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AnĂşncio
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AnĂşncio
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DA
UNIMED
Um plano de cooperação
POR MAIS CIDADANIA
A
Dr. Francisco Vieira de Oliveira Presidente da Unimed
Unimed Campina Grande é por sua natureza uma instituição cidadã, isto por acreditarmos que existe cidadania senão pelo viés do trabalho, afinal não se constrói uma sociedade mais humana pela ética da cooperação mútua. Na história, por exemplo, cidadania e cooperativismo estão vinculados a um mesmo ideal, a proposta de valorização ao ser cidadão. A primeira cooperativa do mundo em Manchester foi a resposta da classe operária à exploração capitalista a comprometer a precária situação socioeconômica da classe trabalhadora em plena Revolução Industrial (século XIX). A saga dos pioneiros de Rochdale foi a semente para que hoje quase 800 milhões de pessoas no mundo estejam associadas ao trabalho solidário em quase 90 países, representando a maior força de organização não governamental no mundo, segundo a Aliança Cooperativa Internacional - ACI. Como representação do cooperativismo médico no Brasil, a Unimed traz não apenas a essência da cidadania através da valorização de uma classe de trabalho mas prioritariamente o núcleo mais básico desta atividade: cuidar de pessoas. Por ser cooperativa, primamos pelo sentimento de igualdade entre todos que dela fazem parte, carregamos o sobrenome Campina Grande por ser nesta cidade o cenário de construção de uma história de 44 anos onde o senso de responsabilidade assumido com a comunidade campinense é lastro para edificação do nosso papel social. Os recentes números obtidos pela Unimed Campina Grande confirmam como resposta a esta linha de trabalho, o nosso vínculo de transparência e diálogo numa relação mais cidadã com nossa comunidade. Atingir recentemente o índice de desempenho de 0,82 segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar
é o endosso de que continuamos a exemplificar pelo cooperativismo o viés mais prático para a manutenção da qualidade assistencial, quanto entendemos que a nota máxima do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar é 1,00. A Unimed Campina Grande como instituição cidadã se faz representar pelos empregos diretos e indiretos, que tem proporcionado uma movimentação econômica que é o sinônimo de soma para o crescimento da cidade. São serviços de ponta fazendo de Campina Grande uma referência na assistência médica em toda a região. O que nos faz sermos fortes então? É por entendermos que os interesses coletivos serão sempre soberanos. É preciso entender que o desejo mais real de cidadania está vinculado a uma responsabilidade na qual estamos todos inseridos e que somos dirigentes. Desde o seu conceito na Grécia antiga, a essência de cidadania é a mesma, onde é ponto de convergência a reunião das liberdades e direitos do indivíduo cidadão. Fazer valer a cidadania é estar ciente de que somos responsáveis pela comunidade a qual ela faz parte. Estamos unidos pelo ato de dar respostas a quem nos deposita confiança, fazendo valer todo um contexto de direitos e deveres que dão sustentáculo ao nosso objetivo que é continuar servindo através da assistência médica com mais qualidade e proximidade junto a nossa clientela. Ser Cooperativa é exercer cidadania seja qual for a prática a qual ela se propõe, é disseminar a esperança que juntos somos mais cidadãos voltados para um só objetivo, a ideia de que CIDADANIA é um sentimento real e um valioso tesouro que só o trabalho pode nos oferecer. Cooperar pela coletividade, é dispor-se para que a cidadania se faça presente por atitudes.
ÍNDICE 44
Obesidade Infantil e a influência da alimentação familiar
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Madalena Crispim Médica que conquistou o seu lugar na história de Campina Grande
A saga de um MATUTO TEIMOSO
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Posologia Perigosa Automedicação: A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente
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Saúde dobrada Sucesso há mais de 500 anos: "Faz-se por aqui umas broas chamadas beijus tão alvas e saborosas que superam e muito o pão desse reino" (Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal).
Matérias&Artigos 13
Responsabilidade do cidadão
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COACHING: Conheça esta ferramenta
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Você é FOGO mas não é PAIXÃO
20
Afinados com as primeiras notas
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É tempo de aprendizado
24
Na fila da padaria
26
Medicina, Humanismo e Cidadania
28
Uma carta ao HIV
30
O direito de você ser quem você é
36
O mapa dos que na cidade habitam
38
Eis os primeiros 5km: correndo por pensamentos e sentindo o corpo!
39
Treino Forte e intervalado ou Leve e contínuo?
46
O que posso fazer?
49
Ei, prestatenção!
50
A oportunidade
52
O carteiro e o poeta: Quando a vida mostra o que é poesia
54
Ah, se eu falasse por meu fusca
56
A tradição popular na literatura em Campina Grande
58
O “cadin” de amor que rende tanto, esse de Ciço por Luzia
60
Agora que sou anjo
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“Canaã de leais forasteiros’’
64
Saúde dobrada
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A VIDA É MELHOR QUANDO VOCÊ ESTÁ BEM ACOMPANHADO. E ISSO INSPIRA A UNIMED A ESTAR SEMPRE AO SEU LADO.
Campina Grande
45 ANOS
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DA DIRETORIA 2014-2018 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 2014/2018 Presidente: Dr. Francisco Vieira de Oliveira Dir. Adm. Financeiro: Dr. Alexandre de Castro Batista Leite Dir. Médico Operacional: Dr. Norberto José da Silva Neto Diretora de Mercado: Dra. Teresa Cristina M. V. da Nóbrega VOGAIS Dr. Aurélio José G.de M ventura Dr. Carlos Alexandre G. de Araújo Dr. Expedito Nóbrega de Medeiros Dra. Gesira Soares de A. Florentino Dra. Waldeneide F. de Azevedo CONSELHO TÉCNICO E DE ÉTICA - CONTECE Dr. Antônio Roberto Vaz R. Filho Dr. José Bismarck Fernandes Dr. Juarez Carlos Ritter Dr. Márcio Rossani F. de Britto Dr. Rodoval Bezerra Cabral Dr. Saulo Gaudêncio de Brito CONSELHO FISCAL 2015 Gil Braz B. Vasconcelos Bernardo Araújo Arruda Ericsson Albuquerque Marques Carolina de Farias Aires Leal Diane de Sena M. Alves Terezinha de Jesus T. Rocha Leal ASSESSORIA JURÍDICA Dr. Giovanni Bosco Dantas Medeiros Dra. Ramona Guedes COMITÊ DE COMUNICAÇÃO Dr. Evaldo Dantas Nóbrega Dr. José Alves Neto Dr. José Morais Lucas Dr. José Moisés de Medeiros Neto DIREÇÃO/EDIÇÃO Dra. Teresa Cristina Mayer Ventura da Nóbrega Alice Rosane Correia da Silva Ribamildo Bezerra de Lima Ulisses Praxedes JORNALISTA RESPONSÁVEL Ribamildo Bezerra DRT 625/99 REDAÇÃO Ulisses Praxedes DRT 2787/08 FOTOGRAFIA Leonardo dos Santos Silva CAPA E PROJETO GRÁFICO Gráfica Moura Ramos ASSESSORIA DE MARKETING Alice Correia REVISÃO Eliene Resende CIRCULAÇÃO 2.000 exemplares Distribuição Gratuita ATENDIMENTO/ESPAÇO DO LEITOR (83) 2101.6576/6568 - revistaconviver@cg.unimed.com.br PARA ANUNCIAR (83) 2101.6580 - alice@cg.unimed.com.br A Revista Conviver é uma publicação sem fins lucrativos, custeada pelo material publicitário veiculada na mesma. Todo conteúdo das matérias/artigos veiculados nesta edição é de inteira responsabilidade dos seus autores e não correspondem necessariamente à visão de mundo e opinião institucional da Unimed Campina Grande Cooperativa de Trabalho Médico Ltda.
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REDAÇÃO
O valor cidadão refletido na cultura de um povo
U
m cidadão direta ou indiretamente está influenciando a sua coletividade, ações que se mostram valiosas quando aplicadas a objetivos plurais. Por esta vivência em coletividade lastreiase a essência da cidadania pelo dinâmico exercício dos direitos e deveres. Isso é CONVIVER. Nesta edição de nº 19, trazemos o tema ‘Cidadania: Nossa Moeda de Valor’ como positiva provocação a nos trazer a essência maior também presente na filosofia cooperativista, que o bem-estar de todos começa por cada um de nós. Uma responsabilidade compartilhada que nos motiva a sermos mais solidários, participativos e flexíveis quando necessário, entendendo que uma atitude cidadã ecoa no futuro. Para uma nação tão rica culturalmente e que traz em sua história a superação de regimes como escravidão e ditadura, as conquistas de cidadania fazem do Brasil uma referência para o mundo, já que aqui todas as diferenças se diluem em um sentimento de brasilidade, ou seja, a consciência de que nossa identidade como ser brasileiro está consolidada sob os múltiplos pilares culturais. Esta é uma responsabilidade cidadã, um necessário olhar construído no cativante texto do decano, Dr. Everaldo Lopes, que constitui soma aos demais médicos, importantes cirurgiões das palavras que colaboram nesta edição. A tentativa de radiografar a alma social de um povo, por exemplo, é desafio proposto no artigo “O mapa dos que a cidade habitam’’ do médico Dr.Flawber Cruz. Junto a ele o olhar apurado do Psiquiatra Dr. Edmundo Gaudêncio no seu provocativo “ Ei, presta tenção” é elo literário a se unir nas crônicas leves e tocantes redigidas pelos médicos Dr. José Moysés e Dr. José Neto. E se prevenção também faz o cidadão “O que posso fazer” da médica Dra. Andréa Barros é texto a reafirmar que nossas escolhas falam muito sobre quem somos. E é esta diversidade que você leitor encontrará diluídas em matérias e artigos presentes nesta edição, onde o sentido de cidadania, pode ser encontrado na ‘Saga de um Matuto Teimoso’ , entrevista com músico Pinto do Acordeom que nos relata que o Nordestino pode sim ser esperto como forma de sobrevivência sem nunca abandonar o seu conceito de cidadania. É possível perceber o quanto o ativismo cidadão é cooperação a fazer história quando se luta por mais qualidade de vida. Que entre perfis e opiniões é o trabalho que imortaliza um cidadão. A Revista Conviver tenta ser o espelho da sua comunidade, onde você leitor se faz incluso, transformando informação em atitudes, ações práticas que beneficiem o coletivo a cooperação direta com a verdadeira essência da cidadania.
COOPERADORES COLUNAS Unimed - Uma marca no seu tempo Dr. José Morais Lucas Médico Anestesiologista Cooperado Unimed Campina Grande Membro da Academia Campinense de Letras Viver Bem - Natureza Médica Dr. Flawber Cruz Médico Pediatra Perito Médico do INSS Membro do Conselho Regional de Medicina Viver Bem - Ciência da Vida Dra. Andréa Barros Médica Infectologista e Clínica Geral Professora de Infectologia da UFCG Cooperada Unimed Campina Grande Artes em Movimento - Histórias e Estórias Dr. José Alves Neto Médico Ultrassonografista Cooperado Unimed Campina Grande Cidade - Urbi Campinense George Gomes de Araújo Rodrigues Pós-graduado em Historiografia e Ensino de História pela UFCG Nosso Sabor Marcela Cavalcanti Antunes Barros Nutricionista pela UFPB Curso Personal Diet – NTR Especialista em Nutrição Clínica
ARTIGOS Dr. Everaldo Lopes Artigo "Convivendo com você" Ginecologista Oncológico Fundador da Faculdade de Medicina de Campina Grande Escritor Karina Barross Artigo "Você é fogo mas não é paixão" Fisioterapeuta pela UEPB Pós-Graduada em Saúde Pública pela FURNE Acupunturista pela Academia Brasileira de Acupuntura Reflexa e Naturopatia Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Forense Rodolfo Farias Artigo "O carteiro e o poeta" Bacharel em Letras/Espanhol pela UEPB Dr. José Moysés Artigo "Na fila da padaria" Médico Urologista Cooperado Unimed Campina Grande
Joana Valeriano Artigo "Eis os primeiros 5km" Maratonista Terapeuta Ocupacional Especialista em Saúde da Família Conselheira Suplente do CREFITO1 Dr. Evaldo Nóbrega Artigo "Medicina, Humanismo e Cidadania" Membro da Academia de Letras de Campina Grande. Oficial Médico do Exército Brasileiro. Cirurgião Coloproctologista. Ex-Superintendente e Ex-Diretor do HUACG - UFCG Cooperado Unimed Campina Grande Tiago Almeida Artigo "Treino forte e intervalado ou leve e contínuo?" Profissional de Educação Física Mestre em Psicanálise da Saúde e Educação Especialista em Fisiologia do Exercício Professional & Self Coach pelo IBC (Instituto brasileiro de Coaching) Clara Rodrigues Artigo "Obesidade Infantil" Nutricionista Pós-graduanda em Nutrição Materno Infantil Pós-graduada em Obesidade e Emagrecimento Consultora em Aleitamento Materno Prof. Edmundo Gaudêncio Artigo "Ei, prestatenção!" Médico Psiquiatra – Professor - Doutor em Sociologia Ouvidor Geral da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Flávio Evangelista Artigo "Ah se eu falasse por meu fusca" Graduando em Comunicação Social / Jornalismo - UEPB Cinegrafista Bruno Gaudêncio Artigo "A tradição popular na literatura em Campina Grande" Escritor, Historiador e Jornalista. Mestre em História pela UFCG Graduado em Jornalismo e História pela UEPB Coeditor da Revista Blecaute, de Literatura e Artes Johniere Alves Ribeiro Artigo "O cadin de amor que rende tanto, esse de Ciço por Luzia" Formado em Letras pela UCFG. Mestre em Literatura e Interculturalidade pela UEPB. Professor na área de Língua Portuguesa. Luciene Alves de Brito Artigo "Afinados com as primeiras notas" Professora de Música Maria Suelha Nunes Marcelino Artigo "É temo de aprendizado" Pedagoga pela UEPB Especialista em Psicopedagogia pela FIP Especialista em Práticas Educativas pela UFCG www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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DOS
LEITORES
Tornar o DIFERENTE igual a todos: é para isto que a CONVIVER existe “Parabenizo a forma brilhante, com a qual o corpo diretivo desta revista, consegue integrar matérias claras e extremamente pertinentes para o nosso dia a dia. Partindo da máxima que Saúde é coisa séria, me encanta a objetividade com a qual a revista se apresenta, nos mostrando que o melhor caminho para uma vida longa e saudável, é a prevenção, e que para isso acontecer, é preciso estarmos atentos às informações que nos são prestadas, através da equipe Conviver, com excelência”. Luciana Martins Gerente Administrativa da AACD Campina Grande
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“A leitura da Revista Conviver é sempre um momento de prazer a aprendizado. Com matérias sobre saúde, qualidade de vida, cultura e artigos que informam e também fazem refletir, a revista aborda temas universais, mas privilegia Campina Grande, com a importância que ela merece. Uma leitura indispensável que sempre deixa um gosto de quero mais”! Fernanda Sousa Jornalista
“A Revista Conviver surpreende a cada nova edição. Muito mais que uma publicação institucional da área de saúde, ela é fonte de informação sobre cultura, comportamento, qualidade de vida e tantas outras questões de interesse público. Toda a equipe está de parabéns pela qualidade do conteúdo e pelo belo projeto gráfico que deixa a leitura ainda mais prazerosa”. Ana Teixeira Analista de Comunicação da Sescoop-PB
CONVIVENDO COM VOCÊ
Responsabilidade do
CIDADÃO Por Dr. Everaldo Lopes
A
Sociobiologia já reconhecera a vantagem evolutiva da organização social baseada na distribuição de tarefas entre os membros de uma coletividade. O estudo das espécies sociais, nomeadamente os vários tipos de abelhas, formigas e os humanos demonstra o proveito que a Evolução tira da divisão do trabalho entre os membros do grupo. As espécies sociais totalizam apenas 3% das que compõem o universo da vida animal do planeta, mas representam 50% de sua biomassa. Isso referenda a vantagem evolutiva da organização social. Todavia vale a pena ressaltar nesse processo a importância fundamental do passo seguinte. Diferentemente das demais espécies nas quais a divisão funcional do trabalho é determinada geneticamente, no Homo sapiens emergem a consciência reflexiva, a razão e o livre arbítrio que lhe conferem a aptidão para organizar-se socialmente de forma livre e inteligente. Por sua capacidade crítica, flexibilidade criativa e determinação o homem é capaz de identificar e solucionar os problemas emergentes que põem em risco a sobrevivência da espécie. Paralelamente à prática coerente da condição humana o homem reconhece direitos e deveres nas suas relações interindividuais. Reconhecimento que é a base do comportamento ético do cidadão. Mas
não basta a moralidade da conduta humana. Para salvaguardar a espécie, o homem precisa ultrapassar o comportamento moral, transformando as relações interindividuais, éticas, em relações intersubjetivas solidárias nas quais cada um sobrepõe aos seus interesses egóicos o bem legítimo do outro. O processo evolutivo da sociedade humana consuma-se assim na convivência comunitária embasada na solidariedade. A prática solidária tem fundamento evolutivo psicossocial irrefutável, mas usualmente está associada a um Comportamento quase místico. Talvez porque a atitude empática presente no espírito de solidariedade excede o puro compromisso moral entre os indivíduos que compõem a comunidade. Exige nobreza maior, o interesse pelo bem do outro. Não obstante, enquanto os homens não conseguem viver a perfeição comunitária, o exercício da cidadania é já um bom começo. O elevado grau de crescimento econômico e tecnológico a que chegamos não se acompanhou do desenvolvimento pleno da condição humana! Vale a pena, pois, realçar com insistência a capacidade e o dever moral de cidadão influir no processo social contra a corrupção e a violência que, lamentavelmente, são manchetes na mídia do mundo dito civilizado. Everaldo Lopes influir no processo social contra a corrupção e a violência que, lamentavelmente, são manchetes na mídia do mundo dito civilizado.
