ODISSEYA

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índice guideki

................. O O 9

eletrisa

................. O 2 1

aline

................. O 3 3

d eq u e t e

................. O 4 5

larissa

................. O 5 7

f e ro l i

................. O 6 9

bárbara

................. O 8 1

muzai

................. O 9 3

marss

................. 1 0 5

f o ly e

................. 1 1 7

persi

................. 1 2 9

c u r ió

................. 1 4 1

va i n e

................. 1 5 3

lo lô

................. 1 6 5

cordulia

................. 1 7 7

b i a nc a

................. 1 8 9

n ic ho l a s

................. 2 0 1

rainer

................. 2 1 3

v ig o

................. 2 2 5

waldo

................. 2 3 7

mands

................. 2 4 9

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@ gu i d e k i

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GUILHERME Sou Guilherme Batista, ou Guideki, tenho 30 anos e me considero um artista visual. formado em Design Gráfico e ilustrador desde criança.

Tem sido desafiador e surpreendente trabalhar com arte nessa pandemia. Por um lado tive alguns trabalhos cancelados e adiados sem previsão, mas ao mesmo tempo, no começo da pandemia, existiu uma valorização enorme da classe artística, e graças a internet não fiquei sem trabalho.

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É difícil ter inspiração sem movimento Acredito que meu trabalho hoje é plural e popular. Crio ilustrações e conceitos gráficos pra projetos e superfícies muito diferentes, como pinturas em telas, murais, videos, animações, estampas, pôsteres, marcas e projetos gráficos de ambientes e sinalização.

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c o m o é s e r a r t i s ta? Não tenho parâmetro de comparação com outra profissão, nunca fui outra coisa! hahahah Acho que o maior desafio é a entrega. se entregar e confiar nas suas escolhas, estar aberto a mudá-las e se aperfeiçoar. Acho que isso serve para qualquer negócio. acredito sempre que a busca pela perfeição na arte é aceitar e confiar no presente.

GUILHERME @ guideki

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@eletrisa

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ELISA Utilizo a eletrisa para apresentar meu trabalho com desenho e arte. Ela surgiu como um escape da identidade técnica vinculada à minha formação profissional. Me formei em arquitetura e urbanismo pela UFU & em ilustração venho me formando de maneira autodidata por isso o assunto da cidade e minha maneira de representação conversa com a representação arquitetônica. Gosto também de caminhar pelo universo dos HQs, de onde tiro inspirações desde criança. 22


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Fa z e r a r t e n e s s e a n o pa n d ê m i c o t e m s i do s o f r i do, c l a r o. A r o t i n a m u do u e s e a da p ta r n o m e i o do m e do n ão é u m a ta r e fa fác i l . 24



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Ser artista é produzir

utilizando dos adventos dos altos e baixos da vida. Buscar expressar meus sentimentos e pensamentos e críticas sobre o que vivo e observo e através disso, encontrar pessoas que se identifiquem de alguma maneira. Na arte eu me esforço para ser a versão mais sincera de mim naquele momento. 27


“ENTRE A RUA E O IMAGINÁRIO”


DE ELISA AZEVEDO RIBEIRO (@ eletrisa) Este livro tem a intenção de apresentar a cidade de Uberlândia através de uma coleção de ilustrações. Esta apresentação percorre o imaginário e uma percepção visual da autora sobre a cidade. O diálogo entre o real e o imaginário é algo sutil no livro e possível de entendimento; enquanto o imaginário é construído e retratado através de memórias e sensações sobre a cidade também é um retrato de uma cidade possível de ser visualizada dentro do real. A poética da imaginação está nas infinitas possiblidades. No livro, o leitor é instigado a observar e pensar a espacialidade da cidade de Uberlândia e este é livre para criar sua própria retorica. Há também uma preocupação da autora em reconhecer as identidades desta cidade buscando seus ícones mais autênticos e de alguma forma desfoca os signos da globalização onde aparecem os mesmos shoppings centers e grandes torres comerciais. Neste pequeno livro, a busca pela essência desta cidade invoca a libertação do lugar comum.

entrearuae.oimaginario


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Trabalho de forma independente e também sob encomenda produzo ilustrações e estampas.

sempre explorando meu estilo de traço limpo e sintético. Nas minhas representações, as vezes eu misturo temas como desenho de mobiliário, calungas, o cotidiano e jardins && também me inspiro e valorizo os artistas nacionais.

ELISA @ eletrisa

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@alnereis

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ALINE Comecei a fotografar profissionalmente em 2017 as festas do Belgrano. Na época, fui convidada para participar do coletivo Burnash!; conhecido por juntar fotógrafos que registravam as festas e cultura de rua da cidade. No mesmo ano registrei a festa da Pabllo, contratada pela produção da mesma. Em 2018 fiz meu primeiro still para o clipe da Urias “Você me vira a cabeça” tendo nesse meio tempo começado a registrar meus amigos, fazendo mini editoriais com eles que sempre me apoiam e piram comigo nas idéias. No último ano, antes da pandemia, eu tava conseguindo me expandir e registrar eventos fora da cidade, mas infelizmente alguns muitos planos precisaram ser adiados. Hoje em dia sigo fazendo meus editoriais de expressão artística com meus amigos; atendo a clientes locais e faço o conteúdo fotográfico da produtora de musica NOIZ. 35


Eu gosto de registrar as pessoas vivendo, seja numa balada ou num desenvolvimento de trampo, a experiência que a pessoa tem no que ta fazendo e o sentimento que traz tanto pra pessoa quanto pra mim, se emocionar em registrar o corre do outro, nesses processos eu aprendo muito com a conversa que sempre rola durante. 36



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Ta sendo bem complicado, e bastante difícil. Meu trabalho era totalmente voltado pra rua, balada, aglomeração. Desse contato com as pessoas, principalmente com meus amigos, crescendo com eles e para eles. Então atingiu bastante, sigo tentando na pandemia outras maneiras de viver e expressar minha arte enquanto não podemos ter aquela aglomeração gostosa. No inicio da pandemia eu coloquei que eu precisava produzir e botar minha cabeça pra funcionar e fazer alguma coisa que fosse. Rolou e ate porque eu tava ficando doida de não fotografar, peguei varias piras de fazer analógicas e ir fotografando coisas pelo percurso casa/trampo, mudar um pouco a visão e olhar que tinha dentro das possibilidades que eu tinha. Hoje me sinto mais cansada mas continuando nas piras, o corre não para e o registro é algo importante para mim. Tive que mudar porque fotografar pessoas se divertindo sempre foi o que me fazia fluir mais e continuo não tendo isso, então fazendo mas de formas diferentes e continuo descobrindo dentro desse processo maluco. 41


meu

maior

desafio

está

sendo

não

deixar de produzir, não deixar o meu corre de lado. tentar adaptar e ter novos aprendizados com tudo isso que tá acontecendo no atual. como disse, tive

que

adiar

alguns

planos

que

tinha em mente, mas o que me fortalece é

a

rede

que

eu

tenho

comigo.

a

fotografia pra mim é uma troca de ideias, criatividade e sentimentos; é registrar a expressão dessas coisas, criar memórias e demonstrar o que estou sentindo. acho que por isso envolvo tanto meu ciclo de amizades nos meus maiores projetos. eu valorizo muito ser artistas com meus amigos, as idéias do nada, juntar a experiência de cada um!

ALINE @ alnereis

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@ de q u e t e

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TIAGO Sou natural de BH, tenho 38 anos, sou casado e tenho um filho. Há 8 anos me mudei pra Uberlândia, cidade que acolheu a mim e o meu pequeno e onde tenho desfrutado uma nova e gostosa fase da vida. Sou escritor de Graffiti (writer), popularmente conhecido por graffiteiro. Desde os anos 90 produzo intervenções urbanas em muros, paredes e outros suportes nas cidades por onde eu passo. E por isso, tenho a honra de estar inserido na cena nacional do Graffiti e ter feito amizades em vários estados do nosso país – irmãos e irmãs de tinta. Geral que me acompanha conhece meu personagem Ogato, através do qual conto minha história de “segunda chance” depois que tomei seis tiros nas antiga. Daí eu assinar Dequete. O apelido vem de The Cat, “Sete Vidas”. 47


Ser artista é ser um agente de cultura.

apoio de gestão governamental alguma, e

No meu caso, enquanto grafiteiro, agente

mesmo assim, acredito que a Arte é política.

da cultura Hip Hop. Tal como o Rap, nós

Não digo partidária, mas revolucionária,

narramos o cotidiano da nossa gente

subversiva pra quebrar paradigmas e tabus.

humilde, gente de periferia, colorindo seus

Arte é tomada de ação, ainda mais a de Rua!

dias cinzas e dando visibilidade e orgulho

Não esperamos que ninguém faça, vamos

pras quebradas. Eu não curto o romantismo

lá e fazemos nós mesmos, independente de

e nem a figura caricata que estigmatiza

censura ou permissão. Gosto muito da frase

o artista. Ser artista é ser um construtor.

que afirma: “Muro branco, povo mudo!”.

Estamos constantemente construindo um

Isso norteia meu fazer artístico. Graffiti é

mundo melhor, mas isso não é fácil e nem

um grito estético!! Dá voz a quem tem sido

sempre é reconhecido também. Nosso país

calado. Dá projeção pra quem sempre foi

investe quase nada em cultura, não temos

invisibilizado. Seja através de um mural ou


um pixo, a gente grita que estamos vivos e

também histórias (inclusive a minha). Misturo

não aceitamos que nos digam como as coisas

tudo isso com tinta e assim surgem meus

devem ser, como devemos nos portar. Somos

trampos em Verde Laranja e Azul. Alguns

livres! Expressamos essa liberdade nos

saem rápido, questão minutos ou demoram

muros e por isso, muita gente se identifica.

dias. Vai dá intenção e das condições.

Como canta o RZO: “Um graffiti na parede

Tem trampo que é pra zoar/divertir, mas

já defende algum direito!”. Por isso, digo

também tem aqueles que quando solto, cês

que graffiti é cultura e também é coletivo.

sabem que vai incomodar. Mas a função

Ainda que seja eu ali sozinho a pintar, eu

da arte é nos tirar da zona do conforto,

tenho a consciência que represento não só o

provocar reflexão, ainda que, com um certo

meu movimento, mas também o meu povo.

estranhamento. Meu processo criativo tem

Somos um só! Isso é o que me move a pintar

muito a ver com meu estado de espírito e do

e a ressignificar, não somente paredes, mas

que está acontecendo na atualidade.


DESAFIADOR! Na verdade, nunca foi fácil, mas diante de todo o contexto que estamos vivendo, sabemos que a Arte no Brasil nunca foi valorizada, ainda mais a de Rua. Isso restringiu as negociações com clientes, a procura por serviços artísticos, os quais para muitas pessoas, não é considerado algo essencial. Desta forma, a cultura é um setor que sentiu bastante o baque neste momento. Ao mesmo tempo, temos


falado da importância que a Arte tem. Ela que é um dos principais agentes do desenvolvimento humano. E nesse contexto atual de isolamento social, ela também contribui para a manutenção ou restauração da saúde mental das pessoas. Telas nas paredes, graffitis nas ruas, seriados e filmes, músicas, lives e diversas manifestações, tem deixado esse rolê menos pesado. Com fé a gente segue resistindo.

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Como escritor de graffiti, desenvolvo diversas vertentes

dessa cultura. Pixo, Tag, Throw-up e principalmente minhas letras Freestyle. Desde um role de marcador pelo centro da cidade à elaboração de murais solos ou produções coletivas com outros artistas, curto vivenciar todas as possibilidades que o Graffiti proporciona. Com os personas que eu desenvolvo, gosto de abordar temas que envolvam questões da contemporaneidade. Fiz do meu personagem um arauto, onde muitas pessoas se identificam com as mensagens que ele passa nos muros.

Esse é o role da Rua, efêmero como a mesma. No urbano, você lida com o caos, com a correria, com a subversão, com barulho, com os B.O... O Graffiti é fruto disso, precisa disso, aliás. Por outro lado, tem o trampo no atelier, onde realizo telas, ilustrações e projetos para pintura indoor por encomenda. Aí já é outra fita, outra relação com o fazer artístico. Mergulho dentro de mim, do sossego e da aquietação pra atender a demanda de orçamentos que recebo, lidar com as redes sociais e produzir as peças para os clientes. É muito bom trampar com arte, fazer o que se gosta, ainda que nem tudo sejam flores. Mesmo assim, vale muito a pena. é um privilégio! 54


TIAGO @ dequete

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@ larissarib e i r o c e r a m i c a

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LARISSA sempre agradecendo por continuar trabalhando e vivendo de arte. Resistindo e reinventando, pensando em novos jeitos de trabalhar, fazendo parcerias... por um lado, entendo que vivemos um momento de crise e que a arte (e a cerâmica) estão longe do topo na lista de prioridades da maioria das pessoas, mas ao mesmo tempo percebo que esse tempo todo que estamos passando em casa fez com que nossa relação com o tempo, o lar e os objetos se transformasse. Tem pessoas que querem levar arte para dentro de casa, outras que querem aprender ou aprofundar em atividades artísticas no tempo livre, muitas procuram a cerâmica. Com esse climão de incerteza, sem saber quando isso acaba, o negócio é fazer o que da pra fazer, aprender a planejar a curto prazo e ser flexível.

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Ter um olhar sensível e observador, conseguir expressar habilidade ou sentimento por meio das linguagens da arte e causar algum impacto em quem vê.

