Folha Lagunense - Edição#04

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SANTO DAIME: O LUGAR ONDE A MÚSICA E A ARTE SE ENCONTRAM

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FALTAM FARMÁCIAS 24 HORAS EM LAGUNA

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“OLHA A CAIPIRA FEITA NA HORA!” VENDEDORES AMBULANTES FAZEM A FESTA DOS TURISTAS

FolhaLagunense Laguna, Sábado, 11 de Janeiro de 2014 - Ano 02 - Edição 04 - Distribuição Gratuita

Foto: Elvis Palma

De Laguna, para os lagunenses!

Um mar de Problemas Esgoto toma parte da orla do Mar Grosso e ofusca o “glamour” do verão lagunense.

Capoeiristas de todo o mundo se encontram em Laguna Evento chamou a atenção e divertiu os turistas na Praia do Mar Grosso  p. 08

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Laguna lidera em número de empregos no estado SINE de Laguna fecha o ano de 2013 como referência na colocação de trabalhadores no mercado de trabalho.

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11 de Janeiro de 2014

Expediente Jornal Folha Lagunense Laguna - SC Contato (48) 9608-1889 redacao@folhalagunense.com.br Comercial Romulo Camilo (romulo@folhalagunense.com.br)

Impressão Diário Catarinense

Colaboradores Mayra Lima (mayra@folhalagunense.com.br) Renato Souza (renato@folhalagunense.com.br) Marcinho Rodrigues (marcinho@folhalagunense.com.br)

Tiragem 1.000 exemplares Todas as opiniões expressadas são de inteira responsabilidade dos seus autores. Distribuição Gratuita

coluna

> Renato Souza renatosouza@infosc.com.br www.renatosouza.blog.br

Este texto encontrei em um passeio pela internet a muito tempo atrás, atual não poderia deixar de publicar aqui, logo neste ano que inicia onde no reino da bicharada teremos eleições. “A CADEIA ALIMENTAR DO ANO: DO URUBU À FORMIGA”

> charge da semana

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Dos exaustos de pagarem a conta, mas que ainda sonham em colher os frutos de uma grande gestão. Aguardem...

