A revista da música eletrônica brasileira
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digitaria
volta à ativa
política da dança
em ano de eleições, será que entramos nas pautas dos políticos?
dennis ferrer profetiza:
“a dance music nunca morrerá”
edição especial 5anos
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skol sensation • toco club • audiofly • diego miranda • pazes
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Direção executiva Jorge Vieira Junior José Luiz Cavichioli Junior Consultor de Marketing e Diretor de Projetos Especiais Geraldo Nilson de Azevedo Editora-chefe Sarah Kern sarahkern@housemag.com.br
REDAÇÃO Bruna Calegari brunacalegari@hotmail.com
Já faz meia década... É, estamos mais velhos. Foram cinco anos de transformações, tanto nossas quanto da nossa querida cena. Vimos muita coisa acontecer desde 2007, de lá para cá nosso mundinho eletrônico mudou em proporções que mal podemos acreditar. Meia década pode parecer pouca coisa, mas num meio em que quem dita as regras é a tecnologia, esse tempo é uma vida. Naquela época não havia tantos clubs, DJs, agências de DJs e fãs de música eletrônica no Brasil, o que fazia com que ela carregasse uma inacreditável aura de romantismo, limitada a apenas alguns núcleos pelo país. Vimos nosso estilo musical favorito ganhar o mundo, se popularizar. Já quase virou mais pop do que o próprio pop – que o diga Skrillex com seus três Grammys. Hoje o pessoal mais velho não parece mais se assustar com o bate estaca, e ser DJ virou hype. Realmente, os tempos mudaram... Fomos a primeira revista voltada para a música eletrônica no Brasil. Depois de nós, vimos outras surgirem: algumas brasileiras, outras filiais de famosas publicações estrangeiras. Vimos também os cachês dos DJs atingirem cifras astronômicas, a expressão DJ superstar se tornar comum e o Facebook unindo toda essa e outras gerações. Foi curioso perceber que durante muito tempo publicamos as páginas dos artistas na inovadora plataforma MySpace, hoje distante e sumida frente ao Soundcloud. Em 2007, as novidades do momento eram o revolucionário iPhone, lançado apenas um mês antes do nosso nascimento em julho, e um serviço chamado Shazam, disponível apenas na Inglaterra. Com ele era possível fazer uma ligação, colocar o telefone perto de uma caixa de som e descobrir o nome da música que estava tocando. É... O tempo passou rápido, quase voando. Mal sabíamos que nos próximos anos aqueles nomes transformariam nossas vidas para sempre. Nossa matéria de capa é uma retrospectiva de todos esses momentos. Nela, Davi Paes e Lima, nosso editor-chefe da primeira até a 27ª edição, conta como foi quando Jorge Junior e Juninho Cavichioli, sócios da revista, fizeram a proposta daquela ideia que, de início, parecia maluca. Um salve especial para a equipe que há anos faz a House Mag acontecer: Carol Schubert, Bruna Calegari e, principalmente, João Anzolin. Nosso mais fiel jornalista participou de todos os números desde a segunda edição, entrevistou os maiores artistas do mundo e é recordista em matérias de capa da House Mag. Já que estamos comemorando, nada mais justo do que trabalho extra, tanto da galera da redação como na arte. O grande destaque da edição é Ricardo Lin, nosso designer que neste ano repaginou a revista e criou esta capa que, modéstia à parte, está linda! E que durante muitos aniversários a música e a diversão continuem sendo o centro das nossas – e das suas – atenções. Parabéns a todos nós! sarah kern Editora-chefe
Carolina Schubert carolina@housemag.com.br
João Anzolin joaoanzolin@housemag.com.br
Tatiana Stock tatiana.stock@housemag.com.br
CONTEÚDO ONLINE Carolina Schubert Tatiana Stock direção de arte Ricardo Lin ricardo@housemag.com.br
assistente de Editoração Henivaldo Alves arte@housemag.com.br
Financeiro Jéssica Simone Galdino financeiro@housemag.com.br
Publicidade Graziella Ranno cel 48 7811.1699 id 55*92*5547 graziella@housemag.com.br
Comercial Florianópolis – João Freitas cel 48 7812.3231 id 55*92*13257 joao.freitas@housemag.com.br
São Paulo – Marcelo Larini cel 16 7812.9723 id 55*92*53308 tel 16 3331.6036 marcelo@housemag.com.br
Brasília – Carlo Alessandro Benjamin alessandro@housemag.com.br
Internet e Tecnologia Commix – www.commix.com.br Jurídico FSN Advogados Associados tel 48 3733.5516 advocacia@fsn.adv.br
Colaboradores Alan Watkins Angel Inoue Carlo Dall Anese Dinho Leme Gabriel Macarofq Gabriela Loschi Ilan Kriger Isaac Varzim Jade Gola Marcelo Andreguetti Michel Saad
Impressão Gráfica Coan Todo o conteúdo (texto e fotos) apresentado pelos colunistas e colaboradores desta publicação em suas respectivas páginas é de inteira responsabilidade dos mesmos, assim como todo o material cedido pelas assessorias das casas noturnas e eventos (agendas e imagens). A House Mag (ISSN 2176-7009) é uma publicação bimestral da Editora Made in Brazil | Rua Laje de Pedra, 151 – Ed. Spazio Uno, salas 01 e 02 – Itacorubi, Florianópolis/SC | CEP 88034-605 Telefone: 48 3028.4484 www.housemag.com.br
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news · música · lifestyle · tecnologia 12 what’s up 17 instamomentos 18 apresentando 20 jade gola 22 fazendo acontecer 24 miami 28 clubland 32 mercado 34 volta no tempo
38 alan watkins 39 aplicativo 42 política da dança 46 review ibiza open 48 especial capa 54 supernova 56 diego miranda 60 digitaria 64 dennis ferrer
70 feel the groove 72 bruna calegari 74 lançamentos 75 carlo dall’anese 76 dicas da angel 77 lounge* 80 pacha bsas 84 skol sensation 86 automotor
88 street style 90 consumo 92 moda 102 coberturas 120 ilan kriger 122 setup audiofly 126 technoaudio 128 coluna dj
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2me.art.br
Na orla da badalada Balneário Camboriú, no desejado litoral catarinense, está a mais nova opção para os amantes da e-music. O ‘2me music essence’ tem a assinatura do Grupo GV em uma proposta diferente. O club traz a essência da música eletrônica em duas noites conceito: ‘2me Hits’ e ‘2me Concept’, além das surpreendentes noites de label temática. Permita-se viver uma noite ‘2me’ e surpreenda-se.
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COLABORADORES
Dudu Marote tem os projetos de música eletrônica VCO Rox e Prztz, é produtor musical de vários artistas e bandas, como o Skank, e também já fez curadoria para eventos como o TEDxSP e o Motomix Novos Sons. Na página 39 ele indica o Flipboard, aplicativo que usa para se atualizar sobre o mundo da música.
Embalado pelo soulful e deep house, com visitas frequentes aos grandes clássicos, Michel Saad é DJ há mais de uma décadaw e desde 2002 é sócio e programador do club Disco, em São Paulo. Ele recheia a nossa Coluna DJ desta edição com palavras polêmicas, mas que refletem a realidade brasileira dos últimos anos.
Gabriel Vanini é fotógrafo de moda, fomenta a cultura junto ao Coletivo Sem Fronteiras e é presidente do Floripa Selvagem Moto Club. Nas horas vagas, é intervencionista urbano com colagens pela capital catarinense. Ele fotografa Marianna Nogueira para a seção Street Style, na página 88.
Formado em design gráfico e moda, especializado em marketing de moda pela FIT New York e sóciocriador da marca FAO, o diretor criativo Jardel Edebran transforma os editoriais de moda da House Mag em verdadeiras obras de arte.
A jornalista Tatiana Stock já trabalhou em rádio, web TV, jornal impresso e assessoria de imprensa. Desde 2000 fez inúmeros cursos de fotografia, mas o que realmente fisgou a curitibana foi a música eletrônica. Nesta edição ela entrevista a lenda do house Dennis Ferrer, além fazer uma cobertura em real time do Skol Sensation.
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what’s up
Imagens: Divulgação
Cinema e música eletrônica
E-music para aquecer o inverno A quinta edição do Winter Music Festival promete aquecer o segundo melhor clube de música eletrônica do mundo, o Green Valley, na noite de 21 de julho. Maior a cada ano, o evento já tem atrações confirmadas os americanos Markus Schulz, Kenny Larkin e Troy Pierce, o inglês do electro Tim Healey, Tocadisco (Alemanha), Michael Canitrot (França) e os brasileiros Thiago Mansur, Wehbba, Anderson Noise, Lipous, Rodrigo Lima e Rodrigo Kost. Até a data do evento, mais nomes serão confirmados no line-up. Em 2011, o Winter Music Festival contou com mais de 9 mil pessoas. Vai perder? Fique de olho nas informações sobre o evento pela fanpage: www.facebook.com/ wintermusicbr
Pelo sétimo ano consecutivo os que visitam a serra gaúcha para o Festival de Cinema de Gramado terão a oportunidade de participar do Winter Festival, que acontece anualmente no requintado Serrano Resort Convenções e SPA. O evento que marca o encerramento do festival de cinema busca sempre a vanguarda do cenário mundial no quesito música. Sextafeira, 17 de agosto, a festa fica por conta dos DJs Michel Saad, Phonique e Paulinho Boghosian vs Diogo Accioly. Já no sábado, 18, rola um private sunset na piscina do hotel, com o DJ China e amigos até às 20h. Mais tarde a festa retorna ao centro de Convenções, onde quem toma conta das pick-ups é o alemão Solomun, Renato Ratier e a dupla Dubshape, formada por Ale Reis e João Lee. Para mais informações: www.winterfestival.com.br/2012
Oportunidade para novos talentos! O Winter Music Festival lança mais uma vez um concurso para os DJs novatos. Juntamente com o Green Valley e a Triade Brazil, a House Mag está em busca de um nome para fazer o warm-up do Winter Festival, que rola dia 21 de julho no GV. Depois do período de incrições, que vai de 20 de junho a 4 de julho, cinco finalistas serão escolhidos pela equipe. Por fim, uma votação popular online consagrará o grande vencedor. No ano passado, quem ganhou foi o catarinense Matheus Amorim (foto). Quer participar? Envie o link so seu set no Soundcloud para promocao@housemag. com.br, junto com duas fotos de trabalho e um release. O DJ mais votado terá o nome divulgado nas nossas redes sociais no dia 17. Para saber mais acesse www.housemag.com.br
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Festival temático Nos dias 16 e 17 de novembro o Green Valley promete uma de suas maiores surpresas para o público até hoje. Um festival com mais de 20 atrações já confirmadas vai rolar no Beto Carrero World, na ciadade de Penha, Santa Catarina. Serão dois palcos no maior parque temático da América Latina. As boas-vindas aos baladeiros de plantão já começaram – mais de 20 mil pessoas já listaram no site do superclub os cinco DJs que gostariam de ver no “festival eletrônico da sua vida”. A promoção vai presentear um sortudo com o ingresso número 00001, além de outras regalias. Como era de se esperar, na lista dos mais pedidos apareceram David Guetta, Sweedish House Mafia, Avicii, Afrojack, Armin Van Buuren, Tiesto e Deadmau5. Agora é esperar para ver, pois a produção do evento prefere manter o suspense.
Boom! Cutura e expressão artística independente. Esse é o lema do Boom Festival. Com mais de 10 anos de existência, o festival é o mais importante do mundo para a cultura trance. A 9ª edição ocorre entre os dias 28 de julho e 4 de agosto na Idanha-a-Nova, em Portugal. São expostas, todos os anos, diversas formas de arte além da música, como pintura, graffiti, multimídia, instalações diversas, land art, teatro, cinema, performances, live painting e vídeo arte, formatos que tornam o Boom um dos eventos multidisciplinares mais genuínos do mundo. Há espaço para mais de 800 artistas, que atuam em simultâneo no recinto. Preocupada com o conceito verde, a produção vem desenvolvendo uma série de atitudes para diminuir o impacto ambiental da realização do festival, como a reciclagem e o uso de energias alternativas. Esse cuidado é o futuro dos grandes festivais – e mais uma vez, o Boom sai na frente de todos os outros. O mundo agradece.
Gostinho de Brasil no Tomorrowland 2012 Sediado todos os anos na Bélgica, o Tomorrowland dispensa apresentações – é um dos festivais mais conhecidos da música eletrônica mundial. Em 2012 quem representa o Brasil é a dupla carioca Felguk, formada por Gustavo Rozenthal e Felipe Lozinsky. Realizado pela famosa produtora de eventos ID&T, o festerê conta com mais de 12 atrações diferentes que vão desde o comercial até o underground, enfatizando as sonoridades da década de 90. Mas não é só de música que é feito o espetáculo: há também uma aura circense e teatral misturada ao jogo de iluminações e fogos já famosos do festival. O duo brasileiro que já foi capa da House Mag não para de despontar mundo afora. Parece que estamos mesmo com tudo!
Lançamento na área Nos últimos meses, a dupla carioca Twice Nice vem se dedicando ao trabalho em estúdio, além de dar conta de uma agenda cada vez mais movimentada. A novidade é o lançamento do segundo CD da dupla, que conta com 12 faixas voltadas para as pistas de dança. Quem não quiser ficar de fora só precisa se ligar nas apresentações da dupla, pois os CDs serão distribuídos durante as próximas apresentações do Twice Nice pelo Brasil. Mais informações: www.facebook.com/twicenicemusic
Veja e escute sem sair de casa Tendência assumida pelo gigante YouTube, a transmissão ao vivo de grandes eventos musicais parece ser a bola daz vez. O site norte-americano informou que em 2012 irá aperfeiçoar e investir pesado nos canais próprios para que artistas e festivais possam transmitir suas apresentações em tempo real. Neste ano, shows do Coachella e da edição brasileira do Sónar foram sucesso absoluto em seus canais específicos. Para os fãs de música eletrônica, o site www.be-at.tv é uma das melhores opções em transmissão de sets, em festas grandes ou pequenas. O referencial Resident Advisor anunciou para a temporada de verão europeu de 2012 uma parceria com o núcleo de festas “We Love...”, responsável por uma das mais tradicionais festas de Ibiza. Os principais eventos promovidos pelo grupo serão transmitidos ao vivo pelo RA – basta acompanhar no site as informações detalhadas.
Magic Island A House Mag está preparando mais uma surpresa! No dia 22 de setembro, Florianópolis receberá a festa à fantasia Magic Island no Stage Music Park, em Jurerê Internacional. Realizado em parceria com a Festa à Fantasia do Tite, a maior referência do Brasil no assunto, o evento ainda não tem lineup divulgado. Mas a expectativa é grande. Para saber mais, curta a fanpage no Facebook: facebook. com/magicislandfantasy
Lendas do techno na Calçada da Fama de Detroit Já era tempo de Detroit reconhecer o que o techno fez pela cidade nos últimos anos. Uma prova disso foi a cerimônia realizada pelo Movement Electronic Music Festival em frente ao Museu de Detroit, onde os nomes considerados lendas do estilo musical estamparam as palmas das mãos em cimento e assinaram seus nomes. Jeff Mills, Derrick May (ambos na foto), Kevin Saunderson, Juan Atkins, Eddie Fowlkes e Carl Craig foram homenageados e após a cerimônia as comemorações seguiram com um set especial de Craig. As placas com as assinaturas dos DJs precursores do techno na “Motor City” serão inseridas na nova Detroit Legends Plaza, praça a ser inaugurada em setembro deste ano em frente ao museu.
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Novo álbum do Daft Punk à vista O Daft Punk, dupla formada pelos franceses Guy Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter, deve lançar seu mais novo álbum nos próximos meses. Após meses de especulações e boatos em torno da produção do novo trabalho, duas figuras icônicas para as raízes da música eletrônica revelaram que estão participando e colaborando com o duo: o norte americano Nile Rodgers (cabeça da banda Chic, uma das pioneiras na disco music) e o italiano Giorgio Moroder (produtor de hits como “I Feel Love”) afirmaram que passaram alguns meses em estúdio com Guy e Thomas. Este será o quarto álbum autoral do Daft Punk, e ao que tudo indica, deve ter seu lançamento anunciado oficialmente em julho.
Talentos brasileiros em evidência lá fora O DJ e produtor Henrique Oliveira, também conhecido como HNQO (foto), é um dos representantes da nova e talentosa safra de produtores nacionais, e emplacou um EP que será lançado em julho pelo selo Hot Creations no formato vinil. Detalhe: a capa do EP terá uma foto que mosta o teto do clube Vibe. A faixa “Point of View” já está nos cases dos chefes da gravadora, Jamie Jones e Lee Foss há alguns meses, e foi um dos highlights da Red Bull Music Academy no último Detroit Eletronic Music Festival. Junto com a dupla Rolldabeetz – formada pelos DJs Fabø e Soundman Pako – Henrique também está à frente do label Playperview, que no quarto lançamento (um EP contando apenas com músicas autorais dos três artistas) alcançou a nona colocação entre os mais vendidos do site de vendas Beatport, em meio a grandes da indústria como Get Physical, Innervisions, Culprit e Visionquest. Toda essa visibilidade trouxe muitos interessados no trabalho dos garotos, que já têm outros lançamentos agendados para junho e agosto. Como resultado, Fabø parte para sua primeira tour internacional em julho, com datas confirmadas em Paris, Ibiza e na Tunísia. Por aqui ele será uma das principais atrações da day party Hype ao lado de seu descobridor Lee Foss e a dupla mexicana Climbers.
Novo álbum do The XX sai em setembro Após mais de um ano sem realizar novos shows, a banda The XX – que catapultou um dos grandes nomes do pós-dubstep, Jamie XX – apresentou duas novas músicas em um show realizado em Londres e confirmou turnê pelos Estados Unidos, o que deixou o mundo da música em alerta. Como previsto, o novo álbum foi anunciado e será lançado ainda neste ano. Intitulado de “Coexist”, tem data de lançamento marcada para o dia 10 de setembro, quando um streaming online poderá ser ouvido pelos fãs mundo afora.
Burning Man 2012: será o último? Maior evento de experimento social dentro da música eletrônica, o Burning Man pode estar com os dias contados. Segundo a agência de notícias americana Assossiated Press, o festival está com problemas com as autoridades, referentes a licença para realização. Isso porque em 2011 o número de pessoas presentes no evento foi superior ao permitido por lei. Contando com a participação de 53 mil pessoas, a licença concedida pelo estado de Nevada, que abriga o deserto onde o festival é realizado, é restrita a 50 mil pessoas. Para 2012 o Burning Man já conta com todas as licenças aprovadas, porém se o público for novamente superior a 50 mil, ela deverá ser revogada para uma maior, com capacidade para 70 mil. Visto que o evento é pouco interessante em questão de impostos para o estado, por ser gratuito e não contratar serviços como estrutura, alimentação e hospedagem, é provável que o estado norte-americano seja contra o fornecimento da nova licença.
André Pulse em tour no Oriente Médio
Leo Janeiro, Kings Of Swingwers e LIAL na Europa Três grandes nomes da música eletrônica brasileira levaram as suas sonoridades para o velho continente nos meses de maio e junho. Leo Janeiro e os projetos King Of Swingers e Life Is A Loop foram algumas das atrações da tenda eletrônica do Rock In Rio Lisboa, em meio a nomes como Azari & III e Martinez Brothers, mostrando que o Brasil tem um imenso e pouco explorado potencial para exportar artistas, ao invés de sempre trazer nomes estrangeiros. O carioca Leo também se apresentou em Barcelona, no clube Mac Arena. Em julho o trio Life Is A Loop parte para sua estreia no lendário clube Space, de Ibiza.
Ibiza ganhará museu da música Uma das boas notícias reveladas durante a última edição da International Music Summit – também chamada de IMS e realizada no mês de maio em Ibiza – foi a da criação de um museu dedicado à história musical da ilha espanhola. E se engana quem pensa que só para a música eletrônica Ibiza é um local marcante. Na década de 70 artistas como Bob Marley, Roger Waters, Frank Zappa e Eric Clapton foram alguns dos grandes nomes que passaram pelas praias baleares para apresentações que se tornaram lendárias. Considerando que do fim da década de 80 em diante o lugar se converteu no principal reduto mundial da música eletrônica, ao que tudo indica o museu será um espaço extremamente interessante para todos os apaixonados pelo estilo.
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DJ residente do Green Valley Brasil, André Pulse realiza no fim de junho uma tour internacional pelo Oriente. Em Bahrein ele se apresenta no Cocoon Lounge, e logo segue o X Beach, na cidade de The Palm, no Egito. Há quase duas décadas se dedicando à música eletrônica, André conquistou a 4ª posição no nosso ranking TOP50 Brasil em 2011. No mês de setembro o artista toca no renomado club Zouk, em Cingapura, e em agosto retorna ao Brasil acompanhado dos dois DJs residentes do Armani/Prive Dubai, DJ Patrick Carrera e Darko de Jan, onde realizarão uma turnê de luxo pelo país.
MaLiKa: MPB no melhor estilo dubstep Inspirando-se em elementos melancólicos que o pós-dubstep e a música popular brasileira têm em comum, nasceu MaLiKa, o novo codinome da trompetista Claudia Dorei em um projeto criado com o beatmaker Cavalaska. Pitadas de trip-hop, jungle, dubstep e drum’n’bass foram combinados para criar a linha de baixo intimista de faixas como “Get It” e “Two O’Clock”. Às batidas unem-se os vocais de Claudia, em inglês, inspirados em linhas como as de Björk e CocoRosie. Atração da Virada Cultural de São Paulo que aconteceu no início de junho, a artista diz, em entrevista, que sente-se “na obrigação de conquistar o público da MPB” com o novo codinome e a abordagem eletrônica. Três anos se passaram desde “Respiré”, último álbum da artista que veio recheado de influências nacionais. Ela parece animada com o novo projeto urbano: “MaLiKa não anula a Claudia Dorei, apenas deixa ela tirar férias!”. Para ouvir as músicas, acesse: soundcloud.com/malikaone
“Pela Janela” A exposição itinerante “Pela Janela” cruza países e traz traços típicos da cultura peruana e boliviana, mesclados a retratos da música eletrônica. Elaborado pela jornalista e fotógrafa Tatiana Stock, o conjunto conta com 120 fotos em formato de cartão postal e impressas digitalmente no tamanho 20x15cm, produzidas durante uma viagem ao Peru, Bolívia e a festivais de música eletrônica realizados no Brasil. “A estética das cores, roupas e sons da população retratada em ambos os países tem muitas características da cultura dos festivais de música eletrônica”, acredita Tatiana. “São ritos, ritmos e traços que se assemelham por utopias, crenças e cores. Extremos que entram em harmonia a partir do olhar de diferentes janelas”. Lançada em abril no Amazonas Andes Festival, na Bolívia, “Pela Janela” agora roda o Brasil. Interessou? Mais informações: www.tatistock.com
INSTAMOMENTOS
Os oito mais Claudio da Rocha Miranda Filho é um dos grandes incentivadores da música eletrônica no Brasil. Sóciofundador do Rio Music Conference, ele selecionou aqui os oito melhores momentos de sua vida no Instagram
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Brasil, o país do futebol? No ADE [Amsterdam Dance Event] 2011 rolou o ‘Brazil On Focus’, um dia inteiro com atividades sobre o mercado brasileiro. Um grupo de brasileiros foi convidado pela organização do evento, e fui representando o RMC. Algumas bolas de futebol “descontraíam” os painéis. Neste clique me pegaram com uma delas no pé. Ao lado, Luiz Eurico Klotz, da 3plus, e Gustavo Conti, do Warung. Foi muito bacana essa viagem. Não sou fominha e era bom de bola!
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New York, New York. Central Park no início da primavera, nos meses de abril e maio, é lindamente indescritível. Já tinha ido a NY umas cinco vezes, mas pasmem, nunca passeado no Central Park. Fiz uma viagem este ano em que fiquei vinte dias, devo ter ido umas dez vezes. Nunca mais deixo de ir!
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Os intocáveis. Minha família. Minha linda mãe, meu querido padrasto e eu na mais bela foto que temos juntos. Lembrou do filme “Os Intocáveis”. Foi tirada à espera de um táxi para ver o Rei Leão na Broadway, em frente ao Park Lane, NY.