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Representar o tempo em que vivemos, saber do papel histórico da arte e lidar com as criações depois de joga-las para o mundo.

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nem sempre é fácil. Mas a arte é uma das poucas coisas que ainda fazem sentido nesse momento caótico que estamos vivendo. >>> experimentações, pesquisa, alquimia, observação & piras. Já passei por muitas áreas, como colagem, pintura, grafitti, xilogravura, desenho, música, escultura, instalação, cerâmica... gosto de explorar possibilidades, misturar técnicas & aprender sempre.

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Inspirações vem do cotidiano, das coisas que observo a minha volta, da vontade de conhecer os materiais e também de imaginar novos cenários.

meu sonho é o acesso e a democratização da arte, que todas as pessoas entrem em contato com seu lado mais humano e sensível.

LARISSA RIBEIRO @ l a r i s s a r ibeiroceramica

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@ ferol i t a t t o o

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CLEIZER Viver de arte sempre foi desafiador e cheio de altos e baixos, mas durante a pandemia, para mim, foi um empurrão da vida me forçando a abrir a mente criativa pra outras possibilidades. Foi nisto que abri mão de ~ respirar ~ apenas tatuagem e pude me dedicar em outros estudos também, como aquarela e pintura a óleo, o que no final das contas também agrega na tatuagem. Por fim, estes tempos pandêmicos me mostraram a importância de estar em contato com a arte e usar isto como forma de sobrevivência e expressão. 71


A origem do que eu faço são as emoções, há 5 anos atrás começou com o sketchbook (diário desenho) e desde então foi caminhando por vários trilhos, nos tempos de hoje voltei às raizes do diário e aplico isso nas minhas telas e nas aquarelas. Se for pra descrever o que eu faço em pouco as palavras, eu arrisco dizer ‘melancolia, euforia e sensibilidade’.

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pelo menos é o que eu pretendo passar hahaha


Me aceitar como artista foi um processo bem longo, antes tinha muito receio em dizer por aí que eu era artista por falta de confiança em mim e no meu trampo, hoje é algo natural e muito parte de mim, ser artista.

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Essa vivência pra mim, é como um trem em trilhos que não tem fim: nunca para. 75


Comecei meu trajeto como artista há 8 anos, quando entrei na graduação em Artes Visuais, mas de tempos em tempos sempre gostei de criar - desde criança. Em 2016, no meio de uma turbulência existencial no trabalho, decidi largar meu emprego e arriscar viver dos meus desenhos. Eu tinha um sketchbook onde havia me proposto desenhar sobre emoções, dar forma as coisas que sentia mas não tinham nome, foi aí que nasceu o Diário Desenho. Usei deste caderno pra ilustrar camisetas manualmente e vendê-las como 76


forma de renda, e a partir disto meu trabalho foi chegando em mais pessoas até que um amigo (e vários) falou que eu deveria aprender a tatuar, e então eu topei. Ele fez a ponte com o estúdio que os amigos dele tinham e eles me aceitaram como aprendiz, isto em 2017. De lá pra cá já trabalhei com diversos artistas e visitei algumas cidades levando meu trabalho :) Definitivamente vesti a camisa do - ser artista - depois de mw tornar tatuador, as experiências dentro dos estúdios me trouxeram muita visão de desenho e pintura, o que me fez abrir a cabeça e explorar mais superfícies além da pele.



Todos os dias tô produzindo algo, ou, quando estou parado, estou pensando em o que criar Meu processo criativo vem muito dos meus amigos que compartilho o dia a dia, ver os processos deles me inspira muito. Assistir filmes, andar de bike e ouvir música são alimentos pra minha criatividade. Mesmo tendo a tatuagem como profissão e gostar muito, se pudesse escolher acho que viveria apenas de telas e pinturas.

CLEIZER @ ferolitattoo

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@ barba r a f r a g o l a

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BÁRBARA

Meu nome é Barbara tenho 24

anos, nasci em São Paulo e estudo Design de Moda em Uberlândia. Desde pequena sempre gostei de desenhar mulheres, pegava aquelas revistas da Boa Forma e ficava desenhando, não sei por que o corpo feminino sempre me chamou muita atenção, olhar aquelas mulheres me fazia querer ser uma delas. Com o tempo o meu olhar foi sendo ressignificado e descontruí vários padrões e com certeza isso passou para meus desenhos. Nunca pensei em trabalhar com design sempre falava que era um hobbi desenhar e tanto falei que hoje trabalho com isso, não 100% mas faço muitos trabalhos paralelos.

E olha que loucura hoje não me vejo trabalhando em outra área. 83


Nesse último ano de 2020

decidi pegar uma grana que tinha guardado e investir em um pequeno sonho. >>>> criei minha marca a @tpm.clothing. Mesmo com tudo muito incerto com a pandemia acreditei que aquele era o melhor momento para fazer essa nova trajetória. Então peguei minha ideia, meus desenhos e coragem e fiz a Tpm Clothing fluir, infelizmente ainda não consigo viver do dinheiro da marca, mas consegui levantar o retorno para continuar a produção. Percebo que

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viver hoje dos frutos da Tpm seria

com a pandemia o mercado migrou

impossível, esse ano tivemos uma

muito para lojas e plataformas

queda enorme em vendas, acredito

online, então consegui ingressar

que no momento as pessoas tem

no meu ramo de uma forma

outras prioridades, mas como

satisfatória, mas o mercado

artista trabalho para trazer sempre

acabou saturando então às vezes

um diferencial e uma experiência

para conseguir alguma vaga ou

única para meus clientes, para

até oportunidade acabamos

que mesmo com a pandemia

desvalorizando nosso próprio

consiga mostrar a importância de

trabalho para se encaixar no

consumir dos produtores locais e

mercado. Me vejo em uma corrente

movimentar vidas e sonhos. Mas

muito louca sobre esse tema e

como profissional da área de design

como é difícil não se auto sabotar

sugiram várias oportunidades, pois

em tempos tão difíceis.


tpm.clothing 85


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ten to passar no m e u t r a ba l h o c o m o des i g n e r a valorização da mulher real e de como nós vivemos em um pa ís q u e t e m m u i tos pa drõ es de b e l e za e m o st r a r min h a art e for a d ess e pa dr ão é r e vo lu c i o n a r i o.


Ainda hoje tenho muita dificuldade de expressar tudo que faço no papel, às vezes sento, desenho e acho que não mereço ser chamada de artista por não ter ilustrações comerciais. Mas com o processo da marca comecei a me expor mais como artista e a entender que esse processo de desenvolvimento nunca para. Meu maior desafio como artista é ver que as pessoas só vão me levar a sério quando eu tiver ganhando muito

dinheiro. Vejo meu sonho como marca, artista crescendo mais às vezes sendo desvalorizado por estar no começo. Muitas pessoas criticando ou acreditando que tudo aquilo ali não vale de nada e no fundo eu sei o tamanho de cada conquista. Acredito que estou em um processo de descoberta como mulher, como artista, como ser humano e cada erro no futuro pode ser um grande acerto. Hoje vejo que esse medo passou um pouco, acho que dei um grande passo começando e me expondo. 88



Por muito tempo acreditei que não poderia ser chamada de artista, via meus desenhos e não conseguia me sentir motivada a expor ou trabalhar com a minha arte.


BÁRBARA @ barbarafragola

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@ mu z a i a r t

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“A arte alimenta-se de ingenuidades, de imagens infinitas que ultrapassam os limites do conhecimento e ali se encontra seu reino. Toda a ciência do mundo não seria capaz de penetrá-lo” Lionelo Venturi, historiador da arte

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MUZAI

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não tá fácil pra ninguém durante essa

pandemonia,

mas

tenho

me

virado vendendo trabalhos originais e

gravuras,

alguns

e

também

murais(seguindo

sanitárias)

que

me

realizei as

normas

aliviaram

um

pouco as finanças. /////////////// me formei em artes visuais na ufu, atuei como fotógrafo durante vários anos e me encaminhei para a arte urbana

em

2012,

contaminado

pelo

que vi nas ruas de sp no começo da década. /////////////// meu trabalho segue

uma

personas,

linguagem figuras

///////////////

e ser

baseada

em

geometrismos. artista

é

uma bênção. a arte realmente nos salva quando a vida te manda umas encruzilhadas. no mais é bastante estudo, trabalho, dedicação e amor.

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MUZAI @ m uzaiart

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@ ma r s s _ b r

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a área artística e cultural já era desafiadora, como algumas dificuldades de acesso e auxílio. com a pandemia isso tem se intensificado, mas, ao mesmo tempo, tenho observado emergir muitos artistas novos e mais pessoas valorizando a

arte.


MARCIA


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Muito mutável e imprecisa. Os desenhos são criados a partir de um encontro ou conhecimento compartilhado através do outro. Esse “outro” pode ser qualquer coisa:

uma pessoa, um lugar, um livro, uma região, um momento. Grande parte da inspiração - neste instante – vêm das danças populares, o folclore, os biomas, as conexões e vínculos dos povos da América Latina, cores, etc. Essencialmente a produção é de imagens, através de técnicas diversificadas: digital, aquarela, acrílica, pigmentos naturais, spray, sobretudo sobre papel e parede. Há 3 anos estuda o muralismo e realiza intervenções artísticas na cidade.

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Natural de Patos de Minas e há poucos anos com algumas raízes fixadas em Uberlândia. Formada em Artes Visuais pela UFU e trabalha como ilustradora autônoma.




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desafiador , cansativo e muitas vezes gratificante. não só o ato de criar em si, mas de me abrir ao olhar do outro, conhecer e ampliar a percepção da grande diversidade que existe de manifestações culturais.

MARC IA @ marss_br

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@ f.o . l . y . e

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RONALDO estudo design gráfico desde 2 mil e poucos. partindo das possibilidades do design fui me interessando por tipografia, arte urbana, ilustração, tatuagem, etc. que acredito, fazem parte da caminhada, vivências, amizades, trocas. com certeza isso tudo influencia & possibilita minha arte.

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Ser artista é tipo ir na academia: precisa exercitar & ter dedicação. 120


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como artista, não fui aquela típica criança que sempre desenhou. desenhar pra mim é algo bastante recente && baseado nesse confinamento pandêmico, tenho buscado minha arte e conseguido encontrar eco na tattoo.

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nunca foi fácil , tive alguns tantos empregos antes de me fixar na arte, o esforço tem valido a pena. && agora com a tatuagem, vejo algumas boas novas portas se abrindo.

RONALDO @f.o.l.y.e

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@ per s i t a t t o o

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MARIANA

É engraçado falar sobre meus vulgos. Começando

por Persi que nao é meu sobrenome, (muita gente acredita nisso) mas desde quando comecei meu processo criativo e assinar minhas artes , fiz essa brincadeira com meu sobrenome juntando ambos e assino Persi desde então, e é assim que sigo sendo reconhecida como artista e tatuadora.

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Bad é meu vulgo da rua, pra não ser reconhecida pelos caretas hahaha. A busca de um vulgo pra me representar na rua foi uma construção, é uma palavra tao pequena mas muito forte que representa meu lado feroz, revoltado e rebelde. Mari é essa duas personas juntas e misturadas, e mais que isso. Por tras de um vulgo que transpareca agressividade, sou uma pessoa beemm tranquila. Vim de família humilde e de uma cidade pequena, Patos de Minas. Moro em Uberlândia a 9 anos. Desde que cheguei

sigo sendo autônoma. Fui criada num lar de muito amor, humor e arte. Pai comerciante e Mae artista. Esses dois seres humanos foram indispensável na formação de minha pessoa. Ja fiz engenharia, arquitetura e larguei tudo pela tatuagem. Não arrependo. Atravez dela consegui realizar sonhos e ir longeee, me joguei mundo a fora, conheci países e suas culturas, pvos e artes. Aprendi muito com essas experiências. E sigo aprendendo. Resumindo minha caminhada ate aqui, sou bicho solto, tenho espirito aventureiro. Movimentada pela forca do “eu quero, eu consigo”. Meu lugar preferido no mundo é onde eu possa ser livre amando e me expressando.

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Complicado demais descrever meu trabalho mesmo ouvindo pessoas dizendo que conseguem identifica-lo, reconhecer meu traco. Acredito que ainda seja um leque muito aberto pra mim. Não consigo resumir ou definir minhas produções a um estilo. Sao somas de muitas referencia e vivencias. Gosto bastante de explorar outras técnicas então sinto que ainda não me encontrei artisticamente em algo que seja 100% autentico. Seja na tatuagem, no grafite ou em uma tela. Na tatuagem gosto de trabalhos contrastantes. Contornos com linhas grossas e linhas finas quebrando essa dureza. Ultimamente tenho mais afinidade com o blackwork. Mas me identifico e pretendo estudar mais a fundo o estilo tradicional e trabalhar com mais cores. Sinto uma necessidade maior de me aperfeiçoar e desenvolver algo único nessa área da tatuagem. Ja No grafitte é diferente, me sinto mais livre artisticamente, consequentemente menos cobrança em ser excelente e bem sucedida. Nele posso variar os tracos, formatos, estilos, consigo brincar com diversas cores e tamanhos de murais. Amo alternar minhas letras com personas, gosto dessa brincadeira de dar movimento as letras e encaixar desenhos que conversem com o tema. O que consigo dizer sobre minha arte é que sempre haverá uma representatividade feminina, seja ela sensível ou forte. Natureza, plantas e animais sempre estarão presentes representando a potencia desse universo.

