Colégio Marista Paranaense - Em Familia 04

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Aulas para a vida. Valores para sempre.


Primeira Impressão

A oração do

amigo

Recentemente encontrei em uma oração a seguinte prece: “Senhor, faça com que eu partilhe a vida com meus amigos. Que eu seja tudo para cada um deles. Que a todos dê minha amizade, minha compreensão, meu carinho, minha simpatia, minha alegria, minha solidariedade, minha atenção, minha lealdade. Que eu os aceite e os ame como são. Que eu seja um refúgio poderoso e um amigo fiel. Faça com que permaneçamos unidos, pela nossa eternidade. Que essa amizade floresça sempre como um belo jardim, para que nós possamos nos lembrar com gratidão. Que sejamos todos cúmplices de bons e maus momentos. Que eu possa estar presente sempre que precisarem, mesmo que seja só para dizer: “Oi, tudo bem com você?” Senhor! Eu peço que continue a nos guiar, amparar e proteger.” Esta edição de nossa revista Em Família é dedicada a um dos sentimentos que mais marcam a vida das pessoas. Um sentimento que as tornam cúmplices, que as apoiam em seus mais variados desafios e que faz delas seres humanos na sua essência: a amizade. A este, podemos relacionar ainda outros valores: fraternidade, justiça, solidariedade, empatia, etc. Percebe-se hoje em nossa sociedade, onde a mudança é uma constante, a retomada destes princípios que acompanham a humanidade de longa data e que, por vezes, são colocados em segundo plano. Grandes empresas passam a constituir departamentos voltados a questões éticas deixando claro para toda a organização que tais valores são essenciais até mesmo entre instituições que visam somente ao lucro. Deixam clara a importância que o ser humano tem para suas instituições. Valorizar o ser humano em todas as suas dimensões é o que se busca hoje. Este foi o desejo do Padre Champagnat quando

iniciou seu projeto de construir uma instituição voltada à educação de crianças particularmente necessitadas. Iniciou assim a Instituição Marista. Para ele, ser marista é comprometer-se com virtudes e valores que transcendem a lógica utilitarista, ou seja, ultrapassam a concepção de que o ato de fazer as coisas é guiado pelas vantagens obtidas. Os valores maristas lembram que educar é estar presente, é amar tudo o que se faz, é realizar as ações com um espírito que nos lembra a nossa própria família, de forma simples e transparente. A oração que a criança faz a Deus traz à nossa reflexão valores fundamentais e que, como Colégio Marista, se busca transmitir a todos os seus alunos. Isso é diferencial: valorizar as pessoas que tornam possíveis seus objetivos. O professor que prepara bem suas atividades, o colega que anseia por acompanhá-lo na saída da sala de aula, o zelador que não mede esforços para deixar o ambiente adequado para a aprendizagem, o diretor que faz de tudo para estar presente nas atividades educacionais de sua escola, o pai e a mãe que não medem esforços para exigir de seus filhos e de toda a sociedade condições que possibilitem o melhor para seu aprendizado. Estas são as atitudes de educadores e educandos que dão e recebem uma educação de qualidade. Ser amigo é isso, buscar, em tudo o que se faz, o bem daquele que está ao nosso lado. Algo que não se consegue compreender, apenas admirar, pois surge do coração humano que está verdadeiramente conectado a um Alguém maior que só quer o nosso bem.

No alto, detalhe da ilustração da artista Nina Pandolfo/Muro do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

Ir. Paulinho Vogel Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios


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Giro

Amigos de fé e de

ação

PJM é momento de se voltar para a espiritualidade e para o protagonismo juvenil Nos últimos anos, um movimento tem unido os jovens do Instituto Marista em torno da espiritualidade cristã e do desejo de viver a fé do “jeito de Maria”. É a Pastoral Juvenil Marista (PJM), que acolhe alunos a partir dos 9 anos em um processo de formação que prevê atuação fundamental no protagonismo juvenil e intervenção na sociedade. Com seus encontros animados e seus debates mais que atuais a PJM é uma proposta educativo-evangelizadora que busca, em parceria com os próprios jovens, dar respostas autênticas e consistentes aos anseios e necessidades fundamentais da evangelização das juventudes. As etapas de formação A PJM está organizada de forma que dialogue com os processos pelos quais os próprios adolescentes e jovens passam de acordo com as faixas etárias em que estão. Os cinco momentos (conheça cada um deles no quadro ao lado) são um espaço de tempo considerado ideal para o desenvolvimento do processo de formação integral proposta especificamente para cada faixa etária. “É um tempo propício para a descoberta da identidade pessoal e de grupo e para a vivência de experiência da fé, da personalidade, da afetividade, da solidariedade, destaca o documento Caminho da Educação e Amadurecimento na Fé – Mística da Pastoral Juvenil marista. Ainda que seja necessário dividir, didaticamente, estes momentos, vale destacar que eles são dinâmicos e em todos há uma interrelação. Experiências Formativas O convite para participar da PJM é feito a todos os jovens. Durante o tempo de

participação nos grupos, os adolescentes e jovens engajados têm a oportunidade de participar de algumas experiências de formação. Na Província Marista do Brasil Centro-Sul, são organizados em âmbito regional ou microrregional eventos como Desafio juvenil Marista (DJM), que visa ao despertar para o protagonismo juvenil, à vivência dos valores de Amizade e Partilha e ao aprofundamento e ao conhecimento de si e do outro através dos desafios propostos. O Curso de Lideranças Maristas (CLIMA) é uma das atividades realizadas com os jovens para que possam aprofundar e assumir o ministério da liderança nos diferentes espaços dos quais participam. Há também a Missão Solidária Marista (MSM), uma semana dedicada à realização de atividades educativas e gestos concretos de caráter educativo e espiritual, objetivando desenvolver em todos os participantes senso de solidariedade, por meio da imersão em uma determinada comunidade. E para proporcionar momentos de reflexão e vivência, pessoal e comunitária, para o aprofundamento sobre as relações, potencialidades e limites, a PJM promove o Retiro de Projeto de Vida (RPV). Congresso Para celebrar os os cinco anos de caminhada nacional, a União Marista do Brasil realiza no Colégio Marista Santa Maria, em janeiro do próximo ano, o 1º Congresso Nacional da PJM. O evento possibilitará aos jovens participantes a convivência intercultural, a partilha das experiências formativas, a discussão de temas juvenis e a proposição de ações de protagonismo juvenil.

As fases na PJM Pastoral tem cinco momentos especiais, divididos por faixa etária

1º Momento: Descoberta do caminho comunitário 9 a12 anos (aproximadamente)

2º Momento: Descoberta do grupo 13 a 14 anos (aproximadamente)

3º Momento: Descoberta da Comunidade Ensino Médio

4º Momento: Descoberta da questão social acima de 18 anos

5º Momento: despertar da vocação e o amadurecimento do projeto de vida. (Acima de 18 anos, ex-alunos)


Uma nova juventude As Diretrizes Nacionais da Pastoral Juvenil Marista diz: “Ao contemplar os horizontes da Pastoral Juvenil Marista sonhamos com uma juventude solidária, protagonista, com valores evangélicos, comprometida com a cidadania e com o conhecimento científico, inserida na realidade, portadora de esperança e transformadora da sociedade”. (DNPJM, 368 – pag. 137)


6 Destaques das edições locais da revista Em Família nos 15 colégios da Província Marista do Brasil Centro-Sul

• ARQUI

Colégio Marista Arquidiocesano (SP) realizou em setembro a 24ª edição da OLIARQUI, o maior evento esportivo realizado entre colégios de São Paulo. Alunos de mais de 49 colégios estiveram presentes.

• MARISTINHA Por toda admiração que sentiam pelo fundador do Instituto Marista, a família Boaventura colocou em um de seus filhos o nome de Marcelino Champagnat. Para conhecer a história desta família, conversamos com o próprio Marcelino Champagnat, que hoje é pai marista.

• MARISTÃO Com o Projeto de Estudos

• MARINGÁ Alunos do Marista de Maringá participam da discussão de políticas públicas para as crianças e os adolescentes de Maringá e Região.

• PARANAENSE Leandro e Juliana viram suas tarefas diárias quadriplicarem do dia para a noite quando descobriram que quadrigêmeos estariam por vir. Hoje Luísa, Otávio, Ricardo e Leonardo estudam no Infantil 3 do Marista Paranaense (Curitiba-PR).

• PIO XII Para os alunos do Infantil do Marista PIO XII (Ponta Grossa-PR), cozinha experimental é coisa séria.

Cooperativos e Solidários (ECS), alunos do Maristão (Brasília-DF) compartilham o saber em grupos de estudos mais que especiais. Em resumo: alunos com melhores notas apoiam os quem tem mais dificuldades.