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Um Rio de dois lados. Essa foto foi tirada no dia do aniversário da cidade, 1º de março, e mostra um Rio de contrastes. Transcreverei o texto do post da foto, que bombou! “Hoje, às 5h45 da manhã, madruguei e resolvi sair para correr na praia. Fui na pedra do Arpoador, de onde tirei essa foto. Nela, um morador de rua dançando e – aparentemente – muito feliz ao nascer de mais um lindo dia de sol no verão. Para bom entendedor e para quem é do Rio, essa imagem resume muito do nosso cotidiano: cheio de contrastes, diferenças, mas recheados de alegria e amor para dar. Parabéns pelos 447 anos! #orioéfoda!
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Deux arc-en-ciel, Paris. Estava em Paris com nosso diretor internacional do RMC, meu amigo Pedro Nonato. Tínhamos acabado de almoçar e resolvemos dar uma caminhada às margens do Rio Sena, onde ele mora. Começou a chover, mas o sol ainda se fazia presente. Inspirados no filme “Meia-noite em Paris”, que eu havia assistido duas semanas antes, optamos por continuar nossa andança mesmo assim. Fui agraciado de ter essa experiência em Paris, numa tarde incrível de outubro, e fazer esse lindo clique de dois arco-íris acima do Hotel Dieu, no Parvis da Catedral de Notre-Dame de Paris. Impressionante, não?
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‘Look do dia’ Essa é clássica, todo dia tem um ‘look’. De vez em quando, narcisistas que somos, registramos até mesmo no elevador. Escolhi esse!
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Rio Music Conference. Fazemos com amor. Ficou bonito, né?
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Precisa dizer mais alguma coisa? Busque isso para você e seja feliz. Foto tirada numa esquina de Amsterdã. www.housemag.com.br
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APRESENTANDO
sensibilidade melódica por Marcelo Andreguetti
Pazes é um projeto eletrônico bem interessante do jovem brasiliense de apenas 21 anos Lucas Febraro. Com influências alinhadas à beatscene de L.A. e ao dubstep londrino, Lucas ganhou evidência lá fora com seus dois primeiros EPs (“Southpaw”, de 2011 e “Limbo”, lançado de forma independente este ano), e foi o único brasileiro selecionado para a edição 2011 do Red Bull Music Academy em Madrid. Aqui no Brasil, muitos o conheciam apenas pela inusitada versão feita para o hit “Do Sétimo Andar” do Los Hermanos, que conquistou alguns blogs e compartilhamentos via redes sociais no ano passado. Assim como James Blake fez com “Limit To Your Love” da Feist, Lucas reinterpretou a original de Amarante em um oceano de reverbs, batidas irregulares e micropulses de frequências quase inaudíveis. Após uma elogiada apresentação no Sónar Brasil de 2012, o projeto Pazes parece pronto para decolar e ganhar destaque na cena eletrônica não apenas brasileira quanto internacional. A recente colaboração com o produtor britânico Bibio no single “Rogue States” mostra esse alinhamento de Lucas com os desdobramentos assumidos pela música eletrônica mais experimental nos últimos dois anos. Ruídos climáticos e uma constante (re)criação atmosférica dão ao trabalho do produtor uma substância densa e distinta, de uma forma semelhante ao produzido pelo britânico Actress no fabuloso “R.I.P.” ou por Toro y Moi em seu primeiro disco, “Causers of This”. São experimentos mergulhados numa névoa densa, sustentados por samples dilapidados por uma sensibilidade melódica bastante etérea, que explora os espaços e intervalos entre os pulsares da batida. soundcloud.com/pazes
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Casa eletrônica inspirada nos salões franceses do século XVI, o DUC CLUB que em 2011 e no início de 2012 recebeu nomes como Michael Canitrot (FRA), Greg Vickers (UK), Sasha Agram (CRO), Grant Nelson (UK), Joey Negro (UK), Oliver Ingrosso (SUE), Sebjak (SUE), Palais Club Cannes Tour, Mikael Weermets (SUE), Bauer and Lanford (SUE), Mary Olivetti (BRA) e Juliana Barbosa (BRA) promete inserir ainda mais Curitiba no cenário internacional e confirma atrações de peso para o ano de 2012. A casa tem um conceito europeu de nightlife, fruto da combinação de um serviço Super Premium com a moda, a música e a tecnologia. Luzes rápidas e coloridas por entre as peças e lustres clássicos dão o tom do devaneio seiscentista francês que toma forma em plena noite do século XXI. Isso se traduz em uma viagem à Idade Média com nuances contemporâneas.
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DUCCLUB.COM.BR | AV.BATEL,1693, CURITIBA - PR | (41) 3045-6585
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JADE GOLA
Já somos formados nessa escola Público brasileiro conhece e deseja música avançada. O Sónar veio aliviar essa sede Na ocasião de mais um Sónar em São Paulo, muitos disseram que o evento seria uma aula para o público. Que era uma ótima oportunidade para paulistas e brasileiros se ligarem no melhor do que rola na “música avançada” proposta pelo festival. Mas quem foi aos dois dias de festa no Anhembi em maio sentiu que a equação era outra: os brasileiros conectaram-se perfeitamente ao que era apresentado. Sabíamos o que estava sendo tocado, conhecíamos os artistas, estávamos com a letra das canções na ponta da língua e entendemos toda aquela música bacana apresentada. Não foi uma aula, mas sim uma celebração da grandiosidade eletrônica de São Paulo e do Brasil. É por isso que os espanhóis escolheram São Paulo para um grande passo da internacionalização do festival de Barcelona. Dizia-se nos bastidores que, entre tantas cidades que já receberam edições do festival, São Paulo foi o onde o público mais entendeu o conceito e a proposta apresentada pelo Sónar. E em pleno 2012, o evento foi também um resgate grandioso e necessário da eletrônica na cena alternativa de São Paulo, que há anos vem sofrendo de um frenesi indie rock que domina os eventos bacanas da cidade (repare o Planeta Terra, que em 2011 trouxe apenas como atração eletrônica um set manjado do Groove Armada). Não à toa, bandas como LCD Soundsystem, Justice e suas misturas de dance e rock são o que há de mais headliner por aí, Sónar incluso. No Sónar SP 2012, a eletrônica foi destrinchada em algumas de suas infinitas possibilidades, que lotaram um line-up de três palcos e dezenas de
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atrações. Teve o 4x4 de Four Tet, Tiger & Woods, Jeff Mills, Gui Boratto e Seth Troxler; a fusão pop de James Pants, Little Dragon e Tottally Enormous Extinct Dinosaurs; o pós-funk de Chromeo e Cee-Lo Green; o experimentalismo de Alva Noto & Ryuichi Sakamoto e Squarepusher; a nova bass music com James Blake, FlyLo, Munchi e outros inclassificáveis que vão da energia de um Modeselektor ao rock artsy do Mogwai, um dos raros (e bons) exemplos de guitarra no festival. Nesse sentido, o selo “música avançada” faz sentido, não é arrogância de marketing. Foram artistas, apresentações e músicas sedentas por novas formas, composições e maneiras de serem exibidas, com um público brasileiro aberto a isso e mais um pouco – fora o arrastão que aconteceu na sexta-feira, o clima geral no evento era animado, alegre e positivo. É sintomático também que, nessa nova ordem mundial onde o Brasil é potência, sejamos melhores consumidores vorazes, e que o lineup deste Sónar tenha sido infestado de nomes e referências internacionais. As aparições brasileiras eram pontuais, e em alguns casos passava recibo de coisas que já conferimos demais (Gui Boratto). Mas o cenário eletrônico nacional é basicamente isso: consumo e disposição para digerir tudo que vem de fora. É uma evolução da antropofagia modernista criada na cidade em 1922: deglutimos o que vem de fora e transformamos em nosso. Segundo os planos da matriz espanhola, mais quatro edições do Sónar devem acontecer, e nessa trajetória o público de São Paulo estará mais do que saciado de boa música eletrônica e alternativa. ■
thumbs up • As reverberações de James Blake: DJ e live envolvente • T.E.E.D. encerrando o sábado no Village • O techno energético do Modeselektor quebrou tudo • O lamento das várias guitarras do Mogwai • Em tempos de brostep, o d’n’b está vivo com Marky & Patife
thumbs down • Arrastão e furtos na sexta-feira, sacanagem. • O techno velho de Jeff Mills, pequeno perto do Modeselektor. • Little Dragon: sem energia, soa melhor no iPod. • O som baixo e a disco music manjada de John Talabot. • Festival bem no Dia das Mães? Muita gente não foi por isso.
Jade Gola é um jornalista musical em busca de novas formas, sons, ideias, artistas e tecnologias. Da internet para o impresso, do digital para o real. Música eletrônica como parâmetro cultural e visão de mundo. jadegola@gmail.com
Apresentação em 3D dos robóticos Kraftwerk
Chromeo
Marky e seu d’n’b
O techno energético do Modeselektor
Sorrisos no show do Justice
FAZENDO ACONTECER
soul.set
Junte três amigos vindos de escolas musicais diferentes, adicione intervenções de arte urbana e um público esperto. O resultado disso é a Soul.Set, festa que vai para a oitava edição na capital paulista por Carolina Schubert As tardes de domingo em São Paulo ficaram mais divertidas com a chegada de um projeto de música, essência, amor, respeito e diversidade. Idealizada por Thiago Guiselini, Leonardo Ruas e Lincoln Fittipaldi, a Soul.Set nasceu da vontade de fazer algo diferente. “Numa certa noite estávamos ouvindo jazz e conversando sobre festas, música e tal. Naquele dia resolvemos levar a coisa adiante. Juntamos nossas influências e chegamos a um formato inicial do que viria a ser a Soul.Set”, conta Thiago. Desde o princípio, o foco foi difundir a música para atingir um público diversificado. Prestar atenção em todos detalhes, desde o soundsystem até a maneira de tratar cada pessoa. Thiago contextualiza: “O Léo foi mais para o lado de Nova York, festas como Shelter, Body and Soul, raízes da house. Já eu quis juntar um pouco de tudo, defendendo a música de qualidade, sem rótulos, mesclando coisas novas, antigas, vários estilos, voltados um pouco para lado mais recente da house, como Berlim. Enquanto o Lincoln, frequentador assíduo da Vibe e do projeto do DJ Marky no Lov.e, do começo ao fim tomou como referência de pista o que ele via por lá, ou seja, gente de todos os tipos dançando a mesma música, vibrando a cada virada como se fosse um gol.” Com o objetivo de tocar house e outros estilos que a influenciaram, independente da época, mercado ou tendência, a Soul.Set também procura dar visibilidade a novos artistas, além de ser totalmente em prol da arte. “Hoje em dia a arte urbana deixou de ser marginalizada e dominou os grandes centros. O grafite e várias outras formas de expressão artística estão alinhados com a proposta da festa”, comenta Thiago. A cada edição, a festa apresenta artistas de live painting e fotografia. Resumindo, a Soul.Set nada mais é do que um espaço aberto a novas ideias e conceitos, mas sem nunca esquecer dos tradicionais. ■ Saiba mais facebook.com/soul.set
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Thiago Guiselini, Leonardo Ruas e Lincoln Fittipaldi, criadores da festa.
os elementos música
A ideia é mostrar a house music, de onde ela veio e para onde vai. Sem rótulos. Tem espaço para disco, afro, jazz, latin, soul, funk e tudo o que for bem-vindo. “Ouça com o coração, dance com a alma”, lembra Tiago. Quem já passou por lá: DJ Marky, Tahira, Milton Chuquer, Ale Reis, Nomumbah, além dos residentes Rafael Moraes, Leonardo Ruas e Thiago Guiselini.
arte
Apoia todas as expressões artísticas, dança, música, vídeo e pintura. Foca na arte urbana, abrindo espaço para novos artistas.
diversidade
Lema: “Seja você mesmo, viva a diversidade de culturas, atitudes, gostos e opiniões. Vamos aproveitar o melhor de cada um.”
sustentabilidade
O lixo é devidamente separado e levado para reciclagem. Também é recolhido todo tipo de lixo eletrônico, que é encaminhado para uma cooperativa específica.
história
A Soul.Set já teve sete edições que contaram com, em média, 750 pessoas cada.
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MIAMI
bate bola
Com tantas conferências pipocando por aí – até mesmo o Brasil Music Conference já ameaçou voltar –, a House Mag passou pelo maior deles, o Winter Music Conference, em Miami, para saber a opinião dos artistas sobre business, arte e futuro da música. Três perguntas, três respostas, várias visões. fotos e entrevistas por Gabriela Loschi, de Miami
guti
1tINI. Ela vai dominar. 2 Acho que ainda é a arte, mesmo que meus
amigos estejam crescendo muito, como Seth Troxler, Jamie Jones, Soul Clap, Deniz Kurtel. Eles são músicos e produzem coisas maravilhosas e novas. Não vou dizer que a nossa coisa é super underground, porque tocamos por todo o mundo, mas a música vem primeiro. Discutimos novas faixas, gigs, não business. Mas claro que se você toca mais, tem dinheiro, algumas coisas mudam. Uma coisa que aprendi em anos nessa cena é de que não existe um bom artista sem uma boa pessoa por trás. Eu nunca encontrei. Mas o artista só se torna grande quando é focado na arte. Se você começa já pensando no negócio, em como vai vender, a coisa não dura. Pode até dar certo, por um tempo. Nunca para sempre. Já a arte é eterna.
3 Underground não pode ser underground para
sempre. Ou se torna mainstream ou desaparece. Hoje em dia a música que produzimos é a hype, cool e estamos trazendo sons novos, mas não sei o que vem por aí.
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1
?
O WMC é um lugar para celebrar artistas consagrados e ao mesmo tempo atentar para novas promessas. Do underground ao comercial, Lady Gaga a David Guetta, todos deram as caras por aqui quando ainda engatinhavam. Que novo talento você observou em 2012?
2 3
Honestamente, o que é mais discutido hoje em dia, o business ou a arte?
Hoje, ritmos como o rock e o hip-hop se apropriaram das batidas eletrônicas para se renovarem. Onde você vê a cena daqui a dez anos?
gui boratto
1Eu sou muito ligado ao pop e rock. Gosto muito
do Gotye, Klaxxons, Kaiser Chiefs e outras bandas indie. No cenário eletrônico, gosto muito do meu amigo Paul Kalkbrenner, Four Tet e Moderat. Coisas que saem fora do óbvio 4 por 4 do techno.
2 Eu vim do pop. A música é um produto,
stacey pullen 1Os
caras da nova geração, como Davide Squillace, Matthias Tanzmann, Seth Troxler, SubAnn, Jamie Jones. Não vi ninguém que nunca tenha ouvido falar. São nomes relevantes pois são undeground e mantêm a música eletrônica acontecendo. Não posso dizer sobre dos nomes comerciais pois não sei desses caras.
precisa de público e ganhar dinheiro é justo. Tem gente que quer que eu abra mão dos meus direitos autorais, mas como um músico vai abrir mão desse direito? É falta de respeito, vivemos disso. E a arte é um negócio tão mais profundo e complicado, é amor. A minha música é lenta, do jeito que gosto, é importante quando as pessoas captam esse som que vem do coração. No fundo as pessoas sabem o que é real, verdadeiro, mas tem gente que é influenciada pelo consumismo, pelo marketing.
2 Na verdade tem sido o DJ digital versus o
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musicais, seja techno ou dubstep, a música vive. O techno vai sempre existir. Talvez um dia as pessoas que entendem a música comercial, entendam o techno underground.
A música eletrônica usa aparalhos da tecnologia. E a tecnologia sempre vai ditar as regras, com novos aparelhos interferindo na criação. Acredito na fusão de estilos, como o rock com o techno, o jazz com o house. Acho que isso é o futuro.
DJ vinil. Tenho ouvido isso sem parar. O pessoal da old school prefere DJs que tocam com vinil e não aceitam os digitais. Os DJs digitais abraçam a tecnologia. Um monte de DJs atualmente só conhece laptop, USB e CD. Desde que você toque música boa, entenda a old school e trabalhe duro, eu não me importo.
3 Enquanto houver gente trazendo novas formas
nick van de wall
a.k.a. afrojack 1Onde quer que Shermanology vá, leva as pessoas à loucura. É minha aposta.
2 A arte, quando você ama o que faz. O business,
se você quer crescer. Você se torna grande quando faz o que você gosta. O business é um grande desafio, mas sempre deixo o meu pessoal fazer o que eles quiserem, desde que eu possa continuar fazendo música e comendo comida boa. Eu amo lagostas.
3 Os fãs estão felizes e lotando festivais atrás
de seus favoritos. É o público que vai determinar a direção da cena. Eles é que mandam.
rafael noronha
solomun
brasileiros vão estourar na produção, tanto os comerciais como os conceituais. Trouxe dois novos artistas, o Gabriel Rocca e o Kill Your TV. Aposto, assim como outros talentos do label, que futuramente serão os grandes nomes brasileiros, por estarem no caminho da sua própria obra.
aqui começam a aparecer depois da temporada, ainda não sei dizer.
1Como manager da Lo Kik, acredito que os
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Como cresceu tanto, não tem jeito do business não estar ligado. Se você não tiver uma programação e não souber trabalhar, fica pra trás, mas eu ainda acredito que a obra seja o principal produto do artista. A música fala mais do que qualquer jabá, marketing. É um trabalho conjunto. Tem artistas que sobrevivem apenas em cima do marketing, como uma ex-modelo, mas eles não têm futuro. Só ser DJ está ultrapassado, o caminho hoje é o da produção.
1Esses artistas novos que sempre estão por 2 Hoje mesmo conversei sobre o jeito que outras pessoas trabalham. A primeira coisa deve ser a paixão pela música e a arte, mas claro, temos que trabalhar o business o melhor possível.
3 As discussões no momento são do que vai
estourar no próximo ano. Talvez a música que produzimos hoje, muito sexy e deep, se torne maior, mainstream, e tenhamos que inventar outra coisa.
3A
produção e apresentação ao vivo vão mudar. Acho que terá mais interatividade e entretenimento com o público, que vai voltar um pouco do que era no começo, com Chemical Brothers, Faithless, bandas ao vivo. Apenas mixar ou programar no computador não será mais aceito pela galera, eles vão querer mais do que só um DJ e iluminação. Os samples, os plug-ins e os softwares estão aí para facilitar as coisas, mas acho que cada vez ideias novas, originalidade e criatividade vão ser um ponto forte.
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willem van hanegem e wardt van der harst,
a.ka. w&w 1O Artee representa a combinação perfeita
entre house e trance e alcança pessoas com perfis completamente diferentes.
2 Alguns pensam mais no business, outros mais na arte. Nós, em estúdio, pensamos no nosso gosto e no das pessoas, e em produzir tracks com good feelings.
3 Completamente diferente. Outro dia mesmo conversamos sobre o que será quente na próxima estação e é impossível prever. Todos os anos aparece alguém novo, que ninguém esperava, e muda completamente o jogo.
eric estornel,
john digweed
12012 é um ano cheio de novos bons artistas.
de novos artistas, labels e velhos talentos. Se você é novo na jogada, precisa estar aqui, mesmo sem tocar. É essencial mostrar sua cara, fazer contatos, encontrar DJs, promoters.
a.k.a. maceo plex e maetrix Minhas apostas são Subb-an e Amirali, que com certeza vai explodir.
2 A música, mas o negócio é muito importante
também. Artistas com Damian Lazarus, Jamie Jones, estão fazendo mais business hoje, fechando negócios e parcerias, mas ainda focam na música em primeiro lugar. Conheço outros que não fazem música e possuem imagem bem trabalhada, personalidade louca e chamam a atenção. No fim, quem faz música de verdade sobrevive para sempre. Eu sou produtor, mas alguns são conhecidos não por serem bons produtores, mas por serem uns idiotas. Você pode combinar arte e business, mas tem que tomar cuidado, pois muitas vezes o business domina a sua carreira e atrapalha a livre criação.
3 Finalmente a música eletrônica penetrou
completamente na cena pop. Em dez anos vai ser ainda maior e será o estilo principal da pop music, mas o underground será sensacional também. Vai controlar tudo. As batidas 4 por 4, de house e techno, vão sempre existir, mas haverá algo novo todos os anos. O futuro será mais dark, selvagem e sexy.
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1Guy J, de Israel. WMC é um grande showcase 2 Definitivamente a arte, se você é um artista sério. Mas as coisas mudaram, hoje tenho agente de mídia e mídias sociais, e um manager. Você precisa entregar a sua mensagem e se não tiver um time trabalhando com você, suas gigs não crescem e você nunca tocará em grandes arenas.
3 Cada vez mais as pessoas vão vir do comercial para o underground. Elas pensam: “Hum, quero ouvir algo diferente”. E é aí que a cena underground colhe o benefício disso tudo, quando recebemos pessoas interessadas em descobrir novas músicas. A música comercial é óbvia, está nas rádios, TV, e se um dia o nosso underground ganhar essa cena, haverá um novo underground para saciar pessoas que buscam por novos sons.
maayan nidan
1Deniz Kurtel. 2 Para muitas pessoas é o business, com
certeza. Cada vez mais você ouve músicas que parecem terem sido feitas sob encomenda, sob uma fórmula e vazias de conteúdo. Contudo, é uma questão de escolha. Você pode escolher trabalhar com personalidade e se expressar artisticamente ou escolher correr atrás de charts e cachês altos.
markus schulz
1Khomha, da Colômbia. Ele tem um tempero
3 O undeground vai se tornar mais mainstream,
por isso a cena vai se reinventar, renascer e creser novamente. Espero que nasça um novo estilo musical, um novo tipo de house.
caliente, é novíssimo na cena e simplesmente destruiu numa festa de abertura.
2 O artista precisa tomar conta da sua carreira,
mas também confiar no seu time de relações públicas, assessoria de imprensa, management, agência, e delegar o business a eles, para conseguir focar na música e na diversão. Às vezes você precisa pensar se coloca mais ou menos vocal, pois com mais vocal atrai mais pessoas, e claro que você quer mais fãs, mas é importante a música de club também. Então é achar um balanço entre o que você gosta e o que querem.
3 À medida em que a música eletrônica se torna
mais e mais popular, a tendência da produção está apagando a figura do DJ. É importante que essa arte não se perca, que não deixemos o verdadeiro DJ de lado. Se não, o sentido de toda a cena será perdido. Vou trabalhar duro para que em dez anos as pessoas se lembrem o significado da cena. Espero que todos façam o mesmo.
joachim garraud
1Knife Part são sensacionais. E o Neuro, que apesar de grande nos EUA, ainda não apareceu muito na França.
2 Depende do artista. Conheço alguns que
focam só no business e outros que simplesmente não se importam com isso. Estou nesse mercado há anos, faço a música que amo e acho que precisamos olhar para os dois, pois é necessário um bom business para introduzir sua música a várias pessoas, mas esse não pode ser o foco.
3 Confio na música de qualquer forma. Ela
sobrevive, se torna maior e os festivais cada vez mais substituem as bandas por DJs, que tendem a fazer o mesmo.
CLUBLAND
Bielle
O club mais bacana do oeste paranaense passou por reformas em março. E a região de Cascavel agradece por Tatiana Stock Não é qualquer club que consegue a façanha de conquistar três décadas e meia entretendo gerações. Situado no Paraná, mais especificamente em Cascavel, cidade com nome original do latim cujo significado é “borbulhar d’água fervendo”, o Bielle representa a raiz ancestral da palavra cascavel: é uma balada que fermenta música. Primeira casa noturna da cidade, o club consagrou a região como um point de festas e baladas. Inúmeros DJs, bandas e artistas dos mais diversos estilos e tendências já subiram no palco, como Phonique, Gui Boratto, Gustavo Bravetti, Fabrício Peçanha, Kaskade, Marcelo D2 e MV Bill. Desde sua formação, a casa permanece nas mãos de uma única família – os proprietários são os irmãos Diva Mir e Paulo Carllesso – e já passou por inúmeras reformas e transformações. A última foi em março deste ano, deixando o espaço ainda mais especial. São oito camarotes, um lounge, três bares e o Cabaré Burn, uma área vip super sofisticada. Tudo isso para abrigar a capacidade do club, de 900 pessoas. Sharam abriu o mês de junho lotando a pista de dança. Para as próximas datas já estão confirmados Gabe, D-Nox e Eletrix. ■
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Baladeiro exclusivo Um dos diferenciais da casa é que é possível se tornar sócio. Com mil reais pode-se adquirir uma carteirinha chamada Golden Card. Com ela, o visitante tem entrada livre para ele e mais um convidado durante um ano, além da vantagem de ter uma entrada separada, com menos filas. Existe também o Exclusive Card, que é obtido gratuitamente e oferece descontos nos ingressos para o público feminino.