Gostaria de fazer uma rudimentar comparação, que alguns já devem ter conhecimento, mas que deve ser sempre lembrada para o acaso do esquecimento público. Existem no mundo duas espécies de animais que rodeiam animais prestes a vir a óbito e cadáveres frescos: os urubus e certos políticos. Pelos primeiros, a agonia e sofrimento da “presa” é a garantia da sobrevivência e manutenção da própria vida, a cadeia alimentar sendo aplicada em sua essência natural. Já pelos segundos o sofrimento das pessoas é explorado de forma nefasta, a fim de alimentar a fome e sede de dividendos a que foram viciados. Vocês devem estar se perguntando, onde entra a formiga, que relação pode ela ter com o urubu? Já lhes explico. Enquanto o urubu político se alimenta do sofrimento do povo, sobram migalhas que são espalhadas pelos órgãos administrativos a fim de atraí-las, sim, as formigas que se alimentam destas migalhas e se dão por contentes, realizadas. Migalhas na educação, migalhas nas vias públicas, migalhas na saúde e assim segue, por longos QUASE quatro anos. Sim quase porque ao finalzinho do mandato é necessária a realização urgente das obras que beneficiam a população que não se contentava com as migalhas fornecidas nos anos anteriores, pois elas VOTAM. Eis a hora de que aparecem os “cinquentinhas” uma nova categoria desta cadeia putrefata, alimentada pela infâmia política de uma minoria que acostumada com as regalias alcançadas com o alcance do cume da montanha do erário público, não quer “largar o osso” digo cargo. Os cinquentinhas são aqueles que não se importam com essa basbaceira toda que circula por aí, não se envolvem em comentários politiqueiros, não concordam com a oposição e simplesmente se anulam. Transformados em uma visão zero de quaisquer problemas alheios e voltados especificamente para o próprio umbigo. Eu concordo, cinqüenta reais fazem uma diferença enorme no orçamento de algumas famílias, mas será que elas têm noção do que se trata o ato de votar? Será que elas têm noção da luta travada para a conquista do direito ao voto, da luta para que fosse implantada essa tal DEMOCRACIA em nosso país? Tudo lindo, mas uma ilusão... Alguns estão pensando não é mesmo? Mas eu lhes digo ilusão alimentada por vocês, vocês que se vendem, você que se cala perante as injustiças, que omite a sua opinião na sociedade a que você faz parte. Em épocas de campanhas somos bombardeados por mil promessas, absurdas, misteriosamente aquelas que alguns dias atrás respondemos ser as prioridades em alguma pesquisa eleitoral que passou em nossas casas, encomendada pelos urubus, para falaram as formigas e aos deslembrados que eles estão preocupados com nosso bem estar e sabem exatamente o que precisamos. E o povo acredita... Vota lá no urubu, todo feliz com o cinquentinha (que no montante acaba podendo custar 500 mil, sem problemas é só retirar do erário e tudo certo). Depois volta o tempo das formigas. O povo esquece das promessas, os urubus recebem seus gordos salários, desviam milhares dos cofres público, recebe propina de obras que não saem do discurso (e ainda diz que está trabalhando para o povo) e se possível ainda programam tudo de novo para concorrer novamente na próxima eleição ou quem sabe almeja um voou mais alto. O povo, iludido esquece-se do seu poder, da sua arma, a formiga contente cata suas migalhas e os cinquentinhas e ficam impedidos de cobrar, pois já receberam a bagatela pela ignorância e se acham no direito de criticar aqueles que não caem o conto do vigário. Aqueles que não caem nesses colóquios flácidos, reclamam, esperneiam, e ainda são tachados de intrigueiros. Cobranças mesmo? Isso poucos fazem. Candidatar-se ficou banal em nosso país, a profissão politica, embora tenha os urubus é muito cobiçada, político e politicagem viraram profissão de salários gordos e possibilidade de ascensão rápida ao estrelato. Vou dar uma dica aos urubus, façam campanhas para coisas fúteis talvez o povo se anime mais! Façam festas públicas divirtam as formigas e os cinquentinhas, funciona e talvez reduza o investimento. As formigas a única coisa que posso fazer e lembrá-las da importância de sua existência definida bem no pensamento de Bertold Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. [...] O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que é da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra...” As formigas tem memória fraca e estão em número cada dia maior... Por João Maguila lá de Sinop/MT


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Verão

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11 de Janeiro de 2014

Por Mayra Lima

"Olha a caipirinha feita na hora! " Esse é o bordão de Sérgio Luiz Gonçalves. Vendedor Ambulante há trinta anos, foi um dos pioneiros a levar a caipirinha para os banhistas da praia do Mar Grosso. As barraquinhas de bebidas, roupas entre outros produtos fazem parte do cenário praiano. Para refrescar o corpo na praia, nada melhor que um banho de mar e uma boa caipirinha. Costume típico dos brasileiros, a bebida é conhecida internacionalmente pela mistura da cachaça com o limão. Um dos pioneiros a levar esse sabor aos banhistas foi Sergio Luiz Gonçalves. O senhor de 59 anos refresca os dias de sol de lagunenses e turistas desde 1984. A bebida, segundo Sérgio, era conhecida em Laguna através de um senhor que a comercializava na praia montado em um bode. “Lembro que há 30 anos ele foi o primeiro a trazer a caipirinha. Só que a mistura dele era feita com refrigerante de limão e cachaça. Foi nessa época que comecei a vender a minha caipirinha, a típica que leva fruta. Aprendi a receita quando trabalhei nos bares de Santos. Esse senhor era conhecido por andar pela praia em cima de um bode”, afirma. Foi com 28 anos que o lagunense começou a trabalhar como vendedor ambulante. Morou algum tempo em Santos, entretanto voltou à terra natal nos anos 80. “Tenho clientes que compravam minhas bebidas quando pequenos, muitos toma-

vam na mamadeira. Hoje essas mesmas crianças, atualmente não tão pequenas assim, bebem suas caipirinhas e dão meus sucos aos seus filhos”, relata. Aposentado por contribuição, Sérgio vende em cima de uma moto que traz tudo que ele precisa para comercializar sua bebida. A modernidade da barraquinha, denominada Rainha da Praia, chama a atenção de quem passa. Os sucos são realizados através de um “vascolejador”(uma máquina que mistura os ingredientes), criado pelo próprio Sergio. O utensílio vira atração para os

Sérgio manobrando a motocicleta que é também a barraquinha e aguardando os clientes.

turistas, com direito até a vídeo no Youtube (confira no QR code). Sérgio trabalha só pela manha, de acordo com ele, suas bebidas têm o intuito de preparar o estômago para a refeição. “Fico na praia até o meio-dia, minhas bebidas tem o poder de abrir o apetite dos clientes para o almoço”, alega em meio a risos.

Assista o vídeo da invenção de Sérgio, o “Vascolejador”, a partir do QR Code

De Minas Gerais a Laguna Com o intuito de melhorar a vida financeira, o mineiro Serjomar Gonçalves resolveu recomeçar em Laguna. Sua barraquinha na praia encanta os olhos das mulheres que adoram saídas de praia. A renda arrecadada durante o verão serve para o vendedor enviar aos pais que ainda se encontram em Minas Gerais. Segundo Serjomar, a cidade juliana foi descoberta por amigos. “Alguns já tinham vindo até Laguna para conseguir emprego e a maioria deles teve sucesso. Foi assim que há quatro anos resolvi vir para cá também. Hoje tenho uma boa renda, durante o inverno consigo viver com o que guardei do verão junto com alguns trabalhos temporários”, garante. As peças comercializadas são feitas no norte do país, só algumas são confeccionadas em Laguna. “Meus amigos enviam pra mim, ou quando viajo tento trazer novidades”, explica.


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Capa

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11 de Janeiro de 2014

Verão

Problemas ofuscam a beleza do verão em Laguna Por Romulo Camilo Fotos por Elvis Palma Muito se foi debatido durante o ano de 2013 sobre a infraestrutura e o planejamento feito para recepcionar os visitantes e até mesmo os próprios lagunenses durante o verão. Problemas como o do esgoto a céu aberto na Praia do Mar Grosso agora somam-se a outros fatores que impactam negativamente na temporada de verão em Laguna.

Mesmo com solicitações por parte das entidades durante todo o ano, poucas atitudes foram tomadas para resolver o caso em definitivo. Medidas paliativas foram tomadas, porém, mostram-se ineficazes. Em abril de 2013, o vereador Andrey Pestana (PSD) enviou requerimento ao executivo pedindo solução imediata e não obteve retorno. Ainda no mesmo requerimento, o vereador faz questão de enfatizar o compromisso dessa gestão, que então havia 115 dias de governo, o impacto causado no meio ambiente e na saúde pública, além de fazer lembrar do impacto também no potencial turístico do balneário. “Em uma cidade que se preocupa com o meio ambiente, com o planejamento urbano da mesma e, com um futuro de desenvolvimento econômico social, este problema precisa ser atacado urgente, afinal de contas, em pleno século 21, não

poderíamos estar passando por este problema ambiental e de saúde pública. Nossa cidade possui um enorme potencial turístico e que por diversos motivos, não conseguimos deslanchar e incrementar seu desenvolvimento e, indiscutivelmente, tal fato é extremamente prejudicial aos moradores e aos turistas que recebemos. É sabido por todos que um problema grave como este de saneamento básico, que ataca diretamente aos princípios ambientais e ecológicos, bem como os de saúde pública, não é culpa da sua gestão de 115 dias de governo, entretanto, quando sua administração assumiu este governo, passou a ter a responsabilidade de resolver problemas atuais, problemas futuros e problemas herdados, sendo este, de primordial importância e de urgência a ser atacado e resolvido o quanto antes.” Escreveu Andrey Pestana em seu requerimento.