• CASCAVEL Está comprovado: definir metas e estratégias aumentam o rendimento escolar. Por isso, o Marista de Cascavel (PR) propôs o “Plano Estratégico do Aluno”, com o objetivo de desenvolver a autonomia e otimizar os estudos. • CRICIUMA No Marista de Criciúma, projeto trabalha superação do racismo com as crianças do Infantil.

• FREI ROGÉRIO Marista Frei Rogério (Joaçaba-SC) aposta na educação ambiental como a principal forma de salvar o planeta.

• GLORIA Bons resultados escolares legitimam programa de bolsa de estudos entre o Colégio Marista Glória e escolas públicas.

• LONDRINA Alunos do Marista de Londrina arrecadaram mais de 45 toneladas de alimentos e roupas com a 27ª Gincana Champagnat.

• RIBEIRÃO Equipe da Biblioteca Marista de Ribeirão Preto orienta sobre a importância do hábito da leitura.

• SANTA MARIA Ampliado do Marista Santa Maria (Curitiba-PR) é espaço para proposta pedagógica de vanguarda.

• SÃO FRANCISCO Ex-alunos e professores falam sobre os 50 anos de educação e desenvolvimento do Colégio Marista São Francisco (Chapecó-SC).

• SÃO LUIS Colégio Marista São Luis (Jaraguá do Sul) incentiva pesquisa desde a Educação Infantil.



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Sala de Visitas


Os gêmeOs A arte urbana dos irmãos que cresceram no bairro Cambuci conquista espaço e admiradores Mara Cavalcante Quem anda pelo Cambuci, em São Paulo, já deve estar acostumado com os grafites pelos os muros e vielas. O que muitos não sabem, é que o bairro já acolheu grandes pintores como Alfredo Volpi. Outra importante revelação artística do bairro são os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, internacionalmente conhecidos como Os Gêmeos. Os trabalhos da dupla mais famosa do grafite nacional estão presentes em diferentes cidades dos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba, entre outros países. Os temas vão de retratos de família à crítica social e política e são presença constante em galerias estrangeiras como na fachada da famosa Tate Modern, em Londres, e no Castelo de Kelburn, na Escócia. Em 2007, O Colégio Marista Glória teve o muro da Rua Lavapés grafitado por eles. Foi um presente para o Colégio e para o bairro. O muro recebeu, ainda, as assinaturas de Nina Pandolfo, que recorre a temas infantis e femininos e de Nunca, outro artista que também está na Tate Modern. Os Gêmeos, que são tios da aluna marista Mariana Alves, conversaram com a Revista Em Família e falaram um pouco sobre arte e reconhecimento.

MSN... coisas do tipo, ainda mais com a cidade cada vez mais violenta”. Inspiração “Buscamos inspiração nos sonhos, na vida, nas pessoas e acontecimentos, momentos, nos problemas sociais, nas dificuldades, no cotidiano, no amor, na amizade, na família, em Deus e suas criações, na natureza, na música, na mente brilhante das pessoas que acreditam e fazem da arte seu instrumento musical colocando um pouquinho de vida e sonho nos olhos daqueles que ainda estão ‘cegos’ ou que não querem ver”.

Arte de rua nas galerias “Iniciamos nas ruas, pintando em lugares abandonados deteriorados, sem vida, sujos, vias e avenidas onde as pessoas passam sem se perceber, sem pretensão de expor nosso trabalho em uma galeria. Tudo foi acontecendo naturalmente na nossa vida com a simples preparação de Deus (sempre acreditamos em Deus e em nosso trabalho). Só queríamos pintar e mais nada; não tínhamos noção da grandeza, da força que a rua tem, que isso um dia fosse nos levar a conhecer o mundo todo através de nossa arte, que fôssemos expor e vender um trabalho no melhor museu do mundo. Hoje somos realizados e felizes de poder viver da nossa arte, coisa que não era nada fácil naquela época , de ter uma família maO início “Em 1986, no Bairro do Cambuci, a cultura ravilhosa que sempre nos deu força e acreditando Hip Hop era muito forte. Éramos pequenos e ví- em nosso trabalho.” amos os caras mais velhos dançando “break” na frente da nossa casa e fazendo grafite. Já desenhá- Quem se identifica com o grafite... “Pessoas que sentem vontade de transformar, vamos e foi fácil apaixonar por este movimento. A cultura Hip Hop era um movimento em alta nos de dizer algo que jamais foi dito, de questionar, anos 80 e muitos se tornaram adeptos, forman- reivindicar. Há aquele também que, quando está do assim o “Fantastic break” do bairro. Na época, dirigindo, ao invés de olhar para o trânsito olha vivíamos brincando na rua, inventando, improvi- para as paredes”. sando com pouco e isso fez com que despertásMara Cavalcante é Assistente de Marketing semos também o lado criativo. Hoje já não se vê do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória isso; os jovens estão nos computadores, Ipods,


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Intervalo

Um novo olhar

Mudanças no ENEM apontam para um novo tempo na educação. Mas é apenas o começo.

O Novo ENEM é mais uma etapa no sentido de deixar para trás o vestibular tradicional. De acordo com o Ministro da Educação, Fernando Hadad, “o novo exame será uma prova que combina as virtudes do Enem com as virtudes do vestibular criando um novo conceito”. Para Isabel C. Michelan Azevedo, da Diretoria Executiva da Rede de Colégios Maristas, a mudança na avaliação é um bom começo, mas para que tenhamos alunos e profissionais melhores “é preciso mudar a concepção de ensinoaprendizagem que sustenta as práticas pedagógicas tanto das escolas quanto das faculdades e universidades”. Quais são as características da Educação Marista que permitem dizer que os colégios da Rede estavam no caminho certo? Marcelino Champagnat, fundador do Instituto Marista, há quase 200 anos, considerava que a educação cumpre o papel de transformar as pessoas, de possibilitar experiências pessoais que serão importantes por toda a vida, por isso afirmava ter o objetivo de “formar bons cristãos e virtuosos cidadãos”. Durante todo esse tempo, Irmãos e Leigos vêm se esforçando por concretizar esse ideal, por meio de ações educativas de qualidade, marcadas pela responsabilidade de garantir a formação integral de crianças e jovens e voltadas para o desenvolvimento de cada um como agente de transformação social (MEM – Missão Educativa Marista, documento oficial do Instituto, 2000, p. 39). A proposta de um Enem menos preocupado com a memorização de conteúdos e mais direcionado à mobilização de conhecimentos para resolver situações-problema e/ou para entender a diversidade existente nas relações hu-

manas e sociais, visando ao desenvolvimento de competências, é algo que combina perfeitamente com os objetivos educacionais maristas. Como tem sido a atuação da Rede de Colégios com relação às mudanças? O esforço, desde a criação do ENEM, tem sido o de garantir bons resultados dos alunos como consequência de um trabalho pedagógico de excelência, por isso os alunos não são selecionados para participar do exame, pelo contrário todos são incentivados a realizarem a prova objetiva e a redação, e os alunos não são “treinados” para o teste, como sabemos que acontece em vários outros colégios. O novo modelo contribui para tornar a passagem da educação básica para a educação superior menos traumática e estressante para o aluno? Se durante todo EM o trabalho for realizado no sentido de desenvolver competências e habilidades e os cursos de graduação tiverem como preocupação, desde os módulos básicos, a formação dos alunos para enfrentarem os desafios da sociedade contemporânea, poderemos afirmar que o processo seletivo constituído pelo novo Enem diminuiria a transição da educação básica para a educação superior. Com isso quero dizer que não basta mudar um único exame, é preciso mudar a concepção de ensino-aprendizagem que sustenta as práticas pedagógicas tanto das escolas quanto das faculdades e universidades, para que possamos entender os níveis de ensino dentro de uma progressão que favoreça o desenvolvimento das pessoas.

A proposta de um Enem menos preocupado com a memorização de conteúdos e mais direcionado ao desenvolvimento de competências é algo que combina perfeitamente com os objetivos educacionais maristas.