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UNIMED - UMA MARCA NO SEU TEMPO
MADALENA CRISPIM
Médica que conquistou o seu lugar na história de Campina Grande Dr. José Morais Lucas
F
oi grande a minha satisfação ao tomar conhecimento de que o “Comitê de Comunicação” desta revista havia escolhido o nome da Dra. Madalena Crispim para ser homenageada neste número, que é o décimo nono a circular. Após 18 médicos homenageados nas revistas anteriores, o número 19 da revista CONVIVER, com muito orgulho para mim que escrevo esta coluna biográfica, traz a primeira médica, no caso, a Dra. Madalena Crispim, minha colega de turma na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, formatura que aconteceu em 08/12/1966, portanto há mais de 48 anos. Ela retornou à Campina Grande após sua formação de especialista em Pediatria no Instituto Materno Infantil de Pernambuco - IMIP. A revista sabe que tem outras médicas merecedoras desta homenagem, porém, dois motivos marcantes determinaram a escolha da Dra. Madalena Crispim. O fato de ter sido a primeira médica pediatra de Campina Grande, além de ter inaugurado em 1967 o primeiro Pronto Socorro Infantil da cidade, situado na Av. Floriano Peixoto, preenchendo desta forma uma carência em urgência pediátrica. Foi por onde tudo começou até chegar a este Complexo Hospitalar que é a CLIPSI – Hospital Geral. Para as 80 vagas oferecidas naquele vestibular de Medicina em 1961 na cidade do Recife, 12 foram preenchidas por vestibulandos de Campina Grande; além de mim e Madalena
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Crispim também passaram naquele concurso, Emília Barbosa Pessoa, Gilma Cavalcanti Coelho, Magnólia Bezerra de Carvalho, Selma Cordeiro de Vasconcelos, Glerystane Borges de Holanda, Geová Pinto de Figueiredo, Henry Alves de Farias, José Eulálio Cabral Filho, Sebastião Carlos Coutinho e João Vicente de Paula. Na formatura juntou-se a nós Anita Mizrahi, também de Campina Grande, que havia interrompido o curso por alguns anos, voltando a estudar Medicina, tendo se incorporado a nossa turma. No total fomos 17 paraibanos a concluir o curso de Medicina juntos, pois, além dos citados também terminaram conosco, Marcondes Gadelha (Orador da Turma) e Joaquim Abrantes de Oliveira, ambos da cidade de Sousa, bem como Ivan de Holanda Rolim, de Cajazeiras e Erivar Teódulo, de Patos. Dos 17 paraibanos, são falecidos João Vicente de Paula e Ivan de Holanda Rolim, que exerciam a profissão de médico em Brasília e São Paulo, respectivamente. O título de Cidadã Honorária de Campina Grande, concedido à médica Maria Madalena Crispim Lima pela Câmara Municipal de Campina Grande, pelos relevantes serviços prestados, já diz tudo. Foi entregue em solenidade especial no Dia do Médico em 18 de outubro de 2013, a qual estive presente. Esta comenda foi uma propositura do então vereador Romero Rodrigues, hoje, prefeito constitucional de Campina Grande, que também compareceu àquela solenidade. A Sessão Solene foi presidida pelo vereador Antonio Pimentel Filho. Foi uma festa bonita e merecida, onde, a classe médica, sociedade, parentes, amigos e funcionários fizeram questão de comparecer. As homenagens à Dra. Madalena não ficaram por aí, pois, a revista da “Associação Médica de Campina Grande”, em seu número especial que circulou no “Dia do Médico” também a homenageou, colocando uma foto sua que ocupou por inteiro a primeira capa. Neste número constam dois excelentes artigos focalizando a vida profissional e empresarial da Dra. Madalena Crispim, que foram assinados respectivamente por Dr. Evaldo Nóbrega – Editor da revista, e pelo Dr. Virgílio Brasileiro, emérito Professor de Pediatria da Faculdade de Medicina de Campina Grande. A UNIMED CAMPINA GRANDE ao prestar esta homenagem a Dra. Madalena, espelha não apenas o pensamento dos que a compõem, mas o sentimento de uma cidade agradecida. Esta organização de saúde chamada CLIPSI, orgulha não apenas os campinenses, mas, sobretudo os paraibanos de uma maneira geral, pois vem prestando os seus serviços há quase 50 anos, recebendo pacientes de quase todos os municípios da Paraíba bem como de estados vizinhos.
O Hospital CLIPSI está localizado verticalmente num centro estratégico da cidade, em um local envolvendo três importantes artérias: Av. Floriano Peixoto, por onde tudo começou, além da Rua Treze de Maio, bem como o Largo do Açude Novo, com entrada por qualquer uma destas vias. No início só atendia crianças, porém, como o próprio nome diz, CLIPSI – HOSPITAL GERAL, com esta expansão passou a atender pacientes de todas as idades bem como de quase todas as especialidades médicas, quer seja urgência, emergência ou cirurgia eletiva. A importância deste Hospital pode ser traduzida em números, senão vejamos: Por mês são registrados em média 8.000 atendimentos ambulatoriais, 700 internações, 400 parturientes, isto, sem falar nos 600 empregos diretos ou indiretos que proporciona aos nossos conterrâneos. Um detalhe importante que não pode ser esquecido. A CLIPSI recebeu da UNICEF o título de “HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA”. Para atingir este patamar na história da medicina campinense, a Dra. Madalena contou com o indispensável apoio e incentivo dos pais - empresário Geminiano Crispim de Lima e Feliciana Ventura Crispim. Também foi de fundamental importância a irrestrita solidariedade do seu primo e esposo, Dr. José Marcos de Lima, que mesmo exercendo o mandato de Deputado Estadual em Pernambuco, inclusive presidindo a Assembleia Legislativa e governando o Estado temporariamente, nunca se afastou da direção do Hospital. No momento, a sua assiduidade na diretoria é bem maior do que antes, logicamente com o indispensável apoio de uma equipe especializada e de confiança. O casal Zé Marcos-Madalena tem quatro filhos, todos casados. Marcos Crispim, engenheiro, casado com a engenheira Andréa Motta, que tiveram três filhos; Em seguida vem Luciana Crispim, administradora hospitalar e advogada, que é casada com o bioquímico Gustavo Mayer Ramalho, com três filhos também. O terceiro filho do casal é o médico Fábio Crispim, casado com a advogada Katarine, que tiveram duas filhas; Por último, Janaína Crispim, enfermeira, que é casada com o empresário Cleiton Torquato e tem apenas uma filha. Quero neste final render minhas homenagens a esta grande médica, grande amiga, grande colega que se chama Madalena Crispim. Falo não só por mim, pois, tenho certeza que interpreto o pensamento de todos os colegas da Faculdade de Medicina do Recife que conviveram com ela durante seis anos, tempo suficiente para comprovar a simplicidade e bondade desta criatura inatacável. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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PONTO DE VISTA
COACHING Conheça esta ferramenta Por Ulisses Praxedes e Beto Chaves
A
evolução do mundo atual nos pede cada vez mais adaptação e novas estratégias e métodos para que possamos atingir os objetivos traçados, seja pessoal ou profissionalmente. Com mudanças tão dinâmicas, é necessária a utilização das ferramentas certas, a fim de que o caminho percorrido seja o mais acertado. Para suprir esta necessidade constante de planejamento, métodos e ferramentas surge o Coaching.
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O Coaching trata-se de um processo que produz mudanças positivas e duradouras em um curto espaço de tempo de forma efetiva e acelerada. Coaching significa tirar um indivíduo de seu estado atual e levá-lo ao estado desejado de forma rápida e satisfatória. Este processo é uma oportunidade de visualização clara dos pontos individuais, de aumento da autoconfiança para que as pessoas possam conhecer e atingir seu potencial máximo e alcançar suas metas de forma objetiva e, principalmente, assertiva.
Para o início de um ano, o Coach Beto Chaves* nos traz sete dicas muito importantes para atingirmos os nossos objetivos. Confira:
04
03 Aventure-se!
Não tenha medo! Ninguém pode
Creia! Acredite em você! Mesmo que o
resto do mundo duvide de suas forças e diga não, você tem que crer no seu potencial! A cada não recebido, mostre mais garra, mais fé e mais persistência. Você pode conseguir tudo que quiser, basta nunca desistir!
ser um grande empreendedor se tem medo de soltar as amarras. Livre-se de tudo que inviabiliza seu sonho. Concentre-se nas atitudes positivas e vá em frente! Lembre-se, só fracassa, quem desiste.
05 Procure parceiros! Aproxime-se das pessoas que
acreditam em você e que podem lhe ajudar a realizar seus sonhos. Essas pessoas podem ser familiares, amigos, possuidores do mesmo sonho. O importante que é você tenha ajudantes, afinal toda caminhada é mais difícil quando se está sozinho.
02 Planeje!
De nada adianta sonhar, sonhar e não
pensar em maneiras e estratégias para realizar esses sonhos. Portanto, planeje formas de concretizar o seu sonho. Se for preciso mudar radicalmente, vá mudando aos poucos. Cada passo de cada vez. Mas planeje todos os passos. Trace metas. E esteja preparado, também, para imprevistos e mudanças de planos.
01 Renove seus sonhos!
06 Mexa-se!
Parece óbvio, mas parado ninguém
sai do lugar! Vá à luta, mude sua atitude, corra atrás. Lembre-se que quem procura, sempre alcança! Não espere, pois nada lhe será dado de graça. Lute para avançar cada passo. Se for preciso, retroceda. Mas não pare! A inércia é inimiga de qualquer empreendedor!
O começo do ano é perfeito para
isso. Os seus sonhos continuam os mesmos? A cada ano, nossa vida vai tomando novas direções e os sonhos vão se transformando e modificando. Por isso, agora é a hora de resolver quais sonhos ainda fazem parte de sua vida. Jogue fora, sem dó, os que não servem mais. E foque todos os seus esforços naqueles pelos quais vale a pena lutar!
pronto para recomeçar! 07 Esteja
Se algo der errado, não
desanime. Conserte os erros, repare as falhas e volte a tentar. Errar, todos erram. Mas, recomeçar é só para os fortes. Seja forte! Você vai chegar lá!
*Beto Chaves é Palestrante, Master Coach com três Formações Internacionais, Business and Executive Coach, Empresário, Empreendedor e Escritor. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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PONTO DE VISTA
Você é FOGO mas Saiba mais sobre a síndrome que tem reflexo direto na queda da qualidade e do ritmo de trabalho e nas faltas constantes em muitas empresas Por Karina Barros
D
ificilmente alguém com Síndrome de Burnout acordaria para mais um dia de trabalho, cantando ‘Você é luz, é raio estrela e luar, manhã do sol’... O perfil é bem outro. Um cansaço emocional além do limite, um esgotamento comparado a uma queima total das energias, um sofrimento psíquico. Esta é a Síndrome de Burnout, um desgaste psíquico a comprometer aspectos físicos e emocionais das pessoas refletindo diretamente no rendimento no trabalho. Traduzido do inglês burn que quer dizer queima e out exterior a Síndrome de Burnout mesmo já conhecida há décadas no Brasil, as discussões se tornam cada vez mais constantes, isto devido ao reflexo direto na queda da qualidade do ritmo de trabalho, ou as faltas constantes com aqueles que são diagnosticados com a síndrome. Segundo pesquisadores a Síndrome de Burnout é considerada como uma resposta emocional a situações de estresse crônico em função de relações intensas em situações de trabalho com outras pessoas. Trata-se de uma experiência subjetiva, que reúne sentimentos e atitudes resultando em alterações, problemas e disfunções psicofisiológicas com consequências nocivas para as pessoas e a organização. A qualidade de vida do indivíduo muda radicalmente, levando este a um processo de alienação, desumanização e apatia, ocasionando problemas de saúde, absenteísmo e intenção de abandonar a profissão. A resposta institucional no Brasil, ainda que lenta contra a ‘Burnout’ só agora começa a aparecer, mesmo a Organização Mundial de Saúde tendo alertado para o impacto potencial
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não é PAIXÃO da síndrome sobre os países industrializados, especialmente destes com a relação direta as novas tecnologias e fatores psicossociais. Diante disso, muitas empresas em nosso país, ainda que reconhecendo que o diagnóstico da Síndrome de Burnout não seja mesmo simples, tem investido em ações intensas e pontuais contra o estresse no ambiente de trabalho.
O ESTRESSE DÁ TRABALHO
Ao longo do século XX, o estresse se tornou um fenômeno significativo e socialmente reconhecido, sendo muitas vezes ligado ao trabalho e/ou atividade de trabalho. Nos estudos e práticas relacionadas à saúde e ao trabalho, os aspectos psíquicos e sociais, vêm gradualmente, ocupando um espaço crescente, pois a presença de uma doença e/ou vivência de um acidente repercutem na vida familiar, laboral, social e no psiquismo do trabalhador. O estresse no trabalho surge quando as exigências são elevadas e, ao mesmo tempo, a capacidade de controlar o mesmo é um modelo esforço-recompensa baixo, ou seja, há um desequilíbrio entre esforço elevado associado a uma baixa recompensa o que amplia os riscos psicossociais, margem para o surgimento da Síndrome de Burnout. Tido como uma das principais preocupações para os riscos no trabalho, o estresse ocupacional tem sido fator diretamente ligado aos custos elevados nas relações de trabalho (empregador/ trabalhador) e com a sociedade em geral. Segundo dados da Previdência Social (2008), estima-se um gasto de aproximadamente R$12 bilhões/ano com despesas decorrentes de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, onde está implícito a presença do estresse ocupacional como elemento desencadeador na maioria dos casos.
UMA CHAMA DE ESPERANÇA
Partindo da ideia de que o sofrimento vivenciado por algumas pessoas no ambiente de trabalho pode ser consequência da incompatibilidade entre a história pessoal e o espaço para o exercício do seu ofício, o perfil do trabalhador para algumas instituições passa a ser analisado de forma integral, ou seja, na sua totalidade. Alguns trabalhadores com um novo olhar já buscam ambientes de trabalho que não alterem a sua saúde bem como locais onde possam exercer suas atividades em um plano individual e coletivo. Estes objetivam encontrar possibilidades de valorização de suas capacidades e condições de trabalho adaptados às suas características fisiológicas e psicológicas, garantindo assim, a manutenção de sua saúde e qualidade de vida. Ironicamente são os profissionais de saúde a classe mais exposta a riscos laborais e que precisam tomar conhecimento sobre a Síndrome de Burnout, que tem vitimado trabalhadores neste campo. É preciso disseminar entre os profissionais de saúde informações e orientações sobre esta síndrome, assim como suas consequências negativas para o indivíduo e organização. Temos que elucidar melhor o papel das estratégias de enfrentamento da Síndrome, tais como medidas preventivas aos problemas de saúde. De concreto diante deste fenômeno que já é um problema em expansão nos diferentes ramos de atividade faz-se necessários mais estudos que venham contribuir para nos aprofundarmos na Síndrome de Burnout, pois o desconhecimento da mesma dificulta a busca de ajuda e, bem como encontrar saídas para superá-la. Afinal a fronteira que define o prazer do sofrimento no trabalho está no indivíduo poder sentir a tranquilidade de realizar ações de valor para si e para a sua comunidade não indo além de suas possibilidades físicas e mentais. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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PONTO DE VISTA
Afinados com as
primeiras notas
A importância da musicalização infantil para o desenvolvimento das crianças de 1 a 5 anos Por Profa Luciene Alves de Brito
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educação musical tem sido tema de vários trabalhos acadêmicos, desenvolvidos e investigados por diversas instituições de ensino superior. Essa realidade tem motivado o surgimento de metodologias que ajudam o desenvolvimento cognitivo, o afetivo e o psicomotor. Além disso, propicia a concentração e o desenvolvimento linguístico da criança. O desenvolvimento da criança, por meio da musicalização é abordado no livro “ Música na Escola: a contribuição do ensino de música no aprendizado e no convívio social da criança,” de Hans Gunther Bastian (2009). Nesta obra o autor apresenta os resultados da música na escola e os benefícios como: a influência da educação musical nos rendimentos escolar em geral e na capacidade de concentração. Com a implementação da Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que altera a LDB vigente, determinando o ensino de música como “componente curricular obrigatório, mas não exclusivo”, do ensino de arte (BRASIL, 2008), temos a obrigação de aprofundar o olhar desta modalidade na escola, principalmente nos anos iniciais da educação infantil. Assim o trabalho desenvolvido através da música na escola tem como finalidade oferecer inúmeras oportunidades para que as crianças aprimorem diversas habilidades como motora, por exemplo, aprendendo a controlar
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seus músculos, mover-se com desenvoltura etc. E, principalmente que seja sensível a música. Para que esse desenvolvimento seja adquirido, as aulas são baseadas na proposta do educador musical Britânica Keith Swanwick, chamada de teoria espiral de desenvolvimento musical, inspirada na visão de Piaget do conhecimento baseado em etapas sucessivas, construídas pelo indivíduo. Swanwick (1979) sugere o modelo CLASP (Composition – Literature – Audition – Skillacquisition – Performance), em português ficou conhecido com TECLA (Técnica, Execução, Composição, Literatura e Apreciação). Isto é, sugere que a aula contemple todos estes conteúdos, para que o desenvolvimento musical do aluno seja pleno. O autor também enfatiza a importância da aula de música como um ponto de partida para o desenvolvimento da sensibilidade auditiva. Na aula de música a criança é levada a vivenciar a criação através da composição, ouvir músicas, cantar ou tocar algum instrumento musical. O referido educador também destaca que a atividade pedagógica realizada e o processo de musicalização devem ser integrados, ou seja, ter seus conteúdos e repertórios inter-relacionados. Diante do exposto, as aulas elaboradas, devem ocorrer em um ambiente lúdico e acima de tudo prazeroso, em que
todos possam interagir de forma divertida, fazendo dela um espaço de aprendizagem rico e expressivo, através de instrumentos, harmônico (teclado), melódico (flauta) e instrumentos de percussão (clavas, caxixe, castanholas, pandeiro e ovinhos). As canções também devem ser adequadas para cada faixa etária, e contemplar diversos tipos de músicas como: do cancioneiro paraibano, músicas infantis, folclóricas e clássicas, por meio de brincadeiras e atividades que possam atrair a atenção e o interesse dos alunos durante a maior parte do tempo, possibilitando a todos a realização de um bom desenvolvimento musical.
