-commerce no Brasil, em 2001. Este vínculo forte com o ambiente online e a familiaridade com o modelo foram decisivos para a criação de soluções rápidas que pudessem acompanhar as tendências advindas da pandemia. Neste período, a empresa desenvolveu ferramentas, impulsionou o e-commerce – que já batia recordes de vendas – e começou a vender via WhatsApp. Para minimizar os efeitos da crise, implementou o sistema drive-thru e a entrega de produtos em poucas horas, garantindo bom funcionamento e mais agilidade. Marcelo Roffe, diretor-geral da C&C, destaca a evolução da área de Logística para acompanhar as transformações do varejo. “Antigamente, tínhamos poucos movimentos da logística, com um ou dois CDs que entregavam para multipontos”, afirma Roffe. Ele conta que metade da venda da C&C, hoje, é feita com entrega da loja direto na casa do cliente, no chamado sistema end to end. “Aumentamos a capilaridade exatamente para poder permitir entrega em poucas horas. Conseguimos, por exemplo, por meio de roteamento e ferramentas de tecnologia, entender quais são os produtos que podem ser entregues em cinco horas e em que região”, explica. Pelo e-commerce, o cliente também tem a opção de retirar um produto na loja em duas horas. “Para que isso seja possível, temos de garantir que os estoques estejam bem controlados, e os produtos, realmente disponíveis nas lojas para entrega. Fazemos uma checagem quase que horária desses estoques”, acrescenta.
32 / 33
Via Varejo, Mobly e C&C
Parcerias
Divulgação
que fortalecem
Na contramão de diversos segmentos, o mercado pet não para de crescer. E a rede de lojas Petlove se beneficiou desta tendência com a criação de serviços exclusivos e conexão com outras empresas, fortalecendo o ecossistema dedicado ao setor
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Para Marcio Waldman, fundador da Petlove, a tecnologia é o coração da empresa: “Fomos os primeiros a lançar o e-commerce para pets”
Marcio Waldman, fundador da Petlove, quer oferecer aos tutores tudo o que precisam para cuidar dos animais de estimação. Em 2020, fez uma fusão com a Dog Hero, empresa que possibilita uma renda extra às pessoas que amam animais, por meio de hospedagem, passeios ou serviços de creche. No ano passado, em parceria com o Grupo Porto Seguro, a Petlove lançou o plano de saúde Porto.pet. É o que ele classifica como “a criação de um ecossistema de produtos para pets”. Desde o início da pandemia, a empresa investiu em diversas frentes: contratou cerca de 150 colaboradores e apostou na capacidade operacional para atender a prazos e entregas, além de acelerar os serviços sustentados por ferramentas tecnológicas. “A tecnologia é o coração da empresa. Sempre investimos nisso. Fomos os primeiros do segmento a lançar o serviço de e-commerce voltado a pets – e os primeiros a trabalhar produtos por assinatura e aplicativo de vendas. De lá para cá, entregamos bastante inovação”, analisa o empresário. pioneirismo A Petlove foi pioneira no lançamento do VetSmart, serviço que auxilia veterinários na prescrição de medicamentos e produtos, além de um novo sistema de gestão para o mercado pet. O plano da companhia para 2022 é ampliar as parcerias com pequenos negócios de petshop, oferecendo serviços e indicando parceiros. Sobre o período pós-pandemia, o empresário acredita que a relação com os animais será ainda mais importante do que antes. “Estamos prontos para oferecer produtos com a melhor relação entre custo e benefício, certos da missão de continuar fazendo os pets felizes e saudáveis.
#LOGÍSTICA 4.0
A empresa contratou cerca de 150 colaboradores, apostou na capacidade operacional e acelerou os serviços de tecnologia
34 / 35
Petlove
Logística 4.0 // Processos mais ágeis reduzem os custos e agilizam o atendimento / DHL Supply Chain Brasil / Siemens Brasil / Via Varejo / Mobly / C&C / Petlove / Multicanalidade // Vantagens da diversificação / Oracle América Latina / Cacau Show / Nutty Bavarian / Havanna Brasil / Sorvetes Rochinha / Inovação // Reinvenção das lojas físicas: mais diálogo com o cliente / Ofner / 5àsec / IWG Brasi / Leroy Merlin / Netshoes / Mastercard Brasil / Tendências de consumo // O imenso universo da digitalização / Souk / ePharma / Banco Original / OLX / Lições da pandemia // Presença digital e análise de dados vieram para ficar / Blue Tree / Renner / Pernambucanas / Google Brasil / Google Customer Solutions / C&A / ESG // Agenda do século 21 / Xerox Brasil / Grupo Dimed / Gupy / Instituto Rede Mulher Empreendedora / Microsoft Brasil / WE Ventures
38 / 39
Oracle amplia ferramentas e serviços e adiciona camadas de inteligência e facilidades a parceiros e consumidores
Acostumada a atender a grandes companhias, a Oracle está acelerando também a digitalização nas pequenas e médias empresas. Um dos produtos em destaque é a nova geração de datacenters, que garantem redução de 60% de custos no workload (carga de trabalho e processamento) da nuvem. “Com isso, democratizamos o acesso à tecnologia também para os pequenos e médios negócios”, lembra Luiz Meisler, vice-presidente da Oracle América Latina. Antigamente, as soluções da companhia não eram tão acessíveis, porque essas empresas tinham de comprar um software, um hardware e ter alguém para colocá-los em funcionamento. “Hoje, elas compram um serviço, então, a nuvem amplia o acesso, e a empresa só paga pelo que usa”, explica o executivo.
Divulgação
Engajando o cliente
Oracle
Luiz Meisler, vice-presidente da Oracle América Latina, destaca a importância de trabalhar a jornada dos consumidores e dos dados para a tomada de decisões
#MULTICANALIDADE
A outra novidade é que a Oracle simplificou programas – de gestão (ERP e CRM), da cadeia de suprimentos (supply chain), entre outros – para oferecer uma suíte integrada de ferramentas facilitadas às companhias. “Reescrevemos as aplicações para se tornarem cloud native – programas que nasceram para a nuvem –, assim, temos todos os dados integrados, do cliente e do fornecedor, em uma base só, conectando as duas pontas, o que é um diferencial neste mundo conectado”, enfatiza Meisler. “Estamos com serviços de alto nível de disponibilidade e com redução de custos, o que, para o momento que estamos vivendo, não tem muito o que pensar, todos vão querer.” Além da nuvem, Meisler enfatiza a importância do uso de machine learning e Inteligência Artificial (IA), capazes de incrementar a trajetória digital das empresas. Segundo ele, os gestores “devem aproveitar o momento para se familiarizarem com as novas ferramentas de objetos inteligentes, robôs colaborativos e Internet das Coisas (IdC), para conhecer melhor os consumidores, saber como eles compram e quais são suas necessidades. “Todos gostam de ser encantados, e a jornada que agrega valor é fundamental à sobrevivência do negócio”, diz Meisler. Ao usar a IA, por exemplo, podemos prever demandas do comprador, criando ofertas customizadas. “Imagina atender milhões de consumidores de forma personalizada? Se não contarmos com a ajuda destas ferramentas, a empresa não vai conseguir.” Para Meisler, seja na parte comercial, seja na cadeia de suprimentos, seja na indústria, seja em qualquer segmento, a máquina supre, cada vez mais, uma inteligência que o humano não consegue. “As companhias geram uma quantidade gigante de dados, mas o grande desafio é transformar essas informações em insights, para agir de forma assertiva”, afirma. Quando interpretados, os dados podem gerar várias descobertas a partir dos padrões de comportamento do usuário, levando empresas a adotar decisões que aumentem a satisfação do consumidor e, consequentemente, o volume de vendas. Além disso, a IA prevê despesas e estimula o uso de aplicativos que ajudem a obter informações fundamentais, melhorando custos operacionais e eficiência logística.
“Democratizamos o acesso à tecnologia para os pequenos e médios negócios. A nuvem amplia o acesso, e a empresa só paga pelo que usa.”
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
40 / 41
#MULTICANALIDADE
Divulgação
Cacau Show e Nutty Bavarian
O processo de diversificação se tornou imperativo para o comércio alimentício. A Nutty Bavarian, antes predominante em shoppings e aeroportos, chega a novas plataformas; outro exemplo é a multicanalidade da Cacau Show
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
balcões e cliques
Em gôndolas,
Mesmo diante das dificuldades impostas pelas incertezas econômicas, a Cacau Show, terceira maior rede de franquias do Brasil, tem aproveitado o momento para investir na inovação digital. O modelo de negócio – que, até então, era focado nas lojas físicas –, atualmente, tem, no coração de sua estratégia operacional a multicanalidade. “Antes deste cenário desafiador, tínhamos dúvidas se a compra dos nossos produtos, que são perecíveis, iria se potencializar no digital. Contudo, estamos vivenciando a realidade de integração entre os ambientes físico e online, que tem superado todas as nossas expectativas”, conta Daniel Roque, diretor de Canais e Expansão da Cacau Show. Em 2019, cerca de 0,5% das vendas das lojas era fruto de canais digitais. No segundo quadrimestre de 2021, a rede obteve um faturamento 18% acima da meta, com destaque para as vendas online. Segundo Roque, com o crescimento do serviço, em 2020, e o retorno do varejo físico, em 2021, o aumento do e-commerce era previsto como algo temporário. Entretanto, o canal fechou o ano passado com registro de aumento de quase 40% sobre o total de 2020. “As vendas digitais representam 8% de todo o faturamento, ganhando cada vez mais volume e representatividade.” Atualmente, mais de 1,8 mil lojas estão cadastradas na plataforma. “Não ficamos só no dia a dia do consumidor final, mas atendemos também ao mundo corporativo. Além disso, conseguimos dar atenção aos nossos revendedores. Tudo na mesma plataforma”, explica Roque. A franqueadora tem ainda operações via delivery e estruturas de marketplaces. No site da Cacau Show, o cliente tem a opção de comprar diretamente o produto, ser atendido por WhatsApp (que o direciona para a loja) ou pedir pelo iFood. “Nosso programa de relacionamento está todo montado e estruturado com base no digital para a loja física.” A grande virada do negócio, observa Roque, está na sua ressignificação. “Hoje, há uma Cacau Show no digital que atende o consumidor e o revendedor, assim como qualquer pessoa que se relacione conosco, do jeito que desejar. Por exemplo, se a pessoa quer saber sobre a nossa fazenda produtora de cacau, ela pode acessar o nosso
“Não ficamos só no consumidor final, atendemos também ao mundo corporativo e nossos revendedores. Tudo na mesma plataforma.” Daniel Roque, diretor de Canais e Expansão da Cacau Show
42 / 43
#MULTICANALIDADE
Divulgação
Cacau Show e Nutty Bavarian
Nutty Bavarian: diversificação das atividades site e ter acesso a estas informações. Se quer trabalhar na empresa, pode acessar nossa página, que faz conexão com o LinkedIn. Temos todas as redes sociais integradas ao site.” Presente também no Instagram, a marca tem na rede social uma aliada para vendas diretas aos estabelecimentos parceiros. “Temos uma página interna para as pessoas conhecerem o nosso dia a dia, assim como páginas institucionais da empresa e um aplicativo interno para relação com os franqueados. Isto é, o digital tomou conta do negócio, tanto do processo de vendas quanto do relacionamento e do entendimento do consumidor do que fazemos.” Apesar de o ambiente digital ter ganhado escala dentro do negócio, Roque afirma que a loja física continua sendo um local de experiência, de encontro: “É onde queremos estar perto do consumidor e apresentar o nosso portfólio”.
