A revista brasileira de música eletrônica
ADE A cobertura da
conferência mais importante da dance music
Clark Warner O diretor criativo do Beatport fala sobre os bastidores da empresa
Miriam e Olivia Nervo ganham o mundo ao combinar a cultura clubber com o cenário pop
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SP-DJ No Regular Play LCD Soundsystem Creamfields Dream Valley XXX 16 anos
frankie knuckles O aqui e o agora do pai do house
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Direção executiva Jorge Vieira Junior José Luiz Cavichioli Junior Consultor de Marketing e Diretor de Projetos Especiais Geraldo Nilson de Azevedo Editora-chefe Sarah Kern sarahkern@housemag.com.br
REDAÇÃO e CONTEÚDO ONLINE Carolina Schubert
Deixe-se levar
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colaboradores permanentes Bruna Calegari brunacalegari@hotmail.com
João Anzolin joaoanzolin@housemag.com.br
direção de arte Ricardo Lin ricardo@housemag.com.br
assistente de Editoração Henivaldo Alves Fotografia: Nilo Biazzetto Neto
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Esta edição está recheada de coisas boas. Nosso mais novo colaborador, Marcelo Godoy acompanhou o Amsterdam Dance Event e trouxe o que rola de mais fresh na música eletrônica. Além de contar suas andanças pela capital holandesa, entre conferências, festas e afterhours, ele conversou com Clark Warner, diretor criativo do Beatport, e com o lendário – sorry, mas o adjetivo é necessário – Frankie Knuckles, que diz não sentir saudades da época de ouro da house music de Chicago. A carreira vai muito bem, e hoje ele é mais famoso do que nunca. Para os reclamões de plantão, Carol Schubert discorre sobre a turma que passa boa parte da vida falando mal da música alheia (e entopem as redes sociais com teorias infundadas). Gosto musical é algo subjetivo, e todos naturalmente têm uma lista de estilos com os quais não se identificam, mas passar dias, meses, anos falando sobre o assunto... Já Miriam e Olivia Nervo, nossas loiras da capa, podem parecer apenas mais dois rostos bonitos entre os inúmeros que permeiam o cenário pop, mas elas são verdadeiras artistas – e, pasmem, poetas. Há tempos produzem músicas para outros grandes artistas (como Armin Van Buuren, por exemplo), mas apenas recentemente descobriram o sucesso e a carreira de DJs. Também entrevistamos o fotógrafo oficial do LCD Soundsystem, Ruvan Wijesooriya, responsável por inspirar o título deste editorial. Ele conta que em NY, principalmente nos tempos mais recentes, muitos saem à noite com a intenção de serem vistos e parecerem legais, mas no fim das contas voltam para casa com a sensação de que não se divertiram o suficiente (ou seja, não dançaram, não curtiram a música e não sorriram como gostariam). Aproveite que o verão está chegando e deixe-se levar. As melhores festas do ano estão aí, é tempo de se divertir. Se o mundo não acabar no dia previsto pelos maias, esta edição chegará até você. Sorte nossa, e a sua, é claro. Pois a temporada estará só começando. sarah kern Editora-chefe
Financeiro Jéssica Simone Galdino financeiro@housemag.com.br
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Colaboradores Alexandre Bezzi Angel Inoue Gabriela Loschi Graziella Ranno Gustavo Pamplona Ilan Kriger Jade Gola Jéssica Galdino Maico Corrêa Marcelo Godoy Mariana Censi Mateus B. Mohamad Hajar Neto Thaísa Dias
Impressão Gráfica Coan Todo o conteúdo (texto e fotos) apresentado pelos colunistas e colaboradores desta publicação em suas respectivas páginas é de inteira responsabilidade dos mesmos, assim como todo o material cedido pelas assessorias das casas noturnas e eventos (agendas e imagens). A House Mag (ISSN 2176-7009) é uma publicação bimestral da Editora Made in Brazil | Rua Laje de Pedra, 151 – Ed. Spazio Uno, salas 01 e 02 – Itacorubi, Florianópolis/SC | CEP 88034-605 Telefone: 48 3028.4484 www.housemag.com.br
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Festival Quinto Sol chega ao Brasil Dia 19 de janeiro, o Green Valley recebe o Festival Quinto Sol Brasil, de Ricardo Villalobos. Esta será a primeira vez que a festa tem uma versão oficial em formato de festival no Brasil. A edição chilena, que é a principal, acontece dia 13 de janeiro e tem no line-up convidados como Zip, Alex Picone, Margaret Dygas, Argenis Brito, Dani Casarano, Felipe Valenzuela, Felipe Venegas e muitos outros. Segundo a agência Triade Brazil, responsável pela vinda do festival, o line-up brasileiro deverá ser bem parecido com o do Chile, trazendo mais ou menos oito artistas. Ótima dica aos curiosos de plantão: os ingressos para a festa já estão sendo vendidos nos pontos de venda oficiais e pelos sites de venda autorizados.
2013 será o ano dos festivais no Brasil e o Lollapalooza, um dos principais, já tem line-up completo. Programe-se: nos dias 29, 30 e 31 de março, o Jockey Club de São Paulo recebe a segunda edição brasileira do festival e, com ele, 60 atrações nacionais e internacionais. Entre Pearl Jam, The Killers, Franz Ferdinand, The Black Keys e Queens of Stone Age, a ala eletrônica foi contemplada com os britânicos do Hot Chip, a irreverência de Steve Aoki, Kaskade, os brasileiros Gui Boratto e Wehbba e, para delírio dos fãs, Deadmau5. Os ingressos já estão sendo vendidos pelo site oficial ou na bilheteria do próprio Jockey Cub. Prepare a empolgação e o bolso, pois o valor dos ingressos estão a partir de R$ 330,00 para cada dia.
Twice Nice em estúdio Os produtores Victor Costa e Caio Andrade, integrantes do Twice Nice, prometem um novo CD para 2013. Depois de um ano movimentado, com eventos de Norte a Sul do Brasil, a dupla entra em estúdio no início de 2013. A ideia é começar o ano com uma apresentação totalmente reformulada, além de novas tracks e novas parcerias. Depois de “I Give Love”, “This Is the Night”, “Hard to Get” e “Saturday Night”, qual será a próxima música do duo? Só saberemos ano que vem. Até lá, vale a pena curtir os sons da dupla no Soundcloud (www.soundcloud.com/twicenicemusic).
Sessões de House na Rádio Univali Há pouco mais de um ano e meio, a rádio Univali FM transmite o programa House Sessions. São duas horas de informação e música eletrônica de qualidade. Desde setembro deste ano, o programa deu início a uma nova fase em que DJs e produtores participam de bate papos sobre a carreira, a cena e, é claro, apresentando o seu trabalho com sets exclusivos. Com produção e apresentação de Mariana Censi e dos DJs Bernardo Ziembik e Doriva Rozek, o House Sessions vai ao ar todos os sábados, das 22h até 0h, na estação 94,9. Ou, então, online, pelo site www.univali.br/radio.
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inauguração da Space Bc já tem data marcada Aos moldes da matriz de Ibiza, a Space de Balneário Camboriú promete surpreender mais do que o esperado. Com inauguração prevista para o dia 29 de dezembro, o novo super clube do litoral de Santa Catarina terá três pistas: a primeira é a Arena Space, mais voltada ao mainstream. Já a Euphoria será mais conceitual, e o Terazza, um espaço restrito para convidados. Não podíamos esperar menos de uma marca como a Space, de tamanho reconhecimento mundial – a nossa terá até mesmo um estacionamento para 3 mil carros e heliponto próprio. Além da inauguração, as festas já confirmadas serão nos dias 2 e 5 de janeiro com Marco Loco, Life is a Loop, Audiofly, Coyu, Bob Sinclair, Nick Warren e muito mais!
Os 25 DJs que mandam no planeta Essa foi a descrição da revista norte-americana Rolling Stone para fazer uma lista do que considera os principais artistas da música eletrônica atual. Sem indicar quais seriam exatamente os critérios, a publicação impressionou por mesclar nomes extremamente pop com figuras desconhecidas do grande público e normalmente rotuladas como integrantes do underground. Tiësto encabeça a lista, seguido por Swedish House Mafia e Avicii. Nomes como Richie Hawtin, Ricardo Villalobos, Maya Jane Coles, Boyz Noise, Cassy e Todd Terje são mesclados com figuras como David Guetta, Deadmau5 e Bassnectar, fazendo a lista um tanto quanto eclética. O ponto positivo é ver que veículos do porte da Rolling Stone parecem predispostos a entender a música eletrônica como um todo.
Pacha Floripa inaugura novo Terraza Falta bem pouco para a pistinha da capital catarinense voltar. A reforma do Terraza, pista externa da Pacha de Florianópolis está quase pronta. A inauguração acontece em meados de dezembro e traz uma pista maior, agora com capacidade para 300 pessoas, além de uma área externa, o Terraza Garden, criado para eventos que poderão suportar até 3 mil pessoas. Em parceria com o D-Edge, a pistinha reserva muitas atrações para este verão, em festas como o Terraza Exclusive, Terraza D-Edge Showcase e Terraza D-Edge Concept. Entre os artistas confirmados já estão Alex Picone, Nina Kraviz e Henrik Schwarz. DJ residente da Pacha, Renee Mussi é também o curador do projeto. “Tenho procurado buscar artistas nacionais e internacionais que têm identidade, pessoas que não seguem tendências temporais”, conta. Esse parece ser só começo de muito mais que ainda está por vir.
House Minimal Techno Dubstep Drum&Bass Nu-Disco Funk Electro Disco Trance Garage Soul BreakBeats Ambiant HipHop Jazz ChillOut ... Downloads.
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Maceo Plex + Danny Daze = Jupiter Jazz Maceo Plex e Danny Daze, dois dos mais comentados DJs e produtores da atualidade, decidiram unir forças. Os dois, que possuem origens cubanas e são amigos próximos, anunciaram recentemente que estão à frente de um novo projeto, o “Jupiter Jazz”, que deve estrear no começo de 2013 e já rende algumas produções tocadas pelos artistas separadamente em seus sets.
Além da EDM Richie Hawtin mostrou, no fim de 2012, por que segue como uma das grandes figuras da música eletrônica mesmo depois de tantos anos de carreira. O DJ e produtor canadense esteve à frente do projeto “CNTRL: Beyond EDM”, que percorreu, em um ônibus, diversas cidades dos Estados Unidos entre os meses de outubro e novembro, com o objetivo de mostrar ao público norte-americano o lado da música eletrônica que está fora do grande circuito comercial. Artistas como Loco Dice e Ean Golden também estavam envolvidos na turnê, que teve palestras, workshops e, é claro, muitas festas. Vídeos dos eventos e mais informações, basta acessar o site cntrl.com
os melhores
WOW! Depois de apresentações inéditas nos gringos Tomorrowland e Burning Man, o Felguk ainda foi cotado para abrir o show de Madonna no Rio de Janeiro, durante o último dia 2 de dezembro. Esta não foi a primeira vez que Felipe e Gustavo trabalharam ao lado da rainha do pop. Em 2009, eles assinaram um remix para a faixa “Celebration”. Dando sequência às boas novas, o sucesso “WOW”, produzida em parceira com Yves V, foi lançada em setembro deste ano e teve mais de 560 mil views no YouTube. A música esteve no Top 5 de Electro House no Beatport durante três semanas consecutivas. Em 2012, o Felguk também arrematou o posto #90 no Top 100 da DJ Mag inglesa. Em 2013, uma tour mundial incluindo EUA, Brasil e Europa já está confirmada. O próximo ano, é claro, também será brindado com um novo EP.
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Quer saber o que aconteceu de melhor em 2012 se tratando de selos, tracks, álbuns e, é claro, DJs? O fim do ano é a melhor época para ficar atento às listas que alguns veículos apresentam e que fogem da rotina polêmica dos “rankings”. O site Resident Advisor publica anualmente uma votação dos melhores artistas (que tem duração de apenas dois dias e supostamente recebe votos somente de quem assistiu aos artistas que votou), e os colaboradores do veículo também elegem os selos, álbuns, compilações e músicas que marcaram o ano. Sem dúvidas, é uma das mais criteriosas seleções do meio musical. Já no meio indie/ rock/eletrônico, é bom acompanhar o que o site Pitchfork aponta em termos de álbuns e curiosidades musicais que marcaram o ano. Duas ótimas oportunidades pra se lembrar e até descobrir o que aconteceu de bom na música!
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Música e marcas Já faz um tempo que marcas ao redor do mundo enxergam no mundo da música e do entretenimento um ótimo canal para divulgar seus produtos e ao mesmo tempo apoiar a cultura. No Brasil, entretanto, e mais especificamente na música eletrônica, isso ainda é um fenômeno raro. Pensando nisso e principalmente buscando mostrar a existência de um imenso potencial não aproveitado no país, a Hot Content Mídia e Conteúdo, em conjunto com a Berlin Inovação e Tendências, lançou no fim de 2012 um estudo apontando cases de sucesso e oportunidades dentro do mercado da música eletrônica. O estudo está disponível para download no site www. hotcontent.com.br
What is cool? Um novo projeto de música eletrônica chega ao Rio Grande do Sul com a proposta de tirar a pista da rotina. Juntos, os DJs gaúchos André Sarate, Fran Bortolossi, Rodrigo Ayala e Marcelo Nuñes lançaram o Is Cool. Com o lema “O que é legal, você não aprende na escola”, eles pretendem fugir do convencional e disparar música e cultura de uma só vez. A proposta moderna, descontraída e sem rótulos tem o intuito de divertir, informar e colocar para dançar com um som definido por eles como “free style house music”. A distribuição de materiais informativos, palco high tech, imagens super cool e playlist em realtime compõem a apresentação. Curtiu? Então, fique ligado. Em breve novidades devem pintar por aí, incluindo apresentações durante a temporada gaúcha e catarinense do verão 2012/2013.
Justin Timberlake investe na reconstrução do Myspace No fim dos anos 2000, o Myspace costumava ser o melhor local para se descobrir música, mas com o crescimento meteórico do Facebook e do Soundcloud – além de outras redes de música como, no exterior, o Spotify –, o Myspace ficou para trás. E a queda não foi pequena: a rede chegou a valer 12 bilhões de dólares em 2007, e hoje, vale apenas 35 milhões. Mas isso promete mudar nos próximos meses. Pelo menos é o que acredita Justin Timberlake, que está investindo na reconstrução da rede ao lado dos donos Tim e Chris Vanderhook. Agora, o Myspace retorna como uma plataforma totalmente diferente, conectada com as demais redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram, Pinterest), permitindo customizações e utilizando de um sistema que visa facilitar o acesso do público a seus artistas favoritos. No novo Myspace, não existem amigos, mas “conexões” que você faz com as pessoas que interessam, sem a necessidade de adicionar amigos ou conhecidos simplesmente por questão de etiqueta virtual. Timberlake diz que o novo layout ficou “simples e sexy” e arremata: “Se eu consigo navegar e customizar o meu Myspace, qualquer um consegue.”
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Shift Uma nova iniciativa estreou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, durante o último mês de outubro. A festa Shift, idealizada e produzida pelo DJ gaúcho Piñero, faz pensar: “Curto muito a capacidade da tecla Shift, que sozinha não tem efeito, mas transforma outras teclas quando acompanhada. Inspirador, não acham?”, questiona o mentor. Nomes como Propulse e Oliver Klein já comandaram as picapes da festa. Agora o próximo e aguardado nome é Noir, produtor da faixa “Around”, que tem remix famosíssimo assinado por Solomun. O objetivo principal do projeto é incluir a capital dos pampas novamente no roteiro de grandes nomes da música eletrônica, como vem acontecendo em cidades da serra e do interior do estado, como Caxias do Sul e Passo Fundo.
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5ª edição do RMC vem aí Depois de encerrados os road shows do Rio Music Conference pelo Brasil, a organização do evento acaba de anunciar as datas da conferência para o ano que vem: de 1 a 3 de fevereiro. A mudança para uma semana antes do Carnaval foi estratégica e visa beneficiar o público que pretende conferir somente a parte acadêmica do RMC, já que o Rio de Janeiro está mais calmo nesse período e com valores mais acessíveis de hospedagem e alimentação. Uma das novidades para 2013 é a nova locação das conferências, que passam a ser no hotel Pestana Rio Atlântica, localizado em Copacabana. Já as festas continuam no mesmo local dos outros anos, a Marina da Glória, de 8 a 12 de fevereiro.
Afrojack lança primeiro álbum O holandês Afrojack se encontra em pleno preparo do primeiro álbum de sua carreira, que deve ser lançado em abril do ano que vem. Entre as participações, está uma música com o cator norte-americano Chris Brown. Afrojack, que acaba de lançar um remix do fenômeno mundial “Gangnam Style”, do coreano Psy, promete hits e suas batidas pesadas características no álbum.
30 anos de carreira
Dance music no Grammy Se o ano passado surpreendeu com a vitória de três Grammy por Skrillex, este ano promete ainda mais emoções para a música eletrônica. O próprio Sonny Moore, juntamente com Avicii, Sweedish House Mafia, Calvin Haris e Al Walser foram indicados na categoria “Melhor Música Dance”, e Steve Aoki, The Chemical Brothers, Deadmau5 (foto), Kaskade e, novamente, Skrillex concorrem como melhor álbum.
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Um dos pioneiros da cena nacional, Rodrigo Vieira acaba de completar 30 anos de carreira. Atual residente do club Green Valley, o DJ já se apresentou em clubs como Nikki Beach e Mynt, em Miami. “O mais importante desse tempo para mim foi ver a house music nascendo nos primórdios dos armazéns poeirentos em Chicago. Ter participado disso, tocado o gênero e ter acompanhado sua evolução, aliado aos meus anos tocando disco music, rock e R&B, são a base da minha formação”, conta. Desde 2008, Rodrigo se apresenta todos os anos no Ultra Music Festival, e coordena as festas “We Love Brasil” pelo mundo. Parabéns!
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nostalgia sem fim
JADE GOLA
Mas curioso como essa ideia de super revival forma nossa própria identidade do presente. 2012 foi um ano agitado para o DJ Marky, e se ele tem tocado por aí relembrando sua época de ouro (ele também protagonizou o projeto Technostalgia, com “clássicos da música eletrônica”), isso mostra com o maior DJ brasileiro apresentando seus dotes muito além do drum’n’bass, numa característica bem atual de DJs não se prenderem a um único estilo.
A cena eletrônica acontece na linguagem, na infinidade de gêneros e denominações dos estilos. Passando por conceitos como underground/ mainstream e estrangeirismos como after hours ou chill out, os clubbers estão sempre envoltos em termos que definem esse campo cultural e seus desdobramentos comportamentais. Em 2012, um dos sentimentos mais fortes é o de revival, com sinônimos como vintage e nostalgia sendo bastante ditados. A nostalgia sem fim é facilmente percebida por quem acompanha o som de hoje e está ligado na evolução musical. De produtores sempre rumando ao porto seguro da house music de Chicago (Azari & III, Hercules & Love Affair, Little Boots, Tensnake), passando pela criatividade de alternativos como Ariel Pink e Animal Collective em desenterrar estéticas dos anos 60 e 70 (tropicalismo, psicodelia, soft rock), o revival de um passadonão-muito-distante é o mote para a criação musical de hoje, um tempo sem muita identidade definida e de alma multifacetada, em que nada é definitivo e tudo pode ser processado para gerar alguma identidade ou cultura nova, “atual” (assim mesmo, entre aspas). Essas dinâmicas encontram eco em teorias de vanguardas e da pós-modernidade. Um livro bastante citado nos estudos culturais é “A Condição Pós-Moderna” (1989), em que David Harvey pontua que desde as revoluções dos anos 60 a estética tornou-se algo acima do bem e do mal, e a busca sem fim a referências passadas é essencial para abastecer a produção fragmentada da pós-modernidade. Essa visão materialista (e pessimista) da nostalgia traz uma condição humana: as pessoas se agarram a elementos afetivos do passado para sobreviver a um tempo de excessos e de efemeridade cultural. É a velha história do “antigamente as coisas eram muito melhores”.
Com a virada do século XXI, nossa cultura abraçou como fixação o retorno ao passado, ao contrário de poucas décadas atrás em que os jovens e sua música adoravam vislumbrar o futuro.”
Outro teórico da música, Simon Reynolds escreveu em 2011 um livro inteiro sobre a cultura vintage, o “Retromania”, onde ele diz que com a virada do século XXI nossa cultura abraçou como fixação o retorno ao passado, ao contrário de poucas décadas atrás em que os jovens e sua música adoravam vislumbrar o futuro. Nessa obsessão por eras que mal vivemos, a nostalgia se dá como referência estética e comportamental e, é claro, tem seus reflexos mercadológicos. Exemplos recentes são os infindáveis (e lucrativos) retornos de bandas antigas (Pulp, Tears for Fears, Orbital e até o Planet Hemp), e também lançamentos que juntam passado e presente, como a edição de 15 anos do definidor álbum “The Fat of the Land” (The Prodigy), que saiu agora com remixes de nomes atuais como Major Lazer, Noisia e The Glitch Mob.
Uma festa que rolou em novembro no centro de SP foi sintomática disso tudo. O Super Revival Underground 2012 juntou, por 12 horas, quase 20 DJs de diferentes épocas e clubes do histórico recente da cena paulistana. O line-up trazia heróis como Renato Lopes (Nation/Sra. Krawitz), Mau Mau (Hell’s), Oscar Bueno (Stereo/Paradise) e o interessante back2back entre Julião e Marky para relembrar os hinos da Sound Factory. Se o vintage era algo que há pouco tempo surgia indiretamente ou de maneira discreta, hoje ele é gritado aos quatro ventos como garantia de qualidade, uma convocação à memória geral sem medo de ser feliz.