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Viver de arte ja não era algo fácil pre pandemia, pos pandemia se tornou mais desafiador, porem com muitas surpresas boas. O meu oficio é a tatuagem, e por se tratar de uma arte no corpo, com processos clínicos e assépticos, fiquei parada por alguns meses pra entender o que estava rolando e não colocar em risco a saude do outro nem a minha. Desacelerei da atividade de modificação corporal e comecei a estudar e me aprofundar mais no graffiti. Ir para a rua e me entregar ao muro foi um processo terapêutico e orgânico que me fez descobrir novas piras: explorar outras superfícies e suas texturas e o melhor.. pela vivencia e conexao que o grafite trás. A arte a céu aberto, é arte para todos. Não me trouxe bens materiais nem financeiros, mas trouxe muita alegria e saude mental. O que mais me ajudou nesse processo pandêmico foram amigos e clientes que continuaram consumindo minha arte através de outras formas, continuei vendendo produtos como prints, pinturas originais, adesivos e pins para seguir sobrevivendo.

MARIANA @ persitattoo

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@ curio.i l u s t r a c o e s

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RHAYANI Desde 2013 essa parceria rende frutos e realizações pessoais / profissionais, Uberlândia (MG) foi quem gestou e pariu esse encontro!

c u r i ó s e m p r e ex i s t i u e m r h ay O que faltava mesmo era o tal do “despertar’’ - a partir do dia em que isso aconteceu, as duas coisas passaram a se apoiar mutuamente. Formada em Design pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com foco em produto, foi durante a graduação que essa parceria começou a ser explorada. Curió é o resultado de tudo que Rhay sente, pensa, vibra, deseja, percebe e sonha. Rhay, de maneira lúdica e de infinitas possibilidades, faz-se Curió.

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Um verdadeiro liquidificador de emoções com uma pitada altíssima de incerteza.

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Trabalhar com criação exige

vontade é de sair correndo.

concentração e mente serena.

“reinventar-se’’ é meu mantra diário, por sorte ou merecimento,

Tem sido desafiador executar

tenho conseguido realizar as

& divulgar meu trabalho de

vendas e mantido minha vida

maneira positiva e esperançosa,

de pé, visto que a arte é minha

quando, na verdade, minha

principal fonte de renda.

- Criar na pressão é algo que não funciona. 146


...Que a arte, diante da sua amplitude, se faça combustível nítido para tudo aquilo que se faz turvo e proporcione clareza diante da escuridão.

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Meu trabalho é fruto daquilo que sou e da maneira como enxergo o todo que preenche esse infinito globo terrestre rico em mistérios, cores, texturas e significados.

cresci cercada de natureza e na presença de muitas mulheres fortes, sem dúvida alguma, essas duas coisas contribuem muito para que tudo seja como é: natural e feminino. Curió é liberdade de expressão, reflexão, aconchego e leveza. O maior desafio é o reconhecimento, respeito, e o desejo de que as pessoas entendam que ser artista/autônoma em um Brasil onde o preconceito e desvalorização são duas coisas que andam de mãos dadas com o desgoverno, é desafiador. A maior alegria é quando feedbacks positivos são reverberados através de pessoas e lugares distintos, isso impulsiona e dá gás para continuar criando e compartilhando. O processo criativo é algo intimista, não existe resultado sem percepções e sensações distintas, porém, legítimas.

R H AY / C U R I Ó @ curio.ilustracoes

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@pqvaine

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VINÍCIUS

Sou músico e artista visual, nascido em São PauloSP. Sempre o moleque mais quieto da quebrada, observei tudo e aprendi a me expressar pela arte.

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Cheguei em Uberlândia em 2015 sem conhecer nada, através do SISU, pra estudar Artes Visuais na UFU, pois não tinha conseguido passar pelo segundo ano seguido nas universidades públicas de SP. Assim como o nome do meu primeiro disco, “De 011 a 034”, foi nesse meio do caminho que fui desenvolvendo meu trabalho. A primeira expressão artística que sempre fez parte de quem eu sou é o desenho, porém foi no rap que me encontrei enquanto artista e indivíduo, por que ali que eu encontrei resposta pra muitas das minhas perguntas e inseguranças que não me deixavam ser tudo o que eu poderia. Não sei muito bem como as coisas vão desenrolar, se sou mesmo um rapper que desenha ou um desenhista que rima, mas a descoberta tem sido desde sempre o ponto principal do meu trampo.

caminhada se faz caminhando

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Esse período tem me motivado e ao mesmo tempo me frustrado de algumas formas. Em 2020 lancei minha primeira coleção de quadros, bastante importante pra mim, que nasceu literalmente da necessidade de me mexer e levantar dinheiro num momento em que tinha perdido o trampo no início da pandemia. Acredito que passar tanto tempo em casa me incentivou a produzir, ampliar meus horizontes e estudar novas linguagens. Ainda assim, esse isolamento, somado ao caos social que a gente atravessa não é saudável para nenhum processo criativo, então vivo esse contraponto entre me sentir um artista mais maduro e consciente do que faço, mas meio esgotado de ideias e referências, já que todo dia parece tão igual. Acho que o ponto que que mais afeta meu processo criativo é não sair mais na rua, não encontrar pessoas, não observar o movimento e consequentemente não saber de onde tirar novas histórias pra contar.

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Sinto que ser artista pra mim é uma coisa que nunca escolhi. Criar e compartilhar as criações sempre foi parte indispensável de quem eu sou e simplesmente nunca soube existir de outra forma. Ser artista pra mim é carregar água na peneira a vida toda. O maior desafio tem sido continuar me permitindo sonhar com meus 25 anos, no país de terceiro mundo, sem parentes importantes. Mais do que a própria questão da dificuldade de remuneração que é comum a todos os artistas, tem sido muito difícil continuar equilibrando as várias áreas em que tenho atuado. Arriscar tem sido cada vez mais arriscado (rs) e vejo chegando o momento de me jogar de cabeça em alguma coisa e abrir mão de outras que me completam. Hoje trabalho como ilustrador, designer, motion graphics e tenho meu projeto no rap e não sei até quando vou conseguir ser todos os funcionários da minha empresa. O sonho até o momento é alinhar todas essas produções em torno do meu projeto “Vaine”. É o que estou tentando fazer aos poucos. 160


Vitória pra mim vai ser o seguinte: O dia em que meus mano passar longe da callink