A Nutty Bavarian, especializada em vendas de castanhas torradas e glaciadas, que, há 25 anos, opera no mercado nacional de franquias por meio de quiosques em shopping centers, aeroportos e terminais rodoviários, também vem diversificando seus canais de operação. Antes mesmo da chegada da pandemia, seus produtos já estavam sendo comercializados, por exemplo, em redes de food service e em brindes corporativos. “Percebemos que era estratégico para o negócio ampliar nossos horizontes. Iniciamos uma série de parcerias com empresas de sorvetes, chocolates, bolos e até com restaurantes que usavam nossos grãos em tamanhos menores dentro das suas receitas. Começamos a disponibilizar também nossos produtos como brindes corporativos para eventos. Empresas podiam personalizar as embalagens, os cones com o logotipo da marca”, conta Adriana Auriemo, sócia-diretora da Nutty Bavarian. Por esta razão, as dificuldades advindas com as crises sanitária e econômica aceleraram a atuação da empresa em outras plataformas digitais, como é o caso do delivery. “Serviu de estímulo à resiliência da marca. Fizemos parcerias com outras empresas que já atendiam desta forma e que, agora, passaram a comercializar também nossos produtos no início de 2020. Nesse período, começamos a vender também dentro de supermercados, farmácias e lojas de conveniência. Nosso objetivo é entregar o produto onde a pessoa estiver.”
“Nosso objetivo é entregar o produto onde a pessoa estiver.” Adriana Auriemo, sócia-diretora da Nutty Bavarian Adriana destaca que foram levados em conta os aspectos naturais do produto para a tomada de decisões em relação à expansão dos canais. “Trabalhamos com grãos extremamente nutritivos. Além disso, eles têm o diferencial de manter as características no transporte. O cliente consegue comer em sua casa o produto igual ao que come no quiosque. Ele não esfria, nem derrete no caminho, como outros produtos que pedimos no delivery e perdem um pouco a qualidade.”
relacionamento Com os franqueados, a empresa incentivou a estratégia de vendas de relacionamento. Na prática, eles usam as redes sociais e os seus contatos para fazer as vendas e entregas. “O objetivo é que eles vendam para amigos, conhecidos e pessoas próximas.” marketplaces Estar presente nas plataformas de marketplace também faz parte da estratégia. “Hoje, as pessoas estão em casa fazendo compras por este método e, por isso, colocamos nossos produtos nestes canais. Há a vantagem da realização da compra com poucos cliques.” e-commerce Segundo Adriana, o e-commerce é o principal foco da empresa. “Estamos ampliando o mix de produtos. Vamos dedicar tempo e esforço para fazer com que os cliente percebam que nossos produtos estão nesses canais.” Apesar do investimento realizado para disponibilizar o produto em todos os tipos de comércio, o maior desafio da franqueadora é não contar ainda com uma solução tecnológica capaz de oferecer o aroma singular de seus produtos nos canais digitais e nas prateleiras dos comércios.
44 / 45
Havanna e Sorvetes Rochinha
Revisão de conceitos
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Para manter o caixa em dia com os altos e baixos do comércio, a Sorvetes Rochinha recorreu aos marketplaces; a Havanna, por sua vez, fez valer o trunfo de seu cardápio diversificado para a rápida adaptação ao e-commerce
As estratégias para lidar com as crises são distintas a cada empresa. Sendo assim, o setor de atuação deve ser levado em consideração. Foi precisamente esta uma das lições que a Sorvetes Rochinha aprendeu desde o início das recentes incertezas sanitária e econômica. Lupercio Fernandes de Moraes, CEO da empresa, reflete, por exemplo, sobre os desafios envolvendo a venda de sorvetes no e-commerce, plataforma considerada a salvação de muitos negócios no ambiente digital. “Tudo indicava que o comércio eletrônico não fosse o canal mais apropriado para a venda de sorvetes, e quase erramos ao planejar investir em uma plataforma própria de e-commerce. Iríamos fazer um investimento importante em uma hora em que toda a economia de caixa se fez (e ainda se faz) necessária. Então, entramos e investimos nos marketplaces. Deu supercerto”, relata. “Como temos uma rede de franquias, funcionou muito bem, e foi o que salvou a rede. Houve momentos nos quais o consumo online chegou a 80% do faturamento das lojas.” Ter seus produtos inseridos nas plataformas de marketplace serviu como uma experiência para a Rochinha avaliar a viabilidade de investir em um e-commerce próprio. “A conclusão a que chegamos é a de que, diferentemente de outros segmentos que precisaram migrar para canais online para sobreviver, no nosso setor, este investimento em comércio eletrônico direto não se justifica. Antes da pandemia, sorvetes não eram vendidos pela internet. Nós estávamos no iFood e em outras plataformas, mas de maneira inexpressiva”, detalha. Segundo Moraes, o consumo anual per capita de sorvete no Brasil é de 6 litros, contra 18 litros dos Estados Unidos, 24 da Itália e 28 dos países nórdicos. “Estamos engatinhando ainda no consumo de sorvete, ele ainda é visto como sobremesa. É caro para os padrões brasileiros. Não temos a cultura de consumir sorvete no inverno. Nosso produto está muito vinculado a lembranças de praia. É um evento tomar sorvete no Brasil.”
#MULTICANALIDADE
entraves Alguns pontos desfavoráveis para este tipo de produto foram levados em conta para o investimento em marketplaces. O alto custo das embalagens é apontado por Moraes como um dos desafios. “Os restaurantes estão sofrendo. As embalagens sumiram – e as disponibilizadas são caras. O consumidor não está disposto a pagar por isso. A embalagem aumenta em 30% o custo da refeição online. Por isso, quem sobreviveu terá de se replanejar para ingressar neste mundo de uma maneira mais estruturada e econômica”, conclui. A rede de sorvetes, fundada em 1982 no litoral norte do Estado de São Paulo, tem atualmente mais de 3 mil pontos de venda no Sul e no Sudeste do Brasil, além de um plano de expansão por franquias e autosserviço.
Diego Schiano, diretor da Havanna no Brasil
pontos de venda Ampliar a oferta de produtos em supermercados foi também uma das saídas encontradas para manter as vendas. “Nós já tínhamos presença com o nosso doce de leite e as vendas sazonais, com produtos como ovo de Páscoa e panetone, o que nos permitiu ter acesso rápido a este canal.”
redes sociais Para que a mudança trouxesse resultados positivos, a Havanna investiu em mídias sociais, como o Instagram e o Facebook, tendo em vista uma comunicação mais direcionada. Além disso, firmou parcerias por meio de ações de cobranding – por exemplo, com a marca Três Corações, para a criação de um capuccino. “Buscamos alternativas e até outros canais de comercialização. Fomos muito criativos. Tivemos de nos reinventar.”
46 / 47
“Buscamos alternativas. Tivemos de nos reinventar.”
De acordo com o CEO, as vendas pelo marketplace representam 15% do faturamento. “Foi muito importante para sustentar a minha rede de franquias, mas jamais para sustentar a minha companhia. Percebemos que o consumo via plataformas digitais foi muito impulsionado pelos jovens, que hoje compram tudo online, até mesmo o sorvete, algo que não se pensava em comprar por esse meio antes deste momento de pandemia.” ação imediata Com mais de 130 lojas em 120 Estados do País, a Havanna, que atua com três modelos de negócios – cafeteria estilo argentina, to go e quiosques –, precisou adaptar rapidamente suas operações para a lógica digital com a chegada do isolamento social. O atendimento aos consumidores, tradicionalmente realizado nas lojas físicas e diferenciado pela hospitalidade e pela experiência sensorial proporcionadas ao cliente, passou a acontecer também nas plataformas online. De acordo com Diego Schiano, diretor da Havanna no Brasil, esta agilidade de migração só foi possível graças ao amplo sortimento de produtos que a empresa oferece, indo além dos costumeiros alfajores e do doce de leite. “Temos produtos para o ano todo, com linhas presenteáveis. Isso permitiu que a adaptação acontecesse rapidamente para o nosso e-commerce, nosso site. Agora, nossos clientes passaram a ter acesso a todas as nossas lojas do Brasil. O site permite também que os franqueados realizem suas vendas.”
Lupercio Fernandes de Moraes, CEO da Sorvetes Rochinha Divulgação
“Como temos uma rede de franquias, funcionou muito bem. Houve momentos em que o consumo online chegou a 80% do faturamento.” Mauricio Burim
Havanna e Sorvetes Rochinha
#MULTICANALIDADE
Logística 4.0 // Processos mais ágeis reduzem os custos e agilizam o atendimento / DHL Supply Chain Brasil / Siemens Brasil / Via Varejo / Mobly / C&C / Petlove / Multicanalidade // Vantagens da diversificação / Oracle América Latina / Cacau Show / Nutty Bavarian / Havanna Brasil / Sorvetes Rochinha / Inovação // Reinvenção das lojas físicas: mais diálogo com o cliente / Ofner / 5àsec / IWG Brasi / Leroy Merlin / Netshoes / Mastercard Brasil / Tendências de consumo // O imenso universo da digitalização / Souk / ePharma / Banco Original / OLX / Lições da pandemia // Presença digital e análise de dados vieram para ficar / Blue Tree / Renner / Pernambucanas / Google Brasil / Google Customer Solutions / C&A / ESG // Agenda do século 21 / Xerox Brasil / Grupo Dimed / Gupy / Instituto Rede Mulher Empreendedora / Microsoft Brasil / WE Ventures
50 / 51
Investimento em presença digital se soma ao conceito híbrido dos pontos de venda e das lojas físicas na bem-sucedida estratégia da Ofner
versatilidade
Conexão e
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
A participação das vendas online no faturamento das empresas do comércio varejista deu um salto nos últimos dois anos. Em 2020, só na capital paulista, dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) revelam que a alta do faturamento do e-commerce foi de 22,5%, fechando o ano na marca dos R$ 10,6 bilhões. E, até maio deste ano, foi registrado crescimento de 153,5%, em relação a dois anos atrás, em todo o País. A alta nos primeiros cinco meses de 2021, em comparação a 2020, foi de 74,4%.
#INOVAÇÃO
Divulgação
Ofner
O resultado confirma com números a hipótese de que as empresas aceleraram o processo de digitalização, principalmente para minimizar os impactos negativos da queda de circulação de pessoas nas lojas físicas. Mario Martins da Costa Jr., diretor-executivo da Ofner, compartilha a experiência da marca, que atravessou, pelo segundo ano, os períodos de Páscoa e Natal em meio à pandemia. “As vendas no digital, tanto pelo e-commerce como pelo WhatsApp, acabaram crescendo 12 vezes em relação aos números anteriores”, conta. Com o avanço da vacinação, os empreendedores estão atentos à retomada do consumo e às mudanças do mercado. Uma forte tendência para o varejo, na visão do diretor-executivo, são os formatos híbridos dos pontos de venda e as adaptações no papel desempenhado pela loja física. “Nós temos um food truck que opera em formato híbrido. Isso nos deu muita flexibilidade. Ele tem vitrine fria, para doces e salgados, e pode ser transformado, no verão principalmente, para acomodar os gelatos. Além disso, em épocas sazonais, tem uma prateleira que vira um verdadeiro showroom.”
“Durante o ano passado, nós recebemos, nas épocas sazonais, um fluxo muito expressivo na loja de fábrica, que chega a atender 3,5 mil pessoas em um dia.”
para cada loja, uma função A dinâmica de lojas de rua, na estratégia da Ofner, é compreendida, nas palavras do diretor, como “um verdadeiro oásis para os bairros mais adensados, onde as pessoas ficam mais em casa”. A rede conta com sete unidades, estrategicamente localizadas em lugares que abranjam todas as quatro regiões da cidade de São Paulo. “Elas têm uma alavanca muito grande da venda por delivery.” Já as lojas de fábrica desempenham uma função especial de venda diversificada e em volumes grandes para retirada no local. “Durante o ano passado, nós recebemos, nas épocas sazonais, um fluxo bastante grande na loja de fábrica, que fica no Largo do Socorro”, descreve. “Ela chega a atender 3,5 mil pessoas em um dia. Imagine a quantidade de transações que acabamos fazendo no caixa. E tem todo um layout específico para que isso ocorra, diferentemente das demais lojas, que seguem o modelo convencional.” Foi pensando em evitar aglomerações nas lojas de shopping centers, e aproveitar a tendência de mais vendas nos períodos de sazonalidade, que a marca decidiu construir um novo centro de distribuição na zona norte de São Paulo, inaugurado em outubro de 2020. “Foi outro tiro certeiro na nossa estratégia”, comemora Costa Jr.