PARANAENSE

A escola com que sonhamos Construção do conhecimento Mostra científica Inclusão digital Quatro vezes mais Para vencer desafios Galeria De cinema Top 5 Lá fora Discípulo do mestre


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Diário

A escola com que

sonhamos Elemar Menegati, Diretor Geral

Prédios, arquitetura, salas, quadros, parques, campos esportivos constituem apenas o cenário, ao passo que a Escola é composta essencialmente por pessoas: estudantes, professores, funcionários; todos são importantes e operosos; todos ensinam e todos aprendem, em recíproco serviço e dedicação. Nossa época idolatra mais o ter e o fazer do que o ser e o agir ético da solidariedade. No espaço privilegiado familiar e, mais espaçoso, no espaço escolar, a criança aprende a conviver com as diferenças, com os direitos de outrem; descobre a riqueza e diversidade que existem além do seu mundo. Isso requer ambiente afetivo e disciplinado, sentimentos de bem-estar e orgulho pela sua escola, abertura e respeito para com os modos de viver, aprender e se relacionar com os seus pares. “Pesquisas revelam que os estudantes querem escolas que demonstrem ordem, disciplina e que possuam material variado e recursos de mídia. Desejam espaço limpo, amplo, esteticamente agradável e fisicamente confortável.” (SERGIOVANNI, 1994). Neste contexto desafiador, buscamos a solidez institucional, com base em gestão responsável que assegure a sustentabilidade do projeto educacional de formar bons cristãos e virtuosos cidadãos. A responsabilidade de educar e incutir princípios e valores, como respeito ao próximo, ética, cidadania, solidariedade, respeito ao meio ambiente e auto-estima nos filhos, sem dúvida, é da família; porém, a escola cumpre importante papel na confirmação e complementação deste processo, programa e plataforma. Alertamos para o valor e missão de estarmos atentos àquilo que os filhos sinalizam, observar alterações de comportamento, carências e características individuais, mediante diálogo e intensa convivência familiar. Isto nos possibilita conhecer melhor este nosso caro ser em formação. Filhos e estudantes necessitam de tal interferência na construção de ideais e na busca de sentido para suas vidas. Assim, Escola e Família compartilham responsabilidades: teremos filhos e alunos saudáveis, de princípios sólidos, bem relacionados e competentes nas suas responsabilidades acadêmicas e familiares. Os artigos apresentados nesta edição da revista Em Família retratam diferenciais, ações e projetos que potenciam os ideais da Educação Marista. Folgamos em partilhar com os senhores a educação das crianças e jovens, porque estes, no paciente e cotidiano aprender e no aprender a aprender, vão construindo e forjando o seu venturoso amanhã profissional e familiar para o tempo e para a eternidade.

Escola e Família compartilham responsabilidades: teremos filhos e alunos saudáveis, de princípios sólidos, bem relacionados e competentes nas suas responsabilidades acadêmicas e familiares.



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Educação

Construção do

conhecimento Mundo das técnicas e das ciências se torna atraente e dispõe de enorme potencial de desenvolvimento e aplicações práticas.

Neiva Beatriz Marinho Pinel

“O mundo não foi feito de respostas, mas sim de perguntas.” Esse slogan publicitário é realmente muito verdadeiro. A História vem acontecendo ao longo do tempo a partir de resultados, derrotas e fracassos, tentativas, iniciativas, avanço do homem em atender às suas necessidades: entre elas, a de conhecer as coisas. Essa atividade intelectual de conhecer as coisas, ou seja, questionar, analisar, observar, pesquisar com uma inquietude permanente, trouxe para nós tanto conhecimento que nos obrigou a organizá-los, motivo pelo qual estão subdivididos em diferentes Ciências. As áreas científicas, por sua vez, estão sempre em processo, justamente porque ideias, conceitos e conteúdos não param de aparecer, pois ainda há inúmeras questões que ainda precisam ser respondidas, assim como perguntadas. Vamos continuar avançando, aprendendo, redefinindo. E para que tanto conhecimento? O homem utiliza-se das informações para atender suas necessidades, sejam elas de ordem biológica, social ou transcendental e para modificar os ambientes em que está inserto, a fim de satisfazê-lo. Quando pensamos, pautados por esse parâmetro, na educação, como possibilidade de formar indivíduos com potencial para aprender e mudar o mundo que nos cerca, entendemos que é na escola que se deverá desenvolver a competência para ser crítico e reflexivo o suficiente para transformar a sociedade em benefício da espécie. Mas como fazer isso? Feira do Conhecimento Por meio deste projeto, a escola torna conhecidas as informações e os conhe-


Mostra cimentos pesquisados. É importante porque as ciências fazem parte da formação do cidadão culto e este trabalho não se limita à coletânea de experimentos, de dados e de informações, mas compreende também reflexões importantes sobre as várias problemáticas existentes no planeta. O mundo das técnicas e das ciências se torna atraente e dispõe de enorme potencial de desenvolvimento e aplicações práticas. Compreendê-los, atuar sobre eles e divulgá-los constitui um meio privilegiado para conduzir os mais jovens à busca do conhecimento e à formação de habilidades e competências que os tornarão aptos aos desafios da vida. O acesso ao conhecimento significativo torna-se forma importante para o exercício da cidadania. Nesse sentido, a proposta da educação Marista é articular o currículo com objetivos pedagógicos e situações didáticas que respondam às necessidades da sociedade atual; ele pretende, nas suas ações, formar alunos para a pesquisa, comunicação e solidariedade. Instruir para a pesquisa é proporcionar a apropriação do conhecimento às perguntas e respostas provocadas pela realidade que nos cerca. Formar para a comunicação traz a necessidade de prepararmos o aluno para atuar em contexto altamente tecnológico e digital. Isso necessita de novas competências na busca, na utilização e no uso, de forma crítica e reflexiva, das informações disponibilizadas nas diversas mídias, em diferentes espaços e linguagens, reais e virtuais. Por último, formar para a solidariedade é assegurar a possibilidade de transformação das relações humanas e construir um mundo melhor.

científica

Projeto especial marca comemorações do Ano Internacional da Astronomia

Diante da proposta Marista de Educação, não poderíamos deixar de realizar nesse ano um projeto voltado à Astronomia. Afinal, estamos comemorando O Ano Internacional da Astronomia, celebração mundial que marca os 400 anos das primeiras observações feitas por Galileu, e que tem como objetivo incentivar novos pesquisadores, estimulando o avanço científico e o cuidado com o nosso planeta, principalmente entre a população jovem. Aqui no Paranaense o projeto apresenta diferentes atividades desenvolvidas ao longo do ano - da Educação Infantil ao Ensino Médio - colocadas na Mostra realizada em novembro. Outro destaque para esse projeto é a Realização do Congresso Virtual Interdisciplinar de Astronomia, realizado entre os Colégios da Província Marista do Brasil Centro Sul. Os alunos participam com a elaboração de trabalhos desenvolvidos a partir do tema: “O Universo a ser descoberto por você”. Além da apresentação escrita do trabalho, os alunos têm a oportunidade de escolher uma produção artística (desenho, fotografia, filme, poema) para representar ideias e sentimentos por meio de diferentes linguagens. Além disso, estamos trabalhando e trazendo um planetário até o Colégio Paranaense. Aguardem novidades! Neiva Beatriz Marinho Pinel é Coordenadora de Tecnologia Educacional


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Educação

Inclusão

digital Novos tempos pedem uma escola que busque promover uma interação responsável entre professor, aluno e tecnologia.


Neiva Beatriz Marinho Pinel

Um dos projetos que compõem a Feira do Conhecimento neste ano é o de inclusão digital. O projeto tem como objetivo principal alertar alunos, pais e professores quanto ao uso que se faz da Internet. Atualmente tem-se a ideia equivocada de que a rede mundial de computadores é um espaço livre, que absorve tudo o que se escreve, que se mostra, que se posta sem que ninguém seja responsabilizado pelos danos que porventura a exposição do material possa causar a alguém. O Marista apresenta justamente o contrário. Usar a Internet de forma inadequada é crime; como tal, possui suas sanções. Desta forma, a intenção é fazer um trabalho de conscientização em toda a comunidade escolar. No Marista Paranaense Observando mais atentamente a inserção das tecnologias da informação e comunicação no contexto escolar, partimos de indagações feitas ao longo dos últimos anos, a respeito das diferentes medidas que as escolas vêm adotando

para apropriar-se desses recursos. Após algumas discussões e muitos projetos desenvolvidos na prática educativa voltada para a informática na educação, as possibilidades de uso das tecnologias educacionais em ambiente escolar ganham ainda mais perspectivas e expectativas com a Internet. Com o desenvolvimento acelerado das tecnologias da comunicação, a Internet, de início uma rede limitada, usada entre pesquisadores de universidades para trocar informações, passa a ser uma metarrede capaz de movimentar uma indústria global de comunicação. Esse movimento, que acumula a agilidade e a rapidez com que circulam as informações em rede, traz novas implicações para as relações humanas, sociais e também para a prática pedagógica nas escolas. Essa nova realidade revela a necessidade de uma escola que busque promover maior interação de professor, aluno e tecnologia, fazendo com que as possibilidades tecnológicas sejam, na realidade, mediadoras de um ambiente onde seja possível conhecer o mundo, construir conhecimento e, acima de tudo, caracterizar-se

como ambiente cognitivo e ético. Na atualidade é preciso uma escola que englobe conceitos como reaprender, explorar novas oportunidades, esgotar as possibilidades, desenvolver habilidades, sentir e compreender os significados. Mais ainda, uma escola que almeje adequar-se criteriosamente às novas necessidades da sociedade. Por esse motivo, o Marista Paranaense vem investindo, tanto na formação de professores como na compra de equipamentos, para atender às demandas criadas pela Sociedade da Informação. Considerando a utilização da Internet como ferramenta do processo de ensino e aprendizagem, como possibilidade pedagógica, como espaço e ambiente de aula, há de se adequar à formação que está sendo proporcionada aos alunos, uma vez que eles também já possuem diferentes sentidos e significados para a aprendizagem, para as relações e intenções com a escola e com o mundo. Neiva Beatriz Marinho Pinel é Coordenadora de Tecnologia Educacional

Como funciona O projeto inclui ações variadas para atender ao público interno e externo.