Numa cultura autorreferencial como a da música eletrônica, em que a plasticidade binária e experimental das sonoridades permitem interpretações ainda mais volúveis e interpretativas, o aspecto nostálgico é intensificado. Um dos resultados disso é que DJs serão cada vez mais celebrados pela capacidade de desenterrar pérolas musicais de um passado que ninguém lembrava, e para tanto o conhecimento sobre música (e cultura em geral) é fundamental, tanto por parte do artista quanto do público. A saída é entender o passado para compreender o presente, e também o futuro – se é que alguém ainda pensa no futuro... ■
jade gola Jornalista musical em busca de novas formas, sons, ideias, artistas e tecnologias. Da internet para o impresso, do digital para o real. Música eletrônica como parâmetro cultural e visão de mundo. jadegola@gmail.com
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MEMÓRIAS EM VINIL
cinco capas, cinco histórias por Gustavo Pamplona
Conheci o Ohnishi quando ele se apresentou no D-Edge Agency Showcase, na Pacha, em Florianópolis. Ele me chamou a atenção pela pesquisa musical diferenciada. Eu não conhecia quase nenhuma música do set, que por sinal foi muito bom. Depois de conversar com ele durante um tempo, acabamos amigos. Ohnishi é uma pessoa incrível. Radicado no Japão, morou um bom tempo em Tóquio e tocou em clubes como o Core, Rockwest e Womb. Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo japonês por sua educação, disciplina, arquitetura, design e moda.
Ken Ishii Jelly Tones
Jaydee Plastic Dreams
[R&S Records 1995]
[R&S Records 1992]
Ken Ishii Extra
Technasia The Declamation
[Technasia Records 1998] [Apron Records 2012]
Danny Tenaglia Greatest Remixes vol. one [Skyline Records 2003]
O álbum ‘’Jelly Tones’’, do DJ e ‘’Plastic Dreams’’ é sem dúvida” ‘’Extra’’ é a minha capa preferida Os produtores Charles Siegling produtor japonês Ken Ishii, é um um dos maiores hits, fez história do DJ e produtor japonês Ken e Amil Khan, que formavam o Este é um disco que só me traz dos meus discos favoritos. Ainda nos anos 90 e bomba até os Ishii, um dos melhores DJs que vi duo Technasia, chamaram a boas lembranças quando toco. tive a sorte de comprar esta dias de hoje em qualquer pista atuando no Japão. ‘’Extra’’ é um atenção do mundo para a Ásia. O Comprei ele numa loja no Japão raridade em uma loja de discos de dança. Esta música é uma clássico que me marcou nos anos EP ‘’The Declamation’’, de 1998 chamada Manhatan Records. usados no Japão. Ishii é um dos grande influência desde minha 90 e tem um videoclipe muito é um tributo pioneiro na China A capa traz apenas o símbolo principais DJs do Japão e mostra adolescência. Na capa, uma arte bacana, com direção de animação continental com os vocais Future inconfundível – o boné – do neste álbum sua diversidade e com desenhos de mãos sobre do Koji Morimoto. Mix, de Rito Cheung. É uma das seu autor, o legendário Danny influências musicais. influência do tribal house. É minhas capas favoritas e toquei Tenaglia. Recordo que, na época, aquele disco que sempre estará por muitos anos este EP no ele fez uma apresentaçãono meu case para tocar em Japão. maratona, 12 horas de DJ Set no momentos especiais. Studio Coast ‘’Ageha’’, em Tóquio. Foi incrível!
Gustavo pamplona Gustavo Pamplona é DJ, apaixonado por arte e discos de vinil. gustavopamplona@hotmail.com
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FAZENDO ACONTECER
matinê
Dirigido por um quarteto, a festa une música de qualidade, gastronomia e moda no Rio Grande do Sul por Carol Schubert Seguindo o exemplo de muitos apaixonados por música eletrônica, a Matinê Sunset começou como uma brincadeira para comemorar a amizade. “Nós éramos muito ligados nas baladas gringas, que rolam em rooftops, como a Culprit, Bloop, Top Less. Então, montamos uma ideia, colocamos no papel e fomos até uma loja conceituada da cidade, que possui um terraço. Era o que precisávamos”, relembra Thobias Wolff. No começo, os amigos e agora sócios – Thobias Wolff (DJ, responsável pela parte artística), Alexandre Maciel (engenheiro civil, responsável pela parte estrutural de som, luz e imagem), Fabio Assunção (financeiro e bar) e Francisco Medeiros (relações de interesse e marketing) – estavam um tanto inseguros, afinal, “que empresário acreditaria em quatro caras com um papel na mão, tentando vender uma ideia de colocar música alta na sua loja, em um domingo à tarde?” Mas a resposta foi positiva: os empresários Adriano Medeiros e Márcia Costa adoraram tudo, e até hoje são parceiros âncoras da festa que, atualmente, é referência em Caxias do Sul, cidade serrada do Rio Grande do Sul, atraindo público de diversas cidades do estado. “A realidade em Caxias hoje é muito boa e está mais em alta do que nunca.
Devemos isso à DJzada local e a alguns donos de clubs”, conta Wolff. Do terraço daquela loja, onde aconteceram três edições, a Matinê foi parar em outro terraço, desta vem de um Shopping Center, onde reuniu 2,5 mil pessoas. Tudo isso rolou no verão de 2011/2012 e, para não perder o pique, eles bolaram uma nova ideia: fazer uma versão de inverno que, ao invés de Sunset, acabou recebendo o nome de Coldbox. Foram 12 horas de festa dentro de uma metalúrgica abandonada. O objetivo da Matinê é unir música de qualidade, gastronomia e moda, sempre focando na valorização dos talentos locais. “A Matinê não é só a festa dos domingos no terraço, pois estamos sempre envolvidos em eventos que tenham o mesmo interesse, como desfiles de moda, workshops e atividades do gênero”, explica Wolff, que ainda completa: “Quem nunca ouviu alguma história de pai, mãe ou até mesmo dos avós falando de festas que frequentavam aos domingos, conhecidas como matinê? Levando em conta que no domingo as opções de entretenimento são poucas, optamos por esse dia”. ■
Quem já tocou lá Amine Edge, Fur Coat, Alexis Raphael, Ligthzoff, além dos nomes regionais como Ander Oliveira, Fer Oliveira, Lee Batista, Thiago R., Genaro Vaz, Cassiano Oxley e Beto Biasio.
Números Primeira edição: 285 pessoas; segunda: 638 pessoas; terceira: 890 pessoas; quarta: 2493 pessoas; e na quinta, sold out de 3 mil pessoas.
Curiosidade Ao comprar o ingresso da Matinê em uma loja de conveniência, um garoto tirou uma foto dentro de uma das geladeiras e postou no Facebook, com a legenda “Coldbox” (nome da edição de inverno). Mesmo sem querer, ele gerou mídia espontânea: muita gente copiou a ideia, para a alegria dos organizadores da festa. www.housemag.com.br
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CINEMA
SP-DJ
Mau Mau, Walter Silva e Salvagni trazem o ontem e o hoje da cena noturna paulistana por Alexandre Bezzi Com a missão de traçar um panorama na cena DJ da capital paulista de ontem e de hoje, o documentário “SP-DJ” coletou cenas e depoimentos de figuras célebres que fazem a diferença de diversos segmentos musicais da metrópole de concreto. Ricardo Salvagni, Walter Silva e o cultuado Mau Mau são os idealizadores desse projeto que fala sobre a importância dos DJs e o mostra espaço que conquistaram nos últimos anos, além de discutir como tudo isso refletiu na forma em que esses profissionais são vistos pelo grande público nos dias de hoje. Mas é lógico que nem tudo são flores. Da mesma maneira que existem nomes respeitados que prezam pela técnica ou pesquisa musical, infelizmente apareceram os oportunistas que abocanharam esse rentável mercado para tornarem-se celebridades descartáveis, tirando parte da magia e seriedade da profissão.
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O curta ainda não tem uma previsão exata de estreia, porém, tudo indica que teremos o prazer de vê-lo em 2013. Ainda há esperança para a cena noturna de São Paulo? Mau Mau e Salvagni falam com a gente sobre o assunto.
O segredo para o O segredo para o sucesso do seu sucesso do seu negócio está está por por negócio trás dos dos códigos. códigos. trás Descubra! Descubra! 11
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Como rolou a ideia de produzir este documentário? Ricardo Salvagni: O que inspirou a produção do documentário foi este momento importante na vida da cidade, em que os DJs viram celebridades e celebridades viram DJs. O lugar que era ocupado pelos vocalistas das bandas de rock hoje é preenchido pelo DJ, uma posição central em diversos tipos de eventos. Isso trouxe o reconhecimento de um profissional importante, que trouxe elementos de música eletrônica de forma definitiva para a música brasileira. Por outro lado, essa mística fez com que surgissem muitos DJs sem conhecimento, sem pesquisa e sem o compromisso da divulgação de novas informações para o público. O filme não visa documentar a história dos DJs de São Paulo, mas é um retrato do momento atual.
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Mau Mau: Nosso projeto está focado nos DJs que vivem e atuam na cidade de São Paulo, através de filmagens no local de trabalho, entrevistas e encontros informais, retratando o passado e o presente. Quais estão sendo as dificuldades enfrentadas até agora para terminar a produção? O que melhorou e piorou na cena DJ nestes últimos anos? RS: Como sempre, os problemas de qualquer manifestação artística no Brasil se traduzem em recursos para produção. Obtivemos aprovação em incentivos culturais do Ministério da Cultura e da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, que compreenderam bem a importância de um filme como este. Mas conseguir patrocínio, mesmo com os incentivos, é difícil. Primeiro por estarmos em um ano de crise econômica internacional e segundo porque a cena da música eletrônica ainda é vista com muito preconceito pela elites empresariais, que preferem o conforto de patrocinar produções de um banquinho e um violão, sem pessoas estranhas, tatuadas e de comportamentos estranhos na visão deles. Mas logo eles entenderão o tamanho do mercado que ainda estão ignorando.
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MM: Quando iniciei minha carreira em 1986, a cena era bem diferente. As poucas opções de casas existentes ofereciam um sistema de som péssimo, não havia Internet para pesquisas e a dificuldade para obter material atualizado como discos, fones de ouvido e agulhas era gigantesca. DJ era um sonoplasta escondido em um canto qualquer da casa, quase anônimo. Hoje, com a popularização da música eletrônica temos mais opções, facilidades e concorrência. Muitos leigos acham todos os DJs iguais. Esse filme vai desmistificar essa visão errada? RS: Essa é a essência do filme. Mostra a pesquisa e o conhecimento necessários para ser um bom DJ, e a importância do papel deles na divulgação de novas formas musicais e na formação de tendências. E mostra também as trajetórias dos grandes DJs para a produção musical, onde vamos encontrar uma participação tão importante que mudou definitivamente os rumos da música brasileira. Para entender melhor isso é preciso ver o filme. MM: A profissão é relativamente nova, principalmente no Brasil. A música faz parte da vida das pessoas. Claro que com a evolução tecnológica, sempre há adaptações e mudanças, mas ainda tem muito caminho pela frente! Dos nomes pesquisados, qual vertente sonora tem mais profissionais na ativa? RS: O filme é sobre música eletrônica. Não focamos em nenhuma vertente. E hoje música eletrônica está no rock, no samba, no hip hop, em tudo. Só não focamos muito no hip hop por não ser a nossa praia, mas se tiver um SP-DJ 2 e o pessoal de hip hop ajudar, serão bem vindos. Quando poderemos ver o projeto pronto? MM: Se tudo der certo, no segundo semestre do ano que vem.
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creamfields
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O festival do
verão
Esperando cerca de 20 mil pessoas, a Creamfields 2013 – já enraizada na capital catarinense, Florianópolis – reserva boas e grandes surpresas por Mariana Censi Atrações Para saber o que vai rolar na edição 2013 da Creamfields Florianópolis, que acontece dia 26 de janeiro no Stage Music Park, em Jurerê Internacional, conversamos com Tonico Novaes, sócio-diretor corporativo da marca no Brasil. A estrutura e a decoração para esta edição da Creamfields tem alguma inspiração especial ou vai de acordo com o padrão de estrutura dos outros eventos ao redor do mundo? O padrão especial que procuramos buscar aqui no Brasil é de um festival de verão. Não somos os maiores e nem os melhores, somos um festival boutique, que é como nos apresentamos, com qualidade de infra-estrutura, banheiros, piso nas tendas e cobertura em 70% da área do evento. Temos também camarotes com um atendente por mesa, estacionamento próximo, bolsões de estacionamento para suporte entre outros. Quantos palcos terá a edição 2013? Como nos outros anos, serão duas tendas e mais algumas surpresas. Tendo em vista que a Creamfields já rodou o Brasil inteiro, qual o critério da organização ao escolher a capital catarinense? Percebíamos que o Brasil tinha muitos festivais focados no segundo semestre, mas nenhum festival de música eletrônica durante o nosso verão. Entendemos que Florianópolis é uma capital com infra-estrutura hoteleira, aeroportos, restaurantes, baladas e locais turísticos. Além de tudo isso, a influência da música eletrônica no público local foram determinantes para essa escolha.
Escolhidas a dedo, as atrações prometem surpreender tanto pela diversidade de estilos e vertentes quanto pelo ineditismo da maioria dos artistas na Creamfields Brasil. Conheça melhor cada um deles:
Laidback Luke
Afrojack
Nascido nas Filipinas, mas radicado holandês, Luke é famoso por produções em parceria com artistas como Steve Aoki e o duo Dimitri Vegas & Like Mike.
Holandês que dispensa comentários e apresentações, Afrojack é produtor de tracks que viraram febre mundial como “Can’t Stop Me”.
Dany Daze Americano autor do fenômeno “Your Everything”, lançado pela famosa Hot Creations.
tiNi É a nova queridinha da Desolat, selo de Loco Dice. Com essas referências, já podemos imaginar o que a alemã trará na bagagem especialmente para o festival.
Life is a Loop Famoso trio brasileiro formado pelos DJs Fabrício Peçanha e Leozinho junto à percussão de Rodrigo Paciornik, o projeto se apresenta com a tour “Uma Viagem de 10 Anos”.
Tale of Us Projeto formado pelos italianos Karm e Matteo Milleri. Sucesso do deep house, as tracks – e os remixes – do duo entram com frequência na lista das mais tocadas.
Mirko Loko Este suíço leva à risca a identidade do selo pelo qual lança produções e faz parte do casting, o Cadenza.
Phonique DJ e produtor alemão já bem conhecido e apreciado em terras brasileiras, nesta apresentação terá o Live Vocal de Ian Whitelaw, cantor inglês que tem participações em muitas produções de Phonique, como a mais famosa delas, “Our Time Our Chance”.
D-Nox & Beckers São velhos conhecidos dos clubbers brasileiros. Alemães, com fortes referências do house progressivo, eles sabem bem como conduzir uma pista de dança.
Luciano Idealizador e fundador do selo Cadenza, ano que vem ele completa 20 anos de carreira com muitas conquistas. Além do selo, encabeça a trupe Vagabundos e assina residência de verão no Ushuaia, de Ibiza.
Art Department Canadenses de Toronto, Jonny White e Kenny Glasgow conquistaram o público com melodias envolventes nas produções e presença de palco nas apresentações.
Além dos brasileiros, é claro, marcando presença ilustre. São eles: Leo Janeiro, Rodrigo Ferrari, Renato Ratier, Teclas, e os projetos Talking Props e Old Is Cool.
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Da Inglaterra para o mundo Você sabia que a primeira Creamfields da história aconteceu há 14 anos, em Winchester, na Inglaterra? De lá pra cá, 19 países aderiram à marca e realizaram o festival em casa. Ele acontece na Argentina desde 2001 e é o principal evento de lá, sempre muito aguardado pelos fãs. No Brasil não é diferente, visto que a primeira edição de Florianópolis, em 2011, recebeu 11 mil pessoas e a segunda, neste ano, mais de 15 mil. Grandes DJs já tiveram o nome escrito na história da nossa Creamfields, como Hernan Cattaneo, Erick Morillo, Etienne de Crecy, Loco Dice, Raresh, Guy Gerber, Fatboy Slim, Paul Van Dyk, Ellen Allien, Reboot e Layo & Bushwacka!.
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©2012 Playboy. Playboy e o desenho da cabeça do coelho são marcas da Playboy e usadas sob licença da Play Beverages LLC.
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Profile
clarkwarner
DJ, manager e um dos fundadores do selo M_nus, o norte-americano de Detroit acumulou experiência o suficiente para assumir a direção criativa da mega loja virtual Beatport por MArcelo godoy Clark Warner é daqueles profissionais que são grandes conhecedores do assunto. A trajetória dele, em particular, é marcada pelo amor que tem pela arte. Warner enxerga em sua função um papel vital para a movimentação da cena, seja espalhando música para o mundo ou proporcionando materiais de qualidade para os DJs (sejam profissionais ou “bedroom DJs”) com uma rapidez de entrega até então impossível há alguns anos. Como DJ, começou trabalhando com Kenny Larkin, em Detroit, no início dos anos 90. De lá, ficou amigo de Richie Hawtin e trabalhou com ele na Plus 8. Juntos, eles fundaram o M_nus, selo onde, desempenhando o papel de label manager, adquiriu grande parte de seu expertise em tecnologia musical e distribuição digital. Conversamos com Warner durante o Amsterdam Dance Event deste ano. Qual foi o momento em que você optou pela carreira de gestão à carreira de DJ? Desde o começo, sempre tive amigos músicos. Eu ajudava na promoção das bandas e eventos deles, e também na produção de shows. Foi natural entrar no mundo dos clubs e ficar em contato com os DJs e produtores. Daquilo, foi muito rápido ingressar em tour managements, fato que tomou muito tempo e energia. Talvez devesse ter investido mais em uma educação formal, uma universidade, mas fui aprendendo na prática. Discotecar para mim sempre foi um hobby. Sou um colecionador, adoro saber o máximo possível sobre o produtor ou a label que eu curto, então desde cedo me dei conta. Sou organizado, sei o que é experimentar música num nível emocional profundo, sou criativo e sempre me relacionei com artes. Mas o lifestyle de um DJ não é para mim. Tenho muitos amigos DJs e sei como pode ser uma rotina pesada. Prefiro investir meu tempo ajudando na carreira deles, e também
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entender o que eles querem projetar, seja como um label, uma marca, um músico ou um performer, artisticamente falando. Meu papel é ajudar os verdadeiros batalhadores da arte a serem revelados. Como é a sua rotina no Beatport? Nosso trabalho do time criativo em Denver tem muito a ver com processos de aprovações. Eu estou no comando das marcas e como elas se comportam perante o DJ que irá escolher suas músicas. Isso engloba a experiência ao se fazer downloads, a interface do usuário, como nos comunicamos com nosso clientes e também com a indústria musical. É uma parte muito importante do meu dia a dia. Trabalho em conjunto com empresas de relações públicas, comunicação interna e social media. Mesmo não estando no comando do marketing, nosso trabalho envolve o modo como nos relacionamos com os clientes. De fato, temos que manter claramente o nosso foco, que é o DJ. Feito por DJs, para DJs? Exato. John [Acquaviva] foi um dos primeiros investidores da empresa. Ele mostrou ao mundo logo de cara sobre o que se tratava aquele novo negócio, que não era somente para DJs e performers, mas também para selos e gravadoras. As ferramentas e o mercado mudam constantemente. Acompanho o desenvolvimento do modo como se toca música desde os primeiros modelos do Final Scratch, até hoje termos o Traktor, o Serato etc. Então é essencial o entendimento claro das necessidades do DJ no momento em que ele está na cabine ou em estúdio para ter sua mensagem transmitida. Muitas vezes sinto que somos tradutores. Tradutores entre o lado criativo, de selos e artistas, e as pistas de dança, entregando a melhor música possível da maneira mais rápida possível.
Quando pode-se considerar um dia difícil em seu trabalho no Beatport? Uma grande dificuldade para nós é não saber de mudanças tecnológicas antes de elas ocorrerem. Por exemplo, o Facebook faz alguma atualização que afeta o nosso trabalho. Nós temos que agir rapidamente e, às vezes, as coisas mudam e só nos resta reagir a elas. Por isso o Beatport tem equipes de desenvolvedores, IT, marketing, data, tudo isso dentro da empresa. Fizemos um investimento na companhia para que pudéssemos manejar qualquer dificuldade da maneira mais rápido possível. Contudo, bugs acontecem. Um dia ruim é quando quando o site por algum motivo fica fora do ar! Felizmente nos últimos anos isso tem acontecido cada vez menos. Ter um sistema estável é primordial, pois nunca sabemos quando alguém tem uma gig e precisa de nossos serviços, ou está no meio de uma transação monetária, ou baixando o material. Parece básico, mas funcionar perfeitamente é a nossa principal meta. Tem alguma história curiosa sobre algo que tenha acontecido nos escritórios do Beatport? Nós fazemos um streaming semanal, gravado tanto na sede em Denver quanto em Berlim. Convidamos o Steve Aoki para fazer um set. Como de costume, ele estava pulando e agitando, mas havia somente dez pessoas no estúdio! E, de alguma forma ele fez um crowdsurf (mosh) na nossa pequena cabine. Talvez não seja a história mais maluca do mundo, mas foi um momento engraçado. Nossos desenvolvedores estavam assistindo e querendo saber quem era aquele cara que dez pessoas estavam segurando no ar. “Não soltem ele!”, diziam. Steve é muito divertido!
Muitas vezes sinto que somos tradutores entre o lado criativo de selos e artistas e as pistas de dança, entregando a melhor música possível da maneira mais rápida possível.l
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review
DreamValley
Para os fãs brasileiros de música eletrônica, o maior sonho imaginável poderia ser a marca Green Valley realizando um festival. Nos dias 16 e 17 de novembro, o Dream Valley marcou uma fase amadurecida – e um sonho realizado – do grupo que hoje sustenta o segundo melhor club do mundo. Jéssica Galdino e Mariana Censi, da equipe House Mag, contam suas impressões sobre as duas noites fotos Nilo Biazzetto Neto Nossa equipe chegou ao Dream Valley com a mesma sensação de curiosidade que o público mostrou sentir nos infindáveis comentários pré evento que rodaram pelas redes sociais. Depois de tanta expectativa, nós também nos perguntávamos como seria um festival de música eletrônica realizado no maior parque temático da América Latina, o Beto Carrero World. A espera valeu mais do que a pena: assim que entramos, acabamos nos deparando com uma estrutura inacreditável de 35 mil metros, com direito a cenários lúdicos assinados pelo cenógrafo da escola de samba Beija-Flor, Antonio Carlos da Costa. O palco principal contou com decoração de flores e cogumelos
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por toda a fachada (mais de mil metros), além da fechadura gigantesca (símbolo do Dream Valley). Dois telões – que exibiram imagens ao vivo do próprio evento – e um grande painel de LED ao fundo mostraram o investimento pesado em tecnologia. Já o Mystic Stage ganhou menos atenção: a decoração contou apenas com o símbolo do evento, a fechadura. Devemos admitir que a infraestrutura foi extraordinária: estacionamento (embora um pouco caro, na faixa de R$ 40,00/dia), serviço de bar, alimentação, postos médicos e equipe (mais de 1200 pessoas) muito bem treinada, que estava sempre à disposição. Apenas os banheiros deveriam ser motivo de revisão para a próxima edição do festival, pois os 180
disponibilizados não foram suficientes para atender a demanda. Além das atrações, das 20h à 0h os dreamers puderam desfrutar de três brinquedos do Parque Beto Carrero World: a FireWhip (montanha russa invertida), o Tchibum (montanha russa dentro da água) e a Big Tower (uma queda de 100m de altura). Evento brasileiro com pontualidade britânica, os dois portões do Vale dos Sonhos (eram duas entradas, pelo Castelo e pelo Kart) foram abertos no horário previsto, assim como as atrações também começaram exatamente como divulgado, terminando pontualmente às 7h da manhã.
