1 minute read

A invisibilidade de um esporte paralímpico

rente à invisibilidade, a bocha, esporte praticado por atletas com paralisia cerebral ou tetraplegia, só estreou nas Paralimpíadas 24 anos após a primeira edição e ainda não teve um mundial televisionado na TV aberta. Mesmo com a falta de representatividade, muitos profissionais se redescobrem nesse esporte. Caso de Glênio Fernandes, profissional de educação física da Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (FUTEL), mestre em Ciências da Saúde e um dos treinadores da Seleção Brasileira Paralímpica de Bocha.

A bocha tem conquistado espaço em Uberlândia?

Advertisement

A bocha vem conquistando aos poucos seu lugar em Uberlândia, e hoje ela tem um bom incentivo. Antes tinha só uma quadra no APARU [Associação dos Paraplégicos de Uberlândia], depois conquistamos uma área grande no Educa [Campus Educação Física/ UFU], e agora temos um espaço ainda maior no CIE [Centro de Iniciação ao Esporte] apenas para a prática de bocha. Então tem infraestrutura, o que ainda está ruim é a divulgação.

Quais são os desafios enfrentados pelo esporte no município e na universidade?

No município, são a disponibilidade de materiais e a profissionalização. A Prefeitura fornece parte da verba para competições e materiais de iniciação; mas se o atleta quiser se profissionalizar elemesmotemquecustear.

Na universidade o problema é captar. É difícil divulgar e encontrar quem tenha interesse em praticar. Hoje tem muita coisa que faz com que o esporte de alto rendimento fique de lado.

O Mateus Rodrigues, estudante da UFU e atleta de bocha paralímpica, treina todos os dias por três horas. Quanto maior o nível, mais tempo de treino é preciso, e muito foco para continuar.

Glênio iniciou sua carreira nos estágios obrigatórios da faculdade, dando aulas de esportes convencionais pela FUTEL. Com o passar do tempo, o treinador conquistou espaços importantes dentro do paradesporto municipal e tornou-se técnico do time paralímpico de bocha da cidade. Neste ano, Glênio se concentra nos preparativos para a paralimpíada de Paris em 2024, mas continua a encarar a falta de atletas engajados nos treinos do município. Confira a entrevista:

Como você vê o futuro do esporte dentro da universidade?

Cada vez mais perde-se a bocha na universidade. É importante reconquistar o elo. Existe um vínculo bem forte com o CINTESP [Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos, vinculado à Faculdade de Engenharia Mecânica da UFU] que desenvolve trabalhos voltados para a bocha, com o objetivo de melhorar o rendimento dos alunos.

Então, para com o CINTESP e a Engenharia Mecânica, tem um caminho bom para a bocha pela frente. 

This article is from: