Igreja em Florianópolis
Abril e Maio de 2013
Podemos confiar nesse livro? O que a Bíblia fala sobre a Bíblia pg. 2 e 3
Como as Escrituras foram organizadas pg. 4 e 5
João Ferreira de Almeida: vida e tradução pg. 6 e 7
Informações sobre o retiro 2012
2 Meditação
O que a
Bíblia
diz sobre a N
Bíblia
ão é nenhuma novidade falar o quanto a Bíblia é importante. A própria pergunta da capa ali atrás pode soar estranha justamente por ser óbvia - é claro que confiamos na Bíblia. Não só isso. Amamos e desejamos obedecê-la. Mas não é todo o mundo que pensa assim. Não é difícil encontrar alguém, nos jornais ou nas ruas, falando que a Bíblia é um livro antiquado, com muita coisa que devemos descartar. Alguns a tratam com algum respeito, achando a história “inspiradora” - mas dizem que (no fim das contas) ela não deve ser levada tão a sério. Outros levantam o tom da voz e falam das Sagradas Escrituras com raiva, acusando que só faz mal às pessoas e sugerindo que foi manipulada por algum Imperador Romano ou pelos padres da Idade Média. E não é só fora da Igreja que a gente escuta isso. De vez em quando aparece alguém dizendo que devemos ser “espirituais”, nos guiando apenas pelo Espírito Santo e não tanto pela Bíblia. Precisamos ter equilíbrio. Temos aprendido que o Espírito nos guia a toda a Verdade e a Bíblia foi inspirada pelo Espírito de Deus. Em Marcos 12.24 o Senhor Jesus nos diz: “porventura não errais vós em razão de não compreen-
derdes as Escrituras nem o poder de Deus?” Já outros aceitam as críticas ao texto e dizem que a Bíblia “contém a Palavra de Deus” no meio de várias opiniões dos escritores. Tanto a história da Igreja quanto a história de como a Bíblia foi organizada nos ajudam a desmontar cada uma das teses acima - e vamos mostrar alguns desses fatos nas páginas a seguir. Mas antes de correr para os livros de história, que tal olhar a própria Bíblia? O que ela diz sobre si mesma? Vamos ver alguns exemplos.
“As maravilhas da tua Lei”
Salmo 119. Quem conhece um pouco sobre os salmos sabe o que o espera nesse número 119. Um salmo que, na versão Almeida e Corrigida, tem mais de duas mil palavras e costuma preencher mais de quatro páginas de nossa Bíblia. Mas se vencermos nossa preguiça e lermos o que está escrito, vemos que ele fala de um só tema em cada um dos 176 versículos: as Escrituras. O salmista mostra no decorrer das estrofes o seu amor, devoção e confiança na Palavra de Deus. Mesmo que pouco da Bíblia tivesse sido escrita até então (provavelmente só o Pentateuco e os livros de Josué,
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Juízes e Rute), isso pode ser expandido para todos os 69 livros.
“Para sempre, ó SENHOR, a tua palavra permanece no céu. “ Salmos 119:89. Veja esse exemplo do salmo 119. O cantor sugere que a Palavra de Deus é eterna. Não perde valor com o tempo. Pelo contrário: mesmo que o próprio tempo acabe, ela continua valendo. Ela mantém sua relevância .
“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.”(Mt 5:18) “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5:39.)
Jesus, o Deus encarnado, não sugeriu que déssemos pouco valor à Bíblia. Além de incentivar a leitura, ele as citava o tempo todo. Esse versículo de João deixa clara que toda a Palavra de Deus testifica sobre Cristo. Jesus
não aparece apenas nos Evangelhos: todo o resto nos ensina sobre ele.
“Em Deus louvarei a sua palavra; no SENHOR louvarei a sua palavra.” Salmos 56:10. A palavra de Deus é louvada por Davi. Para ele, a Bíblia era santa e confiável como a palavra do próprio Deus.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça” (2 Timóteo 3:16). Um dos versículos de ouro sobre a importância das Escrituras. Quando Paulo usa a palavra “toda” ele está deixando claro que todas as porções das escrituras servem para a edificação. Não há nada que pode ser deixado fora. Estes (e muitos outros) versículos mostram que Deus tem uma opinião bem forte sobre suas palavras. E você?