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MERCADO
A culpa é de quem? Ainda hoje as gravadoras insistem em culpar a pirataria e os compartilhamentos por sua enorme queda no mercado. Mas seria essa a verdadeira causa? Nós achamos que não... por Isaac Varzin Ao lado de políticos e outras corporações, as grandes gravadoras têm travado uma guerra ao redor do mundo contra o que eles chamam de pirataria – também conhecido como compartilhamento de arquivos –, culpando esta última pela queda monumental ocorrida nos últimos anos em suas contas bancárias. Fala-se muito de uma crise no mercado da música. Mas seria isso verdade? É importante deixar clara a diferença entre dois termos bem distintos: o mercado da música e o mercado do disco. Mesmo que ambos tenham algo em comum, são diferentes em sua essência. O mercado da música está melhor e mais vibrante do que em qualquer outro momento da história. Nunca se ouviu, consumiu, compartilhou e produziu tanta música quanto hoje. Ele diz respeito a todos os processos mercadológicos que envolvem o mundo musical: shows, merchandising, licenciamento, tours, estúdios, publishing, sync, rádio e, entre tantos outros, encontra-se também a venda de discos. Este sim tem passado por um momento complicado, sofrendo quedas vertiginosas de vendas ano após ano. E é por isso que as grandes gravadoras – as majors, responsáveis por 70% da venda de música de todo o mundo – têm se desesperado e andam atacando todos que possam atrapalhar seu caminho. Isso inclui seus maiores clientes, os fãs de música que gastam tempo compartilhando-a. ■
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O fim do ciclo do CD Os CDs surgiram para tomar o lugar dos vinis, pois eram portáteis e suportavam longos tempos de duração. Logo que o CD chegou ao mercado, as pessoas se viram obrigadas a migrar do vinil. Houve um boom de vendas sem precedentes, afinal o truque era muito simples: toda a discografia já lançada anteriormente em vinil recebia um novo pacote e era vendida novamente. Com aquela demanda, as gravadoras faturaram como nunca. E acharam que as vendas continuariam altas. O ciclo se encerrou com a chegada do MP3, mas desta vez as gravadoras não souberam o que fazer com a mudança de mídia. Ao invés de encontrarem formas de ganhar dinheiro, resolveram lutar contra o progresso da tecnologia, impedindo o compartilhamento de arquivos e tentando convencer a todos de que deviam seguir comprando CDs.
O Walmart é hoje responsável por 20% de todas as vendas de música dos Estados Unidos. Esse número é assustador, pois cada loja tem uma média de somente 750 títulos – em contraste com os 10 mil títulos comuns nas antigas lojas de discos. Esse é um grande problema para a música, que nessas lojas se tornou apenas um chamariz para a compra de Coca-Cola.
Será que a culpa da queda na indústria dos CDs é realmente da pirataria ou daqueles que compartilham arquivos em suas casas? Há pelo menos três pontos que colocam essa lógica em questão:
O preço
$
Em uma livraria qualquer é possível encontrar o CD mais recente da Lady Gaga por R$ 36,90 ao lado de um DVD, do mesmo disco, por R$ 39,90. O que vale mais? Um CD ou um DVD? Na prática, a segunda opção vale mais para o consumidor, pois tem mais conteúdo. Inclui shows, vídeo clipes, entrevistas, conteúdo exclusivo e, além disso, a própria música. Fora isso, o conteúdo daquele CD é exatamente o mesmo que o fã pode baixar em qualquer arquivo Torrent na web. Certamente, o preço que se cobra por um disco, levando em conta a sua limitação de conteúdo, é um dos grandes motivos para a queda dessa indústria.
Lojas de discos x Supermercados É possível que você conheça essa história. Até o final dos anos 90, havia lojas de discos mantidas por pessoas que entendiam do assunto e que dependiam das vendas para sustentar suas famílias. Ou seja: todo o foco era colocado naquele negócio. De repente, grandes redes como Walmart, BIG, Best Buy e tantas descobrem que vender CDs logo na entrada da loja era uma forma de atrair o público para comprar outros produtos. As majors, famintas por novas vendas, fecharam acordos que tornaram os discos mais baratos para grandes redes, e com preços impraticavéis para as lojas menores. Em pouco tempo, o resultado foi milhares e milhares de lojas de discos fechando pelo mundo, e a venda se concentrando nas grandes redes. A Walmart hoje é responsável por 20% de todas as vendas de música nos Estados Unidos. Esse número é assustador, já que cada loja tem uma média de somente 750 títulos – em contraste com os 10 mil títulos comuns nas antigas lojas de discos. Este é um grande problema para a música. A indústria tem uma revendedora que representa 20% de suas vendas, mas que só está interessada nos poucos lançamentos realmente vendáveis. Por outro lado, para essa revendedora – no caso, a Walmart –, as vendas de disco representam cerca de 0,1% de suas vendas. Resumo da história: a indústria de discos tirou as vendas das mãos de pessoas apaixonadas pelo negócio e entregou na mão de outras, para quem a música é somente um chamariz para a compra de Coca-Cola. Argumentos não faltam, mas é muito fácil perceber que a indústria quer culpar os fãs de música pela sua própria queda, enquanto o grande problema está em passos desastrados diante da evolução da tecnologia e da forma de consumo musical em todo o planeta. Na hora em que as majors descobrirem que podem usar o compartilhamento de arquivos para o seu próprio bem, tudo poderá ficar mais fácil. É só lembrar do Bill Gates, um dos homens mais ricos do planeta. Você conhece alguém que tenha comprado o Windows? Os adolescentes que gastam horas e horas por dia compartilhando arquivos não deveriam ser tratados como criminosos, mas percebidos como os maiores divulgadores que há. Já chegou o momento de as gravadoras lembrarem das palavras de Darwin. Os produtos que não se adaptarem à nova lógica, ficarão para trás. www.housemag.com.br
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VOLTA NO TEMPO
E a house music chega ao Brasil Seguindo a linha de cidades como Detroit, Chicago, Londres e Nova York, que mantinham clubs de house nas áreas próximas aos guettos, a lendária Toco Dance Club abriu as portas nos anos 70, em plena Zona Leste de São Paulo por Bruna Calegari Hoje são pouquíssimos os frequentadores de casas noturnas paulistanas cientes de que a vida noturna na cidade começou ainda nos anos 70, na longínqua e até malvista Zona Leste. Oferecendo tudo que havia de melhor em luz e som, e focando nas últimas tendências da música eletrônica da época, nasceu a primeira “balada” da capital tupiniquim, a incomparável Toco Dance Club. Atualmente, é comum observar em grandes cidades clubes de bairro que tocam música dos anos 80 e 90, mas nenhum deles pode ser comparado ao primeiro clube fora do circuito cultural da cidade a investir na house music de ponta, que apresentou ao país os primeiros DJs do gênero e foi frequentado por dezenas de famosos. Definitivamente a Toco foi um fenômeno único que só a prolífica São Paulo poderia hospedar. A casa seguia na mesma linha dos primeiros ciclos da música eletrônica que aconteciam no resto do mundo, com clubes localizados em zonas remotas e abandonadas de grandes cidades como Detroit, Chicago, Londres e Nova York, que nasceu uma casa noturna esbanjando autenticidade e que conseguiu criar uma identidade para a noite paulistana. Foi na Toco que o iniciante Marky (antes chamado de Marky Mark) começou a tocar techno, para depois
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DJ Marky, ex-Marky Mark “Quando saí da Sound Factory e a Toco comprou meu passe, foi meio arriscado. Estava passando de um club que era totalmente underground para um maior, de tradição. A missão era complicada. Mas no final das contas não foi nada daquilo, mas sim uma experiência única. Aprendi muita coisa com os residentes, o Vadão, Ricardo Crunfli, e eles comigo! Além de tudo, tive carta aberta para fazer o que queria, e eles confiaram no meu trabalho. Adorei fazer parte daquela história e tenho muito orgulho de ter sido residente de uma das melhores casas do Brasil. Faz alguns anos que passei em frente ao club. Parei o carro, olhei, fiquei pensando como era incrível, principalmente a matinê. Eu tocava tudo o que adorava para 4 mil pessoas, todos os domingos. Sinto falta daquela vibe. O sentimento é esse, bem brasileiro. É saudade!”
enamorar-se pelo house, jungle e finalmente pelo drum’n’bass, estilo que o levou a criar uma carreira internacional como um dos principais DJs que o Brasil já apresentou ao mundo até hoje. A cabine da Toco também contava com a presença ilustre do DJ e radialista da Energia FM Ricardo Guedes, considerado pelo próprio Marky um dos DJs mais impressionantes que já existiram em terras brasileiras, cujo falecimento em 2005 foi lamentado por diversos membros da cultura eletrônica atual. Nomes como Vadão, Iraí Campos, Julião e Grace Kelly Dum juntavam-se ao time de disc-jóqueis. Fundada em 1972, a casa era frequentada em sua grande maioria por representantes das classes B e C, mas a qualidade que investia em música e sistemas de som e luz fez com que se tornasse um point para todo tipo de pessoas. Segundo o DJ residente Vadão, “lá não tinha miséria, só o que era top de linha mesmo”, diverte-se. Ainda de acordo com o ele, o final dos anos 80 e início dos 90 representaram o auge da Toco, um período em que ele viajava mensalmente para o exterior em busca de novas referências para o clube, e que viu todos os maiores grupos da época em matéria de pop e rock nacional apresentando-se no seu interior, assim como grupos internacionais como Information Society, A-Ha e Technotronic, com seu hit “Pump Up The Jam”. Além disso, celebridades como Marcello Novaes, Dinho (do grupo Mamonas Assassinas) e até Rodrigo Santoro eram frequentadores assíduos da casa. Nesta época, a música-tema da Toco era “Front 242 – Headhunter”, considerado um clássico do techno. Mas o fenômeno da Toco pode ser explicado muito além do fato de possuir um ambiente distinto e foco na qualidade. Na época, com a ausência de shoppings centers e bares na cidade – muito diferente do que vemos hoje – as pessoas precisavam de um lugar para dançar e se divertir. Portanto, a Toco tornou-se o programa favorito dos jovens paulistanos nos anos 70 e 80, algo que durou até os 90, quando o primeiro superclube brasileiro fechou suas portas devido a problemas internos.
A Toco... • Foi o primeiro superclube do Brasil • Lançou nove compilações e – acredite! – ganhou um disco de ouro • Funcionou por 25 anos • Quem já se apresentou por lá: Information Society, A-Ha e Technotronic • Frequentadores: Marcelo Novaes, Letícia Spiller, Dinho (Mamonas Assassinas), Rodrigo Santoro, Maurício Mattar, Fábio Assunção, Evandro Mesquita
Sem dúvidas a Toco era extremamente forte na época. Tanto que, além das turnês nacionais que realizava, em 1989 foi lançado o primeiro disco do famoso nightclub (o primeiro de 9 que foram lançados até 1997), vendendo incríveis 100.000 unidades pelo país e arrebatando o posto de Disco de Ouro. Tendo sido um local que, de fato, fez história, não é difícil acreditar que o nome Toco ainda possua muita força nos dias de hoje. Mesmo 15 anos após seu fechamento, que aconteceu em 1997, continua evocando uma época de ouro nos corações e mentes de seus ex-frequentadores e do público em geral. Em 2005 foi lançado o DVD “Toco Dance Club: The History”, contando a história dos 25 anos da casa, que continua focada em seus anos de ouro e recriando a história. Hoje a Toco existe através da festa Revival, realizadas em parceria com outros grandes clubes que fizeram sucesso na mesma época em São Paulo, mas que também já fecharam suas portas, como a Overnight e o Contramão. A Revival atrai um público de cerca de 4 mil pessoas a cada edição. “É um encontro trimestral super esperado entre os antigos frequentadores, que virou moda. Todos os DJs que passaram pelas três casas se revezam, tocando os grandes hits que marcaram essas gerações”, classifica Vadão. Além disso, artistas internacionais já se apresentaram na festa, como Robin S , C+C Music Factory, Technotronic, Double You, entre outros. A última edição reuniu cerca de 5 mil pessoas na casa. ■
O DJ residente Vadão nos anos 80
Toco fazendo história: a primeira coletânea ganhou o Disco de Ouro em 1989
As seis faixas que Marky mais tocou na Toco Krome & Time – Manic Stampede Circle Children – Zulu The Outhere Brothers – Don’t Stop Wiggle Wiggle Shy FX & UK Apachi – Original Nuttah Atlantic Ocean – A1 Waterfall 2 Bad Mice – Bombscare
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In memoriam
eternamente
disco Donna Summer 1948-2012
ALAN WATKINS teremos um movimento de talentos na música eletrônica brasileira enquanto um computador com capacidade mínima para produção for mais caro que uma motocicleta. Na realidade, onde a tecnologia é ferramenta básica para gerar criatividade musical a situação econômica conta e muito. Por conta dessa “elitização” da tecnologia, o que temos são poucos exemplos de criatividade, nenhum movimento genuíno e baixa qualidade na média geral do que se escuta por aqui.
da rave ao camarote Só faltam as cabines Muita água passou sob a ponte que liga as eras das pistas clandestinas com piso de barro até o título de segunda melhor balada do mundo, ostentado pelo Grupo Green Valley em 2012. O tempo foi relativamente curto. Porém o crescimento, exponencial. Segundo a revista Forbes em matéria recentemente publicada, o mercado de música eletrônica no Brasil hoje atinge os zeros dos bilhões. São milhares de reais gastos a cada evento, com atrações e festas suntuosas, que geram centenas de empregos e outros milhares (por vezes, milhões) de reais em lucros. Esta realidade se confronta com outras situações e dá origem a alguns paradoxos: O que falta para termos nomes considerados vanguarda mundial na e-music nacional? Por que temos um mercado bilionário e poucos nomes nacionais respeitados pela cena fora do Brasil? Como um mercado tão rico quanto ativo não se manifesta através das produções musicais nacionais? Por que não temos um movimento, estilo ou gênero de e-music genuinamente brasuca? Todos os gêneros, estilos e modalidades de sonoridades sempre foram deglutidos pela musicalidade brasileira para dar origem a estéticas (orgulhosamente ou não) nossas.
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As mesmas sonoridades africanas que deram os fundamentos ao samba posteriormente misturaram-se ao funk, rock e até hoje se manifestam conforme surgem novos estilos. Certa vez perguntaram a Chico Buarque sobre o que o mesmo havia sentido durante a primeira vez em que ouviu Beatles. Trocando sua resposta em miúdos, Chico disse que nossa bossa nova foi um tapa na cara do “roquezinho” de quatro notas dos Beatles. Aquele rock simplório significou para o Chico um retrocesso musical e nossos acordes dissonantes estavam anos-luz a frente do novo pop-rock da época. Nada pessoal contra os Beatles. Só concordo com o Chico quando ele diz que nós fomos muito mais criativos naquele período. Porém, existe uma razão que equaciona criatividade e tecnologia nos dias de hoje. É praticamente impossível inventar algum solo novo de guitarra. Ou levada de baixo ou batera que já não tenha sido tentada. Partindo da premissa de que os elementos da música acústica tradicional já foram explorados à exaustão, as novas fronteiras da criatividade estão na incorporação de sonoridades manipuladas através de tecnologia. E tecnologia no Brasil é coisa cara. Uma das mais caras no mundo, para ser realista. Não
Pela mesma ponte que liga as raves aos camarotes passaram dois tipos de produtores. Com a popularização de aparelhagem eletrônica nos países desenvolvidos durante os anos 8090, produtores, alguns sem muito conhecimento musical, conseguiram produzir sonoridades novas apenas com feeling e tecnologias hoje arcaicas. Agora o nível de expectativa técnica (mesmo do público leigo, que percebe um kick bom sem nem saber o que é um kick) em relação às produções musicais é maior. A vanguarda mundial atualmente é ocupada por artistas que dominam tanto teorias musicais quanto as ferramentas tecnológicas. São os novos músicosprodutores. Santo Roger Waters! Amém, Kraftwerk! As sementes plantadas sob chuvas de críticas na década 70 deram frutos. James Blake, Nico Jaar. Flying Lotus e todo o movimento cabeçudo do neo-hip-hop de L.A são alguns dos mais recentes. São vários artistas dentro desse novo perfil de vanguarda. Nenhum brasileiro. Pelo menos por enquanto. E agora? Nos contentamos a ver somente o Gui Boratto ou o Marky representando o Brasil nos maiores festivais? Ficamos satisfeitos quando vemos o Psilosamples tocando em alguma festinha por aqui? Quando teremos um brasileiro no selo Warp? Ou quando teremos um selo brasileiro com a proposta de um Warp, com foco na criatividade? Mais além, quando teremos um mercado para absorver cultura musical de qualidade? Quantos “Sónares“ cabem no Brasil? E quantos artistas brasileiros fariam parte desse line-up sem comprometer a proposta do evento? A meu ver, essas respostas tocam em assuntos que são a base da construção de qualquer país desenvolvido. Aumento do nível cultural e melhor distribuição de renda. Enquanto isso, vamos continuar recebendo spams de produtores mequetrefes tentando emplacar uma versão mal feita de um hit do Guetta. Uma coisa para mim é certa. Um dia talvez façamos e-hits como Jones ou Guetta. Mas nenhum dos dois jamais fará samba como a gente. ■
Alan Watkins é publicitário, músico e apaixonado por criatividade. alanwbc@gmail.com
APLICATIVO
tudo em um
Já pensou em ser o editor da sua própria revista? Para os fãs de iPad e iPhone, a pedida é o Flipboard. Dudu Marote fala por que aderiu ao aplicativo “Eu mudei o formato de tudo o que leio todos os dias. Adotei o app Flipboard tanto pro iPad quanto pro iPhone. Como hoje todo site de notícias também tem um feed no Twitter, gastei um tempo organizando todos os sites que curto em Twitter Lists, divididas por assuntos: música eletrônica, rock & pop, tecnologia musical, social media e assim por diante. O Flipboard abre cada uma dessas listas com uma diagramação ótima e fácil de ler. Todos os links e opções de share ficam na mão. Essas minhas fontes de informação ficam totalmente integradas e multiplicadas. Acesso desde gerais como Resident Advisor ou Pitchfork até o Twitter de qualquer produtor ou DJ que eu curto, tudo no mesmo lugar. O resultado é uma espécie de revista que eu mesmo editei. Algumas das minhas listas são públicas e todos podem seguir. É só chegar no meu Twitter: @prztz”
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EM PAUTA
política da dança Em ano de eleição, será que a música eletrônica entra na pauta dos debates políticos? por João Anzolin Em março de 2012, alguns dos principais jornais europeus como o inglês The Guardian e o espanhol El País noticiaram que políticos de Berlim criaram um fundo de cerca de um milhão de euros especialmente destinado a proteger os clubes e casas noturnas da cidade da especulação imobiliária. Explica-se: hoje o circuito noturno da capital alemã é tão importante para a economia da cidade que as autoridades locais, preocupadas com os efeitos negativos que investimentos imobiliários podem causar ao retirar clubes de seus espaços tradicionais, decidiram se precaver e criar o fundo com a finalidade de auxiliar as casas noturnas a encontrar novos espaços caso isso se concretize. O exemplo alemão ilustra a conclusão bastante óbvia de que quando determinado segmento econômico, turístico ou cultural (ou todos ao mesmo tempo) de uma cidade ou região extrapola os seus próprios limites, ele se torna assunto da agenda oficial das autoridades, passando então de um assunto de interesse privado para um objeto de interesse coletivo, comum e popular. Em Berlim, como se vê, o segmento de clubes (encabeçado pelos ligados à música eletrônica) se tornou um desses casos: as autoridades da cidade sabem que um eventual colapso no cenário noturno berlinense pode trazer efeitos devastadores à economia local, e exatamente por isso tratam não apenas de apoiar o segmento como um todo, como de tomar medidas preventivas para evitar que isso aconteça. A capital alemã é um caso bastante raro não apenas por ter um dos cenários noturnos mais efervescentes do planeta: a compreensão por parte das autoridades locais da
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importância desse meio chama muita atenção e ganha relevância deste lado do oceano quando se observa que nos próximos meses teremos eleições no Brasil.
de entretenimento e o impacto que atos estatais simples podem causar, fica fácil entender que não é preciso um esforço muito grande dos entes estatais para melhorar a situação.
Diferenças culturais e políticas deixadas de lado, a verdade é que por terras brasileiras atividades ligadas à música e a tudo que gravita ao redor dela (DJs, clubes, festas, promoters etc.) ainda são praticamente ignoradas pelo poder público – a não ser em casos como do ECAD, que envolvem cifras milionárias e uma infinidade de suspeitas. Em um momento em que a revista Forbes publica matéria dizendo que o Brasil é o novo país da música eletrônica e que o país vê uma nova explosão do gênero (puxada pelo fenômeno norte-americano), os que trabalham com isso e fazem da diversão dos outros o seu ganha-pão ainda enfrentam inúmeras dificuldades e quase nenhuma ajuda por parte do Estado.
Ricardo Flores, um dos sócios do clube Green Valley, ressalta: “A iniciativa privada investe para manter instrumentos turísticos aptos e atrativos para públicos de diversas partes do mundo, e com diferentes níveis de exigência, e só pede em troca algumas políticas públicas que ofereçam, no mínimo, o conforto e satisfação desses turistas que fomentam toda uma cadeia econômica no município, estado e país. A carência de apoio público é muito sentida no entretenimento noturno, que é visto com preconceito entre as opções de turismo de entretenimento. Por isso, existe tanta falta de compreensão por parte de diversos órgãos, o que resulta num entrave burocrático que faz com que manter o setor em evidência seja um trabalho árduo.” A opinião do empresário escancara uma realidade incômoda para a classe política: no Brasil, os investimentos voltados para o turismo são em sua imensa maioria advindos da iniciativa privada, sem que haja a correspondente contraprestação estatal. “O Green Valley leva o nome do estado e do país voluntariamente, através de mídia espontânea e do famoso e eficaz boca-a-boca, para várias partes do mundo promovendo turismo. Além disso, geramos cerca de 500 empregos diretos e indiretos cada vez que o clube abre suas portas. Mesmo promovendo benefícios públicos como impostos e renda para diversas famílias, temos muita dificuldade em alguns pontos no que diz respeito a horário de funcionamento da casa e liberação para novos empreendimentos ou eventos itinerantes”, conta.
Muitos podem argumentar que em um país que ainda sofre de problemas estruturais crônicos, exigir atenção oficial para assuntos como esse seria um equívoco de prioridades. No entanto, considerando as cifras movimentadas pelo setor
Como acontece em outros países Holanda
Tanto a prefeitura de Amsterdã como o governo holandês apoiam a conferência Amsterdam Dance Event. É emblemático o bom relacionamento que os clubs têm com a polícia, já que a música eletrônica – principalmente o trance, com Tiësto representando o país – é motivo de orgulho para a nação.
Espanha
Em Ibiza, outra meca da música eletrônica, a relação entre clubs e autoridades se alterna em altos e baixos. Mas o importante é que o segmento é respeitado, a ponto de recentemente ser anunciada a criação de um museu da música na ilha.
Brasil
Apesar de ainda ser um segmento com quase nenhuma representação política, Guilherme Borges, um dos fundadores do Rio Music Conference, vê o panorama com otimismo. “Todo movimento cultural demora a engrenar e a ser entendido pela opinião pública. Os políticos são apenas consequência disso. Essa cultura de clubes e entretenimento noturno é relativamente nova no Brasil”, comenta.