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PONTO DE VISTA
É TEMPO DE APRENDIZADO
os primeiros passos na escola Por Maria Suelha Nunes
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A sensibilidade dos infantes no processo de adaptação
entrada da criança em uma instituição de educação infantil é um momento delicado e doloroso para os que ali estão envolvidos, seja para a professora, para os familiares e sem sombra de dúvidas para a própria criança, que na maioria das vezes não escolheu a escola e muito menos ir para ela, sendo essa uma escolha dos seus pais. Estar no lugar de quem vai ser escolarizado
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pela primeira vez é doloroso, trás angústias, medos, raivas, inseguranças, choros. Todos esses sentimentos só poderão ser entendidos mediante a compreensão corpórea dos infantes, emoções estas que acontecem no grupo a qual a criança irá pertencer onde cada membro do grupo emanará emoções que provocará o outro. A criança em faixa-etária inicial na escola geralmente entre um ano e cinco meses e dois anos, ainda não desenvolveu sua oralidade e ainda não existe discurso. É no corpo portanto que
poderemos perceber as suas demonstrações de afetividade e emoção. Isto entendendo a afetividade como um conceito mais abrangente no qual se insere várias manifestações, e as emoções características específicas que as distinguem de outras manifestações da afetividade. É o corpo da criança que vai nortear a professora durante o processo de “adaptação”, que ajudará também aos familiares a procederem diante da singularidade do contexto de cada infante diante da nova realidade frente a instituição de ensino.
DISCIPLINA E 'TRANSGRESSÃO'
Ao chegar à escola a criança é convidada a seguir uma rotina que para ela não existia antes, com hora para lavar as mãos, salvo uma necessidade extra, hora para lanchar, hora para entrar na sala de aula, hora para realizar tarefa de chão ou de mesa e para trocar de roupas. Ela quer ser livre, mexer, correr, pular, subir, deitar, contudo as expressões que emanam do seu corpo se tornam disciplinadas pela professora que desempenha o seu papel da “adaptadora” de crianças e por que não dizer de corpos. Dessa forma, a criança recebe o contorno social desejado pela escola e pela sociedade, desempenhado pela professora (o). Ser aceito no espaço escolar significa se converter ao disciplinamento proposto pela professora (o), pela instituição e até mesmo por seus pais. Algumas crianças podem “transgredir” as normas da rotina escolar, a exemplo quando a (o) professora (o) propõe que todos sentem na rodinha e estas crianças vão para a estante de brinquedos, ou no momento do lanche onde sentar a mesa pode não ser um pedido aceito por elas, algumas preferindo lanchar em pé. Assim, a professora cuidadosamente poderá sentar uma a uma que na maioria das vezes aceitam sem muita resistência, no entanto, existe quase sempre aquela que não aceita e continua em pé, sem dar importância aos apelos do seu orientador, que acaba se rendendo à expressão corpórea da infante, que acaba lanchando tranquilamente em pé. Neste exemplo, alguns estudiosos nos provocam para olhar além da aparente 'transgressão', entendendo que a criança é múltipla em suas dimensões e significados. Para nós orientadores é preciso entender que as crianças que recebemos durante o processo de “adaptação” não têm consciência de sua incompletude, contudo estão sempre em busca de descobertas, através do manuseio de objetos que podem experienciar através da socialização com o outro, seja adulto ou não. Entender as manifestações de emoções da
criança como choro, raiva, gritos, zanga, sem a postura autoritária e adultocêntrica, é preservar o encanto da criança com o desconhecido, para que a espontaneidade e a afeição ao novo ambiente possa ser construída, sem perdermos de vista as intenções que temos para com este ser. Outro importante norte para o processo de adaptação da criança está na consideração que (o) professora (o) da educação infantil deve ter diante as diversidades existentes no grupo ao qual ela ensina, uma vez que cada sujeito possui suas representações e o currículo deve apresentar aspectos que façam sentido para os sujeitos inseridos no espaço escolar. Para ensinar, é necessário eleger conteúdos para quem vai ministrar. Esses vão determinar o que se quer alcançar com a criança, e o que se quer que ela se torne. Também é preciso falar das sensibilidades das crianças durante o processo de “adaptação” provocando a comunidade escolar para refletir acerca das expressões corpóreas e das emoções que esses infantes externam, usando muitas vezes de expressões de raiva, como bater na professora ao ser entregue a ela, pelas mãos das mães, dos pais ou acompanhantes. Essas demonstrações não devem ser recriminadas pela professora, que deve estar ciente que devido à fala não ser nesse momento a expressão mais forte e que o corpo será e é o meio de sentidos mais usual entre a criança e o adulto. Que fique claro que manifestações de oposição não são contra a pessoa da professora, mas contra o papel de elemento diferenciado que ela ocupa naquele contexto”. A presença dos pais, em geral da mãe, nesse momento, vai diminuir essa oposição à professora. Compreender situações dessa natureza vai depender da leitura que os familiares fazem, não só do processo de “adaptação” dos seus filhos, mas acerca também da educação infantil, por acreditarmos na importância das famílias mediante esse processo. Como se percebe, família, criança e escola, são elos indissociáveis dentro deste primeiro e importante processo. Ações que convergem para que a confiança da criança vá surgindo paulatinamente, algo que pode ser observado nas expressões faciais dos recém-chegados à escola, que dias anteriores eram de cólera, medo e choro, agora dão lugar a uma expressão de satisfação em estar naquele lugar, chamado de escola. O período de adaptação de uma criança, é um aprendizado coletivo, onde família e professores aprimoram suas experiências comungando da prática marcante para qualquer ser que é o princípio da educação formal, o lastro para os nosso futuros cidadãos. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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Na fila da
padaria Por Dr. José Moysés
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o início dos anos sessenta quando fui nomeado para o Hospital do IPASE, atual H.U., tivemos durante uma temporada o médico Ulisses Pinto como diretor daquela Casa de Saúde. Devido alguns traços fisionômicos comuns à minha pessoa e a pessoa do Dr. Ulisses, vez por outra eu era abordado nos corredores por pessoas que pensavam estar falando com o diretor da casa. Até algum tempo, quando eu encerrava o atendimento de consultório no final da tarde, ia até a padaria para pegar o pão da tarde. Nesse horário, por volta das dezoito horas, o salão da panificadora fervilhava de gente, faltava chão para pé. Era um horário que reunia pessoas de atividades diversas – executivos, comerciários, domésticas, autônomos, donas de casa, bancários, aposentados etc. A panificadora utilizava uma sistemática de trabalho onde o cliente fazia a solicitação e recebia o produto do pedido acompanhado de uma nota com o valor a ser pago no caixa. Existiam duas filas de caixa, uma ao lado da outra, onde o cliente tomava posição numa delas e ao chegar ao caixa e honrar o seu pedido já saía na calçada da avenida. Num desses dias, tomei posição numa
das filas e, ao meu lado, na outra fila, ombro a ombro, entrou uma garota, moça de mais ou menos uns 20 anos de idade. Fui interpelado incontinênti pela simpática jovem que fez questão de falar o suficientemente alto para despertar a curiosidade das demais pessoas. Quando concentrei a atenção na minha interlocutora, percebi de imediato, pela maneira insinuante e audaciosa de se vestir, tratar-se de uma garota de programa. Ela com uma certa intimidade, como se fôssemos velhos conhecidos, com a sua delicada e macia mão esquerda deu de garra do meu braço direito e indagou: - Como vai Dr. Ulisses? Naquele instante, todos os presentes que se encontravam em nosso derredor dirigiram suas atenções para nós. Meio desconcertado com tal situação, alvo fixo de todos os olhares, fiquei raciocinando e articulando mentalmente, numa fração de segundo, uma maneira gentil e elegante de sair daquela enrascada sem ferir a sensibilidade da distinta moça. - Desculpe-me, jovem, eu não sou Dr. Ulisses, não... Ela olhou para mim, fitou-me bem dentro dos meus olhos, soltou suavemente o meu braço, maliciosamente fez um ar de riso de deboche e, sem titubear, contra-atacou: - O amigo pode até nem ser o Dr. Ulisses, mas que nós se conhece, se conhece...
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Medicina, Humanismo e Cidadania “A História não nos pertence, e, ao contrário, nós é que pertencemos a ela”. Hans Georg Gadomer , filosofo alemão. (1900-2002) Por Dr. Evaldo Nóbrega
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uando da promulgação da atual Carta Magna brasileira, em 1988, vimos que enormes foram as esperanças frente às suas significativas abrangências no campo social. Inclusive, ela foi denominada de Constituição Cidadã, até porque tão expressivas apresentavam-se as suas vinculações em relação aos benefícios para a nossa sociedade como um todo. Nesse prisma, foi que se fundamentaram a concepção e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual foi imensamente elogiado, pois, pelas suas brilhantes perspectivas teórico-práticas da universidade, da igualitariedade e da integralidade - em relação aos atendimentos assistenciais seja em nível ambulatorial e/ou médico-hospitalar, Brasil afora. E isso independentemente da cor, sexo, raça – ou mesmo dos seus contextos sócio-econômico-político-intelectual. O Artigo 196 da nossa Carta Magna, portanto, é bem direito e preciso ao estabelecer que: “A Saúde é direito de todos e dever do Estado”, entre outras garantias sociais ali capituladas, e foi justamente nesse sentido que aconteceram a concepção e efetivação do SUS, recepcionadas pelas Legislações e Normas das Leis nº 8.080 e 8.142/90. Por outro lado, infelizmente, sabe-se que a morte, ainda nos dias de hoje, bate à porta de milhões de criaturas humanas, tendo primordialmente como base o binômio fome-sede. No entanto, também devemos nos lembrar de que outro grande flagelo mundial é a falta de socorro médico, em
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especial às populações mais carentes economicamente. É por demais triste e vergonhoso se saber que, aqui mesmo entre nós brasileiros, ainda se pode observar a frieza estatística de significativo número de pessoas que sucumbem pela fome e/ ou pela falta de assistência médica. E, neste último caso, porque sistematicamente não existe uma estrutura mínima que ofereça o necessário suporte técnico aos profissionais vinculados à área da nossa saúde, os quais arduamente cumprem seus ofícios nas cinco regiões brasileiras. As periferias das grandes metrópoles servem de testemunho real disso tudo que oral nos reportamos. É notória a evidente impressão que se tem de que as importantes áreas como Saúde, Educação, Habitação e Segurança, desafortunadamente, não estão merecendo mesmo as devidas atenções por parte dos governantes brasileiros, ao longo de décadas. Aliás, não foi à toa que em seu livro intitulado Geografia da Fome, publicado em 1946, que o médico-escritor doutor Josué de Castro já bem alertava que, infelizmente, poderíamos chegar ao indesejado momento em que, no Brasil, poderíamos estar diante de duas classes sociais: “aquela dos que não dormem porque não comem e aquela dos que não dormem com medo dos que não comem”. Assim, ele versava com segurança e conhecimento de causa. Atualmente, isso é uma realidade que está sendo bem comprovada!
“Aquela dos que não dormem porque não comem e aquela dos que não dormem com medo dos que não comem”. Dr Josué de Castro
Há uma premente e ampla necessidade, no Brasil, de que as ações político-administrativas sociais sejam, efetivamente, discutidas de forma a que os seus dilemas e desafios, em especial no campo da saúde pública sejam encaradas como prioritárias. Isso posto, até porque quem está doente, enfim, nem pediu para adoecer e nem tampouco pode ter o seu direito à assistência médico-hospitalar menosprezado – ou negado! Dessa forma, ao SUS cabe, portanto, sempre a cristalina visão de que, em princípio, ao ser humano deve ser ofertada tanto uma assistência a mais humanizada possível quanto ainda bem compromissada com os elevados e indispensáveis princípios valorados na moralidade, na ética e no respeito a todo e qualquer cidadão brasileiro que a ele esteja na condição de beneficiário. Tais premissas, enfim, ensejam a importância de se atuar de forma mais efetiva, inclusiva e que, acima de tudo, possa ser geradora do mais amplo e diversificado Bem-Estar Social. Ademais, deve-se aqui registrar que o próprio Conselho Federal de Medicina (CFM), já nos lembrava, em 2003, que a fusão do binômio Medicina-Ato Médico, realmente, sempre deveria (e deve!), ser construído harmoniosamente nos valores profissionais e ético-humanísticos “em defesa do direito da população à assistência médica digna e de qualidade”. No Brasil, e mesmo aqui entre nós paraibanos, enfim, exemplos de médicos assim compromissados com tais premissas sempre existiram (e ainda existem)! Em respeito à historicidade dos tempos, é mister aqui também se reconhecer quão importante é relembrar a dignidade respeitosa que todos nós temos por obrigação de cultivar em face da vida profissional de muitos vultos da Medicina paraibana, que nos antecederam no hipocrático ofício da assistência médica aos nossos semelhantes, mesmo em tempos bastantes distantes dos dias de hoje. Nesse perfil de contemplação do túnel do tempo, realmente, dentre tantos nomes ilustres, pois, lembramos o nome singular do ex-professor da disciplina de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFPB, doutor João Toscano Gonçalves de Medeiros (1902 – 1974). O Doutor João Medeiros era um conceituadíssimo pediatra e emérito decano professor da Faculdade Medicina da UFCG, tendo se formado, em 1927, pela Faculdade de Medicina da Bahia. No campo político partidário, elegeu-se
como Deputado Estadual - com uma expressiva participação dos servidores públicos paraibanos -, conforme destacou o nosso colega médico e confrade na APMED nobre Guilherme G. S. d’Avila Lins, atual ocupante da Cadeira nº 04 dessa egrégia Academia Paraibana de Medicina, em João Pessoa – PB. Tendo falecido aos 71 anos de idade, o médico-professor doutor João Medeiros, então, deixou um extraordinário legado de atuação profissional lastreado e edificado na competência, na ética e no humanismo. Elevadíssimas características essas que ainda são realmente seguidas pelos seus filhos médicos (e igualmente pediatras) paraibanos que são os doutores Jacinto e João Medeiros Filho. E eles, aliás, meus ex-professores da disciplina de Pediatria na Faculdade de Medicina UFPB, na década de 1970. Eles também que, para meu júbilo e gratidão a Deus, já os tenho como confrades na nossa importante APMED, há alguns anos. Ademais, o doutor João Medeiros, pois, nas décadas de 1950 e 1960, já com a sua infinita visão humanística e social dedicou praticamente toda sua existência profissional no sentido da extraordinária e muito desmedida luta em prol da melhoria assistencial às crianças paraibanas. Ele desempenhou, realmente, um profícuo e exitoso trabalho social, nos muitos anos de pediatria com eximes aptidões humanísticas e hipocráticas, há mais de meio século, quando, inclusive, na condição de homem público e gestor universitário, chegou ao honroso cargo de Reitor da UFPB. Portanto, finalizando este modesto artigo para a Revista Conviver da Unimed Campina Grande, afirmamos que, comparativamente, em nível nacional, nós devemos mesmo reconhecer o nome do inesquecível doutor Adib D. Jatene, brasileiro que arduamente lutou pelo fortalecimento da nossa Medicina - e que desenvolveu expressivas ações públicas político-administrativas, como Ministro da Saúde. Então, respeitamos todo esse seu exitoso trabalho em prol da Sociedade Brasileira, ao longo de sua existência atuando como médico e gestor público. Dessa feita, há de se reconhecer que ambos os colegas médicos desempenharam ações éticas e virtuosas, merecedoras de nossas considerações e de nossos aplausos, até porque ambos cumpriram com galhardia as suas funções hipocráticas – sempre pautadas na dignidade de uma Medicina humanística e cidadã. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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Q
uerido HIV, Sou eu que te escrevo, e sabes bem quem sou, assim como hoje, também te conheço. Me permito a limitar meu rosto apenas a ti, pois como muitos outros lerão esta carta, provavelmente não ficaria livre das rotulações e preconceitos que ainda permeiam nossa sociedade. Por isso, resolvi me preservar. Mas te escrevo porque eu quero te agradecer. Sim, você está lendo corretamente. Assim como outros depoimentos que já vi mundo afora, eu resolvi escrever esta carta depois de mais de três anos de convivência entre nós. Você entrou no meu corpo sem me avisar, é fato. Sei que eu também deixei a porta aberta algumas vezes, e isso já basta, não é? Mas eu não te culpo. E nem a mim. As coisas acontecem e hoje eu vejo que sua vinda foi “providencial”. Mas antes de tudo, queria contar-lhe como era a minha vida sem você. Eu não tinha preocupações com a saúde antes de você chegar. E talvez esse fosse meu pior defeito: a despreocupação com a vida. É algo que vemos muito hoje em dia, pois a Unaids, a agência da ONU dedicada à luta contra a sua ocupação, apontou em 2014, que o Brasil registrou um aumento de 11% no número de infecções de 2005 a 2013, enquanto no mundo houve uma queda de 27,6% nesse mesmo período. Muitos deixam ainda a porta aberta para você, assim como eu deixei. Eu não tinha essa preocupação... e nem muitas outras. Era sedentário em todos os sentidos. Não me preocupava com dosagens de sódio, de açúcar e nem de outras substâncias nos alimentos. Não fazia exames regularmente e nem conhecia tão bem o meu corpo como conheço hoje. De acordo com o último exame que fiz assim que
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a t r a c a m U
HIV
soube da sua chegada, eu estava à beira de um Enfarto Agudo do Miocárdio. Taxas muito alteradas demonstravam isso... era uma questão de tempo. De pouco tempo. É, HIV, alguns podem não entender, mas a sua chegada me ajudou a ver tudo de outra forma. No momento em que soube que você estava morando em mim eu tive um grande choque. Mas aos poucos, fui descobrindo que posso viver e conviver com você. Após um período obscuro, quando lutei para aceitar sua chegada, consegui resumir sua área de atuação a um tamanho tão minúsculo que nem os exames mais detalhados podem detectar sua presença. E obrigado por cumprir seu papel. Obrigado por respeitar meu espaço. Eu prometo que continuarei a respeitar
a ao
o seu. Sei que você não sairá daí nem tão cedo, apesar de que as expectativas disso acontecer sejam muitas. Mas como não há data certa para isso, o nosso “contrato de convivência” foi a melhor saída para nós dois. Graças à sua presença, hoje eu me cuido bem mais. Os exames trimestrais me fazem conhecer melhor o que acontece dentro de mim. Hoje eu tenho contato com profissionais da área da saúde de uma forma que todos deveriam ter. Hoje eu me monitoro como todos deveriam se monitorar. Conheço cada reclame do meu corpo. Aprendi a decodificar meus próprios sinais. Hoje eu sou mais meu dono, graças ao cuidado que adquiri depois que você veio morar em mim. Obviamente, não desejo a ninguém tê-lo como “inquilino”. Quem puder que fechem as portas! Mas para quem já o recebeu, HIV, quero que eles saibam que é possível transformar um momento fatídico e triste em uma vida promissora, em todos os sentidos. Eu sou prova disto.