Vedação dos bueiros se mostrou uma estratégia ineficaz para combater o problema

Banhistas dividem as areias com o esgoto na Praia do Mar Grosso

A prefeitura, em medida emergencial, lacrou as saídas de esgoto impedindo que o mesmo chegasse as areias da praia. Ainda em novembro, durante entrevista exclusiva ao Folha Lagunense, o Prefeito Everaldo dos Santos revelou estar buscando a parceria com a CASAN para a solução definitiva do caso antes do início da temporada e ainda ressaltou que a solução do problema não dependia somente da prefeitura. “Estou cobrando fortemente da CASAN quanto a esse

caso. No Mar Grosso a CASAN cobra um valor altíssimo para a taxa de esgoto. O que eu propus a CASAN é uma parceria técnica. O maior problema é o esgoto clandestino cloacal ligado à rede pluvial, a solução seria fazer uma ligação direta com o emissário submarino. Gostaria muito de resolver esse problema ainda nessa temporada, mas não depende só da prefeitura”. Respondeu Everaldo em entrevista ao Folha Lagunense ainda em novembro. Sem ações concretas e eficazes, estamos em

plena temporada de verão e o problema ainda assombra os turistas e moradores da Praia do Mar Grosso. Indagado sobre o assunto, o Secretário de Obras e Saneamento Orlando Rodrigues se mostrou tranquilo informar que a medidas estão sendo tomadas na medida do possível e que, em breve, após a nomeação do novo Secretário de Planejamento, será designada uma reunião para se definir uma solução. “Esse é um problema antigo, a rede é antiga e com a construção da nova orla, não foram deixados os devidos espaços para a rede de saneamento. Na próxima semana estaremos desobstruindo a tubulação existente para que a água possa seguir o percurso correto e não vá para a praia. O projeto para solucionar o problema é acabar com os esgotos clandestinos ligados a rede pluvial e construir galerias que vão do antigo calçadão até a Praça do Vila e que desemboque no sistema da Renê Rollin. A partir da nomeação do novo Secretário de Planejamento é que nos reuniremos para formular o projeto e ir atrás dos recursos.” relatou Orlando Rodrigues.


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Saúde

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11 de Janeiro de 2014

Por Romulo Camilo

Faltam farmácias 24 horas em Laguna Aqueles que necessitarem de medicamentos de urgência e procurarem uma farmácia em Laguna após a meia-noite, encontrarão todas com as portas fechadas. Por falta de segurança, as poucas farmácias que trabalhavam com o sistema de plantão decidiram deixar o sistema e trabalhar com horário de expediente reduzido. Segundo Charles Menezes, proprietário de uma farmácia localizada no Centro da cidade, a insegurança foi a peça fundamental para a decisão, além de outros fatores como a falta de clientes durante a baixa temporada. “Trabalhamos 24 horas durante os últimos 5 anos, mas depois de sofrermos 3 assaltos decidi fechar. No último o assaltante portava uma arma e colocou ela na direção do funcionário, aí não dá para correr risco.” relatou Charles.

Durante

Ação

o

verão,

quando o número de pessoas na cidade aumenta consideravelmente, os que necessitam de medicação de emergência precisam buscar o atendimento no hospital, como foi o caso de Luis Fernando Silva, turista que, ao visitar a cidade, necessitou de medicação para tratar uma crise de bronquite asmática e não encontrou nenhuma farmácia em funcionamento durante a madrugada. “Busquei em todos os bairros e não encontrei nenhuma farmácia aberta. Para quem sofre de asma, sabe-se que uma crise é facilmente resolvível com uma dose de Aerolin que custa menos que R$10,00. Mas na falta de uma farmácia tive que ir ao hospital e fazer uma nebulização, acionar o plano de saúde e por

sorte o pronto-socorro estava tranquilo, senão poderia até tirar a vaga de alguém mais necessitado por causa de um problema que poderia ser tratado com uma bombinha.”explicou Luis Fernando.