Questionado sobre o assunto, o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Balneário Camboriú, Isaac Pires, se limitou a afirmar que a prefeitura “sempre apoia, juntamente com o trade turístico, todos os equipamentos que tragam lazer, diferencial e qualidade para nossa cidade, mas principalmente que primem pela segurança.” Outro empresário do ramo em Santa Catarina, o paulistano Rico Grunfeld é responsável pelo Confraria Club, de Florianópolis, e também revela insatisfação com a posição das autoridades locais: “Falando especificamente de Florianópolis, vemos uma falta muito grande de investimentos em infraestrutura, ainda mais em uma cidade em que o principal foco das promessas políticas está no turismo. O que se vê é uma fraca estrutura viária e hoteleira, além da falta de portos que recebam navios de grande porte”, avalia. E o que seria possível fazer para mudar esse cenário? Muito, considerando-se que é ano de eleições municipais. Vereadores e prefeitos são peças fundamentais que podem atender diretamente boa parte das demandas daqueles que trabalham com o setor do entretenimento.
A Berlim moderninha dos clubs pode estar com os dias contados como é
Desde a queda do muro de Berlim, em 1989, a cidade vive os anos de ouro da vida noturna.
no que está se tornando
Cada vez mais valorizada devido à força da Alemanha numa União Europeia em crise, Berlim é um atrativo para os negócios imobiliários. Como a maioria dos clubs fica em prédios antigos ou fábricas abandonadas, acabaram se tornando locais interessantes para as incorporadoras. A ideia é ‘enobrecer’ a cidade construindo apartamentos de luxo.
situação em números
Três clubs tradicionais já fecharam nos últimos meses e outros 15 estão ameaçados de seguir o mesmo caminho.
medida da prefeitura
Em abril deste ano, o prefeito Kalus Wowereit decidiu criar o “Comitê da Música”, o qual destina 1 milhão de euros para ajudar os clubs a encontrarem novas locações. A medida, porém, só deve entrar em vigor no ano que vem.
quem defende a causa
Christian Goiny, do Partido da União Democrática Cristã. Ele disse ao jornal alemão Spiegel recentemente que clubs sempre abriram e fecharam em Berlim, mas que agora bairros inteiros dedicados à nightlife estão sendo esvaziados.
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Guilherme Borges, cabeça do Rio Music Conference, é otimista em relação às mudanças: “Todo movimento cultural demora a “engrenar” e a ser entendido pela opinião pública. Os políticos são apenas consequência disso. Essa cultura de clubes e entretenimento noturno é relativamente nova no Brasil. Hoje precisamos só de um trabalho de esclarecimento para que todos entendam a dimensão da música eletrônica como meio de produção, e que esse entretenimento moderno nada mais é do que um resultado a todo um movimento que começou a explodir no final da década de 2000. Acho também que o fenômeno das raves no Brasil, que entraram de sola nas grandes cidades, atrapalharam bastante este entendimento. A parte negativa do uso de drogas (que existe em todo movimento cultural) apareceu com muita força no início. É por isso que direcionamos o RMC para esse movimento de informação sobre números do mercado, debates e união dos profissionais. Todo o mercado e indústria precisam primeiro de números relevantes (que já temos), e depois de unidade (que estamos construindo).” Já Tonico Novaes, da Industria do Entretenimento (responsável pelas marcas Creamfields e Pacha no Brasil), acredita que o associativismo dos empresários em torno de sindicatos ou associações pode ser o primeiro passo: “Hoje em dia, o sindicato para empresas de entretenimento não existe, e isso dificulta muito a relação entre as promotoras de shows e o poder público. Nunca foi criado um sindicato que nos represente separadamente dos bares e restaurantes ou de empresas de comunicação. E acredito que isso seja fator determinante para “desunião” da classe no Brasil. Falta na nossa política alguém com a notoriedade e expressão nacional no meio público como tinha o famoso Turco Loco, hoje dono da Cavalera, mesmo que na época tenha sido principalmente em São Paulo. O Turco, sim, abraçou a causa dos eventos, do jovem e com isso conseguiu enorme destaque dentro do poder público para defender essa classe. Mas o tempo passou, ele focou mais no setor privado e no empreendedorismo e acabou se distanciando desse segmento.” Observando exemplos de outros lugares do mundo – além de Berlim –, a verdade é que a relação entre noite e política envolve, inicialmente, a compreensão por parte das figuras políticas da importância econômica e cultural do segmento. Em Amsterdã, o governo local promove há anos uma conferência sobre música (a ADE), já que identificou um potencial turístico e financeiro imenso no evento. Em Ibiza, principal reduto mundial de clubes, as autoridades alternam momentos e atos de apoio com períodos de linhadura, mas o mais importante é que o segmento é respeitado e reconhecido pelas autoridades, a ponto de recentemente ser anunciada a criação de um museu da música na ilha. No Brasil, ao que parece, enquanto este passo inaugural da informação e comunicação com as autoridades não for definitivamente dado, a música eletrônica e seu universo ainda não estarão nas pautas da política. ■
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review
ibiza open 2012
Festival boliviano mostra uma cena em crescimento por Ricardo Lin
O Ibiza Open 2012 trouxe mais uma vez à cidade de Santa Cruz de La Sierra o clima da ilha espanhola de Ibiza, com muita música e tecnologia. A House Mag foi muito bem recepcionada com direito a limusine e champagne do aeroporto Viru-Viru, até o sofisticado bar Goss. O weekend na Bolívia não perde em nada para os realizados por aqui. Nas pick-ups o warmup ficou por conta de Jean Pierre Bacarreza, abrindo a noite para DJ Gavinha, Golden Violin (Fábio Silva) e Magic Sax (Anderson Stelzner) contagiarem o grande público presente. Após o trio, vieram os hits do Black Eyed Peas. O norte-americano David Dann encerrou o festival levando a pista ao delírio com técnica e carisma que fazem a jus a sua fama. Depois de mais um final de semana de muita música, festa e diversão, a Bolívia mostrou uma evolução constante em sua recente cena eletrônica. A House Mag continuará informando sobre o crescimento do nosso vizinho!
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ESPECIAL CAPA
anos de música!
É com muito orgulho que House Mag completa cinco anos de vida. Passou rápido, quase voando. Muita coisa mudou de lá para cá. Desde 2007, quando lançamos a primeira edição, o mundo entrou numa crise econômica, Facebook e iPhone surgiram monumentais e a música eletrônica resolveu dominar o mundo. As coisas mudaram, inclusive a gente. Acompanhe a retrospectiva dessa meia década de vida
#Julho/Agosto 1 2007 A House Mag estreia em formato pequenininho, mas já grande nas ideias. O trio Life is a Loop é o destaque da edição. Ilan Kriger fala sobre o Shazam, um serviço revolucionário disponível apenas na Inglaterra. Através dele era possível ligar para um número específico, colocar o celular próximo à caixa de som e – Shazam! – em cinco minutos receber uma SMS com o nome da música. Qualquer semelhança com o aplicativo atual de iPhone não é mera coincidência.
#Setembro/Outubro 2 2007 A vez delas! Entrevistamos as DJs Mary Zander (capa), Fernanda Lessa, Aninha e Analy Rosa.
#Março/Abril 5 2008
#Novembro/Dezembro 3 2007
Nosso protagonista desta edição completa 20 anos de carreira. Ainda hoje Mau Mau está firme na posição dos melhores do Brasil.
Carl Cox e Gui Boratto dão a letra para a nossa 3ª edição.
#Janeiro/Fevereiro 4 2008
Conversamos ainda com o futuro integrande da Sweedish House Mafia, Sebastian Ingrosso.
Santa Catarina é a Ibiza brasileira!
#Maio/Junho 6 2008 Gabe mostra sua nova faceta sonora com a onda minimal e tech-house que dominou 2008.
19 de junho – é implantada a nova Lei Seca, colocando o Brasil entre os países mais rígidos do mundo.
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“This is not Miami!” Depois do sucesso da faixa, Sander Kleinenberg conversou com a gente.
A House Mag lança o primeiro Guia Balada. Quatro páginas com as melhores festas da alta temporada, o roteiro acabou virando material de consulta para os festeiros durante todo o verão.
#Julho/Agosto 7 2008 Completamos 1 ano! E para comemorar, a revista passa de 82 para 98 páginas. Fica mais robusta, gostosa de ler. Fabrício Peçanha é o cara desta edição.
#Setembro/Outubro 8 2008 Timo Maas, nossa capa, volta ao Brasil para comemorar seis anos de Warung. O alemão foi o primeiro DJ a tocar no club, na noite de estreia.
Setembro de 2008 O iPhone chega ao Brasil. Fala-se na possibilidade de DJs trocarem seus equipamentos pelo aparelho revolucionário. No mesmo mês, a crise econômica mundial explode no Hemisfério Norte.
#Novembro/Dezembro 9 2008 Em fins de década, nosso colunista Camilo Rocha sintetiza as malezas dos últimos anos: subgêneros não surpreendem mais, nomes se tornam famosos apenas pela ajuda do marketing e da mídia e sobre como está difícil surgir um novo Prodigy, por exemplo. “Como as pessoas parecem saber mais do que gostam, elas se aventuram menos.” Direto para 2012, esses aspectos se tornaram tão comuns que mal são percebidos. O superclube Green Valley completa o primeiro aniversário. E já é um dos melhores do mundo!
#março/abril 11 2009
#Julho/Agosto 13 2009
Em abril é lançado o revolucionário Ableton Live 8.
Depois de fazer história, o Vegas Club fecha suas portas. “Em 1989 não havia e-music por si só. As pessoas que faziam música naquele tempo eram freaks que acreditavam num futuro tecnológico. Hoje não me sinto mais uma aberração”, John Acquaviva, criador do Beatport, concede uma simpática entrevista à House Mag.
#Janeiro/Fevereiro 10 2009
Ame-o ou deixe-o. O ecletismo de Trentemøller desperta críticas e elogios dos mais variados. João Anzolin conversou com ele para saber mais.
A House Mag divulga o resultado do primeiro TOP50 Brasil, com os melhores do país eleitos pelo público. Fabrício Peçanha é o queridinho do Brasil. Gui Boratto vem logo atrás, seguido de Anderson Noise.
Fevereiro Acontece a primeira edição do Rio Music Conferece, que viria a se tornar a maior conferência de música eletrônica do Hemisfério Sul.
#Maio/Junho 12 2009 Quase 10 anos após sua primeira apresentação no país, Sasha fala pela primeira vez à imprensa brasileira. Com a House Mag, é claro.
7 maio 2009 Lei Antifumo é aprovada em São Paulo. Nosso colunista Thiago Teles escreve sobre um microblog que começa a fazer sucesso no Brasil: o Twitter. www.housemag.com.br
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#setembro/outubro 14 2009 Gee Moore, fundador do lendário beach club Bora Bora, de Ibiza, estreia sua coluna na House Mag. Um dos nomes mais estampados nos flyers brasileiros, o norte-americano Kaskade reclama dos EUA no longínquo ano de 2009: “A cena lá é estranha. Os americanos não têm muita cultura de pista, de clubes, como eu vejo na Europa e aqui na América do Sul. O trabalho dos DJs não é muito reconhecido por lá porque o hip-hop é forte demais.” Três anos depois, os EUA se tornaram um pólo da música eletrônica, thanks to Guetta and Skrillex. Quem diria, heim?
#Janeiro/Fevereiro 15 2010 Esta é nossa primeira edição com o novo layout, sob o comando do designer Ricardo Lin. A revista está maior e, é claro, cada vez mais bonita. Steve Angello concede entrevista polêmica à House Mag. “Não uso fone várias vezes, afinal eu toco mais ou menos umas 160 vezes por ano, e em metade desse tempo toco praticamente as mesmas músicas. Assim fica fácil mixar”, dispara.
# 16
Março/Abril 2010 O suíço Luciano estampa uma das capas mais elogiadas da revista. Até hoje.
#Julho/Agosto 18 2010
#Setembro/Outubro 19 2010 Edição recheada de nomes importantes. Tem Danny Howells, Gustavo Bravetti e nossa capa, Nic Fanciulli, que se estabelece um dos grandes da música eletrônica mundial.
#Maio/Junho 17 2010 A vez dos brasileiros – Mario Fischetti é hit do house nacional. Estivemos no Winter Music Conference, em Miami
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Publicamos o resultado do primeiro ranking de VJs do país. Leo, Alexis e Toshiro saíram na frente. Primeira dama do house carioca, Mary Zander está linda na capa desta edição! A entrevista e o ensaio realizado em Londres revelam uma artista cheia de personalidade.
Agosto 2010 –
O antigo Confraria das Artes volta mais moderno como Confraria Club.
Depois de meses de especulações, finalmente em outubro acontece a primeira edição do festival SWU. Nós fizemos uma super cobertura.
#Novembro/Dezembro 20 2010 “Hoje poucas pessoas sabem que o DJ já foi um profissional sem reconhecimento algum. Foram tempos difíceis”, desabafa Julio Torres.
Novembro Para a tristeza de muitos, a Panasonic anuncia o fim dos lendários toca-discos Technics. Com ainda mais LEDs, o club D-Edge volta da reforma ainda mais tecnológico, sob a alcunha 2.0.
Sharam abre o coração e fala sobre o fim do Deep Dish.
#Janeiro/Fevereiro 21 2011 Sai mais um resultado do TOP50 Brasil. Gui Boratto é a bola da vez, seguido de Mario Fischetti e Fabrício Peçanha. Janeiro É realizada a primeira Creamfields Florianópolis.
#Março/Abril 22 2011 A música eletrônica começa a dar indícios de que vai dominar o mundo – David Guetta é a capa inesperada de março da revista Billboard americana. Edição que trouxe Michael Mayer e Guy Gerber, mas a capa ficou com os meninos do Felguk, que remixaram David Guetta, Madonna e Black Eyed Peas.
#Maio/Junho 23 2011 O DJ e produtor Wehbba volta a morar no Brasil, onde a situação econômica está melhor do que na Europa. Sarah Kern falou com ele
#Agosto/Setembro 25 2011 Nossa capa são dois nomes de primeira grandeza, Renato Ratier e Mau Mau, que se uniram no projeto Kings of Swingers. A cultura indie se misturou de vez com a música eletrônica. Abordamos o assunto para saber mais sobre essa fusão.
#Junho/Julho 24 2011 Eletrônica pop! Nossa matéria de capa gera polêmica: Será que a popularização deixou a música eletrônica melhor ou pior? Nosso jornalista João Anzolin desdobra o assunto.
#Outubro/Novembro 26 2011 Mais uma vez os vencedores do TOP50 estampam nossa capa. E novamente o mestre Gui Boratto é o grande vencedor. Mais do que merecido! O ECAD é pauta frequente na mídia. Mas e a música eletrônica? Como fica? A House Mag foi atrás da resposta.
2012 Abril:
O reconhecimento da profissão DJ é aprovada. Agora só falta o resultado de um estudo que entrevistará DJs de todo o Brasil para que em 2013 o processo se complete. A revista entra 2012 com novo conselho editorial, o design fica mais leve e a leitura mais fácil. Wolf + Lamb, Soul Clap e Jamie Jones são as estrelas das edições deste ano. www.housemag.com.br
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Gente “Tenho o maior orgulho de ter feito parte da família House Mag desde o início. Lembro com clareza de detalhes do dia que o Jorge Junior e o Juninho Cavichioli, sócios da revista, me procuraram para conversar, sem nem mesmo dizer ao telefone do que se tratava. Na época, não havia nenhuma revista especializada na área de música eletrônica em circulação no Brasil. Confesso até que achei meio “viagem” deles num primeiro momento, mas como adoro desafios, abracei a causa e mergulhei de cabeça no projeto. Não havia nada engatilhado. Colunistas, as primeiras pautas, colaboradores. Tivemos que ir atrás de tudo, e não foi fácil, pois ninguém tinha ouvido até então falar no nome House Mag. Mas lembro bem do dia em que a primeira edição chegou da gráfica, do quão felizes ficamos em distribuir pela cidade as primeiras revistas, que hoje são motivo de risadas (mas muito orgulho) para nós, de tão pequenas e magrinhas que eram. Mas a reação das pessoas não poderia ter sido melhor. Daí em diante, gás não faltou. A minha experiência na House Mag foi engrandecedora, sem exageros. Foi um verdadeiro exercício de jogo de cintura e superação, se “virar nos 30” para fechar cada edição com uma estrutura enxuta. Dá para notar a evolução de todos – tanto do time que fazia/faz a revista como dos próprios leitores/seguidores – no decorrer desses cinco anos. Os primeiros textos e notas eram norteados por releases de DJs e produtores, superficiais e com pouca opinião. Hoje, é fácil notar a diferença pegando uma das edições atuais da revista. Densidade, profundidade, opinião – mas foi um longo caminho até formar esse staff que hoje, direta ou indiretamente, faz a House Mag acontecer. Hoje ouvir o nome da revista que de certa forma eu ajudei a ‘construir’ sendo mencionado no filme ‘Paraísos Artificiaís’ do diretor Marcos Prado, foi um dos pontos máximos de orgulho. Sou muito grato pela oportunidade. Principalmente pelas amizades que fiz nesse período. Parabéns, House Mag!”
“Com tantas publicações sobre música eletrônica, cultura e comportamento no mercado brasileiro, a House Mag se destacou muito, abordando interessantes questões locais. Desde curiosas matérias a reportagens e coberturas em campo, de festas em clubs e festivais de grande porte. Fico feliz de ter participado ativamente desses cinco anos da revista. De coração, curto muito a revista! O seu tamanho, o papel usado e o conteúdo abordado. Vida longa à House Mag!”
Gui Boratto
Arquiteto e produtor musical
“Acompanho a revista desde o começo, e o seu crescimento desde então. Me sinto satisfeito com o espaço que a revista tem dado as novas sonoridades, aos novos DJs e ao som conceitual, fugindo um pouco das reportagens do mainstream. Parabéns!”
Gustavo Conti Sócio Warung
Quando falo da House Mag, falo com muito orgulho. Acompanho a revista há muito tempo e vi o seu crescimento até se tornar uma das mais respeitadas revistas do assunto no país. Além de ser muito bem escrita, com matérias bem feitas e pertinentes, a House Mag é uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da música eletrônica no Sul do Brasil. Quero deixar aqui meus parabéns a toda equipe responsável pelo belo trabalho feito até aqui, e que a revista continue informando e divulgando a boa música por onde passa.
Fabrício Peçanha DJ e produtor
Davi Paes e Lima
Foi editor-chefe da primeira até a 27ª edição da House Mag
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que esteve com a gente
Nos últimos anos o Brasil despontou no cenário internacional da musica eletrônica e acredito que esse avanço precisa ser acompanhado por uma plataforma de comunicação que noticie e, sobretudo, escreva com propriedade e profissionalismo sobre essa importante página da história da música eletrônica no país. Acredito que temos hoje na House Mag esse instrumento que comunica e reforça dia-a-dia, e com muito conhecimento, a emergente cultura da musica eletrônica no Brasil. Gosto da revista, me atualizo com ela e, principalmente, divulgo com qualidade através de suas páginas o club em que sou sócio, o Green Valley. Parabéns House Mag por cinco anos de sucesso, e vida longa para suas páginas que alcançaram o respeito de toda a cena eletrônica!
Balada sem cultura ou contexto acaba no dia seguinte. A House Mag foi e é fundamental para trazer contéudo para a cena eletrônica do Sul. Vida longa à House Mag!
Camilo Rocha Jornalista e DJ
É fantástico poder celebrar os cinco anos da House Mag. Uma publicação que sempre buscou informar e entreter os seus leitores de maneira única. Para a DJcom e seus artistas, que vivem da música eletrônica, é muito importante ter um veículo que contribui tanto com nosso segmento. Parabéns!
Sandro Horta
Sócio da agência DJcom
Ricardo Flores Sócio Green Valley
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supernova Mateus B. Instrutor dos cursos de DJ e produção musical no Centro Europeu (AIMEC), em Curitiba, Mateus B. já ministrou mais de 30 workshops e cursos espalhados pelo país. Em 2008, teve a oportunidade de entregar um CD a James Zabiela, que elogiou e tocou duas das músicas do jovem talento. Ele também já teve suporte de nomes como John Acquaviva e John Dalback. A partir de então, inspirado na técnica e vídeos tutoriais de Zabiela, Mateus criou uma identidade focada em mashups, reconstrução de músicas e utilização de efeitos nas mixagens. Hoje com 24 anos, é conhecido por sets flexíveis que vão do underground ao pop, de acordo com a ocasião. Atualmente soma 60 faixas no Beatport, lançadas pelos renomados Hotfingers, Bugeyed e Definitive Recordings. Além disso, trabalha num live show com a vocalista Juliana Barbosa. soundcloud.com/mateusb Fotografia: Julio Dias
Tada Martin Tada Martin está entre os jovens talentos de destaque no cenário paulista e nacional. Residente do A.F.A.I.R, em São Paulo, ele também soma ex-residências na Lotus e Pink Elephant. Apaixonado por batidas impactantes, somadas a belas melodias, o DJ é conhecido pela linha de sets big room. “É um som pista, que contagia quem está ouvindo”, conta. Martin tem no repertório muitos bootlegs, mashups e tracks unreleased. Com cerca de sete anos de carreira, já esteve no comando de casas como Ballroom, Set, Kiss & Fly, Mokai, Disco, Josephine, Lotus, Royal, Manga Rosa, Pacha, Pink Elephant e Boox. soundcloud.com/tadamartin
Caia Lopes Com pouco mais de dois anos de carreira, Caia já possui um currículo de dar inveja. É atual residente da rádio internacional Innervisionsradio.co.uk e matém residência, desde 2011, na Xelestia.com. Dona de um ótimo gosto musical, a DJ flutua dos climas mais intimistas até melodias empolgantes e leves da house music, sempre acompanhada de um setup moderno e tecnológico. Parte do casting da agência gaúcha Senno Artists, recentemente ainda mudou-se para Balneário Camboriú com o intuito de imergir ainda mais no cenário da música eletrônica nacional. soundcloud.com/caialopes
ss
Thiago Schlemper Apaixonado por música eletrônica, aos 18 anos Thiago Schlemper colocou em prática um sonho e aprendeu a tocar. Hoje, aos 22 anos, influenciado principalmente pelas vertentes disco, deep house e tech house, o catarinense vem conquistando cada vez mais espaço na cena sulista do estado. Integrante do casting do núcleo 128bpm, de Balneário Camboriú, ele já se apresentou em grandes casas noturnas como Warung Beach Club e Matahari. Além disso, teve a oportunidade de dividir o lineup com importantes nomes como Miss Nine, Hernan Cattaneo, Paolo Mojo, Renato Ratier, Leozinho e Daniel Kuhnen. Reconhecido talento, o jovem acaba de ser convidado para assinar residência na Luv Club, em Blumenau. soundcloud.com/thiagoschlemper
Lookalike Naturais de Passo Fundo, os gêmeos Diego e Guilherme De Marchi Carrão iniciaram a carreira com apenas 17 anos, em 2006. No mesmo período nascia a Okay Produtora, responsável pelo projeto Beehive que, atualmente, é um dos clubs mais conceituados do Brasil. A partir de então, os irmãos assumiram residência na “colmeia” e ganharam destaque por outros tantos clubs do Rio Grande do Sul. Hoje, o duo é conhecido, principalmente, por uma identidade musical considerada exclusiva – eles se adaptam a qualquer situação, sempre criando um clima diferenciado na pista de dança. Com apenas seis anos de carreira, já dividiram a cabine com Lee Foss, James Zabiela, Tim Green, Marc Romboy, Gui Boratto, entre tantos outros renomados artistas nacionais e gringos. soundcloud.com/duolookalike
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Português bom de música
Diego Miranda declarou de vez seu amor pelo Brasil. Depois de conquistar suas próprias terras, as portuguesas, ele acaba de comprar uma casa por aqui e lança um álbum com a participação dos brasileiros Ester Campos, D’Queen e Antonio Eudi por Carolina Schubert Atualmente, Diego Miranda é o cara da cena eletrônica portuguesa. Dono de uma longa carreira que começou aos catorze anos de idade, desde cedo ele chamou atenção, mas foi com o sucesso do hit “Ibiza for Dreams”, lançado em 2009, que o português alçou novos horizontes. Foi autorizado a gravar o clipe da faixa no renomado club Ushuaia, em Ibiza e, para sua sorte, o dono da casa estava por lá. Muitos elogios depois, em 2011 foi convidado pelo próprio para tocar em uma das festas closing party. Diego acabou se tornando presença constante no club, que hoje faz parte de um cenário edílico chamado Ushuaia Beach Hotel Ibiza. A noite de estreia do português no novo formato do club aconteceu, coincidentemente, no último dia 8 de julho, na mesma noite em que o Green Valley desembarcou com a label em Ibiza. “Foi a comunhão perfeita, sem dúvida, os dois melhores clubes do mundo e ambos com uma magia fora de série”, conta. Hoje ele já passou por algumas das maiores festas e festivais do mundo como MTV Shakedown, Creamfields, Rock in Rio e Sensation White. Com o lema “The best is yet to come” (em bom português: o melhor está por vir), ele acaba de divulgar para nós as novidades sobre o novo álbum, que soma 18 tracks e foi lançado pelo selo alemão Kosmo Records. Conversamos com ele para saber mais – e transcrevemos a entrevista assim mesmo, em português de Portugal. Você diz que aposta sua vida nesse CD, é isso? Como surgiu a ideia desse álbum? A vontade de fazer um álbum só de originais meus não vem de agora. Quando comecei a lançar singles mais comerciais e a obter um enorme sucesso, fiquei logo com esse bichinho na cabeça, mas achei que ainda não era a hora certa. Depois de ter lançado o álbum “The Hotel Never Sleeps”, no verão do ano passado, a pedido do Ushuaia Beach Hotel, ganhei mais experiência. Desse modo, achei que agora seria o momento ideal.
O álbum conta com a participação de Tara McDonald, Gramps Morgan, Peetah Morgan, Stephanie Coker, além das portuguesas Ana Free, Susana Ayash e Kate. Por que resolveu incluir tantos convidados no disco? É verdade, o álbum conta com vários artistas de renome pois acho que embelezam mais as músicas e permitem memorizar mais certas faixas. Por isso, também dei muita importância às letras, tentei combinar alguns estilos diferentes dentro do house, de forma a agradar vários gostos. E as apostas pelas cantoras Ester Campos e D’Queen? Por que escolheu as duas brasileiras? A Ester surgiu através de um amigo em comum. Uma vez que fui tocar na França, ele me apresentou a ela que disse ter uma track pra que eu remixasse. Quando acabei o remix, achei que tinha potencial para encaixar no meu álbum. Andava mesmo à procura de uma cantora brasileira, porque pretendo firmar, cada vez mais, meu nome no mercado brasileiro. Já a D’Queen conheci através do produtor brasileiro Antonio Eudi, que entrou em contato comigo para fazermos uma track. E assim construímos “Take Your Time”, entre Portugal e o Brasil [risos]. O álbum também traz algumas co-produções? Sim, convidei alguns produtores que acredito terem enorme potencial, porque somos amigos e porque, sempre que posso, gosto de apoiar novos talentos. Assim temos o DJ e produtor espanhol Julian Poker, o Villanova, que é um dos melhores produtores portugueses a fazer house music, o brasileiro Antonio Eudi e o jovem talento português Jay A. O álbum ainda soma oito vídeo clipes. Você pretende lançar algum DVD? Isso era para ser surpresa [risos], mas vou revelar em primeira mão à House Mag que sim, é verdade. Para além do CD de áudio, o álbum também conta com um DVD com os vários vídeo clipes.
Ser DJ É ser feliz e sentir-me realizado por ter a sorte de trabalhar e fazer aquilo que mais gosto. Vinil, CD, computador ou pen drive? Prefiro vinil. É o que me dá mais gozo, mas atualmente toco com Traktor através do computador. Club ou festival? Festival Vertente FAVORITA House clássico que não sai do case “Blackwater”, do Octave One Trilha sonora da vida “With or Without You”, do U2 A melhor gig? Sensation White 2009 E a pior? Felizmente não tenho memória de uma festa que possa considerar a pior. Lembro de uma vez que toquei doente com febre e foi muito doloroso. Isso foi bem no inicio, há uns 15 anos, no Alcantra Mar em Lisboa-Portugal. Não entra no estúdio Más energias [risos]. Mania ao produzir Abusar de frequências graves, acho que às vezes já dou demais no mixer, no bassline, pois já sei que na hora de misturar e masterizar o tema, meu engenheiro de som vai me comer as frequências graves. Nas horas vagas Vou pegar onda. O surf e a música são uns dos maiores prazeres que tenho nesta vida. Portugal Conquistado. Brasil País maravilhoso, onde quero viver a minha velhice. Por isso até já construí uma casa em Balneário Camboriú. Mundo Para conquistar.
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DJ INTERVIEW
como uma onda Durante anos eles sentiram que sua música não tinha mais espaço na cena, mas agora o Digitaria voltou a encontrar seu lugar ao sol por Sarah Kern Daniela e Daniel não se complementam só nos nomes quase idênticos ou no projeto que formam, o Digitaria. Eles entrelaçam as palavras até chegarem a um ponto comum, uma ideia com a qual ambos concordem pelo menos minimamente. Com bases em Belo Horizonte, a dupla já passou pelo electroclash e foi associada ao maximal new rave, mas jura que só hoje está se encontrando de verdade, na onda deep house que inunda o momento. Ainda assim, a ideia é não parar por aqui e se reinventar indefinidamente – como disse Daniel durante a conversa, “nossa única constante é a mudança”. Em 11 de junho eles lançam o EP “Masochist” em formato vinil pelo selo Hot Creations, e uma semana depois no mundo digital. Conversamos com eles sobre isso tudo e mais um pouco.
rolavam umas festas. Até o dia em que uma amiga levou a Daniela. Ela chegou, viu aquele monte de teclados e nem cumprimentou ninguém. Já chegou e ligou as coisas, começou a tocar e cantar. Na hora que vi ela tocando, falei: “Volta amanhã”. Ela voltou e no outro dia trouxe umas músicas que tinha feito, tipo, com 15 anos de idade. E eram coisas incríveis. Acabou que estamos aqui até hoje.
HOUSE MAG Primeiro de tudo, o que vocês são um do outro?
Encontrou a parceira perfeita, né?
“Tudo o que falam sobre o mineiro é verdade. A cultura caipira tá impregnada na gente”, diverte-se Daniela É, não deixei mais ir embora [risos].
Daniela Eu e o Dani somos melhores amigos, nos conhecemos há oito anos. Muita gente pergunta se a gente é casado. Fomos durante quatro anos, mas agora somos só muito amigos. Voltando ao comecinho, como vocês se conheceram e decidiram fazer música juntos? Daniel Faço música eletrônica desde os 16 anos, sempre tive uma banda atrás da outra, muitos projetos. A gente fazia uns experimentos num estúdio que sempre tinha amigos, sempre
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E como foi quando o Digitaria explodiu? Havia quatro integrantes...
estávamos com o disco pronto, e entramos em turnê pela Europa durante três meses e meio. Foi muito legal, fizemos muitos amigos, tocamos no Brasil inteiro, na Europa, na Colômbia. Aquele primeiro disco foi produzido praticamente só por nós dois, assim. Era uma coisa mais pop, um pop eletrônico. É, mas depois a gente deu uma caçada. Hoje preferimos mil vezes esse formato club, de cabine, porque é muito mais direto. Ficamos juntos os quatro até 2007, mas não foi nada negativa a saída do guitarrista e do baixista. E vocês dois tocavam o quê? O Dani cuidava das bases e dos samples, e eu era vocalista e tecladista. E isso tudo rolava em Belo Horizonte? Tinha espaço para o som de vocês lá ou tocavam mais em outros lugares? A gente tocava mais fora.
Foi uma época bem excitante, do electroclash e um monte de ideias legais reaparecendo, a coisa dos vocais e melodias voltando pra música eletrônica. A gente gostava muito daquilo e embarcou de cabeça. Gravamos uma demo e entregamos para o DJ Hell, dono do Gigolo, um selo muito importante na época. Ele adorou e pediu para gravarmos um álbum. Em seis meses
Nós meio que inventamos um espaço também. Acho que a única coisa relevante que saiu um pouco antes da gente foi Anderson Noise... Um pouco não, muito antes! [risos] Ele é pioneiro master da cena de BH, se existe
um culpado por existir alguma cena lá é ele. Mas nessa época acho que ele estava um pouco fora, então a gente teve que reinventar as coisas. No início a gente tocou muito no Sul, Nordeste, Centro-Oeste. Fora a Região Norte, tocamos exaustivamente naquela época. E essa turnê para a Europa, como foi? Por quais países vocês passaram? O Ministério da Cultura mandou a gente, na verdade. Foi na época da Copa do Mundo, e eles tinham embaixadores culturais. A gente se inscreveu sem nenhum tipo de esperança, e rolou. Alugamos um apartamento no centro de Berlim por quatro meses e viajávamos nos fins de semana pra tocar na Suíça, Espanha, Áustria e no resto da Alemanha. Que vida boa, heim? É, a gente alugou um apezão assim, onde era a Alemanha Oriental, num prédio cheio de imigrantes. Foi uma experiência muito legal. Lá tem espaço pra todo mundo. Se você gosta de minimal techno, havia 15 festas na noite. Se gosta de industrial alemão da década de 80, tinha três festas. Mas o mais legal era a coisa humana.
Como BH é uma cidade muito provinciana, sinto falta disso aqui.
longo entre um e outro. O que vocês faziam nesse meio tempo?
E parece que esse espaço pra a liberdade faz as pessoas mais felizes. Mas isso porque a gente morou lá no verão, né? Dizem que no inverno as pessoas não são tão felizes assim [risos].
É, a liberdade individual é muito forte lá. Como eles tiveram o comunismo e tal, dão muito valor a isso.
Tudo o que falam sobre o mineiro é verdade. A cultura caipira tá impregnada na gente [risos]. Amamos a nossa cidade, abrimos a janela e tem uma montanha linda e ensolarada, tem micos na nossa rua. Eu e o Dani somos vizinhos, temos uma qualidade de vida muito boa, que não teríamos em São Paulo, por exemplo. Eu amo aqui, mas tem esses problemas graves [risos]. As pessoas aqui são muito moralistas.
Ficamos durante muito tempo por conta do primeiro disco. Tocamos ele até 2008, e mais ou menos em 2009 começamos a reexperimentar, na época em que os outros dois integrantes saíram do Digitaria. Foi quando eu e a Dani começamos a pensar “O.K., agora somos só nós dois, o que vamos fazer?” Aí começamos a tentar novas tecnologias, ouvir coisas diferentes, experimentar. Não tínhamos pressa.
“É como se Deus virasse pra gente e falasse: ‘Vocês podem escolher qualquer selo. Do mundo!’”
A gente também estava focando nas coisas mais pessoais, como faculdade e tudo mais. O Daniel estava se formando... Fizeram faculdade de quê?
Vocês lançaram um EP e um álbum em 2006, depois um EP em 2008 e outro álbum agora em 2011. É um espaço de tempo relativamente
O Daniel é formado em Psicologia e eu faço Letras, estudo alemão. Vocês têm vontade de voltar a morar na Alemanhã, então? Sim, muita. Então, o minimal sempre foi muito forte por lá. A gente tava lá no comecinho do maximal, da new rave, essa coisa indie dance assim. Tanto que a gente nem entendia o que estava acontecendo, era muita informação nova. Tinha umas coisas interessantes na época. Gossip, Hot Chip, mas depois essa onda cresceu tanto que começamos a achar meio chato. Ficou massivo demais, principalmente aqui no Brasil, no circuito underground. A gente não se identificava com aquilo. E o engraçado é que sempre fomos associados a essa cena meio indie, new rave. Tinha algumas coisas que gostávamos, mas outras não. A maioria.
“Essa foto foi feita sem Photoshop pelo Daniel Bianchini. É dupla exposição, a gente tinha que ficar parado. O cara usou dois flashes, numa sala escura. Ele foi um verdadeiro artista”, Daniela comenta
É, a maioria. A gente nunca entendeu exatamete o porquê, nossa onda era outra. www.housemag.com.br
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E qual era essa onda? [risos] Sabia que essa pergunta viria. Estávamos experimentando outras coisas, outras viagens. Procurando nos reinventar.
chatos com arzinho e tal. As coisas que a gente fazia não se encaixavam mais em lugar nenhum. Quando descobrimos essa onda deep house, pelo menos pra mim foi um grande alento. Pensamos: “Agora existe uma cena para nós.” A gente nunca modificou o que fazia pra entrar em algum lugar. Essa onda deep house é muito influenciada por electro, que a gente adora. Foi estimulante.
“Não consigo entender um artista que muda com a onda. Li num fórum sobre um produtor de minimal que agora tá colocando breaks de dubstep nas músicas, porque o gênero tá na moda. Meu, pra quê? O desespero pelo sucesso, por aparecer e estar dentro de uma cena não leva ninguém a lugar nenhum” E como veem a evolução de vocês ao longo desses anos? Por quais gêneros passaram para chegar aonde estão hoje? Fazendo todos os tipos de experimentações sonoras, e o resultado disso foi o álbum “Emotion/ Simulation”, que lançamos em abril de 2011. Ele não era focado em pista, era mais introspectivo. Não era muito pop, mas foi uma ponte para o que tá acontecendo agora. Até o dia que escutamos uma coletânea do Jamie Jones, o “Fabric 59”, e vimos que ele tinha mais ou menos as mesmas influências que a gente. Gostei muito daquela onda, foi uma surpresa agradável descobrir que as raízes dele eram as mesmas que a minha. Naquela coletânea tinha coisas legais, tipo Metronomy, que você ama. É, tinha Metronomy, Footprints e outras coisas. E foi muito espontâneo, assim. O Jamie Jones era o cara que eu tava mais admirando na música eltrônica, e descobri que ele ia tocar do lado da minha casa. Eu e o Dani gravamos uma versão deep da nossa música “Paradise”, do “Emotion/Simulation”, e entregamos pra ele sem pretensão alguma. Até que dez dias depois ele respondeu dizendo que queria lançar pelo Hot Creations. Durante muito tempo o que rolava nas pistas eram aqueles indie disco ou um technos muito
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um turista tudo o que BH tem de interessante em apenas quatro horas, e ele ficava tipo duas semanas. Ele é um visionário. Apesar de as coisas do selo Gigolo não me interessarem mais, foi um selo que influenciou muita gente, todos os artistas têm muita personalidade. Miss Kittin, Fischerspooner, Vitalic, muita gente foda. Não são artistas genéricos, você ouve cada um e sabe quem é.
É uma coisa normal, né? Outro dia vi uma entrevista com o Fatboy Slim e ele falou que agora é um momento ruim pra ele. E que ele era como um surfista esperando a onda passar. Se o Fatboy Slim tem que esperar, quem somos nós pra não esperar? Ciclos acontecem com tudo.
Nos sentimos muito felizes por nosso berço ter sido ali.
É.
E é mais ou menos como aconteceu agora com a gente, se fosse pra escolher um selo de tudo o que eu tava gostando, responderia sem hesitar que é o Hot Creations. Então foi a segunda vez que aconteceu isso com a gente, sabe?
Agora uma coisa que não consigo entender é um artista que muda com a onda. Li num fórum esses dias um cara que era produtor de minimal e agora tá colocando breaks de dubstep no meio de todas as músicas, porque o gênero tá na moda. Meu, pra quê? O desespero pelo sucesso, por aparecer e estar dentro de uma cena não leva ninguém a lugar nenhum. É muito melhor você fazer o que faz com sinceridade. Se você pegar o U2, os Rolling Stones, todos têm seus momentos. Num flyer de uma festa que vocês tocaram aqui no sul estava escrito “not so underground neither commercial”. O que dizem sobre isso? Nem sei o que significa comercial ou underground, assim. Um cara que eu adoro, por exemplo, é o Gui Boratto. Uma vez eu estava cortando o cabelo num salão, e numa rádio daquelas super populares começou a tocar “Beautiful Life”. Isso tira o mérito dele? Muito pelo contrário, só multiplica o mérito dele. Acho que quanto mais gente você consegue atingir, melhor. Acho que qualquer artista quer atingir o maior número de pessoas. Mas desde que você não renegue aquilo que gosta de fazer. O limite é esse. Quem bomba mais no mundo agora? Skrillex. Tenho certeza absoluta de que ele ama aquilo e não pensou “Ah, vou botar um vocalzinho aqui porque vai ficar na moda.” Ele deve até pensar em algum determinado momento... Deve pensar, mas ele gosta daquilo. Se você ver, o som dele é a coisa mais underground e mais comercial ao mesmo tempo. Todo quebrado, esquisito, mas tá todo mundo dançando. Então qual o limite entre uma coisa e outra? Nem sei, e nem me interessa. E a relação de vcs com o DJ Hell? Ele veio ao Brasil algumas vezes... A gente era brother mesmo. Uma vez fiquei doente e ele foi me visitar no hospital. Ele começou a viajar algumas vezes pra Belo Horinzonte. A gente sofria, porque você pode mostrar pra
Se alguém perguntasse na época em qual selo gostaríamos de estar, nem imaginaríamos o Gigolo, porque era muito legal.
É como se Deus virasse pra gente e falasse: “Vocês podem escolher qualquer selo. Do mundo!” [risos] Nos identificamos muito com o “Fabric” do Jamie Jones porque ali tem house, electro, umas coisas psicodélicas, acid, muita viagem. Ele conhece muito de música. E a coisa do deep house clássico mesmo, mesmo, é o que ele menos toca. Essas são as influências de vocês, então? Tudo sempre muda, mas algumas coisas permanecem, como o Nirvana, que me influencia até hoje nessa coisa de letras meio melancólicas. Comecei a gostar de música com o grunge, descobri o rock antes da eletrônica. Com o Daniel foi o contrário, desde novinho ele era louco por Depeche Mode, Duran Duran. A gente tem várias influências. Deve ser muito chato ser produtor de deep house, por exemplo, e ouvir só deep house. Deve ser muito angustiante. Gosto de sair pela rua e escutar coisas com piano, amo Philip Glass, sou louca por ele. Quando a gente vai escrever uma letra, ela é baseada em um monte de coisas, cinema, literatura... Quanto mais influências você tiver, sem tornar aquilo uma salada, melhor. Pra sair do clichê, clichê é chato, morre rápido. Existe algo que vocês mudariam no Digitaria hoje? Quanto mais andamos pra frente, mais vemos o quanto ainda falta. Quero estar sempre descobrindo essas ondas novas. Acho que a mudança é a nossa única constante. Ver tanta gente comprando a nossa viagem agora é muito bom. Esse disco, o “Masochist”, pode ser visto como um desabafo pessoal que transformei em música, e isso me fez uma pessoa melhor. ■
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DJ INTERVIEW
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cara a cara com
Dennis Ferrer Conversamos com um dos maiores ícones da house music, em pleno Skol Sensation Texto e fotos por Tatiana Stock Simples, despojado e bem-humorado, o produtor e DJ nova-iorquino Dennis Ferrer foi um dos precursores da cena soulful e deep house na Big Apple. Ele não julga suas músicas ou a de outros DJs – para ele, cada som representa um instante que por algum motivo foi registrado. Considerado por muitos um dos maiores ícones do estilo, ele diz gostar de música brasileira das mais antigas. Sua especialidade é misturar elementos melódicos com sons do underground, criando assim um equilíbrio dançante. Dennis se apresentou na edição 2012 do Skol Sensation, e conversou com a House Mag minutos depois de apresentar seu set para mais de 40 mil pessoas na noite de 2 de junho, no Anhembi, em São Paulo. Confira a entrevista na íntegra.
O que você achou da experiência de tocar no Skol Sensation? Eu acho que foi uma chance maravilhosa de mostrar a house music para o público. Todo mundo pensa que esse é um estilo com uma cultura totalmente comercial, cheio de artistas comercias fazendo remixes de r’n’b. Eu acho que o Sensation ofereceu e me deu a chance de mostrar o underground. E isso é muito legal! Sou hábil para mostrar aos participantes da festa o que existe além de tudo isso. Um momento marcante do seu set foi quando você tocou um remix da faixa “We Will Rock You”, do Queen. Por que essa música? Foi um momento muito especial que fluiu e caiu bem para a pista naquela hora. Gosto de rock’n’roll! O rock é uma de suas influências na hora de produzir? Com certeza tenho muitas influências do rock, mas não só dele. Sou influenciado por músicas de todos os lugares, até pelas brasileiras. E que artistas brasileiros você escuta?
Gosto muito do som do seu país. É difícil lembrar nomes, pois gosto do som antigo. Um cara que sempre escuto é Sérgio Mendes. Ele é bom! Como você vê a cena soul deep no mundo e no Brasil? Está mudando. A música comercial está saindo de cena e dando às pessoas oportunidades de novos sentidos. Quando as pessoas estão acostumadas com o pop é difícil mostrar de onde o deep house vem. São totalmente distintos e um não se relaciona com o outro. Por isso que quando me chamaram para o Skol Sensation foi tão especial, pois pude mostrar de onde vem realmente a house music.
“Quando estou tocando, foco em um grupo de pessoas e tento acompanhá-las, vejo se estão curtindo, se estão dançando e felizes. Se percebo que não estão, sei que toquei algo errado” Fale um pouco sobre o por que decidiu seguir carreira como músico. Minha trajetória é longa! [risos]. Comecei a me interessar por música aos 17 anos e depois disso não parei mais. A dance music é algo maravilhoso e nunca morrerá. Sempre haverá música e dança, pois as pessoas têm a necessidade de sair numa sexta-feira à noite ou num sábado para se libertar. É uma chance para você dizer que não se importa com o aluguel. Que hoje você não está nem aí para o seu namorado, ou que não se preocupa com a sua namorada. Você sabe que ele ou ela te deixou louco, então, é a chance de você se libertar. Eu não conheço nada melhor. Toco piano desde criança e nem sabia que era isso que eu queria fazer. Estou aqui para entreter, relaxar,
para ter certeza de que o público terá um bom show. Estou aqui para trazer bons sentimentos e ótimos momentos. Como é a sua preparação antes de tocar? Como seleciona as músicas? Eu nunca sei o que vou tocar, não deixo um set prédefinido. Depende muito do momento e do que estou sentido naquele instante. E para mim, isso é o que significa ser verdadeiro no jogo. Às vezes funciona, outras não. Isso é o que acontece com o verdadeiro DJ. Muitas vezes já toquei o som errado, mas é a chance que se aposta, e às vezes não dá certo. Mas quando dá, você se sente bem muito bem tocando, porque sabe que está em conexão com a pista Quais são para você os melhores DJs da atualidade? Qualquer DJ pode ser um superstar. Em qualquer noite tudo que precisa ser feito é tocar a música certa, para o público certo, na hora certa. Pode ser um DJ não muito conhecido, ou um cara que está no topo das paradas. Às vezes, um residente de uma balada toca o som que você gosta. Não tem como escolher um favorito. Qual sua opinião sobre DJs e produtores que mudam seus estilos dentro da música eletrônica? DJs que trocam de estilo, hum... Acho que são inteligentes! Penso que pessoas que não mudam estão quebradas, afinal a música é um sentimento momentâneo. Uma palavra que descreva Dennis Ferrer como DJ e produtor? Essa é uma boa pergunta! [risos] Creio que engraçado!