Hoje, eu pratico exercícios físicos. Emagreci, mas não foi por debilitação. Perdi peso saudavelmente, com acompanhamento de médicos, nutricionistas e profissionais de Educação Física. Estou na minha melhor forma como nunca estive antes! Consigo fazer coisas que, na vida adulta, ainda não tinha conseguido. Tenho mais vontade de viver. Tenho mais vida! Tudo porque nos respeitamos, HIV. O jovem medroso que ontem impunha limites para tudo, hoje acumula troféus. Ao olhar cada um, vejo um passo que dei em direção à minha saúde. Vejo uma conquista que só foi possível porque reconheci sua chegada, encarei você de frente e decidi que você não seria meu dono, mas apenas um morador indesejado. Minha fé e meus amigos me ajudaram a ter essa visão. Estou começando a abrir mais espaço para os novos troféus que chegarão. Eu sei que a caminhada está longe de terminar, mas não retrocederei. O seu espaço é limitado, mas o meu não! Nesta carta, não há espaço para choro, lamentações nem cabeça baixa. Isso ficou para trás. Enfim, existem detalhes tristes até que chegasse neste ponto, mas eles passaram assim como meu medo. Eles ficaram em um cantinho minúsculo, assim como você, HIV. Hoje, só tenho espaço para projetos bons. Para uma vida que eu nunca tinha vivido antes. Continuo te monitorando sempre, para ter certeza que você está cumprindo sua parte no acordo, e eu lhe garanto: estou cumprindo a minha com maestria! Hoje meus dias são cheios de vida. Ao contrário do que o preconceito ensina por aí, eu não tenho limitação alguma! Eu posso abraçar, beijar, amar... até melhor do que antes. Agora sei me proteger e sei proteger a quem eu gosto. Conheço o lado sombrio, e por isso escolho andar sempre na luz. O único limite que me imponho nesta vida é o da negatividade. É, eu não aceito ser mais negativo. Além da minha sorologia, minha vida também é toda positiva. Porque aprendi a conviver, eu realmente comecei a viver! Obrigado. Seu portador. Soropositivo há três anos, quatro meses e quinze dias. Totalmente positivo há dois anos, quatro meses e quinze dias. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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O DIREITO DE VOCÊ
Por Ribamildo Bezerra
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oi a partir da década de 70 que um novo olhar sobre a ideia do que definiria masculino ou feminino, apresentou novas variáveis, onde uma frágil polarização se destacava. A ideia era rever elaborações culturais arraigadas a contextos históricos construídos com tempo e que já não encontrava espaço em uma década de discussões e quebra de tabus apoiada na revolução sexual e o advento da pílula anticoncepcional. A ideia em voga era romper um paradigma de que não se podia pensar o que é ser homem ou ser mulher sem atentar para a cultura. Na onda da contracultura, as
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feministas partiram na frente. Era preciso questionar a sexualidade feminina secularmente condenada à função social da reprodução e reprimida nos demais aspectos. Era preciso reconhecer o direito ao prazer íntimo, reivindicar reparos às distorções históricas em relação aos homens. Ser mulher ou ser homem deixou de ter uma definição simplista, para ocupar no campo da dialética um necessário espaço para contestação. Muito mais do que suposições teóricas, era preciso encarar os fatos de forma prática e cidadã. As mulheres e os homens queriam mostrar-se muito mais que as gerações anteriores. Assim como o feminismo na década de 70, o movimento Gay também se mobiliza na busca pelo seu espaço social. A Rebelião de Stonewall ocorrida em junho de 1969, foi o grande estopim para que uma certa passividade fosse sepultada. O fato ocorrido em Nova Iorque, marcou a primeira resposta da comunidade Gay no que diz respeito aos seus direitos. Na madrugada do dia 27 para o dia 28 de junho, policiais invadiram o Bar Stonewall de forma truculenta na expectativa da não resistência (como habitual na época). Naquela noite foi dado início a uma onda de protesto da comunidade LGBT dentro e fora do bar e que traria ecos até os dias de hoje. A luta pelo reconhecimento da sexualidade entre os iguais motivada a severas discussões e insurgências trouxe ainda na década de 70 uma das primeiras conquistas, a “despsiquiatrização” da homossexualidade. Em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a palavra da lista de transtornos mentais ou emocionais e a decisão foi seguida por todas as entidades de psicologia e psiquiatria no mundo. Um marco para um país que no século XXVII condenava à forca, nas colônias protestantes, quem por ventura cometesse “atos indecentes”; que castrou 48 meninos no Instituto Kansas de Doenças Mentais no ano de 1898 por ‘supostas’ tendências sexuais; e que mesmo ‘lobotomizando’ (intervenção cirúrgica no cérebro em que são seccionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas) mais de 100 pessoas no Hospital Estudal Pilgrim em Nova York, avaliou-se que estes mesmos pacientes continuavam homossexuais. Era uma comunidade que buscava uma voz, que tentava mostrar a sua identidade... que já não tolerava a opressão. Nomes como Vito Russo, que tentou examinar o papel que a cultura exercia sobre a orientação sexual
SER QUEM VOCÊ É e identidade de gênero através da mídia e Harvey Milk o primeiro homem abertamente gay a ser eleito a um cargo público na Califórnia passaram a dar representatividade ao ativismo Gay não só nos Estados Unidos como no mundo. Era preciso força. A década de 80 seria marcada pelo conhecimento da AIDS que de forma trágica e preconceituosa é batizada como a “peste gay”, tanto que a princípio foi chamada de GRID (Gay-Related Immunodeficiency Disease), expressão traduzida livremente como “doença da imunodeficiência relacionada aos gays”. Não bastasse isso, o reducionismo e o olhar pseudomoralizante da década 80 sobre a AIDS, comprometeu, e muito, o valioso tempo de pesquisa em nome da descoberta de novos remédios e tratamento. Mais tarde se percebeu que a doença poderia afetar também os usuários de drogas injetáveis - UDI. Além dos usuários de drogas, os hemofílicos, que utilizavam frequentemente bolsas de sangue, muitas das quais com sangue de UDIs que eram doadores por dinheiro. A transmissão sexual não também não era restrita aos gays. Aumentavam os casos entre heterossexuais, e consequentemente, os de transmissão vertical, de mãe para filho, principalmente nos casos de usuárias de drogas e prostitutas contaminadas. Tais formas de transmissão fizeram com que o CDC Center of Disease Control and Prevention (órgão americano de saúde pública), mudasse o nome da misteriosa doença para AIDS (Acquired ImmunoDeficiency Syndrome) ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O ativismo das minorias sexuais no mundo teria a responsabilidade de levar para as décadas seguintes o propósito de que educar para o respeito as individualidades é muito mais benéfico para uma sociedade, do que a apologia à discriminação. Afinal ninguém escolhe ser diferente. A década de 90 foi marcada pela reconfiguração dos movimentos gays. A teoria queer (queer theory) afirma que o gênero dos indivíduos é um resultado de
uma construção social não existindo papeis pré-definidos pela biologia ou natureza humana. Os estudos queer deram lastro para a voz política, cultural, sociológica, filosófica e educacional no campo das identidades de gênero. Narrativas de caráter homoafetivo passaram a ganhar espaços, ainda que timidamente, dentro mercado Editorial. Destaque para o livro de contos “Tal Brazil, Queer Romance” do Professor Antônio de Pádua, pela Scortecci Editora. A obra que recebeu elogios da Crítica Literária Brasileira é fruto de uma carreira consolidada do professor/escritor que ministra a Disciplina Literatura e Estudos de Gênero do Programa de Pós-Graduação de Literatura e Interculturalidade da Universidade Estadual da Paraíba. Não bastasse a voz literária, outras mídias também se curvariam ao reconhecimento a pluralidade de gêneros. Em maio de 2011 a novela “Amor e Revolução” exibia pelo SBT a primeira cena de beijo entre pessoas do mesmo sexo, protagonizada pelas atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre, em um enredo que se passava em plenos anos 60. No Brasil, assim como no mundo, é no campo jurídico que os avanços vêm ocorrendo, em detrimento ao campo político, sobre o respeito às individualidades de gênero. Em 2011, o Superior Tribunal Federal equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo à de união estável. O que abriu precedentes para outras conquistas como os direitos previdenciários, combate à discriminação e o reconhecimento jurídico à mudança de sexo, realizado pelo SUS. Atualmente segundo informação publicada no site do Superior Tribunal de Justiça, calcula-se que aproximadamente18 milhões de brasileiros vivam, de forma assumida, a sua condição sexual. E fazendo jus à bandeira da igualdade na diversidade, representado pelas cores do arco-íris, o equilíbrio entre as relações diante das diferenças se faz por ética, respeito e caráter e não pela intimidade na vida particular de cada um. O nocivo ainda é a intolerância. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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NOSSO PATRIMテ年IO
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A saga de um
MATUTO TEIMOSO Por Ribamildo Bezerra
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m tempos do politicamente correto, Nego Pinto cedeu espaço para Pinto do Acordeom. Para o forrozeiro Francisco Ferreira de Lima, nome anônimo para o seu público, se alguém o chama por Nego Pinto em qualquer parte do país... ele já sabe se tratar de gente conterrânea lá das bandas de Patos até Conceição do Piancó, na Paraíba. Para este sertanejo natural de Conceição do Piancó, terra de Elba Ramalho, seus mais de 40 anos de estrada parece não existir. O olhar poético do matuto sempre a reler o mundo na percepção de poesia e esperança é o que continua a alimentar a sua inspiração, “Para mim, rapadura sempre vai ser doce e mole”. Ver o lado bom da vida para ele é o que faz seguir em frente, superando, por exemplo, a recente amputação de parte da perna decorrente do diabetes um dia depois de ter comemorado o seu aniversário de 67 anos. Passei a compor mais e agora tenho outro foco, ajudar aos meus netos. Com este estímulo ao lado da sua Madalena e dos seis filhos, Pinto reúne uma discografia de 23 obras realizadas, com quase quinhentas músicas compostas e gravadas por ele e por outros grandes nomes da nossa música. “São estrelas que ajudam a levar a minha obra mais adiante, enternizando-a em novas interpretações”, pontua. Artistas, leia-se Flávio José, Elba Ramalho, Fagner, Genival Lacerda só para
citar alguns. Considerado o último descendente da linhagem “gonzaganeana”, Pinto do Acordeom, mora há 33 anos em João Pessoa e se considera tal qual uma das suas canções de sucesso...um Matuto Teimoso, que insiste em acreditar que o melhor ainda está por vir. De onde vem o nome Pinto do Acordeom? Nos idos dos anos 50... lá na Rua do Mosquito, onde nasci em Conceição do Piancó, era eu moleque arteiro, filho de seu Chico Moreno da Silva e Dona Zefinha Ferreira de Lima. Fiquei conhecido como Pinto Preto por beliscar a barriga dos meninos. As mães furiosas gritavam: “Dona Zefinha corra aqui, que esse PINTO PRETO tá beliscando meu filho ( risos), me acuda!”. Luiz Gonzaga anos mais tarde queria que eu mudasse meu nome artístico para Chico Ferreira por causa do meu nome Francisco Ferreira Lima, mas aconselhado pelo Diretor da Gravadora em 1976 onde lancei meu primeiro disco fiquei com o nome Pinto do Acordeom. De onde vem o seu amor pela poesia e pela música? Observava o Rio Piancó que banhava Conceição e ficava criando poesia, na feira gostava de ouvir os violeiros e as vendedoras de mangai. Música e poesia sempre caminharam juntas pelo caminho da inspiração. E falando em inspiração quero deixar claro que sempre me espelhei em Luiz Gonzaga. Enquanto capinava roça dizia a meu pai que queria tocar igual a seu www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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NOSSO PATRIMÔNIO
Lua, tanto que para comprar minha primeira sanfona passei três meses batendo barro para fazer 40 milheiros de tijolos e apurar um dinheiro. Na época vendi estes ao senhor João Nunes, pai de Elba Ramalho. E como se deu o primeiro encontro com Luiz Gonzaga? Teve o momento em que eu vi Luiz e teve o momento que ele me viu. Ainda morava em Conceição, era moleque quando nos anos 60 ele veio fazer um show no Grupo Escolar José Leite. À noite a molecada que não tinha condição de pagar disputava espaço em cima dos telhados das casas para ver o show. “E vendo isto, Luiz gritou, ‘Amanhã vou fazer um show de graça para quem não teve condição de pagar o ingresso”. Sai esperançoso de ver Luiz de perto e qual foi minha surpresa que naquela manhã meu pai tinha me incumbido de limpar o mato junto com meu irmão Afonso. Resultado: No meio do caminho escondi a enxada e convenci Afonso a irmos ao show. Debaixo de um Pé de Figo lá estava Luiz Gonzaga, o Anãozinho xaxando de um lado e Azulão no zabumba. Por causa da desobediência levei uma surra do meu pai, que durante meses minhas costas ainda tinham as marcas da mensagem DEUS TE GUIE, costurada no cinto, (risos) em meus couros. E quando foi que Luiz Gonzaga lhe viu? Eu já era músico na época e tocava no Patos Tênis Clube durante a Festa Universitária, a famosa noite nordestina. E quem era a atração principal? Luiz Gonzaga, um presente de um importante empresário de fumo da época, meu amigo Gabi. Durante a minha apresentação só via o cochichado entre Luiz e Gabi. No fim procurei saber o que ele tinha achado e soube por Gabi que tinha pedido para ele me ajudar e que ele tinha dito: Sou besta homem, inventar de criar cobrar pra me picar. No camarim a conversa foi outra, ele veio me cumprimentar e disse que o meu problema era só a sanfona
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São estrelas que ajudam a levar a minha obra mais adiante, enternizando-a em novas interpretações” preta, pois pela minha cor, ninguém ia enxergar nada ( risos), e me presenteou com uma sanfona branca, uma das três que ganhei dele, esta primeira que abriu as portas para minha carreira. E de onde vem seu conhecimento musical? Da melhor escola que toda cidade deveria ter que é uma a Banda de Música do município. Foi lá, na de Conceição, que pude aprender sobre teoria musical. Na banda apesar de já tocar sanfona, eu tocava tuba, juntamente com o amigo Dr. Alfredo Siqueira, e era regida pelo Sargento Severino que também ajudou a fundar a banda de Itaporanga (cidade vizinha à Conceição). Certo dia Alfredo foi atropelado por uma Kombi, e com duas costelas quebradas fomos prestar queixa na delegacia. O delegado ao questionar se ele teria anotado a placa do carro, Alfredo assim respondeu: ‘A placa eu num peguei não Doutor, mas só sei dizer que a buzina do carro era em lá menor’. (risos) E como foi o primeiro forró? Foi cercado de emoção. Ainda faltava dinheiro para completar a compra da sanfona. Um padeiro e meu pai foram pedir um crédito a seu Cazuza lá na Casa das Bicicletas, em Patos. Faltavam 15 mil reis para trazer o instrumento. Da primeira vez estava eu esperando meu pai descer do ônibus com um bando de moleques do meu lado e vi que ele não trazia nada nas mãos. Pense numa vaia que levei. Mas como Deus nunca desamparou a esperança deste menino, bastou a assinatura do então Deputado Wilson Braga em um cartão que meu pai conseguiu trazer a sanfona, e aos 14 anos peguei na danada e toquei até às 6h da manhã no espaço da ca-