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Dream Stage
por jeh galdino
Sexta-feira, 16 de novembro O primeiro dia teve a presença de mais de 20 mil pessoas. Dexterz e em seguida Ask 2 Quit feat. Diego Moura agitaram os dreamers até às 19h, quando entrou Rodrigo Vieira, residente do Dream Valley. Mas foi somente às 22h que a galera enlouqueceu, quando as simpáticas meninas do Nervo subiram ao palco e levantaram o público. Embora muitos tivessem criticado sua colocação no palco principal, Sharam entregou um ótimo set e não deixou a peteca cair. Mesmo debaixo de chuva, o escocês Calvin Harris conseguiu manter as pessoas na pista e incendiou a multidão que cantava em coro seus hits. Já Armin Van Buuren entrou às 3h da manhã com um sorriso no rosto e seu famoso carisma, que ajudam a entender por que o holandês é considerado o DJ número 1 do mundo. Por fim, fechando com chave de ouro, Steve Aoki foi a maior surpresa do festival. Ele
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iniciou a apresentação oscilando entre um electro pesado e dançante. Marca do DJ, como não podia ser diferente, Aoki arremessou bolo na galera, e botes infláveis carregaram alguns dreamers. Sua apresentação contagiou e levou o público ao delírio até o amanhecer. Todos saíram dali loucos pelo segundo dia.
Sábado, 17 de novembro A segunda noite do festival reuniu mais de 25 mil pessoas. Tudo estava muito mais emocionante. A vibração do público ficou visível de todas as maneiras: caras, bocas, passos, a cada apresentação. Os DJs Ferris, Bruno Barudi, Mario Fischetti e Life is a Loop, com a incumbência de aquecer a pista principal, cumpriram direitinho seus papéis, tocando sucessos que em poucos instantes levaram os dreamers ao delírio. À meia noite, Zeed assumiu as pick-ups e faz a galera tirar terminantemente o pé do chão. Todos dançaram, curtiram e puderam sentir na pele as vibrações que vinham das batidas.
Logo em seguida, os franceses do Justice animaram o público. Infelizmente o set deles não agradou muito – ao fim da apresentação, foi possível escutar algumas vaias. O que não foi motivo para os dreamers perderem o entusiasmo, afinal, naquele momento todas as atenções já estavam voltadas para David Guetta, que às 3h fez o público cantar seus maiores sucessos nas suas duas horas de show. E que show! Como descrever? Unânime! Mas o sonho não parou lá! Ao clarear o dia, o holandês Hardwell, diga-se de passagem, um prodígio da música eletrônica, subiu ao palco para fazer a melhor, apresentação dos dois dias de festival. Os comentários pós performance mostram que ele conquistou muitos fãs brasileiros depois daquele dia. Às 7h em ponto da manhã, Hardwell encerrou com chave de ouro o festival que já entrou para a história da música eletrônica brasileira. E que promete ser o primeiro de muitos que ainda estão por vir.
Mystic Stage por mariana censi
Próximo à entrada secundária do festival ficava a pista 2, o Mystic Stage. Dali já podíamos enxergar: a todo momento entravam muitas pessoas, de todos os estilos. Dos mais empolgados aos tímidos, dos figurões aos modernos, básicos ou estranhos. Todos eles com o mesmo propósito de aproveitar o tão esperado Dream Valley.
Sexta-feira, 16 de novembro É o começo, quando a gente se impressiona com tudo o que vê: desde a primeira música até a estrutura dos palcos, tudo é bem característico. O Mystic Stage lembrava uma gruta de pedras escura, algo sugestivo aos DJs que passariam por ali nas próximas horas. O live do Paul Ritch foi o primeiro desta lista, depois de Andre Pulse e Flow & Zeo.
Robert Babicz aproveitou a pista enchendo para o Gui Boratto e mostrou – muito bem – a que veio. Gui, com a pista cheia, fez dançar quem estava parado e parar quem estava só de passagem. Ali Dubfire entrou no clima e manteve uma linha muito sua: previsível não é a palavra, prefiro chamar de típico. Steve Lawler, por mais que tente, não perdeu a veia progressiva e Magda, ah Magda... sua técnica encantou o público que também a encantou, e dela arrancou alguns sinceros sorrisos. Foi quando, às 7h em ponto, se pôs fim o primeiro e mágico dia do festival.
Sábado, 17 de novembro Dixon: não há como descrever a noite de sábado sem enfatizar a apresentação deste tímido alemão que, sendo ele mesmo, e fazendo o que
faz, conquistou uma impressionante multidão pouco vista no Mystic Stage. A noite de sábado começou bem brasileira com o duo Digitaria, Wehbba e Gabe. Al Doyle, representando a trupe Hot Chip, se mostrou extremamente à vontade e conseguiu passar a energia boa que estava sentindo para o público, que aproveitou muito bem o set. O house pegado – e inédito para alguns ouvidos – do DJ Sneak não competiu com a fama de David Guetta, que tocava no palco principal. O norte-americano tocou pra poucas e sinceras pessoas, mas não decepcionou. Reboot e seu estilo Cadenza no que se refere a perfil e ritmo encerraram o segundo e último dia do Mystic Stage. E assim se realizou o sonho chamado Dream Valley. www.housemag.com.br
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OPINIÃO
É diversão, sim. Mas é profissional por JOÃO ANZOLIN
Bem ou mal – ou a que custo a Copa de 2014 se concretize no Brasil –, a realização do evento no país só é possível graças à construção ou remodelação completa dos doze estádios que irão sediar as partidas do mundial. O futebol brasileiro teve e está tendo que se adaptar profundamente, como um todo, para receber a Copa: velhos estádios precários nos quais os torcedores ficavam espremidos e sem segurança estão dando lugar a modernos complexos confortáveis. Alguns clubes vão além e se estruturam cada vez mais, investindo em planejamento, organização e marketing. O futebol moderno já exige há algum tempo uma abordagem negocial bem distante do tradicional amadorismo apaixonado (e quase sempre, suspeito) que sempre cercou o esporte no país, e os clubes que enxergaram isso antes já colhem os frutos desta mudança há alguns anos. A verdade é que, no contexto atual do futebol, a profissionalização se tornou uma verdadeira exigência para os clubes e profissionais que buscam o sucesso. Trago o exemplo do esporte porque ele é um dos que melhor se aplica ao momento atual da música eletrônica no mundo, e mais ainda a brasileira: é fácil para nós visualizar como ainda encaramos muitas coisas com amadorismo e como isso pode ter consequências desastrosas. Hoje, ao mesmo tempo em que a tal EDM cresce a uma velocidade espantosa, muitos personagens do seu universo – alguns deles, velhos integrantes – ainda não compreenderam a necessidade urgente de uma mudança de atitude. Em maio de 2012, a IMS – conferência anual sobre música que acontece em Ibiza – teve um painel específico sobre o que o universo musical poderia aprender do mundo financeiro. O palestrante, James Vaux, começou sua exposição concluindo: “O universo da música e do entretenimento é muito passional. Ele precisa ser mais profissional para durar e ser confiável.” Mas, o que exatamente é este “ser profissional”? Quem nunca levou um chá de cadeira esperando para uma reunião algum DJ, empresário, dono de clube, agência, promoter, designer ou etc. que atire a primeira pedra. Pior: quem nunca levou um legítimo “cano” e está, até hoje, esperando
a resposta, idem. A dinâmica do universo da música eletrônica ainda parece muito atrelada às práticas noturnas – onde ouvir um “já volto” e ficar no vácuo é comum – e pouco às diurnas, em que deixar alguém esperando sem dar satisfações é uma verdadeira falta grave, que pode comprometer um negócio e gerar prejuízos. A falta de pontualidade é um mero detalhe, claro, mas muitas vezes ela é apenas a ponta de algo maior e mais grave: a falta comprometimento.
A dinâmica do universo da música eletrônica ainda parece muito atrelada às práticas noturnas – onde ouvir um “já volto” e ficar no vácuo é comum – e pouco às diurnas, em que deixar alguém esperando é uma falta grave, que pode comprometer um negócio e gerar prejuízos. Apesar de fazerem um trabalho artístico, DJs/ produtores, músicos e até clubes não podem ter uma carreira pautada pelos mesmos princípios que orientam seus trabalhos – muitas vezes completamente anárquicos, desregrados e geniais. E é exatamente aqui que surge uma série de outros profissionais que, junto com o artista, serão os responsáveis pela construção de uma carreira verdadeira. Para o artista criar e extravasar a sua arte com propriedade, deve ter toda uma equipe de pessoas capacitadas cuidando dos assuntos que muitas vezes fogem do seu alcance. Assim como as agências são responsáveis pela venda direta dos artistas aos clubes e eventos, designers devem criar identidades visuais, fotógrafos competentes e adequados para o artista devem realizar os ensaios fotográficos, empresas de relações públicas e assessoria de imprensa devem fazer a sua comunicação e, eventualmente, um manager próprio deve assumir a frente de coordenar todos
João Anzolin Coordenador da Revista Warung e sócio da agência de conteúdo Hot Content. joaoanzolin@gmail.com
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estes itens ao mesmo tempo. A grande maioria das agências brasileiras assume tão somente o trabalho da venda dos seus artistas, sendo quase impossível atender a tantos nomes com serviços de outros tipos e que atendam às necessidades particulares de cada um dos DJs. Provavelmente tudo isto terá um custo elevado, mas assim como equipar um consultório ou um escritório, investir em uma carreira é uma opção profissional. Quantos DJs que há alguns anos estavam com agendas cheias e hoje sequer sabemos onde estão? Em contrapartida, quantos novos DJs – muito cientes desta nova realidade – despontam em pouquíssimo tempo graças a uma somatória de trabalhos bem feitos? A regra vale, na verdade, para todo o cenário musical: há alguns anos, DJs eram responsáveis pelo som e pela iluminação dos clubes que tocavam. Donos de clubes e organizadores de eventos trabalhavam com produção, logística e parte artística ao mesmo tempo em que negociavam com fornecedores e faziam as vezes de promoters ou hostess, fazendo a divulgação e recebendo os convidados. Donos de clube gravavam a propaganda na rádio e iam para a rua distribuir flyers. O amadorismo passional do nosso universo rende relatos engraçados de diversas situações, mas enquanto ele não ficar definitivamente no passado, irá passar de saudosimo para vilão. Que fique claro que isso tudo não se trata de “comercializar” ou “mercantilizar” a arte, mas sim de estabelecer padrões de gestão compatíveis às regras de um mercado e da realidade. Num cenário crescente e que movimenta cada vez mais pessoas e cifras, DJs, clubes, festivais, agências e todos aqueles que trabalham com a música eletrônica só têm uma alternativa: encará-la como um segmento sério e tratá-la como tal. Quem não entendeu isso até aqui vai seguir um caminho bastante comum no futebol brasileiro recente, e assim como é cada vez mais normal ver grandes times rebaixados, também será normal ver grandes artistas, clubes e personagens sumindo na névoa do amadorismo.■
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E a Bolívia continua surpreendendo
Ricardo Lin, da equipe House Mag, foi até a Bolívia conferir o que rolou no Crossfest 3D deste ano Quando o nome Bolívia surge em qualquer esfera, é comum se criar um estereótipo sobre sua cultura e seu povo. No Brasil, dificilmente imaginaríamos que nosso vizinho poderia ter uma cena eletrônica diversificada, com espaços para o comercial e o conceitual. Essa foi minha grande descoberta na segunda viagem que fiz àquele país, desta vez indo também para me apresentar como DJ. A chegada e a recepção foram muito rápidas, e logo eu já estava acomodado no hotel. Desembarquei um dia antes do Crossfest, pois tocaria numa festa de warm-up no club Mia by Set. Foi lá que conheci alguns artistas locais da cena undeground boliviana e me surpreendi bastante. Além de ótimos DJs, são também produtores e possuem seus próprios selos. A festa no club Mia estava legal, mas não era hora de queimar a largada. No outro dia, o festival começaria cedo no fim de tarde. No sábado pela manhã, era hora de acompanhar a passagem de som para o festival e dar uma olhada na cenografia 3D, algo inédito em festivais na Bolívia. A Total Entertainment fez um trabalho que não deve em nada aos festivais que temos no Brasil. Durante a passagem de som do simpático argentino Fernando a.k.a. LSDA, conheci a maior parte do line-up local. Fizemos intercâmbio de informações, e quase perdi a hora de ir embora de lá para preparar o set. Pelo horário marcado, eu imaginava tocar músicas mais leves, fazendo warm-up. Separei
algumas tracks que costumo tocar em sunsets e me mandei para a festa. Ao chegar lá, me deparei com um público pequeno (pois ainda era final de tarde), porém, sendo levantado pelo som de Lecter & Marco Cuba, artistas locais de La Paz. Um b2b para cima que levantou a pista. Aquilo criou um pequeno problema: as tracks que havia separado eram incompatíveis com o som que rolava no momento, e fui obrigado a improvisar o set. Foi legal resgatar algumas tracks. O set foi curto, mas muito divertido. LSDA começou sua apresentação ao vivo logo depois, um live de electro muito bem trabalhado. Ele domina muito bem todas as ferramentas, de controladoras a microkorgs. Nosso conterrâneo Anderson Noise entrou em seguida com sua pegada característica puxada para o techno. O espanhol D-Formation continuou a mesma linha de som com o público já hipnotizado pelas projeções em 3D. Os últimos DJs da noite foram Harry Romero e 4strings, que não decepcionaram quem sobreviveu até o final. A Crossfest me surpreendeu bastante, e, ao contrário da pirotecnia do Ibiza Open – festival boliviano onde também estive presente, em maio deste ano –, é um evento focado principalmente na música. Foi muito importante conhecer e interagir com artistas de diversos cantos do mundo. Uma experiência única que recordarei por muito tempo.
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COMPORTAMENTO
A favor da
música
De acordo com o dicionário Aurélio, música é uma “organização de sons com intenções estéticas, artísticas ou lúdicas, variáveis de acordo com o autor, com a zona geográfica, com a época, etc”. Portanto, perder tempo falando mal do alheio está completamente fora de moda e jamais vai trazer algum benefício próprio ou para o grupo. Independente de vertentes, ritmos e estilos, seja a favor da música, apenas da sua música. por Carolina Schubert
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A maioria das pessoas que curte música eletrônica alguma vez na vida já viu e, provavelmente, citou “Pump Up the Volume”. De acordo com o documentário, a house music surgiu na época da Warehouse, famoso club de Chicago que bombava nos anos 80. Resumindo a história, os frequentadores da casa passaram a abreviar o que estavam curtindo e nasceu o house. De lá para cá, e até mesmo antes disso, entre a América e a Europa a evolução da música eletrônica foi tomando novas direções. A difusão do estilo cresceu e cresceu, até chegar ao formato astronômico atual.
brasileiros que estão acabando e disponibiliza todo o material na Internet. Conhecedor do assunto, o entrevistado da noite ainda discorreu sobre características parecidas entre alguns ritmos, que, no caso da música brasileira, têm em comum a base do baião. Alguns mais fortes, outros nem tanto, uns com muitos tambores ou apenas pontilhados por violas. A questão é que esses ritmos deixam de existir porque ninguém dá continuidade ou porque evoluem para um novo ritmo. Por exemplo, o samba vem do lundu, mas hoje é samba reggae, samba funk, e por aí vai. Fecha parênteses.
Abre parênteses. Assim como a música eletrônica mudou, muitos estilos sofreram com as marcas do tempo e outros até foram extintos. Em entrevista para o programa Agora é Tarde, da Rede Bandeirantes, o pesquisador e neto de Luiz Gonzaga, Daniel Gonzaga falou sobre um projeto chamado Biblioteca de Ritmos (bibliotecaderitmos. com.br). A iniciativa procura por ritmos
Tal pensamento pode de alguma forma ser transportado para a realidade de várias vertentes musicais, inclusive da agora em pauta música eletrônica. Afinal, fazendo uma conta rápida e resumida da época da Warehouse, o house não parou de se transformar. O ritmo, ou estilo, como é costume chamar, alcançou os mais variados sobrenomes e, provavelmente, algumas batidas
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e bases hoje acabaram até esquecidas. Com a era digital e a facilidade de plug-ins, timbres e sons disponíveis na Internet, nem se fala.
A era dos palpites No meio de tudo isso, como não poderia ser diferente, também foram surgindo os críticos de plantão, que tudo sabem, tudo opinam e tudo criticam. Pitaco é o que não falta. Aquele que nunca destilou um veneninho contra o que julga ruim que atire a primeira pedra. O problema não é opinar. Já dizia Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você proferilas.” O X da questão é: a cada dia que passa, tornase mais comum o surgimento de grupos, de todos os lados, que perdem boa parte do tempo analisando e desenvolvendo teorias sobre aquilo que não gostam. Como assim?
Rodrigo Itaboray fala das redes sociais, onde reina o famoso ‘fale bem ou fale mal, mas fale de mim’, que acaba gerando mídia espontânea para aquilo que não se gosta.
Vale citar um vídeo protagonizado pelo produtor musical Rodrigo Itaboray, de Juiz de Fora (MG). Em seu canal no YouTube, ele fala a respeito do tema e expõe uma opinião bastante plausível, nas palavras dele, a chamada mídia espontânea. Ou seja, principalmente nas redes sociais, o número de comentários divulgando coisas que não se gosta é muito grande. É o famoso “fale bem ou fale mal, mas fale de mim”, que gera mídia espontânea para aquilo que se desgosta. Dessa forma, aquele artista taxado de “ruim” acaba chamando ainda mais atenção e continua tomando o espaço daquilo que realmente interessaria para o determinado grupo que perdeu tempo pixando o alheio. Em um segundo vídeo, o produtor mineiro ainda relata uma entrevista que concedeu à Transamérica, em que o músico Lobão falou sobre a divulgação do seu livro “50 Anos a Mil“, e para isso usou o artíficio de falar mal de alguns ídolos pop atuais. Aquele áudio acabou caindo até no YouTube, gerando milhares de views e, por consequência, mídia expontânea para um livro que talvez não chamasse tanta atenção de outra forma, afinal, brigas, discussões e todo esse burburinho chamam muito atenção, e até pessoas que não sabem do que se trata acabam entrando na onda. Na mesma tangente estão vídeos, links e conteúdos gerais de música eletrônica que diversas pessoas não gostam, mas insistem em perder tempo falando mal. Ainda seguindo a linha de raciocínio de Itaborai: chega-se ao ponto de que as pessoas também reclamam que as rádios só tocam “porcaria”. Mas por que então ouvir aquela estação? É só girar o botão e escolher outra rádio. Quantas rádios online existem hoje em dia? Quantas lojas de música podem ser acessadas? Pare de dar Ibope para o que julga ruim. É muito simples: não ouça! É muito melhor ouvir, ler e debater temas construtivos. Independente da camisa que se veste, torcer pelo time e não contra o time dos outros. Louvável é o debate, e não a discussão. No atual cenário da música eletrônica é gratificante saber que muitos grupos, inclusive nas redes sociais, lutam por uma cultura. Por outro lado, é triste ver tanto blábláblá desnecessário sendo publicado. Um constante underground x mainstream, “de verdade” x “de mentira”, bom x ruim. Definitivamente, sem fim nem finalidade.
A psicoanalista Letícia Torres, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fala sobre o comportamento agressivo muitas vezes vislumbrado na música “Todo ser humano, desde seus primórdios, busca alguma forma de reconhecimento. Isso é o que faz o bebê, ao produzir os primeiros sons, inventar as primeiras gracinhas, na tentativa de chamar a atenção, de buscar o olhar ou olhares daqueles que dele cuidam, seja a mãe, o pai, a babá ou os familiares. Supomos assim que a criatividade e a inventividade surgem nos nossos primeiros tempos de vida, justamente nesta tentativa de testemunho do próprio valor. Ao longo da vida, na escolha da trajetória que cada um seguirá, podemos ir aprimorando, lapidando e até musicalizando nossas produções. Contudo, na sociedade atual, por razões históricas e culturais, a competitividade, que é a disputa de lugar, tem se mostrado com muita força. Logo, na tentativa de desviar os holofotes em sua direção, nem que pelo fugaz instante de ocupar o palco de celebridade momentânea, assistimos posicionamentos e atitudes bastante questionáveis. Observa-se o aumento dos comportamentos destrutivos, tomando muitas vezes contornos agressivos. Desde o mal falar, e criticas infundadas até cenas de uma violência maior que a mídia cotidianamente nos informa, trazem marcas muitas vezes dolorosas. Talvez, tenhamos que dar mais voz às palavras generosas que alguns poetas nos ofereceram. Raul, faz tempo, nos disse: ‘Prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo’. Cabe pois, a cada um, a escolha de permanecer sempre lagarta ou permitir a borboleta.” Resumindo, ficar enterrado dentro do casulo é um retrocesso. Mais vale voar e expor aquilo que realmente faz parte da própria personalidade e construir novas opiniões a partir de descobertas que estão dentro de um contexto positivo. Afinal, ao que tudo indica, pesquisar pelo estilo preferido, buscar a raiz e a essência do que considera de fato música, tomar iniciativas em prol do próprio gosto são medidas muito mais frutíferas do que esbravejar por que a grama da família de suecos que mora ao lado está mais verde ou mais azul (com o perdão do trocadilho, sem a intenção de levantar bandeiras). Afinal, perder tempo se preocupando em cuidar das preferências alheias não leva ninguém a lugar algum, gera propaganda espontânea e ainda pode colaborar com a futura extinção daquele ritmo que arrepia você de verdade.