“A dance music nunca morrerá. As pessoas têm necessidade de sair num sábado à noite para se libertar. É uma chance de você dizer que não se importa com o aluguel, que hoje não está nem aí para o seu namorado”
O que você pensa quando está dominando as pickups? Nossa, com essa você me pegou! [risos] Quando estou tocando, penso em não ferrar tudo! Eu foco em um grupo de pessoas e tento acompanhá-las, vejo se estão curtindo, se estão dançando e felizes. Meu objetivo é manter o grupo em movimento. Se de repente percebo que não estão dançando, sei que toquei algo errado. Depois de “Hey Hey”, quando você ficou super conhecido, qual de suas músicas você acredita que fez mais sucesso? Eu nunca julgo minhas músicas, muitas vezes nem toco elas. Eu sou um cara simples, não faço as músicas para mim, mas para as pessoas. Música é comunicação, é onde mostro o que sinto, são minhas emoções. É o que estou sentindo no momento e por isso não julgo qual é melhor ou pior. O que deseja para a sua carreira? Que eu consiga continuar fazendo o que eu faço. E que eu tenha a habilidade e capacidade de fazer isso até não dar mais. Para finalizar, você tem algo a dizer para o público brasileiro? Obrigada! É sempre uma honra vir tocar no Brasil. Eu estou muito feliz por estar nesse país incrível com essas pessoas lindas. Já estive em Porto Alegre, Búzios, Rio de Janeiro, Floripa e agora São Paulo. Gosto muito da energia da pista. ■
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discoteque 23 junho 2012
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gremio atiradores novo hamburgo Um dos eventos mais queridos pelo público gaúcho está de volta para consolidar o Vale dos Sinos como um dos expoentes do cenário nacional. Após completar um ciclo de sucesso e mudanças, a REUNION - já eleita a melhor festa de e-music do RS – apresenta uma edição temática sob o comando de grandes atrações. Com a música de vanguarda sob forte influência da dance & disco, vamos fazer uma viagem e relembrar os bons tempos que deram origem a e-music. Vem aí, REUNION DISCOTEQUE: prepare-se para dançar como se a pista fosse sua.
collective
paulo pires. bubba. leo janeiro TECHGROOVES
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3PLUS / WARUNG / ASQ2QUIT
rapha costa. love kick. SENSE / REUNION / LOVEKICK
SAIBA TUDO EM:
WWW.REUNION.ART.BR
PUBLIEDITORIAL
simplesmente...
khainz!
Com a riqueza em misturas que o acompanham desde o início do projeto, o DJ e produtor suíço se consagra na cena techno mundial lançando o álbum “Simple as That” por Mariana Faria
Khainz é único, seja na predominância de seu nome em buscas no Google ou nas características de seu techno envolvente. Natural de Lucerne, na Suíça, ele garante o seu lugar ao sol com uma capacidade de surpreender a cada trabalho lançado.
Para baixar
Khainz - Simple as That Echoes Records Khainz & Alok - Luzern (incluindo o remix de Louie Cut) Strict Recordings Format: B - Socks and Sandals (Khainz remix) Formatik Khainz - Another Day (incluindo o remix de Manuel de la Mare) (Hotfingers/303Lovers remix) Khainz – ABC8 (DJ PP) Rusted D-Unity - Boxshaped Room (Khainz remix) Rusted Simon Slice (Novo projeto de Simon Schwendener) – Not That Easy Circle Music
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alcançado o sétimo lugar no ranking geral. E já foi apoiado por nomes como Umek, Format: B, Sébastien Léger, Mark Knight, Spartaque e Dyno, só para citar alguns, em seus rádio shows e DJ sets.
Simon Schwendener, o nome por trás do projeto, iniciou suas atuações como DJ em 1996. Fã assumido do techno, vertente que considera de extrema variedade e liberdade de experimentações, ele vem desde 2004 se aventurando nas produções entre 125 e 128 BPMs e deixando a sua forte marca na cena eletrônica.
A irreverência e talento do artista também lhe renderam o patrocínio do Monster Energy Drink, marca que o acompanha desde o início do ano. Khainz é o único artista da música eletrônica a ter esse apoio, representando o energético que também inclui Michael Schumacher, Valentino Rossi, Rob Dydek e Ken Block, entre outros, em seu time.
Em 2009 lançou o seu primeiro álbum, “Modul8”, que acabou se tornando um marco na cena eletrônica global. Sua combinação de techno, house progressivo e grande influência do minimal recebeu inúmeras críticas positivas e o apoio de conceituados DJs e fãs em todo o mundo.
Com agenda lotada, ele viaja pelos cinco continentes mostrando o seu trabalho, enquanto nos períodos de folga se fecha diariamente em estúdio, a sua grande diversão. No Brasil é representado pela agência Season Bookings, dos mineiros Max Grillo e Vitor Falabella.
Desde então produziu uma série de tracks lançadas em grandes labels como Sprout, Echoes, Tribal Vision, Plastik Park, Iboga, Digital Structures e Rekluse, e atualmente colhe os frutos do seu novo álbum, “Simple as That”, disponibilizado no início de abril pela Echoes Records, dessa vez com uma pegada mais House.
Sempre em busca de evolução e novos desafios, o produtor atualmente tem também lançamentos em parcerias com Alok e remixes de Format: B e D-Unity, além de tracks remixadas para as labels Hotfingers/303Lovers e DJ PP.
O seu trabalho de nove tracks exclusivas e de autoria própria em poucas semanas conquistou a primeira posição no Top 100 do Beatport nas categorias techno, minimal e tech-house,
Fugindo de fórmulas prontas, Khainz afirma, mais uma vez, o valor da criatividade e excentricidade na música eletrônica, com sua capacidade de se reinventar a cada batida. E, definitivamente, que veio para ficar! ■
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FEEL THE GROOVE
Fotografia: Divulgação
mosey
Pierre Sarkozy acaba de realizar a terceira turnê pelo Brasil e faz questão de ser anunciado pelo nome artístico Mosey por Gabriel Macarofq Poucos sabem que Mosey tem uma experiência em composição e produção musical que vai muito além de sua atuação como DJ. Entre seus feitos recentes, está o jingle para a campanha publicitária do 118712 (número de informações gerais na França), transmitida por todo o país durante três anos, além da produção do tão aguardado disco de volta de Doc Gyneco, o artista de rap mais vendido na França, que atingiu a marca de mais de 1,5 milhão de cópias vendidas de seu primeiro álbum e a trilha sonora de um filme com mais de 1 milhão de expectadores. Ele mostra, assim, que seu talento está muito além do simplório título de filho do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy.
O que a música representa para você como produtor e DJ? Quando comecei a compor, produzia hip-hop e house music, mesmo porque estávamos na década de 90 e eu era muito influenciado pelo house francês, que naquela época estava em franca evidência por conta de artistas como Cassius, Daft Punk, Etienne de Crécy e Alex Gopher. Atualmente produzo basicamente house, mas sempre procuro ouvir e me atualizar sobre outros estilos como soul, hiphop, electro e até mesmo música clássica e música da Córsega [ilha do Mediterrâneo administrada pela França, de onde vem a família de sua mãe].
me comoveu foi o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Em tour pelo Brasil pela terceira vez, realizada neste mês de junho, Mosey concedeu esta entrevista para a Groove DJ Agency antes de se apresentar no Green Valley durante o feriado de Corpus Christi.
“Esse codinome foi uma solução para que eu pudesse ir aonde quisesse sem ter medo de ser julgado de forma errada”
Em muitos sites da internet você é descrito como o “DJ mais caro do mundo”. Como encara esses “títulos” que as pessoas criam para descrever você? Sem dúvida, esse título mostra que essas pessoas estão completamente mal informadas. Infelizmente estou muito longe de ser o DJ mais caro do mundo [risos]. Sei que faz parte do jogo escutar coisas erradas a respeito de si mesmo, e embora isso não seja agradável, tento aceitar a situação e manter meu foco no lado positivo disso tudo.
Como surgiu o seu nome artístico Mosey? E qual é o seu significado? Bem, eu comecei a fazer música com 14 anos, e desde cedo não me imaginava ser conhecido como um artista utilizando meu nome real, pois certamente chamaria a atenção pelos motivos errados. A expressão “to mosey on” em inglês significa evoluir, celebrar, o que representa uma boa forma de encarar a vida. Quais são as diferenças entre o Pierre Sarkozy e Mosey? Podemos dizer que o Mosey vive a vida que Pierre deseja viver ou é apenas um personagem, um nome artístico? No início, realmente tudo acontecia assim. Esse codinome foi uma boa solução para que eu pudesse viver a minha paixão pela música da forma que queria, e também ir aonde eu quisesse sem ter medo de ser julgado de forma errada. Mas quando me tornei uma pessoa pública, minha real identidade foi revelada. De qualquer forma, hoje posso dizer que Pierre Sarkozy e Mosey são finalmente uma única pessoa. Já não tenho mais receio de ser visto pelos outros de forma inapropriada.
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Quais são os nomes que mais te influenciam na produção musical, e por quê? Sem dúvida a soul music exerce uma grande influência sobre mim, com artistas como Stevie Wonder, Marvin Gaye, Donny Hathaway. Mesmo produzindo música eletrônica, sempre tento incorporar elementos da soul nas minhas produções. Procuro compor faixas que possam realmente mexer com a emoção das pessoas. Como Salvador Dalí disse uma vez: “Tudo me influencia, mas nada realmente me muda.” Esta não é a sua primeira tour no Brasil. Em sua página no Facebook, você tem um álbum de fotos intitulado “Pensamentos brasileiros”. Qual a sua impressão sobre o Brasil? Sim, é verdade. Esta é terceira vez que me apresento por aqui, e posso dizer que este país é realmente um dos lugares que considero como especial. Se tiver que destacar algo sobre o povo brasileiro, certamente seria a sua bondade. Desde criança, sempre sonhei em visitar o Brasil. Um dos lugares que mais
Você está prestes a se apresentar pela primeira vez no Green Valley, junto com Arno Cost. Qual é a sua expectativa para essa noite? Não tenho como não dizer que estou emocionado e ansioso para tocar lá logo mais, junto com o Arno. Esta será também a primeira vez que tocaremos juntos. E o melhor é que será no Brasil, onde as pessoas são muito mais intensas quando vão às festas, não importa o club. Vejo que elas gostam de festejar, celebrar a vida, estão abertas para as novidades e não estão apenas preocupadas em serem notadas pelos outros, como ocorre em alguns países.
O que podemos esperar do Mosey nos próximos meses? No que você tem trabalhado como DJ e produtor? Bem, estou trabalhando em novas versões e remixes de clássicos do house e no meu primeiro EP, que está programado para ser lançado no mês de setembro. As faixas seguirão um estilo musical que definiria como house francês 2.0 [risos]. Infelizmente não posso dar mais detalhes no momento, pois poderia estragar a surpresa, mas mesmo assim vou antecipar que uma das faixas terá um sample brasileiro! ■ PIERRE SARKOZY É ARTISTA EXCLUSIVO NO BRASIL DA GROOVE DJ AGENCY facebook.com/djmosey www.groovedjagency.art.br
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BRUNA CALEGARI
Fotografia: Divulgação
festivais x clubinhos
É provável que você, caríssimo leitor(a), seja você DJ, promoter, apreciador de música ou até um desavisado que pegou esta revista pela primeira vez, tenha conhecido a música eletrônica através de um superclube ou festival. Acertei? Se não, você é um caso raro. Grandes eventos são mobilizadores de cultura e diversão e atraem pessoas para suas enormes estruturas, multidões, painéis de LED e pelo simples evento em si: a festa. É interessante observar como festivais se proliferam em países em franco desenvolvimento, como é o caso do nosso Brasil – e como foi o caso dos EUA e Inglaterra, por exemplo, nos anos 90, visto que os festivais espelham, antes de tudo, o poder aquisitivo do povo que os hospeda. Assim como superclubes, os festivais são locais onde o público tem a certeza de que o valor de seu ingresso será revertido em diversão e entretenimento. Não à toa, os nomes que encabeçam estes eventos possuem a magnitude necessária para atrair o grande público: Fatboy Slim, New Order, Kraftwerk, Justice e por aí vamos. Por esse motivo, muitas pessoas comparecem a determinados festivais sem saber realmente o que esperar dos artistas presentes nos line-ups e podem ficar muito desapontadas (ou, por outro lado, surpreendidas) com o que assistirem.
conseguir tocar cada presente e fornecer a cada ser um momento especial, único. Nos pequenos clubes, a proposta deve ser distinta dos festivais: experimentar, descobrir o que realmente é bacana para cada um, divertir-se genuinamente, dar uma pausa na corrida realidade. Afinal, uma balada deve ser uma experiência bacana. Portanto o clube é tão (ou mais) importante quanto os festivais, e a presença desses pequenos organismos é talvez o maior termômetro da evolução da cena eletrônica do que a quantidade de festivais que uma cidade consiga hospedar. Pois se é em grandes festivais que se conhece determinado estilo musical em meio a diversos, é nos clubes que se abre a oportunidade de aprofundamento, seja conhecendo pessoas que possuem gostos em comum ou assistindo a DJs que tocam o que você mais gosta. Com dinheiro no bolso e muito a explorar, é importante para o jovem baladeiro saber com que intuito se vai para um clube ou festival. Esperar, de uma balada, sensações incríveis e investir nela quantidades exorbitantes de dinheiro faz pouco sentido, sendo que é um reduto, um local de frequentação semanal, que talvez não apresente tantas novidades. Já em festivais para os quais muito precisam se deslocar de suas cidades e gastar uma boa grana para ver vários artistas de uma só vez, é raro conseguir aproveitar cada minuto de uma apresentação e dar a atenção necessária a novidades, visto que a correria de tenda em tenda e compra de bebida longe da pista, por exemplo, deixam o ritmo muito mais frenético.
Festivais se proliferam em países em franco desenvolvimento, como é o caso do Brasil e como foi nos EUA e Inglaterra, visto que espelham o poder aquisitivo do povo que os hospeda
É de se esperar que, se um país recebe grandes festivais, ele deve ter seu share de clubinhos, certo? São eles, afinal, que estão por perto quando você quer se divertir com seus melhores amigos e curtir uma noite daquelas. O intuito deste texto não é estabelecer que tipo de experiência é a melhor, nos festivais ou nos clubes, mas ressaltar a importância de ambos para o desenvolvimento de uma cena bacana e principalmente para a diversão de seus frequentadores.
Em grandes festivais e também em superclubes, uma característica é sempre presente: a música tocada neles é música para a massa. Mãos pra cima, luzes fortes e batidas estimulantes são facilmente encontradas nas enormes pistas com capacidade para mais de 5 mil pessoas. Nesses locais, o que vale é a diversão sem fim, as sensações e o prazer de centenas de pessoas ininterruptamente. Independente da comercialidade do festival, os artistas que se apresentam em grandes palcos devem primar pela diversão de um público enorme, o que acarreta em menos experimentação, mais fórmulas prontas, mais hits, e mais forte, mais rápido. Já em clubes, o DJ se apresenta perante uma pequena audiência que fica cara-a-cara com ele, e a missão é pouco mais complicada: ele deve tocar individualmente para cada pessoa na minúscula pista de dança. Deve
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Analisando os prós e os contras, fica mais simples decidir qual é o local que atrai mais a atenção de cada um, pois cada pessoa tem suas preferências. Aliás, eventos de grande porte com artistas mais underground e clubes com DJs conhecidos por suas apresentações para a massa também têm se tornado alternativas muito mais frequentes, criando experiências legais para todos os públicos. Não é incrível? Um grande festival ou seu clube local: você escolhe como prefere se divertir e qual ambiente combina mais com o seu estilo. Agora é só ficar ligado e preparar-se para a balada! E aí, já decidiu qual será a próxima? ■
Bruna Calegari é publicitária, co-fundadora da Hot Content Mídia e Conteúdo e responsável, entre outros projetos, pela Revista Warung. brunacalegari@hotmail.com
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Lançamentos
Imagens: Divulgação
Wehbba & Antonio Eudi The Real Thing
Soulfire (Alec Araújo)
Eris
Selo Soulfire Downloads
Selo Toolroom Records
Antonio Eudi e Wehbba são dois grandes produtores brasileiros e que gozam de respeito fora do país. Não por acaso assinam um recente lançamento pelo Toolroom Records, comandado por Mark Knight e considerado um dos maiores selos da house music mundial. Eles lançaram “The Real Thing” na véspera do verão europeu e mirando na força que a estação tem junto à música eletrônica – geralmente é a época em que os grandes hits mundiais aparecem. A faixa conta com os típicos ingredientes de uma boa track de house: vocais, alguns elementos percussivos e uma levada empolgante e alegre, perfeita para pistas “quentes”. Provável sucesso na temporada europeia. João Anzolin
Um dos expoentes da cena gaúcha, Alec Araújo é um dos responsáveis por remixar a faixa “Eris”, de Lee Eger, também conhecido como Soulfifre. O produtor e dono de selo australiano de mesmo nome lançou o EP “Eris” com remixes de nomes do porte de Hernan Cattaneo, Soundexile, Marcelo Vasami e Araújo. O brasileiro fez um trabalho primoroso e à altura dos demais artistas que também participam do lançamento. Progressivo de primeiríssima qualidade, emotivo e envolvente. Alec esbanja talento no remix e mostra que a vertente progressiva do house segue viva e com ótimos representantes na América do Sul. João Anzolin
Life Is A Loop
Gutto Serta
Selo Cr2 Records
Selo Greelpound
Life is a Loop
Depois de alcançar sucesso absoluto mundo afora, os Peçanha, Leozinho e Paciornik lançam seu primeiro álbum autoral. Composto por doze faixas, o desafio do trabalho é transpor a atmosfera energética das apresentações do LIAL para um álbum. Faixas como “Rockit Baby”, “Malagaso” e “Avalon” mostram coerência com o som feito pelo trio, enquanto outras como “Venice Beach”, “Stars” – essas duas carregadas com vocais femininos cansativos – e “Only One” ficam próximas demais dos hits que são tocados a exaustão nas rádios. Como um todo, o álbum de estreia pode não ser brilhante, mas é uma boa mostra de que o trio tem potencial para empolgar não apenas ao vivo. Basta acreditar na sua autenticidade. MARCELO BITTENCOURT
Erik Christiansen (Fabo & HNQO remixes) Cosmic Lady
Let You Go
O curitibano Gutto Serta é mais conhecido como o percussionista da dupla Hands Up Live. Porém, ultimamente ele tem se dedicado à produção, desta vez em formato solo. Seu EP “Let You Go”, que acaba de ser lançado no Beatport, é composto por duas tracks distintas: em “Let You Go” uma levada mais tímida é acompanhada por alguns elementos percussivos e por vocais suspirantes, criando um belo deep house clássico. Já a segunda track do álbum, “Hey Brotha”, possui uma pegada mais intensa e ainda mais elementos percussivos lembrando sonoridades de selos como Hot Creations ou Crosstown Rebels. O EP foi lançado em maio pela label Greelpound. Bruna Calegari
Deepcoder
City And ForesT Selo Punch Underground
Selo Playperview
O EP “Cosmic Lady” é composto por uma faixa original do produtor Erik Christiansen, que divide seu tempo entre Manchester e Shangai, onde mora. A track original possui um baixo com muita personalidade e groove sutil. Já os remixes do álbum ficaram por conta de dois brasileiros que estão em alta no mercado da produção: Fabo e HNQO. Em sua versão de “Cosmic Lady”, intitulada “Ever There Mix”, Fabo optou por uma abordagem mais melódica e futurística. Já HNQO levou a track mais próxima às raízes do deep house, adicionando um kick mais ritmado e elementos que lembram funk, utilizando menos o vocal original – a versão é chamada “Athmospump Mix”. Bruna Calegari
Rafa Nacle
BRUNO BE
Selo South B Records
Selo Conya Records
Television
Com apenas 19 anos, o produtor Rafa Nacle, já tem formação na Academia Internacional de Música Eletrônica (AIMEC) e faz parte da nova safra de produtores brasileiros. Começou com o pé direito em seu primeiro EP, “Television” que traz o melhor do deep house de forma bem dançante, com melodias suaves, subidas agressivas e a famosa acid bassline. Este EP apresenta duas tracks inéditas: “Television” e “Colours”. Mateus B.
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Nascido em 2009, o duo de Florianópolis formado por Márcio Aurélio e Thiago Schmitz começou diferente do habitual, produzindo músicas próprias antes mesmo de se apresentarem como DJs. O EP “City And Forest” vem com três faixas de tech house puro. “Overtime” tem um break hipnotizante que vai crescendo até um rápido vocal antes de quebrar nas batidas 4x4. “Tribal Instinct”, como o nome sugere, traz elementos do tribal a esse tech house pegado. A última faixa “Club Fiction” mantém a coerência do EP com batidas gordas e envolventes. Ricardo Lin
A COLLECTIVE IMPROVISATION Lançado pela Conya, o EP “A Collective Improvisation”, de autoria de Bruno Be, está impossível de não entrar no case dos apreciadores de um bom deep house. A primeira faixa que dá o nome ao disco leva a um gostoso e suave som regado a acordes de baixo lembrando blues, perfeita para um bom warm-up ou um Garden no Warung. A faixa seguinte é um remix com a pegada disco da faixa “A Collective Improvisation”. “Out There” passeia por BPMs mais lentos com o mesmo conceito da anterior. A faixa “Have A Nice Sunday” é a própria tradução ao pé da letra, ideal para se ouvir à beira-mar. ricardo lin
CARLO DALL ANESE
O caso do padrinho Uma das coisas que mais ajudam, ou talvez a coisa mais importante na carreira de um DJ é a figura do padrinho. Parece óbvio, mas muita gente não dá o devido valor e passa uma vida, uma carreira inteira tentando em vão ter sucesso e respeito. Praticamente todos os casos de sucesso tiveram padrinhos, pessoas que, intencionalmente ou não, ajudaram na carreira e na formação do DJ ou produtor. Alguém aqui já ouviu falar em Alesso e Nicky Romero? Esses são casos recentes do clássico apadrinhamento. Alesso é da mesma família de Sebastian Ingrosso, e depois que este o deu a chance de fazer remixes (além de falar pelos cotovelos sobre o cara), ele esté com um hype enorme. Indo pro alto e avante. Já Nicky Romero fez, sozinho, grandes tracks que estouraram meio que organicamente no Beatport, mas somente depois que David Guetta pegou o cara para criar que ele arrebentou a boca do balão mesmo. Alguém duvida que se esses caras estivessem no Brasil, sem padrinhos e distantes da cena, eles estariam bem aquém do que eles estão hoje? Portanto, caro DJ, pode acreditar nesse preciso conselho, com as devidas proporções. Tenha seus próprios padrinhos (não queira correr atrás do Guetta como padrinho, vai ser mais difícil conseguir), DJs locais em que você se espelhe e una forças. Ninguém nesse mundo faz nada sozinho. Só não se esqueça de olhar para trás e reconhecer quem inicialmente ajudou e estendeu a mão para você. Pior do que a falta de sucesso é a falta de gratidão e reconhecimento.
Ser DJ não é fácil Frases que definem bem a rotina dos DJs: “A gente não cobra para tocar, cobra para chegar até a gig” e “O trabalho na noite da gig é a recompensa do trabalho durante a semana.” O trabalho de um DJ de destaque é tão ou mais desgastante do que o de pessoas que têm empregos em escritórios ou empresas. Na agência que me empresaria, por exemplo, as pessoas do escritório trabalham de segunda a sexta, em contato direto comigo e eu trabalhando junto full-time, mesmo estando fora do escritório. Aos finais de semana, todos descansam e cuidam de suas vidas enquanto nós DJs vamos trabalhar! Uma pequena descrição do exato momento em que escrevo esta coluna: é segunda-feira, vim de quatro gigs consecutivas no feriado, cheguei ontem em casa, hoje não saí do computador. Amanhã eu saio de casa, toco à noite, faço uma filmagem na quarta e outra na quinta, viajo à noite, sexta e sábado também. Chego em casa moído no domingo e aí começa tudo de novo. Portanto, saibam a vida dos DJs não é nada fácil, o trabalho é intenso e desgastante. Mas quer saber? Não troco essa minha vida por nada desse mundo! Quer moleza? Só sentando no pudim!
Carlo Dall’Anese é DJ há 23 anos. Eleito duas vezes o melhor do Brasil, é também músico, produtor e ministra tutoriais sobre tecnologia. carlo@bsidedjs.com.br
Sua vida pode mudar Sim, surpresas acontecem e não estão só reservadas aos outros. Você também pode ser agraciado com uma maré de sorte e alguém subitamente pode descobrir seu talento. Um tweet recente do Afrojack me chamou a atenção. Ele disse em uma série de tweets que cinco anos atrás ele morava com a mãe, trabalhava de garçom para ganhar um troco e fazia músicas no headphone em seu quarto. No post seguinte ele disse que estava dentro de uma limousine indo pegar um jatinho particular para uma reunião em Los Angeles, para onde voltaria no mesmo dia para tocar a noite em Las Vegas. Mas disse que continua fazendo música no headphone! Isso me fez lembrar que, mesmo recebendo muito mais pelo meu trabalho, continuo fazendo as coisas da mesma maneira que fazia há duas décadas, com um amor e um tesão inacreditável! Em suma, acredite e faça seu trabalho com paixão e amor. Com esses ingredientes a coisa pode demorar, mas eventualmente o sucesso chega. O importante é continuar sendo feliz fazendo o que você faz.