Na atualidade é preciso uma escola que englobe conceitos como reaprender, explorar novas oportunidades, esgotar as possibilidades, desenvolver habilidades, sentir e compreender os significados.

O projeto Uso responsável da Internet atuará em parceria com a ONG Comitê para a Democratização da Informática – CDIPR e com a GVT. •As famílias recebem cartilhas sobre o assunto e dicas de segurança; assistem a palestras com especialistas, além de momentos de discussões em grupos sobre os enfrentamentos diários que passam com os filhos no uso da ferramenta. •Os alunos são orientados com aulas explicativas e com palestras com policiais especialistas em crimes na Internet. •Professores e colaboradores do Colégio já estão em perspectiva e continuarão no segundo semestre. •O projeto prevê ainda a disponibilidade de trazer para o Colégio, nos sábados, diferentes cursos da área de tecnologia para atender à comunidade escolar, ou seja, estará aberto para inscrições de pais, alunos, professores e colaboradores.


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Inspiração

4x mais

Você já imaginou suas tarefas diárias quadriplicarem do dia para a noite? O que parece ficção tornou-se uma bela realidade para Leandro e Juliana quando descobriram que quadrigêmeos estariam por vir. Bruno Bonamigo

A história começa em um consultório médico, quando, na primeira ecografia, a médica diagnosticou trigêmeos e um quarto saco gestacional que talvez não se desenvolvesse. O exame teve de ser repetido posteriormente para acompanhar o desenvolvimento. Depois de uma semana, foi constatado que seriam quadrigêmeos. Juliana ficou em estado de choque, pois o primeiro pensamento em sua cabeça foi que problemas viriam, não pela criação, mas sim pela gestação. A gravidez de quadrigêmeos é complexa, pois a possibilidade de nascerem prematuros ou de perdê-los era grande. Normalmente, a orientação nestes casos é optar pelo nascimento de apenas dois deles, devido ao risco de vida da mãe ou da perda do útero.

O questionamento incessante do que fazer não saía da cabeça deles, até que Juliana decidiu, por conta e risco, tentar e ter os quatro. A gestação foi normal e em 14 de março de 2006, vieram ao mundo Luísa, Otávio, Ricardo e Leonardo, com condições de saúde excelentes, contrariando tudo o que foi dito aos pais quanto aos riscos que estavam correndo. Foi então que suas vidas mudaram. Pessoas tiveram de ser contratadas para auxiliá-los nos cuidados. Antes era uma empregada e agora são três; o carro teve de ser trocado para comportar os pais, os quatro filhos e mais uma empregada, totalizando sete pessoas... Ah, e a casa terá de ser redimensionada, pois tudo já está ficando pequeno. A maior dificuldade do casal é o sono. Na maioria das noites, Leandro tem de

dormir em outro lugar, pois os quatro vão para a cama dos pais para conseguirem dormir e parar de chorar, não deixando espaço para ele. Na divisão das tarefas, quem cuida deles de madrugada é o pai e durante o dia a mãe, que os traz para o Marista todos os dias. Atualmente eles estudam no Infantil 3, ficando dois em cada sala, para que possam socializar-se e não ficar isolados entre si. A mãe conta que a adaptação deles foi ótima e o suporte do Colégio foi excelente quanto a esta situação. Leandro e Juliana não pretendem ter mais filhos e afirmam com veemência que, apesar de todas as dificuldades, não se arrependem de nada, nem dos riscos que assumiram, porque, no fim, tiveram quatro vezes mais felicidade. Bruno Bonamigo é Assistente de Marketing



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Aprendiz

Para vencer

desafios

Mais do que parceria, preparação profissional é oportunidade de cidadania. Com o mercado de trabalho em constante transformação e com necessidade cada vez maior de qualificação profissional, a sociedade atual impõe aos jovens o desafio entre o desemprego, que atinge principalmente as famílias em situação de vulnerabilidade social, e o da oportunidade de um primeiro emprego e de uma carreira profissional. Preparar jovens para o mercado de trabalho requer uma formação que ultrapasse as propostas de educação profissional, inclui também um domínio de conhecimentos sócio-historico-culturais, com vista à formação de um profissional ético e responsável que atue com auto-

nomia e criticidade no contexto social em que vive. Nesse sentido, o Ir. Jorge Gaio, Diretor Executivo de Ação Social, destaca que “a missão Marista de educar para a solidariedade se expressa no visível junto às crianças e jovens que participam de diversos projetos socioeducativos desenvolvidos nos Centros Sociais Maristas, cujo objetivo é oferecer uma educação integral de qualidade e promover a cidadania em diferentes realidades”. Aprender Com esse intuito, o Centro Social Marista de Curitiba oferece o Serviço

de Qualificação Profissional, por meio do Curso de Montagem e Recondicionamento de Computadores, na modalidade de Adolescente Aprendiz. O curso com duração de um ano e meio, entre parte teórica e prática, emite certificação a Adolescentes Aprendizes, segundo as prerrogativas do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Superintendência Regional do Trabalho. Em uma parceria com o Marista Paranaense, o curso proporcionou aos jovens não só uma formação profissional, mas uma oportunidade de inserção no mundo do trabalho. Aqui no colégio, os alunos do Cen-


Geração de oportunidades Marista conta com serviços e programas sociais para crianças e jovens

As Mantenedoras Maristas, Associação Brasileira de Educação e Cultura (ABEC) e União Catarinense de Educação (UCE), desenvolvem Serviços e programas Sociais em 24 Unidades de cinco Estados do Brasil. No último ano, esses projetos atenderam a mais de nove mil crianças e jovens, de forma direta e contínua. Dados publicados na Avaliação dos Serviços e Programas Sociais

tro Social trabalham nos laboratórios de informática. Com funções distintas, três jovens atuam diariamente no atendimento aos alunos e professores nas aulas e projetos que envolvem atividades com tecnologias da informação e comunicação. Os jovens Kerolin (16 anos - Adolescente aprendiz), Luis Felipe (15 anos – Adolescente aprendiz) e Leandro (19 anos – Assistente de Laboratório de Informática) têm exercido na prática a oportunidade de atuar mediante os conhecimentos técnicos adquiridos nos cursos realizados no Centro Social, bem como aproveitando a oportunidade de ampliarem suas expectativas de futuro, mediante investimentos na própria formação por meio de benefícios conquistados pelo bom desempenho. Seguindo os princípios de seu fundador Marcelino Champagnat, o Marista Paranaense busca a formação de sujeitos com valores éticos e solidários, que respeitam a igualdade e a justiça social, e espera atingi-los por meio de exemplos como esse, proporcionando, tanto aos educandos do Colégio como do Centro Social, a oportunidade de atuarem em conjunto como agentes transformadores da sociedade.

o Centro Social não só me deu bastante conhecimento na área de informática, mas me proporcionou um crescimento pessoal... Vejo o fato de entrar no Colégio como chance, oportunidade de ampliar o conhecimento em diferentes áreas. Leandro O curso me proporcionou conhecimento em informática, oportunidade de trabalho, o contato com outras pessoas e de diferentes níveis sociais e uma relação de amizade com os professores. No colégio, aprendo muito com os alunos e com os professores, sempre fui elogiada e pretendo ser efetivada para o próximo ano. Kerolin No começo não achei que a parte teórica seria boa; mas os professores são bons e o nível de exigência é grande. Fiz grandes amigos. Fiquei feliz com a oportunidade de trabalho no Colégio, tenho a expectativa de aprender mais e crescer... Luís Felipe O nosso mundo é confrontado com novos desafios: a interdependência mundial, a vida em uma sociedade pluralista, a secularização e o advento de novas tecnologias. Essas mudanças abrem novos horizontes e, apesar das ambiguidades que podem encerrar, oferecem-nos inauditas possibilidades. Missão Educativa Marista, nº 57