Mario Martins da Costa Jr., diretor-executivo da Ofner: vender onde o cliente está
52 / 53
5àsec
A 5àsec já contava com um investimento multicanal antes da pandemia? Quando assumi a empresa, em 2016, ela era muito offline. Começamos um processo de digitalização da marca no Brasil. E aí criamos site, chatbot, e-commerce e novos modelos de negócio. Conseguimos concluir isso em 2018, tivemos um excelente 2019 e, aí, veio a pandemia. Só não tivemos uma brusca queda no faturamento porque já contávamos com o canal da loja virtual, que obteve crescimento de quase 1.000%. Quando muita gente teve de iniciar uma plataforma digital, já passávamos por um processo de preparação. Isso ajudou a amenizar os impactos no faturamento.
primeiros meses
de quase 1.000% nos
E-commerce teve um crescimento
de 400
unidades
lavanderias do País, com mais
1994 ao Brasil em
5àsec é a maior rede de
Podemos dizer que o consumidor sai mais digital desta experiência? E o que mais muda no comportamento do cliente? Sim, ele sai mais digital. E se abriu uma gama de outros serviços consumidos. Algo que demoraria, talvez, aproximadamente cinco anos para acontecer, e se antecipou. Temos, por exemplo, os nossos lockers, os armários inteligentes. Basta depositar as peças em uma das portas, e nós as recolhemos, processamos e devolvemos no armário para o cliente, que recebe o aviso pelo aplicativo.
Marca francesa chegou
Fábio Roth, CEO da rede de lavanderias 5àsec Sylvia Tezza
5àsec desenvolve novos serviços, cria plataforma de ensino a distância e planeja 50 novas operações para 2022
Rede fortalecida
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Quando a pandemia obrigou o varejo a adaptar seus novos canais de vendas e comunicação com os clientes, o processo de digitalização da 5àsec já estava consolidado. “Só não tivemos uma brusca queda no faturamento porque já contávamos com o canal da loja virtual, que obteve crescimento de quase 1.000%”, conta o CEO da rede de lavanderias, Fábio Roth, ao explicar a estratégia da empresa. Além da criação de um novo site, com atendimento via chatbot e novos modelos de negócio, a rede investiu no desenvolvimento de uma plataforma de ensino a distância para orientar os franqueados sobre como otimizar o funcionamento das lavanderias no período com menor movimento de clientes. Em entrevista, Roth fala dos planos de expansão da companhia.
#INOVAÇÃO
Como as lojas físicas se adaptaram à nova realidade? Todo mundo aprendeu a “cortar mais as unhas”. O que quero dizer com isso? Enxugar custos. Olhar com mais atenção à sua produtividade. Esta foi uma preocupação da franqueadora desde o início. Criamos uma plataforma de ensino a distância para treinar, motivar e prestar consultoria aos franqueados de forma contínua. Ensinamos a eles como devem olhar, agora, para o fluxo de caixa e a questão da produtividade. Temos vários franqueados multilojas. Então, por exemplo, se um deles dispõe de quatro lojas com maquinário e sofre uma queda no faturamento pela diminuição do fluxo, a saída é centralizar a operação em uma ou duas unidades, colocar o olhar mais atento na produtividade, seguindo o processo orientado pela franqueadora, com a programação certa do maquinário, para não ter gastos nem trabalho extra. São novidades que impactaram a relação da empresa com as lojas da rede, certo?! Quando o franqueado fica mais atento ao ciclo operacional, ele descobre que pode ser mais produtivo e eficiente. Isso reduz custos. Por outro lado, a franqueadora ainda estimulou outros formatos de negócio. Temos lojas express, com maquinário diferenciado para o mix específico de peças do dia a dia; já inauguramos duas lojas de autosserviço; e o modelo hub, que é uma espécie de subfranqueado, captando novos clientes no seu território. Quais outros formatos você acredita que vão se destacar no curto prazo? O nosso setor, cada vez mais, será uma central de serviços. A loja deixa de ser apenas uma lavanderia. Já trabalhamos com impermeabilização, revitalização de cores, goma e costura. Implementamos a higienização presencial de itens, como sofás e tapetes, na casa do cliente. A nossa missão é facilitar o dia a dia. Inauguraremos, no mínimo, 50 novas operações em 2022.
Tiago Alves, CEO do IWG, grupo detentor das marcas Regus e Spaces no Brasil Mike Bonfim
Empresas aderem ao trabalho remoto migrando para espaços flexíveis em busca de soluções que conciliem custos vantajosos e boa infraestrutura
Produtividade e conveniência
O trabalho a distância veio para ficar. Esta movimentação, que já era uma tendência antes mesmo do atual cenário, tem sido a estratégia de sobrevivência adotada por empresas brasileiras, afirma Tiago Alves, CEO do International Workspace Group (IWG) no Brasil – líder global no setor de espaços de trabalho flexíveis. Segundo Alves, mobilidade é elemento-chave para se conquistar mais produtividade. “Quanto mais tempo eu me desloco para ir trabalhar, mais horas desperdiço, mais qualidade de vida perco”, opina, ao afirmar que o mercado está tomando decisões de curto prazo muito mais do que antes. Por isso, as empresas estão optando por espaços realmente adequados ao novo cenário do mundo do trabalho.
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Antes de toda esta avalanche que a pandemia causou, já existia uma relação de trabalho flexível crescente no Brasil? As mudanças no panorama do ambiente laboral já vinham acontecendo nos últimos anos. A última crise que o Brasil enfrentou, entre 2014 e 2016, nos períodos pré e pós-impeachment, trouxe a necessidade de os negócios se reinventarem muito rapidamente, seja porque muitos precisavam diminuir espaço, seja porque muitas pessoas perderam o emprego e necessitavam empreender. Além disso, para reter talentos, algumas empresas tiveram de oferecer muito mais do que só uma mesa e cadeira no escritório; mas o capital ficou caro, e, da noite para o dia, não se podia mais investir. Isso fez com que o mercado de escritórios flexíveis crescesse de maneira muito forte. O trabalho hoje é mais híbrido, flexível, as pessoas querem trabalhar de forma que possam passar dois dias em casa e três no escritório, por exemplo. Como esta transformação impacta a produtividade? O bom de tudo isso é que se descobriu que mobilidade é a chave quando entra em pauta a produtividade. Então, quanto mais tempo eu me desloco para ir trabalhar, mais horas desperdiço, mais qualidade de vida (ou produtividade) perco. Agora, nem todo mundo conseguiu, no home office, ter uma boa estrutura em casa. Logo, este novo modelo de trabalho híbrido está muito ligado a ter uma atuação 100% conectada, com todas as suas ferramentas na nuvem, de modo que, mediante um dispositivo, possa trabalhar de qualquer lugar e de qualquer forma.
#INOVAÇÃO
Sobre o perfil das empresas, é possível dizer que já foi superada a ideia de que o coworking está relacionado a companhias só de tecnologia ou só para autônomos? Esse perfil está mais diversificado hoje? Muito mais. Na verdade, acho que a pandemia só reforçou o entendimento de que o coworking serve para todo mundo e trouxe uma superoportunidade para o mercado: dar visibilidade ao quão importante é não desprender capital para montar um negócio próprio. Se você for montar, hoje, um escritório de 500 metros quadrados, investirá de R$ 500 mil a R$ 2 milhões. Se for para um espaço de coworking, pagará uma mensalidade e não vai investir nada. Num momento em que as empresas ficaram com menos recursos, será que realmente voltarei a investir em capital imobilizado? O novo cenário acelerou esta tendência. As vantagens ficaram mais evidentes? Quem estava preso a um contrato de cinco anos, e viu que a multa é superpesada, sabe do que estou falando. Eu vi isso acontecer nas nossas operações. O cliente, em média, alugava com a gente por um ano. Desde o início da pandemia, a média caiu para sete meses. O brasileiro está tomando decisões de curto prazo muito mais do que antes, por isso, empresas gigantescas correm para espaços flexíveis. Em nosso portfólio, 90% são áreas privativas, onde cada empresa tem o seu espaço e controle de acesso. E esta flexibilidade, de poder ter o próprio lugar, crescer e diminuir a qualquer momento, começar pequeno e depois aumentar, virou moeda de ouro.
“O bom de tudo isso é que vimos que a mobilidade é a chave quando entra em pauta a produtividade.”
54 / 55
IWG
Divulgação
De olho nos hábitos
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
de consumo
Adriano Galoro, diretor de Compras da empresa, fala sobre o reposicionamento da rede
A inauguração de lojas em novos formatos e a atenção às mudanças de comportamento do consumidor proporcionaram a sustentabilidade dos negócios da Leroy Merlin
Atender com excelência no meio digital, assim como na loja física, tem sido a meta seguida à risca pela Leroy Merlin. É o que relata o diretor de Compras da empresa, Adriano Galoro. “Lançamos o marketplace antes da pandemia, e isso fez com que tivéssemos menos turbulência no começo das restrições ao comércio. Ainda assim, afirmo que o maior desafio de todas as empresas foi a aceleração da transformação digital. Corrigimos pequenos problemas relacionados ao prazo de entrega e, num primeiro momento, reposicionamos a empresa para tudo o que fosse relacionado à demanda do digital”, conta. Além disso, ao observar com atenção o novo comportamento do cliente, a rede de lojas de materiais de construção conseguiu lidar com os descaminhos da crise e retomar as vendas. O novo hábito de comprar produtos para compor o home office (antes, menos requisitados) resultou na estratégia da rede de investir em diferentes formatos. Foi inaugurada uma loja de bairro, a Leroy Merlin Express, para evitar que o cliente se deslocasse a grandes distâncias, além do L’espace AD, voltado a serviços e soluções em arquitetura e decoração. A unidade express fica no Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. Projeto-piloto, seu foco é no consumidor dos bairros do entorno, visando a oferecer facilidades e comodidades aos moradores. Já o L’espace AD, instalado na zona norte de São Paulo, na região da Lapa, é composto por 29 ambientes inspiracionais e conta com consultores técnicos especializados em móveis planejados, revestimentos e outros serviços. “Também expandimos os canais B2B, porque muitas empresas atualmente compram na nossa rede. Então, criamos um canal mais próximo para atender a este público”, detalha o diretor. experiência sensorial Galoro explica que a relação com o cliente mudou. O distanciamento social tornou as pessoas mais autônomas durante o processo de compra. A principal reestruturação nas lojas físicas, portanto, não foi no layout, mas no sortimento de produtos. Isso ocorreu porque, após a pesquisa no ambiente digital, em muitos casos, as vendas são convertidas para o presencial. “Mesmo oferecendo um prazo de entrega super-rápido e uma experiência digital boa, tem cliente que quer ir à loja. Fazer uma reforma não é como comprar uma geladeira, um televisor ou até o produto do dia a dia. O cliente quer tocar no produto. Trocar um piso ou revestimento, para muitos, vai acontecer uma ou duas vezes na vida, então, eles querem ter esta experiência.” A pesquisa online, entretanto, não dispensa a consulta especializada com o vendedor. Ainda assim, as vendas assistidas também sofreram mudanças. “O cliente está mais em casa e já pesquisou muito, deseja passar menos tempo na loja. Então, ele já vem para o estabelecimento em fase de pré-venda, sabendo o que quer. Antes da pandemia, o cliente passava até quatro horas conosco.”
