GER - graffiti escola na rua

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DÉBORA COSTA NUNES

graffiti EscoLA Na Rua


Ficha Técnica Concepção e Coordenação: . . . . . . . . .

débora costa

Curadoria: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

tiago dequete

Fotografias: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

preta em flor

Design Gráfico: . . . . . . . . . . . . . . .

ronaldo botelho

Índice prefácio curadoria

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apresentação o evento

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cultura urbana muita história intervencões

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“Ação realizada com recursos da Lei Federal N14.017/2020 - Lei Aldir Blanc”


Prefácio

primeiramente, quero agradecer a preta em flor e ao meu amigo dequete pela oportunidade de divagar um pouco sobre este fenômeno chamado graffiti e os encontros

proporciona-

dos por ele.

Ton Lima

E, por que não, divagar também sobre a importância da arte de

escrever com luz (“graphein”: escrever, gravar e “foto”: luz). Em minha humilde opinião, estes são os ingredientes que fizeram com que o graffiti fosse acessível a pessoas de diversos universos culturais, desde os espaços consolidados e tradicionais de arte, até os espaços marginais. Sim, nascemos escrevendo pictoricamente e ideograficamente nossa percepção de universo social, político e cultural, ora marginalmente e de forma absolutamente livre, porém não desintegrada do seu entorno urbano e humano, ora utilizando as mesmas técnicas de uso do material e estética consagradas na rua.

Dessa forma, dando um rosto mais humano para campanhas

publicitárias ou espaços de decoração. Enche os olhos um projeto como este, onde temos a oportunidade de refletir sobre o fenômeno “encontro” de graffiti, através do protagonismo e do engajamento desta lente tão

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sensacionalmente atenta de Preta em Flor. Reconheço que em meu humilde vocabulário, poucas vezes encontrei uma palavra que sintetizasse de forma tão verdadeira seu objeto de significado. De forma tão acessível a todos, pessoas de diversos lugares, de formações tão distintas, de estéticas tão pessoais, transformam centenas de metros de parede em arte.

Talvez, somente estando lá para entender a alquimia que acontece entre

nós: escritores, o muro, o morador e todas as pessoas envolvidas de alguma forma na produção. De repente, muitas vezes em um fim de semana consegue-se mudar o sentido do conceito de concreto, do físico, da construção de alvenaria em um espaço de reflexão, de ludicidade e de contemplação. Sou absolutamente suspeito para falar sobre isto, não só por ser muito apaixonado por esta manifestação, que é o sobrenome de todos nós. Ao nos encontramos, irmãos e irmãs, fazemos parte de uma grande família chamada graffiti: uma família que é mundial.

Seguramente, a história da arte no futuro, quando a distância nos permitir

entender melhor este fenômeno humano de comunicação das sutilezas da alma, irá dar o devido valor a esses artistas e transeuntes que ressignificam o sentido das

graffiti: uma família que é mundial. 6


formas, das cores, das causas e dos efeitos da sociedade. Sociedade essa, que amadurece de forma contínua e lenta em direção à construção objetiva de um mundo com paredes de sonhos e ideais. Meu otimismo não me permite pensar no graffiti como

arma do mal, mas como uma arte que abre uma janela no cotidiano para todos poderem sonhar com um mundo melhor. Portanto, nem a efemeridade (parte absolutamente integrante do processo de existência e desaparecimento dos graffitis na rua), consegue extinguir o que a fotografia proporcionou a esta linguagem, desde as obras “Spraycan Art” e “Subway Art” de Henry Chalfant, Martha Cooper e James Prigoff. Obras de registro fotográfico que deram a muitos de nós, desde a década de noventa do século passado, os primeiros impulsos de coragem para ocupar os espaços urbanos com nossas cores e causas.

Espero que todos tenham a oportunidade de ver no trabalho desta gran-

de amiga, excepcional artista e fotógrafa, as nossas almas registradas. E que, através - ou por elas - sintam a alegria que nós sentimos de estarmos em encontros como esse. E quem sabe, a partir de tamanha sinceridade, possam compreender que o que nos une é algo muito mais sutil que a tinta e a parede: é o grande amor e a alegria que temos por vencermos a cada manifestação e a cada encontro a eterna guerra entre o cinza das almas - ainda não libertas - e as cores de todas as nossas esperanças.

Sejam bem-vindos (através dos registros desta grande e transpa-

rente alma, Preta em Flor), ao jardim em que todos nós do graffiti - ora com espinhos, ora com flores extraordinárias - tentamos ressignificar o mundo.

Obrigado Preta, por nos fazer visíveis!

TON LIMA escritor de graffiti das antigas e mais um nesta incrível multidão.