4 História
Palavras atuais com uma história antiga
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k. Já lemos alguns versículos que falam sobre a importância das escrituras. Isso já seria o suficiente para os cristãos, mas quem não acredita na Bíblia pode continuar dizendo que os próprios versículos citados estão errados. Tudo bem, então... se eles insistem, vamos ver o que a história tem a dizer. Você já deve ter ouvido alguém dizer que a Bíblia foi escrita na Idade Média, nos mosteiro. É claro que não foi assim. Durante a Idade Média realmente foram feitas várias cópias tanto da Bíblia quanto de documentos antigos - sem o sistema de impressão inventado por Johannes Gutenberg no século XV, as cópias eram o único modo de passar a Bíblia a frente. Mas as traduções que temos hoje são baseadas em cópias bem mais antigas.
O trabalho dos escribas
Veja o caso do Antigo Testamento. Lá, os escribas tinham o dever de fazer cópias exatas dos manuscritos. Se apenas uma letra fosse errada, não havia borracha ou corretivo que resolvesse. O escriba pegava o pergaminho inteiro e o guardava num armário especial para cópias defeituosas (a genizah). Eles não jogavam fora justamente por acreditarem que algo que levasse o nome santo de Deus não poderia parar numa lixeira. Esse cuidado passava para a revisão também, onde o escriba contava quantas vezes cada letra aparecia no livro e compara com uma tabela. Se, novamente, houvesse qualquer discordância, ia para a genizah. Tudo para impedir que qualquer erro
5 fosse perpetuado. Foi assim que os 39 livros no Antigo Testamento chegaram até nós. Eles foram escritos desde Moisés até o quarto séculos antes de Cristo. São os mesmos livros que nós temos, sem as adições feitas pelos católicos (como Macabeus e Judite). Entre o período de Malaquias e o nascimento de Jesus, o Antigo Testamento foi traduzido do hebraico e aramaico para o Grego, formando a Septuaginta. Foi essa tradução que serviu à Igreja durante os quatro primeiros séculos do Cristianismo.
mexer. Rapidamente, listas começaram a ser trocadas, de Igreja em Igreja, sugerindo quais livros deveriam ser lidos. A ideia era chegar num conjunto que, assim como o Antigo Testamento, fosse santo, sem erro, sagrado. Isso levou os bispos (pastores que cuidavam de cidades e regiões) a chegaram a um critério: os livros deveriam ter sido escritos por apóstolos ou por discípulos de apóstolos. Além disso, deveriam ter um bom testemunho pelas Igrejas no decorrer da história. Foi assim que chegamos aos 27 livros do Novo Testamento - que já aparecem, todos, em 367 d.C, numa As escrituras da Igreja Primitiva carta de Atanásio de Alexandria, um imporJá o Novo Testamento foi organizado de tante líder da Igreja do quarto século. modo diferente. Os livros foram escritos duOs evangelhos originalmente tinha a orrante o primeiro século, em grego, e distribudem de Mateus, João, Marcos e Lucas. Deste ídos entre as Igrejas. Em Colossenses 4:16, vemodo, os dois apóstolos ficavam na frente mos Paulo recomendando isso. “Uma vez lida dos dois discípulos de apóstolos. No decorrer esta carta entre vós, fazei com que ela o seja tamdo tempo, João foi colocado para o final por bém na igreja dos laodicenses. E vós, lede a de Laocausa das suas diferenças em relação ao resdicéia.” Esse trecho deixa claro o costume que to dos evangelhos. Depois vinha o Atos dos os primeiros irmãos tinham de compartilhar Apóstolos, e em seguida as cartas de Paulo escritos entre si. A Igreja em Corintos faziam organizadas da mais extensa (Romanos) para cópias das cartas que receberam e enviavam à a menor (Filemon). Depois vinha a epístola de Éfeso, por exemplo. Se alguém tinha uma cóHebreus (sobre a qual ninguém nunca soube pia do Evangelho de Lucas, mandizer quem escreveu, mas que se dava para as comunidades em acredita ser de origem apostólica) outras cidades. Mesmo sem uma e as cartas dos outros Apóstolos organização clara de quais eram (novamente, das maiores para as os livros santos, esse intercâmbio Fechando, Apocalipse Essas trocas menores). fez com que o Novo Testamento se é o único livro profético do Novo espalhasse pelo Império Romano, fizeram