#INOVAÇÃO
A rede abriu uma loja de bairro, a Leroy Merlin Express, para evitar grandes deslocamentos do cliente, e o L’espace AD, focado em arquitetura e design
56 / 57
Leroy Merlin
Logística 4.0 // Processos mais ágeis reduzem os custos e agilizam o atendimento / DHL Supply Chain Brasil / Siemens Brasil / Via Varejo / Mobly / C&C / Petlove / Multicanalidade // Vantagens da diversificação / Oracle América Latina / Cacau Show / Nutty Bavarian / Havanna Brasil / Sorvetes Rochinha / Inovação // Reinvenção das lojas físicas: mais diálogo com o cliente / Ofner / 5àsec / IWG Brasi / Leroy Merlin / Netshoes / Mastercard Brasil / Tendências de consumo // O imenso universo da digitalização / Souk / ePharma / Banco Original / OLX / Lições da pandemia // Presença digital e análise de dados vieram para ficar / Blue Tree / Renner / Pernambucanas / Google Brasil / Google Customer Solutions / C&A / ESG // Agenda do século 21 / Xerox Brasil / Grupo Dimed / Gupy / Instituto Rede Mulher Empreendedora / Microsoft Brasil / WE Ventures
60 / 61
#TENDÊNCIAS DE CONSUMO
Inovação
Divulgação
Netshoes e Mastercard
Rede foi pioneira no e-commerce de calçados e artigos esportivos no início dos anos 2000
a passos largos
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Em 2020, foi necessário apressar o processo de digitalização dos negócios no comércio eletrônico brasileiro, que passou de 6% de penetração no varejo nacional para 13%, em relação ao ano anterior. A Netshoes e a Mastercard Brasil sentiram o impacto da experiência do consumidor com as novas tecnologias.
Netshoes: DNA transformador
Marcio Kumruian, fundador da Netshoes, conta que a pandemia acelerou o processo de digitalização e promoveu o ingresso de diversos negócios no mercado brasileiro
Os novos hábitos e as necessidades de consumo impactaram até mesmo as empresas do e-commerce, que têm em seu DNA a forte presença da tecnologia e da inovação, ao precisarem se desdobrar para acompanhar as rápidas transformações. A Netshoes, que praticamente desbravou o comércio de produtos esportivos via internet no Brasil, renovou o catálogo de produtos para assistir seus clientes com itens de primeira necessidade, como álcool em gel, materiais de limpeza e máscaras. Tudo isso em meio a uma transição administrativa, após o Magazine Luiza adquirir a empresa por US$ 115 milhões, em 2019. A prioridade elencada pela empresa de Luiza Trajano, no início da pandemia, foi preservar as vidas e os empregos dos colaboradores para, depois, focar esforços no business. Ainda que as limitações operacionais não tenham alterado de maneira profunda os negócios da Netshoes, eram grandes os desafios para atender os consumidores que acessavam o e-commerce brasileiro pela primeira vez. Isso ocorreu porque o comércio eletrônico passou de 6% de penetração no varejo nacional para 13% em apenas um ano. Segundo Marcio Kumruian, fundador e conselheiro da marca, este processo aconteceria naturalmente no Brasil, porém, em uma escala de cinco anos. “O auxílio emergencial foi um fator importante para o setor, não apenas pela ajuda financeira, mas principalmente por acelerar a digitalização das pessoas, que
Ao longo do ano que passou, também houve uma aceleração enfática no uso do pagamento por aproximação, que dispensa o contato com as maquininhas de cartão, nos estabelecimentos comerciais. As transações da modalidade cresceram cerca de três vezes mais do que o mercado projetava para o período, e, no comparativo interanual (entre 2019 e 2020), a expansão foi de até seis vezes, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Apesar de surpreendente, o sucesso do meio de pagamento só foi possível graças ao trabalho de adesão e absorção da tecnologia feito pelas operadoras financeiras, que criam todo um ecossistema seguro e compa-
Mastecard: transações sem contato
tível para atender a esta necessidade. “Caminhamos anos em apenas um. Parece que aconteceu de repente, mas a preparação vem ocorrendo há muito tempo. Houve a aceitação do pessoal que trabalha com as maquininhas para aderir à transação, com os padrões de segurança preestabelecidos”, explica Estanislau Bassols, gerente-geral da Mastercard Brasil. As operadoras financeiras foram fundamentais no processo de digitalização do comércio nacional, primeiro, com a oferta de soluções tecnológicas prontas para o virtual e, depois, com a orientação correta sobre como as lojas poderiam investir na multicanalidade a fim de atender os consumidores em qualquer lugar. A Mastercard Brasil realizou pesquisas de campo, por meio das quais questionou os clientes sobre como pretendiam consumir produtos e serviços no futuro. A resposta apontou para uma experiência híbrida. “Eles têm comprado e complementado o que adquirem nos meios digitais, então, os meios físicos vão continuar relevantes, mas os virtuais ganharam importância durante a pandemia, e isso vai permanecer”, afirma Bassols.
Os pagamentos por aproximação passaram de tendência para sólida realidade. E permanente. Segundo Bassols, continuarão crescendo, e as empresas precisam acompanhar este processo para “criar opções de canais, quando o cliente estiver presente, ou para tornar a sua experiência mais intuitiva, quando estiver no digital”. Para o sucesso do modelo, as empresas devem tomar cuidado com a segurança dos dados dos consumidores, com o objetivo de estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Enquanto o comércio conta com grande riqueza de dados, que auxiliam na melhoria da experiência de compra e geram mais comodidade e assertividade, com atendimentos personalizados, é preciso obter o consentimento do cliente para manuseá-los e investir em segurança cibernética contra vazamentos. “Uma vítima de vazamento de informação pode enfrentar, durante anos, as consequências – por ter sido fraudado ou tido alguma informação muito relevante exposta. Então, o aspecto ético de cuidar do ativo é fundamental”, adverte Bassols.
A Mastercard Brasil realizou pesquisas de campo, por meio das quais questionou os clientes sobre como pretendiam consumir produtos e serviços no futuro. A resposta apontou para uma experiência híbrida
62 / 63
Para Estanislau Bassols, gerente-geral da Mastercard Brasil, os meios físicos vão continuar relevantes, mas os virtuais ganharam importância durante a pandemia, e isso também vai permanecer
tiveram de ter algum meio de comunicação para se cadastrarem no aplicativo do banco. Muitas conseguiram entender um pouco esta dinâmica de como é ter dinheiro digital e realizar uma transação eletrônica.” Todo isso abriu caminhos para o ingresso de diversos negócios no mercado brasileiro, os quais aguardavam apenas a maturação do consumidor, como o segmento de assinaturas. “Isso não é novidade, pois já existem assinaturas de carros, por exemplo, inclusive no Brasil – porém, ainda tímidas. O compartilhamento é uma realidade nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, pois são economias mais saudáveis, evitam o desperdício. A pandemia permitiu implementar estas tendências que já estávamos observando”, detalha Kumruian. Assim como na jornada da Netshoes, que nasceu no início dos anos 2000 e revolucionou o comércio eletrônico no Brasil, o empresário enxergou oportunidade de mercado com a inserção de novos hábitos nos lares brasileiros. A necessidade de se exercitar de forma saudável e segura, no ambiente doméstico, impulsionou o empreendedor a criar a ZiYou, uma plataforma de assinatura de equipamentos de ginástica. “Percebi que todo mundo precisa ter mais saúde e praticar mais exercícios físicos, mas não existia uma opção de assinatura ou algo mais flexível. A ZiYou veio para ser uma solução que permitisse a todos ter flexibilidade e liberdade para praticar exercícios e trocar seus equipamentos à medida que necessite”, diz Kumruian. Lições do presente já anunciam que o varejo online precisa, cada vez mais, integrar os canais sem que o cliente perceba a diferença entre eles. “O cliente, agora, busca algo melhor que o transacional [compra tradicional]. Procura algo aspiracional, que mude sua vida e o patamar de relacionamento que tinha com fornecedor, parceiro, loja ou prestador de serviços.” Divulgação
Netshoes e Mastercard
#TENDÊNCIAS DE CONSUMO
64 / 65
Souk e ePharma
Nova lógica de consumo
#TENDÊNCIAS DE CONSUMO
A presença do e-commerce no dia a dia das pessoas e a rapidez exigida pelo mercado, para trazer soluções ao consumidor, transformaram os setores de alimentação e saúde. A Souk – plataforma que conecta a indústria de alimentos ao varejo – trouxe a novidade da negociação ao formato marketplace, que possibilita mais margem de barganha ao empresário e crescimento nas vendas da indústria. “Compra-se diretamente da indústria, negociando no que chamamos de ‘leilão holandês’, em que o setor estabelece um preço-base, e o varejista propõe o melhor valor, que julga justo pagar”, diz Roberto Angelino Filho, CEO da Souk. No segmento farmacêutico, a oferta de serviços digitais alavancou modalidades até então pouco usuais, como a telemedicina. No mercado desde 2000, a ePharma, uma das principais plataformas de gestão de benefícios de medicamentos do País, acelerou a digitalização dos canais de vendas, além do aumentar a procura por produtos de prevenção de doenças e proteção individual. Eduardo Mangione, CEO da empresa, destaca as mudanças que vieram para ficar.
Marketplace de alimentos, Souk lança leilão; no ramo da saúde, aposta da ePharma é na jornada digital
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Criada em 2018 para ser o elo entre a indústria alimentícia e os varejistas, a Souk se consolidou como um importante marketplace de negociação, em que os empresários têm margem para negociar melhores preços e condições. O formato segue o chamado “sistema de leilão holandês”, que permite à indústria fixar um valor-base para negociar um produto, e os interessados podem barganhar preços menores. Hoje, a plataforma digital já soma 1,5 milhão de lances e cerca de 380 mil pedidos efetivados, com descontos de até 80%. Segundo Roberto Angelino Filho, CEO da Souk, ao longo dos anos, os grandes varejistas foram absorvendo a inovação para melhorar seus negócios e Leilão holandês conseguir preços e serviços mais atrativos, porém, os pequenos ficaram de fora dessa transformação Também conhecido como “antileilão”, é quando o leiloeiro digital. “Nossa ideia é fazer os pequenos participarem deste mercado e terem os mesmos benefícios estabelece um preço máximo inicial, e o valor vai baixando dos grandes. A negociação faz parte do comércio gradualmente até o comprador se e possibilita compras mais vantajosas aos empresáinteressar, ou até que o produto rios e mais vendas às indústrias”, opina. chegue ao preço de reserva – valor A negociação é o grande diferencial da Souk, na mínimo aceitável pelo vendedor comparação com outros marketplaces do segmenpara concretizar a venda. to. Por isso, a plataforma já movimentou mais de
Quais são as perspectivas para 2022? Existem quatro grandes tendências para o setor de saúde: o crescimento contínuo dos canais digitais, focados na omnicanalidade e na eficiência; a demanda crescente do público, com o envelhecimento da população brasileira; o foco mais voltado à prevenção dos serviços e produtos, saindo do sickcare [tratamento de doenças] para o healthcare [manutenção da saúde]; e o empoderamento do paciente, com muito mais transparência e controle dos próprios dados. Neste período, houve aumento na digitalização do setor? O mercado digital da saúde cresceu exponencialmente no período – o que, para o setor, é algo muito expressivo, pois, antes da pandemia, a penetração do segmento era extremamente baixa. No e-commerce das farmácias, as vendas no primeiro semestre de 2020 triplicaram. As vendas virtuais saíram de uma média de 2%, do total das farmácias, para 8%. Os atendimentos domiciliares também cresceram muito no período, além da telemedicina, que hoje já representa cerca de 25% das consultas.
complemento ao tradicional Apesar de inaugurar uma nova forma de fazer negócios online entre fornecedores e varejistas, a Souk não pretende eliminar o modelo tradicional de venda física, com a presença do vendedor. Pelo contrário, de acordo com Angelino, o profissional de vendas é indispensável na introdução de novos produtos ao mercado, para apresentá-los e esclarecer as dúvidas dos clientes. “Por exemplo, um cliente que vende proteína animal, como salsichas, não precisa fazer muito esforço para argumentar sobre as suas mercadorias, porque todo mundo as conhece muito bem. Agora, no caso de um novo produto, como uma salsicha de proteína vegetal, existe a necessidade de argumentação, porque é um produto pouco conhecido, e o vendedor deve exercer o papel mais consultivo”, pontua. Por esta razão, a empresa se posiciona no mercado como uma potencializadora do modelo atual, com mais produtividade e outros benefícios de acessibilidade, que o digital permite.
Como analisa a presença da inovação no ramo farmacêutico? A tecnologia amplia o acesso à saúde? Este mercado está em plena transformação. Acredito muito que a tecnologia tenha a capacidade de democratizar o acesso. Um exemplo claro é a telemedicina, que respondeu por um quarto das consultas durante a pandemia. A tecnologia foi fundamental no processo, pois, além da experiência do cliente, nos ajuda a atender e a entender o público, por meio da riqueza dos dados obtidos.
