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Universidade, integração e alto rendimento

Na universidade, o esporte é visto pela maioria dos graduandos como forma de integração e diversão. Entretanto, há quem tenha o objetivo de competir em alto rendimento, fazer do esporte universitário um caminho para o profissional e, a partir daí, construir uma carreira.

É o caso de Guilherme Lisboa de Farias, estudante de Gestão da Informação da UFU e nadador. Com passagens pelo SESI e pelo Praia Clube, ele precisou deixar o nado profissional por causa da faculdade, mas segue firme na busca pela realização de seu sonho de “ser um dia um atleta olímpico”.

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Embora um dos objetivos da UFU seja incentivar práticas esportivas de alto rendimento, o coordenador e professor do curso de Educação Física, Sérgio Inácio Nunes, destaca três fatores que dificultam a profissionalização do atleta enquanto estudante: a idade, as normas de graduação e o espaço físico. “A universidade está distante, tanto em estrutura quanto no modelo de treinamentos”, completa o professor.

que a faculdade dá, embora acredite não ser o suficiente: “A UFU ajuda um pouco. Eu treino no campus da Educação Física nos horários que liberam. Se não tivesse a piscina da faculdade, seria mais complicado”, e também critica o padrão universitário: “O modelo atual torna quase impossível a vida de um estudante-atleta. O ideal é deixar uma grade fixa” e finaliza: “É outro esporte quando você entra para uma faculdade que disponibiliza apoio maior”, disse sobreocentrodetreinamentodaUFMG.

Essa crítica é recorrente entre esportistas-estudantes. Arthur Rios, jogador do Galo Futebol Americano e estudante de fisioterapia na UniBH, enxerga a estrutura desportiva universitária estadunidense como exemplo disso. “Nos EUA, a faculdade é a base do atleta profissional.” O modelo norte-americano demonstra eficácia na profissionalização de atletas. Lá, o desportista consegue bolsa de estudo na faculdade e investe, ao mesmo tempo, na educação e no esporte.

Entretanto, fazer uma comparação entre o modelo estadunidense e brasileiro pode ser um tanto quanto injusto, como aponta Bárbara Fernandes, coordenadora sênior de marketing e comunicação da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). “A gente não pode comparar em termos lineares a estrutura da universidade. Lá, o esporte universitário é uma ação social. Aqui não. Ainda tem muita mentalidade que ou você é atleta ou você estuda. Dá para fazer os dois. No Brasil, o maior obstáculo é cultural.” 

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