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Muitos reclamam que as rádios só tocam ‘porcaria’. Mas por que então ouvir aquela estação? É só girar o botão e escolher outra rádio.
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E SE...
Fotografia: Divulgação
E se... O mundo fosse um grande clube?
por João Anzolin
Pista
Espanha, Argentina, Inglaterra, Brasil, Japão Os lendários clubes de Ibiza, os festivais argentinos, a cultura clubber inglesa, o calor brasileiro e a loucura dos orientais: uma pista de dança eclética assim e com essa qualidade de público, só em sonho!
DJs
Alemanha e Reino Unido Talvez outros países como os Estados Unidos ou até mesmo o Brasil tenham uma quantidade maior de DJs (ou pelo menos daqueles que se intitulam assim), mas não há dúvidas de que a maioria dos grandes talentos da música eletrônica tem origens britânicas. ou alemãs.
Bilheterias
Estados Unidos Que país do mundo poderia revolucionar todo o mercado da música eletrônica em pouco mais de um ano? A resposta só pode ser uma: os Estados Unidos. A febre da EDM pela América do Norte pode ser algo recente, mas o poderio econômico do país é tamanho que em pouquíssimo tempo conseguiu modificar todas as bases financeiras da música. eletrônica.
Seguranças
Rússia Um povo que é forte e truculento de nascença – ou por sua criação – não poderia desempenhar melhor os trabalhos de garantir a “tranquilidade” de uma festa!
Camarotes
Brasil A vontade brasileira pela ostentação não encontra paralelo no mundo: a febre dos VIPs no país fez com que o champanhe com fogos de artifício se tornasse uma espécie de regra em casas noturnas de todo o país, a ponto de relatos indicarem a existência de competições entre quem pode comprar mais garrafas em alguns clubes. Corridas por pulseiras e áreas VIP dentro das próprias áreas VIP não deixam dúvida: o Brasil é o país do camarote.
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Backstages/Produção
Inglaterra A Alemanha pode ser a bola da vez e os Estados Unidos podem estar vivendo o seu momento na música eletrônica, mas nenhum país do mundo tem essa cultura tão presente em sua sociedade como a Inglaterra. Ser clubber é uma fase natural na vida inglesa desde os anos 90, e é graças a isso que hoje estão espalhados pelo mundo promoters, produtores de evento, técnicos de som, jornalistas e diversos tipos de profissionais ligados aos bastidores da música eletrônica.
CLUBLAND
Música no interior
catarinense
Nomes como como Laura Jones, Lee Foss e PillowTalk tornam o club Dining um dos novos redutos da música
por Mariana Censi “Eu quero colocar Chapecó no circuito mundial dos grandes e melhores DJs do planeta. Trazer um pouco do mundo até aqui.” É assim, cheio de orgulho, que fala o proprietário do Dining, novo clube do oeste catarinense. Em agosto de 2012 a casa completou seu primeiro ano, e na festa de aniversário, a trilha sonora ficou por conta da americana Laura Jones. Já no comando da festa de inauguração, no dia 6 de agosto do ano passado, estavam os DJs Gadotti e o argentino Arcangel. A construção histórica da casa que hoje é o endereço do Dining foi de um dos desbravadores da cidade, Serafim Enos Bertaso. Inspirado na arquitetura clássica dos colonizadores, o clube
que tem capacidade para 1500 pessoas aposta no conceito, oferece música eletrônica de qualidade e um ambiente sofisticado. Prova disso é a lista de DJs que já passaram por lá. Dentre os principais estão Lee Foss, Nina Kraviz, PillowTalk, Hot Since 82, Kolombo e os brasileiros do Rolldabeetz, Aninha, HNQO e Leozinho. Agora, no início de dezembro, a casa recebe uma tour do Warung com Benoit & Sergio e promove um festival, o Luna Lai, que traz à cidade D-Nox, Digitaria e Flow & Zeo. O Dining Club está construindo uma história de sucesso e, logo no início, já colhe bons frutos. Bom para o público e ponto para a administração, que reserva surpresas para o próximo ano. ■
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review
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O festival do
amor
Com palcos intitulados Love, Union e Peace, a XXXperience fez a maior edição da história do festival, com um line-up surpreendente e dois dias de festa. Graziella Ranno e Ricardo Lin contam o que viram por lá Em 1996, uma rave, em seu mais despretensioso sentido, surgia como uma nova manifestação de liberdade. A XXXPERIENCE nasceu em meio a um cenário embrionário para a música eletrônica nacional e, assim como outros festivais, tinha como intenção primordial reunir pessoas em prol da boa música que fossem felizes e dançassem, sem distinção. Ao longo dos anos, tanto no Brasil como em todo o globo, a cena da música eletrônica se transformou e a XXXPERIENCE passou a trazer novidades como, por exemplo, uma edição gigantesca em formato 3D, realizada em 2011. Agora, em sua 16ª edição, a surpresa foi trazer um festival diversificado. A estrutura da Arena Maeda, localizada na cidade de Itú, interior do estado de São Paulo, foi dividida em três palcos, e pela primeira vez o festival foi realizado em dois dias. A notícia deu o que falar nas redes sociais, mas só foi concretizada após a união das empresas No Limits, Geo Eventos e Plus Talent. Para alegria de todos, o festival veio em dobro e com um belo line-up.
Domingo , 18 de novembro Num festival de dois dias, o primeiro acaba sendo aquele da emoção, da surpresa, quando tudo é novidade. Nossa chegada foi tranquila, havia muitos seguranças e as entradas foram bem divididas para quem adquiriu o ingresso que dava acesso ao camarote. É importante que fique claro que como as apresentações eram simultâneas, tornou-se humanamente impossível assistirmos a todos os artistas, por isso citaremos de um modo geral as três tendas.
O Love Stage o palco maior e mais elaborado, com uma estrutura imensa de 34m de largura com 16m de altura, digno de grandes festivais internacionais. Por ele passaram grandes nomes do electro e progressive house atual. David Guetta, um dos headliners da festa, confirmou sua popularidade e arrastou uma multidão para a apresentação, com direito a fogos e interação surpreendente de público. Tocaram também Sharam, Hardwell, Chris Lake, Under Constrution, e os duos brasileiros Mora e Naccarati, Dirtyloud e Ultramelt. Union Stage foi o nome dado ao palco onde tocaram Dixon, DJ Sneak, Art Departamnet, Wehbba, Flow & Zeo e Rogério Soldera. Todos apresentaram o “creeme de la creme” do deep, tech house e techno para o público. Agora mesmo você deve estar se perguntando se nós esquecemos de citar Jamie Jones e Solomun. A resposta é não. Deixamos a melhor parte para o final: esses foram definitivmente os grandes nomes do primeiro dia da XXXPERIENCE. Surpreendente, ímpar... É mais ou menos isso que queremos expressar. A vontade era de que o som não acabasse mais, e que pudéssemos ficar ali por mais algumas horas. Incrível! O terceiro e último palco foi chamado de Peace Stage e, como acontece em outros festivais, é uma festa à parte. A grande plateia do psy trance relembrou o ápice dessa vertente, com apresentações de Skazi, Ace Ventura, os portugueses do Paranormal Attack, Wrecked Machines, Easy Riders, entre outros. Já passava da 1h da manhã do dia 19, quando resolvemos ir embora antes mesmo de a festa acabar, rumo ao hotel, porque ainda teríamos um longo dia pela frente.
Segunda-feira, 19 de novembro No último dia o corpo já não é mais o mesmo. O cansaço grita, mas seguimos empolgados por causa do line-up daquele dia. Por volta das 20h, quando chegamos, tudo estava muito mais calmo do que no domingo. Em plena segunda-feira, véspera de feriando em algumas cidades do estado de São Paulo, o público chegou aos poucos, meio tímido. No início, pensamos que aquela mudança para dois dias de festa seria um desastre, mas felizmente não foi: pelo contrário, foi o mais emocionante dos dois dias. No Love Stage, conferimos o outro headliner da festa: Amin Van Buuren, eleito pela sexta vez o melhor do mundo, fez um show apoteótico que superou todas as expectativas ao amanhecer. Também tocaram por lá o duo carioca Felguk, as meninas do Nervo, o argentino Gustavo Bravetti e Vitor Becca, que merece destaque aqui pelo seu set composto por uma vasta coleção de vinis. Passamos grande parte do tempo no palco 2, observando o público e as apresentações de Dubfire, Paul Ritch, Gabe, Rolldabetz, Renato Ratier, Stephan Bodzin, Victor Ruiz, Seth Troxler e a figura mais aguardada: ninguém menos que a polonesa Magda, que confirmou por que é considerada a Rainha do Techno. Já o Peace Stage, voltado ao trance, recebeu atrações como Krome Angels, Sesto Sento e Infected Mushroom.
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SEGUNDA 24/12 N O I T E
ALEX STEIN
MARCO LISA
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N A T A L
RODRIGO CARREIRA GROMMA
ALE ALBIERI Av. Água Verde, 66 - Curitiba . PR (41) 3333.5555 contato@club.art.br
D E
DELIPPE reitenbach
BIRA
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cobertura
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amsterdam dance event
2012
A House Mag esteve na maior conferência do mundo da música eletrônica. Foram cinco dias e cinco noites de networking, painéis, filmes, e, é claro, muitas festas por Marcelo Godoy
Uma grande feira de negócios, aliada a um grande parque de diversões. Neste ano, o Amsterdam Dance Event, mais conhecido como ADE, foi dividido em quatro pontos principais, além dos 75 outros com programação independente filiada ao evento. Só a capital da Holanda, Amsterdã, já é uma sensação à parte: a cidade é organizada e harmoniosa. Lá, o respeito é tão primordial nas ruas do centro que mal se percebe a diferença entre calçada e rua, e o tram (bonde elétrico) divide o espaço com pedestres, carros e muitas bikes. Nas mais de 350 festas realizadas no período, foram 1.700 apresentações ultra-especializadas nas mais diversas áreas, estilos, gostos e personalidades. Os profissionais que participam da conferência são artistas, agentes, managers, promoters, donos de clubs e festas, selos, indústria de tecnologia, mídia e também estudantes. Os dias foram voltados para as conferências, divididas em painéis, workshops e cafés/coquetéis para encorajar o networking massivo. Pensando nos mínimos detalhes, a organização fez jus ao seu tamanho e expertise: os encontros e reencontros possibilitaram a todos os profissionais fazer negócios e um interessante intercâmbio cultural. Em todos os cantos, corredores, escadas e bares ouvia-se datas sendo negociadas, festas se organizando, labels mostrando seus portifólios e o que mais se puder pensar em relação à indústria da música e entretenimento. Já as noites contaram com festas pulverizadas pela cidade inteira. Curadorias artísticas detalhadamente pensadas para o deleite dos mais diferentes públicos fizeram as noites holandesas se extenderem mais do que o habitual. Geralmente, o holandês começa cedo: às 20h os drinks já rolam em vários bares com pista e, às 22h, os clubes já ficam mais cheios. O fim ocorre por volta das quatro ou cinco da manhã. No entanto, durante a semana do ADE, a cidade dos pecados permitidos abriu concessões, e afterhours podiam ser encontrados em diversos lugares até as 16h do outro dia. São tantas festas, e de graça para os delegados do evento, que todos acabaram fazendo uma grande agenda de festas, passando por diversos clubes. De ambient a hard techno, de 18 para mais de 50 anos: todos podiam encontrar a festa perfeita na semana do ADE. www.housemag.com.br
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As principais atividades foram segmentadas em cinco grupos: ADE Next
ADE PRO
BEAMLAB
Music and Bits
Hard Dance Event ADE University
Foi o principal encontro para networking. Novos talentos puderam compartilhar informações e conhecer produtores e DJs mais experientes, assim como managers, booking agents, promoters e donos de club. O evento também contou com um plano de vantagens para quem quisesse fazer compras e ir a eventos exclusivos.
Principal conferência do evento, contou com 3.800 delegados de 65 países. Os debates foram sobre os novos rumos da indústria e discutiram soluções e novos paradigmas que estão sendo moldados.
É a conferência voltada ao universo imagético relacionado à música. Designers de palco e motion graphics, artistas visuais, VJs e live video operators.
Voltada para o mercado online. Players como Youtube e Spotify discutiram tendências e práticas adotadas.
Conferência voltada aos gêneros mais pesados da música eletrônica.
Focado em estudantes. Tratou de workshops sobre equipamentos e modos de apresentação a perguntas e respostas com Chuckie e Junkie XL. Tem um enfoque mais comercial, business oriented.
Os painéis O Doing it Yourself foi um debate que visou ajudar novos talentos a trilhar um caminho como DJ e/ou produtor, focando na máxima de se amar o que faz e não entrar na carreira só pelo status, glamour ou qualquer outro motivo que não a música. Esse assunto foi muito recorrente durante o evento todo. Como sinal positivo, a indústria da electronic music parece ser muito saudável e cíclica, com espaço para todos que abraçam a profissão com amor à arte. Valores e ética profissional também foram levantados em questões, mostrando que para ser bem sucedido na profissão é necessário um bom caráter em conjunto com trabalho árduo e organizado. O debate do painel Crate Digging 2.0 foi interessante, pois colocou de um lado dois novos talentos (Daniel e Marlon do Guerilla Speakerz) e de outro duas lendas: François K e Todd Terry. Moderado por Eelco Couvreur, neste painel foram discutidas maneiras de se manter fresh, sendo em vinil, digital, promos ou edits. E, é claro, sempre mantendo uma conexão emocional com as faixas.
Mais debates no Felix Meritis
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Uma das salas no Dylan Hotel
Agregador também foi o painel CNTRL: Beyond EDM, que apresentou publicamente o projeto CNTRL, de autoria de Richie Hawtin e Loco Dice. Além deles, entre os debatedores estavam também Seth Troxler e Matthew Adell (CEO do Beatport). Após explicar o projeto – que percorreu universidades norte-americanas oferecendo workshops sobre música eletrônica –, a discussão acabou focando na educação de pista e novas gerações. Eles apontaram que a música eletrônica vem sofrendo um déficit de underground. Com a dominação dos sons comerciais, perdeu-se muito a conexão com a paixão musical a preservação da cultura, em todos os aspectos. O projeto visava levar essa ideia de volta a estudantes universitários da área. “Keeping it real” – inspirar os jovens. Também falou-se muito da quebra da barreira entre underground e comercial, e concluiuse que não importa de que lado você esteja, o respeito deve estar presente. Dice destacou
o fato da importância da originalidade artística e Hawtin ponderou, colocando panos quentes, dizendo que o importante é uma integração para somar e se apegar às suas crenças e cenas, sejam elas quais forem. No ápice da discussão, que chegou até a polêmicas como o top 10 do Beatport, Troxler esbravejou: “Isso é arte!”. E foi aclamado com uma salva de palmas. Algo muito interessante e necessário é que mesmo com todo o respeito diante de diferentes cenas e realidades, os participantes dos painéis (tanto debatedores quanto público) colocaram o dedo na ferida em muitas questões. Por exemplo, François K reforçou que a devida atenção não é dada à música eletrônica. Ela ainda não é considerada do mesmo nível da música clássica ou jazz. São pouquíssimos os lugares no mundo onde se pode apreciar música eletrônica com a devida acústica e qualidade e, ainda, dilacerou o MP3 e todo o seu uso de forma profissional.
Marcelo Godoy conta o que viveu durante as noites do ADE
Delta Funktionen na Trouw
Sobre as festas, a única coisa ruim (mesmo!), era a dor de escolher uma festa em relação à outra. Line-ups enlouquecedores, música boa por todos os lados, muitos lugares interessantes para se conhecer. A cena de Amsterdã é muito organizada e bem produzida, tudo é um espetáculo. Sound systems potentes – em todas as venues – e clubs com identidade faziam cada festa ser uma nova experiência. O conjunto era impecável: som, direção artística, conceito, iluminação, ambientação, efeitos especiais, detalhes. Comecei minha festividade na quinta-feira (infelizmente perdi a festa do Warung na Melkweg, mas todos com quem conversei confirmaram que o evento foi sensacional). Após ter queimado a largada, na quinta fui à “All Gone Pete Tong”, no club Air. Vi as apresentações de Pete Tong, Damian Lazarus, Shaun Reeves b2b Ryan Crosson e Waifs & Strays. De lá, queria ver o Derrick May no Studio 80, mas quando pisei no club ele estava tocando a última música (saí do hotel sem ver se tinham postado o timetable. Acontece!). Ainda assim, curti os sets de Deetron, Steve Rachmad, Edwin Oosterwal e Maher Daniel.
Galera saindo do club Home, a caminho do after
Na sexta, toquei em um coffee-shop chamado The Greenhouse Effect. Foi muito legal explorar lados B de discos, ambientações e experimentalismos – não é sempre que a gente tem uma pista assim. Acabando meu set, estava louco para ir ao Trouw que, pessoalmente, é meu club preferido em Amsterdã, com climão warehouse. É possível dizer que ele está para Amsterdã assim como o Berghain está para Berlim e o Fabric está para Londres. Aquela noite foi absurda, com a prata da casa do underground holândes. As labels Clone, Delsin e Rush Hour uniram forças para elevar a energia a níveis estratoféricos. Cheguei a tempo de ver um pedaço dos lives Legowelt & Xosar e San Proper na pista da Red Bull Music Academy. Subi para a pista principal e me deparei com um dos melhores sets que vi neste ano: Delta Funktionen. Ele destruiu. De modo absurdo apresentou faixas tão “fresh” que o lugar explodia a cada 30 segundos. Pessoas sorrindo, pulando e quebrando junto com as músicas. Certamente, ele está um passo à frente das próximas tendências. Pena que o Trouw fecha “cedo” (8 da manhã). Depois de lá, fui para um after no Odeon Hotel. Rolou Audiofly, Tiefschwarz, Re.You, Bloody Mary, Noir, Ruede Hagelstein, Tim Xavier e Michelle Owen. Sábado à noite, prestigiei o Brasil na festa do Warung Recordings e Radiola Records, no club Home. De lá, fui ao Amsterdam Convention Factory assistir ao set de Ricardo Villalobos na Cocoon Heroes, festa que ainda contou com Raresh e Guy Gerber no line. Foi a rave dos sonhos: ultra organizada, espaço para dançar mesmo com mais de 5 mil pessoas e organização pensando no conforto dos clientes, com cerveja muito barata, cadeados para colocar os pertences e até sorvete. Villalobos fechou a festa.
Daniel Kuhnen no club Home
Retornei ao club Home e ao Brazilian team. De lá partimos para um afterhours/chillas no quartel general da Shmeck Pony, que foi a organizadora da noite. Lá, Daniel Kuhnen fez algo muito nobre: apresentou aos nossos amigos holandeses diversas produções nacionais. Não só bastasse, comentava conosco sobre as tracks, para os gringos saberem de quem se tratava tal produção. Mandou muito bem, a cena do Brasil agradece a caras de visão como ele. O ADE sem dúvida proporciona uma experiência única em clubbing. O fato de as festas serem free para quem participa da convenção incentiva ainda mais o tour em várias delas. Uma ode à boêmia e também ao estudo musical. Passeia-se entre gêneros e estilos, educam-se os ouvidos, apuram-se técnicas e preenche-se a alma!
Mais eventos espalhados pela cidade
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cobertura
A participação dos brasileiros A liga tupiniquim fez bonito. Bem representada e experiente, reuniu vários núcleos do sul e sudeste do Brasil. É muito importante mostrarmos um pouco mais detalhadamente essa participação, assim o leitor pode julgar por si mesmo se o evento realmente traz resultados, e entender a importância de constante evolução e profissionalização na indústria do entretenimento focado em dance music. O Brasil tem um potencial gigantesco a ser explorado neste setor, que ainda engatinha por aqui.
Warung
O consagrado clube catarinense iniciou com maestria a primeira noite do festival. A esbórnia rolou na Melkweg, e tinha no line-up Gui Boratto, 16 Bit Lolitas, Renato Ratier, Leo Janeiro e Daniel Kuhnen. Já no sábado, a festa foi no club Home, comemorando os lançamentos dos selos Warung Recordings e Radiola Records. Lá, o line-up contou com Junior C, Flow & Zeo, Albuquerque, Hubenz, Renato Ratier, Daniel Kuhnen, Leo Janeiro, Marco Boragina e Haustuff. Wehbba tocou na pista Tronic.
Dance Paradise
O programa de rádio e canal de notícias online da Jovem Pan Sat – que já atingiu 10 milhões de ouvintes – foi à Holanda com a missão de participar do debate “Tapping Into the Power of Radio (& Beyond)”, em tradução livre, “Aproveitando o Poder do Rádio (E além).” Richard Weber, o CEO da rádio, conta que este é o sexto ano em que participa do evento. Pontuou que a convergência midiática e sua unificação estabelecem novos paradigmas e formas para o mercado. Levou sua rádio para transmitir alguns eventos durante o ADE, como a festa do Warung na Melkweg e o Global Radio Show de número 500, que também marcava os 50 anos de Carl Cox.
Meme
Veterano que agora faz parte da Def Mix Productions – agência de Judy Weinstein que, após cuidar da carreira de Larry Levan, criou o modelo de artist management para DJs –, Meme participou do painel “Judy Weinstein & The Def Mix Family 25 years” ao lado de Frankie Knuckles, David Morales, Hector Romer e, é claro, da própria Judy. A festa da família aconteceu na Sugar Factory, com os mesmos DJs no line-up.
Radiola
O selo curitibano foi representado por Albuquerque, Hubenz e Haustuff. Segundo Albuquerque, a parte ruim do evento é ter que escolher entre um evento/festa/painel em relação a outro. Os três foram lá promover o lançamento do “EP002” do selo, e enquanto Albuquerque frequentou as palestras com foco em management e gestão de selos, Hubenz e Haustuff fizeram um tour pela cidade.
Flow & Zeo
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Em sua sexta turnê europeia e trabalhando na divulgação de seu remix para X-Press 2, o casal carioca disse enxergar no evento a possibilidade de reencontrar amigos que estão sempre viajando pelo mundo, mas que fazem a pausa anual em Amsterdã. Para eles, o melhor networking é fora do momento das palestras, com reuniões preestabelecidas. Acreditam que assim os contatos sejam mais eficazes.