50 mil toneladas de produtos e pouco mais de 22 mil varejistas nos últimos três anos. O ambiente online, com negociações em tempo real, garante, segundo Angelino, resultados melhores para todos. “Na medida em que não é mais necessário para o varejo ter uma presença física para negociar, tudo fica muito mais ágil. A indústria vende melhor, com mais rentabilidade, e o varejo compra melhor, pois consegue um preço menor, justamente por eliminar as ineficiências decorrentes do fator ‘tempo’. Tudo isso é repassado para o varejo”, afirma o empresário, ao indicar que o marketplace utiliza o que a tecnologia tem de melhor: a resposta imediata.
Qual foi o impacto da pandemia nos hábitos de consumo dos clientes? Logo no início da crise sanitária, houve uma busca por produtos de prevenção e patologias agudas. Assim como por itens de proteção individual. A saúde virou algo prioritário, acelerando o mercado em geral. A partir do segundo semestre de 2020, começamos a ver o crescimento do consumo de produtos de saúde mental, como os antidepressivos. Isso mostra o outro lado da pandemia: a sequela que fica nas pessoas.
30 milhões de beneficiários na rede de atuação
+ de 1,3 mil clínicas e laboratórios conectados
30 mil farmácias cadastradas
Roberto Angelino Filho, CEO da Souk, conta que a possibilidade de barganhar o preço dos produtos alavanca os negócios da indústria e do varejo Divulgação
Souk e ePharma
66 / 67 #TENDÊNCIAS DE CONSUMO
Divulgação
Eduardo Mangione, CEO da ePharma, comenta as mudanças no setor de saúde
68 / 69
Banco Original
Oportunidades
#TENDÊNCIAS DE CONSUMO
Uma dos exemplos que acompanham, de forma sincronizada, todas as transformações que o setor financeiro atravessa, o Banco Original busca ser um agregador das novas tecnologias de pagamentos. O Open Banking, que possibilita o compartilhamento de dados financeiros entre instituições, com o consentimento dos clientes, abre uma janela enorme para o desenvolvimento de serviços diferenciados, principalmente aos consumidores que normalmente não têm acesso a empréstimos nem a outras soluções tradicionais. Com forte presença digital, a marca aproveitou a digitalização dos negócios acelerada durante o lockdown. Atualmente, é um importante termômetro para o mercado enxergar as oportunidades.
sem limites Divulgação
Fábio Lins, superintendente-executivo de Canais, PIX e Open Banking do Banco Original, acredita que as novas tecnologias aumentarão as oportunidades de exportação das pequenas empresas
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
O Banco Original é exemplo de excelência no desenvolvimento de ferramentas para possibilitar esta transformação e abraçar todos os públicos
revolução internacional Desde o início das operações, em outubro de 2020, o PIX acumula recordes de transferências financeiras e vem se tornando uma importante ferramenta de compra e venda. Segundo dados do Banco Central (Bacen), o dispositivo saltou de 27,6 milhões de transações pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), em novembro de 2020 – primeiro mês do PIX –, para 979,8 milhões, em outubro de 2021. mais possibilidades Na opinião de Fábio Lins, superintendente-executivo de Canais, PIX e Open Banking do Banco Original, “a forma de pagamentos chacoalhou todos os produtos bancários tradicionais, como o boleto, o cartão e a antecipação de recebível”, com grande possibilidade de crescer ainda mais nos próximos anos por meio da ampliação do seu alcance. Até o fim de 2022, o Bacen pretende implantar o PIX Internacional, que permitirá a transferência em tempo real de recursos do Brasil para o exterior, além de lançar o Real Digital, moeda virtual brasileira para transações online. Segundo Lins, ao aliar estas duas soluções ao Open Banking, cria-se um novo mercado para as empresas, principalmente para o Microempreendedor Individual (MEI), que, hoje, não tem nenhuma condição de exportar. “A participação na exportação deste segmento de empresas é nula. Estes três grandes produtos irão transformar o mercado.”
mei para o mundo A expectativa é a de que qualquer brasileiro, pessoa física ou MEI, consiga exportar com mais facilidade pelas plataformas digitais internacionais, como já acontece na China. “Estive no país um pouco antes da pandemia. É impressionante o que o Alibaba fez com o AliExpress, possibilitando ao empreendedor individual local e à população, pessoa física, exportar para o mundo”, conta Lins. Para o executivo do Banco Original, o Brasil já tem o caminho todo pavimentado para trazer esta realidade ao seu ambiente de negócios. “O que talvez falte seja um grande agregador, e o Banco Original está analisando esta questão com muito carinho, porque há uma grande oportunidade neste sentido.”
70 / 71
Comprar e vender produtos usados é uma prática que tende a ganhar força na rotina do brasileiro. É o que mostra a pesquisa Brasil Digital: Itens Parados em Casa, realizada pela OLX, empresa global de comércio eletrônico, entre setembro e outubro de 2020. Ao todo, 63% das pessoas entrevistadas disseram ter itens a serem “desapegados” dentro do lar, mas apenas um terço delas recorre às plataformas digitais para vendê-los, ou seja, existe um forte potencial a ser explorado nesta modalidade de comercialização. Flávio Passos, vice-presidente de Autos e Comercial da OLX, esmiúça como estes números assinalam uma mudança de comportamento no consumo local. “A digitalização é um processo irreversível e bom, na medida em que permite a compradores e vendedores continuarem se encontrando de uma forma muito mais fácil, intuitiva e segura.”
A pandemia tornou as pessoas menos tolerantes com a velocidade das entregas? Boa parte da jornada de compra offline migrou para a online e aumentou o nível de exigência do consumidor. Hoje, o cliente não quer mais esperar para receber a comida, para acessar o transporte de aplicativos, nem para comprar o carro. Ele manda a proposta por meio de várias plataformas digitais, informando que quer comprar aquele item, e cabe ao lojista perceber que existe uma demanda legítima e proporcionar um bom atendimento de captura deste interessado. Quais são as tendências no mercado digital para os próximos anos? A digitalização vai se tornar ainda mais forte. Ainda existem oportunidades. Conforme observamos nos números, 63% dos brasileiros precisam de produtos ou têm itens a serem “desapegados” – com tíquete médio em torno de R$ 4,7 mil – geralmente dispensáveis,
realizadas em menos de 24h
25% das vendas são
todos os dias
500 mil anúncios
Presente em 45 países
Houve mudança no perfil do produto e no tíquete médio da OLX durante a pandemia? Temos um tíquete médio, hoje, de R$ 550, e as principais categorias são as correlatas ao mesmo comportamento que os consumidores tinham no offline. Os itens seminovos mais adquiridos pelo e-commerce nacional são celulares (28%); roupas, calçados e materiais esportivos (27%); equipamentos eletrônicos (22%); eletrodomésticos (17%); e móveis (15%). Estas aquisições foram motivadas pelo aumento da permanência no lar. Quando passamos mais tempo dentro de casa, percebemos que condições mais ergonômicas para trabalhar são necessárias. Isso nos faz buscar outro computador, outro teclado, outra poltrona ou uma webcam melhor. Com muita gente em casa ao mesmo tempo, talvez você precise de um móvel novo para acomodar o filho no estudo remoto.
de usuários únicos por mês
Flávio Passos, vice-presidente de Autos e Comercial da OLX, prevê o crescimento do consumo de produtos seminovos Divulgação
Aquecida pelo aumento da permanência das pessoas dentro de casa, venda de produtos usados movimenta o mercado digital
O potencial dos seminovos
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
#TENDÊNCIAS DE CONSUMO
600 milhões
OLX
como móvel, celular ou prancha de surfe. Somente um terço destas pessoas já recorreu às plataformas digitais para exercer esse desapego, seja por não conhecerem a plataforma, seja por não saberem precificar aquele item. Então, se 60% têm potencial de desapegar, mas só um terço o fez, estes 40% são uma oportunidade. Como a digitalização é irreversível, cada vez mais plataformas digitais terão novos usuários e vendedores negociando mais coisas. Tudo o que migrou do offline para o online dificilmente voltará aos níveis originais. E quais são as tendências para o setor de automóveis, um nicho forte da OLX? No caso de veículos, a digitalização aconteceu de forma bastante forçada, pois se o setor não tivesse se digitalizado, estaria fora da indústria. Isso vale para outros negócios, que não buscaram se associar a cadeias de entrega – e não estão mais aí. Da mesma forma, muitas das concessionárias ou lojas multimarcas que não se associaram a plataformas, como a OLX, não puderam manter as lojas virtuais funcionando quando a física estava fechada.
#INOVAÇÃO
Logística 4.0 // Processos mais ágeis reduzem os custos e agilizam o atendimento / DHL Supply Chain Brasil / Siemens Brasil / Via Varejo / Mobly / C&C / Petlove / Multicanalidade // Vantagens da diversificação / Oracle América Latina / Cacau Show / Nutty Bavarian / Havanna Brasil / Sorvetes Rochinha / Inovação // Reinvenção das lojas físicas: mais diálogo com o cliente / Ofner / 5àsec / IWG Brasi / Leroy Merlin / Netshoes / Mastercard Brasil /Tendências de consumo // O imenso universo da digitalização / Souk / ePharma / Banco Original / OLX / Lições da pandemia // Presença digital e análise de dados vieram para ficar / Blue Tree / Renner / Pernambucanas / Google Brasil / Google Customer Solutions / C&A / ESG // Agenda do século 21 / Xerox Brasil / Grupo Dimed / Gupy / Instituto Rede Mulher Empreendedora / Microsoft Brasil / WE Ventures
74 / 75
Divulgação
Blue Tree
e foco
humano
Olhar
Para Chieko Aoki, fundadora e presidente da rede de hotéis Blue Tree, o turismo de entretenimento deve impulsionar a retomada das grandes cidades
#LIÇÕES DA PANDEMIA
impactos no setor de turismo “Corremos riscos naturais o tempo todo, que são totalmente imprevisíveis, como a covid-19. Contudo, podemos prevenir os riscos de gestão, que estão sob nosso controle”, recomenda Chieko Aoki, fundadora e presidente da rede. Na visão dela, o Brasil, por ser um país cujo ambiente de negócios é repleto de dificuldades, requer da classe empresarial bons conhecimentos em gestão de risco. Chieko conta que a estratégia da rede hoteleira foi priorizar a segurança das pessoas e, em paralelo, atentar ao fluxo financeiro do negócio. inovação “Somos muito focados em tecnologia, já tínhamos o check-in por reconhecimento facial antes da pandemia, embora os clientes estivessem muito receosos”, conta Chieko, ao relatar o investimento em soluções para facilitar a prestação de serviços aos hóspedes. “Hoje, felizmente, com tantas startups, estas ferramentas ficaram mais acessíveis.”
na gestão
Implantação de protocolos de higiene e gestão de fluxo de caixa foram prioridades da rede hoteleira
Apartamentos para home office e estrutura de eventos virtuais são algumas das iniciativas da rede de hotéis Blue Tree para lidar com os impactos da pandemia Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
trabalho e eventos Para diversificar as atividades, a Blue Tree abriu novas frentes de negócios. Elaborado para quem busca um local seguro para trabalhar, foi lançado o My Space, serviço com ambientação adequada dos apartamentos: bancada, cadeiras, iluminação e conexão com a internet. Os eventos também entraram no radar da rede. O hotel se reestruturou para promover eventos online e híbridos, seguindo as medidas de prevenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). É oferecida estrutura de ponta, com equipamentos digitais, servidores de streaming e equipe de profissionais especializados. tendências Ao falar de perspectivas para o futuro, Chieko cita o escritor americano John Naisbitt (19292021), autor do best-seller Megatrends. “Segundo ele, duas coisas vão crescer no mundo: turismo e entretenimento. Este último é formado por uma série de atividades que agregam algo aos lados espiritual e emocional das pessoas, o que elas têm buscado cada vez mais.” Na visão da empresária, a retomada das grandes metrópoles se dará pela vias recreativas. E acrescenta uma novidade para os destinos de lazer, que tendem a ficar mais movimentados: “O destino é de lazer, mas o hotel não precisa sê-lo, porque as pessoas querem o destino e um local para ficar”.