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Curadoria

um

diálogo

escritores

constante

urbanos

e

a

entre

cidade,

através das paredes e muros que interligam

esses

agentes

e

seus

observadores. o graffiti por meio dos tags, pixos, throw-up’s e personas povoa o cenário urbano das grandes metrópoles mexendo com o imaginário dos seus habitantes.

Dequete

Relação tranquila?

Por vezes não, pois em sua essência

essa cultura traz a marca da subversão, da ocupação de espaços não autorizados, da ruptura com os ideais clássicos do que é tido por muitos como “belo”. E nesse contexto, o que seria a Arte? Como definir? Como dizer quem faz ou não? Quem faria a crítica? E fazendo, o faz a partir de quais referências, vivências e valores?

A bem da verdade, o graffiti não está

preocupado com opiniões ou mesmo autorizações, ele é o que precisa ser: a ‘preza’, a presença, um grito estético, de quem luta pelo direito de existir. Essa é a marca do escritor de graffiti, sua assinatura urbana. Um representante gráfico/signo através do qual ele se faz presente e participante da cidade. Cidade esta, que o

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excluí pela ausência de políticas públicas, que


o invisibiliza, o deixa a margem, nas periferias. Não à toa, é na periferia/gueto/quebrada o lugar onde os graffitis nascem e gritam. É de lá que vem o Hip Hop, do qual o graffiti é elemento fundamental. Por essas e outras as metrópoles são repletas dessa expressão. A necessidade de gritar sobre sua existência é proporcional ao tamanho do descaso com a população pobre, preta e periférica. Trazendo isso para a realidade do interior, percebe-se que à medida que Uberlândia vem crescendo, também crescem as necessidades. E aqui, assim como na capital, o graffiti se faz presente.

A Uberlândia de hoje não é mais como a de ontem. O

bege tem saído de cena e as cores e formas, os traços e rabiscos, letras e personas, murais e mutirões vêm mudando a paisagem urbana local e da região do Triângulo. Caminho sem volta, pois tanto os artistas, quanto os apreciadores dessa arte, não querem mais as ruas apáticas e sem vida. Querem tinta na parede, querem mais cor e vida para a região. De forma independente graffiteiros e graffiteiras lançam-se no dia a dia da cidade ressignificando a estética da mesma.

É gratificante ver a evolução, ou melhor, a revolução que

esses jovens vêm causando no cenário urbano. Isso fica ainda mais notório quando eles se reúnem para realizar os encontros de graffiti, seja em um muro de esquina numa avenida, seja no muro de uma escola que ocupa um quarteirão. É mutirão! É coletivo! É a descentralização da arte visual que não está mais dentro das quatro paredes de uma galeria, ao contrário, está na Rua e transformando essa na própria galeria e a céu aberto - acessível. Está ao alcance de todos, reforçando a cultura da solidariedade entre Escritores e público presente.

Nos encontros, o muro transforma-se em algo mais,

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graffiti não está preocupado com opiniões ou mesmo autorizações, ele é o que precisa ser! vira tela. Tela essa, pintada a muitas mãos. O muro é como uma lousa para uma grande aula, é a escola, é o saber, é a cultura, na Rua.

Vale muito a pena se inteirar a respeito do universo graffiti

e a melhor forma é ter contato com seus autores, com quem vive e respira essa cultura. É significativo ouvir o que os poetas do concreto têm a dizer, colar nos eventos, acompanhar as redes sociais e registrar os ‘trampos’ que encontrar em suas andanças pela urbe. É imprescindível somar forças e construir junto com esses agentes um ambiente de articulação, informação, diálogo e propagação de toda a diversidade e riqueza dessa arte. Daí a importância deste material que se propõe a registrar e eternizar ações dos artistas urbanos em Uberlândia.

Bem aventurada a cidade que valoriza, apoia e respeita seus

artistas. Viva a arte independente!

TIAGO DEQUETE escritor de graffiti, artista visual e educador social.

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@dequete

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Apresentação

Presente nos muros, tela acessível a toda e qualquer pessoa, o Graffiti é

capaz de construir galerias de arte a céu aberto e

inserir comunidades, antes à margem dos espaços formais, em experiências artísticas cotidianas.

Graf f iti é escola na rua, Escola da Rua!

Assim, buscando o resgate e a valorização do patrimô-

nio imaterial constituído mediante essas interações dialógicas e diversidade cultural própria da Cultura Hip Hop é que lançamos nosso olhar sobre o cenário local: agentes, espaços, tempos e relações mediadas por esta vertente das artes visuais.

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Preta em Flor, por meio da lei aldir blanc, tem o prazer de tornar público os registros fotográficos do evento

034 - 2º Encontro Nacional de Graffiti e Cultura Urbana.

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débora costa / @pretaemflor

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a segunda edição do 034 – encontro

nacional de graffiti e cultura urbana de uberlândia ocorreu entre os dias 16 e 19 de agosto de 2019 sendo sediado na escola estadual teotônio vilela, no bairro planalto.

O evento é fruto da soma de forças dos grafiteiros

Júlio Neguela e Kakko. É também desdobramento de sua primeira edição que ressignificou a fachada do colégio Polivalente e aconteceu em homenagem ao grafiteiro Felipe Lélis que havia partido desta vida prematuramente.

Cabe ressaltar que, ambos os eventos acontece-

ram de modo independente, não tendo recebido nenhum tipo de financiamento por parte das organizações de fomento à cultura. O que torna ainda mais evidente o potencial cultural e a grande capacidade de mobilização dos agentes culturais de nossa cidade, uma vez que esses têm

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buscado criar situações de promoção e difusão do Graffiti


mesmo frente a ausência de suporte governamental.

O Encontro, que foi realizado em formato mutirão, estruturou

se mediante a colaboração entre o colégio Teotônio e o coletivo de grafiteiros: a escola disponibilizou seu espaço físico para pintura e como alojamento para os artistas, assegurou também, a alimentação e a aquisição da tinta látex que serviria como fundo para o futuro painel de Graffiti ; o coletivo local, disponibilizou sua força de trabalho para a preparação inicial do muro, divulgação e convite a artistas de outras cidades e estados; grafiteiros de diversas regiões custearam suas despesas com deslocamento e material para colaborar com a construção e realização desta ação.

O grande objetivo era construir uma galeria de arte a céu

aberto em um bairro periférico. Para que os estudantes e toda a comunidade pudessem receber a intervenção artística foram realizados, em momentos anteriores ao evento, oficinas e workshops de Graffiti ministrados por Neguela, buscando difundir, formar e consolidar novo público na comunidade. A mediação e o suporte da supervisora escolar e grafiteira, Ester Ferreira, junto a equipe gestora da escola foi fundamental para o sucesso do Encontro de Graffitti e as ações que o antecederam.

Para Kakko, que atua como coordenador local da CUFA –

Central Única das Favelas, e possui amplo trabalho na promoção de atividades culturais: “ações como esta, são essenciais para a promoção da cidadania, lazer, esporte e cultura em nossa cidade” - afirma. Por esta razão houve articulação para que o evento oportunizasse a comunidade o contato com outras expressões da cultura urbana: batalha de MC’s, break dance e basquete de rua.

construir uma galeria de arte a céu aberto em um bairro periférico.


Organizadores

JÚLIO NEGUELA

Natural de São Paulo, Júlio Neguela mudou-se

para Uberlândia em 2003. Em sua cidade natal vivenciou o graffiti na vertente pixo, trazendo assim, em sua bagagem amplo saber sobre a Cutura Graffiti. Ao longo dos anos vem consolidando técnicas e estética autoral de trabalho. Desenvolve projetos como arte educador e realiza intervenções urbanas com Graffiti desde o ano 2000.

Traz ainda em seu currículo várias palestras,

workshops e oficinas nas escolas públicas e particulares, assim como também em projetos ligados a cultura tanto em instituições governamentais como não governamentais. Atualmente empreende com o Ateliê Altaszideia, através do qual executa projetos sob encomendas e pinturas decorativas utilizando técnicas do Graffiti.

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CLEITON KAKKO

A história que Kakko vem construindo como agen-

te cultural ao longo dos anos é permeada por vivências em distintos elementos da Cultura Hip Hop. O primeiro elemento da Cultura com que teve contato foi a dança, em 1985 enquanto B’boy, dançarino do stilo break dance. Já em meados dos anos 90/95 foi vencedor de 3 festivais de dança do Triangulo, 2 festivais regionais e atuou como coreógrafo. Em 1992 empreendeu ações como rapper. Membro do grupo Manos D’Responsa, gravou em 2010 o álbum intitulado “A família agradece”, projeto que recebeu aporte da Lei Municipal de Incentivo à cultura.

E não parou por aí, numa busca constante por

“aprender pra ensinar e ensinar aprendendo”, desde 2008 desenvolve trabalhos como arte educador nas vertentes: graffiti, rima e dança em várias Ongs da cidade. Kakko é também Coordenador da CUFA Uberlândia e presidente da associação de moradores do bairro Shopping Park.

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Banksy

b a d o s e p e r t u r b a r o s c o n fo r táv e i s.

A arte deve confortar os pertur-


CAPOEIRA

Expressão genuína de

nossa brasilidade, a junção de arte, música e esporte, uma grande roda de capoeira. Diversa e plural em sua composição, mulheres, homens e crianças em um processo de invenção de novas cartografias afetivas, (re)construção de vivências e pertencimento.

Cabe ressaltar que, a

organização do Encontro 034, ao propor diálogos entre culturas e oportunizar espaços para sua promoção, consolida intentos de fortalecimento de identidades múltiplas, aumento da estima pessoal e valorização da cultura negra em suas diversas formas.

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junção de arte,música e esporte! 21


PENTEADOS & TRANÇAS AFRO por B’GIRL NIRVANA

Através das mãos habilidosas de

Nirvana, a estética negra se transmuta em penteados e tranças, saberes ancestrais repassados por sua mãe e tias.

Mulher negra que, como tantas

outras, traz em sua trajetória de vida experiências dos sentimentos de inadequação e incômodo frente aos padrões estéticos socialmente estabelecidos, ela agora os ressignifica através do trabalho como trancista. Para ela é:

“Processo de aceitação, (re)

adaptação e cuidados com o cabelo crespo. É aprender a se gostar! Quando está na moda é fácil, todo mundo diz que é bonito. O difícil mesmo é olhar pra dentro e ver beleza, depois de todo o tempo em que as pessoas não aceitavam quem eu era.”

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A inserção no universo Hip

Hop por meio da dança colaboram nesse processo de autoconhecimento e pertença identitária. Nirvana começou a dançar em 2008 na vertente street dance e em 2011 tornou-se membro da Evolution Kinz Crew, sendo a única B’girl a integrar o coletivo na época. Ela que traz em seu currículo vivências em diversos campeonatos, locais e em âmbito nacional, conta das dificuldades de ser mulher nestes espaços.

Diz ainda, da importân-

cia de eventos como o Flores do Asfalto e o Battlebaron . organizados por e para mulheres.

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BASQUETE DE RUA

Embalados pelo Rap: movimento, habilidade e criatividade. Inti-

mamente ligado a espaços periféricos, o basquete de rua encontrou no 034 espaço de pertença. Marcado por releituras inusitadas e originais de jogadas, esse esporte é permeado por aspectos identitários da cultura local. São novas linguagens esportivas a perfazer a Cultura Hip Hop.

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BATALHA DE MC’S

“dia esplendido, magnifico! a gente tá num ambiente que a gente gosta, que a gente é bem-vindo.

aqui a gente se sente livre

pra ser a gente mesmo, joga a raiva pra fora, expõe nossos sentimentos. a batalha é o momento em que a gente se sente mais perto de deus, onde nada nos limita.”

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A expressiva fala de Daiton –

Japa MC, evidencia a importância de espaços para a pluralidade de linguagens e subjetividades. Coordenador do coletivo Real Vivência, ele afirma

aluno do colégio Teotônio Vilela e

que os principais fundamentos que

professor no coletivo Real Vivência,

os levaram ao evento eram prestigiar

Matheus Vieira, o MC Teuz, levou o

a arte dos grafiteiros e conquistar

primeiro lugar na disputa.

apoiadores para subsidiar a participação do coletivo na disputa inte-

Em segundo lugar Paulo Prin-

restadual que aconteceria na cidade

cesa, o Cold, artista independente da

de Araguari logo em seguida. Antigo

cidade de Araxá e participante da cena das batalhas desde 2016. Cold considera que o evento foi muito significativo por agregar vários elementos e permitir experiências variadas com a cultura Hip Hop.

Neste um universo predomi-

nantemente masculino, Khemyly Santos ficou com o terceiro lugar. Ela que cresceu inserida no universo do rap e desde os 9 anos vivenciou projetos sociais com batalhas de rima, diz que seu interesse foi muito espontâneo. Conta ainda das incertezas e inseguranças para ocupar estes espaços, até o dia em que viu uma mulher na batalha, “foi como mágica” - afirma.

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PIECE BOOK

Os Piece books são cadernos em que há registros dos estudos e esboços das obras que virão a ser realizadas.

Parte das histórias contadas nos muros, por meio de

personas e letras nos mais variados estilos, passam inicialmente por este suporte.

Carregados de significados, estes materiais são

também instrumento de partilha entre o coletivo dos grafiteiros uma vez que nos eventos, são instrumentos da coleta de obras de artistas e amigos que se conhecem ou (re)encontram.