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deia antiga de Conceição onde já tinha público me esperando. E que história é essa de tocar forró em Inglês? Isso foi muito tempo depois e não fui eu quem quis inventar moda não. Estava tocando forró em Teixeira certa vez, o Forró estava infezado (animado), quando alguém gritou no salão, ei moço pode parar de tocar que a gente tá com os mocotós doídos de tanto dançar forró. Você agora vai tocar ‘ingrêis’. Encarei o cabra e disse que num sabia esse ‘ingrêis’ que ele tava pedindo e nem ia tocar. De repente o cabra puxa uma lapa de faca de 12 polegadas, e disse que se não tocasse iria rasgar meu fole. Na hora para me salvar toquei esta ...(Pinto improvisa um falso inglês para a melodia Smoke Gets In Your Eyes). Quando o cabra ouviu disse, “Essa eu não conheço não, eu quero ouvir uma de Frank Sinatra, e foi aí que improvisei um New York New York, que de correto mesmo só tinha o nome da canção. Quando terminei o homem já mais calmo ainda disse, tá vendo ainda canta melhor que o próprio Frank (risos). Quantas músicas já compostas, e como anda ultimamente a inspiração? Duzentas e poucas canções compostas, gravadas e editadas. Meu primeiro sucesso ocorreu em 1976 quando lancei meu primeiro disco e naquele mesmo ano o Trio Nordestino fez acontecer o xote “Arte Culinária“ uma parceria que fiz com Lindolfo Barbosa, sucesso naquele ano. Tempos depois viria Neném Mulher, esta não só gravada pelo Trio Nordestino como também por Elba Ramalho que consolidou o sucesso da música quando ela foi trilha sonora da novela Tiêta, da Rede Globo
quando foi música-tema da personagem Perpétua. Mas ainda tem muitas músicas compostas e guardadas no meu baú. A inspiração para compor ainda existe. Sou um romântico à moda antiga. Continuo compondo, a inspiração surge em qualquer momento, e, quando chega logo pego a sanfona e o caderno para registrar. Você foi vereador eleito em João Pessoa por duas vezes. É possível entrar e sair da política sem se perder no meio dela? Entrei e sai do mesmo jeito, sem mania de político. Ajudei como pude os menos favorecidos, fiz o que pude para beneficiar a comunidade que a mim confiou o voto. O que o matuto tem de tão especial? A pureza de ver a vida, sem perder a esperteza, não sentir o cheiro da panela no fogo do vizinho, e perguntar se ele está precisando de alguma coisa. O matuto continua a ver o mundo com poesia. Você parece nunca ter perdido a fé. Como você analisa a sua vida mesmo recentemente tendo que amputar parte da perna? A fé em Deus onipotente e em Nossa Senho-
ra. Como católico, perdi a perna, mas não perdi a fé em Deus misericordioso e a minha voz continua a mesma e, além disso, toco com as mãos. Acredito em Deus e nos seus propósitos. Como diz a minha música – Eita Vida Boa Aperreada gravada por Flávio José. Mas diante de todas as dificuldades, aprendi que a vida é curta e o humor, o sorrir, é um grande remédio. É através dele que espantamos a tristeza e alcançamos a felicidade. Pinto, o verdadeiro artista morre? De jeito nenhum. A obra é conservada, sempre ele será lembrado, estará assim vivo na memória do povo. É aquela história, o artista nunca morre, sempre viverá. Onde um artista estiver sepultado nascerá um pé de flor. Por amor ao Forró seus filhos e netos seguem seus passos. Em um balanço da vida o que a música lhe trouxe de mais valioso? Muitos amigos que a vida toda nos incentivaram. É lógico que a música me trouxe independência financeira. Construí minha carreira e comigo vieram meus irmãos, filhos e agora os netos, todos ligados à música, à arte e essa poesia que me fez caminhar feliz até hoje. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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VIVER BEM / NATUREZA MÉDICA
O mapa dos que
cidade habita 36
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Por Dr. Flawber Cruz
O
na
am
poeta Mário Quintana diz olhar o mapa da cidade, como quem examinasse a anatomia de um corpo. As cidades vivem. Expandem-se sobre a crosta áspera da terra, respiram o ar gratuito dos ventos, absorve como esponjas com sede a água que lhe atravessa em rios. Crescem, dilatam-se, movem-se em torno de si mesmas, essas cidades que vivem das estações dos séculos e dos braços e cérebros dos homens. E em sua existência de vilas e castelos a avenidas e arranha-céus, as cidades mais que parecem desenhos, como o desenho de um corpo estendido em seu sono noturno, ou movendo-se entre as coisas do dia. Detém a anatomia do que permite fluir, por ruas, becos e esquinas, tal como o fazem as veias dos homens. E a anatomia do que se ergue, em prédios, casas, favelas, feito os braços e pernas de quem pela cidade transita. Ainda a anatomia do que não para, do que pulsa e domina, coração de batidas infinitas, no centro de onde se gritam imensas dores e alegrias. Da cidade irradiam-se pensamentos velozes, pensamentos etéreos, de homens cansados, de homens sonhando, luzes em postes, luzes em janelas, luzes refletindo-se em poças esquecidas, disputando com o brilho de estrelas tão longe. As cidades falam, são vozes entrelaçadas, quase ininteligíveis, que ao fim traduzem o dialeto de nosso tempo. As cidades gritam, roncam, como qualquer corpo vivo deitado sobre o chão frio da noite, enquanto caminham-se os passos, correm os automóveis. Sorriem na luz, no movimento e nos que ainda não precisam dormir. Choram em chuvas de desgostos e esperanças que dobram a rua cruzando o limite que a cerca, a pele invisível que separa uma cidade da outra. Também como faz a gente, a cidade guarda suas coisas, elabora segredos, palpita confissões. Se tenho um amor, encontrarei na próxima parada alaranjada de um ônibus. Se tenho amigos, devem descer imediatamente o morro ensolarado para desvendarmos a futura noite. Se tenho inimigos, escondem-se nos viadutos mais cinzentos.
A cidade é um homem gigante, feita de milhares de nós mesmos seguindo pela penumbra dos destinos. Tem corpo, tomando emprestado nossa força, roubando delicadamente o que pensamos, respirando as cinzas da fogueira de erros e promessas, agonias e sonhos, medos e apostas, que são de nossas próprias vidas enquanto existir o dia. Se vivem as cidades, e vivem de nós como minúsculos espíritos e minúsculos braços e pernas que se juntam em um só, existe uma simbiose entre as cidades e os que nela habitam, tanto para o que expande e vive, quanto para o que degenera e morre. Pois que seremos, um dia desses, poeira ou folha levada, no vento da madrugada, um pouco do nada, deliciosamente invisíveis. Se morremos nós, morrem também as cidades, fazem-se ruínas, ruas desabitadas, corpo deixado sob o sol do deserto, levado na poeira dos séculos que se enterram na memória. Tal como ocorre aos homens que nela habitam, adoece a cidade de causas várias: violência, lixo, descaso, omissão, solidão. A lacuna em qualquer parte, do todo da anatomia de um corpo, o faz padecer. Perca-se um polegar a mão perderá a força e o corpo enfraquecerá. Agravem-se as batidas do coração, e tremerão as pernas. Desencaminhem-se os pensamentos, e o corpo se deformará em cada espelho. Cada parte faz o todo. Cada rua, e cada um que por ela atravessa a sua vida, são partes que não devem desfaceler, sob pena de arruinar a vida de toda uma cidade. Neste tempo de crises e receios, neste tempo de pessoas migrando doentes de medo e desesperança, neste tempo de terror e intolerância, cabe-nos tratar das cidades, para não arruinarmos nossas próprias vidas. É fácil, consolador, invocarmos a cidadania como o pêndulo racional entre direitos e deveres. Conceitos assim, porém, não tratam mal algum. O mal das cidades apenas será enfrentado quando reconhecermos que a rua mais periférica, suja, de casas despedaçadas, distante de nossos olhos, é a parte que faz todo o resto doente e vulnerável, que me adoece também. É dessa parte esquecida que deverá brilhar a luz do que reconstrói. Não aquela luz dos postes competindo com as estrelas, mas a luz discreta, gratuita e espontânea da solidariedade. A luz de que as cidades agora precisam não deve irradiar mil cores, ou ofuscar o céu. A luz de que precisamos deve revigorar a igualdade entre nós mesmos, que seguimos a aventura de ora caminharmos, ora dormirmos, sobre a crosta áspera e fria da terra, respirando o ar sem preço dos ventos, bebendo dos rios finitos de nossa idade. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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VIVER BEM
Eis os primeiros 5km: correndo por pensamentos e sentindo o corpo!
Por Joana Valeriano
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ra 22 de setembro de 2013. Acordei às 5h da manhã, vesti a camisa do evento (Circuito das Estações - Etapa Primavera), coloquei o tênis, tomei um café tranquilo, afinal aprendi que desjejum de corredor é só pra conferir energia e não “pra encher barriga”, e fui! Estava sozinha no carro e já iniciei as primeiras escolhas: simplesmente ir ou seguir pela orla? Pensei: cabe a mim decidir entre chegar ou contemplar até a chegada e optei pelo caminho que me iria me inspirar. Fui pela praia. Ao estacionar o carro na saudosa e bela Rua da Aurora, às margens do Rio Capibaribe, tudo parecia novo. Nunca havia participado de uma prova daquela dimensão antes. Eram tantas pessoas, tantos detalhes, tanto cuidado com o corredor e, com aquele título de Primavera, confesso que também esperava encontrar as flores!
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Contagem regressiva: 3, 2, 1 e foi dada a largada! Uma voz contagiante dava o incentivo. Saí com toda a expectativa de uma iniciante que achava que andaria após os primeiros 1.000 metros e pensava como será correr 5.000!? E vários metros se passaram e por ele pude sentir o meu corpo desde a pisada até cada gota de suor que escorria em meu rosto, cada momento em que a respiração insistia em sair do meu imperioso controle e nesse misto intenso de sensações, admito que meus olhos só se “abriram” quando avistei a placa que dizia “Faltam 500m”. Nossa! Eu conseguira fechar meus primeiros 5km numa prova e sem caminhar e me tornara uma corredora de verdade! A partir dali uma força incomensurável, que até hoje busco definir e identificar sua origem tomou conta de mim, e saibam que ela persistirá por toda a jornada de corredora. Sim, meus primeiros 5.000 metros de devaneios e emoções foram concluídos com sucesso. Quanta alegria! Cruzar a linha de chegada era dizer: É POSSÍVEL!!! Eu consegui superar meus limites, eu saí da zona de conforto e agora tenho uma medalha pendurada no peito para provar a autoria do feito. E as flores? Foi a sensação que tomou meu corpo ao respirar profundamente, parecia ser uma delas pois me sentia a mais bela, esvoaçante, feliz, exalando o perfume do esforço, da conquista, do prazer. Com o tempo a evolução te torna uma experiente corredora de provas de 5km e quando é dada a largada e começas a organizar o corpo, a mente e o espírito, a pensar em tantas coisas, nos treinos e até nos amigos corredores, percebes que 5.000 mil metros podem na verdade se traduzir numa grande oportunidade de vencer contratempos do cotidiano e passas a voar em pensamento. Como diz Dráuzio Varella: “O pensamento do corredor é caleidoscópio, é ave irrequieta que, mal pousa no galho, levanta voo outra vez.” Aos poucos, não serão mais 5.000 metros, mas, apenas 5km, ou 2 voltas e meia no açude, ou 30 minutos de puro entusiasmo e isso, certamente, te fará querer mais. Que venham os 10, até a próxima!
Treino Forte e Intervalado ou Leve e Contínuo?
Por Prof. Ms. Tiago Almeida
E
liminar gordura em um treino rápido. Esta é a principal promessa do HIIT (High-Intensity Intermittent Training ou treinamento intervalado de alta intensidade). Ele apresenta muitos benefícios e é altamente eficaz, desde que feito da maneira adequada. O treino HIIT tem fundamento no conceito atual e cientificamente comprovado de emagrecimento e queima de gordura, que consiste na intensidade elevada do treinamento. Mas não basta se matar fazendo um determinado exercício, pois o conceito de intensidade é muito mais amplo do que se imagina e deve ser feito baseado em conhecimentos científicos. O Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (em inglês, HIIT) tem sido mostrado para reduzir significativamente a gordura subcutânea, especialmente gordura abdominal, bem como a massa corporal total e em melhorar o VO2 max (um marcador de aptidão física) e sensibilidade à insulina. Em comparação com o Exercício Aeróbio Moderado Contínuo (EAMC), o HIIT queima mais calorias e aumenta a oxidação de gordura pós-exercício e o gasto de energia. Além disso, o HIIT diminui o colesterol total e o LDL-colesterol (colesteróis chamados ruins), aumentando o HDL-colesterol (o colesterol bom) e VO2 máximo mais do que o EAMC. Em inúmeros estudos científicos, a perda de gordura foi significativamente aumentada após o HIIT, enquanto a perda de gordura não variou em praticantes de EAMC e grupos de controle.
Saiba mais sobre o comparativo entre treino de alta intensidade (HIIT) e exercício contínuo (EAMC)
Um dos fatos mais importantes: houve maior gasto de energia (por exemplo, com o HIIT), quando avaliado por equivalentes metabólicos (MET) resultando numa diminuição do risco de eventos cardiovasculares em homens e mulheres. Também constatou-se a diminuição da mortalidade por qualquer causa. No entanto, são necessários estudos de longo prazo para avaliar especificamente o efeito do HIIT da mortalidade geral. O Treinamento Intervalado de Alta Intensidade indiscutivelmente tem demonstrado inúmeros benefícios e vem mostrando ser melhor que os aeróbicos comuns no que concerne ao processo de emagrecimento, devido a alguns fatores específicos como:
• Aumento da velocidade do metabolismo por até 24 horas após o exercício; • Aumento da sensibilidade à insulina nos músculos; • Maior oxidação de gordura nos músculos; • Causa picos no hormônio do crescimento (que auxiliam na queima de gordura) e nos níveis de catecolaminas (substâncias que o corpo produz que induz o uso de gordura pelo corpo). Em suma, ambas as atividades são ótimas propostas de treinamento, basta o treinador saber “quando, como, quando e para quem” aplicar! Procure um profissional de Educação Física e bons treinos!
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VIVER BEM
POSOLOGIA
PERIGOSA
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Automedicação: A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A responsabilidade de fazê-lo depende, no entanto, de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de saúde. Por Dra. Aline Guerra, Ana Rita Andrade, Dra. Elizabeth Menezes e Lorena Almeida
A
automedicação é uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas também em outros países. Em alguns países, com sistema de saúde pouco estruturado, a ida à farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Contudo, mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácias, drogarias ou supermercados, e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (analgésicos, antitérmicos etc). Para encurtar os caminhos para a obtenção do alívio dos incômodos que o afligem, em inúmeras ocasiões, diante de quaisquer sintomas, especialmente os mais comuns como aqueles decorrentes de viroses banais, o brasileiro se vê, de pronto, impulsionado a utilizar os medica-
mentos populares para gripe, febre, dor de garganta etc; ou a procurar inicialmente orientação leiga, seja dos amigos íntimos ou parentes mais experientes ou até mesmo do farmacêutico amigo, à busca de solução medicamentosa ("vou lá na farmácia do Sr. Paulo para tomar uma injeção para gripe"). A mídia televisiva e vários outros meios de comunicação e propaganda como o rádio ou "outdoors" insistem com seus apelos a estimular a todos a adotar tal postura, inserindo no final da propaganda a sua tradicional frase "persistindo os sintomas um médico deve ser consultado", como se isso os isentasse de toda e qualquer responsabilidade. Antes esta advertência do que nenhuma. As razões pelas quais as pessoas se automedicam são inúmeras. A propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrasta com as tímidas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação. A dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, a limitação do poder prescritivo, restrito a poucos profissionais de saúde, o desespero e a angústia desencadeados por
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VIVER BEM
5AUTOMEDICAR MOTIVOS PARA NÃO SE
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DIAGNÓSTICO FALHO
pode “mascarar” uma doença mais grave;
SURGIMENTO DE PROBLEMAS
aparecimento de reações alérgicas, entre outros;
CUIDADO COM OS ANTIBIÓTICOS
com eles a atenção deve ser redobrada, pois o uso indiscriminado pode facilitar o aumento da resistência bacteriana;
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COMBINAÇÃO INADEQUADA
fazer o uso de dois ou mais medicamentos que não combinam pode anular ou potencializar o efeito do outro;
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EFEITO REBOTE
pode ocorrer quando o medicamento é usado com frequência.
sintomas ou pela possibilidade de se adquirir uma doença, informações sobre medicamentos obtidos à "boca pequena", na internet ou em outros meios de comunicação, a falta de regulamentação e fiscalização daqueles que vendem e a falta de programas educativos sobre os efeitos muitas vezes irreparáveis da automedicação, são alguns dos motivos que levam as pessoas a utilizarem medicamento mais próximo. As plantas medicinais têm lugar garantido no "folclore" brasileiro. Quem não conhece a babosa, chá de quebra pedra, pata de vaca, chá de picão e extratos de outras numerosas plantas? O efeito da maioria delas é desprovido de qualquer fundamentação científica (evidências) e a sua manipulação por leigos pode comprometer a qualidade. Pretensiosamente pleiteiam uma vaga na chamada medicina alternativa (ou terapia não convencional). Produtos sem o devido controle de qualidade como prosaicos cosméticos aplicados sobre o couro cabeludo mostraram efeito teratogênico, devido a contaminação por chumbo. O uso tópico não é isento de efeitos indese-
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jáveis. Cremes "rejuvenescedores", muito populares, podem causá-los, além de quase nunca cumprirem o prometido. A automedicação pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença. Exemplo marcante é no diagnóstico de apendicite aguda. O doente inicia com um quadro frusto, se automedica com antibióticos. Como consequência, a apendicite aguda em fase inicial, que se resolveria com uma apendicectomia tecnicamente fácil, pode evoluir para um quadro de peritonite grave com consequências às vezes funestas. Do mesmo modo, neoplasias gástricas e intestinais podem ter diagnósticos mascarados e retardados pela melhora de sintomas promovida por bloqueadores de bomba de próton ou outros medicamentos que agem no tubo digestivo. Outro exemplo relevante é o uso abusivo de antibióticos, sem qualquer critério. Além de frequentemente ser desprovido de eficácia, pode facilitar o aparecimento de cêpas de microorganismos resistentes,
com óbvias repercussões clínicas e prognósticas. O problema é universal, antigo e de grandes proporções. A automedicação pode ser considerada uma forma de não adesão às orientações médicas e de saúde. Nesse sentido, Hipócrates já sentenciou: "Toda vez que um indivíduo diz que segue exatamente o que eu peço, está mentindo". Não há como acabar com a automedicação, talvez pela própria condição humana de testar e arriscar decisões. Há, contudo, meios para minimizá-la. Programas de orientação para profissionais de saúde, farmacêuticos, balconistas e população em geral, além do estímulo a fiscalização apropriada, são fundamentais nessa situação. Créditos da matéria: Texto adaptado de: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0104-42302001000400001 Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons
ENTENDENDO AS DIFERENÇAS Medicamento Genérico
yy Tem a mesma fórmula e produz o mesmo efeito que o medicamento de referência; yy Não tem nome comercial, indica só o princípio ativo da fórmula.
Medicamento de Referência
yy É o primeiro registrado na ANVISA ou o que foi escolhido para ser o padrão de uma fórmula; yy Tem nome comercial.
Medicamento Similar
yy Se equipara ao de referência por ter o mesmo princípio ativo, indicação médica, concentração e forma de uso; yy Pode ser vendido com nome comercial.
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VIVER BEM
OBESIDADE INFANTIL
e a influência da alimentação familiar 44
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Por que muitas de nossas crianças estão acima do peso ultimamente e quais fatores contribuem para este novo problema de saúde pública no Brasil e no mundo? Por Clara Rodrigues
A
obesidade é um distúrbio metabólico e nutricional que se caracteriza pelo aumento da massa gordurosa e excesso de tecido adiposo. O surgimento da obesidade está diretamente ligado a fatores genéticos e ambientais, mas os hábitos alimentares não saudáveis e o sedentarismo são agentes potencializadores. A obesidade pode ocorrer em todas as idades, inclusive na infância. Os índices de obesidade infantil têm crescido assustadoramente nos últimos anos. De acordo com dados da Força-Tarefa Internacional Contra a Obesidade (International Obesity Task Force), 155 milhões de estudantes em todo o mundo estão com o peso acima do limite. No Brasil, a realidade também é preocupante. A Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada entre 2008-2009, demonstrou que 34,8% dos meninos e 32% das meninas estão com sobrepeso e que 16,6% e 11,8%, respectivamente, são considerados obesos. O histórico familiar é um fator que tem relação direta com a incidência da obesidade infantil. Uma criança que possui um dos pais obeso possui 40% de chances de desenvolver obesidade. Esse percentual aumenta para 80%, se ambos os pais forem obesos. É provável que essa relação seja decorrente da presença de hábitos alimentares não saudáveis, desde cedo, na vida das
crianças. Infelizmente, quanto mais idade tem a criança obesa, maior a probabilidade dela se tornar um adulto obeso. As consequências da obesidade na saúde infantil são inúmeras. Vão desde problemas dermatológicos, cardiovasculares e respiratórios, a alterações endócrinas e problemas psicossociais, como discriminação e aceitação diminuída pelos pares, isolamento e afastamento das atividades sociais. Perante esta verdadeira epidemia de obesidade infantil a que assistimos nos dias de hoje, e diante da gravidade das consequências da obesidade para a saúde das crianças, é extremamente importante que tomemos consciência de que o tratamento deve ser iniciado já no momento em que a obesidade é diagnosticada. Infelizmente, não se pode ter a expectativa de que o problema vá se resolver por si. Reverter um quadro de obesidade infantil não é fácil, pois ele está relacionado a mudanças de hábitos alimentares da família como um todo, a falta de maturidade da criança, quanto ao entendimento dos danos causados pela obesidade, e a disponibilidade dos pais a participarem ativamente desse processo. A melhor maneira de conduzir o problema é modificar os hábitos alimentares da família, sem restrições alimentares muito rígidas. Toda a família precisa realmente estar envolvida no processo. Querer que uma criança coma uma fruta e abarrotar a despensa com biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes são atitudes muito contraditórias e que confundem a criança, levando-a a achar que se alimentar de maneira saudável é algo ruim. As mudanças devem ser apresentadas de maneira lúdica e divertida, fazendo com que as crianças entendam que o objetivo das mudanças em sua alimentação é a saúde. Deve-se evitar afirmar que elas precisam emagrecer, ou que não podem comer por estarem gordinhas. A criança deve ser estimulada pelo ambiente familiar a ter uma alimentação equilibrada como parte de uma vida feliz e saudável e não como uma imposição ou castigo por ela estar acima do peso. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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VIVER BEM / CIÊNCIA DA VIDA
O que posso
FAZER?
ECONOMIA POLÍTICA RELIGIÃO
A construção da história individual é regida por fatores genéticos, culturais, econômicos, políticos, sociais, religiosos, ambientais e outros. Ao longo da existência, tomamos pequenas e grandes decisões que se refletirão na saúde física e mental.
Por Dra. Andréa Barros
MEIO AMBIENTE
SAÚDE 46
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A
atualidade prega muito a cidadania, principalmente no conceito simples de luta por direitos, evocando menos os deveres do cidadão. A conquista da saúde é repleta de direitos, mas também de zelo e obrigações com o nosso organismo. Com maior frequência, as pessoas procuram os consultórios médicos com doenças evitáveis, se estivessem atentas a conceitos e hábitos simples e eficazes, que prolongam e promovem o bem-estar, quando praticados. Algumas recomendações são de amplo conhecimento, mas a adoção de medidas preventivas é decisão unilateral. Vejamos alguns aspectos da vida cotidiana:
PROTEÇÃO SOLAR
ANTIETILISMO
A exposição à radiação ultravioleta e o aparecimento de câncer de pele estão cientificamente comprovados, mais em pessoas de pele clara, mas pode ocorrer em qualquer cor de pele. Além de evitar os horários de aumento da radiação solar, ou seja, entre 10 e 16 horas, o uso de fotoprotetor e reaplicação regular, ficar em locais com sombra, uso de óculos e chapéus aumentam a proteção, principalmente quando há atividades de lazer ao ar livre. Por sermos um país tropical bonito por natureza, há uma forte ordem social de culto ao corpo, curtição de praia sem controle, férias de verão, levando ao esquecimento de medidas de proteção simples, que evitariam que o câncer de pele representasse 25% de cânceres no Brasil.
O álcool é uma potente droga aceita social e culturalmente entre os povos de todos os países, promovendo o alcoolismo como a terceira causa de morte no mundo. Atuando de forma danosa em vários órgãos e tecidos, o álcool causa doenças em fígado, pâncreas, sistema nervoso, sangue, músculos, trato digestório, além do risco de acidentes de trânsito, faltas ao trabalho, violências urbana e doméstica. Os adolescentes e as mulheres estão cada vez mais precocemente recorrendo ao etilismo como hábito de vida, sendo a droga preferida de quase 70% dos brasileiros. Regularizar o uso da propaganda de cerveja como desejo nacional é um capítulo que necessita urgentemente de discussão ampla na nossa sociedade, mas já poderia ter a participação de adultos e responsáveis, educando os jovens, esclarecendo a dependência crônica e os males que o álcool pode causar.
ANTITABAGISMO No mundo inteiro, onde há dois bilhões de fumantes, o cigarro é o fator totalmente evitável, tornando evitável o aparecimento de câncer de vários tipos, não só o pulmonar. A fumaça do cigarro tem mais de quatro mil substâncias tóxicas, além da dependência que causam, determinam mais de quatro milhões de mortes anuais , como aumento de infarto, derrames e outras doenças pulmonares. Práticas Sexuais Seguras – A sexualidade tem valor também como qualidade de vida na sociedade atual, então é pertinente que abordemos como deverá ser exercida. Atividade de natureza peculiar a cada um, vários fatores modificaram a vida sexual, como o advento da pílula anticoncepcional, como a maior discussão do assunto, como o aumento de relacionamentos pelo turismo e redes sociais, levando às pessoas a terem se relacionado mais frequente e facilmente. Para equilibrar e diminuir os riscos, aconselhamento para adolescentes e adultos sexualmente ativos levam a uma redução de doenças, gravidez não planejada e maior satisfação no âmbito afetivo. As práticas sexuais e sua via, seja oral, vaginal ou anal, devem ser discutidas e trabalhadas para cada indivíduo, e os métodos mais utilizados e eficazes são o uso de preservativos masculino e feminino, que chegam a 98% de proteção contra AIDS e outras DSTs, além de câncer de útero.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES A prevenção de acidentes tem pilares legais como limites de velocidade, proibição de aparelhos eletrônicos e celulares ao volante, uso de radares, manutenção de automóveis, educação de trânsito para motoristas e pedestres, mobilidade planejada e eficaz, mas é fundamental a conscientização do indivíduo e de seu papel neste contexto. O alcoolismo é fator primordial de aumento de acidentes no Brasil, mas o “super–herói” etilista acha-se imune aos efeitos negativos para a sua vida e para a de terceiros. No âmbito do trabalho, os riscos ocupacionais devem ser identificados, com medidas individuais e coletivas, adequadas a cada profissão. Na área de saúde, observamos o descuido com a higiene das mãos, que podem causar transmissão de doenças, a não utilização de luvas quando da coleta de sangue, a não utilização de máscara em pacientes com doenças transmissíveis por via respiratória, a não vacinação por medo de efeitos colaterais raros, enfim, comportamentos que tornam o indivíduo susceptível quando há educação comprovada e prevenção eficaz. O que posso fazer? Ou, o que devo fazer? Cidadania é participação. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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ARTES EM MOVIMENTO
EI, PRESTATENÇÃO! Por Edmundo Gaudêncio
Disse Michel Foucault: “A ficção consiste não em fazer ver o invisível, mas em fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do visível”. Entendeu, menina? Entendeu, menino? Talvez Rene Magritte te esclareça: “Sempre queremos ver o que está escondido detrás do que vemos, pois tudo que vemos esconde outra coisa.” Para simplificar, façassim: Usando duma tesoura, recorta a fotografia e seus recortes ...e verás o que verias – se olhasses neste instante
pelo buraco da fechadura
(Ou “O que será que existe do outro lado deste texto?”)
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ARTES EM MOVIMENTO / HISTÓRIAS E ESTÓRIAS
A OPORTU N I DA D E Por Dr. José Alves Neto
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noite, na fazenda, como não tinha energia elétrica, era comum a reunião de família que versava em vários assuntos: de gado, de safra, de seca, de chuva, de barra da chuva, de vizinhos de propriedades, de superstições, da família, de antepassados, de botijas, inclusive de assuntos de pessoas que tiveram oportunidades, e de forma honesta, progrediram na vida. Dessas pessoas que sempre fui fã, era do meu bisavô, Joaquim Martins Vieira, que se edificou como tropeiro, tangendo seus burros com suas safras de algodão, em 15 dias de viagem de Itaporanga até Campina Grande, mais 15 dias de volta, com o relho estalando no ar e açodando a tropa de volta. Nesse rosário de relatos, existem dois fatos marcantes para mim. O de Samuel Klein que escapou dos campos de concentração nazistas, na época da II Guerra Mundial e depois veio para o Brasil onde teve uma grande oportunidade da pessoa que ele ajudava a vender os seus produtos em forma de prestações e posteriormente, tornou-se o dono das Casas Bahia. Outro caso de oportunidade, baseado em fato real, é o de Agenor o qual será relatado abaixo: - Pai, tou com fome. - Paai, toou com foome! Daqui a pouco, Ricardo diz: - Pai, toou com fome,
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há dois dias que a gente não come! Passava do meio-dia, o cheiro de pão quente invadia aquela rua e fazia o estômago quase dar um nó, roncando loucamente clamando por comida. O sol escaldante convidava a todos para um refresco... Ricardinho não aguentou o cheiro bom do pão e falou: - Paaai, toou com foome! O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso. Fazia dois meses que tinha perdido o emprego e andava com o filho mais velho, procurando um novo serviço. Ouvia as palavras do filho, não respondia, mas os olhos marejavam de lágrimas. Triste, impotente e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente. Ao entrar dirige-se a um homem no balcão: - Bom dia, meu senhor, estou com meu filho de apenas seis anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão no bolso, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei; eu te peço que me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino e em troca posso varrer o chão do seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar. Amaro, o dono da padaria, estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho. Pede para que ele chame o filho. Agenor pega o filho pela mão e o apresenta ao Amaro que incontinenti solicita que os dois sentem-se junto ao balcão, onde
manda servir dois pratos de comida do famoso “PF”. Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua. Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá. Grossas lágrimas desciam dos seus olhos na primeira garfada. A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse a melhor comida do mundo, e ao mesmo tempo, a lembrança de sua pequena família em casa sem ter nada para comer. Amaro se aproxima e brinca para relaxar: - Êi, parece que a comida não está boa?! Imediatamente, Agenor sorri, diz que nunca comeu comida tão apetitosa e agradecia a Deus por ter esse prazer. Amaro fala que ele sossegue seu coração, almoce em paz e depois conversariam sobre trabalho. Mais confiante Agenor enxuga as lágrimas. Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório. Agenor conta que há vários meses estava sem emprego, vivendo de pequenos “biscates aqui e acolá”. Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria. Penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias. Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho. Ao chegar em casa
com toda aquela “fartura”, Agenor é um novo homem, sentia esperanças, percebia que sua vida iria tomar um novo impulso. No dia seguinte, às 5 da manhã, estava na porta da padaria, ansioso para iniciar seu novo trabalho. Por coincidência, tinham a mesma idade do seu futuro patrão, 32 anos e histórias diferentes, mas algo dentro dele, inclinava para ajudar aquela pessoa. Ele não se enganou. Durante um ano Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres. Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos, um quarteirão acima da padaria. Ele fazia questão que Agenor fosse estudar. Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta. Doze anos se passaram desde aquele primeiro dia de aula. Vamos encontrar o Dr. Agenor Batista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu primeiro cliente, depois outro, outro, mais outro... Ao meio-dia, ele desce para um café na padaria do amigo Amaro que fica impressionado em ver o “antigo funcionário” tão elegante em seu primeiro terno. Mais dez anos se passam e agora o Dr. Agenor Batista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma instituição que ofereça aos desvalidos da sorte que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço. Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Batista. Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um. Contam que aos 82 anos idade, os dois faleceram no mesmo dia, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido. Ricardinho, o filho, mandou gravar em frente à casa batizada como “Casa do Caminho” que seu pai fundou com tanto carinho: “Um dia eu tive fome e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho”. Caro leitor, não espere por uma extraordinária oportunidade, agarre as ocasiões comuns e torne-as grandes. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que lhes aparecem. Às vezes um amigo vem, segura a tua mão e te abraça. Não perca essa oportunidade. Poderá ter sido a mão de Deus a te ajudar. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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O carteiro e o
Quando a vida mostra o q Por Rodolfo Farias e Ribamildo Bezerra
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omo se faz um poeta? Em que a poesia se faz tão necessária hoje em dia? Perguntas como estas parecem ecoar complexas para aqueles que buscam compreender esta forma de expressão, quando na verdade poderiam muito bem senti-la. Na obra do escritor Chileno Antonio Skármeta sobre a amizade entre o célebre poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) e um simples e humilde carteiro italiano, Mario Jiménez, no início dos anos 50, nos remete a este sensível paradigma. Lançada na década de 80 a obra foi inicialmente chamada “Ardente Paciência” (ou El cartero de Neruda), e ganhou uma adaptação cinematográfica italiana em 1994 com o título de “Il Postino”, com direção do britânico Michael Radford e interpretações de Philippe Noiret (Pablo Neruda) e Massimo Troisi (o carteiro Mario). Em comum entre o filme e o livro a história do carteiro sonhador que tenta conquistar a sua musa Beatrice através da força da poesia de Neruda. O elo entre estes dois personagens se constrói através de um processo de identificação entre aquele que necessita da poesia, e aquele que a produz, sem que isso comprometa ou diminua a admiração recíproca entre as partes. A busca por entender o que vem a ser este construto formado em grande parte por metáforas é o que impulsiona a história de Skármeta. Se por um lado temos o poeta Chileno - Prêmio Nobel de Literatura (1971) exilado em uma ilha da Itália vivendo o seu hiato junto ao seu país e seu povo, por outro é Mario o carteiro que na obra literária como na cinematográfica realimenta com anseio de querer aprender a fazer poesia, a força lúdica presente de Neruda. Informações além do livro destacam que Pablo Neruda não viveu apenas um exílio político mas também uma forte paixão de seis meses na ilha de Capri ao lado da cantora chilena Matilde Urrutia, com quem se encontrava escondido de sua então mulher, a pintora argentina Delia Carril e que resultaram na famosa obra Los Versos del Capitán. O fato é que diante das duas plataformas, a literária e a cinematográfica, é possível dentro de uma mesma proposta enxergar distinções que acompanham de forma parale-
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poeta:
que é poesia...