Junior C
Participando do seu primeiro ADE, Junior buscou nos debates o conhecimento advindo de gerações anteriores. “Gostei muito do painel em que Marc Romboy participou”, diz, fazendo referência ao “How to Run Your Business as an Artist – Who’s the Boss?” (Como Gerenciar seu Negócio como Artista - Quem é o Chefe?” Ele também diz que o evento serve para abrir a cabeça em relação aos processos de gestão de carreira: “Ensina a ver e ouvir, e mostra o quanto é importante o trabalho em conjunto.”
Tech Grooves
Crash Toniatti e Ale Albieri também foram aprender mais sobre management, tendências de mercado e também para ampliar visões. Apostaram forte no networking e aproveitaram para negociar datas de Tom Demac e Huxley em terras brazucas.
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entrevista
lcd
Em dezembro deste ano, o fotógrafo Ruvan Wijesooriya lança o livro “LCD”, com registros dos sete anos em que passou ao lado do LCD Soundsystem por Sarah Kern
Ruvan e James Murphy têm em comum uma inclinação por fotografias espontâneas. É através delas que, segundo eles, é possível registrar o que há de mais verdadeiro em uma celebração: a música e a amizade. Foi por essas e outras afinidades que o lançamento do livro “LCD” se tornou possível. Nos sete anos em que retratou momentos de uma das bandas mais adoradas da música eletrônica, Ruvan, new yorker assumido, trabalhou também em projetos como um livro sobre a Suécia e o Afeganistão – mostrando os extremos entre um dos países mais liberais do mundo e um dos mais conservadores –, tudo com o toque artístico de naturalidade tão inseparável do fotógrafo. Como você conheceu os integrantes do LCD? E quando sentiu que era o momento de fotografar a banda? Em 2004, quando ainda era jornalista de música. Fui convidado para uma festa maravilhosa em East Village [NY], onde encontrei James muito bêbado, e logo ficamos amigos. A banda cresceu muito rápido, e a certa altura eles entenderam que precisavam de um fotógrafo. Acho que me deram toda aquela abertura porque viram que eu gostava muito de sair, festar e me divertir, e que queria mostrar a vida e a música através das minhas fotos. Resumindo, eu estava lá pelas razões certas. Na verdade, eu e James tínhamos as ideias bastante alinhadas. E quais eram essas ideias? Não gostamos quando as pessoas posam demais. Em Nova York, principalmente nos tempos mais recentes, as pessoas saem para ser vistas, parecer legais, mostrar suas roupas, e no fim das contas, voltam para a casa com a sensação de que não se divertiram o suficiente. Fora isso, ambos queríamos o bem das pessoas, da música e da cena. Amigos também são muito importantes para mim, assim como para James. Acho que foi por isso também que o LCD se tornou o LCD, porque eles se importavam uns com os outros. Acho que quando se faz isso por amor à música e pela amizade, você adquire um tipo diferente de respeito como artista. É diferente de ficar famoso porque você tira a camisa durante o vídeo clipe. Muito se fala sobre a personalidade difícil de James. Foi difícil lidar com ele? Trabalhar com ele é mais difícil do que os fãs imaginam, acredite! [risos] Imagine integrantes de uma banda que não querem ser fotografados, e o seu trabalho é exatamente fotografálos. James não gostava de fotos no início e, na verdade, nunca conversamos sobra lançar um livro. Foi tudo muito natural.
Fotografei esta em uma festa da DFA que o LCD promoveu. A gravadora liberou uma verba para a gravação do vídeo “Tribulations”, e eles acabaram gastando nessa festa, uma das melhores da minha vida. Na época, eu mal conhecia a banda, mas mesmo assim mandei esta foto para o DFA Records e eles lançaram como um pôster de edição limitada.
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Em 2009, depois de fotografar o LCD tocando ao vivo, fomos ao The Manshun, onde a banda estava gravando seu terceiro e último álbum. Esta casa é do Rick Rubin, onde Slayer, Beastie Boys, The Red Hot Chilli Peppers e muitos outras bandas gravaram álbuns, viram fantasmas e usaram drogas. Aqui, James posa como um guitar hero que se preze.
Este é o filho de Markus Lambkin (mais conhecido como Shit Robot) brincando com uma discoball no estúdio de gravação da The Manshun.
Em alguma altura de 2005, James foi até a minha casa e decidimos colocar uma moldura na foto do pôster.
Pat Mahoney, Nancy Whang e James Murphy nojentos, dividindo uma garrafa de champanhe na última cena do clipe de “Drunk Girls”, que teve direção de Spike Jonze.
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Esta é a capa do single “Bye Bye Bayou”, com Pat Mahoney. Pouquíssimas fotos são planejadas com o LCD, mas esta é uma delas. Ela é o casamento perfeito entre habilidade técnica e espontaneidade em uma foto. Não usei Photoshop aqui.
Pat e James têm um projeto de DJ set chamado Special Disco Version. Este é o lado B das fotos para press kit que tiramos em Los Angeles enquanto gravavam “This is Happening”
Afterparty no The Manshun.
Por mais estranho que possa parecer, este é o único retrato que tenho da banda inteira. Algumas coisas em comum entre eles: a cara estranha de todos em frente à câmera e não quererem estar juntos para tirar uma foto a menos que fossem forçados, como é o caso.
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James em Los Angeles, acordado até tarde, experimentando no piano. Foi incrível ver que algumas notas perdidas na noite se transformariam em metade de uma música no dia seguinte.
Coachella, 2010. Foi um show maravilhoso, para um público massivo. Esta foto virou a capa do livro “LCD”.
A capa de “This is Happening”. Esta é definitivamente a foto mais conhecida que já tirei do LCD.
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supernova
Ricardo Caminha soundcloud.com/ricardocaminha Natural de Floripa, Ricardo Caminha acaba de lancar o primeiro primeiro EP, intitulado “The First EPisode”, pela Plugin Records. “Minhas produções são voltadas mais ao house, electro house e progressive house. Mas faço também beats de hip hop e aos poucos estou tentando produzir dubstep também. Gosto de manter meu estilo, mas procurando inovar sempre”, conta. Caminha já tocou em uma das mais conceituadas casas de Floripa, a Pacha. “Quero sempre poder fazer algo a mais pela música, criar e inovar sempre. A música eletrônica vai muito além de uma tendência, é um estilo de vida”. Ele ficou em terceiro lugar na competição Remix 2 Horas, que rolou na edição Florianópolis do Rio Music Conference 2012.
Dutra Vila soundcloud.com/dutravila Entre os nomes gaúchos de destaque está Dutra Vila, que vem ganhando espaço no sul do Brasil. Com sets em que predomina o house repleto de vocais, ele já esteve no comando nas casas noturnas mais concorridas de Porto Alegre e região. “Sou um cara muito eclético, tenho minhas preferências como todos, mas não tenho preconceito de estilo nenhum, respeito todos. O som que toco é bem comercial, voltado muito para baladas de luxo. Costumo brincar, dizendo que toco para a mulhereda, pois enquanto elas dançam na pista, os homens ficam em volta e a festa vai estar top”, conta. Atualmente, Dutra também é residente da Pink Elephant, em Porto Alegre, e da Set Atlântida, casas onde ainda atua como empresário. “Sempre é importante estar no meio, para identificar o melhor som e a melhor maneira de se levar uma pista. Esse é um dos fatores importantíssimos que a Set e a Pink me proporcionam.”
Tati Pimont soundcloud.com/tatipimont Tati Pimont procura estar sempre um passo à frente. A incessante busca por novas influências e sonoridades é um marco forte do seu trabalho. Com vontade de se aperfeiçoar e se diferenciar, passou a discotecar apenas com vinil. “Desde que comprei o primeiro, vi que aquilo era diferente de tudo que já havia experimentado. Todo aquele ritual de investir uma grana, fazer escolhas certas, esperar chegar, abrir o pacote e colocar ele pra girar, é uma paixão. Sinto mais a alma da música.” Atualmente, Tati também estuda produção musical no Instituto de Música Eletrônica (I.M.E) para, em breve, lançar as primeiras tracks. “Passeio entre deep, techno e minimal. Gosto de ir de acordo com o horário e a pista em que me apresento, seguindo o meu gosto. Faço um set conceitual, tentando mostrar coisas novas para a pista”, salienta. Recentemente, ela passou a fazer parte do novo projeto S.A.C.I. Records, que tem como um de seus objetivos trazer um pouco mais da música brasileira ao acervo atual da cena eletrônica, além de outras influências não tão exploradas no momento.
Dekko soundcloud.com/dekkodj Nascido em família de músicos, Dekko cresceu rodeado de sons, melodias e instrumentos. DJ há quatro anos, atualmente está entre as promessas da cena eletrônica catarinense. Ele tem um ótimo feeling para warm up, além de extremo bom gosto na construção dos sets, resultado da dedicação. “Pesquiso muito, mais de oito horas por dia, tentando sempre levar ao público novas sensações, sem deixar cair na mesmice”, conta. O novo talento também é residente do núcleo de artistas do SeeOne, portal catarinense de informações sobre música eletrônica. “Eles são a parte mais importante de todo o início do meu trabalho. Começou de uma forma descontraída e abriu o caminho, mostrando que tinha potencial e sempre acreditando em mim.”
Alok soundcloud.com/aloklive Natural de Brasília, aos 21 anos Alok Petrillo já é veterano. Filho dos ícones nacionais Swarup e Ekanta, responsáveis pelo Festival Universo Paralello, ele iniciou a carreira em 2007 com o projeto de psytrance Logica, ainda com o irmão gêmeo Bhaskar, passando a seguir sozinho três anos depois. Atualmente concentra suas principais energias no projeto Alok, marcado por produções com uma característica experimental e ousada, que trazem uma nova cara ao techno e tech house. Assinando com os selos Vagalume e Liquid Records, ele garante constantemente ótimas colocações nos rankings do Beatport, e lançou recentemente o vídeo da track “Sao Paulo”, que se tornou sucesso no Youtube.
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Tabloide
Caiu na rede Os melhores momentos do Facebook
ricardo villalobos 11 de junho “Preparando para hoje à noite” miss kittin 5 de novembro “Peru, estou apaixonada por você! É um sonho tornado realidade, estou vivendo a melhor fase da minha vida! Nosso herói local, Willy disse que eu devo ter sangue Quéchua em algum lugar. Obrigada, Pachama!
valentino kanzyani 19 de setembro “B2b com nosso convidado especial!” 68
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sharam 2 de dezembro “Hello, Cowboys Stadium! Estou finalmente em casa!”
O UNIVERSO PULSA, A VIDA PULSA. LEVE SEU CORPO PARA VIBRAR COM ELES.
Steve aoki 27 de novembro “Miss you, Skrillex...”
Bloody Mary 21 de agosto “Comprando discos.” Daniela Caldellas (digitaria) 3 de dezembro “#Xatiada”
lbs “Moscou!”
dop “Bucareste, está pronta?”
BLUETICKET. INGRESSOS PARA GRANDES FESTAS, EVENTOS, ESPETÁCULOS E OUTROS MOMENTOS INCRÍVEIS.
dr. lektroluv 19 de setembro “Os loucos saem à noite”
entrevista
Vivendo o
momento
Frankie Knuckles nunca esteve tão bem. Ainda mora em Chicago, mas vive o aqui e o agora e não se sente nem um pouco nostálgico em relação aos velhos tempos da house music por Marcelo Godoy Comumente aclamado como “O Poderoso Chefão da House Music”, Frankie embarcou no mundo da discotecagem para pagar seus estudos. Inspirado por Ron Hardy e amigo de Larry Levan, não imaginava que através de seus edits feitos com uma drum machine criaria um estilo musical que se tornaria massivo como é hoje. Com quase 40 anos de carreira, Frankie lançou em novembro a compilação “Tales From Beyond The Tone Arm”, pela Nocturnal Groove, logo depois de passar pelo Amsterdam Dance Event, onde participou do painel sobre os 25 anos da Def Mix (da qual faz parte do casting). Foi lá que a House Mag puxou ele para uma conversa.
Frankie, como você avalia a cena desde o início da house music até hoje, em 2012, culminando num evento deste porte? Eu não poderia imaginar naquela época algo como o ADE. Quando você olha a house music e há quanto tempo ela existe, e o quanto ela cresce... Cresceu muito, não é? Não soa como a house de antes, mas o sentimento é o mesmo. A tecnologia vem ajudando a moldar formas diferentes, fazendo um som mais distinto no modo de como as pessoas ouvem, sentem e reconhecem. Você se sente nostálgico em relação aos “bons e velhos tempos”? Se eu me sinto nostálgico com os velhos tempos na música? Não! Moro em Chicago e vivo o aqui e o agora. Eu continuo trabalhando, nos últimos 40 anos venho crescendo, fazendo, mudando, me movimentando e as coisas crescem e se transformam. Eu tento aprender com isso e ainda consigo me manter no processo. Estou numa posição mais única do que 20 anos atrás, porque agora as pessoas sabem realmente quem eu sou. Não só como pessoa, mas pela música. Quando vêm assistir às minhas apresentações, elas sabem exatamente o que vão ouvir. Isso me incomodava no começo. Por que? Porque eu achava que as pessoas pensavam que eu era previsível. Mas não é isso. Quando você atinge um certo ponto na sua carreira, as pessoas te reconhecem pelo que você vem fazendo. Você produz uma música ou uma canção familiar aos ouvidos delas. É como um Stevie Wonder ou qualquer outro artista gigante que tenha uma vasta carreira musical. Você sabe quem são e você sabe a razão por gostar deles. Então quando vai assistir a uma apresentação deles, não quer ouvir nada além do que os tenha feito famosos e
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ser quem são. Então no final das contas, sou um felizardo. Quando você resolveu se tornar um DJ? Já li que você não pretendia se tornar um. Como foi o momento em que disse: “O.K., agora eu sou um DJ e essa vai ser a minha vida”? Bem, isso aconteceu depois de cinco anos tocando! Estava ocupado me divertindo muito, tendo bons momentos por cinco anos. Refleti e isso era algo sério a ser levado em consideração. Quando eu disse que não pretendia ser um DJ, é porque estava estudando artes e moda. Comecei a trabalhar como DJ no último ano do colegial e isso ajudou a pagar os meus estudos. O contrário do DJ de hoje! Exato! E obviamente me divertindo e fazendo um bom dinheiro ao mesmo tempo. Quando percebi, já faziam cinco anos. Sabe, quando você trabalha em seu primeiro emprego por cinco anos, geralmente a paixão se vai. Você quer procurar outros lugares para trabalhar. Então se eu fosse continuar naquilo, tinha que pensar muito bem qual seria o próximo passo lógico. Então quando cheguei na Warehouse em Chicago, comecei a pensar em produção e isso mudou tudo. O que te inspira? Música. Nem tudo o que eu ouço é música eletrônica. Existem tantas outras visões musicais, 180 graus em direção à house music. E é isso o que me mantém inspirado. Pode ser clássica, jazz, world music, MPB, tudo. Eu cresci ouvindo muita bossa nova. É isso o que ouço o tempo todo, é o que limpa meus ouvidos e minha sensibilidade. Fico distante da house music até sentir falta. Então, quando vou discotecar, meus ouvidos estão fresh. É como se fosse pela primeira vez.
Quando as pessoas vêm assistir às minhas apresentações, elas sabem exatamente o que vão ouvir. Isso me incomodava no começo, pois eu achava que pensavam que eu era previsível
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entrevista
no regular play
democrata
Conversamos com a dupla que acaba de lançar seu primeiro álbum autoral, “Endangered Species”, sobre cultura, música e a vitória de Obama
por bruna calegari
Poucos sabem, mas a dupla No Regular Play tem uma paixão que vai além da música eletrônica. Amigos desde os oito anos de idade, Gregory Paulus e Nicholas DeBruyn começaram a produzir juntos em Nova York, cidade diversificada e inquieta que não somente os influenciou a gostar da boa disco music e do hip-hop, mas também foi responsável por torná-los defensores do partido democrata dos Estados Unidos. Direto da Grande Maçã, conversamos com eles sobre diversos assuntos em sintonia. Olá Nick, Greg. Como está Nova York para a cena da música eletrônica hoje? Greg: A cena em NY está muito rica, existe muita coisa para se fazer na cidade, e o bacana é que boas festas de música eletrônica estão em franca ascensão. Podemos passar meses só tocando aqui que não tocaríamos em festas repetidas! Nick: Uma coisa interessante que está acontecendo é que os hipsters [personagem característico moderninho, quase um símbolo da cidade] estão frequentando as festas de música eletrônica em peso, ou seja, esse tipo de música é algo considerado cool em grande escala. Qual seria o som que o No Regular Play criou em meio ao caos da cidade? Nick: Nosso som tem um quê de Herbie Hancock nos anos 70, 80, um pouco de hip-hop de Detroit, Prince, Talking Heads... Já Nova York nos
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Se pegarmos o exemplo da China, onde não há oposição política, você percebe que as obras estruturais, por exemplo, acontecem com muito mais rapidez. É decidido construir uma ponte e pronto. Mas por outro lado, as pessoas perdem muito em não possuir uma opinião sobre seus próprios destinos, diz Nick
proporcionou descobrir muita house music, disco e labels como DFA e Strictly Rhythm, que têm a cara da cidade. E hoje, acredito que uma síntese bacana do que acontece aqui é sintetizada pelo selo Wolf+Lamb, do qual fazemos parte. New York é a cidade com maior percentual de democratas nos Estados Unidos, não é? A que se deve essa particularidade? Nick: Realmente é uma cidade democrata, provavelmente a maior do país. Não somente a cidade como todo o estado. Isso se dá basicamente porque o partido democrata é muito mais liberal. Aqui há pessoas de todas as raças e opções sexuais, portanto, de fato, você não encontraria muitos fãs do Mitt Romney por aqui [risos]. Greg: Em uma cidade tão progressista, em que pensa para a frente, é muito difícil pensar que o público aceitaria um tipo de política velha e tradicionalista. Mas acredito que Nova York exerce um tipo de quebra de paradigmas na política, por ser tão grande e importante para o país e também para o mundo. Um exemplo disso foi a passagem do furacão Sandy. Não houve distinção política, todos se uniram para ajudar a cidade sem interesses políticos velados. E na última eleição, vocês torceram muito para a reeleição do presidente Obama? Nick: Muito! Estávamos no meio de um jantar e
não parávamos de checar nossos celulares para saber do resultado da apuração das urnas! Acho que o Obama é uma figura muito carismática, que possui presença e demonstra segurança para governar um país que sofre muito com a crise mundial. Além disso, gosto muito das propostas dele. Qual proposta dele chamou mais sua atenção? Nick: Me interessou muito a proposta da reestruturação energética no país, que visa criar políticas para reduzir os gastos com formas de energia nocivas ao meio-ambiente e investe mais em biodiesel e combustíveis limpos. Como democratas, qual seria a posição de vocês em relação à democracia mundial? Greg: Acredito que cada voto conta, e que quanto mais esclarecidas as pessoas, mais fundamental é o papel da democracia no seu dia-a-dia. Nick: Se pegarmos o exemplo da China, onde não há oposição política, você percebe que as obras estruturais, por exemplo, acontecem com muito mais rapidez. É decidido construir uma ponte e pronto. Mas por outro lado, as pessoas perdem muito em não possuir uma opinião sobre seus próprios destinos. Então sou um defensor da democracia sim, e acredito que sem ela a civilização ocidental seria completamente diferente.
capa
De ghost writers aos palcos de todo o mundo, as australianas Miriam e Olivia Nervo combinam com maestria a cultura clubber com a cena pop por Gabriela Loschi Os looks divertidos expressam a personalidade extravagante, porém afável, das gêmeas que vieram ao Brasil duas vezes somente neste ano. Elas conquistaram nosso público e são assunto entre grandes DJs e artistas do mundo pop. Miriam e Olivia são as Nervo Twins, a cara da dance music moderna (ou seriam a cara da nova pop music?). A verdade é que, desde que as duas cenas deram as mãos, o duo já fazia parte desta revolução, afinal, são co-autoras da música que foi uma das grandes responsáveis pelo crossover definitivo da música eletrônica para as rádios, “When Love Takes Over”, de Kelly Rowland e
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David Guetta – este último, por sinal, o maior incentivador de suas carreiras. Hoje elas tocam no palco principal de festivais como o gigante Tomorrowland, mas mantêm a humildade e a maturidade de algumas das mulheres mais bem sucedidas da cena. São as únicas a aparecerem no ranking da DJ Mag inglesa, o mais popular do gênero. Miriam conversou com a House Mag diretamente da última tour na África do Sul – enquanto Liv tirava uma soneca para se recompor das poucas horas de sono –, e contou como tudo isso aconteceu.
HOUSE MAG Vocês são produtoras, cantoras, compositoras, DJs, modelos… Ufa! O que lhes traz mais prazer? Miriam Nervo Tudo! Nos sentimos muito confortáveis no estúdio, onde estivemos por oito anos. Somos só nós duas em 90% do tempo, assim temos mais liberdade de criação. Se algo não serve para nós, oferecemos a outro artista. Às vezes trabalhamos junto com alguém, como no último disco do David [Guetta], que estivemos 100% para ele. Mas com as viagens está difícil encontrarmos artistas em estúdio, então fazemos de outra forma. Enviamos ideias, eles retornam e vamos trabalhando até todos ficarem felizes. E fazer tour é uma loucura, algo novo para nós. Estamos descobrindo lugares pela primeira vez, então no momento, isso talvez seja mais emocionante, mas amamos o estúdio e amamos escrever, inclusive poemas. Quando perceberam a necessidade de mudar da Austrália para Londres? Com 19 anos, pois a única maneira de levar a música moderna, o pop, a sério e encontrar pessoas, managers, record labels, era saindo e buscando o próprio caminho. Isso foi antes do MySpace, das mídias sociais. Trabalhamos durante cinco anos em bares à noite e de dia no estúdio. Levamos demos e CDs de porta em porta e pouco a pouco artistas foram gravando nossas músicas. Moramos na Suécia, em NY, viajamos a Los Angeles, vivemos e respiramos música todo esse tempo!