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DICAS DA ANGEL
por Angel Inoue América gourmet O hambúrguer deixou de ser lanche rápido e se transformou em item gourmet em muitas casas. Restaurantes especializados em hambúrguer pipocam por aí com visual elegante e moderninho. Em São Paulo, além do Chez Burger, são famosos os do Ritz, da Lanchonete da Cidade e The Fifties. Até o Sujinho, tradicional pé sujo da cidade, abriu um espaço especialmente dedicado à típica comida americana. Ótimo para o pós-balada.
Boa leitura O novo livro de Michael Houellebecq, “O Mapa e o Território”. Retratando a si mesmo como personagem (com auto-deteriorização), o francês faz uma grande crítica ao mundo contemporâneo. Ele ganhou o prêmio master da literatura francesa pela obra.
Flagship artística A fachada da Galeria Melissa sempre é um espetáculo à parte para quem passa pela Rua Oscar Freire. Entre comprinhas e cafés, vale um pit stop na flagship da marca, ao menos para conferir o trabalho da artista britânica Julie Verhoeven, que estampa as paredes externas da galeria. Badalada no mundo artsy, Julie estagiou no estúdio de John Galliano, já criou estampas para Louis Vuitton, Mulberry, Versace e Lancôme.
Novo paraíso Depois de muitos imbróglios, o shopping JK está previsto para abertura no dia 30/5. Sob tutela do Grupo Iguatemi e supervisão de Carlos Jereissati Filho, o novo templo do consumo de luxo só esperava decisão judicial para seu lançamento. Fãs da joalheria Van Cleef & Arpels e das bolsas Goyard podem comemorar! O shopping também terá Topshop, Sephora, Lanvin, Burberry e Chanel.
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Clássico para rever Uma atriz do cinema mudo que foi tirada do jogo perverso de Hollywood vive reclusa em sua mansão em Sunset Boulevard – ou “Crepúsculo dos Deuses”, como diz o título em português. Excêntrica, egocêntrica e iludida ao próprio status de estrela, a personagem é ao mesmo tempo triste e trágica. O filme da década de 50 choca pela loucura e atualidade do tema. Gloria Swanson está maravilhosa.
lounge
*
por Luis Maida
Fotografia: Tadeu Brunelli
lounge*travel Turismo lifestyle. É exatamente isso que a revista lounge* travel deseja oferecer aos seus leitores. Roteiros diferentes, exclusivos e requintados. A revista é tão diferenciada que seu lançamento não poderia ser em um lugar comum. O evento aconteceu em Lisboa (Portugal), terra famosa por sua culinária e por possuir pontos turísticos belíssimos e únicos, no último dia 31 de maio. A festa foi realizada no bar que fica na cobertura do Hotel Mundial e contou com a presença de muita gente importante, como a diretora comercial e administradora do hotel, Carla Maximino. Os convidados puderam desfrutar de uma vista magnífica da capital portuguesa. E quem foi não ficou nem um minuto parado, pois o lançamento contou com a presença do DJ Renato Ratier, um dos nomes mais conceituados no Brasil quando o assunto é house music, além de ser dono de um dos melhores clubs do mundo, o D-Edge, que já chegou a alcançar o nono lugar no top 100 da DJ Mag inglesa. Com todas essas atrações, a festa não poderia deixar de ser um sucesso. A revista lounge* travel foi admirada por todos os presentes e muito elogiada.
A lounge* travel ainda traz aos seus leitores entrevistas exclusivas com grandes nomes do turismo internacional. Como, por exemplo, Pedro Ribeiro, diretor de marketing da famosa rede de hotéis Dom Pedro, muito conceituada no seu país, Portugal, e em vários outros lugares do mundo por oferecer serviços exclusivos em lugares magníficos. Outro entrevistado foi o Mario Carvalho, diretor geral da TAP Portugal para o Brasil e a América do Sul. Ele comentou, com exclusividade, os motivos para o aumento significativo de turistas brasileiros em terras lusitanas e sobre as perspectivas dessa companhia aérea na indústria do turismo. ■ A revista já pode ser encontrada nas melhores bancas do país.
Não poderia ser diferente, afinal essa primeira edição está recheada de locais interessantes que valem uma visita. A matéria de capa é um verdadeiro paraíso localizado na imensidão do Oceano Atlântico, o arquipélago dos Açores. São nove ilhas que parecem feitas sobre medida para todos os gostos, inclusive aqueles mais exigentes. O local carrega muita história. Toda a arquitetura do arquipélago foi preservada para manter a essência do território, que começou a ser povoado em 1439. Já pensou ir ao último lugar habitado do mundo? A lounge* travel foi atrás e fez uma matéria exclusiva sobre o “fim do mundo”. Localizada a 3.496 km de Buenos Aires e protegida ao Norte pelos Andes Fueguinos, uma grande muralha natural, a cidade de Ushuaia indica que realmente é o último lugar com pessoas do planeta. Depois de lá, há apenas o continente Antártico, a 1.000 km de distância. www.housemag.com.br
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CLUB NEWS
pacha portenha reabre as portas
Decoração mediterrânea, aura baleárica e as famosas cerejas parecem ter se firmado de vez na América Latina. De Ibiza para o mundo, agora é a vez de Buenos Aires ganhar uma Pacha totalmente renovada por Sarah Kern
Pacha Buenos Aires DJ residente Marcos Paz
pista externa Chamada La Terraza, tem um estilo mais moderno ao começar a noite. Já ao amanhecer o espaço é voltado para sons baleários, no melhor estilo de uma filial de Ibiza. Para a alegria dos festeiros, fica aberta até às 11h da manhã.
capacidade 4 mil pessoas
dias Todos os sábados
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Hoje o Brasil é a bola da vez na América Latina, mas nem sempre foi assim. Enquanto nossa malha de clubs e superclubs ainda estava em plena formação, Buenos Aires tinha um público fiel e sedento por música. É certo que ter Hernan Cattaneo como porta-voz daquela geração ajudou e muito, levando a alcunha argentina mundo afora e marcando, assim, uma época importante para os portenhos fissurados por música eletrônica. Há 15 anos a Pacha está presente por lá acompanhando essa evolução. No dia 31 de março, porém, o club reabriu completamente renovado, sob o comando do badalado empresário argentino Victor Stinfale. É de praxe que todas as filiais da Pacha tragam uma aura mediterrânea, fazendo jus à famosa matriz de Ibiza. As casas mais recentes abriram Goiânia e Lima, no Peru, todas assinadas pela Indústria de Entretenimento, empresa que detém a representação da marca na América Latina. Mas o posicionamento da versão portenha, localizada em frente ao Rio de La Plata, carrega uma atmosfera baleárica sem igual. Nos verões, as noites são ainda mais especiais – beber um drink e dançar ao som da famosa pistinha La Terraza, a céu aberto, dão a impressão de se estar à beira do mar. Para aqueles que planejam passar uns dias em Buenos Aires, uma passada por lá é obrigatória. www.housemag.com.br
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Pacha Festival vem aí! Após um estrondoso evento realizado em Amsterdã no dia 19 de maio, foi confirmado que o próximo Pacha Festival acontecerá em terras brasileiras. A notícia foi dada pelos empresários Leo Sanchez e Eduardo Vitale, ambos da Indústria de Entretenimento, que foram até a capital holandesa presenciar o festival, montado em Java Island, uma ilha de 15 mil metros quadrados conectada à cidade por uma ponte. O primeiro Pacha Festival contou com cerca de 25 nomes, entre eles Luciano, Pete Tong, Bob Sinclair e Sander Kleinenberg. A edição brasileira ainda não tem atrações ou local confirmados, mas acontecerá no dia 13 de abril de 2013, de acordo com os empresários da Indústria, responsável pela marca no país.
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REAL TIME
skol sensation 2012
por Tatiana Stock
Estivemos no evento mais bacana do ano com uma cobertura em tempo real! “Celebrate Life With Beats” foi o tema da festa interativa que reuniu mais de 40 mil pessoas vestidas de branco na quarta edição do Skol Sensation. A pista de dança foi um palco montado dentro de uma pirâmide gigantesca que foi desvendada aos poucos durante a noite. Girando 360 graus, os DJs puderam ser vistos por todos os presentes. A dobradinha inovação e modernidade sempre foi marca registrada do Skol Sensation, mas desta vez a festa superou as espectativas. E para melhorar, um line-up astronômico: Dennis Ferrer, Armand Van Helden, Fedde Le Grand, Joris Voorn e 2000andOne, Mr. White e o brasileiro Wehbba comandaram a pista até 6h da manhã. A House Mag esteve por lá e publicou cada detalhe em real time pelas redes sociais.
Acesse em: @housemag House-Mag
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1. Abertura
O anfitrião do evento Mr. White foi aos poucos ganhando a pista e criando a atmosfera Skol Sensation. Entre suas batidas deep e tech-house, soltou samples com as frases “This is My House” e “I am the Creator”.
2. Limosine
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Alguns dos participantes que frequentaram a Mansão Skol Sensation foram ao evento de helicóptero, limousine e limobus. A da foto tem capacidade para 12 passageiros. Puro glamour!
3. Início da festa
Efeitos especiais de lasers e iluminação mesclados a fogos de artifício transformaram a cenografia do evento a cada apresentação.
4. DJ Fedde Le Grande
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As palavras do holandês Fedde Le Grand antes de subir no palco giratório e apresentar uma miscelânea musical: “Vou explodir essa pista!”
5. Pânico
Dois dos personagens do programa Pânico na Band estiveram no evento, Márvio Lúcio e Guilherme Santana. Ambos demonstraram seu amor pela House Mag.
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6. Bar na pista
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A galera que trabalhou no bar não parou um minuto. Mesmo com a grande quantidade de público não houve grandes filas na hora de pegar bebida.
7. Luvinha verde
Interação foi a palavra chave do evento que distribuiu cerca de 80 mil luvas que brilharam no escuro e coloriram a festa.
8. Bebida secreta
As gatas do Beats Club ofereceram a bebida exclusiva do Skol Beats em copos negros, que nada mais era do que a cerveja na versão 6,9% de álcool.
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9. Pista em vermelho
Armand Van Helden fez o main floor tremer com a track “Barbara Streisand”, de seu projeto Duck Sauce
10. Amigas de Curitiba
As amigas Jéssica Duarte, Luana Lemos e Thatiane Marques estiveram pela primeira vez no evento e já confirmaram a presença em 2013!
11.Sala secreta
O Dubshape foi uma das duplas que deu vida ao Beats Club, criando uma atmosfera intimista e mais club no ponto mais misterioso da noite.
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12. Final da festa
Wehbba, o único brasileiro do line, encerrou a edição 2012 às 6h da manhã com techno, house, grooves e vocais. www.housemag.com.br
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Automotor
por Dinho Leme
Mark Webber é o sexto piloto diferente a vencer em 2012 A sexta etapa da temporada 2012 da Fórmula 1 rendeu o sexto piloto diferente a vencer uma corrida este ano. Com vitória de Mark Webber, da RedBull, agora o grupo é composto por Jenson Button, da McLaren, Fernando Alonso, Ferrari, Sebastian Vettel, Red Bul, Pastor Maldonado, Williams e Nico Rosberg, da Mercedes. O campeonato que está extremamente disputado é liderado pelo espanhol da Ferrari com 76 pontos, 73 para Vettel e Webber. A próxima corrida será no dia 10 de junho em Montreal, no Canadá.
Hellmeister/Laganá lideram GT4 e Márcio/João Campos no MBGC Com uma vitória e um terceiro lugar a dupla Alan Hellmeister e Sérgio Laganá, de Aston Martin Vantage chegou aos 66 pontos e vem na frente na disputa pelo título da GT4. Fábio Greco e Valter Rossete, de Maserati Gran Turismo MC, estão em segundo com 49 e Leo Cordeiro, de BMW M3, em terceiro com 49. No MercedesBenz Grand Challenge os campeões de 2011 João e Márcio Campos se isolaram na liderança com duas vitórias em Curitiba. Com 77 pontos, estão seis à frente de Fernando Júnior e 21 de Cesare Marrucci.
Mercedes-Benz SLS AMG vence etapa da GT3 em Curitiba Duas corridas e duas vitórias para o carro da marca alemã em Curitiba, no Paraná, sede da segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Gran Turismo. No sábado, a vitória ficou com Duda Rosa e Cleber Faria e, no domingo (27), Sérgio Jimenez e Paulo Bonifácio. No campeonato, Cacá Bueno e Cláudio Dahruj lideram com seu BMW Z4 com 69 pontos, seguidos por Rosa/Faria com 63 e os irmãos Wagner e Fábio Ebrahim, de Audi R8 LMS, em terceiro com 49. A próxima etapa será em Interlagos, São Paulo, nos dias 22, 23 e 24 de junho.
GT Premium com domínio do Ferrari F430 Raijan Mascarello e Felipe Tozzo, de Ferrari F430, venceram as duas corridas da categoria estreante da temporada no Brasileiro de GT. Com 60 pontos na disputa, os pilotos estão em segundo na classificação geral, com Andersom Toso e Carlos Kray, de Lamborghini LP520, com 64, em primeiro e Ramon Matias, de Dodge Viper Competition Coupé, 48, em terceiro.
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Pietro Fantin e Pipo Derani na Fórmula 3 Inglesa Os dois garotos brasileiros representando o país na Fórmula 3 Inglesa vêm tendo bom desempenho nesta temporada no velho continente. Brigando por vitórias, algo que Pipo conseguiu em Oulton Park, e outros bons resultados, como o segundo lugar de Pietro também em Oulton, a temporada ainda está no seu início e ambos prometem continuar buscando a disputa do título. A próxima etapa da categoria será em Rockingham, na Inglaterra, nos dias 9 e 10 de junho.
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feita de momentos
street style
Marianna Nogueira não deixou de lado a arquitetura, mas a paixão pela moda fala mais alto: ela acaba de inaugurar, ao lado da irmã mais nova, a marca de roupas Three Hearts. Gosta dos clássicos revisitados da Chanel e da mistura de estilos da Dolce & Gabbana, sem esquecer a facilidade das fast fashion. Já no Brasil, a catarinense é fã conceito da marca Maria Bonita. Fotografia: Gabriel Vanini
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Colete eu-mesma-fiz, camiseta Three Hearts, calça Jeanseria, sapatilha Pool e bolsa Authoria.
Camisa H&M, saia Forever21, sapato Arezzo e bolsa C&A.
“Look que uso em dias mais quentes do inverno, prático para dias corridos de trabalho. Adoro esse tom da bolsa, motivo pelo qual a considero uma peçachave no meu guardarroupas. A sapatilha com cores vibrantes dá vida ao look, o colete mesmo sendo usado com manga curta aquece e não me deixa passar frio. Já os tons pastéis são tendência e não ficam presos somente ao verão!”
“A transparência da camisa é sutil, o que não me impede de usar para compromissos durante o dia. Com esse look, ainda consigo estender para programas depois do trabalho, como happy hours. O sapato de salto médio me permite ficar muitas horas em pé com conforto, sem perder a postura. Gosto de misturar cores e estampas de maneira despretensiosa.”
Camisa Zara, saia Gabrielly e sandália Schutz. “Esta também é uma combinação que uso de dia e que pode se estender para a noite. Gosto de estampas descontraídas, que deixam o visual mais leve e feliz. Combiná-las com peças mais básicas e sóbrias equilibra o look e não deixa você ficar com cara de quem pegou emprestada da irmã pequena.”
Blusa e short Three Hearts, bota Minelli e colar Gabriela Faraco.
Camisa branca com cristais Swarovski pretos Urban Outfitters, saia Isabelita, bota Arezzo e bolsa Renner.
“Neste look usei blusa e short do mesmo tom, criando a ilusão de parecer ser uma peça só, um truque que uso para dar uma nova proposta a peças que uso com bastante frequência. Gosto muito também de misturar diferentes estilos num mesmo look, pois acredito que não devemos nos prender a um único estilo. Assim consigo exprimir mais da minha personalidade. No caso deste, optei por peças mais clássicas/sóbrias e acessório com referência rocker. Ideal para um coquetel ou uma festinha mais íntima.”
“Adoro a ideia de looks total branco não se limitarem mais ao verão ou a festas de fim de ano. Uso no inverno com frequência e acredito que funciona muito bem. Esta bota é meu xodó, desde que comprei uso quase todos os fins de semanas em que saio. Além de linda e confortável, gosto do jeito que ela “quebra” os looks, deixando-os mais descontraídos. A transparência tira a monotonia, valoriza a silhueta e permite jogar com sutiãs/tops de outras cores.”
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consumo
por Angel Inoue
Fotografia: Divulgação
Descansando os olhos Para viajar ou descansar os olhos em lugares calmos, nada melhor do que uma máscara de dormir. Esta protege os olhos da luz em excesso, além de esbanjar estilo. R$ 33,90 na www.tiendadesign.com.br
Toque design Para o Dia dos Namorados, a Imaginarium lançou uma linha completa de produtos voltados aos pombinhos. Com o vermelho como destaque, os objetos são apaixonantes. A luminária “&” une persnonalidade e design. R$ 299 na lojaimaginarium.com.br
Às casadoiras Para o dia mais especial na vida de uma mulher contemporânea, o vestido é só mais um complemento para os sapatos que ela gosta de exibir. Para não fazer feio no altar, a marca Jorge Bischoff lançou uma linha de sapatos exclusivos para as noivas. À venda no lojavirtual.jorgebischoff.com.br
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Hora histórica Inspirado no primeiro relógio de pulso criado, na época da Primeira Guerra Mundial. Desenhado por Michael Bastian em sua terceira coleção para a GANT em edição limitada, o relógio Wrist vem em duas versões – e cada um vem com três pulseiras que podem ser trocadas. Mais infos em www.gant.com.br
Vintage revisitado Que tal tocar suas músicas de forma moderna e clássica ao mesmo tempo? O toca-discos Gramophone Texas tem conector para cartões SD e USB, toca suas músicas em MP3, CD, vinil e sintoniza as rádios AM/FM. R$ 1.199 na www.fnac.com.br.
Cinco décadas Cinquenta anos se passaram após a morte da maior diva do século XX. Marilyn Monroe ganha inúmeras homenagens no cinema, teatro, museus e até no poster do Festival de Cannes 2012. Para os fãs inveterados, o box de edição comemorativa contém os 12 maiores sucessos da loura, além de um documentário contando sua trajetória. R$ 199 na Fnac.