la estas formas narrativas. No livro, o carteiro de nome Mario Jiménez demonstra ser mais novo em idade do que o Mario Ruoppolo, o carteiro do filme. E é esta diferença de idade que define a influência de Neruda para o personagem, já que o carteiro do livro por ser em média 20 anos mais jovem, terá em sua formação como homem moldada pela influência do Poeta. Tanto é que no livro, em uma escrita arraigada a força dos fatos, é Dom Pablo que morre, e Mario homem feito, casado e com um filho, é que tem que levar a obra de Neruda à frente, materializada em suas poesias com forte influência do Mestre. Já nas telas grandes, ao contrário da força documental do Romance de Skármeta, o filme é mais livre, ao ponto de nos apresentar um Mario mais velho, mas com lances bem pueris quando, por exemplo, tenta ouvir o som do mar é lá encontrar a fórmula de fazer poesia como tinha aconselhado Neruda. Massimo que nos bastidores sofria de uma séria patologia do coração, veio a falecer um dia depois de encerradas as filmagens. A justificativa de uma relação mais lúdica entre o poeta e o carteiro do de Radford se dá exatamente por esta não ser uma obra mais livre, sem o engessamento factual presente no romance de Skarmeta. A liberdade de um Mario mais velho, justifica-se também no sonho do ator e produtor do filme Massimo Troisi, comediante italiano em sua primeira incursão dramática No filme o personagem Mario ganha um novo sobre nome Ruoppolo, e está com cerca de 30 anos quando conhece Neruda, é um homem desgostoso, desiludido e cansado com uma vida massacrada pela rotina. E é exatamente o contato com poeta que o faz rejuvenescer, potencializando no carteiro um profundo desejo de instrução, de ler a vida poeticamente. Partindo daí o processo de identificação dos personagens é semelhante ao do livro. Mas vale lembrar que o filme é uma obra livre, e ao contrário do livro de Skarmeta, é o Mario carteiro que morre numa simbologia, ou por que não dizer em uma metáfora do quanto limitada é a nossa existência, e imortal os ecos da poesia. O carteiro e o poeta, em livro ou em filme, é uma obra que precisa ser revista nos seus mais diversos sentidos, pois a cada visita a esta fascinante história é impossível não resgatar algo de novo diante do que já foi visto. Assim é a poesia, mesmo diante de uma cadência de repetição dos fatos, é ela que continua a fazer o diferencial em cada capítulo da existência humana. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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Ah, se eu falasse
por meu fusca Flávio Evangelista
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á quem diga que o Fusca tem vida própria, que ele tem sentimentos, gênio forte, que é temperamental! Coisa de gente apaixonada. Talvez tanta admiração seja entendida pela “luz própria” que esse carrinho emana. E ai de quem chamá-lo de carrinho apertado. De pronto ouvirá por parte algum ‘fuscamaníaco’ de forma enfática, que ele é no mínimo, aconchegante. Lançado oficialmente em 1935, pelo então projetista alemão Ferdinand Porsche, o Volkswagen, que em alemão significa Carro do Povo, nascia com o endosso de Adolf Hitler que adotava o sonho de motorizar o país com o sonho que todo alemão tivesse um automóvel ou um trator no futuro. Para quem desconfiou do nome Porsche e o seu carro homônimo, confirma-se que as marcas arredondadas do Fusca e do Porsche são registro do seu inventor Ferdinand, e que o primeiro carro com o sobrenome da família só viria a ser fabricado, anos depois da invenção do fusca. Em 1936, já reformulado, com bastante semelhança com o Fusca que conhecemos, o “Volkswagen Sedan” ganha um sobrenome por ter duas pequenas janelas traseiras, um auto que podia ser adquirido por quase todos os alemães a preço de 990 marcos que seriam pagos através de um financiamento estatal. A partir da fábrica da Volkswagen construída em Wolfsburg no ano de 1938, nosso pequeno grande gingante seria fabricado em série e ganharia o mundo e novos nomes em vários países: Käfer (Alemanha), Coccinelle (França), Escarabajo (Espanha), Maggiolino (Itália), Fusca (Brasil), Beetle/Bug (EUA), Peta (Bolívia), Huevito (Cuba), Vocho (Mexico), Vosvos (Turquia), entre outros. No Brasil o ‘pequeno besouro’ passa a ser fabricado no ano de 1959, como sedã 1.200 na ainda recém-inaugurada fábrica da ‘VW’ em São
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Bernardo do Campo São Paulo. O problema é que o modelo lançado no Brasil estava ultrapassado e já perdia espaço para o seu irmão, o Gol. Mas quando a paixão se faz presente, o resto pode parecer detalhes e o fusca era o carro mais amado do Brasil. Em 1962 o Volks já liderava as vendas no mercado brasileiro com mais de 31 mil unidades, chegando cinco anos mais tarde a 500 mil veículos fabricados. Tamanho foi o sucesso que o motor ganharia mais potência em 1967 saindo de 1.200 para 1.300 cilindradas, com o vidro traseiro se tornando 20% maior. Mas é nos anos 70 que o Fusca parece marcar a geração brasileira, depois de uma, não muito feliz experiência, versão de quatro portas iniciada em 1969 e encerrada no ano seguinte por conta de um incêndio que destruiu sua linha de montagem. A Volkswagem lança o Fuscão onde os faróis traseiros foram aumentados e a tampa do motor ganha abertura de ventilação. Nove anos mais tarde, as lanternas traseiras aumentariam ainda mais de tamanho, o que fez com que essa versão se popularizasse com o carinhoso nome de Fafá, numa alusão direta aos dotes peitorais da cantora Fafá de Belém. O Fuscão foi lançado na versão 1.500 cilindradas logo aprimorado para versão 1.600 cc com direito a uma barra compensadora no eixo traseiro, para finalidade de maior estabilidade, além de freios a disco e suspensão de bitola mais larga na dianteira. Das várias teorias dos amantes tupiniquins do Fusca, a mais interessante é
que uma importante parcela da população nascida nas décadas de 70 e 80 tenha sido concebida no “aconchego” do banco de trás de um Fusca! A ideia tem algum sentido, se levarmos em conta que o Volks foi o primeiro carro de muitos jovens que descobriam as mais diversas maneiras de se curtir a vida em sua companhia. Os jovens amadureceram e não esqueceram o quão bom era a vida a bordo de um Fusca. As boas lembranças, os hits que embalavam os passeios e viagens, namoros, noivados, amassos (nos dois sentidos da palavra), cavalos de pau, festas, praias, bateria arriada, tudo isso mexe com as lembranças e o coração daqueles que um dia desejaram: Se meu fusca falasse! Na vida deste autor o fusca não entrou apenas pela garagem. No ano de 1979 quando eu ainda era um bebê meu pai comprou um fusca 0km que viria ser o meu primeiro conceito de carro. Foi nesse fusquinha que eu fui pela primeira vez à escola, foi nele que eu fiz minha primeira viagem e foi nele que a “sementinha” da paixão foi plantada. Quase dez anos depois um outro fusquinha viria ocupar lugar em nossa vida, e foi nesse carrinho que a semente germinou e brotou uma grande paixão a qual trago até hoje, paixão essa que fez com que meu primeiro carro fosse um Fusca, e que depois dele viessem outros fuscas os quais fazem minha ale-
gria até os dias atuais. Nessa trajetória, no ano de 1982 aconteceu um caso curioso. O nome Fusca passa a ser oficialmente Volkswagen, nome esse batizado por nós motoristas tupiniquins. Reza a lenda que o curioso nome seja uma derivação do nome Volks, pois no alemão, o “V” tem som de “F”. Partindo da premissa que a pronuncia na língua original seja “Folks” e que, no sul do país a letra “O” tenha uma entonação mais fechada, o nome Volks seria pronunciado foneticamente como “Fulks”. Dessa maneira, do “Fulks” para o “Fusca”, tudo foi só uma questão de tempo! Em 1986 um impacto compromete a lataria dos corações apaixonados por este carro. O Brasil encerra a sua linha de montagem. Um luto de sete anos se estenderia até que o então Presidente Itamar Franco, tal qual fez o ex-Presidente da República, Juscelino Kubistheck, em novembro de 1959 quando lançou o fusca no Brasil, celebra a volta do Fusca no ano de 1993. O Fusca mais uma vez contava a sua trajetória de renascimento e sucesso surpreendendo inclusive nas vendas. Três anos após a retomada do nosso besouro, a Autolatina, a união entre a Ford e Volkswagem do Brasil não dá certo, e depois de 47.700 unidades produzidas o Fusca, no dia 11 de julho de 1996, deixa de ser produzido, deixando uma frota de mais de três milhões de ‘besouros’ produzidos em toda a sua história no país, para ser mais exatos, 3.367.390 unidades. A paixão pelos brasileiros por este carro é tão grande que há 21 anos, o Fusca Club do Brasil oficializou o dia 20 de janeiro como o Dia Nacional do Fusca, onde agremiações fusqueiras de todo o País comemoram a data fazendo carreatas e passeios nos grandes centros. Depois de tantas boas histórias vividas a bordo do Fusca, é preciso dizer que as emoções são o verdadeiro motivo para tanto amor. Boas recordações que nos fazem ter no Besouro a certeza dos bons tempos de volta toda vez que saímos com ele, e que o pouco espaço e o barulhinho característico serão a garantia da nostalgia. Afinal o tempo, os bons momentos e as belas paisagens passarão mais devagar dentro de um fusca. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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A tradição popular na literatura em
CAMPINA GRANDE
Por Bruno Gaudêncio
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ampina Grande é reconhecida por ser o berço de vários nomes importantes do cenário literário paraibano, a exemplo de Mauro Luna, Ronaldo Cunha Lima, Félix Araújo e Bráulio Tavares, na poesia; Hortênsio Ribeiro, Cristino Pimentel, Epitácio Soares, Epaminondas Câmara e Robério Maracajá, na crônica e na memoríatistica; Elizabeth Marinheiro e José Mário da Silva, na crítica literária; entre outros, que o espaço não permite citarmos. Porém, de todos os nomes e gêneros literários, é inegável também a tradição
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literária campinense na chamada literatura popular, em especial no cordel, na glosa, na quadrinha e na charada. No cordel podemos afirmar, segundo algumas pesquisas, como a de Aderaldo Luciano, que um dos primeiros folhetos que se tem notícia, publicado no Brasil, tem como origem a cidade de Campina Grande, da autoria de Chagas Batista, lançado no ano de 1902, chamado Saudades do Sertão. Chagas Batista, ao lado de Leandro Gomes de Barros e João Martins do Athayde, formam a chamada tríade fundadora da literatura de cordel. Na chamada poesia matuta, outra matriz da poesia popular, podemos destacar a figura de Zé da Luz, autor de Brasil Caboclo e Sertão Brabo (Imprensa Oficial, 1936 e 1937). Natural de Itabaina/ PB, Zé da Luz, no fim dos anos, 30 residiu em Campina Grande conseguindo sucesso com suas publicações e declamações em espaços
públicos. Já no Rio de Janeiro conquistou repercussão nacional, sendo expoente da chamada poesia matuta, ao lado de Catulo da Paixão Cearense. Nesta mesma época, além da poesia matuta, as glosas e quadrinhas satíricas faziam bastante sucesso. As glosas como uma forma de cantoria, com seus motes impressionantes, tiveram na figura de Bernardo Cintura, poeta popular residente em Campina Grande nas décadas de 30 e 40, um dos seus maiores representantes. Sem nenhum livro publicado, Cintura foi perfilado pelo cronista Cristino Pimentel em um dos ensaios presentes na obra Dois Poetas, lançada pela editora da Livraria Pedrosa, em 1950. Quanto às chamadas quadrinhas, típicas publicações da imprensa campinense durante a primeira metade do século XX, podemos destacar os nomes de Lino Gomes, Severino Pimentel e José Maciel Malheiros, este último também cordelista. Contemporâneo de Bernardo Cintura e Zé da Luz, outro nome importante do cenário literário campinense, no que se refere à chamada literatura popular foi o charadista, editor e fotógrafo Euclides Vilar. Natural de Taperoá, Euclides Vilar ficou
conhecido como um dos fotógrafos mais importantes da história de Campina Grande, editor do Almanaque de Campina Grande, publicados em 1933 e 1934 e conquistou vários prêmios nacionais e internacionais como charadista, quase sempre com o pseudônimo de Romeu de Carvalho. Soma-se a isso o fato de ser um dos personagens do famoso romance de Ariano Suassuna, A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta, lançado no ano de 1971. A partir dos anos 50 surgem, de maneira constante, dois nomes que considero importantes no cenário da chamada poesia popular campinense. São eles: Egídio de Oliveira Lima e Orlando Tejo. Egídio Lima, jornalista, cordelista e pesquisador do cordel, foi o editor responsável pelas revistas Manaíra e Ariús e autor do livro Folhetos de Cordel (1978). Já Orlando Tejo, jornalista, poeta e pesquisador da cultura popular, publicou o semanal Zé Limeira: O Poeta do Absurdo (1973), pela gráfica Nova Paraíba Indústria Gráfica, de João Pessoa, com seguidas edições ao longo dos últimos 40 anos. É ainda a partir dos anos 50 que a literatura campinense se definirá
com uma forte característica popular, com artistas e escritores ligados ao universo da literatura de cordel, da cantoria, entre outras expressões, todos eles conhecidos nacionalmente pelas suas inegáveis colaborações culturais. Neste sentido, destacam-se o teatro de Lourdes Ramalho, autora de brilhantes peças teatrais como A Feira e As Velhas, ícone da dramaturgia nordestina; Manoel Camilo dos Santos, cordelista dos melhores, autor do inigualável cordel O País de São Saruê e editor reconhecido da Tipografia Estrella da Poesia a partir dos anos 50; Manoel Monteiro, ícone da literatura de cordel no Brasil, com sua produção poética ampla, variada e qualificada; José Alves Sobrinho, cantador, poeta e pesquisador, coautor com Átila Almeida do Dicionário Bio-bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada, 1978, além de cordéis e ensaios; José Laurentino, poeta e radialista de destaque na organização de festivais de violeiros, assim como Ivanildo Vila Nova, ícone no repente nacional, vencedor de diversos prêmios nacionais. Ainda neste aspecto devemos destacar o papel da feira de Campina Grande com a ocupação de vários cordelistas, cantadores e repentistas, como Dedé da Mulatinha, advindos de várias cidades do Nordeste e os prestigiados festivais de violeiros e cantorias ocorridos a partir principalmente dos anos 70, ocorridos no Teatro Municipal Severino Cabral. Como o espaço é pequeno neste artigo, muitos nomes foram omitidos, principalmente os mais contemporâneos, mas não posso esquecer de destacar nesta conclusão o papel de Campina Grande nas pesquisas sobre a literatura de cordel, graças ao Acervo Átila Almeida (o segundo maior do mundo) e do Museu de Arte Popular da Paraíba, conhecido como Museu dos Três Pandeiros, com espaço garantido para o cordel em uma de suas alas.