Não ouvimos rádio, só os promos. Nem sei o que está nos charts. Como criadora, sinto-me obrigada a fazer o que penso ser certo, não copiar os outros, mas remar a favor da maré, seguir o fluxo
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Los Angeles se transformou em base para diversos artistas, que procuram a cidade para produzir. Como foi a experiência de vocês? Em Los Angeles você consegue trabalhar com qualidade, e é mais barato para produzir vídeos e morar do que Nova York, por exemplo. E como escritoras e produtoras, é importante estarmos lá, pois se você não está disponível quando os artistas precisam, provavelmente não será chamado novamente. Costumávamos ir a L.A. sem ter nada fechado, mas em menos de uma semana já havíamos lotado 100% das nossas agendas com trabalho, entre eles com a Pussycat Dolls e até com o Guetta, que está sempre lá. Quem foi o primeiro artista para o qual escreveram uma música? Ahhh… Não podemos contar! [risos]. Bem, nosso primeiro Top 10 UK foi com a Rachel Stevens, mas compomos desde muito jovens. Vocês eram ghost writers, certo? Como lidam com isso? Sim, viemos de um mundo onde escrevíamos e produzíamos músicas para artistas sem que o nosso nome aparecesse. Faz parte, é tranquilo para nós. Acho que o problema está quando você não leva isso numa boa. Até hoje trabalhamos com certos artistas e DJs e não colocamos nosso nome nas faixas. Por exemplo, escrevemos três faixas do último álbum do Armin Van Buuren, “Drowning”, “Giving up of Love” e “Feel so Good”. Nosso nome não aparece, mas tudo bem, pois elas não soam como músicas do Nervo, então ficamos felizes em que sejam apenas do Armin. Vocês andam bem ocupadas também, possuem algumas “ajudas fantasmas”? Já tentamos! Mas não funcionou... Seria uma boa, mas o problema é que nesse momento da carreira estamos com um gás total, então até agora não deu certo, mas não sabemos o dia de amanha. O grande ponto de virada na carreira de vocês foi “When Love Takes Over”. Como foi que isso aconteceu? O label da Kelly [Rowland] nos contatou para trabalhar juntas. Ela contou sobre o encontro com David uma semana antes e que ele havia o instrumental de uma música para ela colocar o vocal. Aceitamos na mesma hora, pois já éramos fãs dele, desde “Love Don’t Let Me Go”, tocávamos suas músicas em nossos sets. No quarto de hotel da Kelly trabalhamos a faixa, escrevemos melodias, as letras sobre o instrumental. No dia seguinte, gravamos sua voz em nosso estúdio, produzimos o vocal e enviamos ao Guetta, que amou! Então vocês já eram DJs nessa época? Na verdade tocávamos em festinhas de amigos, aniversários, não levávamos a profissão a sério. Éramos produtoras, e DJs por diversão. Naquela época estávamos decepcionadas com a indústria musical, pois havia várias músicas boas fora das rádios. Quando conversamos sobre isso com o David, ele nos encorajou a continuar, disse acreditar em nós e inclusive nos estimulou a levar a carreira de DJ a sério, dizendo que nos apoiaria. De time de produtoras passamos a assimilar o nome Nervo como DJs também. O David nos colocou pra tocar na Pacha e foi lindo! A partir daí trabalhamos juntos em praticamente todos os álbuns dele. Ele é demais, nosso irmão mais velho. Quando você trabalha sete dias da semana em estúdio durante 10 meses, às vezes as coisas ficam estranhas. Naquela fase precisávamos de alguém que trouxesse a luz de volta às nossas vidas e o David foi definitivamente alguém que fez isso por nós. É maravilhoso poder transformar a discotecagem em uma verdadeira profissão.
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Quando vemos o público pirando, sabemos exatamente o que eles estão sentindo, pois somos nós. Foi nossa época mais feliz, ir pra balada com os amigos.
O mundo clube e o pop estão cada vez mais próximos, mas ainda assim são diferentes. Vocês fazem tour com Britney Spears, Nicki Minaj e Afrojack. Que principais diferenças destacariam? São mundos completamente diferentes. No jeito de festar principalmente, em que o mundo clube dura horas, as pessoas se acabam. E a estrutura da música também é diferente. No pop os vocais são na primeira camada para ouvir bem nas rádios, já na música de clube a construção é bem mais longa, com hard drops e base enfatizada para um soundsystem apropriado. Vocês se divertem muito nas gigs e interagem de maneira divertida com o fãs. São verdadeiras party-girls. Apesar de transitarem entre os dois, tenho a impressão de que o mundo clube conquistou vocês mais. É verdade, definitivamente nos sentimos mais confortáveis no mundo clube! Amamos, respiramos, somos nós! Amamos o pop também, mas depende... Muita gente pensa que é um mundo sujo e pesado, mas não é. Acho que existem muitos artistas que passam uma imagem mais tranquila e são lindos, nem sempre com aquela estrutura convencional, como Coldplay, sabe? Essas bandas. Porém, nosso coração está na música de clube. Vocês se sentem de alguma forma pressionadas para inovar musicalmente, visto que é frequente o pop ser acusado de utilizar as mesmas melodias, velocidade, tipos de vocais? Na verdade não ouvimos rádio, só as promos. Nem sei o que está nos charts. Como criadora, me sinto obrigada a fazer o que penso ser certo, não copiar os outros, mas remar a favor da maré, seguir o fluxo, sabe? Ver onde a música leva. Ouço muitos podcasts e tracks que me levam a outros patamares, não só o que está nas rádios ou nas listas da Billboard e da Rolling Stone. Raramente sei o que acontece nelas. Do pop, vocês passaram ao mundo clube, que está no topo da cena, produzindo com os maiores: Afrojack, Steve Aoki, Armin van Buuren, David Guetta. Já que estão em Londres, vocês têm relacionamento com outras esferas da cena? Já pensaram em produzir música eletrônica que não seja electro-house? Na verdade eu amo deep e tech house, mesmo tocando electro-house. Amei a “Benediction” de Jamie Jones e tenho o maior respeito por esses caras. Saber qual o meu DJ preferido é como a comida preferida, impossível responder, já que são todos ótimos e diferentes dentro de suas próprias razões e conceitos. Eu amo o underground também. Tentamos mostrar em nosso programa de rádio diferentes músicas que gostamos, nem sempre as mesmas que escrevemos, produzimos e lançamos. Mas sinceramente, se lançarmos uma faixa de deep house, techno ou minimal, acho que nossos fãs não entenderiam num primeiro momento. Mas faremos isso um dia, eu sei que sim. Talvez sob um nome diferente. Como vocês desenvolveram seu estilo musical? Nas festas de amigos não tocávamos electro-house. Nosso som era mais deep, soul, tech e funk house. Naquele ano moramos em Ibiza e foi o melhor verão de nossas vidas. Tocamos no clube Ushuaia todas as segundas, mas era um set de warm up, mais sexy, pop e deep. Além da breve carreira de modelo, o que mais as ajudou e as inspira na formação da imagem de vocês, da postura e do estilo? Nosso estilo diz apenas quem realmente somos. Nós nos vestimos assim todos os dias, não pensamos em coisas além do que suportamos para as nossas performances. É www.housemag.com.br
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muito legal se vestir de forma divertida, afinal, vamos aos clubes para ficarmos loucas, não para seguir um padrão e nos tornarmos estáticas. Desde os 19 frequentamos a Space, o DC10, amamos a cena club e o fato de não ser uma cena de modelos e bottle services, onde as pessoas vão pela música para escapar, ser felizes. Então quando vemos o público pirando, sabemos exatamente o que eles estão sentindo, pois somos nós. Foi nossa época mais feliz, ir pra balada com os amigos. Por isso entendo o meu público, quero me conectar e dizer, “Man, I love you! Você é um dos meus!” A alegria é contagiante! “Like Home”, seu mais recente hit com o Nicky Homero é numero 1 do Beatport por duas semanas consecutivas. Aliás, é algo que já estão acostumadas. Como se sentem quando olham para trás? É muito louco! Para sermos justos, tudo o que o Nicky faz vira sucesso número 1. Foi uma faixa que escrevemos no Amsterdam Dance Event e é inacreditável pensar que já está nos charts! Por isso que eu amo tanto a cena club, você produz e pode lançar num tempo relativamente curto, é diferente quando você está no sistema de labels maiores, quando você tem que esperar um tempo enorme para lançar, entre outras coisas. Falando nisso, o que aconteceu com a faixa que vocês iam lançar com o Avicci? Estávamos trabalhando juntos antes de ele assinar com um grande label, que não permitiu que seu nome fosse vinculado à faixa, aí ele pulou fora. Isso acontece, eles não querem que você associe seu nome a nada mais. Vocês cantam em várias faixas, mas não fazem muitos lives com vocais, apesar de hoje essa tendência crescer. Vocês não acham que têm uma grande vantagem nesse sentido? Como seria um live da Nervo? Quando fizermos um live show, será diferente. Faremos versão acústica de nossas músicas, com piano e guitarra, talvez uma pequena banda de uns cinco integrantes. Amo um álbum do Kaskade, metade lounge, metade gravado com banda. Nossos vocais são cansativos para nós, gostamos de produzir com vocais mesclados. Se nossos fãs quiserem, poderemos fazer mais, mas nossa voz é boa até um certo ponto, não para um soul, por exemplo. Por isso, gostamos de mesclar e ter maior liberdade de criação. E estão preparando um álbum! Será mais pop ou mais dance? Um mix dos dois! Gostamos de trabalhar no arranjo de vocais, trazer um mix entre masculinos e femininos, e quebrar as barreiras criativas, brincando com ritmos, melodias, batidas e... Bem, aguardem! Que outras mulheres admiram na cena? Vocês se sentem um espelho para a vinda de mais DJanes numa cena predominantemente masculina (ao contrario da cena pop, que está cheia de cantoras mulheres)? Não pensamos muito nisso, mas é comum garotas dizerem que querem ser como nós, é gratificante saber que somos exemplo. Claro que faltam mulheres na cena, acho que as que estão são mulheres fortes. Eu amo a DJ Lottie, em UK, desde quando a vi na Austrália anos atrás, conversamos e ela foi uma grande inspiração. Amo as mulheres que têm coragem para entrar nesse mundo, sejam mais pop ou underground. Pessoalmente, eu cresci no meio de mulheres fortes e decididas. O segredo é ser seguro de si e saber onde se quer chegar, o sentimento é maravilhoso. O que podemos esperar para 2013? Muitas faixas! Uma que estamos trabalhando há um tempão, a “Army”, será lançada em janeiro. Temos mais algumas com o Armin van Buuren, surpresas para o Winter Music Conference e estaremos na estrada ainda, muito! Adoraríamos voltar ao Brasil, amamos o seu país! Essa tour sul americana foi incrível, uma das melhores de nossas vidas. Nos sentimos diferentes hoje, acho que amadurecemos, evoluímos muito depois dela. Nós amamos o Brasil.
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Escrevemos três faixas do ultimo álbum do Armin Van Buuren. Nosso nome não aparece, mas tudo bem. Elas não soam como músicas do Nervo, então ficamos felizes que sejam do Armin
Ping pong com Mim Clubes ou festivais
Eu amo clubes, são mais aconchegantes. Você sente o público, toca por mais tempo. A energia de festival às vezes é maior, explosiva, gratificante, mas eu gosto de clubes! Na verdade, diria que gosto de house parties! São mais exclusivas.
Sucesso
Se sucesso significar ser feliz, então sim, somos realizadas!
Para se manter saudável
Barras de cereal e proteína, Musly! É o que dá para fazer no meio da correria!
Família
Todos moram na Austrália. Nosso irmão é nosso tour manager. Ah, com exceção da minha irmã, claro, que mora em Londres também, mas não na mesma casa.
Casa
Londres. Não tocamos muito em clubes lá, a não ser com o Guetta, pois corremos para o estúdio e nos conectamos com os amigos.
Austrália
Festivais maravilhosos, indie, electro, open air, disco bands, ótima cena house!
Férias
Vamos nos mudar para Ibiza no verão e essas serão nossas férias! Mal podemos esperar!
Namorado Solteira.
Quem mais ajudou vocês nessa caminhada? O David Guetta. Mas todos com quem trabalhamos nos ajudaram e apoiaram. O Armin Van Buuren nos apoia muito, Afrojack, Avicii e Steve Aoki.
Gostaria de trabalhar com...
Gwen Stefani, Lana Del Rey, Fatboy Slim, Daft Punk, Prodigy, Basement Jaxx. www.housemag.com.br
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Para baixar NEELIX - DARK MATTER
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NEELIX - STRING THEORY
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NEELIX - DISCO DK
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FELGUK - GALAXY TRAVELLER (NEELIX REMIX)
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NEELIX - I DIDNT MEAN TO CRY (FACE-LIFT EDIT)
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A consagração de um talento naturalmente descoberto Com uma paixão incalculável pela vida de produtor musical, Neelix dedica aos fãs sua nova fase na carreira artística por Mariana Faria Com quase 15 anos dedicados à produção musical, incontáveis turnês internacionais e notável reconhecimento global dentro da cena Trance, o alemão Henrik Twardzik aka Neelix garantiu o seu lugar na votação 2012 da DJ Mag. O DJ e produtor, representado no Brasil e outros países da América Latina pela Season Bookings, optou por fazer uma campanha bem humorada que pudesse realmente entreter e divertir seus fiéis seguidores. Com tanta demonstração de afinidade artística, a campanha revelou resultados positivos, sendo o único representante de sua vertente musical a conquistar um espaço no disputado ranking, alcançando a posição de número 96. É certo que, enquanto continuar com suas produções de qualidade inquestionável e alegrando as pistas por todo o mundo, o artista seguirá colecionando resultados ainda maiores. “Estou muito feliz, obrigado a todos por tornarem possível a minha presença no Top 100. Isso é incrível! Se eu puder fazer algo para vocês em troca, me avisem!”, comenta o produtor que,
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humildemente, sabe a importância de cada um nessa conquista. Apenas alguns dias após o título e revelando ser um artista preocupado com o relacionamento e entretenimento do seu público fiel, Henrik lançou na App Store a primeira versão gratuita do seu aplicativo para iPhone, iPod Touch e iPad: “The Neelix App”. Com funcionalidades divididas nos modos “Remix” ou “Set”, o usuário pode experimentar a sensação de se apresentar ao vivo utilizando uma controladora virtual com 05 canais de áudio independentes, escolhendo o tempo dos synths, vocais, graves, agudos das faixas, que também podem ser mixadas. Desenvolvido com um elevado padrão tecnológico, o usuário poderá mostrar suas habilidades em sua própria festa com um áudio extremamente limpo e de altíssima qualidade. Outras funcionalidades exclusivas podem ser adquiridas em pacotes de upgrade. Com tanto reconhecimento e atividades extra musicais durante o ano inteiro, Neelix planeja
o lançamento de um novo álbum autoral pela gravadora Spin Twist Records, parceira oficial desde o ano de 2008. Com nome bastante sugestivo, o álbum “Nerdy by Nature”, o sétimo em sua carreira, leva um nome que reflete seu estilo carismático, autobiográfico, simples e dedicado à evolução musical. Recentemente suas últimas produções musicais, assim como em outros momentos, alcançaram simultaneamente a primeira, terceira e quinta posição no Top #5 do gênero PsyTrance na loja digital Beatport. Destacando-se por chegar à primeira posição do ranking, a faixa “Dark Matter”, que também dá nome ao EP, traduz o apelo nerd e bem humorado de Henrik, com significados que remetem aos ramos de estudo da Física. “Aguardem por muitas novidades durante minhas próximas apresentações”, Neelix avisa, prometendo aumentar a interatividade com a platéia durante seus shows. ■
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Quando o treino vira festa DJs levam uma energia ainda mais eletrizante ao clima acelerado das academias por Maristela Amorim As luzes são reduzidas assim que o som começa a aumentar gradativamente. Pode apostar: chegou o DJ na academia! Esses sinais são suficientes para que os alunos da F. Scherer Fitness, em Florianópolis, animem-se ainda mais nas esteiras, bikes e equipamentos de musculação. E, com gritos de empolgação, comecem a acelerar o ritmo da malhação. “É muito gratificante”, reconhece Jeferson Veit, que desde fevereiro de 2012 assinou contrato para ser o DJ residente no espaço comandado pelos irmãos atletas e sócios Marcelo e Fernando Scherer. A ideia surgiu um tempo antes, quando os parceiros de negócio, bem informados e intencionados, resolveram dar uma revitalizada no espaço e já incluíram ali uma toda equipada mesa de som. “Essa é uma tendência mundial que a gente trouxe para cá há mais de um ano. E logo percebemos como realmente faz a diferença e incentiva os alunos, que malham mais motivados”, comenta Marcelo Scherer. Parece que não fica dúvidas mesmo quanto ao assunto. “A reciprocidade é muito boa. Assim que eu chego eles já tiram o fone de ouvido, pois gostam mesmo da vibe”, conversa o DJ que toca na F.Scherer uma vez por semana à noite – com dias alternados – e todas as terças-feiras pela manhã. Káthia Boabaid, aluna assídua da
F.Scherer Fitness há três anos, confirma: “Com DJ tocando é o máximo. É muito astral, a aula flui rapidinho. O som do Jeferson é ótimo”, conta empolgada. E provoca: “Tinha que ter DJ todo dia!” Assim como nos clubs onde toca, Jeferson mantém a programação de acordo com aceitação do público. Geralmente começa com um lounge, passa para o chill lounge, segue com deep house, e por aí vai. À noite já é um pouco mais acelerado, com house e suas vertentes. “Com isso os alunos se envolvem mais com a música e nem percebem o tempo passar”, diz Mariana Agapito, coordenadora de musculação. Ela percebe o mesmo comportamento nas aulas de bike que orienta, ao colocar videoclipes num telão imenso de 120 polegadas, com músicas que seguem o ritmo das aulas nas bicicletas ergométricas.
amistoso, existe até a liberdade para quem quiser brincar de ser DJ de ocasião. A moda de DJs em academia surgiu em Londres. Foi para os Estados Unidos e, logo, logo, chegou ao Brasil. Aqui no país, algumas academias já entraram nesse ritmo de balada. A Reebok Sports Club, em São Paulo, por exemplo, já promoveu até festival de DJ, com sets especiais, assim como convidados. Entre os mais famosos que passaram por lá, Mário Fischetti, Buga e Paulinho Boghosian.
Como o púbico de academia é muito eclético, com pessoas de idades variadas e gostos musicais igualmente, Jeferson Veit procura agradar a todos, ouvindo, inclusive, sugestões dos alunos: “É bem comum eles me pedirem esse ou aquele som. E eu busco agradar, incluindo essas solicitações no meio da minha programação. Acho que isso também ajuda nessa relação harmoniosa”, considera. Alguns desses alunos se empolgam com a ideia. E como o clima é mesmo
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Lançamentos
Imagens: Divulgação
dj anna
ANINHA
Selo Toolroom Trax
Selo Frequenza Limited
Seductive
Depois de anos de aprendizado tanto atrás dos decks como no estúdio, a DJ Anna estreia no selo Trax Toolroom com o EP “Seductive”. Seu novo trabalho passeia elegantemente do deep ao tech house. A faixa “Seductive” leva vocais assinados por Miss Enard. É um deep temperado com vocais ao final dos breaks, uma delícia para quem gosta de warm-ups. “Leave Me” traz uma pegada disco com pitada funky. A faixa “Aright”, também com vocais de Miss Enard, resgata o techno que corre no sangue de Anna. ricardo lin
Bruno Limma
Selo Warung Recordings
Selo Delay Records
No último dia 19 outubro, o selo Warung Recordings foi lançado oficialmente e, com ele, um EP do DJ e produtor belga Kolombo. Ele assina as duas tracks originais do debut EP da label, que ainda conta com um remix do DJ e produtor brasileiro Albuquerque. Faixas que levaram a gravadora a já fazer sua estreia no top 100 dos charts de house e indie dance/ nu disco do portal especializado Beatport. O lançamento conta com o suporte de nomes como Robert Owens, Sharam, Miguel Migs e DJ T. Thaísa Dias
Bruno Limma, produtor catarinense de 21 anos, lançou um EP pelo selo mexicano Delay Records, que tem sede em Guadalajara. Apesar de ter sido fundado recentemente, o conceito do label é lançar o melhor da cultura latinoamericana com toque europeu, destacando a cultura underground. Neste primeiro EP composto por três faixas, incluindo um remix feito pelo também DJ e produtor brasileiro Renee Mussi, Bruno explora um lado deep house nas faixas “Dreaming” e “Light Shine Down”, recebendo elogios de diversos nomes da cena eletrônica. Maico R. Corrêa
Phonique
Selo Moodmusic
Selo Ladies and Geltmen
Fabrício Peçanha, reconhecido DJ e produtor gaúcho integrante do trio Life is a Loop e residente de um dos melhores clubes do Brasil, o Warung Beach Club, lançou o EP “Teaser” pelo selo alemão Moodmusic. Contendo três faixas, sendo a principal de mesmo nome, e incluindo dois remixes: um do alemão Phonique e outro do iraniano Namito. O lançamento já possui suporte de grandes nomes da cena como John Digweed, Martin Eyerer, DJ T, Betoko, Joyce Muniz e Renato Cohen. Maico R. Corrêa
Time for House 2 Em 2007, Phonique criou o selo Ladies and Gentlemen, para lançar suas próprias produções e de grandes amigos. Um dos seus releases de maior relevância foi “Time for House”, em 2009: uma compilação focada na house music e suas vertentes. Agora, três anos depois, Michael Vater apresenta “Time for House 2”, com 17 composições e remixes inéditos de grandes artistas da cena, incluindo os brasileiros Wehbba, Dubshape e Bruno Be. Lançamentos de alta qualidade, que carregam o groove e a musicalidade característicos de tudo o que o alemão lança, conteúdo obrigatório para todo DJ amante de house. A compilação sairá dia 3 de dezembro no formato de faixas individuais e mix contínuo, assim como a primeira edição. Mohamad Hajar Neto
Rafael Moraes
V/a
Selo Yoruba
Selo Radiola Records
Modern Traditions
O selo Yoruba, do produtor inglês Osunlade, é um dos principais canais de divulgação da boa música eletrônica brasileira fora do país. O DJ e produtor Rafael Moares reafirma esta sina, e lança o EP “Modern Traditions”, composto por três faixas – uma delas com versão vocal, totalizando quatro no lançamento. Em um momento em que o termo “deep house” é banalizado, os trabalhos de Moraes merecem aplausos por seguirem fielmente, com sutileza e sensibilidade, o melhor que o gênero pode apresentar. “Ahead” e “What” também levam a assinatura de André Torquato, mas sem dúvidas o grande destaque fica por conta de “Birth”: com ou sem os vocais de Capitol A, a track é um clássico instantâneo. João Anzolin
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Fabrício Peçanha Teaser
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Aninha dispensa apresentações. A nossa pequena grande DJ e produtora oferece aos amantes de um som refinado o “Huggin’ Trees”, lançado pela Frequenza Limited. Com duas faixas e dois remixes, o EP usa e abusa do deep house honesto, sem apelações. A faixa “Huggin’ Trees”, que dá nome ao disco, leva linhas de baixo bem trabalhadas com o break característico de Aninha. A faixa acompanha um remix de Side_A, um pouco mais suave. Já “Deeper”, como o próprio nome sugere, leva a pista a um deep com graves em loop. O remix de Fabo dessa track ficou sensacional. ricardo lin
Kolombo Get So Hot
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HUGGIN’ TREES
Inside The Hat Baseado em Curitiba, o Radiola é um núcleo de artistas que possui DJs, produtores, realiza eventos e recentemente está lançando faixas através do braço Radiola Records. O lançamento de estreia do selo, que faz menção ao símbolo do grupo com o nome “Inside The Hat”, traz quatro faixas assinadas por diversos artistas do núcleo como Ricardo Albuquerque, Hubenz, Haustuff, Gutto Serta e B. King. Vocais bem colocados fazem de “I Love So” e “Baby Yeah” os destaques do EP, mas vale a pena ficar de olho: a house music de primeira qualidade do coletivo deve ganhar o mundo em 2013. João Anzolin
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Está chegando mais um Camarote Salvador! Com estrutura, equipe e line-up impecáveis, o evento se tornou referência de festa sem precedentes no Carnaval brasileiro. A parceria com a plataforma VEVO Channel, que transmitirá os seis dias de show para todo o mundo, só tende a aumentar essa história Infraestrutura é a palavra de ordem do Camarote Salvador. Desde 2001, ano de realização da a primeira edição do evento, o conforto está em primeiro lugar na lista de prioridades dos organizadores. Esses e outros cuidados, como a qualidade nos serviços e line-ups com os nomes mais relevantes da cena mundial fizeram que ao longo desses 13 anos o evento conquistasse um público fiel. “Hoje enxergo o Camarote Salvador como um festival de música eletrônica dentro do Carnaval, onde muitos clientes dizem que o motivo de estarem no Carnaval de Salvador é o próprio Camarote”, diz Luiz Mendes, sócio da marca.