Por Mayra Lima

Governo Municipal cria projeto Onda Limpa e intensifica limpeza das praias A iniciativa tem a premissa de incentivar a consciência sustentável em moradores e turistas

Recolher o próprio lixo e colaborar com a cidade. Esse é o principal objetivo do projeto Onda Limpa. Criado pelo Governo Municipal, através da Secretaria de Turismo, as “pranchas de surf” carregam caixas de sacolas plásticas para colaboração dos banhistas e frequentadores da orla. São 15 unidades nas praias do Mar Grosso, Praia do Sol e Farol de Santa Marta. Além das “pranchas”, o Governo Municipal distribuiu lixeiras nas orlas

das praias. A coleta dos dejetos é feita pelas manhãs, através da Secretaria de Obras. O lixo é levado para o aterro sanitário.

Perigos O lixo traz problemas não só para o meio ambiente, mas também para os banhistas e para a saúde da cidade. A contaminação que ocorre através dos resíduos afeta a fauna e a flora, entupindo bueiros e causando doenças.

Algumas das doenças advindas da poluição das águas: - Gastrenterite; - Cólera; - Disenteria; - Esquitossomose; - Hepatite A; - Febre Tifoide; - Contato com algas tóxicas; - Resíduos industriais tóxicos; - Irritações e infecções.

Foto por Geraldo Gê/SECOM

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11 de Janeiro de 2014

coluna

Marcinho Rodrigues marcinho@folhalagunense.com.br

As (des)venturas de um temporão Vou tomar a liberdade de escrever em primeira pessoa, com a certeza de que muita gente vestirá a mesma camisa. Observo esta situação há já algum tempo e, numa conversa regada a vinhos frisantes, cavas e quitutes neste réveillon, veio-me à cabeça tratar do assunto. Como quarto filho – dito temporão – de um casal de conhecidos senhores de já certa idade, sempre senti um certo vazio quanto a algumas figuras familiares. Meus avós (homens, pai de meu pai e pai de minha mãe) foram-me pessoas desconhecidas, pois já falecidos no dia em que fui esbulhado do conforto do ventre materno. Restaram apenas os relatos de sua personalidade, higidez. No caso do Vô Neném, codinome do Vô Ido, meu avô materno, de suas aventuras... Entre meu irmão mais velho e eu, há um lapso de dezessete anos. Nos idos de hoje, seguramente teria idade para ser meu pai. De certo modo, volta e meia insiste em agir dessa forma... Há suas desvantagens, mas os prós se sobrelevam. Do mesmo modo, os primos-irmãos. Os primeiros parceiros de nossas pequenas grandes aventuras. Para tal afirmativa, deixo o empirismo de lado e permaneço tão-somente como observador de meus sobrinhos e de suas incessantes traquinagens. Acalme-se! Minha família vai muito bem, obrigado..., e meus primos-irmãos estão ótimos! Todavia, o degrau etário entre a gente é tamanho que, em algumas situações, fico na dúvida em tratá-los, no vocativo, como primos. Por vezes me deparo chamando-os de tios, tias... e por aí vai. O tempo se demonstra novamente uma grata ferramenta e, pouco a pouco, essa sensação vai se atenuando. Nossos fios de cabelo gradativamente diminuem seu volume e tonalidade, e a quase-igualdade passa a reinar com a maturidade adquirida. Graças a este lapso temporal entre um filho e outro, vi-me obrigado a buscar as figuras de meu tempo, os meus parceiros de aventura. Tais situações fazem com que a gente acabe aumentando pouco a pouco o nosso núcleo familiar. Ao longo da vida, conhecemos pessoas diferentes, que passamos a denomina-los amigos. Alguns vêm e logo se vão, outros permanecem e se mantém com uma relação superficial; transformam-se em meros conhecidos. Alguns outros, geralmente em número inexpressivo, de tal modo a ser possível que contemos sua quantidade nos dedos de uma mão – ou, aos mais afortunados, das duas – ingressam na nossa passagem Terrena de tal modo e com tamanha intensidade que acabam se tornando nossa segunda família. A família de nossa eleição. Aquela amizade que transcende. Aquele seu amigo que você seria capaz de, por inocência e ausência de algum termo no vocabulário que descreva a relação, chamá-lo de irmão. Destaco este aparente equívoco pois, de um modo geral, se por acaso fossem irmãos naturais – desses, filhos de pelo menos um dos mesmos genitores – talvez não possuíssem a mesma afinidade um com o outro como ocorre. O suprassumo da empatia. A “Tia” – como costumamos nos referir carinhosamente às mães de nossos amigos – pouco a pouco passa a se revestir da figura materna, tamanha a ternura de seu abraço, pelas orações e pela torcida. Aquela lacuna do avô se torna preenchida: o tratamento “Senhor” ou “Seu Fulano” é substituído por um sonoro “Vô”. Da mesma forma com seus tios e primos, ainda que um tanto mais jovens. Igualmente, os pais de nossos (no meu caso) futuros cônjuges. Não sei se sou um sujeito de tamanha sorte por ter jamais conhecido aquela figura caricata desenhada nas rodas de bar: a sogra, recoberta por escamas crotálicas, ardilosa, com um chocalho na ponta da cauda e pronta para dar o bote. Um carinho materno, como uma borracha, apaga o personagem folclórico. O pretenso sogro, de igual modo, entre uma e outra dose de um sempre bom scotch ou de um bom vinho, com os ensinamentos e o traçado do caminho das pedras, adquiridos de uma vida de esforço e trabalho dedicado à família. Seria injusto ou mesmo inadequado adotar-se a acepção técnico-jurídica de parentesco por afinidade ou parentesco socioafetivo. Prefiro ousar e denominar como minha segunda família. A família que construí. À primeira vista, esse texto pode parecer um tanto pessoal demais para a coluna. Contudo, valho-me da premissa de não ser o único e exclusivo ser deste universo a receber esta verdadeira bênção.