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Galeria

Escola e família

Partícipes na educação dos alunos As crianças necessitam que família e instituição escolar se associem para favorecer sua educação e desenvolvimento. Alecy Luciana da Silva Vesgerau e Cristina Ivanka Galat Ahumada

Os pais são educadores que têm grande poder em despertar a vontade de conhecer e aprender. Cabe a eles semear o prazer do aprendizado que desperta no aprendiz a sede de conhecer. O filho se sente seguro e os pais, gratificados pela troca de amor e aprendizado. Por sua vez, o professor, além de ensinar conteúdos, deve ser educador: educa o aluno para a vida, levando-o a pesquisar novos conhecimentos; mostra que seu próprio aprendizado é constante, que ele aprende ensinando. Incluir a família dos alunos na tarefa

educativa, desenvolvida na instituição, significa reconhecer o papel único e insubstituível que cada uma das partes desempenha: família e escola, ambas educam e ensinam, cada uma com especificidades próprias que se complementam e que precisam apoiar-se. Para isto é essencial que, nos espaços de partipação real do dia a dia ou eventos especiais, os alunos possam perceber um clima afetivo de confiança, de respeito mútuo, cooperação e responsabilidade compartilhada. Alecy Luciana da Silva Vesgerau e Cristina Ivanka Galat Ahumada são Assessoras Psicopedagógicas da Educação Infantil e Ensino Fundamental I


Parceria INSA-Lyon e Colégio Marista Paranaense O INSA de Lyon é das mais conceituadas escolas superiores de Engenharia da França. O INSA insere-se no contexto de globalização atual e possui forte atuação na internacionalização. Há mais de 20 anos, acordos de cooperação com o Brasil possibilitaram relações constantes entre pesquisadores, intercâmbio de alunos e programas de dupla diplomação. É dentro desse contexto que se criou, em 2000, a divisão Amerinsa, que recebe anualmente 50% de estudantes vindos da América Latina e 50% de estudantes franceses, preparando estudantes para a globalização do mundo industrial e a internacionalização da profissão de engenheiro. O Colégio Marista Paranaense insere-se como parceiro no programa Amerinsa, pela excelência de seu ensino, ao enviar estudantes dentro desse perfil desejado. Victor, Pedro e Gustavo, ex-alunos maristas que estudam no INSA.

Palestras Neste período de contradições, ambivalências e conflitos, é comum que surjam, tanto para os jovens quanto para os pais, sentimentos de impotência quanto ao que fazer ou como agir para melhor orientar e solucionar os problemas da idade. Educar requer disponibilidade, intencionalidade e compromisso. Sendo assim, o Colégio Marista Paranaense procurou uma proposta de reflexão voltada ao entendimento das diversas problemáticas oriundas da infância e adolescência, ensejando ao longo do ano palestras aos pais, para esclarecê-los e conscientizá-los sobre como encaminhar nossos jovens e crianças para a conquista de uma existência equilibrada e plena. A qualidade das relações que o jovem estabelece ao longo de sua vida é determinante para a construção de um aprendiz adequado e feliz. Lourdes Rosina Chyla é Assessora Psicopedagógica do Ensino Fundamental II e Médio


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Esporte e Cultura

De

cinema Marista apoia produção artística como forma de projeto educacional Bruno Bonamigo

Incentivar a cultura é maneira de exercer a cidadania, desenvolver o intelecto e valorizar os costumes e valores da sociedade. A arte engloba várias linguagens, entre elas o Cinema, considerado a sétima arte, de acordo com o Manifesto das Sete Artes, publicado pelo teórico italiano Ricciotto Canudo em 1911. No Marista, a arte é trabalhada de forma que os alunos se tornem críticos e possam visualizar a realidade com bom senso.

Recentemente, o Colégio apoiou uma obra cinematográfica que contempla ideias correspondentes à filosofia da instituição chamada Gol a Gol, de produção paranaense e voltada ao mercado nacional. A previsão de lançamento do longametragem é julho de 2010, com exibição no Colégio para alunos e funcionários, com o intuito de estimular o consumo cultural. O filme Num futuro imaginário, o protagonista Pedro vive solitário e estafado com seu trabalho na Seguradora Bedrock – que vende apólices por danos ambientais. Em saltos para um passado nostálgico e para um futuro pouco promissor, do ponto de vista socioambiental, onde fatos históricos se misturam a fantasias, a personagem revisita memórias e desejos reprimidos de sua infância e juventude, em clima onírico marcado por simbolismos. Em tom de fábula, Pedro acerta as contas com o passado numa partida de gol a gol contra si

mesmo ainda criança. Apesar do conteúdo subjetivo, centrado na relação entre Pedro e sua memória, e da sobreposição de significados, espera-se que o espectador, ainda que exposto ao excesso de informações, consiga embutir as suas próprias memórias nas lacunas deixadas pelas memórias do protagonista. Os noticiários jornalísticos estampam que a onda de inflação mundial se instala, devido à alta dos alimentos e à consequente discussão sobre o biodiesel. O aquecimento global deixou de ser uma tese alarmista e já se materializa no aumento de fenômenos naturais, como tufões, avanços de marés etc. As raras enchentes em nosso país passaram a fazer parte do calendário dos Estados de Santa Catarina, Minas Gerais e até da cidade de São Paulo, capital comercial do país. Tais temas indicam a urgência de discussões sobre a sustentabilidade do planeta nos próximos 50 anos. Nunca um futuro fatalista ou até mesmo apocalíptico, típico de romances e filmes de ficção científica, se mostrou tão real.


“GOL A GOL” procura demonstrar como essa temática ecológica, normalmente discutida com distanciamento e abstração, está inserta no contexto de nossas decisões políticas e econômicas, até mesmo num país como o Brasil que, por possuir fartos recursos naturais, sempre pareceu estar à margem desse tipo de consequência. Dentro da estrutura da trama que apresenta a personagem central Pedro, o público é convidado a repensar seu comportamento dentro da cultura mercantil da globalização. A metáfora proposta pela Seguradora Bedrock (especializada em apólices contra crimes e catástrofes ambientais, ao mesmo tempo que possui empresas poluidoras) e pela figura de Pedro (funcionário exemplar, apesar de discordar da filosofia da empresa, que larga seu desejo pessoal em troca de uma confortável vida de executivo), coloca em cheque o futuro que estamos preparando para a próxima geração. O aprofundamento da temática ambiental, dada no roteiro, torna a obra ori-

ginal ainda mais interessante e oportuna para nossa atualidade. O tom fabular e de realismo mágico adotado, em união à estrutura musical proposta, deve resultar em filme que explora caminhos de linguagem ainda pouco visitados pelo cinema paranaense e até mesmo brasileiro. Bruno Bonamigo é Assistente de Marketing


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top5

Cinco coisas que você deve saber sobre o Marista

Horta da Infantil

É na primeira infância que se formam os hábitos alimentares, que geralmente se mantêm por toda a vida. Foi com este objetivo que as crianças da Educação Infantil e 1º Ano participaram de diversas atividades relacionadas à alimentação saudável, entre elas o plantio de vegetais na horta do Colégio. Com o auxilio das professoras regentes e da orientação da bióloga Any, os pequenos prepararam a terra, plantaram, regaram e acompanharam o desenvolvimento dos alimentos como beterraba, brócolis, couve-flor, cebolinha e salsa. Após a colheita, crianças e professoras têm preparado receitas deliciosas que contribuem para a formação de hábitos alimentares saudáveis, permitindo que as nossas crianças se desenvolvam com mais saúde. Sibele Dal Col Guimarães Assistente Psicopedagógica

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ENEM

A busca incessante para integrar cultura, ciência, fé, vida e qualidade, nos serviços educacionais ofertados, torna-se meta diária no processo educativo do Colégio Marista Paranaense. Diante dessa possibilidade, ele apresenta seus resultados e índices alcançados em avaliações externas. O Enem está diferente, pois sua participação se tornou fundamental para o ingresso nas instituições de nível superior que adotam o exame como ferramenta de seleção, de forma integral ou parcial. Independentemente da mudança, nossos alunos mostraram que estão aptos a concorrer às vagas nas universidades mais conceituadas do país. Na rede privada de ensino do Paraná, os alunos maristas ficaram com o 3º lugar em 2006 e 2007 e com o 2º lugar em 2008.