Como minha afinidade sempre foi maior com o desenho, acabei indo pelo caminho da ilustração. Formalmente falando, acho que a linha é uma marca forte do meu trabalho, sempre bem marcada. Tenho alguma dificuldade em trabalhar através da mancha, como no processo de pintura tradicional, por exemplo, então meu processo criativo até hoje existe pra entender de que forma me expresso melhor através da linha, as vezes marcada por nanquim, outras vezes marcada pelo pincel digital. Minhas ilustrações, assim como minhas músicas, tratam de coisas pequenas, cotidianas, que buscam gerar alguma identificação com o público. Tento tratar de ideias que estão 162


latejando no inconsciente coletivo, através de experiências minhas que também são experiências do outro. A coleção Vinte Vinte se encaixa bem nesse raciocínio. Vejo marcas fortes do cartum no meu trabalho, tanto na forma como resolvo as formas, como nessa prática de me aproveitar de situações comuns a todo mundo. O humor é outro elemento que me aproxima de cartunistas

VAI N E

e chargistas, sempre muito presente na minha

@ pqvaine

produção, mesmo que não seja o fim principal. 163


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@ corralolocorra

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LORENA Eu tenho contato com o bordado, a técnica com a qual produzo, há 20 anos. Aprendi aos 5, abandonei na adolescência, resgatei quando ingressei no curso de artes visuais e me mudei aqui pra Uberlândia. Sou natural de Ipameri, interior de Goiás, e ser uma artista da roça é algo emblemático no meu trabalho.

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a única constante em ser artista nesses tempos tem sido uma busca pela tradução. o adoecimento mental tem me causado uma gana quase que palpável pela produção, uma fermentação de alguma obra grande, talvez. tenho vivido buscando um desfecho. entre a vontade de produzir e a sensação de que ainda não foi o bastante, quando concluo algo. 169


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A N G Ú S T I A Meu trabalho pode ser definido com uma palavra: Angústia. Acredito ser um sentimento que, através das fermentações das percepções da vida em sociedade, nos move a fazer algo sobre. Então aqui tudo é sobre a angústia, ou pra gerar angústia.

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Pra mim, ser artista é uma profissão de tradução. Os desafios, alegrias, e tudo que envolve o processo criativo na verdade se misturam muito, um rolo de sentimentos. Por aqui, isso significa que não há limites para a criação, mas também não há descanso pros processos reflexivos que resultam nas obras. Mas é isso, né? Não há descanso pra ninguém que enxerga os problemas do Brasil pandêmico.

LOREN A @ corralolocorra

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@ cor d u l i a i n k

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DÉBORA sou débora, debinha, cordulia. Tenho 27 anos, sou ilustradora, tatuo e também atuo como designer. Artista desde pititinha, acho que comecei aos 2 anos de idade e desde lá amo navegar pelo mundo da arte. Sempre admirando tudo em sua pluralidade. Amo refletir e trocar figurinhas com outros artistas. Amo gatos e um bom rosé. Esportes e música boa também.

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Trabalhar com arte vai muito além de sentar pra pintar - essa é só a parte divertida.

Ter consciência de que é como gerir um negócio, um comércio. esse é o desafio. Sonho em viajar pelo mundo fazendo, desbravando e vivendo de arte.

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Piro muito em ilustrar realidades alternativas, sinestésicas, sensações e sentimentos. Com inspiração na natureza e no honírico. Artista multidisciplinar com

expressão de forma orgânica temperada com psicodelias nas mais variadas técnicas artísticas e místicas.

Compondo a vasta bagagem de referências e admirações.

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fazer arte tem sido ótimo. Me sinto fortalecida. Porém viver dela está sendo desafiador e minha aposta é na união de artistas independentes pra se fortalecerem. Em colaboração.

DÉBORA @ corduliaink


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@ bian c a . l a n a

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BIANCA Atualmente trabalho como ilustradora nos mercados editorial, infantil e publicitário, utilizando mídias diversas, como aquarela, guache, lápis de cor, giz de cera, tinta acrílica e pintura digital. Como temática tenho o imaginário dos contos de fadas, sonhos, mundos fantásticos, cotidiano, retratos e temas populares brasileiros.


Pesquiso a ilustração como linguagem narrativa autônoma que, através de texturas e paletas estratégicas, é capaz de transmitir sentimentos e sensações. Me interesso também pela gravura e pela tinta à óleo, nas quais produzo trabalhos mais sóbrios e projetos pessoais. Recentemente venho experimentando o muralismo, que me desafia nas grandes dimensões e tem sido muito interessante. Também gosto de mesclar as artes visuais com as demais linguagens artísticas, como na cenografia e identidade visual para o teatro, dança e performance e explorar a animação. 192


A pandemia tem sido péssima por

crises surgiram, psicológico e emocional

motivos óbvios, entretanto ela me deu

abalados como os de todo mundo, além

uma coisa que eu não tinha normalmente:

da dificuldade financeira e a de morar em

tempo. No começo de 2020 precisei deixar

duas cidades ao mesmo tempo. Acredito

Uberlândia e fui passar a quarentena na

que a ausência de contato também tenha

minha cidade natal. A nova configuração

atrapalhado, pois muitos artistas, assim

dos dias foi muito perturbadora, pois

como eu, tiram inspiração das relações

estava acostumada com rotina cheia

e vivências externas. Mas apesar dos

e a só me sentir verdadeiramente útil

pesares, as coisas estão mais tranquilas

e produtiva dessa forma. Esse vácuo,

para mim agora - ou talvez eu tenha

apesar de assustador, me deu o tempo

me conformado um pouco com a nossa

que eu precisava para olhar meu trabalho

situação. Tenho me focado na área

com profundidade e de modo crítico,

editorial e comecei a pintar com tinta à

entender o caminho que eu queria

óleo por curiosidade, as coisas parecem

seguir dentro do mercado de arte. Várias

estar caminhando mais ou menos bem. 193


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sou natural de ribeirão preto, interior de são paulo e filha de pais separados um cabeleireiro e uma escritora. ela conseguiu cursar o ensino superior e se tornou doutora em letras com duas filhas no colo.

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Minha criação, então, se deu por dois professores de literatura: minha mãe e meu padrasto. Cresci cercada por livros, o que afetou diretamente meu interesse pela ilustração editorial. Como qualquer criança sempre desenhei, mas o que mais me encantava era o teatro. Tive a oportunidade de conseguir bolsa integral em uma escola de pedagogia Waldorf, onde as linguagens artísticas são muito valorizadas. Esse incentivo foi essencial para a minha formação artística e aos poucos as artes visuais foram também ganhando um brilho especial através da aquarela. Foi uma escolha difícil, mas acabei deixando as artes cênicas e optando pela graduação em artes visuais. me mudei para uberlândia em 2017 e ela me abraçou de um modo indescritível. Creio que cidades com uma universidade federal oferecem um ambiente muito rico de trocas culturais e artísticas, uma vivência que enriquece diariamente meu trabalho. 196


Pesquiso a ilustração como linguagem narrativa autônoma que, através de texturas e paletas estratégicas, é capaz de transmitir sentimentos e sensações. Me interesso também pela gravura e pela tinta à óleo, nas quais produzo trabalhos mais sóbrios e projetos pessoais.