Eventos Após 25 anos sem shows internacionais Laguna recebe Blaze Bayley Por Mayra Lima

O ex-vocalista da banda Iron Maiden é atração do 3º Laguna Metal Fest A cidade juliana será invadida pelos amantes do rock novamente no 3º Laguna Metal Fest. Desta vez, quem comanda a festa é o ex-vocalista da banda inglesa Iron Maiden. Blaze Bayley passará por Laguna em sua turnê pelo Brasil que iniciou em dezembro. O evento será realizando no Summer Lounge, dia 18 de janeiro, a partir das 15h, no bairro Mar Grosso. Segundo o promotor chefe do evento, Danniel Bala, Laguna ser palco de um show internacional traz grandes benefícios para a cidade. “Há mais de 25 anos que não recebemos um show internacional. Blaze Bayley é um grande nome do rock e deverá atrair fãns de todo

As outras bandas que tocarão no evento serão: - Alta Voltagem (AC/DC Cover); - Anarchaos (thrash metal); Além de Bayley, outra - Abeastnence (heavy metal); - Su.C.K (Suruba na casa da grande atração será a banKelly) (hardcore); da Korzus. Considerada a maior banda de thrash metal - Eletromotriz (southern metal); - Soul Of War (rock n’ roll); do Brasil. As duas atrações estão comemorando 30 anos - TrustinFew (metalcore); de carreira. Brasil. Esperamos receber mais de mil e trezentas pessoas para o evento”, afirma.

Diversão Santo Daime: a descontração com um toque alternativo

Por Mayra Lima

“É uma sala de reunião aberta”, afirma Gustavo Borges, um dos proprietários do local. O anseio de ter seu próprio negócio sempre rondou os pensamentos de Gustavo Borges. Foi em uma conversa com seu amigo de infância Romulo Moreira que a vontade de abrir algo junto surgiu. De conveniência à tabacaria chegaram à conclusão de que um bar era a opção certa. Nasceu o Santo Daime. Localizado no Mar Grosso, o barzinho já conquistou moradores e turistas. Seria um lugar para receber qualquer tipo de tribo e agregar a arte. “É uma sala de reunião aberta. Muita mente pensante vem até aqui e cria ideias e projetos através das conversas que fluem. A nossa vontade desde o início era essa, ter um lugar onde opiniões possam se propagar”, afirma Gustavo. Com a dimensão que o local vem tomando em apenas três meses de funcionamento, os proprietários tem vontade de aumentar o local. “Nossa vontade é aumentar nosso bar. Temos propostas de eventos aos domingos que sempre recebem um público grande e diversificado”, relata Romulo. Segundo Gustavo, por mais que sejam realizadas festas no local, o Santo Daime não cobrará entrada. “Nós nunca vamos cobrar