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Lousa Digital

Estamos investindo em tecnologia para ampliar as possibilidades pedagógicas na formação dos nossos alunos. Entre os recursos adquiridos nesse ano, cabe destacar as lousas digitais. São quadros eletrônicos que permitem ao professor articular o conteúdo de suas aulas com as informações disponíveis na rede mundial de computadores, além de diversificar os recursos para a explanação das informações, pois essa tecnologia favorece a convergência de diferentes mídias: textos, imagens, sons e vídeos. Com esse investimento, a escola busca promover maior integração entre professor, aluno e tecnologia, fazendo com que as diversidades tecnológicas sejam, na realidade, mediadoras de um ambiente, onde seja possível conhecer o mundo, construir conhecimento e, acima de tudo, caracterizar-se como ambiente cognitivo. Neiva Beatriz Marinho Pinel é Coordenadora de Tecnologia Educacional

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Solidariedade

O Projeto Champagnat 2009 teve como gesto concreto de solidariedade ações que envolveram todos os alunos em atividades do Programa Marista de Cultura da Solidariedade. Os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 colaboraram ativamente com a Campanha Doe Calor, do IPCC. Os alunos do Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, após envolverem-se nas atividades do Projeto Cegonha – Maternidade e Paternidade Responsável (www.cegonha. org), realizaram campanhas de arrecadação de fraldas infantis e leite em pó para crianças carentes e em situações de violência e risco. As doações foram entregues à Maternidade Alto Maracanã de Colombo e à AFPMI-PR – Associação Feminina de Proteção à Maternidade e à Infância de Curitiba (www.afpmipr.org.br). Maria Cristina Nogas Agente de Pastoral

Novo espaço pedagógico

O Colégio Marista Paranaense conta, a partir desse ano, com um Museu de Ciências Naturais. O ambiente foi desenvolvido para que os alunos possam, de forma concreta, apreciar e aprender com diferentes espécies animais e vegetais, além de conhecer sua classificação zoológica. Com frequente manutenção de especialistas e autorização do IBAMA, os animais vertebrados e invertebrados, fungos e diferentes espécies de plantas que compõem o Museu têm encantado os alunos e catalisado amplo trabalho de consciência ambiental. Como espaço pedagógico, o Museu tem favorecido o trabalho com a linguagem científica e a investigação, bem como na formação do perfil do aluno marista: pesquisador, comunicador e solidário. Luciana Merlin Assistente de Núcleo Psicopedagógico


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Diz aí

Lá fora Morar fora do país e ter contato com outras pessoas e culturas. É desafio que encanta muitos jovens, mas que requer boa dose de coragem e planejamento. Confira a opinião de quem acabou de voltar de intercâmbio.

O mais legal do intercâmbio foi conhecer gente da mesma idade, do mundo inteiro e de diversas culturas. É uma experiência diferente, pois você amadurece, aprende a se virar sozinho, além de fazer amigos de outros países. O Marista dá bom apoio aos intercambistas que desejam voltar para o Colégio e isso me estimulou ainda mais a ir. Eu fui na época ideal, porque peguei o período de “high school” e recomendo a todos que puderem que façam o mesmo.

Pedro Henrique Fava Zonato 3ª série A do Ensino Médio – 6 meses em Michigan – EUA

Para fazer intercâmbio é preciso ter muita confiança em si mesmo, em Deus e nos outros, pois não é simples viagem. A pessoa tem de estar bem decidida e ter certeza de que é aquilo que quer. Se não estiver preparada, acaba desistindo e voltando antes do fim da experiência. Foi muito bom viajar, mas também retornar ao Marista, pois estudo aqui desde pequena e não valeria a pena terminar os últimos seis meses em outra escola. Para mim o que vale é formar-me com meus amigos e com os professores que acreditam muito na gente e sempre nos dão apoio.

Ana Luísa Garcia de Paula 3ª série A do Ensino Médio - 10 meses em Michigan - EUA

Com o intercâmbio você aprende muita coisa. É difícil dizer qual foi a maior experiência, mas acredito que uma das mais importantes é aprender a me virar sozinha e ser mais independente. Não acho que qualquer um possa fazer; existe um perfil que combina com esse tipo de experiência. Tem de ser alguém que goste de conhecer coisas diferentes e tenha a cabeça bastante aberta para assimilar a grande quantidade de informações e diferenças culturais que existem em outro país. É preciso ser flexível e saber adaptar-se. Foi inesquecível. Já tenho planos de ir para vários outros lugares.

Ana Derani Nemer 3ª série A do Ensino Médio – Um ano em Westmont, subúrbio de Chicago – EUA

A minha experiência foi marcada pelas diferenças culturais. Morei com uma família americana e uma intercambista do Vietnã na mesma casa. Foi muito bom, pois é algo que nos faz ter maturidade, responsabilidade e nos virarmos sozinhos. Ficar numa casa de família é mais proveitoso, pois você aprende mais do que ir apenas para férias ou então viver no campus dentro da escola. Isso me fez valorizar o Marista e perceber que as melhores amizades que tenho fiz aqui dentro, incluindo os professores que ficarão para o resto da vida.

Bárbara Nicola Martinez 3ª série B do Ensino Médio – 1 ano em Jackson, Kentucky – EUA


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Gente Nossa

Discípulo do

mestre

Irmão Alfeu e sua vida dedicada a Deus e ao próximo. Bruno Bonamigo

Humildade, simplicidade e modéstia. Estas são as três virtudes mariais tomadas como base do Instituto Marista. De bom grado, um homem dedicou sua vida e seus talentos ao serviço destas qualidades morais. Para quem já passou pelo Marista Paranaense, é difícil não conhecer o Irmão Henrique Maurina, também conhecido como Irmão Alfeu. No início de sua vida religiosa, os Irmãos maristas usavam batinas e tinham dois nomes: um de batismo e outro dentro da congregação. Há muitos anos residindo no Paranaense, este devoto religioso se faz presença marista com seu carisma inigualável e com suas boas histórias. Biólogo de formação, Irmão Henrique dispõe de uma bagagem cultural e lucidez que impressiona qualquer um que já teve a oportunidade de trocar algumas ideias com este jovem de 87 anos. Dentro da Instituição Marista, diversos nomes

importantes já tiveram suas vidas marcadas por ele, como, por exemplo, o exgovernador do Paraná Ney Braga e os expresidentes da República João Goulart e Jânio Quadros, todos ex-alunos maristas. Atualmente, por onde ele passa, crianças e jovens o rodeiam, seja para ganhar um abraço ou para pedir conselho. O seu trabalho é “tornar Jesus Cristo conhecido e amado”, conforme a missão marista. Desta maneira, Irmão Henrique tem sempre alguma história para contar sobre o Filho de Deus, a Boa Mãe Maria e o Fundador da congregação, São Marcelino Champagnat. Graças à sua eloquência e dinâmica, suas conversas transformamse em contos que comovem e fascinam. Frequentemente, ex-alunos vêm ao Colégio para visitá-lo e relembrar os tempos de estudante com o antigo mestre. Pelas manhãs e tardes, o seu prazer é recepcionar os alunos, fazendo questão de auxiliar no desembarque e de cumprimentar carinhosamente os pais,

transmitindo-lhes segurança e afabilidade. Diariamente, para a alegria de crianças e jovens, marca presença de maneira incansável nos pátios, vigiando, aconselhando, educando pela pedagogia da presença, conforme preconizado por S. Marcelino Champagnat. Em sua incessante missão, criou um grupo de orações com as colaboradoras da limpeza, que se reúnem diariamente na capela do Marista para refletir e orar por todos. Além disso, não é difícil vê-lo pelos setores administrativos, transmitindo seus ensinamentos e experiências com complacência aos funcionários e professores. Irmão Henrique é exemplo de igualdade de caráter e polidez, que, com sua grande simplicidade, cativa aqueles que o conhecem. Graças à sua solicitude, pudemos, enfim, fazer-lhe esta homenagem e deixar mais um marco seu, entre tantos, para a história do Instituto Marista. Bruno Bonamigo é Assistente de Marketing


Capa

o Marista Amizades d tempo e resistem ao à distância

metti Fernanda Jaco

ra. a qualquer ho m e b i a v o ig Um bom am les que nos e u q a d é se a E melhor aind ue basta um q o p m te to n conhecem a ta os sentindo. m a st e e u q o er ? olhar para sab amizade assim a m u r a iv lt u c is Mas como as tão especia o ss e p r a tr n o E onde enc Geralmente s? ra v la a p m ncia que dispensa a na adolescê d in a m e c re a ao elas ap que resistem s e d a iz m a m e forma Marista tem O . ia c n tâ is d à tempo e bre para contar so s a ri tó is h s a it mu ber o melhor é sa e s e d a iz m a boas nte, muitas a st in to a x e e se que hoje, nest ão surgindo e st e s e d a iz m a outras jovens alunos. s o e tr n e o d n fortalece