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Muita gente fala das dificuldades de

acompanha a nossa inspiração. Falta

ser artista, né? Sobre a desvalorização

tempo pra estudar, aperfeiçoar a técnica

e a angústia de tentar encontrar

porque precisamos pegar um trabalho x

seu lugar no mercado. Eu concordo

para pagar as contas. Entretanto, apesar

e adicionaria, ainda, o quão difícil é

disso tudo, continuo defendendo a ideia

produzir arte. muitas vezes dói.

de que fazer arte vale à pena, sem querer

Sempre fui frustrada por não conseguir

ser romântica. Depois da dor, o deleite

definir uma identidade artística

e todas as trocas e o incômodo que ela

pela qual fosse reconhecida. Meu

proporciona são muito interessantes. Ver

trabalho possui várias facetas, não

seu trabalho sendo relevante na vida de

por genialidade, mas por indecisão,

alguém, seja positiva ou negativamente,

porque gosto de muitas linguagens ao

de modo político, mudando uma

mesmo tempo. E numa sociedade de

concepção etc, são coisas muito potentes.

“feeds organizados” o que não mantém

No meu caso, gosto de acreditar que

um mínimo padrão estético é muitas

as ilustrações, singelas, coloridas e

vezes mal visto. Também sofremos a

sinestésicas, sejam capazes de espalhar

pressão da necessidade de constância

um cadin de esperança pra essa dura

e produtividade, que geralmente não

realidade.


Recentemente venho experimentando o muralismo, que me desafia nas grandes dimensões e tem sido muito interessante. Também gosto de mesclar as artes visuais com as demais linguagens

BIANCA

artísticas, como na cenografia e

@ bianca.lana

identidade visual para o teatro, dança e performance e explorar a animação.

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@ nicholas.shwaszner

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NICHOLAS Tem sido bastante confuso e ao mesmo tempo muito bom pelo fato de estar ainda mais em contato com a arte e todos os projetos que vim arrastando até aqui, me encontro mais preocupado num todo mas também muito mais conectado com o que faço!

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Ser artista é como uma montanha-russa de emoções e todas elas são importantes, porque no fim todas são esboçadas em um papel que vira quadro, tatuagem, paredes bonitas e tudo que no geral se pode embelezar com arte! Os desafios no geral é viver no mundo capitalista onde arte ainda é mal vista e desvalorizada, principalmente se for autoral, brasileiro e não copiado de gringo como banda cover do Bon Jovi, já deu né! As alegrias são várias, a arte me proporcionou muitas experiências, viagens, contato com outros artistas, collabs, e a maior alegria de todas é a liberdade que tudo isso trás e mais ainda em saber que senão fosse a arte, provavelmente viveria toda minha vida fazendo algo que eu não gostaria e muito menos me expressaria! Minhas inspirações vem do cartoon depois da Tattoo e de ver os amigos no corre acreditando também! Os processos criativos são diversos, as vezes por admiração a outros artistas, as vezes por experiências vividas, as vezes simplesmente vem da forma que enxergo esse mundo! Meu sonho é viver por todo esse mundo, um pouquinho em cada canto, com muita arte e experiência!!

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Minha arte é voltada para experimentos, testes e expressões nas quais vejo dentro de mim e o outro lado é estético que envolve a Tattoo, o contato com as outras pessoas e a melhora na qualidade de vida delas através da autoestima e da própria expressão que elas me passa e eu consigo reproduzir na hora da criação de cada uma delas! 208



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Há 6 anos atrás iniciei minha

onde se ouvia muito rock n roll

caminhada na arte, foi a fase

e com isso a arte já veio abrindo

que deixei de ser apenas um

minha mente! A adolescência

admirador para fazer parte

envolvida com skate, pixo, me

daquela cena que acontecia!

trouxe essa visão da rua e no

E aí que realmente comecei a

fim acho que meu trampo é

aprender me expressar, nunca fui

uma mistura disso tudo (todas

uma pessoa de muita leitura, e

as que referências que me

sim da animação, cartoon gibis,

chamaram atenção nessa vida)

e isso me trouxe um pouco da estética que abordo hoje! Depois de muito corre e experiência hoje me encontro com meu estilo

NICHOLAS @ corduliaink

próprio! Nasci em uma família 211


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@ raine r p e t t e r

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Sou Uberlandense, ilustrador, quadrinista e instrutor de arte digital, graduado em Artes Visuais pela UFU. Passo a

RAINER

maior parte do tempo trabalhando com ilustração e concept art para jogos, mas eu sinto que esse trabalho em si não diz muito sobre mim. A parte em que me identifico de fato é nos trabalhos autorais, principalmente nos livros e HQs que faço.

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Gosto de escrever e desenhar desde criança e desde que terminei o ensino médio eu busco formas de me sustentar com o desenho. Já trabalhei como colorista de HQ para editoras norte americanas, já foquei bastante em dar aulas de desenho e pintura digital. Atualmente estou trabalhando mais com ilustrações para card games e concept art para jogos de celular. 216


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Gosto de contar histórias e a forma mais acessível pra mim até agora é apresentar isso através de textos e imagens. Não me sinto maduro o suficiente como artista ao ponto de descrever um estilo ou até mesmo listar temas aos quais gosto de abordar, mas de modo geral eu gosto de contar histórias que imagino que não foram contadas. Me forçando aqui para citar um ou outro tema, Gosto muito de questionar as interações interpessoais. Passo um bom tempo pensando como e o porque cada pessoa pensa e vê o mundo de formas diferentes.

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Felizmente a demanda de trabalho para os clientes não mudou tanto pra mim durante a pandemia, porque eu já trabalhava remotamente. O que mudou foi a motivação com os projetos pessoais. Está sendo bem mais difícil manter uma produção autoral no meio do caos em que estamos atualmente. Aos poucos tento terminar um livro, mas com certeza em um ritmo bem mais lento que antes da pandemia.

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Como ilustrador, sou muito feliz.

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Sigo motivado pela esperança que um dia eu consiga mudar esta realidade e ter também um retorno financeiro dos trabalhos autorais, pois aí eu poderei me dedicar mais tempo a isso.

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De fato trabalhar desenhando para livros e jogos é realizar um sonho de infância e me sinto muito realizado neste meio. Como artista autoral a coisa vai caminhando entre alegrias e frustrações. Eu sou muito feliz e grato pela repercussão de meus trabalhos. Fiquei extremamente feliz ao ser finalista do prêmio Jabuti em 2019 e me alegra muito receber comentários positivos sobre meus livros, mas ao mesmo tempo no contexto em que vivo os “elogios” é o único retorno que tenho destes trabalhos. Não há um retorno financeiro que sustente o tempo dedicado aos projetos pessoais, então é algo que sempre mantenho em segundo plano.