Fidelidade
Tornou-se comum, ano após ano, o festival efetuar por volta de 80% das vendas de ingressos antes mesmo de ser anunciado o line-up. A marca se consolidou por entregar aquilo que promete. E quem já foi, confirma: apesar de erguida especialmente para o Carnaval, a estrutura do Camarote parece permanente, tamanha a qualidade da montagem e a preocupação com os detalhes. O investimento em decoração, estrutura e cenografia ultrapassa 7,5 milhões de reais, tudo pensado milimetricamente pela organização. “A ideia é transformar a experiência de ir ao Camarote Salvador num momento único, mágico, a transformação de um sonho em realidade. Essa é a frase que resume nosso DNA”, coloca Mendes.
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Atendimento sem igual
Filas são praticamente inexistentes no Camarote Salvador. A praça de alimentação é espaçosa e arejada, sendo possível pedir qualquer refeição sem precisar esperar. Já as bebidas são servidas por garçons que andam entre o público ao longo da festa. Preocupado com a mobilidade e conforto dos clientes, Mendes lembra que para comportar mais pessoas, o evento terá primeiro que aumentar o tamanho da estrutura. ‘’Recebemos em torno de 6 mil pessoas por dia e estimamos mais 6 mil que tentam comprar, mas não conseguem. Já estudamos a possibilidade de buscar um espaço maior. Acredito que temos potencial para mais de 20 mil pessoas por dia no Camarote. Nosso único limitador é o espaço físico, mas até 2016 teremos grandes novidades.”
O Brasil na Bahia
Não dá para pensar somente na Bahia quando se fala de Camarote Salvador. A qualidade do evento faz com que pessoas de todo o Brasil viajem ao estado para curtir a festa de seis dias. O público chega dos quatro cantos do país – e agora, com a entrada da VEVO Channel, possivelmente do mundo.
Edição 2013
No ano que vem, o Camarote terá três stages: o palco praia, a arena principal e a pista do Camarote. A ideia é manter a diversidade no conteúdo artístico, mesclando música eletrônica e artistas brasileiros de peso que representam o Carnaval. O line-up eletrônico de 2013 será montado em parceria com a plataforma VEVO, que transmitirá os shows do festival ao vivo para todo o mundo.
Programação Camarote Salvador 2013 Quinta-feira
Bob Sinclar
Sexta-feira
Steve Aoki
Sábado
Nervo e Maison
Domingo
Fat Boy Slim
Segunda
Calvin Harris
Terça
Ne-Yo
Curiosidades Em seis dias de festa, são consumidos: 150 mil latas de Red Bull 1.250 toneladas de salmão 20 mil litros de destilados 2.500 pessoas são empregadas, entre funcionários diretos e indiretos
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lounge
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por Luis Maida
Fotografia: Divulgação
Grupo lounge* comemora 10 anos O grupo lounge* comemora uma década traduzindo conceito em revista. Sempre apresentando o melhor do lifestyle, a revista lounge* apresenta em sua 54ª edição um novo projeto gráfico. O lançamento está marcado para o dia 10 de dezembro e reunirá 300 convidados em um jantar no restaurante Casa da Fazenda Morumbi, e no dia 12, em Florianópolis. E as comemorações pelos 10 anos não param por aí, afinal, a revista vem cheia de novidades para 2013.
O melhor do universo gourmet A décima primeira edição da lounge* gourmet reúne dicas especiais de gastronomia para a estação mais quente do ano. Os vinhos ganham destaque especial, com sugestões das melhores opções para o verão e dicas de experts. A gastronomia leve de verão entra em contraponto com a do Mediterrâneo, onde o inverno aparece nessa época do ano. O Vegetarianismo e Veganismo ganham espaço nas páginas da edição, com a opinião de um renomado médico nutricionista especializado nessa dieta, e dica de um restaurante em New York totalmente dedicado a esse público. Em Strange Places, um restaurante inusitado nas Filipinas encanta por sua gastronomia e seu ambiente em harmonia com a natureza. No Brasil, os melhores restaurantes e points para conhecer, além de entrevistas com os chefs Cícero Gomes, do Josephine, e Ricardo Branco, do Hits Café. A edição traz ainda uma matéria com tudo o que você precisa saber sobre azeites, esse tempero que aguça o paladar faz bem à saúde, além de reportagens sobre temas variados como culinária portuguesa, a nobreza das trufas, picolé reinventado, cruzeiros enogastronômicos, receitas, e muito mais.
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Revista lounge* 53 chega às bancas A edição número 53 da revista lounge* já está nas bancas! Uma edição com 162 páginas, que traz na capa o top DJ Renato Ratier, que abre as portas do seu D-Edge, eleito um dos melhores clubs do mundo. A revista traz também uma entrevista especial com Ricardo Flores, diretor do Grupo GV, que fala sobre o sucesso do Green Valley e o que rola no Dream Valley, em novembro. Além disso, a Isla Privilège é um dos destaques de balada, seguida pela novo club Disco, os melhores clubs do Brasil e do mundo, e muito mais! A parte de esportes vem muito bem representada pelo lutador Fabio Gurgel, além de fitness, turismo, beauty e outros diversos assuntos relacionados à lifestyle e comportamento. Um editorial complementa a edição, que traz o melhor da música e do entretenimento aos leitores.
DICAS DA ANGEL
por Angel Inoue
Essa é dica de um amigo francês bon vivant: a Pousada Picinguaba reúne charme, luxo e visuais incríveis em pleno litoral paulistano. Pequena, com apenas nove quartos, acomoda 24 pessoas. Ótimo para fechar grupos de amigos ou reunir a família em um local paradisíaco. Os donos ainda possuem a Fazenda Catuçaba, que fica ali ao lado, e dá para fechar diárias dividindo os dias entre praia e fazenda. Ideal para ir a dois. picinguaba.com
Quem viaja muito e tem um animal de estimação sempre acaba em um dilema: deixar o pet em um hotel ou pedir para um amigo cuidar? Se as duas opções forem inviáveis, dá para contratar o serviço das petsitters, que vão até sua casa, passeiam, alimentam e limpam os bichinhos enquanto você está fora. Os preços variam de R$ 40 a R$ 60 a diária.
O club de David Lynch em Paris concorre em badalação até com o Le Baron: o Silencio Nightclub é inspirado no estranho clube fictício de “Cidade dos Sonhos”. O lugar conta com restaurante, bar, sala de concertos, uma livraria, uma sala de cinema e só aceita membros até a meianoite (para se tornar um membro, é preciso desembolsar 780 euros por ano) e livre para todos da meia-noite às 6h. Vista sua roupa mais fabulosa, encare a hostess blasé e veja o corredor dourado sorrir para você.
Guias tradicionais são ótimos. Mas nada como um bom blog para se ter uma ideia menos formal sobre os lugares. A atriz Joana Pires tem o blog Dicas SP e lançou um desafio: conhecer, explorar e experimentar 365 lugares na terra da garoa durante um ano. Ela vai em restôs, lojinhas de design, parques e espaços culturais, tira fotos e fala sobre o local. Tem coisas interessantes por lá. dicassaopaulo. com.br
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Ataliba
de Florianópolis agora em novo endereço Na quarta-feira, 28 de novembro, o Grupo Ataliba inaugurou para convidados a nova sede do Ataliba de Florianópolis, localizada na Rodovia SC-401, próximo ao Floripa Shopping. Construída inteiramente em vidro, a nova casa tem capacidade para atender 350 pessoas em um espaço de mais de dois mil m². A novidade é o ambiente contemporâneo, maior e ainda mais confortável, com projeto do arquiteto Manoel Farias. O novo endereço manterá os mesmos
tradicionais cortes de carne, bufê de frios e variadas sobremesas. Há 40 anos o Ataliba, marca consolidada em todo o Brasil, atende em Santa Catarina nas cidades de Blumenau, Itajaí, Balneário Camboriu, Tubarão, Indaial e Florianópolis. Na capital catarinense, o grupo iniciou suas atividades entre os anos de 1980 e 1991, primeiro em Coqueiros e depois na Beira-Mar Norte. Marineusa Petters e Carlos Ataliba Petters
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Camille Reis e Cacau
Maria Cristina Daux, Rose Souza e Adriana Althoff
Larissa Gattringer Branco e Debora Silveira
Maria Cristina Daux, Rose Souza e Adriana Althoff
O proprietario Carlos Ataliba Petters cumprimenta o pai e fundador do grupo, Jose Ataliba
Renata Gastaldi e Ana Paula Mirandez
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Rosa e Ildo Tirzah
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Automotor
por equipe Dinho Leme
FÓRMULA 1 A temporada 2012 do Mundial de Fórmula 1 já conhece seu campeão. O alemão Sebatian Vettel da Red Bull conquistou o seu terceiro campeonato consecutivo e se junta a um clube restrito de pilotos. Antes dele apenas Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher haviam conseguido a façanha. Vettel superou um acidente na primeira volta com o brasileiro Bruno Senna, uma chuva intermitente e completou a última etapa do campeonato em Interlagos com a sexta colocação, somando 281 pontos, três a mais que o seu único rival na luta pelo título, Fernando Alonso da Ferrari. O espanhol completou a corrida na segunda posição, atrás apenas de Jenson Button da McLaren, que herdou a vitória após um acidente entre Hulkenberg e Hamilton, na disputa pela liderança. O brasileiro Felipe Massa se emocionou ao conseguir finalizar naterceira colocação e subir ao pódio na frente de seu povo.
A corrida do Brasil marcou também a segunda despedida do heptacampeão Michael Schumacher. O alemão largou pela segunda vez a categoria. Durante a segunda passagem pela Fórmula 1, Schumi não conseguiu nada mais que um pódio e foi constantemente mais lento que seu companheiro de equipe. Muitos acreditam que o alemão não precisava manchar sua vitoriosa carreira dessa forma, mas ele nunca se importou com os comentários. Para 2013 muita coisa ainda está indefinida nas equipes menores, mas as equipes de ponta estão completas. Red Bull mantém Vettel e Webber, Ferrari continua com Alonso e Massa, McLaren trará Perez para formar dupla com Button, Mercedes contratou Hamilton no lugar de Schumacher e renovou com Rosberg, Lotus deve manter Kimi e Grosjean. Foram poucos, mas importantes movimentos para o circo da F1.
GT Brasil Stock Car A Indy é aqui. Ou quase. Quatro pilotos brasileiros que participaram da Fórmula Indy correrão a última etapa do campeonato, a Corrida do Milhão, que como o próprio nome sugere, premia o vencedor com 1 milhão de reais. Hélio Castroneves, Raphael Matos, Tony Kanaan e Rubens Barrichello se juntarão a Vitor Meira, que disputou a temporada desde o início e vão lutar pelo milhão contra os sete pilotos que disputam o título da temporada 2012. Com a pontuação dobrada para essa última etapa, Cacá Bueno é o favorito com 159 pontos. Na segunda posição um tríplice empate entre Átila Abreu, Daniel Serra e Ricardo Maurício. Cada um deles tem 149 pontos, 11 a mais que Max Wilson e 12 a mais que Valdeno Brito. Nonô Figueiredo é quem corre por fora, com 130 pontos. A Corrida do Milhão acontece no dia 7 de dezembro no Autódromo de Interlagos.
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O Campeonato Brasileiro de Gran Turismo desembarca em Cascavel para a disputa da sétima e penúltima etapa de 2012. A luta pelo título está acirrada e aberta, muitos pilotos buscarão entender melhor o traçado da pista paranaense. Os líderes da temporada são Duda Rosa e Cléber Faria, que correm com uma Mercedes-Benz SLS AMG GT3. A vantagem de 15 pontos para Cacá Bueno e Claudio Dahruj, que correm com a BMW Z4 GT3, é pequena, já que ainda há 80 pontos em disputa. Allam Khodair e Marcelo Hahntambém aparecem com chances e a Lamborghini LP600+ da dupla está mostrando força na reta final do campeonato. O Audi R8 LMS ultra dos irmãos Ebrahim éoutro que pode surpreender, assim como a Ferrari 458 Italia GT de Rafael Derani e Claudio Ricci. Os carro mostraram bons desempenhos nas últimas corridas, andando sempre entre os primeiros e marcando pontos importantes. A etapa deCascavel do Campeonato Brasileiro de Gran Turismo acontece nos dias 1 e 2 dedezembro e a etapa final será em Interlagos, nos dias 15 e 16 de dezembro.
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consumo
por Angel Inoue
Burberry Britain A linha de relógios Burberry Britain é tradicional como a marca. Esculpida por horas de trabalho handmade por relojoeiros suíços, os materiais são um show à parte: do aço inoxidável ao couro de jacaré. Média de preço: R$ 14.799 na flagship da marca, no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. (11) 3152 6555
Sun Beam O Sun Beam da Benefit é um iluminador líquido que dá um efeito “sunkissed” à maquiagem. É só dedilhar o creme nas bochechas e região das sobrancelhas, dando um toque dourado e brilhoso no rosto. R$ 119 na sephora.com.br
Juicer Alessi O juicer da Alessi tem duas funções: espremer o suco das frutas cítricas e embelezar a cozinha. Nada mal ter um utilitário doméstico assinado por Phillippe Starck, não é mesmo? R$ 402 na Benedixt. www.benedixt.com.br
Perfume de Limão Os aromas envolventes e refrescantes do Mediterrâneo podem ser sentidos na linha da Phebo. Cada aroma (limão siciliano, figo da Turquia, alfazema, tuberosa do Egito) possui sabonete em barra, creme para mãos e colônia. Os preços são ótimos e os cheiros, deliciosos. www.phebo.com.br
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Fotografia: Divulgação
Niemeyer aos nossos pés Oscar Niemeyer é eterno. Vide suas obras e sua própria vida. Como está no DNA do brasileiro não perder a oportunidade de fazer piada, lançaram um Tumblr com as coisas mais novas que o arquiteto projetor de Brasília já fez. (coisasmaisnovasqueoscarniemyer.tumblr.com). E a Converse lançou uma linha inspirada na obra dele, com 5 modelos que celebram a estética não linear e o ponto de vista criativo de ON. converseallstar.com.br
Não esquente Sergio K tem uma linha de coisas para casa e objetos super divertidos. As bolsas térmicas são ideais para aquele dia extenso e preguiçoso na praia. R$ 169 na loja.sergiok.com.br
A Melhor Escova do Mundo A Curaprox é considerada a melhor escova de dentes do mundo. Ela possui 5 mil cerdas ultra macias à base de curen, um tipo de fibra mais fina e macia capaz de desorganizar totalmente a placa bacteriana sem causar injúrias ou traumatismos que provocam retrações gengivais. R$ 13,57 naonofre.com.br
Hitch Definitivo O box com filmes de Alfred Hitchcock acaba de ser lançado em Blu-Ray. “Alfred Hitchcock: The Masterpiece Collection” contém 15 longas de suspense do mestre, incluindo clássicos como “Psicose”, “Os Pássaros”, “O Homem que Sabia Demais” e “Marnie”. US$ 299 na amazon.com
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verão
Pronta para o
STREET STYLE
Bia Veit é designer do atelier Tedy Veit, exmodelo e estudante de publicidade. Sempre teve como inspiração a mãe, que é apaixonada por arte e moda. “Desde menina, ela sempre costurou as próprias roupas, e assim fez com as minhas. Costurava desde minhas sainhas de lambada, que na época era o must have, até os bordados do meu figurino de patinação”, lembra. Em cada um dos países que morou – Alemanha, Itália, Japão, EUA, Espanha e Chile, por exemplo –, Bia procurou agregar o máximo que pode de arte e cultura, para acrescentar à profissão que escolhesse após a carreira de modelo. Hoje ela cursa publicidade, que trabalha com artes visuais, porém pretende se manter firme na moda. “É o caminho que seguirei sem limites.”
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Macacão de onça da Maria Filó, rasteira Bebecê. “Escolhi o macacão pois é prático por ser apenas um peça, um look. Não tem erro. Além de ser fresquinho, tem uma estampa linda para o verão!”
Short de couro de acervo pessoal, blusa com acabamento em crochê do Atelier Tedy Veit, sandália Schutz. “Escolhi o short de couro porque é meu xodó, era da minha mãe e hoje em dia uso para compor meus looks balada. O couro acrescenta sofisticação e a blusa contrasta com o short, pois é de tecido leve e cor moderna.”
Jeans tachas do Atelier Tedy Veit, blusa rendada e sandália Schutz. “O jeans é a peça que nunca vai deixar meu guardarroupa, tem que ter sempre. Agora no verão, ele vem com todas tachas possíveis. Quanto mais, melhor! Nesse look acrescentei a blusa de rendas para dar uma quebrada.”
Vestido de seda Maria Filó. “Escolhi este vestido mullet com renda para o Réveillon, confortável e lindo. Achei perfeito para ocasião!”
Vestido amarelo com decote nas costas e cinto de placa dourado, tudo Atelier Tedy Veit. “Escolhi esse vestido com decote nas costas por ser uma peça versátil, podendo usar tanto durante o dia quanto à noite, de rasteira ou salto. A cor é amarelo fresh, que realça o bronze do verão.”
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IN THE
POOL
Fotos Guilherme Dimatos Produção de moda Cristina Nunes
Louise usa 贸culos de acervo pessoal, colar Customizart, biqu铆ni AIA e sapato Top Shoes Clara veste mai么 Vilin, brinco AIA e sapato Top Shoes
Camisa jeans e bermuda M.Officer
BiquĂni Vilin e colar AIA
Louise e Clara vestem Vilin
Clara veste camisa, biquĂni e colar AIA VinĂcius veste camiseta Legend Players e bermuda M.Officer
Louise usa vestido longo AIA e sandรกlia Top Shoes
Louise usa biquíni AIA
Hair & Make-up Vanessa Neto Modelos Clara Sommacal, Vinícius Ledoux e Louise Marine (DN Models) Assistência Nicoli Saules Agradecimento Wilson Weissheimer
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ANIVERSÁRIO GREEN VALLEY
O Green Valley comemorou cinco anos de sucesso durante uma festa no dia 1º de novembro. Para celebrar, o club catarinense que é atualmente o segundo melhor do mundo apresentou uma série de novidades. Além da inauguração do Gold, novo acesso à casa para camarotes de grupo e backstage, a grande vedete da noite foi o novo palco. Com tecnologia de Moving Heads Neo 15R, painéis de LED dispostos de um jeito jamais visto no Brasil e luzes de formas variadas e coloridas, o stage foi inaugurado por ninguém menos do que o sueco Alesso. A dupla do JetLag abriu a noite e Mario Fischetti, residente do GV, encerrou a festa de aniversário que contou com bolos personalizados nos camarotes, balões coloridos e muita energia positiva. Fotografia: Adriel Douglas
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BWT
em Salvador
Um dos maiores nomes da música mundial, o rapper Pitbull, dono de hits como “I Know You Want Me” e “On the Floor”, agitou Salvador durante o dia 21 de outubro. Com realização da Premium Entretenimento e da Online Entretenimento, o show, intitulado BWT, rolou no Parque de Exposições da Bahia. Dividido em pista e com duas áreas vips, a festa ofereceu todo conforto e tranquilidade dos Camarote BWT e Camarote Salvador. Fotografia: Divulgacao
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Pink Elephant em Teresina
A filial da Pink Elephant no Piauí, terceira do país e primeira do nordeste, inaugurou mês passado apresentando o que há de melhor em estrutura de som, luz e serviço. Thiago Mansur, Marco Hanna, Jorge Junior, Juliana Barbosa, Mario Fischetti, Romeo Blanco e os residentes Eduardo Pacheco e DJ Gringo são algumas das atrações que comandaram a cabine do recém inaugurado club. Fotografia: Tacio Baptista e Junior Andrade
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Yelloween na Liqüe
No dia 27 de outubro, a Liqüe apresentou uma balada especial de Dia das Bruxas. A Yelloween, em parceria com a champanhe Veuve Clicquot, surpreendeu o público que foi recebido por personagens caracterizados e ainda ouviu as doze badaladas de um relógio especial para a noite. A ex-modelo Juliana Barbosa agitou a pista com performances chiques e enérgicas, e um repertório que misturou clássicos e novidades da música eletrônica. Fotografia: Fernando Smak e Luizo Cavet
Juliana Barbosa
Victoria Slaviero
Marcelo Carlesso e Juliana Barbosa
Kelen e Sandro França
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Fabiane Semprebom
Camila Bizarro
Leticia Thome, Sofia Biabock e Fernanda Torres
Fernanda Petter, Fernando Fedato, Fabiola e Ana Priscila Petter, e Leonardo Damascero
Fernanda Petter, Kelen França, Nádia Geara e Danielle Camargo.