76 / 77
Divulgação
Renner
Renner inaugura loja projetada com materiais e produtos sustentáveis, com experiências digital e interativa
Loja circular: futuro do varejo O caminho para o varejo do futuro passa pelo modelo denominado “loja circular”. Nas Lojas Renner, a tendência já é uma realidade. A companhia inaugurou, em outubro de 2021, no Rio de Janeiro, a primeira unidade do Brasil. “O novo espaço vai potencializar a experiência do consumidor com iniciativas inovadoras e mais sustentáveis, pilares que norteiam o desenvolvimento do nosso negócio”, conta a diretora de Operações, Fabiana Taccola.
#LIÇÕES DA PANDEMIA
A loja foi desenhada sob premissas de circularidade, por meio da redução de consumo de matérias-primas, para diminuir ao máximo o seu impacto ambiental. Só em aço estrutural, a Renner deixou de usar 8,5 toneladas. Foram priorizados materiais reciclados e recicláveis. A meta de reaproveitar 75% dos resíduos gerados na obra foi superada, já que 97% não foram destinados a aterros – grande parte foi reciclada e serviu de insumo em outra cadeia produtiva. O abastecimento se dá por energia renovável e de baixo impacto, originada de fonte eólica. Também é mais eficiente no uso de energia. A emissão de CO2 equivalente evitada na construção e na operação da loja, em um cenário de 20 anos, corresponde à restauração de uma área de 1,5 hectare de Mata Atlântica. É como se a Renner plantasse 3 mil árvores no Parque Nacional da Tijuca e as mantivesse por duas décadas. Com isso, o espaço deve reduzir em 24% o seu potencial de aquecimento global. Já o consumo de água será 56% menor em comparação a empreendimentos com padrões tradicionais. Isso vai gerar uma economia de mais de 420 mil litros ao ano, o equivalente ao consumo de sete pessoas no mesmo período. Para conscientizar sobre sustentabilidade, haverá painéis de LED e placas explicativas distribuídas pelo local, com códigos QR que guiarão os clientes dentro do universo de moda responsável da marca. Na loja, os consumidores também podem saber mais sobre as matérias-primas das peças, os processos produtivos e a história das coleções.
“O novo espaço vai potencializar a experiência do consumidor com iniciativas inovadoras e mais sustentáveis.”
selo re No Espaço Re, há uma seleção de peças exclusivas do Selo Re, que, desde 2017, já comercializou cerca de 200 milhões de itens confeccionados com algodão e viscose responsáveis, fio reciclado e poliamida biodegradável, além de utilizar processos produtivos com menos água. Outra novidade é o coletor Ecoestilo, serviço de logística reversa pós-consumo da Renner que dá destinação correta a embalagens e frascos de itens de perfumaria, beleza e peças de roupa em desuso. Com dez anos de existência, a iniciativa já coletou 155 toneladas de itens descartados pelos clientes.
Fabiana Taccola, diretora de Operações da Renner
omnichannel O cliente que circular pelo local contará com vários canais para acessar produtos e serviços, como os totens, que dão acesso ao catálogo digital completo da marca. A ideia é elevar a autonomia na compra. Para isso, a rede aumentou em 60% os caixas de autoatendimento, além dos dispositivos de venda móvel, operados por colaboradores para finalizar a venda em qualquer ponto da loja.
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
78 / 79
Pernambucanas
Para Sergio Borriello, CEO da Pernambucanas, o engajamento dos colaboradores foi essencial no processo de adaptação das mais de 390 lojas
A estratégia da Pernambucanas é clara: manter amplo sortimento de produtos, forte digitalização, capilaridade nos pontos de atendimento e constante monitoramento do comportamento do consumidor. Confira, a seguir, as recentes novidades da empresa.
plataforma b2b Durante a pandemia, a empresa começou a refletir sobre como ampliar as vendas, dependendo menos dos estabelecimentos fechados. Nesta ação, priorizou compras de pequenos e médios empresários.
Divulgação
Expansão
“Na linha de frente, estavam os clientes que precisavam de ajuda, prazo e atenção. Esse foi outro grande aprendizado”, diz Borriello
#LIÇÕES DA PANDEMIA
com tecnologia e variedade Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
efeitos da pandemia O sistema de cartão de crédito próprio da Pernambucanas era pago nos estabelecimentos, sendo um ponto de contato frequente e recorrente com o cliente. Com o fechamento, a loja que poderia ficar aberta era a do e-commerce. Todo o estoque disponível foi levado para lá. A empresa firmou parcerias com os principais marketplaces, contatou os sistemas de busca da internet e reformulou os meios de pagamentos. loja-conceito A Pernambucanas criou uma loja-laboratório para entender se determinada tecnologia poderia ganhar escala na empresa inteira. Isso tem ajudado a acelerar a estratégia “phigital”, que mistura as ferramentas digitais dentro da loja física. Como a rede é muito diversa, tendo desde estabelecimentos de 200 metros quadrados, com três departamentos (vestuário, cama mesa e banho, e eletroeletrônicos leves), até lojas com 3 mil metros quadrados, a rede optou pelo conceito de ‘estante estendida’, em que o cliente pode comprar online em todas as lojas, com frete grátis e sistema “clique e retire”.
inclusão financeira A bancarização avançou muito nos últimos anos, mas há ainda cerca de 60 milhões de pessoas no Brasil sem acesso pleno aos serviços bancários. De olho nisso, a Pernambucanas lançou uma conta digital, em 2019. A estratégia permitiu atrair mais clientes e medidas como portabilidade de salário, capitaliação e cashback. Assim, o consumidor compra e ganha dinheiro na conta digital, podendo sacar para pagar despesas diversas. Atualmente, mais de 5 milhões de CPFs estão na base da conta digital Pernambucanas.
Serviços ampliados ao consumidor fortaleceram a marca da Pernambucanas
80 / 81
Google e C&A
Caiu na
Se, antes, os consumidores frequentavam lojas, hoje, contam com novas formas de atendimento, criadas durante a pandemia e mantidas. Entretanto, como fazer a empresa aparecer em buscas e conquistar novos clientes no disputado ambiente online? Desde que as regras de isolamento impactaram o funcionamento do comércio, um aspecto fundamental passou a influenciar o desempenho das empresas: a falta de registro na internet faz um negócio deixar de ser visto e, com isso – dependendo do ramo de atuação –, ser menos requisitado.
rede, Preocupadas em conquistar novos consumidores, empresas implementam ações para garantir boa imagem e experiência de compra na internet
Divulgação
é venda
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
#LIÇÕES DA PANDEMIA
O diretor do Google Customer Solutions (GCS) para o Brasil, Rodrigo Rodrigues, explica a importância do online para a sobrevivência empresarial. “As pessoas passaram a demandar mais pesquisando pelo celular, e muitas empresas perceberam que, ao não aparecerem na busca por algum serviço ou produto na região onde conseguem atender, é como se elas não existissem. Até os clientes que já eram fiéis (e frequentavam a loja) queriam saber se ela estava funcionando, como fazer para entrar em contato por telefone ou algum outro canal, em quais horários abria etc.”, diz. Segundo ele, em 2021, as empresas focaram não só em capturar vendas, como também em conquistar novos consumidores. Apesar do interesse, Rodrigues comenta que parte delas estava despreparada para atender a esta nova demanda. O motivo: problemas simples, como falta de estoque ou estoque mal gerenciado. Estes desafios afligem principalmente as pequenas empresas. Essas e outras questões, contudo, podem ser resolvidas com a ajuda de ferramentas de gestão de produtos, indicando os de maior e menor procuras. Assim, o empreendedor pode se antecipar à renovação do estoque e manter um sistema de entrega eficiente. “Acredito que ter dados de forma simplificada talvez seja a grande novidade, uma vez que as próprias ferramentas dão dicas de como eles podem ser usados. Muitos negócios ainda não perceberam isso”, afirma Rodrigues. desafio dos pequenos e médios O Brasil, lembra o diretor do GCS, já era um dos maiores mercados usurários de internet antes de 2020 – com 78,3% de brasileiros conectados, o País ocupava a quinta posição no ranking de nações com maior população online –, mas foi a partir daí que houve um salto. Rodrigues conta que, de lá para cá, o e-commerce cresceu o equivalente a dez anos, o que impactou diretamente as empresas grandes, médias e pequenas de todos os segmentos. Em um ano, os empreendedores se viram obrigados a se adaptarem ao mundo digital, passando a ser uma prioridade, em especial para os peque-
82 / 83
“Ter dados de forma simplificada é a grande novidade que as empresas ainda não perceberam.” Rodrigo Rodrigues, diretor do Google Customer Solutions para o Brasil
ferramentas humanizadas No universo das grandes empresas, o avanço da tecnologia já permite o uso de Inteligência Artificial (IA). No e-commerce da C&A Brasil, a assistência virtual permitiu o aumento das vendas. A receita líquida da operação do comércio eletrônico, no terceiro trimestre de 2021, foi de R$ 194 milhões, crescimento de 11,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram as mudanças na rotina e no comportamento do cliente que fizeram a rede de moda pensar em novas formas de atendimento. A princípio, a varejista foi “empurrada” pelo consumidor, porque ele se digitalizou, e tudo o que a marca havia criado de infraestrutura de serviços digitais foi desafiado ao limite. Entretanto, nada foi desenvolvido aleatoriamente. Assim, surgiu a ideia de investimento em marketplace, omnichannel e IA, entre outras ações. A estratégia da gigante da moda buscou humanizar a navegação do cliente no site e pelo aplicativo. A ideia era criar um serviço de personal stylist, só que digital, usando a IA. Então, firmou-se uma parceria com uma startup do mundo de assistentes virtuais com foco em recomendação de produtos. A empresa relata que a IA não foi um negócio tão difícil de se implementar; e a tecnologia avançou muito em comparação aos últimos três anos. Outras iniciativas que renderam bons frutos são os canais da plataforma Minha C&A. Trata-se de um projeto de construção de lojas online para vendedores autônomos. Há, ainda, o Clique & Retire, que permite a compra online e a retirada do pedido na loja; e o uso de WhatsApp nas vendas, ativas ou passivas. Na prática, o aplicativo é a C&A no bolso de cada cliente, mas existe uma estratégia de relacionamento construída com cada consumidor.
A C&A Brasil conta com investimento de longa data em soluções logísticas inéditas, na América Latina, para o varejo de moda. Nos últimos anos, foram aplicados R$ 141,6 milhões na concentração dos recursos em transformação digital. Em setembro de 2021, o Minha C&A chegou a somar quase 13 mil lojas cadastradas. Já as vendas por WhatsApp, atualmente presentes em 100% das lojas, ganharam relevância na participação virtual: hoje, metade é feita por este meio. A agilidade do processo de entrega é garantida pelo sistema Ship From Store (SFS), expandido desde a pandemia, que transforma as lojas físicas em centros de distribuição e envia diretamente produtos comprados pelo e-commerce aos clientes.
Divulgação
#LIÇÕES DA PANDEMIA
Rapidez e capilaridade
nos negócios e comércios que, antes, mal tinham um site. Com isso, surgiu também uma oportunidade para que os pequenos empreendedores locais conquistassem os próprios espaços. O consumidor, diz o especialista, passou a priorizar compras em mercados, padarias e farmácias de bairro. No entanto, isso trouxe a eles [comerciantes] mais demandas e exigências, não só em se colocarem digitalmente, mas também em melhorar os atendimentos, oferecer estoque suficiente, criar serviços de entregas, entre outras tarefas. Estes desafios podem ser resolvidos de maneira fácil e rápida com a ajuda das ferramentas digitais”, afirma Rodrigues. Atualmente, 80% das empresas no Brasil já têm alguma presença digital; antes da pandemia, apenas 45% estavam online. Além disso, aponta Rodrigues, essas empresas precisaram aprimorar os serviços: muitas encorparam os estoques, outras contrataram serviços de entrega e melhoraram a forma de comunicação online com o cliente.