RAINER @ rainerpetter

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@ vigo _ l e t t e r s

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VICTOR HUGO Meu nome é Victor Hugo ,tenho 19 anos e me tornei o Vigo aos 15 anos e foi quando eu conheci a arte. O Victor em si era mais para familiares e amigos, o Vigo é o profissional que vocês conhecem e vêem na arte. Quando comecei fui considerado um dos mais novos nos eventos e de lá cá foi se abrindo muitas portas para mim. Além da arte eu descobri meu dom na pintura , nessa época eu levava a arte como um hobbie e minha vida profissional de fato começou na pintura que foi onde eu comecei a pegar pequenos trabalhos.

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tem sido difícil viver

da arte no

último ano porque a frequência de eventos caiu drasticamente , assim como o contato com o público. a internet tem sido um suporte para nós artistas estarmos sempre eternizando nossas artes na plataforma. fazer a arte , também tem sido difícil mas não impossível. sempre que posso, saio pra pintar na rua, mas atualmente ando focado nos trabalhos comerciais e residenciais, mas nunca esqueço propósito de

o deixar

minha marca nos muros da cidade. 231


Meu trabalho começou com os bombs e com o pixo que me influenciou muito a chegar onde estou hoje. Nunca considerei como certo ou errado, sempre vi como arte e forma de se expressar. Com o tempo eu fui me descobrindo no lado das letras e produzindo trabalhos artísticos. Tenho minha dualidade do lado artístico com as letras , e o meu lado de me expressar com o pixo. 232


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Ser artista para mim, o grande desafio sempre foi vencer a timidez e aprender a lidar com o público, que foi e é uma conquista diária. As alegrias da arte é conhecer pessoas incríveis que gostam do mesmo mundo que você , e foi assim que conheci meu amigo Mac que se tornou um irmão de tinta para mim. Tivemos a inspiração de criarmos nossa própria Crew (soldados do gueto ) e fomos conquistando muitos trabalhos e desenvolvendo nossa arte ao longo do tempo. O processo criativo da Crew é focado nas letras, lá nós trabalhamos em equipe onde dividimos a parte das letras e dos desenhos. O meu processo criativo eu desenvolvo trabalhos únicos de letras bem estudadas, letreiros comerciais e uma arte mais conhecida como caligrafitti ,que é formada à base de letras. Meu sonho é estar sempre me aperfeiçoando nessa área , e estar conhecendo novas artes, pessoas e me desenvolvendo em continuidade. E tenho como grande inspiração meu amigo Felipe Leles Cavalcante, que nos meus momentos de pouca inspiração, me lembro dele e faço dele um combustível .

VIGO @ vigo_letters

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@pwr_bixa

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WALDO Me chamo Waldo Ferreira, Graduando em Artes Visuais na Universidade Federal de Uberlândia, sempre tive contato e afinidade com a linguagem do desenho, desde de criança era fascinado com universo das HQ, filmes, desenhos animados, livros ilustrados, desde de então sabia que meu sonho estava nas artes.

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Minhas artes minhas são frutos de experiencias e referencias que me marcaram e me fazem vibrar, eu sempre gostei do universo de fantasia, horror e cultura pop. Sempre tive afinidade em produzir imagem, seja ela por forma de desenho, adesivo, colagens, estampas ou lambes. Algo marcante em minhas produções enquanto PWR BIXA, são as cores rosa e preto, sempre constantes em minhas produções. Em muitos estudos simbólicos das cores o tom rosa é sempre associado a feminilidade, (em nossa cultura ocidental) como uma forma de segregar o gênero, sempre busco trazer informações e ressignificar com minha arte. Durante o fim desse último ano, acabei iniciando no universo da tatuagem na qual vem sido aprendizado constante. Desde de que entrei na universidade, sempre busquei experimentar propostas nas mais diversas áreas, como por exemplo: fotografia, colagem, serigrafia e ilustração. Mas foi durante uma disciplina, que veio a vontade de criar um projeto, na qual poderia explorar debates sobre o universo QUEER, com base em minhas e outras vivencias durante meu percurso enquanto artista, e foi assim nasceu meu projeto e alter ego PWR BIXA.

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Desde o momento que decidi cursar Artes Visuais, essa questão pairava na minha mente, - Dá para viver de arte!? - Hoje com minhas experiencias digo, que sobreviver de arte nunca foi uma tarefa fácil, ainda mais sendo um artista independente (até mesmo antes da pandemia). Contudo com a chegada dessa nova era do distanciamento, novos desafios vieram, já que feirinhas flash, festivais e eventos culturais, não poderia ocorrer durante o surto mundial, o que me possibilitou explorar as ferramentas virtuais, com o fácil acesso a internet, o mundo inteiro pode conhecer o meu trabalho, por isso busquei novas formas de me comunicar, divulgar e vender minha arte online. 243




Ser artista é muito libertador, contudo, acredito que nessa caminhada possuem muitos desafios e muitas coisas para se experimentar. Minhas inspirações vêm de tudo aquilo que consumo seja por forma de vídeos clipes, filmes, séries, livros, tv, game, hq’s; sempre estou aberto a novas narrativas e linguagens artísticas, mas um dos meus sonhos ainda é trabalhar na área produção criativa de um filme de fantasia/horror. 246


WALDO @ pwrbixa

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@ mandsqueen

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AMANDA Mandsqueen é uma junção de muitas coisas. Artista, sonhadora, aprendiz, com sede de aprender cada vez mais. Me descobri na arte em 2012 (nas camisetas, Mina das Peita) e aos poucos eu fui me aprofundando e conhecendo outras artes, tatuagem, mandala, tinta óleo, e isso tudo me fez ser quem eu sou hoje.

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eu gosto de falar que trabalho de forma intuitiva, principalmente com as mandalas e as pinturas. tudo flui, do meu interno, sai de dentro pra fora em forma de arte. é um refúgio pra mim. um escape do caos. ja as tatuagens é uma paixão, amo poder eternizar minhas artes nas pessoas, é uma sensação incrível.

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Eu amo, pra mim foi a melhor escolha que fiz na vida. Amo cada uma delas de uma forma diferente. É desafiador as vezes, mas vale muito a pena. Quero muito poder mostrar meu trabalho cada vez mais e em cada ve mais lugares, expor, ensinar, expandir e trocar experiências com outros artistas.

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Na tatuagem foi um desafio, ter que ficar parada em alguns momentos foi dificil. Mas mergulhei de cabeça em outras artes (óleo, arte urbana) e isso foi meu refúgio. Voltando um pouco ao normal eu me sinto melhor. A M A N DA @ mandsqueen

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ilustração Bianca Lana

FORÇA ARTISTAS

Projeto gráfico & design: F O L I A D O S R E I S Montagem + roteiro: R O N A L D O B O T E L H O

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