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Carolina Montone
(1973)
Poeta paulista, é jornalista , atriz e instrutora de ioga, meditação e mindfulness (atenção plena). Autora de 3 livros individuais para público adulto e infantil. Seus textos integraram coletâneas poéticas, entre elas a antologia “Todos os Tons da Poesia” do IV Encontro de Poetas da Língua Portuguesa no Museu do Catete RJ -2017. “Pão Com Poesia” (Multifoco), que reúne receitas de pães e poemas, foi lançado nas Bienais Internacionais do Livro de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife e em outros eventos importantes como a Flipoços. É escritora premiada pela Academia Campinense de Letras.
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SER DE LÁ * No sertão, poema de amor é bode na lata, Rapadura, requeijão bicicleta, rádio e óculos “raiban” Matula de baiano mesmo é o benzimento Menino ungido no dendê carece de muito não, nem chocalho Nasce “aprendido” Quase sabido de assoviar, pra não chorar Escrever é mais difícil A professora sertaneja quando vem , ensina na lousa é com a unha Com sorte, um e outro entende bem que B com R mais A é “Bra” e S com I junto do L é “ Sil” Bra-sil Oxente !
AS BOCAS SÃO IRMÃS O jornal noticia mais um sorriso assassinado, neste mundo desalmado onde ninguém mais compra fiado, o viado ainda é mal tratado e o padre é tarado... Menino abandonado é aos montes Em cada “fulano “ perdido outro choro contido, lícito igual o uísque e ou anestésico à gosto , triste feito eu e você ...
RECÍPROCA RIMA Se eu pudesse nem saber o que quero com você, debaixo da palavra, ilhada em silêncio e sorte, mentiria em paz ... And.... Às vezes, eterno feito lembrança de lírio, seu sorriso sobreviveria seguro, acima dos muros ... FEITIÇARIA Deu face à sua faca, somente a poesia a atravessaria...
*poema em homenagem a parte nordestina da família da autora, escolhido para representa-la no IV Encontro dos Poetas da Língua Portuguesa no Museu do Catete no RJ em 2017