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Capa

Y

ara Achoa, da turma dos formandos de 1984 do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo fazia parte de um inseparável grupo de quatro amigas. Faziam trabalhos juntas, uma ia à casa da outra e conversavam sobre todos os assuntos... Depois de formadas cada uma seguiu seu rumo. Uma estudou Educação Física, outra Pedagogia, Yara, Comunicação Social, e assim por diante. Casaram-se, tiveram filhos, montaram o próprio negócio, mudaram de cidade e, assim, os anos foram passando. Apesar de todas as mudanças, os laços que as uniam mantiveram-se vivos e graças ao orkut se reencontraram. “Voltamos a nos falar com mais frequência”, conta Yara. Depois de algum tempo, surgiu a oportunidade de Yara visitar uma de suas amigas, a Leila, que mora no Rio de Janeiro. “A gente não podia imaginar o que seria uma da outra, mas percebemos que temos muito em comum, somos fortes e temos muita personalidade”. Em uma amizade de mais de 25 anos, as conversas ultrapassam as questões do dia-a-dia e retomam histórias importantes que fizeram parte do desenvolvimento de cada uma. “Você resgata coisas da adolescência, dos paqueras, das bagunças. Vi que somos muito parecidas

Quando você se identifica com alguém, a amizade extrapola um dos setores da vida e passa a fazer parte do todo.

com o que éramos na época do colégio”, diz. Segundo Yara, os Maristas ofereceram condições para a criação dos vínculos de amizade. Ela cita o estímulo para fazer trabalhos em grupo, para a prática de esportes e o valor às relações humanas transmitidos no colégio. “Quando você se identifica com alguém, a amizade extrapola um dos setores da vida e passa a fazer parte do todo”, completa. Nos negócios Os 12 anos no Marista São Luis, de Jaraguá do Sul, deram a Vinícius Salai Floriano, de 24 anos, amigos que, mais tarde, tornaram-se parceiros de negócios. Formado em Direito, Vinícius trabalha no escritório de contabilidade e auditoria de sua família e diz que muitos de seus atuais clientes já foram colegas de escola. “É uma oportunidade de crescimento para ambos”, diz. Além disso, a amizade traz segurança às duas partes. “Você conhece a índole da pessoa e ela te conhece. Queremos o melhor tanto para o empresário como para o amigo”, complementa. O Orkut, assim como no caso de Yara, o ajudou a retomar contatos. “Temos uma comunidade com mais de 700 pessoas dos exalunos do São Luis”, conta.


Nova geração “A escola é campo fértil para sementes de amigos, onde se reúnem e convivem gerações: crianças, adolescentes, pais, avós, educadores. A escola é período áureo para encontros belos e profundos para toda a vida”. O belo pensamento é do Ir. Lauro Darós, Diretor Geral do Colégio Marista de Cascavel. De lá vieram os personagens da capa desta edição. Mayara Letícia Quadri, Gabriel Almeida Tavares, Caio Augusto Maistrovicz Gomes da Silva e Alana Gabriela Bandeira.. Para eles, que estão no Ensino Médio e já conhecem o Marista há um bom tempo, nada é mais forte no Colégio que o espírito de família. “É isso que faz com que a gente dê mais valor para as amizades. Sabemos que aqui somos valorizados por todos”, conta Caio, apoiado pelos colegas. É bom saber que a história continua e seja qual for a próxima invenção do homem após o Orkut e as redes sociais, é muito bom saber que os amigos sempre estarão se reencontrando e lembrando dos bons tempos em que estudavam juntos para as provas ou dividiam o lanche no recreio.

Mais que amigos

A escola é campo fértil para sementes de amigos, onde se reúnem e convivem gerações: crianças, adolescentes, pais, avós, educadores. A escola é período áureo para encontros belos e profundos para toda a vida.

o médio, em Quando Alessandra Rayes estava no 2° ano do ensin a seria seu 1986, nem imaginava que um de seus colegas de turm antes e logo futuro marido. Ela havia entrado no Colégio um ano acabo fazendo formou seu grupo de amigos. “Sou muito falante e amizade fácil”, explica. escola fizeram Os trabalhos, as brincadeiras e os encontros fora da esposo virasse com que no 3° ano a amizade entre ela e seu atual namoro e 15 de namoro. De lá para cá, são 22 anos juntos: oito de casamento. na vida do Dos amigos do colégio, quatro estão sempre presentes na, viajam juntos casal. Encontram-se praticamente todo fim de sema Alessandra. e um deles foi, inclusive, padrinho de casamento de filhos deles. É uma “Nossas duas filhas acabaram ficando amigas dos e sabemos que relação muito próxima, é como se fossem da família são pessoas em quem podemos confiar”, diz.

Irmão Lauro Darós


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Você Repórter

Esporte

em família

Os Hemmig encontraram no taekwondo uma forma de estarem sempre juntos Marcela Francisca Ideta Cavalcante Hemmig Depois do nascimento dos filhos, minha rotina era da típica mulher do século XXI. Trabalhar, cuidar dos filhos e cuidar do casamento. Tudo em seu tempo, mas não seguia, necessariamente, uma ordem. E o pior: com o atropelo das horas, muitas vezes eu acabava deixando alguma das tarefas em segundo plano. E é quando estamos mais ausentes que os problemas começam a aparecer. Certa vez, orientados pela equipe da escola, eu e meu marido, Ismael, levamos Marcelo (nosso filho mais velho, hoje com 11 anos) para sua primeira aula de taekwondo. De personalidade forte, ele andava um pouco “rebelde” nos estudos, com algumas briguinhas com os colegas de turma e atitudes em casa que também não estavam de acordo com a educação que primamos. Acho que muitos dos meninos, nesta fase, ficam assim. Então concordamos que um esporte que trabalhasse a mente e o corpo poderia ajudar. Na primeira semana pensamos que não daria certo, pois ele não queria fazer o que o instrutor pedia, brincava a todo o momento e não levava a sério o esporte. Mas para a nossa surpresa ele foi muito bem estimulado e nas semanas seguintes ele queria estar no tatame em todos os horários de treino. Mesmo assim, continuei acompanhando. Senti que ele precisava da minha presença para perseverar. Depois de um tempo de treino ele começou a se destacar nas competições. A família toda estava orgulhosa e isso também o estimulava. Foi aí que o “feitiço virou contra o feiticeiro”. De tanto ver os treinos, passei a querer frequentar as aulas. Porém, como não tinha turma para minha idade, movimentei um grupo de mães e conseguimos abrir um horário. Parece fábula, mas hoje nós dois já ganhamos muitas medalhas, temos um espaço em casa onde elas ficam expostas e aumentam a cada campeonato. Ismael, que nos levava para lá e para cá em treinos e competições, passou de torcedor a juiz. Fez cursos na área de arbitragem do taekwondo e hoje faz parte da comissão técnica da Federação Paranaense. Para não contrariar o ditado (Filho de peixe, peixinho é...), nossa caçula Isabella, de 7 anos, passou este ano a praticar o esporte. Hoje treinamos juntos e viajamos juntos. A união da família se fortaleceu por intermédio do esporte. Agora, nossa rotina é estar juntos, unidos e incentivando uns aos outros. Marcela Francisca Ideta Cavalcante Hemmig é artesã e mãe dos alunos Marcelo e Isabella, do Colégio Marista de Cascavel/PR


pais ativos. crianças mais ainda!

Itamar Vicente Ribeiro Virou bordão dizer que as crianças não brincam mais na rua devido à falta de segurança nas cidades e que a diversão está sendo substituída pelos videogames. Afirmações que infelizmente são fatos e se transformaram em problema mundial. Porém, não podemos nos esquecer de que o exercício físico é um ingrediente essencial para a vida, tanto dos pequenos quanto dos mais crescidos. Então, por que não unir o útil ao agradável e começar a mexer o corpo junto com seus filhos? Isso sim é que é dar exemplo. E, quem diria comprovado cientificamente. Uma pesquisa feita na Universidade de San Diego, Califórnia, concluiu que filhos de mães ativas têm duas vezes mais chances de serem ativos do que os de mães sedentárias. Essa probabilida-

de salta para três vezes e meia quando se trata de o pai ser o cheio de energia e para quase seis quando ambos praticam atividades físicas. Mais do que servir de referência, quando os pais também entram na brincadeira estão agarrando a oportunidade de passar mais tempo com os filhos, de conversar, rir e superar dificuldades juntos. O que só faz o relacionamento ganhar em força e cumplicidade. É legal reservar um horário para praticar atividades juntos e dizer: “a partir de agora, todo sábado vamos jogar futebol, praticar ‘taekwondo’, ou todo domingo vamos andar no parque”. Com isso, você acaba criando uma tradição na família. Itamar Vicente Ribeiro é professor de Educação Física, mestrando em Ciências Médicas e Consultor Comportamental


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Qualidade de vida

Lanche sem

estresse

Como fazer as melhores opções na hora da alimentação dos filhos? Antes de começar a ler essa matéria, é preciso lembrar que alimentação saudável, seja em casa ou na escola, não é um assunto apenas para as crianças. “Nada de impor regras só para alguns na casa, afinal de contas, o problema é sério e alimentação saudável e atividades físicas fazem bem a todos. Com frequência, só a mãe

está disposta a encarar o problema”, destaca o Dr. Fabiano Lago, médico endocrinologista e ex-aluno Marista. Ao mesmo tempo em que nossa cultura supervaloriza e até idolatra a magreza e a beleza, promove e estimula os meios para que engordemos cada vez mais. Portanto, é preciso fazer das calorias o inimigo número um da sua

família. Na hora de preparar o lanche para o seu filho ou mesmo de pensar na refeição da família, o ideal é adotar novas atitudes aos poucos, sem stress e sem cobranças excessivas. “Alimentação deve ser sempre um assunto agradável e para isso um diálogo positivo é fundamental”, ensina o médico.