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na bagagem, anos de vivências e saberes que trans-

cendem suas inegáveis habilidades técnicas. grandes nomes do cenário nacional do graffiti prestigiaram o encontro e, cada qual em seu estilo, presentearam a cidade de uberlândia com uma de suas obras. a estes, que a tempos vêm pavimentando a pista que nos permitiu chegar até aqui, nossa singela homenagem.


Bonga Mac


Bonga Mac, nascido em 1975, é Donizete de Souza Lima, artista visual, arte educador, empresário da Bonga Produções e estudante de artes visuais pela FAEEP - Faculdade de Educação Paulista (2019-2023).

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Co-autor do livro Tinta Loka Street

Book (2017) e empresário da Bonga Produções desde 2013, seu primeiro contato com o Graffiti foi em meados dos anos 90, por influência da cultura hip hop, o que o motivou a reproduzir as ideias passadas em capas de discos e letras de músicas.

Desenvolve projetos notáveis en-

quanto artista visual no Graffiti e, desde 2000, como arte educador, em projetos de incentivo a difusão da cultura hip hop e arte urbana para um público diversificado. Seu trabalho como produtor cultural tem como um de seus frutos a participação na elaboração da Lei Arte Urbana, que trata sobre a regulação e incentivo da Arte Urbana no município de Caieiras – SP, onde reside.

Texto por: tamires santana

@bongamac www.bongaproducoes.com

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D O E S


Escritor de Graffiti e arte educador em escolas públicas na cidade de Diadema, pelo instituto Matéria Rima. Morador da cidade de Santo André - SP, artista autodidata, Does iniciou sua produção artística no ano de 1988, usando a técnica de stencil-art.


Hoje suas obras, pertencem ao estilo Wilds-

tyle e se destacam pelo altíssimo grau de complexidade e ilegibilidade da escrita, o que é provocado pelo embaralhamento das letras, aspecto comum ao estilo do qual o artista faz parte. Sua obra reúne muita simetria e influências variadas: elementos indígenas, arquitetura gótica, caligrafia árabe e formas tribais, que mescladas apresentam esta composição labiríntica de suas obras.

Através da sua arte, o artista percorre o mun-

do, estando presente em vinte e um países. Em seu

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currículo há trabalhos para campanhas publicitárias em mídias impressas e eletrônicas, exposições, workshops, matérias em livros e revistas e murais. Does ainda participou de diversas collab com marcas, usando sua arte em peças de vestuário, mochilas e itens de perfumaria e outros.

@does_hdv doeshdv.wixsite.com/does1

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SOWTO

Pioneiro do Hip Hop na cena do Distrito Federal,

João Batista de Carvalho Souto é praticante da cultura urbana desde a década de 80. B’boy, grafiteiro e artista plástico colaborou para o fortalecimento do movimento cultural de Brasília sendo o fundador do DF Zulu Breakers, um dos primeiros grupos organizados da capital federal.

Como arte educador desenvolve inúmeras ativi-

dades socioeducativas com trabalhos em pintura de telas e técnicas com spray, a exemplo dos projetos Jovem Expressão, Grupo Atitude e Fest Povos.



“Na minha concepção graffiti é a mais democrática das expressões artísticas, por conversar de diversas formas diretamente com o povo. Entende-se povo, os seres humanos que por suas posições sociais, não dispõem de condições nem acesso às galerias de arte. As técnicas desenvolvidas por grafiteiros são tão boas e, em alguns casos até superiores, a muitas obras que você só vê em galerias. É a arte do povo!”

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Seu trabalho plástico é realizado

no estilo 3D e no realismo. Já viajou por todo o Brasil participando de convenções, palestras, debates e mostras de graffiti. Sua presença agrega valores e conhecimentos, transpostos em tinta e palavras.

@sowto_df_zulu octopaint@gmail.com

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Neros

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@nerostattoo


Juno

@junomafia

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Pepão

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@pethersonleão


Argo

@argo0ones

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Karek

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@karektattoo_df


Apsis

@apsis_aps

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Claus

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@marticlaudinei


Bboy

@bboytattoo

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Spok

Sub

@ixpok

Mark

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@mateus20x


Jr.

Sal

@indio_sal

Senão

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Kakko

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@kakko_arte

APC

@alexandre_apc


Jp Neguela

anápolis/go

@neguela

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Joga

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@joga034

Gui

@guitorisan


Ops

@valdeci.raimundo

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Anavi

@anavi.avl

Estênio

@estenio

Gabe

@gbzkss


Brasa

Secco

@gustavo_brasa

@ahquestao

Nec

@diamondsonmynec

P 3 K

@o.p3k


Grilo

EFS

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@grilunatico

@efs_br

Corujito

@corujitooo


Grilo

Kim

Black

@grilunatico

@arte.kim

@matheus_blaack

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