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Adriane Garcia
(1973)
Poeta mineira, é escritora, historiadora, funcionária pública, arte-educadora e atriz. Graduou-se em História pela Universidade Federal de Minas Gerais e se especializou em Arte-Educação na UEMG. Seu primeiro livro, Fábulas para adulto perder o sono, venceu o Prêmio Paraná de Literatura em 2013, na categoria poesia. Outros livros de sua lavra: O nome do mundo (2014) e Só, com peixes (2015). Também Enlouquecer é ganhar mil pássaros, e-book disponível online pelo Issuu, e o livreto Embrulhado para viagem, da coleção Leve um livro, 2016.
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O LOBO MAU Tinha orelhas grandes Mas não eram para me ouvir Melhor Tinha nariz grande Mas não era para me cheirar Melhor Tinha mãos grandes Mas não eram para me acariciar Melhor Tinha boca grande Mas não era para me comer Melhor Sentei-me na soleira da porta E devorei a cesta.
NA HORA Nem a tarde é tarde Seus raios avermelhados Dizendo-nos vida Nem os meus Nem os seus Cabelos são tarde A mão que os toca Tão presente Nem a tarde sente Que a gente chegou Bem No exato Da hora.
A DITADURA DOS COITADOS Cuidado com os coitados Esses que nada podem Podem tudo É por causa deles Que os teus ombros Doem.