com Testamento - e fica no fim do Câedificando as Igrejas e levando as non, apontando para frente, para que o Novo Boas Novas de Jesus Cristo. um tempo em que o Reino de Deus A primeira lista que tentava plenamente estabelecido sobre Testamento será organizar o que era livro santo e a terra. No final disso tudo, um vero que não era apareceu no começo atingisse todo so lembrando que tudo o que está do segundo século. Nela, Marcião na Bíblia está completo: “E, se alo Império estipulou que os únicos livros insguém tirar quaisquer palavras do livro pirados por Deus eram as cartas desta profecia, Deus tirará a sua parte Romano, de Paulo e o Evangelho de Lucas do livro da vida, e da cidade santa, e - mas não completos. Marcião fadas coisas que estão escritas neste livro. edificando zia parte de uma seita que ensinaAquele que testifica estas coisas diz: as Igrejas e va que Jesus não havia encarnado Certamente cedo venho. Amém. Ora em forma humana, e para espalhar Senhor Jesus. A graça de nosso espalhando as vem, essa heresia fez uma série de cortes Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. nestes livros. A Igreja precisou se Boas Novas Amém.” Apocalipse 22:19-21
6 Biografia
A primeira Bíblia em Português á entendemos que o novo Testamento foi Escrito em grego, a língua comum do império Romano (algo como o inglês hoje). Mas se a versão grega foi rapidamente copiada e distribuída, outras línguas enfrentaram um caminho mais difícil para ter as escrituras. Os homens que trabalharam nessa traduções durante a Idade Média enfrentaram dificuldades e confrontos. O próprio João Ferreira de Almeida é um exemplo disso - mas antes de falarmos dele, é preciso voltar ao Império Romano. Quatro séculos depois de Cristo, o grego passou a ser menos falado em Roma - e o latim o substituiu como língua do povo. Com isso, as cópias em grego não conseguiam mais ser lidas por muitas pessoas. Foi dai que surgiu a primeira tradução da Bíblia. Elaborada por Jerônimo no quarto século, levou o nome de “Vulgata” - que tem a ver com “vulgar”, no sentido de ser uma tradução para que o povo pudesse ler. Mas não demorou muito para que o latim deixasse de ser tão popular. Alguns séculos depois, o Império Romano já tinha caído e cada povo usava sua língua - o que veio a formar, depois, o inglês, o alemão, o holandês, o português, etc... Quem vivia nessa época e queria ler a Bíblia tinha que lidar com dois problemas sérios: primeiramente, como as Bíblia eram escritas à mão, eram raras, e cada exemplar era muito caro. Normalmente eles permaneciam dentro de Igrejas, acorrentados, para evitar que as pessoas pudessem roubá-lo. Por outro lado,
quem não entendia o latim não conseguia ler o texto. Isso fez com que o povo se afastasse das Sagradas Escrituras. Não podiam mais receber em primeira mão as santas palavras de Deus, tendo mediadores (os padres) que ficavam entre eles e a Bíblia. Isso tinha a ver com uma ideia da Igreja Católica de que só os padres estariam prontos para interpretar as escrituras. Enquanto a Igreja Primitiva lutou para entregar a Bíblia ao povo, a igreja medieval negava essa bênção. O século XV viu duas mudanças que seriam essenciais para mudar esse quadro: a Reforma Protestante e a Prensa Móvel de Gutemberg. Lutero chegou a conclusão que a Bíblia devia ser entregue ao povo, e fez a primeira tradução para o Alemão. Depois, quando Gutemberg terminou sua prensa, usou o texto de Lutero para imprimir o seu primeiro livro - A Bíblia Sagrada. Com o tempo a tecnologia permitiu que a Bíblia fosse passada para várias pessoas, e a Santa Palavra de Deus produzisse os frutos que lhe são próprios. Vários homens foram usados, nesse processo, para traduzir a Bíblia para suas línguas. Alguns, como William Tyndale, da Inglaterra, foram mortos por nisso. Outros, presos e perseguidos. Mas um dos homens a quem mais devemos e sobre quem menos sabemos foi aquele traduziu-a para o português. Mas você vai se surpreender se você espera encontrar João Ferreira de Almeida em algum mosteiro de Lisboa, comendo bacalhau. Seu trabalho começou longe dali, quando ele fez viagem missionário à Malásia em 1640. Com 12 anos de idade.