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O “cadin” de amor que rende tanto, esse de
Ciço por Luzia
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Por Johniere Alves Ribeiro
“U
m amor puro/Não sabe a força que tem/Meu amor, eu juro/Ser teu e de mais ninguém [...]” - se Ciço de Luzia fosse uma telenovela ou um filme-, estes versos cantados por Djavan poderiam torna-se a trilha sonora perfeita para embalar o amor dos personagens deste livro de Efigênio Moura, lançado em 2013, pela editora da UEPB, com selo Latus. Ciço de Luzia surge no seio de uma geração intercambiada pelos mais variados tipos de mídias, sufocada e naufragada no mundo virtual, que se mostra sedutor e que retém boa parte do nosso tempo. Fazendo-nos acreditar que o mesmo passa rapidamente, promovendo, dessa forma, relações sociais cada vez mais “líquidas”, principalmente no campo da afetividade. Aspectos radiografados pelo sociólogo polonês Zygmund Bauman em suas teorias, que tentam cartografar “a misteriosa fragilidade dos vínculos humanos, o sentimento de insegurança que ela inspira e os desejos conflitantes. É na contramão desse contexto high tech e de afinidades fragilizadas, que a escrita de Efigênio Moura vem sendo forjada. Tanto que desde Eita Gota, uma viagem paraibana – que apresenta uma verdadeira odisseia enfrentada por Dona Neves e seu neto para pagar uma promessa. O autor monteirense, neste seu primeiro livro, recheia sua narrativa com a fé, somado ao ar quente e seco do nosso Cariri paraibano. Ofertando ao seu texto o retrato de um quadro com tintas em alto-relevo da vida sofrida e simples do povo daquela região. Contudo, o autor não deixa o bom humor de lado, mostrando que mesmo em condições precárias, contra tudo e contra todos, ainda há espaço para alegria e esperança no dia a dia do “caririzeiro”. No romance Ciço de Luzia somos apresentados, por meio de uma narrativa linear e sem muito “floreios”, a um sentimento puro, incondicional e reciproco entre Ciço e Luzia, que mesmo brotando em um ambiente de alta aridez, este se torna fértil para tão grande amor. Amor que não quer nada em troca. Amor que não se configura como uma busca pelo outro por pavor à solidão, mas que mantêm este outro a uma distância que permita o exercício da liberdade. A relação entre estes personagens de Efigênio Moura não é oscilante “entre sonho e o pesadelo” e que não “há como determinar quando um se transforma no outro” como afirma Bauman. Assim, os dois se transformam em um, de modo natural, como natural é o sentimento dos dois. A história de Ciço e Luzia se passa por volta dos anos de 1970, na Fazenda Macaxeira, onde nosso personagem central trabalhava, nas terras pertencentes a Zé Vando, pai de sua amada. Localizava-se
entre as regiões de Monteiro, Zabelê e Camalaú, no Cariri da Paraíba. Muito longe, portanto, da tecnologia de ponta e do acesso ao mundo das redes sociais de hoje. Por isso, Efigênio fez questão de usar a variante linguística predominante naquela época e relacionada à região. Caririzeiro que é, consegue utilizar a linguagem do seu povo – que ele mesmo denomina de “matutês”- sem cometer o erro de cair no preconceito linguístico, tão reiterado pela grande mídia, quando nos apresenta personagens nordestinos. Durante a leitura teremos contato com este código linguístico peculiar. Ao passo que a descrição vai se aprofundando, salta-nos aos olhos palavras e expressões como: “ Nas noites que não luava”; “istatalá”; “bardiá”; “veraineiz”; “fubica”; “ Galego dága doce”, dentre outras que só o glossário, após cada capítulo, nos ajuda a compreender o que cada vocábulo deste quer dizer. Estes elementos linguísticos, do romance Ciço de Luzia, nos ajuda a ter um pouco de contato com a cultura de algumas localidades nordestinas e entender como se dá as relações sociais e econômicas no interior desta região. Estes aspectos somados à descrição do ambiente onde se passa a história oferta ao romance em questão um tom “regionalista”. Além deste caráter regionalista da linguagem, algumas personagens vão ajudando a compor a cor local no interior do romance, principalmente pela a função pragmática que cada um desempenha na fazenda ou no contexto da obra de um modo geral. Nesse sentido, são marcantes figuras como: o galego Galdino vaqueiro, pai de Tôco, Pitôco e Cotôco, tinha como esposa Ana Clara (um das poucas personagens com nome urbano); Dona Jesuína, vó e conselheira de Luzia, incentiva o namoro da garota com Ciço; o dono da Veraneio que conduz Luzia, pela primeira vez, para a praia; o poeta popular Marco Aurélio... A lista é grande. Mas, sem dúvida, uma personagem que nos chama atenção é a “cachorra” Sabida, ela acabou se tornando mais do que um animal de estimação, tornou-se sua confidente: “Sabida sabia de um monte de coisas de Ciço, sabia ele tava alegre quando assoviava Farelin de Nada” (MOURA, p.85). Sabida lembra outro animal famoso em nossa literatura: Baleia, do livro Vidas Secas de Graciliano Ramos. Talvez, diante do “Mundo da Literatura”, esta bela história contada por Efigênio Moura, seja apenas um “cadin só de amor”, mas que rende bastante em cada um daquele que lê-la. E, que se cuidem: Bentinho e Capitu, Fenando Seixas e Aurélia Camargo, como também outros dos principais pares da literatura brasileira e mundial, pois eis que surge esse novo grande amor solidificado na aridez do Cariri paraibano e que propositalmente foge da “liquidez” das relações contemporânea. Agora é só ler e conferir Ciço de Luzia. www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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ARTES EM MOVIMENTO | SENSIBILIDADE CRテ年ICA
AGORA QUE SOU ANJO 60
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A
gora que sou anjo, converso com Deus. Nada tenho além dos céus, e as constelações são meus brinquedos. Minha língua, nestes dias, contém todos os dialetos. Eu nem falo e todos me entendem. Minhas asas são diáfanas e puras, muito embora eu tenha o dom de voar sem elas. Para os verdadeiros anjos, asas são adereços. Tirem as asas de um anjo qualquer que ele surpreendentemente continuará voando. No entanto, sem a mesma graça, é certo. Por este motivo, não perderá o posto, mas a leveza. Eu agora sou assim. Agora que sou anjo vejo muitas vezes Jesus menino passear pelos jardins dos céus. De tudo Ele sabe, mesmo pequenininho. Por diversas vezes, o coloco em meus braços e conto-lhe histórias de Trancoso. Ele sorri, imitando meu riso, em sendo Deus, agora que sou anjo. Agora que sou anjo, o meu mundo é parecido com um parque de diversão. É a verdade sob o manto da fantasia. E a magia do mundo é o olhar do anjo que eu sou, agora que sou anjo. Neste tempo, não há pássaros, pois pássaros são anjos engaiolados. A gaiola dos anjos é do tamanho do coração de Deus. É tão largo e longo que não se pode medir. É que em todo coração de Deus há outro coração, e assim... Anjos desconhecem ano-luz. São bem mais velozes. Asas são enfeites. Voar é desconhecer
rotas. O amor é o voo; o desejo, as asas. Os anjos são o sublime viveiro de Deus. Quando um anjo canta, Deus sorri. Quando matam um pássaro, as gaiolas sofrem, porque morrem com ele igualmente. Matar um alado qualquer é o mesmo que permitir-lhe a liberdade eterna. Anjos e pássaros não morrem, demonstram apenas a insignificância das prisões, e, ao conquistarem a verdadeira liberdade, tornam todas as gaiolas obsoletas. Agora que sou anjo entendo que o homem por essência é divisão. Isto é bom. Isto é ruim. Bom, porque acossa todo ser ao crescimento; ruim, porque impõe ao homem o nanismo. Mas o homem, malgrado toda desgraça, está fadado à grandeza. Agora que sou anjo eu observo, do alto, as construções humanas. Vejo foguetes ansiando céus; vejo torres ansiando a mesma coisa. A dicotomia é a divisão supracitada. Todos querem as alturas, no entanto utilizando meios díspares. Até a compleição de ambos – torre e foguete – desejam o mesmo. Assim, a ciência usa o foguete para acertar a mosca do Cosmo; já os espiritualistas, por meio da fé, usam a torre para o mesmo desiderato. Derrubem foguetes e torres, porque independentemente deles haveremos todos de nos encontrar no mesmo canto. Agora que sou anjo. Jesus cresceu ouvindo silenciosamente estes exemplos. Um deles em especial: cruz é gaiola.
Um homem atemporal Crônica anunciada. A Revista Conviver conta, desde a sua primeira edição, com a colaboração do Professor, escritor e jornalista Mica Guimarães em uma de suas seções, denominada Artes em Movimento na coluna Sensibilidade Crônica. Na edição número 18 da Revista Conviver, Mica Guimarães nos presenteou com sua última crônica publicada neste periódico. Suas palavras originalmente falavam em outro tempo verbal, assim como ele sempre se mostrou: um homem atemporal. E hoje, para homenageá-lo, pedimos sua silenciosa autorização e adaptamos seu texto para o presente, assim como ele nos foi durante todas essas edições de Conviver.
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CIDADE - COLUNA URBI CAMPINENSE
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“Canaã de leais forasteiros’’ Por George Gomes
O
ano de 1964 foi marcado pelas festividades em comemoração ao centenário de Campina Grande, embora a programação tivesse começado desde 1961. Durante o mencionado período, além de ter havido muitos eventos paralelos para a “espetacularização” do Centenário, várias obras sociais e culturais foram realizadas através das políticas públicas, tais como: as inaugurações de colégios, postos de atendimento ao público, calçamentos de algumas ruas de Campina Grande, além de festivais culturais, como teatro, danças, desfiles cívicos, entre outras. Em meio a tantas obras efetuadas pelo Poder Público, houve a edificação de um conjunto monumental constituído de três grandes estátuas, tais que representassem as raças ou povos formadores da “urbe campinense”. As três estátuas representam três personagens fundadores da cidade, assim compreendidos: a colhedeira do algodão representa o momento algodoeiro de Campina Grande, principalmente até a metade do séc. XX; o tropeiro, como sendo aquele que veio de longínquas terras que negocia e contribui para o fortalecimento e expansão do comércio campinense; e o índio, que catequizado, tornou-se civilizado. Contar Campina Grande é também
cantar seus becos, praças, ruas e avenidas, é ao mesmo tempo silenciar suas angústias e decepções, é fazer pose de mocinha mimosa, é a sua memória estar presente na poética daqueles que de longínquas terras chegaram e se agarraram ao firme torrão, tais quais: o cearense Fernando Silveira que saiu de Fortaleza para morar em Campina Grande e escreveu o hino de declaração de amor à terra que se tornou sua, que se transformou no hino oficial da cidade pelo músico Antônio Guimarães que saiu da cidade de Penedo/AL para cantar Campina Grande, para declarar o seu amor que Campina era a “Canaã de Leais Forasteiros’’. Campina Grande decantada pelo guarabirense, Ronaldo Cunha Lima. Seus bairros são decantados através da mais variadas poesias, na maioria das vezes pelos “leais forasteiros”. “Eu fui feliz lá no Bodocongó, no meu barquinho de um remo só’’, escrita pelo cearense da cidade de Iguatu, Humberto Teixeira e pelo compositor Cícero Nunes, natural do Rio de Janeiro. “Bodó, Bodó, Bodó, Bodó-congó, no meu barquinho de um remo só” expressa o sentimento de saudade, da angústia de viver tão longe da Campina que se tornou sua. Bodoncongó interpretada pela conceiçãoense Elba Ramalho, também pelo pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga, e pelo alagoagrandense (paraibano) Jackson do Pandeiro. Campina de tantos poetas! Os poetas que decantam, e os poetas que encantam! www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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NOSSO SABOR
SAÚDE DOBRADA
Sucesso há mais de 500 anos: "Faz-se por aqui umas broas chamadas beijus tão alvas e saborosas que superam e muito o pão desse reino" (Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal). 64
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Por Marcela Barros
C
om a difusão da nutrição nas mídias, alguns alimentos ganharam status de celebridade, mas nem sempre sabemos, realmente, os seus benefícios para a nossa saúde. A atual “queridinha” das dietas é a tapioca, produto legitimamente nordestino. Estudos históricos apontam que ela originou-se na capitania de Pernambuco e os colonizadores utilizavam-na como substituta do pão e em seguida ela se tornou a base para a alimentação dos escravos. A Tapioca é uma iguaria que hoje, tradicionalmente, está inserida na cultura alimentar do povo nortista e nordestino, uma riqueza gastronômica da nossa terra, feita com a goma da mandioca, que ao ser colocada em uma chapa quente, coagula formando uma espécie de beiju ou panqueca. A mandioca é uma excelente fonte de energia pois é constituída basicamente de amido. Também possui vitaminas B e C e sais minerais como ferro, fósforo e cálcio. Seus recheios variam e os mais tradicionais são manteiga, queijo coalho e coco. Por ser um alimento livre de glúten pode ser saboreada por portadores de doença celíaca além de ter se tornado uma boa aliada às dietas para perda de peso e para os praticantes de atividade física. Veja a seguir o que encontramos na tapioca!
Tem índice glicêmico alto (aproximadamente 115) e está diretamente relacionado com a glicemia, que é o nível de açúcar circulante no sangue. Ou seja, a velocidade com que o açúcar presente passa para a corrente sanguínea é alta, aumentando a concentração de açúcar no sangue e estimulando uma maior liberação de insulina pelo pâncreas, pois o corpo tenta equilibrar os níveis de açúcar, e, por isso, pode ser perigosa para diabéticos, mas benéfica para a prática de atividade física intensa. Para retardar essa entrada rápida de glicose no sangue podemos recheá-la com alimentos ricos em proteínas (frango, atum) e fibras (vegetais, de preferência crus). Para tornar nossa preciosidade nordestina ainda mais benéfica para a saúde podemos incluir em seu preparo alimentos funcionais ricos em fibras como as sementes de chia e de linhaça dourada. Para fazer a tapioca com sementes de chia e/ou linhaça, adicione uma colher de sopa do grão à quantidade de farinha da goma de tapioca utilizada como de costume para preparar o alimento. Distribua pela frigideira já aquecida e aguarde até que os grãos e a farinha se unam. É importante frisar que uma alimentação saudável deve ser diversificada em relação à escolha dos alimentos e que equilíbrio e bom senso sempre trarão resultados positivos. Por isso antes de aderir à qualquer dieta da moda verifique se tem todos os nutrientes que você precisa, sem esquecer de valorizar as nossas riquezas.
Valor energético de 68Kcal (3% do recomendado diariamente pela FDA numa dieta de 2.000 Kcal) 0g de gordura 63,6g de carboidratos (21,2%) 1g de fibra alimentar 3g açúcar fibra alimentar (0%) 30mg de cálcio (3%) 3mg de magnésio (1,3%) 2mg de sódio (0%) 1,6mg de ferro (9%) www.cgunimed.com.br // Revista Conviver
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CONVIVA! / eventos POR UM MELHOR ATENDIMENTO
A Unimed Campina Grande, reconhecendo a missão daqueles que diariamente cooperam para facilitar o nosso dia a dia, realizou no dia 26/09/2015 o Encontro de Secretárias e Atendentes de Médicos Cooperados e Serviços Credenciados no espaço Quinta da Colina Maison. Mais de 600 profissionais do atendimento deram o tom participativo durante o encontro. Com o tema “Conexões”, secretárias e atendentes de Clínicas, Hospitais, Consultórios e Laboratórios, numa manhã de integração, puderam refletir sobre do uso adequado das tecnologias e redes sociais como ferramentas para o aprimoramento na arte de atender bem o cliente Unimed. Através de palestras, debates e muita interatividade todos os participantes analisaram de forma dinâmica os limites entre o real e o virtual e o quanto isso conta para fidelizar o nosso cliente, na hora da verdade, no momento do atendimento. “Somos nós da Unimed representados em cada secretária ou atendente. Estes profissionais são uma extensão da nossa filosofia de trabalho”, afirmou Dr. Francisco Vieira de Oliveira, presidente da Unimed.
VALORIZAR A HISTÓRIA DO IDOSO
Valorizar a história do idoso preservando-a com cuidado. Esta é linha que permeou os dois dias de encontro entre cuidadores de idosos frágeis, ocorrido no Hotel Village, numa promoção da Unimed Campina Grande através do Programa Viver Bem. Em sua sexta versão, o Encontro de Cuidadores de Idosos Unimed contou com cerca de 200 participantes. O evento trouxe temas como o resgate da autonomia, a fragilidade do idoso e do cuidador, e a preservação de uma história como elemento de soma na terapêutica do cuidar. Geriatras, Terapeutas Ocupacionais, Educadores Físicos e Psiquiatras, abordaram de forma interdisciplinar o cuidado com o idoso frágil com vista à melhoria da sua qualidade de vida.
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AGORA SOMOS 630
No dia 25/11/2015 a Medicina campinense ampliou os seus caminhos. Ao celebrar seus 44 anos, a Unimed Campina Grande renovou a força do Cooperativismo Médico ampliando seu número de cooperados. São novos médicos a somar no leque de opções junto a uma clientela crescente em um setor sempre dinâmico, onde o padrão de exigência se eleva a cada dia. “Se o setor da saúde suplementar está em constante mudança, nosso papel é evoluir com ele buscando ainda mais excelência nos serviços os quais prestamos”, destaca Dr. Francisco de Oliveira, presidente da Unimed Campina Grande. Na prática a ampliação do número de cooperados (que agora ultrapassa 630 médicos), minimiza a possibilidade do tempo de espera para marcação de consulta. O cliente e a cidade ganham em opções e qualidade na dinâmica de atender bem. “Quem ganha é a saúde em Campina Grande com os novos cooperados que vêm somar forças com quem já faz parte da história da Unimed, beneficiando toda uma comunidade que deposita em nós a confiança que faz desta cidade um polo de referência em atendimento” afirma a Endocrinologista, Dra. Aline Guerra, recém-chegada à Unimed Campina Grande.
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