Google e C&A
C&A: metade das vendas digitais da marca é feita por WhatsApp
#INOVAÇÃO
Logística 4.0 // Processos mais ágeis reduzem os custos e agilizam o atendimento / DHL Supply Chain Brasil / Siemens Brasil / Via Varejo / Mobly / C&C / Petlove / Multicanalidade // Vantagens da diversificação / Oracle América Latina / Cacau Show / Nutty Bavarian / Havanna Brasil / Sorvetes Rochinha / Inovação // Reinvenção das lojas físicas: mais diálogo com o cliente / Ofner / 5àsec / IWG Brasi / Leroy Merlin / Netshoes / Mastercard Brasil / Tendências de consumo // O imenso universo da digitalização / Souk / ePharma / Banco Original / OLX / Lições da pandemia // Presença digital e análise de dados vieram para ficar / Blue Tree / Renner / Pernambucanas / Google Brasil / Google Customer Solutions / C&A / ESG // Agenda do século 21 / Xerox Brasil / Grupo Dimed / Gupy / Instituto Rede Mulher Empreendedora / Microsoft Brasil / WE Ventures
Quais ações de sustentabilidade a Xerox está conduzindo? Historicamente, sustentabilidade e ESG sempre foram uma preocupação da empresa, desde nossos processos industriais. Desta forma, todos os nossos produtos seguem a Energy Star [padrão internacional para o consumo eficiente de energia], e decidimos antecipar em dez anos o objetivo de zerar as emissões. Anunciamos o ano de 2040 como limite para alcançar a meta. Além disso, toda a parte de envio de equipamentos e suprimentos retornáveis para aterros sanitários passou a ser evitada em 98%, de forma global. Expandimos a remuneração de executivos para incluir fatores ambientais, sociais e de governança. Hoje, isso faz parte da política de remuneração da Xerox.
lista da Fortune 500
160 países
415ª colocada na Presente em
Quais são as tendências que a empresa tem posto em prática? Um conceito que temos como mantra é a necessidade de transformar equipamentos funcionais e departamentais, que ficam no corredor das empresas, em assistentes de trabalho, para que não se tornem dispositivos de saída que ficam esquecidos. Devem fazer parte do dia a dia das pessoas. Assim como um funcionário desempenha uma série de atividades, estes equipamentos também têm esta missão. Para isso, desenvolvemos nos nossos aparelhos o chamado App Gallery, no qual, assim como nos celulares ou tablets, você baixa aplicativos da Xerox ou de terceiros, que ficam instalados e disponíveis no equipamento. É possível, por exemplo, utilizar um app para digitalizar um documento em alemão e traduzi-lo para mais de 50 idiomas. A ferramenta não gera apenas um documento traduzido, uma imagem estática, mas fornece um arquivo PDF editável. Também temos outros que convertem texto em áudio, muito importantes para alguns segmentos de negócios, inclusive para pessoas com deficiências visuais. Ainda nesta questão do hardware presente no dia a dia das empresas, temos a impressão 3D e a opção com metal líquido, para a produção de componentes industriais.
ativas para inovação
Com o esvaziamento dos escritórios, as impressões em papel vêm diminuindo de forma exponencial. Somente em abril de 2020, a Xerox Brasil teve uma queda de 70% nas vendas de impressoras para este segmento. Com o objetivo de contornar a baixa, a empresa norte-americana passou a desenvolver soluções para melhorar o fluxo de trabalho no ambiente corporativo. Ricardo Karbage, presidente da companhia no País, detalha a elaboração de aparelhos inovadores, dando como exemplo as máquinas que traduzem documentos. “O equipamento deve ser um assistente de trabalho, e não um dispositivo esquecido”, afirma o executivo.
Ricardo Karbage, presidente da Xerox Brasil Divulgação
Alinhada com as novas demandas do mercado, a Xerox está transformando as impressoras em assistentes de trabalho cada vez mais inteligentes
Sustentabilidade é a melhor impressão
Como a Xerox tem absorvido as novas demandas do mercado? Temos soluções para melhorar o fluxo laborial dos nossos clientes, com a otimização de todos os processos, a fim de facilitar o trabalho do dia a dia e, principalmente, gerar valor, tanto para redução de custos quanto para oportunidades de novos negócios. Muitos segmentos foram acelerados na pandemia, como o de seguros. Nesta área, oferecemos soluções de automação de back office, de entrada de sinistros ou de novos clientes – seja via contrato, seja via outro documento qualquer –, sempre agregadas a muitos dados. A complexidade está em transformar aquele dado estático em algo útil, ou seja, para que você possa extrair as informações daquele documento. O desafio é conseguir criar um sistema que identifique, de forma inteligente, que, em alguns campos, existem dados, e não apenas uma imagem. Assim, você elimina várias etapas do fluxo de trabalho e, principalmente, interações manuais.
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
#INOVAÇÃO #ESG
+ de 8.500 patentes
86 / 87
Xerox
88 / 89
Dimed
Descarte
Divulgação
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
responsável Grupo Dimed desponta na Logística Reversa de medicamentos com programa que evita a contaminação do meio ambiente pelos remédios vencidos ou em desuso
Antônio Napp, diretor financeiro e de Relações com Investidores do Grupo Dimed, projeta a expansão da iniciativa de preservação ambiental
#ESG
O interesse da cadeia farmacêutica pela Logística Reversa (LR) de medicamentos tem crescido fortemente. A tendência enfatiza ainda a importância do Decreto 10.388/2020, que regulamenta a LR de medicamentos e estabelece fases que devem ser cumpridas pelas empresas. O decreto, lançado em 2020 e em vigor desde setembro do mesmo ano, foi escrito com a participação voluntária dos três elos – varejo, atacado e indústria farmacêutica – e dá um prazo para a implantação de um sistema nacional com metas de até cinco anos.
O Grupo Dimed se antecipou no cumprimento destas obrigações e desenvolveu o programa Destino Certo, para evitar a contaminação do meio ambiente pelos medicamentos vencidos ou em desuso. “Só em 2020, recolhemos mais de 20 toneladas de medicamentos vencidos. Em 2021, coletamos 22 toneladas. Além disso, estamos fazendo adaptações para atender com mais excelência às exigências que constam no decreto”, diz Antônio Napp, diretor financeiro e de Relações com Investidores da empresa. Analgésicos e anti-inflamatórios são fármacos utilizados para equilibrar a saúde, mas quando as últimas cápsulas não são consumidas ou estão vencidas, muitas vezes vão parar no lixo comum. Itens como estes são compostos por substâncias químicas, e o descarte impróprio oferece risco à saúde e contamina o solo e a água. De acordo com o decreto, o varejo ficou responsável pela instalação dos coletores, pela capacitação dos seus técnicos a respeito do assunto e pelo preenchimento de todos os dados necessários para gerar documentos de transportes. Assim, o atacado pode fazer a coleta. É quando entra em ação o trabalho da Dimed. A rede tem, atualmente, mais de 500 lojas, das quais 249 delas contam com estações de coleta e sistema de autoatendimento, garantindo o acondicionamento correto dos itens até o seu destino. “A projeção é de que 420 lojas integrem a iniciativa em 2022”, afirma Napp. O projeto, em operação desde 2010, vem se adaptando aos ajustes da lei, que, agora, exige mais controle e cuidado para o descarte dos resíduos. Napp conta que a estratégia de coleta começa pela distribuição de um coletor nas lojas em que atua, para cada 10 mil habitantes. Por trás da logística, existe um processo minucioso que precisa ser seguido à risca. “[Com a LR em funcionamento], o remédio volta para o centro de distribuição e é direcionado aos lugares adequados de descarte”, reforça o diretor. Outra preocupação é o rastreamento. Além do consumidor, a Dimed se preocupa com o engajamento dos parceiros: “Existe, na cadeia, uma série de medicamentos que acabam vencendo dentro das lojas ou dos centros de distribuição. Em alguns casos, estes resíduos voltam para o fornecedor; em outros, são descartados por nós mesmos”.
“Só em 2020, recolhemos mais de 20 toneladas de medicamentos vencidos. Em 2021, coletamos 22 toneladas.”
90 / 91
Gupy
identificar talentos Seleção de candidatos via IA estimula a pluralidade ao não analisar gênero, idade ou outras características que podem influenciar a escolha. A Gupy oferece soluções ágeis para auxiliar empresas em processos de admissão
Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy, comenta as formas que permitem uma escolha mais assertiva de candidatos
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
A tecnologia pode ser muito útil na hora de evitar erros comuns na seleção de profissionais, como a contratação pelos pré-requisitos e a demissão pela falta de aderência cultural. Segundo a experiência de Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy, empresa especializada em softwares de recrutamento, estas ferramentas ainda permitem uma seleção mais ágil e imparcial. “O Brasil tem o maior turnover [não retenção de talentos] do mundo. Precisamos fazer entrevistas mais estruturadas e baseadas na cultura”, explica Mariana. “As empresas que têm mais sucesso durante o processo são as que se preocupam com a experiência dos candidatos.” Este novo modelo também favorece a diversidade ao desconsiderar gênero e idade. “Por mais que analisemos mais de 200 características entre empresa, posição e candidato, precisamos ter cuidado, porque, se a Inteligência Artificial não for bem construída, o algoritmo prejudica o quesito ‘justiça’. Por exemplo, nos últimos anos, desenvolvemos algumas técnicas para não ler se a pessoa é homem ou mulher.” Criada em 2015, a Gupy foi a pioneira no Brasil em construir uma Inteligência Artificial (IA) voltada ao processo seletivo de pessoas para ocupação de cargos profisisonais, possibilitando a criação de um banco de dados estruturado e plural. “Conseguimos garantir à empresa que, ao contratar alguém, o escolhido tenha 80% de chance de estar entre os dez primeiros”, afirma a CEO. A empresa, que já recebeu aportes de cerca de R$ 40 milhões em investimentos e tem como cliente uma grande rede varejista, auxilia no recrutamento tanto para vagas operacionais como para postos de diretoria. Em 2021, a iniciativa teve um aumento de 120% em sua receita, em comparação a 2020, dos quais 20% deste crescimento foram só na base de clientes. Mariana defende, no entanto, que a tecnologia nunca vai substituir a entrevista pessoal: “Uma vez que a IA, e toda esta automação, já avaliou perfil, pré-requisitos e o que esperar da vaga, a entrevista serve para encantar o candidato, dando um ar mais subjetivo e a possibilidade de conhecer com quem vou trabalhar”. Segundo ela, para além da IA, é necessário que as empresas entendam os seus valores e sua cultura, a fim de escolher a pessoa certa. Desta forma, as entrevistas serão bem mais assertivas, revelando os gargalos do processo seletivo e os pontos que precisam de atenção após a finalização. transparência e experiência do candidato Outro ponto importante ressaltado pela CEO é que a empresa dê satisfação aos seus gestores, ao RH e ao candidato. “A gente esquece que 99,9% não passam na vaga, e estas pessoas podem ser promotoras ou detratoras do seu processo, da sua empresa e da sua marca”, diz ela, favorável à transparência. “Várias companhias estão atrás de talentos. O grande erro é não fazer um processo muito enxuto, automatizado e com uma experiência bacana para, daqui a seis meses, não ter de se preocupar em conseguir reter e ter as melhores pessoas no seu time.”
“As empresas que têm mais sucesso durante o processo são as que se preocupam com a experiência dos candidatos.”
Divulgação
Como
#ESG
92 / 93
#ESG
Aponte a câmera do celular para acessar mais conteúdos
Microsoft: por mais mulheres na tecnologia
Com apoio da Microsoft e do Google, programas impulsionam a liderança feminina nas empresas
é delas
As mulheres ainda são minoria na linha de frente das empresas brasileiras. Segundo dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2020, dos cerca de 25 milhões de donos de negócios no País, aproximadamente 8,6 milhões (33,6%) eram mulheres, enquanto 17 milhões (66,4%), homens. A participação feminina chegou a ser maior – 34,5% em 2019 –, mas fatores como a pandemia contribuíram para retirar 1,3 milhão de empresárias do mercado. E se os números totais mostram que elas ainda têm muito espaço a conquistar, quando o recorte envolve as startups, empresas tradicionalmente ligadas a tecnologia e inovação, esta desigualdade é ainda mais evidente: apenas 4,7% delas são fundadas exclusivamente por mulheres. Esta disparidade foi uma das principais motivações para o surgimento do programa Women Entrepreneurship (WE), ou Empreendedorismo Feminino, lançado em novembro de 2019 pela Microsoft.