PIC SCHMITZ NO SENSE CLUB
Uma festa inusitada e exclusiva – foi com esse clima que o DJ Pic Schmitz desembarcou pela primeira vez no Sense Club, em Novo Hamburgo. Com um house fino, alegre e vibrante, o gaúcho agitou a pista ao lado do residente Rapha Costa. Muita música boa e mais uma noitada daquelas surpreendeu o belo público da região. Fotografia: Rafael Atz
Pic Schmitz
Rapha Costa
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CLOSING WINTER 2012 na pacha
Batidas dos clubs europeus e americanos estiveram presentes na dobradinha da Pacha Floripa. Dias 11 e 13 de outubro, a Closing Winter 2012 transformou o feriado de finados em um weekend de badalação. Mitch LJ, EDX e Ron Carrol, acostumados a comandar cabines nos quatro cantos do mundo, aterrissaram em Jurerê Internacional e fizeram o público curtir até o sol raiar. Fotografia: David Collaço
Marta Ayres
Maria Eduarda Caramori, Doreni Caramori Jr. e Juliana Mello Ferreira
DJ Mitch Lj
Flavia Medeiros e Camila Cunha
Ron Carrol
Vanessa Slovinski
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Max Massafera
Rogerio Flausino
Juliana Xavier
Sabrina Koerich
WARUNG 10 ANOS
O Warung comemorou 10 anos de sucesso, é claro, em grande estilo. Três grandes festas marcaram a década do Templo: a primeira aconteceu em pleno feriado, dia 2 de novembro, com Marco Carola, Rafa Pigozzi, Daniel Kuhnen, Juan Rodrigues, Hot Since 82 e Guy Gerber. Já no dia 9 foi a vez da Coocon Heroes invadir o beach club ao som de Sven Väth, Aninha, Sacha Dive, Mandy Hafez, Paulo Boghosian e Finnebassen. Para fechar com chave de ouro, a noite de 16 de novembro apresentou Solomun, Jamie Jones, Art Department, Dubfire, Seth Troxler, Leozinho, Davis, Leo Janeiro e Renato Ratier. Parabéns! Fotografia: Adriel Douglas
Sandra Alionço
Gustavo Conti - Renato Ratier
Leo Coelho e Kisy Momoli
Jamie Jones
Suellen Johann
Karine Santos
Ana Paula do Vale Pereira
Seth Troxler
Marco Carola
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D-Edge Show Case na Mont Blanc
O Mont Blanc Club, em Americana, interior de São Paulo, recebeu pela primeira vez, no dia 20 de outubro, o label D-Edge Agency Show Case. Passaram pelas pick-ups os DJs Fat, Lubalei, Paula Chalup, Ammie Graves e Sweet Diesel. Boa música, gente bonita, decoração impecável e um soundsystem de primeira marcaram o evento. Fotografia: Eduardo Pierri
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EUPHORIA
In Wonderland
O Twice Nice esteve presente na conceituada festa Euphoria, no Rio de Janeiro. Com um público de mais de 20 mil pessoas, a dupla agitou a pista em uma apresentação empolgante. Victor Costa e Caio Andrade foram uma das atrações mais elogiadas pelo público do evento, que contou com grandes nomes como Joachim Garraud, Sander Van Doorn entre outros.
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SOLUMUN no P12
Considerado pelo público e crítica como um dos nomes mais aclamados do momento, Solomun comandou o P12, em Jurerê Internacional, na tarde de 15 de novembro. Nem mesmo a forte chuva espantou o público que compareceu em peso: foram mais de 2 mil pessoas no local. Nascido na Bósnia e radicado na Alemanha, o DJ e produtor é conhecido por sua habilidade de conduzir as pistas e, principalmente, por seus releases de sucesso. Entre os últimos lançamentos, está o remix de “Around”, além de “Kackvogel”. Vale lembrar que Solomun também administra o próprio selo, o Diynamic. Fotografia: David Collaço
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Comemoração no El Divino
Em 1997, o Grupo Novo Brasil inaugurou em Florianópolis uma franquia do Café Cancun, club que mais tarde se transformaria no atual El Divino. De lá pra cá, foram 15 anos de muita história. No dia 30 de novembro, sexta-feira, rolou a festa da comemoração desses anos de sucesso. Na ocasião, ainda foi celebrada a conquista do troféu Top One (case de maior nota entre os vencedores) no Top de Marketing e Vendas ADVB 2012. Fotografia: David Collaço
Daniele Martins
Aroldo Cruz Lima, Paulinho Ferrarini, Odilon Tayer e Marcelo Petrelli
Flavia Cristina Reis
Heloisa Luz, Ana Cristina Petrelli e Joyse Musse
George Israel
Flavio Jardim e Sheila Mello
Livia Cunha
Taty Irié e Mario Kenji
Luisa Kuhnen, Bernardo Amorim e Luisa Schwartz
Luiza Schmidt
Heloise Bruning
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11 ANOS DE VIBE
A música eletrônica underground ganhou uma noite única no Trésor Eventos, para comemorar o aniversário do Club Vibe. Completando 11 anos de sucesso em Curitiba, a casa trouxe revelações e grandes nomes da música eletrônica, mesclando artistas locais, nacionais e internacionais, divididos em dois palcos: Damian Lazarus, Slow Hands, No Regular Play, Amirali, Renato Ratier, HNQO, Fabø, Gromma, Marcelo Dallazem e Bernardo Reffo. Mais de duas mil pessoas fizeram parte da celebração que rolou dia 26 de outubro. Parabéns! Fotografia: Gustavo Remor
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tecnologia
tech news por Marcelo Godoy
O mercado de Audio Pro emplaca uma nova corrida no cenário das Digital Audio Workstations. Das novidades do período, destacam-se o lançamento de duas plataformas já mundialmente conhecidas: as alemãs Steinberg e Ableton. Quem tem a ganhar é o consumidor final, que com a concorrência se beneficia da variedade e dos melhores preços.
steinberg
Neste fim de ano, a Steinberg chega forte ao mercado com upgrades de seus conhecidos produtos Nuendo, Cubase e Artist. Agora, os usúarios da marca poderão contar com versões inteiramente em português. Para maiores detalhes, visite o site da fabricante (em inglês): www.steinberg.net
Cubase 7
Sem limites para faixas de áudio, instrumentos e MIDI. Traz o Chord Track, que é um assistente para controle e re-harmonização mais inteligente de sequências em instrumentos de corda. Edição, quantização, take coping e automatização independentes multitrack. Versão Suite com 18 MIDI VSTs e 66 processadores de áudio. Conta com oito instrumentos virtuais, totalizando 2.800 sons. Disponível para Windows e Mac OS X. Preço sugerido: 599 €
Artist 7
Software um pouco mais enxuto; suporta 128 faixas MIDI e 64 em áudio. Também com oito instrumentos, totaliza 2.400 presets. Possui 46 processadores de áudio e 18 MIDI VSTs. A função Chord Track só funciona em contexto de projeto. Disponível em 32/64-Bit para Windows e Mac OS X Intel. Preço sugerido: 299 €
Nuendo 6
A empresa diz que o Nuendo 6 é o ambiente de pós-produção mais avançado disponível no mercado. O auto intitulado “melhor console de mixagem já fabricado” terá disponibilidade para o primeiro trimestre de 2013. Vem com usabilidade melhorada e funções drag n’ drop. Preço ainda não divulgado
ableton Ableton Live 9
Podemos já destacar que houve um ganho na qualidade de som, o que sugere um alto investimento da Ableton na criação de melhores algoritmos de processamento. Performance capturada com visualização/gravação da automatização real time – em session view. Sistema de busca e efeitos de estúdio melhorados. Novos displays (mais dinâmicos). Glue Compressor foi adicionado à esta versão. Grave seus samples e converta harmonias, melodias e bateria em MIDI notes. Transforme também em MIDI notes os sons de fontes externas. A tão esperada curved tool para as automatizações chegou. Max for Live vem com a versão Suite. Mais detalhes em www.ableton.com US$599
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ilan kriger
Manual prático para um DJ de sucesso em 2012 (Parte 2) Na edição anterior, fiz um artigo sobre dez ideias, conceitos e técnicas que todo DJ deve usar em suas apresentações. Fiquei bem feliz com a repercussão, recebi dezenas de bons comentários quando disponibilizei o material no meu blog (www.ilanrkriger.net) e em minha página no Facebook (www.facebook. com/IlanKrigerOficial). Por isso, resolvi fazer uma série de dois artigos mais técnicos sobre o universo da discotecagem. Se você não é DJ, mas gosta desse universo, agora tem a chance de desvender um pouco dos segredos que muitos artistas guardam a sete chaves. Se você já é DJ, tenho certeza de que vai se surpreender com o quanto a nossa arte pode ser maleável e performática sem perder o foco, que é agradar e divertir o público. Neste primeiro artigo da série, vou apresentar como um DJ pode montar um repertório, melhorar sua técnica de mixagem e também a criatividade, e na próxima vou falar sobre carisma e resposta do público.
Como um DJ pode montar um bom repertório Esse quesito é cada vez mais valorizado. Muitos DJs não têm uma técnica 100% apurada, mas pelo excelente repertório conseguem grande destaque. Reuni aqui algumas dicas poderosas de como você pode criar um repertório exclusivo.
Fuja do Top 100 do Beatport: Boa parte dos DJs só procura músicas na seção de mais vendidas do Beatport. Se seu set for baseado nas músicas que figuram neste chart, há grandes chances de outros artistas estarem tocando as mesmas músicas.
Crie o Mybeatport: Ao comprar uma música no Beatport, você tem a opção de começar a seguir o artista ou selo que produziu aquela faixa. Com isso é possível monitorar os últimos lançamentos dos seus artistas favoritos. Como as músicas normalmente demoram uma semana para aparecer no Top 100, você terá vantagem de alguns dias sobre os outros DJs. Procure onde ninguém procura: Imagine um DJ que toque deep house, mas que nunca compre músicas desse estilo. Ele vai na seção de nu-disco, tech-house e house e procura músicas com pegada e BPMs mais deep. Com isso, ele terá um set diferente de todos os artistas desse estilo. Mude o BPM: Principalmente para baixo. Um tech-house de 125 BPM pode funcionar bem em 120. Use e abuse do Soundcloud: Esse é um ótimo lugar para conseguir bootlegs, mashups e músicas que ainda não foram lançadas oficialmente. Tente contato direto com artistas e selos: Se você gosta de um artista ou selo, por que não tentar um contato direto com eles? Imagine receber um promo antes da maioria dos DJs? Velho também é ouro: Um clássico é sempre um clássico. Procure músicas que não ficaram velhas – aquelas que viraram clássicos. Selecione os melhores trechos de cada música: O break é legal, mas o groove também não é interessante? Não tem problema, use e abuse de re-edits e mash-ups. Crie seus re-edits e mash-ups: Essa é uma excelente forma de criar versões exclusivas que podem chamar a atenção do público e colocar o seu trabalho em destaque. Produza suas músicas: É a melhor forma de ter músicas exclusivas. Ter suas próprias produções também é o melhor cartão de visita para seu trabalho como DJ. Use acapellas: O uso criativo de acapellas pode deixar um set mais pop ou chamar a atenção do público.
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Técnica de mixagem Novas tecnologias facilitaram essa que é uma das habilidades mais importantes que um DJ pode ter. Só não se engane: as músicas já ficam automaticamente sincronizadas, independente da mídia que você escolher. Você precisará de muitas horas de estudo e dedicação para masterizar o seu beatmatch (sincronizar as batidas). Pratique à exaustão: A precisão de um DJ é próxima à de um cirurgião. Ambos precisam praticar diariamente para não “perder a mão”. Grave o set: Essa é uma excelente forma de você analisar os seus acertos e erros. Pratique em uma casa noturna: Tocar em um clube é muito diferente do que tocar no seu quarto (volume do sistema de som, retorno, luzes, equipamentos diferentes e acústica ruim na cabine são apenas alguns problemas que você pode encontrar). Por isso, tente agendar um treino em um clube da sua cidade. Vire na hora certa: A música eletrônica segue um padrão na construção de todas as suas tracks. Se você conhecer e usar essa fórmula, todas as suas mixagens vão se encaixar perfeitamente. Conheça diferentes técnicas: Existem pelo menos 20 formas diferentes de misturar duas músicas. Se você sempre fizer igual, seu set vai acabar ficando muito previsível. Tenha a habilidade do beatmatch em mais de um formato: Se o seu computador estragar e você não conseguir tocar com CDs ou pendrive, no mínimo não receberá seu cachê. Muito provavalmente, se for sua primeira vez em uma festa ou clube, você nunca mais vai voltar lá. Procure músicas que se complementam: Analise os diferentes elementos das músicas, e tente procurar uma conexão entre esses sons. Isso vai permitir que você crie uma conexão entre as músicas e consequentemente deixe seu set mais homogêneo. Tenha músicas que são ferramentas: Você não precisa tocar a música inteira. Analise as músicas não como uma peça inteira, mas sim como pequenos pedaços que podem ser combinados de diferentes formas.
Como você pode ser criativo no seu set Técnicas de mixagem diferentes: Varie a forma como você mixa. Exemplo: faça uma mixagem mais rápida, outra mais longa e outra de corte seco. Uso de acapella: Um bom uso de uma acapella pode transformar completamente seu set e permitir que você crie uma versão exclusiva de uma música ao vivo. Uso de efeitos: Na hora da competição, cada artista vai ter à sua disposição um mixer Pioneer DJM 800. Se você quiser, pode adicionar outros processadores de efeito em seu set-up. Um efeito bem aplicado pode aumentar a tensão na pista e mostrar para os jurados que você domina os equipamentos e consegue levar o público na direção desejada. Usar hot cues para fazer live-reedtis: Poucos DJs usam os hot cues para desconstruir as músicas. Se você marcar diferentes hot cues, na hora da sua performance poderá selecionar a parte que quer tocar da música, sem precisar esperar que ela toque por inteiro. Usar cues para transformar o CDJ em um instrumento musical: Esta é super simples, mas poucos DJs usam. Marque com o CDJ um ponto onde tem um nota musical ou som de efeito e use o cue em conjunto com o pitch para gerar sons e mudanças de pitch. Uso de loops: Eles podem servir para aumentar o tempo de mixagem, criar pontos especiais para saídas de mixagens e muito mais. Uso de fontes de sons diferentes: Nada impede que você leve uma outra fonte de som para conectar no mixer. Com isso é possível usar efeitos e outros sons em sua performance.
Mostrar o que você está fazendo com a sua controladora: Use algum tipo de suporte para que todos as pessoas vejam o que você está fazendo com os seus equipamentos. Re-edits e mash-ups: Esta é uma excelente forma de criar versões exclusivas e preparar música para a competição. Faça scratch e outras performances: Isso mostra que você domina os equipamentos e consegue dar um toque mais musical em sua apresentação.
technoaudio
Imagens: Divulgação
Preço sugerido
US$2.999 pioneer
djm 2000 Nexus Depois do lançamento do CDJ 2000 Nexus com recurso avançado de sincronia (Beat Sync), a Pioneer coloca no mercado o novo Mixer DJM 2000 Nexus. Conectado aos CDJS, ele permite explorar a criatividade por Mateus B. com efeitos intuitivos e de alta qualidade para as mixagens, em perfeita sincronia.
Principais novidades Pro DJ Link perfeito para sincronia com 4 CDJ 2000 Nexus e dois computadores. Placa de som embutida e timecode interno. Limiter nos canais, limitador de distorções mesmo com altos níveis de volume.
Live Sampler Permite samplear sinal do microfone. Assim é possível criar camadas, aplicar efeitos e também fazer scratch com o som recém gravado.
4 Efeitos na Tela de 5.8’ LCD multitouch Grava dos CDJs, fatiando trechos e permitindo reproduzir criativamente em perfeita sincronia com o arranjo da música.
Sync Master Com o sistema Pioneer Pro DJ Link, conectando os CDJs via cabo de rede, o mixer envia o master clock para aplicação de todos efeitos sincronizados. Facilita também a utilização do novo recurso Beat Slice.
6 Efeitos INST FX Noise, Jet (Flanger), Zip, Crush, Hi-pass Filter e Low-pass Filter.
Novo efeito Beat Slicer.
Efeitos que utilizam sistema reativo. Depende de outros canais para acontecer e permite ao DJ fazer combinações incríveis com as músicas. Controlador MIDI via Multi Touch
Sampling rate: 96 Khz. Peso: 8,6 Kg.
Aplicação direta em cada canal. Crossfader por frequência.
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A meninA dos olhos do RmC CResCeu e vAi moRAR sozinhA
Anúncio A mais importante conferência da indústria da música eletrônica no Brasil agora acontece no final de semana anterior à festa da Marina da Glória e no Pestana Rio Atlântica Hotel, com muito mais espaço e
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andares
undeground, mainstream e business
2
áreas de convivência
com apresentações non-stop de djs numa das mais belas vistas da cidade
estrutura para receber as palestras, workshops e painéis com os mais importantes nomes do mercado.
sobre a Conferência RMC 2013 enviando um email para: contato@riomusicconference.com.br envie um email para: comercial@riomusicconference.com.br
coluna dj
Fotografia: Divulgação
Quando elas vão dominar o mundo que ainda é deles? por DJ Anna
Em um meio dominado por homens, o aumento do número de DJanes nos últimos anos pode ser considerado expressivo no Brasil. Na época que comecei a tocar e frequentar festas de música eletrônica, há cerca de 12 anos, lembro de quatro ou cinco mulheres que tocavam. Mas hoje em dia somos muitas aqui no Brasil. Com essa popularização e massificação da profissão DJ, que veio se consolidando nos últimos anos, vi surgir muitas DJanes que não estavam lá realmente pela carreira ou pela música, mas sim por toda a exposição que essa profissão tem gerado - e é o que acontece com a maioria hoje em dia, infelizmente. Apesar disso, é claro, temos grandes profissionais que fazem um belo trabalho e que admiro muito, como a Ingrid, Aninha, Glaucia ++, Eli Iwasa, Paula Chalup, Mary Zander, Mari Rossi, Marian Flow, Kammy e Fernanda Martins. Todas DJs que marcaram a nossa curta história na música eletrônica e que continuam em atividade.
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suas produções. Alguns exemplos de quando comecei a tocar são Miss Kittin, Mistress Barbara, Monika Kruse... E nos dias de hoje temos muitas também, como Maya Jane Coles, Nicole Moudaber, Joyce Muniz, Nina Kraviz, tiNi, só pra citar algumas. No Brasil, ainda não temos uma produtora conhecida mundialmente, até por isso fico mais motivada e estou lutando muito para chegar lá.
Na verdade, essa enorme discrepância dos tipos de profissionais existentes me leva a questionar se existe uma diferença, nesse aspecto, entre as DJs daqui do Brasil e as do exterior, e qual a origem ou razão dessa diferença.
Em termos de técnica, de uma forma geral, tomando por base quem realmente sabe tocar, acredito estarmos em um nível semelhante ou até acima. Temos excelentes DJanes que vão do house ao hard techno aqui no Brasil, e que vivem fora também. O nosso maior problema, na minha opinião, é o alarmante crescimento do número de falsas profissionais que enganam o público, além de contratantes levando sets mixados em CD ou mesmo no laptop. Eu sinceramente espero que dessa leva, uma boa porcentagem acabe se interessando de verdade pela coisa e procure se profissionalizar. E que o resto deixe de lado para seguir com a próxima onda de profissão de destaque. Nós precisamos, sim, de mais talentos que elevem o padrão dos artistas brasileiros em geral, e nos coloquem no mapa da música eletrônica mundial.
Cada vez que paro para pensar no assunto, chego mais à conclusão de que a maior diferença é o fato das Djanes europeias serem bastante conhecidas também por
Talvez a falta de boas (ou o excesso de más) referências seja a principal causa desse aumento de falsas profissionais. Quando comecei a tocar, com 15 anos de idade, no clube
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que meu pai tinha no interior de São Paulo, eu via o DJ Marky, Patife, Ricardo Guedes, que sempre tocavam lá, e eram eles as referências que eu procurava seguir. Era muito mais difícil conseguir uma boa agência nessa época, ainda mais sendo uma menina do interior, como eu, e somente depois de já ter trabalhado bastante é que foi possível chamar a atenção da Smart Biz, que era uma das principais agências do país. Estive com eles por cerca de três anos, e então começaram a aparecer algumas gigs no exterior, até que resolvi me mudar para a Europa em 2009. Justamente naquela época, eu me aprofundei na produção musical para tentar me destacar fora daqui, e então consegui lançar bastante coisas por selos como Toolroom Records, Tronic, Witty Tunes, Tropical Beats, Noise Music, e também cheguei a fazer remixes para Oliver Klein, Marko Nastic, D-Nox & Beckers, Wehbba e Anderson Noise. O envolvimento com os selos em que trabalhei me renderam uma apresentação no Sónar 2012, em Barcelona, na festa do selo Tronic, de Christian Smith. Quando penso nos top DJs do Brasil, apenas alguns homens vêm a tona, eles que se enquadram nas listas de top10, e a maioria desses têm músicas de sucesso relativamente significativo no mercado. Está na hora de mudar esse cenário e começar a mostrar o nosso valor como artistas acima de tudo. ■
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SUMMER 2012/13
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