para entrar no nosso bar. O que queremos é realizar esses eventos com a intenção de que nossos clientes curtam cada vez mais”, comenta.

Arte

Com um ambiente despojado, o bar é carregado de obras de artistas da região. Além do material, inúmeras pessoas chegam ao local para expressarem sua arte. Música, pintura, poesia e rap compõem a estrutura do estabelecimento. Uma das culturas pregadas no Santo Daime é o movimento Hip Hop . “Existem muitos artistas em Laguna que precisavam de um espaço pra mostrar do que são capazes. Muitos nem acreditavam na dimensão da arte que possuíam”. Além do Hip Hop, o

local é aberto para todo e qualquer tipo de expressão. “O bar é completamente alternativo. Qualquer público que chegar até o Santo Daime vai se sentir a vontade. Além disso, recebemos materiais relacionados à arte que agreguem ao bar. Estamos abertos a projetos para exposição e parcerias”, afirma Gustavo.

O nome

Santo Daime é uma manifestação religiosa surgida na região amazônica. Consiste em uma doutrina espiritualista onde a prática é essencialmente individual, sendo o autoconhecimento e internalização os meios de obter sabedoria e corrigir defeitos para alcançar a perfeição.


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Creche Casa da Gente

Um sonho que virou realidade cessários para o seu pleno funcionamento. Por isso a sua diretoria esta convidando a toda a comunidade a entrar nesta corrente de solidariedade para que ajudem com doações. Estas doações podem ser feitas através de deposito na conta: Mais conhecida como a Creche da Barbacena, o Centro de Educação Social e Cultural São Judas Tadeu – “Casa da Gente”, localizado no Loteamento São Judas Tadeu no Bairro Barbacena é fruto de um antigo sonho daquela comunidade, cujas famílias trabalham em indústrias pesqueiras, recebendo o mínimo para sua sobrevivência. A grande maioria das mulheres, ao se deslocar para seus trabalhos, não têm onde deixar as seus filhos,

por isso esta obra veio ao encontro das necessidades mais urgentes da comunidade. Projeto idealizado pela Irmã Maria, uma das antigas diretoras do Colégio Stella Maris, somado a um grupo de pessoas que formaram uma diretoria e juntos com muito trabalho e dedicação levou este projeto a sua conclusão. Junto a esta equipe inicial somou-se um grande numero de pessoas e empresas, tanto de Laguna como de outros municípios, que acreditaram na

seriedade e importância desta causa e investiram seus esforços para que a mesma chegasse a sua conclusão. A Creche Casa da Gente dará atendimento pedagógico e assistencial totalmente gratuito para mais de 40 crianças. As atividades ocorrerão em período integral, onde serão desenvolvidas ações educativas, nos aspectos físicos, psicológicos, cognitivos, sociais e culturais, sendo oferecido às crian-

ças alimentação e material escolar somado ao acompanhamento de profissionais especializados e com capacitação em educação infantil. Será matriculada toda e qualquer criança, desde que seus pais exerçam comprovadamente algum tipo de atividade remunerada. Mas tudo isso só será possível se a creche obtiver os recursos ne-

Centro de Educação Social e Cultural São Judas Tadeu C/C: 1002578-8 AG: 0359 – Banco Bradesco Você poderá também fazer sua doação autorizando a Celesc a debitar qualquer valor mensalmente na sua fatura de energia elétrica. Ou entrando em contato pelo telefone: 9999 4466 – Ir. Maria 9161 8110 – Rogério 8419 4508 – Joel

Empregos

Laguna fecha 2013 como Caroline referência de empregos em SC Fernandes Laguna está credenciada como a cidade que mais empregou trabalhadores no estado de Santa Catarina no ano de 2013.