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No ponto A alimentação das crianças e dos adolescentes deve ser reflexo da forma como a família encara a qualidade de vida

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cal da Determine um lo , não casa para comer . Quer em frente a TV que está comer? Pare o é a mesa. fazendo e vai at

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Faça uma limpeza no armário da cozinha, nada de ter em casa toneladas de doces, chocolates ou bolachas recheadas. Reserve chocolates para situações esporádicas, como ir ao cinema, etc.

Nada é proibido, mas tem que ter a hora certa. Procure estimular o consumo de frutas e saladas. Como? Oferecendoas sempre fresquinhas e a vista, respeitando as preferências individuais de cada pessoa.

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Seja sensível, porém firme. Os novos hábitos adquiridos devem ser duradouros. Mantenha certa vigilância. Cuidado com idas muito freqüentes a lanchonetes de fast-food, elas devem ser exceção e não regra.

4Alimente a criança

com frutas ou lanchinhos pouco calóricos a intervalos freqüentes, para “matar a fome” antes de “morrer de fome”. Sem tanto apetite, ela terá mais chance de fazer as escolhas corretas nas refeições maiores.

6 Converse sempre com o profissional que acompanha a família, sobre como a situação está indo, procurando ser criativo na hora da alimentação.

Por que comer frutas? Elas têm grandes fontes de vitaminas, como a vitamina C, beta caroteno, potássio, fibras, além de serem altamente nutritivas e de fácil digestão. Contém também bioflavonóides, que protegem contra o câncer e outras doenças e nos fornece energia rápida, pois a fonte de açúcar é natural. Também são muito saborosas. Podem ser servidas sozinhas ou com outros pratos, adicionando sabor e visual. São muito consumidas no verão, pois são leves e refrescantes.


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Rede BRASÍLIA

Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A Bairro Asa Sul - Brasília - DF 70200-690 Fone: (61) 3442-9400

Destaque: Mayara Letícia Quadri, Gabriel Almeida Tavares, Caio Augusto Maistrovicz Gomes da Silva e Alana Gabriela Bandeira Foto: João Borges

A Revista Em Família é uma publicação da Rede Marista de Colégios, com distribuição dirigida a pais, funcionários e colaboradores.

Presidente da Mantenedora Ir. Dario Bortolini Vice Presidente da Mantenedora Ir. Davide Pedri Superintendente ABEC / UCE Aleksandro Mroczek Comunicação e Marketing Patrícia Cobra Costa Silvia S. Tateiva Pollyana Nabarro Kelen Y. Azuma Alexandre L. Cardoso Patricia L. Egashira Katsuk Suemitsu Rede de Colégios Ir. Paulinho Vogel Valdemar Donizeti Bassetto Isabel Cristina Michelan Azevedo

Diretor: Ir. Valter Pedro Zancanaro Dir. Educacional: Cláudia Regina P. T. Pinto Gerente Administrativo: Orivaldo Pincinato Comunicação e Marketing: Fernanda Lages Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C Bairro Asa Sul - Brasília - DF 70200-750 Fone: (61) 3445-6900 Diretor: Ir. Valter Pedro Zancanaro Dir. Educacional: José Leão da Cunha Filho Gerente Administrativo: Orivaldo Pincinato Comunicação e Marketing: Luana Mendonça Dias dos Santos

CASCAVEL

Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 Centro - Cascavel - PR - 85812-011 Fone: (45) 3036-6000 Diretor: Ir. Lauro Darós Dir. Educacional: Everton Lozano Gerente Administrativo: Zeneide Grapegia Comunicação e Marketing: Juliana Dotto

CHAPECÓ

Edição: Luís Fernando Carneiro Textos: Fernanda Jacometti Projeto Gráfico: Paulo Schiavon Fotografia: João Borges Publicidade: Francine Junqueira

Para anunciar: 41 3018-8805 info@editoraruah.com.br Rua Casimiro José Marques de Abreu, 706 Ahú - Curitiba/PR www.editoraruah.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L Chapecó - SC - 89801-500 Fone: (49) 3322-3332 Diretor: Ir. Nilto Squersato Dir. Educacional: Liane P. Danieli Gerente Administrativo: Leurete Bonissoni Comunicação e Marketing: Renato Angelino Darui

CRICIÚMA

Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 Criciúma - SC - 88811-503 Fone: (48) 3437-9122 Diretor: Jairo Rambo Dir. Educacional: Tania Burigo Gerente Administrativo: Giselle Vieira Comunicação e Marketing: Samira Dutra

CURITIBA

Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário Curitiba - PR - 80440-080 Fone: (41) 3016-2552 Diretor: Elemar Menegati Dir. Educacional: Mario J. Pykocz Gerente Administrativo: Maurício Tourinho Comunicação e Marketing: Bruno Bonamigo Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 Curitiba - PR - 82200-210 Fone: (41) 3074-2500 Diretor: Valentin Fernandes Dir. Educacional: Gerson Carassai Gerente Administrativo: José Valdeci Melo Comunicação e Marketing: Bruna F. Gonçalves

JARAGUÁ DO SUL

Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 Fone: (47) 3371-0313 Diretor: Ir. Evilázio Tambosi Dir. Educacional: Vivian Roberta S. Lawin Gerente Administrativo: José Luís Finguer Comunicação e Marketing: Dinara Fabiane Picinini

JOAÇABA

Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 Joaçaba - SC - 89600-000 Fone: (49) 3522-1144 Diretor: Ir. Roque Brugnara Dir. Educacional: Daví Antonio Ceron Gerente Administrativo: Suzana Darold Comunicação e Marketing: Luiz Domingos Guzi Neto

MARINGÁ

Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 Centro - Maringá - PR 87010-430 Fone: (44) 3220-4224 Diretor: Ir. Pedro Danilo Trainotti Dir. Educacional: Yandara de Sá Gomes Gerente Administrativo: José Roberto Facco Comunicação e Marketing: Mayara Muller

PONTA GROSSA

Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 Jardim Carvalho - Ponta Grossa - PR 84015-440 Fone: (42) 3224-0374 Diretor: Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Dir. Educacional: Ude Hasselmann Gerente Administrativo: Sergio Giacomozzi Comunicação e Marketing: Otávio Oliveira

RIBEIRÃO PRETO

Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 Higienopólis - Ribeirão Preto - SP 14015-130 Fone:(16) 3977-1400 Diretor: Ir. Paulo Antonio Forster Ramos Dir. Educacional: Pedro Armando Fossa Gerente Administrativo: Carlos Cesar Vieira Comunicação e Marketing: Mayara do Amaral Haudicho

SÃO PAULO

Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 Vila Mariana São Paulo - SP - 04035-000 Fone: (11) 5081-8444

Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 Jardim dos Bancários - Londrina - PR 86060-000 Fone: (43) 3374-3600

Diretor: Ir. Benê Oliveira Dir. Educacional: Ascânio João (Chico) Sedrez Gerente Administrativo: Wilson Ermerick de Souza Comunicação e Marketing: Fabiana Mustafci

Diretor: Acádio João Heck Dir. Educacional: Marize Rufino Gerente Administrativo: Aguinaldo Guerreiro Comunicação e Marketing: Tatiana Stoicov

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 Cambuci São Paulo - SP - 01518-000 Fone: (11) 3207-5866

LONDRINA

Diretor: Ir. Benê Oliveira Gerente Administrativo: Amélia Orui Comunicação e Marketing: Mara Cavalcante


Foto: Luis Prado

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