O negócio
Divulgação
Empreendedorismo feminino
Com conteúdo qualificado e aceleração de negócios focada nas mulheres, o IRME faz a ponte entre empreendedoras e grandes empresas
CONEXÃO E DESENVOLVIMENTO O Women Entrepreneurship (WE) pretende estimular o empreendedorismo feminino no Brasil e oferecer mentorias, consultorias e aporte financeiro para o desenvolvimento das startups. A primeira grande iniciativa do WE partiu da Microsoft Participações, que, em parceria com o Sebrae Nacional e a M8 Partners – e em associação com a Bertha Capital –, estruturou o fundo WE Ventures para viabilizar os aportes às empresas. O foco dos investimentos são startups de tecnologia com faturamento mínimo anual de R$ 200 mil, lideradas por uma equipe que conte com pelo menos 20% de participação feminina e uma ou mais mulheres em cargo de liderança. E mesmo já apresentando algum amadurecimento, o caminho a percorrer é longo e envolve a travessia do chamado “Vale da Morte”, quando são necessários novos investimentos e o ponto de equilíbrio ainda não foi alcançado. O vice-presidente de Inovação, Transformação e Novos Negócios da Microsoft Brasil, Franklin Luzes, explica que este é um dos grandes motivos para a alta mortalidade das startups nacionais: “No Brasil, 70% das startups não chegam a cinco anos, então, nós procuramos aquela empresa que foi acelerada, mas ainda não alcançou a série A. Estamos falando de investimentos que giram em torno de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões.” Até o momento, mais de 1,2 mil empresas participaram das chamadas públicas, em busca não apenas do aporte, mas também de programas de capacitação técnica, qualificação tecnológica, mentoria e networking. “O programa também envolve o acesso à clientela com a ajuda de empresas-âncora, além de investidores que conheçam os segmentos e ajudem a validar e escalar o produto com velocidade, dentro e fora do Brasil”, destaca o executivo.
Marcella Ceva, head do We Ventures, fundo investidor em startups que tenham ao menos uma mulher entre os sócios Rubens Chiri
94 / 95
GOOGLE.ORG Desde 2018, o Google.org é um dos parceiros da rede, com investimentos na ordem de R$ 7,5 milhões. “As mulheres têm um potencial social multiplicador e geram um impacto econômico muito grande nas comunidades”, explica Susana Ayarza, diretora de Marketing do Google Brasil. Além do Potência Feminina, as duas instituições conduzem o programa Ela Pode, que já capacitou mais de 135 mil mulheres, e o Cresça com o Google, voltado ao treinamento online de empreendedores – homens ou mulheres –e que já reuniu 1,6 milhão de pessoas. Em 2021, a empresa anunciou uma versão exclusiva do Cresça com o Google para o público feminino, com módulos focados em carreira, empreendedorismo, tecnologia e retorno ao mercado de trabalho.
AÇÃO DISRUPTIVA “O Brasil tem cerca de 25% de mulheres em carreira STEM (relacionadas a ciência, tecnologia, engenharia e matemática), o que faz as pessoas imaginarem que nosso público seja pequeno. Contudo, a verdade é que nossa primeira chamada reuniu mais de 2 mil empresárias de todo o Brasil”, comemora a head do WE Ventures, Marcella Ceva. Cada uma das seleções conta com o apoio de empresas parceiras e é voltada a áreas específicas, como Saúde, Mobilidade, Varejo e Educação. “Gostamos de dizer que somos um fundo agnóstico, mas somos especialistas setoriais, e nossos cotistas têm um papel muito forte em relação à ótica do cliente e ao apoio na jornada de criação para fazer um produto que tenha encaixe no mercado”, complementa Marcella. Uma das escolhidas em 2021 foi a Mobees, plataforma de mídia exterior digital em carros de aplicativos que recebeu aporte de R$ 5,5 milhões do fundo WE Ventures. O valor do investimento será destinado ao projeto de expansão nacional e ao crescimento dos times de Vendas, Marketing e Tecnologia. E a inclusão de mulheres no empreendedorismo não é uma evolução pequena. Segundo estudo da Boston Con-
FORMATO São oferecidas oficinas de capacitação temática com foco em empreendedorismo, empregabilidade e programação. A segunda fase é voltada à aceleração de negócios, com mentorias individuais e coletivas para auxiliar na abertura e na condução dos negócios. Já a última etapa envolve o aporte de capital e deve selecionar 180 negócios de alto potencial, que ganharão um repasse financeiro de R$ 10 mil como investimento inicial.
FOCO O objetivo é atingir 50 mil mulheres em dez comunidades espalhadas pelo País. “Estamos falando pessoas das classes D e E, moradoras de áreas carentes”, explica a gerente-executiva do IRME, Marina Gurgel. O projeto também procura atender mulheres em situação de violência, para quem a questão da autonomia financeira é um ponto importante. Para isso, conta com apoio de mais de 800 voluntárias vinculadas à rede, além de uma série de organizações parceiras.
Divulgação
Já são mais de 100 mulheres de 71 empresas de tecnologia impactadas
Lançado em junho de 2020, no auge da pandemia de covid-19, o projeto Potência Feminina busca combater a vulnerabilidade e incentivar o empreendedorismo, investindo em mulheres que possuam ou queiram abrir o próprio negócio. Idealizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), o projeto conta com apoio do Google.org, braço filantrópico do Google, para desenvolver conceitos de empregabilidade, empreendedorismo e tecnologia.
Projeto Potência Feminina
Empreendedorismo feminino
#ESG
sulting Group, este movimento pode impactar positivamente o Produto Mundial Bruto (PMB) na ordem de 3% a 6%, gerando um impulso de até US$ 5 trilhões na economia global. “Queremos trazer ao Brasil a ruptura e ver, de fato, projetos tão criativos quanto os que acontecem nos Estados Unidos, em Israel e na China. O País tem potencial para ser visto como criativo, com tecnologia de ponta e tão importante no ecossistema mundial quanto os outros países”, conclui Franklin Luzes.
Conselhos & Comitês FecomercioSP
Conselhos & Comitês FecomercioSP A ações de advocacy da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) geram resultados efetivos. A Entidade organiza pautas e encaminha demandas mediante o diálogo permanente entre o setor privado e o Poder Público. A circulação se dá por todas as esferas dos poderes públicos, municipal, estadual e federal: da Presidência da República às secretarias municipais, com foco maior nas casas legislativas e nos ministérios. Líderes e gestores de grandes empresas, pesquisadores, influenciadores, formadores de opinião, economistas, juristas e profissionais de referência em suas áreas se reúnem nos conselhos e comitês para coordenar e conduzir as ações.
conselho do comércio atacadista Presidente: roberto carlos da silva conselho do comércio varejista Presidente: gisela lucas de araújo lopes conselho de serviços Presidente: luis cesar bigonha Reúnem os sindicatos que representam três grandes segmentos do setor terciário (atacado, varejo e serviços). Têm como responsabilidades analisar os assuntos relacionados às suas respectivas áreas de atuação, deliberar sobre medidas a serem efetivadas para o seu aperfeiçoamento e exercer ações de advocacy em prol da competitividade das empresas que integram a base organizada da FecomercioSP.
conselho estadual de defesa do contribuinte _ codecon Órgão público criado pelo governo estadual para a defesa e o recebimento de queixas de contribuintes do Fisco estadual, é composto por representantes do Poder Público, da FecomercioSP e de outras entidades. Presidente: márcio olívio fernandes da costa
96 / 97
conselho de assuntos tributários _ cat Debate e elabora as propostas relacionadas ao ambiente regulatório tributário que impactam o cotidiano empresarial, pautadas por simplificação e melhoria do ambiente econômico. Presidente: márcio olívio fernandes da costa conselho de emprego e relações do trabalho _ cert Estuda e atua para que a aplicação da legislação trabalhista compreenda as atuais necessidades empresariais e laborais, contribuindo para o desenvolvimento do País. Na busca de um ambiente trabalhista seguro, apoia a simplificação e a modernização da legislação, bem como a melhoria das negociações coletivas. Presidente: josé pastore conselho de economia digital e inovação _ cedi Promove ações que estimulem a competitividade e a sustentabilidade da economia digital no Brasil. Atua a fim de reduzir os gargalos enfrentados pelas empresas deste ecossistema. Reúne quatro grupos de trabalho em torno de questões específicas e cruciais para o mercado. Presidente: vitor magnani conselho de sustentabilidade _ cs Trabalha na busca do desenvolvimento sustentável do setor privado, com o objetivo de estimular o equilíbrio dos pilares social, econômico, ambiental e de governança na gestão das empresas. Presidente: josé goldemberg
conselho de turismo _ ct Realiza debates e conduz análises sobre as diversas atividades relacionadas ao turismo, identificando oportunidades de melhoria no ambiente de negócios e atuando em conjunto com as diferentes esferas do Poder Público brasileiro. Seu Comitê Advocacy Turismo, coordenado por Marco Ferraz (Clia Brasil), trabalha focado em agregar, planejar e dar agilidade às demandas e às manifestações não só das empresas, como também dos setores do ecossistema do turismo brasileiro. Presidente: mariana aldrigui conselho de relações internacionais _ cri Discute temas relativos às atividades de comércio externo, como procedimentos relacionados à exportação e à importação de bens e serviços, além de questões portuárias e alfandegárias, acordos comerciais, economia internacional, interferências na competividade da economia brasileira e relacionamento empresarial no ambiente externo. Presidente: rubens torres medrano conselho superior de direito _ csd Atua para garantir os pilares de segurança jurídica nas atividades econômicas, o respeito à democracia e o equilíbrio entre os poderes. Presidente: ives gandra martins conselho de economia empresarial e política _ ceep Promove debates e elabora análises sobre a economia e a política, com foco conjuntural nos impactos à sociedade. Organiza dados e embasamentos técnicos que possam garantir o entendimento do cenário atual, subsidiando iniciativas e pleitos empresariais. Copresidentes: antonio lanzana/ paulo delgado
Conselhos & Comitês FecomercioSP
98 / 99
Fibra empreendedora II : tendências e inovações em um ambiente multifacetado de negócios / [organização] FecomercioSP. São Paulo : D. H. Russo – Produções, 2022. 100 p.: il.: color. 19,7 cm × 27,8 cm ISBN 978-65-993180-1-6 1. Comércio varejista 2. Economia 3. Empreendedores 4. Empreendedorismo 5. Inovação tecnológica 6. Negócios 7. Pandemia I. FecomercioSP. 22-100380 CDD 338.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Negócios: Empreendedorismo: Economia 338.7
Comitês autopeças coordenador-executivo alcides josé acerbin neto beleza coordenador-executivo luiz césar bigonha elevadores coordenador-executivo marcelo braga
Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964
entretenimento coordenadora-executiva andressa pappas
meios de pagamento coordenador-executivo fernando da costa tassin
esg coordenador-executivo luiz maia
o2os coordenador-executivo vitor magnani
estudos e advocacy (turismo) coordenador-executivo marco ferraz
peças coordenador-executivo renato agostinho giannini
leiloeiros coordenador-executivo clécio oliveira de carvalho
proteção de dados coordenadora-executiva adriana esper
empresas simples de crédito coordenador-executivo hamilton de brito
logística coordenador-executivo ariel herszenhorn
energia coordenador-executivo josé goldemberg
marketplaces coordenador-executivo vitor magnani
startups coordenador-executivo vitor magnani trabalhista e sindical coordenadores-executivos ivo dall’acqua júnior/ josé pastore
presidente Abram Szajman superintendente Antonio Carlos Borges
produção e realização