O Relatório dos Postos Estaduais de Atendimento do SINE, referente às vagas ofertadas e a quantidade de trabalhadores encaminhados a emprego, colocados no mercado de trabalho, revelam números favoráveis à cidade. Para as 2140 vagas captadas, foram encaminhados 4527 trabalhadores, dos quais 1034 foram contratados. A cidade juliana passou a frente de Joinville e Blumenau, conhecidas pelas oportunidades de emprego. O setor com maior

número de vagas de empregos preenchidas foi o da construção civil, fechando o ano com 729 trabalhadores empregados. Segundo Elvis Palma, responsável pelo Posto de Atendimento do SINE em Laguna, o setor é o que mais cresce em Laguna influenciado pela duplicação da BR 101 e a alta do mercado imobiliário. Com isso a tendência é que a economia da cidade fique ainda mais aquecida para 2014, favorecendo o comércio de Laguna.

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Grupo de Capoeira Camboatá realiza encontro mundial em Laguna O evento aconteceu no último final de semana, do dia 3 a 5 de janeiro. Já se ouvia de longe o som do berimbau. Mais de setenta Abadás brancos e cordas dançavam pela praia do Mar Grosso, e assim foi se formando a roda de espectadores em volta da roda de capoeira.

pessoas. “Eles aprendem os direitos e deveres nas aulas, não só como capoeiristas mas como cidadãos. É preciso saber usar o que se tem nas mãos. A capoeira é uma luta e deve ser ensinada com cuidado”.

O acontecimento se repete a cada verão. Uma vez por ano, o Grupo de Capoeira Camboatá realiza em Laguna, o encontro das regiões nacionais e internacionais vinculadas ao grupo. São realizadas graduações, confraternizações e rodas de capoeira pela cidade durante o final de semana escolhido.

Os benefícios da capoeira

Segundo o graduado Gesso, responsável pelo grupo em Laguna, o intuito de realizar o encontro nessa época do ano é aproveitar as praias para a realização das rodas e levar a cultura não só aos moradores, mas também aos turistas. “É a melhor forma de disseminar a arte na cidade. Essa é a época em que Laguna recebe muitas pessoas”, explica.

Do sul para o mundo Foi em março de 2003, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que nasceu o Grupo Camboatá. O mestre Tucano, fundador do grupo, tinha por intuito disseminar valores, realizar pesquisas e levar a cultura afro-brasileira para o mundo. No Brasil, além de Santa Catarina, fazem parte do Camboatá os Estados do Rio Grande Do Sul, São Paulo, Paraná. Entre os participantes internacionais, havia representantes do Uruguai, Inglaterra, Espanha, Irlanda e Portugal. Em Laguna, o grupo existe desde 2010. Para Gesso, um dos principais objetivos do Camboatá é de formar

A comunicação corporal, movimentação, improvisação, o equilíbrio, força, assim como ritmo, noção de tempo, reflexos e compreensão teórica são conceitos ensinados durante as aulas. Além disso, os movimentos da arte utilizam todos os músculos do corpo, proporcionando inúmeras qualidades físicas. A prática constante melhora a resistência e desenvolve o sistema cardiorrespiratório. Uma aula de capoeira gasta em média 500 calorias. Astúcia, persistência e coragem também são ganhos durante as aulas.

A arte entre as crianças A capoeira infantil é totalmente habituada para os pequenos. Segundo Gesso, os golpes são os mesmos, entretanto ensinados com nomes de bichos e flores com o intuito de uma melhor memorização. “É realizado um treino diferenciado entre as crianças. Os golpes e ensinamentos são adaptados para cada idade. Hoje tenho alunos desde muito pequenos e que melhoram a agilidade, atenção, equilíbrio e demais benefícios que podem ser desenvolvidos enquanto criança”, afirma.

Saiba Mais: Quem se interessar pela arte pode entrar em contato com o graduado Gesso pelo telefone: 84114474.

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