Bico de jaca Os acessórios em bico de jaca, que foram sucesso no passado, estão de volta às mesas de jantar mais antenadas! Coloridas e divertidas, elas deixam qualquer recepção mais bela. A partir de R$ 19,90 a peça. www.camicado.com.br
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Com uma pitada de Lana del Rey, o inverno vem à la Versace anos 90, repleto de estampas, brilhos e pelos, peças curinga da estação. Fotos Diogo Pedro Direção criativa Jardel Edebran
Colete de pelos e shorts jeans Colcci, anĂŠis Clutch
Vestido Jo.Fashion para Pax, colar Pax, luvas e echarpe do acervo
Ela Legging Jo. Fashion e sweater Espaรงo Fashion (ambos para Pax), colar Pax e sapato Colcci Ele Jeans Colcci
Colar, jaqueta, calรงa e sapato Colcci, pulseira Pax
Ele Camisa Colcci Ela Vestido Juliana Silveira para Pax, anĂŠis Clutch e Juicy Couture
Vestido Jo. Fashion para Pax, colar Pax e anel Juicy Couture
Camisa Lov.it e saia Chocoleite (ambos para Pax), cinto Pax e anel Clutch
Styling Jardel Edebran (Azur Bureau) Assistente de styling Willian Welter Hair & Make-up Fernanda dos Santos Modelos Isabela Eing (Ford) Jhonathan Barbosa (DN Models)
O DEBUT
DA FESTA À FANTASIA DO TITE
Duendes, fadas, princesas, bruxas, palhaços, anjos e outros seres estiveram reunidos no último sábado, dia 26 de maio, no Trésor Eventos para conferir a 15ª edição da Festa à Fantasia do Tite. O evento teve assinatura da Clown Eventos e Prime, apresentação do energético Burn e patrocínios da Coca-Cola e Heineken. Já o line-up ficou por conta do duo britânico Hoxton Whores, da diva das pick-ups Ale Rauen, Fabiano Tamburus, o projeto Baldmen, que tem à frente Tite Clausi e Mario Deluca, Jeje x Stephan, LFerrari x Paulo Moraes, Daniel Costa x Biel, Felipe Desiderati x Diego Lima, Michel Godoy x Luka, Rogerio Animal x Alex Dias e o Vj Toshiro, que comandaram as pistas até o amanhecer. Fotografia: Gustavo Garrett e Clóvis Júnior (estúdio Gustavo Garret Fotografia)
Ale Rauen
Tite
Eliane Mezzare
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Alexandra Martins
Jennefer Siatkovski
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The 400 White Celebration
No dia 5 de maio, o projeto The 400 Club, dos sócios Alê Moreira, Rubens Nigro, João Carlos Joleta e Juliano Jacomino (do núcleo MOB), realizou sua primeira festa do branco, no World Trade Center Golden Hall, local inédito para festas em São Paulo. A festa foi criada há quatro anos e hoje conta com em média 2 mil pessoas por evento. Além das dançarinas, o destaque foram as atrações internacionais: Steven Lee e Sebastien Drums, além dos brasileiros Magui, a dupla City Sounds, Joleta, Gui Ferraz e Beto Abraão. Fotografia: Divulgação
Marcella Roca
Steven Lee
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Magui
Twice Nice
no Garden Music Festival
O duo carioca Twice Nice quebrou tudo novamente em Porto Alegre, desta vez no Garden Music Festival. Mais de cinco mil pessoas acompanharam a apresentação contagiante da dupla que não deixou ninguém parado. Já conhecidos e queridos na região, Victor Costa e Caio Andrade consideram Porto Alegre a segunda casa da dupla. Fotografia: Divulgação
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Warm-up Winter Play na Pacha
No dia 19 de maio Cedric Gervais e Pedro Cazanova levaram o público ao delírio durante o warm-up do Winter Play, na Pacha Floripa. Músicas como “Paradise” e “Save the World” não faltaram no set list dos DJs que fizeram a plateia dançar até o amanhecer. O esquenta do weekend de inverno mais aguardado da região ainda contou com a presença dos brasileiros Gromma, Marcio Techjun e Idee, na pistinha Terraza, assinada pelo D-Edge. Fotografia: Ângelo Santos
Flavia Cavasotti
Patrick Schreiber
Bianca Werle
Leonardo Ventura
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Camila Gapski e Carolina Fernandes
Chico Louco
Larissa Picler
Henrique Martini, Elimar Oliveira e Arthur Saito
Luciana Duarte
Luiza Barão
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XclusiV
no Sense Club
Exclusividade. Essa é a proposta do novo label que estreou no Sense Club durante o último dia 25 de maio. Com a ideia reunir apenas amigos e interessados por música, a primeira edição da XclusiV também lançou o Lovekick, um canal de troca de informações entre profissionais e frequentadores antenados que vibram nas pistas. Os DJs Rapha Costa, Juan Rodrigues, Mik Silva e Dbeat colocaram a galera pra dançar. Além disso, a noite contou com o Vitrine 3D, projeto em três dimensões comandado pela VJ July. Fotografia: Rodrigo Maus
Carline Roberta
Fabiana Kirsch, Yuri Trelha, Faiblan Ferreira e Fernanda Immich
Gabi Stein
Bruna Gasperin
Geison Todin e Rafaela Souza
Rapha Costa
Guilherme Machado da Silva e acompanhante
Juan Rodrigues e Mik Siva
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Life is a Loop na Inside
Durante a noite de 20 de abril, a Inside comemorou o aniversário da produtora em grande estilo. A sexta edição da festa consagrada no cenário mato-grossense apresentou a tour de dez anos do Life is a Loop, além do alemão Boris Brejcha como destaques da noite, que ainda reuniu outros 11 nomes nacionais. Sob o comando do promoter Palmiro Pimenta, o evento, realizado na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, voltou a surpreender o público que já aguarda ansioso pela Inside #7. Fotografia: David Borges
Boris Brejcha
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Arty
no Green Valley
O Green Valley apresentou uma balada pra lá de especial durante a noite de 19 de maio. A festa comemorou o aniversário do sócio da House Mag, Jorge Junior, e também da agência Brava Propaganda, de Blumenau. Mais de mil pessoas curtiram o som de Thiago Borges, em um coquetel exclusivo no Lounge GV, antes da abertura da casa. Depois, Thiago Borges, Morett’s e Mync, representado pelo inglês Mark Brown, formaram a sequência de artistas que esquentaram a pista para a grande atração da noite: o prodígio DJ russo Arty. Por fim, o projeto Ultramelt encabeçado por Jorge Junior e Alan Watkins fechou com chave de ouro a festividade. Fotografia: Adriel Douglas
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Kanio
no El Fortin
El Fortin segue fazendo o maior sucesso em Porto Belo, Santa Catarina. Durante os meses de maio e junho, o clubinho recebeu nomes como Gustavo Bravetti e Kanio. Muita gente bonita e animada agitou a pista e promete continuar movimentando o El Fortin. Nomes como Captain Hook (07/07), John Acquaviva (18/08) e Khaiz + Freakulizer (22/09) jรก estรฃo confirmados para comandar as prรณximas noites. Fotografia: David Borges
Chrizz Luvly
Dr Lektroluv
Kanio
Neelix
Ticon
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Tom Novy na Adore
Mais uma grande edição da Adore agitou Joinville. Realizada no dia 21 de abril, a festa recebeu dois big names da e-music. O alemão Tom Novy apresentou grandes hits em versões inéditas, além de suas novas produções, contagiando a pista principal da maior festa de house music da cidade catarinense. Já no Garden, o espanhol Dimitri Nakov fez um show a parte, mostrando como se toca tech-house de verdade. Fotografia: William Vilela
Jessica Hellmann
Tom Novy
Daniela Cani
Albert Lippmann e Rafaela Doerner
Thays Aryane Pedroso
Leonardo Pirondi e Debora Costa
Michele Schneider
Nathana Vicenti
Tom Novy
Caroline Brenny
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Maio
no Duc Club
Durante o mês de maio, o Duc Club reuniu atrações renomadas. As festas de maior destaque receberam Sebastien Drums, Rob Adams, Richard Grey e Justin Michael. Com seis meses de atividade, o clubinho segue conquistando o público de Curitiba, já sendo apontado como um dos principais da nightlife paranaense e do sul do país. Fotografia: Fernando Smak
Micheli Sichieri
Eduarda Brandalise e Lipous
Flavia Maccari
Pe Lanza, Max Porto e Igor Belmondo
Richard Grey
Sara Silveira
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Carolina Landerdahl
Ricardo Zonta e Billy Zonta
Kelly Baron
Tulie Calegari e Diego Fortun
Martin Buttrich no D-Edge
Durante a noite de 17 de maio, o D-Edge contou com a presença do norte-americano Martin Buttrich. O line-up da festa Moving ainda reuniu Adan Shelton, Dubshape, Julio Torres, Adam Saville, Renato Ratier e Diogo Accioly. Como sempre, um público antenado marcou presença e agitou a pista do clubinho paulista que é referência pelo mundo. Fotografia: Divulgação
Martin Buttrich
Ale Reis e Diogo Accioly
Paula Chalup e Anna Biazin
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Seth Troxler no Templo
Mais uma sexta-feira memorável rolou no Warung Beach Club. Durante a noite de 11 de maio, ninguém menos do que o norte-americano Seth Troxler, considerado um dos maiores nomes da atualidade, comandou o mainfloor do Templo. Já o warm-up ficou por conta de Paulinho Boghosian, e no Garden tocaram os residentes Aninha e Daniel Kuhnen, além dos estreantes mineiros do Digitaria. O público, como sempre, marcou presença. Fotografia: Adriel Douglas / Imagecare
Seth Troxler e Paulinho Boghosian
Daniel Kuhnen
Luis Zagonel
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Babi Atolini
Kaballah Circus no Caramba’s
Se no futuro o público do Caramba’s Hiperclub puder lembrar de apenas uma festa, com certeza vai ser a Kaballah Circus Festival. Com um clima circense diferente de tudo o que já foi visto por lá, o circo pegou fogo em 12 horas de muita música eletrônica de todos os estilos. Dezenas de DJs, milhares de fãs. Depois dessa, o hiperclub não será mais o mesmo. Prepare-se para o que vem por aí! Fotografia: Adriel Douglas
Chrizz Luvly
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Destaques no El Divino
Durante o mês de maio, o El Divino recebeu uma série de atrações renomadas. Os destaques foram para os brasileiros do trio Dexterz e para os gringos Tom Novy e Sebastien Drums. Como já é tradicional, todas as noites no clubinho de Floripa contaram com a presença de muita gente bonita e sofisticada. Fotografia: David Collaço, Marco Dutra e José Luis Somensi
Fernanda Kellers
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Helena Gondin
Junior Lima
Laura Ruela
Lorraine Medeiros
Luiza Schimitt e Tabata Durieux
Tom Novy
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Diego Florentino e Gustavo Gutierrez
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Taboo
Sofisticação no P12
O parador mais famoso da Ilha segue recebendo um público bonito e de bom gosto. Durante os meses de abril e maio, o P12 reuniu muita gente bonita durante as tardes e as noites. Fotografia: David Collaço
Marina Hillesheim
Malu Ferreira
Leo Coelgo e Kisy
Jessica Martinhago
Natalia e Priscila Santos
Melina Matos
Tayuane Aquino
Ana Carolina
Bruno Rezende
Anelyse Larroyde
Joana Freiberger e Aline Pacheco
Isabela Teixeira Pinto e Camila Gapsky
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Debut XXX em Curitiba
Curitiba celebrou os 15 anos do festival XXXperience em uma de suas melhores edições. A vibrante cenografia, a produção impecável e a beleza do público renderam dezenas de tweets dos artistas internacionais que se apresentaram no evento. Entre eles, Steve Aoki, Dimitri Vegas & Like Mike, Neelix e Protoculture e Joachim Garraud. A edição de Curitiba rolou no último dia 21 de abril e, mais uma vez, contou com a House Mag VIP Stage, onde Oliver Huntemann, Agoria e Aninha também garantiram momentos épicos no dancefloor. Agora, a contagem regressiva é para a XXX São Paulo. Aguarde! Fotografia: Renan Martinelli
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Ética e etiqueta para DJs
Guia prático para melhorar o convívio entre amantes de música eletrônica O DJ é de muitas formas o representante maior da música eletrônica. É ele, e só ele, quem tem o poder de fazer uma festa ser boa ou ruim. E por ser uma figura tão emblemática, se você, DJ, respeita a sua profissão e quer trabalhar nela por muitos anos, é necessário atentar para questões de ética e a etiqueta, tanto em relação a outros DJs como com funcionários de casas noturnas, promoters, empresários da noite e o público em geral.
Regras básicas de etiqueta para DJS Essas são regras básicas e essenciais que todos DJ deveriam seguir:
Tenho observado que muitas vezes as mídias sociais (Facebook principalmente) são usadas para propagar ódio e intolerância entre DJs. Muitas das discussões são por causa da ferramenta usada para apresentações ao vivo, estilo de som ou por pedidos de música.
Faça amizade com todo mundo A melhor forma de chegar em um clube é sorrindo e conversando com porteiros, hostess, seguranças, pessoal do caixa e do bar;
Neste artigo, montei um mini-guia com algumas dicas de ética e etiqueta para que o convívio entre os amantes de música eletrônica seja mais harmonioso e relaxado. Aproveitei também para mostrar como os DJs podem responder aos pedidos mais esquisitos de música.
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Chegue cedo Para montar o seu set e entrar no clima da festa, é necessário entender o que aconteceu antes naquela noite. DJs que chegam em cima da hora têm mais chances de repetir uma música e também de esvaziar a pista;
Toque com o volume certo A noite começa com o volume baixo. Ele sobe na proporção que a quantidade de público aumenta, e quando começar a esvaziar, é hora de baixar; Faça um bom warm-up Se você é o primeiro DJ a tocar numa noite, não saia tocando os maiores hits do Beatport. O seu trabalho como DJ que está abrindo o evento é de
criar a atmosfera correta para todo o resto da noite. Tocar muito rápido e animado no começo de uma festa dificulta o trabalho dos outros DJs e, na maioria das vezes, é sinônimo de casa vazia mais cedo; Avise o próximo DJ em relação a problemas Se você encontrou algum problema nos equipamentos ou sistema de som, avise o próximo DJ. Isso pode salvar o set dele e a noite. O dono da casa noturna pode agradecer você para sempre; Trabalhe com o iluminador A iluminação em conjunto com o som ajuda (e muito!) a criar o clima de uma festa. Se o iluminador não for com a sua cara, ele pode sabotar a sua apresentação; Não se indisponha com ninguém Caso tenha algum problema com alguém do público ou algum estranho subir na cabine, não faça nada diretamente com ele, peça ajuda de uma segurança ou garçom.
DJ deve aceitar pedidos de músicas? A imagem acima correu o Facebook nas últimas semanas, foi muito compartilhada e comentada. Achei que a reação do DJ foi desproporcional, mesmo que o pedido tenha sido de uma música do Michel Teló ou similares. O DJ não é uma jukebox, onde você coloca uma ficha e ele toca a música de sua escolha. Ele é como um chef de cozinha, que pesquisa os melhores ingredientes e como combiná-los para alimentar a fome do seu público. No caso dos DJs, os ingredientes são as músicas e as suas mixagens, mas nem por isso o público pode ser desrespeitado. Existem várias maneiras de se sair bem dos pedidos mais estranhos e fora do contexto. Leve em consideração:
1 Se a pessoa veio pedir uma música, ela acredita que de alguma forma, a música se encaixa no seu set; 2 Se você tratar mal a pessoa que veio pedir uma música, ela pode sair da pista e arrastar todos os seus amigos. Também provavelmente falará mal de você O que fazer quando alguém pede uma música? Se você tiver ela no seu case, e a música se encaixar no seu set Você pode e deve tocar. Faça um charme dizendo que só tocará ela em homenagem à pessoa. Se você não tiver ela no seu case, mas a música encaixar no seu set Pode valer a pena, emprestar um CD ou baixar a música online. Uma saída também é perguntar para o próximo DJ se ele vai tocá-la. Se a música não se encaixar no seu set, não demonstre que ela não poderia ser tocada Nessa hora, a melhor desculpa pode ser: “Putz, eu até queria tocá-la, mas esqueci o CD/disco em casa.” Se o pedido for por um artista (e não por uma música) que não encaixe no seu set A saída é até mais fácil. Imagine que você está tocando um set de house e algúem pede uma música do Skazi (psy-trance). A melhor saída é falar: “Nossa, que coincidência, essa é a mais nova música do Skazi! Agora ele está com um projeto de house bem legal! Gosto som dele também.” Em todas as situações, o público ficará feliz com a sua atenção e suas respostas. Com certeza será mais fácil tornar essas pessoas suas fãs no futuro.
setup
audiofly
Conversamos com Luca Saporito, um dos integrantes do projeto, para saber o que rola no estúdio da dupla por Sarah Kern
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Fotografia: Divulgação
Luca (esquerda) e Anthony
Há quase uma década, Luca Saporito e Anthony Middleton viajam incansavelmente em turnês consecutivas pelo mundo, mas foi somente em 2011 que lançaram o primeiro álbum. “Follow my Liebe” saiu pelo selo Get Physical – apenas mais um item para o longo currículo do duo. As coisas começaram a acontecer de verdade em 2003, depois do Winter Music Festival, em Miami, quando mal acreditavam no que estava acontecendo: Steve Lawler, M.A.N.D.Y e Sasha, nomes que sempre tiveram como ídolos, começaram a reconhecer os garotos. Apenas alguns anos depois, já pipocavam elogios como o que Ewan Pearson postou em seu blog pessoal: “Toquei uma quantidade desconcertante de
músicas deles nos meus sets este ano [2006]. A culpa não é minha, eles é que bons demais!” Daí em diante, não fica difícil imaginar o que o futuro traria. Nomes à frente do selo Supernature, no ano passado a dupla lançou o Maison D’Etre para sonoridades mais obscuras e lentas. O som dos ingleses, porém, mistura house e techno de uma maneira quase que atemporal, dançante e ao mesmo tempo introspectivo. Luca falou com a House Mag a distância, durante uma turnê do Audiofly nos EUA, antes de voltarem para seu lar atual em Barcelona.
entrevista Qual software vocês usam para produzir? O Logic é o protagonista de tudo que fazemos em estúdio, mas também usamos Ableton para cortar loops e na pré-produção. Usamos muitos efeitos diferentes, como o SoundToys, para dar um brilho aos diferentes sons que usamos. Na verdade, nosso setup é bastante simples, mas acho que ao longo dos anos tiramos o melhor dele. Vocês começaram a carreira como produtores ou DJs? O Anthony sempre foi produtor e eu, DJ. Essa diferença básica nos deu a chance de trazer diferentes qualidades para o estúdio e nos possibilitou estar em harmonia um com o outro, pelo menos na maioria das vezes [risos]. Qual foi o momento em que vocês sentiram que as coisas começaram acontecer para o Audiofly? Foi em Miami, logo depois do nosso primeiro Winter Music Conference, em 2003. As pessoas começaram a nos reconhecer, muitos empolgados com o projeto Audiofly. Caras como Steve Lawler, Sasha e M.A.N.D.Y, que eram algumas das pessoas que admirávamos muito na época, tocaram nossas músicas durante as festas da conferência. Sentimos que finalmente estávamos chegando a algum lugar. Depois de Miami, voltamos correndo para o estúdio e produzimos dia após dia. Lembro de cozinhar só macarrão e molho de tomate durante dois meses seguidos, pois não tínhamos grana para pagar nada além daquilo depois da viagem para Miami [risos].
brinquedo análógico novo, ganhamos meses de inspiração. O último foi um Korg MS2000. Ainda não o usamos, mas mal posso esperar pra testálo quando voltarmos para casa desta turnê. O turbilhão de músicas lançadas nunca esteve tão grande. O que você acha do fácil acesso que as pessoas têm hoje aos softwares de produção? O problema principal é que hoje as pessoas não prestam muita atenção na qualidade do que lançam. Muitos novos produtores ficam ansiosos para lançar logo suas músicas, mas o resultado nem sempre está bom. Aí você acaba tendo milhares de cópias que soam como o Maceo Plex, por exemplo. Mas não chegam nem perto dele na qualidade da produção. Isso é muito ruim pra a cena, pois incha o mercado com músicas medíocres. Meu conselho para as pessoas é que tenham mais paciência, fiquem mais tempo em estúdio e encontre seu próprio som. Você receberá em troca no fim das contas.
“Muitos novos produtores ficam ansiosos para lançar suas músicas. Você acaba tendo milhares de cópias que soam como Maceo Plex, mas não chegam nem perto dele na qualidade da produção”
E no estúdio, preferem digital ou analógico? Na verdade, preferimos os dois no momento. É muito importante ter um equilíbrio entre os dois, pois o analógico dá uma profundidade à nossa música que o digital sozinho jamais conseguiria. Quando começamos, estávamos completamente imersos no digital. Mas com o tempo decidimos experimentar esse amor ao análogico, e funcionou de verdade. Hoje, sempre que compramos um
Qual intrumento pode ser considerado marca registrada do Audiofly? The Virus TI é o sintetizador que sempre usamos nas músicas. Uma dica? É um segredinho. Minimize seus arranjos. Menos é mais, sempre. Quem são seus mestres da produção? São tantos! Ricardo Villalobos por sua atenção aos detalhes. Carl Craig por sua destreza. Martin Buttrich por seu profundo conhecimento de estúdio. E o setup de DJs? Este é bem simples. Usamos um Allen and Heath Xone:92, três CDJs 2000 e um pen drive espetado em cada uma. Adoramos esse setup. Sei que pode parecer estranho, mas todas as nossas músicas estão naqueles objetos minúsculos. Assim podemos tocar por muito mais tempo, e as coisas estão sempre no lugar.
Logic 9 “É o centro de tudo que fazemos, tem o melhor sequenciador profissinoal que existe. Também usamos o Ableton para cortar loops, pois ele é mais rápido. Mas o Logic continua sendo o principal no nosso trabalho, graças à qualidade pura de som que ele tem.”
Nord Lead 2 “Compramos este ano passado, depois de remodelar nosso estúdio. Acabou se tornando o hardware que mais usamos. Todas as músicas que produzimos desde 2010 têm pelo menos um som que venha dele. Sons analógicos são os melhores.”
Sherman Rodec Restyler “Este é um módulo de filtros analógico. Sem exageros, é realmente maravilhoso! Nós geralmente o usamos no final da mixagem, passando por ele cada canal. Isso dá um calor extra à música, que só é possível chegar com um equipamento analógico. Nós o usamos em sempresmente todas as músicas. Nunca falha.”
Sound Toys plug-ins “Basti, do Tiefschwarz, sugeriu este para nós quando fizemos uma turnê juntos pelos Estados Unidos, quatro anos atrás. É basicamente um amontoado de unidades de efeitos (delays, reverbs, filters etc.) que realmente dão um up em qualquer som onde são aplicados. O reverb, principalmente, é excelente. E é claro que o preço baixo é um outro motivo para tê-lo em seu estúdio.”
The Virus TI “Este foi o primeiro hardware que compramos, muito tempo atrás, e por incrível que pareça, usamos até hoje. Tem um enorme banco de dados e a qualidade do som faz dele uma peça essencial em nosso estúdio. O arpejador às vezes nos dá problemas, mas no fim das contas é só uma pequena falha num equipamento maravilhoso.”
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Pioneer por Mateus B.
Imagens: Divulgação
RMX 1000
Denominado Remix Station pela Pioneer, o aparato tecnológico conta com quatro sistemas para transformar as músicas ao vivo: Scene FX, Isolate FX, X-Pad FX e Release FX. É muito intuitivo e estimula a criatividade.
Remix Station
Isolate FX
Efeito linkado ao equalizador
Efeitos específicos acionados nas três bandas de frequência: grave, médio, agudo. (ISOLATOR, CUT/ADD, TRANS/ROLL e GATE/DRIVE)
Inclui o software Remixbox™ para customizar a interface e upload de sample. Ele também pode ser utilizado como VST/AU dentro dos DAWS (Ableton, Logic, etc.). Há um novo sistema de sincronia e quantize para tudo se encaixar. Em poucas palavras, permite adicionar uma variedade de efeitos nas músicas e mixagens.
Release FX Três efeitos especializados na finalização da aplicação dos outros efeitos acionados. (VINYL BRAKE, ECHO e BACK SPIN)
X-Pad FX Scene FX
5 BUILD UP or BREAK DOWN effects
Seção para criar efeitos de subida e descida.
Sampler
Sampler com quatro slots, controle de pitch e sequenciador no X-PAD FX. Vêm inclusos samples de bateria, com kick, snare, clap e hi hat.
(Filtro BPF + ECHO, ECHO, NOISE, SPIRAL UP e REVERB UP) (Filtro HPF + ECHO, LPF ECHO, CRUSH ECHO, SPIRAL DOWN e REVERB DOWN)
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É possível carregar a biblioteca de samples via USB pelo software Remixbox™, que acompanha o produto.
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Permite carregar os samples para o aparelho e ajustá-los para utilizar na seção X-Pad FX/ sampler. Intuitiva e competente, a ferramenta transformará a performance dos DJs.
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Encontros e desencontros por Michel Saad
O Brasil é o país do futebol, do samba e da praia. Talvez esse seja o maior clichê sobre a nossa cultura. Mas é exatamente sobre isso que quero falar. Todas essas tradições brasileiras ocorrem através de encontros entre pessoas que compartilham suas paixões, se conhecem e trocam experiências. O brasileiro é passional, gosta de dividir tudo isso com o outro na vida real – e agora, na virtual. “Quantas curtidas e compartilhadas você deu nessa semana?” Essa necessidade de se juntar sempre aconteceu em volta de um bom motivo: um jogo no Pacaembu, um show no circo voador, um papo interessante na praia ou atrás do trio elétrico em Salvador. Sempre houve “desculpas” para se divertir junto com os amigos, mas sempre houve também um pouco de cultura embutida nesses encontros. Falando especificamente da área musical, que nos interessa mais, venho observando ultimamente que o componente cultural desses momentos festivos, seja em shows ou baladas, vem perdendo cada vez mais sua importância. Viajando na história da música brasileira de uma maneira exageradamente sintética, temos Villa Lobos na clássica, Cartola e Noel Rosa no samba, Tom Jobim e João Gilberto na bossa nova, Chico Buarque e Caetano na MPB, Tim Maia e Jorge Benjor no sambasoul, Renato Russo e Cazuza no rock. Essa sequência narra, em duas linhas, quase 100 anos de música de qualidade no Brasil. Esses foram gênios que criaram coisas maravilhosas e foram cultuados por pessoas que souberam dar valor a suas obras. Criaram parte importante da nossa bagagem cultural, além de terem nos dado muitos momentos de alegria. Mas Cazuza e Renato morreram há mais de 15
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anos... Parei por aí por quê? Porque foi naquele período que a economia brasileira começou a crescer e a cultura musical do brasileiro começou a despencar. Depois desse período, quem passou a dar as cartas foi somente o dinheiro. Nos últimos cinco anos, essa característica se acentuou mais ainda em todo o país (curiosamente, no mesmo espaço de tempo em que nossa economia prosperou ainda mais). Milhões de pessoas surgiram na tão comentada nova classe C, pessoas que agora compram carro zero, viajam para fora e têm smartphone (o que é fantástico!), mas não leem um livro nem por decreto.
Milhões de pessoas surgiram na classe C, pessoas que agora compram carro zero, viajam para fora e têm smartphone (o que é fantástico!), mas não leem um livro nem por decreto. Focando agora nas casas e eventos voltados aos (novos) ricos do país, a coisa piora, e muito. Curiosamente, essas são as pessoas que têm mais acesso à cultura e à educação, teoricamente. Esses brasileiros vencedores que aproveitaram as oportunidades da nossa economia em ascensão e que hoje vivem mais confortavelmente que seus pais, procuram uma coisa que não tinham: status. Encanaram que essa é a fórmula da felicidade, e não há Cristo que os demova desta cara (e triste) escalada. Esses, talvez mais do que todos os outros brasileiros, gostam de se reunir e festejar. Isso
acontece nas festas e lugares mais “exclusivos” e com o “equipamento” mais completo (carro, bolsa, vestido, relógio, etc.) Até aí, tudo ótimo. A economia agradece a movimentação. A coisa passa a se tornar desinteressante quando as fogueiras de champagne se tornam o evento máximo da noite e quando a música... Bem, a música não faz muita diferença. Quem está nessa festa para perder tempo com a música? A trilha é somente algo de fundo para acompanhar a bebedeira ou fazer bater o MD mais forte. Todo mundo gosta de tudo. Pode ser o eletrônico do Guetta ou da Suécia, o sertanejo universitário ou clássico, o samba tocado pela banda cover do momento, pop do radio ou até funk. Tanto faz! Desde que seja algo bem “fácil” para os ouvidos. O mais importante é marcar presença, beber, coletar bbms, conhecer alguém (se for famoso, melhor) e postar no álbum no Face no dia seguinte. Hoje, nas reuniões dos “brasileiros prósperos”, o prazer de se curtir uma música foi sufocado pela ansiedade de ascensão do status. Finalmente os DJs: como precisam de um lugar dentre os outros 38 mil DJs, aspirante a DJs, BBB-DJs, celebrity-DJs, DJ-promoters, dono-doclube-DJ, filho-do-Eike-Batista-DJ e até NarcisaDJ, são obrigados a jogar esse jogo. E realmente não há muita escolha. Muitos têm bom gosto, pesquisam, sabem as coisas que têm alguma qualidade, mas dificilmente ousam quebrar as regras do sistema onde quem manda é, nesta sequência: cliente que gasta, promoter, dono do club. Saudosismo, romantismo, idealismo? Não sei. Mas bem que diversão e cultura poderiam andar mais juntas nos nossos encontros. ■
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