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Missionário, pastor e tradutor
Filho órfão cuidado pelo tio católico, João Ferreira partiu como missionário católico em direção à Málaca, na Malásia, ainda bem jovem. No meio da viagem de barco, encontrou um folheto que condenava as ideias católicas - principalmente a insistência em que a bíblia continuasse em latim, impedindo que o povo se aproximasse dela. Isso fez com que João, ao aportar na Malásia, passasse a se reunir com os irmãos protestantes. Aos 14 anos, servindo como missionário, iniciou o trabalho de traduzir o Novo Testa-
mento para o português, língua falada na região. A tradução, entretanto, não foi feita baseada nos originais em hebraico e grego, mas sim em outras traduções, com o castelhano. Além disso, quando terminou, ela acabaou não sendo tão útil para o povo. Como tinha usado um português rebuscado, os irmãos da Malásia não conseguiam entender direito o que estava escrito. Possivelmente parecia grego. João permaneceu em Málaca até 1651, quando se mudou para a Batávia, na Indonésia para estudar e ser ordenado pastor. Serviu na Igreja, pregando a palavra e cuidando dos pobre, mas esse serviço não fez com que ele esquecesse da ideia de traduzir a Bíblia para o português. Agora que dominava o grego e hebraico, ele concluiu uma tradução do Novo Testamento. Embora João desejasse que ela fosse rapidamente publicada, uma série de problemas na revisão fez com que ele não visse sua obra pronta. Enquanto esperava, continuou o trabalho de traduzir o Velho Testamento. Em 1670, com saúde abalada, foi afastado do serviço na Igreja, e continuou o trabalho de tradução. Mas ele não conseguiu concluí-la. Em Outubro de 1691 ele morreu, tendo traduzido até Ezequiel 48:21. Os textos seguintes foram traduzidos por Jacobus op den Akker, pastor holandês. A bíblia completa, coma a tradução de João Ferreira, foi enfim impressa em dois volumes, em 1748 e 1753. “Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” (Hebreus 11:13)
Aniversários 1/Abril João Deodoro Sodré 2024-2585 Rialda 3248-0422 2/Abril Adriana Sperotto 3025-2884 6/Abril Pedro F. de Oliveira (44) 3641-1815 Maura M. Amaral 3733-4284 7/Abril Julia Dutra Farias 3209-1974 9/Abril Israel de S. Landa José 9625-6800 Luana T Strack 8431-5139 10/Abril Marli Sarmento Kincheski 9925-6821 Josué Mombach 3269-6570 Vanessa Pierezan Bertol 8806-0838 11/Abril Maria E. Morales Mombach 3269 6570 12/Abril Filipi Schmidt Coelho 3879-0124 14/Abril Sergio Flach (47) 8916-1330 15/Abril Laura Dutra Farias 3209-1974 Otmar Lothar Welsch 3338-9076 17/Abril Thais Freitas Furtado 3240-1203 18/Abril Marcia Dutra Farias 9656-4345 19/Abril Bruna G.P. Landa José 9637-4242 Letícia Reitz Sperotto 3025-2884 20/Abril Mário Walmir da Silva 3242-2285 24/Abril Nadja R. B. Piereza 25/Abril Sara Mafra Batista 3035-5435 Beatriz Mafra Souza 3035-5347
Rogério Moreira Jr 3338-9323 29/Abril Méres Anita Pilger da Silva 9624-3214 Tiago F. de Oliveira 1/Maio Adriana Weferlin Zunino 8453-2348 Rafaella Goedert 8431-3184 5/Maio Ivalda Salete C. Silva 3206-2228 7/Maio Samuel Vanini Guimarães 9152-3081 12/Maio Fernanda Sabino 3233-0316 15/Maio Mauricio Teixeira Farias 3209-1974 Rafael Ferreira 9609-7239 Karine Ferreira 8444-4563 16/Maio Edson Araújo (Edinho) 9958-8052 17/Maio Walace da Rocha Gomes 3224-1939 18/Maio Fernanda Orben Ribeiro 9616-4911 Marcos Beling 3246-2686 20/Maio Waldomiro Santos Filho 8843-8675 21/Maio Cristiane Brandalize 21/Maio Natan Egewarth Flach (47) 8916-1330 22/Maio Lucas T Strack Renato L. Grechi dos Santos 3342-8215 23/Maio Adilson José de Oliveira 44 3641-1815 24/Maio Amanda Weferlin Zunino 8404-1840 Daniela de Andrade da Silva 8404-7555 26/Maio Vanessa F. de Azevedo
Compartilhar é um boletim informativo feito com a ajuda de vários irmãos. Edição: Rogério Jr. Supervisão: Cláudio Cabral e Adelar Colussi. Impressão: Postmix Mande seu aviso e sugestão de texto para geladex@gmail.com, ou fale com nossa equipe
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